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DOR DE COSTAS OPIOIDES E ANTI-INFLAMATÓRIOS

A dor de costas dor lombar, dor na coluna é muito frequente e tem diversas causas; Atualmente medicamentos anti-inflamatórios e opióides fortes podem ser usados com segurança, sob rigorosa vigilância médica, para controlar a dor forte e melhorar a qualidade de vida dos doentes que apresentam com frequência grande sofrimento! Segundo a American Chiropractic Association cerca de 23% dos adultos sofrem de dor lombar que se prolonga no mínimo por 3 meses, tornando-se crónica. Na maior parte dos casos, a dor é de origem mecânica, mas cerca de 3% dos adultos sofrem de dor inflamatória na coluna vertebral.

Embora possam parecer semelhantes, a dor mecânica e a dor inflamatória na coluna têm causas diferentes, e a sua abordagem tem também de ser feita de forma distinta. É importante compreender o mais rapidamente possível que tipo de dor na coluna o afeta, para que possa ser tratada da forma mais adequada. Não aceite viver com a dor apenas porque acha que esta vai eventualmente desaparecer. Muitas pessoas adiam um diagnóstico correto.

Quanto mais tempo se prolongar a dor inflamatória na coluna não tratada, maior a probabilidade de lesões a longo prazo e maior o impacto negativo que a dor pode ter no seu dia-a-dia.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Qual a frequência na população da dor na coluna?
  • Qual a estrutura da coluna vertebral?
  • Quantas vertebras existem na região cervical, toráxica, lombar, do sacro e cóccix?
  • Quais os tipos de dor lombar?
  • Dor mecânica o que é?
  • Dor inflamatória o que é?
  • Quais as características da dor mecânica?
  • Causas da dor mecânica
  • Quais as características da dor inflamatória?
  • Causas da dor inflamatória
  • Quais as doenças auto-imunes associadas associadas à dor inflamatória da coluna?
  • Espondilite Anquilosante (EA) o que é?
  • Espondilartrite Axial Sem Evidência Radiográfica de EA o que é?
  • Artrite Psoriática o que é?
  • Artrite Reativa o que é?
  • Artrite Enteropática o que é?
  • Artrite Reumatóide o que é?
  • Como diagnosticar correctamente?
  • Quando consultar o médico?
  • Que outros profissionais de saúde podem ajudar a gerir a dor?
  • O que é a dor crónica na coluna?
  • Como gerir a dor na coluna?
  • Qual a importância do exercício?
  • Qual a importância da terapia manual?
  • Qual a importância da Fisioterapia?
  • Qual a importância da Acupuntura?
  • Qual a importância da terapia comportamental?
  • Quando optar pela cirurgia?
  • Qual a medicação mais utilizada?
  • O que são os AINEs?
  • Quando usar analgésicos opiáceos ou opioides?
  • Quais os opioides mais usados?
  • Quais os efeitos secundários?
  • Quais os efeitos colaterais graves?
  • O que são corticoides intra-articulares?
  • O que são medicamentos biológicos?
  • Nas dores de coluna também são usados antibióticos?
  • Qual o protocolo farmacológico para controlar causada por artropatias inflamatórias?
  • O que pode mudar no seu dia a dia para controlar melhor a dor?
  • O que pode mudar no trabalho para controlar melhor a dor?
  • Posso praticar exercício fisico regular?

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Estrutura da coluna vertebral

A sua coluna vertebral liga o crânio à bacia, e é composta por 33 ossos, conhecidos como “vértebras”. Estas vértebras estão agrupadas em quatro regiões distintas: região cervical, torácica, lombar e sagrada.

Dor de costas
Estrutura da coluna vertebral
Coluna vertebral e dor de costas
Coluna vertebral, vista anterior, lateral e posterior

Cada osso está empilhado sobre outro, formando a coluna, e as vértebras das três regiões superiores da coluna possuem uma espécie de almofada entre elas, o denominado disco inter vertebral constituido por um centro gelatinoso macio, envolvido por uma camada externa mais dura e áspera.

A sua coluna protege a medula espinal, um feixe de nervos e células de suporte que funcionam como via de circulação da informação entre o cérebro e o resto do corpo. A coluna constitui uma parte fundamental do seu sistema nervoso central. Por isso, deve procurar o médico sempre que sinta dor em alguma zona da coluna.

Dor de costas qual a prevalência?

As evidências sugerem que até 80% das pessoas vão sofrer de dor lombar em algum momento da sua vida. Estima-se ainda que cerca de 23% dos adultos sofram atualmente de dor lombar com duração de pelo menos 3 meses, e que, portanto, pode ser considerada crónica.

Não é de estranhar, já que são muitos os fatores do dia-a-dia que podem ter efeito ao nível da coluna. Por exemplo, fatores como o aumento de peso e até o calçado podem afetar a coluna. Existem muitas causas para a dor na coluna, e todas as pessoas com dor crónica na coluna devem consultar o médico.

Dor lombar

A dor de costas ou dor na coluna é muito frequente, porém, em muitos casos, desconhece-se a causa exata. A dor de costas pode divide-se em dois tipos principais:

  • Mecânica
  • Inflamatória

Este tipo de dor de costas pode dever-se a diversas causas, a saber:

  • Doenças infeciosas,
  • Doenças renais ou gastrointestinais,
  • Polimialgia reumática,
  • Tumores ( raramente ).

Vou, essencialmente falar, na dor de costas mecânica e na dor de costas inflamatória. A maior parte das vezes, a dor lombar crónica é mecânica. Porém, a dor inflamatória na coluna afeta cerca de 3% das pessoas. Ambos os tipos de dor podem limitar as suas atividades do dia-a-dia, além de diminuírem a sua qualidade de vida devido ao impacto no sono, na capacidade para trabalhar e na sua vida pessoal.

No entanto, dado que ambos os tipos de dor (mecânica e inflamatória) podem ter sintomas semelhantes, é difícil distingui-las sozinho. É por isso que é importante consultar um médico e saber descrever-lhe a sua dor. Esta informação irá ajudar o seu médico a fazer um diagnóstico e a tratar adequadamente a sua doença.

Dor mecânica na coluna

O tipo de dor na coluna mais comum é a dor mecânica na coluna. As pessoas com dor mecânica na coluna descrevem-na muitas vezes como tipo moinha ou latejante. Referem igualmente que a dor piora com o movimento e melhora com o descanso.

A dor mecânica na coluna pode ter impacto em muitos aspetos do dia-a-dia, e muitas vezes resulta de distensões ou de traumatismo sendo, no entanto,  fundamental obter um diagnóstico correto o mais cedo possível.

Sintomas da dor mecânica

A dor mecânica tem habitualmente as seguintes características:

  • Pode começar em qualquer idade;
  • Rigidez matinal inferior a 30 minutos;
  • Melhora com o descanso;
  • Início variável, pode agravar rapidamente;
  • Normalmente associada a traumatismos ou distensões;
  • Dor descrita como tipo moinha ou latejante.

Tipos comuns de dor mecânica

Existem principalmente seis tipos de dor mecânica, com causas muito diferentes, que descrevo de seguida:

  • Contratura lombar;
  • Hérnia discal;
  • Fratura vertebral;
  • Doença degenerativa discal;
  • Osteoartrose da coluna vertebral;
  • Malformação congénita.

Contratura lombar

Deve-se normalmente a traumatismos musculares. Por exemplo, as lesões podem ser provocadas por levantar incorretamente um objeto, por levantar objetos pesados ou resultar de uma lesão de desporto.

Hérnia discal 

Refere-se a uma lesão ou a um problema nos discos vertebrais, as almofadas esponjosas localizadas entre cada uma das vertebras da sua coluna . Por vezes, o disco sai da posição habitual (deslizamento discal), o que provoca dor devido à irritação dos nervos próximos. Esta dor nervosa denomina-se dor neurogénica, outro tipo de dor lombar. Se a hérnia discal for na região lombar, a dor pode muitas vezes ser mais forte na perna do que na coluna.

Fratura vertebral

Uma fratura das vértebras pode ser provocada por um impacto físico forte, como uma lesão desportiva ou um acidente de viação. Além disso, os doentes podem sofrer fraturas de “stress”, pequenas fissuras visíveis ao raio-X que podem ser muito dolorosas. As fraturas vertebrais também podem ocorrer devido a uma doença denominada osteoporose. A osteoporose é uma doença que surge numa idade mais avançada, quando os ossos enfraquecem, o que aumenta a probabilidade de ocorrência de fraturas.

Doença degenerativa discal

Quando um ou mais discos vertebrais começam a deteriorar-se. Estes discos funcionam como amortecedores da coluna durante a movimentação ou o levantamento de pesos.

Osteoartrose da coluna vertebral

Doença degenerativa comum nos idosos e que pode provocar dor e rigidez na coluna e na região lombar, devido à destruição da cartilagem das articulações e dos discos da coluna.

Malformação congénita

As doenças são denominadas “congénitas” quando existem desde o nascimento. Estas malformações ocorrem quando a coluna não se desenvolve corretamente no útero, e são raras. Algumas malformações congénitas constituem uma causa mecânica da dor lombar. Estas malformações incluem problemas como a escoliose (encurvamento lateral da coluna) e a cifose (a parte superior da coluna está encurvada para a frente). Uma malformação congénita que conduz a dor lombar é normalmente diagnosticada durante a infância.

Dor inflamatória na coluna

A dor inflamatória na coluna vertebral afeta cerca de 3% dos adultos. Este tipo de dor na coluna pode ser muitas vezes confundida com a dor mecânica na coluna.  Existem diversas patologias que podem provocar dor inflamatória na coluna, algumas das quais difíceis de diagnosticar. Felizmente, nos últimos 10 anos, os avanços científicos facilitaram a identificação de algumas destas doenças pelos médicos, bem como o respetivo tratamento.

A dor inflamatória na coluna pode afetar a sua vida de diversas formas. É importante trabalhar com o seu médico para perceber se a sua dor é de origem inflamatória, já que isto pode afetar a forma como a dor é gerida no futuro. É importante o diagnóstico precoce pois algumas causas da dor na coluna podem agravar-se com o passar do tempo. Embora possa considerar que o exercício ou os analgésicos comprados na farmácia aliviam alguns dos seus sintomas, continua a ser importante que consulte o seu médico, para obter um diagnóstico correto.

Sintomas da dor inflamatória

A dor inflamatória na coluna pode apresentar determinadas características que a distinguem de outros tipos de dor na coluna vertebral, mais concretamente da dor mecânica na coluna.

Os principais sintomas são:

  • Início em idade jovem, normalmente observado em pessoas com menos de 40 anos de idade;
  • Agravamento gradual da dor;
  • Os sintomas da dor lombar melhoram com o exercício;
  • A dor não melhora com o repouso;
  • Dor durante a noite, levando muitas vezes a pessoa a acordar na segunda metade da noite;
  • Rigidez matinal  com duração superior a 30 minutos;
  • Dor prolonga-se por mais de 3 meses;
  • Dor glútea (região das nádegas) alternante.

Causas

A dor inflamatória na coluna pode ser provocada por algumas doenças autoimunes, algumas das quais intimamente ligadas à dor na coluna vertebral tais como:

  • Espondilite Anquilosante (EA),
  • Espondilartrite Axial Sem Evidência Radiográfica de EA,
  • Artrite Psoriática,
  • Artrite Reativa.

É importante que a dor inflamatória na coluna vertebral seja reconhecida e diagnosticada, de forma a ser devidamente tratada.

Doenças autoimunes

Uma doença autoimune ocorre quando o organismo se ataca a si próprio e aos próprios tecidos saudáveis. Existem diversas doenças autoimunes, algumas delas intimamente ligadas à dor inflamatória na coluna.

Espondiloartrite axial

Espondiloartrite Axial é um termo geral que inclui duas doenças que podem manifestar-se por dor inflamatória na coluna:

  • Espondilite Anquilosante;
  • Espondilartrite Axial Sem Evidência Radiográfica de EA.

Espondilite Anquilosante (EA)

A espondilite anquilosante é uma forma de artrite inflamatória em que as articulações da coluna estão envolvidas, conduzindo frequentemente a rigidez e dor lombar. As lesões provocadas por esta doença na coluna e nas articulações que fazem a ligação entre a coluna vertebral e a bacia podem ser observadas através de radiografias.

Espondilartrite axial sem evidência radilógica de EA

Na espondilartrite axial sem evidência radiológica de EA por vezes, os doentes podem sentir dor e limitação nos movimentos, apesar de os médicos não conseguirem detetar qualquer inflamação na radiografia.  Nestes casos é necessário recorrer a formas mais avançadas de observação das articulações, como a Ressonância Magnética Nuclear (RMN). A Espondilite Anquilosante e a Espondilartrite axial sem evidência Radiográfica de EA têm muitos sintomas em comum.

Outras artropatias inflamatórias – algumas doenças articulares que provocam dor inflamatória na coluna vertebral  podem ter origem em diversas zonas do corpo tais como:

  • Artrite Psoriática – pele,
  • Artrite Reativa – os olhos ou o aparelho urinário ,
  • Artrite Enteropática – o intestino
  • Artrite Reumatóide – as articulações

Embora os sintomas destas doenças incluam mais frequentemente dor e tumefação (edema) das articulações ou tecidos envolvidos, em muitas pessoas, podem também provocar dor inflamatória na coluna vertebral.

Não existe um teste simples para a maioria destas doenças. Para ajudar ao seu diagnóstico, o médico pode realizar  exames físicos, pedir uma RMN e/ou análises ao sangue, para detetar marcadores genéticos.

Medicamentos para dores fortes

Poderá ter já experimentado um analgésico comprado na farmácia local e, caso este não diminua os sintomas, o seu médico poderá receitar-lhe outros medicamentos ou recomendar uma dose diferente, provavelmente seguindo a escada da OMS para tratamento da dor, conforme descrevo de seguida:

Dor de costas
Adaptado de: Pereira JL. Gestão da dor oncológica. In: Barbosa A, Neto I, editores. Manual de Cuidados Paliativos. Lisboa: Núcleo de Cuidados Paliativos / Centro de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; 2006. p. 61-113.

Dor de costas
Adaptado de: Pereira JL. Gestão da dor oncológica. In: Barbosa A, Neto I, editores. Manual de Cuidados Paliativos. Lisboa: Núcleo de
Cuidados Paliativos / Centro de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; 2006. p. 61-113.

Os medicamentos abaixo enumerados podem causar efeitos adversos a vários níveis, pelo que é importante discutir com o seu médico que medicamentos se adequam melhor ao seu caso concreto.

 Anti-inflamatórios não esteroides (AINE)

Os anti-inflamatórios podem ajudar a aliviar a dor na coluna, a dor à palpação, a inflamação e a rigidez. Porém, os AINE podem apresentar efeitos secundários, sobretudo se administrados durante muito tempo. O seu médico irá abordar esses efeitos consigo e, em conjunto, poderão avaliar se os AINE são a solução adequada para si.

Os AINEs mais utilizados são os seguines:

  • Ibuprofeno (ex: Brufen);
  • Diclofenac (ex: Voltaren);
  • Naproxeno (ex: Naprosyn);
  • Acemetacina (ex: Rantudil);
  • Etodolac (ex: Etolyn);
  • Nimesulide (ex: Nimed e Aulin);
  • Piroxicam (ex: Flexar);
  • Celecoxibe (ex: Celebrex);
  • Etoricoxibe (ex: Arcoxia e Turox).

Opiáceos

Caso a sua dor não responda a outra medicação, o médico poderá receitar-lhe outro tipo de analgésico, denominado opiáceo. Os opiáceos atuam reduzindo os sinais de dor enviados ao longo da medula espinal e outras zonas do corpo para o cérebro. Estes medicamentos podem ser usados para tipos mais graves de dor, e o seu médico pode discutir consigo outras opções e os possíveis efeitos secundários, incluindo a possibilidade de dependência, antes de receitar estes medicamentos.

Em situações de dor crónica, principalmente em casos de dor oncológica, o doente pode experimentar exacerbações transitórias de dor, que ocorrem apesar de uma terapêutica basal analgésica. Normalmente o início é súbito e de curta duração e torna-se especialmente difícil de tratar. Estes doentes são tratados com um opioide de longa ação para alívio da dor persistente, e têm sempre disponível um opioide de resgate, de rápido início de ação, para estes episódios.

Na Tabela seguinte encontram-se resumidos os fármacos opioides comercializados em Portugal aprovados para gestão de dor crónica e respetivas formulações de longa ação e terapêutica de resgate. 

Abreviaturas usadas na tabela: C: comprimido/cápsula; CB: comprimido bucal; CE: comprimido efervescente; CLP: comprimido/cápsula de libertação prolongada; COD: comprimido orodispersível; N:solução nasal; R: supositório; SO: solução oral; ST: sistema transdérmico.

FármacoTerapêutica basalDose de resgateDose máxima
MorfinaCLP (10; 30; 60; 100 mg)
12/12h
SO (2; 6; 20 mg/ml)
C (10; 20 mg)
A tolerada sem efeitos secundários limitantes
Codeína + paracetamolC (30+500; 60+1000 mg)
R (60+1000 mg)
240 mg/dia
FentaniloST (12,5; 25; 50; 75; 100 µg/h)
72/72h
N (100; 400 µg)
CB (100; 133; 200; 267; 300; 400; 533; 600; 800 µg)
A tolerada sem efeitos secundários limitantes
BuprenorfinaST (35; 52,5; 70 µg/h)A tolerada sem efeitos secundários limitantes
(máximo 2 ST simultâneo)
OxicodonaCLP (5; 10; 20; 40; 80 mg)
12/12h
400 mg/dia
Oxicodona + naloxonaCLP (5+2,5; 10+5; 20+10 mg)
12/12h
160+80 mg/dia
HidromorfonaCLP (4; 8; 16; 32; 64 mg)
24/24h
A tolerada sem efeitos secundários limitantes
TapentadolCLP (50; 100; 150; 200; 250 mg)
12/12h
500 mg/dia
TramadolCLP (50; 100; 150; 200; 300; 400 mg)C (50; 100 mg)
COD (50 mg)
SO (100 mg/ml)
400 mg/dia
Tramadol + dexcetoprofenoC (75+25 mg)225+75 mg/dia
Tramadol + paracetamolC (37,5+325; 77+650 mg)
CE (37,5+325 mg)
300+2600 mg/dia

Os opioides ligam-se a recetores específicos acoplados à proteína G envolvidos na transmissão e modulação da dor, designados classicamente em recetores µ, κ e δ. Os seus efeitos terapêuticos e secundários estão diretamente relacionados com os recetores que estimulam. A maioria dos opioides analgésicos clinicamente relevantes são agonistas dos recetores µ no sistema nervoso central.

O tapentadol e o tramadol, além da ação agonista no recetor µ, também produzem analgesia por um mecanismo que inibe a recaptação de noradrenalina, permitindo maior potência analgésica e maior espectro de ação. 

Efeitos secundários comuns

Os efeitos secundários dos fármacos opioides são comuns a todos ou quase todos os fármacos e são dependentes da dose. Os mais comuns incluem:

  • Náuseas e vómitos,
  • Obstipação,
  • Sonolência,
  • Pesadelos,
  • Boca seca,
  • Confusão,
  • Alucinações,
  • Hipogonadismo (produção insuficiente de estrogénio na mulher e de testosterona no homem),
  • Supressão da tosse.
Efeitos secundários menos comuns

Alguns do efeitos secundários menos comuns são os seguintes:

  • Prurido,
  • Sudorese (transpiração),
  • Hiperalgesia induzida por opioides (aumento da sensibilidade à dor),
  • Mioclonia (contração breve, em onda, de um músculo ou grupo de músculos. Ex: soluços),
  • Delírios.
Alterações da microbita intestinal

Um dos efeitos secundários mais comuns e relevantes é a alteração da microbiota intestinal ou flora intestinal como é usualmente conhecida. Este é um efeito secundário quase sempre desvalorizado mesmo quando existem sintomas claros como a obstipação que são um sinal evidente e preocupante de disbiose. Assim simultaneamente com a medicação opióide deve fazer-se um probiótico de qualidade para mitigar a destruição das “bactérias boas” que são essenciais ao bom funcionamento do nosso sistema imunitário e à nossa saúde em geral. Não existe boa saúde sem uma microbiota saudável!

Depressão respiratória grave

A depressão respiratória é um efeito secundário grave, mas é raro se os opioides forem cuidadosamente titulados de acordo com a resposta do doente. Foi também associada a terapêutica opioide a efeitos secundários no sistema imunitário, assim como a função cognitiva.

A gestão dos efeitos secundários deve ser feita com efeito preventivo, não só pelo ajuste terapêutico gradual permitindo recorrer sempre à mínima dose eficaz, como pela coadministração de fármacos que permitam minimizar alguns efeitos secundários.  

Tolerância e dependência de opioides

A tolerância e a dependência são dois efeitos secundários fundamentais de gerir em tratamento com fármacos opioides. A tolerância inicia-se na primeira administração de opioide, e é minimizada com a administração de doses baixas em intervalos de tempo maiores. Para evitar a dependência física, a administração de opioides não deve ser parada abruptamente quando tomados consecutivamente há duas ou mais semanas, mesmo se a dor já foi suprimida.

Os sinais e sintomas de dependência física incluem rinorreia, lacrimejo, arrepios, hiperventilação, hipertermia, midríase, dores musculares, vómitos, diarreia, ansiedade e hostilidade. A administração de um opioide suprime os sintomas e sinais de abstinência imediatamente. 

Mudança de opiáceo

Apesar de haver pouca diferença nos efeitos terapêuticos e secundários de doses equianalgésicas entre diferentes opioides, a experiência clínica reporta que alguns doentes respondem favoravelmente a determinados opioides sendo intolerantes a outros, muito provavelmente devido à variabilidade interindividual existente.  Existem dados clínicos que suportam que a mudança de um opioide para outro resulta em aumento dos efeitos terapêuticos ou diminuição dos efeitos secundários em mais de 50% dos doentes. 

Dor de costas

A rotação opioide consiste na alteração do fármaco utilizado ou da via de administração e é útil em situações de inadequado controlo de dor, efeitos secundários limitantes ou alterações no estado clínico do doente que limitem a via de administração disponível. Na prática clínica existem escalas equianalgésicas disponíveis tanto em tabelas impressas como em aplicações de internet ou software específico, servindo apenas como guia para ajustar a dose equianalgésica entre dois analgésicos opioides. A Morfina é considerada o opioide analgésico tipo e é usado na escala analgésica como termo de comparação com todos os outros fármacos opioides. 

Dor de costas

Quando devidamente utilizados, os fármacos opioides são seguros e permitem aumentar a qualidade de vida do utente com dor crónica. Apesar dos vários efeitos secundários e potencial de dependência, nenhum analgésico se mostrou suficientemente forte para substituir estes fármacos

Corticosteróides intra-articulares

Os corticosteróides têm um papel importante no tratamento de doenças autoimunes. Estes fármacos são muito eficazes no tratamento de processos inflamatórios e imunológicos, com uma ação rápida e eficaz ao nível dos sintomas. Os corticosteróides podem ter efeitos secundários, sobretudo quando usados com regularidade, e o seu médico irá discutir esta opção consigo e avaliar a frequência com que os usa.

Objetivo

Se existir uma inflamação dentro da articulação, pretende-se melhorá-la administrando um anti-inflamatório potente no local exato da lesão. Os objetivos são aliviar ou eliminar a dor e as manifestações da inflamação, prevenir ou melhorar a limitação funcional, acelerar a evolução favorável do processo e diminuir ou eliminar a necessidade de tratamentos mais agressivos, com mais efeitos secundários ou com efeitos secundários potencialmente mais graves.

Procedimento técnico

Administra-se um corticoide (derivado sintético da “cortisona” ) no interior de uma articulação. Poderá ser ou não utilizado um anestésico local (lidocaína) antes ou em conjunto com a injeção de corticoide.

O que são os corticoides?

São medicamentos sintéticos parecidos com os corticoides naturais produzidos pelo corpo humano e que têm uma ação anti-inflamatória potente. Podem ser aplicados por várias vias, mas a via intra-articular é
especialmente útil em processos com inflamação articular, uma vez que atuam quase exclusivamente no local da inflamação e se evitam em grande medida os efeitos secundários no resto do organismo.

Atualmente três dos corticoides mais utilizados por via intra articular são os seguintes:

  • Metilpredenisolona (Depomedrol);
  • Hexacetonido de triancinolona (Lederlon);
  • Acetonido de triancinolona.

Como se realiza a infiltração?

Depois da limpeza da pele com um produto desinfetante, usa-se um agulha fina para colocar o produto (com ou sem anestésico local) dentro da articulação a tratar. Habitualmente o procedimento causa apenas
desconforto ou dor ligeiros.

Quanto tempo demora?

Habitualmente o tempo que leva a administrar o produto é menos de 5 minutos, o procedimento completo incluindo a preparação do material e do doente (posicionamento, desinfeção da pele, etc), costuma demorar cerca de 15 a 30 minutos.

Benefícios

A injeção intra-articular de corticoides costuma provocar uma rápida melhoria da dor e dos sinais inflamatórios da articulação, prevenindo ou melhorando a limitação funcional , acelerando a evolução favorável da inflamação e diminuindo a necessidade de tratamentos mais agressivos, com riscos potencialmente.

Riscos gerais

As três principais complicações das infiltrações articulares são as seguintes:

  • Reação alérgica à medicação, hipotensão arterial, assim como casos raríssimos de complicações alérgicas muito graves (anafilaxia), com risco de vida;
  • Lesão de vasos, nervos ou tendões adjacentes;
  • Infeção do local da injeção, da articulação ou tecidos adjacentes é uma complicação grave mas muito rara, se o procedimento for realizada com os cuidados de assepsia habituais;

Medicamentos biológicos

Também denominados medicamentos biológicos, são fármacos modificadores da doença que atuam no seu sistema imunitário (o sistema de defesa natural do organismo) agindo sobre a inflamação subjacente provocada por determinadas doenças.

Os medicamentos biológicos podem ser eficazes na redução da dor e da rigidez, e são administrados sob a forma de injeção subcutânea ou intravenosa, sob supervisão de um profissional de saúde.

Estes medicamentos têm indicações específicas, não sendo adequados para todas as pessoas e podem ter efeitos secundários graves. O seu médico saberá decidir se estes medicamentos poderão ser adequados para si.

Antibióticos na dor de costas

Caso tenha uma infeção na coluna ou numa zona envolvente, o tratamento com antibióticos poderá ser uma forma eficaz de tratamento e de alívio da dor.

Protocolo farmacológico para controlo da dor

Algoritmo terapêutico para controlo da Dor de costas e artropatias inflamatórias
Algoritmo terapêutico para controlo da Dor

Diagnostico dos problemas na coluna

O que quer saber o seu médico?

Uma vez que diferentes tipos de dor na coluna requerem formas diferentes de tratamento, o seu médico irá querer saber quando começou a sua dor, qual a intensidade e de que forma afeta o seu dia-a-dia.

Quando começou a dor?

O seu médico irá precisar de saber como e quando começou a sua dor, portanto, antes da primeira consulta, pense nas seguintes questões:

  • Lembra-se ao certo quando se apercebeu pela primeira vez da sua dor, ou foi surgindo gradualmente, intensificando-se com o passar do tempo?
  • Lembra-se de algum problema ou acontecimento em concreto que relacione com o início à dor? Se sim, quando ocorreu?
  • A dor surge após algumas atividades? Como por exemplo, a prática de exercício físico?
  • A sua dor tem vindo a melhorar ao longo do tempo, ou a agravar-se?
Importante saber descrever a dor

Dor é difícil de descrever, pois surge de diversas formas. Desde uma sensação de ardor a uma pontada ou sensação de distensão, não é fácil definir a dor na coluna. Porém, é importante que a descreva da melhor forma possível, pelo que não finja que a sua dor é melhor ou pior do que é na realidade. Tente ao máximo ser claro e preciso na sua descrição.

Antes de ir ao médico, pense na resposta que poderá dar às seguintes perguntas:

  • Consegue identificar uma zona específica da sua coluna onde sente dor?
  • A sua dor desloca-se, atinge outras partes do corpo ou é generalizada?
  • A intensidade de dor diminui ou aumenta com determinadas atividades?
  • O padrão da dor é sempre igual ou sente dor em diferentes partes do corpo?
  • Como descreve a sensação de dor? Podem ser usadas palavras como “lancinante”, “constante”, tipo moinha, “forte”, “pungente”, “pontada” ou latejante para descrever a dor. Qual destes adjetivos melhor define o tipo de dor que sente?

Dor de costas como afecta a tua vida?

Viver com dores na coluna pode também provocar problemas no dia-a-dia. É importante que o seu médico compreenda de que forma a dor está a afetá-lo, a afetar a sua capacidade de trabalhar ou o desempenho das suas tarefas quotidianas, e também de que forma afeta a sua vida familiar. O médico poderá colocar as seguintes questões:

  • A sua dor impede-o de realizar algumas atividades do dia-a-dia?
  • Que efeito tem o exercício físico ligeiro ou a ida ao ginásio na dor?
  • A dor dificulta-lhe o sono ou acorda-o durante a noite?
  • Sentar-se ou deitar-se alivia-lhe a dor?
  • A dor afetou-lhe o apetite?
  • Que fatores aliviam ou agravam a sua dor?
O exame físico

O seu médico irá querer examinar a sua coluna e a zona envolvente, para perceber a causa principal da dor. Poderá ainda solicitar outros exames, como exames imagiológicos e/ou análises ao sangue.

O seu historial clínico

Os problemas de saúde anteriores podem ser importantes, por isso, é normal que o seu médico lhe pergunte pelos seus antecedentes clínicos. Tente responder da melhor forma possível, pois isso irá ajudar o médico a chegar a um diagnóstico.

Durante a consulta, o médico poderá perguntar-lhe:

  • Se sofreu recentemente alguma perda inexplicável de peso
  • Se teve alguma infeção recentemente
  • Se tem antecedentes familiares de alguma doença
  • Se está a tomar alguma medicação
Outros profissionais de saúde

O seu médico poderá também referenciá-lo para vários outros especialistas. Cada um deles é especializado numa área específica e poderá trabalhar consigo para alcançar um diagnóstico e tratar da melhor forma a sua patologia, ao longo do tempo.

A tabela abaixo explica quem são esses diferentes especialistas e o que fazem. Se tiver alguma outra dúvida, fale com o seu médico.
Profissional de SaúdePapel no tratamento da dor lombar
Médico de Medicina Geral e Familiar (MGF)O seu médico de MGF é o primeiro especialista a contactar em caso de dor na coluna vertebral. É ele quem irá avaliá-lo com base nos primeiros sintomas e, se necessário, encaminhá-lo para um especialista para uma avaliação mais exaustiva, para a realização de exames de diagnóstico ou para tratamento.
FisioterapeutaPoderá ser encaminhado para um fisioterapeuta, um profissional de saúde especializado na movimentação e funcionamento do corpo. O fisioterapeuta irá avaliar a sua dor na coluna e poderá realizar terapia manual ou exercícios terapêuticos.
ReumatologistaSe a sua dor na coluna vertebral for considerada de natureza inflamatória, o seu médico de Medicina Geral e Familiar poderá encaminhá-lo para este médico especialista em doenças reumáticas, causa frequente de dor inflamatória na coluna, bem como em diversas outras patologias que afetam as articulações, os ossos e os músculos. O reumatologista poderá solicitar exames de diagnóstico e poderá dar início a um tratamento, dependendo da causa da sua dor na coluna.
Ortopedista ou NeurocirurgiãoA cirurgia pode ser uma solução para o tratamento da dor na coluna, quando outros tratamentos não resultaram. Dependendo da causa da sua dor, poderá ser encaminhado para um cirurgião, que irá avaliar se a cirurgia é a forma correta de tratar a sua dor na coluna. Podem ser Ortopedistas ou Neurocirurgiões.
Enfermeiro de Apoio à ReumatologiaEnfermeiros com formação para realizar atividades de apoio aos reumatologistas, como por exemplo, observação das articulações, administração de tratamentos. Poderão ainda dar-lhe apoio a nível emocional e social.
RadiologistaO seu médico assistente pode encaminhá-lo para um radiologista, ou seja, um especialista médico para a realização de exames imagiológicos (radiografias, TAC ou RMN) à sua coluna. Isto irá ajudar a identificar a causa da sua dor na coluna.

Dor crónica na coluna

A dor na coluna vertebral aguda ou de curta duração, dura alguns dias a algumas semanas. A maior parte dos casos de dor na coluna é de natureza mecânica. Quando a dor se prolonga por mais de 3 meses, denomina-se dor crónica na coluna. Independentemente da origem da sua dor na coluna, do tipo de dor que apresente ou da sua duração, se considerar que a dor está a incomodá-lo, deve consultar o seu médico.

Caso sofra de dor na coluna há mais de 3 meses, deverá ser investigada a sua causa e tratada o mais rapidamente possível e de forma adequada. Consultar o seu médico e ter um diagnóstico correto irá garantir-lhe um tratamento adequado para a dor na coluna e poderá ajudá-lo a ter uma vida com menos dor.

Impacto físico e emocional

A dor na coluna pode ter um grande impacto na sua vida, tanto a nível físico como emocional. Embora a maior parte dos casos de dor na coluna seja de tipo agudo e desapareça ao fim de alguns dias ou semanas, a dor crónica na coluna descreve a dor que se prolonga por mais de 3 meses.  A dor física pode tornar alguns aspetos da vida quotidiana, como caminhar, manter-se de pé e sentar-se, dolorosos e debilitantes.

Além do impacto físico da dor crónica na coluna vertebral, poderá também afetar outros aspetos da sua vida, como os hábitos de sono e a o seu estado emocional. O seu bem-estar emocional e a sua capacidade para trabalhar e estudar podem ser afetados pela sua dor na coluna e, por vezes, conduzir a maior ansiedade e depressão, sobretudo se a dor não desaparecer.

Como gerir a dor na coluna?

Algumas das abordagens seguintes são mais adequadas à dor inflamatória pelo que depois de feito o diagnóstico, o seu médico pode recomendar-lhe diversas opções terapêuticas, com base na sua patologia específica e no seu estilo de vida.

Exercício físico cuidado!

Dependendo da causa da sua dor na coluna, manter a atividade física pode melhorar a sua postura, a mobilidade da sua coluna e a dor e rigidez no geral principalmente na dor inflamatória. O seu médico ou fisioterapeuta podem recomendar-lhe um programa de exercícios físicos que ajude a recuperar a força muscular na sua coluna. Fale sempre com o seu médico antes de iniciar qualquer atividade física.

Terapia manual

A Fisioterapia , quiropatia ou osteopatia são terapias que podem ser associadas às restantes terapêuticas.

Fisioterapia

A fisioterapia pode ajudá-lo a aprender a recuperar movimentos que ficaram restritos devido à dor na coluna, e pode incluir abordagens distintas, como programas de exercícios específicos, terapia manual (como massagens) ou hidroterapia, um tipo de exercício realizado numa piscina de água morna e que se centra na melhoria da amplitude de movimentos ou força.

Os fisioterapeutas podem também avaliar a sua condição física e ajudá-lo a planear um bom programa de exercício físico.

Acupuntura

A acupuntura envolve a introdução de agulhas muito finas em pontos específicos do corpo. A acupuntura tem-se revelado efetiva no tratamento da dor lombar, redirecionando os impulsos dolorosos para longe do cérebro e fazendo assim com que sinta menos dor, ao mesmo tempo que estimula a libertação de endorfinas, hormonas analgésicas endógenas produzidas pelo organismo.

Terapia comportamental

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma técnica que envolve direcionar pensamentos e comportamentos negativos para outros mais positivos. Esta técnica pode ser usada em combinação com outras terapêuticas, para ajudar a gerir os efeitos psicológicos da sua dor crónica na coluna.

Cirurgia

A cirurgia é normalmente ponderada em casos concretos de problemas da coluna, quando a dor é desencadeada por uma malformação congénita ou quando foram já tentadas outras terapêuticas, com manutenção ou agravamento da dor. Nestes casos, poderá ser encaminhado para um especialista, que irá discutir consigo em pormenor as vantagens e os riscos de uma intervenção cirúrgica.

Mudanças de estilo de vida

Descubra as mudanças de estilo de vida que podem ajudar a melhorar a sua dor  inflamatória na coluna.

Caso tenha dor inflamatória na coluna, fazer algumas alterações no estilo de vida pode aliviar uma parte do desconforto sentido diariamente. Estas pequenas alterações podem ajudar a aliviar uma parte da frustração que pode afetá-lo. Apesar de algumas das sugestões poderem aplicar-se à dor mecânica na coluna de curta ou longa duração, esta secção foi sobretudo concebida para ajudar pessoas com dor inflamatória na coluna.

Dicas para minimizar a dor no dia-a-dia

Dormir, conduzir e fazer compras são apenas algumas das atividades quotidianas que costumamos tomar como certas. Caso sofra de dor inflamatória na coluna, eis algumas dicas de como poderá minimizar o impacto sobre as suas atividades do dia-a-dia:

  • Se fizer viagens longas de carro, planeie paragens regulares, para caminhar e esticar as pernas
  • Experimente fazer as compras de supermercado pela Internet, para evitar ter de carregar sacos pesados
  • Fale com o seu fisioterapeuta ou médico para sugestões simples de alongamentos e diferentes apoios lombares

Dicas para minimizar a dor no trabalho

O local de trabalho é um sítio onde habitualmente a dor lombar o afeta mais. Tenha em conta as seguintes sugestões para diminuir os problemas no local de trabalho:

  • Informe as pessoas – colegas de trabalho, o diretor de Recursos Humanos, o sindicato e/ou a entidade patronal. A entidade patronal pode disponibilizar algumas opções de serviços ou assistência de saúde
  • Se possível, ajuste o horário laboral ou trabalhe a partir de casa
  • Solicite uma avaliação ao posto de trabalho, caso detete problemas específicos relacionados com o seu posto de trabalho
  • Verifique o equipamento e certifique-se de que é seguro e adequado para o seu problema de saúde
  • Informe-se sobre quaisquer apoios a que tenha direito

Passar grande parte do dia sentado a uma secretária pode causar rigidez dor na coluna. Levantar-se regularmente, caminhar e alongar os músculos pode ajudar, já que pode aliviar uma parte da dor e do desconforto sentidos durante o dia. Sempre que possível, levante-se – por exemplo quando atender um telefonema.

Exercício físico

Embora não seja uma cura, a prática regular de exercício físico poderá ajudar a aliviar alguma da dor associada a determinadas patologias inflamatórias. Alguns tipos de exercício físico podem ser-lhe mais benéficos do que outros. Assim, deverá discutir com o seu médico qual o tipo de exercício físico mais adequado para o seu problema.

Minimizar a dor ao viajar

As viagens podem implicar algum planeamento, e caso sofra de dor inflamatória na coluna vertebral, poderá ter de fazer algumas adaptações. Eis alguns aspetos a considerar para tornar a sua viagem mais agradável:

  • Se viajar de avião ou fizer viagens longas de autocarro ou comboio, peça ao seu médico assistente ou fisioterapeuta que lhe indique alguns exercícios que possa realizar sentado
  • Se possível, durante a viagem, levante-se regularmente para alongar e caminhar um pouco
  • Leve sempre consigo receitas para qualquer medicação que esteja a fazer
  • Pode também solicitar ao seu médico assistente uma carta onde explique formalmente que medicação está a tomar e para que serve

Concluindo

Se tem dor de costas consulte sempre o seu médico. Podem ter causas muito variadas que muitas vezes não têm a ver com a coluna vertebral, mas que devem ser bem diagnosticadas para que se possa implementar o tratamento mais eficaz.

A dor seja ela qual for deve sempre ser tratada atempadamente de forma a diminuir a sua intensidade e possibilidade de se tornar crónica. Se já tem dor crónica não desespere!  Existem hoje muitas armas terapêuticas para ajudar a tornar o seu dia-a-dia menos doloroso!

O médico começará quase sempre por uma abordagem clássica com Paracetamol e AINEs utlizados em conjunto se necessário e acrescentando  mais tarde, se tal se justificar, analgésicos opióides, começando pelas dosagens mais baixas.

Nos casos mais graves existem equipas de médicos de várias especialidades ( equipas da dor ), que cruzam os seus conhecimentos de maneira a aplicar terapêuticas menos convencionais nos doentes com dores mais intensas e persistentes, nomeadamente os que têm DOR NEUROPÁTICA que, em linguagem simples, se pode descrever como uma lesão de um nervo que envia constantemente ao cerebro uma mensagem de dor.

E claro há hábitos diários que pode sempre alterar para melhor tais como comer de forma mais saudável, caminhar ao ar livre ( de preferência junto ao mar, rio ou floresta ) conversar… enfim tarefas que ajudam a abstrair-se da dor e pensar em coisas mais positivas! Parecem coisas banais mas têm comprovadamente efeitos terapêuticos!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Referências:

TROMBOSE VENOSA CEREBRAL E VACINAS COVID 19

A trombose venosa cerebral (TVC) ou trombose do seio venoso cerebral, é uma doença cerebrovascular rara, mas que ganhou notoriedade por ter sido publicamente associada à vacinação contra a Covid-19, como efeito secundário grave, mas muito raro. Apesar de ser rara, a trombose venosa cerebral tem uma taxa de mortalidade elevada entre os doentes afetados, daí a enorme polémica com os diversos casos de morte por tromboembolismo pouco tempo depois da toma da vacina contra a Covid-19, principalmente com a vacina da Astrazeneca e da Janssen /Johnson & Johnson.

Embora a taxa de incidência esteja a aumentar, julga-se também que este aumento esteja ligado a melhores métodos de diagnóstico e ao maior conhecimento desta patologia.

Nota importante: Este artigo é essencialmente baseado na dissertação pública, da Dra Ana Margarida da Costa Fernandes, para obtenção do Grau de Mestre em Medicina, sobre trombose venosa cerebral, fazendo uma revisão da literatura mais relevante sobre esta doença.

Ao contrário do acidente vascular cerebral (AVC) arterial, a trombose venosa cerebral pode ocorrer em qualquer idade, sendo no entanto mais frequente numa faixa etária mais jovem e particularmente frequente em mulheres jovens com os seguintes fatores de risco:

  • Uso de contracetivo hormonal oral,
  • Gravidez,
  • Puerpério (fase pós-parto até 8 semanas).

É uma doença por vezes de difícil diagnóstico por ter uma apresentação clínica e imagiológica muito diversa, variando consoante a área cerebral afetada, o calibre da veia ocluída e a consequente gravidade das lesões. Porém, em geral, o prognóstico é considerado bom, principalmente quando tratada atempada e adequadamente, sendo relatadas altas taxas de recuperação completa.

Acidente vascular cerebral (AVC) raro

A trombose venosa cerebral (TVC) é considerada um tipo particular de Acidente Vascular Cerebral (AVC) de localização venosa e corresponde a 0,5% a 1% de todos os AVC, mas com uma epidemiologia bastante distinta da dos AVC arteriais por, ao contrário destes, ocorrer maioritariamente em mulheres jovens e em crianças.

Ao contrário dos AVC arteriais, a TVC não é uma manifestação de aterosclerose e está geralmente associada a estados de trombofilias hereditária ou adquirida, ou a doenças sistémicas, neoplasias e infeções, entre outras causas de estados protrombóticos. A TVC é uma condição rara, subdiagnosticada e frequentemente confundida com outras
patologias dada a sua apresentação clínica ser muito variada.

Diagnóstico não é fácil

Anteriormente, a maioria dos diagnósticos de TVC era feita por autópsias. Hoje em dia, a TVC já é diagnosticada com maior frequência devido ao maior conhecimento da patologia e reconhecimento da sua gravidade, quer por parte de neurologistas quer por médicos de outras especialidades, mas também devido ao maior acesso a métodos de diagnóstico como a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e a venografia por Tomografia Computorizada (TC).

Outrora, esta patologia estava associada a altas taxas de morbilidade e mortalidade, mas atualmente, dependendo da etiologia da mesma, há um grande potencial de recuperação total do doente e a mortalidade é significativamente menor.

Anatomia cerebral e seios venosos

Para melhor compreender a fisiopatologia da TVC, é importante perceber um pouco da anatomia do sistema venoso cerebral. Este é dos sistemas venosos com maior variabilidade, no entanto existe um padrão anatómico mais frequente com certas estruturas consideradas como
pontos de referência.

Globalmente, o sangue venoso drena para a veia ou seio venoso que se situe mais próximo. Numa perspetiva mais simplista, o sistema venoso cerebral pode ser dividido em dois grupos:

  • Superficial,
  • Profundo.

O grupo superficial inclui os seios sagitais e veias corticais e drena as superfícies corticais. O grupo profundo inclui os seios transverso, reto e sigmoide e, juntamente com as veias corticais profundas, drenam as substâncias branca profunda e cinzenta para a veia de Galeno.

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter plate 102

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 102

A drenagem final é feita para as veias jugulares internas. Em todo o sistema venoso cerebral existem muitas anastomoses e “caminhos alternativos” para a drenagem venosa se realizar no caso de uma TVC, no entanto nem sempre é possível compensar o vaso ou seio venoso obstruído.

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 103
Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 103
Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 101

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 101

Fisiopatologia

Um trombo venoso é um coágulo sanguíneo que se forma numa veia e não numa artéria. Trombose venosa é o nome que se dá quando um coágulo obstrói uma veia ou seio venoso, parcialmente ou totalmente, interrompendo o fluxo sanguíneo venoso.

Quando falamos de TVC, referimo-nos a dois mecanismos que frequentemente ocorrem simultaneamente. Um deles é a trombose de veias cerebrais que conduz a turgescência venosa, que pode originar desde edema local a hemorragias petequiais e isquemia cerebral, podendo resultar em extensos hematomas e conduzindo a sintomas neurológicos focais (défices que traduzem lesão numa zona específica do cérebro responsável por determinada função).

O outro mecanismo é a trombose de seios venosos durais que leva a uma progressiva congestão venosa e a redução da reabsorção do líquido cefalorraquidiano, com consequente aumento na pressão intracraniana eventualmente causando hipertensão intracraniana (HIC). É provável que a HIC seja também causada pelo compromisso da barreira hematoencefálica que ocorre quando se dá uma TVC. Esta HIC, por condicionar o aporte sanguíneo aos tecidos, causa hipoxia e consequentemente isquemia neuronal.

Desta forma, as consequências de uma TVC variam em gravidade, desde diferentes graus de edema cerebral até hemorragias massivas e enfartes cerebrais bilaterais, o que conduz a uma grande variedade de apresentações clínicas, variando esta consoante o território e a veia ou seio venoso afetados e variando desde sintomas focais a generalizados.

Quanto à localização, a TVC ocorre habitualmente nos seios venosos e, entre seios venosos e veias, os mais acometidos são, do mais para o menos frequente, o seio sagital, o seio transverso e sigmoide, o seio reto, as veias corticais, o sistema venoso profundo, o seio cavernoso e as veias cerebelares. Em cerca de dois terços dos casos, ocorre TVC em mais do que um local.

Causas e fatores de risco

Vários fatores de risco que serão mencionados são correntemente enumerados em vários estudos, no entanto, o grau de certeza varia, dado que nem todos estão comprovados, e a sua frequente associação à TVC pode dever-se a outros fatores comuns coincidentes, como efeitos
secundários de terapêutica e outras iatrogenias.

É importante a identificação da etiologia ou fatores de risco da TVC para se poder prosseguir à prevenção secundária de recorrências. Fatores de risco ou etiológicos são, na maioria dos casos, identificados, porém, em até 30 a 40% dos casos uma etiologia única permanece desconhecida, e, segundo a ESO, em 13% dos casos não é identificado nenhum fator de risco.

A TVC é tipicamente multifatorial, pelo que, após a identificação de uma possível causa, não se deve deixar de avaliar outros fatores de risco. Em cerca de metade dos doentes são detetados múltiplos fatores de risco e estes potenciam-se mutuamente.

Geralmente, os fatores de risco para TVC estão associados à tríade de Virchow, influenciando um ou mais dos parâmetros que a constituem: estase sanguínea, lesão endotelial e hipercoaguabilidade. Os fatores de risco podem ser divididos, de forma mais simples, em locais e sistémicos, hereditários e adquiridos, entre outras divisões possíveis.

Na tabela seguinte estão listados vários dos fatores de risco atualmente conhecidos, alguns dos quais destaquei (com letra mais carregada) por serem situações relativamente comuns que quando conjugadas em simultâneo por fatores menos habituais ou raros aumentam o risco de acidente vascular cerebral venoso.

Trombofilias hereditáriasDéfice de antitrombina III
Défice de proteína C
Défice de proteína S
Fator V de Leiden
Mutação G20210A da protrombina (fator II)
Hiperhomocisteinemia
Trombofilias adquiridasSíndrome antifosfolipídica
Gravidez e Puerpério
Hemoglobinúria paroxística noturna
Trombose venosa profunda
Períodos pós-operatórios
Síndrome nefrótica
Policitemia
Desidratação
Anemia
Doenças sistémicasDoença de Behçet
Lúpus Eritematoso Sistémico
Doença Inflamatória Intestinal
Doença tiroideia
Sarcoidose
Doença do colagénio
Granulomatose de Wegener
Neoplasias malignasLeucemia e linfomas
Carcinoma sistémico
InfeçõesOtite
Mastoidite
Sinusite paranasal
Abcessos intracranianos
Meningites
Septicemias
Precipitantes mecânicosTraumatismo craniano
Lesão direta dos seios
Intervenções neurocirúrgicas
Punção lombar
Hipotensão intracraniana espontânea
FármacosContracetivo oral
Androgénio
Lítio
Imunoglobulina IV
Metilenodioximetanfetamina

Gravidez e puerpério

A gravidez e o puerpério, juntamente com as infeções, são as etiologias mais frequentes de TVC nos países em desenvolvimento, algo que determina diferenças epidemiológicas marcadas com os países desenvolvidos. Ambos são causas de estados protrombóticos transitórios através de diversas alterações nos mecanismos de coagulação, e, por isso, as mulheres nestes períodos estão em risco acrescido de eventos tromboembólicos venosos.

A maioria das TVC relacionadas com a gravidez ocorrem no terceiro trimestre ou durante o puerpério. Uma possível razão para o puerpério constituir um risco de TVC maior que a gravidez deve-se ao parto constituir um trauma, levar à diminuição do volume sanguíneo e ser um fator de risco para infeções, levando a um estado protrombótico mais acentuado. Pelas mesmas razões, o risco é particularmente maior quando é realizada cesariana.

Infeções

As infeções continuam a ser muitas vezes a causa de TVC, no entanto deixaram de ser a causa principal de TVC, em particular nos países desenvolvidos, desde a introdução dos antibióticos. Esta etiologia é mais frequente em crianças do que em adultos. Pensa-se que a infeção conduz à TVC por alterar a cascata de coagulação, levando a um estado de hipercoagulação. A trombose dos seios cavernoso e transverso são os mais frequentemente associados a infeções, como sinusite, otite e mastoidite, e quanto à etiologia da infeção, o Staphylococcus aureus é o agente patogénico mais frequentemente detetado. Outras etiologias infeciosas de TVC são: sinusite paranasal, abcessos intracranianos, abcessos dentários e meningites.

Fármacos

Vários fármacos estão associados à TVC, como a l-asparaginase, os corticosteroides, os inibidores da angiogénese e os tratamentos hormonais. Entre estes últimos, é de destacar o papel dos contracetivos hormonais combinados na TVC. O seu uso é um dos fatores de risco para TVC mais estudados e mais frequentemente detetados. Assim, este é dos fatores de risco ou etiológicos que estão associados à TVC com maior segurança e que maior efeito têm na epidemiologia da doença, justificando a maior incidência de TVC em mulheres em idade fértil.

O mecanismo exato pelo qual a contraceção oral combinada leva à TVC não é conhecido, no entanto sabe-se que afeta as concentrações de vários fatores da cascata de coagulação e pode induzir resistência à proteína C ativada. Nos doentes que sofreram uma TVC que tomam contracetivo oral combinado, é muito frequente ser detetada uma trombofilía hereditária associada, ou seja, os dois fatores de risco costumam estar associados, particularmente nos doentes com TVC com enfarte venoso associado. Isto sugere que o uso de contracetivo oral não seja o suficiente para causar enfarte venoso sem uma trombofilía hereditária associada.

Mulheres que tomem contracetivos orais combinados e sofram uma TVC devem ser alertadas para este fator de risco, aconselhadas a suspender a toma e a trocar para outro método contracetivo. Não existe um aumento do risco de TVC na utilização de contracetivos hormonais à base de progesterona.

Sintomas

A apresentação dos sintomas de TVC pode ter uma apresentação clínica aguda (menos de 2 dias), subaguda (2 dias a 1 mês) ou crónica (mais de 1 a 2 meses). A apresentação mais frequente é a subaguda, representando mais de metade dos casos. A TVC apresenta-se através de um amplo espectro de sinais e sintomas com um início muito variável, o que dificulta o diagnóstico e permite que esta seja confundida com outras
patologias. Devido à variação na apresentação clínica e à dificuldade que isso trás na identificação da patologia, o atraso médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico é de 7 dias.

Tendo em conta os dois mecanismos principais da fisiopatologia da TVC, os sintomas, podem estar relacionados com a HIC resultante da diminuição da drenagem venosa e consequente compressão de estruturas ou com a isquemia focal do cérebro, causada pelos processos de isquemia ou hemorragia que ocorrem na TVC, resultando em sintomas neurológicos focais. Geralmente, os sintomas e sinais mais frequentemente relatados em estudos de caso são os seguintes:

  • Cefaleia,
  • Diminuição de consciência ou coma,
  • Vómitos,
  • Sintomas neurológicos focais,
  • Crises epiléticas.

No quadro seguinte é descrito o conjunto de sintomas e sinais mais relevantes da Trombose Venosa Cerebral.

Sintomas devido a Hipertensão Intracraniana (HIC)Cefaleia
Náuseas, vómitos
Papiledema
Alteração do nível de consciência
Alterações da visão: visão turva, diplopia
Sinais neurológicos focaisParalisia de pares
cranianos (oftalmoplegia e
alterações da visão)
Défices sensitivos
Défices motores
Crise epilética
Encefalopatia
Disfasia (perturbação da linguagem, associada a uma lesão cerebral, que consiste na má coordenação das palavras)

Sintomas de hipertensão intracranial

A cefaleia é o sintoma mais frequente, geralmente severa, de início frequentemente súbito e com progressiva severidade, e está em geral relacionada com a HIC. Ocorre em cerca de 70 a 90% dos casos, podendo ser o único sintoma de TVC. A cefaleia, quando causada pela HIC, pode piorar com manobras de Valsalva e com o decúbito.

Sinais de alarme na apresentação de cefaleia, como cefaleia de início recente, primeira cefaleia intensa, a “pior” cefaleia da vida, dor que perturba o sono ou que se apresenta logo ao despertar, são alguns dos sintomas que podem estar associados a uma TVC e para os quais se deve estar particularmente atento.

Papiledema é outro sinal que pode advir da HIC que ocorre frequentemente e pode causar diplopia, visão turva, entre outras alterações da visão. Náuseas e vómitos ocorrem também associados à HIC, assim como diminuição da consciência.

Sintomas de cefaleia que sugerem um distúrbio subjacente grave
Cefaleia de início recente
Primeira cefaleia intensa
A “pior” cefaleia da vida
Vómitos precedem a cefaleia
Piora subaguda ao longo de dias ou semanas
Dor induzida por encurvamento, por elevação do corpo ou por tosse
Dor que perturba o sono ou se apresenta logo após o despertar
Doença sistémica conhecida
Início após os 55 anos de idade
Febre ou sinais sistémicos inexplicados
Exame neurológico anormal
Dor associada à hipersensibilidade local, p. ex., a região da artéria temporal
Fonte: Harrison Quadro 21.2 pág. 572

Tratamento agudo

Os objetivos do tratamento da TVC com a utilização de anticoagulação são: facilitar recanalização; prevenir o crescimento do trombo e a sua propagação, prevenindo trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP); tratamento do estado protrombótico subjacente, prevenindo recidivas; e tratamento sintomático. O tratamento com anticoagulação, em doentes sem contraindicação, deve ser iniciado mal o
diagnóstico de TVC esteja estabelecido.

Atualmente o tratamento durante a fase aguda é feito com heparina não fracionada (HNF) ou heparina de baixo peso molecular (HBPM), com objetivo de atingir valores de tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) de pelo menos o dobro do valor inicial (3,7,9) ou entre 60-80 segundos.

Não existem dados que determinem diferenças significativas no prognóstico entre o uso de HNF e HBPM, embora hajam estudos que relatem incidências ligeiramente menores de TVP e EP e mortalidade menor no uso de HBPM, sem, no entanto, atingirem relevância estatística.

Para os doentes que não tenham contraindicação para o uso de HBPM, como insuficiência renal, esta está recomentada devido à sua farmacocinética mais previsível que a da HNF e ao maior controlo que isto permite sobre o International Normalized Ratio (INR).
Existe alguma controvérsia na administração de anticoagulação na TVC porque esta pode coexistir com transformação hemorrágica e hemorragia intracerebral, que podem agravar com a anticoagulação.

No entanto, estas complicações à apresentação da TVC são
associadas a um mau prognóstico, independentemente do uso de anticoagulação, e o seu uso é considerado como uma opção segura e preferível tendo em conta a relação risco benefício. Sendo assim, está indicado o uso de heparina para tratamento da TVC em doses terapêuticas, inclusive nos doentes com hemorragia cerebral ou HIC, devendo haver no entanto uma avaliação do risco-benefício de cada caso.

Após a fase aguda e a estabilização do doentes, deve ser feita a transição para anticoagulação oral, habitualmente feita com varfarina. A utilização dos novos anticoagulantes orais não é atualmente recomendada para tratamento da TVC, especialmente durante a fase aguda. Contudo, são necessários ensaios clínicos que testem a sua utilidade no tratamento da TVC.

Aspirina, corticoides e outros fármacos

Quanto a outros fármacos que se pensou poderem ser úteis na TVC, como por exemplo, a aspirina, a sua utilidade no tratamento da TVC atualmente não está estudada. Os corticoides não devem ser utilizados por norma nos doentes com TVC aguda por não melhorarem mortalidade nem morbilidade, no entanto, podem ser administrados em doentes com TVC aguda que seja causada por doenças inflamatórias, como a doença de Behçet e o lúpus eritematoso sistémico.

Para o tratamento da HIC causada por TVC aguda, pode-se administrar diuréticos osmóticos, como o manitol. Pode-se utilizar a acetazolamida (inibidora da anidrase carbónica) mas apenas se a HIC causar cefaleias severas e possível perda de visão, caso contrário não deve ser
administrada por norma em todos os doentes com TVC. Em casos de deterioração neurológica progressiva devido a HIC ou herniação cerebral, pode ser considerada a realização de hemicraniectomia descompressiva ou ventriculostomia.

Deve ser feito o tratamento sintomático com antiepiléticos, analgésicos, antibióticos, entre outros, conforme necessário. O tratamento em grupos com características específicas como as crianças e as grávidas têm características epidemiológicas distintas e têm recomendações específicas tanto quanto ao diagnóstico como ao tratamento.

Concluindo

A trombose venosa cerebral é uma doença rara mas a sua incidência parece estar a aumentar. A vacinação em massa contra a Covid-19, expôs uma realidade até agora pouco conhecida que não estabelecia uma ligação entre a vacinação e o aumento de risco de trombose venosa cerebral. No entanto os diversos casos estranhos de pessoas que desenvolveram tromboses graves, algumas fatais, pouco depois de serem vacinadas, alertou as agências do medicamento Europeia (EMA) e Norte Americana (FDA) de tal forma que foram temporariamente suspensas as vacinas da Astrazeneca (suspensa pela EMA) e da Johnson&Johnson (suspensa pela FDA), para completa e atualizada avaliação de segurança. Parece agora claro que existe de facto uma ligação desconhecida entre os casos de trombose e a vacinação Covid.

Assim apesar da relação benefício/risco perecer ser positiva para o lado da vacina, obviamente ninguém está livre de ter este “azar” pelo que fique atento aos sintomas após vacinação e peça apoio médico imediato em caso de dor de cabeça forte ou persistente, dor no abdómen, dor no tórax e dor na barriga da perna.

Referências

VACINA JANSSEN E JOHNSON SUSPENSA POR COÁGULOS E TROMBOSE

Nos EUA a aplicação da vacina Janssen e da Johnson & Johnson contra a Covid-19 foi suspensa na terça-feira, dia 13 de Abril de 2021, depois das agências federais de saúde CDC e FDA em comunicado conjunto, pedirem uma pausa no uso da vacina enquanto examinavam um raro distúrbio de coagulação do sangue que surgiu em seis mulheres após serem vacinadas com essa vacina.

As seis mulheres com idades entre 18 e 48 anos, desenvolveram a doença uma a três semanas após a vacinação. Uma mulher morreu na Virgínia e uma segunda mulher em Nebraska foi hospitalizada em estado crítico.

Mais de sete milhões de pessoas nos Estados Unidos receberam a vacina Janssen da Johnson & Johnson até agora, e outros 10 milhões de doses foram enviadas para os estados, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O Dr. Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Produtos Biológicos da Food and Drug Administration (FDA) e a Dra. Anne Schuchat, principal vice-diretora do CDC, disseram em comunicado conjunto o seguinte:

“Estamos a recomendar uma pausa no uso desta vacina por muita cautela, no momento, esses eventos adversos parecem ser extremamente raros”.

Especialistas do governo estão preocupados com o facto de os médicos não serem treinados para detetar ou tratar o distúrbio raro, caso os recetores da vacina desenvolvam sintomas. O Dr. Marks disse que um tratamento padrão para coágulos sanguíneos, como o uso de uma droga anticoagulante chamada heparina, “pode realmente causar um dano tremendo, ou o resultado pode ser fatal”.

Sinal pode ser dor de cabeça após 6 dias

O CDC e a FDA recomendaram que as pessoas que receberam a vacina Johnson & Johnson no último mês contatassem os seus médicos se sentirem fortes dores de cabeça, dor abdominal, dor nas pernas ou falta de ar. As autoridades disseram que o sintoma mais comum do distúrbio é uma dor de cabeça persistente, moderada a intensa, que começa seis dias ou mais tarde após a injeção da vacina.

Coágulos estranhos no cérebro

Só nos Estados Unidos, 300.000 a 600.000 pessoas por ano desenvolvem coágulos sanguíneos, de acordo com dados do CDC. Mas os seis casos que levaram à pausa envolveram uma rara combinação de sintomas.

Trombose do seio venoso cerebral

Os coágulos ocorreram no cérebro, em uma condição conhecida como trombose do seio venoso cerebral. Os coágulos foram acompanhados por baixos níveis de plaquetas, um componente do sangue que ajuda a formar coágulos que normalmente ajudam a curar feridas.

Todas as mulheres desenvolveram a doença no espaço de tempo de uma a três semanas após a vacinação, com um tempo médio de nove dias. A mulher hospitalizada em Nebraska tem quase 40 anos e desenvolveu coágulos sanguíneos duas semanas após a injeção.

A mulher da Virgínia, de 45 anos, desenvolveu sintomas seis dias depois de ser vacinada no início de março e morreu seis dias depois, disseram autoridades de saúde. Eles disseram que a atenção do público já está gerando uma enxurrada de novos relatórios de possíveis casos às autoridades federais.

Vacina Janssen Johnson e Astrazeneca

As preocupações com a vacina Janssen Johnson & Johnson refletem as mesmas ocorridas com a vacina da AstraZeneca que utilizam o mesmo mecanismo, ou seja vacinas de DNA vetor viral não replicante. Os reguladores europeus começaram a investigar essa vacina no mês passado, depois que alguns recetores desenvolveram coágulos sanguíneos e baixa contagem de plaquetas, como os recetores da Johnson & Johnson.

De 34 milhões de pessoas que receberam injeções de AstraZeneca na Grã-Bretanha, na União Europeia e em três outros países, 222 tiveram coágulos sanguíneos associados a um baixo nível de plaquetas. A maioria desses casos envolveu mulheres com menos de 60 anos.

Especulação sobre a causa dos coágulos

Tanto a Johnson & Johnson quanto a AstraZeneca usam adenovírus para transportar DNA para as células humanas para iniciar o processo de geração de imunidade ao coronavírus. Ainda não se sabe se essa tecnologia compartilhada causa coagulação em casos raros.

Os pesquisadores especularam que o DNA transportado pelos adenovírus pode desencadear a reação imunológica em algumas pessoas. A condição pode ser muito rara porque as pessoas devem ter alguma característica, ainda desconhecida, que as predispõe a esse mau funcionamento.

O primeiro caso foi investigado pela EMA!

O primeiro sinal público de preocupação com a vacina da Johnson & Johnson veio em 9 de abril, quando a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou que estava a investigar relatos de quatro casos de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam a vacina nos Estados Unidos. Um caso ocorreu no ensaio clínico que ocorreu antes da autorização da vacina. Três ocorreram no lançamento da vacina. Um deles foi fatal, disse a agência. Os reguladores disseram que o conjunto de casos exigia investigação, mas que não estava claro se a culpa era da vacina.

Referências

AUTOTESTES COVID 19 QUAL O MELHOR TODA A VERDADE!

Autotestes covid 19 ou testes rápidos de antigénio nasais ou TRAg (N) qual o melhor? Em comunicado tornado público pelo INFARMED em 19/03/2021, no contexto da atual situação epidemiológica provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 e pela doença COVID-19, o Ministério da Saúde tem vindo a adotar e implementar medidas com vista à prevenção, contenção e mitigação da transmissão do SARS-CoV-2 e da referida doença, declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde, a 11 de março de 2020.

Neste sentido, a Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2 foi formalizada através da Norma nº 019/2020 da Direção-Geral da Saúde, a qual é adaptável à situação epidemiológica da COVID-19 a nível regional e local, bem como aos recursos disponíveis.

De acordo com o enunciado da referida Norma, os testes para deteção de SARS-CoV-2 são utilizados para fins de diagnóstico da COVID-19, em doentes com suspeita de infeção e em contactos com caso confirmado, e para fins de rastreio em populações vulneráveis, nas Unidades de Saúde e em contextos comunitários e ocupacionais, em pessoas sem evidência ou suspeita de infeção. Terão um papel relevante se novas variantes se tornarem prevalentes e mais infeciosas.

Testes de deteção de componentes do vírus

Ainda, é determinado que o diagnóstico e o rastreio de infeção por SARS-CoV-2 deve ser realizado exclusivamente por testes de deteção de componentes do vírus, existindo para esse efeito os seguintes tipos de teste:

  • Testes de amplificação de ácidos nucleicos (como por exemplo o RT-PCR) que detetam o RNA do vírus;
  • Testes rápidos de antigénio (TRAg) que detetam proteínas do vírus, que reagem com os anticorpos presentes na placa do teste rápido. Os autotestes (para fazer em casa) enquadram-se nesta categoria.

Anteriormente, os TRAg disponíveis no mercado europeu para este fim eram destinados apenas para uso profissional. Inicialmente estes testes apenas previam a sua realização em amostras do trato respiratório (superior e/ou inferior) nomeadamente exsudados nasofaríngeos e/ou orofaríngeos. No entanto, mais recentemente têm vindo a ser disponibilizados TRAg validados para utilização com amostras colhidas por métodos menos invasivos, nomeadamente, amostras da área nasal interna (fossas nasais).

Uma vez que um dos fatores facilitadores da utilização dos TRAg por leigos, nomeadamente autotestes, é a simplificação do processo de colheita, a possibilidade de uma colheita menos invasiva, que dispense a intervenção de profissionais habilitados, permite e favorece a realização do teste pelo próprio.

Deste modo, a viabilidade da Auto colheita, aliada ao formato de teste rápido que é caracterizado por uma baixa complexidade de execução técnica, o que permite o seu uso fora de um ambiente laboratorial, veio possibilitar a realização de autotestes para a deteção de antigénio de SARS-CoV-2 (autoteste SARS-CoV-2).

Os autotestes covid 19 SARS-CoV-2 constituirão assim um instrumento adicional de reforço da resposta nacional de combate à COVID-19, e também acompanhando a vacinação já em curso.

Lista de autotestes covid aprovada

A lista pública de autotestes covid 19 aprovados pelo INFARMED e portanto que podem ser vendidos em farmácias para fazer em casa é ainda muito curta. De seguida descrevo a última lista publicada pelo INFARMED.

Desta forma, e de acordo com o previsto no artigo 2.º da Portaria nº 56/2021, de 12 de março, a presente circular visa estabelecer os critérios de inclusão no regime excecional para a utilização de testes rápidos de antigénio de uso profissional por leigos, bem como orientar a operacionalização da sua utilização e da comunicação de resultados às Autoridades de Saúde.

Consulte na Circular (em anexo):

1. Requisitos gerais dos autotestes SARS-CoV-2
2. Limitações dos autotestes SARS-CoV-2
3. Regime excecional (Lista de TRAg incluídos no regime excecional)
4. Operacionalização da utilização e reporte de resultados dos autotestes SARS-CoV-2

A circular ora publicada refere os requisitos que os testes rápidos de antigénio SARS-CoV-2 devem cumprir de forma a serem submetidos e autorizados pelo Infarmed para utilização como autoteste.
Uma vez aprovados estes testes para efeitos de dispensa e utilização pelos utentes, a respetiva lista será publicada, actualizada periodicamente e disponibilizada no site do Infarmed.

Autotestes Covid 19 qual o melhor?

Escolher o melhor autoteste (para fazer em casa), entre os diversos que vão fazer parte da lista aprovada pelo INFARMED não é uma tarefa fácil pois dos requisitos mínimos fazem parte inúmeros pressupostos legais conforme listagem que descrevo de seguida e que um teste de comprovada qualidade tem de cumprir, a saber:

  • Descrição do dispositivo, sendo que o teste deverá incluir obrigatoriamente todos os componentes necessários para a colheita, nomeadamente zaragatoa, e para a execução do teste;
  • Identificação de CDM (Código de Dispositivo Médico);
  • Marcação CE para o uso profissional, de acordo com a DIR 98/79/CE, e apresentação da respetiva Declaração CE de conformidade;
  • Evidência de validação por parte de um laboratório europeu reconhecido pelo respetivo Estado Membro, ou acreditado para os métodos em questão;
  • Dados de desempenho para amostras nasais, devendo o teste apresentar pelo menos uma sensibilidade igual ou superior a 80% e uma especificidade igual ou superior a 97%, de acordo com a informação do fabricante, sendo o método de comparação a considerar para o efeito o RT-PCR em amostras nasofaríngeas ou orofaríngeas (método de referência);
  • Para a determinação da sensibilidade terá de ser considerada uma amostra mínima de 100 amostras positivas. Estas amostras devem apresentar uma distribuição equilibrada e variada nas diferentes gamas de Cts (Cycle Threshold) (10 < Cts < 33);
  • Para a determinação da especificidade terá de ser considerada uma amostra mínima de 100 amostras negativas;
  • Os valores de sensibilidade terão de ser apresentados em correlação com os valores de Ct tomando como referência o resultado obtido em amostras paralelas por RT-PCR.
  • Declaração relativa à capacidade do teste de detetar as variantes genéticas conhecidas do SARS-CoV-2, bem como o compromisso por parte do fabricante de continuamente avaliar o impacto que novas variantes genéticas possam ter no seu dispositivo, de forma a assegurar o desempenho do teste, e garantir que este continua a cumprir os requisitos para a finalidade que lhe foi atribuída.
  • Exemplar de instruções de utilização em português, e adaptadas ao autoteste, com ilustração do processo de colheita e de execução do teste, incluindo a seguinte informação: método de eliminação de resíduos, informação sobre ações a adotar perante o resultado obtido, e procedimento de comunicação dos resultados;
  • Exemplar de rotulagem e instruções de utilização que incluam a seguinte menção: “Autoteste COVID-19 – Regime Excecional”;
  • Apresentação comercial adaptada à utilização em contexto de autoteste;
  • Demonstração do cumprimento dos pontos críticos da norma EN 62366-1:2015 – Dispositivos médicos – Parte 1: Aplicação de engenharia de aptidão à utilização dos dispositivos, incluindo a análise de risco atualizada, identificando os riscos resultantes da utilização do teste como autoteste;
  • Cumprimento dos requisitos listados no ponto 7 do anexo I da DIR 98/79/CE;
  • Comprovativo de autorização para a utilização do teste, como autoteste, atribuída por outros Estados Membros, se aplicável.

Sensibilidade e especificidade

A sensibilidade mede a capacidade de detetar quantidades muito pequenas de componentes do vírus. Assim quanto mais pequena for a quantidade detetável mais sensível é o teste.

A especificidade mede a capacidade de detetar os componentes de um determinado vírus sem ser afetada, por exemplo, pela presença de outros vírus, bactérias ou outras substâncias presentes na amostra ou seja a capacidade de detetar o vírus numa amostra “contaminada” com outros microorganismos ou moléculas diferentes.

O padrão de comparação para determinação do grau de sensibilidade e especificidade são os testes PCR que detetam o RNA do SARS-CoV-2 por serem os testes moleculares mais sensíveis e específicos.

De seguida descrevo em detalhe a informação específica de um teste de excelente qualidade inteiramente produzido em Portugal e que tenho quase a certeza que será aprovado pelo INFARMED.

Utilização pretendida

O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) ou TRAg (N) é um teste de fluxo lateral que se destina à deteção qualitativa de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em esfregaço nasal diretos de indivíduos com suspeita de COVID-19.

O kit destina-se a utilização profissional se for de amostra nasofaríngea ou como autoteste covid se for de amostra nasal anterior interna ou seja na cavidade nasal mais próxima da entrada do nariz, utilizando uma zaragatoa mais curta e espessa.

Os resultados destinam-se à identificação de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2. Os antigénios são geralmente detetáveis em esfregaços nasal/nasofaríngeos/orofaríngeos durante a fase aguda da infeção.

Os resultados positivos indicam a presença de antigénios virais, mas é necessária correlação clínica com os antecedentes do doente e são necessárias outras informações de diagnóstico para determinar o estado da infeção. Resultados positivos não excluem infeção bacteriana ou coinfecção com outros vírus. O agente detetado pode não ser a causa
definitiva da doença.

Resultados negativos de doentes com início de sintomas há mais de sete dias devem ser tratados como presumíveis e poderá realizar-se uma confirmação com um teste molecular, se necessário para a gestão do doente. Resultados negativos não excluem infeção por SARS-CoV-2 e não devem ser utilizados como a única base para decisões de gestão e tratamento de doentes, incluindo decisões de controlo de infeções.

Os resultados negativos devem ser considerados no contexto das exposições recentes do doente, antecedentes e presença de sintomas e sinais clínicos compatíveis com a COVID-19.

Introdução

O novo coronavírus pertence ao género β. A COVID-19 é uma doença infeciosa respiratória aguda. As pessoas são normalmente suscetíveis. Atualmente, os doentes infetados com o novo coronavírus são o principal foco de infeção; as pessoas infetadas assintomáticas também podem ser um foco de infeção. Com base na investigação epidemiológica atual, o período de incubação é de 1 a 14 dias, sobretudo 3 a 7 dias. As
principais manifestações incluem febre, fadiga e tosse seca. Em alguns casos, foram observados congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta, mialgia e diarreia

Como funciona

Este produto utiliza imunocromatografia com ouro coloidal de captura para detetar qualitativamente antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em amostras humanas de esfregaços nasais. São utilizados anticorpos e anticorpos IgY de galinha marcados com ouro coloidal. O complexo ouro coloidal-anticorpo do SARS-CoV-2 e o
complexo ouro coloidal-anticorpo IgY de galinha são revestidos na almofada conjugada.

Autotestes covid 19

A linha de teste é revestida com anticorpo do SARS-CoV-2 e a linha de controlo (C) é revestida com anticorpo IgY de cabra anti-galinha. Se o antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 estiver presente na amostra, o antigénio do SARS-CoV-2 e o anticorpo marcado com ouro coloidal formam um complexo. Sob a ação da cromatografia, o complexo avança ao longo da tira e, quando chega à linha de teste (T),
reage com o anticorpo do SARS-CoV-2 pré-revestido para formar um imunocomplexo e surge uma linha vermelha, sendo neste caso um teste positivo ao SARS-CoV-2.

O anticorpo IgY de galinha marcado com ouro coloidal combinado com o anticorpo IgY de cabra anti-galinha revela uma linha vermelha na linha de controlo (C). A linha de controlo (C) deve exibir uma linha ao testar amostras. A linha vermelha exibida na linha de controlo (C) é o padrão para avaliar se o processo de cromatografia decorreu corretamente e serve também como referencial de controlo interno para reagentes.

Componentes

O kit completo individual para a realização o teste com sucesso necessita de diversos componentes para assegurar a sua eficácia. A cassete de Teste ou placa reativa onde vai ser colocada a amostra recolhida é constituída por três componentes essenciais, a saber:

  • Linha de teste (T): revestida com anticorpos SARS-CoV- 2;
  • Linha de controle (C): revestida com anticorpo IgY anti-galinha de cabra;
  • Almofada conjugada: revestida com complexo SARSCoV-2-ouro coloidal e complexo anticorpos IgY de galinha-ouro coloidal.

Para a extração da amostra e realização do teste é ainda necessário:

  • Tubos de extração
  • Reagentes de extração
  • Bolsas de sílica
  • Zaragatoa

Conservação e prazo de validade

O teste deve ser conservado a temperatura entre os 2°C e os 30°C. Não deve congelar o teste. Recomenda-se a utilização da cassete de teste no espaço de 30 minutos após a abertura da embalagem. Deve sempre consultar as embalagens para verificar o prazo de validade do kit.

Colheita de amostras e preparação

  • O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) é um imunoensaio de fluxo lateral rápido para deteção qualitativa e diagnóstico do SARS-CoV-2 diretamente de esfregaços nasais sem meio de transporte viral;
  • Faça a colheita do esfregaço nasal de acordo com as diretrizes de colheita clínica de amostras de testes laboratoriais. Evite a contaminação durante a colheita, a transferência e a conservação das amostras;
  • Para fazer a colheita da amostra de esfregaço nasal, insira cuidadosamente a zaragatoa na narina que apresente o corrimento mais visível, ou na narina mais congestionadas se o corrimento não for visível. Rodando suavemente, empurre a zaragatoa até haver resistência nos cornetos. Rode a zaragatoa 5 vezes contra a parede nasal por forma a recolher o máximo de células e muco possível. Repita este processo para a outra narina usando a mesma zaragatoa a fim de obter amostra de ambas as narinas.

Conservação de amostras

Para o melhor desempenho, os esfregaços nasais devem ser testados o mais breve possível após a colheita. Se a testagem imediata não for possível, e para manter o melhor desempenho e evitar uma possível contaminação, é altamente recomendado que a zaragatoa nasal seja colocada num tubo de plástico limpo e não usado, identificado com a informação do doente, preservando a integridade da amostra e
firmemente fechado a temperatura ambiente (15-30°C) durante até (1) hora antes da testagem. Assegure-se de que a zaragatoa nasal encaixa no tubo de forma segura e que a tampa está firmemente fechada. Se ocorrer um atraso superior a 1 hora, elimine a amostra. É necessário fazer a colheita de uma nova amostra para testagem

Extração da amostra

  • Insira o tubo de extração no suporte de tubos de ensaio;
  • Retire a tampa do reagente de extração, distribua todo o reagente pelo tubo de extração;
  • Insira a zaragatoa no tubo de extração que contém o reagente de extração;
  • Rode a zaragatoa pelo menos 6 vezes enquanto pressiona a parte de cima contra o fundo e os lados do tubo de extração;
  • Coloque a zaragatoa no tubo de extração durante 1 minuto;
  • A solução extraída será utilizada como amostra de teste.
Autotestes covid 19

Procedimento de teste

  • Leia cuidadosamente as instruções de utilização antes de realizar o teste;
  • Retire os kits 30 minutos antes do teste, assegure-se de que os testes e as amostras estão à temperatura ambiente;
  • Coloque as cassetes de teste numa superfície plana e limpa; adicione 2 gotas de amostras extraídas desconhecidas ao orifício de amostra (S);
  • Leia e registe os resultados após 10 minutos (Não mais do que 20 minutos). Podem ocorrer resultados anormais após 20 minutos.
Autotestes covid 19

Interpretação de resultados

Positivo (+):
A presença de duas linhas vermelhas, linha teste (T) e linha controlo (C), indica a presença de antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 na amostra.

Negativo (-):
Aparece uma linha vermelha na região de controlo (C). Nenhuma linha vermelha aparece na região teste (T). Indica a ausência de antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 na amostra.

Inválido:
A linha vermelha de controlo (C) não aparece. Um resultado inválido pode ser devido a procedimento incorreto ou a perda de eficácia do teste. Reveja todo o procedimento e repita o teste com uma nova cassete. Se o problema persistir, não utilize produtos do mesmo número de lote e contacte o distribuidor local ou o laboratório.

Autotestes covid 19

Desempenho


Reatividade cruzada
Não foram observados resultados falsos positivos no teste SARS-CoV-2 em amostras dos seguintes estados patológicos ou condições específicas, que vou listar na tabela seguinte:

Vírus/bactériaResultado
Coronavirus Humano HKU1Negativo
Coronavirus Humano OC43Negativo
Coronavirus Humano NL63Negativo
Coronavirus Humano 229ENegativo
Influenza Virus H1N1 novo tipo (2009)Negativo
Virus influenza sazonal H1N1Negativo
H3N2Negativo
H5N1Negativo
H7N9Negativo
Yamagata para amostras positivas de influenza BNegativo
Amostras positivas Victoria Influenza BNegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group ANegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group BNegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group CNegativo
Amostras positivas vírus Humano cytomegalovirusNegativo
Amostras positivas NorovirusNegativo
Amostras positivas Virusa da PapeiraNegativo
Amostras positivas Varicella-zosterNegativo
Virus sincicial Respiratorio (RSV)Negativo
Virus Epstein-BarrNegativo
Adenovirus(ADV) tipo 1Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 2Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 3Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 4Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 5Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 6Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 7Negativo
HRVNegativo
Enterovirus grupo ANegativo
Enterovirus grupo BNegativo
Enterovirus grupo CNegativo
Enterovirus grupo DNegativo
MAENegativo
Mycoplasma pneumoniaeNegativo
Candida albicansNegativo
Amostra NormalNegativo
HAVNegativo
HBVNegativo
HCVNegativo
HEVNegativo
HIVNegativo
TBNegativo
DengueNegativo
Helicobacter pyloriNegativo
MERSNegativo
Fonte: PANTEST SA|FOLHETO INFORMATIVO Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) nasal, Certificado nº143/DM/2017/V02/2018


Estudos de substâncias de interferência


Na análise da qualidade dos resultados não houve interferência para as substâncias potencialmente interferentes que descrevo na tabela seguinte:

SubstânciasConcentraçãoResultados
Sangue60 mg/mL
Mucina2,5 mg/mL
Zanamivir5,25 mg/mL
Ribavirina5 mg/ml
Oseltamivir7,5 mg/ml
Levofloxacina3 mg/L
Azitromicina1,35 mg/ml
Tobramicina1,8 mg/L
Acetonida de Triancinolona25 µg/mL
Budesonida16,7 µg/mL
Fluticasona1 mg/ml
Beclometasona10 mg/ml
Dexametasona375 µg/mL
Furoato de Mometasona41.7 µg/mL
Soro fisiológico1 mg/ml
Oximetazolina15% v/v
Fonte: PANTEST SA|FOLHETO INFORMATIVO Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) nasal, Certificado nº143/DM/2017/V02/2018


Limite de deteção (desempenho analítico)


O limite de detecção (LD) ou LOD do teste rápido Teste Rápido do Coronavírus Antigénio (nasal) ou TRAg (N), foi determinado pela avaliação de diferentes concentrações do vírus SARS-CoV-2 inativado. As amostras presumivelmente negativas foram eluídas em tampão e completamente misturadas para serem usadas como diluente clínico. O vírus SARS-CoV-2 inativado foi diluído neste pool de matriz de esfregaço para gerar diluições de vírus para teste.

Amostras de esfregaços artificiais foram preparadas absorvendo 20 microlitros de cada diluição de vírus no esfregaço. As amostras de zaragatoas artificiais foram testadas de acordo com o procedimento de teste. O LOD foi determinado como a concentração de vírus mais baixa que foi detetada ≥ 95% do tempo (isto é, concentração em que pelo
menos 19 de 20 réplicas testaram positivo). O LD confirmado do Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) foi de 1,6×102 TCID50/ml.


Desempenho clínico


O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) foi avaliado com amostras obtidas de pacientes. Foi utilizado um teste molecular (PCR) comercializado como método de referência. Os resultados mostram que o Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) tem uma precisão relativa global alta. Com base nos resultados da avaliação clínica, foram apurados os seguintes desempenhos clínicos:

Fator avaliadoResultado
Sensibilidade95,7%
Especificidade99,1%
Taxa de precisão97,9%

Os resultados absolutos da comparação de resultados entre o TRAg (N) e o teste PCR, foram os seguintes:

Teste Rápido do Coronavírus Ag (N)PCR PositivoPCR NegativoPCR Total% certa
Positivo110211298,2%
Negativo520921497,7%
Total115211326

Limitações da tecnologia

  1. O conteúdo deste kit destina-se a ser utilizado para a deteção qualitativa de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em esfregaços nasais.
  2. Pode ocorrer um resultado negativo se o nível de antigénios numa amostra estiver abaixo do limite de deteção do teste ou se a amostra tiver sido colhida ou transportada incorretamente.
  3. O incumprimento do Procedimento de Testagem pode afetar negativamente o desempenho do teste e/ou invalidar o resultado do teste.
  4. Os resultados do teste têm de ser avaliados em conjunto com outros dados clínicos disponibilizados ao médico.
  5. Podem ocorrer resultados falsos negativos se uma amostra for colhida, transportada ou manuseada incorretamente.
  6. Podem ocorrer resultados falsos se as amostras forem testadas 1 hora após acolheita. As amostras devem ser testadas o mais rapidamente possível após a colheita.
  7. Podem ocorrer resultados falsos negativos se for utilizado um reagente de extração inadequado.
  8. Podem ocorrer resultados falsos negativos se as zaragatoas forem conservadas nos seus invólucros de papel após a colheita das amostras.
  9. Resultados positivos não excluem coinfecções com outros patógenos.
  10. Os testes negativos não se destinam a incluir outras infeções bacterianas ou virais não-SARS.
  11. Resultados negativos de doentes com início de sintomas para além de sete dias devem ser tratados como presumíveis e poderá realizar-se uma confirmação com um teste molecular, se necessário para o tratamento do doente.
  12. Se for necessária a diferenciação de vírus e estirpes SARS específicos, terão de ser feitos testes adicionais, em concertação com os órgãos de saúde pública locais ou nacionais.

Precauções

  1. O produto destina-se apenas a diagnóstico in vitro. O resultado do teste não deve ser utilizado como o único índice para avaliar a condição do doente, e a manifestação clínica do doente e outros testes laboratoriais devem ser combinados para que se realize uma análise abrangente da situação.
  2. É necessário inspecionar a embalagem e a selagem do produto, bem como o prazo de validade, antes de realizar o teste.
  3. O teste deve ser realizado o mais depressa possível. A exposição prolongada do teste ao ar e à humidade irá causar resultados inválidos.
  4. A sobrecarga de amostras pode originar resultados inesperados, tais como falsos positivos.
  5. A precisão do teste pode ser afetada pela temperatura ambiente (<10°C ou >40°C) e pela humidade relativa (>80%)

Testes disponíveis para SARS-CoV-2

Como a pandemia COVID-19 é causada por um novo coronavírus, profissionais começaram a diagnosticar esta doença com base nas características clínicas e achados laboratoriais ao invés de métodos moleculares. No entanto, após o isolamento do RNA viral, vários laboratórios criaram testes de maior precisão para o diagnóstico da SARS-CoV2-2. Os testes laboratoriais atualmente disponíveis para o vírus são os seguintes:

  • Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa (RT PCR) em Tempo Real;
  • Testes de deteção de antígeno;
  • Testes sorológicos, com diferentes aplicações em momentos diferentes durante o curso da infeção.

RT-PCR em tempo real

A RT-PCR em tempo real é considerada o padrão ouro e testa a presença de RNA viral, principalmente utilizando amostras a partir de esfregaços da nasofaringe. No entanto, amostras de escarro, lavagem bronco alveolar, orofaringe e fezes também estão a ser testadas quanto à presença viral.

É denominada transcrição reversa porque transcreve o RNA de volta a DNA para aumentar a sua estabilidade. A OMS criou o primeiro protocolo em janeiro de 2020, com base em um protocolo de três etapas proposto por Corman e cols. para a deteção de SARS-CoV-2 por RT-PCR em tempo real.

Identificação do gene E, gene RdRP e gene N

A primeira etapa identifica o gene E (proteína de pequeno envelope) com um limite de deteção (LOD = menor concentração viral detetada) de 5,2 cópias de RNA/reação e um intervalo de confiança (IC) de 95% de 3,7-9,6. Em seguida, é realizado um ensaio confirmatório para detectar o gene RdRP (RNA-polimerase dependente de RNA) com um LOD de 3,8 cópias de RNA/reação e IC de 95% de 2,7-7,6 e gene N com um LOD de 8,3 cópias de RNA/reação e IC de 95% de 6,1-16,3.

O gene N (fosfoproteína nucleocapsídica) é usado como confirmação, pois é uma região altamente conservada nos coronavírus e provavelmente fornece resultados consistentes. O CDC nos Estados Unidos desenvolveu um kit que contém uma sonda de PCR de uma etapa para duas regiões do gene da fosfoproteína nucleocapsídica viral (N1 e N2) e para o gene da RNase P humana, para garantir que a extração de RNA seja bem-sucedida, diferindo do primeiro protocolo da OMS.

Chu e col. propuseram um outro fluxo de trabalho, que consiste no rastreio das amostras para o gene N, usando o gene ORF1b como confirmação. Se o último for negativo, o estudo é inconclusivo, e mais estudos sorológicos ou de sequenciamento de RNA deveriam ser realizados. Todos os ensaios têm uma alta sensibilidade e especificidade para a SARS-CoV-2, necessitando de um baixo limite de ciclos para um resultado positivo, e reatividade cruzada mínima com outros tipos de coronavírus.

Embora a RT-PCR tenha demonstrado detectar a presença viral em limiares baixos, é cedo no curso da doença para determinar a real sensibilidade do teste no COVID-19. Os resultados do ensaio podem sofrer alterações de acordo com a maneira como a amostra é tratada, o local em que a amostra foi colhida e o momento do teste. Isso pode significar que nem todos os pacientes negativos estão realmente livres de doenças.

Falsos negativos

Alguns estudos relataram casos de pacientes com resultado inicial negativo de PCR de uma amostra nasofaríngea, que mais tarde desenvolveram sintomas e depois testaram positivo em amostras de lavado broncoalveolar. Esta taxa de falsos negativos em fases iniciais é preocupante no rastreio da doença, e pode resultar em falha no isolamento tempestivo de pacientes. Além disso, a PCR pode ser positiva em saliva e swab nasofaríngeo nos primeiros 14 dias da doença e, em seguida, torna-se negativa, enquanto a PCR fecal pode detetar o vírus mais tarde e continuar positiva por períodos mais longos. Portanto, testes periódicos de diferentes amostras podem ajudar a aumentar a sensibilidade e a reduzir a taxa de falsos negativos.

Testes sorológicos

Os testes sorológicos são feitos no sangue para identificar anticorpos para um patógenio específico em um determinado momento. Como afirmado acima, a IgM representa uma infecção aguda, enquanto a IgG, crónica. Existem vários testes que podem ser realizados para avaliar a presença de anticorpos:

1) Teste de diagnóstico Rápido (RDT): é uma medida qualitativa da presença de anticorpos, com resultados em 30 minutos, que foi disponibilizado por meio de uma autorização de uso emergencial do FDA. De acordo com o rótulo, possui uma sensibilidade de 93,8% e uma especificidade de 95,6%;

2) Ensaio de Imunoabsorção Enzimática (ELISA): é um teste que pode ser qualitativo ou quantitativo e utiliza amostras de sangue total, plasma ou soro. O teste utiliza uma placa revestida com proteína viral, onde as amostras são incubadas. Se os anticorpos estiverem presentes, eles ligam-se a esta proteína específica e este complexo proteína-anticorpo pode mais tarde ser detetado por ligação a um novo lote de anticorpos fluorescentes. Existem algumas preocupações sobre a reatividade cruzada de anticorpos contra SARS-CoV-2 e outros coronavírus.

3) Teste de neutralização: este teste pode dizer se os anticorpos são ativos contra o vírus. O vírus é cultivado em células VeroE6 e os pesquisadores podem quantificar os anticorpos que bloqueiam a replicação viral. Um estudo demonstrou que a IgG neutraliza o SARS-CoV-2 a uma diluição de 1:40-1:80, e também confirmou a neutralização cruzada com SARS-CoV em diluições 1:40. Os resultados deste teste podem levar dias e pode haver perda de anticorpos para proteínas virais não envolvidas na replicação viral.

Referências

EMA CONFIRMA COÁGULOS E POSSÍVEL TOMA DA VACINA!

EMA, Agência Europeia do Medicamento, confirma possível ligação da Vacina COVID-19 da AstraZeneca com casos muito raros de coágulos sanguíneos incomuns e plaquetas anormalmente baixas. É certo que os casos são raros mas as consequências deste efeito colateral são fatais pois dos afetados por estes tromboembolismos cerca de 24% morrem rapidamente.

É óbvio que o risco é pequeno em percentagem mas é, por exemplo, maior do que os menores de 30 anos apanharem a doença, segundo comunicado da autoridade de saúde do Reino Unido que decidiu não aplicar a vacina da Astrazeneca a menores de 30 anos… ou seja para estes mais vale apanhar a doença do que tomar esta vacina…!

Acresce que até agora, apenas para esta vacina, foi oficialmente confirmada pelas autoridades de saúde, uma possível ligação entre tromboembolismo grave e a toma da vacina.

A confirmação oficial deste efeito colateral fatal agora confirmado e que não estava descrito no resumo das características do medicamento aprovado pela EMA faz renascer das cinzas uma polémica alteração legal que torna difícil as farmacêuticas produtoras de vacinas serem responsabilizadas criminalmente por efeitos colaterais graves, como forma de evitar o desinvestimento em vacinas que há algumas décadas atrás esteve em risco, principalmente nos EUA.

Assim, parece pouco mas se as mortes continuarem a acontecer o risco da Astrazeneca ser processada pelas famílias dos falecidos ou associações destas famílias patrocinadas por escritórios de advogados, é cada vez maior e em tribunal uma vida perdida pode valer muitos milhões por família!

Comunicado da EMA (tradução)

O comité de segurança da EMA ou Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC -Pharmacovigilance Risk Assessment Committee) concluiu hoje que coágulos sanguíneos incomuns com baixo teor de plaquetas devem ser listados como efeitos colaterais muito raros de Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).

Para chegar a esta conclusão, o comité levou em consideração todas as evidências atualmente disponíveis, incluindo o conselho de um grupo de especialistas ad hoc.

A EMA recorda os profissionais de saúde e as pessoas que recebem a vacina para permanecerem cientes da possibilidade de casos muito raros de coágulos sanguíneos combinados com níveis baixos de plaquetas sanguíneas ocorrerem dentro de 2 semanas após a vacinação. Até agora, a maioria dos casos relatados ocorreu em mulheres com menos de 60 anos de idade nas 2 semanas seguintes à vacinação. Com base nas evidências atualmente disponíveis, os fatores de risco específicos não foram confirmados.

As pessoas que receberam a vacina devem procurar assistência médica imediatamente se desenvolverem sintomas desta combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas (ver abaixo).

O PRAC observou que os coágulos sanguíneos ocorreram nas veias do cérebro (trombose do seio venoso cerebral, CVST) e no abdómen (trombose da veia esplâncnica) e nas artérias, juntamente com níveis baixos de plaquetas sanguíneas e por vezes hemorragia.

O Comité realizou uma análise aprofundada de 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose da veia esplâncnica relatados no banco de dados de segurança de medicamentos da UE (EudraVigilance) em 22 de março de 2021, 18 dos quais foram fatais. Os casos ocorreram principalmente de sistemas de notificação espontânea do EEA e do Reino Unido, onde cerca de 25 milhões de pessoas receberam a vacina.

COVID-19 está associado a um risco de hospitalização e morte. A combinação relatada de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é muito rara e os benefícios gerais da vacina na prevenção de COVID-19 superam os riscos de efeitos colaterais.

A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. A utilização da vacina durante as campanhas de vacinação a nível nacional também terá em consideração a situação pandémica e a disponibilidade da vacina em cada Estado-Membro.

Coágulos e níveis baixos de plaquetas

Uma explicação plausível para a combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é uma resposta imunológica, levando a uma condição semelhante à observada algumas vezes em pacientes tratados com heparina (trombocitopenia induzida por heparina, HIT). O PRAC solicitou novos estudos e alterações aos já em andamento para fornecer mais informações e tomará as medidas adicionais necessárias.

O PRAC enfatiza a importância do pronto tratamento médico especializado. Ao reconhecer os sinais de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas e tratá-los precocemente, os profissionais de saúde podem ajudar as pessoas afetadas na sua recuperação e evitar complicações.

Coágulos sintomas de perigo e alarme

Os pacientes devem procurar assistência médica imediatamente se apresentarem os seguintes sintomas:

  • Falta de ar,
  • Dor no peito,
  • Inchaço na perna,
  • Dor abdominal persistente (barriga),
  • Sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça graves e persistentes ou visão turva,
  • Pequenas manchas de sangue sob a pele (petéquias) além do local da injeção.

A Vaxzevria é uma das quatro vacinas autorizadas na UE para proteção contra COVID-19. Estudos mostram que é eficaz na prevenção da doença. Também reduz o risco de hospitalização e mortes por COVID-19. Como para todas as vacinas, a EMA continuará a monitorar a segurança e eficácia da vacina e a fornecer ao público as informações mais recentes.

Informações para profissionais de saúde

A EMA procedeu a uma revisão dos casos de trombose em combinação com trombocitopenia e, em alguns casos, sangramento, em pessoas que receberam Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).

Esses tipos muito raros de trombose (com trombocitopenia) incluíam trombose venosa em locais incomuns, como trombose do seio venoso cerebral e trombose da veia esplâncnica, bem como trombose arterial.

A maioria dos casos relatados até agora ocorreu em mulheres com idade inferior a 60 anos. A maioria dos casos ocorreu dentro de 2 semanas após a pessoa receber a primeira dose. A experiência com a segunda dose é limitada.

Mecanismo possível

Quanto ao mecanismo, acredita-se que a vacina possa desencadear uma resposta imune levando a um distúrbio atípico do tipo trombocitopenia induzida por heparina. No momento, não é possível identificar fatores de risco específicos.

Os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas de tromboembolismo e trombocitopenia para que possam tratar prontamente as pessoas afetadas de acordo com as diretrizes disponíveis.

Os profissionais de saúde devem dizer às pessoas que recebem a vacina que devem procurar atendimento médico se desenvolverem:
sintomas de coágulos sanguíneos, como falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, como dores de cabeça graves e persistentes e visão turva. Também devem ter em atenção petéquias fora do local da vacinação após alguns dias.

Mais sobre o procedimento de revisão

Esta revisão foi efectuada no âmbito de um sinal de segurança, com um calendário acelerado. Um sinal de segurança é a informação sobre um evento adverso novo ou documentado de forma incompleta que é potencialmente causado por um medicamento, como uma vacina, e que justifica uma investigação mais aprofundada.

A revisão foi realizada pelo Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC) da EMA, o Comité responsável pela avaliação de questões de segurança para medicamentos humanos. O comité de medicina humana da EMA, CHMP, avaliará agora rapidamente todas as alterações necessárias nas informações do produto.

A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. As recomendações da EMA são a base sobre a qual cada Estado-Membro da UE irá conceber e implementar as suas próprias campanhas nacionais de vacinação. Isso pode variar de país para país, dependendo de suas necessidades e circunstâncias nacionais, como taxas de infeção, populações prioritárias, disponibilidade de vacina e taxas de hospitalização.

Vacinas Covid-19 quais as diferenças

Existem já no mercado diversas vacinas contra a Covid-19 mas afinal qual a diferença entre elas? quais os mecanismos de ação? Por que é diferente a vacina da Astrazeneca em comparação com a da Pfizer ou Moderna?

Clique na imagem seguinte para saber tudo!

Vacinas-Covid-19 qual a melho

FIBROSE QUÍSTICA KAFTRIO E MORTE DE CONSTANÇA

Kaftrio na Europa ou Trikafta nos EUA, é um medicamento inovador para o tratamento da fibrose quística ou fibrose cística, mas com um preço proibitivo para o comum dos “mortais” sendo fabricado pela farmacêutica Vertex Pharmaceuticals. Segundo a Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ), nos EUA, se fizermos a conversão para euros, custa 21 mil euros por mês ou seja 252 mil euros por ano, para cada doente! Também a Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ), sublinha a importância da aprovação deste medicamento por parte do INFARMED.

Mas será que vale mesmo a pena investir tanto dinheiro neste medicamento? Faço esta pergunta a mim mesmo após a morte trágica, em Portugal, de uma jovem de 24 anos, Constança Braddell, que me emocionou e entristeceu imenso… quatro meses depois de começar a usar o Kaftrio, após uma luta desesperada para conseguir ter acesso ao medicamento que devia ser muito mais barato e acessível aos doentes.

Na altura, em março de 2021, fiz este artigo precisamente depois de saber do caso da Constança, como o meu contributo, de um simples farmacêutico comunitário, que adora investigar e informar sobre doenças e medicamentos que por vezes eu próprio sei muito pouco.

Será que este medicamento, tão caro, melhora de facto a doença mas deixa o sistema imunitário demasiado exposto a outras consequências e infeções oportunistas que podem ser fatais do ponto de vista respiratório, cardíaco ou vascular?

Para os outros doentes a tomar Kaftrio é urgente saber o que se passou com a Constança, do ponto de vista médico, e as autoridades de saúde devem exigir um inquérito rigoroso, imediato e urgente que ajude a salvar outras vidas que podem estar em risco.

Pneumotórax causa morte de Constança

Para já apenas se sabe que o desfecho fatal foi provocado pelo aparecimento de um pneumotórax ou seja a entrada de ar na cavidade pleural (membrana que envolve o pulmão) o que provoca uma pressão excessiva sobre o pulmão que pode originar o seu colapso. Se não houver registo de traumatismo direto o pneumotórax é descrito como espontâneo e pode ser provocado por doenças como asma, enfisema e DPOC.

Para já, não existem indícios de que a toma do medicamento Kaftrio seja responsável por algum efeito adverso que possa ter levado ao surgimento do pneumotórax, sendo sempre uma investigação de causa/efeito de muito elevada complexidade!

Depois de um investimento tão elevado do estado Português neste medicamento, autorizado para cerca de uma dezena de doentes, sublinha-se a importância de manter informada, pelo menos, a comunidade médica/científica, os doentes e os seus familiares acerca da evolução real da doença com a toma do Kaftrio e de eventuais riscos que possam ser conhecidos à medida que vai sendo utilizado em mais doentes.

Fibrose quística o que é?

Qual a causa?

Segundo descrição da Associação Nacional de Fibrose Quística, esta é uma doença cujo nome deriva do aspeto quístico e fibroso do pâncreas, sendo uma doença crónica, hereditária causada por alterações no gene CFTR (Cystic fibrosis transmembrane conductance regulator) que se transmite de pais para filhos. É uma das doenças genéticas mais comuns mas a sua incidência varia com a região do globo.

Gene CFTR com mutação

O regulador de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) é uma proteína de membrana e canal de cloreto em vertebrados que é codificado pelo gene CFTR.

O gene CFTR codifica uma proteína do canal de iões da classe transportadora ABC que conduz iões cloreto através das membranas das células epiteliais. As mutações do gene CFTR que afetam a função do canal de iões cloreto levam à desregulação do transporte do fluido epitelial no pulmão, pâncreas e outros órgãos, resultando em fibrose cística.

Transporte de Cloreto Defeituoso – A diminuição da função da proteína CFTR nas células epiteliais causa diminuição do movimento do cloreto no lúmen das vias aéreas com um aumento correspondente no movimento do sódio para fora do lúmen das vias aéreas. Isso leva à diminuição da água no lúmen das vias aéreas e ao espessamento do muco da superfície das vias aéreas.

Fonte: Manual MSD

Prevalência

Os indivíduos de origem caucasiana (Indo-Europeia) são os mais atingidos e a doença é menos frequente entre as populações africana e oriental. Na maioria dos países europeus, calcula-se que em média 1 em cada 2.000-6.000 recém-nascidos tenham Fibrose Quística. Em Portugal estima-se que nasçam por ano cerca de 30-40 crianças com a doença. Estima-se que a nível mundial existam 7 milhões de pessoas portadoras da anomalia genética da FQ e cerca de 75.000 com a doença.

Glândulas exócrinas doentes

A Fibrose Quística surge por mau funcionamento das glândulas exócrinas do organismo que são as de secreção externa. É nos pulmões e no intestino que a doença se manifesta com mais frequência, interferindo com a respiração e a digestão dos alimentos. As glândulas sudoríparas também são afetadas produzindo um suor mais salgado.

A Fibrose Quística também é conhecida por Mucoviscidose, nome dado em França, e por Cystic Fibrosis (CF). No Brasil tem o nome de Fibrose Cística (FC).

Sintomas e complicações

Na fibrose quística as complicações incluem muco espesso nos pulmões com infeções respiratórias frequentes e insuficiência pancreática, causando desnutrição e diabetes. Essas condições levam à deficiência crónica e redução da expectativa de vida.

Em pacientes do sexo masculino, a obstrução progressiva e a destruição dos canais deferentes em desenvolvimento (cordão espermático) e do epidídimo parecem resultar de secreções intraluminais anormais, causando ausência congénita dos canais deferentes e infertilidade masculina. Resumindo o mau funcionamento da proteína CFTR em vários tecidos provoca sintomas em vários orgãos, tais como:

  • Vias respiratórias – são os mais graves e frequentes. As secreções brônquicas são formadas por muco muito espesso, difícil de eliminar e causam infeções respiratórias crónicas tais como bronquiectasias, bronquioloectasias;
  • Tubo digestivo – o pâncreas não segrega as enzimas digestivas em quantidade suficiente para a digestão dos alimentos (insuficiência pancreática exócrina), levando a dificuldade em ganhar peso e estatura (e fezes abundantes, gordurosas e de cheiro fétido). Assim, apesar de terem apetite, estes pacientes são habitualmente mal nutridos;
  • Glândulas sudoríparas – não ocorre a absorção de cloreto e sódio, pelo que o suor tem excesso de sal. Este sintoma é utilizado no teste de suor, o mais comum no diagnóstico da Fibrose Quística. Em caso de aumento de sudação (por exemplo pelo calor) pode por vezes surgir desidratação;
  • Disfunção reprodutora.

Efeitos da doença

Em algumas glândulas, como o pâncreas e as glândulas dos intestinos, as secreções são tão espessas ou sólidas que obstruem completamente a glândula. As glândulas que produzem muco nos pulmões criam secreções anormais obstruindo as vias respiratórias, permitindo a multiplicação de bactérias.

As glândulas sudoríparas, as glândulas parótidas e as pequenas glândulas salivares segregam líquidos cujo conteúdo em sal é superior ao normal.

A glândula sudorípara normal produz um líquido isotónico graças ao conteúdo em cloro e sódio. Quando a CFTR perde a sua função, o cloro é incapaz de ir para o interior da célula, por sua vez o sódio, dependente do cloro, também não entra produzindo assim, um suor “salgado”. No entanto, não ocorre obstrução nem variações patológicas maiores das glândulas.

Nos canais pancreáticos torna-se ineficaz a libertação de aniões (incluindo cloreto e bicarbonato) e fluidos, efectuando-se a acumulação de muco e obstrução das glândulas exócrinas e, por último, a lesão do órgão. Um mecanismo idêntico explica as transformações a nível intestinal, hepático e dos ductos deferentes.

No pulmão estas variações são reforçadas pela manifestação muito prematura de glândulas submucosas dilatadas, as quais constituem o local de maior expressão da CFTR no organismo. Outros fatores possíveis que contribuirão para maior viscosidade do muco são o aumento da sulfatação das mucinas e os produtos de degradação dos neutrófilos (moléculas de ADN e filamentos de actina), bem como a perda de células cilíadas secundária à inflamação crónica e infeção.

A constituição e as propriedades mecânicas anormais das secreções não explicam a tendência à colonização com um número limitado de bactérias, em particular a Pseudomonas aeruginosa. Muitos sintomas são tardios, contudo o diagnóstico pode ser realizado precocemente.

Gravidade e perigos

Foi descrita pela primeira vez em 1930 como uma doença letal na idade infantil. Atualmente, graças ao diagnóstico precoce, à criação de Centros Especializados e novos tratamentos, o panorama mudou e a sobreviva média situa-se entre os 35-40 anos de idade.

As formas de apresentação, a gravidade e a evolução clínica da doença são variáveis e são em grande parte dependentes das mutações no gene CFTR. São, porém, os problemas pulmonares a grande causa de morbilidade e mortalidade da doença.

Os progressos na investigação, nomeadamente nos medicamentos moduladores da CFTR que corrigem a doença na sua raiz (ou seja, a nível da proteína CFTR que está alterada) poderão alterar a progressão da doença de forma muito significativa.

História da Fibrose Quística

1938 – A fibrose quística foi descrita pela primeira vez de modo compreensível em 1938 por Andersen, como uma doença que se caracterizava por alterações no pâncreas e infeções nos pulmões. Baseando-se nas características observadas no pâncreas (aspecto quístico e fibroso), foi também Andersen quem primeiro estabeleceu o termo de fibrose quística – “cystic fibrosis of the pancreas” – para a doença.

1943 – Farber, por observar que os ductos dos órgãos afetados na fibrose quística acabavam por ficar obstruídos pelas secreções anormalmente espessas e com grandes probabilidades de serem colonizadas por bactérias, particularmente nas vias aéreas respiratórias, utilizou o termo “mucoviscidose” para se referir à doença.

1946 – estudos realizados em doentes permitiram que se começasse a ter algum conhecimento sobre as bases genéticas da doença. Depois de examinarem o padrão hereditário nas famílias, os investigadores concluíram que a fibrose quística era uma doença recessiva, provavelmente causada pela mutação de um único gene (monogénica).

Kaftrio o que é?

Indicação terapêutica

Kaftrio é um medicamento utilizado no tratamento de doentes com idade igual ou superior a 12 anos com fibrose quística, uma doença hereditária que tem efeitos graves nos pulmões, no sistema digestivo e noutros órgãos.

Tal como já atrás referido, a fibrose quística pode ser causada por várias mutações (alterações) no gene de uma proteína denominada «regulador da condutância transmembranar da fibrose quística» (CFTR). O ser humano possui duas cópias deste gene, uma herdada de cada progenitor e a doença só ocorre quando existe uma mutação nas duas cópias.

Kaftrio é utilizado em doentes cuja fibrose quística se deve à mutação F508del herdada de um ou ambos os progenitores. Caso tenham herdado esta mutação de apenas um dos progenitores, devem também ter outra mutação denominada «mutação mínima da função» do outro progenitor

A fibrose quística é uma doença rara, e Kaftrio foi designado medicamento órfão (medicamento utilizado em doenças raras) a 14 de dezembro de 2018. Kaftrio contém as seguintes três substâncias ativas:

  • Ivacaftor,
  • Tezacaftor,
  • Elexacaftor.

Posologia do Kaftrio

Como se utiliza?

O medicamento só pode ser obtido mediante receita médica. Kaftrio só deve ser prescrito por um profissional de saúde com experiência no tratamento da fibrose quística.

Encontra-se disponível na forma de comprimidos. Cada comprimido contém:

  • 75 mg de ivacaftor,
  • 50 mg de tezacaftor,
  • 100 mg de elexacaftor.

Kaftrio deve ser tomado em associação com outro medicamento contendo ivacaftor isoladamente. A dose diária recomendada é a seguinte:

  • Dois comprimidos de Kaftrio de manhã com alimentos contendo gordura
  • Um comprimido de ivacaftor (150 mg) à noite, cerca de 12 horas mais tarde.

Poderá ser necessário reduzir as doses de Kaftrio e ivacaftor se o doente estiver a tomar um tipo de medicamento denominado «inibidor moderado ou forte da CYP3A», tais como certos antibióticos ou medicamentos para infeções fúngicas. O médico poderá ter de ajustar a dose em doentes com função hepática reduzida.

Mecanismo de ação

Como funciona o Kaftrio?

As mutações reduzem o número de proteínas CFTR na superfície celular ou afetam o modo de funcionamento das proteínas, resultando em secreções das células que fazem com que o muco e os fluidos digestivos sejam demasiado espessos, o que provoca bloqueios, inflamação, aumento do risco de infeções pulmonares e problemas de digestão e de crescimento.

Duas das substâncias ativas de Kaftrio, elexacaftor e tezacaftor, aumentam o número de proteínas CFTR na superfície celular, e a outra, ivacaftor, melhora a atividade da proteína CFTR defeituosa. Estas ações tornam o muco nos pulmões e os sucos digestivos menos espessos, ajudando, assim, a aliviar os sintomas da doença.

Benefícios demonstrados

O que provaram os estudos?

Em dois estudos principais realizados em doentes com fibrose quística com idade igual ou superior a 12 anos, Kaftrio, tomado em associação com ivacaftor, demonstrou ser eficaz na melhoria da função pulmonar. O principal parâmetro de eficácia foi a ppFEV1, ou seja, a quantidade máxima de ar que uma pessoa é capaz de expirar num segundo, em comparação com os valores médios de uma pessoa com características semelhantes (tais como idade, altura e sexo). Nestes estudos, os doentes
começaram com valores de 60 a 62 % dos valores médios de uma pessoa saudável.

O primeiro estudo incluiu 403 doentes que tinham uma mutação F508del e uma mutação MF. Após 24 semanas de tratamento, os doentes tratados com Kaftrio e ivacaftor apresentaram um aumento médio no ppFEV1 de 13,9% em comparação com uma redução de 0,4% nos doentes que receberam o placebo.

No segundo estudo que incluiu 707 doentes com uma mutação F508del de ambos os progenitores, os doentes que tomaram Kaftrio com ivacaftor apresentaram um aumento médio no ppFEV1 de 10% em comparação com um aumento de 0,4% nos doentes que tomaram uma associação de ivacaftor e tezacaftor isoladamente.

Riscos associados

Efeitos secundários mais frequentes

Os efeitos secundários mais frequentes associados a Kaftrio (que podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas) são os seguintes:

  • Dor de cabeça (17,3%),
  • Diarreia (12,9%),
  • Infeções do trato respiratório superior, tais como, infeções do nariz e da garganta (11,9%),
  • Podem ocorrer erupções cutâneas que, por vezes, são graves (1,5%).

No resumo das características do medicamento (RCM) do Kaftrio, aprovado pela agência europeia do medicamento (EMA), estão descritos diversos efeitos colaterais muito comuns (≥1/10) e comuns (≥1/100 a <1/10) que podem ser graves e afetar quase todos os sistemas e órgãos importantes do nosso corpo!

De seguida apresento imagem da tabela das reações adversas descritas no RCM do Kaftrio:

Se desejar conhecer todos os detalhes descrevo de seguida link para o resumo das características do medicamento aprovado pela Agência Europeia do medicamento (EMA).

Agência Europeia do Medicamento (EMA)

Porque está Kaftrio autorizado na UE pela EMA?

Kaftrio é um tratamento eficaz para doentes com fibrose quística que têm duas mutações F508del ou uma mutação F508del e uma mutação MF. Ambos são grupos com uma elevada necessidade médica por satisfazer. Os doentes que apresentam uma mutação F508del e outras mutações não foram abrangidos pelos estudos e, apesar de a empresa ter apresentado alguns dados sobre a utilização nesses doentes, considerou-se necessário fornecer dados adicionais que suportassem a autorização nestes grupos.

Em termos de segurança, Kaftrio foi bem tolerado. Por conseguinte, a Agência Europeia de Medicamentos concluiu que os benefícios de Kaftrio são superiores aos seus riscos e o medicamento pode ser autorizado para utilização na UE.

Segurança e eficácia

Medidas para utilização segura e eficaz de Kaftrio

A empresa responsável pela comercialização de Kaftrio realizará um estudo sobre a segurança a longo prazo de Kaftrio, incluindo em mulheres grávidas. No Resumo das Características do Medicamento e no Folheto Informativo foram igualmente incluídas recomendações e precauções a observar pelos profissionais de saúde e pelos doentes para a utilização segura e eficaz de Kaftrio.

Tal como para todos os medicamentos, os dados sobre a utilização de Kaftrio são continuamente monitorizados. Os efeitos secundários comunicados com Kaftrio são cuidadosamente avaliados e são
tomadas quaisquer ações necessárias para proteger os doentes.

Referências

VACINA DA ASTRAZENECA SUSPENSA EM VÁRIOS PAÍSES

A Dinamarca suspendeu temporariamente o uso da vacina Oxford-AstraZeneca contra a covid-19 como medida de precaução após relatos de coágulos sanguíneos e uma morte. A Bulgária também avançou com a suspensão depois uma mulher morrer 15 horas após a toma da vacina da AstraZeneca. No entanto, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e o orgão regulador do Reino Unido disseram que não há indicação de que a vacinação esteja ligada a eventos tromboembólicos. Afinal quem tem razão?

Sete outros países, Noruega, Islândia, Áustria, Estônia, Lituânia, Luxemburgo e Letônia, também suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca. As decisões são mais um revés para a campanha de vacinação da Europa, que tem lutado para ganhar velocidade, em parte por causa dos atrasos na entrega da vacina AstraZeneca, aliás mal explicados e mal aceites pela comissão europeia, numa altura em que novas variantes do SARS-CoV-2, mais perigosas, surgem em vários países, forçando novos confinamentos!

A Autoridade de Saúde dinamarquesa disse que uma pessoa morreu na Dinamarca após receber a vacina AstraZeneca e que suspenderia o uso da droga por duas semanas enquanto o caso era investigado. “É importante ressaltar que não encerramos o uso da vacina AstraZeneca – estamos apenas a interromper o seu uso”, disse o diretor da Autoridade de Saúde dinamarquesa, Soren Brostrøm.

Em 10 de março, a EMA disse que a Áustria suspendeu o uso de um lote de vacinas AstraZeneca depois de uma enfermeira de 49 anos ter uma trombose múltipla diagnosticada e morreu 10 dias após a vacinação. Outra enfermeira de 35 anos foi internada no hospital com embolia pulmonar após ser vacinada. A EMA informou que duas outras notificações de casos de eventos tromboembólicos também foram recebidas desse lote, que foi entregue a 17 países da UE e compreendia um milhão de doses.

Revisão detalhada

O comité de segurança da EMA está a analisar o problema, mas disse que atualmente não há indicação de que a vacinação tenha causado essas condições, que não estão listadas como efeitos colaterais. Afirmou que as informações disponíveis até ao momento demonstram que o número de acontecimentos tromboembólicos em pessoas vacinadas não foi superior ao verificado na população em geral. Até 10 de março, 30 casos de eventos tromboembólicos foram relatados entre os cinco milhões de pessoas que receberam a vacina AstraZeneca no Espaço Económico Europeu.

Phil Bryan, responsável pela segurança de vacinas da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido, disse: “Mais de 11 milhões de doses da vacina AstraZeneca já foram administradas em todo o Reino Unido. Os relatos de coágulos sanguíneos recebidos até agora não são maiores do que o número que teria ocorrido naturalmente na população vacinada. ” Ele acrescentou que a agência estava a manter a questão sob análise cuidadosa, mas que as evidências disponíveis não confirmavam que a vacina era a causa.

O que disse a AstraZeneca?

Um porta-voz da AstraZeneca disse: “A segurança do paciente é a maior prioridade da AstraZeneca. Os reguladores têm padrões claros e rigorosos de eficácia e segurança para a aprovação de qualquer novo medicamento, e isso inclui a vacina da AstraZeneca. A segurança da vacina foi amplamente estudada em ensaios clínicos de fase III, e os dados revisados ​​por pares confirmam que a vacina foi geralmente bem tolerada. ”

Coagulação e doença Covid-19

Comentando as decisões, Stephen Evans, professor de farmacoepidemiologia da London School of Hygiene & Tropical Medicine, disse: “O problema com relatos espontâneos de suspeitas de reações adversas a uma vacina é a enorme dificuldade de distinguir um efeito causal de uma coincidência . ” Ele destacou que a doença covid-19 estava fortemente associada à coagulação do sangue e que houve centenas, senão muitos milhares, de mortes causadas pela coagulação do sangue como resultado de covid-19.

Opinião

Obviamente que a decisão mais sensata é a dos países do Norte da Europa de suspender até clarificação científica. Estes países têm especialistas de renome na área da saúde e portanto não são “tontos” ou seja a decisão de suspensão só é tomada se existir probabilidade relevante do efeito adverso grave estar ligado à toma da vacina, agravada pelo facto de este efeito colateral nem sequer constar do folheto oficial das características do medicamento aprovadas pelas agências de saúde americana e europeia ou seja é um efeito adverso desconhecido.

Isto pode significar que começamos agora a conhecer os efeitos colaterais que não aparecem nos ensaios clínicos por causa do número limitado de sujeitos a que é administrada a vacina na fase de ensaio. Assim só quando a vacinação em massa está em curso é que, historicamente, se identificam os efeitos colaterais mais raros mas potencialmente fatais como é o caso dos eventos de tromboembolismo!

Resumo das características da vacina

AstraZeneca/Universidade de Oxford

A vacina da Universidade de Oxford para a Covid-19 é feita com um vetor viral não-replicante que utiliza um adenovírus de chimpanzés que foi modificado para ficar inofensivo, que não se replica e entrega nas células humanas um fragmento de material genético do novo coronavírus, induzindo-as a produzir uma proteína semelhante à existente no vírus do SARS-CoV-2.

Segundo informação publicada no jornal Público, a plataforma do vector viral com o adenovírus que a nova vacina de Oxford usa já existe desde 1991, segundo Adrian Hill.

Hill trabalhou com Sarah Gilbert, outra especialista, para aperfeiçoar a tecnologia, o que envolveu usar o vírus da constipação de chimpanzés como o vector através do qual se entregam as instruções de produção da proteína do vírus que se procura imitar, em testes com doenças como a gripe, a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e o Ébola durante a última década. A esperança era que isto se provasse útil um dia contra uma ou mais doenças mortíferas.

A pandemia virou o seu foco para o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em Janeiro de 2020. A vice-reitora da Universidade de Oxford, Louise Richardson, foi informada sobre o trabalho de Gilbert que parecia promissor para combater o novo coronavírus, mas que a investigação estava a ser levada a cabo sem fundos.

A universidade ofereceu um milhão de libras (cerca de 1,12 milhões de euros) para financiar a investigação até que obtivessem mais financiamento, contou Louise Richardson, o que aconteceu quando o Governo britânico e a AstraZeneca se entenderam em Maio.

Resposta imune como funciona?

Afinal, em termos simples, como responde o nosso sitema imunitário à entrada de um novo vírus? Como se forma a memória imunitária e passa a reconhecer o vírus? A imagem seguinte descreve de forma clara e simplificada esse mecanismo.

Leia também: Este é o TOP 10 medicamentos contra a Covid-19!

Vacina comum como funciona?

A primeira vacina foi criada pelo médico britânico Edward Jenner há pouco mais de 220 anos, na passagem do século 18 para o século 19, para prevenir a varíola.

As vacinas que até agora usavamos envolviam a administração no nosso organismo do vírus ou bactéria (ou parte desses micoorganismos) causadores da doença que desejamos ficar imunes, de forma a causar uma reação do nosso sistema imunitário que a partir desse momento reconhecia uma nova ameaça e passava a responder combatendo esses vírus ou bactérias e evitando a sua reprodução e respectiva doença.

Leia também: Isto é o que torna o sistema imunitário mais forte… toda a verdade!

Tipos de vacinas

Para estas vacinas serem seguras, no caso dos vírus e bactérias, antes de nos serem administrados na forma de vacinas, são enfraquecidos na sua capacidade de causar doença (vacinas vivas atenuadas) ou inativados para serem incapazes de se reproduzir no nosso organismo (vacinas mortas inativadas).

Também existem as chamadas vacinas de subunidades. Nestas apenas fragmentos característicos de um vírus, como por exemplo uma proteína da superfície do vírus, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.

Existem também vacinas de toxoides em que a doença é causada não pela bactéria mas por uma tooxina por ela produzida, como é o caso das vacinas contra a difteria e tétano.

Mais recentemente surgiram as vacinas de vetor viral não- replicante, as vacinas de DNA e as vacinas de RNA.

Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:

Vacinas de vírus ou bactérias– Vivas atenuadas
– Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica– Subunidades proteicas
– Partículas semelhantes a vírus
Vacinas toxoides– Imitam a toxina que causa a doença
Vacinas de vetor viral– Replicante
– Não-replicante
Vacinas de ácido nucleico ou genéticas– DNA
– RNA (mais recentes)

Leia também: Este é o novo plano nacional de vacinação desde os 2 meses até aos 120 anos de idade!

Vacina de vetor viral

Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como o do sarampo ou um adenovírus é geneticamente modificado para produzir ou transportar até às células, as proteínas do coronavírus. 

Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:

  • Replicante – que ainda se podem replicar dentro das células;
  • Não-replicante – que perderam o poder replicante porque os genes principais foram desativados.

Existem já prontas ou em fase 3 de estudos clínicos 4 vacinas anti-covid de vetor viral não-replicante. são elas:

  • University of Oxford/AstraZeneca (ChAdOx1-S, 2 doses. IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology;
  • Gamaleya Research Institute;
  • Janssen/Johnson & Johnson (Adenovirus Type 26 vector, 1 ou 2 doses, IM, com 2ª dose 56 dias após a 1ª dose).

Concluindo

Toda a teoria que tem por base a investigação, desenvolvimento, produção e distribuição das vacinas é complexa, extraordinária e digna de admiração quando se chega a um produto final eficaz mas antes de mais seguro! Este é o ponto mais delicado, a segurança, sem a qual não há eficácia que justifique a sua aplicação.

Acredito nas vacinas e historicamente parece óbvio que prestaram um enorme serviço à saúde e longevidade da humanidade. No século XXI no entanto, com a população cada vez mais informada, embora nem sempre da forma mais adequada, a transparência das decisões políticas e das entidades reguladoras de saúde tem de ser irrepreensível e sem medo de tomar decisões difíceis como suspender temporariamente uma vacina que está a ser aplicada a milhões de pessoas, até completa clarificação dos eventos graves e fatais, aparentemente associado à toma de uma vacina, seja ela qual for!

As vacinas são medicamentos e a história da industria farmacêutica está repleta de casos de medicamentos lançados com enorme sucesso, por farmacêuticas prestigiadas, vendidos como “milagres farmacológicos” e anos mais tarde retirados, também com estrondo, depois de deixarem um rasto de morte pelo caminho!

Termino com uma pergunta pertinente… como se prova que alguém morreu por causa de uma vacina contra a Covid-19?

DOENÇAS NAS MULHERES TOP 16 TODA A VERDADE

Doenças nas mulheres top 16 toda a verdade! Quais as doenças mais comuns nas mulheres? Porque afectam mais as mulheres? Como podem ser evitadas? Qual o melhor tratamento?

Existem diversas doenças importantes que afectam de forma marcada as mulheres degradando de forma drástica a sua qualidade de vida, a sua vida laboral e as suas relações pessoais de tal forma que, em inúmeros casos, podem levar à ruptura dramática da estrutura familiar como pilar fundamental da sua felicidade!

Neste artigo vou tratar algumas das mais comuns, com uma abordagem essencialmente positiva realçando principalmente as formas de prevenção. Durante o artigo, para quem gosta de detalhes, serão descritos links MELHORSAUDE.ORG (basta clicar nas imagens) para informação mais aprofundada sobre algumas destas doenças.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

    • Cancro da mama
    • Cancro do cólo do útero
    • Infecção urinária
    • Candidíase
    • Vaginose bacteriana
    • Corrimento ou vaginite
    • Osteoporose
    • Alzheimer
    • Depressão
    • Ovário policístico
    • Doenças da tiroide
    • Fibromialgia
    • Sindrome pré-menstrual
    • Dor de cabeça e enxaqueca
    • Endometriose e dores menstruais
    • Artrite reumatóide
    • Pílula riscos da toma e tudo o que ainda não sabe sobre a pílula e pílula do dia seguinte
    • Fungos nas unhas
    • Queda de cabelo
    • Bebé nos primeiros dias de vida, o que comer? Como tratar as cólicas?

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Clique nas imagens para saber tudo sobre a doença!

Cancro da mama

O cancro da mama é um tumor maligno provocado pelo desenvolvimento anormal de algumas células, originando a formação de um ou mais nódulos na mama. Este é o cancro mais mortífero e também o mais comum entre as mulheres, no entanto, em aproximadamente 85% dos casos a doente consegue recuperar. Não existe uma causa bem defenida para o surgimento desta doença, mas existem fatores de risco que podem despoletar ou acelerar o seu desenvolvimento. Entre esses factores destaco os seguintes:

Leia também: Incrível… isto é o que se passa no nosso corpo quando estamos sentados, toda a verdade!

Prevenir o cancro da mama

À excepção da história familiar e da idade quase todos os outros factores de risco podem ser evitados ou, pelo menos, minimizados diminuindo muito a probabilidade de cancro. Assim descrevemos de seguida o que pode e deve fazer para se proteger melhor:

  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Evitar o excesso de peso mantendo uma alimentação equilibrada;
  • Não fumar;
  • Amamentar (no caso das mulheres com filhos);
  • Praticar exercício físico de forma regular;
  • Efectuar o diagnóstico precoce de despiste do cancro da mama que inclui:
    • Autoexame da mama,
    • Exame clínico da mama,
    • Mamografia.

Cancro do colo do útero

Este cancro é o quarto mais comum entre a população feminina, afetando na sua maioria mulheres entre os 50 e os 60 anos de idade. Manifestando-se normalmente depois da menopausa, o cancro do colo do útero é uma “doença lenta”, uma vez que pode demorar entre 10 a 20 anos a desenvolver-se.

Prevenir o cancro do colo do útero

Uma vez que se trata do cancro mais frequente do aparelho reprodutor feminino, as consultas regulares no ginecologista são essenciais para a realização dos exames de rotina e a melhor forma de se despistarem lesões pré-cancerosas do colo do útero ainda em fase embrionária. Outros fatores de risco relacionados com este tipo de cancro são:

Infeção urinária

Infecção urinária melhorsaude.org melhor blog de saude

A infecção urinária é uma das mais relevantes doenças comuns nas mulheres. Cerca de 80 a 90% das pessoas que sofrem de infecções urinárias são mulheres. A infecção urinária é a presença anormal de micro-organismos no tracto urinário. Esta doença incide mais nas mulheres a partir da idade reprodutiva e estende-se até à idade da menopausa. Surge quando existe uma diminuição do estrogénio e uma degradação da microflora que protege esta região mais íntima do corpo da mulher.

As duas principais causas de infecção urinária são:

    • Relações sexuais com diversos parceiros e/ou relações desprotegidas ou “promíscuas” nomeadamente quando existe sexo anal e vaginal no mesmo acto sexual;
    • Presença de bactérias intestinais que migram até à região da bexiga.

É muito raro as infeções urinárias acontecerem por via da circulação sanguínea.

Prevenir as infeções urinárias

Existem diversas medidas que ajudam a prevenir as infecções urinárias. Entre elas podemos destacar:

    • Ingestão de água em quantidades saudáveis ou seja aquela que permita ter uma urina límpida e transparente;
    • Urinar antes e depois das relações sexuais ajuda a expulsar possiveis bactérias patogénicas;
    • Não reter a urina em situações do quotidiano em que surge a vontade de urinar;
    • Tomar estrogénio livre de contraindicações hormonais para as mulheres na menopausa;
    • Funcionamento saudável do aparelho digestivo, nomeadamente através de uma alimentação saudável e equilibrada;
    • Usar preservativo durante as relações sexuais com parceiros que não conhece bem;
    • Evitar actos sexuais desprotegidos que arrastem bactérias do ânus para a zona da entrada do tracto urinário e vagina;
    • Higiene diária correta da região genital fazendo sempre a limpeza no sentido vagina/anús ou seja da frente para trás de forma a evitar o arrastamento de bactérias do tracto intestinal para o entrada do tracto urinário e vagina.

Candidíase

CANDIDÍASE vaginal melhorsaude.org melhor blog de saude

As estatísticas confirmam que, pelo menos uma vez na vida, cerca de 75% das mulheres tem candidíase, assim como entre 20 a 25% das mulheres que apresentam corrimentos vaginais sofrem desta doença, tornando-a uma das importantes doenças comuns nas mulheres, Segundo alguns especialistas, a candidíase não se encaixa na categoria de doença sexualmente transmissível uma vez que pode ser contraída mesmo na ausência de relações sexuais. A candidíase é uma infeção originada pelo fungo Cândida ou Monília e caracteriza-se pelo corrimento de cor esbranquiçada, espesso e grumoso, normalmente acompanhado por irritação no local.

Prevenir a candidíase

Existem diversos hábitos que diminuem muito a probabilidade de contrair candidíase, a saber:

    • Usar preservativo;
    • Secar bem a pele depois do banho porque o fungo gosta de humidade;
    • Manter uma alimentação saudável e equilibrada para que não haja degradação da microflora vaginal;
    • Assegurar uma higiene adequada mas não exagerada da região genital (em condições normais de manhã e à noite é suficiente);
    • Evitar o uso diário de absorventes que alterão o PH da região genital;
    • Evitar o uso de papel higiénico perfumado, que também pode provocar alergias e alterações de PH;
    • Preferir calças mais largas em vez de justas que não permitem uma “respiração” adequada ad pele;
    • Deixar de lado as roupas interiores de tecidos sintéticos que podem provocar alergias.

Vaginose bacteriana

Apesar de também ocorrer devido a contactos íntimos ou a relações sexuais, esta doença não é considerada uma doença sexualmente transmissível, uma vez que algumas das bactérias causadoras existem habitualmente no ser humano. A vaginose bacteriana é uma infecção genital provocada por bactérias. Esta doença pode levar à candidíase e é a causa mais comum do corrimento genital, caracterizando-se por um desequilíbrio da flora vaginal que provoca o aumento da concentração de bactérias. O odor desagradável característico da vaginose aumenta durante o período menstrual. Esta infeção é mais frequente em mulheres na idade reprodutiva.

Como prevenir a vaginose bacteriana?

As principais formas de prevenção da vaginose bacteriana são:

    • Utilizar preservativo em todas as relações sexuais;
    • Manter uma higiene íntima adequada;
    • Evitar duches vaginais e bidés, pois, estes podem revelar-se locais propícios às bactérias;
    • Limpar sempre a vagina da parte da frente para a parte de trás, para que as bactérias da região do ânus não se desloquem para a região vaginal.

Corrimento ou vaginite

É uma secreção anormal expelida pela vagina e que se caracteriza por um odor desagradável. Normalmente, este corrimento é provocado por infeções vaginais, vulvites e vulvovaginites, doenças sexualmente transmissíveis e infeções cervicais ou do colo do útero.

Como prevenir o corrimento ou vaginite?

As medidas preventivas que protgem a mulher do corrimento ou vaginite são essencialmente as seguintes:

  • Evitar situações de stress;
  • Não usar antibióticos sem serem receitados pelo médico;
  • Não usar roupas apertadas ou de tecidos sintéticos;
  • Manter uma boa higiene íntima usando sabonetes próprios;
  • Praticar uma alimentação saudável;
  • Manter as consultas regulares de ginecologia, de forma a identificar e prevenir as causas desta secreção excessiva.

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Osteoporose

Três em cada quatro dos pacientes de osteoporose são do sexo feminino. São principalmente afectadas as mulheres na fase da pós-menopausa, sendo esta uma doença que resulta da carência de cálcio no organismo. Alguns factores como o sedentarismo, o álcool, tabaco, café em excesso e uma alimentação deficiente podem levar ao agravamento desta doença. Para além destes fatores externos, existe também uma predisposição genética para a osteoporose.

Como prevenir a osteoporose?

As principais formas de prevenir esta doença são:

    • Dieta equilibrada ou seja variada com a quantidade necessária de cálcio numa forma que seja adequadamente biodisponivel ou seja que permita que o cálcio seja realmente absorvido pelo organismo e utilizado no reforço da massa óssea;
    • Praticar exercício físico de forma regular. Entre esses exercícios físicos, destacam-se as caminhadas e as atividades aeróbicas;
    • Apanhar sol de forma racional e dentro dos limites considerados saudáveis é muito importante para que o corpo produza a vitamina D necessária para a manutenção de um esqueleto saudável.

Alzheimer

Alzheimer melhorsaude.org melhor blog de saude

É uma doença degenerativa que interfere com o funcionamento do cérebro e que compromete várias das suas funções de forma mais ou menos grave. A doença de Alzheimer é mais frequente nas mulheres do que nos homens, principalmente na sua variante genética mais comum. Ainda não existe cura para esta doença e se assim se mantiver, poderão existir cerca de 115 milhões de pessoas a sofrerem desta doença até ao ano de 2050.

Como prevenir a doença de Alzheimer?

Não existem grandes certezas sobre as causas detalhadas da doença de Alzheimer no entanto as medidas de prevenção que a seguir descrevo parecem reunir algum consenso na comunidade médica, a saber:

    • Reservar 15 minutos por dia para fazer “ginástica ao cérebro”, proporcionando-lhe desafios e atividades mentais para que se mantenha sempre em movimento e em bom funcionamento;
    • Ler também pode ser uma boa opção, uma vez que treina o cérebro para ser capaz de reter informação;
    • Praticar exercício físico de forma regular;
    • Alimentação tão rica e variada quanto possível;
    • Beber uma taça de vinho tinto por dia;
    • Dormir entre 7.30 e 8 horas por noite;
    • Manter a tensão arterial vigiada, evitando assim a hipertensão.

Depressão

DEPRESSÃO melhorsaude.org melhor blog de saúde

Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo e a maior parte destes doentes são mulheres. As hormonas femininas, bem como a depressão pós-parto podem induzir crises de depressão. Esta doença caracteriza-se por um desinteresse em relação a tudo o que rodeia o paciente, perda de autoestima, mudanças de humor repentinas e bruscas. Caso não seja tratada ou diagnosticada a tempo, a depressão pode tornar-se uma doença crónica altamente incapacitante e pode até conduzir ao suicídio em casos extremos.

Como prevenir a depressão?

Prevenir a depressão passa essencialmente pelas seguintes medidas:

    • Diminuir o stress e ansiedade diários;
    • O tratamento deve ser sempre conduzido por um profissional porque apenas boa vontade e palavras encorajadoras são incapazes de contornar a depressão;
    • Exercício físico regular;
    • Alimentação saudável;
    • Passatempos apaixonantes que desviam o pensamento de ideias depressivas.

Em caso de reincidência ou manutenção dos sintomas da depressão, é crucial procurar ajuda médica imediata.

Ovário Policístico

Esta doença pode levar algumas mulheres à infertilidade se não for devidamente acompanhada e tratada. É um distúrbio endócrino que atinge cerca de 7% das mulheres em idade reprodutiva, levando à alteração dos níveis hormonais e provocando a formação e crescimento de quistos nos ovários. Esta doença caracteriza-se pela:

  • Menstruação irregular,
  • Micro quistos nos ovários,
  • Elevada produção de testosterona.

Como prevenir o ovário policístico?

Prevenir o ovário policístico passa pelas seguintes medidas preventivas:

  • Uma dieta saudável, que impeça o aumento significativo do peso;
  • Alimentação que não contribua para o aumento da tensão arterial;
  • Evitar situações de stress e de ansiedade;
  • Praticar exercício físico de forma equilibrada;
  • Colesterol e de tensão arterial controlados;
  • Cumprir um calendário regular de visitas ao ginecologista.

Tiroide e doenças mais comuns

Tiroide hipotiroidismo toda a verdade

As doenças da tiroide são diversas mas destacam-se as seguintes:

  • Hipotiroidismo;
  • Hipertiroidismo;
  • Cancro da tiroide;
  • Nódulos da tiroide.

Fibromialgia

Fibromialgia toda a verdade melhorsaude.org

A fibromialgia é um síndrome crónico caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. A fibromialgia é uma das doenças reumáticas com maior incidência na actualidade sendo 80 a 90% dos casos diagnosticados em mulheres. É uma doença crónica invisível, sobre a qual ainda há muito por saber. A fibromialgia não tem tratamento específico e é capaz de provocar dores intensas, no entanto mantém-se até hoje num relativo anonimato, ao qual não será alheio o facto de apenas ter sido reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 1970.

Tensão pré-menstrual (TPM)

A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como transtorno ou síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.

Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil. O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este sindrome que afecta entre 70% a 80% das mulheres com vários graus de gravidade.

Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Enxaqueca e dor de cabeça

ENXAQUECA e cefaleias melhorsaude.org

A dor de cabeça ou cefaleia (termo médico) é uma condição de saúde muito comum que afecta imensas mulheres nomeadamente a enxaqueca, tendo, em muitos casos, consequências graves no dia a dia das mesmas. Este artigo pretende ser um contributo para gerir melhor as crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes, ajudar a perceber as suas dores de cabeça, o seu diagnóstico e o seu tratamento. As cefaleias são reais – não se trata apenas de imaginação. Se as dores de cabeça a incomodam é porque necessitam de atenção médica.

Endometriose

Endometriose dores menstruais melhorsaude.org melhor blog de saude

As dores menstruais não devem ser consideradas normais, principalmente quando são persistentes e acontecem mesmo tomando medicamentos para a dor. Estas dores podem estar a sugerir uma endometriose, condição que pode levar à infertilidade.

 O que é a endometriose?

A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crónica e infertilidade.

Artrite reumatóide

Artrite reumatóide melhorsaude.org melhor blog de saude

A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crónica que pode limitar os gestos diários destes doentes, como abrir uma porta, agarrar uma caneta ou calçar uns sapatos. A ocorrência global de AR é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.

A Artrite Reumatóide é uma doença reumática inflamatória crónica auto-imune, de etiologia desconhecida, que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e periarticulares. Pode, contudo, afectar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas.

Quando não tratada precoce e correctamente, a artrite reumatóide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidade e mortalidade acrescida em relação à população em

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Concluindo

As doenças comuns nas mulheres são do ponto de vista médico muito interessantes por estarem muitas vezes associadas ao peculiar ciclo hormonal da mulher. Do ponto de vista da mulher o que importa é antes de mais proteger-se, prevenindo a doença e para conseguir este objectivo adoptar alguns hábitos e comportamentos mais saudáveis e seguros do ponto de vista nutricional, comportamental e do exercício físico. Para isso é essencial estar bem informada sobre as doenças, quais as suas causas e saber o que realmente lhe faz bem mesmo quando o melhor é não seguir algumas “modas” alimentares, fisicas e comportamentais! Primeiro informe-se bem e depois pense pela sua cabeça!

Fique bem!

Franklim Fernandes

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VACINAS COVID PERIGOS E TODA A VERDADE

Vacinas Covid-19 vacinas RNA e DNA diferenças, vantagens e perigos, toda a verdade! Como funcionam estas vacinas? Quais as vantagens? Quais os perigos e polémicas? O que dizem os céticos anti-vacinas? Quais as vacinas Covid-19 já em fase de aprovação? Quais os preços já anunciados?

Qual a melhor vacina Covid-19? Sim no final do artigo respondo sem rodeios a esta questão!

As empresas farmacêuticas Pfizer (americada) e BioNTech (alemã), Moderna (americana) e AstraZeneca/Oxford (Inglesa) anunciaram em Novembro de 2020, que as suas vacinas contra a covid-19, eram capazes de prevenir a doença Covid-19 em mais de 90% (Pfizer e Moderna) e 70% a 90% (AstraZeneca/Oxford) das pessoas vacinadas. A Janssen/Johnson anunciou 66,1% a 66,9% de eficácia no documento de autorização para uso de emergência, aprovado pela FDA dos EUA, em 27 de Fevereiro de 2021.

Segundo estes laboratórios, nenhum efeito adverso grave devido à vacina foi descrito até ao momento nos estudos clínicos, após vários milhares de voluntários terem sido injetados e muitos mais milhares efetivamente já vacinados em vários países.

Será que podemos mesmo confiar na informação apenas dos laboratórios que são parte interessada no “negócio”? O que importa de facto analizar? Afinal até agora qual será… provavelmente, a melhor vacina!

Este é mais um artigo detalhado com informação relevante e recente para que possa, de maneira mais conhecedora, formar a sua própria opinião sobre um assunto que a todos nos afeta!

Leia também: Estes medicamentos e suplementos contra a Covid-19 salvaram vidas! Sabia que alguns deles podes comprar na Farmácia?

O seguinte índice inicial deste artigo ajuda-te a identificar a estrutura do texto e saltar, se desejares, para os temas que mais te interessam.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Tabela das vacinas mais avançadas;
  • Documentos informativos oficiais;
  • Resposta imune como funciona?
  • Vacina comum como funciona?
  • Tipos de vacinas
  • Vacinas vivas atenuadas
  • Vacinas inativadas
  • Vacinas de subunidades proteicas
  • Vacinas de partículas semelhantes a vírus
  • Vacinas de toxoides
  • Vacinas de vetor viral
  • Plano Nacional de Vacinação 2020 (PNV 2020)
  • Vacinas extra PNV 2020
  • Vacinas de DNA e RNA (genéticas)
  • Vacinas de DNA vantagens perigos e problemas
  • Polémicas e céticos das vacinas de DNA
  • Polémicas vias de administração
  • Vacinas de RNA vantagens e problemas
  • Temperatura de conservação e logística de distribuição
  • Vacinas da Covid-19 quais as que estão prontas ou quase?
  • Quais os preços já divulgados?
  • Segurança e aprovação oficial.
  • Qual a melhor vacina Covid-19?

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Tabela de vacinas Covid-19 mais avançadas

Segundo a Organização Mundial de Saúde são 11 as vacinas em fase final de estudos clínicos prontas ou quase prontas para aprovação das entidades reguladoras do medicamento.

Descrevo de seguida quais são essas vacinas, laboratórios responsáveis pelo seu desenvolvimento, países de origem, temperatura de conservação, eficácia e qual o tipo de vacina.

Laboratório/Vacina
Nacionalidade
Temperatura
de conservação
EficáciaTipo de
vacina
Pfizer/BioNTech/Fosun
EUA/Alemanha/China
-70ºC95%mRNA
Moderna/NIAID
EUA
-20ºC94,1%mRNA
Oxford/AstraZeneca
Reino Unido/Suécia
2ºC a 8ºC70%Vetor viral não replicante
Gamaleya Research Institute (Sputnik V)
Russia
2ºC a 8ºC95%Vetor viral não replicante
Janssen Biotech/ Johnson & Johnson
Bélgica/EUA
2ºC a 8ºC66,1% a 66,9%Vetor viral não replicante
CanSino Biological Inc.
China
2ºC a 8ºCNDVetor viral não replicante
Novavax
EUA
2ºC a 8ºCNDSubunidade proteica
Sinovac (CoronaVac)
China
2ºC a 8ºC97%Vírus
inativado
Sinopharm/Beijing Institute of Biological
Products
China
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Sinopharm/Wuhan Institute of Biological
Products
China
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Bharat Biotech
India
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Fontes: Organização Mundial de Saúde (OMS). ND significa não divulgado.

Pfizer/BioNTech

A Pfizer irá distribuir a vacina Comirnaty em contentores especiais que mantêm a sua temperatura durante duas semanas, segundo uma especialista do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, Janell Routh, dizendo que para já não está a ser recomendado que hospitais ou clínicas comprem equipamento especial.

Moderna

A vacina da Moderna parece ser mais estável no que concerne à temperatura mas também é claro que vai precisar de uma rigorosa cadeia de frio, não se sabendo ainda detalhes mais rigorosos sobre as temperaturas que devem ser asseguradas na sua distribuição e armazenamento que no entanto deve estar próxima dos -20ºC.

AstraZeneca/Oxford

Já a vacina da AstraZeneca/Oxford necessita apenas de um intervalo de refrigeração comum entre os 2ºC a 8ºC habituais (temperatura conseguida num frigorífico normal) sendo a mais barata das três vacinas em fase mais avançada. Embora aparentemente a eficácia seja menor que as da Pfizer e Moderna, a temperatura e o preço (ver final deste artigo) conferem-lhe uma enorme vantagem competitiva!

Janssen Biotech / Johnson & Johnson

A vacina anti-Covid desenvolvida pela Janssen-Cilag, o laboratório belga que pertence à Johnson & Johnson, foi considerada segura e eficaz pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration – FDA) que em 27 de Fevereiro de 2021 atribuiu uma autorização para uso de emergência, Os pontos mai relevantes são os seguintes:

  • Eficácia 66,9% na prevenção de formas moderadas de Covid-19 e 66,1% nas formas severas/criticas;
  • Temperatura de armazenamento de 2ºC a 8ºC;
  • Dose única de 0,5ml;
  • Efeitos adversos mais frequentes são dor no local da aplicação, dor de cabeça, fadiga, mialgia, náuseas, eritema e inchaço no local da aplicação.
  • Existiram alguns casos de anafilaxia durante os estudos clínicos;
  • Preço 10 USD por dose,

Documentos de aprovação da FDA dos EUA:

FDA – Janssen COVID-19 Vaccine Frequently Asked Questions

Vacinas contra a covid-19

Há 40 vacinas genéticas entre as 187 que estão a ser desenvolvidas contra a covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dez já são testadas em humanos e duas estão na última etapa desta parte da pesquisa.

Pode consultar os relatórios que vão sendo actualizados pela OMS clicando na imagem seguinte.

Vacinas Covid-19 prontas e fase 3

Descrevo de seguida, segundo relatório de Organização Mundial de Saúde (OMS) a lista de 11 vacinas já em fase 3 (última fase) de estudos clínicos ou seja as mais adiantadas e quase prontas para aprovação de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) das mais importantes agências mundiais do medicamento como a FDA (americana) e a EMA (europeia). Algumas destas vacinas, entretanto já estão aprovadas para uso de emergência e a ser aplicadas na população com maior risco de contrair doença grave por COVID-19.

Vacina Covi-19
Laboratório/Produtor

Nacionalidade
Plataforma da
Vacina
Tipo de vacinaDosesDias entre dosesVia de administração
Sinovac (CoronaVac) (China)InativadaInativada214IM
Wuhan Institute of Biological
Products/Sinopharm (China)
InativadaInativada221IM
Beijing Institute of Biological
Products/Sinopharm (China)
InativadaInativada221IM
Bharat Biotech (Índia)InativadaVirião completo inativado228IM
University of Oxford/AstraZeneca (Reino Unido/Suécia)Vetor viral não-replicanteChAdOx1-S228IM
CanSino Biological Inc./Beijing Institute
of Biotechnology (China)
Vetor viral não-replicanteVetor tipo 5 Adenovirus10IM
Gamaleya Research Institute (Sputnik V) RussiaVetor viral não-replicanteAdeno-based (rAd26-S+rAd5-S)221IM
Janssen/Johnson & Johnson Pharmaceutical Companies (Bélgica e EUA)Vetor viral não-replicanteAdenovirus Type 26 vector1
0
IM
Novavax (EUA)Subunidades proteicasFull length recombinant SARS
CoV-2 glycoprotein nanoparticle
vaccine adjuvanted with Matrix M
221IM
Moderna/NIAID (EUA)RNALNP-encapsulated mRNA228IM
Pfizer/BioNTech/Fosun Pharma (EUA/Alemanha/China)RNA3 LNP-mRNAs228IM
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). IM significa intramuscular.

Preços das vacinas

Alguns laboratórios começaram já a revelar o preço ou intervalo de preços das suas vacinas. Descrevo de seguida os preços de algumas das vacinas covid-19 mais faladas, segundo o Business Standard.

Vacina/laboratórioPreço por dose (USD)Doses
Moderna coronavirus vaccine$372
Pfizer/BioNTech coronavirus vaccine$202
Oxford/ AstraZeneca coronavirus vaccine$3 a $42
Jassen/Johnson & Johnson Covid-19 vaccine$101
Russia Sputnik V coronavirus vaccineNão anunciado2
Covaxin India coronavirus vaccine$1,35 (100 rupias)ND
Novavax coronavirus vaccine NVX-CoV2373$162
Fonte: Business Standard ND significa informação não disponível

No final do artigo descrevo as razões da minha escolha para melhor vacina anti Covid-19. Se tem curiosidade deslize já até ao fim deste artigo que vai sendo constantemente atualizado e já mudou a escolha acertada em função dos efeitos colaterais entretanto conhecidos.

Resposta imune como funciona?

Afinal, em termos simples, como responde o nosso sitema imunitário à entrada de um novo vírus? Como se forma a memória imunitária e passa a reconhecer o vírus? A imagem seguinte descreve de forma clara e simplificada esse mecanismo.

Leia também: Este é o TOP 10 medicamentos contra a Covid-19!

Vacina comum como funciona?

A primeira vacina foi criada pelo médico britânico Edward Jenner há pouco mais de 220 anos, na passagem do século 18 para o século 19, para prevenir a varíola.

As vacinas que até agora usavamos envolviam a administração no nosso organismo do vírus ou bactéria (ou parte desses micoorganismos) causadores da doença que desejamos ficar imunes, de forma a causar uma reação do nosso sistema imunitário que a partir desse momento reconhecia uma nova ameaça e passava a responder combatendo esses vírus ou bactérias e evitando a sua reprodução e respectiva doença.

Leia também: Isto é o que torna o sistema imunitário mais forte… toda a verdade!

Para estas vacinas serem seguras, no caso dos vírus e bactérias, antes de nos serem administrados na forma de vacinas, são enfraquecidos na sua capacidade de causar doença (vacinas vivas atenuadas) ou inativados para serem incapazes de se reproduzir no nosso organismo (vacinas mortas inativadas).

Também existem as chamadas vacinas de subunidades. Nestas apenas fragmentos característicos de um vírus, como por exemplo uma proteína da superfície do vírus, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.

Existem também vacinas de toxoides em que a doença é causada não pela bactéria mas por uma tooxina por ela produzida, como é o caso das vacinas contra a difteria e tétano.

Mais recentemente surgiram as vacinas de vetor viral não- replicante, as vacinas de DNA e as vacinas de RNA.

Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:

Vacinas de vírus ou bactérias– Vivas atenuadas
– Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica– Subunidades proteicas
– Partículas semelhantes a vírus
Vacinas toxoides– Imitam a toxina que causa a doença
Vacinas de vetor viral– Replicante
– Não-replicante
Vacinas de ácido nucleico ou genéticas– DNA
– RNA (mais recentes)
Tipos de vacinas

Leia também: Este é o novo plano nacional de vacinação desde os 2 meses até aos 120 anos de idade!

Vacinas vivas atenuadas e vacinas inativadas

Existem já 4 vacinas inativadas anti-Covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. São elas as seguintes:

  • Sinovac;
  • Wuhan Institute of Biological Products/Sinopharm;
  • Beijing Institute of Biological Products/Sinopharm;
  • Bharat Biotech.
Vacinas vivas atenuadas e vacinas inactivadas ou mortas.

Vacinas de subunidades proteicas

Neste tipo de vacina, proteínas do coronavírus são injetadas diretamente no corpo. Da mesma forma, fragmentos ou invólucros de proteínas que imitam a estrutura do vírus também podem ser usados.

A maioria delas imita a proteína spike (espícula), que desempenha papel determinante no processo de entrada vírus na célula, por meio da ligação com o receptor ACE2.

Esse tipo de vacina requer adjuvantes para estimular o sistema imune, bem como múltiplas doses.

Existe já uma vacina deste tipo anti-covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. É a seguinte:

  • Novavax.

Vacinas de partículas semelhantes a vírus

Estas são também vacinas de base proteica que utilizam partículas semelhantes a vírus, que imitam um invólucro contendo a estrutura externa viral, porém sem o conteúdo interior.

Estas partículas não são capazes de causar infecção pois não possuem material genético do interior do vírus. Têm a capacidade de gerar uma forte resposta imune, mas são difíceis de ser produzidas.

Vacina de vetor viral

Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como o do sarampo ou um adenovírus é geneticamente modificado para produzir ou transportar até às células, as proteínas do coronavírus. 

Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:

  • Replicante – que ainda se podem replicar dentro das células;
  • Não-replicante – que perderam o poder replicante porque os genes principais foram desativados.

Existem já em fase 3 de estudos clínicos 4 vacinas anti-covid de vetor viral não-replicante. são elas:

  • University of Oxford/AstraZeneca (ChAdOx1-S, 2 doses. IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology;
  • Gamaleya Research Institute;
  • Janssen/Johnson & Johnson (Adenovirus Type 26 vector, 1 ou 2 doses, IM, com 2ª dose 56 dias após a 1ª dose).

Vacina Covid-19 AstraZeneca/Universidade de Oxford

Por exemplo, a vacina da Universidade de Oxford para a Covid-19 é feita com um vector viral não-replicante que utiliza um adenovírus de chimpanzés que foi modificado para ficar inofensivo, que não se replica e entrega nas células humanas um fragmento de material genético do novo coronavírus, induzindo-as a produzir uma proteína semlehante à existente no vírus do SARS-CoV-2.

Segundo informação publicada no jornal Público, a plataforma do vector viral com o adenovírus que a nova vacina de Oxford usa já existe desde 1991, segundo Adrian Hill.

Hill trabalhou com Sarah Gilbert, outra especialista, para aperfeiçoar a tecnologia, o que envolveu usar o vírus da constipação de chimpanzés como o vector através do qual se entregam as instruções de produção da proteína do vírus que se procura imitar, em testes com doenças como a gripe, a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e o Ébola durante a última década. A esperança era que isto se provasse útil um dia contra uma ou mais doenças mortíferas.

A pandemia virou o seu foco para o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em Janeiro de 2020. A vice-reitora da Universidade de Oxford, Louise Richardson, foi informada sobre o trabalho de Gilbert que parecia promissor para combater o novo coronavírus, mas que a investigação estava a ser levada a cabo sem fundos.

A universidade ofereceu um milhão de libras (cerca de 1,12 milhões de euros) para financiar a investigação até que obtivessem mais financiamento, contou Louise Richardson, o que aconteceu quando o Governo britânico e a AstraZeneca se entenderam em Maio.

Plano Nacional de Vacinação

Em Portugal fazem parte do Plano Nacional de Vacinação recomendado 11 vacinas essenciais aplicadas gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A imagem seguinte descreve o plano completo de vacinação recomendado.

Fonte: Direção Geral de Saúde (DGS). Plano Nacional de Vacinação 2020.

Vacinas extra PNV 2020

Apesar de Portugal ter um excelente plano nacional de vacinação (PNV) existem ainda vacinas recentes mas importantes que estão fora desse plano, principalmente por razões orçamentais.

Vacinas de DNA e RNA

As vacinas de DNA e RNA ou vacinas de ácido nucleico, também denominadas vacinas genéticas são um mundo novo no campo da vacinação em larga escala! Em vez de injetar em nós um vírus ou parte dele, o nosso próprio organismo é “programado” para produzir a proteína do vírus, contra a qual o nosso sistema imunitário vai depois reagir e criar memória imunitária.

Neste tipo de vacina, o ácido nucleico é inserido nas células humanas, que produzem cópias de alguma proteína do vírus. A maioria dessas vacinas codifica a proteína spike do vírus.

Esse fragmento de código genético denomina-se plasmídeo. Neste caso os cientistas identificam a parte do código genético viral que carrega as instruções para a fabricação dessa proteína viral e criam um veiculo de transporte estável (por vezes outro vírus ou um veículo lipídico) para carregar essa “peça genética viral”, plasmídeo, para dentro do nosso organismo e das nossas células.

São vacinas fáceis de desenvolver, porque envolvem apenas o material genético, e não o vírus. No entanto, esta é uma tecnologia que nunca foi usada em nenhuma vacina atualmente licenciada e aprovada pelas autoridades do medicamento como a FDA agência do medicamento norte americana e a EMA agência do medicamento europeia. Assim falta ainda comprovar oficialmente a sua eficácia.

Os termos genéticos mais usados significam o seguinte:

  • DNA (sigla inglesa) ou ADN (sigla portuguesa) significa Àcido Desoxirribonucleico ;
  • RNA (sigla inglesa) ou ARN (sigla portuguesa) significa Àcido Ribonucleico;
  • mRNA significa Àcido Ribonucleico mensageiro.

Plasmídeo

Plasmídeos são moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossómico. Ocorrem geralmente em bactérias e por vezes também em organismos eucarióticos unicelulares e células de eucariotas superiores.

O tamanho de um plasmídeo é bastante diverso variando entre poucos milhares a mais de cem mil pares de bases. Numa única célula, podem existir uma ou várias dezenas de cópias de um mesmo plasmídeo.

A replicação do DNA plasmídico é feita pela mesma maquinaria celular que realiza a replicação do DNA cromossómico, à mesma velocidade ou a uma velocidade superior (o que provoca um número elevado de cópias do plasmídeo na célula).  Os plasmídeos replicam-se de forma independente do DNA cromossómico mas a sua replicação dá-se a cada divisão celular de forma a conservar pelo menos uma cópia em cada célula-filha.

Mecanismo de ação

Depois de absorvidas pelas nossas células, vai funcionar como um manual de instruções para a produção da proteína do vírus. A célula fabrica essa proteína e exibe-a na sua superfície ou liberta-a na corrente sanguínea, estimulando e “alertando” o nosso sistema imunitário.

Existem em fase 3 de estudos clínicos apenas 2 vacinas de RNA anti-covid-19, são elas:

  • Moderna/NIAID (LNP-encapsulated mRNA, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer (3 LNP-mRNAs, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);

Vantagens das vacinas genéticas

No caso das comuns vacinas atenuadas ou inativadas, é preciso cultivar uma grande quantidade de vírus para usá-los como matéria prima. Com as vacinas genéticas basta criar em laboratório a sequência genética desejada. Isto exige uma estrutura de produção mais simples e provavelmente com menores custos de produção.

Este tipo de vacina pode ser produzida mais rapidamente em grande escala e também é mais flexivel ou seja podem ser rapidamente adaptadas se o SARS-CoV-2 sofrer mutações perigosas.

As vacinas genéticas eliminam o risco da pessoa vacinada ficar doente, o que pode acontecer em pacientes imunodeprimidos quando são usadas vacinas com os vírus atenuados.

O tempo necessário para desenvolver uma vacina também diminui drasticamente. Normalmente, leva-se meses para ter uma vacina pronta para os primeiros testes. Com a vacinas genéticas, pode demorar apenas algumas semanas.

A Moderna levou 42 dias do momento em que recebeu a sequência genética do vírus até começar os estudos da vacina contra a covid-19. Isso é quase impossível com outras tecnologias.

Os testes mostraram, até agora, que as vacinas genéticas contra a covid-19 geraram uma reação do sistema imunológico pelo menos tão boa quanto a de outras candidatas não genéticas. Assim elas não são apenas mais seguras e relativamente baratas de produzir, mas bastante eficazes.

Vacinas de DNA

Se estas vacinas têm tantas vantagens, porque é que ainda não há nenhuma aprovada para o uso em humanos?

Trata-se de uma tecnologia é recente. As vacinas genéticas estão a ser desenvolvidas há cerca de 30 anos mas só recentemente começaram a dar resultados positivos e garantias de utilização segura e eficaz.

No início, os cinentistas acreditavam que seria melhor fazer este tipo de vacina usando DNA, a molécula que guarda todas as informações genéticas de um organismo sendo usada pelas nossas células para produzir as proteínas essenciais à nossa sobrevivência.

No entanto nesse processo de produção proteica o DNA precisa de ser transformado em moléculas de RNA, que transporta essas instruções até à parte da célula onde as proteínas são produzidas.

Os cientistas acreditavam que, ao injetar o DNA do vírus em nós, ele poderia ser absorvido pelas nossas células e transformado em RNA para produzir a proteína desse microorganismo, dando assim início à reação imune do nosso corpo.

No entanto os testes feitos até agora mostraram que as vacinas de DNA não produzem uma resposta imunológica suficientemente forte em humanos.

Vantagens das vacinas de DNA

São diversas as vantagens das vacinas de DNA se conseguirem ser estáveis e seguras. Descrevo de seguida as principais.

Desenho– Sequências podem ser rapidamente clonadas e modificadas
– Altamente flexivel, podendo codificar vários tipos de proteínas como antigéneos virais ou bacterianos e proteínas imunoreguladoras
Produção– Produção e formulação rápidas
– Reproduzivel em larga escala
– Baixo custo e fácil de produzir
Segurança– Não reverte para forma virulenta ao contrário das vacinas atenuadas
– Não foram observados efeitos adversos significativos nos ensaios clínicos já efectuados.
Estabilidade– Estável à temperatura ambiente ao contrário das vacinas de RNA
– Longo tempo de armazenamento.
Mobilidade– Facilidade de armazenamento
– Facil transporte
– Não necessitam cadeia de frio.
Imunogenicidade– Indução de resposta imune celular (celulas T) e humoral (celulas B) específicas para os antigénios testados.

Polémicos riscos e problemas

Os céticos deste tipo de vacinas de DNA alegam os riscos associados à manipulação do nosso material genético celular com consequências ainda imprevisiveis para a nossa saúde a médio e longo prazo. De facto as vacinas de DNA podem apresentar alguns problemas e riscos descritos no quadro seguinte.

Integração no DNA celularA integração poderia causar mutagénese de inserção, instabilidade cromossómica ou ativação/inativação de genes supressores de tumor. Não foi detectável em níveis relevantes → abaixo da frequência de mutação espontânea. Contudo vetores modificados ou métodos para aumentar a imunogenicidade (adjuvante e transfecção) poderiam aumentar as probabilidades de integração. Assim, há necessidade de mais estudos.
Resposta autoimune (DNA)A introdução do DNA e um plasmídeo poderia levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes. Estudos pré-clínicos em primatas não humanos e humanos não detectaram aumento de anticorpos anti-DNA ou anti-núcleo.
Resistência aos antibióticosA produção das vacinas de DNA envolve a seleção de bactérias que contêm o plasmídeo recombinante usando a resistência a antibióticos, que é conferida por um gene presente neste plasmídeo. Sendo que alguns plasmídeos contêm o gene de resistência à canamicina, um antibiótico pouco usado no tratamento de infecções em humanos. Estratégias alternativas estão a ser desenvolvidas substituindo a seleção com antibiótico por outros tipos de seleção para o uso em humanos.
Baixa imunogenicidade em humanos e animais de grande porteOs plasmídeos de DNA de primeira geração promoveram níveis baixos de resposta de células T e B e memória celular em humanos e primatas não humanos de grande porte. Entretanto, novas formulações de adjuvantes, sistemas de libertação de DNA e sistema o “prime-boost” estão em desenvolvimento para melhorar essa resposta.

Vacinas de RNA perigos e problemas

Como alternativa ao uso de DNA na vacina os cientistas tentam usar diretamente o RNA. No entanto existe um problema sério… é que essa molécula é capaz de gerar uma inflamação demasiado forte no organismo humano que pode no limite ser fatal!

O RNA também é muito mais instável do que o DNA e degrada-se facilmente no nosso organismo pois temos imensas enzimas que atacam o RNA. Assim para ser injectado no nosso corpo o RNA tem que ser protegido da ação destruidora dessas enzimas.

A instabilidade do RNA também pode exigir para uma vacina viável, que a cadeia de frio seja efectuada a uma temperatura muito mais baixa que o habitual. Assim o transporte em cadeia de frio sem falhas obriga a um esforço acrescido dessa logística de conservação e transporte até ao local de aplicação.

Como exemplo a Pfizer anunciou que a sua vacina de RNA anti-covid19 pode necessitar de refrigeração até -70ºC para manter a sua estabilidade!

Proteção do RNA

Nos últimos 15 anos, os cientistas desenvolveram uma espécie de envelope para proteger o RNA. Também conseguiram reduzir o potencial inflamatório do RNA. Assim os passos decisivos na grande evolução destas vacinas nos últimos meses é a tecnologia para estabilização do envelope protetor do RNA e a mitigação do seu poder inflamatório para níveis aceitáveis e compativeis com uma vacina que seja segura para uso humano.

Temperatura de conservação

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech tem uma eficácia superior a 90% e está a ser vista com esperança em todo o mundo, mas até ela chegar é preciso enfrentar os problemas logísticos da sua distribuição. E a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que nenhum país está preparado para armazenar a vacina.

Esta vacina precisa de ser mantida e transportada a uma temperatura de -70ºC e pode aguentar apenas cinco dias a temperaturas entre os 2ºC e os 8.ª . Com termo de comparação, a vacina da gripe comum aplicada anualmente, pode ser armazenada num frigorífico comum.

Distribuição como vai funcionar?

Já existe uma ideia de como será feita a distribuição nos EUA e no mundo. A vacina Pfizer distribuída nos EUA será fabricada na sua principal fábrica, em Kalamazoo, no Michigan. Na Europa, o centro de distribuição está em Puurs, na Bélgica. Toda a logistica exigirá um imenso esforço de coordenação para que não se percam muitas doses da vacina por quebra da cadeia de frio.

Contentores termais serão cheios de gelo seco (dióxido de carbono sólido) e 975 frascos da vacina, sendo que cada um contém cinco doses, num total de 4875, segundo disse a Pfizer à AFP.

Todos os dias, seis camiões vão levar essas doses para transportadoras como a FedEx, UPS ou DHL, que as distribuírão pelos EUA num ou dois dias e, no resto do mundo, em três dias. A empresa espera uma média de 20 voos de carga diários para todo o mundo.

A FedEx teve que obter permissão especial das autoridades de aviação civil para transportar tanto gelo seco, já que este pode ser um perigo para a tripulação se passar pelo processo de sublimação, do dióxido de carbono do estado sólido para o gasoso.

Assim que as caixas chegarem ao destino, podem ser abertas por pouco tempo apenas duas vezes por dia, pelo que só será viável que seja administrada em grandes clínicas ou hospitais, não em farmácias ou pequenos consultórios, já que estes não terão os meios necessários para a manter.

A Pfizer prevê produzir 50 milhões de doses este ano e 1,3 mil milhões em 2021. Os EUA já encomendaram cem milhões no total, incluindo 20 a 30 milhões que devem ser entregues até ao final de dezembro. Já a União Europeia encomendou 200 milhões, o Japão 120 milhões, o Reino Unido 30 milhões e o Canadá 20 milhões.

A DHL estima que seja necessário entregar 15 milhões de contentores nos próximos dois anos, sendo precisos 15 mil voos em todo o mundo.

Cada pessoa precisa de receber duas doses da vacina, com três semanas de diferença, para esta funcionar, segundo a Pfizer e a BioNTech.

Polémicas vias de administração

As vias de administração das vacinas de DNA, pela sua sofisticação e importância na eficácia da resposta imune, são um dos argumentos dos céticos da vacinação para fortalecer as suas polémicas teorias da conspiração. Descrevo de seguida a complexidade deste tema para enterdermos melhor a polémica instalada!

Importância da via de administração

Para garantir a expressão eficaz do antigénio de interesse e desencadear a reposta imunológica do hospedeiro é fundamental que o DNA seja entregue, sem danos, às células do hospedeiro e transportado ao núcleo celular. Uma das grandes dificuldades de utilização das vacinas de DNA é a transferência ineficaz, in vivo, do plasmídeo de DNA para os núcleos de células de mamíferos.

A injeção intramuscular de DNA nu (”naked DNA”) tem mostrado eficácia em modelo animal, no entanto os resultados obtidos em estudos com primatas e estudos clínicos, mesmo utilizando altas doses de plasmídeo, não foram satisfatórios.

Para conseguir ultrapassar estes problemas, diversas estratégias foram desenvolvidas. A utilização de diferentes vias de inoculação da vacina de DNA é apenas uma delas. No início, os estudos utilizaram o bombardeamento das células com partículas de ouro envoltas por DNA (gene-gun) ou inoculação intramuscular. Entretanto, novos métodos físicos de administração estão a ser pesquisados.

O plasmídeo de DNA pode ser inoculado na pele ou no músculo. A administração do DNA pela via intramuscular leva à produção da proteína codificada pelo plasmídeo nas células musculares durante meses.

Se for utilizada a via intradérmica induz-se maior imunogenicidade, devido à presença de células apresentadoras de antígenos em grande quantidade na pele, como as células de Langehans na epiderme e células dendriticas na derme.

Outros métodos físicos de inoculação estão em teste, como por exemplo o jet-injector e a tatuagem intradérmica (DNA tatooing).

Intradérmica e intramuscular

A administração das vacinas de DNA por via intramuscular foi uma das primeiras a ser utilizada, principalmente em função da facilidade e simplicidade do método, que permite o uso em larga escala. Entretanto, de acordo com a via de administração utilizada para a inoculação dos plasmídeos obtemos níveis de expressão dos antígenos diferentes. Este facto sugere que quantidade e características das células transfectadas interferem neste processo.

Tanto a via intramuscular, quanto a intradérmica promovem uma libertação do DNA do plasmídeo no meio extracelular, onde surge o problema da maior parte ser degradada rapidamente por nucleases. Dessa forma, os estudos que avaliaram essas vias, relatam a necessidade de uma concentração de DNA pela via intramuscular 100 vezes maior que o sistema gene gun para proporcionar uma resposta imune equivalente.

Gene Gun

Esta técnica, também conhecida como biobalística, utiliza microesferas de ouro envoltas em DNA que são bombardeadas através da pele. Assim o DNA chega diretamente ao citoplasma celular, o que não acontece com as administrações intradérmicas e intramusculares com agulha em que o DNA é libertado no espaço extracelular.

Esta técnica utiliza uma quantidade menor de plasmídeos de DNA se comparada às injeções de DNA clássicas. Num estudo comparando a técnica de gene-gun com injeção intradérmica direta, em modelo murino e aviário, utilizando uma vacina contra o vírus Influenza (causador da gripe), foi necessária uma quantidade 250 a 2500 vezes menor de DNA utilizando a técnica gene gun. No entanto, devido às limitações da técnica, esta não está a ser utilizada para estudos em humanos.

Eletroporação

Esta é a técnica em maior destaque para uso em animais. Consiste na estimulação elétrica do tecido muscular, após a injeção de plasmídeos de DNA pela via intramuscular ou intradérmica com o objetivo de permeabilizar as membranas das células de forma transitória e assim melhorar a eficiência da transfecção.

Esta técnica também induz a produção de citocinas pró-inflamatórias e aumenta a migração de células T e apresentadoras de antígenos. É descrito que a eletroporação aumenta à eficácia das vacinas de 10 a 1000 vezes.

Os pontos negativos da eletroporação são os seguintes:

  • Dor e desconforto do próprio procedimento;
  • Dispositivos ainda pesados;
  • Custo elevado;
  • Dificuldade da aplicação intramuscular em indivíduos obesos.

O desconforto da eletroporação intradérmica é menor do que a intramuscular. Ainda é necessário avaliar a sua viabilidade para uso em vacinas profiláticas. Atualmente, a eletroporação in vivo tem sido amplamente utilizada em ensaios clínicos.

Jet-injector

O método Jet-injector faz a inoculação do plasmídeo de DNA sem utilizar agulhas, como por exemplo o Biojector® (Bioject Medical Technologies, EUA). Nesta técnica, uma solução contendo o DNA do plasmídeo é pulverizada através da pele com o objetivo de transfectar células de Langerhans diretamente.

Os estudos existentes com primatas não humanos comparando o Biojector® com a seringa convencional não relataram aumento da imunogenicidade. Outros ensaios clínicos estão a ser desenvolvidos, assim como outros dispositivos de administração intradérmica sem agulha.

Tatuagem intradérmica

Esta técnica utiliza a estratégia de introdução dos plasmídeos de DNA na pele em multiplas injeções em vez de uma única, o que desencadearia uma resposta imunológica mais eficiente. Dessa forma, o DNA é entregue para a camada epidérmica da pele por milhares de injeções usando um dispositivo de tatuagem que foi denominado tatuagem de DNA (DNA tattooing).

Após a tatuagem, relata-se uma expressão de antígeno 10 a 100 vezes menor e de duração mais curta que a obtida pela inoculação intramuscular. Porém a apresentação do epítopo codificado pela vacina para as células T CD8+ foi nitidamente melhor.

Esse facto poderia ser explicado pela característica da pele ser mais rica em células apresentadoras de antígenos que o músculo. Além disso, o procedimento de tatuagem levaria a uma maior agressão local resultando na libertação de mais citocinas que uma única injeção intramuscular ou intradérmica, atuando assim como uma espécie de adjuvante.

Via mucosa

Esta via tem grande vantagem, uma vez que vários patógenos utilizam a mucosa como porta de entrada no organismo hospedeiro. Por esse motivo, vários adjuvantes, e sistemas de distribuição foram avaliados para a imunização por essa via, incluindo os sistemas de entrega mediada por partículas, lipossomas, bactérias como carreadores, entre outros.

Além da avaliação de diferentes vias de inoculação das vacinas de DNA, outras metodologias vêm sendo desenvolvidas e testadas visando aumentar a imunogenicidade destas vacinas. Alguns grupos direcionam o DNA para células alvo, como por exemplo para as células dendríticas, que são excelentes APCs.

Uma abordagem muito promissora é o “prime-boost” heterólogo, em que o animal recebe duas vacinas diferentes usando o mesmo antígeno:

– Uma dose com a vacina de DNA e outra dose com um outro tipo de vacina, como por exemplo, vacinas que utilizam vetores virais ou vacinas de subunidade.

Uma outra abordagem é a utilização de bactérias como carreadores da vacina de DNA, já que com essas há um direcionamento para células específicas e a ativação de receptores de padrões moleculares associados a agentes patogênico.

O estudo da vacina da Moderna envolve 30 mil participantes nos Estados Unidos. A pesquisa da Pfizer/BioNTech/Fosun também conta com 30 mil voluntários nos Estados Unidos e em outros países, entre eles o Brasil. Em ambos os casos, as empresas já desenvolviam vacinas de RNA para combater outros vírus.

No caso da Moderna, era o Nipah, que é transmitido por morcegos e pode causar problemas respiratórios e inflamação no cérebro potencialmente mortais.

A Pfizer e a BioNTech estavam a desenvolver uma vacina de RNA contra o vírus influenza, causador da gripe comum.

O objetivo é fazer as nossas células produzirem a proteína do coronavírus conhecida como espícula, que tem uma grande capacidade de gerar uma resposta forte do nosso sistema imunitário.

Os resultados publicados mostram que elas induzem à produção de uma grande quantidade de anticorpos que neutralizam o vírus. O teste final será ver se essa proteção é duradoura. O estudo da Pfizer vai durar dois anos, mas a empresa já apresentou resultados positivos.

Segurança e aprovação

A corrida às vacinas contra a Covid-19 é uma coisa nunca vista, principalmente do lado científico da pesquisa, desenvolvimento e testagem em massa para aferição de eficácia e segurança.

Na minha opinião um dos detalhes de segurança para já mais preocupantes é haver apenas para consulta a documentação científica dos laboratórios produtores da vacina ou seja da parte interessada na aprovação da autorização de introdução no mercado (AIM)… e respectivo lucro associado!

Toda a informação dos ensaios clínicos deve ser revista com rigor, sem falhas, por cientístas independentes que trabalham nas diversas agências do medicamento, como a FDA americana e a EMA europeia, antes de ser dada a AIM. Esta é uma regra de ouro na aprovação de qualquer novo medicamento e as vacinas devem seguir o mesmo protocolo de segurança.

Confio que as mais relevantes Farmacêuticas e laboratórios de pesquisa científica na área do medicamento, que desenvolvem vacinas contra a Covid-19, sejam geridas por “pessoas de bem” mas infelizmente a história lembra-nos que sempre existiram casos de falso protagonismo, lutas de poder, mentiras, ganância descarada… e muitas omissões…!

Da minha parte salvo informação científica em contrário confio um pouco mais nas vacinas de parceria Europeia, Japonesa e Americana.

Qual a melhor vacina?

Das vacinas mais faladas, Pfizer, Moderna e AstraZeneca/Oxford, Janssen/Johnson&johnson, já aprovadas na União Europeia e/ou nos EUA, a vacina da Janssen/Johnson tem a grande vantagem de necessitar apenas de uma dose, mantendo as seguintes importantes características:

  • Sem efeitos adversos graves registados em vacinados o que significa um elevado perfil de segurança;
  • Eficácia média/alta, entre 66,1% a 66,9% o que é considerado bom tendo em conta, por exemplo, que a eficácia da vacina sazonal da gripe comum é menor que 50%.
  • Não necessita de cadeia de frio especial pelo que pode ser aplicada em Farmácias e centros de saúde, por exemplo, desde que armazenada a uma temperatura entre 2ºC e 8ºC em frascos selados;
  • Preço médio 10 USD (dólares americanos) o que significa que pode chegar a mais países;
  • A tecnologia utilizada de vetor viral não-replicante é menos polémica e portanto mais resistente a teorias da conspiração que as vacinas que utilizam RNA como as da Pfizer e Moderna;
  • Reconhecida confiança global de uma empresa Farmacêutica sólida apoiada por investigação prestigiada.

Em março de 2021, a melhor vacina para vacinação global parecia ser a da Janssen/Jonhson, já aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). No entanto, tal como no caso da vacina da Astrazeneca, a vacina da Janssen e J&J parece ter originado casos muitos raros de formação de estranhos coágulos no cérebro em simultâneo com baixos níveis de plaquetas, provocando a morte a algumas pessoas, principalmente mulheres com menos de 60 anos!

Ambas as vacinas, Astrazeneca e Janssen, foram assim sujeitas a uma suspensão, temporária, em alguns países, para avaliação da sua segurança em virtude do surgimento destes efeitos secundários graves, não descritos nos ensaios clínicos!

Referências:

Fibromialgia melhor tratamento e pontos de dor




Fibromialgia tratamento, pontos de dor, sintomas e estigmas sociais (2022). Quais os sinais? Quais as causas e fatores de risco? Quais os tratamentos mais eficazes? Que hábitos diários podem ajudar a melhorar? O que nunca deve comer? Porque são muitas vezes mal interpretados os doentes pela sociedade? Por desconhecimento da realidade clínica, muitas vezes as doentes são “rotuladas” de preguiçosas pelos colegas de trabalho e até por algumas pessoas de família… o que é psicologicamente muito duro de aceitar!

Com a informação reunida pelo American College of Rheumatology e pela Associação Portuguesa de doentes com Fibromialgia este artigo pretende ser um contributo importante para doentes, famílias e sociedade interpretarem e apoiarem de forma correta quem padece de fibromialgia.

Leia também: Dores musculares estas são as informações essenciais, toda a verdade!

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • Fibromialgia o que é?
  • Qual a prevalência da fibromialgia na população?
  • Fibromialgia qual a história desta doença?
  • Causas e origem fisiopatológica
  • Fatores de risco
  • Quais os sinais que não deve ignorar?
  • Diagnóstico: Quais os critérios ?
  • Dores: Quais os “pontos-gatilho” sensíveis à dor?
  • Quais as manifestações nucleares?
  • Quais as manifestações características?
  • Diagnósticos diferenciais (com outras doenças): Quais os mais importantes?
  • Doenças que podem coexistir com a fibromialgia: Quais são?
  • Tratamento: Como pode tratar a fibromialgia?
  • Qual o tratamento mais eficaz?
  • Exercício físico: Qual o mais adequado?
  • O que acontece se não fizer exercício físico?
  • Hábitos diários: Quais os que podem melhorar os sintomas?
  • Psicologia: Como se sentem psicologicamente os doentes?
  • Família do doente: Qual a reação habitual?
  • Local de trabalho: O que acontece no local de trabalho?
  • Qual a reação da sociedade em geral?

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Estudos recentes sobre fibromialgia

Neste segmento descrevo alguns dos mais recentes estudos publicados pela comunidade científica:

Fibromialgia o que é?

A fibromialgia é um síndrome crónico caracterizado por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. A fibromialgia é uma das doenças reumáticas com maior incidência na atualidade. É uma doença crónica invisível, sobre a qual ainda há muito por saber. A fibromialgia não tem tratamento específico e é capaz de provocar dores intensas, no entanto mantém-se até hoje num relativo anonimato, ao qual não será alheio o facto de apenas ter sido reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 1970.

Prevalência

Estima-se que atinja entre 2 e 8% da população adulta global e ainda que esteja em clara expansão.

Fibromialgia qual a história desta doença?

historia da fibromialgia melhorsaude.org

Já Hipócrates descreve a dor músculo-esquelética difusa. Os principais pontos históricos da doença, por ordem cronológica, são os seguintes:

  • 1824, Balfour faz a associação entre reumatismo e pontos dolorosos;
  • 1880, Beard classifica como Mielastenia uma síndroma com as características da Fibromialgia;
  • No início do séc xx, Growers introduz o termo “Fibrosite”por supor (algo nunca comprovado), que se trataria de alterações fibromusculares;
  • 1972, Moldofsky identifica as perturbações do sono Nrem;
  • 1977, Smythe e Moldofsky associam a presença de dor crónica e generalizada com pontos dolorosos em locais previsíveis e sono não reparador;
  • 1990, o Colégio Americano de Reumatologia define os critérios de diagnóstico ainda agora utilizados.

Causas fisiopatológicas

Especula-se, ainda, acerca da origem da doença. Sabe-se que os doentes de fibromialgia apresentam:

  • Diminuição de serotonina e ácido 5 – Hidroxindolacético no LCR (líquido cefalorraquidiano) e no plasma;
  • Elevação da substância P no LCR (líquido cefalorraquidiano);
  • Hipovascularização de algumas regiões cerebrais;
  • Alterações no EEG (eletroencefalograma) de sono noturno, na fase NREM (fase de sono profundo onde ocorrem os sonhos);
  • Hipertonia simpática,
  • Alterações da memória recente.

Existem ainda outras alterações, mas todas elas são comuns a outras patologias. O mais provável é que seja uma causa multifatorial.

Fatores de risco

Embora não sejam conhecidas, com rigor, as causas da fibromialgia, sabe-se que as mulheres são quase 10 vezes mais afetadas que os homens. Na verdade, 80 a 90% dos casos diagnosticados são de mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. Supõe-se, por outro lado, que o desenvolvimento da doença também possa ser influenciado por fatores como:

  • Stress;
  • Doenças imunológicas e endocrinológicas;
  • Traumas físicos ou psicológicos.

Sintomas dores musculares e fadigafibromialgia melhorsaude.org melhor blog de saude

O sintoma predominante da fibromialgia é a dor muscular. Surgindo, na maior parte dos casos, de forma generalizada mas centrando-se posteriormente em regiões específicas, como o pescoço ou a região lombar, esta assemelha-se a um ardor intenso e muitas vezes debilitante. Pode, no entanto, fazer-se acompanhar por outros sintomas, como:

  • Perturbações de sono, presentes em cerca de 70% dos doentes, piorando as dores nos dias que dormem pior. Os registos eletroencefalográficos podem apresentar alterações relacionadas com as perturbações do sono.
  • Fadiga constante, que se mantém durante quase todo o dia com pouca tolerância ao esforço físico. Quando o sintoma dominante é a fadiga a doença tem sido designada por Síndroma da Fadiga Crónica;
  • Dificuldades de concentração;
  • Falta de memória;
  • Dores de cabeça;
  • Espasmos musculares;
  • Rigidez muscular;
  • Formigueiros e inchaços nos dedos das mãos e dos pés, principalmente ao levantar;
  • Distúrbios emocionais, com frequência de ansiedade e às vezes há depressão;
  • Perturbações gastrointestinais em alguns doentes que apresentam queixas gástricas e cólon irritável.

Os sintomas podem, no entanto, variar em intensidade e até mesmo desaparecer e reaparecer de forma esporádica, consoante a hora e o dia, os níveis de stresse e ansiedade ou as mudanças de temperatura. Também podem ser agravados com a atividade física exagerada ou desequilibrada.

Há relatos de casos de fibromialgia que começam depois de uma infeção bacteriana ou viral, um traumatismo físico ou psicológico.

Existem estudos que mostram que pessoas com esta doença, apresentam alterações nos níveis de algumas substâncias importantes, particularmente:

  • Níveis baixos de serotonina;
  • Níveis elevadas de proteína P.

Diagnóstico quais os critérios?

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Descrevo de seguida os critérios de diagnóstico do American College of Rheumatology:

Manifestações nucleares

Dor crónica generalizada, com evolução de, pelo menos, 3 meses, abrangendo a parte superior e inferior do corpo, lado direito e esquerdo, assim como o esquerdo axial.

Dor à pressão, em, pelo menos, 11 de 18 pontos predefinidos, a saber:

  • Ponto occipital – Bilateral, nas inserções do músculo sub-occipital.
  • Ponto cervical inferior – Bilateral, na face anterior dos espaços        intertransversários de C5 e C7
  • Ponto trapézio –  Bilateral, no ponto médio do bordo superior do músculo.
  • Ponto supra espinhoso –  Bilateral, na origem do músculo acima da espinha da omoplata, junto do bordo interno.
  • Ponto 2ª costela – Bilateral, na junção costo-condral da 2ª costela, imediatamente para fora da junção e na face superior.
  • Ponto epicôndilo – Bilateral, 2 cm externamente ao epicôndilo.
  • Ponto glúteo – Bilateral, no quadrante superior externo da nádega, no folheto anterior do músculo.
  • Ponto grande trocanter – Bilateral, posterior à proeminência trocantérica.
  • Ponto Joelho – Bilateral, na almofada adiposa interna, acima da interlinha articular.

Pontos dolorosos

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Fibromialgia ponto gatilho melhorsaude.org melhor blog de saude

Os pontos dolorosos não são de dor espontânea.

A sua pesquisa deve ser efetuada com uma pressão digital de 4kg.

A dor não deve irradiar.

Manifestações Características

  • Fadiga crónica,
  • Sono não reparador,
  • Parestesias,
  • Rigidez (sobretudo matinal),
  • Edema subjetivo,
  • Cefaleias,
  • Síndroma de colon irritável,
  • Fenómeno de Raynaud,
  • Depressão/ansiedade,
  • Hipersensibilidade generalizada à pressão e mudanças de temperatura ( tipo síndroma gripal).

O diagnóstico é exclusivamente clínico, não existindo exames subsidiários caracteristicamente positivos na fibromialgia.

Doenças e diagnósticos diferenciais

Tendo em consideração que os sintomas de fibromialgia são comuns a outras doenças que têm tratamento diferente, sendo que algumas são potencialmente graves em termos de sobrevida, é necessário descartar ou confirmar, previamente, de forma clara a presença, simultânea ou não, das seguintes doenças:

  • Artrite reumatoide;
  • Lupus eritematoso sistémico;
  • Espondilite anquilosante;
  • Polimiosite;
  • Síndroma de Sjörgen;
  • Polimialgia reumática;
  • Osteomalacia ;
  • Osteoporose;
  • Doença vertebral degenerativa;
  • Síndroma de dor miofascial;
  • Hipotiroidismo;
  • Hipertiroidismo;
  • Hiperparatiroidismo;
  • Síndrome paraneoplásico;
  • Miopatia metabólica;
  • Metastização tumoral;
  • Mieloma múltiplo,
  • Polineuropatias;
  • Doença de Parkinson;
  • Sarcoidose;
  • Infeções víricas;
  • Neuroses;
  • Psicoses;
  • Ansiedade;
  • Depressão.

Qualquer destas patologias pode coexistir com a Fibromialgia.

Tratar a fibromialgia

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Ainda não é conhecida cura para a fibromialgia e também ainda não existe nenhum fármaco específico para a doença. Existem, no entanto, medicamentos e técnicas que podem ajudar a aliviar os sintomas, principalmente as dores, a saber:

  • Analgésicos;
  • Relaxantes musculares;
  • Antidepressivos;
  • Massagens;
  • Técnicas de relaxamento.

Tratamento qual o melhor?

O primeiro passo é acreditarmos no sofrimento do doente! Seguidamente, envolver o doente no seu tratamento. Cada sujeito ativo compreendendo e colaborando na responsabilidade do Sucesso / Insucesso.

Deve frisar-se que se trata de uma doença crónica e que o tratamento visa, não a ausência de sintomas, mas o seu controlo. Também teremos que estar preparados para Adaptar os esquemas terapêuticos à evolução das queixas. O tratamento é sempre individual.

Tratamento Farmacológico

O tratamento farmacológico inclui os seguintes medicamentos:

  • Amitriptilina, em doses baixas ( 10mg – 25mg/ dia),
  • Fluoxetina (antidepressivo),
  • Diazepam e outros mio relaxantes (relaxantes musculares),
  • Ansiolíticos,
  • Indutores do sono,
  • Antiepiléticos, (topiramato em doses até 75mg/dia tem-se mostrado útil),
  • Analgésicos como o paracetamol, com e sem codeína, os salicilatos, o tramadol, revelam alguma eficácia.

Os corticosteroides, devido aos efeitos secundários e à quase ineficácia, são de evitar!

Tratamento Psiquiátrico

O apoio psiquiátrico nunca deve ser de descurar, sempre que se revele necessário, sob a orientação de médico psiquiatra com experiência em dor.

Psicoterapia Coadjuvante

Particularmente útil nas áreas Cognitiva / Comportamental:

  • Aprender a viver com a doença e aceitar as suas limitações, assim como aprender a lidar com o stress.
  • Técnicas de Bio Feedback têm-se mostrado úteis.

Fisioterapia é possível

Sim mas apenas quando individualizada e efetivada por técnicos com experiência nestes doentes.

Exercício Físico adequado

Fundamental, o exercício físico mais indicado é adaptado às condições do doente. Aconselha-se, essencialmente:

  • Caminhada,
  • Natação (sem grande esforço), em ambientes agradáveis e tépidos.

É importante não descurar o Exercício Físico, porque a inação para que tendem os doentes de Dor Crónica, acarreta consequências psíquicas e físicas como:

  • Depressão,
  • Obesidade,
  • Atrofia Muscular,
  • Osteoporose,
  • Artralgias,

Estas são situações que acabam também e por si só, gerar doença.

Alimentação faz toda a diferença

Não existem dúvidas que a alimentação pode ter uma influência extraordinária na evolução e sintomatologia da doença.  Cada doente deve tentar identificar principalmente os alimentos que fazem piorar a sua condição de saúde.

No geral deve evitar todos os alimentos fabricados e embalados pois quase sempre tem aditivos alimentares artificiais e teores de açúcar demasiado elevados.

Entre os mais importantes vale a pena estar atento e se necessário eliminar da alimentação diária os seguintes:

  • Aditivos alimentares artificiais como o Glutamato monossódico (MSG) e o Aspartame
  • Glúten
  • Açúcares
  • Enchidos
  • Alimentos fritos que contêm gorduras saturadas de má qualidade
  • Álcool

Também o excesso de peso parece piorar sempre os sintomas dolorosos associados à fibromialgia.

Nutrição e estudos sobre fibromialgia

Os seguintes estudos alertam para a importância do cuidado alimentar para mitigar os sintomas da fibromialgia, a saber:

Stress e hábitos diários

Quais os que melhoram os sintomas?

Adaptar o seu estilo de vida aos sintomas da doença é essencial para uma melhor qualidade de vida. Assim deve tentar aplicar os seguintes hábitos diários:

Psicologia  do doente como se sente?

Como em qualquer outra doença dolorosa crónica e tendencionalmente incapacitante, estes doentes apresentam-se muito queixosos, com níveis de autoestima baixos, angustiados, revoltados, não compreendidos e uma história de grande dificuldade em gerir a sua vida familiar, laboral e social.

Família do doente como reage?

A família é um fator primordial, para o melhor e para o pior, na evolução destes doentes. Muitas vezes não colabora, acusando o doente de “preguiçoso”, “piegas” ou “desequilibrado” emocionalmente. Normalmente, após elucidado, o agregado familiar passa a colaborar, sendo de grande importância, pelo suporte que pode dar ao doente. Por vezes, a própria família precisa de Apoio.

Local de trabalho o que acontece?

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Devido às características da doença, a produtividade diminui, o que, muitas vezes, acarreta acusações dos colegas e superiores hierárquicos, criando um meio hostil. Devem-se diminuir os níveis de Stress do doente, respeitando os seus Ritmos de trabalho e/ou mudando de Actividade profissional.

Sociedade como são tratados os doentes?

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Normalmente, a incapacidade inerente à doença implica uma marcada diminuição da quantidade e qualidade da Vida Social destes doentes, assim como um aumento de gastos com o consumo de Serviços de Saúde e da Segurança Social, com faltas ao trabalho e Reformas precoces.

O Estado português ainda não facilita a estes doentes os direitos que lhes deveriam ser atribuídos, de acordo com o reconhecimento da patologia já existente, revelando-se duplamente penalizante para o doente e agregado familiar.

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Concluindo

Se suspeita que pode sofrer de fibromialgia, consulte o seu médico assistente ou o seu reumatologista. O diagnóstico faz-se quando a dor existe por mais de três meses em pelo menos 11 de 18 pontos específicos do corpo. Entretanto, realizam-se exames para excluir outras doenças que possam causar as queixas.

Se, infelizmente, já é um doente fibromialgico então não se acomode, adote um estilo de vida saudável com exercício físico e alimentação adequados. Vá ao médico acompanhado por alguém da sua família para que esta fique bem informada sobre a doença e possa dispensar-lhe o apoio positivo que é essencial para evitar outras perturbações psicológicas muitas vezes associadas à doença.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Bibliografia:

POR FAVOR PARTILHE COM A FAMÍLIA E AMIGOS

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