EMA, Agência Europeia do Medicamento, confirma possível ligação da Vacina COVID-19 da AstraZeneca com casos muito raros de coágulos sanguíneos incomuns e plaquetas anormalmente baixas. É certo que os casos são raros mas as consequências deste efeito colateral são fatais pois dos afetados por estes tromboembolismos cerca de 24% morrem rapidamente.
É óbvio que o risco é pequeno em percentagem mas é, por exemplo, maior do que os menores de 30 anos apanharem a doença, segundo comunicado da autoridade de saúde do Reino Unido que decidiu não aplicar a vacina da Astrazeneca a menores de 30 anos… ou seja para estes mais vale apanhar a doença do que tomar esta vacina…!
Acresce que até agora, apenas para esta vacina, foi oficialmente confirmada pelas autoridades de saúde, uma possível ligação entre tromboembolismo grave e a toma da vacina.
A confirmação oficial deste efeito colateral fatal agora confirmado e que não estava descrito no resumo das características do medicamento aprovado pela EMA faz renascer das cinzas uma polémica alteração legal que torna difícil as farmacêuticas produtoras de vacinas serem responsabilizadas criminalmente por efeitos colaterais graves, como forma de evitar o desinvestimento em vacinas que há algumas décadas atrás esteve em risco, principalmente nos EUA.
Assim, parece pouco mas se as mortes continuarem a acontecer o risco da Astrazeneca ser processada pelas famílias dos falecidos ou associações destas famílias patrocinadas por escritórios de advogados, é cada vez maior e em tribunal uma vida perdida pode valer muitos milhões por família!
Comunicado da EMA (tradução)
O comité de segurança da EMA ou Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC -Pharmacovigilance Risk Assessment Committee) concluiu hoje que coágulos sanguíneos incomuns com baixo teor de plaquetas devem ser listados como efeitos colaterais muito raros de Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).
Para chegar a esta conclusão, o comité levou em consideração todas as evidências atualmente disponíveis, incluindo o conselho de um grupo de especialistas ad hoc.
A EMA recorda os profissionais de saúde e as pessoas que recebem a vacina para permanecerem cientes da possibilidade de casos muito raros de coágulos sanguíneos combinados com níveis baixos de plaquetas sanguíneas ocorrerem dentro de 2 semanas após a vacinação. Até agora, a maioria dos casos relatados ocorreu em mulheres com menos de 60 anos de idade nas 2 semanas seguintes à vacinação. Com base nas evidências atualmente disponíveis, os fatores de risco específicos não foram confirmados.
As pessoas que receberam a vacina devem procurar assistência médica imediatamente se desenvolverem sintomas desta combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas (ver abaixo).
O PRAC observou que os coágulos sanguíneos ocorreram nas veias do cérebro (trombose do seio venoso cerebral, CVST) e no abdómen (trombose da veia esplâncnica) e nas artérias, juntamente com níveis baixos de plaquetas sanguíneas e por vezes hemorragia.
O Comité realizou uma análise aprofundada de 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose da veia esplâncnica relatados no banco de dados de segurança de medicamentos da UE (EudraVigilance) em 22 de março de 2021, 18 dos quais foram fatais. Os casos ocorreram principalmente de sistemas de notificação espontânea do EEA e do Reino Unido, onde cerca de 25 milhões de pessoas receberam a vacina.
COVID-19 está associado a um risco de hospitalização e morte. A combinação relatada de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é muito rara e os benefícios gerais da vacina na prevenção de COVID-19 superam os riscos de efeitos colaterais.
A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. A utilização da vacina durante as campanhas de vacinação a nível nacional também terá em consideração a situação pandémica e a disponibilidade da vacina em cada Estado-Membro.
Coágulos e níveis baixos de plaquetas
Uma explicação plausível para a combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é uma resposta imunológica, levando a uma condição semelhante à observada algumas vezes em pacientes tratados com heparina (trombocitopenia induzida por heparina, HIT). O PRAC solicitou novos estudos e alterações aos já em andamento para fornecer mais informações e tomará as medidas adicionais necessárias.
O PRAC enfatiza a importância do pronto tratamento médico especializado. Ao reconhecer os sinais de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas e tratá-los precocemente, os profissionais de saúde podem ajudar as pessoas afetadas na sua recuperação e evitar complicações.
Coágulos sintomas de perigo e alarme
Os pacientes devem procurar assistência médica imediatamente se apresentarem os seguintes sintomas:
Falta de ar,
Dor no peito,
Inchaço na perna,
Dor abdominal persistente (barriga),
Sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça graves e persistentes ou visão turva,
Pequenas manchas de sangue sob a pele (petéquias) além do local da injeção.
A Vaxzevria é uma das quatro vacinas autorizadas na UE para proteção contra COVID-19. Estudos mostram que é eficaz na prevenção da doença. Também reduz o risco de hospitalização e mortes por COVID-19. Como para todas as vacinas, a EMA continuará a monitorar a segurança e eficácia da vacina e a fornecer ao público as informações mais recentes.
Informações para profissionais de saúde
A EMA procedeu a uma revisão dos casos de trombose em combinação com trombocitopenia e, em alguns casos, sangramento, em pessoas que receberam Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).
Esses tipos muito raros de trombose (com trombocitopenia) incluíam trombose venosa em locais incomuns, como trombose do seio venoso cerebral e trombose da veia esplâncnica, bem como trombose arterial.
A maioria dos casos relatados até agora ocorreu em mulheres com idade inferior a 60 anos. A maioria dos casos ocorreu dentro de 2 semanas após a pessoa receber a primeira dose. A experiência com a segunda dose é limitada.
Mecanismo possível
Quanto ao mecanismo, acredita-se que a vacina possa desencadear uma resposta imune levando a um distúrbio atípico do tipo trombocitopenia induzida por heparina. No momento, não é possível identificar fatores de risco específicos.
Os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas de tromboembolismo e trombocitopenia para que possam tratar prontamente as pessoas afetadas de acordo com as diretrizes disponíveis.
Os profissionais de saúde devem dizer às pessoas que recebem a vacina que devem procurar atendimento médico se desenvolverem: sintomas de coágulos sanguíneos, como falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, como dores de cabeça graves e persistentes e visão turva. Também devem ter em atenção petéquias fora do local da vacinação após alguns dias.
Mais sobre o procedimento de revisão
Esta revisão foi efectuada no âmbito de um sinal de segurança, com um calendário acelerado. Um sinal de segurança é a informação sobre um evento adverso novo ou documentado de forma incompleta que é potencialmente causado por um medicamento, como uma vacina, e que justifica uma investigação mais aprofundada.
A revisão foi realizada pelo Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC) da EMA, o Comité responsável pela avaliação de questões de segurança para medicamentos humanos. O comité de medicina humana da EMA, CHMP, avaliará agora rapidamente todas as alterações necessárias nas informações do produto.
A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. As recomendações da EMA são a base sobre a qual cada Estado-Membro da UE irá conceber e implementar as suas próprias campanhas nacionais de vacinação. Isso pode variar de país para país, dependendo de suas necessidades e circunstâncias nacionais, como taxas de infeção, populações prioritárias, disponibilidade de vacina e taxas de hospitalização.
Vacinas Covid-19 quais as diferenças
Existem já no mercado diversas vacinas contra a Covid-19 mas afinal qual a diferença entre elas? quais os mecanismos de ação? Por que é diferente a vacina da Astrazeneca em comparação com a da Pfizer ou Moderna?
Kaftrio na Europa ou Trikafta nos EUA, é um medicamento inovador para o tratamento da fibrose quística ou fibrose cística, mas com um preço proibitivo para o comum dos “mortais” sendo fabricado pela farmacêutica Vertex Pharmaceuticals. Segundo a Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ), nos EUA, se fizermos a conversão para euros, custa 21 mil euros por mês ou seja 252 mil euros por ano, para cada doente! Também a Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ), sublinha a importância da aprovação deste medicamento por parte do INFARMED.
Mas será que vale mesmo a pena investir tanto dinheiro neste medicamento? Faço esta pergunta a mim mesmo após a morte trágica, em Portugal, de uma jovem de 24 anos, Constança Braddell, que me emocionou e entristeceu imenso… quatro meses depois de começar a usar o Kaftrio, após uma luta desesperada para conseguir ter acesso ao medicamento que devia ser muito mais barato e acessível aos doentes.
Na altura, em março de 2021, fiz este artigo precisamente depois de saber do caso da Constança, como o meu contributo, de um simples farmacêutico comunitário, que adora investigar e informar sobre doenças e medicamentos que por vezes eu próprio sei muito pouco.
Será que este medicamento, tão caro, melhora de facto a doença mas deixa o sistema imunitário demasiado exposto a outras consequências e infeções oportunistas que podem ser fatais do ponto de vista respiratório, cardíaco ou vascular?
Para os outros doentes a tomar Kaftrio é urgente saber o que se passou com a Constança, do ponto de vista médico, e as autoridades de saúde devem exigir um inquérito rigoroso, imediato e urgente que ajude a salvar outras vidas que podem estar em risco.
Pneumotórax causa morte de Constança
Para já apenas se sabe que o desfecho fatal foi provocado pelo aparecimento de um pneumotórax ou seja a entrada de ar na cavidade pleural (membrana que envolve o pulmão) o que provoca uma pressão excessiva sobre o pulmão que pode originar o seu colapso. Se não houver registo de traumatismo direto o pneumotórax é descrito como espontâneo e pode ser provocado por doenças como asma, enfisema e DPOC.
Para já, não existem indícios de que a toma do medicamento Kaftrio seja responsável por algum efeito adverso que possa ter levado ao surgimento do pneumotórax, sendo sempre uma investigação de causa/efeito de muito elevada complexidade!
Depois de um investimento tão elevado do estado Português neste medicamento, autorizado para cerca de uma dezena de doentes, sublinha-se a importância de manter informada, pelo menos, a comunidade médica/científica, os doentes e os seus familiares acerca da evolução real da doença com a toma do Kaftrio e de eventuais riscos que possam ser conhecidos à medida que vai sendo utilizado em mais doentes.
Segundo descrição da Associação Nacional de Fibrose Quística, esta é uma doença cujo nome deriva do aspeto quístico e fibroso do pâncreas, sendo uma doença crónica, hereditária causada por alterações no gene CFTR (Cystic fibrosis transmembrane conductance regulator) que se transmite de pais para filhos. É uma das doenças genéticas mais comuns mas a sua incidência varia com a região do globo.
Gene CFTR com mutação
O regulador de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) é uma proteína de membrana e canal de cloreto em vertebrados que é codificado pelo gene CFTR.
O gene CFTR codifica uma proteína do canal de iões da classe transportadora ABC que conduz iões cloreto através das membranas das células epiteliais. As mutações do gene CFTR que afetam a função do canal de iões cloreto levam à desregulação do transporte do fluido epitelial no pulmão, pâncreas e outros órgãos, resultando em fibrose cística.
Transporte de Cloreto Defeituoso – A diminuição da função da proteína CFTR nas células epiteliais causa diminuição do movimento do cloreto no lúmen das vias aéreas com um aumento correspondente no movimento do sódio para fora do lúmen das vias aéreas. Isso leva à diminuição da água no lúmen das vias aéreas e ao espessamento do muco da superfície das vias aéreas.
Prevalência
Os indivíduos de origem caucasiana (Indo-Europeia) são os mais atingidos e a doença é menos frequente entre as populações africana e oriental. Na maioria dos países europeus, calcula-se que em média 1 em cada 2.000-6.000 recém-nascidos tenham Fibrose Quística. Em Portugal estima-se que nasçam por ano cerca de 30-40 crianças com a doença. Estima-se que a nível mundial existam 7 milhões de pessoas portadoras da anomalia genética da FQ e cerca de 75.000 com a doença.
Glândulas exócrinas doentes
A Fibrose Quística surge por mau funcionamento das glândulas exócrinas do organismo que são as de secreção externa. É nos pulmões e no intestino que a doença se manifesta com mais frequência, interferindo com a respiração e a digestão dos alimentos. As glândulas sudoríparas também são afetadas produzindo um suor mais salgado.
A Fibrose Quística também é conhecida por Mucoviscidose, nome dado em França, e por Cystic Fibrosis (CF). No Brasil tem o nome de Fibrose Cística (FC).
Sintomas e complicações
Na fibrose quística as complicações incluem muco espesso nos pulmões com infeções respiratórias frequentes e insuficiência pancreática, causando desnutrição e diabetes. Essas condições levam à deficiência crónica e redução da expectativa de vida.
Em pacientes do sexo masculino, a obstrução progressiva e a destruição dos canais deferentes em desenvolvimento (cordão espermático) e do epidídimo parecem resultar de secreções intraluminais anormais, causando ausência congénita dos canais deferentes e infertilidade masculina. Resumindo o mau funcionamento da proteína CFTR em vários tecidos provoca sintomas em vários orgãos, tais como:
Vias respiratórias – são os mais graves e frequentes. As secreções brônquicas são formadas por muco muito espesso, difícil de eliminar e causam infeções respiratórias crónicas tais como bronquiectasias, bronquioloectasias;
Tubo digestivo – o pâncreas não segrega as enzimas digestivas em quantidade suficiente para a digestão dos alimentos (insuficiência pancreática exócrina), levando a dificuldade em ganhar peso e estatura (e fezes abundantes, gordurosas e de cheiro fétido). Assim, apesar de terem apetite, estes pacientes são habitualmente mal nutridos;
Glândulas sudoríparas – não ocorre a absorção de cloreto e sódio, pelo que o suor tem excesso de sal. Este sintoma é utilizado no teste de suor, o mais comum no diagnóstico da Fibrose Quística. Em caso de aumento de sudação (por exemplo pelo calor) pode por vezes surgir desidratação;
Em algumas glândulas, como o pâncreas e as glândulas dos intestinos, as secreções são tão espessas ou sólidas que obstruem completamente a glândula. As glândulas que produzem muco nos pulmões criam secreções anormais obstruindo as vias respiratórias, permitindo a multiplicação de bactérias.
As glândulas sudoríparas, as glândulas parótidas e as pequenas glândulas salivares segregam líquidos cujo conteúdo em sal é superior ao normal.
A glândula sudorípara normal produz um líquido isotónico graças ao conteúdo em cloro e sódio. Quando a CFTR perde a sua função, o cloro é incapaz de ir para o interior da célula, por sua vez o sódio, dependente do cloro, também não entra produzindo assim, um suor “salgado”. No entanto, não ocorre obstrução nem variações patológicas maiores das glândulas.
Nos canais pancreáticos torna-se ineficaz a libertação de aniões (incluindo cloreto e bicarbonato) e fluidos, efectuando-se a acumulação de muco e obstrução das glândulas exócrinas e, por último, a lesão do órgão. Um mecanismo idêntico explica as transformações a nível intestinal, hepático e dos ductos deferentes.
No pulmão estas variações são reforçadas pela manifestação muito prematura de glândulas submucosas dilatadas, as quais constituem o local de maior expressão da CFTR no organismo. Outros fatores possíveis que contribuirão para maior viscosidade do muco são o aumento da sulfatação das mucinas e os produtos de degradação dos neutrófilos (moléculas de ADN e filamentos de actina), bem como a perda de células cilíadas secundária à inflamação crónica e infeção.
A constituição e as propriedades mecânicas anormais das secreções não explicam a tendência à colonização com um número limitado de bactérias, em particular a Pseudomonas aeruginosa. Muitos sintomas são tardios, contudo o diagnóstico pode ser realizado precocemente.
Gravidade e perigos
Foi descrita pela primeira vez em 1930 como uma doença letal na idade infantil. Atualmente, graças ao diagnóstico precoce, à criação de Centros Especializados e novos tratamentos, o panorama mudou e a sobreviva média situa-se entre os 35-40 anos de idade.
As formas de apresentação, a gravidade e a evolução clínica da doença são variáveis e são em grande parte dependentes das mutações no gene CFTR. São, porém, os problemas pulmonares a grande causa de morbilidade e mortalidade da doença.
Os progressos na investigação, nomeadamente nos medicamentos moduladores da CFTR que corrigem a doença na sua raiz (ou seja, a nível da proteína CFTR que está alterada) poderão alterar a progressão da doença de forma muito significativa.
História da Fibrose Quística
1938 – A fibrose quística foi descrita pela primeira vez de modo compreensível em 1938 por Andersen, como uma doença que se caracterizava por alterações no pâncreas e infeções nos pulmões. Baseando-se nas características observadas no pâncreas (aspecto quístico e fibroso), foi também Andersen quem primeiro estabeleceu o termo de fibrose quística – “cystic fibrosis of the pancreas” – para a doença.
1943 – Farber, por observar que os ductos dos órgãos afetados na fibrose quística acabavam por ficar obstruídos pelas secreções anormalmente espessas e com grandes probabilidades de serem colonizadas por bactérias, particularmente nas vias aéreas respiratórias, utilizou o termo “mucoviscidose” para se referir à doença.
1946 – estudos realizados em doentes permitiram que se começasse a ter algum conhecimento sobre as bases genéticas da doença. Depois de examinarem o padrão hereditário nas famílias, os investigadores concluíram que a fibrose quística era uma doença recessiva, provavelmente causada pela mutação de um único gene (monogénica).
Kaftrio o que é?
Indicação terapêutica
Kaftrio é um medicamento utilizado no tratamento de doentes com idade igual ou superior a 12 anos com fibrose quística, uma doença hereditária que tem efeitos graves nos pulmões, no sistema digestivo e noutros órgãos.
Tal como já atrás referido, a fibrose quística pode ser causada por várias mutações (alterações) no gene de uma proteína denominada «regulador da condutância transmembranar da fibrose quística» (CFTR). O ser humano possui duas cópias deste gene, uma herdada de cada progenitor e a doença só ocorre quando existe uma mutação nas duas cópias.
Kaftrio é utilizado em doentes cuja fibrose quística se deve à mutação F508del herdada de um ou ambos os progenitores. Caso tenham herdado esta mutação de apenas um dos progenitores, devem também ter outra mutação denominada «mutação mínima da função» do outro progenitor
A fibrose quística é uma doença rara, e Kaftrio foi designado medicamento órfão (medicamento utilizado em doenças raras) a 14 de dezembro de 2018. Kaftrio contém as seguintes três substâncias ativas:
Ivacaftor,
Tezacaftor,
Elexacaftor.
Posologia do Kaftrio
Como se utiliza?
O medicamento só pode ser obtido mediante receita médica. Kaftrio só deve ser prescrito por um profissional de saúde com experiência no tratamento da fibrose quística.
Encontra-se disponível na forma de comprimidos. Cada comprimido contém:
75 mg de ivacaftor,
50 mg de tezacaftor,
100 mg de elexacaftor.
Kaftrio deve ser tomado em associação com outro medicamento contendo ivacaftor isoladamente. A dose diária recomendada é a seguinte:
Dois comprimidos de Kaftrio de manhã com alimentos contendo gordura
Um comprimido de ivacaftor (150 mg) à noite, cerca de 12 horas mais tarde.
Poderá ser necessário reduzir as doses de Kaftrio e ivacaftor se o doente estiver a tomar um tipo de medicamento denominado «inibidor moderado ou forte da CYP3A», tais como certos antibióticos ou medicamentos para infeções fúngicas. O médico poderá ter de ajustar a dose em doentes com função hepática reduzida.
Mecanismo de ação
Como funciona o Kaftrio?
As mutações reduzem o número de proteínas CFTR na superfície celular ou afetam o modo de funcionamento das proteínas, resultando em secreções das células que fazem com que o muco e os fluidos digestivos sejam demasiado espessos, o que provoca bloqueios, inflamação, aumento do risco de infeções pulmonares e problemas de digestão e de crescimento.
Duas das substâncias ativas de Kaftrio, elexacaftor e tezacaftor, aumentam o número de proteínas CFTR na superfície celular, e a outra, ivacaftor, melhora a atividade da proteína CFTR defeituosa. Estas ações tornam o muco nos pulmões e os sucos digestivos menos espessos, ajudando, assim, a aliviar os sintomas da doença.
Benefícios demonstrados
O que provaram os estudos?
Em dois estudos principais realizados em doentes com fibrose quística com idade igual ou superior a 12 anos, Kaftrio, tomado em associação com ivacaftor, demonstrou ser eficaz na melhoria da função pulmonar. O principal parâmetro de eficácia foi a ppFEV1, ou seja, a quantidade máxima de ar que uma pessoa é capaz de expirar num segundo, em comparação com os valores médios de uma pessoa com características semelhantes (tais como idade, altura e sexo). Nestes estudos, os doentes começaram com valores de 60 a 62 % dos valores médios de uma pessoa saudável.
O primeiro estudo incluiu 403 doentes que tinham uma mutação F508del e uma mutação MF. Após 24 semanas de tratamento, os doentes tratados com Kaftrio e ivacaftor apresentaram um aumento médio no ppFEV1 de 13,9% em comparação com uma redução de 0,4% nos doentes que receberam o placebo.
No segundo estudo que incluiu 707 doentes com uma mutação F508del de ambos os progenitores, os doentes que tomaram Kaftrio com ivacaftor apresentaram um aumento médio no ppFEV1 de 10% em comparação com um aumento de 0,4% nos doentes que tomaram uma associação de ivacaftor e tezacaftor isoladamente.
Riscos associados
Efeitos secundários mais frequentes
Os efeitos secundários mais frequentes associados a Kaftrio (que podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas) são os seguintes:
Dor de cabeça (17,3%),
Diarreia (12,9%),
Infeções do trato respiratório superior, tais como, infeções do nariz e da garganta (11,9%),
Podem ocorrer erupções cutâneas que, por vezes, são graves (1,5%).
No resumo das características do medicamento (RCM) do Kaftrio, aprovado pela agência europeia do medicamento (EMA), estão descritos diversos efeitos colaterais muito comuns (≥1/10) e comuns (≥1/100 a <1/10) que podem ser graves e afetar quase todos os sistemas e órgãos importantes do nosso corpo!
De seguida apresento imagem da tabela das reações adversas descritas no RCM do Kaftrio:
Se desejar conhecer todos os detalhes descrevo de seguida link para o resumo das características do medicamento aprovado pela Agência Europeia do medicamento (EMA).
Kaftrio é um tratamento eficaz para doentes com fibrose quística que têm duas mutações F508del ou uma mutação F508del e uma mutação MF. Ambos são grupos com uma elevada necessidade médica por satisfazer. Os doentes que apresentam uma mutação F508del e outras mutações não foram abrangidos pelos estudos e, apesar de a empresa ter apresentado alguns dados sobre a utilização nesses doentes, considerou-se necessário fornecer dados adicionais que suportassem a autorização nestes grupos.
Em termos de segurança, Kaftrio foi bem tolerado. Por conseguinte, a Agência Europeia de Medicamentos concluiu que os benefícios de Kaftrio são superiores aos seus riscos e o medicamento pode ser autorizado para utilização na UE.
Segurança e eficácia
Medidas para utilização segura e eficaz de Kaftrio
A empresa responsável pela comercialização de Kaftrio realizará um estudo sobre a segurança a longo prazo de Kaftrio, incluindo em mulheres grávidas. No Resumo das Características do Medicamento e no Folheto Informativo foram igualmente incluídas recomendações e precauções a observar pelos profissionais de saúde e pelos doentes para a utilização segura e eficaz de Kaftrio.
Tal como para todos os medicamentos, os dados sobre a utilização de Kaftrio são continuamente monitorizados. Os efeitos secundários comunicados com Kaftrio são cuidadosamente avaliados e são tomadas quaisquer ações necessárias para proteger os doentes.
A Dinamarca suspendeu temporariamente o uso da vacina Oxford-AstraZeneca contra a covid-19 como medida de precaução após relatos de coágulos sanguíneos e uma morte. A Bulgária também avançou com a suspensão depois uma mulher morrer 15 horas após a toma da vacina da AstraZeneca. No entanto, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e o orgão regulador do Reino Unido disseram que não há indicação de que a vacinação esteja ligada a eventos tromboembólicos. Afinal quem tem razão?
Sete outros países, Noruega, Islândia, Áustria, Estônia, Lituânia, Luxemburgo e Letônia, também suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca. As decisões são mais um revés para a campanha de vacinação da Europa, que tem lutado para ganhar velocidade, em parte por causa dos atrasos na entrega da vacina AstraZeneca, aliás mal explicados e mal aceites pela comissão europeia, numa altura em que novas variantes do SARS-CoV-2, mais perigosas, surgem em vários países, forçando novos confinamentos!
A Autoridade de Saúde dinamarquesa disse que uma pessoa morreu na Dinamarca após receber a vacina AstraZeneca e que suspenderia o uso da droga por duas semanas enquanto o caso era investigado. “É importante ressaltar que não encerramos o uso da vacina AstraZeneca – estamos apenas a interromper o seu uso”, disse o diretor da Autoridade de Saúde dinamarquesa, Soren Brostrøm.
Em 10 de março, a EMA disse que a Áustria suspendeu o uso de um lote de vacinas AstraZeneca depois de uma enfermeira de 49 anos ter uma trombose múltipla diagnosticada e morreu 10 dias após a vacinação. Outra enfermeira de 35 anos foi internada no hospital com embolia pulmonar após ser vacinada. A EMA informou que duas outras notificações de casos de eventos tromboembólicos também foram recebidas desse lote, que foi entregue a 17 países da UE e compreendia um milhão de doses.
Revisão detalhada
O comité de segurança da EMA está a analisar o problema, mas disse que atualmente não há indicação de que a vacinação tenha causado essas condições, que não estão listadas como efeitos colaterais. Afirmou que as informações disponíveis até ao momento demonstram que o número de acontecimentos tromboembólicos em pessoas vacinadas não foi superior ao verificado na população em geral. Até 10 de março, 30 casos de eventos tromboembólicos foram relatados entre os cinco milhões de pessoas que receberam a vacina AstraZeneca no Espaço Económico Europeu.
Phil Bryan, responsável pela segurança de vacinas da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido, disse: “Mais de 11 milhões de doses da vacina AstraZeneca já foram administradas em todo o Reino Unido. Os relatos de coágulos sanguíneos recebidos até agora não são maiores do que o número que teria ocorrido naturalmente na população vacinada. ” Ele acrescentou que a agência estava a manter a questão sob análise cuidadosa, mas que as evidências disponíveis não confirmavam que a vacina era a causa.
O que disse a AstraZeneca?
Um porta-voz da AstraZeneca disse: “A segurança do paciente é a maior prioridade da AstraZeneca. Os reguladores têm padrões claros e rigorosos de eficácia e segurança para a aprovação de qualquer novo medicamento, e isso inclui a vacina da AstraZeneca. A segurança da vacina foi amplamente estudada em ensaios clínicos de fase III, e os dados revisados por pares confirmam que a vacina foi geralmente bem tolerada. ”
Coagulação e doença Covid-19
Comentando as decisões, Stephen Evans, professor de farmacoepidemiologia da London School of Hygiene & Tropical Medicine, disse: “O problema com relatos espontâneos de suspeitas de reações adversas a uma vacina é a enorme dificuldade de distinguir um efeito causal de uma coincidência . ” Ele destacou que a doença covid-19 estava fortemente associada à coagulação do sangue e que houve centenas, senão muitos milhares, de mortes causadas pela coagulação do sangue como resultado de covid-19.
Obviamente que a decisão mais sensata é a dos países do Norte da Europa de suspender até clarificação científica. Estes países têm especialistas de renome na área da saúde e portanto não são “tontos” ou seja a decisão de suspensão só é tomada se existir probabilidade relevante do efeito adverso grave estar ligado à toma da vacina, agravada pelo facto de este efeito colateral nem sequer constar do folheto oficial das características do medicamento aprovadas pelas agências de saúde americana e europeia ou seja é um efeito adverso desconhecido.
Isto pode significar que começamos agora a conhecer os efeitos colaterais que não aparecem nos ensaios clínicos por causa do número limitado de sujeitos a que é administrada a vacina na fase de ensaio. Assim só quando a vacinação em massa está em curso é que, historicamente, se identificam os efeitos colaterais mais raros mas potencialmente fatais como é o caso dos eventos de tromboembolismo!
A vacina da Universidade de Oxford para a Covid-19 é feita com um vetor viral não-replicante que utiliza um adenovírus de chimpanzés que foi modificado para ficar inofensivo, que não se replica e entrega nas células humanas um fragmento de material genético do novo coronavírus, induzindo-as a produzir uma proteína semelhante à existente no vírus do SARS-CoV-2.
Segundo informação publicada no jornal Público, a plataforma do vector viral com o adenovírus que a nova vacina de Oxford usa já existe desde 1991, segundo Adrian Hill.
Hill trabalhou com Sarah Gilbert, outra especialista, para aperfeiçoar a tecnologia, o que envolveu usar o vírus da constipação de chimpanzés como o vector através do qual se entregam as instruções de produção da proteína do vírus que se procura imitar, em testes com doenças como a gripe, a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e o Ébola durante a última década. A esperança era que isto se provasse útil um dia contra uma ou mais doenças mortíferas.
A pandemia virou o seu foco para o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em Janeiro de 2020. A vice-reitora da Universidade de Oxford, Louise Richardson, foi informada sobre o trabalho de Gilbert que parecia promissor para combater o novo coronavírus, mas que a investigação estava a ser levada a cabo sem fundos.
A universidade ofereceu um milhão de libras (cerca de 1,12 milhões de euros) para financiar a investigação até que obtivessem mais financiamento, contou Louise Richardson, o que aconteceu quando o Governo britânico e a AstraZeneca se entenderam em Maio.
Resposta imune como funciona?
Afinal, em termos simples, como responde o nosso sitema imunitário à entrada de um novo vírus? Como se forma a memória imunitária e passa a reconhecer o vírus? A imagem seguinte descreve de forma clara e simplificada esse mecanismo.
A primeira vacina foi criada pelo médico britânico Edward Jenner há pouco mais de 220 anos, na passagem do século 18 para o século 19, para prevenir a varíola.
As vacinas que até agora usavamos envolviam a administração no nosso organismo do vírus ou bactéria (ou parte desses micoorganismos) causadores da doença que desejamos ficar imunes, de forma a causar uma reação do nosso sistema imunitário que a partir desse momento reconhecia uma nova ameaça e passava a responder combatendo esses vírus ou bactérias e evitando a sua reprodução e respectiva doença.
Para estas vacinas serem seguras, no caso dos vírus e bactérias, antes de nos serem administrados na forma de vacinas, são enfraquecidos na sua capacidade de causar doença (vacinas vivas atenuadas) ou inativados para serem incapazes de se reproduzir no nosso organismo (vacinas mortas inativadas).
Também existem as chamadas vacinas de subunidades. Nestas apenas fragmentos característicos de um vírus, como por exemplo uma proteína da superfície do vírus, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.
Existem também vacinas de toxoides em que a doença é causada não pela bactéria mas por uma tooxina por ela produzida, como é o caso das vacinas contra a difteria e tétano.
Mais recentemente surgiram as vacinas de vetor viral não- replicante, as vacinas de DNA e as vacinas de RNA.
Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:
Vacinas de vírus ou bactérias
– Vivas atenuadas – Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica
– Subunidades proteicas – Partículas semelhantes a vírus
Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como o do sarampo ou um adenovírus é geneticamente modificado para produzir ou transportar até às células, as proteínas do coronavírus.
Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:
Replicante – que ainda se podem replicar dentro das células;
Não-replicante – que perderam o poder replicante porque os genes principais foram desativados.
Existem já prontas ou em fase 3 de estudos clínicos 4 vacinas anti-covid de vetor viral não-replicante. são elas:
University of Oxford/AstraZeneca (ChAdOx1-S, 2 doses. IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology;
Gamaleya Research Institute;
Janssen/Johnson & Johnson (Adenovirus Type 26 vector, 1 ou 2 doses, IM, com 2ª dose 56 dias após a 1ª dose).
Concluindo
Toda a teoria que tem por base a investigação, desenvolvimento, produção e distribuição das vacinas é complexa, extraordinária e digna de admiração quando se chega a um produto final eficaz mas antes de mais seguro! Este é o ponto mais delicado, a segurança, sem a qual não há eficácia que justifique a sua aplicação.
Acredito nas vacinas e historicamente parece óbvio que prestaram um enorme serviço à saúde e longevidade da humanidade. No século XXI no entanto, com a população cada vez mais informada, embora nem sempre da forma mais adequada, a transparência das decisões políticas e das entidades reguladoras de saúde tem de ser irrepreensível e sem medo de tomar decisões difíceis como suspender temporariamente uma vacina que está a ser aplicada a milhões de pessoas, até completa clarificação dos eventos graves e fatais, aparentemente associado à toma de uma vacina, seja ela qual for!
As vacinas são medicamentos e a história da industria farmacêutica está repleta de casos de medicamentos lançados com enorme sucesso, por farmacêuticas prestigiadas, vendidos como “milagres farmacológicos” e anos mais tarde retirados, também com estrondo, depois de deixarem um rasto de morte pelo caminho!
Termino com uma pergunta pertinente… como se prova que alguém morreu por causa de uma vacina contra a Covid-19?
Doenças nas mulheres top 16 toda a verdade! Quais as doenças mais comuns nas mulheres? Porque afectam mais as mulheres? Como podem ser evitadas? Qual o melhor tratamento?
Existem diversas doenças importantes que afectam de forma marcada as mulheres degradando de forma drástica a sua qualidade de vida, a sua vida laboral e as suas relações pessoais de tal forma que, em inúmeros casos, podem levar à ruptura dramática da estrutura familiar como pilar fundamental da sua felicidade!
Neste artigo vou tratar algumas das mais comuns, com uma abordagem essencialmente positiva realçando principalmente as formas de prevenção. Durante o artigo, para quem gosta de detalhes, serão descritos links MELHORSAUDE.ORG (basta clicar nas imagens) para informação mais aprofundada sobre algumas destas doenças.
Neste artigo vou tratar os seguintes temas:
Cancro da mama
Cancro do cólo do útero
Infecção urinária
Candidíase
Vaginose bacteriana
Corrimento ou vaginite
Osteoporose
Alzheimer
Depressão
Ovário policístico
Doenças da tiroide
Fibromialgia
Sindrome pré-menstrual
Dor de cabeça e enxaqueca
Endometriose e dores menstruais
Artrite reumatóide
Pílula riscos da toma e tudo o que ainda não sabe sobre a pílula e pílula do dia seguinte
Fungos nas unhas
Queda de cabelo
Bebé nos primeiros dias de vida, o que comer? Como tratar as cólicas?
Clique nas imagens para saber tudo sobre a doença!
Cancro da mama
O cancro da mama é um tumor maligno provocado pelo desenvolvimento anormal de algumas células, originando a formação de um ou mais nódulos na mama. Este é o cancro mais mortífero e também o mais comum entre as mulheres, no entanto, em aproximadamente 85% dos casos a doente consegue recuperar. Não existe uma causa bem defenida para o surgimento desta doença, mas existem fatores de risco que podem despoletar ou acelerar o seu desenvolvimento. Entre esses factores destaco os seguintes:
À excepção da história familiar e da idade quase todos os outros factores de risco podem ser evitados ou, pelo menos, minimizados diminuindo muito a probabilidade de cancro. Assim descrevemos de seguida o que pode e deve fazer para se proteger melhor:
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Evitar o excesso de peso mantendo uma alimentação equilibrada;
Efectuar o diagnóstico precoce de despiste do cancro da mama que inclui:
Autoexame da mama,
Exame clínico da mama,
Mamografia.
Cancro do colo do útero
Este cancro é o quarto mais comum entre a população feminina, afetando na sua maioria mulheres entre os 50 e os 60 anos de idade. Manifestando-se normalmente depois da menopausa, o cancro do colo do útero é uma “doença lenta”, uma vez que pode demorar entre 10 a 20 anos a desenvolver-se.
Prevenir o cancro do colo do útero
Uma vez que se trata do cancro mais frequente do aparelho reprodutor feminino, as consultas regulares no ginecologista são essenciais para a realização dos exames de rotina e a melhor forma de se despistarem lesões pré-cancerosas do colo do útero ainda em fase embrionária. Outros fatores de risco relacionados com este tipo de cancro são:
A infecção urinária é uma das mais relevantes doenças comuns nas mulheres. Cerca de 80 a 90% das pessoas que sofrem de infecções urinárias são mulheres. A infecção urinária é a presença anormal de micro-organismos no tracto urinário. Esta doença incide mais nas mulheres a partir da idade reprodutiva e estende-se até à idade da menopausa. Surge quando existe uma diminuição do estrogénio e uma degradação da microflora que protege esta região mais íntima do corpo da mulher.
As duas principais causas de infecção urinária são:
Relações sexuais com diversos parceiros e/ou relações desprotegidas ou “promíscuas” nomeadamente quando existe sexo anal e vaginal no mesmo acto sexual;
Presença de bactérias intestinais que migram até à região da bexiga.
É muito raro as infeções urinárias acontecerem por via da circulação sanguínea.
Prevenir as infeções urinárias
Existem diversas medidas que ajudam a prevenir as infecções urinárias. Entre elas podemos destacar:
Ingestão de água em quantidades saudáveis ou seja aquela que permita ter uma urina límpida e transparente;
Urinar antes e depois das relações sexuais ajuda a expulsar possiveis bactérias patogénicas;
Não reter a urina em situações do quotidiano em que surge a vontade de urinar;
Tomar estrogénio livre de contraindicações hormonais para as mulheres na menopausa;
Funcionamento saudável do aparelho digestivo, nomeadamente através de uma alimentação saudável e equilibrada;
Usar preservativo durante as relações sexuais com parceiros que não conhece bem;
Evitar actos sexuais desprotegidos que arrastem bactérias do ânus para a zona da entrada do tracto urinário e vagina;
Higiene diária correta da região genital fazendo sempre a limpeza no sentido vagina/anús ou seja da frente para trás de forma a evitar o arrastamento de bactérias do tracto intestinal para o entrada do tracto urinário e vagina.
Candidíase
As estatísticas confirmam que, pelo menos uma vez na vida, cerca de 75% das mulheres tem candidíase, assim como entre 20 a 25% das mulheres que apresentam corrimentos vaginais sofrem desta doença, tornando-a uma das importantes doenças comuns nas mulheres, Segundo alguns especialistas, a candidíase não se encaixa na categoria de doença sexualmente transmissível uma vez que pode ser contraída mesmo na ausência de relações sexuais. A candidíase é uma infeção originada pelo fungo Cândida ou Monília e caracteriza-se pelo corrimento de cor esbranquiçada, espesso e grumoso, normalmente acompanhado por irritação no local.
Prevenir a candidíase
Existem diversos hábitos que diminuem muito a probabilidade de contrair candidíase, a saber:
Usar preservativo;
Secar bem a pele depois do banho porque o fungo gosta de humidade;
Manter uma alimentação saudável e equilibrada para que não haja degradação da microflora vaginal;
Assegurar uma higiene adequada mas não exagerada da região genital (em condições normais de manhã e à noite é suficiente);
Evitar o uso diário de absorventes que alterão o PH da região genital;
Evitar o uso de papel higiénico perfumado, que também pode provocar alergias e alterações de PH;
Preferir calças mais largas em vez de justas que não permitem uma “respiração” adequada ad pele;
Deixar de lado as roupas interiores de tecidos sintéticos que podem provocar alergias.
Vaginose bacteriana
Apesar de também ocorrer devido a contactos íntimos ou a relações sexuais, esta doença não é considerada uma doença sexualmente transmissível, uma vez que algumas das bactérias causadoras existem habitualmente no ser humano. A vaginose bacteriana é uma infecção genital provocada por bactérias. Esta doença pode levar à candidíase e é a causa mais comum do corrimento genital, caracterizando-se por um desequilíbrio da flora vaginal que provoca o aumento da concentração de bactérias. O odor desagradável característico da vaginose aumenta durante o período menstrual. Esta infeção é mais frequente em mulheres na idade reprodutiva.
Como prevenir a vaginose bacteriana?
As principais formas de prevenção da vaginose bacteriana são:
Utilizar preservativo em todas as relações sexuais;
Manter uma higiene íntima adequada;
Evitar duches vaginais e bidés, pois, estes podem revelar-se locais propícios às bactérias;
Limpar sempre a vagina da parte da frente para a parte de trás, para que as bactérias da região do ânus não se desloquem para a região vaginal.
Corrimento ou vaginite
É uma secreção anormal expelida pela vagina e que se caracteriza por um odor desagradável. Normalmente, este corrimento é provocado por infeções vaginais, vulvites e vulvovaginites, doenças sexualmente transmissíveis e infeções cervicais ou do colo do útero.
Como prevenir o corrimento ou vaginite?
As medidas preventivas que protgem a mulher do corrimento ou vaginite são essencialmente as seguintes:
Evitar situações de stress;
Não usar antibióticos sem serem receitados pelo médico;
Não usar roupas apertadas ou de tecidos sintéticos;
Manter uma boa higiene íntima usando sabonetes próprios;
Praticar uma alimentação saudável;
Manter as consultas regulares de ginecologia, de forma a identificar e prevenir as causas desta secreção excessiva.
Osteoporose
Três em cada quatro dos pacientes de osteoporose são do sexo feminino. São principalmente afectadas as mulheres na fase da pós-menopausa, sendo esta uma doença que resulta da carência de cálcio no organismo. Alguns factores como o sedentarismo, o álcool, tabaco, café em excesso e uma alimentação deficiente podem levar ao agravamento desta doença. Para além destes fatores externos, existe também uma predisposição genética para a osteoporose.
Como prevenir a osteoporose?
As principais formas de prevenir esta doença são:
Dieta equilibrada ou seja variada com a quantidade necessária de cálcio numa forma que seja adequadamente biodisponivel ou seja que permita que o cálcio seja realmente absorvido pelo organismo e utilizado no reforço da massa óssea;
Praticar exercício físico de forma regular. Entre esses exercícios físicos, destacam-se as caminhadas e as atividades aeróbicas;
Apanhar sol de forma racional e dentro dos limites considerados saudáveis é muito importante para que o corpo produza a vitamina D necessária para a manutenção de um esqueleto saudável.
Alzheimer
É uma doença degenerativa que interfere com o funcionamento do cérebro e que compromete várias das suas funções de forma mais ou menos grave. A doença de Alzheimer é mais frequente nas mulheres do que nos homens, principalmente na sua variante genética mais comum. Ainda não existe cura para esta doença e se assim se mantiver, poderão existir cerca de 115 milhões de pessoas a sofrerem desta doença até ao ano de 2050.
Como prevenir a doença de Alzheimer?
Não existem grandes certezas sobre as causas detalhadas da doença de Alzheimer no entanto as medidas de prevenção que a seguir descrevo parecem reunir algum consenso na comunidade médica, a saber:
Reservar 15 minutos por dia para fazer “ginástica ao cérebro”, proporcionando-lhe desafios e atividades mentais para que se mantenha sempre em movimento e em bom funcionamento;
Ler também pode ser uma boa opção, uma vez que treina o cérebro para ser capaz de reter informação;
Praticar exercício físico de forma regular;
Alimentação tão rica e variada quanto possível;
Beber uma taça de vinho tinto por dia;
Dormir entre 7.30 e 8 horas por noite;
Manter a tensão arterial vigiada, evitando assim a hipertensão.
Depressão
Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo e a maior parte destes doentes são mulheres. As hormonas femininas, bem como a depressão pós-parto podem induzir crises de depressão. Esta doença caracteriza-se por um desinteresse em relação a tudo o que rodeia o paciente, perda de autoestima, mudanças de humor repentinas e bruscas. Caso não seja tratada ou diagnosticada a tempo, a depressão pode tornar-se uma doença crónica altamente incapacitante e pode até conduzir ao suicídio em casos extremos.
Como prevenir a depressão?
Prevenir a depressão passa essencialmente pelas seguintes medidas:
Diminuir o stress e ansiedade diários;
O tratamento deve ser sempre conduzido por um profissional porque apenas boa vontade e palavras encorajadoras são incapazes de contornar a depressão;
Exercício físico regular;
Alimentação saudável;
Passatempos apaixonantes que desviam o pensamento de ideias depressivas.
Em caso de reincidência ou manutenção dos sintomas da depressão, é crucial procurar ajuda médica imediata.
Ovário Policístico
Esta doença pode levar algumas mulheres à infertilidade se não for devidamente acompanhada e tratada. É um distúrbio endócrino que atinge cerca de 7% das mulheres em idade reprodutiva, levando à alteração dos níveis hormonais e provocando a formação e crescimento de quistos nos ovários. Esta doença caracteriza-se pela:
Menstruação irregular,
Micro quistos nos ovários,
Elevada produção de testosterona.
Como prevenir o ovário policístico?
Prevenir o ovário policístico passa pelas seguintes medidas preventivas:
Uma dieta saudável, que impeça o aumento significativo do peso;
Alimentação que não contribua para o aumento da tensão arterial;
Evitar situações de stress e de ansiedade;
Praticar exercício físico de forma equilibrada;
Colesterol e de tensão arterial controlados;
Cumprir um calendário regular de visitas ao ginecologista.
Tiroide e doenças mais comuns
As doenças da tiroide são diversas mas destacam-se as seguintes:
Hipotiroidismo;
Hipertiroidismo;
Cancro da tiroide;
Nódulos da tiroide.
Fibromialgia
A fibromialgia é um síndrome crónico caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. A fibromialgia é uma das doenças reumáticas com maior incidência na actualidade sendo 80 a 90% dos casos diagnosticados em mulheres. É uma doença crónica invisível, sobre a qual ainda há muito por saber. A fibromialgia não tem tratamento específico e é capaz de provocar dores intensas, no entanto mantém-se até hoje num relativo anonimato, ao qual não será alheio o facto de apenas ter sido reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 1970.
Tensão pré-menstrual (TPM)
A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como transtorno ou síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.
Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil. O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este sindrome que afecta entre 70% a 80% das mulheres com vários graus de gravidade.
Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!
Enxaqueca e dor de cabeça
A dor de cabeça ou cefaleia (termo médico) é uma condição de saúde muito comum que afecta imensas mulheres nomeadamente a enxaqueca, tendo, em muitos casos, consequências graves no dia a dia das mesmas. Este artigo pretende ser um contributo para gerir melhor as crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes, ajudar a perceber as suas dores de cabeça, o seu diagnóstico e o seu tratamento. As cefaleias são reais – não se trata apenas de imaginação. Se as dores de cabeça a incomodam é porque necessitam de atenção médica.
Endometriose
As dores menstruais não devem ser consideradas normais, principalmente quando são persistentes e acontecem mesmo tomando medicamentos para a dor. Estas dores podem estar a sugerir uma endometriose, condição que pode levar à infertilidade.
O que é a endometriose?
A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crónica e infertilidade.
Artrite reumatóide
A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crónica que pode limitar os gestos diários destes doentes, como abrir uma porta, agarrar uma caneta ou calçar uns sapatos. A ocorrência global de AR é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.
A Artrite Reumatóide é uma doença reumática inflamatória crónica auto-imune, de etiologia desconhecida, que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e periarticulares. Pode, contudo, afectar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas.
Quando não tratada precoce e correctamente, a artrite reumatóide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidade e mortalidade acrescida em relação à população em
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Concluindo
As doenças comuns nas mulheres são do ponto de vista médico muito interessantes por estarem muitas vezes associadas ao peculiar ciclo hormonal da mulher. Do ponto de vista da mulher o que importa é antes de mais proteger-se, prevenindo a doença e para conseguir este objectivo adoptar alguns hábitos e comportamentos mais saudáveis e seguros do ponto de vista nutricional, comportamental e do exercício físico. Para isso é essencial estar bem informada sobre as doenças, quais as suas causas e saber o que realmente lhe faz bem mesmo quando o melhor é não seguir algumas “modas” alimentares, fisicas e comportamentais! Primeiro informe-se bem e depois pense pela sua cabeça!
Vacinas Covid-19 vacinas RNA e DNA diferenças, vantagens e perigos, toda a verdade! Como funcionam estas vacinas? Quais as vantagens? Quais os perigos e polémicas? O que dizem os céticos anti-vacinas? Quais as vacinas Covid-19 já em fase de aprovação? Quais os preços já anunciados?
Qual a melhor vacina Covid-19? Sim no final do artigo respondo sem rodeios a esta questão!
As empresas farmacêuticas Pfizer (americada) e BioNTech (alemã), Moderna (americana) e AstraZeneca/Oxford (Inglesa) anunciaram em Novembro de 2020, que as suas vacinas contra a covid-19, eram capazes de prevenir a doença Covid-19 em mais de 90% (Pfizer e Moderna) e 70% a 90% (AstraZeneca/Oxford) das pessoas vacinadas. A Janssen/Johnson anunciou 66,1% a 66,9% de eficácia no documento de autorização para uso de emergência, aprovado pela FDA dos EUA, em 27 de Fevereiro de 2021.
Segundo estes laboratórios, nenhum efeito adverso grave devido à vacina foi descrito até ao momento nos estudos clínicos, após vários milhares de voluntários terem sido injetados e muitos mais milhares efetivamente já vacinados em vários países.
Será que podemos mesmo confiar na informação apenas dos laboratórios que são parte interessada no “negócio”? O que importa de facto analizar? Afinal até agora qual será… provavelmente, a melhor vacina!
Este é mais um artigo detalhado com informação relevante e recente para que possa, de maneira mais conhecedora, formar a sua própria opinião sobre um assunto que a todos nos afeta!
Segundo a Organização Mundial de Saúde são 11 as vacinas em fase final de estudos clínicos prontas ou quase prontas para aprovação das entidades reguladoras do medicamento.
Descrevo de seguida quais são essas vacinas, laboratórios responsáveis pelo seu desenvolvimento, países de origem, temperatura de conservação, eficácia e qual o tipo de vacina.
Laboratório/Vacina Nacionalidade
Temperatura de conservação
Eficácia
Tipo de vacina
Pfizer/BioNTech/Fosun EUA/Alemanha/China
-70ºC
95%
mRNA
Moderna/NIAID EUA
-20ºC
94,1%
mRNA
Oxford/AstraZeneca Reino Unido/Suécia
2ºC a 8ºC
70%
Vetor viral não replicante
Gamaleya Research Institute (Sputnik V) Russia
2ºC a 8ºC
95%
Vetor viral não replicante
Janssen Biotech/ Johnson & Johnson Bélgica/EUA
2ºC a 8ºC
66,1% a 66,9%
Vetor viral não replicante
CanSino Biological Inc. China
2ºC a 8ºC
ND
Vetor viral não replicante
Novavax EUA
2ºC a 8ºC
ND
Subunidade proteica
Sinovac (CoronaVac) China
2ºC a 8ºC
97%
Vírus inativado
Sinopharm/Beijing Institute of Biological Products China
2ºC a 8ºC
ND
Vírus inativado
Sinopharm/Wuhan Institute of Biological Products China
2ºC a 8ºC
ND
Vírus inativado
Bharat Biotech India
2ºC a 8ºC
ND
Vírus inativado
Fontes: Organização Mundial de Saúde (OMS). ND significa não divulgado.
Pfizer/BioNTech
A Pfizer irá distribuir a vacina Comirnaty em contentores especiais que mantêm a sua temperatura durante duas semanas, segundo uma especialista do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, Janell Routh, dizendo que para já não está a ser recomendado que hospitais ou clínicas comprem equipamento especial.
A vacina da Moderna parece ser mais estável no que concerne à temperatura mas também é claro que vai precisar de uma rigorosa cadeia de frio, não se sabendo ainda detalhes mais rigorosos sobre as temperaturas que devem ser asseguradas na sua distribuição e armazenamento que no entanto deve estar próxima dos -20ºC.
Já a vacina da AstraZeneca/Oxford necessita apenas de um intervalo de refrigeração comum entre os 2ºC a 8ºC habituais (temperatura conseguida num frigorífico normal) sendo a mais barata das três vacinas em fase mais avançada. Embora aparentemente a eficácia seja menor que as da Pfizer e Moderna, a temperatura e o preço (ver final deste artigo) conferem-lhe uma enorme vantagem competitiva!
A vacina anti-Covid desenvolvida pela Janssen-Cilag, o laboratório belga que pertence à Johnson & Johnson, foi considerada segura e eficaz pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration – FDA) que em 27 de Fevereiro de 2021 atribuiu uma autorização para uso de emergência, Os pontos mai relevantes são os seguintes:
Eficácia 66,9% na prevenção de formas moderadas de Covid-19 e 66,1% nas formas severas/criticas;
Temperatura de armazenamento de 2ºC a 8ºC;
Dose única de 0,5ml;
Efeitos adversos mais frequentes são dor no local da aplicação, dor de cabeça, fadiga, mialgia, náuseas, eritema e inchaço no local da aplicação.
Existiram alguns casos de anafilaxia durante os estudos clínicos;
Há 40 vacinas genéticas entre as 187 que estão a ser desenvolvidas contra a covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dez já são testadas em humanos e duas estão na última etapa desta parte da pesquisa.
Pode consultar os relatórios que vão sendo actualizados pela OMS clicando na imagem seguinte.
Vacinas Covid-19 prontas e fase 3
Descrevo de seguida, segundo relatório de Organização Mundial de Saúde (OMS) a lista de 11 vacinas já em fase 3 (última fase) de estudos clínicos ou seja as mais adiantadas e quase prontas para aprovação de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) das mais importantes agências mundiais do medicamento como a FDA (americana) e a EMA (europeia). Algumas destas vacinas, entretanto já estão aprovadas para uso de emergência e a ser aplicadas na população com maior risco de contrair doença grave por COVID-19.
Wuhan Institute of Biological Products/Sinopharm (China)
Inativada
Inativada
2
21
IM
Beijing Institute of Biological Products/Sinopharm (China)
Inativada
Inativada
2
21
IM
Bharat Biotech (Índia)
Inativada
Virião completo inativado
2
28
IM
University of Oxford/AstraZeneca (Reino Unido/Suécia)
Vetor viral não-replicante
ChAdOx1-S
2
28
IM
CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology (China)
Vetor viral não-replicante
Vetor tipo 5 Adenovirus
1
0
IM
Gamaleya Research Institute (Sputnik V) Russia
Vetor viral não-replicante
Adeno-based (rAd26-S+rAd5-S)
2
21
IM
Janssen/Johnson & Johnson Pharmaceutical Companies (Bélgica e EUA)
Vetor viral não-replicante
Adenovirus Type 26 vector
1
0
IM
Novavax (EUA)
Subunidades proteicas
Full length recombinant SARS CoV-2 glycoprotein nanoparticle vaccine adjuvanted with Matrix M
2
21
IM
Moderna/NIAID (EUA)
RNA
LNP-encapsulated mRNA
2
28
IM
Pfizer/BioNTech/Fosun Pharma (EUA/Alemanha/China)
RNA
3 LNP-mRNAs
2
28
IM
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). IM significa intramuscular.
Preços das vacinas
Alguns laboratórios começaram já a revelar o preço ou intervalo de preços das suas vacinas. Descrevo de seguida os preços de algumas das vacinas covid-19 mais faladas, segundo o Business Standard.
Vacina/laboratório
Preço por dose (USD)
Doses
Moderna coronavirus vaccine
$37
2
Pfizer/BioNTech coronavirus vaccine
$20
2
Oxford/ AstraZeneca coronavirus vaccine
$3 a $4
2
Jassen/Johnson & Johnson Covid-19 vaccine
$10
1
Russia Sputnik V coronavirus vaccine
Não anunciado
2
CovaxinIndia coronavirus vaccine
$1,35 (100 rupias)
ND
Novavax coronavirus vaccine NVX-CoV2373
$16
2
Fonte: Business Standard ND significa informação não disponível
No final do artigo descrevo as razões da minha escolha para melhor vacina anti Covid-19. Se tem curiosidade deslize já até ao fim deste artigo que vai sendo constantemente atualizado e já mudou a escolha acertada em função dos efeitos colaterais entretanto conhecidos.
Resposta imune como funciona?
Afinal, em termos simples, como responde o nosso sitema imunitário à entrada de um novo vírus? Como se forma a memória imunitária e passa a reconhecer o vírus? A imagem seguinte descreve de forma clara e simplificada esse mecanismo.
A primeira vacina foi criada pelo médico britânico Edward Jenner há pouco mais de 220 anos, na passagem do século 18 para o século 19, para prevenir a varíola.
As vacinas que até agora usavamos envolviam a administração no nosso organismo do vírus ou bactéria (ou parte desses micoorganismos) causadores da doença que desejamos ficar imunes, de forma a causar uma reação do nosso sistema imunitário que a partir desse momento reconhecia uma nova ameaça e passava a responder combatendo esses vírus ou bactérias e evitando a sua reprodução e respectiva doença.
Para estas vacinas serem seguras, no caso dos vírus e bactérias, antes de nos serem administrados na forma de vacinas, são enfraquecidos na sua capacidade de causar doença (vacinas vivas atenuadas) ou inativados para serem incapazes de se reproduzir no nosso organismo (vacinas mortas inativadas).
Também existem as chamadas vacinas de subunidades. Nestas apenas fragmentos característicos de um vírus, como por exemplo uma proteína da superfície do vírus, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.
Existem também vacinas de toxoides em que a doença é causada não pela bactéria mas por uma tooxina por ela produzida, como é o caso das vacinas contra a difteria e tétano.
Mais recentemente surgiram as vacinas de vetor viral não- replicante, as vacinas de DNA e as vacinas de RNA.
Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:
Vacinas de vírus ou bactérias
– Vivas atenuadas – Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica
– Subunidades proteicas – Partículas semelhantes a vírus
Existem já 4 vacinas inativadas anti-Covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. São elas as seguintes:
Sinovac;
Wuhan Institute of Biological Products/Sinopharm;
Beijing Institute of Biological Products/Sinopharm;
Bharat Biotech.
Vacinas de subunidades proteicas
Neste tipo de vacina, proteínas do coronavírus são injetadas diretamente no corpo. Da mesma forma, fragmentos ou invólucros de proteínas que imitam a estrutura do vírus também podem ser usados.
A maioria delas imita a proteína spike (espícula), que desempenha papel determinante no processo de entrada vírus na célula, por meio da ligação com o receptor ACE2.
Esse tipo de vacina requer adjuvantes para estimular o sistema imune, bem como múltiplas doses.
Existe já uma vacina deste tipo anti-covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. É a seguinte:
Novavax.
Vacinas de partículas semelhantes a vírus
Estas são também vacinas de base proteica que utilizam partículas semelhantes a vírus, que imitam um invólucro contendo a estrutura externa viral, porém sem o conteúdo interior.
Estas partículas não são capazes de causar infecção pois não possuem material genético do interior do vírus. Têm a capacidade de gerar uma forte resposta imune, mas são difíceis de ser produzidas.
Vacina de vetor viral
Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como o do sarampo ou um adenovírus é geneticamente modificado para produzir ou transportar até às células, as proteínas do coronavírus.
Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:
Replicante – que ainda se podem replicar dentro das células;
Não-replicante – que perderam o poder replicante porque os genes principais foram desativados.
Existem já em fase 3 de estudos clínicos 4 vacinas anti-covid de vetor viral não-replicante. são elas:
University of Oxford/AstraZeneca (ChAdOx1-S, 2 doses. IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology;
Gamaleya Research Institute;
Janssen/Johnson & Johnson (Adenovirus Type 26 vector, 1 ou 2 doses, IM, com 2ª dose 56 dias após a 1ª dose).
Vacina Covid-19 AstraZeneca/Universidade de Oxford
Por exemplo, a vacina da Universidade de Oxford para a Covid-19 é feita com um vector viral não-replicante que utiliza um adenovírus de chimpanzés que foi modificado para ficar inofensivo, que não se replica e entrega nas células humanas um fragmento de material genético do novo coronavírus, induzindo-as a produzir uma proteína semlehante à existente no vírus do SARS-CoV-2.
Segundo informação publicada no jornal Público, a plataforma do vector viral com o adenovírus que a nova vacina de Oxford usa já existe desde 1991, segundo Adrian Hill.
Hill trabalhou com Sarah Gilbert, outra especialista, para aperfeiçoar a tecnologia, o que envolveu usar o vírus da constipação de chimpanzés como o vector através do qual se entregam as instruções de produção da proteína do vírus que se procura imitar, em testes com doenças como a gripe, a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e o Ébola durante a última década. A esperança era que isto se provasse útil um dia contra uma ou mais doenças mortíferas.
A pandemia virou o seu foco para o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em Janeiro de 2020. A vice-reitora da Universidade de Oxford, Louise Richardson, foi informada sobre o trabalho de Gilbert que parecia promissor para combater o novo coronavírus, mas que a investigação estava a ser levada a cabo sem fundos.
A universidade ofereceu um milhão de libras (cerca de 1,12 milhões de euros) para financiar a investigação até que obtivessem mais financiamento, contou Louise Richardson, o que aconteceu quando o Governo britânico e a AstraZeneca se entenderam em Maio.
Plano Nacional de Vacinação
Em Portugal fazem parte do Plano Nacional de Vacinação recomendado 11 vacinas essenciais aplicadas gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A imagem seguinte descreve o plano completo de vacinação recomendado.
Vacinas extra PNV 2020
Apesar de Portugal ter um excelente plano nacional de vacinação (PNV) existem ainda vacinas recentes mas importantes que estão fora desse plano, principalmente por razões orçamentais.
Vacinas de DNA e RNA
As vacinas de DNA e RNA ou vacinas de ácido nucleico, também denominadas vacinas genéticas são um mundo novo no campo da vacinação em larga escala! Em vez de injetar em nós um vírus ou parte dele, o nosso próprio organismo é “programado” para produzir a proteína do vírus, contra a qual o nosso sistema imunitário vai depois reagir e criar memória imunitária.
Neste tipo de vacina, o ácido nucleico é inserido nas células humanas, que produzem cópias de alguma proteína do vírus. A maioria dessas vacinas codifica a proteína spike do vírus.
Esse fragmento de código genético denomina-se plasmídeo. Neste caso os cientistas identificam a parte do código genético viral que carrega as instruções para a fabricação dessa proteína viral e criam um veiculo de transporte estável (por vezes outro vírus ou um veículo lipídico) para carregar essa “peça genética viral”, plasmídeo, para dentro do nosso organismo e das nossas células.
São vacinas fáceis de desenvolver, porque envolvem apenas o material genético, e não o vírus. No entanto, esta é uma tecnologia que nunca foi usada em nenhuma vacina atualmente licenciada e aprovada pelas autoridades do medicamento como a FDA agência do medicamento norte americana e a EMA agência do medicamento europeia. Assim falta ainda comprovar oficialmente a sua eficácia.
Os termos genéticos mais usados significam o seguinte:
DNA (sigla inglesa) ou ADN (sigla portuguesa) significa Àcido Desoxirribonucleico ;
RNA (sigla inglesa) ou ARN (sigla portuguesa) significa Àcido Ribonucleico;
mRNA significa Àcido Ribonucleico mensageiro.
Plasmídeo
Plasmídeos são moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossómico. Ocorrem geralmente em bactérias e por vezes também em organismos eucarióticos unicelulares e células de eucariotas superiores.
O tamanho de um plasmídeo é bastante diverso variando entre poucos milhares a mais de cem mil pares de bases. Numa única célula, podem existir uma ou várias dezenas de cópias de um mesmo plasmídeo.
A replicação do DNA plasmídico é feita pela mesma maquinaria celular que realiza a replicação do DNA cromossómico, à mesma velocidade ou a uma velocidade superior (o que provoca um número elevado de cópias do plasmídeo na célula). Os plasmídeos replicam-se de forma independente do DNA cromossómico mas a sua replicação dá-se a cada divisão celular de forma a conservar pelo menos uma cópia em cada célula-filha.
Mecanismo de ação
Depois de absorvidas pelas nossas células, vai funcionar como um manual de instruções para a produção da proteína do vírus. A célula fabrica essa proteína e exibe-a na sua superfície ou liberta-a na corrente sanguínea, estimulando e “alertando” o nosso sistema imunitário.
Existem em fase 3 de estudos clínicos apenas 2 vacinas de RNA anti-covid-19, são elas:
Moderna/NIAID (LNP-encapsulated mRNA, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer (3 LNP-mRNAs, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
Vantagens das vacinas genéticas
No caso das comuns vacinas atenuadas ou inativadas, é preciso cultivar uma grande quantidade de vírus para usá-los como matéria prima. Com as vacinas genéticas basta criar em laboratório a sequência genética desejada. Isto exige uma estrutura de produção mais simples e provavelmente com menores custos de produção.
Este tipo de vacina pode ser produzida mais rapidamente em grande escala e também é mais flexivel ou seja podem ser rapidamente adaptadas se o SARS-CoV-2 sofrer mutações perigosas.
As vacinas genéticas eliminam o risco da pessoa vacinada ficar doente, o que pode acontecer em pacientes imunodeprimidos quando são usadas vacinas com os vírus atenuados.
O tempo necessário para desenvolver uma vacina também diminui drasticamente. Normalmente, leva-se meses para ter uma vacina pronta para os primeiros testes. Com a vacinas genéticas, pode demorar apenas algumas semanas.
A Moderna levou 42 dias do momento em que recebeu a sequência genética do vírus até começar os estudos da vacina contra a covid-19. Isso é quase impossível com outras tecnologias.
Os testes mostraram, até agora, que as vacinas genéticas contra a covid-19 geraram uma reação do sistema imunológico pelo menos tão boa quanto a de outras candidatas não genéticas. Assim elas não são apenas mais seguras e relativamente baratas de produzir, mas bastante eficazes.
Vacinas de DNA
Se estas vacinas têm tantas vantagens, porque é que ainda não há nenhuma aprovada para o uso em humanos?
Trata-se de uma tecnologia é recente. As vacinas genéticas estão a ser desenvolvidas há cerca de 30 anos mas só recentemente começaram a dar resultados positivos e garantias de utilização segura e eficaz.
No início, os cinentistas acreditavam que seria melhor fazer este tipo de vacina usando DNA, a molécula que guarda todas as informações genéticas de um organismo sendo usada pelas nossas células para produzir as proteínas essenciais à nossa sobrevivência.
No entanto nesse processo de produção proteica o DNA precisa de ser transformado em moléculas de RNA, que transporta essas instruções até à parte da célula onde as proteínas são produzidas.
Os cientistas acreditavam que, ao injetar o DNA do vírus em nós, ele poderia ser absorvido pelas nossas células e transformado em RNA para produzir a proteína desse microorganismo, dando assim início à reação imune do nosso corpo.
No entanto os testes feitos até agora mostraram que as vacinas de DNA não produzem uma resposta imunológica suficientemente forte em humanos.
Vantagens das vacinas de DNA
São diversas as vantagens das vacinas de DNA se conseguirem ser estáveis e seguras. Descrevo de seguida as principais.
Desenho
– Sequências podem ser rapidamente clonadas e modificadas – Altamente flexivel, podendo codificar vários tipos de proteínas como antigéneos virais ou bacterianos e proteínas imunoreguladoras
Produção
– Produção e formulação rápidas – Reproduzivel em larga escala – Baixo custo e fácil de produzir
Segurança
– Não reverte para forma virulenta ao contrário das vacinas atenuadas – Não foram observados efeitos adversos significativos nos ensaios clínicos já efectuados.
Estabilidade
– Estável à temperatura ambiente ao contrário das vacinas de RNA – Longo tempo de armazenamento.
Mobilidade
– Facilidade de armazenamento – Facil transporte – Não necessitam cadeia de frio.
Imunogenicidade
– Indução de resposta imune celular (celulas T) e humoral (celulas B) específicas para os antigénios testados.
Polémicos riscos e problemas
Os céticos deste tipo de vacinas de DNA alegam os riscos associados à manipulação do nosso material genético celular com consequências ainda imprevisiveis para a nossa saúde a médio e longo prazo. De facto as vacinas de DNA podem apresentar alguns problemas e riscos descritos no quadro seguinte.
Integração no DNA celular
A integração poderia causar mutagénese de inserção, instabilidade cromossómica ou ativação/inativação de genes supressores de tumor. Não foi detectável em níveis relevantes → abaixo da frequência de mutação espontânea. Contudo vetores modificados ou métodos para aumentar a imunogenicidade (adjuvante e transfecção) poderiam aumentar as probabilidades de integração. Assim, há necessidade de mais estudos.
Resposta autoimune (DNA)
A introdução do DNA e um plasmídeo poderia levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes. Estudos pré-clínicos em primatas não humanos e humanos não detectaram aumento de anticorpos anti-DNA ou anti-núcleo.
Resistência aos antibióticos
A produção das vacinas de DNA envolve a seleção de bactérias que contêm o plasmídeo recombinante usando a resistência a antibióticos, que é conferida por um gene presente neste plasmídeo. Sendo que alguns plasmídeos contêm o gene de resistência à canamicina, um antibiótico pouco usado no tratamento de infecções em humanos. Estratégias alternativas estão a ser desenvolvidas substituindo a seleção com antibiótico por outros tipos de seleção para o uso em humanos.
Baixa imunogenicidade em humanos e animais de grande porte
Os plasmídeos de DNA de primeira geração promoveram níveis baixos de resposta de células T e B e memória celular em humanos e primatas não humanos de grande porte. Entretanto, novas formulações de adjuvantes, sistemas de libertação de DNA e sistema o “prime-boost” estão em desenvolvimento para melhorar essa resposta.
Vacinas de RNA perigos e problemas
Como alternativa ao uso de DNA na vacina os cientistas tentam usar diretamente o RNA. No entanto existe um problema sério… é que essa molécula é capaz de gerar uma inflamação demasiado forte no organismo humano que pode no limite ser fatal!
O RNA também é muito mais instável do que o DNA e degrada-se facilmente no nosso organismo pois temos imensas enzimas que atacam o RNA. Assim para ser injectado no nosso corpo o RNA tem que ser protegido da ação destruidora dessas enzimas.
A instabilidade do RNA também pode exigir para uma vacina viável, que a cadeia de frio seja efectuada a uma temperatura muito mais baixa que o habitual. Assim o transporte em cadeia de frio sem falhas obriga a um esforço acrescido dessa logística de conservação e transporte até ao local de aplicação.
Como exemplo a Pfizer anunciou que a sua vacina de RNA anti-covid19 pode necessitar de refrigeração até -70ºC para manter a sua estabilidade!
Proteção do RNA
Nos últimos 15 anos, os cientistas desenvolveram uma espécie de envelope para proteger o RNA. Também conseguiram reduzir o potencial inflamatório do RNA. Assim os passos decisivos na grande evolução destas vacinas nos últimos meses é a tecnologia para estabilização do envelope protetor do RNA e a mitigação do seu poder inflamatório para níveis aceitáveis e compativeis com uma vacina que seja segura para uso humano.
Temperatura de conservação
A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech tem uma eficácia superior a 90% e está a ser vista com esperança em todo o mundo, mas até ela chegar é preciso enfrentar os problemas logísticos da sua distribuição. E a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que nenhum país está preparado para armazenar a vacina.
Esta vacina precisa de ser mantida e transportada a uma temperatura de -70ºC e pode aguentar apenas cinco dias a temperaturas entre os 2ºC e os 8.ª . Com termo de comparação, a vacina da gripe comum aplicada anualmente, pode ser armazenada num frigorífico comum.
Distribuição como vai funcionar?
Já existe uma ideia de como será feita a distribuição nos EUA e no mundo. A vacina Pfizer distribuída nos EUA será fabricada na sua principal fábrica, em Kalamazoo, no Michigan. Na Europa, o centro de distribuição está em Puurs, na Bélgica. Toda a logistica exigirá um imenso esforço de coordenação para que não se percam muitas doses da vacina por quebra da cadeia de frio.
Contentores termais serão cheios de gelo seco (dióxido de carbono sólido) e 975 frascos da vacina, sendo que cada um contém cinco doses, num total de 4875, segundo disse a Pfizer à AFP.
Todos os dias, seis camiões vão levar essas doses para transportadoras como a FedEx, UPS ou DHL, que as distribuírão pelos EUA num ou dois dias e, no resto do mundo, em três dias. A empresa espera uma média de 20 voos de carga diários para todo o mundo.
A FedEx teve que obter permissão especial das autoridades de aviação civil para transportar tanto gelo seco, já que este pode ser um perigo para a tripulação se passar pelo processo de sublimação, do dióxido de carbono do estado sólido para o gasoso.
Assim que as caixas chegarem ao destino, podem ser abertas por pouco tempo apenas duas vezes por dia, pelo que só será viável que seja administrada em grandes clínicas ou hospitais, não em farmácias ou pequenos consultórios, já que estes não terão os meios necessários para a manter.
A Pfizer prevê produzir 50 milhões de doses este ano e 1,3 mil milhões em 2021. Os EUA já encomendaram cem milhões no total, incluindo 20 a 30 milhões que devem ser entregues até ao final de dezembro. Já a União Europeia encomendou 200 milhões, o Japão 120 milhões, o Reino Unido 30 milhões e o Canadá 20 milhões.
A DHL estima que seja necessário entregar 15 milhões de contentores nos próximos dois anos, sendo precisos 15 mil voos em todo o mundo.
Cada pessoa precisa de receber duas doses da vacina, com três semanas de diferença, para esta funcionar, segundo a Pfizer e a BioNTech.
Polémicas vias de administração
As vias de administração das vacinas de DNA, pela sua sofisticação e importância na eficácia da resposta imune, são um dos argumentos dos céticos da vacinação para fortalecer as suas polémicas teorias da conspiração. Descrevo de seguida a complexidade deste tema para enterdermos melhor a polémica instalada!
Importância da via de administração
Para garantir a expressão eficaz do antigénio de interesse e desencadear a reposta imunológica do hospedeiro é fundamental que o DNA seja entregue, sem danos, às células do hospedeiro e transportado ao núcleo celular. Uma das grandes dificuldades de utilização das vacinas de DNA é a transferência ineficaz, in vivo, do plasmídeo de DNA para os núcleos de células de mamíferos.
A injeção intramuscular de DNA nu (”naked DNA”) tem mostrado eficácia em modelo animal, no entanto os resultados obtidos em estudos com primatas e estudos clínicos, mesmo utilizando altas doses de plasmídeo, não foram satisfatórios.
Para conseguir ultrapassar estes problemas, diversas estratégias foram desenvolvidas. A utilização de diferentes vias de inoculação da vacina de DNA é apenas uma delas. No início, os estudos utilizaram o bombardeamento das células com partículas de ouro envoltas por DNA (gene-gun) ou inoculação intramuscular. Entretanto, novos métodos físicos de administração estão a ser pesquisados.
O plasmídeo de DNA pode ser inoculado na pele ou no músculo. A administração do DNA pela via intramuscular leva à produção da proteína codificada pelo plasmídeo nas células musculares durante meses.
Se for utilizada a via intradérmica induz-se maior imunogenicidade, devido à presença de células apresentadoras de antígenos em grande quantidade na pele, como as células de Langehans na epiderme e células dendriticas na derme.
Outros métodos físicos de inoculação estão em teste, como por exemplo o jet-injector e a tatuagem intradérmica (DNA tatooing).
Intradérmica e intramuscular
A administração das vacinas de DNA por via intramuscular foi uma das primeiras a ser utilizada, principalmente em função da facilidade e simplicidade do método, que permite o uso em larga escala. Entretanto, de acordo com a via de administração utilizada para a inoculação dos plasmídeos obtemos níveis de expressão dos antígenos diferentes. Este facto sugere que quantidade e características das células transfectadas interferem neste processo.
Tanto a via intramuscular, quanto a intradérmica promovem uma libertação do DNA do plasmídeo no meio extracelular, onde surge o problema da maior parte ser degradada rapidamente por nucleases. Dessa forma, os estudos que avaliaram essas vias, relatam a necessidade de uma concentração de DNA pela via intramuscular 100 vezes maior que o sistema gene gun para proporcionar uma resposta imune equivalente.
Gene Gun
Esta técnica, também conhecida como biobalística, utiliza microesferas de ouro envoltas em DNA que são bombardeadas através da pele. Assim o DNA chega diretamente ao citoplasma celular, o que não acontece com as administrações intradérmicas e intramusculares com agulha em que o DNA é libertado no espaço extracelular.
Esta técnica utiliza uma quantidade menor de plasmídeos de DNA se comparada às injeções de DNA clássicas. Num estudo comparando a técnica de gene-gun com injeção intradérmica direta, em modelo murino e aviário, utilizando uma vacina contra o vírus Influenza (causador da gripe), foi necessária uma quantidade 250 a 2500 vezes menor de DNA utilizando a técnica gene gun. No entanto, devido às limitações da técnica, esta não está a ser utilizada para estudos em humanos.
Eletroporação
Esta é a técnica em maior destaque para uso em animais. Consiste na estimulação elétrica do tecido muscular, após a injeção de plasmídeos de DNA pela via intramuscular ou intradérmica com o objetivo de permeabilizar as membranas das células de forma transitória e assim melhorar a eficiência da transfecção.
Esta técnica também induz a produção de citocinas pró-inflamatórias e aumenta a migração de células T e apresentadoras de antígenos. É descrito que a eletroporação aumenta à eficácia das vacinas de 10 a 1000 vezes.
Os pontos negativos da eletroporação são os seguintes:
Dor e desconforto do próprio procedimento;
Dispositivos ainda pesados;
Custo elevado;
Dificuldade da aplicação intramuscular em indivíduos obesos.
O desconforto da eletroporação intradérmica é menor do que a intramuscular. Ainda é necessário avaliar a sua viabilidade para uso em vacinas profiláticas. Atualmente, a eletroporação in vivo tem sido amplamente utilizada em ensaios clínicos.
Jet-injector
O método Jet-injector faz a inoculação do plasmídeo de DNA sem utilizar agulhas, como por exemplo o Biojector® (Bioject Medical Technologies, EUA). Nesta técnica, uma solução contendo o DNA do plasmídeo é pulverizada através da pele com o objetivo de transfectar células de Langerhans diretamente.
Os estudos existentes com primatas não humanos comparando o Biojector® com a seringa convencional não relataram aumento da imunogenicidade. Outros ensaios clínicos estão a ser desenvolvidos, assim como outros dispositivos de administração intradérmica sem agulha.
Tatuagem intradérmica
Esta técnica utiliza a estratégia de introdução dos plasmídeos de DNA na pele em multiplas injeções em vez de uma única, o que desencadearia uma resposta imunológica mais eficiente. Dessa forma, o DNA é entregue para a camada epidérmica da pele por milhares de injeções usando um dispositivo de tatuagem que foi denominado tatuagem de DNA (DNA tattooing).
Após a tatuagem, relata-se uma expressão de antígeno 10 a 100 vezes menor e de duração mais curta que a obtida pela inoculação intramuscular. Porém a apresentação do epítopo codificado pela vacina para as células T CD8+ foi nitidamente melhor.
Esse facto poderia ser explicado pela característica da pele ser mais rica em células apresentadoras de antígenos que o músculo. Além disso, o procedimento de tatuagem levaria a uma maior agressão local resultando na libertação de mais citocinas que uma única injeção intramuscular ou intradérmica, atuando assim como uma espécie de adjuvante.
Via mucosa
Esta via tem grande vantagem, uma vez que vários patógenos utilizam a mucosa como porta de entrada no organismo hospedeiro. Por esse motivo, vários adjuvantes, e sistemas de distribuição foram avaliados para a imunização por essa via, incluindo os sistemas de entrega mediada por partículas, lipossomas, bactérias como carreadores, entre outros.
Além da avaliação de diferentes vias de inoculação das vacinas de DNA, outras metodologias vêm sendo desenvolvidas e testadas visando aumentar a imunogenicidade destas vacinas. Alguns grupos direcionam o DNA para células alvo, como por exemplo para as células dendríticas, que são excelentes APCs.
Uma abordagem muito promissora é o “prime-boost” heterólogo, em que o animal recebe duas vacinas diferentes usando o mesmo antígeno:
– Uma dose com a vacina de DNA e outra dose com um outro tipo de vacina, como por exemplo, vacinas que utilizam vetores virais ou vacinas de subunidade.
Uma outra abordagem é a utilização de bactérias como carreadores da vacina de DNA, já que com essas há um direcionamento para células específicas e a ativação de receptores de padrões moleculares associados a agentes patogênico.
O estudo da vacina da Moderna envolve 30 mil participantes nos Estados Unidos. A pesquisa da Pfizer/BioNTech/Fosun também conta com 30 mil voluntários nos Estados Unidos e em outros países, entre eles o Brasil. Em ambos os casos, as empresas já desenvolviam vacinas de RNA para combater outros vírus.
No caso da Moderna, era o Nipah, que é transmitido por morcegos e pode causar problemas respiratórios e inflamação no cérebro potencialmente mortais.
A Pfizer e a BioNTech estavam a desenvolver uma vacina de RNA contra o vírus influenza, causador da gripe comum.
O objetivo é fazer as nossas células produzirem a proteína do coronavírus conhecida como espícula, que tem uma grande capacidade de gerar uma resposta forte do nosso sistema imunitário.
Os resultados publicados mostram que elas induzem à produção de uma grande quantidade de anticorpos que neutralizam o vírus. O teste final será ver se essa proteção é duradoura. O estudo da Pfizer vai durar dois anos, mas a empresa já apresentou resultados positivos.
Segurança e aprovação
A corrida às vacinas contra a Covid-19 é uma coisa nunca vista, principalmente do lado científico da pesquisa, desenvolvimento e testagem em massa para aferição de eficácia e segurança.
Na minha opinião um dos detalhes de segurança para já mais preocupantes é haver apenas para consulta a documentação científica dos laboratórios produtores da vacina ou seja da parte interessada na aprovação da autorização de introdução no mercado (AIM)… e respectivo lucro associado!
Toda a informação dos ensaios clínicos deve ser revista com rigor, sem falhas, por cientístas independentes que trabalham nas diversas agências do medicamento, como a FDA americana e a EMA europeia, antes de ser dada a AIM. Esta é uma regra de ouro na aprovação de qualquer novo medicamento e as vacinas devem seguir o mesmo protocolo de segurança.
Confio que as mais relevantes Farmacêuticas e laboratórios de pesquisa científica na área do medicamento, que desenvolvem vacinas contra a Covid-19, sejam geridas por “pessoas de bem” mas infelizmente a história lembra-nos que sempre existiram casos de falso protagonismo, lutas de poder, mentiras, ganância descarada… e muitas omissões…!
Da minha parte salvo informação científica em contrário confio um pouco mais nas vacinas de parceria Europeia, Japonesa e Americana.
Qual a melhor vacina?
Das vacinas mais faladas, Pfizer, Moderna e AstraZeneca/Oxford, Janssen/Johnson&johnson, já aprovadas na União Europeia e/ou nos EUA, a vacina da Janssen/Johnson tem a grande vantagem de necessitar apenas de uma dose, mantendo as seguintes importantes características:
Sem efeitos adversos graves registados em vacinados o que significa um elevado perfil de segurança;
Eficácia média/alta, entre 66,1% a 66,9% o que é considerado bom tendo em conta, por exemplo, que a eficácia da vacina sazonal da gripe comum é menor que 50%.
Não necessita de cadeia de frio especial pelo que pode ser aplicada em Farmácias e centros de saúde, por exemplo, desde que armazenada a uma temperatura entre 2ºC e 8ºC em frascos selados;
Preço médio 10 USD (dólares americanos) o que significa que pode chegar a mais países;
A tecnologia utilizada de vetor viral não-replicante é menos polémica e portanto mais resistente a teorias da conspiração que as vacinas que utilizam RNA como as da Pfizer e Moderna;
Reconhecida confiança global de uma empresa Farmacêutica sólida apoiada por investigação prestigiada.
Em março de 2021, a melhor vacina para vacinação global parecia ser a da Janssen/Jonhson, já aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). No entanto, tal como no caso da vacina da Astrazeneca, a vacina da Janssen e J&J parece ter originado casos muitos raros de formação de estranhos coágulos no cérebro em simultâneo com baixos níveis de plaquetas, provocando a morte a algumas pessoas, principalmente mulheres com menos de 60 anos!
Ambas as vacinas, Astrazeneca e Janssen, foram assim sujeitas a uma suspensão, temporária, em alguns países, para avaliação da sua segurança em virtude do surgimento destes efeitos secundários graves, não descritos nos ensaios clínicos!
Doenças do smartphone toda a verdade! Conheces estas doenças? iPostue, eritema ab igne, nomophobia, tendinite do polegar, síndrome da vibração fantasma, depressão e claro… insónia! Depressão e insónia todos conhecemos mas e as outras? Sabia que algumas podem ser graves? Será que não tem nenhuma destas doenças causada pelo telemóvel? Fique já a saber tudo e proteja-se!
Neste artigo vou tratar os seguintes temas:
Pode um smartphone prejudicar a nossa coluna?
Quais as doenças das novas tecnologias?
iPosture
Eritema ab igne
Nomophobia?
Tendinite do polegar?
Síndrome da vibração fantasma?
FoMO e depressão
O smartphone pode causar insónia?
Como proteger a sua saúde das novas tecnologias?
São várias as doenças das novas tecnologias. Conheça quais e proteja-se… use mas não abuse do seu “gadget”… seja ele smartphone, tablet, computador…ou todos ao mesmo tempo !
Smartphone e a nossa coluna
Os famosos smartphones fazem mal às costas porque alteram a postura correta dos seres humanos, será verdade?
De acordo com uma investigação publicada na revista científica Surgery Technology International, consultar o telemóvel diariamente pode criar nas suas costas o dano equivalente a um peso de 27 quilos, dependendo se apenas consulta o telemóvel por alguns minutos ou se lê textos e passa horas em aplicações que o absorvem.
A cabeça humana não é leve e ao incliná-la está a exercer-se pressão sobre a coluna vertebral, que não se destina a ser puxada com tanta frequência.
Segundo o médico cirurgião Kenneth Hansraj, responsável pelo estudo e citado pela imprensa internacional, “à medida que a cabeça é inclinada para a frente a força gravitacional gerada na coluna sobe para 12 kg se estiver a 15 graus, 18 kg a 30 graus, 22 kg a 45 graus e 27 kg a 60 graus”.
Essa posição de stress para a coluna pode danificar seriamente os músculos das costas e do pescoço a ponto de ser necessária uma intervenção cirúrgica para minimizar os efeitos e a dor, alerta o especialista.
Nome dado ás dores de pescoço e na zona inferior da coluna, causadas pelo excesso de tempo com as costas curvadas ao usar um smartphone, tablet ou computador.
Provocado por trabalhar com o portátil ao colo. Trata-se de uma reação cutânea que provoca vermelhidão e manchas na zona das coxas e é causada pelo aquecimento excessivo do aparelho pousado no colo.
Nomophobia
Nomophobia ou NO MObile PHone PhoBIA é a fobia ou medo de não ter o telemóvel e afeta uma percentagem significativa da população. Traduz-se numa ansiedade manifestada por suores, tremores, náuseas e outros adiante descritos.
Vários fatores psicológicos estão envolvidos quando uma pessoa usa excessivamente o telemóvel, por exemplo, baixa auto-estima, personalidade extrovertida. O fardo desse problema está a aumentar globalmente. Outros transtornos mentais como fobia social ou ansiedade social e transtorno do pânico também podem precipitar sintomas NOMOFÓBICOS.
É muito difícil diferenciar se o paciente se tornou NOMOFÓBICO devido ao uso viciante de telemóveis ou devido a transtornos de ansiedade já existentes que se manifestam como sintomas NOMOFÓBICOS.
Os sinais e sintomas observados nos casos de NOMOFOBIA incluem ansiedade, alterações respiratórias, tremores, transpiração, agitação, desorientação e taquicardia. NOMOFOBIA também pode atuar como um proxy para outros transtornos. Portanto, temos que ser muito criteriosos quanto ao seu diagnóstico.
Alguns transtornos mentais também podem precipitar a NOMOFOBIA e vice-versa. A complexidade desta condição é muito desafiadora para os familiares dos pacientes, bem como para os médicos, uma vez que a NOMOFOBIA compartilha sintomas clínicos comuns com outras doenças. É por isso que a NOMOFOBIA deve ser diagnosticada por exclusão.
Temos que permanecer no mundo real mais do que no mundo virtual. Temos que restabelecer as interações humano-humanas, as conexões face a face. Portanto, precisamos limitar o uso de telemóveis, em vez de bani-los, porque não podemos escapar à força do avanço tecnológico.
Tendinite do polegar
Patologia causada pelo uso excessivo do polegar para escrever mensagens, podendo originar dor, dormência ou sensação de latejar.
Afeta 70% dos utilizadores de telemóvel…! Trata-se de acreditar que o telemóvel está a vibrar ou a tocar quando não está…!
FoMO e depressão
Num estudo publicado em Janeiro de 2021 intitulado “The influence of depressive symptoms and fear of missing out on severity of problematic smartphone use and Internet gaming disorder among Chinese young adults: A three-wave mediation model” os investigadores Guangzhe Yuan, Jon D Elhai e Brian J Hall concluiram o seguinte:
Os sintomas de transtorno de jogos na Internet (IGD – Internet Gaming Disorder) e uso problemático de smartphone (PSU – Problematic Smatphone Use) estão associados ao aumento da gravidade dos sintomas de depressão em todos os estudos.
O presente estudo teve como objetivo examinar o medo de perder (FoMO – Fear of Missing Out) como um possível mediador nessa relação. Empregamos um projeto longitudinal de três ondas entre 341 estudantes universitários chineses.
Os resultados indicaram que a gravidade da depressão estava significativamente relacionada ao aumento dos sintomas de PSU e IGD. FoMO mediou significativamente a ligação entre a depressão e a gravidade da PSU. Os sintomas de IGD também mediaram parcialmente a relação de gravidade entre FoMO e PSU. Este estudo longitudinal demonstra o papel fundamental do FoMO na ligação entre os sintomas psicopatológicos e o uso excessivo relacionado à Internet.
Tal como com a televisão, a utilização do smartphone ou tablet antes de dormir altera os ciclos de sono porque as luzes impedem a libertação de melatonina, não nos deixando adormecer.
Estas são três decisões que pode tomar de imediato para proteger a sua saúde, a saber:
O tempo de utilização do smartphone, tablet e computador deve ser reduzido e adequado ás necessidades, protegendo assim a sua visão e evitando as patologias acima descritas.
Prefira falar com as pessoas em vez de utilizar o sms, chat ou email.
Quando está sentado em frente ao computador sente-se de costas direitas e levante-se a cada 20 minutos, rolando os ombros e pescoço ou caminhando um pouco . Se puder pratique exercício físico de forma regular pois este melhora muito a sua postura.
Está “totalmente proibido” de usar o smartphone, tablet ou computador antes de se deitar!
Enfarte do miocárdio como sobreviver até chegar ajuda médica de emergência num enfarte agudo do miocárdio? Como reconhecer os sintomas que indicam que está a ter um ataque cardíaco (enfarte)? O que pode fazer se estiver sozinho e achar que está a ter um enfarte? E se for um AVC (Acidentes Vascular Cerebral) o que pode fazer? Quais as diferenças nos sintomas? Algumas são surpreendentes mas podem salvar-nos a vida!
Além dos fatores de risco individuais de cada um de nós, dias de festa como aniversários, casamentos, batizados, festas populares e encontros de amigos são um facto de risco acrescido para todos mas claro muito mais para quem tem um historial familiar e clínico já reconhecido!
No entanto são conhecidos inúmeros casos de Enfarte e AVC em pessoas aparentemente de boa saúde mas que não conheciam os seus fatores de risco, pelo que este artigo será um contributo para que possam detetar a tempo, atuar e saber o que fazer para manter o doente vivo até à chegada de ajuda médica urgente!
Vou começar por falar do AVC, acidente vascular cerebral e mais adiante do enfarte agudo do miocárdio. Por favor partilhe este artigo pois pode salvar vidas!
Neste artigo vou responder ás seguintes perguntas:
Quantas mortes são causadas por AVC?
Como diminuir o risco de AVC?
Quais as pessoas com maior probabilidade de ter um AVC?
O que é um AVC?
Quais os tipos de AVC?
Como reconhecer a tempo um AVC?
Existe algum teste para reconhecer se a pessoa teve um AVC?
O que é um ataque cardíaco? E um enfarte do miocárdio?
Quais os sintomas de um enfarte do miocárdio?
Quais as causas de um enfarte do miocárdio?
Quais os fatores de risco associados a um enfarte do miocárdio?
Como é feito o diagnóstico de um enfarte do miocárdio?
Quais as opções de tratamento disponíveis para o enfarte do miocárdio?
Quais as sequelas possíveis de um ataque cardíaco ou enfarte do miocárdio?
O que pode fazer se estiver sozinho e começar a sentir um ataque cardíaco?
Como tentar evitar o desmaio e aguentar até chegar ajuda?
Segundo o relatório sobre o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, em 2015, 6432 portugueses morreram devido ao acidente vascular cerebral (AVC), o que, de acordo com o Ministério da Saúde, representa uma quebra de 39% face a 2011. Uma diminuição que contribuiu para que a mortalidade associada às diversas doenças cérebro-cardiovasculares, no seu conjunto, atingisse um dos valores mais baixos das últimas décadas.
A descida muito acentuada da mortalidade por AVC foi acompanhada pelo aumento do número de fármacos, explica o coordenador do programa nacional, Rui Cruz Ferreira. Entre os quais, acrescenta, novos medicamentos para tratar a fibrilação auricular, uma arritmia crónica que aumenta em cinco vezes o risco de AVC.
Como diminuir o risco?
Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo – e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade.
Os principais fatores de risco são os seguintes:
Excesso de peso e obesidade;
Sedentarismo;
Hipertensão arterial;
Colesterol muito elevado;
Tabaco;
Consumo excessivo de álcool;
Diabetes;
Stress.
Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo, e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade, refere Diogo Valadas, Diretor Técnico da Associação Nacional AVC.
Grupos de risco
Além dos fatores de risco que podem ser reduzidos com a mudança de hábitos é crucial prestar atenção a situações que não dependem da alteração de comportamentos.
Existem pessoas com maior probabilidade de sofrer AVC do que outras, a saber:
Idosos
Pessoas com histórico familiar de ocorrência de AVC
Homens com menos de 75 anos
Indivíduos com doença coronária e diabetes
No âmbito das doenças cardiovasculares e tendo em conta o objetivo da associação, cujo foco é o apoio aos doentes que sofreram um AVC, a instituição pretende integrar o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-cardiovasculares, um dos projetos de saúde prioritários da Direcção-Geral da Saúde, assumindo o papel de entidade representante de famílias vítimas de AVC.
Acidente Vascular Cerebral o que é?
Um AVC surge quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido. O sangue leva nutrientes essenciais e oxigénio para o cérebro. Sem o fornecimento de sangue, as células cerebrais podem ficar danificadas, impossibilitando-as de cumprir a sua função.
O cérebro controla tudo que o corpo faz, por isso, uma lesão no cérebro afetará as funções corporais. Por exemplo, se um AVC danificar a parte do cérebro que controla o movimento dos membros, ficaremos com essa função alterada.
Tipos de AVC
Existem dois tipos de AVC, o hemorrágico e o isquémico.
A imagem seguinte descreve claramente a diferença:
Reconhecer a tempo um AVC
A doença é repentina e os efeitos no corpo são imediatos. Reconhecer os sintomas seguintes pode evitar um AVC de causar danos muito graves. Esse sintomas podem ser os seguintes:
Dormência
Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (pode ser um braço, perna ou parte inferior da pálpebra descaídos, ou a boca torta e salivante)
Fala arrastada ou dificuldade em encontrar palavras ou discurso compreensível
Visão subitamente enublada ou perda de visão
Confusão ou instabilidade
Forte dor de cabeça
Teste para reconhecer AVC em curso
Use um teste simples que o pode ajudar a reconhecer se uma pessoa teve um AVC:
Fraqueza Facial:
A pessoa pode sorrir? Tem a sua boca ou um olho caído?
Fraqueza no braço:
A pessoa consegue levantar os braços?
Problemas de expressão: a pessoa consegue falar com clareza e entender o que lhe dizem?
Ataque cardíaco como ganhar tempo?
Ataque cardíaco é a mesma coisa que enfarte do miocárdio
Enfarte do miocárdio o que é?
O enfarte é definido como uma lesão isquémica do músculo cardíaco (miocárdio), que se deve à falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos sanguíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar depósitos de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração.
As placas de gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem “abastecimento” de sangue. É assim que ocorre o enfarte do miocárdio. Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação inflamatória local.
O enfarte também pode ocorrer em vasos coronários normais quando as artérias coronárias apresentam um espasmo, ou seja, uma forte contração que determina um déficit parcial ou total no abastecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado por este vaso contraído.
Sintomas
O sintoma clássico é uma dor e aperto no lado esquerdo ou no centro do peito podendo irradiar para o pescoço ou para o braço esquerdo, porém em cerca de 15% dos casos, o sintoma pode ser atípico tal como:
Dor no lado direito do peito
Suor
Enjoo
Vómitos
Dor de estômago
Falta de ar
Tonturas
Palpitações ( arritmias )
Esta dor tem, habitualmente, duração superior a 10 minutos, pode ter diferentes intensidades ou ainda desaparecer e voltar espontaneamente.
Infelizmente, nem todos os pacientes têm este sintoma. Os diabéticos, por exemplo, podem ter um enfarte sem apresentar dor.
Causas
O enfarte está mais frequentemente associado a uma causa mecânica, ou seja, à interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada área, devido a obstrução completa ou parcial da artéria coronária responsável pela sua irrigação.
O tamanho da área necrosada depende de vários fatores, tais como o calibre da artéria lesada, tempo de evolução da obstrução e desenvolvimento da circulação colateral. Esta, quando bastante extensa, é capaz de impedir a instalação de enfarte, mesmo em casos de obstrução total da coronária.
Pode também ocorrer por aumento do trabalho cardíaco relacionado com um aumento da pressão arterial.
Fatores de risco
As seguintes condições de saúde são os fatores de risco mais comuns no enfarte do miocárdio:
Colesterol LDL alto e HDL baixo
Sedentarismo
Tabagismo
Hipertensão arterial
Menopausa
Stress
Excesso de peso
Diabetes mellitus
História familiar ou predisposição genética
Idade
Alterações hemodinâmicas: hipertensão arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado em 3 fatores:
Quadro clínico,
Alterações no ECG (eletrocardiograma)
Doseamento de enzimas cardíacas que se alteram no enfarte do miocárdio.
Escolha sempre um médico da sua confiança para tratar os seus sintomas e para lhe auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares.
Tratamentos disponíveis
Qualquer que seja o tratamento escolhido pelo médico que vai prestar assistência ao paciente com enfarte, o ideal é que ele comece dentro das primeiras 6 horas após o início da dor.
Quanto mais precoce, maior é a possibilidade de ser restabelecido o fluxo sanguíneo e de oxigênio nas artérias coronárias, evitando as complicações decorrentes da necrose do músculo cardíaco.
Pontos importantes do tratamento são:
Alívio da dor
Repouso para reduzir o trabalho cardíaco
Administração de agentes trombolititos para melhorar o fluxo sanguíneo
A administração de oxigênio em fluxo contínuo nas primeiras seis horas, reduz a dor associada à baixa concentração de oxigênio circulante. O uso de drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que o músculo cardíaco sofra menos isquemia (ausência de sangue).
A probabilidade aumentada de complicações no período de 72 horas, após o enfarte, justifica a monitorização contínua.
Superada esta fase, o paciente é encaminhado para um quarto restringindo-se o número de visitas. Progressivamente, ele pode sentar-se durante breves períodos, começa a deambular por volta do quarto ou quinto dia.
Esta mobilização precoce melhora sensivelmente o bem-estar, além de reduzir a incidência de tromboembolia. Mas o paciente deve ser acompanhado de perto para detetar possíveis alterações consequentes a esta atividade física.
A dieta será liberada à medida que as condições clínicas permitirem, devendo ser hipocalórica e hipossódica (com pouco sal).
As evacuações não devem significar esforço para o paciente, usando, se necessário, laxantes suaves.
Os tranquilizantes podem ser utilizados para amenizar a angústia de alguns doentes, mas com muito cuidado, já que esses medicamentos podem aumentar a frequência cardíaca e a pressão sistólica.
Complicações da doença
As principais complicações do enfarte são:
Arritmia cardíaca
Choque criogénico
Insuficiência respiratória
Insuficiência renal
Paragem cardiorrespiratória
As complicações mais letais são as arritmias, que podem ocorrer, mais frequentemente, nas primeiras 24 horas após o enfarte.
Por isso, é importante que, idealmente, pelo menos 72 horas, os pacientes fiquem sob cuidados médicos em unidades de tratamento intensivo, onde recebem todos os cuidados necessários para detetar precocemente e tratar essas arritmias, através de uma monitorização contínua das complicações do enfarte.
Ataque cardíaco o que posso se está sozinho?
Muitas pessoas estão sozinhas quando têm um ataque cardíaco.
Sem ajuda, a pessoa sente o coração a bater de forma irregular e começa a sentir-se fraca tendo apenas alguns segundos antes de desmaiar.
Evitar o desmaio e tentar regularizar o ritmo cardíaco
Estas técnicas podem dar-lhe tempo até chegar ajuda:
Tossir repetidamente com bastante força
Respirar bem fundo antes de tossir e a tosse deve ser forte e prolongada, vinda do fundo do peito.
Uma inspiração e uma tosse devem ser repetidas a cada 2 segundos sem parar, até que chegue ajuda, ou que sinta que o coração voltou a bater normalmente. As inspirações profundas trazem oxigênio para os pulmões e os movimentos de tossir “bombeiam” o coração e mantêm o sangue a circular.
Esta pressão no coração também faz com que ele volte a bater normalmente e dessa maneira a vítima tem tempo de chegar ao hospital.
Se reconhecer algum destes sinais, ligue o 112 imediatamente!
Este é sem dúvida um dos artigos que pode poupar muitas vidas se esta informação for passada para o público em geral. Todos os anos milhares de pessoas podiam ser salvas se soubessem reconhecer a tempo sintomas simples que não deixam muitas dúvidas sobre o que lhes pode estar a acontecer. A rapidez da assistência médica é essencial mas, para ser eficaz, doentes e famílias têm de saber reconhecer os sintomas a tempo!
Fique bem!
Franklim A. Moura Fernandes
Por favor PARTILHE ESTA INFORMAÇÃO E AJUDE A SALVAR MUITAS VIDAS!
Pneumonia quais os sintomas? Quais as causas? Quais os perigos? A pneumonia pode causar a morte! Este perigo real não deve nunca ser ignorado causando um atraso na assistência médica que pode ser fatal! Este artigo pretende ser um contributo importante para clarificar os riscos da pneumonia se não for atempadamente tratada pelo médico.
Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:
Pneumonia é o nome que damos à infecção de um ou ambos os pulmões. Para sermos mais precisos, a pneumonia é a infecção dos tecidos pulmonares e seus alvéolos.
Anatomia dos pulmões
Alvéolos o que são?
O ar que respiramos entra pelo nariz e/ou boca e vai para a traqueia. A traqueia, ao chegar ao nível dos pulmões, bifurca-se, formando os brônquios principais, um para o lado esquerdo, outro para o direito; estes brônquios também se bifurcam, formando os bronquíolos, que por fim, acabam nos alvéolos. Cada vez que ocorre uma bifurcação, as estruturas vão se tornando progressivamente menores.
Os alvéolos, que ficam no ponto final da árvore respiratória, são bolsas microscópicas que estão em contato com a corrente sanguínea. Através deles são feitas as trocas dos gases respirados (oxigênio e gás carbônico). No alvéolo entrega o oxigênio respirado para as hemácias (glóbulos vermelhos) no sangue e recebe delas o gás carbônico produzido pelas células do corpo. Portanto, como todos sabemos, inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico.
Cada um dos pulmões contém milhões de alvéolos. Se pegarmos cada um dos alvéolos e esticarmos lado a lado, a superfície coberta seria de cerca de 75 metros quadrados.
Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. Nestes alvéolos afectados pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico. Quantos mais alvéolos afectados, mais grave é a doença e os sintomas. O doente com pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando de ser entubado e ligado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado.
Causas de pneumonia
A pneumonia pode ser causada, em ordem decrescente de frequência, por:
Bactérias,
Vírus,
Fungos,
Parasitas.
A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As bactérias que mais habitualmente provocam pneumonia são:
Streptococcus pneumoniae,
Pseudomonas aeruginosa,
Klebsiella pneumoniae,
Haemophilus influenzae,
Moraxella catarrhalis,
Staphylococcus aureus.
Frio pode provocar pneumonia?
Para se apanhar uma pneumonia é necessário uma infecção principalmente bacteriana, não bastando uma corrente de ar frio para nos infectar.
No entanto durante o tempo frio as nossas defesas, principalmente os cílios das vias aéreas, funcionam de modo mais lento, o que favorece a invasão de bactérias. No inverno as pessoas andam menos tempo na rua e tendem a juntar-se em locais fechados, favorecendo a transmissão de vírus como o da gripe, sendo esta um factor de risco.
Resumindo, não é por abrir o frigorífico, em tronco nu e com o cabelo molhado depois de sair do banho, no Inverno… que vai apanhar uma pneumonia ou outra infecção respiratória!
Pneumonia por aspiração
Uma forma muito grave é a pneumonia por aspiração. Ocorre em pessoas que vomitam e logo após aspiram o seu conteúdo. É um tipo de pneumonia comum em pacientes com nível de consciência reduzido, que perdem a capacidade de tossir ou de engolir a própria saliva, fazendo com que as secreções da cavidade oral entrem nas vias respiratórias. A via aérea desta pessoa fica exposta a uma quantidade imensa de micróbios, muito maior do que o habitual, favorecendo o desenvolvimento des pneumonias. Um exemplo comum é alguém que bebeu muito e está em coma ou pré-coma alcoólico.
Pneumonias atípicas
Existe um grupo de bactérias, que causam as chamadas pneumonias atípicas. São formas que podem ter evolução mais lenta e com quadro não tão óbvio de pneumonia. Destas bactérias atípicas destacamos:
Mycoplasma,
Legionella,
Clamídia.
Contagiosa ou não?
Na grande maioria dos casos, a pneumonia não é uma doença contagiosa como a gripe ou tuberculose (que pode até ser considerada um tipo de pneumonia). Pode entrar em contacto com um doente com pneumonia, que, exceto em situações especiais, não haverá risco de contaminação.
Mecanismos de defesa
Os nossos pulmões são órgãos expostos constantemente a micróbios do ar e da nossa própria flora bacteriana da boca. Nós não ficamos constantemente doentes porque os pulmões têm os seus próprios mecanismos de defesa, que os mantêm livres de germes. Entre estes mecanismos que “varrem” os agentes invasores para fora das vias respiratórias, podemos destacar:
O reflexo de tosse,
A presença de células do sistema imunitário ao longo de todo trato respiratório,
A existência de microscópicos cílios na árvore brônquica.
Desenvolvimento de uma pneumonia
O desenvolvimento da pneumonia depende dos seguintes factores:
Grau de virulência do invasor,
Quantidade de micróbios que conseguem chegar aos pulmões,
Condições imunológicas do paciente.
Em geral, uma pneumonia surge quando um germe agressivo consegue penetrar o trato respiratório e encontra o sistema de defesa comprometido.
Situações banais podem debilitar as defesas do sistema respiratório. por exemplo:
Os doentes que fumam apresentam um irritação constante de toda árvore brônquica e disfunção dos cílios protetores. As células de defesa pulmonar também são afetadas pelo cigarro e não funcionam tão bem. Tudo isso favorece o aparecimento de infecções respiratórias.
Os doentes com gripe. A lesão que o vírus da gripe provoca no sistema respiratório também favorece a invasão de bactérias, que se aproveitam da redução da capacidade do doente de combater os germes que chegam às partes mais interiores do sistema respiratório.
Pessoas idosas naturalmente têm seu sistema imunológico mais frágil, o que as coloca sob maior risco de desenvolver pneumonias.
Pessoas já debilitadas por outras doenças, como insuficiência cardíaca, alcoolismo ou diabetes, também apresentam maiores riscos.
Factores de risco
Os grupos de pessoas com mais probabilidade de contrair uma pneumonia são:
Hospitalizações prolongadas, que aumentam o risco de contrair uma infecção hospitalar, potencialmente grave;
Doentes em ventilação mecânica (em uso de respirador artificial).
Doentes com outra doença pulmonar prévia (sequelas de tuberculose, bronquiectasias, fibrose cística, etc.)
Gripe e risco de pneumonia
O combate à infecção gripal desvia muitos recursos do sitema imunitário deixando-o mais frágil por ficar “sobrecarregado de trabalho”. Quando o nosso organismo e sistema imunitário está debilitado os microorganismos infecciosos conseguem passar mais facilmente os filtros naturais do nosso corpo tais como os cílios nasais (os conhecidos “pêlos do nariz”) e chegar mais facilmente aos pulmões.
Nos pulmões instalam-se numa especie de pequenos sacos de ar chamados alvéolos onde são “atacados” pelos nossos glóbulos brancos que circulam no sangue. No entanto nem sempre esta defesa é eficaz levando ao aparecimento dos primeiros sintomas da infecção principalmente nos doentes crónicos e imunodeprimidos
Sintomas de pneumonia
Alguns dos sintomas da pneumonia são similares aos da gripe mas mais graves, a saber:
Febre elevada,
Suores,
Arrepios,
Tosse,
Fadiga,
Dores musculares,
Dor de cabeça.
Quando a infecção avança aparecem sintomas mais graves tais como:
Produção de muco,
Dificuldade em respirar,
Dor no peito.
Como inicialmente a pneumonia pode confundir-se com gripe ou constipação, deve consultar o médico se os primeiros sintomas persistirem demasiado dias ou de imediato se aparecerem os sintomas mais graves acima referidos como a falta de ar ou dor no peito.
Perigo da pneumonia
Se não for tratada a tempo a infecção pode alastrar para a corrente sanguinea (septicémia) e generalizar-se a outras parates do organismo, podendo nos casos mais graves causar a morte.
Diagnóstico
O diagnóstico da pneumonia é feito normalmente com exame físico e uma radiografia de tórax. Análises de sangue podem ajudar, mas não são imprescindíveis. Um médico experiente é capaz de diagnosticar uma pneumonia apenas com a história clínica e o exame físico.
A radiografia, por ser um exame barato e amplamente disponível, é normalmente solicitada para confirmação do diagnóstico. Os alvéolos cheios de secreção aparecem como uma mancha branca à radiografia de tórax.
O hemograma do doente apresenta um valor elevado no número de leucócitos, típico de infecções bacterianas. Nos doentes mais graves, que necessitam de hospitalização, normalmente tenta-se identificar qual é a bactéria responsável pela pneumonia, pesquisando a bactéria no sangue (hemocultura) ou na própria expectoração do doente. Em casos especiais pode ser necessária a colheita de secreções directamente do pulmão, através da broncoscopia.
Tratamento para a pneumonia
O tratamento para a pneumonia depende da causa ou seja se é causada por um vírus, uma bactéria ou um fungo. Assim para os diversos casos temos os seguintes tratamentos:
Viral – tomar medicamentos antivíricos, repouso, ingestão abundante de líquidos
Bacteriana – tomar medicamentos antibióticos
Fúngica – tomar medicamentos antifúngicos
As pneumonias são também divididas em comunitárias, quando adquiridas no dia-a-dia ou hospitalares, quando surgem em doentes hospitalizados. A pneumonia hospitalar é mais grave e mais difícil de tratar, pois é normalmente causada por bactérias mais resistentes e afecta principalmente doentes com o sistema imunitário comprometido.
O tratamento das pneumonias bacterianas é feito com antibióticos durante pelo menos 8 dias. Geralmente ao fim de 3 dias começam a notar-se já melhorias mas o tratamento deve sempre ser levado até ao fim. As pneumonias comunitárias podem ser tratadas com antibióticos orais, porém, aquelas que evoluem mal necessitam de internação hospitalar e antibióticos por via venosa.
Antibióticos mais usados
Os principais antibióticos usados na comunidade para combater a pneumonia, à venda nas Farmácias, são:
Amoxacilina com ácido clavulânico,
Azitromicina,
Claritromicina,
Ceftriaxona,
Levofloxacina,
Moxifloxacina.
As pneumonias podem facilmente levar ao surgimento de uma septicémia (bactéria entra na corrente sanguínea) que é muito grave e uma importante causa de morte em idosos e doentes imunodeprimidos.
Vacina contra a pneumonia
Existe uma vacina contra a pneumonia estreptocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae, o tipo mais comum. Ela está indicada em crianças e pessoas acima dos 50 anos, mas não evita pneumonias causadas por outras bactérias.
Existem 2 vacinas pneumocócicas:
Pneumo23® (actualmente não disponivel)
Prevenar13®
Pneumo23®
A vacina pneumocócica 23-valente (polissacarídica) é uma vacina utilizada para prevenir infecções causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, responsável por doenças graves como:
Pneumonia,
Meningite,
Septicémia (infecção generalizada no sangue).
O efeito da vacina aparece duas a três semanas após sua aplicação e dura por pelo menos 5 anos, podendo chegar a até 10 anos. Em crianças, a duração do efeito pode ser menor, especialmente em crianças com doenças dos rins, com anemia hemolítica hereditária (ex. anemia falciforme) ou que não tenham o baço, o efeito da vacina pode durar de 3 a 5 anos.
Prevenar13®
Prevenar® é uma vacina pneumocócica. sendo administrada a crianças desde as 6 semanas até aos 5 anos para ajudar a proteger contra doenças causadas por 13 tipos da bactéria Streptococcus pneumoniae, tais como:
Meningite (inflamação à volta do cérebro),
Septicémia ou bacteriémia (bactérias na corrente sanguínea),
Pneumonia (infecção nos pulmões),
Infecções nos ouvidos.
Concluindo
A pneumonia é uma doença grave, com risco de morte, que pode ser evitada com a informação correcta e atenção a sintomas simples que que podem instalar-se de forma lenta e prolongada tais como tosse persistente, cansaço e febre ligeira. Muitas vezes como estes sintomas têm uma intensidade moderada o doente deixa-se arrastar no tempo sem consultar o médico. Só quando aparecem os sintomas mais graves como dor no peito e dificuldade em respirar é que o doente admite que se pode estar a passar algo de grave com a sua saúde! Nessa altura a recuperação é muito mais lenta e dificil e o risco de sequelas graves e permanentes torna-se maior.
Não se descuide principalmente se for um doente de risco ou seja com alguma doença crónica e o seu sistema imunitário fragilizado. Preste atenção aos sinais e procure o seu médico para auscultação se tiver dúvidas.
Artrite reumatoide (AR): Dor e outros sinais? Quais as causas? A cura espontânea é verdade ou mito? A artrite reumatoide não é uma doença rara. Segundo o American College of Rheumatology a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5% da população nos países industrializados. Em Portugal, segundo a Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR), estima-se que afete 0,8 a 1,5% da população e que existam cerca de 40.000 doentes diagnosticados com Artrite Reumatoide.
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
O que é uma artrite?
Que doenças provocam artrite?
Artrite Reumatoide (AR), o que é?
Quais os fatores de risco?
Quais as formas de prevenção?
Quais os sintomas e sinais precoces?
Quais as manifestações atípicas da doença?
Quais as restantes manifestações da doença?
Quais as causas da artrite reumatoide?
Como se faz o diagnóstico?
Qual o tratamento mais eficaz para a artrite reumatoide?
Quais as medidas não farmacológicas que ajudam a melhorar?
Damos o nome de artrite à inflamação de uma ou mais articulações. Uma articulação com artrite fica inchada, vermelha, quente e bastante dolorosa.
Quando apenas uma articulação está inflamada, chama-se monoartrite. Quando ocorre inflamação de várias articulações estamos diante de uma poliartrite. A artrite pode ainda ser simétrica quando afeta simultaneamente duas articulações irmãs como joelhos, punhos, tornozelos, etc.
A articulação é a região onde há a ligação de dois ou mais ossos distintos, por exemplo:
Joelhos,
Cotovelo,
Punhos,
Tornozelo,
Ombros, etc.
As articulações ao longo do corpo não são todas iguais. Algumas articulações são ligadas por um tecido fibroso, que “cola” um osso ao outro, tornando-os imóveis, como no caso dos ossos do crânio; outras são ligadas por cartilagens e permitem uma pequena mobilidade como os discos vertebrais que unem as vértebras da coluna; há ainda as articulações móveis chamadas também articulações sinoviais, que normalmente são ligadas por uma cartilagem e uma bolsa cheia de líquido (líquido sinovial) permitindo amplo movimento dos ossos com mínimo atrito entre eles, como é o caso do joelho, cotovelo, ombros, etc.
Quando a articulação está inflamada chama-se a essa lesão artrite. Quando a articulação está dolorosa, mas sem sinais clínicos de inflamação (inchaço, calor e rubor) dizemos que há uma artralgia.
Doenças que provocam artrite
Várias outras doenças afetam as articulações, manifestando-se com quadros de artrite, fazendo parte do diagnóstico diferencial da artrite reumatoide, a saber:
Lúpus,
Gota.
Osteoartrite/artrose,
Artrite séptica.
Artrite psoriática,
Doença de Still,
Espondilite anquilosante,
Febre reumática.
Artrite reumatoide o que é?
É uma doença inflamatória crónica que pode limitar os gestos diários destes doentes, como abrir uma porta, agarrar uma caneta ou calçar uns sapatos. A ocorrência global de AR é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.
A Artrite Reumatoide é uma doença reumática inflamatória crónica autoimune, de etiologia desconhecida, que pode conduzir à destruição do tecido articular e peri articular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e peri articulares. Pode, contudo, afetar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas.
Quando não tratada precoce e corretamente, a artrite reumatoide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidades e mortalidade acrescida em relação à população em geral.
Fatores de risco
São 3 os principais fatores de risco, a saber:
Género
As mulheres são frequentemente mais afetadas que os homens na proporção de quatro mulheres para um homem.
Idade
É, sobretudo, uma doença dos adultos jovens e das mulheres
pós-menopáusicas.
Historial de doença e vacinação
Esporadicamente, surgem casos de artrite depois de infeções por
parvo vírus e vírus da rubéola ou vacinações para a rubéola, tétano,
hepatite B e influenza.
Prevenção
Entre os fatores de proteção sugeridos destacam-se:
Gravidez,
Uso de contracetivos orais,
Ingestão moderada de álcool.
O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que esta doença, diagnosticada nos primeiros três a seis meses do seu curso clínico e tratada corretamente, tem grandes probabilidades de não evoluir para a incapacidade funcional para o trabalho, diminuir a comorbilidades e não reduzir a esperança média de vida.
Não podemos evitar o surgimento da doença. A prevenção destina-se, fundamentalmente, a diminuir a gravidade da doença, de forma a reduzir a incapacidade funcional e a melhorar a qualidade de vida.
Sintomas
O principal sintoma é a inflamação das articulações. Além disso, podem aparecer nódulos duros nos cotovelos, ou na zona dorsal dos dedos das mãos e dos pés; também podem localizar-se nos órgãos internos. Com o tempo, a deterioração progressiva das articulações afetadas pode levar a deformidades.
Artrite reumatoide quais os sinais?
Os principais sinais são os seguintes:
Dor articular;
Inflamação articular;
Rigidez articular matinal;
Febre;
Cansaço.
Frequentemente, a doença começa como uma poliartrite simétrica (mais de 4 articulações inchadas e dolorosas, nos dois lados do corpo). Qualquer articulação com membrana sinovial (membrana que reveste algumas articulações e que produz um líquido que lubrifica, nutre e facilita os movimentos articulares) pode ser atingida, mas geralmente afeta primeiro as pequenas articulações das mãos e dos pés. À medida que a doença progride, mais articulações podem inflamar, incluindo:
Ombros,
Cotovelos,
Ancas,
Joelhos.
Outra articulação que pode estar envolvida é a primeira articulação cervical, entre a primeira e segunda vértebras cervicais, resultando em instabilidade da coluna cervical. Para além dos sintomas articulares, os sintomas constitucionais (por exemplo, o cansaço, sintomas de gripe, febre, suores e perda de peso) são comuns.
Se não for tratada, a inflamação conduz à destruição progressiva das articulações e sua perda de função. Podem surgir nesta altura deformidades articulares, algumas muito características nas mãos. Ao dano articular, pode adicionar-se perda de massa muscular por atrofia, podendo levar de forma progressiva a dificuldades motoras.
Os tendões estão envolvidos por bainhas e estas são também constituídas por membranas sinoviais, podendo ficar inflamadas, tal como as articulações.
Ocasionalmente, o doente pode ter apresentações mais atípicas, o que pode dificultar o diagnóstico. Nomeadamente quando tem um início súbito ou surge como uma doença mais sistémica, com perda de peso, febre e fadiga e poucas manifestações articulares. Outras vezes, os doentes começam por apresentar inflamação articular de grandes articulações (joelho, cotovelo) e só mais tarde desenvolvem artrite das mãos.
Outras manifestações
A AR é uma doença que pode afetar muitos órgãos e há outras manifestações da doença:
Olhos: Secura ocular (Síndrome seca secundária, chamada “Síndrome de Sjögren secundária”); inflamação ocular (esclerite e episclerite).
Pele: úlceras de perna e lesões cutâneas eritematosas (avermelhadas).
Nódulos reumatoides: tumefações subcutâneas (debaixo da pele) não dolorosas que ocorrem na maioria das vezes nos cotovelos, joelhos e dorso das mãos. Surgem sobretudo em pessoas com a doença de longa evolução.
Sistema Nervoso:Pode ocorrer compressão de nervos periféricos pelo edema articular, sendo comum o “síndrome do túnel cárpico”. Mais raramente, pode ocorrer subluxação atlanto-axial (das duas primeiras vértebras cervicais) o que poderá conduzir a comprometimento da medula espinhal.
Sistema respiratório:pode ocorrer inflamação pleural (membrana que cobre os pulmões), e alterações dos pulmões e vias aéreas.
Sistema cardiovascular: Pode ocorrer a inflamação da membrana que cobre o coração (pericárdio), o que é pouco frequente. Estudos recentes mostram que a AR contribui para o aumento do risco cardiovascular, existindo um aumento do risco de enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Sistema renal: Raramente envolvido, mas pode ocorrer nefropatia tóxica (pela toma de anti-inflamatórios não esteroides).
Fígado:A presença de hepatomegalia discreta (aumento das dimensões do fígado) e enzimas hepáticas (transamínases) elevadas são comuns.
Outras manifestações:Podem ainda ocorrer distúrbios da tiroide, osteoporose e depressão.
O aparecimento de outras doenças pode aumentar o risco de desenvolver complicações de AR e pode aumentar ainda mais a morbidade e mortalidade, por exemplo, desenvolver diabetes, que associada a AR conduzem a mais complicações cardíacas.
Causas da artrite reumatoide
A AR manifesta-se por uma inflamação das articulações. A inflamação é uma reação do organismo a uma agressão, como o inchaço após um traumatismo ou a garganta inflamada após uma infeção.
Não é conhecida a causa da AR: poderá tratar-se de um agente externo, um vírus ou um agente interno. Por uma razão desconhecida, o organismo deixa de reconhecer a articulação como sua e reage contra ela – reação autoimune. Outra hipótese será a de que não há agressão, mas uma reação inflamatória que aparece sem razão, depois de uma desregulação inexplicada do organismo.
Diagnóstico?
O diagnóstico precoce é feito com base na verificação de:
Tumefação de três ou mais articulações;
Envolvimento das articulações metacarpo falângicas e/ou metatarso falângicas;
Rigidez matinal superior a trinta minutos;
Simetria do envolvimento articular.
Não basta fazer exames laboratoriais e radiografias para estabelecer o diagnóstico. É necessário realizar outros exames, como:
Cintigrafia, a
Ultrassonografia e a
Ressonância magnética nuclear,
São estes exames que revelam sinovite (inflamação da membrana sinovial) ao termo de apenas algumas semanas.
O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, com iniciação rápida do tratamento. Estudos científicos demonstram que no período inicial da doença há uma oportunidade única para influenciar o progresso da doença. O desafio para o médico é reconhecer os primeiros sintomas e encaminhar precocemente.
O diagnóstico é essencialmente clínico; as investigações são importantes na avaliação e exclusão de outros diagnósticos possíveis. Algumas das investigações realizadas são inespecíficas, podendo estar alteradas em várias doenças, sendo muito importante fazer as seguintes averiguações clínicas:
Velocidade de sedimentação e proteína C reativa(parâmetros analíticos que traduzem inflamação): na AR costumam estar elevadas, mas podem ser normais.
Hemograma:anemia normocítica normocrómica e trombocitose (aumento das plaquetas) reativa são comuns na doença ativa.
Fator Reumatoide: Deve ser requisitado em doentes com suspeita de terem AR, ou seja, naqueles em que se encontrou artrite no exame objetivo. Este é positivo em 60-70% dos doentes (e 5% da população normal). Pode ser positivo em outras doenças pelo que se deve ter atenção à sua interpretação.
Anticorpo contra péptidos citrulinados (anti-CCP):Deve ser requisitado se suspeita de AR, se o paciente é negativo para o fator reumatoide ou na eventualidade de se ponderar terapia de combinação. Este anticorpo é mais específico do que o fator reumatoide na AR e pode ser mais sensível na doença erosiva.
Anticorpo antinuclear (ANA): pode ser positivo em cerca de 30% dos pacientes com AR.
Radiografias das mãos e dos pés: Quando realizados no início da doença, podem ser normais se a doença tiver pouco tempo de evolução. Devem ser repetidos durante a monitorização da doença.
Tratamento
Nos últimos 15 anos, o tratamento da artrite reumatoide evoluiu significativamente, em consequência da avaliação da atividade inflamatória, do conhecimento dos fatores de pior prognóstico, do uso precoce de fármacos antirreumáticos de ação lenta, do aparecimento de terapêutica combinada e, mais recentemente, da terapêutica biológica. Os doentes com artrite reumatoide devem ser acompanhados por um médico reumatologista.
O tratamento dos doentes deve ser sempre individualizado e deve ser realizado de forma multidisciplinar. Idealmente, todos os pacientes deveriam ter acesso a uma equipa de profissionais, incluindo:
Médico de família,
Reumatologista,
Enfermeiro,
Fisioterapeuta,
Terapeuta ocupacional,
Nutricionista,
Farmacêutico,
Assistente social.
Sempre que necessário serão pedidas colaborações com outras Especialidades Médicas. Sempre que tiver dúvidas sobre algum tratamento deve colocá-las ao seu Reumatologista Assistente. A sua adesão aos tratamentos adequados é fundamental para melhorar o prognóstico da sua doença.
O tratamento da AR deve envolver modalidades farmacológicas e não farmacológicas.
Medidas não farmacológicas
Um estilo de vida saudável deve ser promovido nos doentes com AR incentivando os seguintes hábitos:
Deixar de fumar.
Se excesso de peso, é aconselhado a perda ponderal para prevenir o desgaste articular e outras doenças, como hipertensão e diabetes.
Prática de exercício físico deve mas sempre orientada pela equipa médica. É aconselhada a realização de exercícios isotónicos e isométricos para fortalecimento muscular e manutenção da função articular, assim como exercícios aeróbicos para otimização do sistema cardiorrespiratório.
Quando há suspeita de AR e enquanto se aguarda pela avaliação por especialistas, as medidas não medicamentosas e tratamento sintomático – como analgésicos não opióides e medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) – pode ser instituído. Em qualquer fase da doença, a utilização de analgesia deve ser considerado como um adjuvante.
Tratamentos farmacológicos
Analgésicos
O paracetamol, ou analgésicos compostos (paracetamol + tramadol, por exemplo) devem ser oferecidos a pessoas cujo controlo da dor não é adequado, para reduzir potencialmente a sua necessidade de tratamento a longo prazo com AINEs.
Anti-inflamatórios (AINEs)
Como por exemplo temos:
Ibuprofeno,
Diclofenac,
Naproxeno.
Têm indicação para o tratamento sintomático da inflamação na AR, contribuindo para aliviar os sinais e sintomas desta. Têm um rápido início de ação, mas não alteram a progressão da doença nem a incapacidade funcional a longo prazo e podem ter toxicidade importante.
A toma simultânea de mais do que um AINE não aumenta a eficácia e resulta em maior toxicidade. Pode ser necessário adicionar um fármaco inibidor da bomba de protões adequado (para proteção gástrica). Há diversos disponíveis, o problema é decidir qual preparação será melhor para que cada doente, visto que as respostas têm variação individual.
De um modo geral, os chamados inibidores da COX 2 (“coxibs”) têm menos efeitos gastrointestinais e os AINE’s clássicos menos efeitos cardiovasculares. Os AINEs podem interagir com outros medicamentos ou estarem contraindicados no seu caso. Pelo que não se aconselha nunca a toma sem prescrição médica.
O principais anti-inflamatórios inibidores da COX2 são:
Etoricoxib (Exxiv®, Arcoxia®, Turox®)
Celecoxib (Celebrex®, Solexa®)
Corticosteroides
Como exemplo temos:
Prednisolona,
Prednisona,
Metilprednisolona.
Em doses baixas podem ser usados em combinação com DMARDs (Disease-modifying antirheumatic drugs) ou seja medicamentos antirreumáticos modificadores da doença, para controlo de sintomas a curto prazo e a médio e longo prazo para minimizar o dano articular.
Pode ser proposto um tratamento de curta duração com doses mais elevadas de corticoides (administrado de forma oral, intramuscular ou intra-articulares) para melhorar rapidamente os sintomas em doentes com diagnóstico recente de AR ou quando surge um surto da doença. Pela existência de efeitos adversos potencialmente graves (diabetes, osteoporose, cataratas), as doses recomendadas pelo seu médico devem ser respeitadas.
Quando usar injeções de corticosteroides?
Injeções intra-articulares de corticosteroides podem ser usadas para:
Fornecer alívio sintomático numa articulação mais dolorosa enquanto se espera pelo efeito dos outros fármacos.
Aliviar os sintomas de articulações particularmente problemáticos onde o controlo da doença não é bom.
Tratamento de monoartrite (1 articulação) ou oligoartrite (2-4 articulações) nos casos em que outras medidas são desaconselhadas.
Medicamentos antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs) clássicos
DMARDs (Disease-modifying antirheumatic drugs) são fármacos antirreumáticos modificadores da doença, usados isoladamente ou em combinação. Os fármacos mais usados são:
Metotrexato,
Leflunomida,
Sulfassalazina,
Hidroxicloroquina,
Azatioprina.
O início precoce do tratamento com DMARDs é recomendado para controlar os sintomas e sinais de AR, bem como limitar dano radiológico (diminuir o risco de deformidades).
a. Os DMARD’s devem ser instituídos por especialistas assim que o diagnóstico, evolução e gravidade da doença foram confirmados.
b. A melhor estratégia de tratamento, conhecida por “Treat to target” estabeleceu que os doentes devem ser tratados com o objetivo de atingir remissão, o que significa aumentar a terapia (adicionar fármacos ou aumentar doses) sempre que a doença não é totalmente suprimida. Por outro lado, sempre que se obtenha controlo da doença por um longo período de tempo, pode-se com cautela tentar reduzir as doses de medicação, mantendo vigilância apertada.
c. Metotrexato: é o DMARD de escolha, devido ao seu bom perfil de eficácia e toxicidade.
DMARD’s biológicos
São moléculas que modulam as citocinas (proteínas da inflamação) e demonstraram que são eficazes no tratamento da AR, incluindo pacientes resistentes ao metotrexato. A introdução destes medicamentos é feita em situações muito específicas de acordo com guidelines da Sociedade Portuguesa de Reumatologia. Estão aprovados para o tratamento da AR em Portugal:
a. Inibidores do fator de necrose tumoral (TNF):
Infliximab,
Adalimumab,
Etanercept,
Golimumab,
Certolizumab.
b. Anti-CD20:
Rituximab.
c. Anti recetor da interleucina 6:
Tocilizumab.
d. Inibidor da ativação das células T (recetor solúvel de CD80 e CD86):
Abatacept.
e. Anti-interleucina-1:
Anakinra.
Tratamentos alternativos
a) Fisioterapia:
A realização de fisioterapia deve ser considerada. O plano de reabilitação deve ser definido pelo seu Reumatologista ou Fisiatra, tendo em conta as articulações afetadas e a fase da doença em que se encontra. A realização de fisioterapia passa ainda pelo fortalecimento muscular e treino de atividades de vida diária, por vezes com recurso a instrumentos que o podem auxiliar na realização das suas tarefas (ex: abre boiões, adaptadores da escova de dentes, adaptadores de instrumentos de cozinha).
b) Cirurgia:
A opinião de um cirurgião ortopédico ou neurocirurgião com um interesse especial em AR deve ser procurada de acordo com indicações específicas, a discutir com o reumatologista assistente.
c) Dieta e terapias complementares:
Não há fortes evidências de que pacientes com AR irão beneficiar de mudanças na dieta. A dieta mediterrânica pode ser encorajada (mais pão, frutas, legumes e peixe; menos carne; e substituir a manteiga e queijo com produtos à base de vegetais e óleos vegetais), uma vez que está associada a menos risco cardiovascular.
As terapias complementares podem fornecer o benefício sintomático de curta duração, mas há pouca ou nenhuma evidência de benefício a longo prazo. Se desejar experimentar terapias complementares, não deve substituir o tratamento convencional e esta terapia não devem afetar o atendimento oferecido pelos restantes cuidadores (reumatologista, médico de família, enfermeiro, fisioterapeuta).
Vigilância da doença
O diagnóstico de uma doença crónica como a AR implica que os doentes devem ser vigiados regularmente, incluindo consulta médica e a realização frequente de análises de sangue, para analisar a eficácia e efeitos adversos da medicação.
O rastreio e avaliação de outras doenças, deve ser feito de acordo com o que está recomendado para a população em geral. É fundamental que mantenha um acompanhamento regular no seu Médico de Família.
Perguntas frequentes:
A artrite reumatoide é contagiosa?
Não. A artrite reumatoide não é uma doença infeciosa nem uma doença contagiosa.
Quem é mais atingido pela artrite reumatoide?
A artrite reumatoide atinge uma em cada mil pessoas e um por cento da população global. Afeta sobretudo mulheres, mais frequentemente por volta dos 50 anos, embora possa surgir em crianças, homens e mulheres jovens. Quanto mais precoce for o início da artrite reumatoide, maior será a probabilidade de ser mulher (3,7 mulheres para um homem se a artrite reumatoide começar aos 30 anos), sendo a frequência idêntica no homem e na mulher se a doença se manifestar depois dos 60 anos.
Qual é a diferença entre cura e remissão?
A principal diferença entre a cura e a remissão é que na primeira a doença desaparece com o tratamento e não volta após este ser suspendido; na remissão, a doença desaparece com o tratamento, mas regressa com a suspensão do tratamento. A artrite reumatoide evolui por surtos mais ou menos longos e de intensidade variável, intervalado com remissões. A cura, eventualidade na verdade pouco frequente, pode todavia surgir espontânea e inesperadamente.
Qual é a causa da artrite reumatoide?
A AR manifesta-se por uma inflamação das articulações. A inflamação é uma reação do organismo a uma agressão, como o inchaço após um traumatismo ou a garganta inflamada após uma infeção.
Não é conhecida a causa da AR: poderá tratar-se de um agente externo, um vírus ou um agente interno. Por uma razão desconhecida, o organismo deixa de reconhecer a articulação como sua e reage contra ela – reação autoimune. Outra hipótese será a de que não há agressão, mas uma reação inflamatória que aparece sem razão, depois de uma desregulação inexplicada do organismo.
Qual a influência na gravidez?
Há evidências de que a gravidez melhora a artrite reumatoide. Algumas mulheres que sofrem desta doença souberam que estavam grávidas por terem tido uma melhoria inesperada. No entanto, esta resposta não é absoluta: a melhoria só é observada em em três casos em cada quatro e desaparece rapidamente após o parto.
Por outro lado, a artrite reumatoide não influencia a gravidez: não há maior risco de infertilidade, abortos espontâneos ou partos prematuros. Contudo, os tratamentos administrados na artrite reumatoide podem ter um efeito na gravidez, pelo que deverá prevenir o seu reumatologista imediatamente.
O que é a Certidão Multiuso?
Quais os benefícios? Como pode obtê-la?
A Certidão Multiuso atesta o grau de incapacidade e é necessária para requerer certos benefícios, desde que a incapacidade seja no mínimo de 60% e, em alguns casos, de 95% (por exemplo, para a isenção do imposto automóvel). Tem de ser requerida pelo utente ou seu representante.
O requerimento para obter esta certidão tem de ser feito na Unidade de Saúde Pública (Delegação de Saúde) da área de residência do utente com incapacidade ou deficiência.
Benefícios mais relevantes da Certidão Multiuso:
redução do IRS;
isenção de imposto automóvel;
redução de juros no empréstimo bancário;
redução do preçário em alguns títulos de transporte público;
dístico para estacionamento.
Concluindo
As doenças que provocam dor e inflamação nas articulações estão entre as doenças mais frequentes na população e são responsáveis por uma acentuada perda de qualidade de vida e muitos dias de trabalho perdidos. Originam uma enorme sobrecarga de custos para as famílias e para o sistema de saúde público. É muito importante atuar a tempo para evitar a degradação e destruição das articulações afetadas. Para isso não ignore nunca uma dor articular que teima em não desaparecer e consulte rapidamente o seu médico para saber se necessita de intervenção terapêutica mais profunda.
Trate bem de si e não se esqueça que a família que o acompanha também sofre.
Mascne ou acne causado pelo uso da máscara é uma nova condição de saúde que está a aumentar muito a incidência na população e a preocupar cada vez mais pessoas de várias idades, incluindo muito adultos mesmo alguns que nunca tiveram acne.
A Mascne aparece mais nas mulheres com peles mistas a oleosas e as zonas do rosto mais afectadas são as seguintes:
Maçãs do rosto
Queixo
Nariz
Não importa se costuma ter erupções cutâneas ou se tem uma pele quase perfeita, mascne ou acne provocado pela máscara, é um efeito colateral infeliz do uso diário de máscara que todos nós usamos para retardar a transmissão de Covid -19.
A macne pode ser literalmente uma dor de cabeça, mas isso não significa que deva parar de usar máscara. Se tratar a sua pele e limpar adequadamente as coberturas do rosto, deverá ser capaz de controlá-la e eliminar a ocorrência de erupções maiores.
A pele de cada pessoa reage de maneira diferente a produtos e diversas causas de stress. Assim vá devagar e faça um teste local de qualquer ingrediente novo e potencialmente irritante.
Anatomia da pele
Para entendermos bem o mecanismo de formação do acne é essencial conhecer a anatomia da pele e em particular o folículo piloso.
Acne o que é?
O acne surge devido a uma interação entre hormonas, óleos da pele e bactérias levando à inflamação dos folículos pilosos (os poros na pele onde crescem os pelos). O acne caracteriza-se por muitos tipos de lesões da pele, tais como:
Comedões abertos, denominados cravos;
Comedões fechados, chamados pontos brancos;
Comedões fechados inflamados, chamados espinhas;
Pápulas que são protuberâncias salientes e sólidas;
Pústulas, que são protuberâncias superficiais contendo pus;
Nódulos, são protuberâncias mais profundas e firmes contendo pus;
Cistos são bolsas maiores contendo pus;
Abcessos, surgem por vezes e são bolsas ainda maiores e mais profundas que os cistos, contendo pus.
Acne é uma condição cutânea de longa duração caracterizada por áreas de pontos negros, pontos brancos, pústulas, pele oleosa e possibilidade de aparecimento de cicatrizes. Dependendo do grau de incidência, infecção e dimensão dos pontos de acne sobre a pele, as consequências na aparência podem provocar desde desconfortos pontuais, passando por ansiedade, diminuição da autoestima até, em casos extremos, depressão e pensamentos de suicídio.
É um problema que deve ser encarado com seriedade pois, além das lesões físicas, as implicações psicológicas podem ser bem mais graves!
Causas do Acne
Estima-se que 80% dos casos tenham origem genética. O papel da dieta enquanto causa ainda não é claro. A higiene ou a luz do sol não parecem ter qualquer influência. No entanto, o tabagismo aumenta o risco de vir a desenvolver acne e a sua gravidade.
O acne afeta principalmente a pele com elevado número de glândulas sebáceas, como o rosto, a parte superior do peito e as costas. O consumo de esteroides anabolizantes geralmente provoca o aparecimento de acne nos ombros e na parte superior das costas.
Durante a puberdade, em ambos os sexos, o aparecimento do acne deve-se muitas vezes ao aumento da quantidade de andrógenos como a testosterona, estando também envolvida a bactéria Propionibacterium acnes.
Tipos de acne
Conforme a profundidade e gravidade das lesões o acne pode manifestar-se de várias formas e divide-se em leve, moderado e grave.
Acne leve
No acne leve desenvolvem somente alguns (menos de 20) cravos e comedões sem inflamação ou um número moderado de espinhas pequenas, ligeiramente irritadas. Pústulas, que parecem espinhas com topo amarelado, também podem desenvolver-se. Cravos aparecem como pequenas saliências da cor da carne com um centro escuro. Comedões têm uma aparência semelhante, mas sem o centro escuro. Espinhas provocam um ligeiro incómodo e têm um núcleo branco rodeado por uma pequena área de pele avermelhada.
Acne moderado
Pessoas com acne moderada têm mais cravos, comedões, espinhas e pústulas.
Acne grave
No acne grave aparecem um grande número de cravos e comedões, espinhas e pústulas ou acne cística (profunda). Na acne cística, as pessoas têm cinco ou mais cistos consistindo em nódulos grandes, vermelhos, dolorosos e cheios de pus que podem se fundir sob a pele formando abscessos maiores e supurativos.
Acne conglobata
O acne conglobata é a forma mais grave de acne, causando cicatrizes graves e outras complicações decorrentes de abscessos. A acne grave pode surgir nos braços, no abdômen, nas nádegas e até mesmo no couro cabeludo.
Acne fulminante e pioderma facial
O acne fulminante e o pioderma facial (também chamado rosácea fulminante) são dois tipos de acne grave possivelmente relacionados e raros que costumam surgir de repente.
Tratamento
O cuidado geral da acne é muito simples. As áreas afetadas devem ser cuidadosamente lavadas com sabão suave, uma ou duas vezes por dia. Sabões antibacterianos ou abrasivos, compressas de álcool e fricção constante não proporcionam qualquer benefício adicional e podem irritar ainda mais a pele. Os cosméticos devem ser à base de água, pois produtos muito gordurosos pioram a acne.
Estão disponíveis muitas opções de tratamento destinadas a melhorar a aparência do acne, entre as quais alterações ao estilo de vida e medicação. Ingerir hidratos de carbono simples em menor quantidade, como o açúcar, pode ajudar. Os tratamentos mais comuns são a aplicação tópica de peróxido de benzoílo, ácido salicílico e ácido azelaico.
Estão também disponíveis antibióticos e retinoides tópicos e orais No entanto, é possível que possam provocar resistência antibiótica. Em mulheres, algumas pílulas contraceptivas orais combinadas podem ser benéficas no tratamento. A isotretinoína oral geralmente só é administrada em casos graves devido aos efeitos secundários. Alguns especialistas recomendam o tratamento agressivo e numa fase precoce de modo a diminuir o impacto a longo prazo na pessoa.
Embora não existam restrições a alimentos específicos, deve-se seguir uma dieta saudável e equilibrada que evite alimentos processados. Pode-se considerar o uso de uma dieta de baixo índice glicémico e moderação da ingestão de leite, se o tratamento para o acne for ineficaz em adolescentes.
Medicamentos usados no acne
Descrevo de seguida alguns dos medicamentos mais usados nos diversos tipos de acne, tais como:
Para cravos e comedões, creme de tretinoína;
Para acne leve, tratamento da pele com creme de tretinoína, às vezes com peróxido de benzoílo ou um antibiótico, ou ambos;
Para acne moderada, antibióticos por via oral em combinação com tratamento cutâneo igual ao usado para acne leve;
Para acne grave, isotretinoína por via oral;
Para acne cística, corticosteroides injetados.
Mascne quais as causas?
Tal como a acne comum, há várias coisas que podem causar mascne ou acne da máscara:
Não lavar a máscara com frequência suficiente,
Lavá-la com detergente forte,
Os materiais da própria máscara,
Frequência de utilização, quanto mais pior.
As máscaras ajudam a evitar que a saliva e quaisquer outras gotículas, emitidas pela respiração, fala, tosse ou espirro, fiquem no ar e transmitam potencialmente Covid-19 (ou outras doenças). Isso é o que queremos que elas façam, mas isso significa que elas retêm humidade e bactérias dentro, tocando sua pele.
As máscaras criam uma vedação que evita que a humidade escape, originando um ambiente húmido onde as bactérias causadoras de acne podem desenvolver-se, segundo explicação de Dylan Mustapich, esteticista da Face Haus em Nova York.
A dermatologista certificada Meghan Feely compara a acne com a qual os atletas costumam lutar. Segundo ela os atletas que usam capacete podem desenvolver erupções acneiformes, pois poeiras, óleo e suor ficam presos nos poros, criando um ambiente propício ao crescimento de bactérias.
Se não lavarmos a máscara, as bactérias continuarão a infiltrar-se na pele. Por outro lado a lavagem também pode causar fugas. Também pode ter uma reação ao detergente que usar na lavagem. Experimente um detergente suave e sem perfume para ver se isso ajuda.
Se tem tendência a desenvolver erupções cutâneas relacionadas com stress ou ansiedade, o contexto de uma pandemia certamente é uma fonte de stress… por isso faça o seu melhor para relaxar.
Outros efeitos adversos
Além das lesões de acne, muitos doentes referem também o aumento da oleosidade cutânea e prurido local que pode originar o surgimento de infeções oportunistas por outros fungos e bactérias.
Tratamento
Obviamente devemos continuar a usar uma máscara quando estamos em público sem condições de distanciamento seguro. Mas se não precisa de estar em público, fique em casa e deixe sua pele respirar.
Invista em algumas máscaras que você pode trocar e lavar com frequência. Estas são as nossas máscaras favoritas e veja como fazer a sua própria máscara. Idealmente, deve lavá-las após cada uso, se usar por longos períodos de tempo. Os especialistas com quem falamos concordam que as máscaras 100% algodão são as melhores, porque é um tecido respirável e fácil de lavar.
Segundo Katie Jae, uma esteticista médica licenciada no Texas, prefere máscaras descartáveis, mas isso pode prejudicar o seu orçamento e o meio ambiente se usar todos os dias. Ela sugere, mesmo que use uma máscara descartável, que não use a mesma o dia todo. É uma boa ideia trocar a máscara ao longo do dia apenas para que a bactéria que se formou não tenha oportunidade de continuar a crescer e romper a pele.
Segundo Jae, se costuma usar maquiagem, evite colocá-la nas áreas que a máscara cobre. Mantenha o rosto limpo e hidratado e não exfolie demais. As pessoas costumam pensar que precisam secar o acne, mas ressecar a pele pode dar origem a mais erupções. Mesmo tendo pele oleosa, é vital manter a barreira da pele intacta. Pele hidratada ajudará a prevenir irritações ou erupções cutâneas.
Lave o rosto antes de colocar a máscara e depois de retirá-la. Use limpadores de espuma suaves que removerão a oleosidade com eficiência. Se tem pele com tendência acneica ou extremamente oleosa, use um sabonete facial com ácido salicílico para que o excesso de oleosidade e a pele morta possam ser removidos, o que pode ajudar a prevenir o entupimento de poros ou erupções cutâneas.
Lista resumida de medidas anti-Mascne
Evite ou reduza a frequência da esfoliação mecânica ou química;
Se necessário, os produtos anti-acne mais adequados devem conter alfa-hidroxiácidos, ácido salicílico, agentes matificantes e propriedades calmantes;
Use produtos sem perfume, não comedogénicos ou seja em óleos (oli-free) e com textura ligeira;
À noite antes de deitar, use hidratantes;
Se passa muito tempo de máscara hidrate bem a pele antes e depois do trabalho;
Antes de colocar a máscara deixe o hidratante e/ou protetor solar secar completamente;
Use um protetor solar não comedogénico (oil-free);
Evite maquilhagem na região coberta pela máscara e use sempre esponjas e pincéis limpos.
Masc-rosácea:
A rosácea também é uma condição de saúde que pode piorar com o uso frequente da máscara.
A rosácea é uma doença cutânea que provoca vermelhidão, pápulas e pústulas e está a aumentar na zona da boca, queixo, nariz e maçãs do rosto.
Causas da Masc-rosácea
Devido à predisposição individual e características da circulação sanguínea na face da pessoa com tendência para a rosácea, a utilização da máscara vai criar um ambiente quente e húmido que vai descompensar a microbiota ou flora microbiana da face.
Trata-se duma flora saprófita onde existe um equilíbrio constante entre bactérias, fungos, parasitas, desde que o meio de cultura seja adequado. Quando o ambiente, induzido pelo uso da máscara, descompensa esse equilíbrio, alguns desses microorganismos crescem acima do normal e provocam um processo inflamatório.
Dermatite periodal
A rosácea está a promover o aparecimento da dermatite periodal que é uma variação da rosácea caracterizada por uma erupção facial formada por pequeninas pápulas (lesões elevadas) avermelhadas, eritema (vermelhidão), ressecamento e descamação da pele, podendo haver também a presença de pústulas em alguns casos.
Para além da lavagem da máscara, manter uma boa rotina de cuidados de pele ajuda à prevenção do aparecimento da rosácea e, posteriormente, da dermatite periodal.
Lista de medidas para prevenir e/ou tratar a rosácea
Higiene suave com água micelar para pele sensível;
Lavagem com geleia micelar ou creme de limpeza (syndets que são produtos de limpeza eficazes mas que não têm sabão);
Esfoliações e limpezas de pele são contra-indicadas;
Não utilizar toalhitas nem esponjas de limpeza;
Fazer hidratação com cremes simples, com poucos componentes, sem perfume e sem efeito oclusivo.
Concluindo
O uso da máscara em contexto de pandemia viral é essencial para a nossa proteção mas também dos que nos rodeiam pois evita de forma decisiva um grau de contágio que sem a máscara é muito mais elevado.
No entanto só agora começamos a entender as consequências que o uso prolongado da máscara acarreta, nomeadamente para a pele da nossa face. Será certamente um problema menor mas que deve merecer a devida atenção para não originar lesões mais graves e permanentes.
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