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Esquizofrenia 30 respostas essenciais toda a verdade!

Esquizofrenia (schizophrenia) 30 respostas essenciais! Segundo a Associação de Educação e Apoio na Esquizofrenia (AEAPE) a doença mental e a esquizofrenia em particular são condições de saúde sub-diagnosticadas e de enorme dificuldade de gestão no que concerne à vida relacional e social dos doentes e suas famílias. Tratam-se de problemas muito graves que podem destruir a vida de muitas pessoas se o diagnóstico não for atempado, correto e a abordagem terapêutica e apoio familiar não for adequado!

Este artigo pretende ser um contributo para melhorar a escassa informação da população em geral sobre esta doença mental em particular.

Neste artigo vou responder ás seguintes 30 questões:

  1. O que é a esquizofrenia?
  2. O que é uma alucinação?
  3. O que são delírios?
  4. Quais os sinais precoces de esquizofrenia?
  5. Qual a prevalência da esquizofrenia na população?
  6. Como evoluíram os medicamentos para a esquizofrenia e os antipsicóticos de 1ª geração?
  7. Quais os novos antipsicóticos de 2ª geração?
  8. Os antipsicóticos provocam dependência?
  9. Os antipsicóticos provocam ou não um efeito “zombie”?
  10. O que acontece se interromper a medicação?
  11. Quais os efeitos secundários?
  12. O que é a Discinesia tardia?
  13. Qual a relação entre o tabaco e a esquizofrenia?
  14. Qual o impacto da esquizofrenia?
  15. O abuso de substância ilícitas pode causar esquizofrenia?
  16. Como se faz o diagnóstico da esquizofrenia?
  17. Quais as causas?
  18. De que forma a família e os amigos podem ajudar?
  19. O que pode esperar dos médicos responsáveis pelo tratamento?
  20. Os esquizofrénicos são violentos e agressivos?
  21. O que costumam sentir os familiares?
  22. Como gerir os sentimentos?
  23. Como lidar com o doente diariamente?
  24. O que fazer quando o doente chega a casa após internamento?
  25. Quais as atitudes corretas da família para ajudar o doente?
  26. Quais as técnicas mais úteis?
  27. O que se deve evitar no contacto com o doente?
  28. Como promover uma melhor adesão à terapêutica?
  29. Qual o papel dos medicamentos?
  30. Quais as principais causas da falta de adesão ao tratamento?

No final disponibilizamos, na nossa área reservada, o último relatório disponível sobre saúde mental em Portugal vs Europa e EUA. Conheça os dados e tabelas mais surpreendentes desse relatório!

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Esquizofrenia o que é?

A Esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica, provavelmente das mais angustiantes e incapacitantes. A esquizofrenia é muitas vezes descrita de forma incorreta como “dupla personalidade”. Este termo pode constituir a tradução literal mas a esquizofrenia é na realidade uma patologia do cérebro, que afeta de forma grave o modo de pensar da pessoa, a sua vida emocional e o comportamento em geral.

As pessoas com esquizofrenia sofrem de sintomas psicóticos. Entre estes, contam-se:

  • Alucinações (por ex. ver ou ouvir coisas que não existem),
  • Delírios (ter crenças de natureza bizarra ou paranoide que não são verdadeiras),
  • comportamento agressivo,
  • Insónia,
  • Alterações da memória e da concentração
  • Medo intenso.

Os delírios e as alucinações são exemplos de sintomas denominados “positivos”.

Os “sintomas negativos” também surgem na esquizofrenia:

  • As pessoas ficam ausentes e alheadas,
  • Mostram muito pouca iniciativa,
  • Não conseguem sentir prazer e
  • Têm uma vida emocional pobre

Muitas vezes, as pessoas com esquizofrenia isolam-se socialmente, e têm grandes dificuldades nas relações interpessoais, sobretudo em situações de maior stress. Todos estes sintomas originam alterações na maneira de ser da pessoa, que começa também a ter dificuldades no desempenho escolar e/ou laboral.

Uma importante característica reside no facto de as pessoas com esquizofrenia não acreditarem que estas ideias/sintomas se devem a uma doença, algo que os médicos denominam falta de “insight” ou de “juízo crítico”. Este é um fator determinante para o atraso na busca de ajuda médica, mas também para a aceitação do tratamento necessário.

O que é uma alucinação?

Uma alucinação surge quando alguém vê, ouve, saboreia ou sente coisas que na verdade “não existem”. As alucinações mais frequentes na esquizofrenia são auditivas, e mais especificamente auditivo-verbais (i.e. a pessoa ouve vozes a falar consigo sem estar ninguém por perto). Alguns doentes podem “sentir” bichos debaixo da pele ou dispositivos dentro do corpo, e também podem achar que a comida tem um sabor diferente. As alucinações podem surgir em pessoas sob o efeito de drogas ou em indivíduos com esquizofrenia. As alucinações podem ser muito assustadoras, pois para os doentes são “reais”.

O que são delírios?

Os delírios são crenças falsas, de natureza bizarra ou paranoide, que não são partilhadas pelo resto da sociedade ou do meio em que o indivíduo vive. Os delírios mais comuns na esquizofrenia têm a ver com a perseguição e os indivíduos acham que existe uma conspiração para os prejudicar ou a alguém que lhes é querido. Também é frequente acreditarem que são Deus, a Virgem Maria ou alguém importante, ou que foram imbuídos de uma missão neste Mundo. Os delírios podem ser bizarros e os doentes acreditarem que o seu pensamento é manipulado por máquinas ou extraterrestres.

Os delírios têm de tal modo um papel importante na vida da pessoa, que a mesma é drasticamente afetada. Por exemplo, se as pessoas que estão a sofrer de delírios pensam que alguém as está a tentar envenenar, poderão deixar de se alimentar, ou ser eles a preparar a comida, ou só comer comida embalada.

Esquizofrenia: Quais os primeiros sinais?

Os primeiros sinais da esquizofrenia aparecem tipicamente na adolescência ou no início da idade adulta. Os sintomas da doença são difíceis de identificar, sobretudo na fase inicial, pois confundem-se com “queixas” habituais nesta fase da vida. Habitualmente o comportamento da pessoa muda, e esta começa a isolar-se e a achar que o Mundo está diferente e que algo de estranho vai acontecer. É muito comum surgir tristeza, ansiedade, dificuldades com o sono e/ou com o apetite e outras queixas relativamente inespecíficas. A doença pode demorar semanas a anos a manifestar-se completamente, e quando surgem os sintomas mais típicos (i.e. alucinações e delírios) diz-se que o doente teve um 1º surto psicótico. Estes sintomas deixam as pessoas afetadas pela doença muito limitadas na sua capacidade de interagir com outras pessoas e de manter o seu ritmo de vida habitual.

Esquizofrenia: Lista de sinais precoces

  • Isolamento social e deixar de passar muito tempo com pessoas da mesma idade;
  • Perda de memória, por exemplo esquecer-se onde as coisas foram colocadas;
  • Alterações da perceção: quando os objetos mudam de forma ou de cor;
  • Paranoia: pensam que alguém está a falar acerca delas e que as coisas estão a ser feitas “nas suas costas”;
  • Preocupação extrema com religião, filosofia, o paranormal, etc.; ou mesmo tornar-se membro de uma seita ou culto;
  • Alterações do pensamento: argumentos incoerentes, ilógicos ou demasiadamente abstratos;
  • Dificuldade em manter a atenção: distrair-se com facilidade;
  • Tristeza ou depressão;
  • Agressividade, irritabilidade ou hostilidade inesperada;
  • Falta de energia;
  • Falta de prazer nas atividades que lhe eram habituais;
  • Perturbações do sono: muitas não conseguindo dormir noites seguidas;
  • Medo, tremor das mãos ou voz trémula;
  • Perda de apetite, ou apetite voraz;

Qual a prevalência da esquizofrenia na população?

A esquizofrenia afeta entre 1% das pessoas durante a sua vida. A esquizofrenia surge em todo o mundo, sendo a prevalência da doença muito semelhante entre os diferentes países. Os homens e as mulheres têm risco idêntico de desenvolver a doença; contudo, nos homens  a doença manifesta-se habitualmente entre os 16 e os 25 anos, enquanto que nas mulheres tal acontece um pouco mais tarde, entre os 25 e os 30 anos.

Medicamentos para a esquizofrenia

Os medicamentos e outros tratamentos para a esquizofrenia, quando usados regularmente e de acordo com a prescrição, podem ajudar a reduzir e a controlar os sintomas incapacitantes da doença. No entanto, algumas pessoas não conseguem obter ajuda considerável a partir dos tratamentos disponíveis pois interrompem prematuramente o tratamento devido aos efeitos secundários desagradáveis dos mesmos, por não acreditarem que têm uma doença psiquiátrica, ou por outras razões. Mesmo quando o tratamento é eficaz, as consequências da doença são persistentes (tais como dificuldades relacionais e de integração, dificuldades cognitivas, estigma e sintomas residuais) e podem ser muito difíceis e limitantes para os doentes, impedindo-os de terem uma vida normal.

Como evoluíram os medicamentos para a esquizofrenia?

Os primeiros medicamentos eficazes para o tratamento da esquizofrenia foram desenvolvidos na década de 50 do século XX. Existe uma série de medicamentos antipsicóticos diferentes, ditos “convencionais”. Estes medicamentos parecem atuar sobretudo através da redução dos efeitos do neurotransmissor dopamina no cérebro. A sua principal eficácia consiste no tratamento dos sintomas positivos, o que permite a muitos doentes permanecerem fora do hospital e desempenharem relativamente bem as suas funções na comunidade.

No entanto, os antipsicóticos convencionais não parecem ser tão eficazes nos sintomas negativos da esquizofrenia nem nos sintomas relacionados com o humor (sintomas afetivos). Além disso, alguns doentes podem responder de forma incompleta ou mesmo não responder a estes medicamentos. Os antipsicóticos convencionais apresentam também uma série de efeitos adversos desagradáveis e os doentes podem ter a necessidade de tomar outros medicamentos para contrariar e reduzir estes efeitos. Os efeitos secundários podem contribuir para que os doentes não tomem os seus medicamentos (falta de adesão), o que pode levar ao reaparecimento dos sintomas da esquizofrenia e a novos episódios (recaídas).
No final do século XX, surgiram diversos medicamentos eficazes para a esquizofrenia com um perfil de efeitos secundários diferente dos antipsicóticos mais antigos e eficácia semelhante.

Quais os novos medicamentos para a esquizofrenia?

Os novos antipsicóticos, também chamados atípicos ou de 2ª geração, parecem bloquear quer os efeitos da dopamina quer da serotonina e parecem ter efeito numa gama mais alargada de sintomas da esquizofrenia. De facto, são eficazes no tratamento das alucinações e dos delírios e podem ser úteis noutros sintomas, como os sintomas negativos da doença (por ex. falta de motivação ou a pobre expressão emocional).

A grande maioria das pessoas com esquizofrenia mostram melhoria substancial quando tratadas com medicamentos antipsicóticos. De facto, quando existe a certeza que o indivíduo tem o diagnóstico de esquizofrenia, deverá ser tratado com fármacos antipsicóticos pelo menos por um período de tempo.

Quais os principais antipsicóticos?

Antipsicóticos de 1º geração

Os principais antipsicóticos de 1ª geração e as doses mais eficazes são os seguintes:

  • Clorpromazina (Largactil®), de 50mg duas vezes ao dia até 100mg quatro vezes ao dia;
  • Haloperidol(Haldol®)/Flupentixol(Fluanxol®), de 1mg por dia a 5mg quatro vezes ao dia;
  • Supiride (Dogmatil®), de 100mg duas vezes ao dia a 200mg quatro vezes ao dia;

Antipsicóticos de 2ª geração

Os antipsicóticos de segunda geração são prescritos em doses francamente mais baixas, aliás em consonância, também, com a evidência de que é em doses mais baixas que são mais úteis. Os principais antipsicóticos de 2ª geração e as doses mais eficazes são os seguintes:

  • Risperidona (Risperdal®), de 1-6mg ao dia;
  • Olanzapina (Zyprexa®), de 10-20mg ao dia;
  • Clozapina (Leponex®), de 400-600mg ao dia;

Como frequentemente os antipsicóticos não permitem resultados satisfatórios, há a prática de lhes associar outros fármacos tais como:

  • Benzodiazepinas,
  • Antidepressivos,
  • Anticonvulsivantes,
  • Outros antipsicóticos.

Por outro lado, sabendo-se dos riscos e problemas que este tipo de fármacos comporta, a boa prática consistirá, exatamente, em prescrever as doses mínimas possíveis, devendo, sempre que possível, a farmacoterapia ser combinada com terapias psicológicas (Healy, 2005).

Quais os efeitos secundários dos antipsicóticos?

Os antipsicóticos podem originar uma grande variedade de reações adversas. Essas reações poderão estender-se à generalidade dos sistemas corporais. Uma das consequências mais graves é o chamado síndroma neuroléptico tardio, que pode ser fatal e que pode provocar:

  • Catatonia: A Catatonia é uma perturbação do comportamento motor que pode ter tanto uma causa psicológica ou neurológica. A sua forma mais conhecida envolve uma posição rígida e imóvel que pode durar horas, dias ou semanas. Mas também pode se referir a agitação motora sem propósito mesmo sem estímulos ambientais. Uma forma menos extrema de catatonia envolve atividade motora muito lenta
  • Disartria: Disartria é uma perturbação neurológica caracterizada pela dificuldade em articular as palavras de maneira correta.
  • Febre,
  • Mudanças na pressão sanguínea,
  • Rigidez muscular,
  • Estupor: Estupor é um estado de consciência ou sensibilidade apenas parcial ou insensibilidade acompanhada por pronunciada diminuição da faculdade de exibir reações motoras.
  • Taquicardia: Taquicardia é um termo médico utilizado para designar um aumento da frequência cardíaca. Convenciona-se como normal no ser humano com mais de 15 anos, uma frequência cardíaca entre 60 e 100 batimentos por minuto. A partir de 100, inclusive, considera-se que há taquicardia.

Sintomas extrapiramidais induzidos por neurolépticos (SEP)

Tomados como um conjunto, os vários distúrbios poderão agrupar-se num vasto padrão de reações ou sintomas extrapiramidais. Segundo Pagliaro & Pagliaro (1998), cerca de 30% das pessoas medicadas com “antipsicóticos” desenvolvem algum tipo de reação extrapiramidal. Numa população clínica de 4000 pessoas tratadas com neurolépticos, Ayd (1991, citado por Cohen, 1997) estimou em cerca de 62% a percentagem de pessoas afetadas por SEP desencadeados por aquele tipo de medicação.

Uma das particularidades mais perturbantes nos SEP é a sua semelhança com distúrbios psicopatológicos comuns. Daí que possam não ser reconhecidos como provocados pela própria medicação e ser atribuídos a outras causas. Daqui resulta, frequentemente, que as pessoas são reforçadas nessa mesma medicação ou iniciadas noutras medicações. Acrescente-se que, além do mais, estes SEP são muitas vezes irreversíveis (mesmo depois de retirada da medicação).

As reações extrapiramidais incluem a ACATÍSIA (impossibilidade da pessoa estar quieta, não conseguindo manter-se sentada em sossego ou dormir), DISQUINÉSIA (perturbação nos movimentos musculares voluntários), DISTONIA (ocorrência de súbitos espasmos musculares, particularmente afetando a cabeça e pescoço) e outros, como a lentificação da fala, a hipersalivação (a pessoa “baba-se”), o PARKINSONISMO (com bradiquinésia, fazer “caretas”, rigidez no rosto, tremores).
De notar que cada um destes síndromas pode ocorrer isoladamente ou concomitantemente com qualquer um dos outros. Qualquer um deles, para além do mais, poderá aparecer em qualquer momento do tratamento com neurolépticos (podem ser dias ou meses após o início da sua toma).

Os antipsicóticos provocam habituação?

Os doentes e as suas famílias ficam muitas vezes preocupados com os medicamentos antipsicóticos utilizados para tratar a esquizofrenia. Além das preocupações relativas aos efeitos secundários, preocupam-se com o facto de estes medicamentos poderem levar à habituação. No entanto, os fármacos antipsicóticos não produzem (euforia) nem dependência (vício) nas pessoas que os tomam.

Os antipsicóticos provocam ou não um efeito “zombie”?

Uma outra ideia errada relativa aos medicamentos antipsicóticos consiste em considerar que estes atuam como uma espécie de controladores da mente ou como um “colete-de-forças químico”. Se usados nas doses apropriadas, os fármacos antipsicóticos não põem as pessoas “como zombies” nem lhes retiram a sua livre decisão. Embora estes fármacos possam ser sedativos, este efeito pode ser útil em circunstâncias especiais (tal como no início do tratamento, especialmente se o indivíduo estiver muito agitado e/ou com insónia grave). No entanto, a utilidade destes fármacos não se deve à sua capacidade sedativa, mas sim à capacidade em reduzir as alucinações, os delírios, a agitação e outros sintomas associados a um episódio/surto psicótico. Desta forma, os medicamentos antipsicóticos acabam por ajudar os indivíduos com esquizofrenia a lidar com o mundo duma forma mais racional.

Os antipsicóticos reduzem o risco de episódios psicóticos futuros em doentes que recuperaram dum episódio agudo (evitam uma recaída). No entanto, na maioria dos casos em que o tratamento é interrompido, a recaída acaba por acontecer, habitualmente passadas semanas ou meses. Se bem que não seja correto dizer que o tratamento continuado “evita” o aparecimento de recaídas, sem dúvida que reduz a frequência e intensidade das mesmas. O tratamento dos sintomas psicóticos graves exige geralmente doses mais elevadas do que as utilizadas para o tratamento de manutenção. Se os sintomas reaparecem com uma dose mais baixa, um aumento temporário pode prevenir o aparecimento duma recaída completa.

O que acontece se interromper a medicação?

Uma vez que as recaídas são mais prováveis quando os medicamentos antipsicóticos são interrompidos ou tomados de forma irregular, é muito importante que as pessoas com esquizofrenia colaborem com os seus médicos e famílias de forma a manterem-se fiéis ao seu esquema de tratamento. Isto envolve tomar o medicamento apropriado na dose correta e nas alturas certas do dia, ir às consultas médicas e seguir de forma escrupulosa todos os outros procedimentos relacionados com o tratamento. Embora isto seja muitas vezes difícil para as pessoas com esquizofrenia, tal fardo pode tornar-se mais leve com a ajuda de várias estratégias e consequentemente pode conseguir-se uma melhoria da qualidade de vida.

Quais os efeitos secundários?

Os antipsicóticos, tais como quase todos os medicamentos, para além dos seus efeitos benéficos podem ter efeitos indesejáveis. Durante a fase inicial do tratamento, os doentes podem queixar-se de:

  • Sonolência,
  • Agitação,
  • Espasmos musculares,
  • Tremor,
  • Secura de boca,
  • Visão turva.

A maioria deles pode ser corrigida com a diminuição da dose ou podem ser controlados com outros medicamentos. A resposta ao tratamento com antipsicóticos e os efeitos secundários associados variam de doente para doente. Determinados doentes podem responder melhor a um fármaco que a outro.

O que é a discinesia tardia?

Os efeitos dos antipsicóticos quando tomados a longo-prazo, podem colocar um problema consideravelmente mais grave. A discinesia tardia (DT) é uma situação que se caracteriza por movimentos involuntários, na maioria das vezes afetando a boca, lábios e língua e algumas vezes o tronco ou outras partes do corpo tais como os braços e as pernas. Ocorre em cerca de 15 a 20% dos doentes que foram medicados com os antipsicóticos mais antigos (i.e. convencionais) durante muitos anos, mas a discinesia tardia também pode surgir em doentes medicados com estes fármacos durante períodos mais curtos de tempo. Na maioria dos casos, os sintomas da discinesia tardia são ligeiros e o doente pode nem ter consciência deles, mas em alguns casos podem ser muito graves e incapacitantes.

Os novos antipsicóticos (i.e. atípicos ou de 2ª geração) parecem ter um risco muito menor de produzir DT que os fármacos mais antigos. No entanto, o risco não é nulo e por sua vez podem produzir outros efeitos secundários tais como:

  • Sonolência,
  • Aumento de peso,
  • Aumento do colesterol

Embora os medicamentos mais recentes sejam geralmente melhor tolerados que os convencionais, o perfil de efeitos adversos dos antipsicóticos atípicos varia de fármaco para fármaco, e estas diferenças podem afetar a adesão do doente ao esquema de tratamento. No entanto, os novos antipsicóticos constituem um avanço muito importante no tratamento destes doentes, e a optimização do seu uso em doentes com esquizofrenia é um tema atualmente objeto de investigação aprofundada.

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Qual o impacto da esquizofrenia

A maioria das pessoas com esquizofrenia sofre ao longo das suas vidas, perdendo desta forma oportunidades de carreira e de relacionamento com outros indivíduos. Como consequência da falta de compreensão por parte da sociedade relativamente à doença, as pessoas com esquizofrenia muitas vezes sentem-se isoladas e estigmatizadas, e podem ter relutância ou dificuldade em falar sobre a sua doença. Embora a disponibilidade de novos medicamentos com menos efeitos secundários tenha melhorado a vida de muitos doentes, atualmente apenas uma pessoa em cada cinco das afetadas pode atingir a “recuperação” da doença, sendo que uma em cada dez pessoas com esquizofrenia acaba por cometer suicídio.

De todas as doenças mentais, a esquizofrenia é provavelmente a que apresenta mais dificuldades para todos os envolvidos. Os doentes sofrem, sem qualquer dúvida, uma enorme perturbação das suas vidas. No entanto, as famílias e os amigos são também profundamente afetados, devido à angústia de verem os efeitos da doença no seu ente querido, e como resultado da sobrecarga derivada da necessidade de assistência ao doente.

Enfrentar os sintomas da esquizofrenia pode ser especialmente difícil para os membros da família que se recordam de como a pessoa era ativa e dinâmica antes de ficar doente. Apesar de existirem inequívocas evidências do contrário, algumas pessoas ainda acreditam que a causa da esquizofrenia são maus pais ou falta de força de vontade. Ora, tal não é de todo o caso. A esquizofrenia é uma doença complexa, que se pensa ser devida a vários fatores atuando em conjugação. Estes fatores parecem incluir:

  • Influências genéticas,
  • Traumatismos (lesões) do cérebro na altura da gravidez ou após o nascimento,
  • Efeitos sociais e/ou stress,
  • Consumo de algumas drogas.

Outros parâmetros podem também ser importantes, mas nenhum fator pode ser incriminado isoladamente como causa da esquizofrenia. Em vez disso, pensa-se que cada um destes fatores pode aumentar o risco de que uma pessoa venha a manifestar a doença.

O abuso de substâncias ilícitas pode causar esquizofrenia?

O abuso de substâncias ilícitas é uma preocupação comum das famílias de pessoas com esquizofrenia. Uma vez que algumas pessoas que abusam de fármacos, apresentam sintomas semelhantes aos das que sofrem de esquizofrenia, as pessoas com esta doença podem ser olhadas erradamente como pessoas que tomaram “muitas drogas”.

As pessoas que têm esquizofrenia muitas vezes consomem álcool e/ou drogas de forma excessiva e podem ter reações particularmente negativas a certas drogas. O abuso de substâncias pode também reduzir a efetividade do tratamento para a esquizofrenia. Os estimulantes (por ex. anfetaminas e cocaína) parecem ser especialmente prejudiciais em doentes com esquizofrenia, e algumas pessoas sofrem um agravamento dos sintomas quando consomem estas drogas. O abuso de substâncias também reduz a probabilidade dos doentes seguirem o plano de tratamento recomendado pelos seus médicos.

Qual a relação entre tabaco e esquizofrenia?

A forma mais comum de dependência de substâncias em doentes com esquizofrenia é a dependência de nicotina por consumo excessivo de tabaco. A prevalência do tabagismo em doentes com esquizofrenia é cerca de três vezes superior à da população em geral, mas a relação entre o tabaco e a esquizofrenia é complexa. Embora as pessoas com esquizofrenia possam fumar para se “automedicarem” e aliviarem alguns dos seus sintomas, o tabaco parece interferir com o efeito de alguns fármacos antipsicóticos, pelo que os doentes que fumam muito podem necessitar de doses mais elevadas de medicação antipsicótica.

Como se faz o diagnóstico da esquizofrenia?

A maioria das doenças psiquiátricas são muito difíceis de diagnosticar e a esquizofrenia não constitui exceção, uma vez que não existem testes ou exames que possam identificar quem tem a doença. O diagnóstico depende da exclusão de outras causas que possam originar sintomas semelhantes aos da esquizofrenia (tais como abuso de drogas, epilepsia, tumores cerebrais, doenças da tiróide, entre outras). É importante excluir outras doenças, porque algumas vezes as pessoas têm sintomas mentais graves devido a doenças médicas subjacentes que não são diagnosticadas. Por este motivo, deve ser colhida uma história clínica, ser realizado um exame físico e pedidos exames laboratoriais ou imagiológicos (por ex. TAC cranioencefálica). Além disso, como algumas drogas podem causar sintomas semelhantes aos da esquizofrenia, estas substâncias devem ser pesquisadas em amostras de sangue ou de urina dos doentes em causa.

Após terem sido excluídas outras causas, o médico deve então efetuar um diagnóstico, baseando-se nos sintomas observados no doente e descritos pelo mesmo e pela família. Isto pode provocar problemas e atrasos no diagnóstico porque muitos sintomas podem só ser evidentes quando a doença já está avançada. De facto, para que se possa estabelecer um diagnóstico formal, os sintomas devem estar presentes durante pelo menos seis meses.

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Perguntas e Respostas

Quais são as “causas” da esquizofrenia?

Não existe uma causa única para a esquizofrenia. Tal como as doenças cardíacas, muitas doenças resultam de vários fatores genéticos, ambientais e outros. Pode também ser o que acontece na esquizofrenia. Não compreendemos ainda completamente todos os fatores que estão na base da esquizofrenia, mas os especialistas concordam que a doença é devida a anomalias na função cerebral, algumas das quais ainda não são completamente conhecidas.

A esquizofrenia é uma doença da mente, e os seus sintomas são atribuíveis a anomalias na transferência e processamento de informação dentro do cérebro. As células nervosas no cérebro (i.e os neurónios) comunicam umas com as outras libertando substâncias químicas (neurotransmissores) a partir das suas terminações nervosas. Muitos dos sintomas da esquizofrenia foram associados a anomalias na atividade de certos neurotransmissores específicos, nomeadamente da Dopamina.

Qual o impacto da genética familiar?

A investigação em famílias com vários indivíduos afetados pela esquizofrenia indica que a vulnerabilidade à doença é genética. Uma criança cujo progenitor tenha esquizofrenia tem uma probabilidade de cerca de 10% de desenvolver a doença. Comparativamente, o risco de esquizofrenia na população em geral é de cerca de 1%. No entanto, entre indivíduos com esquizofrenia que tenham um gémeo idêntico e que assim partilham o mesmo património genético, há apenas uma possibilidade de 50% de que ambos os gémeos sejam afetados pela doença. Isto demonstra que a informação genética não é determinante para a manifestação da doença, sendo importante a combinação de vários fatores de risco.

De que forma a família e os amigos podem ajudar?

Se tiver sido diagnosticada esquizofrenia a algum membro da sua família, você pode desempenhar um papel muito importante ao oferecer-lhe apoio e ao ajudá-lo a receber os cuidados médicos adequados. É importante ter uma boa compreensão da doença. O médico envolvido deve estar preparado para responder a qualquer questão que você possa ter sobre o que é a esquizofrenia e de que forma deve ser tratada.

É provável que no caso de ter um familiar com esquizofrenia, lhe seja pedido em determinada altura que converse com um médico sobre o seu familiar e que lhe descreva o seu comportamento. As pessoas com esquizofrenia algumas vezes não são capazes de fornecer muita informação durante uma consulta. Algumas vezes, apenas a família ou outros próximos da pessoa com esquizofrenia estarão conscientes do comportamento estranho ou de ideias bizarras que a pessoa tenha exprimido. Uma vez que os doentes podem não dar voluntariamente essa informação durante uma consulta, os membros da família ou os amigos devem solicitar para falarem com a pessoa que avalia o doente de modo que toda a informação relevante possa ser tomada em consideração.

Esteja preparado para dar informações e formular questões ao médico. Ajudará saber algo sobre a história clínica da sua família e que medicamentos o seu familiar está a tomar. Pode também querer questionar o médico sobre os medicamentos, efeitos secundários, riscos para a saúde a longo-prazo e hospitalização. É boa ideia anotar previamente as suas perguntas e ter papel e caneta consigo no caso de pretender tomar notas.

O que pode esperar dos médicos responsáveis pelo tratamento do seu familiar com esquizofrenia?

Como parte do processo de diagnóstico e de tratamento, o psiquiatra efetuará o seguinte:

  • Colher uma história completa
  • Investigar sintomas que possam ser devidos a outras doenças (físicas e psiquiátricas), pedindo os exames adequados
  • Obter informações relativamente a outras medicações antipsicóticas
  • Ajustar o tratamento quando necessário
  • Rever a medicação regularmente
  • Estar interessando no bem estar global do doente e fazer as referências indicadas para os cuidados posteriores, alojamento, suporte social e ajuda financeira
  • Explicar de forma clara o que está a acontecer e o que está a ser planeado para o tratamento do doente
  • Envolver a família no processo de tratamento.

Devido à natureza da doença, algumas pessoas com esquizofrenia podem negar que necessitam de medicação, e podem recusar a toma dos fármacos prescritos ou deixar de os tomar devido aos efeitos secundários indesejados. Pode ser difícil para os doentes lembrarem-se de tomar a medicação devido à desorganização do pensamento que é característica das pessoas com esquizofrenia. Se os familiares ou os amigos estiverem envolvidos no processo de tratamento, eles podem dar suporte inestimável, ao verificarem a toma dos medicamentos por parte do doente, instigando-os a tomá-los quando se esquecem de o fazer, ou lembrando-os dos problemas que possam ter ocorrido em ocasiões prévias quando decidiram deixar de tomar a medicação.

É também importante assegurar que uma pessoa com esquizofrenia continue a receber tratamento após a hospitalização. Um doente pode interromper a medicação ou deixar de acorrer às consultas, o que muitas vezes conduz ao reaparecimento dos sintomas. Encorajar o/a doente a continuar o tratamento e assisti-lo/a no processo terapêutico pode influenciar de forma positiva a recuperação. Sem tratamento, algumas pessoas com esquizofrenia ficam de tal modo psicóticas e desorganizadas que não podem cuidar das suas necessidades básicas, tais como alimentarem-se, vestirem-se ou protegerem-se. Não raramente, as pessoas com doenças mentais graves acabam nas ruas ou na prisão, onde acabam por não receber o tipo de tratamento de que necessitam.

Os que estão próximos das pessoas com esquizofrenia não estão seguros sobre o que responder quando os doentes fazem afirmações que parecem estranhas ou falsas. Para o indivíduo com esquizofrenia, as crenças bizarras ou alucinações parecem bem reais; não são apenas fantasias imaginárias. Em vez de “ir na onda” dos delírios da pessoa, os membros da família ou os amigos podem dizer à pessoa que não vêem as coisas da mesma maneira ou que não concordam com as suas conclusões, embora reconhecendo que as coisas podem parecer de maneira diferente para o doente.

Registar os tipos de sintomas e quando aparecem para prever melhor o futuro

Pode ser também útil, para aqueles que conhecem bem a pessoa com esquizofrenia, manter um registo de quais os tipos de sintomas que apareceram, que medicações (incluindo doses) foram tomadas e quais os efeitos que os vários tratamentos condicionaram. Ao conhecer quais os sintomas que estiveram presentes antes, os familiares podem saber melhor o que procurar no futuro. As famílias podem mesmo ser capazes de identificar alguns sinais precoces de alarme ou potenciais recaídas, tais como a tendência para o isolamento ou alterações no padrão de sono, mesmo ainda numa fase precoce e melhor do que os próprios doentes.

Assim, o reaparecimento da psicose pode ser detetado precocemente e o tratamento pode prevenir uma recaída completa. Além disso, a família sabendo quais as medicações que ajudaram o doente ou que lhe causaram efeitos indesejáveis no passado, pode ajudar quem tem a tarefa de tratar o doente a escolher a melhor alternativa terapêutica mais rapidamente.

Suporte e encorajamento

Além do envolvimento na procura de auxílio ao doente, a família, os amigos e os colegas podem proporcionar suporte e encorajamento à pessoa com esquizofrenia para que volte a recuperar as suas capacidades. É importante que os objetivos sejam realistas, uma vez que um doente que se sente pressionado e/ou repetidamente criticado pelos outros irá provavelmente sentir stress levando ao agravamento dos sintomas. Tal como qualquer outra pessoa, os doentes com esquizofrenia precisam de saber quando estão a fazer as coisas corretamente. Uma abordagem positiva pode ser útil e talvez mais eficaz a longo prazo que as críticas. Este conselho aplica-se a qualquer pessoa que entre em contacto com o doente.

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A família, a doença e o doente

Os esquizofrénicos são violentos e agressivos?

Nem todos os doentes com esquizofrenia são violentos. A violência que pode surgir em algumas fases da doença tem a ver com o sofrimento e desorientação sentidos pelo doente em momentos de agravamento da doença.
Por isso, é necessário aprender a lidar com estas situações. Eis alguns conselhos.

O que costumam sentir os familiares?

Quando a família toma conhecimento de que o seu familiar tem esquizofrenia, as suas emoções são comparáveis às que sentiria perante uma notícia de um acidente grave ou de uma catástrofe.

Alguns dos sentimentos mais frequentemente relatados são:

  • Tristeza: “Sentimo-nos como se tivéssemos perdido um filho.”
  • Ansiedade: “Temos medo de o deixar sozinho ou de ferir os seus sentimentos.”
  • Medo: “Pode fazer-nos mal? Pode magoar-se a si ou aos outros.”
  • Vergonha e culpa: “Somos culpados.”, “Que vão pensar de nós?”
  • Isolamento: “Ninguém nos compreende.”
  • Ressentimento: “Porque nos aconteceu isto a nós?”
  • Preocupação com o futuro: “Quem vai tratar dele quando nós não estivermos?”
  • Ciúme: “Os irmãos ficam ciumentos com a atenção que recebe.”
  • Depressão: “Não conseguimos evitar chorar.”
  • Negação da doença: “Isto não pode acontecer na nossa família.”
  • Negação da gravidade da doença: “Isto vai passar. É só uma fase.”
  • Culparem-se uns aos outros: “Se tivesses feito isto, se não tivesses dito aquilo…”
  • Falar constantemente da doença: “Passámos a vida toda a tentar entender o que tinha.”
  • Problemas no casal: “Irritas-te demasiado.”
  • Divórcio: “Não suporto mais esta situação caótica.”

Como gerir os sentimentos?

Reconhecer estes sentimentos e declará-los abertamente num diálogo familiar pode ajudar a aliviar tensões, evitar ruturas e clarificar os papéis de cada um dos membros. Deste modo a família pode tornar-se numa equipa eficiente que poderá apoiar o trabalho dos terapeutas e maximizar o efeito da medicação.

Há alguns conselhos que podem ajudar a viver melhor com a doença mental na família:

  • É importante aceitar que esta doença não tem cura.
  • Não se deve sentir culpado.
  • É normal sentir rancor. Os sentimentos de revolta são naturais, já que esta doença afeta muito o funcionamento familiar.
  • Aceitar que a doença mental é tão difícil para quem a sofre, como para a família.
  • É normal que após uma fase de negação, de tristeza e de raiva, surjam sentimentos de aceitação e compreensão.
  • Não se deve sentir envergonhado pela doença mental de um familiar. É comum encontrar estigma e preconceitos em qualquer lado, mas isso é apenas um sinal de medo e ignorância.
  • Apesar do doente poder ter comportamentos que considera estranhos, deve compreender que estes resultam da doença, e desse modo não se sentir tão magoado.
  • Deve reconhecer a coragem do doente em lidar com a sua doença.
  • É importante saber que, embora a sintomatologia possa variar ao longo do tempo, a doença persiste.
  • É importante impor limites claros. O facto de o seu familiar ter capacidades limitadas, não significa que não se possa esperar mais nada dele.
  • Não deve ter receio em perguntar ao doente se está a pensar magoar-se. O risco de suicídio é real.
  • As necessidades do doente nem sempre estão em primeiro lugar: se você não consegue cuidar de si, também não vai conseguir cuidar do seu familiar.
  • Não deve assumir todas as responsabilidades no tratamento do doente. Procure partilhá-las com mais alguém.
  • Deve ter consciência que não é um profissional. O seu papel é de irmão, filho ou pai/mãe…
  • Não se deve sentir sozinho. Partilhar pensamentos e sentimentos em grupos de autoajuda é muito benéfico e enriquecedor.
  • Deve pedir ao médico todas as informações e esclarecimentos sobre a doença que necessite.

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Como lidar com o doente no dia-a-dia?

Quando um doente chega a casa após um internamento:

Como lidar com os sentimentos?

Algumas estratégias podem ajudar as famílias a lidar com o doente neste início do período estável. Fale com o seu médico sobre quais as melhores estratégias a usar depois de uma crise aguda.

  •  Fale lentamente e em tom baixo. Use frases curtas e simples para evitar mal-entendidos. Se for necessário, repita as frases e perguntas, usando as mesmas palavras.
  • Explique o que está a fazer e porquê. Por exemplo, “Estou a arrumar a roupa limpa no teu armário e podes escolher o que quiseres vestir.”
  • Organize a sua rotina diária. Seja consistente e quando disser que vai fazer alguma coisa, evite mudar de ideias.
  • Elogie-o frequentemente (por ex. ao pentear-se após vários dias sem o ter feito, diga-lhe como lhe fica bem).
  • Reduza a tensão e o stress (por ex. se comer à mesa com o resto da família for um esforço demasiado grande, não o obrigue).
  • Procure estratégias para que tome a medicação, mas evitando a violência.

Em doentes estabilizados:
Gradualmente, o doente poderá assumir certas responsabilidades.

  • Fale com ele sobre como se sentiria fazendo mais coisas.
  • Comece por uma melhor gestão da higiene pessoal, vestir-se e comer em horários estabelecidos.
  • Dê-lhe tarefas em casa que estejam dentro das suas possibilidades. Verifique se prefere trabalhar sozinho ou com outros.
  • Dê-lhe ânimo, mas não o pressione para participar em atividades de grupo. Talvez seja preferível 1 ou 2 amigos a jantar em casa, que um evento familiar numeroso.
  • Procure saber o que prefere fazer no seu passeio semanal. Talvez tomar um café numa pastelaria lhe seja mais fácil que um almoço no restaurante.
  • Não seja curioso. Não lhe pergunte constantemente em que está a pensar ou porque faz determinada coisa. Prefira conversas sobre temas externos, como por exemplo “Viste o novo programa na televisão?…”
  • Compreenda que lhe pode ser difícil manter uma conversa, mas que a sua companhia pode ser agradável em qualquer outra atividade. Talvez gostasse que lhe lesse alguma coisa.
  • Evite a crítica constante. Trate dos comportamentos que o incomodam de forma direta e franca. Por exemplo, a higiene pessoal costuma ser uma fonte de irritação para a família, mas nada resolveria dizendo “porque não tomas banho?” ou “que mal que cheiras!”. Seria melhor apresentar o problema de outra maneira: “para mim é importante que tomes banho; podíamos chegar a um acordo para que tomes banho todos os dias?”
  • Para que colabore, “esqueça-se” de algumas coisas, por exemplo: “esqueci-me do leite, podes trazer-mo?”
  • Estimule-o a ter algumas responsabilidades deixando, por exemplo, uma nota com instruções sobre como começar a preparar o almoço em caso de você chegar tarde. E, então, chegue tarde.
  • Mostre-lhe como lidar com o pânico em público, depois de uma situação de stress. Por exemplo, leve-o até à casa-de-banho e deixe-o tranquilo até que passe o medo.
  • Lembre-se de que, muitas vezes, você é o seu único amigo. Trate-o como tal. Convide-o a ver um filme, por exemplo.
  • Tente sempre pôr-se no lugar dele. Respeite os seus sentimentos. Se ele sentir medo, não lhe diga “não sejas tonto, não tenhas medo!”. Permita-lhe sentir medo dizendo-lhe, por exemplo: “Não faz mal que sintas medo. Senta-te ao meu lado até que passe”.
  • Respeite os seus sentimentos. Se o incomoda que fale sobre esquizofrenia ou algum outro tema na frente dos outros, não o faça.

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Resumo de conselhos à família:

  • Seja amigável, sereno e alegre.
  • Aceite a situação.
  • Reserve um tempo para o ouvir.
  • Trate-o com ternura.
  • Inclua-o e respeite-o.

Algumas técnicas úteis:

  • Fale lenta, calma e claramente.
  • Use frases curtas e simples.
  • Dê uma só instrução ou ordem de cada vez.
  • Espere o momento adequado.

Evitar (especialmente numa crise):

  • Olhá-lo insistentemente nos olhos.
  • Impedir-lhe a passagem.
  • Ser arrogante, altivo ou hipercrítico.
  • Encurralá-lo em situações em que não se sinta confortável.
  • Mostrar-se melancólico ou triste.
  • Contacto físico (tocar o doente) quando está zangado.
  • Discutir com ele na presença de outras pessoas.
  • Falar demasiado ou dar sermões.
  • Ser intolerante, mentiroso ou demasiado exigente.
  • Gritar ou ser sarcástico.

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Dez mandamentos de ternura e compreensão:

  1. Dê-lhe atenção.
  2. Faça-o sentir-se à vontade e confortável.
  3. Alegre-se com ele nos seus pequenos sucessos.
  4. Escute-o com atenção e envolva-o nas conversas familiares.
  5. Partilhe o seu tempo com ele.
  6. Elogie-o.
  7. Compreenda-o, pondo-se no seu lugar.
  8. Seja seu companheiro.
  9. Estimule-o nos seus projetos.
  10. Incuta-lhe esperança.

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Adesão à Terapêutica

Qual o papel dos medicamentos?

Os medicamentos são uma parte fundamental do tratamento da esquizofrenia.
A função dos medicamentos é:

  • Controlar os sintomas
  • Evitar recaídas

O tratamento é prolongado (habitualmente durante toda a vida) e não deve ser interrompido sob nenhum pretexto ou circunstância, salvo indicação médica para tal.
A interrupção do tratamento é a principal causa de agravamento da doença (recaídas). Tal como na diabetes ou na hipertensão, o doente deve tomar a medicação e ser acompanhado regularmente pelo seu médico.

  • Os medicamentos não são “drogas” e não causam habituação.
  • Não se destinam a controlar a mente, nem a agir como um “colete químico”.
  • Não há medicamentos que curem a esquizofrenia, tal como não há medicamentos que curem muitas outras doenças, como a asma, a hipertensão, a diabetes ou a epilepsia.
  • Para reduzir o risco de agravamento da doença, é muito importante cumprir as tomas da medicação como indicado pelo médico.

O que significa “falta de adesão ao tratamento”?

Pode falar-se em falta de adesão ao tratamento quando:

  • Ocorrem falhas na toma da medicação, ainda que sejam apenas algumas tomas.
  • Não se toma a dose indicada pelo médico.
  • Não se respeitam os horários indicados pelo médico.
  • Não se cumprem as indicações do médico.
  • Se interrompe totalmente a terapêutica.
  • Se falta à consulta.
  • Não se fazem os exames pedidos.

Quais as principais causas de falta de adesão ao tratamento?

Existem múltiplos motivos que podem dificultar a adesão ao tratamento. Os mais comuns são:

  • Esquecimento.
  • O doente não reconhece que está doente e não fica convencido da necessidade de tomar a medicação.
  • Falta de eficácia do medicamento.
  • Complexidade do tratamento.
  • O tratamento exige várias tomas diárias.
  • O doente sente-se melhor e acha que já não precisa da medicação.
  • Os efeitos secundários da medicação são intoleráveis.
  • Os familiares ou amigos propõem parar a medicação porque o doente parece estar bem.
  • Falta de medicação.
  • Os sintomas negativos que reduzem o interesse no tratamento.

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Concluindo

Neste artigo mostramos a complexidade e dificuldade de gerir a doença mental e a esquizofrenia em particular. O diagnóstico é difícil, o doente muitas vezes não reconhece nem aceita a doença, a família não sabe como lidar com o doente e este por sua vez sem o apoio e a compreensão familiar necessária fica cada vez pior, tornando-se também um problema social!

A doença mental grave é o parente pobre do apoio social do estado precisamente por serem doentes que não aceitam/reconhecem a sua própria doença e por conseguinte mesmo havendo um diagnóstico não aderem muitas vezes de forma correta e regular à medicação que os pode tornar estáveis e permitir uma vida digna!

Pessoalmente julgo que um dos caminhos evidentes para melhorar este panorama é a informação à população sobre os sinais precoces e sintomas das principais doenças mentais que são de forma geral desconhecidos ou mal interpretados. Por outro lado, na doença mental, existem demasiados casos em que o internamento compulsivo (difícil do ponto de vista legal) é o único caminho para começar um tratamento e demonstrar ao doente que tem um problema que necessita de tratamento.

Quando um doente que tinha alucinações ou delírios percebe que estes sintomas desaparecem ou ficam controlados com o tratamento iniciado é claro que as possibilidades de aceitar a sua doença aumentam muito e isso é uma condição básica para poderem melhorar e ter uma vida digna com a sua família!

Por favor PARTILHE ESTE ARTIGO e ajude-nos na missão “juntos para uma MELHOR SAÚDE”.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

Disponivel na nossa área reservada o último relatório detalhado sobre saúde mental em Portugal vs Europa e EUA. Leia as tabelas e conheça as surpresas evidenciadas pelo relatório:

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Diabetes estes são os 9 sinais de perigo!

Diabetes sintomas causas e tratamento: Quais os 9 sinais que nunca deve ignorar? O que é a diabetes?

Diabetes o que é?

O termo diabetes mellitus descreve uma desordem metabólica de etiologia (causa) múltipla, caracterizada por uma hiperglicemia crónica  ou seja um excesso de glicose no sangue, com distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas, resultantes de deficiências na secreção ou acção da insulina, ou de ambas.

Complicações

Os efeitos da diabetes mellitus a longo prazo, incluem danos, disfunção e falência de vários orgãos. Nos casos mais graves pode levar a perda de sensibilidade nas extremidades dos membros com risco acrescido de lesões e feridas graves que não cicatrizam e podem no extremo levar a amputação de membros, principalmente dos inferiores.

A cegueira é também uma das complicações mais dramáticas.

Sintomas

A diabetes mellitus pode apresentar sintomas característicos tais como:

  • Sede,
  • Poliúria (excesso de urina),
  • Visão turva,
  • Perda de peso.

Em casos mais graves pode desenvolver-se cetoacidose, ou um estado hiperosmolar não-cetónico que pode conduzir a letargia, coma e, na ausência de tratamento adequado, à morte.

Na maioria das vezes os sintomas não são graves, podendo até estar ausentes, e consequentemente pode estar presente durante muito tempo uma hiperglicemia suficiente para causar alterações patológicas e funcionais, antes de ser feito o diagnóstico. Um dos principais problemas são as lesões cardovasculares que originam uma progressiva fragilidade dos vasos sanguineos com consequências graves no coração, rins, olhos e cérebro.

Insulina

A insulina é uma hormona e pequena proteína produzida pelo pâncreas em resposta ao aumento da glicose no sangue, principalmente durante e após uma refeição, sendo essencial para controlar o excesso de açúcar no sangue.

Desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas. É responsável pela utilização, de forma eficiente, da glicose, uma vez que:
• Facilita o uso de glicose pelo músculo, tecido adiposo e vários outros tecidos;
• Estimula o fígado a armazenar glicose sob a forma de glicogénio (glicogénese);
• Inibe a libertação (breakdown) de gordura no tecido adiposo.

Este último ponto, a inibição de libertação da gordura armazenada no tecido adiposo significa por exemplo que se comermos de 3/3h os nossos níveis de insulina vão manter-se elevados ao longo do dia o que significa que mesmo quando temos “gordura a mais armazenada” no tecido adiposo não conseguimos utiliza-la para produzir energia pois isso só é possível com baixos níveis de insulina no sangue.

Isto provoca um ciclo vicioso em que essas pessoas têm de comer mais e com mais frequência pois não conseguem utilizar a sua própria gordura  mas apenas armazenar glicose em forma de gordura e glicogénio.

Durante a digestão os alimentos são decompostos nos seus  nutrientes e a glicose é absorvida para a corrente sanguínea de onde é retirada para ser utilizada no interior das células para produção de energia.

Resistência à insulina

Quando há demasiado açúcar na corrente sanguínea o pâncreas é pressionado e ultrapassa os seus limites libertando demasiada insulina que é a hormona responsável por permitir a abertura de canais de glicose nas membranas celulares que permitem a entrada da glicose nas células para ser utilizada como combustível para produção de ATP (energia).

Ao longo do tempo com excesso crónico de consumo de açúcar as células começam a ficar resistentes à insulina ou seja deixam de reconhecer a insulina e os canais de glicose permanecem fechados à entrada na célula, provocando uma acumulação excessiva de glicose na corrente sanguinea. Tudo isto é consequência de maus hábitos alimentares e estilo de vida.

Tipos de diabetes

A diabetes mellitus é a doença causada pelo excesso de glicose (açúcar) na corrente sanguínea. Existem dois tipos de diabetes, a saber:

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Diabetes mellitus tipo 1

O que é a diabetes tipo 1?

Diabetes tipo 1 é uma doença crónica que ocorre quando o pâncreas produz muito pouca ou nenhuma insulina. A insulina é uma hormona que ajuda o corpo a absorver e utilizar glicose dos alimentos. Sem insulina, os níveis de glicose tornam-se mais elevados que o normal.

Diabetes mellitus tipo 2

O que é a diabetes tipo 2?

Diabetes tipo 2 é uma doença crónica que ocorre por uma combinação de produção insuficiente de insulina e/ou resistência do corpo à mesma ou seja, o paciente produz menos insulina do que deveria e ela ainda funciona mal.

Também acontece que em muitos casos a produção de insulina é suficiente em quantidade mas não em qualidade pois deixa de ser reconhecida pelas células (resistência à insulina). O diabetes tipo 2 está intimamente ligado aos maus hábitos alimentares, sedentarismo e ao excesso de peso.

Quantos diabéticos existem no mundo?
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risco de diabetes

Quais os 9 sintomas iniciais da diabetes?

Excesso de urina

O excesso de urina, chamado em medicina de poliúria, é um dos primeiros sinais e sintomas da diabetes. Quando há uma elevada concentração de glicose no sangue, geralmente acima de 180mg/dl, o corpo precisa arranjar meios de eliminar este excesso; o caminho mais fácil é pelos rins, através da urina.

Como não podemos urinar açúcar puro, o rim precisa de o diluir com água para poder eliminá-lo. Portanto, quanto maior for a glicemia (concentração de glicose no sangue), mais urina o doente eliminará.

Sede excessiva

Se o doente diabético urina em excesso, ele perderá mais água do que era suposto, ficando desidratado. A sede é o principal mecanismo de defesa do organismo contra a desidratação.

O doente diabético que não controla sua glicemia, seja por má adesão ao tratamento ou simplesmente porque ainda não descobriu que tem diabetes, acaba por entrar num ciclo vicioso. O excesso de glicose aumenta a quantidade de água perdida na urina, fazendo o paciente urinar com grande frequência.

A perda de água causa desidratação, que por sua vez desencadeia uma sede excessiva. O paciente bebe muita água, mas como a glicose continua muito alta no sangue, ele continua a urinar com muita frequência.

Cansaço

O cansaço crónico é outro sintoma comum da diabetes e ocorre por duas razões, a saber:

  • Pela desidratação, cujo mecanismo foi acima explicado.
  • Pela incapacidade das células em receber glicose.

A glicose é a principal fonte de energia das células. Quem promove a entrada de glicose do sangue para dentro das células é a insulina, que na diabetes tipo 1 é inexistente e no diabetes tipo 2 não funciona bem.

Sendo assim, a diabetes mellitus caracteriza-se essencialmente pela incapacidade do organismo em transportar glicose para as células, reduzindo a capacidade de produção de energia do nosso corpo.

Perda de peso

A perda de peso é um sintoma muito comum na diabetes tipo 1. Pode também ocorrer também na diabetes tipo 2 mas não é tão frequente.

A insulina também é a hormona responsável pelo armazenamento de gordura e pela síntese de proteínas no organismo. Como na diabetes tipo 1 há ausência de insulina, o doente deixa de armazenar gordura e de produzir músculo.

Além disso, como não há glicose para gerar energia, as células acabam por necessitar de a produzir através da quebra de proteínas e da gordura armazenada no nosso corpo. Portanto, o corpo sem insulina não gera músculos nem gorduras e ainda precisa de consumir as reservas existentes.

Na diabetes tipo 2 como há insulina circulante, estes efeitos são menos evidentes. Além disso, na diabetes tipo 2 a resistência à acção da insulina vai-se desenvolvendo lentamente ao longo dos anos, ao contrário da diabetes tipo 1, que cessa a produção de insulina de modo relativamente rápido. Na verdade, o diabetes tipo 2 está associado ao excesso de peso, que é a principal causa da resistência à insulina.

Fome excessiva

Como as células não conseguem glicose para produzir energia, o corpo interpreta este fato como se o doente estivesse em jejum. O organismo precisa de energia e o único modo que ele conhece para obtê-la é através da alimentação.

Uma das características do emagrecimento da diabetes é que ele ocorre apesar do doente se alimentar com frequência. O problema é que a glicose ingerida não é aproveitada e acaba por ser perdida na urina.

Na diabetes tipo 1 inicialmente há aumento da fome, mas em fases mais avançadas o paciente torna-se anorético, o que contribui ainda mais para a perda de peso.

Visão turva

Um sintoma muito comum da diabetes é a visão turva. O excesso de glicose no sangue causa um inchaço do cristalino, a lente do olho, mudando a sua forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco, o que torna a visão embaçada.

A visão costuma ficar turva quando a glicemia está muito elevada, voltando ao normal após o controle da diabetes. Esta alteração nos olhos não tem nada a ver com a retinopatia diabética, a complicação oftalmológica que pode surgir após anos de diabetes.

Cicatrização deficiente

O excesso de glicose no sangue, de modo crónico, causa inúmeros distúrbios no nosso organismo. A dificuldade em cicatrizar feridas ocorre por uma diminuição da função das células responsáveis pela reparação dos tecidos, diminuição da proliferação celular e dificuldade em produzir novos vasos sanguíneos.

Infecções

A diabetes também leva a distúrbios no sistema imunológico, por alterar o funcionamento das células de defesa. O diabético pode ser considerado um doente imunodeprimido e apresenta maior risco de desenvolver infecções, nomeadamente:

  • Infecção urinária (ex: cistite),
  • Infecções de pele (ex: erisipela e celulite),
  • Infecções fungicas (ex: candidiase)
  • Infecções respiratórias (ex: pneumonia).

Cetoacidose diabética

A cetoacidose diabética é uma complicação da diabetes tipo 1, sendo muitas vezes o primeiro sinal da doença. Como há ausência de insulina, as células não recebem glicose e precisam de arranjar outra fonte para gerar energia. A solução é queimar gordura e músculos.

O problema é que estas duas fontes alternativas não geram tanta energia como a glicose e ainda produzem uma quantidade imensa de ácidos (chamados de cetoácidos), o que leva à cetoacidose.

A cetoacidose diabética costuma ocorrer quando os níveis de glicose no sangue ultrapassam os 500mg/dl e é uma emergência médica porque faz com que o pH do sangue caia a níveis perigosos, podendo levar à morte. Os sinais e sintomas da cetoacidose são os seguintes:

  • Náuseas,
  • Vômitos,
  • Dor abdominal,
  • Confusão mental,
  • Prostração,
  • Dificuldade respiratória.

Glicose, qual o valor normal?

Os valores normais de glicose no sangue são os seguintes:

  • Glicose em jejum – 70 a 110 mg/dl de sangue

Diagnóstico da diabetes, valores de referência

O diagnóstico da diabetes faz-se com base nos seguintes valores de referência de glicose (ou glucose) po mililitro de sangue (mg/ml):

  • Anomalia da Glicose em jejum:  ≥110 e <126 mg/dl de sangue;
  • Diabetes mellitus:  ≥126 mg/dl de sangue;
  • Diabetes gestacional (na grávida):  ≥92 e <126 mg/dl de sangue.

Hemoglobina glicada, HbA1c

Hemoglobina Glicada, também abreviada como Hb A1c, é uma forma de hemoglobina presente naturalmente nos eritrócitos humanos que é útil na identificação de altos níveis de glicemia durante períodos prolongados.

Este tipo de hemoglobina é formada a partir de reacções não enzimáticas entre a hemoglobina e a glucose. Quanto maior a exposição da hemoglobina a concentrações elevadas de glucose no sangue, maior é a formação dessa hemoglobina glicada.

A partir da comparação dos valores de hemoglobina glicada com os valores médios de glucose plasmáticas em humanos, foi possível a construção da seguinte tabela:

Hemoglobina_glicada_HbA1c melhorsaude.org melhor blog de saude

HbA1c como se forma?

Em casos normais, o tempo médio de vida de um glóbulo vermelho é de cerca 120 dias. Durante este período, a hemoglobina presente dentro dos glóbulos vermelhos fica exposta a certos elementos como a glicose plasmática.

Desta forma e dependendo da concentração de glucose plasmática, a glucose vai reagir com a hemoglobina de forma espontânea e não enzimática, formando-se assim a hemoglobina glicada. Esta reacção é irreversível. Este fenómeno é mais marcante em indivíduos com diabetes não controlados, pois os seus níveis de glucose plasmática são mais elevados que o normal.

Bioquimicamente, a glucose reage com as cadeias β da hemoglobina do tipo A (α2β2). Este tipo de hemoglobina é, de longe, a que se encontra em maiores concentrações em indivíduos adultos normais (mais de 95%). Da designação de hemoglobina A1c, o “c” representa a fracção de hemoglobina glicada separada da restante hemoglobina não glicada.

Utilidade clínica da HbA1c

Sendo a reacção irreversível, a hemoglobina glicada permite identificar a concentração média de glicose no sangue durante períodos longos de tempo, ignorando alterações de concentração episódicas.

Isto é útil no diagnóstico de diabetes, mesmo que o doente se abstenha de consumir produtos com glucose dias antes da consulta, de forma a esconder a sua situação ou a incorrecta ingestão de alimentos, tendo em conta a sua condição.

Também se evita assim que certos factores que alteram a concentração de glucose do sangue por curtos períodos (como por exemplo, o stress) possam indicar um falso diagnóstico.

HbA1c, importante estudo

Um abrangente estudo sueco, publicado em 2012, demonstrou que a diminuição de 1% nos valores de hemoglobina glicada em diabéticos idosos pode representar até 50% a mais de tempo de vida.

O estudo:  New aspects of HbA1c as a risk factor for cardiovascular diseases in type 2 diabetes: an observational study from the Swedish National Diabetes Register (NDR).

A pesquisa acompanhou mais de 12 mil pessoas ao longo de quatro anos e positivamente correlacionou taxas 50% menores de mortes devidas a doenças cardiovasculares à diminuição nos valores de HbA1c.

Glicação vs glicosilação, qual a diferença?

A glicosilação é um processo enzimático, responsável pela ligação de açúcares a proteínas, lipídeos e outras moléculas orgânicas, produzindo diversos importantes biopolímeros,

A glicação é um processo espontâneo, não-enzimático e não controlado em que ocorre alteração de moléculas como por exemplo proteínas em consequência de excessiva exposição e ligação a açúcares, como em casos de hiperglicemia (demasiado açúcar no sangue)

A glicação é portanto um processo muito mais prejudicial que pode causar imensos problemas de saúde dificeis de diagnosticar.

Stress cortisol e diabetes

A relação e influência do stress e dos niveis de cortisol associados podem ter enorme importância no aparecimento e descontrolo da diabetes!

Clique na imagem abixo para saber tudo:

DIABETES E STRESS melhorsaude.org melhor blog de saude

Inibidores da bomba de protões (IBP) e risco de diabetes tipo 2

Os inibidores da bomba de protões (IBP) muito usados para diminuir a acidez do estômago, são medicamentos eficazes e seguros quando corretamente utilizados. O seu uso prolongado pode causar diversos efeitos adversos, entre os quais alterações do microbioma intestinal. Este tipo de alterações tem vindo a ser associado à patogénese de doenças metabólicas, como a diabetes.

Os autores analisaram prospectivamente três estudos de coortes, num total de 204 689 participantes, concluindo que os utilizadores regulares de IBP tinham um risco de desenvolver diabetes 24% superior aos não utilizadores (taxa de risco (HR) de 1,24), risco este que aumentava com maior duração de uso dos IBP.

Estudo: Regular use of proton pump inhibitors and risk of type 2 diabetes: results from three prospective cohort studies

Jejum e diabetes

Existem casos documentados de enormes benefícios do jejum em alguns diabéticos! Não será para todos mas vale bem a pena falar no assunto ao seu médico… se ele tiver abertura de “espírito” e conhecimento acima da média…!

Clique na imagem abaixo para conhecer casos extraordinários:

JEJUM E DIABETES melhorsaude.org melhor blog de saude

Concluindo

A Diabetes é uma doença que no século XXI tenderá a ser epidémica! Trata-se de uma doença grave que afecta muitos orgãos importantes do nosso corpo e pode levar a uma diminuição drástica da qualidade de vida.

Controle periodicamente ( 1 a 2 x ano ) os seus niveis de Glicose e se sentir algum dos sintomas iniciais descritos neste artigo teste de imediato para despistar ou tratar atempadamente a diabetes. Nunca é demais lembrar que uma alimentação mais saudável e exercício físico frequente são a sua melhor protecção contra esta doença!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências

Por favor PARTILHE ESTE ARTIGO e ajude imensas pessoas a reconhecer e tratar atempadamente uma doença que pode ser muito grave!

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Top 20 laboratórios farmacêuticos mais poderosas!

Top 20 multinacionais farmacêuticas mais poderosas do mundo! Quais os medicamentos mais lucrativos do mundo? A indústria farmacêutica rapidamente assumiu o centro do palco quando a COVID-19 apanhou o mundo desprevenido no início do ano passado. À medida que 2020 avançava, as farmacêuticas fabricantes de medicamentos lutaram contra o coronavírus por um lado e, por outro, enfrentaram interrupções pandêmicas, para a fabricação, marketing, I&D e receitas semelhantes.

Embora o mundo agora tenha desenvolvido medicamentos e vacinas contra a COVID-19, a crise ainda não acabou. Os fabricantes de medicamentos e vacinas estão a flexibilizar as cadeias de fornecimento e a desenvolver capacidade de produção para ajudar o mundo a combater a pandemia e ainda tentando encontrar novos tratamentos e vacinas.

Este ranking elaborado pela Fierce Pharma classifica as 20 maiores farmacêuticas por receitas globais em 2020. Apesar dos desafios associados à pandemia, as empresas atenderam às suas expectativas financeiras no ano passado, à medida que os medicamentos continuavam a chegar aos pacientes, apesar dos bloqueios e do distanciamento social. Além disso, a pandemia ofereceu uma oportunidade para a indústria farmacêutica reabilitar o seu problema de imagem pública visto que a população, em geral, considera que o setor é motivado principalmente pelo lucro e alguma “ganância”!

Embora a lista das 20 maiores multinacionais farmacêuticas por volume de vendas não seja muito diferente de ano para ano, os observadores farmacêuticos astutos podem ver algumas diferenças percetíveis nas classificações de 2020 em relação ao relatório do ano passado.

Por exemplo, a Pfizer caiu 5 posições, para a 8ª posição, ao concluir o negócio para desmembrar a Upjohn. A AbbVie ganhou 3 posições e alcançou o top 5 graças à compra da Allergan. A Allergan, a 19ª empresa em 2019, deixou de estar na lista. A Bristol Myers Squibb (BMS), depois de comprar a Celgene, ganhou 4 posições e alcançou a sétima posição.

É assim que as megafusões da indústria farmacêutica remodelam o setor. No futuro, esses negócios podem enfrentar um maior escrutínio graças a uma iniciativa recém-revelada da FTC.

Também medicamentos desenvolvidos em parceria entre grandes multinacionais farmacêuticas são uma realidade. Como exemplo na tabela top 20 descrita mais abaixo neste artigo, aparece o medicamento anticoagulante Eliquis, desenvolvido pela parceria Bristol-Myers Squibb/Pfizer, cujo princípio ativo é o apixabano. Este medicamento ajuda a prevenir a formação de coágulos no sangue através do bloqueio do Fator Xa, que é um importante componente da formação de coágulos.

O única entrada nova no top 20 deste ano é o nº 20 Astellas. A empresa gerou mais de US $ 11 bilhões em 2020, o suficiente para classificá-la acima de outras multinacionais farmacêuticas de médio porte, como Regeneron, Vertex e Alexion.

O ranking das farmacêuticas de 2021 provavelmente trará mais mudanças. As empresas com medicamentos e vacinas de sucesso para a COVID-19 estão na fila para um grande aumento de receita, incluindo a Pfizer e a sua projeção de receita de US $ 15 bilhões para a vacina parceira da BioNTech.

A Moderna, por sua vez, disse que poderia ganhar mais de US $ 11 bilhões com a sua vacina para a COVID-19. A empresa comercializa apenas esse produto, de momento, mas poderia alcançar as 20 primeiras classificações em 2021 com base apenas no sucesso da vacina.

Farmacêuticas mais poderosas TOP 20

Descrevo de seguida a espantosa lista das Top 20 multinacionais farmacêuticas mais poderosas do mundo em 2020:

  1. Johnson & johnson (82,6 biliões USD)
  2. Roche
  3. Novartis
  4. Merck & Co
  5. Abbvie
  6. GlaxoSmithKline
  7. Bristol Myers Squibb
  8. Pfizer
  9. Sanofi
  10. Takeda
  11. Astrazeneca
  12. Bayer
  13. Amgen
  14. Gilead Sciences
  15. Eli Lilly & Co
  16. Boehringer Ingelheim
  17. Novo Nordisk
  18. Teva
  19. Biogen
  20. Astellas (11,51 biliões USD)

TOP 20 tabela de detalhes

RankEmpresa farmacêutica2020 Receita em biliões USDPaísMedicamentos
mais relevantes
1Johnson & Johnson$82.6
($82.1 em 2019)
EUA
New Brunswick, New Jersey
Stelara, Tremfya, Darzalex, Imbruvica, Remicade, Zytiga
2Roche$62.05 ($65.40 em 2019)Suíça
Basel
Ocrevus, Tecentriq, Pralsetinib, Evrysdi, Herceptin, Avastin, Rituxan, Alecensa
3Novartis$48.66 ($47.45 em 20219)Suíça
Basel
Leqvio, Kesimpta, Evrysdi, Cosentyx, Entresto
4Merck & Co$48.00 ($46.84 em 2019)EUA
Kenilworth, New Jersey
Keytruda, Januvia, Gardasil, Varivax, Pneumovax
5AbbVie (comprou Allergan)$45.80 ($33.27 em 2019)EUA
North Chicago, Illinois
Humira, Botox, Vraylar, Restasis, Linzess, Skyrizi, Rinvoq, Imbruvica, Venclexta, Mavyret, Creon 
6Glaxo SmithKline$43.77 ($43.32 em 2019)UK
Brentford
Shingrix, Trelegy, Nucala, Cabenuva, Zejula
7Bristol Myers Squibb$42.52 ($26.15 em 2019)EUA
New York
Revlimid, Orencia, Sprycel, Yervoy, Abraxane, Eliquis, Opdivo, Zeposia, Rebozyl
8Pfizer (fusão com a Upjohn)$41.9  ($51.75 em 2019)EUA
New York
Vyndaqel, Eliquis, Ibrance, Xeljanz, Xtandi, Enbrel, Prevnar 13, Chantix, Lorbrena
9Sanofi$41.08 ($40.46 em 2019)França
Paris
Dupixent, Sarclisa, Libtayo
10Takeda$29.25 ($30.27 em 2019)Japão
Tokyo
Entyvio, Alunbrig, Velcade, Ninlaro, Adcetris, Iclusig, Alunbrig,  Firazyr,  Takhyzro, TAK-003,  TAK-721, Maribavir
11AstraZeneca$26.62 ($24.38 em 2019)UK
Cambridge
 Imfinzi, Tremelimumab, Pulmicort, Tagrisso, Lynparza, AZD1222 (vacina Covid-19)
12Bayer$25.71 ($26.59 em 2019)Alemanha
Leverkusen
Eylea, Xarelto, Nubeqa, Vitrakvi
13Amgen$25.42 ($23.36 em 2019)EUA
Thousand Oaks, California
Neulasta, Neupogen, Sensipar, Aimovig, Evenity, Amgevita, Otezla, Sotorasib, Tezepelumab
14Gilead Sciences$24.69 ($22.45 em 2019)EUA
Foster City, California
Veklury (antiviral contra a Covid-19), Biktarvy, Genvoya, Descovy, Odefsey, Magrolimab
15Eli Lilly & Co.$24.54 ($22.32 em 2019)EUA
Indianapolis, Indiana 
Bamlanivimab + Etesevimab (anticorpos monoclonais humanos contra a Covid-19), Jardiance, Emgality, Olumiant, Donanemab (Alzheimer), Tirzepatide 
16Boehringer Ingelheim$22.29 ($21.64 em 2019)Alemanha
Ingelheim
Jardiance (em parceria Eli Lilly), Spiriva, Ofev, Tislelizumab
17Novo Nordisk$20.24 ($19.57 em 2019)Dinamarca
Bagsværd
Rybelsus (novo), Ozempic, Victoza, Saxenda.
18Teva$16.66 ($16.89 em 2019)Israel
Petah Tikva
Copaxone, Ajovy (enxaqueca), Austedo (doença de Huntington), Azilect, Pro-Air Digihaler, AirDuo Digihaler, ArmonAir Digihaler
19Biogen$13.44 ($14.38 em 2019)EUA
Cambridge, Massachusetts 
Aducanumab (Alzheimer), Spinraza, Tecfidera.
20Astellas$11.51 ($11.83 em 2019)Japão
Tóquio
Padcev (enfortumab), Roxadustat, Xtandi (parceria com Pfizer), Xospata (parceria com SeaGen)
Fonte: Fierce Pharma

Concluindo

O top 20 das mais poderosas multinacionais farmacêuticas do mundo é completamente dominado pelo Estados Unidos da América com 9 farmacêuticas nesta lista. Nos 20 lugares de destaque aparecem também a Suíça, Alemanha, UK, França, Japão, Dinamarca e Israel.

Esta lista revela uma verdade flagrante sobre o enorme poder de inovação, liderança e influência que apenas 8 países conseguem impor ao resto do mundo… para o bem e para o mal.

Embora não sendo ingênuo, como Farmacêutico Europeu, fico de certa forma mais tranquilo por saber que todo este poder, mesmo com os seus interesses próprios, ás vezes ocultos… apesar de tudo está concentrado em países com democracias consolidadas da Europa, EUA e Japão, sendo que a democracia é o pior sistema político à exceção de todos os outros… até prova em contrário!

Referências

Candidíase corrimento vaginal e mau odor



Candidíase corrimento vaginal e mau cheiro toda a verdade! A candidíase e o corrimento vaginal é mais frequente do que se julga. A candidíase vaginal ou infeção fúngica vaginal é um problema desagradável e incómodo, que mesmo não sendo grave, deve ser sempre tratado. Este artigo pretende ajudar todas as mulheres a reconhecerem atempadamente e tratarem melhor este problema de saúde frequente.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

    • Candidíase vaginal o que é?
    • Que parte da vagina é afetada?
    • Como se desenvolve a candidíase?
    • Quais os sintomas?
    • Quais as mulheres mais em risco?
    • Quais as causas de candidíase?
    • O que é falso acerca da candidíase?
    • Qual o melhor tratamento?
    • Como se pode prevenir?
    • O que acontece na gravidez?
    • O seu parceiro também deve ser tratado?
    • Quais os sintomas nos homens?
    • Quais os sintomas de Balanite?
    • Como se distingue uma infecção fúngica vaginal de uma infecção urinária?
    • Como identificar outras infecções vaginais?
    • Em que  circunstâncias deve consultar o médico?
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Candidíase vaginal o que é?

A candidíase vaginal é uma infeção causada por um fungo chamado Candida albicans. Este fungo está normalmente presente no nosso organismo, onde vive tranquilamente sem provocar quaisquer danos. Todavia, se o pH natural da vagina sofrer qualquer alteração, o que acontece com relativa facilidade, este fungo pode multiplicar-se e desenvolver-se uma candidíase vaginal.

Candida Albicans que parte da vagina afeta?

A Candida Albicans afeta as seguintes partes da vagina:

  • Vulva (parte exterior da vagina)
  • Vagina

Uma higiene íntima adequada contribui favoravelmente para a prevenção de candidíase vaginal. Mas há outras causas, que a dado momento podem causar desequilíbrio na flora vaginal e favorecer a multiplicação dos fungos.

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Causas

Bipolar mania e euforia toda a verdade!

Bipolar, doença bipolar ou doença maníaco-depressiva é caracterizada por uma alternância anormal de crises de euforia, mania e depressão! International Society for Bipolar Disorders qual a diferença entre doença bipolar e esquizofrenia? Quais os sintomas? Quais as causas? Como tratar? Como estabilizar uma crise? A família e amigos como pode ajudar? Como prever e prevenir as crises?

Segundo palavras de um dos membros da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB) e passo a citar: “Quanto mais pessoas perceberem que as perturbações do humor são doenças passíveis de tratamento médico – e não um defeito de carácter ou uma malformação da personalidade – mais poderemos minimizar os graves prejuízos humanos e económicos inevitavelmente associados a estas doenças.”

Estudos de elevado interesse sobre a doença bipolar:

Este artigo vai ao encontro de vários pedidos dos nossos leitores para tratar este tema. Pretende ser um contributo importante para clarificar muitas dúvidas sobre a doença bipolar e a diferença comparativa com outras doenças mentais como a esquizofrenia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Doença bipolar, o que é?
  • Bipolar: Quais os sintomas?
  • Crise de mania: Quais os sinais?
  • Sintomas de uma crise de depressão, quais são?
  • Bipolar: Quanto tempo dura uma crise?
  • Bipolar: É possível prever a crise?
  • Idade: Em que idade surge a doença?
  • Quantas pessoas são bipolares?
  • Causas da doença Bipolar, quais as mais relevantes?
  • Depois de uma crise volta-se ao normal?
  • Tratamento: Existe cura? Como tratar as crises?
  • Medicamentos, quais mais utilizados?
  • Família e amigos: Qual a importância da consciencialização?
  • Crise de elevação de humor: Como lidar?
  • Como reduzir os efeitos de um ponto alto?
  • Como preparar uma estratégia de antecipação?
  • Euforia, O que fazer quando começa?
  • Quais os sinais de alerta quando se está em subida?
  • Mania e hipomania: O que não deve esquecer?
  • Porquê tomar medidas quando se está em hipomania?
  • Estabilizar a doença bipolar, mas como?
  • Como evolui a doença bipolar?
  • Tratar a doença bipolar, como?
  • Medicamentos mais importantes quais são?
  • Estabilizadores do humor, o que são?
  • Quais são principais estabilizadores do humor?
  • Quando deve consultar novamente o médico?
  • Quando pode parar a medicação?
  • Esquizofrenia e doença bipolar: Qual a diferença?

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No final disponibilizamos, na nossa área reservada, relatório sobre saúde mental em Portugal vs Europa e EUA. Conheça os dados e tabelas mais surpreendentes desse relatório!




Doença Bipolar o que é?

Bipolar ou Doença Bipolar, tradicionalmente designada Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e «mania». Qualquer dos dois tipos de crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a sua frequência bastante variável. As crises podem ser graves, moderadas ou leves.
As viragens do humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade.

Sintomas

Os sintomas podem variar rapidamente entre uma crise de mania (euforia) e uma crise de depressão.

Crise de mania

O principal sintoma de «MANIA» é um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, sociável, ativa, faladora, autoconfiante, inteligente e criativa. Com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem surgir alguns ou todos os seguintes sintomas:

    • Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não acatam os seus desejos e vontades;
    • Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é muito rápida, com mudanças frequentes de assunto;
    • Reação excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a mal comentários banais;
    • Aumento de interesse em diversas atividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas;
    • Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;
    • Energia excessiva, possibilitando uma hiperatividade ininterrupta;
    • Diminuição da necessidade de dormir;
    • Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas;
    • Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal;
    • Perda da noção da realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes»;
    • Abuso de álcool e de substâncias.

Crise de depressão

O principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero. Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos seguintes sintomas:

    • Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da autoestima. Pode ficar-se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los;
    • Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva;
    • Pensamento lento, esquecimentos, dificuldade de concentração e em tomar decisões;
    • Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos;
    • Preocupação excessiva com queixas físicas, como por exemplo a obstipação;
    • Agitação, inquietação, sem conseguir estar sossegado ou perda de energia, cansaço, inação total;
    • Alterações do apetite e do peso;
    • Alterações do sono: insónia ou sono a mais;
    • Diminuição do desejo sexual;
    • Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz;
    • Ideias de morte e de suicídio; tentativas de suicídio;
    • Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias;
    • Perda da noção de realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes» com conteúdo negativo e depreciativo;

Por vezes o/a doente tem, durante a mesma crise, sintomas de depressão e de «mania», o que corresponde às crises mistas.

Quanto tempo dura uma crise?

Varia muito. A pessoa pode estar em fase maníaca ou depressiva durante alguns dias, ou durante vários meses. Os períodos de estabilidade entre as crises podem durar dias, meses ou anos. O tratamento adequado encurta a duração das crises e pode preveni-las.

Prever as crises

Para algumas pessoas, sim. Umas terão uma ou duas crises durante toda a vida, outras pessoas recaem repetidas vezes em certas alturas do ano (caso não estejam tratadas!). Há doentes que têm mais do que 4 crises por ano (ciclos rápidos).

Idade

Pode começar em qualquer altura, durante ou depois da adolescência.

Quantas pessoas sofrem de doença bipolar?

Aproximadamente 1% da população sofrem da doença, numa percentagem idêntica em ambos os sexos ou seja em Portugal cerca de 100.000 pessoas.

Causas da doença

Há vários fatores que predispõem para a doença, mas o seu conhecimento ainda é incompleto.
Os fatores genéticos e biológicos (na química do cérebro) têm um papel essencial entre as causas da doença, mas o tipo de personalidade e os stresses que a pessoa enfrenta desempenham também um papel relevante no desencadeamento das crises.

Depois de uma crise volta-se ao normal?

Em geral, sim. No entanto, devido às consequências dramáticas que as crises podem ter, no plano social, familiar e individual, a vida da pessoa complica-se e perturba-se muito, restringindo de forma marcante a sua capacidade de adaptação e autonomia.
O tratamento adequado para a prevenção das crises se forem graves e/ou frequentes é essencial para evitar os muitos riscos inerentes à doença.

Tratamento para as crises

Não há nenhum tratamento que cure a doença por completo. No entanto, há grandes possibilidades de controlar a doença, através de medicamentos estabilizadores do humor, cuja ação terapêutica diminui muito a probabilidade de recaídas, tanto das crises de depressão como de «mania».

Medicamentos mais utilizados

Os medicamentos mais utilizados para controlar a doença bipolar, principalmente nas crises de mania, são os estabilizadores do humor. As crises depressivas tratam-se com antidepressivos.

Estabilizadores do humor

Os mais utilizados estabilizadores do humor para controlar as crises de mania pertencem a 3 grupos distintos de medicamentos, a saber:

  • Antipsicóticos
  • Anticonvulsivantes
  • Lítio

Antipsicóticos ou neurolépticos

São primariamente usados na psicose, esquizofrenia por exemplo, mas provaram ter um efeito estabilizador de humor na Perturbação Bipolar. Exemplos mais usados:

    • Olanzapina ( Zyprexa®),
    • Risperidona (Risperdal®),
    • Quetiapina (Seroquel®),

Anticonvulsivantes

São primariamente usados na epilepsia mas provaram ter um efeito estabilizador de humor na Perturbação Bipolar. Exemplos mais usados:

    • Lamotrigina (Lamictal®),
    • Valproato (Diplexil®, Depakine®),
    • Carbamazepina (Tegretol®),
    • Ziprasidona (Zeldox®).

Lítio

Estabilizador de Humor. Exemplo:

  • Carbonato de Lítio (Priadel®)

Antidepressivos

As crises depressivas tratam-se com antidepressivos, tais como:

    • Fluoxetina,
    • Sertralina,
    • Venlafaxina,
    • Paroxetina,

As crises de mania tratam-se com os estabilizadores do humor atrás referidos e com os medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos típicos e atípicos em função do doente e gravidade das crises. Naturalmente, o apoio psicológico individual e familiar é um complemento indispensável para o tratamento.
As crises graves obrigam a tratamento hospitalar em muitos casos.

Familiares e amigos

A noção de doença mental na opinião pública é, em geral, muito confusa e pouco correta. Verifica-se uma tendência para considerar negativamente as pessoas que sofrem de doenças psiquiátricas e é frequente a ideia de que as doenças mentais são qualitativamente diferentes das outras doenças. É muito comum imaginar que há uma «doença mental» única («a doença mental»), atribuindo às pessoas que tenham sofrido crises, um prognóstico negativo de incurabilidade, aferido erradamente pelos casos de doentes mentais mais graves e crónicos. Por vezes o diagnóstico médico das diferentes doenças psiquiátricas não se faz na altura própria, por variadas razões, e isso acontece, com alguma frequência, na Doença Bipolar.

O conhecimento, mesmo que simplificado, das características da Doença Bipolar facilita a seu reconhecimento aos próprios (que a sofrem) e aos outros, possibilitando uma maior ajuda a muitas pessoas que carecem de um tratamento médico adequado e de uma solidária compreensão humana.
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Crise de elevação de humor

Fatores mais importantes

Os fatores mais importantes a ter em conta numa crise de elevação de humor são:

    • O reconhecimento precoce dos sinais de crise;
    • Saber o que fazer quando a pessoa começa a sentir-se em crise.

Um “alto” ou um episódio de elevação do humor (mania/hipomania) afeta cada pessoa em velocidades variadas. Se excetuarmos os casos de início muito rápido, é possível para as pessoas com Doença Bipolar (maníaco-depressiva) aprender a reconhecer os sinais de crise para agir de forma a reduzir a gravidade e impacto da crise. Se passar pela hipomania antes de entrar na verdadeira mania, tem uma grande vantagem pois este período de leve elevação do humor possibilita-lhe a adoção de estratégias de prevenção adequadas.

Reduzir os efeitos de um ponto alto

De uma forma geral aplicam-se os mesmos conselhos a situações de hipomania e de mania.

Estratégia de antecipação

Mantenha-se em contacto com o seu médico. Se aprendeu a reconhecer os sinais de crise pode discutir com ele os benefícios de uma automedicação de prevenção de crise e guardar uma reserva de medicamentos para este propósito (seguindo a indicação médica!).
Considere a hipótese de estabelecer um contrato com os seus amigos e familiares mais próximos acerca do que poderão fazer se acharem que está a entrar em crise.
Combine, para essa fase, entregar a algum deles o seu cartão de crédito e o livro de cheques.
Se tem a tendência de fazer grandes despesas em telefonemas, este problema deve ser discutido quando se encontra estável.

Euforia o que fazer?

Consulte o seu médico o mais depressa possível para um ajustamento na medicação. Veja se deve parar algum medicamento antidepressivo que pode estar a precipitar ou a agravar a crise. Se já está a tomar um neuroléptico (antipsicótico), pode haver a necessidade de aumentar a respetiva dose. Se não estiver a tomar, poderá carecer dessa medicação, acrescentada à sua medicação de estabilização habitual com o Lítio, o Divalproato, a Carbamazepina, a Lamotrigina e a Olanzapina.
Evite situações que o possam excitar e criar-lhe problemas ou complicações, como saídas, festas, reuniões, contactos com muitas pessoas, trabalho. Canalize a sua energia para atividades mais tranquilas, que não estimulem e excitem, como escrever, pintar ou praticar exercício físico (com moderação).
Apesar de não ter vontade de descansar, necessita de o fazer. Pequenos períodos de repouso são muito positivos.

    • Escute os que lhe estão próximos – pergunte-lhes como o acham;
    • Não se esqueça de comer;
    • Obtenha ajuda quando necessita, para ir às compras, por exemplo;
    • Planeie o seu dia com o mínimo de atividades, e não ceda à tentação de acrescentar demasiadas tarefas;
    • Evite o café, o chá ou a coca-cola, pois são estimulantes;
    • Evite o álcool;
    • Não conduza.

Se a sua hiperatividade mental lhe produz dificuldades de concentração, faça uma lista das questões essenciais a não esquecer.
Certifique-se que as pessoas da sua lista de apoio sabem que está “acelerado” e que pode precisar de ajuda. Recorde-se de que falar durante longos períodos vai desgastá-lo a si, aos seus amigos, familiares e contactos profissionais. Uma nota escrita permite-lhe concentrar-se no essencial a dizer à pessoas. Decidir limitar previamente o tempo de uma conversa pode ser também útil.
Se está cheio de ideias brilhantes, passe-as a escrito. Verifique a lista depois de estar estabilizado e decida quais as que fazem ainda sentido.

Sinais de alerta, quando se está em subida

    • Aumento de atividade física como, por exemplo, as suas tarefas estarem todas feitas às 7h da manhã.
    • Mente hiperativa, com aumento de intensidade de pensamentos ou emoções e uma maior rapidez verbal.
    • Dormir menos, acordando muito cedo, cheio de energia ou deitando-se muito tarde, sem saber quando parar.
    • Sentimentos de alegria, felicidade e excitação. Em algumas pessoas podem acompanhar-se de irritabilidade, medo, desconfiança ou paranoia (sentir que os outros estão contra si, o perseguem).
    • Sensações de vivência em uníssono com todas as pessoas, o mundo, e o universo.
    • Constante pressa com múltiplas tarefas ao mesmo tempo, sem conseguir terminar nenhuma.
    • Falar tão depressa que os outros não o conseguem acompanhar. Interrupção total ou quase total do discurso dos outros.
    • Manutenção de longas conversas, frequentemente divertidas e profundas, mesmo com estranhos. Passar horas ao telefone.
    • Esquecer-se de comer, por estar muito ocupado.
    • Subitamente tem muitas coisas para fazer, muitas pessoas para ver, muitos sítios onde ir, muitas ideias e planos, possivelmente acompanhados de esquemas ambiciosos para “fazer milhões” ou “salvar o mundo”.
    • Fazer coisas estranhas ao seu carácter, por exemplo, gastar muito dinheiro e agir de modo destravado no plano sexual.

Mania e hipomania o que não pode esquecer

O estado psíquico é muitas vezes agradável, tão intensamente, que há grande relutância em reconhecer que se possa estar doente. Na fase de hipomania a pessoa sente-se muito bem, ativa, produtiva, de tal modo que é difícil aceitar que está em evolução uma crise e que são necessárias medidas terapêuticas.
Pode reconhecer que está hipomaníaco, mas subestimar a gravidade da situação. Pode sentir-se confiante em que “desta” vez não vai cair numa crise grave de Mania. Devido ao seu estado psíquico pode não se importar em entrar em Mania.

Hipomania porquê tomar medidas?

As consequências para a sua vida e para as relações com as outras pessoas, como resultado dos seus atos na fase mais alta, ou mesmo, apenas em hipomania, podem ser dramáticas e muito prejudiciais. A euforia de uma fase de hipomania pode impedir uma consciencialização desses riscos.
A não ser que se tomem medidas adequadas, a crise pode evoluir para uma fase de Mania grave.
A viragem para a depressão segue-se muitas vezes à fase de Mania e é muitas vezes pior após uma fase grave de elevação.

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ESTABILIZAÇÃO DA DOENÇA BIPOLAR

Evolução da doença bipolar?

    • De que tipos de crises (acessos ou fases) sofrem as pessoas com Doença Bipolar?
    • Com que frequência voltam a ter recorrências, a sofrer novas crises?

Algumas pessoas têm um número igual de crises de euforia ou excitação irritável (mania) e de depressão. Outras têm principalmente crises de um tipo, de depressão ou de euforia. Em média, uma pessoa que sofre de Doença Bipolar tem quatro crises durante os primeiros 10 anos da doença. Embora possa haver um intervalo de anos entre duas ou três primeiras crises, a sua frequência é maior se não se fizer o tratamento estabilizador apropriado.

As crises podem corresponder às mudanças de estação em padrões variáveis, no “rebentar” e no “cair” da folha, no Inverno e no Verão. Algumas pessoas têm crises frequentes ao longo do ano, por vezes, mesmo, ciclos ininterruptos de euforia e depressão. As primeiras crises podem ser desencadeadas por fatores emocionais ou stress, mas à medida que a doença evolui, se a pessoa não fizer o tratamento estabilizador (preventivo), as crises podem surgir com maior frequência e sem fatores precipitantes dignos de relevo.

As crises podem durar dias, meses ou mesmo anos. Em média, sem tratamento, as fases de mania e hipomania (euforia leve) duraram poucos meses, enquanto as depressões arrastam-se muitas vezes por mais de seis meses.

Há designações especiais para cada forma de evolução da Doença Bipolar, a saber:

Bipolar I

A pessoa sofre crises de mania ou crises mistas(sintomas de depressão e mania misturados) e, quase sempre, também tem fases depressivas. As crises voltam a repetir-se exceto se fizer o tratamento preventivo.

Bipolar II

A pessoa tem crises depressivas graves e fases leves de elevação do humor (hipomania). As crises de elevação do humor podem não ser identificadas ou referidas porque o doente se sente “acima do normal” com muita energia e alegria, sem perturbações óbvias. Se o tratamento for só para a depressão, com uma medicação exclusivamente com antidepressivos, não se verifica uma estabilização, podendo surgir crises frequentes e uma viragem do humor.

Ciclos Rápidos

A pessoa tem pelo menos quatro crises por ano, em qualquer combinação de fases de mania, hipomania, mistas e depressivas. Corresponde a uma evolução que atinge entre 5 e 15% dos doentes com Doença Bipolar. Pode, em alguns casos, resultar de uma terapêutica demasiado intensiva e prolongada com antidepressivos, em vez da adequada terapêutica de estabilização do humor.

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TRATAMENTO DA DOENÇA BIPOLAR

Naturalmente, as indicações que aqui ficam são as essenciais para o reconhecimento da doença pelo doente e os familiares, mas não devem levar a minimizar o papel do médico psiquiatra, elemento chave no tratamento. Pelo contrário, o melhor conhecimento e reconhecimento da doença e dos aspetos gerais do tratamento visa permitir uma colaboração mais ativa entre todos, doente, família, médico psiquiatra, médico de família e outros técnicos de saúde (enfermeiro, psicólogo, técnico de serviço social).

No tratamento da Doença Bipolar há que ter em conta, por um lado, as fases agudas e, por outro, a estratégia de prevenção das crises. Quando o doente sofre uma crise de depressão, de mania, hipomania, ou mista, precisa de ser tratado na fase aguda com a terapêutica apropriada antidepressiva, anti-maníaca ou antipsicótica, sendo necessária, em muitos casos, a hospitalização no período crítico. Depois de tratada a fase aguda e na continuidade do seu tratamento, inicia-se a terapêutica preventiva das crises para evitar que voltem a ocorrer. Para que o tratamento seja eficaz é necessária uma medicação (tanto para a fase aguda como para a estabilização da doença), acompanhada de uma educação do doente e dos familiares (sobre a doença, os medicamentos, a necessidade de aderir ao tratamento, modificação de hábitos nocivos). Pode ser benéfico um apoio psicológico para o doente e seus familiares (como lidar com os problemas e o stress, etc).

Medicamentos mais importantes

Os medicamentos mais importantes no tratamento dos sintomas da Doença Bipolar são os estabilizadores do humor e os antidepressivos. Mas o médico pode ter necessidade de receitar outros medicamentos, como:

    • Antipsicóticos,
    • Ansiolíticos,
    • Hipnóticos.

Para a prevenção das crises e a estabilização da doença são essenciais os medicamentos designados, com toda a propriedade, estabilizadores do humor. É importante agora dar algumas informações sobre estes últimos medicamentos.

Estabilizadores do humor

Os medicamentos estabilizadores do humor são a base essencial da terapêutica preventiva das fases depressivas e eufóricas da Doença Bipolar. A sua descoberta e utilização revolucionou o tratamento da doença, permitindo a muitas pessoas o controle da Perturbação Bipolar através de uma prevenção das crises. A par desta acção terapêutica essencial, os estabilizadores do humor também são utilizados para o tratamento das crises de mania, hipomania e estados mistos e podem atenuar os sintomas de depressão.

Quais os mais usados atualmente?

Os estabilizadores do humor mais usados atualmente são principalmente os seguintes:

    • Valproato, (Diplexil R® e Depakine®);
    • Carbamazepina (Tegretol®).
    • Olanzapina (Zyprexa®)
    • Quetiapina (Seroquel®)

Cada um destes três estabilizadores do humor tem diferentes acções químicas no organismo. Se um não for eficaz no tratamento ou tiver efeitos adversos persistentes o médico tem a possibilidade de escolher outro, ou de combinar dois em doses que permitam uma melhor tolerância e eficácia. Há análises para determinar o nível sanguíneo dos três estabilizadores do humor, permitindo o controle correto da dose em cada doente.

Prevenção é a palavra-chave. Os estabilizadores do humor (lítio, Valproato, carbamazepina) são a base de prevenção. Cerca de um terço das pessoas com Doença Bipolar ficam completamente livres de sintomas com a manutenção estabilizadora apropriada. A maioria das pessoas beneficia de uma grande redução no número e na gravidade das crises. O médico poderá ter de fazer um acerto da medicação ou uma outra combinação terapêutica caso se continuem a verificar crises de mania ou depressão.

Consultar novamente o médico, quando?

Caso a medicação não seja 100% eficaz, não fique desencorajado: a informação rápida do médico sobre sintomas de instabilidade é essencial para um ajustamento terapêutico que previna a eclosão de uma crise. O doente nunca deve recear informar o médico sobre quaisquer mudanças de sintomas, pois dessa informação precoce depende o controle da doença. Contacte o médico sem demora se:

    • Sentir mudanças no sono,
    • Sentir aumento ou diminuição de energia,
    • Se sentir mudança no humor (alegria excessiva, irritabilidade ou tristeza),
    • Se sentir mudança no seu comportamento e relações com pessoas.

Quando se pode parar a medicação?

A manutenção da medicação é outro aspeto essencial. Os medicamentos controlam, mas não curam a Doença Bipolar. Ao parar a medicação estabilizadora, mesmo depois de muitos anos sem crises, há um sério risco de uma recaída passadas algumas semanas ou meses. E, em alguns doentes, a retoma da medicação pode não se acompanhar dos mesmos bons resultados anteriores. A decisão de interromper a medicação caberá ao médico, em função de circunstância que a tal aconselham, como é o caso de uma gravidez.

Esquizofrenia e doença bipolar

Muitas vezes, por desconhecimento, estas duas doenças são colocadas, pela população em geral, no mesmo saco, no entanto elas têm traços diferenciadores bem marcados, apesar de alguma medicação ser comum a ambas as doenças, nomeadamente alguns estabilizadores do humor de 2ª geração porque em ambas as doenças existem episódios de agressividade que necessitam de ser estabilizados.

Na doença bipolar existe uma alternância abrupta de estados de humor e frequentemente uma resposta exagerada a situações reais ou seja, por exemplo, uma reação de euforia desmedida a uma situação positiva mas que rapidamente pode dar lugar a uma depressão profunda em reação a um qualquer detalhe negativo que num contexto normal não teria qualquer relevância.

Na esquizofrenia existe com frequência um estado de depressão, agressividade ou medo a uma situação imaginária que não tem sustentação real, por exemplo, o doente suspeitar que está a ser perseguido e escutado por uma entidade ou pessoas que o querem prejudicar por ser uma ameaça para a sociedade! Muitas vezes o doente julga que a própria família o persegue! Existem também na esquizofrenia episódios de alucinações e delírios.

Concluindo

A doença mental inclui patologias estigmatizantes de muito difícil gestão pessoal, familiar, social e do ponto de vista médico. Continua a haver uma grande falta de informação da população sobre estas doenças e a melhor forma de as tratar. Os próprios doentes muitas vezes não as admitem e recusam-se a procurar ajuda médica. Os mais próximos ficam impotentes perante as crises graves e assistem com tristeza à destruição das amizades e das relações familiares. Este quadro já de si grave leva muitos doentes a ficarem ainda mais isolados piorando a sua condição de saúde. É urgente a informação clara, simples mas rigorosa da população em geral sobre as doenças mentais mais frequentes por forma a que os doentes procurem, de forma natural, ajuda e as suas famílias possam apoia-los corretamente.

A população tem de começar a aceitar a doença mental não de uma forma estigmatizante e receosa  mas sim como uma patologia que, como todas as outras, necessita apenas do tratamento adequado e quase sempre crónico à semelhança de inúmeras doenças do nosso tempo.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências:

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Iodeto de potássio radiação e profilaxia para acidentes nucleares

A invasão da Rússia à Ucrânia é um choque emocional absolutamente avassalador que não deixa espaço a indiferença e trás à nossa mente o fantasma da última grande guerra mundial e em particular as explosões atómicas de Hiroshima em 6 de agosto de 1945 e Nagasaki em 9 de agosto de 1945 que levaram, em 2 de setembro de 1945, à rendição do Japão. Setenta e seis anos depois vêm a público notícias relacionadas com a corrida desenfreada a medicamentos e suplementos contendo iodeto de potássio (KI) para eventual profilaxia em caso de acidentes nucleares!

Farmacêuticos relatam pedidos nas farmácias

Vários Farmacêuticos têm relatado o aumento de pedidos de comprimidos de iodeto de potássio nos balcões das farmácias para proteção da radiação. A Secção Regional Norte da Ordem dos Farmacêuticos (SRN-OF) considera pertinente uma reflexão sobre a profilaxia com iodeto de potássio para acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo, chamando a atenção para a probabilidade praticamente inexistente desta profilaxia vir a ser necessária, e para o facto dos medicamentos com iodeto de potássio que se encontram à venda nas farmácias serem ineficazes para o efeito pretendido.

Iodeto de potássio e acidente nuclear

Em caso de acidente nuclear, a fissão do urânio produz grandes quantidades de iodo-131 [131I] que podem ser libertadas para a atmosfera; a nuvem de radioatividade resultante pode percorrer até 500 km (como curiosidade, o comprimento de Portugal é de cerca de 561 km). Deste modo, a não ser que o desastre nuclear ocorra em Espanha ou em Portugal, não existe necessidade de profilaxia no nosso país, não havendo assim razão para alarme.

iodo-131 [131I] como entra no organismo?

131I pode entrar no organismo por inalação ou por ingestão de alimentos contaminados. Este isótopo, com uma meia-vida de cerca de 8 dias, é de facto um dos mais perigosos que são libertados num acidente nuclear, porque se concentra na tiroide e emite raios beta e gama durante o seu decaimento, que provocam danos celulares e cancro nesta glândula.

Como funciona o iodeto de potássio(KI)?

A glândula tiroide não consegue diferenciar entre as formas estável e radioativa de iodo, por isso, absorve ambos. O iodeto de potássio funciona de forma a evitar que o iodo radioativo penetre a glândula tiroide, onde pode causar danos. Quando uma pessoa ingere KI, a tiroide absorve o iodo estável presente no medicamento. O iodeto de potássio contém muito iodo em forma estável, fazendo com que a tiroide fique “cheia” e não consiga absorver mais iodo (estável ou radioativo) durante as próximas 24 horas.

Profilaxia com iodeto de potássio

A profilaxia com iodeto de potássio, no caso de acidentes nucleares, pode reduzir significativamente a dose de radiação para a tiroide devido à exposição a 131I. Normalmente, há pouco iodo estável no organismo. Em condições fisiológicas normais, quando ocorre uma  exposição a pequena quantidade de 131I, cerca de 30% será concentrado na tiroide. Após a profilaxia com iodeto de potássio, este compete com o 131I e a sua captação pela tiroide ficará praticamente bloqueada. Na altura do acidente do reator de Chernobyl, o governo polaco distribuiu iodeto de potássio a 95% das crianças polacas e a 23% da população total.

Estimou-se que a concentração de 131I na tiroide dos indivíduos a quem foi administrado iodeto de potássio foi reduzida em quase 40%. No entanto, é fundamental que o iodeto de potássio seja tomado poucas horas após a exposição. Estimando-se que, passadas 3-4 horas, a eficácia é reduzida em 50% (Tabela 1).

Tempo de profilaxia pelo iodeto de potássioEficácia
96 h antes da exposição5%
72 h antes da exposição32%
48 h antes da exposição75%
24 h antes da exposição93%
Durante a exposição99%
1-2 h após exposição85%-90%
3-4 h após exposição50%
8 h após exposição40%
24 h após exposição7%
Tabela 1. Percentagem de eficácia da profilaxia com iodeto de potássio (100 mg) em relação ao tempo de administração e exposição ao 131I (de Int. J. Environ. Res. Public Health 2014, 11, 4158-4200).

Medicamentos aprovados

Em Portugal, existe apenas um medicamento aprovado pelo INFARMED para utilização após acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo – Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos.

De acordo com o resumo das características deste medicamento (consultado em https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/), a posologia deverá ser a seguinte:

  • Adultos e crianças com mais de 12 anos: 2 comprimidos
  • Crianças dos 3 aos 12 anos: 1 comprimido
  • Crianças de 1 mês de idade aos 3 anos: meio comprimido
  • Recém-nascidos e bebés com menos de 1 mês de idade: um quarto de comprimido
  • Mulheres grávidas e a amamentar (de qualquer idade): 2 comprimidos

No entanto, este medicamento não se encontra comercializado. Assim, em caso de eminência de desastre nuclear deverá competir à administração central colocar em prática um plano geral que envolva a pré-distribuição de iodeto de potássio a populações em risco (até 500 km do epicentro de um potencial incidente nuclear) e a administração imediata, até 2 horas após o incidente.

Os doentes que tiveram a sua tiroide removida, ou que têm hipotiroidismo de diferentes etiologias e estão a tomar hormonas da tiroide, não necessitarão de fazer a profilaxia iodeto de potássio, uma vez que a tiroide não concentrará uma quantidade significativa de 131I. Além disso, os indivíduos com mais de 40 anos de idade têm menos probabilidade de desenvolver cancro da tiroide após exposição a 131I.

Efeitos secundários

Os possíveis efeitos secundários do iodeto de potássio podem ser reduzidos utilizando a dose profilática eficaz mais baixa. Quando utilizado pelas autoridades de saúde pública para exposição a 131I, os benefícios do bloqueio da tiroide pelo iodeto de potássio excedem, de longe, os riscos para a saúde de todos os grupos etários. Os efeitos adversos da profilaxia por iodeto de potássio na saúde podem incluir reações alérgicas leves, tais como erupções cutâneas ou desconforto gastrointestinal.

Advertências e precauções especiais de utilização

As advertências e precauções especiais de utilização podem ser consultadas no resumo das características do medicamento Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos. Entre os efeitos mais relevantes são referidos os seguintes relativamente às mulheres grávidas e recém-nascidos, doentes com tirotoxicose e hipertiroidismo:

As mulheres grávidas e a amamentar devem tomar, no máximo, duas doses. Aos recém-nascidos não deve ser administrada mais do que uma única dose. As crianças que tenham reações cutâneas após a primeira toma também não devem tomar mais doses.

Nos primeiros dias de vida, os recém-nascidos estão em especial risco de exposição a iodo radioativo e bloqueio da função tireóidea por sobrecarga de iodeto de potássio. A fração de absorção radioativa é quatro vezes superior à de todos os outros grupos etários. A tiroide neonatal é especialmente sensível ao bloqueio funcional causado por sobrecarga de iodeto de potássio. O hipotiroidismo transitório nesta fase inicial de desenvolvimento cerebral pode resultar na perda de capacidade intelectual. Se for administrado iodo estável a recém-nascidos, é essencial que se faça uma monitorização da função tiroidea. No caso dos recém-nascidos, a quem foi administrado iodeto de potássio nas primeiras semanas de vida, devem ser monitorizados os níveis da TSH e, se necessário, da T4 e deve ser administrada uma terapêutica de substituição adequada.

Os doentes com tirotoxicose tratados clinicamente, ou doentes com antecedentes de tirotoxicose tratada clinicamente que já não estejam em tratamento e aparentemente em remissão, podem estar em risco.

O hipertiroidismo induzido por iodo pode surgir em doentes com bócio nodular assintomático ou doença de Graves latente que não estejam em tratamento médico.

Referências

As 7 dores que nunca deve ignorar toda a verdade!

Quais as 7 dores que nunca deve ignorar? Dor e sinal de perigo: Dores banais podem esconder doenças muito graves! Segundo a OMS a gestão de todo o tipo de dor é importante. No entanto existem algumas dores que não devem, nunca, ser desvalorizadas porque podem alertar, atempadamente, para problemas muito graves, podendo mesmo, em certos casos, salvar-lhe a vida!

Há dores que têm causas banais e bem identificadas tais como  uma “canelada” a jogar à bola com os seus amigos, uma martelada que acertou no dedo e não no prego, maus jeitos, demasiado tempo em cima de saltos altos, carteiras e pastas pesadas, enfim… dores não faltam e estas são frequentes e contornáveis com alguma facilidade.

Este artigo oferece um detalhe extraordinário de 7 doenças muito graves porque se pretende, verdadeiramente, explicar de forma clara e tecnicamente rigorosa, o perigo enorme de não serem detetadas em tempo útil.

É portanto um artigo extenso mas repartido em 7 blocos que podem ser lidos de forma separada pelo facto de descreverem doenças graves muito distintas. No final não se esqueça de PARTILHAR com os seus amigos, com a certeza que este artigo pode salvar vidas!

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Quais as 7 dores que nunca deve ignorar?

Tratam-se de dores que podem parecer banais mas que, na verdade, são bem capazes de esconder problemas muito graves, a saber:

  1. Dor nas omoplatas ( ombros )
  2. Dor de cabeça
  3. Dor aguda do lado direito do abdómen
  4. Acordar com dores de dentes
  5. Dor na zona central das costas e simultaneamente febre
  6. Cólicas menstruais fortes
  7. Dor aguda na zona mole da parte detrás do joelho, entre a barriga da perna e a articulação do joelho

DOR NO OMBRO

Dor no ombro

Pode ser sinal de que um ataque cardíaco poderá estar para breve. Se a esta dor se juntarem sintomas de falta de ar, náuseas, indigestão ou azia, o melhor é correr para o médico mais próximo.

Ataque cardíaco o que é?

Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue de uma parte do músculo do coração fica bloqueado. Se o fluxo sanguíneo não for restaurado rapidamente, essa seção do músculo cardíaco ficará danificada devido à falta de oxigênio e começará a morrer.

Um ataque cardiaco ocorre quando o fluxo de sangue de uma parte do músculo do coração fica bloqueado
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue de uma parte do músculo do coração fica bloqueado

O ataque cardíaco é uma das principais causas de morte, tanto em homens como em mulheres.

Causas

A principal causa de um ataque cardíaco é a doença das artérias coronárias, onde existe a formação de placas de gordura nas paredes das artérias coronárias, que diminui o transporte de oxigênio e sangue ao coração.

Eventualmente, uma placa pode romper, causando coágulo sanguíneo na superfície da placa. Se o coágulo ficar muito grande, ele pode bloquear totalmente ou quase totalmente o fluxo de sangue rico em oxigênio para a parte do músculo cardíaco alimentado pela artéria.

Durante um ataque cardíaco, se o bloqueio na artéria coronária não for tratado rapidamente, o músculo cardíaco começa a morrer e a ser substituído por tecido cicatrizado. Este dano do coração pode não ser óbvio, ou pode causar problemas graves de longo prazo.

Sequelas permanentes

Problemas graves relacionados com ataque cardíaco podem incluir:

  • Insuficiência cardíaca
  • Arritmias cardíacas potencialmente fatais.

Insuficiência cardíaca é uma condição na qual o coração não consegue bombear sangue suficiente pelo corpo. Fibrilação ventricular é uma arritmia séria que pode causar morte se não for tratada rapidamente.

Tratamento

Atualmente há tratamentos para ataques cardíacos que salvam vidas e previnem incapacidades graves. O tratamento é mais eficiente quando começa dentro de 1 hora após os sintomas do ataque cardíaco.Publicidade melhorsaude.org melhor blog de saude


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DOR DE CABEÇA que perigos esconde

Dor de cabeça

É importante que a pessoa saiba avaliar a intensidade da dor para que a distinga facilmente de uma enxaqueca. Esta dor não deve cair no esquecimento, principalmente a repentina e que aparece de forma intensa. Sabia que estas dores inesperadas e fortes podem ser sinal do crescimento de um aneurisma cerebral?

Neste caso é importante que a pessoa saiba avaliar a intensidade da dor para que a distinga facilmente de uma enxaqueca.

Aneurisma cerebral o que é?

As artérias do nosso corpo são vasos sanguíneos com uma parede muscular muito resistente, capazes de suportar a pressão que o sangue exerce dentro delas.

Se por algum motivo um ponto da artéria se tornar mais fraco, ela deixará de ser capaz de suportar a pressão sanguínea, cedendo lentamente, formando uma área dilatada, como se fosse um saco ou um balão.

O aneurisma tem uma parede muito mais fraca que a artéria saudável e, por isso, apresenta grande risco de rotura, podendo causar hemorragias cerebrais graves.

No ponto onde a parede da artéria é mais fraca forma-se um balão que pode rebentar
No ponto onde a parede da artéria é mais fraca forma-se um balão que pode rebentar

Prevalência na população em geral

Estima-se que até 5% da população tenha pelo menos um aneurisma cerebral. 20% destes possuem dois ou mais aneurismas ao mesmo tempo.

Os aneurismas são mais comuns nas mulheres e em pessoas acima dos 50 anos. A taxa de hemorragia intracraniana por rotura de um aneurisma cerebral, porém, é de apenas 10 para cada 100.000 pessoas.

Portanto, pode-se concluir que, apesar do aneurisma cerebral não ser uma situação rara, a maioria deles não se rompe. Na verdade, a maioria dos aneurismas não causa sintomas e o paciente nem sequer desconfia que o tem.

No entanto, o aneurisma cerebral, quando rompe, causa a morte em 50% dos doentes mesmo depois de socorridos.

Fatores de risco

O doente não costuma nascer com um aneurisma ou seja aparece ao longo da vida. Geralmente são precisos mais de um fator agindo em simultâneo para que um aneurisma seja formado. Entre os fatores de risco mais comuns estão:

  • Tabagismo
  • Hipertensão
  • Deficiências congênitas da parede da artéria
  • Endocardite infeciosa
  • História familiar de aneurismas cerebrais
  • Idade acima de 40 anos.
  • Malformação arteriovenosa (MAV).
  • Drogas, especialmente cocaína
  • Álcool em excesso
  • Tumores cerebrais.
  • Trauma cranioencefálico.

Algumas doenças genéticas também podem ser causadoras de aneurisma cerebral, a saber:

  • Rins policísticos
  • Displasia fibromuscular.
  • Síndrome de Osler-Weber-Rendu.
  • Coartação da aorta.
  • Síndrome de Moyamoya.
  • Síndrome de Marfan.
  • Síndrome de Ehlers-Danlos.
  • Pseudoxantoma elástico.
  • Deficiência de Alfa1-antitripsina.
  • Lúpus eritematoso sistêmico
  • Anemia falciforme
  • Neurofibromatose tipo 1
  • Esclerose múltipla

Algumas das doenças acima são raras, outras são relativamente comuns. Devemos dar atenção especial à doença policística renal, que é uma desordem comum,  1 a cada 400 pessoas e pode aumentar o risco de aneurismas cerebrais até 7 vezes.

Sintomas

A maioria dos aneurismas cerebrais são pequenos e não provoca nenhum sinal ou sintoma. Muitos são descobertos acidentalmente durante exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonâncias magnéticas do crânio, solicitados por outro motivo qualquer.

Apesar de ser habitualmente assintomático, dependendo da localização e do tamanho, o aneurisma pode comprimir algumas áreas cerebrais importantes, provocando sintomas. Os mais comuns são:

  • Dores de cabeça
  • Visão turva
  • Alterações da pupila,
  • Formigueiro, dormência ou paralisia de um lado da face.

Porém, a situação mais comum é o aneurisma permanecer silencioso, causando sintomas apenas no momento em que ocorre a rotura.

A rotura de um aneurisma cerebral provoca um AVC hemorrágico, que é uma emergência médica gravíssima, com elevada mortalidade. Quando um aneurisma se rompe ele geralmente provoca a chamada hemorragia subaracnoide, que é causada pelo sangramento para o espaço subaracnoide, local das meninges onde circula o liquor. Este tipo de hemorragia é típica de aneurismas rotos.

AVC isquémico vs AVC hemorrágico
#AVC isquémico vs #AVC hemorrágico

Quando o sangue escapa para o espaço subaracnoide, o paciente apresenta sintomas súbitos. Ajuda médica deve ser procurada imediatamente se o paciente apresentar subitamente um ou mais dos sintomas abaixo:

  • A pior dor de cabeça da sua vida
  • Perda da consciência.
  • Crise convulsiva
  • Rigidez da nuca.
  • Vômitos em jato.
  • Visão turva ou dupla.
  • Dor súbita acima ou atrás do olho, com dificuldade de visão
  • Dificuldade em caminhar ou forte tontura repentina
  • Fraqueza e dormência em um lado do corpo.

Aneurisma cerebral qual o risco de rotura?

O risco de um aneurisma cerebral se romper está diretamente relacionado com o seu tamanho e à velocidade de crescimento. Aneurismas de baixo risco são aqueles com menos de 5 a 7 milímetros (0,5 a 0,7 centímetros) de diâmetro e sem crescimento ao longo de vários meses. Quanto maior é o aneurisma, mais fraca é sua parede e maior é a chance deste continuar crescendo até se romper.

Além do tamanho e da velocidade de crescimento, outro fator importante no risco de rotura é a localização do aneurisma dentro do cérebro. Aneurismas da circulação posterior, envolvendo as artérias do sistema vertebro-basilar ou comunicantes posteriores, apresentaram as maiores taxas de rotura.

Estudos mostram que aneurismas maiores que 2,5 cm, localizados nas artérias posteriores do cérebro, apresentam um risco de sangramento acima de 50% em um período de 5 anos.

Os dois exames mais usados para se diagnosticar e acompanhar um aneurisma cerebral são a angiorressonância magnética nuclear e a angiotomografia computadorizada do crânio

Tratamento do aneurisma cerebral

A decisão de se tratar um aneurisma cerebral sem rotura depende do risco de rotura que o mesmo apresenta a curto/médio prazo. Aneurismas pequenos em locais com baixo índice de sangramento podem ser apenas observados.

Estes aneurismas de baixo risco podem ser monitorados anualmente com exames de ressonância magnética ou tomografia computadorizada durante três anos seguidos. Se o aneurisma se mantiver estável, pode-se espaçar os exames para a cada 2 ou 5 anos.

Se for possível detetar que o aneurisma surgiu recentemente (como no caso do paciente ter uma tomografia recente sem evidências de aneurismas), os primeiros exames devem ser feitos com intervalos de 6 meses, porque os aneurismas novos são os que têm maior risco de crescimento.

No caso de aneurismas grandes, com elevado risco de rotura, ou nos aneurismas que já se romperam, o tratamento é cirúrgico, visando a  interrupção do fluxo sanguíneo para o local do aneurisma, preservando a passagem do sangue pela artéria. No caso de um aneurisma com rotura, a cirurgia é obviamente urgente.

Processo de embolização de um aneurisma
Processo de #embolização de um #aneurisma

A embolização do aneurisma é um método menos invasivo que a cirurgia e tem ganhado popularidade nos últimos anos. O processo é semelhante a um cateterismo. O cirurgião insere um cateter numa artéria, geralmente na virilha, que é empurrado através  até ao aneurisma.

Quando chega ao aneurisma, um fio de platina maleável é implantado dentro do mesmo, interrompendo o fluxo sanguíneo e provocando uma trombose do aneurisma.

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DOR NO ABDÓMEN melhorsaude.org melhor blog de saude

Dor no abdómen do lado direito

É, na maioria dos casos, associada ao apêndice. É fundamental que a pessoa não deixe a dor chegar a casos extremos, se não arrisca uma rutura no apêndice e consequentes infeções que podem ser muito graves nomeadamente septicémia.

Apendicite o que é?

A apendicite é uma doença comum, que acomete cerca de 7% da população, o que a torna uma das principais emergências médicas em todo o mundo. A apendicite geralmente surge entre os 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, apesar de ser rara nas crianças com menos de 2 anos.

Localização do apêndice no quadrante inferior direito do abdómen
Localização do apêndice e órgãos próximos

O apêndice é um órgão com tamanho e localização variáveis, e a sua proximidade com outros órgãos da pelve e do abdómen podem fazer com que os sintomas de apendicite sejam parecidos com os de outras doenças, tais como, diverticulite, torção do ovário, gravidez ectópica, cálculos renais e outros problemas do abdómen ou da pélvis.

Apendice
Localização do #apêndice

Sintomas

O sintomas mais comuns da apendicite são os seguintes:

Dor abdominal típica

      • A dor típica começa de forma difusa junto ao umbigo e no espaço de 24 horas migra para o quadrante inferior direito do abdómen
    • Tipicamente existe dor à palpação do abdómen que se torna muito mais intensa quando se retira de repente a mão que executa a palpação ( sinal de Blumberg )

Dor abdominal atípica

      • Em cerca de 15% das pessoas o apêndice localiza-se mais posteriormente, fazendo com que o local da dor da apendicite seja diferente. Neste caso o paciente pode queixar-se de dor lombar  à direita, dor no quadrante superior direito ou dor em todo o flanco direito.
      • Há também aqueles pacientes com apêndices mais baixos, cuja ponta se estende até a região da pelve. Nestes casos, a dor pode ser na virilha à direita, no ânus ou na região púbica. Evacuar ou urinar podem provocar exacerbações da dor.

Dor do lado esquerdo

Apesar de raro, não é impossível que o paciente com apendicite tenha dor do lado esquerdo do abdómen, caso o apêndice seja mais comprido que o habitual e se estenda até o lado esquerdo da cavidade abdominal. Porém, apendicite não deve ser a primeira hipótese diagnóstica nos pacientes com dor abdominal no lado esquerdo, exceto nos raros casos de situs inversus (condição rara na qual os pacientes apresentam órgãos do tórax e abdômen em posição oposta àquela esperada).

    • Endurecimento da parede do abdómen
    • Enjoos ( em 90% dos casos )
    • Vômitos ( em 90% dos casos )
    • Perda do apetite ( em 90% dos casos )
    • Febre  é geralmente baixa. Só existe febre alta quando há perfuração do apêndice e extravasamento de material fecal dos intestinos para dentro da cavidade abdominal, o que gera uma intensa reação inflamatória e grave infeção.
    • Diarreia
    • Prisão de ventre
    • Distensão abdominal
    • Leucocitose (aumento do número de leucócitos ou glóbulos brancos no hemograma). Mais de 80% dos pacientes com apendicite aguda apresentam leucocitose no exame de hemograma. Quanto mais intensa é a leucocitose, em geral, mais extenso é o processo inflamatório.

Nem todos os sinais e sintomas listados acima estão necessariamente presentes nos pacientes com apendicite aguda. Alguns, tais como diarreia, prisão de ventre ou distensão abdominal, ocorrem em menos da metade dos casos.

Tipicamente os três sintomas associados mais comuns num quadro de apendicite são:

      • Dor abdominal
      • Vômitos
    • Perda do apetite.

Bebés, crianças e adolescentes

O quadro clínico da apendicite em adolescentes é basicamente o mesmo dos adultos. Já nas crianças com menos de 12 anos, os sintomas podem ser um pouco diferentes.

Crianças entre 5 e 12 anos

Assim como nos adultos, a dor abdominal e os vómitos são os sintomas mais comuns nas crianças em idade escolar, embora a característica migração da dor da região peri umbilical para o quadrante inferior direito possa não ocorrer. A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor no quadrante inferior direito do abdômen – 82%
  • Náuseas – 79%
  • Perda do apetite – 75%
  • Vômitos – 66%
  • Febre – 47%
  • Diarreia- 16%

Crianças entre 1 e 5 anos

A apendicite é incomum em crianças com menos de 5 anos. Febre, vómitos, dor abdominal difusa e rigidez abdominal são os sintomas predominantes, embora irritabilidade, respiração ruidosa, dificuldade para andar e queixas de dor na região direita do quadril também possam estar presentes.

A típica migração da dor para o quadrante inferior direito do abdômen ocorre em menos do que 50% dos casos. Diarreia e febre, todavia, são bem mais comuns que nos adultos. As crianças pequenas costumam apresentar febre baixa (ao redor de 37,8ºC) e ruborização das bochechas. A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor abdominal – 94%
  • Febre – 90%
  • Vômitos – 83%
  • Dor à descompressão – 81%
  • Perda do apetite – 74%
  • Rigidez abdominal – 72%
  • Diarreia- 46%
  • A distensão abdominal – 35%

Crianças com menos de 1 ano

Se a apendicite em crianças com menos de 5 anos é incomum, a apendicite em recém-nascidos e no primeiro ano de vida é ainda mais rara. A baixa frequência de apendicite nesta faixa etária deve-se provavelmente ao formato mais afunilado e menos propenso à obstrução do apêndice, em oposição ao formato mais tubular do órgão nos adultos e crianças mais velhas.

Apesar de rara, infelizmente, a mortalidade neonatal de apendicite é de quase 30%, pois o diagnóstico precoce é muito difícil, já que o quadro clínico costuma ser muito atípico. A distensão abdominal é mais comum que a própria dor abdominal, provavelmente porque os bebés não conseguem comunicar adequadamente. A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Distensão abdominal – 75%
  • Vômitos – 42%
  • Perda do apetite – 40%
  • Dor abdominal – 38%
  • Febre – 33%
  • Inflamação da parede abdominal – 24%
  • Irritabilidade ou letargia – 24%
  • Dificuldade respiratória – 15%
  • Massa abdominal – 12%
  • Sangramento nas fezes – 10%

Tratamento

O tratamento é, naturalmente, cirúrgico com retirada do apêndice inflamado.

Localização do apêndice no quadrate inferior direito do abdómen
Procedimento usa técnicas de #Laparoscopia interna mas também de cirurgia tradicional

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BRUXISMO MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

Dor de dentes ao acordar: Bruxismo

Também não deve ser uma situação tida como normal. Esta pode ser uma consequência do bruxismo noturno e de uma inflamação, causada pelo desgaste do esmalte. Além disso, esta dor pode ser causada por elevados níveis de stresse.

Bruxismo noturno o que é?

O bruxismo noturno é um distúrbio do sono caracterizado pelo apertar e ranger dos dentes, de forma involuntária,  aplicando uma força excessiva sobre a musculatura mastigatória. A palavra bruxismo do sono vem do grego brycheinm, que significa ranger dos dentes.

Bruxismo diurno e noturno, diferenças

O bruxismo diurno é diferente do bruxismo noturno (ou do sono). Assim, o bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula, que aperta os dentes enquanto a pessoa se encontra acordada e, geralmente, não ocorre o ranger de dentes, estando relacionado com um tique ou hábito.

O bruxismo do sono é uma atividade inconsciente de ranger ou apertar os dentes, com produção de sons, enquanto o indivíduo está a dormir. O bruxismo noturno é um problema que afeta sobretudo as crianças podendo também afetar os adultos.

Sequelas

      • Dentes ficarem doloridos ou soltos, e, às vezes, partes dos dentes são literalmente desgastados;
      • Destruição do osso circunvizinho e do tecido da gengiva que pode ser grave;
      • Tensões ao nível das articulações temporomandibulares (ATM) que pode causar desgastes e eventuais problemas graves.

Causas do bruxismo noturno

As causas do bruxismo do sono são multifatoriais e ainda pouco conhecidas mas existem algumas hipóteses, a saber:

  • A má oclusão dentária e
  • tensão emocional podem estar relacionadas a este distúrbio.

Sintomas do bruxismo noturno

  • O ruído característico do ranger dos dentes
  • Desgaste dentário
  • Hipertrofia dos músculos mastigatórios e temporais
  • Dores de cabeça
  • Disfunção das articulações temporomandibulares
  • Má qualidade de sono
  • Sonolência diurna

Sintomas do bruxismo
Sintomas do #bruxismo

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pela observação de um desgaste dentário anormal, ruídos de ranger de dentes durante o sono e desconforto muscular mandibular.

A polissonografia registra os episódios de ranger dos dentes, permitindo identificar alterações do sono e microdespertares. As alterações predominam na fase 2 do sono não REM e nas transições entre as fases do sono. A polissonografia permite ainda o diagnóstico de outros distúrbios do sono, tais como ronco, apneia do sono, movimentos periódicos dos membros, distúrbio comportamental do sono REM e outros.

Tratamento do bruxismo noturno

O tratamento deve ser individualizado para cada paciente. Como o bruxismo do sono tem causas variadas, o tratamento também segue na mesma orientação.

  • O uso de placas orais moles (silicone) ou duras (acrílico) visa a proteção dos dentes prevenindo o desgaste dentário ou fraturas durante o sono;
  • Psicoterapia;
  • Intervenção odontológica;
  • Intervenção farmacológica e suas combinações, de acordo com o perfil do paciente.

Aplicações locais de toxina botulínica nos músculos envolvidos têm sido utilizadas em casos de bruxismo do sono que não respondem ao tratamento convencional.

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DOR DE COSTAS E LOMBALGIA MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

Dor na zona central das costas com febre

Estes dois sintomas associados são  graves e devem levá-lo de imediato ao médico. A causa? Uma infeção renal. A estes sintomas podem juntar-se ainda náuseas e desconfortos no estômago ou mesmo uma primeira infeção urinária.

Infeção urinária o que é?

Infeção urinária é qualquer quadro infecioso que aconteça no trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, a saber:

  • As infeções urinárias baixas são aquelas que acorrem na bexiga e/ou na uretra.
  • As infeções urinárias altas ocorrem quando há comprometimento de pelo menos um dos rins.

Anatomia do tracto urinário
Anatomia do trato urinário

Infeções na bexiga, na uretra e no rim

Conforme o local do trato urinário onde se localiza o foco infecioso, a denominação utilizada é distinta. Assim temos:

  • Cistite – infeção da bexiga;
  • Uretrite – infeção da uretra;
  • Pielonefrite – infeção renal (infeção mais grave ).

Infecção urinária
#Uretrite é uma infeção da uretra, #cistite é uma infeção da bexiga e #pielonefrite é uma infeção do rim

Pielonefrite

A pielonefrite é uma infeção bacteriana de um ou ambos os rins. A infeção renal é um caso potencialmente grave, porque ataca um órgão vital. É um quadro que pode ter gravidade semelhante a uma pneumonia.

Se não tratada a tempo e corretamente, pode levar à septicémia que pode ser mortal por falência de vários outros órgãos.

Na grande maioria dos casos responde bem aos antibióticos. Os casos que evoluem de forma negativa são aqueles que esperaram muito tempo para receber tratamento ou quando o doente já se encontra muito debilitado por outras doenças.

A pielonefrite é uma frequente causa de formação de cicatrizes nos rins, podendo levar à perda parcial da função renal, principalmente nos doentes que têm infeções recorrentes.

Causas da pielonefrite

A infeção dos rins acontece de duas formas, a saber:

  1. A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.

Menos frequente é a colonização assintomática da bexiga por bactérias que também pode ser a fonte de uma infeção renal. Nestes casos, o doente tem bactérias na bexiga mas não apresenta sintomas pois estas estão apenas colonizar. Por esta razão nem todas as pessoas relatam sintomas de cistite antes do surgimento da pielonefrite.

  1. O segundo modo de infeção dos rins é pelo sangue, quando uma bactéria que está a provocar uma infeção em algum local do nosso organismo viaja pela corrente sanguínea e se aloja no rim. Esta via é muito menos frequente do que a via ascendente.

A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.
A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas #cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.

Infeção renal fatores de risco

Além da cistite, que é o principal fator de risco, existem outras situações que podem aumentar o risco de infeção dos rins, a saber:

  • Uso de cateteres vesicais (algália);
  • Cirurgias urológicas;
  • Cálculos renais;
  • Anormalidades anatómicas do trato urinário;
  • Doenças da próstata que causam obstrução do fluxo da urina.

Doentes de risco

Os doentes de maior risco são os que apresentam um sistema imunológico frágil, tais como:

    • Diabéticos
    • Insuficientes renais
    • Cirróticos
    • Portadores do vírus HIV
    • Doentes a tomar medicamentos imunossupressores apresentam um risco maior de contrair uma cistite que evolua para pielonefrite.

Sintomas de pielonefrite

Os sintomas típicos da pielonefrite são:

  • Febre
  • Dor lombar
  • Náuseas
  • Vómitos
  • Mal estar geral

Podem haver também sintomas de cistite, como dor ao urinar e vontade de urinar com frequência, mesmo quando a bexiga está vazia. Outro sinal comum é a presença de sangue na urina (hematúria), que se apresenta normalmente como uma urina cor de Coca-Cola.

Pielonefrite é clinicamente dividida em 3 categorias:
  1. Pielonefrite aguda não complicada.
  2. Pielonefrite aguda complicada.
  3. Pielonefrite crónica.

Pielonefrite aguda não complicada

Ocorre normalmente em mulheres jovens, sem antecedentes de doenças ou alterações na anatomia do sistema urinário. O quadro clínico é de febre alta, calafrios, náuseas, vómitos e dor lombar. Os sintomas de cistite, como ardência ao urinar, podem ou não estar presentes.

Assim como nas cistites, a principal bactéria causadora de pielonefrite é a Escherichia coli. Só há necessidade de internamento em casos mais graves. Se o doente tiver bom estado geral e for capaz de tomar antibióticos por via oral, o tratamento pode ser feito em casa.

Pielonefrite aguda complicada

A pielonefrite complicada é aquela que evolui com abscesso dentro ou ao redor dos rins,  necrose da papila renal ou produção de gases dentro do rim, um quadro chamado pielonefrite enfisematosa.

A pielonefrite complicada normalmente ocorre em pessoas com obstrução do trato urinário, bactérias resistentes aos antibióticos ou em diabéticos.

O quadro clínico é igual ao da pielonefrite não complicada, porém apresenta pouca resposta aos antibióticos. O paciente pode apresentar uma resposta apenas parcial, com uma pequena melhoria, mas com fadiga, mal estar, falta de apetite e náuseas que persistem por vários dias.

Uma pielonefrite que não melhora completamente após antibioterapia apropriada deve ser estudadas com exames de imagens, como tomografia computadorizada e ultrassom (ecografia), para investigação de anormalidades que possam estar a perpetuar a infeção.

Pielonefrite crónica

A pielonefrite crónica é um quadro de infeção urinária recorrente, habitualmente associada a má-formações urinárias, obstruções por cálculos renais ou refluxo vesico-ureteral (refluxo da urina da bexiga de volta para o ureter e rins). Costuma levar à cicatrização do rim e à insuficiência renal crónica, principalmente em crianças com refluxo urinário.

Cálculos renais tratados com ultrassons
#Cálculos renais tratados com ultrassons

Sequelas da pielonefrite

Como já referido, se a pielonefrite não for tratada corretamente com antibióticos, existe um risco grande de evolução para sepsis grave. As bactérias presentes nos rins conseguem facilmente alcançar a corrente sanguínea, espalhando-se por todo o organismo, podendo levar à falência de múltiplos órgãos e até ser mortal!

Outro problema da pielonefrite, principalmente se recorrente, é a lesão permanente do rim. Doentes com pielonefrite crónica podem evoluir com insuficiência renal terminal e necessitar de hemodiálise!

Rim normal vs rim com insuficiência renal
Rim normal vs rim com #insuficiência #renal

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Diagnóstico

O diagnóstico da infeção renal é geralmente feito apenas com os sintomas clínicos. Exames laboratoriais ajudam a confirmar o diagnóstico:

      • O hemograma tipicamente apresenta uma elevação da contagem de leucócitos;
      • A PCR ( Proteína C Reativa ) encontra-se elevada;
      • No exame de urina é comum a presença de pus (leucócitos na urina) e sangue (hemácias na urina).

A urocultura deve ser sempre solicitada, pois ela é capaz de identificar a bactéria que está a provocar a pielonefrite, ajudando na escolha de antibióticos adequados.

No entanto como a urocultura demora pelo menos 48 horas para ficar pronta, não devemos esperar o seu resultado para começar o tratamento com antibióticos. Após o resultado sair, o médico decide se mantém o esquema antibiótico inicial ou muda para um mais adequado ao qual a bactéria seja sensível.

Tratamento da pielonefrite

Em geral, o tratamento da pielonefrite é feito em meio hospitalar com antibióticos intravenosos. Se o paciente tiver boa saúde e ainda estiver com bom estado geral, ele pode receber a primeira dose por via intravenosa e depois completar o resto do tratamento em casa com antibióticos por via oral. Na maioria dos casos, porém, o paciente encontra-se muito debilitado sendo quase sempre necessários 2 a 3 dias de internamento para controlar a infeção.

Nos pacientes com pielonefrite crónica, a avaliação do urologista é necessária. Muitas vezes, o paciente precisa de ser submetido a uma cirurgia para correção de anormalidades anatómicas do sistema urinário que estejam a perpetuar uma infeção dos rins.

Pielonefrite será contagiosa?

A pielonefrite não é uma doença contagiosa, portanto, não há risco de contaminação de familiares ou pessoas próximas. A pielonefrite deve ser sempre tratada com antibióticos. Medicamentos ditos “naturais” podem proporcionar alívio temporário, no entanto apenas adiam o tratamento correto da infeção, acarretando riscos graves para o doente.

Endometriose dores menstruais melhorsaude.org melhor blog de saude

Dor tipo cólicas menstruais

Não devem ser tidas como habituais, muito menos quando acontecem mesmo na presença de medicamentos contra tal. Estas dores podem estar a sugerir uma endometriose, condição que pode levar à infertilidade.

Endometriose o que é?

A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crónica e infertilidade.

Endométrio o que é?

Anatomia do aparelho reprodutor feminino
Localização anatómica do #endométrio

Endométrio é uma fina membrana que recobre a camada interna do útero. Durante o ciclo menstrual o endométrio sofre transformações induzidas pelas variações hormonais, cresce e torna-se um tecido rico em vasos sanguíneos.

O endométrio cresce para ficar apto a receber e nutrir o embrião em caso de gravidez. Quando o ciclo termina e o óvulo não foi fecundado, essa parede espessa do endométrio desaba e é expelida para fora do útero. Este processo é a menstruação.

Localização do  tecido endometrial

Onde pode acontecer a endometriose
A endometriose pode ocorrer em diversos pontos do organismo

A endometriose é uma doença caracterizada pelo aparecimento de pedaços de tecido endometrial fora da parede interna do útero. A endometriose pode aparecer na bexiga, intestinos, apêndice, vagina, ureter e raramente órgãos distantes da pelve como pulmões e sistema nervoso central.

Também podem surgir tecidos de endométrio em cicatrizes cirúrgicas do abdómen e pelve. Os locais mais comuns onde ocorre a endometriose são, por ordem decrescente, os seguintes:

  1. Ovário;
  2. Regiões ao redor do útero incluindo o fundo de saco de Douglas e ligamentos uterinos;
  3. Porção exterior do útero;
  4. Trompas de Falópio;
  5. Regiões finais do intestino.

A endometriose pode surgir em vários locais diferentes ao mesmo tempo, podendo coexistir em 3 ou 4 órgãos diferentes.

Sequelas da endometriose

Este endométrio em locais atípicos reage aos estímulos hormonais do ciclo menstrual exatamente como o endométrio dentro do útero, ou seja, acontece proliferação e depois sangra, causando, a curto prazo, irritação e a longo prazo fibrose dos tecidos ao redor. Esta característica é a responsável pelos principais sintomas da endometriose cujas causas ainda não são completamente conhecidas.

Prevalência

Estima-se que até 10% das mulheres tenham a doença. Cerca de 80% dos casos de dor pélvica crónica em mulheres são causados pela endometriose. A faixa etária mais atingida é a de 25 a 35 anos.

Sintomas da endometriose

Sintomas de endometriose
O sintoma mais comum da #endometriose é a dor associada ao período menstrual

Dependendo do local onde ocorre a endometriose, a paciente pode apresentar um quadro clínico que varia desde assintomático, até dor constante e ininterrupta.

No entanto, o sintoma mais comum da endometriose é a dor associada ao período menstrual, pois, como já referido, assim como o endométrio normal dentro do útero, o pedaço de tecido endometrial exterior também sangra no final do ciclo menstrual. A endometriose é uma causa comum de dismenorreia secundária ( cólica menstrual ).

Os sintomas da endometriose podem ser alguns dos seguintes:

  • Dor associada ao período menstrual ( dismenorreia )
  • Sangramento em excesso durante a menstruação
  • Sangue na urina
  • Sangue nas fezes
  • Inflamação e dor intensa na zona abdominal
  • Infertilidade
  • Dor durante a relação sexual ( dispareunia )
  • Diarreia
  • Obstipação ( prisão de ventre )
  • Fadiga crónica

Sangramento nos tecidos 

Existe sangramento nos tecidos afetados pela endometriose? A resposta é sim, e é um sinal muito importante para a deteção do local da lesão e portanto para um diagnóstico e tratamento atempado. Assim conforme o local afetado temos:

      • Bexiga – Se a endometriose está localizada na bexiga, é possível haver sangue na urina;
      • Intestinos – Se estiver nos intestinos poderá haver sangue nas fezes;
      • Abdómen e pelve – A presença de endometriose na cavidade abdominal ou na pelve faz com que haja sangramento para essas cavidades, causando intensa inflamação e dor.

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Causa de infertilidade

A endometriose também está muito associada a infertilidade, pois os ovários são um dos locais mais frequentemente afetados, causando inflamação crônica, cicatrização e adesões dos ovários e trompas.

A endometriose que afeta a parte externa do útero também pode levar a deformidades do mesmo e de áreas da pelve, tornando o aparelho ginecológico inapto para uma gravidez.

Risco de cancro

A endometriose, quando afeta os ovários, parece aumentar o risco de cancro dos ovários. Curiosamente o uso de pilulas anticoncecionais parece reduzir este risco.

Diagnóstico

Em muitas mulheres o quadro clínico de dor pélvica cíclica é bastante sugestivo, porém insuficiente para se estabelecer o diagnóstico. Exames de imagem com a ultrassonografia podem ajudar a descartar outras causas para os sintomas, como tumores, mas também raramente conseguem fechar o diagnóstico da endometriose.

Para se ter certeza do diagnóstico é preciso olhar diretamente para dentro da pelve e abdómen, o que só é possível através da laparoscopia, um procedimento cirúrgico. Durante a laparoscopia é possível procurar o tecido implantado e fazer as respetivas biópsias, quando necessário.

Tratamento da endometriose

      • Uso de anti-inflamatórios, no início do tratamento  (estes medicamentos são apenas sintomáticos e não atuam diretamente na doença);
      • Uso de anticoncecionais orais (ajuda a controlar o ciclo hormonal, reduz os sangramentos e consequentemente a dor);
      • Uso da GnRH, uma hormona que causa uma menopausa temporária, impedindo a liberação de estrogênios e cessando a menstruação. O tratamento reduz a dor em 80% dos doentes e ajuda a diminuir o tamanho da endometriose. Pode ser usada até 12 meses;
      • Laparoscopia (cirurgia que remove os tecidos endometriais em excesso).

Cirurgia para endometriose

A cirurgia é indicada nos casos de dor severa, grande sangramento, infertilidade ou ausência de resposta ao tratamento clínico. A cirurgia visa a remoção dos tecidos endometriais e fibroses ou adesões que possam já existir. Atualmente a cirurgia mais usada é a laparoscopia. Em casos muitos graves, com múltiplos implantes de endometriose, pode ser necessária a remoção de todo útero e/ou ovários.

Dor aguda na zona mole da parte de trás do joelho, entre a barriga da perna e a “dobradiça”

Dor na perna trombose venosa

Esta dor aguda na zona mole da parte de trás do joelho, entre a barriga da perna e a “dobradiça”, pode indicar a chegada de uma trombose venosa profunda, principalmente se a esta dor se juntar um vermelhão e calor na área.

Trombose venosa profunda (TVP) o que é?

Trombose é um termo médico que indica a formação de um ou mais coágulos de sangue dentro de um vaso sanguíneo, provocando interrupção ou grave limitação do fluxo de sangue no mesmo. A trombose pode ocorrer dentro de artérias, o que leva a quadros de isquemia ou enfarte, ou em veias, provocando quadros de trombose venosa.

A forma de trombose venosa mais comum é a chamada trombose venosa profunda (TVP), que ocorre nas veias da perna, coxas ou região pélvica, caracterizando-se por quadro de edemas e dor no membro afetado.

Trombose venosa profunda
Trombose é um termo médico que indica a formação de um ou mais coágulos de sangue dentro de um vaso sanguíneo, provocando interrupção ou grave limitação do fluxo de sangue no mesmo

Trombose o que é?

A formação de coágulos é um complexo mecanismo de defesa que impede que o paciente fique a sangrar indefinidamente quando um do seus vasos sanguíneos sofra uma lesão.

O sistema de coagulação é responsável por manter o sangue na sua forma líquida, mas é altamente eficaz em induzir a sua solidificação sempre que a parede de uma veia ou artéria sofrer alguma lesão.

Imediatamente após um vaso sofrer uma lesão, o sistema de coagulação começa a agir de forma a criar um coágulo que funcione como tampão para estancar a saída de sangue para fora da circulação sanguínea.

Na imensa maioria dos casos, a formação de coágulos acontece sem problemas, limitando-se apenas à parede do vaso ferido e aos tecidos por onde o sangue extravasou, sem interferir de forma relevante no fluxo de sangue dentro do vaso.

Em pessoas saudáveis, há um fino equilíbrio entre os fatores que impedem a coagulação e os fatores que estimulam a formação de coágulos, de forma a que o doente não forme coágulos espontaneamente nem corra risco de sangramentos com traumas mínimos do dia-a-dia.

Trombose venosa e trombose arterial

As tromboses venosas e arteriais manifestam-se clinicamente de forma diferente, uma vez que veias e artérias possuem funções distintas no organismo.

As artérias são os vasos responsáveis por levar sangue rico em oxigênio e nutrientes aos tecidos, enquanto as veias são os vasos que fazem o sentido oposto, escoando o sangue já utilizado pelos tecidos de volta ao coração e aos pulmões para ele ser novamente oxigenado.

Trombose arterial

Se a trombose ocorrer dentro de uma artéria, ela impede que o sangue chegue aos órgãos e tecidos nutridos por essa artéria, causando isquemia e enfartes. As situações mais conhecidas de trombose arterial são o enfarte agudo do miocárdio e o AVC.

Trombose venosa

Quando a trombose ocorre dentro de uma veia, obstrui o escoamento do sangue, fazendo com que o mesmo fique preso naquela região. A forma mais comum de trombose venosa é a trombose dos membros inferiores, afetando as veias profundas e de maior calibre da perna, coxa ou pélvis.

A forma mais comum de trombose venosa é a trombose dos membros inferiores, afectando as veias profundas e de maior calibre da perna, coxa ou pelvis.
A forma mais comum de #trombose venosa é a trombose dos membros inferiores, afetando as veias profundas e de maior calibre da perna, coxa ou pélvis.

Neste caso, o sangue chega normalmente ao membro inferior afetado, mas não consegue retornar, pois, como uma das veias está trombosada, uma das principais, senão a principal, via de escoamento encontra-se obstruída.

O sangue, para retornar, precisa encontrar uma ou mais vias colaterais, que são normalmente veias de menor calibre, incapazes, a curto prazo, de conseguir escoar adequadamente todo o fluxo de sangue.

Causas da trombose venosa

Em situações normais o sangue deve sempre permanecer na sua forma líquida, fluindo livremente pela circulação sanguínea. A formação de um coágulo (trombo) dentro de uma veia é uma evento não natural, que ocorre devido a basicamente três fatores, conhecidos como tríade de Virchow:

  • Redução do fluxo de sangue no vaso

O equilíbrio entre fatores que favorecem a coagulação e fatores que impedem a coagulação desaparece quando o fluxo de sangue se torna mais lento. A estase sanguínea é uma situação que estimula a ação dos fatores de coagulação, aumentando o risco do surgimento de um trombo.

  • Lesão da parede do vaso sanguíneo

Sempre que a parede de um vaso sanguíneo sofre uma lesão, o sistema de coagulação é ativado para a formação de um coágulo tampão, de forma a impedir perdas sanguíneas para fora do vaso. Dependendo do grau e da localização do trauma, a formação de um grande trombo pode ocorrer.

  • Alterações dos componentes do sangue

Se o paciente tiver alguma doença que altere de forma relevante os componentes do sangue, principalmente os fatores que favorecem ou impedem a coagulação, o equilíbrio necessário do sistema de coagulação desaparece, aumentando o risco do surgimento de trombos dentro dos vasos.

Em geral, sempre que o doente apresenta uma trombose, um ou mais dos 3 fatores descritos acima estão presentes na sua génese.

Fatores de risco

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de trombose, principalmente dos membros inferiores. Os mais importante são as trombofilias, doenças do sangue que fazem com que o sistema de coagulação fique desregulado, criando um estado de hipercoagulabilidade e grande risco para formação de trombos. Entre as trombofilias mais comuns, podemos destacar:

– Mutação do Fator V de Leiden.
– Mutação do gene do gene da protrombina.
– Deficiência de proteína S.
– Deficiência de proteína C.
– Deficiência de antitrombina.
– Disfibrinogenemia.
– Anticorpo anti-fosfolipídeo.

Felizmente, apesar de serem um fortíssimo fator de risco para trombose, as trombofilias são doenças pouco comuns. A maioria dos casos de trombose são causadas por outros fatores, a saber:

      • Cirurgia,
      • Traumas,
      • Longas viagens sentado,
      • Cancro,
      • Insuficiência cardíaca,
      • Gravidez.

Cirurgia

Doentes submetidos a procedimentos cirúrgicos, principalmente cirurgias na região pélvica e membros inferiores, apresentam elevado risco de formação de trombos nos membros inferiores. O efeito dos anestésicos, a própria manipulação dos vasos sanguíneos e tecidos subjacentes durante o ato cirúrgico e o prolongado tempo sem se levantar no pós-operatório tornam as cirurgia um evento com elevado risco de trombose venosa profunda.

Quando andamos, o impacto dos pés no chão e a contração dos músculos, ajudam a empurrar o sangue nas veias das pernas para cima, em direção ao coração. Ficar muito tempo deitado, principalmente para quem tem insuficiência venosa, favorece a estase do sangue nos membros inferiores.

Traumas

Por motivos semelhantes aos da cirurgia, grandes traumatismos também são importantes fatores de risco para a trombose venosa profunda, não só pelo impacto nos vasos sanguíneos, mas também pelo tempo que o paciente fica imobilizado na cama depois do acidente.

Síndrome da classe económica

Longas viagens de avião, principalmente superiores a 8 horas, podem facilitar a surgimento de trombose venosa profunda, principalmente em indivíduos com outros fatores de risco, como obesidade, varizes, tabagismo, gravidez, etc. Já notou como os seus pés ficam inchados e os sapatos ficam mais difíceis de calçar após uma longa viagem de avião?

O facto de ficar sentado longas horas, com as pernas dobradas, dificulta o retorno do sangue venoso para o coração, favorecendo a estase e, consequentemente, a formação de trombos.

Sindrome da classe económica
#Sindrome da classe económica

Cancro

Alguns tumores malignos produzem substâncias que aumentam a coagulabilidade do sangue, favorecendo a formação de trombos. Para esses doentes obviamente o risco de trombose está aumentado.

Insuficiência cardíaca

Doentes com insuficiência cardíaca apresentam um coração fraco, com dificuldade em bombear o sangue pelo corpo, levando à estagnação de sangue nos membros inferiores e favorecendo a formação de coágulos.

Gravidez

Alterações hormonais aumentam a capacidade de coagulação das grávidas. Além disso, conforme o útero cresce, a veia cava vai sendo comprimida, o que dificulta o escoamento do sangue vindo das veias dos membros inferiores. As grávidas apresentam um risco 5 vezes maior de desenvolverem tromboses do que mulheres não grávidas da mesma idade.

Além dos já descritos, existem diversos outros fatores de risco para trombose venosa profunda, valendo a pena citar os seguintes:

  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Anticoncecionais hormonais
  • Idade acima de 60 anos.
  • Síndrome nefrótica
  • Medicamentos, como tamoxifeno, eritropoietina, talidomida e reposição hormonal na menopausa.
  • História familiar de trombose.
  • Policitemia vera.
  • Trombocitopenia essencial.
  • Doença inflamatória intestinal
  • Uso de cateter venoso central na veia femoral.

Sintomas de trombose venosa profunda

Os sintomas da TVP dependem do tamanho do trombo e do grau de obstrução da veia afetada. Tratando-se de veias profundas, longe da pele, é perfeitamente possível o paciente ter uma trombose e não apresentar sintomas. Quando o trombo é suficientemente grande para comprometer o fluxo de sangue na veia, os principais sintomas são:

  • Inchaço
  • Dor
  • Aumento de temperatura e vermelhidão do membro afetado

Uma perna que se subitamente começa a doer e se torna mais inchada que a outra é um sinal que deve sempre levantar a suspeita de trombose.

Diagnóstico

O diagnóstico da TVP costuma ser feito com a ultrassonografia com doppler das veias dos membros inferiores. Outros exames, como a angiorressonância magnética ou angiotomografia computadorizada também podem ser usados.

Sequelas e riscos

O grande perigo da TVP é o risco de um pedaço do trombo se soltar e viajar pela corrente sanguínea até um dos pulmões, provocando um quadro chamado tromboembolismo pulmonar (TEP). Trombos pequenos causam enfarte pulmonar localizado, que se manifestam clinicamente como dor torácica e súbita falta de ar.

Dependendo do tamanho do êmbolo (pedaço do trombo que se soltou), o mesmo pode obstruir grandes vasos pulmonares, como a artéria pulmonar, impedindo que o sangue chegue a um dos pulmões. Neste caso, o coração pode entrar em colapso, pois ele tenta bombear o sangue em direção ao pulmão, mas não consegue, devido à grande obstrução à sua frente.

O paciente com tromboembolismo maciço costuma evoluir rapidamente para paragem cardíaca e morte.

As TVP que ocorrem nas veias mais superiores do membro inferior, como as veias poplíteas, femoral ou ilíaca são as que têm mais riscos de soltar êmbolos. As tromboses que ocorrem nas veias abaixo do joelho são menos perigosas, pois apresentam, menor risco de #tromboembolismo pulmonar ( TEP )?

Tratamento

O tratamento da TVP tem os seguintes objetivos:

  • Reduzir o risco de embolização para os pulmões
  • Impedir o crescimento do trombo
  • Impedir a formação de novos trombos.

Se não tratados, cerca de 1 a cada 2 pacientes com TVP nas veias mais superiores do membro inferior irá apresentar embolia pulmonar. Isso significa que se não tratado, a TVP é um quadro com inaceitável risco de morte.

A anticoagulação do sangue com heparina fracionada ou heparina de baixo peso molecular é eficaz em reduzir o risco de TEP e da formação de novos trombos. Após 5 dias de heparina, que é administrada com injeções subcutâneas, o doente fica a tomar apenas anticoagulantes em comprimido, como a varfarina. A varfarina é mantida por 3 a 6 meses dependendo da gravidade e dos fatores de risco do doente.

O paciente com TVP deve permanecer em repouso absoluto na cama durante os primeiros dias de anticoagulação, pois a mobilização do membro afetado aumenta o risco de embolização.

Nos doentes que apresentam contra-indicação a anticoagulantes ou que, apesar da anticoagulação, continue a apresentar novos episódios de tromboembolismo, indica-se a implantação de um filtro na veia cava.

O filtro de veia cava é uma espécie de rede que fica localizada dentro da veia cava, na região abdominal, e impede que êmbolos ou trombos, provenientes dos membros inferiores consigam chegar aos pulmões.

Prevenção

A prevenção da TVP é essencial nos pacientes com elevado risco, nomeadamente aqueles com trombofilias ou que foram submetidos recentemente a cirurgias. Nas trombofilias, a prevenção deve ser feita com o uso de anticoagulantes para o resto da vida. Nos casos de pacientes submetidos à cirurgia, indica-se, no pós-operatório imediato, o uso de meias de compressão e baixas doses de heparina, caso o doente precise de ficar acamado.

O ideal é que todo paciente recém-operado se levante  e ande assim que possível. O simples facto do paciente poder dar alguns passos ao longo do dia já reduz muito o risco de TVP. Nas longas viagens de avião, aconselha-se que a pessoa se levante a cada 2 horas e dê uma caminhada pelo avião. Evitar bebidas alcoólicas e  manter-se bem hidratados também são importantes.

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Concluindo

O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo está errado e pode vir a ser potencialmente perigoso ou até por vezes fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde! Toda a dor forte ou persistente deve ser investigada e tratada rapidamente pelo seu médico!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Franklim Fernandes AUTOR DO BLOG MELHORSAUDE.ORG melhor blog de saude

Referências:  

      • Organização Mundial de Saúde (OMS);
      • Dr. Houman Danesh, do Hospital Mt. Sinai, em Nova Iorque;
      • Dr. Pedro Pinheiro, especialista em Medicina Interna e Nefrologista. Títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.

Capa 3D 7 Dores que nunca deve ignorar MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

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Mononucleose e doença do beijo a verdade




Mononucleose infecciosa ou doença do beijo (2021) o que é? Quais os sintomas? Como se apanha? Qual a sua causa? Quais os seus perigos? Quem são as faixas da população mais expostas? Qual o melhor tratamento? Segundo os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o Epstein Barr Vírus (EBV)  é uma dos vírus mais comuns a nível mundial e transmite-se principalmente pela saliva daí o nome de Doença do Beijo.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Porque se chama doença do beijo?
  • Doença do beijo: Como se transmite o vírus?
  • Quanto tempo pode ficar o vírus no organismo depois dos sintomas desaparecerem?
  • Quem tiver contraído o vírus não deve beijar ninguém durante muitos meses?
  • O vírus da mononucleose é muito infecioso?
  • Quais os sintomas?
  • Como se diferencia da faringite comum?
  • Pode provocar manchas no corpo?
  • É verdade que pode afetar com gravidade o baço?
  • O fígado pode ser afetado?
  • Que complicações menos comuns podem acontecer?
  • Quais os riscos para uma grávida que contraia a doença do beijo?
  • O que é a síndrome de mononucleose?
  • Qual a diferença entre síndrome de mononucleose e a doença mononucleose infecciosa?
  • Quais as principais doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Qual o melhor tratamento?
  • Pode provocar fadiga crónica?
  • Como beijar bem ? 🙂

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Doença do beijo o que é?

A mononucleose também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Mononucleose e vírus Epstein Barr como se apanha?

O vírus Epstein Barr é transmitido de humano para humano através da saliva. Por este motivo ganhou a alcunha de “doença do beijo”. Além do beijo, a mononucleose pode ser transmitida das seguintes formas:

  • Tosse
  • Espirro
  • Objectos como copos e talheres
  • Sempre que haja contacto com a saliva de uma pessoa contaminada

Quanto tempo fica no organismo?

Um indivíduo infectado pelo Epstein-Barr pode manter-se com o vírus na sua orofaringe  durante 18 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas com quem mantenha algum contacto íntimo, principalmente se prolongado. É por isso que a maioria das pessoas que desenvolve mononucleose não se recorda de ter tido contacto com alguém doente. A própria pessoa que transmite o vírus também nem sequer imagina que ainda possa transmiti-lo. Não é de estranhar, portanto, que apesar da baixa infectividade, em alguns países mais de 90% da população adulta já tenha tido contato com o vírus da mononucleose.

Contágio: Quando se contrai o vírus?

Posso beijar alguém se tiver o vírus?

Na maioria dos casos, as pessoas têm o primeiro contacto com o vírus da mononucleose ainda em criança. Esta infeção passa despercebida porque o vírus da mononucleose não costuma causar a doença quando adquirido na infância. Na verdade, menos de 10% das crianças que se contaminam com o Epstein-Barr desenvolvem algum sintoma. Portanto, a imensa maioria da população já teve contacto com o vírus da mononucleose e já possui anticorpos, estando imunes ao vírus.

Adolescência, qual a frequência?

Os casos de mononucleose na adolescência e juventude ocorrem naquela minoria que por acaso não foi contaminada ainda quando criança. Ao contrário do que ocorre nas crianças, nos adolescentes e adultos jovens a mononucleose infecciosa costuma causar os sintomas clássicos que serão descritos mais adiante.

Vírus Epstein barr é muito infeccioso?

Apesar do modo de transmissão ser semelhante ao da gripe, o Epstein Barr é um vírus menos contagioso, o que faz com que seja possível haver contacto com pessoas infetadas e não se infectar. A infecção só ocorre após contacto prolongado de uma pessoa contaminada com outra que nunca tenha sido exposta ao vírus. Portanto, quando se soma o facto da maioria da população já ser imune à mononucleose com a natural baixa taxa de contaminação do vírus, o risco de transmissão entre jovens e adultos é muito baixo. Logo, uma vez curado dos sintomas, não há motivos para impedir ninguém de voltar a namorar.

Sintomas

Quando adquirida na infância, a mononucleose costuma passar despercebida. Menos de 10% das crianças infetadas apresentam sintomas. Essa incidência começa a subir com o passar dos anos, atingindo seu ápice entre os 15 e 24 anos. Esta é a faixa etária que mais costuma apresentar infeção sintomática. A mononucleose é rara após os 30 anos, uma vez que virtualmente todos neste grupo já terão sido expostos ao vírus em algum momento da vida.

Nas pessoas que desenvolvem sintomas, o período de incubação, ou seja, desde o contacto até ao aparecimento da doença, é em média de 4 a 8 semanas.

Os sintomas típicos da mononucleose incluem:

  • Febre
  • Cansaço
  • Dor de garganta
  • Aumento dos nódulos linfáticos do pescoço (ínguas)

É um quadro muito semelhante às faringites comuns causadas por outros vírus e bactérias. Pode também em alguns casos confundir-se com uma gripe por apresentar alguns sintomas semelhantes tais como:

  • Febre,
  • Dores musculares,
  • Tosse,
  • Cansaço.

Outros sintomas inespecíficos que podem aparecer incluem:

  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Tosses
  • Náuseas também são comuns

Na mononucleose a fadiga costuma ser intensa e persiste durante semanas mesmo depois de desaparecerem todos os outros sintomas.

O QUE DETESTAS NA SAÚDE-

Faringite vs Mononucleose diferenças

O aumento dos nódulos linfáticos na mononucleose infeciosa é um pouco diferente dos da faringite comum, a saber:

  • Afetam principalmente as cadeias posteriores do pescoço
  • Frequentemente espalham-se pelo resto do corpo

Manchas no corpo será da mononucleose?

Uma dica para o diagnóstico diferencial entre as faringites bacterianas e a mononucleose é que nesta pode haver o aparecimento de uma rash (manchas vermelhas) pelo corpo após o início do tratamento com  antibióticos, principalmente amoxicilina. Uma situação clássica é o doente procurar o médico por causa de uma infeção na garganta e receber uma prescrição de amoxicilina para tratamento. O doente começa a tomar os antibióticos e horas depois surgem manchas vermelhas difusas pelo corpo.

Baço afetado de forma perigosa?

Sim, um  sinal característico da mononucleose é o aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Quando este ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de rutura do mesmo. A rutura esplênica (rutura do baço) é rara, mas quando acontece leva a risco de morte devido ao intenso sangramento que se sucede. O baço aumenta tanto de tamanho que pode ser palpável abaixo das costelas à esquerda do abdómen..

Fígado e Hepatite

Ser afetado o fígado não é incomum, podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia em até 20% dos casos.

Complicações menos comuns

Outras complicações descritas, porém, menos comuns, são:

  • A síndrome de Guillain-Barré
  • Paralisia facial

SUGERE UM TEMA (1)

Mononucleose e a Gravidez

A mononucleose não costuma causar  problemas de maior quando adquirida durante a gravidez. Não há evidências de aumento do risco de má-formação, aborto ou parto prematuro.

Síndrome de mononucleose e doença mononucleose qual a diferença?

Um facto que causa muita confusão, inclusive entre médicos, é a diferença entre a doença mononucleose infeciosa e a síndrome de mononucleose. O primeiro, a mononucleose infeciosa, é causado pelo Epstein barr vírus e é o objeto deste artigo.

A síndrome de mononucleose  engloba todas as doenças que apresentam o seguinte quadro de sintomas:

  • Dor de garganta
  • Nódulos linfáticos aumentados
  • Febre
  • Aumento do tamanho do baço

Entre as doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose destacam-se:

  • HIV
  • Citomegalovírus
  • Linfomas

Resumindo, ter mononucleose infecciosa é diferente de ter uma síndrome de mononucleose.

Diagnóstico da mononucleose infecciosa

O diagnóstico da mononucleose é feito através do quadro clínico e é confirmado por análises de sangue. No hemograma da mononucleose é frequente o aumento do número de leucócitos (leucocitose), causado pela maior produção de linfócitos (linfocitose), ou seja, o doente apresenta leucocitose e linfocitose. Quando o fígado é afetado, pode haver elevação das enzimas hepáticas, chamadas de TGO e TGP.  Em resumo as análises de sangue apresentam:

  • Aumento do número de leucócitos ( leucocitose )
  • Aumento do número de linfócitos ( linfocitose )
  • TGO aumentada
  • TGP aumentada

Diagnóstico definitivo

O diagnóstico definitivo, porém, é feito através da sorologia, com a pesquisa de anticorpos específicos de vários antigénios existentes nas estruturas do vírus de Epstein-Barr (anticorpos anti EBV-VCA IgG e IgM; anti-EAD e anti-EBNA). A combinação destes resultados permitem-nos detetar a existência de mononucleose infeciosa, assim como se estamos perante uma doença ativa ou se apenas existem anticorpos desenvolvidos com uma doença antiga.

Tratamento mais eficaz

O tratamento é sintomático ou seja baseia-se no amenizar dos sintomas e repouso. Não há droga específica para o vírus e o quadro costuma resolver-se espontaneamente em duas semanas. Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios pelo menos durante quatro semanas.

Resumindo o tratamento:

  • Tratamento da febre ( com antipiréticos como paracetamol )
  • Tratamento das dores ( com analgésicos como paracetamol )
  • Tratamento da tosse ( antitussicos )
  • Tratamento das nauseas ( antieméticos como domperidona )
  • Repouso
  • Hidratação

Fadiga crónica

Durante muitos anos associou-se a mononucleose com a síndrome da fadiga crónica . Porém, hoje sabe-se que a fadiga da mononucleose é diferente. O cansaço prolongado que pode ocorrer normalmente não vem associado com os outros sintomas da síndrome da fadiga crónica e normalmente ocorre por reactivações mais fracas do vírus.

Estudos recentes

De seguida descrevo alguns dos estudos publicados nos últimos anos:

COMO BEIJAR BEM? 🙂

Já que falamos de beijo e em jeito de nota de boa disposição aqui ficam de seguida 5 dicas para ensinar a beijar bem, segundo uma “autoridade” no assunto!

Beijar e ser beijado é tema de diversos livros de todos os tipos (as culturas orientais dispõem de tratados inteiros sobre esse tema). Um exemplo de manual prático para beijar bem é a obra da especialista americana em marketing Tomina Edmark, The kissing book, na qual se revelam as cinco dicas que asseguram que um beijo seja inesquecível, a saber:

  1. Selecionar a pessoa adequada (para conseguir uma perfeita comunhão física e mental).
  2. Escolher um lugar propício (é melhor um lugar privado do que público, e silencioso).
  3. Decidir o momento oportuno.
  4. Inclinar-se até que os lábios se toquem levemente. Fazer isso devagar e começar com suavidade.
  5. Estabelecer um contacto visual com a parceira/o porque os olhos proporcionam valiosíssima informação sobre como o outro se sente. Se os olhares não se encontram, é um aviso de retirada.

O que acontecer depois permitirá interpretar se o desejo de beijar correspondia a um impulso qualquer ou era o início de algo muito mais intenso.

Concluindo

A doença do beijo ou mononucleose infeciosa não é geralmente uma doença grave mas se o baço for afetado é necessário uma vigilância mais apertada por causa do risco de rutura e hemorragia grave. Na maioria dos casos como fomos uns “bebés muito queridos” os nossos amigos e familiares deram-nos tantos beijos que é muito difícil não apanhar o vírus com tenra idade! Significa que a maioria de nós ficou imune logo desde a infância pelo que, mais tarde na adolescência,  se tiver o azar de namorar com alguém que contraia o vírus da mononucleose infeciosa isso não vai ser impedimento para continuar a celebrar o namoro com beijos mais carinhosos 🙂 … porque, provavelmente, já está imune.

Fique bem

Franklim Fernandes

Bibliografia:

Por favor PARTILHE este artigo com os seus amigos para que fiquem bem informados e já agora, para os que necessitarem   também dicas sobre beijar… BEM e ser mais FELIZ

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Super bactérias resistentes são forte causa de morte

As super bactérias e a resistência antimicrobiana (RAM) representam uma grande ameaça à saúde humana em todo o mundo. Diversas publicações estimaram o efeito da resistência antimicrobiana na incidência, mortes, tempo de internamento hospitalar e custos de saúde para combinações específicas de patogénios-drogas em locais selecionados. Um estudo publicado na revista The Lancet apresenta, até ao momento, as estimativas mais abrangentes da carga de resistência antimicrobiana a nível global (204 países)!

Resistência aos antibióticos como aparece?

Os antibióticos são medicamentos capazes de matar ou inibir o crescimento de bactérias, sendo que neste caso (inibir não matar) se denominam bacteriostáticos. A sua eficácia está associada diretamente à bactéria causadora da infeção, por isso nem todos os antibióticos são adequados para o tratamento de uma mesma infeção, devendo ser utilizados apenas no combate a infeções bacterianas e com a respetiva prescrição médica.

A resistência aos antibióticos aparece quando a bactéria a eliminar se modifica como resposta ao uso continuado do mesmo medicamento.

Como exemplo posso descrever uma pessoa que tenha sido infetada com sífilis, uma infeção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e tratada com um antibiótico denominado penicilina benzatina.

Suponhamos que com este tratamento 90% das bactérias são eliminadas e que 10% sobrevivam. Entre as sobreviventes, é possível que parte delas tenha desenvolvido mecanismos de resistência à penicilina benzatina. Estas bactérias sobreviventes vão voltar a multiplicar-se e quando forem expostas de novo ao medicamento, este pode não ter a mesma eficácia, tornando mais difícil o combate à infeção.

O uso indiscriminado de antibióticos nos hospitais e outras instituições de saúde, assim como em práticas agropecuárias contribui imenso para o aumento da resistência antimicrobiana. A compra de antibióticos sem receita médica deve ser completamente abolida para evitar a automedicação inadequada e perigosa para o próprio doente e para a sociedade em geral.

Na rotina hospitalar, por exemplo, diversos procedimentos invasivos tais como a utilização de ventilação mecânica e de cateteres venosos, são portas de entrada para as bactérias, levando ao aumento das infeções hospitalares associadas a estes instrumentos, sendo por consequência intensificado o uso de antibióticos, o que promove a seleção de bactérias resistentes nos hospitais.

A ausência de sistemas de saneamento eficazes, com o lançamento de esgoto de hospitais e domicílios no meio ambiente sem o tratamento adequado, obviamente, favorece o aumento da resistência antimicrobiana. Na natureza, as bactérias entram em contato com outros microrganismos e resíduos de antibióticos, o que gera novos processos de seleção e resistência, assim como grandes alterações da nossa microbiota quando usamos antibióticos de forma errada.

Custos para a sociedade

A resistência bacteriana aumenta os custos de tratamentos, prolonga os dias de internamento dos pacientes nos hospitais e aumenta a taxa de mortalidade. À medida que os antibióticos se tornam ineficazes, o número de infeções que se tornam mais difíceis de tratar também vai aumentar.

Com a limitação e ineficácia dos tratamentos, as infeções que hoje têm um tratamento simples, podem, no futuro, causar sérios danos ao nosso organismo, pois teremos menos recursos para combatê-las.

Um dos acontecimentos mais preocupantes é que existe o uso excessivo de colistina para promoção de crescimento em animais, que demonstrou originar resistência em animais e humanos. A colistina é um dos últimos e mais importantes antibióticos de amplo espectro para a humanidade.

Estudo publicado no The Lancet

Neste estudo foram estimadas mortes e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) atribuíveis e associados à resistência antimicrobiana bacteriana para 23 patogénios e 88 combinações patogénio-droga em 204 países e territórios em 2019. Foram obtidos e estudados dados de revisões sistemáticas da literatura, sistemas hospitalares, sistemas de vigilância e outras fontes, abrangendo 471 milhões de registros individuais ou isolados e 7.585 anos locais de estudo.

Usaram modelagem estatística preditiva para produzir estimativas de carga de resistência antimicrobiana para todos os locais, inclusive para locais sem dados. A abordagem pode ser dividida em cinco componentes amplos:

  • Número de mortes em que a infeção desempenhou um papel;
  • Proporção de mortes infeciosas atribuíveis a uma determinada síndrome infeciosa;
  • Proporção de mortes por síndrome infeciosa atribuíveis a um determinado patogénio;
  • Percentagem de um determinado patogénio resistente a um antibiótico de interesse;
  • Risco excessivo de morte ou duração de uma infeção associada a essa resistência.

Usando esses componentes, foi estimada a carga de doenças com base em dois contrafactuais:

  • Mortes atribuíveis à RAM (com base num cenário alternativo em que todas as infeções resistentes a medicamentos foram substituídas por infeções sensíveis a medicamentos) e
  • Mortes associadas à RAM (com base em um cenário alternativo em que todas as infeções resistentes aos medicamentos foram substituídas por nenhuma infeção).

Os intervalos de incerteza são de 95% para estimativas finais como os 25º e 975º valores ordenados em 1.000 sorteios posteriores, e os modelos foram validados de forma cruzada para validade preditiva fora da amostra. Apresentam-se estimativas finais agregadas ao nível global e regional.

Quais as bactérias mais resistentes?

Com base nos modelos estatísticos preditivos, houve uma estimativa de 4,95 milhões de mortes associadas à resistência antimicrobiana bacteriana em 2019, incluindo 1,27 milhões de mortes atribuíveis à RAM bacteriana. A nível regional, estimamos que a taxa de mortalidade em todas as idades atribuível à resistência seja mais alta na África subsaariana ocidental, com 27,3 mortes por 100.000, e mais baixa na Australásia, com 6,5 mortes por 100 000.

As infeções respiratórias inferiores foram responsáveis ​​por mais de 1,5 milhões de mortes associadas à resistência em 2019, tornando-se a síndrome infeciosa mais onerosa. Os seis principais patogénios de mortes associadas à resistência antimicrobiana são as seguintes bactérias:

  • Escherichia coli,
  • Staphylococcus aureus,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Streptococcus pneumoniae,
  • Acinetobacter baumannii.
  • Pseudomonas aeruginosa.

Estas seis bactérias foram responsáveis ​​por 929.000 mortes atribuíveis à RAM e 3,57 milhões de mortes associadas à RAM em 2019.

Antibióticos com mais resistências

A combinação de patogénio-droga, Staphylococcus aureus resistente à meticilina, causou mais de 100.000 mortes atribuíveis à resistência antimicrobiana em 2019, enquanto mais seis bactérias causaram, cada uma, 50.000 a 100 000 mortes. Essas seis bactérias extremamente perigosas são as seguintes:

  • Bacilo da tubercolose, Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch multiresistente a diversos medicamentos,
  • Escherichia coli de terceira geração resistente a cefalosporinas,
  • Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem,
  • Escherichia coli resistente a fluoroquinolonas,
  • Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenem,
  • Klebsiella pneumoniae resistente a cefalosporina de terceira geração.

Resistência bacteriana

A resistência bacteriana a antimicrobianos que ocorre quando mudanças nas bactérias fazem com que os medicamentos usados para tratar infeções se tornem menos eficazes – emergiu como uma das principais ameaças à saúde pública do século XXI. A Revisão sobre Resistência Antimicrobiana, encomendada pelo governo do Reino Unido, argumentou que a RAM poderia matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050.

Embora essas previsões tenham sido criticadas por alguns a OMS e vários outros grupos e pesquisadores concordam que a disseminação da RAM é uma questão urgente que requer um plano de ação global e coordenado para abordar este assunto, Informações sobre a magnitude atual da carga da RAM bacteriana, tendências em diferentes partes do mundo e as principais combinações de patógénios-drogas que contribuem para a carga de RAM bacteriana é crucial. Se não for controlada, a disseminação da RAM pode tornar muitos patogénios bacterianos muito mais letais no futuro do que são hoje.

Antibióticos usados pecuária

O uso de antibióticos na criação de animais é um dos temas mais relevantes para combater a resistência bacteriana e proteger a nossa saúde. A tentação para os criadores é imensa pois os animais crescem mais e mais rápido o que melhora muito o lucro das explorações.

No entanto os antibióticos usados na pecuária acabam por deixar vestígios na carne dos animais que depois passam para os humanos quando os consumimos com consequências devastadoras na nossa saúde, muita vezes sem nos apercebermos!

Uma delas é a alteração dramática da nossa microbiota ou flora intestinal com efeitos severos na nossa saúde que só há poucos anos começamos a descobrir mas que se pensa poderem agravar ainda mais os números assustadores de doenças autoimunes e até depressão!

Assim é de vital importância que sejam monitorizados de forma séria o uso de antibióticos dados aos animais, sendo que devem são geralmente proibidos o uso dos seguintes antibióticos:

  • Avoparcina,
  • Anfenicóis,
  • Tetraciclinas, 
  • Penicilinas,
  • Cefalosporinas,
  • Quinolonas,
  • Sulfonamidas,
  • Eritromicina,
  • Espiramicina,
  • Colistina,
  • Tilosina,
  • Lincomicina,
  • Tiamulina.

Covid-19 faz aumentar resistência bacteriana

A covid-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e portanto, sendo um vírus, os antibióticos não têm qualquer efeito terapêutico sobre ele. No entanto, o aumento no número de doentes internados com Covid-19 aumentou o uso de antibióticos em larga escala por todo o mundo.

Por exemplo a azitromicina 500mg e amoxicilina com ácido clavulânico 875mg/125mg,  foram usados de forma alargada em diversos protocolos iniciais de combate à covid-19.

O aumento do uso de antibióticos deve-se principalmente ao tratamento de infeções hospitalares, comuns em doentes internados por períodos de tempo mais prolongados, como em casos graves de Covid-19.

Esta pandemia de SARS-CoV-2 sublinhou a importância de duas estratégias de combate simples mas muito eficazes:

  • Lavagem das mãos para conter a disseminação de doenças;
  • Vacinas muito úteis, em termos da resistência, porque reduzem a necessidade de antibióticos e previnem a doença grave.

Assim é urgente estimular o desenvolvimento de novas drogas, pois atualmente temos um número muito limitado de antibióticos que apresentam eficácia no combate às bactérias multirresistentes.

Farmacêuticas pouco interessadas

A formulação de um novo antibiótico pode levar de 10 a 15 anos e as bactérias vão continuar a desenvolver mecanismos de resistência, o que torna o desenvolvimento de novos antibióticos um mercado pouco lucrativo para as farmacêuticas.

No meu artigo Top 20 farmacêuticas mais poderosas, pode constatar que apesar de tantos novos medicamentos serem lançados, não está descrito um único antibiótico novo.

As grandes empresas farmacêuticas tomam uma decisão calculada de risco e retorno, a menos que os governos ofereçam financiamento ou forte suporte, elas não investem em soluções terapêuticas pouco rentáveis.

A limitação das drogas disponíveis para o tratamento de infeções bacterianas chama a atenção para o investimento urgente em pesquisa de forma a alargar o estudo de novas formas de eliminação das bactérias.

Para pensar em novas formas de combate, é importante estudar a estrutura da bactéria, conhecer os mecanismos de resistência e investigar novos alvos de antibióticos.

10 medidas contra a resistência bacteriana

Num cenário alarmante de resistência bacteriana no mundo, os seguintes dez pontos de ação podem ajudar nas decisões de governos e autoridades sanitárias:

Fonte: Tackling drug-resistant infections globally: Final report and recommendation

Referências

Tiroide e intestino imunidade e hipotiroidismo


Tiroide intestino e imunidade (2022) guia de incríveis influências: As doenças da Tiroide mais comuns são o hipotiroidismo (muitas vezes causado pela doença de Hashimoto), o hipertiroidismo e os nódulos da tiroide. A Thyroid Federation International agrega organizações de apoio aos doentes da Tiroide de pelo menos 19 países, quase todos desenvolvido como por exemplo The Australian Thyroid Foundation ou a Thyroid Foundation of Canada. Isto é mais um facto que realça a forte prevalência das doenças da Tiroide na população principalmente dos países ditos “mais evoluídos”! Mas afinal o que se passa com a Tiroide? Qual a sua surpreendente ligação com o nosso intestino?

O que é a tiroide? Qual a sua função? Porque é importante? Quais os sinais de problemas? Como devem ser tratados? Como podem ser evitados? Sabia que as doenças da tiroide são muito comuns, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens?

Leia também: Cão deteta cancro da tiroide!

Existem múltiplas doenças da tiroide. Algumas caraterizam-se pelo incorreto funcionamento da tiroide. A tiroide produz e liberta para a circulação sanguínea duas hormonas, essenciais à vida, uma vez que exercem múltiplos efeitos no metabolismo, crescimento e desenvolvimento do nosso organismo.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

      • O que é a tiroide?
      • Qual a função da tiroide?
      • Para que servem as hormonas tiroideias?
      • Tiroide e o intestino qual a surpreendente relação?
      • Sistema imunitário e tiroide qual a importante ligação?
      • O que se passa se o intestino funcionar mal?
      • Como é regulada a tiroide?
      • Como se avalia atividade da tiroide?
      • Quais as principais doenças da tiroide?
      • As doenças da tiroide têm tratamento?
      • Nódulos da tiroide, o que são?
      • Qual a causa dos nódulos na tiroide?
      • Que tipos de nódulos existem?
      • Quais os exames que devem ser feitos?
      • Quais as características dos nódulos benignos vs malignos?
      • O que é o hipotiroidismo?
      • Quais as causas do hipotiroidismo?
      • Doença de Hashimoto: O que é?
      • Quais as causas da Doença de Hashimoto?
      • Porque temos falta de nutrientes?
      • Doença de Hashimoto: Quais os 6 nutrientes mais importantes?
      • Quais os sintomas de hipotiroidismo?
      • Como é diagnosticado o hipotiroidismo?
      • Quais os tratamentos para o hipotiroidismo?
      • O que é o hipertiroidismo?
      • Quais as causas de hipertiroidismo?
      • Hipertiroidismo: Quais os sintomas?
      • Como é diagnosticado o hipertiroidismo?
      • Quais os tratamentos para o hipertiroidismo?
      • O que é o cancro da tiroide?
      • Qual a causa do cancro da tiroide? Como é diagnosticado o cancro da tiroide?
      • Como é tratado o cancro da tiroide?
      • Como é seguido o doente com cancro da tiroide
      • Qual a importância da vigilância regular?
      • Quais as doenças da tiroide na gravidez?
      • Quais as alterações da tiroide normais durante a gravidez?
      • Quais as doenças mais comuns da tiroide durante a gravidez?
      • Quais os tratamentos mais indicados durante a gravidez?
      • Qual a influência das doenças da tiroide na amamentação?
      • Pode amamentar-se fazendo o tratamento?

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Tiroide o que é?

A tiroide é uma glândula localizada na base do pescoço, por cima da traqueia (logo abaixo da maçã de Adão nos homens). Tem a forma de uma borboleta, sendo constituída por dois lobos unidos por uma porção central chamada istmo. O nome deriva do Grego “thyreos” que significa escudo pois a sua forma de facto faz lembrar um escudo!

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Função da tiroide

A tiroide é uma glândula de secreção endócrina, isto é, produz hormonas que são libertadas para a circulação sanguínea, chamadas hormonas tiróideas, a saber:

  • Triiodotironina (T3),
  • Tetraiodotironina (tiroxina ou T4).

A T3 é a forma ativa da hormona formada principalmente a partir da conversão da T4 nos tecidos periféricos do organismo.

T3 e T4 hormonas tiróideas, para que servem?

As hormonas tiróideas são essenciais à vida e exercem múltiplos efeitos a três níveis:

  • Metabolismo,
  • Crescimento,
  • Funcionamento do organismo.

Estas hormonas são responsáveis por uma enorme variedade de funções e comunicações com todos os outros sistemas do nosso organismo mas particularmente com o intestino.

Através do sangue são transportadas a todas as células do nosso corpo, influenciando o seu metabolismo. Duma forma simples podemos dizer que regulam a velocidade com que as células trabalham. Se há um aumento da produção de hormonas tiróideas como no hipertiroidismo , o nosso organismo está acelerado, por exemplo há um aumento da frequência cardíaca e o funcionamento do intestino torna-se mais rápido.

Por outro lado se há uma menor produção de hormonas tiróideas, hipotiroidismo, a frequência cardíaca diminui e o intestino trabalha mais lentamente podendo originar obstipação.

É a tiroide que decide quanto "combustível" vamos utilizar para cada tarefa fisiológica, metabólica e física que tenhamos de efetuar. Por isso contribui de forma decisiva para o nosso bem-estar mental, emocional, ajudando a pensar mais depressa ou mais devagar e influenciando até a nossa função e desejo sexual.

Tiroide e o intestino

Tiroide e intestino estão intimamente ligados de tal forma que problemas no intestino influenciam decisivamente o funcionamento da tiroide e vice-versa. A tiroide ajuda a regular a motilidade intestinal e fortalece a integridade da mucosa do trato gastrointestinal. Isto e muito importante por duas ordens de razões:

      • O intestino converte um quinto da hormona T4 (forma inativa) em T3 (forma ativa);
      • O intestino serve de interface entre a tiroide e o sistema imunitário.

Sistema imunitário e tiroide

Grande parte do sistema imunitário está localizado logo por baixo da única camada de células que reveste o nosso intestino. Isso mesmo… leu bem o nosso intestino e tudo o que “por lá passa” apenas é separado do sistema imunitário por uma única camada de células fortemente ligadas entre si. Por sua vez esta ligação forte entre as células da mucosa intestinal, curiosamente, não é feita por uma espécie de “cola” mas sim por uma espécie de “portal” que se abre e fecha apenas para deixar passar os nutrientes que nos são essenciais, depois de decompostos nas suas formas mais básicas, tais como:

  • Aminoácidos (para produção de proteínas);
  • Monossacarídeos (para produção de hidratos de carbono);
  • Monoglicerídeos (para produção de gordura).

O bom funcionamento do intestino depende imenso da correta motilidade intestinal que por sua vez é regulada pela tiroide.

Permeabilidade intestinal

Quando a motilidade intestinal está alterada, originando por exemplo obstipação ou diarreia, existe uma maior probabilidade do “portal” que une as células da mucosa intestinal ficar em linguagem simples “encravado no modo aberto” colocando em contacto direto e permanente o nosso sistema imunitário com o conteúdo intestinal. Este contacto provoca uma reação inflamatória permanente e exagerada do nosso sistema imunitário que se sabe hoje ser uma das causas mais importantes de imensas doenças autoimunes, cuja incidência na população dos países desenvolvidos tem disparado de forma alarmante!

Glúten e permeabilidade intestinal

A única molécula conhecida que atua como “chave” para abrir os portais existentes entre as células da mucosa intestinal chama-se Zonulin (Zonulina) e a sua produção pelo organismo é estimulada pela ingestão de gluten, pelo que cientistas de renome na área das doenças autoimunes, como o Dr Alessio Fassano, fundador do Center for Celiac Research, aconselham a eliminar completamente da nossa dieta.

Estudo:

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Como é regulada a tiroide?

A atividade da glândula tiroide é controlada por duas hormonas produzidas noutros órgãos:

    • Hipófise – glândula localizada na base do cérebro, que produz a TSH;
    • Hipotálamo – porção do cérebro imediatamente acima da hipófise, que produz a TRH.

A hipófise e o hipotálamo são uma espécie de sensores, sensíveis aos níveis de hormonas tiroideias em circulação. Se os níveis de T3 e T4 em circulação forem baixos o hipotálamo liberta TRH que estimula a libertação de TSH pela hipófise. Os níveis aumentados de TSH, por sua vez, estimulam a tiroide a produzir mais hormona tiroideia, de forma a restabelecer os níveis normais.

Pelo contrário, se os níveis de hormonas tiróideas em circulação excederem os valores normais, o hipotálamo e a hipófise diminuem a libertação de TRH e TSH respetivamente, de forma a que haja menor produção de T3 e T4 pela tiroide.

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Avaliar a atividade da tiroide

Antes de mais, um médico tem uma ideia da atividade da glândula através da história clínica, sintomas e exame físico que o doente apresenta. Perante a suspeita clínica de alteração da função da tiróide é necessário uma análise laboratorial. É efetuada uma colheita de sangue onde é possível medir os níveis de T3, T4 e TSH.

Doenças da tiroide

As doenças tiróideas são muito comuns, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens.

Existem múltiplas doenças da tiroide, sendo as mais comuns:

    • Hipertiroidismo – sempre que há excesso de produção de hormonas tiroideias;
    • Hipotiroidismo – quando há deficiência de produção de hormonas tiroideias;
    • Doenças Autoimunes – são causadas por anticorpos dirigidos contra a glândula tiroide, que podem estimular ou destruir a glândula. São exemplos a Doença de Graves (causa de hipertiroidismo) e a Doença de Hashimoto ( causa frequente de hipotiroidismo);
    • Bócio – quando a tiroide está globalmente aumentada de tamanho;
    • Nódulos – podem ser únicos ou múltiplos.

Tratamento das doenças da tiroide 

Habitualmente as doenças da tiroide não são complicadas e os seus sintomas podem ser tratados. Há doenças que podem ser tratadas com medicamentos orais e outras que pode ser necessário recorrer a outras formas de tratamento.

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Nódulos da Tiroide

O que são nódulos?

A tiroide é uma glândula que todos temos e que se localiza no pescoço. Por vezes pode estar aumentada de volume de forma difusa – bócio simples ou pode ter nódulos – bócio nodular.

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Causa dos nódulos

A maioria das vezes não se sabe a causa. Algumas das causas conhecidas são as seguintes:

    • As mulheres podem ter aumento do volume da glândula durante a gravidez.
    • Deficiência de iodo.
    • Aumento difuso provocado por doenças autoimunes como a Doença de Graves e Tiroidite de Hashimoto.
    • Alguns medicamentos ex: amiodarona, lítio, …
    • Determinados químicos.
    • Radioterapia da cabeça ou do pescoço.
    • Causa genéticas.
    • Grandes quantidades de radioatividade , por exemplo no desastre de Hiroshima , Chernobyl e mais recentemente Fukushima

Tipos de nódulos

Os nódulos da tiroide são muito mais frequentes na mulher do que no homem. Os nódulos podem ser:

  • Únicos,
  • Múltiplos.

Habitualmente tem o mesmo tipo de abordagem. Os nódulos com menos de 1 cm habitualmente não têm importância clínica, e podem apenas necessitar de vigilância. Nos nódulos com mais de 1 a 1,5 cm , dependendo da história clínica e características ecográficas dos nódulos, pode ser conveniente a realização de uma citologia aspirativa com agulha fina. Pretende-se excluir a hipótese de cancro da tiróide, que constitui uma minoria das situações (cerca de 5 a 10%).

Se forem volumosos podem dar algum desconforto ou sensação de compressão a nível cervical. Nessa situação pode ser necessário cirurgia que também é realizada sempre que a citologia for suspeita ou maligna.

Exames que devem ser feitos

Colheita de sangue para avaliar os níveis das hormonas tiróideas

Se hipertiroidismo, pode tratar-se de um ou mais nódulos a trabalhar em excesso.

Ecografia da tiroide

É um exame indolor que nos permite avaliar a morfologia da glândula, isto é, o seu tamanho, a existência de nódulos e as suas características, por exemplo se são sólidos ou líquidos. Apesar da ecografia da tiroide não nos indicar se um nódulo é benigno ou maligno, determinadas características dos nódulos podem ser mais suspeitas e orientam-nos para a necessidade de uma citologia.

Citologia com agulha fina

Recolhe células do nódulo para estudo microscópico.

Cintigrafia da tiroide

Só deverá ser efetuado em algumas situações particulares.

Nódulos benignos vs malignos

Nódulos benignos

Podem ser quistos, nódulos coloides, adenomas, etc.

Nódulos malignos

O cancro da tiroide tem uma alta taxa de cura e a maioria dos doentes pode ter uma vida perfeitamente normal. O tratamento é cirúrgico. Por vezes é necessário tratamento com iodo radioativo. O tratamento com levotiroxina é obrigatório em todos os doentes. A vigilância deve ser para o resto da vida.

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Hipotiroidismo

O que é o hipotiroidismo?

É uma condição em que as hormonas da tiróide estão em quantidade insuficiente no sangue comprometendo o normal funcionamento de todo o organismo. Chama-se de hipotiroidismo primário quando a causa compromete o funcionamento da tiroide.

Sintomas de hipotiroidismo

Os os sintomas são variados, por vezes inespecíficos ou seja são similares ao de outras patologias e geralmente aparecem progressivamente. Os principais são os seguintes:

  • Aumento da sensibilidade ao frio;
  • Fadiga;
  • Cansaço fácil;
  • Obstipação;
  • Pele seca;
  • Queda de cabelo, cabelo fino e quebradiço;
  • Irregularidades menstruais;
  • Ligeiro aumento de peso (retenção de fluidos);
  • Mialgias e parestesias.

Causas de hipotiroidismo primário

Existem muitas razões pelas quais a tiroide deixa de funcionar adequadamente nas pessoas com hipotiroidismo, sendo as principais as que descrevo de seguida:

    • Doença autoimune como a doença de Hashimoto (95% dos casos);
    • Falta ou excesso de iodo;
    • Cirurgia prévia;
    • Medicamentos;
    • Radiações.

Doença de Hashimoto

É a causa mais comum em adultos (95%), em países sem carência severa de iodo, como é o caso de Portugal. Nesta condição, as defesas do organismo deixam de reconhecer a tiroide como fazendo parte do corpo e atacam-na como se fosse uma entidade estranha. À medida que vai sendo lesada, a tiroide deixa de ter capacidade para fabricar e libertar hormonas em quantidade suficiente, estabelecendo-se o hipotiroidismo.

Doença de Hashimoto: Quais as causas?

Segundo a Dra Izabella Wentz, as principais causas primárias da doença de Hashimoto são:

    • Sensibilidades alimentares
    • Deficiência em alguns nutrientes
    • Dificuldade em gerir o stress
    • Comprometimento da capacidade de lidar com toxinas
    • Infeções crónicas
    • Permeabilidade intestinal

Algumas das causas primárias podem estar um pouco escondidas e ser necessário investigar mais profundamente. No entanto resolver as carências de nutrientes é uma das medidas mais simples que podem ser tomadas.

A boa notícia é que, quando tratamos das carências de nutrientes, podemos sentir uma melhoria muito rápida, mesmo quando outras causas subjacentes ainda estão presentes!

Falta de nutrientes

Carências de nutrientes são sempre um fator na Doença de Hashimoto. Devido ás práticas agrícolas atuais e dieta ocidental, a carência de nutrientes é um fator importante para a maioria das pessoas!

Estas carências podem ser originadas pelos seguintes fatores:

  • Comer alimentos processados
  • Tomar medicamentos
  • Sensibilidade alimenta
  • Inflamação intestinal,
  • Má digestão,
  • Mal absorção,
  • Infeção intestinal,
  • Microbioma alterado.

Até mesmo o hipotiroidismo em si mesmo, pode levar a carências de nutrientes.

Mesmo as pessoas cuja dieta se baseia em alimentos orgânicos, ricos em nutrientes, correm o risco de ter deficiências de nutrientes, devido aos seguintes fatores:

  • Estômago menos ácido que o necessário
  • Mal absorção de gordura
  • Deficiência em enzimas digestivas

Estes fatores fazem com que muitos de nós não sejamos capazes de retirar e absorver dos alimentos os nutrientes que necessitamos nas quantidades adequadas.

6 nutrientes mais importantes na Doença de Hashimoto

Ainda segundo a Dra Izabella Wentz as carências de nutrientes mais comuns na doença de Hashimoto são:

  • Magnésio (citrato ou glicinato)
  • Selénio,
  • Vitamina B1 (Tiamina)
  • Vitamina B12,
  • Viatmina D
  • Ferritina (a proteína de armazenamento de ferro).

O doseamento sanguíneo de selénio, vitamina B1 (Tiamina) e magnésio não são fiáveis. A maioria das pessoas com Hashimoto tem deficiências nestes 3 nutrientes pelo que se aconselha a suplementação mesmo sem teste sanguíneo, pois as reações adversas são pouco frequentes.

Magnésio

O magnésio foi muitas vezes chamado de “nutriente milagroso”. A deficiência de magnésio pode causar os seguintes sintomas:

  • Caibras
  • Enxaqueca,
  • Dores de cabeça,
  • Insónia,
  • Cólicas menstruais,
  • Ansiedade,
  • Dores nas articulações.

Pode ainda causar uma série de outros sintomas entre os quais intolerância a ruídos altos.

O uso a longo prazo também pode ajudar com a normalização da aparência da glândula tiroide em ultrassom, e magnésio também pode ajudar a tiroide e nódulos da mama.

Magnésio: Qual o suplemento recomendado?

  • Citrato de magnésio puro em cápsulas (se for tendencialmente preso do intestino)
  • Glicinato de magnésio (se for tendencialmente solto do intestino)

Dose: 1-4 cápsulas por dia, em doses divididas, com as refeições.

Quais os benefícios esperados?

  • Redução da ansiedade,
  • Palpitações menos frequentes,
  • Mais energia,
  • Melhoria no exame de ultra-som da tiroide (quando usada a longo prazo),
  • Ausência de cólicas menstruais,
  • Melhoria na obstipação,
  • Menos enxaqueca,
  • Menos caibras e dor,
  • Melhor sono.

Quanto tempo para ver os benefícios?

Isso realmente depende dos sintomas. Pode sentir benefícios com ansiedade, insónia e até mesmo enxaquecas ou dores de cabeça, dentro da primeira semana.

As cólicas menstruais, vão reduzir-se em 80-90% no primeiro mês e diminuirão ainda mais com o uso continuado. Em relação à normalização do exame de ultra-som da tiroide, isso pode levar alguns anos de uso.

Quanto tempo tomar: 3 meses ou toda a vida depende dos sintomas e do aconselhamento médico.

Considerações especiais:

Certifique-se que toma o magnésio pelo menos com 4 horas de diferença em relação à medicação da tiroide pois o magnésio pode bloquear a sua absorção. Tomar o magnésio ao deitar pode ser uma boa escolha porque promove um sono reparador.

Citrato de magnésio pode causar fezes moles, o que pode ser bom se for obstipado ou mau se já tiver fezes soltas.

Assim utilize glicinato de magnésio se tende mais para a diarreia e citrato de magnésio se tende mais para a obstipação.

Tenha ainda em mente que para algumas pessoas o glicinato de magnésio pode piorar os sintomas de ansiedade. Neste caso o citrato de magnésio seria uma escolha melhor.

Selénio

Deficiência de selénio tem sido reconhecida como um gatilho ambiental para Hashimoto’s, e a maioria das pessoas com Hashimoto estão em risco de ter esta deficiência. Outras populações de alto risco incluem pessoas com:

  • Síndrome do Intestino Irritável,
  • Doença celíaca (alérgicos ao glúten)
  • Pessoas que consomem dietas sem cereais.

Numerosos estudos apoiam o uso de selénio na Doença de Hashimoto, Doença de Graves e gravidez. Na verdade, o selénio pode evitar a doença de Hashimoto pós-parto.

Uma dose de 200 microgramas por dia foi considerada eficaz para reduzir os anticorpos anti-Tiroperoxidase (TPO) em cerca de 50% em 3 meses!

Suplemento recomendado: Selénio na forma de metionina pura em cápsulas

Dose: 200-400 μg por dia

Benefícios esperados:

  • Menos ansiedade,
  • Melhor conversão de T4 para T3,
  • Menos anticorpos anti-tiroide,
  • Mais energia,
  • Menos perda de cabelo,
  • Menos palpitações.

Quanto tempo demora a sentir benefícios?

Geralmente 3 a 5 dias para os sintomas começarem a melhorar e 3 meses completos para ver uma redução nos anticorpos da tiroide

Quanto tempo deve tomar: 3 meses a 2 anos

Considerações especiais:

Se tiver uma reação adversa ao selénio (que é raro), pode ter deficiência de iodo. Enquanto o iodo pode ser um gatilho para Hashimoto e pode exacerbar Hashimoto, algumas pessoas podem ser deficientes e podem beneficiar de um suplemento de iodo de baixa dosagem (até 250 mcg tem sido bem tolerado em pessoas com Hashimoto.) A maioria das vitaminas multi e pré-natal já contém na sua composição 150-250 mcg.

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Falta ou excesso de iodo – O Iodo é o elemento fundamental para a síntese das hormonas da tiroide. O iodo é fornecido pelos alimentos. Quando em níveis insuficientes ou excessivos pode alterar a função da tiroide, comprometendo a sua síntese hormonal.

Cirurgia prévia – algumas doenças da tiroide requerem uma cirurgia para remoção total ou parcial da glândula. Se a remoção for completa ou o que restou da glândula não for suficiente, não haverá produção adequada das hormonas.

Medicamentos – há fármacos como a amiodarona, o lítio e o interferão que alteram a síntese hormonal.

Radiações – pessoas submetidas a tratamentos com radiações para doenças da tiroide ou outras da cabeça ou pescoço podem desenvolver hipotiroidismo.

Diagnosticar o hipotiroidismo

Segundo a experiência pessoal e profissional da Dra Izabella Wentz, autora do Best seller Hashimoto’s Protocol, o hipotiroidismo pode não ser diagnosticado nos primeiros 10 anos da doença pelo simples facto de as análises clinicas apenas ao doseamento das hormonas da tiroide T4 e T3 estarem dentro dos intervalos normais de referência.

Normalmente o diagnóstico definitivo baseia-se no doseamento sanguíneo das hormonas da tiroide e da TSH (hormona que regula o funcionamento da tiroide e que é produzida noutra glândula, a hipófise, que se localiza no cérebro).

No entanto, se houver sintomas, segundo a Dra Izabella Wentz, mesmo com T4 e T3 normais, a doença autoimune de Hashimoto pode já estar a atacar a tiroide. Torna-se portanto necessário  ir mais longe e fazer os seguintes exames complementares:

    • Ecografia da tiroide para confirmar se a morfologia e tamanho são normais;
    • Teste TPO: Pesquisa no sangue anticorpos específicos da tiroide, tais como anticorpos contra a Tiroperoxidase (TPO) que é uma enzima presente na tiroide e desempenha uma importante função na produção de hormonas da tiroide. Se o teste for positivo isso indica que existem anticorpos a atacar a tiroide o que pode ser uma indicação de doença autoimune tal como doença de Hashimoto (que provoca hipotiroidismo) ou doença de Graves (que provoca hipertiroidismo).

Qual o tratamento para o hipotiroidismo?

O tratamento do hipotiroidismo consiste na administração geralmente crónica de hormona da tiroide na forma de L-tiroxina (T4), de forma a fornecer ao organismo a quantidade de hormonas que a tiroide se tornou incapaz de produzir.

Como se faz o acompanhamento médico?

A maioria dos casos de hipotiroidismo são definitivos, não tendo cura. No entanto, desde que o tratamento seja bem realizado e a dose de levotiroxina seja a correta, as pessoas não terão quaisquer sinais ou sintomas, podendo levar uma vida perfeitamente normal.

A dose de L-T4 adequada pode variar ao longo do tempo na mesma pessoa, o que obriga a que se devam realizar análises periódicas para ajustar a posologia.

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Hipertiroidismo

O que é o hipertiroidismo?

O hipertiroidismo acontece quando a glândula tiroide produz hormonas em quantidades excessivas. As hormonas tiroideias (T3 e T4) controlam todas as funções do organismo e a sua velocidade de funcionamento. Quando há um excesso destas hormonas o organismo está “acelerado”. Esta situação deve ser rapidamente tratada pois pode causar “exaustão” em alguns dos órgãos, nomeadamente o coração

Causas do hipertiroidismo

As principais causas de hipertiroidismo são as seguintes:

  • Doença de Graves (doença auto-imune);
  • Nódulo tóxico;
  • Bócio multinodular tóxico;
  • Tiroidite subaguda;
  • Excesso de hormona tiroideia;
  • Ingestão excessiva de iodo.

De seguida descreve-se como cada uma destas condições de saúde leva ao hipertiroidismo.

    • Doença de Graves – é uma alteração auto-imune, causada por anti-corpos estimuladores da tiroide. Há geralmente um aumento do volume da tiroide (bócio), hipertiroidismo e, por vezes, edema dos tecidos periorbitários que podem causar saliência dos globos oculares e alterações da visão. É mais frequente nas mulheres que nos homens e pode ter uma associação familiar.
    • Nódulo tóxico – quando a tiroide apresenta um único nódulo que produz mais hormonas que o necessário para o funcionamento normal do organismo.
    • Bócio multinodular tóxico – a tiroide apresenta-se mais volumosa (bócio) com vários nódulos que produzem excesso de hormonas e provocam hipertiroidismo. Geralmente aparece em pessoas mais velhas que há vários anos tinham bócio com nódulos.
    • Tiroidite Subaguda – após uma infecção vírica a tiroide torna-se mais volumosa e dolorosa e liberta para o sangue uma grande quantidade de hormonas que tinha armazenada. Não há um verdadeiro aumento de produção hormonal e, portanto, o hipertiroidismo é auto-limitado.
    • Excesso de hormona tiroideia – os doentes que fazem tratamento com hormona tiroideia (levotiroxina) podem desenvolver hipertiroidismo se a dose desta se tornar excessiva. Por isto, a função tiroideia deve ser periodicamente vigiada por um médico e a dose de levotiroxina ajustada.
    • Ingestão excessiva de iodo – algumas medicações (ex. solução de lugal, amiodarona, contrastes de RX,…) contêm Iodo numa concentração muito superior á necessária. Em certas situações, este excesso de iodo pode ser utilizado pela tiroide e causar um hipertiroidismo.

Sinais de hipertiroidismo

Geralmente o quadro é muito marcado e não passa despercebido. É habitual estar presente um bócio (aumento de volume da tiroide) que se pode acompanhar de:

  • Palpitações, aumento da fadiga cardíaca (> 100 batimentos por minuto);
  • Nervosismo, irritabilidade, ansiedade, variações frequentes de humor; insónia;
  • Tremor fino das mãos;
  • Perda de peso apesar de apetite aumentado;
  • Hipersudorese e intolerância ao calor;
  • Queda de cabelo, pele fina, alterações das unhas;
  • Diarreia;
  • Diminuição do fluxo menstrual e irregularidades menstruais;
  • Fraqueza muscular no ombros, braços ou coxas;
  • Olhar vivo, fixo e/ou olhos proeminentes, visão dupla (na Doença de Graves).

Diagnóstico de hipertiroidismo

Quando há uma suspeita clínica pode ser realizada uma análise ao sangue onde é doseada a TSH – a hormona da hipófise que estimula a tiroide e que no hipertiroidismo está diminuída – e a T3 e T4 – hormonas da tiroide que no hipertiroidismo circulam em excesso no sangue. Pode existir excesso de uma só ou de ambas.

Posteriormente, para reforçar o diagnóstico podem ser necessários outros exames complementares para conhecer a causa tais como:

  • Determinação de anticorpos,
  • Cintigrafia da tiroide,
  • Ecografia.

Tratamento do hipertiroidismo

O objetivo é terminar com a produção excessiva de hormonas da tiroide. Há três tipos de tratamento e o seu médico poderá explicar-lhe os riscos e benefícios de cada um dos seguintes:

    • Medicamentos anti-tiroideios,
    • Iodo radioactivo,
    • Tratamento cirúrgico.

Fármacos anti tiroideios

Em Portugal há fármacos que atuam diminuindo a produção de hormonas pela tiroide. Atualmente prefere-se o uso do tiamazol (Metibasol®). Alguns doentes conseguem uma remissão de hipertiroidismo com o uso prolongado destes fármacos (cerca de 12-18 meses), embora noutros apenas se consiga um controlo provisório. Podem ter alguns efeitos adversos, tais como:

  • Reações cutâneas,
  • Alterações hepáticas,
  • Redução dos glóbulos brancos.

O seu uso deve ser vigiado e controlado por um médico endocrinologista.

Iodo Radioativo

Resulta numa resolução definitiva do hipertiroidismo. É administrado por via oral (geralmente em cápsulas) e ao entrar nas células da tiróide destrói algumas. O seu efeito terapêutico raramente acontece nos primeiros dois meses, manifestando-se depois, de um modo geral, até 6 meses após a sua administração.

Ocasionalmente o hipertiroidismo mantém-se e é necessária uma 2ª dose. Mais frequentemente resulta num hipotiroidismo (glândula menos ativa) e é preciso ficar a tomar hormona tiroideia de substituição. A dose exata de iodo para se conseguir uma função tiroideia normal é difícil de calcular, pelo que na maior parte dos casos se opta por uma dose empírica. É utilizado desde há muitos anos e não tem complicações importantes.

Tratamento cirúrgico

Em alguns casos é necessário remover cirurgicamente parte (nódulo tóxico) ou toda a glândula (Doença de Graves ou Bócio multinodular tóxico). Se a remoção for completa surge o hipotiroidismo e é necessário tomar hormona tiroideia para o resto da vida.

Outros tratamentos

Há fármacos (grupo dos bloqueadores beta adrenergicos) que podem ser utilizados temporariamente para controlar os sintomas de hipertiroidismo enquanto os tratamentos específicos se tornam efetivos.

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Cancro da Tiroide

O que é o cancro da tiroide?

O cancro da tiroide é um tumor maligno da glândula tiroideia. Aparece habitualmente sob forma de nódulo no pescoço, quase sempre sem sintomas. Apenas cerca de 5 a 10% destes nódulos tiroideus são malignos. A maioria dos casos surge em mulheres.

Os cancros da tiroide mais frequentes são o carcinoma papilar e o folicular, que se agrupam nos chamados carcinomas diferenciados da tiroide. Tal como o nome sugere, as suas células mantêm algumas características das células tiroideias normais, o que facilita o seu tratamento. Há outros tipos de cancro, carcinoma medular da tiroide , carcinoma anaplásico e linfoma da tiroide. Estes carcinomas são muito mais raros e tem uma forma de abordagem e evolução muito diferentes.

Causa do cancro da tiroide

O cancro da tiroide pode surgir em qualquer pessoa, e na maior parte dos casos a causa é desconhecida. Apenas a radioterapia da cabeça, pescoço ou tórax parece ser um fator de risco para o seu aparecimento. Antes de 1960 utilizava-se este tipo de tratamento para amigdalites de repetição ou para o acne. Sabe-se que há maior risco nas pessoas que foram expostas a grandes quantidades de radiação, como aconteceu na bomba de Hiroshima, no acidente nuclear de Chernobyl e vamos ver o que acontece com o acidente nuclear em Fukushima . Estes carcinomas podem ter uma incidência familiar.

Diagnosticar o cancro da tiroide

Muitas vezes é o próprio doente que nota um nódulo à palpação do pescoço, ou o seu médico num exame físico de rotina. Outras vezes aparece numa ecografia ou TAC pedidas por outro motivo. A grande maioria destes nódulos são benignos (90 a 95%), pelo que a sua simples descoberta não deve alarmar. No entanto, obriga ao seu estudo com:

  • Análises de sangue para avaliar a função tiroideia;
  • Ecografia da tiroide e se necessário citologia aspirativa com agulha fina.

Só em casos pontuais haverá necessidade de fazer cintigrafia.

A citologia é efetuada com uma agulha fina para aspirar uma pequena quantidade de células do(s) nódulo(s), que será analisada em laboratório. O exame é rápido, seguro e praticamente indolor.

Tratamento do cancro da tiroide

Se o diagnóstico da citologia for cancro, o primeiro passo é a cirurgia com a remoção (total) da glândula tiroideia – tiroidectomia (total), bem como dos gânglios linfáticos suspeitos, se os houver. Na maior parte dos casos, o tumor é totalmente removido. As complicações da cirurgia são raras nos centros mais experientes.

Uma vez retirada a tiroide, é necessário fazer tratamento com hormona tiroideia (T4 – levotiroxina). O objetivo é substituir a produção normal de hormona tiroideia e inibir o crescimento de possíveis células tiroideias ainda presentes . A TSH pode estimular o crescimento das células tumorais. O nível de TSH pretendido com o tratamento com levotiroxina depende de cada caso.

Em alguns casos pode ser necessário o tratamento com iodo radioativo, chamado tratamento ablativo ou ablação, porque destrói as células tiroideias normais e as cancerosas que possam ter ficado após a cirurgia. A necessidade de o fazer ou não tem que ser adaptado a cada doente.

Qual a importância da vigilância regular?

Mais de 80% de todos os casos curam.

No entanto, manter a vigilância periódica é essencial para a deteção precoce de uma eventual recidiva. Em 20% dos casos pode não ser obtida a cura após o tratamento inicial, por vezes pode haver disseminação a nível dos gânglios do pescoço e a outras partes do corpo (metástases) ainda que muitos anos depois da cirurgia.

Por esta razão, os médicos recomendam que os doentes com cancro da tiroide mantenham vigilância regular para toda a vida, embora mais importante nos primeiros 5 a 10 anos.

Os dois exames fundamentais para esta vigilância são:

  • Análises de sangue (doseamento da função tiroideia, tiroglobulina e anticorpos antitiroglobulina)
  • Ecografia cervical.

A periodicidade dos pedidos depende do doente, anos de seguimento e grau de risco do carcinoma. No 1º ano pós tratamento inicial geralmente são recomendados doseamentos de tiroglobulina e anticorpos antitiroglobulina cada 6 a 12 meses, e uma ecografia cervical ao fim do primeiro ano de tratamento, repetida quando o médico assim o considerar.

Ao fim do 1º ano de vigilância, pode ser necessário o doseamento de tireoglobulina ( o marcador tumoral ) sob níveis elevados de TSH (hormona hipofisária). Existem duas alternativas para elevar a TSH. Uma das possibilidades, a única disponível até há poucos anos, consiste em suspender a medicação com hormona tiroideia (habitualmente a T4 por 3 a 4 semanas ou a T3 por 2 a 3 semanas). A falta de hormona tiroideia, no entanto, provoca os sinais e sintomas habituais do hipotiroidismo, que podem ter repercussões mais ou menos importantes, dependendo de doente para doente.

Outra possibilidade é a utilização de TSH recombinante humana (rhTSH). Apesar de ser produzida em laboratório, a rhTSH é idêntica à TSH natural. A grande vantagem é que os doentes não têm necessidade de suspender a medicação com hormona tiroideia e portanto não têm os sintomas de hipotiroidismo. Tem alguns efeitos secundários, tais como:

    • Pequena reação no local da picada
    • Náuseas,
    • Vómitos,
    • Dor de cabeça,
    • Fraqueza após a injeção.

O que esperar para o futuro?

Apesar de não ter tiroide, pode ter uma vida perfeitamente normal com o tratamento hormonal qua a substitui. Vai necessitar de o manter para o resto da vida.

Consulte o seu médico para programar uma eventual gravidez. Os tratamentos com iodo radioativo estão absolutamente contraindicados na gravidez e aleitamento. Não pode engravidar nos 6 a 12 meses que se seguem ao tratamento. Nesta fase deve assegurar uma contraceção eficaz.

No entanto, assim que o seu médico o consentir, uma gravidez decorre de forma segura, desde que mantenha o tratamento com a hormona tiroideia e a vigilância analítica.

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Gravidez e doenças da tiroide

Durante a gravidez há alterações fisiológicas no organismo da mãe que obrigam a glândula tiroideia a um esforço acrescido.

Até cerca das 20 semanas de gestação a tiroide fetal não sintetiza as hormonas necessárias para o desenvolvimento do feto pelo que este necessita das hormonas tiróideas produzidas pela mãe.

As hormonas da tiroide são indispensáveis ao desenvolvimento do sistema nervoso central fetal. Um défice destas pode-se traduzir mais tarde num atraso cognitivo ou dificuldades de aprendizagem da criança.

Alterações normais durante a gravidez

    • O aumento dos níveis de estrogénio no sangue materno condiciona um acréscimo das proteínas de transporte das hormonas tiroideias em circulação, o que conduz a um aumento dos níveis totais de hormonas tiroideias no sangue. Porém, as hormonas “livres” (não ligadas às proteínas e que representam a forma ativa da hormona) diminuem ao longo da gestação.
    • O aumento do volume sanguíneo e, portanto, do volume de distribuição das hormonas tiroideias (fenómeno de diluição) conduz a uma redução da concentração destas.
    • O aumento das perdas de iodo pela urina, a passagem deste através da placenta para o feto e a desionização das hormonas tiroideias na placenta, implica que as necessidades de iodo durante a gravidez aumentem. Se não há iodo suficiente para a produção das hormonas tiroideias, estas vão entrar em défice.
  • A hCG (gonadotrofina coriónica humana), hormona de origem placentária, que atinge os valores mais elevados no fim do primeiro trimestre da gravidez estimula a tiroide, por semelhança estrutural com a hormona estimulante da tiroide (TSH). A valores mais elevados de hCG no 1º trimestre correspondem valores mais baixos de TSH.

Estas alterações próprias da gravidez traduzem-se em alterações das análises laboratoriais utilizadas para estudar o funcionamento da tiroide e obrigam a uma correta interpretação dos resultados encontrados na mulher grávida.

As doenças da tiroide são frequentes na gravidez?

As doenças da tiroide são relativamente frequentes na população em geral e, em particular, no sexo feminino e também nas mulheres em idade fértil. A gravidez pode alterar a evolução natural das doenças da tiroide e as doenças da tiroide (e o seu tratamento) podem afetar a evolução normal da gravidez, a mulher grávida e o feto.

O diagnóstico é geralmente feito da mesma forma que é feito fora da gravidez. Geralmente fazem-se doseamento das hormonas tiróideas no sangue e uma ecografia da tiroide, que por ser um exame isento de radiação não tem qualquer efeito nocivo no feto.

É importante saber que, na gravidez, os resultados das análises poderão ter uma interpretação diferente, porque os valores de referência habituais apresentados pelo laboratório podem não ser adequados para a gravidez.

Doenças mais frequentes na gravidez

Hipotiroidismo na gravidez

A carência materna de hormonas tiroideias (hipotiroidismo) pode atingir mais de 3% das gestações. Em alguns casos, esta situação já era conhecida pela mulher antes de engravidar e se não estiver tratada conduz geralmente a uma infertilidade.

A causa mais frequente de hipotiroidismo nesta idade, em países sem défice severo de iodo, é uma inflamação crónica da tiroide, de natureza autoimune:

  • A tiroidite crónica autoimune (linfocítica ou de Hashimoto).

Pensa-se que a Tiroidite Crónica se possa relacionar com um aumento da incidência de aborto e de parto pré-termo. Os sinais e sintomas do hipotiroidismo são inespecíficos e facilmente confundíveis com queixas frequentes na gravidez, tais como:

  • Aumento de peso,
  • Falta de forças,
  • Cansaço,
  • Obstipação,
  • Pode haver ainda um aumento do volume da glândula tiroideia, vulgarmente conhecido por bócio.

O tratamento é obrigatório e faz-se com levotiroxina (L-T4), a hormona que a tiroide produz em maior quantidade e que se pode transformar em T3 de acordo com as necessidades. Conforme dito anteriormente, o correto tratamento do hipotiroidismo é essencial para o desenvolvimento neurológico do feto.

Se o hipotiroidismo já era conhecido antes da gravidez, a dose de levotiroxina necessita de ser aumentada, até 30% ou 50%, pelas 4 a 6 semanas de gestação. Após o parto, as necessidades de levotiroxina, em geral, diminuem para doses habituais na mulher não grávida, mesmo durante o período de amamentação.

Hipertiroidismo na gravidez

O excesso materno de hormonas tiroideias (hipertiroidismo) é uma situação mais rara que a anterior, mas pode atingir até 1% das grávidas. A causa mais frequente é a Doença de Graves, também de natureza autoimune.

O hipertiroidismo não tratado relaciona-se com o aumento da incidência dos seguintes problemas de saúde na gravidez:

  • Aborto e de
  • Parto pré-termo,
  • Baixo peso ao nascer,
  • Pré-eclampsia,
  • Insuficiência cardíaca na mãe e no feto,
  • Morte intra-uterina.

A clínica apresentada pela mãe também é inespecífica, confundindo-se com queixas frequentes na gravidez, tais como:

  • Vómitos,
  • Emagrecimento,
  • Taquicardia,
  • Intolerância ao calor.

O bócio (aumento do volume da tiroide) associado a exoftalmia (procidência dos globos oculares) são sinais mais específicos que apontam para uma Doença de Graves. O hipertiroidismo na mulher grávida deve ser sempre tratado por um médico especialista – Endocrinologista.

Tratamento do hipertiroidismo na gravidez

No tratamento do hipertiroidismo no 1º trimestre ou da mulher que pretende engravidar, é preferido um fármaco que inibe a síntese tiroideia específico – o propiltiouracilo (Propycil®)– que apresenta menor risco de provocar malformações no feto.

No 2º e 3º trimestres, recomenda-se o tiamazol (Metibasol®), que é menos tóxico para o fígado. Se a cirurgia for necessária (o que é raro, geralmente por efeitos secundários graves dos fármacos), deverá ser realizada no 2º trimestre da gravidez, quando há menos riscos para o feto.

O tratamento com iodo radioativo na gravidez está absolutamente contra-indicado.

É provável que a doença de Graves melhore ao longo da gravidez, levando a uma redução das doses do tratamento, ou mesmo a sua suspensão, no entanto, poderá haver um agravamento da doença após o parto.

Tiroidites na gravidez

A tiroidite é um processo inflamatório da glândula tiroideia, em geral crónico e de natureza autoimune. Os anticorpos antitiroideus (antiperoxidase tiroideia e antitireoglobulina) são detetados muito frequentemente em mulheres desta faixa etária (em 10% a 15% das grávidas). Os níveis destes anticorpos descem progressivamente durante a gravidez, mas podem subir de novo no pós-parto.

Mulheres com anticorpos tiroideus positivos têm um risco aumentado de desenvolver hipotiroidismo durante a gravidez, pelo que a função tiroideia deverá ser vigiada pelo menos uma vez por trimestre. Estas mulheres têm maior tendência a desenvolver um processo de tiroidite nos primeiros 6 meses após o parto – tiroidite pós-parto.

A Tiroidite pós-parto caracteriza-se por uma inflamação indolor, com uma fase inicial de aumento dos níveis sanguíneos de hormonas tiroideias, seguido de normalização e posterior diminuição destes níveis hormonais. Habitualmente, esta situação tem uma resolução espontânea, mas há tendência para voltar após a gravidez seguinte. Cerca de 20% a 60% das mulheres com história de tiroidite pós-parto desenvolverão hipotiroidismo definitivo em 5 a 10 anos.

Doença Nodular e Cancro na grávida

A investigação dos nódulos da tiroide durante a gestação é semelhante à da mulher não grávida e inclui uma avaliação da função tiroideia através de análises sanguíneas, a realização de uma ecografia e de uma biopsia aspirativa, se indicado. O risco de cancro na mulher grávida é semelhante ao da mulher não grávida e a gravidez não agrava o seu prognóstico.

O diagnóstico de cancro da tiroide vai obrigar a uma cirurgia de remoção da glândula, que geralmente se adia para depois do parto. Em situações graves, poderá optar-se por uma intervenção cirúrgica no 2º trimestre, período da gravidez em que o risco é menor para o feto.

O tratamento com Iodo radioativo, quando necessário, será sempre adiado para depois do parto, implicando um período de suspensão da amamentação.

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Amamentação e doenças da tiroide

A necessidade de corrigir a disfunção tiroideia materna persistente após o parto com fármacos não é razão suficiente para não amamentar. Apesar de “passarem” para o leite, os fármacos utilizados nas doenças tiroideias podem ser utilizados durante a amamentação com pouco risco para o recém-nascido.

No hipertiroidismo, o fármaco a utilizar será o tiamazol (Metibasol®), pois o risco de provocar malformações já não se coloca. Não devem ser ultrapassadas doses de 20 mg/dia e a toma deverá ser feita antes do inicio da 1ª mamada do dia. O hipertiroidismo deve ser normalmente compensado com levotiroxina sem que haja risco algum para o feto.

Curiosidade

Quais são as principais glândulas endócrinas?

As principais glândulas endócrinas do nosso corpo estão representadas na figura seguinte:

Glandulas endócrinas melhorsaude.org melhor blog de saude

Concluindo

A tiroide regula imensas funções do nosso organismo. As doenças da tiroide são comuns principalmente entre as mulheres. Se sente simultaneamente alguns sintomas como um cansaço exagerado, fadiga, aumento da sensibilidade ao frio, pele mais seca, obstipação, dores musculares, formigueiro ou dormência dos membros, mais queda de cabelo então um quadro de hipotiroidismo pode estar a emergir. Se pelo contrário sente palpitações, aumento dos batimentos cardíacos, nervosismo, irritabilidade, insónia, tremor das mãos, diarreia e outros sintomas que provocam mal estar então pode estar perante um contexto de hipertiroidismo.

Estas e outras doenças da tiroide provocam uma perda muito acentuada da qualidade de vida interferindo até nas relações familiares que podem ficar muito degradadas se o diagnóstico não for feito e iniciado o tratamento adequado em tempo útil! Os sinais de doenças podem surgir em qualquer altura da nossa vida…! Não se descuide e procure apoio médico imediato pois na maioria dos casos o tratamento permite voltar a ter a qualidade de vida que merece para valorizar as coisas boas que surgem quando abraçamos a vida de forma positiva! A ciência atual não deixa dúvidas… acreditar e ser positivo aumenta bastante as probabilidades de viver mais anos!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

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