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PNEUMONIA E MENINGITE AS MELHORES VACINAS

Pneumonia e meningite são doenças graves e potencialmente mortais que podem ter origem na doença pneumocócica ou seja em infeções pneumocócicas causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae e surgem preferencialmente, embora não exclusivamente, no Inverno. Podem dar origem a doenças mais ou menos graves sendo importante preveni-las com a ajuda da vacinação. Mas afinal quais são as melhores vacinas contra a pneumonia e meningite?

Pneumonia o que é?

Pneumonia é uma infeção de um ou ambos os pulmões, mais precisamente a pneumonia é a infeção dos tecidos pulmonares e dos seus alvéolos.

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Anatomia do pulmão

Alvéolos o que são?

O ar que respiramos entra pelo nariz e/ou boca e vai para a traqueia. A traqueia, ao chegar ao nível dos pulmões, bifurca-se, formando os brônquios principais, um para o lado esquerdo, outro para o direito; estes brônquios também se bifurcam, formando os bronquíolos, que por fim, acabam nos alvéolos. Cada vez que ocorre uma bifurcação, as estruturas vão se tornando progressivamente menores.

Os alvéolos, que ficam no ponto final da árvore respiratória, são bolsas microscópicas que estão em contato com a corrente sanguínea. Através deles são feitas as trocas dos gases respirados (oxigênio e gás carbônico). No alvéolo entrega o oxigênio respirado para as hemácias (glóbulos vermelhos) no sangue e recebe delas o gás carbônico produzido pelas células do corpo. Portanto, como todos sabemos, inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico.

Cada um dos pulmões contém milhões de alvéolos. Se pegarmos cada um dos alvéolos e esticarmos lado a lado, a superfície coberta seria de cerca de 75 metros quadrados.

Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. Nestes alvéolos afectados pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico. Quantos mais alvéolos afectados, mais grave é a doença e os sintomas. O doente com pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando de ser entubado e ligado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado.

Causas de pneumonia

A pneumonia ter diversos microrganismos. Por ordem decrescente de frequência, descrevo de seguida os principais:

  • Bactérias,
  • Vírus,
  • Fungos,
  • Parasitas.

A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As bactérias que mais habitualmente provocam pneumonia são:

  • Streptococcus pneumoniae,
  • Pseudomonas aeruginosa,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Haemophilus influenzae,
  • Moraxella catarrhalis,
  • Staphylococcus aureus.

Doença pneumocócica

Doença pneumocócica é a designação geral do conjunto das diversas doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae. Conforme o grau de infeção podem ser mais ou menos graves e dividem-se essencialmente em dois tipos:

  • Doença pneumocócica não invasiva
  • Doença pneumocócica invasiva (mais grave)

Doença pneumocócica não invasiva

Infeção mais comum,apresentando sintomas mais ligeiros afetando, principalmente, as vias respiratórias. Alguns exemplos mais usuais são os seguintes:

  • Otite média,
  • Sinusite,
  • Pneumonia sem bacteriemia ou seja infeção limitada aos pulmões, sem infeção do sangue.

Doença pneumocócica invasiva

Afeta zonas do organismo onde, habitualmente, não existem microrganismos. É a forma mais severa de infeção, podendo dar origem ás seguintes doenças:

  • Pneumonia grave com bacteriemia, ou seja, associada a infeção do sangue;
  • Meningite quando afeta as meninges;
  • Septicemia ou seja infeção generalizada de vários órgãos.

Meningite

Meningite é uma inflamação aguda das membranas que protegem e revestem o cérebro e a medula espinal, denominadas no seu conjunto por meninges. 

Sintomas

Os sintomas mais comuns são febre súbita e elevada, dor de cabeça intensa e rigidez no pescoço. Entre outros possíveis sintomas estão confusão mental ou alteração do estado de consciência, vómitos e intolerância à luz ou ao barulho.

Sintomas nas crianças

As crianças mais novas geralmente manifestam apenas sintomas inespecíficos, como irritabilidade, sonolência ou recusa em comer. A meningite causada por bactérias meningocócicas apresenta manchas características na pele.

Causas

A inflamação das meninges é geralmente causada por infeção de vírus, bactérias ou outros micoroorganismos como fungos e parasitas, Embora seja pouco comum também pode ser não infeciosa como por exemplo causada por medicamentos.

Causa bacteriana

Os tipos de bactéria que causam meningite bacteriana variam de acordo com a idade do indivíduo. Em bebés prematuros e recém-nascidos até três meses, as causas mais comuns são:

  • Estreptococos do grupo B e bactérias que residem no sistema digestivo como a Escherichia coli.
  • Durante a primeira semana de vida, a causa mais comum são os estreptococos B do tipo III que normalmente residem na vagina e são transmitidos durante o parto.
  • Listeria monocytogenes (serotipo IVb) é transmitida pela mãe antes do parto e pode causar meningite no recém-nascido.

Em crianças mais velhas, a causa mais comum são:

  • Neisseria meningitidis (meningococo),
  • Streptococcus pneumoniae (serotipos 6, 9, 14, 18 e 23).

Em crianças com menos de 5 anos em países que não oferecem vacinação, uma das causas mais comuns são infeções por Haemophilus influenzae do tipo B. 

Em adultos, 80% dos casos de meningite bacteriana são causados por:

  • Neisseria meningitidis
  • Streptococcus pneumoniae.

O risco de infeção por Listeria monocytogenes aumenta a partir dos 50 anos de idade.  A introdução da vacina antipneumocócica veio diminuir a prevalência de meningite pneumocócica, tanto em crianças como em adultos.

Complicações da Meningite

A meningite pode provocar a morte devido à proximidade da inflamação com o cérebro e medula espinal, o que faz com que a condição seja classificada como emergência médica.

A meningite pode causar complicações graves a longo prazo, incluindo perda auditiva, epilepsia, hidrocefalia ou défice cognitivo, sobretudo quando não é tratada rapidamente. Quando não é tratada, a meningite bacteriana é quase sempre fatal. Pelo contrário, a meningite viral tende a resolver-se espontaneamente e raramente é fatal.

Diagnóstico

Um diagnóstico de meningite pode ser confirmado ou excluído com uma punção lombar. Este procedimento consiste na inserção de uma agulha no canal medular para recolher uma amostra do líquido cefalorraquidiano que envolve o cérebro e medula espinal, a qual é posteriormente analisada em laboratório.

Prevenção

Podem prevenir-se certas formas de meningite com as seguintes vacinas:

  • Vacina meningocócica (Nimenrix serogrupos A, C, W135 e Y da bactéria Neisseria meningitidis e Bexsero serogrupo B da bactéria Neisseria meningitidis);
  • Vacina contra a papeira; 
  • Vacina antipneumocócica (Prevenar e Pneumovax 23);
  • Vacina Hib. 

Pode também ser útil administrar antibióticos em pessoas com exposição significativa a determinados tipos de meningite.

Tratamento da meningite

O tratamento inicial da meningite aguda é a administração imediata de antibióticos e, em alguns casos, de antivirais. Podem também ser administrados corticosteroides para prevenir complicações resultantes de uma inflamação excessiva.

Antibióticos na Meningite bacteriana

O tratamento empírico com antibióticos de largo espectro deve ser iniciado imediatamente, mesmo sem se conhecer os resultados da punção lombar e das análises do líquido cefalorraquidiano. A escolha do tratamento inicial depende em grande medida do tipo de bactéria que causa a meningite, do local e da população. Por exemplo, no Reino Unido o tratamento empírico recomendado são cefalosporinas de terceira geração, como a cefotaxima ou a ceftriaxona.

Corticosteroides

A administração de antibióticos pode, numa fase inicial, agravar o processo inflamatório, uma vez que faz aumentar o número de produtos das membranas celulares das bactérias ao destruí-las. A utilização adjuvante de corticosteroides permite diminuir a resposta do sistema imunitário a este fenómeno e demonstra ter alguns benefícios, como a diminuição da perda auditiva e melhor prognóstico a nível neurológico, pelo menos em adolescentes e adultos de países desenvolvidos com baixa prevalência de VIH. O corticosteroide mais comum no tratamento de meningite é a a dexametasona.

Vacinar sim ou não?

As doenças pneumocócicas podem afetar pessoas de qualquer idade, contudo algumas desenvolvem complicações graves, especialmente pessoas idosas e/ou que tenham problemas de saúde associados. Assim, é importante prevenir situações como estas e a melhor forma é através da vacinação.

Vacinas pneumocócicas

Vacinas pneumocócicas

Existem dois tipos de vacina contra as infeções pneumocócicas:

  • Vacina pneumocócica conjugada com 13 valências (Prevenar 13) Incluída no Plano Nacional de Vacinação para crianças com menos de 5 anos e algumas pessoas de risco (por exemplo, com infeção por VIH);
  • Vacina pneumocócica com 23 valências (Pneumovax 23)


Estas vacinas têm uma composição diferente, reforçando as defesas do nosso organismo também de forma diferente. Assim, é possível que sejam administradas de acordo com um esquema de vacinação específico, podendo a mesma pessoa ser vacinada com estas duas vacinas em ocasiões diferentes.

Prevenar 13

A vacina Prevenar 13 tem na sua composição, segundo o resumo das características do medicamento (RCM) e por dose de 0,5 ml, polissacarídeos dos seguintes 13 serótipos do pneumococos (2,2 microgramas por serótipo):

  • Polissacárido do serotipo 1 do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 3 do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 4 do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 5 do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 6A do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 6B do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 7F do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 9V do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 14 do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 18C do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 19A do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 19F do pneumococos
  • Polissacárido do serotipo 23F do pneumococos

Os polissacáridos dos 13 serótipos são conjugados com a proteína transportadora CRM197, adsorvidos em fosfato de alumínio.

1 dose (0,5 ml) contém aproximadamente 32 microgramas de proteína transportadora CRM197 e 0,125 mg de alumínio.

Indicações terapêuticas

As indicações terapêuticas descritas no RCM da Prevenar 13, são as seguintes:

  • Imunização ativa para a prevenção de doença invasiva, pneumonia e otite média aguda causada por Streptococcus pneumoniae, em lactentes, crianças e adolescentes desde as 6 semanas até aos 17 anos de idade;
  • Imunização ativa para a prevenção de doença invasiva e pneumonia causada por Streptococcus pneumoniae em adultos de idade igual ou superior a 18 anos e em idosos.

Interação com outras vacinas

Prevenar 13 pode ser administrado em simultâneo com os seguintes antigénios vacinais, quer como vacinas monovalentes, quer combinadas:

  • Difteria,
  • Tétano,
  • Tosse convulsa acelular ou celular,
  • Haemophilus influenzae do tipo b,
  • Poliomielite inativada,
  • Hepatite B,
  • Meningocócica do serogrupo C,
  • Sarampo,
  • Papeira,
  • Rubéola,
  • Varicela,
  • Vacina para o rotavírus.

Prevenar 13 pode também ser administrado em simultâneo, entre os 12 e os 23 meses, com a vacina meningocócica polissacárida A, C, W e Y conjugada com o toxoide tetânico em crianças adequadamente vacinadas com Prevenar 13 (de acordo com as recomendações locais).

Interação com ibuprofeno e paracetamol

Os dados obtidos de um estudo clínico pós-comercialização, que avaliou o impacto da utilização profilática de antipiréticos (ibuprofeno e paracetamol) na resposta imunitária a Prevenar 13, sugerem que a administração de paracetamol concomitantemente, ou no próprio dia da vacinação, pode reduzir a resposta imunitária a Prevenar 13, após a série de imunização primária. As respostas à dose de reforço, administrada aos 12 meses, não foram afetadas. A relevância clínica desta observação é desconhecida.

Contraindicações

Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1 do RCM ou ao toxoide diftérico.
Como acontece com outras vacinas, a administração de Prevenar 13 deve ser adiada em indivíduos com doença febril aguda grave. Contudo, a presença de uma infeção ligeira, como uma constipação, não deve causar o adiamento da vacinação.

Efeitos secundários ou reações adversas

No que concerne aos efeitos secundários ou adversos vou apenas descrever os mais frequentes. Se tiver interesse numa informação mais detalhada e exaustiva basta consultar o resumo das características do medicamento (RCM) já acima descrito e novamente disponivel de seguida:

A análise das taxas de notificação pós-comercialização sugere um potencial aumento do risco de convulsões, com ou sem febre, e de EHH através da comparação dos grupos que notificaram a utilização de Prevenar 13 com Infanrix hexa com os grupos que notificaram a utilização apenas de Prevenar 13.

As reações adversas notificadas nos estudos clínicos ou da experiência pós-comercialização para todos os grupos etários encontram-se listadas nesta secção por classe de sistema de órgãos, por ordem decrescente de frequência e gravidade.

A frequência é definida como:

  • Muito frequentes (>ou= 1/10),
  • Frequentes (>ou= 1/100 e < 1/10),
  • Pouco frequentes (>ou= 1/1.000 e < 1/100),
  • Raras (>ou= 1/10.000 e < 1/1.000),
  • Muito raras (< 1/10.000),
  • Desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis).

Reações adversas muito frequentes

  • Apetite diminuido;
  • Pirexia;
  • Irritabilidade;
  • Eritema, induração/tumefação ou dor/sensibilidade ao toque no local de vacinação;
  • Sonolência;
  • Sono de má qualidade;
  • Eritema ou induração/tumefação no local de vacinação de 2,5 cm-7,0 cm (após a dose de reforço e em crianças mais velhas [dos 2 aos 5 anos de idade])

Reações adversas frequentes

  • Erupção cutânea;
  • Vómito e diarreia;
  • Pirexia > 39ºC;
  • Limitação dos movimentos no local de vacinação (devida a dor);
  • Eritema ou induração/tumefação no local de vacinação de 2,5 cm-7,0 cm (após a série primária em lactentes);

Pneumovax 23

A vacina Pneumovax 23, segundo o RCM, por cada dose de 0,5 ml da vacina contém 25 microgramas de cada um dos seguintes 23 serotipos
pneumocócicos polissacarídicos: 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19F, 19A, 20, 22F, 23F, 33F.

Indicações terapêuticas

Pneumovax 23 é recomendado para a imunização ativa contra a doença pneumocócica em crianças a partir dos 2 anos de idade, adolescentes e adultos.

Reações adversas ou efeitos secundários

As reações adversas da Pneumovax são semelhantes às da Prevenar.

Concluindo

A pneumonia é uma doença grave, com risco de morte, que pode ser evitada com a informação correcta e atenção a sintomas simples que podem instalar-se de forma lenta e prolongada tais como tosse persistente, cansaço e febre ligeira. Muitas vezes como estes sintomas têm uma intensidade moderada o doente deixa-se arrastar no tempo sem consultar o médico. Só quando aparecem os sintomas mais graves como dor no peito e dificuldade em respirar é que o doente admite que se pode estar a passar algo de grave com a sua saúde! Nessa altura a recuperação é muito mais lenta e dificil e o risco de sequelas graves e permanentes torna-se maior.

Não se descuide principalmente se for um doente de risco ou seja com alguma doença crónica e o seu sistema imunitário fragilizado. Preste atenção aos sinais e procure o seu médico para auscultação se tiver dúvidas.

Referências

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