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Dores musculares e lombalgia a verdade!



Dores musculares e lombalgia (Low Back Pain) (2021) toda a verdade! Qual o melhor tratamento? Segundo a American Chiropractic Association no seu artigo Back Pain Facts and Statistics dores musculares em geral e as lombalgias em particular têm uma incidência muito elevada na população e muitas vezes em associação com dores osteoarticulares são um enorme fator causal de absentismo laboral e perda acentuada de qualidade de vida. Este artigo pretende ser um contributo importante para prevenir e tratar de forma mais eficaz as principais dores musculares e dessa forma melhorar muito a qualidade de vida dos doentes.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

    • Qual a anatomia da coluna vertebral?
    • Em quantas regiões se divide a coluna vertebral?
    • O que são os músculos?
    • Quais as funções dos músculos?
    • Que tipos de músculos existem?
    • Quais os músculos controlados pela nossa vontade?
    • Qual a diferença entre músculos esqueléticos, lisos e cardíacos?
    • Que tipo de dores musculares existem?
    • Porque temos dores musculares?
    • Quais as causas mais comuns de dores musculares?
    • O que fazer se surgir dor muscular súbita e intensa?
    • Em que situações deve consultar-se com urgência o médico?
    • Quais os sintomas mais comuns que acompanham a dor?
    • O que é uma lombalgia?
    • Quais as causas de lombalgia?
    • Quais os sinais de doença grave associados a lombalgia?
    • Quais os fatores de risco para a lombalgia?
    • Que tipos de lombalgia existem?
    • Qual o melhor tratamento para a lombalgia?
    • Quais os fármacos utilizados no tratamento da lombalgia?
    • Quais as medidas não farmacológicas que ajudam a prevenir ou melhorar a lombalgia?
    • Devo aplicar calor ou frio na minha lombalgia?
    • Quais as abordagens terapêuticas mais eficazes na lombalgia crónica?
    • Quais os conselhos mais importantes para os doentes com lombalgia?
    • Para as dores musculares, no geral, quais os tratamentos farmacológicos mais eficazes?
    • Quais os melhores exercícios para a dor lombar?
    • Estar sentado na secretária: Qual a melhor posição?
    • Conduzir: Qual a melhor posição?
    • Estar de pé num transporte público: Qual a melhor posição?
    • Quais as melhores posições para dormir?
    • Que outras posturas diárias posso melhorar?

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Qual a anatomia da coluna vertebral?

A coluna vertebral divide-se em 5 regiões:

    • Região cervical
    • Região torácica
    • Região lombar
    • Região do sacro
    • Cóccix

coluna-vertebral melhorsaude.org melhor blog de saude

Músculos o que são?

Os músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.

Os músculos são os tecidos responsáveis pelos movimentos dos animais, tanto os movimentos voluntários, com os quais o animal interage com o meio ambiente, como os movimentos dos seus órgãos internos, o coração ou o intestino.

Os músculos são constituídos por tecido muscular e caracterizam-se pela sua contratilidade, funcionando pela contração e extensão das suas fibras. A contração muscular ocorre com a saída de um impulso elétrico do sistema nervoso central que é conduzido ao músculo através de um nervo.

Esse estímulo elétrico desencadeia o potencial de ação, que resulta na entrada de sódio (necessário à contração) dentro da célula, e a saída de potássio da mesma, assim estimulando a libertação do cálcio que esta armazenado no Retículo Sarcoplasmático ou RS presentes no sarcoplasma (citoplasma da célula muscular). Em termos científicos, as etapas são:

  1. Despolarização do sarcolema;
  2. estimulação do retículo sarcoplasmático e
  3. ação do cálcio e de ATP, provocando o deslizamento da actina sobre a miosina (é a contração muscular).

Os músculos esqueléticos ou voluntários são os órgãos ativos do movimento, transmitindo movimento aos ossos sobre os quais se inserem. Têm uma variedade grande de tamanho e formato, de acordo com a sua disposição, local de origem e inserção e controlam a postura do corpo do animal.

O ser humano possui aproximadamente 639 músculos. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual se divide em várias fibras para poder controlar todas as células do músculo, através da placa motora.

Funções dos músculos

Os músculos têm essencialmente cinco funções, a saber:

    • Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr.
    • Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam na manutenção das posições corporais, como ficar em pé ou sentar.
    • Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
    • Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
    • Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor libertado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.

Tipos de músculos

Existem três tipos de tecidos musculares, a saber:

  • Estriado esqueléticos
  • Lisos
  • Estriado cardiaco

Estriados esqueléticos

Os músculos estriados esqueléticos contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico. Os músculos esqueléticos consistem são cerca de 650 músculos fixos aos ossos. Estes músculos esqueléticos são controlados conscientemente pelo córtex motor (pré-central) e pré-frontal do cérebro.

Lisos

Os músculos lisos localizam-se nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdominal e pélvica têm acção involuntária controlada pelo sistema nervoso autónomo.

Estriado cardíaco

O músculo estriado cardíaco representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém involuntário ou seja não depende da nossa vontade e tem um ritmo de contração e relaxamento próprio (auto ritmicidade).

Tipos de musculos melhorsaude.org melhor blog de saude

Anatomia dos musculo esquelético

Este é o tipo de músculo que mais temos consciência porque depende da nossa vontade ou seja a contração e relaxamento destes músculos é voluntária.

Músculo esquelético melhorsaude.org melhor blog de saude

O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares. Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.

Anatomia do músculo liso

Músculo liso melhorsaude.org melhor blog de saude

Dores musculares ou mialgias

As dores musculares também designadas por mialgias podem, em determinadas situações, causar incómodo e até mesmo afetar a vida normal do doente. Nalgumas situações, como as cãibras ou cãibras, pode haver espasmos e dores musculares muito intensas. As dores musculares podem ser divididas em dois grupos:

  • As que afetam o corpo todo, isto é, quando todos os músculos estão comprometidos,
  • As que afetam um músculo em particular, isto é, uma parte do corpo.

Nas dores musculares podem também estar envolvidas as articulações tornando difícil, por vezes, a avaliação do problema.

Causas das dores musculares

A dor muscular está, geralmente, relacionada com:

    • Tensão, sobrecarga ou lesão muscular provocada por um exercício ou por um trabalho fisicamente excessivo. Nesta situação a dor muscular apenas afeta um músculo específico e, por ter início logo após o esforço, a sua associação é normalmente evidente.
    • As dores musculares quando generalizadas podem estar associadas a situações infeciosas como a gripe ou doenças que afetam o tecido conjuntivo como por exemplo o lúpus.

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Causas mais comuns das dores musculares

As principais causas são as seguintes:

Dor muscular súbita e intensa

No caso da dor muscular intensa, súbita, sem explicação ou se durar mais que 5 dias, no caso de infeção no local das dores, no caso de problemas de circulação na área onde as dores musculares se manifestam, o doente deve ser encaminhado para avaliação médica. Caso o doente esteja a tomar medicamentos deverá ser realizada a avaliação da farmacoterapia de modo a poder relacionar algum medicamento com o problema apresentado.

Quando consultar com urgência o médico?

As situações descritas de seguida podem sinalizar uma patologia grave pelo que devem ser avaliadas pelo médico urgentemente, a saber:

Sintomas mais comuns

As dores musculares localizadas são comuns e podem comprometer mais do que um músculo. As dores musculares também podem envolver os seguintes tecidos:

  • Ligamentos,
  • Tendões,
  • Fáscia,
  • Tecidos moles que ligam os músculos,
  • Ossos,
  • Órgãos.

A dor pode ficar localizada na região muscular afetada, podendo incluir:

  • Limitação de movimento nos membros associados,
  • Inflamação dos tendões,
  • Dor de cabeça.

As dores musculares generalizadas podem estar associadas a uma inflamação como a gripe ou estar relacionada com outros sintomas.

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Lombalgia

A lombalgia, ou dor na zona lombar da coluna vertebral, é  uma queixa extremamente comum que afeta adversamente a capacidade funcional e a qualidade de vida.

A coluna lombar está sujeita a diversas patologias mecânico- degenerativas devido à sua ampla mobilidade e ao facto de suportar muito peso. A maioria dos indivíduos irá padecer de lombalgia aguda alguma vez ao longo da sua vida. Todos os escalões etários são afetados por lombalgias; contudo, a maior prevalência ocorre na idade adulta. O primeiro episódio geralmente ocorre entre os 30 e os 50 anos, altura em que ocorre o pico da sua incidência. É uma das patologias que provoca maior absentismo laboral, incapacidade e
recurso aos serviços de saúde.

Causas da lombalgia

A larga maioria dos doentes apresenta lombalgia inespecífica, isto é, dor que não é atribuível a uma condição ou anomalia específica. Apenas uma pequena percentagem dos doentes sofre de uma patologia orgânica reconhecída, mais frequentemente envolvendo os discos intervertebrais. Os factores mecânicos, relacionados com a postura e com esforços físicos não mostraram relação causal com o surgimento de lombalqia em diversas revisões sistemáticas. Causas sérias, tais como inflamatórias, infecciosas ou neoplásicas são raras. 

Sinais de causa grave para a lombalgia

Os sinais que podem indicar uma causa grave para a lombalgia e requerer o encaminhamento para o médico incluem, entre outros, os seguintes:

  • Perda de peso,
  • Historial de cancro,
  • Febre,
  • Dor persistente e progressiva que não é aliviada pela
    medicação, repouso ou imobilização,
  • Lombalgia que agrava à noite ou em decúbito,
  • Doença sistémica
  • Fraqueza,
  • Dormência ou formigueiros associados à dor,
  • Incontinência urinária ou fecal ou dificuldades na micção,
  • Idade inferior a 20 ou superior a 55 anos,
  • Alterações da marcha,
  • Dor na zona lombar ou na anca, que irradia pela parte posterior
    da coxa até à perna,
  • Dor associada a um evento traumático,
  • Alterações neurológicas progressivas,
  • Uso de corticosteróides sistémicos,
  • Drogas intravenosas,
  • Infeção recente.

Fatores de risco para a lombalgia

A maioria dos estudos prospetivos não conseguiu identificar muitos fatores de risco fortes e modificáveis para o aparecimento do primeiro episódio de lombalgia, no entanto alguns estudos parecem indicar os seguintes fatores de risco:

    • Os indivíduos com ocupações que requeiram esforços físicos intensos parecem estar em maior risco. 
    • Os doentes obesos ou com excesso de peso têm risco aumentado de lombalgia e existe também uma ligeira associação com o tabagismo. 
    • A prática de exercício físico apresenta uma relação não linear com o risco de lombalgia estando um estilo de vida sedentário,   e a prática de atividades intensas ambos relacionados a um risco maior.
    • É mais comum em mulheres.
    • Fatores psicológicos, como stress, depressão ou ansiedade também podem estar associados a maior risco.

Têm sido apontados ainda outros fatores predisponentes, entre os quais:

  • Conduzir,
  • Estar de pé, ou sentado imóvel, por períodos prolongados,
  • Levantar objetos pesados,
  • Efetuar esforços intensos subitamente,
  • Estar exposto a vibrações,
  • Usar sapatos inadequados,
  • Dormir numa postura incorreta e sobre um colchão inapropriado.

Tratamento para a lombalgia

Os objetivos do tratamento da lombalgia aguda são: aliviar ador, melhorar a função, reduzir o absentismo laboral e desenvolver estratégias para lidar com o problema, através da educação do doente. O tratamento da lombalgia deve ser iniciado prematuro para reduzir o risco de desenvolvimento de dor crónica, que representa a maioria dos custos de saúde associados à lombalgia.

Existem três tipos de lombalgia, a saber:

    • Aguda se a sua duração for inferior a 6 semanas,
    • Subaguda se a duração for entre 6-12 semanas,
    • Crónica se persistir por mais de 12 semanas.

Lombalgia aguda

A evidência disponível indica que o repouso no leito atrasa a recuperação e não é recomendado.  O doente deve ser aconselhado a manter a atividade ou retomá-Ia o quanto antes.

Paracetamol

Em situações simples, tem sido indicado como de primeira escolha. Contudo, evidências recentes apontam para que os benefícios associados ao seu uso sejam diminutos. Tem a vantagem de estar associado a um pequeno risco de efeitos adversos graves mas, pelo risco de hepatotoxicidade, deve ser respeitada a posologia máxima recomendada.

Anti-inflamatórios não esteroides (AINE)

São provavelmente mais eficazes, mas estão associados a uma maior
frequência de efeitos adversos e devem reservar-se para os doentes que não respondam ao paracetamol, contudo, são muitas vezes prescritos como primeira escolha. Nenhum AINE parece ser superior aos restantes, pelo que pode ser considerada a mudança para outro, no caso de o primeiro se revelar ineficaz. O seu uso está associado a efeitos adversos gastrointestinais, renais e cardiovasculares,  pelo que se recomenda a avaliação prévia destes fatores de risco e o uso da menor dose eficaz, para minimizar potenciais efeitos adversos.

Se o doente não sentir melhorias no intervalo de 1 a 2 semanas de tratamento, deverá averiguar-se se este tem tomado a medicação corretamente e rever eventuais sinais de patologia mais grave.

Relaxantes musculares

Se estes tratamentos não demonstrarem ser ineficazes, poderão ser tentados relaxantes musculares como a tizanidina ou a ciclobenzaprine, se bem que os efeitos adversos limitem o seu uso. Existe evidência da sua eficácia bem como de que o seu uso simultâneo com paracetamol ou AINEs possa ter efeitos benéficos na diminuição da dor. Outra alternativa são as benzodiazepinas como o diazepam, apenas por curtos períodos devido ao risco de dependência e pela escassa evidência relativamente ao seu benefício

Combinações de fármacos e opióides

Pode também ser tentada uma combinação de analgésicos,  como o paracetamol com uma dose terapêutica de codeína. Se o alívio continuar a ser insuficiente, deve então ser tentado um opióide mais potente. Os opióides apresentam  um benefício moderado na dor grave e incapacitante que não responda ao paracetamol e aos AINE se usados de forma criteriosa e por um curto intervalo de tempo.

Contra-irritantes

Entre outros fármacos que têm sido utilizados incluem-se medicamentos tópicos como os contra-irritantes. Os fármacos contra-irritantes apresentam propriedades analgésicas ao aproveitarem os mecanismos fisiológicos de modulação da sensação dolorosa, baseado no efeito paradoxal de alívio de uma dor intensa causado ao produzir uma dor mais ligeira. Podem ser classificados em quatro grandes grupos:

  • Rubefacientes, como o salicilato de metilo e outros salicilatos, que
    produzem irritação local e calor;
  • Irritantes, como a capsaícina, que produz dor localizada na zona de aplicação;
  • Refrescantes, como o mentol ou a cânfora que estimulam as terminações nervosas do frio;
  • Vasodilatadores, como o nicotinato de metilo, que produzem uma sensação localizada de calor.

Calor ou frio qual o melhor?

Têm também sido utilizadas abordagens não farmacológicas no tratamento da lombalgia. A aplicação local de calor tem sido preconizada, evidenciado benefício no alívio da dor. Deve ser aplicado cerca de 20 minutos, 3 a 4 vezes por dia, mas não em lesões recentes ( <48h) ou áreas inflamadas, dado que irá intensificar a vasodilatação e exacerbar o dano nos tecidos.

Não deverá igualmente ser aplicado em pele danificada ou com outros agentes tópicos. A aplicação de gelo tem sido igualmente recomendada, especialmente nos primeiros 2-3 dias. Existe também alguma evidência de benefício para a manipulação espinaI.

Lombalgia crónica

A lombalgia aguda pode converter-se em crónica em alguns doentes. Segundo algumas fontes pode ocorrer até 8% dos casos, mas outros apontam para que ocorra em cerca de 10-15% dos doentes. O tratamento da lombalgia crónica é difícil uma vez que tende a não melhorar com o tempo e consome muitos recursos de saúde.

Pode ser necessária terapêutica de longo prazo, quer contínua, ou episódica. Os doentes devem ser encorajados a manterem-se ativos e continuarem com as suas atividades normais tanto quanto possível. Recomenda-se:

    • Educação do doente,
    • AINEs (Anti-inflamatórios Não Esteroides)
    • Opióides fracos (por curto prazo),
    • Manipulação espinaI,
    • Exercício. 

O papel dos analgésicos é o de controlar a dor para que o doente se mantenha ativo. Devem ser usados somente a curto prazo, durante recorrências ou períodos de exacerbação dos sintomas. Outros fármacos que podem ser considerados incluem os anti depressivos tricíclicos e a capsaícina tópica. Apesar da escassa evidência, têm sido tentadas outras abordagens tais como:

  • Estimulação nervosa eléctrica transcutânea (TENS),
  • Tracção,
  • Acupunctura,
  • Massagens,
  • Exercícios específicos,
  • Suporte lombar,
  • Yoga

Deve ser tido em consideração que as expectativas de benefício, por parte do doente, podem influenciar os resultados de diferentes terapias.

Existe evidência moderada de que programas de exercício dirigidos por fisioterapeutas podem reduzir a taxa de recorrências, aumentar o intervalo de tempo entre episódios e diminuir o recurso a serviços de saúde. Se uma lombalgia crónica não melhora com os tratamentos habituais, é muito importante uma abordagem multidisciplinar.

O QUE DETESTAS NA SAÚDE- (2)

Conselhos mais importantes

O prognóstico é geralmente bastante favorável. Muitos dos casos são autolimitadose resolvem-se com pouca intervenção. A maioria dos doentes com lombalgias recupera relativamente depressa com elevada probabilidade de melhoria ao longo do primeiro mês.

Os doentes devem ser aconselhados a manter-se tão ativos quanto possível, dentro dos limites de tolerância da dor, e a retomarem as suas atividades normais o mais depressa possível. Interromper as atividades laborais aumenta o risco de cronicidade e quanto mais prolongada for a inatividade, maior é o risco de invalidez permanente.

Os doentes devem ser encorajados a praticar exercício, já que este diminui as recorrências, reduz o absentismo e a utilização de recursos de saúde. Evidência proveniente de revisões sistemáticas de ensaios relativos a prevenção de lombalgias revela que apenas as intervenções que consistem em exercício físico se mostram eficazes. Além disso, também proporciona outros benefícios para a saúde, a nível cardiovascular e ósseo.  O médico ou o fisioterapeuta também poderão aconselhar exercícios específicos para tratamento e prevenção das lombalgias.

Prevenção das lombalgias

Entre as medidas que podem ser recomendadas para prevenção das lombalgias, principalmente da sua recorrência, incluem-se:

    • Dormir sobre um colchão firme, mas não excessivamente duro, com uma almofada preferencialmente baixa, para não forçar o pescoço, em posição lateral com os joelhos dobradoscom uma almofada entre as pernas, ou dorsal com uma almofada sob os joelhos;
    • Levantar objetos pesados mediante flexão dos membros, de modo a evitar sobrecarga na zona lombar, evitando sujeitar a coluna a movimentos de torsão e flexão mantendo o objeto encostado ao corpo;
    • Evitar a permanência em pé durante demasiado tempo, de forma estática, com os pés no mesmo plano. Quando se trabalha de pé, deverá mudar-se a posição dos pés e repousar alternadamente os pés sobre um banco;
    • Na posição sentada, manter as costas direitas e apoiadas no encosto, utilizar uma cadeira ajustável em altura e com apoio de braços e uma mesa à altura dos cotovelos, apoiando os pés sobre um banco, de modo a que os joelhos fiquem mais elevados do que as ancas;
    • Manter-se fisicamente ativo;
    • Deixar de fumar;
    • Não utilizar saltos altos;
    • Manter um peso adequado.

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Tratamentos mais eficazes

Terapêutica não farmacológica

Em muitas situações de dores musculares é possível aplicar um tratamento sem intervenção de medicamentos. Assim pode tentar:

  • Evitar esforços excessivos,
  • Aplicar gelo nas primeiras horas posteriores ao trauma,
  • Realizar exercício com moderação,
  • Dormir bem,
  • Evitar atividade aeróbicas de alto impacto,
  • Realizar massagem de relaxamento ou fisioterapia se prescrita.

Terapêutica farmacológica

De seguida listamos alguns dos medicamentos mais utilizados no tratamento das dores musculares, descrevendo o princípio ativo e entre parêntesis um exemplo geralmente da marca mais conhecida.

Fármacos para tratamento oral:

  • Paracetamol (Ben-uron®), 500-1000mg (comp.), 1 comp. PO cada 4-6h, máx.: 4000mg/ dia.
  • Paracetamol, 665 mg (Panadol®) (comp. lib. prol.), 1-2 comp. cada 6-8 h, máx.: 4 comp./dia.
  • Ibubrofeno (Brufen®), 400mg (comp.), 1 comp. PO cada 6-8h, máx.:1600mg/dia.
  • Naproxeno (Naprosyn®), 200mg (comp.), 1 comp. PO cada 8-12h. Dose inicial: 400mg.
  • Diclofenac (Voltaren®), 25 mg (cápsula mole), 1 caps. PO cada 4-6h. Máx.:75mg/dia.

Fármacos com anti-inflamatórios não esteroides de uso tópico (mais usados):

  • Flurbiprofeno (Transact®), 40mg (penso adesivo), aplicar cada 12h.
  • Diclofenac (voltaren emulgel®), 10mg/g(gel) ou 20mg/g (gel),aplicar 3xdia ou 2xdia respectivamente.
  • Picetoprofeno (Picalm®), l8mg/g (creme) ou 20mg/m1 (solução), aplicar 3xdia.
  • Indometacina (Indocid®), 1Orng/g (solução), aplicar 5-15 pulverizações 3-5xd ia.
  • Aceclofenac (Airtal®), 15mg/g (creme) aplicar 3xdia.
  • Ácido flufenâmico (Mobilisin®), 30mg/g (creme), aplicar 3-4xd ia
  • Etofenamato (Reumon®), 50mg/g (gel), 100mg/g (creme), aplicar 3-4xdia.

Fármacos contendo anti-inflamatórios não esteroides (ou análogos) de uso tópico de composição variada:

Estes medicamentos são de composição variada e podem estar em associação com as seguintes substâncias ativas: ácido salicílico, nicotinato de benzilo, mentol, heparina, cânfora, entre outras tradicionalmente usadas. Os principais medicamentos contendo anti-inflamatóprios não esteroides para aplicação tópica, são:

  • Symphytum officinale, (creme), aplicar 4xdia.
  • Salicilato de metilo (comp. variada), (creme, pomada), aplicar 3-4xdia.
  • Dietilamina(comp.variada/associações), (creme, gel), aplicar 1-4xdia.
  • Capsaícina (comp. variada), (creme, emplastro, adesivo, cutâneo), aplicar 3-4xdia.
  • Nicoboxil 25mg/g/nonovamida(4mg/g), pomada, aplicar 2-3xdia.

OS MAIS PARTILHADOS

Exercícios para melhorar

Descrevemos de seguida alguns exercícios que ajudam a evitar a lombalgia:

Exercícios para dor lombar

Melhor posição na secretária

Posição perfeita para sentar na secretária melhorsaude.org melhor blog de saude

Melhor posição para Conduzir

Posição correcta para conduzir melhorsaude.org melhor blog de saude

Melhor posição para dormir

Como dormir correctamente II Como dormir correctamente melhorsaude.org melhor blog de saude

Posturas a melhorar

Prevenir a lombalgia melhorsaude.org melhor blog de saude

OS MAIS LIDOS




O QUE DETESTAS NA SAÚDE- (2)

Concluindo

O nosso organismo tem inúmeros músculos e qualquer um deles pode sofre uma lesão que eventualmente pode causar dor. Existem no entanto três pontos chave que devo destacar:

  • As dores musculares associadas a um trauma ligeiro ou esforço muscular passam, normalmente, entre 3 a 5 dias.
  • Dores musculares com início súbito e intenso devem ser avaliadas pelo médico.
  • Nas dores musculares pode haver envolvimento osteo-artrósico ou seja dos ossos e articulações vizinhos do músculo lesionado.

Existem também inúmeros exercícios que pode e deve fazer em casa e posturas que pode alterar no seu dia-a-dia para se proteger de dores musculares e em particular das lombalgias. Quando a dor se instala a utilização inicial de frio pode ter efeitos muito benéficos e até evitar a utilização de medicação.

Uma dor seja ela qual for nunca deve ser ignorada pois é um sinal de aviso, do nosso corpo, para algo que não está a correr bem! Se essa dor for repentina, intensa ou frequente consulte de imediato o médico.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Bibliografia:

    • Blenkinsopp A, Paxton P. Symptoms in the Pharmacy. 40 ed: Blackwell Science Ltd; 2002;
    • Epocrates inc. Epocrates on line 2015 [2-02-20151. Available from: https://online.epocrates.com;
    • Manual Merck – Diagnóstico e Tratamento. 17 ed. São Paulo: Roca; 2001. 2701 p.;
  • Centro de Informação do Medicamento (CIM).

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DOENÇAS DO SMARTPHONE OU TELEMÓVEL TODA A VERDADE!

Doenças do smartphone toda a verdade!  Conheces estas doenças? iPostue, eritema ab igne, nomophobia, tendinite do polegar, síndrome da vibração fantasma, depressão  e claro… insónia! Depressão e insónia todos conhecemos mas e as outras? Sabia que algumas podem ser graves? Será que não tem nenhuma destas doenças causada pelo telemóvel? Fique já a saber tudo e proteja-se!




Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Pode um smartphone prejudicar a nossa coluna?
  • Quais as doenças das novas tecnologias?
  • iPosture
  • Eritema ab igne
  • Nomophobia?
  • Tendinite do polegar?
  • Síndrome da vibração fantasma?
  • FoMO e depressão
  • O smartphone pode causar insónia?
  • Como proteger a sua saúde das novas tecnologias?
A inclinação da cabeça para a frente para consultar o telemóvel, prejudica a coluna
A inclinação da cabeça para a frente para consultar o telemóvel, prejudica a coluna

  

São várias as doenças das novas tecnologias. Conheça quais e proteja-se… use mas não abuse do seu “gadget”… seja ele smartphone, tablet, computador…ou todos ao mesmo tempo !

Smartphone e a nossa coluna

Os famosos smartphones fazem mal às costas porque alteram a postura correta dos seres humanos, será verdade?

De acordo com uma investigação publicada na revista científica Surgery Technology International, consultar o telemóvel diariamente pode criar nas suas costas o dano equivalente a um peso de 27 quilos, dependendo se apenas consulta o telemóvel por alguns minutos ou se lê textos e passa horas em aplicações que o absorvem.

Estudo: Assessment of stresses in the cervical spine caused by posture and position of the head

A cabeça humana não é leve e ao incliná-la está a exercer-se pressão sobre a coluna vertebral, que não se destina a ser puxada com tanta frequência.

Segundo o médico cirurgião Kenneth Hansraj, responsável pelo estudo e citado pela imprensa internacional, “à medida que a cabeça é inclinada para a frente a força gravitacional gerada na coluna sobe para 12 kg se estiver a 15 graus, 18 kg a 30 graus, 22 kg a 45 graus e 27 kg a 60 graus”.

Força gravitacional gerada pela inclinação da cabeça para a frente
Força gravitacional gerada pela inclinação da cabeça para a frente

Essa posição de stress para a coluna pode danificar seriamente os músculos das costas e do pescoço a ponto de ser necessária uma intervenção cirúrgica para minimizar os efeitos e a dor, alerta o especialista.

Leia também: Dores musculares lombalgia, estes são os melhores tratamentos, toda a verdade!

iPosture

Nome dado ás dores de pescoço e na zona inferior da coluna, causadas pelo excesso de tempo com as costas curvadas ao usar um smartphone, tablet ou computador.

Evolução da postura do Homem ao longo da história!
Evolução da postura do Homem ao longo da história!

Leia também: Dor de costas inflamatória ou mecânica? Toda a verdade sobre os perigos ocultos e os melhores tratamentos!

Eritema ab igne

Provocado por trabalhar com o portátil ao colo. Trata-se de uma reação cutânea que provoca vermelhidão e manchas na zona das coxas e é causada pelo aquecimento excessivo do aparelho pousado no colo.

Nomophobia 

Nomophobia ou NO MObile PHone PhoBIA é a fobia ou medo de não ter o telemóvel e afeta uma percentagem significativa da população. Traduz-se numa ansiedade manifestada por suores, tremores, náuseas e outros adiante descritos.

Vários fatores psicológicos estão envolvidos quando uma pessoa usa excessivamente o telemóvel, por exemplo, baixa auto-estima, personalidade extrovertida. O fardo desse problema está a aumentar globalmente. Outros transtornos mentais como fobia social ou ansiedade social e transtorno do pânico também podem precipitar sintomas NOMOFÓBICOS.

É muito difícil diferenciar se o paciente se tornou NOMOFÓBICO devido ao uso viciante de telemóveis ou devido a transtornos de ansiedade já existentes que se manifestam como sintomas NOMOFÓBICOS.

Os sinais e sintomas observados nos casos de NOMOFOBIA incluem ansiedade, alterações respiratórias, tremores, transpiração, agitação, desorientação e taquicardia. NOMOFOBIA também pode atuar como um proxy para outros transtornos. Portanto, temos que ser muito criteriosos quanto ao seu diagnóstico.

Alguns transtornos mentais também podem precipitar a NOMOFOBIA e vice-versa. A complexidade desta condição é muito desafiadora para os familiares dos pacientes, bem como para os médicos, uma vez que a NOMOFOBIA compartilha sintomas clínicos comuns com outras doenças. É por isso que a NOMOFOBIA deve ser diagnosticada por exclusão.

Temos que permanecer no mundo real mais do que no mundo virtual. Temos que restabelecer as interações humano-humanas, as conexões face a face. Portanto, precisamos limitar o uso de telemóveis, em vez de bani-los, porque não podemos escapar à força do avanço tecnológico.

Tendinite do polegar

Patologia causada pelo  uso excessivo do polegar para escrever mensagens, podendo originar dor, dormência ou sensação de latejar.

Leia também: Dor no ombro será sinal de perigo? Toda a verdade!

Síndrome de vibração fantasma

Afeta 70% dos utilizadores de telemóvel…!  Trata-se de acreditar que o telemóvel está a vibrar ou a tocar quando não está…!

FoMO e depressão

Num estudo publicado em Janeiro de 2021 intitulado “The influence of depressive symptoms and fear of missing out on severity of problematic smartphone use and Internet gaming disorder among Chinese young adults: A three-wave mediation model” os investigadores Guangzhe Yuan Jon D Elhai  e Brian J Hall   concluiram o seguinte:

Os sintomas de transtorno de jogos na Internet (IGD – Internet Gaming Disorder) e uso problemático de smartphone (PSU – Problematic Smatphone Use) estão associados ao aumento da gravidade dos sintomas de depressão em todos os estudos.

O presente estudo teve como objetivo examinar o medo de perder (FoMO – Fear of Missing Out) como um possível mediador nessa relação. Empregamos um projeto longitudinal de três ondas entre 341 estudantes universitários chineses.

Os resultados indicaram que a gravidade da depressão estava significativamente relacionada ao aumento dos sintomas de PSU e IGD. FoMO mediou significativamente a ligação entre a depressão e a gravidade da PSU. Os sintomas de IGD também mediaram parcialmente a relação de gravidade entre FoMO e PSU. Este estudo longitudinal demonstra o papel fundamental do FoMO na ligação entre os sintomas psicopatológicos e o uso excessivo relacionado à Internet.

Leia também: Depressão isto pode ajudar, toda a verdade!

Insónia

Tal como com a televisão, a utilização do smartphone ou tablet antes de dormir altera os ciclos de sono porque as luzes impedem a libertação de melatonina, não nos deixando adormecer.

Leia também: Incrível, isto é o que acontece durante o sono e faz enorme diferença!

Telemóvel como proteger  a nossa saúde?

Estas são três decisões que pode tomar de imediato para proteger a sua saúde, a saber:

  1. O tempo de utilização do smartphone, tablet e computador deve ser reduzido e adequado ás necessidades, protegendo assim a sua visão e evitando as patologias acima descritas.
  2. Prefira falar com as pessoas em vez de utilizar o sms, chat ou email.
  3. Quando está sentado em frente ao computador sente-se de costas direitas e levante-se a cada 20 minutos, rolando os ombros e pescoço ou caminhando um pouco . Se puder pratique exercício físico de forma regular pois este melhora muito a sua postura.
Postura correcta em frente ao computador, para proteger a coluna
Postura correcta em frente ao computador, para proteger a coluna

Está “totalmente proibido” de usar o smartphone, tablet ou computador antes de se deitar!

Referências:

ENFARTE DO MIOCARDIO E AVC COMO SOBREVIVER ATÉ CHEGAR APOIO MÉDICO?

Enfarte do miocárdio  como sobreviver até chegar ajuda médica de emergência num enfarte agudo do miocárdio? Como reconhecer os sintomas que indicam que está a ter um ataque cardíaco (enfarte)? O que pode fazer se estiver sozinho e achar que está a ter um enfarte? E se for um AVC (Acidentes Vascular Cerebral) o que pode fazer? Quais as diferenças nos sintomas?  Algumas são surpreendentes mas podem salvar-nos a vida!

Além dos fatores de risco individuais de cada um de nós, dias de festa como aniversários, casamentos, batizados, festas populares e encontros de amigos são um facto de risco acrescido para todos mas claro muito mais para quem tem um historial familiar e clínico já reconhecido!

No entanto são conhecidos inúmeros casos de Enfarte e AVC em pessoas aparentemente de boa saúde mas que não conheciam os seus fatores de risco, pelo que este artigo será um contributo para que possam detetar a tempo, atuar e saber o que fazer para manter o doente vivo até à chegada de ajuda médica urgente!

Vou começar por falar do AVC, acidente vascular cerebral e mais adiante do enfarte agudo do miocárdio. Por favor partilhe este artigo pois pode salvar vidas!



Neste artigo vou responder ás seguintes perguntas:

  • Quantas mortes são causadas por AVC?
  • Como diminuir o risco de AVC?
  • Quais as pessoas com maior probabilidade de ter um AVC?
  • O que é um AVC?
  • Quais os tipos de AVC?
  • Como reconhecer a tempo um AVC?
  • Existe algum teste para reconhecer se a pessoa teve um AVC?
  • O que é um ataque cardíaco? E um enfarte do miocárdio?
  • Quais os sintomas de um enfarte do miocárdio?
  • Quais as causas de um enfarte do miocárdio?
  • Quais os fatores de risco associados a um enfarte do miocárdio?
  • Como é feito o diagnóstico de um enfarte do miocárdio?
  • Quais as opções de tratamento disponíveis para o enfarte do miocárdio?
  • Quais as sequelas possíveis de um ataque cardíaco ou enfarte do miocárdio?
  • O que pode fazer se estiver sozinho e começar a sentir um ataque cardíaco?
  • Como tentar evitar o desmaio e aguentar até chegar ajuda?




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AVC quantas mortes causa?

Segundo o relatório sobre o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, em 2015, 6432 portugueses morreram devido ao acidente vascular cerebral (AVC), o que, de acordo com o Ministério da Saúde, representa uma quebra de 39% face a 2011. Uma diminuição que contribuiu para que a mortalidade associada às diversas doenças cérebro-cardiovasculares, no seu conjunto, atingisse um dos valores mais baixos das últimas décadas.

A descida muito acentuada da mortalidade por AVC foi acompanhada pelo aumento do número de fármacos, explica o coordenador do programa nacional, Rui Cruz Ferreira. Entre os quais, acrescenta, novos medicamentos para tratar a fibrilação auricular, uma arritmia crónica que aumenta em cinco vezes o risco de AVC.

AVC, reaja a tempo!
AVC, reaja a tempo!

Como diminuir o risco?

Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo – e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade.

Os principais fatores de risco são os seguintes:

  • Excesso de peso e obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Hipertensão arterial;
  • Colesterol muito elevado;
  • Tabaco;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Diabetes;
  • Stress.

PÚBLICO -

Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo, e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade, refere Diogo Valadas, Diretor Técnico da Associação Nacional AVC.

Grupos de risco

Além dos fatores de risco que podem ser reduzidos com a mudança de hábitos é crucial prestar atenção a situações que não dependem da alteração de comportamentos.

Existem pessoas com maior probabilidade de sofrer AVC do que outras, a saber:

  • Idosos
  • Pessoas com histórico familiar de ocorrência de AVC
  • Homens com menos de 75 anos
  • Indivíduos com doença coronária e diabetes

No âmbito das doenças cardiovasculares e tendo em conta o objetivo da associação, cujo foco é o apoio aos doentes que sofreram um AVC, a instituição pretende integrar o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-cardiovasculares, um dos projetos de saúde prioritários da Direcção-Geral da Saúde, assumindo o papel de entidade representante de famílias vítimas de AVC.

Acidente Vascular Cerebral o que é?

O AVC acontece quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido
O AVC acontece quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido

Um AVC surge quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido. O sangue leva nutrientes essenciais e oxigénio para o cérebro. Sem o fornecimento de sangue, as células cerebrais podem ficar danificadas, impossibilitando-as de cumprir a sua função.

O cérebro controla tudo que o corpo faz, por isso, uma lesão no cérebro afetará as funções corporais. Por exemplo, se um AVC danificar a parte do cérebro que controla o movimento dos membros, ficaremos com essa função alterada.

Área do cérebro com maior incidência de AVC
Área do cérebro com maior incidência de AVC

Tipos de AVC

Existem dois tipos de AVC, o hemorrágico e o isquémico.

A imagem seguinte descreve claramente a diferença:

Existem 2 tipos de AVC: o hemorrágico e o isquémico.
Existem 2 tipos de AVC: o hemorrágico e o isquémico.

Reconhecer a tempo um  AVC

A doença é repentina e os efeitos no corpo são imediatos. Reconhecer os sintomas seguintes pode evitar um AVC de causar danos muito graves.  Esse sintomas podem ser os seguintes:

  • Dormência
  • Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (pode ser um braço, perna ou parte inferior da pálpebra descaídos, ou a boca torta e salivante)
  • Fala arrastada ou dificuldade em encontrar palavras ou discurso compreensível
  • Visão subitamente enublada ou perda de visão
  • Confusão ou instabilidade
  • Forte dor de cabeça
Alguns sintomas de AVC no braço e na posição da boca
Alguns sintomas de AVC no braço e na posição da boca
AVC, uma mulher com dor de cabeça deve sempre consultar um médico
AVC, uma mulher com dor de cabeça deve sempre consultar um médico

Teste para reconhecer AVC em curso

Use um teste simples que o pode ajudar a reconhecer se uma pessoa teve um AVC:

  • Fraqueza Facial:
    • A pessoa pode sorrir? Tem a sua boca ou um olho caído?
  • Fraqueza no braço:
    • A pessoa consegue levantar os braços?
  • Problemas de expressão: a pessoa consegue falar com clareza e entender o que lhe dizem?
AVC sintomas faciais
AVC sintomas faciais

Se detectar ulguns dos sintomas descritos seja rápido e ligue 112 ( Portugal )

 

Ataque cardíaco como ganhar tempo? 

Ataque cardíaco é a mesma coisa que enfarte do miocárdio

Enfarte do miocárdio o que é?

O enfarte é definido como uma lesão isquémica do músculo cardíaco (miocárdio), que se deve à falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos sanguíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar depósitos de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração.

As placas de gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem “abastecimento” de sangue. É assim que ocorre o enfarte do miocárdio. Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação inflamatória local.

Localização das artérias coronárias e infarte do miocárdio
Localização das artérias coronárias e enfarte do miocárdio

O enfarte também pode ocorrer em vasos coronários normais quando as artérias coronárias apresentam um espasmo, ou seja, uma forte contração que determina um déficit parcial ou total no abastecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado por este vaso contraído.

Localização anatómica do pericárdio, epicárdio miocárdio e endocárdio
Localização anatómica do pericárdio, epicárdio miocárdio e endocárdio

Sintomas

sintoma clássico é uma dor e aperto no lado esquerdo ou no centro do peito podendo irradiar para o pescoço ou para o braço esquerdo, porém em cerca de 15% dos casos, o sintoma pode ser atípico tal como:

  • Dor no lado direito do peito
  • Suor
  • Enjoo
  • Vómitos
  • Dor de estômago
  • Falta de ar
  • Tonturas
  • Palpitações ( arritmias )

Esta dor tem, habitualmente, duração superior a 10 minutos, pode ter diferentes intensidades ou ainda desaparecer  e voltar espontaneamente.

Infelizmente, nem todos os pacientes têm este sintoma. Os diabéticos, por exemplo, podem ter um enfarte sem apresentar dor.

Causas

O enfarte está mais frequentemente associado a uma causa mecânica, ou seja, à interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada área, devido a obstrução completa ou parcial da artéria coronária responsável pela sua irrigação.

O tamanho da área necrosada depende de vários fatores, tais como o calibre da artéria lesada, tempo de evolução da obstrução e desenvolvimento da circulação colateral. Esta, quando bastante extensa, é capaz de impedir a instalação de enfarte, mesmo em casos de obstrução total da coronária.

Pode também ocorrer por aumento do trabalho cardíaco relacionado com um aumento da pressão arterial.

Miocárdio privado de oxigénio
Miocárdio privado de oxigénio

Fatores de risco

As seguintes condições de saúde são os fatores de risco mais comuns no enfarte do miocárdio:

  • Colesterol LDL alto e HDL baixo
  • Sedentarismo
  • Tabagismo
  • Hipertensão arterial
  • Menopausa
  • Stress
  • Excesso de peso
  • Diabetes mellitus
  • História familiar ou predisposição genética
  • Idade
  • Alterações hemodinâmicas: hipertensão arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado em 3 fatores:

  • Quadro clínico,
  • Alterações no ECG (eletrocardiograma)
  • Doseamento de enzimas cardíacas que se alteram no enfarte do miocárdio.

Escolha sempre um médico da sua confiança para tratar os seus sintomas e para lhe auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares.

Tratamentos disponíveis

Qualquer que seja o tratamento escolhido pelo médico que vai prestar assistência ao paciente com enfarte, o ideal é que ele comece dentro das primeiras 6 horas após o início da dor.

Quanto mais precoce, maior é a possibilidade de ser restabelecido o fluxo sanguíneo e de oxigênio nas artérias coronárias, evitando as complicações decorrentes da necrose do músculo cardíaco.

Pontos importantes do tratamento são:

  • Alívio da dor
  • Repouso para reduzir o trabalho cardíaco
  • Administração de agentes trombolititos para melhorar o fluxo sanguíneo

A administração de oxigênio em fluxo contínuo nas primeiras seis horas, reduz a dor associada à baixa concentração de oxigênio circulante. O uso de drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que o músculo cardíaco sofra menos isquemia (ausência de sangue).

A probabilidade aumentada de complicações no período de 72 horas, após o enfarte,  justifica a monitorização contínua.

Superada esta fase, o paciente é encaminhado para um quarto restringindo-se o número de visitas. Progressivamente, ele pode sentar-se durante breves períodos, começa a deambular por volta do quarto ou quinto dia.

Esta mobilização precoce melhora sensivelmente o bem-estar, além de reduzir a incidência de tromboembolia. Mas o paciente deve ser acompanhado de perto para detetar possíveis alterações consequentes a esta atividade física.

A dieta será liberada à medida que as condições clínicas permitirem, devendo ser hipocalórica e hipossódica (com pouco sal).

As evacuações não devem significar esforço para o paciente, usando, se necessário, laxantes suaves.

Os tranquilizantes podem ser utilizados para amenizar a angústia de alguns doentes, mas com muito cuidado, já que esses medicamentos podem aumentar a frequência cardíaca e a pressão sistólica.

Complicações da doença

As principais complicações do enfarte são:

  • Arritmia cardíaca
  • Choque criogénico
  • Insuficiência respiratória
  • Insuficiência renal
  • Paragem cardiorrespiratória

As complicações mais letais são as arritmias, que podem ocorrer, mais frequentemente, nas primeiras 24 horas após o enfarte.

Por isso, é importante que, idealmente, pelo menos 72 horas, os pacientes fiquem sob cuidados médicos em unidades de tratamento intensivo, onde recebem todos os cuidados necessários para detetar precocemente e tratar essas arritmias, através de uma monitorização contínua das complicações do enfarte.

Ataque cardíaco o que posso se está sozinho?

Muitas pessoas estão sozinhas quando têm um ataque cardíaco.

Sem ajuda, a pessoa sente o  coração a bater de forma irregular e começa a sentir-se fraca tendo apenas alguns segundos antes de desmaiar.

Evitar o desmaio e tentar regularizar o ritmo cardíaco

Estas técnicas podem dar-lhe tempo até chegar ajuda:

  • Tossir repetidamente com bastante força
  • Respirar bem fundo antes de tossir e a tosse deve ser forte e prolongada, vinda do fundo do peito.
Uma inspiração e uma tosse devem ser repetidas a cada 2 segundos sem parar, até que chegue ajuda, ou que sinta que o coração voltou a bater normalmente.  As inspirações profundas trazem oxigênio para os pulmões e os movimentos de tossir “bombeiam” o coração e mantêm o sangue a circular.

Esta pressão no coração também faz com que ele volte a bater normalmente e dessa maneira a vítima tem tempo de chegar ao hospital.

Se reconhecer algum destes sinais, ligue o 112 imediatamente!

Este é sem dúvida um dos artigos que pode poupar muitas vidas se esta informação for passada para o público em geral. Todos os anos milhares de pessoas podiam ser salvas se soubessem reconhecer a tempo sintomas simples que não deixam muitas dúvidas sobre o que lhes pode estar a acontecer. A rapidez da assistência médica é essencial mas,  para ser eficaz, doentes e famílias têm de saber reconhecer os sintomas a tempo!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

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PNEUMONIA SINTOMAS CAUSAS E RISCO DE VIDA!



Pneumonia quais os sintomas? Quais as causas? Quais os perigos? A pneumonia pode causar a morte! Este perigo real não deve nunca ser ignorado causando um atraso na assistência médica que pode ser fatal! Este artigo pretende ser um contributo importante para clarificar os riscos da pneumonia se não for atempadamente tratada pelo médico.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • Pneumonia: O que é?
  • O que são os alvéolos?
  • Como se apanha uma pneumonia?
  • Apanhar frio pode provocar pneumonia?
  • O que são pneumonias por aspiração?
  • Pneumonias atípicas: O que são?
  • A pneumonia é contagiosa?
  • Quais os mecanismos de defesa?
  • Quais as causas de uma pneumonia?
  • Qual o risco de pneumonia causada pela gripe?
  • Quais os sintomas de pneumonia? E os mais graves?
  • Que factores de risco são mais importantes?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Pneumonia: Porque é perigosa?
  • Qual o tratamento mais eficaz?
  • Existe vacina contra a pneumonia?

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Pneumonia o que é?

Pneumonia é o nome que damos à infecção de um ou ambos os pulmões. Para sermos mais precisos, a pneumonia é a infecção dos tecidos pulmonares e seus alvéolos.

Anatomia dos pulmões

Anatomia do pulmão melhorsaude.org melhor blog de saude

Alvéolos o que são?

O ar que respiramos entra pelo nariz e/ou boca e vai para a traqueia. A traqueia, ao chegar ao nível dos pulmões, bifurca-se, formando os brônquios principais, um para o lado esquerdo, outro para o direito; estes brônquios também se bifurcam, formando os bronquíolos, que por fim, acabam nos alvéolos. Cada vez que ocorre uma bifurcação, as estruturas vão se tornando progressivamente menores.

Os alvéolos, que ficam no ponto final da árvore respiratória, são bolsas microscópicas que estão em contato com a corrente sanguínea. Através deles são feitas as trocas dos gases respirados (oxigênio e gás carbônico). No alvéolo entrega o oxigênio respirado para as hemácias (glóbulos vermelhos) no sangue e recebe delas o gás carbônico produzido pelas células do corpo. Portanto, como todos sabemos, inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico.

Cada um dos pulmões contém milhões de alvéolos. Se pegarmos cada um dos alvéolos e esticarmos lado a lado, a superfície coberta seria de cerca de 75 metros quadrados.

Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. Nestes alvéolos afectados pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico. Quantos mais alvéolos afectados, mais grave é a doença e os sintomas. O doente com pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando de ser entubado e ligado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado.

Alveolos-pulmonares melhorsaude.org melhor blog de saude hematose

Causas de pneumonia

A pneumonia pode ser causada, em ordem decrescente de frequência, por:

  • Bactérias,
  • Vírus,
  • Fungos,
  • Parasitas.

A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As bactérias que mais habitualmente provocam pneumonia são:

  • Streptococcus pneumoniae,
  • Pseudomonas aeruginosa,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Haemophilus influenzae,
  • Moraxella catarrhalis,
  • Staphylococcus aureus.

Frio pode provocar pneumonia?

Para se apanhar uma  pneumonia é necessário uma infecção principalmente bacteriana, não bastando uma corrente de ar frio para nos infectar.

No entanto durante o tempo frio  as nossas defesas, principalmente os cílios das vias aéreas, funcionam de modo mais lento, o que favorece a invasão de bactérias. No inverno as pessoas andam menos tempo na rua e tendem a juntar-se em locais fechados, favorecendo a transmissão de vírus como o da gripe, sendo esta um factor de risco.

Resumindo, não é por abrir o frigorífico, em tronco nu e com o cabelo molhado depois de sair do banho, no Inverno… que vai apanhar uma pneumonia ou outra infecção respiratória!



Pneumonia por aspiração

Uma forma muito grave é a pneumonia por aspiração. Ocorre em pessoas que vomitam e logo após aspiram o seu conteúdo. É um tipo de pneumonia comum em pacientes com nível de consciência reduzido, que perdem a capacidade de tossir ou de engolir a própria saliva, fazendo com que as secreções da cavidade oral entrem nas vias respiratórias. A via aérea desta pessoa fica exposta a uma quantidade imensa de micróbios, muito maior do que o habitual, favorecendo o desenvolvimento des pneumonias. Um exemplo comum é alguém que bebeu muito e está em coma ou pré-coma alcoólico.

Pneumonias atípicas

Existe um grupo de bactérias,  que causam as chamadas pneumonias atípicas. São formas que podem ter evolução mais lenta e com quadro não tão óbvio de pneumonia. Destas bactérias atípicas destacamos:

  • Mycoplasma,
  • Legionella,
  • Clamídia.

Contagiosa ou não?

Na grande maioria dos casos, a pneumonia não é uma doença contagiosa como a gripe ou tuberculose (que pode até ser considerada um tipo de pneumonia). Pode entrar em contacto com um doente com pneumonia, que, exceto em situações especiais, não haverá risco de contaminação.

Mecanismos de defesa

Os nossos pulmões são órgãos expostos constantemente a micróbios do ar e da nossa própria flora bacteriana da boca. Nós não ficamos constantemente doentes  porque os pulmões têm os seus próprios mecanismos de defesa, que os mantêm livres de germes. Entre estes mecanismos que “varrem” os agentes invasores para fora das vias respiratórias, podemos  destacar:

      • O reflexo de tosse,
      • A presença de células do sistema imunitário ao longo de todo trato respiratório,
      • A existência de microscópicos cílios na árvore brônquica.

Desenvolvimento de uma pneumonia

O desenvolvimento da pneumonia depende dos seguintes factores:

  • Grau de virulência do invasor,
  • Quantidade de micróbios que conseguem chegar aos pulmões,
  • Condições imunológicas do paciente.

Em geral, uma pneumonia surge quando um germe agressivo consegue penetrar o trato respiratório e encontra o sistema de defesa comprometido.

Situações banais podem debilitar as defesas do sistema respiratório. por exemplo:

      • Os doentes que fumam apresentam um irritação constante de toda árvore brônquica e disfunção dos cílios protetores. As células de defesa pulmonar também são afetadas pelo cigarro e não funcionam tão bem. Tudo isso favorece o aparecimento de infecções respiratórias.
      • Os doentes com gripe. A lesão que o vírus da gripe provoca no sistema respiratório também favorece a invasão de bactérias, que se aproveitam da redução da capacidade do doente de combater os germes que chegam às partes mais interiores do sistema respiratório.
      • Pessoas idosas naturalmente têm seu sistema imunológico mais frágil, o que as coloca sob maior risco de desenvolver pneumonias.
    • Pessoas já debilitadas por outras doenças, como insuficiência cardíaca, alcoolismo ou diabetes, também apresentam maiores riscos.

Factores de risco

Os grupos de pessoas com mais probabilidade de contrair uma pneumonia são:

  • Idade superior a 65 anos;
  • Infecções respiratórias virais, como a gripe;
  • Tabagismo;
  • Doenças imunossupressoras ( HIV, transplante, cancro, hepatites…etc);
  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC);
  • Consumo de drogas;
  • Doentes acamados;
  • Pessoas com redução do nível de consciência;
  • Hospitalizações prolongadas, que aumentam o risco de contrair uma infecção hospitalar, potencialmente grave;
  • Doentes em ventilação mecânica (em uso de respirador artificial).
  • Doentes com outra doença pulmonar prévia (sequelas de tuberculose, bronquiectasias, fibrose cística, etc.)

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Gripe e risco de pneumonia

O combate à infecção gripal desvia muitos recursos do sitema imunitário deixando-o mais frágil por ficar “sobrecarregado de trabalho”. Quando o nosso organismo e sistema imunitário está debilitado os microorganismos infecciosos conseguem passar mais facilmente os filtros naturais do nosso corpo tais como os cílios nasais (os conhecidos “pêlos do nariz”) e chegar mais facilmente aos pulmões.

Nos pulmões instalam-se numa especie de pequenos sacos de ar chamados alvéolos onde são “atacados” pelos nossos glóbulos brancos que circulam no sangue. No entanto nem sempre esta defesa é eficaz levando ao aparecimento dos primeiros sintomas da infecção principalmente nos doentes crónicos e imunodeprimidos

Sintomas de pneumonia

Alguns dos sintomas da pneumonia são similares aos da gripe mas mais graves, a saber:

  • Febre elevada,
  • Suores,
  • Arrepios,
  • Tosse,
  • Fadiga,
  • Dores musculares,
  • Dor de cabeça.

Quando a infecção avança aparecem sintomas mais graves tais como:

  • Produção de muco,
  • Dificuldade em respirar,
  • Dor no peito.

Como inicialmente a pneumonia pode confundir-se com  gripe ou constipação, deve consultar o médico se os primeiros sintomas persistirem demasiado dias ou de imediato se aparecerem os sintomas mais graves acima referidos como a falta de ar ou dor no peito.

Perigo da pneumonia

Se não for tratada a tempo a infecção pode alastrar para a corrente sanguinea (septicémia) e generalizar-se a outras parates do organismo, podendo nos casos mais graves causar a morte.

Diagnóstico

O diagnóstico da pneumonia é feito normalmente com exame físico e uma radiografia de tórax. Análises de sangue podem ajudar, mas não são imprescindíveis. Um médico experiente é capaz de diagnosticar uma pneumonia apenas com a história clínica e o exame físico.

A radiografia, por ser um exame barato e amplamente disponível, é normalmente solicitada para confirmação do diagnóstico. Os alvéolos cheios de secreção aparecem como uma mancha branca à radiografia de tórax.

O hemograma do doente  apresenta um valor elevado no número de leucócitos, típico de infecções bacterianas. Nos doentes mais graves, que necessitam de hospitalização, normalmente tenta-se identificar qual é a bactéria responsável pela pneumonia, pesquisando a bactéria no sangue (hemocultura) ou na própria expectoração do doente. Em casos especiais pode ser necessária a colheita de secreções directamente do pulmão, através da broncoscopia.



Tratamento para a pneumonia

O tratamento para a pneumonia depende da causa ou seja se é causada por um vírus, uma bactéria ou um fungo. Assim para os diversos casos temos os seguintes tratamentos:

  • Viral – tomar medicamentos antivíricos, repouso, ingestão abundante de líquidos
  • Bacteriana – tomar medicamentos antibióticos
  • Fúngica – tomar medicamentos antifúngicos

As pneumonias são também divididas em comunitárias, quando adquiridas no dia-a-dia ou hospitalares, quando surgem em doentes hospitalizados. A pneumonia hospitalar é mais grave e mais difícil de tratar, pois é normalmente causada por bactérias mais resistentes e afecta principalmente doentes com o sistema imunitário comprometido.

O tratamento das pneumonias bacterianas é feito com antibióticos durante pelo menos 8 dias. Geralmente ao fim de 3 dias começam a notar-se já melhorias mas o tratamento deve sempre ser levado até ao fim. As pneumonias comunitárias podem ser tratadas com antibióticos orais, porém, aquelas que evoluem mal necessitam de internação hospitalar e antibióticos por via venosa.

Antibióticos mais usados

Os principais antibióticos usados na comunidade para combater a pneumonia, à venda nas Farmácias, são:

  • Amoxacilina com ácido clavulânico,
  • Azitromicina,
  • Claritromicina,
  • Ceftriaxona,
  • Levofloxacina,
  • Moxifloxacina.

As pneumonias podem facilmente levar ao surgimento de uma septicémia (bactéria entra na corrente sanguínea) que é muito grave e uma importante causa de morte em idosos e doentes imunodeprimidos.

Vacina contra a pneumonia

Existe uma vacina contra a pneumonia estreptocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae, o tipo mais comum. Ela está indicada em crianças e pessoas acima dos 50 anos, mas não evita pneumonias causadas por outras bactérias.

Existem 2 vacinas pneumocócicas:

      • Pneumo23® (actualmente não disponivel)
      • Prevenar13®

Pneumo23®

A vacina pneumocócica 23-valente (polissacarídica) é uma vacina utilizada para prevenir infecções causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, responsável por doenças graves como:

      • Pneumonia,
      • Meningite,
      • Septicémia (infecção generalizada no sangue).

O efeito da vacina aparece duas a três semanas após sua aplicação e dura por pelo menos 5 anos, podendo chegar a até 10 anos. Em crianças, a duração do efeito pode ser menor, especialmente em crianças com doenças dos rins, com anemia hemolítica hereditária (ex. anemia falciforme) ou que não tenham o baço, o efeito da vacina pode durar de 3 a 5 anos.

Prevenar13®

Prevenar® é uma vacina pneumocócica. sendo administrada a crianças desde as 6 semanas até aos 5 anos para ajudar a proteger contra doenças causadas por 13 tipos da bactéria Streptococcus pneumoniae, tais como:

  • Meningite (inflamação à volta do cérebro),
  • Septicémia ou bacteriémia (bactérias na corrente sanguínea),
  • Pneumonia (infecção nos pulmões),
  • Infecções nos ouvidos.

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Concluindo

A pneumonia é uma doença grave, com risco de morte, que pode ser evitada com a informação correcta e atenção a sintomas simples que que podem instalar-se de forma lenta e prolongada tais como tosse persistente, cansaço e febre ligeira. Muitas vezes como estes sintomas têm uma intensidade moderada o doente deixa-se arrastar no tempo sem consultar o médico. Só quando aparecem os sintomas mais graves como dor no peito e dificuldade em respirar é que o doente admite que se pode estar a passar algo de grave com a sua saúde! Nessa altura a recuperação é muito mais lenta e dificil e o risco de sequelas graves e permanentes torna-se maior.

Não se descuide principalmente se for um doente de risco ou seja com alguma doença crónica e o seu sistema imunitário fragilizado. Preste atenção aos sinais e procure o seu médico para auscultação se tiver dúvidas.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

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ARTRITE REUMATOIDE TODA A VERDADE!




Artrite reumatoide (AR):  Dor e outros sinais? Quais as causas? A cura espontânea é verdade ou mito? A artrite reumatoide não é uma doença rara. Segundo o American College of Rheumatology a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5% da população nos países industrializados. Em Portugal, segundo a Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR), estima-se que afete 0,8 a 1,5% da população e que existam cerca de 40.000 doentes diagnosticados com Artrite Reumatoide.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

    • O que é uma artrite?
    • Que doenças provocam artrite?
    • Artrite Reumatoide (AR), o que é?
    • Quais os fatores de risco?
    • Quais as formas de prevenção?
    • Quais os sintomas e sinais precoces?
    • Quais as manifestações atípicas da doença?
    • Quais as restantes manifestações da doença?
    • Quais as causas da artrite reumatoide?
    • Como se faz o diagnóstico?
    • Qual o tratamento mais eficaz para a artrite reumatoide?
    • Quais as medidas não farmacológicas que ajudam a melhorar?
    • Quais os fármacos mais usados e eficazes?
    • Quais os tratamentos alternativos?
    • Como se deve fazer a vigilância da doença?
    • A artrite reumatoide é contagiosa?
    • É possível a cura da artrite reumatoide?
    • Qual a diferença entre cura e remissão da doença?
    • Qual a influência da gravidez?
    • O que é a certidão multiuso? Quais os benefícios?

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Artrite o que é?

Damos o nome de artrite à inflamação de uma ou mais articulações. Uma articulação com artrite fica inchada, vermelha, quente e bastante dolorosa.

Quando apenas uma articulação está inflamada, chama-se monoartrite. Quando ocorre inflamação de várias articulações estamos diante de uma poliartrite. A artrite pode ainda ser simétrica quando afeta simultaneamente duas articulações irmãs como joelhos, punhos, tornozelos, etc.

A articulação é a região onde há a ligação de dois ou mais ossos distintos, por exemplo:

    • Joelhos,
    • Cotovelo,
    • Punhos,
    • Tornozelo,
    • Ombros, etc.

Artrite reumatoide melhorsaude.org melhor blog de saude

As articulações ao longo do corpo não são todas iguais. Algumas articulações são ligadas por um tecido fibroso, que “cola” um osso ao outro, tornando-os imóveis, como no caso dos ossos do crânio; outras são ligadas por cartilagens e permitem uma pequena mobilidade como os discos vertebrais que unem as vértebras da coluna; há ainda as articulações móveis chamadas também articulações sinoviais, que normalmente são ligadas por uma cartilagem e uma bolsa cheia de líquido (líquido sinovial) permitindo amplo movimento dos ossos com mínimo atrito entre eles, como é o caso do joelho, cotovelo, ombros, etc.

Articulação sinovial melhorsaude.org melhor blog de saude

Quando a articulação está inflamada chama-se a essa lesão artrite. Quando a articulação está dolorosa, mas sem sinais clínicos de inflamação (inchaço, calor e rubor) dizemos que há uma artralgia.

Articulação sinovial inflamada melhorsaude.org melhor blog de saude

Doenças que provocam artrite

Várias outras doenças afetam as articulações, manifestando-se com quadros de artrite, fazendo parte do diagnóstico diferencial da artrite reumatoide, a saber:

  • Lúpus,
  • Gota.
  • Osteoartrite/artrose,
  • Artrite séptica.
  • Artrite psoriática,
  • Doença de Still,
  • Espondilite anquilosante,
  • Febre reumática.

Artrite reumatoide o que é?

É uma doença inflamatória crónica que pode limitar os gestos diários destes doentes, como abrir uma porta, agarrar uma caneta ou calçar uns sapatos. A ocorrência global de AR é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.

A Artrite Reumatoide é uma doença reumática inflamatória crónica autoimune, de etiologia desconhecida, que pode conduzir à destruição do tecido articular e peri articular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e peri articulares. Pode, contudo, afetar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas.

Quando não tratada precoce e corretamente, a artrite reumatoide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidades e mortalidade acrescida em relação à população em geral.

Fatores de risco

São 3 os principais fatores de risco, a saber:

Género

As mulheres são frequentemente mais afetadas que os homens na proporção de quatro mulheres para um homem.

Idade

É, sobretudo, uma doença dos adultos jovens e das mulheres
pós-menopáusicas.

Historial de doença e vacinação

Esporadicamente, surgem casos de artrite depois de infeções por
parvo vírus e vírus da rubéola ou vacinações para a rubéola, tétano,
hepatite B e influenza.

Prevenção

Entre os fatores de proteção sugeridos destacam-se:

    • Gravidez,
    • Uso de contracetivos orais,
    • Ingestão moderada de álcool.

O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que esta doença, diagnosticada nos primeiros três a seis meses do seu curso clínico e tratada corretamente, tem grandes probabilidades de não evoluir para a incapacidade funcional para o trabalho, diminuir a comorbilidades e não reduzir a esperança média de vida.

Não podemos evitar o surgimento da doença. A prevenção destina-se, fundamentalmente, a diminuir a gravidade da doença, de forma a reduzir a incapacidade funcional e a melhorar a qualidade de vida.

Sintomas

O principal sintoma é a inflamação das articulações. Além disso, podem aparecer nódulos duros nos cotovelos, ou na zona dorsal dos dedos das mãos e dos pés; também podem localizar-se nos órgãos internos. Com o tempo, a deterioração progressiva das articulações afetadas pode levar a deformidades.

Artrite reumatoide quais os sinais?

Os principais sinais são os seguintes:

  • Dor articular;
  • Inflamação articular;
  • Rigidez articular matinal;
  • Febre;
  • Cansaço.

Frequentemente, a doença começa como uma poliartrite simétrica (mais de 4 articulações inchadas e dolorosas, nos dois lados do corpo). Qualquer articulação com membrana sinovial (membrana que reveste algumas articulações e que produz um líquido que lubrifica, nutre e facilita os movimentos articulares) pode ser atingida, mas geralmente afeta primeiro as pequenas articulações das mãos e dos pés. À medida que a doença progride, mais articulações podem inflamar, incluindo:

    • Ombros,
    • Cotovelos,
    • Ancas,
    • Joelhos.

Outra articulação que pode estar envolvida é a primeira articulação cervical, entre a primeira e segunda vértebras cervicais, resultando em instabilidade da coluna cervical. Para além dos sintomas articulares, os sintomas constitucionais (por exemplo, o cansaço, sintomas de gripe, febre, suores e perda de peso) são comuns.

Se não for tratada, a inflamação conduz à destruição progressiva das articulações e sua perda de função. Podem surgir nesta altura deformidades articulares, algumas muito características nas mãos. Ao dano articular, pode adicionar-se perda de massa muscular por atrofia, podendo levar de forma progressiva a dificuldades motoras.

Os tendões estão envolvidos por bainhas e estas são também constituídas por membranas sinoviais, podendo ficar inflamadas, tal como as articulações.

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Manifestações atípicas da doença

Ocasionalmente, o doente pode ter apresentações mais atípicas, o que pode dificultar o diagnóstico. Nomeadamente quando tem um início súbito ou surge como uma doença mais sistémica, com perda de peso, febre e fadiga e poucas manifestações articulares. Outras vezes, os doentes começam por apresentar inflamação articular de grandes articulações (joelho, cotovelo) e só mais tarde desenvolvem artrite das mãos.

Outras manifestações

A AR é uma doença que pode afetar muitos órgãos e há outras manifestações da doença:

Olhos: Secura ocular (Síndrome seca secundária, chamada “Síndrome de Sjögren secundária”); inflamação ocular (esclerite e episclerite).

Pele: úlceras de perna e lesões cutâneas eritematosas (avermelhadas).

Nódulos reumatoides: tumefações subcutâneas (debaixo da pele) não dolorosas que ocorrem na maioria das vezes nos cotovelos, joelhos e dorso das mãos. Surgem sobretudo em pessoas com a doença de longa evolução.

Sistema Nervoso: Pode ocorrer compressão de nervos periféricos pelo edema articular, sendo comum o “síndrome do túnel cárpico”. Mais raramente, pode ocorrer subluxação atlanto-axial (das duas primeiras vértebras cervicais) o que poderá conduzir a comprometimento da medula espinhal.

Sistema respiratório: pode ocorrer inflamação pleural (membrana que cobre os pulmões), e alterações dos pulmões e vias aéreas.

Sistema cardiovascular: Pode ocorrer a inflamação da membrana que cobre o coração (pericárdio), o que é pouco frequente. Estudos recentes mostram que a AR contribui para o aumento do risco cardiovascular, existindo um aumento do risco de enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Sistema renal: Raramente envolvido, mas pode ocorrer nefropatia tóxica (pela toma de anti-inflamatórios não esteroides).

Fígado: A presença de hepatomegalia discreta (aumento das dimensões do fígado) e enzimas hepáticas (transamínases) elevadas são comuns.

Outras manifestações: Podem ainda ocorrer distúrbios da tiroide, osteoporose e depressão.

O aparecimento de outras doenças pode aumentar o risco de desenvolver complicações de AR e pode aumentar ainda mais a morbidade e mortalidade, por exemplo, desenvolver diabetes, que associada a AR conduzem a mais complicações cardíacas.

Causas da artrite reumatoide

A AR manifesta-se por uma inflamação das articulações. A inflamação é uma reação do organismo a uma agressão, como o inchaço após um traumatismo ou a garganta inflamada após uma infeção.

Não é conhecida a causa da AR: poderá tratar-se de um agente externo, um vírus ou um agente interno. Por uma razão desconhecida, o organismo deixa de reconhecer a articulação como sua e reage contra ela – reação autoimune. Outra hipótese será a de que não há agressão, mas uma reação inflamatória que aparece sem razão, depois de uma desregulação inexplicada do organismo.

Diagnóstico?

O diagnóstico precoce é feito com base na verificação de:

  • Tumefação de três ou mais articulações;
  • Envolvimento das articulações metacarpo falângicas e/ou metatarso falângicas;
  • Rigidez matinal superior a trinta minutos;
  • Simetria do envolvimento articular.

Não basta fazer exames laboratoriais e radiografias para estabelecer o diagnóstico. É necessário realizar outros exames, como:

  • Cintigrafia, a
  • Ultrassonografia e a
  • Ressonância magnética nuclear,

São estes exames que revelam sinovite (inflamação da membrana sinovial) ao termo de apenas algumas semanas.

O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, com iniciação rápida do tratamento. Estudos científicos demonstram que no período inicial da doença há uma oportunidade única para influenciar o progresso da doença. O desafio para o médico é reconhecer os primeiros sintomas e encaminhar precocemente.

O diagnóstico é essencialmente clínico; as investigações são importantes na avaliação e exclusão de outros diagnósticos possíveis. Algumas das investigações realizadas são inespecíficas, podendo estar alteradas em várias doenças, sendo muito importante fazer as seguintes averiguações clínicas:

Velocidade de sedimentação e proteína C reativa (parâmetros analíticos que traduzem inflamação): na AR costumam estar elevadas, mas podem ser normais.

Hemograma: anemia normocítica normocrómica e trombocitose (aumento das plaquetas) reativa são comuns na doença ativa.

Fator Reumatoide: Deve ser requisitado em doentes com suspeita de terem AR, ou seja, naqueles em que se encontrou artrite no exame objetivo. Este é positivo em 60-70% dos doentes (e 5% da população normal). Pode ser positivo em outras doenças pelo que se deve ter atenção à sua interpretação.

Anticorpo contra péptidos citrulinados (anti-CCP): Deve ser requisitado se suspeita de AR, se o paciente é negativo para o fator reumatoide ou na eventualidade de se ponderar terapia de combinação. Este anticorpo é mais específico do que o fator reumatoide na AR e pode ser mais sensível na doença erosiva.

Anticorpo antinuclear (ANA): pode ser positivo em cerca de 30% dos pacientes com AR.

Radiografias das mãos e dos pés: Quando realizados no início da doença, podem ser normais se a doença tiver pouco tempo de evolução. Devem ser repetidos durante a monitorização da doença.

Tratamento

Nos últimos 15 anos, o tratamento da artrite reumatoide evoluiu significativamente, em consequência da avaliação da atividade inflamatória, do conhecimento dos fatores de pior prognóstico, do uso precoce de fármacos antirreumáticos de ação lenta, do aparecimento de terapêutica combinada e, mais recentemente, da terapêutica biológica. Os doentes com artrite reumatoide devem ser acompanhados por um médico reumatologista.

O tratamento dos doentes deve ser sempre individualizado e deve ser realizado de forma multidisciplinar. Idealmente, todos os pacientes deveriam ter acesso a uma equipa de profissionais, incluindo:

    • Médico de família,
    • Reumatologista,
    • Enfermeiro,
    • Fisioterapeuta,
    • Terapeuta ocupacional,
    • Nutricionista,
    • Farmacêutico,
    • Assistente social.

Sempre que necessário serão pedidas colaborações com outras Especialidades Médicas. Sempre que tiver dúvidas sobre algum tratamento deve colocá-las ao seu Reumatologista Assistente. A sua adesão aos tratamentos adequados é fundamental para melhorar o prognóstico da sua doença.

O tratamento da AR deve envolver modalidades farmacológicas e não farmacológicas.

Medidas não farmacológicas

Um estilo de vida saudável deve ser promovido nos doentes com AR incentivando os seguintes hábitos:

    • Deixar de fumar.
    • Se excesso de peso, é aconselhado a perda ponderal para prevenir o desgaste articular e outras doenças, como hipertensão e diabetes.
    • Prática de exercício físico deve mas sempre orientada pela equipa médica. É aconselhada a realização de exercícios isotónicos e isométricos para fortalecimento muscular e manutenção da função articular, assim como exercícios aeróbicos para otimização do sistema cardiorrespiratório.

Quando há suspeita de AR e enquanto se aguarda pela avaliação por especialistas, as medidas não medicamentosas e tratamento sintomático – como analgésicos não opióides e medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) – pode ser instituído. Em qualquer fase da doença, a utilização de analgesia deve ser considerado como um adjuvante.

Tratamentos farmacológicos

Analgésicos

O paracetamol, ou analgésicos compostos (paracetamol + tramadol, por exemplo) devem ser oferecidos a pessoas cujo controlo da dor não é adequado, para reduzir potencialmente a sua necessidade de tratamento a longo prazo com AINEs.

Anti-inflamatórios (AINEs)

Como por exemplo temos:

  • Ibuprofeno,
  • Diclofenac,
  • Naproxeno.

Têm indicação para o tratamento sintomático da inflamação na AR, contribuindo para aliviar os sinais e sintomas desta. Têm um rápido início de ação, mas não alteram a progressão da doença nem a incapacidade funcional a longo prazo e podem ter toxicidade importante.

A toma simultânea de mais do que um AINE não aumenta a eficácia e resulta em maior toxicidade. Pode ser necessário adicionar um fármaco inibidor da bomba de protões adequado (para proteção gástrica). Há diversos disponíveis, o problema é decidir qual preparação será melhor para que cada doente, visto que as respostas têm variação individual.

De um modo geral, os chamados inibidores da COX 2 (“coxibs”) têm menos efeitos gastrointestinais e os AINE’s clássicos menos efeitos cardiovasculares. Os AINEs podem interagir com outros medicamentos ou estarem contraindicados no seu caso. Pelo que não se aconselha nunca a toma sem prescrição médica.

O principais anti-inflamatórios inibidores da COX2 são:

    • Etoricoxib (Exxiv®, Arcoxia®, Turox®)
    • Celecoxib (Celebrex®, Solexa®)

Corticosteroides

Como exemplo temos:

  • Prednisolona,
  • Prednisona,
  • Metilprednisolona.

Em doses baixas podem ser usados em combinação com DMARDs (Disease-modifying antirheumatic drugs) ou seja medicamentos antirreumáticos modificadores da doença, para controlo de sintomas a curto prazo e a médio e longo prazo para minimizar o dano articular.

Pode ser proposto um tratamento de curta duração com doses mais elevadas de corticoides (administrado de forma oral, intramuscular ou intra-articulares) para melhorar rapidamente os sintomas em doentes com diagnóstico recente de AR ou quando surge um surto da doença. Pela existência de efeitos adversos potencialmente graves (diabetes, osteoporose, cataratas), as doses recomendadas pelo seu médico devem ser respeitadas.

Quando usar injeções de corticosteroides?

Injeções intra-articulares de corticosteroides podem ser usadas para:

    • Fornecer alívio sintomático numa articulação mais dolorosa enquanto se espera pelo efeito dos outros fármacos.
    • Aliviar os sintomas de articulações particularmente problemáticos onde o controlo da doença não é bom.
    • Tratamento de monoartrite (1 articulação) ou oligoartrite (2-4 articulações) nos casos em que outras medidas são desaconselhadas.

Medicamentos antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs) clássicos

DMARDs (Disease-modifying antirheumatic drugs) são fármacos antirreumáticos modificadores da doença, usados isoladamente ou em combinação. Os fármacos mais usados são:

    • Metotrexato,
    • Leflunomida,
    • Sulfassalazina,
    • Hidroxicloroquina,
    • Azatioprina.

O início precoce do tratamento com DMARDs é recomendado para controlar os sintomas e sinais de AR, bem como limitar dano radiológico (diminuir o risco de deformidades).

a.     Os DMARD’s devem ser instituídos por especialistas assim que o diagnóstico, evolução e gravidade da doença foram confirmados.

b.    A melhor estratégia de tratamento, conhecida por “Treat to target” estabeleceu que os doentes devem ser tratados com o objetivo de atingir remissão, o que significa aumentar a terapia (adicionar fármacos ou aumentar doses) sempre que a doença não é totalmente suprimida. Por outro lado, sempre que se obtenha controlo da doença por um longo período de tempo, pode-se com cautela tentar reduzir as doses de medicação, mantendo vigilância apertada.

c.     Metotrexato: é o DMARD de escolha, devido ao seu bom perfil de eficácia e toxicidade.

DMARD’s biológicos

São moléculas que modulam as citocinas (proteínas da inflamação) e demonstraram que são eficazes no tratamento da AR, incluindo pacientes resistentes ao metotrexato. A introdução destes medicamentos é feita em situações muito específicas de acordo com guidelines da Sociedade Portuguesa de Reumatologia. Estão aprovados para o tratamento da AR em Portugal:

a.     Inibidores do fator de necrose tumoral (TNF):

  • Infliximab,
  • Adalimumab,
  • Etanercept,
  • Golimumab,
  • Certolizumab.

b.    Anti-CD20:

  • Rituximab.

c.     Anti recetor da interleucina 6:

  • Tocilizumab.

d.    Inibidor da ativação das células T (recetor solúvel de CD80 e CD86):

  • Abatacept.

e.     Anti-interleucina-1:

  • Anakinra.

Tratamentos alternativos

a)     Fisioterapia:

A realização de fisioterapia deve ser considerada. O plano de reabilitação deve ser definido pelo seu Reumatologista ou Fisiatra, tendo em conta as articulações afetadas e a fase da doença em que se encontra. A realização de fisioterapia passa ainda pelo fortalecimento muscular e treino de atividades de vida diária, por vezes com recurso a instrumentos que o podem auxiliar na realização das suas tarefas (ex: abre boiões, adaptadores da escova de dentes, adaptadores de instrumentos de cozinha).

b)    Cirurgia:

A opinião de um cirurgião ortopédico ou neurocirurgião com um interesse especial em AR deve ser procurada de acordo com indicações específicas, a discutir com o reumatologista assistente.

c)     Dieta e terapias complementares:

    • Não há fortes evidências de que pacientes com AR irão beneficiar de mudanças na dieta. A dieta mediterrânica pode ser encorajada (mais pão, frutas, legumes e peixe; menos carne; e substituir a manteiga e queijo com produtos à base de vegetais e óleos vegetais), uma vez que está associada a menos risco cardiovascular.
    • As terapias complementares podem fornecer o benefício sintomático de curta duração, mas há pouca ou nenhuma evidência de benefício a longo prazo. Se desejar experimentar terapias complementares, não deve substituir o tratamento convencional e esta terapia não devem afetar o atendimento oferecido pelos restantes cuidadores (reumatologista, médico de família, enfermeiro, fisioterapeuta).

Vigilância da doença

O diagnóstico de uma doença crónica como a AR implica que os doentes devem ser vigiados regularmente, incluindo consulta médica e a realização frequente de análises de sangue, para analisar a eficácia e efeitos adversos da medicação.

O rastreio e avaliação de outras doenças, deve ser feito de acordo com o que está recomendado para a população em geral. É fundamental que mantenha um acompanhamento regular no seu Médico de Família.

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Perguntas frequentes:

A artrite reumatoide é contagiosa?

Não. A artrite reumatoide não é uma doença infeciosa nem uma doença contagiosa.

Quem é mais atingido pela artrite reumatoide?

A artrite reumatoide atinge uma em cada mil pessoas e um por cento da população global. Afeta sobretudo mulheres, mais frequentemente por volta dos 50 anos, embora possa surgir em crianças, homens e mulheres jovens. Quanto mais precoce for o início da artrite reumatoide, maior será a probabilidade de ser mulher (3,7 mulheres para um homem se a artrite reumatoide começar aos 30 anos), sendo a frequência idêntica no homem e na mulher se a doença se manifestar depois dos 60 anos.

Qual é a diferença entre cura e remissão?

A principal diferença entre a cura e a remissão é que na primeira a doença desaparece com o tratamento e não volta após este ser suspendido; na remissão, a doença desaparece com o tratamento, mas regressa com a suspensão do tratamento. A artrite reumatoide evolui por surtos mais ou menos longos e de intensidade variável, intervalado com remissões. A cura, eventualidade na verdade pouco frequente, pode todavia surgir espontânea e inesperadamente.

Qual é a causa da artrite reumatoide?

A AR manifesta-se por uma inflamação das articulações. A inflamação é uma reação do organismo a uma agressão, como o inchaço após um traumatismo ou a garganta inflamada após uma infeção.

Não é conhecida a causa da AR: poderá tratar-se de um agente externo, um vírus ou um agente interno. Por uma razão desconhecida, o organismo deixa de reconhecer a articulação como sua e reage contra ela – reação autoimune. Outra hipótese será a de que não há agressão, mas uma reação inflamatória que aparece sem razão, depois de uma desregulação inexplicada do organismo.

Qual a influência na gravidez?

Há evidências de que a gravidez melhora a artrite reumatoide. Algumas mulheres que sofrem desta doença souberam que estavam grávidas por terem tido uma melhoria inesperada. No entanto, esta resposta não é absoluta: a melhoria só é observada em em três casos em cada quatro e desaparece rapidamente após o parto.

Por outro lado, a artrite reumatoide não influencia a gravidez: não há maior risco de infertilidade, abortos espontâneos ou partos prematuros. Contudo, os tratamentos administrados na artrite reumatoide podem ter um efeito na gravidez, pelo que deverá prevenir o seu reumatologista imediatamente.

O que é a Certidão Multiuso?

Quais os benefícios? Como pode obtê-la?

A Certidão Multiuso atesta o grau de incapacidade e é necessária para requerer certos benefícios, desde que a incapacidade seja no mínimo de 60% e, em alguns casos, de 95% (por exemplo, para a isenção do imposto automóvel). Tem de ser requerida pelo utente ou seu representante.

O requerimento para obter esta certidão tem de ser feito na Unidade de Saúde Pública (Delegação de Saúde) da área de residência do utente com incapacidade ou deficiência.

Benefícios mais relevantes da Certidão Multiuso:

  • redução do IRS;
  • isenção de imposto automóvel;
  • redução de juros no empréstimo bancário;
  • redução do preçário em alguns títulos de transporte público;
  • dístico para estacionamento.

Concluindo

As doenças que provocam dor e inflamação nas articulações estão entre as doenças mais frequentes na população e são responsáveis por uma acentuada perda de qualidade de vida e muitos dias de trabalho perdidos. Originam uma enorme sobrecarga de custos para as famílias e para o sistema de saúde público. É muito importante atuar a tempo para evitar a degradação e destruição das articulações afetadas. Para isso não ignore nunca uma dor articular que teima em não desaparecer e consulte rapidamente o seu médico para saber se necessita de intervenção terapêutica mais profunda.

Trate bem de si e não se esqueça que a família que o acompanha também sofre.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

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MASCNE E ACNE PREVENIR E TRATAR TODA A VERDADE

Mascne ou acne causado pelo uso da máscara é uma nova condição de saúde que está a aumentar muito a incidência na população e a preocupar cada vez mais pessoas de várias idades, incluindo muito adultos mesmo alguns que nunca tiveram acne.

A Mascne aparece mais nas mulheres com peles mistas a oleosas e as zonas do rosto mais afectadas são as seguintes:

  • Maçãs do rosto
  • Queixo
  • Nariz

Não importa se costuma ter erupções cutâneas ou se tem uma pele quase perfeita, mascne ou acne provocado pela máscara, é um efeito colateral infeliz do uso diário de máscara que todos nós usamos para retardar a transmissão de Covid -19.

A macne pode ser literalmente uma dor de cabeça, mas isso não significa que deva parar de usar máscara. Se tratar a sua pele e limpar adequadamente as coberturas do rosto, deverá ser capaz de controlá-la e eliminar a ocorrência de erupções maiores.

A pele de cada pessoa reage de maneira diferente a produtos e diversas causas de stress. Assim vá devagar e faça um teste local de qualquer ingrediente novo e potencialmente irritante.

Anatomia da pele

Para entendermos bem o mecanismo de formação do acne é essencial conhecer a anatomia da pele e em particular o folículo piloso.

Acne o que é?

O acne surge devido a uma interação entre hormonas, óleos da pele e bactérias levando à inflamação dos folículos pilosos (os poros na pele onde crescem os pelos). O acne caracteriza-se por muitos tipos de lesões da pele, tais como:

  • Comedões abertos, denominados cravos;
  • Comedões fechados, chamados pontos brancos;
  • Comedões fechados inflamados, chamados espinhas;
  • Pápulas que são protuberâncias salientes e sólidas;
  • Pústulas, que são protuberâncias superficiais contendo pus;
  • Nódulos, são protuberâncias mais profundas e firmes contendo pus;
  • Cistos são bolsas maiores contendo pus;
  • Abcessos, surgem por vezes e são bolsas ainda maiores e mais profundas que os cistos, contendo pus.

Formação do acne : Ponto branco, ponto negro, pápula, pústula, nódulo e cisto

Acne é uma condição cutânea de longa duração caracterizada por áreas de pontos negros, pontos brancos, pústulas, pele oleosa e possibilidade de aparecimento de cicatrizes. Dependendo do grau de incidência, infecção e dimensão dos pontos de acne sobre a pele, as consequências na aparência podem provocar desde desconfortos pontuais, passando por ansiedade, diminuição da autoestima até, em casos extremos, depressão e pensamentos de suicídio.

É um problema que deve ser encarado com seriedade pois, além das lesões físicas, as implicações psicológicas podem ser bem mais graves!

Causas do Acne

Estima-se que 80% dos casos tenham origem genética. O papel da dieta enquanto causa ainda não é claro. A higiene ou a luz do sol não parecem ter qualquer influência. No entanto, o tabagismo aumenta o risco de vir a desenvolver acne e a sua gravidade. 

O acne afeta principalmente a pele com elevado número de glândulas sebáceas, como o rosto, a parte superior do peito e as costas. O consumo de esteroides anabolizantes geralmente provoca o aparecimento de acne nos ombros e na parte superior das costas.

Durante a puberdade, em ambos os sexos, o aparecimento do acne deve-se muitas vezes ao aumento da quantidade de andrógenos como a testosterona, estando também envolvida a bactéria Propionibacterium acnes.

Tipos de acne

Conforme a profundidade e gravidade das lesões o acne pode manifestar-se de várias formas e divide-se em leve, moderado e grave.

Acne leve

No acne leve desenvolvem somente alguns (menos de 20) cravos e comedões sem inflamação ou um número moderado de espinhas pequenas, ligeiramente irritadas. Pústulas, que parecem espinhas com topo amarelado, também podem desenvolver-se. Cravos aparecem como pequenas saliências da cor da carne com um centro escuro. Comedões têm uma aparência semelhante, mas sem o centro escuro. Espinhas provocam um ligeiro incómodo e têm um núcleo branco rodeado por uma pequena área de pele avermelhada.

Acne moderado

Pessoas com acne moderada têm mais cravos, comedões, espinhas e pústulas.

Acne grave

No acne grave aparecem um grande número de cravos e comedões, espinhas e pústulas ou acne cística (profunda). Na acne cística, as pessoas têm cinco ou mais cistos consistindo em nódulos grandes, vermelhos, dolorosos e cheios de pus que podem se fundir sob a pele formando abscessos maiores e supurativos.

Acne conglobata

O acne conglobata é a forma mais grave de acne, causando cicatrizes graves e outras complicações decorrentes de abscessos. A acne grave pode surgir nos braços, no abdômen, nas nádegas e até mesmo no couro cabeludo.

Acne fulminante e pioderma facial

O acne fulminante e o pioderma facial (também chamado rosácea fulminante) são dois tipos de acne grave possivelmente relacionados e raros que costumam surgir de repente.

Tratamento

O cuidado geral da acne é muito simples. As áreas afetadas devem ser cuidadosamente lavadas com sabão suave, uma ou duas vezes por dia. Sabões antibacterianos ou abrasivos, compressas de álcool e fricção constante não proporcionam qualquer benefício adicional e podem irritar ainda mais a pele. Os cosméticos devem ser à base de água, pois produtos muito gordurosos pioram a acne.

Estão disponíveis muitas opções de tratamento destinadas a melhorar a aparência do acne, entre as quais alterações ao estilo de vida e medicação. Ingerir hidratos de carbono simples em menor quantidade, como o açúcar, pode ajudar. Os tratamentos mais comuns são a aplicação tópica de peróxido de benzoílo, ácido salicílico e ácido azelaico. 

Estão também disponíveis antibióticos e retinoides tópicos e orais No entanto, é possível que possam provocar resistência antibiótica. Em mulheres, algumas pílulas contraceptivas orais combinadas podem ser benéficas no tratamento. A isotretinoína oral geralmente só é administrada em casos graves devido aos efeitos secundários. Alguns especialistas recomendam o tratamento agressivo e numa fase precoce de modo a diminuir o impacto a longo prazo na pessoa.

Embora não existam restrições a alimentos específicos, deve-se seguir uma dieta saudável e equilibrada que evite alimentos processados. Pode-se considerar o uso de uma dieta de baixo índice glicémico e moderação da ingestão de leite, se o tratamento para o acne for ineficaz em adolescentes.

Medicamentos usados no acne

Descrevo de seguida alguns dos medicamentos mais usados nos diversos tipos de acne, tais como:

  • Para cravos e comedões, creme de tretinoína;
  • Para acne leve, tratamento da pele com creme de tretinoína, às vezes com peróxido de benzoílo ou um antibiótico, ou ambos;
  • Para acne moderada, antibióticos por via oral em combinação com tratamento cutâneo igual ao usado para acne leve;
  • Para acne grave, isotretinoína por via oral;
  • Para acne cística, corticosteroides injetados.
people wearing diy masks
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Mascne quais as causas?

Tal como a acne comum, há várias coisas que podem causar mascne ou acne da máscara:

  • Não lavar a máscara com frequência suficiente,
  • Lavá-la com detergente forte,
  • Os materiais da própria máscara,
  • Frequência de utilização, quanto mais pior.

As máscaras ajudam a evitar que a saliva e quaisquer outras gotículas, emitidas pela respiração, fala, tosse ou espirro, fiquem no ar e transmitam potencialmente Covid-19 (ou outras doenças). Isso é o que queremos que elas façam, mas isso significa que elas retêm humidade e bactérias dentro, tocando sua pele.

As máscaras criam uma vedação que evita que a humidade escape, originando um ambiente húmido onde as bactérias causadoras de acne podem desenvolver-se, segundo explicação de Dylan Mustapich, esteticista da Face Haus em Nova York.

A dermatologista certificada Meghan Feely compara a acne com a qual os atletas costumam lutar. Segundo ela os atletas que usam capacete podem desenvolver erupções acneiformes, pois poeiras, óleo e suor ficam presos nos poros, criando um ambiente propício ao crescimento de bactérias.

Se não lavarmos a máscara, as bactérias continuarão a infiltrar-se na pele. Por outro lado a lavagem também pode causar fugas. Também pode ter uma reação ao detergente que usar na lavagem. Experimente um detergente suave e sem perfume para ver se isso ajuda.

Se tem tendência a desenvolver erupções cutâneas relacionadas com stress ou ansiedade, o contexto de uma pandemia certamente é uma fonte de stress… por isso faça o seu melhor para relaxar.

Outros efeitos adversos

Além das lesões de acne, muitos doentes referem também o aumento da oleosidade cutânea e prurido local que pode originar o surgimento de infeções oportunistas por outros fungos e bactérias.

Tratamento

Obviamente devemos continuar a usar uma máscara quando estamos em público sem condições de distanciamento seguro. Mas se não precisa de estar em público, fique em casa e deixe sua pele respirar.

Invista em algumas máscaras que você pode trocar e lavar com frequência. Estas são as nossas máscaras favoritas e veja como fazer a sua própria máscara. Idealmente, deve lavá-las após cada uso, se usar por longos períodos de tempo. Os especialistas com quem falamos concordam que as máscaras 100% algodão são as melhores, porque é um tecido respirável e fácil de lavar.

Segundo Katie Jae, uma esteticista médica licenciada no Texas, prefere máscaras descartáveis, mas isso pode prejudicar o seu orçamento e o meio ambiente se usar todos os dias. Ela sugere, mesmo que use uma máscara descartável, que não use a mesma o dia todo. É uma boa ideia trocar a máscara ao longo do dia apenas para que a bactéria que se formou não tenha oportunidade de continuar a crescer e romper a pele.

Segundo Jae, se costuma usar maquiagem, evite colocá-la nas áreas que a máscara cobre. Mantenha o rosto limpo e hidratado e não exfolie demais. As pessoas costumam pensar que precisam secar o acne, mas ressecar a pele pode dar origem a mais erupções. Mesmo tendo pele oleosa, é vital manter a barreira da pele intacta. Pele hidratada ajudará a prevenir irritações ou erupções cutâneas.

Lave o rosto antes de colocar a máscara e depois de retirá-la. Use limpadores de espuma suaves que removerão a oleosidade com eficiência. Se tem pele com tendência acneica ou extremamente oleosa, use um sabonete facial com ácido salicílico para que o excesso de oleosidade e a pele morta possam ser removidos, o que pode ajudar a prevenir o entupimento de poros ou erupções cutâneas.

Lista resumida de medidas anti-Mascne

  • Evite ou reduza a frequência da esfoliação mecânica ou química;
  • Se necessário, os produtos anti-acne mais adequados devem conter alfa-hidroxiácidos, ácido salicílico, agentes matificantes e propriedades calmantes;
  • Use produtos sem perfume, não comedogénicos ou seja em óleos (oli-free) e com textura ligeira;
  • À noite antes de deitar, use hidratantes;
  • Se passa muito tempo de máscara hidrate bem a pele antes e depois do trabalho;
  • Antes de colocar a máscara deixe o hidratante e/ou protetor solar secar completamente;
  • Use um protetor solar não comedogénico (oil-free);
  • Evite maquilhagem na região coberta pela máscara e use sempre esponjas e pincéis limpos.

Masc-rosácea:

A rosácea também é uma condição de saúde que pode piorar com o uso frequente da máscara.

A rosácea é uma doença cutânea que provoca vermelhidão, pápulas e pústulas e está a aumentar na zona da boca, queixo, nariz e maçãs do rosto. 

Causas da Masc-rosácea

Devido à predisposição individual e características da circulação sanguínea na face da pessoa com tendência para a rosácea, a utilização da máscara vai criar um ambiente quente e húmido que vai descompensar a microbiota ou flora microbiana da face.

Trata-se duma flora saprófita onde existe um equilíbrio constante entre bactérias, fungos, parasitas, desde que o meio de cultura seja adequado. Quando o ambiente, induzido pelo uso da máscara, descompensa esse equilíbrio, alguns desses microorganismos crescem acima do normal e provocam um processo inflamatório.

Dermatite periodal

A rosácea está a promover o aparecimento da dermatite periodal que é uma variação da rosácea caracterizada por uma erupção facial formada por pequeninas pápulas (lesões elevadas) avermelhadas, eritema (vermelhidão), ressecamento e descamação da pele, podendo haver também a presença de pústulas em alguns casos.

Para além da lavagem da máscara, manter uma boa rotina de cuidados de pele ajuda à prevenção do aparecimento da rosácea e, posteriormente, da dermatite periodal.

Lista de medidas para prevenir e/ou tratar a rosácea
  • Higiene suave com água micelar para pele sensível;
  • Lavagem com geleia micelar ou creme de limpeza (syndets que são produtos de limpeza eficazes mas que não têm sabão);
  • Esfoliações e limpezas de pele são contra-indicadas;
  • Não utilizar toalhitas nem esponjas de limpeza;
  • Fazer hidratação com cremes simples, com poucos componentes, sem perfume e sem efeito oclusivo.

Concluindo

O uso da máscara em contexto de pandemia viral é essencial para a nossa proteção mas também dos que nos rodeiam pois evita de forma decisiva um grau de contágio que sem a máscara é muito mais elevado.

No entanto só agora começamos a entender as consequências que o uso prolongado da máscara acarreta, nomeadamente para a pele da nossa face. Será certamente um problema menor mas que deve merecer a devida atenção para não originar lesões mais graves e permanentes.

Mielite transversa e vacina anti-covid suspensa

Mielite transversa afinal que relação tem com a vacina contra a Covid-19? A farmacêutica AstraZeneca, empresa multinacional detida por uma parceria privada Britânica e Sueca, anunciou a suspensão dos testes de fase 3 à vacina para a Covid-19 que está a desenvolver em parceria com a Universidade de Oxford.

Esta vacina é considerada uma das mais avançadas por estar já na última fase de testes (fase 3) cumprindo os protocolos mais seguros e rigorosos de investigação científica de medicamentos, sem “saltar” fases… sendo por isso uma das preferidas pelas autoridades de saúde Americanas e Europeias.

Descrição do estudo clínico: Phase III Double-blind, Placebo-controlled Study of AZD1222 for the Prevention of COVID-19 in Adults

A fase 3 é a última fase de testes em larga escala usada para identificar efeitos adversos graves, pouco comuns, que só se tornam visiveis quando são testadas milhares de pessoas.

Leia também: Top 20 medicamentos mais perigosos do mundo

A AstraZeneca, citada pela agências de notícias CNBC e StatNews, justificou que a suspensão foi originada por uma reação adversa séria num dos participantes voluntários do estudo.

Em julho de 2020, a empresa publicou dados que mostraram que a sua vacina produziu uma resposta imune promissora nas fases de testes anteriores já concluidas (fase 1 e fase 2).

Mecanismo de ação da vacina AZD1222

A vacina da AstraZeneca, chamada AZD1222, usa material genético do coronavírus com um adenovírus modificado. Este adenovírus carrega um gene para uma das proteínas do SARS-CoV-2, o vírus que causa o Covid-19. O adenovírus é projetado para induzir o nosso sistema imunológico a gerar uma resposta imune protetora contra o SARS-2.

Esta vacina usa tecnologias que foram aplicadas para fazer uma vacina experimental contra o Ebola, que foi fornecida a pessoas na República Democrática do Congo no final de 2019.

Efeitos adversos

A vacina foi considerada bem tolerada e não houve efeitos adversos graves, de acordo com os investigadores na época. Os efeitos colaterais mais comumente relatados foram:

  • Fadiga,
  • Dor de cabeça.

Outros efeitos colaterais comuns incluem:

  • Dor no local da injeção,
  • Dores musculares,
  • Calafrios,
  • Febre.

Qual foi o efeito adverso grave?

Apesar da AstraZeneca não ter divulgado detalhes sobre o efeito adverso grave em causa, de acordo com o The New York Times, uma pessoa apresentou problemas relacionados com uma doença congénita denominada mielite transversa, mas não está claro se é a mesma pessoa que teve as reações adversas, se o caso está realmente relacionado com a vacina, ou se é mera coincidência. No entanto nos telejornais já é descrita uma doença neurológica como estando na origem da suspensão dos ensaios clínicos da vacina o que reforça a hipótese de mielite transversa.

Notícia do The New York Times: AstraZeneca Pauses Vaccine Trial for Safety Review.

Mielite transversa

A Mielite Transversa (MT) é uma doença grave do foro neurológico causada por um processo inflamatório das substâncias cinzenta e branca da medula espinal que pode causar desmielinização axonal ou seja dano na bainha de mielina do axónio que é uma parte do neurónio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurónio.

Fonte: Khan Academy

É uma doença neurológica rara, que faz parte de um conjunto de doenças neuroimunológicas do sistema nervoso central.

Todas essas desordens envolvem ataques inflamatórios no sistema nervoso central. Elas são diferenciadas principalmente pelo local do ataque, e por elas serem ou monofásicas (ocorrência única) ou muiltifásicas (de múltiplos episódios). Essas desordens têm muitos sintomas em comum, e as estratégias de tratamento delas são similares.

Sintomas

Há uma grande variedade na apresentação de sintomas, que são baseados na parte da medula espinhal que foi afetada e na gravidade dos danos na mielina e nos neurónios na medula espinhal. Os sintomas da mielite transversa incluem:

  • Fraqueza muscular,
  • Paralisia, parestesia ou sensações desconfortáveis nos nervos,
  • Dor neuropática,
  • Espasticidade,
  • Fadiga,
  • Depressão,
  • Disfunção sexual, intestinal, e vesical.

A mielite transversa pode ser aguda ou também pode desenvolver-se lentamente.

Causas

Na maioria dos casos a causa é idiopática (desconhecida). Em alguns casos pode estar associado a vasculite em conjunto com outras condições infecciosas (incluindo virais), parainfecciosas e doenças sistémicas autoimunes.

Quadro clínico

Aproximadamente um terço dos pacientes com MT apresentam uma doença febril (como gripe com febre) pouco antes do início de sintomas neurológicos. Sabe-se que vacinas carregam riscos de desenvolvimento da encefalomielite disseminada aguda (ADEM), que é uma inflamação do cérebro e da medula espinhal.

MT é geralmente uma doença monofásica (ocorre uma só vez); entretanto, uma percentagem muito rara dos pacientes pode sofrer uma recorrência, especialmente se há uma doença subjacente que predispõe.

As manifestações mais comuns da Mielite transversa incluem fraqueza muscular, perda de sensibilidade e disfunção autonómica.

Tratamento

Corticosteróides são drogas usadas tipicamente como tratamento para a inflamação da medula espinhal em pacientes com MT. A plasmaférese também é usada como um tratamento para suprimir o sistema imunológico. A reabilitação, especialmente a fisioterapia, é uma parte essencial do tratamento. Os pacientes seguem um regime de reabilitação típico para lesões da medula espinhal. O tratamento de longo prazo para a MT se concentra no manejo de sintomas.

Quem contrai MT e quais são as possibilidades para a recuperação?

Essa doença pode aparecer em qualquer idade (desde os 5 meses até os 80 anos). O maior número de casos de MT parece estar entre 10 a 19 anos e após 40 anos de idade. Pessoas de ambos os sexos parecem ser diagnosticadas igualmente. A literatura sugere que a taxa anual da incidência de um diagnóstico de MT é 1,34 casos por milhão de pessoas.

A recuperação pode ser ausente, parcial ou completa e geralmente inicia-se entre um a três meses. Uma recuperação significante é improvável se nenhuma melhora ocorrer por três meses. A maioria dos pacientes com MT demonstram uma recuperação boa ou moderada . Um terço daqueles diagnosticados têm uma recuperação boa, um terço têm somente uma recuperação moderada e um terço não demonstram recuperação após o período inicial.

Quanto tempo demora uma vacina?

Desenvolver e aprovar uma vacina segura não é nada fácil! A vacina contra a poliomielite demorou 60 anos! Contra o Ébola demorou 15 anos! Contra o SARS-CoV-1 passaram 17 anos e ainda não temos vacina! Contra o MERS passaram 6 anos e vacina nada… a figura seguinte é bastante elucidativa acerca da dificuldade de aprovar uma vacina segura!

Fonte: https://www.frontiersin.org/

Investigação desenvolvimento e distribuição

A figura seguinte resume as fases necessárias ao desenvolvimento da vacina desde a investigação inicial até á distribuição final pela população.

Fonte: https://www.frontiersin.org/

Concluindo

As vacinas são medicamentos! Como farmacêutico desconheço medicamentos sem efeitos secundários… portanto é claro que podem manifestar-se efeitos adversos. No entanto, regra geral, essas manifestações secundárias são ligeiras a moderadas e os eventos graves são raros. A decisão sobre tomar vacinas tal como todos os medicamentos em geral é uma análise de benefício/risco e as autoridades de saúde só aprovam a comercialização se essa relação for positiva.

No caso especial das vacinas esta relação tem uma dupla importância pois confere proteção individual mas também pode ser alcançada uma certa imunidade de grupo que limita imenso o risco de morte das populações e no limite consegue irradicar algumas doenças muito graves quando a população adere em massa á vacinação ou ela é declarada obrigatória.

Até ao momento confio na vacinação como poderosa arma de proteção das populações…

Referências

COVID-19 PORQUE NÃO ADOECEM AS CRIANÇAS?

Na Covid-19 o coronavírus entra nas células humanas por meio de uma espécie de espigão, que se projecta para penetrar em algo chamado receptor ACE-2 nas células humanas. As crianças não têm tantos destes receptores nos pulmões quanto os adultos, mas têm nas passagens nasais e na garganta. Portanto, quando as crianças são infectadas pelo coronavírus, é mais provável que os sintomas sejam apenas corrimento nasal ou dor de garganta e nunca entrem nos pulmões.

Crianças com nariz a pingar e garganta inflamada deveriam ser testadas para o novo coronavírus. O facto de as crianças não ficarem gravemente doentes e não serem testadas, mas ainda assim infectadas com o vírus, torna-as portadoras eficientes do vírus.

Ao contrário da gripe comum, onde crianças e adultos apresentam sintomas muito semelhantes, não é óbvio o diagnóstico de Covid-19 nas crianças pelo que será comum as crianças espalharem facilmente o coronavírus sem que os pais e família tenham ideia que tal está a acontecer.

É uma estratégia extraordinária que este vírus utiliza na perfeição. A capacidade de se espalhar rapidamente dentro de uma população é necessária para que um vírus se torne uma pandemia porque, por definição, os vírus pandémicos espalham-se rápido o suficiente para causar impacto no mundo inteiro ao mesmo tempo. No entanto a rápida disseminação não é o que torna este vírus mais mortal.

Actualização: Misteriosa doença ataca crianças com Covid-19?

No entanto nos últimos dias de Abril de 2020, médicos britânicos alertaram as autoridades de saúde para um aumento misterioso de doenças inflamtórias sistémicas em crianças que contactaram com o coronavírus SARS-CoV-2.

Estas crianças apresentam um quadro de doença grave similar á Doença de Kawasaki que pode afectar as artérias coronárias das crianças implicando o seu internamento urgente numa unidade de cuidados intensivos, por dificuldades respiratórias e quadros clínicos sistémicos com diversos orgãos afectados.

Notícia do The Guardian: At least 12 UK children have needed intensive care due to illness linked to Covid-19

Leia tudo sobre a doença de Kawasaki clicando na imagem seguinte

Doença de Kawasaki e Covid-19 nas crianças

Leia também: Covid-19 quais os tratamentos recentes mais promissores e quais os polémicos!

Leia também: Como fortalecer o sistema imunitário contra o coronavírus

FALTA DE AR CAUSAS E PERIGOS

Falta de ar ou dispneia, é um sintoma não uma doença. Pode indicar que o oxigénio não está a chegar às células e tecidos do organismo em quantidade suficiente, sendo por conseguinte um sinal de alarme!

Falta de ar o que é exactamente?

A falta de ar caracteriza-se por desconforto ou dificuldade em respirar, podendo associar-se a outrosa sinais tais como:

  • Aperto no peito,
  • Cansaço,
  • Fadiga ao realizar tarefas diárias simples como andar, subir escadas ou comer.

Causas

A falta de ar pode ter diversas cusas tais como:

  • Oxigénio abaixo dos níveis desejáveis como por exemplo, a grandes altitudes;
  • Obstrução das vias aéreas;
  • Problema no coração ou obstrução à circulação sanguínea;
  • Níveis de glóbulos vermelhos/hemoglobina, que transportam o oxigénio no sangue, demasiado baixos;
  • Problema nos pulmões que impede as trocas gasosas.

Doenças que causam falta de ar

Diversas doenças podem ter como sintoma a falta de ar, a saber:

  • Asma;
  • DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica);
  • Pneumonia;
  • Tuberculose;
  • Infeção respiratória;
  • Infeção pulmonar;
  • Edema pulmonar;
  • Enfarte do miocárdio;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Anemia;
  • Anafilaxia (reação alérgica grave);
  • Ansiedade;
  • Crise de pânico.

Exames para detetar niveis de oxigénio

Exames simples permitem saber se os níveis de oxigénio estão baixos ou se a falta de ar é provocada por ansiedade ou crise de pânico. Os mais utilizados são:

  • Oxímetro de pulso – é um exame não invasivo que permite medir a saturação de oxigénio que deve estar acima dos 95%;
  • Gasometria arterial – feita através de exame de sangue.

Saturação de oxigénio

saturação de oxigênio aso o termo saturação para indicar a quantidade (em %) de um gás num líquido. Em medicina mede-se a saturação de oxigênio em fluídos corporais, principalmente no sangue.

Assim o termo saturação de oxigênio emprega-se para referir o nível de oxigenação do sangue. A oxigenação produz-se quando as moléculas de oxigênio entram nos tecidos do corpo. Por exemplo, o sangue oxigena-se nos pulmões, onde as moléculas de oxigênio viajam do ar para o sangue e combinam-se com a hemoglobina formando a oxi-hemoglobina, e com ela chegam a todo o corpo.

saturação de oxigênio no sangue, concretamente a saturação arterial de oxigênio (SaO2), é um importante parâmetro para avaliar a função respiratória. Em muitos casos, segundo o quadro clínico, a idade e a situação do paciente, permite tirar conclusões sobre a função e a atividade do pulmão.

Pressão parcial de oxigênio (pO2)

O uso mais corrente da saturação em medicina é o nível de saturação de oxigénio no sangue arterial mediante o método da pulsioximetría para poder detectar a insuficiência respiratória. É muito importante a monitorização do paciente durante a anestesia geral utilizada nas cirurgias ou durante a oxigenoterapia de um doente com falta de ar. Mede-se a % de oxigénio  ligada à hemoglobina do sangue (oxi-hemoglobina).

Os valores de saturação expressam-se com a abreviatura “S”, acrescentando o símbolo químico do oxigênio (SO2).

A baixas pressões parciais de oxigénio, a maioria da hemoglobina está desoxigenada. Cerca de 90% (o valor varia segundo o contexto clínico), a saturação de oxigénio aumenta de acordo com uma curva de dissociação de oxi-hemoglobina e aproxima-se ao 100% a pressões parciais de oxigênio superiores aos 10 kPa.

O gráfico em forma de curva mostra que a % de hemoglobina saturada de oxigénio está diretamente relacionada com a pressão arterial parcial de oxigênio (pO2). Quanto mais alta é a pressão parcial do oxigênio (pO2) mais alta é a saturação de oxigénio no sangue arterial (SaO2). Devido à dependência da afinidade do oxigénio com a hemoglobina, que depende do número de moléculas de O2 já ligadas, esta relação não é linear. A curva do oxigénio ligado à hemoglobina mostra uma pendente em forma de “S”.

Valores médios:

  • pO2 (sangue arterial): 71 – 100 mm Hg; sO2: 94 – 97 %
  • pO2 venosa mista: pO2: 36 – 44 mm Hg; sO2: 65 – 82 %

A medida da saturação realiza-se com o oxímetro de pulso e baseia-se no princípio de absorção de uma luz característica pela oxi-hemoglobina. O valor da saturação de oxigénio no sangue para os humanos está na faixa de 95-99%. Para os fumadores, estes valores são mais baixos.

Uma saturação de oxigénio no sangue inferior ao 90% implica uma hipoxia que pode ser originada, entre outras causas, por uma anemia. Um dos sintomas de uma baixa saturação de oxigênio no sangue é a cianose.

Morte eminente

Em doentes terminais, por exemplo na sequência de processos oncológicos, um dos indicadores de probabilidade de morte eminente, no espaço de 48 horas, é a conjugação do nível de saturação de oxigénio abaixo de 90% em simultâneo com uma baixa acentuada da pressão arterial.

Para prever a morte de um paciente em estado terminal, esta é uma das métricas mais usadas juntamente com sons respiratórios associados com o movimento das secreções e a confusão mental.

Tratamento

O tratamento dependerá sempre da causa subjacente pois as causas de falta de ar são muito diversas . Assim, o tratamento poderá consistir na administração de:

  • Antibióticos se causa for doença infeciosa bacteriana;
  • Corticoides, por via inalatória, oral ou outra se a doença for, por exemplo, asma ou outras doenças inflamatórias sem vestígios de infeção;
  • Oxigénio, incluindo através de máscara, ventilação mecânica ou mesmo intubação se SaO2 < 90%.

Prevenção

Há um conjunto de recomendações que ajudam a prevenir a falta de ar. Proteja-se, a saber:

  • Evitar fatores de risco, como tabagismo, obesidade e sedentarismo;
  • Se tem asma, evite os alergénios que podem provocar falta de ar;
  • Use a medicação de acordo com a prescrição médica, mesmo que se sinta bem;
  • Mantenha-se ativo;
  • Treine a respiração com algumas técnicas respiratórias;
  • Faça exercício para fortalecer os músculos da caixa torácica (sob recomendação e orientação de um profissional de saúde).

Emergência

Um tom arroxeado em zonas como os lábios, nariz ou dedos é sinal de falta de oxigenação dos tecidos. Procure ajuda médica imediata.

Adesão ao tratamento

As pessoas com determinadas doenças respiratórias podem ter falta de ar quando não tomam os medicamentos ou quando não os tomam conforme prescrição médica por pensarem que já não precisam.

Referências bibliográficas:

  • Pubmed.gov
  • Saúde CUF

GRIPE, RESFRIADO, TOSSE, DOR DE GARGANTA, COMO TRATAR?

Gripe, constipação, tosse, dor de garganta…doenças do tempo frio!

Pois é o tempo frio e húmido já chegou e com ele trás a “família” de doenças típicas que lhe fazem companhia… gripe, constipação, tosse, dor de garganta, dor de ouvidos, etc!

É altura de preparar a sério as nossas defesas imunitárias e ter a melhor informação para evitar e tratar tais doenças. Neste artigo reunimos a informação mais importante sobre as seguintes doenças e sintomas mais comuns no tempo frio:

  • Gripe,
  • Constipação,
  • Tosse,
  • Dor de garganta,
  • Dor de ouvidos
  • Como proteger do frio pessoas e animais,
  • Depressão (aumenta a incidência)

A depressão parece estar fora do contexto das “doenças de Inverno” mas é um facto que a sua incidência, principalmente nas mulheres, aumenta com a diminuição do número de horas de luz natural e do exercício físico e convivência ao ar livre, pelo que me parece muito importante também falar deste assunto nesta época do ano, por se tratar de uma patologia que pode ser muito penalizante para imensas famílias!

Para ler basta clicar nas imagens seguintes:

Resfriado ou gripe melhorsaude.org melhor blog de saude

Tosse melhorsaude.org melhor blog de saude

DOR DE GARGANTA MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

Dores no ouvido melhorsaude.org melhor blog de saude

Proteger do FRIO melhorsaude.org melhor blog de saude

DEPRESSÃO melhorsaude.org melhor blog de saude