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Estratégias para evitar e tratar azia enfartamento refluxo e digestão difícil

Azia refluxo pirose enfartamento gases são problemas digestivos muito comuns principalmente em épocas festivas! Quais as causas, sinais e perigos? Que medicamentos podem piorar os sintomas? Qual o melhor tratamento e como conseguir rápido alívio dos sintomas? Como recuperar dos excessos das épocas especiais como Natal, Ano Novo, Páscoa, aniversários, festas e férias?

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

    • Digestão o que é?
    • Quanto tempo demora a digestão?
    • Má digestão ou dispepsia.
    • Dispepsia sintomas, causas, prevenção e diagnóstico.
    • Qual a anatomia do estômago?
    • Azia ou pirose: O que é?
    • Quais os sintomas?
    • Refluxo gastroesofágico: O que é?
    • Qual a anatomia do estômago?
    • Qual a causa da azia?
    • Que medicamentos podem provocar azia?
    • Quais os anti-inflamatórios menos agressivos para o estômago?
    • Anti-inflamatórios de última geração: Serão uma boa alternativa?
    • Ansiolíticos e contraceptivos orais podem provocar refluxo?
    • Idade e azia ou refluxo: Qual a relação?
    • Gravidez e azia ou refluxo: O que acontece nessa fase?
    • O que pode tomar uma grávida para a azia?
    • Que fatores agravam a azia e refluxo?
    • Que alimentos agravam a azia e refluxo?
    • Quais os sinais de alarme para pedir apoio médico urgente?
    • Como melhorar a azia e refluxo?
    • Quais os medicamentos mais utilizados para a azia e refluxo
    • Quais os efeitos secundários e interações mais frequentes dos antiácidos?
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde:   https://melhorsaude.org/2025/04/21/as-cinco-grandes-mentiras-sobre-saude/

Digestão

O que acontece durante a digestão? O sistema digestivo para levar a cabo, com sucesso, o processo de digestão total dos alimentos, é composto pelas seguintes quatro etapas essenciais:

  • Mastigação – acontece na boca e reduz os alimentos a um bolo alimentar pela ação mecânica de mastigar e também pela ação enzimática da saliva;
  • Processamento químico e enzimático – acontece principalmente no estômago com pela ação do ácido clorídrico e da enzima pepsina, entre outras; Esta é a etapa mais importante na digestão das proteínas;
  • Processamento no intestino delgado – absorve macromoléculas e nutrientes para a corrente sanguínea;
  • Fermentação e remoção da água – acontece no cólon (intestino grosso);

As substâncias simples da nossa alimentação, como a água, os sais minerais e as vitaminas (exceto a vitamina B12), são absorvidas ao longo do tubo digestivo sem sofrerem transformações. No entanto, as macromoléculas, como proteínas, gorduras e hidratos de carbono, têm de ser transformadas em moléculas pequenas e menos complexas para serem absorvidas, assim:

  • Proteínas são desdobradas em polipéptidos, péptidos e aminoácidos;
  • Hidratos de carbono são transformados em açúcares simples (monossacarídeos) como a glicose, a frutose e a galactose, entre outros;
  • Gorduras são parcialmente separadas em ácidos gordos e glicerinas.

Quanto tempo demora a digestão?

O tempo de digestão difere de pessoa para pessoa e entre os sexos. Após comermos, os alimentos demoram cerca de seis a oito horas até passarem do estômago para o intestino delgado.

De seguida, passam ao intestino grosso (cólon), dando-se a absorção de água e finalmente o excedente é eliminado nas fezes.

Local do sistema digestivoFunção primáriaTempo que ficam os alimentos a digerir
BocaDigestão mecânica e química1 minuto
EsófagoTransportar os alimentos depois de deglutidos3 segundos
EstômagoDigestão mecânica e química2 a 4 horas
Intestino delgadoDigestão mecânica e química3 a 5 horas
Intestino grossoAbsorção de água> 10 horas

Em geral os alimentos demoram cerca de 24 a 72 horas desde o momento em que são mastigados até serem eliminados nas fezes os resíduos que o nosso organismo não conseguiu utilizar.

Se estiver mais de 72 horas sem defecar isso é um sintoma de obstipação que pode ser perigoso!

Leia também: Estes são os perigos da obstipação, toda a verdade!

Má digestão ou dispépsia

Os sintomas de má digestão ou dispepsia são muitas vezes recorrentes e normalmente dividem-se em dois grupos:

  • Sensação de dor, ardor ou desconforto na região do estômago ou parte superior do abdómen;
  • Dificuldade em digerir os alimentos, seja por uma saciedade precoce ou por sensação de enfartamento após as refeições.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, a dispepsia é mais frequente nos países com um estilo de vida ocidentalizado, afetando cerca de 20 a 40% da população.

Leia também: Gases arrotos barriga inchada e perigos ocultos, toda a verdade!

Causas

A dispepsia ou indigestão é muito comum e afeta pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. No entanto, existem hábitos e condições de saúde que fazem aumentar os riscos, tais como:

  • Comer em excesso e demasiado depressa, sobretudo alimentos ricos em gordura;
  • Consumir bebidas alcoólicas em excesso;
  • Ser fumador;
  • Consumir fármacos que irritem o estômago como a aspirina e anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno ou diclofenac;
  • Ter uma úlcera ou qualquer outra doença do sistema digestivo;
  • Estar sujeito a stress emocional, ansiedade ou depressão.

Prevenção

Diagnóstico

Existem diversos exames de diagnóstico que podem despistar a dispepsia. Uma vez que os sintomas são idênticos para as formas orgânicas e funcionais desta doença, a endoscopia digestiva alta é o exame mais importante para a obtenção de um diagnóstico.

Consiste na observação direta do revestimento interno do esófago, estômago e duodeno. Complementarmente deve realizar-se uma pesquisa pela infeção por Helicobacter pylori através de uma biópsia.

As análises sanguíneas e a ecografia abdominal são outro instrumento de diagnóstico, de modo a avaliar a saúde dos órgãos anexos ao estômago, como o pâncreas, fígado, vesícula e vias biliares.

Estômago qual a anatomia?

O estômago é um órgão do sistema digestivo, localizado abaixo do diafragma, acima do pâncreas, entre o esôfago e o duodeno. No estômago, os alimentos são pré-digeridos e esterilizados, seguindo para o intestino, onde são absorvidos.

Em humanos, o estômago tem um volume de cerca de 50 ml (mililitros) quando vazio. Depois de uma refeição, geralmente expande-se para suportar cerca de 1 litro de comida, mas pode expandir-se até 4 litros.

O estômago apresenta duas comunicações:

  • Uma superior chamada cárdia, que o comunica ao esôfago
  • Outra inferior, chamada piloro, que o comunica ao intestino delgado.

O estômago tem duas classificações, cirúrgica e anatómica.

Na classificação cirúrgica é subdividido em:

  • Cárdia,
  • Fundo,
  • Corpo,
  • Antro,
  • Piloro,
  • Curvatura menor,
  • Curvatura maior,
  • Face anterior,
  • Face posterior.

Na sua classificação anatómica o estômago é dividido em:

  • Porção vertical chamada trituradora,
  • Porção horizontal chamada evacuadora.

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Função

O estômago tem uma função essencial na digestão dos alimentos. No seu interior situam-se as glândulas gástricas que produzem o suco gástrico.  As células da parede do estômago estão protegidas contra a forte acidez do suco gástrico, porque produzem e libertam um muco que forma uma espessa camada protetora.

No estômago, o suco gástrico é misturado com os alimentos a digerir, através dos movimentos peristálticos, e o bolo alimentar é transformado em quimo. O suco gástrico é muito rico em enzimas digestivas com particular destaque para a pepsina que é responsável pela digestão das proteínas. Assim é aqui que se inicia o processo de digestão das proteínas considerado um dos mais importantes mecanismos para o bom funcionamento do nosso corpo.

Proteção contra bactérias, vírus e fungos

A forte acidez do estômago também serve de barreira protetora contra a entrada de microrganismos patogénicos como vírus, bactérias, fungos e parasitas pois dificilmente algum consegue escapar com vida até ao intestino!

O adjetivo gástrico refere-se ao estômago. Assim, a retirada cirúrgica do estômago ou parte dele chama-se gastrectomia. A colocação de tubos no estômago através do abdômen chama-se gastrostomia. A modificação do estômago chama-se gastroplastia.

Helicobacter pylori

Apesar dos ácidos presentes no estômago nos manterem protegidos contra os principais agentes infeciosos, existem muitos estudos que apontam para que a bactéria Helicobacter pylori seja responsável pela maioria dos casos de gastrite crónica, úlceras gástricas e cancro do estômago (nos casos de adenocarcinoma e linfoma MALT – tipo específico de linfoma da mucosa do estômago).

Mesmo estando a tomar os IBPs os doentes podem ter azia ocasional. Os antiácidos de ação imediata usados para neutralizar o ácido no esófago podem oferecer alívio. No entanto deve estar ciente que esse alívio momentâneo não significa que esteja a melhorar a lesão pois uma das causas desta lesão é exatamente uma menor acidez do que seria desejável e que permite a proliferação bacteriana da Helicobacter pylori (H. pylori).

Azia ou Pirose e refluxo

A azia ou pirose manifesta-se por uma sensação de ardor na parte posterior do esterno e que se estende desde a parte superior do estômago até à boca podendo haver refluxo ou regurgitação com sabor ácido ou amargo.

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Sintomas mais comuns

A azia manifesta-se das seguintes formas:

  • Ardor incómodo na linha média da parte superior do estômago (epigastro) e que se pode estender para a parte posterior do esterno.
  • O ardor pode sentir-se apenas na parte do esterno mas pode também sentir-se na garganta, provocando um sabor amargo na boca.
  • Pode haver dor.

Causas da Azia

Os sintomas da azia são causados pelos conteúdos do refluxo esofágico, de natureza ácida, no esófago, que irritam a superfície sensível da mucosa. Trata-se de um problema de saúde que não causa transtorno em pessoas saudáveis, salvo se a sua frequência e intensidade aumentar. Poderá, no entanto, em alguns casos, ser sinal de problemas de saúde mais sérios.

Uma das causas mais comuns da irritação esofágica é a própria doença de refluxo esofágico devida a deficiências do esfíncter esofágico inferior. Também a hérnia do hiato pode provo­car acidez resultado de parte do estômago escapar pelo diafragma, embora não se manifestem sintomas em todos os doentes.

Doença-de-Refluxo-Gastroesofágico melhorsaude.org melhor blog de saude

Medicamentos que podem provocar azia

Alguns medicamentos podem provocar irritação gastro esofágica, a saber:

  • Ácido acetil salicílico (AAS) – Ex. Aspirina®
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINE), tais como, Brufen® (ibuprofeno), Voltaren® (diclofenac), Nimed® (nimesulide), Naprosyn® (naproxeno). Profenid® (cetoprofeno), piroxicam,
  • Diazepam (Valium®)
  • Alprazolam (Xanax®)
  • Contraceptivos orais
  • Alendronato, utilizado na osteoporose
  • Corticoides, utilizados no combate à inflamação
  • Antagonistas do canais de cálcio, utilizados em algumas doenças cardiovasculares
  • Inibidores selectivos da recaptação da serotonina, utilizados como antidepressivos
  • Clopidogrel, utilizado para evitar a formação de coágulos em doentes de risco ou com doença cardiovascular
  • Digoxina, utilizada como cardiotónico no tratamento da insuficiência cardiaca e taquicardia
  • Teofilina, utilizada como broncodilatador
  • Eritromicina é um antibiótico
  • Tetraciclinas é uma classe de antibióticos
  • Suplementos de ferro, utilizados, por exemplo, no tratamento de muitas anemia
  • Potássio

Anti-inflamatórios menos agressivos

Praticamente todos os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) clássicos referem como reações adversas pro­blemas de irritação gástrica que podem manifestar-se também quando a administração é parenteral ou retal. O ibuprofeno (Brufen®) e o diclofenac (Voltaren®) parecem ter menor risco de toxicidade gástrica, situando-se numa posição intermédia o naproxeno e o AAS e, com maior risco o piroxicam, o cetoprofeno, entre outros.

Anti-inflamatórios de última geração

Existe uma classe de anti-inflamatórios mais recente, Os anti-inflamatórios não esteroides inibidores seletivos da ciclo-oxigenase-2 (Coxibes) são fármacos utilizados no tratamento da dor e inflamação crónica, principalmente em patologias de origem musculoesquelética, como:

    • Artrite reumatoide,
    • Osteoartrose,
    • Espondilite anquilosante.

Os Coxibes mais prescritos são os seguintes:

  • Celecoxib (Celebrex®, Solexa®))
  • Etoricoxib (Arcoxia®, Exxiv®)

Os Coxibes têm como objetivo a inibição seletiva de uma das isoformas da enzima ciclo-oxigenase, a COX-2, que regula a produção dos principais prostanóides envolvidos no processo inflamatório, na dor e na febre. Existe evidência clínicas de que os Coxibes podem também atuar na prevenção de cancros e na doença de Alzheimer, devido à indução da COX-2 em diversos tecidos.

Os Coxibes possuem eficácia terapêutica semelhante aos anti-inflamatórios não esteróides clássicos, no entanto, demonstram uma diminuição significativa dos efeitos adversos gastrointestinais, característicos dessa classe. Contudo, só após a sua comercialização foi possível observar o aumento do risco cardiovascular associado ao tratamento com Coxibes. A análise do estudo VIGOR levantou as primeiras dúvidas, mas foram os resultados do estudo APPROVe que desencadearam a retirada voluntária do Vioxx® em setembro de 2004, seguindo-se a retirada de mais dois fármacos desta classe.

A publicação de diversos ensaios clínicos evidenciam o aumento generalizado do risco cardiovascular, que inclui aumento do risco de enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial, sendo que estes efeitos adversos agravam-se em doentes com antecedentes de risco cardiovascular.

Na sequência destes resultados, as entidades internacionais, FDA e EMA, emitiram advertências de utilização dos Coxibes, devendo estes ser prescritos na menor dose eficaz, durante o mais curto intervalo de tempo, a fim de evitar o riso associado ao tratamento prolongado. Torna-se assim premente a avaliação dos benefícios gastrointestinais e dos riscos cardiovasculares dos Coxibes, de modo a aferir a segurança da sua utilização

Ansiolíticos contracetivos e alendronato

Os ansiolíticos diazepam (Valium®) e alprazolam (Xanax®), os contracetivos orais (pílula contracetiva) e o alendronato, utilizado para tratar a osteoporose, podem provocar o relaxamento do esfíncter do esófago facilitando o refluxo do ácido do estômago para o esófago e provocar irritação da mucosa do esófago.

Entre alguns outros medicamentos que se relacionam com a toxicidade gástrica podemos referir os seguintes dos quais refiro entre parêntesis a utilização terapêutica:

    • Corticoides (inflamação e alergias);
    • Antagonistas dos canais de cálcio (hipertensão);
    • Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (antidepressivos);
    • Clopidogrel (anticoagulante);
    • Suplementos de ferro (anemia);
    • Digoxina (insuficiência cardíaca);
    • Teofilina (asma);
    • Eritromicina (infeções);
    • Tetraciclinas (infeções);
    • Potássio (acne, prisão de ventre, cãibras, fraqueza muscular).

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Idade e aparecimento de azia

Os sintomas de refluxo esofágico ocorrem mais frequentemente em doentes de idade superior a 55 anos. A azia não ocorre normalmente em crianças, embora possa ocorrer em adultos jovens e particularmente em grávidas.

Azia na gravidez

Estes são alguns dos sintomas típicos durante a gravidez :

  • Dor por trás da costelas e ruídos estomacais
  • Estômago pesado, dilatado e desconfortável depois de comer
  • Cãibras estomacais, arrotos e libertação de gases (flatulência)
  • Sensação de ardor no peito ou na garganta depois de comer
  • Sensação de mal-estar a acumulação de gases
  • Fluido quente, ácido ou salgado, no fundo da garganta e dificuldade em engolir.

Sintomas de azia na gravidez

Muitas mulheres sofrem pela primeira vez de azia durante a gravidez. Na verdade, entre 40% a 80% das mulheres grávidas sofrem de azia. E não é difícil perceber porquê – o seu corpo está a sofrer muitas alterações hormonais e físicas.

Durante a gravidez, o seu corpo produz uma hormona, a progesterona, que torna a digestão mais lenta e relaxa a válvula muscular entre o esófago e o estômago, aumentando o risco de refluxo ácido. Em resultado, existe um maior risco de passagem dos ácidos estomacais para o esófago, provocando uma sensação de ardor no peito e na garganta. À medida que o feto cresce, a pressão no estômago aumenta, forçando a entrada dos ácidos estomacais no esófago e causando refluxo gastroesofágico.

Estes sintomas têm mais tendência a ocorrer depois das refeições e quando a mulher se dobra ou deita, mas depois do parto a pressão no estômago desaparece, tal como os sintomas associados.

Grávida com azia como tratar?

Os comprimidos mastigáveis ou pastilhas que associam carbonato de cálcio 680 mg e carbonato de magnésio 80 mg (Ex. Rennie®), são adequadas para o alívio dos sintomas relacionados com a produção de ácidos gástricos durante a gravidez e a amamentação, uma vez que os seus ingredientes (cálcio e magnésio) existem naturalmente no organismo e nos alimentos, desde que sejam cumpridas as indicações de toma e evitada a ingestão prolongada de dosagens elevadas.

A dose habitual é 1 ou 2 pastilhas, até 3 vezes ao dia (de preferência 1 hora após as refeições e antes de deitar). No caso de azia ou dor de estômago mais intensa, pode aumentar a dose até ao máximo 8 vezes por dia.

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Fatores que agravam a azia

Os fatores que agravam a doença podem ajudar a avaliar o pro­blema. Na azia pode haver agravamento com:

    • Aumento de peso,
    • Quando o do­ente está na posição horizontal,
    • Quando o doente faz uma refeição abundante.

Alimentos que agravam a azia

Identificar os alimentos que possam provocar a acidez é de extrema importância para melhorar os sintomas, a saber:

  • Café ou bebi­das com cafeína,
  • Bebidas alcoólicas,
  • Refrigerantes com gás,
  • Comidas muito gordu­rosas
  • Comidas temperadas,
  • Chocolate,
  • Menta,
  • Citrinos,
  • Derivados do tomate.

Sinais de alarme para apoio médico urgente

    • Idade inferior a 6 anos
    • Idade superior a 75 anos
    • Sintomas presentes durante mais de 3 meses num ano
    • Sangue nas fezes
    • Perda de mais de 10% da massa corporal
    • Icterícia
    • Náuseas e vómitos persistentes
    • História prévia de ulcera péptica
    • Causa psicológica ou psiquiátrica ( Ex: ansiedade)
    • História familiar de cancro gastroesofágico
    • Cirurgia prévia a cancro gástrico
    • Consumo crónico de álcool
    • Tabagismo
    • Por vezes a dor surge repentinamente ou de modo muito severo podendo irradiar para as costas e braços. Nesta situação a dor pode mimetizar um enfarte o que exige um urgente encaminhamento médico. Alguns doentes que pensam estar a ter um problema de azia/acidez podem estar a ter, na verdade, um ataque cardíaco.
    • Pode haver dificuldade de deglutição e por vezes há regurgitação devido a obs­trução do esófago o que pode pressupor um cancro.
    • Crianças com sintomas de azia
    • O au­mento da frequência e da intensidade
    • Ineficácia após 7 dias de tratamento

Tratar a azia mas como?

Existem diversas medidas e atitudes que podem ajudar a evitar ou melhorar os sintomas de azia, a saber:

  • Evitar o excesso de peso.
  • Evitar comidas abundantes.
  • Comer em pequenas quantidades.
  • Coma com tempo e mastigue os alimentos devagar.
  • Sente-se direito quando comer e não coma no sofá.
  • Não coma tarde, nem “à pressa”.
  • Tentar comer 2 a 3 horas antes de se deitar.
  • Identificar e evitar os alimentos que possam provocar a acidez, tais como o café ou bebi­das com cafeína, bebidas alcoólicas, refrigerantes com gás, comidas muito gordu­rosas ou temperadas, chocolate e menta, citrinos e derivados do tomate.
  • Não fumar ou pelo menos reduzir a frequência.
  • Evitar roupa ajustada ou cintos apertados.
  • Evitar exercício intenso, se este piorar a azia.
  • Se tem tendência a sintomas noturnos, deverá erguer-se ligeiramente com a ajuda de algumas almofadas

Medicamentos para tratar azia

Existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados para tratar os sintomas e efeitos prejudiciais da azia e refluxo do ácido gástrico. As principais são as seguintes:

  • Alginatos (ex: alginato de sódio);
  • Antiácidos clássicos (ex: bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio fosfato de alumínio, Magaldrato);
  • Inibidores da bomba de protões (ex: Omeprazol, lansoprazol, pantoprazol e esomeprazol).

Alginatos em associação com antiácidos

  • Alginato de sódio 250 mg + bicarbonato de sódio 133,5 mg + carbonato de cálcio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 2 a 4 comprimidos até 4Xdia (Gaviscon®)
  • Alginato de sódio 500 mg + bicarbonato de sódio 267 mg + carbonato de cálcio 160 mg/10 mg, saquetas, 1 a 2 saquetas 4x/dia (Gaviscon Duefet®)

Alívio rápido dos sintomas

Como atuam estas associações de alginatos com antiácidos?

Estas associações funcionam de duas maneiras para aliviar de forma eficaz os sintomas de azia e indigestão:

1) O alginato de sódio começa por formar uma camada espessa no topo dos conteúdos do estômago, assim que entra em contacto com os ácidos do estômago. Esta camada funciona como uma forte barreira física e ajuda a manter os conteúdos do estômago no interior do estômago, onde pertencem, e não no esófago, onde são prejudiciais.

2) A associação de antiácidos (carbonato de cálcio com bicarbonato de sódio) neutraliza o ácido gástrico, proporcionando alívio rápido da indigestão e da azia.

Vídeos demonstrativos:

Azia video melhorsaude.org melhor blog de saúde

Antiácidos

  • Carbonato de dihidróxido de alumínio e sódio 340 mg, pastilhas, 1-2 comp. 4xdia. (Kompensan®)
  • Hidróxido de alumínio 240 mg, comprimidos mastigáveis, 1-4 comp. 4Xdia.
  • Carbonato de cálcio 680 mg, carbonato de magnésio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 1-2 comp. até máx. 8Xdia (Rennie®)
  • Hidróxido de alumínio 200 mg, hidróxido de magnésio 200 mg, dimeticone 26,25 mg, comprimidos mastigáveis, 2-4 comp. 4Xdia.
  • Fosfato de alumínio, 12,38 g de gel de fosfato de alumínio a 20%, saquetas, 1-2 saq. 3Xdia.
  • Magaldrato 800 mg, comprimidos/saquetas, 1 comp./saq. 3Xdia.
  • Hidróxido de magnésio, 83mg/ml, suspensão, 5-15mI3Xdia.
  • Bicarbonato de sódio 2081.8 mg, comprimidos efervescentes, 2 comp. até 4Xdia.

Magnésio e Alumínio

Os antiácidos compostos por sais de alumínio e de magnésio em associação podem parecer ideais, pois um componente completa o outro. O hidróxido de alumínio dissolve-se lentamente no estômago causando um alívio prolongado. Já os sais de magnésio agem rapidamente, neutralizando os ácidos com eficácia. Os fármacos que contêm ambos os componentes causam alívio rápido e prolongado.

Carbonato de cálcio

Este foi o principal antiácido durante muito tempo. Atua rapidamente, neutralizando os ácidos por um tempo significativo. Outro ponto positivo, é que esta é uma fonte económica de cálcio. No entanto corre-se o risco de sobredosagem deste mineral, uma vez que a quantidade máxima diária não deve superar 2000 mg,

Bicarbonato de sódio

Este foi utilizado durante décadas como neutralizante da acidez. É uma ótima solução, a curto prazo, para a má digestão. Contudo, seu uso exagerado pode provocar quebra do equilíbrio ácido-base do organismo, resultando em uma alcalose metabólica. Além disso a sua concentração de sódio também pode levar a problemas em indivíduos com insuficiência cardíaca e hipertensão.

Os sais de magnésio têm ainda efeito laxante, enquanto os sais de alumínio são obstipantes; sendo assim, é comum encontrar associações entre ambos os fármacos, visando minimizar estes efeitos colaterais.

Inibidores da Bomba de protões

Os inibidores da bomba de protões (IBPs) reduzem a produção de ácido pela diminuição da atividade da bomba de protões no estômago. Isso acontece porque um dos componentes vitais do ácido, o hidrogénio, já não pode ser produzido.

Os IBPs proporcionam um alívio prolongado, no entanto o início de ação demora algum tempo. Algumas pessoas continuam a ter sintomas de azia e indigestão, mesmo a tomar IBPs. No entanto, os alginatos, como Gaviscon®, podem ser tomados em simultâneo com os IBPs para ajudar a aliviar os sintomas.

São exemplos de IBPs os seguintes:

  • Omeprazol 10 e 20 mg,
  • Lansoprazol 15 e 30 mg,
  • Pantoprazol 20 e 40 mg
  • Esomeprazol 20 e 40 mg

Os inibidores da bomba de protões são geralmente tomados 1xdia, de manhã em jejum.

Leia também: Estes são os efeitos secundários graves dos IBPs como o omeprazol, toda a verdade!

Efeitos adversos e interações 

Os principais efeitos adversos e interações da terapêutica farmacológica para a azia, com antiácidos, são os seguintes:

    • Alergia
    • Obstipação
    • Redução da absorção de alguns antibióticos tais como as tetraciclinas, quinolonas (por exemplo, ciprofloxacina, ofloxacina e levofloxacina) e cefalosporinas. Estas reduções de absorção podem atingir os 90% e são devidas à formação de quelatos insolúveis entre os medicamentos e os iões de alumínio
    • A ação de glicosídeos cardíacos, como a digoxina e a levotiroxina, e o eltrombopag (Revolade®), pode ser afetada se tomar antiácidos ao mesmo tempo. É conveniente fazer um intervalo de 1-2 horas entre a toma do antiácido e a toma de outro medicamento.

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Concluindo

A azia é um sintoma comum e na maioria das vezes é transitório. As medidas não farmacológicas podem ser efetivas no tratamento da azia. Os antiácidos de ação rápida são a primeira opção. A dor provocada pela azia pode ser confundida com um ataque cardíaco mas também pode mascarar um enfarte a decorrer, pelo que deve sempre, por precaução, procurar apoio médico urgente. Nas grávidas a azia é frequente e transitória desaparecendo em regra após a gravidez. A azia deve sempre ser tratada porque se trata de ácido do estômago que escapa para o esófago e “queima” deixando lesões locais que se forem frequentes podem degenerar para doença grave!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências

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Bronzear sem queimar a pele e reconhecer sinais perigosos

Bronzear sem queimar a pele é mais fácil do que se pensa desde que se saiba toda a verdade sobre o bronzeado! Antes de mais convém saber algumas coisas importantes sobre a exposição solar, quais os seu benefícios, malefícios, tipo de pele, qual o protetor mais adequado e qual o tempo que a sua pele aguenta, sem proteção, até fazer uma queimadura. Aprender a reconhecer os sinais perigosos da pele é também uma das rotinas mais importantes para evitar progressão para lesões malignas complicadas de tratar.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Benefícios do sol
  • Perigos do sol
  • Eritema e tempo de queimadura
  • Quanto tempo demora a aparecer uma queimadura solar
  • Quanto demora a desaparecer uma queimadura solar
  • Olhos ao sol quais os problemas
  • Olhos como proteger bem do sol
  • Pele como proteger
  • Protetor solar qual o melhor?
  • Protetor solar como aplicar eficazmente?
  • Bronzeado como se forma?
  • Bronzear sem queimar
  • Fototipo de pele como saber qual o seu?
  • Índice UV o que é?
  • Medidas de proteção solar

Leia também: Onda de calor pode matar muitas pessoas!

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Leia a introdução do livro aqui: As cinco grandes mentiras sobre saúde

Bronzear sem queimar e benefícios do sol

No início do século XX descobriu-se que a exposição à luz solar era um preventivo do raquitismo e mesmo a sua possível cura porque pequenas quantidades de UV são benéficas e essenciais na produção da vitamina D3. Além disso parece claro também que em muitas pessoas existe um benefício psicológico que se expressa num aumento do otimismo e do humor em dias com mais exposição à luz solar.

Perigos do sol

A exposição humana à radiação solar poderá ter efeitos graves sobre a saúde, nomeadamente:

As cinco grandes mentiras sobre saúde

Eritema e tempo de queimadura

O tempo de formação para o eritema (queimadura solar) é o tempo máximo de exposição ao sol com a pele desprotegida e sem que se tenha dado o eritema. O tempo de formação para o eritema pode ser calculado, para cada tipo de pele, a partir do Índice UV e o valor de 1MED para cada tipo de pele.

Escaldão quanto tempo demora?

O “vermelhão” (mais frequentemente conhecido como “escaldão”), resultante da exposição ao sol, torna-se visível após algumas horas, ocorrendo o eritema nas 3 a 5 horas após a exposição à radiação ultravioleta, alcançando um máximo entre 8 a 24 horas e desvanecendo ao longo de 3 dias.

A vasodilatação dos capilares das áreas expostas inicia-se antes do eritema se tornar visível e isto ocorre da mesma forma para as crianças, jovens, adultos e idosos. Alterações benignas dos melanocitos podem também ocorrer como resultantes de uma sobre-exposição ao UV durante a infância ou a adolescência.

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Olhos ao sol, que problemas origina?

Ao contrário da pele humana que parcialmente se adapta à radiação UV (espessura e bronzeado), o olho humano não possui quaisquer mecanismos de adaptação. Como doenças dos olhos, a nível externo, temos principalmente:

  • Fotoqueratite
  • Fotocunjuntivite

Podem ocorrer entre 30 minutos e 24 horas após uma exposição prolongada a uma radiação solar intensa, muitas vezes em ambientes altamente refletores, de que é exemplo o caso da “cegueira da neve”. Outros problemas que podem ocorrer nos olhos devido a excesso de exposição solar são:

  • Pterigium que é uma doença degenerativa que afeta a parte externa dos olhos.
  • Catarata humana relativa à qual estudos diversos indicam ser a radiação UV um fator de risco no desenvolvimento levando ao aumento da opacidade da lente do olho.
  • Supressão do sistema imunológico pelo facto da radiação UV induzir e favorecer a progressão de infeções originadas por vírus, bactérias e fungos.

Olhos como proteger bem do sol?

Os olhos deverão ser protegidos por óculos de sol com as seguintes características:

  • Conter filtros UVA e UVB.
  • Indicar a categoria de proteção das lentes para a luz visível e ultravioleta, e acordo com a diretiva C. E. 89/686/CEE.
  • Para uso geral recomenda-se a categoria 3,
  • Para atividades de alto risco como o montanhismo ou os desportos náuticos se recomenda a categoria 4.
  • Proteções laterais nos óculos devido à exposição lateral.

A proteção lateral é especialmente importante para as crianças pois a transmitância da radiação UV através dos olhos é mais elevada para criança do que para o adulto – a retina da criança é menos protegida.

Pele como proteger eficazmente?

Para bronzear sem queimar a melhor proteção para a pele é o uso de roupa (camisola, calças, chapéu) adequada. A roupa transparente à radiação UV deverá existir no mercado devidamente identificada como tal. As zonas da pele não cobertas por roupa deverão ser protegidas com um protetor solar contendo filtros de UVA e UVB. Durante as primeiras exposições ao sol recomenda-se o uso de um Fator de Proteção Solar (FPS ou SPF) de pelo menos 30.

Protetor solar qual a aplicação correta?

Deverão existir cuidados especiais com bebés e crianças. É importante notar que o efeito do protetor solar depende não somente da sua qualidade mas também da sua correta aplicação.

O protetor solar deverá ser aplicado de acordo com as instruções do fabricante. Um protetor solar com FPS de pelo menos 15 deverá ser generosamente aplicado de 2 em 2 horas para ter efeito protetor. Deverá também ser aplicado antes da exposição ao sol bem como após o banho de mar ou piscina. Se os protetores solares forem corretamente usados eles poderão constituir uma proteção para o eritema, cancro e fotoenvelhecimento.

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Bronzeado como se forma?

Diferente do eritema é o bronzeado, quando a pele é exposta à radiação ultravioleta podem distinguir-se duas reações ao bronzeado:

  • Uma diz respeito à absorção imediata da radiação UV pela melanina presente na pele, e que lhe confere um tom escuro que desvanece poucas horas após o fim da exposição,
  • Outra refere-se ao escurecimento da pele que requer cerca de 3 dias a desenvolver. Trata-se de um bronzeado mais persistente e resulta numa intensificação da produção de pigmentação.

No primeiro caso a radiação mais efetiva é a radiação UVA, neste ultimo é a UVB. Um outro efeito da exposição ao UVB é o aumento da espessura da epiderme a qual irá contribuir para a atenuação da radiação UV que penetra nas camadas mais profundos da pele. Uma exposição moderada à radiação UVB mantém a capacidade da pele tolerar novas exposições.

Bronzear sem queimar

A verdade é que a capacidade de ficar bronzeada depende do tipo de pele e não é necessário expor-se ao sol das 11 ás 16 horas ou seja nas horas de maior calor e índice UV mais elevado porque apenas vai aumentar o risco de queimadura e danos oculares e não vai bronzear de forma saudável e duradoura!

Bronzeado e tipo de pele

O bronzeado depende essencialmente do tipo de pele ou seja a pele tipo III e IV bronzeia sempre, a pele tipo II só ás vezes e a pele tipo I nunca bronzeia por mais exposição solar que tenha!

Bronzear sem queimar para ruivas e loiras

Por exemplo uma ruiva nunca bronzeia e uma loira só ás vezes! As morenas… essas bronzeiam sempre… sortudas 🙂

Apresentamos de seguida uma tabela para que possa saber qual o seu tipo de pele.

Fototipo de pele qual o seu?

BRONZEIA QUEIMA CABELO COR OLHOS
I Nunca Queima Ruivo Azul
II Às vezes Às vezes Loiro Azul/Verde
III Sempre Raramente Castanho Cinza/Castanho
IV Sempre Raramente Preto Castanho

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Índice UV o que é?

A necessidade de fazer chegar ao público em geral informação sobre a radiação UV e sobre os seus possíveis efeitos nocivos, levou a comunidade científica a definir um parâmetro que pudesse ser usado como um indicador para as exposições a esta radiação. Este parâmetro chama-se Índice UV (IUV). Assim, o IUV é uma medida dos níveis da radiação solar ultravioleta que efetivamente contribui para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema), sendo que a sua formação depende dos tipos de pele (I, II, III, IV) e do tempo máximo de exposição solar com a pele desprotegida.

IUV como varia?

O Índice UV exprime-se numericamente como o resultado da multiplicação do valor médio no tempo da irradiância efetiva (W/m2) por 40. Exemplo: Uma irradiância efetiva de 0.2 W/m2 corresponde a um valor do UVI de 8.0.

O Índice UV varia entre:

  • menor que 2, Baixo,
  • 3 a 5, Moderado,
  • 6 a 7, Alto,
  • 8 a 9, Muito Alto,
  • superior a 11 Extremo.

Os valores médios do UV para a latitude de Portugal, enquadram-se para o período compreendido entre os meses de Outubro e Abril entre 3 e 6, o que significa Moderado com possibilidade de Alto em alguns momentos deste período e entre 9 e 10 para o período compreendido entre Maio e Setembro, o que corresponde a Muito Alto.

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Guia de medidas de proteção solar

Consulte o nosso guia para aplicação das medidas de proteção para diferentes valores do Índice UV e para uma pele de tipo sensível (pele tipo I e bebés) e para uma pele tipo III, mais tolerante. Este guia é apenas um exemplo de uma forma simples de como o público pode ser sensibilizado e informado.

MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR melhorsaude.org
Guia de medidas de protecção solar para uma pele tipo I ou bebés com elevada fotosensibilidade

MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR pele tipo 3 melhorsaude.org
Guia de medidas de proteção solar para uma pele tipo III de média fotosensibilidade

Para além do tipo de pele, possíveis reações cutâneas ou oculares podem modificar a eficiência das medidas de proteção. Tais reações de fotossensibilidade poderão ser devidas a um certo número de agentes internos ou externos. Alguns medicamentos, diversos tipos de agentes inflamatórios, produtos antimicrobianos, fragrâncias, plantas, etc., podem causar eritema mesmo para baixas doses de UV.

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Protetor solar como escolher e usar?

Os protetores solares atenuam a transmissão da radiação UV na pele. O fator de proteção solar (apresentado pelos protetores solares existentes no mercado) é determinado com base na razão entre as quantidades de radiação UV necessárias para que ocorra a queimadura solar, com protetor solar e sem protetor solar. É importante saber que este efeito de proteção não aumenta linearmente com o FPS. Por exemplo, um FPS de 10 reduz em cerca de 90% a radiação UVB, um FPS de 20 em cerca 95% e um FPS de 30 reduzirá adicionalmente apenas um pouco mais.

Tendo em atenção os danos causados pela radiação UVA recomenda-se a verificação da existência de filtros UVA no produto: por ainda não existir um método padrão para a avaliação dos filtros da radiação UVA nos protetores solares, quando o produto possui filtro para a radiação UVA, tal é referido na embalagem do produto.

Em todos os casos, o protetor solar não deverá ser usado para prolongar o tempo de exposição, mas sim limitar os danos resultantes da exposição ao sol. É esta a razão pela qual os protetores solares se aplicam em zonas não cobertas pela roupa, especialmente em áreas sensíveis como o nariz, o pescoço, os ombros, no peito dos pés, etc.. Para a escolha do protetor solar mais apropriado, existe indicação dos valores de FPS de acordo com os diferentes tipos de pele e valores do Índice UV.

FATORES DE PROTEÇÃO SOLAR RECOMENDADOS PARA DIFERENTES TIPOS DE PELE E DE ÍNDICE UV
ÍNDICE ULTRAVIOLETA TIPOS DE PELE
I II III IV
1 a 3 15 12 9 6
4 a 6 30 25 15 12
7 a 9 50 40 30 20
superior a 10 60 50 40 30

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Concluindo

A proteção solar, principalmente dos bebés, crianças e adultos com pele mais sensível é um tema que está na ordem do dia pela simples razão de que não existem dúvidas sobre o aumento do número de casos de cancros de pele.  Nunca é demais lembrar que quanto mais sol em excesso uma criança apanha mais vai aumentar a sua probabilidade de vir a desenvolver cancro de pele na idade adulta!

Mesmo sabendo que existe uma maior e melhor informação para os malefícios do excesso de exposição solar ainda há muitos pais que não protegem adequadamente os seus filhos e a prova está nas praias apinhadas de gente e em particular de crianças nas horas de exposição mais prejudiciais ou seja entre as 11 e as 16 horas!

Talvez se possa convencer alguns esses pais “menos informados” deixando claro que um bronzeado saudável e duradouro consegue-se essencialmente até ás 11horas e depois das 16 horas sendo que as horas de maior calor, entre as 11 e as 16 horas apenas aumentam o risco de queimadura solar e danos oculares!

Fique bem!

Referências:

  • IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera

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Doenças mais comuns no verão melhorsaude.org melhor blog de saude

Unhas fracas e micoses qual o melhor tratamento




Micose fungo na unha e unhas fracas  onicomicose ou tinha das unhas toda a verdade! Quais os sintomas? Quais as causas? Qual o melhor tratamento? Os fungos nas unhas são muito frequentes, este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a saúde e beleza das suas unhas.

Leia também: Micose no pé toda a verdade

Este artigo vai responder ás seguintes perguntas:

  • Micose e fungo na unha onicomicose ou tinha das unhas, o que é?
  • Qual a anatomia de uma unha?
  • Quais os sintomas de onicomicose?
  • Causas e perigos?
  • Celulite infeciosa e erisipela, qual o perigo?
  • Os fungos das unhas são contagiosos?
  • Como se apanham?
  • Quais os factores de risco da onicomicose?
  • Quais as formas mais comuns de onicomicose?
  • Qual a diferença entre onicomicose distal, proximal e superficial?
  • Como se faz o diagnóstico de onicomicose?
  • Existem lesões identicas causadas por outras patologias?
  • Qual o tratamento mais utilizado?
  • O tratamento local com cremes e vernizes é eficaz?
  • Quais os principais antifungicos tópicos?
  • Como funciona o tratamento por via tópica?
  • Como se previne?
  • Como evitar o contágio?



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Onicomicose o que é?

Onicomicose ou tinha das unhas é uma infeção fúngica das unhas. Embora possa afetar todas as unhas, é mais comum nas unhas dos pés. A onicomicose ocorre em cerca de 10% da população adulta. A doença afeta com maior frequência pessoas idosas  e é mais comum entre homens do que entre mulheres. Os casos de onicomicose correspondem a cerca de metade dos casos de doenças das unhas.

Anatomia de uma unha

Anatomia da unha fungo na unhae micose melhorsaude.org

Anatomia da unha e fungo na unha

Sintomas de onicomicose

Os sintomas habituais de onicomicose são os seguintes:

  • Descoloração branca ou amarela da unha,
  • Espessamento da unha,
  • Separação da unha da pele.

O diagnóstico é geralmente suspeitado com base na aparência e confirmado com exames de laboratório.

As lesões da unha provocadas pela onicomicose apresentam algumas variações na sua apresentação, dependendo do tipo de fungo e de gravidade da infecção. Em geral, a micose da unha costuma apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Unha grossa, mais espessa
  • Unha amarelada, sem brilho e opaca
  • Unha quebradiça e frágil
  • Separação da unha do leito ungueal
  • Distorções na forma da unha
  • Unha com coloração negra, em casos mais graves.

Causas e fatores de risco

As infecções fúngicas das unhas são geralmente causadas por um fungo que pertence a um grupo denominado dermatófitos, que também pode causar infecções nos pelos do corpo e na pele, como no caso do pé de atleta.

Leia também: Micose no pé toda a verdade

Outro grupo de fungos que também pode causar micoses das unhas são as leveduras. Em regra, as leveduras causam onicomicose nas mãos e os dermatófitos provocam onicomicose nas unhas dos pés. A onicomicose é uma infecção fúngica que pode afectar qualquer parte da unha, incluindo a lâmina, o leito ou a raiz da unha.

Afecta actualmente cerca de 30% da população europeia. Raramente afeta crianças, principalmente devido ao rápido crescimento da unha, que complica o desenvolvimento dos fungos.

Perigos complicações da onicomicose

Em  diabéticos ou imunossuprimidos a onicomicose pode servir como porta de entrada para bactérias, favorecendo o surgimento de infecções secundárias, como erisipela ou celulite da perna que é uma infeção grave na pele.

Não confundir esta celulite infecciosa da perna com ao termo usado para descrever a celulite como problema estético na pele da maioria das mulheres!

Leia também: Celulite tratamento e toda a verdade

Celulite infeciosa da perna

A celulite é uma infecção bacteriana que enolve as camadas interiores da pele e afeta especificamente a derme e gordura subcutânea.  A área de infecção é geralmente dolorosa. Os vasos linfáticos podem, ocasionalmente, ser envolvidos e a pessoa pode apresentar febre e sensação de cansaço. Antes de fazer um diagnóstico, infecções mais graves tais uma infecção óssea na base ou a fasciíte necrosante devem ser descartadas.

Sintomas e risco de necrose e amputação

A celulite infecciosa é caracterizada por uma mancha vermelha (eritema), com bordos mal definidos, inflamada (inchada, sensível, dolorosa e quente) e que cresce difusamente. Pode formar pus, abcessos e inflamar nódulos linfáticos. A infecção sistémica, quando as bactérias entram na corrente sanguínea, pode causar febre, mal estar, cansaço e infectar outros órgãos. Em raros casos, penetra para as fáscias e causa necrose com risco de amputação da perna!

Erisipela

Em contraste com a celulite, a erisipela é uma infecção bacteriana que envolve camadas mais superficiais da pele, e apresentam uma área de vermelhidão com bordas definidas, e mais frequentemente é associada a uma febre. é uma infecção bacteriana cutânea (tipo piodermite) causada, principalmente, por Streptococcus β-hemolíticodo grupo A. Outras causas menos frequentes são Streptococos β-hemolítico dos grupos C e G e Staphylococcus aureus.

Lesões na pele como infecção fúngica (ex: onicomicose e outras micoses), picadas de inseto, mordidas e cirurgias podem servir de porta de entrada para as bactérias.

O tratamento geralmente é feito com penicilina V, em casos severos pode-se usar penicilina G. Outras alternativas incluem doxiciclina (no caso de Staphylococcus), ceftriaxona, cefazolina ou em caso de resistências usar vancomicina. Há uma crescente resistência dos Streptococcus tipo A aos macrólidos.

Tratamento da celulite infeciosa

O tratamento geralmente é com antibióticos tomados por via oral, tais como a cefalexina, amoxicilina, ou cloxacillina.

Para aqueles que apresentam alergia grave à penicilina, eritromicina ou clindamicina podem ser usadas. Quando S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) é uma preocupação, doxiciclina ou trimetoprim/sulfametoxazol podem ser recomendados.  A preocupação está relacionada com a presença de pus ou infecções anteriores por MRSA.  Elevar a área infectada pode ser útil, assim como analgésicos.

Contágio e como se apanha

É uma doença bastante contagiosa, sendo frequente o contágio em locais humidos e quentes como piscinas e balneários públicos, através do uso de toalhas, alicates ou tesouras, mal lavadas ou contaminadas. Pode também ocorrer contágio em casa, pois basta um elemento da família estar contaminado, para contagiar facilmente o resto da família. Banheiras e tapetes de pés, são também locais propícios a contágios.

Não se apanha micose das unhas apenas por apertar a mão ou tocar em objetos manipulados por alguém infectado porque é necessário um contacto mais prolongado ou uma lesão já pré-existente entre a pele e a unha.

As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, em consequência do uso de sapatos fechados, o que origina um ambiente ideal (humidade, temperatura e ausência de luz) para o desenvolvimento dos fungos.

O contacto com o fungo por si só não costuma ser suficiente para se adquirir a onicomicose. Geralmente é preciso haver pequenas lesões entre a unha e a pele para que o fungo consiga penetrar por baixo da unha e alojar-se. Também é necessário que a unha seja exposta frequentemente a ambientes húmidos para que o fungo possa multiplicar-se com mais facilidade.

A onicomicose nas unhas dos pés é muito mais comum do que nas unhas das mãos. Os pés costumam estar mais expostos a locais húmidos, não só quando se anda descalço em locais públicos, mas também por passar boa parte do dia fechado dentro de meias e calçados. Calor, falta de luz e humidade é tudo que um fungo deseja para proliferar. Além disso, os dedos dos pés estão no ponto do corpo mais distante do coração, não sendo tão bem vascularizados com os dedos da mão. Deste modo, os anticorpos e as células de defesa do organismo não chegam às unhas dos pés com tanta facilidade quanto a outros pontos do organismo.




Fatores de risco da onicomicose

A presença de alguns fatores favorece a infecção da unha por fungos. Por exemplo, pessoas com pé de atleta, que é uma infecção fúngica da pele dos dedos, têm um maior risco de contrair também infecção fúngica das unhas. Outros fatores de risco são:

Os atletas também são um grupo de risco para onicomicose. porque costumam estar com os pés frequentemente calçados e húmidos pela transpiração, além de terem uma maior incidência de traumas nas unhas devido ao impacto de suas atividades físicas.

Formas mais comuns de onicomicoses

Descrevo de seguida as formas mais comuns de onicomicose e uma imagem para apoiar a distinguir a diferença.

1. Onicomicose subungueal distal

É de longe a forma mais comum e caracteriza-se pela infecção da ponta da unha. O dedo grande do pé é geralmente o primeiro a ser afetado. A infecção começa com uma descoloração esbranquiçada, amarelada ou acastanhada numa das pontas laterais da unha, estendendo-se lentamente por toda unha, em direção à cutícula. A unha pode descolar-se e a ponta costuma partir-se e cair, expondo a pele que serve de leito para a unha.

2. onicomicose subungueal proximal

É a forma menos comum de onicomicose. È parecida com a onicomicose subungueal distal , porém, a progressão ocorre de forma oposta, iniciando-se próxima à cutícula e depois estendendo-se em direção à ponta da unha. Este tipo de micose de unha ocorre geralmente em doentes imunossuprimidos, sendo comum nos indivíduos com HIV.

3. Onicomicose superficial branca

É uma forma comum nas crianças, mas que nos adultos corresponde a apenas 10% dos casos de micose da unha. Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas sobre a superfície da unha, geralmente mais próxima da cutícula do que da ponta. Quando não tratada, as manchas tendem a espalhar-se centrifugamente por toda a unha, deixando-a quase toda branca, além de áspera e quebradiça.

Fungo na unha melhorsaude.org

Diagnóstico da onicomicose

Lesões idênticas com causas não fungicas

As lesões das unhas da onicomicose podem ser semelhantes ás lesões da unha de outras doenças, como psoríase, eczemas, traumas, líquen plano, deficiência de ferro, etc. A maioria dos estudos atesta que a onicomicose é responsável por apenas metade dos casos de lesões das unhas. Em várias situações não é possível afirmar que o paciente sofre de onicomicose apenas olhando e examinando a unha.

A imagem seguinte descreve alguns problemas das unhas (sem onicomicoses) cujas causas são diversas nomeadamente falta de hidratação, carências orgânicas, excesso de utilização de acetona, má alimentação e contato com produtos químicos.

É, por isso, importante demonstrar de forma clara a presença do fungo antes de se iniciar o tratamento antifúngico. Para tal, o médico deve fazer uma pequena raspagem da unha, colher amostras e enviar para avaliação laboratorial à procura de fungos.

Tratamento qual o melhor

A micose da unha é uma infecção difícil de tratar porque as unhas crescem lentamente e recebem pouca irrigação sanguínea. Durante muitos anos os medicamentos utilizados para o tratamento da onicomicose não eram muito eficazes e os resultados eram frequentemente decepcionantes. Porém, actualmente, os tratamentos melhoraram substancialmente, principalmente por causa da introdução de medicamentos antifúngicos orais mais eficazes.

Estudos recentes mostram que medicamentos por via oral como Terbinafina e Itraconazol, embora mais agressivos (mais efeitos secundários que os tratamentos tópicos) apresentam taxas de cura mais altas que a Griseofulvina e o Cetoconazol, que eram usadas antigamente.

Taxas de cura dos principais antifúngicos orais:

  • Terbinafina 250 mg (73 a 79%).
  • Itraconazol 100 mg (56 a 70%).
  • Griseofulvina (54 a 66%).
  • Fluconazol (43 a 52%).

O tratamento com Terbinafina com comprimidos por via oral deve ser feito durante 6 semanas para onicomicose das mãos ou 12 semanas para onicomicose dos pés.

O tratamento tópico da micose de unhas com vernizes, como o Ciclopirox, tem menor eficácia que o tratamento por via oral, mas pode ser usado como complemento da terapêutica com Terbinafina ou Itraconazol.

Uma vez curada a micose de unha, se o doente não tiver cuidado a taxa de reinfecção pode chegar a 50%. Portanto, é preciso ter cuidado com os pés para que a unhas não voltem a ficar colonizadas por fungos.

Efeitos secundários

Os tratamentos por via oral são os mais eficazes mas também os mais agressivos no que concerne a eventuais efeitos secundários, principalmente por causa da duração prolongada dos tratamentos.

Retida do folheto aprovado pelo INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de saúde) a longa lista de efeitos secundários da terbinafina que descrevo de seguida é elucidativa dos riscos associados ao tratamento, embora a maioria sejam classificados de pouco frequentes, raros ou muito raros!

Os problemas hepáticos (figado) embora raros são dos que podem causar problemas mais graves.

Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas):

  • Sensação de enfartamento,
  • Perda de apetite,
  • Mal-estar de estômago (indigestão),
  • Náuseas, dor abdominal ligeira e diarreia,
  • Reações alérgicas cutâneas, tais como irritação ou urticária,
  • Dor nas articulações ou nos músculos.

Efeitos secundários Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas):

  • Dor de cabeça.

Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas):

  • Perda ou diminuição do sentido do paladar. Isto resolve-se
    geralmente dentro de várias semanas depois de ter parado de tomar o medicamento.
  • Diminuição do consumo de alimentos, levando a uma perda de
    peso significativa em casos graves muito raros.

Efeitos secundários raros (podem afetar até 1 em cada 1000 pessoas):

  • Dormência ou formigamento
  • Diminuição da sensibilidade
  • Tontura
  • Problemas de fígado.

Efeitos secundários muito raros (podem afetar até 1 em cada 10.000 pessoas):

  • Problemas de fígado graves,
  • Reações cutâneas graves (com aparecimento súbito, que
    podem ser recorrentes, que se podem espalhar, que podem aparecer sob a forma de
    bolhas salientes, que podem ser acompanhadas de comichão e febre),
  • Exacerbação da psoríase,
  • Redução de certos tipos de células sanguíneas (neutropenia, agranulocitose, trombocitopenia),
  • Perda de pelo,
  • Fadiga,
  • Reações de hipersensibilidade graves (inchaço da face, olhos e língua, dificuldade em engolir, náuseas e vómitos, fraqueza, tonturas, dificuldade em respirar) ,
  • Precipitação e exacerbação do lúpus eritematoso dérmico e
    sistémico,
  • Distúrbio menstrual (hemorragia intermenstrual e um ciclo
    irregular) em doentes que tomam terbinafina concomitantemente com contracetivos
    orais.

Tratamento tópico com cremes e vernizes

O tratamento por via tópica não é geralmente tão eficaz como o efectuado por via oral. No entanto pode ser uma alternativa quando os efeitos secundários dos antifungicos orais não são bem tolerados pelos doentes.

Principais antifúngicos tópicos

Actualmente os principais antifúngicos tópicos usados nas onicomicoses são:

  • Acido acético
  • Ciclopirox
  • Amorolfina
  • Clotrimazol (apenas depois de removida a parte da unha doente)

Tratamento por via tópica

1ª fase – Remoção da zona infectada da unha

Remover a zona infectada da unha é a 1ª fase para o tratamento da onicomicose. Esta remoção tópica é geralmente executada limando a unha ou aplicando uma pomada de ureia. A aplicação de uma pomada de ureia a 40% amolece e prepara a unha para a remoção da zona afectada com uma espátula própria, sem causar dor.

2ª fase – aplicação de um antifúngico local

Na 2ª fase, o tratamento deve ser completado com um creme antifúngico, de forma a eliminar a infecção na sua origem. A remoção da zona infectada da unha é fundamental para uma acção eficaz do creme antifúngico.

Resumindo as fases do tratamento:

  • Tratamento em 2 fases que garantem a eliminação da onicomicose;
  • Remoção da zona infectada da unha de uma forma simples e indolor, preparando-a para a 2º fase do tratamento, que consiste na aplicação de um creme antifúngico;
  • Melhorias visíveis diariamente.

Fungo na unha e micose melhorsaude.org

Prevenção da micose e fungo na unha

A onicomicose pode causar dor, embaraço e interferir com as nossas actividades diárias, reduzindo a nossa qualidade de vida.

Trata-se de uma doença contagiosa, que pode também funcionar como porta de entrada a outro tipo de infecções (ex. bacterianas). Deste modo, é importante iniciar o tratamento logo que detectado o problema, assim como adoptar medidas preventivas de forma a evitar o contágio.

Evitar o contágio do fungo na unha

  • Use calçado confortável sem saltos ou pontas estreitas e que deixe a pele respirar;
  • Use meias limpas e troque-as diariamente;
  • Em caso de infecção, ao vestir-se, calce primeiro as meias para evitar a propagação dos fungos a outras partes do corpo.
  • Lave os pés diariamente e seque com cuidado a zona entre os dedos;
  • Utilize chinelos nos balneários públicos;
  • Não partilhe toalhas ou tapetes de banho;
  • Corte as unhas e mantenha-as curtas.
  • Utilize um corta-unhas diferente para as unhas infectadas, de modo a evitar a infecção de outras unhas;
  • Se tiver Pé-de-Atleta, deve tratá-lo sempre, de forma a evitar que os fungos contagiem as unhas, causando a onicomicose.

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Concluindo

As micoses das unhas são infecções fúngicas comuns e contagiosas que embora não sejam graves são portas de entrada para outros microorganismos patogénicos, tais como bactérias, que podem causar infecções secundárias mais severas e agravar problemas de saúde pré-existentes. Devem portanto ser tratadas de imediato porque na primeira oportunidade que o nosso sistema imunitário esteja mais debilitado podem ocorrer infecções sem causa aparente mas que podem ter ocorrido em consequência da porta aberta pela onicomicose!

Fique bem!

Franklim Fernandes

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Herpes, Zona e Varicela estratégias de prevenção e tratamento




Herpes Zona e Varicela: Os vírus da família HERPES são diversos e provocam doenças distintas mas, algumas, muito comuns tais como o Herpes labial e Herpes genital, a varicela e a zona. Um estudo com o título “A comparison of herpes simplex virus type 1 and varicella-zoster virus latency and reactivationfeito em colaboração entre o Institute of Infection, Immunity and Inflammation, University of Glasgow e do Department of Microbiology, Immunology and Pathology, Colorado State University, clarifica os mecanismos que fazem a ligação entre herpes labial, genital, varicela e zona.

Falarei também da mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, que é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

    • Herpes, o que é?
    • Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2), qual a diferença?
    • Quais as principais doenças provocadas pelos vírus da família herpes?
    • Herpes simples tipos 1 e 2, que partes do corpo afetam?
    • Qual a causa do herpes labial, oral, genital, face, ocular e cerebral?
    • Qual a prevalência na população?
    • Quais os fatores de risco que causam novas crises?
    • Quais os sintomas?
    • Quais os sintomas que antecedem e “avisam” que vai chegar nova crise de herpes?
    • Quais as zonas do corpo que podem ser afetadas por outros vírus da família herpes?
    • Como se transmite?
    • Onde se esconde o vírus?
    • Qual o período de incubação?
    • Em que altura da vida se contraem os mais comuns vírus da família herpes?
    • Qual o melhor tratamento e medicamentos usados?
    • Herpes labial, qual o tratamento?
    • Aciclovir, quais as reações adversas mais comuns?
    • Herpes: Será que tem cura?
    • Quais as lesões parecidas com herpes?
    • Herpes, quais as complicações possíveis?
    • Mononucleose ou “doença do beijo”, o que é? Quais as causas? Como proteger-se? Qual o tratamento?
    • Mononucleose, será que já sabe tudo?
    • Varicela ou catapora:  O que é? Quais os sintomas? Será perigosa?
    • Quais as complicações da Varicela?
    • Varicela, se estiver grávida o que deve fazer?
    • Os sintomas são mais graves na criança ou no adulto?
    • Varicela, qual o aspeto das borbulhas?
    • Varicela, como impedir que a criança coce?
    • Quais as fases da doença?
    • A varicela pode provocar zona?
    • Varicela, qual o tratamento?
    • Existe vacina para a varicela?
    • Zona: O que é?
    • Zona: Quais as causas?
    • Qual a prevalência na população?
    • Quais os sintomas da zona?
    • Quais as complicações da zona?
    • A zona é contagiosa?
    • Zona, qual o tratamento?
    • Zona, existe vacina?
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Herpes o que é?

O herpes é um vírus comum que pode atingir diversas partes do corpo consoante o seu subtipo. O herpes labial e o genital são infeções virais contagiosas causadas por dois dos subtipos de vírus da família do Herpes vírus humano, composta por 8 subtipos diferentes. Dois dos mais conhecidos e relevantes são os seguintes:

  • Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)
  • Herpes simplex vírus tipo 2 (HSV-2)

Vírus da família Herpes, principais doenças

Cada subtipo do vírus causa doenças completamente distintas umas das outras, tais como:

    • Herpes labial ( vírus HSV-1);
    • Herpes genital (vírus HSV-2);
    • Herpes ocular (vírus HSV-1);
    • Mononucleose infeciosa ou “Doença do beijo” (vírus Epstein Barr, da família do herpes);
    • Varicela, no Brasil chama-se catapora (Vírus varicela-zoster, da família do herpes);
    • Zona (vírus herpes zoster);
    • Meningoencefalite, pode ser muito grave (vírus HSV-1).

O Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) são duas espécies da família do vírus Herpesviridae, responsáveis por infeções em humanos. Todos os vírus da família herpes produzem infeções latentes.

Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HVS-2)

As principais diferenças entre HSV-1 e HSV-2 são as seguintes:

    • HSV-1 costuma causar o herpes labial,
    • HSV-2 é, em geral, responsável pelo herpes genital.

Deve dizer-se em geral porque como a prática de sexo oral é muito comum, não é raro encontrarmos lesões orais pelo HSV-2 e lesões genitais pelo HSV-1.

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Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)

De seguida descrevo a partes do corpo mais afetadas pelo HSV-1.

Herpes labial, boca, face, ocular e cérebro

Normalmente associado a infeções dos lábios, da boca e da face. Esse é o vírus mais comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contacto com este vírus na infância. O HSV1 frequentemente causa feridas (lesões) nos lábios e no interior da boca, como aftas, ou infeção do olho (principalmente na conjuntiva e na córnea) e também pode levar a uma infeção no revestimento do cérebro (meningoencefalite). Pode ser transmitido por meio de contacto com a saliva infetada.

Herpes simplex vírus tipo 2 (HSV-2)

De seguida descrevo a partes do corpo mais afetadas pelo HSV-1.

Herpes genital e oral

Normalmente transmitido sexualmente, o HSV-2 provoca comichão e bolhas ou mesmo úlceras e feridas genitais. Entretanto, algumas pessoas com HSV-2 não apresentam quaisquer sinais (latência). A infeção cruzada dos vírus de herpes do tipo 1 e 2 pode acontecer se houver contacto oral-genital. Isto é, pode-se contrair herpes genital na boca ou herpes oral na área genital.

Herpes genital melhorsaude.org

Prevalência na população

Herpes labial e genital

Um em cada cinco adultos é portador do HSV-2 e mais da metade da população tem o HSV-1. Porém, muitos portadores não apresentam sintomas.

A infeção pelo Herpes simplex é recorrente, ela vai e volta espontaneamente. Isto ocorre porque o vírus “esconde-se” dentro das células do sistema nervoso impedindo que as defesas do organismo consigam eliminá-las completamente. Quem tem Herpes uma vez, terá herpes o resto da vida.

Fatores de risco que causam nova crise

Herpes labial e genital

De vez em quando o vírus volta a manifestar-se, normalmente em períodos de fragilidade do nosso sistema imunitário. Alguns fatores que podem induzir crises são conhecidos, a saber:

    • Exposição solar intensa,
    • Stress emocional,
    • Menstruação,
    • Traumas, etc.

A frequência das recorrências é individual.

Sintomas

Herpes labial e genital

A primeira lesão de herpes costuma ser a mais sintomática,  por ainda não termos anticorpos formados. Em geral, o quadro é o seguinte:

    • Múltiplas vesículas (pequenas bolhas) agrupadas, com áreas de inflamação na base e ao redor;
    • Aftas ou úlceras geralmente na boca, nos lábios, nas gengivas ou nos genitais;
    • Lesões dolorosas que podem ser acompanhadas de mal estar;
    • Gânglios ou nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente somente no momento inicial da infeção)
    • Febre  especialmente durante o primeiro episódio de infeção;
    • Lesões genitais ou mesmo orais podem começar com uma sensação de queimadura ou formigueiro.

Sintomas que antecipam nova crise

As recorrências costumam ser menos sintomáticas e mais curtas. Normalmente apresentam alguns sintomas que “avisam” algumas horas antes das vesículas que as lesões do herpes vão reaparecer. Alguns desses sintomas de aviso são os seguintes:

    • Dor,
    • Formigueiro ou prurido (comichão) local.

As vesículas podem romper-se, formando pequenas ulcerações que lembram aftas.

Partes do corpo que podem ser afetadas

O HSV-1 e o HSV-2 têm mais afinidade pela mucosa oral e genital, respetivamente. Porém, podem causar infeções em outras partes do corpo, por exemplo:

Estas infeções mais graves costumam ocorrer em doente com imunossupressão como na SIDA (AIDS) e nos transplantados. Uma outra complicação das infeções pelo Herpes vírus é a paralisia facial, chamada de paralisia de Bell.

Transmissão e contágio

A transmissão do herpes ocorre por contacto íntimo com a área infetada. O Herpes vírus é muito contagioso; o período de maior risco de transmissão é durante as crises e nos 2 dias que a antecedem, podendo também ocorrer mesmo quando não há lesões aparentes. Alguns pacientes secretam o vírus mesmo fora das crises, podendo transmiti-lo a qualquer momento, principalmente no HSV-2.

Onde se esconde o vírus?

O herpes vírus sobrevive poucas horas fora de um organismo vivo. Por isso é encontrado principalmente nas seguintes localizações:

    • Lesões herpéticas,
    • Saliva,
    • Sêmen,
    • Secreções vaginais,
    • Objetos, como copos e talheres mas é menos comum, uma vez que o vírus com dificuldade fora dos organismos vivos.

Período de incubação

O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de 4 dias, em média.

Em que altura da vida se contrai?

O Herpes simples genital é uma DST (doença sexualmente transmissível). Durante a fase ativa deve-se evitar atividade sexual, pois mesmo com o uso de preservativo há risco de contaminação.

  • O herpes labial (HSV-1) é normalmente adquirido durante a infância,
  • O herpes genital (HSV-2) é normalmente contraído  na vida adulta.

Tratamento

Alguns casos de herpes são leves e não precisam de tratamento a não ser tratamentos tópicos. Mas pessoas que têm surtos graves ou prolongados (principalmente se for o primeiro episódio de infeção), que têm problemas no sistema imunológico ou aquelas que têm recorrência frequente talvez necessitem usar medicamentos antivirais em comprimidos.

Doentes com recorrências graves ou frequentes de herpes oral ou genital podem optar por continuar com os medicamentos antivirais, em comprimidos, para reduzir a frequência e a gravidade dessas recorrências.

Medicamentos

As lesões locais ligeiras não complicadas de herpes labial podem ser tratadas apenas com cremes de aplicação local. As lesões mais graves, extensas, com maior número de lesões, recorrentes ou em doentes imunodeprimidos devem ser tratadas com dosagens mais elevadas de antivirais, tomados por via oral, em comprimidos. Os medicamentos mais usados para o tratamento de herpes simplex, são:

  • Aciclovir 200 mg comprimidos (Zovirax®, Ezopen®), 5xdia, durante 5 dias;
  • Aciclovir 800 mg comprimidos (Zovirax®, Ezopen®)
  • Aciclovir creme (Zovirax®) 5xdia, durante 4 a 5 dias;
  • Aciclovir+Hidrocortisona creme (ZoviDuo®), 5xdia, durante 4 a 5 dias;
  • Fanciclovir 125 mg (®)
  • Fanciclovir 500 mg (Penvir®)

O aciclovir com hidrocortisona (Zoviduo®) é normalmente utilizado no herpes labial nas crises com comichão.

O tratamento com antivirais, como o aciclovir, serve para reduzir o tempo de doença. Quanto mais precocemente forem iniciados, melhor a resposta. No herpes labial pode-se usar pomadas e no genital comprimidos.

Herpes labial, qual o tratamento?

O tratamento do herpes labial depende da gravidade das lesões e frequência das crises. Assim se forem crises pontuais com lesões pouco extensas basta a aplicação local de um creme com aciclovir, 5xdia, durante 4 a 5 dias.

Se lesões foram mais extensas, em maior número ou acontecerem com frequência o seu médico pode optar por uma tratamento mais agressivo, por via oral, com aciclovir 200mg, 5xdia, durante 4 a 5 dias.

Um dos aspetos mais importantes para diminuir a gravidade e extensão das crises é reconhecer ao longo do tempo os sintomas que antecedem o aparecimento das lesões tais como comichão e dor local. Assim que forme sentidos deve de imediato começar a aplicar localmente um creme com aciclovir. Este procedimento é o mais relevante para diminuir a gravidade e duração de uma crise de herpes labial.

Os pensos para o herpes labial são eficazes?

Os pensos disponíveis para o herpes labial não têm atividade antiviral como o aciclovir. Eles são no entanto úteis para cicatrizar mais rapidamente as feridas causadas pelas “borbulhas” do herpes, depois destas rebentarem. O tratamento ideal do herpes labial simples (não complicado) seria:

    •  Aplicar um creme antiviral logo que existissem sintomas que antecedem o aparecimento de uma crise;
    • Continuar a aplicação do creme com aciclovir, 5xdia, durante 5 dias;
    • Quando as “borbulhas” rebentarem colocar os pensos sobre as feridas 3xdia, sem nunca deixar de aplicar o creme;
    • Os pensos não devem ser colocados ao mesmo tempo que o creme porque a aderência à ferida fica muito diminuída ou seja após a aplicação do creme aconselha-se um intervalo de pelo menos 1 a 2 horas para deixar que a absorção do aciclovir se faça e só depois aplicar o penso.

Aciclovir, reações adversas

No tratamento com aciclovir, entre 1% a10% dos doentes podem manifestar os seguintes efeitos secundários:

    • Dor de cabeça,
    • Tonturas,
    • Enjoos,
    • Vómitos,
    • Diarreia,
    • Dores abdominais,
    • Prurido ou comichão,
    • Vermelhidão/protuberâncias na pele que podem piorar com exposição solar,
    • Sensação de fadiga,
    • Febre.

Herpes tem cura?

O herpes não tem cura nem existe ainda vacina eficaz. O tratamento está realmente indicado nas lesões primárias e nos doentes imunossuprimidos. Nos outros casos, o tratamento não altera muito o curso da crise.

Lesões parecidas com herpes

Outros dois tipos de lesões genitais têm causado algum tipo de confusão com o Herpes. Ambas são assintomáticas e podem afetar a zona genital e a  boca a saber:

  • Manchas de Fordyce, uma espécie de glândulas sebáceas. Não indicam qualquer tipo de doença.
  • Pápulas peroladas. Também não indicam nenhuma patologia e pode afetar homens e mulheres.

Complicações possíveis

Apesar de não ser uma doença grave, a herpes simples não tratada pode levar a algumas complicações de saúde, como:

  • Erupção variceliforme (herpes espalhada pela pele),
  • Encefalite,
  • Infeção do olho,
  • Infeção da traqueia,
  • Meningite,
  • Pneumonia,
  • Infeção prolongada grave em indivíduos com sistema imunitário debilitado ou imunossuprimidos.

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Mononucleose ou doença do beijo o que é?

A mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Sobre a Mononucleose vamos responder ás seguintes perguntas:

  • Porque se chama doença do beijo?
  • Mononucleose como se transmite o vírus?
  • Quanto tempo pode ficar o vírus no organismo depois dos sintomas desaparecerem?
  • Quem tiver contraído o vírus não deve beijar ninguém durante muitos meses?
  • O vírus da mononucleose é muito infecioso?
  • Quais os sintomas da mononucleose?
  • Como se diferencia da faringite comum?
  • A mononucleose provoca manchas no corpo?
  • É verdade que a mononucleose pode afetar com gravidade o baço?
  • O fígado pode ser afetado?
  • Que complicações menos comuns podem acontecer?
  • Quais os riscos para uma grávida que contraia a mononucleose?
  • O que é a síndrome de mononucleose?
  • Qual a diferença entre síndrome de mononucleose e a doença mononucleose infeciosa?
  • Quais as principais doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose?
  • Como se faz o diagnóstico da mononucleose infeciosa?
  • A mononucleose infeciosa provoca fadiga crónica?
  • Como beijar bem ? 🙂
 Clica na imagem para saber tudo sobre Mononucleose

Mononucleose Doença do beijo MELHORSAUDE.ORG

OS MAIS LIDOS

Varicela ou catapora, o que é?

A varicela ou catapora é uma doença de infância muito vulgar. Todos os anos afeta dezenas de milhar de crianças em Portugal, especialmente durante o Inverno e Primavera. É causada pelo vírus varicela-zoster, um membro da família do vírus herpes, o mesmo que causa herpes zoster (zona). Uma vez debelada, a varicela normalmente não reaparece, no entanto, o vírus permanece alojado no tecido nervoso como que adormecido (não ativo), podendo reativar-se mais tarde, causando zona.

Varicela melhorsaude.org melhor blog de saude

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A varicela ou catapora é perigosa?

Quando se detetam os primeiros sintomas é difícil prever até que ponto a varicela poderá ser grave. Apesar de a doença não ser normalmente perigosa em crianças saudáveis, causa mal-estar e pode levar ao absentismo das crianças à escola e dos pais ao emprego. Em crianças mais velhas e em especial nos adultos, os sintomas são normalmente mais graves e podem originar outros problemas.

Complicações

A varicela é uma doença predominantemente da infância, benigna e altamente contagiosa, com taxas de transmissão aos contactos suscetíveis de 61-100%1 . Pode contudo associar-se a complicações graves, associadas a sobre-infecção bacteriana , tais como:

  • Celulite,
  • Pneumonia,
  • Fasceíte,
  • Choque tóxico.

Pode também associar-se a complicações do próprio Vírus Varicela-zoster (VVZ), tais como:

  • Cerebelite,
  • Encefalite,
  • Pneumonia.

Estas ocorrem sobretudo em situações de imunodeficiência celular, mas também em crianças previamente saudáveis. Nas leucemias e transplante de órgão, cerca de 50% das crianças desenvolvem complicações com uma mortalidade global de 7 a 17% se não forem tratadas com aciclovir.

Se estiver grávida o que deve fazer?

A grávida pode estar sujeita a um risco mais elevado em relação ao aparecimento de complicações com o feto, pelo que deve evitar a exposição à doença. A infeção na grávida acarreta um risco adicional para a mulher, nomeadamente pela maior incidência de pneumonite que, sem tratamento, pode ser fatal em cerca de 40% dos casos . Também no feto, pode ocorrer a síndrome de Varicela Congénita e, no recém-nascido, varicela grave quando a doença materna se manifesta 5 dias antes ou 2 dias após o parto.

Sintomas

A sequência de aparecimento de sintomas é curiosa e é a seguinte:

  • O primeiro sintoma é febre ligeira;
  • Um ou dois dias mais tarde aparecem manchas vermelhas normalmente primeiro no couro cabeludo;
  • Mais tarde as manchas vermelhas espalham-se pela cara, tronco, axilas, braços, pernas, boca e por vezes na traqueia e brônquios.
  • Começa a surgir comichão.

Uma das caraterísticas diferenciadoras da varicela são as lesões no couro cabeludo ou seja se não existirem  lesões na cabeça dificilmente será varicela!

A criança pode também queixar-se de:

  • Dores de cabeça,
  • Dores de garganta,
  • Gânglios linfáticos inflamados e dolorosos,
  • Dores de estômago,
  • Cansaço,
  • Perda de apetite.

Sintomas nas crianças e nos adultos

Crianças com menos de 10 anos têm sintomas mais moderados em relação às mais velhas e aos adultos. Os adolescentes e os adultos são mais suscetíveis a complicações graves, com um aumento vinte vezes superior na mortalidade entre os 15 e os 44 anos.

Aspeto das borbulhas

São pequenas e vermelhas, provocam comichão e transformam-se em bolhas num curto espaço de tempo (horas). Estas bolhas cheias de líquido (vesículas) secam e formam crostas em alguns dias. Estas borbulhas aparecem durante 5 dias e a  maioria forma crosta em 6 a 7 dias Por vezes as borbulhas deixam cicatrizes. É mais provável a formação de cicatrizes se as borbulhas infetarem. É importante impedir que a criança se coce para prevenir o aparecimento de cicatrizes.

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Impedir que a criança coce as borbulhas

Impedir a criança de coçar as lesões não é fácil! No entanto os seguintes procedimentos podem ajudar bastante, a saber:

  • Manter as borbulhas limpas e secas;
  • Usar loções calmantes e banhos de água morna de 4 em 4 horas nos primeiros dias;
  • Enxaguar  sem esfregar;
  • Manter as unhas curtas para prevenir eventuais infeções e cicatrizes.

Transmissão da varicela ou catapora

Os outros irmãos se ainda não tiveram varicela têm uma elevada probabilidade (80%-90%) de contágio. Se forem saudáveis o melhor será que tenham a doença enquanto crianças. Assim estarão protegidos de contrair varicela mais tarde, podendo ser então mais grave. Se tiverem problemas de saúde deverá consultar-se o médico.

Os adultos que nunca tiveram varicela poderão contraí-la através dos filhos. Nestes casos é necessário contatar o médico. A varicela é uma doença grave nos adultos.

Uma mulher grávida pode estar sujeita a um risco ainda mais elevado no que respeita ao aparecimento de complicações, devendo evitar a exposição à doença, devido ao risco que isto constituí para o feto. A varicela é também grave para aqueles com um sistema imunitário enfraquecido. Uma criança saudável poderá estar em contacto com adultos com varicela, pois será melhor que tenha a doença em criança.

Entre pessoas como ocorre a transmissão?

O vírus é transmitido pelo ar, quando a pessoa infetada tosse, espirra ou fala, ou pelo contacto direto com as lesões do doente.

Fases da doença

Período de incubação

Cerca de 14-15 dias contados a partir do contacto com o infetado.

Período de contágio

A varicela pode ser transmitida a outra pessoa desde aproximadamente 10 dias após ser contagiada até todas as bolhas se transformarem em crostas. O isolamento de um doente infetado previne a transmissão da infeção.

A varicela pode provocar zona?

A infeção por VVZ pode ressurgir anos ou décadas mais tarde na forma de herpes-zoster (HZ) que provoca zona, situação que pode evoluir com complicações semelhantes às da varicela. Esta reativação afeta 10-30% da população e está associada a uma morbilidade e mortalidade significativas nos indivíduos idosos e nos imunocomprometidos.

Tratamento da varicela ou catapora

No caso de ser uma varicela ligeira o tratamento efetuado visa o alívio sintomático:

  • Paracetamol (Ben-u-ron®) para alívio das dores e febre;
  • Banhos de água morna para alivio da comichão;
  • Loções de calamina (Caladryl®) para alivio da comichão;
  • Desinfetantes para as vesículas (Eosina).

Para os casos mais graves ou doentes com fator de risco elevado existe um medicamento específico para a varicela, que ajuda de forma substancial à redução da duração da doença, permitindo que o doente se sinta melhor num espaço de tempo mais curto. Esse medicamento é o seguinte:

  • Aciclovir (Zovirax®), do qual já existe genérico em comprimidos e pomada. A dosagem dos comprimidos varia entre 200 e 800 mg.

O Aciclovir inibe a replicação do vírus da varicela por interferência com DNA-polimerase encurtando o período da doença. Além deste medicamento, o tratamento é acompanhado de um anti-histamínico, que reduz a comichão e um desinfetante tópico que diminui o risco de infeção das bolhas rebentadas.
Manter uma boa higiene corporal e das roupas evita, também, infeções. Antibióticos poderão ser usados quando existe o risco de infecção.

Crianças varicela e aspirina, perigos!

Não se deve dar ácido acetilsalicílico (aspirina) ou seus derivados às crianças com varicela por poder causar o síndroma de Reye, que é uma complicação grave caracterizada por alterações neurológicas e hepáticas.

Se aparecerem lesões na boca, deve-se dar alimentos moles, bebidas frias e evitar os ácidos e salgados. Nas lesões na área genital poderão usar-se cremes anestésicos. As situações mais graves deverão ser sempre acompanhadas por um médico.

Vacina da varicela ou catapora, existe?

A OMS recomenda que as atuais vacinas contra a varicela só devem ser utilizadas na criança se se assegurar uma cobertura vacinal acima dos 85-90%, pelos riscos que a alteração epidemiológica induzida pode acarretar. A vacina da varicela está disponível nos EUA desde 1995 com recomendação de vacinação universal. Na Europa, encontra-se atualmente recomendada para vacinação universal na Alemanha, Espanha, Itália, Holanda e Suíça.

A vacina não faz parte do Plano Nacional de Vacinação (PNV). Pode ser administrada a partir dos 12 Meses de idade ou a pessoas que estejam expostas à doença. Se administrada no período de 3 dias após exposição à doença pode prevenir uma infeção clinicamente aparente ou modificar o curso da infeção.

Qual é a vacina contra a Varicela?

A vacina contra a varicela é constituída por Vírus varicela-zoster (VVZ) vivo atenuado (estirpe Oka). É uma vacina segura no imunocompetente. Estão descritos casos raros de encefalite, ataxia, convulsões, neuropatia, eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, pneumonia, trombocitopenia, acidente vascular cerebral e até morte, mas sem que a relação de causalidade estivesse definitivamente estabelecida. O vírus da vacina da varicela pode causar infeções graves no imunodeprimido estando descrito 2 casos em que o vírus vacinal se tornou resistente ao aciclovir.

ESQUEMA VACINAL

Existem em Portugal duas vacinas comercializadas, a saber:

  • Varivax®,
  • Varilrix®.

Ambas estão autorizadas para administração acima dos 12 meses de idade, em doses de 0,5 ml, por via subcutânea. A vacinação contra Varicela requer a administração de duas doses, com intervalo mínimo de 3 meses, para as crianças entre 12 meses e 12 anos de idade. Nos países com recomendação de vacinação universal, a segunda toma é administrada aos 5-6 anos de idade. A partir dos 13 anos o intervalo deve ser de 4 a 8 semanas (Varivax®) 37 ou de 6 a 8 semanas (Varilrix®) 38. A Comissão de Vacinas não estabelece preferência entre as duas vacinas.

Zona o que é?

A Zona Manifesta-se por uma erupção na pele e é provocada pelo mesmo vírus que, geralmente na infância, origina a varicela. Popularmente é conhecida por “cobro” ou “cobrão”, pois a distribuição das lesões cutâneas na pele faz-se muitas vezes lembrar a forma de uma serpente.
É uma doença infeciosa provocada pela reativação do mesmo vírus que provoca a varicela. Caracteriza-se por uma erupção cutânea acompanhada de dor intensa, num dos lados do corpo, que ocorre com maior frequência em indivíduos com mais de 50 anos.

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Causas da zona

Surge quando a imunidade que se tinha formado contra o vírus diminui. Qualquer pessoa que tenha tido varicela pode vir a desenvolver a doença, sobretudo a partir dos 50 anos. A Zona, também designada por Herpes Zoster, aparece apenas nas pessoas que tiveram varicela em alguma altura da sua vida. Após a varicela, normalmente na infância, o vírus não é eliminado do organismo, e aloja-se num nervo, geralmente junto à espinal medula e aí fica como que adormecido. Pode manter-se assim durante muitos anos.

Esta patologia manifesta-se através de uma erupção cutânea, geralmente na região torácica, que evolui para bolhas dolorosas, que formam crosta e cicatrizam ao fim de semanas. Os tratamentos existentes podem diminuir a duração da doença e a intensidade da dor, quando tomados 72 horas após o início dos sintomas.

O sistema imunitário

Quando as defesas naturais do organismo enfraquecem temporariamente, o vírus pode reativar-se, deslocando-se, então, ao longo do nervo até atingir a pele, onde provoca a erupção característica da Zona. Este processo é quase sempre acompanhado de uma dor localizada muito intensa, pois todo o nervo por onde o vírus se desloca fica muito inflamado.

O enfraquecimento das defesas naturais pode dever-se a fatores como:

  • Uma infeção prévia (ex.: Gripe);
  • Uma intervenção dentária;
  • Abuso do álcool;
  • Um acontecimento psicologicamente traumatizante;
  • Tratamento com corticóides, quimioterapia ou radioterapia;
  • Uma intervenção cirúrgica.

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Qual a prevalência na população?

95% da população adulta já teve varicela  pelo que tem no organismo o vírus que provoca a zona, estando em risco de desenvolver a doença. Uma em cada quatro pessoas irá desenvolver zona ao longo da vida. O risco de desenvolver a zona duplica aos 50 anos devido ao enfraquecimento do sistema imunitário associado ao envelhecimento.

Sintomas quais são e como evolui?

O primeiro sintoma da Zona é quase sempre a dor intensa localizada, que se sente, às vezes, antes de surgirem as lesões da pele. A maioria dos doentes sente na área afetada dor intensa ou ardor que pode ser constante ou intermitente. Por vezes, estímulos habitualmente não dolorosos, podem provocar dor intensa. Na fase aguda da Zona (quando existe erupção cutânea) a dor está presente, em média, durante 2-4 semanas.

As lesões são pequenas bolhas avermelhadas que surgem progressivamente ao longo de uma faixa estreita de pele. Normalmente, surge uma erupção cutânea unilateral que pode aparecer em muitos locais, mas a localização mais comum é a região do tórax, cabeça e pescoço. A erupção cutânea evolui para vesículas (bolhas) dolorosa. As vesículas passam a feridas em três dias; após uma semana a dez dias as feridas secam e as crostas caem ao fim de duas a três semanas.

Complicações

A principal complicação da Zona é a permanência da dor. Esta dor, a que se dá o nome de neuralgia pós-herpética, pode tronar-se crónica e persistir durante meses ou anos, impedindo muitas vezes o doente de levar uma vida normal e despreocupada. Podem ocorrer outras complicações, como por exemplo quando são atingidos os olhos. Nestes casos, existe o risco de cegueira.

Em 10 a 20% dos casos, a Zona afeta o olho e pode causar alterações da visão ou mesmo cegueira. Pode também provocar perda de audição no lado afetado, assim como infeções cutâneas ou cicatrizes permanentes.

Será contagiosa?

A zona deve-se à reativação do vírus da varicela que ficou latente no organismo, como tal, não é possível contrair através de outras pessoas. Um indivíduo com Zona pode transmitir o vírus a alguém que nunca teve varicela, normalmente a crianças, que desenvolverão a varicela. Sendo a forma de contágio idêntico ao da varicela.

Tratamento da zona

Deve-se ir imediatamente ao médico assim que as bolinhas surgem na pele. Se se sentir uma dor aguda localizada, do tipo queimadura ou facada, mesmo antes das bolhas aparecerem, não se deve adiar a ida ao médico. Quanto mais cedo o médico prescrever o tratamento adequado, mais depressa desaparecerão as feridas e mais hipóteses terá de as dores não continuarem. O tratamento antiviral mais comum é o seguinte:

  • Aciclovir 800 mg, comprimidos, de 4/4h, saltando a toma noturna.

A Zona não tem cura, contudo, alguns medicamentos podem diminuir a duração da doença e a intensidade da dor, quando tomados nas 72 horas após o início dos sintomas. Os medicamentos para a Zona têm como prioridade máxima o controlo da dor, mas este pode ser difícil e muitas vezes o alívio não é o desejado. É muito importante levar o tratamento até ao fim. Os banhos mornos acalmam a erupção, mas deve evitar-se a aplicação de talco e cremes. Usar roupas soltas e macias, para evitar pressão nas áreas afetadas. Não coçar, nem arrancar as crostas.

Existe vacina?

Sim, está disponível em Portugal, a primeira vacina para a prevenção da zona e da nevralgia pós-herpética, que está nas farmácias, para vacinação de adultos a partir dos 50 anos, numa única administração, mediante prescrição médica. O nome da vacina é o seguinte:

  • ZOSTAVAX® vacina viva contra a zona (Herpes zoster)

Composição da vacina

Após reconstituição, 1 dose (0,65 ml) contém:

  • Vírus da varicela-zoster , estirpe Oka/Merck, (vivo, atenuado) não menos de 19400 UFP produzido em células diploides humanas (MRC-5),
  • UFP = Unidades formadoras de placas.

Esta vacina pode conter quantidades vestigiais de neomicina

Indicações terapêuticas:

ZOSTAVAX está indicado na prevenção do herpes zoster (“zoster” ou zona) e da nevralgia pós-herpética (NPH) relacionada com o herpes zoster. ZOSTAVAX está indicado na imunização de indivíduos com 50 ou mais anos de idade.

Concluindo

A família do vírus HERPES é mais alargada do que a maioria das pessoas julga. Neste artigo tentei mostrar as diversas doenças distintas que se interligam (por exemplo a varicela e a zona) por serem causadas por vírus da mesma família do Herpes. Sendo algumas doenças muito comuns, principalmente o Herpes labial, é de toda a importância conhecer as suas causas, complicações, tratamento e como evitar o seu contágio.

Fique bem

Franklim Moura Fernandes

Fontes:

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Fibromialgia estratégias de tratamento e pontos de dor




Fibromialgia qual o melhor tratamento, pontos de dor, sintomas e estigmas sociais. Quais os sinais? Quais as causas e fatores de risco? Quais os tratamentos mais eficazes? Que hábitos diários podem ajudar a melhorar? O que nunca deve comer? Porque são muitas vezes mal interpretados os doentes pela sociedade? Por desconhecimento da realidade clínica, muitas vezes as doentes são “rotuladas” de preguiçosas pelos colegas de trabalho e até por algumas pessoas de família… o que é psicologicamente muito duro de aceitar!

Com a informação reunida pelo American College of Rheumatology e pela Associação Portuguesa de doentes com Fibromialgia este artigo pretende ser um contributo importante para doentes, famílias e sociedade interpretarem e apoiarem de forma correta quem padece de fibromialgia.

Leia também: Dores musculares estas são as informações essenciais, toda a verdade!

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • Fibromialgia o que é?
  • Qual a prevalência da fibromialgia na população?
  • Fibromialgia qual a história desta doença?
  • Causas e origem fisiopatológica
  • Fatores de risco
  • Quais os sinais que não deve ignorar?
  • Diagnóstico: Quais os critérios ?
  • Dores: Quais os “pontos-gatilho” sensíveis à dor?
  • Quais as manifestações nucleares?
  • Quais as manifestações características?
  • Diagnósticos diferenciais (com outras doenças): Quais os mais importantes?
  • Doenças que podem coexistir com a fibromialgia: Quais são?
  • Tratamento: Como pode tratar a fibromialgia?
  • Qual o tratamento mais eficaz?
  • Exercício físico: Qual o mais adequado?
  • O que acontece se não fizer exercício físico?
  • Hábitos diários: Quais os que podem melhorar os sintomas?
  • Psicologia: Como se sentem psicologicamente os doentes?
  • Família do doente: Qual a reação habitual?
  • Local de trabalho: O que acontece no local de trabalho?
  • Qual a reação da sociedade em geral?

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Estudos recentes sobre fibromialgia

Neste segmento descrevo alguns dos mais recentes estudos publicados pela comunidade científica:

Fibromialgia o que é?

A fibromialgia é um síndrome crónico caracterizado por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. A fibromialgia é uma das doenças reumáticas com maior incidência na atualidade. É uma doença crónica invisível, sobre a qual ainda há muito por saber. A fibromialgia não tem tratamento específico e é capaz de provocar dores intensas, no entanto mantém-se até hoje num relativo anonimato, ao qual não será alheio o facto de apenas ter sido reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 1970.

Prevalência

Estima-se que atinja entre 2 e 8% da população adulta global e ainda que esteja em clara expansão.

Fibromialgia qual a história desta doença?

historia da fibromialgia melhorsaude.org

Já Hipócrates descreve a dor músculo-esquelética difusa. Os principais pontos históricos da doença, por ordem cronológica, são os seguintes:

  • 1824, Balfour faz a associação entre reumatismo e pontos dolorosos;
  • 1880, Beard classifica como Mielastenia um síndrome com as características da Fibromialgia;
  • No início do séc xx, Growers introduz o termo “Fibrosite”por supor (algo nunca comprovado), que se trataria de alterações fibromusculares;
  • 1972, Moldofsky identifica as perturbações do sono Nrem;
  • 1977, Smythe e Moldofsky associam a presença de dor crónica e generalizada com pontos dolorosos em locais previsíveis e sono não reparador;
  • 1990, o Colégio Americano de Reumatologia define os critérios de diagnóstico ainda agora utilizados.

Causas fisiopatológicas

Especula-se, ainda, acerca da origem da doença. Sabe-se que os doentes de fibromialgia apresentam:

  • Diminuição de serotonina e ácido 5 – Hidroxindolacético no LCR (líquido cefalorraquidiano) e no plasma;
  • Elevação da substância P no LCR (líquido cefalorraquidiano);
  • Hipovascularização de algumas regiões cerebrais;
  • Alterações no EEG (eletroencefalograma) de sono noturno, na fase NREM (fase de sono profundo onde ocorrem os sonhos);
  • Hipertonia simpática,
  • Alterações da memória recente.

Existem ainda outras alterações, mas todas elas são comuns a outras patologias. O mais provável é que seja uma causa multifatorial.

Fatores de risco

Embora não sejam conhecidas, com rigor, as causas da fibromialgia, sabe-se que as mulheres são quase 10 vezes mais afetadas que os homens. Na verdade, 80 a 90% dos casos diagnosticados são de mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. Supõe-se, por outro lado, que o desenvolvimento da doença também possa ser influenciado por fatores como:

Sintomas dores musculares e fadigafibromialgia melhorsaude.org melhor blog de saude

O sintoma predominante da fibromialgia é a dor muscular. Surgindo, na maior parte dos casos, de forma generalizada mas centrando-se posteriormente em regiões específicas, como o pescoço ou a região lombar, esta assemelha-se a um ardor intenso e muitas vezes debilitante. Pode, no entanto, fazer-se acompanhar por outros sintomas, como:

  • Perturbações de sono, presentes em cerca de 70% dos doentes, piorando as dores nos dias que dormem pior. Os registos eletroencefalográficos podem apresentar alterações relacionadas com as perturbações do sono.
  • Fadiga constante, que se mantém durante quase todo o dia com pouca tolerância ao esforço físico. Quando o sintoma dominante é a fadiga a doença tem sido designada por Síndroma da Fadiga Crónica;
  • Dificuldades de concentração;
  • Falta de memória;
  • Dores de cabeça;
  • Espasmos musculares;
  • Rigidez muscular;
  • Formigueiros e inchaços nos dedos das mãos e dos pés, principalmente ao levantar;
  • Distúrbios emocionais, com frequência de ansiedade e às vezes há depressão;
  • Perturbações gastrointestinais em alguns doentes que apresentam queixas gástricas e cólon irritável.

Os sintomas podem, no entanto, variar em intensidade e até mesmo desaparecer e reaparecer de forma esporádica, consoante a hora e o dia, os níveis de stresse e ansiedade ou as mudanças de temperatura. Também podem ser agravados com a atividade física exagerada ou desequilibrada.

Há relatos de casos de fibromialgia que começam depois de uma infeção bacteriana ou viral, um traumatismo físico ou psicológico.

Existem estudos que mostram que pessoas com esta doença, apresentam alterações nos níveis de algumas substâncias importantes, particularmente:

  • Níveis baixos de serotonina;
  • Níveis elevadas de proteína P.

Diagnóstico quais os critérios?

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Descrevo de seguida os critérios de diagnóstico do American College of Rheumatology:

Manifestações nucleares

Dor crónica generalizada, com evolução de, pelo menos, 3 meses, abrangendo a parte superior e inferior do corpo, lado direito e esquerdo, assim como o esquerdo axial.

Dor à pressão, em, pelo menos, 11 de 18 pontos predefinidos, a saber:

  • Ponto occipital – Bilateral, nas inserções do músculo sub-occipital.
  • Ponto cervical inferior – Bilateral, na face anterior dos espaços        intertransversários de C5 e C7
  • Ponto trapézio –  Bilateral, no ponto médio do bordo superior do músculo.
  • Ponto supra espinhoso –  Bilateral, na origem do músculo acima da espinha da omoplata, junto do bordo interno.
  • Ponto 2ª costela – Bilateral, na junção costo-condral da 2ª costela, imediatamente para fora da junção e na face superior.
  • Ponto epicôndilo – Bilateral, 2 cm externamente ao epicôndilo.
  • Ponto glúteo – Bilateral, no quadrante superior externo da nádega, no folheto anterior do músculo.
  • Ponto grande trocanter – Bilateral, posterior à proeminência trocantérica.
  • Ponto Joelho – Bilateral, na almofada adiposa interna, acima da interlinha articular.

Pontos dolorosos

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Fibromialgia ponto gatilho melhorsaude.org melhor blog de saude

Os pontos dolorosos não são de dor espontânea.

A sua pesquisa deve ser efetuada com uma pressão digital de 4kg.

A dor não deve irradiar.

Manifestações Características

  • Fadiga crónica,
  • Sono não reparador,
  • Parestesias,
  • Rigidez (sobretudo matinal),
  • Edema subjetivo,
  • Cefaleias,
  • Síndroma de colon irritável,
  • Fenómeno de Raynaud,
  • Depressão/ansiedade,
  • Hipersensibilidade generalizada à pressão e mudanças de temperatura ( tipo síndroma gripal).

O diagnóstico é exclusivamente clínico, não existindo exames subsidiários caracteristicamente positivos na fibromialgia.

Doenças e diagnósticos diferenciais

Tendo em consideração que os sintomas de fibromialgia são comuns a outras doenças que têm tratamento diferente, sendo que algumas são potencialmente graves em termos de sobrevida, é necessário descartar ou confirmar, previamente, de forma clara a presença, simultânea ou não, das seguintes doenças:

  • Artrite reumatoide;
  • Lupus eritematoso sistémico;
  • Espondilite anquilosante;
  • Polimiosite;
  • Síndroma de Sjörgen;
  • Polimialgia reumática;
  • Osteomalacia ;
  • Osteoporose;
  • Doença vertebral degenerativa;
  • Síndroma de dor miofascial;
  • Hipotiroidismo;
  • Hipertiroidismo;
  • Hiperparatiroidismo;
  • Síndrome paraneoplásico;
  • Miopatia metabólica;
  • Metastização tumoral;
  • Mieloma múltiplo,
  • Polineuropatias;
  • Doença de Parkinson;
  • Sarcoidose;
  • Infeções víricas;
  • Neuroses;
  • Psicoses;
  • Ansiedade;
  • Depressão.

Qualquer destas patologias pode coexistir com a Fibromialgia.

Tratar a fibromialgia

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Ainda não é conhecida cura para a fibromialgia e também ainda não existe nenhum fármaco específico para a doença. Existem, no entanto, medicamentos e técnicas que podem ajudar a aliviar os sintomas, principalmente as dores, a saber:

  • Analgésicos;
  • Relaxantes musculares;
  • Antidepressivos;
  • Massagens;
  • Técnicas de relaxamento.

Tratamento qual o melhor?

O primeiro passo é acreditarmos no sofrimento do doente! Seguidamente, envolver o doente no seu tratamento. Cada sujeito ativo compreendendo e colaborando na responsabilidade do Sucesso / Insucesso.

Deve frisar-se que se trata de uma doença crónica e que o tratamento visa, não a ausência de sintomas, mas o seu controlo. Também teremos que estar preparados para Adaptar os esquemas terapêuticos à evolução das queixas. O tratamento é sempre individual.

Tratamento Farmacológico

O tratamento farmacológico inclui os seguintes medicamentos:

  • Amitriptilina, em doses baixas ( 10mg – 25mg/ dia),
  • Fluoxetina (antidepressivo),
  • Diazepam e outros mio relaxantes (relaxantes musculares),
  • Ansiolíticos,
  • Indutores do sono,
  • Antiepiléticos, (topiramato em doses até 75mg/dia tem-se mostrado útil),
  • Analgésicos como o paracetamol, com e sem codeína, os salicilatos, o tramadol, revelam alguma eficácia.

Os corticosteroides, devido aos efeitos secundários e à quase ineficácia, são de evitar!

Tratamento Psiquiátrico

O apoio psiquiátrico nunca deve ser descurado, sempre que se revele necessário, sob a orientação de médico psiquiatra com experiência em dor.

Psicoterapia Coadjuvante

Particularmente útil nas áreas Cognitiva / Comportamental:

  • Aprender a viver com a doença e aceitar as suas limitações, assim como aprender a lidar com o stress.
  • Técnicas de Bio Feedback têm-se mostrado úteis.

Fisioterapia é possível

Sim mas apenas quando individualizada e efetivada por técnicos com experiência nestes doentes.

Exercício Físico adequado

Fundamental, o exercício físico mais indicado é adaptado às condições do doente. Aconselha-se, essencialmente:

  • Caminhada,
  • Natação (sem grande esforço), em ambientes agradáveis e tépidos.

É importante não descurar o Exercício Físico, porque a inação para que tendem os doentes de Dor Crónica, acarreta consequências psíquicas e físicas como:

  • Depressão,
  • Obesidade,
  • Atrofia Muscular,
  • Osteoporose,
  • Artralgias,

Estas são situações que acabam também e por si só, gerar doença.

Alimentação faz toda a diferença

Não existem dúvidas que a alimentação pode ter uma influência extraordinária na evolução e sintomatologia da doença.  Cada doente deve tentar identificar principalmente os alimentos que fazem piorar a sua condição de saúde.

No geral deve evitar todos os alimentos fabricados e embalados pois quase sempre tem aditivos alimentares artificiais e teores de açúcar demasiado elevados.

Entre os mais importantes vale a pena estar atento e se necessário eliminar da alimentação diária os seguintes:

  • Aditivos alimentares artificiais como o Glutamato monossódico (MSG) e o Aspartame
  • Glúten
  • Açúcares
  • Enchidos
  • Alimentos fritos que contêm gorduras saturadas de má qualidade
  • Álcool

Também o excesso de peso parece piorar sempre os sintomas dolorosos associados à fibromialgia.

Nutrição e estudos sobre fibromialgia

Os seguintes estudos alertam para a importância do cuidado alimentar para mitigar os sintomas da fibromialgia, a saber:

Stress e hábitos diários

Quais os que melhoram os sintomas?

Adaptar o seu estilo de vida aos sintomas da doença é essencial para uma melhor qualidade de vida. Assim deve tentar aplicar os seguintes hábitos diários:

Psicologia  do doente como se sente?

Como em qualquer outra doença dolorosa crónica e tendencialmente incapacitante, estes doentes apresentam-se muito queixosos, com níveis de autoestima baixos, angustiados, revoltados, não compreendidos e uma história de grande dificuldade em gerir a sua vida familiar, laboral e social.

Família do doente como reage?

A família é um fator primordial, para o melhor e para o pior, na evolução destes doentes. Muitas vezes não colabora, acusando o doente de “preguiçoso”, “piegas” ou “desequilibrado” emocionalmente. Normalmente, após elucidado, o agregado familiar passa a colaborar, sendo de grande importância, pelo suporte que pode dar ao doente. Por vezes, a própria família precisa de Apoio.

Local de trabalho o que acontece?

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Devido às características da doença, a produtividade diminui, o que, muitas vezes, acarreta acusações dos colegas e superiores hierárquicos, criando um meio hostil. Devem-se diminuir os níveis de stress do doente, respeitando os seus Ritmos de trabalho e/ou mudando de Atividade profissional.

Sociedade como são tratados os doentes?

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Normalmente, a incapacidade inerente à doença implica uma marcada diminuição da quantidade e qualidade da Vida Social destes doentes, assim como um aumento de gastos com o consumo de Serviços de Saúde e da Segurança Social, com faltas ao trabalho e reformas precoces.

O Estado português ainda não facilita a estes doentes os direitos que lhes deveriam ser atribuídos, de acordo com o reconhecimento da patologia já existente, revelando-se duplamente penalizante para o doente e agregado familiar.

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Concluindo

Se suspeita que pode sofrer de fibromialgia, consulte o seu médico assistente ou o seu reumatologista. O diagnóstico faz-se quando a dor existe por mais de três meses em pelo menos 11 de 18 pontos específicos do corpo. Entretanto, realizam-se exames para excluir outras doenças que possam causar as queixas.

Se, infelizmente, já é um doente fibromialgico então não se acomode, adote um estilo de vida saudável com exercício físico e alimentação adequados. Vá ao médico acompanhado por alguém da sua família para que esta fique bem informada sobre a doença e possa dispensar-lhe o apoio positivo que é essencial para evitar outras perturbações psicológicas muitas vezes associadas à doença.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Bibliografia:

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Doenças da piscina e dor de ouvido

Piscina e doenças toda a verdade sobre as diversas doenças que pode apanhar na água da piscina! Um dia na piscina a descontrair, nadar e relaxar pode ser magnífico! No entanto se a água das piscinas não estiver bem tratada o dia pode acabar em pesadelo com a “hospedagem” no nosso organismo de vírus, bactérias e parasitas que provocam doenças que podem ser muito perigosas!

Por exemplo, nas páginas Swimming pools  e Stay Safe In and Around Swimming Pools do CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas.

Neste artigo vou falar das seguintes doenças:


Leia também: Como bronzear sem queimar?


Piscina e doenças que pode apanhar na água

A água da piscina é geralmente uma água artificial no sentido em que raramente é usada água captada directamente do mar ou de um rio com água de alta qualidade não poluida. Sendo assim tem de ser cuidadosamente tratada para eliminar inumeros microorganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas patogénicos que estão sempre á espreita de uma oportunidade de se instalarem num hospedeiro humano e conseguirem reproduzir-se mais depressa!

Além disso os tratamentos quimicos aplicados á água da piscina também têm os seus efeitos adversos no organismo humano. Assim descrevo de seguida algumas doenças que, se não tiver cuidado, pode apanhar na sua visita á piscina.

Otite externa

Também designada otite de surfista ou de mergulhador. É provocada habitualmente pela entrada de água no ouvido, associada a um quadro clínico de otalgia (dor de ouvido). Ocorre frequentemente após entrada de água no ouvido ou em situações de infeção e eczema do canal auditivo externo. Trata-se de uma inflamação da orelha externa e do canal auditivo.

Leia também: Dor de ouvido tudo o que não sabe.

Diarreia

Os vírus e as bactérias que provocam diarreia são a principal fonte de contágio nas piscinas. De acordo com o CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas. Os germes que causam diarreia conseguem sobreviver vários dias antes de serem eliminados pelo cloro. Para ficar doente basta engolir uma pequena quantidade da água infectada das piscinas.

Giardíase

A giardíase é uma infeção intestinal causada por um parasita microscópico. Pode provocar sintomas como cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia. A infeção pode ser causada por parasitas encontrados em riachos, lagos, piscinas ou zonas aquáticas de recreação. A maneira mais comum de se infetar com giardíase é engolir água contaminada, por exemplo da piscina.

Animais e crianças que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar piscinas e spas. É mais frequente em crianças e em doentes com infeção por VIH/SIDA, fibrose quística e outras formas de imunodeficiência pois têm um sistema imunitário mais frágil. Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em crianças com idades entre um e cinco anos, foi detetada uma taxa de infeção de 3,4% por Giardia lamblia.

Leia também: Como fortalecer o seu sistema imunitário, toda a verdade!

Criptosporidíase

Criptosporidíase é uma doença causada pelos parasitas unicelulares coccidios Cryptosporidium parvum e C.hominis. Estes podem ser ingeridos juntamente com comida ou água contaminada. Infetam o intestino, onde se reproduzem. Em pessoas imunosuprimidas causam gastroenterite, diarreia, dor abdominal e náuseas. Uma pessoa com diarreia e com este tipo de bactéria pode facilmente contaminar a água.

Legionella

Na legionella segundo explica o médico e patologista clínico Germano de Sousa, a infeção pela bactéria legionella pneumophila pode causar a febre de Pontiac (manifestação ligeira da bactéria com sintomas semelhantes a uma gripe) e a Doença dos Legionários, a manifestação mais grave, que consiste num tipo de pneumonia potencialmente letal.

A legionella está geralmente presente em ecossistemas naturais de água doce e quente, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também piscinas. A infeção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis/gotículas contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis e que chegam aos pulmões. Não existe transmissão de pessoa para pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.

Leia também: Pneumonia causas sinais e toda a verdade

Irritação química

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos lembra que os nadadores e utilizadores da piscina queixam-se recorrentemente de ardor nos olhos, irritação nasal ou dificuldades em respirar. A investigação revelou que estes sintomas surgem devido à acumulação de substâncias irritantes na água e no ar, conhecidas como cloraminas. Essa irritação é provocada pela combinação do cloro com sub-produtos. Estes subprodutos são o resultado da ligação do suor, urina e outros resíduos dos nadadores/utilizadores ao cloro.

Dermatite ou foliculite

É uma inflamação dos folículos capilares causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. A foliculite é sobretudo diagnosticada em pessoas que usam jacuzzi, sauna, piscina ou banheira de hidromassagem. Qualquer pessoa exposta a água contaminada com esta bactéria pode contrair este tipo de foliculite. Trata-se de uma inflamação da raiz dos pelos que, normalmente, pode ser tratada em casa com o uso de sabão anti-séptico ou fármacos prescritos por clínicos. Os sintomas de foliculite por Pseudomonas aeruginosa aparecem primeiro como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e pernas.

Piolhos

Os piolhos não são susceptíveis de serem transmitidos através da água das piscinas. Embora os níveis de cloro da piscina também não matem os piolhos, estes dificilmente conseguem sobreviver debaixo de água uma vez que não se conseguem parasitar. Porém, os piolhos podem espalhar-se em balneários. Basta partilhar toalhas, escovas de cabelo, toucas ou outros itens que tenham estado em contacto com o cabelo de uma pessoa infetada para adquirir a “praga”.

Infeções estafilocócicas

Embora não tenha havido relatos de transmissão deste tipo de bactéria através de águas de recreio, há um risco potencial de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações de recreio através do contacto com a infeção de pessoa para pessoa ou através de objetos e superfícies contaminadas.

Trata-se de uma bactéria que vive muitas vezes no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infeção (espinhas, furúnculos e celulites) até infecões graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e outras), dependendo do sistema imunitário e do historial clínico de cada pessoa.

Os sintomas mais comuns deste tipo de infeções são náuseas e vómitos, por vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. A melhor forma de as evitar é não frequentar águas de recreio se tiver infeções cutâneas ou irritações da pele, manter todas as superfícies tocadas ou manipuladas com frequência limpas e não partilhar objetos pessoais como lâminas ou escovas.

Teníase

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos alerta para vários cuidados a ter de forma a evitar este tipo de doença, embora admita que dificilmente a teníase se propague através da água das piscinas. Esta infeção ocorre quando uma pessoa engole ovos de ténia presentes em superfícies ou dedos contaminados. Esta instituição lembra que os fatos de banho devem ser lavados e secos a cada utilização. Por outro lado, todas as pessoas devem lavar as mãos antes e depois de usar a casa da banho.

Molusco contagioso vírus ou Molluscum contagiosum virus

O vírus Molusco contagioso ou Molluscum contagiosum é uma doença dermatológica causada pelo Molluscum contagiosum. Caracteriza-se por bolhas rosadas ou brancas pela pele em qualquer parte do corpo e podem dar comichão. É mais comum em crianças dos 0 aos 12 anos de idade e transmitido por contato físico. Desaparecem sozinhas em 6 a 12 meses, mas podem deixar cicatrizes.

Molusco contagioso vírus melhorsaude.org
Como se transmite?

O vírus é transmitido por contato físico ou por tecidos, por exemplo tocando a mão de alguém que coçou uma bolha causada por molusco contagioso ou compartilhando toalhas. Pode ser transmitido através de contato sexual. É mais comum em locais húmidos e com muita gente a viver na mesma casa que partilham as mesmas toalhas e roupas, uma vez que essas condições são favoráveis para a transmissão do vírus. É mais comum em crianças e imunodeprimidos.

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Parâmetros microbiológicos de avaliação obrigatória

Os parâmetros microbiológicos avaliados são no caso das piscinas de utilização colectiva os referenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP (INSA), e por outros documentos oficiais. Para o caso das piscinas de empreendimentos turísticos e de hidroterapia e com fins terapêuticos, são os indicados no Decreto-Regulamentar n.º 5/97, de 31 de Março:

  • Germes totais 37ºC (às 48 horas para piscinas de utilização colectiva, e às 24 horas para piscinas de empreendimentos turísticos, de hidroterapia e com fins terapêuticos)
  • Coliformes totais
  • Escherichia coli
  • Enterococos fecais
  • Estafilococos produtores de coagulase
  • Total de Estafilococos
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Legionella (desejável nos jacúzis)

Parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação

Os parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação, devendo a sua determinação ser feita sistematicamente no local de colheita, são os seguintes:

  • Temperatura
  • Cloro residual livre
  • Cloro combinado
  • Bromo total
  • pH (quando não houver possibilidade de determinação laboratorial)

A determinar em laboratório:

  • pH
  • Turvação
  • Condutividade
  • Oxidabilidade
  • Cloretos
  • Amoníaco (a pedido da Autoridade de Saúde)

Considera-se desejável, quando se justifique, proceder-se à determinação de:

  • Ácido isocianúrico (quando forem utilizados como desinfectantes os derivados de ácido isocianúrico)
  • Brometos
  • Trihalometanos
  • Ozono
  • Outros desinfectantes

Leia também: Orientações do Programa de Vigilância Sanitária das Piscinas

Concluindo

Antes de escolher uma piscina tente informar-se sobre a qualidade da água, frequência das análises e resultados disponiveis para consulta pública. Se conhecer alguém que tenha frequentado a piscina pergunte se houve algum problema de saúde nos dias seguintes a ter estado na piscina.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

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Dor de barriga apendicite perigosa verdade


Dor de barriga apendicite e outros perigos, toda a verdade! Quais as dores mais perigosas? Quais as causas? Quais os perigos? Quais os órgãos envolvidos? Quais os sinais de alarme? A região abdominal é aquela que possui mais órgãos no nosso corpo, aumentando as probabilidades de doer devido a uma vasta quantidade de causas e doenças diferentes. A dor abdominal, chamada popularmente de dor de barriga, pode ser simplesmente fruto de uma obstipação pontual mas é muitas vezes um desafio para o médico, dada a grande quantidade de diagnósticos diferenciais possíveis.

Na maioria das vezes, a dor de barriga é uma condição de saúde benigna e autolimitada. Certamente que já teve uma dor de barriga de leve intensidade, que desapareceu sem necessidade de tratamento médico. No entanto, quando a dor abdominal é de forte intensidade ou há outros sintomas associados, como febre, vómitos, prostração ou diarreia com sangue, a avaliação de um médico é necessária.

A dor abdominal pode ser aguda ou crónica e requer, frequentemente, uma ida ao médico. Uma criança com dor abdominal é sempre motivo de preocupação para os pais, o que leva frequentemente a recorrer ao médico.

Leia também: Estas são as 7 dores que nunca deve ignorar!

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Órgãos da região abdominal
  • Quadrantes abdominais
  • Órgãos localizados em cada quadrante
  • Patologias originam dor abdominal aguda
  • Diagnóstico da causa da dor de barriga
  • Sintomas e sinais de alarme na dor abdominal aguda
  • Caraterística da dor abdominal crónica
  • Sinais de alarme na dor abdominal crónica
  • Dor abdominal funcional
  • Crianças com dor abdominal funcional
  • Dor do lado direito do abdómen, quais as causas mais comuns?
  • Dores no centro da barriga, quais as causas mais comuns?
  • Dor no baixo ventre, quais as causas mais comuns?
  • Dores do lado esquerdo do abdómen, quais as causas mais comuns?
  • Apendicite, quais os perigos?
  • Apendicite o que é?
  • Sintomas de apendicite
  • Apendicite em bebés, crianças e adolescentes
  • Tratamento para a apendicite
As cinco grandes mentiras sobre saúde
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Órgãos da região abdominal

Todos os órgãos que se encontram dentro da cavidade abdominal e da cavidade pélvica podem causar dor de barriga. Algumas vezes, os órgãos da cavidade torácica também podem causar dor abdominal, como é o caso do coração ou das inflamações nas bases dos pulmões.

Os órgãos dentro do abdómen que podem causar dor abdominal são:

  • Fígado,
  • Vesícula biliar,
  • Vias biliares,
  • Pâncreas,
  • Baço,
  • Estômago,
  • Rins,
  • Glândulas suprarrenais,
  • Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo),
  • Cólon (incluindo apêndice).
Orgãos abdominais melhorsaude.org melhor blog de saude

Já os órgãos dentro da pelve são:

  • Ovários,
  • Trompas,
  • Útero,
  • Bexiga,
  • Próstata,
  • Reto,
  • Sigmoide (porção final do intestino grosso).
Pelve melhorsaude.org melhor blog de saude


Quadrantes abdominais

Para tornar mais fácil a localização dos órgãos na grande cavidade abdominopélvica, os anatomistas dividiram a cavidade abdominopélvica em nove regiões, sendo definidas da seguinte forma:

  1. Região Hipocondríaca Direita
  2. Região Epigástrica
  3. Região Hipocondríaca Esquerda
  4. Região Lateral Direita
  5. Região Umbilical
  6. Região Lateral Esquerda
  7. Região Inguinal Direita
  8. Região Púbica (Hipogástrica)
  9. Região Inguinal Esquerda
Quadrantes do abdómen melhorsaude.org melhor blog de saude

Outro modo mais simples de dividir a cavidade abdominopélvica é em Quatro Quadrantes.
Esse método é frequentemente utilizado para localizar uma dor ou descrever a localização de um tumor. Os planos sagital, mediano e transversal passam através do umbigo e dividem a região abdominopélvica nos quatro quadrantes seguintes:

  • Quadrante superior direito
  • Quadrante superior esquerdo
  • Quadrante inferior direito
  • Quadrante inferior esquerdo
Quadrantes abdominais melhorsaude.org melhor blog de saude


Quadrante superior direito:

  • Lobo direito do fígado
  • Vesícula biliar
  • Piloro
  • Duodeno
  • Cabeça do pâncreas
  • Flexura hepática do cólon
  • Partes do cólon ascendente e transverso

Quadrante superior esquerdo:

  • Lobo esquerdo do fígado
  • Estômago
  • Corpo do pâncreas
  • Flexura esplénica do cólon
  • Partes do cólon transverso e descendente

Quadrante inferior direito:

  • Ceco e apêndice
  • Parte do cólon ascendente
  • Parte do ovário na mulher

Quadrante inferior esquerdo:

  • Cólon sigmoide
  • Parte do cólon descendente
  • Parte do ovário na mulher




Dor de barriga aguda 

A dor abdominal aguda é um sintoma comum em várias patologias, tais como:

  • Gastroenterite;
  • Apendicite;
  • Infeção urinária;
  • Invaginação;
  • Adenite mesentérica;
  • Obstipação;
  • Úlcera péptica;
  • Pancreatite;
  • Patologia do ovário;
  • Litíase renal (pedra no rim) ou litíase biliar (pedra na vesicula);
  • Pneumonia (quando se manifesta na base do pulmão juntamente com febre e dificuldade respiratória);
  • Etc…

Leia também: Obstipação toda a verdade!


Diagnóstico

Para facilitar o diagnóstico, deve ser feita uma história detalhada sobre a origem e evolução dos sintomas. Diversos fatores são importantes no processo de diagnóstico, a saber:

  • Idade;
  • Tipo de dor;
  • Localização da dor;
  • Duração da dor;
  • Hora do dia;
  • Presença de outros sintomas tais como:
    • Febre,
    • Náuseas,
    • Vómitos,
    • Sintomas urinários,
    • Alterações do trânsito intestinal.

Sinais de alarme na dor abdominal aguda

Na maioria das situações benignas a dor de barriga localiza-se no umbigo ou em volta deste. As crianças com dor abdominal vomitam frequentemente, mas a maioria das vezes os vómitos desaparecem rapidamente. Além da sensação de doença (sentir-se doente), alguns sinais de alarme que aconselham consulta médica são:

  • Dor localizada em outras áreas, principalmente no quadrante inferior direito do abdómen levantando a hipótese de apendicite;
  • Dor com duração superior a 24h,
  • Febre alta,
  • Palidez,
  • Sudação (suar sem razão aparente),
  • Prostração (fadiga),
  • Recusa em brincar,
  • Recusa em beber ou comer,
  • Vómitos persistentes (já amarelados/verdes ou com sangue),
  • Laivos de sangue na diarreia ou alterações na pele.

Dor abdominal crónica, sintomas

A dor abdominal crónica é um motivo muito frequente de consulta, sobretudo no sexo feminino. Os doentes geralmente têm uma sintomatologia pouco específica e na investigação dessas situações apenas em 10% se encontra uma causa orgânica, como por exemplo:

  • Doença de refluxo gastroesofágico;
  • Úlceras gástricas;
  • Gastrite;
  • Alergia alimentar;
  • Intolerância à lactose,
  • Doença inflamatória do intestino;
  • Doença celíaca;
  • Litíase biliar;
  • Pancreatite;
  • Parasitose.

Sinais de alarme na dor abdominal crónica

As seguintes condições de saúde devem ser motivo de alarme e consulta médica:

  • Dor que acorda a criança a meio da noite;
  • Dor bem localizada e longe do umbigo;
  • Vómitos persistentes (sobretudo biliosos);
  • Diarreia crónica grave;
  • Febre;
  • Perda de peso;
  • Atraso de crescimento,
  • Exantema cutâneo,
  • Dor articular;
  • Sangue nas fezes;
  • Fístula/fissura anal;
  • História familiar de doença péptica e /ou doença inflamatória do intestino;
  • Idade inferior a quatro anos.
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Dor abdominal funcional

A dor abdominal funcional caracteriza-se por ter uma causa funcional ou seja não identificada com testes laboratoriais. São diversos os factores implicados nestas queixas abdominais sendo os mais importantes os seguintes:

  • Stress psicológico;
  • Hipersensibilidade visceral;
  • Distúrbios da motilidade gastrointestinal.

Crianças com dor abdominal funcional

Crianças com sintomas funcionais têm geralmente as seguintes características pessoais:

  • Tímidas,
  • Ansiosas,
  • Perfeccionistas,
  • Interiorizam muito os seus problemas.

Estas crianças têm episódios curtos de dor abdominal periumbilical (na zona do umbigo) que não se relacionam temporalmente com a ingestão de alimentos, defecação ou exercício. Por vezes têm algumas características e sintomas associados a saber:

  • Cefaleias,
  • Fadiga,
  • Dores no corpo,
  • Mantêm o apetite e um bom desenvolvimento de peso e estatura;
  • O seu exame físico e os exames complementares não revelam alterações;
  • Muitas vezes há história familiar de enxaqueca ou de dor abdominal recorrente.

A aceitação por parte dos pais e pela criança da possibilidade de existir uma causa biopsicológica para a doença é um fator importante para a resolução dos sintomas.


Causas da dor do lado direito do abdómen

As dores de barriga no lado direito podem ser dividas em dores no quadrante superior direito e quadrante inferior direito.

Quadrante superior direito do abdómen

As principais causas de dor neste quadrante são:

  • Causadas pelo fígado e pela vesícula, com destaque para a cólica biliar, provocada por pedra na vesícula ou colecistite.
  • Inflamações do fígado, como nos casos de hepatite viral, também podem causar dor nesta região.
  • Lesões na porção inferior do pulmão direito podem ser uma causa de dor abdominal à direita sem origem no abdômen.

Quadrante inferior direito do abdómen

Neste quadrante as causas intestinais são as mais prevalentes, com destaque para:

  • Apendicite;
  • Nas mulheres, problemas no ovário, como a presença de um quisto, também são muito comuns;
  • Uma gravidez ectópica na trompa direita;
  • Problemas no testículo;
  • Cálculo renal que tenha migrado para a região inferior do ureter podem manifestar-se com dor no quadrante inferior do abdômen (esquerdo ou direito);
  • Dor de origem muscular deve ser pensada, caso o paciente tenha feito esforço excessivo recentemente.

Dor no centro da barriga

A dor no centro da barriga, também chamada  dor na boca do estômago, é geralmente provocada por problemas estomacais. A gastrite ou a úlcera péptica são as causas mais comuns. Problemas do pâncreas, como a pancreatite, costumam causar intensa dor de barriga em toda a parte superior, podendo irradiar para as costas.  Tanto os problemas do estômago como os do pâncreas podem causar uma dor descrita como dor no fundo da barriga.

Dor de origem muscular também pode afectar esta região.

O infarte agudo do miocárdio, em alguns casos, pode irradiar para a região central do abdômen, podendo ser confundido inicialmente com algum problema de estômago.


Dor no baixo ventre

Dores abdominais que se localizam no chamado de baixo ventre ou região hipogástrica, são geralmente provocadas por:

  • Bexiga ou útero, este último, obviamente, só no caso das mulheres.
  • Infeção urinária (cistite) e cólica menstrual são as causas mais comuns.
  • Quadros diarreicos, como gastroenterite viral ou intoxicação alimentar também podem causar dor nesta região, mas geralmente são mais dispersos por todo o abdómen.
  • Gravidez não costuma causar dor, apenas uma sensação de peso. Porém, em caso de aborto, podem haver cólicas intensas.

Dor no lado esquerdo do abdómen

Assim como do lado direito, as dores de barriga no lado esquerdo podem ser dividas em dores no quadrante superior  e quadrante inferior.

Quadrante superior esquerdo

As dores mais comuns neste quadrante têm as seguintes origens:

  • Musculares;
  • Estômago;
  • Raramente, o baço, órgão localizado abaixo das costelas do lado esquerdo do abdómen;
  • Dor epigástrica;
  • Enfarte também pode causar dor no quadrante superior esquerdo da barriga.
  • Problemas na base do pulmão esquerdo também podem ser a causa.

Região central e inferior do abdómen esquerdo

Os problemas intestinais costumam ser as principais causas:

  • Gastroenterites,
  • Diverticulite.

Nas mulheres com dor no quadrante inferior esquerdo, problemas nos ovários e uma possível gravidez ectópica devem sempre ser lembrados.


Apendicite, quais os perigos?

DOR NO ABDÓMEN melhorsaude.org melhor blog de saude

Para uma localização e diagnóstico mais adequado da causa da dor abdominal, divide-se o abdómen em 4 quadrantes, conforme descrito na imagem seguinte:

Quadrantes do abdómen melhorsaude.org melhor blog de saude

Apendicite

A apendicite é uma doença comum causada pela infeção do apêndice. Afeta cerca de 7% da população, o que a torna uma das principais emergências médicas em todo o mundo. A apendicite geralmente surge entre os 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, apesar de ser rara nas crianças com menos de 2 anos.

Apêndice o que é? Onde se localiza?

Localização do apêndice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do apêndice e órgãos próximos

O apêndice é um órgão com tamanho e localização variáveis, e a sua proximidade com outros órgãos da pelve e do abdómen podem fazer com que os sintomas de apendicite sejam parecidos com os de outras doenças, tais como, diverticulite, torção do ovário, gravidez ectópica, cálculos renais e outros problemas do abdómen ou da pélvis.

Apendice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do #apêndice

Sintomas da apendicite

O sintomas da apendicite nem sempre se manifestam do lado direito do abdómen. Assim de seguida descrevo os diversos cenários de sintomatologia associada à apendicite.

Dor abdominal típica:

  • A dor típica começa de forma difusa junto ao umbigo e no espaço de 24 horas migra para o quadrante inferior direito do abdómen;
  • Tipicamente existe dor à palpação do abdómen que se torna muito mais intensa quando se retira de repente a mão que executa a palpação ( sinal de Blumberg )

Dor abdominal atípica:

  • Em cerca de 15% das pessoas o apêndice localiza-se mais posteriormente, fazendo com que o local da dor da apendicite seja diferente. Neste caso o paciente pode queixar-se de dor lombar  à direita, dor no quadrante superior direito ou dor em todo o flanco direito.
  • Há também aqueles pacientes com apêndices mais baixos, cuja ponta se estende até a região da pelve. Nestes casos, a dor pode ser na virilha à direita, no ânus ou na região púbica. Evacuar ou urinar podem provocar exacerbações da dor.

Dor abdominal do lado esquerdo:

  • Apesar de raro, não é impossível que o paciente com apendicite tenha dor do lado esquerdo do abdómen, caso o apêndice seja mais comprido que o habitual e se estenda até o lado esquerdo da cavidade abdominal. Porém, apendicite não deve ser a primeira hipótese diagnóstica nos pacientes com dor abdominal no lado esquerdo, exceto nos raros casos de situs inversus (condição rara na qual os pacientes apresentam órgãos do tórax e abdómen em posição oposta à habitualmente esperada).
  • Endurecimento da parede do abdómen
  • Enjoos ( em 90% dos casos )
  • Vómitos ( em 90% dos casos )
  • Perda do apetite ( em 90% dos casos )
  • Febre
    • A febre é geralmente baixa. Só existe febre alta quando há perfuração do apêndice e extravasamento de material fecal dos intestinos para dentro da cavidade abdominal, o que gera uma intensa reação inflamatória e grave infeção.
  • Diarreia
  • Prisão de ventre
  • Distensão abdominal
  • Leucocitose (aumento do número de leucócitos ou glóbulos brancos no hemograma). Mais de 80% dos pacientes com apendicite aguda apresentam leucocitose no exame de hemograma. Quanto mais intensa é a leucocitose, em geral, mais extenso é o processo inflamatório.

Nem todos os sinais e sintomas listados acima estão necessariamente presentes nos pacientes com apendicite aguda. Alguns, tais como diarreia, prisão de ventre ou distensão abdominal, ocorrem em menos da metade dos casos.

Tipicamente os três sintomas associados mais comuns num quadro de apendicite são a dor abdominal, os vómitos e perda do apetite.


Sintomas em bebés, crianças e adolescentes 

O quadro clínico da apendicite em adolescentes é basicamente o mesmo dos adultos. Já nas crianças com menos de 12 anos, os sintomas podem ser um pouco diferentes.

Crianças entre 5 e os 12 anos (sintomas)

Assim como nos adultos, a dor de barriga e os vómitos são os sintomas mais comuns nas crianças em idade escolar, embora a característica migração da dor da região peri umbilical para o quadrante inferior direito possa não ocorrer.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor no quadrante inferior direito do abdómen – 82%
  • Náuseas – 79%
  • Perda do apetite – 75%
  • Vómitos – 66%
  • Febre – 47%
  • Diarreia- 16%

Crianças de 1 a 5 anos de idade

A apendicite é incomum em crianças com menos de 5 anos. Febre, vómitos, dor abdominal difusa e rigidez abdominal são os sintomas predominantes, embora irritabilidade, respiração ruidosa, dificuldade para andar e queixas de dor na região direita do quadril também possam estar presentes.

A típica migração da dor para o quadrante inferior direito do abdómen ocorre em menos do que 50% dos casos. Diarreia e febre, todavia, são bem mais comuns que nos adultos. As crianças pequenas costumam apresentar febre baixa (ao redor de 37,8ºC) e ruborização das bochechas.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor abdominal – 94%
  • Febre – 90%
  • Vômitos – 83%
  • Dor à descompressão – 81%
  • Perda do apetite – 74%
  • Rigidez abdominal – 72%
  • Diarreia- 46%
  • A distensão abdominal – 35%

Bebés ou crianças com menos de 1 ano

Se a apendicite em crianças com menos de 5 anos é incomum, a apendicite em recém-nascidos e no primeiro ano de vida é ainda mais rara. A baixa frequência de apendicite nesta faixa etária deve-se provavelmente ao formato mais afunilado e menos propenso à obstrução do apêndice, em oposição ao formato mais tubular do órgão nos adultos e crianças mais velhas.

Apesar de rara, infelizmente, a mortalidade neonatal de apendicite é de quase 30%, pois o diagnóstico precoce é muito difícil, já que o quadro clínico costuma ser muito atípico. A distensão abdominal é mais comum que a própria dor abdominal, provavelmente porque os bebés não conseguem comunicar adequadamente.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Distensão abdominal – 75%
  • Vómitos – 42%
  • Perda do apetite – 40%
  • Dor abdominal – 38%
  • Febre – 33%
  • Inflamação da parede abdominal – 24%
  • Irritabilidade ou letargia – 24%
  • Dificuldade respiratória – 15%
  • Massa abdominal – 12%
  • Sangramento nas fezes – 10%

Tratamento para a apendicite

O tratamento é, naturalmente, cirúrgico com retirada do apêndice inflamado.

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Procedimento usa técnicas de Laparoscopia interna mas também de cirurgia tradicional

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Concluindo

O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo está errado e pode vir a ser potencialmente perigoso e ás vezes fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências:  

  • Dr. Houman Danesh, do Hospital Mt. Sinai, em Nova Iorque;
  • Dr. Pedro Pinheiro, especialista em Medicina Interna e Nefrologista. Títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.

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Dor de garganta vírus ou bactéria como saber e qual o melhor tratamento?




Dor de garganta quais as causas? Viral ou bacteriana? Quais os perigos incluindo para o coração? Qual o melhor tratamento? Faringite, laringite e amigdalite, quais as diferenças? São imensas as “pastilhas” que existem para tratar a dor de garganta! Este artigo pretende ser uma ferramenta útil para estar informado sobre a melhor escolha para cada caso… porque as dores de garganta não são todas iguais e algumas podem ser mais graves que outras!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Dor de garganta, o que é?
  • Causas crónicas da dor de garganta, quais são?
  • Faringite, laringite e amigdalite, quais as diferenças?
  • Quanto tempo dura?
  • Riscos e perigos porque deve ter cuidado?
  • Viral ou bacteriana?
  • Vírus e bactérias envolvidos, quais são?
  • Amigdalite o que é?
  • Causas da amigdalite quais são?
  • Tratamento da amigdalite qual o melhor?
  • Origem viral ou bacteriana?
  • Causas crónicas da dor de garganta quais são?
  • Medicamentos podem causar dor de garganta?
  • Sintomas associados à dor de garganta quais são?
  • Qual a diferença entre rouquidão e laringite?
  • Quais os sintomas graves de laringite nas crianças e latentes?
  • Quais os sintomas das dores de garganta graves?
  • Quais os grupos de risco?
  • Como tratar a dor de garganta?
  • Quais os tratamentos não farmacológicos?
  • Quais os tratamentos farmacológicos?
  • Quais as marcas de partilhas para a garganta mais utilizadas? E os preços?
  • Quais as que têm ação antibiótica, anti-inflamatória, antissética e anestésica?
  • Afinal quais são as melhores pastilhas para a dor de garganta?

As cinco grandes mentiras sobre saúde
https://melhorsaude.org/2025/04/21/as-cinco-grandes-mentiras-sobre-saude/ As cinco grandes mentiras sobre saúdehttps://melhorsaude.org/2025/04/21/as-cinco-grandes-mentiras-sobre-saude/

Dor de garganta o que é?

A “dor de garganta” é caracterizada por picadas e dor ao deglutir os alimentos ou apenas a saliva. Normalmente não perturba de forma significativa a vida do doente embora em alguns casos se possa associar a dor de cabeça e mal-estar geral.

Cerca de 90% das dores de garganta apresentadas na Farmácia são de origem viral e resolvem-se naturalmente no espaço de 7 dias apenas com hidratação e toma de analgésicos e anti-inflamatórios locais ou sistémicos.

Os restantes 10% dos casos de dor de garganta são geralmente causados por:

Causas crónicas da dor de garganta

Entre as causas crónicas de dor de garganta destacam-se as seguintes:

  • Alterações na respiração quando esta se faz mais pela boca do que pelo nariz o que origina a secura as mucosas da garganta;
  • Faringite crónica atrófica;
  • Reduzida ingestão de líquidos e atrofia glandular, principalmente nos idosos;
  • Refluxo esofágico;
  • Contacto com substâncias irritantes como o fumo do tabaco, solventes e corpos estranhos;
  • Inalação de corticoides;
  • Alguns medicamentos como anti-histamínicos, diuréticos, antidepressivos, e anti parkinsónicos.

Faringite Laringite e Amigdalite

As diferenças entre amigdalite, faringite e laringite estão na localização em que a inflamação ocorre na garganta e nos sintomas que elas manifestam. Assim temos:

  • Amigdalite é uma inflamação nas amígdalas;
  • Faringite é uma inflamação na faringe;
  • Laringite é uma inflamação na laringe.

Localização anatómica da faringe e da laringe

Duração de uma crise

Sem tratamento normalmente dura entre 3 a 7 dias.

Riscos da infeção de garganta

Em alguns casos a infeção de garganta pode causar as seguintes patologias:

  • Otite do ouvido médio
  • Sinusite aguda
  • Febre reumática
  • Doença cardíaca.

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Febre reumática

Dores de garganta, como faringites e amidalites, mal curadas, podem causar febre reumática que é uma reação do organismo a infeções causadas por bactérias estreptococos beta-hemolíticos do grupo A.

Como consequência da febre reumática podem ocorrer os seguintes problemas de saúde:

  • Dores nas articulações;
  • Coreia de Sydenham (distúrbio neurológico que causa movimentos involuntários e abruptos principalmente nas extremidades e na face). Também conhecida por Coreia reumática de Sydenham  ou a dança de São Vito sendo um distúrbio neurológico afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, principalmente entre meninas e/ou crianças e adolescentes;
  • Reações dermatológicas como manchas avermelhadas (eritema);
  • Doença cardíaca.

Doença cardíaca

A febre reumática não é a única maneira da dor de garganta evoluir para um problema cardíaco, mas é a mais importante. Uma dor de garganta pode ser causada por bactérias, vírus e fungos, que ao entrarem na circulação sanguínea, podem-se alojar no coração e originar lesões cardíacas.

Dos doentes com infeções de garganta oriundas de estreptococos beta-hemolíticos grupo A, apenas cerca de 0,3% dos casos desenvolvem a febre reumática aguda e destes um terço apresentam cardiopatia reumática.

Doenças cardíacas com origem em dores/infeções de garganta podem afetar qualquer pessoa, mas na infância e nas pessoas imunodeprimidas, regista-se maior prevalência. Por isso, a melhor maneira de diagnosticar se a febre reumática causou algum dano ao coração é através de um ecocardiograma transtoráxico.

As bactérias que afetam a garganta podem alterar algumas estruturas do coração como as válvulas cardíacas mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar.

Válvulas cardíacas

As válvulas cardíacas regulam o fluxo sanguíneo através das quatro câmaras do coração – duas câmaras circulares pequenas superiores (átrios) e duas câmaras maiores em formato de cone inferiores (ventrículos). Cada ventrículo tem uma válvula de entrada e outra de saída. Cada válvula é composta por abas (cúspides ou folhetos) que se abrem e fecham como portas de um só sentido.

No ventrículo direito, a válvula de entrada é a válvula tricúspide, que se abre desde o átrio direito, e a válvula de saída é a válvula pulmonar, que se abre para a artéria pulmonar.

Lesões cardíacas graves

As válvulas são danificadas e podem ficar muito fechadas, o que se denomina estenose ou podem ficar muito abertas, como nos casos das insuficiências. Se o comprometimento severo dessas válvulas acontecer é recomendável operar restaurando a válvula (valvuloplastia) ou substituindo-a por uma prótese.

Prevenção de doença cardíaca

Dores de garganta são infeções comuns, mas é preciso tomar as devidas precauções para evitar que evoluam para uma patologia mais grave. A medida mais eficaz para prevenir as infeções bacterianas de garganta por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, é a administração de antibióticos e a extração da amídala, em casos extremos.

Faringite o que é?

A faringe é a parede localizada no final da boca. A faringite normalmente é causada por vírus ou bactérias, sendo a infecção viral a mais comum. Também pode ter como causas a sinusite e refluxo gastroesofágico.

Faringite viral ou bacteriana ?

A faringite, na maior parte dos casos é de origem viral ( 80 a 90% ) pelo que não devem ser usados antibióticos porque são ineficazes e fragilizam o nosso sistema imunitário.

Sintomas da faringite

Os sintomas são semelhantes nas faringites virais e bacterianas e incluem:

  • Dor de garganta
  • Dificuldade em engolir.

A membrana mucosa que reveste a faringe pode estar inflamada e coberta por uma membrana branca ou por pus se for de origem bacteriana.

Neste caso de origem bacteriana é habitual ocorrer:

  • Febre
  • Inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço.

As faringites podem complicar-se, causando infeções como otite, sinusite ou com formação de abcesso em torno das amígdalas.

Diagnostico da Faringite

O exame médico, em muitos casos, permite a realização do diagnóstico da faringite.

Em alguns casos, recomenda-se a colheita de exsudado da garganta que será enviado para o laboratório com o propósito de se identificar a causa da faringite.

Poderão, ainda, ser solicitadas análises ao sangue, onde se poderá detetar, por exemplo, uma contagem elevada de glóbulos brancos, sugestiva de processo inflamatório e/ou infecioso.

Tratamento da Faringite

Os sintomas podem ser aliviados recorrendo a analgésicos, pastilhas para a garganta ou gargarejos de água morna com sal.

É importante não esquecer que a crianças ou adolescentes com menos de 18 anos não deve ser administrada aspirina porque pode provocar a síndroma de Reye, que corresponde a uma doença muito grave, de rápida progressão e frequentemente fatal, que atinge o cérebro e o fígado.

Os antibióticos não têm interesse se a infeção for viral, mas serão receitados se o médico suspeitar que a infeção tem uma origem bacteriana. Caso contrário, não se administram antibióticos até que as análises de laboratório tenham confirmado um diagnóstico de faringite bacteriana.

Se as análises indicarem que a faringite é provocada por uma infeção estreptocócica, o antibiótico mais indicado é a penicilina. Em caso de alergia à penicilina, existem antibióticos alternativos como a eritromicina.

Vírus que causam a dor de garganta

Alguns dos mais importantes originam a faringite virica, tais como:

    • Vírus Coxsackie
    • Vírus Gingivitis herpética
    • Vírus da mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada por um vírus da família do herpes chamado vírus Epstein-Barr (EBV), transmitido através da saliva. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens e os sintomas habituais são febre, dor de garganta e aumento do volume dos gânglios linfáticos.

Bactérias que causam a dor de garganta

A mais comum e significativa origina a faringite estreptocócica, a saber:

  • Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A ( por exemplo a amigdalite bacteriana )

Prevenir a Faringite

Os microrganismos virais e bacterianos que causam faringite são contagiosos. Como tal, a melhor prevenção é uma boa higiene:

  • lavar as mãos regularmente, sobretudo depois de utilizar instalações sanitárias, antes e depois de comer e sempre que se espirra ou tosse;
  • não partilhar alimentos, copos ou talheres;
  • tossir ou espirrar para um lenço de papel que deve ser eliminado;
  • recorrer a soluções alcoólicas para lavar as mãos sempre que não exista disponibilidade de água e sabonete;
  • evitar tocar em telefones públicos ou beber água de fontes públicas;
  • limpar regularmente telefones, comandos remotos e teclados de computador com soluções desinfetantes;
  • fazer o mesmo sempre que se viaja;
  • evitar contacto próximo com pessoas que estejam doentes.

É também importante permanecer em casa em dias com maior índice de poluição, utilizar máscaras quando se fazem limpezas para se evitar a inalação de partículas de pó, deixar de fumar e evitar a exposição a fumo de tabaco, bem como utilizar humidificadores em casa se o ar for muito seco.

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Laringite o que é?

A laringe faz a ligação entre a faringe a traqueia e é onde estão localizadas as cordas vocais. A maioria das laringites são causadas por vírus ou esforço vocal excessivo. Outras causas de laringite incluem:

  • Abuso de bebidas alcoólicas;
  • Sinusites recorrentes;
  • Tabagismo;
  • Fumaças;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Substâncias alérgicas.

Sintomas de Laringite

  • Rouquidão;
  • Dor na garganta;
  • Tosse seca.

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Amigdalite o que é?

A amigdalite é a inflamação e o inchaço nas amígdalas. Amígdalas são gânglios linfáticos localizados na parte superior da garganta e na parte de trás da boca. Elas ajudam a manter bactérias e outros germes longe de locais em que possam causar infeções.

Comparação entre uma garganta normal e com amigdalite
Comparação entre uma garganta normal e com amigdalite. As amígdalas são gânglios linfáticos

Causas da amigdalite

Amigdalite é geralmente causada por vírus, mas também pode haver infeção bacteriana. A bactéria mais comum entre as causas de amigdalite é a Streptococcus pyogenes, mais conhecida como estreptococo do grupo A, também responsável por exemplo pela faringite. Outras bactérias também podem estar envolvidas no desenvolvimento da doença.

Sintomas da amigdalite

  • Amígdalas inchadas e vermelhas
  • Manchas brancas ou amareladas nas amígdalas
  • Dor de garganta
  • Dificuldade e dor ao engolir
  • Febre
  • Nódulos linfáticos no pescoço
  • Voz rouca
  • Dor de estômago, especialmente em crianças pequenas
  • Mau hálito
  • Dor de cabeça
  • Pescoço rígido.

Tratamento da amigdalite

Se uma bactéria como uma estreptocócica for a causa da amigdalite, serão receitados antibióticos para curar a infeção. Os antibióticos podem ser ministrados por injeção ou por via oral durante dez dias.

Além disso aconselham-se as seguintes medidas:

  • Repouso
  • Beber líquidos leves, frios ou mornos (não quentes)
  • Fazer gargarejos com água morna salgada
  • Usar pastilhas para reduzir a dor (as pastilhas não devem ser usadas em crianças porque podem causar engasgamento)
  • Tomar medicamentos vendidos sem receita para reduzir a dor e a febre. NÃO dê aspirina a crianças. A  aspirina está associada a casos de síndrome de Reye
  • Humidificar o ar para, assim evitar a irritação na garganta.

Diagnóstico: vírica ou bacteriana?

Como sabemos se a dor de garganta é de origem vírica ou bacteriana?

A dor de garganta de origem bacteriana mais comum (faringite estreptocócica) geralmente tem alguns sintomas mais agressivos, tais como :

  • Febre superior a 38,3⁰C
  • Placas brancas purulentas na garganta
  • Adenopatias ( aumento de tamanho de alguns gânglios linfáticos por exemplo situados do pescoço )

Gânglios linfáticos do pescoço inflamados
Gânglios linfáticos do pescoço inflamados

Sintomas da dor de garganta vírica

  • Associada a uma constipação
  • Não há febre alta
  • Não existem placas brancas na garganta

A infeção vírica é o mais habitual em 80% dos casos de dor de garganta.

Causas crónicas da dor de garganta

Algumas das causas crónicas da dor de garganta são as seguintes:

  • Alterações na respiração pela boca
  • Faringite crónica atrófica
  • Reduzida ingestão de líquidos ( por exemplo nos idosos )
  • Atrofia glandular
  • Refluxo esofágico
  • Substâncias irritantes ( por exemplo o fumo do tabaco )

Medicamentos podem causar dor de garganta?

Alguns medicamentos de facto podem causar dor de garganta, a saber:

  • Corticoides inalados ( por exemplo para a asma )
  • Anti-histamínicos ( por exemplo para alergias e congestão nasal )
  • Diuréticos
  • Antidepressivos
  • Anti parkinsónicos

Sintomas associados à dor de garganta

Num quadro mais amplo os seguintes sintomas aparecem muitas vezes associados à dor de garganta:

  • Constipação
  • Catarro
  • Tosse
  • Rouquidão

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Rouquidão e laringite, diferenças

A rouquidão :

  • É causada pela inflamação das cordas vocais na laringe
  • Pode prolongar-se vários dias ou semanas
  • Necessita de descansar a voz
  • Geralmente a dor de garganta é de intensidade moderada ou inexistente

A laringite :

  • Geralmente causada por uma infeção viral localizada na laringe
  • Normalmente associada a dor de garganta
  • Passa em poucos dias
  • Normalmente não precisa de apoio médico

Localização anatómica da faringe e da laringe

Sintomas graves de laringite, nas crianças e latentes

Alguns sintomas nas crianças e lactentes necessitam de encaminhamento para o médico, a saber:

    • Tosse ferina ( Coqueluche ) – é uma infeção causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis. Essa doença é caracterizada por febre e tosse seca. Hoje em dia, a tosse ferina, ou coqueluche, é pouco frequente no mundo, graças às vacinas específicas contra a doença. O problema é altamente contagioso e evolui entre 4 a 6 semanas. Essa doença é típica do inverno e pode atacar as crianças já nas primeiras semanas de vida.
    • Dificuldades respiratórias
    • Estridor – O estridor é um som semelhante ao grasnar e é predominantemente inspiratório; é consequência de uma obstrução parcial da garganta (faringe), da caixa dos órgãos da fonação (laringe) ou da traqueia.

A intensidade do estridor costuma ser suficiente para se poder ouvir a certa distância, mas por vezes pode ser percetível só durante uma respiração profunda. O som é provocado por uma corrente de ar turbulenta através de uma via aérea superior que se estreitou.

Nas crianças, a causa pode ser uma infeção da epiglote ou a aspiração de um corpo estranho.

Nos adultos, pode tratar-se de um tumor, de um abcesso, de uma tumefação (edema) da via aérea superior ou de um mau funcionamento das cordas vocais.

O estridor pode ser um sintoma de uma afeção potencialmente mortal, que requer atenção urgente. Nesses casos, introduz-se um tubo através da boca ou do nariz (intubação traqueal) ou diretamente na traqueia (traqueotomia) para permitir que o ar ultrapasse a obstrução e assim salvar a vida da pessoa.

Sintomas graves!

  • Disfagia ao deglutir – O termo disfagia pode referir-se tanto à dificuldade de iniciar a deglutição (geralmente denominada disfagia orofaríngea) quanto à sensação de que alimentos sólidos e/ou líquidos estão retidos de algum modo na sua passagem da boca para o estômago (geralmente denominada disfagia esofágica).

Disfagia, portanto, é a perceção de que há um impedimento para engolir.

  • Dificuldade respiratória
  • Febre superior a 38,3⁰C
  • Gânglios linfáticos inflamados ou sensíveis no pescoço
  • Exsudado faríngeo ou das amígdalas

Doentes de risco para apoio médico imediato

Alguns grupos de doentes têm um risco acrescido de complicações pelo que devem ser de imediato consultados pelo médico se apresentarem dores de garganta. Os principais grupos de risco são:

  • Doentes crónicos
  • Doentes com febre reumática
  • Imunodeprimidos
  • VIH positivos
  • Diabéticos
  • Em tratamento quimioterápico

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Tratamentos da dor de garganta

Como tratar a dor de garganta? Existem tratamentos não farmacológicos e também medicamentos para ajudar
Como tratar a dor de garganta ? Existem tratamentos não farmacológicos e também medicamentos para ajudar

Tratamentos não farmacológicos

    • Evitar irritantes da faringe:
      • Tabaco
      • Bebidas muito quentes ou frias
      • Alimentos ásperos que podem “arranhar” a garganta ao serem deglutidos
    • Ingerir líquidos abundantemente, sobretudo nas crianças, para uma hidratação adequada, até que a urina fique de cor amarelo claro ou transparente
    • Gargarejar com água morna salgada 4xdia
    • Usar rebuçados sem açúcar, excepto nas crianças por risco de engasgamento
    • Lavar as mãos com frequência para evitar o contágio
    • Tapar a boca ao tossir para evitar contágio
    • Usar aerossóis de hidratação para reduzir a secura da garganta
    • Evitar mudança de ambientes quentes para ambientes frios porque a contração dos vasos sanguíneos provocada pelo frio diminui a irrigação sanguínea na garganta, dificultando a chegada de leucócitos para combater o vírus ou a bactéria.
    • Evitar o ar-condicionado porque, tendencialmente, seca o ambiente

Tratamentos farmacológicos

Mecanismo de acção do flurbiprofeno que tem acção anti-inflamatória
Mecanismo de acção do flurbiprofeno que tem acção anti-inflamatória

Anti-inflamatórios locais

Descrevo alguns dos anti-inflamatórios que podem ser comprados sem receita médica:

  • Flurbiprofeno 8,75mg, pastilhas, chupar cada 3 a 4 horas, máximo 5xdia
  • Benzidamida 3mg, pastilhas, chupar 3xdia

Antissépticos locais

Descrevo alguns dos antissépticos que podem ser comprados sem receita médica:

  • Clorhexidina 3mg, pastilhas, chupar 4xdia
  • Hexetidina 2mg/ml ou 1mg/ml, spray solução, 1-2 aplicações, 4xdia
  • Álcool diclorobenzílico 1,2mg/Amilmetacresol 0,6mg pastilhas, cada 1-2 horas
  • Cetilpiridínio 1mg, pastilhas, cada 1-2 horas
  • Cloreto de dequalínio 0,25mg, comp. Bucais, cada 2h, máximo 8xdia
  • Brometo de domifeno 0,5mg, comprimidos orodispersiveis, máx. 8xdia
  • Iodeto de tibezónio, 5mg, 0,5ml, pastilhas, solução 6xdia
  • Amilmetacresol 0,6mg, pastilhas

Antibióticos locais

Descrevo um dos poucos que pode ser comprado sem receita médica, pois tem uma ação antibiótica local muito limitada. A saber:

  • Tirotricina, 1mg, pastilhas, 4-10xdia (Hydrotricine®)

A tirotricina (Hydrotricine®) fundamenta a sua atividade na aplicação das propriedades antibióticas, solubilizada e superativada, para o tratamento das doenças da boca e da faringe.

Exerce sobre os germes responsáveis pelas afeções da
boca e garganta uma ação inibidora e bactericida. A apresentação na forma de pastilhas tem a vantagem de permitir pôr a mucosa bucal em contacto com uma forte concentração de tirotricina permitindo a obtenção de um efeito terapêutico rápido.

Anestésicos locais

  • Benzocaína
  • Oxibuprocaina
  • Tetracaína

Medicamentos de ação sistémica

Estes são medicamentos de ação sistémica que necessitam regra geral de receita médica. A saber:

  • Paracetamol 500-1000mg, 3xdia ( 8/8h ). A partir dos 6 anos de idade já pode aplicar-se um supositório de 500mg, no máximo de 8/8h, durante 2 a 3 dias. Nos adultos a dosagem eficaz é de 1000mg de 8/8h durante 2 a 3 dias. Tem um efeito analgésico (diminui a dor) e antipirético (diminui a febre). Não tem efeito anti-inflamatório.
  • Ibuprofeno, 400-600mg, 2-3xdia ( 400mg de 8/8h ou 600mg de 12/12h ). O ibuprofeno tem efeito anti-inflamatório ( diminui a inflamação ), analgésico ( diminui a dor ) e antipirético ( diminui a febre ).

Antibióticos de ação sistémica

Estes antibióticos são sempre vendidos obrigatoriamente com apresentação de uma prescrição médica. A sua escolha depende obviamente do diagnóstico do médico que tenta descobrir qual a bactéria que está na origem da infeção, gravidade, evidencia clínica de resistência anterior do doente a certos antibióticos , etc.

Os mais usuais na prescrição ambulatória são os seguintes:

  • Amoxicilna
  • Amoxicilina + ácido clavulânico
  • Claritromicina
  • Azitromicina
  • Penicilina injectável
  • Cefuroxima

Marcas de pastilhas mais conhecidas?

  • Mebocaína® forte 24 pastilhas
  • Mebocaína® anti-inflam 20 comprimidos de chupar
  • Strepfen® 24 pastilhas
  • Strepsils® 24 pastilhas
  • Tantum verde® 20 pastilhas
  • Drill® 24 pastilhas
  • Hydrotricine® 24 pastilhas
Tabela das pastilhas mais utilizadas para a dor de garganta e respetivas ações terapêuticas. 

Dor de garganta melhorsaude.org

Os preços são meramente indicativos e podem não estar atualizados.

Concluindo

Afinal quais são as melhores pastilhas para a garganta ?

A escolha mais adequada depende da origem viral ou bacteriana da dor de garganta.

Dor de garganta de origem viral:

É a mais comum ( cerca de 80% dos casos ) sendo neste caso indicada uma acção anti-inflamatória e analgésica, complementada por uma acção anestésica se a dor for muito forte, por exemplo:

  • Mebocaína® anti-inflam
  • Strepfen®

Dor de garganta de origem bacteriana:

É muito menos frequente, sendo neste caso indicada uma acção antibiótica, antissética, complementada por uma acção anestésica se a dor for muito intensa, por exemplo:

  • Mebocaína® forte
  • Hydrotricine®

E pronto… 🙂  depois de tanta coisa dita sobre dor de garganta, sabemos que vai ficar muito mais fácil tratar e até escolher o tratamento mais adequado com a ajuda….claro… do seu médico ou farmacêutico!

Fique bem

Franklim A. Moura Fernandes

As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

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Franklim Fernandes ÁREA RESERVADA melhorsaude.org

PEDRA NO RIM CALCULO RENAL TODA A VERDADE




Pedra no rim ou calculo renal… toda a verdade! Como prevenir? Quais as causas de pedra nos rins sintomas e como eliminar? O que não posso comer? Como tratar? Tudo o que não sabe neste artigo com a ajuda da Associação Portuguesa de Urologia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Pedras ou cálculos no aparelho urinário: O que são?
  • Qual a anatomia do aparelho urinário?
  • Cálculos renias: Como se formam?
  • Pedra no rim: Qual a composição?
  • Quais as alterações metanólicas que podem levar à formação de cálculos urinários?
  • Que tipos de cálculos urinários existem?
  • Quais os perigos da manutenção dos cálculos no aparelho urinário?
  • Pedra no rim: Quais os factores de risco?
  • Deve diminuir-se o consumo de cálcio na alimentação?
  • Deve ou não evitar-se os suplementos com cálcio?
  • Quais os sintomas de pedra no rim?
  • Cólica renal: Quais as fases?
  • Como tratar a pedra no rim?
  • Quais as medidas para prevenção da pedra no rim?
  • Qual o tratamento para os diferentes tipos de calculos?
  • Qual a lista de alimentos a evitar?

Pedra no rim ou cálculos no aparelho urinário

A pedra no rim, também conhecida como cálculo renal ou litíase renal, é uma doença muito comum, causada pela cristalização de sais mineiras presentes na urina. A crise de cólica renal é um dos eventos mais dolorosos que um paciente pode experimentar durante a vida. A dor causada pelo cálculo renal é muitas vezes descrita como sendo pior do que a de um parto, fractura óssea, ferimentos por arma de fogo ou queimaduras.

Pedras no rim melhorsaude.org melhor blog de saude

Anatomia do aparelho urinário

Neste tema é essencial conhecer um pouco da anatomia do aparelho urinário para se perceber melhor os sintomas e perigos desta condição de saúde.

Aparelho urinário melhorsaude.org melhor blog de saude
Aparelho urinário melhorsaude.org melhor blog de saudeCálculos renais como se formam?

A pedra no rim é uma formação sólida composta por minerais que surge dentro dos rins. Mais de 70% das pedras são compostas por sais de cálcio, como oxalato de cálcio e fosfato de cálcio. Também existem cálculos à base de ácido úrico, estruvita (magnésio + amônia + fosfato) e cistina.

Entender a formação das pedras é simples. Imaginem um copo cheio de água clara e transparente. Se colocarmos um pouco de sal, este se diluirá e tornará a água um pouco turva. Se continuarmos a deitar sal no copo, a água ficará cada vez menos clara, até ao ponto em que o sal começará a precipitar-se (acumular-se) no fundo do copo. A precipitação acontece quando a água fica saturada com sal, isto é, a quantidade de água presente já não é suficiente para diluir o sal.

Este é o princípio da formação dos cálculos. Quando a quantidade de água na urina não é suficiente para dissolver todos os sais presentes na mesma, estes retornam à sua forma sólida e precipitam nas vias urinárias. Os sais precipitados na urina tendem a aglomerar-se, formando, com o passar do tempo, as pedras.

Pedra nos rins melhorsaude.org melhor blog de saude

Esta precipitação dos sais presentes na urina  ocorre basicamente por dois motivos:

  • Falta de água para diluir
  • Excesso de sais para serem diluídos

A maioria dos casos de cálculos renais ocorre por falta de água para diluir a urina adequadamente, tendo como origem a pouca ingestão de líquidos. Porém, há um grupo de pacientes que mesmo bebendo bastante água ao longo do dia continua a formar pedras. São as pessoas com alterações na composição natural da urina, apresentando excesso de sais minerais, em geral, excesso de cálcio. A quantidade de cálcio na urina é tão grande que mesmo com um boa ingestão de água este ainda consegue precipitar-se.

Composição da pedra no rim

A litíase urinária, também designada por urolitíase é uma doença que se deve à formação de cálculos, vulgarmente denominados “pedras”, no aparelho urinário. Os cálculos urinários são estruturas sólidas que resultam da aglomeração de cristais. Estes, por sua vez, formam-se devido a uma alteração metabólica (bioquímica) crónica do organismo que determina um aumento da excreção urinária de substâncias promotoras da formação de cálculos, tais como:

  • Cálcio
  • Ácido úrico
  • Oxalato
  • Fosfato

Pode também acontecer em simultâneo ou não uma diminuição da excreção de substâncias inibidores da cristalização (por exemplo o citrato e magnésio).

Causas e alterações metabólicas

As alterações metabólicas mais frequentes que podem criar condições para a formação de cálculos são:

  • Aumento da excreção urinária de cálcio (hipercalciúria)
  • Aumento da excreção urinária de ácido úrico (hiperuricosúria)
  • Aumento da excreção urinária de oxalato (hiperoxalúria)
  • Diminuição da excreção urinária de citrato (hipocitratúria)
  • Diminuição da excreção urinária magnésio (hipomagnesiúria)

Tipos de cálculos urinários

A composição química dos cristais determina o tipo de cálculo formado. Deste modo, existem vários tipos de cálculos, nomeadamente:

  • Oxalato de cálcio (60%),
  • Oxalato de cálcio associado a fosfato de cálcio (20%),
  • Ácido úrico (8%),
  • Estruvite (8%),
  • Fosfato de cálcio (2%),
  • Cistina e outros componentes (2%).
Imagens de pedras no rim melhorsaude.org melhor blog de saude

Pedra no rim melhorsaude.org melhor blog de saude

Consequências e perigos no aparelho urinário

A permanência de cálculos no aparelho urinário pode não causar qualquer sintoma ou, pelo contrário, desencadear sintomas muito intensos, nomeadamente a cólica renal e complicações clínicas graves, que podem terminar em insuficiência renal crónica.

Aproximadamente uma em cada 100 pessoas desenvolve cálculos urinários ao longo da vida. Cerca de 80% destas pessoas eliminam a pedra espontaneamente, juntamente com a urina. Os 20% restantes necessitam de alguma forma de tratamento.

Factores de risco mais comuns

Ter água suficiente na urina é essencial para prevenir a formação de cálculos. Os doentes que costumam desenvolver cálculos bebem, em média, menos 300 a 500 ml de água por dia quando comparados com pessoas que nunca tiveram pedra nos rins. Pessoas que vivem em países de clima tropical ou trabalham em locais muitos quentes devem procurar se manter sempre bem hidratadas para evitar a produção de uma urina muito concentrada.

Excesso de vitamina C aumenta a excreção renal de oxalato, aumentando o risco de pedras de oxalato de cálcio.

Pessoas que já tiveram pelo menos um episódio de cálculo renal ou que tenham história familiar de pedra no rim devem urinar pelo menos 2 litros por dia. Como ninguém vai recolher urina o dia inteiro para medir o volume, uma dica é acompanhar a cor da urina. Uma urina bem diluída tem odor fraco e coloração clara, quase transparente. Se a sua urina está muito amarelada, isto indica desidratação.

Em relação à dieta, existem alguns hábitos que podem aumentar a incidência de pedras nos rins, principalmente se o doente já tiver concentrações de cálcio na urina mais elevadas que a média da população. Dietas ricas em sal, proteínas e açúcares são fatores de risco.

Outros fatores de risco

Entre os diversos factores de risco para o surgimento de cálculos renais destacam-se ainda os seguintes:

  • Obesidade,
  • Idade acima de 40 anos,
  • Hipertensão,
  • Gota,
  • Diabetes,
  • Sexo masculino
  • Aumento de peso muito rápido.

Medicamentos como fatores de risco

Várias medicações podem ter como efeito colateral a formação de pedra. Os mais comuns incluem:

  • Indinavir,
  • Atazanavir,
  • Guaifenesina,
  • Triantereno,
  • Silicato e drogas à base de sulfonamidas,
  • Sulfassalazina,
  • Sulfadiazina.

Consumo de cálcio na alimentação e suplementos de cálcio

Curiosamente, apesar da maioria dos cálculos serem compostos de cálcio e surgirem por excesso de cálcio na urina, não há necessidade de restringir o consumo do mesmo na dieta mas sim aumentar a ingestão de água para niveis saudáveis (1,5 a 2 litros/dia). A restrição, aliás, pode ser prejudicial. Se está a perder cálcio em excesso na urina e não o repõe com a dieta, o seu organismo vai buscar o cálcio que precisa aos ossos, podendo levar à osteoporose precoce. O único cuidado deve ser com os suplementos de cálcio, já que o consumo destes, principalmente quando em jejum, parece aumentar o risco de pedra nos rins.

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Sintomas da pedra no rim

Muitos pacientes possuem pedras nos seus rins e não apresentam sintomas. Se a pedra se formar dentro do rim e ficar parada dentro do mesmo, o paciente pode ficar anos assintomático. Muitas pessoas descobrem o cálculo renal por acaso, durante um exame de imagem abdominal, como ultrassom ou tomografia computadorizada, solicitados por qualquer outro motivo.

Pedras muito pequenas, menores que 3 milímetros (0,3 centímetros), podem percorrer todo o sistema urinário e serem eliminadas na urina sem provocar maiores sintomas. O paciente começa a urinar e de repente nota que caiu uma pedrinha na sanita.

O sintoma clássico do cálculo renal, chamado cólica renal, surge quando uma pedra de pelo menos 4 mm (0,4 cm) fica impactada em algum ponto do ureter (tubo que leva a urina do rim à bexiga), causando obstrução e dilatação do sistema urinário.

A cólica renal é habitualmente uma fortíssima dor lombar, que costuma ser a pior dor que o paciente já teve na vida. A cólica renal deixa o paciente inquieto, procurando em vão uma posição que lhe proporcione alívio. Ao contrário das dores da coluna, que melhoram com o repouso e pioram com o movimento, a cólica renal dói intensamente. Por vezes, a dor é tão intensa que vem acompanhada de náuseas e vômitos. Sangue na urina é frequente e ocorre por lesão direta do cálculo no ureter.

Cólica renal quais as fases?

A cólica renal costuma ter três fases:
1. A dor inicia-se subitamente e atinge o pico de intensidade em mais ou menos 1 ou 2 horas.
2. Após atingir o máximo de intensidade, a dor da cólica renal permanece assim por mais 1 a 4 horas, em média, deixando o paciente “enlouquecido” de dor.
3 A dor começa a aliviar espontaneamente e ao longo de mais 2 horas tende a desaparecer.

Em alguns desafortunados, o processo todo chega a durar mais de 12 horas, caso o mesmo não procure atendimento médico.

Se a pedra ficar impactada na metade inferior do ureter, a cólica renal pode irradiar para a perna, grandes lábios ou testículos. Também é possível que a pedra consiga atravessar todo o ureter, ficando impactada somente na uretra, que é o ponto de menor diâmetro do sistema urinário. Neste caso a dor ocorre na região pélvica e vem acompanhada de ardência ao urinar e sangramento. Muitas vezes o paciente consegue reconhecer que há uma pedra na sua uretra, na iminência de sair.

Geralmente, pedras menores que 0,5 cm costumam sair espontaneamente pela urina. As que medem entre 0,5 e 0,8 cm têm dificuldade em ser expelidas. Podem até sair, mas custam muito. Cálculos maiores que 0,9 cm são grandes demais e não passam pelo sistema urinário, sendo necessária uma intervenção médica para eliminá-los.

Calculos renais melhorsaude.org

Estes cálculos grandes podem ficar impactados no ureter, provocando uma obstrução à drenagem da urina e consequente dilatação do rim, a qual damos o nome de hidronefrose. A urina não consegue ultrapassar a obstrução e acaba ficando retida dentro do rim. As hidronefroses graves devem ser corrigidas o quanto antes, pois quanto maior o tempo de obstrução, maiores as probabilidades de lesões irreversíveis do rim obstruído.

Tratamento da litíase urinária

O tratamento da litíase urinária é efectuado em três fases, a saber:

  1. Inicialmente é necessário o tratamento urgente para alívio da dor (cólica renal).
  2. Posteriormente é efectuado o tratamento da litíase propriamente dita, com remoção do(s) cálculo(s).
  3. A última fase consiste no tratamento profiláctico ou preventivo da formação de novos cálculos, que deve ser feito para o resto da vida.

Qual a importância da prevenção e tratamento médico da litíase urinária?

Como a formação dos cálculos urinários se deve a uma disfunção metabólica crónica, uma vez formado um primeiro cálculo, a pessoa estará sempre susceptível à formação de novos cálculos (mesmo que o primeiro seja removido).

Estima-se que cerca de 50% dos doentes não tratados, a quem foi diagnosticado um cálculo urinário, irá desenvolver um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos. Daí a grande importância de medidas de prevenção e tratamento médico, com as quais é possível reduzir, em mais de 80% dos doentes, o crescimento de cálculos já existentes, e a formação de novos cálculos.

Prevenção

A prevenção da formação de novos cálculos engloba medidas gerais recomendadas a todos os doentes com litíase e o tratamento medicamentoso específico para um doente a quem foi detectada uma alteração metabólica responsável pela formação de um determinado tipo de cálculo urinário.

Após o primeiro diagnóstico de litíase urinária, e antes de tomar qualquer medida preventiva, o doente deve consultar o médico urologista. Em consulta, é efectuada uma avaliação clínica para determinar qual o tipo de cálculo formado e a alteração metabólica em causa. De acordo com os dados obtidos são requisitados um conjunto de exames, ao sangue e à urina que, no seu conjunto, se designam por avaliação ou estudo metabólico. É possível fazer um diagnóstico específico da alteração metabólica em 97% dos casos.

Composição do cálculo renal

A constituição química do cálculo só pode ser diagnosticada definitivamente mediante a análise bioquímica do cálculo urinário, pelo que se o cálculo foi removido será enviado para análise. Se não foi removido, o doente deverá ser instruído sobre das técnicas para recuperação do cálculo que eventualmente eliminará. Por exemplo, urinar para um passador ou para um filtro de papel. Quando for recuperado, o cálculo deve ser guardado num frasco a seco (não em água, álcool ou qualquer outro líquido).

Concluída esta avaliação clínica o urologista está em condições de indicar se apenas medidas gerais são suficientes ou se é necessário associar o tratamento específico, para prevenção da formação de novos cálculos.

Prevenção da litíase urinária

As medidas gerais de prevenção da litíase consistem:

  1. Aumento da ingestão de líquidos
  2. Alterações gerais na alimentação

Aumento da ingestão de líquidos

Os doentes devem beber cerca de 2 litros de líquidos por dia (3 litros em dias de maior calor) para tornar a urina menos concentrada e dificultar a formação de novos cálculos. Todavia, não é qualquer tipo de líquido que pode ser ingerido. Os mais recomendados são:

  • Água
  • Sumo de laranja
  • Sumo de limão
  • Sumo de maça

Líquidos a evitar

Os líquidos a evitar para prevenir crises são os seguintes:

  • Chá preto
  • Café
  • Refrigerantes à base de cola (Ex: Coca-cola®, Pepsi®)

É a medida mais importante pois na ausência de qualquer outro tratamento pode diminuir a formação de litíase em cerca de 60 % dos doentes.

Alimentos a evitar se tem pedra nos rins

As recomendações que se seguem podem ser feitas pelo médico urologista a todos os doentes com litíase urinária sem necessidade de apoio de um nutricionista, a saber:

  • Diminuir para quantidades moderadas a ingestão de leite e derivados (alimentos ricos em cálcio), geralmente duas vezes ao dia. No entanto, não se recomenda a restrição total de alimentos ricos em do cálcio na dieta. Exemplo: leite ao pequeno-almoço e um iogurte ou um pedaço de queijo com pão ao lanche;
  • Diminuir para quantidades moderadas a ingestão de carne preferindo as carnes magras (não carnes vermelhas), para reduzir a ingestão de proteínas;
  • Diminuir a quantidade de sal na preparação dos alimentos e evitar alimentos salgados como presunto, mortadela ou salsicha;
  • Preferir o pão integral e de centeio aos pães brancos fermentados;
  • Diminuir a ingestão gordura para quantidades moderadas;
  • Substituir o açúcar por adoçante;
  • Diminuir a ingestão de leguminosas como feijão e lentilha, que não devem ser consumidas mais do que uma vez por dia.

Alimentos que deve ingerir

Recomenda-se ainda a ingestão regular dos seguintes alimentos devido ao alto teor de substâncias inibidoras da formação de todos os tipos de cálculo:

  • Arroz,
  • Batatas (excepto batata doce),
  • Clara de ovo,
  • Margarina,
  • Óleos vegetais,
  • Mel,
  • Maionese,
  • Bolachas de água e sal,
  • Abacaxi,
  • Uva,
  • Melancia,
  • Pêra,
  • Cereja.

Por outro lado, os alimentos indicados na tabela anexa devem ser evitados ou consumidos em quantidades moderadas por todos os doentes com litíase urinária.

Tratamento específico

O tratamento específico para os diferentes tipos de cálculos renais, engloba alterações na dieta de modo a restringir ou eliminar alimentos ricos em substâncias que estão implicadas na formação de um determinado tipo de cálculo num doente específico. Estas recomendações deverão ser efetuadas com o apoio de um nutricionista. Quando as alterações na dieta falham na prevenção, está indicada, em alguns doentes, a utilização de medicamentos específicos.

Cálcio

Como os cálculos de cálcio representam 80% de todos os cálculos urinários, as alterações gerais na dieta anteriormante referidas são geralmente suficientes para a prevenção da sua formação. Quando as medidas anteriores não são suficientes, medicamentos diuréticos (tiazidas) e citrato de potássio oral (Uralit U®) são prescritos.

Oxalato de cálcio

Para além das medidas para a prevenção dos cálculos de cálcio em geral, devem ser evitados os alimentos ricos em oxalato, tais como:

  • Batata-doce
  • Beterraba
  • Espinafre
  • Chocolate
  • Café
  • Chá
  • Refrigerantes à base de cola
  • Frutos secos (sobretudo nozes)

Ácido úrico

A prevenção da formação de cálculos de ácido úrico implica a normalização da excreção desta substância na urina. Isto é conseguido através de uma diminuição da ingestão dos seguintes alimentos:

  • Carnes gordas (porco e pato)
  • Carnes jovens (frango, vitela, cabrito, leitão)
  • Órgãos e vísceras (miolos, fígado, coração, rins)
  • Peixes gordos (atum, sardinha, salmonete, cavala, anchova)
  • Conservas
  • Mariscos
  • Queijos
  • Bebidas alcoólicas (cerveja)

Se estas medidas dietéticas se revelam insuficientes, poderá estar indicada a administração do medicamento alopurinol (Zyloric®)

Estruvite

Os cálculos de estruvite, ou cálculos infecciosos, são causados por infecções urinárias de repetição do aparelho urinário por determinado tipo de bactérias.

Além da eliminação completa dos cálculos, a prevenção de infecções urinárias de repetição poderá implicar a utilização prolongada de antibióticos específicos para o referido tipo de bactérias, para manutenção de urina estéril. Em casos particulares, poderá utilizar-se ácido acetohidroxâmico.

Cistina

Para a prevenção destes cálculos com cistina recomenda-se a terapêutica com citrato de potássio oral e captopril.

Concluindo

A litíase urinária é uma doença crónica com tendência para a recorrência. A avaliação clínica adequada permite na grande maioria dos casos um diagnóstico da causa da litíase e a orientação para o tratamento medicamentoso que, associado ao reforço hídrico e alterações da dieta, permitem evitar ou reduzir significativamente a formação de cálculos em mais de 80% dos doentes. No entanto, a prevenção desta doença exige um compromisso na realização dos tratamentos prescritos, dado que a prevenção de novos cálculos deve ser feita para resto da vida.

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Referências:

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Triglicerídeos altos causas perigos melhor tratamento e estudos recentes

Triglicerídeos, triglicéridos ou triacilgliceróis (sinónimos) altos, causas, medicamentos a verdade . Qual o seu verdadeiro perigo? Funções biológicas, sintomas de hipertrigliceridémia, causas, dieta e tudo o que ainda não sabe tem resposta neste artigo. Porque sobem os triglicéridos? Quais as causas? Que alimentos pode e não pode comer? Qual o melhor tratamento? Os triglicéridos, também chamados de triglicerídeos, são as principais gorduras do nosso organismo e compõem a maior parte das gorduras de origem vegetal e animal.

Os triglicerídeos presentes no nosso corpo podem ser adquiridos através da alimentação ou produzidos pelo nosso fígado. Os triglicéridos são importantes, pois servem de reserva energética para os momentos de jejum prolongado ou alimentação insuficiente. Quando há um excesso de triglicerídeos a circular no sangue, dizemos que está instalada uma  hipertrigliceridémia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Triglicerídeos: O que são?
  • Estudos recentes o que dizem?
  • Quais os 6 tipos de gordura?
  • Lipoproteínas transportadoras de triglicéridos
  • Colesterol e triglicerídeos: Quais as diferenças?
  • Qual o mais perigoso? Colesterol ou triglicerídeos?
  • Níveis sanguíneos de triglicerídeos: Quais os valores normais?
  • Qual a importância do rácio triglicéridos/colesterol HDL
  • Causas de hipertrigliceridémia: Quais as mais importantes?
  • Dieta: Qual a importância nos triglicerídeos?
  • Quando aumenta os triglicerídeos também aumenta o colesterol?
  • Triglicerídeos altos: É possível mesmo fazendo uma alimentação saudável?
  • Alimentos que fazem aumentar os triglicerídeos: Quais são?
  • Quais os alimentos que pode comer?
  • Sintomas quando os  triglicerídeos estão altos: Quais são?
  • Complicações da hipertrigliceridémia: Quais são?
  • Tratamento para baixar os triglicerídeos: Qual o melhor?
  • Dieta: Como baixar os triglicerídeos?
  • Jejum intermitente ajuda a baixar os triglicerídeos?
  • Fibratos: O que são?
  • Produtos naturais para baixar os triglicerídeos: Quais os melhores?

Estudos recentes:

Triglicerídeos o que são?

Os triglicéridos são a forma de gordura mais comum no nosso corpo, sendo usados para fornecer energia ao nosso organismo. Quando a quantidade de triglicéridos está elevada, eles são armazenados nos tecidos adiposos (tecidos gordurosos) para o caso de serem necessários no futuro.

As gorduras acumuladas, por exemplo, nos quadris ou na barriga, são na verdade “armazéns” de triglicéridos que estão em excesso.

Os triglicéridos estão presentes em vários alimentos comuns da nossa dieta, mas a maior parte costuma ser produzida pelo nosso fígado. Quando comemos hidratos de carbono em excesso (doces, massas, pães, etc.), o fígado recolhe esses açúcares a mais e transforma-os em triglicéridos, para que possam ser armazenados nos tecidos adiposos, servindo como reserva energética.

Estrutura química

Triglicerídeos (também designados triacilgliceróis, gorduras ou gorduras neutras) são ésteres constituídos por três resíduos de ácidos gordos e um resíduo de glicerol (ver figura). Esta é a forma principal de armazenamento celular e transporte dos ácidos gordos.

Nos triglicerídeos os três grupos hidroxilo (-OH) do glicerol são esterificados com o grupo carboxilo dos ácidos gordos.

Se os três ácidos gordos que constituem os triglicerídeos são os mesmos, designam-se triglicerídeos simples. No entanto, os triglicerídeos de ocorrência natural são mais comummente constituídos por uma mistura de ácidos gordos diferentes.

Os triglicerídeos são constituídos por moléculas apolares, pois os grupos polares dos seus precursores (grupos hidroxilo do glicerol e grupo carboxilo dos ácidos gordos) foram perdidos com a formação da ligação éster. Por esta razão são constituídos por moléculas muito hidrofóbicas, insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, como o benzeno.

Gordura branca e gordura castanha ou marrom

No corpo humano existem 2 tipos de gordura principais, a branca e a castanha. Nas células, os triglicerídeos ficam armazenados em gotas lipídicas no citosol. Nos vertebrados existem células especializadas para o armazenamento dos triglicerídeos, os adipócitos. Existem principalmente 2 tipos de adipócitos:

  • Adipócitos brancos – ricos em gordura e com poucas mitocôndrias, sendo principalmente armazenada na zona subcutânea e abdominal;
  • Adipócitos castanhos ou marron – com muito menos gordura armazenada e mais mitocôndrias o que lhes permite produzir muito mais energia. Tanto em adultos quanto em bebês, o tecido adiposo marrom está presente na região do pescoço, abaixo da clavícula e ao longo da coluna vertebral.

Quais os 6 Tipos de gordura?

Frequentemente, quando se fala de gordura, referimo-nos à acumulação de tecido adiposo em regiões como abdómen, coxas, glúteos ou braços. De facto essa gordura existe e em excesso pode causar prejuízos à saúde, no entanto não é a única presente no nosso organismo. Conheça os 6 tipos de gordura no seu corpo.

1. Gordura essencial

É uma gordura extremamente importante para o funcionamento do nosso corpo. A gordura essencial é encontrada nos órgãos e tecidos, incluindo nervos, cérebro, coração, pulmões, fígado e glândulas mamárias, aquela que serve como substrato energético para os órgãos, aquela que tem função de isolante térmico, reserva de energia.

2. Gordura branca

Um pouco mais perigosa, essa gordura costuma acumular-se pelo corpo em maior quantidade quando abusamos de uma dieta mais calórica e não fazemos nenhuma atividade física. É a gordura responsável pela maior reserva de triglicerídeos do corpo,

A gordura branca é aquela acumulada debaixo da pele, mais difícil de sair. Por outro lado, ela serve de proteção principalmente para os órgãos, absorvendo impactos do dia a dia. As mulheres têm mais tendência a acumular gordura branca do que os homens.

3. Gordura castanha

A gordura castanha é considerada a gordura boa. É responsável pelo isolamento térmico do organismo, no qual estimula a queima calórica e, consequentemente, o emagrecimento, ou seja, se está com frio, esta gordura castanha trabalha para aquecer o nosso corpo queimando calorias. Inclusive, um estudo de Harvard mostrou que, de facto, essa gordura é ativada pelo frio, afetando diretamente as reservas da gordura branca. Assim, pode ajudar-nos bastante pois incrivelmente, a gordura castanha (marrom) queima a gordura branca para produzir calor e energia,

4. Gordura bege

Esse tipo de gordura é capaz de transformar a gordura má em gordura boa. Tem origem na gordura branca e a principal fonte de ativação destas células é uma molécula chamada irisina. Pesquisas atuais feitas em ratos trazem indícios de que a irisina seja liberada durante a prática de exercícios, estimulando o corpo a queimar gordura.

5. Gordura subcutânea

A gordura subcutânea localiza-se logo abaixo da camada mais externa da pele. Esta é a que podemos beliscar com os dedos. A gordura subcutânea cobre os músculos abdominais e, se temos muita, não seremos capazes de ver os seus músculos abdominais.

6. Gordura visceral

Esta gordura precisa de ser acompanhada com cuidado. A gordura visceral está localizada atrás da parede abdominal, nos órgãos e no interior da cavidade peritoneal. E afeta de forma negativa a saúde, aumentando o processo inflamatório do organismo. Em parte, porque ele liberta substâncias chamadas adipocinas, que são proteínas de sinalização celular que aumentam a pressão arterial e influenciam a insulina.

A gordura visceral também diminui a quantidade de adiponectina no corpo, uma hormona essencial para a queima de gordura, que ajuda a acelerar o metabolismo. A combinação da diminuição da sensibilidade à insulina, hipertensão e triglicéridos elevadas, muitas vezes pode resultar em aterosclerose, colesterol elevado LDL (o mau) e é um fator importante para o desenvolvimento de diabetes.

Reserva de energia

Esta reserva de energia pode ser mobilizada pela ação de lípases, que são enzimas responsáveis pela hidrólise dos triglicerídeos, libertando os respetivos ácidos gordos e o glicerol. A oxidação completa de 1 g de triglicerídeos fornece cerca de 38 kJ de energia, enquanto as proteínas e carboidratos fornecem somente cerca de 17 kJ/g.

No fígado, a hidrólise de triglicerídeos fornece ácidos gordos para β-oxidação, sinalização e substratos para a formação de triglicerídeos de lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL).

Os Triglicerídeos não conseguem atravessar nas membranas celulares. Uma enzima especial localizada nas paredes dos vasos sanguíneos chamada lipoproteína lípase (LPL) cataboliza os triglicerídeos para libertar ácidos gordos e glicerol.

Lipoproteínas

lipoproteína é o conjunto molecular responsável pelo transporte dos lípidos, incluindo os triglicéridos, em meios líquidos, pois não sendo hidrossolúveis não se misturam facilmente com o plasma sanguíneo. As gorduras são revestidas com fosfolipídeos, colesterol e proteínas; a parte proteica é denominada  apoproteína.

A imagem seguinte mostra a composição das diferentes lipoproteínas e a diferente quantidade de triglicéridos que cada uma transporta sendo a quilomicron (chylomicron) e a VLDL a mais ricas em triglicéridos.

Lipoproteinas_e_triglicéridos melhorsaude.org melhor blog de saude

Os triglicerídeos não estão presentes no sangue em si na forma livre pois são hidrofóbicos e portanto não se misturam em ambientes hidrossolúveis como o plasma sanguíneo. Os triglicerídeos são um dos principais componentes das apolipoproteínas (ou simplesmente lipoproteínas) tais como:

  • Quilomicron (Chylomicron);
  • VLDL – lipoproteína de muito baixa densidade;
  • IDL – lipoproteína de densidade intermediária;
  • LDL – lipoproteína de baixa densidade, conhecido como “colesterol mau”;
  • HDL -lipoproteína de alta densidade, também conhecido como “colesterol bom”.

É muito importante saber quais as lipoproteínas que estão aumentadas ou diminuídas e a sua verdadeira ligação a determinadas doenças, nomeadamente cardiovasculares.

VLDL e triglicéridos

Os triglicerídeos viajam pela corrente sanguínea ligados, principalmente, à lipoproteína VLDL (Very Low Density Lipoprotein), uma lipoproteína semelhante à HDL e LDL que transportam principalmente colesterol pelo sangue, embora também tenham triglicéridos na sua composição, conforme imagem já descrita atrás.

Colesterol vs triglicerídeos

Apesar de ambos serem considerados “gorduras” têm estruturas químicas bem diferentes. O colesterol é um esteroide com estruturas hexagonais quimicamente estáveis, enquanto o triglicérido é a junção de uma molécula de glicerol com 3 ácidos gordos que podem ser menos estáveis pois sofrem mais facilmente processos de oxidação, principalmente se as cadeias de ácidos gordos forem insaturadas.

Funções diferentes

Para além de constituírem uma importante reserva energética, os triglicerídeos, nomeadamente o tecido adiposo, funciona como isolante térmico (ajudando a manter a temperatura corporal) e como proteção contra os choques mecânicos (protegendo os órgão internos).

A principal diferença de funções entre o colesterol e os triglicerídeos é que os triglicerídeos são “queimados” e utilizados para criar mais energia quando necessário, enquanto que o colesterol é utilizado para outras importantes funções orgânicas, tais como auxiliar de digestão e a produção de hormonas. O colesterol é também uma parte essencial da estrutura das membranas celulares.

Outra diferença fundamental entre os dois é que os níveis de colesterol são afetados pela quantidade de gordura que consumimos enquanto os níveis de triglicerídeos são afetados pela quantidade de calorias que ingerimos, mesmo que as calorias não venham de gorduras mas, por exemplo, dos hidratos de carbono como os alimentos refinados com açucares!

Mais perigoso colesterol ou triglicerídeos?

Bem, ambos são perigosos e podem levar a complicações similares, tais como doença cardíaca e acidente vascular cerebral, no entanto níveis elevados de colesterol têm provado levar a doenças cardíacas, e altos níveis de triglicerídeos tendem a ser um sinal de alerta. Uma das principais razões para isso pode ser devido ao facto de que é muito mais difícil baixar os níveis de colesterol do que os níveis de triglicerídeos.

Valores normais

O excesso de triglicerídeos no sangue está associado à deposição de gorduras nos vasos sanguíneos e aterosclerose, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Todas as pessoas  acima dos 20 anos devem medir os níveis de colesterol e triglicerídeos pelo menos uma vez a cada 5 anos.

Os valores da concentração de triglicéridos no sangue classificam-se da seguinte forma em miligramas por decilitro de sangue (mg/dl):

  • Normal – abaixo de 150 mg/dL.
  • Moderado – entre 150 e 199 mg/dL.
  • Alto – entre 200 e 499 mg/dL.
  • Muito alto – maior ou igual a 500 mg/dL.

Rácio triglicéridos/ colesterol HDL

O rácio triglicerídeos/colesterol HDL deve ser inferior a 2. Lembre-se de dividir os seus níveis de triglicerídeos pelo colesterol “bom” HDL. O nível de triglicerídeos/HDL considerado ideal é 2 ou menos; 4 é alto e 6 ou mais é considerado muito alto.

Hipertrigliceridémia quais as causas?

Os níveis de triglicerídeos podem aumentar por vários motivos. Algumas pessoas apresentam alterações genéticas que predispõem à hipertrigliceridémia, outras desenvolvem triglicerídeos altos secundariamente a uma dieta hipercalórica ou à presença de determinadas doenças. Entre as condições de saúde que mais frequentemente provocam hipertrigliceridémia estão:

O uso regular de alguns medicamentos também pode provocar um aumento dos triglicerídeos, a saber:

  • Tamoxifeno
  • Corticoides
  • Betabloqueadores (propranolol, atenolol, carvedilol, bisoprolol, metoprolol…)
  • Diuréticos
  • Anticoncecionais
  • Ciclosporina
  • Isotretinoína

Comorbilidades geralmente negligenciadas

Entre parêntesis descreve-se o grau de diagnóstico estimado para estas condições de saúde metabólica que passam quase completamente despercebidas pelos médicos. A saber:

  • Pré-diabetes (~90% não diagnosticada)
  • Apneia do sono (~90% não diagnosticada)
  • Fígado gordo (~90% não diagnosticada)
  • Resistência á insulina (praticamente 100% não diagnosticada)

Óleos vegetais polinsaturados (PUFAs)

Os PUFAs do inglês Poliunsaturated Fatty Acids ou seja os óleos vegetais ricos em ácidos gordos polinsaturados como os Omega-3 e Omega-6, ao contrário do que se fala nas redes sociais, podem causar graves problemas metabólicos quando usamos os óleos e gorduras erradas nas proporções erradas! Mais á frente descrevo lista das gorduras saudáveis, razoáveis e más para a nossa saúde.

Pare de comer óleos vegetais ricos em PUFAs

Uma das atitudes mais poderosas para protegermos a nossa saúde e que pode ser feita de imediato é parar de comer óleos vegetais com alto teor de PUFA (sigla em Inglês para ácido gordo polinsaturado). Os óleos vegetais com alto teor de PUFA estão em todos os tipos de “junk food”, fast food e alimentos processados. Nos últimos 110 anos, a nossa ingestão de PUFA aumentou 20 vezes, ou seja, 2000%!!!

Gorduras boas, razoáveis e más

É claro que as gorduras não são todas iguais no que concerne á proteção da nossa saúde. Apesar de necessitarmos de um pouco de ácidos gordos polinsaturados essenciais como os ômega-3 e ômega-6 a comunicação social e alguns especialistas da saúde mal informados, convenceram-nos nos últimos anos que comer gorduras polinsaturadas é que era bom… e pior ainda passaram a mensagem que quanto mais melhor ou pelo menos bem mais do que verdadeiramente necessitamos na nossa dieta!

No entanto esqueceram-se de nos dizer que os PUFAs são ácidos gordos mais instáveis devido ás duplas ligações das suas estruturas químicas quando comparados com as gorduras saturadas de qualidade. A razão para esta instabilidade é a facilidade com que os PUFA reagem com o oxigénio para formar radicais livres que provocam inflamação!

Quando nascemos, temos uma quantidade relativamente normal de PUFA na nossa gordura corporal. Quando a nossa dieta é muito alta em PUFA, a concentração destes ácidos gordos polinsaturados na nossa gordura corporal aumenta. Existe um limite, que é diferente para todos, em que a concentração de PUFA atinge um valor elevado que leva a gordura corporal a não funcionar adequadamente e passamos a desenvolver sintomas de disfunção metabólica.

Boas gorduras, as mais importantes são as seguintes:

  • Azeite
  • Óleo de abacate
  • Óleo de amendoim
  • Óleo de coco
  • Óleo de amêndoa
  • Óleo de noz macadâmia
  • Manteiga
  • Manteiga de cacau
  • Banha
  • Palma não refinada
  • Óleo de palmiste

Más gorduras, as mais importantes são as seguintes:

  • Óleo de soja
  • Óleo de canóla
  • Óleo de girassol
  • Óleo de milho
  • Óleo de cártamo
  • Óleo de sementes de algodão
  • Óleo hidrogenado
  • Palma refinada
  • Óleo de grão-de-bico artesanal (restaurantes)
  • Óleo de farelo de arroz (restaurantes)
  • Margarina
  • Maioria da maionese, molhos e cereais.

Hipoglicémia é sinal de alarme

Os sintomas mais comuns são geralmente diagnosticados como hipoglicemia. Se começar a apresentar hipoglicemia, então vai a caminho de desenvolver uma condição metabólica chamada resistência à insulina, que é a disfunção hormonal subjacente à diabetes tipo 2.

Todas as condições subjacentes na lista já atrás descrita são distúrbios metabólicos relacionados com a resistência à insulina ou resultam do tratamento de condições inflamatórias relacionadas. Durante quase duas décadas, na sua prática médica a Dra Catherine Shanahan, concentrou-se na reversão de doenças metabólicas e inflamatórias como diabetes, obesidade e hipertensão com dieta. Nesse período, entendeu que a causa número um de doenças metabólicas é a ingestão de demasiados PUFA. Muitos médicos especializados em medicina metabólica chegaram à mesma conclusão.

Demasiado PUFA promove a ARDS

Síndrome de Descompensação Respiratória Aguda (ARDS)

O excesso de PUFA na gordura corporal também nos coloca em risco de insuficiência respiratória por COVID-19. Quando sofremos de uma pneumonia, o apetite cai imenso e geralmente não vamos comer. Quando não comemos, o nosso corpo liberta gordura corporal na corrente sanguínea (na forma de ácidos gordos livres, também chamados ácidos gordos não esterificados, ou NEFA).

Se ingerimos óleos vegetais suficientes para desenvolver uma das condições subjacentes listadas acima, uma proporção perigosamente alta de ácidos gordos na corrente sanguínea será PUFAs. Os PUFAs são perigosos porque reagem com o oxigênio de maneiras que levam a grandes quantidades de inflamação. A inflamação faz a diferença entre um caso de pneumonia do qual podemos recuperar por conta própria e um caso de ARDS que nos leva para os cuidados intensivos.

Se não existissem óleos vegetais com alto teor de PUFA e, a propósito, não existiam antes da era industrial, esta pandemia de COVID-19 não seria tão mortal. Se o seu médico não lhe falou sobre os perigos do alto consumo de óleos vegetais ricos em PUFA, é porque apenas os médicos mais atualizados e interessados em medicina metabólica sabem o que significa PUFA, sem mencionar por que é prejudicial.

Triglicéridos e colesterol aumentam juntos?

O aumento dos triglicerídeos pode ou não vir acompanhado de alterações no colesterol. As duas situações mais comuns são:

  • Triglicéridos e colesterol LDL ( colesterol mau ) elevados ou
  • Triglicerídeos elevados e HDL (colesterol bom) baixo.

O aumento isolado dos triglicéridos, sem alterações do colesterol, não é habitual.

Dieta saudável e triglicerídeos altos é possível?

Existem algumas formas de hipertrigliceridémia familiar, que são alterações de origem genética, que fazem com que o paciente produza triglicéridos em excesso, independentemente da sua dieta. Nestes casos é possível que o paciente apresente níveis graves de triglicéridos, às vezes acima dos 1000 mg/dL.

Alimentos e aumento de triglicerídeos

Uma dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos é um importante fator de risco para hipertrigliceridémia. Aconselha-se, por isso, uma alimentação pobre em gorduras, de forma a manter os níveis de triglicéridos normais. Deve evitar comer:

  • Alimentos gordos,
  • Cozinhados em manteiga ou óleo,
  • Fritos e refogados,
  • Produtos ricos em açúcar ou sal,
  • Carnes vermelhas (especialmente suíno),
  • Enlatados e conservas,
  • Molhos sintéticos (contrariamente aos de ervas ou caseiros que não sejam apimentados).

Se tiver triglicéridos elevados, descrevo de seguida alguns dos alimentos que deve evitar a todo o custo, a saber:

  • Refrigerantes ou qualquer outra bebida rica em açúcar
  • Bebidas alcoólicas
  • Doces e chocolate
  • Pão
  • Biscoitos
  • Massas e Pizzas
  • Batata
  • Gelados e Iogurte congelado
  • Tortas
  • Bolos
  • Leite integral
  • Fritos
  • Queijos gordurosos

Quando for comprar comida, procure ler as informações nutricionais no verso de cada alimento e evite produtos ricos nos seguintes açúcares:

  • Sacarose
  • Glicose
  • Frutose
  • Xarope de milho
  • Maltose
  • Melaço

A lista de alimentos acima descrita está longe do fim! Qualquer alimento rico em hidratos de carbono e/ou gorduras saturadas pode causar aumento dos triglicerídeos. Mais à frente, na parte de tratamento da hipertrigliceridémia, daremos alguns conselhos sobre a melhor dieta para baixar os triglicerídeos.

Alimentos que pode comer

Nos alimentos que pode consumir destacamos:

  • Café,
  • Chá,
  • Sumos de fruta naturais,
  • Leite desnatado,
  • Iogurtes magros ou naturais,
  • Kefir
  • Queijos de cabra ou ovelha,
  • Pão integral,
  • Hortaliças,
  • Verduras e legumes,
  • Carne branca (sobretudo de aves),
  • Peixe,
  • Fruta.

Sintomas de triglicerídeos altos

Em geral, a hipertrigliceridémia não provoca sintomas. É impossível saber se seus triglicerídeos estão altos ou baixos sem realizar exames de sangue.

Pacientes com as formas familiares de hipertrigliceridémia, geralmente com valores de triglicéridos cronicamente acima dos 500mg/dL, podem apresentar xantomas, que são depósitos subcutâneos de colesterol sob a forma de nódulos ou placas amareladas, que ocorrem frequentemente nas palmas das mãos, ao redor dos olhos, nos pés ou nas articulações.

Hipertrigliceridémia e consequências

Embora a relação entre triglicéridos altos e risco cardiovascular tenha sido questionada no passado, com os atuais estudos tornou-se claro que pacientes com hipertrigliceridémia apresentam um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, particularmente doenças coronárias.

Permanece incerto, porém, se esta associação é causada diretamente pelos triglicerídeos altos ou por outros fatores associados à hipertrigliceridémia, como obesidade, diabetes e níveis elevados de colesterol LDL e níveis baixos de colesterol HDL.

Níveis elevados de triglicerídeos também estão associados a um maior depósito de gorduras no fígado, provocando uma alteração conhecida como esteatose hepática. Valores bastantes elevados de triglicéridos podem desencadear uma infeção no pâncreas (pancreatite), que se manifesta por dor abdominal (barriga) intensa e numa fase posterior febre.

Tratamento da hipertrigliceridémia

O principal objetivo do tratamento da hipertrigliceridémia é reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Ainda não se sabe se a simples redução dos valores dos triglicéridos é suficiente para obter estes resultados.

Por isso, a “gestão” da hipertrigliceridémia deve sempre incluir medidas de tratamento que se sabe que são benéficas para pacientes com alto risco cardiovascular, a saber:

  • Dieta equilibrada
  • Prática de exercícios físicos
  • Perda de peso
  • Controle do diabetes
  • Controle do colesterol LDL e HDL

Dieta para baixar os triglicerídeos

Em relação à dieta, pacientes com triglicerídeos elevados devem evitar alimentos ricos em hidratos de carbono e gorduras.

Devem preferir os seguintes alimentos:

  • Fibras
  • Peixes e alimentos ricos em gordura insaturada e pobre em gorduras saturadas
  • Pães, biscoitos e cereais que contenham aveia, grãos integrais, cevada, milho, arroz ou trigo como primeiro ingrediente
  • Prefira o arroz integral e as massas à base de trigo integral
  • Nas bebidas, evite o álcool e os refrigerantes
  • Leite desnatado

Quando pensamos em baixar o colesterol LDL o mais importante é evitar alimentos gordurosos. Quando pensamos em baixar os triglicerídeos, limitar o consumo de hidratos de carbono e calorias é o tratamento mais eficaz.

Jejum intermitente ajuda a baixar os triglicerídeos?

Sim, um dos benefícios do jejum intermitente é baixar os níveis de triglicerídeos. Aconselha-se a começar pelo jejum mais fácil de fazer que dura 12 horas e começa após o jantar, inclui as horas de sono e continua até ao dia seguinte até perfazer 12 horas, Por exemplo acabar o jantar ás 20 h e não comer nada até ás 8 do dia seguinte. Este jejum é mais fácil mas deve ser feito diariamente.

Leia o nosso artigo sobre JEJUM INTERMITENTE, 21 RESPOSTAS ESSENCIAIS

JEJUM INTERMITENTE apresentação melhorsaude.org

Medicamentos para os triglicerídeos quais os mais eficazes?

Nos doentes com  triglicerídeos acima de 200 mg/dL, o tratamento com medicamentos deve ser considerado. É importante destacar que o uso de medicamentos para controlar a hipertrigliceridémia de modo algum exclui a necessidade do paciente mudar hábitos de vida.

Se não houver controle na dieta, perda de peso, controle do diabetes e aumento da carga de exercícios físicos, o beneficio do tratamento farmacológico ficará muito aquém do desejado.

Se além da hipertrigliceridémia o paciente também tiver níveis elevados de colesterol, o uso das estatinas, deve ser considerado. As mais usadas são:

  • Sinvastatina (Zocor®),
  • Pravastatina (Pravacol®),
  • Rosuvastatina (Crestor®),
  • Atorvastatina (Zarator®).

Estas drogas agem mais sob o colesterol, mas também tem algum efeito sobre os níveis de triglicéridos.

Fibratos o que são?

Os fibratos são drogas mais específicas para reduzir níveis de triglicerídeos, podendo alcançar reduções de até 70% em alguns casos. Estas drogas, porém, não agem sobre os valores de colesterol. Os mais utilizados são:

  • Gemfibrozil (Lopid®, Lipoite Forte),
  • Fenofibrato (Catalip®, Lipofen® e Supralip®)
  • Bezafibrato (Bezalip® e Bezalip Retard®),
  • Ciprofibrato (Fibranin® e Lipanor®).

Se houver necessidade de associar uma estatina a um fibrato, o Fenofibrato deve ser a droga de escolha pois apresenta menos riscos de interação medicamentosa.

EPA e DHA (ômega 3) são eficazes?

O suporte científico sobre os benefícios do EPA e DHA não são consensuais. Assim suplementos ricos em óleo de peixe ricos em ácidos gordos ômega 3) parecem ser eficazes para redução da hipertrigliceridémia. No entanto, para existir esse efeito, as doses devem ser elevadas, acima de doses 3 gramas por dia, o que significa pelo menos 4 cápsulas por dia. Estas dosagens elevadas podem de facto baixar os triglicéridos mas ao mesmo tempo causar efeitos secundários, nomeadamente gastrointestinais!

Os óleos de peixe ricos em ácidos gordos ômega 3 mais utilizados são:

  • Ácido eicosapentaenoico ( EPA )
  • Ácido docosaexaenoico ( DHA )

Alguns doentes não toleram doses muito altas de óleo de peixe, apresentando diarreia e cólicas abdominais.

Concluindo

Atualmente os triglicéridos podem ser medidos facilmente numa Farmácia perto de si, após um jejum, se possível, de 12 horas para conseguir um resultado mais rigoroso. Se se sente bem de saúde faça, pelo menos uma vez por ano, os testes para conhecer os seus valores em jejum de Glicémia, Colesterol e Triglicerídeos. Se estiver tudo bem ótimo está de parabéns! Mas se algum desses valores estiver fora dos valores de referência então ainda vai a tempo de falar ao seu médico e corrigir o que for necessário para evitar problemas cardiovasculares muito graves! O ditado é antigo mas é verdadeiro:  Prevenir é o melhor remédio!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências

  • H. Lodish, Molecular cell biology, Fifth Edition, W. H. Freeman: New York, 2004, ISBN: 0716743663
  • A. Lehninger, D. Nelson, M. Cox, Lehninger principles of biochemistry , Fifth Edition, W.H. Freeman: New York, 2008, ISBN: 9780716771081.
  • R. Garrett, C. Grisham, Biochemistry, Third Edition, Brooks Cole: 2004, ISBN: 0534490336.
  • https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2664115/
  • Fonseca, Krukemberghe. «Lípidios»
  • Coffman, Melodie Anne. «Definição de HDL, LDL e VLDL» (em inglês)
  • Smith LL. Another cholesterol hypothesis: cholesterol as antioxidant. Free Radic Biol Med 1991;11:47-61. PMID 1937129

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