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DOR NO ABDÓMEN DO LADO DIREITO APENDICITE QUAL O PERIGO?




Dor no abdómen do lado direito e qual o perigo de apendicite? Este tipo de dor no abdómen pode estar associada ao apêndice. Assim sendo é fundamental que não deixe a dor chegar a casos extremos, para evitar uma rutura no apêndice e infeções que podem ser muito graves, nomeadamente septicémia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Qual a anatomia do abdómen?
  • Apendicite o que é?
  • Onde se localiza?
  • Sintomas da apendicite
  • Apendicite em crianças e adolescentes quais os sintomas?
  • Apendicite em bebés quais os sinais e sintomas?
  • Tratamento qual o melhor?
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Anatomia do abdómen

Para uma localização e diagnóstico mais adequado da causa da dor abdominal, divide-se o abdómen em 4 quadrantes, conforme descrito na imagem seguinte:

Quadrantes do abdómen melhorsaude.org melhor blog de saude

Apendicite o que é?

A apendicite é uma doença comum causada pela infeção do apêndice. Afeta cerca de 7% da população, o que a torna uma das principais emergências médicas em todo o mundo. A apendicite geralmente surge entre os 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, apesar de ser rara nas crianças com menos de 2 anos.

Apêndice onde se localiza?

Localização do apêndice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do apêndice e orgãos próximos

O apêndice é um órgão com tamanho e localização variáveis, e a sua proximidade com outros órgãos da pelve e do abdómen podem fazer com que os sintomas de apendicite sejam parecidos com os de outras doenças, tais como, diverticulite, torção do ovário, gravidez ectópica, cálculos renais e outros problemas do abdómen ou da pelvis.

Apendice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do #apêndice

Sintomas da apendicite

O sintomas da apendicite nem sempre se manifestam do lado direito do abdómen. Assim de seguida descrevo os diversos cenários de sintomatologia associada à apendicite.

Dor abdominal típica

  • A dor típica começa de forma difusa junto ao umbigo e no espaço de 24 horas migra para o quadrante inferior direito do abdómen;
  • Tipicamente existe dor à palpação do abdómen que se torna muito mais intensa quando se retira de repente a mão que executa a palpação ( sinal de Blumberg )

Dor abdominal atípica

  • Em cerca de 15% das pessoas o apêndice localiza-se mais posteriormente, fazendo com que o local da dor da apendicite seja diferente. Neste caso o paciente pode queixar-se de dor lombar  à direita, dor no quadrante superior direito ou dor em todo o flanco direito.
  • Há também aqueles pacientes com apêndices mais baixos, cuja ponta se estende até a região da pelve. Nestes casos, a dor pode ser na virilha à direita, no ânus ou na região púbica. Evacuar ou urinar podem provocar exacerbações da dor.

Dor abdominal do lado esquerdo

  • Apesar de raro, não é impossível que o paciente com apendicite tenha dor do lado esquerdo do abdómen, caso o apêndice seja mais comprido que o habitual e se estenda até o lado esquerdo da cavidade abdominal. Porém, apendicite não deve ser a primeira hipótese diagnóstica nos pacientes com dor abdominal no lado esquerdo, exceto nos raros casos de situs inversus (condição rara na qual os pacientes apresentam órgãos do tórax e abdómen em posição oposta à habitualmente esperada).
  • Endurecimento da parede do abdómen
  • Enjoos ( em 90% dos casos )
  • Vómitos ( em 90% dos casos )
  • Perda do apetite ( em 90% dos casos )
  • Febre
    • A febre é geralmente baixa. Só existe febre alta quando há perfuração do apêndice e extravasamento de material fecal dos intestinos para dentro da cavidade abdominal, o que gera uma intensa reação inflamatória e grave infeção.
  • Diarreia
  • Prisão de ventre
  • Distensão abdominal
  • Leucocitose (aumento do número de leucócitos ou glóbulos brancos no hemograma). Mais de 80% dos pacientes com apendicite aguda apresentam leucocitose no exame de hemograma. Quanto mais intensa é a leucocitose, em geral, mais extenso é o processo inflamatório.

Nem todos os sinais e sintomas listados acima estão necessariamente presentes nos pacientes com apendicite aguda. Alguns, tais como diarreia, prisão de ventre ou distensão abdominal, ocorrem em menos da metade dos casos.

Tipicamente os três sintomas associados mais comuns num quadro de apendicite são a dor abdominal, os vómitos e perda do apetite.

Sinais e sintomas em bebés e crianças

O quadro clínico da apendicite em adolescentes é basicamente o mesmo dos adultos. Já nas crianças com menos de 12 anos, os sintomas podem ser um pouco diferentes.

Crianças entre os 5 e os 12 anos

Assim como nos adultos, a dor abdominal e os vómitos são os sintomas mais comuns nas crianças em idade escolar, embora a característica migração da dor da região peri umbilical para o quadrante inferior direito possa não ocorrer.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor no quadrante inferior direito do abdómen – 82%
  • Náuseas – 79%
  • Perda do apetite – 75%
  • Vómitos – 66%
  • Febre – 47%
  • Diarreia- 16%

Crianças entre 1 e os 5 anos

A apendicite é incomum em crianças com menos de 5 anos. Febre, vómitos, dor abdominal difusa e rigidez abdominal são os sintomas predominantes, embora irritabilidade, respiração ruidosa, dificuldade para andar e queixas de dor na região direita do quadril também possam estar presentes.

A típica migração da dor para o quadrante inferior direito do abdómen ocorre em menos do que 50% dos casos. Diarreia e febre, todavia, são bem mais comuns que nos adultos. As crianças pequenas costumam apresentar febre baixa (ao redor de 37,8ºC) e ruborização das bochechas.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor abdominal – 94%
  • Febre – 90%
  • Vômitos – 83%
  • Dor à descompressão – 81%
  • Perda do apetite – 74%
  • Rigidez abdominal – 72%
  • Diarreia- 46%
  • A distensão abdominal – 35%

Bebés com menos de 1 ano

Se a apendicite em crianças com menos de 5 anos é incomum, a apendicite em recém-nascidos e no primeiro ano de vida é ainda mais rara. A baixa frequência de apendicite nesta faixa etária deve-se provavelmente ao formato mais afunilado e menos propenso à obstrução do apêndice, em oposição ao formato mais tubular do órgão nos adultos e crianças mais velhas.

Apesar de rara, infelizmente, a mortalidade neonatal de apendicite é de quase 30%, pois o diagnóstico precoce é muito difícil, já que o quadro clínico costuma ser muito atípico. A distensão abdominal é mais comum que a própria dor abdominal, provavelmente porque os bebés não conseguem comunicar adequadamente.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Distensão abdominal – 75%
  • Vómitos – 42%
  • Perda do apetite – 40%
  • Dor abdominal – 38%
  • Febre – 33%
  • Inflamação da parede abdominal – 24%
  • Irritabilidade ou letargia – 24%
  • Dificuldade respiratória – 15%
  • Massa abdominal – 12%
  • Sangramento nas fezes – 10%

Tratamento para a apendicite

O tratamento é, naturalmente, cirúrgico com retirada do apêndice inflamado.

Laparoscopia melhorsaude.org melhor blog de saude
Procedimento usa técnicas de Laparoscopia interna mas também de cirurgia tradicional

Concluindo

Uma dor aguda do lado direito do abdómen pode não ser nada de grave mas, num adulto ou criança, deve ser valorizada procurando apoio médico para descartar a hipótese de apendicite aguda que pode ser fatal se não for tratada atempadamente. Existem também descritos casos atípicos em que a dor apesar de ter origem no apêndice não se situa do lado direito fazendo com que nesses casos essa dor seja  menos valorizada como sendo potencialmente perigosa! O risco de problemas graves resulta da probabilidade de haver uma rutura do apêndice infetando a cavidade abdominal com risco de septicémia ou seja infeção sistémica generalizada. Não arrisque…proteja-se pela sua saúde!

Fique bem

Franklim A. Moura Fernandes

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Franklim Fernandes ÁREA RESERVADA melhorsaude.org

DOR DE BARRIGA e apendicite melhorsaude.org

Polimedicação vs desprescrição como retirar medicamentos a mais?

Polimedicação vs desprescrição e efeitos adversos que provocam mais prescrição, como travar esse ciclo vicioso? Como farmacêutico comunitário este é um problema de confrontação diária em conversa com os meus utentes. Existem cada vez mais doentes crónicos polimedicados que tomam mais de 10 medicamentos por dia! Os efeitos adversos são inevitáveis mas muitas vezes são erradamente interpretados como novas doenças a tratar! Isto origina tipicamente um ciclo vicioso de polimedicação denominado cascata de prescrição que consiste basicamente na prescrição de mais medicamentos para tratar os efeitos secundários em vez de se tentar a desprescrição ou seja o desmame ou substituição do medicamento que está a causar esse efeito adverso.

Se é certo que em alguns casos graves não é possível retirar o medicamento que causa efeitos adversos noutros é perfeitamente exequível a desprescrição sendo até o mais adequado terapeuticamente… desde que o diagnóstico seja correto! Esta é sempre uma tarefa difícil que deve ser preparada em conjunto pelo médico e farmacêutico que assistem o doente.

Neste artigo descreve-se um caso típico de uma doente crónica idosa que toma 14 medicamentos diferentes por dia e quais os medicamentos que poderiam ser retirados do seu esquema terapêutico aplicando uma desprescrição adequada e segura.

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Polimedicação caso de estudo

The University of British Columbia caso de estudo: Uma mulher de 70 anos é diagnosticada com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), apneia do sono obstrutiva, disfunção ventricular esquerda com obstrução da via de saída, hipertensão, embolia, insônia, ansiedade, depressão, comprometimento cognitivo leve e laringite inexplicável. Ela toma 14 medicamentos prescritos e 4 suplementos, mas prefere menos. A sua enfermeira de cuidados primários consulta um farmacêutico clínico de ambulatório para uma revisão abrangente da medicação.

A lista de patologias, medicamentos e respetiva posologia está descrita na tabela seguinte:

Coração/pressão arterial:Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC):
1. Espironolactona 25mg/dia de manhã8. Tiotrópio 2,5mcg 2 inalações de manhã
2. Diltiazem 180mg/dia de manhã9. Budesonida 100mcg / formoterol 6mcg 2xdia
3. Bisoprolol 2,5mg/dia de manhã10. Salbutamol 100mcg 3xdia se necessário
4. Furosemida 40mg 2/2 dias de manhãAnsiedade/Depressão/Sono:
5. Rosuvastatina 10mg/dia ao deitar11. Venlafaxina 300mg/dia de manhã
Prevenção de tromboembolismo venoso:12. Mirtazapina 30mg/dia ao deitar
6. Rivaroxabano 20mg/dia à noite13. Clonazepam 0,25mg/dia ao deitar
Suspeita de refluxo gástrico (sem sangramento):14. Melatonina 3mg/dia ao deitar
7. Pantoprazol 40mg/dia de manhã15.-18. Ferro, cálcio, vitamina C e vitamina D
Fonte: The University of British Columbia, Therapeutics letter 138 July-August 2022

Cascatas de prescrição escondidas

Antes inimagináveis, listas de medicamentos intimidadoras agora são comuns.1 A mitigação pode ser mais fácil se os prescritores e farmacêuticos dispensadores reconhecerem o potencial de “cascatas de prescrição” e começarem a “especializar-se” também em desprescrição. Cunhado por dois geriatras em 1995,2 “uma cascata de prescrição começa quando um medicamento é prescrito, ocorre um evento adverso de medicamento que é interpretado erradamente como uma nova condição médica e um medicamento subsequente é prescrito para tratar esse efeito adverso induzido por medicamento.”3 As sequelas também incluem medicamentos não sujeitos a receita médica ou dispositivos médicos (por exemplo, inserção de pacemaker cardíaco).

As potenciais cascatas de prescrição identificadas, neste caso de estudo, são as que constam da tabela seguinte, que apresenta os medicamentos usados (coluna 1), os efeitos adversos mais comuns dessa medicação (coluna 2) e os fármacos acrescentados a esta medicação crónica apenas para combater os efeitos secundários (coluna 3).

MedicamentoEfeito adverso comumCascata de prescrições possível (para combater efeitos adversos)
DiltiazemEdema periféricoFurosemida para tratar edema erradamente diagnosticado como excesso de volume ou insuficiência cardíaca noturna
TiotrópioAnticolinérgico: Rouquidão/laringitePantoprazol para reduzir o ácido gástrico erradamente diagnosticado como refluxo gástrico
BudesonidaCorticosteroide: Candidíase/rouquidãoPantoprazol
MirtazapinaAnticolinérgico: Esvaziamento gástrico deficiente; Rouquidão/laringitePantoprazol
VenlafaxinaNáuseas, indigestão, mal-estar gástricoPantoprazol
VenlafaxinaInsónia, agitação, ansiedadeClonazepam, melatonina, mirtazapina
VenlafaxinaTaquicardia/palpitaçõesBisoprolol com dose aumentada
PantoprazolAbsorção de ferro deficienteSuplemento de ferro
Sulfato de ferro (FeSO4)Náuseas e indigestãoPantoprazol
Fonte: The University of British Columbia, Therapeutics letter 138 July-August 2022

Prescrições adicionadas para combater um ou mais efeitos de medicamentos podem induzir quedas por super sedação, “distúrbio cognitivo leve” ou outros efeitos anticolinérgicos (anti muscarínicos) ou efeitos adversos de um Inibidor da Bomba de Protões (IBP). Dado o interesse dessa mulher em desprescrever, o farmacêutico clínico também questionou outros medicamentos da sua lista.

Efeitos adversos e cascatas de prescrição

Os estudos publicados sobre cascatas de prescrição concentram-se em várias classes de medicamentos.4 Os identificados anteriormente incluem alguns dos 200 medicamentos mais frequentemente prescritos. Descrevo de seguida sete exemplos predominantes sobre possíveis cascatas de prescrição.

Medicamentos anticolinérgicos >> disfunção cognitiva >> medicamentos para a demência

Medicamentos anticolinérgicos (por exemplo, antidepressivos tricíclicos, ciclobenzaprina, mirtazapina, Quetiapina, oxibutinina)5 bloqueiam a neurotransmissão acetilcolinérgica no cérebro, prejudicando a cognição e a memória mesmo na presença de inibidores da acetilcolinesterase (AChE-I: donepezilo, galantamina, rivastigmina).6,7 O declínio cognitivo percebido como uma nova condição ou agravamento da demência pode levar a novas prescrições ou aumento das doses de AChE-I.8,9

Medicamentos para a demência >> incontinência >> medicamentos anticolinérgicos

Por outro lado, os inibidores da acetilcolinesterase (AChE-I) podem causar incontinência urinária ou fecal, que pode causar uma “cascata” para prescrição de um anticolinérgico. Dois estudos encontraram aumento do uso de medicamentos antimuscarínicos da bexiga (por exemplo, oxibutinina) após prescrição de inibidores da colinesterase para demência.10 Bradicardia ou síncope (muscarínica) ou cãibras musculares (nicotínicos) são outros efeitos colinérgicos que podem precipitar novos tratamentos.11-13

Anticolinérgicos >> dispepsia/refluxo >> medicamentos inibidores da bomba de protões

Dispepsia ou azia devido ao esvaziamento gástrico retardado podem ser confundidos com refluxo gastrointestinal espontâneo. Essa associação foi sugerida como uma possível cascata em um estudo que avaliou prescrições de IBPs de longa data.14 Num estudo nos EUA com 248 residentes de casas de repouso, a probabilidade de receber um IBP aumentou com a carga anticolinérgica. Similarmente um grande estudo de coorte, de idosos com demência, na da Nova Escócia sugeriu que os anticolinérgicos aumentaram a prescrição de IBP “consistente com uma cascata de prescrição”.16

Anticolinérgicos >> obstipação >> medicamentos laxantes

A obstipação induzida por medicamentos é uma associação bem conhecida e confirmada por uma revisão sistemática de 2021.17 Entre os residentes de casas de repouso italianas, os antidepressivos tricíclicos aumentaram o uso de laxantes (OR 2,98, IC 95% 1,31-6,77), assim como outros antidepressivos, especialmente mirtazapina ( OR 1,37, IC 95% 1,09-1,71).18

Bloqueadores dos canais de cálcio / gabapentina/pregabalina >> edema >> medicamentos diuréticos

Os bloqueadores dos canais de cálcio dihidropiridínicos (BCC), tais como, por exemplo, amlodipina, lercanidipina, nifedidina e felodipina, frequentemente causam edema dose-dependente, afetando até 30% dos pacientes idosos.19,20 Dois estudos de coorte recentes descobriram que as prescrições de furosemida aumentaram em pessoas que tomam BCC, em comparação com outros anti hipertensivos.21,22 A redução ou interrupção de um BCC pode ser preferível à adição de furosemida, dada a sua multiplicidade efeitos adversos.

A gabapentina e a pregabalina também causam edema periférico dose-dependente. Na dor crônica, isso afeta até 9% das pessoas que tomam gabapentina e 10% para pregabalina (até 4 vezes versus placebo).23-25 Um grande estudo de coorte de Ontário de 2011-2019 encontrou aumento nas prescrições de diuréticos de alça após o início de gabapentina/pregabalina para dor lombar de início recente em idosos (HR: 1,44, IC 95%: 1,23, 1,70; aumento do risco absoluto 0,7%).26 Ambos podem ser associada ao diagnóstico inadequado de insuficiência cardíaca.27

Desordem de movimentos induzida por medicamentos >> medicamentos anti Parkinson

A maioria dos antipsicóticos, alguns antidepressivos e os antieméticos metoclopramida e proclorperazina bloqueiam os recetores de dopamina ou causam distúrbios do movimento por outros mecanismos. Esses eventos adversos podem ser confundidos com a doença de Parkinson.28 Embora um estudo canadiano tenha achado essas cascatas de prescrição incomuns,10 outros veem mais motivos para preocupação. As prescrições de antipsicóticos, antidepressivos e metoclopramida mais recentes e mais antigos foram associadas ao aumento da prescrição subsequente de l-DOPA/carbidopa e outros medicamentos antiparkinsonianos.3,28-32

Hipertensão induzida por medicamentos >> medicamentos anti-hipertensores

Cerca de 15% dos adultos americanos (19% dos adultos com hipertensão) tomam um medicamento que pode aumentar a pressão arterial.33 Antidepressivos (8,7% dos adultos) e AINEs prescritos (6,5%) foram os candidatos potenciais mais frequentes para uma cascata de prescrição pouco reconhecida.

Desprescrição

A desprescrição ou seja prevenir, detetar e reverter cascatas de prescrição não é fácil.34 Os pesquisadores citados nesta Carta propõem uma abordagem abrangente, enquanto a Canadian Deprescribe Network oferece uma mais simples para o público.4,35,36 Reconhecer e intercetar cascatas ainda requer conhecimento e revisão especializada de medicamentos, incluindo atenção a cascatas conhecidas.37 Como um revisor médico rural desta Carta escreveu:

“O problema é em grande parte a nossa mentalidade de tratar reflexivamente novos sintomas com medicamentos, sem primeiro pensar em relação aos efeitos colaterais induzidos por medicamentos em pacientes que já tomam muitos”.

Conclusões

▪ As cascatas de prescrição causam polimedicação e danos evitáveis.

▪ Preveni-los por meio de prescrição cuidadosa baseada em indicação e triagem de cascatas durante as revisões de medicamentos. Utilizar o farmacêutico especializado ou consulta médica quando disponível.

▪ Comece pela familiarização com cascatas envolvendo medicamentos comuns na atenção primária; reduza as doses se a desprescrição parecer muito radical.

▪ Identificar uma cascata de prescrição é um momento de aprendizagem, use-o.

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Reducing prescribing cascades https://www.ti.ubc.ca/wordpress/wp-content/uploads/2022/09/138.pdf

Microplásticos no sangue coração e pulmões estratégias de defesa

Os microplásticos  já foram encontrados nos  locais mais remotos do nosso planeta tais como na neve próxima ao pico do Everest, o ponto mais alto da terra, assim como em amostras de água da Fossa das Marianas, o local mais profundo do oceano. No corpo humano é encontrado em qualquer local que seja procurado, por exemplo,  na placenta, no leite materno, na corrente sanguínea, no coração e nos pulmões. 

Um estudo publicado no periódico JAMA Network Open mostrou que as micropartículas podem ser encontradas também no cérebro

A poluição por microplásticos emergiu como uma preocupação ambiental e de saúde pública global. Estas partículas minúsculas, resultantes da degradação de materiais plásticos, estão presentes em diversos ambientes e podem entrar no corpo humano através da ingestão de alimentos, inalação de ar contaminado e contacto com produtos que contêm microplásticos. Estudos recentes indicam que os microplásticos podem acumular-se em órgãos vitais, como o coração e o cérebro, levantando preocupações sobre os seus potenciais efeitos adversos na saúde humana. 

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Microplástticos o que são?
  • Causas e fontes de exposição
  • Impactos na saúde humana
  • Microplásticos no sangue, coração, pulmões, cérebro, intestinos, placenta, leite materno, etc
  • Inflamação e stress oxidativo
  • Agentes patogénicos e infeções
  • Disfunção da microbiota intestinal
  • Transporte de substâncias tóxicas
  • Microplásticos mais comuns
  • Estratégias de segurança e mitigação
  • Água de beber, qual o melhor filtro?
  • Métodos de filtração mais eficazes

Microplásticos o que são?

Várias definições são encontradas para o termo microplástico, de acordo com a faixa de tamanho das partículas, sendo a mais utilizada a que se refere a esses materiais como partículas de polímeros orgánicos sintéticos com tamanho inferior a 5 mm. Essa definição foi proposta em 2009 pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e, desde então, a maioria das publicações tem a adotado como referência. 

Após um pouco mais de uma década, em 2020, foi publicada a norma intitulada “Plastics – Environmental Aspects – State of Knowledge and Methodologies” (ISO/TR 21960:2020), em que o termo microplástico é definido como qualquer partícula plástica sólida insolúvel em água com dimensões entre 1 µm e 1000 µm. A norma também define o termo “large microplastic” (microplástico grande, em tradução livre), para a faixa de tamanho de 1 a 5 mm.

De modo geral, os microplásticos são definidos como partículas de plástico com menos de 5 mm de diâmetro. Podem ser classificados em primários, quando produzidos intencionalmente para uso em produtos como cosméticos e produtos de higiene pessoal, ou secundários, resultantes da degradação de objetos plásticos maiores no ambiente. Devido ao seu tamanho diminuto, os microplásticos podem ser facilmente ingeridos ou inalados, levando à sua acumulação no organismo humano.

Journal of Hazardous Materials


Causas e fontes de exposição

A exposição humana aos microplásticos ocorre através de várias fontes como alimentos, água, ar contaminado e uso de produtos contendo microplásticos.

Ingestão de alimentos e água

Os microplásticos foram detectados em diversos alimentos, incluindo frutos do mar, sal e água potável. Estima-se que um adulto possa ingerir milhares de partículas de microplástico por ano através da dieta.

Inalação de ar contaminado

Partículas de microplástico presentes no ar podem ser inaladas, especialmente em ambientes urbanos e industriais. Um estudo estimou que um adulto pode inalar até 170 partículas de microplástico diariamente, embora os efeitos na saúde respiratória ainda não sejam totalmente compreendidos.
Scielo – Microplásticos: Ocorrência ambiental e desafios analíticos

Uso de produtos contendo microplásticos

Produtos de uso diário, como certos cosméticos, pastas de dentes e produtos de limpeza, podem conter microplásticos que entram em contacto direto com o corpo humano. Além disso, o uso de máscaras faciais descartáveis durante a pandemia de COVID-19 levantou preocupações sobre a inalação de microplásticos libertados por estas máscaras.
Cornell University – Disposable face masks: a direct source for inhalation of microplastics


Microplásticos e impactos na saúde humana

A presença de microplásticos no organismo humano pode ter vários efeitos adversos como inflamação, stress oxidativo, disfunção da microbiota intestinal e transporte de substâncias tóxicas.

Sangue e placenta

Em janeiro de 2021, cientistas italianos da Universidade Politécnica de Marche, em Ancona, relataram na Environment International a presença de microplásticos na placenta de mulheres grávidas. Apesar de reconhecerem que os efeitos eram desconhecidos, os cientistas alertaram para o risco de malformação dos fetos, que ainda precisavam ser mais bem estudados. 

Estudo: Plasticenta: First evidence of microplastics in human placenta

Em maio de 2022, pesquisadores da Universidade Vrije, em Amsterdão, nos Países Baixos, revelaram que 77% dos doadores de sangue do país carregavam grande número de partículas plásticas no sangue.

Estudo: Discovery and quantification of plastic particle pollution in human blood

Coração

Um estudo divulgado na revista científica Environmental Science & Technology, descreve que uma equipa médica do Hospital Anzhen, de Pequim, encontrou pela primeira vez microplásticos em corações humanos. Ao avaliar o músculo cardíaco de 15 pacientes que seriam submetidos a uma intervenção cirúrgica, os médicos encontraram nove diferentes tipos de plástico em cinco tecidos cardíacos distintos.

Estudo: Detection of Various Microplastics in Patients Undergoing Cardiac Surgery

Pulmões

Uma equipa do departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), detectou microplasticos em pulmões humanos, como descrito em artigo publicado na Journal of Hazardous Materials em 2021. Os microplásticos estão no ar e é inevitável que sejam inalados. Sabemos que eles chegam aos pulmões, mas ainda precisamos de conhecer qual é o real impacto na saúde humana.

Estudo: Presence of airborne microplastics in human lung tissue

Intestino

Os microplásticos podem estar ligados à doença inflamatória intestinal (DII). Um estudo de pessoas com Doença Inflamatória Intestinal detetou que os doentes tinham mais 50% de microplásticos nas fezes.

Pesquisas anteriores mostraram que os microplásticos podem causar inflamação intestinal e outros problemas intestinais em animais de laboratório, mas a investigação é a primeira a investigar possíveis efeitos em humanos. Os cientistas encontraram 42 pedaços de microplástico por grama em amostras secas de pessoas com DII e 28 pedaços em pessoas saudáveis.

A concentração de microplásticos foi também maior para aqueles com doença inflamatória intestinal mais grave, sugerindo uma ligação entre ambos. No entanto, o estudo não prova uma ligação causal e os cientistas disseram que é necessário fazer mais investigação. Pode ser que a doença inflamatória intestinal faça com que as pessoas retenham mais micropláticos no intestino.

Estudo: Analysis of Microplastics in Human Feces Reveals a Correlation between Fecal Microplastics and Inflammatory Bowel Disease Status

Inflamação e stress oxidativo 

Estudos indicam que os microplásticos podem induzir respostas inflamatórias e aumentar o stress oxidativo nas células humanas, o que pode levar a danos celulares e contribuir para o desenvolvimento de doenças crónicas.

Microorganismos patogénicos e infeções

Os microplasticos comportam-se também como potenciais vetores de transporte de microrganismos, incluindo patogénicos, através da formação de um biofilme na superfície do microplástico. Espécies invasoras também são transportadas por microplésticos e os seus efeitos na biodiversidade do ecossistema ainda são desconhecidos, bem como os prejuízos relacionados com a migração de espécies exóticas para outros habitats.

Disfunção do microbioma intestinal 

A ingestão de microplásticos pode alterar a composição da microbiota intestinal, afetando a digestão e a função imunológica. Estas alterações podem estar associadas a várias condições de saúde, incluindo doenças metabólicas e imunológicas.

Transporte de substâncias tóxicas 

Os microplásticos podem adsorver poluentes orgânicos persistentes e metais pesados presentes no ambiente, atuando como vetores que introduzem estas substâncias tóxicas no organismo humano. Isto pode aumentar a exposição a compostos potencialmente carcinogénicos e disruptores endócrinos.


Microplásticos mais comuns

No meio marinho, os microplásticos são um grupo heterogéneo de partículas (< 5 mm), variando em tamanho, forma e composição química. Encontram-se nos sedimentos, na superfície do mar, na coluna de água e na vida selvagem. A próxima tabela descreve os tipos de polímeros plásticos mais comuns no meio marinho. Destes, os tipos de plástico mais comummente fabricados são o polietileno e o polipropileno.

A tabela seguinte descreve a aplicação comum do plástico encontrado no meio marinho e a frequência do tipo de polímero identificado em 42 estudos de detritos microplásticos recolhidos no mar ou em sedimentos marinhos.


Estratégias de Mitigação

Para reduzir a exposição aos microplásticos e mitigar os seus potenciais efeitos na saúde, podem ser adotadas várias estratégias:

  • Redução do uso de plásticos: Diminuir o consumo de produtos plásticos descartáveis e optar por alternativas reutilizáveis pode reduzir a quantidade de microplásticos no ambiente.
  • Filtragem de água: A utilização de sistemas de filtragem de água eficazes pode diminuir a ingestão de microplásticos presentes na água potável.
  • Escolha de produtos sem microplásticos: Optar por produtos de higiene pessoal e cosméticos que não contenham microplásticos pode reduzir a exposição direta a estas partículas.
  • Políticas públicas e regulamentação: A implementação de políticas que limitem a produção e uso de microplásticos, bem como a promoção de práticas de gestão de resíduos mais eficazes, são essenciais para reduzir a contaminação ambiental e a exposição humana.

Água para beber qual o melhor filtro?

Para minimizar a ingestão de microplásticos e outros contaminantes na água potável, é essencial adotar métodos de filtração eficazes, tanto para a água engarrafada quanto para a da rede pública. A escolha do filtro adequado depende da eficácia na remoção de partículas e da manutenção necessária.

Métodos de Filtração Eficazes:

  1. Filtros de Osmose Reversa: Estes sistemas utilizam uma membrana semipermeável capaz de filtrar partículas até 0,001 mícron, removendo praticamente todos os microplásticos e muitos outros contaminantes. Embora altamente eficazes, são mais onerosos e requerem manutenção regular.
  2. Filtros de Carvão Ativado em Bloco: Filtros de alta qualidade com blocos de carbono podem remover até 100% dos microplásticos conhecidos, além de outros contaminantes como cloro e compostos orgânicos. São uma opção mais acessível e de fácil instalação.
  3. Filtros de Destilação: Este método envolve a evaporação e condensação da água, resultando em H₂O pura e eliminando microplásticos e outros contaminantes. No entanto, é um processo mais lento e pode não ser prático para uso diário.

Recomendações de marcas e 0rodutos:

  • LifeStraw Home: Este filtro remove mais de 30 contaminantes, incluindo bactérias, microplásticos e PFAS, apresentando um design moderno e eficiente.
  • Franke Vital Capsule: Este sistema de filtragem remove microplásticos, pesticidas, hormonas, germes nocivos, cloro e ferrugem, garantindo água de alta qualidade diretamente da torneira.
  • Filtros de Torneira com Bloco de Carbono: Modelos como o EcoPro são eficazes na remoção de microplásticos e outros contaminantes, oferecendo uma solução prática para filtrar a água da torneira.

Considerações Adicionais:

  • Manutenção Regular: Independentemente do tipo de filtro escolhido, é crucial seguir as instruções do fabricante para a substituição dos elementos filtrantes, garantindo a eficácia contínua na remoção de contaminantes.
  • Análise da Qualidade da Água: Antes de selecionar um sistema de filtração, considere realizar uma análise da água da sua região para identificar os contaminantes específicos presentes e escolher o filtro mais adequado às suas necessidades.

Ao implementar um sistema de filtração apropriado e manter uma manutenção adequada, pode-se reduzir significativamente a presença de microplásticos e outros elementos nocivos na água potável, promovendo uma saúde melhor e maior segurança no consumo diário.


Conclusão

A presença de microplásticos no ambiente e a sua potencial acumulação no organismo humano representam uma preocupação emergente para a saúde pública. Embora a compreensão dos seus efeitos ainda esteja em desenvolvimento, as evidências atuais sugerem a necessidade de medidas preventivas para reduzir a exposição e mitigar os riscos associados. Investigações futuras são essenciais para aprofundar o conhecimento sobre os mecanismos de toxicidade dos microplásticos e desenvolver estratégias eficazes de proteção da saúde humana.


Referências Bibliográficas

  1. Microplastics in the Olfactory Bulb of the Human Brain: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2823787
  2. Detection of microplastics in human lung tissue using μFTIR spectroscopy https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969722020009
  3. Analysis of Microplastics in Human Feces Reveals a Correlation between Fecal Microplastics and Inflammatory Bowel Disease Status https://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/acs.est.1c03924
  4. Presence of airborne microplastics in human lung tissue https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0304389421010888
  5. Microplastics in Seafood and the Implications for Human Health Microplastics in Seafood and the Implications for Human Health – PMC
  6. Scielo – Microplásticos: Ocorrência ambiental e desafios analíticos
  7. Microplásticos na saúde: como lidar com a contaminação humana no meio da poluição desenfreada https://portugues.medscape.com/verartigo/6511887
  8. El Páis – Así se acumulan los microplásticos en el cuerpo: más en el cerebro y menos en el hígado https://elpais.com/salud-y-bienestar/2025-02-03/asi-se-acumulan-los-microplasticos-en-el-cuerpo-mas-en-el-cerebro-y-menos-en-el-higado.html?utm_source=chatgpt.com
  9. The Guardian – Microplastics may be linked to inflammatory bowel disease, study finds https://www.theguardian.com/society/2021/dec/22/microplastics-may-be-linked-to-inflammatory-bowel-disease-study-finds
  10. Cornell University – Disposable face masks: a direct source for inhalation of microplastics
  11. Presence of airborne microplastics in human lung tissue. Journal of Hazardous Materials. v. 416. ago. 2021.
  12. Plasticenta: First evidence of microplastics in human placenta. Environment International. v. 146. jan. 2021.
  13. Discovery and quantification of plastic particle pollution in human blood. Environment International. v. 163. mai. 2022.
  14. Detection of various microplastics in patients undergoing cardiac surgery. Environmental Science & Technology. 13 jul. 2023.
  15. Como filtrar e remover microplásticos da água da torneira?
  16. tappwater.co

Estratégias para mitigar danos do trabalho noturno

Trabalho noturno tem sido associado a uma série de efeitos adversos na saúde, com impacto direto no sono, na saúde mental e física, e na qualidade de vida em geral. Esse tipo de regime interfere no ritmo circadiano, que é o relógio biológico natural do nosso organismo, responsável por regular o sono, o apetite, a temperatura corporal e a libertação de hormonas. Quando há uma interrupção ou desalinhamento desse ritmo, o corpo pode sofrer consequências a curto e longo prazo. Neste artigo detalho como cada uma destas áreas é afetada com base em pesquisas disponíveis.

Sono e trabalho noturno

  • Impacto: Trabalhar de noite interfere com o ritmo circadiano, causando um sono menos profundo e menos reparador, muitas vezes resultando em um sono insuficiente ou de má qualidade durante o dia.
  • Consequências: A privação de sono associada ao trabalho noturno pode levar à insónia crónica e a um aumento do risco de sonolência durante o dia.

Memória e função cognitiva

  • Impacto: O trabalho noturno causa privação de sono e a disrupção do ritmo circadiano prejudicam a memória e o tempo de reação.
  • Consequências: Dificuldades em reter informações e em tomar decisões rápidas são comuns entre trabalhadores noturnos.

Sociabilidade e saúde Mental

  • Impacto: Os trabalhadores noturnos tendem a estar desfasados dos horários dos seus amigos e familiares, diminuindo o convívio social.
  • Consequências: Esse isolamento social e emocional, pode levar a níveis mais elevados de ansiedade e depressão.

Stress e níveis hormonais

  • Impacto: Alterações nos horários de sono e trabalho noturno aumentam os níveis de cortisol, a hormona do stress.
  • Consequências: O aumento crónico do stress está associado ao esgotamento e ao risco de doenças relacionadas como a depressão e ataques de ansiedade.

Músculos e sistema musculoesquelético

  • Impacto: A falta de descanso adequado prejudica a recuperação muscular.
  • Consequências: Os trabalhadores noturnos têm um risco mais elevado de dores e fadiga muscular.

Coração e sistema cardiovascular

  • Impacto: Há uma maior incidência de hipertensão, arritmias e doenças coronárias.
  • Consequências: O trabalho noturno aumenta o risco de doenças cardiovasculares em cerca de 40%.

Tensão arterial e níveis de glicémia

  • Impacto: O stress e a falta de sono podem levar a picos de tensão arterial e resistência à insulina.
  • Consequências: Este efeito pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 e hipertensão.

Inflamação e sistema imunitário

  • Impacto: Trabalhadores noturnos apresentam níveis mais altos de marcadores de inflamação e resposta imunitária comprometida.
  • Consequências: A imunidade mais fraca contribui para um risco elevado de infeções e doenças crónicas.

Risco aumentado de cancro

  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o trabalho em turnos como “provavelmente cancerígeno”, especialmente devido ao impacto da exposição à luz artificial à noite, que reduz a produção de melatonina, hormona do sono, com atividade anti-inflamatória essencial nas mitocôndrias e que se julga ter uma importante ação anticancerígena.

Sexualidade e relações pessoais

  • Impacto: O stress e o cansaço podem diminuir a libido e afetar a intimidade do casal com o surgimento da disfunção eréctil nos homens e nas mulheres a falta de interesse sexual.
  • Consequências: Relacionamentos interpessoais tendem a ser prejudicados, com uma maior dificuldade em manter relações próximas.

Alimentação

  • Impacto: Horários irregulares aumentam o risco de hábitos alimentares pouco saudáveis, como a ingestão de refeições rápidas e altamente calóricas.
  • Consequências: Esses comportamentos elevam o risco de obesidade, distúrbios metabólicos e diabetes tipo 2.
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Mitigar os efeitos do trabalho noturno

Se o trabalho em turnos for inevitável, algumas estratégias podem ajudar:

  1. Manter uma rotina consistente nos dias de trabalho e folga.
  2. Criar um ambiente propício ao sono (escuro, silencioso e fresco).
  3. Adotar uma alimentação equilibrada, evitando refeições pesadas antes de dormir.
  4. Praticar exercícios físicos regulares, mas não perto da hora de dormir.
  5. Limitar a exposição à luz azul antes de dormir, mesmo durante o dia.

Alimentação

Para quem trabalha à noite, é fundamental uma alimentação que auxilie na energia, no foco, e que ajude a regular o ciclo de sono. O corpo não está naturalmente programado para funcionar à noite, por isso, os hábitos alimentares devem ser ajustados para minimizar o impacto na saúde. De seguida descrevo algumas dicas e exemplos de alimentos, bebidas, vitaminas, minerais e suplementos que podem ajudar.

Planeamento das refeições

  • Refeição antes do turno: Cerca de uma hora antes de começar a trabalhar, opte por uma refeição equilibrada, rica em proteínas e carboidratos complexos para fornecer energia de longa duração.
  • Lanche durante o turno: É importante comer a cada 4 horas para manter a energia estável, principalmente se o seu trabalho for pesado fisicamente ou intelectualmente desafiante. Snacks leves e saudáveis (sem Açúcar) evitam o cansaço extremo e ajudam na concentração. No entanto para algumas pessoas habituadas ao jejum esta pode ser uma estratégia com efeitos surpreendentes, desde que devidamente hidratados e até suplementados com vitaminas, minerais e probióticos. Conheço bem esta estratégia contra-intuitiva e para mim era a melhor.
  • Refeição após o turno: Esta deve ser uma refeição leve, para não dificultar o sono ou seja sem açúcar, com alguma proteína, hidratos de carbono complexos e um pouco de gordura saudável.

Alimentos recomendados

Antes do turno:

  • Carboidratos complexos: Arroz integral, quinoa, batata-doce, aveia.
  • Proteínas magras: Frango, peru, ovos, tofu.
  • Gorduras saudáveis: Abacate, azeite, frutos secos.

Durante o turno:

  • Snacks saudáveis: Frutas (como maçã, banana, laranja), cenoura, frutos secos (amêndoas, nozes), iogurte natural, barras de cereais integrais sem adição de açúcar.
  • Proteínas fáceis de digerir: Queijo fresco, ovo cozido, hummus com palitos de legumes.

Após o turno:

  • Alimentos leves e calmantes: Sopa de legumes, uma torrada integral com queijo fresco, iogurte com frutos vermelhos, ou um batido de frutas sem exagerar na quantidade de fruta por causa da frutose (açúcar da fruta) que deixa dano no nosso organismo, quando em excesso.

Bebidas

  • Água: Hidrate-se bem ao longo do turno, evitando desidratação que contribui para o cansaço.
  • Chás de ervas: Camomila, erva-cidreira ou valeriana podem ajudar a relaxar e preparar o corpo para o sono após o trabalho.
  • Cafeína moderada: Caso precise de cafeína, tome-a no início do turno e evite-a nas horas finais para não interferir no sono. Opte por café, chá verde, ou mate.

Vitaminas e minerais importantes

  • Vitamina B12 e complexo B: Essenciais para o metabolismo energético e para o sistema nervoso. Fontes: carne magra, ovos, produtos lácteos, cereais enriquecidos.
  • Vitamina D: Para quem trabalha à noite e não se expõe ao sol, é importante manter os níveis de vitamina D. Fontes: peixe gordo (como salmão, sardinha), ovo, e suplementos, se necessário.
  • Magnésio: Ajuda a regular o sono e combate o stress. Fontes: sementes de abóbora, espinafres, nozes, feijão, banana.
  • Potássio e sódio: Para manter o equilíbrio de eletrólitos, o que é essencial para evitar cãibras e fadiga. Fontes: banana, batata-doce, água de coco.

Suplementos

  • Melatonina: Pode ajudar a ajustar o ciclo de sono, especialmente se tomada após o turno, antes de dormir. Consulte um profissional de saúde antes de iniciar.
  • Ómega-3: Auxilia na função cognitiva e na gestão do stress. Pode ser encontrado em peixes gordos ou como suplemento.
  • Multivitamínico: Pode ajudar a cobrir possíveis deficiências, especialmente para quem tem um horário irregular.

A chave é a consistência. Estes hábitos alimentares e a suplementação certa ajudarão o organismo a manter-se ativo durante o turno e a descansar adequadamente depois.

Gestão do stress

Apesar de todas as estratégias, não há milagres se não existir uma boa gestão do stress diário quer seja profissional ou familiar. O impacto de uma ansiedade instalada, crónica e desregulada é brutal para a nossa saúde. Saber estabelecer prioridades, profissionais e pessoais, aceitá-las e ficar de bem com a nossa consciência é o cerne para estabelecer o caminho para uma vida mais tranquila, mesmo com turnos noturnos.

No meu caso foi absolutamente fundamental aceitar tudo o que não posso mudar, não me deixando “ruminar” pelo passado, olhar para o futuro, decidir o que só depende de mim, afastar-me de pessoas tóxicas e tratar da minha saúde para conseguir cuidar dos que me são mais próximos do coração. A consistência desta estratégia mental acaba por nos fazer aproximar das pessoas certas.

Concluindo

Trabalhar em turnos noturnos está ligado a uma série de efeitos adversos à saúde devido à desregulação dos ritmos circadianos, os quais regulam ciclos vitais, como sono, metabolismo e temperatura corporal. Pesquisas indicam que pessoas em turnos noturnos têm maior risco de desenvolver doenças como diabetes tipo 2, obesidade, problemas cardíacos e alguns tipos de cancro, incluindo o colorretal. A disrupção do ciclo circadiano pode também afetar a saúde mental, com maior prevalência de insónia, ansiedade e depressão entre esses trabalhadores​

Para mitigar esses efeitos, recomenda-se limitar a alimentação para o horário diurno, o que ajuda a manter o controle da glicose e reduzir o risco de diabetes. Adotar estratégias para melhorar a qualidade do sono, como usar cortinas blackout, evitar luzes artificiais e adaptar o ambiente ao repouso durante o dia, também é essencial. Além disso, algumas pesquisas sugerem que a exposição a luzes escuras ou filtros de luz azul no final do turno noturno pode ajudar a alinhar melhor o relógio biológico​

Pesquisa e Evidência

Para consultar estudos específicos, poderá verificar alguns dos repositórios de artigos científicos, como PubMed, ScienceDirect e Google Scholar, onde encontrará estudos revistos por pares sobre os efeitos do trabalho noturno na saúde. Recomendo procurar artigos com termos como “night shift work health effects” ou “impacto do trabalho noturno na saúde”.

Estudos:

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Sistema de Ativação Reticular poderoso filtro cerebral do bem e do mal

Sistema de ativação reticular (SAR em português ou RAS em inglês) afinal que influência tem na nossa vida? Quando os eventos negativos se sucedem na vida de alguém será sempre uma coincidência? Quando se interessa por um determinado modelo de automóvel e parece que de repente ele aparece em todo o lado, será coincidência? Quando tem um projeto positivo que começa a desenvolver e parece que, milagrosamente, alguns acontecimentos se alinham para atingir o seu objetivo, será coincidência? Será que existe uma estrutura no nosso cérebro que nos foca, de forma poderosa, não só nos nossos interesse e objetivos iluminantes, se formos conscientemente otimistas, mas também nos eventos negativos, se formos conscientemente pessimistas?

O sistema de ativação reticular (Reticular Activating System ou RAS em inglês) é uma estrutura no tronco cerebral que desempenha um papel crucial na regulação da vigília, estado de alerta e atenção. No fundo apresenta-nos essencialmente o que nos interessa seja negativo ou positivo, esbatendo o contexto para aumentar o nosso foco nesses interesses. Atua como um filtro para as informações sensoriais, permitindo que nos concentremos nos estímulos mais relevantes, ignorando o resto. O RAS tem um impacto significativo no nosso pensamento, perceção e comportamento geral, pois influencia a maneira como processamos e interpretamos o mundo ao nosso redor.

Neste artigo vou descrever:

  • Localização e função do Sistema de Ativação Reticular (RAS);
  • Como funciona o RAS;
  • Impacto no pensamento e perceção;
  • Influência na formação do nosso pensamento;
  • Modulação da perceção da realidade;
  • Benefícios e problemas do RAS;
  • Como potenciar a nossa concentração;
  • Influência na perceção positiva e negativa da vida;
  • Como pode melhorar a nossa vida e relações pessoais;
  • Eliminar pensamentos sombrios, agressivos e ansiosos;
  • Referências científicas;

Sistema de ativação reticular localização e função

O SAR está localizado no tronco encefálico, especificamente na formação reticular, um grupo de núcleos que se estende desde a medula oblonga até o mesencéfalo. O sistema de ativação reticular (RAS) é uma rede de neurónios localizados no tronco cerebral que se projeta anteriormente ao hipotálamo para mediar o comportamento, bem como posteriormente ao tálamo e diretamente ao córtex para ativação de padrões de EEG (Eletroencefalograma) cortical dessincronizados.

Sistema de ativação reticular e a sua localização anatómica no cérebro humano
Sistema de ativação reticular localização anatómica no cérebro humano

O sistema de ativação reticular é um componente da formação reticular em cérebros de vertebrados localizados em todo o tronco cerebral. Entre o tronco cerebral e o córtex, vários circuitos neuronais contribuem para o RAS. Esses circuitos funcionam para permitir que o cérebro module entre ritmos lentos do sono e ritmos rápidos do sono, como visto no EEG. Assim, os núcleos que formam o RAS desempenham um papel significativo na coordenação do ciclo do sono e da vigília. Os agrupamentos de neurónios que juntos compõem o RAS são responsáveis pela atenção, excitação, modulação do tónus muscular e a capacidade de concentração.

O RAS recebe informações de vários sistemas sensoriais, incluindo visão, audição, tato e olfato, integrando essas informações para determinar o nível de excitação e atenção necessários. Envia sinais ao tálamo e ao córtex para ativar ou inibir o fluxo de informações, dependendo da situação.

Impacto no pensamento e perceção

O Sistema de Ativação Reticular desempenha um papel crucial na formação de nosso pensamento e perceção da realidade. Determina quais os estímulos a que prestamos atenção e o que ignoramos, com base nos nossos objetivos, necessidades e experiências passadas. Por exemplo, se estivermos com fome, o RAS torna prioritárias as informações sensoriais relacionadas com a comida e ignorará outros estímulos que não são relevantes para a nossa sobrevivência naquele momento.

O RAS também influencia o nosso humor e emoções, pois regula a libertação de neurotransmissores como dopamina, serotonina e norepinefrina. Esses neurotransmissores químicos afetam a nossa motivação, prazer e sensação geral de bem-estar, o que pode influenciar a nossa perceção do mundo ao nosso redor.

Benefícios e problemas do Sistema de Ativação Reticular

O RAS tem muitos benefícios, pois permite-nos focar a nossa atenção e conservar a energia mental ao filtrar informações irrelevantes. No entanto, também pode criar problemas, pois pode levar à atenção seletiva e viés, tendências ou preferências de confirmação, onde apenas notamos e lembramos informações que confirmam as nossas crenças e ignoramos informações que as contradizem.

Além disso, o RAS pode ser facilmente influenciado por fatores externos como stress, ansiedade, fadiga e drogas, que podem alterar a nossa perceção da realidade e prejudicar o nosso julgamento. Por exemplo, quando estamos nervosos, ansiosos ou deprimidos, o RAS torna-se mais sensível a estímulos negativos, o que pode levar a uma visão pessimista da vida e afetar o nosso relacionamento com os outros.

Influência na perceção positiva ou negativa

O RAS tem uma influência significativa na forma como percebemos o mundo ao nosso redor, pois filtra e prioriza as informações sensoriais com base nos nossos objetivos, necessidades e experiências passadas. Se tivermos uma mentalidade positiva e focarmos em oportunidades, novos projetos e soluções, o RAS dará prioridade a estímulos que sustentem essa perspetiva, levando a uma atitude mais otimista, inovadora e proativa.

Por outro lado, se tivermos uma mentalidade negativa e focarmos nos problemas e limitações, o RAS priorizará estímulos que confirmem essa perspetiva, levando a uma atitude mais pessimista e reativa. Portanto, é crucial cultivar, de forma consciente, uma mentalidade positiva, com abertura para aceitar visões com outros quadros de referência que não só o nosso ponto de vista, desenvolvendo hábitos saudáveis ​​que apoiem o nosso bem-estar, saúde e melhorem a nossa perceção da realidade.

Melhorar a nossa vida e relações pessoais

Compreender o RAS e o seu impacto no nosso pensamento e perceção pode ajudar-nos a melhorar as nossas vidas e relacionamentos com os outros. Ao aprender a focar a nossa atenção no positivo e desenvolver hábitos saudáveis ​​que apoiem o bem-estar, podemos treinar o nosso RAS para priorizar estímulos que melhorem a nossa sensação de felicidade e realização.

Além disso, ao conhecer o RAS e os seus possíveis vieses ou tendências, podemos ter a mente mais aberta e curiosa, cultivando o interesse por novas experiências e perspetivas que desafiem as nossas crenças e expandam horizontes. Isso pode levar a relacionamentos mais significativos e ricos, do ponto de vista emocional, com os outros e a uma apreciação mais profunda da complexidade e diversidade do mundo ao nosso redor.

Quando temos pensamentos negativos, pessimistas, sombrios, reativos, agressivos e ansiosos de forma permanente… este caminho é possível mas não é fácil! Tem de ser feito de forma consciente e disciplinada durante muitos meses, por vezes anos, aceitando o que não se pode mudar, controlando a nossa agressividade e reatividade, procurando sempre pontos e emoções positivas que possam, de alguma forma, esbater os pensamentos que queremos eliminar… porque pensamentos são apenas isso… pensamentos, não têm existência física, terão sempre a importância que lhes queremos dar… e devem ser controlados, por exemplo com meditação, quando nos fazem reféns duma vida sombria.

Referências científicas:

  1. Neuroanatomy, Reticular Activating System
  2. The reticular activating system: a narrative review of discovery, evolving understanding, and relevance to current formulations of brain death
  3. Differences in the thalamocortical tract of the ascending reticular activating system in disorders of consciousness after hypoxic-ischemic brain injury: A pilot study
  4. Trigeminal, Visceral and Vestibular Inputs May Improve Cognitive Functions by Acting through the Locus Coeruleus and the Ascending Reticular Activating System: A New Hypothesis
  5. Steriade, M., McCormick, D. A., & Sejnowski, T. J. (1993). Thalamocortical oscillations in the sleeping and aroused brain
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  11. Siegel, J. M. (2005). Clues to the functions of mammalian sleep. Nature, 437(7063), 1264-1271.

Chás infusões tisanas e medicamentos estratégias de segurança

Chás infusões tisanas e medicamentos qual a influência das infusões e do chá na atividade terapêutica dos medicamentos? Quais as principais interações medicamentosas e efeitos adversos das infusões e chás? Qual a diferença entre chá, infusão e tisana?

Neste artigo vou descrever os principais chás, infusões e tisanas, quais as suas propriedades e interações medicamentosas. A lista de infusões ordenada alfabeticamente com os nomes científicos das plantas entre parênteses, para que possas já identificar a tua infusão habitual, é descrita de seguida:

  1. Ashwagandha (Withania somnifera)
  2. Barbas de Milho (Zea mays)
  3. Camomila (Matricaria chamomilla ou Chamaemelum nobile)
  4. Canela – Cinnamomum verum (canela-do-ceilão) ou Cinnamomum cassia (canela-cássia)
  5. Carqueja (Baccharis trimera)
  6. Cavalinha (Equisetum arvense)
  7. Cidreira (Melissa officinalis)
  8. Cogumelo juba-de-leão (Hericium erinaceus)
  9. Equinácea (Echinacea purpurea, Echinacea angustifolia ou Echinacea pallida)
  10. Erva-doce (Foeniculum vulgare)
  11. Erva de São Roberto (Geranium robertianum)
  12. Flor de Laranjeira (Citrus aurantium)
  13. Flor de Tília (Tilia cordata ou Tilia platyphyllos)
  14. Frutos Vermelhos (diversas espécies, geralmente Rubus idaeus ou Vaccinium spp.)
  15. Gengibre (Zingiber officinale)
  16. Hibisco (Hibiscus sabdariffa)
  17. Hipericão (Erva-de-São-João) (Hypericum perforatum)
  18. Hortelã (Mentha spicata ou Mentha piperita)
  19. Jasmim (Jasminum officinale ou Jasminum sambac)
  20. Lavanda (Lavandula angustifolia)
  21. Limonete (Erva-Luísa) (Aloysia citrodora)
  22. Limão (Citrus limon)
  23. Louro (Laurus nobilis)
  24. Macela Cabeças (Achyrocline satureioides)
  25. Malvas (Malva sylvestris)
  26. Pau d’Arco (Tabebuia impetiginosa ou Handroanthus impetiginosus)
  27. Pés de Cereja (Prunus avium)
  28. Quebra-Pedra (Phyllanthus niruri)
  29. Sene (Cassia angustifolia)

Lista de chás referidos no artigo:

  • Chá verde (Camellia sinensis)
  • Chá preto (Camellia sinensis)
  • Chá branco (Camellia sinensis)
  • Chá Oolong (Camellia sinensis)
  • Chá de matcha (Camellia sinensis)
  • Chá imperial (mistura de Camellia sinensis com outras plantas)

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Diferença entre chá, infusão e tisana
  • Plantas mais usadas
  • Propriedades terapêuticas
  • Interações com medicamentos
  • Melhores combinações de plantas para potenciar efeito terapêutico
  • Relaxamento e insónia (melhor tisana)
  • Digestão e alívio de cólicas (melhor tisana)
  • Imunidade melhorada (melhor tisana)
  • Desintoxicação e retenção de líquidos (melhor tisana)
  • Stress e ansiedade (melhor tisana) 
  • Problemas renais e cálculos no rim ou pedra no rim (melhor tisana)
  • Resfriados e tosse (melhor tisana)
  • Obstipação ou intestino preso (melhor tisana)
  • Forma de preparação das tisanas
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Chás infusões e tisanas qual a diferença?

Embora muitas pessoas acreditem ser a mesma coisa, grande parte das bebidas quentes a que chamamos chá são, na verdade, infusões. Os chás são bebidas feitas a partir de uma única planta, a Camellia sinenses, também conhecida como “Chá-da-Índia”. Assim, bebidas preparadas a partir de outras plantas como cidreira, camomila, erva doce, melissa ou especiarias, são classificadas como infusões.

Com a planta Camellia sinenses, é possível preparar uma enorme variedade de chás, que variam de acordo com o cultivo, nível de fermentação, coleta e preparação das folhas. No geral, os diversos tipos podem ser divididos em quatro grupos:

  • Chá preto,  altamente fermentado e de sabor forte;
  • Chá oolong, de fermentação mediana com sabor intermediário;
  • Chá verde, levemente fermentado e com sabor suave;
  • Chá branco: produzido a partir de folhas jovens e tenras, não fermentado.

Já a infusão é o nome do processo que utiliza água fervente numa substância para extrair os seus princípios ativos e medicinais. Por exemplo, o denominado chá de camomila é na verdade uma infusão.

Chá

  • Origem: O chá propriamente dito vem da planta Camellia sinensis. As variedades de chá (preto, verde, branco, oolong) são todas derivadas dessa planta, com diferenças no processamento e oxidação das folhas.
  • Cafeína: O chá contém cafeína, com níveis que variam dependendo do tipo e do tempo de infusão.
  • Benefícios: Cada tipo de chá oferece diferentes benefícios para a saúde, como antioxidantes, que ajudam na prevenção de doenças.

Infusão

  • Origem: As infusões são feitas com uma variedade de plantas, ervas, flores, frutas e especiarias que não vêm da Camellia sinensis. Exemplos incluem camomila, hortelã, erva-cidreira, erva-doce e hibisco.
  • Cafeína: Geralmente, infusões não contêm cafeína, tornando-as uma boa opção para quem quer evitar esse estimulante.
  • Benefícios: Dependem dos ingredientes usados. Por exemplo, a camomila é conhecida por suas propriedades calmantes, enquanto a hortelã pode ajudar na digestão.

Preparação

Tanto chás quanto infusões são preparados com a imersão das folhas ou partes das plantas em água quente. No entanto, a temperatura da água e o tempo de infusão podem variar dependendo da planta para otimizar o sabor e as propriedades da bebida.

Em resumo, o chá vem exclusivamente da Camellia sinensis e pode conter cafeína, enquanto as infusões são mais diversificadas em termos de ingredientes e geralmente não contêm cafeína.


Tisanas

As tisanas são preparações feitas à base de ervas, flores, folhas, raízes, cascas ou frutos de plantas, geralmente preparadas através de infusão, decocção ou macerado em água quente ou fria. O termo é frequentemente usado como sinónimo de infusões, mas pode ter um significado mais amplo, englobando diferentes métodos de extração dos princípios ativos das plantas.

Características das Tisanas:

  1. Sem cafeína – Ao contrário do chá (que vem da planta Camellia sinensis), as tisanas não contêm cafeína, tornando-as uma opção mais relaxante e versátil.
  2. Diversidade de ingredientes – Podem incluir ervas medicinais (como camomila, hortelã), frutas secas, especiarias (como canela) e até flores (como hibisco ou lavanda).
  3. Uso terapêutico – Muitas tisanas são utilizadas na medicina natural para tratar ou aliviar condições como ansiedade, insónia, problemas digestivos, resfriados e inflamações.
  4. Preparação variada
    • Infusão – Para partes delicadas como folhas e flores.
    • Decocção – Para partes mais duras, como raízes e cascas.
    • Macerado – Deixar os ingredientes em água fria por horas (ideal para extrair certos compostos sensíveis ao calor).

Exemplos de Tisanas

  • Calmantes: Camomila, erva-cidreira, flor de laranjeira.
  • Digestivas: Hortelã, gengibre, erva-doce.
  • Diuréticas: Cavalinha, hibisco, barbas de milho.
  • Imunológicas: Pau d’arco, equinácea, gengibre com limão.

Benefício principal

As tisanas são altamente personalizáveis, podendo ser misturadas de acordo com o gosto ou a necessidade terapêutica de cada pessoa. Assim, as tisanas representam uma prática tradicional e natural de cuidado com a saúde e bem-estar.

Chás infusões e tisanas propriedades e efeitos adversos
Chás infusões e tisanas propriedades e efeitos adversos

Propriedades terapêuticas e interações com medicamentos

De seguida descrevo as propriedade medicinais mais relevantes e as interações medicamentosas mais perigosas.

Chá Verde, Chá Preto, Chá Branco e Chá Oolong

Propriedades:

Interações:

O chá verde, rico em catequinas com forte ação antioxidante, pode interferir na eficácia de anticoagulantes, elevando o risco de formação de coágulos sanguíneos.

  • Anticoagulantes: Pode aumentar o risco de sangramentos devido à presença de vitamina K (especialmente chá verde).
  • Medicamentos para pressão arterial: Pode interferir no controle da pressão devido ao efeito estimulante da cafeína.
  • Medicamentos para ansiedade e insónia: Pode aumentar os efeitos adversos devido à cafeína.

Infusões

Descrevo de seguida as principais infusões com efeitos medicinais, respetivas propriedades terapêuticas e interações medicamentosas.

Camomila

Camomila propriedades e efeitos adversos
Camomila propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Calmante, anti-inflamatório, auxilia na digestão.

Interações com medicamentos :

A camomila, conhecida pelas suas propriedades digestivas e sedativas, pode potencializar os efeitos de anticoagulantes orais, aumentando o risco de hemorragias. Além disso, em doses elevadas, pode causar paralisia dos músculos lisos do aparelho digestivo, útero e bexiga.

  • Anticoagulantes/antiplaquetários: Pode aumentar o risco de sangramento.
  • Sedativos: Pode intensificar o efeito sedativo.
  • Antidepressivos: Pode potencializar os efeitos de medicamentos como os inibidores da MAO.

Cidreira

Cidreira propriedades e efeitos adversos
Cidreira propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Calmante, melhora a digestão, alivia ansiedade.

Interações com medicamentos :

A Cidreira com o sedativo pentobarbital, potencializa o efeito do medicamento. Não é recomendado para hipotensos (pressão baixa).

  • Sedativos: Pode intensificar o efeito sedativo.
  • Tiróide: Pode interferir no funcionamento da tiróide em doses elevadas.

Flor de Tília

Tília propriedades e efeitos adversos
Tília propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Calmante, diurético leve, ajuda na insónia, ansiedade e problemas respiratórios (tosse e resfriados).

Interações com medicamentos :

  • Sedativos Pode intensificar o efeito sedativo.
  • Diuréticos Pode aumentar o efeito diurético.

Limão

Limão propriedades e efeitos adversos
Limão propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Refrescante, antioxidante, auxilia na digestão.

Interações com medicamentos:

  • Medicamentos para pressão arterial: Pode potencializar o efeito anti-hipertensivo.
  • Antiácidos: Pode alterar a absorção.

Sene

Sene propriedades e efeitos adversos
Sene propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Laxante poderoso, usado para tratar obstipação.

Interações com medicamentos :

  • Laxantes: Pode causar perda excessiva de eletrólitos se usado com outros laxantes.
  • Diuréticos: Pode aumentar o risco de desequilíbrio eletrolítico.
  • Medicamentos cardíacos: Pode interferir devido à perda de potássio, afetando o funcionamento cardíaco.

Hipericão (Erva-de-São-João)

Hipericão propriedades e efeitos adversos
Hipericão propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Antidepressivo natural, anti-inflamatório.

Interações com medicamentos:

A erva-de-São-João, frequentemente utilizada para tratar sintomas de depressão leve, pode interagir com antidepressivos, como a sertralina, levando a efeitos colaterais como sedação excessiva e depressão do sistema nervoso central.

  • Antidepressivos: Pode causar síndrome serotoninérgica se combinado.
  • Anticoncepcionais: Pode reduzir a eficácia.
  • Anticoagulantes: Pode diminuir a eficácia.
  • Imunossupressores: Pode reduzir a eficácia de medicamentos como a ciclosporina.

Gengibre

Gengibre propriedades e efeitos adversos
Gengibre propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Anti-inflamatório, melhora digestão, alivia náuseas.

Interações com medicamentos :

O chá de gengibre, embora popular por causa das suas propriedades anti-inflamatórias, pode aumentar o risco de sangramento quando consumido em grandes quantidades juntamente com anticoagulantes.

  • Anticoagulantes/antiplaquetários: Pode aumentar o risco de sangramento.
  • Hipoglicemiantes: Pode potencializar o efeito, causando hipoglicemia.

 Jasmim

Jasmin propriedades e efeitos adversos
Jasmin propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Relaxante, melhora o humor, antioxidante.

Interações com medicamentos : Pode potencializar o efeito de sedativos e ansiolíticos.


Erva-doce

Erva doce propriedades e efeitos adversos
Erva doce propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Digestivo, anti-inflamatório, alivia cólicas.

Interações com medicamentos:

  • Anticoagulantes/antiplaquetários: Pode aumentar o risco de sangramento.
  • Estrogénios: Pode interferir na eficácia de terapias hormonais.

Hibisco (rosa ou flor da Jamaica)

Hibisco ou rosa da Jamaica ou flor da Jamaica propriedades e efeitos adversos
Hibisco ou rosa da Jamaica ou flor da Jamaica propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Diurético, antioxidante, ajuda no controle da pressão arterial.

Interações com medicamentos :

  • Antihipertensivos: Pode potencializar o efeito, causando pressão arterial muito baixa.
  • Diuréticos: Pode aumentar o efeito diurético, causando desequilíbrios eletrolíticos.

Hortelã

Hortelã propriedades e efeitos adversos
Hortelã propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Digestivo, alivia dores de cabeça, calmante.

Interações com medicamentos:

  • Antiácidos: Pode interferir na eficácia.
  • Sedativos: Pode intensificar o efeito sedativo.

Barbas de Milho

Barbas de milho propriedades e efeitos adversos
Barbas de milho propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Diurético, anti-inflamatório, ajuda na saúde renal.

Interações com medicamentos:

  • Diuréticos: Pode intensificar o efeito, levando a desidratação ou desequilíbrios eletrolíticos.
  • Antihipertensivos: Pode potencializar a redução da pressão arterial.

Pés de Cereja

Pés de cereja propriedades e efeitos adversos
Pés de cereja Prunus avium

Propriedades: Diurético, purificante, usado para tratar problemas renais e urinários.

Interações com medicamentos:

  • Diuréticos: Pode aumentar o efeito diurético, causando desequilíbrios eletrolíticos.
  • Medicamentos para pressão arterial: Pode intensificar o efeito hipotensor.

Erva de São Roberto

Erva de São Roberto propriedades e efeitos adversos
Erva de São Roberto propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Anti-inflamatório, diurético, hemostático.

Interações com medicamentos:

  • Anticoagulantes/antiplaquetários: Pode aumentar o risco de sangramento.
  • Diuréticos: Pode potencializar o efeito diurético.

Frutos Vermelhos

Frutos vermelhos framboesas propriedades e efeitos adversos
Frutos vermelhos framboesas propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Antioxidante, anti-inflamatório, fortalece o sistema imunológico.

Interações com medicamentos: Geralmente, tem menos interações, mas em quantidades elevadas, pode interferir na absorção de certos medicamentos.


Cavalinha

Cavalinha propriedades e efeitos adversos
Cavalinha propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Diurético, adstringente, rico em sílica (bom para ossos e unhas), ajuda no tratamento de infeções urinárias e retenção de líquidos.

Interações com medicamentos:

  • Diuréticos: Pode intensificar o efeito, causando desequilíbrios eletrolíticos.
  • Antihipertensivos: Pode diminuir excessivamente a pressão arterial.
  • Lítio: Pode alterar a excreção do lítio, aumentando o risco de efeitos colaterais.

Flor de Laranjeira

Flor de laranjeira propriedades e efeitos adversos
lor de laranjeira propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Calmante, sedativo leve, ajuda na ansiedade, insônia e problemas digestivos.

Interações com medicamentos :

  • Sedativos: Pode intensificar o efeito sedativo.
  • Antidepressivos: Pode interagir com inibidores da MAO (raro, mas possível).

Limonete (Erva-Luísa)

Limonete (Erva -Luísa) propriedades e efeitos adversos
Limonete (Erva -Luísa) propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Calmante, digestivo, antioxidante, alivia cólicas e problemas gastrointestinais.

Interações com medicamentos :

  • Sedativos: Pode potencializar o efeito sedativo.
  • Medicamentos gastrointestinais: Pode alterar o pH gástrico e interferir na eficácia de alguns medicamentos.

Macela Cabeças

Macela propriedades e efeitos adversos
Macela propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Anti-inflamatório, calmante, digestivo, ajuda a aliviar dores de estômago e cólicas.

Interações com medicamentos :

  • Anticoagulantes: Pode aumentar o risco de sangramento.
  • Medicamentos gastrointestinais: Pode potencializar ou interferir no efeito.

Malvas

Malva propriedades e efeitos adversos
Malva propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Emoliente, calmante, expetorante, ajuda em problemas respiratórios, digestivos e na inflamação das mucosas.

Interações com medicamentos :

  • Antidiabéticos: Pode interferir nos níveis de glicose no sangue.
  • Medicamentos respiratórios: Pode potencializar o efeito mucolítico.

Pau d’Arco

Pau D´'arco propriedades e efeitos adversos
Pau D´’arco propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Antifúngico, anti-inflamatório, antioxidante, fortalece o sistema imunológico, usado no tratamento de infeções e doenças crónicas.

Interações com medicamentos :

  • Anticoagulantes: Pode aumentar o risco de sangramento.
  • Imunossupressores: Pode reduzir a eficácia.
  • Antidiabéticos: Pode interferir nos níveis de glicose.

Quebra-Pedra

Quebra-pedra propriedades e efeitos adversos
Quebra-pedra propriedades e efeitos adversos

Propriedades: Diurético, ajuda no tratamento de cálculos renais, anti-inflamatório, protetor hepático.

Interações com medicamentos:

  • Diuréticos: Pode aumentar o efeito, causando desequilíbrios eletrolíticos.
  • Antihipertensivos: Pode reduzir excessivamente a pressão arterial.
  • Medicamentos para diabetes: Pode potencializar a hipoglicemia.

Equinácea

Equinácea propriedades e efeitos adversos
Equinácea propriedades e efeitos adversos

Propriedades:

  • Fortalece o sistema imunitário;
  • Previne e trata resfriados e gripes;
    • Antiviral e antibacteriano;
    • Anti-inflamatório, útil em infecções respiratórias e problemas de pele.

Interações com medicamentos:

  • Imunossupressores;
    • Pode reduzir a eficácia de medicamentos como ciclosporina, tacrolimus e corticosteroides;
    • Medicamentos para alergias: Pode aumentar o risco de reações alérgicas em pessoas sensíveis;
    • Anticoagulantes/antiplaquetários: Pode interferir na coagulação, aumentando o risco de hemorragias;
  • Observação: Não é recomendado para uso prolongado (geralmente até 10-14 dias) ou para pessoas com doenças autoimunes.

Canela

Canela propriedades e efeitos adversos
Canela propriedades e efeitos adversos

Propriedades:

  • Antioxidante;
    • Anti-inflamatória e antimicrobiana;
    • Ajuda no controle da glicemia (reduz os níveis de açúcar no sangue);
    • Estimula a circulação e pode ajudar na digestão.

Interações com medicamentos:

  • Anticoagulantes (ex.: varfarina);
    • Pode aumentar o risco de sangramentos, especialmente com o uso de Cinnamomum cassia devido ao alto teor de cumarina;
    • Medicamentos para diabetes – pode potencializar a redução de glicemia, causando hipoglicemia;
    • Antibióticos e hepatotóxicos – pode sobrecarregar o fígado em doses elevadas ou prolongadas;
  • Observação: O consumo em quantidades moderadas é seguro; evite o uso excessivo, especialmente da canela-cássia.

Lavanda

Lavanda propriedades e efeitos adversos
Lavanda propriedades e efeitos adversos

Propriedades

  • Calmante, sedativa e relaxante;
    • Ajuda na ansiedade, insônia e tensão nervosa;
    • Antiespasmódica, útil para aliviar dores musculares e cólicas;
    • Antisséptica, pode ser usada externamente para pequenas feridas e irritações na pele.

Interações com medicamentos:

  • Sedativos (ex.: benzodiazepinas, barbitúricos);
    • Pode intensificar o efeito sedativo, causando sonolência excessiva;
    • Antidepressivos: Pode potencializar o efeito calmante, o que pode levar à sonolência;
    • Anticonvulsivantes: Pode interferir na eficácia ou intensificar os efeitos de medicamentos para convulsões;
  • Observação: Geralmente segura quando consumida em doses moderadas. Evitar o uso excessivo em crianças pequenas e mulheres grávidas sem orientação.

Carqueja

Carqueja propriedades e efeitos adversos
Carqueja propriedades e efeitos adversos

Propriedades:

  • Digestiva;
    • Hepatoprotetora (auxilia na proteção e desintoxicação do fígado);
    • Diurética (ajuda na eliminação de líquidos e no funcionamento renal).
    • Anti-inflamatória e antioxidante;
    • Ajuda a reduzir os níveis de glicose no sangue e é utilizada tradicionalmente no controle da diabetes.

Interações com medicamentos:

  • A Carqueja potencia o efeito do lítio (usado em medicamentos que controlam a depressão);
    • Medicamentos para diabetes: Pode potencializar a redução da glicose, causando hipoglicemia;
    • Anticoagulantes: Pode aumentar o risco de sangramento devido às suas propriedades circulatórias;
    • Anti-hipertensivos: Pode intensificar o efeito, levando à hipotensão.

Louro

Louro propriedades e efeitos adversos
Louro propriedades e efeitos adversos

Propriedades:

  • Digestiva (ajuda em casos de má digestão e gases);
    • Antisséptica;
    • Antimicrobiana;
    • Anti-inflamatória, útil para aliviar dores articulares;
    • Calmante, podendo ajudar em situações de ansiedade leve.

Interações com medicamentos

  • Sedativos;
    • Pode aumentar a sonolência quando combinado com medicamentos como benzodiazepinas;
    • Anticoagulantes: Pode interferir na coagulação, aumentando o risco de hemorragias;
    • Antidiabéticos: Pode reduzir a glicose no sangue, exigindo monitorização para evitar hipoglicemia.

Ashwagandha

Ashwagandha propriedades e efeitos adversos
Ashwagandha propriedades e efeitos adversos
  • Propriedades:
    • Adaptogénica, ajuda o corpo a lidar com o estresse.
    • Reduz a ansiedade e melhora a qualidade do sono.
    • Aumenta a energia, reduzindo o cansaço.
    • Anti-inflamatória, útil para dores musculares e articulares.
  • Interações com Medicamentos:
    • Sedativos: Pode intensificar os efeitos de medicamentos para ansiedade e insónia.
    • Imunossupressores: Pode interferir, já que estimula o sistema imunológico.
    • Medicamentos para a tiroide: Pode potencializar o efeito de medicamentos para hipotireoidismo, causando hiperatividade da tiroide.
  • Observação: Deve ser evitada por grávidas ou lactantes sem orientação médica.

Cogumelo juba-de-leão (Lion’s Mane)

Cogumelo juba-de-leão (Lion´s Mane) propriedades e efeitos adversos
Cogumelo juba-de-leão (Lion´s Mane) propriedades e efeitos adversos
  • Propriedades:
    • Neuroprotetora (ajuda a melhorar a memória e a cognição).
    • Estimula a produção de fator de crescimento nervoso (NGF), auxiliando na regeneração neuronal.
    • Anti-inflamatória e antioxidante.
    • Melhora a saúde gastrointestinal.
  • Interações com Medicamentos:
    • Antidepressivos: Pode potencializar os efeitos devido à estimulação da regeneração nervosa.
    • Medicamentos imunossupressores: Pode interferir devido ao efeito estimulante no sistema imunológico.
    • Anticoagulantes: Pode aumentar o risco de sangramento.
  • Observação: Geralmente bem tolerado, mas deve ser consumido com precaução em pessoas com condições autoimunes.

Matcha (chá)

  • Nome Científico: Camellia sinensis (derivado das folhas do chá verde, moídas em pó)
  • Propriedades:
    • Rico em antioxidantes (catequinas) que combatem o envelhecimento celular.
    • Aumenta a energia e a concentração devido ao teor de cafeína e L-teanina.
    • Auxilia no metabolismo e pode ajudar na perda de peso.
    • Melhora a função cerebral e é anti-inflamatório.
  • Interações com Medicamentos:
    • Estimulantes (ex.: anfetaminas): Pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial.
    • Anticoagulantes: O teor de vitamina K pode reduzir a eficácia de medicamentos como a varfarina.
    • Antidepressivos: Pode interagir com medicamentos que atuam no sistema nervoso central.
  • Observação: Evitar o consumo em excesso para prevenir insónia, palpitações ou irritabilidade.

Chá Imperial

  • Propriedades: Pode variar dependendo da composição, mas geralmente inclui uma mistura de ervas como chá verde, ginseng, jasmim, etc., focando em benefícios como antioxidantes, melhora da energia e da função cerebral.
  • Interações: Depende dos ingredientes específicos. Pode ter interações semelhantes às do chá verde (cafeína, anticoagulantes) e ginseng (anticoagulantes, estimulantes).

Essas infusões, especialmente as mais potentes como o sene e o barbas de milho, devem ser usadas com cautela, especialmente em combinação com medicamentos. Consultar um profissional de saúde antes de incluí-las na rotina é sempre recomendável para evitar interações adversas.


Tisanas – combinações terapêuticas

Aqui estão algumas sugestões de combinações de tisanas específicas para diferentes finalidades. Cada uma delas é composta por ingredientes que trabalham em sinergia para promover os efeitos desejados:


Relaxamento e Insónia 🌙

Ingredientes:

  • Camomila (Matricaria chamomilla ou Chamaemelum nobile)
  • Erva-cidreira (Melissa officinalis)
  • Flor de laranjeira (Citrus aurantium)
  • Lavanda (Lavandula angustifolia) (opcional, para aroma e efeito relaxante)

Modo de preparação:
Faça uma infusão de 1 colher de chá de cada erva em 250 ml de água quente por 5-7 minutos. Beba antes de dormir.


Digestão e alívio de Cólicas 🍵

Ingredientes:

  • Hortelã-pimenta (Mentha piperita)
  • Erva-doce (Foeniculum vulgare)
  • Gengibre (Zingiber officinale)
  • Limonete (Aloysia citrodora)

Modo de preparação:
Use 1 colher de chá de cada ingrediente em 300 ml de água quente. Deixe em infusão por 5-8 minutos. Pode tomar após as refeições.


Imunidade melhorada 💪

Ingredientes:

  • Pau d’arco (Tabebuia impetiginosa)
  • Gengibre (Zingiber officinale)
  • Hibisco (Hibiscus sabdariffa)
  • Canela em pau (Cinnamomum verum)

Modo de preparação:
Faça uma decocção: ferva 1 colher de chá de pau d’arco e canela por 10 minutos. Retire do fogo, adicione gengibre e hibisco e deixe em infusão por 5 minutos. Coe e beba quente.


Desintoxicação e retenção de líquidos 💧

Ingredientes:

  • Cavalinha (Equisetum arvense)
  • Barbas de milho (Zea mays)
  • Hibisco (Hibiscus sabdariffa)
  • Pés de cereja (Prunus avium)

Modo de preparação:
Faça uma infusão de 1 colher de chá de cada ingrediente em 500 ml de água quente por 8-10 minutos. Beba ao longo do dia.


Stresse e ansiedade 🌼

Ingredientes:

  • Flor de tília (Tilia cordata)
  • Jasmim (Jasminum officinale)
  • Camomila (Matricaria chamomilla)
  • Limonete (Aloysia citrodora)

Modo de preparação:
Use 1 colher de chá de cada erva em 300 ml de água quente. Infusão por 5-7 minutos. Adoce com mel, se desejar.


Problemas renais e cálculos (Pedras nos Rins) 💎

Ingredientes:

  • Quebra-pedra (Phyllanthus niruri)
  • Cavalinha (Equisetum arvense)
  • Barbas de milho (Zea mays)

Modo de preparação:
Faça uma infusão de 1 colher de chá de cada erva em 300 ml de água quente por 8 minutos. Tome 2-3 vezes ao dia, conforme orientação médica.


Resfriados e tosse 🤧

Ingredientes:

  • Gengibre (Zingiber officinale)
  • Malvas (Malva sylvestris)
  • Erva-doce (Foeniculum vulgare)
  • Canela em pau (Cinnamomum verum)

Modo de preparação:
Ferva gengibre e canela por 10 minutos. Retire do fogo, adicione malvas e erva-doce, e deixe em infusão por 5 minutos. Beba quente.


Regular o intestino (obstipação) 🌱

Ingredientes:

  • Sene (Cassia angustifolia) (usar com moderação)
  • Erva-doce (Foeniculum vulgare)
  • Hortelã (Mentha spicata)

Modo de preparação:
Use 1 colher de chá de cada erva em 300 ml de água quente. Infusão por 5-7 minutos. Tome ocasionalmente, pois o uso contínuo do sene pode causar dependência.


Concluindo

Estas combinações de plantas em chá, infusão ou tisana, devem ser ajustadas ao teu gosto e necessidades terapêuticas, sendo sempre recomendável consultar o médico ou farmacêutico antes de usar ervas para qualquer condição de saúde que te afete, especialmente se está grávida, se tem diagnósticos de doenças graves, se toma algum medicamento importante e/ou é um polimedicado ou seja se toma 4 ou mais medicamentos, para que se analise possíveis interações com as plantas, que tanto podem aumentar como diminuir o efeito terapêutico desses medicamentos.

Bibliografia

As cinco grandes mentiras sobre saúde

Meditação e estratégias para melhorar a saúde mental e física

A meditação é uma prática antiga que tem sido usada há milhares de anos para melhorar a saúde mental e física. Essa prática envolve focar a nossa mente num determinado objeto, pensamento ou atividade para alcançar um estado de relaxamento e paz interior. A meditação demonstrou ter uma ampla gama de benefícios para a saúde mental e física.

Neste artigo vou descrever:

  • História e origem da meditação;
  • Gurus importantes;
  • O significa meditar;
  • O que é um mantra;
  • Benefícios para a saúde física e mental;
  • Técnicas mais eficazes;
  • Técnicas simples e rápidas;
  • Meditação da gratidão;
  • As cinco técnicas da atenção de Thic Nhat Hanh na Arte do Poder;
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Meditação história e origem

As origens da meditação não são claras, mas acredita -se que tenha começado na Índia antiga onde era praticada como uma disciplina espiritual para ajudar as pessoas a alcançar estados superiores de consciência. . Os primeiros registos escritos de meditação datam de cerca de 1500 a.C. nos Vedas, as antigas escrituras hindus. Os Vedas, uma coleção de textos religiosos, contêm referências à meditação e aos seus benefícios. No budismo, a meditação é parte integrante da religião, e acredita -se que seja um dos caminhos para a iluminação.

A prática da meditação espalhou-se depois para outras partes do mundo, incluindo China, Japão e Médio Oriente. Também foi adotado por várias religiões, incluindo budismo, hinduísmo, jainismo e taoísmo.  A meditação também era praticada na Grécia antiga, no Egito e na China.

Gurus importantes na meditação

Muitos gurus e professores contribuíram para o desenvolvimento e popularização da meditação ao longo dos séculos. Alguns dos mais influentes incluem:

  • Buda – o fundador do budismo, que ensinou a meditação como um caminho para a iluminação;
  • Patanjali – um antigo sábio indiano que escreveu os Yoga Sutras, um texto sobre a prática de yoga e meditação;
  • Maharishi Mahesh Yogi – um guru indiano que popularizou a Meditação Transcendental no Ocidente nas décadas de 1960 e 1970;
  • Thich Nhat Hanh – um mestre zen vietnamita e ativista pela paz que escreveu extensivamente sobre a prática da meditação mindfulness;
  • Deepak Chopra – um médico e autor, ele popularizou a meditação no Ocidente através de seus livros e palestras.
  • Sharon Salzberg – professora de meditação e autora que tem sido fundamental para trazer ao Ocidente a atenção plena sobre a meditação e os seus benefícios.

O que significa meditar

A meditação é uma prática mental que envolve focar a nossa atenção num determinado objeto ou pensamento. Isso pode ser qualquer coisa, desde a nossa respiração até um mantra ou uma visualização. O objetivo da meditação é aquietar ou acalmar a mente e alcançar um estado de paz interior e relaxamento.

O que é um mantra

Um mantra é uma palavra, frase ou som que é repetido durante a meditação ou como um meio de concentrar a mente. A palavra “mantra” vem do sânscrito e é composta por duas partes: “man”, que significa mente e “tra”, que significa instrumento ou ferramenta.

No contexto da meditação, um mantra pode ser usado como uma ferramenta para ajudar a acalmar a mente e aprofundar a concentração. A repetição do mantra pode ajudar a criar uma sensação de clareza e foco mental e também pode servir como uma maneira de se ligar com uma intenção específica ou estado desejado de ser.

Os mantras podem ser específicos para uma tradição espiritual ou religiosa específica, ou podem ser de natureza mais geral e secular. Alguns mantras comuns incluem “Om”, “Om Shanti”, “Sat Nam” e “So Hum”.

É importante observar que a eficácia de um mantra dependerá do indivíduo e que não existe uma abordagem única para a meditação ou a prática do mantra. É recomendável que cada um de nós experimente diferentes mantras e encontre o que ressoa melhor connosco e apoia a nossa prática.

As cinco grandes mentiras sobre saúde
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Benefícios para a saúde física e mental

Foi demonstrado que a meditação traz inúmeros benefícios para a saúde mental e física. Descrevo de seguida  alguns dos mais notáveis.

Benefícios Físicos:

Benefícios mentais:

  • Melhora o foco e a concentração,
  • Reduz sintomas de depressão,
  • Melhora o humor e o bem-estar,
  • Aumenta a autoconsciência,
  • Melhora a regulação emocional,
  • Reduz os sintomas de stress Pós-traumático.

Técnicas mais eficazes

Existem muitos tipos diferentes de técnicas de meditação, cada uma com seus próprios benefícios. Algumas das técnicas de meditação mais eficazes incluem:

  • Meditação Mindfulness – concentrando a nossa atenção no momento presente;
  • Meditação de Amor e bondade – cultivando sentimentos de amor e bondade para connosco e para com os outros;
  • Meditação Transcendental – repetir um mantra para atingir um estado de transcendência;
  • Meditação Body Scan  – concentrando a nossa atenção em diferentes partes do nosso corpo para alcançar o relaxamento;
  • Meditação da consciência da respiração – concentrando-se na respiração para acalmar a mente e o corpo.

Técnicas mais simples e rápidas

Se descobrimos a meditação recentemente ou temos pouco tempo, existem algumas técnicas de meditação simples e rápidas que podemos experimentar:

  • Consciência da respiração – Concentra-te na respiração por alguns minutos, percebendo as sensações de inspirar e expirar.
  • Meditação do Mantra – Repete uma frase ou palavra simples na tua cabeça, e concentra-te no som e no ritmo do mantra.
  • Meditação a pé – Dá um passeio ao ar livre e concentra-te na tua respiração e no que te rodeia. Isso também envolve caminhar devagar e com atenção, concentrando-nos  em cada passo e nas sensações do nosso corpo.

Meditação de gratidão

A meditação da gratidão é uma prática que envolve focar nos aspetos positivos da tua vida e cultivar um sentimento de apreço por eles. Descrevo de seguida uma técnica para praticar a meditação da gratidão:

  1. Encontra um lugar tranquilo e confortável onde te possas sentar ou deitar sem distrações;
  2. Feche os olhos e respira fundo algumas vezes para relaxar o corpo e a mente;
  3. Trás à mente algo ou alguém por quem nutres um sentimento de gratidão. Pode ser uma pessoa, um lugar, uma coisa ou até mesmo uma simples experiência;
  4. Quando te concentras nesse objeto de gratidão, começa a sentir as emoções positivas associadas a ele. Observa as sensações no teu corpo e permite-te experimentar plenamente os sentimentos de alegria, amor ou admiração que surgirem;
  5. Fica com esses sentimentos por alguns momentos, permitindo que eles se expandam e preencham todo o teu ser;
  6. Enquanto continuas a concentrar-te no teu objeto de gratidão, repete para ti mesmo, silenciosamente a frase “Obrigado” ou “Sou grato/a”. Permite que as palavras penetrem e reforcem os teus sentimentos de apreço;
  7. Se a tua mente começar a divagar ou pensamentos negativos surgirem, simplesmente reconhece-os e aceita-os sem julgamento e gentilmente trás a tua atenção de volta ao teu objeto de gratidão;
  8. Continua a concentrar-te na tua gratidão por vários minutos ou pelo tempo que desejares;
  9. Quando estiveres pronto para terminar a meditação, respira fundo algumas vezes e gradualmente trás a tua consciência de volta ao ambiente;
  10. Reserva um momento para refletir sobre como te sentes após a meditação e observa qualquer mudança no teu humor ou perspectiva.

Com a prática regular, a meditação da gratidão pode ajudar-te a cultivar uma visão mais positiva e agradecida da vida e melhora o teu bem-estar geral.

As cinco práticas da atenção

Alguém que amo ofereceu-me um livro, seu, que foi marcante para a sua vida. No livro “A Arte do Poder”, Thich Nhat Hanh descreve cinco práticas de atenção que podem ajudar-nos a cultivar a força interior e transformar, com amor, os nossos relacionamentos com os outros, a saber:

  • Proteção da vida: Para proteger os humanos temos de proteger os elementos não humanos ou seja animais, plantas e minerais. Este é o ensinamento do sutra do diamante;
  • Generosidade: A pobreza está em toda a parte e a desigualdade causa sofrimento. Assim devemos oferecer o nosso tempo, energia e recursos naturais aos que deles necessitam;
  • Proteção dos indivíduos e famílias: Devemos abster-nos de abusos e relações sexuais erradas, desprovidas de amor e de compromissos de longo prazo. Corpo e mente não são duas coisas separadas. Respeitar o corpo também é respeitar a mente. Confundimos sexo com amor mas para existir Amor tem de haver respeito, sem o qual não existe verdadeiro Amor;
  • Comunicação profunda: A fala leviana e a incapacidade de ouvir os outros causa sofrimento. Devemos cultivar palavras afetuosas e melhorar a capacidade de ouvir profundamente de forma a trazer alegria e felicidade aos outros e alivia-los do sofrimento. Devemos aprender a falar com verdade com palavras que inspirem autoconfiança, alegria e esperança. Não devemos espalhar notícias das quais não temos a certeza nem criticar ou condenar sem provas certas.
  • Consumo desatento e excessivo: Devemos cultivar a nossa saúde física e mental, da nossa família e da sociedade em que estamos inseridos comendo, bebendo e consumindo com atenção utilizando alimentos que preservem a paz, bem-estar e alegria do nosso corpo, evitando o álcool e outros alimentos tóxicos assim como qualquer outro produto que possa intoxicar incluindo certos programas de televisão, certas revistas, livros, filmes e conversas. Uma “dieta” adequada que respeite os nossos antepassados, os nossos pais, a nossa sociedade e as gerações futuras é essencial para evitar a violência, o medo, a cólera e a confusão dentro de nós e da nossa sociedade.

Concluindo sobre meditação

Cada um de nós pode adaptar os benefícios da meditação ao seu ritmo de vida e agenda diária marcada pelos ponteiros do tempo que por vezes não dá tréguas. O meu tempo é quase sempre limitado, assim começo o dia com 5 ou 10 minutos sossegado, cruzando as pernas no sofá, em silêncio, desligado de todas as redes, com uma chávena quente de café entre as mãos e aceito todos os pensamentos que me visitem. Nunca dramatizo estas “visitas mentais” apenas as deixo fluir como pensamentos que são, nada mais.

Aceitar os pensamentos negativos sem dramatizar mudou a minha vida, agora quase sempre sou eu que controlo os pensamentos cinzentos e não são eles que controlam a minha agenda. Aceitar o que não podemos mudar é nuclear para uma boa saúde mental.

Quando alguma “ruminação mental” tenta ficar concentro-me na respiração nasal que ativa o nosso sistema nervoso parassimpático e nos tranquiliza. Nestes momentos necessito de fazer um esforço consciente de concentração na respiração de forma a não deixar espaço de entrada aos pensamentos. A pouco e pouco vamos aperfeiçoando a técnica às nossas necessidades.

Durante o dia aproveito os momentos de deslocação a pé para, se necessário, concentrar-me nos meus passos e respirar pelo nariz durante a caminhada e 10 minutos já fazem toda a diferença.

Ser generoso com quem nos rodeia e grato pela vida é um processo de constante evolução, absolutamente extraordinário, que nos pode indicar, de forma luminosa, o caminho certo 🙂

Referências bibliográficas:

  1. Emily K. Lindsay, (2021) – Mindfulness interventions for offsetting health risk following early life stress: Promising directions.
  2. Kuyken et al. (2020) – “Efficacy of mindfulness-based cognitive therapy in prevention of depressive relapse: An individual patient data meta-analysis from randomized trials.” This study found that mindfulness-based cognitive therapy can be effective in preventing depressive relapse in people with a history of depression.
  3. Gariepy et al. (2020) – “Meditation and Blood Pressure: A Systematic Review and Meta-analysis.” This study found that meditation can reduce blood pressure in people with hypertension.
  4. Li et al. (2020) – “Effects of mindfulness-based stress reduction on emotion regulation in adults with autism spectrum disorder: A randomized controlled trial.” This study found that mindfulness-based stress reduction can improve emotion regulation in adults with autism spectrum disorder.
  5. Emily K. Lindsay, Shinzen Young, Kirk Warren Brown,and J. David Creswell (2019) – Mindfulness training reduces loneliness and increases social contact in a randomized controlled trial – ” This study found that mindfulness meditation can reduce feelings of loneliness and increase social connectedness in adults.
  6. Murrant et al. (2019) – “Mindfulness meditation and the experience of parenting: A systematic review of qualitative studies.” This study found that mindfulness meditation can improve parenting practices and increase parental well-being.
  7. Black et al. (2018) – “Mindfulness Meditation and Improvement in Posttraumatic Stress Disorder Symptoms: A Randomized Controlled Trial.” This study found that mindfulness meditation can reduce symptoms of post-traumatic stress disorder (PTSD) and improve resilience.
  8. Hoge et al. (2018) – “The Effect of Mindfulness Meditation Training on Biological Acute Stress Responses in Generalized Anxiety Disorder.” This study found that mindfulness meditation can improve symptoms of generalized anxiety disorder and reduce inflammatory markers.
  9. Pascoe et al. (2017) – “A systematic review of randomized controlled trials on the effects of yoga and mindfulness meditation on sleep quality.” This study found that both yoga and mindfulness meditation can improve sleep quality and reduce symptoms of insomnia.
  1. Goyal et al. (2014) – “Meditation programs for psychological stress and well-being: a systematic review and meta-analysis.” This study found that meditation can reduce symptoms of anxiety, depression and pain.
  2. Zeidan et al. (2015) – “Mindfulness meditation improves cognition: Evidence of brief mental training.” This study found that just a few minutes of mindfulness meditation can reduce pain sensitivity and improve cognitive control.
  3. Tang et al. (2015) – “The neuroscience of mindfulness meditation.” This study found that mindfulness meditation can improve attention, cognitive performance and mood.
  4. Brefczynski-Lewis et al. (2007) – “Neural correlates of attentional expertise in long-term meditation practitioners.” This study found that long-term meditation practice can increase activity in brain regions associated with positive emotions and decrease activity in regions associated with negative emotions.
  5. Chiesa et al. (2011) – “Mindfulness-Based Interventions for Chronic Pain: A Systematic Review of the Evidence.” This study found that mindfulness-based interventions can reduce symptoms of anxiety and depression, and improve quality of life.
  6. Gotink et al. (2016) – “8-week Mindfulness Based Stress Reduction induces brain changes similar to traditional long-term meditation practice – A systematic review.” This study found that mindfulness-based stress reduction can reduce symptoms of depression and anxiety.
  7. Creswell et al. (2014) – “Alterations in Resting-State Functional Connectivity Link Mindfulness Meditation With Reduced Interleukin-6: A Randomized Controlled Trial.” This study found that mindfulness meditation can reduce symptoms of social anxiety and improve neural responses to social stress.

Fibromialgia estratégias de tratamento e pontos de dor




Fibromialgia qual o melhor tratamento, pontos de dor, sintomas e estigmas sociais. Quais os sinais? Quais as causas e fatores de risco? Quais os tratamentos mais eficazes? Que hábitos diários podem ajudar a melhorar? O que nunca deve comer? Porque são muitas vezes mal interpretados os doentes pela sociedade? Por desconhecimento da realidade clínica, muitas vezes as doentes são “rotuladas” de preguiçosas pelos colegas de trabalho e até por algumas pessoas de família… o que é psicologicamente muito duro de aceitar!

Com a informação reunida pelo American College of Rheumatology e pela Associação Portuguesa de doentes com Fibromialgia este artigo pretende ser um contributo importante para doentes, famílias e sociedade interpretarem e apoiarem de forma correta quem padece de fibromialgia.

Leia também: Dores musculares estas são as informações essenciais, toda a verdade!

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • Fibromialgia o que é?
  • Qual a prevalência da fibromialgia na população?
  • Fibromialgia qual a história desta doença?
  • Causas e origem fisiopatológica
  • Fatores de risco
  • Quais os sinais que não deve ignorar?
  • Diagnóstico: Quais os critérios ?
  • Dores: Quais os “pontos-gatilho” sensíveis à dor?
  • Quais as manifestações nucleares?
  • Quais as manifestações características?
  • Diagnósticos diferenciais (com outras doenças): Quais os mais importantes?
  • Doenças que podem coexistir com a fibromialgia: Quais são?
  • Tratamento: Como pode tratar a fibromialgia?
  • Qual o tratamento mais eficaz?
  • Exercício físico: Qual o mais adequado?
  • O que acontece se não fizer exercício físico?
  • Hábitos diários: Quais os que podem melhorar os sintomas?
  • Psicologia: Como se sentem psicologicamente os doentes?
  • Família do doente: Qual a reação habitual?
  • Local de trabalho: O que acontece no local de trabalho?
  • Qual a reação da sociedade em geral?

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Estudos recentes sobre fibromialgia

Neste segmento descrevo alguns dos mais recentes estudos publicados pela comunidade científica:

Fibromialgia o que é?

A fibromialgia é um síndrome crónico caracterizado por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. A fibromialgia é uma das doenças reumáticas com maior incidência na atualidade. É uma doença crónica invisível, sobre a qual ainda há muito por saber. A fibromialgia não tem tratamento específico e é capaz de provocar dores intensas, no entanto mantém-se até hoje num relativo anonimato, ao qual não será alheio o facto de apenas ter sido reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 1970.

Prevalência

Estima-se que atinja entre 2 e 8% da população adulta global e ainda que esteja em clara expansão.

Fibromialgia qual a história desta doença?

historia da fibromialgia melhorsaude.org

Já Hipócrates descreve a dor músculo-esquelética difusa. Os principais pontos históricos da doença, por ordem cronológica, são os seguintes:

  • 1824, Balfour faz a associação entre reumatismo e pontos dolorosos;
  • 1880, Beard classifica como Mielastenia uma síndroma com as características da Fibromialgia;
  • No início do séc xx, Growers introduz o termo “Fibrosite”por supor (algo nunca comprovado), que se trataria de alterações fibromusculares;
  • 1972, Moldofsky identifica as perturbações do sono Nrem;
  • 1977, Smythe e Moldofsky associam a presença de dor crónica e generalizada com pontos dolorosos em locais previsíveis e sono não reparador;
  • 1990, o Colégio Americano de Reumatologia define os critérios de diagnóstico ainda agora utilizados.

Causas fisiopatológicas

Especula-se, ainda, acerca da origem da doença. Sabe-se que os doentes de fibromialgia apresentam:

  • Diminuição de serotonina e ácido 5 – Hidroxindolacético no LCR (líquido cefalorraquidiano) e no plasma;
  • Elevação da substância P no LCR (líquido cefalorraquidiano);
  • Hipovascularização de algumas regiões cerebrais;
  • Alterações no EEG (eletroencefalograma) de sono noturno, na fase NREM (fase de sono profundo onde ocorrem os sonhos);
  • Hipertonia simpática,
  • Alterações da memória recente.

Existem ainda outras alterações, mas todas elas são comuns a outras patologias. O mais provável é que seja uma causa multifatorial.

Fatores de risco

Embora não sejam conhecidas, com rigor, as causas da fibromialgia, sabe-se que as mulheres são quase 10 vezes mais afetadas que os homens. Na verdade, 80 a 90% dos casos diagnosticados são de mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. Supõe-se, por outro lado, que o desenvolvimento da doença também possa ser influenciado por fatores como:

Sintomas dores musculares e fadigafibromialgia melhorsaude.org melhor blog de saude

O sintoma predominante da fibromialgia é a dor muscular. Surgindo, na maior parte dos casos, de forma generalizada mas centrando-se posteriormente em regiões específicas, como o pescoço ou a região lombar, esta assemelha-se a um ardor intenso e muitas vezes debilitante. Pode, no entanto, fazer-se acompanhar por outros sintomas, como:

  • Perturbações de sono, presentes em cerca de 70% dos doentes, piorando as dores nos dias que dormem pior. Os registos eletroencefalográficos podem apresentar alterações relacionadas com as perturbações do sono.
  • Fadiga constante, que se mantém durante quase todo o dia com pouca tolerância ao esforço físico. Quando o sintoma dominante é a fadiga a doença tem sido designada por Síndroma da Fadiga Crónica;
  • Dificuldades de concentração;
  • Falta de memória;
  • Dores de cabeça;
  • Espasmos musculares;
  • Rigidez muscular;
  • Formigueiros e inchaços nos dedos das mãos e dos pés, principalmente ao levantar;
  • Distúrbios emocionais, com frequência de ansiedade e às vezes há depressão;
  • Perturbações gastrointestinais em alguns doentes que apresentam queixas gástricas e cólon irritável.

Os sintomas podem, no entanto, variar em intensidade e até mesmo desaparecer e reaparecer de forma esporádica, consoante a hora e o dia, os níveis de stresse e ansiedade ou as mudanças de temperatura. Também podem ser agravados com a atividade física exagerada ou desequilibrada.

Há relatos de casos de fibromialgia que começam depois de uma infeção bacteriana ou viral, um traumatismo físico ou psicológico.

Existem estudos que mostram que pessoas com esta doença, apresentam alterações nos níveis de algumas substâncias importantes, particularmente:

  • Níveis baixos de serotonina;
  • Níveis elevadas de proteína P.

Diagnóstico quais os critérios?

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Descrevo de seguida os critérios de diagnóstico do American College of Rheumatology:

Manifestações nucleares

Dor crónica generalizada, com evolução de, pelo menos, 3 meses, abrangendo a parte superior e inferior do corpo, lado direito e esquerdo, assim como o esquerdo axial.

Dor à pressão, em, pelo menos, 11 de 18 pontos predefinidos, a saber:

  • Ponto occipital – Bilateral, nas inserções do músculo sub-occipital.
  • Ponto cervical inferior – Bilateral, na face anterior dos espaços        intertransversários de C5 e C7
  • Ponto trapézio –  Bilateral, no ponto médio do bordo superior do músculo.
  • Ponto supra espinhoso –  Bilateral, na origem do músculo acima da espinha da omoplata, junto do bordo interno.
  • Ponto 2ª costela – Bilateral, na junção costo-condral da 2ª costela, imediatamente para fora da junção e na face superior.
  • Ponto epicôndilo – Bilateral, 2 cm externamente ao epicôndilo.
  • Ponto glúteo – Bilateral, no quadrante superior externo da nádega, no folheto anterior do músculo.
  • Ponto grande trocanter – Bilateral, posterior à proeminência trocantérica.
  • Ponto Joelho – Bilateral, na almofada adiposa interna, acima da interlinha articular.

Pontos dolorosos

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Fibromialgia ponto gatilho melhorsaude.org melhor blog de saude

Os pontos dolorosos não são de dor espontânea.

A sua pesquisa deve ser efetuada com uma pressão digital de 4kg.

A dor não deve irradiar.

Manifestações Características

  • Fadiga crónica,
  • Sono não reparador,
  • Parestesias,
  • Rigidez (sobretudo matinal),
  • Edema subjetivo,
  • Cefaleias,
  • Síndroma de colon irritável,
  • Fenómeno de Raynaud,
  • Depressão/ansiedade,
  • Hipersensibilidade generalizada à pressão e mudanças de temperatura ( tipo síndroma gripal).

O diagnóstico é exclusivamente clínico, não existindo exames subsidiários caracteristicamente positivos na fibromialgia.

Doenças e diagnósticos diferenciais

Tendo em consideração que os sintomas de fibromialgia são comuns a outras doenças que têm tratamento diferente, sendo que algumas são potencialmente graves em termos de sobrevida, é necessário descartar ou confirmar, previamente, de forma clara a presença, simultânea ou não, das seguintes doenças:

  • Artrite reumatoide;
  • Lupus eritematoso sistémico;
  • Espondilite anquilosante;
  • Polimiosite;
  • Síndroma de Sjörgen;
  • Polimialgia reumática;
  • Osteomalacia ;
  • Osteoporose;
  • Doença vertebral degenerativa;
  • Síndroma de dor miofascial;
  • Hipotiroidismo;
  • Hipertiroidismo;
  • Hiperparatiroidismo;
  • Síndrome paraneoplásico;
  • Miopatia metabólica;
  • Metastização tumoral;
  • Mieloma múltiplo,
  • Polineuropatias;
  • Doença de Parkinson;
  • Sarcoidose;
  • Infeções víricas;
  • Neuroses;
  • Psicoses;
  • Ansiedade;
  • Depressão.

Qualquer destas patologias pode coexistir com a Fibromialgia.

Tratar a fibromialgia

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Ainda não é conhecida cura para a fibromialgia e também ainda não existe nenhum fármaco específico para a doença. Existem, no entanto, medicamentos e técnicas que podem ajudar a aliviar os sintomas, principalmente as dores, a saber:

  • Analgésicos;
  • Relaxantes musculares;
  • Antidepressivos;
  • Massagens;
  • Técnicas de relaxamento.

Tratamento qual o melhor?

O primeiro passo é acreditarmos no sofrimento do doente! Seguidamente, envolver o doente no seu tratamento. Cada sujeito ativo compreendendo e colaborando na responsabilidade do Sucesso / Insucesso.

Deve frisar-se que se trata de uma doença crónica e que o tratamento visa, não a ausência de sintomas, mas o seu controlo. Também teremos que estar preparados para Adaptar os esquemas terapêuticos à evolução das queixas. O tratamento é sempre individual.

Tratamento Farmacológico

O tratamento farmacológico inclui os seguintes medicamentos:

  • Amitriptilina, em doses baixas ( 10mg – 25mg/ dia),
  • Fluoxetina (antidepressivo),
  • Diazepam e outros mio relaxantes (relaxantes musculares),
  • Ansiolíticos,
  • Indutores do sono,
  • Antiepiléticos, (topiramato em doses até 75mg/dia tem-se mostrado útil),
  • Analgésicos como o paracetamol, com e sem codeína, os salicilatos, o tramadol, revelam alguma eficácia.

Os corticosteroides, devido aos efeitos secundários e à quase ineficácia, são de evitar!

Tratamento Psiquiátrico

O apoio psiquiátrico nunca deve ser de descurar, sempre que se revele necessário, sob a orientação de médico psiquiatra com experiência em dor.

Psicoterapia Coadjuvante

Particularmente útil nas áreas Cognitiva / Comportamental:

  • Aprender a viver com a doença e aceitar as suas limitações, assim como aprender a lidar com o stress.
  • Técnicas de Bio Feedback têm-se mostrado úteis.

Fisioterapia é possível

Sim mas apenas quando individualizada e efetivada por técnicos com experiência nestes doentes.

Exercício Físico adequado

Fundamental, o exercício físico mais indicado é adaptado às condições do doente. Aconselha-se, essencialmente:

  • Caminhada,
  • Natação (sem grande esforço), em ambientes agradáveis e tépidos.

É importante não descurar o Exercício Físico, porque a inação para que tendem os doentes de Dor Crónica, acarreta consequências psíquicas e físicas como:

  • Depressão,
  • Obesidade,
  • Atrofia Muscular,
  • Osteoporose,
  • Artralgias,

Estas são situações que acabam também e por si só, gerar doença.

Alimentação faz toda a diferença

Não existem dúvidas que a alimentação pode ter uma influência extraordinária na evolução e sintomatologia da doença.  Cada doente deve tentar identificar principalmente os alimentos que fazem piorar a sua condição de saúde.

No geral deve evitar todos os alimentos fabricados e embalados pois quase sempre tem aditivos alimentares artificiais e teores de açúcar demasiado elevados.

Entre os mais importantes vale a pena estar atento e se necessário eliminar da alimentação diária os seguintes:

  • Aditivos alimentares artificiais como o Glutamato monossódico (MSG) e o Aspartame
  • Glúten
  • Açúcares
  • Enchidos
  • Alimentos fritos que contêm gorduras saturadas de má qualidade
  • Álcool

Também o excesso de peso parece piorar sempre os sintomas dolorosos associados à fibromialgia.

Nutrição e estudos sobre fibromialgia

Os seguintes estudos alertam para a importância do cuidado alimentar para mitigar os sintomas da fibromialgia, a saber:

Stress e hábitos diários

Quais os que melhoram os sintomas?

Adaptar o seu estilo de vida aos sintomas da doença é essencial para uma melhor qualidade de vida. Assim deve tentar aplicar os seguintes hábitos diários:

Psicologia  do doente como se sente?

Como em qualquer outra doença dolorosa crónica e tendencionalmente incapacitante, estes doentes apresentam-se muito queixosos, com níveis de autoestima baixos, angustiados, revoltados, não compreendidos e uma história de grande dificuldade em gerir a sua vida familiar, laboral e social.

Família do doente como reage?

A família é um fator primordial, para o melhor e para o pior, na evolução destes doentes. Muitas vezes não colabora, acusando o doente de “preguiçoso”, “piegas” ou “desequilibrado” emocionalmente. Normalmente, após elucidado, o agregado familiar passa a colaborar, sendo de grande importância, pelo suporte que pode dar ao doente. Por vezes, a própria família precisa de Apoio.

Local de trabalho o que acontece?

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Devido às características da doença, a produtividade diminui, o que, muitas vezes, acarreta acusações dos colegas e superiores hierárquicos, criando um meio hostil. Devem-se diminuir os níveis de Stress do doente, respeitando os seus Ritmos de trabalho e/ou mudando de Actividade profissional.

Sociedade como são tratados os doentes?

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Normalmente, a incapacidade inerente à doença implica uma marcada diminuição da quantidade e qualidade da Vida Social destes doentes, assim como um aumento de gastos com o consumo de Serviços de Saúde e da Segurança Social, com faltas ao trabalho e Reformas precoces.

O Estado português ainda não facilita a estes doentes os direitos que lhes deveriam ser atribuídos, de acordo com o reconhecimento da patologia já existente, revelando-se duplamente penalizante para o doente e agregado familiar.

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Concluindo

Se suspeita que pode sofrer de fibromialgia, consulte o seu médico assistente ou o seu reumatologista. O diagnóstico faz-se quando a dor existe por mais de três meses em pelo menos 11 de 18 pontos específicos do corpo. Entretanto, realizam-se exames para excluir outras doenças que possam causar as queixas.

Se, infelizmente, já é um doente fibromialgico então não se acomode, adote um estilo de vida saudável com exercício físico e alimentação adequados. Vá ao médico acompanhado por alguém da sua família para que esta fique bem informada sobre a doença e possa dispensar-lhe o apoio positivo que é essencial para evitar outras perturbações psicológicas muitas vezes associadas à doença.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Bibliografia:

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Estratégias para tratar Herpes, Zona e Varicela




Herpes Zona e Varicela: Os vírus da família HERPES são diversos e provocam doenças distintas mas, algumas, muito comuns tais como o Herpes labial e Herpes genital, a varicela e a zona. Um estudo com o título “A comparison of herpes simplex virus type 1 and varicella-zoster virus latency and reactivationfeito em colaboração entre o Institute of Infection, Immunity and Inflammation, University of Glasgow e do Department of Microbiology, Immunology and Pathology, Colorado State University, clarifica os mecanismos que fazem a ligação entre herpes labial, genital, varicela e zona.

Falarei também da mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, que é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

    • Herpes, o que é?
    • Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2), qual a diferença?
    • Quais as principais doenças provocadas pelos vírus da família herpes?
    • Herpes simples tipos 1 e 2, que partes do corpo afetam?
    • Qual a causa do herpes labial, oral, genital, face, ocular e cerebral?
    • Qual a prevalência na população?
    • Quais os fatores de risco que causam novas crises?
    • Quais os sintomas?
    • Quais os sintomas que antecedem e “avisam” que vai chegar nova crise de herpes?
    • Quais as zonas do corpo que podem ser afetadas por outros vírus da família herpes?
    • Como se transmite?
    • Onde se esconde o vírus?
    • Qual o período de incubação?
    • Em que altura da vida se contraem os mais comuns vírus da família herpes?
    • Qual o melhor tratamento e medicamentos usados?
    • Herpes labial, qual o tratamento?
    • Aciclovir, quais as reações adversas mais comuns?
    • Herpes: Será que tem cura?
    • Quais as lesões parecidas com herpes?
    • Herpes, quais as complicações possíveis?
    • Mononucleose ou “doença do beijo”, o que é? Quais as causas? Como proteger-se? Qual o tratamento?
    • Mononucleose, será que já sabe tudo?
    • Varicela ou catapora:  O que é? Quais os sintomas? Será perigosa?
    • Quais as complicações da Varicela?
    • Varicela, se estiver grávida o que deve fazer?
    • Os sintomas são mais graves na criança ou no adulto?
    • Varicela, qual o aspeto das borbulhas?
    • Varicela, como impedir que a criança coce?
    • Quais as fases da doença?
    • A varicela pode provocar zona?
    • Varicela, qual o tratamento?
    • Existe vacina para a varicela?
    • Zona: O que é?
    • Zona: Quais as causas?
    • Qual a prevalência na população?
    • Quais os sintomas da zona?
    • Quais as complicações da zona?
    • A zona é contagiosa?
    • Zona, qual o tratamento?
    • Zona, existe vacina?

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Herpes o que é?

O herpes é um vírus comum que pode atingir diversas partes do corpo consoante o seu subtipo. O herpes labial e o genital são infeções virais contagiosas causadas por dois dos subtipos de vírus da família do Herpes vírus humano, composta por 8 subtipos diferentes. Dois dos mais conhecidos e relevantes são os seguintes:

  • Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)
  • Herpes simplex vírus tipo 2 (HSV-2)

Vírus da família Herpes, principais doenças

Cada subtipo do vírus causa doenças completamente distintas umas das outras, tais como:

    • Herpes labial ( vírus HSV-1);
    • Herpes genital (vírus HSV-2);
    • Herpes ocular (vírus HSV-1);
    • Mononucleose infeciosa ou “Doença do beijo” (vírus Epstein Barr, da família do herpes);
    • Varicela, no Brasil chama-se catapora (Vírus varicela-zoster, da família do herpes);
    • Zona (vírus herpes zoster);
    • Meningoencefalite, pode ser muito grave (vírus HSV-1).

O Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) são duas espécies da família do vírus Herpesviridae, responsáveis por infeções em humanos. Todos os vírus da família herpes produzem infeções latentes.

Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HVS-2)

As principais diferenças entre HSV-1 e HSV-2 são as seguintes:

    • HSV-1 costuma causar o herpes labial,
    • HSV-2 é, em geral, responsável pelo herpes genital.

Deve dizer-se em geral porque como a prática de sexo oral é muito comum, não é raro encontrarmos lesões orais pelo HSV-2 e lesões genitais pelo HSV-1.

Herpes labial e genital melhorsaude.org

Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)

De seguida descrevo a partes do corpo mais afetadas pelo HSV-1.

Herpes labial, boca, face, ocular e cérebro

Normalmente associado a infeções dos lábios, da boca e da face. Esse é o vírus mais comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contacto com este vírus na infância. O HSV1 frequentemente causa feridas (lesões) nos lábios e no interior da boca, como aftas, ou infeção do olho (principalmente na conjuntiva e na córnea) e também pode levar a uma infeção no revestimento do cérebro (meningoencefalite). Pode ser transmitido por meio de contacto com a saliva infetada.

Herpes simplex vírus tipo 2 (HSV-2)

De seguida descrevo a partes do corpo mais afetadas pelo HSV-1.

Herpes genital e oral

Normalmente transmitido sexualmente, o HSV-2 provoca comichão e bolhas ou mesmo úlceras e feridas genitais. Entretanto, algumas pessoas com HSV-2 não apresentam quaisquer sinais (latência). A infeção cruzada dos vírus de herpes do tipo 1 e 2 pode acontecer se houver contacto oral-genital. Isto é, pode-se contrair herpes genital na boca ou herpes oral na área genital.

Herpes genital melhorsaude.org

Prevalência na população

Herpes labial e genital

Um em cada cinco adultos é portador do HSV-2 e mais da metade da população tem o HSV-1. Porém, muitos portadores não apresentam sintomas.

A infeção pelo Herpes simplex é recorrente, ela vai e volta espontaneamente. Isto ocorre porque o vírus “esconde-se” dentro das células do sistema nervoso impedindo que as defesas do organismo consigam eliminá-las completamente. Quem tem Herpes uma vez, terá herpes o resto da vida.

Fatores de risco que causam nova crise

Herpes labial e genital

De vez em quando o vírus volta a manifestar-se, normalmente em períodos de fragilidade do nosso sistema imunitário. Alguns fatores que podem induzir crises são conhecidos, a saber:

    • Exposição solar intensa,
    • Stress emocional,
    • Menstruação,
    • Traumas, etc.

A frequência das recorrências é individual.

Sintomas

Herpes labial e genital

A primeira lesão de herpes costuma ser a mais sintomática,  por ainda não termos anticorpos formados. Em geral, o quadro é o seguinte:

    • Múltiplas vesículas (pequenas bolhas) agrupadas, com áreas de inflamação na base e ao redor;
    • Aftas ou úlceras geralmente na boca, nos lábios, nas gengivas ou nos genitais;
    • Lesões dolorosas que podem ser acompanhadas de mal estar;
    • Gânglios ou nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente somente no momento inicial da infeção)
    • Febre  especialmente durante o primeiro episódio de infeção;
    • Lesões genitais ou mesmo orais podem começar com uma sensação de queimadura ou formigueiro.

Sintomas que antecipam nova crise

As recorrências costumam ser menos sintomáticas e mais curtas. Normalmente apresentam alguns sintomas que “avisam” algumas horas antes das vesículas que as lesões do herpes vão reaparecer. Alguns desses sintomas de aviso são os seguintes:

    • Dor,
    • Formigueiro ou prurido (comichão) local.

As vesículas podem romper-se, formando pequenas ulcerações que lembram aftas.

Partes do corpo que podem ser afetadas

O HSV-1 e o HSV-2 têm mais afinidade pela mucosa oral e genital, respetivamente. Porém, podem causar infeções em outras partes do corpo, por exemplo:

Estas infeções mais graves costumam ocorrer em doente com imunossupressão como na SIDA (AIDS) e nos transplantados. Uma outra complicação das infeções pelo Herpes vírus é a paralisia facial, chamada de paralisia de Bell.

Transmissão e contágio

A transmissão do herpes ocorre por contacto íntimo com a área infetada. O Herpes vírus é muito contagioso; o período de maior risco de transmissão é durante as crises e nos 2 dias que a antecedem, podendo também ocorrer mesmo quando não há lesões aparentes. Alguns pacientes secretam o vírus mesmo fora das crises, podendo transmiti-lo a qualquer momento, principalmente no HSV-2.

Onde se esconde o vírus?

O herpes vírus sobrevive poucas horas fora de um organismo vivo. Por isso é encontrado principalmente nas seguintes localizações:

    • Lesões herpéticas,
    • Saliva,
    • Sêmen,
    • Secreções vaginais,
    • Objetos, como copos e talheres mas é menos comum, uma vez que o vírus com dificuldade fora dos organismos vivos.

Período de incubação

O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de 4 dias, em média.

Em que altura da vida se contrai?

O Herpes simples genital é uma DST (doença sexualmente transmissível). Durante a fase ativa deve-se evitar atividade sexual, pois mesmo com o uso de preservativo há risco de contaminação.

  • O herpes labial (HSV-1) é normalmente adquirido durante a infância,
  • O herpes genital (HSV-2) é normalmente contraído  na vida adulta.

Tratamento

Alguns casos de herpes são leves e não precisam de tratamento a não ser tratamentos tópicos. Mas pessoas que têm surtos graves ou prolongados (principalmente se for o primeiro episódio de infeção), que têm problemas no sistema imunológico ou aquelas que têm recorrência frequente talvez necessitem usar medicamentos antivirais em comprimidos.

Doentes com recorrências graves ou frequentes de herpes oral ou genital podem optar por continuar com os medicamentos antivirais, em comprimidos, para reduzir a frequência e a gravidade dessas recorrências.

Medicamentos

As lesões locais ligeiras não complicadas de herpes labial podem ser tratadas apenas com cremes de aplicação local. As lesões mais graves, extensas, com maior número de lesões, recorrentes ou em doentes imunodeprimidos devem ser tratadas com dosagens mais elevadas de antivirais, tomados por via oral, em comprimidos. Os medicamentos mais usados para o tratamento de herpes simplex, são:

  • Aciclovir 200 mg comprimidos (Zovirax®, Ezopen®), 5xdia, durante 5 dias;
  • Aciclovir 800 mg comprimidos (Zovirax®, Ezopen®)
  • Aciclovir creme (Zovirax®) 5xdia, durante 4 a 5 dias;
  • Aciclovir+Hidrocortisona creme (ZoviDuo®), 5xdia, durante 4 a 5 dias;
  • Fanciclovir 125 mg (®)
  • Fanciclovir 500 mg (Penvir®)

O aciclovir com hidrocortisona (Zoviduo®) é normalmente utilizado no herpes labial nas crises com comichão.

O tratamento com antivirais, como o aciclovir, serve para reduzir o tempo de doença. Quanto mais precocemente forem iniciados, melhor a resposta. No herpes labial pode-se usar pomadas e no genital comprimidos.

Herpes labial, qual o tratamento?

O tratamento do herpes labial depende da gravidade das lesões e frequência das crises. Assim se forem crises pontuais com lesões pouco extensas basta a aplicação local de um creme com aciclovir, 5xdia, durante 4 a 5 dias.

Se lesões foram mais extensas, em maior número ou acontecerem com frequência o seu médico pode optar por uma tratamento mais agressivo, por via oral, com aciclovir 200mg, 5xdia, durante 4 a 5 dias.

Um dos aspetos mais importantes para diminuir a gravidade e extensão das crises é reconhecer ao longo do tempo os sintomas que antecedem o aparecimento das lesões tais como comichão e dor local. Assim que forme sentidos deve de imediato começar a aplicar localmente um creme com aciclovir. Este procedimento é o mais relevante para diminuir a gravidade e duração de uma crise de herpes labial.

Os pensos para o herpes labial são eficazes?

Os pensos disponíveis para o herpes labial não têm atividade antiviral como o aciclovir. Eles são no entanto úteis para cicatrizar mais rapidamente as feridas causadas pelas “borbulhas” do herpes, depois destas rebentarem. O tratamento ideal do herpes labial simples (não complicado) seria:

    •  Aplicar um creme antiviral logo que existissem sintomas que antecedem o aparecimento de uma crise;
    • Continuar a aplicação do creme com aciclovir, 5xdia, durante 5 dias;
    • Quando as “borbulhas” rebentarem colocar os pensos sobre as feridas 3xdia, sem nunca deixar de aplicar o creme;
    • Os pensos não devem ser colocados ao mesmo tempo que o creme porque a aderência à ferida fica muito diminuída ou seja após a aplicação do creme aconselha-se um intervalo de pelo menos 1 a 2 horas para deixar que a absorção do aciclovir se faça e só depois aplicar o penso.

Aciclovir, reações adversas

No tratamento com aciclovir, entre 1% a10% dos doentes podem manifestar os seguintes efeitos secundários:

    • Dor de cabeça,
    • Tonturas,
    • Enjoos,
    • Vómitos,
    • Diarreia,
    • Dores abdominais,
    • Prurido ou comichão,
    • Vermelhidão/protuberâncias na pele que podem piorar com exposição solar,
    • Sensação de fadiga,
    • Febre.

Herpes tem cura?

O herpes não tem cura nem existe ainda vacina eficaz. O tratamento está realmente indicado nas lesões primárias e nos doentes imunossuprimidos. Nos outros casos, o tratamento não altera muito o curso da crise.

Lesões parecidas com herpes

Outros dois tipos de lesões genitais têm causado algum tipo de confusão com o Herpes. Ambas são assintomáticas e podem afetar a zona genital e a  boca a saber:

  • Manchas de Fordyce, uma espécie de glândulas sebáceas. Não indicam qualquer tipo de doença.
  • Pápulas peroladas. Também não indicam nenhuma patologia e pode afetar homens e mulheres.

Complicações possíveis

Apesar de não ser uma doença grave, a herpes simples não tratada pode levar a algumas complicações de saúde, como:

  • Erupção variceliforme (herpes espalhada pela pele),
  • Encefalite,
  • Infeção do olho,
  • Infeção da traqueia,
  • Meningite,
  • Pneumonia,
  • Infeção prolongada grave em indivíduos com sistema imunitário debilitado ou imunossuprimidos.

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Mononucleose ou doença do beijo o que é?

A mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Sobre a Mononucleose vamos responder ás seguintes perguntas:

  • Porque se chama doença do beijo?
  • Mononucleose como se transmite o vírus?
  • Quanto tempo pode ficar o vírus no organismo depois dos sintomas desaparecerem?
  • Quem tiver contraído o vírus não deve beijar ninguém durante muitos meses?
  • O vírus da mononucleose é muito infecioso?
  • Quais os sintomas da mononucleose?
  • Como se diferencia da faringite comum?
  • A mononucleose provoca manchas no corpo?
  • É verdade que a mononucleose pode afetar com gravidade o baço?
  • O fígado pode ser afetado?
  • Que complicações menos comuns podem acontecer?
  • Quais os riscos para uma grávida que contraia a mononucleose?
  • O que é a síndrome de mononucleose?
  • Qual a diferença entre síndrome de mononucleose e a doença mononucleose infeciosa?
  • Quais as principais doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose?
  • Como se faz o diagnóstico da mononucleose infeciosa?
  • A mononucleose infeciosa provoca fadiga crónica?
  • Como beijar bem ? 🙂
 Clica na imagem para saber tudo sobre Mononucleose

Mononucleose Doença do beijo MELHORSAUDE.ORG

OS MAIS LIDOS

Varicela ou catapora, o que é?

A varicela ou catapora é uma doença de infância muito vulgar. Todos os anos afeta dezenas de milhar de crianças em Portugal, especialmente durante o Inverno e Primavera. É causada pelo vírus varicela-zoster, um membro da família do vírus herpes, o mesmo que causa herpes zoster (zona). Uma vez debelada, a varicela normalmente não reaparece, no entanto, o vírus permanece alojado no tecido nervoso como que adormecido (não ativo), podendo reativar-se mais tarde, causando zona.

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A varicela ou catapora é perigosa?

Quando se detetam os primeiros sintomas é difícil prever até que ponto a varicela poderá ser grave. Apesar de a doença não ser normalmente perigosa em crianças saudáveis, causa mal-estar e pode levar ao absentismo das crianças à escola e dos pais ao emprego. Em crianças mais velhas e em especial nos adultos, os sintomas são normalmente mais graves e podem originar outros problemas.

Complicações

A varicela é uma doença predominantemente da infância, benigna e altamente contagiosa, com taxas de transmissão aos contactos suscetíveis de 61-100%1 . Pode contudo associar-se a complicações graves, associadas a sobre-infecção bacteriana , tais como:

  • Celulite,
  • Pneumonia,
  • Fasceíte,
  • Choque tóxico.

Pode também associar-se a complicações do próprio Vírus Varicela-zoster (VVZ), tais como:

  • Cerebelite,
  • Encefalite,
  • Pneumonia.

Estas ocorrem sobretudo em situações de imunodeficiência celular, mas também em crianças previamente saudáveis. Nas leucemias e transplante de órgão, cerca de 50% das crianças desenvolvem complicações com uma mortalidade global de 7 a 17% se não forem tratadas com aciclovir.

Se estiver grávida o que deve fazer?

A grávida pode estar sujeita a um risco mais elevado em relação ao aparecimento de complicações com o feto, pelo que deve evitar a exposição à doença. A infeção na grávida acarreta um risco adicional para a mulher, nomeadamente pela maior incidência de pneumonite que, sem tratamento, pode ser fatal em cerca de 40% dos casos . Também no feto, pode ocorrer a síndrome de Varicela Congénita e, no recém-nascido, varicela grave quando a doença materna se manifesta 5 dias antes ou 2 dias após o parto.

Sintomas

A sequência de aparecimento de sintomas é curiosa e é a seguinte:

  • O primeiro sintoma é febre ligeira;
  • Um ou dois dias mais tarde aparecem manchas vermelhas normalmente primeiro no couro cabeludo;
  • Mais tarde as manchas vermelhas espalham-se pela cara, tronco, axilas, braços, pernas, boca e por vezes na traqueia e brônquios.
  • Começa a surgir comichão.

Uma das caraterísticas diferenciadoras da varicela são as lesões no couro cabeludo ou seja se não existirem  lesões na cabeça dificilmente será varicela!

A criança pode também queixar-se de:

  • Dores de cabeça,
  • Dores de garganta,
  • Gânglios linfáticos inflamados e dolorosos,
  • Dores de estômago,
  • Cansaço,
  • Perda de apetite.

Sintomas nas crianças e nos adultos

Crianças com menos de 10 anos têm sintomas mais moderados em relação às mais velhas e aos adultos. Os adolescentes e os adultos são mais suscetíveis a complicações graves, com um aumento vinte vezes superior na mortalidade entre os 15 e os 44 anos.

Aspeto das borbulhas

São pequenas e vermelhas, provocam comichão e transformam-se em bolhas num curto espaço de tempo (horas). Estas bolhas cheias de líquido (vesículas) secam e formam crostas em alguns dias. Estas borbulhas aparecem durante 5 dias e a  maioria forma crosta em 6 a 7 dias Por vezes as borbulhas deixam cicatrizes. É mais provável a formação de cicatrizes se as borbulhas infetarem. É importante impedir que a criança se coce para prevenir o aparecimento de cicatrizes.

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Impedir que a criança coce as borbulhas

Impedir a criança de coçar as lesões não é fácil! No entanto os seguintes procedimentos podem ajudar bastante, a saber:

  • Manter as borbulhas limpas e secas;
  • Usar loções calmantes e banhos de água morna de 4 em 4 horas nos primeiros dias;
  • Enxaguar  sem esfregar;
  • Manter as unhas curtas para prevenir eventuais infeções e cicatrizes.

Transmissão da varicela ou catapora

Os outros irmãos se ainda não tiveram varicela têm uma elevada probabilidade (80%-90%) de contágio. Se forem saudáveis o melhor será que tenham a doença enquanto crianças. Assim estarão protegidos de contrair varicela mais tarde, podendo ser então mais grave. Se tiverem problemas de saúde deverá consultar-se o médico.

Os adultos que nunca tiveram varicela poderão contraí-la através dos filhos. Nestes casos é necessário contatar o médico. A varicela é uma doença grave nos adultos.

Uma mulher grávida pode estar sujeita a um risco ainda mais elevado no que respeita ao aparecimento de complicações, devendo evitar a exposição à doença, devido ao risco que isto constituí para o feto. A varicela é também grave para aqueles com um sistema imunitário enfraquecido. Uma criança saudável poderá estar em contacto com adultos com varicela, pois será melhor que tenha a doença em criança.

Entre pessoas como ocorre a transmissão?

O vírus é transmitido pelo ar, quando a pessoa infetada tosse, espirra ou fala, ou pelo contacto direto com as lesões do doente.

Fases da doença

Período de incubação

Cerca de 14-15 dias contados a partir do contacto com o infetado.

Período de contágio

A varicela pode ser transmitida a outra pessoa desde aproximadamente 10 dias após ser contagiada até todas as bolhas se transformarem em crostas. O isolamento de um doente infetado previne a transmissão da infeção.

A varicela pode provocar zona?

A infeção por VVZ pode ressurgir anos ou décadas mais tarde na forma de herpes-zoster (HZ) que provoca zona, situação que pode evoluir com complicações semelhantes às da varicela. Esta reativação afeta 10-30% da população e está associada a uma morbilidade e mortalidade significativas nos indivíduos idosos e nos imunocomprometidos.

Tratamento da varicela ou catapora

No caso de ser uma varicela ligeira o tratamento efetuado visa o alívio sintomático:

  • Paracetamol (Ben-u-ron®) para alívio das dores e febre;
  • Banhos de água morna para alivio da comichão;
  • Loções de calamina (Caladryl®) para alivio da comichão;
  • Desinfetantes para as vesículas (Eosina).

Para os casos mais graves ou doentes com fator de risco elevado existe um medicamento específico para a varicela, que ajuda de forma substancial à redução da duração da doença, permitindo que o doente se sinta melhor num espaço de tempo mais curto. Esse medicamento é o seguinte:

  • Aciclovir (Zovirax®), do qual já existe genérico em comprimidos e pomada. A dosagem dos comprimidos varia entre 200 e 800 mg.

O Aciclovir inibe a replicação do vírus da varicela por interferência com DNA-polimerase encurtando o período da doença. Além deste medicamento, o tratamento é acompanhado de um anti-histamínico, que reduz a comichão e um desinfetante tópico que diminui o risco de infeção das bolhas rebentadas.
Manter uma boa higiene corporal e das roupas evita, também, infeções. Antibióticos poderão ser usados quando existe o risco de infecção.

Crianças varicela e aspirina, perigos!

Não se deve dar ácido acetilsalicílico (aspirina) ou seus derivados às crianças com varicela por poder causar o síndroma de Reye, que é uma complicação grave caracterizada por alterações neurológicas e hepáticas.

Se aparecerem lesões na boca, deve-se dar alimentos moles, bebidas frias e evitar os ácidos e salgados. Nas lesões na área genital poderão usar-se cremes anestésicos. As situações mais graves deverão ser sempre acompanhadas por um médico.

Vacina da varicela ou catapora, existe?

A OMS recomenda que as atuais vacinas contra a varicela só devem ser utilizadas na criança se se assegurar uma cobertura vacinal acima dos 85-90%, pelos riscos que a alteração epidemiológica induzida pode acarretar. A vacina da varicela está disponível nos EUA desde 1995 com recomendação de vacinação universal. Na Europa, encontra-se atualmente recomendada para vacinação universal na Alemanha, Espanha, Itália, Holanda e Suíça.

A vacina não faz parte do Plano Nacional de Vacinação (PNV). Pode ser administrada a partir dos 12 Meses de idade ou a pessoas que estejam expostas à doença. Se administrada no período de 3 dias após exposição à doença pode prevenir uma infeção clinicamente aparente ou modificar o curso da infeção.

Qual é a vacina contra a Varicela?

A vacina contra a varicela é constituída por Vírus varicela-zoster (VVZ) vivo atenuado (estirpe Oka). É uma vacina segura no imunocompetente. Estão descritos casos raros de encefalite, ataxia, convulsões, neuropatia, eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, pneumonia, trombocitopenia, acidente vascular cerebral e até morte, mas sem que a relação de causalidade estivesse definitivamente estabelecida. O vírus da vacina da varicela pode causar infeções graves no imunodeprimido estando descrito 2 casos em que o vírus vacinal se tornou resistente ao aciclovir.

ESQUEMA VACINAL

Existem em Portugal duas vacinas comercializadas, a saber:

  • Varivax®,
  • Varilrix®.

Ambas estão autorizadas para administração acima dos 12 meses de idade, em doses de 0,5 ml, por via subcutânea. A vacinação contra Varicela requer a administração de duas doses, com intervalo mínimo de 3 meses, para as crianças entre 12 meses e 12 anos de idade. Nos países com recomendação de vacinação universal, a segunda toma é administrada aos 5-6 anos de idade. A partir dos 13 anos o intervalo deve ser de 4 a 8 semanas (Varivax®) 37 ou de 6 a 8 semanas (Varilrix®) 38. A Comissão de Vacinas não estabelece preferência entre as duas vacinas.

Zona o que é?

A Zona Manifesta-se por uma erupção na pele e é provocada pelo mesmo vírus que, geralmente na infância, origina a varicela. Popularmente é conhecida por “cobro” ou “cobrão”, pois a distribuição das lesões cutâneas na pele faz-se muitas vezes lembrar a forma de uma serpente.
É uma doença infeciosa provocada pela reativação do mesmo vírus que provoca a varicela. Caracteriza-se por uma erupção cutânea acompanhada de dor intensa, num dos lados do corpo, que ocorre com maior frequência em indivíduos com mais de 50 anos.

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Causas da zona

Surge quando a imunidade que se tinha formado contra o vírus diminui. Qualquer pessoa que tenha tido varicela pode vir a desenvolver a doença, sobretudo a partir dos 50 anos. A Zona, também designada por Herpes Zoster, aparece apenas nas pessoas que tiveram varicela em alguma altura da sua vida. Após a varicela, normalmente na infância, o vírus não é eliminado do organismo, e aloja-se num nervo, geralmente junto à espinal medula e aí fica como que adormecido. Pode manter-se assim durante muitos anos.

Esta patologia manifesta-se através de uma erupção cutânea, geralmente na região torácica, que evolui para bolhas dolorosas, que formam crosta e cicatrizam ao fim de semanas. Os tratamentos existentes podem diminuir a duração da doença e a intensidade da dor, quando tomados 72 horas após o início dos sintomas.

O sistema imunitário

Quando as defesas naturais do organismo enfraquecem temporariamente, o vírus pode reativar-se, deslocando-se, então, ao longo do nervo até atingir a pele, onde provoca a erupção característica da Zona. Este processo é quase sempre acompanhado de uma dor localizada muito intensa, pois todo o nervo por onde o vírus se desloca fica muito inflamado.

O enfraquecimento das defesas naturais pode dever-se a fatores como:

  • Uma infeção prévia (ex.: Gripe);
  • Uma intervenção dentária;
  • Abuso do álcool;
  • Um acontecimento psicologicamente traumatizante;
  • Tratamento com corticóides, quimioterapia ou radioterapia;
  • Uma intervenção cirúrgica.

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Qual a prevalência na população?

95% da população adulta já teve varicela  pelo que tem no organismo o vírus que provoca a zona, estando em risco de desenvolver a doença. Uma em cada quatro pessoas irá desenvolver zona ao longo da vida. O risco de desenvolver a zona duplica aos 50 anos devido ao enfraquecimento do sistema imunitário associado ao envelhecimento.

Sintomas quais são e como evolui?

O primeiro sintoma da Zona é quase sempre a dor intensa localizada, que se sente, às vezes, antes de surgirem as lesões da pele. A maioria dos doentes sente na área afetada dor intensa ou ardor que pode ser constante ou intermitente. Por vezes, estímulos habitualmente não dolorosos, podem provocar dor intensa. Na fase aguda da Zona (quando existe erupção cutânea) a dor está presente, em média, durante 2-4 semanas.

As lesões são pequenas bolhas avermelhadas que surgem progressivamente ao longo de uma faixa estreita de pele. Normalmente, surge uma erupção cutânea unilateral que pode aparecer em muitos locais, mas a localização mais comum é a região do tórax, cabeça e pescoço. A erupção cutânea evolui para vesículas (bolhas) dolorosa. As vesículas passam a feridas em três dias; após uma semana a dez dias as feridas secam e as crostas caem ao fim de duas a três semanas.

Complicações

A principal complicação da Zona é a permanência da dor. Esta dor, a que se dá o nome de neuralgia pós-herpética, pode tronar-se crónica e persistir durante meses ou anos, impedindo muitas vezes o doente de levar uma vida normal e despreocupada. Podem ocorrer outras complicações, como por exemplo quando são atingidos os olhos. Nestes casos, existe o risco de cegueira.

Em 10 a 20% dos casos, a Zona afeta o olho e pode causar alterações da visão ou mesmo cegueira. Pode também provocar perda de audição no lado afetado, assim como infeções cutâneas ou cicatrizes permanentes.

Será contagiosa?

A zona deve-se à reativação do vírus da varicela que ficou latente no organismo, como tal, não é possível contrair através de outras pessoas. Um indivíduo com Zona pode transmitir o vírus a alguém que nunca teve varicela, normalmente a crianças, que desenvolverão a varicela. Sendo a forma de contágio idêntico ao da varicela.

Tratamento da zona

Deve-se ir imediatamente ao médico assim que as bolinhas surgem na pele. Se se sentir uma dor aguda localizada, do tipo queimadura ou facada, mesmo antes das bolhas aparecerem, não se deve adiar a ida ao médico. Quanto mais cedo o médico prescrever o tratamento adequado, mais depressa desaparecerão as feridas e mais hipóteses terá de as dores não continuarem. O tratamento antiviral mais comum é o seguinte:

  • Aciclovir 800 mg, comprimidos, de 4/4h, saltando a toma noturna.

A Zona não tem cura, contudo, alguns medicamentos podem diminuir a duração da doença e a intensidade da dor, quando tomados nas 72 horas após o início dos sintomas. Os medicamentos para a Zona têm como prioridade máxima o controlo da dor, mas este pode ser difícil e muitas vezes o alívio não é o desejado. É muito importante levar o tratamento até ao fim. Os banhos mornos acalmam a erupção, mas deve evitar-se a aplicação de talco e cremes. Usar roupas soltas e macias, para evitar pressão nas áreas afetadas. Não coçar, nem arrancar as crostas.

Existe vacina?

Sim, está disponível em Portugal, a primeira vacina para a prevenção da zona e da nevralgia pós-herpética, que está nas farmácias, para vacinação de adultos a partir dos 50 anos, numa única administração, mediante prescrição médica. O nome da vacina é o seguinte:

  • ZOSTAVAX® vacina viva contra a zona (Herpes zoster)

Composição da vacina

Após reconstituição, 1 dose (0,65 ml) contém:

  • Vírus da varicela-zoster , estirpe Oka/Merck, (vivo, atenuado) não menos de 19400 UFP produzido em células diploides humanas (MRC-5),
  • UFP = Unidades formadoras de placas.

Esta vacina pode conter quantidades vestigiais de neomicina

Indicações terapêuticas:

ZOSTAVAX está indicado na prevenção do herpes zoster (“zoster” ou zona) e da nevralgia pós-herpética (NPH) relacionada com o herpes zoster. ZOSTAVAX está indicado na imunização de indivíduos com 50 ou mais anos de idade.

Concluindo

A família do vírus HERPES é mais alargada do que a maioria das pessoas julga. Neste artigo tentei mostrar as diversas doenças distintas que se interligam (por exemplo a varicela e a zona) por serem causadas por vírus da mesma família do Herpes. Sendo algumas doenças muito comuns, principalmente o Herpes labial, é de toda a importância conhecer as suas causas, complicações, tratamento e como evitar o seu contágio.

Fique bem

Franklim Moura Fernandes

Fontes:

Estratégias para tratar frieiras e má circulação



Frieiras do frio ou eritema pérnio, tratamentos causas e toda a verdade! Em Portugal frieira é um termo usado para descrever uma doença (eritema pérnio) com, sintomas dermatológicos, provocada pela exposição ao frio não causada por um fungo (micose). No Brasil o termo frieira tem um significado diferente pois descreve uma micose na pele causada por fungos, como por exemplo a micose no pé o chamado “pé-de-atleta“. Esta clarificação é muito importante pois sendo este um Blog visitado por toda a comunidade de língua Portuguesa de quando em vez os significados da nossa língua materna divergem. Para saber tudo sobre frieira/micose leia o artigo seguinte.

Leia também: Micose no pé estratégias de tratamento e toda a verdade

Neste artigo vou falar das frieiras causadas pelo frio e não de micoses. No entanto, quem estiver interessado em micoses pode ler um dos posts mais partilhados do blog sobre sobre pé-de-atleta e fungos nas unhas aqui!

Leia também: Fungos nas unhas toda a verdade

Neste artigo vou falar dos seguintes temas:

    • O que são frieiras (“do frio”)?
    • Como se formam?
    • Que zonas do corpo são mais afetadas?
    • Quais os sintomas
    • Quanto tempo duram?
    • Qual o aspeto da pele afetada?
    • Quem são as pessoas mais sensíveis ás frieiras?
    • Qual a causa?
    • Qual o melhor tratamento?
    • Que cremes podem ser aplicados com eficácia?
    • Quando deve consultar o médico por causa das frieiras?
    • Os cremes com cortisona ajudam ou não?
    • Existem produtos naturais eficazes?

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Frieiras ou eritema pérnio

Eritema pérnio ou frieira é uma doença provocada pela exposição ao frio que atinge, sobretudo, as zonas mais expostas ao ar e humidade, tais como:

    • Mãos,
    • Pés,
    • Nariz,
    • Orelhas.

Pode também aparecer, embora menos frequentemente, nas seguintes partes do corpo:

  • Cotovelos,
  • Joelhos,
  • Partes inferiores das pernas.

Eritema pérnio mecanismo de formação

As frieiras são fruto de uma resposta anormal dos vasos sanguíneos às variações de temperatura.

Nos dias mais frios, mais húmidos e com mais vento, os vasos sanguíneos que irrigam as extremidades do nosso corpo, principalmente mãos, pés e orelhas, contraem para  manter a temperatura corporal.  Assim, as zonas do corpo onde essa contração ocorre tornam-se mais frias, ficando até, por vezes, dormentes.

Frieiras melhorsaude.org melhor blog de saude

Quando estas zonas são reaquecidas, principalmente se acontecer de forma muito rápida, dá-se uma  dilatação “agressiva” destes vasos sanguíneos, que deixam extravasar algum líquido do seu interior para o exterior. Este líquido provoca algum edema ou inchaço local originando  uma resposta inflamatória, que leva ao aparecimento do desconforto associado às frieiras.

Importante: Se não houver um arrefecimento seguido de aquecimento brusco, as frieiras raramente surgem.

Sintomas

Manifesta-se por uma inflamação dolorosa da pele que fica branca, fria, insensível, com comichão, inchada e vermelha. Em casos mais graves, podem levar à formação de bolhas e dar origem a feridas ulceradas e dolorosas que podem infetar e aí sim causar lesões graves… cuidado!

Se tal acontecer consulte um médico com urgência para tratar a infeção.

Mãos com frieiras melhorsaude.org melhor blog de saude
Mãos com frieiras simples, sem bolhas nem feridas.

Mãos com frieiras graves melhorsaude.org melhor blog de saude
Mãos com frieiras graves, já com bolhas

Quanto tempo dura uma crise?

Esta não é uma resposta simples! Normalmente as frieiras duram cerca de uma semana, mas podem prolongar-se por mais tempo.

Grupos de risco mais sensíveis

As pessoas que sofrem mais de frieiras são as que desenvolvem uma reação anormal ao frio. Têm dificuldade em manter a temperatura corporal das zonas expostas, por alterações verificadas nos pequenos vasos sanguíneos superficiais que se contraem e apertam excessivamente (vasoconstrição), não permitindo que o sangue circule, normalmente, até às extremidades e aqueça a pele. Os principais grupos de risco são os seguintes:

    • Mulheres jovens, sobretudo se já sofrem de Doença de Raynaud;
    • Idosos;
    • Fumadores, pois o tabaco é extremamente nocivo para a circulação sanguínea.

Causas

Na sua origem parecem intervir fatores genéticos, hormonais (as mulheres possuem pior circulação nas extremidades e reagem pior a mudanças de temperatura, devido nomeadamente às alterações menstruais) e problemas circulatórios.

As condições climatéricas tais como o frio e a humidade são fatores desencadeantes e agravantes. A doença é mais frequente nos meses de inverno e nas regiões com temperaturas mais baixas e húmidas (a humidade aumenta a condutividade do frio) e em particular nos meios rurais. Aqui, também, relacionada com o tipo de trabalho realizado na agricultura que expõe as pessoas mais frequentemente ao frio.

Tratamento

O melhor tratamento é a prevenção! Assim deve proteger diariamente a pele das zonas suscetíveis logo nos primeiros dias de frio. Repito a nota importante já referida neste artigo:

"Se não houver um arrefecimento seguido de aquecimento brusco, as frieiras não surgem"

Os cuidados preventivos, que evitam o contacto com diferenças bruscas de temperatura (principalmente passar rapidamente de um ambiente frio para um ambiente quente), são essenciais para evitar o aparecimento das queixas, sendo as medidas mais eficazes as seguintes:

    • Casas bem aquecidas;
    • Usar roupas adequadas (luvas, calçado apropriado, gorros de lã, etc.) de proteção contra o frio;
    • Se tiver tendência para sofrer de frieiras deve proteger-se do frio, cobrindo as zonas afetadas com roupa de preferência de lã;
    • Melhoram com o calor pouco intenso e com a massagem suave da zona afetada;
    • O exercício físico moderado é útil, pois ativa a circulação sanguínea aumentando a temperatura corporal;
    • Não deve aquecer diretamente as mãos no calorífero a altas temperaturas pois isso provoca uma dilatação exagerada dos vasos sanguíneos e posterior edema;
    • Evitar lavagens repetidas das mãos por causa da louça e outras atividades domésticas pois originam diferenças de temperatura bruscas e facilitam o aparecimento de frieiras.

Ginkgo biloba

Frieiras e Ginkgo Biloba
Ginkgo Biloba (Fonte: www.pixabay.com free foto)

Ginkgo biloba, também conhecida pelos nomes populares nogueira-do-japão, árvore-avenca ou simplesmente ginkgo, é uma árvore de origem chinesa considerada um fóssil vivo, pois existia já no tempo dos dinossauros, há mais de 200 milhões de anos. É símbolo de paz e longevidade por ter sobrevivido às explosões atómicas no Japão.

Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Engelbert Kaempfer por volta de 1690, mas só despertou o interesse de pesquisadores após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima, brotando no solo da cidade devastada.

As suas folhas têm sido frequentemente usadas no combate aos radicais livres e como auxiliar da oxigenação cerebral, embora não exista unanimidade científica sobre os seus efeitos benéficos.

Bioactivo Ginkgo biloba em comprimidos é um suplemento feito com plantas naturais, contém Ginkgo biloba, que ajuda a função cognitiva, como memória e concentração, além disso, Ginkgo biloba apoia a circulação sanguínea, ou seja, é bom para mãos e pés frios.

Componentes activos

  • Extracto de Ginkgo Biloba 60 mg
  • Ginkgoflavona-glicósidos 14,4 mg
  • Terpenolactonas 3,6 mg

Tomar 2 comprimidos por dia, ou segundo a indicação do médico. Engolir os comprimidos inteiros, em simultâneo, à refeição, acompanhados de um copo de água.

Interações e efeitos adversos

Pessoas que tomam anti-coagulantes orais devem evitar a utilização de Ginkgo Biloba.

Em alguns pacientes pode fazer baixar demasiado a tensão arterial originando a sensação de tonturas.

Se sofre de doença grave e toma algum medicamento, deverá consultar o seu médico antes de tomar BioActivo Biloba.

Creme para tratar as frieiras

Uma boa hidratação da pele ajuda mas por si só não é suficiente para proteger a mesma do aparecimento de frieiras. Assim, os cremes preventivos apenas reforçam a sua  função de barreira protetora, sendo necessários cremes com funções terapêuticas suplementares, como alguns dos que de seguida descrevo.

Existe algum creme á venda na Farmácia que seja mais eficaz? Sim, existe um creme utilizado com eficácia, desde que não se trate de frieiras graves e feridas complicadas, a saber:

Friax creme

Trata-se de um creme regenerador, que tem as seguintes propriedades terapêuticas:

  • Ação antisséptica,
  • Rubefaciente,
  • Hidratante,
  • Antipruriginosa.

Regenera, protege e cuida a pele exposta ao frio e alivia a comichão provocada pelas frieiras. Aplique nas pele 3xdia durante 7 dias.

Creme para frieiras e pele gretada

Existe algum creme que possa utilizar-se quando temos frieiras e pele gretada? Sim, existe um creme que trata não só as frieiras mas também é adequado se existirem gretas, a saber:

Stop Frieiras Innophar

Stop Frieiras possuí um elevado conteúdo em fitocêuticos e baseia-se nos benefícios terapêuticos do uso tradicional e milenar das plantas. A sua fórmula exclusiva foi desenvolvida com uma elevada quantidade de princípios ativos de origem vegetal para garantir esses benefícios.

Stop frieiras

Princípios ativos presentes vs propriedades reconhecidas:

  • Ginkgo-Biloba – estimulante da microcirculação da pele.
  • Aloé vera – hidratante, anti-inflamatório, regenerador e cicatrizante.
  • Escina – melhorara a circulação no tratamento da insuficiência venosa.
  • Bisabolol – cicatrizante, anti-irritante e anti-inflamatório.
  • Boswellia serrata – propriedades anti-inflamatórias.
  • Calendula officinalis – antiedematosa, anti-inflamatória, antioxidante, antisséptica, cicatrizante, calmante, refrescante e reepitelizante.
  • Alantoína – humectante, anti-idade e cicatrizante/renovador celular.
  • Glicerina – excelente poder hidratante.
  • Menthyl Lactate – efeito refrescante, ajuda a diminuir a sensação de ardor e a vermelhidão.

Akilhiver creme

Akilhiver Creme Frieiras assegura a regeneração cutânea, hidrata, atenua as sensações de desconforto (formigueiro e prurido), reforça a resistência da pele ao frio e a circulação venosa.

Como tratamento aplique através de movimentos circulares sobre as zonas sujeitas a frieiras.  Como prevenção aplique diariamente em toda a superfície das mãos e pés, até 3xdia durante 7 dias.

Quando deve consultar o médico?

As frieiras são difíceis de tratar e podem persistir por vários anos. Em geral curam-se por si só, apenas com o recurso às medidas preventivas. No entanto em casos graves podem ter utilidade fármacos com acção vasodilatadora que melhoram a circulação do sanguínea nas extremidades. Também deve solicitar um conselho médico se as frieiras criarem bolhas ou ulcerarem, pois podem necessitar de cuidados especiais.

Cremes com “cortisona” ajudam?

É errado aplicar cremes com cortisona, pois estes produzem uma vasoconstrição secundária, que vai agravar ainda mais o problema circulatório que é a causa desta doença. Muitas pessoas aplicam estes cremes por causa da eficácia sobre o prurido ou comichão mas os efeitos secundários podem ser bastante graves pois as chamadas “cortisonas” deprimem o sistema imunitário e, no que concerne à pele, aceleram muito o seu envelhecimento degradando, por isso, a capacidade da pele se regenerar e “Auto proteger”!

Produtos naturais são eficazes?

Existem produtos “naturais” usados nas frieiras, mas sem estudos científicos que comprovem quaisquer benefícios no seu tratamento, pelo que devem ser evitados. Muitos deles, para além de não terem utilidade terapêutica, podem causar ainda mais irritação na pele.

Concluindo

As frieiras são uma doença que afeta imensas mulheres jovens e idosos mais sensíveis ao frio. Não é uma doença grave se for tratada atempadamente. Se tal não acontecer e houver descuido pode evoluir para formas mais graves com formação de bolhas e feridas abertas. Esta situação mais severa pode, principalmente em doentes com o sistema imunitário debilitado, ser uma “porta de entrada” para todo o tipo de vírus, bactérias e fungos que desencadeiam infeções potencialmente graves para o organismo.

Resumindo, não se descuide e se tiver frieiras trate de imediato essa situação, evitando diferenças bruscas de temperatura, protegendo a pele do frio, aquecendo moderadamente a pele e aplicando um creme adequado e hidratante tal como referido neste artigo.

Referências

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