Sinais na pele perigosos como aprender a detetar? É cada vez mais importante a proteção solar e reconhecer os sinais na pele perigosos que podem causar cancro da pele. O sol e a exposição solar saudável trás grandes benefícios à nossa saúde física e mental mas a “energia solar” que recebemos tem de ser equilibrada para evitar riscos graves de saúde tal como alerta a Organização Mundial de Saúde e os Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
A má exposição solar contribui para uma pele mal tratada, feia, seca e com lesões passando a ser uma importante porta de entrada de bactérias, vírus, fungos e parasitas além de produtos tóxicos exteriores com que contactamos mais frequentemente do que julgamos no nosso dia a dia.
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Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
- O que é um sinal na pele?
- Como reconhecer sinais perigosos na pele?
- O que é o método ABCDE, usado e aprovado por dermatologistas em todo o mundo?
- Quais os fatores de risco para o cancro da pele?
- Como fazer o autoexame dos seus sinais?
- O que é o cancro da pele?
- Qual a diferença entre queratose, carcinoma e melanoma?
- Bronzear no solário é seguro?
- Exposição solar, como aproveitar em segurança?
- Quantos sinais na pele tem em média cada pessoa?
- Como bronzear sem queimar?
- Quais os benefícios do sol?
- Quais os perigos do sol?
- O que é o tempo de formação do eritema?
- Escaldão: Quanto tempo demora a aparecer e a desaparecer?
- Olhos ao sol, que problemas origina?
- Como proteger eficazmente os olhos do sol?
- Como proteger eficazmente a pele?
- Protetor solar, qual a aplicação correta?
- Como se forma o bronzeado?
- Como saber o meu fotótipo de pele?
- Índice UV, o que é?
- Como varia o índice UV?
- Qual o guia de medidas de proteção solar?
- Protetor solar, como escolher e usar?
- Quais as 17 perguntas comuns sobre proteção solar?
Um em cada três cancros diagnosticados é um cancro da pele. Em todo o mundo, entre dois a três milhões de cancros de pele não melanocíticos e 132.000 melanomas malignos são diagnosticados por ano. Nos Estados Unidos, um em cada cinco americanos irão sofrer de cancro da pele durante a sua vida, enquanto que, na Europa, o cancro da pele está a subir 5 a 7% por ano. Contudo, quanto mais cedo for detetado, maiores as probabilidades de cura. De facto, 90% dos cancros da pele são curáveis se tratados atempadamente.
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Sinais na pele o que são?
Um sinal, também chamado nevo (mancha, pinta ou sinal), consiste numa massa de células acastanhadas geralmente encontradas na pele ou membranas mucosas. Conhecidas como melanócitos, estas células estão por trás do bronzeado ou da pele escura. As crianças não têm sinais quando nascem. Estes começam a surgir entre os seis meses e o um ano de idade e, depois, continuam a surgir até à idade adulta.
Entre a infância e a adolescência, a exposição ao sol influencia o número de sinais que podem surgir na pele, assim como a sua dimensão. Contudo, quanto mais sinais uma pessoa tiver, maior é o risco de desenvolver cancro da pele, uma vez que 35% dos cancros da pele se desenvolvem a partir de um sinal pré-existente. Assim, é essencial proteger com eficácia as crianças e adolescentes do sol de modo a minimizar o surgimento de novos sinais. Adicionalmente, a sobre-exposição de sinais existentes ao sol influencia o desenvolvimento de lesões que se podem tornar cancerígenas.
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Cancro e sinais na pele perigosos
O método ABCDE permite controlar quaisquer alterações nos sinais da sua pele. É um método usado e aprovado por dermatologistas em todo o mundo onde cada letra corresponde a um aspecto dos sinais na pele que deve ter em atenção.
Assimetria:
Sinais na pele que não têm uma forma redonda ou oval, com contornos e cores distribuídos de forma irregular em torno do centro.
Bordo:
Sinais na pele irregulares com bordos recortados.
Cor:
Sinais na pele com cores diversas tais como castanho, branco, vermelho, etc.
Diâmetro:
Sinais na pele com diâmetro superior a 6 mm.
Evolução:
Sinais na pele com alterações rápidas de tamanho, espessura, forma ou cor.
Causas e fatores de risco para cancro
Os fatores de risco para cancro da pele são essencialmente cinco, a saber:
- Pele de tipo I ou II, que bronzeia muito pouco ou nada e apanha escaldões frequentemente.
- Existência de sardas ou sinais que diferem na aparência (dimensão, forma, cor).
- Queimaduras graves em criança ou frequentemente exposto a luz solar forte durante a infância ou adolescência.
- Historia de cancro da pele na sua família.
- Existência de muitos sinais, incluindo alguns grandes, com formas irregulares ou cores heterogéneas.
Se tem algum dos fatores de risco acima descritos, por favor, proteja-se do sol e faça já uma inspeção cuidadosa de todos os seus sinais.
Autoexame dos seus sinais na pele
Rosto
Examine o seu rosto, especialmente o nariz, lábios, boca e orelhas – frente e trás. Use espelhos para ter uma visão clara.
Couro cabeludo
Inspecione o seu couro cabeludo, usando um secador e um espelho para expor cada secção. Peça a um amigo ou familiar, mesmo uma criança para ajudar, se possível.
Mãos
Palmas e costas, entre os dedos e debaixo das unhas.
Braços
Fique de pé em frente a um espelho de corpo inteiro, comece nos cotovelos e verifique todos os lados dos braços. Examine tanto a frente como a parte de trás dos seus antebraços.
Tronco
Olhe para o pescoço e para o peito. As mulheres devem levantar o peito para ver por baixo.
Costas
De costas viradas para um espelho de corpo inteiro, use o espelho de mão para inspecionar a parte de trás do pescoço, dos ombros, da parte de cima das costas e qualquer parte das costas dos braços.
Ainda recorrendo aos espelhos, não se esqueça da zona dorsal, nádegas e costas das pernas.
Sinais na pele escondidos
Sente-se: levante cada perna à vez em cima de outra cadeira. Use o espelho de mão para examinar os genitais. Verifique a frente e os lados de ambas as pernas, desde a coxa à canela, tornozelos, topo dos pés, entre os dedos e debaixo das unhas. Examine a planta dos pés e os calcanhares.
Cancro da pele, o que é?
O cancro da pele pode surgir de inúmeras formas e em diferentes feitios, com níveis variáveis de gravidade. Em geral, existem três tipos de lesões a que se deve estar atento:
- Queratose actínica ou queratose solar: Estas lesões muito comuns não são cancros da pele. São manchas escamosas ásperas ao toque e que tendem a recorrer na superfície da pele. Estas surgem após uma exposição ao sol prolongada e repetida. Indicam que a pele perdeu a sua capacidade natural de se proteger contra o sol e os raios UV. Algumas desta manchas podem levar ao desenvolvimento de cancro da pele.
- Carcinoma: Representam 90% dos cancros da pele e são causados, sobretudo, por exposição frequente e repetida ao sol durante a idade adulta. Como os carcinomas crescem devagar, a deteção precoce significa que os carcinomas podem ser tratados. Uma vez que os carcinomas se localizam geralmente no rosto, a deteção tardia pode levar a cicatrizes inestéticas. Logo, é essencial que consulte um dermatologista no caso de ter algumas dúvidas.
- Melanoma: Um tumor maligno. É o tipo de cancro da pele mais perigoso pois pode colocar a vida do doente em risco. Surge como resultado de exposições solares curtas e intensas como aquelas que causam escaldões. Assume a forma de manchas castanhas ou pretas em pele saudável. Em 35% dos casos, incide sobre um sinal pré-existente. Diagnosticado durante a primeira fase de desenvolvimento, pode ser curado por completo com tratamento médico. Se descobrir uma lesão suspeita, é vital que consulte um dermatologista.
Bronzear no solário é seguro?
O bronzeado natural é um mecanismo de defesa contra os raios UVB. Os solários, por sua vez, usam raios UVA indolores e insidiosos. Os raios UVA que produzem bronzeados falsos são responsáveis pelo envelhecimento prematuro da pele e aumentam o risco de desenvolvimento de cancro da pele.
Exposição solar com segurança
- Evite a exposição ao sol durante as horas em que a luz do sol é forte: 50 a 70% dos cancros da pele estão ligados à sobre-exposição aos raios UVB e UVA.
- Reduza a exposição solar das crianças: 80% dos danos cutâneos causados pelo sol ocorrem antes dos 18 anos. Os danos causados por expor a sua pele ao sol e a luz solar forte entre a infância e a idade adulta leva ao desenvolvimento de cancro da pele.
- Use um protetor solar de fator elevado que proteja contra os raios UVB e UVA. Lembre-se de voltar a aplicar a cada duas horas e use óculos escuros e chapéu.
- Consulte um dermatologista se surgir uma lesão cutânea ou se observar qualquer alteração num sinal. Entre consultas, mantenha-se vigilante e controle os seus sinais com o Verificador de Sinais
- Evite expor-se ao sol entre as 12 e as 16 horas
- Opte pela sombra em vez da exposição direta
- Aplique protetor solar a cada duas horas
- Reduza a exposição solar das crianças o máximo possível pois a sua pele é muito mais sensível do que a dos adultos.
A roupa (chapéus, t-shirts e óculos escuros) ainda são a melhor proteção contra os raios UV.
Quantos sinais na pele tem em média?
Em média uma pessoa tem cerca de 20 sinais na pele distribuídos pelo corpo e rosto sendo que quanto maior o seu número maior é a probabilidade de vir a desenvolver cancro da pele. Estudos recentes indicam que 65% dos melanomas surgem em sinais que anteriormente não existiam, pelo que é essencial ter atenção e controlar o aparecimento de novos sinais e suas possíveis alterações.
Bronzear sem queimar
Bronzear sem queimadura solar é mais fácil do que se pensa desde que se saiba toda a verdade sobre o bronzeado! Antes de mais convém saber algumas coisas importantes sobre a exposição solar, quais os seu benefícios, malefícios, tipo de pele, qual o protetor mais adequado e qual o tempo que a sua pele aguenta, sem proteção, até fazer uma queimadura.
Benefícios do sol
No início do século XX descobriu-se que a exposição à luz solar era um preventivo do raquitismo e mesmo a sua possível cura porque pequenas quantidades de UV são benéficas e essenciais na produção da vitamina D3. Assim a exposição solar aos raios UV em pequenas quantidades, segundo a OMS, apresenta os seguintes benefícios:
- É essencial para a saúde dos ossos;
- Pode evitar o raquitismo;
- Psoríase: Pode melhorar em alguns casos, segundo monitorização médica adequada;
- Eczema: Pode melhorar em alguns casos, segundo monitorização médica adequada;
- Icterícia: Pode melhorar com acompanhamento medição adequado;
- Segundo vários estudos, parece aumentar a nossa proteção contra diversos tipos de cancro;
- Parece claro que em muitas pessoas existe um benefício psicológico que se expressa num aumento do optimismo e do humor em dias com mais exposição à luz solar, principalmente nas mulheres.
Perigos do sol
A exposição humana à radiação solar poderá ter efeitos graves sobre a saúde, nomeadamente:
- Cancro de pele
- Fotoenvelhecimento da pele
- Cataratas
- Pterigium que é um crescimento anormal da conjuntiva que invade a córnea
- Carcinoma espinocelular da conjuntiva
- Sistema imunológico pode ficar fragilizado
Tempo de formação do eritema
O tempo de formação para o eritema (queimadura solar) é o tempo máximo de exposição ao sol com a pele desprotegida e sem que se tenha dado o eritema. O tempo de formação para o eritema pode ser calculado, para cada tipo de pele, a partir do Índice UV e o valor de 1MED para cada tipo de pele.
Tempo de escaldão aparecer e desaparecer
O “vermelhão” (mais frequentemente conhecido como “escaldão”), resultante da exposição ao sol, torna-se visível após algumas horas, ocorrendo o eritema nas 3 a 5 horas após a exposição à radiação ultravioleta, alcançando um máximo entre 8 a 24 horas e desvanecendo ao longo de 3 dias.
A vasodilatação dos capilares das áreas expostas inicia-se antes do eritema se tornar visível e isto ocorre da mesma forma para as crianças, jovens, adultos e idosos. Alterações benignas dos melanócitos podem também ocorrer como resultantes de uma sobre-exposição ao UV durante a infância ou a adolescência.
Olhos ao sol, que problemas origina?
Ao contrário da pele humana que parcialmente se adapta à radiação UV (espessura e bronzeado), o olho humano não possui quaisquer mecanismos de adaptação. Como doenças dos olhos, a nível externo, temos principalmente:
- Fotoqueratite
- Fotocunjuntivite
Podem ocorrer entre 0,5 e 24 horas após uma exposição prolongada a uma radiação solar intensa, muitas vezes em ambientes altamente refletores, de que é exemplo o caso da “cegueira da neve”. Outros problemas que podem ocorrer nos olhos devido a excesso de exposição solar são:
- Pterigium que é uma doença degenerativa que afeta a parte externa dos olhos.
- Catarata humana relativa à qual estudos diversos indicam ser a radiação UV um fator de risco no desenvolvimento levando ao aumento da opacidade da lente do olho.
- Supressão do sistema imunológico pelo facto da radiação UV induzir e favorecer a progressão de infeções originadas por vírus, bactérias e fungos.
Proteger eficazmente os olhos do sol
Os olhos deverão ser protegidos por óculos de sol com as seguintes características:
- Conter filtros UVA e UVB.
- Indicar a categoria de proteção das lentes para a luz visível e ultravioleta, e acordo com a diretiva C. E. 89/686/CEE.
- Para uso geral recomenda-se a categoria 3,
- Para atividades de alto risco como o montanhismo ou os desportos náuticos se recomenda a categoria 4.
- Proteções laterais nos óculos devido à exposição lateral.
A proteção lateral é especialmente importante para as crianças pois a transmitância da radiação UV através dos olhos é mais elevada para criança do que para o adulto – a retina da criança é menos protegida.
Proteger a pele
A melhor proteção para a pele é o uso de roupa (camisola, calças, chapéu) adequada. A roupa transparente à radiação UV deverá existir no mercado devidamente identificada como tal. As zonas da pele não cobertas por roupa deverão ser protegidas com um protetor solar contendo filtros de UVA e UVB. Durante as primeiras exposições ao sol recomenda-se o uso de um Fator de Proteção Solar (FPS ou SPF) de pelo menos 30.
Protetor solar, qual a aplicação correta?
Deverão existir cuidados especiais com bebés e crianças. É importante notar que o efeito do protetor solar depende não somente da sua qualidade mas também da sua correta aplicação.
O protetor solar deverá ser aplicado de acordo com as instruções do fabricante. Um protetor solar com FPS de pelo menos 15 deverá ser generosamente aplicado de 2 em 2 horas para ter efeito protetor. Deverá também ser aplicado antes da exposição ao sol bem como após o banho de mar ou piscina. Se os protetores solares forem corretamente usados eles poderão constituir uma proteção para o eritema, cancro e fotoenvelhecimento.
Bronzeado como se forma?
Diferente do eritema é o bronzeado, quando a pele é exposta à radiação ultravioleta podem distinguir-se duas reações ao bronzeado:
- Uma diz respeito à absorção imediata da radiação UV pela melanina presente na pele, e que lhe confere um tom escuro que desvanece poucas horas após o fim da exposição,
- Outra refere-se ao escurecimento da pele que requer cerca de 3 dias a desenvolver. Trata-se de um bronzeado mais persistente e resulta numa intensificação da produção de pigmentação.
No primeiro caso a radiação mais efetiva é a radiação UVA, neste ultimo é a UVB. Um outro efeito da exposição ao UVB é o aumento da espessura da epiderme a qual irá contribuir para a atenuação da radiação UV que penetra nas camadas mais profundos da pele. Uma exposição moderada à radiação UVB mantém a capacidade da pele tolerar novas exposições.
A verdade é que a capacidade de ficar bronzeada depende do tipo de pele e não é necessário expor-se ao sol das 11 ás 16 horas ou seja nas horas de maior calor e indice UV mais elevado porque apenas vai aumentar o risco de queimadura e danos oculares e não vai bronzear de forma saudável e duradoura!
O bronzeado depende essencialmente do tipo de pele ou seja a pele tipo III e IV bronzeia sempre, a pele tipo II só ás vezes e a pele tipo I nunca bronzeia por mais exposição solar que tenha!
Por exemplo uma ruiva nunca bronzeia e uma loira só ás vezes! As morenas… essas bronzeiam sempre…sortudas 🙂
Apresentamos de seguida uma tabela para que possa saber qual o seu tipo de pele.
Fotótipo de pele como saber?
BRONZEIA | QUEIMA | CABELO | COR OLHOS | |
---|---|---|---|---|
I | Nunca | Queima | Ruivo | Azul |
II | Às vezes | Às vezes | Loiro | Azul/Verde |
III | Sempre | Raramente | Castanho | Cinza/Castanho |
IV | Sempre | Raramente | Preto | Castanho |
Índice UV, o que é?
A necessidade de fazer chegar ao público em geral informação sobre a radiação UV e sobre os seus possíveis efeitos nocivos, levou a comunidade científica a definir um parâmetro que pudesse ser usado como um indicador para as exposições a esta radiação. Este parâmetro chama-se Índice UV (IUV). Assim, o IUV é uma medida dos níveis da radiação solar ultravioleta que efetivamente contribui para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema), sendo que a sua formação depende dos tipos de pele (I, II, III, IV) e do tempo máximo de exposição solar com a pele desprotegida.
Como varia o Índice UV?
O Índice UV exprime-se numericamente como o resultado da multiplicação do valor médio no tempo da irradiância efetiva (W/m2) por 40. Exemplo: Uma irradiância efetiva de 0.2 W/m2 corresponde a um valor do UVI de 8.0.
O Índice UV varia entre:
- menor que 2, Baixo,
- 3 a 5, Moderado,
- 6 a 7, Alto,
- 8 a 9, Muito Alto,
- superior a 11 Extremo.
Os valores médios do UV para a latitude de Portugal, enquadram-se para o período compreendido entre os meses de Outubro e Abril entre 3 e 6, o que significa Moderado com possibilidade de Alto em alguns momentos deste período e entre 9 e 10 para o período compreendido entre Maio e Setembro, o que corresponde a Muito Alto.
Guia de medidas de proteção solar
Para além do tipo de pele, possíveis reações cutâneas ou oculares podem modificar a eficiência das medidas de proteção. Tais reações de fotossenssitividade poderão ser devidas a um certo número de agentes internos ou externos. Alguns medicamentos, tais como antibióticos ou diversos tipos de agentes inflamatórios, produtos anti-microbianos, fragrâncias, plantas, etc., podem causar eritema mesmo para baixas doses de UV.
Protetor Solar, como escolher e usar?
Os protetores solares atenuam a transmissão da radiação UV na pele. O fator de proteção solar (apresentado pelos protetores solares existentes no mercado) é determinado com base na razão entre as quantidades de radiação UV necessárias para que ocorra a queimadura solar, com protetor solar e sem protetor solar. É importante saber que este efeito de proteção não aumenta linearmente com o FPS. Por exemplo, um FPS de 10 reduz em cerca de 90% a radiação UVB, um FPS de 20 em cerca 95% e um FPS de 30 reduzirá adicionalmente apenas um pouco mais.
Tendo em atenção os danos causados pela radiação UVA recomenda-se a verificação da existência de filtros UVA no produto: por ainda não existir um método padrão para a avaliação dos filtros da radiação UVA nos protetores solares, quando o produto possui filtro para a radiação UVA, tal é referido na embalagem do produto.
Em todos os casos, o protetor solar não deverá ser usado para prolongar o tempo de exposição, mas sim limitar os danos resultantes da exposição ao sol. É esta a razão pela qual os protetores solares se aplicam em zonas não cobertas pela roupa, especialmente em áreas sensíveis como o nariz, o pescoço, os ombros, no peito dos pés, etc.. Para a escolha do protetor solar mais apropriado, existe indicação dos valores de FPS de acordo com os diferentes tipos de pele e valores do Índice UV.
FATORES DE PROTEÇÃO SOLAR RECOMENDADOS PARA DIFERENTES TIPOS DE PELE E DE ÍNDICE UV | ||||
---|---|---|---|---|
ÍNDICE ULTRAVIOLETA | TIPOS DE PELE | |||
I | II | III | IV | |
1 a 3 | 15 | 12 | 9 | 6 |
4 a 6 | 30 | 25 | 15 | 12 |
7 a 9 | 50 | 40 | 30 | 20 |
superior a 10 | 60 | 50 | 40 | 30 |
Sol e exposição solar: 17 perguntas comuns!
- Pode apanhar-se um “escaldão” num dia nublado?
Sim. Ainda que a nebulosidade atenue a radiação UV, a radiação difusa é suficientemente intensa para originar eritema a menos que as nuvens sejam baixas e espessas. - Muito sol é perigoso qualquer que seja a idade?
Sim. A pele humana e o sistema imunológico são sensíveis à radiação UV ao longo de todo o seu ciclo vida. - O protetor solar protege e por isso pode ficar-se mais tempo ao sol?
Não. Os protetores solares protegem, mas a sua eficiência decresce após a sua aplicação, pelo que não se deverá permanecer ao sol mais do que o FPS garante. - Deve evitar-se a exposição ao sol entre as 11 e as 16 h?
Sim. A maior elevação do sol provoca uma radiação UV mais forte durante estas horas do dia. - Se não se sentir calor na exposição ao sol poderá apanhar-se um “escaldão”?
Sim. A radiação UV pode não ser sentida pelo indivíduo devido à sua absorção nos níveis mais exteriores da pele, mas pode provocar eritema. - A radiação UV para além da pele também pode afetar os olhos?
Sim. O “escaldão” é talvez o mais comum dos efeitos, mas a radiação UV pode, entre outras afetações, causar o desenvolvimento de cataratas. - Basta tornar a aplicar o protetor solar para ficar mais tempo exposto ao sol?
Não. Os protetores solares protegem somente durante um certo tempo, pelo que após esse tempo qualquer exposição é perigosa. - As pessoas de pele clara e cabelo ruivo são particularmente sensíveis à radiação UV?
Sim, as pessoas de pele clara e cabelo ruivo constituem o grupo mais sensível da população à radiação UV. - O bronzeado protege-te de um “escaldão” adicional?
Não. O bronzeado é já uma reação à exposição à radiação UV e só protegerá parcialmente a pele bronzeada. - Os efeitos negativos dos “escaldões” são cumulativos?
Sim. A capacidade do corpo humano para se proteger e reparar os danos induzidos pela radiação UV decresce ao longo da vida. - O sol no Inverno e na Primavera é perigoso?
Sim. A intensidade da radiação UV depende também da latitude, altitude e reflexão na superfície como a neve. - As crianças deverão ser especialmente protegidas?
Sim. Devido à grande sensibilidade da sua pele e dos efeitos cumulativos das queimaduras solares, as crianças constituem um grupo de risco que deve ser protegido. - A reflexão da radiação UV pela areia e pela água deve ser tomada em conta?
Sim. As direções dos raios do sol e da radiação difusa são igualmente importantes para a exposição após reflexão no solo. - É necessário estar ao sol para absorver a vitamina D produzida pela radiação UV?
Não. O tempo de exposição necessário à produção da vitamina D é tão pequeno, que não é necessário tomar banho de sol para a sua absorção. - Quanto mais pequena for a sombra, mais facilmente se apanha uma queimadura solar?
Sim. Quando a nossa sombra é pequena, a elevação do sol é maior e a radiação UV é mais intensa. - Pode apanhar-se um “escaldão” dentro de água?
Sim. A água atenua a radiação UV mas pode apanhar-se facilmente um “escaldão” enquanto se nada. - Quanto maior for a altitude mais facilmente se queima a pele?
Sim. Quanto mais elevada for a altitude menor é a atenuação da radiação UV pela atmosfera.
Concluindo
A proteção solar, principalmente dos bebés, crianças e adultos com pele mais sensível é um tema que está na ordem do dia pela simples razão de que não existem dúvidas sobre o aumento do número de casos de cancros de pele. Nunca é demais lembrar que quanto mais sol em excesso uma criança apanha mais vai aumentar a sua probabilidade de vir a desenvolver cancro de pele na idade adulta!
Mesmo sabendo que existe uma maior e melhor informação para os malefícios do excesso de exposição solar ainda há muitos pais que não protegem adequadamente os seus filhos e a prova está nas praias apinhadas de gente e em particular de crianças nas horas de exposição mais prejudiciais ou seja entre as 11 e as 16 horas!
Talvez se possa convencer alguns pais “menos informados” deixando claro que um bronzeado saudável e duradouro consegue-se essencialmente até ás 11horas e depois das 16 horas sendo que as horas de maior calor, entre as 11 e as 16 horas apenas aumentam o risco de queimadura solar e danos oculares!
Fique bem!
Franklim Moura Fernandes
Referências:
- Organização Mundial de Saúde (OMS) – Ultraviolet radiation and the INTERSUN Programme;
- Centers for Disease Control an Prevention (CDC);
- IARC: Pathology and Genetics of Tumours of the Skin;
- IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera;
- Liga Portuguesa Contra o Cancro;
-
Drug-Induced Photosensitivity: Clinical Types of Phototoxicity and Photoallergy and Pathogenetic Mechanisms; https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36238932/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9552952/
-
Vista-se para proteger: 5 coisas que afetam o quão bem suas roupas bloqueiam os raios UV
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