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Esclerose múltipla e doença do beijo toda a verdade

Uma equipa de investigadores da HARVARD T. H. Chan School of Public Health (HSPH) diz ter descoberto evidências circunstanciais mostrando que a esclerose múltipla é causada pela infeção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) que causa a mononucleose ou doença do beijo. A pesquisa foi publicada online na revista Science e noticiada por associações relevantes como a National Multiple Sclerosis Society.

Esclerose múltipla o que é? Quais os sintomas?

A esclerose múltipla (EM) é uma doença na qual o sistema imunológico ataca as bainhas de mielina protetoras que cobrem as fibras nervosas, levando a sintomas como:

  • Fraqueza muscular e perda de destreza em uma perna ou mão, que pode se tornar rígida;
  • Dormência, ou formigueiro;
  • Dor;
  • Fadiga;
  • Perda de coordenação e equilíbrio;
  • Ardor e comichão nos braços, pernas, tronco ou face e, algumas vezes, uma menor sensibilidade ao toque;
  • Problemas de visão.

Causas

A causa da esclerose múltipla é desconhecida, mas a explicação provável é que as pessoas são expostas no início da vida a um vírus (possivelmente um herpesvírus ou retrovírus) ou a alguma substância desconhecida que, de alguma maneira, aciona o sistema imunológico para atacar os tecidos do próprio corpo (reação autoimune). A reação autoimune causa inflamação, que provoca lesão na bainha de mielina e nas fibras nervosas subjacentes.

Os genes parecem desempenhar um determinado papel na esclerose múltipla. Por exemplo, ter um progenitor ou um(a) irmão/irmã com esclerose múltipla aumenta muito o risco de adquirir a doença. Além disso, tem mais probabilidade de se desenvolver em pessoas com certos marcadores genéticos na superfície das células. Normalmente, esses marcadores (chamados antígenos leucocitários humanos) ajudam o corpo a distinguir o próprio do não próprio e, assim, saber quais substâncias atacar.

Prevalência

A doença, que é incurável, afeta 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas se os resultados do HSPH forem corretos, pode ser possível prevenir a EM, seja desenvolvendo uma vacina contra o vírus Epstein-Barr (EBV) ou desenvolvendo medicamentos antivirais para tratar a infecção por EBV.

Alberto Ascherio, professor de epidemiologia e nutrição e autor sénior do estudo, investiga, há vários anos, a hipótese do vírus Epstein-Barr ser a causa da esclerose múltipla. Mas estabelecer uma relação causal entre as duas doenças tem sido difícil porque o EBV infecta a maioria dos adultos (muitos sem nenhum sinal óbvio de doença), a esclerose múltipla é relativamente rara e os sintomas geralmente começam uma década após a infeção pelo EBV.

Fonte: Science magazine

Para detetar a ligação entre as duas doenças, os pesquisadores analisaram amostras de sangue colhidas a cada dois anos de 10 milhões de militares e ex-militares dos EUA e identificaram 955 que foram diagnosticados com esclerose múltipla durante o serviço militar. Ao analisar amostras de sangue desses pacientes antes de ficarem doentes, os cientistas conseguiram determinar que o risco de desenvolver esclerose múltipla (EM) aumentou 32 vezes após a infeção pelo EBV, mas não após a infeção por outros vírus.

Tratamento

O tratamento atual da esclerose múltipla utiliza as seguintes opções terapêuticas:

  • Corticosteroides;
  • Medicamentos que ajudam a impedir o sistema imunológico de atacar as bainhas de mielina;
  • Medidas para controlar os sintomas.

Corticosteroides

Os corticosteroide são usados no tratamento de uma crise aguda, funcionando como supressores do sistema imunológico. Devem ser administrados durante poucos dias para aliviar sintomas urgentes como perda de visão e falta de força ou coordenação.

Dois dos corticoides mais usados são os seguintes:

  • Prednisolona – por via oral;
  • Metilprednisolona – por via endovenosa.

Efeitos colaterais dos corticosteroides

Os corticosteroides podem baixar as recaídas e reduzir a progressão da esclerose múltipla mas não param a progressão da doença. Além disso não devem ser utlizados por períodos prolongados por causa, principalmente, dos seguintes efeitos secundários:

  • Infeções aumentam;
  • Diabetes são mais prováveis;
  • Peso aumenta;
  • Cansaço;
  • Osteoporose;
  • Úlceras.

Medicamentos para o sistema imunológico

Geralmente são também usados medicamentos que ajudam a impedir o sistema imunológico de atacar as bainhas de mielina que ajudam a reduzir as futuras recaídas. Os principais são os seguintes:

  • Injeções de interferon beta;
  • Injeções de acetato de glatirâmero;
  • Natalizumabe é um anticorpo monoclonal administrado por via intravenosa como infusão, uma vez por mês. É mais eficaz que outros medicamentos ao reduzir a frequência de recaídas e evitar futuras lesões no cérebro. Entretanto, o natalizumabe pode aumentar o risco de uma infecção rara e fatal do cérebro e da medula espinhal (leucoencefalopatia multifocal progressiva).
  • Fingolimode, ozanimode, siponimode, teriflunomida, cladribina e fumarato de dimetila – usados para tratar a esclerose múltipla que ocorre em padrões recorrentes. Esses medicamentos podem ser administrados por via oral. Fingolimode e fumarato de dimetila também aumentam o risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva, embora o risco seja muito menor do que com natalizumabe.
  • Ocrelizumabe – anticorpo monoclonal utilizado para tratar esclerose múltipla que ocorre em padrões recorrentes ou progressivos primários. Ele é administrado como infusão numa veia a cada seis meses. Pode causar reações à infusão que podem incluir erupção cutânea, comichão, dificuldade para respirar, inchaço da garganta, tontura, pressão arterial baixa e frequência cardíaca rápida.
  • Alentuzumabe (utilizado para tratar leucemia) – também um anticorpo monoclonal, é eficaz no tratamento da esclerose múltipla que ocorre em padrões de recaída (padrão de recaída-remissão e padrão recidivante progressivo). Administrado por via intravenosa. No entanto, aumenta o risco de doenças autoimunes graves e determinados tipos de cancro.
  • Mitoxantrona – medicamento para quimioterapia. É administrada apenas quando outros medicamentos não funcionam, no máximo durante dois anos, porque aumenta o risco de lesão cardíaca.
  • Imunoglobulina – administrada por via intravenosa uma vez ao mês, por vezes ajuda quando outros medicamentos não funcionaram. A imunoglobulina é constituída por anticorpos obtidos do sangue de pessoas com um sistema imunológico normal.

Risco de leucoencefalopatia

A leucoencefalopatia multifocal progressiva (Lemp) é uma doença desmielinizante do SNC que decorre da infeção dos oligodendrócitos pelo vírus JC (JCV – vírus John Cunningham) que é um poliomavírus de material genético constituído por DNA e afeta, predominantemente, indivíduos imunodeprimidos.

Os medicamentos que aumentam o risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva como natalizumabe, fingolimode e fumarato de dimetila, devem ser utilizados apenas por médicos experientes, especialmente treinados. Os doentes que tomam devem ser monitorizados para detetar os sinais de leucoencefalopatia multifocal progressiva.

Exames de sangue para o vírus JC, que causa a leucoencefalopatia multifocal progressiva, são realizados periodicamente. Se o doente que estiver a tomar natalizumabe desenvolver leucoencefalopatia multifocal progressiva, pode ser feita troca de plasma para remover o medicamento rapidamente.

Controlar os sintomas

Diversos medicamentos podem ser usados para mitigar sintomas específicos:

  • Espasmos musculares – Relaxantes musculares baclofeno ou tizanidina;
  • Problemas com a marcha –  Dalfampridina, tomada por via oral;
  • Dores por anomalias nos nervos – Medicamentos anticonvulsivantes como gabapentina, pregabalina ou carbamazepina ou, por vezes, antidepressivos tricíclicos como amitriptilina;
  • Tremores – Propranolol como bloqueador beta;
  • Fadiga – Amantadina (usado para tratar a doença de Parkinson) ou, menos frequente, medicamentos usados para tratar a sonolência excessiva (como modafinila, armodafinila ou anfetamina);
  • Depressão – Antidepressivos, como sertralina ou amitriptilina;
  • Incontinência urinária – Oxibutinina e tansulosina;
  • Constipação intestinal – Amolecedores do bolo fecal ou laxantes tomados regularmente.

Medidas gerais de apoio

Os doentes com esclerose múltipla conseguem, geralmente, manter uma vida ativa, mas podem cansar-se mais facilmente e, por vezes, não são capazes de cumprir muitas tarefas importantes. O reforço da motivação psicológica é essencial.

Exercício físico

Exercícios físicos praticados com regularidade, reduzem a espasticidade e contribuem para manter a saúde cardiovascular, muscular e psicológica. Os melhores exemplos são os seguines:

  • Bicicleta estática,
  • Passeios,
  • Natação,
  • Alongamentos.

Fisioterapia

A fisioterapia pode ajudar a manter o equilíbrio, a capacidade de caminhar e o nível de mobilidade, assim como a reduzir a espasticidade e a debilidade. Caminhar melhora qualidade de vida e ajuda a evitar a depressão.

Evitar o calor e o tabaco

Evitar o calor, como os banhos de água quente, pode ajudar, pois o calor pode piorar os sintomas. As pessoas que fumam devem parar.

Vitamina D é muito importante

As pessoas que apresentam níveis baixos de vitamina D tendem a ter esclerose múltipla mais grave e tomar vitamina D também pode reduzir o risco de osteoporose.

Cuidados adicionais

Quando os doentes não são capazes de se mover com facilidade podem aparecer úlceras de decúbito. Assim, tanto os doentes como os seus cuidadores devem ter um cuidado especial para prevenir estas úlceras.

Nas pessoas incapacitadas, os terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos podem ajudar bastante na reabilitação. Os assistentes sociais devem recomendar e ajudar a organizar serviços e equipamentos necessários para esses apoio suplementares.

Concluindo

Embora o estudo publicado na revista Science, não prove causalidade ou descreva um mecanismo pelo qual o EBV leva à esclerose múltipla, é grande o suficiente e a associação forte o suficiente para desencadear o desenvolvimento da vacina contra o EBV. É até possível, diz Ascherio, que “medicamentos antivirais específicos para EBV possam prevenir ou curar a esclerose múltipla”.

Outros investigadores de Harvard que contribuíram para o estudo incluem o ex-professor assistente de epidemiologia Michael Mina, os cientistas pesquisadores Kjetil Bjornevik, Marianna Cortese e Kassandra Munger, o professor Mendel de genética e medicina Stephen Elledge e o professor associado de neurologia Brian C. Healy.

Referências

Doenças da piscina e dor de ouvido

Piscina e doenças toda a verdade sobre as diversas doenças que pode apanhar na água da piscina! Um dia na piscina a descontrair, nadar e relaxar pode ser magnífico! No entanto se a água das piscinas não estiver bem tratada o dia pode acabar em pesadelo com a “hospedagem” no nosso organismo de vírus, bactérias e parasitas que provocam doenças que podem ser muito perigosas!

Por exemplo, nas páginas Swimming pools  e Stay Safe In and Around Swimming Pools do CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas.

Neste artigo vou falar das seguintes doenças:


Leia também: Como bronzear sem queimar?


Piscina e doenças que pode apanhar na água

A água da piscina é geralmente uma água artificial no sentido em que raramente é usada água captada directamente do mar ou de um rio com água de alta qualidade não poluida. Sendo assim tem de ser cuidadosamente tratada para eliminar inumeros microorganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas patogénicos que estão sempre á espreita de uma oportunidade de se instalarem num hospedeiro humano e conseguirem reproduzir-se mais depressa!

Além disso os tratamentos quimicos aplicados á água da piscina também têm os seus efeitos adversos no organismo humano. Assim descrevo de seguida algumas doenças que, se não tiver cuidado, pode apanhar na sua visita á piscina.

Otite externa

Também designada otite de surfista ou de mergulhador. É provocada habitualmente pela entrada de água no ouvido, associada a um quadro clínico de otalgia (dor de ouvido). Ocorre frequentemente após entrada de água no ouvido ou em situações de infeção e eczema do canal auditivo externo. Trata-se de uma inflamação da orelha externa e do canal auditivo.

Leia também: Dor de ouvido tudo o que não sabe.

Diarreia

Os vírus e as bactérias que provocam diarreia são a principal fonte de contágio nas piscinas. De acordo com o CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas. Os germes que causam diarreia conseguem sobreviver vários dias antes de serem eliminados pelo cloro. Para ficar doente basta engolir uma pequena quantidade da água infectada das piscinas.

Giardíase

A giardíase é uma infeção intestinal causada por um parasita microscópico. Pode provocar sintomas como cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia. A infeção pode ser causada por parasitas encontrados em riachos, lagos, piscinas ou zonas aquáticas de recreação. A maneira mais comum de se infetar com giardíase é engolir água contaminada, por exemplo da piscina.

Animais e crianças que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar piscinas e spas. É mais frequente em crianças e em doentes com infeção por VIH/SIDA, fibrose quística e outras formas de imunodeficiência pois têm um sistema imunitário mais frágil. Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em crianças com idades entre um e cinco anos, foi detetada uma taxa de infeção de 3,4% por Giardia lamblia.

Leia também: Como fortalecer o seu sistema imunitário, toda a verdade!

Criptosporidíase

Criptosporidíase é uma doença causada pelos parasitas unicelulares coccidios Cryptosporidium parvum e C.hominis. Estes podem ser ingeridos juntamente com comida ou água contaminada. Infetam o intestino, onde se reproduzem. Em pessoas imunosuprimidas causam gastroenterite, diarreia, dor abdominal e náuseas. Uma pessoa com diarreia e com este tipo de bactéria pode facilmente contaminar a água.

Legionella

Na legionella segundo explica o médico e patologista clínico Germano de Sousa, a infeção pela bactéria legionella pneumophila pode causar a febre de Pontiac (manifestação ligeira da bactéria com sintomas semelhantes a uma gripe) e a Doença dos Legionários, a manifestação mais grave, que consiste num tipo de pneumonia potencialmente letal.

A legionella está geralmente presente em ecossistemas naturais de água doce e quente, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também piscinas. A infeção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis/gotículas contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis e que chegam aos pulmões. Não existe transmissão de pessoa para pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.

Leia também: Pneumonia causas sinais e toda a verdade

Irritação química

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos lembra que os nadadores e utilizadores da piscina queixam-se recorrentemente de ardor nos olhos, irritação nasal ou dificuldades em respirar. A investigação revelou que estes sintomas surgem devido à acumulação de substâncias irritantes na água e no ar, conhecidas como cloraminas. Essa irritação é provocada pela combinação do cloro com sub-produtos. Estes subprodutos são o resultado da ligação do suor, urina e outros resíduos dos nadadores/utilizadores ao cloro.

Dermatite ou foliculite

É uma inflamação dos folículos capilares causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. A foliculite é sobretudo diagnosticada em pessoas que usam jacuzzi, sauna, piscina ou banheira de hidromassagem. Qualquer pessoa exposta a água contaminada com esta bactéria pode contrair este tipo de foliculite. Trata-se de uma inflamação da raiz dos pelos que, normalmente, pode ser tratada em casa com o uso de sabão anti-séptico ou fármacos prescritos por clínicos. Os sintomas de foliculite por Pseudomonas aeruginosa aparecem primeiro como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e pernas.

Piolhos

Os piolhos não são susceptíveis de serem transmitidos através da água das piscinas. Embora os níveis de cloro da piscina também não matem os piolhos, estes dificilmente conseguem sobreviver debaixo de água uma vez que não se conseguem parasitar. Porém, os piolhos podem espalhar-se em balneários. Basta partilhar toalhas, escovas de cabelo, toucas ou outros itens que tenham estado em contacto com o cabelo de uma pessoa infetada para adquirir a “praga”.

Infeções estafilocócicas

Embora não tenha havido relatos de transmissão deste tipo de bactéria através de águas de recreio, há um risco potencial de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações de recreio através do contacto com a infeção de pessoa para pessoa ou através de objetos e superfícies contaminadas.

Trata-se de uma bactéria que vive muitas vezes no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infeção (espinhas, furúnculos e celulites) até infecões graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e outras), dependendo do sistema imunitário e do historial clínico de cada pessoa.

Os sintomas mais comuns deste tipo de infeções são náuseas e vómitos, por vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. A melhor forma de as evitar é não frequentar águas de recreio se tiver infeções cutâneas ou irritações da pele, manter todas as superfícies tocadas ou manipuladas com frequência limpas e não partilhar objetos pessoais como lâminas ou escovas.

Teníase

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos alerta para vários cuidados a ter de forma a evitar este tipo de doença, embora admita que dificilmente a teníase se propague através da água das piscinas. Esta infeção ocorre quando uma pessoa engole ovos de ténia presentes em superfícies ou dedos contaminados. Esta instituição lembra que os fatos de banho devem ser lavados e secos a cada utilização. Por outro lado, todas as pessoas devem lavar as mãos antes e depois de usar a casa da banho.

Molusco contagioso vírus ou Molluscum contagiosum virus

O vírus Molusco contagioso ou Molluscum contagiosum é uma doença dermatológica causada pelo Molluscum contagiosum. Caracteriza-se por bolhas rosadas ou brancas pela pele em qualquer parte do corpo e podem dar comichão. É mais comum em crianças dos 0 aos 12 anos de idade e transmitido por contato físico. Desaparecem sozinhas em 6 a 12 meses, mas podem deixar cicatrizes.

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Como se transmite?

O vírus é transmitido por contato físico ou por tecidos, por exemplo tocando a mão de alguém que coçou uma bolha causada por molusco contagioso ou compartilhando toalhas. Pode ser transmitido através de contato sexual. É mais comum em locais húmidos e com muita gente a viver na mesma casa que partilham as mesmas toalhas e roupas, uma vez que essas condições são favoráveis para a transmissão do vírus. É mais comum em crianças e imunodeprimidos.

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Parâmetros microbiológicos de avaliação obrigatória

Os parâmetros microbiológicos avaliados são no caso das piscinas de utilização colectiva os referenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP (INSA), e por outros documentos oficiais. Para o caso das piscinas de empreendimentos turísticos e de hidroterapia e com fins terapêuticos, são os indicados no Decreto-Regulamentar n.º 5/97, de 31 de Março:

  • Germes totais 37ºC (às 48 horas para piscinas de utilização colectiva, e às 24 horas para piscinas de empreendimentos turísticos, de hidroterapia e com fins terapêuticos)
  • Coliformes totais
  • Escherichia coli
  • Enterococos fecais
  • Estafilococos produtores de coagulase
  • Total de Estafilococos
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Legionella (desejável nos jacúzis)

Parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação

Os parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação, devendo a sua determinação ser feita sistematicamente no local de colheita, são os seguintes:

  • Temperatura
  • Cloro residual livre
  • Cloro combinado
  • Bromo total
  • pH (quando não houver possibilidade de determinação laboratorial)

A determinar em laboratório:

  • pH
  • Turvação
  • Condutividade
  • Oxidabilidade
  • Cloretos
  • Amoníaco (a pedido da Autoridade de Saúde)

Considera-se desejável, quando se justifique, proceder-se à determinação de:

  • Ácido isocianúrico (quando forem utilizados como desinfectantes os derivados de ácido isocianúrico)
  • Brometos
  • Trihalometanos
  • Ozono
  • Outros desinfectantes

Leia também: Orientações do Programa de Vigilância Sanitária das Piscinas

Concluindo

Antes de escolher uma piscina tente informar-se sobre a qualidade da água, frequência das análises e resultados disponiveis para consulta pública. Se conhecer alguém que tenha frequentado a piscina pergunte se houve algum problema de saúde nos dias seguintes a ter estado na piscina.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

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TOP 20 medicamentos mais perigosos e drogas

Top 20 medicamentos mais perigosos e drogas que podem ser mortais! Como farmacêutico este é um artigo de extrema importância pois convivo diáriamente com a realidade da falta de informação básica sobre efeitos secundários e interações de medicamentos que podem ser muito perigosas. Os medicamentos para combater as dores comuns, dores fortes e dores crónicas são dos mais utilizados pela população e estão entre os que podem apresentar mais mais riscos se não forem respeitadas as posologias indicadas para cada patologia.

Leia também: Quais as 7 dores que nunca deve ignorar?

Este artigo é um alerta mas não pode ser utilizado para tomada de decisões terapêuticas sem o conhecimento do seu médico assistente pois só ele tem o conhecimento adequado do seu historial clínico.

As overdoses relacionadas com medicamentos e drogas são agora a principal causa de morte acidental nos Estados Unidos. De facto, morrem mais Americanos de overdose de medicamentos e drogas do que em acidentes de carro. Com base nestas estatísticas impressionantes, o Wall Street 24/7, realizou recentemente um novo estudo de revisão onde listou os 25 medicamentos, drogas e misturas de drogas mais perigosas.

Os pesquisadores levaram em consideração os efeitos colaterais e as taxas de mortalidade rastreados pelo governo federal, bem como o risco potencial de combinações de medicamentos medidos por organizações de informações médicas e fontes da web credíveis como MedScape, WebMD e American Medical Association.

A intervenção do farmacêutico é fucral para ajudar a população a ficar mais informada e proteger-se de efeitos secundários que podem ser muito graves!

O primeiro medicamento da lista, o paracetamol ou acetominofeno, é o caso mais flagrante de todos por se tratar de um medicamento com um consumo brutal e que pode ser comprado sem prescrição médica, sendo inclusivamente indicado frequentemente pela classe médica como o único medicamento que uma grávida pode tomar se tiver uma dor ou febre!

Esta percepção da esmagadora maioria da população de que o paracetamol é um medicamento de tal forma seguro que até as grávidas podem tomar, potencia o autoconsumo e por arrastamento a sobredosagem quando as dores “apertam” e o doente está sozinho em casa com o medicamento “à mão de semear”!

Na minha prática diária é frequente muitos doentes com dores que vivem sozinhos descreverem o seguinte:

  • “Senhor Dr quando tenho dores vou tomando Ben-u-ron (marca de paracetamol mais consumida em Portugal) para aliviar as dores … e evitar medicamentos mais fortes”

Os potenciais danos hepáticos graves de uma toma frequente e continuada de paracetamol são completamente desconhecidos pela população em geral. As substâncias desta lista abrangem medicamentos de prescrição conhecidos, drogas de rua e combinações letais de ambos.

As cinco grandes mentiras sobre saúde
Um original de Franklim Moura Fernandes

Posologia correcta e segurança

Muitos desses medicamentos são considerados seguros desde que sejam respeitadas as indicações de posologia indicada pelo médico ou farmacêutico, nomeadamente dosagem correcta no intervalo de tempo adequado. No entanto, todos os medicamentos podem ser fatais quando são tomados em excesso ou combinados inadequadamente com outras substâncias. Qualquer alteração terapêutica deve ser sempre tomada com o apoio do seu médico assistente pois só ele tem o conhecimento adequado do seu historial clínico.

Leia também: Estes são os medicamentos mais lucrativos do Mundo!

Medicamentos e drogas referidos neste artigo

  • Paracetamol ou acetominofeno para dor e febre
  • Álcool
  • Benzodiazepinas para a ansiedade
  • Anticoagulantes
  • Antidepressivos
  • Antihipertensores com doxazosina
  • Bromocriptina para tumores, Parkinson e Diabetes tipo 2
  • Claritromicina para infeções
  • Clozapina para esquizofrenia
  • Cocaína
  • Colchicina para a gota
  • Antitussicos com dextrometorfano
  • Digoxina para o coração
  • Heroína
  • Opioides semi-sintéticos para dores fortes
  • MDMA
  • Metanfetamina
  • Metotrexato para o cancro
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
  • Inibidores selectivos da recaptação da serotonina (antidepressivos)
  • Sildenafil para a disfunção eréctil
  • Espironolactona para a hipertensão
  • Estatinas para o colesterol
  • Opióides sintéticos para dores fortes

Leia também: Top 10 medicamentos mais caros do Mundo!


Paracetamol ou acetominofeno

  • Nome genérico: Acetominofeno (EUA), Paracetamol (Europa)
  • Marcas conhecidas: Ben-u-ron, Panadol, Tylenol
  • Uso terapêutico: Analgésico e anti-pirético (Dor e febre)
  • Riscos: Toxicidade hepática
  • Mortal se: Tomado em excesso, mais de 4g/dia, combinado com álcool e outros medicamentos contendo paracetamol.

Este medicamento é usado regularmente para alívio da dor e é considerado o mais perigoso nesta lista devido ao seu potencial de causar danos e toxicidade no fígado.

Estudo: LiverTox – Acetaminophen, Clinical and Research Information on Drug-Induced Liver Injury

Estudo: PharmGKB summary: Pathways of acetaminophen metabolism at the therapeutic versus toxic doses

O acetaminofeno (N-acetil-p-aminofenol, APAP ou paracetamol) é amplamente utilizado pelas suas propriedades analgésicas e antipiréticas em muitas formulações de venda livre, tanto em adultos quanto em crianças.

O paracetamol pode ser sintetizado no corpo através da O-desalquilação da pró-droga fenacetina, um analgésico que foi retirado do mercado devido a nefrotoxicidade e propriedades carcinogénicas.

Na dose terapêutica mais usual para adultos de 1 a 2 g / dia, o APAP oral é indicado para febre e para alívio da dor aguda leve a moderada.

A administração de paracetamol por via intravenosa tornou-se cada vez mais difundida e tem sido usada como um agente antipirético e analgésico seguro e eficaz].

A dose terapêutica máxima recomendada de paracetamol é de 4 g/dia em adultos e 50-75 mg/kg/dia em crianças. O consumo de uma dose única superior a 7 g num adulto e 150 mg/kg em uma criança é considerado potencialmente tóxico para o fígado e rins devido ao metabolito altamente ativo, N-acetil-p-benzoquinona imina (NAPQI) .

Nos EUA, a sobredosagem com acetaminofeno é uma das toxicidades mais comuns relacionadas com medicamentos relatadas aos centros de intoxicação. O acetominofeno é a principal causa de insuficiência hepática aguda nos Estados Unidos.

Para reduzir o risco de hepatotoxicidade, a FDA (Food and Drug Administration) exige que os fabricantes limitem a quantidade de acetaminofeno para 325 mg/comprimido e que todas as formulações que contêm o medicamento tenham uma caixa preta avisando sobre possíveis danos no fígado.

A FDA também recomendou que os profissionais de saúde evitem prescrever e distribuir produtos que contenham mais de 325 mg de paracetamol por dose.

O paracetamol ou acetaminofeno é a principal causa de insuficiência hepática aguda nos EUA, de acordo com dados de um estudo financiado pelo National Institutes for Health.


Álcool

  • Nome genérico: Etanol ou álcool etílico
  • Riscos: Toxicidade hepática, hipertensão
  • Mortal se: Combinado com benzodiazepinas e muitas outras drogas

O álcool aqui descrito inclui a cerveja, vinho, uísque, licor de malte e todas as bebidas com etanol. O álcool ocupa o segundo lugar nesta lista devido aos extensos problemas de saúde e lesões associadas ao seu uso.

Problemas de saúde mais relavante que causa:

  • Cancro,
  • Danos no fígado,
  • Hipertensão,
  • Doenças cardíacas,
  • Danos fetais,
  • Suicídio,
  • Violência,
  • Acidentes automobilísticos.

Devido a esses fatores, o consumo excessivo de álcool é a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos.


Benzodiazepinas para a ansiedade

  • Nomes genéricos: Diazepam, Alprazolam, Lorazepam, Clonazepam, etc
  • Marcas conhecidas: Valium, Xanax, Lorenin, Lexotan, Rivotril, Klonopin
  • Uso terapêutico: Ansiolítico (combate a ansiedade)
  • Riscos: Depressão respiratória mortal, overdose e demência.
  • Mortal se: Tomado juntamente com barbitúricos, opioides ou álccol.

Benzodiazepinas, são medicamentos ansiolíticos ou seja anti-ansiedade. As benzodiazepinas estão no topo desta lista devido à alta taxa de prescrição e ao aumento do risco de depressão respiratória mortal que ocorre ao tomar os medicamentos.

Estudo: The effects of benzodiazepines on cognition.

O risco de experimentar efeitos colaterais negativos aumenta significativamente quando combinado com outras drogas, particularmente barbitúricos, opióides e álcool. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), estes medicamentos estavam envolvidos em 31% de todas as mortes por overdose durante o ano de 2017.


Anticoagulantes

  • Nomes genéricos: Varfarina, Clopidogrel, Heparina, Enoxaparina, Rivaroxabano, etc
  • Marcas conhecidas: Varfine, Plavix, Xarelto, Lovenox
  • Uso terapêutico: Anticoagulante (previne formação de coágulos)
  • Riscos: Hemorragias internas e externas
  • Mortal se: Combinado com aspirina e outros medicamentos anticoagulantes.

Estes medicamentos são utilizados para prevenir coágulos sanguíneos em pacientes considerados de risco acrescido de coagulação (formação de coágulos). Os anticoagulantes estão em quarto lugar nesta lista devido às sérias condições de saúde que podem resultar do seu uso, como:

  • Acidentes vasculares cerebrais (AVCs),
  • Ataques isquêmicos transitórios (AITs),
  • Ataques cardíacos,
  • Trombose venosa profunda (TVP),
  • Embolia pulmonar.

Quando combinados com aspirina e outros medicamentos com propriedades anticoagulantes também podem causar hemorragias internos ou externos que podem ser fatais .


Antidepressivos

  • Nomes genéricos: Fluoxetina, Sertralina, Duloxetina, Bupropiona
  • Marcas conhecidas: Prozac, Zoloft, Cymbalta, Wellbutrin
  • Uso terapêutico: Combatem a depressão
  • Riscos: Sindrome da serotonina, suicídio e hemorragia interna.
  • Mortal se: Tomado juntamente com sobredosagem de outros medicamentos que aumentam o nível de serotonina como antidepressivos, alguns antitussicos como o dextrometorfano, opioides e anti-inflamatórios não esteroides (AINES).

Para clarificar, o perigo de evento fatal é real se existir sobredosagem e toma concomitante de antidepressivos, opióides, dextrometorfano, e AINEs. Este risco sublinha a importância do acompanhamento de todas as decisões terapêuticas em conjunto com o seu médico assistente.

Medicamentos antidepressivos são comumente usados para tratar distúrbios graves de depressão e humor, mas também são ocasionalmente prescritos para transtorno de hiperatividade com deficiência de atenção (TDAH), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtornos de ansiedade.

Existe o risco de Síndrome da serotonina que é um conjunto de sintomas resultante da estimulação excessiva de receptores serotoninérgicos centrais e periféricos, caracterizada pela seguinte tríade de sintomas:

  • Mudança do estado mental,
  • Anormalidades neuromusculares,
  • Hiperatividade autonómica.

Esta sindrome é causada pela administração simultânea de substâncias pro-serotoninérgicas, sendo os casos mais graves resultantes da combinação de duas ou mais substâncias.

Estudo: Overview of serotonin syndrome.

Estudo: Implications of Off‐Target Serotoninergic Drug Activity: An Analysis of Serotonin Syndrome Reports Using a Systematic Bioinformatics Approach

Estudo: Opioid analgesic drugs and serotonin toxicity (syndrome): mechanisms, animal models, and links to clinical effects.

Esses medicamentos estão no topo desta lista devido aos efeitos adversos à saúde que o uso a longo prazo pode ter sobre os consumidores. Aqueles que tomam antidepressivos têm um risco 33% maior de morrer prematuramente do que as pessoas que não tomam os medicamentos. Além disso, doentes a tomar antidepressivos têm uma probabilidade 14% maior de ter um evento cardiovascular adverso, como um derrame ou ataque cardíaco.


Anti-hipertensivos com doxazosina

  • Nome genérico: Doxazosina
  • Marcas conhecidas: Hytrin, Cardura, Minipress
  • Uso terapêutico: Anti-hipertensivo (diminui a tensão arterial)
  • Riscos: Insuficiência renal aguda, complicações cerebrovasculares.
  • Mortal se: Combinado com anti-inflamatórios não esteroide (AINEs) e diuréticos

Anti-hipertensivos com o princípio activo Doxazosina, são uma classe de medicamentos usados para tratar a hipertensão (pressão alta) e problemas de próstata, como Hytrin, Cardura e Minipress. Estes medicamentos têm sido associados a problemas cardiovasculares, insuficiência renal aguda, cancro da próstata e diabetes.

Quando combinada com AINEs ou diuréticos, a possibilidade de experimentar riscos de saúde é ampliada e pode no limite ser fatal.


Bromocriptina

  • Nome genérico: Bromocriptina
  • Marcas conhecidas: Parlodel, Cyloset
  • Uso terapêutico: Tumores, Parkinson, Diabetes tipo 2
  • Riscos: Sangramento gástrico, Convulsões, hipotensão sistémica, sonolência.
  • Mortal se: Combinado com Pseudoefedrina (Actifed, Sudafed)

A bromocriptina, cuja marca mais conhecida é Parlodel, usa-se para tratar sintomas da doença de Parkinson e hiperprolactinemia (altos níveis de uma substância natural chamada prolactina no corpo), incluindo falta de períodos menstruais, secreção leitosa dos mamilos, infertilidade e hipogonadismo.

A bromocriptina ocupa a sétima posição nesta lista devido aos possíveis efeitos colaterais graves à saúde que podem ocorrer em pacientes, como colapso circulatório letal. A hipotensão sistemática também foi documentada em cerca de 33% das pessoas que tomam o medicamento. Além disso, o medicamento tem sido associado a sonolência e episódios de início repentino do sono, o que resultou em eventos perigosos e acidentes de automóvel que podem ser fatais.


Claritromicina como antibiótico

  • Nome genérico: Claritromicina
  • Marcas conhecidas: Klacid
  • Uso terapêutico: Antibiótico
  • Riscos: Complicações cardiacas fatais
  • Mortal se: Combinado com bloqueadores dos canais de cálcio (amlodipina, lercanidipina, etc) e Estatinas como a Atorvastatina

Claritromicina, é um antibiótico usado para tratar certas infecções bacterianas, como pneumonia e bronquite. Atualmente, o FDA dos EUA recomenda cautela antes de prescrever claritromicina devido ao aumento do risco de complicações cardíacas fatais que podem ocorrer anos depois.

De fato, os pacientes têm um risco 27% maior de morte cardiovascular se tiverem tomado Claritromicina em algum momento de suas vidas. Não é ainda clara a causa de tais efeitos, mas o risco de experimentá-los é amplificado quando o medicamento é combinado com bloqueadores dos canais de cálcio, como a Amlodipina e Lercanidipina.

Também é necessário evitar o uso simultâneo de estatinas como a Atorvastatina calcica muito utilizada no tratamento do colesterol alto (ex: Lipitor).


Clozapina para a esquizofrenia

  • Nome genérico: Clozapina
  • Marcas conhecidas: Leponex, Clozaril
  • Uso terapêutico: Antipsicótico usado na esquizofrenia
  • Riscos: Cardiovasculares e hipomotilidade gastro-intestinal
  • Mortal se: Combinado com álcool

Clozapina é um medicamento antipsicótico usado para tratar a esquizofrenia. Também pode diminuir o risco de comportamento suicida em pacientes com esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo. A clozapina quebra os dez primeiros desta lista devido aos efeitos cardiovasculares negativos que podem ocorrer, incluindo miocardite e cardiomiopatia.

O risco de experimentar estes efeitos aumenta significativamente quando combinado com outros depressores do sistema nervoso central, como o álcool. A clozapina também foi documentada como causadora de hipomotilidade gastrointestinal ou “intestino lento”, que pode resultar em obstipação grave, obstrução intestinal e até morte.


Cocaína

  • Nome genérico: Benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzóico
  • Nomes comuns: Crack, Coca
  • Riscos: Ataque cardiaco, hipertensão e morte
  • Mortal se: Tomada em excesso; combinada com heroina ou juntamente com opioides.

Cocaína é um forte estimulante usado como droga recreativa. A cocaína aparece no número dez desta lista devido aos riscos de saúde a longo prazo que podem ocorrer com o seu uso, incluindo doenças cardíacas, hipertensão, falência de orgãos, dificuldade respiratória, acidente vascular cerebral, perda de peso não saudável e convulsões.

Segundo o CDC dos EUA, as mortes por cocaína têm aumentado nos últimos anos e não mostram sinais de desaceleração. No ano de 2017, cerca de 14.000 mortes por overdose relacionadas com a cocaína ocorreram apenas nos EUA. Os pesquisadores descobriram que quase três quartos dessas mortes envolvendo o medicamento estavam entre as pessoas que também usaram opióides.


Colchicina para a gota

  • Nome genérico: Colquicina
  • Marcas conhecidas: Colchicine
  • Uso terapêutico: Gota
  • Riscos: Toxicidade por causa da dose com curto intervalo terapêutico, abaixo de 0,5mg/Kg
  • Mortal se: Combinado com fortes inibidores do CYP3A4

A colchicina é um medicamento usado para tratar e prevenir ataques de gota, bem como algumas outras condições inflamatórias. A colchicina é considerada um medicamento de alto risco pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA devido à sua significativa capacidade de causar toxicidade e morte.

A colchicina tem um índice terapêutico muito estreito, o que significa que o intervalo entre doses terapêuticas e tóxicas é pequeno e, em alguns casos, pode-se sobrepor. A sobredosagem fatal foi documentada como resultado de uma dose tão pequena quanto 0,5 mg / kg. O risco de sobredosagem aumenta significativamente quando a colchicina é combinada com fortes inibidores do CYP3A4 – uma mistura que geralmente resulta em morte.

Citocromo P450 3A4 (abreviado CYP3A4), é uma das enzimas mais importantes dos mamíferos, pois oxida medicamentos, toxinas, alimentos e xenobióticos, geralmente inativando-as e tornando-as mais fáceis de serem eliminadas. Também atuam na síntese de lipídeos, como o colesterol. Encontram-se principalmente no fígado e no intestino. Cerca de metade dos fármacos comercializados são metabolizados pelo CYP3A4.

Existem também algumas drogas que são ativados por essa enzima (pró-fármacos). É a enzima mais frequentemente envolvida em interações medicamentosas.

Indutores do CYP3A4 – Aumentam a velocidade de metabolização pela CYP3A4, geralmente acelerando sua eliminação do organismo (ou raramente acelerando sua ativação no caso de pró-fármacos). Assim, os efeitos dos medicamentos metabolizados por CYP3A4 duram menos e exigem doses maiores. Os indutores da CYP3A4 mais potentes são:

  • Carbamazepina (anticonvulsivante)
  • Fenobarbital
  • Rifampicina (antibiótico)
  • Efavirenz e nevirapina (antiretrovirais inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos)
  • Pioglitazona e troglitazona (antidiabéticos)
  • Glucocorticoides como modafinil, quercetina capsaicina
  • Erva de são joão

Inibidores do CYP3A4 – reduzem a capacidade de metabolizar outros fármacos que dependam do CYP3A4 para serem metabolizados, causando a acumulação do fármaco ou de seus metabólitos no organismo. A acumulação potencializa os efeitos benéficos e efeitos colaterais desses medicamentos. Os inibidores da CYP3A4 mais potentes são:

  • Inibidores da protease (antirretrovirais) como o Ritonavir;
  • Macrólidos (antibióticos) como a claritromicina, eritromicina e cloanfenicol;
  • Antifúngicos imidazólicos como o fluconazol, itraconazol e cetoconazol
  • Valeriana
  • Toranja

Antitússicos com dextrometorfano

  • Nome genérico: Dextrometorfano
  • Marcas conhecidas: Bisoltussin, Benflux tosse seca
  • Uso terapêutico: Tosse seca irritativa
  • Riscos: Potencia o efeito sedativo e sonolência aumentando a probabilidade de acidente de viação;
  • Mortal se: Combinado com anti-histamínicos.

Estes medicamentos antitussicos são usados para aliviar a tosse seca e irritativa causada pelo resfriado comum, bronquite e outras doenças respiratórias. Os medicamentos para tosse estão no número doze desta lista devido ao alto risco de abuso e aos múltiplos efeitos adversos que podem ocorrer nos consumidores.

O principal ingrediente dos medicamentos para a tosse seca é o dextrometorfano (DXM), que se tomado em doses elevadas, pode, por exemplo, causar intoxicação e alucinações. A sobredosagem resulta em sedação grave e depressão respiratória fatal.

Estudo: High doses of dextromethorphan, an NMDA antagonist, produce effects similar to classic hallucinogens

Estudo: Dextromethorphan Toxicity

A hipóxia também foi documentada como ocorrendo, o que pode ter efeitos mentais de curto e longo prazo no sistema nervoso, incluindo coma, danos cerebrais permanentes e morte. Estes medicamentos costumam ser mal utilizados e em combinação com outras drogas como álcool e marijuana, podem aumentar ainda mais o risco de overdose mortal.


Digoxina para o coração

  • Nome genérico: Digoxina
  • Marcas conhecidas: Lanoxin
  • Uso terapêutico: Insuficiência cardíaca congestiva e fibrilação arterial
  • Riscos: Nauseas e vómitos
  • Mortal se: Combinado com quinidina (anti-arritmico)

Digoxina, também conhecida como lanoxin, é um medicamento usado para tratar várias doenças cardíacas, incluindo insuficiência cardíaca congestiva e fibrilação arterial (AFib). Ironicamente, novas pesquisas sugerem que, para pessoas com fibrilação atrial, tomar o medicamento pode aumentar o risco de morrer em mais de 20%.

Estudo: Digoxin for atrial fibrillation and atrial flutter: A systematic review with meta-analysis and trial sequential analysis of randomised clinical trials

A digoxina também tem sido associada a náuseas, vômitos e problemas gastrointestinais graves, como obstipação e infecções perianais. Esses efeitos colaterais negativos são mais prováveis de ocorrer quando a medicação é combinada com o agente antiarrítmico Quinidina, que também pode resultar em overdose e morte.


As cinco grandes mentiras sobre saúde
Um original de Franklim Moura Fernandes

Heroína

  • Nome genérico: Diamorfina ou diacetilmorfina
  • Uso terapêutico: Analgésico e terapia de substituição opiácia
  • Riscos: Dependência psicológica, hipoventilação, infeções graves e pneumonia.
  • Mortal se: Tomada em excesso.

Heroína é uma droga opióide recreativa ilícita derivada da morfina; uma substância natural retirada da vagem das várias plantas de papoila de ópio. Normalmente injetado ou aspirado, o medicamento está disponível na forma de pó branco ou marrom ou substância pegajosa preta conhecida como heroína do alcatrão preto.

A heroína aparece nesta lista devido à alta prevalência de uso e graves complicações de saúde que causa nos utilizadores, tais como:

  • Doença renal.
  • Veias colapsadas para pessoas que injetam a droga,
  • Tecido danificado dentro do nariz para pessoas que a cheiram,
  • Infecção no tecido que reveste o coração,
  • Complicações pulmonares como pneumonia,
  • Abscessos gastrointestinais,

De acordo com o CDC, o número de consumidores de heroína mais do que duplicou nos últimos cinco anos e aproximadamente 80% dos novos consumidores estão a consumir heroína depois de abusar de opióides prescritos. Em 2016, as overdoses de opióides, incluindo aquelas relacionadas com a heroína, foram responsáveis por mais de 42.000 mortes apenas nos EUA.


Opioides semi-sintéticos para as dores

  • Nomes genéricos: Oxicodona, Hidrocodona
  • Marcas conhecidas: Percocet, Oxycontin, Vicodin
  • Uso terapêutico: Analgésico para dores fortes
  • Riscos: Dependência, hipóxia, danos cerebrais
  • Mortal se: Tomado em excesso ou combinado com cocaina ou outras drogas.

Opióides semi-sintéticos comuns incluem Percocet (oxicodona+paracetamol), Vicodin (hidrocodona+paracetamol) e OxyContin (oxicodona). Estes medicamentos geralmente são usados para tratar dores moderadas a graves, embora alguns possam ser prescritos para tosse e diarréia. São medicamentos altamente viciantes e apresentam alto risco de uso indevido.

O uso indevido de opioide semi-sintético pode causar respiração lenta, o que geralmente causa hipóxia, uma condição que acontece quando muito pouco oxigénio chega ao cérebro. A hipóxia pode induzir coma, dano cerebral permanente e até morte.

Os opióides também são frequentemente combinados com outras drogas, incluindo cocaína e álcool, o que aumenta significativamente o risco de overdose fatal. Atualmente, os Estados Unidos estão a sofrer uma epidemia de opióides devido à prevalência e à alta taxa de overdose de medicamentos opióides, tornando-a a categoria mais perigosa de medicamentos.


MDMA ou metilenodioximetanfetamina

  • Nome genérico: Metilenodioximetanfetamina
  • Marcas conhecidas: Ecstasy
  • Uso: Droga recreativa que causa euforia, aumento da empatia e sensação de prazer
  • Riscos: Sindrome da serotonina, choque, coma e morte
  • Mortal se: Tomada em excesso ou combinada com álcool ou se tomada juntamente com antidepressivos da classe dos Inibidores Selectivos da Recaptação da serotonina (SSRIs na sigla em Inglês) tais como fluoxetina e sertralina

A metilenodioximetanfetamina (MDMA), denominada popularmente ecstasy, é uma substância psicotrópica usada frequentemente como droga recreativa.

Os efeitos recreativos desejados mais comuns são aumento da empatia, estado de euforia e sensação de prazer. Quando ingerida por via oral, os efeitos têm início após 30 a 45 minutos e duram entre 3 e 6 horas.  

Os efeitos adversos mais comuns do consumo de MDMA são:

  • Dependência,
  • Problemas de memória, 
  • Paranoia
  • Insónias
  • Bruxismo,
  • Visão turva, 
  • Sudação excessiva,
  • Ritmo cardíaco acelerado.

O consumo pode também causar depressão e fadiga. Os casos de morte por consumo devem-se ao aumento da temperatura corporal e desidratação.

A MDMA é alucinogénica aumentando a libertação e diminuindo a recaptação dos neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina em determinadas partes do cérebro. Ao aumento inicial de neurotransmissores segue-se uma diminuição a curto prazo.


Metanfetamina

  • Nome genérico: N-metil-anfetamina
  • Nome comum: Cristal
  • Uso: Estimulante
  • Riscos: Perda de dentes, lesões cerebrais e morte
  • Mortal se: Tomado em excesso

A metanfetamina, popularmente conhecida como cristal quando produzida clandestinamente, é uma droga sintética estimulante cujos efeitos se manifestam no sistema nervoso central e periférico.

A metanfetamina tem-se popularizado como droga de abuso devido aos seus efeitos agradáveis, intensos e de longa duração tais como a euforia, aumento do estado de alerta, da auto-estima, do apetite sexual, da percepção das sensações e pela intensificação de emoções. Por outro lado, diminui o apetite, a fadiga e a necessidade de dormir.


Metotrexato

  • Nome genérico: Metotrexato
  • Nome comum: Ledertrexato, Trexall, Rasuvo, Otrexup
  • Uso terapêutico: Cancro, psoriase, artrite reumatoide
  • Riscos: Lesões no fígado, rins e pulmão
  • Mortal se: Tomado com demasiada frequência, combinado com Probenecida

Metotrexato ou MTX é um antimetabólito e uma droga antifolato usada no tratamento do cancro e doenças autoimunes. Actua inibindo o metabolismo do ácido fólico.


Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

  • Nomes genéricos: Ibuprofeno, Diclofenac, Nimesulida, Naproxeno, Ácido acetilsalicílico
  • Nomes comuns: Brufen, Voltaren, Nimed, Naprosyn, Aspirina, Advil
  • Uso terapêutico: Análgésico (dor), antipirético (febre) e anti-inflamatório (inflamação)
  • Riscos: Ataque cardiaco, AVC (Acidente Vascular Cerebral), Sindrome de Reye
  • Mortal se: Combinado com anticoagulantes

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs ou NSAIDs em Inglês), são um grupo variado de fármacos que têm em comum a capacidade de controlar a inflamação, de analgesia (reduzir a dor), e de combater a febre. 

O termo foi criado em 1960 por Michael W. Whitehouse. Apesar de na sua maioria serem constituídos por ácidos orgânicos, sua estrutura química não é relacionada. Caracterizam-se por inibir a atividade de subtipos da ciclo-oxigenase, impedindo assim a síntese de eicosanoides pela via metabólica da cascata do ácido araquidónico.

Fazem parte deste grupo medicamentos muito conhecidos, em parte por alguns já estarem disponíveis há muito tempo, por serem de venda livre (MNSRM), e pelo vasto número de situações em que são usados. Alguns nomes sonantes incluem o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e naproxeno. O paracetamol, embora possua um mecanismo de ação semelhante e tenha efeito antipirético e analgésico, é praticamente desprovido de efeito anti-inflamatório.


Antidepressivos inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI)

  • Nomes genéricos: Fluoxetina, sertralina, paroxetina, escitalopram, fluvoxamina, citalopram
  • Nomes comuns: Prozac (fluoxetina), Zoloft (sertralina), Cipralex (escitalopram)
  • Uso terapêutico: Antidepressivo
  • Riscos: Sindrome da serotonina e risco acrescido de suicídio
  • Mortal se: Combinados com medicamentos ou drogas que aumentam a concentração de serotonina

Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI) são uma classe de fármacos usados no tratamento de síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns tipos de transtornos de personalidade.

Os ISRSs aumentam a concentração extracelular do neurotransmissor serotonina no corpo e no cérebro, sendo o efeito mais importante no cérebro. O grau de seletividade para outros transportadores de monoaminas (como a dopamina ou noradrenalina) é variável, embora a afinidade seja, de forma geral, desprezível; portanto, eles não aumentam a concentração de outros neurotransmissores diretamente.

São não só a primeira classe de fármacos psicotrópicos a serem racionalmente desenhados, mas também os antidepressivos mais amplamente prescritos em muitos países.


Sildenafil para disfunção eréctil

  • Nome genérico: Sildenafil
  • Nomes comuns: Viagra
  • Uso terapêutico: Disfunção eréctil e hipertensão arterial pulmonar
  • Riscos: Drástica queda da tensão arterial (hipotensão) e morte
  • Mortal se: Combinado com Mononitrato de isossorbida como por exemplo as marcas Monoket, Imdur, Isocor e Orasorbil.

O sildenafil é usado principalmente para o tratamento da disfunção erétil. Ao atuar como um inibidor do PDE-5, permite que o GMPc seja mantido mais tempo em circulação (substância responsável pelo relaxamento dos músculos do pénis), o que leva a um maior aporte de sangue e consequentemente à ereção.

Assim como para disfunção erétil, o citrato de sildenafil também é eficiente na doença rara chamada hipertensão arterial pulmonar (HAP ou PAH). Ele relaxa a parede arterial, levando a uma menor resistência arterial pulmonar e pressão. Desta forma ele reduz o trabalho em excesso do ventrículo direito do coração e melhora os sintomas da falência cardíaca do lado direito. Como o PDE-5 é primariamente distribuído no músculo liso das paredes arteriais dos pulmões e pênis, o sildenafil age seletivamente em ambas as áreas sem induzir vasodilatação em outras áreas do corpo. 


Espironolactona para a hipertensão

  • Nome genérico: Espironolactona
  • Nomes comuns: Aldactone
  • Uso terapêutico: Hipertensão
  • Riscos: Hipercaliémia (aumento da concentração de potássio)
  • Mortal se: Combinado com cloreto de potássio

Espironolactona é um diurético poupador de potássio que impede que o organismo absorva muito sal e previne que os níveis de potássio fiquem muito baixos.

Esse diurético é utilizado para tratar uma doença que provoca um aumento significativo da aldosterona no organismo, sendo também utilizado no tratamento da retenção de fluidos (edema) em pessoas com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose do fígado ou de uma desordem renal chamada de síndrome nefrótica. A Espironolactona também é utilizada para tratar ou prevenir hipocaliemia (níveis baixos de potássio no sangue).

Um dos riscos do uso da espironolactona é a hipercaliémia que é a concentração de potássio no sangue superior ao considerado normal (≥5,5 mmol/L ou ≥5 mEq/L). Em pacientes graves, o aumento dos níveis de potássio é consequência principalmente de disfunção renal.

O potássio (K) é o principal eletrólito intracelular e a relação entre seus níveis intra e intercelulares é o principal determinante do potencial elétrico transmembrana. Portanto, qualquer alteração significativa na concentração extracelular de potássio pode ter sérios efeitos não só na função metabólica, mas também na condução nervosa, com repercussões na musculatura e, principalmente, no ritmo cardíaco, predispondo ao desenvolvimento de arritmias nos casos mais graves.


Estatinas para o colesterol

  • Nomes genéricos: Sinvastatina, atorvastatina, pravastatina, rosuvastatina, etc
  • Nomes comuns: Zocor, Crestor, Pravacol, Lescol, Lipitor
  • Uso terapêutico: Colesterol elevado e doença cardiaca
  • Riscos: Fraqueza muscular e lesões renais
  • Mortal se: Combinado com fluconazol (antifungico)

Estatinas são usadas para tratar a hipercolesterolemia e na prevenção da aterosclerose.

As estatinas têm estrutura esteroide e inibem a enzima HMG-CoA redutase (3-hidroxi-3-metil-glutaril-coenzima A reductase), que é responsável pela regulação de colesterol no fígado. A HMG-Coa reductase também é importante na formação de lipoproteínas plasmáticas, sendo daí derivado os seus outros efeitos.

Muitos doentes que tomaram estatinas diminuiram os ataques cardíacos. Assim tenta-se aumentar o “colesterol bom”, que transporta a gordura do sangue até o fígado, onde ela é eliminada, com o objetivo de diminuir os riscos cardiacos.

Os principais efeitos terapêuticos das estatinas são:

  • Diminuição do nível de colesterol sanguíneo, principalmente dos LDL (“mau colesterol”).
  • Aumentam o HDL (“bom colesterol”).
  • Diminuem os triglicerídeos.
  • Melhora a função do endotélio dos vasos.
  • Estabiliza a placa aterosclerótica.
  • Efeito antitrombótico.
  • Modula a inflamação
  • Diminuição da produção de PSA (antigénio específico da prostata).

Efeitos adversos das estatinas:

  • Dor abdominal, diarreia, obstipação, flatulência
  • Insónia, cefaleia, náuseas, dispepsia, astenia
  • Mialgia, isto é, dor sem elevação de enzimas musculares.
  • Infecção respiratória
  • Fadiga
  • Raramente miosite que é a presença de sintomas musculares com elevação da enzima CK.
  • Rabdomiólise que é a presença de sintomas musculares com elevação da enzima creatina quinase acima de 10 vezes o valor superior da normalidade com elevação da creatinina e mioglobunúria urinária. Esta emergência médica necessita de tratamento eficaz com hidratação vigorosa do paciente. A ocorrência deste efeito colateral é menor que 5 por ano em cada 100 mil pacientes tratados.
  • Reduz a quantidade de Q10 nos músculos.
  • Perda de memória
  • Perda cognitiva
  • Outras reações adversas também foram relatadas, como erupção cutânea, prurido, urticária, tontura, cãibra muscular, neuropatia periférica, miopatia, parestesia, pancreatite, hepatite, icterícia e, raramente, cirrose, necrose hepática fulminante e hepatoma, anorexia, vómito e anemia.

Estudo: Rhabdomyolysis reports show interaction between simvastatin and CYP3A4 inhibitors


Fentanilo e opióides sintéticos

  • Nome genérico: Fentanilo
  • Nomes comuns: Fentanyl, Durasegic, Actiq
  • Uso terapêutico: Analgésico forte
  • Riscos: Sobredosagem
  • Mortal se: Tomado em excesso ou combinado com cocaína e outras drogas “recreativas”.

fentanilo é um opioide utilizado como uma medicação para a dor e também pode ser usado juntamente com outros medicamentos para a anestesia. Tem um rápido início de acção e os seus efeitos geralmente duram menos de uma hora ou duas. O Fentanil está disponível em várias formas, inclusive por injecção e como penso transdérmico. O fentanil não é absorvido por via oral.

Efeitos colaterais comuns incluem:

  • Náuseas,
  • Obstipação,
  • Sonolência,
  • Confusão.

Graves efeitos secundários podem incluir:

  • Diminuição do esforço para respirar (depressão respiratória), 
  • Síndrome da serotonina, 
  • Pressão arterial baixa,
  • Dependência.

O Fentanilo funciona, em parte, pela activação de receptores µ-opióides. É cerca de 75 vezes mais forte do que a morfina durante um determinado período.

O fentanilo foi feito pela primeira vez por Paul Janssen, em 1960, e aprovado para uso médico nos Estados Unidos em 1968. Foi desenvolvido através de testes químicos semelhantes em estrutura à petidina (meperidina) para a actividade de opiáceos. Em 2015, 1,600 quilogramas (3 53 lb) foram utilizados globalmente. Em 2017 o fentanil foi o opiáceo sintético mais utilizado na medicina.


Concluindo

Embora todos esses medicamentos sejam altamente perigosos, esta é simplesmente a lista dos principais. Existem inúmeros outros medicamentos que resultam na morte de milhares de pessoas todos os anos. É importante lembrar que todos os medicamentos podem ser perigosos quando não tomados adequadamente ou em combinação com outras substâncias, incluindo medicamentos prescritos.

Os medicamentos aqui descritos se tomados com o devido acompanahmento médico e farmacêutico são na maioria dos casos úteis opções terapêuticas para muitos doentes.

O mesmo já não se pode dizer das substâncias não medicamentosas descritas também neste artigo, como o álccol, a heroína e a cocaína, pois quase sempre os efeitos negativos para a saúde superam muito claramente alguns efeitos positivos por vezes observados.

Metodologia

Para identificar as drogas mais perigosas, o 24/7 Wall Street (247wallst.com) fez revisão de uma variedade de dados e fontes, incluindo estatísticas de lesões e mortes por substâncias ilícitas e controladas da Administração de Serviços de Abuso de Substâncias e Saúde Mental (SAHMSA), combinações mortais de drogas farmacêuticas e outras substâncias do MedScape e de outras fontes, e combinações mortais de substâncias ilícitas e prescritas no DrugAbuse.com.

Essas combinações são selecionadas devido à sua prevalência na sociedade e à gravidade de seus efeitos adversos. Os itens desta lista não estão em uma ordem específica. Muitos dos medicamentos nesta lista são seguros para a grande maioria dos pacientes.

O Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-5) serve como a fonte de texto mais autorizado sobre a classificação de doenças mentais relacionadas com o uso de substâncias. No último volume, o conjunto de sintomas denominado abuso e dependência de substâncias agora é chamado de transtorno por uso de substâncias.

Referências:

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  • Pode provocar fadiga crónica?
  • Como beijar bem ? 🙂

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Doença do beijo o que é?

A mononucleose também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Mononucleose e vírus Epstein Barr como se apanha?

O vírus Epstein Barr é transmitido de humano para humano através da saliva. Por este motivo ganhou a alcunha de “doença do beijo”. Além do beijo, a mononucleose pode ser transmitida das seguintes formas:

  • Tosse
  • Espirro
  • Objectos como copos e talheres
  • Sempre que haja contacto com a saliva de uma pessoa contaminada

Quanto tempo fica no organismo?

Um indivíduo infectado pelo Epstein-Barr pode manter-se com o vírus na sua orofaringe  durante 18 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas com quem mantenha algum contacto íntimo, principalmente se prolongado. É por isso que a maioria das pessoas que desenvolve mononucleose não se recorda de ter tido contacto com alguém doente. A própria pessoa que transmite o vírus também nem sequer imagina que ainda possa transmiti-lo. Não é de estranhar, portanto, que apesar da baixa infectividade, em alguns países mais de 90% da população adulta já tenha tido contato com o vírus da mononucleose.

Contágio: Quando se contrai o vírus?

Posso beijar alguém se tiver o vírus?

Na maioria dos casos, as pessoas têm o primeiro contacto com o vírus da mononucleose ainda em criança. Esta infeção passa despercebida porque o vírus da mononucleose não costuma causar a doença quando adquirido na infância. Na verdade, menos de 10% das crianças que se contaminam com o Epstein-Barr desenvolvem algum sintoma. Portanto, a imensa maioria da população já teve contacto com o vírus da mononucleose e já possui anticorpos, estando imunes ao vírus.

Adolescência, qual a frequência?

Os casos de mononucleose na adolescência e juventude ocorrem naquela minoria que por acaso não foi contaminada ainda quando criança. Ao contrário do que ocorre nas crianças, nos adolescentes e adultos jovens a mononucleose infecciosa costuma causar os sintomas clássicos que serão descritos mais adiante.

Vírus Epstein barr é muito infeccioso?

Apesar do modo de transmissão ser semelhante ao da gripe, o Epstein Barr é um vírus menos contagioso, o que faz com que seja possível haver contacto com pessoas infetadas e não se infectar. A infecção só ocorre após contacto prolongado de uma pessoa contaminada com outra que nunca tenha sido exposta ao vírus. Portanto, quando se soma o facto da maioria da população já ser imune à mononucleose com a natural baixa taxa de contaminação do vírus, o risco de transmissão entre jovens e adultos é muito baixo. Logo, uma vez curado dos sintomas, não há motivos para impedir ninguém de voltar a namorar.

Sintomas

Quando adquirida na infância, a mononucleose costuma passar despercebida. Menos de 10% das crianças infetadas apresentam sintomas. Essa incidência começa a subir com o passar dos anos, atingindo seu ápice entre os 15 e 24 anos. Esta é a faixa etária que mais costuma apresentar infeção sintomática. A mononucleose é rara após os 30 anos, uma vez que virtualmente todos neste grupo já terão sido expostos ao vírus em algum momento da vida.

Nas pessoas que desenvolvem sintomas, o período de incubação, ou seja, desde o contacto até ao aparecimento da doença, é em média de 4 a 8 semanas.

Os sintomas típicos da mononucleose incluem:

  • Febre
  • Cansaço
  • Dor de garganta
  • Aumento dos nódulos linfáticos do pescoço (ínguas)

É um quadro muito semelhante às faringites comuns causadas por outros vírus e bactérias. Pode também em alguns casos confundir-se com uma gripe por apresentar alguns sintomas semelhantes tais como:

  • Febre,
  • Dores musculares,
  • Tosse,
  • Cansaço.

Outros sintomas inespecíficos que podem aparecer incluem:

  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Tosses
  • Náuseas também são comuns

Na mononucleose a fadiga costuma ser intensa e persiste durante semanas mesmo depois de desaparecerem todos os outros sintomas.

O QUE DETESTAS NA SAÚDE-

Faringite vs Mononucleose diferenças

O aumento dos nódulos linfáticos na mononucleose infeciosa é um pouco diferente dos da faringite comum, a saber:

  • Afetam principalmente as cadeias posteriores do pescoço
  • Frequentemente espalham-se pelo resto do corpo

Manchas no corpo será da mononucleose?

Uma dica para o diagnóstico diferencial entre as faringites bacterianas e a mononucleose é que nesta pode haver o aparecimento de uma rash (manchas vermelhas) pelo corpo após o início do tratamento com  antibióticos, principalmente amoxicilina. Uma situação clássica é o doente procurar o médico por causa de uma infeção na garganta e receber uma prescrição de amoxicilina para tratamento. O doente começa a tomar os antibióticos e horas depois surgem manchas vermelhas difusas pelo corpo.

Baço afetado de forma perigosa?

Sim, um  sinal característico da mononucleose é o aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Quando este ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de rutura do mesmo. A rutura esplênica (rutura do baço) é rara, mas quando acontece leva a risco de morte devido ao intenso sangramento que se sucede. O baço aumenta tanto de tamanho que pode ser palpável abaixo das costelas à esquerda do abdómen..

Fígado e Hepatite

Ser afetado o fígado não é incomum, podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia em até 20% dos casos.

Complicações menos comuns

Outras complicações descritas, porém, menos comuns, são:

  • A síndrome de Guillain-Barré
  • Paralisia facial

SUGERE UM TEMA (1)

Mononucleose e a Gravidez

A mononucleose não costuma causar  problemas de maior quando adquirida durante a gravidez. Não há evidências de aumento do risco de má-formação, aborto ou parto prematuro.

Síndrome de mononucleose e doença mononucleose qual a diferença?

Um facto que causa muita confusão, inclusive entre médicos, é a diferença entre a doença mononucleose infeciosa e a síndrome de mononucleose. O primeiro, a mononucleose infeciosa, é causado pelo Epstein barr vírus e é o objeto deste artigo.

A síndrome de mononucleose  engloba todas as doenças que apresentam o seguinte quadro de sintomas:

  • Dor de garganta
  • Nódulos linfáticos aumentados
  • Febre
  • Aumento do tamanho do baço

Entre as doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose destacam-se:

  • HIV
  • Citomegalovírus
  • Linfomas

Resumindo, ter mononucleose infecciosa é diferente de ter uma síndrome de mononucleose.

Diagnóstico da mononucleose infecciosa

O diagnóstico da mononucleose é feito através do quadro clínico e é confirmado por análises de sangue. No hemograma da mononucleose é frequente o aumento do número de leucócitos (leucocitose), causado pela maior produção de linfócitos (linfocitose), ou seja, o doente apresenta leucocitose e linfocitose. Quando o fígado é afetado, pode haver elevação das enzimas hepáticas, chamadas de TGO e TGP.  Em resumo as análises de sangue apresentam:

  • Aumento do número de leucócitos ( leucocitose )
  • Aumento do número de linfócitos ( linfocitose )
  • TGO aumentada
  • TGP aumentada

Diagnóstico definitivo

O diagnóstico definitivo, porém, é feito através da sorologia, com a pesquisa de anticorpos específicos de vários antigénios existentes nas estruturas do vírus de Epstein-Barr (anticorpos anti EBV-VCA IgG e IgM; anti-EAD e anti-EBNA). A combinação destes resultados permitem-nos detetar a existência de mononucleose infeciosa, assim como se estamos perante uma doença ativa ou se apenas existem anticorpos desenvolvidos com uma doença antiga.

Tratamento mais eficaz

O tratamento é sintomático ou seja baseia-se no amenizar dos sintomas e repouso. Não há droga específica para o vírus e o quadro costuma resolver-se espontaneamente em duas semanas. Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios pelo menos durante quatro semanas.

Resumindo o tratamento:

  • Tratamento da febre ( com antipiréticos como paracetamol )
  • Tratamento das dores ( com analgésicos como paracetamol )
  • Tratamento da tosse ( antitussicos )
  • Tratamento das nauseas ( antieméticos como domperidona )
  • Repouso
  • Hidratação

Fadiga crónica

Durante muitos anos associou-se a mononucleose com a síndrome da fadiga crónica . Porém, hoje sabe-se que a fadiga da mononucleose é diferente. O cansaço prolongado que pode ocorrer normalmente não vem associado com os outros sintomas da síndrome da fadiga crónica e normalmente ocorre por reactivações mais fracas do vírus.

Estudos recentes

De seguida descrevo alguns dos estudos publicados nos últimos anos:

COMO BEIJAR BEM? 🙂

Já que falamos de beijo e em jeito de nota de boa disposição aqui ficam de seguida 5 dicas para ensinar a beijar bem, segundo uma “autoridade” no assunto!

Beijar e ser beijado é tema de diversos livros de todos os tipos (as culturas orientais dispõem de tratados inteiros sobre esse tema). Um exemplo de manual prático para beijar bem é a obra da especialista americana em marketing Tomina Edmark, The kissing book, na qual se revelam as cinco dicas que asseguram que um beijo seja inesquecível, a saber:

  1. Selecionar a pessoa adequada (para conseguir uma perfeita comunhão física e mental).
  2. Escolher um lugar propício (é melhor um lugar privado do que público, e silencioso).
  3. Decidir o momento oportuno.
  4. Inclinar-se até que os lábios se toquem levemente. Fazer isso devagar e começar com suavidade.
  5. Estabelecer um contacto visual com a parceira/o porque os olhos proporcionam valiosíssima informação sobre como o outro se sente. Se os olhares não se encontram, é um aviso de retirada.

O que acontecer depois permitirá interpretar se o desejo de beijar correspondia a um impulso qualquer ou era o início de algo muito mais intenso.

Concluindo

A doença do beijo ou mononucleose infeciosa não é geralmente uma doença grave mas se o baço for afetado é necessário uma vigilância mais apertada por causa do risco de rutura e hemorragia grave. Na maioria dos casos como fomos uns “bebés muito queridos” os nossos amigos e familiares deram-nos tantos beijos que é muito difícil não apanhar o vírus com tenra idade! Significa que a maioria de nós ficou imune logo desde a infância pelo que, mais tarde na adolescência,  se tiver o azar de namorar com alguém que contraia o vírus da mononucleose infeciosa isso não vai ser impedimento para continuar a celebrar o namoro com beijos mais carinhosos 🙂 … porque, provavelmente, já está imune.

Fique bem

Franklim Fernandes

Bibliografia:

Por favor PARTILHE este artigo com os seus amigos para que fiquem bem informados e já agora, para os que necessitarem   também dicas sobre beijar… BEM e ser mais FELIZ

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DOR DE CABEÇA ENXAQUECA TODA A VERDADE

Dor de cabeça e enxaqueca quais sinais de perigo? Como saber quando consultar o médico? Toda a verdade! A dor de cabeça ou cefaleia (termo médico) e a enxaqueca são condições de saúde muito comuns que afectam imensas pessoas tendo, em muitos casos, consequências graves no dia a dia das mesmas.

Este artigo pretende ser um contributo para gerir melhor as crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes, ajudar a perceber as suas dores de cabeça, enxaquecas, diagnóstico e o seu tratamento diferencial. As cefaleias são reais…não se trata apenas de imaginação. Se as dores de cabeça o incomodam é porque necessitam de atenção médica.

Neste artigo vou tratatar os seguintes temas:

  • Cefaleia tipo tensão
  • Cefaleia crónica diária
  • Cefaleia em salvas
  • Enxaqueca
  • Quais as fases de uma enxaqueca?
  • Enxaqueca com aura o que é?
  • Quais os tipos de enxaqueca?
  • São mais frequentes no homem ou na mulher?
  • Testemunhos de doentes descrevendo o que sentem.
  • O que são e quais os diferentes tipos de dor de cabeça?
  • Quais são as causas da dor de cabeça?
  • A cafeína faz bem ou mal à dor de cabeça?
  • Quais os sintomas dos diferentes tipos de dor de cabeça?
  • O que pode fazer para ser ajudar a si próprio?
  • Existem testes de diagnóstico?
  • Quais os tratamentos mais eficazes para a dor de cabeça?
  • Quais os sinais de gravidade de uma dor de cabeça?

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Dores de cabeça enxaqueca e cefaleia

Algumas dores de cabeça podem ser muito fortes e recorrentes, levando o paciente a achar que tem algo de grave no cérebro. Tumores cerebrais e aneurismas costumam ser os maiores temores de quem sente uma intensa cefaleia. Não é incomum pessoas apavoradas, pedindo ao médico que prescreva uma tomografia computadorizada à cabeça, quando, na verdade, a sua dor é apenas uma cefaleia simples, facilmente diagnosticada clinicamente.

Apesar de muito comum, as pessoas sabem muito pouco sobre as cefaleias e pensam que todas são iguais. Na verdade, existem várias causas para dor de cabeça. A grande maioria é benigna e 90% são causadas por uma das três seguintes dores de cabeça:

  • Enxaqueca,
  • Cefaleia tipo  tensão,
  • Cefaleia em salvas.

Entre as causas graves de dor de cabeça, que correspondem a menos de 10% dos casos, destacam-se:

Porém, existem ainda várias outras causas não graves para dor de cabeça, entre elas:

Ao contrário do que se imagina, problemas de visão como miopia, hipermetropia e astigmatismo não são causas comuns de cefaleia. Também não há uma associação direta entre cefaleia crónica e problemas no fígado.

TIPOS DE CEFALEIAS MELHORSAUDE.ORG

Tipos de cefaleias

Testemunho de um doente

“Tenho dores de cabeça que duram vários dias de cada vez e sinto-me como se estivesse a usar um chapéu muito apertado – mais como uma pressão do que como uma verdadeira dor. Não deixo de fazer o que tenho a fazer, mas o dia custa muito mais a passar.”

Cefaleia tipo tensão

A cefaleia tipo tensão é a forma mais comum de cefaleia que praticamente todas as pessoas têm de vez em quando. Embora nunca seja grave, pode tornar mais difícil a realização das tarefas normais. Em certas pessoas torna-se suficientemente incomodativa para necessitar de atenção médica, geralmente porque se tornou frequente.

Quem tem cefaleia tipo tensão?

A cefaleia tipo tensão afecta a maior parte das pessoas de tempos a tempos, mas as mulheres mais do que os homens. Afecta também as crianças.

Tipos de cefaleia tipo tensão

A cefaleia tipo tensão episódica é muitas vezes referida como a dor de cabeça “normal” ou “vulgar”. Manifestase em crises (episódios) que duram desde meia hora a vários dias. A frequência das crises varia muito entre as pessoas e em cada pessoa ao longo do tempo. Em cerca de três pessoas em cada 100, a cefaleia tipo tensão manifesta-se a maior parte dos dias. Trata-se da cefaleia tipo tensão crónica, que é uma das síndromes de cefaleia crónica diária (existe um folheto separado sobre estas cefaleias que poderá solicitar caso o deseje).

Em certos casos, a cefaleia tipo tensão está sempre presente – pode abrandar mas nunca desaparece completamente. Este tipo de cefaleia pode ser bastante incapacitante e dolorosa.

Sintomas

Geralmente a cefaleia tipo tensão é descrita como um aperto ou uma pressão, como uma faixa apertada em volta da cabeça ou um chapéu muito apertado. Tende a ser dos dois lados da cabeça e, muitas vezes, espalha-se para baixo até ao pescoço ou para cima a partir deste. A dor é geralmente moderada ou ligeira, mas pode ser suficientemente severa para impedir as actividades de todos os dias. Em geral não há outros sintomas, embora certas pessoas com cefaleia tipo tensão tenham aversão a luzes brilhantes ou ruídos fortes e não lhes apeteça muito comer.

Causas

Em geral considera-se que a cefaleia tipo tensão é uma dor de cabeça que afecta ou que provém dos músculos e das suas ligações. As suas causas parecem ser muitas e variadas. Contudo, há certos factores que são mais importantes do que outros:

  • Tensão emocional: pode ser ansiedade ou stress
  • Tensão física nos músculos do couro cabeludo e do pescoço: pode ser causada por postura deficiente, por exemplo quando se está a trabalhar no computador, ou por levantamento incorrecto de um objecto pesado.

Tratamento

Há várias coisas que podes fazer para tentar melhorar a tua dor de cabeça tipo tensão:

Relaxar. Poderá ajudar fazer uma pausa, receber uma massagem ou tomar um banho quente, dar um passeio a pé ou fazer exercício para o afastar da rotina normal.

Lidar com o stress. Se o seu trabalho é stressante ou se está perante uma situação stressante que não pode evitar, tente fazer exercícios de respiração e de relaxamento para impedir uma eventual dor de cabeça. Existem muitas gravações áudio para o orientar nestes exercícios.

Fazer exercício regularmente. A cefaleia tipo tensão é mais comum nas pessoas que não fazem muito exercício em comparação com as que fazem. Tente andar a pé sempre que possível, ou suba as escadas em vez de ir de elevador, de forma a que o exercício se torne uma parte da rotina da sua vida.

Tratar a depressão. Se acha que se sente deprimido a maior parte do tempo, é importante consultar um médico e ser eficazmente tratado.

Mantenha um diário. As fichas do diário podem registar muitas informações relevantes sobre as suas dores de cabeça – com que frequência as tem, quando acontecem, quanto tempo duram e quais são os sintomas. São preciosas para ajudar no diagnóstico, identificando os factores desencadeantes e avaliando se os tratamentos estão a funcionar bem.

Analgésicos se necessário

  • Os analgésicos simples como a aspirina ou o ibuprofeno geralmente funcionam bem na cefaleia tipo tensão episódica.
  • O paracetamol é menos eficaz mas indicado para certas pessoas. … mas não demasiadas vezes A medicação trata apenas os sintomas da cefaleia tipo tensão. Isto é perfeitamente aceitável se não tiver muitos sintomas. Para tratar a dor de cabeça frequente a longo prazo, é melhor tentar tratar a causa.

Siga sempre cuidadosamente as instruções que acompanham a sua medicação.

Nota importante: Não tome analgésicos demasiadas vezes porque pode ficar com uma dor de cabeça pior resultante do tratamento. A isto se chama cefaleia por uso excessivo de medicação. Para evitar que tal aconteça, nunca tome medicação para tratar a cefaleia regularmente em mais de dois ou três dias por semana.

Tratamentos

Se tem cefaleia tipo tensão episódica frequente ou, mais pertinente ainda, se tem cefaleia tipo tensão crónica, os analgésicos não são a resposta. Só irão piorar as coisas ao longo do tempo. As chamadas medicações profilácticas são uma opção.

Contrariamente aos analgésicos, deve tomá-las diariamente porque funcionam de uma forma totalmente diferente. A sua finalidade é diminuir o risco de dor de cabeça e, portanto, impedir que esta chegue mesmo a começar.

O seu médico pode aconselhá-lo sobre a escolha de medicamentos disponíveis e sobre os seus efeitos secundários prováveis. A maioria foi inicialmente desenvolvida para afecções bastante diferentes, tais como:

  • Depressão
  • Epilepsia
  • Relaxante muscular

Não fique surpreendido portanto se o médico lhe receitar medicamentos cuja indicação terapêutica é distinta da dor de cabeça, não é por esse motivo que a está a tomar. Estes medicamentos também funcionam na cefaleia tipo tensão, tal como o fazem noutras afecções dolorosas. Se estiver a tomar um destes medicamentos, siga cuidadosamente as instruções. A investigação demonstrou que uma razão muito frequente para que este tipo de medicação não funcione é o facto de os doentes se esquecerem de a tomar.

Uma vez que a postura por vezes desempenha um papel na cefaleia tipo tensão, e devido aos músculos envolvidos, o seu médico poderá sugerir fisioterapia para a cabeça e para o pescoço. Isto pode ajudar imenso algumas pessoas. Outras abordagens sem fármacos incluem:

  • Estimulação nervosa transcutânea eléctrica (TENS) (um tratamento para a dor),
  • Terapia de relaxamento incluindo “biofeedback” ou “yoga”,
  • Acupuntura.

Estas abordagens não são indicadas para todas as pessoas, não funcionam para todas as pessoas e não estão disponíveis em toda a parte. Mais uma vez, o seu médico aconselhá-lo-á.

Estes tratamentos funcionam?

Se a causa for identificada e tratada, a cefaleia tipo tensão episódica raramente continua a ser um problema. Muitas vezes melhora sozinha, ou a causa desaparece, não sendo necessário mais nenhum tratamento. Para certas pessoas, especialmente com cefaleia tipo tensão crónica, estes tratamentos não ajudam ou ajudam apenas em parte. Se tudo o resto falhar, poderá ser encaminhado para uma clínica da dor que utiliza um maior leque de tratamentos.

Testes de confirmação

Não existem testes para confirmação do diagnóstico de cefaleia tipo tensão. Este baseia-se na sua descrição das dores de cabeça e na falta de quaisquer descobertas anómalas quando é examinado. Certifique-se de que descreve cuidadosamente os seus sintomas. Informe também o seu médico sobre o número de analgésicos ou outros medicamentos que toma para as suas dores de cabeça e com que frequência os toma.

É pouco provável que um exame ao cérebro ajude. Se o seu médico não estiver totalmente certo sobre o diagnóstico, poderá pedir-lhe que faça alguns testes para eliminar outras causas das dores de cabeça, mas frequentemente estes testes não são necessários. Se o seu médico não solicitar nenhuns testes, significa que eles não irão contribuir para lhe dar a si o melhor tratamento.

Cefaleia crónica diária

Testemunho de um doente

“Comecei a ter dores de cabeça que apareciam a meio da tarde. Conseguia continuar a trabalhar mas tinha dificuldade em concentrar-me. Descobri que bastava um analgésico para abrandar a dor de cabeça. As dores de cabeça começaram a tornar-se mais frequentes e agora tomo analgésicos quase todos os dias. A minha cabeça nunca parece estar completamente desanuviada.”

Cefaleia crónica diária o que é?

A cefaleia crónica diária não é um diagnóstico. É uma descrição conveniente atribuída à dor de cabeça que se manifesta 15 ou mais dias todos os meses durante mais de três meses.

Diferentes tipos de cefaleia crónica diária

Existem vários tipos diferentes de cefaleia crónica diária e, em geral, são definidos pelas suas causas sendo as mais frequentes as seguintes:

  • Cefaleia tipo tensão crónica
  • Cefaleia por uso excessivo de medicação

A cefaleia por uso excessivo de medicação pode desenvolver-se a partir da enxaqueca ou da cefaleia tipo tensão.

Prevalência

É espantosamente comum. Cerca de uma em cada 20 pessoas desenvolve este problema em determinada altura da sua vida. É mais comum nas mulheres do que nos homens e também afecta as crianças.

Sintomas

A característica principal é a dor de cabeça muito frequente. Esta varia mas é, muitas vezes, uma dor constante. Outros sintomas frequentes, que acompanham a dor de cabeça, são:

  • Sensação de cansaço
  • Sensação de enjoo
  • Irritabilidade
  • Dificuldade em dormir

Às vezes a dor de cabeça parece implacável, embora possa mudar ao longo do dia. A cefaleia por uso excessivo de medicação está muitas vezes no seu pior ao acordar de manhã.

A minha cefaleia vai melhorar?

A forma como a cefaleia crónica diária é tratada depende do diagnóstico e da causa. Obter o tratamento correcto é muito importante, pelo que são geralmente necessários cuidados médicos.

Todos os tipos de cefaleia crónica diária podem ser temporariamente aliviados por meio de analgésicos ou de tratamentos contra a enxaqueca, mas em muitos casos este alívio é apenas parcial e o efeito diminui com o tempo.

Estes tratamentos não são apropriados porque agravam a afecção. Se a sua dor de cabeça já é causada pelo uso excessivo de medicação deste tipo, então é provável que melhore assim que deixar de tomar a medicação e não o inverso.

Preciso de alguns testes?

Seja qual for o tipo de cefaleia crónica diária, não existem testes para confirmação do diagnóstico. Este baseia-se na sua descrição das dores de cabeça e na falta de quaisquer descobertas anómalas quando é examinado. Por este motivo, é muito importante que descreva cuidadosamente os seus sintomas e a forma como eles se desenvolveram. É também muito importante que diga o número de analgésicos ou outros medicamentos que toma para as suas dores de cabeça e com que frequência os toma.

O seu médico deverá ser capaz de dizer com bastante facilidade se tem uma doença mais grave do que a cefaleia crónica diária. Se o seu médico não tem a certeza sobre o diagnóstico, ou se há uma alteração súbita da sua dor de cabeça, poderão ser efectuados testes, incluindo um exame ao cérebro, para eliminar outras causas das suas dores de cabeça. No entanto, frequentemente estes testes não são necessários. Se o seu médico não solicitar um exame ao cérebro, isso significa que esse exame não irá contribuir para lhe dar a si o melhor tratamento.

Cefaleia por uso excessivo de medicação

Qualquer medicação que utiliza para tratar os sintomas da cefaleia, quando tomada com demasiada frequência durante demasiado tempo, pode causar cefaleia por uso excessivo de medicação.

Medicamentos com uso excessivo na cefaleia

Os medicamentos mais usados no “combate” ás cefaleias e que podem causar cefaleia por uso excessivo são:

  • Aspirina,
  • Paracetamol (ex: Ben-u-ron®, Panadol®, Panasorbe®, Tylenol®),
  • Ibuprofeno (ex: Brufen®, Trifene®, NUrofen®,Spidifen®),
  • Codeína,
  • Triptanos (ex:  Zomig®, ou Zolmitriptano),
  • Ergotamina.

De facto, todos os analgésicos, mesmo os comprados sem receita médica – estão associados a este problema. E não são só os analgésicos. Os fármacos que tratam especificamente a enxaqueca também conduzem a este problema quando utilizados com demasiada frequência. Estes incluem os triptanos e, acima de tudo, a ergotamina.

Cafeína trata ou causa dor de cabeça ?

Uma cefaleia semelhante, embora não rigorosamente igual à cefaleia por uso excessivo de medicação, pode resultar da ingestão de quantidades excessivas de cafeína. A fonte habitual desta cefaleia é o café, o chá ou as bebidas com cola, mas pode vir de comprimidos de cafeína ou da cafeína incluída em muitos analgésicos.

Mecanismo das cefaleias

A forma exacta como se desenvolve a cefaleia por uso excessivo de medicação não é conhecida e poderá ser diferente segundo a natureza da medicação. Os triptanos e a ergotamina podem causar um efeito de ricochete, com a dor de cabeça a voltar depois de passado o seu efeito.

Pensa-se que os analgésicos causam, ao longo do tempo, uma alteração nos sistemas de sinalização da dor no cérebro. Estes sistemas habituam-se aos efeitos da medicação pelo que se torna necessária cada vez mais.

“Para a maioria das pessoas com cefaleias ocasionais, os analgésicos são um tratamento seguro e eficaz. No entanto, a cefaleia por uso excessivo de medicação pode desenvolver-se em qualquer pessoa que tome tratamentos para a dor de cabeça regularmente em mais de três dias por semana.”

Como começa a cefaleia?

Geralmente a pessoa com cefaleia por uso excessivo de medicação começa com crises ocasionais de cefaleia tipo tensão ou (mais frequentemente) de enxaqueca. Por diversas razões, as dores de cabeça começam a manifestar-se com mais frequência. Tal poderá ser por variação natural ou porque se desenvolveu uma dor de cabeça extra, talvez devido ao stress ou à dor muscular.

O aumento das dores de cabeça conduz ao uso de mais medicamentos para tentar controlar os sintomas, eventualmente até ambos acontecerem todos os dias. Muitas pessoas nesta situação sabem que estão a tomar mais medicação do que aquilo que é sensato e tentam reduzir a quantidade.

Tal faz com que tenham uma cefaleia agravada por uma síndrome de privação, para a qual tomam mais medicação. É fácil perceber como é que isto se transforma num ciclo vicioso, que pode ser difícil de quebrar.

“Não interessa quanto é que toma – se toma regularmente a dose total de analgésicos apenas num ou dois dias por semana, é pouco provável que venha a desenvolver cefaleia por uso excessivo de medicação. No entanto, se começar a tomar analgésicos quase todos os dias poderá agravar as suas dores de cabeça. É o uso frequente durante um período de tempo que causa o problema.”

O que posso fazer?

A única maneira de tratar este problema consiste em parar a medicação usada excessivamente. Estudos clínicos revelam que a maioria das pessoas que deixam de tomar a medicação usada excessivamente melhoram imenso. No entanto, pode demorar até três meses para se observarem os benefícios totais.

Mesmo que as dores de cabeça continuem depois dessa altura, apesar de ter parado a medicação, a sua causa normalmente torna-se clara e respondem melhor ao tratamento específico corretamente prescrito.

Parar com a medicação em excesso

Pode retirar o medicamento parando completamente de o tomar ou reduzindo gradualmente a quantidade tomada ao longo de duas a três semanas. Independentemente da forma escolhida, beba muitos líquidos enquanto o estiver a fazer, mas evite tomar mais cafeína.

Se parar completamente, irá sentir, quase de certeza, pelo menos, alguns dos seguintes sintomas de privação:

  • Agravamento da cefaleia
  • Sensação de enjoo
  • Vómitos
  • Ansiedade
  • Dificuldade em dormir

“Estes sintomas de privação aparecerão ao fim de 48 horas e poderão durar, na pior das hipóteses, até duas semanas. No entanto, as pessoas que tentam parar o medicamento lentamente parecem ter mais tendência para falhar, talvez porque demora muito mais tempo”.

Melhor altura para deixar a medicação

Faz sentido escolher a altura para retirar a medicação e não começar imediatamente antes de um acontecimento importante. Avise os seus colegas de trabalho que poderá ter de faltar durante alguns dias.

Se o uso excessivo de medicação lhe está a causar dores de cabeça frequentes, continuar a fazer o mesmo não é uma opção. Continuará a ter dores de cabeça cada vez mais frequentes, que não irão responder aos analgésicos nem à medicina preventiva. Eventualmente poderá fazer ainda mais mal a si próprio, como danificar o seu fígado e os seus rins.

Outros tratamentos

Existem medicamentos, que podem ser prescritos pelo médico, que pode tomar todos os dias para o ajudar a largar o medicamento usado excessivamente. Funcionam apenas se parar toda a restante medicação para as dores de cabeça e, mesmo assim, não se sabe ao certo até que ponto ajudam. Terá também que parar de os tomar em dada altura e, para a maioria das pessoas, é melhor passar sem eles.

À medida que se desenvolve, a cefaleia por uso excessivo de medicação substitui em grande parte a cefaleia original (enxaqueca ou cefaleia tipo tensão) para a qual começou por tomar a medicação. Isto significa que, à medida que a sua cefaleia por uso excessivo de medicação melhora após a retirada dessa medicação, pode esperar que o seu tipo original de cefaleia regresse.

Se tiver necessidade, pode recomeçar com cautela a utilizar medicação para esta cefaleia depois de o padrão de cefaleia ter regressado ao normal. Tal poderá demorar pelo menos várias semanas.

“Tenha cuidado porque há o risco de fazer o mesmo que já tinha feito antes. Para impedir que tal aconteça, evite tratar as dores de cabeça em mais de três dias seguidos ou numa base regular em três ou mais dias de uma semana”.

O que fazer se a dor de cabeça não melhora?

Se uma dor de cabeça não melhora, ou se está sempre a voltar, nunca continue a tomar a medicação sem consultar o seu médico. Consulte o seu médico se a dore de cabeça frequente não desaparecer ou se voltar no futuro.

Mantenha um diário sobre a dor de cabeça!

Pode utilizar as fichas do diário para registar muitas informações relevantes sobre a sua dor de cabeça – com que frequência a tem, quando acontece, quanto tempo dura e quais são os sintomas. São preciosas para ajudar no diagnóstico e para avaliar se os tratamentos estão a funcionar bem. Para as pessoas que correm o risco de ter cefaleia por uso excessivo de medicação, os diários são especialmente importantes porque ajudam a verificar a quantidade de medicação que a pessoa está a tomar.

ENXAQUECA melhorsaude.org

Enxaqueca

Testemunho de um doente

“Quando tenho uma enxaqueca sinto-me muito doente e não consigo fazer nada durante todo o dia ou mesmo durante mais tempo. Pressinto quando vou ter uma enxaqueca e, de repente, ela aparece com toda a força; sinto-me horrível e tenho que me deitar. À medida que ela avança, sinto-me enjoado (quase a vomitar), eventualmente vomito e, por fim, a dor começa a abrandar. No dia seguinte ainda tenho uma vaga dor e sinto-me absolutamente exausto mas de resto bem.”

Enxaqueca o que é?

A enxaqueca é uma afecção médica. Manifesta-se em crises, uma ou duas vezes por ano em certas pessoas mas podendo atingir várias vezes por mês noutras. A principal característica destas crises é a dor de cabeça, que pode ser intensa. Outras características comuns são as seguintes:

  • Sensação de enjoo ou vómitos
  • Desconforto provocado pela luz e pelo ruído

Se se sente enjoado quando tem uma dor de cabeça, ou se a luz e o ruído o incomodam, ou se a sua dor de cabeça dificulta a realização das suas atividades diárias habituais, é bastante provável que seja uma enxaqueca.

Causas

A enxaqueca vem do cérebro. Trata-se de uma afeção das partes do cérebro que processam a dor e outras sensações. Provavelmente herdou-a de um dos seus pais ou de um dos seus avós.

Prevalência

Cerca de um em sete adultos tem enxaqueca, portanto é muito frequente. As mulheres têm a probabilidade de ser três vezes mais afetadas do que os homens. Começa muitas vezes na infância ou na adolescência. Nas raparigas, em particular, pode começar na puberdade. A enxaqueca afeta famílias inteiras e pode ser hereditária.

Tipos de enxaqueca

Os tipos de enxaqueca mais comuns são os seguintes:

  • Enxaqueca sem aura ( 75% dos doentes )
  • Enxaqueca com aura ( 10% dos doentes )

O mais comum é a enxaqueca sem aura (a aura é descrita mais adiante). Cerca de três quartos das pessoas com enxaqueca tem apenas este tipo; uma em cada 10 tem enxaqueca com aura, e o dobro destas tem eventualmente ambos os tipos.

Muito menos frequentes são as crises unicamente de aura, sem dor de cabeça. Este tipo de enxaqueca tende a desenvolver-se nas pessoas mais idosas. Existem outros tipos de enxaqueca, mas são raros.

Sintomas

Os sintomas estão presentes durante a crise, que tem quatro fases, embora nem todas se verifiquem sempre. Entre as crises, a maioria das pessoas com enxaqueca está perfeitamente bem. As quatro fases são as seguintes:

  • Premonitória
  • Aura
  • Cefaleia
  • Resolução

Fase premonitória

Chega antes de quaisquer outros sintomas da crise. Apenas metade das pessoas com enxaqueca têm consciência desta fase. Se é uma dessas pessoas, poderá sentir durante horas ou mesmo um ou dois dias antes da dor de cabeça começar alguns dos seguintes sintomas:

  • Irritado
  • Deprimido
  • Cansado

No entanto, certas pessoas acham que ficam invulgarmente enérgicas durante esta altura. Algumas têm um apetite específico para determinados alimentos. Outras “só sabem” que está prestes a começar uma crise de enxaqueca.

Fase de aura

Aura o que é?

A aura, quando aparece, é quase sempre na fase seguinte. Apenas um terço das pessoas com enxaqueca chegam a ter aura e, mesmo para essas pessoas, poderá não fazer parte de todas as crises.

“A aura é um sinal do cérebro, que está a ser temporariamente ,mas não gravemente, afetado pelo processo de enxaqueca. Dura, geralmente, 10 a 30 minutos, mas pode durar mais.”

Sintomas de aura

Os principais sintomas que caracterizam uma aura são:

  • Afeta principalmente a visão
  • Poderá notar manchas
  • Ver luzes brilhantes ou cintilantes
  • Ver linhas coloridas em ziguezague a espalharem-se em frente dos seus olhos, geralmente para um lado
  • Sintomas sensoriais (menos frequentes) – formigueiro ou adormecimento – que começam em geral nos dedos de uma mão e se espalham pelo braço acima indo afetar esse lado da face ou da língua. Quando estes aparecem, há quase sempre também sintomas visuais.
  • Dificuldade em falar ou em encontrar as palavras certas também pode fazer parte da aura

Fase de cefaleia

É a mais problemática para a maioria das pessoas, durando algumas horas ou até dois ou três dias. A enxaqueca é muitas vezes intensa. Tem tendência para ser unilateral, mas pode ser dos dois lados, e embora afete com maior frequência a frente ou a têmpora pode ser em qualquer parte da cabeça. É geralmente uma cefaleia latejante ou pulsátil, muitas vezes agravada pelo movimento. Provavelmente sentir-se-á enjoado (quase a vomitar) e poderá mesmo vomitar (o que parece aliviar a dor de cabeça). Poderá também achar a luz e o ruído desagradáveis e preferir estar só no escuro e sossegado.

Fase de resolução

À medida que a cefaleia desaparece. Durante este tempo poderá sentir-se outra vez cansado, irritado e deprimido, e ter dificuldades de concentração. Poderá demorar mais um dia até se sentir totalmente recuperado.

Limiar de enxaqueca o que é?

A enxaqueca é imprevisível. Uma crise pode iniciar-se em qualquer altura. No entanto, certas pessoas têm mais tendência para crises do que outras. Quanto mais elevado é o seu limiar de enxaqueca, menores são as suas probabilidades de desenvolver uma crise, e quanto menor é o seu limiar, maior é o risco que corre.

Os chamados fatores desencadeantes desempenham aqui o seu papel. Um fator desencadeante despoleta uma crise (embora não percebamos como é que isso acontece). Fá-lo com mais facilidade se o seu limiar de enxaqueca é baixo. Se o seu limiar é alto, poderá ser preciso que dois ou mais fatores desencadeantes se juntem para isso acontecer.

Separados dos fatores desencadeantes estão os de predisposição. Estes  têm o efeito de baixar o seu limiar, pelo que os fatores desencadeantes trabalham com mais facilidade. O cansaço, a ansiedade e o stress geral têm este efeito, o mesmo acontecendo com a menstruação a gravidez e a menopausa nas mulheres.

Fatores desencadeantes

Todas as pessoas querem saber o que poderá desencadear a sua enxaqueca. Tal é muitas vezes difícil e por vezes impossível de precisar porque os fatores desencadeantes não são os mesmos para todas as pessoas nem mesmo os mesmos para crises diferentes na mesma pessoa. Muitas pessoas com enxaqueca não conseguem identificar quaisquer fatores desencadeantes. Os fatores desencadeantes possíveis são muitos e variados. Descrevo de seguida os mais relevantes.

Dieta

  • Certos alimentos, mas apenas em certas pessoas
  • Álcool
  • Saltar refeições
  • Refeições atrasadas
  • Refeições inadequadas
  • Retirada da cafeína
  • Desidratação.

Sono

  • Alterações nos padrões de sono
  • Falta de sono como
  • Dormir até tarde.

Outro estilo de vida

  • Exercício intenso
  • Viagem de longa distância, especialmente para outros fusos horários.

Ambientais

  • Luzes brilhantes
  • Luzes cintilantes
  • Odores intensos
  • Alterações meteorológicas acentuadas

Psicológicos

  • Transtorno emocional
  • Relaxamento após um período cheio de stress, o que pode ser surpreendente

Fatores hormonais nas mulheres

  • Menstruação,
  • Contraceção hormonal
  • Terapêutica hormonal de substituição (THS)

“O fator desencadeante da enxaqueca mais frequente é a fome ou a insuficiência de alimentos em relação às necessidades. Este é particularmente o caso nos jovens – as crianças com tendência para enxaqueca nunca devem deixar de tomar o pequeno almoço.”

Nas mulheres, as alterações hormonais associadas ao ciclo menstrual são importantes fatores desencadeantes potenciais. da enxaqueca. Estes, e a maioria dos outros fatores desencadeantes, representam uma certa forma de stress, e sugerem que as pessoas com enxaqueca não respondem bem às mudanças.

Medicamentos para tratar a enxaqueca

Os medicamentos que tratam da crise de enxaqueca têm a designação de tratamentos da crise aguda. Os mais adequados podem ser muito eficazes, mas têm que ser tomados corretamente e não usados em excesso. Incluem analgésicos (para as dores) vendidos sem receita médica, a maior parte dos quais contém:

  • Aspirina
  • Ibuprofeno
  • Paracetamol ( menos eficaz )

Destes, o paracetamol é o menos eficaz para a maioria das pessoas. Em todos os casos, os preparados solúveis ou efervescentes atuam mais depressa e melhor.

Náuseas e vómitos

Além da dor alguns doentes apresentam nauseas e/ou vómitos. Para tratar estes sintomas usam-se antieméticos sendo os mais usados os seguintes:

  • Metoclopramida (ex: Primperan®)
  • Domperidona (ex: Motilium®)

Certos antieméticos até ajudam os analgésicos fazendo com que o seu organismo os absorva mais rapidamente. Pode administrá-los sob a forma de supositórios se se sentir muito enjoado ou se vomitar durante as crises de enxaqueca. O seu farmacêutico pode aconselhá-lo sobre os melhores tratamentos sem receita médica que poderá fazer.

Se nenhum deles funcionar para si, ou se precisar de mais do que a dose recomendada, o farmacêutico poderá sugerir-lhe que consulte um médico. O seu médico poderá prescrever-lhe um dos tratamentos específicos contra a enxaqueca. Deverá experimentá-los quando os analgésicos e os antieméticos não aliviam os seus sintomas e não o fazem regressar à vida ativa razoavelmente depressa.

Medicamentos específicos

Funcionam de uma forma bastante diferente. Não atacam a dor mas desfazem o que se está a passar no seu cérebro para causar a crise. Estes medicamentos incluem

  • Ergotamina, muito utilizada em certos países mas não noutros
  • Triptanos, um grupo de fármacos mais recentes

Se o seu médico o aconselhar, pode utilizar estes fármacos juntamente com analgésicos, antieméticos ou ambos.

Medidas para medicação mais eficaz

  • Tome a medicação logo no início… tenha sempre consigo pelo menos uma dose da medicação recomendada pelo seu médico. Tome-a assim que se aperceber que vem aí uma crise. A medicação tomada logo no início tem mais probabilidades de funcionar bem. Durante uma crise de enxaqueca o estômago está menos ativo e portanto os comprimidos tomados oralmente não são absorvidos tão bem na corrente sanguínea como seriam normalmente.
  • Coma qualquer coisa se puder ou beba qualquer coisa doce. … mas não demasiadas vezes. Siga sempre cuidadosamente as instruções que acompanham a sua medicação.
  • Não tome o medicamento da crise aguda demasiadas vezes porque pode ficar com uma dor de cabeça resultante desse tratamento. A isto se chama cefaleia por uso excessivo de medicação. Para evitar que tal aconteça, nunca tome medicação para tratar os sintomas da cefaleia regularmente em mais de dois ou três dias por semana.

E se estes tratamentos não funcionarem?

Se as crises frequentes ou severas não forem bem controladas com o tratamento para a crise aguda, a chamada medicação profilática é uma opção. Contrariamente ao tratamento da crise aguda, deverá tomar esta medicação diariamente porque funciona de uma forma totalmente diferente – impedindo o processo de enxaqueca de se iniciar. Por outras palavras, aumenta o seu limiar de enxaqueca.

O seu médico pode aconselhá-lo sobre a escolha de medicamentos disponíveis e sobre os seus efeitos secundários prováveis. A maioria foi inicialmente desenvolvida para afeções bastante diferentes, portanto não fique surpreendido se lhe propuserem medicação descrita como tratamento para:

  • Hipertensão
  • Epilepsia
  • Depressão

Não é por esse motivo que a está a tomar. Estes medicamentos funcionam também contra a enxaqueca. Se estiver a tomar um destes medicamentos, siga cuidadosamente as instruções. A investigação demonstrou que uma razão muito frequente para que este tipo de medicação não funcione é o facto de os doentes se esquecerem de a tomar.

O que posso fazer para melhorar?

O exercício regular e manter-se em forma será benéfico para si. Evitar os fatores de predisposição e desencadeantes é sensato, pelo que deve estar ciente de todos os fatores desencadeantes possíveis. Poderá conseguir evitar alguns fatores desencadeantes mesmo que haja outros que considere difíceis ou impossíveis de controlar.

Diário sobre a enxaqueca

As fichas do diário podem registar muitas informações relevantes sobre as suas dores de cabeça – com que frequência as tem, quando acontecem, quanto tempo duram e quais são os sintomas. São preciosas para ajudar no diagnóstico, identificando os factores desencadeantes e avaliando se os tratamentos estão a funcionar bem.

Grávidez

Se estiver grávida necessitará de consultar o seu médico. Alguns dos medicamentos utilizados para a enxaqueca são contra-indicados na gravidez.

Testes de diagnóstico

A maioria dos casos de enxaqueca são fáceis de reconhecer. Não existem testes para confirmação do diagnóstico, que se baseia na sua descrição das suas dores de cabeça e na falta de descobertas anómalas quando o seu médico o examina. É pouco provável que um exame ao cérebro ajude. Se o seu médico não estiver totalmente certo sobre o diagnóstico, poderá pedir-lhe que faça alguns testes para eliminar outras causas das dores de cabeça, mas frequentemente estes testes não são necessários.

Cura para a enxaqueca

Não existe qualquer cura conhecida para a enxaqueca. No entanto, para a maioria das pessoas com enxaqueca, as crises tornam-se menos frequentes à medida que vão envelhecendo. Entretanto, se fizer tudo o que está ao seu alcance para seguir os conselhos dados neste artigo poderá conseguir mudar de uma afecção que está fora de controlo para uma que pode controlar.

CEFALEIA EM SALVAS MELHORSAUDE.ORG

Cefaleia em salvas

Testemunho de um doente

“Muitas vezes acordam-me a meio da noite, umas horas depois de me ter deitado. Avolumam-se numa questão de segundos e a dor é simplesmente intolerável. É apenas no meu olho direito, como se fosse um ferro em brasa. Não sei para onde ir. Tenho que fazer alguma coisa para me distrair da dor. Às vezes ando para a frente e para trás no quarto agarrado à cabeça ou sentome na cadeira e balanço-me.”

O que é a cefaleia em salvas?

Cefaleia em salvas é o nome dado a crises de curta duração de dor unilateral muito intensa na cabeça, geralmente no olho ou à sua volta. Estas crises normalmente começam sem aviso, uma ou mais vezes todos os dias, geralmente à mesma hora todos os dias ou durante a noite.

Com bastante frequência, a primeira acorda a pessoa mais ou menos uma hora depois de adormecer. Por vezes diz-se que a cefaleia em salvas é um tipo de enxaqueca, mas não é. É uma cefaleia bastante distinta e necessita de um tratamento diferente do da enxaqueca.

Quem tem cefaleia em salvas?

A cefaleia em salvas não é frequente. Afecta até três em cada 1.000 pessoas. Os homens têm cinco vezes mais probabilidades do que as mulheres de ter cefaleia em salvas, o que a torna invulgar entre as cefaleias. A primeira crise pode ter lugar entre os 20 e os 40 anos, mas a cefaleia em salvas pode começar em qualquer idade.

Tipos de cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas episódica é mais comum. Este tipo manifesta-se diariamente durante períodos limitados (episódios) e depois pára, uma característica que dá origem ao termo “em salvas”. Geralmente estes períodos duram de 6 a 12 semanas, mas podem terminar ao fim de duas semanas ou continuar por mais 6 meses.

Tendem a manifestar-se mais ou menos na mesma altura todos os anos, muitas vezes na Primavera ou no Outono, mas certas pessoas têm dois ou três episódios todos os anos e outras têm intervalos de dois ou mais anos entre episódios. Entre os episódios, as pessoas com cefaleia em salvas episódica não têm quaisquer sintomas da afecção.

A cefaleia em salvas crónica, que representa cerca de 1 em cada 10 casos de cefaleia em salvas, não pára. As crises diárias ou praticamente diárias continuam ano após ano, sem intervalo. A cefaleia em salvas episódica pode tornar-se em cefaleia em salvas crónica e vice-versa.

Sintomas

Existe um grupo de sintomas altamente reconhecíveis, a saber:

  • Dor intolerável
  • Dor rigorosamente unilateral e sempre do mesmo lado, embora na cefaleia em salvas episódica possa trocar de lado de um episódio para outro
  • A dor é no olho, à sua volta ou atrás dele e descrita como uma espécie de queimadura, de facada ou de perfuração.
  • Agrava-se muito rapidamente, atingindo o auge ao fim de 5 a 10 minutos
  • Quando não é tratada dura entre 15 minutos e 3 horas (com mais frequência entre 30 e 60 minutos).
  • Causa agitação, em contraste acentuado com a enxaqueca, durante a qual a maioria das pessoas quer deitar-se e ficar o mais sossegada possível. As pessoas com esta afecção não conseguem ficar quietas – andam para a frente e para trás ou balançam-se violentamente, chegando mesmo a sair de casa
  • O olho no lado doloroso fica vermelho e lacrimeja, podendo a pálpebra descair
  • A narina fica tapada ou a escorrer
  • O outro lado da cabeça não é minimamente afectado

Causas

Apesar de toda a investigação médica dedicada à cefaleia em salvas, a sua causa ainda não é conhecida. Alvo de grande interesse é a altura em que se verificam as crises, que parece estar ligada aos ritmos circadianos (o relógio biológico). Trabalhos de investigação recentes chamaram a atenção para as alterações numa parte do cérebro conhecida como o hipotálamo, a zona que controla o relógio biológico.

Muitas pessoas com cefaleia em salvas são ou foram grandes fumadores. Como é que isso pode contribuir para causar a cefaleia em salvas, se é que o faz, desconhece-se. Parar de fumar é sempre bom por motivos de saúde, mas raramente tem qualquer efeito sobre esta afecção.

Factores desencadeantes

Os chamados factores desencadeantes despoletam uma crise de cefaleia. O álcool, mesmo em pequena quantidade, pode desencadear uma crise de cefaleia em salvas durante um episódio em salvas mas não noutras alturas. Não compreendemos como é que tal acontece. Não parece haver outros factores desencadeantes comuns.

Diagnóstico

Devido ao seu conjunto de sintomas, a cefaleia em salvas é fácil de reconhecer. Não existem testes para confirmação do diagnóstico, que se baseia na sua descrição das suas dores de cabeça e noutros sintomas e na falta de descobertas anómalas quando o seu médico o examina. Por este motivo, é muito importante que descreva cuidadosamente os seus sintomas. Se o seu médico não tem a certeza sobre o diagnóstico, poderão ser efectuados testes, incluindo um exame ao cérebro, para eliminar outras causas das dores de cabeça. No entanto, frequentemente estes testes não são necessários.

Tratamentos

Há uma série de tratamentos para a cefaleia em salvas que muitas vezes funcionam bem. Todos eles requerem receita médica. Os tratamentos mais habituais para a crise são:

  • Oxigénio a 100%, que necessita de uma botija, de um regulador de caudal e de uma máscara do fornecedor;
  • Sumatriptano (Imigran®), fármaco injectado, que pode administrar a si próprio utilizando uma caneta injectora especial.

As medicações preventivas são os melhores tratamentos para a maioria das pessoas com cefaleia em salvas. Toma-as todos os dias durante o período de duração do episódio em salvas para impedir o regresso das dores de cabeça. São eficazes mas necessitam de vigilância médica bastante apertada, muitas vezes com análises de sangue, devido aos efeitos secundários possíveis. Poderá ser encaminhado para um especialista. O encaminhamento deverá ser urgente porque, se tiver esta afecção, sabemos que a dor é muito forte!

E se estes tratamentos não funcionarem?

Há várias medicações preventivas. Se uma não funcionar muito bem, há outra que pode funcionar. Por vezes utilizam-se duas ou mais em conjunto.

O que posso fazer

Os analgésicos vulgares não funcionam – demoram muito tempo e, geralmente, a dor de cabeça evolui antes de eles fazerem efeito. Para um tratamento eficaz, terá que pedir ajuda médica. Faça-o no início de um episódio em salvas, uma vez que o tratamento parece ter melhores resultados quando é iniciado nessa altura.

Mantenha um diário

Pode utilizar as fichas do diário para registar muitas informações relevantes sobre as suas dores de cabeça, tais como:

  • Com que frequência as tem
  • Quando acontecem
  • Quanto tempo duram
  • Quais são os sintomas.

São preciosas para ajudar no diagnóstico, identificando os factores desencadeantes e avaliando se os tratamentos estão a funcionar bem.

Cura para a cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas pode voltar durante muitos anos. No entanto, parece melhorar à medida que a idade avança para a maioria das pessoas, particularmente as que têm cefaleia em salvas crónica.

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Medicamentos

Os medicamentos mais usados no tratamento da dor de cabeça são analgésicos, anti-inflamatórios e triptanos.

Aspirina (ácido acetilsalicílico)

A aspirina tem um efeito analgésico e anti-inflamtório. Deve ser tomada depois de comer para mitigar a probabilidade de afectar a mucosa gástrica (estômago). Alguns exemplos são:

  • Aspirina®
  • Aspegic®

Posologia: tomar de 8/8horas depois de comer se tiver dores.

Paracetamol

O pararacetamol é um dos medicamentos analgégicos mais utilizados no mundo. É eficaz apenas contra dores de intensidade leve ou moderada e não tem efeito anti-inflamatório. Pode ser tomado fora da refeição pois não afecta a mucosa gástrica. No entanto se tomado em excesso pode causar danos hepáticos (fígado) graves. Alguns exemplos são:

  • Paracetamol MG 1000mg
  • Ben-u-ron® 1000mg,
  • Panadol® 500mg,

Posologia: Tomar de 8/8 horas se tiver dores.

Ibuprofeno

O ibuprofeno tem um efeito analgésico e anti-inflamtório. Deve ser tomado depois de comer para diminuir a probabilidade de afectar a mucosa gástrica (estômago). A dosagem de 600mg necessita de prescrição médica, sendo a mais indicada para as dores forte e intensas podendo, em casos extremos, ser utilizada a toma de 600mg de 8/8horas.

  • Ibuprofeno MG 600 mg,
  • Trifene® 200mg,
  • Nurofen® 400mg,
  • Brufen® 600mg,

Posologia: 600mg de 12/12horas ou 400mg de 8/8 horas ou 200mg de 4/4 horas, se necessário, quando tiver dores. Parar quando a dor desaparecer.

Zolmitriptano

  • Zomig rapimelt® 2,5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 2,5mg, 6 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 5mg, 6 comprimidos orodispersiveis

Posologia: 1/dia dissolvido na boca (sem água) até a dor desaparecer, geralmente 2 ou 3 dias.

Genéricos com Zolmatriptano

  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 3 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 6 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 5mg, 2 comprimidos orodispersiveis

Sumatriptano (usado na cefaleia em salvas)

  • Imigran (sumatriptano) auto-injector 6mg/0,5mlx 2sol SC inj

DOR DE CABEÇA SINAIS DE GRAVIDADE melhorsaude.org

Sinais de gravidade

A grande maioria dos episódios de cefaleia são causados por patologias benignas. Mas, mesmo pessoas com história de dor de cabeça crónica ficam assustadas com algumas crises. O medo de todos é que uma doença grave não identificada, como um tumor ou aneurisma, possa ser a causa da cefaleia.

Não é possivel realizar tomografias computadorizadas em todas as pessoas que apresentam dor de cabeça. Em geral, a história clínica e um bom exame físico são suficientes para definir se há ou não necessidade da realização de um exame de imagem.

É importante não esquecer as principais características das cefaleias primárias descritas acima, para não confundi-las com as causas graves.

Sinais de alerta

Os sinais de que podemos estar perante um evento grave de saúde

  • Início súbito: Cefaleias persistentes, de início abrupto, que atingem a maior intensidade em alguns segundos, podem indicar rotura de aneurismas ou trombose venosa. É importante lembrar que a cefaleia em salvas pode apresentar essas características, porém, costuma durar poucas horas, possui localização típica e sinais como lacrimejar e olhos vermelhos. A enxaqueca costuma começar como uma dor leve a moderada e piorar ao longo das horas.

  • Pior cefaleia da vida: Quando o doente refere que o atual quadro é de longe a pior dor de cabeça da sua vida, ou uma cefaleia completamente diferente das que costuma ter, deve-se ter mais atenção com o quadro. Hemorragias e infecções podem ser a causa. Essas queixas em doentes com cancro, SIDA  e imunossuprimidos são particularmente preocupantes.

  • Infecções concomitantes : Doentes que apresentam quadro de sinusite, otite, infecções de pele na face apresentam maior risco de desenvolver abcessos cerebrais e meningite. Infecções após implantação de piercings podem também ser uma porta de entrada.

  • Febre: A presença de cefaleia intensa associado a febre sem causa definida, principalmente se houver rigidez de nuca, indica meningite. É importante lembrar que a febre por si só pode causar dor de cabeça. Não confunda uma gripe com algo mais grave.

  • Medicações: Alguns doentes usam medicamentos como corticóides, que facilitam infecções, e anticoagulantes, que facilitam hemorragias.

  • Alteração do estado de consciência: Obviamente, doentes que entram em coma, apresentam crises convulsivas, desorientação súbita ou déficites neurológicos devem procurar imediatamente um serviço de emergência.

  • Trauma: Cefaleias que ocorrem após traumatismos devem ser avaliadas com mais cuidado, principalmente em idosos, devido ao risco de hemorragias intracranianas. Algumas pessoas desenvolvem dores de cabeça crónica após um traumatismo do cránio.

  • História familiar: Doentes com parentes de primeiro grau que sofreram rotura de aneurismas, também devem ser avaliados com mais cuidado.

Outros sinais também devem chamar a atenção, como uma cefaleia que acorda o paciente, cefaleia cuja as características não se enquadram em nenhuma da causas primárias, piora da dor com esforços (lembrar que enxaqueca pode ter essa característica), inicio de dor de cabeça após os 50 anos ou alterações visuais que possam sugerir glaucoma.

Não existe um protocolo definido de quando pedir, ou não, uma tomografia computadorizada. Alguns quadros são óbvios, como nas alterações neurológicas mas outros sãomais questionáveis. Depende do bom senso do médico e do quadro clínico do doente.

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Concluindo

As dores de cabeça ou cefaleias são uma condição de saúde que afecta imensas pessoas, muitas das quais ficam, durante as crises, incapacitadas para manter a sua vida diária com consequências graves principalmente ao nível laboral e familiar. A maioria das dores de cabeça apesar da dor, não tem causas graves mas se existirem alguns sintomas especiais fora do quadro habitual da sua dor de cabeça então sim pode haver a probabilidade de uma causa grave sendo neste caso indicado a procura de assistência médica urgente!

Partilhe a informação deste artigo e certamente vai ajudar muitas pessoas a conseguirem gerir melhor, e ás vezes evitar, muitas dores de cabeça dificeis de suportar! Em alguns casos mais graves pode ajudar a salvar vidas!

Referências:

  • Campanha global para reduzir as dores de cabeça a nível mundial.
  • Organização Mundial de Saúde (World Health Organization),
  • Aliança Mundial de Cefaleias (World Headache Alliance),
  • Sociedade Internacional de Cefaleias (International Headache Society),
  • Federação Europeia de Cefaleias (European Headache Federation).
  • Dr Pedro Pinheiro, Especialista em Medicina Interna e Nefrologista com títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.

DOR DE COSTAS OPIOIDES E ANTI-INFLAMATÓRIOS

A dor de costas dor lombar, dor na coluna é muito frequente e tem diversas causas; Atualmente medicamentos anti-inflamatórios e opióides fortes podem ser usados com segurança, sob rigorosa vigilância médica, para controlar a dor forte e melhorar a qualidade de vida dos doentes que apresentam com frequência grande sofrimento! Segundo a American Chiropractic Association cerca de 23% dos adultos sofrem de dor lombar que se prolonga no mínimo por 3 meses, tornando-se crónica. Na maior parte dos casos, a dor é de origem mecânica, mas cerca de 3% dos adultos sofrem de dor inflamatória na coluna vertebral.

Embora possam parecer semelhantes, a dor mecânica e a dor inflamatória na coluna têm causas diferentes, e a sua abordagem tem também de ser feita de forma distinta. É importante compreender o mais rapidamente possível que tipo de dor na coluna o afeta, para que possa ser tratada da forma mais adequada. Não aceite viver com a dor apenas porque acha que esta vai eventualmente desaparecer. Muitas pessoas adiam um diagnóstico correto.

Quanto mais tempo se prolongar a dor inflamatória na coluna não tratada, maior a probabilidade de lesões a longo prazo e maior o impacto negativo que a dor pode ter no seu dia-a-dia.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Qual a frequência na população da dor na coluna?
  • Qual a estrutura da coluna vertebral?
  • Quantas vertebras existem na região cervical, toráxica, lombar, do sacro e cóccix?
  • Quais os tipos de dor lombar?
  • Dor mecânica o que é?
  • Dor inflamatória o que é?
  • Quais as características da dor mecânica?
  • Causas da dor mecânica
  • Quais as características da dor inflamatória?
  • Causas da dor inflamatória
  • Quais as doenças auto-imunes associadas associadas à dor inflamatória da coluna?
  • Espondilite Anquilosante (EA) o que é?
  • Espondilartrite Axial Sem Evidência Radiográfica de EA o que é?
  • Artrite Psoriática o que é?
  • Artrite Reativa o que é?
  • Artrite Enteropática o que é?
  • Artrite Reumatóide o que é?
  • Como diagnosticar correctamente?
  • Quando consultar o médico?
  • Que outros profissionais de saúde podem ajudar a gerir a dor?
  • O que é a dor crónica na coluna?
  • Como gerir a dor na coluna?
  • Qual a importância do exercício?
  • Qual a importância da terapia manual?
  • Qual a importância da Fisioterapia?
  • Qual a importância da Acupuntura?
  • Qual a importância da terapia comportamental?
  • Quando optar pela cirurgia?
  • Qual a medicação mais utilizada?
  • O que são os AINEs?
  • Quando usar analgésicos opiáceos ou opioides?
  • Quais os opioides mais usados?
  • Quais os efeitos secundários?
  • Quais os efeitos colaterais graves?
  • O que são corticoides intra-articulares?
  • O que são medicamentos biológicos?
  • Nas dores de coluna também são usados antibióticos?
  • Qual o protocolo farmacológico para controlar causada por artropatias inflamatórias?
  • O que pode mudar no seu dia a dia para controlar melhor a dor?
  • O que pode mudar no trabalho para controlar melhor a dor?
  • Posso praticar exercício físico regular?

Estrutura da coluna vertebral

A sua coluna vertebral liga o crânio à bacia, e é composta por 33 ossos, conhecidos como “vértebras”. Estas vértebras estão agrupadas em quatro regiões distintas: região cervical, torácica, lombar e sagrada.

Dor de costas
Estrutura da coluna vertebral
Coluna vertebral e dor de costas
Coluna vertebral, vista anterior, lateral e posterior

Cada osso está empilhado sobre outro, formando a coluna, e as vértebras das três regiões superiores da coluna possuem uma espécie de almofada entre elas, o denominado disco inter vertebral constituido por um centro gelatinoso macio, envolvido por uma camada externa mais dura e áspera.

A sua coluna protege a medula espinal, um feixe de nervos e células de suporte que funcionam como via de circulação da informação entre o cérebro e o resto do corpo. A coluna constitui uma parte fundamental do seu sistema nervoso central. Por isso, deve procurar o médico sempre que sinta dor em alguma zona da coluna.

Dor de costas qual a prevalência?

As evidências sugerem que até 80% das pessoas vão sofrer de dor lombar em algum momento da sua vida. Estima-se ainda que cerca de 23% dos adultos sofram atualmente de dor lombar com duração de pelo menos 3 meses, e que, portanto, pode ser considerada crónica.

Não é de estranhar, já que são muitos os fatores do dia-a-dia que podem ter efeito ao nível da coluna. Por exemplo, fatores como o aumento de peso e até o calçado podem afetar a coluna. Existem muitas causas para a dor na coluna, e todas as pessoas com dor crónica na coluna devem consultar o médico.

Dor lombar

A dor de costas ou dor na coluna é muito frequente, porém, em muitos casos, desconhece-se a causa exata. A dor de costas pode divide-se em dois tipos principais:

  • Mecânica
  • Inflamatória

Este tipo de dor de costas pode dever-se a diversas causas, a saber:

  • Doenças infeciosas,
  • Doenças renais ou gastrointestinais,
  • Polimialgia reumática,
  • Tumores ( raramente ).

Vou, essencialmente falar, na dor de costas mecânica e na dor de costas inflamatória. A maior parte das vezes, a dor lombar crónica é mecânica. Porém, a dor inflamatória na coluna afeta cerca de 3% das pessoas. Ambos os tipos de dor podem limitar as suas atividades do dia-a-dia, além de diminuírem a sua qualidade de vida devido ao impacto no sono, na capacidade para trabalhar e na sua vida pessoal.

No entanto, dado que ambos os tipos de dor (mecânica e inflamatória) podem ter sintomas semelhantes, é difícil distingui-las sozinho. É por isso que é importante consultar um médico e saber descrever-lhe a sua dor. Esta informação irá ajudar o seu médico a fazer um diagnóstico e a tratar adequadamente a sua doença.

Dor mecânica na coluna

O tipo de dor na coluna mais comum é a dor mecânica na coluna. As pessoas com dor mecânica na coluna descrevem-na muitas vezes como tipo moinha ou latejante. Referem igualmente que a dor piora com o movimento e melhora com o descanso.

A dor mecânica na coluna pode ter impacto em muitos aspetos do dia-a-dia, e muitas vezes resulta de distensões ou de traumatismo sendo, no entanto,  fundamental obter um diagnóstico correto o mais cedo possível.

Sintomas da dor mecânica

A dor mecânica tem habitualmente as seguintes características:

  • Pode começar em qualquer idade;
  • Rigidez matinal inferior a 30 minutos;
  • Melhora com o descanso;
  • Início variável, pode agravar rapidamente;
  • Normalmente associada a traumatismos ou distensões;
  • Dor descrita como tipo moinha ou latejante.

Tipos comuns de dor mecânica

Existem principalmente seis tipos de dor mecânica, com causas muito diferentes, que descrevo de seguida:

  • Contratura lombar;
  • Hérnia discal;
  • Fratura vertebral;
  • Doença degenerativa discal;
  • Osteoartrose da coluna vertebral;
  • Malformação congénita.

Contratura lombar

Deve-se normalmente a traumatismos musculares. Por exemplo, as lesões podem ser provocadas por levantar incorretamente um objeto, por levantar objetos pesados ou resultar de uma lesão de desporto.

Hérnia discal 

Refere-se a uma lesão ou a um problema nos discos vertebrais, as almofadas esponjosas localizadas entre cada uma das vertebras da sua coluna . Por vezes, o disco sai da posição habitual (deslizamento discal), o que provoca dor devido à irritação dos nervos próximos. Esta dor nervosa denomina-se dor neurogénica, outro tipo de dor lombar. Se a hérnia discal for na região lombar, a dor pode muitas vezes ser mais forte na perna do que na coluna.

Fratura vertebral

Uma fratura das vértebras pode ser provocada por um impacto físico forte, como uma lesão desportiva ou um acidente de viação. Além disso, os doentes podem sofrer fraturas de “stress”, pequenas fissuras visíveis ao raio-X que podem ser muito dolorosas. As fraturas vertebrais também podem ocorrer devido a uma doença denominada osteoporose. A osteoporose é uma doença que surge numa idade mais avançada, quando os ossos enfraquecem, o que aumenta a probabilidade de ocorrência de fraturas.

Doença degenerativa discal

Quando um ou mais discos vertebrais começam a deteriorar-se. Estes discos funcionam como amortecedores da coluna durante a movimentação ou o levantamento de pesos.

Osteoartrose da coluna vertebral

Doença degenerativa comum nos idosos e que pode provocar dor e rigidez na coluna e na região lombar, devido à destruição da cartilagem das articulações e dos discos da coluna.

Malformação congénita

As doenças são denominadas “congénitas” quando existem desde o nascimento. Estas malformações ocorrem quando a coluna não se desenvolve corretamente no útero, e são raras. Algumas malformações congénitas constituem uma causa mecânica da dor lombar. Estas malformações incluem problemas como a escoliose (encurvamento lateral da coluna) e a cifose (a parte superior da coluna está encurvada para a frente). Uma malformação congénita que conduz a dor lombar é normalmente diagnosticada durante a infância.

Dor inflamatória na coluna

A dor inflamatória na coluna vertebral afeta cerca de 3% dos adultos. Este tipo de dor na coluna pode ser muitas vezes confundida com a dor mecânica na coluna.  Existem diversas patologias que podem provocar dor inflamatória na coluna, algumas das quais difíceis de diagnosticar. Felizmente, nos últimos 10 anos, os avanços científicos facilitaram a identificação de algumas destas doenças pelos médicos, bem como o respetivo tratamento.

A dor inflamatória na coluna pode afetar a sua vida de diversas formas. É importante trabalhar com o seu médico para perceber se a sua dor é de origem inflamatória, já que isto pode afetar a forma como a dor é gerida no futuro. É importante o diagnóstico precoce pois algumas causas da dor na coluna podem agravar-se com o passar do tempo. Embora possa considerar que o exercício ou os analgésicos comprados na farmácia aliviam alguns dos seus sintomas, continua a ser importante que consulte o seu médico, para obter um diagnóstico correto.

Sintomas da dor inflamatória

A dor inflamatória na coluna pode apresentar determinadas características que a distinguem de outros tipos de dor na coluna vertebral, mais concretamente da dor mecânica na coluna.

Os principais sintomas são:

  • Início em idade jovem, normalmente observado em pessoas com menos de 40 anos de idade;
  • Agravamento gradual da dor;
  • Os sintomas da dor lombar melhoram com o exercício;
  • A dor não melhora com o repouso;
  • Dor durante a noite, levando muitas vezes a pessoa a acordar na segunda metade da noite;
  • Rigidez matinal  com duração superior a 30 minutos;
  • Dor prolonga-se por mais de 3 meses;
  • Dor glútea (região das nádegas) alternante.

Causas

A dor inflamatória na coluna pode ser provocada por algumas doenças autoimunes, algumas das quais intimamente ligadas à dor na coluna vertebral tais como:

  • Espondilite Anquilosante (EA),
  • Espondilartrite Axial Sem Evidência Radiográfica de EA,
  • Artrite Psoriática,
  • Artrite Reativa.

É importante que a dor inflamatória na coluna vertebral seja reconhecida e diagnosticada, de forma a ser devidamente tratada.

Doenças autoimunes

Uma doença autoimune ocorre quando o organismo se ataca a si próprio e aos próprios tecidos saudáveis. Existem diversas doenças autoimunes, algumas delas intimamente ligadas à dor inflamatória na coluna.

Espondiloartrite axial

Espondiloartrite Axial é um termo geral que inclui duas doenças que podem manifestar-se por dor inflamatória na coluna:

  • Espondilite Anquilosante;
  • Espondilartrite Axial Sem Evidência Radiográfica de EA.

Espondilite Anquilosante (EA)

A espondilite anquilosante é uma forma de artrite inflamatória em que as articulações da coluna estão envolvidas, conduzindo frequentemente a rigidez e dor lombar. As lesões provocadas por esta doença na coluna e nas articulações que fazem a ligação entre a coluna vertebral e a bacia podem ser observadas através de radiografias.

Espondilartrite axial sem evidência radilógica de EA

Na espondilartrite axial sem evidência radiológica de EA por vezes, os doentes podem sentir dor e limitação nos movimentos, apesar de os médicos não conseguirem detetar qualquer inflamação na radiografia.  Nestes casos é necessário recorrer a formas mais avançadas de observação das articulações, como a Ressonância Magnética Nuclear (RMN). A Espondilite Anquilosante e a Espondilartrite axial sem evidência Radiográfica de EA têm muitos sintomas em comum.

Outras artropatias inflamatórias – algumas doenças articulares que provocam dor inflamatória na coluna vertebral  podem ter origem em diversas zonas do corpo tais como:

  • Artrite Psoriática – pele,
  • Artrite Reativa – os olhos ou o aparelho urinário ,
  • Artrite Enteropática – o intestino
  • Artrite Reumatóide – as articulações

Embora os sintomas destas doenças incluam mais frequentemente dor e tumefação (edema) das articulações ou tecidos envolvidos, em muitas pessoas, podem também provocar dor inflamatória na coluna vertebral.

Não existe um teste simples para a maioria destas doenças. Para ajudar ao seu diagnóstico, o médico pode realizar  exames físicos, pedir uma RMN e/ou análises ao sangue, para detetar marcadores genéticos.

Medicamentos para dores fortes

Poderá ter já experimentado um analgésico comprado na farmácia local e, caso este não diminua os sintomas, o seu médico poderá receitar-lhe outros medicamentos ou recomendar uma dose diferente, provavelmente seguindo a escada da OMS para tratamento da dor, conforme descrevo de seguida:

Dor de costas
Adaptado de: Pereira JL. Gestão da dor oncológica. In: Barbosa A, Neto I, editores. Manual de Cuidados Paliativos. Lisboa: Núcleo de Cuidados Paliativos / Centro de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; 2006. p. 61-113.

Dor de costas
Adaptado de: Pereira JL. Gestão da dor oncológica. In: Barbosa A, Neto I, editores. Manual de Cuidados Paliativos. Lisboa: Núcleo de
Cuidados Paliativos / Centro de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; 2006. p. 61-113.

Os medicamentos abaixo enumerados podem causar efeitos adversos a vários níveis, pelo que é importante discutir com o seu médico que medicamentos se adequam melhor ao seu caso concreto.

 Anti-inflamatórios não esteroides (AINE)

Os anti-inflamatórios podem ajudar a aliviar a dor na coluna, a dor à palpação, a inflamação e a rigidez. Porém, os AINE podem apresentar efeitos secundários, sobretudo se administrados durante muito tempo. O seu médico irá abordar esses efeitos consigo e, em conjunto, poderão avaliar se os AINE são a solução adequada para si.

Os AINEs mais utilizados são os seguines:

  • Ibuprofeno (ex: Brufen);
  • Diclofenac (ex: Voltaren);
  • Naproxeno (ex: Naprosyn);
  • Acemetacina (ex: Rantudil);
  • Etodolac (ex: Etolyn);
  • Nimesulide (ex: Nimed e Aulin);
  • Piroxicam (ex: Flexar);
  • Celecoxibe (ex: Celebrex);
  • Etoricoxibe (ex: Arcoxia e Turox).

Opiáceos

Caso a sua dor não responda a outra medicação, o médico poderá receitar-lhe outro tipo de analgésico, denominado opiáceo. Os opiáceos atuam reduzindo os sinais de dor enviados ao longo da medula espinal e outras zonas do corpo para o cérebro. Estes medicamentos podem ser usados para tipos mais graves de dor, e o seu médico pode discutir consigo outras opções e os possíveis efeitos secundários, incluindo a possibilidade de dependência, antes de receitar estes medicamentos.

Em situações de dor crónica, principalmente em casos de dor oncológica, o doente pode experimentar exacerbações transitórias de dor, que ocorrem apesar de uma terapêutica basal analgésica. Normalmente o início é súbito e de curta duração e torna-se especialmente difícil de tratar. Estes doentes são tratados com um opioide de longa ação para alívio da dor persistente, e têm sempre disponível um opioide de resgate, de rápido início de ação, para estes episódios.

Na Tabela seguinte encontram-se resumidos os fármacos opioides comercializados em Portugal aprovados para gestão de dor crónica e respetivas formulações de longa ação e terapêutica de resgate. 

Abreviaturas usadas na tabela: C: comprimido/cápsula; CB: comprimido bucal; CE: comprimido efervescente; CLP: comprimido/cápsula de libertação prolongada; COD: comprimido orodispersível; N:solução nasal; R: supositório; SO: solução oral; ST: sistema transdérmico.

FármacoTerapêutica basalDose de resgateDose máxima
MorfinaCLP (10; 30; 60; 100 mg)
12/12h
SO (2; 6; 20 mg/ml)
C (10; 20 mg)
A tolerada sem efeitos secundários limitantes
Codeína + paracetamolC (30+500; 60+1000 mg)
R (60+1000 mg)
240 mg/dia
FentaniloST (12,5; 25; 50; 75; 100 µg/h)
72/72h
N (100; 400 µg)
CB (100; 133; 200; 267; 300; 400; 533; 600; 800 µg)
A tolerada sem efeitos secundários limitantes
BuprenorfinaST (35; 52,5; 70 µg/h)A tolerada sem efeitos secundários limitantes
(máximo 2 ST simultâneo)
OxicodonaCLP (5; 10; 20; 40; 80 mg)
12/12h
400 mg/dia
Oxicodona + naloxonaCLP (5+2,5; 10+5; 20+10 mg)
12/12h
160+80 mg/dia
HidromorfonaCLP (4; 8; 16; 32; 64 mg)
24/24h
A tolerada sem efeitos secundários limitantes
TapentadolCLP (50; 100; 150; 200; 250 mg)
12/12h
500 mg/dia
TramadolCLP (50; 100; 150; 200; 300; 400 mg)C (50; 100 mg)
COD (50 mg)
SO (100 mg/ml)
400 mg/dia
Tramadol + dexcetoprofenoC (75+25 mg)225+75 mg/dia
Tramadol + paracetamolC (37,5+325; 77+650 mg)
CE (37,5+325 mg)
300+2600 mg/dia

Os opioides ligam-se a recetores específicos acoplados à proteína G envolvidos na transmissão e modulação da dor, designados classicamente em recetores µ, κ e δ. Os seus efeitos terapêuticos e secundários estão diretamente relacionados com os recetores que estimulam. A maioria dos opioides analgésicos clinicamente relevantes são agonistas dos recetores µ no sistema nervoso central.

O tapentadol e o tramadol, além da ação agonista no recetor µ, também produzem analgesia por um mecanismo que inibe a recaptação de noradrenalina, permitindo maior potência analgésica e maior espectro de ação. 

Efeitos secundários comuns

Os efeitos secundários dos fármacos opioides são comuns a todos ou quase todos os fármacos e são dependentes da dose. Os mais comuns incluem:

  • Náuseas e vómitos,
  • Obstipação,
  • Sonolência,
  • Pesadelos,
  • Boca seca,
  • Confusão,
  • Alucinações,
  • Hipogonadismo (produção insuficiente de estrogénio na mulher e de testosterona no homem),
  • Supressão da tosse.
Efeitos secundários menos comuns

Alguns do efeitos secundários menos comuns são os seguintes:

  • Prurido,
  • Sudorese (transpiração),
  • Hiperalgesia induzida por opioides (aumento da sensibilidade à dor),
  • Mioclonia (contração breve, em onda, de um músculo ou grupo de músculos. Ex: soluços),
  • Delírios.
Alterações da microbita intestinal

Um dos efeitos secundários mais comuns e relevantes é a alteração da microbiota intestinal ou flora intestinal como é usualmente conhecida. Este é um efeito secundário quase sempre desvalorizado mesmo quando existem sintomas claros como a obstipação que são um sinal evidente e preocupante de disbiose. Assim simultaneamente com a medicação opióide deve fazer-se um probiótico de qualidade para mitigar a destruição das “bactérias boas” que são essenciais ao bom funcionamento do nosso sistema imunitário e à nossa saúde em geral. Não existe boa saúde sem uma microbiota saudável!

Depressão respiratória grave

A depressão respiratória é um efeito secundário grave, mas é raro se os opioides forem cuidadosamente titulados de acordo com a resposta do doente. Foi também associada a terapêutica opioide a efeitos secundários no sistema imunitário, assim como a função cognitiva.

A gestão dos efeitos secundários deve ser feita com efeito preventivo, não só pelo ajuste terapêutico gradual permitindo recorrer sempre à mínima dose eficaz, como pela coadministração de fármacos que permitam minimizar alguns efeitos secundários.  

Tolerância e dependência de opioides

A tolerância e a dependência são dois efeitos secundários fundamentais de gerir em tratamento com fármacos opioides. A tolerância inicia-se na primeira administração de opioide, e é minimizada com a administração de doses baixas em intervalos de tempo maiores. Para evitar a dependência física, a administração de opioides não deve ser parada abruptamente quando tomados consecutivamente há duas ou mais semanas, mesmo se a dor já foi suprimida.

Os sinais e sintomas de dependência física incluem rinorreia, lacrimejo, arrepios, hiperventilação, hipertermia, midríase, dores musculares, vómitos, diarreia, ansiedade e hostilidade. A administração de um opioide suprime os sintomas e sinais de abstinência imediatamente. 

Mudança de opiáceo

Apesar de haver pouca diferença nos efeitos terapêuticos e secundários de doses equianalgésicas entre diferentes opioides, a experiência clínica reporta que alguns doentes respondem favoravelmente a determinados opioides sendo intolerantes a outros, muito provavelmente devido à variabilidade interindividual existente.  Existem dados clínicos que suportam que a mudança de um opioide para outro resulta em aumento dos efeitos terapêuticos ou diminuição dos efeitos secundários em mais de 50% dos doentes. 

Dor de costas

A rotação opioide consiste na alteração do fármaco utilizado ou da via de administração e é útil em situações de inadequado controlo de dor, efeitos secundários limitantes ou alterações no estado clínico do doente que limitem a via de administração disponível. Na prática clínica existem escalas equianalgésicas disponíveis tanto em tabelas impressas como em aplicações de internet ou software específico, servindo apenas como guia para ajustar a dose equianalgésica entre dois analgésicos opioides. A Morfina é considerada o opioide analgésico tipo e é usado na escala analgésica como termo de comparação com todos os outros fármacos opioides. 

Dor de costas

Quando devidamente utilizados, os fármacos opioides são seguros e permitem aumentar a qualidade de vida do utente com dor crónica. Apesar dos vários efeitos secundários e potencial de dependência, nenhum analgésico se mostrou suficientemente forte para substituir estes fármacos

Corticosteróides intra-articulares

Os corticosteróides têm um papel importante no tratamento de doenças autoimunes. Estes fármacos são muito eficazes no tratamento de processos inflamatórios e imunológicos, com uma ação rápida e eficaz ao nível dos sintomas. Os corticosteróides podem ter efeitos secundários, sobretudo quando usados com regularidade, e o seu médico irá discutir esta opção consigo e avaliar a frequência com que os usa.

Objetivo

Se existir uma inflamação dentro da articulação, pretende-se melhorá-la administrando um anti-inflamatório potente no local exato da lesão. Os objetivos são aliviar ou eliminar a dor e as manifestações da inflamação, prevenir ou melhorar a limitação funcional, acelerar a evolução favorável do processo e diminuir ou eliminar a necessidade de tratamentos mais agressivos, com mais efeitos secundários ou com efeitos secundários potencialmente mais graves.

Procedimento técnico

Administra-se um corticoide (derivado sintético da “cortisona” ) no interior de uma articulação. Poderá ser ou não utilizado um anestésico local (lidocaína) antes ou em conjunto com a injeção de corticoide.

O que são os corticoides?

São medicamentos sintéticos parecidos com os corticoides naturais produzidos pelo corpo humano e que têm uma ação anti-inflamatória potente. Podem ser aplicados por várias vias, mas a via intra-articular é
especialmente útil em processos com inflamação articular, uma vez que atuam quase exclusivamente no local da inflamação e se evitam em grande medida os efeitos secundários no resto do organismo.

Atualmente três dos corticoides mais utilizados por via intra articular são os seguintes:

  • Metilpredenisolona (Depomedrol);
  • Hexacetonido de triancinolona (Lederlon);
  • Acetonido de triancinolona.

Como se realiza a infiltração?

Depois da limpeza da pele com um produto desinfetante, usa-se um agulha fina para colocar o produto (com ou sem anestésico local) dentro da articulação a tratar. Habitualmente o procedimento causa apenas
desconforto ou dor ligeiros.

Quanto tempo demora?

Habitualmente o tempo que leva a administrar o produto é menos de 5 minutos, o procedimento completo incluindo a preparação do material e do doente (posicionamento, desinfeção da pele, etc), costuma demorar cerca de 15 a 30 minutos.

Benefícios

A injeção intra-articular de corticoides costuma provocar uma rápida melhoria da dor e dos sinais inflamatórios da articulação, prevenindo ou melhorando a limitação funcional , acelerando a evolução favorável da inflamação e diminuindo a necessidade de tratamentos mais agressivos, com riscos potencialmente.

Riscos gerais

As três principais complicações das infiltrações articulares são as seguintes:

  • Reação alérgica à medicação, hipotensão arterial, assim como casos raríssimos de complicações alérgicas muito graves (anafilaxia), com risco de vida;
  • Lesão de vasos, nervos ou tendões adjacentes;
  • Infeção do local da injeção, da articulação ou tecidos adjacentes é uma complicação grave mas muito rara, se o procedimento for realizada com os cuidados de assepsia habituais;

Medicamentos biológicos

Também denominados medicamentos biológicos, são fármacos modificadores da doença que atuam no seu sistema imunitário (o sistema de defesa natural do organismo) agindo sobre a inflamação subjacente provocada por determinadas doenças.

Os medicamentos biológicos podem ser eficazes na redução da dor e da rigidez, e são administrados sob a forma de injeção subcutânea ou intravenosa, sob supervisão de um profissional de saúde.

Estes medicamentos têm indicações específicas, não sendo adequados para todas as pessoas e podem ter efeitos secundários graves. O seu médico saberá decidir se estes medicamentos poderão ser adequados para si.

Antibióticos na dor de costas

Caso tenha uma infeção na coluna ou numa zona envolvente, o tratamento com antibióticos poderá ser uma forma eficaz de tratamento e de alívio da dor.

Protocolo farmacológico para controlo da dor

Algoritmo terapêutico para controlo da Dor de costas e artropatias inflamatórias
Algoritmo terapêutico para controlo da Dor

Diagnostico dos problemas na coluna

O que quer saber o seu médico?

Uma vez que diferentes tipos de dor na coluna requerem formas diferentes de tratamento, o seu médico irá querer saber quando começou a sua dor, qual a intensidade e de que forma afeta o seu dia-a-dia.

Quando começou a dor?

O seu médico irá precisar de saber como e quando começou a sua dor, portanto, antes da primeira consulta, pense nas seguintes questões:

  • Lembra-se ao certo quando se apercebeu pela primeira vez da sua dor, ou foi surgindo gradualmente, intensificando-se com o passar do tempo?
  • Lembra-se de algum problema ou acontecimento em concreto que relacione com o início à dor? Se sim, quando ocorreu?
  • A dor surge após algumas atividades? Como por exemplo, a prática de exercício físico?
  • A sua dor tem vindo a melhorar ao longo do tempo, ou a agravar-se?
Importante saber descrever a dor

Dor é difícil de descrever, pois surge de diversas formas. Desde uma sensação de ardor a uma pontada ou sensação de distensão, não é fácil definir a dor na coluna. Porém, é importante que a descreva da melhor forma possível, pelo que não finja que a sua dor é melhor ou pior do que é na realidade. Tente ao máximo ser claro e preciso na sua descrição.

Antes de ir ao médico, pense na resposta que poderá dar às seguintes perguntas:

  • Consegue identificar uma zona específica da sua coluna onde sente dor?
  • A sua dor desloca-se, atinge outras partes do corpo ou é generalizada?
  • A intensidade de dor diminui ou aumenta com determinadas atividades?
  • O padrão da dor é sempre igual ou sente dor em diferentes partes do corpo?
  • Como descreve a sensação de dor? Podem ser usadas palavras como “lancinante”, “constante”, tipo moinha, “forte”, “pungente”, “pontada” ou latejante para descrever a dor. Qual destes adjetivos melhor define o tipo de dor que sente?

Dor de costas como afecta a tua vida?

Viver com dores na coluna pode também provocar problemas no dia-a-dia. É importante que o seu médico compreenda de que forma a dor está a afetá-lo, a afetar a sua capacidade de trabalhar ou o desempenho das suas tarefas quotidianas, e também de que forma afeta a sua vida familiar. O médico poderá colocar as seguintes questões:

  • A sua dor impede-o de realizar algumas atividades do dia-a-dia?
  • Que efeito tem o exercício físico ligeiro ou a ida ao ginásio na dor?
  • A dor dificulta-lhe o sono ou acorda-o durante a noite?
  • Sentar-se ou deitar-se alivia-lhe a dor?
  • A dor afetou-lhe o apetite?
  • Que fatores aliviam ou agravam a sua dor?
O exame físico

O seu médico irá querer examinar a sua coluna e a zona envolvente, para perceber a causa principal da dor. Poderá ainda solicitar outros exames, como exames imagiológicos e/ou análises ao sangue.

O seu historial clínico

Os problemas de saúde anteriores podem ser importantes, por isso, é normal que o seu médico lhe pergunte pelos seus antecedentes clínicos. Tente responder da melhor forma possível, pois isso irá ajudar o médico a chegar a um diagnóstico.

Durante a consulta, o médico poderá perguntar-lhe:

  • Se sofreu recentemente alguma perda inexplicável de peso
  • Se teve alguma infeção recentemente
  • Se tem antecedentes familiares de alguma doença
  • Se está a tomar alguma medicação
Outros profissionais de saúde

O seu médico poderá também referenciá-lo para vários outros especialistas. Cada um deles é especializado numa área específica e poderá trabalhar consigo para alcançar um diagnóstico e tratar da melhor forma a sua patologia, ao longo do tempo.

A tabela abaixo explica quem são esses diferentes especialistas e o que fazem. Se tiver alguma outra dúvida, fale com o seu médico.
Profissional de SaúdePapel no tratamento da dor lombar
Médico de Medicina Geral e Familiar (MGF)O seu médico de MGF é o primeiro especialista a contactar em caso de dor na coluna vertebral. É ele quem irá avaliá-lo com base nos primeiros sintomas e, se necessário, encaminhá-lo para um especialista para uma avaliação mais exaustiva, para a realização de exames de diagnóstico ou para tratamento.
FisioterapeutaPoderá ser encaminhado para um fisioterapeuta, um profissional de saúde especializado na movimentação e funcionamento do corpo. O fisioterapeuta irá avaliar a sua dor na coluna e poderá realizar terapia manual ou exercícios terapêuticos.
ReumatologistaSe a sua dor na coluna vertebral for considerada de natureza inflamatória, o seu médico de Medicina Geral e Familiar poderá encaminhá-lo para este médico especialista em doenças reumáticas, causa frequente de dor inflamatória na coluna, bem como em diversas outras patologias que afetam as articulações, os ossos e os músculos. O reumatologista poderá solicitar exames de diagnóstico e poderá dar início a um tratamento, dependendo da causa da sua dor na coluna.
Ortopedista ou NeurocirurgiãoA cirurgia pode ser uma solução para o tratamento da dor na coluna, quando outros tratamentos não resultaram. Dependendo da causa da sua dor, poderá ser encaminhado para um cirurgião, que irá avaliar se a cirurgia é a forma correta de tratar a sua dor na coluna. Podem ser Ortopedistas ou Neurocirurgiões.
Enfermeiro de Apoio à ReumatologiaEnfermeiros com formação para realizar atividades de apoio aos reumatologistas, como por exemplo, observação das articulações, administração de tratamentos. Poderão ainda dar-lhe apoio a nível emocional e social.
RadiologistaO seu médico assistente pode encaminhá-lo para um radiologista, ou seja, um especialista médico para a realização de exames imagiológicos (radiografias, TAC ou RMN) à sua coluna. Isto irá ajudar a identificar a causa da sua dor na coluna.

Dor crónica na coluna

A dor na coluna vertebral aguda ou de curta duração, dura alguns dias a algumas semanas. A maior parte dos casos de dor na coluna é de natureza mecânica. Quando a dor se prolonga por mais de 3 meses, denomina-se dor crónica na coluna. Independentemente da origem da sua dor na coluna, do tipo de dor que apresente ou da sua duração, se considerar que a dor está a incomodá-lo, deve consultar o seu médico.

Caso sofra de dor na coluna há mais de 3 meses, deverá ser investigada a sua causa e tratada o mais rapidamente possível e de forma adequada. Consultar o seu médico e ter um diagnóstico correto irá garantir-lhe um tratamento adequado para a dor na coluna e poderá ajudá-lo a ter uma vida com menos dor.

Impacto físico e emocional

A dor na coluna pode ter um grande impacto na sua vida, tanto a nível físico como emocional. Embora a maior parte dos casos de dor na coluna seja de tipo agudo e desapareça ao fim de alguns dias ou semanas, a dor crónica na coluna descreve a dor que se prolonga por mais de 3 meses.  A dor física pode tornar alguns aspetos da vida quotidiana, como caminhar, manter-se de pé e sentar-se, dolorosos e debilitantes.

Além do impacto físico da dor crónica na coluna vertebral, poderá também afetar outros aspetos da sua vida, como os hábitos de sono e a o seu estado emocional. O seu bem-estar emocional e a sua capacidade para trabalhar e estudar podem ser afetados pela sua dor na coluna e, por vezes, conduzir a maior ansiedade e depressão, sobretudo se a dor não desaparecer.

Como gerir a dor na coluna?

Algumas das abordagens seguintes são mais adequadas à dor inflamatória pelo que depois de feito o diagnóstico, o seu médico pode recomendar-lhe diversas opções terapêuticas, com base na sua patologia específica e no seu estilo de vida.

Exercício físico cuidado!

Dependendo da causa da sua dor na coluna, manter a atividade física pode melhorar a sua postura, a mobilidade da sua coluna e a dor e rigidez no geral principalmente na dor inflamatória. O seu médico ou fisioterapeuta podem recomendar-lhe um programa de exercícios físicos que ajude a recuperar a força muscular na sua coluna. Fale sempre com o seu médico antes de iniciar qualquer atividade física.

Terapia manual

A Fisioterapia , quiropatia ou osteopatia são terapias que podem ser associadas às restantes terapêuticas.

Fisioterapia

A fisioterapia pode ajudá-lo a aprender a recuperar movimentos que ficaram restritos devido à dor na coluna, e pode incluir abordagens distintas, como programas de exercícios específicos, terapia manual (como massagens) ou hidroterapia, um tipo de exercício realizado numa piscina de água morna e que se centra na melhoria da amplitude de movimentos ou força.

Os fisioterapeutas podem também avaliar a sua condição física e ajudá-lo a planear um bom programa de exercício físico.

Acupuntura

A acupuntura envolve a introdução de agulhas muito finas em pontos específicos do corpo. A acupuntura tem-se revelado efetiva no tratamento da dor lombar, redirecionando os impulsos dolorosos para longe do cérebro e fazendo assim com que sinta menos dor, ao mesmo tempo que estimula a libertação de endorfinas, hormonas analgésicas endógenas produzidas pelo organismo.

Terapia comportamental

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma técnica que envolve direcionar pensamentos e comportamentos negativos para outros mais positivos. Esta técnica pode ser usada em combinação com outras terapêuticas, para ajudar a gerir os efeitos psicológicos da sua dor crónica na coluna.

Cirurgia

A cirurgia é normalmente ponderada em casos concretos de problemas da coluna, quando a dor é desencadeada por uma malformação congénita ou quando foram já tentadas outras terapêuticas, com manutenção ou agravamento da dor. Nestes casos, poderá ser encaminhado para um especialista, que irá discutir consigo em pormenor as vantagens e os riscos de uma intervenção cirúrgica.

Mudanças de estilo de vida

Descubra as mudanças de estilo de vida que podem ajudar a melhorar a sua dor  inflamatória na coluna.

Caso tenha dor inflamatória na coluna, fazer algumas alterações no estilo de vida pode aliviar uma parte do desconforto sentido diariamente. Estas pequenas alterações podem ajudar a aliviar uma parte da frustração que pode afetá-lo. Apesar de algumas das sugestões poderem aplicar-se à dor mecânica na coluna de curta ou longa duração, esta secção foi sobretudo concebida para ajudar pessoas com dor inflamatória na coluna.

Dicas para minimizar a dor no dia-a-dia

Dormir, conduzir e fazer compras são apenas algumas das atividades quotidianas que costumamos tomar como certas. Caso sofra de dor inflamatória na coluna, eis algumas dicas de como poderá minimizar o impacto sobre as suas atividades do dia-a-dia:

  • Se fizer viagens longas de carro, planeie paragens regulares, para caminhar e esticar as pernas
  • Experimente fazer as compras de supermercado pela Internet, para evitar ter de carregar sacos pesados
  • Fale com o seu fisioterapeuta ou médico para sugestões simples de alongamentos e diferentes apoios lombares

Dicas para minimizar a dor no trabalho

O local de trabalho é um sítio onde habitualmente a dor lombar o afeta mais. Tenha em conta as seguintes sugestões para diminuir os problemas no local de trabalho:

  • Informe as pessoas – colegas de trabalho, o diretor de Recursos Humanos, o sindicato e/ou a entidade patronal. A entidade patronal pode disponibilizar algumas opções de serviços ou assistência de saúde
  • Se possível, ajuste o horário laboral ou trabalhe a partir de casa
  • Solicite uma avaliação ao posto de trabalho, caso detete problemas específicos relacionados com o seu posto de trabalho
  • Verifique o equipamento e certifique-se de que é seguro e adequado para o seu problema de saúde
  • Informe-se sobre quaisquer apoios a que tenha direito

Passar grande parte do dia sentado a uma secretária pode causar rigidez dor na coluna. Levantar-se regularmente, caminhar e alongar os músculos pode ajudar, já que pode aliviar uma parte da dor e do desconforto sentidos durante o dia. Sempre que possível, levante-se – por exemplo quando atender um telefonema.

Exercício físico

Embora não seja uma cura, a prática regular de exercício físico poderá ajudar a aliviar alguma da dor associada a determinadas patologias inflamatórias. Alguns tipos de exercício físico podem ser-lhe mais benéficos do que outros. Assim, deverá discutir com o seu médico qual o tipo de exercício físico mais adequado para o seu problema.

Minimizar a dor ao viajar

As viagens podem implicar algum planeamento, e caso sofra de dor inflamatória na coluna vertebral, poderá ter de fazer algumas adaptações. Eis alguns aspetos a considerar para tornar a sua viagem mais agradável:

  • Se viajar de avião ou fizer viagens longas de autocarro ou comboio, peça ao seu médico assistente ou fisioterapeuta que lhe indique alguns exercícios que possa realizar sentado
  • Se possível, durante a viagem, levante-se regularmente para alongar e caminhar um pouco
  • Leve sempre consigo receitas para qualquer medicação que esteja a fazer
  • Pode também solicitar ao seu médico assistente uma carta onde explique formalmente que medicação está a tomar e para que serve

Concluindo

Se tem dor de costas consulte sempre o seu médico. Podem ter causas muito variadas que muitas vezes não têm a ver com a coluna vertebral, mas que devem ser bem diagnosticadas para que se possa implementar o tratamento mais eficaz.

A dor seja ela qual for deve sempre ser tratada atempadamente de forma a diminuir a sua intensidade e possibilidade de se tornar crónica. Se já tem dor crónica não desespere!  Existem hoje muitas armas terapêuticas para ajudar a tornar o seu dia-a-dia menos doloroso!

O médico começará quase sempre por uma abordagem clássica com Paracetamol e AINEs utlizados em conjunto se necessário e acrescentando  mais tarde, se tal se justificar, analgésicos opióides, começando pelas dosagens mais baixas.

Nos casos mais graves existem equipas de médicos de várias especialidades ( equipas da dor ), que cruzam os seus conhecimentos de maneira a aplicar terapêuticas menos convencionais nos doentes com dores mais intensas e persistentes, nomeadamente os que têm DOR NEUROPÁTICA que, em linguagem simples, se pode descrever como uma lesão de um nervo que envia constantemente ao cerebro uma mensagem de dor.

E claro há hábitos diários que pode sempre alterar para melhor tais como comer de forma mais saudável, caminhar ao ar livre ( de preferência junto ao mar, rio ou floresta ) conversar… enfim tarefas que ajudam a abstrair-se da dor e pensar em coisas mais positivas! Parecem coisas banais mas têm comprovadamente efeitos terapêuticos!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Referências:

Dor de barriga apendicite perigosa verdade



Dor de barriga apendicite e outros perigos, toda a verdade! Quais as dores mais perigosas? Quais as causas? Quais os perigos? Quais os órgãos envolvidos? Quais os sinais de alarme? A região abdominal é aquela que possui mais órgãos no nosso corpo, aumentando as probabilidades de doer devido a uma vasta quantidade de causas e doenças diferentes. A dor abdominal, chamada popularmente de dor de barriga, pode ser simplesmente fruto de uma obstipação pontual mas é muitas vezes um desafio para o médico, dada a grande quantidade de diagnósticos diferenciais possíveis.

Na maioria das vezes, a dor de barriga é uma condição de saúde benigna e autolimitada. Certamente que já teve uma dor de barriga de leve intensidade, que desapareceu sem necessidade de tratamento médico. No entanto, quando a dor abdominal é de forte intensidade ou há outros sintomas associados, como febre, vómitos, prostração ou diarreia com sangue, a avaliação de um médico é necessária.

A dor abdominal pode ser aguda ou crónica e requer, frequentemente, uma ida ao médico. Uma criança com dor abdominal é sempre motivo de preocupação para os pais, o que leva frequentemente a recorrer ao médico.

Leia também: Estas são as 7 dores que nunca deve ignorar!

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Órgãos da região abdominal
  • Quadrantes abdominais
  • Órgãos localizados em cada quadrante
  • Patologias originam dor abdominal aguda
  • Diagnóstico da causa da dor de barriga
  • Sintomas e sinais de alarme na dor abdominal aguda
  • Caraterística da dor abdominal crónica
  • Sinais de alarme na dor abdominal crónica
  • Dor abdominal funcional
  • Crianças com dor abdominal funcional
  • Dor do lado direito do abdómen, quais as causas mais comuns?
  • Dores no centro da barriga, quais as causas mais comuns?
  • Dor no baixo ventre, quais as causas mais comuns?
  • Dores do lado esquerdo do abdómen, quais as causas mais comuns?
  • Apendicite, quais os perigos?
  • Apendicite o que é?
  • Sintomas de apendicite
  • Apendicite em bebés, crianças e adolescentes
  • Tratamento para a apendicite




Órgãos da região abdominal

Todos os órgãos que se encontram dentro da cavidade abdominal e da cavidade pélvica podem causar dor de barriga. Algumas vezes, os órgãos da cavidade torácica também podem causar dor abdominal, como é o caso do coração ou das inflamações nas bases dos pulmões.

Os órgãos dentro do abdómen que podem causar dor abdominal são:

  • Fígado,
  • Vesícula biliar,
  • Vias biliares,
  • Pâncreas,
  • Baço,
  • Estômago,
  • Rins,
  • Glândulas suprarrenais,
  • Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo),
  • Cólon (incluindo apêndice).

Orgãos abdominais melhorsaude.org melhor blog de saude

Já os órgãos dentro da pelve são:

  • Ovários,
  • Trompas,
  • Útero,
  • Bexiga,
  • Próstata,
  • Reto,
  • Sigmoide (porção final do intestino grosso).

Pelve melhorsaude.org melhor blog de saude

Quadrantes abdominais

Para tornar mais fácil a localização dos órgãos na grande cavidade abdominopélvica, os anatomistas dividiram a cavidade abdominopélvica em nove regiões, sendo definidas da seguinte forma:

  1. Região Hipocondríaca Direita
  2. Região Epigástrica
  3. Região Hipocondríaca Esquerda
  4. Região Lateral Direita
  5. Região Umbilical
  6. Região Lateral Esquerda
  7. Região Inguinal Direita
  8. Região Púbica (Hipogástrica)
  9. Região Inguinal Esquerda

Quadrantes do abdómen melhorsaude.org melhor blog de saude

Outro modo mais simples de dividir a cavidade abdominopélvica é em Quatro Quadrantes.
Esse método é frequentemente utilizado para localizar uma dor ou descrever a localização de um tumor. Os planos sagital, mediano e transversal passam através do umbigo e dividem a região abdominopélvica nos quatro quadrantes seguintes:

  • Quadrante superior direito
  • Quadrante superior esquerdo
  • Quadrante inferior direito
  • Quadrante inferior esquerdo

Quadrantes abdominais melhorsaude.org melhor blog de saude

Quadrante superior direito:

  • Lobo direito do fígado
  • Vesícula biliar
  • Piloro
  • Duodeno
  • Cabeça do pâncreas
  • Flexura hepática do cólon
  • Partes do cólon ascendente e transverso

Quadrante superior esquerdo:

  • Lobo esquerdo do fígado
  • Estômago
  • Corpo do pâncreas
  • Flexura esplénica do cólon
  • Partes do cólon transverso e descendente

Quadrante inferior direito:

  • Ceco e apêndice
  • Parte do cólon ascendente
  • Parte do ovário na mulher

Quadrante inferior esquerdo:

  • Cólon sigmoide
  • Parte do cólon descendente
  • Parte do ovário na mulher



Dor de barriga aguda 

A dor abdominal aguda é um sintoma comum em várias patologias, tais como:

  • Gastroenterite;
  • Apendicite;
  • Infeção urinária;
  • Invaginação;
  • Adenite mesentérica;
  • Obstipação;
  • Úlcera péptica;
  • Pancreatite;
  • Patologia do ovário;
  • Litíase renal (pedra no rim) ou litíase biliar (pedra na vesicula);
  • Pneumonia (quando se manifesta na base do pulmão juntamente com febre e dificuldade respiratória);
  • Etc…

Leia também: Obstipação toda a verdade!

Diagnóstico

Para facilitar o diagnóstico, deve ser feita uma história detalhada sobre a origem e evolução dos sintomas. Diversos fatores são importantes no processo de diagnóstico, a saber:

  • Idade;
  • Tipo de dor;
  • Localização da dor;
  • Duração da dor;
  • Hora do dia;
  • Presença de outros sintomas tais como:
    • Febre,
    • Náuseas,
    • Vómitos,
    • Sintomas urinários,
    • Alterações do trânsito intestinal.

Sinais de alarme na dor abdominal aguda

Na maioria das situações benignas a dor de barriga localiza-se no umbigo ou em volta deste. As crianças com dor abdominal vomitam frequentemente, mas a maioria das vezes os vómitos desaparecem rapidamente. Além da sensação de doença (sentir-se doente), alguns sinais de alarme que aconselham consulta médica são:

  • Dor localizada em outras áreas, principalmente no quadrante inferior direito do abdómen levantando a hipótese de apendicite;
  • Dor com duração superior a 24h,
  • Febre alta,
  • Palidez,
  • Sudação (suar sem razão aparente),
  • Prostração (fadiga),
  • Recusa em brincar,
  • Recusa em beber ou comer,
  • Vómitos persistentes (já amarelados/verdes ou com sangue),
  • Laivos de sangue na diarreia ou alterações na pele.

Dor abdominal crónica, sintomas

A dor abdominal crónica é um motivo muito frequente de consulta, sobretudo no sexo feminino. Os doentes geralmente têm uma sintomatologia pouco específica e na investigação dessas situações apenas em 10% se encontra uma causa orgânica, como por exemplo:

  • Doença de refluxo gastroesofágico;
  • Úlceras gástricas;
  • Gastrite;
  • Alergia alimentar;
  • Intolerância à lactose,
  • Doença inflamatória do intestino;
  • Doença celíaca;
  • Litíase biliar;
  • Pancreatite;
  • Parasitose.

Sinais de alarme na dor abdominal crónica

As seguintes condições de saúde devem ser motivo de alarme e consulta médica:

  • Dor que acorda a criança a meio da noite;
  • Dor bem localizada e longe do umbigo;
  • Vómitos persistentes (sobretudo biliosos);
  • Diarreia crónica grave;
  • Febre;
  • Perda de peso;
  • Atraso de crescimento,
  • Exantema cutâneo,
  • Dor articular;
  • Sangue nas fezes;
  • Fístula/fissura anal;
  • História familiar de doença péptica e /ou doença inflamatória do intestino;
  • Idade inferior a quatro anos.

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Dor abdominal funcional

A dor abdominal funcional caracteriza-se por ter uma causa funcional ou seja não identificada com testes laboratoriais. São diversos os factores implicados nestas queixas abdominais sendo os mais importantes os seguintes:

  • Stress psicológico;
  • Hipersensibilidade visceral;
  • Distúrbios da motilidade gastrointestinal.

Crianças com dor abdominal funcional

Crianças com sintomas funcionais têm geralmente as seguintes características pessoais:

  • Tímidas,
  • Ansiosas,
  • Perfeccionistas,
  • Interiorizam muito os seus problemas.

Estas crianças têm episódios curtos de dor abdominal periumbilical (na zona do umbigo) que não se relacionam temporalmente com a ingestão de alimentos, defecação ou exercício. Por vezes têm algumas características e sintomas associados a saber:

  • Cefaleias,
  • Fadiga,
  • Dores no corpo,
  • Mantêm o apetite e um bom desenvolvimento de peso e estatura;
  • O seu exame físico e os exames complementares não revelam alterações;
  • Muitas vezes há história familiar de enxaqueca ou de dor abdominal recorrente.

A aceitação por parte dos pais e pela criança da possibilidade de existir uma causa biopsicológica para a doença é um fator importante para a resolução dos sintomas.

Causas da dor do lado direito do abdómen

As dores de barriga no lado direito podem ser dividas em dores no quadrante superior direito e quadrante inferior direito.

Quadrante superior direito do abdómen

As principais causas de dor neste quadrante são:

  • Causadas pelo fígado e pela vesícula, com destaque para a cólica biliar, provocada por pedra na vesícula ou colecistite.
  • Inflamações do fígado, como nos casos de hepatite viral, também podem causar dor nesta região.
  • Lesões na porção inferior do pulmão direito podem ser uma causa de dor abdominal à direita sem origem no abdômen.

Quadrante inferior direito do abdómen

Neste quadrante as causas intestinais são as mais prevalentes, com destaque para:

  • Apendicite;
  • Nas mulheres, problemas no ovário, como a presença de um quisto, também são muito comuns;
  • Uma gravidez ectópica na trompa direita;
  • Problemas no testículo;
  • Cálculo renal que tenha migrado para a região inferior do ureter podem manifestar-se com dor no quadrante inferior do abdômen (esquerdo ou direito);
  • Dor de origem muscular deve ser pensada, caso o paciente tenha feito esforço excessivo recentemente.

Dor no centro da barriga

A dor no centro da barriga, também chamada  dor na boca do estômago, é geralmente provocada por problemas estomacais. A gastrite ou a úlcera péptica são as causas mais comuns. Problemas do pâncreas, como a pancreatite, costumam causar intensa dor de barriga em toda a parte superior, podendo irradiar para as costas.  Tanto os problemas do estômago como os do pâncreas podem causar uma dor descrita como dor no fundo da barriga.

Dor de origem muscular também pode afectar esta região.

O infarte agudo do miocárdio, em alguns casos, pode irradiar para a região central do abdômen, podendo ser confundido inicialmente com algum problema de estômago.

Dor no baixo ventre

Dores abdominais que se localizam no chamado de baixo ventre ou região hipogástrica, são geralmente provocadas por:

  • Bexiga ou útero, este último, obviamente, só no caso das mulheres.
  • Infeção urinária (cistite) e cólica menstrual são as causas mais comuns.
  • Quadros diarreicos, como gastroenterite viral ou intoxicação alimentar também podem causar dor nesta região, mas geralmente são mais dispersos por todo o abdómen.
  • Gravidez não costuma causar dor, apenas uma sensação de peso. Porém, em caso de aborto, podem haver cólicas intensas.

Dor no lado esquerdo do abdómen

Assim como do lado direito, as dores de barriga no lado esquerdo podem ser dividas em dores no quadrante superior  e quadrante inferior.

Quadrante superior esquerdo

As dores mais comuns neste quadrante têm as seguintes origens:

  • Musculares;
  • Estômago;
  • Raramente, o baço, órgão localizado abaixo das costelas do lado esquerdo do abdómen;
  • Dor epigástrica;
  • Enfarte também pode causar dor no quadrante superior esquerdo da barriga.
  • Problemas na base do pulmão esquerdo também podem ser a causa.

Região central e inferior do abdómen esquerdo

Os problemas intestinais costumam ser as principais causas:

  • Gastroenterites,
  • Diverticulite.

Nas mulheres com dor no quadrante inferior esquerdo, problemas nos ovários e uma possível gravidez ectópica devem sempre ser lembrados.

Apendicite, quais os perigos?

DOR NO ABDÓMEN melhorsaude.org melhor blog de saude

Para uma localização e diagnóstico mais adequado da causa da dor abdominal, divide-se o abdómen em 4 quadrantes, conforme descrito na imagem seguinte:

Quadrantes do abdómen melhorsaude.org melhor blog de saude

Apendicite

A apendicite é uma doença comum causada pela infeção do apêndice. Afeta cerca de 7% da população, o que a torna uma das principais emergências médicas em todo o mundo. A apendicite geralmente surge entre os 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, apesar de ser rara nas crianças com menos de 2 anos.

Apêndice o que é? Onde se localiza?

Localização do apêndice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do apêndice e órgãos próximos

O apêndice é um órgão com tamanho e localização variáveis, e a sua proximidade com outros órgãos da pelve e do abdómen podem fazer com que os sintomas de apendicite sejam parecidos com os de outras doenças, tais como, diverticulite, torção do ovário, gravidez ectópica, cálculos renais e outros problemas do abdómen ou da pélvis.

Apendice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do #apêndice

Sintomas da apendicite

O sintomas da apendicite nem sempre se manifestam do lado direito do abdómen. Assim de seguida descrevo os diversos cenários de sintomatologia associada à apendicite.

Dor abdominal típica:

  • A dor típica começa de forma difusa junto ao umbigo e no espaço de 24 horas migra para o quadrante inferior direito do abdómen;
  • Tipicamente existe dor à palpação do abdómen que se torna muito mais intensa quando se retira de repente a mão que executa a palpação ( sinal de Blumberg )

Dor abdominal atípica:

  • Em cerca de 15% das pessoas o apêndice localiza-se mais posteriormente, fazendo com que o local da dor da apendicite seja diferente. Neste caso o paciente pode queixar-se de dor lombar  à direita, dor no quadrante superior direito ou dor em todo o flanco direito.
  • Há também aqueles pacientes com apêndices mais baixos, cuja ponta se estende até a região da pelve. Nestes casos, a dor pode ser na virilha à direita, no ânus ou na região púbica. Evacuar ou urinar podem provocar exacerbações da dor.

Dor abdominal do lado esquerdo:

  • Apesar de raro, não é impossível que o paciente com apendicite tenha dor do lado esquerdo do abdómen, caso o apêndice seja mais comprido que o habitual e se estenda até o lado esquerdo da cavidade abdominal. Porém, apendicite não deve ser a primeira hipótese diagnóstica nos pacientes com dor abdominal no lado esquerdo, exceto nos raros casos de situs inversus (condição rara na qual os pacientes apresentam órgãos do tórax e abdómen em posição oposta à habitualmente esperada).
  • Endurecimento da parede do abdómen
  • Enjoos ( em 90% dos casos )
  • Vómitos ( em 90% dos casos )
  • Perda do apetite ( em 90% dos casos )
  • Febre
    • A febre é geralmente baixa. Só existe febre alta quando há perfuração do apêndice e extravasamento de material fecal dos intestinos para dentro da cavidade abdominal, o que gera uma intensa reação inflamatória e grave infeção.
  • Diarreia
  • Prisão de ventre
  • Distensão abdominal
  • Leucocitose (aumento do número de leucócitos ou glóbulos brancos no hemograma). Mais de 80% dos pacientes com apendicite aguda apresentam leucocitose no exame de hemograma. Quanto mais intensa é a leucocitose, em geral, mais extenso é o processo inflamatório.

Nem todos os sinais e sintomas listados acima estão necessariamente presentes nos pacientes com apendicite aguda. Alguns, tais como diarreia, prisão de ventre ou distensão abdominal, ocorrem em menos da metade dos casos.

Tipicamente os três sintomas associados mais comuns num quadro de apendicite são a dor abdominal, os vómitos e perda do apetite.

Sintomas em bebés, crianças e adolescentes 

O quadro clínico da apendicite em adolescentes é basicamente o mesmo dos adultos. Já nas crianças com menos de 12 anos, os sintomas podem ser um pouco diferentes.

Crianças entre 5 e os 12 anos (sintomas)

Assim como nos adultos, a dor de barriga e os vómitos são os sintomas mais comuns nas crianças em idade escolar, embora a característica migração da dor da região peri umbilical para o quadrante inferior direito possa não ocorrer.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor no quadrante inferior direito do abdómen – 82%
  • Náuseas – 79%
  • Perda do apetite – 75%
  • Vómitos – 66%
  • Febre – 47%
  • Diarreia- 16%

Crianças de 1 a 5 anos de idade

A apendicite é incomum em crianças com menos de 5 anos. Febre, vómitos, dor abdominal difusa e rigidez abdominal são os sintomas predominantes, embora irritabilidade, respiração ruidosa, dificuldade para andar e queixas de dor na região direita do quadril também possam estar presentes.

A típica migração da dor para o quadrante inferior direito do abdómen ocorre em menos do que 50% dos casos. Diarreia e febre, todavia, são bem mais comuns que nos adultos. As crianças pequenas costumam apresentar febre baixa (ao redor de 37,8ºC) e ruborização das bochechas.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor abdominal – 94%
  • Febre – 90%
  • Vômitos – 83%
  • Dor à descompressão – 81%
  • Perda do apetite – 74%
  • Rigidez abdominal – 72%
  • Diarreia- 46%
  • A distensão abdominal – 35%

Bebés ou crianças com menos de 1 ano

Se a apendicite em crianças com menos de 5 anos é incomum, a apendicite em recém-nascidos e no primeiro ano de vida é ainda mais rara. A baixa frequência de apendicite nesta faixa etária deve-se provavelmente ao formato mais afunilado e menos propenso à obstrução do apêndice, em oposição ao formato mais tubular do órgão nos adultos e crianças mais velhas.

Apesar de rara, infelizmente, a mortalidade neonatal de apendicite é de quase 30%, pois o diagnóstico precoce é muito difícil, já que o quadro clínico costuma ser muito atípico. A distensão abdominal é mais comum que a própria dor abdominal, provavelmente porque os bebés não conseguem comunicar adequadamente.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Distensão abdominal – 75%
  • Vómitos – 42%
  • Perda do apetite – 40%
  • Dor abdominal – 38%
  • Febre – 33%
  • Inflamação da parede abdominal – 24%
  • Irritabilidade ou letargia – 24%
  • Dificuldade respiratória – 15%
  • Massa abdominal – 12%
  • Sangramento nas fezes – 10%

Tratamento para a apendicite

O tratamento é, naturalmente, cirúrgico com retirada do apêndice inflamado.

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Procedimento usa técnicas de Laparoscopia interna mas também de cirurgia tradicional

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Concluindo

O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo está errado e pode vir a ser potencialmente perigoso e ás vezes fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências:  

  • Dr. Houman Danesh, do Hospital Mt. Sinai, em Nova Iorque;
  • Dr. Pedro Pinheiro, especialista em Medicina Interna e Nefrologista. Títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.

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TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL TODA A VERDADE

Tensão pré-menstrual (TPM) toda a verdade! Embora possa não parecer este é um síndrome que pode destruir a vida de imensas mulheres e respetivas relações conjugais e sociais pois afeta cerca de 75% de todas as mulheres com ciclos menstruais regulares, obviamente com diferentes graus de gravidade! O que é a TPM? Quais os sintomas e quais as causas? Qual o melhor tratamento?

Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil.

Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Leia também: Top 16 doenças mais comuns nas mulheres, toda a verdade!

O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este síndrome nas mulheres afetadas, com vários graus de gravidade.

Neste artigo vou tratar ás seguintes questões:

  • Tensão Pré-Menstrual ou TPM o que é?
  • Qual a sua frequência?
  • Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM o que é?
  • Tipos de TPM;
  • Sintomas da TPM
  • Ansiedade e TPM A;
  • Compulsão ou desejo alimentar e TPM C;
  • Depressão e TPM D;
  • Hidratação e retenção de líquidos e TPM H;
  • Outros sintomas e TPM O;
  • Causas da Tensão Pré-Menstrual
  • Fatores de risco prováveis;
  • Influência da personalidade da mulher;
  • Alimentação qual influência?
  • Quais os sintomas da TPM por ordem de frequência?
  • TPM pode confundir-se com depressão?
  • Diagnóstico da TPM:
  • Que especialidades médicas devem ser consultadas?
  • O que deve perguntar ao médico?
  • O que vai perguntar o médico?
  • Tratamento da Tensão Pré-Menstrual:
  • Tratamento do Transtorno Disfórico Pré-menstrual ou  TDPM;
  • Pílula anticoncecional qual a influência?
  • Como gerir melhor a Tensão Pré-Menstrual?
  • Melhores hábitos para amenizar os sintomas da TPM.

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Tensão pré-menstrual ou TPM o que é?

A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.

Frequência

Cerca de 75% das mulheres com ciclos menstruais regulares são afetadas por alguma mudança de humor no período pré-menstrual. A mulher com TPM pode apresentar desde leves alterações do humor, até sintomas comportamentais graves, com grande impacto na qualidade de vida e prejuízos na vida social.

Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM

A TPM apresenta um pico de incidência entre os 25 e 35 anos de idade. A forma mais grave ocorre em  8-10% dos casos e é chamada de transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).

Tipos de tensão pré-menstrual

Nem todas as mulheres sentem os mesmos sintomas durante a TPM. São tantas as sensações que a medicina separou a tensão pré-menstrual em cinco tipos diferentes, que podem acontecer separadamente ou ao mesmo tempo nas mulheres, a saber:

  • TPM A e ansiedade
  • TPM C e compulsão alimentar
  • TPM D e depressão
  • TPM H e hidratação
  • TPM O e outros sintomas

Ansiedade e TPM A

A TPM tipo A está relacionada com a ansiedade. O estrogénio ajuda a baixar o stress. Na TPM A os níveis de estrogénio diminuem, existe maior libertação de adrenalina e cortisol e este fatores contribuem para um aumento acentuado de stress. Os principais sintomas são:

  • Ansiedade
  • Tensão
  • Dificuldade em dormir
  • Irritabilidade
  • Alterações de humor
  • Falta de concentração

Compulsão ou desejo alimentar e TPM C

A TPM tipo C está relacionada principalmente com a compulsão alimentar. Ela recebe a classificação C porque vem do inglês “craving”, que significa desejo. Se durante a menstruação ou antes dela prefere os restaurantes mais gordurosos ou ataca o chocolate que está no armário, esse é o seu tipo de TPM.

Os sintomas que se encaixam na TPM C são:

  • Compulsão por doces ou salgados
  • Vontade de comer guloseimas ou comidas diferentes
  • Dores de cabeça

A TPM tipo C está relacionada com os mecanismos de recompensa que temos no cérebro. Quando comemos um alimento rico em açúcar ou gordura, algumas áreas do cérebro são ativadas, dando a sensação de prazer. Como durante a TPM existem alterações hormonais, este mecanismo pode gerar uma reação exagerada, causando uma sensação de prazer ainda maior.

Depressão e TPM D

A tensão pré-menstrual do tipo D está relacionada com os sintomas depressivos. Os principais sinais dessa TPM são:

  • Raiva sem razão
  • Sentimentos perturbadores
  • Pouca concentração
  • Lapsos de memória
  • Baixa autoestima
  • Sentimentos violentos

Estes sintomas são causados geralmente pela redução de serotonina sendo uma  resposta exagerada do organismo perante às oscilações hormonais normais do período.

Hidratação e retenção de líquidos e TPM H

A TPM tipo H tem esse nome porque está relacionada com a “hidratação”. A TPM H está relacionada principalmente com a retenção de líquidos e suas consequências. Mulheres que têm a TPM do tipo H sentem:

  • Ganho de peso (por causa da retenção de líquido)
  • Inchaço ou distensão abdominal
  • Sensibilidade e inchaço nas mamas
  • Inchaço nas mãos e pés

Outros sintomas e TPM O

Existem outros sintomas menos comuns que também podem estar relacionados com a TPM. Esses sintomas foram agrupados e classificados como TPM tipo O  significando “outros” sintomas. Entre eles estão:

  • Alteração nos hábitos intestinais
  • Aumento da frequência urinar
  • Afrontamentos ou suores frios
  • Dores generalizadas, incluindo cólicas
  • Náuseas
  • Acne
  • Reações alérgicas
  • Infeções do trato respiratório

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Causas

Ainda não há uma explicação completa da causa da TPM. Os estudos sugerem uma interação das hormonas produzidas pelos ovários na segunda metade do ciclo menstrual com alguns neurotransmissores do sistema nervoso central, como a serotonina e a endorfina, associados ao controle do humor.

Não se sabe exatamente por que algumas mulheres tem síndrome de tensão pré-menstrual muito sintomática e outras não apresentam sintoma algum.

Já é comprovado que não há diferenças entre os níveis de estrogênios e progesterona entre mulheres com e sem TPM. Imagina-se que algumas mulheres sejam mais sensíveis às flutuações dos neurotransmissores cerebrais causados pelas alterações hormonais fisiológicas do ciclo menstrual.

Fatores de risco

Entre os fatores que, provavelmente, aumentam o risco de TPM estão:

  • Histórico familiar de TPM
  • Idade, sendo que os sintomas são mais comuns com o envelhecimento
  • Ansiedade, depressão ou outros problemas de saúde mental
  • Sedentarismo
  • Stresse
  • Uma dieta com baixo teor em vitamina B6, cálcio, ou magnésio
  • Alta ingestão de cafeína

Personalidade da mulher

Também ainda não se conseguiu comprovar qualquer relação entre os diferentes tipos de personalidade com a ocorrência ou não de TPM. Do mesmo modo, fatores de stress parecem não ter um papel tão importante no aparecimento da TPM como se pensava. Na verdade, é muito mais comum que a tensão pré-menstrual cause stresse do que o contrário.

Alimentação

A interferência da alimentação nos sintomas também é controversa. Excesso de sal, álcool e cafeína podem causar alterações nos níveis de neurotransmissores, porém, ainda não se conseguiu comprovar uma relação inequívoca entre dieta e TPM.

Alguns trabalhos mostraram relação entre o baixo consumo de vitaminas e sais minerais com a TPM, mas nada prova que a simples reposição destes melhora os sintomas de todas as mulheres com tensão pré-menstrual.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da TPM, em ordem decrescente de frequência, são:

  • Cansaço ou fadiga – 92%
  • Irritabilidade – 91%
  • Enfartamento – 90%
  • Ansiedade – 89%
  • Sensibilidade nas mamas – 85%
  • Alterações de humor – 81%
  • Depressão – 80%
  • Desejos alimentares – 78%
  • Acne – 71%
  • Aumento do apetite – 70%
  • Hipersensibilidade – 69%
  • Retenção de líquidos – 67%
  • Raiva e nervosismo – 67%
  • Choro fácil – 65%
  • Sensação de isolamento – 65%
  • Dor de cabeça – 60%
  • Memória fraca, esquecimentos – 56%
  • Sintomas gastrointestinais – 48%
  • Falta de concentração – 47%
  • Ondas de calor – 18%
  • Palpitações – 14%
  • Tonturas – 14%

Depressão e tensão pré-menstrual

Os sintomas da TPM e da TDPM podem ser confundidos com os de doenças psiquiátricas, como depressão e transtornos da ansiedade.

Os doentes com depressão podem piorar no período pré-menstrual e melhorar após a menstruação. Porém, eles nunca ficam completamente livres dos sintomas. Na síndrome de tensão pré-menstrual, os sintomas desaparecem por completo após a menstruação.

A estreita relação temporal com os sintomas a piorar na segunda metade do ciclo menstrual e resolução completa dos mesmos sintomas após a menstruação é a base para o diagnóstico da TPM.

Diagnóstico

Não existe um teste ou exame definitivo para o diagnóstico da TPM. O diagnóstico é dado após uma cuidadosa obtenção da história clínica e do exame físico da paciente. Análises de sangue são completamente normais na TPM, mas são solicitadas para se descartar outras causas para os sintomas, como, por exemplo, alterações da tireoide.

Médico especialista a consultar

Os especialistas que devem diagnosticar a TPM são:

  • Endocrinologista
  • Ginecologista

Estar preparada para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Para ajudar o médico pode chegar à consulta já com algumas informações importantes, a saber:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Historial médico, incluindo outras condições que a mulher tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça a uma pessoa da sua confiança para a acompanhar

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Quão graves são os sintomas?
  • Em que dias do ciclo menstrual os sintomas são piores?
  • Tem dias livres de sintomas durante o ciclo menstrual?
  • Pode prever quando os sintomas vão aparecer?
  • Alguma coisa parece fazer os sintomas melhores ou piores?
  • Os sintomas interferem com suas atividades diárias?
  • Você ou alguém da sua família foi diagnosticado com um transtorno psiquiátrico?
  • Que tratamentos já tentou até agora? Eles funcionaram?
  • Toma a pilula anticoncecional? Qual?
  • Quais os medicamentos e suplementos que toma?

Também é importante levar as suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pelas mais importantes. Isso garante que conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar.

Para TPM, algumas perguntas básicas incluem:

  • Há algo que eu possa fazer para minimizar os sintomas da TPM?
  • Os sintomas da TPM, eventualmente, podem desaparecer?
  • Será que esses sintomas indicam uma doença mais grave?
  • Recomenda um tratamento para os sintomas da TPM? Quais são os tratamentos disponíveis?
  • Existe uma alternativa genérica para o medicamento prescrito?
  • Existe literatura impressa que possa levar comigo? Que sites recomenda para melhor informação?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico do transtorno disfórico pré-menstrual

A TDPM é uma TPM grave. Normalmente, a paciente apresenta sintomas mais intensos, como explosões de raiva e crises de ansiedade. A paciente com transtorno disfórico pré-menstrual, ao contrário da TPM simples, apresenta problemas de relacionamento interpessoal e frequentemente entra em conflitos no trabalho, o que pode gerar prejuízos na vida íntima e profissional.

Para auxiliar no diagnóstico, o médico pode lançar mão de questionários, para serem preenchidos pela mulher, relatando seus sintomas durante todos os dias do ciclo menstrual.

Tratamento

Uma série de medicamentos podem ser úteis para controlar a TPM. Porém, muitas mulheres conseguem controlar os sintomas apenas com mudanças de estilo de vida.

  • A prática de exercícios físicos regulares e uma
  • Alimentação equilibrada, rica em frutas e verduras, e pobre em sal pode ajudar mais do que se imagina.
  • Técnicas de relaxamento
  • Suplementação de vitaminas pode ser indicada pelo seu médico, em alguns casos.

Não existe um único remédio ou tratamento para todas as mulheres que sofrem com TPM, mas sim tratamentos diferenciados em função dos sintomas manifestados. De seguida descrevemos algumas das abordagens de tratamento em função do tipo de TPM diagnosticado, a saber:

TPM A ( Ansiedade ) tratamento

A melhor maneira de amenizar o stresse e a ansiedade da TPM tipo A é praticando exercícios físicos, além de manter uma dieta adequada. A atividade física ajuda a liberar endorfinas, hormonas que dão a sensação de prazer.

Para casos mais graves, existem alguns medicamentos, como os ansiolíticos, que podem ser usados para amenizar os sintomas. No entanto só um médico, que pode ser o ginecologista, o endocrinologista ou um psiquiatra, poderá prescrever o tratamento mais adequado à mulher.

TPM C ( Compulsão alimentar ) tratamento

Para amenizar esse tipo de sintoma, primeiramente deve-se tentar fazer escolhas alimentares mais saudáveis ou então praticar atividade física – que ajuda a diminuir a dor de cabeça. Manter uma dieta equilibrada e rica em ômega 3, presente nos peixes e frutos do mar, pode ajudar a controlar essa compulsão.

O uso de ansiolíticos e alguns medicamentos para compulsão em casos específicos também pode ser receitado. Algumas mulheres relataram que suplementos como ômega 3 e óleo de prímula ajudam na redução dos sintomas de desejo.

A enxaqueca e dor de cabeça pode ser prevenida com o uso de medicamentos, como o topiramato. Mas só um médico poderá receitá-lo. Além disso, o uso de anticoncecional de baixa dose também pode ser utilizado e também analgésicos para o alívio da dor.

TPM D ( Depressão ) tratamento

Se os sintomas de depressão e tristeza forem graves, pode ser receitado o uso de antidepressivos. No entanto, geralmente os sintomas podem ser controlados com uma dieta equilibrada, prática de atividade física e cessação de vícios, como álcool e tabaco.

TPM H ( Hidratação ) tratamento

Em alguns casos o uso de diuréticos pode ser necessário para combater a retenção de líquido. No entanto, o principal é reduzir o consumo de alimentos que promovem a retenção de líquidos, como sal e cafeína. Isso ajuda a reduzir o inchaço e sensibilidade.

TPM O ( Outros ) tratamento

A libertação de agentes inflamatórios relacionados com o fluxo menstrual pode interferir no fluxo intestinal e causar dores, como cólicas. O uso de anti-inflamatórios nos dias que precedem o fluxo menstrual e nos primeiros dias pode ajudar a regularizar. Devido à retenção hídrica o organismo pode tentar autorregular-se, levando ao aumento na frequência de urina. Reduzir o consumo de sódio é a principal medida.

Já os afrontamentos e sudorese fria, se forem realmente incómodos, podem ser tratados com o uso dos anticoncecionais de baixa dosagem. Isso evita as oscilações hormonais maiores e com isso previne as queixas relacionadas com os afrontamentos que provocam uma sensação de calor intenso.

A acne terá tratamento local para redução da oleosidade e uso de anticoncecional com ação anti-androgénica, ou seja, bloquear a ação hormonal masculina sobre a pele.

As náuseas e infeções do trato respiratório têm um tratamento preventivo mais global, com prática de exercícios, redução de sal, cafeína, álcool, açúcar e cigarro.

Transtorno disfórico pré-menstrual tratamento

Nos casos mais sintomáticos ou naquelas com diagnóstico de TDPM a terapia medicamentosa deve ser utilizada.

Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina são os medicamentos de primeira linha. As drogas mais conhecidas desta classe são:

  • Sertralina
  • Fluoxetina
  • Paroxetina
  • Citalopram

Pílula anticoncecional

O uso de anticoncecionais apresenta efeitos dispares. Algumas mulheres referem grande melhoria do quadro, porém, outras queixam-se que piora.

A Yaz® é uma pílula aprovada especificamente para o controle da TPM e apresenta eficácia em mais de 60% do casos, o que a torna o anticoncecional com os melhores resultados.

Nos casos graves refratários ao tratamento convencional, pode-se lançar mão de drogas que inibam a produção de estrogênio e progesterona pelo ovário, chamadas agonistas do GnRH (Leuprolide). Essas drogas causam uma menopausa medicamentosa, por isso, para serem usadas de forma prolongada, o seu médico terá que fazer reposições de estrogênio e progesterona.

A grande maioria das mulheres consegue um bom controle da TPM com o tratamento, porém, em casos mais graves de TDPM, quando todos os tratamentos falham, a cirurgia para remoção dos ovários é uma opção que deve ser proposta para as mulheres que não desejam mais ter filhos.

Como gerir melhor a TPM?

O primeiro passo para gerir melhor a TPM é manter um diário menstrual. Anote o tipo de sintomas que tem, se são graves, quando ocorre a menstruação e quando é a ovulação. Isso pode ajudar a identificar padrões no ciclo e planear com antecedência a melhor maneira de lidar com os sintomas.

Siga algumas das seguintes dicas para lidar com os sintomas da TPM:

Pratique hábitos saudáveis:

  • Fazer pelo menos 2 horas e meia de exercícios moderados por semana
  • Comer uma dieta equilibrada, que inclui grãos integrais, proteínas, laticínios de baixo teor de gordura, frutas e legumes
  • Limitar cafeína, álcool, chocolate e sal
  • Considere suplementação de cálcio, ômega 3 e vitamina B6 com o seu médico
  • Parar de fumar

Como gerir melhor a dor?

Usar um medicamento anti-inflamatório não esteroide ou analgésico pode ajudar a aliviar a dor e reduzir o sangramento menstrual. Usar um sutiã com mais apoio, como um sutiã desportivo, pode ajudar a reduzir a dor na área.

Como reduzir o stress?

  • Tente algumas técnicas de relaxamento, tais como exercícios de respiração, yoga ou massagem terapêutica
  • Pratique uma melhor gestão do seu tempo e tente dormir o suficiente
  • Crie um sistema de apoio. Junte-se a um grupo de apoio sobre TPM e procure o apoio de seus amigos e familiares

Com este artigo pretendemos ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, das suas famílias e das suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Fique bem!

Franklim M. Fernandes

Por favor PARTILHE este artigo e ajude muitas mulheres e suas famílias a terem uma vida mais FELIZ!

Referências

Endometriose dores menstruais melhorsaude.org melhor blog de saude

CORAÇÃO QUAIS OS 7 SINAIS DE PERIGO?

Coração quais os sinais de perigo? Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, alguns sinais que, muitas vezes, parecem simples e comuns podem indicar que algo não vai bem com a saúde do coração, a saber:

  • Mal-estar
  • Cansaço
  • Falta de ar

Sentidos com maior ou menor frequência, estes são sintomas que podem indicar problemas no coração. Os problemas podem ser tanto no coração como relacionados com doenças respiratórias e stress. Por isso, o mais é indicado é procurar um especialista de forma a realizar um diagnóstico e posteriormente definir o tratamento ideal para cada caso.

Leia também: Insuficiência cardíaca, quais os sintomas e melhor tratamento 

Coração porque é o nosso motor?

Todas as células do organismo precisam de oxigénio e alimento para funcionarem. O veículo de transporte que faz chegar estas e outras substâncias às células é o sangue. O sangue é produzido na medula e oxigenado pelos pulmões; viaja continuamente através de uma complexa rede de artérias e vasos sanguíneos que o fazem chegar a todas as partes do corpo. O coração funciona como motor de todo este sistema, bombeando o sangue e as substâncias que este transporta, através das veias e das artérias.

Como funciona a máquina cardiovascular?

1. O sangue, carregado de oxigénio nos pulmões, chega à aurícula esquerda através das veias pulmonares.

2. O sangue passa para o ventrículo esquerdo, sendo daí bombeado para todo o corpo.

3. Quando o sangue regressa ao coração, já com pouco oxigénio, entra pela aurícula direita e sai pelo ventrículo direito para os pulmões, onde será oxigenado.

Esta máquina cardiovascular representa um circuito fechado e contínuo, no qual o sangue circula sempre no mesmo sentido: as artérias transportam o sangue oxigenado (ou arterial) para todo o corpo; as veias transportam o sangue venoso (já com pouco oxigénio), de volta ao coração.

Como bate o coração

As paredes do coração são revestidas por músculo — o chamado músculo cardíaco ou miocárdio. Este músculo contrai-se de forma automática, bombeando o sangue dentro do coração e para o seu exterior.

Anatomia do coração

Cada batida corresponde a duas fases distintas:

1.ª Fase — Diástole

Nesta fase os ventrículos estão relaxados. As válvulas entre as aurículas e os ventrículos abrem-se, para que o sangue “desça” das aurículas, enchendo os ventrículos. As válvulas de saída do coração (aórtica e pulmonar) estão fechadas. No final desta fase as aurículas contraem-se, bombeando o sangue para os ventrículos.

2.ª Fase — Sístole

Na segunda fase, é a vez dos ventrículos se contraírem, empurrando o sangue para o exterior do coração. Esta contração é vigorosa e pode-se sentir, colocando a mão no peito, do lado esquerdo. As válvulas de saída do coração abrem-se deixando o sangue fluir para a artéria aorta e artéria pulmonar.

Situações de mais esforço para o coração

Existem muitas situações que podem fazer com que o coração tenha que aumentar o ritmo das suas batidas. Por exemplo, esforços físicos, ansiedade ou stress. Nestas situações, quando o organismo precisa de mais alimento e oxigénio, o coração tem a capacidade de se adaptar, bombeando até quatro vezes mais sangue do que em estado de repouso.

  • Em repouso → são bombeados 5 litros de sangue por minuto.
  • Em esforço → podem chegar a ser bombeados 20 litros por minuto.

Geralmente, as situações acima descritas fazem com que a pressão arterial aumente temporariamente. No entanto, a pressão voltará a valores normais quando o corpo entra de novo em estado de repouso.

Fatores de desgaste para o coração

O coração tem assim uma grande capacidade de se adaptar aos diferentes estados emocionais e físicos pelos quais passamos. No entanto, como todas as “máquinas”, sofre um desgaste de acordo com as situações a que é sujeito, tais como:

Estes são alguns dos mais importantes factores de desgaste para o coração e, como tal, representam uma maior risco de doença cardíaca.

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Sintomas que podem ser de alerta

Existem  sintomas muito diversos que podem indicar problemas na saúde do coração. Por vezes passam absolutamente despercebidos porque a população em geral não tem o conhecimento suficiente para lhes dar a devida importância. Por exemplo é frequente quando se tem uma tosse noturna, jamais pensar que pode ser um sinal de problemas cardíacos, sabia? Assim descrevo de seguida os 7 sinais que podem indicar problemas de coração e salvar-lhe a vida se forem valorizados a tempo:

  • Inchaços no corpo
  • Falta de ar
  • Cor arroxeada nos lábios
  • Tosse noturna
  • Cansaço após pequenos esforços
  • Dor no peito
  • Impotência sexual

Inchaços pelo corpo

A retenção de líquidos pode ser um alerta de insuficiência cardíaca, já que o inchaço pode ser um sinal de que o coração está com falta de força para bombear o sangue.

Falta de ar

Dificuldade para respirar, seja parado ou em movimento.

Cor arroxeada nos lábios

Pode ser um alerta para a existência de cardiopatia congénita, uma anormalidade na estrutura do coração. O problema pode acontecer antes mesmo do nascimento, devido ao uso de medicamentos pela mãe durante a gravidez, diabetes ou rubéola. Também costuma ser comum em portadores de doenças cromossomáticas como a síndrome de Down.

Tosse noturna

Pode ser um sintoma de que o coração está com dificuldades para trabalhar. Quando estamos com algum problema cardiovascular, o corpo pode enviar um alerta em forma de tosse, pois, ao deitarmos, ocorre um aumento do retorno de sangue para o coração, que aumenta a congestão pulmonar e estimula o ato da tossir.

Cansaço após esforços pequenos

Angina, insuficiência cardíaca e até arritmia podem ser os problemas que estão por trás do cansaço constante. Quando o coração está fraco ou dilatado, ele não bombeia sangue para o corpo da forma necessária, causando indisposição.

Dor no peito

Leve ou mais intensa, pode ser um sinal de enfarto do miocárdio — quando uma parte do músculo cardíaco deixa de receber sangue pelas artérias —, um sério problema que pode ser fatal.

Impotência sexual

Manter ou ter dificuldade na hora da ereção pode ser um problema que acontece quando não há uma boa circulação de sangue pelo corpo, causando assim, a disfunção.

Ataque cardíaco

Reconhecer atempadamente os sinais de ataque cardíaco iminente é absolutamente essencial para sobreviver. Assim tenha muita atenção aos seguintes sintomas:

  • Desconforto no centro do peito: sensação estranha, que pode ser de desconforto, pressão, dor ou aperto – pode durar poucos minutos ou “ir e vir”.
  • Desconforto na parte superior do corpo: por exemplo, nos braços, pescoço ou estômago.
  • Falta de fôlegonáuseas, vómitos, suores frios.

Ligue imediatamente o número de emergência 112

Lembre-se:

Apesar de alguns ataques cardíacos serem bruscos e intensos, na maioria dos casos começam de forma lenta, apenas com uma leve sensação de desconforto no peito. Se sentir algum destes sinais, ligue imediatamente o número de emergência 112.

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Se subitamente sentir:

  • Entorpecimento, formigueiro ou fraqueza na cara, braço ou perna (especialmente num dos lados do corpo)
  • Sensação de confusão: dificuldade em falar e compreender
  • Dificuldades de visão (em apenas um olho ou em ambos)
  • Dificuldade em andar, equilibrar-se ou coordenar os movimentos.
  • Dor de cabeça forte, sem causa aparente.

Ligue imediatamente o número de emergência 112

Lembre-se:

Um AVC ocorre quando uma artéria que carrega oxigénio e nutrientes para o cérebro fica bloqueada por um coágulo ou rebenta. Quando tal acontece, as células do cérebro iniciam um processo de morte.

Se sentir (ou alguém que esteja consigo) algum dos sinais acima descritos, ligue imediatamente o 112.

Se for administrada medicação adequada, antes de 3 horas após os primeiros sintomas, é possível reduzir grande parte das lesões.

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Concluindo:

O nosso organismo está geralmente muito bem organizado e alerta atempadamente quando algo necessita de apoio ou correção. Muitas vezes são sintomas gerais pouco específicos mas que devem alertar-nos para problemas graves que podem surgir rapidamente se nada for feito! Neste caso é claro que deve sempre solicitar apoio médico para ter a certeza da gravidade dos sintomas. A prevenção é sempre o melhor remédio e com o coração não se brinca!

Por favor PARTILHE, esta informação pode salvar vidas.

Juntos por uma MELHOR SAÚDE!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências bibliográficas:

  • Fundação Portuguesa de Cardiologia

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Queda de cabelo tratamento e as melhores vitaminas

Queda de cabelo excessiva e calvície tudo o que não sabe! Conhecida como calvície (ou calvície), recebe em medicina o nome de alopecia androgénica. Alopecia significa queda de cabelo, e androgénica refere-se à influência das hormonas masculinos no processo. Muitas pessoas acham que a calvície é um problema exclusivo dos homens, mas, na verdade, a perda definitiva de cabelos afeta mulheres na mesma proporção. A diferença é que, como no sexo feminino a calvície costuma ser menos intensa e, portanto, mais discreta, ela é mais facilmente camuflável.

Estudos:

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • Qual o ciclo de vida do cabelo normal?
  • Como nasce e cresce o cabelo?
  • O que são as fases anagénica, catagénica e telogénica?
  • Será que o cabelo cresce de modo contínuo?
  • O que causa a calvície?
  • Quais os padrões de queda de cabelo no homem e na mulher?
  • Porque cai o cabelo?
  • Porque cai mais cabelo no Outono?
  • Quais as causas principais?
  • Gravidez: Porque cai o cabelo?
  • Queda de cabelo súbita e intensa: Qual a causa?
  • Queda de cabelo no homem: Quais os sintomas?
  • Quais as causas da queda no homem?
  • Quais os tratamentos anti-queda?
  • Quais as regras de ouro para um cabelo mais bonito?
  • Quais os tratamentos para uma calvície incipiente?
  • Que outros tipos de queda de cabelo existem?
  • Estudos sobre queda de cabelo




Anatomia da pele

Anatomia da pele e cabelo

Anatomia do pêlo


Estrutura do pêlo estrutura-cabelo

Anatomia de um cabelo




Ciclo de vida do cabelo

Os pelos e os cabelos são estruturas cilíndricas compostas por proteínas, principalmente queratina, que crescem através da pele pelos folículos pilosos situados nas regiões mais profundas da derme. Todo o corpo, exceto as palmas das mãos e plantas dos pés, possuem folículos pilosos e pelos. Em alguns locais, por serem muito claros e finos, os pelos podem passar despercebidos, mas estão lá.

Os pelos apresentam características e velocidade de crescimento diferentes em cada local do corpo, o que é facilmente percetível quando comparamos cílios, cabelos, pelos púbicos e a barba, por exemplo. O couro cabeludo possui, em média, 100.000 fios de cabelo, com um crescimento médio de 1 a 2 cm por mês.

Todos os dias, perdemos entre 50 e 80 cabelos. A sua vida dura, em média, entre 2 e 7 anos. O cabelo nasce no folículo piloso, cresce por entre ciclos sucessivos, até cair.

Fases do ciclo de vida do cabelo

O ciclo de vida do cabelo é constituído pelas seguintes fases:

  1. Anagénica,
  2. Catagénica,
  3. Telogénica.

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Cabelo como nasce e cresce?

O cabelo nasce no folículo piloso. Cada folículo piloso tem vida própria, ou seja, cada cabelo cresce independentemente do crescimento dos outros. Se os folículos estivessem sincronizados, todos os cabelos cresceriam ao mesmo tempo. Nesse caso, haveria um período em que o homem ficaria totalmente calvo antes de recuperar uma farta cabeleira.

Fase anagénica

O período durante o qual o cabelo cresce tem o nome de fase anagénica e dura cerca de 1 a 3 ou 4 anos. Durante esta fase, o bulbo piloso situado na extremidade inferior do folículo regenera-se para voltar a produzir a fibra capilar. O cabelo cresce cerca de 1 cm por mês.

Fase catagénica

A segunda fase, catagénica, também chamada fase de involução, dura 2 a 3 semanas. É a conclusão da produção da fibra. O folículo retrai-se à superfície do couro cabeludo. Essas semanas vão permitir ao cabelo preparar-se para a fase de repouso.

Fase telogénica

A terceira e última fase do ciclo de vida do cabelo é a fase telogénica e corresponde ao período de repouso. O cabelo não cresce mais, mas permanece agarrado ao folículo durante cerca de 3 meses. No final desses 3 meses, o cabelo cai durante a lavagem ou escovagem. Pode dar-se início a uma nova fase anagénica.

Fases do ciclo de vida do cabelo

Crescimento do cabelo

O cabelo não cresce de modo contínuo, mas através de ciclos sucessivos. 90% dos cabelos encontram-se constantemente em fase de crescimento, enquanto que 10% estão em fase de queda. Todos os dias, caem naturalmente cerca de 50 a 80 cabelos, com 2 a 7 anos de vida. Estes cabelos são substituídos. Cada folículo piloso reproduz um total de 25 a 30 ciclos ao longo da sua vida. No entanto, pode ocorrer por vezes um descontrolo. Sob a influência das hormonas masculinas, estes ciclos podem ficar perturbados.

Calvície ou alopecia quais as causas?

A calvície ou alopecia androgénica é causada pelas seguintes alterações:

  • Encurtamento da fase de crescimento (anágena),
  • Afinamento progressivo do fio de cabelo,
  • Redução do tamanho dos folículos.

Estas alterações fazem com que a raiz fique cada vez mais próxima da superfície da pele.

Testosterona e dihidrotestosterona

Essa miniaturização do folículo é um processo hereditário e mediado por hormonas masculinas. Para ser mais exato, o problema ocorre naqueles pacientes que produzem excessivamente uma enzima chamada 5 alfa-redutase, que transforma a hormona masculina testosterona no seu derivado dihidrotestosterona. Fatores genéticos determinam essa produção excessiva.

A dihidrotestosterona liga-se a recetores existente em alguns folículos pilosos provocando a redução do seu tamanho. Portanto, a calvície ocorre naqueles indivíduos com altos níveis de dihidrotestosterona e numerosos folículos com recetores para esta hormona. As diferentes distribuições dos recetores de dihidrotestosterona entre indivíduos explica porque temos diferentes tipos de calvície.

Homem e padrões de queda de cabelo

A figura abaixo ilustra os padrões mais comuns de queda de cabelo no sexo masculino.

Padrões de calvície melhorsaude.org melhor blog de saude

Mulher e padrões de queda de cabelo

A figura abaixo ilustra os padrões mais comuns de queda de cabelo no sexo feminino.

Padrões de que de cabelo na mulher melhorsaude.org melhor blog de saude Padrões de queda de cabelo na mulher

Micro-irritação

Uma descoberta trouxe à luz do dia um fenómeno responsável pela reação em cadeia da queda de cabelo: a Micro-irritação. A Micro-irritação é induzida pelo stress repetido que desencadeia a produção excessiva de radicais livres.

Outono e mais queda de cabelo

Devido à influência da exposição sazonal ao Sol sobre as hormonas esteroides, todos os mamíferos, incluindo o ser humano, têm tendência a perder mais pelos ou cabelos no Outono. A testosterona, a hormona masculina que acelera o crescimento piloso nos homens, também contribui para uma queda de cabelo diária mais marcada.

Causas da queda de cabelo

A queda de cabelo, em particular no homem, tem frequentemente uma origem genética. Trata-se, neste caso, de uma alopecia androgenética ou calvície associada à sensibilidade particular dos folículos pilosos aos androgénios.

As principais causas da queda de cabelo são as seguintes:

Sob a influência de stress repetido, surge uma Micro-irritação mesmo por baixo da superfície do couro cabeludo. Imperceptível e indolor, esta Micro-irritação acaba por desencadear uma reação em cadeia que se propaga em cascata até ao bulbo. Em resposta, os tecidos contraem-se. O bulbo fica menos irrigado e menos nutrido, tendo como consequência o cabelo torna-se mais fino e acabando por cair.

Fadiga poluição sol e stress

O stress interno e o stress externo afetam diretamente o couro cabeludo. O stress interno pode ser induzido por:

  • Fadiga,
  • Excesso de trabalho,
  • Mudança de estação,
  • Falta de sono.

Quanto ao stress externo, este resulta de:

  • Cuidados capilares não adaptados,
  • Brushings sucessivos,
  • Poluição,
  • Radiações UV, etc

O couro cabeludo regista os vários tipos de stress e transforma-os numa produção excessiva de radicais livres. Em resposta aos estímulos exercidos pela ameaça dos radicais livres, dá-se a produção de agentes químicos pró inflamatórios que provocam um fenómeno imperceptível na superfície do couro cabeludo: a micro-irritação. Os ingredientes ativos permitem reabsorver a micro-irritação na sua origem e prevenir a sua repercussão até ao bulbo.

Gravidez e queda de cabelo

Queda de cabelo na gravidez melhorsaude.org melhor blog de saude

Qual o papel das hormonas nesta questão?

A testosterona, a hormona masculina que acelera o crescimento piloso nos homens, também contribui para uma queda de cabelo diária mais marcada. As variações hormonais estão na origem da perda significativa de cabelo de que as jovens mães padecem frequentemente. De facto, os cabelos que deviam ter caído durante os nove meses anteriores são retidos pelas hormonas da gravidez.

Assim que os níveis de estrogénio regressam ao normal após o parto, estes cabelos perdem a sua ligação hormonal e caem. No entanto, este processo é temporário e, geralmente, normaliza-se ao fim de alguns meses. Por outro lado, um choque físico ou emocional (morte, divórcio, operação cirúrgica significativa) pode provocar uma queda súbita de cabelo três a quatro meses após o evento em questão. Também neste caso, as hormonas são as responsáveis mas, à medida que o organismo e a moral se restabelecem, os cabelos retomam o seu ciclo habitual.

Queda de cabelo súbita e intensa

Mesmo que perca uma quantidade de cabelos que lhe pareça significativa, se continuar a ter um crescimento normal e se a densidade do seu cabelo permanecer estável, não há motivo para preocupações. Por outro lado, se o seu cabelo perder volume visivelmente ou se constatar que determinadas zonas ficam desguarnecidas, consulte o seu farmacêutico. Se a queda for súbita ou grave, não hesite em consultar um dermatologista. Este especialista poderá descobrir problemas ou patologias subjacentes (carência de ferro, distúrbios da tiróide ou hormonais, efeitos secundários de certos medicamentos…) que podem contribuir para a queda de cabelo.

QUEDA DE CABELO NO HOMEM

HEREDITARIEDADE E STRESS, OS PRINCIPAIS FACTORES

Face a uma queda significativa de cabelo ou alopecia, aconselha-se agir rapidamente. Muitas vezes de origem hereditária, a alopecia masculina pode ser interrompida através de cuidados específicos antiqueda de cabelo. Recomenda-se igualmente a prevenção contra o stress e a prática de uma alimentação equilibrada.

Sintomas

Perdemos cerca de 50 a 80 cabelos por dia. Tal como as células da pele, o cabelo renova-se naturalmente. Novos nascimentos substituem, em princípio, os cabelos que caem diariamente. Na verdade, cada cabelo dura entre 2 e 7 anos e cada folículo piloso que origina o cabelo reproduz entre 25 a 30 ciclos. Contudo, sob a influência de determinados fatores, a queda de cabelo acelera. Na ausência de crescimento, começam a surgir zonas escassas em cabelo.

Causas da queda de cabelo no homem

No homem, a queda de cabelo é, sobretudo, de origem genética. Na verdade, a alopecia androgenética hereditária afeta cerca de 70% dos homens. Normalmente, referem-se à alopecia como calvície. Esta deve-se à influência das hormonas masculinas, os androgénios. A calvície pode surgir muito cedo, desde os 18 anos.

Progressivamente, o crescimento do cabelo fica mais lento e passa a um ano em vez dos três ou quatro. O folículo piloso implanta-se cada vez menos na derme e atrofia. Consequência: o cabelo fica mais fino. O couro cabeludo fica desprovido de cabelo, primeiro ao nível das têmporas, da testa e do topo do crânio.

Outras causas

  • Toma de medicamentos, como os anticoagulantes ou tratamentos contra o cancro
  • Choque psicológico
  • Stresse
  • Carências alimentares
  • Mudanças de estação

Tratamentos anti-queda

É mais fácil atrasar a queda de cabelo do que estimular o seu crescimento. Existem vários tratamentos, sob a forma de champôs específicos, de loções ou de séruns. O dermatologista poderá ainda prescrever tratamentos medicamentosos. Por fim, as técnicas cirúrgicas de enxerto constituem mais uma solução para a queda de cabelo.

Recomenda-se :

  • Cuidado diário do seu cabelo, privilegiando os champôs suaves e evitando o uso abusivo de produtos agressivos;
  • Descansar e evitar o stress;
  • Ter uma alimentação saudável e equilibrada

Prevenir a queda de cabelo

5 regras para ter um cabelo mais bonito

Para manter um cabelo bonito e saudável adopte uma rotina de cuidados diária. O seu cabelo e couro cabeludo exigem cuidados suaves!

  • A temperatura certa
  • Cuidados capilares muito suaves!
  • Deixe o seu cabelo respirar!
  • Massaje o couro cabeludo
  • Evite o stress!
  • Alimentação e exercício físico

Temperatura certa

Sempre que lavar o seu cabelo, garanta que a água está a uma temperatura adequada. Deve estar morna de forma a não agredir o couro cabeludo. Deve igualmente enxaguar abundantemente de forma a que não existam vestígios do seu champô ou de outros produtos capilares aplicados.

Cuidados capilares muito suaves

O calor excessivo ou a lavagem com um champô não adequado podem danificar o seu cabelo ou torná-lo mais frágil. Use uma champô suave que não agrida o seu couro cabeludo. E, mantenha o seu secador a uma temperatura baixa!

Na lavagem deve usar um champô adequado ao seu tipo de cabelo, aplicá-lo com uma massagem suave, deixá-lo atuar durante 2 a 3 minutos, enxaguar bem, e em seguida usar um condicionador, ou tónico capilar, se adequado.

Pentear ou escovar o cabelo é quase tão importante como lavá-lo, pois ajuda a eliminar a sujidade, a caspa, os cabelos caídos e as células mortas que se vão acumulando, e que podem obstruir a passagem de nutrientes. Evite fazê-lo com o cabelo molhado, e evite o secador sempre que possível.

Deixe o seu cabelo respirar

O seu cabelo precisa de respirar. Não o mantenha amarrado durante horas sem fim. Alterne o seu cabelo entre solto e apanhado. Não use bandoletes, toucas ou chapéus durante um longo período de tempo.

Massaje o couro cabeludo

A massagem não é somente para o corpo. Pode ser igualmente benéfica para o cabelo. Durante a lavagem, massaje o couro cabeludo durante 2 a 3 minutos, sem o agredir. Assim estimulará a circulação sanguínea e relaxar o seu couro cabeludo.

Evite o stress

Cuidar do seu cabelo significa também cuidar de si! Uma dieta equilibrada, exercício físico e um sono descansado são essenciais para um cabelo saudável. Experimente o yoga para eliminar o stress da sua vida!

Alimentação e exercício

Para preservar o nosso cabelo devemos ter alguns cuidados na alimentação e no nosso estilo de vida, e adotar alguns cuidados capilares básicos.

A alimentação e o exercício físico são fatores que podem influenciar a saúde dos cabelos, pois interferem com a circulação sanguínea, que transporta os nutrientes para a raiz do cabelo. Quando o organismo está carente de nutrientes, também o cabelo e o couro cabeludo se ressentem.

Uma dieta equilibrada e atividade física frequente refletem-se num cabelo saudável, adiando ou diminuindo o ritmo da queda do cabelo.

Algumas vitaminas são particularmente benéficas para os cabelos, assim como vários minerais, a saber:

  • Vitamina A,
  • B1 (tiamina),
  • B2 (riboflavina),
  • B3 (niacina),
  • B6 (piridoxina),
  • B9 (ácido fólico)
  • B12 (cianocobalamina),
  • Vitamina C,
  • Vitamina E,
  • Cálcio,
  • Ferro,
  • Fósforo,
  • Magnésio,
  • Iodo,
  • Zinco.

Sendo os cabelos compostos por 60% a 90% de proteínas, estas são muito importantes na dieta, sobretudo carnes magras, peixe, leite, e ovos. No entanto devemos ter sempre em consideração que o excesso de proteína na alimentação pode trazer consequências graves para a nossa saúde (Ex: doença renal), pelo que, como é óbvio, deve moderar o consumo.

Consultar o dermatologista

Todos os dias há pacientes com queda de cabelo.

Trata-se muitas vezes do aumento de uma queda fisiológica que afeta, sobretudo, as mulheres, durante o Outono ou a Primavera, altura em que o número de consultas aumenta. Também  pode tratar-se de uma calvície real instalada, muitas vezes mal cuidada pelos homens mais jovens. A queda de cabelo é sempre um fenómeno de angústia para os pacientes.

Dermatologista e tratamentos antiqueda

Quando consulta um dermatologista os tratamentos seguem determinadas fases. Primeiro, faz uma análise ao sangue para aferir os seguintes parâmetros:

Depois, explica o mecanismo da queda de cabelo. É importante para diminuir a ansiedade.  Prescreve preferencialmente suplementos alimentares (aminoácidos sulfurados: taurina, cistina) que permitem encurtar o período de queda. As loções antiqueda podem ser eficazes desde que sejam  produtos com eficácia comprovada.

Tratamento da calvície incipiente

O tratamento da calvície masculina é baseado no uso dos seguintes medicamentos e substâncias:

  1. Minoxidil em solução tópica (aprovado para homens e mulheres).
  2. Finasterida por via oral (aprovado apenas para homens).
  3. Stemoxydine (Neogenic®)

Minoxidil a 2% e 5%

A solução de minoxidil para aplicação direta no couro cabeludo melhora a queda de cabelo por aumentar o tempo da fase anagénica e estimular o crescimento dos folículos miniaturizados. Os resultados demoram pelo menos 4 meses, sendo mais pronunciados no ápice do couro cabeludo e menores na região frontal. O tratamento é para a vida inteira. Com a interrupção, a perda de cabelo retorna.

Finasterida a 1mg

A Finasterida é um medicamento originalmente usado na hipertrofia prostática, mas que, com o tempo, demonstrou como efeito colateral uma redução na queda de cabelo dos pacientes.

A finasterida é um bloqueador da enzima 5 alfa-redutase, o que, como explicado anteriormente, impede a transformação da testosterona em dihidrotestosterona (DHT), responsável pelos efeitos negativos nos folículos pilosos.

Em geral, preconiza-se o uso de comprimidos de 1 mg por dia, por pelo menos, 1 ano. Com o uso da Finasterida ocorre aumento do número de fios de cabelo, que também se tornam mais grossos e fortes. Se a droga for suspensa, porém, dentro de 6 a 9 meses o paciente perde todo o cabelo novo que havia crescido.

Finasterida nas mulheres

A Finasterida em mulheres ainda não se mostrou eficaz e comprovadamente causa más formações fetais. Portanto, não é uma droga indicada para a calvície feminina.

Se tem uma queda de cabelo que considere grave procure um dermatologista para que ele possa decidir a melhor estratégia terapêutica para o seu caso. Não se automedique. Lembre-se que tanto a Finasterida quanto o minoxidil apresentam efeitos colaterais e contraindicações.  Além disso, existem várias outras causas para perda de cabelo além da alopécica androgénica, que não devem ser tratadas com nenhuma dessas duas drogas.

Stemoxydine® a 5%

Entre dois ciclos de crescimento, o bolbo capilar entra em fase de inatividade onde suspende a sua atividade e permanece vazio.
Para despertar, o bolbo capilar precisa de um sinal : foi a trabalhar nessa etapa que a pesquisa do laboratórios L’Oréal descobriu o papel das células estaminais no despertar dos bolbos adormecidos e na renovação do cabelo.

Stemoxydine é a 1ª molécula de ação biomimética que simula um ambiente ótimo para as células estaminais e favorece o seu bom funcionamento. Os bolbos em fase de inatividade são despertados. 1700 novos cabelos em 90 dias (estudo clínico vs placebo em 101 indivíduos – valor médio para uma cabeleira alopécica).  Para couros cabeludos sensíveis. A fórmula é hipoalergénica sem parabenos e não colante.

Outros tipos de queda de cabelo

Existem várias outras causas para queda de cabelo. Ao contrário da calvície, elas costumam causar perdas localizadas e irregulares. Porém, em casos difusos podem se assemelhar à alopécia androgénica. Vamos citar as causas mais comuns:

Eflúvio anagénica

É a queda de cabelo que ocorre, por exemplo, na quimioterapia, radioterapia ou envenenamentos com mercúrio.

Eflúvio felogénico

Queda de cabelo que ocorre como efeito colateral de várias drogas, deficiências de vitaminas, stresse psicológico ou doenças da tiroide.

Alopécia traumática

Ocorre por trauma mecânico e/ou químico do cabelo. Pode surgir após algumas técnicas de alisamento de cabelo com repetidas tração do mesmo associado ao uso de produtos químicos. Algumas pessoas com crises nervosas podem arrancar o próprio cabelo e ter esse tipo de alopécia.

Alopécia areata

É uma doença autoimune, onde o corpo passa a equivocadamente a produzir anticorpos contra os seus folículos pilosos. O couro cabeludo é o mais afetado, mas pode haver perda de pelos em qualquer parte do corpo.

Tinea capitis

Infeção do couro cabeludo por fungos.

Lúpus discoide

O lúpus eritematoso discoide é uma doença crónica e recorrente caracterizada por manchas arredondadas vermelhas de bordos bem definidos na pele. A sua causa é desconhecida e é mais frequente no sexo feminino e mais ainda em mulheres com cerca de 30 anos de idade. O leque de idades é muito mais amplo que o habitual para o lúpus eritematoso sistémico.

Estudos sobre queda de cabelo

De seguida descrevo alguns estudos publicados e disponíveis para consulta pública:

Concluindo

O cabelo é uma parte importante do nosso corpo por influenciar decisivamente a nossa autoestima. Essa influência psicológica é tanto mais marcada quanto menor for a idade da pessoa pelo que os jovens com casos de calvície na família próxima (pais e irmãos) devem estar atentos aos sintomas e tratar o problema, logo que surjam os primeiros sinais, com a ajuda do dermatologista e do Farmacêutico nos casos mais ligeiros e comuns de queda de cabelo.

A queda de cabelo, se for repentina e intensa, pode também ser um sinal de problemas de saúde mais profundos, pelo que  deve, neste caso, consultar de imediato o seu médico.

Fique bem!

FranklimA. Moura Fernandes

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