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Top 10 medicamentos para a Covid-19

Top 10 medicamentos e tratamentos para a Covid-19! Coronavírus SARS-CoV-2 e a doença Covid-19 medicamentos e tratamentos atuais, toda a verdade! Quais os tratamentos que podem salvar mais rapidamente a vida dos mais frágeis contra a infeção e pneumonia fatal provocada pelo novo coronavírus?

O novo coronavírus que causa a síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2), após o seu primeiro aparecimento em Wuhan, China, espalhou-se globalmente e em poucos meses foi declarada a terceira pandemia global de coronavírus zoonóticos, alguns anos depois da SARS-CoV em 2003 e da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) em 2012.

A doença Covid-19 manifesta-se principalmente pela síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA ou SARS em inglês), causando morte pulmonar e morte definitiva, afetando especialmente pacientes com comorbidades como diabetes, hipertensão. O SARS-CoV-2 entra no pulmão depois de se ligar aos recetores da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) epitelial e espalha-se para os órgãos distais, incluindo coração, fígado, rim, trato gastrointestinal e cérebro, induzindo respostas imunes inflamatórias sistémicas.

Tratamentos para a Covid-19 descritos neste artigo:

  • Nirmatrelvir (Fevereiro 2022)
  • Paxlovid (PF-07321332 e Ritonavir)
  • Molnupiravir
  • Dexametasona
  • Hidroxicloroquina
  • Hidroxicloroquina com Azitromicina
  • Azitromicina
  • Protocolo Suíço anti-covid
  • Ivermectina
  • Bromexina
  • Zinco
  • Quercetina
  • Remdesivir
  • Favilavir ou Favipiravir (T-705) ou Avigan
  • Kevzara ou Sarilumab
  • Losartan
  • Lopinavir
  • Ritonavir
  • Interferon alfa 2b
  • BCG(Bacillus Calmette-Guérin) vacina anti-tuberculose
  • Aplidin ou plitidepsina

Leia também: Coronavirus toda a verdade sobre sintomas, taxa de mortalidade, mecanismo de transmissão, período de incubação, prevenção

Ciclo de vida do SARS-CoV

A pandemia de COVID-19 afetou já muitos milhões de pessoas em todo o mundo, com transmissão pessoa a pessoa da síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2). Estratégias terapêuticas e preventivas para SARS-CoV-2 continuam a ser um desafio significativo. Nos últimos meses, surgiram opções de tratamento eficazes que agora incluem antivirais, corticosteroides e anticorpos específicos para vírus reaproveitados. Recentemente incluiu plasma de convalescença e anticorpos monoclonais.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Nirmatrelvir (PF-07321332)

Nirmatrelvir ou PF-07321332 é um inbidor das duas principais proteases (Mpro) do SARS-CoV com potente atividade in vitro, que pode ser administrado por via oral. Um ensaio aleatorizado de fase 2-3, com dupla ocultação e controlado por placebo, que investigou o efeito da administração de nirmatrelvir (com ritonavir) no risco de hospitalização, morte por qualquer causa e carga viral de indivíduos com COVID-19 sintomática tratada em ambulatório, não vacinados e em elevado risco de progressão para doença grave, mostrou reduzir o risco de progressão para doença grave em 89% face ao placebo, com um perfil aceitável de efeitos adversos. O estudo foi publicado no The new england journal o f medicine.

Estudo: Oral Nirmatrelvir for High-Risk, Nonhospitalized Adults with Covid-19

Paxlovid (PF-07321332 e Ritonavir)

Paxlovid é o nome comercial de um novo medicamento da Pfizer que combina PF-07321332 e Ritonavir num único comprimido para tratar doentes com Covid-19. Perante os extraordinários resultados dos estudos clínicos de fase 2/3, que descrevo neste artigo, o entusiasmo dos investigadores é indisfarçável! Será o primeiro medicamento oral que consegue curar a doença? Clique no link ou imagem seguinte para ler o meu artigo completo sobre o Paxlovid:

Molnupiravir da Merck

Durante muitos meses, tivemos esperanças de que um medicamento oral seguro e eficaz pudesse ser desenvolvido para reduzir o risco de doença grave para indivíduos recém-diagnosticados com COVID-19. A primeira indicação de que essas esperanças podem ser realizadas veio do anúncio, em Outubro de 2021, de uma redução de 50% nas hospitalizações dos doentes que tomaram o medicamento molnupiravir da Merck e Ridgeback (originalmente desenvolvido com uma bolsa do NIH para a Emory University, Atlanta).

No entanto a notícia de um segundo medicamento por via oral com eficácia potencialmente maior ou seja um comprimido antiviral da Pfizer Inc chamado Paxlovid, que visa uma etapa diferente no ciclo de vida do SARS-CoV-2, abafou completamente o lançamento do molnupiravir!

Leia também: Coronavirus teoria da conspiração


Não perca neste artigo a leitura de um interessante protocolo para profilaxia e tratamento da Covid-19… vale muito a pena conhecer!

Para que fique claro todos os medicamentos descritos neste artigo estão sujeitos a receita médica ou seja eles só serão usados se o médico ou equipa de médicos, depois de avaliar o doente, a respetiva história clínica e os seus antecedentes pessoais e familiares, concluir ser adequado administrar estes medicamentos perante a história atual da doença do paciente. No entanto também existem suplementos de livre acesso na Farmácia que potenciam o efeito de alguns dos medicamentos descritos e que podem ter algum efeito protetor.

Leia também: Vacinas para a Covid-19 qual a melhor, toda a verdade!

História pessoal com hidroxicloroquina

A hidroxicloroquina está envolta em polémica sobre a sua utilidade contra a Covid-19. Por isso mesmo todos os testemunhos pessoais de utilização deste medicamento são relevantes para separar a “poeira” do que realmente é importante para ajudar os doentes.

Há maio de 2020 o meu pai, com 85 anos, polimedicado, esteve internado 15 dias depois de testar positivo ao SARS-Cov-2 e desenvolveu a doença Covid-19 com sintomas de febre, fadiga, dificuldade respiratória e mal estar geral.

Durante o internamento, como sou Farmacêutico, por curiosidade pessoal e profissional, questionei os médicos sobre o tratamento que estava a ser administrado. Responderam sem rodeios:

  • Amoxicilina com ácido clavulânico 875mg/125mg de 12/12h durante 7 dias;
  • Azitromicina 500mg, 1xdia durante 3 dias;
  • Hidroxicloroquina 400mg/dia, 5 dias
  • Oxigênio quando necessário.

A hidroxicloroquina começou a ser administrada ao meu pai apenas alguns dias, poucos, após o início do internamento e constatei que o estado de saúde do meu pai começou de facto a melhorar (deixou de precisar de oxigênio) pouco tempo depois de ser adicionada a hidroxicloroquina ao seu protocolo de tratamento… será coincidência? Pode ser mas existem cada vez mais médicos no terreno a tratar doentes que testemunham o que parece ser o efeito muito positivo da Hidroxicloroquina quando administrada cedo no decorrer da doença.

Sublinho o facto do meu pai ser polimedicado e hipocoagulado e aparentemente ter recuperado sem sequelas ou interações medicamentosas.

Nota: Obviamente só teremos certezas com estudos clínicos randomizados e duplamente cegos.

Leia também: Isto fortalece muito o sistema imunitário

Dexametasona

A dexametasona é um potente glucocorticosteroide sintético anti-inflamatório, com uma potência anti-inflamatória 7 vezes superior à da prednisolona e 30 vezes superior à da hidrocortisona. O pico plasmático é atingido no máximo em 5 minutos. Liga-se até 77% às proteínas plasmáticas, principalmente à albumina. O metabolismo hepático é lento e a excreção é maioritariamente urinária, principalmente sobre a forma de esteroides não conjugados.

Indicação terapêutica

De acordo com a norma da Direção Geral da Saúde nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada em 14/10/2020, a administração de dexametasona nos doentes com infeção por SARS-CoV-2 deve ser considerada nos adultos e pessoas a partir dos 12 anos de idade e com peso igual ou superior a 40 kg, internados em fase de doença grave e crítica, a partir do 7º dia após o início dos sintomas. Não está recomendada em doença ligeira a moderada, particularmente em estádios precoces da doença (até ao 7º dia após o início dos sintomas), exceto se existir indicação por comorbilidades preexistentes.

Posologia e modo de administração

A dose recomendada de dexametasona é de 6 mg, uma vez por dia, até 10 dias, podendo ser administrada por via entérica ou administrada por injeção ou perfusão.

Reações adversas

As reações adversas mais comuns associadas com o tratamento a curto prazo com glucocorticoides são:

  • Hipersensibilidade, incluindo anafilaxia;
  • Alergias cutâneas;
  • Ulceração gastrointestinal, com possíveis hemorragias.

Nanoformulação

A sua nanoformulação é bem conhecida pelo desenvolvimento de depósito de macrófagos após administração intravenosa e inalatória.

A nanoformulação de longa duração de drogas anti-HIV-1 mostrou sucesso como carregadora de drogas baseadas em macrófagos para terapia anti-HIV-1 em comparação com a droga na forma livre. Assim, esta estratégia também pode funcionar no tratamento com COVID-19 se os macrófagos alveolares que visam nanopartículas de dexametasona forem projetados. Um estudo recente em pacientes infectados com SARS-CoV-2 mostrou que a dexametasona diminuiu a mortalidade em pacientes com COVID-19.

A empresa com sede no Reino Unido e o RECOVERY Collaborative Group realizaram um ensaio clínico randomizado e controlado que consistiu em 2140 pacientes que receberam dexametasona, por via oral ou inalatória, enquanto 4321 pacientes receberam tratamento padrão. O estudo mostrou que em pacientes com COVID-19 hospitalizados, o uso de dexametasona resultou na redução da mortalidade em 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou apenas oxigênio, mas não naqueles sem suporte respiratório.

Estudo: Dexamethasone in Hospitalized Patients with Covid-19 – Preliminary Report

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/
Efeito terapêutico da dexametasona. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Resumo do estudo sobre dexametasona

Antecedentes: A doença por coronavírus 2019 (Covid-19) está associada a danos pulmonares difusos. Os glicocorticóides podem modular a lesão pulmonar mediada por inflamação e, assim, reduzir a progressão para insuficiência respiratória e morte.

Métodos: Neste ensaio clínico controlado e aberto comparando uma gama de tratamentos possíveis em pacientes que foram hospitalizados com Covid-19, os pacientes foram aleatoriamente designados para receber dexametasona oral ou intravenosa (em uma dose de 6 mg uma vez ao dia) por até 10 dias ou para receber apenas os cuidados habituais. O desfecho primário foi a mortalidade em 28 dias. Aqui, relatamos os resultados preliminares dessa comparação.

Resultados: Um total de 2.104 pacientes foram designados para receber dexametasona e 4321 para receber os cuidados habituais. No geral, 482 pacientes (22,9%) no grupo de dexametasona e 1110 pacientes (25,7%) no grupo de tratamento usual morreram dentro de 28 dias após a randomização. As diferenças proporcionais e absolutas entre os grupos na mortalidade variaram consideravelmente de acordo com o nível de suporte respiratório que os pacientes estavam recebendo no momento da randomização.

No grupo de dexametasona, a incidência de morte foi menor do que no grupo de tratamento usual entre os pacientes que receberam ventilação mecânica invasiva e entre aqueles que receberam oxigênio sem ventilação mecânica invasiva, mas não entre aqueles que não estavam recebendo suporte respiratório na randomização.

Conclusões: Em pacientes hospitalizados com Covid-19, o uso de dexametasona (6mg/dia) resultou em menor mortalidade aos 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou oxigênio isolado na randomização, mas não entre aqueles que não receberam suporte respiratório.


Ivermectina

A Ivermectina demostrou inibir a replicação do vírus SARS-CoV-2 in vitro, o que levou a que este medicamento fosse utilizado off-label, embora a eficácia clínica ainda não tenha sido demonstrada

O tratamento com Ivermectina parece estar associado a uma mortalidade mais baixa nos doentes com COVID-19, particularmente naqueles que apresentam um quadro respiratório grave.

Estudo: Use of Ivermectin Is Associated With Lower Mortality in Hospitalized Patients With Coronavirus Disease 2019, The Ivermectin in COVID Nineteen Study

Cientístas Australianos anunciaram a 3 de Abril de 2020 que em laboratório tinham conseguido destruir o coronavírus SARS-CoV-2 em 48 horas… o que causou espanto!

Estudo: The FDA-approved Drug Ivermectin inhibits the replication of SARS-CoV-2 in vitro

Resumo do estudo:

  • Um estudo liderado pela Universidade Monash mostrou que um medicamento antiparasitário já disponível em todo o mundo pode matar o vírus em 48 horas.
  • Uma única dose impediu o vírus de crescer nas culturas de células.
  • Os próximos passos são determinar a dosagem humana correta garantindo que as doses mostradas para tratar efetivamente o vírus in vitro sejam seguras para os seres humanos.
  • O uso da ivermectina no combate ao COVID-19 depende de testes pré-clínicos e ensaios clínicos, sendo necessário financiamento urgente para o progresso do trabalho.
  • A ivermectina é um medicamento antiparasitário aprovado pela FDA que também demonstrou ser eficaz in vitro contra uma ampla gama de vírus, incluindo vírus HIV, Dengue, Influenza e Zika.
  • Os resultados do estudo foram publicados no Antiviral Research.

A Ivermectina é um antiparasitário interno e externo, com uso aprovado principalmente em veterinária. Em humanos é utilizado em alguns países africanos para combater a chamada “doença dos rios” causada por uma proliferação de parasitas no corpo humano que pode originar a cegueira nos doentes infectados e não tratados atempadamente.

Também é utilizado na prevenção da malária e tem a vantagem de conseguir os efeitos terapêuticos com uma dose diária muito mais baixa do que a cloroquina, por exemplo, o que torna este medicamento como uma opção ainda mais barata que a cloroquina e muito mais barata que qualquer antiviral em estudo para a Covid-19.

É produzida em Macau por um laboratório Farmacêutico Português a Hovione.

Profilaxia com Ivermectina

Estudo sobre o uso de Ivermectina como potencial agente profilático em determinados casos para reduzir o risco durante o intervalo de tempo até a vacinação eficaz, segura e massiva estar dispo nível.

Estudo: A COVID-19 prophylaxis? Lower incidence associated with prophylactic administration of ivermectin

Hidroxicloroquina

  • Composição: Sulfato de hidroxicloroquina
  • Dosagem: 400 mg (equivalente a 310 mg de hidroxicloroquina)
  • Forma farmacêutica: Comprimidos
  • Nome comercial: Plaquinol
  • Posologia habitual: 400mg 1xdia á refeição
  • Posologia contra a Covid-19: 200mg 3xdia durante 10 dias
  • Preço (Março de 2020): 4,35€/embalagem de 10 comprimidos
  • Medicamento sujeito a receita médica

Um estudo Francês descreveu que um medicamento anti-malária que é usado há 70 anos, denominado cloroquina, na sua forma mais segura activa de hidroxicloroquina, bloqueia o novo coronavírus SARS-CoV-2 in vitro e já está a ser usado em pacientes que tiveram pneumonia devido à Covid-19.

Uma equipa francesa divulgou que os resultados iniciais de um estudo de 24 pacientes com hidroxicloroquina mostraram que 25% dos pacientes que receberam o medicamento ainda carregavam o coronavírus após seis dias, em comparação com 90% dos pacientes que receberam placebo, ou seja observaram uma taxa de cura 65% superior ao placebo… o que é notável.

Um outro estudo nos EUA também parece confirmar as conclusões da equipa de investigadores Franceses. Descrevo de seguida link para os estudos Franceses:

A cloroquina é um antimalárico que também possui atividade antiviral potente. Sabe-se que bloqueia a infecção aumentando o pH dos endossomas necessário para a fusão do vírus com a célula, o que inibe sua entrada.

Possível mecanismo de ação da hidroxicloroquina. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Segundo o resumo das características do medicamento (RCM) a hidroxicloroquina é um antimalárico da família das 4-hidroxicloroquinas que combina, uma actividade schizonticída sanguínea rápida com alguma actividade gametocitocítica, sendo também classificada como um fármaco anti-reumático de acção retardada.

Hidroxicloroquina + zinco e Covid-19

Médicos Americanos que trataram doentes com Covid-19 relatam “no terreno” extraordinários resultados com a hidroxicloroquina quando este medicamento é usado para proteger os médicos mais expostos ao risco de Covid, como preventivo juntamente com suplemento de Zinco, mas também para tratamento dos doentes se administrada o mais cedo possivel após exposição ao coronavírus. As dosagens administradas são geralmente as seguintes:

  • Prevenção: Hidroxicloroquina 200mg 1xsemana + zinco diáriamente;
  • Tratamento: Hidroxicloroquina 400 a 600mg/dia + Azitromicina 500mg/dia + Zinco 1xdia (durante pelo menos 5 dias)

Polémico protocolo com Hidroxicloroquina

Nos Estados Unidos da América um grupo de médicos denominado America’s Frontline Doctors, vieram a público testemunhar a sua experiência com a hidroxicloroquina utilizada como tratamento dos seus doentes mas também como preventivo das suas equipas de profissionais de saúde. Este é um video bastante polémico mas a democracia é mesmo isto… avaliar diferentes experiências e pontos de vista, respeitar as diferenças e decidir por si… sem censuras!

O video foi de imediato censurado e retirado do youtube mas pode vê-lo aqui

Indicações terapêuticas da hidroxicloroquina:

  • Situações reumatológicas e Lúpus eritematoso sistémico
    • Lúpus eritematoso discóide
    • Artrite reumatóide
    • Artrite idiopática juvenil
  • Distúrbios dermatológicos provocados ou agravados por fotosensibilidade cutânea
  • Malária: Tratamento dos acessos agudos e para supressão da malária devida a Plasmodium vivax, P. ovale e P. malariae e estirpes sensíveis de P. falciparum.
  • Erradicação de malária devido a estirpes cloroquina-sensíveis de P. falciparum.

Segurança da hidroxicloroquina

Apesar dos extraordinários efeitos terapêuticos a cloroquina é um medicamento potente que deve ser administrada sob apertada vigilância médica pois pode apresentar efeitos secundários graves em alguns doentes embora, naturalmente, estes sejam mais prováveis em tratamentos prolongados, o que não é o caso da utilização contra a Covid-19 que é geralmente limitada a 5 dias de utilização.

Acresce que apesar do RCM (Resumo das Características do Medicamento) descrever como raro e muito raro respetivamente a cardiomiopatia e a insuficiência hepática fulminante, são precisamente estes dois efeitos secundários que podem ser fatais e que mais são sublinhados pelos médicos com experiência no uso da hidroxicloroquina quando falam do cuidado que se deve ter no seu uso.

É justo sublinhar mais uma vez, a favor da hidroxicloroquina, que num contexto Covid-19 o seu uso é de curta duração, cerca de 5 dias de utilização na maioria dos casos, pelo que os efeitos secundários temidos por muitas pessoas são bastante mitigados e portanto muito menos prováveis que em tratamentos mais prolongados e/ou dosagens mais elevadas.

Para clarificar a segurança da hidroxicloroquina um estudo recente publicado a 10 de março de 2020, conclui que é seguro o seu uso individual, mas se for simultaneamente usada a Azitromicina esta pode induzir falha cardíaca e mortalidade cardiovascular por causa de efeitos sinérgicos na extensão do QT originando um intervalo QT perigosamente longo e potencialmente fatal!

Video: Síndrome do QT longo e taquicardia ventricular do tipo torsades de pointes

Fonte: msdmanuals.com/pt

Estudo: Safety of hydroxychloroquine, alone and in combination with azithromycin, in light of rapid wide-spread use for COVID-19: a multinational, network cohort and self-controlled case series study

Efeitos secundários mais relevantes da Cloroquina descritos no RCM:

  • Afecções oculares (frequentes) como alterações da córnea incluindo edema, tendo sido reportada opacidade; Podem ser assintomáticas ou podem causar perturbações, tais como halos, visão turva ou fotofobia. Podem ser transitórias ou reversíveis com a interrupção do tratamento. Pode também ocorrer visão turva devido a um distúrbio da acomodação, que é dosedependente e reversível.
  • Doenças gastrointestinais (frequentes) como náuseas, diarreia, anorexia, dores abdominais. Estes sintomas regridem normalmente com a redução da dose ou com a interrupção do tratamento.
  • Doenças do sistema nervoso (pouco frequentes) como vertigens, zumbidos, surdez, cefaleias, nervosismo, instabilidade emocional, convulsões, alucinações e delírio.
  • Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos (pouco frequentes) rash cutâneo, alterações pigmentares na pele e mucosas, descoloração dos cabelos, alopécia, erupções bolhosas, fotossensibilidade. De uma forma geral desaparecem rapidamente com a interrupção do tratamento.
  • Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos (pouco frequentes) alterações sensoriais associadas, depressão dos reflexos tendinosos e condução nervosa anormal.
  • Cardiomiopatia descrita no RCM como efeito secundário raro.
  • Afecções hepatobiliares função hepática anormal, insuficiência hepática fulminante descritas no RCM como muito raro.

Consulte o RCM da cloroquina, disponível abaixo, para todos os detalhes sobre este medicamento, nomeadamente posologia em detalhe, interações com outros medicamentos e efeitos secundários raros.

Interações medicamentosas da cloroquina:

  • Digoxina: a terapêutica concomitante de hidroxicloroquina e digoxina pode ocasionar elevação dos níveis de digoxina; os níveis plasmáticos de digoxina devem ser rigorosamente monitorizados em doentes com terapêutica concomitante;
  • Antiácidos: a administração com antiácidos pode levar a uma diminuição da absorção da hidroxicloroquina. A toma destes dois medicamentos deve ser espaçada por um intervalo de, pelo menos, 4 horas;
  • Cimetidina: pode inibir o metabolismo da hidroxicloroquina e, assim, aumentar a sua semi-vida;
  • Parassimpáticomiméticos: o uso concomitante de hidroxicloroquina com neostigmina e piridostigmina pode gerar antagonismo de efeito daquelas e exacerbar os sintomas de miastenia gravis;
  • Aminiglicosídeos: o uso conjunto de hidroxicloroquina e aminiglicosídeos deve ser evitado, pois ambos possuem potencial ototóxico.

Por causa do baixo preço e de alguns estudos promissores, a cloroquina está na linha da frente como “experiência de combate” contra a Covid-19 mas, na minha opinião, só deve ser utilizada sobre forte vigilância médica pois como acima sublinhei, pode apresentar efeitos secundários graves.


Hidroxicloroquina e Azitromicina

Foi publicado no International Journal of Antimicrobial Agents um estudo francês não cego nem randomizado, preparado para avaliar a eficácia da hidroxicloroquina (HCQ) em monoterapia ou associada com azitromicina (antibiótico) em doentes com Covid-19 internados num hospital em Marselha, na França.

Estudo Francês: Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results of an open-label non-randomized clinical trial

A Hidroxicloroquina demonstrou eficácia in vitro para o SARS-CoV (coronavírus responsável por uma epidemia na Ásia em 2003), e em Fevereiro de 2020 voltou a demonstrar atividade in vitro também para o Covid-19.

Neste contexto, os investigadores desenharam o seguinte estudo:

Critérios de inclusão:

  • Doentes hospitalizados por Covid-19 (confirmado);
  • Maiores de 12 anos;
  • Swab nasofaríngeo positivo na admissão hospitalar.

Critérios de exclusão:

  • Alergia à cloroquina ou hidroxicloroquina;
  • Qualquer outra contraindicação à medicação tal como retinopatia prévia, deficiência de G6PD conhecida, intervalo QT prolongado e gestantes ou lactantes.

Os pacientes que aceitaram participar no estudo foram acompanhados durante 14 dias, tiveram swabs nasofaríngeos recolhidos diariamente e receberam hidroxicloroquina 200 mg, por via oral, 3xdia nos primeiros dez dias.

Os pacientes que não aceitaram participar, aqueles com critérios de exclusão ou que estavam internados em outro hospital, serviram de grupo controle.

Desfechos:

O desfecho primário escolhido foi o clearence virológico por PCR do swab nasofaríngeo no D6 (dia 6) após inclusão no estudo. Desfechos secundários foram clearence virológico no resto do estudo, parâmetros clínicos (temperatura, frequência respiratória, permanência em hospital e mortalidade), e efeitos colaterais.

Resultados

Foram recrutados 42 pacientes para o estudo, sendo 26 para o grupo de tratamento e 16 para o grupo controle. Dos 26 pacientes do grupo de tratamento, seis foram perdidos pelos seguintes motivos:

  • Três pacientes foram transferidos para UCI e perderam seguimento;
  • Um paciente morreu no D3 (dia 3) após inclusão no estudo;
  • Um paciente decidiu ir embora do hospital no D3 após inclusão;
  • Um paciente parou o tratamento por náuseas.
  • Dos 20 pacientes tratados com Hidroxicloroquina, 6 foram tratados também com azitromicina (500 mg, via oral, 1xdia no D1 e 250 mg, via oral, nos quatro dias seguintes). Os autores descrevem somente que o antibiótico foi dado “para prevenir superinfecção bacteriana”, mas não especificam o critério de seleção dos pacientes.

Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina apresentaram maior taxa de clearence viral em swab nasofaríngeo no D6 do que o grupo controle (70% vs 12,5%, p=0,001).

Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina + azitromicina tiveram 100% do clearence no D6 enquanto os que tomaram Hidroxicloroquina em monoterapia tiveram 57,1%. O efeito foi maior nos pacientes que apresentavam sintomas de vias aéreas superiores e/ou inferiores.


Azitromicina

Azitromicina pertence a um grupo de antibióticos denominados macrólidos. É um antibiótico utilizado no tratamento de infeções localizadas em diversas partes do organismo provocadas por bactérias. Muito utilizado em infeções respiratórias.

  • Composição: Azitromicina
  • Dosagem: 500 mg
  • Forma farmacêutica: Comprimidos
  • Nome comercial: Zithromax
  • Posologia habitual: 500mg 1xdia fora da refeição
  • Posologia contra a Covid-19 associada à hidroxicloroquina: 500mg 1xdia no dia 1 (D1) e depois 250mg 1xdia mais 4 dias (posologia utilizada no estudo Francês acima descrito),
  • Medicamento sujeito a receita médica

Azitromicina penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose.

Quais as patologias que são tratadas com Azitromicina?

Azitromicina está indicado no tratamento de certas infeções causadas por microrganismos sensíveis, tais como:

  • Amigdalites/faringites,
  • Sinusites,
  • Bronquites,
  • Pneumonias,
  • Otite média aguda,
  • Infeções da pele e dos tecidos moles (por exemplo abcessos),
  • Doenças sexualmente transmissíveis provocadas por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoea não multiresistente.

Efeitos indesejáveis muito frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 10 doentes) são:

  • Diarreia.

Efeitos indesejáveis frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 100 doentes) são:

  • Dor de cabeça,
  • Vómitos,
  • Dor abdominal,
  • Náuseas,
  • Número reduzido de linfócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
  • Número mais elevado de eosinófilos, neutrófilos, basófilos e monócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
  • Bicarbonato no sangue reduzido.

Protocolo suiço anti-Covid-19

O Swiss Policy Research (SPR), anteriormente conhecido como Swiss Propaganda Research, que se descreve como “um grupo de pesquisa independente, sem ligação a partidos políticos e sem fins lucrativos que investiga propaganda geopolítica na comunicação social suíça e internacional”, publicou vários artigos no COVID-19 desde o início do pandemia.

Embora os críticos da SPR tenham acusado de promover teorias “não comprovadas”, o trabalho apresentado concentra-se no uso de estudos publicados, relatos de casos e testemunhos médicos reais para os seus relatórios.

Recentemente, a SPR divulgou um resumo das evidências científicas úteis para tratar COVID-19 com ingredientes simples, seguros e baratos.

Zinco, quercetina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina e heparina são todos os tratamentos que evidências científicas ou uso prático por médicos têm mostrado que podem ser usados com sucesso contra COVID-19, afirma a SPR. Médicos norte-americanos, por exemplo, usam zinco, hidroxicloroquina e azitromicina para tratmento de doentes com Covid-19 com enorme sucesso desde que a terapêutica seja administrada no início dos sintomas.

Tratamento profilático

O protocolo Suíço para tratamento profilático para evitar a Covid-19 é então o seguinte:

  • Zinco (50 a 100 mg por dia)
  • Quercetina (500 a 1000 mg por dia)
  • Bromexina (25 a 50 mg por dia)
  • Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (2000 U/dia)

Tratamento inicial

O protocolo Suiço para tratamento inicial para evitar a Covid-19 é então o seguinte:

  • Zinco (75 a 150 mg por dia)
  • Quercetina (500 a 1500 mg por dia)
  • Bromexina (50 a 75 mg por dia)
  • Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (3000 U/dia)

Tratamento com prescrição médica

O protocolo defendido e suportado por investigação científica publicada, incluindo medicamentos sujeitos a prescrição médica é então o seguinte:

  • Zinco – 50 a 100 mg por dia
  • Hidroxicloroquina – 400 mg por dia
  • Quercetina – 500 a 1000 mg por dia
  • Bromexina – 50 a 100 mg por dia
  • Azitromicina – até 500 mg por dia
  • Heparina – dosagem usual

Justificação do protocolo suiço

O racional para os protocolos é apoiado por dados de pesquisas anteriores envolvendo tratamentos que a SPR considera eficazes:

  • Hidroxicloroquina – a eficácia contra os coronavírus da SARS foi estabelecida em 2005 durante a primeira epidemia de SARS.
  • Zinco – a eficácia no bloqueio da replicação do RNA dos coronavírus foi descoberta em 2010 pelo virologista líder mundial da SARS, Ralph Baric.
  • Hidroxicloroquina – a eficácia no suporte à absorção celular de zinco foi descoberta em 2014 como parte da pesquisa contra o cancro.
  • Quercetina – a eficácia do flavonóide quercetina no apoio à captação celular de zinco também foi descoberta em 2014.
  • Bromexina – a eficácia no bloqueio da entrada de coronavírus nas células foi estabelecida em 2017.
  • Azitromicina – é um antibiótico que penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose. No caso da Covid-19 é utilizado para evitar ou combater infeções bacterianas secundárias que podem surgir em simultâneo com a infeção viral.
  • Heparina – hipocoagulante utilizado no caso da Covid-19 parta diminuir o risco acrescido de formação de coágulos que foram identificados em muitos doentes graves com Covid-19.

Dos 6 elementos estruturais do protocolo a Hidroxicloroquina, a Azitromicina e a heparina são medicamentos sujeitos a receita médica.

O zinco, a quercetina são suplementos que podem ser adquiridos livremente na Farmácia. A bromexina é um medicamento não sujeito a receita médica muito utilizado na composição de xaropes mucolíticos indicados em quadros de tosse com expectoração.

O objetivo de tratar COVID-19 com os seis suplementos e medicamentos sugeridos é cortar o vírus pela raiz e evitar a hospitalização, diz a organização. Iniciar o protocolo assim que os sintomas surgirem pode prevenir a progressão da doença.

Protocolo Suiço original: On the treatment of Covid-19


Remdesivir

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Remdesivir antivírico é o mais recente medicamento a ser testado contra o Covid-19. O remdesivir é um novo medicamento antiviral da classe dos análogos de nucleotídeos. Foi desenvolvido pela Gilead Sciences como tratamento para a doença do vírus Ebola e infecções pelo vírus  Marburg.

Remdesivir também demonstrou atividade antiviral contra outros vírus de RNA de cadeia simples, como o vírus sincicial respiratório, vírus Junin, vírus da febre de Lassa, vírus Nipah, vírus Hendra e os coronavírus (incluindo vírus MERS e SARS).

Está a ser estudado para infecções por vírus SARS-CoV-2 e Nipah e Hendra. Com base no sucesso contra outras infecções por coronavírus, a Gilead forneceu remdesivir aos médicos que trataram um paciente americano no condado de Snohomish, Washington infectado com SARS-CoV-2 e está a fornecer o composto à China, para realizar ensaios em indivíduos infectados pelo Covid-19 com e sem sintomas graves.

Leia também: Ibuprofeno e alguns medicamentos para a hipertensão podem agravar a Covid-19

Mecanismo de ação do Remdesivir. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Avigan ou Favipiravir (T-705) ou Favilavir

Favipiravir, também conhecido como T-705, Favilravir ou Avigan (marca comercial), foi desenvolvido experimentalmente décadas antes pela subsidiária da Fujifilm, Toyama Chemical, como antiviral contra diferentes tipos de vírus ARN. Está aprovado no Japão para ser utilizado como medicamento anti-influenza (vírus da gripe).

Artigo: Fujifilm announces the start of a phase III clinical trial of influenza antiviral drug “Avigan Tablet” on COVID-19 and commits to increasing production

Entretanto o primeiro ministro Japonês anunciou em 28 de Março de 2020 que o Japão está a desenhar o processo para estabelecer o Avigan como o tratamento standart para a Covid-19 no Japão depois de obter os primeiros resultados dos testes clínico, em Junho de 2020, que se espera possam confirmar a eficácio do Avigan no combate à Covid-19.

Artigo da Wired: Japan Is Racing to Test a Drug to Treat Covid-19

O Favilavir é um derivado da pirazinamida que se tem mostrado ativo contra:

  • Vírus da gripe,
  • Vírus da febre amarela,
  • Vírus do Nilo Ocidental ,
  • Outros flavivírus, 
  • Arenavírus, 
  • Bunyavirus,
  • Alphavirus.

Favilavir testado no Ébola

Tem sido usado experimentalmente para tratar a infecção pelo vírus Ebola em humanos, após mostrar ser eficaz num estudo com ratos de laboratório.

Avigan e ensaios clínicos na China

A China completou os ensaios clínicos do medicamento anti-viral Favilavir, pensado para tratar a doença do Covid-19, anunciou o ministério de Ciência.

Em 17 de março de 2020, Zhang Xinmin, funcionário do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, disse que o Favipiravir, a versão genérica do Avigan, provou ser eficaz no tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais de Wuhan e Shenzhen.

Segundo Zhang, num hospital em Shenzhen, Zhang alegou que os pacientes com Covid-19 tratados com Favipiravir apresentaram resultado negativo para o vírus após 4 dias, em média, em vez dos 11 dias que os membros do grupo de controle do estudo tiveram negativo;

Num outro estudo realizado em Wuhan, pacientes que tomavam o favipiravir supostamente recuperaram da febre quase dois dias antes do que aqueles que não tomaram o medicamento.

Tais resultados, preliminares mas ainda não confirmados, parecem estar em conformidade com o funcionamento do Favipiravir. Ao contrário da maioria dos outros tratamentos contra o vírus influenza, que inibem a propagação do vírus pelas células, bloqueando a enzima neuraminidase, o Favipiravir atua inibindo a replicação de genes virais nas células infectadas, mitigando a capacidade do vírus se espalhar de uma célula para outra.

Mecanismo de ação do Avigan (Fonte: Fujifilm.com)

O Favilavir feito a pensar nos infetados com Covid-19 tem reduzido os dias de febre de uma média de 4,2 dias para os 2,5 dias sem reações adversas, sendo uma ajuda preciosa para que determinados casos não se tornem mais graves.

Assim os pacientes que tomam o medicamento quando ainda estão com carga viral baixa ou moderada podem evitar que a doença evolua para um estado mais grave.


Losartan

Losartan é um medicamento da classe dos antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARAs). A sua principal indicação terapêutica é o tratamento de hipertensão arterial.

  • Composição: Losartan
  • Dosagem: 50 mg e 100 mg
  • Forma farmacêutica: Comprimidos
  • Nome comercial: Cozaar
  • Posologia habitual: 50mg em jejum
  • Medicamento sujeito a receita médica

O losartan foi o primeiro ARA a ser disponibilizado no mercado.

Losartan e Covid-19 melhorsaude.org
Estritura química do Losartan

Existem indicações científicas que num quadro de Covid-19 o Losartan será um farmaco mais seguro para os hipertensos. Além disso pode mesmo ser usado como parte do tratamento contra a COVID-19 pois o losartan é um bloqueador do receptor 1 da angiotensina (AT1R), que os pesquisadores dizem que poderia desempenhar um papel no bloqueio de uma enzima a ECA2 (Enzima de Conversão da Angiotensina II) usada pelo vírus para se ligar às células.

Estudo a decorrer: Randomized Controlled Trial of Losartan for Patients With COVID-19 Requiring Hospitalization


Kevzara ou sarilumab

Kevzara (nome comercial) ou Sarilumab (nome genérico), é um medicamento já aprovado para o tratamento da artrite reumatóide que alguns cientistas acreditam que pode acalmar uma resposta imunológica hiperativa que em alguns pacientes com Covid-19 pode danificar o tecido pulmonar, mesmo após o vírus SARS-CoV-2 já ter desaparecido do resto do nosso organismo.

Artigo da wired: Japan Is Racing to Test a Drug to Treat Covid-19

O Sarilumab é utilizado em adultos no tratamento de artrite reumatoide moderada a grave, uma doença que causa inflamação nas articulações. O Kevzara é utilizado quando o tratamento com um ou mais medicamentos denominados fármacos antirreumáticos modificadores da doença (DMARD) não tenha tido resposta adequada ou tenha provocado efeitos secundários incomodativos.

É utilizado em associação com o metotrexato (um DMARD), mas pode também ser utilizado isoladamente se o doente não puder tomar metotrexato.

Kevzara ou Sarilumab como se utiliza?

O Kevzara está disponível na forma de solução injetável em canetas pré-cheias e em seringas pré-cheias (150 mg e 200 mg). A dose recomendada é de 200 mg uma vez a cada 2 semanas, administrada por injeção sob a pele.

O tratamento deve ser interrompido em doentes que desenvolvam infeções graves, até que a infeção esteja controlada. A dose pode ter de ser reduzida em doentes com análises sanguíneas alteradas.

Mecanismo de ação do sarilumab

O sarilumab, é um anticorpo monoclonal, um tipo de proteína que foi concebido para se ligar ao recetor (alvo) de uma molécula denominada interleucina-6, bloqueando a sua ação. A interleucina-6 está envolvida no processo inflamatório, marcando presença em níveis elevados nas articulações dos doentes com artrite reumatoide. Ao impedir que a interleucina-6 se ligue aos seus recetores, o sarilumab reduz a inflamação e outros sintomas associados à artrite reumatoide.

Efeitos secundários mais frequentes

Os efeitos secundários mais frequentes associados ao Kevzara (que pode afetar mais de 1 em cada 10 pessoas) são:

  • Neutropenia (níveis baixos de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco que combate a infeções);
  • ALT uma enzima hepática (sinal de problemas no fígado), com níveis aumentados no sangue;
  • Vermelhidão da pele no local da injeção;
  • Infeções no nariz e garganta;
  • Infeções das estruturas que transportam a urina (como a bexiga);
  • O Kevzara é contraindicado em doentes com infeções graves ativas, incluindo infeções localizadas numa área do corpo.

RISCO DE INFECÇÕES GRAVES

Os pacientes tratados com KEVZARA têm um risco aumentado de desenvolver infecções graves que podem levar a hospitalização ou morte. Infecções oportunistas também foram relatadas em pacientes recebendo KEVZARA. A maioria dos pacientes que desenvolveram infecções estava a tomar imunossupressores concomitantes, como metotrexato ou corticosteróides.

Evite o uso de KEVZARA em pacientes com infecção ativa. As infecções relatadas incluem:

  • Tuberculose ativa, que pode se apresentar com doença pulmonar ou extrapulmonar. Os pacientes devem ser testados para tuberculose latente antes do uso de KEVZARA e durante o tratamento. O tratamento para infecção latente deve ser iniciado antes do uso de KEVZARA.
  • Infecções fúngicas invasivas, como candidíase e pneumocisto. Pacientes com infecções fúngicas invasivas podem apresentar doença disseminada, e não localizada.
  • Infecções bacterianas, virais e outras devido a patógenos oportunistas.

Lopinavir e Ritonavir

A filial de Pequim da Comissão Nacional de Saúde (NHC – National Health Commission ) da China disse que uma combinação dos antivirais lopinavir e ritonavir, vendida sob a marca Kaletra pela farmacêutica AbbVie, faz parte do seu plano de tratamento para pacientes infectados pelo mais recente coronavirus denominado 2019-nCoV ou Covid-19.

Kaletra Lopinavir and Ritonavir

A NHC afirmou que, embora ainda não exista nenhum medicamento antiviral eficaz, recomenda que os pacientes recebam os seguinte tratamento diário:

  • Lopinavir e ritonavir – 2 comprimidos duas vezes ao dia
  • Interferon Alfa-2b – 1 dose por nebulização duas vezes ao dia.

A revista médica Lancet disse na sexta-feira que está em andamento um ensaio clínico usando ritonavir e lopinavir para tratar casos do novo coronavírus. Enquanto isso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China começará a desenvolver uma vacina, segundo noticiado pelo Global Times.

Wang Guangfa, especialista em doenças respiratórias no Peking University First Hospital em Pequim, que foi infectado pelo vírus depois de visitar Wuhan para inspecionar pacientes com coronavírus, disse à China News Week no início desta semana que o seu médico recomendou que ele tomasse os medicamentos acima descritos para combater o novo vírus e que no seu caso resultou!

Composição do antiviral

Lopinavir/Ritonavir 200 mg/50 mg comprimidos revestidos por película.

Cada comprimido revestido por película contém 200 mg de lopinavir coformulado com 50 mg de ritonavir, como potenciador farmacocinético.

Indicações terapêuticas

Lopinavir/ritonavir é indicado, em combinação com outros medicamentos antirretrovirais, para o tratamento de crianças com mais de 2 anos de idade, adolescentes e adultos com infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH-1).

A escolha de lopinavir/ritonavir para tratar doentes infetados pelo VIH-1, que receberam anteriormente inibidores da protease, deve basear-se nos testes individuais de resistência viral e no historial de tratamento dos doentes.

Posologia e modo de administração

Segundo o Resumo das Características do Medicamento (RCM), Lopinavir/ritonavir deve ser receitado por médicos com experiência no tratamento da infeção pelo VIH. Os comprimidos de Lopinavir/ ritonavir devem ser engolidos inteiros e não devem ser mastigados, partidos ou esmagados.

Posologia segundo o RCM

Adultos e adolescentes – A dose padrão recomendada de comprimidos de lopinavir/ritonavir é de 400/100 mg (dois comprimidos de 200/50 mg), duas vezes ao dia, com ou sem alimentos.

Em doentes adultos, nos casos em que é considerada necessária a administração uma vez ao dia para tratamento do doente, os comprimidos de lopinavir/ritonavir podem ser administrados numa dose de 800/200 mg (quatro comprimidos de 200/50 mg), uma vez ao dia, com ou sem alimentos.

A administração uma vez ao dia deve limitar-se aos doentes adultos que apresentem apenas um número muito reduzido de mutações associadas ao inibidor da protease (IP) isto é, menos de 3 mutações ao IP, em linha com os resultados do ensaio clínico e deve ter em consideração o risco de uma menor sustentabilidade da supressão virológica e um risco mais elevado de diarreia, comparativamente com a dose padrão recomendada de duas vezes ao dia.

População pediátrica (2 anos de idade ou mais) – A dose de comprimidos de lopinavir/ritonavir (400/100 mg duas vezes ao dia) em adultos pode ser utilizada em crianças com peso igual ou superior a 40 kg ou com uma área de superfície corporal (ASC)* superior a 1,4 m2 .

Para crianças com peso inferior a 40 kg ou com uma ASC entre 0,5 e 1,4 m2 e que conseguem engolir comprimidos, consulte os quadros de orientação posológica do RCM. Com base nos dados atuais disponíveis, lopinavir/ritonavir não deve ser administrado uma vez ao dia em doentes pediátricos .

Antes de prescrever os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, deverá ser avaliada a capacidade de lactentes e crianças jovens engolirem os comprimidos inteiros.

Para lactentes e crianças jovens que não conseguem engolir os comprimidos, deve verificar-se a existência de fórmulas mais adequadas que contêm lopinavir/ritonavir.

O quadro seguinte contém orientações posológicas para os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, com base no peso corporal e na ASC.

Lopinavir e Ritonavir utilizados no coronavirus

Interferon Alfa 2b

Pharmaceuticals. 1987.0781.01, 1987.0781.02.

O interferon alfa 2b é um medicamento antiviral ou antineoplásico, que foi originalmente descoberto no laboratório de Charles Weissmann da Universidade de Zurique.

Foi desenvolvido na Biogen e, finalmente, comercializado pela Schering-Plough sob o nome comercial Intron-A. Tem sido utilizado para uma ampla gama de indicações, incluindo infecções virais e cancro.

Este medicamento é aprovado em todo o mundo para o tratamento da seguintes doenças:


BCG vacina anti-tuberculose

Segundo um recente artigo publicado na revista Science a vacina contra a tuberculose, conhecida como BCG (Bacillus Calmette-Guérin), já com 100 anos de idade, pode ser uma das explicações para as diferenças observadas na incidência de Covid-19 em países geograficamente próximos mas com taxas de infeção e mortes muito diferentes provocadas pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.

Artigo da Science: Can a century-old TB vaccine steel the immune system against the new coronavirus?

Curiosamente alguns países onde a taxa de vacinação com a BCG é mais elevada são Portugal, a antiga Alemanha de leste, a Russia e grande partes dos países de leste.

Na Alemanha a incidência de Covid-19 é claramente maior na parte ocidental do que na de leste. Também Portugal parece ser mais resistente do que a Espanha onde a taxa de vacinação com a BCG é menor.

Mapa exibindo a política de vacinação BCG por país:
A – Países que atualmente possuem um programa universal de vacinação com BCG.
B – Países que costumavam recomendar a vacinação BCG para todos, mas atualmente não.
C – Países que nunca tiveram programas universais de vacinação com BCG.

Mapa da BCG: The BCG World Atlas, A Database of Global BCG Vaccination Policies and Practices

Pesquisadores em quatro países em breve iniciarão um ensaio clínico de uma abordagem não ortodoxa para o novo coronavírus. Eles vão testar se uma vacina secular contra a tuberculose (TB), uma doença bacteriana, pode acelerar o sistema imunológico humano de uma maneira ampla, permitindo combater melhor o vírus que causa a doença de Covid-19 e, talvez simultaneamente, impedir a infecção. Os estudos serão realizados em médicos e enfermeiros, que correm maior risco de serem infectados pela doença respiratória do que a população em geral, e em idosos, que apresentam maior risco de doença grave se forem infectados.

A vacina BCG contém uma estirpe viva e enfraquecida de Mycobacterium bovis, prima de M. tuberculosis, o micróbio causador da tuberculose. (A vacina recebeu o nome dos microbiologistas franceses Albert Calmette e Camille Guérin, que a desenvolveram no início do século XX.) A vacina é administrada a crianças no primeiro ano de vida na maioria dos países do mundo sendo segura e barata, embora longe de ser perfeita pois evita cerca de 60% dos casos de tuberculose em crianças, em média, com grandes diferenças entre os países.

As vacinas geralmente aumentam as respostas imunes específicas a um patogénico direcionado, como anticorpos que se ligam e neutralizam um tipo de vírus, mas não outros. Mas a BCG também pode aumentar a capacidade do sistema imunológico de combater outros patogénicos que não a bactéria da tuberculose, de acordo com estudos clínicos e observacionais publicados por várias décadas pelos pesquisadores dinamarqueses Peter Aaby e Christine Stabell Benn, que vivem e trabalham na Guiné-Bissau.

Estudos de Peter Aaby e Christine Stabell Benn: Live attenuated vaccines like the tuberculosis vaccine (BCG) and measles vaccine stimulate the immune system and protect against a wide range of other diseases

Eles concluíram que a vacina previne cerca de 30% das infecções por qualquer patogénico conhecido, incluindo vírus, no primeiro ano após a administração. Os estudos publicados neste campo foram criticados por causa da metodologia, no entanto uma revisão de 2014 ordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a BCG parecia diminuir a mortalidade geral em crianças, mas classificou a confiança nos resultados como “muito baixa”. Uma revisão de 2016 foi um pouco mais positiva sobre os possíveis benefícios da BCG, mas disse que ensaios randomizados eram necessários.

Revisão de 2014: Systematic review of the non-specific effects of BCG, DTP and measles containing vaccines

Revisão de 2016: Association of BCG, DTP, and measles containing vaccines with childhood mortality: systematic review

Desde então, as evidências clínicas fortaleceram-se e vários grupos fizeram importantes etapas investigando como a BCG geralmente pode impulsionar o sistema imunológico. Mihai Netea, especialista em doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade Radboud, descobriu que a vacina pode desafiar o conhecimento dos manuais de como funciona a imunidade.

Quando um patogénico entra no corpo, os glóbulos brancos do sistema imunológico “inato” atacam primeiro; eles podem lidar com até 99% das infecções. Se essas células falharem, elas invocam o sistema imunológico “adaptativo”, e as células T (linfócitos T) e as células B (linfócitos B) produtoras de anticorpos começam a dividir-se para se unirem à luta.

A chave para isso é que certas células T ou anticorpos são específicos para o patógénico detectado; a presença deles é mais amplificada. Uma vez eliminado o patogénico, uma pequena porção dessas células específicas do patogénico transforma-se em células de memória que aceleram a produção de células T e células B na próxima vez em que o mesmo patogénico atacar. As vacinas são baseadas neste mecanismo de imunidade.

O sistema imunológico inato, composto por glóbulos brancos, como macrófagos, células assassinas naturais (NK cells) e neutrófilos, não deveria ter essa memória. Mas a equipa de Netea descobriu que o BCG, que pode permanecer vivo na pele humana por vários meses, desencadeia não apenas as células B e T específicas para Mycobacterium, mas também estimula as células sanguíneas inatas por um período prolongado. Netea e colegas chamam a este fenómeno “Imunidade treinada”.

Num estudo randomizado controlado por placebo publicado em 2018, a equipa mostrou que a vacinação com BCG protege contra infecções experimentais com uma forma enfraquecida do vírus da febre amarela, que é usado como vacina.

Uma equipa do Instituto Max Planck de Biologia da Infecção anunciou na semana passada que, inspirada no trabalho de Netea, iniciará um teste em idosos e profissionais de saúde com o VPM1002, uma versão geneticamente modificada da BCG que ainda não foi aprovada para uso contra a tuberculose.

Eleanor Fish, imunologista da Universidade de Toronto, diz que a vacina provavelmente não eliminará completamente as infecções pelo novo coronavírus, mas provavelmente reduzirá o seu impacto sobre os indivíduos.


Aplidin ou plitidepsina


Referências

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Coronavirus covid-19 Live update

IMUNIDADE NATURAL E SISTEMA IMUNITARIO MAIS FORTE TODA A VERDADE

Imunidade natural e sistema imunitário mais forte toda a verdade! Coronavírus SARS-nCoV-2 a doença Covid-19 e como ficar com maior imunidade para maior resistência à infeção? Que alimentos simples nos protegem fortemente? Que hábitos e opções de saúde e de vida nos vão defender contra vírus que nos querem como hospedeiros? Como funciona afinal o nosso sistema imunitário?

Se leram alguns dos meus artigos já sabem que este é mais um daqueles que não pretende ser sensacional e viral nas redes sociais… 🙂 mas sim verdadeiramente dar-vos conhecimentos excepcionais que a maioria esmagadora da população não tem nem nunca vai ter porque é demasiado longo para ler e isso claro… é monótono e dá muito trabalho 🙂

É precisamente por isso que você é diferente e sabe reconhecer onde conseguir melhor informação para ficar “mais forte”… o resto é a disciplina e por vezes coragem de aplicar o conhecimento adquirido!

É do senso comum associarmos uma boa saúde a um sistema imunitário forte que nos protege, por exemplo, contra infecções de vírus e bactérias. No entanto quando falamos de cancro e outras doenças graves poucos sabem como o sistema imunitário nos pode proteger também contra o seu aparecimento.

Imunidade é muito mais que lutar contra vírus e bactérias

Se falarmos de cura do cancro com recurso ao nosso sistema imunitário então a maioria das pessoas dirá que isso é quase um milagre! No entanto avanços recentes em imunoterapia anticancerígena parecem provar que o milagre pode ser uma realidade para muitos doentes!

Vale mesmo a pena ler neste blog o extraordinário e inovador artigo sobre a imunoterapia anticancerígena e conhecer novas descobertas feitas neste campo.

Leia também: Incrivel imunoterapia anticancerígena.

Imunidade natural ou vacina, a polémica!

Principalmente na pandemia de SARS-CoV-2, existe uma grande polémica instalada entre os “fanáticos” apoiantes da imunidade natural, portanto sem recurso a vacinas, e os “religiosos” apoiantes da vacinação. De facto ambos os “clubes” têm algumas razões com suporte científico para apoiar a sua causa. Eu pessoalmente não pertenço a nenhum desses “clubes” nem a outros que sofram de uma certa “cegueira científica”.

A ciência tem feito o seu trabalho e os números e a a matemática fazem o resto, só não vê quem não quer.

Assim obviamente os números e a ciência, neste momento apoiam fortemente a vacinação da população simplesmente porque, em percentagem, morrem muito menos pessoas nos grupos vacinados do que nos não vacinados.

Esta realidade no entanto não pode esconder que as vacinas são medicamentos com potenciais efeitos adversos e até fatais em alguns casos mas apanhar a doença Covid-19 ainda continua a ser um risco bem maior!

Acresce que a mais recente investigação tem provado que os mais resistentes á Covid-19 são agora os que já tiveram Covid e apanharam uma dose da vacina ou seja têm uma imunidade melhor do que quem apanhou 2 doses da vacina e nunca apanhou Covid-19. Este facto suporta a teoria que a melhor imunidade se consegue com um misto dos dos dois “clubes” ou seja alguma exposição ao vírus (imunidade natural) mas com reforço de vacinação.

A imunidade natural obviamente seria a desejada para todos mas convém lembrar os “naturalistas” que só ficam imunes se o vírus não os matar antes, quer seja diretamente por doença causada pelo vírus ou à espera de assistência hospitalar para qualquer outra doença grave, durante um período de rutura dos serviços de saúde onde correrá o risco e não ser assistido a tempo de se salvar! Convém não ter a memória curta e ainda não passaram muitos meses sobre esta realidade a que todos assistimos de forma traumática!

Os 5 magníficos mecanismos de defesa

O nosso corpo tem 5 mecanismos de defesa da nossa saúde, verdadeiramente extraordinários e que raramente são descritos em conjunto como a essência mais importante da nossa proteção contra o desenvolvimento de doenças. Os 5 magníficos são os seguintes:

  • Angiogénese
  • Regeneração e células estaminais
  • Microbioma
  • Proteção do DNA
  • Imunidade

Neste artigo vou apenas falar da Imunidade mas os restantes são incríveis mecanismos que vale a pena conhecer para se tornar mais forte e retardar o envelhecimento. Leia tudo sobre os 5 magníficos aqui.

Leia também: Estes incríveis 5 mecanismos de defesa protegem o nosso corpo se soubermos fortalece-los!


Imunidade e Sistema Imunitário

O sistema imunitário, sistema imunológico ou sistema imune é um conjunto de estruturas e processos biológicos que nos protegem contra as doenças.

Para que melhor possam absorver este conhecimento vou começar por uma apresentação simples sobre a estrutura do nosso sistema imunitário. Depois mais á frente vou falar de como podemos fortalecer imenso a nossa imunidade e ficar mais “resistentes” a vírus e bactérias.

Resumindo a estrutura deste artigo:

  • Quais os orgãos que constituem a estrutura da nossa imunidade?
  • Que agentes de defesa produzem para nos proteger?
  • Como se processa essa resposta imunitária a um agente estranho ao nosso corpo?
  • Qual a capacidade de memorização do nosso sistema imunitário?
  • Como se adapta ao contacto com agentes estranhos?
  • O que destroi a nossa imunidade?
  • Que hábitos diários, não alimentares, destroem o nosso sistema imunitário?
  • Quais os alimentos nunca deviamos comer para proteger as nossas defesas contra vírus e bactérias?
  • Quais os fantásticos alimentos que podem proteger-nos e tornar-nos mais resistentes a vírus e bactérias?

Estruturas, células e agentes imunitários referidos neste artigo:

  • Antigénio ou antigeno
  • Componentes da imunidade (imagem resumida da estrutura imunitária)
  • Mecanismos imunitários básicos
  • Fagocitose
  • Defensinas
  • Sistema complemento
  • Neutrófilos
  • Macrófagos
  • Sangue: Hemácias, leucócitos, plaquetas e plasma
  • Leucócitos ou glóbulos brancos
  • Leucócitos granulócitos (Eosinófilos, basófilos, neutrófilos)
  • Leucócitos agranulócitos (Linfócitos e monócitos)
  • Linfócitos B (apresentadores de antigénios)
  • Linfócitos T (CD4+ e CD8+)
  • Monócitos
  • Leucograma como ferramenta de diagnóstico
  • Células NK (Células assassinas naturais)
  • Células dendríticas (apresentadoras de antigénios)
  • Imunidade natural ou inata
  • Imunidade adquirida (Humoral e celular)
  • Anticorpos ou imunoglobulinas
  • IgA, IgD, IgE, IgG, IgM
  • Orgãos do sistema imunológico (primários e secundários)
  • Orgãos imunitários primários (Timo, medula óssea, células estaminais)
  • Orgãos imunitários secundários (Baço e ganglios linfáticos)
  • Linfopoiese
  • Interferon

Alimentos e suplementos referidos neste artigo:

  • Manga
  • Rebentos de bróculos
  • Cogumelos e beta-glucano
  • Polifenois do vinho tinto e uvas pretas
  • Resveratrol
  • Quercitina
  • Antocianinas
  • Procianidinas
  • Ácido elágico
  • Catequinas
  • Cerveja e xanthohumol
  • Chá verde, chá preto e EGCG (Galato de epigalocatequina)
  • EGCG nos arandos vermelhos, amoras, cerejas, morangos kiwis, abacate, maçãs, etc
  • Chá Matcha
  • Vitamina C
  • Vitamina D
  • Selénio
  • Zinco
  • Ácido lipoico
  • Extrato de sabugueiro
  • Spirulina
  • Glucosamina
  • N-Acetilcisteína

Hábitos básicos para conseguir forte imunidade referidos neste artigo:

  • Sono de qualidade
  • Stress controlado
  • Exercício físico moderado
  • Jejum intermitente
  • Nutrição sem alimentos refinados
  • Evitar açucar e hidratos de carbono refinados
  • Hidratação bebendo água de qualidade

Antigénio ou antígeno agentes estranhos

Para funcionar bem, o sistema imunitário tem de conseguir detectar uma enorme variedade de agentes, tais como  vírus, bactérias, fungos, parasitas, diferenciando-os dos nossos tecidos celulares  saudáveis. Estes agentes estranhos ao nosso organismo são denominados de antigénios ou antígenos (são sinónimos).

A imunologia é a área científica que estuda todos os aspectos do sistema imunitário.


Vírus e bactérias também se adaptam

Muitos agentes patogénicos evoluem rapidamente e adaptam-se de modo a evitar a detecção, neutralização e destruição por parte do nosso sistema imunitário, pelo que os vários mecanismos de defesa também evoluíram no sentido de os reconhecer e neutralizar.

Até mesmo os simples organismos unicelulares como as bactérias possuem um sistema imunitário rudimentar, na forma de enzimas que os protegem de infecções por bacteriófagos que são vírus que infectam apenas bactérias.


Conforme descrição da imagem anterior o nosso sistema imunitário é composto por dois tipos de imunidade e resposta imunitária:

  • Imunidade inata – resposta rápida
  • Imunidade adaptativa – resposta lenta

Mecanismos imunitários básicos

Mecanismos imunitários básicos acompanharam a evolução dos eucariotas e estão presentes nos seus descendentes contemporâneos, como as plantas e os insectos. Entre estes mecanismos os principais são os seguintes:

  • Fagocitose,
  • Defensinas que são peptídeos antimicrobianos, 
  • Sistema complemento.

Fagocitose

No processo imunitário de fagocitose os neutrófilos (glóbulos brancos) capturam as partículas sólidas, relativamente grandes, que são agentes estranhos ao organismo (vírus e bactérias por exemplo) através de prolongamentos citoplasmáticos chamados de pseudópodes. A partícula é então englobada e passa a integrar o citoplasma da célula. De seguida o agente ingerido fica completamente envolvido por uma membrana, formando o chamado fagossoma ou fagossomo.

Dentro do fagossoma são libertadas enzimas que degradam a partícula ingerida, que pode ser um micro-organismo ou até mesmo restos celulares. Essas enzimas são libertadas por organelos chamados de lisossomas, que se unem ao fagossoma formando um vacúolo digestivo. O material que não é digerido denominado corpos residuais, depois de algum tempo, é libertado pela célula para o exterior.


Neutrófilos e macrófagos

Os vertebrados têm células capazes de fagocitar microorganismos invasores, assim defendendo o nosso organismo contra infecções.

Neutrófilos – atuam destruindo os microorganismos causadores de doenças mas também outras substâncias estranhas utilizando a fagocitose.

Macrófagos – são outro tipo de células imunitárias com grande capacidade fagocitária quer sobre partículas patogénicas mas também destruindo células danificadas do nosso corpo, apoiando dessa forma a limpeza do organismo, protegendo-nos de processos de doença iniciados por essas células com DNA danificado.


Sangue

O sangue é constituído por tecido conjuntivo especial que assegura o transporte de nutrientes, oxigénio e resíduos metabólicos pelo nosso organismo e garante os mecanismos de coagulação sanguínea e defesa. É constituido por uma matriz extracelular líquida, onde estão suspensas células e fragmentos celulares. Circula dentro do sistema cardiovascular, que assegura a sua movimentação com um fluxo unidirecional ou seja sempre na mesma direção.

Resumindo, o sangue é formado por plasma, uma porção acelular, e os chamados elementos figurados, que constituem a parte celular. Essa última porção é formada por 3 tipos de célulad diferentes, a saber: 

  • Hemácias ou glóbulos vermelhos,
  • Leucócitos ou glóbulos brancos,
  • Plaquetas.

Leucócitos ou glóbulos brancos

Leucócitos ou glóbulos brancos, são células incolores que defendem o nosso corpo, contra organismos invasores e activam respostas imunológicas. Os leucócitos são produzidos na medula óssea, onde a maioria amadurece. Da medula óssea eles são transportados no sangue através dos vasos sanguíneos para todo o corpo. O número de referência (normal) de leucócitos por milímetro cúbico de sangue num adulto é de 4 a 10 mil.

Tipos de leucócitos

Podemos dividir os leucócitos em dois grandes grupos: 

  • Granulócitos – apresentam grânulos no citoplasma e núcleo com formato irregular (polimorfonucleares);
  • Agranulócitos – não possuem grânulos e apresentam núcleo com formato relativamente regular.

Os granulócitos têm 3 tipos diferentes:

  • Neutrófilos – capazes de diapedese e fagocitose;
  • Eosinófilos – capazes de fagocitose, aumentam nas alergias e infeções por parasitas;
  • Basófilos – libertam histamina nas alergias e evitam a coagulação.

Os agranulócitos são constituidos por linfócitos e monócitos:

  • Linfócitos B – produzem anticorpos;
  • Linfócitos T CD4+ – comandam a defesa pois recebem informações do macrófagos e activam os linfócitos T CD8+ e os linfócitos B
  • Linfócitos T CD8+ – eliminam células anormais, infectadas ou estranhas;
  • Monócitos – capazes de diapedese, transformam-se em macrófagos com forte poder de fagocitose.

GRANULÓCITOS

Neutrófilos – Saõ glóbulos brancos que têm núcleos constituídos por dois a cinco lóbulos e possuem dois tipos de grânulos no citoplasma que são os grânulos específicos e os azurófilos. Apresentam a capacidade de sair do interior de vasos sanguíneos intactos (diapedese) e invadir tecidos para defender nosso organismo. São responsáveis por fagocitar organismos invasores, como bactérias, sendo importantes para a resposta inata.

Eosinófilos – apresentam grânulos que coram ao utilizar eosina e um núcleo com 2 lobos ligados por um filamento. Apresentam como principal função fagocitar o complexo antígénio-anticorpo. Aumentam quando o paciente apresenta reações alérgicas ou infecções parasitárias.

Basófilos – apresentam grânulos maiores que os dos neutrófilos e eosinófilos e núcleo grande e de formato irregular que lembra a letra “S”. As principais funções são libertar histamina para as respostas alergicas e heparina para evitar a coagulação do sangue.


AGRANULÓCITOS

Linfócitos – São pequenas células constituidas por um grande núcleo circular e desempenham um importantíssimo papel na resposta imunitária. Podem ser diferenciadas em dois tipos principais:

  • Linfócitos B
  • Linfócitos T.
Fonte: Researchgate.net
Antígénios que causam estimulação crónica de linfócitos T, sem uma resposta inata representativa ou ativação de macrófagos, normalmente induzem à diferenciação de LT CD4+ para o padrão Th2. No padrão Th2 há principalmente a produção de IL-4, IL-5 e IL-10 que estimulam a ativação de mastócitos e eosinófilos mediada principalmente por IgE e suprimem a ativação de macrófagos e das respostas Th1.  

Linfócitos B – São produzidos na medula óssea onde também terminam a maturação. Quando sofrem ativação, diferenciam-se em plasmócitos, cuja principal função é a produção de anticorpos.

Linfócitos T – Os linfócitos T completarem a maturação no timo (daí a letra T). Estas células, linfócitos T, diferenciam-se em duas classes:

  • Linfócitos T auxiliares (CD4+) – através de informações recebidas pelos macrófagos, estimulam a activação dos linfócitos T matadores (CD8+) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliares que comandam a defesa do organismo.
  • Linfócitos T assassinos ou citotóxicos (CD8+) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infectadas ou estranhas ao organismo.

Monócitos – São células grandes que possuem um único núcleo com formato de rim. Os monócitos realizam diapedese (capacidade de sair intactos do interior dos vasos sanguíneos) e ficam no tecido conjuntivo, onde se transformam em macrófagos que são células de alto poder fagocitário.

Quando o nosso médico necessita de informação acerca de possiveis infeções ou alergias no nosso organismo, pede sempre o leucograma ou seja o exame clínico que faz a contagem total de leucócitos e a contagem diferencial de cada um dos tipos de leucócitos. 

Leucograma pesquisa infeções e alergias

O resultado com as diferentes contagens dos 5 diferentes tipos de leucócitos permite suportar clinicamente a suspeita de, por exemplo, alergias (eosinófilos e basófilos aumentados), infeções por parasitas (eosinófilos aumentados) ou infeções por vírus ou bactérias (linfócitos e monócitos aumentados).


As células exterminadoras naturais ou células NK (do inglês Natural Killer Cell) são um tipo de linfócitos citotóxicos necessários para o funcionamento do sistema imunitário inato. Têm um papel importante no combate a infecções virais e células tumorais. Identificadas pela primeira vez em 1975, foram rotuladas de Exterminadoras Naturais (Natural Killer), pela sua actividade citotóxica contra células tumorais de diferentes linhagens, sem a necessidade de reconhecimento prévio de um antigénio específico, contrariamente ao funcionamento dos linfócitos T.

O termo natural killer deriva do fato de que sua principal função é a morte das células infectadas, similar às células killer do sistema imune adaptativo (um linfócito T CD8+ ativado), os linfócitos T citotóxicos (CTLs), e elas estão prontas para o fazer uma vez que tenham se desenvolvido, sem nova diferenciação (por isso, natural).


Células dendríticas são glóbulos brancos que protegem o corpo de micróbios invasores, tanto direta como indiretamente. Embora as células dendríticas constituam parte do sistema imunitário inato, sendo capazes de fagocitar patogénicos, a sua principal função é processar material antigénico, devolve-lo à sua superfície e apresentá-lo às células especializadas do sistema imunitário. Neste sentido, atua como vínculo entre os dois sistemas. Deste modo, as células dendríticas são células apresentadoras de antigénio. As células dendríticas existem em diferentes grupos de vertebrados, mas as suas características diferem entre um grupo e outro e inclusive dentro de um mesmo grupo. Embora sejam comuns dos mamíferos, também foram detectadas em frangos e tartarugas.

O seu nome faz referência a projeções ramificadas que se desenvolvem num determinado momento do seu processo de maturação, semelhantes aos dendritos dos neurónios. As células dendríticas foram descobertas em 1868 pelo investigador Paul Langerhans quando este estudava o epitélio cutâneo humano, apesar de originalmente acreditar que formavam parte do sistema nervoso;  a sua verdadeira função só foi revelada um século mais tarde.

Um estudo recente revelou a presença de células dendríticas no cérebro, o que pode representar uma segunda linha de defensa contra os patogénicos que consigam atravessar a barreira hematoencefálica. Estas formam parte da chamada “micróglia heterogênea”.

As células dendríticas pertencem a um tipo de glóbulos brancos chamados fagócitos. Devido à sua elevada eficiência no momento de fagocitar material prejudicial ao corpo, as células dendríticas são consideradas fagócitos “profissionais”, á semelhança de outras como neutrófilos, monócitos, macrófagos e mastócitos.

Parte da eficácia fagocítica das células dendríticas deve-se à presença de moléculas chamadas receptores na superfície, que podem detectar objetos nocivos, tais como bactérias, que normalmente se encontram dentro do corpo. As células dendríticas existem em pequenas quantidades em tecidos que estão em contacto com o meio exterior, os chamados epitélios, principalmente a pele (que possui um tipo especializado de células dendríticas chamadas células de Langerhans) e o revestimento interior do nariz, os pulmões, o estômago e intestinos. Também estão presentes em estado imaturo no sangue.

Tal como outros glóbulos brancos, as células dendríticas derivam de células hematopoiéticas mieloides. Quando são ainda imaturas, a sua função é ir procurar constantemente patogénicos no meio que as rodeia mediante receptores de reconhecimento de padrões. Assim que encontram um antigénio válido, começam a amadurecer e migram para os gânglios linfáticos, onde se encontram os linfócitos. Quando os linfócitos T detectam um antigénio numa célula dendrítica, ativam-se, proliferam e diferenciam-se em células efetoras. Por sua vez, os linfócitos T ativam os linfócitos B, que produzem anticorpos, e a partir desse momento a defensa contra os patogénicos passa para o domínio da imunidade adquirida.


Defensinas

As defensinas são pequenas proteínas catiónicas, ricas em cisteína, que podem ser encontradas nos fagócitos dos vertebrados e que são activos contra bactérias, fungos e vírus. A maioria das defensinas funcionam através da penetração na membrana celular por um mecanismo de atracção eléctrica. Uma vez embebidas na membrana, formam um poro através do qual o material eflui. A sua libertação é mediada por:

  • Sinais microbianos,
  • Sinais desenvolvimentais,
  • Citocinas,
  • Sinais neuro-endócrinos.

Nesse contexto, uma imunodeficiência possível que resulta na redução na produção de defensinas é a Síndrome de Crohn. Esta doença provoca uma inflamação exacerbada do tecido intestinal que pode ser autoimune ou reação a algum patogénico. A redução nas defensinas impede o combate efetivo a patogénicos aumentando a gravidade das lesões no tecido.

Outro exemplo é a Diabetes. Quando não se consegue eliminar de forma eficaz os patogénicos intestinais, esses conseguem penetrar na circulação sanguínea, circulando pelo corpo, até atingirem o pâncreas, causando lesões teciduais nas ilhotas pancreáticas expondo-as como antigénios, causando uma autoimunidade e a, consequente, diabetes tipoII


Sistema complemento

Fonte: Researchgate.net
Vias de ativação do complemento. Via clássica – há necessidade de opsonização do patógeno por anticorpos; essa ligação desencadeia uma cascata.  

Às vezes a interacção dos anticorpos com antígénios é eficiente por si só. Por exemplo:

  • Revestindo um vírus ou bactéria prevenindo assim a sua ligação e invasão, a uma célula hospedeira (ex: anticorpos antipólio)
  • Ligando-se a uma toxina (ex: toxina da difteria ou tétano) impedindo assim a entrada da toxina na célula, neutralizando a toxina.

No entanto, muitas vezes, a ligação de anticorpos a antigénios não é eficaz a menos que ela possa activar um mecanismo efectivo, seja ele celular ou humoral. O sistema complemento participa nestas funções efectoras.

Denomina-se complemento um complexo sistema multiprotéico com mais de 30 componentes, na sua maioria proteínas plasmáticas, cujas funções principais são a defesa frente às infecções por microorganismos, a eliminação da circulação dos complexos antigénio-anticorpo e alguns dos seus fragmentos actuam como mediadores inflamatórios.

O complemento é um dos mecanismos efectores mais importantes da resposta imune inata. Quando um microorganismo penetra no nosso organismo, normalmente provoca a activação do complemento. Como resultado da sua activação e amplificação, alguns componentes do complemento depositam-se sobre a superfície do patogénico responsável pela activação, o que determina a sua destruição (lise) e/ou a sua eliminação por células do sistema fagocítico.


Mecanismos imunitários complexos

Além da imunidade básica, os vertebrados mandibulares, entre os quais o ser humano, conseguiram desenvolver mecanismos de defesa ainda mais complexos, entre os quais a capacidade de ao longo do tempo se adaptarem para reconhecer de forma eficiente agentes patogénicos específicos.

Através da imunidade adquirida ou adaptativa , o organismo cria um tipo de memória imunológica na sequência de uma resposta inicial a um agente específico, o que lhe permite responder de forma mais eficaz a novos ataques pelo mesmo agente. O processo de imunidade adquirida é a base da vacinação.

Leia também: Vacinas toda a verdade sobre a eficácia e os riscos associados… serão realmente seguras?


Imunodeficiência

Os transtornos do sistema imunitário podem levar ao aparecimento de doenças autoimunes, inflamações e cancro.  A imunodeficiência verifica-se quando a actividade do sistema imunitário é inferior ao normal, o que está na origem de infecções recorrentes e onde existe risco de vida.

No ser humano, a imunodeficiência pode ser consequência das seguintes condições:

  • Doença genética,
  • Doença adquirida como o VIH/SIDA,
  • Medicamentos imunossupressores.

Autoimunidade

Ao contrário da imunodeficiência a autoimunidade é a consequência de um sistema imunitário hiperactivo que ataca tecido normal como se fosse um agente externo, como é o caso da artrite reumatóide ou a diabetes de tipo 1.

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Resposta imune

A resposta imune pode separar-se nos seguintes dois tipos de resposta:

  • Imunidade natural ou inata,
  • Imunidade adquirida ou adaptativa.

Imunidade natural ou inata

A imunidade inata, natural ou não específica é considerada a primeira linha de defesa do corpo humano, nós já nascemos com essa defesa física, química e biológica.

As células mais importantes responsáveis pela imunidade inata são as seguintes:

  • Macrófagos
  • Células dendríticas
  • Células NK (Natural Killer Cell) ou células assassinas naturais
  • Proteinas do complemento
  • Neutrófilos
  • Basófilos
  • Eosinófilos
  • Mastócitos

A esta primeira linha de defesa pertencem:

  • Pele: A pele é considerada a principal barreira contra agentes infecciosos;
  • Cílios: Os cílios são responsáveis pela proteção dos olhos, evitando que elementos indesejáveis entrem nos olhos. Também existem os cílios nasais com a função de proteção, filtragem e drenagem de mucosidades para o exterior;
  • Lágrimas: As lágrimas possuem a função de lubrificar e limpar os olhos, assim reforçam a proteção do globo ocular;
  • Muco: O muco tem a função de impedir os microrganismos entrem no sistema respiratório;
  • Plaquetas: As plaquetas agem na coagulação do sangue, ou seja, se o corpo tiver algum ferimento as plaquetas vão agir para reter o sangue;
  • Saliva: Protege contra vírus e lubrifica a boca;
  • Suco gástrico: Age no processo de digestão do alimento e evita a proliferação de microrganismos; 
  • Suor: Auxilia na proteção da pele, impedindo a entrada de fungos.
  • Membranas;
  • Tecidos do sistema respiratório.

A imunidade natural pode ser definida também pelas células de defesa, como os leucócitos, neutrófilos e macrófagos. Se essa imunidade não for suficiente, a imunidade adquirida, adaptativa ou específica, entra em ação. Resumindo, a resposta imune natural pode conter a entrada de agentes infecciosos mas também ajudar nas respostas imunes adquiridas ou adaptativas.


Imunidade adquirida ou adaptativa

Fonte: Researchgate.net
Fases de ativação da resposta imune adaptativa.

A imunidade adquirida é aquela que nós adequirimos durante a vida, como os anticorpos e as vacinas, por isso também é denominada como imunidade adaptativa pois corresponde a um sistema de defesa implantado que o organismo recebe após ter sido infectado por algum agente.

Existem dois tipos de imunidade adquirida, a saber: 

  • Imunidade humoral: corresponde a uma resposta defensiva onde atuam os anticorpos, conhecidos como imunoglobulinas que são formadas pelos linfócitos B. Os anticorpos têm como função reconhecer e sinalizar os antígenos ou seja as substâncias estranhas;
  • Imunidade celular: diz respeito a um sistema de defesa mediado pelos linfócitos T, assim, quando um agente patogénico sobrevive no corpo e, os anticorpos não conseguem ter acesso, as células T eliminam essas substâncias infectadas.

Anticorpos ou Imunoglobulinas

Os anticorpos (Ac) também conhecidos como imunoglobulinas, (abreviado Ig) são um componente essencial da nossa imunidade adquirida. São glicoproteínas do tipo gamaglobulina, a fracção de globulinas mais abundante no plasma sanguíneo. Podem encontrar-se em forma solúvel no sangue ou noutros fluídos corporais dos vertebrados, ou podem estar inseridos na membrana plasmática, onde actuam como receptores nos linfócitos B e são empregues pelo sistema imunitário para neutralizar patogénicos tais como bactérias patogénicas e viroses.  

Em geral, considera-se que tanto anticorpo como imunoglobulina são termos equivalentes, sendo que o primeiro termo faz referência à função, enquanto que o segundo alude à estrutura. O termo gamaglobulina refere-se às propriedades electroforéticas das imunoglobulinas solúveis no soro sanguíneo, se bem que algumas imunoglobulinas migram com as fracções alfa, beta e inclusive com a albumina.

Um anticorpo é tipicamente constituído por unidades estruturais básicas, cada uma das quais com duas grandes cadeias pesadas e duas cadeias leves de menor peso molecular. A molécula de anticorpo tem forma de Y; as extremidades dos braços do Y são o fragmento Fab por onde se ligam ao antígeno; o pé do Y é o fragmento Fc. As moléculas dos anticorpos podem aparecer em separado, como monómeros, ou associarem-se entre si formando dímeros com duas unidades ou pentâmeros com cinco unidades. Os anticorpos são sintetizados por um tipo de leucócito denominado linfócito B ou célula B.

Existem diferentes tipos de anticorpos, chamados isótipos, diferenciados pela forma da cadeia pesada que apresentem.São conhecidas cinco classes de isótipos em mamíferos que desempenham funções diferentes, contribuíndo para dirigir a resposta imunitária conforme cada tipo de corpo estranho que encontram, que são: 

  • IgA, 
  • IgD, 
  • IgE, 
  • IgG,
  • IgM.

Diagnósticos clínicos

O doseamento das diferentes imonoglobulinas no sangue podem ser um importante apoio para o médico conseguir realizar um diagnóstico mais correcto de determinadas doenças. Por exemplo:


Órgãos do sistema imunológico

O sistema imunológico é formado por diversos órgãos dos quais se destacam os seguintes:

  • Linfonodos, ou ganglios linfáticos,
  • Timo,
  • Baço,
  • Medula óssea,
  • Vasos linfáticos.
Fonte: Guia de studo

Estes orgãos são classificados como primários e secundários conforme as diferentes funções, a saber:

  • Órgãos imunitários primários – acontece a linfopoiese que corresponde ao processo de formação de linfócitos.
  • Órgãos imunitários secundários – ocorre a resposta imune.

Linfopoiese

Linfopoiese é o processo mediante o qual se formam os linfócitos. Engloba os linfócitos T e B. Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T necessitam de migrar para o Timo onde sofrem o processo de maturação. Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfoide secundário e secretam anticorpos nos tecidos.


Órgãos imunitários primários

Os órgãos imunitários primários são principalmente os seguintes:

  • Timo: É uma glândula que fica no tórax, entre os pulmões. Ela é responsável pelo desenvolvimento dos linfócitos T;
  • Medula óssea: Corresponde a um tecido com aspecto mole localizado dentro dos ossos. São nas medulas ósseas que ocorrem a produção de plaquetas, hemácias, leucócitos e maturação dos linfócitos B;
  • Células estaminais ou células tronco: Conhecidas também como células fonte. São células ainda indiferenciadas capazes de se dividirem e originar qualquer uma das outras células diferenciadas ou seja específicas de um determinado tecido, como por exemplo o hepático. Existem grupos de células estaminais embrionárias (ou não embrionárias), adultas e induzidas.  

Órgãos imunitários secundários

Os órgãos imunitários secundários são principalmente os seguintes:

  • Baço: É um órgão do sistema linfático localizado na região esquerda do abdómen. É caracterizado por ser o maior dos órgãos linfáticos;
  • Linfonodos ou ganglios linfáticos: São pequenos órgãos compostos pelo tecido linfoide. 


Interferon e anticorpos antivirais

Interferon ou interferão (IFN) é uma proteína produzida pelos leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células. Existem três tipos de interferon, classificados de acordo com o receptor celular e resposta que ativam. São um tipo de citocina produzida por todos os animais vertebrados e alguns invertebrados.

Tipos de Interferon

Existem 3 tipos de interferon, a saber:

  • Interferon tipo I (alfa e beta)
  • Interferon tipo II (gama)
  • Interferon tipo III (lambda)

Interferon tipo I (alfa e beta): A forma alfa é produzida por leucócitos e a forma beta por fibroblastos quando invadidos por vírus. Induz a própria célula infectada e células próximas a produzirem proteínas que impedem a replicação do vírus. Usado para tratar hepatite B, hepatite C e esclerose múltipla. A produçao é estimulada por interleucina 1 e 2 e pelo Fator de necrose tumoral.

Interferon tipo II (gama): Também conhecido como interferon imune e sempre na forma de Interferon-gama, é produzido por linfócitos T e células NK (Natural Killer Cells ou Células Naturais Assassinas)  quando estimulados por interleucina 12 ou 18. O Interferon gama é responsável por ativar macrófagos, estimula a expressão de Complexo maior de histocompatibilidade, crescimento, maturação e diferenciação de muitos tipos de células, aumenta a atividade de células naturais assassinas (NK), regula a resposta inflamatória, potencia outros interferons e modula a atividade dos linfócitos B. Pode ser usado no tratamento da doença granulomatosa crónica e da osteopetrose (endurecimento dos ossos).

Interferon tipo III (lambda): Também conhecido como interleucina 28/29 é produzida por células dendríticas e monócitos sempre na forma lambda. Quando infectadas por vírus, atua em sinergia e como complementar com a forma alfa para estimular a produção de proteínas que inferem com a replicação viral pelas células vizinhas. Estimula a mitose de linfócitos. Dependendo do vírus a maior resposta será de tipo I ou de tipo III.

Função antiviral do interferon

Os interferons induzem um estado de resistência antiviral em células teciduais não infectadas. O vírus, ao replicar-se, vai ativar o gene codificante do interferon. Após a síntese proteica, a proteína sai da célula e entra na corrente sanguínea, até chegar às células vizinhas que ainda não foram atacadas. A proteína liga-se à membrana celular dessas células e ativa o gene codificante de proteínas antivirais. Estas proteínas antivirais, vão impedir a replicação do vírus nessas células.

Os interferons são produzidos na fase inicial da infecção e constituem a primeira linha de resistência a muitas viroses. Um grupo de interferons (alfa e beta) é produzido por células infectadas por vírus, e um outro grupo (gama) é sintetizado por células naturais assassinas ou linfócitos T ativados.

Patologias

A atividade do interferon está profundamente relacionada com o desenvolvimento de várias doenças como:

  • Doenças do colagénio,
  • Lúpus,
  • Artrite reumatóide,
  • Diabetes mellitus dependente de insulina,
  • Hepatite fulminante,
  • Pancreatite grave,
  • Nefrite,
  • Esclerose múltipla,
  • Doenças alérgicas,
  • Aterosclerose.

Utilização terapêutica

Os interferons AlphaBeta e Gamma são proteínas naturais produzidas pelas células do sistema imunológico em resposta à ameaça de agentes como vírus, bactérias, parasitas e tumores. São utilizados para tratar condições como:

  • Esclerose múltipla,
  • Leucemias,
  • Linfomas,
  • Hepatite B e C.

Resistência viral

Diversos vírus são resistentes a interferon, dentre eles:

  • Encefalite Virus Japonês (JEV)
  • Vírus da dengue tipo 2 (DEN-2)
  • Alguns Herpesvirus, incluindo citomegalovirus (HCMV)
  • Influenza A subtipo H5N1
  • Papiloma vírus humano (HPV)
  • Epstein-Barr virus (EBV)
  • Vaccinia virus (VV)

Sistema imunitário como fortalecer?

Não… este não é um artigo apenas para indicar alguns alimentos da moda que, milagrosamente, só por si são apresentados como a solução para ter uma forte imunidade… esquecendo o básico e fundamental dos processos naturais de proteção e regeneração do nosso sistema imunitário e luta contra a doença em geral… ainda por cima os principais são grátis 🙂

Hábitos essenciais para forte imunidade

Assim esqueçam… não existe uma saúde e sistema imunitário “forte e saudável” se não forem respeitados os seguintes pilares básicos:

Bom sono – 7.30 horas por noite. Faça as contas e coloque o despertador de forma a tentar dormir o mais próximo possivel 7.30 horas pois correspondem a 5 ciclos de sono seguidos de 90 minutos cada (aproximadamente). Tenha também o quarto totalmente escuro e nunca quente. Elimine qualquer luz artificial do seu quarto incluindo TV, telemóvel, computador e tablet.

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Controlo do stress – aprenda a controlar as emoções negativas… são principalmente essas que devastam o sistema imunitário. Tem de aprender a valorizar as pequenas coisas da vida, aceitar as coisas menos boas e acreditar num futuro sempre melhor… mas claro fazer algo por isso! Isto não é “conversa da treta”… pois os nossos pensamentos influenciam a nossa imunidade! Rir e sorrir são excelentes para a nossa imunidade!

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Exercício físico moderado – claro que não precisa de ir ao ginásio todos os dias! Basta uma boa caminhada de 30 a 45 minutos em passada rápida para sentir-se melhor fisica e psicológicamente! Também a dança é simplesmente excelente para manter a forma e afastar depressões! Outra alternativa é o exercício fisico intenso intermitente mas durante poucos minutos o chamado treino intervalado de alta intensidade (HIIT). Doentes cardiacos devem consultar o seu médico assistente antes de tentar o HIIT.

Leia também: Exercício físico qual o melhor… toda a verdade!

Jejum intermitente – termine o jantar ás 20 horas e não coma nada até ás 8 horas da manhã seguinte. Assim facilmente consegue 12 horas de jejum diárias que o organismo agradece pois desvia a energia que gastaria na digestão para usar na reparação do DNA de céluals danificadas que todos os dias surgem no nosso corpo. A energia é finita e se gasta imensa com a digestão da comida então não há milagres… ficam para trás todos os dias células alteradas que não são reparadas e vão causar problemas de saúde mais tarde… incluindo cancro. Diabéticos devem consultar o médico assistente antes de tentar o jejum intermitente.

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Boa nutrição sem açucar e alimentos processados – o açucar refinado é simplesmente um “doce veneno” com consequências devastadoras na sua saúde e sistema imunitário. Infelizmente está por todo o lado e vai ter de se esforçar para o evitar pois o apelo psicológico ao consumo de hidratos de carbono refinados é brutal!

Leia também: Açucar será que pode matar? Toda a verdade!

Hidratação adequada com água de qualidade – beba água proxima da neutralidade (pH~7). Evite águas ácidas com pH abaixo de 6 ou águas alcalinas com pH acima de 8. O nosso sangue tem um pH muito próximo da neutralidade pelo que é de elementar bom senso não exagerar e beber em demasia águas com pH distantes de 7. Pesquise esta informação nos rótulos e se possivel beba água de nascente (ver rótulo).

Leia também: Toda a verdade sobre a água de beber da torneira ou da garrafa!

De seguida vou então falar de alguns alimentos surpreendesntes e suplementos especiais que podem dar uma ajuda preciosa ao nosso sistema imunitário e aumentar a resistência contra infeções virais.


Alimentos e imunidade

Além de alguns medicamentos existem alimentos que ajudam a fortalecer o nosso sistema imunitário. Alguns alimentos podem impulsionar automaticamente o nosso sistema imunológico.


Manga

Um deles é a manga. A manga é uma fruta de caroço que é uma espécie de super alimento. Estes super alimentos ativam todos os cinco sistemas de defesa ao mesmo tempo, incluindo o sistema imunológico e contêm vitaminas, bons minerais e bioativos naturais.


Rebentos de bróculos (Broccoli sprouts)

Outro exemplo de alimentos que activam os 5 sistemas de defesa do nosso organismo são os rebentos de bróculos ou seja são a planta na fase ainda muito jovem, logo após a germinação da semente, que mais tarde vai dar origem aos bróculos. Nesta fase já têm todos os nutrientes e energia que mais tarde são distribuídos na planta maior. Estudos confirmam que os rebentos de bróculos podem impulsionar o sistema imunitário e aumentar a nossa proteção contra a gripe, com uma eficácia superior à da vacina da gripe!

Os rebentos de bróculos também parecem aumentar a proteção contra doenças graves como o cancro.


Cogumelos e beta- glucano

Afinal o que têm os cogumelos de especial? Toda a gente deveria come-los pelas seguintes razões:

  • Crescem na terra e sugam todos os nutrientes realmente importantes aí existentes;
  • Dentro do cogumelo existe um composto natural chamado beta-glucano que estimula directamente o nosso sistema imunológico.
    Mas aqui está uma verdadeira surpresa… pois existe em todos os cogumelos independentemente de se tratar de um cogumelo shiitake, um cogumelo maitake, um cogumelo portobello ou até mesmo um cogumelo de botão branco. Assim pode encontrá-los em qualquer lugar.

Outra surpresa é o facto dos investigadores terem descoberto que as hastes chamadas pé ou estipe na verdade contêm até três vezes mais beta glucano do que o chapéu do cogumelo que é a parte que mais comemos! Assim da próxima vez coma o cogumelo completo principalmente os que apresentam o pé ou estipe intacta.


Polifenois e vinho tinto…

Não se engane com o título… o álccol não nos faz bem mas meio copo de bom vinho tinto parece que sim! A maioria dos estudos que envolvem saúde pública analisando vinho tinto mostrou surpreendentemente que existem alguns benefícios tais como:

  • Proteção do Coração,
  • Menor risco de cancro,
  • Outros tipos de doenças metabólicas.

Mas a realidade é que nunca é o álcool que nos faz bem! O álcool pode acalmar os nossos nervos e fazer-nos sentir um pouco melhor, mas, na verdade, os polifenois que ativam as nossas defesas e protegem as nossas células saem da pele da uva. Os polifenóis do vinho vêm das uvas, principalmente das peles, e como o processo de vinificação do vinho tinto envolve um contato mais prolongado com as peles da uva, esses vinhos tendem a conter muito mais polifenóis do que os vinhos brancos.

Como um todo, o conteúdo de polifenóis do vinho tinto tem sido elogiado pelos bebedores conscientes do bem-estar, mas também existem polifenóis específicos no vinho tinto que foram estudados individualmente por causa dos potenciais benefícios para a saúde.

Resveratrol

Um dos polifenóis mais amplamente estudados no vinho, o resveratrol é naturalmente produzido em plantas em resposta a danos físicos, ou invasão por patogénioss. Também encontrado em grandes quantidades em amendoim, mirtilo e cacau, o resveratrol é extraído de fontes vegetais para criar produtos cosméticos e suplementos alimentares.

Em estudos de laboratório, os cientistas descobriram que o resveratrol oferece efeitos protetores contra muitos riscos para a saúde humana. Dois dos seus principais benefícios são o potencial para combater diferentes tipos de cancro, inibindo o crescimento de células cancerígenas e o seu potencial para combater doenças cardiovasculares, prevenindo danos aos vasos sanguíneos, diminuindo o colesterol mau (LDL) e elevando o bom colesterol (HDL).

Os pesquisadores também encontraram evidências de que o resveratrol pode ajudar a combater doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, ajudando a retardar a progressão da doença e a eliminar a acumulação de placas no cérebro. Ele também pode evitar diabetes tipo 2, ajudando a regular a insulina.

Propriedades anti-inflamatórias do resveratrol também fizeram uma linha de estudo para questões de saúde relacionadas com a inflamação, como doenças pulmonares e distúrbios de saúde mental.

No entanto, a quantidade de resveratrol usada para testar as propriedades saudáveis desse polifenol nem sempre é a quantidade encontrada numa porção média de vinho tinto. Enquanto alguns estudos mostraram que quantidades de resveratrol encontradas em apenas um ou poucos copos de vinho podem trazer alguns benefícios para a saúde, muitos outros mostraram que as quantidades de resveratrol usadas para produzir outros benefícios para a saúde podem são equivalentes a 100 copos por dia… o que tornaria esta solução impossivel!

Como gosto de um bom vinho tinto quero acreditar que um pequeno copo à refeição pode proteger a minha saúde… até porque, como de seguida descrevo, o vinho tinto tem adicionalmente outros polifenois, além do resveratrol, com propriedades extremamente interessantes para a nossa saúde. Todo somado não tenho dúvidas que quando bebo o meu copo de vinho tinto estou a juntar o útil ao agradável 🙂

Outros polifenois

Outros polifenóis importantes existentes principalmente no vinho tinto, são os seguintes:

  • Quercetina – tem propriedades anti-inflamatórias, antivirais, alivia doenças pulmonares, promove a cicatrização das artérias.
  • Antocianinas – ajuda a manter o peso e diminui a disfunção eréctil.
  • Procianidinas – mesmo em doses baixas protege contra doenças cardiacas.
  • Ácido elágico – mesmo em doses baixas ajuda a “queimar” gordura controlando assim o peso e protege o fígado.
  • Catequinas – existem também nas frutas frescas, cacau e cerveja. Alguns estudos parecem indicar que têm a capacidade de retardar os tumores. Também parecem promissoras no combate à doença de Alzheimer.

Quantidade de vinho a consumir

Naturalmente, beber muito vinho tem efeitos claramente negativos para a saúde, portanto, consumir muito vinho apenas para colher os benefícios relacionados é, obviamente, desaconselhável! Não havendo ainda certezas sobre dosagens, segundo alguns investigadores a quantidade ideal máxima de vinho tinto que devemos consumir para conseguir os melhores efeitos para a nossa saúde parece ser meio copo de vinho (aproximadamente 125ml) ao almoço e jantar.


Cerveja e xanthohumol

Os lúpulos da cerveja elaboram um produto químico natural chamado xanthohumol, que flutua diretamente na cerveja. Então descobriu-se que há realmente benefícios da cerveja, tais como:

  • Mobiliza as células estaminais,
  • Antiangiogénico.
  • Antioxidante,
  • Demência diminui. Cerca de 60% de diminuição no grau de incidência (se tomar 1,5 a 2 cervejas por dia… não mais!).

Chá verde e EGCG (Epigallocatechin Gallate)

Chá verde e imunidade melhorsaude.org melhor blog de saude

Galato de epigalocatequina, também conhecido como epigalocatequina-3-galato, é o éster de epigalocatequina e ácido gálico, e é um tipo de catequina. EGCG, a catequina mais abundante no chá verde e no chá preto, é um polifenol sob investigação básica por causa do seu potencial para afetar positivamente a saúde humana.

EGCG (Epigallocatechin Gallate)

Os alimentos mais ricos em galato de epigalatocatequina (EGCG) são então os seguintes:

  • Chás principalmente o verde e o preto,
  • Arandos vermelhos,
  • Morangos,
  • Amoras,
  • kiwis,
  • Cerejas,
  • Peras,
  • Pêssegos,
  • Maçãs,
  • abacate,
  • Nozes,
  • Pistachios,
  • Avelãs.

Estudos parecem indicar benefícios para as seguintes condições de saúde e doenças:

  • Reduz a inflamação;
  • Perda de peso;
  • Prevenção de doenças cardíacas;
  • Prevenção de doenças cerebrais;
  • Diabetes;
  • Alguns tipos de cancro.

Chá Matcha

O chá matcha é um dos diversos tipos de chá que são, geralmente, relacionados com o emagrecimento, mas o matcha tem muitos mais benefícios para além desse. Consiste num chá verde, originário do Japão, sendo apresentado sob a forma de um pó esverdeado.

Os chás são ótimos aliados da perda de peso. Durante muito tempo, um dos mais consumidos para atingir esse objetivo foi o chá verde, devido às suas propriedades termogénicas, ou seja, de aceleração do metabolismo.

O matcha, assim como o chá verde e o chá preto, é extraído da planta camellia sinensis. A diferença entre os tipos de chás extraídos dessa mesma planta são elementos como a fermentação e maturação das folhas. O matcha é obtido a partir das folhas mais jovens do chá verde, originadas de plantações protegidas da exposição solar. Após recolha, as folhas são trituradas muito lentamente num moinho de pedra, até que estejam reduzidas a pó.

O pó do matcha é mais concentrado que os outros chás provenientes da camellia sinensis, ou seja, possibilita resultados mais rápidos pois tem uma concentração maior de EGCG. O chá matcha tem diversos efeitos positivos no organismo, tais como:

  • Emagrecimento;
  • Redução dos níveis de colesterol mau LDL;
  • Protege os vasos sanguineos contra a doença cardiaca;
  • Diminui a pressão arterial;
  • Inibe a angiogénese;
  • Estimula as células estaminais quando necessário;

Matcha e cancro

O matcha e provavelmente os altos níveis de EGCG no matcha podem realmente matar células estaminais cancerígenas. Assim, enquanto a maioria das células estaminais que temos ajuda a regenerar as nossas células, quando um cancro cresce, também tem as suas próprias células estaminais que fazem com que o cancro regresse mais tarde!

Estas células estaminais cancerígenas são muito perigosas e realmente mortais. O Santo Graal da pesquisa sobre o cancro, está em tentar encontrar uma maneira de matar essas células estaminais do cancro. Em 2018, os investigadores descobriram que o matcha e o ECGC podem matar as células estaminais do cancro da mama.

Chá matcha e perda de peso

O matcha emagrece por se tratar de um chá verde, possuindo catequinas na sua composição. Estudos já demonstraram que os homens que ingerem o chá verde com altas doses de catequinas conseguem eliminar mais peso do que os que tomam bebidas com baixas concentrações desta substância (perda de peso de, aproximadamente, 2,5 kg, comparativamente à perda de 1,3 kg).

Outro estudo publicado no ano de 2008, revelou que tomar chás verdes como o matcha ajuda no emagrecimento, pois promove o gasto energético durante a prática de exercício físico.
Neste estudo, constatou-se que homens saudáveis que ingeriam este tipo de chás durante treinos de intensidade moderada tiveram um aumento de 17% na taxa de redução de gordura.

Também consumir o matcha em vez de outras bebidas pode auxiliar na redução da quantidade de energia ingerida por dia pois uma porção do chá tem apenas 3Kcal, enquanto um capuccino tem aproximadamente 74Kcal e um leite achocolatado possui cerca de 140Kcal.

Antioxidante

O chá matcha também tem benefícios no combate ao cancro, por exemplo. O motivo é por este ser rico em antioxidantes do grupo das catequinas, que funcionam como anticancerígenos.

Este facto foi comprovado por um estudo realizado em 2003 na Universidade de Colorado, que confirmou que uma chávena de matcha possui cerca de 137 vezes mais catequinas do que outros tipos de chá verde.

Efetivamente, estudos declaram que a ingestão regular de chá matcha reduz para metade a probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama.

Diurético

Por ter um efeito diurético, o chá matcha contribui com a diminuição da retenção de líquidos no organismo, ajudando na perda de volume e eliminando o inchaço em algumas regiões do corpo.

Saciante

Quando se sente saciado, é mais difícil ceder às tentações alimentares. Tomar o chá matcha pode contribuir nesse sentido, devido à presença de um antioxidante que estimula a liberação de uma hormona chamada CCK (colecistocinina), que, por sua vez, é responsável por enviar para o cérebro a informação de que o estômago está cheio e conferir a sensação de saciedade.

Energizante

Um estudo publicado no ano de 1999 identificou que o consumo do chá verde contribui para estimulação do metabolismo que, por consequência, leva a que o processo de metabolização das reservas de gordura possa acontecer de forma mais rápida.
Para os momentos em que é necessária energia e concentração extras, o matcha é também uma ótima opção para substituir o café.

Anti-stress

O matcha possui uma quantidade cinco vezes maior de L-teanina que outros tipos de chá verde. O L-teanina é um aminoácido que estimula a atividade de um tipo de ondas do cérebro, que, por sua vez, estão ligadas ao relaxamento, concentração, alívio do stress e até à diminuição da pressão arterial.

Colesterol diminui

Para quem possui valores de colesterol elevados, também é possível beneficiar com o consumo do chá matcha. É que, segundo um estudo de 2011, os chás verdes contribuem de maneira significativa para a diminuição dos níveis do colesterol LDL no organismo.

O chá ainda contém uma alta quantidade de fibras alimentares, que auxiliam no alívio da prisão de ventre e a estabilizar os níveis de açúcar no sangue. Estas fibras também podem auxiliar no controlo do colesterol, pois diminuem a absorção de gordura no intestino.

Propriedades anti-inflamatórias

Finalmente, o uso do chá matcha também está interligado a outros benefícios como o atraso do envelhecimento através do combate à inflamação.

Vitamina C

Em 4 de fevereiro de 2020, pesquisadores do Hospital Zhongnan, na China, anunciaram investigação à eficácia da infusão de vitamina C no tratamento de pneumonia grave infectada com COVID-19.

Muitas das mortes associadas a essa pneumonia viral parecem ser devidas a choque séptico e estudos sugerem que infusões em altas doses de vitamina C podem melhorar os resultados em casos de sepsis e infecções respiratórias.

Conforme observado na descrição do estudo do Hospital Zhongnan:

A pneumonia viral é uma condição perigosa com um mau prognóstico clínico. A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, possui propriedades antioxidantes. Quando a sepsis ocorre, o aumento de citocinas causado pela sepsis é ativado e os neutrófilos acumulam-se nos pulmões, destruindo capilares alveolares.

Os primeiros estudos clínicos demonstraram que a vitamina C pode efetivamente impedir esse processo. Além disso, a vitamina C pode ajudar a eliminar o fluido alveolar, impedindo a ativação e acumulação de neutrófilos e reduzindo os danos no canal de água epitelial alveolar.

Ao mesmo tempo, a vitamina C pode impedir a formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos, que é um evento biológico de lesão vascular causada pela ativação de neutrófilos.

Os pesquisadores pretendem tratar pacientes com 24 gramas de vitamina C intravenosa (IV) por dia, durante sete dias, a uma velocidade de 7 mililitros por hora. O grupo placebo receberá um IV de solução salina normal.

O desfecho primário será o número de dias sem suporte ventilatório durante 28 dias de hospitalização. As medidas de desfecho secundário incluirão mortalidade, tempo de internamento nas unidades de cuidados intensivos (UCI), taxa de RCP necessária, uso de vasopressores, função respiratória, falência de órgãos relacionados com a sepsis e muito mais.

Protocolo de tratamento de sepsis do Dr. Marik

O tempo dirá qual será o resultado desse estudo no Hospital Zhongnan. É provável que a vitamina C traga algum benefício, embora o protocolo de tratamento de sepsis do Dr. Paul Marik possa ser uma opção ainda melhor.

Estudo clínico retrospectivo inicial antes e depois da sepsis com o seguinte protocolo mantido durante 2 dias:

  • Vitamina B1 (Tiamina) 200mg de 12/12horas;
  • Vitamina C (Ácido ascórbico) 1.500 mg de ácido ascórbico 6/6 horas;
  • Hidrocortisona 50 mg de 6/6 horas.

Resultado: Redução de mortalidade por sepsis de 40 % para 8,5%.

Pesquisa publicada on-line em 9 de janeiro de 2020, constatou que o protocolo de sepsis intravenosa de Marik também reduzia a mortalidade em pacientes pediátricos. O estudo foi realizado no Hospital Infantil Ann & Robert H. Lurie, em Chicago, e conforme observado pelo Science Daily, os dados preliminares deste estudo “apóiam os resultados promissores observados em adultos”.

Entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2019, 557 pacientes pediátricos com choque séptico preencheram os critérios de inclusão no estudo:

  • 43 receberam o protocolo de vitamina C, vitamina B1 e hidrocortisona de Marik,
  • 181 receberam terapia apenas com hidrocortisona,
  • 333 não receberam nenhum desses tratamentos.

Os 43 pacientes que receberam o tratamento com vitamina C foram comparados com base no estado clínico com 43 controles não tratados e 43 pacientes apenas com hidrocortisona.

Resultados:

Após decorridos os primeiros 30 dias do estudo, os controles e os grupos somente a tomar hidrocortisona apresentaram uma taxa de mortalidade de 28%, enquanto o grupo de tratamento teve uma taxa de mortalidade de apenas 9%.

Aos 90 dias, 35% dos controles e 33% daqueles que receberam apenas hidrocortisona morreram, em comparação com apenas 14% do grupo de tratamento.

Nutrição essencial contra o coronavírus

Quanto à prevenção, a nutrição desempenha um papel crucial e vários nutrientes são conhecidos pelas suas propriedades estimulantes do sistema imunológico e capacidade de proteger contra infecções virais.

Em Fevereiro de 2020, num artigo convincente sobre o Progresso nas doenças cardiovasculares … Mark McCarty, da Catalytic Longevity Foundation, San Diego, CA, EUA, e James DiNicolantonio, PharmD, um cientista de pesquisas cardiovasculares do Instituto Americano do Coração de Saint Luke, Kansas City, MO, propõem que certos nutracêuticos podem ajudar a aliviar as pessoas infectadas com vírus de RNA encapsulados, como influenza e coronavírus …

SARS-CoV-2 causa tempestade inflamatória

A Covid-19 é cerca de 30 a 60 vezes mais letal do que a gripe anual típica. Tanto a gripe quanto o coronavírus causam uma tempestade inflamatória nos pulmões e é essa tempestade inflamatória que leva à dificuldade respiratória aguda, falência de órgãos e morte.

Certos nutracêuticos podem ajudar a reduzir a inflamação nos pulmões provocada por vírus RNA e outros também podem ajudar a aumentar a resposta do interferon tipo 1 a esses vírus, que é a principal resposta do nosso corpo para ajudar a criar anticorpos antivirais para combater infecções virais .


Suplementos contra Covid-19

McCarty e DiNicolantonio listam vários nutrientes disponíveis na forma de suplemento que podem ser particularmente benéficos contra o COVID-19. Descrevo de seguida os mais importantes.


N-acetilcisteína (NAC)

Estrutura quimica da N-Acetilcisteína (NAC)

Estimula a produção de glutationa ou glutatião, fluidifica o muco, diminui as probabilidades de infecção por vírus influenza e reduz o risco de desenvolver bronquite grave.

Glutationa ou glutatião o que é?

A glutationa (GSH) ou glutatião é um antioxidante hidrossolúvel, que exerce uma forte ação neutralizadora de radicais livres. É reconhecido como o tiol não proteico mais importante nos sistemas vivos. Trata-se de um tripéptido linear, constituído pelos seguintes três aminoácidos: 

  • Ácido glutâmico, 
  • Cisteína,
  • Glicina.

O grupo tiol da cisteína é o local activo responsável pelas propriedades bioquímicas da glutationa. Existe, na maioria das células, em concentrações compreendidas entre 1 e 8 mM, estando, geralmente, na sua maior quantidade no fígado. Ao nível extracelular a concentração de glutationa é da ordem de 5-50 μM.

Acetilcisteína, também conhecida como N-acetilcisteína (NAC), é uma medicação que é usada para o tratamento da overdose de paracetamol (acetaminofeno) e para soltar o muco em indivíduos com infecções respiratórias (virais ou bacterianas) bem como portadores de doenças mais graves como fibrose cística ou doença pulmonar obstrutiva crônica.  Pode ser tomado por via intravenosa, pela boca, ou inalado, como uma névoa. Algumas pessoas usam como um suplemento dietético.

Efeitos colaterais não são frequentes, e os mais comuns incluem náuseas e vômitos, quando tomado por via oral. A pele pode, ocasionalmente, tornar-se vermelha e coçar. Um tipo não de anafilaxia também pode ocorrer. Parece ser seguro durante a gravidez e  funciona através do aumento dos níveis de glutatião e níveis e a ligação com os produtos tóxicos  da degradação do paracetamol.

Acetilcisteína inicialmente foi patenteado em 1960 e licenciado para uso em 1968.  Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde, os medicamentos mais eficazes, seguros e necessários em um sistema de saúde. Ele está disponível como um medicamento genérico e não é muito caro – embora os originais tenham conservação melhor e, tratando-se de uma substância anti-oxidante, podem ser mais eficazes.

Dose diária: 1.200 a 1.800 mg

Extrato de sabugueiro (Elderberry)

Conhecido por reduzir a duração da gripe em dois a quatro dias assim como a gravidade da gripe. Segundo os autores do estudo, dado que o sabugueiro é uma fonte muito rica de antocianinas, há motivos para suspeitar que o seu impacto sobre os vírus possa ser mediado, pelo menos em parte, pelo ácido ferúlico, um metabólito proeminente que aparece no plasma após a ingestão de antocianinas.

Estudo: A Review of the Antiviral Properties of Black Elder (Sambucus nigra L.) Products.

Estudo: Randomized study of the efficacy and safety of oral elderberry extract in the treatment of influenza A and B virus infections.

Estudo: Elderberry Supplementation Reduces Cold Duration and Symptoms in Air-Travellers: A Randomized, Double-Blind Placebo-Controlled Clinical Trial

Dose diária: 600 a 1.500 mg

Spirulina

Reduz a severidade da infecção por vírus influenza e reduz a mortalidade por influenza em estudos com animais. Num teste em humanos, a spirulina reduziu significativamente a carga viral em pacientes com infecção pelo HIV.

Estudo: Impact of daily supplementation of Spirulina platensis on the immune system of naïve HIV-1 patients in Cameroon: a 12-months single blind, randomized, multicenter trial

Estudo: Well-tolerated Spirulina extract inhibits influenza virus replication and reduces virus-induced mortality

Estudo: Antioxidant, Immunomodulating, and Microbial-Modulating Activities of the Sustainable and Ecofriendly Spirulina

Spirulina é um género de cianobactérias da ordem Spirulinales, um grupo de organismos procariotas vulgarmente conhecido por algas verde-azuis (ou Cyanophyta).

São microrganismos unicelulares fotoautotróficos que se agrupam em formas filamentosas, geralmente helicoidais, designadas por tricomas (por analogia com os pelos das plantas).  Algumas espécies anteriormente incluídas neste género (actualmente em Arthrospira) são utilizadas para produzir um suplemento alimentar conhecido por «spirulina» ou «espirulina», que não deve ser confundido com este género.

Dose diária: 15 g

Glucosamina

Regula positivamente a proteína de sinalização antiviral mitocondrial (MAVS – mitochondrial antiviral-signaling protein), reduz a gravidade e mortalidade da infecção por influenza em estudos com animais.

Estudo: The novel IGF-IR/Akt–dependent anticancer activities of glucosamine

Estudo: Molecular mechanisms of anticancer effects of Glucosamine

Estudo: Glucosamine induces autophagic cell death through the stimulation of ER stress in human glioma cancer cells.

Dose diária: 3.000 mg ou superior se necessário

Selénio

Como o selénio é um cofator essencial para certas peroxidases e a deficiência de selénio tem sido endêmica em certas regiões da China e em outras partes do mundo, garantir a adequação da nutrição do selénio também pode ser apropriado nesse contexto, observam McCarty e DiNicolantonio, acrescentando que “a deficiência de selénio também aumenta a taxa na qual os vírus podem sofrer mutações, promovendo a evolução de estirpes mais patogênicas e capazes de evitar a vigilância imunológica”.

Dose diária: 50 a 100 microgramas

Zinco

Suporta a função eficaz e proliferação de várias células imunológicas, reduzindo a mortalidade em idosos em 27%.

Dose diária: 30 a 50 mg

Ácido lipoico

Ácido lipóico é um composto organosulfurado derivado do ácido octanóico que contém dois átomos de enxofre (em C6 e C8) vicinais ligados por uma ligação dissulfídica. O átomo de carbono em C6 é quiral portanto a molécula possui dois enantiômeros. Apenas o enantiômero R-(+)- existe na natureza é é um cofator essencial de quatro enzimas mitocondriais complexas.

O ácido lipoico ajuda a aumentar a resposta do interferon tipo 1. Conforme explicado em um artigo de 2014 “Os interferons do tipo I (IFNs) ativam programas antimicrobianos intracelulares e influenciam o desenvolvimento de respostas imunes inatas e adaptativas … (IFNs) são polipeptídeos secretados pelas células infectadas e têm três funções principais:

  • Induzem estados antimicrobianos intrínsecos a células em células infectadas e vizinhas que limitam a disseminação de agentes infecciosos, particularmente patógenos virais.
  • Modulam as respostas imunes inatas de uma maneira equilibrada que promove a apresentação de antígenos e as funções das NKC (natural killer cell) células assassinas naturais, ao mesmo tempo que restringe as vias pró-inflamatórias e a produção de citocinas.
  • Ativam o sistema imunológico adaptativo, promovendo o desenvolvimento de respostas de células T e B específicas para antígenos de alta afinidade e memória imunológica. Os IFNs do tipo I são protetores em infecções virais agudas, mas podem ter papéis protetores ou deletérios em infecções bacterianas e doenças autoimunes “.

Dose diária: 1.200 a 1.800 mg (em substituição do ácido ferúlico)

O ácido lipóico é ainda responsável por estimular a biossíntese de uma enzima do nosso organismo que exerce também uma marcada acção neutralizadora dos radicais livres, a glutatião peroxidase. Esta enzima neutraliza um dos radicais livres mais agressivos para a pele, o radical peróxido, transformando-o em água. Pensa-se que o ácido lipóico tem também um papel importante no metabolismo do organismo, mais particularmente na produção de energia.

Vitmina D

A radiação solar ultravioleta B e a suplementação de vitamina D demonstraram reduzir as taxas de fatalidade pandémica, o que faz sentido, considerando a importância da vitamina D no controle de infecções e na redução do risco de influenza e resfriado comum.

A pesquisa mostra que a suplementação com altas doses de vitamina D reduz em 40% o risco de doenças respiratórias e infecções pulmonares em idosos. A vitamina D pode melhorar a capacidade do sistema imunológico de combater infecções, porque reforça a primeira linha de defesa do sistema imunológico.

Pesquisas publicadas em 2009 apontam que as taxas de mortalidade durante a pandemia de influenza de 1918-1919 foram influenciadas pela estação, com um número maior de pessoas a morrer durante o inverno do que no verão.

Segundo os autores: “As mortes durante a pandemia de influenza de 1918 a 1919 foram ligadas tanto ao vírus da influenza quanto às infecções pulmonares bacterianas secundárias. As taxas de mortalidade de casos e a percentagem de casos de influenza complicados por pneumonia estavam disponíveis a partir de dados de pesquisas de doze locais dos Estados Unidos na pandemia de 1918 a 1919 .

Este estudo analisa as taxas de mortalidade e casos complicados de pneumonia em relação às doses estimadas de radiação solar ultravioleta-B (UVB) no verão e no inverno como indicadores da população quanto ao status médio de vitamina D.

Correlações substanciais foram encontradas para associações da dose de UVB de julho com taxas de mortalidade de casos e taxas de pneumonia como uma complicação da influenza. Resultados semelhantes foram encontrados para o UVB no inverno.

A vitamina D aumenta a produção de catelicidina humana, LL-37, que tem atividades antimicrobianas e antiendotoxinas. A vitamina D também reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias, o que também pode explicar alguns dos benefícios da vitamina D, uma vez que a infecção pelo H1N1 causa uma tempestade de citocinas.

Como orientação geral, teste o nível de vitamina D duas vezes por ano, no inverno e no verão, para garantir uma faixa saudável de 60 ng / mL a 80 ng / mL durante o ano todo. (Pesquisas convincentes sugerem que 40 ng/mL é o valor de referência para a suficiência.)

Probióticos podem ser úteis contra a Prevotella

Por último, mas não menos importante, se a inclusão da bactéria Prevotella na COVID-19 for comprovada, prebióticos, probióticos e esporobióticos podem ser muito úteis.

Vários estudos mostraram que os probióticos com estirpes de Bifidobacterium bifidum podem ajudar a reduzir a bactéria Prevotella, enquanto que as estirpes de Lactobacillus tendem a aumentá-la.Os esporobióticos podem ser particularmente benéficos.

Conforme explicado em “Como os probióticos de esporos podem ajudá-lo”, que apresenta uma entrevista com o Dr. Dietrich Klinghardt, os probióticos baseados em esporos são constituidos pela parede celular dos esporos de bacilos – a concha protetora em torno do DNA e o mecanismo de actuação desse DNA – não toda a bactéria viva.

Foi demonstrado que os esporos de Bacillus aumentam drasticamente a tolerância imunológica, o que significa que ajudam a reparar os danos na barreira intestinal. Como eles não estão “vivos”, eles também não são afetados por antibióticos.

O bacilo modula de forma muito eficaz as citocinas. Assim as citocinas anti-inflamatórias são reguladas positivamente, enquanto as citocinas inflamatórias são reguladas negativamente, restabelecendo o equilíbrio entre as duas.

A pesquisa também mostrou que os esporobióticos aumentam maciçamente a reprodução de acidófilos, bífidos e outros micróbios no intestino por meio das mensagens eletromagnéticas que eles enviam. Isso é totalmente único. Quando tomamos um probiótico regular, eles fazem aumentar principalmente a sua estirpe. Os esporos de Bacillus, por outro lado, realmente aumentam muitos dos outros micróbios benéficos.

Os esporos de Bacillus também criam 24 substâncias diferentes que possuem fortes propriedades antimicrobianas. No entanto, eles não matam indiscriminadamente como os antibióticos. Eles suprimem especificamente patogénicos que fazem uma contribuição valiosa para o todo.

Referências bibliográficas:

VACINAS COVID PERIGOS E TODA A VERDADE

Vacinas Covid-19 vacinas RNA e DNA diferenças, vantagens e perigos, toda a verdade! Como funcionam estas vacinas? Quais as vantagens? Quais os perigos e polémicas? O que dizem os céticos anti-vacinas? Quais as vacinas Covid-19 já em fase de aprovação? Quais os preços já anunciados?

Qual a melhor vacina Covid-19? Sim no final do artigo respondo sem rodeios a esta questão!

As empresas farmacêuticas Pfizer (americada) e BioNTech (alemã), Moderna (americana) e AstraZeneca/Oxford (Inglesa) anunciaram em Novembro de 2020, que as suas vacinas contra a covid-19, eram capazes de prevenir a doença Covid-19 em mais de 90% (Pfizer e Moderna) e 70% a 90% (AstraZeneca/Oxford) das pessoas vacinadas. A Janssen/Johnson anunciou 66,1% a 66,9% de eficácia no documento de autorização para uso de emergência, aprovado pela FDA dos EUA, em 27 de Fevereiro de 2021.

Segundo estes laboratórios, nenhum efeito adverso grave devido à vacina foi descrito até ao momento nos estudos clínicos, após vários milhares de voluntários terem sido injetados e muitos mais milhares efetivamente já vacinados em vários países.

Será que podemos mesmo confiar na informação apenas dos laboratórios que são parte interessada no “negócio”? O que importa de facto analizar? Afinal até agora qual será… provavelmente, a melhor vacina!

Este é mais um artigo detalhado com informação relevante e recente para que possa, de maneira mais conhecedora, formar a sua própria opinião sobre um assunto que a todos nos afeta!

Leia também: Estes medicamentos e suplementos contra a Covid-19 salvaram vidas! Sabia que alguns deles podes comprar na Farmácia?

O seguinte índice inicial deste artigo ajuda-te a identificar a estrutura do texto e saltar, se desejares, para os temas que mais te interessam.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Tabela das vacinas mais avançadas;
  • Documentos informativos oficiais;
  • Resposta imune como funciona?
  • Vacina comum como funciona?
  • Tipos de vacinas
  • Vacinas vivas atenuadas
  • Vacinas inativadas
  • Vacinas de subunidades proteicas
  • Vacinas de partículas semelhantes a vírus
  • Vacinas de toxoides
  • Vacinas de vetor viral
  • Plano Nacional de Vacinação 2020 (PNV 2020)
  • Vacinas extra PNV 2020
  • Vacinas de DNA e RNA (genéticas)
  • Vacinas de DNA vantagens perigos e problemas
  • Polémicas e céticos das vacinas de DNA
  • Polémicas vias de administração
  • Vacinas de RNA vantagens e problemas
  • Temperatura de conservação e logística de distribuição
  • Vacinas da Covid-19 quais as que estão prontas ou quase?
  • Quais os preços já divulgados?
  • Segurança e aprovação oficial.
  • Qual a melhor vacina Covid-19?

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Tabela de vacinas Covid-19 mais avançadas

Segundo a Organização Mundial de Saúde são 11 as vacinas em fase final de estudos clínicos prontas ou quase prontas para aprovação das entidades reguladoras do medicamento.

Descrevo de seguida quais são essas vacinas, laboratórios responsáveis pelo seu desenvolvimento, países de origem, temperatura de conservação, eficácia e qual o tipo de vacina.

Laboratório/Vacina
Nacionalidade
Temperatura
de conservação
EficáciaTipo de
vacina
Pfizer/BioNTech/Fosun
EUA/Alemanha/China
-70ºC95%mRNA
Moderna/NIAID
EUA
-20ºC94,1%mRNA
Oxford/AstraZeneca
Reino Unido/Suécia
2ºC a 8ºC70%Vetor viral não replicante
Gamaleya Research Institute (Sputnik V)
Russia
2ºC a 8ºC95%Vetor viral não replicante
Janssen Biotech/ Johnson & Johnson
Bélgica/EUA
2ºC a 8ºC66,1% a 66,9%Vetor viral não replicante
CanSino Biological Inc.
China
2ºC a 8ºCNDVetor viral não replicante
Novavax
EUA
2ºC a 8ºCNDSubunidade proteica
Sinovac (CoronaVac)
China
2ºC a 8ºC97%Vírus
inativado
Sinopharm/Beijing Institute of Biological
Products
China
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Sinopharm/Wuhan Institute of Biological
Products
China
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Bharat Biotech
India
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Fontes: Organização Mundial de Saúde (OMS). ND significa não divulgado.

Pfizer/BioNTech

A Pfizer irá distribuir a vacina Comirnaty em contentores especiais que mantêm a sua temperatura durante duas semanas, segundo uma especialista do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, Janell Routh, dizendo que para já não está a ser recomendado que hospitais ou clínicas comprem equipamento especial.

Moderna

A vacina da Moderna parece ser mais estável no que concerne à temperatura mas também é claro que vai precisar de uma rigorosa cadeia de frio, não se sabendo ainda detalhes mais rigorosos sobre as temperaturas que devem ser asseguradas na sua distribuição e armazenamento que no entanto deve estar próxima dos -20ºC.

AstraZeneca/Oxford

Já a vacina da AstraZeneca/Oxford necessita apenas de um intervalo de refrigeração comum entre os 2ºC a 8ºC habituais (temperatura conseguida num frigorífico normal) sendo a mais barata das três vacinas em fase mais avançada. Embora aparentemente a eficácia seja menor que as da Pfizer e Moderna, a temperatura e o preço (ver final deste artigo) conferem-lhe uma enorme vantagem competitiva!

Janssen Biotech / Johnson & Johnson

A vacina anti-Covid desenvolvida pela Janssen-Cilag, o laboratório belga que pertence à Johnson & Johnson, foi considerada segura e eficaz pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration – FDA) que em 27 de Fevereiro de 2021 atribuiu uma autorização para uso de emergência, Os pontos mai relevantes são os seguintes:

  • Eficácia 66,9% na prevenção de formas moderadas de Covid-19 e 66,1% nas formas severas/criticas;
  • Temperatura de armazenamento de 2ºC a 8ºC;
  • Dose única de 0,5ml;
  • Efeitos adversos mais frequentes são dor no local da aplicação, dor de cabeça, fadiga, mialgia, náuseas, eritema e inchaço no local da aplicação.
  • Existiram alguns casos de anafilaxia durante os estudos clínicos;
  • Preço 10 USD por dose,

Documentos de aprovação da FDA dos EUA:

FDA – Janssen COVID-19 Vaccine Frequently Asked Questions

Vacinas contra a covid-19

Há 40 vacinas genéticas entre as 187 que estão a ser desenvolvidas contra a covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dez já são testadas em humanos e duas estão na última etapa desta parte da pesquisa.

Pode consultar os relatórios que vão sendo actualizados pela OMS clicando na imagem seguinte.

Vacinas Covid-19 prontas e fase 3

Descrevo de seguida, segundo relatório de Organização Mundial de Saúde (OMS) a lista de 11 vacinas já em fase 3 (última fase) de estudos clínicos ou seja as mais adiantadas e quase prontas para aprovação de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) das mais importantes agências mundiais do medicamento como a FDA (americana) e a EMA (europeia). Algumas destas vacinas, entretanto já estão aprovadas para uso de emergência e a ser aplicadas na população com maior risco de contrair doença grave por COVID-19.

Vacina Covi-19
Laboratório/Produtor

Nacionalidade
Plataforma da
Vacina
Tipo de vacinaDosesDias entre dosesVia de administração
Sinovac (CoronaVac) (China)InativadaInativada214IM
Wuhan Institute of Biological
Products/Sinopharm (China)
InativadaInativada221IM
Beijing Institute of Biological
Products/Sinopharm (China)
InativadaInativada221IM
Bharat Biotech (Índia)InativadaVirião completo inativado228IM
University of Oxford/AstraZeneca (Reino Unido/Suécia)Vetor viral não-replicanteChAdOx1-S228IM
CanSino Biological Inc./Beijing Institute
of Biotechnology (China)
Vetor viral não-replicanteVetor tipo 5 Adenovirus10IM
Gamaleya Research Institute (Sputnik V) RussiaVetor viral não-replicanteAdeno-based (rAd26-S+rAd5-S)221IM
Janssen/Johnson & Johnson Pharmaceutical Companies (Bélgica e EUA)Vetor viral não-replicanteAdenovirus Type 26 vector1
0
IM
Novavax (EUA)Subunidades proteicasFull length recombinant SARS
CoV-2 glycoprotein nanoparticle
vaccine adjuvanted with Matrix M
221IM
Moderna/NIAID (EUA)RNALNP-encapsulated mRNA228IM
Pfizer/BioNTech/Fosun Pharma (EUA/Alemanha/China)RNA3 LNP-mRNAs228IM
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). IM significa intramuscular.

Preços das vacinas

Alguns laboratórios começaram já a revelar o preço ou intervalo de preços das suas vacinas. Descrevo de seguida os preços de algumas das vacinas covid-19 mais faladas, segundo o Business Standard.

Vacina/laboratórioPreço por dose (USD)Doses
Moderna coronavirus vaccine$372
Pfizer/BioNTech coronavirus vaccine$202
Oxford/ AstraZeneca coronavirus vaccine$3 a $42
Jassen/Johnson & Johnson Covid-19 vaccine$101
Russia Sputnik V coronavirus vaccineNão anunciado2
Covaxin India coronavirus vaccine$1,35 (100 rupias)ND
Novavax coronavirus vaccine NVX-CoV2373$162
Fonte: Business Standard ND significa informação não disponível

No final do artigo descrevo as razões da minha escolha para melhor vacina anti Covid-19. Se tem curiosidade deslize já até ao fim deste artigo que vai sendo constantemente atualizado e já mudou a escolha acertada em função dos efeitos colaterais entretanto conhecidos.

Resposta imune como funciona?

Afinal, em termos simples, como responde o nosso sitema imunitário à entrada de um novo vírus? Como se forma a memória imunitária e passa a reconhecer o vírus? A imagem seguinte descreve de forma clara e simplificada esse mecanismo.

Leia também: Este é o TOP 10 medicamentos contra a Covid-19!

Vacina comum como funciona?

A primeira vacina foi criada pelo médico britânico Edward Jenner há pouco mais de 220 anos, na passagem do século 18 para o século 19, para prevenir a varíola.

As vacinas que até agora usavamos envolviam a administração no nosso organismo do vírus ou bactéria (ou parte desses micoorganismos) causadores da doença que desejamos ficar imunes, de forma a causar uma reação do nosso sistema imunitário que a partir desse momento reconhecia uma nova ameaça e passava a responder combatendo esses vírus ou bactérias e evitando a sua reprodução e respectiva doença.

Leia também: Isto é o que torna o sistema imunitário mais forte… toda a verdade!

Para estas vacinas serem seguras, no caso dos vírus e bactérias, antes de nos serem administrados na forma de vacinas, são enfraquecidos na sua capacidade de causar doença (vacinas vivas atenuadas) ou inativados para serem incapazes de se reproduzir no nosso organismo (vacinas mortas inativadas).

Também existem as chamadas vacinas de subunidades. Nestas apenas fragmentos característicos de um vírus, como por exemplo uma proteína da superfície do vírus, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.

Existem também vacinas de toxoides em que a doença é causada não pela bactéria mas por uma tooxina por ela produzida, como é o caso das vacinas contra a difteria e tétano.

Mais recentemente surgiram as vacinas de vetor viral não- replicante, as vacinas de DNA e as vacinas de RNA.

Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:

Vacinas de vírus ou bactérias– Vivas atenuadas
– Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica– Subunidades proteicas
– Partículas semelhantes a vírus
Vacinas toxoides– Imitam a toxina que causa a doença
Vacinas de vetor viral– Replicante
– Não-replicante
Vacinas de ácido nucleico ou genéticas– DNA
– RNA (mais recentes)
Tipos de vacinas

Leia também: Este é o novo plano nacional de vacinação desde os 2 meses até aos 120 anos de idade!

Vacinas vivas atenuadas e vacinas inativadas

Existem já 4 vacinas inativadas anti-Covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. São elas as seguintes:

  • Sinovac;
  • Wuhan Institute of Biological Products/Sinopharm;
  • Beijing Institute of Biological Products/Sinopharm;
  • Bharat Biotech.
Vacinas vivas atenuadas e vacinas inactivadas ou mortas.

Vacinas de subunidades proteicas

Neste tipo de vacina, proteínas do coronavírus são injetadas diretamente no corpo. Da mesma forma, fragmentos ou invólucros de proteínas que imitam a estrutura do vírus também podem ser usados.

A maioria delas imita a proteína spike (espícula), que desempenha papel determinante no processo de entrada vírus na célula, por meio da ligação com o receptor ACE2.

Esse tipo de vacina requer adjuvantes para estimular o sistema imune, bem como múltiplas doses.

Existe já uma vacina deste tipo anti-covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. É a seguinte:

  • Novavax.

Vacinas de partículas semelhantes a vírus

Estas são também vacinas de base proteica que utilizam partículas semelhantes a vírus, que imitam um invólucro contendo a estrutura externa viral, porém sem o conteúdo interior.

Estas partículas não são capazes de causar infecção pois não possuem material genético do interior do vírus. Têm a capacidade de gerar uma forte resposta imune, mas são difíceis de ser produzidas.

Vacina de vetor viral

Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como o do sarampo ou um adenovírus é geneticamente modificado para produzir ou transportar até às células, as proteínas do coronavírus. 

Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:

  • Replicante – que ainda se podem replicar dentro das células;
  • Não-replicante – que perderam o poder replicante porque os genes principais foram desativados.

Existem já em fase 3 de estudos clínicos 4 vacinas anti-covid de vetor viral não-replicante. são elas:

  • University of Oxford/AstraZeneca (ChAdOx1-S, 2 doses. IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology;
  • Gamaleya Research Institute;
  • Janssen/Johnson & Johnson (Adenovirus Type 26 vector, 1 ou 2 doses, IM, com 2ª dose 56 dias após a 1ª dose).

Vacina Covid-19 AstraZeneca/Universidade de Oxford

Por exemplo, a vacina da Universidade de Oxford para a Covid-19 é feita com um vector viral não-replicante que utiliza um adenovírus de chimpanzés que foi modificado para ficar inofensivo, que não se replica e entrega nas células humanas um fragmento de material genético do novo coronavírus, induzindo-as a produzir uma proteína semlehante à existente no vírus do SARS-CoV-2.

Segundo informação publicada no jornal Público, a plataforma do vector viral com o adenovírus que a nova vacina de Oxford usa já existe desde 1991, segundo Adrian Hill.

Hill trabalhou com Sarah Gilbert, outra especialista, para aperfeiçoar a tecnologia, o que envolveu usar o vírus da constipação de chimpanzés como o vector através do qual se entregam as instruções de produção da proteína do vírus que se procura imitar, em testes com doenças como a gripe, a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e o Ébola durante a última década. A esperança era que isto se provasse útil um dia contra uma ou mais doenças mortíferas.

A pandemia virou o seu foco para o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em Janeiro de 2020. A vice-reitora da Universidade de Oxford, Louise Richardson, foi informada sobre o trabalho de Gilbert que parecia promissor para combater o novo coronavírus, mas que a investigação estava a ser levada a cabo sem fundos.

A universidade ofereceu um milhão de libras (cerca de 1,12 milhões de euros) para financiar a investigação até que obtivessem mais financiamento, contou Louise Richardson, o que aconteceu quando o Governo britânico e a AstraZeneca se entenderam em Maio.

Plano Nacional de Vacinação

Em Portugal fazem parte do Plano Nacional de Vacinação recomendado 11 vacinas essenciais aplicadas gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A imagem seguinte descreve o plano completo de vacinação recomendado.

Fonte: Direção Geral de Saúde (DGS). Plano Nacional de Vacinação 2020.

Vacinas extra PNV 2020

Apesar de Portugal ter um excelente plano nacional de vacinação (PNV) existem ainda vacinas recentes mas importantes que estão fora desse plano, principalmente por razões orçamentais.

Vacinas de DNA e RNA

As vacinas de DNA e RNA ou vacinas de ácido nucleico, também denominadas vacinas genéticas são um mundo novo no campo da vacinação em larga escala! Em vez de injetar em nós um vírus ou parte dele, o nosso próprio organismo é “programado” para produzir a proteína do vírus, contra a qual o nosso sistema imunitário vai depois reagir e criar memória imunitária.

Neste tipo de vacina, o ácido nucleico é inserido nas células humanas, que produzem cópias de alguma proteína do vírus. A maioria dessas vacinas codifica a proteína spike do vírus.

Esse fragmento de código genético denomina-se plasmídeo. Neste caso os cientistas identificam a parte do código genético viral que carrega as instruções para a fabricação dessa proteína viral e criam um veiculo de transporte estável (por vezes outro vírus ou um veículo lipídico) para carregar essa “peça genética viral”, plasmídeo, para dentro do nosso organismo e das nossas células.

São vacinas fáceis de desenvolver, porque envolvem apenas o material genético, e não o vírus. No entanto, esta é uma tecnologia que nunca foi usada em nenhuma vacina atualmente licenciada e aprovada pelas autoridades do medicamento como a FDA agência do medicamento norte americana e a EMA agência do medicamento europeia. Assim falta ainda comprovar oficialmente a sua eficácia.

Os termos genéticos mais usados significam o seguinte:

  • DNA (sigla inglesa) ou ADN (sigla portuguesa) significa Àcido Desoxirribonucleico ;
  • RNA (sigla inglesa) ou ARN (sigla portuguesa) significa Àcido Ribonucleico;
  • mRNA significa Àcido Ribonucleico mensageiro.

Plasmídeo

Plasmídeos são moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossómico. Ocorrem geralmente em bactérias e por vezes também em organismos eucarióticos unicelulares e células de eucariotas superiores.

O tamanho de um plasmídeo é bastante diverso variando entre poucos milhares a mais de cem mil pares de bases. Numa única célula, podem existir uma ou várias dezenas de cópias de um mesmo plasmídeo.

A replicação do DNA plasmídico é feita pela mesma maquinaria celular que realiza a replicação do DNA cromossómico, à mesma velocidade ou a uma velocidade superior (o que provoca um número elevado de cópias do plasmídeo na célula).  Os plasmídeos replicam-se de forma independente do DNA cromossómico mas a sua replicação dá-se a cada divisão celular de forma a conservar pelo menos uma cópia em cada célula-filha.

Mecanismo de ação

Depois de absorvidas pelas nossas células, vai funcionar como um manual de instruções para a produção da proteína do vírus. A célula fabrica essa proteína e exibe-a na sua superfície ou liberta-a na corrente sanguínea, estimulando e “alertando” o nosso sistema imunitário.

Existem em fase 3 de estudos clínicos apenas 2 vacinas de RNA anti-covid-19, são elas:

  • Moderna/NIAID (LNP-encapsulated mRNA, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer (3 LNP-mRNAs, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);

Vantagens das vacinas genéticas

No caso das comuns vacinas atenuadas ou inativadas, é preciso cultivar uma grande quantidade de vírus para usá-los como matéria prima. Com as vacinas genéticas basta criar em laboratório a sequência genética desejada. Isto exige uma estrutura de produção mais simples e provavelmente com menores custos de produção.

Este tipo de vacina pode ser produzida mais rapidamente em grande escala e também é mais flexivel ou seja podem ser rapidamente adaptadas se o SARS-CoV-2 sofrer mutações perigosas.

As vacinas genéticas eliminam o risco da pessoa vacinada ficar doente, o que pode acontecer em pacientes imunodeprimidos quando são usadas vacinas com os vírus atenuados.

O tempo necessário para desenvolver uma vacina também diminui drasticamente. Normalmente, leva-se meses para ter uma vacina pronta para os primeiros testes. Com a vacinas genéticas, pode demorar apenas algumas semanas.

A Moderna levou 42 dias do momento em que recebeu a sequência genética do vírus até começar os estudos da vacina contra a covid-19. Isso é quase impossível com outras tecnologias.

Os testes mostraram, até agora, que as vacinas genéticas contra a covid-19 geraram uma reação do sistema imunológico pelo menos tão boa quanto a de outras candidatas não genéticas. Assim elas não são apenas mais seguras e relativamente baratas de produzir, mas bastante eficazes.

Vacinas de DNA

Se estas vacinas têm tantas vantagens, porque é que ainda não há nenhuma aprovada para o uso em humanos?

Trata-se de uma tecnologia é recente. As vacinas genéticas estão a ser desenvolvidas há cerca de 30 anos mas só recentemente começaram a dar resultados positivos e garantias de utilização segura e eficaz.

No início, os cinentistas acreditavam que seria melhor fazer este tipo de vacina usando DNA, a molécula que guarda todas as informações genéticas de um organismo sendo usada pelas nossas células para produzir as proteínas essenciais à nossa sobrevivência.

No entanto nesse processo de produção proteica o DNA precisa de ser transformado em moléculas de RNA, que transporta essas instruções até à parte da célula onde as proteínas são produzidas.

Os cientistas acreditavam que, ao injetar o DNA do vírus em nós, ele poderia ser absorvido pelas nossas células e transformado em RNA para produzir a proteína desse microorganismo, dando assim início à reação imune do nosso corpo.

No entanto os testes feitos até agora mostraram que as vacinas de DNA não produzem uma resposta imunológica suficientemente forte em humanos.

Vantagens das vacinas de DNA

São diversas as vantagens das vacinas de DNA se conseguirem ser estáveis e seguras. Descrevo de seguida as principais.

Desenho– Sequências podem ser rapidamente clonadas e modificadas
– Altamente flexivel, podendo codificar vários tipos de proteínas como antigéneos virais ou bacterianos e proteínas imunoreguladoras
Produção– Produção e formulação rápidas
– Reproduzivel em larga escala
– Baixo custo e fácil de produzir
Segurança– Não reverte para forma virulenta ao contrário das vacinas atenuadas
– Não foram observados efeitos adversos significativos nos ensaios clínicos já efectuados.
Estabilidade– Estável à temperatura ambiente ao contrário das vacinas de RNA
– Longo tempo de armazenamento.
Mobilidade– Facilidade de armazenamento
– Facil transporte
– Não necessitam cadeia de frio.
Imunogenicidade– Indução de resposta imune celular (celulas T) e humoral (celulas B) específicas para os antigénios testados.

Polémicos riscos e problemas

Os céticos deste tipo de vacinas de DNA alegam os riscos associados à manipulação do nosso material genético celular com consequências ainda imprevisiveis para a nossa saúde a médio e longo prazo. De facto as vacinas de DNA podem apresentar alguns problemas e riscos descritos no quadro seguinte.

Integração no DNA celularA integração poderia causar mutagénese de inserção, instabilidade cromossómica ou ativação/inativação de genes supressores de tumor. Não foi detectável em níveis relevantes → abaixo da frequência de mutação espontânea. Contudo vetores modificados ou métodos para aumentar a imunogenicidade (adjuvante e transfecção) poderiam aumentar as probabilidades de integração. Assim, há necessidade de mais estudos.
Resposta autoimune (DNA)A introdução do DNA e um plasmídeo poderia levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes. Estudos pré-clínicos em primatas não humanos e humanos não detectaram aumento de anticorpos anti-DNA ou anti-núcleo.
Resistência aos antibióticosA produção das vacinas de DNA envolve a seleção de bactérias que contêm o plasmídeo recombinante usando a resistência a antibióticos, que é conferida por um gene presente neste plasmídeo. Sendo que alguns plasmídeos contêm o gene de resistência à canamicina, um antibiótico pouco usado no tratamento de infecções em humanos. Estratégias alternativas estão a ser desenvolvidas substituindo a seleção com antibiótico por outros tipos de seleção para o uso em humanos.
Baixa imunogenicidade em humanos e animais de grande porteOs plasmídeos de DNA de primeira geração promoveram níveis baixos de resposta de células T e B e memória celular em humanos e primatas não humanos de grande porte. Entretanto, novas formulações de adjuvantes, sistemas de libertação de DNA e sistema o “prime-boost” estão em desenvolvimento para melhorar essa resposta.

Vacinas de RNA perigos e problemas

Como alternativa ao uso de DNA na vacina os cientistas tentam usar diretamente o RNA. No entanto existe um problema sério… é que essa molécula é capaz de gerar uma inflamação demasiado forte no organismo humano que pode no limite ser fatal!

O RNA também é muito mais instável do que o DNA e degrada-se facilmente no nosso organismo pois temos imensas enzimas que atacam o RNA. Assim para ser injectado no nosso corpo o RNA tem que ser protegido da ação destruidora dessas enzimas.

A instabilidade do RNA também pode exigir para uma vacina viável, que a cadeia de frio seja efectuada a uma temperatura muito mais baixa que o habitual. Assim o transporte em cadeia de frio sem falhas obriga a um esforço acrescido dessa logística de conservação e transporte até ao local de aplicação.

Como exemplo a Pfizer anunciou que a sua vacina de RNA anti-covid19 pode necessitar de refrigeração até -70ºC para manter a sua estabilidade!

Proteção do RNA

Nos últimos 15 anos, os cientistas desenvolveram uma espécie de envelope para proteger o RNA. Também conseguiram reduzir o potencial inflamatório do RNA. Assim os passos decisivos na grande evolução destas vacinas nos últimos meses é a tecnologia para estabilização do envelope protetor do RNA e a mitigação do seu poder inflamatório para níveis aceitáveis e compativeis com uma vacina que seja segura para uso humano.

Temperatura de conservação

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech tem uma eficácia superior a 90% e está a ser vista com esperança em todo o mundo, mas até ela chegar é preciso enfrentar os problemas logísticos da sua distribuição. E a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que nenhum país está preparado para armazenar a vacina.

Esta vacina precisa de ser mantida e transportada a uma temperatura de -70ºC e pode aguentar apenas cinco dias a temperaturas entre os 2ºC e os 8.ª . Com termo de comparação, a vacina da gripe comum aplicada anualmente, pode ser armazenada num frigorífico comum.

Distribuição como vai funcionar?

Já existe uma ideia de como será feita a distribuição nos EUA e no mundo. A vacina Pfizer distribuída nos EUA será fabricada na sua principal fábrica, em Kalamazoo, no Michigan. Na Europa, o centro de distribuição está em Puurs, na Bélgica. Toda a logistica exigirá um imenso esforço de coordenação para que não se percam muitas doses da vacina por quebra da cadeia de frio.

Contentores termais serão cheios de gelo seco (dióxido de carbono sólido) e 975 frascos da vacina, sendo que cada um contém cinco doses, num total de 4875, segundo disse a Pfizer à AFP.

Todos os dias, seis camiões vão levar essas doses para transportadoras como a FedEx, UPS ou DHL, que as distribuírão pelos EUA num ou dois dias e, no resto do mundo, em três dias. A empresa espera uma média de 20 voos de carga diários para todo o mundo.

A FedEx teve que obter permissão especial das autoridades de aviação civil para transportar tanto gelo seco, já que este pode ser um perigo para a tripulação se passar pelo processo de sublimação, do dióxido de carbono do estado sólido para o gasoso.

Assim que as caixas chegarem ao destino, podem ser abertas por pouco tempo apenas duas vezes por dia, pelo que só será viável que seja administrada em grandes clínicas ou hospitais, não em farmácias ou pequenos consultórios, já que estes não terão os meios necessários para a manter.

A Pfizer prevê produzir 50 milhões de doses este ano e 1,3 mil milhões em 2021. Os EUA já encomendaram cem milhões no total, incluindo 20 a 30 milhões que devem ser entregues até ao final de dezembro. Já a União Europeia encomendou 200 milhões, o Japão 120 milhões, o Reino Unido 30 milhões e o Canadá 20 milhões.

A DHL estima que seja necessário entregar 15 milhões de contentores nos próximos dois anos, sendo precisos 15 mil voos em todo o mundo.

Cada pessoa precisa de receber duas doses da vacina, com três semanas de diferença, para esta funcionar, segundo a Pfizer e a BioNTech.

Polémicas vias de administração

As vias de administração das vacinas de DNA, pela sua sofisticação e importância na eficácia da resposta imune, são um dos argumentos dos céticos da vacinação para fortalecer as suas polémicas teorias da conspiração. Descrevo de seguida a complexidade deste tema para enterdermos melhor a polémica instalada!

Importância da via de administração

Para garantir a expressão eficaz do antigénio de interesse e desencadear a reposta imunológica do hospedeiro é fundamental que o DNA seja entregue, sem danos, às células do hospedeiro e transportado ao núcleo celular. Uma das grandes dificuldades de utilização das vacinas de DNA é a transferência ineficaz, in vivo, do plasmídeo de DNA para os núcleos de células de mamíferos.

A injeção intramuscular de DNA nu (”naked DNA”) tem mostrado eficácia em modelo animal, no entanto os resultados obtidos em estudos com primatas e estudos clínicos, mesmo utilizando altas doses de plasmídeo, não foram satisfatórios.

Para conseguir ultrapassar estes problemas, diversas estratégias foram desenvolvidas. A utilização de diferentes vias de inoculação da vacina de DNA é apenas uma delas. No início, os estudos utilizaram o bombardeamento das células com partículas de ouro envoltas por DNA (gene-gun) ou inoculação intramuscular. Entretanto, novos métodos físicos de administração estão a ser pesquisados.

O plasmídeo de DNA pode ser inoculado na pele ou no músculo. A administração do DNA pela via intramuscular leva à produção da proteína codificada pelo plasmídeo nas células musculares durante meses.

Se for utilizada a via intradérmica induz-se maior imunogenicidade, devido à presença de células apresentadoras de antígenos em grande quantidade na pele, como as células de Langehans na epiderme e células dendriticas na derme.

Outros métodos físicos de inoculação estão em teste, como por exemplo o jet-injector e a tatuagem intradérmica (DNA tatooing).

Intradérmica e intramuscular

A administração das vacinas de DNA por via intramuscular foi uma das primeiras a ser utilizada, principalmente em função da facilidade e simplicidade do método, que permite o uso em larga escala. Entretanto, de acordo com a via de administração utilizada para a inoculação dos plasmídeos obtemos níveis de expressão dos antígenos diferentes. Este facto sugere que quantidade e características das células transfectadas interferem neste processo.

Tanto a via intramuscular, quanto a intradérmica promovem uma libertação do DNA do plasmídeo no meio extracelular, onde surge o problema da maior parte ser degradada rapidamente por nucleases. Dessa forma, os estudos que avaliaram essas vias, relatam a necessidade de uma concentração de DNA pela via intramuscular 100 vezes maior que o sistema gene gun para proporcionar uma resposta imune equivalente.

Gene Gun

Esta técnica, também conhecida como biobalística, utiliza microesferas de ouro envoltas em DNA que são bombardeadas através da pele. Assim o DNA chega diretamente ao citoplasma celular, o que não acontece com as administrações intradérmicas e intramusculares com agulha em que o DNA é libertado no espaço extracelular.

Esta técnica utiliza uma quantidade menor de plasmídeos de DNA se comparada às injeções de DNA clássicas. Num estudo comparando a técnica de gene-gun com injeção intradérmica direta, em modelo murino e aviário, utilizando uma vacina contra o vírus Influenza (causador da gripe), foi necessária uma quantidade 250 a 2500 vezes menor de DNA utilizando a técnica gene gun. No entanto, devido às limitações da técnica, esta não está a ser utilizada para estudos em humanos.

Eletroporação

Esta é a técnica em maior destaque para uso em animais. Consiste na estimulação elétrica do tecido muscular, após a injeção de plasmídeos de DNA pela via intramuscular ou intradérmica com o objetivo de permeabilizar as membranas das células de forma transitória e assim melhorar a eficiência da transfecção.

Esta técnica também induz a produção de citocinas pró-inflamatórias e aumenta a migração de células T e apresentadoras de antígenos. É descrito que a eletroporação aumenta à eficácia das vacinas de 10 a 1000 vezes.

Os pontos negativos da eletroporação são os seguintes:

  • Dor e desconforto do próprio procedimento;
  • Dispositivos ainda pesados;
  • Custo elevado;
  • Dificuldade da aplicação intramuscular em indivíduos obesos.

O desconforto da eletroporação intradérmica é menor do que a intramuscular. Ainda é necessário avaliar a sua viabilidade para uso em vacinas profiláticas. Atualmente, a eletroporação in vivo tem sido amplamente utilizada em ensaios clínicos.

Jet-injector

O método Jet-injector faz a inoculação do plasmídeo de DNA sem utilizar agulhas, como por exemplo o Biojector® (Bioject Medical Technologies, EUA). Nesta técnica, uma solução contendo o DNA do plasmídeo é pulverizada através da pele com o objetivo de transfectar células de Langerhans diretamente.

Os estudos existentes com primatas não humanos comparando o Biojector® com a seringa convencional não relataram aumento da imunogenicidade. Outros ensaios clínicos estão a ser desenvolvidos, assim como outros dispositivos de administração intradérmica sem agulha.

Tatuagem intradérmica

Esta técnica utiliza a estratégia de introdução dos plasmídeos de DNA na pele em multiplas injeções em vez de uma única, o que desencadearia uma resposta imunológica mais eficiente. Dessa forma, o DNA é entregue para a camada epidérmica da pele por milhares de injeções usando um dispositivo de tatuagem que foi denominado tatuagem de DNA (DNA tattooing).

Após a tatuagem, relata-se uma expressão de antígeno 10 a 100 vezes menor e de duração mais curta que a obtida pela inoculação intramuscular. Porém a apresentação do epítopo codificado pela vacina para as células T CD8+ foi nitidamente melhor.

Esse facto poderia ser explicado pela característica da pele ser mais rica em células apresentadoras de antígenos que o músculo. Além disso, o procedimento de tatuagem levaria a uma maior agressão local resultando na libertação de mais citocinas que uma única injeção intramuscular ou intradérmica, atuando assim como uma espécie de adjuvante.

Via mucosa

Esta via tem grande vantagem, uma vez que vários patógenos utilizam a mucosa como porta de entrada no organismo hospedeiro. Por esse motivo, vários adjuvantes, e sistemas de distribuição foram avaliados para a imunização por essa via, incluindo os sistemas de entrega mediada por partículas, lipossomas, bactérias como carreadores, entre outros.

Além da avaliação de diferentes vias de inoculação das vacinas de DNA, outras metodologias vêm sendo desenvolvidas e testadas visando aumentar a imunogenicidade destas vacinas. Alguns grupos direcionam o DNA para células alvo, como por exemplo para as células dendríticas, que são excelentes APCs.

Uma abordagem muito promissora é o “prime-boost” heterólogo, em que o animal recebe duas vacinas diferentes usando o mesmo antígeno:

– Uma dose com a vacina de DNA e outra dose com um outro tipo de vacina, como por exemplo, vacinas que utilizam vetores virais ou vacinas de subunidade.

Uma outra abordagem é a utilização de bactérias como carreadores da vacina de DNA, já que com essas há um direcionamento para células específicas e a ativação de receptores de padrões moleculares associados a agentes patogênico.

O estudo da vacina da Moderna envolve 30 mil participantes nos Estados Unidos. A pesquisa da Pfizer/BioNTech/Fosun também conta com 30 mil voluntários nos Estados Unidos e em outros países, entre eles o Brasil. Em ambos os casos, as empresas já desenvolviam vacinas de RNA para combater outros vírus.

No caso da Moderna, era o Nipah, que é transmitido por morcegos e pode causar problemas respiratórios e inflamação no cérebro potencialmente mortais.

A Pfizer e a BioNTech estavam a desenvolver uma vacina de RNA contra o vírus influenza, causador da gripe comum.

O objetivo é fazer as nossas células produzirem a proteína do coronavírus conhecida como espícula, que tem uma grande capacidade de gerar uma resposta forte do nosso sistema imunitário.

Os resultados publicados mostram que elas induzem à produção de uma grande quantidade de anticorpos que neutralizam o vírus. O teste final será ver se essa proteção é duradoura. O estudo da Pfizer vai durar dois anos, mas a empresa já apresentou resultados positivos.

Segurança e aprovação

A corrida às vacinas contra a Covid-19 é uma coisa nunca vista, principalmente do lado científico da pesquisa, desenvolvimento e testagem em massa para aferição de eficácia e segurança.

Na minha opinião um dos detalhes de segurança para já mais preocupantes é haver apenas para consulta a documentação científica dos laboratórios produtores da vacina ou seja da parte interessada na aprovação da autorização de introdução no mercado (AIM)… e respectivo lucro associado!

Toda a informação dos ensaios clínicos deve ser revista com rigor, sem falhas, por cientístas independentes que trabalham nas diversas agências do medicamento, como a FDA americana e a EMA europeia, antes de ser dada a AIM. Esta é uma regra de ouro na aprovação de qualquer novo medicamento e as vacinas devem seguir o mesmo protocolo de segurança.

Confio que as mais relevantes Farmacêuticas e laboratórios de pesquisa científica na área do medicamento, que desenvolvem vacinas contra a Covid-19, sejam geridas por “pessoas de bem” mas infelizmente a história lembra-nos que sempre existiram casos de falso protagonismo, lutas de poder, mentiras, ganância descarada… e muitas omissões…!

Da minha parte salvo informação científica em contrário confio um pouco mais nas vacinas de parceria Europeia, Japonesa e Americana.

Qual a melhor vacina?

Das vacinas mais faladas, Pfizer, Moderna e AstraZeneca/Oxford, Janssen/Johnson&johnson, já aprovadas na União Europeia e/ou nos EUA, a vacina da Janssen/Johnson tem a grande vantagem de necessitar apenas de uma dose, mantendo as seguintes importantes características:

  • Sem efeitos adversos graves registados em vacinados o que significa um elevado perfil de segurança;
  • Eficácia média/alta, entre 66,1% a 66,9% o que é considerado bom tendo em conta, por exemplo, que a eficácia da vacina sazonal da gripe comum é menor que 50%.
  • Não necessita de cadeia de frio especial pelo que pode ser aplicada em Farmácias e centros de saúde, por exemplo, desde que armazenada a uma temperatura entre 2ºC e 8ºC em frascos selados;
  • Preço médio 10 USD (dólares americanos) o que significa que pode chegar a mais países;
  • A tecnologia utilizada de vetor viral não-replicante é menos polémica e portanto mais resistente a teorias da conspiração que as vacinas que utilizam RNA como as da Pfizer e Moderna;
  • Reconhecida confiança global de uma empresa Farmacêutica sólida apoiada por investigação prestigiada.

Em março de 2021, a melhor vacina para vacinação global parecia ser a da Janssen/Jonhson, já aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). No entanto, tal como no caso da vacina da Astrazeneca, a vacina da Janssen e J&J parece ter originado casos muitos raros de formação de estranhos coágulos no cérebro em simultâneo com baixos níveis de plaquetas, provocando a morte a algumas pessoas, principalmente mulheres com menos de 60 anos!

Ambas as vacinas, Astrazeneca e Janssen, foram assim sujeitas a uma suspensão, temporária, em alguns países, para avaliação da sua segurança em virtude do surgimento destes efeitos secundários graves, não descritos nos ensaios clínicos!

Referências:

MÁSCARAS COVID-19 QUAL A MELHOR? TODA A VERDADE!

Máscaras cirúrgicas, máscaras FFP2, máscaras N95, máscaras KN95, máscaras tipo II, máscaras tipo IIR, nível 1, nível 2 e nível 3, máscaras comunitárias… enfim a confusão é enorme e a desinformação é geral pois a legislação tem de facto alguma complexidade! Assim este artigo suporta-se na legislação atual e pretende apoiar a tua decisão bem informada antes de escolheres as máscaras que deves usar, segundo a Autoridade Nacional do medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED) e a Direção Geral da Saúde (DGS).




Com o aparecimento de novas estirpes ou variantes do SARS-CoV-2, mais contagiosas e mais mortais, como as variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil, torna-se ainda mais importante usar máscaras que de facto nos protejam de forma séria, certificada e eficaz!

Leia também: Estas são as perigosas novas estirpes do SARS-CoV-2 com mutações estranhas… algo de grave se passa!

No entanto começo corrigindo o básico ou seja descrevo já os 5 principais erros a utilizar a máscara, segundo a DGS e não só… basta andar na rua para ver utilizações simplesmente ridículas!

Máscaras: Qualificação e utilização

Para efeitos de prevenção do contágio (filtram principalmente o ar expirado) do novo Coronavírus SARS-CoV-2 tem sido preconizada a utilização pelos profissionais de saúde de máscaras qualificadas regulamentarmente como dispositivos médicos, a saber:

  • Máscaras cirúrgicas do tipo II;
  • Máscaras cirúrgicas do tipo IIR.

Como equipamentos de proteção individual (filtram o ar inspirado e expirado) para os profissionais de saúde tem sido preconizadas as seguintes:

  • Semimáscaras ou máscaras de proteção respiratória (FFP2 e FFP3) auto filtrantes.

No final do artigo, em conclusão, descrevo a minha opinião sobre qual a máscara que deve escolher para sua melhor proteção evitando ao mesmo tempo contagiar as outras pessoas.

Máscaras cirúrgicas ou de uso clínico

As máscaras de uso clínico, geralmente designadas por máscaras cirúrgicas, são dispositivos médicos que se destinam a cobrir a boca e o nariz, do profissional de saúde, funcionando como uma barreira
destinada a minimizar a transmissão direta de agentes infeciosos entre o profissional e o doente. Neste caso a principal finalidade do produto é a de proteger a saúde e segurança do doente, independentemente de simultaneamente proteger também o profissional.

Enquanto não for vacinado contra a Covid-19 o cuidado para não contagiar e ser contagiado deve ser máximo pois a forma como o nosso sistema imunitário reage a este coronavírus pode ser uma surpresa assustadora, pois existem diversos casos graves documentados e até óbitos a partir dos 40 anos de idade mesmo em doentes aparentemente saudáveis!

Leia também: Esta é a melhor vacina contra a Covid-19, Toda a verdade!

Norma EN 14683:2019

A norma EN 14683:2019, harmonizada no âmbito da Diretiva dos Dispostos Médicos, é destinada a máscaras de uso clínico, classificando-as em diferentes tipos (I, II e IIR) segundo as suas características, nomeadamente:

  • Eficiência de filtração bacteriana,
  • Pressão diferencial (permeabilidade da máscara ao ar),
  • Resistência aos salpicos,
  • Limpeza microbiana (bioburden).


O quadro seguinte, extraído da referida norma, resume as características de desempenho de acordo com tipo de máscaras.

Características de desempenho por tipo de máscara com finalidade médica

TesteTipo ITipo IITipo IIR
Eficiência de filtração bacteriana (%)> 95> 98>98
Pressão diferencial (Pa/cm2)< 40< 40 < 60
Resistência aos salpicos (Kpa)Não necessáriaNão necessária> 16,0
Limpeza microbiana (cfu/g)< 30<30< 30
Características de desempenho por tipo de máscara com finalidade médica. Fonte: Cf. Informação nº 009/2020, de 13/04/2020, da Direção-Geral da Saúde, relativa a «COVID-19: FASE DE
MITIGAÇÃO – Uso de Máscaras na Comunidade».

Máscaras cirúrgicas tipo I cuidado com o uso!

As máscaras cirúrgicas Tipo I só devem ser usadas para para reduzir o risco de espalhar a infeção particularmente num cenário epidémico ou pandémico. As máscaras tipo I não devem ser utilizadas por profissionais de saúde em salas de operações ou em outro cenário médico semelhante. Nestes cenários médicos mais sensíveis (salas de operações) devem ser usadas, no mínimo, as máscaras tipo II ou tipo IIR.

Reutilização de máscaras cirúrgicas não!

As máscaras cirúrgicas não são reutilizáveis e devem ser deitadas ao lixo depois de usadas. Surgiram notícias de testes realizados em Itália e França sobre a lavagem de máscaras cirúrgicas, que indicavam que os dispositivos mantêm a capacidade de filtração após um determinado número de lavagens a 60 graus.

As máscaras cirúrgicas são dispositivos médicos descartáveis, pelo que não devem ser reutilizados ou lavados. Também o indicou o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., em resposta a um pedido de esclarecimento da revista Proteste, não recomenda a reutilização de máscaras de uso único e salienta que a lavagem das máscaras representa “um uso contrário às instruções do fabricante “.  




Máscaras de proteção respiratória auto filtrantes

Estas máscaras são também denominadas tecnicamente por semi-máscaras de proteção respiratória auto filtrante e destinam-se a ser usadas para proteção dos utilizadores contra um ou mais riscos suscetíveis de ameaçar a sua saúde ou a sua segurança, sendo enquadradas como equipamentos de proteção individual.

Norma EN 149:2001+A1:2009

A norma EN 149:2001+A1:2009 aplicável aos aparelhos de proteção respiratória filtrantes (APR), nomeadamente aos chamados “respiradores” ou “semimáscaras autofiltrantes”, classifica estes
equipamentos em FFP1, FFP2 e FFP3, tendo em consideração a sua eficiência de filtração e a sua fuga máxima para o interior (FFP3> FFP2> FFP1).

N95, KN95 e FFP2 qual a diferença?

As máscaras N95 ou KN95 têm características de desempenho equivalentes ás FFP2, desde que devidamente certificadas por entidades reconhecidas, embora diferentes conforme o país de fabrico. vamos então aos detalhes para acabar com a confusão!

Além das clássicas máscaras cirúrgicas azuis, que são perfeitamente adequadas para evitar infetar outras pessoas, mas menos úteis para se proteger, também podemos comprar máscaras faciais com filtro certificado. As iniciais FFP no nome FFP2 significam “Filtering Face Piece”, e essas máscaras fornecem uma filtragem muito eficaz de micropartículas perigosas, razão pela qual são usadas em ambientes que apresentam um alto risco de contágio.

Quando começamos a procurar máscaras de filtragem que passaram em testes científicos para confirmar as suas características de proteção, rapidamente encontramos iniciais como FFP2, KN95 e N95, especialmente se procuramos algo para nos proteger de poluentes ou micropartículas que transportam vírus. A certificação dessas máscaras varia de acordo com seu local de origem.

Certificação Europeia, Americana e Chinesa

No mercado existem três tipos principais de máscara facial com filtro no mercado:

  • Máscaras FFP2 com certificação europeia
  • Máscaras N95 com certificação americana
  • Máscaras KN95 com certificação chinesa

Existem ainda outras normas de certificação de máscaras sendo as mais relevantes as seguintes:

  • P2 (Australia/New Zealand AS/NZA 1716:2012)
  • Korea 1st class (Korea KMOEL – 2017-64)
  • DS2 (Japan JMHLW-Notification 214, 2018)
  • PFF2 (ABNT/NBR 13.698-2011 – Brazil)

Desempenho de filtração das máscaras KN95, N95 e FFP2

As máscaras KN95, N95 e FFP2 proporcionam níveis de filtração semelhantes: as três têm uma capacidade de filtração superior a 94%, de acordo com as normas que regem as suas características técnicas.

Aqui está a capacidade de filtragem certificada específica para cada um dos três tipos de máscaras de filtragem:

  • Máscaras FFP2: 94% de capacidade de filtragem
  • Máscaras N95: 95% de capacidade de filtragem
  • Máscaras faciais KN95: 95% de capacidade de filtração

Normas que regem as máscaras KN95, N95 e FFP2

As máscaras KN95, N95 e FFP2 diferem no procedimento usado para calcular a sua filtração. Este procedimento muda de acordo com o local onde são produzidos, pois segue as regras de certificação estabelecidas pelo país onde o funcionamento dos dispositivos é testado.

De seguida descrevo um breve resumo das diferenças entre os padrões adotados para certificar as máscaras KN95, N95 e FFP2.

Máscaras FFP1, FFP2 e FFP3 – norma EN 149: 2001 + A1: 2009

As máscaras FFP2, FFP1 e FFP3 são regidas por uma norma da legislação europeia, a famosa EN 149: 2001, atualizada em 2009 e já atrás referida. Esta lei define os padrões usados para certificar a eficácia dos dispositivos de proteção respiratória e estabelece claramente os requisitos, testes e branding para as máscaras.

Máscara N95 – norma NIOSH-42CFR84

As máscaras N95 são cobertas pela norma americana NIOSH -42CFR84, elaborada pelo NIOSH (Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional), órgão americano responsável por certificar a real eficácia dos dispositivos de filtragem faciais.

Máscara KN95 – norma GB2626-2006

As máscaras KN95 são certificadas na República Popular da China com base nas regras estabelecidas na norma GB2626-2006. Este padrão dita os requisitos técnicos, métodos de teste e marca para dispositivos respiratórios com um filtro protetor usado para purificar o ar de partículas potencialmente prejudiciais.

KN95, N95 e FFP2 e os diferentes métodos de teste

Embora o objetivo geral seja o mesmo ou seja certificar a capacidade real dos dispositivos de proteger as pessoas da inalação de substâncias ou partículas potencialmente prejudiciais, cada um dos três padrões que certificam a filtragem de máscaras faciais é diferente dos outros. As diferenças estão nos métodos adotados para testar os dispositivos. Assim, dependendo do tipo de teste realizado, os requisitos e condições de teste podem, portanto, variar.

Na tabela seguinte resume-se as semelhanças e diferenças:

Fator de proteçãoMáscaras FFP2
(EN 149:2001)
Máscaras N95
(NIOSH-42CFR84)
Máscaras KN95
(GB2626-2006)
Eficácia de filtração≥ 94%≥ 95%≥ 95%
Agente testadoNaCl e óleo de parafinaNaClNaCl
Taxa de fluxo testada95 l/min (variável durante o teste)85 l/min85 l/min
Fuga interna total (TIL) testado em indivíduos a fazer exercícios8 %Não testada8 %
Resistência de inalação permitida (queda máxima de pressão)≤ 70 Pa @ 30 L/min;
≤ 240 Pa @ 95 L/min;
≤ 500 Pa (entupimento)
≤ 343 Pa≤ 350 Pa
Resistência à expiração (queda de pressão máxima)≤ 300 Pa≤ 245 Pa≤ 250 Pa

Principais diferenças entre as três normas

As substâncias poluentes testadas e a resistência à inalação e expiração são algumas das diferenças que se destacam.

Primeira diferença: O padrão europeu usa substâncias líquidas em testes, bem como sólidos

A primeira diferença está relacionada com a substância poluente utilizada para testar as máscaras FFP1, FFP2 e FFP3. O sistema europeu de certificação parece aqui mais aprofundado, visto que também realiza testes com óleo de parafina, um poluente líquido, além de partículas de cloreto de sódio no estado sólido.

Certamente isso é positivo, pois significa que a eficácia das máscaras é testada não apenas com poluentes em estado sólido (como um pó), mas também, e mais importante, com partículas em forma de gotículas e aerossóis espalhados pelo ar.

Segunda diferença: O padrão europeu presta mais atenção à resistência à inalação

A segunda diferença imediatamente aparente é o valor da resistência à inalação permitida.

O valor médio de resistência no padrão europeu é bem menor do que nos sistemas de certificação americanos e chineses, o que significa que as máscaras FFP2 feitas de acordo com o padrão europeu devem garantir maior conforto e durabilidade.




Durabilidade das máscaras FFP2

Quanto tempo dura uma máscara FFP2? As máscaras FFP2 podem ser marcadas com a letra (R) para “reutilizável” ou (NR) para “não reutilizável”. A maioria das máscaras FFP2 enquadra-se na última categoria ou seja são dispositivos de proteção que progressivamente se tornam menos eficazes com o passar do tempo.

Por esse motivo, uma máscara FFP2 normalmente dura cerca de oito horas em ambientes de risco ou em um único turno de trabalho. Mesmo que seja mantida a uma distância segura em áreas de baixo risco, a máscara deve ser descartada após oito horas, pois a respiração e a exposição à humidade afetam gradativamente sua capacidade de filtração e integridade física. Assim que ficarem significativamente húmidas, as máscaras FFP2 devem ser descartadas.

Máscaras FFP2 com e sem válvulas: qual é a diferença?

As máscaras FFP2, N95 e KN95 podem ser produzidas com ou sem válvula. Mas que diferença isso faz? Simplificando, as máscaras com uma válvula são seguras para o utilizador, mas não para aqueles ao seu redor. A válvula filtra o fluxo de ar de entrada, mas não o ar de saída, o que significa que máscaras com uma válvula NÃO devem ser usadas por pessoas que têm, ou podem ter, COVID-19, em vez disso, essas pessoas devem escolher máscaras sem válvula, que filtram tanto o ar inspirado como o expirado tais como máscaras cirúrgicas ou máscaras KN95, FFP2 ou N95 sem válvula.

As máscaras com válvula são muito uteis em cenários normais “sem pandemia” para trabalhadores sem doenças respiratórias contagiosas que tenham de proteger-se na sua atividade laboral, por exemplo construção civil, carpintaria e outras onde existe um maior esforço físico, com maior cadência respiratória e portanto um maior incômodo respiratório com o uso da máscara. A válvula nestes casos permite de facto uma melhor expiração e portanto maior conforto respiratório para os utilizadores.

Conforto respiratório

Naturalmente que as máscaras que oferecem uma maior proteção para o utilizador como as FFP2 e FFP3, por terem maior eficiência filtrante (mais camadas ou materiais mais espessos) são também um pouco menos confortáveis pois exigem um pouco mais de esforço respiratório o que pode tornar-se problemático se por exemplo existir uma condição de saúde que dificulte a respiração pelo nariz ou uma capacidade pulmonar diminuida.

Assim cada utilizador deve encontrar o modelo mais adequado ao seu risco de contagiar ou ser contagiado mas também que lhe permita respirar sem demasiado esforço. Neste aspecto as FFP2 podem mais confortáveis que as N95 e NK95.

Para os utentes que demonstram esforço acrescido para respirar com as N95, KN95, FFP2 e FFP3, as máscaras cirúrgicas tipo II ou tipo IIR podem ser uma escolha mais adequada, embora perdendo eficácia na proteção individual.

Máscaras bloqueiam o SARS-CoV-2?

As máscaras N95, KN95, FFP2 e FFP3 têm todas um poder de filtração muito elevado, sendo projetadas para remover mais de 94% a 95% de todas as partículas com diâmetro de pelo menos 0,3 mícron (µm). Na verdade, as medições da eficiência de filtração de partículas das máscaras N95 mostram que elas são capazes de filtrar ≈99,8% das partículas com um diâmetro de ≈0,1 μm (Rengasamy et al., 2017).

O SARS-CoV-2 é um vírus com envelope de ≈0,1 μm de diâmetro, então as máscaras N95, KN95, FFP2 e FFP3 são capazes de filtrar a maioria dos vírions livres, mas fazem mais do que isso.

SARS-CoV-2 tamanho e composição:

Fonte: SARS-CoV-2 (COVID-19) by the numbers, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7224694/

Os vírus são frequentemente transmitidos por meio de gotículas respiratórias produzidas pela tosse e espirro. As gotículas respiratórias são geralmente divididas em dois tamanhos;

  • Gotículas grandes (> 5 μm de diâmetro) que caem rapidamente no solo e, portanto, são transmitidas apenas em distâncias curtas;
  • Gotículas pequenas (≤5 μm de diâmetro).

Pequenas gotículas podem evaporar-se em “núcleos de gotículas”, permanecer suspensas no ar por períodos significativos de tempo e podem ser inaladas. Alguns vírus, como o sarampo, podem ser transmitidos por núcleos de gotículas (Tellier et al., 2019).

Gotículas maiores também são conhecidas por transmitir vírus, geralmente por se estabelecerem em superfícies que são tocadas e transportadas pelas mãos para as membranas mucosas, como olhos, nariz e boca (CDC, 2020).

O diâmetro característico de gotículas grandes produzidas por espirro é de ~ 100 μm (Han et al., 2013), enquanto o diâmetro dos núcleos de gotículas produzidas por tosse é da ordem de ~ 1 μm (Yang et al., 2007).

De momento, não está claro se as superfícies ou o ar são o modo dominante de transmissão SARS-CoV-2, mas as máscaras N95, KN95, FFP2 e FFP3 devem fornecer alguma proteção contra ambos (Jefferson et al., 2009Leung et al., 2020).

Máscaras FFP1, FFP2 e FFP3 diferenças

Características de desempenho por Classe de máscaras de Proteção Respiratória AutoFiltrantes

ClasseEficiênciaFuga total para o interior (testada em laboratório)Penetração no material filtrante (% máxima)Exemplos
FFP1Baixa22 %20 %Algumas partículas metálicas; Poeiras de reboco; Poeiras de betão.
FFP2 ou N95 ou KN95Média8 %6 %Trabalhos com madeira; Terraplanagens; Pintura à pistola com tinta de base aquosa; Bolores e fungos.
FFP3Alta2%1 %Trabalhos com produtos perigosos como nas indústrias química, farmacêutica e papeleira; Vírus e bactérias; Serração; Substituição de filtros.
Fonte: “Guia de Seleção de Aparelhos de Proteção Respiratória Filtrantes”, do Instituto Português da Qualidade

Devido à rápida evolução da pandemia de COVID-19, a utilização de máscaras é cada vez mais assunto de debate, como medida complementar para limitar a transmissão do SARS-CoV-2 na comunidade.

No quadro geral das orientações em matéria de prevenção do risco de exposição, é relevante promover uma utilização mais alargada de máscaras pela comunidade, bem como definir quais os critérios e requisitos que estas devem cumprir em termos de conceção, desempenho e usabilidade.

Critérios e requisitos

A definição desses critérios, nomeadamente em termos de filtração, respirabilidade, dimensionamento e resistência, foram objeto de consenso por grupo de peritos com competências técnicas nas áreas médico-farmacêutica, da tecnologia têxtil, da infeção e desinfeção, das normas e ensaios a aplicar, da fiscalização, etc.

Simultaneamente, tem-se verificado uma mobilização do tecido empresarial nacional, para colaborar no esforço conjunto de combate à pandemia, reconvertendo as linhas de produção para o fabrico de
equipamentos de proteção individual e dispositivos médicos essenciais.

Estas empresas estão disponíveis para colocar no mercado máscaras em tecido de uso único, ou mesmo reutilizáveis, que não conseguindo cumprir com os requisitos de segurança, saúde e desempenho estabelecidos nas legislações aplicáveis aos dispositivos médicos e aos equipamentos de proteção individual, poderão conformar-se com os requisitos a serem definidos para uma utilização comunitária.

A responsabilidade da conformidade dessas máscaras com os requisitos a definir recairá no fabricante, devendo este escolher matérias-primas adequadas, conceber, fabricar e rotular as máscaras de forma a que estas cumpram com os requisitos definidos, assim como testá-las de acordo
com os referenciais normativos aplicáveis, em laboratório reconhecido para o efeito.

Categorização das máscaras por tipo de utilizador


Adota-se, assim, um sistema de categorização das máscaras utilizadas no contexto da COVID- 19, considerando a sua finalidade:

  • Nível 1: máscaras destinadas à utilização por profissionais de saúde.
  • Nível 2: máscaras destinadas à utilização por profissionais que não sendo da saúde estão expostos ao contacto com um elevado número de indivíduos.
  • Nível 3: máscaras destinadas à promoção da proteção de grupo (utilização por indivíduos no contexto da sua atividade profissional, utilização por indivíduos que contactam com outros indivíduos portadores de qualquer tipo de máscara e utilização nas saídas autorizadas em contexto de confinamento, nomeadamente em espaços interiores com múltiplas pessoas).

O uso destas máscaras não implica qualquer alteração no que concerne aos seguintes pontos:

  • Medidas de confinamento;
  • Higiene das mãos e etiqueta respiratória;
  • Organização e procedimentos a serem adotados, nomeadamente, por escolas e entidades empregadoras que possibilitem melhorar a proteção dos funcionários.
Tipo de utilizadorTipo de máscaraQualificação regulamentarEspecificações técnicas
Nível 1

Profissionais de saúde e doentes
Semi mascara de proteção respiratória
(FFP2, FFP3).

De preferência com marcação CE. Em sua
substituição máscaras em conformidade
com os requisitos de normalização
internacionais equivalentes, reconhecidos a nível europeu.
Equipamento de
Proteção Individual
EN 149:2001+A1:2009
ou normas internacionais
equivalentes
reconhecidas.
Nível 1Máscaras cirúrgicas Tipo II e IIR.Dispositivo MédicoEN 14683:2019
Nível 1Não reutilizáveis.

De preferência com marcação CE. Em sua
substituição máscaras em conformidade
com os requisitos de normalização
internacionais equivalentes, reconhecidos a nível europeu.
EN 14683:2019

ou normas internacionais
equivalentes
reconhecidas
Nível 2

Profissionais em
contacto frequente
com o público
Máscaras cirúrgicas tipo I
Não reutilizáveis.
De preferência com marcação CE. Em sua
substituição máscaras em conformidade
com os requisitos de normalização
internacionais equivalentes, reconhecidos a nível europeu.
Dispositivo MédicoEN 14683:2019
ou normas internacionais
equivalentes
reconhecidas
Nível 2Máscaras alternativas para contactos
frequentes com o público, de uso único ou
reutilizáveis:

– Desempenho mínimo de filtração de
90%;
-Respirabilidade de pelo menos
8l/min segundo EN ISO 9237:1995
ou no máximo 40 Pa segundo EN
14683:2019 (Anexo C);

– Que permita 4 h de uso ininterrupto
sem degradação da capacidade de
retenção de partículas nem da
respirabilidade;

– Sem degradação de performance ao
longo da vida útil (número máximo
de vezes que poderá ser reutilizado;

– Desenho e construção adequados,
Artigo TêxtilPermeabilidade ao ar
(Respirabilidade):
EN 14683:2019 (Anexo C)

ou

EN ISO 9237:1995
Capacidade de Retenção
de Partículas (Filtração):
EN 14683:2019 (Anexo B)

ou

EN 13274-7:2019
Outros métodos
equivalentes
reconhecidos
Requisitos Rotulagem e
informação ao utilizador
final
Nível 3

Profissionais que não
estejam em
teletrabalho ou
população em geral para as saídas
autorizadas em contexto de
confinamento
Máscaras alternativas para contactos pouco
frequentes, de uso único ou reutilizáveis.

– Desempenho mínimo de filtração de
70%;

-Respirabilidade de pelo menos
8l/min segundo EN ISO 9237:1995
ou no máximo 40 Pa segundo EN
14683:2019 (Anexo C)

– Que permita 4 h de uso ininterrupto
sem degradação da capacidade de
retenção de partículas nem da
respirabilidade

– Sem degradação de performance ao
longo da vida útil (número máximo
de vezes que poderá ser reutilizado

– Desenho e construção adequados
Artigo TêxtilPermeabilidade ao ar
(Respirabilidade):
EN 14683:2019 (Anexo C)
ou
EN ISO 9237:1995

Capacidade de Retenção
de Partículas (Filtração):
EN 14683:2019 (Anexo B)
ou
EN 13274-7:2019

Outros métodos
equivalentes
reconhecidos.

Requisitos Rotulagem e
informação ao utilizador
final.
Fonte: Direção Geral da Saúde

As máscaras do nível 2 e nível 3, não enquadradas como dispositivos médicos ou como equipamentos de proteção individual, e designadas como artigos têxteis, deverão ser ensaiadas pelos métodos referidos na tabela anterior, tendo em consideração que os resultados alcançados com o modelo biológico apresentado na norma dos dispositivos médicos, para avaliar o desempenho da filtração, têm correspondência com os resultados dados pela medição de partículas inertes, conforme proposto na norma dos equipamentos de proteção individual.

A resistência ao desgaste durante o tempo de utilização deverá também ser considerada, uma vez que as alterações provocadas pelo desgaste podem induzir a uma maior retenção e crescimento bacteriano.

Máscara social ou comunitária

Nível 2 e nível 3 classificados como artigos têxteis

Tal como as máscaras cirúrgicas, a principal função das máscaras comunitárias é proteger todas as pessoas que se aproximam do utilizador, evitando que este lhes transmita gotículas eventualmente contaminadas com o novo coronavírus. Na verdade, constitui também uma ténue barreira física à inalação de partículas que pairem no ar, mas este é um dispositivo de proteção dos outros, mais do que do próprio utilizador.

Classificada como artigo têxtil de uso único ou reutilizável, a máscara social deve permitir quatro horas de uso ininterrupto, sem degradação da capacidade de retenção de partículas, nem da respirabilidade. Apesar de a maioria das máscaras sociais ser reutilizável, a utilização deve obedecer às mesmas regras das máscaras cirúrgicas e respiratórias, ou seja: 

  • Não devem ser usadas de forma contínua por mais de 4 horas,
  • Não devem ser usadas a partir do momento em que fiquem húmidas.

Se, por exemplo, se deslocar para o trabalho de transportes públicos, terá de usar duas máscaras: uma para a ida e outra para a volta. 

Resumindo, existem máscaras sociais com 2 níveis:

  • Nível 2 – devem assegurar, no mínimo, a filtração de 90% das gotículas, e são indicadas para profissionais com contacto frequente com o público, como empregados de lojas ou repartições;
  • Nível 3 – devem filtrar 70%, pelo menos, e destinam-se à população em geral (exceto se tiver sintomas de covid-19).

Ambos os níveis podem ser de uso único ou reutilizáveis e devem assegurar uma respirabilidade máxima de 40 Pa/cm2, a mesma respirabilidade das máscaras cirúrgicas de tipo I e tipo II. 

Segurança e certificação

A oferta de máscaras sociais multiplica-se, mas há que ter alguns cuidados na hora de adquirir este produto, já que as características, a composição e, sobretudo, a segurança podem diferir muito entre modelos. Deve, por isso, garantir que compra produtos testados por laboratórios com competência técnica reconhecida. 

Leia aqui: Lista de máscaras comunitárias aprovadas (CITEVE)

A máscara deve ter a identificação do nível de proteção (nível 2 ou 3) e apresentar informação sobre o processo de reutilização (lavagem, secagem, conservação, manutenção) e o número de reutilizações, se aplicável. Na etiqueta, o utilizador deve, também, ser informado sobre as características de desempenho, sobre o facto de o produto não ser um dispositivo médico ou um equipamento de proteção individual e sobre a composição. O fabrico está sujeito ao cumprimento das normas EN 14683:2019 (Anexo C) ou EN ISO 9237:1995, EN 14683:2019 (Anexo B) ou EN 13274-7:2019.

Os fabricantes deverão notificar a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica previamente à colocação no mercado do produto, bem como manter à disposição das autoridades um breve dossiê técnico, com as características da matéria-prima, a descrição do processo de produção, a informação a constar com o produto e os relatórios dos ensaios realizados e da conformidade do produto, emitidos por um laboratório reconhecido. 

Máscaras reutilizáveis

No que respeita à reutilização destas máscaras, os estudos de desempenho deverão ser realizados após simulação do uso real e dos números de ciclos máximos de reutilização previstos. A informação
sobre o processo de reutilização (lavagem, secagem, conservação, manutenção) e o número de reutilizações deverá ser fornecida pelo fabricante ao utilizador.

O utilizador deve, também, ser informado das características de desempenho e do produto não ser um dispositivo médico ou um equipamento de proteção individual, assim como a composição, deverão ser disponibilizadas através da etiquetagem ou marcação do produto têxtil.

Cuidados com a reutilização da máscara

Se a máscara for reutilizável, depois de usada, deve ser guardada num saco estanque e só pode voltar a ser usada após ser lavada e seca.

A informação sobre a reutilização (lavagem, secagem, conservação e manutenção) e o número de utilizações durante o qual a eficácia é garantida devem constar do folheto informativo ou do rótulo. Como são feitas com diferentes materiais, nem todas as máscaras são higienizadas da mesma maneira.

Por exemplo, uma máscara de nível 3 com a sua qualidade comprovada para 5 lavagens apenas garante a capacidade de filtração de 70% até esse número máximo de lavagens. Depois disso, é aconselhável que deixe de usar essa máscara e a substitua por outra.

Na lavagem, é fundamental que utilize detergente ou sabão, a uma temperatura de, pelo menos, 30ºC, sendo que a maioria aconselha os 60ºC. Confira sempre as indicações da máscara.

Etiqueta folheto e rótulo

Informação obrigatória

Antes de comprar uma máscara social, confirme se foi testada por um laboratório com competência técnica reconhecida, como o CITEVE (Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário), o Equilibrium ou o ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade), que atribuem selos, como os apresentados em baixo, e se está acompanhada de um folheto informativo. 

Selos de laboratório com competência técnica reconhecida

De seguida mostro três exemplos de selos que indicam que a máscara foi testada por um laboratório com competência técnica reconhecida.


Fabricantes devem notificar ASAE

Os fabricantes deverão notificar a ASAE da atividade de fabrico e das máscaras fabricadas e manter à disposição das autoridades um breve dossier técnico do produto onde se incluam as características
da matéria-prima, a descrição do processo de fabrico, a informação a fornecer com o produto e os relatórios dos ensaios realizados e da conformidade do produto emitidos por laboratório reconhecido, nomeadamente os laboratórios acreditados para os métodos indicados.

Neste âmbito, funcionará um grupo de peritos com competências técnicas nas áreas médico farmacêutica, da tecnologia têxtil, da infeção e desinfeção, e incluindo também elementos da DGS, INFARMED, ASAE e IPQ, bem como outros que, de acordo com as respetivas atribuições e
competências, se venham a revelar essenciais para este efeito.

Compete à ASAE a fiscalização dos produtos classificados como artigos têxteis, enquanto Autoridade de Fiscalização de Mercado.

Máscaras caseiras e filtros não recomendados

Só as máscaras testadas por laboratórios com competência técnica reconhecida devem ser utilizadas. Além da eficácia não comprovada, as máscaras caseiras apresentam, muitas vezes, problemas ao nível do design, não se adaptando ao rosto dos utilizadores, e da respirabilidade.

Algumas destas máscaras estão preparadas para a utilização de filtros que não dão garantias de proteção. Além disso, a troca dos filtros pode aumentar o risco de contágio, não só pelo contacto com a máscara, cuja superfície pode estar contaminada, mas também porque pode levar a que a máscara seja utilizada por um período mais longo do que o aconselhável. 

Uso correto da máscara

O uso de máscara é aconselhado, sobretudo, para prevenir que pessoas infetadas, nalguns casos assintomáticas, sejam veículos de transmissão da covid-19.

Para que a sua função seja cumprida, é fundamental que manuseie e utilize a máscara corretamente. Esta deve cobrir por completo o nariz e o queixo. Antes e depois de a pôr, deve lavar as mãos com água e sabão ou desinfetá-las com um gel à base de álcool. 

Enquanto a máscara estiver no rosto, puxá-la para o queixo, para falar ao telemóvel, ou simplesmente tocá-la, é altamente desaconselhado.

Quando remover a máscara, faça-o por detrás, evitando tocar na parte da frente. O risco de transmissão é maior se a máscara for retirada de modo inapropriado ou se uma pessoa saudável tocar na cara durante a utilização.

Deponha as máscaras não reutilizáveis num contentor de resíduos. Lave as reutilizáveis logo a seguir à utilização, de acordo com as instruções da etiqueta.

Viseiras são eficazes?

As viseiras servem como proteção contra a projeção de partículas sólidas e líquidas. Podem ser um complemento útil, mas não podem ser usadas em substituição da proteção respiratória (como máscaras), quando necessário. A sua utilização deverá ser complementada com um método barreira que tape o nariz e a boca.

Conclusão

Depois deste exaustivo artigo o que te interessa é saber afinal e de forma simples qual a máscara que devemos usar? No contexto atual de pandemia com novas estirpes mais contagiosas e mortais a devastar a Europa e o Mundo a resposta correta é máscaras FFP2.

Resumindo as razões da escolha FFP2 são as seguintes:

  • Evitam contagiar se estiver infetado mas também protegem o utilizador de pessoas infetadas pois filtram o ar inspirado e expirado (as cirúrgicas só evitam contagiar);
  • Certificação europeia com testes mais rigorosos que as certificações america (N95) e chinesa (KN95);
  • Maior durabilidade que as N95 e KN95;
  • Maior conforto por apresentar melhor respirabilidade que as N95 e KN95;
  • Mais baratas que as FFP3 (estas filtram ainda mais) mas mantendo um grau de filtração muito elevado.

Se desejar filtração máxima, não tiver desconforto respiratório e o orçamento não for um problema, então a escolha acertada é máscaras FFP3.

A terminar alerto que só deve adquirir máscaras que efetivamente tenham marcados na máscara o certificado FFP2 e a norma europeia EN 149: 2001 + A1: 2009.

Referências

COVID-19 PLITIDEPSINA APLIDIN ESMAGA REMDESIVIR

Plitidepsina aplidin esmaga eficácia do remdesivir na luta contra a Covid-19. A farmacêutica espanhola PharmaMar diz ter um medicamento com 27,5 vezes melhor desempenho antiviral do que o Remdesivir no combate ao novo coronavírus (covid-19). Num artigo publicado a 25 de janeiro de 2021 na revista científica Science pode ler-se o seguinte no resumo inicial (abstract) desse artigo:

“As proteínas virais SARS-CoV-2 interagem com a maquinaria de tradução eucariótica e os inibidores da tradução têm efeitos antivirais potentes. Aqui relatamos que a droga plitidepsina (aplidina), que tem aprovação clínica limitada, possui atividade antiviral (IC90 = 0,88 nM) 27,5 vezes mais potente do que remdesivir contra SARS-CoV-2 in vitro, com toxicidade limitada em cultura de células. Através do uso de um mutante resistente a drogas, mostramos que a atividade antiviral da plitidepsina contra o SARS-CoV-2 é mediada pela inibição do alvo conhecido como eEF1A. Demonstramos a eficácia in vivo do tratamento com plitidepsina em dois modelos de ratos de laboratório de infeção por SARS-CoV-2 com uma redução da replicação viral nos pulmões em duas ordens de magnitude usando tratamento profilático. Os resultados indicam que a plitidepsina é um candidato terapêutico promissor para COVID-19.”

Estudo publicado na Science: Plitidepsin has potent preclinical efficacy against SARS-CoV-2 by targeting the host protein eEF1A

Em Julho de 2020 uma notícia citava um estudo do laboratório sul-coreano Boryung Pharmaceutical, parceiro da PharmaMar.

Estudo: Boryung Pharmaceutical, socio de PharmaMar en
Corea del Sur, anuncia resultados con una potencia
superior de plitidepsina (Aplidin®) contra el SARSCoV-2

No artigo de  La Vanguardia publicado em 2 de Julho de 2020, detalha-se que a plitidepsina, comercialmente conhecida como Aplidin, terá mostrado um resultado antiviral entre 2400 e 2800 vezes superior ao do Remdesivir no modelo de célula “Vero” ou seja uma célula renal de macaco e cerca de 80 vezes superior ao do Remdesivir no modelo de células “Calu-3” que é uma célula pulmonar humana.

Artigo do La Vanguardia: PharmaMar anuncia que su fármaco es hasta 2.800 veces más eficaz que el Remdesivir

Espera-se assim conseguir uma redução da progressão da doença nos pacientes hospitalizados com pneumonia derivada da Covid-19 e o alívio nos sintomas provocados pela pandemia.

O Remdesivir, recorde-se, é o primeiro medicamento contra a covid-19 com recomendação para ser usado na União Europeia.

Em 2018 o Aplidin foi chumbado pela EMA, Agência Europeia do Medicamento, no tratamento do mieloma multiplo. Leia mais á frente a polémica decisão.

Leia também: Covid-19 estes são os Top 10 tratamentos, toda a verdade!


Aplidin aprovação limitada pela EMA

A European Medicines Agency (EMA), agência europeia do medicamento, recusou e 2017 o uso do Aplidin na União Europeia pois os benefícios na tratamento do mieloma múltiplo (uma doença rara), não provaram, segundo a EMA, serem superiores aos riscos ou seja efeitos secundários.

Na página da EMA pode ler-se que em 14 de dezembro de 2017, o Committee for Medicinal Products for Human Use (CHMP) ou Comité dos Medicamentos para Uso Humano, adotou um parecer negativo, recomendando a recusa da autorização de introdução no mercado do medicamento Aplidin, destinado ao tratamento de mieloma múltiplo. A empresa que solicitou a autorização é a PharmaMar.

A empresa solicitou um reexame do parecer inicial. Após analisar os motivos desse pedido, o CHMP reexaminou o parecer e confirmou a recusa da autorização de introdução no mercado em 22 de março de 2018.

Entretanto após nova reavaliação a decisão anterior de não autorização foi anulada a 20 de Outubro de 2020, abrindo assim a possibilidade de Autorização de Introdução no Mercado de forma limitada para aplicação no tratamento do mieloma múltiplo.

Leia também: Estas são as novas variantes perigosas do SARS-CoV-2 e algo de estranho se passa!

Aplidin o que é?

Aplidin é um medicamento contra o cancro que contém a substância ativa plitidepsina. Deveria estar disponível na forma de pó e solvente para ser transformado em solução para infusão (gota a gota) na veia.


Uso terapêutico

Esperava-se que o aplidin fosse usado no tratamento de adultos com mieloma múltiplo (um cancro da medula óssea) que receberam pelo menos três tratamentos anteriores contra o cancro (incluindo o bortezomibe e lenalidomida ou talidomida).

O Aplidin era para ser usado em combinação com a cortisona dexametasona (outro medicamento usado para tratar o mieloma múltiplo).

Aplidin foi designado um “medicamento órfão” (um medicamento a ser usado em doenças raras) em 16 de novembro de 2004 para o tratamento de mieloma múltiplo.

Mecanismo de ação

A substância ativa do Aplidin, a plitidepsina, bloqueia uma proteína chamada eEF1A2. Esta proteína eEF1A2 está envolvida na quebra de proteínas dobradas incorretamente, que são tóxicas para as células do mieloma. Ao bloquear a eEF1A2, a plitidepsina causa a acumulação dessas proteínas em várias células do mieloma, danificando-as e levando-as à morte.

Suporte científico para pedido de autorização

A empresa apresentou os resultados de um estudo principal envolvendo 255 pacientes com mieloma múltiplo tratados com pelo menos três outros medicamentos contra o cancro. Neste estudo, Aplidin mais dexametasona foram comparados com dexametasona por si só, e a principal medida de eficácia foi a sobrevida livre de progressão (por quanto tempo os pacientes viveram sem que a doença piorasse).

Porque foi recusada a autorização?

No momento da revisão inicial, o CHMP estava preocupado com o facto de os dados do estudo principal mostrarem apenas um aumento modesto de cerca de um mês no período em que os pacientes que receberam Aplidin viveram sem que a doença piorasse, em comparação com aqueles tratados apenas com dexametasona.
Além disso, a melhora na sobrevida global (por quanto tempo os pacientes viveram em geral) não foi suficientemente demonstrada.

Em relação à segurança, efeitos colaterais graves foram relatados com mais frequência com a combinação de Aplidin e dexametasona do que com a dexametasona isolada. Com base no exposto, o CHMP considerou que os benefícios do Aplidin não excederam os seus riscos e recomendou que lhe fosse recusada a autorização de introdução no mercado.

Após reexame, o Comité manteve a mesma opinião. Por conseguinte, o CHMP confirmou a sua recomendação de recusa da autorização de introdução no mercado.

Leia aqui: Resumo das Características do Medicamento Aplidin

Opinião

Uma autorização de introdução no mercado de qualquer medicamento tem como primeiro pilar a segurança do doente. Assim tem de ser demonstrada de forma clara que os beneficios terapêuticos superam fortemente os riscos para a saúde do doente. Para já não parece ser o caso do Aplidin apesar da potência anti-viral demonstrada in vitro. Sendo assim o remdesivir, apesar de não ser extraordinariamente eficaz, tem um importante efeito e útil anti-viral no combate à Covid-19 e demonstrou segurança quanto baste para receber a autorização da EMA


Plitidepsina (Aplidin) estudos e referências


Leia também no blog:

TRUMP COVID-19 COCKTAIL REGN-COV2 TODA A VERDADE

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, foi infectado pelo coronavírus e apresentou febre e tosse que são sintomas associados à doença Covid-19. De imediato foram-lhe administrados diversos suplementos e medicamentos incluido um experimental chamado REGN-COV2.

Neste artigo vou descrever o que deram a Trump para atrasar a evolução da doença incluindo alguns suplementos que pode encontrar facilmente na Farmácia para sua proteção e que a maioria das pessoas desconhece.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Que suplementos e medicamentos deram a Trump?
  • REGN-COV2 o que é afinal este medicamento experimental?
  • Porque deram um medicamento experimental não aprovado a Trump?
  • Porque é um doente de risco?
  • Porque morrem com Covid-19 alguns doentes anteriormente saudáveis?
  • O que é o protocolo Suiço contra da Covid-19?
  • Quais os suplementos que pode tomar para prevenir?
  • Como fortalecer o seu sistema imunitário?

Trump cocktail

O presidente dos EUA, Donald Trump, recebeu uma droga anti-COVID-19 promissora, mas experimental, ainda em testes clínicos, de acordo com um comunicado da Casa Branca, após o seu diagnóstico com a doença.

O Dr. Sean Conley, médico pessoal do presidente, escreveu num memorando que tratou Trump com uma dose de oito gramas do cocktail experimental de anticorpos monoclonais denominado Regeneron mais propriamente REGN-COV2. Trump também tomou o seguinte:

  • Zinco (à venda na Farmácia para reforçar sistema imunitário);
  • Vitamina D (à venda na Farmácia. Pode reforçar a imunidade);
  • Aspirina ou Ácido acetilsalicílico (à venda na Farmácia para dores e febre. Também usado para hipocoagulação, certamente usado para diminuir o risco acrescido de formação de coágulos que foram identificados em muitos doentes graves com Covid-19);
  • Melatonina (à venda na Farmácia, para ajudar a dormir);
  • Remdesivir (antivíral de uso hospitalar);
  • Famotidina (um medicamento contra a azia, também à venda na Farmácia, que se acredita ajudar a combater o COVID-19, conforme estudo abaixo descrito);
  • Dexametasona (cortisona com fortes efeitos anti-inflamatórios. Medicamento sujeito a receita médica, à venda na Farmácia);
  • Anticorpos Monoclonais experimentais (ainda em ensaios clínicos).

Estudo: Famotidine use and quantitative symptom tracking for COVID-19 in non-hospitalised patients: a case series

Anticorpos monoclonais o que são?

Anticorpos monoclonais ou mAb (do inglês Monoclonal antibodies) são anticorpos produzidos por um único clone de um único linfócito B parental, que é clonado e imortalizado, produzindo sempre os mesmos anticorpos, em resposta a um agente patogénico. Esses anticorpos apresentam-se iguais entre si em estrutura, propriedades físico-químicas e biológicas, especificidade e afinidade, ligando-se por isso ao mesmo epítopo no antigénio. 

Prémio Nobel da medicina em 1984

Estes anticorpos monoclonais podem ser gerados em laboratório para reconhecerem e ligarem-se a qualquer antigénio de interesse. O procedimento foi descrito pela primeira vez em 1975, em artigo publicado na revista Nature, por César Milstein e Georges Köhler, que, por esse feito, dividiram o Prêmio Nobel de Medicina 1984 com o dinamarquês Niels Kaj Jerne.

Nature immunology: The birth of monoclonal antibodies

Artigo original de 1975: Continuous cultures of fused cells secreting antibody of predefined specificity

A existência de anticorpos diferentes para um mesmo agente patogénico torna a resposta pouco eficiente, sendo os anticorpos monoclonais os mais eficientes. Devido a isto, na pesquisa de diagnósticos e terapêuticas eficazes contra certas patologias, utilizam-se preferencialmente anticorpos monoclonais.

Os anticorpos monoclonais (ou imunoglobulinas monoclonais) podem estar presentes no soro sanguíneo e na urina de pessoas afetadas por doenças tais como o mieloma múltiplo (MM), um tipo de cancro que afeta o sistema imune (neoplasia em plasmócitos, células diferenciadas a partir de linfócitos B). Porém, esses anticorpos não são passíveis de serem isolados a partir de um soro policlonal; logo, há necessidade de se produzirem anticorpos monoclonais.

Simplificando, anticorpos monoclonais são drogas que imitam a resposta imune natural do corpo humano. Quando o corpo detecta uma infecção, implanta estas proteínas chamadas anticorpos para ajudar a combatê-la. Os anticorpos monoclonais essencialmente iniciam esse processo com proteínas sintéticas.

Perigos dos anticorpos monoclonais

Os anticorpos monoclonais produzem-se em laboratório a partir de linfócitos B gerados por ratinhos de laboratório, cujos sistemas imunológicos foram estimulados pelos antigénios (patológicos) de interesse. No entanto, por causa da sua origem animal, se usados de forma continua em humanos, provocavam uma reação imunológica que pode ser grave ou seja uma resposta de anticorpos humanos contra aqueles de origem em ratos, denominada resposta HAMA (Human “Anti-mouse Antibody). Por causa dessa reação imunológica em humanos, o uso dos mAbs ficou limitado, durante cerca de vinte anos, à produção de kits para diagnósticos ou à pesquisa científica.

Engenharia genética fez um milagre!

Recentemente, as modernas técnicas de engenharia genética permitiram que esses anticorpos fossem adaptados ao organismo humano, quando os genes responsáveis pela produção dessas proteínas foram modificados de forma a eliminar a reação imunológica do organismo humano, sendo então gerados os chamados anticorpos monoclonais humanizados. Desta forma, sem alterar a afinidade do anticorpo com o respectivo antigénio, tornou-se possível empregar os anticorpos monoclonais de maneira continuada, em procedimentos terapêuticos.

Na área da oncologia, uma nova geração de medicamentos está baseada na capacidade dos mAbs em reconhecer antígénios específicos de tumores e induzir uma resposta imune contra as células cancerosas. Além disso, os mAbs podem ser modificados para atuarem como portadores de radioisótopos ou toxinas contra células cancerosas.

Anticorpos monoclonais contra o cancro

De seguida descrevo alguns dos anticorpos monoclonais já a ser usados contra diversos tipos de cancro, tais como:

  • Alentuzumab (Linfomas e leucemias);
  • Bevacizumab (Colon, pulmão, ovários, mama, rim, gliomas de alto grau);
  • Trastuzumab (Mama);
  • Cetuximab (Colon, Pulmão);
  • Rituximab (Linfoma CD20+);
  • Panitumumab (Mama).

Regeneron

Curiosamente, a Regeneron Pharmaceuticals, Inc. anunciou os primeiros dados positivos de uma análise descritiva de um ensaio de Fase 1/2/3 contínuo do seu cocktail de anticorpos de investigação denominado REGN-COV2 em pacientes com COVID-19.

REGN-COV2 reduziu rapidamente a carga viral e os sintomas associados em pacientes infectados com COVID-19. A empresa farmacêutica disse que planeia discutir rapidamente os resultados com as autoridades regulatórias.

O ensaio é parte de um programa maior que também inclui estudos de REGN-COV2 para o tratamento de pacientes hospitalizados e para prevenção de infecção em pessoas que foram expostas a pacientes COVID-19.

REGN-COV2 composição do cocktail

REGN-COV2 é uma combinação de dois anticorpos monoclonais, a saber:

  • REGN10933,
  • REGN10987.

Foi projetado particularmente para bloquear a infectividade do SARS-CoV-2, o vírus que causa o COVID-19.

Estudo: Studies in humanized mice and convalescent humans yield a SARS-CoV-2 antibody cocktail

O estudo em andamento, randomizado e duplamente cego mede o efeito da adição de REGN-COV2 ao tratamento padrão usual, em comparação com a adição de placebo ao tratamento padrão. A análise descritiva incluiu os primeiros 275 pacientes inscritos no estudo.

Os resultados mais recentes mostraram que REGN-COV2 reduziu o nível viral e o tempo para reduzir os sintomas em pacientes não hospitalizados com COVID-19. REGN-COV2 também mostrou tendências positivas na redução de visitas médicas.

A Regeneron disse que continua a inscrever pacientes neste estudo e em todos os outros estudos em estágio final de avaliação do REGN-COV2. Pelo menos 1.300 pacientes serão recrutados para a parte da Fase 2/3 do estudo geral em ambulatorial.

David Weinreich, vice-presidente sénior e chefe de desenvolvimento clínico global da Regeneron, disse que esperavam enviar rapidamente os resultados detalhados desta análise para publicação a fim de compartilhar percepções com as comunidades médicas e de saúde pública.

Além do ensaio em pacientes não hospitalizados, o REGN-COV2 está atualmente a ser estudado num ensaio clínico de Fase 2/3 para o tratamento de COVID-19 em pacientes hospitalizados, entre outros.

Doentes de risco

Trump é apenas um exemplo de doente de risco pois é muito claro que a Covid-19 pode causar graves pneumonias e morte em doentes obesos pois estes, com frequência, têm associada uma condição metabólica desiquilibrada com resistência à insulina, glicémia elevada, colesterol elevado, apneia do sono, figado gordo… etc.

Comorbilidades que causam Covid-19

Comecemos pelas condições de saúde geralmente diagnosticadas como comorbilidades pré-existentes nos doentes com Covid-19:

  • Idade superior a 65 anos;
  • Diabetes;
  • Obesidade morbida (IMC>40);
  • Doença renal;
  • Hipertensão;
  • Imunossupressão;
  • Doença cardiaca;
  • Doença respiratória;
  • Doença hepática;
  • Doença falciforme;
  • Cancro;
  • Outras condições crónicas graves.

Comorbilidades geralmente negligenciadas

Entre parentesis descreve-se o grau de diagnóstico estimado para estas condições de saúde metabólica que assim passam quase completamente despercebidas pelos médicos. A saber:

  • Pré-diabetes (~90% não diagnosticada)
  • Apneia do sono (~90% não diagnosticada)
  • Figado gordo (~90% não diagnosticada)
  • Resistência á insulina (praticamente 100% não diagnosticada)
Covid-19 porque morrem adultos saudáveis

Leia também: Isto é o que mata alguns adultos saudáveis com Covid19

A situação global da Covid-19 começou com uma nota de desconfiança e pánico. No início, os especialistas diziam que a COVID-19 era “como uma gripe”, mas, enquanto isso, um vídeo do médico chinês Li Wenliang, de 34 anos, que trabalhava no Hospital Central de Wuhan, começou a circular como alerta sobre um vírus grave do tipo SARS, que causava pneumonia e insuficiência respiratória. O médico, foi acusado pelas autoridades chinesas de criar boatos falsos!

Leia também: Coronavírus teoria da conspiração

Li Wenliang trabalhava como oftalmologista no Hospital Central de Wuhan quando enviou um alerta sobre o vírus a colegas médicos em 30 de dezembro de 2019. Depois, a polícia abordou Wenliang e pediu que parasse de divulgar a informação, enquanto as autoridades tentavam manter as notícias em segredo.

Li divulgou a sua história no site Weibo, quando já estava numa cama de hospital, um mês depois de fazer o alerta. O médico notou 7 casos de um vírus que inicialmente julgou ser SARS – o vírus que levou a uma epidemia global em 2003. Em 30 de dezembro, o médico enviou uma mensagem a um grupo de colegas, alertando-os para usar roupas de proteção para evitar infeções.

Aparentemente saudável o médico Li Wenliang morreu a 7 de fevereiro de 2020 vitima de Covid-19. Mas… afinal se era saudável porque é que morreu tão jovem? Qual a verdadeira causa terminal da sua morte? Porque está a acontecer o mesmo a outros adultos aparentemente saudáveis?

Leia também: Covid-19 tratamentos mais recentes

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Protocolo anti-covid19

Swiss Policy Research (SPR), anteriormente conhecido como Swiss Propaganda Research, que se descreve como “um grupo de pesquisa independente, sem ligação a partidos políticos e sem fins lucrativos que investiga propaganda geopolítica na comunicação social suíça e internacional”, publicou vários artigos no COVID-19 desde o início do pandemia.

Embora os críticos da SPR tenham acusado de promover teorias “não comprovadas”, o trabalho apresentado concentra-se no uso de estudos publicados, relatos de casos e testemunhos médicos reais para os seus relatórios.

Recentemente, a SPR divulgou um resumo das evidências científicas úteis para tratar COVID-19 com ingredientes simples, seguros e baratos.

Zinco, quercetina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina e heparina são todos os tratamentos que evidências científicas ou uso prático por médicos têm mostrado que podem ser usados com sucesso contra COVID-19, afirma a SPR. Médicos norte-americanos, por exemplo, usam zinco, hidroxicloroquina e azitromicina para tratmento de doentes com Covid-19 com enorme sucesso desde que a terapêutica seja administrada no início dos sintomas.

Tratamento profilático

O protocolo Suiço para tratamento profilático para evitar a Covid-19 é então o seguinte:

  • Zinco (50 a 100 mg por dia)
  • Quercetina (500 a 1000 mg por dia)
  • Bromexina (25 a 50 mg por dia)
  • Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (2000 U/dia)

Tratamento inicial

O protocolo Suiço para tratamento inicial para evitar a Covid-19 é então o seguinte:

  • Zinco (75 a 150 mg por dia)
  • Quercetina (500 a 1500 mg por dia)
  • Bromexina (50 a 75 mg por dia)
  • Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (3000 U/dia)

Tratamento com prescrição médica

O protocolo defendido e suportado por investigação científica publicada, incluindo medicamentos sujeitos a prescrição médica é então o seguinte:

  • Zinco – 50 a 100 mg por dia
  • Hidroxicloroquina – 400 mg por dia
  • Quercetina – 500 a 1000 mg por dia
  • Bromexina – 50 a 100 mg por dia
  • Azitromicina – até 500 mg por dia
  • Heparina – dosagem usual

Justificação do protocolo suiço

O racional para os protocolos é apoiado por dados de pesquisas anteriores envolvendo tratamentos que a SPR considera eficazes:

  • Hidroxicloroquina – a eficácia contra os coronavírus da SARS foi estabelecida em 2005 durante a primeira epidemia de SARS.
  • Zinco – a eficácia no bloqueio da replicação do RNA dos coronavírus foi descoberta em 2010 pelo virologista líder mundial da SARS, Ralph Baric.
  • Hidroxicloroquina – a eficácia no suporte à absorção celular de zinco foi descoberta em 2014 como parte da pesquisa contra o cancro.
  • Quercetina – a eficácia do flavonóide quercetina no apoio à captação celular de zinco também foi descoberta em 2014.
  • Bromexina – a eficácia no bloqueio da entrada de coronavírus nas células foi estabelecida em 2017.
  • Azitromicina – é um antibiótico que penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose. No caso da Covid-19 é utilizado para evitar ou combater infeções bacterianas secundárias que podem surgir em simultâneo com a infeção viral.
  • Heparina – hipocoagulante utilizado no caso da Covid-19 para diminuir o risco acrescido de formação de coágulos que foram identificados em muitos doentes graves com Covid-19.

Dos 6 elementos estruturais do protocolo a Hidroxicloroquina, a Azitromicina e a heparina são medicamentos sujeitos a receita médica.

O zinco, a quercetina são suplementos que podem ser adquiridos livremente na Farmácia. A bromexina é um medicamento não sujeito a receita médica muito utilizado na composição de xaropes mucolíticos indicados em quadros de tosse com expectoração.

O objetivo de tratar COVID-19 com os seis suplementos e medicamentos sugeridos é cortar o vírus pela raiz e evitar a hospitalização, diz a organização. Iniciar o protocolo assim que os sintomas surgirem pode prevenir a progressão da doença.

Protocolo Suiço original: On the treatment of Covid-19

Isto vai fortalecer o seu sistema imunitário

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Concluindo

O novo coronavírus SARS-CoV-2 pode causar a doença Covid19 não só a idosos e doentes de risco com doenças crónicas mas também a adultos aparentemente saudáveis e que de repente apresentam um quadro de evolução da doença drmático que pode mesmo terminar em morte.

A condição metabólica de grande parte da população adulta nos paises ocidentais deixa muito a desejar com números alarmantes de pré-diabetes, hipertensão, apneia do sono, figado gordo e resistência à insulina entre outras condições de saúde pouco desejáveis!

Assim estas pessoas mesmo quando não são gordas, se ficarem infetadas com o SARS-CoV-2 têm um risco acrescido de doença e de evolução desfavorável da Covid19, podendo ficar com sequelas permanentes para o resto da vida.

Proteja-se fazendo uma vida saudável e respeite o seu sistema imunitário que para nos proteger apenas necessita que deixemos de fazer “asneiras alimentares”, comermos demais, chatear-nos com coisas “miseráveis e mesquinhas” sem importãncia que tiram o sono e a nossa paz de “espírito”! A gestão do stress é muitas vezes o centro de todos os males…

Fiquem bem!

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Top 10 medicamentos contra a Covid-19 melhorsaude.org

Referências

Mielite transversa e vacina anti-covid suspensa

Mielite transversa afinal que relação tem com a vacina contra a Covid-19? A farmacêutica AstraZeneca, empresa multinacional detida por uma parceria privada Britânica e Sueca, anunciou a suspensão dos testes de fase 3 à vacina para a Covid-19 que está a desenvolver em parceria com a Universidade de Oxford.

Esta vacina é considerada uma das mais avançadas por estar já na última fase de testes (fase 3) cumprindo os protocolos mais seguros e rigorosos de investigação científica de medicamentos, sem “saltar” fases… sendo por isso uma das preferidas pelas autoridades de saúde Americanas e Europeias.

Descrição do estudo clínico: Phase III Double-blind, Placebo-controlled Study of AZD1222 for the Prevention of COVID-19 in Adults

A fase 3 é a última fase de testes em larga escala usada para identificar efeitos adversos graves, pouco comuns, que só se tornam visiveis quando são testadas milhares de pessoas.

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A AstraZeneca, citada pela agências de notícias CNBC e StatNews, justificou que a suspensão foi originada por uma reação adversa séria num dos participantes voluntários do estudo.

Em julho de 2020, a empresa publicou dados que mostraram que a sua vacina produziu uma resposta imune promissora nas fases de testes anteriores já concluidas (fase 1 e fase 2).

Mecanismo de ação da vacina AZD1222

A vacina da AstraZeneca, chamada AZD1222, usa material genético do coronavírus com um adenovírus modificado. Este adenovírus carrega um gene para uma das proteínas do SARS-CoV-2, o vírus que causa o Covid-19. O adenovírus é projetado para induzir o nosso sistema imunológico a gerar uma resposta imune protetora contra o SARS-2.

Esta vacina usa tecnologias que foram aplicadas para fazer uma vacina experimental contra o Ebola, que foi fornecida a pessoas na República Democrática do Congo no final de 2019.

Efeitos adversos

A vacina foi considerada bem tolerada e não houve efeitos adversos graves, de acordo com os investigadores na época. Os efeitos colaterais mais comumente relatados foram:

  • Fadiga,
  • Dor de cabeça.

Outros efeitos colaterais comuns incluem:

  • Dor no local da injeção,
  • Dores musculares,
  • Calafrios,
  • Febre.

Qual foi o efeito adverso grave?

Apesar da AstraZeneca não ter divulgado detalhes sobre o efeito adverso grave em causa, de acordo com o The New York Times, uma pessoa apresentou problemas relacionados com uma doença congénita denominada mielite transversa, mas não está claro se é a mesma pessoa que teve as reações adversas, se o caso está realmente relacionado com a vacina, ou se é mera coincidência. No entanto nos telejornais já é descrita uma doença neurológica como estando na origem da suspensão dos ensaios clínicos da vacina o que reforça a hipótese de mielite transversa.

Notícia do The New York Times: AstraZeneca Pauses Vaccine Trial for Safety Review.

Mielite transversa

A Mielite Transversa (MT) é uma doença grave do foro neurológico causada por um processo inflamatório das substâncias cinzenta e branca da medula espinal que pode causar desmielinização axonal ou seja dano na bainha de mielina do axónio que é uma parte do neurónio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurónio.

Fonte: Khan Academy

É uma doença neurológica rara, que faz parte de um conjunto de doenças neuroimunológicas do sistema nervoso central.

Todas essas desordens envolvem ataques inflamatórios no sistema nervoso central. Elas são diferenciadas principalmente pelo local do ataque, e por elas serem ou monofásicas (ocorrência única) ou muiltifásicas (de múltiplos episódios). Essas desordens têm muitos sintomas em comum, e as estratégias de tratamento delas são similares.

Sintomas

Há uma grande variedade na apresentação de sintomas, que são baseados na parte da medula espinhal que foi afetada e na gravidade dos danos na mielina e nos neurónios na medula espinhal. Os sintomas da mielite transversa incluem:

  • Fraqueza muscular,
  • Paralisia, parestesia ou sensações desconfortáveis nos nervos,
  • Dor neuropática,
  • Espasticidade,
  • Fadiga,
  • Depressão,
  • Disfunção sexual, intestinal, e vesical.

A mielite transversa pode ser aguda ou também pode desenvolver-se lentamente.

Causas

Na maioria dos casos a causa é idiopática (desconhecida). Em alguns casos pode estar associado a vasculite em conjunto com outras condições infecciosas (incluindo virais), parainfecciosas e doenças sistémicas autoimunes.

Quadro clínico

Aproximadamente um terço dos pacientes com MT apresentam uma doença febril (como gripe com febre) pouco antes do início de sintomas neurológicos. Sabe-se que vacinas carregam riscos de desenvolvimento da encefalomielite disseminada aguda (ADEM), que é uma inflamação do cérebro e da medula espinhal.

MT é geralmente uma doença monofásica (ocorre uma só vez); entretanto, uma percentagem muito rara dos pacientes pode sofrer uma recorrência, especialmente se há uma doença subjacente que predispõe.

As manifestações mais comuns da Mielite transversa incluem fraqueza muscular, perda de sensibilidade e disfunção autonómica.

Tratamento

Corticosteróides são drogas usadas tipicamente como tratamento para a inflamação da medula espinhal em pacientes com MT. A plasmaférese também é usada como um tratamento para suprimir o sistema imunológico. A reabilitação, especialmente a fisioterapia, é uma parte essencial do tratamento. Os pacientes seguem um regime de reabilitação típico para lesões da medula espinhal. O tratamento de longo prazo para a MT se concentra no manejo de sintomas.

Quem contrai MT e quais são as possibilidades para a recuperação?

Essa doença pode aparecer em qualquer idade (desde os 5 meses até os 80 anos). O maior número de casos de MT parece estar entre 10 a 19 anos e após 40 anos de idade. Pessoas de ambos os sexos parecem ser diagnosticadas igualmente. A literatura sugere que a taxa anual da incidência de um diagnóstico de MT é 1,34 casos por milhão de pessoas.

A recuperação pode ser ausente, parcial ou completa e geralmente inicia-se entre um a três meses. Uma recuperação significante é improvável se nenhuma melhora ocorrer por três meses. A maioria dos pacientes com MT demonstram uma recuperação boa ou moderada . Um terço daqueles diagnosticados têm uma recuperação boa, um terço têm somente uma recuperação moderada e um terço não demonstram recuperação após o período inicial.

Quanto tempo demora uma vacina?

Desenvolver e aprovar uma vacina segura não é nada fácil! A vacina contra a poliomielite demorou 60 anos! Contra o Ébola demorou 15 anos! Contra o SARS-CoV-1 passaram 17 anos e ainda não temos vacina! Contra o MERS passaram 6 anos e vacina nada… a figura seguinte é bastante elucidativa acerca da dificuldade de aprovar uma vacina segura!

Fonte: https://www.frontiersin.org/

Investigação desenvolvimento e distribuição

A figura seguinte resume as fases necessárias ao desenvolvimento da vacina desde a investigação inicial até á distribuição final pela população.

Fonte: https://www.frontiersin.org/

Concluindo

As vacinas são medicamentos! Como farmacêutico desconheço medicamentos sem efeitos secundários… portanto é claro que podem manifestar-se efeitos adversos. No entanto, regra geral, essas manifestações secundárias são ligeiras a moderadas e os eventos graves são raros. A decisão sobre tomar vacinas tal como todos os medicamentos em geral é uma análise de benefício/risco e as autoridades de saúde só aprovam a comercialização se essa relação for positiva.

No caso especial das vacinas esta relação tem uma dupla importância pois confere proteção individual mas também pode ser alcançada uma certa imunidade de grupo que limita imenso o risco de morte das populações e no limite consegue irradicar algumas doenças muito graves quando a população adere em massa á vacinação ou ela é declarada obrigatória.

Até ao momento confio na vacinação como poderosa arma de proteção das populações…

Referências

COVID-19 AVC E DOENÇA MENTAL

Covid-19 AVC e doença mental serão sequelas comuns? Segundo um estudo publicado na Lancet Psychiatry, acidentes vasculares cerebrais (AVC), demência e encefalopatia estão entre as patologias diagnosticadas em doentes graves com covid-19 que sofreram complicações neurológicas, revela um estudo.

Lancet Psychiatry study

No estudo publicado na revista Lancet Psychiatry, analisaram-se 153 doentes internados com covid-19 durante o mês de abril, fase exponencial da pandemia, cujos casos foram encaminhados para a investigação pelos seus médicos.

Estudo: Neurological and neuropsychiatric complications of COVID-19 in 153 patients: a UK-wide surveillance study

“Tem havido cada vez mais relatos de uma associação entre a infeção da covid-19 e possíveis complicações neurológicas e psiquiátricas, mas até agora só a partir de estudos com dez ou menos pacientes. A nossa é a primeira investigação nacional de complicações neurológicas associadas à covid-19, mas é importante assinalar que se centra em casos tão graves que exigiram hospitalização”, afirma o autor do estudo, Benedict Michael, da Universidade de Liverpool.

Os investigadores responsáveis pela investigação salientam que “não é possível tirar conclusões sobre a proporção total de doentes covid-19 que poderão ser neurologicamente afetados a partir deste estudo, cujas conclusões reclamam mais investigação”.

Outra das cientistas envolvida e a co-autora do estudo, Sarah Pett, da University College de Londres, acrescentou que este estudo é “uma fotografia” de um momento na pandemia e que é preciso “compreender as complicações cerebrais de pessoas que têm covid-19 mas não com gravidade que justificasse internamento”.

“Esses estudos ajudarão a ilustrar a frequência destas complicações, quem está mais sujeito a tê-las e como as tratar”, afirmou.

Acidente vascular cerebral foi mais comum

Acidente vascular cerebral (AVC) foi a patologia mais comum, observado em 77 pacientes, a maioria com mais de 60 anos, 57 por causa de coágulos sanguíneos, conhecidos como acidentes isquémicos, em nove dos casos por causa de hemorragias cerebrais e no caso de um paciente, devido a inflamação dos vasos sanguíneos do cérebro.

Estados mentais alterados

Em 39 dos pacientes estudados, cerca de metade dos quais tinham menos de 60 anos, verificou-se que sofriam de confusão mental ou mudanças de comportamento associadas a estados mentais alterados. Em sete deles, verificou-se que sofriam de encefalite, uma inflamação do cérebro.

Leia também: Como evitar um AVC toda a verdade!

Em 23 dos doentes analisados, verificou-se que sofriam de alterações psiquiátricas – psicose, demência, depressão e ansiedade – de que não tinham antecedentes, embora os investigadores admitam que pudessem já existir antes mas sem serem diagnosticadas.

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Covid-19 vacina de oxford brasil já está a vacinar

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford pelo Jenner Institute contra a covid-19 começou a ser testada no Brasil, no fim de semana de 20 e 21 de Junho de 2020. Os testes começaram em São Paulo, o estado mais rico e populoso do país, após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por fiscalizar testes e medicamentos no Brasil.

A iniciativa é liderada pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e tem o apoio financeiro da Fundação Lemann, mantida e criada pelo bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann.

A articulação para a vinda dos testes ao Brasil contou com a liderança da Professora Doutora Sue Ann Costa Clemens, diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena e pesquisadora brasileira especialista em doenças infecciosas e prevenção por vacinas, investigadora do estudo.

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Para a etapa dos testes em São Paulo, a Unifesp irá recrutar mil voluntários que estejam na linha de frente do combate à Covid-19, uma vez que estão mais expostos à contaminação. Eles precisam ser soronegativo, ou seja, pessoas que não tenham contraído a doença anteriormente. Segundo Dra. Lily Yin Weckx, investigadora principal do estudo e coordenadora do CRIE-Unifesp, “o mais importante é realizar essa etapa do estudo agora, quando a curva epidemiológica ainda é ascendente e os resultados poderão ser mais assertivos.”

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A Fundação Lemann comunicou o seu agrado pelo início dos testes da vacina de Oxford no Brasil, mas alertou que os resultados não serão imediatos, referindo que os especialistas têm um importante caminho a percorrer antes que possam celebrar bons resultados e que se seguirá é ainda uma incógnita.

O projeto tem como objetivo testar a vacina num grupo de 2.000 pessoas no Brasil, tornando-o o primeiro país a iniciar testes em humanos fora do Reino Unido para testar a imunização contra o Sars-Cov-2.

Os resultados dos testes, segundo a Unifesp, serão essenciais para o registo da vacina no Reino Unido, previsto para o final deste ano e que dependerá da conclusão dos estudos realizados em todos os países participantes.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 1,1 milhões de casos e 51.271 óbitos), depois dos Estados Unidos.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta semana que o número de infetados podem ser maiores, já que, segundo o organismo, o país realizou poucos testes para descobrir quantas pessoas tiveram contacto com o vírus no Brasil.

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Fontes:

Vacina coronavírus custa 2€ e começa produção

Vacina coronavírus SARS-CoV-2 e Covid-19 poderá estar pronta até final do corrente ano 2020. Segundo a Farmacêutica AstraZeneca esta prepara-se para iniciar a produção da vacina desenvolvida em Oxford UK pelo Jenner Institute. A corrida às doses já começou e a Farmacêutica não espera pelo fim dos ensaios e vai começar a produzir vacina. Quatro países europeus já garantiram 300 milhões de doses.

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A multinacional farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca já iniciou as cadeias de produção da vacina contra o SARS-CoV-2. Este é o primeiro passo para o início da produção em massa, que deverá arrancar nas próximas semanas. O objetivo é começar a produzir as doses da vacina ainda antes do fim dos ensaios clínicos, que ainda decorrem.

O presidente da AstraZeneca em Itália, Lorenzo Wittum, disse que a multinacional já iniciou “diversas cadeias de produção” da vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em “vários continentes”. As primeiras cadeias de produção estão “nos Estados Unidos, em Inglaterra, na Índia e em Itália”.

A decisão da empresa, tomada em conjunto com os governos de vários países, é a de começar a produzir a vacina em massa, correndo o risco de ter de inutilizar essas mesmas doses da vacina se algo correr mal nos ensaios clínicos, que só deverão estar concluídos em Setembro. Até lá proteja-se da 2ªa vaga!

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Vacina até ao final do ano 2020

O objetivo é ganhar tempo e tentar distribuir a vacina ainda antes do fim do ano, logo que foram conhecidos os resultados da terceira e última fase dos ensaios. “Em setembro, já teremos resultados dos testes clínicos de eficácia. Se forem positivos, iniciaremos o percurso regulatório para começar a distribuição até o fim do ano“, diz Wittum. “A nossa vontade é a de poder comprimir em um ano um processo que normalmente leva vários anos”, sublinha o diretor-executivo da farmacêutica, Pascal Soriot, citado pelo El País Brasil.

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Vacina custa 2€ a preço de custo

A empresa espera produzir até 400 milhões de doses até ao final do ano. No total, deverão ser produzidas cerca de 2 biliões de doses. Pelo menos quatro países (Itália, Alemanha, Países Baixos e França) já chegaram a acordo com a AstraZeneca para garantirem 300 milhões de doses da vacina. Itália, por exemplo, vai pagar 185 milhões de euros por 75 milhões de doses da vacina. Até ao final do ano, a empresa espera disponibilizar 100 milhões de doses aos EUA e 30 milhões ao Reino Unido.

O custo de cada dose será muito reduzido, cerca de 2€, e a AstraZeneca afirma que as venderá a preço de custo, sem acrescentar margem de lucro.

A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Jenner da Universidade de Oxford, em colaboração com o Grupo de Vacina de Oxford.


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