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Estratégias para tratar Herpes, Zona e Varicela




Herpes Zona e Varicela: Os vírus da família HERPES são diversos e provocam doenças distintas mas, algumas, muito comuns tais como o Herpes labial e Herpes genital, a varicela e a zona. Um estudo com o título “A comparison of herpes simplex virus type 1 and varicella-zoster virus latency and reactivationfeito em colaboração entre o Institute of Infection, Immunity and Inflammation, University of Glasgow e do Department of Microbiology, Immunology and Pathology, Colorado State University, clarifica os mecanismos que fazem a ligação entre herpes labial, genital, varicela e zona.

Falarei também da mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, que é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

    • Herpes, o que é?
    • Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2), qual a diferença?
    • Quais as principais doenças provocadas pelos vírus da família herpes?
    • Herpes simples tipos 1 e 2, que partes do corpo afetam?
    • Qual a causa do herpes labial, oral, genital, face, ocular e cerebral?
    • Qual a prevalência na população?
    • Quais os fatores de risco que causam novas crises?
    • Quais os sintomas?
    • Quais os sintomas que antecedem e “avisam” que vai chegar nova crise de herpes?
    • Quais as zonas do corpo que podem ser afetadas por outros vírus da família herpes?
    • Como se transmite?
    • Onde se esconde o vírus?
    • Qual o período de incubação?
    • Em que altura da vida se contraem os mais comuns vírus da família herpes?
    • Qual o melhor tratamento e medicamentos usados?
    • Herpes labial, qual o tratamento?
    • Aciclovir, quais as reações adversas mais comuns?
    • Herpes: Será que tem cura?
    • Quais as lesões parecidas com herpes?
    • Herpes, quais as complicações possíveis?
    • Mononucleose ou “doença do beijo”, o que é? Quais as causas? Como proteger-se? Qual o tratamento?
    • Mononucleose, será que já sabe tudo?
    • Varicela ou catapora:  O que é? Quais os sintomas? Será perigosa?
    • Quais as complicações da Varicela?
    • Varicela, se estiver grávida o que deve fazer?
    • Os sintomas são mais graves na criança ou no adulto?
    • Varicela, qual o aspeto das borbulhas?
    • Varicela, como impedir que a criança coce?
    • Quais as fases da doença?
    • A varicela pode provocar zona?
    • Varicela, qual o tratamento?
    • Existe vacina para a varicela?
    • Zona: O que é?
    • Zona: Quais as causas?
    • Qual a prevalência na população?
    • Quais os sintomas da zona?
    • Quais as complicações da zona?
    • A zona é contagiosa?
    • Zona, qual o tratamento?
    • Zona, existe vacina?
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Herpes o que é?

O herpes é um vírus comum que pode atingir diversas partes do corpo consoante o seu subtipo. O herpes labial e o genital são infeções virais contagiosas causadas por dois dos subtipos de vírus da família do Herpes vírus humano, composta por 8 subtipos diferentes. Dois dos mais conhecidos e relevantes são os seguintes:

  • Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)
  • Herpes simplex vírus tipo 2 (HSV-2)

Vírus da família Herpes, principais doenças

Cada subtipo do vírus causa doenças completamente distintas umas das outras, tais como:

    • Herpes labial ( vírus HSV-1);
    • Herpes genital (vírus HSV-2);
    • Herpes ocular (vírus HSV-1);
    • Mononucleose infeciosa ou “Doença do beijo” (vírus Epstein Barr, da família do herpes);
    • Varicela, no Brasil chama-se catapora (Vírus varicela-zoster, da família do herpes);
    • Zona (vírus herpes zoster);
    • Meningoencefalite, pode ser muito grave (vírus HSV-1).

O Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) são duas espécies da família do vírus Herpesviridae, responsáveis por infeções em humanos. Todos os vírus da família herpes produzem infeções latentes.

Herpes simplex vírus 1 e 2 (HSV-1 e HVS-2)

As principais diferenças entre HSV-1 e HSV-2 são as seguintes:

    • HSV-1 costuma causar o herpes labial,
    • HSV-2 é, em geral, responsável pelo herpes genital.

Deve dizer-se em geral porque como a prática de sexo oral é muito comum, não é raro encontrarmos lesões orais pelo HSV-2 e lesões genitais pelo HSV-1.

Herpes labial e genital melhorsaude.org

Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)

De seguida descrevo a partes do corpo mais afetadas pelo HSV-1.

Herpes labial, boca, face, ocular e cérebro

Normalmente associado a infeções dos lábios, da boca e da face. Esse é o vírus mais comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contacto com este vírus na infância. O HSV1 frequentemente causa feridas (lesões) nos lábios e no interior da boca, como aftas, ou infeção do olho (principalmente na conjuntiva e na córnea) e também pode levar a uma infeção no revestimento do cérebro (meningoencefalite). Pode ser transmitido por meio de contacto com a saliva infetada.

Herpes simplex vírus tipo 2 (HSV-2)

De seguida descrevo a partes do corpo mais afetadas pelo HSV-1.

Herpes genital e oral

Normalmente transmitido sexualmente, o HSV-2 provoca comichão e bolhas ou mesmo úlceras e feridas genitais. Entretanto, algumas pessoas com HSV-2 não apresentam quaisquer sinais (latência). A infeção cruzada dos vírus de herpes do tipo 1 e 2 pode acontecer se houver contacto oral-genital. Isto é, pode-se contrair herpes genital na boca ou herpes oral na área genital.

Herpes genital melhorsaude.org

Prevalência na população

Herpes labial e genital

Um em cada cinco adultos é portador do HSV-2 e mais da metade da população tem o HSV-1. Porém, muitos portadores não apresentam sintomas.

A infeção pelo Herpes simplex é recorrente, ela vai e volta espontaneamente. Isto ocorre porque o vírus “esconde-se” dentro das células do sistema nervoso impedindo que as defesas do organismo consigam eliminá-las completamente. Quem tem Herpes uma vez, terá herpes o resto da vida.

Fatores de risco que causam nova crise

Herpes labial e genital

De vez em quando o vírus volta a manifestar-se, normalmente em períodos de fragilidade do nosso sistema imunitário. Alguns fatores que podem induzir crises são conhecidos, a saber:

    • Exposição solar intensa,
    • Stress emocional,
    • Menstruação,
    • Traumas, etc.

A frequência das recorrências é individual.

Sintomas

Herpes labial e genital

A primeira lesão de herpes costuma ser a mais sintomática,  por ainda não termos anticorpos formados. Em geral, o quadro é o seguinte:

    • Múltiplas vesículas (pequenas bolhas) agrupadas, com áreas de inflamação na base e ao redor;
    • Aftas ou úlceras geralmente na boca, nos lábios, nas gengivas ou nos genitais;
    • Lesões dolorosas que podem ser acompanhadas de mal estar;
    • Gânglios ou nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente somente no momento inicial da infeção)
    • Febre  especialmente durante o primeiro episódio de infeção;
    • Lesões genitais ou mesmo orais podem começar com uma sensação de queimadura ou formigueiro.

Sintomas que antecipam nova crise

As recorrências costumam ser menos sintomáticas e mais curtas. Normalmente apresentam alguns sintomas que “avisam” algumas horas antes das vesículas que as lesões do herpes vão reaparecer. Alguns desses sintomas de aviso são os seguintes:

    • Dor,
    • Formigueiro ou prurido (comichão) local.

As vesículas podem romper-se, formando pequenas ulcerações que lembram aftas.

Partes do corpo que podem ser afetadas

O HSV-1 e o HSV-2 têm mais afinidade pela mucosa oral e genital, respetivamente. Porém, podem causar infeções em outras partes do corpo, por exemplo:

Estas infeções mais graves costumam ocorrer em doente com imunossupressão como na SIDA (AIDS) e nos transplantados. Uma outra complicação das infeções pelo Herpes vírus é a paralisia facial, chamada de paralisia de Bell.

Transmissão e contágio

A transmissão do herpes ocorre por contacto íntimo com a área infetada. O Herpes vírus é muito contagioso; o período de maior risco de transmissão é durante as crises e nos 2 dias que a antecedem, podendo também ocorrer mesmo quando não há lesões aparentes. Alguns pacientes secretam o vírus mesmo fora das crises, podendo transmiti-lo a qualquer momento, principalmente no HSV-2.

Onde se esconde o vírus?

O herpes vírus sobrevive poucas horas fora de um organismo vivo. Por isso é encontrado principalmente nas seguintes localizações:

    • Lesões herpéticas,
    • Saliva,
    • Sêmen,
    • Secreções vaginais,
    • Objetos, como copos e talheres mas é menos comum, uma vez que o vírus com dificuldade fora dos organismos vivos.

Período de incubação

O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de 4 dias, em média.

Em que altura da vida se contrai?

O Herpes simples genital é uma DST (doença sexualmente transmissível). Durante a fase ativa deve-se evitar atividade sexual, pois mesmo com o uso de preservativo há risco de contaminação.

  • O herpes labial (HSV-1) é normalmente adquirido durante a infância,
  • O herpes genital (HSV-2) é normalmente contraído  na vida adulta.

Tratamento

Alguns casos de herpes são leves e não precisam de tratamento a não ser tratamentos tópicos. Mas pessoas que têm surtos graves ou prolongados (principalmente se for o primeiro episódio de infeção), que têm problemas no sistema imunológico ou aquelas que têm recorrência frequente talvez necessitem usar medicamentos antivirais em comprimidos.

Doentes com recorrências graves ou frequentes de herpes oral ou genital podem optar por continuar com os medicamentos antivirais, em comprimidos, para reduzir a frequência e a gravidade dessas recorrências.

Medicamentos

As lesões locais ligeiras não complicadas de herpes labial podem ser tratadas apenas com cremes de aplicação local. As lesões mais graves, extensas, com maior número de lesões, recorrentes ou em doentes imunodeprimidos devem ser tratadas com dosagens mais elevadas de antivirais, tomados por via oral, em comprimidos. Os medicamentos mais usados para o tratamento de herpes simplex, são:

  • Aciclovir 200 mg comprimidos (Zovirax®, Ezopen®), 5xdia, durante 5 dias;
  • Aciclovir 800 mg comprimidos (Zovirax®, Ezopen®)
  • Aciclovir creme (Zovirax®) 5xdia, durante 4 a 5 dias;
  • Aciclovir+Hidrocortisona creme (ZoviDuo®), 5xdia, durante 4 a 5 dias;
  • Fanciclovir 125 mg (®)
  • Fanciclovir 500 mg (Penvir®)

O aciclovir com hidrocortisona (Zoviduo®) é normalmente utilizado no herpes labial nas crises com comichão.

O tratamento com antivirais, como o aciclovir, serve para reduzir o tempo de doença. Quanto mais precocemente forem iniciados, melhor a resposta. No herpes labial pode-se usar pomadas e no genital comprimidos.

Herpes labial, qual o tratamento?

O tratamento do herpes labial depende da gravidade das lesões e frequência das crises. Assim se forem crises pontuais com lesões pouco extensas basta a aplicação local de um creme com aciclovir, 5xdia, durante 4 a 5 dias.

Se lesões foram mais extensas, em maior número ou acontecerem com frequência o seu médico pode optar por uma tratamento mais agressivo, por via oral, com aciclovir 200mg, 5xdia, durante 4 a 5 dias.

Um dos aspetos mais importantes para diminuir a gravidade e extensão das crises é reconhecer ao longo do tempo os sintomas que antecedem o aparecimento das lesões tais como comichão e dor local. Assim que forme sentidos deve de imediato começar a aplicar localmente um creme com aciclovir. Este procedimento é o mais relevante para diminuir a gravidade e duração de uma crise de herpes labial.

Os pensos para o herpes labial são eficazes?

Os pensos disponíveis para o herpes labial não têm atividade antiviral como o aciclovir. Eles são no entanto úteis para cicatrizar mais rapidamente as feridas causadas pelas “borbulhas” do herpes, depois destas rebentarem. O tratamento ideal do herpes labial simples (não complicado) seria:

    •  Aplicar um creme antiviral logo que existissem sintomas que antecedem o aparecimento de uma crise;
    • Continuar a aplicação do creme com aciclovir, 5xdia, durante 5 dias;
    • Quando as “borbulhas” rebentarem colocar os pensos sobre as feridas 3xdia, sem nunca deixar de aplicar o creme;
    • Os pensos não devem ser colocados ao mesmo tempo que o creme porque a aderência à ferida fica muito diminuída ou seja após a aplicação do creme aconselha-se um intervalo de pelo menos 1 a 2 horas para deixar que a absorção do aciclovir se faça e só depois aplicar o penso.

Aciclovir, reações adversas

No tratamento com aciclovir, entre 1% a10% dos doentes podem manifestar os seguintes efeitos secundários:

    • Dor de cabeça,
    • Tonturas,
    • Enjoos,
    • Vómitos,
    • Diarreia,
    • Dores abdominais,
    • Prurido ou comichão,
    • Vermelhidão/protuberâncias na pele que podem piorar com exposição solar,
    • Sensação de fadiga,
    • Febre.

Herpes tem cura?

O herpes não tem cura nem existe ainda vacina eficaz. O tratamento está realmente indicado nas lesões primárias e nos doentes imunossuprimidos. Nos outros casos, o tratamento não altera muito o curso da crise.

Lesões parecidas com herpes

Outros dois tipos de lesões genitais têm causado algum tipo de confusão com o Herpes. Ambas são assintomáticas e podem afetar a zona genital e a  boca a saber:

  • Manchas de Fordyce, uma espécie de glândulas sebáceas. Não indicam qualquer tipo de doença.
  • Pápulas peroladas. Também não indicam nenhuma patologia e pode afetar homens e mulheres.

Complicações possíveis

Apesar de não ser uma doença grave, a herpes simples não tratada pode levar a algumas complicações de saúde, como:

  • Erupção variceliforme (herpes espalhada pela pele),
  • Encefalite,
  • Infeção do olho,
  • Infeção da traqueia,
  • Meningite,
  • Pneumonia,
  • Infeção prolongada grave em indivíduos com sistema imunitário debilitado ou imunossuprimidos.

Mononucleose Doença do beijo melhorsaude.org melhor blog de saude

Mononucleose ou doença do beijo o que é?

A mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Sobre a Mononucleose vamos responder ás seguintes perguntas:

  • Porque se chama doença do beijo?
  • Mononucleose como se transmite o vírus?
  • Quanto tempo pode ficar o vírus no organismo depois dos sintomas desaparecerem?
  • Quem tiver contraído o vírus não deve beijar ninguém durante muitos meses?
  • O vírus da mononucleose é muito infecioso?
  • Quais os sintomas da mononucleose?
  • Como se diferencia da faringite comum?
  • A mononucleose provoca manchas no corpo?
  • É verdade que a mononucleose pode afetar com gravidade o baço?
  • O fígado pode ser afetado?
  • Que complicações menos comuns podem acontecer?
  • Quais os riscos para uma grávida que contraia a mononucleose?
  • O que é a síndrome de mononucleose?
  • Qual a diferença entre síndrome de mononucleose e a doença mononucleose infeciosa?
  • Quais as principais doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose?
  • Como se faz o diagnóstico da mononucleose infeciosa?
  • A mononucleose infeciosa provoca fadiga crónica?
  • Como beijar bem ? 🙂
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Mononucleose Doença do beijo MELHORSAUDE.ORG

OS MAIS LIDOS

Varicela ou catapora, o que é?

A varicela ou catapora é uma doença de infância muito vulgar. Todos os anos afeta dezenas de milhar de crianças em Portugal, especialmente durante o Inverno e Primavera. É causada pelo vírus varicela-zoster, um membro da família do vírus herpes, o mesmo que causa herpes zoster (zona). Uma vez debelada, a varicela normalmente não reaparece, no entanto, o vírus permanece alojado no tecido nervoso como que adormecido (não ativo), podendo reativar-se mais tarde, causando zona.

Varicela melhorsaude.org melhor blog de saude

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A varicela ou catapora é perigosa?

Quando se detetam os primeiros sintomas é difícil prever até que ponto a varicela poderá ser grave. Apesar de a doença não ser normalmente perigosa em crianças saudáveis, causa mal-estar e pode levar ao absentismo das crianças à escola e dos pais ao emprego. Em crianças mais velhas e em especial nos adultos, os sintomas são normalmente mais graves e podem originar outros problemas.

Complicações

A varicela é uma doença predominantemente da infância, benigna e altamente contagiosa, com taxas de transmissão aos contactos suscetíveis de 61-100%1 . Pode contudo associar-se a complicações graves, associadas a sobre-infecção bacteriana , tais como:

  • Celulite,
  • Pneumonia,
  • Fasceíte,
  • Choque tóxico.

Pode também associar-se a complicações do próprio Vírus Varicela-zoster (VVZ), tais como:

  • Cerebelite,
  • Encefalite,
  • Pneumonia.

Estas ocorrem sobretudo em situações de imunodeficiência celular, mas também em crianças previamente saudáveis. Nas leucemias e transplante de órgão, cerca de 50% das crianças desenvolvem complicações com uma mortalidade global de 7 a 17% se não forem tratadas com aciclovir.

Se estiver grávida o que deve fazer?

A grávida pode estar sujeita a um risco mais elevado em relação ao aparecimento de complicações com o feto, pelo que deve evitar a exposição à doença. A infeção na grávida acarreta um risco adicional para a mulher, nomeadamente pela maior incidência de pneumonite que, sem tratamento, pode ser fatal em cerca de 40% dos casos . Também no feto, pode ocorrer a síndrome de Varicela Congénita e, no recém-nascido, varicela grave quando a doença materna se manifesta 5 dias antes ou 2 dias após o parto.

Sintomas

A sequência de aparecimento de sintomas é curiosa e é a seguinte:

  • O primeiro sintoma é febre ligeira;
  • Um ou dois dias mais tarde aparecem manchas vermelhas normalmente primeiro no couro cabeludo;
  • Mais tarde as manchas vermelhas espalham-se pela cara, tronco, axilas, braços, pernas, boca e por vezes na traqueia e brônquios.
  • Começa a surgir comichão.

Uma das caraterísticas diferenciadoras da varicela são as lesões no couro cabeludo ou seja se não existirem  lesões na cabeça dificilmente será varicela!

A criança pode também queixar-se de:

  • Dores de cabeça,
  • Dores de garganta,
  • Gânglios linfáticos inflamados e dolorosos,
  • Dores de estômago,
  • Cansaço,
  • Perda de apetite.

Sintomas nas crianças e nos adultos

Crianças com menos de 10 anos têm sintomas mais moderados em relação às mais velhas e aos adultos. Os adolescentes e os adultos são mais suscetíveis a complicações graves, com um aumento vinte vezes superior na mortalidade entre os 15 e os 44 anos.

Aspeto das borbulhas

São pequenas e vermelhas, provocam comichão e transformam-se em bolhas num curto espaço de tempo (horas). Estas bolhas cheias de líquido (vesículas) secam e formam crostas em alguns dias. Estas borbulhas aparecem durante 5 dias e a  maioria forma crosta em 6 a 7 dias Por vezes as borbulhas deixam cicatrizes. É mais provável a formação de cicatrizes se as borbulhas infetarem. É importante impedir que a criança se coce para prevenir o aparecimento de cicatrizes.

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Impedir que a criança coce as borbulhas

Impedir a criança de coçar as lesões não é fácil! No entanto os seguintes procedimentos podem ajudar bastante, a saber:

  • Manter as borbulhas limpas e secas;
  • Usar loções calmantes e banhos de água morna de 4 em 4 horas nos primeiros dias;
  • Enxaguar  sem esfregar;
  • Manter as unhas curtas para prevenir eventuais infeções e cicatrizes.

Transmissão da varicela ou catapora

Os outros irmãos se ainda não tiveram varicela têm uma elevada probabilidade (80%-90%) de contágio. Se forem saudáveis o melhor será que tenham a doença enquanto crianças. Assim estarão protegidos de contrair varicela mais tarde, podendo ser então mais grave. Se tiverem problemas de saúde deverá consultar-se o médico.

Os adultos que nunca tiveram varicela poderão contraí-la através dos filhos. Nestes casos é necessário contatar o médico. A varicela é uma doença grave nos adultos.

Uma mulher grávida pode estar sujeita a um risco ainda mais elevado no que respeita ao aparecimento de complicações, devendo evitar a exposição à doença, devido ao risco que isto constituí para o feto. A varicela é também grave para aqueles com um sistema imunitário enfraquecido. Uma criança saudável poderá estar em contacto com adultos com varicela, pois será melhor que tenha a doença em criança.

Entre pessoas como ocorre a transmissão?

O vírus é transmitido pelo ar, quando a pessoa infetada tosse, espirra ou fala, ou pelo contacto direto com as lesões do doente.

Fases da doença

Período de incubação

Cerca de 14-15 dias contados a partir do contacto com o infetado.

Período de contágio

A varicela pode ser transmitida a outra pessoa desde aproximadamente 10 dias após ser contagiada até todas as bolhas se transformarem em crostas. O isolamento de um doente infetado previne a transmissão da infeção.

A varicela pode provocar zona?

A infeção por VVZ pode ressurgir anos ou décadas mais tarde na forma de herpes-zoster (HZ) que provoca zona, situação que pode evoluir com complicações semelhantes às da varicela. Esta reativação afeta 10-30% da população e está associada a uma morbilidade e mortalidade significativas nos indivíduos idosos e nos imunocomprometidos.

Tratamento da varicela ou catapora

No caso de ser uma varicela ligeira o tratamento efetuado visa o alívio sintomático:

  • Paracetamol (Ben-u-ron®) para alívio das dores e febre;
  • Banhos de água morna para alivio da comichão;
  • Loções de calamina (Caladryl®) para alivio da comichão;
  • Desinfetantes para as vesículas (Eosina).

Para os casos mais graves ou doentes com fator de risco elevado existe um medicamento específico para a varicela, que ajuda de forma substancial à redução da duração da doença, permitindo que o doente se sinta melhor num espaço de tempo mais curto. Esse medicamento é o seguinte:

  • Aciclovir (Zovirax®), do qual já existe genérico em comprimidos e pomada. A dosagem dos comprimidos varia entre 200 e 800 mg.

O Aciclovir inibe a replicação do vírus da varicela por interferência com DNA-polimerase encurtando o período da doença. Além deste medicamento, o tratamento é acompanhado de um anti-histamínico, que reduz a comichão e um desinfetante tópico que diminui o risco de infeção das bolhas rebentadas.
Manter uma boa higiene corporal e das roupas evita, também, infeções. Antibióticos poderão ser usados quando existe o risco de infecção.

Crianças varicela e aspirina, perigos!

Não se deve dar ácido acetilsalicílico (aspirina) ou seus derivados às crianças com varicela por poder causar o síndroma de Reye, que é uma complicação grave caracterizada por alterações neurológicas e hepáticas.

Se aparecerem lesões na boca, deve-se dar alimentos moles, bebidas frias e evitar os ácidos e salgados. Nas lesões na área genital poderão usar-se cremes anestésicos. As situações mais graves deverão ser sempre acompanhadas por um médico.

Vacina da varicela ou catapora, existe?

A OMS recomenda que as atuais vacinas contra a varicela só devem ser utilizadas na criança se se assegurar uma cobertura vacinal acima dos 85-90%, pelos riscos que a alteração epidemiológica induzida pode acarretar. A vacina da varicela está disponível nos EUA desde 1995 com recomendação de vacinação universal. Na Europa, encontra-se atualmente recomendada para vacinação universal na Alemanha, Espanha, Itália, Holanda e Suíça.

A vacina não faz parte do Plano Nacional de Vacinação (PNV). Pode ser administrada a partir dos 12 Meses de idade ou a pessoas que estejam expostas à doença. Se administrada no período de 3 dias após exposição à doença pode prevenir uma infeção clinicamente aparente ou modificar o curso da infeção.

Qual é a vacina contra a Varicela?

A vacina contra a varicela é constituída por Vírus varicela-zoster (VVZ) vivo atenuado (estirpe Oka). É uma vacina segura no imunocompetente. Estão descritos casos raros de encefalite, ataxia, convulsões, neuropatia, eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, pneumonia, trombocitopenia, acidente vascular cerebral e até morte, mas sem que a relação de causalidade estivesse definitivamente estabelecida. O vírus da vacina da varicela pode causar infeções graves no imunodeprimido estando descrito 2 casos em que o vírus vacinal se tornou resistente ao aciclovir.

ESQUEMA VACINAL

Existem em Portugal duas vacinas comercializadas, a saber:

  • Varivax®,
  • Varilrix®.

Ambas estão autorizadas para administração acima dos 12 meses de idade, em doses de 0,5 ml, por via subcutânea. A vacinação contra Varicela requer a administração de duas doses, com intervalo mínimo de 3 meses, para as crianças entre 12 meses e 12 anos de idade. Nos países com recomendação de vacinação universal, a segunda toma é administrada aos 5-6 anos de idade. A partir dos 13 anos o intervalo deve ser de 4 a 8 semanas (Varivax®) 37 ou de 6 a 8 semanas (Varilrix®) 38. A Comissão de Vacinas não estabelece preferência entre as duas vacinas.

Zona o que é?

A Zona Manifesta-se por uma erupção na pele e é provocada pelo mesmo vírus que, geralmente na infância, origina a varicela. Popularmente é conhecida por “cobro” ou “cobrão”, pois a distribuição das lesões cutâneas na pele faz-se muitas vezes lembrar a forma de uma serpente.
É uma doença infeciosa provocada pela reativação do mesmo vírus que provoca a varicela. Caracteriza-se por uma erupção cutânea acompanhada de dor intensa, num dos lados do corpo, que ocorre com maior frequência em indivíduos com mais de 50 anos.

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Causas da zona

Surge quando a imunidade que se tinha formado contra o vírus diminui. Qualquer pessoa que tenha tido varicela pode vir a desenvolver a doença, sobretudo a partir dos 50 anos. A Zona, também designada por Herpes Zoster, aparece apenas nas pessoas que tiveram varicela em alguma altura da sua vida. Após a varicela, normalmente na infância, o vírus não é eliminado do organismo, e aloja-se num nervo, geralmente junto à espinal medula e aí fica como que adormecido. Pode manter-se assim durante muitos anos.

Esta patologia manifesta-se através de uma erupção cutânea, geralmente na região torácica, que evolui para bolhas dolorosas, que formam crosta e cicatrizam ao fim de semanas. Os tratamentos existentes podem diminuir a duração da doença e a intensidade da dor, quando tomados 72 horas após o início dos sintomas.

O sistema imunitário

Quando as defesas naturais do organismo enfraquecem temporariamente, o vírus pode reativar-se, deslocando-se, então, ao longo do nervo até atingir a pele, onde provoca a erupção característica da Zona. Este processo é quase sempre acompanhado de uma dor localizada muito intensa, pois todo o nervo por onde o vírus se desloca fica muito inflamado.

O enfraquecimento das defesas naturais pode dever-se a fatores como:

  • Uma infeção prévia (ex.: Gripe);
  • Uma intervenção dentária;
  • Abuso do álcool;
  • Um acontecimento psicologicamente traumatizante;
  • Tratamento com corticóides, quimioterapia ou radioterapia;
  • Uma intervenção cirúrgica.

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Qual a prevalência na população?

95% da população adulta já teve varicela  pelo que tem no organismo o vírus que provoca a zona, estando em risco de desenvolver a doença. Uma em cada quatro pessoas irá desenvolver zona ao longo da vida. O risco de desenvolver a zona duplica aos 50 anos devido ao enfraquecimento do sistema imunitário associado ao envelhecimento.

Sintomas quais são e como evolui?

O primeiro sintoma da Zona é quase sempre a dor intensa localizada, que se sente, às vezes, antes de surgirem as lesões da pele. A maioria dos doentes sente na área afetada dor intensa ou ardor que pode ser constante ou intermitente. Por vezes, estímulos habitualmente não dolorosos, podem provocar dor intensa. Na fase aguda da Zona (quando existe erupção cutânea) a dor está presente, em média, durante 2-4 semanas.

As lesões são pequenas bolhas avermelhadas que surgem progressivamente ao longo de uma faixa estreita de pele. Normalmente, surge uma erupção cutânea unilateral que pode aparecer em muitos locais, mas a localização mais comum é a região do tórax, cabeça e pescoço. A erupção cutânea evolui para vesículas (bolhas) dolorosa. As vesículas passam a feridas em três dias; após uma semana a dez dias as feridas secam e as crostas caem ao fim de duas a três semanas.

Complicações

A principal complicação da Zona é a permanência da dor. Esta dor, a que se dá o nome de neuralgia pós-herpética, pode tronar-se crónica e persistir durante meses ou anos, impedindo muitas vezes o doente de levar uma vida normal e despreocupada. Podem ocorrer outras complicações, como por exemplo quando são atingidos os olhos. Nestes casos, existe o risco de cegueira.

Em 10 a 20% dos casos, a Zona afeta o olho e pode causar alterações da visão ou mesmo cegueira. Pode também provocar perda de audição no lado afetado, assim como infeções cutâneas ou cicatrizes permanentes.

Será contagiosa?

A zona deve-se à reativação do vírus da varicela que ficou latente no organismo, como tal, não é possível contrair através de outras pessoas. Um indivíduo com Zona pode transmitir o vírus a alguém que nunca teve varicela, normalmente a crianças, que desenvolverão a varicela. Sendo a forma de contágio idêntico ao da varicela.

Tratamento da zona

Deve-se ir imediatamente ao médico assim que as bolinhas surgem na pele. Se se sentir uma dor aguda localizada, do tipo queimadura ou facada, mesmo antes das bolhas aparecerem, não se deve adiar a ida ao médico. Quanto mais cedo o médico prescrever o tratamento adequado, mais depressa desaparecerão as feridas e mais hipóteses terá de as dores não continuarem. O tratamento antiviral mais comum é o seguinte:

  • Aciclovir 800 mg, comprimidos, de 4/4h, saltando a toma noturna.

A Zona não tem cura, contudo, alguns medicamentos podem diminuir a duração da doença e a intensidade da dor, quando tomados nas 72 horas após o início dos sintomas. Os medicamentos para a Zona têm como prioridade máxima o controlo da dor, mas este pode ser difícil e muitas vezes o alívio não é o desejado. É muito importante levar o tratamento até ao fim. Os banhos mornos acalmam a erupção, mas deve evitar-se a aplicação de talco e cremes. Usar roupas soltas e macias, para evitar pressão nas áreas afetadas. Não coçar, nem arrancar as crostas.

Existe vacina?

Sim, está disponível em Portugal, a primeira vacina para a prevenção da zona e da nevralgia pós-herpética, que está nas farmácias, para vacinação de adultos a partir dos 50 anos, numa única administração, mediante prescrição médica. O nome da vacina é o seguinte:

  • ZOSTAVAX® vacina viva contra a zona (Herpes zoster)

Composição da vacina

Após reconstituição, 1 dose (0,65 ml) contém:

  • Vírus da varicela-zoster , estirpe Oka/Merck, (vivo, atenuado) não menos de 19400 UFP produzido em células diploides humanas (MRC-5),
  • UFP = Unidades formadoras de placas.

Esta vacina pode conter quantidades vestigiais de neomicina

Indicações terapêuticas:

ZOSTAVAX está indicado na prevenção do herpes zoster (“zoster” ou zona) e da nevralgia pós-herpética (NPH) relacionada com o herpes zoster. ZOSTAVAX está indicado na imunização de indivíduos com 50 ou mais anos de idade.

Concluindo

A família do vírus HERPES é mais alargada do que a maioria das pessoas julga. Neste artigo tentei mostrar as diversas doenças distintas que se interligam (por exemplo a varicela e a zona) por serem causadas por vírus da mesma família do Herpes. Sendo algumas doenças muito comuns, principalmente o Herpes labial, é de toda a importância conhecer as suas causas, complicações, tratamento e como evitar o seu contágio.

Fique bem

Franklim Moura Fernandes

Fontes:

Tosse causas perigos e melhor tratamento



Tosse causas perigos e tratamento… toda a verdade! Quais os tipos de tosse? Tosse seca persistente, tosse com expetoração, tosse alérgica, tosse do canil, etc quais as causas? Qual o melhor tratamento? A tosse é um sintoma muito comum geralmente sem gravidade mas que em alguns casos e doentes de risco pode ser um alerta que, se for bem diagnosticado, sinaliza algumas doenças graves como pneumonias e problemas cardíacos!

Neste artigo vou tratar os seguintes :

  • Tosse o que é ?
  • Qual a função?
  • Causas;
  • Tosse pode sinalizar problemas cardíacos?
  • Refluxo gastroesofágico pode provocar tosse?
  • Infeções podem desencadear tosse?
  • Quais as principais causas da tosse crónica?
  • Medicamentos podem causar tosse?
  • Situações de encaminhamento para apoio médico urgente;
  • Aconselhamento e diagnóstico correto?
  • Tosse não produtiva (seca);
  • Tosse produtiva (com expetoração);
  • O que significa a presença de expetoração amarelo-esverdeado?
  • O que significa a presença de muco com sangue?
  • Terapêutica não farmacológica;
  • Terapêutica farmacológica;
  • Antitússicos mais eficazes;
  • Mucolíticos e expetorantes mais eficazes.
As cinco grandes mentiras sobre saúde
Um original de Franklim Moura Fernandes

Tosse qual a sua função?

A tosse é um mecanismo de defesa que consiste na expulsão súbita e violenta de ar dos pulmões com o objetivo de remover as secreções e corpos estranhos das vias aéreas superiores. A tosse mais frequente é a causada por infeções virais do trato respiratório superior e está muitas vezes associada ao resfriado comum. A tosse pode ocorrer em qualquer altura do ano com maior prevalência na época mais fria.

Reflexo da tosse fisiologia e anatomia

O reflexo da tosse envolve cinco grupos de componentes:

  • Recetores de tosse,
  • Nervos aferentes,
  • Centro da tosse,
  • Nervos eferentes,
  • Músculos efetores.

O mecanismo da tosse requer um complexo arco reflexo iniciado pelo estímulo irritativo em recetores distribuídos pelas vias aéreas e em localização extratorácica. O início deste reflexo dá-se pelo estímulo irritativo que sensibiliza os recetores difusamente localizados na árvore respiratória, e posteriormente é enviado à medula.

Reflexo_da_tosse_anatomia

Recetores e estímulos

Os recetores da tosse podem ser encontrados em grande número nas vias aéreas altas, da laringe até a carina, e nos brônquios, e podem ser estimulados pelos seguintes mecanismos:

  • Químicos (gases),
  • Mecânicos (secreções, corpos estranhos),
  • Térmicos (ar frio, mudanças bruscas de temperatura),
  • Inflamatórios (asma, fibrose cística).

Também podem existir recetores para tosse nas seguintes localizações anatómicas:

  • Cavidade nasal e os seios maxilares (nervo trigémeo aferente),
  • Faringe (nervo glossofaríngeo aferente),
  • Canal auditivo externo e a membrana timpânica,
  • Pleura,
  • Estômago (nervo vago aferente),
  • Pericárdio e diafragma (nervo frênico aferente),
  • Esófago.

Alvéolos não têm recetores da tosse

Os recetores de tosse não estão presentes nos alvéolos e no parênquima pulmonar. Portanto, um indivíduo poderá apresentar uma pneumonia alveolar com consolidação extensa, sem apresentar tosse.

Nervo vago

Os impulsos da tosse são transmitidos pelo nervo vago até um centro da tosse no cérebro que fica difusamente localizado na medula. Não se conhece o local exato do centro da tosse. O centro da tosse pode estar presente ao longo de sua extensão, já que ainda faltam evidências significativas capazes de definir sua localização precisa no encéfalo.

Os recetores da tosse pertencem ao grupo dos recetores rapidamente adaptáveis, que representam fibras mielinizadas, delgadas e contribuem para a condução do estímulo, mas ainda permanece não esclarecido seu potencial de indução de bronco-constrição.(5-6)

Os recetores rapidamente adaptáveis têm a característica de sofrerem rápida adaptação perante a insuflação pulmonar mantida por cerca de 1 a 2 segundos, e são ativados por substâncias como:

  • Tromboxane,
  • Leucotrieno C4,
  • Histamina,
  • Taquicininas,
  • Metacolina,
  • Esforço inspiratório e expiratório com a glote fechada.

Agem sinergicamente com outros subtipos de nervos aferentes para gerar tosse. Recetores de adaptação lenta ao estiramento também participam do mecanismo da tosse de forma ainda não definida.

Nervos aferentes

Outro grupo de nervos aferentes envolvidos no mecanismo da tosse é o composto pelas fibras C, as quais não são mielinizadas, possuem a capacidade de produzir neuropeptídeos, têm relativa insensibilidade à distensão pulmonar e ativam-se pelo efeito da bradicinina e da capsaicina.

As terminações das fibras C brônquicas ou pulmonares estão envolvidas na bronco constrição. No entanto, o real papel das fibras C na fisiopatologia da tosse tem sido alvo de discussões na literatura, já que o transporte dos estímulos da tosse ocorre preferencialmente através de fibras mielinizadas.

Há indícios de que as fibras C brônquicas possam inibir o reflexo da tosse. Os recetores rapidamente adaptáveis interagem com estas fibras, que geram inflamação neurogénica em resposta ao seu próprio estímulo (ácido cítrico, tabagismo, bradicinina) e, por sua vez, passam a libertar taquicininas, que ativam os recetores rapidamente adaptáveis. Este ciclo induz tosse na dependência do grau de ação nestes recetores, já que mediante estímulo leve poderá potencializá-la por mecanismo local e, sendo o mesmo mais intenso, pode inibi-la por ação reflexa central.

Em regiões basais do epitélio respiratório encontram-se terminações nervosas, principalmente do tipo sensitivas, capazes de mediar inflamação neurogénica e libertar neuropeptídeos (taquicininas) como a substância P, neurocinina A e peptídeo relacionado com o gene da calcitonina, que acarretam a produção de muco, além das consequências relacionadas com o processo inflamatório.

Causas da tosse

As causas da tosse são múltiplas, a saber:

  • Presença de irritantes inalados ou aspirados, incluindo o fumo do tabaco, secreções, conteúdo gástrico;
  • Doenças pulmonares agudas ou crónicas ou ainda mais graves como o cancro;
  • Qualquer situação que desenvolva inflamação, constrição, infiltração ou compressão das vias respiratórias pode desencadear tosse;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Refluxo gastroesofágico.

Tosse produtiva e não produtiva

Tosse com expetoração (produtiva)

  • Há produção de muco ou expetoração
  • Sentida no peito

Tosse seca persistente (não produtiva)

  • Seca e irritativa
  • Não existe produção de muco
  • Sentida na garganta

Problemas cardíacos e tosse

A tosse pode ser um sintoma de insuficiência cardíaca pelo que, havendo história desta doença, especialmente existindo tosse persistente, o encaminhamento médico é aconselhável.

Refluxo gastroesofágico e tosse

O refluxo gastroesofágico é uma doença que afeta muitos doentes e que consiste  na libertação de parte do ácido gástrico para o esófago provocando, no mínimo, uma irritação local do esófago e por vezes da traqueia provocando uma tosse tipicamente seca.

Esta tosse é mais persistente à noite ao deitar por causa da posição horizontal que potencia o refluxo gastroesofágico em pessoas mais sensíveis. Assim uma tosse noturna persistente cuja causa seja refluxo gastroesofágico,, deve ser tratada com uma saqueta de sucralfato antes de deitar. A emulsão de sucralfato forma uma barreira à entrada do estômago que dificulta a saída do ácido para o esófago e traqueia.

Infeções podem desencadear tosse

Infeções que provocam tosse com duração superior a 3 semanas como a tosse convulsa que se caracteriza por uma duração de meses, uma tosse de tipo espasmódica seguida de um “guincho” característico e infeções provocadas por microrganismos como o Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumonias, Mycobacterium tuberculoso e avium, adenovírus, vírus da influenza e outros vírus respiratórios causadores de bronquite crónica podem ser causas de tosse prolongada.

Tosse crónica e principais causas

A bronquite crónica (tosse e expetoração, na maior parte dos dias, durante 3 meses contínuos, em 2 anos sucessivos) provocada por tabagismo ou por exposição a agentes tóxicos é uma causa muito comum de tosse crónica na população em geral. Em adultos não fumadores a asma é a causa mais importante de tosse crónica. O refluxo esofágico é também uma das causas de tosse.

Medicamentos podem causar tosse?

Alguns medicamentos podem causar tosse. Entre os mais frequentes podemos referir os inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA), utilizados na hipertensão, tais como:

  • Enalapril,
  • Captopril,
  • Lisinopril,
  • Ramipril,

A incidência da tosse varia entre 5 e 35% dos doentes que tomam estes medicamentos e cujo aparecimento dos efeitos pode ser de horas até 3 meses desde o início do tratamento.

Existem muitos outros medicamentos associados ao aparecimento da tosse, entre outros:

    • Antagonistas dos recetores AT1 da angiotensina II (ARA II), utilizados na hipertensão,
    • Inibidores da bomba de protões, utilizados para diminuir a acidez do estômago
    • Antiretrovirais, usados no HIV
    • Antagonistas dos canais cálcio, utilizados na hipertensão (ex: amlodipina)
    • Anti-inflamatórios não-esteroides (AINE), utilizados nas dores e inflamação,
    • Betabloqueadores, utilizados na hipertensão e algumas patologias cardíacas.

Apoio médico urgente

Há situações em que a tosse sinaliza a necessidade de consulta médica urgente de forma a assegurar que não estamos na presença de um grave problema de saúde. A saber:

  • Idade inferior a 2 anos;
  • Idade superior a 75 anos;
  • Tosse há mais de 2 semanas;
  • Falta de ar (dispneia) e/ou ruídos respiratórios;
  • Dor;
  • Expetoração espessa ou opaca com sangue;
  • Febre >38,5°C ou febre baixa durante mais de 3 dias;
  • Astenia, cansaço e/ou perda de peso;
  • Placas de pus na garganta;
  • Disfagia (dificuldade em engolir);
  • Doentes com Asma, DPOC, enfisema  insuficiência cardíaca;
  • Doentes a tomar medicamentos como amiodarona (arritmias), IECA (tensão arterial), bloqueadores do canais de cálcio (taquiarritmia, angina de Prinzmetal e hipertensão).  digoxina (coração), infliximab (doenças autoimunes);
  • Gravidez;
  • Amamentação;
  • Sem eficácia há mais de 7 dias;
  • Hemorragias.

Diagnóstico correto como se faz?

  • Distinção da tosse produtiva da não produtiva;
  • Momento do dia em que se manifesta;
  • Diabetes, úlcera péptica, hipertensão arterial, rinite alérgica;
  • Antiagregantes plaquetários;
  • Tabagismo;
  • Vigiar obstipação, depressão respiratória, antecedentes de úlceras;
  • Refluxo gastroesofágico.

Resumo de pontos chave:

  • A tosse que se prolongada mais de 2 semanas deve ser avaliada pelo médico, com auscultação pulmonar;
  • Antes de selecionar um medicamento deve identificar a possível origem da tosse;
  • Deve-se evitar a indicação sistemática de antitússicos ou seja medicamentos para tosse seca.

SINTOMAS

Tosse seca (não produtiva)

Na tosse não produtiva não há produção de muco. Este tipo de tosse é, normalmente, provocado por infeções virais e é autolimitada. No entanto existem outras causas de tosse seca, tais como:

    • Fumo do tabaco,
    • Ambiente seco,
    • Alterações bruscas de temperatura,
    • Alergénios do ar,
    • Asma,
    • Cancro do pulmão,
    • Alguns medicamentos, nomeadamente para a hipertensão
    • Refluxo gastroesofágico.

Tosse com expetoração (produtiva)

Na tosse produtiva há produção de muco (expetoração). Surge na sequência de uma hiperprodução de muco devido à irritação das vias áreas causada por uma infeção, alergia, etc. O muco transparente ou esbranquiçado não está infetado.

Expetoração amarelo-esverdeado

Quando o muco tem coloração pode significar a existência de uma infeção pulmonar tal como bronquite ou pneumonia e é necessário encaminhamento médico. Nestes casos, o muco pode ser amarelo-esverdeado e estar muito espesso.

Sangue no muco expetorado

Podem aparecer vestígios de sangue no muco dando uma coloração rosa a vermelho forte. A presença de sangue no muco pode significar apenas o rompimento de um pequeno vaso devido ao esforço de tossir mas também pode ser um sinal muito grave. Sangue na expetoração necessita de encaminhamento médico. 

Mucolítico e expetorante diferenças

Um mucolítico diminui a viscosidade das secreções e mucosidades facilitando a sua expulsão natural. Um expetorante estimula os mecanismos orgânicos de expulsão do muco, tais como:

    • Ativação do movimento ciliar,
    • Aumento do volume hídrico,
    • Aumenta a secreção aquosa das glândulas submucosas, salivares e mucosa nasal,
    • Estimulam o reflexo da tosse.

Terapêutica não farmacológica

  • Hidratação (beber 1,5 a 2 I de água por dia)
  • Humidificação do ambiente
  • Levantar a cabeceira da cama
  • Rebuçados sem açúcar ou pastilhas de chupar podem contribuir para o alívio da tosse.

Terapêutica farmacológica

Que cuidados devo ter?

Alguns medicamentos para a tosse devem ser evitados em diabéticos (Ex: xaropes com açúcar) e em doentes com doença coronária e hipertensão (Ex: antitússicos com codeína).

Antitússicos

São medicamentos adequados para o tratamento da tosse seca ou não produtiva. De seguida descrevo os principais e a posologia habitual para um adulto:

  • Levodropropizina (60mg 3xdia – antitússico de ação periférica), Ex: Levotuss®
  • Dextrometorfano (10 a 20mg 4/4h ou 30mg cada 6/8h – opiácio de ação central), Ex: Bisoltussin®
  • Oxolamina (100 a 200mg 3xdia – anticolinérgico/antihistamínico)
  • Codeína + Feniltoloxamina 2.22 mg/ml + 0.733 mg/ml ( 10ml de 12/12h) Ex: Codipront®
  • Butamirato (6mg 4xdia – antitussico) Ex: Sinecod®

Antitússicos quando utilizar?

Antitússicos utilizam-se quando é necessário impedir o processo de tosse por alguma destas razões:

  • Alteração do descanso noturno ou da atividade diurna;
  • Irritação brônquica induz ataques de tosse posteriores
  • Perigo de dano para os doentes por diversos motivos (cirurgias, etc.)

Mucolíticos e expetorantes

Fármacos mucolíticos e expetorantes adequados na tosse produtiva  e respetiva  posologia habitual para um adulto:

  • Ambroxol (20 a 40mg  3xdia) Ex: Broncoliber®, Mucosolvan®
  • Bromexina (8 a 10mg 3xdia) Ex: Bisolvon®
  • Acetilcisteína (200mg 3xdia ou 600 mg 1xdia) Ex: Fluimucil®
  • Carbocisteína (750mg 3xdia, reduzir a 1/3 após a melhoria dos sintomas) Ex: Pulmiben®
  • Sobrerol ou ciclidrol (80 a 160 mg 2xdia) Ex: Mucodox®

Os fármacos mucolíticos e expetorantes ajudam a incrementar a expetoração, conseguindo aliviar e facilitar a tosse produtiva tendo ação sobre o sistema muco ciliar:

  • Aumentando o volume da secreção (expetorantes, ex: ambroxol);
  • Diminuindo a viscosidade do muco (mucolíticos, ex: acetilcisteína);
  • Regulando a sua consistência (muco reguladores);
  • Potenciando a atividade de limpeza muco ciliar.
As cinco grandes mentiras sobre saúde
As cinco grandes mentiras sobre saúde

Quais os melhores seguros e eficazes?

A escolha do medicamento para combater a tosse depende antes demais do tipo de tosse, produtiva ou não e da segurança no que concerne a efeitos secundário e interações com outros medicamentos, assegurando sempre a eficácia do tratamento. Atualmente uma imensa fatia das prescrições médicas utiliza os medicamentos que descrevo de seguida. Entre parêntesis apresenta-se  a posologia habitual para um adulto.

Tosse não produtiva ou seca

No que concerne à tosse não produtiva ou seja seca tem havido uma utilização crescente da:

  • Levodropropizina (60mg 3xdia – antitússico de ação periférica), Ex: Levotuss®. Não existe genérico no mercado.

Tosse produtiva ou com expetoração

No que concerne à tosse  produtiva ou seja com expetoração, tem havido uma utilização crescente da:

  • N-acetilcisteína (200mg 3xdia ou 600 mg 1xdia) Ex: Fluimucil®. Já existe genérico no mercado.
  • Ambroxol (20 a 40mg  3xdia) Ex: Broncoliber®. Já existe genérico no mercado.

Efeitos secundários

Levodropropizina (antitússico)

Muito raramente observaram-se as seguintes reações adversas: Urticária, vermelhidão da pele, erupção da pele, comichão, angioedema, reações cutâneas. Foi notificado um caso isolado, fatal, de epidermólise. Dor abdominal e dor de estômago, náuseas, vómitos, diarreia. Foram notificados dois casos individuais de glossite (inflamação da língua) e febre aftosa, respetivamente. Foi também notificado um caso de hepatite colestática, assim como um caso de coma hipoglicémico numa doente idosa, que estava a tomar simultaneamente hipoglicemiantes orais.

Reações alérgicas e anafiláticas, mal-estar geral. Foram notificados casos individuais de edema generalizado, síncope e astenia. Tonturas, vertigens, tremores, parestesia. Foi notificado um único caso de convulsões tónico-clónicas e um ataque de pequeno mal. Palpitações, taquicardia, hipotensão. Foi notificado um caso de arritmia cardíaca (bigeminismo auricular). Irritabilidade, sonolência, despersonalização. Dispneia, tosse, edema do trato respiratório. Astenia e fraqueza nos membros inferiores. Foram notificados alguns casos de edema da pálpebra, na sua maioria referidos como edema angioneurótico, considerando a presença simultânea de urticária.

Foi reportado um caso individual de midríase, assim como um único caso de perda da capacidade de visão bilateral. Em ambos os casos, as reações desapareceram após a interrupção do tratamento. Foi notificado um caso isolado de sonolência, hipotonia e vómitos num recém-nascido, após a toma de levodropropizina pela mãe que o amamentava. Os sintomas apareceram depois do bebé ser amamentado e desapareceram espontaneamente, algumas mamadas, após a interrupção do aleitamento materno.

Ocasionalmente, foram observadas as seguintes reações adversas consideradas graves: alguns casos de reações cutâneas (urticária, prurido), o já mencionado caso de arritmia cardíaca, o caso de coma hipoglicémico, assim como algumas reações alérgicas/anafiláticas envolvendo edema, dispneia, vómitos e diarreia. Como já referido, um caso isolado, fatal, de epidermólise, ocorrido numa doente idosa submetida a múltiplos tratamentos.

Acetilcisteína (mucolítico)

Ocasionalmente podem produzir-se alterações digestivas tais como náuseas, vómitos e diarreias, raramente apresentam-se reações de hipersensibilidade, como urticária e broncoespasmos. Especial atenção nos doentes asmáticos pelo risco de ocorrer uma crise de asma (broncoconstrição). Nestes casos deve interromper-se o tratamento e consultar um médico

Ambroxol (expectorante)

Foram descritos pirose, dispepsia, náuseas, vómitos, diarreia e outros sintomas gastrointestinais moderados. Foram descritos, muito raramente, erupção cutânea, urticária, edema angioneurótico, reações anafiláticas (incluindo choque anafilático) e outras reações alérgicas (hipersensibilidade). Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detetar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

Concluindo

A tosse é um sintoma muito comum na população principalmente porque é muitas vezes consequência de fatores desencadeantes que estão presentes na nossa rotina diária tais como fumos, poeiras, pós com alergénios e diferenças de temperatura, só para citar alguns. Os sinais mais importantes são, no entanto, quando a tosse é causada por problemas de saúde mais graves tais como asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), cancro e claro infeções do trato respiratório.

Uma tosse seja ela qual for é portanto um sinal de alarme que deve ser tratado de imediato e se for persistente (mais de 15 dias) ou acompanhada de febre, dificuldade respiratória ou dor no peito deve também ser procurado apoio médico urgente! Proteja-se a tempo e evite uma evolução grave da doença subjacente.

Referências:

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Azia enfartamento refluxo e digestão como tratar?

Azia refluxo pirose enfartamento gases são problemas digestivos muito comuns principalmente em épocas festivas! Quais as causas, sinais e perigos? Que medicamentos podem piorar os sintomas? Qual o melhor tratamento e como conseguir rápido alívio dos sintomas? Como recuperar dos excessos das épocas especiais como Natal, Ano Novo, Páscoa, aniversários, festas e férias?

Leia também: Álcool e ressaca… esta é a melhor forma de evitar e recuperar!

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

    • Digestão o que é?
    • Quanto tempo demora a digestão?
    • Má digestão ou dispépsia.
    • Dispepsia sintomas, causas, prevenção e diagnóstico.
    • Qual a anatomia do estômago?
    • Azia ou pirose: O que é?
    • Quais os sintomas?
    • Refluxo gastroesofágico: O que é?
    • Qual a anatomia do estômago?
    • Qual a causa da azia?
    • Que medicamentos podem provocar azia?
    • Quais os anti-inflamatórios menos agressivos para o estômago?
    • Anti-inflamatórios de última geração: Serão uma boa alternativa?
    • Ansiolíticos e contraceptivos orais podem provocar refluxo?
    • Idade e azia ou refluxo: Qual a relação?
    • Gravidez e azia ou refluxo: O que acontece nessa fase?
    • O que pode tomar uma grávida para a azia?
    • Que factores agravam a azia e refluxo?
    • Que alimentos agravam a azia e refluxo?
    • Quais os sinais de alarme para pedir apoio médico urgente?
    • Como melhorar a azia e refluxo?
    • Quais os medicamentos mais utilizados para a azia e refluxo
    • Quais os efeitos secundários e interacções mais frequentes dos antiácidos?

Digestão

O que acontece durante a digestão? O sistema digestivo para levar a cabo, com sucesso, o processo de digestão total dos alimentos, é composto pelas seguintes quatro etapas essenciais:

  • Mastigação – acontece na boca e reduz os alimentos a um bolo alimentar pela ação mecânica de mastigar e também pela ação enzimática da saliva;
  • Processamento químico e enzimático – acontece principalmente no estômago com pela ação do ácido clorídrico e da enzima pepsina, entre outras; Esta é a etapa mais importante na digestão das proteinas;
  • Processamento no intestino delgado – absorve macromoléculas e nutrientes para a corrente sanguinea;
  • Fermentação e remoção da água – acontece no cólon (intestino grosso);

As substâncias simples da nossa alimentação, como a água, os sais minerais e as vitaminas (excepto a vitamina B12), são absorvidas ao longo do tubo digestivo sem sofrerem transformações. No entanto, as macromoléculas, como proteínas, gorduras e hidratos de carbono, têm de ser transformadas em moléculas pequenas e menos complexas para serem absorvidas, assim:

  • Proteínas são desdobradas em polipéptidos, péptidos e aminoácidos;
  • Hidratos de carbono são transformados em açúcares simples (monossacarídeos) como a glicose, a frutose e a galactose, entre outros;
  • Gorduras são parcialmente separadas em ácidos gordos e glicerinas.

Quanto tempo demora a digestão?

O tempo de digestão difere de pessoa para pessoa e entre os sexos. Após comermos, os alimentos demoram cerca de seis a oito horas até passarem do estômago para o intestino delgado.

De seguida, passam ao intestino grosso (cólon), dando-se a absorção de água e finalmente o excedente é eliminado nas fezes.

Local do sistema digestivoFunção primáriaTempo que ficam os alimentos a digerir
BocaDigestão mecânica e química1 minuto
EsófagoTransportar os alimentos depois de deglutidos3 segundos
EstômagoDigestão mecânica e química2 a 4 horas
Intestino delgadoDigestão mecânica e química3 a 5 horas
Intestino grossoAbsorção de água> 10 horas

Em geral os alimentos demoram cerca de 24 a 72 horas desde o momento em que são mastigados até serem eliminados nas fezes os resíduos que o nosso organismo não conseguiu utilizar.

Se estiver mais de 72 horas sem defecar isso é um sintoma de obstipação que pode ser perigoso!

Leia também: Estes são os perigos da obstipação, toda a verdade!

Má digestão ou dispépsia

Os sintomas de má digestão ou dispepsia são muitas vezes recorrentes e normalmente dividem-se em dois grupos:

  • Sensação de dor, ardor ou desconforto na região do estômago ou parte superior do abdómen;
  • Dificuldade em digerir os alimentos, seja por uma saciedade precoce ou por sensação de enfartamento após as refeições.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, a dispepsia é mais frequente nos países com um estilo de vida ocidentalizado, afetando cerca de 20 a 40% da população.

Leia também: Gases arrotos barriga inchada e perigos ocultos, toda a verdade!

Causas

A dispepsia ou indigestão é muito comum e afeta pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. No entanto, existem hábitos e condições de saúde que fazem aumentar os riscos, tais como:

  • Comer em excesso e demasiado depressa, sobretudo alimentos ricos em gordura;
  • Consumir bebidas alcoólicas em excesso;
  • Ser fumador;
  • Consumir fármacos que irritem o estômago como a aspirina e anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno ou diclofenac;
  • Ter uma úlcera ou qualquer outra doença do sistema digestivo;
  • Estar sujeito a stress emocional, ansiedade ou depressão.

Prevenção

 

Diagnóstico

Existem diversos exames de diagnóstico que podem despistar a dispepsia. Uma vez que os sintomas são idênticos para as formas orgânicas e funcionais desta doença, a endoscopia digestiva alta é o exame mais importante para a obtenção de um diagnóstico.

Consiste na observação direta do revestimento interno do esófago, estômago e duodeno. Complementarmente deve realizar-se uma pesquisa pela infeção por Helicobacter pylori através de uma biópsia.

As análises sanguíneas e a ecografia abdominal são outro instrumento de diagnóstico, de modo a avaliar a saúde dos órgãos anexos ao estômago, como o pâncreas, fígado, vesícula e vias biliares.

Estômago qual a anatomia?

O estômago é um órgão do sistema digestivo, localizado abaixo do diafragma, acima do pâncreas, entre o esôfago e o duodeno. No estômago, os alimentos são pré-digeridos e esterilizados, seguindo para o intestino, onde são absorvidos.

Em humanos, o estômago tem um volume de cerca de 50 ml (mililitros) quando vazio. Depois de uma refeição, geralmente expande-se para suportar cerca de 1 litro de comida, mas pode expandir-se até 4 litros.

O estômago apresenta duas comunicações:

  • Uma superior chamada cárdia, que o comunica ao esôfago
  • Outra inferior, chamada piloro, que o comunica ao intestino delgado.

O estômago tem duas classificações, uma cirúrgica e outr anatómica.

Na classificação cirúrgica é subdividido em:

  • Cárdia,
  • Fundo,
  • Corpo,
  • Antro,
  • Piloro,
  • Curvatura menor,
  • Curvatura maior,
  • Face anterior,
  • Face posterior.

Na sua classificação anatómica o estômago é dividido em:

  • Porção vertical chamada trituradora,
  • Porção horizontal chamada evacuadora.

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Função

O estômago tem uma função essencial na digestão dos alimentos. No seu interior situam-se as glândulas gástricas que produzem o suco gástrico.  As células da parede do estômago estão protegidas contra a forte acidez do suco gástrico, porque produzem e libertam um muco que forma uma espessa camada protetora.

No estômago, o suco gástrico é misturado com os alimentos a digerir, através dos movimentos peristálticos, e o bolo alimentar é transformado em quimo. O suco gástrico é muito rico em enzimas digestivas com particular destaque para a pepsina que é responsável pela digestão das proteínas. Assim é aqui que se incia o processo de digestão das proteínas considerado um dos mais importantes mecanismos para o bom funcionamento do nosso corpo.

Proteção contra bactérias, vírus e fungos

A forte acidez do estômago também serve de barreira protetora contra a entrada de microrganismos patogénicos como vírus, bactérias, fungos e parasitas pois dificilmente algum consegue escapar com vida até ao intestino!

O adjetivo gástrico refere-se ao estômago. Assim, a retirada cirúrgica do estômago ou parte dele chama-se gastrectomia. A colocação de tubos no estômago através do abdômen chama-se gastrostomia. A modificação do estômago chama-se gastroplastia.

Helicobacter pylori

Apesar dos ácidos presentes no estômago nos manterem protegidos contra os principais agentes infeciosos, existem muitos estudos que apontam para que a bactéria Helicobacter pylori seja responsável pela maioria dos casos de gastrite crónica, úlceras gástricas e cancro do estômago (nos casos de adenocarcinoma e linfoma MALT – tipo específico de linfoma da mucosa do estômago).

Azia ou Pirose e refluxo

A azia ou pirose manifesta-se por uma sensação de ardor na parte posterior do esterno e que se estende desde a parte superior do estômago até à boca podendo haver refluxo ou regurgitação com sabor ácido ou amargo.

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Sintomas mais comuns

A azia manifesta-se das seguintes formas:

  • Ardor incómodo na linha média da parte superior do estômago (epigastro) e que se pode estender para a parte posterior do esterno.
  • O ardor pode sentir-se apenas na parte do esterno mas pode também sentir-se na garganta, provocando um sabor amargo na boca.
  • Pode haver dor.

Causas da Azia

Os sintomas da azia são causados pelos conteúdos do refluxo esofágico, de natureza ácida, no esófago, que irritam a superfície sensível da mucosa. Trata-se de um problema de saúde que não causa transtorno em pessoas saudáveis, salvo se a sua frequência e intensidade aumentar. Poderá, no entanto, em alguns casos, ser sinal de problemas de saúde mais sérios.

Uma das causas mais comuns da irritação esofágica é a própria doença de refluxo esofágico devida a deficiências do esfíncter esofágico inferior. Também a hérnia do hiato pode provo­car acidez resultado de parte do estômago escapar pelo diafragma, embora não se manifestem sintomas em todos os doentes.

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Medicamentos que podem provocar azia

Alguns medicamentos podem provocar irritação gastro esofágica, a saber:

  • Ácido acetil salicílico (AAS) – Ex. Aspirina®
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINE), tais como, Brufen® (ibuprofeno), Voltaren® (diclofenac), Nimed® (nimesulide), Naprosyn® (naproxeno). Profenid® (cetoprofeno), piroxicam,
  • Diazepam (Valium®)
  • Alprazolam (Xanax®)
  • Contraceptivos orais
  • Alendronato, utilizado na osteoporose
  • Corticoides, utilizados no combate à inflamação
  • Antagonistas do canais de cálcio, utilizados em algumas doenças cardiovasculares
  • Inibidores selectivos da recaptação da serotonina, utilizados como antidepressivos
  • Clopidogrel, utilizado para evitar a formação de coágulos em doentes de risco ou com doença cardiovascular
  • Digoxina, utilizada como cardiotónico no tratamento da insuficiência cardiaca e taquicardia
  • Teofilina, utilizada como broncodilatador
  • Eritromicina é um antibiótico
  • Tetraciclinas é uma classe de antibióticos
  • Suplementos de ferro, utilizados, por exemplo, no tratamento de muitas anemia
  • Potássio

Anti-inflamatórios menos agressivos

Praticamente todos os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) clássicos referem como reações adversas pro­blemas de irritação gástrica que podem manifestar-se também quando a administração é parenteral ou retal. O ibuprofeno (Brufen®) e o diclofenac (Voltaren®) parecem ter menor risco de toxicidade gástrica, situando-se numa posição intermédia o naproxeno e o AAS e, com maior risco o piroxicam, o cetoprofeno, entre outros.

Anti-inflamatórios de última geração

Existe uma classe de anti-inflamatórios mais recente, Os anti-inflamatórios não esteroides inibidores seletivos da ciclo-oxigenase-2 (Coxibes) são fármacos utilizados no tratamento da dor e inflamação crónica, principalmente em patologias de origem musculoesquelética, como:

    • Artrite reumatoide,
    • Osteoartrose,
    • Espondilite anquilosante.

Os Coxibes mais prescritos são os seguintes:

  • Celecoxib (Celebrex®, Solexa®))
  • Etoricoxib (Arcoxia®, Exxiv®)

Os Coxibes têm como objetivo a inibição seletiva de uma das isoformas da enzima ciclo-oxigenase, a COX-2, que regula a produção dos principais prostanóides envolvidos no processo inflamatório, na dor e na febre. Existe evidência clínicas de que os Coxibes podem também atuar na prevenção de cancros e na doença de Alzheimer, devido à indução da COX-2 em diversos tecidos.

Os Coxibes possuem eficácia terapêutica semelhante aos anti-inflamatórios não esteróides clássicos, no entanto, demonstram uma diminuição significativa dos efeitos adversos gastrointestinais, característicos dessa classe. Contudo, só após a sua comercialização foi possível observar o aumento do risco cardiovascular associado ao tratamento com Coxibes. A análise do estudo VIGOR levantou as primeiras dúvidas, mas foram os resultados do estudo APPROVe que desencadearam a retirada voluntária do Vioxx® em setembro de 2004, seguindo-se a retirada de mais dois fármacos desta classe.

A publicação de diversos ensaios clínicos evidenciam o aumento generalizado do risco cardiovascular, que inclui aumento do risco de enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial, sendo que estes efeitos adversos agravam-se em doentes com antecedentes de risco cardiovascular.

Na sequência destes resultados, as entidades internacionais, FDA e EMA, emitiram advertências de utilização dos Coxibes, devendo estes ser prescritos na menor dose eficaz, durante o mais curto intervalo de tempo, a fim de evitar o riso associado ao tratamento prolongado. Torna-se assim premente a avaliação dos benefícios gastrointestinais e dos riscos cardiovasculares dos Coxibes, de modo a aferir a segurança da sua utilização

Ansiolíticos contracetivos e alendronato

Os ansiolíticos diazepam (Valium®) e alprazolam (Xanax®), os contracetivos orais (pílula contracetiva) e o alendronato, utilizado para tratar a osteoporose, podem provocar o relaxamento do esfíncter do esófago facilitando o refluxo do ácido do estômago para o esófago e provocar irritação da mucosa do esófago.

Entre alguns outros medicamentos que se relacionam com a toxicidade gástrica podemos referir os seguintes dos quais refiro entre parêntesis a utilização terapêutica:

    • Corticoides (inflamação e alergias);
    • Antagonistas dos canais de cálcio (hipertensão);
    • Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (antidepressivos);
    • Clopidogrel (anticoagulante);
    • Suplementos de ferro (anemia);
    • Digoxina (insuficiência cardíaca);
    • Teofilina (asma);
    • Eritromicina (infeções);
    • Tetraciclinas (infeções);
    • Potássio (acne, prisão de ventre, cãibras, fraqueza muscular).

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Idade e aparecimento de azia

Os sintomas de refluxo esofágico ocorrem mais frequentemente em doentes de idade superior a 55 anos. A azia não ocorre normalmente em crianças, embora possa ocorrer em adultos jovens e particularmente em grávidas.

Azia na gravidez

Estes são alguns dos sintomas típicos durante a gravidez :

  • Dor por trás da costelas e ruídos estomacais
  • Estômago pesado, dilatado e desconfortável depois de comer
  • Cãibras estomacais, arrotos e libertação de gases (flatulência)
  • Sensação de ardor no peito ou na garganta depois de comer
  • Sensação de mal-estar a acumulação de gases
  • Fluido quente, ácido ou salgado, no fundo da garganta e dificuldade em engolir.

Sintomas de azia na gravidez

Muitas mulheres sofrem pela primeira vez de azia durante a gravidez. Na verdade, entre 40% a 80% das mulheres grávidas sofrem de azia. E não é difícil perceber porquê – o seu corpo está a sofrer muitas alterações hormonais e físicas.

Durante a gravidez, o seu corpo produz uma hormona, a progesterona, que torna a digestão mais lenta e relaxa a válvula muscular entre o esófago e o estômago, aumentando o risco de refluxo ácido. Em resultado, existe um maior risco de passagem dos ácidos estomacais para o esófago, provocando uma sensação de ardor no peito e na garganta. À medida que o feto cresce, a pressão no estômago aumenta, forçando a entrada dos ácidos estomacais no esófago e causando refluxo gastroesofágico.

Estes sintomas têm mais tendência a ocorrer depois das refeições e quando a mulher se dobra ou deita, mas depois do parto a pressão no estômago desaparece, tal como os sintomas associados.

Grávida com azia como tratar?

Os comprimidos mastigáveis ou pastilhas que associam carbonato de cálcio 680 mg e carbonato de magnésio 80 mg (Ex. Rennie®), são adequadas para o alívio dos sintomas relacionados com a produção de ácidos gástricos durante a gravidez e a amamentação, uma vez que os seus ingredientes (cálcio e magnésio) existem naturalmente no organismo e nos alimentos, desde que sejam cumpridas as indicações de toma e evitada a ingestão prolongada de dosagens elevadas.

A dose habitual é 1 ou 2 pastilhas, até 3 vezes ao dia (de preferência 1 hora após as refeições e antes de deitar). No caso de azia ou dor de estômago mais intensa, pode aumentar a dose até ao máximo 8 vezes por dia.

Colesterol melhorsaude.org melhor blog de saude

Fatores que agravam a azia

Os fatores que agravam a doença podem ajudar a avaliar o pro­blema. Na azia pode haver agravamento com:

    • Aumento de peso,
    • Quando o do­ente está na posição horizontal,
    • Quando o doente faz uma refeição abundante.

Alimentos que agravam a azia

Identificar os alimentos que possam provocar a acidez é de extrema importância para melhorar os sintomas, a saber:

  • Café ou bebi­das com cafeína,
  • Bebidas alcoólicas,
  • Refrigerantes com gás,
  • Comidas muito gordu­rosas
  • Comidas temperadas,
  • Chocolate,
  • Menta,
  • Citrinos,
  • Derivados do tomate.

Sinais de alarme para apoio médico urgente

    • Idade inferior a 6 anos
    • Idade superior a 75 anos
    • Sintomas presentes durante mais de 3 meses num ano
    • Sangue nas fezes
    • Perda de mais de 10% da massa corporal
    • Icterícia
    • Náuseas e vómitos persistentes
    • História prévia de ulcera péptica
    • Causa psicológica ou psiquiátrica ( Ex: ansiedade)
    • História familiar de cancro gastroesofágico
    • Cirurgia prévia a cancro gástrico
    • Consumo crónico de álcool
    • Tabagismo
    • Por vezes a dor surge repentinamente ou de modo muito severo podendo irradiar para as costas e braços. Nesta situação a dor pode mimetizar um enfarte o que exige um urgente encaminhamento médico. Alguns doentes que pensam estar a ter um problema de azia/acidez podem estar a ter, na verdade, um ataque cardíaco.
    • Pode haver dificuldade de deglutição e por vezes há regurgitação devido a obs­trução do esófago o que pode pressupor um cancro.
    • Crianças com sintomas de azia
    • O au­mento da frequência e da intensidade
    • Ineficácia após 7 dias de tratamento

Tratar a azia mas como?

Existem diversas medidas e atitudes que podem ajudar a evitar ou melhorar os sintomas de azia, a saber:

  • Evitar o excesso de peso.
  • Evitar comidas abundantes.
  • Comer em pequenas quantidades.
  • Coma com tempo e mastigue os alimentos devagar.
  • Sente-se direito quando comer e não coma no sofá.
  • Não coma tarde, nem “à pressa”.
  • Tentar comer 2 a 3 horas antes de se deitar.
  • Identificar e evitar os alimentos que possam provocar a acidez, tais como o café ou bebi­das com cafeína, bebidas alcoólicas, refrigerantes com gás, comidas muito gordu­rosas ou temperadas, chocolate e menta, citrinos e derivados do tomate.
  • Não fumar ou pelo menos reduzir a frequência.
  • Evitar roupa ajustada ou cintos apertados.
  • Evitar exercício intenso, se este piorar a azia.
  • Se tem tendência a sintomas noturnos, deverá erguer-se ligeiramente com a ajuda de algumas almofadas

Medicamentos para tratar azia

Existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados para tratar os sintomas e efeitos prejudiciais da azia e refluxo do ácido gástrico. As principais são as seguintes:

  • Alginatos (ex: alginato de sódio);
  • Antiácidos clássicos (ex: bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio fosfato de alumínio, Magaldrato);
  • Inibidores da bomba de protões (ex: Omeprazol, lansoprazol, pantoprazol e esomeprazol).

Alginatos em associação com antiácidos

  • Alginato de sódio 250 mg + bicarbonato de sódio 133,5 mg + carbonato de cálcio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 2 a 4 comprimidos até 4Xdia (Gaviscon®)
  • Alginato de sódio 500 mg + bicarbonato de sódio 267 mg + carbonato de cálcio 160 mg/10 mg, saquetas, 1 a 2 saquetas 4x/dia (Gaviscon Duefet®)

Alívio rápido dos sintomas

Como atuam estas associações de alginatos com antiácidos?

Estas associações funcionam de duas maneiras para aliviar de forma eficaz os sintomas de azia e indigestão:

1) O alginato de sódio começa por formar uma camada espessa no topo dos conteúdos do estômago, assim que entra em contacto com os ácidos do estômago. Esta camada funciona como uma forte barreira física e ajuda a manter os conteúdos do estômago no interior do estômago, onde pertencem, e não no esófago, onde são prejudiciais.

2) A associação de antiácidos (carbonato de cálcio com bicarbonato de sódio) neutraliza o ácido gástrico, proporcionando alívio rápido da indigestão e da azia.

Vídeos demonstrativos:

Azia video melhorsaude.org melhor blog de saúde

Antiácidos

  • Carbonato de dihidróxido de alumínio e sódio 340 mg, pastilhas, 1-2 comp. 4xdia. (Kompensan®)
  • Hidróxido de alumínio 240 mg, comprimidos mastigáveis, 1-4 comp. 4Xdia.
  • Carbonato de cálcio 680 mg, carbonato de magnésio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 1-2 comp. até máx. 8Xdia (Rennie®)
  • Hidróxido de alumínio 200 mg, hidróxido de magnésio 200 mg, dimeticone 26,25 mg, comprimidos mastigáveis, 2-4 comp. 4Xdia.
  • Fosfato de alumínio, 12,38 g de gel de fosfato de alumínio a 20%, saquetas, 1-2 saq. 3Xdia.
  • Magaldrato 800 mg, comprimidos/saquetas, 1 comp./saq. 3Xdia.
  • Hidróxido de magnésio, 83mg/ml, suspensão, 5-15mI3Xdia.
  • Bicarbonato de sódio 2081.8 mg, comprimidos efervescentes, 2 comp. até 4Xdia.

Magnésio e Alumínio

Os antiácidos compostos por sais de alumínio e de magnésio em associação podem parecer ideais, pois um componente completa o outro. O hidróxido de alumínio dissolve-se lentamente no estômago causando um alívio prolongado. Já os sais de magnésio agem rapidamente, neutralizando os ácidos com eficácia. Os fármacos que contêm ambos os componentes causam alívio rápido e prolongado.

Carbonato de cálcio

Este foi o principal antiácido durante muito tempo. Atua rapidamente, neutralizando os ácidos por um tempo significativo. Outro ponto positivo, é que esta é uma fonte económica de cálcio. No entanto corre-se o risco de sobredosagem deste mineral, uma vez que a quantidade máxima diária não deve superar 2000 mg,

Bicarbonato de sódio

Este foi utilizado durante décadas como neutralizante da acidez. É uma ótima solução, a curto prazo, para a má digestão. Contudo, seu uso exagerado pode provocar quebra do equilíbrio ácido-base do organismo, resultando em uma alcalose metabólica. Além disso a sua concentração de sódio também pode levar a problemas em indivíduos com insuficiência cardíaca e hipertensão.

Os sais de magnésio têm ainda efeito laxante, enquanto os sais de alumínio são obstipantes; sendo assim, é comum encontrar associações entre ambos os fármacos, visando minimizar estes efeitos colaterais.

Inibidores da Bomba de protões

Os inibidores da bomba de protões (IBPs) reduzem a produção de ácido pela diminuição da atividade da bomba de protões no estômago. Isso acontece porque um dos componentes vitais do ácido, o hidrogénio, já não pode ser produzido.

Os IBPs proporcionam um alívio prolongado, no entanto o início de ação demora algum tempo. Algumas pessoas continuam a ter sintomas de azia e indigestão, mesmo a tomar IBPs. No entanto, os alginatos, como Gaviscon®, podem ser tomados em simultâneo com os IBPs para ajudar a aliviar os sintomas.

São exemplos de IBPs os seguintes:

  • Omeprazol 10 e 20 mg,
  • Lansoprazol 15 e 30 mg,
  • Pantoprazol 20 e 40 mg
  • Esomeprazol 20 e 40 mg

Os inibidores da bomba de protões são geralmente tomados 1xdia, de manhã em jejum.

Leia também: Estes são os efeitos secundários graves dos IBPs como o omeprazol, toda a verdade!

Efeitos adversos e interações 

Os principais efeitos adversos e interações da terapêutica farmacológica para a azia, com antiácidos, são os seguintes:

    • Alergia
    • Obstipação
    • Redução da absorção de alguns antibióticos tais como as tetraciclinas, quinolonas (por exemplo, ciprofloxacina, ofloxacina e levofloxacina) e cefalosporinas. Estas reduções de absorção podem atingir os 90% e são devidas à formação de quelatos insolúveis entre os medicamentos e os iões de alumínio
    • A ação de glicosídeos cardíacos, como a digoxina e a levotiroxina, e o eltrombopag (Revolade®), pode ser afetada se tomar antiácidos ao mesmo tempo. É conveniente fazer um intervalo de 1-2 horas entre a toma do antiácido e a toma de outro medicamento.

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Concluindo

A azia é um sintoma comum e na maioria das vezes é transitório. As medidas não farmacológicas podem ser efetivas no tratamento da azia. Os antiácidos de ação rápida são a primeira opção. A dor provocada pela azia pode ser confundida com um ataque cardíaco mas também pode mascarar um enfarte a decorrer, pelo que deve sempre, por precaução, procurar apoio médico urgente. Nas grávidas a azia é frequente e transitória desaparecendo em regra após a gravidez. A azia deve sempre ser tratada porque se trata de ácido do estômago que escapa para o esófago e “queima” deixando lesões locais que se forem frequentes podem degenerar para doença grave!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências

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SUPERALIMENTOS TODA A VERDADE

Superalimentos toda a verdade! O que são? Quais os benefícios? Quando e como comer? Quais os estudos científicos que apoiam os seu efeitos benéficos na nossa saúde?

Existem alimentos verdadeiramente extraordinários, com características únicas que podem potenciar de forma fantástica a nossa saúde. No entanto e apesar disso temos sempre que nos lembrar de não exagerar pois o excesso pode ter consequências por vezes graves! Cuidado com as modas alimentares que por vezes esquecem as reações únicas de cada um de nós! Os sistemas imunitários não são todos iguais e podem causar-nos surpresas perigosas principalmente quando contactam com algo novo introduzido na sua fisologia.

Leia também: Sistema imunitário como ficar mais forte? Toda a verdade!

Superalimentos o que são?

Segundo os nutricionistas, têm esta designação por serem ricos em determinado nutriente, fazendo com que tenham um efeito quase terapêutico para o organismo.

Quais são os superalimentos?

A lista é longa mas comecemos com aqueles que já começaram a fazer parte da nossa alimentação, ocupando o lugar tipicamente dado ao arroz, massa e batata, a saber:

  • Quinoa
  • Batata doce
  • Trigo sarraceno
  • Bulgur

As espécies de cereais, grãos ou plantas acima referidas, pelas suas características, ajudam a:

  • Controlar a Diabetes
  • Fortalecer o sistema imunitário
  • Indicados nutricionalmente para uma dieta de emagrecimento

Mais adiante referiremos alguns dos restantes superalimentos.

Excesso de peso e superalimentos

Atualmente há muitos mais doentes que procuram um nutricionista para uma reeducação alimentar. Em vez de dietas milagrosas com resultados de curta duração os nutricionistas vêem cada vez mais pessoas interessadas em aprender a comer melhor, apostando numa mudança a longo prazo.

Alterar hábitos alimentares sem ter como único objectivo ver descer o ponteiro da balança é essencial para prolongar resultados e conseguir assumir novos hábitos de forma independente, sem ter que estar constantemente a ser acompanhado por um especialista.

Leia também: Jejum toda a verdade e como controlar o peso!

Há quanto tempo existem?

Os superalimentos existem há muitos anos em diferentes culturas. O importante é estar atento ao que vai chegando ao nosso mercado. Existe actualmente a crescente preocupação da indústria para dar opções mais saudáveis aos clientes.

Os restaurantes começam a ter mais opções vegetarianas e as áreas saudáveis dos supermercados começam a ter corredores cada vez mais recheados e a abertura de restaurantes e supermercados categorizados como biológicos e, por isso, mais saudáveis são também pontos positivos.

Apesar das frutas e legumes serem ainda os produtos mais procurados alguns supermercados têm já zonas que são oásis de quem opta por alternativas para fugir à alimentação mais tradicional. Para essas pessoas, bagas de goji, açaí, maca ou spirulina são tão comuns no dia-a-dia como o sal e a pimenta que todos usamos na cozinha.

Moda ou um estilo de vida?

Se a alimentação saudável é uma moda, então que venha para ficar e, tal como qualquer outra moda, vive de ciclos. Os chamados sumos detox sempre foram feitos, com o nome de batidos de frutas. As papas de aveia, que têm vindo a tomar conta dos pequenos-almoços, mais não são que as papas das nossas avós.

Os pratos são recuperados mas agora, além de ocuparem os livros de receitas, enchem também os murais das redes sociais. A preocupação é o bom empratamento, o ângulo certo e uma foto que faça jus à qualidade do prato. Além de servir para exibir dotes, serve também de inspiração e motivação para quem se inicia na vida saudável.

Basta explorar o Instagram para se deparar com pratos de legumes salteados com quinoa e gengibre e bolo de banana sem glúten e sem lactose para sobremesa.

melhorsaude.org
Alguns dos superalimentos mais ricos nutricionalmente

12 SUPERALIMENTOS

Quinoa

Quinoa é um superalimento que pode substituir o arroz ou a massa
Quinoa é um superalimento que pode substituir o arroz ou a massa

Vantagens da Quinoa:

  • Sem glúten
  • Rica em ácidos gordos e vitaminas
  • Acção antioxidante

Pode ser servida em saladas, sopas, panquecas ou como acompanhamento, substituindo o arroz ou massa.

Maca

Maca é um superalimento energético e afrodisíaco que pode juntar-se a um iogurte
Maca é um superalimento energético e afrodisíaco que pode juntar-se a um iogurte ou sopa

Sim está bem escrito! Lê-se maca e não maça!

Vantagens da Maca:

  • O pó de maca ajuda a regulação hormonal, em casos de menopausa
  • Energético
  • Afrodisíaco

Tem um sabor forte, por isso o melhor é juntar a iogurtes ou sopas.

Bagas de Goji

As Bagas de Goji fortalecem o sistema imunitário e combatem o envelhecimento. Podem juntar-se a iogurte
As Bagas de Goji fortalecem o sistema imunitário e combatem o envelhecimento. Podem juntar-se a iogurte, cereais ou saladas

São frutos vermelhos desidratados e consumidos nas formas seca e crua.

Vantagens das bagas de Goji:

  • Combate o envelhecimento
  • Fortalece o sistema imunitário

Pode servir para fazer chá, ou para enriquecer as saladas, iogurtes ou cereais de pequeno-almoço.

Açai

O Açai diminui o colesterol
O Açai diminui o colesterol e é antioxidante. Pode juntar-se a iogurte

Vantagens do Açai:

  • Rica em proteína e fibra
  • Diminui o colesterol
  • Forte poder antioxidante

Comprando em polpa ultracongelada, pode ser comida como gelado, servida em batidos ou com iogurte,

Spirulina

A Spirulina é uma micro alga
A Spirulina é uma micro alga com elevado teor de proteina, sendo regeneradora após actividade física . Pode juntar-se a sumos e sopas

Vantagens da Spirulina:

  • Micro alga  predominantemente composta por proteína
  • Actividade regeneradora após actividade física

O sabor é forte, por isso é aconselhável que se junte a sumos ou sopas

Gengibre

gengibre melhorsaude.org

Além de estar associado à prevenção de náuseas e vómitos, está também provado que a ingestão de gengibre permite reduzir os níveis de inflamação, seja ela aguda ou crónica, como no caso da artrite reumatoide, por exemplo. O gingerol é uma das substâncias ativas presentes no gengibre com ações benéficas para o organismo, sendo antioxidante e anti-inflamatório.

Açafrão

Açafrão curcuma curcumina melhorsaude.org melhor blog de saude

açafrão é extraído dos pistilos de flores de Crocus sativus, uma planta da família das Iridáceas. É utilizado desde a Antiguidade como especiaria, principalmente na culinária do Mediterrâneo — região de onde a variedade é originária — na preparação de risotos, aves, caldos, massas e doces. É um ingrediente essencial à paella espanhola.

Há séculos que o açafrão é também utilizado com fins medicinais. Historicamente foi utilizado no tratamento do cancro e de estados depressivos. Estas aplicações têm sido pesquisadas atualmente.

Efeitos promissores e seletivos contra o cancro têm sido observados in vitro e in vivo, mas não ainda em testes clínicos. Efeitos antidepressivos também foram encontrados in vivo e em estudos clínicos preliminares. Há portanto interessantes perspectivas de uso dos extratos de açafrão na fitoterapia racional.

Açafrão e os benefícios estudados

De seguida descrevo estudos sobre alguns dos mais importantes benefícios do açafrão, incluindo:

  • Cancro do pancrêas,
  • Cancro do fígado,
  • Inflamação crónica,
  • Diabetes,
  • Inflamações pulmonares virais,
  • Alzheimer,
  • Disfunção vascular,
  • Cicatrização de feridas.

Estudos científicos sobre açafrão:

Concluindo

Introduza de forma gradual pelo menos alguns destes alimentos na sua alimentação e sinta a diferença para melhor na sua saúde. Algumas das grandes superfícies já têm espaços próprios para estes alimentos, tornando a sua procura mais fácil. Se em simultâneo evitar os alimentos processados você não vai acreditar no que lhe vai acontecer… retardando o envelhecimento!

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  • Como evitar o contágio?



Onicomicose o que é?

Onicomicose ou tinha das unhas é uma infeção fúngica das unhas. Embora possa afetar todas as unhas, é mais comum nas unhas dos pés. A onicomicose ocorre em cerca de 10% da população adulta. A doença afeta com maior frequência pessoas idosas  e é mais comum entre homens do que entre mulheres. Os casos de onicomicose correspondem a cerca de metade dos casos de doenças das unhas.

Anatomia de uma unha

Anatomia da unha fungo na unhae micose melhorsaude.org

Anatomia da unha e fungo na unha

Sintomas de onicomicose

Os sintomas habituais de onicomicose são os seguintes:

  • Descoloração branca ou amarela da unha,
  • Espessamento da unha,
  • Separação da unha da pele.

O diagnóstico é geralmente suspeitado com base na aparência e confirmado com exames de laboratório.

As lesões da unha provocadas pela onicomicose apresentam algumas variações na sua apresentação, dependendo do tipo de fungo e de gravidade da infecção. Em geral, a micose da unha costuma apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Unha grossa, mais espessa
  • Unha amarelada, sem brilho e opaca
  • Unha quebradiça e frágil
  • Separação da unha do leito ungueal
  • Distorções na forma da unha
  • Unha com coloração negra, em casos mais graves.

Causas e fatores de risco

As infecções fúngicas das unhas são geralmente causadas por um fungo que pertence a um grupo denominado dermatófitos, que também pode causar infecções nos pelos do corpo e na pele, como no caso do pé de atleta.

Leia também: Micose no pé toda a verdade

Outro grupo de fungos que também pode causar micoses das unhas são as leveduras. Em regra, as leveduras causam onicomicose nas mãos e os dermatófitos provocam onicomicose nas unhas dos pés. A onicomicose é uma infecção fúngica que pode afectar qualquer parte da unha, incluindo a lâmina, o leito ou a raiz da unha.

Afecta actualmente cerca de 30% da população europeia. Raramente afeta crianças, principalmente devido ao rápido crescimento da unha, que complica o desenvolvimento dos fungos.

Perigos complicações da onicomicose

Em  diabéticos ou imunossuprimidos a onicomicose pode servir como porta de entrada para bactérias, favorecendo o surgimento de infecções secundárias, como erisipela ou celulite da perna que é uma infeção grave na pele.

Não confundir esta celulite infecciosa da perna com ao termo usado para descrever a celulite como problema estético na pele da maioria das mulheres!

Leia também: Celulite tratamento e toda a verdade

Celulite infeciosa da perna

A celulite é uma infecção bacteriana que enolve as camadas interiores da pele e afeta especificamente a derme e gordura subcutânea.  A área de infecção é geralmente dolorosa. Os vasos linfáticos podem, ocasionalmente, ser envolvidos e a pessoa pode apresentar febre e sensação de cansaço. Antes de fazer um diagnóstico, infecções mais graves tais uma infecção óssea na base ou a fasciíte necrosante devem ser descartadas.

Sintomas e risco de necrose e amputação

A celulite infecciosa é caracterizada por uma mancha vermelha (eritema), com bordos mal definidos, inflamada (inchada, sensível, dolorosa e quente) e que cresce difusamente. Pode formar pus, abcessos e inflamar nódulos linfáticos. A infecção sistémica, quando as bactérias entram na corrente sanguínea, pode causar febre, mal estar, cansaço e infectar outros órgãos. Em raros casos, penetra para as fáscias e causa necrose com risco de amputação da perna!

Erisipela

Em contraste com a celulite, a erisipela é uma infecção bacteriana que envolve camadas mais superficiais da pele, e apresentam uma área de vermelhidão com bordas definidas, e mais frequentemente é associada a uma febre. é uma infecção bacteriana cutânea (tipo piodermite) causada, principalmente, por Streptococcus β-hemolíticodo grupo A. Outras causas menos frequentes são Streptococos β-hemolítico dos grupos C e G e Staphylococcus aureus.

Lesões na pele como infecção fúngica (ex: onicomicose e outras micoses), picadas de inseto, mordidas e cirurgias podem servir de porta de entrada para as bactérias.

O tratamento geralmente é feito com penicilina V, em casos severos pode-se usar penicilina G. Outras alternativas incluem doxiciclina (no caso de Staphylococcus), ceftriaxona, cefazolina ou em caso de resistências usar vancomicina. Há uma crescente resistência dos Streptococcus tipo A aos macrólidos.

Tratamento da celulite infeciosa

O tratamento geralmente é com antibióticos tomados por via oral, tais como a cefalexina, amoxicilina, ou cloxacillina.

Para aqueles que apresentam alergia grave à penicilina, eritromicina ou clindamicina podem ser usadas. Quando S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) é uma preocupação, doxiciclina ou trimetoprim/sulfametoxazol podem ser recomendados.  A preocupação está relacionada com a presença de pus ou infecções anteriores por MRSA.  Elevar a área infectada pode ser útil, assim como analgésicos.

Contágio e como se apanha

É uma doença bastante contagiosa, sendo frequente o contágio em locais humidos e quentes como piscinas e balneários públicos, através do uso de toalhas, alicates ou tesouras, mal lavadas ou contaminadas. Pode também ocorrer contágio em casa, pois basta um elemento da família estar contaminado, para contagiar facilmente o resto da família. Banheiras e tapetes de pés, são também locais propícios a contágios.

Não se apanha micose das unhas apenas por apertar a mão ou tocar em objetos manipulados por alguém infectado porque é necessário um contacto mais prolongado ou uma lesão já pré-existente entre a pele e a unha.

As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, em consequência do uso de sapatos fechados, o que origina um ambiente ideal (humidade, temperatura e ausência de luz) para o desenvolvimento dos fungos.

O contacto com o fungo por si só não costuma ser suficiente para se adquirir a onicomicose. Geralmente é preciso haver pequenas lesões entre a unha e a pele para que o fungo consiga penetrar por baixo da unha e alojar-se. Também é necessário que a unha seja exposta frequentemente a ambientes húmidos para que o fungo possa multiplicar-se com mais facilidade.

A onicomicose nas unhas dos pés é muito mais comum do que nas unhas das mãos. Os pés costumam estar mais expostos a locais húmidos, não só quando se anda descalço em locais públicos, mas também por passar boa parte do dia fechado dentro de meias e calçados. Calor, falta de luz e humidade é tudo que um fungo deseja para proliferar. Além disso, os dedos dos pés estão no ponto do corpo mais distante do coração, não sendo tão bem vascularizados com os dedos da mão. Deste modo, os anticorpos e as células de defesa do organismo não chegam às unhas dos pés com tanta facilidade quanto a outros pontos do organismo.




Fatores de risco da onicomicose

A presença de alguns fatores favorece a infecção da unha por fungos. Por exemplo, pessoas com pé de atleta, que é uma infecção fúngica da pele dos dedos, têm um maior risco de contrair também infecção fúngica das unhas. Outros fatores de risco são:

Os atletas também são um grupo de risco para onicomicose. porque costumam estar com os pés frequentemente calçados e húmidos pela transpiração, além de terem uma maior incidência de traumas nas unhas devido ao impacto de suas atividades físicas.

Formas mais comuns de onicomicoses

Descrevo de seguida as formas mais comuns de onicomicose e uma imagem para apoiar a distinguir a diferença.

1. Onicomicose subungueal distal

É de longe a forma mais comum e caracteriza-se pela infecção da ponta da unha. O dedo grande do pé é geralmente o primeiro a ser afetado. A infecção começa com uma descoloração esbranquiçada, amarelada ou acastanhada numa das pontas laterais da unha, estendendo-se lentamente por toda unha, em direção à cutícula. A unha pode descolar-se e a ponta costuma partir-se e cair, expondo a pele que serve de leito para a unha.

2. onicomicose subungueal proximal

É a forma menos comum de onicomicose. È parecida com a onicomicose subungueal distal , porém, a progressão ocorre de forma oposta, iniciando-se próxima à cutícula e depois estendendo-se em direção à ponta da unha. Este tipo de micose de unha ocorre geralmente em doentes imunossuprimidos, sendo comum nos indivíduos com HIV.

3. Onicomicose superficial branca

É uma forma comum nas crianças, mas que nos adultos corresponde a apenas 10% dos casos de micose da unha. Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas sobre a superfície da unha, geralmente mais próxima da cutícula do que da ponta. Quando não tratada, as manchas tendem a espalhar-se centrifugamente por toda a unha, deixando-a quase toda branca, além de áspera e quebradiça.

Fungo na unha melhorsaude.org

Diagnóstico da onicomicose

Lesões idênticas com causas não fungicas

As lesões das unhas da onicomicose podem ser semelhantes ás lesões da unha de outras doenças, como psoríase, eczemas, traumas, líquen plano, deficiência de ferro, etc. A maioria dos estudos atesta que a onicomicose é responsável por apenas metade dos casos de lesões das unhas. Em várias situações não é possível afirmar que o paciente sofre de onicomicose apenas olhando e examinando a unha.

A imagem seguinte descreve alguns problemas das unhas (sem onicomicoses) cujas causas são diversas nomeadamente falta de hidratação, carências orgânicas, excesso de utilização de acetona, má alimentação e contato com produtos químicos.

É, por isso, importante demonstrar de forma clara a presença do fungo antes de se iniciar o tratamento antifúngico. Para tal, o médico deve fazer uma pequena raspagem da unha, colher amostras e enviar para avaliação laboratorial à procura de fungos.

Tratamento qual o melhor

A micose da unha é uma infecção difícil de tratar porque as unhas crescem lentamente e recebem pouca irrigação sanguínea. Durante muitos anos os medicamentos utilizados para o tratamento da onicomicose não eram muito eficazes e os resultados eram frequentemente decepcionantes. Porém, actualmente, os tratamentos melhoraram substancialmente, principalmente por causa da introdução de medicamentos antifúngicos orais mais eficazes.

Estudos recentes mostram que medicamentos por via oral como Terbinafina e Itraconazol, embora mais agressivos (mais efeitos secundários que os tratamentos tópicos) apresentam taxas de cura mais altas que a Griseofulvina e o Cetoconazol, que eram usadas antigamente.

Taxas de cura dos principais antifúngicos orais:

  • Terbinafina 250 mg (73 a 79%).
  • Itraconazol 100 mg (56 a 70%).
  • Griseofulvina (54 a 66%).
  • Fluconazol (43 a 52%).

O tratamento com Terbinafina com comprimidos por via oral deve ser feito durante 6 semanas para onicomicose das mãos ou 12 semanas para onicomicose dos pés.

O tratamento tópico da micose de unhas com vernizes, como o Ciclopirox, tem menor eficácia que o tratamento por via oral, mas pode ser usado como complemento da terapêutica com Terbinafina ou Itraconazol.

Uma vez curada a micose de unha, se o doente não tiver cuidado a taxa de reinfecção pode chegar a 50%. Portanto, é preciso ter cuidado com os pés para que a unhas não voltem a ficar colonizadas por fungos.

Efeitos secundários

Os tratamentos por via oral são os mais eficazes mas também os mais agressivos no que concerne a eventuais efeitos secundários, principalmente por causa da duração prolongada dos tratamentos.

Retida do folheto aprovado pelo INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de saúde) a longa lista de efeitos secundários da terbinafina que descrevo de seguida é elucidativa dos riscos associados ao tratamento, embora a maioria sejam classificados de pouco frequentes, raros ou muito raros!

Os problemas hepáticos (figado) embora raros são dos que podem causar problemas mais graves.

Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas):

  • Sensação de enfartamento,
  • Perda de apetite,
  • Mal-estar de estômago (indigestão),
  • Náuseas, dor abdominal ligeira e diarreia,
  • Reações alérgicas cutâneas, tais como irritação ou urticária,
  • Dor nas articulações ou nos músculos.

Efeitos secundários Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas):

  • Dor de cabeça.

Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas):

  • Perda ou diminuição do sentido do paladar. Isto resolve-se
    geralmente dentro de várias semanas depois de ter parado de tomar o medicamento.
  • Diminuição do consumo de alimentos, levando a uma perda de
    peso significativa em casos graves muito raros.

Efeitos secundários raros (podem afetar até 1 em cada 1000 pessoas):

  • Dormência ou formigamento
  • Diminuição da sensibilidade
  • Tontura
  • Problemas de fígado.

Efeitos secundários muito raros (podem afetar até 1 em cada 10.000 pessoas):

  • Problemas de fígado graves,
  • Reações cutâneas graves (com aparecimento súbito, que
    podem ser recorrentes, que se podem espalhar, que podem aparecer sob a forma de
    bolhas salientes, que podem ser acompanhadas de comichão e febre),
  • Exacerbação da psoríase,
  • Redução de certos tipos de células sanguíneas (neutropenia, agranulocitose, trombocitopenia),
  • Perda de pelo,
  • Fadiga,
  • Reações de hipersensibilidade graves (inchaço da face, olhos e língua, dificuldade em engolir, náuseas e vómitos, fraqueza, tonturas, dificuldade em respirar) ,
  • Precipitação e exacerbação do lúpus eritematoso dérmico e
    sistémico,
  • Distúrbio menstrual (hemorragia intermenstrual e um ciclo
    irregular) em doentes que tomam terbinafina concomitantemente com contracetivos
    orais.

Tratamento tópico com cremes e vernizes

O tratamento por via tópica não é geralmente tão eficaz como o efectuado por via oral. No entanto pode ser uma alternativa quando os efeitos secundários dos antifungicos orais não são bem tolerados pelos doentes.

Principais antifúngicos tópicos

Actualmente os principais antifúngicos tópicos usados nas onicomicoses são:

  • Acido acético
  • Ciclopirox
  • Amorolfina
  • Clotrimazol (apenas depois de removida a parte da unha doente)

Tratamento por via tópica

1ª fase – Remoção da zona infectada da unha

Remover a zona infectada da unha é a 1ª fase para o tratamento da onicomicose. Esta remoção tópica é geralmente executada limando a unha ou aplicando uma pomada de ureia. A aplicação de uma pomada de ureia a 40% amolece e prepara a unha para a remoção da zona afectada com uma espátula própria, sem causar dor.

2ª fase – aplicação de um antifúngico local

Na 2ª fase, o tratamento deve ser completado com um creme antifúngico, de forma a eliminar a infecção na sua origem. A remoção da zona infectada da unha é fundamental para uma acção eficaz do creme antifúngico.

Resumindo as fases do tratamento:

  • Tratamento em 2 fases que garantem a eliminação da onicomicose;
  • Remoção da zona infectada da unha de uma forma simples e indolor, preparando-a para a 2º fase do tratamento, que consiste na aplicação de um creme antifúngico;
  • Melhorias visíveis diariamente.

Fungo na unha e micose melhorsaude.org

Prevenção da micose e fungo na unha

A onicomicose pode causar dor, embaraço e interferir com as nossas actividades diárias, reduzindo a nossa qualidade de vida.

Trata-se de uma doença contagiosa, que pode também funcionar como porta de entrada a outro tipo de infecções (ex. bacterianas). Deste modo, é importante iniciar o tratamento logo que detectado o problema, assim como adoptar medidas preventivas de forma a evitar o contágio.

Evitar o contágio do fungo na unha

  • Use calçado confortável sem saltos ou pontas estreitas e que deixe a pele respirar;
  • Use meias limpas e troque-as diariamente;
  • Em caso de infecção, ao vestir-se, calce primeiro as meias para evitar a propagação dos fungos a outras partes do corpo.
  • Lave os pés diariamente e seque com cuidado a zona entre os dedos;
  • Utilize chinelos nos balneários públicos;
  • Não partilhe toalhas ou tapetes de banho;
  • Corte as unhas e mantenha-as curtas.
  • Utilize um corta-unhas diferente para as unhas infectadas, de modo a evitar a infecção de outras unhas;
  • Se tiver Pé-de-Atleta, deve tratá-lo sempre, de forma a evitar que os fungos contagiem as unhas, causando a onicomicose.

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Concluindo

As micoses das unhas são infecções fúngicas comuns e contagiosas que embora não sejam graves são portas de entrada para outros microorganismos patogénicos, tais como bactérias, que podem causar infecções secundárias mais severas e agravar problemas de saúde pré-existentes. Devem portanto ser tratadas de imediato porque na primeira oportunidade que o nosso sistema imunitário esteja mais debilitado podem ocorrer infecções sem causa aparente mas que podem ter ocorrido em consequência da porta aberta pela onicomicose!

Fique bem!

Franklim Fernandes

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COLESTEROL INCRÍVEIS INFORMAÇÕES A VERDADE!



Colesterol toda a verdade!  Será mesmo necessário tomar tantos  medicamentos? Os medicamentos para baixar o colesterol são dos mais utilizados no mundo, nomeadamente a classe das estatinas, sendo um mercado de uma dimensão simplesmente gigantesca !

Mas será que a abordagem tradicional para o seu “tratamento” está mesmo correta? Será mesmo o “caminho das estatinas” o mais adequado? Quais são as alternativas? Que provas cientificas existem para nos ajudarem a escolher o melhor caminho? E nos idosos quais os factos comprovados?

Estudo:  Cholesterol and Cardiovascular Disease in the Elderly. Facts and Gaps

Estudo: The impact of carbohydrate restriction-induced elevations in low-density lipoprotein cholesterol on progression of coronary atherosclerosis: the ketogenic diet trial study design

Neste artigo especial vou tentar “dissecar” tudo sobre o colesterol e colocar em confronto a “via clássica” que “diaboliza” o colesterol com a via alternativa que desafia a corrente terapêutica dominante citando vasta investigação científica que não suporta uma “condenação” tão flagrante do colesterol como “assassino” das artérias…! No final deixo a minha opinião muito clara sobre este assunto.

Leia também: Estas gorduras vegetais são perigosas!

Clique na imagem seguinte para ler o artigo actualizado:

Colesterol e gorduras vegetais melhorsaude.org

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • O que é o colesterol?
  • Para que serve o colesterol no nosso organismo?
  • Qual a origem do colesterol?
  • Que tipos de colesterol existem?
  • O que é o colesterol bom e o colesterol mau?
  • Como é que o organismo regula a produção de colesterol?
  • O que são lipoproteínas?
  • O que é o colesterol HDL, LDL, VLDL e IDL?
  • Qual o perigo do colesterol alto?
  • O que é uma dislipidemia?
  • Quais os valores normais de colesterol?
  • O que é a aterosclerose?
  • Quais os medicamentos utilizados para baixar o colesterol?
  • O que são as estatinas?
  • Como atuam as estatinas? São seguras ?
  • Quais os seus efeitos secundários?
  • O que é a miopatia das estatinas?
  • O que é a rabdomiólise?
  • Quais os sintomas da miopatia das estatinas?
  • Quais os fatores de risco para a miopatia das estatinas?
  • Quais os músculos e movimentos afetados pela miopatia?
  • Que medicamentos aumentam o risco de miopatia?
  • Como tratar os doentes com miopatia?
  • Quais as estatinas, fibratos e hipolipidemiantes mais utilizados?
  • Quais as dosagens, tamanhos das embalagens e preços?
  • Quais os excipientes usados?
  • Quais os alimentos que aumentam o colesterol?
  • O que são gorduras saturadas e as insaturadas?
  • O que são gorduras trans?
  • Qual a diferença entre gordura saturada, trans e insaturada?
  • Quais os alimentos mais prejudiciais?
  • Que alimentos ajudam a baixar o colesterol?
  • Será que é mesmo necessário tomar estatinas?
  • Será o colesterol, afinal, um mito?
  • O que dizem alguns cientistas sobre este assunto?
  • Os vegans e vegetarianos também têm colesterol alto?

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Colesterol o que é?

Estrutura quimica do colesterol
Estrutura química do colesterol ( esteroide de origem animal )

O colesterol é uma substância gordurosa encontrada em todas as células no nosso corpo. É um esteroide de origem animal pouco soluvel na água.

Colesterol  é essencial porquê?

Sem colesterol muitos processos orgânicos importantes não são possíveis ou não funcionariam da melhor forma, tais como:

  • Formação das membranas das nossas células,
  • Síntese de hormonas, como a testosterona, estrogênio, cortisol
  • Produção da bile necessária na digestão de alimentos gordurosos
  • Formação da mielina (uma bainha que cobre os nervos)
  • Metabolização de algumas vitaminas (A, D, E e K), etc

O colesterol é um constituinte essencial da membrana celular
O colesterol é um constituinte essencial da membrana celular

Origem do colesterol do nosso organismo

O colesterol do nosso organismo tem duas origens:

  • Endógena ( 70% ) – o colesterol é produzido pelo nosso próprio corpo, principalmente pelo fígado.
  • Exógena ( 30% ) – o colesterol também pode ser obtido através dos alimentos.

Origem do colesterol
O colesterol tem origem no figado ( endógena ) e em alguns alimentos ( exógena )

Tipos de colesterol

Como se trata de uma substância gordurosa, o colesterol não se dissolve no sangue, da mesma forma que gotas de óleo não se dissolvem na água. Portanto, para viajar através na corrente sanguínea e alcançar os tecidos periféricos, o colesterol precisa de um transportador. Essa função cabe às lipoproteínas que são produzidas no fígado. As principais são:

VLDL (Very low-density lipoprotein)
LDL (Low-density lipoprotein)
HDL ( High-density lipoprotein)

O LDL transporta colesterol e um pouco de triglicerídeos do sangue para os tecidos.

O VLDL transporta triglicerídeos e um pouco de colesterol.

O HDL é um transportador diferente, ele faz o caminho inverso, tira colesterol dos tecidos e devolve-o ao fígado que vai excretá-lo nos intestinos.

Lipoproteína HDL ( colesterol bom )
Lipoproteína HDL ( colesterol bom )

Colesterol bom vs colesterol mau, o que é?

Enquanto o LDL e o VLDL levam colesterol para as células e facilitam a deposição de gordura nos vasos, o HDL faz o inverso, promove a retirada do excesso de colesterol, inclusive das placas arteriais.

Por isso, denominamos o HDL como colesterol bom e o VLDL e o LDL como colesterol mau.

Metabolismo do colesterol
O metabolismo do colesterol

Como é regulada a produção destas lipoproteínas?

A produção das lipoproteínas é regulada pelos níveis de colesterol, a saber:

  • Colesterol derivado de gorduras saturadas e gordura trans favorecem a produção de LDL (colesterol mau)
  • O consumo de gorduras insaturadas, encontrada no azeite, peixes e amêndoas, por exemplo, promovem a produção do HDL (colesterol bom )

Portanto, ao dosarmos os valores das lipoproteínas transportadoras LDL, VLDL e HDL temos uma avaliação indireta da quantidade e da qualidade do colesterol que circula em nosso sangue. Por isso, o lipograma, exame usado para dosear as lipoproteínas, é usado para avaliarmos os níveis de colesterol sanguíneos.

Colesterol IDL o que é?

O IDL (Intermediatelow-density lipoprotein) é um tipo de colesterol semelhante ao LDL. Como tem efeitos semelhantes, ele não é normalmente doseado individualmente, mas sim juntamente com o LDL. Portanto, quando recebemos o valor do LDL, habitualmente estamos a falar do valor de LDL + IDL.

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Qual o perigo do colesterol alto? O que é a aterosclerose?

Elevadas concentrações de VLDL e o LDL estão associados à deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de placas de colesterol.

Quando o nosso corpo tem mais colesterol do que precisa, as moléculas de LDL ficam a circular no sangue à procura de algum tecido que necessite de colesterol para o seu funcionamento. Se este colesterol não for entregue a nenhum tecido, a molécula de LDL acaba por se depositar dentro da parede dos vasos sanguíneos, acumulando gordura no mesmos. Este processo é chamado de aterosclerose.

Placas de aterosclerose
Formação de placas de aterosclerose

As placas de gordura ocupam espaço e diminuem o diâmetro da luz dos vasos (chamamos  luz à parte oca dentro dos vasos por onde passa o sangue). A aterosclerose também causa lesão direta na parede, diminuindo a elasticidade das artérias e tornando-as mais duras.

O depósito de gordura e a lesão da parede dos vasos favorecem a obstrução do fluxo de sangue e a redução do aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos.

Quando os vasos afectados pelas placas de colesterol são as artérias coronárias (artérias do coração), o resultado final pode ser o infarte cardíaco. Quando são afectados os  vasos cerebrais, o paciente pode desenvolver um AVC ( Acidente Vascular Cerebral ).

Dislipidémia, o que é?

Dislipidémia é o aumento dos níveis de colesterol. Durante muito tempo os médicos avaliaram o grau de dislipidemia através dos valores do colesterol total, que nada mais é do que a soma dos níveis sanguíneos de HDL + LDL + VLDL.

No entanto, como já explicamos, há o colesterol bom e o colesterol mau, o que torna pouca eficiente a avaliação conjunta. Actualmente o colesterol total é menos valorizado do que os níveis individuais de HDL e LDL.

Por exemplo:
Doente 1 – LDL 150, HDL 20 e VLDL 20 = colesterol total de 190
Doente 2 – LDL 100, HDL 65 e VLDL 25 = colesterol total de 190

Não há dúvidas que o paciente 1 apresenta mais riscos de aterosclerose que o paciente 2, apesar de terem o mesmo nível de colesterol total. O exemplo acima explica o porquê do colesterol total não ser o melhor parâmetro para avaliar a dislipidemia.

Valores de referência para o colesterol

Como a dislipidemia é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, a medicina tem tentado estabelecer, quais são os níveis ideais de colesterol HDL e LDL. Actualmente classificamos o colesterol da seguinte maneira:

LDL
Menor que 100 mg/dL – Óptimo
Entre 101 e 130 mg/dL – Normal
Entre 131 e 160 mg/dL – Normal/alto
Entre 161 e 190 mg/dL – Alto
Maior que 190 mg/dL – Muito alto

HDL
Menor que 40 mg/dL – Baixo ( é mau )
Entre 41 e 60 mg/dL – Normal
Maior que 60 mg/dL – Alto ( é óptimo)

Tratamento:  Quais as estatinas mais utilizadas?

Os medicamentos mais utilizados em todo o Mundo para combater o colesterol elevado, pertencem a uma família de moléculas chamadas de ESTATINAS. As principais são as seguintes:

  • Sinvastatina,
  • Rosuvastatina,
  • Pravastatina
  • Fluvastatina
  • Atorvastatina.
  • Pitavastatina

Estrutura quimica das estatinas
Estrutura quimica das estatinas

simvastatina
Estrutura quimica da sinvastatina

lovastatina
Estrura quimica da lovastatina

Estrutura quimica da atorvastatina e da rosuvastatina
Estrutura quimica da atorvastatina e da rosuvastatina

As estatinas, além de serem as drogas mais eficazes no controle do colesterol, são também aquelas com melhores resultados nos estudos científicos sobre prevenção das doenças cardiovasculares, sendo, por isso, atualmente prescritas para dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

Estatinas: Como actuam?

Como actuam as estatinas
Como actuam as estatinas?

As estatinas inibem a produção da enzima HMG-CoA redutase que é essencial para a produção de colesterol.

Estatinas: Serão seguras?

Apesar de serem eficazes  e seguras, cerca de 5% a 10% dos pacientes desenvolvem miopatia (lesão muscular), caracterizada clinicamente por dor muscular, fraqueza e/ou câimbras. Pacientes medicados com doses elevadas são aqueles com maior risco.

As queixas de origem muscular são o principal efeito colateral das estatinas e a causa mais comum de interrupção do tratamento.

Lesão muscular: Como saber se é grave?

A gravidade de uma lesão muscular é definida pelos seguintes factores:

  • Intensidade da dor
  • Grau de perda de força muscular
  • Alterações nos exames laboratoriais (enzima creatinofosfoquinase ou CPK)

Creatinofosfoquinase (CPK ou CK)

As células dos músculos são ricas numa enzima chamada creatinofosfoquinase, mais conhecida pelas siglas CK ou CPK. Quando há lesão do tecido muscular, parte da enzima CK contida nos músculos extravasa para o sangue, fazendo com que os níveis sanguíneos de CK fiquem mais elevados.

Pequenos aumentos da CK podem ocorrer em situações benignas, como após intenso esforço físico, grandes elevações dos níveis sanguíneos são um sinal de grave doença muscular.

Estrutura de um musculo
Estrutura de um musculo

Valor de referência da CK

O valor de referência da CK costuma variar de acordo com o laboratório. No geral, o limite superior da normalidade encontra-se ao redor de 100 a 200 U/L.

Mionecrose: Quando ocorre a morte de células musculares?

Sempre que o valor da CK se encontrar pelo menos 3 vezes acima do valor normal, dizemos que o paciente tem mionecrose (morte de células musculares).

A gravidade da mionecrose costuma ser dividida da seguinte forma:

  • Lesão muscular leve: CK elevada de 3 a 9 vezes o valor normal.
  • Lesão muscular moderada: CK elevada de 10 a 50 vezes o valor normal.
  • Lesão muscular grave: CK elevada mais de 50 vezes o valor normal.

Valores da CK nas lesões musculares

  • CK de 400 ou 500 U/L significa uma lesão muscular leve
  • CK de 70.000 U/L significa uma grave e extensa lesão muscular.

Rabdomiólise

Dizemos que o doente tem rabdomiólise se simultaneamente ocorrer:

  • mionecrose ( morte das células musculares )
  • mioglobinúria ( perda de proteínas musculares na urina )

A rabdomiólise é um quadro grave, que pode levar à insuficiência renal aguda  ( insuficiênciarenal ).

As estatinas geralmente provocam lesão muscular leve, com pequenas elevações dos valores da CK. Porém, cerca de 1 em cada 1000 doentes medicados com estas drogas pode desenvolver moderada ou grave lesão muscular com rabdomiólise.

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Sintomas de miopatia provocada pelo uso das estatinas

As estatinas podem provocar um enorme conjunto de sintomas musculares, a saber:

  • Desconforto
  • Rigidez
  • Cansaço
  • Aumento da sensibilidade
  • Fraqueza
  • Cãimbras

Em geral, os sintomas surgem após algum esforço físico, mas podem também estar presentes mesmo em repouso.

A intensidade dos sintomas está sempre relacionada com o valor de CK e com a gravidade da lesão muscular?

A intensidade dos sintomas nem sempre está diretamente relacionada com o nível sanguíneo da CK. Alguns pacientes com dor forte podem ter níveis baixos ou até normais de CK, enquanto outros com queixas leves a moderadas podem ter taxas muito elevadas.

Sem fazer a dosagem da CK sanguínea não é possivel definir com precisão o grau de lesão muscular. Todos os doentes a usar uma estatina que comecem a sentir dor muscular devem fazer um exame de sangue para saber o grau de elevação da CK.

Músculos mais afectados pela miopatia

O sintoma mais comum da miopatia das estatinas é a dor muscular (mialgia), que pode ou não vir acompanhada de redução da força. Em geral, a lesão muscular pelas estatinas provoca um quadro de dor e fraqueza, nos seguintes musculos:

  • Nos membros inferiores afecta de forma simétrica os músculos da pelvis e das coxas
  • Nos membros superiores afecta os músculos ao redor da escápula, clavícula e porção inicial dos braços

Musculos tipicamente afectados pela mialgia das estatinas
Musculos tipicamente afectados pela mialgia das estatinas

Dor no ombro provocada pelas estatinas
Dor no ombro provocada pelas estatinas

Dores na coxa
Dores na coxa provocada pelas estatinas

Movimentos corporais mais afectados

A perda de força muscular da miopatia das estatinas pode fazer com que o doente tenha dificuldade nos seguintes movimentos:

  • Levantar os braços acima da cabeça,
  • Levantar-se de uma cadeira ou
  • Subir escadas.

Estes sintomas também podem ser descritos pelo doente como fadiga ou cansaço dos membros.

Quanto tempo demora a desenvolver-se uma miopatia das estatinas?

Habitualmente, a miopatia das estatinas desenvolve-se nos primeiros 6 meses de uso do medicamento, mas há casos de doentes que só a desenvolveram após alguns anos de uso da droga.

Complicações da miopatia pelas estatinas

A lesão muscular pelas estatinas ocorre em cerca de 5 a 10% dos doentes. No entanto a grande maioria dos casos é de forma leve, sem grandes prejuízos para a saúde do doente. Apesar de serem raros, podem haver casos de lesão muscular grave pelas estatinas.

O quadro de rabdomiólise é o mais perigoso, pois as proteínas dos músculos podem entupir os túbulos renais, levando à insuficiência renal aguda. Não é incomum que os pacientes com rabdomiólise precisem de tratamento com hemodiálise durante alguns dias.

Factores de risco para miopatia pela estatina

Como já referido, apesar da lesão muscular ser o efeito colateral mais comum das estatinas, ela é um problema que afecta apenas alguns doentes. Ainda não compreendemos totalmente os mecanismos que levam as estatinas a serem tóxicas para os músculos de certos indivíduos, mas alguns factores de risco já são bastante conhecidos, a saber:

  • Características das estatinas
  • Hipotireoidismo
  • Características do doente
  • Interação medicamentosa

Estatinas com menor risco

O risco de lesão muscular não é igual para todas as estatinas e aumenta conforme a dose.

pravastatina e a fluvastatina parecem ser as drogas deste grupo com menor incidência de dor muscular. A dose de 40 mg por dia da pravastatina mostrou-se bastante segura e com baixa incidência de lesão muscular.

A rosuvastatina na dose de 20 mg/dia também tem se mostrado segura nos estudos, porém, doses a partir de 40 mg/dia têm sido apontadas como responsáveis por quadros de rabdomiólise.

Estrutura molecular da rosuvastatina em 3D
Estrutura molecular da rosuvastatina em 3D

Hipotireoidismo aumenta o risco de miopatia?

Como os pacientes com hipotireoidismo frequentemente têm níveis elevados de colesterol, não é incomum a prescrição de estatinas neste grupo de pacientes. O problema é que hipotireoidismo por si só pode causar miopatia, e quando associado a uma estatina, o risco torna-se ainda maior. O controle clínico do hipotireoidismo através de medicamentos com a levotiroxina diminui o risco de dor muscular.

A miopatia é hereditária?

Fatores genéticos parecem ter um papel relevante na génese da miopatia pelas estatinas. Este é o motivo pelo qual numa mesma família é frequente a ocorrência de miopatia em mais de uma pessoa.

Pessoas com maior risco de desenvolver miopatia das estatinas

  • Mulheres e indivíduos com mais de 60 anos
  • Consumo frequente de bebidas alcoólicas
  • Atividade física intensa
  • Carência de vitamina D
  • Desidratação
  • Existência de doença dos rins ou do fígado
  • Histórico de câimbras frequentes

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Interação medicamentosa

Um dos factores que mais influenciam no aparecimento de lesão muscular pelas estatinas é a associação com outras drogas. A sinvastatina e a lovastatina são as estatinas que mais sofrem interação medicamentosa capaz de provocar miopatia.

atorvastatina, a rosuvastatina e a pitavastatina  também podem sofrer interação de alguns medicamentos, mas com uma frequência um pouco menor.

Medicamentos que aumentam de forma significativa o risco de miopatia das estatinas

São vários os medicamentos que aumentam o risco de miopatia das estatinas pelo que se deve a tudo o custo evitar a sua associação com estatinas, a saber:

  • Amiodarona ( antiarrítmicos )
  • Fluconazol ( antifúngico )
  • Cetoconazol ( antifúngico )
  • Itraconazol ( antifúngico )
  • Ciclosporina ( imunosupressor )
  • Gemfibrozil ( antidislipidémico )
  • Varfarina ( anticoagulante )
  • Verapamil ( perturbações do ritmo taquicardico, antihipertensor, insuficiência coronária )
  • Amlodipina ( antihipertensor e antianginoso )
  • Eritromicina ( antibiótico )
  • Claritromicina ( antibiótico )
  • Ritonavir ( antivírico VIH-1 )
  • Colchicina ( antiinflamatório clássico utilizado no tratamento das crisas agudas de gota )
  • Niacina ( viatmina B3, ou vitamnina PP ou ácido nicotínico )

A lista fornecida acima está muito longe de estar completa, portanto, se tomar vários medicamentos e apresentar dor muscular pela estatina, leia a literatura do medicamento para ver se há alguma interação medicamentosa que possa estar a desencadear as dores.

Tratar o doente com dor muscular pela estatina

Como não há no mercado drogas tão eficazes como as estatinas na prevenção da doença cardiovascular, a decisão sobre a suspensão ou não do tratamento deve ser bem ponderada.

Drogas como o ezetimibe não são tão eficazes quanto as estatinas e não devem ser encaradas como um substituto à altura. O ezetemibe pode até ser utilizado em simultaneo  com a estatina, de forma a permitir uma dosagem menor desta última.

Os raros doentes que desenvolvem grave lesão muscular devem interromper definitivamente o tratamento com as estatinas, pois o risco para a saúde é maior que o potencial benefício da droga.

Tratamos como miopatia grave toda a miopatia com um aumento da CK maior que 10 vezes o valor de referência (CK maior que 1500-2000 U/L na maioria dos laboratórios).

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Tratamento da miopatia das estatinas leve ou moderada

Nos casos que não se enquadram no conceito de miopatia grave, que são, na verdade, a maioria, existem algumas estratégias que podem ser implementadas.

1. Corrigir problemas

O primeiro ponto é identificar possíveis interações medicamentosas que possam estar a aumentar o risco de lesão muscular. A associação de uma estatina com o gemfibrozil, apesar de não indicada, ainda é muito utilizada por alguns médicos, quando o objetivo é baixar os níveis de triglicerídeos.

Se o doente tiver colesterol e triglicerídeos altos e a estatina sozinha não estiver a ser suficiente para controlar os valores, o medicamento com menos risco de miopatia é o fenofibrato.

Além da revisão dos medicamentos que o paciente usa, também é importante uma avaliação da função da tireoide. Em muitos casos, uma simples otimização do tratamento do hipotireoidismo é suficiente para controlar as dores musculares.

A dosagem dos níveis de vitamina D sanguínea também está indicada. Se os valores estiverem baixos, a reposição, que pode ser feita de forma bem simples e barata, costuma amenizar as dores

2. Alterações na estatina

Não havendo problemas a corrigir, o próximo passo é tentar otimizar o tratamento com as estatinas.

Nos pacientes que fazem doses elevadas de estatina, a simples redução da mesma pode ser suficiente. Se for preciso, o médico pode associar uma droga como o ezetimibe, para que o valor do colesterol LDL não volte a subir após a redução da estatina.

Doses de estatinas consideradas moderadas são:

  • 20 mg de lovastatina, pravastatina ou sinvastatina;
  • 20 mg de atorvastatina
  • 10 mg de rosuvastatina.

Apenas os pacientes que já tiveram um infarte anteriormente ou que apresentam risco muito elevado de infarte costumam ter indicação para doses mais altas de estatinas, geralmente 40 mg/dia de atorvastatina ou 20 mg/dia de rosuvastatina.

Uma alternativa é o uso das estatinas em dias alternados.

A rosuvastatina em doses até 20 mg/dia pode ser tomada 3 vezes por semana, que ainda mantém uma boa ação contra o LDL.

Outra opção é trocar de estatina. Como já referido, a pravastatina e a fluvastatina costumam ter um incidência mais baixa de miopatia e podem ser a solução, principalmente para os pacientes em uso de sinvastatina ou lovastatina, que são as estatinas que mais frequentemente causam dor muscular.

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Preços, dosagens e tamanhos das embalagens

Na tabela que se segue reunimos as informações disponiveis em Janeiro de 2014, sobre os preços, dosagens e tamanhos das embalagens de estatinas, fibratos e associações mais utilizadas.

Estatinas, fibratos e associações com hipolipidemiantes
Estatinas, fibratos e associações com hipolipidemiantes

Clique na versão em pdf para melhor visualização da tabela. Pode também fazer o download da mesma:

Medicamentos mais utilizados para o colesterol

Excipientes das estatinas, fibratos e associações

O que é um excipiente?

Excipientes são substâncias que auxiliam o medicamento a ter a devida forma e eficiência farmacêutica. São utilizados para proteger o fármaco, por exemplo, contra a oxidação e a hidrólise. Também podem ser adicionados para a facilitação da administração e do processo de fabricação do medicamento.

Alguns fazem a diluição e “suporte” ao princípio ativo porque este muitas vezes é demasiado potente e tem que ser usado em concentrações muito baixas, por isso é necessário o excipiente para dar o volume necessário e suficiente para uma toma mais prática, por exemplo em comprimidos para tomar por via oral. Têm que ser substâncias que não reajam com o fármaco e farmacologicamente inertes.

Embora seja raro, nada garante que não possa ser alérgico a um deles, por isso preparamos para si uma tabela dos principais excipientes, usados no fabrico das estatinas, fibratos e associações:

Tabela_de_excipientes_das_estatinas
Tabela de excipientes usados nas estatinas, fibratos e associações

Descarregue também a tabela em pdf para melhor visualização:

Tabela de excipientes das estatinas

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Alimentos que fazem aumentar o colesterol

Gordura saturada

É um tipo de gordura encontrada principalmente em produtos de origem animal e que à temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido.

É encontrada nos seguintes alimentos:

  • Carnes vermelhas e brancas ( principalmente gordura da carne e pele das aves),
  • Leite e derivados integrais ( manteiga, creme de leite, iogurte, nata)

Gorduras saturadas más
Gorduras saturadas más

Consumo máximo por diário aconselhado:  20g

Ligação química:  Cada átomo de carbono mantém uma ligação simples com outro carbono e está ligado a dois átomos de hidrogênio

Gordura trans

A gordura trans é o nome dado à gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação natural ou industrial.

Algumas carnes e o leite já têm essa gordura, mas em pequena quantidade. O que preocupa mesmo são as gorduras usadas pela indústria alimentar. A gordura vegetal hidrogenada faz parte do grupo das gorduras trans e é a mais encontrada nos alimentos.

Ela começou a ser usada em larga escala a partir dos anos 1950, como alternativa à gordura de origem animal, conhecida como gordura saturada.

Acreditava-se que, por ser de origem vegetal, a gordura trans ofereceria menos riscos à saúde. Mas estudos posteriores descobriram que ela é ainda pior que a gordura saturada, que também aumenta o colesterol total, mas pelo menos não diminui os níveis de HDL no organismo.

Em geral, as gorduras vegetais, como o azeite e os óleos, são bons para a saúde. Porém, quando passam pelo processo de hidrogenação ou são aquecidos, as moléculas são partidas e a cadeia rearranja-se. Esta nova gordura é que vai danificar as artérias.

Este processo de hidrogenação serve para deixar a gordura mais sólida. E é ela que vai fazer com que os alimentos fiquem saborosos, crocantes e tenham maior durabilidade. O grande desafio atual da indústria é encontrar uma alternativa mais saudável à gordura trans, sem que os alimentos percam as suas propriedades.

Gorduras saturadas trans
Gorduras saturadas trans, aumentam o colesterol LDL ( mau ) e diminuem o HDL ( bom )

A gordura trans não é sintetizada pelo organismo e, por isso, não deveria ser consumida nunca. Mas, como isso é quase impossível,  é aceitável consumir até 2g da gordura por dia, o que equivale a quatro biscoitos recheados.

Mesmo tendo isso em mente, um dos grandes problemas para o consumidor é conseguir perceber com clareza quanta gordura trans existe em cada alimento. Vale a pena lembrar que os alimentos que mais contêm gordura trans são:

  • Bolachas
  • Pipocas de microondas
  • Chocolates
  • Gelados
  • Batatas fritas
  • Salgadinhos
  • Alimentos que tem margarina na composição

Consumo máximo diário aconselhado: 2g

Ligação química – Similar à da gordura saturada, mas os átomos de hidrogênio estão dispostos transversalmente (na diagonal), e não em paralelo, como ocorre com os ácidos gordos encontrados na natureza. Daí vem o nome “trans”.

Gordura insaturada e poli-insaturada

A gordura insaturada está presente principalmente em vegetais e é líquida à temperatura ambiente. Existe a monoinsaturada (com apenas uma ligação dupla de carbono) e a poliinsaturada (com mais de uma ligação dupla de carbono). O seu consumo em excesso também é prejudicial em particular os óleos vegetais devem ser evitados.

Quais os alimentos em que se encontra?

  • Azeite e azeitonas
  • Óleo de canola e de milho,
  • Amêndoa,
  • Amendoins
  • Nozes
  • Castanha-do-pará,
  • Abacate,
  • Sementes e óleo de linhaça,
  • Óleo de girassol
  • Truta ( ômega 3 )
  • Salmão ( ômega 3 )

Gorduras_saudáveis

Gorduras insaturadas boas
Frutos secos contêm gorduras insaturadas boas

Consumo máximo diário aconselhado:  44g

Ajuda a reduzir o colesterol LDL, os triglicéridos e a pressão arterial.

Ligação química:   Faltam alguns átomos de hidrogênio na sua molécula e, por isso, ocorre uma ligação dupla entre os carbonos.

O COLESTEROL SERÁ UM MITO?

Durante anos ouvimos que o colesterol é a encarnação do mal. Que em excesso entope as artérias e abre caminho aos enfartes do miocárdio e aos AVCs.

Por causa dele passámos a olhar com horror para as alheiras, para as bifanas e para a manteiga. Os ovos passaram a merecer desconfiança. Não mais de um ou dois por semana disseram-nos repetidamente. Para manter o colesterol em níveis aceitáveis, milhões de pessoas tomam regularmente medicamentos conhecidos como estatinas.

As estatinas são os medicamentos mais vendidos em todo o mundo e Portugal não é exceção: em 2000 vendiam-se perto de um milhão e 500 mil embalagens. Em 2009 mais de cinco milhões e 400 mil, um aumento de mais de 200% lê-se numa tese de mestrado que fez a avaliação do consumo destas substâncias em Portugal.

Pois bem, todas estas ‘provações’ podem ser em vão. Pelo menos a crer nos ‘céticos do colesterol’, um grupo de médicos e investigadores empenhados em acabar com o que garantem ser a crença errada de que o colesterol faz mal à saúde.

Existe, desde 2003, uma Liga internacional dos Céticos do Colesterol (www.thincs.org) com uma centena de membros das mais diversas especialidades médicas.

São vistos como fanáticos ou adeptos de teorias da conspiração pelos médicos ‘ortodoxos’, mas a sua cruzada ganhou visibilidade com a publicação em França do livro ‘La Verité sur le Cholestérol’, do médico Philippe Even, e, nos EUA, do livro ‘The Great Cholesterol Myth’, do cardiologista Stephen Sinatra e do nutricionista Jonny Bowden.

O apoio mediático do médico Mehmet Oz que entrevistou os autores no seu programa de televisão visto por milhões voltou a criar um buzz à volta do tema. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo.

Os fatores de risco incluem a hipertensão, obesidade, diabetes. E também o colesterol elevado, que os céticos querem reabilitar.

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O que dizem os céticos?

Um relatório da Escola de Saúde Pública de Harvard aponta o metabolismo, mais do que a dieta, como responsável pelos níveis de colesterol no sangue.

Esta ideia reúne consenso na classe médica. Pedro Marques Silva, responsável da Consulta de Hipertensão Arterial e Dislipidemias do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, confirma: “Se reduzíssemos o colesterol na dieta de tal maneira que a comida ficasse incomestível, ainda assim a taxa de colesterol que conseguíamos reduzir seria apenas de 20%”.

Vegetarianos também têm colesterol alto?

Os vegans e vegetarianos podem ter níveis de colesterol altos, apesar de não comerem produtos animais, precisamente porque 70 a 80% do colesterol é produzido no nosso fígado e não tem origem na alimentação.

E é com este argumento que os céticos incentivam o regresso ao nosso prato das gorduras saturadas tais como as presentes em alimentos de origem animal e algumas de origem vegetal, a saber:

  • Manteiga
  • Carne vermelha
  • Óleo de coco

Além de não influenciarem o colesterol no sangue, elas têm um papel importante na absorção do cálcio e manutenção da densidade óssea e são essenciais para o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso, dizem.

Podemos ingerir colesterol à vontade?

Claro que não! Uma pessoa magra, com colesterol total elevado, mas sem hipertensão ou diabetes, não tem risco cardiovascular, teoria defendida pelos céticos do colesterol. Nestes casos, a alimentação não é um fator decisivo, nem vale a pena andar a fazer restrições radicais ou medicação.

O problema é que na maioria dos casos, quem tem o colesterol total aumentado tem também outros fatores de risco, como o excesso de peso, a hipertensão ou a diabetes ou seja tem a chamada síndrome metabólica.

Quando é assim, a alimentação é fundamental, porque o simples facto de perder peso ajuda muito. Há casos de pessoas que deixaram a medicação para a hipertensão e para o colesterol com base na reeducação alimentar e no exercício físico como, por exemplo, uma caminhada diária de, pelo menos, 45 minutos.

Na opinião dos céticos do colesterol os verdadeiros inimigos do coração são as gorduras hidrogenadas, ou trans, presentes nos alimentos processados para ajudar a prolongar o seu tempo de prateleira e o açúcar.

A alimentação pode não influenciar o colesterol mas influencia o nível de triglicéridos, outro tipo de gordura do sangue, associada sobretudo ao consumo de açúcar simples e de hidratos de carbono, e que é consensualmente um fator de risco para as doenças cardiovasculares e diabetes.

Existe relação direta entre colesterol no sangue e as doenças coronárias?

Não existe uma relação direta entre o colesterol no sangue e as doenças coronárias, dizem os céticos do colesterol.

O francês Philippe Even, autor do livro ‘La Verité sur le Cholestérol’, enfatiza que analisou mais de 800 publicações científicas, em particular oito estudos epidemiológicos, dez meta-análises e 46 ensaios clínicos concluindo que não é verdade que a responsabilidade do colesterol esteja apoiada em provas sólidas e largamente aceites ou que numerosos estudos tenham mostrado uma relação direta entre o colesterol e a mortalidade cardíaca.

O cardiologista norte-americano Jonny Bowden, autor do livro ‘The Great Cholesterol Myth’, subscreve. “Durante 43 anos fiz prática clínica com base nos dados convencionais, mas a certa altura dei-me conta que se metade das pessoas com colesterol alto tinha doenças cardíacas e outra metade não, alguma coisa estava errada na associação de causa-efeito do colesterol às doenças cardíacas”, explicou o cardiologista, no programa te TV do Dr. Oz.

Para os céticos do colesterol, a presença de colesterol nas artérias de doentes coronários decorre muitas vezes de uma função pouco conhecida do próprio colesterol: a de molécula reparadora. “Na verdade, ele tem uma função é protetora. Quando as artérias estão danificadas o colesterol LDL viaja até ao local do acidente e ajuda a repará-las.

Culpar o colesterol é como culpar os bombeiros de atearem fogos

Concluindo

Afinal devo tomar ou não medicamentos para o colesterol quando está alto? A nossa opinião é a seguinte:

  • Se tem colesterol LDL (o  mau ) alto mas o colesterol HDL (o bom) também está alto ou normal, tem peso normal, não tem hipertensão nem diabetes, então decididamente NÃO!  Faça exercício fisico, que pode ser uma simples caminhada diária mas tem de durar pelo menos 45 minutos.
  • Se tem colesterol LDL alto, HDL baixo e também alguns factores de risco como peso excessivo, hipertensão ou diabetes, então parece-nos que o risco de não tomar é maior e portanto SIM deve ser colocada essa hipótese se as correcções alimentares e o exercício físico não surtirem efeito a curto prazo.

Em qualquer dos casos essa é uma decisão que deve ser tomda, sempre, com o apoio do seu médico.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências:

Por favor, PARTILHE ESTE ARTIGO com os seus amigos tendo a certeza que vão ficar-lhe agradecidos com muita informação que pode melhorar a sua saúde e das respectivas famílias.

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Sono insónia e melatonina antioxidante mitocondrial poderosa




Como dormir melhor mas não dormir demais? Melatonina porque é tão importante? Será que dormimos para produzir melatonina e proteger as nossas mitocôndrias? Sono, insónia, ciclos de sono, sistema glinfático, quais os segredos? Como posso dormir sem usar medicamentos? Quais os medicamentos mais usados para dormir? Quais os efeitos secundários dos comprimidos para dormir? Quais as razões para não dormir demais? Segundo a American Sleep Association vários estudos têm demonstrado que horas a mais de sono têm também consequências negativas para a saúde. Descrevo as 7 principais razões para não dormir demais mas também qual a importância de dormir melhor? Porque é importante dormir melhor? O que se passa durante o sono? Quais as regras essenciais para criar um “santuário para o seu sono” e acordar com mais energia.

Este artigo pretende ser um guia para a ajudar a saber como dormir melhor, como dormir rápido, como dormir cedo e alcançar um sono de excelência, adormecer mais rápido, dormir mais profundamente, sonhar menos, acordar menos vezes durante a noite e de manhã levantar-se na hora certa para si e com muito mais energia! Acha que não consegue?  Siga até ao fim as informações e instruções deste artigo e talvez a sua vida mude para sempre! Nunca saberá se não colocar em prática o que eu também fiz com o meu próprio sono!

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:
  • Sono o que é?
  • Quais as principais funções do sono?
  • Ciclos do sono como funcionam?
  • O que se passa durante o sono?
  • Sistema glinfático de limpeza do cérebro,  o que é?
  • Imunidade como é afetada pela privação de sono?
  • Qual a hormona do sono?
  • Melatonina porque é tão importante?
  • Serotonina, que é usada como antidepressivo, qual a relação com a melatonina?
  • Proteção das mitocôndrias pela ação antioxidante da melatonina!
  • Stress oxidativo e cancro!
  • Melatonina, qual a melhor utilização terapêutica?
  • Jet lag o que é?
  • Como utilizar a melatonina para tratar o Jet lag?
  • Ritmo circadiano o que é?
  • Premio Nobel o que dizem os cientistas sobre o sono?
  • Quais os genes com mais influência no ritmo circadiano?
  • Causas de insónia, quais as principais?
  • Higiene do sono o que é isso?
  • Dormir uma sesta é bom ou mau?
  • Exercício físico será que faz bem ao sono?
  • O álcool dá sono, isso é bom ou mau?
  • Tabaco como influencia o sono?
  • Última refeição do dia para potenciar o sono!
  • Não tenho sono, o que devo fazer?
  • Dormir demais aumenta o risco de depressão?
  • Dormir demais pode debilitar o cérebro?
  • Qual a influência na gravidez?
  • Qual a influência na diabetes?
  • Qual a influência no peso?
  • Dormir demais trás consequências cardíacas?
  • Será que aumenta o risco de morte prematura?
  • Quantas horas devo dormir?
  • Qual o grau de cansaço ao acordar em função das horas de sono?
  • Qual o risco de dormir demais nos bebés e crianças?
  • Qual o risco de dormir de menos nas crianças?
  • Quais as recomendações de tempo de sono nas crianças?
  • Quando sonhamos?
  • Sonhamos todos os dias?
  • É verdade que paralisámos durante uma parte do sono?
  • O que acontece quando muda a hora em Outubro e em Março?
  • Como dormir melhor?
  • Quais as melhores posições para dormir?
  • Medicamentos para dormir, quais os mais utilizados e quais os riscos?

Sono o que é?

Sono e dormir uma sesta melhorsaude.org

Segundos especialistas em medicina do sono este é um estado essencial à vida. Não há qualquer dúvida sobre a sua importância para a saúde geral e mesmo para a sobrevivência. Dormir é, aliás, um comportamento inato, partilhado por todo o reino animal, ainda que, do ponto de vista neurofisiológico possam existir diferenças entre espécies, sobretudo de natureza conceptual.

Sono qual a sua função?

O sono tem funções verdadeiramente extraordinárias e a produção de melatonina, com a sua potente ação antioxidante nas mitocôndrias celulares, tem uma importância extrema na produção e manutenção saudável da nossa energia diária e, portanto, da saúde no geral pois sem energia celular não existimos! A natureza encarregou-se de nos munir com um duplo mecanismo de controlo sobre a função do sono, determinando assim que, um acumular de cansaço, iniciado com o despertar, permita uma maior propensão para um sono (mecanismo homeostático de regulação do sono) que será sempre mais proveitoso em horário noturno.

A ausência de luz, percebida por células especializadas da retina do olho, passa a mensagem ao cérebro, mais propriamente ao relógio biológico nele contido, de que é altura de encerrar os olhos, de diminuir a atividade e dormir, para voltarmos a acordar pela manhã, quando o sol raiar e quando o repouso do sono tiver sido rentável para a recuperação geral.

Principais funções do sono

Durante o nosso sono ocorrem funções essenciais para a nossa saúde e sobrevivência. Algumas das mais importantes são as seguintes:

  • Produção de melatonina que tem uma função antioxidante, de enorme importância, nas mitocôndrias que são os organelos responsáveis pela produção de energia das nossas células e que necessitam de reparação diária devido à sua função de extrema exigência na  produção da energia que produz uma carga elevada de radicais livres!
  • Consolidação da memória e capacidade cognitiva, como se durante o sono se arrumasse cada memória na respetiva “gaveta” de forma a que seja mais fácil encontra-la quando necessitarmos dessa memória;
  • Limpeza dos sulcos cerebrais, através do fluido espinal e cerebral, que impede a acumulação de proteínas residuais tóxicas acumuladas durante o dia, como a proteína beta amiloide, que se julga estar associada à doença de Alzheimer;
  • Regeneração acelerada das nossas feridas influenciando o grau de inflamação adequado para uma melhor reparação;
  • Reparação de lesões cerebrais;
  • Fortalecimento do nosso sistema imunitário;
  • Processamento emocional e gestão de stress, associado à fase REM.

Ciclos de sono enquanto dormimos

O que se passa durante o sono é verdadeiramente extraordinário!

Numa noite de sono ocorrem vários ciclos. Cada ciclo de sono tem cinco fases e dura cerca de 90 minutos podendo chegar aos 120 minutos, havendo portanto vários ciclos consecutivos, separados por microdespertares, dos quais geralmente não temos consciência se tivermos um sono saudável! Durante uma noite completa e saudável de sono um adulto deve fazer 5 ciclos de aproximadamente 90 minutos cada (450 minutos) ou seja cerca de 7 horas e meia de sono.

Normalmente percorrem fases distintas do sono a cada 90 a 120 minutos durante a noite com três fases do sono com movimento não rápido dos olhos (NREM) e uma fase com movimento rápido dos olhos (REM).

  • Sono da fase N1 (NREM 1)- superficial e relativamente curto;
  • Sono da fase N2 (NREM 2) – A maior parte do tempo do nosso sono é passada nesta fase;
  • Sono profundo da fase N3 (NREM 3)- Tem início, aproximadamente, 30 minutos após adormecer e ocorre principalmente durante a primeira metade da noite, nas primeiras 4 horas de sono;
  • Sono REM – A primeira fase REM tem início, aproximadamente, 80 minutos após adormecer. No decorrer da noite é gasto mais tempo nesta fase REM caracterizada por rápidos movimentos oculares (Rapid eye movements) e onde os sonhos acontecem;
  • Despertares breves – chamados de fase W ocorrem durante a noite, mas a pessoa adormecida geralmente desconhece a maioria deles. Os microdespertares mais relevantes ocorrem, aproximadamente , 3 horas e 6 horas após adormecermos. O acordar ocorre após cerca de 7:30h a 8:00h de sono.

Ciclos de sono
Fonte: Manual MSD – Visão geral do sono.

Assim a sequência de fases durante uma normal e saudável noite de sono, é normalmente a seguinte:
  • Vigília
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • Microdespertar (após 3 horas de sono, aproximadamente)
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • Microdespertar (após 6 horas de sono, aproximadamente)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • Acordar (após 7 horas e 30 minutos a 8 horas de sono, aproximadamente).

Resumindo o número total de cada uma das fases de sono durante uma normal e saudável noite de sono, será o seguinte:

  • NREM 1 – 9 fases
  • NREM 2 – 13 fases
  • NREM 3 de sono profundo – 4 fases (durante as primeiras 4 horas de sono)
  • REM de sonhos – 6 fases.
  • Microdespertares – 2

Ondas cerebrais

Fases do sono e respetivas ondas cerebrais. As fases 3 e 4 são de sono profundo. A fase REM é quando acontecem os sonhos. As fases de vigília são caracterizadas por ondas cerebrais rápidas de pequena amplitude denominadas ondas Beta. Na fase de sono profundo as ondas cerebrais são mais lentas e de maior amplitude e denominam-se onda Delta. Curiosamente na fase de sono REM as ondas cerebrais registadas voltam a ser mais rápidas e de menor amplitude ou seja semelhantes a uma fase de vigília, talvez devido ao facto de os sonhos acontecerem essencialmente nessa fase REM onde acontecem movimentos oculares rápidos.

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Fases do sono e vigília
Fonte: Laboratório de Neurogenética / Núcleo de Cognição e Sistemas Complexos / Centro de MatemáticaComputação e Cognição / Universidade Federal do ABC

Sonhos e fase REM

Geralmente, apenas sonhamos na fase de sono profundo REM (Rapid Eye Movement) onde existem rápidos movimentos de olhos que se julga acompanharem as peripécias que ocorrem nos nossos sonhos. Se acordarmos durante esta fase do sono vamos lembrar-nos deles com muito maior detalhe mas se dormirmos descansadamente até ao fim não vamos lembrar-nos de nada e isso é que é saudável pois significa que terminamos sem precalços esse ciclo de sonho.

Sono REM e paralisia muscular

Quando adormecemos o cérebro desliga algumas funções motoras para nossa proteção. Durante a fase de sono profundo REM ficamos com uma espécie de “paralisia motora” ou seja vivemos os sonhos mental e visualmente mas não conseguimos mexer-nos!

Como seria o nosso sono se durante a fase de sonhos reagíssemos também “fisicamente” ás experiências aí vivenciadas? Certamente não teríamos um sono descansado e poderíamos até, em alguns sonhos mais “agressivos”, magoar-nos gravemente ou magoar quem dorme connosco!

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Sono REM novas descobertas

Afinal para que serve a fase REM onde ocorrem os sonhos e os movimentos rápidos dos olhos? Segundo Matthew Walker, especialista de sono e autor do livro “Why we sleep: Unlocking the power of sleep and dreams”, o sono REM tem duas funções extraordinárias:

  • Gestão e ajuda emocional;
  • Potenciar a creatividade.

Os sonhos que ocorrem nesta fase do sono libertam as memórias da carga emocional associada o que é de extrema importância em casos de memórias traumáticas, sendo a primeira ajuda para ultrapassar esses traumas, desde que a produção de noradrenalina não seja exagerada ou esteja danificada pois nesses casos podem acontecer os mesmos pesadelos recorrentes de que se queixam os doentes com sindrome pós traumático.

Sistema glinfático e limpeza do cérebro

O sistema glinfático foi descrito pela primeira vez em 2012 pela neurocientista dinamarquesa Maiken Nedergaard e tem sido amplamente correlacionado com danos cerebrais pós-AVC, lesões cerebrais traumáticas e doenças neurodegenerativas, entre elas a doença de Alzheimer e outras doenças demenciais. A descoberta foi feita a partir da análise do percurso liquórico in vivo, por meio da técnica de microscopia de dois fótons (onde se utiliza marcadores através de injeções intratecais). Esperava-se observar a circulação liquórica clássica que já havia sido descrita, no entanto foi identificado que, além desse percurso, ocorre também a penetração do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) no parênquima, depois a troca com o líquido intersticial e, por fim, a drenagem do LCR.

O sistema glinfático é uma rede perivascular que atua drenando resíduos tóxicos e metabólitos do Sistema Nervoso Central (SNC) como a proteína β-amiloide, que, quando acumulada, tem uma ação relevante na  fisiopatologia da doença de Alzheimer e facilita a distribuição cerebral de compostos como aminoácidos, glicose e neuro moduladores.

Circulação liquórica

Via clássica

O LCR é produzido nos plexos coroides, localizados nos ventrículos cerebrais (principalmente nos ventrículos laterais) e tem uma produção média de 500ml por dia, tendo um volume circulante de 100ml a 150ml.

Dos ventrículos laterais, ele alcança o III ventrículo a partir do forame de Monro e, por meio do aqueduto do mesencéfalo (ou aqueduto de Sylvius), chega ao IV ventrículo. Nesse local, ele pode difundir-se para o espaço subaracnoídeo medular, pelo forame de Magendie (abertura medial), e para o espaço subaracnoídeo encefálico pelo forame de Luschka (aberturas laterais).

Ele é reabsorvido pelas granulações (ou vilosidades) aracnoides, que são projeções da membrana aracnoide, e drenam para os seios venosos, principalmente o seio sagital superior.

Cérebro humano

Nova via

O LCR presente no espaço peri arterial acompanha as arteríolas e os capilares conforme ocorrem as suas ramificações, penetrando no parênquima cerebral. Nesse local, o líquor comunica-se com o líquido intersticial através de poros na estrutura perivascular, permitindo a passagem das moléculas de menores dimensões e sendo favorecidas pela pulsatilidade arterial, que contribui para essa saída do LCR do espaço peri arterial.

Além disso, as células da glia também realizam um papel fundamental, sobretudo os astrócitos, pois, nas suas regiões mais periféricas (conhecidas como pés dos astrócitos), está presente a AQP4, uma aquaporina que possibilita a passagem de moléculas de água. A partir das junções comunicantes dos astrócitos,  comunicam-se e mantêm um fluxo convectivo desde o espaço peri arterial até o espaço peri venoso.

Limpeza do SNC

O maior detalhe desse mecanismo é que o LCR que penetra no espaço peri venoso não é o mesmo que saiu do espaço peri arterial, pois, durante o fluxo convectivo, ele carrega os resíduos e metabólitos que antes estavam situados no interstício e, por isso, se assemelha ao sistema linfático, sendo uma nova descoberta que explica como ocorre a drenagem no SNC.

Nedergaard M. The Glymphatic System: A Beginner’s Guide. Neurochem Res (2015) 40:2583–2599. Fig.3 doi: 10.1007/s11064-015-1581-6

Envelhecimento

Ao longo do envelhecimento, ocorrem mudanças físicas e metabólicas no corpo humano e algumas dessas alterações podem contribuir para o funcionamento inadequado do sistema glinfático. São exemplos disso o aumento da rigidez arterial em idosos (o que diminui a pulsatilidade e a saída do LCR para o espaço intersticial) e a hipertrofia da GFAP (proteína fibrilar ácida da glia – uma proteína de filamento intermediário expressa no SNC, muito comum em astrócitos, os quais tem a sua comunicação dificultada quando, por ela, sofre alterações estruturais). Além disso, nos estudos de Nedergaard, também se encontrou a perda da polarização perivascular das AQP4 em idosos, alterando a depuração intersticial de solutos e a troca LCR-líquido intersticial.

Uma hipótese que abre novos horizontes para pesquisas em doenças neurodegenerativas é a de que pacientes com essas doenças possam ter os mesmos acometimentos supracitados, no entanto agravados. Dessa maneira, ocorre uma drenagem deficitária que gera acúmulos prejudiciais, como no caso da doença de Alzheimer, em que são encontrados agregados de proteína tau e o acúmulo de β-amiloide.

Sistema glinfático e o sono

O sistema glinfático tem sua maior atividade durante o sono (principalmente no sono profundo, o terceiro estágio do sono não-REM). Imagens feitas a partir da microscopia de dois fótons mostram que, durante o estado de vigília, o influxo de líquor pode ser reduzido em até 90%.

Ainda não se sabe com exatidão o processo fisiológico que gera essa maior atividade durante o sono, mas a noradrenalina parece ser um importante regulador da atividade glinfática pois age durante a vigília, aumentando o volume intracelular e, consequentemente, diminuindo o espaço intersticial. Assim, os mecanismos hidrodinâmicos não são favorecidos para a drenagem durante a vigília, enquanto o inverso acontece durante o sono com a diminuição da noradrenalina, o que propicia a saída do LCR do espaço perivascular.

Um boa noite de sono é por isso essencial para a limpeza e saúde do nosso cérebro!

Sistema imunológico e privação de sono

A privação de sono e o sistema imunológico exercem e sofrem influências mútuas. A privação de sono é considerada uma fonte de stress, uma vez que induz a elevação do cortisol em seres humanos (ou da corticosterona em roedores). Os glucocorticoides, por sua vez, exercem um efeito imunossupressor ou seja fazem com que o nosso sistema imunológico fique mais debilitado e menos eficaz contra a invasão de vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros corpos estranhos. Por essas razões, foi proposto que o aumento da ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal seja um importante mediador das alterações imunológicas observadas em pacientes com insónia ou privados de sono.

Estudo: Repercussões imunológicas dos distúrbios do sono

Uma das células mais importantes do nosso sistema imunitário são as chamadas células assassinas naturais (NK), um tipo de glóbulos brancos. Estas detetam as células infetadas e param a sua atividade ou removem-nas antes que novos vírus sejam reproduzidos.

O sono é de extrema importância, para termos células assassinas naturais suficientes no corpo. Assim se não dormimos regularmente e horas suficientes (7.30h), somos muito mais suscetíveis a doenças e infeções. Investigadores estudaram como é que o número de glóbulos brancos se desenvolve sob privação de sono. O resultado foi surpreendente e assustador:

  • Os grupos de teste que dormiram apenas 4 horas em vez de 8 horas tiveram uma redução de 70% na proporção das suas células assassinas naturais (NK).

Este resultado suporta a evidência de uma maior fragilidade e probabilidade de contrair infeções quando temos problemas com a qualidade e quantidade do nosso sono.

Melatonina a hormona do sono o que é?

Formula química:   N-acetil-5-metoxitriptamina

A mensagem de ausência de luz enviada ao cérebro é, em cada período de aproximadamente 24h, repetida e traduzida na libertação de melatonina pelo hipotálamo (mecanismo circadiano de regulação do sono). A melatonina  é uma hormona produzida por diversos animais e plantas. Em animais superiores é produzida e libertada pela glândula Pineal. Quimicamente, é uma indolamina sintetizada a partir do triptofano (aminoácido essencial encontrado nas proteínas) sendo uma molécula anfipática ou seja  devido ao seu caráter anfifílico (uma parte hidrofílica e outra lipofílica), pode atravessar facilmente as membranas celulares por difusão. Em consequência, a melatonina não é armazenada no interior do pinealócito e é imediatamente libertada dentro dos capilares sanguíneos que irrigam a glândula pineal após a sua formação. Assim, a secreção de melatonina depende da sua síntese, que é catalisada por quatro enzimas distintas:

  • Triptofano hidroxilase (TPH),
  • Descarboxilase de L-aminoácidos aromáticos,
  • N-acetiltransferase (NAT),
  • Hidroxi-indol-O-metiltransferase (HIOMT).

Triptofano-serotonina-melatonina

Serotonina (antidepressivo) é precursor da melatonina

No esquema acima descrito é clara a importância da serotonina como precursor da melatonina. Relembro apenas que a serotonina é utilizada por milhões de pessoas em todo o mundo como antidepressivo! A glândula pineal participa na organização temporal dos ritmos biológicos, aturando como mediadora entre o ciclo claro/escuro ambiental e os processos regulatórios fisiológicos, incluindo:

  • Regulação endócrina da reprodução,
  • Regulação dos ciclos de atividade-repouso e sono/vigília,
  • Regulação do sistema imunológico, entre outros.

Melatonina e antioxidante mitocondrial

A melatonina e a glutationa (ou glutatião) são os dois mais importantes antioxidantes mitocondriais. A melatonina é um antioxidante antigo. Após o seu desenvolvimento inicial em bactérias, ela foi retida ao longo da evolução, de modo que pode estar ou pode ter estado presente em todas as espécies que existiram. Embora se tenha mantido ao longo da evolução durante a diversificação das espécies, a estrutura química da melatonina nunca mudou; assim, a melatonina presente nos seres humanos atualmente vivos é idêntica à presente nas cianobactérias que existem na Terra há bilhões de anos.

A melatonina na circulação sistémica de mamíferos desaparece rapidamente do sangue, presumivelmente devido à sua captação pelas células, particularmente quando estão sob condições de alto stress oxidativo. A medição da distribuição subcelular da melatonina mostrou que a concentração desta indolamina nas mitocôndrias excede em muito a do sangue. A melatonina presumivelmente entra nas mitocôndrias através de transportadores de oligopeptídeos, PEPT1 e PEPT2.

Assim, a melatonina é direcionada especificamente para as mitocôndrias, onde parece funcionar como um potente antioxidante mitocondrial. Além de ser absorvida da circulação, a melatonina também pode ser produzida nas mitocôndrias.

A origem das mitocôndrias e a melatonina

Durante a evolução, as mitocôndrias provavelmente tiveram origem quando as bactérias formadoras de melatonina foram engolidas como alimento por procariontes ancestrais. Com o tempo, as bactérias engolidas evoluíram para mitocôndrias; isso é conhecido como a teoria endossimbiótica da origem das mitocôndrias. Quando o fizeram, as mitocôndrias mantiveram a capacidade de sintetizar melatonina.

Assim, a melatonina não é apenas absorvida pelas mitocôndrias, mas estes organelos, além de muitas outras funções, provavelmente também produzem melatonina. As altas concentrações da melatonina e as suas múltiplas ações como antioxidante proporcionam uma potente proteção antioxidante a estes organelos que estão expostas a abundantes radicais livres.

Estudo: Melatonin as a mitochondria-targeted antioxidant: one of evolution’s best ideas

Atualmente médicos e investigadores de renome como o cardiologista  Dr. Steven Gundry colocam a hipótese de a principal função do sono ser produzir melatonina para proteger o bom funcionamento das nossas mitocôndrias, pois sem a energia produzida pelas mitocôndrias não estaríamos vivos!

Stress oxidativo e cancro

A mitocôndria é a principal responsável pelo fornecimento de energia, trifosfato de adenosina, ATP (adenosine triphosphate), às células e a maior produtora de espécies reativas do oxigénio (radicais livres), ROS (reactive oxygen species), tais como o anião superóxido (O2.-), o peróxido de hidrogénio (H2O2) e o radical hidroxilo (OH.).

A manutenção de um equilíbrio entre a produção de ROS e as defesas antioxidantes é crucial para o bom funcionamento do organismo humano. No entanto, pode ocorrer um desequilíbrio devido à produção excessiva de ROS ou à deficiência de defesas antioxidantes. A este desequilíbrio dá-se o nome de stress oxidativo. O excesso de ROS pode danificar o DNA, os lípidos ou as proteínas e levar ao aparecimento de diversas doenças, incluindo o cancro.

O genoma mitocondrial é mais suscetível a mutações por possuir limitações nos mecanismos de reparação. As lesões ao nível do DNA mitocondrial (mtDNA) podem ser mutações nas regiões codificantes ou na região D-loop (displacement loop), ou simplesmente alterações do número de cópias de mtDNA. Para se defender do stress oxidativo, o organismo desenvolveu mecanismos de defesa endógena antioxidante. As defesas dividem-se em:

  • Enzimáticas como por exemplo a superóxido dismutase, a glutationa peroxidase e a catalase;
  • Não enzimáticas, como por exemplo as vitaminas A, C e E.

Existe a hipótese de uma alimentação rica em nutrientes com propriedades antioxidantes poder ser benéfica na prevenção contra a oxidação mas ainda sem suporte científico consistente. No entanto, o excesso de nutrientes com propriedades antioxidantes ou mesmo de suplementos antioxidantes podem ser cancerígenos.

Utilização terapêutica da Melatonina

Como dormir rápido e como dormir bem

Em humanos, a melatonina tem como principal função regular o sono ou seja, num ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina do organismo aumentam, causando o sono, de forma a que possa dormir rápido e dormir bem. Por isso como dormir bem é muito importante então devemos eliminar do ambiente mecanismos que possam acelerar o metabolismo e impedir o sono, mesmo que não percebamos, tais como:

  • Fontes de som,
  • Fontes de luz,
  • Aromas,
  • Calor

Outra função atribuída à melatonina é a de antioxidante, agindo na  recuperação de células epiteliais expostas a radiação ultravioleta e através da administração suplementar, ajudando na recuperação de neurónios afetados pela doença de Alzheimer e por episódios de isquemia (como os resultantes de acidentes vasculares cerebrais) e como complemento em tratamentos para a epilepsia.  Em resumo a melatonina é conhecida como a hormona do sono.

Jet lag o que é?

Jet lag é a alteração do ritmo biológico de 24 horas consecutivas que ocorre após mudanças do fuso horário em longas viagens de avião. Caracteriza-se por problemas físicos e psíquicos, especialmente do ciclo do sono, decorrentes de alterações dos níveis hormonais de hidrocortisona. 

Trata-se de uma condição fisiológica resultante de alterações no ritmo circadiano (distribuição dos períodos de sono-vigília em um ciclo de 24 horas) provocadas por uma viagem, geralmente de aviões a jato (daí o nome em inglês: jet, redução de jet plane, ‘avião a jato’; e lag, ‘atraso, retardamento’), atravessando vários fusos horários. Em consequência, após a viagem, o relógio interno (relógio biológico) não estará ajustado ao horário local. Ocorre então um distúrbio do sono transitório.

Qual a melhor melatonina para o Jet Lag

A melatonina, sob o nome comercial Circadin, é também considerado segura e extremamente eficaz na prevenção ou diminuição dos sintomas de Jet Lag. Especialmente eficaz para quem viaja por mais de 5 zonas horárias, mas pode ser usado para qualquer viagem que ultrapasse mais do que uma zona horária para quem é mais suscetível a sintomas.

Estudo clínicos constataram que a melatonina ajuda a regular o horário orgânico com mais rapidez, criando as condições necessárias para atingir um mais rápido relaxamento e descanso cerebral em viajantes, trazendo rápida adaptação ao novo fuso horário.

Existem também estudo que demonstram que a melatonina age como regulador de cada uma das etapas do balanço energético, tais como:

  • Ingestão alimentar,
  • Fluxo de energia para reserva,
  • Fluxo de energia das reservas
  • Gasto energético.

Comportamentos inadequados como tomar café depois das 18h ou ver televisão até tarde podem dificultar o inicio do sono ou comprometer a sua continuidade, penalizando os processos que dele dependem, como por exemplo a regulação do cortisol que é a hormona do stress. Quanto mais alto for o nível de cortisol no nosso organismo mais ansiedade vamos sentir!

Ritmo circadiano o que é?

Num velho vídeo de Novembro de 2015 Michael Rosbash explica o seu trabalho com Jeffrey C. Hall. Fala neste incrível relógio que temos dentro de nós e que consegue antecipar as mudanças cá fora. “É muito mais vantajoso saber o que vai acontecer do que reagir ao que já aconteceu. E esse é um dos papéis do ritmo circadiano”, diz.

Ritmo circadiano
Fonte: Comité Nobel de fisiologia ou medicina

Cronobiólogos ganham prémios Nobel

São geneticistas e cronobiólogos… uma espécie de “relojoeiros do corpo humano”, a saber:

  • Michael Rosbash,
  • Jeffrey Connor Hall,
  • Michael Warren Young

Estes três cientistas Norte Americanos, conquistaram a 2 de Outubro de 2017, o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina por descobertas sobre os mecanismos moleculares que controlam o ritmo circadiano.

Os trabalhos com mais de duas décadas nesta área mostraram como funcionam genes que estão ligados ao sono e à forma como regulamos o nosso metabolismo nas diferentes fases do dia. Os três cientistas norte-americanos revelaram alguns dos importantes circuitos e peças que fazem a complexa máquina do nosso relógio biológico funcionar. E, claro, perceberam onde e como pode avariar.

Relógio biológico antecipa mudanças

Segundo Anna Weddell, do comité do prémio Nobel, os investigadores mostraram, por exemplo, que “precisamos do relógio biológico para antecipar as mudanças que ocorrem durante um dia, não é só para nos adaptarmos a essas mudanças”.

Assim, recorrendo ao modelo da mosca-da-fruta, os investigadores perceberam que o corpo dos animais (incluindo o dos seres humanos) desencadeia uma série de ligações que nos preparam para acordar, mesmo antes de a luz do dia “nos avisar”. Da mesma forma, há uma preparação do organismo para o momento noturno, do sono.

Diogo Pimentel, investigador português na Universidade de Oxford que se dedica a esta área, explica:

“Até hoje não sabemos por que precisamos de dormir, mas já é claro que a regulação do sono obedece a dois processos: o ciclo circadiano (ou relógio) e o sistema homeostático” .

O tal relógio faz com que todos os organismos (incluindo nós) se sincronizem e adaptem a fatores do ambiente externo, sendo a luz o fator principal. Sobre os resultados do trabalho dos cientistas agora premiados com o Nobel da Medicina, Diogo Pimental comenta:

“É de facto uma história de sucesso fantástica e um excelente exemplo de como genes e moléculas são responsáveis por orquestrar o nosso comportamento.”

Genes na regulação do nosso sono

Segundo os prémio Nobel da medicina 2017, os genes mais importantes para o nosso ritmo circadiano são:

  • Gene period (PER) – Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall explicaram como funciona este gene;
  • Gene timeles (TIM) – Michael Warren Young descobriu este gene;
  • Gene doubletime (DBT) – Michael Warren Young, da Universidade de Rockefeller também identificaram este gene.

Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall são dois amigos de longa data que trabalham juntos há várias décadas. Actualmente, estão na Universidade de Brandeis, no Massachusetts (EUA). Michael Warren Young é um cronobiólogo que investiga no laboratório de genética da Universidade de Rockefeller, em Nova Iorque. Os três estudam o sono, os mecanismos que o nosso relógio biológico usa para se adaptar ao ambiente cá fora.

No centro das investigações destes cientistas está o papel de alguns genes que “participam” neste processo de regulação do ritmo circadiano. Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall explicaram como funciona o gene period (PER). Isolaram este gene e descobriram que produzia uma proteína que se acumulava nas células durante a noite e degradava-a durante o dia. Ou seja, os níveis estavam sintonizados com o ritmo circadiano (uma palavra que na sua origem em latim quer dizer algo como “cerca de um dia”, 24 horas).

Michael Warren Young descobriu o gene timeles (TIM), outra peça importante nesta máquina. Juntos, os três cientistas perceberam que por trás dos nossos sonos e vigílias estes genes actuam em conjunto formando um sistema de sinais químicos. O investigador da Universidade de Rockefeller identificou ainda um outro gene chamado doubletime (DBT) que era capaz de atrasar a acumulação da proteína PER. Estavam desvendados mecanismos-chave sobre os princípios do relógio biológico.

Mutações genéticas quais as consequências?

Encontrar os genes e a sua função fez com que se concluísse também que mudanças (ou mutações) nestes “genes-relógio” (as peças biológicas do relógio circadiano comparáveis às rodas dentadas de um relógio mecânico) estão associadas a uma série de distúrbios do sono em humanos.

Mesmo algumas formas de depressão podem estar de alguma maneira ligadas ao controlo do ritmo circadiano. Assim, por causa destes três investigadores, hoje sabemos mais sobre os mecanismos que regulam o nosso ritmo circadiano que, por sua vez, regula muitos dos nossos genes.

Funções críticas do relógio biológico

“O relógio biológico regula funções críticas, tais como:

  • Comportamento,
  • Níveis hormonais,
  • Sono,
  • Temperatura corporal,
  • Metabolismo.

O nosso bem-estar é afetado quando existe um desajuste entre o nosso ambiente externo e este relógio biológico interno, o que acontece, por exemplo, quando viajamos em diferentes fusos horários e experimentamos jet lag.

Há também indícios de que os problemas na sincronização de nosso relógio interno com o ambiente e estilo de vida podem estar associados ao aumento do risco de várias doenças”, refere o comunicado de imprensa do comité do Nobel do Instituto Karolinska, na Suécia.

Causas de insónia

As principais causas de insónia são claramente as seguintes:

  • Ansiedade
  • Depressão
  • Dor

São inúmeras as patologias que podem causar insónia. Desde logo as de caracter psicológico e psiquiátrico são claramente as duas mais importantes.

No entanto todas as patologias ou doenças que possam provocar dor são muito relevantes entre as principais causas de insónia. Assim em todos estes casos com sintomas dolorosos a principal estratégia no combate à insónia passa pela estabilização da patologia primária e nomeadamente o controle da dor durante a noite.

Outras causas frequentes de insónia são a desinformação básica acerca de regras simples mas “obrigatórias” para ajudar o nosso organismo a seguir o ritmo circadiano que marca claramente os nossos ciclos saudáveis de sono. O conjunto de regras simples, que descrevo de seguida, é habitualmente designado de higiene do sono!

Como dormir melhor

Higiene do sono

A higiene do sono é a designação dada ao conjunto de estratégias que englobam hábitos e comportamentos potenciadores de um bom sono, consolidado e recuperador. Frequentemente, os tropeços nestas regras básicas que interferem na psicobiologia humana, associam-se a um sono perturbado passível de se transformar num estado patológico crónico, muitas vezes de difícil retrocesso. Mais adiante neste artigo descrevo todas as regras essenciais para um bom sono incluindo as melhores posições para dormir.

Mais à frente neste post descrevo mais em detalhe a importância destas regras mas algumas das mais simples e de aplicação imediata, são as seguintes:

  • Quarto completamente escuro;
  • TV telemóveis, tablets e aparelhos eletrónicos desligados;
  • Ambiente silencioso;
  • Baixa temperatura ambiente (mas não gelada!);
  • Não beber café  ou chá com cafeína até 6 horas antes de se deitar;
  • Não beber álcool.

Dormir uma sesta é bom ou mau?

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Apesar das diferenças individuais, na mesma pessoa, e em condições normais, a necessidade de sono durante as 24h mantém-se de dia para dia. Por conseguinte se gastarmos parte das horas destinadas ao sono, durante uma sesta a noite será provavelmente mais curta (geralmente com maior dificuldade de iniciar o sono mas também associado à sua interrupção repetida). Tendo esta informação em mente fica também claro que quem dorme uma sesta sente ao acordar desse pequeno sono, em geral, um aumento da concentração e energia que ajuda a passar melhor o que resta do seu dia.

No entanto também sentirá que quando chegar a hora de dormir vai ter dificuldade em adormecer à hora habitual o que vai causar, mais uma vez, a diminuição do tempo e da qualidade do sono nessa noite. No dia seguinte é também provável que volte a sentir a necessidade de uma nova sesta… iniciando uma espécie de ciclo vicioso que só pode ser quebrado com a disciplina de se deitar sempre à mesma hora e ter uma noite de sono de aproximadamente 7 horas e meia.

Exercício físico será que é bom para o sono?

As atividades noturnas devem procurar favorecer o sono e não a vigília. Neste sentido, o exercício físico intenso é, em principio, contra-indicado no horário próximo ao de dormir, já que, devido à ativação intensa generalizada que condiciona, e a um aumento da temperatura corporal, atrasa o inicio do sono. O exercício ligeiro a moderado, por sua vez, promove o sono, ao que parece, através de um mecanismo reflexo. Por outro lado, estratégias de relaxamento, favoráveis a uma inativação geral parecem ser sonogénicas.

Álcool dá sono, isso é bom?

Relaxantes como o álcool só aparentemente facilitam o sono. Na realidade, apesar de poderem diminuir a latência do sono, no decorrer da noite, este passa a ser, significativamente pior, mais superficial e fragmentado, após a ingestão de álcool. Pode até adormecer mais depressa mas a qualidade do sono é muito pior e vai acordar com um enorme cansaço e até dor de cabeça.

Tabaco e influência no sono

O tabaco contém nicotina (um estimulante) e é igualmente prejudicial ao sono, devendo ser evitado. Por outro lado o tabaco é um irritante das mucosas nasais e da garganta o que pode alterar o fluxo de ar e causar o ressonar além de aumentar as probabilidades de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).

Última refeição do dia

Uma refeição ligeira, sobretudo contendo alimentos ricos em L-triptofano (uma substância promotora do sono), como o leite, é benéfica, mas as refeições pesadas prejudicam o inicio do sono. Também os líquidos não deverão ser excessivos perto da hora de dormir, devendo mesmo ser evitados por vezes, sobretudo em pessoas cujo sono seja frequentemente interrompido pelas idas à casa de banho.

Quando não tenho sono o que fazer?

Obrigar o sono traz muitas vezes uma frustração acrescida, sendo causa frequente de desenvolvimento de insónia psicofisiológica. Assim, é boa prática deixar a cama quando surgem dificuldades para adormecer. Nessa circunstância, fazer algo relaxante como ler ou ouvir música, pode ser adequado e ajudar o sono a chegar e então encaminhar ao leito.

Dormir demais quais os riscos?

Dormir horas a mais MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

O prolongamento do tempo na cama constitui, muitas vezes, um hábito penalizador do sono, dado que o mesmo se associa a um sono mais superficial e fragmentado e, portanto, com menor rentabilidade. A regularidade de horários reservados ao sono e à vigília também são determinantes de uma boa função do ciclo sono-vigília, já que a falha neste compromisso resulta frequentemente numa perturbação do ritmo circadiano e consequentemente no sono.

1. Aumenta o risco de depressão

Um estudo de 2014, com adultos gémeos, permitiu aos investigadores concluir que dormir muitas horas (mais de nove) aumenta o risco de sintomas depressivos.

2. Pode debilitar o cérebro

Em 2012, uma equipa de cientistas descobriu que mulheres idosas com falta ou excesso de sono viam a sua capacidade cerebral deteriorar-se num espaço de seis anos. Os cérebros das mulheres que dormem mais de nove horas ou menos de cinco registam alterações correspondentes a um envelhecimento de dois anos.

3. Pode dificultar uma gravidez

Depois de analisarem os hábitos de sono de mais de 650 mulheres submetidas a fertilização in vitro, investigadores coreanos concluíram que as taxas de gravidez mais elevadas foram registadas entre as mulheres que dormiam sete a oito horas por noite e as mais baixas entre as que dormiam entre nove a onze.

“Sabemos que os hábitos de sono podem alterar os ritmos circadianos, a produção de hormonas e os ciclos menstruais”, afirmou, em 2013, quando este estudo foi publicado, o endocrinologista Evan Rosenbluth, sublinhando que não foi possível estabelecer uma causalidade clara no caso dos tratamentos para a infertilidade.

4. Pode aumentar o risco de diabetes

Um estudo realizado no Quebec concluiu que quem dorme mais de oito horas por noite têm o dobro das probabilidades de desenvolver diabetes tipo 2, ao longo de um período de seis anos, em comparação com que dorme entre sete a oito horas, mesmo tendo em consideração as diferenças de massa corporal.

5. Pode levar ao aumento de peso

O mesmo grupo de investigadores analisou também o peso e o aumento de gordura entre os participantes, no mesmo período de seis anos, e chegou à conclusão que os que dormiam demais ou de menos ganhavam mais peso do que os que dormiam as recomendadas sete a oito horas por noite.

Os que dormiam nove a dez horas tinham 25% mais probabilidade de aumentar cinco quilos nesses seis anos, mesmo com uma alimentação controlada e atividade física.

6. Pode danificar o coração

Uma investigação apresentada em 2012, nos EUA, revelou a relação entre dormir oito ou mais horas por noite e o aumento de risco de problemas cardíacos. Depois de analisar os dados de mais de 3 mil pessoas, os cientistas descobriram que as que dormiam mais tinham o dobro do risco de angina e 1.1 vezes mais o risco de doença das artérias coronárias.

7. Pode aumentar o risco de morte prematura

Uma análise de 16 estudos diferentes levou um grupo de investigadores a concluir que há um risco de morte prematura – por várias causas – aumentado entre os que dormem mais de oito horas por noite, do total de quase 1,4 milhões de participantes nas várias investigações.




Quantas horas devo dormir?

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Gráfico cansaço vs horas de sono

Este gráfico indica que 8 horas de sono, num adulto em idade ativa,  é o ideal para não acordar cansado. Alguns estudos apontam para 7 horas e meia serem suficientes e até ótimas em muitos adultos em idade ativa. De facto tendo em conta que temos durante a noite vários ciclos de sono de aproximadamente 90 minutos cada tal significa que se acordarmos ao fim de 7 horas e meia estaremos exatamente a terminar o quinto ciclo de sono.

Se continuássemos a dormir o próximo ciclo terminaria cerca de hora e meia depois ou seja faríamos 9 horas de sono desde a hora em que adormecemos. É por isso que, se nos deitarmos à meia noite, geralmente, acordamos mais “bem dispostos” ás 7.30 h do que ás 8.00h apesar de dormirmos mais meia hora!

Dormir demais nos bebés e nas crianças

Nos bebés é hábito dormir muito

Nos bebés já é hábito e saudável dormir muito mais que um adulto. O tempo de sono recomendado por faixa etária varia de especialista para especialista. A American Sleep Association divulgou recentemente novas recomendações onde estabelece períodos mínimos e máximos adequados a cada idade. No entanto, alerta para o facto de que o tempo para um sono reparador varia de acordo com as características pessoais. Refere também que dormir de mais é tão mau como dormir pouco, estabelecendo limites mínimos e máximos aceitáveis.

Dormir pouco qual o risco nas crianças?

Sabia que na infância cerca de 90% da hormona de crescimento é libertada durante o sono?

As crianças que dormem menos tempo do que o aconselhado ou que apresentam distúrbios decorrentes do sono podem ter problemas no desenvolvimento físico, no fortalecimento do sistema imunológico, na consolidação da memória e dificuldades no relaxamento muscular.

Recomendações de horas de sono

Segundo a American Sleep Association estas são as recomendações de horas de sono saudáveis desde os recém nascidos até aos 13 anos de idade:

  • Recém-nascidos (0-3 meses): 14 a 17 horas (anteriormente 12-18)
  • Bebés (4-11 meses): 12-15 horas (anteriormente 14-15)
  • Crianças (1-2 anos): 11-14 horas (anteriormente 12-14)
  • Crianças em idade pré-escolar (3-5 anos): 10-13 horas (anteriormente 11-13)
  • Crianças em idade escolar (6-13 anos): 9-11 horas (anteriormente 10-11)

Pequenos ecrãs impedem crianças de dormir

O sono é prejudicado nas crianças que utilizam disposivos electrónicos
O sono é prejudicado nas crianças que utilizam disposivos electrónicos

As crianças que têm acesso a ‘tablets’ ou ‘smartphones’ nos seus quartos dormem menos do que as crianças que não têm acesso a estes dispositivos à noite, conclui um estudo norte-americano hoje divulgado. As conclusões da investigação publicadas na revista Pediatrics mostram que ter um chamado “pequeno ecrã” à mão é pior do que ver televisão, no que toca à falta de sono, de acordo com a observação de 2.000 crianças em idade escolar.

No geral, aqueles que têm acesso a ‘tablets’ ou ‘smartphones’ dormem menos 21 minutos por noite em comparação com os que não usam essa tecnologia e têm mais probabilidade de acusar falta de sono. Já as crianças com televisão no quarto dormem menos 18 minutos do que as que não têm esses aparelhos na mesma divisão em que dormem.

“A presença de pequenos ecrãs, mas não de televisão, no ambiente de sono, está associada com a perceção de descanso ou sono insuficiente”, indica o estudo de Jennifer Falbe, da Universidade da Califórnia..

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Mudança da hora

Sono e dormir melhorsaude.org

Segundo o Dr. Miguel Meira Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, a mudança para a hora de inverno traz “mais riscos que benefícios” devido à “súbita exigência de mudança” do “tempo interno” das pessoas.

Ás 2 horas do dia 30 de Outubro, os relógios vão atrasar uma hora (dormimos mais uma hora), dando início ao horário de inverno, uma mudança que, tem impactos negativos na saúde. Apesar do impacto ser claramente maior no adiantamento (dormimos menos uma hora) que exigimos ao tempo em meados de Março, qualquer das direções em que se proceda uma mudança súbita num relógio de adaptação lenta como o que temos no cérebro, tem prejuízos significativos e potencialmente graves.

O especialista Miguel Meira Cruz afirma que uma hora a mais de sono pode, em teoria, promover o bem-estar de quem se encontra privado desta necessidade, sendo o impacto deste benefício maior nas pessoas que se deitam mais tarde e tendencialmente se levantam mais tarde ou naqueles que atrasam a sua hora de deitar, como acontece com adolescentes. Porém, na prática, verifica-se que “as atitudes não acompanham as intenções e este ganho tem provavelmente uma influência menor”, sublinha.

Além disso, acrescenta, “os matutinos privados de sono, podem sofrer mais nos dias subsequentes à mudança para a hora de inverno”, dado que para “além da menor flexibilidade na resposta a mudanças, as condicionantes impostas pelo novo horário afetam o humor”.

Assim alguns dos mais importantes sintomas e consequências causados pela alteração da hora,são os seguintes:

  • Prevalência de alguns tipos de dores de cabeça, nomeadamente a cefaleia hípnica (surge durante o sono) e a cefaleia em salvas (dor muito forte só num lado da cabeça).
  • Alterações de humor;
  • Sonolência que pode originar, por exemplo, acidentes rodoviários;
  • Falta de concentração;
  • Fadiga;

Segundo o Dr Miguel Meira, especialista em medicina de sono, “estas condições são frequentemente desencadeadas por alterações nos ritmos circadiários estabelecidos naturalmente”. Para o especialista, a mudança da hora “é mais um exemplo do predomínio de interesses económico-financeiros, que vigora no mundo, em detrimento daqueles dirigidos à promoção da saúde”.

A alteração proposta originalmente por Benjamim Franklin, tinha como intensão rentabilizar a energia luminosa poupando gastos, mas em rigor, não só não se confirmaram os ganhos teoricamente previstos, como se tem vindo a descobrir perdas importantes de saúde associadas à alteração brusca da hora.

Dormir melhor mas como…?

11 decisões que já esta noite fazem dormir melhor

A verdade é que um bom sono depende de vários fatores simultâneos e que jamais conseguirá dormir bem se não controlar os que listamos de seguida. Na maioria das pessoas basta um destes fatores para não ter uma quantidade e/ou qualidade de sono profundo adequada, mesmo quando julgam que dormem bem! Os registos encefalográficos dos especialistas do sono não deixam dúvidas quanto à fragmentação do sono quando algumas destas condições não são adequadas ao ambiente do quarto onde dorme.

Não esquecer também que dormir bem não é dormir demais!

Aqui ficam as condições essenciais que importa controlar:

  • Não tomar cafeína ( café, chá e chocolate ) até 6 horas antes de dormir para controlar um excesso de estado de vigília noturna e degradação do sono profundo.
  • Vinho, apenas deve beber um copo ao jantar pois apesar de ajudar a adormecer vai degradar a qualidade e quantidade do sono profundo.
  • Baixe a temperatura do quarto pois o cérebro associa o frio com a necessidade de dormir para o organismo gastar menos energia.
  • Não faça exercício á noite pois, como anteriormente detalhamos neste artigo, há libertação de neurotransmissores como a adrenalina que nos tiram o sono.
  • Afaste-se de todos os aparelhos eletrónicos com ecrans ou seja TV, computador, smartphone e tablet, pois a luz emitida por estes gadgets envia ao cérebro a mensagem de que ainda é dia!
  • Não tome líquidos ao deitar, expecto se sentir sede, pois vai aumentar as probabilidades de acordar de noite para urinar e fragmentar o seu sono.
  • Torne o quarto completamente escuro com estores totalmente fechados e/ou cortinas que impeçam a passagem da luz solar. Bastam alguns raios de luz antes de tempo para estimular o despertar e impedir que complete o mínimo de horas de sono necessárias para repor a sua energia.
  • Levanta-se sempre à mesma hora mesmo ao fim de semana para manter o ritmo circadiano natural do seu corpo.
  • Quando o despertador tocar levante de imediato as persianas, afaste as cortinas e deixe entrar o luz do Sol. Fazer o despertador tocar de 10 em 10 minutos só vai fragmentar o seu sono e aumentar o cansaço. A luz é o seu melhor despertador.
  • Controle a ansiedade – As preocupações são constantes, mas não devem acompanhar-nos na cama. Existem formas de reduzir o seu impacto como por exemplo fazer uma lista de preocupações e definir estratégias para as resolver no dia seguinte. O objetivo é lidar, em consciência, com cada uma das preocupações, de tal forma que estas deixem de ser um fator negativo perpetuante.
  • Banho quente – uma a duas horas antes da hora de deitar, ajuda, por mecanismos semelhantes aqueles que acompanham os efeitos do exercício ligeiro a moderado, a uma diminuição da latência do sono (intervalo de tempo que passa desde que uma pessoa se deita até que adormece).

Melhores posições para dormir

Será que a posição que escolhe para dormir é a melhor?  Esse é um dos hábitos que melhores benefícios pode trazer à saúde da sua coluna vertebral e por conseguinte à qualidade do seu sono. De seguida deixamos uma imagem que ilustra quais as melhores posições para dormir e proteger as suas costas. Confirme se a sua está correta senão corrija o mais cedo possível, para bem da sua saúde!

Posições correctas e erradas para dormir

Exames para avaliar a qualidade do sono

Existem 4 exames que têm uma importância muito relevante no diagnóstico correto da qualidade do sono, a saber:

  • Registo do sono profundo,
  • Testes psicológicos,
  • Polissonografia ou estudo do sono,
  • Exames da Tiroide (TSH, T4, T3)

Comprimidos para dormir quais os riscos?

A utilização de comprimidos para dormir é cada vez mais comum. Sabe-se que mais de 25% das insónias estão relacionadas com outras doenças, tais como como:

  • Ansiedade
  • Depressão

A maior parte das pessoas não tem uma boa higiene do sono (hábitos que promovem uma boa noite de sono, como por exemplo deitar a um horário regular, evitar bebidas cafeinadas à tarde e à noite, não estar no computador ou tablet na cama, não ver televisão no quarto, etc).

Nestas situações, recorre-se frequentemente aos chamados comprimidos para dormir. Os mais prescritos são os ansiolíticos tais como:

  • Benzodiazepinas, como o alprazolam (Xanax®), o lorazepam (Lorenin®) e o diazepam (Valium®);
  • Benzodiazepinas mais sedativas, como o estazolam e o loprazolam;
  • Hipnóticos mais recentes e com menor risco de dependência e tolerância, caso dos chamados medicamentos Z, como o zolpidem.

Estes grupos pertencem à categoria dos psicofármacos, cujo consumo tem vindo a aumentar nos últimos anos.

A prescrição deste tipo de medicamentos pode ser necessária para combater rapidamente as insónias e, como tratamento de curta duração, são de facto eficazes e seguros. No entanto, estes fármacos oferecem apenas uma solução a curto prazo e não resolvem o problema das insónias na sua origem, além de comportarem riscos para a saúde quando tomados durante muito tempo (mais de quatro semanas).

Riscos e efeitos adversos dos comprimidos para dormir

Os comprimidos para dormir acarretam riscos de vária ordem a que deve estar atento, tais como:

  • Efeitos secundários como sonolência, confusão e descoordenação motora, mas também um possível agravamento das insónias;
  • Diminuição da atenção, do tempo de reação e da velocidade do desempenho;
  • Tolerância progressiva que obriga à toma de doses cada vez mais elevadas para obter o mesmo efeito;
  • Dependência ou habituação;
  • Potencial de abuso, sobretudo em pessoas com historial de dependência;
  • Síndrome de abstinência, que inclui tremores, agitação psicomotora, suores, palpitações, náuseas e vómitos, desorientação, alucinações e até convulsões, razão pela qual não se deve interromper este tipo de medicação abruptamente;
  • Défices cognitivos e até síndromes demenciais, segundo alguns estudos;
  • Interação com bebidas alcoólicas e outros medicamentos, especialmente os depressores do Sistema Nervoso Central (SNC);
  • Risco aumentado de acidentes de trabalho ou acidentes de viação por sonolência excessiva.

Quem sofre de insónias pode e deve discutir com o seu médico assistente as melhores alternativas aos comprimidos para dormir, o que poderá implicar mudanças nos hábitos e nos estilos de vida, a adoção de uma correta higiene do sono, bem como pequenas medidas comportamentais favorecedoras do seu sono natural. Na verdade, existem muitas outras formas de ter uma boa noite de sono, sem riscos para a sua saúde.

Atenção: Não tome comprimidos para dormir e álcool ao mesmo tempo. Esta mistura explosiva aumenta o efeito sedativo dos medicamentos e pode provocar perda de consciência e depressão respiratória.

Concluindo

O nosso cérebro é uma “máquina verdadeiramente extraordinária” cuja ferramenta mais importante para manter o equilíbrio é o sono. É o sono que nos permite consolidar as nossas memórias “arrumando-as” de maneira a estarem disponíveis quando delas necessitamos! É também o sono que nos permite recarregar a energia para enfrentar um novo dia com raciocínio mais acertado e melhores tomadas de decisões em inúmeras opções de vida do nosso quotidiano. È frequente uma pessoa com uma má noite de sono tomar decisões erradas, algumas das quais podem colocar vidas em perigo tais como na condução de veículos e até na medicina!

O sono tem inclusive influência nas feridas, cujo processo de cicatrização é acelerado durante o sono e também no nosso sistema imunitário que fica fragilizado quando não dormimos o suficiente ou dormimos demais! Resumindo e para ser muito claro…jamais um organismo consegue o equilíbrio com um sono desregulado ou insuficiente!

Se tem dificuldade em dormir ou acorda cansado, melhore a sua “higiene do sono”. Eu próprio tive que “disciplinar o meu sono” com alterações simples como, por exemplo, tornar o quarto completamente escuro pois no meu caso uma ínfima friesta de luz me faz acordar! Desligar atempadamente televisão, telemóvel e tablet pelo menos 1 hora antes de dormir também foi uma medida de extrema importância para melhorar o meu sono. Enfim… siga as recomendações descritas neste artigo e pode ter a certeza que a qualidade do seu sono vai melhorar e vai sentir uma energia extra que julgava impossível!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências:

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Dor de garganta vírus ou bactéria qual o melhor tratamento?




Dor de garganta quais as causas? Viral ou bacteriana? Quais os perigos incluindo para o coração? Qual o melhor tratamento? Faringite, laringite e amigdalite, quais as diferenças? São imensas as “pastilhas” que existem para tratar a dor de garganta! Este artigo pretende ser uma ferramenta útil para estar informado sobre a melhor escolha para cada caso… porque as dores de garganta não são todas iguais e algumas podem ser mais graves que outras!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Dor de garganta, o que é?
  • Causas crónicas da dor de garganta, quais são?
  • Faringite, laringite e amigdalite, quais as diferenças?
  • Quanto tempo dura?
  • Riscos e perigos porque deve ter cuidado?
  • Viral ou bacteriana?
  • Vírus e bactérias envolvidos, quais são?
  • Amigdalite o que é?
  • Causas da amigdalite quais são?
  • Tratamento da amigdalite qual o melhor?
  • Origem viral ou bacteriana?
  • Causas crónicas da dor de garganta quais são?
  • Medicamentos podem causar dor de garganta?
  • Sintomas associados à dor de garganta quais são?
  • Qual a diferença entre rouquidão e laringite?
  • Quais os sintomas graves de laringite nas crianças e latentes?
  • Quais os sintomas das dores de garganta graves?
  • Quais os grupos de risco?
  • Como tratar a dor de garganta?
  • Quais os tratamentos não farmacológicos?
  • Quais os tratamentos farmacológicos?
  • Quais as marcas de partilhas para a garganta mais utilizadas? E os preços?
  • Quais as que têm ação antibiótica, anti-inflamatória, antissética e anestésica?
  • Afinal quais são as melhores pastilhas para a dor de garganta?

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Dor de garganta o que é?

A “dor de garganta” é caracterizada por picadas e dor ao deglutir os alimentos ou apenas a saliva. Normalmente não perturba de forma significativa a vida do doente embora em alguns casos se possa associar a dor de cabeça e mal-estar geral.

Cerca de 90% das dores de garganta apresentadas na Farmácia são de origem viral e resolvem-se naturalmente no espaço de 7 dias apenas com hidratação e toma de analgésicos e anti-inflamatórios locais ou sistémicos.

Os restantes 10% dos casos de dor de garganta são geralmente causados por:

Causas crónicas da dor de garganta

Entre as causas crónicas de dor de garganta destacam-se as seguintes:

  • Alterações na respiração quando esta se faz mais pela boca do que pelo nariz o que origina a secura as mucosas da garganta;
  • Faringite crónica atrófica;
  • Reduzida ingestão de líquidos e atrofia glandular, principalmente nos idosos;
  • Refluxo esofágico;
  • Contacto com substâncias irritantes como o fumo do tabaco, solventes e corpos estranhos;
  • Inalação de corticoides;
  • Alguns medicamentos como anti-histamínicos, diuréticos, antidepressivos, e anti parkinsónicos.

Faringite Laringite e Amigdalite

As diferenças entre amigdalite, faringite e laringite estão na localização em que a inflamação ocorre na garganta e nos sintomas que elas manifestam. Assim temos:

  • Amigdalite é uma inflamação nas amígdalas;
  • Faringite é uma inflamação na faringe;
  • Laringite é uma inflamação na laringe.

Localização anatómica da faringe e da laringe

Duração de uma crise

Sem tratamento normalmente dura entre 3 a 7 dias.

Riscos da infeção de garganta

Em alguns casos a infeção de garganta pode causar as seguintes patologias:

  • Otite do ouvido médio
  • Sinusite aguda
  • Febre reumática
  • Doença cardíaca.

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Febre reumática

Dores de garganta, como faringites e amidalites, mal curadas, podem causar febre reumática que é uma reação do organismo a infeções causadas por bactérias estreptococos beta-hemolíticos do grupo A.

Como consequência da febre reumática podem ocorrer os seguintes problemas de saúde:

  • Dores nas articulações;
  • Coreia de Sydenham (distúrbio neurológico que causa movimentos involuntários e abruptos principalmente nas extremidades e na face). Também conhecida por Coreia reumática de Sydenham  ou a dança de São Vito sendo um distúrbio neurológico afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, principalmente entre meninas e/ou crianças e adolescentes;
  • Reações dermatológicas como manchas avermelhadas (eritema);
  • Doença cardíaca.

Doença cardíaca

A febre reumática não é a única maneira da dor de garganta evoluir para um problema cardíaco, mas é a mais importante. Uma dor de garganta pode ser causada por bactérias, vírus e fungos, que ao entrarem na circulação sanguínea, podem-se alojar no coração e originar lesões cardíacas.

Dos doentes com infeções de garganta oriundas de estreptococos beta-hemolíticos grupo A, apenas cerca de 0,3% dos casos desenvolvem a febre reumática aguda e destes um terço apresentam cardiopatia reumática.

Doenças cardíacas com origem em dores/infeções de garganta podem afetar qualquer pessoa, mas na infância e nas pessoas imunodeprimidas, regista-se maior prevalência. Por isso, a melhor maneira de diagnosticar se a febre reumática causou algum dano ao coração é através de um ecocardiograma transtoráxico.

As bactérias que afetam a garganta podem alterar algumas estruturas do coração como as válvulas cardíacas mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar.

Válvulas cardíacas

As válvulas cardíacas regulam o fluxo sanguíneo através das quatro câmaras do coração – duas câmaras circulares pequenas superiores (átrios) e duas câmaras maiores em formato de cone inferiores (ventrículos). Cada ventrículo tem uma válvula de entrada e outra de saída. Cada válvula é composta por abas (cúspides ou folhetos) que se abrem e fecham como portas de um só sentido.

No ventrículo direito, a válvula de entrada é a válvula tricúspide, que se abre desde o átrio direito, e a válvula de saída é a válvula pulmonar, que se abre para a artéria pulmonar.

Lesões cardíacas graves

As válvulas são danificadas e podem ficar muito fechadas, o que se denomina estenose ou podem ficar muito abertas, como nos casos das insuficiências. Se o comprometimento severo dessas válvulas acontecer é recomendável operar restaurando a válvula (valvuloplastia) ou substituindo-a por uma prótese.

Prevenção de doença cardíaca

Dores de garganta são infeções comuns, mas é preciso tomar as devidas precauções para evitar que evoluam para uma patologia mais grave. A medida mais eficaz para prevenir as infeções bacterianas de garganta por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, é a administração de antibióticos e a extração da amídala, em casos extremos.

Faringite o que é?

A faringe é a parede localizada no final da boca. A faringite normalmente é causada por vírus ou bactérias, sendo a infecção viral a mais comum. Também pode ter como causas a sinusite e refluxo gastroesofágico.

Faringite viral ou bacteriana ?

A faringite, na maior parte dos casos é de origem viral ( 80 a 90% ) pelo que não devem ser usados antibióticos porque são ineficazes e fragilizam o nosso sistema imunitário.

Sintomas da faringite

Os sintomas são semelhantes nas faringites virais e bacterianas e incluem:

  • Dor de garganta
  • Dificuldade em engolir.

A membrana mucosa que reveste a faringe pode estar inflamada e coberta por uma membrana branca ou por pus se for de origem bacteriana.

Neste caso de origem bacteriana é habitual ocorrer:

  • Febre
  • Inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço.

As faringites podem complicar-se, causando infeções como otite, sinusite ou com formação de abcesso em torno das amígdalas.

Diagnostico da Faringite

O exame médico, em muitos casos, permite a realização do diagnóstico da faringite.

Em alguns casos, recomenda-se a colheita de exsudado da garganta que será enviado para o laboratório com o propósito de se identificar a causa da faringite.

Poderão, ainda, ser solicitadas análises ao sangue, onde se poderá detetar, por exemplo, uma contagem elevada de glóbulos brancos, sugestiva de processo inflamatório e/ou infecioso.

Tratamento da Faringite

Os sintomas podem ser aliviados recorrendo a analgésicos, pastilhas para a garganta ou gargarejos de água morna com sal.

É importante não esquecer que a crianças ou adolescentes com menos de 18 anos não deve ser administrada aspirina porque pode provocar a síndroma de Reye, que corresponde a uma doença muito grave, de rápida progressão e frequentemente fatal, que atinge o cérebro e o fígado.

Os antibióticos não têm interesse se a infeção for viral, mas serão receitados se o médico suspeitar que a infeção tem uma origem bacteriana. Caso contrário, não se administram antibióticos até que as análises de laboratório tenham confirmado um diagnóstico de faringite bacteriana.

Se as análises indicarem que a faringite é provocada por uma infeção estreptocócica, o antibiótico mais indicado é a penicilina. Em caso de alergia à penicilina, existem antibióticos alternativos como a eritromicina.

Vírus que causam a dor de garganta

Alguns dos mais importantes originam a faringite virica, tais como:

    • Vírus Coxsackie
    • Vírus Gingivitis herpética
    • Vírus da mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada por um vírus da família do herpes chamado vírus Epstein-Barr (EBV), transmitido através da saliva. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens e os sintomas habituais são febre, dor de garganta e aumento do volume dos gânglios linfáticos.

Bactérias que causam a dor de garganta

A mais comum e significativa origina a faringite estreptocócica, a saber:

  • Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A ( por exemplo a amigdalite bacteriana )

Prevenir a Faringite

Os microrganismos virais e bacterianos que causam faringite são contagiosos. Como tal, a melhor prevenção é uma boa higiene:

  • lavar as mãos regularmente, sobretudo depois de utilizar instalações sanitárias, antes e depois de comer e sempre que se espirra ou tosse;
  • não partilhar alimentos, copos ou talheres;
  • tossir ou espirrar para um lenço de papel que deve ser eliminado;
  • recorrer a soluções alcoólicas para lavar as mãos sempre que não exista disponibilidade de água e sabonete;
  • evitar tocar em telefones públicos ou beber água de fontes públicas;
  • limpar regularmente telefones, comandos remotos e teclados de computador com soluções desinfetantes;
  • fazer o mesmo sempre que se viaja;
  • evitar contacto próximo com pessoas que estejam doentes.

É também importante permanecer em casa em dias com maior índice de poluição, utilizar máscaras quando se fazem limpezas para se evitar a inalação de partículas de pó, deixar de fumar e evitar a exposição a fumo de tabaco, bem como utilizar humidificadores em casa se o ar for muito seco.

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Laringite o que é?

A laringe faz a ligação entre a faringe a traqueia e é onde estão localizadas as cordas vocais. A maioria das laringites são causadas por vírus ou esforço vocal excessivo. Outras causas de laringite incluem:

  • Abuso de bebidas alcoólicas;
  • Sinusites recorrentes;
  • Tabagismo;
  • Fumaças;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Substâncias alérgicas.

Sintomas de Laringite

  • Rouquidão;
  • Dor na garganta;
  • Tosse seca.

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Amigdalite o que é?

A amigdalite é a inflamação e o inchaço nas amígdalas. Amígdalas são gânglios linfáticos localizados na parte superior da garganta e na parte de trás da boca. Elas ajudam a manter bactérias e outros germes longe de locais em que possam causar infeções.

Comparação entre uma garganta normal e com amigdalite
Comparação entre uma garganta normal e com amigdalite. As amígdalas são gânglios linfáticos

Causas da amigdalite

Amigdalite é geralmente causada por vírus, mas também pode haver infeção bacteriana. A bactéria mais comum entre as causas de amigdalite é a Streptococcus pyogenes, mais conhecida como estreptococo do grupo A, também responsável por exemplo pela faringite. Outras bactérias também podem estar envolvidas no desenvolvimento da doença.

Sintomas da amigdalite

  • Amígdalas inchadas e vermelhas
  • Manchas brancas ou amareladas nas amígdalas
  • Dor de garganta
  • Dificuldade e dor ao engolir
  • Febre
  • Nódulos linfáticos no pescoço
  • Voz rouca
  • Dor de estômago, especialmente em crianças pequenas
  • Mau hálito
  • Dor de cabeça
  • Pescoço rígido.

Tratamento da amigdalite

Se uma bactéria como uma estreptocócica for a causa da amigdalite, serão receitados antibióticos para curar a infeção. Os antibióticos podem ser ministrados por injeção ou por via oral durante dez dias.

Além disso aconselham-se as seguintes medidas:

  • Repouso
  • Beber líquidos leves, frios ou mornos (não quentes)
  • Fazer gargarejos com água morna salgada
  • Usar pastilhas para reduzir a dor (as pastilhas não devem ser usadas em crianças porque podem causar engasgamento)
  • Tomar medicamentos vendidos sem receita para reduzir a dor e a febre. NÃO dê aspirina a crianças. A  aspirina está associada a casos de síndrome de Reye
  • Humidificar o ar para, assim evitar a irritação na garganta.

Diagnóstico: vírica ou bacteriana?

Como sabemos se a dor de garganta é de origem vírica ou bacteriana?

A dor de garganta de origem bacteriana mais comum (faringite estreptocócica) geralmente tem alguns sintomas mais agressivos, tais como :

  • Febre superior a 38,3⁰C
  • Placas brancas purulentas na garganta
  • Adenopatias ( aumento de tamanho de alguns gânglios linfáticos por exemplo situados do pescoço )

Gânglios linfáticos do pescoço inflamados
Gânglios linfáticos do pescoço inflamados

Sintomas da dor de garganta vírica

  • Associada a uma constipação
  • Não há febre alta
  • Não existem placas brancas na garganta

A infeção vírica é o mais habitual em 80% dos casos de dor de garganta.

Causas crónicas da dor de garganta

Algumas das causas crónicas da dor de garganta são as seguintes:

  • Alterações na respiração pela boca
  • Faringite crónica atrófica
  • Reduzida ingestão de líquidos ( por exemplo nos idosos )
  • Atrofia glandular
  • Refluxo esofágico
  • Substâncias irritantes ( por exemplo o fumo do tabaco )

Medicamentos podem causar dor de garganta?

Alguns medicamentos de facto podem causar dor de garganta, a saber:

  • Corticoides inalados ( por exemplo para a asma )
  • Anti-histamínicos ( por exemplo para alergias e congestão nasal )
  • Diuréticos
  • Antidepressivos
  • Anti parkinsónicos

Sintomas associados à dor de garganta

Num quadro mais amplo os seguintes sintomas aparecem muitas vezes associados à dor de garganta:

  • Constipação
  • Catarro
  • Tosse
  • Rouquidão

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Rouquidão e laringite, diferenças

A rouquidão :

  • É causada pela inflamação das cordas vocais na laringe
  • Pode prolongar-se vários dias ou semanas
  • Necessita de descansar a voz
  • Geralmente a dor de garganta é de intensidade moderada ou inexistente

A laringite :

  • Geralmente causada por uma infeção viral localizada na laringe
  • Normalmente associada a dor de garganta
  • Passa em poucos dias
  • Normalmente não precisa de apoio médico

Localização anatómica da faringe e da laringe

Sintomas graves de laringite, nas crianças e latentes

Alguns sintomas nas crianças e lactentes necessitam de encaminhamento para o médico, a saber:

    • Tosse ferina ( Coqueluche ) – é uma infeção causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis. Essa doença é caracterizada por febre e tosse seca. Hoje em dia, a tosse ferina, ou coqueluche, é pouco frequente no mundo, graças às vacinas específicas contra a doença. O problema é altamente contagioso e evolui entre 4 a 6 semanas. Essa doença é típica do inverno e pode atacar as crianças já nas primeiras semanas de vida.
    • Dificuldades respiratórias
    • Estridor – O estridor é um som semelhante ao grasnar e é predominantemente inspiratório; é consequência de uma obstrução parcial da garganta (faringe), da caixa dos órgãos da fonação (laringe) ou da traqueia.

A intensidade do estridor costuma ser suficiente para se poder ouvir a certa distância, mas por vezes pode ser percetível só durante uma respiração profunda. O som é provocado por uma corrente de ar turbulenta através de uma via aérea superior que se estreitou.

Nas crianças, a causa pode ser uma infeção da epiglote ou a aspiração de um corpo estranho.

Nos adultos, pode tratar-se de um tumor, de um abcesso, de uma tumefação (edema) da via aérea superior ou de um mau funcionamento das cordas vocais.

O estridor pode ser um sintoma de uma afeção potencialmente mortal, que requer atenção urgente. Nesses casos, introduz-se um tubo através da boca ou do nariz (intubação traqueal) ou diretamente na traqueia (traqueotomia) para permitir que o ar ultrapasse a obstrução e assim salvar a vida da pessoa.

Sintomas graves!

  • Disfagia ao deglutir – O termo disfagia pode referir-se tanto à dificuldade de iniciar a deglutição (geralmente denominada disfagia orofaríngea) quanto à sensação de que alimentos sólidos e/ou líquidos estão retidos de algum modo na sua passagem da boca para o estômago (geralmente denominada disfagia esofágica).

Disfagia, portanto, é a perceção de que há um impedimento para engolir.

  • Dificuldade respiratória
  • Febre superior a 38,3⁰C
  • Gânglios linfáticos inflamados ou sensíveis no pescoço
  • Exsudado faríngeo ou das amígdalas

Doentes de risco para apoio médico imediato

Alguns grupos de doentes têm um risco acrescido de complicações pelo que devem ser de imediato consultados pelo médico se apresentarem dores de garganta. Os principais grupos de risco são:

  • Doentes crónicos
  • Doentes com febre reumática
  • Imunodeprimidos
  • VIH positivos
  • Diabéticos
  • Em tratamento quimioterápico

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Tratamentos da dor de garganta

Como tratar a dor de garganta? Existem tratamentos não farmacológicos e também medicamentos para ajudar
Como tratar a dor de garganta ? Existem tratamentos não farmacológicos e também medicamentos para ajudar

Tratamentos não farmacológicos

    • Evitar irritantes da faringe:
      • Tabaco
      • Bebidas muito quentes ou frias
      • Alimentos ásperos que podem “arranhar” a garganta ao serem deglutidos
    • Ingerir líquidos abundantemente, sobretudo nas crianças, para uma hidratação adequada, até que a urina fique de cor amarelo claro ou transparente
    • Gargarejar com água morna salgada 4xdia
    • Usar rebuçados sem açúcar, excepto nas crianças por risco de engasgamento
    • Lavar as mãos com frequência para evitar o contágio
    • Tapar a boca ao tossir para evitar contágio
    • Usar aerossóis de hidratação para reduzir a secura da garganta
    • Evitar mudança de ambientes quentes para ambientes frios porque a contração dos vasos sanguíneos provocada pelo frio diminui a irrigação sanguínea na garganta, dificultando a chegada de leucócitos para combater o vírus ou a bactéria.
    • Evitar o ar-condicionado porque, tendencialmente, seca o ambiente

Tratamentos farmacológicos

Mecanismo de acção do flurbiprofeno que tem acção anti-inflamatória
Mecanismo de acção do flurbiprofeno que tem acção anti-inflamatória

Anti-inflamatórios locais

Descrevo alguns dos anti-inflamatórios que podem ser comprados sem receita médica:

  • Flurbiprofeno 8,75mg, pastilhas, chupar cada 3 a 4 horas, máximo 5xdia
  • Benzidamida 3mg, pastilhas, chupar 3xdia

Antissépticos locais

Descrevo alguns dos antissépticos que podem ser comprados sem receita médica:

  • Clorhexidina 3mg, pastilhas, chupar 4xdia
  • Hexetidina 2mg/ml ou 1mg/ml, spray solução, 1-2 aplicações, 4xdia
  • Álcool diclorobenzílico 1,2mg/Amilmetacresol 0,6mg pastilhas, cada 1-2 horas
  • Cetilpiridínio 1mg, pastilhas, cada 1-2 horas
  • Cloreto de dequalínio 0,25mg, comp. Bucais, cada 2h, máximo 8xdia
  • Brometo de domifeno 0,5mg, comprimidos orodispersiveis, máx. 8xdia
  • Iodeto de tibezónio, 5mg, 0,5ml, pastilhas, solução 6xdia
  • Amilmetacresol 0,6mg, pastilhas

Antibióticos locais

Descrevo um dos poucos que pode ser comprado sem receita médica, pois tem uma ação antibiótica local muito limitada. A saber:

  • Tirotricina, 1mg, pastilhas, 4-10xdia (Hydrotricine®)

A tirotricina (Hydrotricine®) fundamenta a sua atividade na aplicação das propriedades antibióticas, solubilizada e superativada, para o tratamento das doenças da boca e da faringe.

Exerce sobre os germes responsáveis pelas afeções da
boca e garganta uma ação inibidora e bactericida. A apresentação na forma de pastilhas tem a vantagem de permitir pôr a mucosa bucal em contacto com uma forte concentração de tirotricina permitindo a obtenção de um efeito terapêutico rápido.

Anestésicos locais

  • Benzocaína
  • Oxibuprocaina
  • Tetracaína

Medicamentos de ação sistémica

Estes são medicamentos de ação sistémica que necessitam regra geral de receita médica. A saber:

  • Paracetamol 500-1000mg, 3xdia ( 8/8h ). A partir dos 6 anos de idade já pode aplicar-se um supositório de 500mg, no máximo de 8/8h, durante 2 a 3 dias. Nos adultos a dosagem eficaz é de 1000mg de 8/8h durante 2 a 3 dias. Tem um efeito analgésico (diminui a dor) e antipirético (diminui a febre). Não tem efeito anti-inflamatório.
  • Ibuprofeno, 400-600mg, 2-3xdia ( 400mg de 8/8h ou 600mg de 12/12h ). O ibuprofeno tem efeito anti-inflamatório ( diminui a inflamação ), analgésico ( diminui a dor ) e antipirético ( diminui a febre ).

Antibióticos de ação sistémica

Estes antibióticos são sempre vendidos obrigatoriamente com apresentação de uma prescrição médica. A sua escolha depende obviamente do diagnóstico do médico que tenta descobrir qual a bactéria que está na origem da infeção, gravidade, evidencia clínica de resistência anterior do doente a certos antibióticos , etc.

Os mais usuais na prescrição ambulatória são os seguintes:

  • Amoxicilna
  • Amoxicilina + ácido clavulânico
  • Claritromicina
  • Azitromicina
  • Penicilina injectável
  • Cefuroxima

Marcas de pastilhas mais conhecidas?

  • Mebocaína® forte 24 pastilhas
  • Mebocaína® anti-inflam 20 comprimidos de chupar
  • Strepfen® 24 pastilhas
  • Strepsils® 24 pastilhas
  • Tantum verde® 20 pastilhas
  • Drill® 24 pastilhas
  • Hydrotricine® 24 pastilhas
Tabela das pastilhas mais utilizadas para a dor de garganta e respetivas ações terapêuticas. 

Dor de garganta melhorsaude.org

Os preços são meramente indicativos e podem não estar atualizados.

Concluindo

Afinal quais são as melhores pastilhas para a garganta ?

A escolha mais adequada depende da origem viral ou bacteriana da dor de garganta.

Dor de garganta de origem viral:

É a mais comum ( cerca de 80% dos casos ) sendo neste caso indicada uma acção anti-inflamatória e analgésica, complementada por uma acção anestésica se a dor for muito forte, por exemplo:

  • Mebocaína® anti-inflam
  • Strepfen®

Dor de garganta de origem bacteriana:

É muito menos frequente, sendo neste caso indicada uma acção antibiótica, antissética, complementada por uma acção anestésica se a dor for muito intensa, por exemplo:

  • Mebocaína® forte
  • Hydrotricine®

E pronto… 🙂  depois de tanta coisa dita sobre dor de garganta, sabemos que vai ficar muito mais fácil tratar e até escolher o tratamento mais adequado com a ajuda….claro… do seu médico ou farmacêutico!

Fique bem

Franklim A. Moura Fernandes

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BRONZEAR SEM QUEIMAR TODA A VERDADE

Bronzear sem queimar a pele é mais fácil do que se pensa desde que se saiba toda a verdade sobre o bronzeado! Antes de mais convém saber algumas coisas importantes sobre a exposição solar, quais os seu benefícios, malefícios, tipo de pele, qual o protetor mais adequado e qual o tempo que a sua pele aguenta, sem proteção, até fazer uma queimadura.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Benefícios do sol
  • Perigos do sol
  • Eritema e tempo de queimadura
  • Quanto tempo demora a aparecer uma queimadura solar
  • Quanto demora a desaparecer uma queimadura solar
  • Olhos ao sol quais os problemas
  • Olhos como proteger bem do sol
  • Pele como proteger
  • Protetor solar qual o melhor?
  • Protetor solar como aplicar eficazmente?
  • Bronzeado como se forma?
  • Bronzear sem queimar
  • Fototipo de pele como saber qual o seu?
  • Índice UV o que é?
  • Medidas de proteção solar

Leia também: Onda de calor pode matar muitas pessoas!

Bronzear sem queimar e benefícios do sol

No início do século XX descobriu-se que a exposição à luz solar era um preventivo do raquitismo e mesmo a sua possível cura porque pequenas quantidades de UV são benéficas e essenciais na produção da vitamina D3. Além disso parece claro também que em muitas pessoas existe um benefício psicológico que se expressa num aumento do otimismo e do humor em dias com mais exposição à luz solar.

Perigos do sol

A exposição humana à radiação solar poderá ter efeitos graves sobre a saúde, nomeadamente:

Leia também: Quais os sinais na pele que são perigosos e podem causar cancro?

Eritema e tempo de queimadura

O tempo de formação para o eritema (queimadura solar) é o tempo máximo de exposição ao sol com a pele desprotegida e sem que se tenha dado o eritema. O tempo de formação para o eritema pode ser calculado, para cada tipo de pele, a partir do Índice UV e o valor de 1MED para cada tipo de pele.

Escaldão quanto tempo demora?

O “vermelhão” (mais frequentemente conhecido como “escaldão”), resultante da exposição ao sol, torna-se visível após algumas horas, ocorrendo o eritema nas 3 a 5 horas após a exposição à radiação ultravioleta, alcançando um máximo entre 8 a 24 horas e desvanecendo ao longo de 3 dias.

A vasodilatação dos capilares das áreas expostas inicia-se antes do eritema se tornar visível e isto ocorre da mesma forma para as crianças, jovens, adultos e idosos. Alterações benignas dos melanocitos podem também ocorrer como resultantes de uma sobre-exposição ao UV durante a infância ou a adolescência.

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Olhos ao sol, que problemas origina?

Ao contrário da pele humana que parcialmente se adapta à radiação UV (espessura e bronzeado), o olho humano não possui quaisquer mecanismos de adaptação. Como doenças dos olhos, a nível externo, temos principalmente:

  • Fotoqueratite
  • Fotocunjuntivite

Podem ocorrer entre 30 minutos e 24 horas após uma exposição prolongada a uma radiação solar intensa, muitas vezes em ambientes altamente refletores, de que é exemplo o caso da “cegueira da neve”. Outros problemas que podem ocorrer nos olhos devido a excesso de exposição solar são:

  • Pterigium que é uma doença degenerativa que afeta a parte externa dos olhos.
  • Catarata humana relativa à qual estudos diversos indicam ser a radiação UV um fator de risco no desenvolvimento levando ao aumento da opacidade da lente do olho.
  • Supressão do sistema imunológico pelo facto da radiação UV induzie e favorecer a progressão de infeções originadas por vírus, bactérias e fungos.

Olhos como proteger bem do sol?

Os olhos deverão ser protegidos por óculos de sol com as seguintes características:

  • Conter filtros UVA e UVB.
  • Indicar a categoria de proteção das lentes para a luz visível e ultravioleta, e acordo com a diretiva C. E. 89/686/CEE.
  • Para uso geral recomenda-se a categoria 3,
  • Para atividades de alto risco como o montanhismo ou os desportos náuticos se recomenda a categoria 4.
  • Proteções laterais nos óculos devido à exposição lateral.

A proteção lateral é especialmente importante para as crianças pois a transmitância da radiação UV através dos olhos é mais elevada para criança do que para o adulto – a retina da criança é menos protegida.

Pele como proteger eficazmente?

Para bronzear sem queimar a melhor proteção para a pele é o uso de roupa (camisola, calças, chapéu) adequada. A roupa transparente à radiação UV deverá existir no mercado devidamente identificada como tal. As zonas da pele não cobertas por roupa deverão ser protegidas com um protetor solar contendo filtros de UVA e UVB. Durante as primeiras exposições ao sol recomenda-se o uso de um Fator de Proteção Solar (FPS ou SPF) de pelo menos 30.

Protetor solar qual a aplicação correta?

Deverão existir cuidados especiais com bebés e crianças. É importante notar que o efeito do protetor solar depende não somente da sua qualidade mas também da sua correta aplicação.

O protetor solar deverá ser aplicado de acordo com as instruções do fabricante. Um protetor solar com FPS de pelo menos 15 deverá ser generosamente aplicado de 2 em 2 horas para ter efeito protetor. Deverá também ser aplicado antes da exposição ao sol bem como após o banho de mar ou piscina. Se os protetores solares forem corretamente usados eles poderão constituir uma proteção para o eritema, cancro e fotoenvelhecimento.

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Bronzeado como se forma?

Diferente do eritema é o bronzeado, quando a pele é exposta à radiação ultravioleta podem distinguir-se duas reações ao bronzeado:

  • Uma diz respeito à absorção imediata da radiação UV pela melanina presente na pele, e que lhe confere um tom escuro que desvanece poucas horas após o fim da exposição,
  • Outra refere-se ao escurecimento da pele que requer cerca de 3 dias a desenvolver. Trata-se de um bronzeado mais persistente e resulta numa intensificação da produção de pigmentação.

No primeiro caso a radiação mais efetiva é a radiação UVA, neste ultimo é a UVB. Um outro efeito da exposição ao UVB é o aumento da espessura da epiderme a qual irá contribuir para a atenuação da radiação UV que penetra nas camadas mais profundos da pele. Uma exposição moderada à radiação UVB mantém a capacidade da pele tolerar novas exposições.

Bronzear sem queimar

A verdade é que a capacidade de ficar bronzeada depende do tipo de pele e não é necessário expor-se ao sol das 11 ás 16 horas ou seja nas horas de maior calor e índice UV mais elevado porque apenas vai aumentar o risco de queimadura e danos oculares e não vai bronzear de forma saudável e duradoura!

Bronzeado e tipo de pele

O bronzeado depende essencialmente do tipo de pele ou seja a pele tipo III e IV bronzeia sempre, a pele tipo II só ás vezes e a pele tipo I nunca bronzeia por mais exposição solar que tenha!

Bronzear sem queimar para ruivas e loiras

Por exemplo uma ruiva nunca bronzeia e uma loira só ás vezes! As morenas… essas bronzeiam sempre… sortudas 🙂

Apresentamos de seguida uma tabela para que possa saber qual o seu tipo de pele.

Fototipo de pele qual o seu?

BRONZEIA QUEIMA CABELO COR OLHOS
I Nunca Queima Ruivo Azul
II Às vezes Às vezes Loiro Azul/Verde
III Sempre Raramente Castanho Cinza/Castanho
IV Sempre Raramente Preto Castanho

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Índice UV o que é?

A necessidade de fazer chegar ao público em geral informação sobre a radiação UV e sobre os seus possíveis efeitos nocivos, levou a comunidade científica a definir um parâmetro que pudesse ser usado como um indicador para as exposições a esta radiação. Este parâmetro chama-se Índice UV (IUV). Assim, o IUV é uma medida dos níveis da radiação solar ultravioleta que efetivamente contribui para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema), sendo que a sua formação depende dos tipos de pele (I, II, III, IV) e do tempo máximo de exposição solar com a pele desprotegida.

IUV como varia?

O Índice UV exprime-se numericamente como o resultado da multiplicação do valor médio no tempo da irradiância efetiva (W/m2) por 40. Exemplo: Uma irradiância efetiva de 0.2 W/m2 corresponde a um valor do UVI de 8.0.

O Índice UV varia entre:

  • menor que 2, Baixo,
  • 3 a 5, Moderado,
  • 6 a 7, Alto,
  • 8 a 9, Muito Alto,
  • superior a 11 Extremo.

Os valores médios do UV para a latitude de Portugal, enquadram-se para o período compreendido entre os meses de Outubro e Abril entre 3 e 6, o que significa Moderado com possibilidade de Alto em alguns momentos deste período e entre 9 e 10 para o período compreendido entre Maio e Setembro, o que corresponde a Muito Alto.

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Guia de medidas de proteção solar

Consulte o nosso guia para aplicação das medidas de proteção para diferentes valores do Índice UV e para uma pele de tipo sensível (pele tipo I e bebés) e para uma pele tipo III, mais tolerante. Este guia é apenas um exemplo de uma forma simples de como o público pode ser sensibilizado e informado.

MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR melhorsaude.org
Guia de medidas de protecção solar para uma pele tipo I ou bebés com elevada fotosensibilidade

MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR pele tipo 3 melhorsaude.org
Guia de medidas de proteção solar para uma pele tipo III de média fotosensibilidade

Para além do tipo de pele, possíveis reações cutâneas ou oculares podem modificar a eficiência das medidas de proteção. Tais reações de fotossensitividade poderão ser devidas a um certo número de agentes internos ou externos. Alguns medicamentos, tais como psoralens, porphyrins, coal tar, antibióticos ou diversos tipos de agentes inflamatórios, produtos antimicrobióticos, fragrâncias, plantas, etc., podem causar eritema mesmo para baixas doses de UV.

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Protetor solar como escolher e usar?

Os protetores solares atenuam a transmissão da radiação UV na pele. O fator de proteção solar (apresentado pelos protetores solares existentes no mercado) é determinado com base na razão entre as quantidades de radiação UV necessárias para que ocorra a queimadura solar, com protetor solar e sem protetor solar. É importante saber que este efeito de proteção não aumenta linearmente com o FPS. Por exemplo, um FPS de 10 reduz em cerca de 90% a radiação UVB, um FPS de 20 em cerca 95% e um FPS de 30 reduzirá adicionalmente apenas um pouco mais.

Tendo em atenção os danos causados pela radiação UVA recomenda-se a verificação da existência de filtros UVA no produto: por ainda não existir um método padrão para a avaliação dos filtros da radiação UVA nos protetores solares, quando o produto possui filtro para a radiação UVA, tal é referido na embalagem do produto.

Em todos os casos, o protetor solar não deverá ser usado para prolongar o tempo de exposição, mas sim limitar os danos resultantes da exposição ao sol. É esta a razão pela qual os protetores solares se aplicam em zonas não cobertas pela roupa, especialmente em áreas sensíveis como o nariz, o pescoço, os ombros, no peito dos pés, etc.. Para a escolha do protetor solar mais apropriado, existe indicação dos valores de FPS de acordo com os diferentes tipos de pele e valores do Índice UV.

FATORES DE PROTEÇÃO SOLAR RECOMENDADOS PARA DIFERENTES TIPOS DE PELE E DE ÍNDICE UV
ÍNDICE ULTRAVIOLETA TIPOS DE PELE
I II III IV
1 a 3 15 12 9 6
4 a 6 30 25 15 12
7 a 9 50 40 30 20
superior a 10 60 50 40 30

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Concluindo

A proteção solar, principalmente dos bebés, crianças e adultos com pele mais sensível é um tema que está na ordem do dia pela simples razão de que não existem dúvidas sobre o aumento do número de casos de cancros de pele.  Nunca é demais lembrar que quanto mais sol em excesso uma criança apanha mais vai aumentar a sua probabilidade de vir a desenvolver cancro de pele na idade adulta!

Mesmo sabendo que existe uma maior e melhor informação para os malefícios do excesso de exposição solar ainda há muitos pais que não protegem adequadamente os seus filhos e a prova está nas praias apinhadas de gente e em particular de crianças nas horas de exposição mais prejudiciais ou seja entre as 11 e as 16 horas!

Talvez se possa convencer alguns esses pais “menos informados” deixando claro que um bronzeado saudável e duradouro consegue-se essencialmente até ás 11horas e depois das 16 horas sendo que as horas de maior calor, entre as 11 e as 16 horas apenas aumentam o risco de queimadura solar e danos oculares!

Fique bem!

Referências:

  • IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera

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Doenças mais comuns no verão melhorsaude.org melhor blog de saude

AR CONDICIONADO E PERIGOS FATAIS TODA A VERDADE!

Ar condicionado e os perigos fatais, toda a verdade! Os ambientes climatizados tornaram-se um hábito generalizado nas sociedades ditas mais “modernas”! O conforto acima de tudo e, onde quer que esteja, no carro, no escritório ou em casa, nada melhor que ter à escolha uma temperatura ambiente de fazer inveja aos “transeuntes”… no Inverno, um ambiente “quentinho” quando cá fora está um frio de “rachar” e no verão quando toda a gente derrete na rua nada melhor que ter uma “brisa personalizada” só para si 🙂

Sala moderna com ar condicionado
Sala moderna com ar condicionado

Mas será que este conforto é saudável quando se trata de o conseguir por via do ar condicionado?

Pois é… parece que há perigos bem reais quando os cuidados devidos não são garantidos! Neste artigo vou ajudar a diminuir esses perigos… saiba tudo!

O que é uma alergia?

Alergia ou reação de hipersensibilidade é uma resposta imunológica exagerada, que se desenvolve após a exposição a um determinado antigénio (substância estranha ao nosso organismo) e que ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis e previamente sensibilizados.

Agentes principais que provocam alergia

  • Ácaros
  • Mofo (fungos)
  • Epitélio (pele) e pelos de animais (gatos e cães)
  • Esporos de fungos e pólenes de flores
  • Alimentos
  • Medicamentos

Sintomas causados pelo ar condicionado

A maioria das pessoas quando entra em ambientes com climatização por meio de ar condicionado sente algum tipo de irritação, a saber:

Aqueles que têm RINITE (ver artigo) são os que mais se queixam, sofrendo de inflamação nas mucosas nasais e até nos olhos.

A culpa é só dos filtros?

A questão é que durante muito tempo essa culpa foi atribuída à falta de limpeza dos filtros, cuja função é a de purificar o ar, mas acumulavam lixo e microrganismos nocivos à saúde.

Ar condicionado
Sistema básico de ar condicionado

Foi então que se iniciou uma verdadeira batalha contra ácaros, fungos e bactérias. O lado bom de tudo isto foi a consciencialização que despertou nas pessoas sobre a necessidade de cuidados adequados com tais aparelhos.

Para ter uma noção, respiramos cerca de 20 mil vezes por dia e o ar climatizado artificialmente pode ser prejudicial à saúde, se alguns cuidados essenciais com os aparelhos não forem tomados.

Vantagens para a saúde 

As principais vantagens na utilização do ar condicionado referidas pelos médicos são:

  • Diminuição da mortalidade intra-hospitalar principalmente nos doentes crónicos e polimedicados;
  • Aumento da produtividade durante as vagas de calor

No entanto apesar destas vantagens aconselham muita moderação.

Grandes diferenças de temperatura é mau!

Deve evitar-se a exposição a grandes variações térmicas. Por exemplo, a passagem, em minutos, de temperaturas superiores de 35ºC para menos de 20ºC agride as vias aéreas superiores e inferiores, explicam os alergologistas.

O ar muito frio congestiona os tecidos. No nariz, por exemplo, os cílios nasais podem paralisar, deixando de expulsar para o exterior impurezas e “corpos estranhos”. Assim as queixas nasais podem ser de obstrução, ou seja, nariz tapado e com secreções, a que se associa frequentemente dores de cabeça e sensação de garganta seca.

Micro-organismos muito perigosos

Fungos, bactérias e ácaros podem ser os grandes problemas, porque a redução drástica da captação do ar externo, provoca o aumento da concentração de poluentes biológicos no ar interno, fazendo com que a taxa de renovação seja insuficiente.

Com isso, existe o risco de concentração dessas formas de vida nos ductos de ar condicionado, o que favorece a proliferação desses agentes, e compromete a qualidade de vida das pessoas, principalmente as que são mais vulneráveis à contaminação, como aquelas que têm problemas respiratórios como a rinite alérgica.

O problema do ar condicionado central

Os sistemas de ar condicionado central podem contribuir para o surgimento ou piorar os sintomas de alergias respiratórias. Isso ocorre porque o filtro de ar desses aparelhos, não está preparado para reter as micropartículas dos agentes mais implicados no desencadeamento de alergias respiratórias, tais como:

  • Fungos,
  • Bactérias,
  • Mofos,
  • Ácaros.
  • Vírus.

Salas amplas e cheias de gente a trabalhar, acabam por se tornar ambientes insalubres, criando condições ideais para a proliferação das doenças provocadas por esses alérgenos.

Como funciona o ar condicionado
Como funciona o ar condicionado

Relação com doenças respiratórias

O ar frio paralisa os pelos que revestem as paredes do sistema respiratório, que são encarregues de atirar para fora as impurezas que entram juntamente com o ar que respiramos. Assim, fungos, mofo, bactérias, vírus e ácaros permanecem no organismo, livres para provocar doenças respiratórias de natureza alérgica.

Principais doenças do aparelho respiratório

Normalmente quase todos os anos as principais doenças do aparelho respiratório são as seguintes:

  • Sinusite,
  • Rinite,
  • Otite,
  • Amigdalite,
  • Faringite,
  • Bronquite,
  • Pneumonia,
  • Asma,
  • Gripes,
  • Constipações.

Gripes, por exemplo, comprometem as defesas e favorecem infeções mais graves, como a pneumonia.

Alergias como prevenir?

As principais medidas de proteção contra as alergias são as seguintes:

  • Evite locais fechados, com grande concentração de pessoas, por tempo prolongado, pois facilita a contaminação,
  • Evite salas com carpete ou alcatifa porque o perigo é muito maior. Mesmo que a pessoa não seja alérgica, a exposição aos elementos causadores de alergias (ácaros, fungos, mofo, poeira de local fechado, bactérias) acaba por fazer com que ela fique com maior sensibilidade.

Dessa forma, a exposição repetida pode levar ao desenvolvimento de sintomas alérgicos. Como em todas as doenças alérgicas, a prevenção é o melhor remédio.

Quais os cuidados a serem tomados?

  • Evitar permanência em ambientes insalubres por muito tempo,
  • Tratar a alergia quando as crises surgirem,
  • Tomar vacinas, quando houver indicação; Alérgicos e pessoas com mais de 50 anos devem tomar vacinas contra gripe, pneumonias e outras infeções respiratórias, provocadas por bactérias como o pneumococo e o hemófilo;
  • Tomar banho à temperatura ambiente (mais frio);
  • Fazer exercício físico; Praticar natação preferencialmente em piscina fria (esta recomendação não é válida para quem tem sinusite, porque a natação pode agravar o problema).
  • Janelas fechadas, cortinas ou persianas que não deixam entrar nem uma nesga de sol, contribuem para um ar que entra pelas narinas levando aos pulmões algo mais que puro oxigênio.

Se  mora ou trabalha num ambiente com essas características, previna-se: lugares onde apenas dez por cento do ar circulante é renovado com ar de fora do prédio são propícios à proliferação das alergias respiratórias.

Locais com refrigeração central são a habitação ideal para ácaros, fungos, bactérias e outros agentes causadores de alergias respiratórias.

Ar condicionado do carro e alergias

O caso do ar condicionado no carro é um pouco diferente porque é constantemente renovado com ar exterior dependendo portanto da qualidade deste ar. Neste caso as principais “vitimas” são as pessoas com alergia a pólen de flores e fumo dos camiões.

Ar condicionado de um carro
Ar condicionado de um carro

Aparelhos de ar condicionado em casa são perigosos?

Também não representa perigo instalar em casa aquele aparelho pequeno, de parede. O ar é todo renovado pelo aparelho. Sai o ar quente do interior e entra novo ar de fora.

Mas deve-se ter cuidado com a limpeza do filtro e da parte externa que reveste o aparelho. Nestes locais podem estar acumuladas fezes de pombos e de outros pássaros, que representam perigo à saúde das pessoas.

Essa fezes, quando secas, podem ser aspiradas para dentro do sistema, dessa forma sendo levadas para o ambiente refrigerado. As fezes do pombo têm um fungo chamado Criptococcus neoformans, que pode provocar pneumonia e meningite.

Como eliminar os microoganismos?

O calor do sol é o maior inimigo de fungos, ácaros e mofo. Por isso, os alergologistas recomendam que deixe entrar em sua casa a luz do sol e o ar puro.

Como evitar as alergias?

Evitar as causas das alergias respiratórias é fundamental, o que significa o seguinte:

  • Manter a casa ou escritório livre da poeira,
  • Manter casa e escritório livre do mofo,
  • Limpar os insetos mortos.

Consequência mais grave de uma alergia

O problema mais grave que pode surgir na sequência de uma reação alérgica é um quadro de anafilaxia ou choque anafilático. É uma reação alérgica grave, que provoca comprometimento de todo o organismo;

Os principais sintomas são:

  • Dificuldade de respiração;
  • Perda de consciência;
  • Até a morte, quando não tratada imediatamente.

Dicas para uma casa saudável

  • Ventilação:  manter as  janelas abertas durante o dia…vento não faz mal!
  • Móveis:  o mobiliário deve ser simples, com bordas lisas e de fácil limpeza.
  • A limpeza:  deve ser feita diariamente, com água, sabão e produtos de limpeza adequados. Evitar produtos com odor intenso, como os derivados de amoníaco. Evitar, também, usar vassouras e espanadores, bem como aspiradores que não tenham filtros para reter partículas bem pequenas.
  • Colchões e travesseiros:  trocar travesseiros uma vez por ano e preferir modelos com espuma inteiriça. Evitar penas ou flocos. Encapar colchões e travesseiros com capas especiais contra ácaros e trocar as roupas de cama semanalmente.

Concluindo

O ar condicionado é uma mais valia no nosso quotidiano desde que sejam cumpridas as regras básicas de limpeza do aparelho quer internamente com os filtros e ductos quer com a entrada externa de ar que pode ficar suja e aspirar microrganismos Patogénicos para o interior. Quando essas regras não são atendidas aí sim podem surgir problemas bem graves que tem de prestar a devida atenção nomeadamente se trabalha num local com ar condicionado central cuja manutenção não depende de si e ao qual geralmente acrescem os perigos inerentes de ter a companhia de muitos colegas de trabalho no mesmo espaço, potenciando a propagação de microrganismos “pouco amigáveis”!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

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