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PNEUMONIA SINTOMAS CAUSAS E RISCO DE VIDA!



Pneumonia quais os sintomas? Quais as causas? Quais os perigos? A pneumonia pode causar a morte! Este perigo real não deve nunca ser ignorado causando um atraso na assistência médica que pode ser fatal! Este artigo pretende ser um contributo importante para clarificar os riscos da pneumonia se não for atempadamente tratada pelo médico.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • Pneumonia: O que é?
  • O que são os alvéolos?
  • Como se apanha uma pneumonia?
  • Apanhar frio pode provocar pneumonia?
  • O que são pneumonias por aspiração?
  • Pneumonias atípicas: O que são?
  • A pneumonia é contagiosa?
  • Quais os mecanismos de defesa?
  • Quais as causas de uma pneumonia?
  • Qual o risco de pneumonia causada pela gripe?
  • Quais os sintomas de pneumonia? E os mais graves?
  • Que factores de risco são mais importantes?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Pneumonia: Porque é perigosa?
  • Qual o tratamento mais eficaz?
  • Existe vacina contra a pneumonia?

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Pneumonia o que é?

Pneumonia é o nome que damos à infecção de um ou ambos os pulmões. Para sermos mais precisos, a pneumonia é a infecção dos tecidos pulmonares e seus alvéolos.

Anatomia dos pulmões

Anatomia do pulmão melhorsaude.org melhor blog de saude

Alvéolos o que são?

O ar que respiramos entra pelo nariz e/ou boca e vai para a traqueia. A traqueia, ao chegar ao nível dos pulmões, bifurca-se, formando os brônquios principais, um para o lado esquerdo, outro para o direito; estes brônquios também se bifurcam, formando os bronquíolos, que por fim, acabam nos alvéolos. Cada vez que ocorre uma bifurcação, as estruturas vão se tornando progressivamente menores.

Os alvéolos, que ficam no ponto final da árvore respiratória, são bolsas microscópicas que estão em contato com a corrente sanguínea. Através deles são feitas as trocas dos gases respirados (oxigênio e gás carbônico). No alvéolo entrega o oxigênio respirado para as hemácias (glóbulos vermelhos) no sangue e recebe delas o gás carbônico produzido pelas células do corpo. Portanto, como todos sabemos, inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico.

Cada um dos pulmões contém milhões de alvéolos. Se pegarmos cada um dos alvéolos e esticarmos lado a lado, a superfície coberta seria de cerca de 75 metros quadrados.

Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. Nestes alvéolos afectados pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico. Quantos mais alvéolos afectados, mais grave é a doença e os sintomas. O doente com pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando de ser entubado e ligado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado.

Alveolos-pulmonares melhorsaude.org melhor blog de saude hematose

Causas de pneumonia

A pneumonia pode ser causada, em ordem decrescente de frequência, por:

  • Bactérias,
  • Vírus,
  • Fungos,
  • Parasitas.

A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As bactérias que mais habitualmente provocam pneumonia são:

  • Streptococcus pneumoniae,
  • Pseudomonas aeruginosa,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Haemophilus influenzae,
  • Moraxella catarrhalis,
  • Staphylococcus aureus.

Frio pode provocar pneumonia?

Para se apanhar uma  pneumonia é necessário uma infecção principalmente bacteriana, não bastando uma corrente de ar frio para nos infectar.

No entanto durante o tempo frio  as nossas defesas, principalmente os cílios das vias aéreas, funcionam de modo mais lento, o que favorece a invasão de bactérias. No inverno as pessoas andam menos tempo na rua e tendem a juntar-se em locais fechados, favorecendo a transmissão de vírus como o da gripe, sendo esta um factor de risco.

Resumindo, não é por abrir o frigorífico, em tronco nu e com o cabelo molhado depois de sair do banho, no Inverno… que vai apanhar uma pneumonia ou outra infecção respiratória!



Pneumonia por aspiração

Uma forma muito grave é a pneumonia por aspiração. Ocorre em pessoas que vomitam e logo após aspiram o seu conteúdo. É um tipo de pneumonia comum em pacientes com nível de consciência reduzido, que perdem a capacidade de tossir ou de engolir a própria saliva, fazendo com que as secreções da cavidade oral entrem nas vias respiratórias. A via aérea desta pessoa fica exposta a uma quantidade imensa de micróbios, muito maior do que o habitual, favorecendo o desenvolvimento des pneumonias. Um exemplo comum é alguém que bebeu muito e está em coma ou pré-coma alcoólico.

Pneumonias atípicas

Existe um grupo de bactérias,  que causam as chamadas pneumonias atípicas. São formas que podem ter evolução mais lenta e com quadro não tão óbvio de pneumonia. Destas bactérias atípicas destacamos:

  • Mycoplasma,
  • Legionella,
  • Clamídia.

Contagiosa ou não?

Na grande maioria dos casos, a pneumonia não é uma doença contagiosa como a gripe ou tuberculose (que pode até ser considerada um tipo de pneumonia). Pode entrar em contacto com um doente com pneumonia, que, exceto em situações especiais, não haverá risco de contaminação.

Mecanismos de defesa

Os nossos pulmões são órgãos expostos constantemente a micróbios do ar e da nossa própria flora bacteriana da boca. Nós não ficamos constantemente doentes  porque os pulmões têm os seus próprios mecanismos de defesa, que os mantêm livres de germes. Entre estes mecanismos que “varrem” os agentes invasores para fora das vias respiratórias, podemos  destacar:

      • O reflexo de tosse,
      • A presença de células do sistema imunitário ao longo de todo trato respiratório,
      • A existência de microscópicos cílios na árvore brônquica.

Desenvolvimento de uma pneumonia

O desenvolvimento da pneumonia depende dos seguintes factores:

  • Grau de virulência do invasor,
  • Quantidade de micróbios que conseguem chegar aos pulmões,
  • Condições imunológicas do paciente.

Em geral, uma pneumonia surge quando um germe agressivo consegue penetrar o trato respiratório e encontra o sistema de defesa comprometido.

Situações banais podem debilitar as defesas do sistema respiratório. por exemplo:

      • Os doentes que fumam apresentam um irritação constante de toda árvore brônquica e disfunção dos cílios protetores. As células de defesa pulmonar também são afetadas pelo cigarro e não funcionam tão bem. Tudo isso favorece o aparecimento de infecções respiratórias.
      • Os doentes com gripe. A lesão que o vírus da gripe provoca no sistema respiratório também favorece a invasão de bactérias, que se aproveitam da redução da capacidade do doente de combater os germes que chegam às partes mais interiores do sistema respiratório.
      • Pessoas idosas naturalmente têm seu sistema imunológico mais frágil, o que as coloca sob maior risco de desenvolver pneumonias.
    • Pessoas já debilitadas por outras doenças, como insuficiência cardíaca, alcoolismo ou diabetes, também apresentam maiores riscos.

Factores de risco

Os grupos de pessoas com mais probabilidade de contrair uma pneumonia são:

  • Idade superior a 65 anos;
  • Infecções respiratórias virais, como a gripe;
  • Tabagismo;
  • Doenças imunossupressoras ( HIV, transplante, cancro, hepatites…etc);
  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC);
  • Consumo de drogas;
  • Doentes acamados;
  • Pessoas com redução do nível de consciência;
  • Hospitalizações prolongadas, que aumentam o risco de contrair uma infecção hospitalar, potencialmente grave;
  • Doentes em ventilação mecânica (em uso de respirador artificial).
  • Doentes com outra doença pulmonar prévia (sequelas de tuberculose, bronquiectasias, fibrose cística, etc.)

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Gripe e risco de pneumonia

O combate à infecção gripal desvia muitos recursos do sitema imunitário deixando-o mais frágil por ficar “sobrecarregado de trabalho”. Quando o nosso organismo e sistema imunitário está debilitado os microorganismos infecciosos conseguem passar mais facilmente os filtros naturais do nosso corpo tais como os cílios nasais (os conhecidos “pêlos do nariz”) e chegar mais facilmente aos pulmões.

Nos pulmões instalam-se numa especie de pequenos sacos de ar chamados alvéolos onde são “atacados” pelos nossos glóbulos brancos que circulam no sangue. No entanto nem sempre esta defesa é eficaz levando ao aparecimento dos primeiros sintomas da infecção principalmente nos doentes crónicos e imunodeprimidos

Sintomas de pneumonia

Alguns dos sintomas da pneumonia são similares aos da gripe mas mais graves, a saber:

  • Febre elevada,
  • Suores,
  • Arrepios,
  • Tosse,
  • Fadiga,
  • Dores musculares,
  • Dor de cabeça.

Quando a infecção avança aparecem sintomas mais graves tais como:

  • Produção de muco,
  • Dificuldade em respirar,
  • Dor no peito.

Como inicialmente a pneumonia pode confundir-se com  gripe ou constipação, deve consultar o médico se os primeiros sintomas persistirem demasiado dias ou de imediato se aparecerem os sintomas mais graves acima referidos como a falta de ar ou dor no peito.

Perigo da pneumonia

Se não for tratada a tempo a infecção pode alastrar para a corrente sanguinea (septicémia) e generalizar-se a outras parates do organismo, podendo nos casos mais graves causar a morte.

Diagnóstico

O diagnóstico da pneumonia é feito normalmente com exame físico e uma radiografia de tórax. Análises de sangue podem ajudar, mas não são imprescindíveis. Um médico experiente é capaz de diagnosticar uma pneumonia apenas com a história clínica e o exame físico.

A radiografia, por ser um exame barato e amplamente disponível, é normalmente solicitada para confirmação do diagnóstico. Os alvéolos cheios de secreção aparecem como uma mancha branca à radiografia de tórax.

O hemograma do doente  apresenta um valor elevado no número de leucócitos, típico de infecções bacterianas. Nos doentes mais graves, que necessitam de hospitalização, normalmente tenta-se identificar qual é a bactéria responsável pela pneumonia, pesquisando a bactéria no sangue (hemocultura) ou na própria expectoração do doente. Em casos especiais pode ser necessária a colheita de secreções directamente do pulmão, através da broncoscopia.



Tratamento para a pneumonia

O tratamento para a pneumonia depende da causa ou seja se é causada por um vírus, uma bactéria ou um fungo. Assim para os diversos casos temos os seguintes tratamentos:

  • Viral – tomar medicamentos antivíricos, repouso, ingestão abundante de líquidos
  • Bacteriana – tomar medicamentos antibióticos
  • Fúngica – tomar medicamentos antifúngicos

As pneumonias são também divididas em comunitárias, quando adquiridas no dia-a-dia ou hospitalares, quando surgem em doentes hospitalizados. A pneumonia hospitalar é mais grave e mais difícil de tratar, pois é normalmente causada por bactérias mais resistentes e afecta principalmente doentes com o sistema imunitário comprometido.

O tratamento das pneumonias bacterianas é feito com antibióticos durante pelo menos 8 dias. Geralmente ao fim de 3 dias começam a notar-se já melhorias mas o tratamento deve sempre ser levado até ao fim. As pneumonias comunitárias podem ser tratadas com antibióticos orais, porém, aquelas que evoluem mal necessitam de internação hospitalar e antibióticos por via venosa.

Antibióticos mais usados

Os principais antibióticos usados na comunidade para combater a pneumonia, à venda nas Farmácias, são:

  • Amoxacilina com ácido clavulânico,
  • Azitromicina,
  • Claritromicina,
  • Ceftriaxona,
  • Levofloxacina,
  • Moxifloxacina.

As pneumonias podem facilmente levar ao surgimento de uma septicémia (bactéria entra na corrente sanguínea) que é muito grave e uma importante causa de morte em idosos e doentes imunodeprimidos.

Vacina contra a pneumonia

Existe uma vacina contra a pneumonia estreptocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae, o tipo mais comum. Ela está indicada em crianças e pessoas acima dos 50 anos, mas não evita pneumonias causadas por outras bactérias.

Existem 2 vacinas pneumocócicas:

      • Pneumo23® (actualmente não disponivel)
      • Prevenar13®

Pneumo23®

A vacina pneumocócica 23-valente (polissacarídica) é uma vacina utilizada para prevenir infecções causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, responsável por doenças graves como:

      • Pneumonia,
      • Meningite,
      • Septicémia (infecção generalizada no sangue).

O efeito da vacina aparece duas a três semanas após sua aplicação e dura por pelo menos 5 anos, podendo chegar a até 10 anos. Em crianças, a duração do efeito pode ser menor, especialmente em crianças com doenças dos rins, com anemia hemolítica hereditária (ex. anemia falciforme) ou que não tenham o baço, o efeito da vacina pode durar de 3 a 5 anos.

Prevenar13®

Prevenar® é uma vacina pneumocócica. sendo administrada a crianças desde as 6 semanas até aos 5 anos para ajudar a proteger contra doenças causadas por 13 tipos da bactéria Streptococcus pneumoniae, tais como:

  • Meningite (inflamação à volta do cérebro),
  • Septicémia ou bacteriémia (bactérias na corrente sanguínea),
  • Pneumonia (infecção nos pulmões),
  • Infecções nos ouvidos.

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Concluindo

A pneumonia é uma doença grave, com risco de morte, que pode ser evitada com a informação correcta e atenção a sintomas simples que que podem instalar-se de forma lenta e prolongada tais como tosse persistente, cansaço e febre ligeira. Muitas vezes como estes sintomas têm uma intensidade moderada o doente deixa-se arrastar no tempo sem consultar o médico. Só quando aparecem os sintomas mais graves como dor no peito e dificuldade em respirar é que o doente admite que se pode estar a passar algo de grave com a sua saúde! Nessa altura a recuperação é muito mais lenta e dificil e o risco de sequelas graves e permanentes torna-se maior.

Não se descuide principalmente se for um doente de risco ou seja com alguma doença crónica e o seu sistema imunitário fragilizado. Preste atenção aos sinais e procure o seu médico para auscultação se tiver dúvidas.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

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ARTRITE REUMATOIDE TODA A VERDADE!




Artrite reumatoide (AR):  Dor e outros sinais? Quais as causas? A cura espontânea é verdade ou mito? A artrite reumatoide não é uma doença rara. Segundo o American College of Rheumatology a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5% da população nos países industrializados. Em Portugal, segundo a Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR), estima-se que afete 0,8 a 1,5% da população e que existam cerca de 40.000 doentes diagnosticados com Artrite Reumatoide.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

    • O que é uma artrite?
    • Que doenças provocam artrite?
    • Artrite Reumatoide (AR), o que é?
    • Quais os fatores de risco?
    • Quais as formas de prevenção?
    • Quais os sintomas e sinais precoces?
    • Quais as manifestações atípicas da doença?
    • Quais as restantes manifestações da doença?
    • Quais as causas da artrite reumatoide?
    • Como se faz o diagnóstico?
    • Qual o tratamento mais eficaz para a artrite reumatoide?
    • Quais as medidas não farmacológicas que ajudam a melhorar?
    • Quais os fármacos mais usados e eficazes?
    • Quais os tratamentos alternativos?
    • Como se deve fazer a vigilância da doença?
    • A artrite reumatoide é contagiosa?
    • É possível a cura da artrite reumatoide?
    • Qual a diferença entre cura e remissão da doença?
    • Qual a influência da gravidez?
    • O que é a certidão multiuso? Quais os benefícios?

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Artrite o que é?

Damos o nome de artrite à inflamação de uma ou mais articulações. Uma articulação com artrite fica inchada, vermelha, quente e bastante dolorosa.

Quando apenas uma articulação está inflamada, chama-se monoartrite. Quando ocorre inflamação de várias articulações estamos diante de uma poliartrite. A artrite pode ainda ser simétrica quando afeta simultaneamente duas articulações irmãs como joelhos, punhos, tornozelos, etc.

A articulação é a região onde há a ligação de dois ou mais ossos distintos, por exemplo:

    • Joelhos,
    • Cotovelo,
    • Punhos,
    • Tornozelo,
    • Ombros, etc.

Artrite reumatoide melhorsaude.org melhor blog de saude

As articulações ao longo do corpo não são todas iguais. Algumas articulações são ligadas por um tecido fibroso, que “cola” um osso ao outro, tornando-os imóveis, como no caso dos ossos do crânio; outras são ligadas por cartilagens e permitem uma pequena mobilidade como os discos vertebrais que unem as vértebras da coluna; há ainda as articulações móveis chamadas também articulações sinoviais, que normalmente são ligadas por uma cartilagem e uma bolsa cheia de líquido (líquido sinovial) permitindo amplo movimento dos ossos com mínimo atrito entre eles, como é o caso do joelho, cotovelo, ombros, etc.

Articulação sinovial melhorsaude.org melhor blog de saude

Quando a articulação está inflamada chama-se a essa lesão artrite. Quando a articulação está dolorosa, mas sem sinais clínicos de inflamação (inchaço, calor e rubor) dizemos que há uma artralgia.

Articulação sinovial inflamada melhorsaude.org melhor blog de saude

Doenças que provocam artrite

Várias outras doenças afetam as articulações, manifestando-se com quadros de artrite, fazendo parte do diagnóstico diferencial da artrite reumatoide, a saber:

  • Lúpus,
  • Gota.
  • Osteoartrite/artrose,
  • Artrite séptica.
  • Artrite psoriática,
  • Doença de Still,
  • Espondilite anquilosante,
  • Febre reumática.

Artrite reumatoide o que é?

É uma doença inflamatória crónica que pode limitar os gestos diários destes doentes, como abrir uma porta, agarrar uma caneta ou calçar uns sapatos. A ocorrência global de AR é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.

A Artrite Reumatoide é uma doença reumática inflamatória crónica autoimune, de etiologia desconhecida, que pode conduzir à destruição do tecido articular e peri articular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e peri articulares. Pode, contudo, afetar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas.

Quando não tratada precoce e corretamente, a artrite reumatoide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidades e mortalidade acrescida em relação à população em geral.

Fatores de risco

São 3 os principais fatores de risco, a saber:

Género

As mulheres são frequentemente mais afetadas que os homens na proporção de quatro mulheres para um homem.

Idade

É, sobretudo, uma doença dos adultos jovens e das mulheres
pós-menopáusicas.

Historial de doença e vacinação

Esporadicamente, surgem casos de artrite depois de infeções por
parvo vírus e vírus da rubéola ou vacinações para a rubéola, tétano,
hepatite B e influenza.

Prevenção

Entre os fatores de proteção sugeridos destacam-se:

    • Gravidez,
    • Uso de contracetivos orais,
    • Ingestão moderada de álcool.

O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que esta doença, diagnosticada nos primeiros três a seis meses do seu curso clínico e tratada corretamente, tem grandes probabilidades de não evoluir para a incapacidade funcional para o trabalho, diminuir a comorbilidades e não reduzir a esperança média de vida.

Não podemos evitar o surgimento da doença. A prevenção destina-se, fundamentalmente, a diminuir a gravidade da doença, de forma a reduzir a incapacidade funcional e a melhorar a qualidade de vida.

Sintomas

O principal sintoma é a inflamação das articulações. Além disso, podem aparecer nódulos duros nos cotovelos, ou na zona dorsal dos dedos das mãos e dos pés; também podem localizar-se nos órgãos internos. Com o tempo, a deterioração progressiva das articulações afetadas pode levar a deformidades.

Artrite reumatoide quais os sinais?

Os principais sinais são os seguintes:

  • Dor articular;
  • Inflamação articular;
  • Rigidez articular matinal;
  • Febre;
  • Cansaço.

Frequentemente, a doença começa como uma poliartrite simétrica (mais de 4 articulações inchadas e dolorosas, nos dois lados do corpo). Qualquer articulação com membrana sinovial (membrana que reveste algumas articulações e que produz um líquido que lubrifica, nutre e facilita os movimentos articulares) pode ser atingida, mas geralmente afeta primeiro as pequenas articulações das mãos e dos pés. À medida que a doença progride, mais articulações podem inflamar, incluindo:

    • Ombros,
    • Cotovelos,
    • Ancas,
    • Joelhos.

Outra articulação que pode estar envolvida é a primeira articulação cervical, entre a primeira e segunda vértebras cervicais, resultando em instabilidade da coluna cervical. Para além dos sintomas articulares, os sintomas constitucionais (por exemplo, o cansaço, sintomas de gripe, febre, suores e perda de peso) são comuns.

Se não for tratada, a inflamação conduz à destruição progressiva das articulações e sua perda de função. Podem surgir nesta altura deformidades articulares, algumas muito características nas mãos. Ao dano articular, pode adicionar-se perda de massa muscular por atrofia, podendo levar de forma progressiva a dificuldades motoras.

Os tendões estão envolvidos por bainhas e estas são também constituídas por membranas sinoviais, podendo ficar inflamadas, tal como as articulações.

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Manifestações atípicas da doença

Ocasionalmente, o doente pode ter apresentações mais atípicas, o que pode dificultar o diagnóstico. Nomeadamente quando tem um início súbito ou surge como uma doença mais sistémica, com perda de peso, febre e fadiga e poucas manifestações articulares. Outras vezes, os doentes começam por apresentar inflamação articular de grandes articulações (joelho, cotovelo) e só mais tarde desenvolvem artrite das mãos.

Outras manifestações

A AR é uma doença que pode afetar muitos órgãos e há outras manifestações da doença:

Olhos: Secura ocular (Síndrome seca secundária, chamada “Síndrome de Sjögren secundária”); inflamação ocular (esclerite e episclerite).

Pele: úlceras de perna e lesões cutâneas eritematosas (avermelhadas).

Nódulos reumatoides: tumefações subcutâneas (debaixo da pele) não dolorosas que ocorrem na maioria das vezes nos cotovelos, joelhos e dorso das mãos. Surgem sobretudo em pessoas com a doença de longa evolução.

Sistema Nervoso: Pode ocorrer compressão de nervos periféricos pelo edema articular, sendo comum o “síndrome do túnel cárpico”. Mais raramente, pode ocorrer subluxação atlanto-axial (das duas primeiras vértebras cervicais) o que poderá conduzir a comprometimento da medula espinhal.

Sistema respiratório: pode ocorrer inflamação pleural (membrana que cobre os pulmões), e alterações dos pulmões e vias aéreas.

Sistema cardiovascular: Pode ocorrer a inflamação da membrana que cobre o coração (pericárdio), o que é pouco frequente. Estudos recentes mostram que a AR contribui para o aumento do risco cardiovascular, existindo um aumento do risco de enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Sistema renal: Raramente envolvido, mas pode ocorrer nefropatia tóxica (pela toma de anti-inflamatórios não esteroides).

Fígado: A presença de hepatomegalia discreta (aumento das dimensões do fígado) e enzimas hepáticas (transamínases) elevadas são comuns.

Outras manifestações: Podem ainda ocorrer distúrbios da tiroide, osteoporose e depressão.

O aparecimento de outras doenças pode aumentar o risco de desenvolver complicações de AR e pode aumentar ainda mais a morbidade e mortalidade, por exemplo, desenvolver diabetes, que associada a AR conduzem a mais complicações cardíacas.

Causas da artrite reumatoide

A AR manifesta-se por uma inflamação das articulações. A inflamação é uma reação do organismo a uma agressão, como o inchaço após um traumatismo ou a garganta inflamada após uma infeção.

Não é conhecida a causa da AR: poderá tratar-se de um agente externo, um vírus ou um agente interno. Por uma razão desconhecida, o organismo deixa de reconhecer a articulação como sua e reage contra ela – reação autoimune. Outra hipótese será a de que não há agressão, mas uma reação inflamatória que aparece sem razão, depois de uma desregulação inexplicada do organismo.

Diagnóstico?

O diagnóstico precoce é feito com base na verificação de:

  • Tumefação de três ou mais articulações;
  • Envolvimento das articulações metacarpo falângicas e/ou metatarso falângicas;
  • Rigidez matinal superior a trinta minutos;
  • Simetria do envolvimento articular.

Não basta fazer exames laboratoriais e radiografias para estabelecer o diagnóstico. É necessário realizar outros exames, como:

  • Cintigrafia, a
  • Ultrassonografia e a
  • Ressonância magnética nuclear,

São estes exames que revelam sinovite (inflamação da membrana sinovial) ao termo de apenas algumas semanas.

O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, com iniciação rápida do tratamento. Estudos científicos demonstram que no período inicial da doença há uma oportunidade única para influenciar o progresso da doença. O desafio para o médico é reconhecer os primeiros sintomas e encaminhar precocemente.

O diagnóstico é essencialmente clínico; as investigações são importantes na avaliação e exclusão de outros diagnósticos possíveis. Algumas das investigações realizadas são inespecíficas, podendo estar alteradas em várias doenças, sendo muito importante fazer as seguintes averiguações clínicas:

Velocidade de sedimentação e proteína C reativa (parâmetros analíticos que traduzem inflamação): na AR costumam estar elevadas, mas podem ser normais.

Hemograma: anemia normocítica normocrómica e trombocitose (aumento das plaquetas) reativa são comuns na doença ativa.

Fator Reumatoide: Deve ser requisitado em doentes com suspeita de terem AR, ou seja, naqueles em que se encontrou artrite no exame objetivo. Este é positivo em 60-70% dos doentes (e 5% da população normal). Pode ser positivo em outras doenças pelo que se deve ter atenção à sua interpretação.

Anticorpo contra péptidos citrulinados (anti-CCP): Deve ser requisitado se suspeita de AR, se o paciente é negativo para o fator reumatoide ou na eventualidade de se ponderar terapia de combinação. Este anticorpo é mais específico do que o fator reumatoide na AR e pode ser mais sensível na doença erosiva.

Anticorpo antinuclear (ANA): pode ser positivo em cerca de 30% dos pacientes com AR.

Radiografias das mãos e dos pés: Quando realizados no início da doença, podem ser normais se a doença tiver pouco tempo de evolução. Devem ser repetidos durante a monitorização da doença.

Tratamento

Nos últimos 15 anos, o tratamento da artrite reumatoide evoluiu significativamente, em consequência da avaliação da atividade inflamatória, do conhecimento dos fatores de pior prognóstico, do uso precoce de fármacos antirreumáticos de ação lenta, do aparecimento de terapêutica combinada e, mais recentemente, da terapêutica biológica. Os doentes com artrite reumatoide devem ser acompanhados por um médico reumatologista.

O tratamento dos doentes deve ser sempre individualizado e deve ser realizado de forma multidisciplinar. Idealmente, todos os pacientes deveriam ter acesso a uma equipa de profissionais, incluindo:

    • Médico de família,
    • Reumatologista,
    • Enfermeiro,
    • Fisioterapeuta,
    • Terapeuta ocupacional,
    • Nutricionista,
    • Farmacêutico,
    • Assistente social.

Sempre que necessário serão pedidas colaborações com outras Especialidades Médicas. Sempre que tiver dúvidas sobre algum tratamento deve colocá-las ao seu Reumatologista Assistente. A sua adesão aos tratamentos adequados é fundamental para melhorar o prognóstico da sua doença.

O tratamento da AR deve envolver modalidades farmacológicas e não farmacológicas.

Medidas não farmacológicas

Um estilo de vida saudável deve ser promovido nos doentes com AR incentivando os seguintes hábitos:

    • Deixar de fumar.
    • Se excesso de peso, é aconselhado a perda ponderal para prevenir o desgaste articular e outras doenças, como hipertensão e diabetes.
    • Prática de exercício físico deve mas sempre orientada pela equipa médica. É aconselhada a realização de exercícios isotónicos e isométricos para fortalecimento muscular e manutenção da função articular, assim como exercícios aeróbicos para otimização do sistema cardiorrespiratório.

Quando há suspeita de AR e enquanto se aguarda pela avaliação por especialistas, as medidas não medicamentosas e tratamento sintomático – como analgésicos não opióides e medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) – pode ser instituído. Em qualquer fase da doença, a utilização de analgesia deve ser considerado como um adjuvante.

Tratamentos farmacológicos

Analgésicos

O paracetamol, ou analgésicos compostos (paracetamol + tramadol, por exemplo) devem ser oferecidos a pessoas cujo controlo da dor não é adequado, para reduzir potencialmente a sua necessidade de tratamento a longo prazo com AINEs.

Anti-inflamatórios (AINEs)

Como por exemplo temos:

  • Ibuprofeno,
  • Diclofenac,
  • Naproxeno.

Têm indicação para o tratamento sintomático da inflamação na AR, contribuindo para aliviar os sinais e sintomas desta. Têm um rápido início de ação, mas não alteram a progressão da doença nem a incapacidade funcional a longo prazo e podem ter toxicidade importante.

A toma simultânea de mais do que um AINE não aumenta a eficácia e resulta em maior toxicidade. Pode ser necessário adicionar um fármaco inibidor da bomba de protões adequado (para proteção gástrica). Há diversos disponíveis, o problema é decidir qual preparação será melhor para que cada doente, visto que as respostas têm variação individual.

De um modo geral, os chamados inibidores da COX 2 (“coxibs”) têm menos efeitos gastrointestinais e os AINE’s clássicos menos efeitos cardiovasculares. Os AINEs podem interagir com outros medicamentos ou estarem contraindicados no seu caso. Pelo que não se aconselha nunca a toma sem prescrição médica.

O principais anti-inflamatórios inibidores da COX2 são:

    • Etoricoxib (Exxiv®, Arcoxia®, Turox®)
    • Celecoxib (Celebrex®, Solexa®)

Corticosteroides

Como exemplo temos:

  • Prednisolona,
  • Prednisona,
  • Metilprednisolona.

Em doses baixas podem ser usados em combinação com DMARDs (Disease-modifying antirheumatic drugs) ou seja medicamentos antirreumáticos modificadores da doença, para controlo de sintomas a curto prazo e a médio e longo prazo para minimizar o dano articular.

Pode ser proposto um tratamento de curta duração com doses mais elevadas de corticoides (administrado de forma oral, intramuscular ou intra-articulares) para melhorar rapidamente os sintomas em doentes com diagnóstico recente de AR ou quando surge um surto da doença. Pela existência de efeitos adversos potencialmente graves (diabetes, osteoporose, cataratas), as doses recomendadas pelo seu médico devem ser respeitadas.

Quando usar injeções de corticosteroides?

Injeções intra-articulares de corticosteroides podem ser usadas para:

    • Fornecer alívio sintomático numa articulação mais dolorosa enquanto se espera pelo efeito dos outros fármacos.
    • Aliviar os sintomas de articulações particularmente problemáticos onde o controlo da doença não é bom.
    • Tratamento de monoartrite (1 articulação) ou oligoartrite (2-4 articulações) nos casos em que outras medidas são desaconselhadas.

Medicamentos antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs) clássicos

DMARDs (Disease-modifying antirheumatic drugs) são fármacos antirreumáticos modificadores da doença, usados isoladamente ou em combinação. Os fármacos mais usados são:

    • Metotrexato,
    • Leflunomida,
    • Sulfassalazina,
    • Hidroxicloroquina,
    • Azatioprina.

O início precoce do tratamento com DMARDs é recomendado para controlar os sintomas e sinais de AR, bem como limitar dano radiológico (diminuir o risco de deformidades).

a.     Os DMARD’s devem ser instituídos por especialistas assim que o diagnóstico, evolução e gravidade da doença foram confirmados.

b.    A melhor estratégia de tratamento, conhecida por “Treat to target” estabeleceu que os doentes devem ser tratados com o objetivo de atingir remissão, o que significa aumentar a terapia (adicionar fármacos ou aumentar doses) sempre que a doença não é totalmente suprimida. Por outro lado, sempre que se obtenha controlo da doença por um longo período de tempo, pode-se com cautela tentar reduzir as doses de medicação, mantendo vigilância apertada.

c.     Metotrexato: é o DMARD de escolha, devido ao seu bom perfil de eficácia e toxicidade.

DMARD’s biológicos

São moléculas que modulam as citocinas (proteínas da inflamação) e demonstraram que são eficazes no tratamento da AR, incluindo pacientes resistentes ao metotrexato. A introdução destes medicamentos é feita em situações muito específicas de acordo com guidelines da Sociedade Portuguesa de Reumatologia. Estão aprovados para o tratamento da AR em Portugal:

a.     Inibidores do fator de necrose tumoral (TNF):

  • Infliximab,
  • Adalimumab,
  • Etanercept,
  • Golimumab,
  • Certolizumab.

b.    Anti-CD20:

  • Rituximab.

c.     Anti recetor da interleucina 6:

  • Tocilizumab.

d.    Inibidor da ativação das células T (recetor solúvel de CD80 e CD86):

  • Abatacept.

e.     Anti-interleucina-1:

  • Anakinra.

Tratamentos alternativos

a)     Fisioterapia:

A realização de fisioterapia deve ser considerada. O plano de reabilitação deve ser definido pelo seu Reumatologista ou Fisiatra, tendo em conta as articulações afetadas e a fase da doença em que se encontra. A realização de fisioterapia passa ainda pelo fortalecimento muscular e treino de atividades de vida diária, por vezes com recurso a instrumentos que o podem auxiliar na realização das suas tarefas (ex: abre boiões, adaptadores da escova de dentes, adaptadores de instrumentos de cozinha).

b)    Cirurgia:

A opinião de um cirurgião ortopédico ou neurocirurgião com um interesse especial em AR deve ser procurada de acordo com indicações específicas, a discutir com o reumatologista assistente.

c)     Dieta e terapias complementares:

    • Não há fortes evidências de que pacientes com AR irão beneficiar de mudanças na dieta. A dieta mediterrânica pode ser encorajada (mais pão, frutas, legumes e peixe; menos carne; e substituir a manteiga e queijo com produtos à base de vegetais e óleos vegetais), uma vez que está associada a menos risco cardiovascular.
    • As terapias complementares podem fornecer o benefício sintomático de curta duração, mas há pouca ou nenhuma evidência de benefício a longo prazo. Se desejar experimentar terapias complementares, não deve substituir o tratamento convencional e esta terapia não devem afetar o atendimento oferecido pelos restantes cuidadores (reumatologista, médico de família, enfermeiro, fisioterapeuta).

Vigilância da doença

O diagnóstico de uma doença crónica como a AR implica que os doentes devem ser vigiados regularmente, incluindo consulta médica e a realização frequente de análises de sangue, para analisar a eficácia e efeitos adversos da medicação.

O rastreio e avaliação de outras doenças, deve ser feito de acordo com o que está recomendado para a população em geral. É fundamental que mantenha um acompanhamento regular no seu Médico de Família.

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Perguntas frequentes:

A artrite reumatoide é contagiosa?

Não. A artrite reumatoide não é uma doença infeciosa nem uma doença contagiosa.

Quem é mais atingido pela artrite reumatoide?

A artrite reumatoide atinge uma em cada mil pessoas e um por cento da população global. Afeta sobretudo mulheres, mais frequentemente por volta dos 50 anos, embora possa surgir em crianças, homens e mulheres jovens. Quanto mais precoce for o início da artrite reumatoide, maior será a probabilidade de ser mulher (3,7 mulheres para um homem se a artrite reumatoide começar aos 30 anos), sendo a frequência idêntica no homem e na mulher se a doença se manifestar depois dos 60 anos.

Qual é a diferença entre cura e remissão?

A principal diferença entre a cura e a remissão é que na primeira a doença desaparece com o tratamento e não volta após este ser suspendido; na remissão, a doença desaparece com o tratamento, mas regressa com a suspensão do tratamento. A artrite reumatoide evolui por surtos mais ou menos longos e de intensidade variável, intervalado com remissões. A cura, eventualidade na verdade pouco frequente, pode todavia surgir espontânea e inesperadamente.

Qual é a causa da artrite reumatoide?

A AR manifesta-se por uma inflamação das articulações. A inflamação é uma reação do organismo a uma agressão, como o inchaço após um traumatismo ou a garganta inflamada após uma infeção.

Não é conhecida a causa da AR: poderá tratar-se de um agente externo, um vírus ou um agente interno. Por uma razão desconhecida, o organismo deixa de reconhecer a articulação como sua e reage contra ela – reação autoimune. Outra hipótese será a de que não há agressão, mas uma reação inflamatória que aparece sem razão, depois de uma desregulação inexplicada do organismo.

Qual a influência na gravidez?

Há evidências de que a gravidez melhora a artrite reumatoide. Algumas mulheres que sofrem desta doença souberam que estavam grávidas por terem tido uma melhoria inesperada. No entanto, esta resposta não é absoluta: a melhoria só é observada em em três casos em cada quatro e desaparece rapidamente após o parto.

Por outro lado, a artrite reumatoide não influencia a gravidez: não há maior risco de infertilidade, abortos espontâneos ou partos prematuros. Contudo, os tratamentos administrados na artrite reumatoide podem ter um efeito na gravidez, pelo que deverá prevenir o seu reumatologista imediatamente.

O que é a Certidão Multiuso?

Quais os benefícios? Como pode obtê-la?

A Certidão Multiuso atesta o grau de incapacidade e é necessária para requerer certos benefícios, desde que a incapacidade seja no mínimo de 60% e, em alguns casos, de 95% (por exemplo, para a isenção do imposto automóvel). Tem de ser requerida pelo utente ou seu representante.

O requerimento para obter esta certidão tem de ser feito na Unidade de Saúde Pública (Delegação de Saúde) da área de residência do utente com incapacidade ou deficiência.

Benefícios mais relevantes da Certidão Multiuso:

  • redução do IRS;
  • isenção de imposto automóvel;
  • redução de juros no empréstimo bancário;
  • redução do preçário em alguns títulos de transporte público;
  • dístico para estacionamento.

Concluindo

As doenças que provocam dor e inflamação nas articulações estão entre as doenças mais frequentes na população e são responsáveis por uma acentuada perda de qualidade de vida e muitos dias de trabalho perdidos. Originam uma enorme sobrecarga de custos para as famílias e para o sistema de saúde público. É muito importante atuar a tempo para evitar a degradação e destruição das articulações afetadas. Para isso não ignore nunca uma dor articular que teima em não desaparecer e consulte rapidamente o seu médico para saber se necessita de intervenção terapêutica mais profunda.

Trate bem de si e não se esqueça que a família que o acompanha também sofre.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

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MASCNE E ACNE PREVENIR E TRATAR TODA A VERDADE

Mascne ou acne causado pelo uso da máscara é uma nova condição de saúde que está a aumentar muito a incidência na população e a preocupar cada vez mais pessoas de várias idades, incluindo muito adultos mesmo alguns que nunca tiveram acne.

A Mascne aparece mais nas mulheres com peles mistas a oleosas e as zonas do rosto mais afectadas são as seguintes:

  • Maçãs do rosto
  • Queixo
  • Nariz

Não importa se costuma ter erupções cutâneas ou se tem uma pele quase perfeita, mascne ou acne provocado pela máscara, é um efeito colateral infeliz do uso diário de máscara que todos nós usamos para retardar a transmissão de Covid -19.

A macne pode ser literalmente uma dor de cabeça, mas isso não significa que deva parar de usar máscara. Se tratar a sua pele e limpar adequadamente as coberturas do rosto, deverá ser capaz de controlá-la e eliminar a ocorrência de erupções maiores.

A pele de cada pessoa reage de maneira diferente a produtos e diversas causas de stress. Assim vá devagar e faça um teste local de qualquer ingrediente novo e potencialmente irritante.

Anatomia da pele

Para entendermos bem o mecanismo de formação do acne é essencial conhecer a anatomia da pele e em particular o folículo piloso.

Acne o que é?

O acne surge devido a uma interação entre hormonas, óleos da pele e bactérias levando à inflamação dos folículos pilosos (os poros na pele onde crescem os pelos). O acne caracteriza-se por muitos tipos de lesões da pele, tais como:

  • Comedões abertos, denominados cravos;
  • Comedões fechados, chamados pontos brancos;
  • Comedões fechados inflamados, chamados espinhas;
  • Pápulas que são protuberâncias salientes e sólidas;
  • Pústulas, que são protuberâncias superficiais contendo pus;
  • Nódulos, são protuberâncias mais profundas e firmes contendo pus;
  • Cistos são bolsas maiores contendo pus;
  • Abcessos, surgem por vezes e são bolsas ainda maiores e mais profundas que os cistos, contendo pus.

Formação do acne : Ponto branco, ponto negro, pápula, pústula, nódulo e cisto

Acne é uma condição cutânea de longa duração caracterizada por áreas de pontos negros, pontos brancos, pústulas, pele oleosa e possibilidade de aparecimento de cicatrizes. Dependendo do grau de incidência, infecção e dimensão dos pontos de acne sobre a pele, as consequências na aparência podem provocar desde desconfortos pontuais, passando por ansiedade, diminuição da autoestima até, em casos extremos, depressão e pensamentos de suicídio.

É um problema que deve ser encarado com seriedade pois, além das lesões físicas, as implicações psicológicas podem ser bem mais graves!

Causas do Acne

Estima-se que 80% dos casos tenham origem genética. O papel da dieta enquanto causa ainda não é claro. A higiene ou a luz do sol não parecem ter qualquer influência. No entanto, o tabagismo aumenta o risco de vir a desenvolver acne e a sua gravidade. 

O acne afeta principalmente a pele com elevado número de glândulas sebáceas, como o rosto, a parte superior do peito e as costas. O consumo de esteroides anabolizantes geralmente provoca o aparecimento de acne nos ombros e na parte superior das costas.

Durante a puberdade, em ambos os sexos, o aparecimento do acne deve-se muitas vezes ao aumento da quantidade de andrógenos como a testosterona, estando também envolvida a bactéria Propionibacterium acnes.

Tipos de acne

Conforme a profundidade e gravidade das lesões o acne pode manifestar-se de várias formas e divide-se em leve, moderado e grave.

Acne leve

No acne leve desenvolvem somente alguns (menos de 20) cravos e comedões sem inflamação ou um número moderado de espinhas pequenas, ligeiramente irritadas. Pústulas, que parecem espinhas com topo amarelado, também podem desenvolver-se. Cravos aparecem como pequenas saliências da cor da carne com um centro escuro. Comedões têm uma aparência semelhante, mas sem o centro escuro. Espinhas provocam um ligeiro incómodo e têm um núcleo branco rodeado por uma pequena área de pele avermelhada.

Acne moderado

Pessoas com acne moderada têm mais cravos, comedões, espinhas e pústulas.

Acne grave

No acne grave aparecem um grande número de cravos e comedões, espinhas e pústulas ou acne cística (profunda). Na acne cística, as pessoas têm cinco ou mais cistos consistindo em nódulos grandes, vermelhos, dolorosos e cheios de pus que podem se fundir sob a pele formando abscessos maiores e supurativos.

Acne conglobata

O acne conglobata é a forma mais grave de acne, causando cicatrizes graves e outras complicações decorrentes de abscessos. A acne grave pode surgir nos braços, no abdômen, nas nádegas e até mesmo no couro cabeludo.

Acne fulminante e pioderma facial

O acne fulminante e o pioderma facial (também chamado rosácea fulminante) são dois tipos de acne grave possivelmente relacionados e raros que costumam surgir de repente.

Tratamento

O cuidado geral da acne é muito simples. As áreas afetadas devem ser cuidadosamente lavadas com sabão suave, uma ou duas vezes por dia. Sabões antibacterianos ou abrasivos, compressas de álcool e fricção constante não proporcionam qualquer benefício adicional e podem irritar ainda mais a pele. Os cosméticos devem ser à base de água, pois produtos muito gordurosos pioram a acne.

Estão disponíveis muitas opções de tratamento destinadas a melhorar a aparência do acne, entre as quais alterações ao estilo de vida e medicação. Ingerir hidratos de carbono simples em menor quantidade, como o açúcar, pode ajudar. Os tratamentos mais comuns são a aplicação tópica de peróxido de benzoílo, ácido salicílico e ácido azelaico. 

Estão também disponíveis antibióticos e retinoides tópicos e orais No entanto, é possível que possam provocar resistência antibiótica. Em mulheres, algumas pílulas contraceptivas orais combinadas podem ser benéficas no tratamento. A isotretinoína oral geralmente só é administrada em casos graves devido aos efeitos secundários. Alguns especialistas recomendam o tratamento agressivo e numa fase precoce de modo a diminuir o impacto a longo prazo na pessoa.

Embora não existam restrições a alimentos específicos, deve-se seguir uma dieta saudável e equilibrada que evite alimentos processados. Pode-se considerar o uso de uma dieta de baixo índice glicémico e moderação da ingestão de leite, se o tratamento para o acne for ineficaz em adolescentes.

Medicamentos usados no acne

Descrevo de seguida alguns dos medicamentos mais usados nos diversos tipos de acne, tais como:

  • Para cravos e comedões, creme de tretinoína;
  • Para acne leve, tratamento da pele com creme de tretinoína, às vezes com peróxido de benzoílo ou um antibiótico, ou ambos;
  • Para acne moderada, antibióticos por via oral em combinação com tratamento cutâneo igual ao usado para acne leve;
  • Para acne grave, isotretinoína por via oral;
  • Para acne cística, corticosteroides injetados.
people wearing diy masks
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Mascne quais as causas?

Tal como a acne comum, há várias coisas que podem causar mascne ou acne da máscara:

  • Não lavar a máscara com frequência suficiente,
  • Lavá-la com detergente forte,
  • Os materiais da própria máscara,
  • Frequência de utilização, quanto mais pior.

As máscaras ajudam a evitar que a saliva e quaisquer outras gotículas, emitidas pela respiração, fala, tosse ou espirro, fiquem no ar e transmitam potencialmente Covid-19 (ou outras doenças). Isso é o que queremos que elas façam, mas isso significa que elas retêm humidade e bactérias dentro, tocando sua pele.

As máscaras criam uma vedação que evita que a humidade escape, originando um ambiente húmido onde as bactérias causadoras de acne podem desenvolver-se, segundo explicação de Dylan Mustapich, esteticista da Face Haus em Nova York.

A dermatologista certificada Meghan Feely compara a acne com a qual os atletas costumam lutar. Segundo ela os atletas que usam capacete podem desenvolver erupções acneiformes, pois poeiras, óleo e suor ficam presos nos poros, criando um ambiente propício ao crescimento de bactérias.

Se não lavarmos a máscara, as bactérias continuarão a infiltrar-se na pele. Por outro lado a lavagem também pode causar fugas. Também pode ter uma reação ao detergente que usar na lavagem. Experimente um detergente suave e sem perfume para ver se isso ajuda.

Se tem tendência a desenvolver erupções cutâneas relacionadas com stress ou ansiedade, o contexto de uma pandemia certamente é uma fonte de stress… por isso faça o seu melhor para relaxar.

Outros efeitos adversos

Além das lesões de acne, muitos doentes referem também o aumento da oleosidade cutânea e prurido local que pode originar o surgimento de infeções oportunistas por outros fungos e bactérias.

Tratamento

Obviamente devemos continuar a usar uma máscara quando estamos em público sem condições de distanciamento seguro. Mas se não precisa de estar em público, fique em casa e deixe sua pele respirar.

Invista em algumas máscaras que você pode trocar e lavar com frequência. Estas são as nossas máscaras favoritas e veja como fazer a sua própria máscara. Idealmente, deve lavá-las após cada uso, se usar por longos períodos de tempo. Os especialistas com quem falamos concordam que as máscaras 100% algodão são as melhores, porque é um tecido respirável e fácil de lavar.

Segundo Katie Jae, uma esteticista médica licenciada no Texas, prefere máscaras descartáveis, mas isso pode prejudicar o seu orçamento e o meio ambiente se usar todos os dias. Ela sugere, mesmo que use uma máscara descartável, que não use a mesma o dia todo. É uma boa ideia trocar a máscara ao longo do dia apenas para que a bactéria que se formou não tenha oportunidade de continuar a crescer e romper a pele.

Segundo Jae, se costuma usar maquiagem, evite colocá-la nas áreas que a máscara cobre. Mantenha o rosto limpo e hidratado e não exfolie demais. As pessoas costumam pensar que precisam secar o acne, mas ressecar a pele pode dar origem a mais erupções. Mesmo tendo pele oleosa, é vital manter a barreira da pele intacta. Pele hidratada ajudará a prevenir irritações ou erupções cutâneas.

Lave o rosto antes de colocar a máscara e depois de retirá-la. Use limpadores de espuma suaves que removerão a oleosidade com eficiência. Se tem pele com tendência acneica ou extremamente oleosa, use um sabonete facial com ácido salicílico para que o excesso de oleosidade e a pele morta possam ser removidos, o que pode ajudar a prevenir o entupimento de poros ou erupções cutâneas.

Lista resumida de medidas anti-Mascne

  • Evite ou reduza a frequência da esfoliação mecânica ou química;
  • Se necessário, os produtos anti-acne mais adequados devem conter alfa-hidroxiácidos, ácido salicílico, agentes matificantes e propriedades calmantes;
  • Use produtos sem perfume, não comedogénicos ou seja em óleos (oli-free) e com textura ligeira;
  • À noite antes de deitar, use hidratantes;
  • Se passa muito tempo de máscara hidrate bem a pele antes e depois do trabalho;
  • Antes de colocar a máscara deixe o hidratante e/ou protetor solar secar completamente;
  • Use um protetor solar não comedogénico (oil-free);
  • Evite maquilhagem na região coberta pela máscara e use sempre esponjas e pincéis limpos.

Masc-rosácea:

A rosácea também é uma condição de saúde que pode piorar com o uso frequente da máscara.

A rosácea é uma doença cutânea que provoca vermelhidão, pápulas e pústulas e está a aumentar na zona da boca, queixo, nariz e maçãs do rosto. 

Causas da Masc-rosácea

Devido à predisposição individual e características da circulação sanguínea na face da pessoa com tendência para a rosácea, a utilização da máscara vai criar um ambiente quente e húmido que vai descompensar a microbiota ou flora microbiana da face.

Trata-se duma flora saprófita onde existe um equilíbrio constante entre bactérias, fungos, parasitas, desde que o meio de cultura seja adequado. Quando o ambiente, induzido pelo uso da máscara, descompensa esse equilíbrio, alguns desses microorganismos crescem acima do normal e provocam um processo inflamatório.

Dermatite periodal

A rosácea está a promover o aparecimento da dermatite periodal que é uma variação da rosácea caracterizada por uma erupção facial formada por pequeninas pápulas (lesões elevadas) avermelhadas, eritema (vermelhidão), ressecamento e descamação da pele, podendo haver também a presença de pústulas em alguns casos.

Para além da lavagem da máscara, manter uma boa rotina de cuidados de pele ajuda à prevenção do aparecimento da rosácea e, posteriormente, da dermatite periodal.

Lista de medidas para prevenir e/ou tratar a rosácea
  • Higiene suave com água micelar para pele sensível;
  • Lavagem com geleia micelar ou creme de limpeza (syndets que são produtos de limpeza eficazes mas que não têm sabão);
  • Esfoliações e limpezas de pele são contra-indicadas;
  • Não utilizar toalhitas nem esponjas de limpeza;
  • Fazer hidratação com cremes simples, com poucos componentes, sem perfume e sem efeito oclusivo.

Concluindo

O uso da máscara em contexto de pandemia viral é essencial para a nossa proteção mas também dos que nos rodeiam pois evita de forma decisiva um grau de contágio que sem a máscara é muito mais elevado.

No entanto só agora começamos a entender as consequências que o uso prolongado da máscara acarreta, nomeadamente para a pele da nossa face. Será certamente um problema menor mas que deve merecer a devida atenção para não originar lesões mais graves e permanentes.

Mielite transversa e vacina anti-covid suspensa

Mielite transversa afinal que relação tem com a vacina contra a Covid-19? A farmacêutica AstraZeneca, empresa multinacional detida por uma parceria privada Britânica e Sueca, anunciou a suspensão dos testes de fase 3 à vacina para a Covid-19 que está a desenvolver em parceria com a Universidade de Oxford.

Esta vacina é considerada uma das mais avançadas por estar já na última fase de testes (fase 3) cumprindo os protocolos mais seguros e rigorosos de investigação científica de medicamentos, sem “saltar” fases… sendo por isso uma das preferidas pelas autoridades de saúde Americanas e Europeias.

Descrição do estudo clínico: Phase III Double-blind, Placebo-controlled Study of AZD1222 for the Prevention of COVID-19 in Adults

A fase 3 é a última fase de testes em larga escala usada para identificar efeitos adversos graves, pouco comuns, que só se tornam visiveis quando são testadas milhares de pessoas.

Leia também: Top 20 medicamentos mais perigosos do mundo

A AstraZeneca, citada pela agências de notícias CNBC e StatNews, justificou que a suspensão foi originada por uma reação adversa séria num dos participantes voluntários do estudo.

Em julho de 2020, a empresa publicou dados que mostraram que a sua vacina produziu uma resposta imune promissora nas fases de testes anteriores já concluidas (fase 1 e fase 2).

Mecanismo de ação da vacina AZD1222

A vacina da AstraZeneca, chamada AZD1222, usa material genético do coronavírus com um adenovírus modificado. Este adenovírus carrega um gene para uma das proteínas do SARS-CoV-2, o vírus que causa o Covid-19. O adenovírus é projetado para induzir o nosso sistema imunológico a gerar uma resposta imune protetora contra o SARS-2.

Esta vacina usa tecnologias que foram aplicadas para fazer uma vacina experimental contra o Ebola, que foi fornecida a pessoas na República Democrática do Congo no final de 2019.

Efeitos adversos

A vacina foi considerada bem tolerada e não houve efeitos adversos graves, de acordo com os investigadores na época. Os efeitos colaterais mais comumente relatados foram:

  • Fadiga,
  • Dor de cabeça.

Outros efeitos colaterais comuns incluem:

  • Dor no local da injeção,
  • Dores musculares,
  • Calafrios,
  • Febre.

Qual foi o efeito adverso grave?

Apesar da AstraZeneca não ter divulgado detalhes sobre o efeito adverso grave em causa, de acordo com o The New York Times, uma pessoa apresentou problemas relacionados com uma doença congénita denominada mielite transversa, mas não está claro se é a mesma pessoa que teve as reações adversas, se o caso está realmente relacionado com a vacina, ou se é mera coincidência. No entanto nos telejornais já é descrita uma doença neurológica como estando na origem da suspensão dos ensaios clínicos da vacina o que reforça a hipótese de mielite transversa.

Notícia do The New York Times: AstraZeneca Pauses Vaccine Trial for Safety Review.

Mielite transversa

A Mielite Transversa (MT) é uma doença grave do foro neurológico causada por um processo inflamatório das substâncias cinzenta e branca da medula espinal que pode causar desmielinização axonal ou seja dano na bainha de mielina do axónio que é uma parte do neurónio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurónio.

Fonte: Khan Academy

É uma doença neurológica rara, que faz parte de um conjunto de doenças neuroimunológicas do sistema nervoso central.

Todas essas desordens envolvem ataques inflamatórios no sistema nervoso central. Elas são diferenciadas principalmente pelo local do ataque, e por elas serem ou monofásicas (ocorrência única) ou muiltifásicas (de múltiplos episódios). Essas desordens têm muitos sintomas em comum, e as estratégias de tratamento delas são similares.

Sintomas

Há uma grande variedade na apresentação de sintomas, que são baseados na parte da medula espinhal que foi afetada e na gravidade dos danos na mielina e nos neurónios na medula espinhal. Os sintomas da mielite transversa incluem:

  • Fraqueza muscular,
  • Paralisia, parestesia ou sensações desconfortáveis nos nervos,
  • Dor neuropática,
  • Espasticidade,
  • Fadiga,
  • Depressão,
  • Disfunção sexual, intestinal, e vesical.

A mielite transversa pode ser aguda ou também pode desenvolver-se lentamente.

Causas

Na maioria dos casos a causa é idiopática (desconhecida). Em alguns casos pode estar associado a vasculite em conjunto com outras condições infecciosas (incluindo virais), parainfecciosas e doenças sistémicas autoimunes.

Quadro clínico

Aproximadamente um terço dos pacientes com MT apresentam uma doença febril (como gripe com febre) pouco antes do início de sintomas neurológicos. Sabe-se que vacinas carregam riscos de desenvolvimento da encefalomielite disseminada aguda (ADEM), que é uma inflamação do cérebro e da medula espinhal.

MT é geralmente uma doença monofásica (ocorre uma só vez); entretanto, uma percentagem muito rara dos pacientes pode sofrer uma recorrência, especialmente se há uma doença subjacente que predispõe.

As manifestações mais comuns da Mielite transversa incluem fraqueza muscular, perda de sensibilidade e disfunção autonómica.

Tratamento

Corticosteróides são drogas usadas tipicamente como tratamento para a inflamação da medula espinhal em pacientes com MT. A plasmaférese também é usada como um tratamento para suprimir o sistema imunológico. A reabilitação, especialmente a fisioterapia, é uma parte essencial do tratamento. Os pacientes seguem um regime de reabilitação típico para lesões da medula espinhal. O tratamento de longo prazo para a MT se concentra no manejo de sintomas.

Quem contrai MT e quais são as possibilidades para a recuperação?

Essa doença pode aparecer em qualquer idade (desde os 5 meses até os 80 anos). O maior número de casos de MT parece estar entre 10 a 19 anos e após 40 anos de idade. Pessoas de ambos os sexos parecem ser diagnosticadas igualmente. A literatura sugere que a taxa anual da incidência de um diagnóstico de MT é 1,34 casos por milhão de pessoas.

A recuperação pode ser ausente, parcial ou completa e geralmente inicia-se entre um a três meses. Uma recuperação significante é improvável se nenhuma melhora ocorrer por três meses. A maioria dos pacientes com MT demonstram uma recuperação boa ou moderada . Um terço daqueles diagnosticados têm uma recuperação boa, um terço têm somente uma recuperação moderada e um terço não demonstram recuperação após o período inicial.

Quanto tempo demora uma vacina?

Desenvolver e aprovar uma vacina segura não é nada fácil! A vacina contra a poliomielite demorou 60 anos! Contra o Ébola demorou 15 anos! Contra o SARS-CoV-1 passaram 17 anos e ainda não temos vacina! Contra o MERS passaram 6 anos e vacina nada… a figura seguinte é bastante elucidativa acerca da dificuldade de aprovar uma vacina segura!

Fonte: https://www.frontiersin.org/

Investigação desenvolvimento e distribuição

A figura seguinte resume as fases necessárias ao desenvolvimento da vacina desde a investigação inicial até á distribuição final pela população.

Fonte: https://www.frontiersin.org/

Concluindo

As vacinas são medicamentos! Como farmacêutico desconheço medicamentos sem efeitos secundários… portanto é claro que podem manifestar-se efeitos adversos. No entanto, regra geral, essas manifestações secundárias são ligeiras a moderadas e os eventos graves são raros. A decisão sobre tomar vacinas tal como todos os medicamentos em geral é uma análise de benefício/risco e as autoridades de saúde só aprovam a comercialização se essa relação for positiva.

No caso especial das vacinas esta relação tem uma dupla importância pois confere proteção individual mas também pode ser alcançada uma certa imunidade de grupo que limita imenso o risco de morte das populações e no limite consegue irradicar algumas doenças muito graves quando a população adere em massa á vacinação ou ela é declarada obrigatória.

Até ao momento confio na vacinação como poderosa arma de proteção das populações…

Referências

COVID-19 PORQUE NÃO ADOECEM AS CRIANÇAS?

Na Covid-19 o coronavírus entra nas células humanas por meio de uma espécie de espigão, que se projecta para penetrar em algo chamado receptor ACE-2 nas células humanas. As crianças não têm tantos destes receptores nos pulmões quanto os adultos, mas têm nas passagens nasais e na garganta. Portanto, quando as crianças são infectadas pelo coronavírus, é mais provável que os sintomas sejam apenas corrimento nasal ou dor de garganta e nunca entrem nos pulmões.

Crianças com nariz a pingar e garganta inflamada deveriam ser testadas para o novo coronavírus. O facto de as crianças não ficarem gravemente doentes e não serem testadas, mas ainda assim infectadas com o vírus, torna-as portadoras eficientes do vírus.

Ao contrário da gripe comum, onde crianças e adultos apresentam sintomas muito semelhantes, não é óbvio o diagnóstico de Covid-19 nas crianças pelo que será comum as crianças espalharem facilmente o coronavírus sem que os pais e família tenham ideia que tal está a acontecer.

É uma estratégia extraordinária que este vírus utiliza na perfeição. A capacidade de se espalhar rapidamente dentro de uma população é necessária para que um vírus se torne uma pandemia porque, por definição, os vírus pandémicos espalham-se rápido o suficiente para causar impacto no mundo inteiro ao mesmo tempo. No entanto a rápida disseminação não é o que torna este vírus mais mortal.

Actualização: Misteriosa doença ataca crianças com Covid-19?

No entanto nos últimos dias de Abril de 2020, médicos britânicos alertaram as autoridades de saúde para um aumento misterioso de doenças inflamtórias sistémicas em crianças que contactaram com o coronavírus SARS-CoV-2.

Estas crianças apresentam um quadro de doença grave similar á Doença de Kawasaki que pode afectar as artérias coronárias das crianças implicando o seu internamento urgente numa unidade de cuidados intensivos, por dificuldades respiratórias e quadros clínicos sistémicos com diversos orgãos afectados.

Notícia do The Guardian: At least 12 UK children have needed intensive care due to illness linked to Covid-19

Leia tudo sobre a doença de Kawasaki clicando na imagem seguinte

Doença de Kawasaki e Covid-19 nas crianças

Leia também: Covid-19 quais os tratamentos recentes mais promissores e quais os polémicos!

Leia também: Como fortalecer o sistema imunitário contra o coronavírus

GRIPE, RESFRIADO, TOSSE, DOR DE GARGANTA, COMO TRATAR?

Gripe, constipação, tosse, dor de garganta…doenças do tempo frio!

Pois é o tempo frio e húmido já chegou e com ele trás a “família” de doenças típicas que lhe fazem companhia… gripe, constipação, tosse, dor de garganta, dor de ouvidos, etc!

É altura de preparar a sério as nossas defesas imunitárias e ter a melhor informação para evitar e tratar tais doenças. Neste artigo reunimos a informação mais importante sobre as seguintes doenças e sintomas mais comuns no tempo frio:

  • Gripe,
  • Constipação,
  • Tosse,
  • Dor de garganta,
  • Dor de ouvidos
  • Como proteger do frio pessoas e animais,
  • Depressão (aumenta a incidência)

A depressão parece estar fora do contexto das “doenças de Inverno” mas é um facto que a sua incidência, principalmente nas mulheres, aumenta com a diminuição do número de horas de luz natural e do exercício físico e convivência ao ar livre, pelo que me parece muito importante também falar deste assunto nesta época do ano, por se tratar de uma patologia que pode ser muito penalizante para imensas famílias!

Para ler basta clicar nas imagens seguintes:

Resfriado ou gripe melhorsaude.org melhor blog de saude

Tosse melhorsaude.org melhor blog de saude

DOR DE GARGANTA MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

Dores no ouvido melhorsaude.org melhor blog de saude

Proteger do FRIO melhorsaude.org melhor blog de saude

DEPRESSÃO melhorsaude.org melhor blog de saude

JEJUM INTERMITENTE PODE “CURAR” DIABETES EM ALGUNS DOENTES?


Jejum intermitente será que pode “curar” alguns diabéticos? Um estudo observacional publicado pelo British Medical Journal na revista BMJ Case Reports  por três médicos que testaram esta terapia em três doentes, com resultados positivos, descreve que o jejum intermitente pode ajudar a eliminar a necessidade de insulina e outros medicamentos para baixar o nível de glicose em doentes com diabetes tipo 2.

Estudo: Planned intermittent fasting may help reverse type 2 diabetes, suggest doctors

Este é um estudo observacional com uma amostra muito reduzida mas que deve ser valorizado pois é publicado numa revista científica credivel e sinaliza resultados verdadeiramente extraordinários que se espera sejam confirmados por estudos mais profundos, controlados e duplamente cegos, utilizando amostras muito mais alargadas.

Os doentes, 3 homens, com idades entre os 40 e os 67 anos, com hipertensão arterial e colesterol elevado, tomavam, por dia, pelo menos 70 doses de insulina. Dois deles fizeram jejum de 24 horas em dias alternados, enquanto o terceiro fez jejum três dias por semana. Durante os dias de jejum, estes homens só podiam ingerir o seguinte:

  • Líquidos de baixo teor calórico, como água, chá, café ou caldo;
  • Uma refeição também pobre em calorias à noite, ao jantar.

Jejum intermitente e diabetes

Este programa alimentar foi seguido durante um período que variou entre os sete e os onze meses. No final as reações ao jejum observadas no estudo foram as seguintes:

  • Ao fim de 5 dias, um dos doente parou de tomar insulina;
  • Ao fim de 1 mês os restantes doentes pararam de tomar insulina;
  • Dois dos doentes conseguiram parar de tomar todos os medicamentos para controlar a diabetes;
  • O terceiro interrompeu três dos quatro fármacos que tomava para os diabetes.

Os autores do estudo referem também o seguinte:

  • Todos  perderam peso, entre 10 e 18% do peso inicial;
  • Todos reduziram as suas leituras de glicemia de jejum média (HbA1c) ou hemoglobina glicada;
  • Diminuiram o perímetro da cintura;
  • Diminuiram todos o risco de complicações futuras;
  • Os doentes deixaram de injetar insulina;
  • Mantiveram o esquema de refeições sem dificuldade.

Apesar de ser apenas observacional o estudo, já teve reações positivas, referem os autores.

Estudo em detalhe

Paciente com 40 anos

O paciente 1 era um homem de 40 anos com diabetes tipo 2 há 20 anos e que tinha também hipertensão e colesterol alto. No início do estudo, este homem tomava:

  • Metformina,
  • Canagliflozina,
  • Insulina de ação longa,
  • Insulina de ação curta.

Depois de jejuar três vezes por semana durante sete meses, este doente interrompeu todos os fármacos, à exceção da canagliflozina.

Paciente com 52 anos

O paciente 2 era um homem de 52 anos que sofria da doença também há mais de duas décadas. Para além do colesterol elevado e hipertensão, tinha também uma doença renal crónica. À semelhança do primeiro doente, neste caso registou-se um jejum três vezes por semana mas durante onze meses. Este paciente deixou de tomar a dose fixa de insulina.

Paciente com 67 anos

O paciente 3, com 67 anos  sofria de diabetes tipo 2 há mais de dez. Após ter jejuado em dias alternados durante onze meses, deixou de precisar dos dois medicamentos que tomava para a diabetes:

  • Metformina,
  • Insulina pré-misturada.

“O jejum terapêutico é uma intervenção dietética subutilizada que pode fornecer uma redução superior da glicose no sangue em comparação com agentes farmacológicos padrão”, concluem os autores da investigação.

Segredos do jejum

O meu artigo sobre jejum intermitente é um dos mais antigos e interessantes publicados neste  blog e certamente um dos mais completos que encontrará para consulta informada e estudos crediveis sobre este tópico!

Clique na imagem para tirar todas as dúvidas:

JEJUM INTERMITENTE melhorsaude.org melhor blog de saude

Concluindo

O uso do jejum intermitente para controlar os niveis elevados de glicémia em doentes com diabetes tipo 2, usando insulina é virtualmente desconhecido na comunidade científica!

Este estudo embora não possa, de forma alguma, ser conclusivo, relata casos de doentes reais com diabetes tipo 2 que, alterando hábitos alimentares, conseguiram com éxito diminuir ou deixar de tomar insulina e outros medicamentos que tomavam diariamente.

Este facto é só por si de uma extrema importância pois levanta a hipótese de a medicação tradicional não ser o único caminho possivel para reverter a diabetes tipo 2!

Fique bem

Franklim Fernandes

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DIABETES E STRESS melhorsaude.org melhor blog de saude

FIBRILHAÇÃO AURICULAR NOVO APPLE WATCH 4 CAUSA POLÉMICA!


Fibrilhação auricular: Novo Apple Watch® 4 com monitor de electrocardiograma aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) permite fazer um electrocardiograma em qualquer lugar mas talvez aumente a paranóia e ansiedade dos utilizadores!

O novo relógio inteligente da Apple, apresentado em 12 de Setembro de 2018, detecta possíveis problemas com o ritmo cardíaco dos utilizadores.  A Apple apresentou o Watch Series 4 como um “guardião inteligente da saúde”, pois ajudará as pessoas a respirar e a comer melhor e permite fazer um electrocardiograma sem o médico presente em qualquer local!

O relógio permite ainda detectar a queda do utilizador utilizando os dados do acelerómetro e do giroscópio, iniciando uma chamada telefónica de emergência se o utilizador não responder no espaço de 1 minuto!

Apple watch 4 ECG melhorsaude.org melhor blog de saude

Neste artigo vou tratar os seguintes tópicos:

  • Apple Watch 4 qual a polémica?
  • FDA e aprovação polémica
  • Fibrilhação auricular: O que é?
  • Quais os factores de risco?
  • Fibrilhação auricular: Porque é perigosa?
  • Quais os sintomas?
  • Qual o tratamento?
  • Electrocardiograma: Como interpretar os sinais de fibrilhação auricular?
  • Apple watch 4: Que cuidados deve ter?
  • Qual a minha opinião?

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Apple Watch 2018: Qual a polémica?

Apple_watch_4 e fibrilhação auricular melhorsaude.org melhor blog de saude

No entanto a medição num contexto informal pode levar a “paranóia” e aumentar a ansiedade dos utilizadores que na sua maioria terão dificuldades em interpretar os resultados.

Atul Gupta, médico edirector do centro de tecnologia médica da Philips nos EUA afirmou que a fibrilhação auricular é uma causa muito comum de ritmo cardíaco irregular e um dos factores de risco mais importantes para um AVC.

No entanto os falsos positivos de electrocardiogramas feitos com poucos eléctrodos (2 no caso do Apple Watch 4) podem acontecer em percentagem relevante levando muitas pessoas a preocuparem-se sem razão e frequentarem desnecessáriamente os serviços de saúde.

FDA e aprovação polémica

Esta tecnologia tem já a aprovação da FDA (Food and Drug Administration) que é a mais importante  entidade reguladora de saúde nos Estados Unidos da América, mas não foi aprovada pela FDA como dispositivo médico! A classificação aprovada pela FDA foi a seguinte:

  • Class II risk device category

Esta classificação significa que o dispositivo mostrou provas crediveis  de funcionar, de ser seguro e não ameaçador da vida humana.

Significa também que mesmo que deixe de funcionar a vida humana não depende dele tal como acontece, por exemplo com um pacemaker, que tem uma classificação de Class III risk device, pois se deixar de funcionar o doente morre!

O Apple Watch 4 vai avisar o utilizador quando o batimento cardiaco for muito baixo (novidade) ou muito elevado.

O Apple Watch 4 vai notificar o utilizador quando este corre o risco de fibrilhação auricular, se o coração começar a bater de forma irregular.


Fibrilhação auricular (FA): O que é?

A fibrilhação auricular é a arritmia crónica mais frequente com uma prevalência superior a 6% a partir da sexta década de vida sendo rara antes dos 40 anos.

Na FA há uma perda da função mecânica auricular, o que leva à estagnação do sangue e à formação de coágulos nas aurículas, que podem desprender-se e embolizar as artérias cerebrais.

A FA é responsável por 15% dos AVCs , afectando cerca de 33 milhões de pessoas em todo o mundo. Só nos EUA a US Centers for Disease Control (CDC) estima que existam entre 2,7 e 6,1 milhões de Americanos afectados por esta arritmia, muitos deles sem o saberem!

Quais os factores de risco?

Os factores de risco mais frequentes são:

  • Idade avançada,
  • Hipertensão arterial,
  • Diabetes,
  • Insuficiência cardíaca.

Fibrilhação auricular: Porque é perigosa?

Na FA há uma perda da função mecânica auricular, o que leva à estagnação do sangue e à formação de coágulos nas aurículas, que podem desprender-se e embolizar as artérias cerebrais. Os riscos acrescidos são os seguintes:

  • 5 x mais risco de AVC (o principal problema),
  • 3 x mais risco de insuficiência cardíaca,
  • 2 x mais risco de demência,
  • 2 x mais risco de morte.

Quais os sintomas?

A fibrilhação auricular é uma doença cujos principais sintomas são os seguintes:

  • Sensação dos batimentos descordenados do coração (palpitações),
  • Pulsação rápida e irregular, com períodos de aceleração e desaceleração do seu ritmo.

Em alguns doentes podem ainda existir associados os seguintes sintomas:

  • Tonturas,
  • Sensação de desmaio,
  • Perda do conhecimento,
  • Dificuldade em respirar,
  • Cansaço,
  • Dor ou sensação de aperto no peito.

Tratamento

Os objectivos da terapêutica são:

  • Prevenir o AVC,
  • Controlar a frequência cardíaca,
  • Restaurar e manter o ritmo sinusal,
  • Melhorar os sintomas,
  • Prevenir a insuficiência cardíaca,
  • Prolongar a esperança de vida.

Atualmente existem novos tratamentos, que podem ser utilizados de forma mais eficaz e segura.

Electrocardiograma (ECG) quais os sinais?

Um electrocardiograma normal apresenta um padrão similar ao da seguinte imagem:

Fibrilhação auricular ECG melhorsaude.org melhor blog de saude
Imagem de Electrocardiograma com ritmo sinusal normal

Na fibrilação auricular, as ondas P, que representam a despolarização das aurículas, estão ausentes.

Apple watch: Que cuidados deve ter?

A FDA ressalva que o relógio Apple Watch nunca substitui um exame médico, não deve ser realizado por menores de 22 anos nem por pessoas já diagnosticadas com problemas cardíacos. A consulta com um profissional de saúde é insubstituivel!

Os electrocardiogramas usualmente são efectuados por um profissional de saúde, que coloca no peito do paciente vários adesivos com eléctrodos. Ás vezes,  também são colocados eléctrodos nos braços e pernas. O número exacto varia, sendo comum existirem entre três, cinco e doze eléctrodos no corpo consoante o tipo de exame. Os mais crediveis serão os de 12 derivações.

Nos electrocardiogramas com prova de esforço, a pessoa faz uma prova de esforço físico no local sendo geralmente correr um determinado tempo numa passadeira.

Em alguns casos mais dificeis de detectar o doente leva um aparelho portátil para casa durante 48 a 72 horas para tentar detectar arritmias “escondidas” pois muitas vezes não ocorrem durante o tempo do electrocardiograma tradicional, que demora apenas uns minutos.

Concluindo com a minha opinião

Para mim é óbvio que mesmo correndo o risco de alguns falsos positivos este Apple Watch pode salvar vidas pois estará muitas horas no pulso da pessoa e por essa circunstância aumenta a probabilidade de conseguir detectar ou alertar para a existência de uma possível arritmia “escondida”.

É claro que terá sempre que ser confirmada por um verdadeiro dispositivo médico nomeadamente com um electrocardiograma de 12 derivações. Depois de confirmada a fibrilhação auricular poderá então o médico estabelecer com o doente uma estratégia de mitigação de riscos prevenindo um possível AVC, por exemplo com medicamentos anticoagulantes.

Fique bem!

Bibliografia:

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Azia Refluxo e Omeprazol: Quais os perigos?

Azia refluxo antiácidos e Inibidores da Bomba de Protões (IBPs) Omeprazol: Quais os perigos? Neste artigo escrevo sobre azia a acidez do estómago e o refluxo gastroesofágico e descrevo os perigos do excesso de IBPs tais como o omeprazol, em estudos recentes, como por exemplo: Stanford School of Medicine – Some heartburn drugs may boost risk of heart attack, study finds assim como Harvard Health Publications from Harvard Medical School – Do PPIs have long-term side effects?

Os inibidores da bomba de protões (IBPs) estão entre os medicamentos mais utilizados principalmente nos Estados Unidos e Europa. Esta classe de fármacos é utilizada para tratar a azia crónica. Embora a dor muitas vezes aconteça na região inferior e média do peito, não está relacionada com doença cardíaca ou com um ataque cardíaco.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Qual a anatomia do esófago e do estômago?
  • O que é o pH?
  • Qual a escala de pH que mede a acidez e a alcalinidade?
  • Qual o pH dos fluidos corporais? São ácidos ou alcalinos?
  • Azia: Porque causa dor?
  • Ácido gástrico: Quais as suas funções?
  • Refluxo gastroesofágico: Quais as causas?
  • Azia e refluxo: Qual o tratamento habitual?
  • Inibidores da Bomba de Protões (IBPs): Porque são suspeitos?
  • IBPs: Quais os problemas associados?
  • Será que favorecem o sobre crescimento bacteriano?
  • Absorção de nutrientes: Será afectada pela utilização dos IBPs?
  • Acidez demasiado baixa: Quais as consequências?
  • Densidade óssea: Será que se altera com os IBPs?
  • Antiácidos com aspirina: Qual o perigo?
  • Esófago de Barrett: O que é?
  • Demência e IBPs: Qual a verdade?
  • Doença renal e IBPs: Qual a ligação?
  • Ataque cardíacos e IBPs: Qual a verdade?
  • Azia: Como prevenir e tratar sem IBPs?

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LEIA AQUI TODAS AS RESPOSTAS

PARKINSON DOENÇA COMEÇA NO INTESTINO?

Parkinson 2016: Um novo estudo científico vem revelar que a doença de Parkinson pode não estar apenas no cérebro. A doença pode ter início nos intestinos e mais tarde migrar para o cérebro.

Estudo:

Uma estranha coincidência entre os doentes com Parkinson levou os cientistas a investigar o sistema digestivo. A maioria queixava-se de obstipação e outros problemas intestinais, muitos cerca de 10 anos antes de a doença se manifestar.

Estudos anteriores demonstraram já que os doentes com Parkinson têm um conjunto de bactérias nos intestinos diferentes de pessoas saudáveis. Agora, em experiências realizadas em ratinhos de laboratório, os cientistas da Universidade da Califórnia CalTech perceberam que há toxinas que estão presentes tanto nos intestinos como no cérebro dos doentes.

“Encontrámos a ligação biológica entre o microbioma – comunidade de microorganismos que colonizam diversas partes do organismo – dos intestinos e a doença de Parkinson”, afirma o autor principal do estudo Sarkis Mazmanian. “Genericamente, esta investigação revela que a doença neurodegenerativa pode ter origem nos intestinos e não no cérebro, como se julga”, declarou à revista New Scientist.

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O que é a doença de Parkinson?

A Doença de Parkinson é uma perturbação progressiva do sistema nervoso central, caracterizada por:

  • Tremores,
  • Rigidez nos membros e articulações,
  • Problemas na fala,
  • Dificuldade na iniciação dos movimentos.

Numa fase mais avançada da doença, algumas pessoas podem desenvolver Demência. A medicação pode melhorar a sintomatologia física, mas também pode provocar efeitos secundários que incluem:

  • Alucinações,
  • Delírios,
  • Aumento temporário da confusão,
  • Movimentos anormais.

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Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes: