Gripe resfriado ou covid-19, quais as diferenças? Quais os sintomas? Quais as causas? Quais os perigos? Quais os dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) ou World Health Organization (WHO) sobre o Vírus Influenza? Não os confunda porque são diferentes e podem trazer-lhe graves transtornos para a saúde se não forem bem diagnosticados.
Gripe covid-19 e constipação podem afetar adultos e crianças. Mais à frente neste artigo vou diferenciar os sintomas para não restarem dúvidas, mas primeiro vamos saber porque são diferentes? Já agora…sabia que 9 em cada 10 infeções das vias aéreas são causadas por vírus?
Qual a diferença entre o resfriado comum, a gripe e a covid-19? Como podemos ajudar a identificar as situações mais graves? O CEDIME preparou as tabelas abaixo que ajudam bastante a distinguir os sintomas, leia com atenção.
A covid-19 é a doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. No que concerne a sintomas respiratórios a maioria dos doentes com covid-19 ou seja infetados com sintomas, apresentam apenas um ou dois dos seguintes sintomas:
Fora dos sintomas respiratórios estão descritos inúmeros casos de doentes Covid-19 com apenas alterações de cheiro ou paladar que são muito demoradas de recuperar e possivelmente deixam sequelas para o futuro.
Resfriado (em Portugal utiliza-se o termo constipação) é a mais comum das doenças virais porque é causada por mais de 200 estirpes de vírus, sendo o rinovírus o mais frequente com cerca de 100 estirpes. A constipação pode infetar adultos e crianças sendo que estas podem constipar-se 10 a 12 vezes por ano enquanto os adultos, em média, constipam-se 2 a 4 vezes ao ano.
A maior frequência nas crianças justifica-se pela imaturidade do seu sistema imunitário e pelo contacto mais próximo com outras crianças.
Imagem de um tipo de Rinovírus
Sintomas
Os principais sintomas da constipação são os seguintes:
Corrimento nasal
Espirros
Garganta inflamada
Irritação ocular
Início lento, não repentino
Tosse ligeira ou moderada
Dores musculares ligeiras
Ausência ou febre baixa
Tratamento do resfriado
Repouso
Ingestão de líquidos ( água ou chá )
Gargarejar com água salgada para aliviar a garganta
Aplicar no nariz sprays salinos ( tipo “água do mar” )
Paracetamol em caso de febre ( 1g de 8/8h nos adultos )
Ibuprofeno em caso de dores mais fortes ( 600mg de 12/12h nos adultos )
Anti-histamínicos ( ex. desloratadina ou cetirizina, 1 comprimido à noite ) para diminuir o corrimento nasal e os espirros
Kaloba® novidade no resfriado
O Kaloba® é uma nova terapêutica para o tratamento da constipação comum ou resfriado, à base de Pelargonium sidoides (EPs®7630), que tem um triplo mecanismo de ação:
Antivírico
Antibacteriano
Secretomotor
O Kaloba® atua na causa da doença reduzindo a severidade dos sintomas logo a partir do 2º dia e reduzindo a duração da doença. Deve ser tomado 3xdia e manter até 2 a 3 dias depois do desaparecimento dos sintomas:
A gripe é uma doença vírica, vírus Influenza, muito séria em doentes de risco, que têm o sistema imunitário comprometido, nomeadamente por causa de doenças pulmonares crónicas, correndo risco muito mais elevado de pneumonia. Também as crianças e os idosos devem ser alvo de uma atenção especial.
Grupos de risco
Existem grupos de pessoas que pela sua fragilidade imunitária necessitam de estar mais protegidos, nomeadamente tomando a vacina da gripe. Esses grupos mais expostos à gripe são os seguintes:
Idade > 60 anos
Profissionais de saúde
Diabéticos
Grávidas
Doentes com doença renal
Doentes com doença respiratória
Doentes com doença cardíaca
Doentes imunodeprimidos
Sintomas
Os sintomas mais frequentes de um quadro gripal são os seguintes:
Início repentino (3 a 6 horas)
Febre alta ( >38ºC )
Dores de cabeça fortes
Dores musculares fortes
Cansaço
Tosse seca e por vezes intensa
Estes sintomas podem evoluir para um quadro mais grave pelo que o doente e seus familiares devem estar atentos e se necessário procurar apoio médico urgente.
Sintomas de alarme para apoio médico urgente
A gripe pode evoluir para uma condição de saúde grave com quadro de pneumonia. Os seguintes sintomas indicam um agravamento do estado de saúde e devem de imediato levar o doente a procurar assistência médica urgente, a saber:
Falta de ar;
Respiração rápida;
Febre persistente;
Dor torácica ao inspirar;
Tosse com muco amarelo ou esverdeado.
Cansaço muito intenso
Imagem do vírus Influenza ( vírus da gripe )
Anatomia do vírus da gripe
Anatomia do vírus da gripe ( vírus Influenza )
Tipos de Vírus Influenza
Existem três tipos de vírus da gripe: influenza A, B e C.
Cada vírus tem sintomas semelhantes e infecta os seus pulmões e vias aéreas superiores, causando um súbito aumento da temperatura e dor em geral.
Tipicamente, todos os anos, vão estar presentes uma ou duas estirpes de influenza A a circular, bem como uma estirpe do tipo B. Nem todas as estirpes são igualmente perigosas, nem alastram da mesma forma, sendo a influenza A e a B as mais comuns.
Gripe A / Influenza A
A influenza A tem o potencial de ser o mais perigoso e prejudicial dos três tipos de vírus da gripe. Predominantemente encontrada em pássaros selvagens, a estirpe A pode e tem sido transmitida entre diferentes espécies animais, incluindo humanos.
Quando é transmitida, a estirpe altera-se e o vírus pode evoluir sem problema. Quando isto ocorre, em conjunto com o facto de a influenza ser um vírus altamente contagioso, podem ocorrer pandemias e surtos massivos do tipo A.
A gripe suína e a gripe das aves são ambos exemplos do tipo A que evoluíram através das espécies resultando num vírus potencialmente mortal. Estes vírus podem também ser divididos em diferentes subtipos dependendo do tipo de proteínas presentes na sua superfície, denominadas hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Por exemplo, a gripe suína é também conhecida como H1N1 e a gripe das aves é conhecida como H5N1.
Gripe B / Influenza B
A influenza B é mais frequentemente encontrada em humanos. É o tipo mais simples de gripe que pode ter, uma vez que este não tem uma forte capacidade de sofrer mutação e evoluir, tornando o vírus estável. Como o vírus se mantém o mesmo, foi criada uma cura e as pessoas que sofrem deste tipo podem ser tratadas relativamente fácil e eficazmente.
A estirpe B sofre mutações três vezes mais devagar que a estirpe A e por isso, os humanos são capazes de desenvolver imunidade contra esta desde tenra idade.
Gripe C / Influenza C
O tipo C é o tipo menos comum de influenza e pode ser encontrado em cães, porcos e humanos. Raramente infecta adultos, mas pode infetar crianças pequenas. Não desencadeia epidemias mas pode causar infeções respiratórias e complicações no caso de uma pessoa ser infetada.
Estirpes mais perigosas
O tipo A é a única estirpe que causa perigo de vida. A razão para isto é que os subtipos que sofreram mutação podem ocorrer sem aviso.
Estes subtipos, como a gripe suína e a gripe das aves, que podem atacar humanos, são novas estirpes do vírus para os quais ainda não existem tratamentos disponíveis. O tempo que demora a desenvolver novos tratamentos permite que o novo subtipo se alastre, motivo pelo qual as pandemias começaram.
O subtipo alastra-se rapidamente e infecta muitas pessoas. Até ser encontrada uma cura ou a contaminação estar controlada, o vírus da influenza pode causar muitas fatalidades, especialmente em áreas onde as pessoas não tem acesso a tratamento suficiente.
Transmissão do vírus da gripe
O vírus Influenza é transportado pelo ar e consegue sobreviver 24 horas fora de um organismo hospedeiro vivo acentuando assim o seu grau de contágio. Basta uma pessoa com gripe falar, tossir ou espirrar que facilmente liberta partículas infetadas que penetram facilmente noutro organismo, contagiando-o. Não é, portanto, necessário contacto físico direto para ocorrer o contágio, basta apenas alguma proximidade.
Mecanismo de ligação do vírus Influenza à superfície das células do trato respiratório:
Vírus Influenza a ligar-se ás células do trato respiratório
A proteína Hemaglutinina existente na superfície do vírus liga-se aos recetores de ácido siálico existentes na superfície das células do trato respiratório como se duma ligação “fechadura chave” se tratasse. A partir desse momento o vírus está em condições de infetar a célula dando início ao aparecimento dos sintomas.
Antibióticos podem tratar a gripe?
Os antibióticos apenas tratam doenças causadas por bactérias. Por isso são completamente contra-indicados para tratar infeções virais como a gripe ou constipação.
Aliás se forem utilizados erradamente contra doenças causadas por virus vão potenciar o aumento das resistências bacterianas ou seja vão ajudar a selecionar a sobrevivência de bactérias mais “fortes” que vão sofrer mutações e resistir a esses antibióticos no futuro.
Estas resistências obrigam à utilização de antibióticos cada vez mais “potentes” e portanto com mais efeitos secundários, nomeadamente destruindo parte da na nossa flora intestinal ( bactérias “boas” que vivem no nosso intestino ).
Esta destruição da flora intestinal vai por sua vez causar uma enorme debilidade no nosso sistema imunitário podendo aumentar o número de outras infeções “oportunistas” causadas por fungos, virus e outras bactérias. Estas infeções chamadas “oportunistas” não aparecem quando temos uma flora intestinal equilibrada.
Tratamento
Descansar em casa;
Hidratar Ingerindo bastantes líquidos ( água ou chá ) em pouca quantidade mas várias vezes ao dia;
Inalar vapores de água para suavizar a garganta;
Evitar mudanças de temperatura;
Paracetamol para baixar a febre, se superior a 38,5°C ( 1000mg de 8/8h nos adultos );
Ibuprofeno ( 400mg de 8/8h ou 600mg de 12/12 h nos adultos ) em caso de dores mais fortes e febre em simultâneo alternando com paracetamol se necessário de 6 em 6 horas;
Oseltamivir 75mg é um medicamento antivírico utilizado para tratar a gripe em indivíduos que tenham os sintomas da gripe quando o vírus circula na comunidade. Pode ser utilizado ainda na prevenção da gripe. Indicado para adultos e crianças (incluindo recém-nascidos de termo), que apresentem sintomas típicos de gripe.
Vacinar contra a gripe
Esta vacina ajuda a proteger contra o vírus influenza (gripe), sendo indicada principalmente em pessoas que têm um risco elevado de complicações associadas. A utilização deve ser baseada nas recomendações oficiais. Quando se administra a vacina da gripe a uma pessoa, o sistema imunitário (o sistema natural de defesa do organismo) vai formar a sua própria proteção (anticorpos) contra a doença.
Nenhum dos componentes da vacina pode causar gripe.
A gripe é uma doença que se pode espalhar rapidamente e é causada por diferentes tipos de estirpes que podem mudar todos os anos. Assim, é por este motivo, que pode ser necessário vacinar-se ou ao seu filho todos os anos.
O maior risco de se apanhar gripe é durante os meses frios entre outubro e março. Se você ou o seu filho não tiverem sido vacinados no outono, podem ainda ser vacinados até à primavera, já que correm o risco de apanhar gripe até essa altura. O seu médico saberá recomendar-lhe a melhor altura para ser vacinado.
A vacina da gripe vai protegê-lo, ou ao seu filho, contra as três estirpes de vírus que se encontram na vacina, cerca de 2 a 3 semanas após a injeção.
Vacina da gripe protege totalmente ?
A vacina da gripe é uma excelente proteção. No entanto apenas nos protege das 3 estirpes do vírus Influenza que a OMS ( Organização Mundial de Saúde ) estima que possam ser mais predominantes em cada ano.
Vírus inteiro vivo ou morto?
Nem vivo nem morto! Estas vacinas são inativadas e contêm antigénios de superfície ( virião fragmentado ) ou seja não contêm o vírus inteiro nem sequer “adormecido” como era habitual há muitos anos atrás.
No entanto os antigénios de superfície, que são apenas os fragmentos proteicos do vírus responsáveis pela resposta imunológica do nosso sistema imunitário, são extremamente eficazes a provocar essa resposta e portanto a proteger-nos dessas estirpes. Mesmo assim a proteção, geralmente, surge apenas passadas 2 a 3 semanas após a injeção. Significa portanto que se surgir um contacto com as estirpes contidas na vacina nas primeiras 2 semanas após a aplicação a proteção pode não estar ainda ativa e apanhar a gripe.
Composição da vacina da gripe 2023/2024
Na época 2023/2024 estão disponíveis em Portugal, no SNS e nas farmácias comunitárias, duas vacinas tetravalentes inativadas:
Influvac Tetra®
Vaxigrip Tetra®
Fluariz Tetra
De acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas tetravalentes contra a gripe, com antigénios de superfície do vírus Influenza, inativados, (hemaglutinina e neuraminidase), na época 2023-2024, no Hemisfério Norte, incluem as seguintes estirpes Virais:
A pneumonia é também uma infeção respiratória mas que pode ser causada por vírus, bactérias e fungos ( estes de forma mais rara ).
Quando o nosso organismo e sistema imunitário esta debilitado os microrganismos infeciosos conseguem passar mais facilmente os filtros naturais do nosso corpo tais como os cílios nasais ( os conhecidos “pêlos do nariz” ) e chegar mais facilmente aos pulmões.
Nos pulmões instalam-se numa espécie de pequenos sacos de ar chamados alvéolos onde são “atacados” pelos nossos glóbulos brancos que circulam no sangue.
No entanto nem sempre esta defesa é eficaz levando ao aparecimento dos primeiros sintomas da infeção principalmente nos doentes crónicos e imunodeprimidos
Sintomas de pneumonia
Alguns dos sintomas da pneumonia são similares aos da gripe mas mais graves, a saber:
Febre elevada
Suores
Arrepios
Tosse
Fadiga
Dores musculares
Dor de cabeça
Quando a infeção avança aparecem sintomas mais graves tais como:
Produção de muco
Dificuldade em respirar
Dor no peito
Como inicialmente a pneumonia pode confundir-se com gripe ou constipação, deve consultar o médico se os primeiros sintomas persistirem demasiado dias ou de imediato se aparecerem os sintomas mais graves acima referidos como a falta de ar ou dor no peito.
Perigo da pneumonia e septicémia
Se não for tratada a tempo a infeção pode alastrar para a corrente sanguínea ( septicémia ) e generalizar-se a outras partes do organismo podendo nos casos mais graves causar a morte.
Tratamento para a pneumonia
O tratamento para a pneumonia depende da causa:
Viral – tomar medicamentos antivíricos, repouso, ingestão abundante de líquidos
Fúngica – tomar medicamentos antifúngicos
Bacteriana – tomar medicamentos antibióticos
Geralmente trata-se em casa, tomando os medicamentos acima referidos, com repouso e hidratação e só em caso de dificuldade respiratória mais grave é necessário o internamento.
Concluindo
A gripe é uma doença que pode ser mais grave do que geralmente a maioria das pessoas julga. Demasiadas pessoas continuam com a ideia que a gripe é uma doença benigna que no pior dos cenários os leva a ficar alguns dias a descansar em casa e que no final o seu sistema imunitário estará preparado para vencer o vírus! No entanto existe uma preocupação crescente das entidades de saúde com eventuais mutações do vírus da gripe que podem ser letais! A história da gripe não deixa dúvidas de que, tal como no passado, algures no futuro vai existir uma mutação muito grave que pode matar imensas pessoas se não for atempadamente detetada e desenvolvida a respetiva vacina!
Entretanto mantendo, um cenário otimista, devem vacinar-se para já as pessoas com sistema imunitário mais frágil tais como doentes crónicos, idosos, diabéticos, grávidas, profissionais de saúde e outros referidos anteriormente neste artigo. Se está enquadrado em algum dos grupos de risco não tenha dúvidas vacine-se o quanto antes não esquecendo que a proteção total só é atingida 2 a 3 semanas após a aplicação da vacina!
Pessoas que não consomem álcool podem desenvolver fígado gordo ou esteatose hepática e cirrose não alcoólica que pode tornar-se grave. Descubra toda a verdade sobre este perigo oculto! O que significa, quais os sintomas, quais as causas, qual o melhor tratamento e qual a prevenção mais adequada.
Fígado gordo é um problema de saúde muito importante que pode causar uma grave doença denominada cirrose hepática não alcoólica, que se instala lentamente e afeta milhares de pessoas sem que a maioria se aperceba atempadamente do perigo que corre, pois os sintomas na fase inicial são discretos.
Este artigo pretende ser uma ferramenta importante para ajudar a detetar os sinais precoces desta perigosa condição de saúde, ajudar a corrigir os principais hábitos de vida e erros alimentares e, talvez, salvar muitas vidas!
O fígado é a maior glândula e o maior órgão maciço do corpo humano. Funciona como glândula exócrina, libertando secreções num sistema de canais que se abrem numa superfície externa, e também como glândula endócrina, pois também liberta substâncias no sangue ou nos vasos linfáticos.
Localiza-se no hipocôndrio direito, epigástrio e pequena porção do hipocôndrio esquerdo, sob o diafragma e tem um peso aproximado de 1,3-1,5 kg num homem adulto e ligeiramente menos numa mulher. Em crianças é proporcionalmente maior, pois constitui cerca de 5% do peso total de um recém nascido.
O fígado é o segundo maior órgão do corpo e desempenha inúmeras funções, tanto na digestão e utilização dos nutrientes, como na remoção de substâncias prejudiciais, além de uma boa regulação da coagulação. Em termos simples o figado tem três principais funções:
Digerir alimentos;
Armazenar energia;
Remover substâncias tóxicas.
Em algumas espécies animais o metabolismo alcança a atividade máxima logo depois da alimentação o que diminui a capacidade de reação a estímulos externos. Em outras espécies, o controle metabólico é estável, sem diminuição desta reação. Esta diferença é determinada pela função reguladora do figado, órgão essencial da coordenação fisiológica.
Em mais detalhe, as funções do fígado mais relevantes são as seguintes:
Desintoxicação do organismo;
Produção de bile, cerca de 1,5 litros por dia;
Emulsificação de gorduras facilitando o processo digestivo destas, através da secreção da bile;
Síntese do colesterol;
Reciclagem de hormonas;
Armazenamento das vitaminas A, B12, D, E e K;
Armazenamento de alguns minerais como o ferro;
Conversão de amónia em ureia;
Síntese de protrombina e fibrinogênio (fatores de coagulação do sangue);
Destruição das hemácias (glóbulos vermelhos);
Transformação de glicose em glicogénio;
Síntese, armazenamento e quebra do glicogênio quando é necessária glicose para produção de energia;
Lipogênese, a produção de triacilglicerol (formação de gorduras);
Síntese de albumina (importante para a osmolaridade do sangue);
Síntese de angiotensinógeno (hormona que aumenta a pressão sanguínea quando ativada pela renina);
No primeiro trimestre de gravidez é o principal produtor de eritrócitos, no entanto perde essa função nas últimas semanas de gestação;
Sintese de heparina e vitamina A;
Ação antitóxica importante, processando e eliminando os elementos nocivos de bebidas alcoólicas, café, barbitúricos, gorduras, medicamentos e outras substâncias potencialmente tóxicas;
Fígado gordo ou esteatose hepática (EH) é uma deposição difusa de gordura, principalmente triglicéridos, nos hepatócitos (células do fígado), excedendo habitualmente 5% do peso do fígado.
Numa tese de mestrado em Nutrição da Faculdade de Medicina de Lisboa, citam-se estudos realizados entre 2004 e 2013 que referem prevalência de EH como sendo de 26,0% na China, 21,8% no Japão e 31% nos Estados Unidos, sendo superior em certos grupos étnicos (45% nos hispânicos). Isto significa que em 2020, com o aumento da obesidade na população, os números serão certamente ainda piores!
Dados interessantes sobre a prevalência de figado gordo:
Presente em cerca de 20% a 30% da população independentemente da idade, género ou etnia.
Maior prevalência em homens, principalmente em idades mais avançadas, e também nas mulheres pós-menopáusicas.
Pode atingir cerca de 3% das crianças (com idades próximas aos quatro anos) e 20% a 50% das crianças obesas.
Esteatose hepática classificação
A estetose hepática é habitualmente classificada de acordo com os consumos de álcool (com o cut-off de 20g/d) e após exclusão de hepatites B ou C em:
Esteatose hepática alcoólica (EHA)
Esteatose hepática não alcoólica (EHNA)
Sintomas
A maioria dos doentes não apresenta sintomas numa fase inicial o que torna esta doença ainda mais perigosa pois permite que avance de forma oculta e por vezes até atingir uma fase de difícil reversão. Por vezes, podem surgir as seguintes manifestações clínicas:
Cansaço,
Dor ou desconforto no quadrante superior direito do abdómen,
Perda de apetite,
Náuseas e vómitos,
Dor de cabeça,
Fezes esbranquiçadas,
Sintomas em fase avançada da doença
Numa fase avançada da doença, já com lesão e inflamação do fígado, aparecem os seguintes sintomas:
Icterícia (cor amarelada nos olhos e na pele),
Febre,
Ascite ou barriga inchada (distensão do abdómen por acumulação de líquido).
Causas
Pensa-se que a patogénese destas doenças esteja relacionada com um processo de duas fases, onde numa primeira fase ocorre acumulação de ácidos gordos no fígado, levando à esteatose hepática.
Este desenvolvimento de esteatose está relacionado com o excesso de consumo de álcool no caso da esteatose hepática alcoólica.
A gordura que é ingerida é metabolizada no fígado e noutros tecidos. Se ela for excessiva, fica armazenada no tecido adiposo. Daí pode ser transferida para outros locais e também para o fígado. Noutros casos, a gordura acumula-se neste órgão que se revela incapaz de a transformar para ser eliminada.
Cerca de 80% dos consumidores de álcool desenvolvem esta patologia porque o álcool permite uma rápida acumulação de ácidos gordos no fígado.
Doença do fígado gordo não alcoólica
A esteatose hepática não alcoólica surge em pessoas que não consomem alcool e o seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado aos seguintes factores principais:
Obesidade, principalmente visceral;
Dislipidémia (colesterol e triglicéridos elevados);
Resistência à insulina (diabetes).
A acumulação de gordura hepática predispõe o fígado ao dano hepático na segunda fase do processo, onde ocorre necrose, inflamação, fibrose e por fim, cirrose hepática.
As causas secundárias de esteatose hepática não alcoólica ou doença do fígado gordo não alcoólica são diversas, sendo muito importantes as descritas na seguinte tabela.
Causas secundárias da esteatose hepática não alcoólica
Sindrome do intestino irritável também denominado cólon irritável ou colite nervosa
Evolução da doença
A EHNA é uma condição normalmente benigna e reversível, a sua progressão a fibrose e cirrose é denominada esteatohepatite não alcoólica (nonalcoholic steatohepatitis, NASH) e representa um estado mais grave da doença. Estima-se que nos Estados Unidos, a NASH afete cerca de 3-6% da população, com 30% de morbilidade em pacientes obesos.
Não são totalmente compreendidos os determinantes na progressão desta doença, que pode afetar tanto crianças como adultos. Entre 45% e 100% dos pacientes com EH não apresentam sintomas, revelando-se assim, como uma doença “silenciosa”.
A gravidade na EHNA depende não só das consequências tardias, como a cirrose e o carcinoma hepatocelular, mas também das elevadas taxas de eventos cardiovasculares associados, que fazem desta doença um problema de saúde pública relevante
Diagnóstico
As técnicas de diagnóstico mais usadas são as descritas na tabela seguinte.
Técnica de diagnóstico
Objetivo
Ecografia abdominal
Revelar o volume do fígado
Análises ao sangue em doentes obesos, diabéticos e/ou dislipidémicos
Detetar aumento das enzimas hepáticas denominadas transaminases
Biópsia
Confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de inflamação
As principais alterações laboratoriais na esteatose hepática (EH) são as elevações das seguintes enzimas hepáticas:
Aspartato aminotransferase (AST);
Alanina aminotransferase (ALT);
Gamaglutamiltransferase (GGT), esta mais comum no diagnóstico de consumo crónico de álcool.
Biópsia e exames de imagem
As enzimas hepáticas poderão refletir um meio de rastreio, porém não poderão ser meio de diagnóstico na EH, pois cerca de 70% dos indivíduos com EH não apresenta estas alterações enzimáticas. . Atualmente, a biópsia hepática é o exame mais eficaz para o diagnóstico da EH, porém tornaram-se necessárias técnicas de rastreio menos invasivas e mais acessíveis, mas igualmente precisas.
Os exames complementares de imagem (ecografia abdominal, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética) são capazes de identificar a presença de EH de forma rápida e não invasiva para o paciente.
Tratamento e prevenção
Não existem medicamentos eficazes para tratar o fígado gordo. Vale a pena sublinhar que, nas suas fases iniciais, o fígado gordo é reversível mas para que tal acontece é de facto obrigatório que faça alterações alimentares e de estilo de vida. Se não o fizer o “preço a pagar” pode ser a sua vida!
Descrevo de seguida, por experiência pessoal e profissional, as prioridades para reverter, ainda a tempo, o excesso de gordura hepática e visceral. Assim deve controlar os seguintes parâmetros e aplicar os seguintes hábitos:
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Glicémia (açúcar no sangue) em jejum e 2 horas após refeição, principalmente se já tem diabetes ou está próximo dos valores de referência máximos;
Colesterol LDL;
Triglicéridos;
Eliminar totalmente os hidratos de carbono processados;
Eliminar em geral os alimentos processados que têm excesso de açúcar e óleos vegetais de má qualidade;
Fazer jejum mínimo de 12 horas por dia;
Uma ou duas vezes por semana fazer jejum de 16 horas seguidas;
Caminhar ao ar livre o mais possível;
Fazer exercícios físicos de curta duração mas alta intensidade, bastam 15 minutos por dia destes exercícios.
Dormir pelo menos 7:30 horas de qualidade para não desregular as hormonas que controlam o nosso apetite e nos causam, principalmente, vontade de comer os hidratos de carbono errados (processados) ou em quantidade exagerada.
Controle o stress em excesso pois este quando descontrolado tende a alterar os nossos comportamentos favorecendo os hábitos viciantes incluindo a vontade de ingerir a comida errada em “doses” excessivas.
Complicações do fígado gordo
Embora a maioria dos casos tenha evolução benigna, é possivel a evolução para cirrose que é uma grave doença hepática e potencialmente fatal! Este risco aumenta nos doentes com mais idade, diabéticos e nos que já apresentam inflamação do fígado (chamada esteatohepatite não alcoólica).
Dor ciática na perna também conhecida por ciatalgia ou simplesmente ciática, é uma alteração da função do maior nervo do corpo humano, o nervo ciático. Pode ser bastante incapacitante e causar dor muito forte. Neste artigo vou falar dos pontos mais importantes como dor ciática tratamentos, sintomas, causas, prevenção e últimas descobertas. Toda a verdade sobre uma dor que pode ser incapacitante para a sua rotina diária… e penalizar muito a sua vida normal!
O nervo ciático, também chamado de nervo isquiático, surge da junção das raízes nervosas que nascem entre a 4ª vértebra lombar e a 3ª vértebra do osso sacro, dando origem a um espesso nervo que desce em direção ao membro inferior. É o maior nervo do corpo humano, percorrendo a nádega, a perna e o pé. É graças a este nervo que os músculos das pernas se movem, permitindo articular os membros inferiores.
Dor ciática o que é?
Trata-se de uma crise aguda de dor forte ao longo do nervo ciático. A dor é provocada por uma irritação ou compressão das raízes do nervo ciático ou outro tipo de lesão no nervo ciático. Pode aparecer na coluna lombar, quando há algum tipo de compressão sobre o nervo ciático. A localização da dor varia consoante as raízes do nervo afetadas,
Sintomas
Os sintomas da dor ciática na perna podem ser diversos e dependentes das raízes do nervo afetadas, podendo resumir-se nos seguintes:
Dor que irradia para uma das nádegas, para a parte posterior e externa da coxa, da perna e do pé ou para o primeiro dedo do pé;
É comum a dor ciática estar associada à dor lombar;
Perda de sensibilidade;
Diminuição da força muscular;
Sensação de formigueiro;
Dores aumentam quando fica de pé ou sentado;
Dor aumenta ao levantar as pernas, nas áreas dolorosas como nádegas, coxa, perna e pé;
Os sintomas podem ser diferentes de pessoa para pessoa. Podem piorar durante a noite. A dor costuma passar ao fim de alguns dias, mas caso o problema persista é muito importante ter um diagnóstico preciso, para evitar o risco de virem a surgir lesões neurológicas irreversíveis.
Um original de Franklim Moura Fernandes
Causas
A principal causa de compressão do nervo ciático e, consequentemente, de dor ciática na perna é a hérnia discal na coluna lombar. A dor ciática pode aparecer nas seguintes situações:
Na região lombar quando há algum tipo de compressão sobre o nervo ciático, provocada por uma hérnia discal, um tumor ou outro tipo de lesão.
No caso da hérnia discal lombar, por exemplo, o anel que circunda o disco intervertebral rompe-se, o núcleo que está no seu interior passa para o canal vertebral e comprime as raízes do nervo, provocando dor.
Gravidez e parto;
Levantamento de coisas pesadas sem fletir os joelhos;
Carregamento excessivo de peso é muitas vezes uma das causas mais comuns da dor ciática por aumentar a pressão nas costas.
Idade avançada torna mais frequente o desgaste das estruturas da coluna vertebral surgindo artroses, que vão afetar a espinal medula e as raízes dos nervos.
Outras causas de compressão do nervo ciático são:
Espondilolistese (deslizamento de uma vértebra sobre a outra),
Traumas, tumores ou infeções da coluna lombar,
Estenose (estreitamento) do canal vertebral onde passa a medula,
Osteófitos (bico de papagaio),
Artrose da coluna.
Síndrome do músculo piriforme. Este problema surge quando o músculo piriforme, localizado na região glútea, sofre um espasmo e provoca compressão do nervo ciático que passa por baixo do mesmo.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco que aumentam a probabilidade de aparecimento de dor ciática são os seguintes:
Posturas incorretas, repetitivas e mantidas durante demasiado tempo;
Sedentarismo;
Obesidade;
História clínica de dores lombares;
Esforços excessivos ou pouco regulados.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado juntando os sintomas descritos pelo doente com a avaliação clínica do médico e da localização da dor. Pode haver necessidade da realização de exames complementares coluna lombar, para se obterem imagens rigorosas da coluna vertebral, dos nervos e das lesões que causam a dor ciática, tais como:
O tratamento inicial da ciatalgia é com medicamentos para controle da dor, tais como anti-inflamatórios ou analgésicos comuns. Em muitos casos, a dor dura poucos dias e desaparece sem nenhuma conduta mais agressiva. O tratamento da dor ciática tem diversas abordagens que podem ser complementares. De seguida descrevo as principais estratégias de tratamento.
Repouso ou atividades leves
O repouso é primeira medida terapêutica a ser tomada no caso de dor ciática. No entanto atividades leves, que não sobrecarregam a coluna, parecem melhorar mais a ciatalgia do que ficar deitado na cama. Natação e fisioterapia costumam ter boa resposta. Em alguns casos, a acupuntura também apresenta bons resultados. De seguida deve consultar um médico especialista em coluna vertebral, tal como um neurocirurgião ou ortopedista.
Medicamentos para dor ciática
Diclofenac (voltaren®) e ibuprofeno (brufen®) são alguns dos anti-inflamatórios que diminuem a inflamação do nervo e a dor. Em casos de dor intensa, podem ser necessários opioides, que são medicamentos derivados da morfina, como o tramadol. O uso de relaxante muscular como o tiocolquicosido ou benzodiazepinas, como o diazepam, também ajudam a diminuir a dor. Como a ciatalgia ou dor ciática é uma dor de origem neurológica, nos medicamentos para dor ciática crónica pode ser necessário usar alguns antidepressivos ou anticonvulsivantes para melhor controlar dores crónicas e fortes.
Dor ciática exercícios
Tanto a fisioterapia como algum exercício físico específico podem ajudar em muitos casos, mas só devem iniciar-se após efetuado o diagnóstico correto e por indicação do médico especialista.
Cirurgia
Está indicada quando a dor é muito intensa e resiste às medidas acima referidas, se surgir diminuição da força muscular ou dormência persistente num membro. O objetivo da intervenção cirúrgica é corrigir a causa da compressão do nervo ciático. A causa mais comum de dor ciática é a hérnia discal e a cirurgia para a sua cura consiste na sua remoção e do disco intervertebral que provoca a compressão.
Prevenção
Devemos cuidar da coluna vertebral ao longo de toda a vida, evitando sobrecarregá-la e fazer treino muscular para manter posturas corretas, em repouso ou durante os movimentos do dia a dia.
Praticar desporto
Praticar exercício físico adequado, sob orientação de técnicos especializados, ajuda a reforçar os músculos que protegem a coluna vertebral. Não se deve fazer exercício físico que ultrapasse as capacidades individuais. A dança é um dos melhores exercícios que se podem fazer pelo equilíbrio muscular, pelo bem-estar e pelo reforço de cálcio nos ossos que proporciona.
Evitar excesso de peso
Evitar pegar em pesos excessivos e fazê-lo sempre com uma postura defensiva: fletir os joelhos e contrair o abdómen, mantendo a coluna direita e pegando nos pesos com ambas as mãos (por exemplo, se vai às compras deve distribuir o peso pelas duas mãos); equilibrar o esforço e a postura.
Posturas corretas
Quando estamos sentados, as costas devem estar totalmente apoiadas na cadeira e os pés bem assentes no chão (pode haver necessidade de usar um pequeno degrau de apoio); o pescoço deve estar sempre direito, o que é particularmente relevante para quem passa horas em frente ao computador. Muito importante é mudar frequentemente de posição, flexibilizando os músculos e as articulações.
Calçado confortável e saudável
Deve ser usado calçado confortável, individualizado, que não afete negativamente a postura. Os saltos dos sapatos, vistos tradicionalmente como inimigos da saúde da coluna vertebral, devem antes ser considerados aliados, por quem os usa. E isto porque o conforto que o calçado proporciona está também relacionado com a altura dos saltos. É claro que não estamos a falar de saltos de 10 cm… mas sim de 2 a 3 cm.
Resumo dos pontos mais relevante sobre dor ciática:
A dor ciática é uma dor lombar que se estende através da nádega até à perna.
A sua origem está na compressão ou inflamação do nervo mais longo do corpo que se chama nervo ciático.
É um nervo que começa na coluna vertebral passa pelas nádegas e desce pela parte de trás da perna.
Muitas vezes confundimos erradamente dor lombar com dor ciática.
A dor pode ser leve ou aguda e é geralmente afiada e intensa.
Este tipo de dor pode causar dificuldades em manter-se de pé ou andar.
Além da dor pode sentir fraqueza muscular e formigueiro na perna, no pé ou nos dedos do pé.
Em alguns casos podem surgir cãibras musculares na nádega ou na perna e diminuição dos reflexos nos joelhos e tornozelos.
Mesmo quando é muito dolorosa a dor ciática raramente se torna crónica, desaparecendo, quase sempre de forma espontânea.
A dor ciática, sendo provocada pela compressão de um nervo, pode acontecer durante a gravidez, parto ou levantamento coisas pesadas.
É raro que a sua causa seja uma hérnia ou tumor.
O carregamento excessivo de peso é muitas vezes uma das causas mais comuns da dor ciática por aumentar a pressão nas costas.
Se acha que tem dor ciática deve consultar o seu médico.
Por vezes a dor ciática pode ser um sinal de alerta de uma hérnia prestes a formar-se.
Outras vezes a dor pode estar associada a um estreitamento do canal vertebral.
Zona da coluna vertebral afetada e padrão de dor que origina
Na maior parte dos casos o médico vai aconselhar repouso e exercícios para fortalecer os músculos das costas.
Para diminuir os sintomas o médico vai prescrever analgésicos fortes e possivelmente encaminha-lo para um fisioterapeuta.
Durante algum tempo não vai poder carregar coisas pesadas.
Quando deixar de sentir dores se continuar a sentir pernas dormentes ou perdas de urina deve de imediato consultar o seu médico.
Se a dor ciática for causada por uma hérnia, a cirurgia parece ser o único tratamento com bons resultados.
Referências:
Prof. Doutor Victor Gonçalves, neurocirurgião e Coordenador da Unidade de Neurocirurgia do Hospital Lusíadas Lisboa
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Tosse causas perigos e tratamento… toda a verdade! Quais os tipos de tosse? Tosse seca persistente, tosse com expetoração, tosse alérgica, tosse do canil, etc quais as causas? Qual o melhor tratamento? A tosse é um sintoma muito comum geralmente sem gravidade mas que em alguns casos e doentes de risco pode ser um alerta que, se for bem diagnosticado, sinaliza algumas doenças graves como pneumonias e problemas cardíacos!
Situações de encaminhamento para apoio médico urgente;
Aconselhamento e diagnóstico correto?
Tosse não produtiva (seca);
Tosse produtiva (com expetoração);
O que significa a presença de expetoração amarelo-esverdeado?
O que significa a presença de muco com sangue?
Terapêutica não farmacológica;
Terapêutica farmacológica;
Antitússicos mais eficazes;
Mucolíticos e expetorantes mais eficazes.
Um original de Franklim Moura Fernandes
Tosse qual a sua função?
A tosse é um mecanismo de defesa que consiste na expulsão súbita e violenta de ar dos pulmões com o objetivo de remover as secreções e corpos estranhos das vias aéreas superiores. A tosse mais frequente é a causada por infeções virais do trato respiratório superior e está muitas vezes associada ao resfriado comum. A tosse pode ocorrer em qualquer altura do ano com maior prevalência na época mais fria.
Reflexo da tosse fisiologia e anatomia
O reflexo da tosse envolve cinco grupos de componentes:
Recetores de tosse,
Nervos aferentes,
Centro da tosse,
Nervos eferentes,
Músculos efetores.
O mecanismo da tosse requer um complexo arco reflexo iniciado pelo estímulo irritativo em recetores distribuídos pelas vias aéreas e em localização extratorácica. O início deste reflexo dá-se pelo estímulo irritativo que sensibiliza os recetores difusamente localizados na árvore respiratória, e posteriormente é enviado à medula.
Recetores e estímulos
Os recetores da tosse podem ser encontrados em grande número nas vias aéreas altas, da laringe até a carina, e nos brônquios, e podem ser estimulados pelos seguintes mecanismos:
Químicos (gases),
Mecânicos (secreções, corpos estranhos),
Térmicos (ar frio, mudanças bruscas de temperatura),
Inflamatórios (asma, fibrose cística).
Também podem existir recetores para tosse nas seguintes localizações anatómicas:
Cavidade nasal e os seios maxilares (nervo trigémeo aferente),
Faringe (nervo glossofaríngeo aferente),
Canal auditivo externo e a membrana timpânica,
Pleura,
Estômago (nervo vago aferente),
Pericárdio e diafragma (nervo frênico aferente),
Esófago.
Alvéolos não têm recetores da tosse
Os recetores de tosse não estão presentes nos alvéolos e no parênquima pulmonar. Portanto, um indivíduo poderá apresentar uma pneumonia alveolar com consolidação extensa, sem apresentar tosse.
Nervo vago
Os impulsos da tosse são transmitidos pelo nervo vago até um centro da tosse no cérebro que fica difusamente localizado na medula. Não se conhece o local exato do centro da tosse. O centro da tosse pode estar presente ao longo de sua extensão, já que ainda faltam evidências significativas capazes de definir sua localização precisa no encéfalo.
Os recetores da tosse pertencem ao grupo dos recetores rapidamente adaptáveis, que representam fibras mielinizadas, delgadas e contribuem para a condução do estímulo, mas ainda permanece não esclarecido seu potencial de indução de bronco-constrição.(5-6)
Os recetores rapidamente adaptáveis têm a característica de sofrerem rápida adaptação perante a insuflação pulmonar mantida por cerca de 1 a 2 segundos, e são ativados por substâncias como:
Tromboxane,
Leucotrieno C4,
Histamina,
Taquicininas,
Metacolina,
Esforço inspiratório e expiratório com a glote fechada.
Agem sinergicamente com outros subtipos de nervos aferentes para gerar tosse. Recetores de adaptação lenta ao estiramento também participam do mecanismo da tosse de forma ainda não definida.
Nervos aferentes
Outro grupo de nervos aferentes envolvidos no mecanismo da tosse é o composto pelas fibras C, as quais não são mielinizadas, possuem a capacidade de produzir neuropeptídeos, têm relativa insensibilidade à distensão pulmonar e ativam-se pelo efeito da bradicinina e da capsaicina.
As terminações das fibras C brônquicas ou pulmonares estão envolvidas na bronco constrição. No entanto, o real papel das fibras C na fisiopatologia da tosse tem sido alvo de discussões na literatura, já que o transporte dos estímulos da tosse ocorre preferencialmente através de fibras mielinizadas.
Há indícios de que as fibras C brônquicas possam inibir o reflexo da tosse. Os recetores rapidamente adaptáveis interagem com estas fibras, que geram inflamação neurogénica em resposta ao seu próprio estímulo (ácido cítrico, tabagismo, bradicinina) e, por sua vez, passam a libertar taquicininas, que ativam os recetores rapidamente adaptáveis. Este ciclo induz tosse na dependência do grau de ação nestes recetores, já que mediante estímulo leve poderá potencializá-la por mecanismo local e, sendo o mesmo mais intenso, pode inibi-la por ação reflexa central.
Em regiões basais do epitélio respiratório encontram-se terminações nervosas, principalmente do tipo sensitivas, capazes de mediar inflamação neurogénica e libertar neuropeptídeos (taquicininas) como a substância P, neurocinina A e peptídeo relacionado com o gene da calcitonina, que acarretam a produção de muco, além das consequências relacionadas com o processo inflamatório.
Causas da tosse
As causas da tosse são múltiplas, a saber:
Presença de irritantes inalados ou aspirados, incluindo o fumo do tabaco, secreções, conteúdo gástrico;
Doenças pulmonares agudas ou crónicas ou ainda mais graves como o cancro;
Qualquer situação que desenvolva inflamação, constrição, infiltração ou compressão das vias respiratórias pode desencadear tosse;
Insuficiência cardíaca;
Refluxo gastroesofágico.
Tosse produtiva e não produtiva
Tosse com expetoração (produtiva)
Há produção de muco ou expetoração
Sentida no peito
Tosse seca persistente (não produtiva)
Seca e irritativa
Não existe produção de muco
Sentida na garganta
Problemas cardíacos e tosse
A tosse pode ser um sintoma de insuficiência cardíaca pelo que, havendo história desta doença, especialmente existindo tosse persistente, o encaminhamento médico é aconselhável.
Refluxo gastroesofágico e tosse
O refluxo gastroesofágico é uma doença que afeta muitos doentes e que consiste na libertação de parte do ácido gástrico para o esófago provocando, no mínimo, uma irritação local do esófago e por vezes da traqueia provocando uma tosse tipicamente seca.
Esta tosse é mais persistente à noite ao deitar por causa da posição horizontal que potencia o refluxo gastroesofágico em pessoas mais sensíveis. Assim uma tosse noturna persistente cuja causa seja refluxo gastroesofágico,, deve ser tratada com uma saqueta de sucralfato antes de deitar. A emulsão de sucralfato forma uma barreira à entrada do estômago que dificulta a saída do ácido para o esófago e traqueia.
Infeções podem desencadear tosse
Infeções que provocam tosse com duração superior a 3 semanas como a tosse convulsa que se caracteriza por uma duração de meses, uma tosse de tipo espasmódica seguida de um “guincho” característico e infeções provocadas por microrganismos como o Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumonias, Mycobacterium tuberculoso e avium, adenovírus, vírus da influenza e outros vírus respiratórios causadores de bronquite crónica podem ser causas de tosse prolongada.
Tosse crónica e principais causas
A bronquite crónica (tosse e expetoração, na maior parte dos dias, durante 3 meses contínuos, em 2 anos sucessivos) provocada por tabagismo ou por exposição a agentes tóxicos é uma causa muito comum de tosse crónica na população em geral. Em adultos não fumadores a asma é a causa mais importante de tosse crónica. O refluxo esofágico é também uma das causas de tosse.
Medicamentos podem causar tosse?
Alguns medicamentos podem causar tosse. Entre os mais frequentes podemos referir os inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA), utilizados na hipertensão, tais como:
Enalapril,
Captopril,
Lisinopril,
Ramipril,
A incidência da tosse varia entre 5 e 35% dos doentes que tomam estes medicamentos e cujo aparecimento dos efeitos pode ser de horas até 3 meses desde o início do tratamento.
Existem muitos outros medicamentos associados ao aparecimento da tosse, entre outros:
Antagonistas dos recetores AT1 da angiotensina II (ARA II), utilizados na hipertensão,
Inibidores da bomba de protões, utilizados para diminuir a acidez do estômago
Antiretrovirais, usados no HIV
Antagonistas dos canais cálcio, utilizados na hipertensão (ex: amlodipina)
Anti-inflamatórios não-esteroides (AINE), utilizados nas dores e inflamação,
Betabloqueadores, utilizados na hipertensão e algumas patologias cardíacas.
Apoio médico urgente
Há situações em que a tosse sinaliza a necessidade de consulta médica urgente de forma a assegurar que não estamos na presença de um grave problema de saúde. A saber:
Idade inferior a 2 anos;
Idade superior a 75 anos;
Tosse há mais de 2 semanas;
Falta de ar (dispneia) e/ou ruídos respiratórios;
Dor;
Expetoração espessa ou opaca com sangue;
Febre >38,5°C ou febre baixa durante mais de 3 dias;
Astenia, cansaço e/ou perda de peso;
Placas de pus na garganta;
Disfagia (dificuldade em engolir);
Doentes com Asma, DPOC, enfisema insuficiência cardíaca;
Doentes a tomar medicamentos como amiodarona (arritmias), IECA (tensão arterial), bloqueadores do canais de cálcio (taquiarritmia, angina de Prinzmetal e hipertensão). digoxina (coração), infliximab (doenças autoimunes);
Vigiar obstipação, depressão respiratória, antecedentes de úlceras;
Refluxo gastroesofágico.
Resumo de pontos chave:
A tosse que se prolongada mais de 2 semanas deve ser avaliada pelo médico, com auscultação pulmonar;
Antes de selecionar um medicamento deve identificar a possível origem da tosse;
Deve-se evitar a indicação sistemática de antitússicos ou seja medicamentos para tosse seca.
SINTOMAS
Tosse seca (não produtiva)
Na tosse não produtiva não há produção de muco. Este tipo de tosse é, normalmente, provocado por infeções virais e é autolimitada. No entanto existem outras causas de tosse seca, tais como:
Fumo do tabaco,
Ambiente seco,
Alterações bruscas de temperatura,
Alergénios do ar,
Asma,
Cancro do pulmão,
Alguns medicamentos, nomeadamente para a hipertensão
Refluxo gastroesofágico.
Tosse com expetoração (produtiva)
Na tosse produtiva há produção de muco (expetoração). Surge na sequência de uma hiperprodução de muco devido à irritação das vias áreas causada por uma infeção, alergia, etc. O muco transparente ou esbranquiçado não está infetado.
Expetoraçãoamarelo-esverdeado
Quando o muco tem coloração pode significar a existência de uma infeção pulmonar tal como bronquite ou pneumonia e é necessário encaminhamento médico. Nestes casos, o muco pode ser amarelo-esverdeado e estar muito espesso.
Sangue no muco expetorado
Podem aparecer vestígios de sangue no muco dando uma coloração rosa a vermelho forte. A presença de sangue no muco pode significar apenas o rompimento de um pequeno vaso devido ao esforço de tossir mas também pode ser um sinal muito grave. Sangue na expetoração necessita de encaminhamento médico.
Mucolítico e expetorante diferenças
Um mucolítico diminui a viscosidade das secreções e mucosidades facilitando a sua expulsão natural. Um expetorante estimula os mecanismos orgânicos de expulsão do muco, tais como:
Ativação do movimento ciliar,
Aumento do volume hídrico,
Aumenta a secreção aquosa das glândulas submucosas, salivares e mucosa nasal,
Estimulam o reflexo da tosse.
Terapêutica não farmacológica
Hidratação (beber 1,5 a 2 I de água por dia)
Humidificação do ambiente
Levantar a cabeceira da cama
Rebuçados sem açúcar ou pastilhas de chupar podem contribuir para o alívio da tosse.
Terapêutica farmacológica
Que cuidados devo ter?
Alguns medicamentos para a tosse devem ser evitados em diabéticos (Ex: xaropes com açúcar) e em doentes com doença coronária e hipertensão (Ex: antitússicos com codeína).
Antitússicos
São medicamentos adequados para o tratamento da tosse seca ou não produtiva. De seguida descrevo os principais e a posologia habitual para um adulto:
Levodropropizina (60mg 3xdia – antitússico de ação periférica), Ex: Levotuss®
Dextrometorfano (10 a 20mg 4/4h ou 30mg cada 6/8h – opiácio de ação central), Ex: Bisoltussin®
Oxolamina (100 a 200mg 3xdia – anticolinérgico/antihistamínico)
Antitússicos utilizam-se quando é necessário impedir o processo de tosse por alguma destas razões:
Alteração do descanso noturno ou da atividade diurna;
Irritação brônquica induz ataques de tosse posteriores
Perigo de dano para os doentes por diversos motivos (cirurgias, etc.)
Mucolíticos e expetorantes
Fármacos mucolíticos e expetorantes adequados na tosse produtiva e respetiva posologia habitual para um adulto:
Ambroxol (20 a 40mg 3xdia) Ex: Broncoliber®, Mucosolvan®
Bromexina (8 a 10mg 3xdia) Ex: Bisolvon®
Acetilcisteína (200mg 3xdia ou 600 mg 1xdia) Ex: Fluimucil®
Carbocisteína (750mg 3xdia, reduzir a 1/3 após a melhoria dos sintomas) Ex: Pulmiben®
Sobrerol ou ciclidrol (80 a 160 mg 2xdia) Ex: Mucodox®
Os fármacos mucolíticos e expetorantes ajudam a incrementar a expetoração, conseguindo aliviar e facilitar a tosse produtiva tendo ação sobre o sistema muco ciliar:
Aumentando o volume da secreção (expetorantes, ex: ambroxol);
Diminuindo a viscosidade do muco (mucolíticos, ex: acetilcisteína);
Regulando a sua consistência (muco reguladores);
Potenciando a atividade de limpeza muco ciliar.
As cinco grandes mentiras sobre saúde
Quais os melhores seguros e eficazes?
A escolha do medicamento para combater a tosse depende antes demais do tipo de tosse, produtiva ou não e da segurança no que concerne a efeitos secundário e interações com outros medicamentos, assegurando sempre a eficácia do tratamento. Atualmente uma imensa fatia das prescrições médicas utiliza os medicamentos que descrevo de seguida. Entre parêntesis apresenta-se a posologia habitual para um adulto.
Tosse não produtiva ou seca
No que concerne à tosse não produtiva ou seja seca tem havido uma utilização crescente da:
Levodropropizina (60mg 3xdia – antitússico de ação periférica), Ex: Levotuss®. Não existe genérico no mercado.
Tosse produtiva ou com expetoração
No que concerne à tosse produtiva ou seja com expetoração, tem havido uma utilização crescente da:
N-acetilcisteína (200mg 3xdia ou 600 mg 1xdia) Ex: Fluimucil®. Já existe genérico no mercado.
Ambroxol (20 a 40mg 3xdia) Ex: Broncoliber®. Já existe genérico no mercado.
Efeitos secundários
Levodropropizina (antitússico)
Muito raramente observaram-se as seguintes reações adversas: Urticária, vermelhidão da pele, erupção da pele, comichão, angioedema, reações cutâneas. Foi notificado um caso isolado, fatal, de epidermólise. Dor abdominal e dor de estômago, náuseas, vómitos, diarreia. Foram notificados dois casos individuais de glossite (inflamação da língua) e febre aftosa, respetivamente. Foi também notificado um caso de hepatite colestática, assim como um caso de coma hipoglicémico numa doente idosa, que estava a tomar simultaneamente hipoglicemiantes orais.
Reações alérgicas e anafiláticas, mal-estar geral. Foram notificados casos individuais de edema generalizado, síncope e astenia. Tonturas, vertigens, tremores, parestesia. Foi notificado um único caso de convulsões tónico-clónicas e um ataque de pequeno mal. Palpitações, taquicardia, hipotensão. Foi notificado um caso de arritmia cardíaca (bigeminismo auricular). Irritabilidade, sonolência, despersonalização. Dispneia, tosse, edema do trato respiratório. Astenia e fraqueza nos membros inferiores. Foram notificados alguns casos de edema da pálpebra, na sua maioria referidos como edema angioneurótico, considerando a presença simultânea de urticária.
Foi reportado um caso individual de midríase, assim como um único caso de perda da capacidade de visão bilateral. Em ambos os casos, as reações desapareceram após a interrupção do tratamento. Foi notificado um caso isolado de sonolência, hipotonia e vómitos num recém-nascido, após a toma de levodropropizina pela mãe que o amamentava. Os sintomas apareceram depois do bebé ser amamentado e desapareceram espontaneamente, algumas mamadas, após a interrupção do aleitamento materno.
Ocasionalmente, foram observadas as seguintes reações adversas consideradas graves: alguns casos de reações cutâneas (urticária, prurido), o já mencionado caso de arritmia cardíaca, o caso de coma hipoglicémico, assim como algumas reações alérgicas/anafiláticas envolvendo edema, dispneia, vómitos e diarreia. Como já referido, um caso isolado, fatal, de epidermólise, ocorrido numa doente idosa submetida a múltiplos tratamentos.
Acetilcisteína (mucolítico)
Ocasionalmente podem produzir-se alterações digestivas tais como náuseas, vómitos e diarreias, raramente apresentam-se reações de hipersensibilidade, como urticária e broncoespasmos. Especial atenção nos doentes asmáticos pelo risco de ocorrer uma crise de asma (broncoconstrição). Nestes casos deve interromper-se o tratamento e consultar um médico
Ambroxol (expectorante)
Foram descritos pirose, dispepsia, náuseas, vómitos, diarreia e outros sintomas gastrointestinais moderados. Foram descritos, muito raramente, erupção cutânea, urticária, edema angioneurótico, reações anafiláticas (incluindo choque anafilático) e outras reações alérgicas (hipersensibilidade). Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detetar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Concluindo
A tosse é um sintoma muito comum na população principalmente porque é muitas vezes consequência de fatores desencadeantes que estão presentes na nossa rotina diária tais como fumos, poeiras, pós com alergénios e diferenças de temperatura, só para citar alguns. Os sinais mais importantes são, no entanto, quando a tosse é causada por problemas de saúde mais graves tais como asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), cancro e claro infeções do trato respiratório.
Uma tosse seja ela qual for é portanto um sinal de alarme que deve ser tratado de imediato e se for persistente (mais de 15 dias) ou acompanhada de febre, dificuldade respiratória ou dor no peito deve também ser procurado apoio médico urgente! Proteja-se a tempo e evite uma evolução grave da doença subjacente.
Azia refluxo pirose enfartamento gases são problemas digestivos muito comuns principalmente em épocas festivas! Quais as causas, sinais e perigos? Que medicamentos podem piorar os sintomas? Qual o melhor tratamento e como conseguir rápido alívio dos sintomas? Como recuperar dos excessos das épocas especiais como Natal, Ano Novo, Páscoa, aniversários, festas e férias?
Dispepsia sintomas, causas, prevenção e diagnóstico.
Qual a anatomia do estômago?
Azia ou pirose: O que é?
Quais os sintomas?
Refluxo gastroesofágico: O que é?
Qual a anatomia do estômago?
Qual a causa da azia?
Que medicamentos podem provocar azia?
Quais os anti-inflamatórios menos agressivos para o estômago?
Anti-inflamatórios de última geração: Serão uma boa alternativa?
Ansiolíticos e contraceptivos orais podem provocar refluxo?
Idade e azia ou refluxo: Qual a relação?
Gravidez e azia ou refluxo: O que acontece nessa fase?
O que pode tomar uma grávida para a azia?
Que factores agravam a azia e refluxo?
Que alimentos agravam a azia e refluxo?
Quais os sinais de alarme para pedir apoio médico urgente?
Como melhorar a azia e refluxo?
Quais os medicamentos mais utilizados para a azia e refluxo
Quais os efeitos secundários e interacções mais frequentes dos antiácidos?
Digestão
O que acontece durante a digestão? O sistema digestivo para levar a cabo, com sucesso, o processo de digestão total dos alimentos, é composto pelas seguintes quatro etapas essenciais:
Mastigação – acontece na boca e reduz os alimentos a um bolo alimentar pela ação mecânica de mastigar e também pela ação enzimática da saliva;
Processamento químico e enzimático – acontece principalmente no estômago com pela ação do ácido clorídrico e da enzima pepsina, entre outras; Esta é a etapa mais importante na digestão das proteinas;
Processamento no intestino delgado – absorve macromoléculas e nutrientes para a corrente sanguinea;
Fermentação e remoção da água – acontece no cólon (intestino grosso);
As substâncias simples da nossa alimentação, como a água, os sais minerais e as vitaminas (excepto a vitamina B12), são absorvidas ao longo do tubo digestivo sem sofrerem transformações. No entanto, as macromoléculas, como proteínas, gorduras e hidratos de carbono, têm de ser transformadas em moléculas pequenas e menos complexas para serem absorvidas, assim:
Proteínas são desdobradas em polipéptidos, péptidos e aminoácidos;
Hidratos de carbono são transformados em açúcares simples (monossacarídeos) como a glicose, a frutose e a galactose, entre outros;
Gorduras são parcialmente separadas em ácidos gordos e glicerinas.
Quanto tempo demora a digestão?
O tempo de digestão difere de pessoa para pessoa e entre os sexos. Após comermos, os alimentos demoram cerca de seis a oito horas até passarem do estômago para o intestino delgado.
De seguida, passam ao intestino grosso (cólon), dando-se a absorção de água e finalmente o excedente é eliminado nas fezes.
Local do sistema digestivo
Função primária
Tempo que ficam os alimentos a digerir
Boca
Digestão mecânica e química
1 minuto
Esófago
Transportar os alimentos depois de deglutidos
3 segundos
Estômago
Digestão mecânica e química
2 a 4 horas
Intestino delgado
Digestão mecânica e química
3 a 5 horas
Intestino grosso
Absorção de água
> 10 horas
Em geral os alimentos demoram cerca de 24 a 72 horas desde o momento em que são mastigados até serem eliminados nas fezes os resíduos que o nosso organismo não conseguiu utilizar.
Se estiver mais de 72 horas sem defecar isso é um sintoma de obstipação que pode ser perigoso!
Os sintomas de má digestão ou dispepsia são muitas vezes recorrentes e normalmente dividem-se em dois grupos:
Sensação de dor, ardor ou desconforto na região do estômago ou parte superior do abdómen;
Dificuldade em digerir os alimentos, seja por uma saciedade precoce ou por sensação de enfartamento após as refeições.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, a dispepsia é mais frequente nos países com um estilo de vida ocidentalizado, afetando cerca de 20 a 40% da população.
A dispepsia ou indigestão é muito comum e afeta pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. No entanto, existem hábitos e condições de saúde que fazem aumentar os riscos, tais como:
Comer em excesso e demasiado depressa, sobretudo alimentos ricos em gordura;
Consumir bebidas alcoólicas em excesso;
Ser fumador;
Consumir fármacos que irritem o estômago como a aspirina e anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno ou diclofenac;
Ter uma úlcera ou qualquer outra doença do sistema digestivo;
Estar sujeito a stress emocional, ansiedade ou depressão.
Prevenção
Diagnóstico
Existem diversos exames de diagnóstico que podem despistar a dispepsia. Uma vez que os sintomas são idênticos para as formas orgânicas e funcionais desta doença, a endoscopia digestiva alta é o exame mais importante para a obtenção de um diagnóstico.
Consiste na observação direta do revestimento interno do esófago, estômago e duodeno. Complementarmente deve realizar-se uma pesquisa pela infeção por Helicobacter pylori através de uma biópsia.
As análises sanguíneas e a ecografia abdominal são outro instrumento de diagnóstico, de modo a avaliar a saúde dos órgãos anexos ao estômago, como o pâncreas, fígado, vesícula e vias biliares.
Estômago qual a anatomia?
O estômago é um órgão do sistema digestivo, localizado abaixo do diafragma, acima do pâncreas, entre o esôfago e o duodeno. No estômago, os alimentos são pré-digeridos e esterilizados, seguindo para o intestino, onde são absorvidos.
Em humanos, o estômago tem um volume de cerca de 50 ml (mililitros) quando vazio. Depois de uma refeição, geralmente expande-se para suportar cerca de 1 litro de comida, mas pode expandir-se até 4 litros.
O estômago apresenta duas comunicações:
Uma superior chamada cárdia, que o comunica ao esôfago
Outra inferior, chamada piloro, que o comunica ao intestino delgado.
O estômago tem duas classificações, uma cirúrgica e outr anatómica.
Na classificação cirúrgica é subdividido em:
Cárdia,
Fundo,
Corpo,
Antro,
Piloro,
Curvatura menor,
Curvatura maior,
Face anterior,
Face posterior.
Na sua classificação anatómica o estômago é dividido em:
Porção vertical chamada trituradora,
Porção horizontal chamada evacuadora.
Função
O estômago tem uma função essencial na digestão dos alimentos. No seu interior situam-se as glândulas gástricas que produzem o suco gástrico. As células da parede do estômago estão protegidas contra a forte acidez do suco gástrico, porque produzem e libertam um muco que forma uma espessa camada protetora.
No estômago, o suco gástrico é misturado com os alimentos a digerir, através dos movimentos peristálticos, e o bolo alimentar é transformado em quimo. O suco gástrico é muito rico em enzimas digestivas com particular destaque para a pepsina que é responsável pela digestão das proteínas. Assim é aqui que se incia o processo de digestão das proteínas considerado um dos mais importantes mecanismos para o bom funcionamento do nosso corpo.
Proteção contra bactérias, vírus e fungos
A forte acidez do estômago também serve de barreira protetora contra a entrada de microrganismos patogénicos como vírus, bactérias, fungos e parasitas pois dificilmente algum consegue escapar com vida até ao intestino!
O adjetivo gástrico refere-se ao estômago. Assim, a retirada cirúrgica do estômago ou parte dele chama-se gastrectomia. A colocação de tubos no estômago através do abdômen chama-se gastrostomia. A modificação do estômago chama-se gastroplastia.
Helicobacter pylori
Apesar dos ácidos presentes no estômago nos manterem protegidos contra os principais agentes infeciosos, existem muitos estudos que apontam para que a bactéria Helicobacter pylori seja responsável pela maioria dos casos de gastrite crónica, úlceras gástricas e cancro do estômago (nos casos de adenocarcinoma e linfoma MALT – tipo específico de linfoma da mucosa do estômago).
Azia ou Pirose e refluxo
A azia ou pirose manifesta-se por uma sensação de ardor na parte posterior do esterno e que se estende desde a parte superior do estômago até à boca podendo haver refluxo ou regurgitação com sabor ácido ou amargo.
Sintomas mais comuns
A azia manifesta-se das seguintes formas:
Ardor incómodo na linha média da parte superior do estômago (epigastro) e que se pode estender para a parte posterior do esterno.
O ardor pode sentir-se apenas na parte do esterno mas pode também sentir-se na garganta, provocando um sabor amargo na boca.
Pode haver dor.
Causas da Azia
Os sintomas da azia são causados pelos conteúdos do refluxo esofágico, de natureza ácida, no esófago, que irritam a superfície sensível da mucosa. Trata-se de um problema de saúde que não causa transtorno em pessoas saudáveis, salvo se a sua frequência e intensidade aumentar. Poderá, no entanto, em alguns casos, ser sinal de problemas de saúde mais sérios.
Uma das causas mais comuns da irritação esofágica é a própria doença de refluxo esofágico devida a deficiências do esfíncter esofágico inferior. Também a hérnia do hiato pode provocar acidez resultado de parte do estômago escapar pelo diafragma, embora não se manifestem sintomas em todos os doentes.
Medicamentos que podem provocar azia
Alguns medicamentos podem provocar irritação gastro esofágica, a saber:
Ácido acetil salicílico (AAS) – Ex. Aspirina®
Anti-inflamatórios não esteroides (AINE), tais como, Brufen® (ibuprofeno), Voltaren® (diclofenac), Nimed® (nimesulide), Naprosyn® (naproxeno). Profenid® (cetoprofeno), piroxicam,
Diazepam (Valium®)
Alprazolam (Xanax®)
Contraceptivos orais
Alendronato, utilizado na osteoporose
Corticoides, utilizados no combate à inflamação
Antagonistas do canais de cálcio, utilizados em algumas doenças cardiovasculares
Inibidores selectivos da recaptação da serotonina, utilizados como antidepressivos
Clopidogrel, utilizado para evitar a formação de coágulos em doentes de risco ou com doença cardiovascular
Digoxina, utilizada como cardiotónico no tratamento da insuficiência cardiaca e taquicardia
Teofilina, utilizada como broncodilatador
Eritromicina é um antibiótico
Tetraciclinas é uma classe de antibióticos
Suplementos de ferro, utilizados, por exemplo, no tratamento de muitas anemia
Potássio
Anti-inflamatórios menos agressivos
Praticamente todos os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) clássicos referem como reações adversas problemas de irritação gástrica que podem manifestar-se também quando a administração é parenteral ou retal. O ibuprofeno (Brufen®) e o diclofenac (Voltaren®) parecem ter menor risco de toxicidade gástrica, situando-se numa posição intermédia o naproxeno e o AAS e, com maior risco o piroxicam, o cetoprofeno, entre outros.
Anti-inflamatórios de última geração
Existe uma classe de anti-inflamatórios mais recente, Os anti-inflamatórios não esteroides inibidores seletivos da ciclo-oxigenase-2 (Coxibes) são fármacos utilizados no tratamento da dor e inflamação crónica, principalmente em patologias de origem musculoesquelética, como:
Artrite reumatoide,
Osteoartrose,
Espondilite anquilosante.
Os Coxibes mais prescritos são os seguintes:
Celecoxib (Celebrex®, Solexa®))
Etoricoxib (Arcoxia®, Exxiv®)
Os Coxibes têm como objetivo a inibição seletiva de uma das isoformas da enzima ciclo-oxigenase, a COX-2, que regula a produção dos principais prostanóides envolvidos no processo inflamatório, na dor e na febre. Existe evidência clínicas de que os Coxibes podem também atuar na prevenção de cancros e na doença de Alzheimer, devido à indução da COX-2 em diversos tecidos.
Os Coxibes possuem eficácia terapêutica semelhante aos anti-inflamatórios não esteróides clássicos, no entanto, demonstram uma diminuição significativa dos efeitos adversos gastrointestinais, característicos dessa classe. Contudo, só após a sua comercialização foi possível observar o aumento do risco cardiovascular associado ao tratamento com Coxibes. A análise do estudo VIGOR levantou as primeiras dúvidas, mas foram os resultados do estudo APPROVe que desencadearam a retirada voluntária do Vioxx® em setembro de 2004, seguindo-se a retirada de mais dois fármacos desta classe.
A publicação de diversos ensaios clínicos evidenciam o aumento generalizado do risco cardiovascular, que inclui aumento do risco de enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial, sendo que estes efeitos adversos agravam-se em doentes com antecedentes de risco cardiovascular.
Na sequência destes resultados, as entidades internacionais, FDA e EMA, emitiram advertências de utilização dos Coxibes, devendo estes ser prescritos na menor dose eficaz, durante o mais curto intervalo de tempo, a fim de evitar o riso associado ao tratamento prolongado. Torna-se assim premente a avaliação dos benefícios gastrointestinais e dos riscos cardiovasculares dos Coxibes, de modo a aferir a segurança da sua utilização
Ansiolíticos contracetivos e alendronato
Os ansiolíticos diazepam (Valium®) e alprazolam (Xanax®), os contracetivos orais (pílula contracetiva) e o alendronato, utilizado para tratar a osteoporose, podem provocar o relaxamento do esfíncter do esófago facilitando o refluxo do ácido do estômago para o esófago e provocar irritação da mucosa do esófago.
Entre alguns outros medicamentos que se relacionam com a toxicidade gástrica podemos referir os seguintes dos quais refiro entre parêntesis a utilização terapêutica:
Corticoides (inflamação e alergias);
Antagonistas dos canais de cálcio (hipertensão);
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (antidepressivos);
Clopidogrel (anticoagulante);
Suplementos de ferro (anemia);
Digoxina (insuficiência cardíaca);
Teofilina (asma);
Eritromicina (infeções);
Tetraciclinas (infeções);
Potássio (acne, prisão de ventre, cãibras, fraqueza muscular).
Idade e aparecimento de azia
Os sintomas de refluxo esofágico ocorrem mais frequentemente em doentes de idade superior a 55 anos. A azia não ocorre normalmente em crianças, embora possa ocorrer em adultos jovens e particularmente em grávidas.
Azia na gravidez
Estes são alguns dos sintomas típicos durante a gravidez :
Dor por trás da costelas e ruídos estomacais
Estômago pesado, dilatado e desconfortável depois de comer
Cãibras estomacais, arrotos e libertação de gases (flatulência)
Sensação de ardor no peito ou na garganta depois de comer
Sensação de mal-estar a acumulação de gases
Fluido quente, ácido ou salgado, no fundo da garganta e dificuldade em engolir.
Sintomas de azia na gravidez
Muitas mulheres sofrem pela primeira vez de azia durante a gravidez. Na verdade, entre 40% a 80% das mulheres grávidas sofrem de azia. E não é difícil perceber porquê – o seu corpo está a sofrer muitas alterações hormonais e físicas.
Durante a gravidez, o seu corpo produz uma hormona, a progesterona, que torna a digestão mais lenta e relaxa a válvula muscular entre o esófago e o estômago, aumentando o risco de refluxo ácido. Em resultado, existe um maior risco de passagem dos ácidos estomacais para o esófago, provocando uma sensação de ardor no peito e na garganta. À medida que o feto cresce, a pressão no estômago aumenta, forçando a entrada dos ácidos estomacais no esófago e causando refluxo gastroesofágico.
Estes sintomas têm mais tendência a ocorrer depois das refeições e quando a mulher se dobra ou deita, mas depois do parto a pressão no estômago desaparece, tal como os sintomas associados.
Grávida com azia como tratar?
Os comprimidos mastigáveis ou pastilhas que associam carbonato de cálcio 680 mg e carbonato de magnésio 80 mg (Ex. Rennie®), são adequadas para o alívio dos sintomas relacionados com a produção de ácidos gástricos durante a gravidez e a amamentação, uma vez que os seus ingredientes (cálcio e magnésio) existem naturalmente no organismo e nos alimentos, desde que sejam cumpridas as indicações de toma e evitada a ingestão prolongada de dosagens elevadas.
A dose habitual é 1 ou 2 pastilhas, até 3 vezes ao dia (de preferência 1 hora após as refeições e antes de deitar). No caso de azia ou dor de estômago mais intensa, pode aumentar a dose até ao máximo 8 vezes por dia.
Fatores que agravam a azia
Os fatores que agravam a doença podem ajudar a avaliar o problema. Na azia pode haver agravamento com:
Aumento de peso,
Quando o doente está na posição horizontal,
Quando o doente faz uma refeição abundante.
Alimentos que agravam a azia
Identificar os alimentos que possam provocar a acidez é de extrema importância para melhorar os sintomas, a saber:
Café ou bebidas com cafeína,
Bebidas alcoólicas,
Refrigerantes com gás,
Comidas muito gordurosas
Comidas temperadas,
Chocolate,
Menta,
Citrinos,
Derivados do tomate.
Sinais de alarme para apoio médico urgente
Idade inferior a 6 anos
Idade superior a 75 anos
Sintomas presentes durante mais de 3 meses num ano
Sangue nas fezes
Perda de mais de 10% da massa corporal
Icterícia
Náuseas e vómitos persistentes
História prévia de ulcera péptica
Causa psicológica ou psiquiátrica ( Ex: ansiedade)
História familiar de cancro gastroesofágico
Cirurgia prévia a cancro gástrico
Consumo crónico de álcool
Tabagismo
Por vezes a dor surge repentinamente ou de modo muito severo podendo irradiar para as costas e braços. Nesta situação a dor pode mimetizar um enfarte o que exige um urgente encaminhamento médico. Alguns doentes que pensam estar a ter um problema de azia/acidez podem estar a ter, na verdade, um ataque cardíaco.
Pode haver dificuldade de deglutição e por vezes há regurgitação devido a obstrução do esófago o que pode pressupor um cancro.
Crianças com sintomas de azia
O aumento da frequência e da intensidade
Ineficácia após 7 dias de tratamento
Tratar a azia mas como?
Existem diversas medidas e atitudes que podem ajudar a evitar ou melhorar os sintomas de azia, a saber:
Evitar o excesso de peso.
Evitar comidas abundantes.
Comer em pequenas quantidades.
Coma com tempo e mastigue os alimentos devagar.
Sente-se direito quando comer e não coma no sofá.
Não coma tarde, nem “à pressa”.
Tentar comer 2 a 3 horas antes de se deitar.
Identificar e evitar os alimentos que possam provocar a acidez, tais como o café ou bebidas com cafeína, bebidas alcoólicas, refrigerantes com gás, comidas muito gordurosas ou temperadas, chocolate e menta, citrinos e derivados do tomate.
Não fumar ou pelo menos reduzir a frequência.
Evitar roupa ajustada ou cintos apertados.
Evitar exercício intenso, se este piorar a azia.
Se tem tendência a sintomas noturnos, deverá erguer-se ligeiramente com a ajuda de algumas almofadas
Medicamentos para tratar azia
Existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados para tratar os sintomas e efeitos prejudiciais da azia e refluxo do ácido gástrico. As principais são as seguintes:
Alginatos (ex: alginato de sódio);
Antiácidos clássicos (ex: bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio fosfato de alumínio, Magaldrato);
Inibidores da bomba de protões (ex: Omeprazol, lansoprazol, pantoprazol e esomeprazol).
Alginatos em associação com antiácidos
Alginato de sódio 250 mg + bicarbonato de sódio 133,5 mg + carbonato de cálcio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 2 a 4 comprimidos até 4Xdia (Gaviscon®)
Alginato de sódio 500 mg + bicarbonato de sódio 267 mg + carbonato de cálcio 160 mg/10 mg, saquetas, 1 a 2 saquetas 4x/dia (Gaviscon Duefet®)
Alívio rápido dos sintomas
Como atuam estas associações de alginatos com antiácidos?
Estas associações funcionam de duas maneiras para aliviar de forma eficaz os sintomas de azia e indigestão:
1) O alginato de sódio começa por formar uma camada espessa no topo dos conteúdos do estômago, assim que entra em contacto com os ácidos do estômago. Esta camada funciona como uma forte barreira física e ajuda a manter os conteúdos do estômago no interior do estômago, onde pertencem, e não no esófago, onde são prejudiciais.
2) A associação de antiácidos (carbonato de cálcio com bicarbonato de sódio) neutraliza o ácido gástrico, proporcionando alívio rápido da indigestão e da azia.
Vídeos demonstrativos:
Antiácidos
Carbonato de dihidróxido de alumínio e sódio 340 mg, pastilhas, 1-2 comp. 4xdia. (Kompensan®)
Hidróxido de alumínio 240 mg, comprimidos mastigáveis, 1-4 comp. 4Xdia.
Carbonato de cálcio 680 mg, carbonato de magnésio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 1-2 comp. até máx. 8Xdia (Rennie®)
Hidróxido de alumínio 200 mg, hidróxido de magnésio 200 mg, dimeticone 26,25 mg, comprimidos mastigáveis, 2-4 comp. 4Xdia.
Fosfato de alumínio, 12,38 g de gel de fosfato de alumínio a 20%, saquetas, 1-2 saq. 3Xdia.
Hidróxido de magnésio, 83mg/ml, suspensão, 5-15mI3Xdia.
Bicarbonato de sódio 2081.8 mg, comprimidos efervescentes, 2 comp. até 4Xdia.
Magnésio e Alumínio
Os antiácidos compostos por sais de alumínio e de magnésio em associação podem parecer ideais, pois um componente completa o outro. O hidróxido de alumínio dissolve-se lentamente no estômago causando um alívio prolongado. Já os sais de magnésio agem rapidamente, neutralizando os ácidos com eficácia. Os fármacos que contêm ambos os componentes causam alívio rápido e prolongado.
Carbonato de cálcio
Este foi o principal antiácido durante muito tempo. Atua rapidamente, neutralizando os ácidos por um tempo significativo. Outro ponto positivo, é que esta é uma fonte económica de cálcio. No entanto corre-se o risco de sobredosagem deste mineral, uma vez que a quantidade máxima diária não deve superar 2000 mg,
Bicarbonato de sódio
Este foi utilizado durante décadas como neutralizante da acidez. É uma ótima solução, a curto prazo, para a má digestão. Contudo, seu uso exagerado pode provocar quebra do equilíbrio ácido-base do organismo, resultando em uma alcalose metabólica. Além disso a sua concentração de sódio também pode levar a problemas em indivíduos com insuficiência cardíaca e hipertensão.
Os sais de magnésio têm ainda efeito laxante, enquanto os sais de alumínio são obstipantes; sendo assim, é comum encontrar associações entre ambos os fármacos, visando minimizar estes efeitos colaterais.
Inibidores da Bomba de protões
Os inibidores da bomba de protões (IBPs) reduzem a produção de ácido pela diminuição da atividade da bomba de protões no estômago. Isso acontece porque um dos componentes vitais do ácido, o hidrogénio, já não pode ser produzido.
Os IBPs proporcionam um alívio prolongado, no entanto o início de ação demora algum tempo. Algumas pessoas continuam a ter sintomas de azia e indigestão, mesmo a tomar IBPs. No entanto, os alginatos, como Gaviscon®, podem ser tomados em simultâneo com os IBPs para ajudar a aliviar os sintomas.
São exemplos de IBPs os seguintes:
Omeprazol 10 e 20 mg,
Lansoprazol 15 e 30 mg,
Pantoprazol 20 e 40 mg
Esomeprazol 20 e 40 mg
Os inibidores da bomba de protões são geralmente tomados 1xdia, de manhã em jejum.
Os principais efeitos adversos e interações da terapêutica farmacológica para a azia, com antiácidos, são os seguintes:
Alergia
Obstipação
Redução da absorção de alguns antibióticos tais como as tetraciclinas, quinolonas (por exemplo, ciprofloxacina, ofloxacina e levofloxacina) e cefalosporinas. Estas reduções de absorção podem atingir os 90% e são devidas à formação de quelatos insolúveis entre os medicamentos e os iões de alumínio
A ação de glicosídeos cardíacos, como a digoxina e a levotiroxina, e o eltrombopag (Revolade®), pode ser afetada se tomar antiácidos ao mesmo tempo. É conveniente fazer um intervalo de 1-2 horas entre a toma do antiácido e a toma de outro medicamento.
Concluindo
A azia é um sintoma comum e na maioria das vezes é transitório. As medidas não farmacológicas podem ser efetivas no tratamento da azia. Os antiácidos de ação rápida são a primeira opção. A dor provocada pela azia pode ser confundida com um ataque cardíaco mas também pode mascarar um enfarte a decorrer, pelo que deve sempre, por precaução, procurar apoio médico urgente. Nas grávidas a azia é frequente e transitória desaparecendo em regra após a gravidez. A azia deve sempre ser tratada porque se trata de ácido do estômago que escapa para o esófago e “queima” deixando lesões locais que se forem frequentes podem degenerar para doença grave!
Com emoção partilho convosco um projeto com mais de dois anos finalmente disponível e publicado para aquisição. Trata-se do meu primeiro livro “As cinco grandes mentiras sobre saúde“.
Nele descrevo em detalhe toda a minha experiência pessoal e profissional dos últimos 30 anos e o que de relevante traçou o meu caminho para uma saúde otimizada e uma vida simples, tranquila e feliz.
Também tu, em pouco tempo, podes ter uma saúde bem melhor e uma vida com espaço para a tua felicidade.
Descobrir a verdade acerca das 5 grandes mentiras sobre saúde mudou, em pouco tempo, a minha vida para sempre. Lembro-me bem da manhã solar em que despertei sem dores de costas após ensaiar pequenas renovações de alimentos e hábitos diários. Com uma história de tantos anos de dores matinais, era árduo acreditar que em tão escasso limite temporal fosse possível lograr o abandono dos analgésicos e dos seus “primos” anti-inflamatórios. Naquela manhã senti que a sebenta do tempo me ofereceu uma página nova para reescrever a minha vida. Nos dias seguintes a minha digestão voltou a trilhar o caminho da normalidade e a qualidade do sono sanou de forma intrigante. A autoestima cicatrizada, de repente, demonstrou-me que o controle da minha vida e da minha saúde, em particular, voltou a estar no conforto das minhas mãos, aquecidas pelo calor do meu miocárdio que batia feliz. Dei comigo a sorrir sem parar, numa sensação de luz e alegria sem preço possível de registar.
O nosso universo nasceu há cerca de 13,8 biliões de anos e não fazemos a mais pequena ideia sobre o que existia antes disso, sendo este o maior de todos os enigmas por desvendar. Nesse momento inicial do nascimento com a grande explosão, matéria e antimatéria formaram-se na mesma proporção mas por alguma razão, absolutamente desconhecida até hoje, os átomos de matéria prevaleceram sobre os da antimatéria. Não fosse esse intrigante poder da matéria e hoje apenas existiria energia, nada mais. O século 21 ofereceu já ao humano, pela primeira vez, o poder e criar em laboratórios de alta segurança átomos de antimatéria. Outro imenso mistério é saber como surgiu a consciência humana. Esta é uma característica tão poderosa, tão profunda e tão enigmática que raramente pensamos nela, aliás a maioria nem sequer a considera relevante, afinal ter consciência é normal e de facto é nos humanos, mas apenas nos humanos! Sem consciência não saberíamos da existência do universo, que existimos como parte do mesmo e não teríamos reflexões sobre a nossa própria existência! Como diria Jorge Luís Borges “todos os animais são imortais exceto os humanos porque só nós temos consciência de que vamos morrer”.
Sem consciência desconheceríamos a nossa história evolutiva como espécie e a poderosa influência que, ainda hoje, essa evolução tem na nossa saúde. A Terra tem cerca de 4,6 biliões de anos e a vida na Terra surgiu aproximadamente há 3,5 biliões de anos. Os dinossauros desapareceram, subitamente, há cerca de 66 milhões de anos. No entanto, o primeiro hominídeo, denominado Australopithecus, apareceu em África “apenas” há cerca de 7 milhões de anos e não comia carne. O género Homo surgiu na África há cerca de 2,5 milhões de anos, curiosamente a mesma altura em que provamos carne pela primeira vez, mas apenas as sobras das presas de outros animais, caçadores mais poderosos. Foi necessário 1 milhão de anos de evolução para sermos muito melhores caçadores e usufruir primeiro da carne de animais de grande porte, deixando as sobras para outros. Do género Homo destacam-se algumas espécies como o Homo habilis, surgido entre 2 milhões e 1,4 milhões de anos atrás, tendo sido a primeira a criar artefactos a partir de fragmentos de rocha, absolutamente essenciais para o início e evolução da nossa jornada como poderosos caçadores de animais. Depois surgiu o Homo erectus (1,6 milhão a 150 mil anos atrás), o Homo neanderthalensis que existiu há cerca de 150 mil a 30 mil anos atrás e o Homo sapiens surgido há cerca de 130 mil anos e que sobrevive até hoje!
A agricultura mudou a nossa saúde para sempre e surgiu, aproximadamente, há 12.000 a 10.000 anos atrás. Os Sumérios, que habitavam na Mesopotâmia, situada entre os rios Tigre e Eufrates, (atualmente uma região entre a Síria e o Iraque), inventaram a escrita e o dinheiro há aproximadamente 5.000 anos. O antigo Egito surgiu em 3100 a.C. na margem norte do vale do Nilo e durou até ao ano 30 a.C., data da anexação pelos romanos. A Grécia antiga surgiu em 800 a.C. e estendeu-se até 140 a.C.. O império Chinês começou em 221 a.C. e o império Romano surgiu no ano 27 a.C. e dominou até 476 d.C. Em todas estas civilizações surgiram hábitos alimentares e descobertas que moldaram a nossa saúde. Alguns perderam-se no rumo da história e outros influenciam a nossa vida até hoje. Paradoxalmente, alguns dos hábitos perdidos há séculos voltam agora em pleno século 21, à medida que a ciência prova a sua eficácia mesmo quando comparadas com algumas das mais modernas e sofisticadas terapêuticas farmacológicas.
Certa vez alguém perguntou porque era tão velho o universo? A essa questão alguém respondeu que “é o tempo que demora a criar o humano moderno”! Esta extraordinária frase sublinha, resumidamente, o longo e complexo caminho que fizemos até aqui chegar, civilização após civilização, para criar um animal humano sofisticado que está agora consciente da sua longa herança, complexidade, incrível capacidade de conhecimento, poder para alterar o seu destino, dominar o planeta que habita, viajar para outros planetas, apostar na terraformação de marte e tentar, ainda este século, duplicar a idade média de vida dos humanos que tenham essa ambição. Sim, existem já avanços científicos que nos permitem sonhar com essa realidade de vida longa e de qualidade, desde que a nossa natureza tribal não nos destrua por dentro.
Numa altura de crescimento exponencial do conhecimento, em todas as áreas, com particular relevância para a inteligência artificial, realidade virtual, nanotecnologia, robótica e ciências da saúde, é essencial tirarmos o máximo partido da nossa consciência para identificar e prevenir, por exemplo, as doenças do envelhecimento. Ganha cada vez mais força a corrente científica que defende ser o envelhecimento a causa de quase todas as doenças e que, portanto, se descobrirmos os mecanismos do envelhecimento podemos retardá-lo imenso e ficar livres de doenças durante muitas mais dezenas de anos.
Este livro fala precisamente dos cinco pilares mais importantes para manter a nossa saúde, de forma integrada, com qualidade e alegria, uns bons anos acima da esperança média de vida. No entanto, terás de fazer opções, será necessária a consciência de reconhecer algumas mentiras, descobrir os detalhes da verdade que suportam tal ambição e aceitar que todos os pilares estão unidos num único ser e harmonizam-se em conjunto. O desequilíbrio relevante de um deles pode afetar de forma dramática todas as outras dimensões da nossa saúde.
Neste livro descreve-se também a experiência pessoal do autor, que experimenta, há já alguns anos, alterações simples de hábitos alimentares, físicos, profissionais, relacionais, familiares, sociais e gestão otimizada de ansiedade, sendo esta um dos pilares, absolutamente estruturantes, da qualidade de vida.
O livro apresenta e suporta-se em estudos sólidos, incluindo recentes factos científicos, para revelar as cinco grandes mentiras sobre saúde que, por falta de conhecimento, continuam a degradar a vida de muitos milhões de pessoas, que hoje poderiam viver mais 10, 20 ou até 30 anos, com muito melhor qualidade de vida, se aplicassem diariamente este conhecimento e aprendizagem simples de ciência da saúde. Depois dos cinco capítulos que desvendam outras tantas mentiras, preparei um último capítulo bónus que resume detalhes de conhecimento de ciência da saúde que se revelaram, na minha vida, absolutamente nucleares no combate à doença, à mitigação do stresse, na procura de alegria, felicidade e criação de energia positiva para quem nos acompanha nesta caminhada pela vereda da vida.
Sou Farmacêutico comunitário há trinta anos. Gosto do que faço e tenho um prazer especial em ajudar os doentes e as pessoas saudáveis a entender, em linguagem corrente, o que se passa com a sua saúde. Este gosto surgiu da pesquisa para compreender o que se passava com a minha própria saúde que, há alguns anos atrás, não era a mais recomendável. Sentia má digestão, distensão abdominal, obstipação crónica, dores articulares e lombares diárias, rigidez matinal, ansiedade, colesterol elevado, hipertensão, escoliose e um diagnóstico de espondilite anquilosante feito em 2002, aos 34 anos de idade, por um reumatologista conhecido da cidade do Porto, após cruzar a imagem de raio x da minha coluna vertebral com os sintomas diários de rigidez na zona sacro ilíaca.
A espondilite anquilosante (EA) é uma doença autoimune que provoca inflamação crónica articular progressiva de grandes articulações, principalmente a coluna. Os sintomas mais frequentes são dores nas costas e rigidez. Os primeiros sinais aparecem na adolescência ou no início da idade adulta. Regra geral a doença evolui e provoca, movimentos da coluna progressivamente mais limitados, devido a fusão óssea nas vértebras, chamada de anquilose.
Este quadro de dores com origem em doença inflamatória crónica levava-me a tomar anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) com frequência, por vezes diária, o que por sua vez teve como efeito secundário o aparecimento ou agravamento de lesões gastro-intestinais. Todo este quadro ficou ainda mais severo quando, por razões profissionais, foi necessário fazer turnos de noites de serviço que alteraram o meu ritmo circadiano originando, com frequência, mudanças de humor nomeadamente irritabilidade e ansiedade crescentes, assim, como falhas de memória mais evidentes e prolongados períodos diários de falta de energia. Nesses dias, o meu “menu terapêutico” era rico em anti-inflamatórios, analgésicos, anti-ácidos, inibidores da bomba de protões, anti-histamínicos e claro o inevitável anti-hipertensor.
Hoje, mais de vinte anos depois, sinto mais energia do que nunca, não sinto ansiedade, a minha memória melhorou, tenho uma digestão normal, não tomo quaisquer anti-inflamatórios ou analgésicos e as minhas dores desapareceram por completo. Regularizei a minha tensão arterial, depois de muitos anos a tomar uma dosagem baixa de perindopril e consegui um objetivo que julgava quase impossível, deixar de tomar quaisquer medicamentos. Foi de certa forma uma surpresa pois já tinha tentado o desmame do anti-hipertensor, por diversas vezes, mas sem sucesso.
No final do livro, fazendo parte do capítulo bónus, descrevo tudo o que me permitiu, libertar-me do último medicamento do meu “menu terapêutico” inicial. Além de tudo isto, o meu bom humor parece intacto, o que por sua vez reforça o meu sistema imunitário.
No final do livro, fazendo parte do capítulo bónus, descrevo tudo o que me permitiu, libertar-me do último medicamento do meu “menu terapêutico” inicial. Além de tudo isto, o meu bom humor parece intacto, o que por sua vez reforça o meu sistema imunitário.
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Vitaminas para o cérebro fadiga e cabelo quais as mais importantes? Quais os minerais mais relevantes? O que são exatamente as vitaminas e para que servem? Quando devo tomar um suplemento? Qual o melhor suplemento vitamínico? O excesso de vitaminas que problemas pode causar? Quais os sintomas de falta e de excesso?
Na minha prática profissional quase diariamente alguém me pede vitaminas para o cérebro e cansaço, mas serão mesmo necessárias? Para conseguir ajudar corretamente preciso de descobrir, antes de mais, o tipo de alimentação que têm, os suplementos que tomam, quais os sintomas para os quais procuram ajuda e os medicamentos que estão a tomar pois alguns, de facto, podem causar deficiência vitamínica.
No entanto antes de tudo isso deixo claro que o fator mais relevante, estruturante e decisivo para para o nosso cérebro e para um bom desempenho cognitivo é a qualidade do nosso sono… sem o qual não existem vitaminas ou minerais que possam fazer milagres!
Em 2012 a neurocientista dinamarquesa Maiken Nedergaard, descobriu, no nosso cérebro, o que designou de sistema glinfático, responsável pela “limpeza” diária do nosso cérebro e que ocorre durante a fase de sono profundo. Saiba tudo sobre este assunto no meu artigo sobre os segredos do sono, clicando na imagem abaixo.
As vitaminas e os minerais são considerados nutrientes essenciais, isto é, não podem ser sintetizados pelo organismo e, portanto, devem ser consumidos na dieta. No entanto se tivermos uma microbita intestinal equilibrada e saudável este geralmente incluiu bactérias produtoras de certas vitaminas.
O que são vitaminas? As vitaminas são chamadas de micronutrientes essenciais porque são necessárias ao organismo em pequenas quantidades em inúmeras reações químicas que incluem desde o metabolismo de hidratos de carbono, proteínas e gorduras, passando pela manutenção de um bom sistema imunitário, estabilidade do sistema nervoso central e até ás funções de reparação de DNA nas nossas células.
Sem as vitaminas estas reações químicas essenciais não se realizam ou ficam descompensadas causando com o tempo diversas doenças, algumas bastante graves! O organismo não armazena a maioria das vitaminas, nomeadamente as hidrossolúveis como as do complexo B (exceto a B12) e vitamina C. A deficiência dessas vitaminas geralmente desenvolve-se em semanas a meses. Portanto, as pessoas devem consumi-las regularmente.
Quantas vitaminas existem?
Atualmente a lista contém 20 vitaminas. O complexo de vitaminas B contém 8, o complexo de vitaminas K contém 5, o complexo de vitaminas D contém 4 e as vitaminas A, E e C completam a lista, conforme descrevo de seguida:
Vitamina A (retinol);
Vitamina D ou D3 (colecalciferol), D2, D4 e D5;
Vitamina E (tocoferol);
Vitamina K (naftoquinona), K1, K2, K3 e K4;
Vitamina C (ácido ascórbico);
Vitamina B1 (tiamina);
Vitamina B2 (riboflavina);
Vitamina B3 (niacina, vitamina PP, ácido nicotínico ou nicotinamida);
Vitamina B5 (ácido pantoténico);
Vitamina B6 (piridoxina, piridoxal ou piridoxamina);
Vitamina B7, B8 ou H (biotina);
Vitamina B9 (ácido fólico);
Vitamina B12 (cianocobalamina).
As vitaminas são classificadas conforme a sua solubilidade na água. Assim dividem-se em:
Vitaminas hidrossolúveis – Vitamina C e os oito membros do complexo da vitamina B;
Vitaminas lipossolúveis – Vitaminas A, D, E e K.
Apenas as vitaminas A, E e B12 são armazenadas em grande quantidade no corpo.
Microbioma e vitaminas
As bactérias do cólon são responsáveis por sintetizar vitaminas, sobretudo, a tiamina (B1), a B12, a biotina (B7), o ácido fólico (B9), e a vitamina K e fermentam hidratos de carbono indigeríveis (fibras) em ácidos gordos de cadeia curta que constituem fontes de energia para o hospedeiro (Gerritsen et al., 2011; Prakash, 2011).
As bactérias residentes do trato gastrintestinal contribuem para preservar parte da energia contida nos hidratos de carbono indigeríveis da dieta como a celulose, hemicelulose e pectina, metabolizando os mesmos em ácidos gordos que são fontes de energia para as células do epitélio intestinal e facilitam a absorção de sódio e água, além de sintetizarem proteínas e vitaminas do complexo B (Prakash, 2011).
As vitaminas são essenciais em inúmeras funções vitais do nosso corpo. Nas tabelas seguintes descrevo:
Todas as vitaminas que existem;
Funções;
Alimentos onde existem;
Doenças provocadas pela falta de vitaminas;
Ingestão diária recomendada;
Toxicidade ou limite superior de segurança.
Atualmente as vitaminas B4, B10 já não são consideradas vitaminas por não serem essenciais e a vitamina B11 não existe. a tabela seguinte descreve então as funções mais relevantes de cada vitamina no nosso organismo.
Vitamina
Funções mais relevantes
A (retinol ou axeroftol)
Mucosas, pele, imunidade e visão. – Necessária para formar células nervosas sensíveis à luz (fotorreceptores) na retina, ajudando a manter a visão noturna; – Ajuda a manter a saúde da pele, da córnea e do revestimento dos pulmões, do intestino e do trato urinário; – Ajuda a proteger contra infeções; – Formação de rodopsina (um pigmento fotorreceptor na retina); – Integridade do epitélio; – Estabilidade do lisossoma; – Síntese de glicoproteína (união de uma proteína com um hidrato de carbono. As glicoproteínas estão muitas vezes presentes na superfície das células, como proteínas da membrana plasmática ou como parte da matriz extracelular e desempenham um papel crítico nas interações entra células e nos mecanismos de infeção por vírus e bactérias.
D ou D3 (colecalciferol) D2 (ergocalciferol) D4 (diidroergocalciferol) D5
Coração, dentes, músculos e imunidade. – Promove a absorção de cálcio e fósforo a partir do intestino; – Necessária para a formação, crescimento e reparação (mineralização) dos ossos; – Fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de doenças autoimunes. – Função reguladora do metabolismo da insulina (deficiência pode diminuir a resistência à insulina); – Função reguladora do bom funcionamento da tiroide;
E (tocoferol)
Células. – Antioxidante intracelular; – Remove os radicais livres nas membranas biológicas.
K (naftoquinona) K1 (filoquinona) K2 (menaquinonas) K3 (menadiona) K4 (menadiol)
Coagulação, ossos, coração e dentes. – Auxilia na formação de protrombina, outros fatores de coagulação sanguínea e, portanto, é necessária para a normal coagulação do sangue. – Necessária para a saúde dos ossos, dentes e outros tecidos.
B1 (tiamina)
Cérebro, coração e energia. – Necessária para o metabolismo dos hidratos de carbono, glicose, aminoácidos e proteínas, gorduras e álcool; – Funcionamento normal dos nervos (função celular nervosa central e periférica) e do coração (função miocardia).
B2 (riboflavina)
Células, cérebro, coração, energia e visão. – Vários aspectos do metabolismo dos hidratos de carbono e proteínas; – Integridade da mucosa. (ex: mucosa bucal).
B3 (niacina, vitamina PP, ácido nicotínico ou nicotinamida)
Mucosas, pele, cérebro e energia. – Metabolismo celular de hidratos de carbono, de gorduras e muitas outras substâncias, para o funcionamento normal das células; – Reações de oxidação e redução.
B4 ou Adenina Atualmente não é considerada uma vitamina
B5 (ácido pantoténico)
Cérebro e energia. – Necessário para o metabolismo de hidratos de carbono, proteínas e gorduras. É essencial na síntese da coenzima A, sendo por isso uma vitamina essencial no metabolismo dos mamíferos.
B6 (piridoxina, piridoxal, piridoxamina )
Cérebro, coração, energia e imunidade. – Necessária para o metabolismo de hidratos de carbono, aminoácidos e gorduras, para o funcionamento normal dos nervos, para a formação de glóbulos vermelhos e para uma pele saudável; – Importante em muitos aspectos do metabolismo do nitrogênio (p. ex., transaminação, síntese heme e porfirina, conversão do triptofano em niacina) – Biossíntese de ácido nucleico.
B7 ou B8 ou H (biotina)
Digestão, mucosas, pele, unhas e energia. Essencial a todos os organismos. Alguns conseguem sintetizá-la, como algumas estirpes de bactérias, leveduras, fungos, algas e certas espécies de plantas. – Necessária para o metabolismo de carboidratos e ácidos gordos. Funciona como uma coenzima no metabolismo das purinas e dos hidratos. – Atua na formação da pele, unhas e cabelo,.
B9 (ácido fólico)
Digestão, cérebro, coração, energia, imunidade e reprodução. – Necessária para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue (maturação dos eritrócitos) para a síntese do DNA e do RNA e para o desenvolvimento normal do sistema nervoso no feto; – Síntese de purinas, pirimidinas e metionina;
B10 (ácido 4-aminobenzoico) Atualmente não é considerada uma vitamina
B11 não existe
B12 (cianocobalamina)
Cérebro, coração e imunidade. – Necessária para a formação e maturação dos glóbulos vermelhos do sangue, para o funcionamento dos nervos e para a síntese do DNA. – Síntese e reparação de mielina. A bainha de mielina é uma membrana protetora essencial do axónio que é uma parte relevante das células nervosas.
C (ácido ascórbico)
Células, mucosas, pele, unhas, coração, dentes, músculos, imunidade e energia. – Necessária para a formação, crescimento e reparação dos ossos, pele e tecido conjuntivo; – Melhora a cicatrização de feridas e queimaduras. É importante para o funcionamento normal dos vasos sanguíneos; – Atua como um antioxidante, protegendo as células contra danos causados pelos radicais livres; – Ajuda o organismo a absorver o ferro; – Formação de colagénio; – Síntese de aminoácidos, hormonas e carnitina;
A maior parte das vitaminas encontram-se quer na carne quer nos vegetais. No entanto algumas só se encontram na quantidade saudável necessária a nossa alimentação incluir carne e vegetais.
Assim, se não comer carne, por exemplo se for vegan, dificilmente conseguirá um aporte saudável de vitamina B12. Por outro lado se não comer vegetais, por exemplo se seguir uma dieta carnívora, dificilmente conseguirá ingerir a quantidade necessária de vitamina C.
Vitaminas
Fontes alimentares
A (retinol)
Como vitamina pré-formada: óleos de fígado de peixe, fígado, gemas de ovos, manteiga, produtos lácteos enriquecidos com vitamina A Como carotenoides pró-vitamina: vegetais verdes escuros e amarelos, cenoura e frutas amarelas e laranjas
D (colecalciferol)
Irradiação direta da pele por ultravioleta B (fonte principal); derivados do leite enriquecidos (principal fonte dietética), óleos de fígado de peixe, peixes gordos, fígado
E (tocoferol)
Óleos vegetais (prefira azeite extra virgem) e oleaginosas como nozes, amêndoas, avelãs, castanha de caju, castanha do Pará, pistáchios e macadâmia.
K (naftoquinona)
Vegetais folhosos verdes (em especial couve, espinafre e saladas verdes), soja, óleos vegetais Bactérias do trato gastrointestinal após o período neonatal.
B1 (tiamina)
Grãos integrais, carnes (em especial porco e fígado), cereais enriquecidos, oleaginosas, legumes, batatas.
Fígado, carne vermelha, peixe, aves, legumes, pães e cereais de grãos integrais ou enriquecidos.
B5 (ácido pantoténico)
Fígado, carne, gema de ovo, levedura, batatas, brócolos e cereais integrais. O termo pantoténico tem origem no grego “pantos” significando “em toda a parte”. Assim, a vitamina B5 encontra-se na maioria dos alimentos de origem vegetal e animal. A B5 também pode ser sintetizada pelas bactérias intestinais.
No que concerne à tabela acima descrita e nomeadamente a fontes alimentares a minha opinião é clara e pode ser resumida nos seguintes pontos mais relevantes:
Inclua nas refeições diversidade de alimentos de produção biológica/orgânica quer de origem animal quer de origem vegetal, em quantidades sempre moderadas;
Exclua todos os alimentos processados;
Coma muito pouco (ou nenhum) pão, cereais, sementes e leite;
Não exagere na fruta por causa do excesso de frutose;
Coma poucas vezes por dia, de preferência apenas duas refeições;
Se não tiver doenças graves, todos os dias faça pelo menos 12 a 16 horas de jejum (incluindo as horas de sono), mas comece de forma moderada se não estiver habituado. Se tiver alguma doença crónica e/ou grave deve, obviamente, falar com o seu médico e pedir o seu apoio, desde que este tenho um conhecimento atualizado sobre os benéficos do jejum (a maioria infelizmente vai dizer que é muito perigoso!). Se a resposta for negativa ouça uma segunda opinião médica mas pergunte qual o suporte científico dessa decisão. Se ambas as opiniões médicas forem negativas aceite e esqueça o jejum.
As vitaminas são uma parte vital de uma dieta saudável. Foi determinada a ingestão diária recomendada (IDR) para a maioria das vitaminas, ou seja, a quantidade diária que a maioria das pessoas saudáveis precisa para se manter saudável. Para algumas vitaminas, foi determinado um limite superior de segurança (nível superior de ingestão tolerado). O consumo que excede esse nível aumenta o risco de ocorrência de um efeito prejudicial (toxicidade).
A falta de vitaminas pode provocar doenças graves mas o seu excesso, a hipervitaminose, também esconde muitos perigos! A tabela seguinte descreve as doenças provocadas pela falta de vitaminas.
Vitaminas
Efeitos da deficiência e do excesso (toxicidade)
A (retinol)
Deficiência: Cegueira noturna, hiperqueratose peri folicular, xeroftalmia, queratomalacia, aumento da morbidade e mortalidade em crianças mais novas. Toxicidade: Queda de cabelo, lábios rachados, pele seca, enfraquecimento dos ossos, dores de cabeça, elevações dos níveis de cálcio no sangue e um distúrbio raro caracterizado pelo aumento da pressão dentro do crânio, denominado hipertensão intracraniana idiopática e hepatoesplenomegalia.
D (colecalciferol)
Deficiência: Raquitismo (às vezes com tetania), osteomalacia. Toxicidade: Hipercalcemia (cálcio elevado no sangue), calcificação das artérias, anorexia, falência renal, calcificação metastática.
E (tocoferol)
Deficiência: Hemólise de eritrócitos, deficites neurológicos. Toxicidade: Tendência a sangramento.
K (naftoquinona)
Deficiência: Sangramento decorrente de deficiência de protrombina e outros fatores, osteopenia.
B1 (tiamina)
Deficiência: Beribéri (neuropatia periférica, insuficiência cardíaca), síndrome de Wernicke-Korsakoff e psicose de Korsakoff.
Deficiência: Anemia megaloblástica, defeitos do tubo neural no nascimento, confusão.
B5 (ácido pantoténico)
Deficiência: Está presente na maioria dos alimentos, por isso a carência é rara. Nestes casos os sintomas serão náuseas, vómitos, diarreia, dores abdominais, alopécia, fadiga e dor de cabeça. Toxicidade: Rara. Transtornos gastrointestinais e probabilidade de hemorragias quando tomado em simultâneo com antiagregantes plaquetários (salicilatos).
Deficiência: Rara mas pode originar alopécia, letargia e ataxia. Ocorre geralmente em três situações, são elas a alimentação parentérica prolongada sem suplemento de biotina, lactentes alimentados com leite em pó sem biotina e consumo de clara do ovo crua por um período prolongado. A clara do ovo contém uma glicoproteína, chamada avidina que se liga à biotina com grande afinidade e impede a sua absorção. Quando a clara é cozinhada, a avidina sofre alterações e perde essa capacidade de ligação à biotina.
B9 (ácido fólico)
Deficiência: Anemia megaloblástica, defeitos do tubo neural no nascimento, confusão.
As vitaminas A, D, E, B3, B6, B9 e C apresentam uma dosagem limite superior de segurança. Quando esta dosagem diária máxima é ultrapassada pode causar toxicidade e doenças associadas.
Vitaminas
Ingestão diária recomendada (IDR) num adulto
Limite superior de segurança
A (retinol)
700 microgramas para mulheres 900 microgramas para homens 770 microgramas para gestantes 1.300 microgramas para mulheres a amamentar
3.000 microgramas
D (colecalciferol)
600 UI para pessoas de 1 a 70 anos 800 UI para pessoas com mais de 70 anos
4.000 UI (unidades internacionais)
E (tocoferol)
15 miligramas (22 unidades de natural ou 33 unidades de sintética) 19 miligramas para mulheres a amamentar
1.000 miligramas
K (naftoquinona)
90 microgramas para mulheres 120 microgramas para homens
B1 (tiamina)
1,1 miligramas para mulheres 1,2 miligramas para homens 1,4 miligramas para gestantes ou mulheres que estejam a amamentar
B2 (riboflavina)
1,1 miligramas para mulheres 1,3 miligramas para homens 1,4 miligramas para gestantes 1,6 miligramas para mulheres a amamentar
B3 (niacina)
14 miligramas para mulheres 16 miligramas para homens 18 miligramas para gestantes 17 miligramas para mulheres a amamentar
35 miligramas
B5 (ácido pantoténico)
5 miligramas (mas a QDR não foi estabelecida) 6 miligramas para gestantes 7 miligramas para mulheres a amamentar
B6 (piridoxina)
1,3 miligramas para mulheres e homens mais jovens 1,5 miligramas para mulheres com mais de 50 anos 1,7 miligramas para homens com mais de 50 anos 1,9 miligramas para gestantes 2,0 miligramas para mulheres a amamentar
100 miligramas
B7 ou B8 ou H (biotina)
30 microgramas (mas a QDR não foi estabelecida) 35 microgramas para mulheres a amamentar
B9 (ácido fólico)
400 microgramas 600 microgramas para gestantes 500 microgramas para mulheres a amamentar
1.000 microgramas
B12 (cianocobalamina)
2,4 microgramas 2,6 microgramas para gestantes 2,8 microgramas para mulheres a amamentar
C (ácido ascórbico)
75 miligramas para mulheres 90 miligramas para homens 85 miligramas para gestantes 120 miligramas para mulheres a amamentar 35 miligramas a mais no caso de fumadores
Deficiência vitamínica causada por fármacos e drogas
No geral, todos os medicamentos cujo princípio activo seja uma molécula estranha ao nosso corpo causam alguma deficiência vitamínica ou mineral que pode ser importante e originar outros problemas de saúde. Na tabela seguinte descrevo as carências vitamínicas mais conhecidas causadas por medicamentos importantes muito utilizados como antibióticos, antidiabéticos, antiácidos e outras substâncias que ingerimos.
Fármaco ou substância
Vitaminas afetadas
Álcool
Ácido fólico Tiamina Vitamina B6
Antiácidos (para o estômago) como bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio.
Vitamina B12
Antibióticos, como a isoniazida, tetraciclina e sulfametoxazol/trimetoprim
Vitaminas do complexo B Ácido fólico Vitamina K
Anticoagulantes, como a varfarina (utilizados para evitar tromboses)
Vitamina E Vitamina K
Anticonvulsivantes, como fenitoína e fenobarbital (utilizados na epilépsia)
Biotina Ácido fólico Vitamina B6 Vitamina D Vitamina K
Antipsicóticos
Riboflavina Vitamina D
Barbitúricos, como o fenobarbital
Ácido fólico Riboflavina Vitamina D
Medicamentos quimioterápicos, como o metotrexato (utlilizados como anticancerígenos)
Ácido fólico
Colestiramina (capta o colesterol e transforma-o em ácidos biliares. Diminui o colesterol no sangue)
Vitamina A Vitamina D Vitamina E Vitamina K
Corticosteroides (utilizados em doenças autoimunes e inflamação)
Vitamina C Vitamina D
Cicloserina (antibiótico para tratar tuberculose)
Vitamina B6
Hidralazina (hipertensão arterial e pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva)
Vitamina B6
Levodopa (antiparkinsónicos)
Vitamina B6
Óleo mineral (parafina ou vaselina liquida) se usado por prazo longo
Vitamina A Vitamina D Vitamina E Vitamina K
Metformina (antidiabético mais utilizado no mundo)
Ácido fólico Vitamina B12
Óxido nitroso se exposição repetida (anestésico fraco com efeito analgésico)
Vitamina B12
Contraceptivos orais (para evitar gravidez)
Ácido fólico Tiamina Vitamina B6
Penicilamina (anti-reumático e antiurolítico)
Vitamina B6
Fenotiazinas como a clorpromazina (antipsicóticos e neuroléticos)
Riboflavina
Primidona (anticonvulsivante)
Ácido fólico Vitamina D
Rifampicina (antibiótico usado na tuberculose)
Vitamina D Vitamina K
Sulfassalazina (antimicrobiano. Possui ação anti-reumatoide e também é utilizada na doença intestinal inflamatória crónica)
Ácido fólico
Hidroclorotiazida e diuréticos tiazídicos (hipertensão arterial e Insuficiência cardíaca inicial)
Riboflavina
Triantereno (diurético usado na hipertensão e edema)
Ácido fólico
Antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina e a imipramina
Vitaminas e minerais para o cérebro e outros fatores relevantes!
Quais as vitaminas e minerais mais importantes para o cérebro? As vitaminas e os minerais são nutrientes necessários ao funcionamento fisiológico normal. Muitas delas desempenham funções cruciais no cérebro numa variedade de processos. Mas será que são assim tão importantes ou existem outros fatores bem mais relevantes para a nossa saúde cerebral? Vamos por partes!
Vitamina B1 (tiamina)
Vitamina B1 ou tiamina, é uma coenzima do ciclo das pentoses fosfato, que é um passo necessário na síntese de ácidos gordos, esteroides, ácidos nucleicos e aminoácidos para neurotransmissores e outros compostos bioativos essenciais na função cerebral (Kerns et al., 2015). Desempenha um papel neuromodulador sobre o neurotransmissor acetilcolina e contribui para a estrutura e função das membranas celulares, incluindo neurónios e células da glia (Bâ, 2008).
Numa revisão de ensaios clínicos randomizados controlados envolvendo suplementação com tiamina na dose de 3 mg/dia, os resultados da função cognitiva foram inconsistentes. O tamanho pequeno da amostra e o desenho do estudo inadequado, tal como um estudo cruzado que não é recomendado para doenças progressivas como o Alzheimer, foram as principais causas para essa inconsistência (Rodríguez-Martín et al., 2001).
O limitado número de estudos e a falta de ensaios clínicos randomizados indicam que há evidência insuficiente para tirar conclusões acerca da influência da tiamina na função cognitiva em idosos saudáveis. São necessários melhores estudos coorte e experimentais concebidos nesta área (Koh et al., 2015).
Vitamina B2 (riboflavina)
Vitamina B2 ou riboflavina, é um poderoso antioxidante obtido a partir da carne e de produtos lácteos. Contudo, apesar dessa sua característica, há poucos estudos de neuroprotecção com riboflavina. A sua deficiência leva a sintomas como fadiga, mudança de personalidade e disfunção cerebral (Zempleni, 2007). Baixos níveis de vitaminas B estão associados ao aumento de homocisteína, conhecida por ter efeito neurotóxico direto (Ho et al., 2001).
Num estudo com população idosa coreana, a hiperhomocisteinémia manifestou-se como um fator de risco significativo para o declínio cognitivo. Na população com Alzheimer desse mesmo estudo, não se observou associação entre a função cognitiva e os parâmetros dietéticos. Por outro lado, nos participantes com défice cognitivo leve, a ingestão de vitamina B2 influenciou positivamente os testes de memória e de reconhecimento.
Já no grupo dos indivíduos saudáveis, não houve associação entre a ingestão de vitamina B2 e a função cognitiva. Contudo, sendo este estudo observacional, não pode provar a causalidade, para além de os resultados serem difíceis de interpretar e aplicar à população em geral, pois não foi usada uma amostra aleatória. Assim, são necessários mais estudos prospetivos para investigar a relação de causalidade entre a função cognitiva e a ingestão de vitamina B2 (Kim et al., 2014).
Vitamina B3 (niacina)
Vitamina B3 ou nicotinamida, tem sido extensivamente estudada como agente neuroprotetor. O tratamento com nicotinamida demonstrou melhoria sensorial, motora e cognitiva (Vonder Haar et al., 2011; Vonder Haar et al., 2014).
Com base na evidência em modelos animais, há um potencial considerável para o uso de nicotinamida em patologias neurológicas, todavia ainda há alguns fatores, nomeadamente o limite máximo para a toxicidade humana e a eficácia na população idosa e a longo prazo, que precisam de ser investigados antes de evoluir para os ensaios clínicos (Vonder Haar et al., 2013).
Vitamina B6 (piridoxina)
Vitamina B6 ou piridoxina, é essencial à síntese dos neurotransmissores dopamina e serotonina para além de reduzir os níveis de homocisteína, visto que o seu aumento está associado ao risco de doença cerebrovascular e possíveis efeitos tóxicos sobre os neurónios do SNC (Ford et al., 2012).
Estudos epidemiológicos indicam que um nível baixo de vitamina B6 é comum entre os idosos, sendo a hiperhomocisteinémia uma possível causa da demência. No entanto, numa revisão que incluiu ensaios duplamente cegos e cujo objetivo primário era avaliar a eficácia da suplementação de vitamina B6 na cognição, não foi encontrada evidência do seu benefício, a curto prazo, sobre o humor (sintomas de depressão, fadiga e tensão) ou nas funções cognitivas. (Malouf et al, 2003).
Também num ensaio multicêntrico e duplamente cego, cujo objetivo era a avaliação da eficácia e segurança da suplementação com vitaminas B, entre as quais a B6, não se observou o decréscimo do declínio cognitivo em doentes de Alzheimer (Aisen et al., 2008).
Deste modo, são necessários mais ensaios clínicos para explorar os possíveis benefícios da suplementação com esta vitamina em indivíduos saudáveis bem como com défice cognitivo e demência.
Vitamina B9 (ácido fólico)
Vitamina B9 ou ácido fólico, tem sido largamente estudado no que diz respeito aos seus efeitos na cognição, particularmente em idosos. Juntamente com a vitamina B6 e a B12, a vitamina B9 é um importante cofator no ciclo da homocisteína, que é crucial para inúmeros processos, incluindo a expressão de ADN e a síntese de creatina, melatonina e noradrenalina (Haar et al., 2015).
Num ensaio clínico randomizado, unicêntrico e controlado, envolvendo 180 indivíduos acima dos 65 anos, foram avaliados os efeitos da suplementação com ácido fólico na função cognitiva dessa mesma população. Nos 159 que completaram o ensaio, verificaram-se melhorias no ácido fólico sérico, na homocisteína e na vitamina B12 sérica.
De um modo geral, encontrou-se evidência do efeito benéfico da suplementação, a curto prazo, em dois testes de avaliação da função cognitiva. Num futuro próximo, será necessário realizar ensaios maiores, a longo prazo e cujo um dos resultados a avaliar seja a demência, a fim de se chegar a uma melhor conclusão (Ma et al., 2015).
Vitamina B12 (cianobalamina)
Vitamina B12 ou cianocobalamina, é necessária na metilação da homocisteína. A sua deficiência tem sido associada a doenças neurodegenerativas e comprometimento cognitivo, contudo o tratamento com suplementação de vitamina B12 não altera consideravelmente a função cognitiva em indivíduos com deficiência pré-existente (Moore et al., 2012). Por outro lado, o tratamento com vitamina B12 e ácido fólico, em indivíduos com comprometimento cognitivo, levou à diminuição da atrofia cerebral (Health Quality Ontario, 2013).
Há ainda uma grande necessidade de ensaios clínicos para compreender a natureza da associação de insuficiência de vitamina B12 com doença neurodegenerativa. As vitaminas B6, B9 e B12 são essenciais ao normal funcionamento do cérebro à medida que envelhecemos, como resultado da sua ação sobre o metabolismo da homocisteína e outros mecanismos.
Contudo, investigações até ao momento ainda não demonstraram evidência convincente do benefício da suplementação de vitaminas B na capacidade cognitiva, sendo prematuro concluir acerca desta terapia. São necessárias mais pesquisas para avaliar a dose ideal, a janela terapêutica e as diferenças individuais (Forbes et al., 2015).
Vitamina C (ácido ascórbico)
Vitamina C ou ácido ascórbico, é um antioxidante essencial no cérebro que exerce numerosas funções, incluindo a eliminação de ROS, neuromodulação e envolvimento na angiogénese. Estudos experimentais em animais apontam a vitamina C como um fator chave na prevenção do declínio cognitivo, tanto no envelhecimento como em doenças neurodegenerativas. Contudo, ensaios clínicos em humanos não têm sido capazes de confirmar os efeitos benéficos da suplementação e/ou intervenção da vitamina C, tendo como uma das principais razões a diferença dos critérios de inclusão.
Consequentemente, são necessários mais estudos usando a vitamina como única substância, ao invés de combinações de vitaminas, e focando subgrupos específicos com aumento da prevalência de deficiência de vitamina C (Hansen et al., 2014).
Vitamina E (tocoferol)
Vitamina E sob a forma de tocoferóis e tocotrienóis, desempenha um papel crucial na proteção do SNC, atuando como antioxidante. A evidência de que os radicais livres podem contribuir para os processos patológicos da função cognitiva, incluindo a doença de Alzheimer, levou ao aumento do interesse pela utilização de vitamina E no tratamento do défice cognitivo ligeiro (DCL) e da DA (Mangialasche et al., 2010).
Contudo, há também a evidência de que a vitamina E usada em doses elevadas é considerada tóxica (acima de 3000 UI/dia) e pode estar associada a sintomas como fadiga e distúrbios gastrointestinais, ou mesmo conduzir à mortalidade. Por outro lado, tem havido um aumento crescente de evidências de que a suplementação com esta vitamina, em doses terapêuticas, pode também causar efeitos adversos como o aumento da tendência para hemorragias e a potenciação do efeito da aspirina. (Farina et al., 2012; Miller et al., 2005).
No entanto, as conclusões acerca da eficácia da vitamina são baseadas apenas na forma alfa-tocoferol e, portanto, não é possível comentar acerca das outras formas, sendo necessárias investigações futuras acerca destas para encontrar provas convincentes de que a vitamina E é ou não benéfica no tratamento de demências (Farina et al., 2012).
Sódio (Na)
O sódio (Na) é consumido na forma de cloreto de sódio (NaCl) ou sal. Controla a função nervosa e muscular em estreita ligação com o potássio K) , mantendo o equilíbrio hídrico nas células e nos tecidos do nosso corpo. Nos países ocidentais, a maioria das pessoas ingere sal em excesso, por isso a deficiência de sódio é rara.
Precauções sobre o sódio
Obviamente o excesso de sódio (sal) é sabido que pode causar sérios problemas de hipertensão arterial, pelo que deve ser cuidadoso.
Potássio (K)
O potássio é essencial para a transmissão de impulsos nervosos, sendo um dos eletrólitos do corpo, que são minerais que carregam uma carga elétrica quando dissolvidos em líquidos corporais, como o sangue. O corpo precisa de potássio para as células nervosas e musculares funcionarem. Assim, os sinais iniciais de deficiência de potássio são geralmente apatia e fraqueza. Os alimentos de origem vegetal, geralmente, são boas fontes de potássio. Alguns bons exemplos são as bananas, oleaginosas, sementes, leguminosas, abacate, grãos integrais, frutos secos, tomates e batatas.
Precauções sobre o potássio
O excesso de potássio (hipercalémia) também pode interferir na função transmissora de impulsos nervosos. Por si só, o aumento da ingestão de potássio geralmente não causa hipercalemia, uma vez que os rins normais realizam um bom trabalho na excreção de qualquer potássio em excesso.
Regra geral, a hipercalemia resulta de diversos problemas simultâneos, tais como:
Distúrbios renais que impedem que os rins excretem potássio suficiente;
Medicamentos que impedem que os rins excretem quantidades normais de potássio (causa comum de hipercalemia leve);
Uma dieta rica em potássio;
Tratamentos que contenham potássio;
A causa mais comum da hipercalemia leve é o uso de medicamentos que diminuem o fluxo sanguíneo para os rins ou impedem que os rins excretem quantidades normais de potássio. Alguns exemplos são os seguintes:
Alisquireno (anti-hipertensivo);
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), são dos anti-hipertensivos mais utilizados;
Bloqueadores dos recetores da angiotensina (anti-hipertensivos);
Ciclosporina (usada para prevenir a rejeição de órgãos transplantados);
Diuréticos que ajudam os rins a conservar potássio, como eplerenona, espironolactona e triantereno;
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides;
Tacrolimo (usado para prevenir a rejeição de órgãos transplantados)
Trimetoprima (antibiótico)
A insuficiência renal pode provocar hipercalemia grave. A doença de Addison também pode causar hipercalemia.
A hipercalemia leve causa poucos sintomas, ou nenhum. Às vezes, a pessoa pode apresentar fraqueza muscular. Em uma doença rara chamada paralisia periódica hipercalêmica familiar, a pessoa apresenta crises de fraqueza que podem progredir até a paralisia.
Quando a hipercalemia se torna mais grave, ela pode causar ritmos cardíacos anormais . Se os níveis estiverem muito altos, o coração pode parar de bater.
Cálcio (Ca)
O cálcio é essencial para promover o funcionamento adequado dos nervos e músculos porque está envolvido na condução de impulsos elétricos ao longo dos axónios das células nervosas. A sua deficiência, designada hipocalcemia, pode manifestar-se por espasmos musculares e fadiga generalizada. São boas fontes de cálcio o leite e derivados, hortaliças de folhas verde-escuras e sardinha em lata com a espinha.
Precauções sobre o cálcio
O hiperparatiroidismo é a causa mais comum de hipercalcémia (excesso de cálcio).
A ingestão de doses elevadas de cálcio durante algum tempo aumenta o risco de formação de pedra nos rins e pode originar insuficiência renal, calcificação dos tecidos moles e vasculares e hipercalciúria (níveis elevados de cálcio na urina).
Parte do cálcio absorvido é eliminado pela urina, fezes e suor, o que pode ser afetado pela ingestão de sódio (a ingestão de níveis altos de sódio aumenta a excreção de cálcio), consumo de cafeína (aumenta a excreção de cálcio) e álcool (reduz a absorção de cálcio).
O cálcio diminui a absorção de antibióticos, bifosfonatos (medicamentos para a osteoporose) e da levotiroxina (medicamento para a tiroide), por isso a toma destes medicamentos e de suplementos de cálcio deve ser separada por um intervalo de 2 horas.
Os antagonistas dos recetores H2 e os inibidores da bomba de protões diminuem a absorção de carbonato de cálcio e fosfato de cálcio. Sabe-se ainda que os glucocorticoides também diminuem a absorção de cálcio.
Os diuréticos, tal como as tiazidas (medicamentos para a hipertensão), aumentam o risco de hipercalcémia (excesso de cálcio) por aumento da reabsorção de cálcio nos rins.
Doses elevadas de cálcio em pessoas que tomam digoxina (medicamento para o coração) aumenta a probabilidade de alterações no ritmo cardíaco, por isso é preciso precaução nesta associação.
O cálcio será mais eficaz se for acompanhado das vitaminas A, C e D, ferro, magnésio e fósforo.
Magnésio (Mg)
O magnésio é um dos minerais mais importantes para o nosso organismo estando envolvido em mais de 300 reações essenciais do nosso corpo. O magnésio é importante para o funcionamento do hipocampo, que é uma parte do sistema límbico que controla o humor, a memória e a aprendizagem. Boas fontes de magnésio são por exemplo as oleaginosas, damascos secos, figos secos, aveia, farinha integral e extrato de levedura.
Precauções sobre o magnésio
No entanto a suplementação com magnésio deve ser cuidadosa pois pode causar sérios transtornos gastro intestinais, nomeadamente diarreias perigosas.
Ferro (Fe)
O ferro é essencial para a formação de hemoglobina nas hemácias. a hemoglobina é a substância que leva um fluxo constante de oxigênio para o cérebro. O consumo adequado melhora a função mental e o desempenho académico. Os sinais iniciais de deficiência de ferro são a fadiga e falta de concentração. Exemplos de boas fontes de ferro são a carne, os miúdos do animal, sardinha, gemas e hortaliças de folhas verde-escuras.
Precauções sobre o ferro
A suplementação com ferro deve ser cuidadosamente vigiada pelo médico pois o excesso de ferro pode ser muito perigoso por causa da sua enorme capacidade de oxidação. Na natureza pode observa-se esse poderoso fenómeno de oxidação com a ferrugem das peças compostas de ferro.
Zinco (Zn)
O zinco é um mineral essencial encontrado em alguns alimentos e suplementos. É necessária a sua ingestão diária uma vez que o nosso organismo não possui reservas deste mineral.
A importância do zinco na nutrição humana e na saúde pública foi conhecida há relativamente pouco tempo. A deficiência neste mineral foi descrita pela primeira vez em 1961, quando o consumo de dietas com baixa biodisponibilidade de zinco devido aos fitatos presentes nos alimentos foi associado ao nanismo. Assim, a deficiência em zinco foi reconhecida como um problema importante de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento.
O zinco está envolvido inúmeras etapas do metabolismo celular. É essencial para a atividade de mais de 300 enzimas e tem um papel relevante nas seguintes funções e processos:
Função imunitária,
Síntese proteica,
Metabolismo dos hidratos de carbono,
Metabolismo dos lípidos,
Medeia o metabolismo de algumas vitaminas como a vitamina A (retinol), vitamina B6 (piridoxina) e vitamina B9 (folato ou ácido fólico),
Cicatrização de feridas,
Síntese do DNA,
Divisão celular e apoptose,
Libertação de hormonas como a testosterona,
Transmissão dos impulsos nervosos,
Promove a ação da insulina,
Essencial para os sentidos do olfato e paladar e tem propriedades antioxidantes,
Contribui ainda para o normal crescimento e desenvolvimento durante a gravidez, infância e adolescência.
A ingestão de zinco contribui ainda para uma normal função cognitiva, para uma fertilidade e reprodução normal, e para a manutenção de ossos, cabelo, unhas, pele e visão normais.
Fontes de zinco
O zinco pode ser encontrado numa grande variedade de alimentos tais como carne vermelha e de aves, feijão, nozes, marisco (ostras, caranguejo e lagosta), cereais enriquecidos, gérmen de trigo, levedura de cerveja, sementes de abóbora, ovos e laticínios.
Não existem estudos que permitam estabelecer o VRN, mas os seguintes valores garantem uma nutrição saudável:
Homens 11mg/dia,
Mulheres 8mg/dia.
Cuidado com os fitatos!
Os fitatos do pão integral, cereais, legumes e outros alimentos ligam-se ao zinco e inibem a sua absorção, por isso a biodisponibilidade do zinco a partir de cereais e vegetais é menor do que a partir de alimentos de origem animal.
Carência em zinco
Não são comuns os casos de deficiência em zinco. Quando ocorre regra geral deve-se à ingestão ou absorção inadequadas, aumento das perdas de zinco no organismo ou aumento das necessidades.
A carência em zinco pode ocorrer em casos de doenças associadas ao trato gastrointestinal, vegetarianismo, gravidez e amamentação, ou pessoas que sofrem de alcoolismo e caracteriza-se por atraso no crescimento, perda de apetite e função imunitária alterada.
Nos casos graves ocorre queda de cabelo, diarreia, infeções frequentes, desenvolvimento sexual retardado, impotência, hipogonadismo nos homens, danos nos olhos e pele, perda de peso, cicatrização de feridas demorada, alterações no paladar e letargia.
Uso terapêutico
Doentes com úlceras crónicas na perna apresentam alterações no metabolismo do zinco e baixos níveis deste mineral no sangue, assim, os médicos tratam as úlceras com suplementos de zinco.
A deficiência em zinco provoca uma alteração na resposta imunitária que contribui para uma maior susceptibilidade a infeções, o que pode aumentar a probabilidade de contrair diarreia, principalmente nas crianças. Por isso a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) recomendam um suplemento diário de zinco de 20mg durante 10 a 14 dias para crianças com diarreia aguda e 10mg para bebés com menos de 6 meses de idade para reduzir a gravidade da situação e prevenir novas ocorrências nos 2-3 meses seguintes.
Nas constipações, foi demonstrado que o zinco é benéfico na redução da duração e gravidade em pessoas saudáveis, se usado nas primeiras 24 horas após o aparecimento dos sintomas. No entanto, são necessários mais estudos para determinar a dose, formulação e duração do tratamento para uma recomendação mais precisa.
Precauções
A toxicidade causada pelo zinco pode ser aguda ou crónica. Na fase aguda, podem ocorrer náuseas, vómitos, perda de apetite, dores abdominais, diarreia e dores de cabeça.
Na toxicidade crónica, teremos níveis baixos de cobre, alterações no ferro, redução da função imunitária e níveis reduzidos de HDL (colesterol bom).
Grandes quantidades de ferro nos suplementos podem diminuir a absorção de zinco, por isso os suplementos de ferro devem ser tomados no intervalo das refeições de modo a diminuir esta interação. Por outro lado, doses elevadas de zinco podem inibir a absorção de cobre.
A deficiência em zinco está associada a uma diminuição da libertação de vitamina A a partir do fígado. Assim, aumentando a ingestão de zinco, torna-se necessário aumentar também a ingestão de vitamina A.
Algumas substâncias inibem a absorção do zinco, tais como fibras, cálcio, magnésio, fósforo, ferro inorgânico e fitatos. Outras substâncias promovem a sua absorção, tais como a carne, metionina, cisteína, ácido cítrico e ácido láctico.
Alguns medicamentos podem diminuir os níveis de zinco, como é o caso da cisplatina, desferroxamina, diuréticos, IECAs (Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina) e valproato de sódio.
O zinco fortalece o sistema imunitário, por isso não deve ser tomado juntamente com medicamentos imunossupressores como corticosteroides ou ciclosporina.
O zinco reduz a absorção e a ação da penicilamina, por isso, os suplementos de zinco, devem ser tomados pelo menos 2 horas antes ou depois da toma de penicilamina.
O zinco atua melhor em associação com a vitamina A, cálcio e fósforo.
O que faz bem ao cérebro?
Desengane-se se considera que apenas um suplemento multivitamínico e mineral, por si só, vai resolver o problema de saúde do nosso cérebro pois este é demasiado complexo para uma abordagem tão simplista como gostaríamos! Para além das vitaminas e minerais acima descritas serem importantes para a nossa saúde cerebral, existem outros fatores muito relevantes sem os quais dificilmente teremos a capacidade para manter uma boa memória, raciocino, boas decisões, lucidez e provavelmente felicidade! Descrevo de seguida os mais importantes e os artigos que já publiquei (basta clicar na imagem para ler) sobre esses temas tão importantes:
Qualidade do sono;
Atividade física;
Ansiedade ou stress sob controle;
Tensão arterial controlada;
Não beber álcool.
Os temas acima descritos estão detalhados nos seguintes artigos já publicados:
Antinutrientes são substâncias químicas encontradas em plantas que impedem o nosso corpo de absorver nutrientes essenciais dos alimentos; Os principais antinutrientes que devemos observar são lectinas, fitatos, glúten e oxalatos, embora nem todos sejam maus;
Algumas pessoas são mais sensíveis aos antinutrientes do que outras; Testa a tua sensibilidade com uma dieta de eliminação para confirmar os sintomas; Comer uma fonte constante de antinutrientes pode levar a problemas intestinais, inflamação, artrite e confusão mental, sendo mais inteligente comer alimentos que não apresentam riscos potenciais;
Antinutrientes o que são?
Antinutrientes são compostos encontrados em alimentos que interferem na absorção de nutrientes e minerais benéficos. Eles impedem que o corpo seja a esponja de micronutrientes eficiente que deveria ser. Extraímos os alimentos e nutrientes que necessitamos a partir do ambiente que nos rodeia mas a evolução desenvolveu plantas com capacidade de se protegerem de maneira a poderem sobreviver. Os fitoquímicos que consomem nutrientes protegem as plantas comestíveis saborosas de serem devorados até ao ponto de extinção.
Esse sistema de defesa de última geração ensinou aos animais que o consumo excessivo resultava em doenças e às vezes em morte. Os animais evoluíram para conseguirem digerir as plantas ricas em antinutrientes ou para deixarem de as comer.
Os antinutrientes são encontrados em maiores concentrações nos grãos, feijões, leguminosas e nozes, mas também podem ser encontrados em folhas, raízes e frutos de certas variedades de plantas.
Será que temos mesmo de evitar estas plantas?
Nem todos os antinutrientes são maus. É impossível evitá-los todos e não se sentiremos bem se cortarmos todos da nossa dieta. Em vez disso, precisamos evitar aqueles que causam grandes danos no nosso intestino ou aqueles que são gatilhos para reações mais agressivas do nosso organismo. Somente eliminando um alimento da dieta e reintroduzindo-o se pode determinar se esse alimento é prejudicial.
As lectinas são proteínas que causam problemas no sistema digestivo, aderindo à parede intestinal e criando permeabilidade intestinal.1 Quando a comida se move pelo trato gastrointestinal, ela atinge o revestimento do intestino, causando microtrauma. Normalmente, as células e os nossos mecanismos de proteção reparam esses danos antes que isso leve a qualquer problema real. As lectinas atrapalham esse processo. Elas aderem às paredes do seu intestino, impedindo a reparação. O dano resultante causa inflamação de baixo nível no trato gastrointestinal.
Quando comemos muitas lectinas, a parede intestinal desenvolve “buracos” e o conteúdo passa para a corrente sanguínea, causando a síndrome do intestino permeável.
Existem milhares de variedades de lectinas pois elas estão presentes na maioria das espécies de plantas. Nem todas são tóxicas ou causam danos intestinais. As fontes mais comuns de lectinas incluem:
Grãos,
Legumes,
Solanáceas.
Exemplos de plantas que contêm drasticamente mais lectinas do que outras fontes de alimentos, são os seguintes:
Trigo,
Feijão,
Quinoa,
Ervilha,
Amendoim,
Batata branca,
Tomate,
Berinjela.
Todos são suspeitos e podem causar problemas sem tu saberes! Quanto mais comemos, mais danos causam ao nosso corpo. Em vez disso, concentra-te em obter a maior parte dos nutrientes de alimentos de baixo risco. Dito isto, a sensibilidade à lectina varia muito de pessoa para pessoa. Pode comer lectinas de manhã, ao meio-dia e à noite e nunca ter problemas, no entanto podes ter um amigo que não pode tocar nessas plantas. Sabes que tens um problema com as lectinas se, depois de comer uma refeição rica em lectinas, sentires os seguintes sintomas:
Inflamação,
Confusão mental,
Enxaquecas,
Problemas gástricos,
Acne
Dor nas articulações.
Solanáceas
As lectinas das solanáceas, em particular, são um gatilho autoimune comum e podem causar sensibilidade em muitas pessoas. Para testar a tua sensibilidade, experimenta um almoço cheio de solanáceas tais como tomates, pimentões e batatas e analisa como te sentes depois.
Na maioria das vezes, podes eliminar ou reduzir o número de lectinas na comida cozinhando-a primeiro. O Dr. Steven Gundry, famoso cirurgião cardíaco, pesquisador, médico e autor, explica como diferentes métodos de preparação podem reduzir o teor de lectinas, o que minimiza os efeitos indesejáveis dos antinutrientes.
“O cozimento sob pressão faz um bom trabalho na destruição das lectinas. A ideia de deixar o feijão de molho com várias trocas de água definitivamente diminui as lectinas. O calor diminui as lectinas”, explica Gundry. “Mas existem documentos muito válidos que mostram que isso provavelmente não é suficiente para indivíduos muito sensíveis.”
Dicas de dieta:
Escolhe arroz branco em vez de arroz integral, as lectinas estão na casca do arroz;
A batata-doce tem drasticamente menos teor de lectinas do que a batata branca;
Evita a manteiga de amendoim pois as lectinas do amendoim causam uma resposta inflamatória na maioria das pessoas e não são destruídas pelo calor;
O ácido fítico, também conhecido como fitatos, é um dos antinutrientes mais perigosos, bloqueando a absorção de nutrientes pesados como magnésio, zinco, cálcio e ferro, entre outros. Encontrado em grãos integrais, nozes, soja e sementes, o ácido fítico liga-se a esses minerais, impedindo a sua absorção.
Os fitatos também inibem as enzimas digestivas pepsina, tripsina e amilase. A amilase é necessária para a quebra do amido, enquanto a tripsina e a pepsina estão envolvidas na quebra da proteína. Quando essas enzimas não estão presentes nas quantidades certas, os alimentos não são processados adequadamente e o nosso corpo perde os principais nutrientes.
Se o nosso corpo tem um grande influxo de fitatos, isso significa que há menos nutrientes para distribuir, mas o corpo também é substancialmente menos eficiente em quebrar os macronutrientes nos seus componentes mais básicos e nutritivos.
O nosso corpo pode lidar com uma certa quantidade de fitatos, mas é uma boa ideia eliminar as principais fontes para que os nossos minerais sejam absorvidos. Além disso, removê-los completamente de nossa dieta seria impossível.
Para construir músculos ou queimar gordura, o corpo precisa de uma certa quantidade de proteínas ou carboidratos. No entanto, essa quantidade depende em grande parte de quão saudável é nosso intestino. Isso porque um sistema digestivo otimizado requer menos comida para alimentar o corpo adequadamente.
O ácido fítico é mais concentrado no farelo de grãos, por isso prefere o arroz branco em vez do arroz integral. Nas leguminosas, o ácido fítico é encontrado na camada de cotilédones, que é muito mais difícil de remover, por isso leguminosas como feijão, lentilhas e soja devem ser consumidas com muito cuidado.
Cozinhar certos alimentos que são ricos em fitatos e depois drenar a água ou mergulhá-los em um ácido como limão ou vinagre reduz os fitatos, mas muitos dos grãos e sementes que contêm fitatos são irritantes para o intestino mesmo quando cozidos.
Dicas de dieta:
Evite a canola ou outros óleos de sementes; cozinhe com óleo de abacate, óleo de coco ou manteiga/ghee.
Evite o feijão pois é rico em carboidratos e não particularmente rico em nutrientes
Ácido oxálico (oxalatos)
Se gostas de batidos de espinafre e couve fica a saber que podes estar a causar mais mal do que bem ao teu organismo! O ácido oxálico é um composto antinutriente encontrado em muitas plantas, como vegetais crucíferos crus tais como:
Couve,
Rabanete,
Couve-flor,
Brócolos
Acelga,
Espinafre,
Salsa,
Beterraba,
Pimenta preta,
Chocolate,
Nozes,
Frutas,
Feijão.
Quando os oxalatos se ligam ao cálcio no sangue, formam-se pequenos cristais de ácido oxálico que podem ser depositados em qualquer parte do corpo e causar dores musculares. Quando isso acontece nos rins, causa pedras nos rins. Os oxalatos também causam uma condição nas mulheres chamada vulvodinia, que leva ao sexo doloroso por causa dos cristais de ácido oxálico nos lábios.
Em pessoas sensíveis, mesmo pequenas quantidades de oxalatos causam queimação nos olhos, ouvidos, boca e garganta. Consumir grandes quantidades pode causar dor abdominal, fraqueza muscular, náusea e diarreia. As pessoas que comem grandes quantidades de vegetais crus podem ser particularmente suscetíveis.
Como os fitatos, os oxalatos podem ser reduzidos cozinhando e drenando a água, ou mergulhando em ácido. O magnésio e o zinco dietéticos adicionados ligam-se ao ácido oxálico, diminuindo substancialmente a absorção de oxalato.2
Dicas de dieta:
Nunca adicione couve crua, espinafre ou acelga a saladas ou batidos. Cozinhe-os a vapor primeiro.
Ao temperar as refeições, não use a pimenta preta para evitar oxalatos.
Glúten
O glúten é uma proteína encontrada no trigo, cevada, centeio e aveia que pode causar permeabilidade intestinal (ou seja, intestino permeável). “O problema com o glúten é que nenhum humano pode digeri-lo. É impossível digerir as proteínas do glúten que estão no trigo, cevada e centeio”, segundo o nutricionista certificado Tom O’Bryan, autor de “The Autoimmune Fix”.
O espectro de reação à indigestibilidade do glúten coloca as pessoas em duas categorias:
Sensibilidade ao glúten celíaca
Sensibilidade ao glúten não celíaca.
A maioria da população tem sensibilidade ao glúten não celíaca. Substâncias não digeríveis no sistema digestivo causam uma resposta imune, as respostas imunes assumem a forma de inflamação. A inflamação é, na maioria das vezes, a culpada por trás de nossa névoa cerebral, desconforto digestivo e absorção de nutrientes abaixo do ideal.
Grãos contendo glúten decompõem-se no intestino em compostos opióides chamados gluteomorfinas que acionam os mesmos receptores cerebrais que drogas opiáceas como a heroína, o que significa que são altamente viciantes.
Estruturalmente, o glúten é composto de dois tipos de proteínas de armazenamento, prolaminas e glutelinas.3 As glutelinas à base de trigo são chamadas gluteninas, que consistem em subunidades de alto peso molecular (HMW) e baixo peso molecular (LMW). Os produtos de trigo feitos com níveis mais elevados de HMW tendem a ser mais elásticos e consequentemente mais mastigáveis como a massa de pizza; enquanto níveis mais baixos de HMW tendem a assumir a forma de doces.4 Originalmente, pensava-se que a giladina (a prolamina à base de trigo) era o principal antinutriente que contribui para o glúten, mas foi demonstrado que a glutenina é igualmente tóxica.5 Assim, mesmo quando comemos algo que parece mais leve, estamos a degradar o nosso seu sistema digestivo pois é na mesma uma forma de glúten.
O glúten está escondido em lugares além das fontes óbvias; produtos como molho de soja, cerveja e até carnes processadas contêm glúten o que pode estar prejudicar o nosso desempenho físico e mental.
Dicas de dieta:
Substitui qualquer farinha à base de trigo por farinha de mandioca para evitar o glúten;
Se bebes álcool, evita a cerveja e bebe vodka de batata ou gim para evitar o glúten em tua bebida.
Imunidade natural e sistema imunitário mais resistente toda a verdade! Coronavírus SARS-nCoV-2 a doença Covid-19 e como ficar com maior imunidade para maior resistência à infeção? Que alimentos simples nos protegem e melhoram a nossa imunidade? Que hábitos, opções de saúde e de vida nos vão defender contra vírus que nos querem como hospedeiros? Como funciona afinal o nosso sistema imunitário?
Se leram alguns dos meus artigos já sabem que este é mais um daqueles que não pretende ser sensacional e viral nas redes sociais… 🙂 mas sim verdadeiramente dar-vos conhecimentos excepcionais que a maioria esmagadora da população não tem nem nunca vai ter porque é demasiado longo para ler e isso claro… é monótono e dá muito trabalho 🙂
É precisamente por isso que você é diferente e sabe reconhecer onde conseguir melhor informação para ficar “mais forte”… o resto é a disciplina e por vezes coragem de aplicar o conhecimento adquirido!
É do senso comum associarmos uma boa saúde a um sistema imunitário resiliente que nos protege, por exemplo, contra infeções de vírus e bactérias. No entanto quando falamos de cancro e outras doenças graves poucos sabem como o sistema imunitário nos pode proteger também contra o seu aparecimento.
Imunidade é muito mais que lutar contra vírus e bactérias
Se falarmos de cura do cancro com recurso ao nosso sistema imunitário então a maioria das pessoas dirá que isso é quase um milagre! No entanto avanços recentes em imunoterapia anticancerígena parecem provar que o milagre pode ser uma realidade para muitos doentes!
Principalmente na pandemia de SARS-CoV-2, existe uma grande polémica instalada entre os “fanáticos” apoiantes da imunidade natural, portanto sem recurso a vacinas, e os “religiosos” apoiantes da vacinação. De facto ambos os “clubes” têm algumas razões com suporte científico para apoiar a sua causa. Eu pessoalmente não pertenço a nenhum desses “clubes” nem a outros que sofram de uma certa “cegueira científica”.
A ciência tem feito o seu trabalho e os números e a a matemática fazem o resto, só não vê quem não quer.
Assim obviamente os números e a ciência, neste momento apoiam fortemente a vacinação da população simplesmente porque, em percentagem, morrem muito menos pessoas nos grupos vacinados do que nos não vacinados.
Esta realidade no entanto não pode esconder que as vacinas são medicamentos com potenciais efeitos adversos e até fatais em alguns casos mas apanhar a doença Covid-19 ainda continua a ser um risco bem maior!
Acresce que a mais recente investigação tem provado que os mais resistentes á Covid-19 são agora os que já tiveram Covid e apanharam uma dose da vacina ou seja têm uma imunidade melhor do que quem apanhou 2 doses da vacina e nunca apanhou Covid-19. Este facto suporta a teoria que a melhor imunidade se consegue com um misto dos dos dois “clubes” ou seja alguma exposição ao vírus (imunidade natural) mas com reforço de vacinação.
A imunidade natural obviamente seria a desejada para todos mas convém lembrar os “naturalistas” que só ficam imunes se o vírus não os matar antes, quer seja diretamente por doença causada pelo vírus ou à espera de assistência hospitalar para qualquer outra doença grave, durante um período de rutura dos serviços de saúde onde correrá o risco e não ser assistido a tempo de se salvar! Convém não ter a memória curta e ainda não passaram muitos meses sobre esta realidade a que todos assistimos de forma traumática!
Os 5 magníficos mecanismos de defesa
O nosso corpo tem 5 mecanismos de defesa da nossa saúde, verdadeiramente extraordinários e que raramente são descritos em conjunto como a essência mais importante da nossa proteção contra o desenvolvimento de doenças. Os 5 magníficos são os seguintes:
Angiogénese
Regeneração e células estaminais
Microbioma
Proteção do DNA
Imunidade
Neste artigo vou apenas falar da Imunidade mas os restantes são incríveis mecanismos que vale a pena conhecer para se tornar mais forte e retardar o envelhecimento. Leia tudo sobre os 5 magníficos aqui.
O sistema imunitário, sistema imunológico ou sistema imuneé um conjunto de estruturas e processos biológicos que nos protegem contra as doenças.
Para que melhor possam absorver este conhecimento vou começar por uma apresentação simples sobre a estrutura do nosso sistema imunitário. Depois mais á frente vou falar de como podemos fortalecer imenso a nossa imunidade e ficar mais “resistentes” a vírus e bactérias.
Resumindo a estrutura deste artigo:
Quais os orgãos que constituem a estrutura da nossa imunidade?
Que agentes de defesa produzem para nos proteger?
Como se processa essa resposta imunitária a um agente estranho ao nosso corpo?
Qual a capacidade de memorização do nosso sistema imunitário?
Como se adapta ao contacto com agentes estranhos?
O que destroi a nossa imunidade?
Que hábitos diários, não alimentares, destroem o nosso sistema imunitário?
Quais os alimentos nunca deviamos comer para proteger as nossas defesas contra vírus e bactérias?
Quais os fantásticos alimentos que podem proteger-nos e tornar-nos mais resistentes a vírus e bactérias?
Estruturas, células e agentes imunitários referidos neste artigo:
Antigénio ou antigeno
Componentes da imunidade (imagem resumida da estrutura imunitária)
Hábitos básicos para conseguir forte imunidade referidos neste artigo:
Sono de qualidade
Stress controlado
Exercício físico moderado
Jejum intermitente
Nutrição sem alimentos refinados
Evitar açucar e hidratos de carbono refinados
Hidratação bebendo água de qualidade
Antigénio ou antígeno agentes estranhos
Para funcionar bem, o sistema imunitário tem de conseguir detectar uma enorme variedade de agentes, tais como vírus, bactérias, fungos, parasitas, diferenciando-os dos nossos tecidos celulares saudáveis. Estes agentes estranhos ao nosso organismo são denominados de antigénios ou antígenos (são sinónimos).
A imunologia é a área científica que estuda todos os aspectos do sistema imunitário.
Vírus e bactérias também se adaptam
Muitos agentes patogénicos evoluem rapidamente e adaptam-se de modo a evitar a detecção, neutralização e destruição por parte do nosso sistema imunitário, pelo que os vários mecanismos de defesa também evoluíram no sentido de os reconhecer e neutralizar.
Até mesmo os simples organismos unicelulares como as bactérias possuem um sistema imunitário rudimentar, na forma de enzimas que os protegem de infecções por bacteriófagos que são vírus que infectam apenas bactérias.
Conforme descrição da imagem anterior o nosso sistema imunitário é composto por dois tipos de imunidade e resposta imunitária:
Imunidade inata – resposta rápida
Imunidade adaptativa – resposta lenta
Mecanismos imunitários básicos
Mecanismos imunitários básicos acompanharam a evolução dos eucariotas e estão presentes nos seus descendentes contemporâneos, como as plantas e os insectos. Entre estes mecanismos os principais são os seguintes:
Fagocitose,
Defensinas que são peptídeos antimicrobianos,
Sistema complemento.
Fagocitose
No processo imunitário de fagocitose os neutrófilos (glóbulos brancos) capturam as partículas sólidas, relativamente grandes, que são agentes estranhos ao organismo (vírus e bactérias por exemplo) através de prolongamentos citoplasmáticos chamados de pseudópodes. A partícula é então englobada e passa a integrar o citoplasma da célula. De seguida o agente ingerido fica completamente envolvido por uma membrana, formando o chamado fagossoma ou fagossomo.
Dentro do fagossoma são libertadas enzimas que degradam a partícula ingerida, que pode ser um micro-organismo ou até mesmo restos celulares. Essas enzimas são libertadas por organelos chamados de lisossomas, que se unem ao fagossoma formando um vacúolo digestivo. O material que não é digerido denominado corpos residuais, depois de algum tempo, é libertado pela célula para o exterior.
Neutrófilos e macrófagos
Os vertebrados têm células capazes de fagocitar microorganismos invasores, assim defendendo o nosso organismo contra infecções.
Neutrófilos – atuam destruindo os microorganismos causadores de doenças mas também outras substâncias estranhas utilizando a fagocitose.
Macrófagos – são outro tipo de células imunitárias com grande capacidade fagocitária quer sobre partículas patogénicas mas também destruindo células danificadas do nosso corpo, apoiando dessa forma a limpeza do organismo, protegendo-nos de processos de doença iniciados por essas células com DNA danificado.
Sangue
O sangue é constituído por tecido conjuntivo especial que assegura o transporte de nutrientes, oxigénio e resíduos metabólicos pelo nosso organismo e garante os mecanismos de coagulação sanguínea e defesa. É constituido por uma matriz extracelular líquida, onde estão suspensas células e fragmentos celulares. Circula dentro do sistema cardiovascular, que assegura a sua movimentação com um fluxo unidirecional ou seja sempre na mesma direção.
Resumindo, o sangue é formado por plasma, uma porção acelular, e os chamados elementos figurados, que constituem a parte celular. Essa última porção é formada por 3 tipos de célulad diferentes, a saber:
Hemácias ou glóbulos vermelhos,
Leucócitos ou glóbulos brancos,
Plaquetas.
Leucócitos ou glóbulos brancos
Leucócitos ou glóbulos brancos, são células incolores que defendem o nosso corpo, contra organismos invasores e activam respostas imunológicas. Os leucócitos são produzidos na medula óssea, onde a maioria amadurece. Da medula óssea eles são transportados no sangue através dos vasos sanguíneos para todo o corpo. O número de referência (normal) de leucócitos por milímetro cúbico de sangue num adulto é de 4 a 10 mil.
Tipos de leucócitos
Podemos dividir os leucócitos em dois grandes grupos:
Granulócitos – apresentam grânulos no citoplasma e núcleo com formato irregular (polimorfonucleares);
Agranulócitos – não possuem grânulos e apresentam núcleo com formato relativamente regular.
Os granulócitos têm 3 tipos diferentes:
Neutrófilos – capazes de diapedese e fagocitose;
Eosinófilos – capazes de fagocitose, aumentam nas alergias e infeções por parasitas;
Basófilos – libertam histamina nas alergias e evitam a coagulação.
Os agranulócitos são constituidos por linfócitos e monócitos:
Linfócitos B – produzem anticorpos;
Linfócitos T CD4+ – comandam a defesa pois recebem informações do macrófagos e activam os linfócitos T CD8+ e os linfócitos B
Linfócitos T CD8+ – eliminam células anormais, infectadas ou estranhas;
Monócitos – capazes de diapedese, transformam-se em macrófagos com forte poder de fagocitose.
GRANULÓCITOS
Neutrófilos – Saõ glóbulos brancos que têm núcleos constituídos por dois a cinco lóbulos e possuem dois tipos de grânulos no citoplasma que são os grânulos específicos e os azurófilos. Apresentam a capacidade de sair do interior de vasos sanguíneos intactos (diapedese) e invadir tecidos para defender nosso organismo. São responsáveis por fagocitar organismos invasores, como bactérias, sendo importantes para a resposta inata.
Eosinófilos – apresentam grânulos que coram ao utilizar eosina e um núcleo com 2 lobos ligados por um filamento. Apresentam como principal função fagocitar o complexo antígénio-anticorpo. Aumentam quando o paciente apresenta reações alérgicas ou infecções parasitárias.
Basófilos – apresentam grânulos maiores que os dos neutrófilos e eosinófilos e núcleo grande e de formato irregular que lembra a letra “S”. As principais funções são libertar histamina para as respostas alergicas e heparina para evitar a coagulação do sangue.
AGRANULÓCITOS
Linfócitos – São pequenas células constituidas por um grande núcleo circular e desempenham um importantíssimo papel na resposta imunitária. Podem ser diferenciadas em dois tipos principais:
Linfócitos B
Linfócitos T.
Fonte: Researchgate.net Antígénios que causam estimulação crónica de linfócitos T, sem uma resposta inata representativa ou ativação de macrófagos, normalmente induzem à diferenciação de LT CD4+ para o padrão Th2. No padrão Th2 há principalmente a produção de IL-4, IL-5 e IL-10 que estimulam a ativação de mastócitos e eosinófilos mediada principalmente por IgE e suprimem a ativação de macrófagos e das respostas Th1.
Linfócitos B – São produzidos na medula óssea onde também terminam a maturação. Quando sofrem ativação, diferenciam-se em plasmócitos, cuja principal função é a produção de anticorpos.
Linfócitos T – Os linfócitos T completarem a maturação no timo (daí a letra T). Estas células, linfócitos T, diferenciam-se em duas classes:
Linfócitos T auxiliares (CD4+) – através de informações recebidas pelos macrófagos, estimulam a activação dos linfócitos T matadores (CD8+) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliares que comandam a defesa do organismo.
Linfócitos T assassinos ou citotóxicos (CD8+) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infectadas ou estranhas ao organismo.
Monócitos – São células grandes que possuem um único núcleo com formato de rim. Os monócitos realizam diapedese (capacidade de sair intactos do interior dos vasos sanguíneos) e ficam no tecido conjuntivo, onde se transformam em macrófagos que são células de alto poder fagocitário.
Quando o nosso médico necessita de informação acerca de possiveis infeções ou alergias no nosso organismo, pede sempre o leucograma ou seja o exame clínico que faz a contagem total de leucócitos e a contagem diferencial de cada um dos tipos de leucócitos.
Leucograma pesquisa infeções e alergias
O resultado com as diferentes contagens dos 5 diferentes tipos de leucócitos permite suportar clinicamente a suspeita de, por exemplo, alergias (eosinófilos e basófilos aumentados), infeções por parasitas (eosinófilos aumentados) ou infeções por vírus ou bactérias (linfócitos e monócitos aumentados).
As células exterminadoras naturais ou células NK (do inglês Natural Killer Cell) são um tipo de linfócitos citotóxicos necessários para o funcionamento do sistema imunitário inato. Têm um papel importante no combate a infecções virais e células tumorais. Identificadas pela primeira vez em 1975, foram rotuladas de Exterminadoras Naturais (Natural Killer), pela sua actividade citotóxica contra células tumorais de diferentes linhagens, sem a necessidade de reconhecimento prévio de um antigénio específico, contrariamente ao funcionamento dos linfócitos T.
O termo natural killer deriva do fato de que sua principal função é a morte das células infectadas, similar às células killer do sistema imune adaptativo (um linfócito T CD8+ ativado), os linfócitos T citotóxicos (CTLs), e elas estão prontas para o fazer uma vez que tenham se desenvolvido, sem nova diferenciação (por isso, natural).
Células dendríticas são glóbulos brancos que protegem o corpo de micróbios invasores, tanto direta como indiretamente. Embora as células dendríticas constituam parte do sistema imunitário inato, sendo capazes de fagocitar patogénicos, a sua principal função é processar material antigénico, devolve-lo à sua superfície e apresentá-lo às células especializadas do sistema imunitário. Neste sentido, atua como vínculo entre os dois sistemas. Deste modo, as células dendríticas são células apresentadoras de antigénio. As células dendríticas existem em diferentes grupos de vertebrados, mas as suas características diferem entre um grupo e outro e inclusive dentro de um mesmo grupo. Embora sejam comuns dos mamíferos, também foram detectadas em frangos e tartarugas.
O seu nome faz referência a projeções ramificadas que se desenvolvem num determinado momento do seu processo de maturação, semelhantes aos dendritos dos neurónios. As células dendríticas foram descobertas em 1868 pelo investigador Paul Langerhans quando este estudava o epitélio cutâneo humano, apesar de originalmente acreditar que formavam parte do sistema nervoso; a sua verdadeira função só foi revelada um século mais tarde.
Um estudo recente revelou a presença de células dendríticas no cérebro, o que pode representar uma segunda linha de defensa contra os patogénicos que consigam atravessar a barreira hematoencefálica. Estas formam parte da chamada “micróglia heterogênea”.
As células dendríticas pertencem a um tipo de glóbulos brancos chamados fagócitos. Devido à sua elevada eficiência no momento de fagocitar material prejudicial ao corpo, as células dendríticas são consideradas fagócitos “profissionais”, á semelhança de outras como neutrófilos, monócitos, macrófagos e mastócitos.
Parte da eficácia fagocítica das células dendríticas deve-se à presença de moléculas chamadas receptores na superfície, que podem detectar objetos nocivos, tais como bactérias, que normalmente se encontram dentro do corpo. As células dendríticas existem em pequenas quantidades em tecidos que estão em contacto com o meio exterior, os chamados epitélios, principalmente a pele (que possui um tipo especializado de células dendríticas chamadas células de Langerhans) e o revestimento interior do nariz, os pulmões, o estômago e intestinos. Também estão presentes em estado imaturo no sangue.
Tal como outros glóbulos brancos, as células dendríticas derivam de células hematopoiéticas mieloides. Quando são ainda imaturas, a sua função é ir procurar constantemente patogénicos no meio que as rodeia mediante receptores de reconhecimento de padrões. Assim que encontram um antigénio válido, começam a amadurecer e migram para os gânglios linfáticos, onde se encontram os linfócitos. Quando os linfócitos T detectam um antigénio numa célula dendrítica, ativam-se, proliferam e diferenciam-se em células efetoras. Por sua vez, os linfócitos T ativam os linfócitos B, que produzem anticorpos, e a partir desse momento a defensa contra os patogénicos passa para o domínio da imunidade adquirida.
Defensinas
As defensinas são pequenas proteínas catiónicas, ricas em cisteína, que podem ser encontradas nos fagócitos dos vertebrados e que são activos contra bactérias, fungos e vírus. A maioria das defensinas funcionam através da penetração na membrana celular por um mecanismo de atracção eléctrica. Uma vez embebidas na membrana, formam um poro através do qual o material eflui. A sua libertação é mediada por:
Sinais microbianos,
Sinais desenvolvimentais,
Citocinas,
Sinais neuro-endócrinos.
Nesse contexto, uma imunodeficiência possível que resulta na redução na produção de defensinas é a Síndrome de Crohn. Esta doença provoca uma inflamação exacerbada do tecido intestinal que pode ser autoimune ou reação a algum patogénico. A redução nas defensinas impede o combate efetivo a patogénicos aumentando a gravidade das lesões no tecido.
Outro exemplo é a Diabetes. Quando não se consegue eliminar de forma eficaz os patogénicos intestinais, esses conseguem penetrar na circulação sanguínea, circulando pelo corpo, até atingirem o pâncreas, causando lesões teciduais nas ilhotas pancreáticas expondo-as como antigénios, causando uma autoimunidade e a, consequente, diabetes tipoII
Sistema complemento
Fonte: Researchgate.net Vias de ativação do complemento. Via clássica – há necessidade de opsonização do patógeno por anticorpos; essa ligação desencadeia uma cascata.
Às vezes a interacção dos anticorpos com antígénios é eficiente por si só. Por exemplo:
Revestindo um vírus ou bactéria prevenindo assim a sua ligação e invasão, a uma célula hospedeira (ex: anticorpos antipólio)
Ligando-se a uma toxina (ex: toxina da difteria ou tétano) impedindo assim a entrada da toxina na célula, neutralizando a toxina.
No entanto, muitas vezes, a ligação de anticorpos a antigénios não é eficaz a menos que ela possa activar um mecanismo efectivo, seja ele celular ou humoral. O sistema complemento participa nestas funções efectoras.
Denomina-se complemento um complexo sistema multiprotéico com mais de 30 componentes, na sua maioria proteínas plasmáticas, cujas funções principais são a defesa frente às infecções por microorganismos, a eliminação da circulação dos complexos antigénio-anticorpo e alguns dos seus fragmentos actuam como mediadores inflamatórios.
O complemento é um dos mecanismos efectores mais importantes da resposta imune inata. Quando um microorganismo penetra no nosso organismo, normalmente provoca a activação do complemento. Como resultado da sua activação e amplificação, alguns componentes do complemento depositam-se sobre a superfície do patogénico responsável pela activação, o que determina a sua destruição (lise) e/ou a sua eliminação por células do sistema fagocítico.
Mecanismos imunitários complexos
Além da imunidade básica, os vertebrados mandibulares, entre os quais o ser humano, conseguiram desenvolver mecanismos de defesa ainda mais complexos, entre os quais a capacidade de ao longo do tempo se adaptarem para reconhecer de forma eficiente agentes patogénicos específicos.
Através da imunidade adquirida ou adaptativa , o organismo cria um tipo de memória imunológica na sequência de uma resposta inicial a um agente específico, o que lhe permite responder de forma mais eficaz a novos ataques pelo mesmo agente. O processo de imunidade adquirida é a base da vacinação.
Os transtornos do sistema imunitário podem levar ao aparecimento de doenças autoimunes, inflamações e cancro. A imunodeficiência verifica-se quando a actividade do sistema imunitário é inferior ao normal, o que está na origem de infecções recorrentes e onde existe risco de vida.
No ser humano, a imunodeficiência pode ser consequência das seguintes condições:
Doença genética,
Doença adquirida como o VIH/SIDA,
Medicamentos imunossupressores.
Autoimunidade
Ao contrário da imunodeficiência a autoimunidade é a consequência de um sistema imunitário hiperactivo que ataca tecido normal como se fosse um agente externo, como é o caso daartrite reumatóide ou adiabetes de tipo 1.
A resposta imune pode separar-se nos seguintes dois tipos de resposta:
Imunidade natural ou inata,
Imunidade adquirida ou adaptativa.
Imunidade natural ou inata
A imunidade inata, natural ou não específica é considerada a primeira linha de defesa do corpo humano, nós já nascemos com essa defesa física, química e biológica.
As células mais importantes responsáveis pela imunidade inata são as seguintes:
Macrófagos
Células dendríticas
Células NK (Natural Killer Cell) ou células assassinas naturais
Proteinas do complemento
Neutrófilos
Basófilos
Eosinófilos
Mastócitos
A esta primeira linha de defesa pertencem:
Pele: A pele é considerada a principal barreira contra agentes infecciosos;
Cílios: Os cílios são responsáveis pela proteção dos olhos, evitando que elementos indesejáveis entrem nos olhos. Também existem os cílios nasais com a função de proteção, filtragem e drenagem de mucosidades para o exterior;
Lágrimas: As lágrimas possuem a função de lubrificar e limpar os olhos, assim reforçam a proteção do globo ocular;
Muco: O muco tem a função de impedir os microrganismos entrem no sistema respiratório;
Plaquetas: As plaquetas agem na coagulação do sangue, ou seja, se o corpo tiver algum ferimento as plaquetas vão agir para reter o sangue;
Saliva: Protege contra vírus e lubrifica a boca;
Suco gástrico: Age no processo de digestão do alimento e evita a proliferação de microrganismos;
Suor: Auxilia na proteção da pele, impedindo a entrada de fungos.
Membranas;
Tecidos do sistema respiratório.
A imunidade natural pode ser definida também pelas células de defesa, como os leucócitos, neutrófilos e macrófagos. Se essa imunidade não for suficiente, a imunidade adquirida, adaptativa ou específica, entra em ação. Resumindo, a resposta imune natural pode conter a entrada de agentes infecciosos mas também ajudar nas respostas imunes adquiridas ou adaptativas.
Imunidade adquirida ou adaptativa
Fonte: Researchgate.net Fases de ativação da resposta imune adaptativa.
A imunidade adquirida é aquela que nós adequirimos durante a vida, como os anticorpos e as vacinas, por isso também é denominada como imunidade adaptativa pois corresponde a um sistema de defesa implantado que o organismo recebe após ter sido infectado por algum agente.
Existem dois tipos de imunidade adquirida, a saber:
Imunidade humoral: corresponde a uma resposta defensiva onde atuam os anticorpos, conhecidos como imunoglobulinas que são formadas pelos linfócitos B. Os anticorpos têm como função reconhecer e sinalizar os antígenos ou seja as substâncias estranhas;
Imunidade celular: diz respeito a um sistema de defesa mediado pelos linfócitos T, assim, quando um agente patogénico sobrevive no corpo e, os anticorpos não conseguem ter acesso, as células T eliminam essas substâncias infectadas.
Anticorpos ou Imunoglobulinas
Os anticorpos (Ac) também conhecidos como imunoglobulinas, (abreviado Ig) são um componente essencial da nossa imunidade adquirida. São glicoproteínas do tipo gamaglobulina, a fracção de globulinas mais abundante no plasma sanguíneo. Podem encontrar-se em forma solúvel no sangue ou noutros fluídos corporais dos vertebrados, ou podem estar inseridos na membrana plasmática, onde actuam como receptores nos linfócitos B e são empregues pelo sistema imunitário para neutralizar patogénicos tais como bactérias patogénicas e viroses.
Em geral, considera-se que tanto anticorpo como imunoglobulina são termos equivalentes, sendo que o primeiro termo faz referência à função, enquanto que o segundo alude à estrutura. O termo gamaglobulina refere-se às propriedades electroforéticas das imunoglobulinas solúveis no soro sanguíneo, se bem que algumas imunoglobulinas migram com as fracções alfa, beta e inclusive com a albumina.
Um anticorpo é tipicamente constituído por unidades estruturais básicas, cada uma das quais com duas grandes cadeias pesadas e duas cadeias leves de menor peso molecular. A molécula de anticorpo tem forma de Y; as extremidades dos braços do Y são o fragmento Fab por onde se ligam ao antígeno; o pé do Y é o fragmento Fc. As moléculas dos anticorpos podem aparecer em separado, como monómeros, ou associarem-se entre si formando dímeros com duas unidades ou pentâmeros com cinco unidades. Os anticorpos são sintetizados por um tipo de leucócito denominado linfócito B ou célula B.
Existem diferentes tipos de anticorpos, chamados isótipos, diferenciados pela forma da cadeia pesada que apresentem.São conhecidas cinco classes de isótipos em mamíferos que desempenham funções diferentes, contribuíndo para dirigir a resposta imunitária conforme cada tipo de corpo estranho que encontram, que são:
IgA,
IgD,
IgE,
IgG,
IgM.
Diagnósticos clínicos
O doseamento das diferentes imonoglobulinas no sangue podem ser um importante apoio para o médico conseguir realizar um diagnóstico mais correcto de determinadas doenças. Por exemplo:
Órgãos do sistema imunológico
O sistema imunológico é formado por diversos órgãos dos quais se destacam os seguintes:
Linfonodos, ou ganglios linfáticos,
Timo,
Baço,
Medula óssea,
Vasos linfáticos.
Fonte: Guia de studo
Estes orgãos são classificados como primários e secundários conforme as diferentes funções, a saber:
Órgãos imunitários primários – acontece a linfopoiese que corresponde ao processo de formação de linfócitos.
Órgãos imunitários secundários – ocorre a resposta imune.
Linfopoiese
Linfopoiese é o processo mediante o qual se formam os linfócitos. Engloba os linfócitos T e B. Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T necessitam de migrar para o Timo onde sofrem o processo de maturação. Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfoide secundário e secretam anticorpos nos tecidos.
Órgãos imunitários primários
Os órgãos imunitários primários são principalmente os seguintes:
Timo: É uma glândula que fica no tórax, entre os pulmões. Ela é responsável pelo desenvolvimento dos linfócitos T;
Medula óssea: Corresponde a um tecido com aspecto mole localizado dentro dos ossos. São nas medulas ósseas que ocorrem a produção de plaquetas, hemácias, leucócitos e maturação dos linfócitos B;
Células estaminais ou células tronco: Conhecidas também como células fonte. São células ainda indiferenciadas capazes de se dividirem e originar qualquer uma das outras células diferenciadas ou seja específicas de um determinado tecido, como por exemplo o hepático. Existem grupos de células estaminais embrionárias (ou não embrionárias), adultas e induzidas.
Órgãos imunitários secundários
Os órgãos imunitários secundários são principalmente os seguintes:
Baço: É um órgão do sistema linfático localizado na região esquerda do abdómen. É caracterizado por ser o maior dos órgãos linfáticos;
Linfonodosou ganglios linfáticos: São pequenos órgãos compostos pelo tecido linfoide.
Interferon e anticorpos antivirais
O Interferon ou interferão(IFN) é uma proteína produzida pelos leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células. Existem três tipos de interferon, classificados de acordo com o recetor celular e resposta que ativam. São um tipo de citocina produzida por todos os animais vertebrados e alguns invertebrados.
Tipos de Interferon
Existem 3 tipos de interferon, a saber:
Interferon tipo I (alfa e beta)
Interferon tipo II (gama)
Interferon tipo III (lambda)
Interferon tipo I (alfa e beta): A forma alfa é produzida por leucócitos e a forma beta por fibroblastos quando invadidos por vírus. Induz a própria célula infectada e células próximas a produzirem proteínas que impedem a replicação do vírus. Usado para tratar hepatite B, hepatite C e esclerose múltipla. A produçao é estimulada por interleucina 1 e 2 e pelo Fator de necrose tumoral.
Interferon tipo II (gama): Também conhecido como interferon imune e sempre na forma de Interferon-gama, é produzido por linfócitos T e células NK (Natural Killer Cells ou Células Naturais Assassinas) quando estimulados por interleucina 12 ou 18. O Interferon gama é responsável por ativar macrófagos, estimula a expressão de Complexo maior de histocompatibilidade, crescimento, maturação e diferenciação de muitos tipos de células, aumenta a atividade de células naturais assassinas (NK), regula a resposta inflamatória, potencia outros interferons e modula a atividade dos linfócitos B. Pode ser usado no tratamento da doença granulomatosa crónica e da osteopetrose (endurecimento dos ossos).
Interferon tipo III (lambda): Também conhecido como interleucina 28/29 é produzida por células dendríticas e monócitos sempre na forma lambda. Quando infectadas por vírus, atua em sinergia e como complementar com a forma alfa para estimular a produção de proteínas que inferem com a replicação viral pelas células vizinhas. Estimula a mitose de linfócitos. Dependendo do vírus a maior resposta será de tipo I ou de tipo III.
Função antiviral do interferon
Os interferons induzem um estado de resistência antiviral em células teciduais não infectadas. O vírus, ao replicar-se, vai ativar o gene codificante do interferon. Após a síntese proteica, a proteína sai da célula e entra na corrente sanguínea, até chegar às células vizinhas que ainda não foram atacadas. A proteína liga-se à membrana celular dessas células e ativa o gene codificante de proteínas antivirais. Estas proteínas antivirais, vão impedir a replicação do vírus nessas células.
Os interferons são produzidos na fase inicial da infecção e constituem a primeira linha de resistência a muitas viroses. Um grupo de interferons (alfa e beta) é produzido por células infectadas por vírus, e um outro grupo (gama) é sintetizado por células naturais assassinas ou linfócitos T ativados.
Patologias
A atividade do interferon está profundamente relacionada com o desenvolvimento de várias doenças como:
Doenças do colagénio,
Lúpus,
Artrite reumatóide,
Diabetes mellitus dependente de insulina,
Hepatite fulminante,
Pancreatite grave,
Nefrite,
Esclerose múltipla,
Doenças alérgicas,
Aterosclerose.
Utilização terapêutica
Os interferons Alpha, Beta e Gamma são proteínas naturais produzidas pelas células do sistema imunológico em resposta à ameaça de agentes como vírus, bactérias, parasitas e tumores. São utilizados para tratar condições como:
Esclerose múltipla,
Leucemias,
Linfomas,
Hepatite B e C.
Resistência viral
Diversos vírus são resistentes a interferon, dentre eles:
Encefalite Virus Japonês (JEV)
Vírus da dengue tipo 2 (DEN-2)
Alguns Herpesvirus, incluindo citomegalovirus (HCMV)
Influenza A subtipo H5N1
Papiloma vírus humano (HPV)
Epstein-Barr virus (EBV)
Vaccinia virus (VV)
Sistema imunitário como fortalecer?
Não… este não é um artigo apenas para indicar alguns alimentos da moda que, milagrosamente, só por si são apresentados como a solução para ter uma forte imunidade… esquecendo o básico e fundamental dos processos naturais de proteção e regeneração do nosso sistema imunitário e luta contra a doença em geral… ainda por cima os principais são grátis 🙂
Hábitos essenciais para forte imunidade
Assim esqueçam… não existe uma saúde e sistema imunitário “forte e saudável” se não forem respeitados os seguintes pilares básicos:
Bom sono – 7.30 horas por noite. Faça as contas e coloque o despertador de forma a tentar dormir o mais próximo possivel 7.30 horas pois correspondem a 5 ciclos de sono seguidos de 90 minutos cada (aproximadamente). Tenha também o quarto totalmente escuro e nunca quente. Elimine qualquer luz artificial do seu quarto incluindo TV, telemóvel, computador e tablet.
Controlo do stress – aprenda a controlar as emoções negativas… são principalmente essas que devastam o sistema imunitário. Tem de aprender a valorizar as pequenas coisas da vida, aceitar as coisas menos boas e acreditar num futuro sempre melhor… mas claro fazer algo por isso! Isto não é “conversa da treta”… pois os nossos pensamentos influenciam a nossa imunidade! Rir e sorrir são excelentes para a nossa imunidade!
Exercício físico moderado – claro que não precisa de ir ao ginásio todos os dias! Basta uma boa caminhada de 30 a 45 minutos em passada rápida para sentir-se melhor fisica e psicológicamente! Também a dança é simplesmente excelente para manter a forma e afastar depressões! Outra alternativa é o exercício fisico intenso intermitente mas durante poucos minutos o chamado treino intervalado de alta intensidade (HIIT). Doentes cardiacos devem consultar o seu médico assistente antes de tentar o HIIT.
Jejum intermitente – termine o jantar ás 20 horas e não coma nada até ás 8 horas da manhã seguinte. Assim facilmente consegue 12 horas de jejum diárias que o organismo agradece pois desvia a energia que gastaria na digestão para usar na reparação do DNA de céluals danificadas que todos os dias surgem no nosso corpo. A energia é finita e se gasta imensa com a digestão da comida então não há milagres… ficam para trás todos os dias células alteradas que não são reparadas e vão causar problemas de saúde mais tarde… incluindo cancro. Diabéticos devem consultar o médico assistente antes de tentar o jejum intermitente.
Boa nutrição sem açucar e alimentos processados – o açucar refinado é simplesmente um “doce veneno” com consequências devastadoras na sua saúde e sistema imunitário. Infelizmente está por todo o lado e vai ter de se esforçar para o evitar pois o apelo psicológico ao consumo de hidratos de carbono refinados é brutal!
Hidratação adequada com água de qualidade – beba água proxima da neutralidade (pH~7). Evite águas ácidas com pH abaixo de 6 ou águas alcalinas com pH acima de 8. O nosso sangue tem um pH muito próximo da neutralidade pelo que é de elementar bom senso não exagerar e beber em demasia águas com pH distantes de 7. Pesquise esta informação nos rótulos e se possivel beba água de nascente (ver rótulo).
De seguida vou então falar de alguns alimentos surpreendesntes e suplementos especiais que podem dar uma ajuda preciosa ao nosso sistema imunitário e aumentar a resistência contra infeções virais.
Alimentos e imunidade
Além de alguns medicamentos existem alimentos que ajudam a fortalecer o nosso sistema imunitário. Alguns alimentos podem impulsionar automaticamente o nosso sistema imunológico.
Manga
Um deles é a manga. A manga é uma fruta de caroço que é uma espécie de super alimento. Estes super alimentos ativam todos os cinco sistemas de defesa ao mesmo tempo, incluindo o sistema imunológico e contêm vitaminas, bons minerais e bioativos naturais.
Rebentos de bróculos (Broccoli sprouts)
Outro exemplo de alimentos que activam os 5 sistemas de defesa do nosso organismo são os rebentos de bróculos ou seja são a planta na fase ainda muito jovem, logo após a germinação da semente, que mais tarde vai dar origem aos bróculos. Nesta fase já têm todos os nutrientes e energia que mais tarde são distribuídos na planta maior. Estudos confirmam que os rebentos de bróculos podem impulsionar o sistema imunitário e aumentar a nossa proteção contra a gripe, com uma eficácia superior à da vacina da gripe!
Os rebentos de bróculos também parecem aumentar a proteção contra doenças graves como o cancro.
Cogumelos e beta- glucano
Afinal o que têm os cogumelos de especial? Toda a gente deveria come-los pelas seguintes razões:
Crescem na terra e sugam todos os nutrientes realmente importantes aí existentes;
Dentro do cogumelo existe um composto natural chamado beta-glucano que estimula directamente o nosso sistema imunológico. Mas aqui está uma verdadeira surpresa… pois existe em todos os cogumelos independentemente de se tratar de um cogumelo shiitake, um cogumelo maitake, um cogumelo portobello ou até mesmo um cogumelo de botão branco. Assim pode encontrá-los em qualquer lugar.
Outra surpresa é o facto dos investigadores terem descoberto que as hastes chamadas pé ou estipe na verdade contêm até três vezes mais beta glucano do que o chapéu do cogumelo que é a parte que mais comemos! Assim da próxima vez coma o cogumelo completo principalmente os que apresentam o pé ou estipe intacta.
Polifenois e vinho tinto…
Não se engane com o título… o álccol não nos faz bem mas meio copo de bom vinho tinto parece que sim! A maioria dos estudos que envolvem saúde pública analisando vinho tinto mostrou surpreendentemente que existem alguns benefícios tais como:
Proteção do Coração,
Menor risco de cancro,
Outros tipos de doenças metabólicas.
Mas a realidade é que nunca é o álcool que nos faz bem! O álcool pode acalmar os nossos nervos e fazer-nos sentir um pouco melhor, mas, na verdade, os polifenois que ativam as nossas defesas e protegem as nossas células saem da pele da uva. Os polifenóis do vinho vêm das uvas, principalmente das peles, e como o processo de vinificação do vinho tinto envolve um contato mais prolongado com as peles da uva, esses vinhos tendem a conter muito mais polifenóis do que os vinhos brancos.
Como um todo, o conteúdo de polifenóis do vinho tinto tem sido elogiado pelos bebedores conscientes do bem-estar, mas também existem polifenóis específicos no vinho tinto que foram estudados individualmente por causa dos potenciais benefícios para a saúde.
Resveratrol
Um dos polifenóis mais amplamente estudados no vinho, o resveratrol é naturalmente produzido em plantas em resposta a danos físicos, ou invasão por patogénioss. Também encontrado em grandes quantidades em amendoim, mirtilo e cacau, o resveratrol é extraído de fontes vegetais para criar produtos cosméticos e suplementos alimentares.
Em estudos de laboratório, os cientistas descobriram que o resveratrol oferece efeitos protetores contra muitos riscos para a saúde humana. Dois dos seus principais benefícios são o potencial para combater diferentes tipos de cancro, inibindo o crescimento de células cancerígenas e o seu potencial para combater doenças cardiovasculares, prevenindo danos aos vasos sanguíneos, diminuindo o colesterol mau (LDL) e elevando o bom colesterol (HDL).
Os pesquisadores também encontraram evidências de que o resveratrol pode ajudar a combater doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, ajudando a retardar a progressão da doença e a eliminar a acumulação de placas no cérebro. Ele também pode evitar diabetes tipo 2, ajudando a regular a insulina.
Propriedades anti-inflamatórias do resveratrol também fizeram uma linha de estudo para questões de saúde relacionadas com a inflamação, como doenças pulmonares e distúrbios de saúde mental.
No entanto, a quantidade de resveratrol usada para testar as propriedades saudáveis desse polifenol nem sempre é a quantidade encontrada numa porção média de vinho tinto. Enquanto alguns estudos mostraram que quantidades de resveratrol encontradas em apenas um ou poucos copos de vinho podem trazer alguns benefícios para a saúde, muitos outros mostraram que as quantidades de resveratrol usadas para produzir outros benefícios para a saúde podem são equivalentes a 100 copos por dia… o que tornaria esta solução impossivel!
Como gosto de um bom vinho tinto quero acreditar que um pequeno copo à refeição pode proteger a minha saúde… até porque, como de seguida descrevo, o vinho tinto tem adicionalmente outros polifenois, além do resveratrol, com propriedades extremamente interessantes para a nossa saúde. Todo somado não tenho dúvidas que quando bebo o meu copo de vinho tinto estou a juntar o útil ao agradável 🙂
Outros polifenois
Outros polifenóis importantes existentes principalmente no vinho tinto, são os seguintes:
Quercetina – tem propriedades anti-inflamatórias, antivirais, alivia doenças pulmonares, promove a cicatrização das artérias.
Antocianinas – ajuda a manter o peso e diminui a disfunção eréctil.
Procianidinas – mesmo em doses baixas protege contra doenças cardiacas.
Ácido elágico – mesmo em doses baixas ajuda a “queimar” gordura controlando assim o peso e protege o fígado.
Catequinas – existem também nas frutas frescas, cacau e cerveja. Alguns estudos parecem indicar que têm a capacidade de retardar os tumores. Também parecem promissoras no combate à doença de Alzheimer.
Quantidade de vinho a consumir
Naturalmente, beber muito vinho tem efeitos claramente negativos para a saúde, portanto, consumir muito vinho apenas para colher os benefícios relacionados é, obviamente, desaconselhável! Não havendo ainda certezas sobre dosagens, segundo alguns investigadores a quantidade ideal máxima de vinho tinto que devemos consumir para conseguir os melhores efeitos para a nossa saúde parece ser meio copo de vinho (aproximadamente 125ml) ao almoço e jantar.
Cerveja e xanthohumol
Os lúpulos da cerveja elaboram um produto químico natural chamado xanthohumol, que flutua diretamente na cerveja. Então descobriu-se que há realmente benefícios da cerveja, tais como:
Mobiliza as células estaminais,
Antiangiogénico.
Antioxidante,
Demência diminui. Cerca de 60% de diminuição no grau de incidência (se tomar 1,5 a 2 cervejas por dia… não mais!).
Chá verde e EGCG (Epigallocatechin Gallate)
Galato de epigalocatequina, também conhecido como epigalocatequina-3-galato, é o éster de epigalocatequina e ácido gálico, e é um tipo de catequina. EGCG, a catequina mais abundante no chá verde e no chá preto, é um polifenol sob investigação básica por causa do seu potencial para afetar positivamente a saúde humana.
EGCG (Epigallocatechin Gallate)
Os alimentos mais ricos em galato de epigalatocatequina (EGCG) são então os seguintes:
Chás principalmente o verde e o preto,
Arandos vermelhos,
Morangos,
Amoras,
kiwis,
Cerejas,
Peras,
Pêssegos,
Maçãs,
abacate,
Nozes,
Pistachios,
Avelãs.
Estudos parecem indicar benefícios para as seguintes condições de saúde e doenças:
Reduz a inflamação;
Perda de peso;
Prevenção de doenças cardíacas;
Prevenção de doenças cerebrais;
Diabetes;
Alguns tipos de cancro.
Chá Matcha
O chá matcha é um dos diversos tipos de chá que são, geralmente, relacionados com o emagrecimento, mas o matcha tem muitos mais benefícios para além desse. Consiste num chá verde, originário do Japão, sendo apresentado sob a forma de um pó esverdeado.
Os chás são ótimos aliados da perda de peso. Durante muito tempo, um dos mais consumidos para atingir esse objetivo foi o chá verde, devido às suas propriedades termogénicas, ou seja, de aceleração do metabolismo.
O matcha, assim como o chá verde e o chá preto, é extraído da planta camellia sinensis. A diferença entre os tipos de chás extraídos dessa mesma planta são elementos como a fermentação e maturação das folhas. O matcha é obtido a partir das folhas mais jovens do chá verde, originadas de plantações protegidas da exposição solar. Após recolha, as folhas são trituradas muito lentamente num moinho de pedra, até que estejam reduzidas a pó.
O pó do matcha é mais concentrado que os outros chás provenientes da camellia sinensis, ou seja, possibilita resultados mais rápidos pois tem uma concentração maior de EGCG. O chá matcha tem diversos efeitos positivos no organismo, tais como:
Emagrecimento;
Redução dos níveis de colesterol mau LDL;
Protege os vasos sanguineos contra a doença cardiaca;
Diminui a pressão arterial;
Inibe a angiogénese;
Estimula as células estaminais quando necessário;
Matcha e cancro
O matcha e provavelmente os altos níveis de EGCG no matcha podem realmente matar células estaminais cancerígenas. Assim, enquanto a maioria das células estaminais que temos ajuda a regenerar as nossas células, quando um cancro cresce, também tem as suas próprias células estaminais que fazem com que o cancro regresse mais tarde!
Estas células estaminais cancerígenas são muito perigosas e realmente mortais. O Santo Graal da pesquisa sobre o cancro, está em tentar encontrar uma maneira de matar essas células estaminais do cancro. Em 2018, os investigadores descobriram que o matcha e o ECGC podem matar as células estaminais do cancro da mama.
Chá matcha e perda de peso
O matcha emagrece por se tratar de um chá verde, possuindo catequinas na sua composição. Estudos já demonstraram que os homens que ingerem o chá verde com altas doses de catequinas conseguem eliminar mais peso do que os que tomam bebidas com baixas concentrações desta substância (perda de peso de, aproximadamente, 2,5 kg, comparativamente à perda de 1,3 kg).
Outro estudo publicado no ano de 2008, revelou que tomar chás verdes como o matcha ajuda no emagrecimento, pois promove o gasto energético durante a prática de exercício físico. Neste estudo, constatou-se que homens saudáveis que ingeriam este tipo de chás durante treinos de intensidade moderada tiveram um aumento de 17% na taxa de redução de gordura.
Também consumir o matcha em vez de outras bebidas pode auxiliar na redução da quantidade de energia ingerida por dia pois uma porção do chá tem apenas 3Kcal, enquanto um capuccino tem aproximadamente 74Kcal e um leite achocolatado possui cerca de 140Kcal.
Antioxidante
O chá matcha também tem benefícios no combate ao cancro, por exemplo. O motivo é por este ser rico em antioxidantes do grupo das catequinas, que funcionam como anticancerígenos.
Este facto foi comprovado por um estudo realizado em 2003 na Universidade de Colorado, que confirmou que uma chávena de matcha possui cerca de 137 vezes mais catequinas do que outros tipos de chá verde.
Efetivamente, estudos declaram que a ingestão regular de chá matcha reduz para metade a probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama.
Diurético
Por ter um efeito diurético, o chá matcha contribui com a diminuição da retenção de líquidos no organismo, ajudando na perda de volume e eliminando o inchaço em algumas regiões do corpo.
Saciante
Quando se sente saciado, é mais difícil ceder às tentações alimentares. Tomar o chá matcha pode contribuir nesse sentido, devido à presença de um antioxidante que estimula a liberação de uma hormona chamada CCK (colecistocinina), que, por sua vez, é responsável por enviar para o cérebro a informação de que o estômago está cheio e conferir a sensação de saciedade.
Energizante
Um estudo publicado no ano de 1999 identificou que o consumo do chá verde contribui para estimulação do metabolismo que, por consequência, leva a que o processo de metabolização das reservas de gordura possa acontecer de forma mais rápida. Para os momentos em que é necessária energia e concentração extras, o matcha é também uma ótima opção para substituir o café.
Anti-stress
O matcha possui uma quantidade cinco vezes maior de L-teanina que outros tipos de chá verde. O L-teanina é um aminoácido que estimula a atividade de um tipo de ondas do cérebro, que, por sua vez, estão ligadas ao relaxamento, concentração, alívio do stress e até à diminuição da pressão arterial.
Colesterol diminui
Para quem possui valores de colesterol elevados, também é possível beneficiar com o consumo do chá matcha. É que, segundo um estudo de 2011, os chás verdes contribuem de maneira significativa para a diminuição dos níveis do colesterol LDL no organismo.
O chá ainda contém uma alta quantidade de fibras alimentares, que auxiliam no alívio da prisão de ventre e a estabilizar os níveis de açúcar no sangue. Estas fibras também podem auxiliar no controlo do colesterol, pois diminuem a absorção de gordura no intestino.
Propriedades anti-inflamatórias
Finalmente, o uso do chá matcha também está interligado a outros benefícios como o atraso do envelhecimento através do combate à inflamação.
Vitamina C
Em 4 de fevereiro de 2020, pesquisadores do Hospital Zhongnan, na China, anunciaram investigação à eficácia da infusão de vitamina C no tratamento de pneumonia grave infectada com COVID-19.
Muitas das mortes associadas a essa pneumonia viral parecem ser devidas a choque séptico e estudos sugerem que infusões em altas doses de vitamina C podem melhorar os resultados em casos de sepsis e infecções respiratórias.
Conforme observado na descrição do estudo do Hospital Zhongnan:
A pneumonia viral é uma condição perigosa com um mau prognóstico clínico. A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, possui propriedades antioxidantes. Quando a sepsis ocorre, o aumento de citocinas causado pela sepsis é ativado e os neutrófilos acumulam-se nos pulmões, destruindo capilares alveolares.
Os primeiros estudos clínicos demonstraram que a vitamina C pode efetivamente impedir esse processo. Além disso, a vitamina C pode ajudar a eliminar o fluido alveolar, impedindo a ativação e acumulação de neutrófilos e reduzindo os danos no canal de água epitelial alveolar.
Ao mesmo tempo, a vitamina C pode impedir a formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos, que é um evento biológico de lesão vascular causada pela ativação de neutrófilos.
Os pesquisadores pretendem tratar pacientes com 24 gramas de vitamina C intravenosa (IV) por dia, durante sete dias, a uma velocidade de 7 mililitros por hora. O grupo placebo receberá um IV de solução salina normal.
O desfecho primário será o número de dias sem suporte ventilatório durante 28 dias de hospitalização. As medidas de desfecho secundário incluirão mortalidade, tempo de internamento nas unidades de cuidados intensivos (UCI), taxa de RCP necessária, uso de vasopressores, função respiratória, falência de órgãos relacionados com a sepsis e muito mais.
Protocolo de tratamento de sepsis do Dr. Marik
O tempo dirá qual será o resultado desse estudo no Hospital Zhongnan. É provável que a vitamina C traga algum benefício, embora o protocolo de tratamento de sepsis do Dr. Paul Marik possa ser uma opção ainda melhor.
Estudo clínico retrospectivo inicial antes e depois da sepsis com o seguinte protocolo mantido durante 2 dias:
Vitamina B1 (Tiamina) 200mg de 12/12horas;
Vitamina C (Ácido ascórbico) 1.500 mg de ácido ascórbico 6/6 horas;
Hidrocortisona 50 mg de 6/6 horas.
Resultado: Redução de mortalidade por sepsis de 40 % para 8,5%.
Pesquisa publicada on-line em 9 de janeiro de 2020, constatou que o protocolo de sepsis intravenosa de Marik também reduzia a mortalidade em pacientes pediátricos. O estudo foi realizado no Hospital Infantil Ann & Robert H. Lurie, em Chicago, e conforme observado pelo Science Daily, os dados preliminares deste estudo “apóiam os resultados promissores observados em adultos”.
Entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2019, 557 pacientes pediátricos com choque séptico preencheram os critérios de inclusão no estudo:
43 receberam o protocolo de vitamina C, vitamina B1 e hidrocortisona de Marik,
181 receberam terapia apenas com hidrocortisona,
333 não receberam nenhum desses tratamentos.
Os 43 pacientes que receberam o tratamento com vitamina C foram comparados com base no estado clínico com 43 controles não tratados e 43 pacientes apenas com hidrocortisona.
Resultados:
Após decorridos os primeiros 30 dias do estudo, os controles e os grupos somente a tomar hidrocortisona apresentaram uma taxa de mortalidade de 28%, enquanto o grupo de tratamento teve uma taxa de mortalidade de apenas 9%.
Aos 90 dias, 35% dos controles e 33% daqueles que receberam apenas hidrocortisona morreram, em comparação com apenas 14% do grupo de tratamento.
Nutrição essencial contra o coronavírus
Quanto à prevenção, a nutrição desempenha um papel crucial e vários nutrientes são conhecidos pelas suas propriedades estimulantes do sistema imunológico e capacidade de proteger contra infecções virais.
Em Fevereiro de 2020, num artigo convincente sobre o Progresso nas doenças cardiovasculares … Mark McCarty, da Catalytic Longevity Foundation, San Diego, CA, EUA, e James DiNicolantonio, PharmD, um cientista de pesquisas cardiovasculares do Instituto Americano do Coração de Saint Luke, Kansas City, MO, propõem que certos nutracêuticos podem ajudar a aliviar as pessoas infectadas com vírus de RNA encapsulados, como influenza e coronavírus …
SARS-CoV-2 causa tempestade inflamatória
A Covid-19 é cerca de 30 a 60 vezes mais letal do que a gripe anual típica. Tanto a gripe quanto o coronavírus causam uma tempestade inflamatória nos pulmões e é essa tempestade inflamatória que leva à dificuldade respiratória aguda, falência de órgãos e morte.
Certos nutracêuticos podem ajudar a reduzir a inflamação nos pulmões provocada por vírus RNA e outros também podem ajudar a aumentar a resposta do interferon tipo 1 a esses vírus, que é a principal resposta do nosso corpo para ajudar a criar anticorpos antivirais para combater infecções virais .
Suplementos contra Covid-19
McCarty e DiNicolantonio listam vários nutrientes disponíveis na forma de suplemento que podem ser particularmente benéficos contra o COVID-19. Descrevo de seguida os mais importantes.
N-acetilcisteína (NAC)
Estrutura química da N-Acetilcisteína (NAC)
Estimula a produção de glutationa ou glutatião, fluidifica o muco, diminui as probabilidades de infecção por vírus influenza e reduz o risco de desenvolver bronquite grave.
Glutationa ou glutatião o que é?
A glutationa (gama-glutamil-cisteinil-glicina ) ou GSH ou glutatião é um antioxidante hidrossolúvel, que exerce uma forte ação neutralizadora de radicais livres. É reconhecido como o tiol não proteico mais importante nos sistemas vivos. Trata-se de um tripéptido linear, constituído pelos seguintes três aminoácidos:
Ácido glutâmico,
Cisteína,
Glicina.
O grupo tiol da cisteína é o local activo responsável pelas propriedades bioquímicas da glutationa. Existe, na maioria das células, em concentrações compreendidas entre 1 e 8 mM, estando, geralmente, na sua maior quantidade no fígado. Ao nível extracelular a concentração de glutationa é da ordem de 5-50 μM.
Acetilcisteína, também conhecida como N-acetilcisteína (NAC), é uma medicação que é usada para o tratamento da overdose de paracetamol (acetaminofeno) e para soltar o muco em indivíduos com infeções respiratórias (virais ou bacterianas) bem como portadores de doenças mais graves como fibrose cística ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Pode ser tomado por via intravenosa, pela boca, ou inalado, como uma névoa. Algumas pessoas usam como um suplemento dietético.
Efeitos colaterais não são frequentes, e os mais comuns incluem náuseas e vômitos, quando tomado por via oral. A pele pode, ocasionalmente, tornar-se vermelha e coçar. Um tipo não de anafilaxia também pode ocorrer. Parece ser seguro durante a gravidez e funciona através do aumento dos níveis de glutatião e níveis e a ligação com os produtos tóxicos da degradação do paracetamol.
Acetilcisteína inicialmente foi patenteado em 1960 e licenciado para uso em 1968. Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde, os medicamentos mais eficazes, seguros e necessários em um sistema de saúde. Ele está disponível como um medicamento genérico e não é muito caro – embora os originais tenham conservação melhor e, tratando-se de uma substância anti-oxidante, podem ser mais eficazes.
Dose diária: 1.200 a 1.800 mg
Extrato de sabugueiro (Elderberry)
Conhecido por reduzir a duração da gripe em dois a quatro dias assim como a gravidade da gripe. Segundo os autores do estudo, dado que o sabugueiro é uma fonte muito rica de antocianinas, há motivos para suspeitar que o seu impacto sobre os vírus possa ser mediado, pelo menos em parte, pelo ácido ferúlico, um metabólito proeminente que aparece no plasma após a ingestão de antocianinas.
Reduz a severidade da infecção por vírus influenza e reduz a mortalidade por influenza em estudos com animais. Num teste em humanos, a spirulina reduziu significativamente a carga viral em pacientes com infecção pelo HIV.
Spirulina é um género de cianobactérias da ordem Spirulinales, um grupo de organismos procariotas vulgarmente conhecido por algas verde-azuis (ou Cyanophyta).
São microrganismos unicelulares fotoautotróficos que se agrupam em formas filamentosas, geralmente helicoidais, designadas por tricomas (por analogia com os pelos das plantas). Algumas espécies anteriormente incluídas neste género (actualmente em Arthrospira) são utilizadas para produzir um suplemento alimentar conhecido por «spirulina» ou «espirulina», que não deve ser confundido com este género.
Dose diária: 15 g
Glucosamina
Regula positivamente a proteína de sinalização antiviral mitocondrial (MAVS – mitochondrial antiviral-signaling protein), reduz a gravidade e mortalidade da infecção por influenza em estudos com animais.
Como o selénio é um cofator essencial para certas peroxidases e a deficiência de selénio tem sido endêmica em certas regiões da China e em outras partes do mundo, garantir a adequação da nutrição do selénio também pode ser apropriado nesse contexto, observam McCarty e DiNicolantonio, acrescentando que “a deficiência de selénio também aumenta a taxa na qual os vírus podem sofrer mutações, promovendo a evolução de estirpes mais patogênicas e capazes de evitar a vigilância imunológica”.
Dose diária: 50 a 100 microgramas
Zinco
Suporta a função eficaz e proliferação de várias células imunológicas, reduzindo a mortalidade em idosos em 27%.
Dose diária: 30 a 50 mg
Ácido lipoico
Ácido lipóico é um composto organosulfurado derivado do ácido octanóico que contém dois átomos de enxofre (em C6 e C8) vicinais ligados por uma ligação dissulfídica. O átomo de carbono em C6 é quiral portanto a molécula possui dois enantiômeros. Apenas o enantiômero R-(+)- existe na natureza é é um cofator essencial de quatro enzimas mitocondriais complexas.
O ácido lipoico ajuda a aumentar a resposta do interferon tipo 1. Conforme explicado em um artigo de 2014 “Os interferons do tipo I (IFNs) ativam programas antimicrobianos intracelulares e influenciam o desenvolvimento de respostas imunes inatas e adaptativas … (IFNs) são polipeptídeos secretados pelas células infectadas e têm três funções principais:
Induzem estados antimicrobianos intrínsecos a células em células infectadas e vizinhas que limitam a disseminação de agentes infecciosos, particularmente patógenos virais.
Modulam as respostas imunes inatas de uma maneira equilibrada que promove a apresentação de antígenos e as funções das NKC (natural killer cell) células assassinas naturais, ao mesmo tempo que restringe as vias pró-inflamatórias e a produção de citocinas.
Ativam o sistema imunológico adaptativo, promovendo o desenvolvimento de respostas de células T e B específicas para antígenos de alta afinidade e memória imunológica. Os IFNs do tipo I são protetores em infecções virais agudas, mas podem ter papéis protetores ou deletérios em infecções bacterianas e doenças autoimunes “.
Dose diária: 1.200 a 1.800 mg (em substituição do ácido ferúlico)
O ácido lipóico é ainda responsável por estimular a biossíntese de uma enzima do nosso organismo que exerce também uma marcada acção neutralizadora dos radicais livres, a glutatião peroxidase. Esta enzima neutraliza um dos radicais livres mais agressivos para a pele, o radical peróxido, transformando-o em água. Pensa-se que o ácido lipóico tem também um papel importante no metabolismo do organismo, mais particularmente na produção de energia.
Vitmina D
A radiação solar ultravioleta B e a suplementação de vitamina D demonstraram reduzir as taxas de fatalidade pandémica, o que faz sentido, considerando a importância da vitamina D no controle de infecções e na redução do risco de influenza e resfriado comum.
A pesquisa mostra que a suplementação com altas doses de vitamina D reduz em 40% o risco de doenças respiratórias e infecções pulmonares em idosos. A vitamina D pode melhorar a capacidade do sistema imunológico de combater infecções, porque reforça a primeira linha de defesa do sistema imunológico.
Pesquisas publicadas em 2009 apontam que as taxas de mortalidade durante a pandemia de influenza de 1918-1919 foram influenciadas pela estação, com um número maior de pessoas a morrer durante o inverno do que no verão.
Segundo os autores: “As mortes durante a pandemia de influenza de 1918 a 1919 foram ligadas tanto ao vírus da influenza quanto às infecções pulmonares bacterianas secundárias. As taxas de mortalidade de casos e a percentagem de casos de influenza complicados por pneumonia estavam disponíveis a partir de dados de pesquisas de doze locais dos Estados Unidos na pandemia de 1918 a 1919 .
Este estudo analisa as taxas de mortalidade e casos complicados de pneumonia em relação às doses estimadas de radiação solar ultravioleta-B (UVB) no verão e no inverno como indicadores da população quanto ao status médio de vitamina D.
Correlações substanciais foram encontradas para associações da dose de UVB de julho com taxas de mortalidade de casos e taxas de pneumonia como uma complicação da influenza. Resultados semelhantes foram encontrados para o UVB no inverno.
A vitamina D aumenta a produção de catelicidina humana, LL-37, que tem atividades antimicrobianas e antiendotoxinas. A vitamina D também reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias, o que também pode explicar alguns dos benefícios da vitamina D, uma vez que a infecção pelo H1N1 causa uma tempestade de citocinas.
Como orientação geral, teste o nível de vitamina D duas vezes por ano, no inverno e no verão, para garantir uma faixa saudável de 60 ng / mL a 80 ng / mL durante o ano todo. (Pesquisas convincentes sugerem que 40 ng/mL é o valor de referência para a suficiência.)
Probióticos podem ser úteis contra a Prevotella
Por último, mas não menos importante, se a inclusão da bactéria Prevotella na COVID-19 for comprovada, prebióticos, probióticos e esporobióticos podem ser muito úteis.
Vários estudos mostraram que os probióticos com estirpes de Bifidobacterium bifidum podem ajudar a reduzir a bactéria Prevotella, enquanto que as estirpes de Lactobacillus tendem a aumentá-la.Os esporobióticos podem ser particularmente benéficos.
Conforme explicado em “Como os probióticos de esporos podem ajudá-lo”, que apresenta uma entrevista com o Dr. Dietrich Klinghardt, os probióticos baseados em esporos são constituidos pela parede celular dos esporos de bacilos – a concha protetora em torno do DNA e o mecanismo de actuação desse DNA – não toda a bactéria viva.
Foi demonstrado que os esporos de Bacillus aumentam drasticamente a tolerância imunológica, o que significa que ajudam a reparar os danos na barreira intestinal. Como eles não estão “vivos”, eles também não são afetados por antibióticos.
O bacilo modula de forma muito eficaz as citocinas. Assim as citocinas anti-inflamatórias são reguladas positivamente, enquanto as citocinas inflamatórias são reguladas negativamente, restabelecendo o equilíbrio entre as duas.
A pesquisa também mostrou que os esporobióticos aumentam maciçamente a reprodução de acidófilos, bífidos e outros micróbios no intestino por meio das mensagens eletromagnéticas que eles enviam. Isso é totalmente único. Quando tomamos um probiótico regular, eles fazem aumentar principalmente a sua estirpe. Os esporos de Bacillus, por outro lado, realmente aumentam muitos dos outros micróbios benéficos.
Os esporos de Bacillus também criam 24 substâncias diferentes que possuem fortes propriedades antimicrobianas. No entanto, eles não matam indiscriminadamente como os antibióticos. Eles suprimem especificamente patogénicos que fazem uma contribuição valiosa para o todo.
Superalimentos toda a verdade! O que são? Quais os benefícios? Quando e como comer? Quais os estudos científicos que apoiam os seu efeitos benéficos na nossa saúde?
Existem alimentos verdadeiramente extraordinários, com características únicas que podem potenciar de forma fantástica a nossa saúde. No entanto e apesar disso temos sempre que nos lembrar de não exagerar pois o excesso pode ter consequências por vezes graves! Cuidado com as modas alimentares que por vezes esquecem as reações únicas de cada um de nós! Os sistemas imunitários não são todos iguais e podem causar-nos surpresas perigosas principalmente quando contactam com algo novo introduzido na sua fisologia.
Segundo os nutricionistas, têm esta designação por serem ricos em determinado nutriente, fazendo com que tenham um efeito quase terapêutico para o organismo.
Quais são os superalimentos?
A lista é longa mas comecemos com aqueles que já começaram a fazer parte da nossa alimentação, ocupando o lugar tipicamente dado ao arroz, massa e batata, a saber:
Quinoa
Batata doce
Trigo sarraceno
Bulgur
As espécies de cereais, grãos ou plantas acima referidas, pelas suas características, ajudam a:
Controlar a Diabetes
Fortalecer o sistema imunitário
Indicados nutricionalmente para uma dieta de emagrecimento
Mais adiante referiremos alguns dos restantes superalimentos.
Excesso de peso e superalimentos
Atualmente há muitos mais doentes que procuram um nutricionista para uma reeducação alimentar. Em vez de dietas milagrosas com resultados de curta duração os nutricionistas vêem cada vez mais pessoas interessadas em aprender a comer melhor, apostando numa mudança a longo prazo.
Alterar hábitos alimentares sem ter como único objectivo ver descer o ponteiro da balança é essencial para prolongar resultados e conseguir assumir novos hábitos de forma independente, sem ter que estar constantemente a ser acompanhado por um especialista.
Os superalimentos existem há muitos anos em diferentes culturas. O importante é estar atento ao que vai chegando ao nosso mercado. Existe actualmente a crescente preocupação da indústria para dar opções mais saudáveis aos clientes.
Os restaurantes começam a ter mais opções vegetarianas e as áreas saudáveis dos supermercados começam a ter corredores cada vez mais recheados e a abertura de restaurantes e supermercados categorizados como biológicos e, por isso, mais saudáveis são também pontos positivos.
Apesar das frutas e legumes serem ainda os produtos mais procurados alguns supermercados têm já zonas que são oásis de quem opta por alternativas para fugir à alimentação mais tradicional. Para essas pessoas, bagas de goji, açaí, maca ou spirulina são tão comuns no dia-a-dia como o sal e a pimenta que todos usamos na cozinha.
Moda ou um estilo de vida?
Se a alimentação saudável é uma moda, então que venha para ficar e, tal como qualquer outra moda, vive de ciclos. Os chamados sumos detox sempre foram feitos, com o nome de batidos de frutas. As papas de aveia, que têm vindo a tomar conta dos pequenos-almoços, mais não são que as papas das nossas avós.
Os pratos são recuperados mas agora, além de ocuparem os livros de receitas, enchem também os murais das redes sociais. A preocupação é o bom empratamento, o ângulo certo e uma foto que faça jus à qualidade do prato. Além de servir para exibir dotes, serve também de inspiração e motivação para quem se inicia na vida saudável.
Basta explorar o Instagram para se deparar com pratos de legumes salteados com quinoa e gengibre e bolo de banana sem glúten e sem lactose para sobremesa.
Alguns dos superalimentos mais ricos nutricionalmente
12 SUPERALIMENTOS
Quinoa
Quinoa é um superalimento que pode substituir o arroz ou a massa
Vantagens da Quinoa:
Sem glúten
Rica em ácidos gordos e vitaminas
Acção antioxidante
Pode ser servida em saladas, sopas, panquecas ou como acompanhamento, substituindo o arroz ou massa.
Maca
Maca é um superalimento energético e afrodisíaco que pode juntar-se a um iogurte ou sopa
Sim está bem escrito! Lê-se maca e não maça!
Vantagens da Maca:
O pó de maca ajuda a regulação hormonal, em casos de menopausa
Energético
Afrodisíaco
Tem um sabor forte, por isso o melhor é juntar a iogurtes ou sopas.
Bagas de Goji
As Bagas de Goji fortalecem o sistema imunitário e combatem o envelhecimento. Podem juntar-se a iogurte, cereais ou saladas
São frutos vermelhos desidratados e consumidos nas formas seca e crua.
Vantagens das bagas de Goji:
Combate o envelhecimento
Fortalece o sistema imunitário
Pode servir para fazer chá, ou para enriquecer as saladas, iogurtes ou cereais de pequeno-almoço.
Açai
O Açai diminui o colesterol e é antioxidante. Pode juntar-se a iogurte
Vantagens do Açai:
Rica em proteína e fibra
Diminui o colesterol
Forte poder antioxidante
Comprando em polpa ultracongelada, pode ser comida como gelado, servida em batidos ou com iogurte,
Spirulina
A Spirulina é uma micro alga com elevado teor de proteina, sendo regeneradora após actividade física . Pode juntar-se a sumos e sopas
Vantagens da Spirulina:
Micro alga predominantemente composta por proteína
Actividade regeneradora após actividade física
O sabor é forte, por isso é aconselhável que se junte a sumos ou sopas
Gengibre
Além de estar associado à prevenção de náuseas e vómitos, está também provado que a ingestão de gengibre permite reduzir os níveis de inflamação, seja ela aguda ou crónica, como no caso da artrite reumatoide, por exemplo. O gingerol é uma das substâncias ativas presentes no gengibre com ações benéficas para o organismo, sendo antioxidante e anti-inflamatório.
Açafrão
O açafrão é extraído dos pistilos de flores de Crocus sativus, uma planta da família das Iridáceas. É utilizado desde a Antiguidade como especiaria, principalmente na culinária do Mediterrâneo — região de onde a variedade é originária — na preparação de risotos, aves, caldos, massas e doces. É um ingrediente essencial à paella espanhola.
Há séculos que o açafrão é também utilizado com fins medicinais. Historicamente foi utilizado no tratamento do cancro e de estados depressivos. Estas aplicações têm sido pesquisadas atualmente.
Efeitos promissores e seletivos contra o cancro têm sido observados in vitro e in vivo, mas não ainda em testes clínicos. Efeitos antidepressivos também foram encontrados in vivo e em estudos clínicos preliminares. Há portanto interessantes perspectivas de uso dos extratos de açafrão na fitoterapia racional.
Açafrão e os benefícios estudados
De seguida descrevo estudos sobre alguns dos mais importantes benefícios do açafrão, incluindo:
Introduza de forma gradual pelo menos alguns destes alimentos na sua alimentação e sinta a diferença para melhor na sua saúde. Algumas das grandes superfícies já têm espaços próprios para estes alimentos, tornando a sua procura mais fácil. Se em simultâneo evitar os alimentos processados você não vai acreditar no que lhe vai acontecer… retardando o envelhecimento!
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