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CANCRO SINAIS E NOVAS DESCOBERTAS A VERDADE!



Cancro sintomas sinais causas e novas incríveis descobertas guia: Quais os sinais de alerta? Quais os alimentos, emoções e atitudes que fragilizam ou fortalecem o nosso sistema imunitário na prevenção ou luta contra o cancro? Juntamente com a informação da Liga Portuguesa contra o Cancro e da American Association for Cancer Research, entre muita outra informação, este artigo pretende ser uma ferramenta simples mas eficaz, de consulta rápida, para nos lembrar rapidamente como podemos proteger-nos melhor.

Quais os 15 sinais que nunca deve ignorar? Existem sinais que podem ser um alerta para um problema de saúde mais grave que pode surgir. Detectar atempadamente e dar o devido a valor a esses sinais pode ser a diferença entre a vida e a morte!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Cancro: O que nos pode matar?
  • Cancro: O que nos podem salvar?
  • Alimentos: Quais os que nos protegem?
  • Alimentos: Quais os que nos fragilizam?
  • Sentimentos e atitudes: Quais os que influenciam o nosso sistema imunitário?
  • Hábitos: Quais os que nos fragilizam e quais os que nos protegem?
  • Como se forma um cancro?
  • Quais os 15 sintomas que nunca deve ignorar?
  • Descoberta recente sobre a detecção precoce de metástases: Qual a importância?
  • Células cancerosas circulantes na corrente sanguínea que provocam metástases noutros tecidos: Será possivel apanha-las?
  • NanoFlares: O que são?
  • Tratamentos à medida: São possiveis?
  • Imunoterapia anticancerígena e novos tratamentos?
  • Açúcar, síndrome metabólica e cancro: Qual a ligação?
  • Qual o mecanismo promovido pelo açúcar para potenciar o cancro?
  • Tratamento: Quais os métodos mais usados?

Saiba porque deve estar com atenção aos seguintes sinais:

    • Perda de peso
    • Perda de apetite
    • Fadiga
    • Alterações do trânsito intestinal
    • Sangue nas fezes
    • Fezes brancas
    • Urina escura
    • Tosse persistente
    • Aftas que não cicatrizam
    • Líquido no mamilo
    • Necessidade frequente de urinar
    • Impotência
    • Sensibilidade mamária nos homens
    • Incontinência urinária
    • Dor pélvica
    • Descamação na pele
    • Gengivite

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Amigos do cancro que nos podem “matar”:

  • Alimentação ocidental rica em:
  • Stress
  • Sentimentos negativos:
    • Medo
    • Angústia
    • Desespero
    • Rancor
    • Raiva
    • Inveja
    • Negação da realidade
    • Depressão

  • Conflitos não resolvidos
  • Sedentarismo
  • Isolamento social

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Inimigos do cancro que nos podem “salvar”: 

  • Peixes azuis
    • Biqueirão
    • Sardinhas
    • Cavala
    • Atum
    • Salmão selvagem

  • Fruta
    • Citrinos
    • Melão
    • Morangos
    • Uva preta
    • Groselhas
    • Acerola
    • Arandos
    • Framboesas

  • Verduras
    • Alho
    • Cebola
    • Espinafres
    • Cenouras
    • Tomate
    • Pimentos
    • Abacate
    • Abóbora
    • Espargos
    • Azeitonas e azeite
    • Batata doce
    • Alface
    • Crucíferas

  • Sementes e frutos secos
    • Nozes
    • Noz de macadâmia
    • Noz-pecã
    • Amêndoas
    • Avelãs
    • Castanha-do-pará
    • Pistácios
    • Sementes de linho

  • Especiarias e ervas aromáticas
    • Orégãos
    • Salsa
    • Canela
    • Açafrão da Índia
    • Pimenta de caiena
    • Malagueta
    • Gengibre
    • Manjericão
    • Alecrim
    • Tomilho
    • Mostarda

  • Algas e cogumelos
  • Sentimentos positivos
    • Alegria
    • Felicidade
    • Confiança
    • Paciência
    • Compreensão

  • Serenidade e meditação
  • Generosidade e Amor
  • Conflitos resolvidos em harmonia
  • Actividade física
  • Apoio da família e dos amigos

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Como se forma um cancro?

Como se forma um cancro Processo de formação de um cancro

Sintomas que nunca deve ignorar!

Cancro, sintomas que não deve ignorar

Descrevo de seguida a importância de não ignorar cada um dos diferentes sintomas.

Perda de peso e de apetite

Em tumores que não dão numa fase inicial sintomas específicos – como alguns tipos de cancro do pâncreas ou do pulmão, – a perda de peso e de apetite são dos primeiros aspectos que podem levar a um diagnóstico e por isso toda a sensibilização é pouca.

Geralmente estão associados a fases mais avançadas mas o facto de nem toda a gente ter noção disso leva a demora nas queixas, o que compromete ainda mais a rapidez do diagnóstico.

Especialistas em cancros do estómago, admitem que nem toda a gente vigia o peso, mas é importante conseguir avaliar a percentagem perdida. Se uma pessoa não está a fazer uma dieta ou exercício e perde 10% do seu peso, em dois meses, deve ir ao médico.

Fadiga

Em situações de cansaço arrastado e sonolência, também não deve perder muito tempo a ir ao médico. A fadiga pode ter muitas causas, até psicológicas. Se a razão for uma anemia deve investigar-se a causa.

Pode resultar de doenças benignas ou lacunas na alimentação, mas é um sintoma bastante comum de cancro do estômago que nem sempre as pessoas valorizam. O cancro do estômago muitas vezes surge em úlceras ou cria ele próprio úlceras e pode haver perdas de sangue que não são evidentes mas causam anemia.

Por vezes os doentes vão a uma urgência porque estão muito brancas e cansadas mas depois demoram a ir ao médico para fazer o resto do diagnóstico. Além de ser comum nos tumores gástricos, a anemia surge também em tumores do intestino ou do sangue, podendo ser causada por défices na produção células vermelhas ou um excesso de destruição, nas tais perdas que podem passar despercebidas.

Alterações do trânsito intestinal

Muitas vezes associam-se ao stresse ou ao que se come, mas se houver alterações persistentes devem ser valorizadas. No cancro é particularmente relevante a alternância entre prisão de ventre e diarreia. Os tumores do intestino tendem a dar diferentes sintomas, já que as fezes quando passam do intestino delgado para o grosso (cólon) estão líquidas e só depois vão solidificando.

Assim, a obstrução é mais expectável quando se trata de uma lesão do lado esquerdo do cólon. Em caso de suspeita, é crucial fazer uma colonoscopia, exame que também deve ser feito a partir dos 50 anos como rastreio. Muitas vezes as pessoas não o fazem por receio da dor, mas com a anestesia comparticipada creio que haverá melhorias.

Sangue nas fezes

É um sintoma comum nos tumores gástricos, do intestino e do recto que as pessoas até valorizam. Mas pode assumir diferentes formas e os doentes nem sempre estão sensibilizados para isso.

As partículas podem ser tão pequenas que não são visíveis, daí a importância da análise ao sangue oculto nas fezes. Depois pode haver sangue vermelho vivo, que se nota quando a pessoa se limpa ou na sanita e geralmente resulta de uma lesão no recto ou parte terminal do cólon. Mas o que mais passa despercebido é o sangue escuro, que dá uma tonalidade quase negra às fezes, por vezes cor de vinho do Porto.

Nesses casos poderá estar-se diante de um tumor do estômago ou da parte superior do intestino delgado, já que essa cor significa que o sangue foi digerido. Mesmo em situações em que os doentes se aperceberam do sangue, chegam a demorar seis meses a um ano a dirigir-se ao médico, por vezes por acharem que está ligado a hemorróidas. Sempre que surgir deve ser avaliado.

Fezes brancas e urina escura

O cancro do pâncreas é um dos tumores mais silenciosos numa fase inicial. Há dois tipos de doença, quando o tumor está na cauda do pâncreas ou na cabeça. Se no primeiro não há sintomas específicos, no segundo há sinais que poderão ser valorizados cedo, o que nem sempre acontece.

Dada a localização, próxima do duodeno e vias biliares, o tumor da cabeça do pâncreas pode provocar obstrução e causar dor abdominal e icterícia (como a bílis não passa, acumula-se na pele e dá-lhe um tom amarelado).

Geralmente, estes sintomas surgem em conjunto com outros dois também ligados à obstrução: ausência de cor nas fezes, que surgem com uma tonalidade esbranquiçada, e urina de cor muito escura. São sintomas que podem resultar também de doenças benignas como pedra na vesícula mas devem ser logo comunicados ao médico.

Tosse que não passa

O tumor do pulmão é outro cancro em que os primeiros sintomas são pouco específicos. Ainda assim, em alguns tipos são afectadas estruturas centrais do órgão e surgem sinais que, se forem valorizados, podem traduzir-se num diagnóstico mais atempado.

Muitas vezes os doentes só ficam preocupados ao notar sangue na expectoração quando devia bastar uma tosse seca e irritativa que não passa para irem ao médico. O médico alerta que os doentes fumadores ou com historial de cancro na família valorizam o sintoma, mas os outros nem sempre.

Uma afta que não cicatriza

No caso dos cancros da cabeça e pescoço, é um dos sintomas que menos se valoriza e pode permitir um diagnóstico precoce ou até identificar lesões pré-cancerígenas.

Uma afta na língua ou qualquer ferida, lábio ou bochecha que não passe ao fim de dez dias deve ser vista. Outro sintoma importante no caso do cancro da laringe é a rouquidão persistente, que caso ultrapasse os 15 dias deve motivar uma ida ao médico.

O risco de cancro da cavidade oral ou da faringe é maior nos fumadores e pessoas que bebem álcool mas pode surgir em qualquer idade e em qualquer pessoa.

Líquido no mamilo

Se em alguma área existe uma grande sensibilização é no cancro da mama. Mas mesmo assim, há lacunas que poderão ser importantes em alguns casos. Se a maioria das mulheres está desperta para a importância de vigiar nódulos/caroços na mama e axila, alterações na forma, vermelhidão e calor ou alterações na pele da mama (como casca de laranja), há sintomas que nem sempre são associados à doença.

É o caso de líquido no mamilo (uma escorrência ou secreção) ou a inversão do mesmo. Mesmo em mulheres que estiveram recentemente a amamentar, as secreções não devem ser desvalorizadas. Se surgirem passados seis meses do fim da amamentação devem ser observadas. O líquido não tem um aspecto específico. Pode ser sanguinolento ou incolor.

Sempre no WC

Ao contrário das mulheres, os homens desvalorizam muitas vezes os sintomas do cancro que mais os afecta – os tumores da próstata. Isso acontece por falta de informação mas também porque estão sempre a tentar justificar tudo sem pensar em doenças.

Quando há dor, sangue na urina ou no sémen ou ardência até procuram o médico. Mas um dos sintomas a que menos dão importância é passarem a ter necessidade de urinar frequentemente. É a típica situação em que têm de voltar à casa de banho passados dez minutos e chegam a ir várias vezes por hora.

Outro sintoma de cancro da próstata em estados mais avançados nem sempre valorizado é a dor na região das ancas e zona inferior das costas, que pode resultar em metástases nos ossos.

Impotência

Neste caso há informação, mas muitas vezes é a vergonha que faz com que os homens cheguem tarde ao médico. Em vez de automedicar-se ou ir atrás de suplementos, deve procurar o médico de família para descobrir a causa da disfunção eréctil. Não significa necessariamente um tumor, mas outras doenças nomeadamente do foro cardiovascular também devem ser controladas.

Sensibilidade mamária nos homens

O cancro do testículo surge muitas vezes em homens jovens, que têm de estar mais sensibilizados para a necessidade de estarem atentos a alterações do tamanho e nódulos – e de fazerem por isso a palpação dos testículos uma vez por mês, de preferência no banho.

Mas o aumento do volume mamário e mudanças na sensibilidade do peito devem também ser valorizados, já que podem resultar de alterações na testosterona. Perda de libido também pode ser sinal de cancro do testículo.

Incontinência urinária

O cancro da bexiga tem estado a aumentar em Portugal, algo associado ao consumo de tabaco. O sangue na urina, um dos sintomas comuns, costuma ser valorizado. Já a incontinência, outro sintoma importante, muitas vezes é considerada algo normal para a idade e as pessoas começam a usar fralda sem marcar uma consulta.

Dor e ardência urinária, urgência em urinar (por vezes sem se conseguir chegar a tempo ao WC) e sensação de esvaziamento incompleto são outros sintomas a ter em conta.

Dor pélvica

Nos tumores ginecológicos – útero (corpo e colo), ovário e vulva – geralmente um dos sintomas menos valorizados é a dor pélvica persistente. Uma moinha que até pode melhorar mas depois volta. As hemorragias fora menstruação ou após a menopausa levam mais facilmente ao médico.

Nesta área, contudo, é essencial fazer o teste do Papanicolau, que permite despistar lesões pré-cancerígenas no colo do útero. Deve ser feito a partir dos 25 anos e, após dois exames negativos, é aconselhável de três em três anos.

Descamação na pele

Nos últimos anos tem aumentado a informação sobre cancro da pele, dos sinais de alerta a regras de ouro como reduzir a exposição ao sol.

Especialistas em oncologia afirmam que ao analisar os sinais, deve seguir-se a regra ABCDE e valorizar os que são:

  • A (assimétricos),
  • B (têm bordos irregulares),
  • C (não têm uma cor uniforme),
  • D (têm um diâmetro maior que 6mm),
  • E (evoluíram, mudando de forma e tamanho).

SINAIS PERIGOSOS MELHORSAUDE.ORGMas dentro dos cancros da pele, os especialistas admitem que há algo para o qual os doentes estão menos atentos. Se o melanoma é o tipo de cancro da pele com pior prognostico e é detectado em sinais, o cancro da pele mais frequente é o chamado carcinoma basocelular e não aparece em sinais.

Por isso também é preciso estar atento a pequenas feridas na pele, como se fossem frieiras, e descamações. São habituais no nariz e orelhas e podem passar mas depois regressam, devendo ser observadas por um médico. Manchas associadas à exposição ao sol em que a pele fique mais rugosa merecem o mesmo cuidado.

Gengivite

Nos cancros do sangue, como leucemias, a população está desperta para a importância de avaliar gânglios inchados e hematomas mas há outros sinais a valorizar. É o caso de gengivites, um sintoma comum num subtipo de leucemia aguda, e infecções recorrentes.

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Qual a nova descoberta contra o cancro ?

Pela primeira vez, foi possível detectar e isolar, no fluxo sanguíneo, células susceptíveis de criar metástases e espalhar um cancro. Isto poderá permitir avaliar a agressividade dos cancros de forma precoce.

Qual a importância desta técnica?

Uma equipa de cientistas nos Estados Unidos demonstrou que é possível, graças a pequenos bocados específicos de ADN espetados à superfície de diminutas bolinhas de ouro, detectar no sangue humano células cancerosas que estão à deslocar-se à procura de novos sítios do corpo para invadir.

A inédita técnica, que poderá permitir destruir estas células antes de elas se instalarem noutros órgãos e formarem metástases, foi descrita recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Luta contra as metástases do cancro

Quando um cancro forma metástases, o prognóstico para o doente não é bom; já pode ser tarde demais. Ora, até aqui, não era possível apanhar as células cancerosas circulantes directamente no sangue, antes de elas colonizarem novos tecidos.

 O que são afinal os NanoFlares ?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas

Agora, Chad Mirkin, da Universidade Northwestern (EUA), e colegas, conseguiram literalmente fazer brilhar essas células iluminando-as do interior por uma salva de microscópicos very-light.

Os cientistas deram à sua invenção o nome de NanoFlares (nano-clarões) e mostraram, em várias condições experimentais, que eles permitem não só detectar individualmente as células cancerosas na circulação sanguínea, como também isolá-las.

Leia aqui o resumo do artigo original

É possivel capturar e cultivar estas células?

Como não matam estas células, permitem ainda cultivá-las no laboratório para testar a eficácia de diversos fármacos anti-cancro.

“Tanto quanto sabemos, esta é a primeira abordagem baseada na genética que permite ao mesmo tempo o isolamento e a análise genética intracelular de células tumorais vivas em circulação”, escrevem os autores na PNAS.

Qual a composição do NanoFlare ?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, com apenas 13 nanómetros (milionésimo de milímetro) de diâmetro, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN (em hélice simples) capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas. Por sua vez, essas sequências de ADN estão “acopladas” a bocadinhos de ADN que contêm o clarão propriamente dito (uma molécula fluorescente).

Inicialmente, a fluorescência do clarão é abafada pela proximidade do ouro, explicam ainda os cientistas no seu artigo. Mas o que acontece é que os NanoFlares penetram, não se sabe bem como, no interior das células. E se vierem a dar com o material genético específico do cancro que são capazes de reconhecer, ligam-se a ele, libertando o bocadinho que contém o clarão.

Ao afastar-se da bolinha de ouro central, o clarão vai assim iluminar o interior da célula em causa, marcando-a como cancerosa.

Conseguir encontrar uma “agulha num palheiro”!

“O NanoFlare acende uma luz dentro das células cancerosas que procuramos”, diz o co-autor Shad Thaxton em comunicado de Universidade Northwestern. “E o facto de os NanoFlares serem eficazes na complexa matriz do sangue humano constitui um enorme avanço técnico. Conseguimos encontrar pequenos números de células cancerosas no sangue, o que é mesmo como procurar uma agulha num palheiro.”

É possivel preparar tratamentos à medida?

Os cientistas construíram quatro tipos de NanoFlares, cada um dirigido contra um alvo genético conhecido por estar associado a cancros da mama agressivos (isto é, que formam facilmente metástases).

Mais precisamente, os NanoFlares são dirigidos contra o “ARN mensageiro” (uma outra forma de material genético) que codifica certas proteínas que se sabe estarem associadas às células dos cancros agressivos da mama.

A seguir mostraram, em particular, que esses NanoFlares eram capazes de detectar as células cancerosas, com uma taxa de erro inferior a 1%, quando estas eram misturadas com sangue de dadores humanos saudáveis.

Células detectadas sobrevivem e são cultivadas

Uma vez identificadas as células, os cientistas conseguiram separá-las das células normais e estudá-las em cultura. “Ao contrário de outras técnicas de isolamento de células cancerosas, baseadas em anticorpos, a exposição das células aos NanoFlares não resulta na morte celular”, escrevem ainda.

Ausência de toxicidade é essencial

Ora, esta ausência de toxicidade poderá permitir estudar células cancerosas vivas, avaliar o seu potencial metastático e determinar qual a melhor combinação de fármacos para as eliminar.

“Isto poderia conduzir a terapias personalizadas, nas quais olhamos para a forma como as células de um dado doente respondem a diversos cocktails terapêuticos”, diz por seu lado Chad Mirkin.

Os autores testaram os nano-clarões, com resultados igualmente promissores (embora com maiores taxas de falsos positivos), em ratinhos que são utilizados como modelo experimental de cancro da mama humano.

Neste momento, explica ainda o comunicado, estão a tentar ver se a sua nova técnica consegue detectar células cancerosas diretamente no sangue de doentes com cancro da mama.

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Açúcar, síndrome metabólica e cancro

Outra doença associada com obesidade e síndrome metabólica é o cancro.

As células cancerosas precisam da glicose para prosperarem, e os hidratos de carbono transformam-se em glicose no nosso corpo. Para as células cancerosas passarem fome e morrerem, tem de se eliminar a sua fonte de comida primária, isto é açúcar, que inclui todos os carboidratos não-vegetais. O fisiologista Dr. Otto Warburg recebeu um Prêmio de Nobel já em 1934 pela sua pesquisa que identifica o combustível primário do cancro como sendo a fermentação anaeróbica de glicose. Claramente demonstrou que as células cancerosas necessitam der açucar para se desenvolverem. Pesquisas recentes concluiram que o açucar parece fazer iniciar o crescimento do cancro (clique na ligação abaixo para ler).

Estudo: Increased sugar uptake promotes oncogenesis via EPAC/RAP1 and O-GlcNAc pathways

Açúcar pode potenciar o cancro

Um dos mecanismos-chave pelos quais o açúcar fomenta o cancro e outras doenças crónicas é pela disfunção mitocondrial. Quando o nosso corpo utiliza e queima o açúcar como sendo o nosso combustível primário, formam-se níveis muito mais elevados de espécies de oxigénio reativas , que geram radicais livres secundários que causam:

  • Danos no ADN mitocondrial e nuclear das células,
  • Danos na membrana celular,
  • Danos na estrutura das proteínas.

O cancro é apenas um resultado potencial destes danos no ADN celular.

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Tratamento do cancro

Informação da Liga Portuguesa Contra o Cancro

O plano de tratamento depende, essencialmente, do estadio da doença e do tipo de tratamento a efectuar e do estadio da doença.

O médico tem, ainda, em consideração a idade do doente e o seu estado geral de saúde. Frequentemente, o objectivo do tratamento é curar a pessoa do cancro. Noutros casos, o objectivo é controlar a doença ou reduzir os sintomas, durante o maior período de tempo possível. O plano de tratamentos pode ser alterado ao longo do tempo.

A maioria dos planos de tratamento inclui cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Alguns envolvem terapêutica hormonal ou biológica. Adicionalmente, pode ser usado o transplante de células estaminais (indiferenciadas), para que o doente possa receber doses muito elevadas de quimioterapia ou radioterapia.

Alguns cancros respondem melhor a um só tipo de tratamento, enquanto outros podem responder melhor a uma associação de medicamentos ou modalidades de tratamento.

Os tratamentos podem actuar essencialmente numa área específica – terapêutica local -, ou em todo o corpo: terapêutica sistémica.

A terapêutica local remove, ou destrói, as células do tumor, apenas numa parte específica do corpo. A cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais.

A terapêutica sistémica “entra” na corrente sanguínea e “destrói”, ou controla, o cancro, em todo o corpo: mata ou, pelo menos desacelera, o crescimento das células cancerígenas que possam ter metastizado, para além do tumor original. A quimioterapia, a terapêutica hormonal e a terapêutica biológica (imunoterapia) são tratamentos sistémicos.

O médico é a pessoa indicada para lhe dar toda a informação relacionada com a escolha dos tratamentos, possíveis efeitos secundários e resultados esperados (com o tratamento). Cada pessoa deverá desenvolver, com o médico, um plano de tratamento que seja compatível, dentro do possível, com as necessidades, valores pessoais e estilo de vida dessa pessoa.

Tendo em conta que, provavelmente, o tratamento do cancro danifica células e tecidos saudáveis surgem, assim, os efeitos secundários. Alguns efeitos secundários específicos dependem, principalmente, do tipo de tratamento e sua extensão (se são tratamentos locais ou sistémicos). Os efeitos secundários podem não ser os mesmos em todas as pessoas, mesmo que estejam a fazer o mesmo tratamento. Por outro lado, os efeitos secundários sentidos numa sessão de tratamento podem mudar na sessão seguinte. O médico irá explicar os possíveis efeitos secundários do tratamento e qual a melhor forma de os controlar.

Adicionalmente, em qualquer estadio da doença, podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

Quando se fala em cuidados paliativos, estamos a pressupor uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que a doença gera. Adicionalmente, deve proporcionar-se a máxima qualidade de vida possível, a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde activos e rigorosos, que combinam ciência e humanismo – site da Associação Nacional de Cuidados Paliativos.

Poderá, ainda, querer falar com o médico sobre a possibilidade de participar num ensaio clínico, ou seja, num estudo de investigação de novos métodos de tratamento. No tópico “Investigação Sobre o Cancro”, poderá encontrar mais informação sobre os ensaios clínicos actualmente a decorrer.

Antes de iniciar o tratamento, pode querer colocar algumas questões ao médico:

    • Qual é o meu diagnóstico?
    • O tumor propagou-se? Se sim, para onde? Qual é o estadio da doença?
    • Qual é o objectivo do tratamento? Quais são as minhas alternativas de tratamento? Qual é o tratamento recomendado na minha situação? Porquê?
    • Quais são os benefícios que se esperam de cada tipo de tratamento?
    • Quais são os riscos e os possíveis efeitos secundários de cada tratamento? Como podem ser controlados os efeitos secundários?
    • A infertilidade pode ser um dos efeitos secundários do meu tratamento? Pode ser feita alguma coisa acerca disso? Deverei considerar armazenar espermatozóides ou óvulos?
    • O que posso fazer para preparar o tratamento?
    • Com que frequência farei os tratamentos? Quanto tempo durará o meu tratamento?
    • Terei de alterar as minhas actividades normais? Se assim for, durante quanto tempo terei de o fazer?
    • Quanto custará o tratamento? O meu seguro cobrirá as despesas?
    • Que novos tratamentos estão a ser estudados? Seria adequado participar num ensaio clínico?

Cirurgia

Na maioria dos casos, o cirurgião remove o tumor e algum tecido em volta (“margens”). A remoção de tecido circundante, que esteja livre de células tumorais, pode ajudar a prevenir que o tumor volte a crescer. O cirurgião pode, também, remover alguns gânglios linfáticos localizados na região do tumor: gânglios linfáticos regionais.

Os efeitos secundários da cirurgia dependem, essencialmente, do tamanho e localização do tumor, bem como do tipo de operação. O tempo necessário para a recuperação é diferente, de pessoa para pessoa. É normal sentir-se cansado ou fraco, durante algum tempo.

A maioria das pessoas sente algum desconforto, nos dias seguintes à cirurgia. No entanto, já há formas de controlar a dor. Antes da cirurgia, deverá perguntar ao médico qual a melhor forma de aliviar a dor. A medicação para a dor (ex.: analgésicos), pode ser ajustada.

Algumas pessoas têm receio que a cirurgia, ou mesmo a biópsia ao tumor, possa “ajudar” a metastizar a doença. É pouco provável que esta situação ocorra. O cirurgião usa métodos que não deverão “permitir” que as células cancerígenas se disseminem, ou seja, que metastizem.

Radioterapia

A radioterapia usa raios de elevada energia, para matar as células cancerígenas. O médico usa vários tipos de radioterapia.

Em determinadas situações, pode ser administrada uma combinação de diferentes tratamentos com radioterapia:

  • Radiação externa: a radiação provém de uma máquina emissora. Para este tratamento, a maioria das pessoas vai ao hospital ou clínica. Geralmente, os tratamentos são realizados durante 5 dias por semana, durante várias semanas.
  • Radiação interna (radiação por implante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioactivo contido em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico, e que são colocados directamente no local do tumor ou perto. Para fazer radiação por implante, o doente fica, regra geral, internado no hospital. Os implantes permanecem no local durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.
  • Radiação sistémica: a radiação provém de um líquido, ou de cápsulas, contendo material radioactivo, que circula em todo o organismo. A pessoa engole o líquido, ou as cápsulas ou, em alternativa, é-lhe administrada uma injecção. Este tipo de radiação, pode ser usada para tratar o tumor ou, por outro lado, para controlar a dor provocada pela metastização do cancro, por exemplo para os ossos. Actualmente, só alguns tipos de cancro são tratados desta forma.

Os efeitos secundários da radioterapia dependem, essencialmente, da dose e do tipo de radiação, bem como da parte do corpo que vá ser tratada. Por exemplo, se a radiação incidir no abdómen, pode provocar náuseas, vómitos e diarreia. A pele, na área tratada, pode tornar-se vermelha, seca e sensível. Poderá, também, perder o cabelo e/ou pêlos da zona tratada.

Durante a radioterapia, poderá sentir-se muito cansado, particularmente nas últimas semanas de tratamento. O descanso é importante, mas, geralmente, o médico aconselha as pessoas a manterem-se activas, dentro do possível.

Os efeitos da radioterapia, na pele, são temporários, e a zona irá sarar, gradualmente, assim que termine o tratamento. Pode, no entanto, haver uma alteração duradoura na cor da pele. Se tiver um efeito secundário particularmente grave, poder-lhe-á ser sugerida uma interrupção do tratamento.

Quimioterapia

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos, para matar as células cancerígenas. A quimioterapia pode ser constituída apenas por um fármaco, ou por uma associação de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injecção intravenosa (i.v.), na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo – terapêutica sistémica.

A quimioterapia é, geralmente, administrada por ciclos de tratamento, repetidos de acordo com uma regularidade específica, de situação para situação. O tratamento pode ser feito durante um ou mais dias; existe, depois, um período de descanso, para recuperação, que pode ser de vários dias ou mesmo semanas, antes de fazer a próxima sessão de tratamento.

A maioria das pessoas com cancro faz a quimioterapia em regime de ambulatório (no hospital, no consultório do médico ou em casa), ou seja, não ficam internadas no hospital. No entanto, algumas pessoas podem precisar de ficar no hospital, internadas, enquanto fazem a quimioterapia.

A quimioterapia afecta tanto as células normais como as cancerígenas.

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem, principalmente, dos fármacos e doses utilizadas. Em geral, os fármacos anti-cancerígenos afectam, essencialmente, células que se dividem rapidamente, como sejam:

  • Células do sangue: estas células ajudam a “combater” as infecções, ajudam o sangue a coagular e transportam oxigénio a todas as partes do organismo. Quando as células do sangue são afectadas, havendo diminuição do seu número total em circulação, a pessoa poderá ter maior probabilidade de sofrer infecções, de fazer “nódoas-negras” (hematomas) ou sangrar facilmente, podendo, ainda, sentir-se mais fraca e cansada.
  • Células dos cabelos/pêlos: a quimioterapia pode provocar a queda do cabelo e pêlos do corpo; no entanto, este efeito é reversível e o cabelo volta a crescer, embora o cabelo novo possa apresentar cor e “textura” diferentes.
  • Células do aparelho digestivo: a quimioterapia pode causar falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia e feridas na boca e/ou lábios; muitos destes efeitos secundários podem ser controlados com a administração de medicamentos específicos.

Alguns fármacos anti-cancerígenos podem, ainda, afectar a fertilidade feminina e masculina.

No caso das mulheres, se os ovários deixarem de produzir hormonas como, por exemplo, os estrogénios, poderá apresentar sintomas de menopausa: afrontamentos e secura vaginal. Os períodos menstruais podem tornar-se irregulares ou mesmo parar podendo, ainda, ficar infértil, ou seja, incapaz de engravidar. Se tiver idade igual ou superior a 35 anos, é provável que a infertilidade seja permanente; por outro lado, se permanecer fértil durante a quimioterapia, a gravidez é possível.

Como não são conhecidos os efeitos secundários da quimioterapia no feto, antes de iniciar o tratamento deverá sempre falar com o médico, relativamente à utilização de métodos contraceptivos eficazes.

Os efeitos secundários de longa duração, ou seja, sentidos a longo prazo, são raros; ainda assim, verificaram-se casos em que o coração se torna mais fraco. Em pessoas que receberam quimioterapia existe, também, a possibilidade de surgirem cancros secundários, como a leucemia, ou seja, um cancro nas células do sangue.

Terapêutica Hormonal

A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas “tenham acesso” às hormonas naturais do nosso organismo, das quais necessitam para se desenvolverem. Se os testes laboratoriais demonstrarem que o cancro tem receptores hormonais, ou seja, que é “positivo para os receptores hormonais”, a pessoa poderá receber terapêutica hormonal. Tal como a quimioterapia, a terapêutica hormonal também pode afectar as células de todo o organismo, pois tem actividade sistémica.

Na terapêutica hormonal são utilizados medicamentos; por outro lado, pode obter-se o mesmo efeito recorrendo a uma cirurgia:

  • Medicamento: o médico pode sugerir um medicamento que bloqueie a hormona natural do organismo, parando a sua produção ou impedindo que actue.
  • Cirurgia: se ainda não estiver na menopausa, poderá fazer uma cirurgia, para remoção do órgão produtor, como os ovários ou testículos.

Os efeitos secundários da terapêutica hormonal dependem, principalmente, do próprio fármaco ou do tipo de tratamento. Estes efeitos podem incluir aumento de peso, afrontamentos, náuseas e alterações da fertilidade. Nas mulheres, a terapêutica hormonal pode provocar paragem dos períodos menstruais ou torná-los irregulares e pode provocar efeitos semelhantes à menopausa, com afrontamentos e possível corrimento vaginal. Algumas mulheres podem, ainda, sentir dor de cabeça, fadiga, náuseas e/ou vómitos, secura vaginal ou comichão, irritação da pele em volta da vagina e erupção cutânea. Nos homens, a terapêutica hormonal pode causar impotência, perda do desejo sexual e crescimento ou sensibilidade das mamas.

Imunoterapia

A imunoterapia, também chamada terapêutica biológica, utiliza a capacidade natural do nosso organismo para combater o cancro, através do sistema imunitário (o sistema de defesa natural do organismo). Por exemplo, em alguns doentes com cancro da bexiga, é administrada uma solução de BCG, depois da cirurgia; o médico coloca esta solução na bexiga, usando um cateter. A solução contém bactérias vivas “enfraquecidas”, que estimulam o sistema imunitário para matar as células cancerígenas. No entanto, a BCG pode causar efeitos secundários: pode irritar a bexiga e, algumas pessoas, podem sentir náuseas, febre baixa ou arrepios.

A maioria dos tratamentos com imunoterapia, são administrados por via endovenosa: a terapêutica biológica circula através da corrente sanguínea, ou seja, de forma sistémica; normalmente, é administrada no consultório médico, na clínica ou no hospital, em regime ambulatório (sem necessidade de haver internamento).

Algumas pessoas desenvolvem uma erupção cutânea, no local da injecção; podem, ainda, apresentar sintomas do tipo gripal, como febre, arrepios, dor de cabeça, dor muscular, cansaço, fraqueza e náuseas. A terapêutica biológica pode, no entanto, causar efeitos secundários mais graves, como alterações da tensão arterial, problemas respiratórios e, por vezes, problemas cardíacos.

Transplante de células estaminais (indiferenciadas)

O transplante de células percursoras das células do sangue, ou seja, de células do sangue ainda imaturas e indiferenciadas, permite que a pessoa com cancro receba altas doses de quimioterapia, radiação ou ambas. Estas doses elevadas, destroem tanto as células cancerígenas como as células normais do sangue, da medula óssea. Depois do tratamento, o doente recebe células percursoras das células do sangue saudáveis, através de um tubo flexível, colocado numa veia grande: novas células do sangue vão desenvolver-se a partir das células estaminais transplantadas. As células estaminais podem ser colhidas do próprio doente, antes do tratamento com altas doses, ou podem provir de outra pessoa. Neste caso, a pessoa é internada no hospital, para fazer o tratamento.

Os efeitos secundários da terapêutica com altas doses, bem como o transplante de células estaminais, incluem infecções e perda de sangue. Adicionalmente, em pessoas que recebam células estaminais de um dador, pode haver rejeição, chamando-se “doença do enxerto versus o hospedeiro” ( GVHD ). Nesta situação, as células estaminais doadas “atacam” os tecidos da pessoa que as recebe. Geralmente, esta doença ( GVHD ) afecta o fígado, a pele ou o aparelho digestivo; pode ser grave, ou até fatal e pode ocorrer em qualquer altura depois do transplante, mesmo anos mais tarde. Há medicação que pode ajudar a prevenir, tratar ou controlar este processo de rejeição ( GVHD ).

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Concluindo

Muitas pessoas continuam a ignorar sintomas que podem salvar-lhes a vida! Os sintomas descritos neste artigo são comuns a muita gente e se atempadamente valorizados podem ser a diferença entre a vida e a morte! Em caso de dúvidas consulte de imediato o seu médico.

Também ao contrário do que muita gente julga, de facto, a atitude positiva perante a doença e a vida é cada vez mais um factor decisivo no combate a doenças graves. Para os pessimistas e queixosos “crónicos” fica uma palavra de incentivo à mudança de atitude que só os fará mais Felizes!

Fique bem!

Franklim M. Fernandes

Fontes:

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QUARTA VAGA E NOVA VARIANTE INDIANA DELTA

Quarta vaga e novas variantes Delta, Alpha e outras estirpes e mutações perigosas do coronavírus SARS-CoV-2 toda a verdade! Variante Indiana ou Delta, variante do Reino Unido ou Alpha, variante da África do Sul ou Beta, Variante do Brasil ou Gamma, variante da Califórnia, afinal qual o perigo das mutações destas variantes? As vacinas serão eficazes contra estas novas estirpes? Será esta já a quarta vaga?

Investigadores anunciaram em Dezembro de 2020, que uma nova estirpe preocupante do coronavírus foi detetada na cidade amazónica de Manaus, Brasil, durante um aumento terrível de novos casos de COVID-19 na área. O ataque de infeções levou ao colapso do sistema de saúde local pela segunda vez durante a pandemia. A cidade foi atingida de forma brutal pela primeira onda em março de 2020, e alguns especialistas acreditavam que a população tinha atingido um nível de imunidade de rebanho no outono… mas algo estranho se passou e continua a passar com as novas mutações!

Leia também: Teoria da conspiração, estranha origem do vírus!

Os cientistas estão agora a tentar determinar qual o papel das variantes mais recentes do coronavírus tais como a Indiana ou Delta e a Brasileira P.1 ou Gamma que têm diversas mutações de interesse importantes que podem dar as seguintes características perigosas às novas estirpes:

  • Mais transmissíveis;
  • Mais capazes de reinfectar sobreviventes de COVID-19;
  • Tornar as vacinas menos eficazes;
  • Provocar uma nova onda de infetados.




Neste artigo vou falar sobre as seguintes variantes:

  • Variante Indiana ou Delta
  • Variante de Manaus no Brasil u Gamma
  • Variante do Reino Unido ou Alpha
  • Variante da África do Sul ou Beta
  • Variante de Nova York
  • Variante da Califórnia
  • Variante do Rio de Janeiro no Brasil
  • Mutação Nelly N501Y
  • Mutação Erik E484K
  • Mutação K417 um mistério
  • Porque são tão preocupantes para os cientistas?

Estrutura do SARS-CoV-2

O SARS-CoV-2, pertencente ao subgénero do Sarbecovirus, é um vírus com envelope esférico com tamanho de vírion de 70-90 nm (nanômetros). É um vírus de RNA de fita simples com sentido positivo. O genoma consiste em 29.903 nucleotídeos e 11 regiões de estrutura de leitura aberta (ORF – Open Reading Frame) e codifica proteínas estruturais, proteínas não estruturais (nsp1-16) e proteínas acessórias (ORF3a, ORF6, ORF7a e ORF7b, ORF8, ORF10).

Existem quatro proteínas estruturais:

  • Espícula (S – Spike),
  • Envelope (E ),
  • Membrana (M),
  • Nucleocapsídeo (N).

Juntas, as proteínas S, E e M formam o envelope viral. As proteínas M e E são essenciais para a morfologia do vírus, empacotamento e separação celular. A glicoproteína S consiste em 3.822 nucleotídeos responsáveis pela fixação e fusão do vírus à membrana da célula hospedeira. As proteínas não estruturais estão envolvidas na replicação-transcrição e na formação de vesículas, enquanto as proteínas acessórias neutralizam os mecanismos naturais de defesa do hospedeiro

Estirpes ou variantes e mutações mais relevantes

Na tabela seguinte descrevo as novas variantes mais perigosas e suas mutações mais relevantes comparadas com a estirpe até agora predominante que era a D614G. Algumas mutações tornaram-se já tão relevantes e perigosas que os cientistas começaram a dar-lhes alcunhas tais como:

  • N501Y apelidada de Nelly
  • E484K apelidada de Erik
Variante
ou
Estirpe
Origem
e
Data
Mutações
mais
perigosas
Virulência
Contágio
Mortalidade
D614GEuropa,
Fev 2020
D614GEstirpe dominante a nível global até Jan 2021.
B.1.1.7 (Alpha)Reino Unido
Dez 2020
N501YEstima-se 50% a 70% mais contagiosa e 30% mais mortal que D614G.
P.1 ou B.1.1.28 (Gamma)Brasil (Manaus)
Dez 2020
N501Y
E484K
K417
Estima-se mais contagiosa e provavelmente mais mortal que D614G.
B.1.351 ou 501.V2 ou N501Y.V2 (Beta)África do Sul
Dez 2020
N501Y
E484K
K417
Estima-se mais contagiosa e provavelmente mais mortal que D614G.
P.2Brasil (Rio de Janeiro)E484KConsiderada para já não preocupante.
CAL.20C ou B.1.429Califórnia EUAL452RMais contagiosa e com efeito bloqueador dos anticorpos
B.1.526Nova Iorque EUAE484K
S477N
D253G
A701V
Mais resistente aos anticorpos humanos e maior poder de ligação da proteína Spike
B.1.617.2 (Delta)ÍndiaP681R
L452R
T478K
60% mais transmissível que a Alpha, mais contagiosa e com efeito bloqueador dos anticorpos
Fonte: https://cov-lineages.org/

Leia também: Vacinas Covid esta é a melhor e estes são os perigos ocultos!

Variante da Índia B.1.617.2 ou Delta

No Reino Unido 75% das novas infeções de covid-19 são provocados ​pela nova variante da Índia. Estes números estão a alarmar a comunidade científica, alertando para a possibilidade do país estar já no estágio inicial de uma quarta vaga do SARS-CoV-2.

A variante Indiana denominada B.1.617.2, na nova nomenclatura decidida pela Organização Mundial de Saúde, que adotará letras do alfabeto grego para as mutações, de modo a evitar estigmas ou reações xenófobas, vai passar a designar-se, como “variante delta”.

Serão as vacinas eficazes contra a variante Delta?

Provavelmente algumas vacinas terão uma eficácia baixa… e vamos saber rapidamente dentro de poucas semanas pois existem já cidades como Lisboa com um forte crescimento da variante Delta. Segundo Deepti Gurdasani, epidemiologista e investigadora da Queen Mary University of London, a variante B.1.617.2 ou delta é altamente transmissível e com uma capacidade significativa de fugir às vacinas, especialmente após uma única dose, e leva a um aumento exponencial de casos em muitas áreas.

A variante B.1.617.2 ou delta é provavelmente a mais perigosa até agora detetada pois, segundo relatório do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), tem 10 mutações de interesse na espícula (Spike) do SARS-CoV-2, a saber:

Spike: T19R, (G142D), 156del, 157del, R158G, L452R, T478K, D614G, P681R, D950N

Algumas das proteínas da espícula são precisamente utilizadas na produção das vacinas que estão a ser administradas à população.

Assim quanto mais novas proteínas mutantes com interesse forem surgindo menor será a eficácia das vacinas contra estas novas estirpes. No entanto, apesar deste risco, quem não tiver qualquer vacinação terá maior probabilidade de desenvolver sintomas graves de Covid-19 do que as pessoas já vacinadas.

Quarta vaga!

Será possível surgir ainda uma quarta vaga? Obviamente que sim e, segundo os especialistas, infelizmente já está a acontecer em Portugal na zona de Lisboa…embora não seja de todo espectável a gravidade da 3ª vaga, em termos de internamentos com doença grave, pois o grau de imunidade tem vindo sempre a aumentar e nos países mais avançados com a vacinação esse risco será menor. Por ouro lado quem contrai a doença também desenvolve anticorpos neutralizantes contra o coronavírus que mantêm alguma eficácia durante alguns meses, ganhando tempo até ser possível aplicar a vacina para reforço dessa imunidade.

No entanto as diversas mutações de interesse no SARS-CoV-2 que vão surgindo por todo o mundo aumentam o risco de nova infeção descontrolada nos países mais atrasados na vacinação.

Outro pilar importante nesta análise sobre a 4ª vaga é a verdadeira eficácia das vacinas e quanto tempo ficamos com anticorpos neutralizantes suficientes para nos proteger? Essa é uma resposta que só o tempo dará! Estima-se que seja necessário reforço da vacina quase anualmente tal como acontece na vacina antigripal.

Variante do Brasil P.1

De seguida descrevo o que sabemos sobre a variante P.1 e porquê os cientistas em todo o mundo estão preocupados com as mutações detetadas em simultâneo nesta estirpe.

Estirpe P.1 ou B.1.1.28 ou Gamma Manaus Brasil

A variante P.1 foi detetada pela primeira vez em amostras de Manaus, no estado do Amazonas, no norte do Brasil, em meados de dezembro de 2020. Os pesquisadores que o descobriram publicaram as suas descobertas em 12 de janeiro de 2021, observando que detetaram a estirpe em 42% das amostras testadas e que também havia sido detetada em alguns casos recentes de coronavírus no Japão entre pessoas que viajaram para Manaus.

Não está claro exatamente quando a variante evoluiu, mas os pesquisadores notaram que ela não estava presente nas amostras de vigilância do genoma disponíveis publicamente que foram coletadas em Manaus entre março e novembro de 2020.

Leia também: Covid-19, porque mata adultos saudáveis?

Um trabalho dirigido pela Professora Ester e divulgado na revista Science mostra que, em junho de 2020, um mês após o pico epidémico em Manaus, 44% da população tinha imunoglobulina G (IgG) contra o SARS-CoV-2 detetável no sangue. Corrigindo para os casos sem resposta imunológica detetável e para aqueles com diminuição de anticorpos, os autores estimaram ainda uma taxa de ataque maior (66%), subindo para 76% em outubro.

A razão pela qual os pesquisadores começaram a sequenciar as amostras de Manaus foi porque queriam investigar porque havia um ressurgimento surpreendente do coronavírus na cidade, depois desse estudo ter estimado que até 76 por cento da população já havia sido infetada com COVID-19 , o que teoricamente inferiria um alto nível de imunidade entre os seus habitantes.

Os pesquisadores descobriram que a estirpe P.1 “contém uma constelação única de mutações definidoras de linhagem” que podem ser “potencialmente associadas a um aumento na transmissibilidade ou propensão para reinfeção de indivíduos.”

Perigo da nova estirpe de coronavírus

Porque estão muito preocupados os cientistas? Como os vírus estão em constante evolução, novas variantes genéticas com várias mutações aparecem constantemente. Os especialistas em doenças infeciosas ficam preocupados com aqueles que desenvolveram mutações que os tornam:

  • Mais dominantes e/ou perigosos porque se tornam mais transmissíveis ou seja mais fáceis de espalhar e contagiar;
  • Mais virulentos ou seja causando uma doença mais grave;
  • Mais capazes de evitar anticorpos gerados por infeções anteriores, vacinas ou tratamentos u seja mais resistentes aos medicamentos.

Leia também: Isto torna o nosso sistema imunitário muito mais forte!

Desde junho de 2020, a variante dominante do SARS-CoV-2 (o vírus que causa a doença COVID-19), em todo o mundo tem sido a D614G, que de alguma forma foi capaz de vencer os seus predecessores genéticos. Recentemente, variantes mais evoluídas começaram a dominar em partes do mundo, sendo a mais notória a estirpe B.1.1.7, que surgiu no Reino Unido e é considerada muito mais infeciosa do que a D614G, ao ponto de o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) alertar e prever que será a variante dominante nos EUA em março de 2021.

Variante P.1 do Brasil porque é tão preocupante?

A variante P.1 (também conhecida como B.1.1.28) preocupa os cientistas por alguns motivos, começando por pelo facto de ter duas mutações notáveis ​​que podem torná-la mais perigosa.

Mutação N501Y (Nelly) aumenta transmissão

Primeiro, ela tem uma mutação na proteína da espícula (protein spike) que se liga ás células humanas e que pode tornar a variante mais infeciosa.

Esta mutação, conhecida como N501Y (ou “Nelly”), também está presente na variante B.1.1.7, que está a espalhar-se rapidamente no Reino Unido, bem como na B.1.351 (também conhecida como 501.V2 ou N501Y. V2) variante que surgiu na África do Sul. A mutação permite que as proteínas da espícula do vírus se liguem mais facilmente às células humanas, o que pode torná-lo mais infecioso. A pesquisa sugeriu que a variante B.1.1.7 pode ser pelo menos 50 por cento mais transmissível do que as estirpes dominantes anteriormente, razão pela qual os cientistas e as entidades saúde pública estão tão preocupados.

Uma pesquisa brasileira divulgada no início de janeiro analisou a troca de aminoácidos que poderia causar esse efeito de maior facilidade da infeção pelo vírus. Assim onde estava a asparagina (N) no RNA do coronavírus original de Wuhan, na versão do Reino Unido, agora existe a tirosina (Y). Os autores explicaram que o “N fazia duas ligações” e, agora, o “Y faz muito mais”, trazendo mais aderência ao recetor humano.

Mutação E484K (Erik) resiste aos anticorpos

A variante P.1 também tem uma “mutação de escape” conhecida como E484K, que também existe na variante B.1.351 da África do Sul e que, em experiências de laboratório, ajudou o coronavírus a evitar anticorpos protetores gerados por infeções anteriores assim como torna-lo menos suscetível a medicamentos constituídos por anticorpos.

A mutação E484K está assim relacionada com um possível enfraquecimento da ação dos anticorpos humanos. Com a nova sequência de RNA, é atingida a região da proteína Spike onde precisamente atuam os anticorpos neutralizantes produzidos pelo sistema imunológico.

Por outras palavras, é possível que alguém que já foi infetado com uma estirpe anterior do coronavírus possa ser reinfectado por uma variante com esta mutação e que a mutação possa permitir que o coronavírus evite os anticorpos gerados pelas vacinas COVID.

O microbiólogo Ravi Gupta, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), criou no seu laboratório um pseudovírus com as mutações características da variante britânica, mais a E484K. Os resultados preliminares, sugerem que a mutação Erik aumenta a resistência do vírus aos anticorpos do plasma sanguíneo doado por pessoas que já receberam a vacina da Pfizer. 

Para ficar claro, isso não significa que as vacinas de coronavírus atualmente disponíveis não funcionarão contra variantes com a mutação E484K. Mesmo que a mutação torne, de alguma forma, as vacinas atuais menos eficazes, embora ainda não seja claro, os especialistas no assunto estão em geral otimistas de que as vacinas ainda oferecerão proteção contra estirpes com o Mutação E484K.

O biólogo Iñaki Comas recorda que as defesas humanas não consistem apenas nos anticorpos. Outro componente essencial da reação imunológica são os linfócitos T ou seja um grupo de glóbulos brancos capazes de destruir as células infetadas pelo coronavírus. Uma maior resistência aos anticorpos não implica necessariamente que o vírus escape ao exército defensivo do corpo humano.

Mais pesquisas são necessárias, mas por enquanto parece que o pior cenário seria que as vacinas ainda evitassem doenças graves das variantes, mas poderiam ser menos eficazes na prevenção de uma infeção leve ou assintomática.

As vacinas também podem e serão atualizadas para compensar esta e outras mutações ao longo do tempo.

Mutação K417 um mistério!

P.1 e a variante B.1.351 também compartilham outra mutação, K417, mas pouco se sabe sobre como isso beneficia o vírus. Os cientistas continuam “curiosos” em descobrir qual será a vantagem que a K417 oferece ao vírus sendo que é provável que também ajude o vírus a sobreviver ou transmitir-se de forma mais eficaz!

Mutações simultâneas em países diferentes

Quando variantes preocupantes evoluem com as mesmas mutações vantajosas em locais geograficamente distintos separados ao mesmo tempo, isso sugere que essas mutações são saltos evolutivos significativos para o vírus. Mas também não está claro se essas mutações e os seus efeitos estão ligados a outras mutações nas variantes de formas que os cientistas ainda não entendem.

Como Kai Kupferschmidt da Science apontou recentemente, pode ser que uma mutação como N501Y, aquela ligada a uma maior transmissibilidade, só seja útil para o coronavírus quando ocorre em combinação com uma ou mais mutações. Mais pesquisas são necessárias, e estão em andamento, para investigar as várias mutações em ação em cada uma das novas estirpes subitamente dominantes.

Segundo obeserva Sarah Zhang no The Atlantic, ainda é cedo e os dados sobre a variante no Brasil são particularmente escassos. Além de compartilhar certas mutações, essas variantes simplesmente têm um grande número de mutações, algumas únicas para cada variante. Ganhar um conjunto completo de mutações rapidamente deve ser um evento muito incomum. Mas com o vírus tão disseminado agora, eventos muito incomuns acontecerão e, certamente, mais de uma vez. A taxa usual de 2 mutações por mês pode subestimar a capacidade do coronavírus para sofrer mais mutações em situações incomuns. “É um pouco como um alerta”, afirma Kristian Andersen, microbiologista da Scripps Research.

Reinfeção pela variante P.1 é possível?

Isso ainda precisa de ser determinado. Até o momento, só houve um caso confirmado acontecendo em Manaus, e os casos de reinfeção por qualquer variante permanecem muito raros. Mas há muito que os cientistas ainda não sabem sobre a variante P.1, incluindo a sua capacidade de reinfectar sobreviventes de COVID.

Variante P.1 onde já foi detetada?

Até ao momento, a variante P.1 COVID só foi detetada no Brasil e em alguns casos no Japão entre pessoas que viajaram para Manaus. Ainda não há evidências de transmissão comunitária da variante em qualquer outro país que não o Brasil.

Dito isso, é possível, senão provável, que P.1 já tenha se espalhado para fora do Brasil sem ser detetado. Todas as estirpes do coronavírus que se tornaram dominantes em algum lugar do mundo, como o P.1 no Amazonas, acabaram por se espalhar para outros países.

Mapa de países com a P.1 já detetada

Mapa de países com a estirpe P.1 já detetada. Relatório de 22.01.2021. Fonte: https://cov-lineages.org/global_report_P.1.html

Embora a variante P.1 não tenha sido detetada no Reino Unido, um dos principais epidemiologistas do país afirmou que é provável que já esteja presente.

Variante B.1.1.7 Reino Unido

Esta estirpe B.1.1.7 está a “devastar” o Reino Unido e diversos países pois as mutações que apresenta, já descritas neste artigo, tornaram-na cerca de 50% a 70% mais contagiosa e 30% mais mortal. Descrevo de seguida o mapa dos países afetados em 22.01.2021.

Fonte: https://cov-lineages.org/global_report_B.1.1.7.html

Variante P.2 do Rio de Janeiro

Outra variante do coronavírus, denominada P.2, parece ter-se espalhado no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Embora carregue a “mutação de escape” E484K, até agora os cientistas não consideraram a estirpe uma variante de preocupação.

Variante de Nova Iorque B.1.526

A variante de Nova Iorque tem um conjunto de mutações que afetam a proteína spike e permitem ao vírus ligar-se melhor às células humanas e escapar aos anticorpos gerados pelas vacinas existentes. A nova variante do coronavírus em Nova Iorque, a B.1.526, que terá sido detetada pela primeira vez em novembro.

Há duas versões da variante de SARS-CoV-2 que os investigadores da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) incluem na designação de B.1.526:

  • Mutação E484K, que ajuda o vírus a escapar aos anticorpos e já foi identificada na variante sul-africana (B.1.351) e na variante brasileira (P.1 ou B.1.1.248);
  • Mutação S477N, que pode afetar a força da ligação entre o vírus e as células humanas.

Outras mutações de interesse encontradas nesta nova variante de Nova Iorque são:

  • Mutação D253G, que permite escapar aos anticorpos gerados contra uma parte específica da proteína spike (a região N-terminal);
  • Mutação A701V que também está presente na variante sul-africana.

A grande preocupação é que estas mutações tornem as vacinas atuais contra a Covid-19 menos eficazes.

No estudo da Caltech é sublinhado que o conjunto de mutações mais comuns que afetam a proteína spike nesta nova linhagem (agora designada B.1.526) são L5F, T95I, D253G, E484K ou S477N, D614G e A701V. Esta linhagem apareceu no final de novembro de 2020 e representa cerca de 25% dos genomas de coronavírus sequenciados e registados em Nova Iorque em fevereiro de 2021.

Artigo da Caltech em pré-publicação: SARS-CoV-2 lineage B.1.526 emerging in the New York region detected by software utility created to query the spike mutational landscape.

A Universidade Columbia, em Nova Iorque, por sua vez, sequenciou 1.142 amostras de doentes do centro médico da universidade e verificou que 12% das pessoas, com várias origens na área metropolitana, tinham uma variante com a mutação Erik (E484K). Além disso, encontraram seis casos da variante britânica, dois da variante brasileira e um da variante sul-africana. Foi a primeira vez que Nova Iorque identificou casos destas duas últimas variantes, que têm ambas a mutação Erik.

Michel Nussenzweig, imunologista na Universidade de Rockefeller, não esteve envolvido nos estudos, mas confessa-se mais preocupado com esta nova variante em Nova Iorque do que a que se tem espalhado rapidamente na Califórnia (CAL.20C ou B.1.429).

O que acontece depois?

Estudos estão em andamento para compreender a transmissibilidade e a gravidade das variantes recém-descobertas do SARS-CoV-2, bem o como seu impacto potencial nas vacinas.

Segundo o Dr. Trevor Bedford, virologista e professor associado da Universidade de Washington, após aproximadamente 10 meses de relativa inatividade, começamos a ver uma evolução notável do SARS-CoV-2 com um padrão evolutivo repetido nas variantes do SARS-CoV-2 de preocupação emergentes do Reino Unido, África do Sul e Brasil.

Ainda segundo o Dr. Trevor Bedford, que também trabalha com a Divisão de Vacinas e Doenças Infeciosas de Fred Hutch, alertou para o facto de termos observado três variantes preocupantes a surgir desde setembro de 2020 o que pode significar que provavelmente há mais por vir!

Concluindo

O coronavírus SARS-CoV-2 é obviamente o maior desafio enfrentado pela humanidade nos últimos 100 anos quer em termos sanitários quer em termos económicos… é uma verdadeira desgraça! As suas mutações são frequentes e embora a esmagadora maioria não cause preocupação basta uma ou duas mais virulentas para baralhar tudo outra vez… por exemplo alguma que torne as vacinas já existentes pouco eficazes e permita a reinfeção dos ex infetados!

No entanto convém nunca esquecer que em 2021 temos armas poderosas em ambas as frentes para combater esta “guerra”. Nunca na história da humanidade tivemos tantos medicamentos e tão poderosos. Os anticorpos monoclonais são um dos exemplos que nos trazem mais esperança e as novas vacinas de RNAm podem facilmente adaptar a produção a eventuais novas estirpes mais virulentas.

O que podemos fazer?

Mas nós próprios também podemos proteger-nos muito melhor e fortalecer o nosso sistema imunitário, fazendo uma alimentação adequada sem exageros quer no consumo de carne quer de vegetais (apesar da moda!), eliminando todos os alimentos processados (principalmente hidratos de carbono), comendo poucas vezes por dia e fazendo diariamente 12 a 16 horas de jejum, obviamente podendo beber água ou chá (sem açúcar) durante o dia para ajudar a controlar eventuais “desejos alimentares”. Dormir bem e controlar a ansiedade são também dois pilares essenciais para um sistema imunitário muito forte!

Referências

VACINAS COVID-19 EFEITOS COLATERAIS TODA A VERDADE!

Vacinas covid-19 efeitos colaterais ou efeitos secundários, polémicos perigos ocultos e teorias da conspiração. O que dizem os céticos anti-vacinas Covid-19? Porque são tão polémicos? Qual o suporte científico das suas teorias sobre os perigos ocultos das vacinas? Quais os efeitos adversos, já conhecidos, das vacinas Covid-19 que já estão a ser administradas? Afinal serão as vacinas seguras ou algo nos escapa?

Para que fique claro sou a favor da vacinação, não obrigatória, contra a Covid-19 pois num cenário de pandemia só há uma de duas opções… ou apanhamos a vacina ou apanhamos a doença e que ninguém se iluda julgando que vai escapar a este vírus, é apenas uma questão de tempo!

As vacinas são medicamentos… e como farmacêutico sei muito bem que não existem medicamentos sem reações adversas, variando apenas a frequência e gravidade das mesmas. Por isso mesmo a toma de qualquer medicamento é sempre uma decisão médica e pessoal de benefício/risco o que significa obviamente que não existe e nunca existiu risco zero!

Este artigo pretende, como é meu hábito, descrever a verdade científica sobre esta questão dos efeitos secundários ou colaterais, sem pessimismo nem ingenuidade, e para isso é necessário falar dos mais relevantes mesmo que não sejam “politicamente corretos”… ás vezes até um pouco “escondidos” para não preocupar a população e aumentar os níveis de adesão à vacinação que de facto é necessária para podermos voltar à vida normal!

Acredito e sei que as autoridades de saúde e científicas estão muito atentas a este problema incluindo a própria Organização Mundial de Saúde que tem uma comissão para acompanhar este assunto dos efeitos colaterais das vacinas.

Miocardite

Em novembro de 2021 foi publicado no BMJ, um estudo que analisou o risco de miocardite após a toma das vacinas da Pfizer e da Moderna contra o SARS-CoV-2. As conclusões foram as seguintes:

O estudo fez a avaliação da relação entre a vacinação contra o SARS-CoV-2 e o risco de miocardite ou miopericardite, por meio de um estudo de coortes que abrangeu toda a população da Dinamarca. A análise principal, que incluiu somente as vacinas baseadas em ARN mensageiro, concluiu que a vacina mRNA-1273 (Moderna) esteve associada a um aumento significativo do risco, especialmente em indivíduos com idade entre 12-39 anos, e que a BNT162b2 (Pfizer-BioNTech) apenas mostrou associação significativa em mulheres.

Estudo: SARS-CoV-2 vaccination and myocarditis or myopericarditis:
population based cohort study

Relatório de reações adversas maio 2021

O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), constituído pela Direção de Gestão do Risco de Medicamentos do INFARMED, I.P., que o coordena, e por Unidades Regionais de Farmacovigilância (URF) que abrangem a totalidade do território de Portugal continental e ilhas. O SNF monitoriza a segurança dos medicamentos autorizados, avaliando eventuais problemas relacionados com reações adversas a medicamentos, incluindo vacinas, e implementando medidas de segurança sempre que necessário. As reações adversas (RAM) notificadas não têm necessariamente uma relação causal com a vacina administrada. Leia todo o relatório no link abaixo onde estão contabilizadas 34 mortes pós vacinação:

OMS anuncia programa que indemniza pessoas vacinadas com efeitos adversos

No comunicado de 22 de fevereiro de 2021 a Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve que o programa, inédito, abrange apenas pessoas oriundas dos 92 países elegíveis (mais pobres) para vacinas financiadas pelo mecanismo de distribuição universal e equitativa Covax, codirigido pela OMS. A iniciativa, sem custos para os beneficiários, é subsidiada pelos financiadores do Covax, por intermédio de uma pequena taxa adicionada a cada dose de vacina distribuída até 30 de junho de 2022.

A OMS refere que se trata de “um procedimento rápido, justo e transparente” para indemnizar possíveis lesados da vacinação, que tenham “efeitos adversos raros, mas graves”. A OMS assinala que, apesar de as vacinas para a Covid-19 adquiridas ou distribuídas pelo Covax terem uma “aprovação regulamentar” ou “autorização de uso de emergência” que confirmam a sua segurança e eficácia, podem, “em casos raros”, como “acontece com todos os medicamentos”, provocar “reações adversas graves”.

Mas afinal que reações adversas graves podem ser estas?

Vacinas aprovadas e aplicadas em 2021

Reações adversas

Vou começar pelo resumo das três primeiras vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), que foram a da Pfizer, Moderna e AstraZeneca cuja literatura científica é conhecida de forma mais transparente. Estas vacinas provocam uma percentagem elevada de dor local, cansaço, dor de cabeça, dores musculares, dores articulares, náuseas e mal-estar geral. De seguida pode consultar o “bilhete de identidade” destas vacinas. Trata-se de um resumo das principais informações sobre cada uma das vacinas aprovadas baseado na informação publicada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Pfizer/BioNTech

Reações adversas mais comuns da vacina Pfizer:

  • Dor no local da injeção (<80%);
  • Cansaço (>60%);
  • Dor de cabeça (>50%);
  • Mialgias/dores articulares ((20%);
  • Febre (10%);
  • Inchaço na zona do braço onde foi dada a vacina (>10%).

Moderna/NIH

Reações adversas mais comuns da vacina Moderna:

  • Dor o local da injeção (92%);
  • Cansaço (70%);
  • Cefaleia/dor de cabeça (64,7%);
  • Mialgia/dor muscular (61,5%);
  • Artralgia/dor articular (46,4%),
  • Calafrios (45,4%);
  • Náuseas e vómitos (23%);
  • Gânglios linfáticos inchados (19,8%);
  • Febre (15,5%);
  • Inchaço na zona do braço onde foi aplicada a vacina (14,7%);
  • Vermelhidão (10%).

Reações adversas da vacina AstraZeneca:

  • Sensibilidade (63,7%);
  • Dor no local da injeção (54,2%);
  • Cefaleia/dor de cabeça (52,6%);
  • Cansaço (53,1%);
  • Mialgia/dor muscular (44%);
  • Mal-estar (44,2%).
  • Pirexia: Febre (33,6%); Febre superior a 38º (7,9%);
  • Calafrios (31,9%);
  • Artralgias/dor articular (26,4%);
  • Náuseas (21,9%).

A grande polémica!

Apesar das reações adversas acima descritas e outras dúvidas sobre os “veículos” utilizados para proteger o código genético injetado, que descrevo no meu artigo “A melhor vacina contra a Covid-19” a maior polémica e perigo está principalmente em dois efeitos colaterais denominados:

  • ADE – Antibody-dependent Enhancement (reforço dependente de anticorpos)
  • Lethal Th2 immunopathology (Imunopatologia Th2 letal).

Estes efeitos colaterais, que descrevo em detalhe mais adiante, são conhecidos há vários anos na comunidade científica ligada ao desenvolvimento de vacinas e têm sido responsáveis, em ensaios clínicos, por diversos episódios graves, alguns trágicos, nos indivíduos previamente vacinados que posteriormente entram em contacto com o vírus e desenvolvem uma forma grave da própria doença contra a qual foram vacinados. Esta é aliás uma das principais justificações para nunca se ter conseguido uma vacina final segura contra os anteriores coronavírus, como SARS-CoV-1 e MERS.

Antibody-Dependent Enhancement (ADE)

Reforço dependente de anticorpos o que é?

Conforme observado pelos autores dum artigo do International Journal of Clinical Practice, os esforços anteriores para desenvolver uma vacina contra coronavírus como os coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-1), coronavírus da síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) e vírus sincicial respiratório (RSV), revelaram uma preocupação séria pois as vacinas têm uma tendência de desencadear o reforço dependente de anticorpos (ADE – Antibody-dependent Enhancement).

Artigo do International Journal of Clinical Practice: Informed consent disclosure to vaccine trial subjects of risk of COVID‐19 vaccines worsening clinical disease

O que significa exatamente este problema na resposta imunitária , denominado Reforço Dependente de Anticorpos? Resumindo, isso significa em algumas pessoas que, em vez de aumentar a nossa imunidade contra a infeção, a vacina realmente aumenta a capacidade do vírus entrar e infetar as nossas células, resultando em doenças mais graves do que se não tivéssemos sido vacinados.

Isso é exatamente o oposto do que uma vacina deve fazer, e um problema significativo que foi apontado desde o início deste impulso para uma vacina COVID-19. O artigo de revisão de 2003 “Aumento dependente de anticorpos da infeção e doença por vírus” explica este problema da seguinte forma:

“Em geral, os anticorpos específicos para vírus são considerados antivirais e desempenham um papel importante no controle de infeções por vírus de várias maneiras. No entanto, em alguns casos, a presença de anticorpos específicos pode ser benéfica para o vírus. Esta atividade é conhecida como aumento dependente de anticorpos (ADE) da infeção pelo vírus.

O ADE da infeção por vírus é um fenómeno no qual anticorpos específicos do vírus aumentam a entrada do vírus e, em alguns casos, a replicação do vírus em monócitos / macrófagos e células granulocíticas por meio da interação com Fc e / ou recetores de complemento.

Este fenómeno foi relatado in vitro e in vivo para vírus que representam numerosas famílias e gêneros de saúde pública e importância veterinária. Esses vírus partilham algumas características comuns, como replicação preferencial em macrófagos, capacidade de estabelecer persistência e diversidade antigénica. Para alguns vírus, o ADE da infeção tornou-se uma grande preocupação para o controle da doença por vacinação.”.

Consequentemente, várias abordagens têm sido feitas para o desenvolvimento de vacinas com risco mínimo ou nenhum risco de ADE.

A identificação de epítopos virais associados a ADE ou neutralização é importante para este propósito. Além disso, a compreensão clara dos eventos celulares após a entrada do vírus através do ADE tornou-se crucial para o desenvolvimento de uma intervenção eficiente. No entanto, os mecanismos do ADE ainda precisam ser melhor compreendidos.

Estudo: Antibody-dependent enhancement of virus infection and disease.

Teoria da conspiração

Segundo Robert F. Kennedy Jr, entretanto banido do Instagram e conhecido cético anti-vacinas, em 2012, cientistas chineses, americanos e europeus estavam a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra a SARS e tinham cerca de 30 candidatos promissores.

Destas, as quatro melhores vacinas candidatas foram então administradas a furões, que são os análogos mais próximos das infeções pulmonares humanas. Apesar dos furões exibirem uma resposta robusta de anticorpos, que é a métrica usada para o licenciamento da vacina, quando foram expostos ao contacto com o vírus selvagem, todos ficaram gravemente doentes e morreram.

A mesma coisa aconteceu quando tentaram desenvolver uma vacina contra o VSR na década de 1960. O RSV é uma doença respiratória superior muito semelhante à causada pelos coronavírus. Naquela época, eles decidiram saltar os testes em animais e ir diretamente para os testes em humanos.

“Testaram em cerca de 35 crianças e a mesma coisa aconteceu”, disse Kennedy. “As crianças desenvolveram uma resposta de anticorpos robusta e durável. Parecia perfeito mas quando as crianças foram expostas ao vírus selvagem, todas ficaram doentes. Dois deles morreram. Eles abandonaram a vacina. Foi um grande constrangimento para o FDA e o NIH. ”

Será afinal isto verdade? Vou então tentar analisar o suporte científico desta teoria que tanta polémica está a criar!

Anticorpos neutralizantes e anticorpos de ligação

Os coronavírus produzem não apenas um, mas dois tipos diferentes de anticorpos com consequências completamente diferentes no que concerne à proteção contra a Covid-19. Assim os dois tipos de anticorpos produzidos são os seguintes:

Anticorpos de ligação são um perigo!

Em vez de prevenir a infeção viral, os anticorpos de ligação desencadeiam uma resposta imune anormal conhecida como “aumento imunológico paradoxal” ou seja neste caso esta resposta imunológica vai facilitar a entrada do coronavírus e aumentar a gravidade da doença assim que a pessoa vacinada seja exposta ao vírus.

Muitas das vacinas COVID-19 atualmente em execução usam mRNA para instruir as células a produzir a proteína spike SARS-CoV-2 (proteína S). A proteína spike, que se liga ao receptor ACE2 da célula, é o primeiro estágio do processo de dois estágios usado pelos vírus para entrar nas células. A ideia é que, ao criar a proteína spike SARS-CoV-2, o sistema imunológico iniciará a produção de anticorpos, sem ficarmos doentes no processo. A questão principal é no entanto a seguinte:

  • Qual dos dois tipos de anticorpos será produzido por meio desse processo?

Anticorpos neutralizantes, sem eles há doenças mais graves

Ao desenvolver vacinas e considerar passaportes de imunidade, devemos primeiro entender o papel complexo dos anticorpos na SARS, MERS e COVID-19. Existem vários estudos de vacinas contra o coronavírus que levantaram preocupações sobre o ADE.

O primeiro é um estudo de 2017 em PLOS Pathogens, “Enhanced Inflammation in New Zealand White Rabbits When MERS-CoV Reinfection Occurs in the Absence of Neutralizing Antibody”, que investigou se ficar infectado com MERS protegeria o sujeito contra reinfeção, como é tipicamente o caso com muitas doenças virais ou seja, depois de recuperar de uma infeção viral, por exemplo, sarampo, fica imune e não contrairá a doença novamente.

Estudo: Enhanced inflammation in New Zealand white rabbits when MERS-CoV reinfection occurs in the absence of neutralizing antibody

Para determinar como o MERS afeta o sistema imunológico, os pesquisadores infetaram coelhos brancos com o vírus. Os coelhos adoeceram e desenvolveram anticorpos, mas esses anticorpos não eram do tipo neutralizante, ou seja, o tipo de anticorpo que bloqueia a infeção. Como resultado, eles não foram protegidos contra reinfeção e, quando expostos ao MERS pela segunda vez, ficaram doentes novamente, e de forma mais grave.

Na verdade, a reinfeção resultou em aumento da inflamação pulmonar, sem um aumento associado nos títulos de RNA viral, observaram os autores. Curiosamente, anticorpos neutralizantes foram produzidos durante esta segunda infeção, evitando que os animais fossem infetados pela terceira vez. No artigo os autores referem o seguinte:

“Os nossos dados do modelo de coelho sugerem que as pessoas expostas a MERS-CoV que não conseguem desenvolver uma resposta de anticorpos neutralizantes, ou pessoas cujos títulos de anticorpos neutralizantes diminuíram, podem estar em risco de doença pulmonar grave na reexposição a MERS-CoV. ”

Assim, se a vacina não resultar numa resposta robusta em anticorpos neutralizantes, podemos estar em risco de doença pulmonar mais grave se ficarmos infetados com o vírus depois de vacinados.

ADE e Dengue

O vírus da dengue também é conhecido por causar ADE, conforme explicado no jornal Swiss Medical Weekly publicado em abril de 2020.

O Swiss Medical Weekly, que começou a ser publicado em 1871 como “Correspondenz-Blatt für Schweizer Aerzte”, é uma revista médica internacional revista por pares seguindo o modelo de Acesso Aberto de Serviço Público (PSOA, também conhecido como Platinum ou Diamond Open Access).

Artigo da Swiss Medical Weekly: Is antibody-dependent enhancement playing a role in COVID-19 pathogenesis?

No artigo de Abril de 2020, acima referido, pode ler-se que

“Atualmente, acredita-se que a patogénese de COVID-19 prossegue por meio de mecanismos citotóxicos diretos e imunomediados. Um mecanismo adicional que facilita a entrada nas células virais e o dano subsequente pode envolver o chamado aumento dependente de anticorpos (ADE – antibody-dependent enhancement).

ADE é uma cascata de eventos muito conhecida em que os vírus podem infetar células suscetíveis por meio da interação entre complexos de vírions com anticorpos ou componentes do complemento e, respetivamente, Fc ou recetores do complemento, levando à amplificação de sua replicação.

Fonte: Swiss Medical Weekly – Representação esquemática do aumento dependente de anticorpos conforme relatado para o vírus da Dengue (DV). Os vírions são reconhecidos por anticorpos heterotípicos de uma infeção anterior. Os complexos ligam-se então ao preceptor Fcγ na superfície dos macrófagos e internalizam-se. A replicação do vírus da Dengue leva a um aumento da carga viral e a uma mudança funcional dos macrófagos em direção a um perfil secretor de citocinas pró-inflamatórias.

Este fenómeno é de enorme relevância não só para a compreensão da patogénese viral, mas também para o desenvolvimento de estratégias antivirais, nomeadamente vacinas.

Existem quatro serotipos do vírus da dengue, todos induzindo imunidade protetora. No entanto, embora a proteção homotípica seja de longa duração, os anticorpos de neutralização cruzada contra diferentes serotipos têm vida curta e podem durar apenas até 2 anos.

Na dengue, a reinfeção com um serotipo diferente provoca doença mais grave quando o título de anticorpos protetores diminui. Aqui, os anticorpos não neutralizantes assumem os neutralizantes, ligam-se aos vírions da Dengue, e esses complexos medeiam a infeção das células fagocíticas por meio da interação com o receptor Fc, em um ADE típico.

Por outras palavras, os anticorpos heterotípicos em títulos de subneutralização são responsáveis ​​pelo ADE em pessoas infetadas com um serotipo do vírus da Dengue diferente da primeira infeção.

Anticorpos neutralizantes com reatividade cruzada estão associados a chances diminuídas de infeção secundária sintomática, e quanto maior o título de tais anticorpos após a infeção primária, maior será o atraso para a infeção secundária sintomática”.

O artigo prossegue detalhando os resultados das investigações de acompanhamento da vacina contra a dengue, que revelaram que a taxa de hospitalização por dengue entre crianças vacinadas com menos de 9 anos foi maior do que a taxa entre os do grupo control. A explicação para isso parece ser que a vacina mimetizou uma infeção primária e, à medida que a imunidade diminuía, as crianças tornavam-se mais suscetíveis ao ADE quando contactavam o vírus pela segunda vez. O autor explica:

“Uma análise post hoc de ensaios de eficácia, usando um ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA – enzyme-linked immunosorbent assay) anti proteína não estrutural 1 imunoglobulina G (IgG) para distinguir os anticorpos desencadeados pela infeção de tipo selvagem daqueles após a vacinação, mostrou que a vacina foi capaz de proteger contra dengue grave aqueles que foram expostos à infeção natural antes da vacinação, e que o risco de resultado clínico grave foi aumentado entre as pessoas seronegativas.

Com base nisso, um Grupo Consultor Estratégico de Especialistas convocado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que apenas pessoas seropositivas para dengue devem ser vacinadas sempre que programas de controle da dengue incluam vacinação. ”

ADE em infeções por coronavírus

Isto pode ser importante para a vacina COVID-19. Hipoteticamente falando, se o SARS-CoV-2 funcionar como a dengue, que também é causada por um vírus de RNA, então qualquer pessoa que não tenha testado positivo para SARS-CoV-2 pode realmente ter um risco aumentado de COVID-19 grave após a vacinação, e apenas aqueles que já recuperaram de um episódio clínico de COVID-19 estariam protegidos contra doenças graves pela vacina.

Para ser claro, não sabemos se esse é o caso ou não, mas essas são áreas importantes de investigação e os testes de vacinas atuais simplesmente não serão capazes de responder a essa pergunta importante.

O jornal Swiss Medical Weekly também analisa as evidências de ADE em infeções por coronavírus, citando pesquisas que mostram que a inoculação de gatos contra o vírus da peritonite infeciosa felina (FIPV) – um coronavírus felino – aumenta a gravidade da doença quando desafiado com o mesmo serotipo FIPV contido na vacina.

O artigo também cita uma pesquisa que mostra “Os anticorpos produzidos por uma vacina contra SARS-CoV potenciam a infeção de linhas de células B, apesar das respostas protetoras no modelo de hamster”. Outro artigo, “Antibody-Dependent SARS Coronavirus Infection Is Mediated by Antibodies Against Spike Proteins”, publicado em 2014, concluiu que:

“… Concentrações mais altas de anti-soros contra SARS-CoV neutralizaram a infeção por SARS-CoV, enquanto anti-soros altamente diluídos aumentaram significativamente a infecção por SARS-CoV e induziram níveis mais altos de apoptose.

Os resultados dos ensaios de infecciosidade indicam que o SARS-CoV ADE é principalmente mediado por anticorpos diluídos contra proteínas da espícula (spike) do envelope, em vez de proteínas do nucleocapsídeo. Também geramos anticorpos monoclonais contra proteínas spike SARS-CoV e observamos que a maioria deles promoveu infecção por SARS-CoV.

Combinados, os resultados sugerem que os anticorpos contra as proteínas da espícula do SARS-CoV podem desencadear efeitos ADE. Os dados levantam novas questões sobre uma potencial vacina contra SARS-CoV … ”

Um estudo relacionado com este tema foi publicado na revista JCI Insight em 2019. Aqui, macacos vacinados com um vírus vaccinia Ankara (MVA) modificado que codifica a proteína da espícula SARS-CoV de comprimento total acabaram com patologia pulmonar mais grave quando os animais foram expostos para o vírus SARS. E, quando eles transferiram anticorpos IgG anti-espícula para macacos não vacinados, eles desenvolveram dano alveolar difuso agudo, provavelmente por “distorcer a resposta inflamatória”.

Estudo da revista JCI Insight: Anti–spike IgG causes severe acute lung injury by skewing macrophage responses during acute SARS-CoV infection

Vacina SARS piora a infeção

Um artigo interessante de 2012 com o título revelador, “A imunização com vacinas contra o coronavírus da SARS leva à imunopatologia pulmonar no desafio com o vírus da SARS”, demonstra o que muitos pesquisadores temem agora, ou seja, que as vacinas COVID-19 podem tornar as pessoas mais propensas a grave Infecção SARS-CoV-2.

Artigo publicado em 2012: Immunization with SARS Coronavirus Vaccines Leads to Pulmonary Immunopathology on Challenge with the
SARS Virus

O artigo revisa as experiências que mostram a imunização com uma variedade de vacinas da SARS, resultando em imunopatologia pulmonar, uma vez desafiada com o vírus da SARS. Conforme observado pelos autores:

“As vacinas de vírus inteiros inativadas, quer inativadas com formalina ou beta propiolactona e administradas com ou sem adjuvante de alúmen, exibiram uma imunopatologia do tipo Th2 nos pulmões após contacto com o vírus.

Conforme indicado, dois relatórios atribuíram a imunopatologia à presença da proteína N na vacina; no entanto, encontramos a mesma reação imunopatológica em animais que receberam apenas a vacina de proteína S, embora parecesse ser de menor intensidade.

Assim, uma reação imunopatológica em animais vacinados do tipo Th2 após contacto com o vírus ocorreu em três dos quatro modelos animais (não em hamsters) incluindo duas estirpes diferentes de ratos consanguíneos com quatro tipos diferentes de vacinas SARS-CoV com e sem adjuvante de alúmen. Não foi reportada nenhuma vacina inativada que não induza esse resultado em ratos, furões e primatas não humanos.

Esta experiência combinada fornece preocupação para os ensaios com vacinas SARS-CoV em humanos. Os ensaios clínicos com vacinas de coronavírus SARS foram conduzidos e relatados para induzir respostas de anticorpos e ser “seguros”. No entanto, a evidência de segurança é para um curto período de observação.

A preocupação decorrente do presente relatório é para uma reação imunopatológica que ocorre entre indivíduos vacinados e depois expostos ao SARS-CoV infecioso, a base para o desenvolvimento de uma vacina para SARS. Questões de segurança adicionais estão relacionadas à eficácia e segurança contra variantes antigénicas de SARS-CoV e para a segurança de pessoas vacinadas expostas a outros coronavírus, particularmente aqueles do grupo tipo 2. ”

Idosos são mais vulneráveis a ADE

Além de todas estas preocupações, há evidências que mostram que os idosos, que são mais vulneráveis à COVID-19 grave, também são os mais vulneráveis a ADE. Resultados de pesquisas preliminares postados no servidor de pré-impressão medRxiv no final de março de 2020 relataram que os pacientes COVID-19 de meia-idade e idosos têm níveis muito mais altos de anticorpos anti-espícula (aumentam a infectividade), do que os pacientes mais jovens.

Artigo do medRxiv: Neutralizing antibody responses to SARS-CoV-2 in a COVID-19 recovered patient cohort and their implications

Reforço imunológico da doença é uma séria preocupação

Outro artigo que vale a pena mencionar é a mini revisão de maio de 2020 “Impacto do Aumento Imunológico na Terapia Hiperimune de Globulina Policlonal COVID-19 e no Desenvolvimento de Vacinas”.

Artigo de maio 2020: Impact of immune enhancement on Covid-19 polyclonal hyperimmune globulin therapy and vaccine development

Como em muitos outros artigos, os autores apontam que:

“Embora o desenvolvimento da terapia com globulina hiperimune e da vacina contra a SARS-CoV-2 sejam promissores, ambos representam uma preocupação teórica comum de segurança. Estudos experimentais sugeriram a possibilidade de doença imunologicamente potenciada de infeções por SARS-CoV e MERS-CoV, o que pode, portanto, ocorrer de forma semelhante com infecção por SARS-CoV-2.

O reforço imunológico da doença pode, teoricamente, ocorrer de duas maneiras:

Em primeiro lugar, os níveis de anticorpos não neutralizantes ou subneutralizantes podem aumentar a infecção por SARS-CoV-2 nas células-alvo.

Em segundo lugar, os anticorpos podem aumentar a inflamação e, portanto, a gravidade da doença pulmonar. Uma visão geral dessas infecções dependentes de anticorpos e efeitos de intensificação da imunopatologia estão resumidos na figura seguinte.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7161485/. Mecanismo de ADE e imunopatologia mediada por anticorpos.

ADE

Para ADE, a internalização de imunocomplexos é mediada pela ligação de receptores Fc ativadores na superfície celular. A co-ligação de receptores inibitórios resulta então na inibição das respostas antivirais, o que leva ao aumento da replicação viral.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7161485/. Mecanismo de ADE e imunopatologia mediada por anticorpos.

Imunopatologia

Os anticorpos podem causar imunopatologia pela ativação da via do complemento ou citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC). Para ambas as vias, a ativação imune excessiva resulta na libertação de citocinas e quimiocinas, levando ao aumento da patologia da doença.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7161485/. Mecanismo de ADE e imunopatologia mediada por anticorpos.

Atualmente, existem vários candidatos às vacinas SARS-CoV e MERS-CoV em ensaios clínicos pré-clínicos ou em fase inicial. Estudos em animais sobre esses CoVs mostraram que as vacinas baseadas em proteína spike (S), especificamente o domínio de ligação ao recetor (RBD – Receptor Binding Domain), são altamente imunogénicas e protetoras contra a exposição a CoV de tipo selvagem.

Vacinas que visam outras partes do vírus, como o nucleocapsídeo, sem a proteína S, não mostraram proteção contra a infecção por CoV e aumento da patologia pulmonar. No entanto, a imunização com algumas vacinas CoV baseadas na proteína S também exibiu sinais de patologia pulmonar aumentada após contacto com o vírus.

Portanto, além da escolha do antígeno alvo, a eficácia da vacina e o risco de imunopatologia podem ser dependentes de outros fatores auxiliares, incluindo formulação adjuvante, idade na vacinação e via de imunização.”

Imunopatologia Th2 letal é outro risco potencial

Num artigo da PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of USA) sobre o risco de aumento e disfunção imunológica induzida pela vacina, particularmente para os idosos, que são as pessoas que mais precisariam da proteção que uma vacina, os autores descrevem que desde a década de 1960, testes de vacinas candidatas a doenças como dengue, vírus sincicial respiratório (RSV) e síndrome respiratória aguda grave (SARS) mostraram o seguinte fenómeno paradoxal:

  • Alguns animais ou pessoas que receberam a vacina e foram posteriormente expostos ao vírus desenvolveram doença mais grave do que aqueles que não haviam sido vacinados. O sistema imunológico preparado com a vacina, em certos casos, parecia lançar uma resposta de má qualidade à infeção natural.

Esse retrocesso do sistema imunológico, ou o chamado reforço do sistema imunológico, pode manifestar-se de diferentes maneiras, como:

  • Aumento dependente de anticorpos (ADE), um processo no qual um vírus potencializa anticorpos para ajudar na infeção;
  • Reforço baseado em células, uma categoria que inclui inflamação alérgica causada por imunopatologia Th2. Em alguns casos, os processos de reforço imunológico podem-se sobrepor.

Alguns pesquisadores argumentam que, embora o ADE tenha recebido mais atenção até ao momento, é menos provável que cause uma resposta desregulada na COVID-19 que as outras vias de reforço imunológico, dado o que se sabe sobre a epidemiologia do vírus e do seu comportamento em humanos corpo, nomeadamente o facto de infetar células epiteliais do trato respiratório e não os macrófagos (células imunitárias fagocitárias) onde o fenómeno ADE se desenvolve de forma mais perigosa.

‘Há potencial para ADE, mas o maior problema é provavelmente a imunopatologia Th2’, diz Ralph Baric, epidemiologista e especialista em coronavírus, na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.

Em estudos anteriores de SARS, descobriu-se que ratos idosos apresentam riscos particularmente elevados de imunopatologia Th2 com risco de vida, em que uma resposta de células T defeituosa desencadeia inflamação alérgica e anticorpos pouco funcionais que formam complexos imunes, ativando o sistema complemento danificando as vias respiratórias. ”

Concluindo

Neste artigo tentei descrever a verdade sobre os efeitos colaterais das vacinas covid-19. Apesar da polémica continuo a apoiar a vacinação pois apanhar a doença pode ser um risco muito maior do que apanhar a vacina. Quanto aos polémicos efeitos colaterais mais graves, como a ADE e imunopatologia Th2, vamos necessitar de mais tempo para descobrir toda a verdade sobre estes fenómenos perigosos que agravam a doença em algumas pessoas, quando estes contactam com o vírus depois de vacinados. Mesmo sem certezas e estando preocupado com estas informações a vacina contra a Covid-19 será um risco/benefício que vou assumir e fazer “figas” para que o meu organismo possa produzir anticorpos neutralizantes de imunoglobulina G (IgG) de qualidade e em quantidade suficiente para a minha proteção.

Referências

TROMBOSE VENOSA CEREBRAL E VACINAS COVID 19

A trombose venosa cerebral (TVC) ou trombose do seio venoso cerebral, é uma doença cerebrovascular rara, mas que ganhou notoriedade por ter sido publicamente associada à vacinação contra a Covid-19, como efeito secundário grave, mas muito raro. Apesar de ser rara, a trombose venosa cerebral tem uma taxa de mortalidade elevada entre os doentes afetados, daí a enorme polémica com os diversos casos de morte por tromboembolismo pouco tempo depois da toma da vacina contra a Covid-19, principalmente com a vacina da Astrazeneca e da Janssen /Johnson & Johnson.

Embora a taxa de incidência esteja a aumentar, julga-se também que este aumento esteja ligado a melhores métodos de diagnóstico e ao maior conhecimento desta patologia.

Nota importante: Este artigo é essencialmente baseado na dissertação pública, da Dra Ana Margarida da Costa Fernandes, para obtenção do Grau de Mestre em Medicina, sobre trombose venosa cerebral, fazendo uma revisão da literatura mais relevante sobre esta doença.

Ao contrário do acidente vascular cerebral (AVC) arterial, a trombose venosa cerebral pode ocorrer em qualquer idade, sendo no entanto mais frequente numa faixa etária mais jovem e particularmente frequente em mulheres jovens com os seguintes fatores de risco:

  • Uso de contracetivo hormonal oral,
  • Gravidez,
  • Puerpério (fase pós-parto até 8 semanas).

É uma doença por vezes de difícil diagnóstico por ter uma apresentação clínica e imagiológica muito diversa, variando consoante a área cerebral afetada, o calibre da veia ocluída e a consequente gravidade das lesões. Porém, em geral, o prognóstico é considerado bom, principalmente quando tratada atempada e adequadamente, sendo relatadas altas taxas de recuperação completa.

Acidente vascular cerebral (AVC) raro

A trombose venosa cerebral (TVC) é considerada um tipo particular de Acidente Vascular Cerebral (AVC) de localização venosa e corresponde a 0,5% a 1% de todos os AVC, mas com uma epidemiologia bastante distinta da dos AVC arteriais por, ao contrário destes, ocorrer maioritariamente em mulheres jovens e em crianças.

Ao contrário dos AVC arteriais, a TVC não é uma manifestação de aterosclerose e está geralmente associada a estados de trombofilias hereditária ou adquirida, ou a doenças sistémicas, neoplasias e infeções, entre outras causas de estados protrombóticos. A TVC é uma condição rara, subdiagnosticada e frequentemente confundida com outras
patologias dada a sua apresentação clínica ser muito variada.

Diagnóstico não é fácil

Anteriormente, a maioria dos diagnósticos de TVC era feita por autópsias. Hoje em dia, a TVC já é diagnosticada com maior frequência devido ao maior conhecimento da patologia e reconhecimento da sua gravidade, quer por parte de neurologistas quer por médicos de outras especialidades, mas também devido ao maior acesso a métodos de diagnóstico como a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e a venografia por Tomografia Computorizada (TC).

Outrora, esta patologia estava associada a altas taxas de morbilidade e mortalidade, mas atualmente, dependendo da etiologia da mesma, há um grande potencial de recuperação total do doente e a mortalidade é significativamente menor.

Anatomia cerebral e seios venosos

Para melhor compreender a fisiopatologia da TVC, é importante perceber um pouco da anatomia do sistema venoso cerebral. Este é dos sistemas venosos com maior variabilidade, no entanto existe um padrão anatómico mais frequente com certas estruturas consideradas como
pontos de referência.

Globalmente, o sangue venoso drena para a veia ou seio venoso que se situe mais próximo. Numa perspetiva mais simplista, o sistema venoso cerebral pode ser dividido em dois grupos:

  • Superficial,
  • Profundo.

O grupo superficial inclui os seios sagitais e veias corticais e drena as superfícies corticais. O grupo profundo inclui os seios transverso, reto e sigmoide e, juntamente com as veias corticais profundas, drenam as substâncias branca profunda e cinzenta para a veia de Galeno.

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter plate 102

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 102

A drenagem final é feita para as veias jugulares internas. Em todo o sistema venoso cerebral existem muitas anastomoses e “caminhos alternativos” para a drenagem venosa se realizar no caso de uma TVC, no entanto nem sempre é possível compensar o vaso ou seio venoso obstruído.

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 103
Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 103
Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 101

Fonte: Netter FH. Atlas Of Human Anatomy. 5th ed. O’Grady E, editor. Saunders Elsevier; Netter, plate 101

Fisiopatologia

Um trombo venoso é um coágulo sanguíneo que se forma numa veia e não numa artéria. Trombose venosa é o nome que se dá quando um coágulo obstrói uma veia ou seio venoso, parcialmente ou totalmente, interrompendo o fluxo sanguíneo venoso.

Quando falamos de TVC, referimo-nos a dois mecanismos que frequentemente ocorrem simultaneamente. Um deles é a trombose de veias cerebrais que conduz a turgescência venosa, que pode originar desde edema local a hemorragias petequiais e isquemia cerebral, podendo resultar em extensos hematomas e conduzindo a sintomas neurológicos focais (défices que traduzem lesão numa zona específica do cérebro responsável por determinada função).

O outro mecanismo é a trombose de seios venosos durais que leva a uma progressiva congestão venosa e a redução da reabsorção do líquido cefalorraquidiano, com consequente aumento na pressão intracraniana eventualmente causando hipertensão intracraniana (HIC). É provável que a HIC seja também causada pelo compromisso da barreira hematoencefálica que ocorre quando se dá uma TVC. Esta HIC, por condicionar o aporte sanguíneo aos tecidos, causa hipoxia e consequentemente isquemia neuronal.

Desta forma, as consequências de uma TVC variam em gravidade, desde diferentes graus de edema cerebral até hemorragias massivas e enfartes cerebrais bilaterais, o que conduz a uma grande variedade de apresentações clínicas, variando esta consoante o território e a veia ou seio venoso afetados e variando desde sintomas focais a generalizados.

Quanto à localização, a TVC ocorre habitualmente nos seios venosos e, entre seios venosos e veias, os mais acometidos são, do mais para o menos frequente, o seio sagital, o seio transverso e sigmoide, o seio reto, as veias corticais, o sistema venoso profundo, o seio cavernoso e as veias cerebelares. Em cerca de dois terços dos casos, ocorre TVC em mais do que um local.

Causas e fatores de risco

Vários fatores de risco que serão mencionados são correntemente enumerados em vários estudos, no entanto, o grau de certeza varia, dado que nem todos estão comprovados, e a sua frequente associação à TVC pode dever-se a outros fatores comuns coincidentes, como efeitos
secundários de terapêutica e outras iatrogenias.

É importante a identificação da etiologia ou fatores de risco da TVC para se poder prosseguir à prevenção secundária de recorrências. Fatores de risco ou etiológicos são, na maioria dos casos, identificados, porém, em até 30 a 40% dos casos uma etiologia única permanece desconhecida, e, segundo a ESO, em 13% dos casos não é identificado nenhum fator de risco.

A TVC é tipicamente multifatorial, pelo que, após a identificação de uma possível causa, não se deve deixar de avaliar outros fatores de risco. Em cerca de metade dos doentes são detetados múltiplos fatores de risco e estes potenciam-se mutuamente.

Geralmente, os fatores de risco para TVC estão associados à tríade de Virchow, influenciando um ou mais dos parâmetros que a constituem: estase sanguínea, lesão endotelial e hipercoaguabilidade. Os fatores de risco podem ser divididos, de forma mais simples, em locais e sistémicos, hereditários e adquiridos, entre outras divisões possíveis.

Na tabela seguinte estão listados vários dos fatores de risco atualmente conhecidos, alguns dos quais destaquei (com letra mais carregada) por serem situações relativamente comuns que quando conjugadas em simultâneo por fatores menos habituais ou raros aumentam o risco de acidente vascular cerebral venoso.

Trombofilias hereditáriasDéfice de antitrombina III
Défice de proteína C
Défice de proteína S
Fator V de Leiden
Mutação G20210A da protrombina (fator II)
Hiperhomocisteinemia
Trombofilias adquiridasSíndrome antifosfolipídica
Gravidez e Puerpério
Hemoglobinúria paroxística noturna
Trombose venosa profunda
Períodos pós-operatórios
Síndrome nefrótica
Policitemia
Desidratação
Anemia
Doenças sistémicasDoença de Behçet
Lúpus Eritematoso Sistémico
Doença Inflamatória Intestinal
Doença tiroideia
Sarcoidose
Doença do colagénio
Granulomatose de Wegener
Neoplasias malignasLeucemia e linfomas
Carcinoma sistémico
InfeçõesOtite
Mastoidite
Sinusite paranasal
Abcessos intracranianos
Meningites
Septicemias
Precipitantes mecânicosTraumatismo craniano
Lesão direta dos seios
Intervenções neurocirúrgicas
Punção lombar
Hipotensão intracraniana espontânea
FármacosContracetivo oral
Androgénio
Lítio
Imunoglobulina IV
Metilenodioximetanfetamina

Gravidez e puerpério

A gravidez e o puerpério, juntamente com as infeções, são as etiologias mais frequentes de TVC nos países em desenvolvimento, algo que determina diferenças epidemiológicas marcadas com os países desenvolvidos. Ambos são causas de estados protrombóticos transitórios através de diversas alterações nos mecanismos de coagulação, e, por isso, as mulheres nestes períodos estão em risco acrescido de eventos tromboembólicos venosos.

A maioria das TVC relacionadas com a gravidez ocorrem no terceiro trimestre ou durante o puerpério. Uma possível razão para o puerpério constituir um risco de TVC maior que a gravidez deve-se ao parto constituir um trauma, levar à diminuição do volume sanguíneo e ser um fator de risco para infeções, levando a um estado protrombótico mais acentuado. Pelas mesmas razões, o risco é particularmente maior quando é realizada cesariana.

Infeções

As infeções continuam a ser muitas vezes a causa de TVC, no entanto deixaram de ser a causa principal de TVC, em particular nos países desenvolvidos, desde a introdução dos antibióticos. Esta etiologia é mais frequente em crianças do que em adultos. Pensa-se que a infeção conduz à TVC por alterar a cascata de coagulação, levando a um estado de hipercoagulação. A trombose dos seios cavernoso e transverso são os mais frequentemente associados a infeções, como sinusite, otite e mastoidite, e quanto à etiologia da infeção, o Staphylococcus aureus é o agente patogénico mais frequentemente detetado. Outras etiologias infeciosas de TVC são: sinusite paranasal, abcessos intracranianos, abcessos dentários e meningites.

Fármacos

Vários fármacos estão associados à TVC, como a l-asparaginase, os corticosteroides, os inibidores da angiogénese e os tratamentos hormonais. Entre estes últimos, é de destacar o papel dos contracetivos hormonais combinados na TVC. O seu uso é um dos fatores de risco para TVC mais estudados e mais frequentemente detetados. Assim, este é dos fatores de risco ou etiológicos que estão associados à TVC com maior segurança e que maior efeito têm na epidemiologia da doença, justificando a maior incidência de TVC em mulheres em idade fértil.

O mecanismo exato pelo qual a contraceção oral combinada leva à TVC não é conhecido, no entanto sabe-se que afeta as concentrações de vários fatores da cascata de coagulação e pode induzir resistência à proteína C ativada. Nos doentes que sofreram uma TVC que tomam contracetivo oral combinado, é muito frequente ser detetada uma trombofilía hereditária associada, ou seja, os dois fatores de risco costumam estar associados, particularmente nos doentes com TVC com enfarte venoso associado. Isto sugere que o uso de contracetivo oral não seja o suficiente para causar enfarte venoso sem uma trombofilía hereditária associada.

Mulheres que tomem contracetivos orais combinados e sofram uma TVC devem ser alertadas para este fator de risco, aconselhadas a suspender a toma e a trocar para outro método contracetivo. Não existe um aumento do risco de TVC na utilização de contracetivos hormonais à base de progesterona.

Sintomas

A apresentação dos sintomas de TVC pode ter uma apresentação clínica aguda (menos de 2 dias), subaguda (2 dias a 1 mês) ou crónica (mais de 1 a 2 meses). A apresentação mais frequente é a subaguda, representando mais de metade dos casos. A TVC apresenta-se através de um amplo espectro de sinais e sintomas com um início muito variável, o que dificulta o diagnóstico e permite que esta seja confundida com outras
patologias. Devido à variação na apresentação clínica e à dificuldade que isso trás na identificação da patologia, o atraso médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico é de 7 dias.

Tendo em conta os dois mecanismos principais da fisiopatologia da TVC, os sintomas, podem estar relacionados com a HIC resultante da diminuição da drenagem venosa e consequente compressão de estruturas ou com a isquemia focal do cérebro, causada pelos processos de isquemia ou hemorragia que ocorrem na TVC, resultando em sintomas neurológicos focais. Geralmente, os sintomas e sinais mais frequentemente relatados em estudos de caso são os seguintes:

  • Cefaleia,
  • Diminuição de consciência ou coma,
  • Vómitos,
  • Sintomas neurológicos focais,
  • Crises epiléticas.

No quadro seguinte é descrito o conjunto de sintomas e sinais mais relevantes da Trombose Venosa Cerebral.

Sintomas devido a Hipertensão Intracraniana (HIC)Cefaleia
Náuseas, vómitos
Papiledema
Alteração do nível de consciência
Alterações da visão: visão turva, diplopia
Sinais neurológicos focaisParalisia de pares
cranianos (oftalmoplegia e
alterações da visão)
Défices sensitivos
Défices motores
Crise epilética
Encefalopatia
Disfasia (perturbação da linguagem, associada a uma lesão cerebral, que consiste na má coordenação das palavras)

Sintomas de hipertensão intracranial

A cefaleia é o sintoma mais frequente, geralmente severa, de início frequentemente súbito e com progressiva severidade, e está em geral relacionada com a HIC. Ocorre em cerca de 70 a 90% dos casos, podendo ser o único sintoma de TVC. A cefaleia, quando causada pela HIC, pode piorar com manobras de Valsalva e com o decúbito.

Sinais de alarme na apresentação de cefaleia, como cefaleia de início recente, primeira cefaleia intensa, a “pior” cefaleia da vida, dor que perturba o sono ou que se apresenta logo ao despertar, são alguns dos sintomas que podem estar associados a uma TVC e para os quais se deve estar particularmente atento.

Papiledema é outro sinal que pode advir da HIC que ocorre frequentemente e pode causar diplopia, visão turva, entre outras alterações da visão. Náuseas e vómitos ocorrem também associados à HIC, assim como diminuição da consciência.

Sintomas de cefaleia que sugerem um distúrbio subjacente grave
Cefaleia de início recente
Primeira cefaleia intensa
A “pior” cefaleia da vida
Vómitos precedem a cefaleia
Piora subaguda ao longo de dias ou semanas
Dor induzida por encurvamento, por elevação do corpo ou por tosse
Dor que perturba o sono ou se apresenta logo após o despertar
Doença sistémica conhecida
Início após os 55 anos de idade
Febre ou sinais sistémicos inexplicados
Exame neurológico anormal
Dor associada à hipersensibilidade local, p. ex., a região da artéria temporal
Fonte: Harrison Quadro 21.2 pág. 572

Tratamento agudo

Os objetivos do tratamento da TVC com a utilização de anticoagulação são: facilitar recanalização; prevenir o crescimento do trombo e a sua propagação, prevenindo trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP); tratamento do estado protrombótico subjacente, prevenindo recidivas; e tratamento sintomático. O tratamento com anticoagulação, em doentes sem contraindicação, deve ser iniciado mal o
diagnóstico de TVC esteja estabelecido.

Atualmente o tratamento durante a fase aguda é feito com heparina não fracionada (HNF) ou heparina de baixo peso molecular (HBPM), com objetivo de atingir valores de tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) de pelo menos o dobro do valor inicial (3,7,9) ou entre 60-80 segundos.

Não existem dados que determinem diferenças significativas no prognóstico entre o uso de HNF e HBPM, embora hajam estudos que relatem incidências ligeiramente menores de TVP e EP e mortalidade menor no uso de HBPM, sem, no entanto, atingirem relevância estatística.

Para os doentes que não tenham contraindicação para o uso de HBPM, como insuficiência renal, esta está recomentada devido à sua farmacocinética mais previsível que a da HNF e ao maior controlo que isto permite sobre o International Normalized Ratio (INR).
Existe alguma controvérsia na administração de anticoagulação na TVC porque esta pode coexistir com transformação hemorrágica e hemorragia intracerebral, que podem agravar com a anticoagulação.

No entanto, estas complicações à apresentação da TVC são
associadas a um mau prognóstico, independentemente do uso de anticoagulação, e o seu uso é considerado como uma opção segura e preferível tendo em conta a relação risco benefício. Sendo assim, está indicado o uso de heparina para tratamento da TVC em doses terapêuticas, inclusive nos doentes com hemorragia cerebral ou HIC, devendo haver no entanto uma avaliação do risco-benefício de cada caso.

Após a fase aguda e a estabilização do doentes, deve ser feita a transição para anticoagulação oral, habitualmente feita com varfarina. A utilização dos novos anticoagulantes orais não é atualmente recomendada para tratamento da TVC, especialmente durante a fase aguda. Contudo, são necessários ensaios clínicos que testem a sua utilidade no tratamento da TVC.

Aspirina, corticoides e outros fármacos

Quanto a outros fármacos que se pensou poderem ser úteis na TVC, como por exemplo, a aspirina, a sua utilidade no tratamento da TVC atualmente não está estudada. Os corticoides não devem ser utilizados por norma nos doentes com TVC aguda por não melhorarem mortalidade nem morbilidade, no entanto, podem ser administrados em doentes com TVC aguda que seja causada por doenças inflamatórias, como a doença de Behçet e o lúpus eritematoso sistémico.

Para o tratamento da HIC causada por TVC aguda, pode-se administrar diuréticos osmóticos, como o manitol. Pode-se utilizar a acetazolamida (inibidora da anidrase carbónica) mas apenas se a HIC causar cefaleias severas e possível perda de visão, caso contrário não deve ser
administrada por norma em todos os doentes com TVC. Em casos de deterioração neurológica progressiva devido a HIC ou herniação cerebral, pode ser considerada a realização de hemicraniectomia descompressiva ou ventriculostomia.

Deve ser feito o tratamento sintomático com antiepiléticos, analgésicos, antibióticos, entre outros, conforme necessário. O tratamento em grupos com características específicas como as crianças e as grávidas têm características epidemiológicas distintas e têm recomendações específicas tanto quanto ao diagnóstico como ao tratamento.

Concluindo

A trombose venosa cerebral é uma doença rara mas a sua incidência parece estar a aumentar. A vacinação em massa contra a Covid-19, expôs uma realidade até agora pouco conhecida que não estabelecia uma ligação entre a vacinação e o aumento de risco de trombose venosa cerebral. No entanto os diversos casos estranhos de pessoas que desenvolveram tromboses graves, algumas fatais, pouco depois de serem vacinadas, alertou as agências do medicamento Europeia (EMA) e Norte Americana (FDA) de tal forma que foram temporariamente suspensas as vacinas da Astrazeneca (suspensa pela EMA) e da Johnson&Johnson (suspensa pela FDA), para completa e atualizada avaliação de segurança. Parece agora claro que existe de facto uma ligação desconhecida entre os casos de trombose e a vacinação Covid.

Assim apesar da relação benefício/risco perecer ser positiva para o lado da vacina, obviamente ninguém está livre de ter este “azar” pelo que fique atento aos sintomas após vacinação e peça apoio médico imediato em caso de dor de cabeça forte ou persistente, dor no abdómen, dor no tórax e dor na barriga da perna.

Referências

VACINA JANSSEN E JOHNSON SUSPENSA POR COÁGULOS E TROMBOSE

Nos EUA a aplicação da vacina Janssen e da Johnson & Johnson contra a Covid-19 foi suspensa na terça-feira, dia 13 de Abril de 2021, depois das agências federais de saúde CDC e FDA em comunicado conjunto, pedirem uma pausa no uso da vacina enquanto examinavam um raro distúrbio de coagulação do sangue que surgiu em seis mulheres após serem vacinadas com essa vacina.

As seis mulheres com idades entre 18 e 48 anos, desenvolveram a doença uma a três semanas após a vacinação. Uma mulher morreu na Virgínia e uma segunda mulher em Nebraska foi hospitalizada em estado crítico.

Mais de sete milhões de pessoas nos Estados Unidos receberam a vacina Janssen da Johnson & Johnson até agora, e outros 10 milhões de doses foram enviadas para os estados, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O Dr. Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Produtos Biológicos da Food and Drug Administration (FDA) e a Dra. Anne Schuchat, principal vice-diretora do CDC, disseram em comunicado conjunto o seguinte:

“Estamos a recomendar uma pausa no uso desta vacina por muita cautela, no momento, esses eventos adversos parecem ser extremamente raros”.

Especialistas do governo estão preocupados com o facto de os médicos não serem treinados para detetar ou tratar o distúrbio raro, caso os recetores da vacina desenvolvam sintomas. O Dr. Marks disse que um tratamento padrão para coágulos sanguíneos, como o uso de uma droga anticoagulante chamada heparina, “pode realmente causar um dano tremendo, ou o resultado pode ser fatal”.

Sinal pode ser dor de cabeça após 6 dias

O CDC e a FDA recomendaram que as pessoas que receberam a vacina Johnson & Johnson no último mês contatassem os seus médicos se sentirem fortes dores de cabeça, dor abdominal, dor nas pernas ou falta de ar. As autoridades disseram que o sintoma mais comum do distúrbio é uma dor de cabeça persistente, moderada a intensa, que começa seis dias ou mais tarde após a injeção da vacina.

Coágulos estranhos no cérebro

Só nos Estados Unidos, 300.000 a 600.000 pessoas por ano desenvolvem coágulos sanguíneos, de acordo com dados do CDC. Mas os seis casos que levaram à pausa envolveram uma rara combinação de sintomas.

Trombose do seio venoso cerebral

Os coágulos ocorreram no cérebro, em uma condição conhecida como trombose do seio venoso cerebral. Os coágulos foram acompanhados por baixos níveis de plaquetas, um componente do sangue que ajuda a formar coágulos que normalmente ajudam a curar feridas.

Todas as mulheres desenvolveram a doença no espaço de tempo de uma a três semanas após a vacinação, com um tempo médio de nove dias. A mulher hospitalizada em Nebraska tem quase 40 anos e desenvolveu coágulos sanguíneos duas semanas após a injeção.

A mulher da Virgínia, de 45 anos, desenvolveu sintomas seis dias depois de ser vacinada no início de março e morreu seis dias depois, disseram autoridades de saúde. Eles disseram que a atenção do público já está gerando uma enxurrada de novos relatórios de possíveis casos às autoridades federais.

Vacina Janssen Johnson e Astrazeneca

As preocupações com a vacina Janssen Johnson & Johnson refletem as mesmas ocorridas com a vacina da AstraZeneca que utilizam o mesmo mecanismo, ou seja vacinas de DNA vetor viral não replicante. Os reguladores europeus começaram a investigar essa vacina no mês passado, depois que alguns recetores desenvolveram coágulos sanguíneos e baixa contagem de plaquetas, como os recetores da Johnson & Johnson.

De 34 milhões de pessoas que receberam injeções de AstraZeneca na Grã-Bretanha, na União Europeia e em três outros países, 222 tiveram coágulos sanguíneos associados a um baixo nível de plaquetas. A maioria desses casos envolveu mulheres com menos de 60 anos.

Especulação sobre a causa dos coágulos

Tanto a Johnson & Johnson quanto a AstraZeneca usam adenovírus para transportar DNA para as células humanas para iniciar o processo de geração de imunidade ao coronavírus. Ainda não se sabe se essa tecnologia compartilhada causa coagulação em casos raros.

Os pesquisadores especularam que o DNA transportado pelos adenovírus pode desencadear a reação imunológica em algumas pessoas. A condição pode ser muito rara porque as pessoas devem ter alguma característica, ainda desconhecida, que as predispõe a esse mau funcionamento.

O primeiro caso foi investigado pela EMA!

O primeiro sinal público de preocupação com a vacina da Johnson & Johnson veio em 9 de abril, quando a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou que estava a investigar relatos de quatro casos de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam a vacina nos Estados Unidos. Um caso ocorreu no ensaio clínico que ocorreu antes da autorização da vacina. Três ocorreram no lançamento da vacina. Um deles foi fatal, disse a agência. Os reguladores disseram que o conjunto de casos exigia investigação, mas que não estava claro se a culpa era da vacina.

Referências

AUTOTESTES COVID 19 QUAL O MELHOR TODA A VERDADE!

Autotestes covid 19 ou testes rápidos de antigénio nasais ou TRAg (N) qual o melhor? Em comunicado tornado público pelo INFARMED em 19/03/2021, no contexto da atual situação epidemiológica provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 e pela doença COVID-19, o Ministério da Saúde tem vindo a adotar e implementar medidas com vista à prevenção, contenção e mitigação da transmissão do SARS-CoV-2 e da referida doença, declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde, a 11 de março de 2020.

Neste sentido, a Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2 foi formalizada através da Norma nº 019/2020 da Direção-Geral da Saúde, a qual é adaptável à situação epidemiológica da COVID-19 a nível regional e local, bem como aos recursos disponíveis.

De acordo com o enunciado da referida Norma, os testes para deteção de SARS-CoV-2 são utilizados para fins de diagnóstico da COVID-19, em doentes com suspeita de infeção e em contactos com caso confirmado, e para fins de rastreio em populações vulneráveis, nas Unidades de Saúde e em contextos comunitários e ocupacionais, em pessoas sem evidência ou suspeita de infeção. Terão um papel relevante se novas variantes se tornarem prevalentes e mais infeciosas.

Testes de deteção de componentes do vírus

Ainda, é determinado que o diagnóstico e o rastreio de infeção por SARS-CoV-2 deve ser realizado exclusivamente por testes de deteção de componentes do vírus, existindo para esse efeito os seguintes tipos de teste:

  • Testes de amplificação de ácidos nucleicos (como por exemplo o RT-PCR) que detetam o RNA do vírus;
  • Testes rápidos de antigénio (TRAg) que detetam proteínas do vírus, que reagem com os anticorpos presentes na placa do teste rápido. Os autotestes (para fazer em casa) enquadram-se nesta categoria.

Anteriormente, os TRAg disponíveis no mercado europeu para este fim eram destinados apenas para uso profissional. Inicialmente estes testes apenas previam a sua realização em amostras do trato respiratório (superior e/ou inferior) nomeadamente exsudados nasofaríngeos e/ou orofaríngeos. No entanto, mais recentemente têm vindo a ser disponibilizados TRAg validados para utilização com amostras colhidas por métodos menos invasivos, nomeadamente, amostras da área nasal interna (fossas nasais).

Uma vez que um dos fatores facilitadores da utilização dos TRAg por leigos, nomeadamente autotestes, é a simplificação do processo de colheita, a possibilidade de uma colheita menos invasiva, que dispense a intervenção de profissionais habilitados, permite e favorece a realização do teste pelo próprio.

Deste modo, a viabilidade da Auto colheita, aliada ao formato de teste rápido que é caracterizado por uma baixa complexidade de execução técnica, o que permite o seu uso fora de um ambiente laboratorial, veio possibilitar a realização de autotestes para a deteção de antigénio de SARS-CoV-2 (autoteste SARS-CoV-2).

Os autotestes covid 19 SARS-CoV-2 constituirão assim um instrumento adicional de reforço da resposta nacional de combate à COVID-19, e também acompanhando a vacinação já em curso.

Lista de autotestes covid aprovada

A lista pública de autotestes covid 19 aprovados pelo INFARMED e portanto que podem ser vendidos em farmácias para fazer em casa é ainda muito curta. De seguida descrevo a última lista publicada pelo INFARMED.

Desta forma, e de acordo com o previsto no artigo 2.º da Portaria nº 56/2021, de 12 de março, a presente circular visa estabelecer os critérios de inclusão no regime excecional para a utilização de testes rápidos de antigénio de uso profissional por leigos, bem como orientar a operacionalização da sua utilização e da comunicação de resultados às Autoridades de Saúde.

Consulte na Circular (em anexo):

1. Requisitos gerais dos autotestes SARS-CoV-2
2. Limitações dos autotestes SARS-CoV-2
3. Regime excecional (Lista de TRAg incluídos no regime excecional)
4. Operacionalização da utilização e reporte de resultados dos autotestes SARS-CoV-2

A circular ora publicada refere os requisitos que os testes rápidos de antigénio SARS-CoV-2 devem cumprir de forma a serem submetidos e autorizados pelo Infarmed para utilização como autoteste.
Uma vez aprovados estes testes para efeitos de dispensa e utilização pelos utentes, a respetiva lista será publicada, actualizada periodicamente e disponibilizada no site do Infarmed.

Autotestes Covid 19 qual o melhor?

Escolher o melhor autoteste (para fazer em casa), entre os diversos que vão fazer parte da lista aprovada pelo INFARMED não é uma tarefa fácil pois dos requisitos mínimos fazem parte inúmeros pressupostos legais conforme listagem que descrevo de seguida e que um teste de comprovada qualidade tem de cumprir, a saber:

  • Descrição do dispositivo, sendo que o teste deverá incluir obrigatoriamente todos os componentes necessários para a colheita, nomeadamente zaragatoa, e para a execução do teste;
  • Identificação de CDM (Código de Dispositivo Médico);
  • Marcação CE para o uso profissional, de acordo com a DIR 98/79/CE, e apresentação da respetiva Declaração CE de conformidade;
  • Evidência de validação por parte de um laboratório europeu reconhecido pelo respetivo Estado Membro, ou acreditado para os métodos em questão;
  • Dados de desempenho para amostras nasais, devendo o teste apresentar pelo menos uma sensibilidade igual ou superior a 80% e uma especificidade igual ou superior a 97%, de acordo com a informação do fabricante, sendo o método de comparação a considerar para o efeito o RT-PCR em amostras nasofaríngeas ou orofaríngeas (método de referência);
  • Para a determinação da sensibilidade terá de ser considerada uma amostra mínima de 100 amostras positivas. Estas amostras devem apresentar uma distribuição equilibrada e variada nas diferentes gamas de Cts (Cycle Threshold) (10 < Cts < 33);
  • Para a determinação da especificidade terá de ser considerada uma amostra mínima de 100 amostras negativas;
  • Os valores de sensibilidade terão de ser apresentados em correlação com os valores de Ct tomando como referência o resultado obtido em amostras paralelas por RT-PCR.
  • Declaração relativa à capacidade do teste de detetar as variantes genéticas conhecidas do SARS-CoV-2, bem como o compromisso por parte do fabricante de continuamente avaliar o impacto que novas variantes genéticas possam ter no seu dispositivo, de forma a assegurar o desempenho do teste, e garantir que este continua a cumprir os requisitos para a finalidade que lhe foi atribuída.
  • Exemplar de instruções de utilização em português, e adaptadas ao autoteste, com ilustração do processo de colheita e de execução do teste, incluindo a seguinte informação: método de eliminação de resíduos, informação sobre ações a adotar perante o resultado obtido, e procedimento de comunicação dos resultados;
  • Exemplar de rotulagem e instruções de utilização que incluam a seguinte menção: “Autoteste COVID-19 – Regime Excecional”;
  • Apresentação comercial adaptada à utilização em contexto de autoteste;
  • Demonstração do cumprimento dos pontos críticos da norma EN 62366-1:2015 – Dispositivos médicos – Parte 1: Aplicação de engenharia de aptidão à utilização dos dispositivos, incluindo a análise de risco atualizada, identificando os riscos resultantes da utilização do teste como autoteste;
  • Cumprimento dos requisitos listados no ponto 7 do anexo I da DIR 98/79/CE;
  • Comprovativo de autorização para a utilização do teste, como autoteste, atribuída por outros Estados Membros, se aplicável.

Sensibilidade e especificidade

A sensibilidade mede a capacidade de detetar quantidades muito pequenas de componentes do vírus. Assim quanto mais pequena for a quantidade detetável mais sensível é o teste.

A especificidade mede a capacidade de detetar os componentes de um determinado vírus sem ser afetada, por exemplo, pela presença de outros vírus, bactérias ou outras substâncias presentes na amostra ou seja a capacidade de detetar o vírus numa amostra “contaminada” com outros microorganismos ou moléculas diferentes.

O padrão de comparação para determinação do grau de sensibilidade e especificidade são os testes PCR que detetam o RNA do SARS-CoV-2 por serem os testes moleculares mais sensíveis e específicos.

De seguida descrevo em detalhe a informação específica de um teste de excelente qualidade inteiramente produzido em Portugal e que tenho quase a certeza que será aprovado pelo INFARMED.

Utilização pretendida

O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) ou TRAg (N) é um teste de fluxo lateral que se destina à deteção qualitativa de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em esfregaço nasal diretos de indivíduos com suspeita de COVID-19.

O kit destina-se a utilização profissional se for de amostra nasofaríngea ou como autoteste covid se for de amostra nasal anterior interna ou seja na cavidade nasal mais próxima da entrada do nariz, utilizando uma zaragatoa mais curta e espessa.

Os resultados destinam-se à identificação de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2. Os antigénios são geralmente detetáveis em esfregaços nasal/nasofaríngeos/orofaríngeos durante a fase aguda da infeção.

Os resultados positivos indicam a presença de antigénios virais, mas é necessária correlação clínica com os antecedentes do doente e são necessárias outras informações de diagnóstico para determinar o estado da infeção. Resultados positivos não excluem infeção bacteriana ou coinfecção com outros vírus. O agente detetado pode não ser a causa
definitiva da doença.

Resultados negativos de doentes com início de sintomas há mais de sete dias devem ser tratados como presumíveis e poderá realizar-se uma confirmação com um teste molecular, se necessário para a gestão do doente. Resultados negativos não excluem infeção por SARS-CoV-2 e não devem ser utilizados como a única base para decisões de gestão e tratamento de doentes, incluindo decisões de controlo de infeções.

Os resultados negativos devem ser considerados no contexto das exposições recentes do doente, antecedentes e presença de sintomas e sinais clínicos compatíveis com a COVID-19.

Introdução

O novo coronavírus pertence ao género β. A COVID-19 é uma doença infeciosa respiratória aguda. As pessoas são normalmente suscetíveis. Atualmente, os doentes infetados com o novo coronavírus são o principal foco de infeção; as pessoas infetadas assintomáticas também podem ser um foco de infeção. Com base na investigação epidemiológica atual, o período de incubação é de 1 a 14 dias, sobretudo 3 a 7 dias. As
principais manifestações incluem febre, fadiga e tosse seca. Em alguns casos, foram observados congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta, mialgia e diarreia

Como funciona

Este produto utiliza imunocromatografia com ouro coloidal de captura para detetar qualitativamente antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em amostras humanas de esfregaços nasais. São utilizados anticorpos e anticorpos IgY de galinha marcados com ouro coloidal. O complexo ouro coloidal-anticorpo do SARS-CoV-2 e o
complexo ouro coloidal-anticorpo IgY de galinha são revestidos na almofada conjugada.

Autotestes covid 19

A linha de teste é revestida com anticorpo do SARS-CoV-2 e a linha de controlo (C) é revestida com anticorpo IgY de cabra anti-galinha. Se o antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 estiver presente na amostra, o antigénio do SARS-CoV-2 e o anticorpo marcado com ouro coloidal formam um complexo. Sob a ação da cromatografia, o complexo avança ao longo da tira e, quando chega à linha de teste (T),
reage com o anticorpo do SARS-CoV-2 pré-revestido para formar um imunocomplexo e surge uma linha vermelha, sendo neste caso um teste positivo ao SARS-CoV-2.

O anticorpo IgY de galinha marcado com ouro coloidal combinado com o anticorpo IgY de cabra anti-galinha revela uma linha vermelha na linha de controlo (C). A linha de controlo (C) deve exibir uma linha ao testar amostras. A linha vermelha exibida na linha de controlo (C) é o padrão para avaliar se o processo de cromatografia decorreu corretamente e serve também como referencial de controlo interno para reagentes.

Componentes

O kit completo individual para a realização o teste com sucesso necessita de diversos componentes para assegurar a sua eficácia. A cassete de Teste ou placa reativa onde vai ser colocada a amostra recolhida é constituída por três componentes essenciais, a saber:

  • Linha de teste (T): revestida com anticorpos SARS-CoV- 2;
  • Linha de controle (C): revestida com anticorpo IgY anti-galinha de cabra;
  • Almofada conjugada: revestida com complexo SARSCoV-2-ouro coloidal e complexo anticorpos IgY de galinha-ouro coloidal.

Para a extração da amostra e realização do teste é ainda necessário:

  • Tubos de extração
  • Reagentes de extração
  • Bolsas de sílica
  • Zaragatoa

Conservação e prazo de validade

O teste deve ser conservado a temperatura entre os 2°C e os 30°C. Não deve congelar o teste. Recomenda-se a utilização da cassete de teste no espaço de 30 minutos após a abertura da embalagem. Deve sempre consultar as embalagens para verificar o prazo de validade do kit.

Colheita de amostras e preparação

  • O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) é um imunoensaio de fluxo lateral rápido para deteção qualitativa e diagnóstico do SARS-CoV-2 diretamente de esfregaços nasais sem meio de transporte viral;
  • Faça a colheita do esfregaço nasal de acordo com as diretrizes de colheita clínica de amostras de testes laboratoriais. Evite a contaminação durante a colheita, a transferência e a conservação das amostras;
  • Para fazer a colheita da amostra de esfregaço nasal, insira cuidadosamente a zaragatoa na narina que apresente o corrimento mais visível, ou na narina mais congestionadas se o corrimento não for visível. Rodando suavemente, empurre a zaragatoa até haver resistência nos cornetos. Rode a zaragatoa 5 vezes contra a parede nasal por forma a recolher o máximo de células e muco possível. Repita este processo para a outra narina usando a mesma zaragatoa a fim de obter amostra de ambas as narinas.

Conservação de amostras

Para o melhor desempenho, os esfregaços nasais devem ser testados o mais breve possível após a colheita. Se a testagem imediata não for possível, e para manter o melhor desempenho e evitar uma possível contaminação, é altamente recomendado que a zaragatoa nasal seja colocada num tubo de plástico limpo e não usado, identificado com a informação do doente, preservando a integridade da amostra e
firmemente fechado a temperatura ambiente (15-30°C) durante até (1) hora antes da testagem. Assegure-se de que a zaragatoa nasal encaixa no tubo de forma segura e que a tampa está firmemente fechada. Se ocorrer um atraso superior a 1 hora, elimine a amostra. É necessário fazer a colheita de uma nova amostra para testagem

Extração da amostra

  • Insira o tubo de extração no suporte de tubos de ensaio;
  • Retire a tampa do reagente de extração, distribua todo o reagente pelo tubo de extração;
  • Insira a zaragatoa no tubo de extração que contém o reagente de extração;
  • Rode a zaragatoa pelo menos 6 vezes enquanto pressiona a parte de cima contra o fundo e os lados do tubo de extração;
  • Coloque a zaragatoa no tubo de extração durante 1 minuto;
  • A solução extraída será utilizada como amostra de teste.
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Procedimento de teste

  • Leia cuidadosamente as instruções de utilização antes de realizar o teste;
  • Retire os kits 30 minutos antes do teste, assegure-se de que os testes e as amostras estão à temperatura ambiente;
  • Coloque as cassetes de teste numa superfície plana e limpa; adicione 2 gotas de amostras extraídas desconhecidas ao orifício de amostra (S);
  • Leia e registe os resultados após 10 minutos (Não mais do que 20 minutos). Podem ocorrer resultados anormais após 20 minutos.
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Interpretação de resultados

Positivo (+):
A presença de duas linhas vermelhas, linha teste (T) e linha controlo (C), indica a presença de antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 na amostra.

Negativo (-):
Aparece uma linha vermelha na região de controlo (C). Nenhuma linha vermelha aparece na região teste (T). Indica a ausência de antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 na amostra.

Inválido:
A linha vermelha de controlo (C) não aparece. Um resultado inválido pode ser devido a procedimento incorreto ou a perda de eficácia do teste. Reveja todo o procedimento e repita o teste com uma nova cassete. Se o problema persistir, não utilize produtos do mesmo número de lote e contacte o distribuidor local ou o laboratório.

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Desempenho


Reatividade cruzada
Não foram observados resultados falsos positivos no teste SARS-CoV-2 em amostras dos seguintes estados patológicos ou condições específicas, que vou listar na tabela seguinte:

Vírus/bactériaResultado
Coronavirus Humano HKU1Negativo
Coronavirus Humano OC43Negativo
Coronavirus Humano NL63Negativo
Coronavirus Humano 229ENegativo
Influenza Virus H1N1 novo tipo (2009)Negativo
Virus influenza sazonal H1N1Negativo
H3N2Negativo
H5N1Negativo
H7N9Negativo
Yamagata para amostras positivas de influenza BNegativo
Amostras positivas Victoria Influenza BNegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group ANegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group BNegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group CNegativo
Amostras positivas vírus Humano cytomegalovirusNegativo
Amostras positivas NorovirusNegativo
Amostras positivas Virusa da PapeiraNegativo
Amostras positivas Varicella-zosterNegativo
Virus sincicial Respiratorio (RSV)Negativo
Virus Epstein-BarrNegativo
Adenovirus(ADV) tipo 1Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 2Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 3Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 4Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 5Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 6Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 7Negativo
HRVNegativo
Enterovirus grupo ANegativo
Enterovirus grupo BNegativo
Enterovirus grupo CNegativo
Enterovirus grupo DNegativo
MAENegativo
Mycoplasma pneumoniaeNegativo
Candida albicansNegativo
Amostra NormalNegativo
HAVNegativo
HBVNegativo
HCVNegativo
HEVNegativo
HIVNegativo
TBNegativo
DengueNegativo
Helicobacter pyloriNegativo
MERSNegativo
Fonte: PANTEST SA|FOLHETO INFORMATIVO Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) nasal, Certificado nº143/DM/2017/V02/2018


Estudos de substâncias de interferência


Na análise da qualidade dos resultados não houve interferência para as substâncias potencialmente interferentes que descrevo na tabela seguinte:

SubstânciasConcentraçãoResultados
Sangue60 mg/mL
Mucina2,5 mg/mL
Zanamivir5,25 mg/mL
Ribavirina5 mg/ml
Oseltamivir7,5 mg/ml
Levofloxacina3 mg/L
Azitromicina1,35 mg/ml
Tobramicina1,8 mg/L
Acetonida de Triancinolona25 µg/mL
Budesonida16,7 µg/mL
Fluticasona1 mg/ml
Beclometasona10 mg/ml
Dexametasona375 µg/mL
Furoato de Mometasona41.7 µg/mL
Soro fisiológico1 mg/ml
Oximetazolina15% v/v
Fonte: PANTEST SA|FOLHETO INFORMATIVO Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) nasal, Certificado nº143/DM/2017/V02/2018


Limite de deteção (desempenho analítico)


O limite de detecção (LD) ou LOD do teste rápido Teste Rápido do Coronavírus Antigénio (nasal) ou TRAg (N), foi determinado pela avaliação de diferentes concentrações do vírus SARS-CoV-2 inativado. As amostras presumivelmente negativas foram eluídas em tampão e completamente misturadas para serem usadas como diluente clínico. O vírus SARS-CoV-2 inativado foi diluído neste pool de matriz de esfregaço para gerar diluições de vírus para teste.

Amostras de esfregaços artificiais foram preparadas absorvendo 20 microlitros de cada diluição de vírus no esfregaço. As amostras de zaragatoas artificiais foram testadas de acordo com o procedimento de teste. O LOD foi determinado como a concentração de vírus mais baixa que foi detetada ≥ 95% do tempo (isto é, concentração em que pelo
menos 19 de 20 réplicas testaram positivo). O LD confirmado do Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) foi de 1,6×102 TCID50/ml.


Desempenho clínico


O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) foi avaliado com amostras obtidas de pacientes. Foi utilizado um teste molecular (PCR) comercializado como método de referência. Os resultados mostram que o Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) tem uma precisão relativa global alta. Com base nos resultados da avaliação clínica, foram apurados os seguintes desempenhos clínicos:

Fator avaliadoResultado
Sensibilidade95,7%
Especificidade99,1%
Taxa de precisão97,9%

Os resultados absolutos da comparação de resultados entre o TRAg (N) e o teste PCR, foram os seguintes:

Teste Rápido do Coronavírus Ag (N)PCR PositivoPCR NegativoPCR Total% certa
Positivo110211298,2%
Negativo520921497,7%
Total115211326

Limitações da tecnologia

  1. O conteúdo deste kit destina-se a ser utilizado para a deteção qualitativa de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em esfregaços nasais.
  2. Pode ocorrer um resultado negativo se o nível de antigénios numa amostra estiver abaixo do limite de deteção do teste ou se a amostra tiver sido colhida ou transportada incorretamente.
  3. O incumprimento do Procedimento de Testagem pode afetar negativamente o desempenho do teste e/ou invalidar o resultado do teste.
  4. Os resultados do teste têm de ser avaliados em conjunto com outros dados clínicos disponibilizados ao médico.
  5. Podem ocorrer resultados falsos negativos se uma amostra for colhida, transportada ou manuseada incorretamente.
  6. Podem ocorrer resultados falsos se as amostras forem testadas 1 hora após acolheita. As amostras devem ser testadas o mais rapidamente possível após a colheita.
  7. Podem ocorrer resultados falsos negativos se for utilizado um reagente de extração inadequado.
  8. Podem ocorrer resultados falsos negativos se as zaragatoas forem conservadas nos seus invólucros de papel após a colheita das amostras.
  9. Resultados positivos não excluem coinfecções com outros patógenos.
  10. Os testes negativos não se destinam a incluir outras infeções bacterianas ou virais não-SARS.
  11. Resultados negativos de doentes com início de sintomas para além de sete dias devem ser tratados como presumíveis e poderá realizar-se uma confirmação com um teste molecular, se necessário para o tratamento do doente.
  12. Se for necessária a diferenciação de vírus e estirpes SARS específicos, terão de ser feitos testes adicionais, em concertação com os órgãos de saúde pública locais ou nacionais.

Precauções

  1. O produto destina-se apenas a diagnóstico in vitro. O resultado do teste não deve ser utilizado como o único índice para avaliar a condição do doente, e a manifestação clínica do doente e outros testes laboratoriais devem ser combinados para que se realize uma análise abrangente da situação.
  2. É necessário inspecionar a embalagem e a selagem do produto, bem como o prazo de validade, antes de realizar o teste.
  3. O teste deve ser realizado o mais depressa possível. A exposição prolongada do teste ao ar e à humidade irá causar resultados inválidos.
  4. A sobrecarga de amostras pode originar resultados inesperados, tais como falsos positivos.
  5. A precisão do teste pode ser afetada pela temperatura ambiente (<10°C ou >40°C) e pela humidade relativa (>80%)

Testes disponíveis para SARS-CoV-2

Como a pandemia COVID-19 é causada por um novo coronavírus, profissionais começaram a diagnosticar esta doença com base nas características clínicas e achados laboratoriais ao invés de métodos moleculares. No entanto, após o isolamento do RNA viral, vários laboratórios criaram testes de maior precisão para o diagnóstico da SARS-CoV2-2. Os testes laboratoriais atualmente disponíveis para o vírus são os seguintes:

  • Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa (RT PCR) em Tempo Real;
  • Testes de deteção de antígeno;
  • Testes sorológicos, com diferentes aplicações em momentos diferentes durante o curso da infeção.

RT-PCR em tempo real

A RT-PCR em tempo real é considerada o padrão ouro e testa a presença de RNA viral, principalmente utilizando amostras a partir de esfregaços da nasofaringe. No entanto, amostras de escarro, lavagem bronco alveolar, orofaringe e fezes também estão a ser testadas quanto à presença viral.

É denominada transcrição reversa porque transcreve o RNA de volta a DNA para aumentar a sua estabilidade. A OMS criou o primeiro protocolo em janeiro de 2020, com base em um protocolo de três etapas proposto por Corman e cols. para a deteção de SARS-CoV-2 por RT-PCR em tempo real.

Identificação do gene E, gene RdRP e gene N

A primeira etapa identifica o gene E (proteína de pequeno envelope) com um limite de deteção (LOD = menor concentração viral detetada) de 5,2 cópias de RNA/reação e um intervalo de confiança (IC) de 95% de 3,7-9,6. Em seguida, é realizado um ensaio confirmatório para detectar o gene RdRP (RNA-polimerase dependente de RNA) com um LOD de 3,8 cópias de RNA/reação e IC de 95% de 2,7-7,6 e gene N com um LOD de 8,3 cópias de RNA/reação e IC de 95% de 6,1-16,3.

O gene N (fosfoproteína nucleocapsídica) é usado como confirmação, pois é uma região altamente conservada nos coronavírus e provavelmente fornece resultados consistentes. O CDC nos Estados Unidos desenvolveu um kit que contém uma sonda de PCR de uma etapa para duas regiões do gene da fosfoproteína nucleocapsídica viral (N1 e N2) e para o gene da RNase P humana, para garantir que a extração de RNA seja bem-sucedida, diferindo do primeiro protocolo da OMS.

Chu e col. propuseram um outro fluxo de trabalho, que consiste no rastreio das amostras para o gene N, usando o gene ORF1b como confirmação. Se o último for negativo, o estudo é inconclusivo, e mais estudos sorológicos ou de sequenciamento de RNA deveriam ser realizados. Todos os ensaios têm uma alta sensibilidade e especificidade para a SARS-CoV-2, necessitando de um baixo limite de ciclos para um resultado positivo, e reatividade cruzada mínima com outros tipos de coronavírus.

Embora a RT-PCR tenha demonstrado detectar a presença viral em limiares baixos, é cedo no curso da doença para determinar a real sensibilidade do teste no COVID-19. Os resultados do ensaio podem sofrer alterações de acordo com a maneira como a amostra é tratada, o local em que a amostra foi colhida e o momento do teste. Isso pode significar que nem todos os pacientes negativos estão realmente livres de doenças.

Falsos negativos

Alguns estudos relataram casos de pacientes com resultado inicial negativo de PCR de uma amostra nasofaríngea, que mais tarde desenvolveram sintomas e depois testaram positivo em amostras de lavado broncoalveolar. Esta taxa de falsos negativos em fases iniciais é preocupante no rastreio da doença, e pode resultar em falha no isolamento tempestivo de pacientes. Além disso, a PCR pode ser positiva em saliva e swab nasofaríngeo nos primeiros 14 dias da doença e, em seguida, torna-se negativa, enquanto a PCR fecal pode detetar o vírus mais tarde e continuar positiva por períodos mais longos. Portanto, testes periódicos de diferentes amostras podem ajudar a aumentar a sensibilidade e a reduzir a taxa de falsos negativos.

Testes sorológicos

Os testes sorológicos são feitos no sangue para identificar anticorpos para um patógenio específico em um determinado momento. Como afirmado acima, a IgM representa uma infecção aguda, enquanto a IgG, crónica. Existem vários testes que podem ser realizados para avaliar a presença de anticorpos:

1) Teste de diagnóstico Rápido (RDT): é uma medida qualitativa da presença de anticorpos, com resultados em 30 minutos, que foi disponibilizado por meio de uma autorização de uso emergencial do FDA. De acordo com o rótulo, possui uma sensibilidade de 93,8% e uma especificidade de 95,6%;

2) Ensaio de Imunoabsorção Enzimática (ELISA): é um teste que pode ser qualitativo ou quantitativo e utiliza amostras de sangue total, plasma ou soro. O teste utiliza uma placa revestida com proteína viral, onde as amostras são incubadas. Se os anticorpos estiverem presentes, eles ligam-se a esta proteína específica e este complexo proteína-anticorpo pode mais tarde ser detetado por ligação a um novo lote de anticorpos fluorescentes. Existem algumas preocupações sobre a reatividade cruzada de anticorpos contra SARS-CoV-2 e outros coronavírus.

3) Teste de neutralização: este teste pode dizer se os anticorpos são ativos contra o vírus. O vírus é cultivado em células VeroE6 e os pesquisadores podem quantificar os anticorpos que bloqueiam a replicação viral. Um estudo demonstrou que a IgG neutraliza o SARS-CoV-2 a uma diluição de 1:40-1:80, e também confirmou a neutralização cruzada com SARS-CoV em diluições 1:40. Os resultados deste teste podem levar dias e pode haver perda de anticorpos para proteínas virais não envolvidas na replicação viral.

Referências

EMA CONFIRMA COÁGULOS E POSSÍVEL TOMA DA VACINA!

EMA, Agência Europeia do Medicamento, confirma possível ligação da Vacina COVID-19 da AstraZeneca com casos muito raros de coágulos sanguíneos incomuns e plaquetas anormalmente baixas. É certo que os casos são raros mas as consequências deste efeito colateral são fatais pois dos afetados por estes tromboembolismos cerca de 24% morrem rapidamente.

É óbvio que o risco é pequeno em percentagem mas é, por exemplo, maior do que os menores de 30 anos apanharem a doença, segundo comunicado da autoridade de saúde do Reino Unido que decidiu não aplicar a vacina da Astrazeneca a menores de 30 anos… ou seja para estes mais vale apanhar a doença do que tomar esta vacina…!

Acresce que até agora, apenas para esta vacina, foi oficialmente confirmada pelas autoridades de saúde, uma possível ligação entre tromboembolismo grave e a toma da vacina.

A confirmação oficial deste efeito colateral fatal agora confirmado e que não estava descrito no resumo das características do medicamento aprovado pela EMA faz renascer das cinzas uma polémica alteração legal que torna difícil as farmacêuticas produtoras de vacinas serem responsabilizadas criminalmente por efeitos colaterais graves, como forma de evitar o desinvestimento em vacinas que há algumas décadas atrás esteve em risco, principalmente nos EUA.

Assim, parece pouco mas se as mortes continuarem a acontecer o risco da Astrazeneca ser processada pelas famílias dos falecidos ou associações destas famílias patrocinadas por escritórios de advogados, é cada vez maior e em tribunal uma vida perdida pode valer muitos milhões por família!

Comunicado da EMA (tradução)

O comité de segurança da EMA ou Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC -Pharmacovigilance Risk Assessment Committee) concluiu hoje que coágulos sanguíneos incomuns com baixo teor de plaquetas devem ser listados como efeitos colaterais muito raros de Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).

Para chegar a esta conclusão, o comité levou em consideração todas as evidências atualmente disponíveis, incluindo o conselho de um grupo de especialistas ad hoc.

A EMA recorda os profissionais de saúde e as pessoas que recebem a vacina para permanecerem cientes da possibilidade de casos muito raros de coágulos sanguíneos combinados com níveis baixos de plaquetas sanguíneas ocorrerem dentro de 2 semanas após a vacinação. Até agora, a maioria dos casos relatados ocorreu em mulheres com menos de 60 anos de idade nas 2 semanas seguintes à vacinação. Com base nas evidências atualmente disponíveis, os fatores de risco específicos não foram confirmados.

As pessoas que receberam a vacina devem procurar assistência médica imediatamente se desenvolverem sintomas desta combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas (ver abaixo).

O PRAC observou que os coágulos sanguíneos ocorreram nas veias do cérebro (trombose do seio venoso cerebral, CVST) e no abdómen (trombose da veia esplâncnica) e nas artérias, juntamente com níveis baixos de plaquetas sanguíneas e por vezes hemorragia.

O Comité realizou uma análise aprofundada de 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose da veia esplâncnica relatados no banco de dados de segurança de medicamentos da UE (EudraVigilance) em 22 de março de 2021, 18 dos quais foram fatais. Os casos ocorreram principalmente de sistemas de notificação espontânea do EEA e do Reino Unido, onde cerca de 25 milhões de pessoas receberam a vacina.

COVID-19 está associado a um risco de hospitalização e morte. A combinação relatada de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é muito rara e os benefícios gerais da vacina na prevenção de COVID-19 superam os riscos de efeitos colaterais.

A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. A utilização da vacina durante as campanhas de vacinação a nível nacional também terá em consideração a situação pandémica e a disponibilidade da vacina em cada Estado-Membro.

Coágulos e níveis baixos de plaquetas

Uma explicação plausível para a combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é uma resposta imunológica, levando a uma condição semelhante à observada algumas vezes em pacientes tratados com heparina (trombocitopenia induzida por heparina, HIT). O PRAC solicitou novos estudos e alterações aos já em andamento para fornecer mais informações e tomará as medidas adicionais necessárias.

O PRAC enfatiza a importância do pronto tratamento médico especializado. Ao reconhecer os sinais de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas e tratá-los precocemente, os profissionais de saúde podem ajudar as pessoas afetadas na sua recuperação e evitar complicações.

Coágulos sintomas de perigo e alarme

Os pacientes devem procurar assistência médica imediatamente se apresentarem os seguintes sintomas:

  • Falta de ar,
  • Dor no peito,
  • Inchaço na perna,
  • Dor abdominal persistente (barriga),
  • Sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça graves e persistentes ou visão turva,
  • Pequenas manchas de sangue sob a pele (petéquias) além do local da injeção.

A Vaxzevria é uma das quatro vacinas autorizadas na UE para proteção contra COVID-19. Estudos mostram que é eficaz na prevenção da doença. Também reduz o risco de hospitalização e mortes por COVID-19. Como para todas as vacinas, a EMA continuará a monitorar a segurança e eficácia da vacina e a fornecer ao público as informações mais recentes.

Informações para profissionais de saúde

A EMA procedeu a uma revisão dos casos de trombose em combinação com trombocitopenia e, em alguns casos, sangramento, em pessoas que receberam Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).

Esses tipos muito raros de trombose (com trombocitopenia) incluíam trombose venosa em locais incomuns, como trombose do seio venoso cerebral e trombose da veia esplâncnica, bem como trombose arterial.

A maioria dos casos relatados até agora ocorreu em mulheres com idade inferior a 60 anos. A maioria dos casos ocorreu dentro de 2 semanas após a pessoa receber a primeira dose. A experiência com a segunda dose é limitada.

Mecanismo possível

Quanto ao mecanismo, acredita-se que a vacina possa desencadear uma resposta imune levando a um distúrbio atípico do tipo trombocitopenia induzida por heparina. No momento, não é possível identificar fatores de risco específicos.

Os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas de tromboembolismo e trombocitopenia para que possam tratar prontamente as pessoas afetadas de acordo com as diretrizes disponíveis.

Os profissionais de saúde devem dizer às pessoas que recebem a vacina que devem procurar atendimento médico se desenvolverem:
sintomas de coágulos sanguíneos, como falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, como dores de cabeça graves e persistentes e visão turva. Também devem ter em atenção petéquias fora do local da vacinação após alguns dias.

Mais sobre o procedimento de revisão

Esta revisão foi efectuada no âmbito de um sinal de segurança, com um calendário acelerado. Um sinal de segurança é a informação sobre um evento adverso novo ou documentado de forma incompleta que é potencialmente causado por um medicamento, como uma vacina, e que justifica uma investigação mais aprofundada.

A revisão foi realizada pelo Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC) da EMA, o Comité responsável pela avaliação de questões de segurança para medicamentos humanos. O comité de medicina humana da EMA, CHMP, avaliará agora rapidamente todas as alterações necessárias nas informações do produto.

A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. As recomendações da EMA são a base sobre a qual cada Estado-Membro da UE irá conceber e implementar as suas próprias campanhas nacionais de vacinação. Isso pode variar de país para país, dependendo de suas necessidades e circunstâncias nacionais, como taxas de infeção, populações prioritárias, disponibilidade de vacina e taxas de hospitalização.

Vacinas Covid-19 quais as diferenças

Existem já no mercado diversas vacinas contra a Covid-19 mas afinal qual a diferença entre elas? quais os mecanismos de ação? Por que é diferente a vacina da Astrazeneca em comparação com a da Pfizer ou Moderna?

Clique na imagem seguinte para saber tudo!

Vacinas-Covid-19 qual a melho

FIBROSE QUÍSTICA KAFTRIO E MORTE DE CONSTANÇA

Kaftrio na Europa ou Trikafta nos EUA, é um medicamento inovador para o tratamento da fibrose quística ou fibrose cística, mas com um preço proibitivo para o comum dos “mortais” sendo fabricado pela farmacêutica Vertex Pharmaceuticals. Segundo a Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ), nos EUA, se fizermos a conversão para euros, custa 21 mil euros por mês ou seja 252 mil euros por ano, para cada doente! Também a Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ), sublinha a importância da aprovação deste medicamento por parte do INFARMED.

Mas será que vale mesmo a pena investir tanto dinheiro neste medicamento? Faço esta pergunta a mim mesmo após a morte trágica, em Portugal, de uma jovem de 24 anos, Constança Braddell, que me emocionou e entristeceu imenso… quatro meses depois de começar a usar o Kaftrio, após uma luta desesperada para conseguir ter acesso ao medicamento que devia ser muito mais barato e acessível aos doentes.

Na altura, em março de 2021, fiz este artigo precisamente depois de saber do caso da Constança, como o meu contributo, de um simples farmacêutico comunitário, que adora investigar e informar sobre doenças e medicamentos que por vezes eu próprio sei muito pouco.

Será que este medicamento, tão caro, melhora de facto a doença mas deixa o sistema imunitário demasiado exposto a outras consequências e infeções oportunistas que podem ser fatais do ponto de vista respiratório, cardíaco ou vascular?

Para os outros doentes a tomar Kaftrio é urgente saber o que se passou com a Constança, do ponto de vista médico, e as autoridades de saúde devem exigir um inquérito rigoroso, imediato e urgente que ajude a salvar outras vidas que podem estar em risco.

Pneumotórax causa morte de Constança

Para já apenas se sabe que o desfecho fatal foi provocado pelo aparecimento de um pneumotórax ou seja a entrada de ar na cavidade pleural (membrana que envolve o pulmão) o que provoca uma pressão excessiva sobre o pulmão que pode originar o seu colapso. Se não houver registo de traumatismo direto o pneumotórax é descrito como espontâneo e pode ser provocado por doenças como asma, enfisema e DPOC.

Para já, não existem indícios de que a toma do medicamento Kaftrio seja responsável por algum efeito adverso que possa ter levado ao surgimento do pneumotórax, sendo sempre uma investigação de causa/efeito de muito elevada complexidade!

Depois de um investimento tão elevado do estado Português neste medicamento, autorizado para cerca de uma dezena de doentes, sublinha-se a importância de manter informada, pelo menos, a comunidade médica/científica, os doentes e os seus familiares acerca da evolução real da doença com a toma do Kaftrio e de eventuais riscos que possam ser conhecidos à medida que vai sendo utilizado em mais doentes.

Fibrose quística o que é?

Qual a causa?

Segundo descrição da Associação Nacional de Fibrose Quística, esta é uma doença cujo nome deriva do aspeto quístico e fibroso do pâncreas, sendo uma doença crónica, hereditária causada por alterações no gene CFTR (Cystic fibrosis transmembrane conductance regulator) que se transmite de pais para filhos. É uma das doenças genéticas mais comuns mas a sua incidência varia com a região do globo.

Gene CFTR com mutação

O regulador de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) é uma proteína de membrana e canal de cloreto em vertebrados que é codificado pelo gene CFTR.

O gene CFTR codifica uma proteína do canal de iões da classe transportadora ABC que conduz iões cloreto através das membranas das células epiteliais. As mutações do gene CFTR que afetam a função do canal de iões cloreto levam à desregulação do transporte do fluido epitelial no pulmão, pâncreas e outros órgãos, resultando em fibrose cística.

Transporte de Cloreto Defeituoso – A diminuição da função da proteína CFTR nas células epiteliais causa diminuição do movimento do cloreto no lúmen das vias aéreas com um aumento correspondente no movimento do sódio para fora do lúmen das vias aéreas. Isso leva à diminuição da água no lúmen das vias aéreas e ao espessamento do muco da superfície das vias aéreas.

Fonte: Manual MSD

Prevalência

Os indivíduos de origem caucasiana (Indo-Europeia) são os mais atingidos e a doença é menos frequente entre as populações africana e oriental. Na maioria dos países europeus, calcula-se que em média 1 em cada 2.000-6.000 recém-nascidos tenham Fibrose Quística. Em Portugal estima-se que nasçam por ano cerca de 30-40 crianças com a doença. Estima-se que a nível mundial existam 7 milhões de pessoas portadoras da anomalia genética da FQ e cerca de 75.000 com a doença.

Glândulas exócrinas doentes

A Fibrose Quística surge por mau funcionamento das glândulas exócrinas do organismo que são as de secreção externa. É nos pulmões e no intestino que a doença se manifesta com mais frequência, interferindo com a respiração e a digestão dos alimentos. As glândulas sudoríparas também são afetadas produzindo um suor mais salgado.

A Fibrose Quística também é conhecida por Mucoviscidose, nome dado em França, e por Cystic Fibrosis (CF). No Brasil tem o nome de Fibrose Cística (FC).

Sintomas e complicações

Na fibrose quística as complicações incluem muco espesso nos pulmões com infeções respiratórias frequentes e insuficiência pancreática, causando desnutrição e diabetes. Essas condições levam à deficiência crónica e redução da expectativa de vida.

Em pacientes do sexo masculino, a obstrução progressiva e a destruição dos canais deferentes em desenvolvimento (cordão espermático) e do epidídimo parecem resultar de secreções intraluminais anormais, causando ausência congénita dos canais deferentes e infertilidade masculina. Resumindo o mau funcionamento da proteína CFTR em vários tecidos provoca sintomas em vários orgãos, tais como:

  • Vias respiratórias – são os mais graves e frequentes. As secreções brônquicas são formadas por muco muito espesso, difícil de eliminar e causam infeções respiratórias crónicas tais como bronquiectasias, bronquioloectasias;
  • Tubo digestivo – o pâncreas não segrega as enzimas digestivas em quantidade suficiente para a digestão dos alimentos (insuficiência pancreática exócrina), levando a dificuldade em ganhar peso e estatura (e fezes abundantes, gordurosas e de cheiro fétido). Assim, apesar de terem apetite, estes pacientes são habitualmente mal nutridos;
  • Glândulas sudoríparas – não ocorre a absorção de cloreto e sódio, pelo que o suor tem excesso de sal. Este sintoma é utilizado no teste de suor, o mais comum no diagnóstico da Fibrose Quística. Em caso de aumento de sudação (por exemplo pelo calor) pode por vezes surgir desidratação;
  • Disfunção reprodutora.

Efeitos da doença

Em algumas glândulas, como o pâncreas e as glândulas dos intestinos, as secreções são tão espessas ou sólidas que obstruem completamente a glândula. As glândulas que produzem muco nos pulmões criam secreções anormais obstruindo as vias respiratórias, permitindo a multiplicação de bactérias.

As glândulas sudoríparas, as glândulas parótidas e as pequenas glândulas salivares segregam líquidos cujo conteúdo em sal é superior ao normal.

A glândula sudorípara normal produz um líquido isotónico graças ao conteúdo em cloro e sódio. Quando a CFTR perde a sua função, o cloro é incapaz de ir para o interior da célula, por sua vez o sódio, dependente do cloro, também não entra produzindo assim, um suor “salgado”. No entanto, não ocorre obstrução nem variações patológicas maiores das glândulas.

Nos canais pancreáticos torna-se ineficaz a libertação de aniões (incluindo cloreto e bicarbonato) e fluidos, efectuando-se a acumulação de muco e obstrução das glândulas exócrinas e, por último, a lesão do órgão. Um mecanismo idêntico explica as transformações a nível intestinal, hepático e dos ductos deferentes.

No pulmão estas variações são reforçadas pela manifestação muito prematura de glândulas submucosas dilatadas, as quais constituem o local de maior expressão da CFTR no organismo. Outros fatores possíveis que contribuirão para maior viscosidade do muco são o aumento da sulfatação das mucinas e os produtos de degradação dos neutrófilos (moléculas de ADN e filamentos de actina), bem como a perda de células cilíadas secundária à inflamação crónica e infeção.

A constituição e as propriedades mecânicas anormais das secreções não explicam a tendência à colonização com um número limitado de bactérias, em particular a Pseudomonas aeruginosa. Muitos sintomas são tardios, contudo o diagnóstico pode ser realizado precocemente.

Gravidade e perigos

Foi descrita pela primeira vez em 1930 como uma doença letal na idade infantil. Atualmente, graças ao diagnóstico precoce, à criação de Centros Especializados e novos tratamentos, o panorama mudou e a sobreviva média situa-se entre os 35-40 anos de idade.

As formas de apresentação, a gravidade e a evolução clínica da doença são variáveis e são em grande parte dependentes das mutações no gene CFTR. São, porém, os problemas pulmonares a grande causa de morbilidade e mortalidade da doença.

Os progressos na investigação, nomeadamente nos medicamentos moduladores da CFTR que corrigem a doença na sua raiz (ou seja, a nível da proteína CFTR que está alterada) poderão alterar a progressão da doença de forma muito significativa.

História da Fibrose Quística

1938 – A fibrose quística foi descrita pela primeira vez de modo compreensível em 1938 por Andersen, como uma doença que se caracterizava por alterações no pâncreas e infeções nos pulmões. Baseando-se nas características observadas no pâncreas (aspecto quístico e fibroso), foi também Andersen quem primeiro estabeleceu o termo de fibrose quística – “cystic fibrosis of the pancreas” – para a doença.

1943 – Farber, por observar que os ductos dos órgãos afetados na fibrose quística acabavam por ficar obstruídos pelas secreções anormalmente espessas e com grandes probabilidades de serem colonizadas por bactérias, particularmente nas vias aéreas respiratórias, utilizou o termo “mucoviscidose” para se referir à doença.

1946 – estudos realizados em doentes permitiram que se começasse a ter algum conhecimento sobre as bases genéticas da doença. Depois de examinarem o padrão hereditário nas famílias, os investigadores concluíram que a fibrose quística era uma doença recessiva, provavelmente causada pela mutação de um único gene (monogénica).

Kaftrio o que é?

Indicação terapêutica

Kaftrio é um medicamento utilizado no tratamento de doentes com idade igual ou superior a 12 anos com fibrose quística, uma doença hereditária que tem efeitos graves nos pulmões, no sistema digestivo e noutros órgãos.

Tal como já atrás referido, a fibrose quística pode ser causada por várias mutações (alterações) no gene de uma proteína denominada «regulador da condutância transmembranar da fibrose quística» (CFTR). O ser humano possui duas cópias deste gene, uma herdada de cada progenitor e a doença só ocorre quando existe uma mutação nas duas cópias.

Kaftrio é utilizado em doentes cuja fibrose quística se deve à mutação F508del herdada de um ou ambos os progenitores. Caso tenham herdado esta mutação de apenas um dos progenitores, devem também ter outra mutação denominada «mutação mínima da função» do outro progenitor

A fibrose quística é uma doença rara, e Kaftrio foi designado medicamento órfão (medicamento utilizado em doenças raras) a 14 de dezembro de 2018. Kaftrio contém as seguintes três substâncias ativas:

  • Ivacaftor,
  • Tezacaftor,
  • Elexacaftor.

Posologia do Kaftrio

Como se utiliza?

O medicamento só pode ser obtido mediante receita médica. Kaftrio só deve ser prescrito por um profissional de saúde com experiência no tratamento da fibrose quística.

Encontra-se disponível na forma de comprimidos. Cada comprimido contém:

  • 75 mg de ivacaftor,
  • 50 mg de tezacaftor,
  • 100 mg de elexacaftor.

Kaftrio deve ser tomado em associação com outro medicamento contendo ivacaftor isoladamente. A dose diária recomendada é a seguinte:

  • Dois comprimidos de Kaftrio de manhã com alimentos contendo gordura
  • Um comprimido de ivacaftor (150 mg) à noite, cerca de 12 horas mais tarde.

Poderá ser necessário reduzir as doses de Kaftrio e ivacaftor se o doente estiver a tomar um tipo de medicamento denominado «inibidor moderado ou forte da CYP3A», tais como certos antibióticos ou medicamentos para infeções fúngicas. O médico poderá ter de ajustar a dose em doentes com função hepática reduzida.

Mecanismo de ação

Como funciona o Kaftrio?

As mutações reduzem o número de proteínas CFTR na superfície celular ou afetam o modo de funcionamento das proteínas, resultando em secreções das células que fazem com que o muco e os fluidos digestivos sejam demasiado espessos, o que provoca bloqueios, inflamação, aumento do risco de infeções pulmonares e problemas de digestão e de crescimento.

Duas das substâncias ativas de Kaftrio, elexacaftor e tezacaftor, aumentam o número de proteínas CFTR na superfície celular, e a outra, ivacaftor, melhora a atividade da proteína CFTR defeituosa. Estas ações tornam o muco nos pulmões e os sucos digestivos menos espessos, ajudando, assim, a aliviar os sintomas da doença.

Benefícios demonstrados

O que provaram os estudos?

Em dois estudos principais realizados em doentes com fibrose quística com idade igual ou superior a 12 anos, Kaftrio, tomado em associação com ivacaftor, demonstrou ser eficaz na melhoria da função pulmonar. O principal parâmetro de eficácia foi a ppFEV1, ou seja, a quantidade máxima de ar que uma pessoa é capaz de expirar num segundo, em comparação com os valores médios de uma pessoa com características semelhantes (tais como idade, altura e sexo). Nestes estudos, os doentes
começaram com valores de 60 a 62 % dos valores médios de uma pessoa saudável.

O primeiro estudo incluiu 403 doentes que tinham uma mutação F508del e uma mutação MF. Após 24 semanas de tratamento, os doentes tratados com Kaftrio e ivacaftor apresentaram um aumento médio no ppFEV1 de 13,9% em comparação com uma redução de 0,4% nos doentes que receberam o placebo.

No segundo estudo que incluiu 707 doentes com uma mutação F508del de ambos os progenitores, os doentes que tomaram Kaftrio com ivacaftor apresentaram um aumento médio no ppFEV1 de 10% em comparação com um aumento de 0,4% nos doentes que tomaram uma associação de ivacaftor e tezacaftor isoladamente.

Riscos associados

Efeitos secundários mais frequentes

Os efeitos secundários mais frequentes associados a Kaftrio (que podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas) são os seguintes:

  • Dor de cabeça (17,3%),
  • Diarreia (12,9%),
  • Infeções do trato respiratório superior, tais como, infeções do nariz e da garganta (11,9%),
  • Podem ocorrer erupções cutâneas que, por vezes, são graves (1,5%).

No resumo das características do medicamento (RCM) do Kaftrio, aprovado pela agência europeia do medicamento (EMA), estão descritos diversos efeitos colaterais muito comuns (≥1/10) e comuns (≥1/100 a <1/10) que podem ser graves e afetar quase todos os sistemas e órgãos importantes do nosso corpo!

De seguida apresento imagem da tabela das reações adversas descritas no RCM do Kaftrio:

Se desejar conhecer todos os detalhes descrevo de seguida link para o resumo das características do medicamento aprovado pela Agência Europeia do medicamento (EMA).

Agência Europeia do Medicamento (EMA)

Porque está Kaftrio autorizado na UE pela EMA?

Kaftrio é um tratamento eficaz para doentes com fibrose quística que têm duas mutações F508del ou uma mutação F508del e uma mutação MF. Ambos são grupos com uma elevada necessidade médica por satisfazer. Os doentes que apresentam uma mutação F508del e outras mutações não foram abrangidos pelos estudos e, apesar de a empresa ter apresentado alguns dados sobre a utilização nesses doentes, considerou-se necessário fornecer dados adicionais que suportassem a autorização nestes grupos.

Em termos de segurança, Kaftrio foi bem tolerado. Por conseguinte, a Agência Europeia de Medicamentos concluiu que os benefícios de Kaftrio são superiores aos seus riscos e o medicamento pode ser autorizado para utilização na UE.

Segurança e eficácia

Medidas para utilização segura e eficaz de Kaftrio

A empresa responsável pela comercialização de Kaftrio realizará um estudo sobre a segurança a longo prazo de Kaftrio, incluindo em mulheres grávidas. No Resumo das Características do Medicamento e no Folheto Informativo foram igualmente incluídas recomendações e precauções a observar pelos profissionais de saúde e pelos doentes para a utilização segura e eficaz de Kaftrio.

Tal como para todos os medicamentos, os dados sobre a utilização de Kaftrio são continuamente monitorizados. Os efeitos secundários comunicados com Kaftrio são cuidadosamente avaliados e são
tomadas quaisquer ações necessárias para proteger os doentes.

Referências

VACINA DA ASTRAZENECA SUSPENSA EM VÁRIOS PAÍSES

A Dinamarca suspendeu temporariamente o uso da vacina Oxford-AstraZeneca contra a covid-19 como medida de precaução após relatos de coágulos sanguíneos e uma morte. A Bulgária também avançou com a suspensão depois uma mulher morrer 15 horas após a toma da vacina da AstraZeneca. No entanto, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e o orgão regulador do Reino Unido disseram que não há indicação de que a vacinação esteja ligada a eventos tromboembólicos. Afinal quem tem razão?

Sete outros países, Noruega, Islândia, Áustria, Estônia, Lituânia, Luxemburgo e Letônia, também suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca. As decisões são mais um revés para a campanha de vacinação da Europa, que tem lutado para ganhar velocidade, em parte por causa dos atrasos na entrega da vacina AstraZeneca, aliás mal explicados e mal aceites pela comissão europeia, numa altura em que novas variantes do SARS-CoV-2, mais perigosas, surgem em vários países, forçando novos confinamentos!

A Autoridade de Saúde dinamarquesa disse que uma pessoa morreu na Dinamarca após receber a vacina AstraZeneca e que suspenderia o uso da droga por duas semanas enquanto o caso era investigado. “É importante ressaltar que não encerramos o uso da vacina AstraZeneca – estamos apenas a interromper o seu uso”, disse o diretor da Autoridade de Saúde dinamarquesa, Soren Brostrøm.

Em 10 de março, a EMA disse que a Áustria suspendeu o uso de um lote de vacinas AstraZeneca depois de uma enfermeira de 49 anos ter uma trombose múltipla diagnosticada e morreu 10 dias após a vacinação. Outra enfermeira de 35 anos foi internada no hospital com embolia pulmonar após ser vacinada. A EMA informou que duas outras notificações de casos de eventos tromboembólicos também foram recebidas desse lote, que foi entregue a 17 países da UE e compreendia um milhão de doses.

Revisão detalhada

O comité de segurança da EMA está a analisar o problema, mas disse que atualmente não há indicação de que a vacinação tenha causado essas condições, que não estão listadas como efeitos colaterais. Afirmou que as informações disponíveis até ao momento demonstram que o número de acontecimentos tromboembólicos em pessoas vacinadas não foi superior ao verificado na população em geral. Até 10 de março, 30 casos de eventos tromboembólicos foram relatados entre os cinco milhões de pessoas que receberam a vacina AstraZeneca no Espaço Económico Europeu.

Phil Bryan, responsável pela segurança de vacinas da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido, disse: “Mais de 11 milhões de doses da vacina AstraZeneca já foram administradas em todo o Reino Unido. Os relatos de coágulos sanguíneos recebidos até agora não são maiores do que o número que teria ocorrido naturalmente na população vacinada. ” Ele acrescentou que a agência estava a manter a questão sob análise cuidadosa, mas que as evidências disponíveis não confirmavam que a vacina era a causa.

O que disse a AstraZeneca?

Um porta-voz da AstraZeneca disse: “A segurança do paciente é a maior prioridade da AstraZeneca. Os reguladores têm padrões claros e rigorosos de eficácia e segurança para a aprovação de qualquer novo medicamento, e isso inclui a vacina da AstraZeneca. A segurança da vacina foi amplamente estudada em ensaios clínicos de fase III, e os dados revisados ​​por pares confirmam que a vacina foi geralmente bem tolerada. ”

Coagulação e doença Covid-19

Comentando as decisões, Stephen Evans, professor de farmacoepidemiologia da London School of Hygiene & Tropical Medicine, disse: “O problema com relatos espontâneos de suspeitas de reações adversas a uma vacina é a enorme dificuldade de distinguir um efeito causal de uma coincidência . ” Ele destacou que a doença covid-19 estava fortemente associada à coagulação do sangue e que houve centenas, senão muitos milhares, de mortes causadas pela coagulação do sangue como resultado de covid-19.

Opinião

Obviamente que a decisão mais sensata é a dos países do Norte da Europa de suspender até clarificação científica. Estes países têm especialistas de renome na área da saúde e portanto não são “tontos” ou seja a decisão de suspensão só é tomada se existir probabilidade relevante do efeito adverso grave estar ligado à toma da vacina, agravada pelo facto de este efeito colateral nem sequer constar do folheto oficial das características do medicamento aprovadas pelas agências de saúde americana e europeia ou seja é um efeito adverso desconhecido.

Isto pode significar que começamos agora a conhecer os efeitos colaterais que não aparecem nos ensaios clínicos por causa do número limitado de sujeitos a que é administrada a vacina na fase de ensaio. Assim só quando a vacinação em massa está em curso é que, historicamente, se identificam os efeitos colaterais mais raros mas potencialmente fatais como é o caso dos eventos de tromboembolismo!

Resumo das características da vacina

AstraZeneca/Universidade de Oxford

A vacina da Universidade de Oxford para a Covid-19 é feita com um vetor viral não-replicante que utiliza um adenovírus de chimpanzés que foi modificado para ficar inofensivo, que não se replica e entrega nas células humanas um fragmento de material genético do novo coronavírus, induzindo-as a produzir uma proteína semelhante à existente no vírus do SARS-CoV-2.

Segundo informação publicada no jornal Público, a plataforma do vector viral com o adenovírus que a nova vacina de Oxford usa já existe desde 1991, segundo Adrian Hill.

Hill trabalhou com Sarah Gilbert, outra especialista, para aperfeiçoar a tecnologia, o que envolveu usar o vírus da constipação de chimpanzés como o vector através do qual se entregam as instruções de produção da proteína do vírus que se procura imitar, em testes com doenças como a gripe, a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e o Ébola durante a última década. A esperança era que isto se provasse útil um dia contra uma ou mais doenças mortíferas.

A pandemia virou o seu foco para o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em Janeiro de 2020. A vice-reitora da Universidade de Oxford, Louise Richardson, foi informada sobre o trabalho de Gilbert que parecia promissor para combater o novo coronavírus, mas que a investigação estava a ser levada a cabo sem fundos.

A universidade ofereceu um milhão de libras (cerca de 1,12 milhões de euros) para financiar a investigação até que obtivessem mais financiamento, contou Louise Richardson, o que aconteceu quando o Governo britânico e a AstraZeneca se entenderam em Maio.

Resposta imune como funciona?

Afinal, em termos simples, como responde o nosso sitema imunitário à entrada de um novo vírus? Como se forma a memória imunitária e passa a reconhecer o vírus? A imagem seguinte descreve de forma clara e simplificada esse mecanismo.

Leia também: Este é o TOP 10 medicamentos contra a Covid-19!

Vacina comum como funciona?

A primeira vacina foi criada pelo médico britânico Edward Jenner há pouco mais de 220 anos, na passagem do século 18 para o século 19, para prevenir a varíola.

As vacinas que até agora usavamos envolviam a administração no nosso organismo do vírus ou bactéria (ou parte desses micoorganismos) causadores da doença que desejamos ficar imunes, de forma a causar uma reação do nosso sistema imunitário que a partir desse momento reconhecia uma nova ameaça e passava a responder combatendo esses vírus ou bactérias e evitando a sua reprodução e respectiva doença.

Leia também: Isto é o que torna o sistema imunitário mais forte… toda a verdade!

Tipos de vacinas

Para estas vacinas serem seguras, no caso dos vírus e bactérias, antes de nos serem administrados na forma de vacinas, são enfraquecidos na sua capacidade de causar doença (vacinas vivas atenuadas) ou inativados para serem incapazes de se reproduzir no nosso organismo (vacinas mortas inativadas).

Também existem as chamadas vacinas de subunidades. Nestas apenas fragmentos característicos de um vírus, como por exemplo uma proteína da superfície do vírus, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.

Existem também vacinas de toxoides em que a doença é causada não pela bactéria mas por uma tooxina por ela produzida, como é o caso das vacinas contra a difteria e tétano.

Mais recentemente surgiram as vacinas de vetor viral não- replicante, as vacinas de DNA e as vacinas de RNA.

Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:

Vacinas de vírus ou bactérias– Vivas atenuadas
– Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica– Subunidades proteicas
– Partículas semelhantes a vírus
Vacinas toxoides– Imitam a toxina que causa a doença
Vacinas de vetor viral– Replicante
– Não-replicante
Vacinas de ácido nucleico ou genéticas– DNA
– RNA (mais recentes)

Leia também: Este é o novo plano nacional de vacinação desde os 2 meses até aos 120 anos de idade!

Vacina de vetor viral

Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como o do sarampo ou um adenovírus é geneticamente modificado para produzir ou transportar até às células, as proteínas do coronavírus. 

Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:

  • Replicante – que ainda se podem replicar dentro das células;
  • Não-replicante – que perderam o poder replicante porque os genes principais foram desativados.

Existem já prontas ou em fase 3 de estudos clínicos 4 vacinas anti-covid de vetor viral não-replicante. são elas:

  • University of Oxford/AstraZeneca (ChAdOx1-S, 2 doses. IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology;
  • Gamaleya Research Institute;
  • Janssen/Johnson & Johnson (Adenovirus Type 26 vector, 1 ou 2 doses, IM, com 2ª dose 56 dias após a 1ª dose).

Concluindo

Toda a teoria que tem por base a investigação, desenvolvimento, produção e distribuição das vacinas é complexa, extraordinária e digna de admiração quando se chega a um produto final eficaz mas antes de mais seguro! Este é o ponto mais delicado, a segurança, sem a qual não há eficácia que justifique a sua aplicação.

Acredito nas vacinas e historicamente parece óbvio que prestaram um enorme serviço à saúde e longevidade da humanidade. No século XXI no entanto, com a população cada vez mais informada, embora nem sempre da forma mais adequada, a transparência das decisões políticas e das entidades reguladoras de saúde tem de ser irrepreensível e sem medo de tomar decisões difíceis como suspender temporariamente uma vacina que está a ser aplicada a milhões de pessoas, até completa clarificação dos eventos graves e fatais, aparentemente associado à toma de uma vacina, seja ela qual for!

As vacinas são medicamentos e a história da industria farmacêutica está repleta de casos de medicamentos lançados com enorme sucesso, por farmacêuticas prestigiadas, vendidos como “milagres farmacológicos” e anos mais tarde retirados, também com estrondo, depois de deixarem um rasto de morte pelo caminho!

Termino com uma pergunta pertinente… como se prova que alguém morreu por causa de uma vacina contra a Covid-19?

DOENÇAS NAS MULHERES TOP 16 TODA A VERDADE

Doenças nas mulheres top 16 toda a verdade! Quais as doenças mais comuns nas mulheres? Porque afectam mais as mulheres? Como podem ser evitadas? Qual o melhor tratamento?

Existem diversas doenças importantes que afectam de forma marcada as mulheres degradando de forma drástica a sua qualidade de vida, a sua vida laboral e as suas relações pessoais de tal forma que, em inúmeros casos, podem levar à ruptura dramática da estrutura familiar como pilar fundamental da sua felicidade!

Neste artigo vou tratar algumas das mais comuns, com uma abordagem essencialmente positiva realçando principalmente as formas de prevenção. Durante o artigo, para quem gosta de detalhes, serão descritos links MELHORSAUDE.ORG (basta clicar nas imagens) para informação mais aprofundada sobre algumas destas doenças.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

    • Cancro da mama
    • Cancro do cólo do útero
    • Infecção urinária
    • Candidíase
    • Vaginose bacteriana
    • Corrimento ou vaginite
    • Osteoporose
    • Alzheimer
    • Depressão
    • Ovário policístico
    • Doenças da tiroide
    • Fibromialgia
    • Sindrome pré-menstrual
    • Dor de cabeça e enxaqueca
    • Endometriose e dores menstruais
    • Artrite reumatóide
    • Pílula riscos da toma e tudo o que ainda não sabe sobre a pílula e pílula do dia seguinte
    • Fungos nas unhas
    • Queda de cabelo
    • Bebé nos primeiros dias de vida, o que comer? Como tratar as cólicas?

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Clique nas imagens para saber tudo sobre a doença!

Cancro da mama

O cancro da mama é um tumor maligno provocado pelo desenvolvimento anormal de algumas células, originando a formação de um ou mais nódulos na mama. Este é o cancro mais mortífero e também o mais comum entre as mulheres, no entanto, em aproximadamente 85% dos casos a doente consegue recuperar. Não existe uma causa bem defenida para o surgimento desta doença, mas existem fatores de risco que podem despoletar ou acelerar o seu desenvolvimento. Entre esses factores destaco os seguintes:

Leia também: Incrível… isto é o que se passa no nosso corpo quando estamos sentados, toda a verdade!

Prevenir o cancro da mama

À excepção da história familiar e da idade quase todos os outros factores de risco podem ser evitados ou, pelo menos, minimizados diminuindo muito a probabilidade de cancro. Assim descrevemos de seguida o que pode e deve fazer para se proteger melhor:

  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Evitar o excesso de peso mantendo uma alimentação equilibrada;
  • Não fumar;
  • Amamentar (no caso das mulheres com filhos);
  • Praticar exercício físico de forma regular;
  • Efectuar o diagnóstico precoce de despiste do cancro da mama que inclui:
    • Autoexame da mama,
    • Exame clínico da mama,
    • Mamografia.

Cancro do colo do útero

Este cancro é o quarto mais comum entre a população feminina, afetando na sua maioria mulheres entre os 50 e os 60 anos de idade. Manifestando-se normalmente depois da menopausa, o cancro do colo do útero é uma “doença lenta”, uma vez que pode demorar entre 10 a 20 anos a desenvolver-se.

Prevenir o cancro do colo do útero

Uma vez que se trata do cancro mais frequente do aparelho reprodutor feminino, as consultas regulares no ginecologista são essenciais para a realização dos exames de rotina e a melhor forma de se despistarem lesões pré-cancerosas do colo do útero ainda em fase embrionária. Outros fatores de risco relacionados com este tipo de cancro são:

Infeção urinária

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A infecção urinária é uma das mais relevantes doenças comuns nas mulheres. Cerca de 80 a 90% das pessoas que sofrem de infecções urinárias são mulheres. A infecção urinária é a presença anormal de micro-organismos no tracto urinário. Esta doença incide mais nas mulheres a partir da idade reprodutiva e estende-se até à idade da menopausa. Surge quando existe uma diminuição do estrogénio e uma degradação da microflora que protege esta região mais íntima do corpo da mulher.

As duas principais causas de infecção urinária são:

    • Relações sexuais com diversos parceiros e/ou relações desprotegidas ou “promíscuas” nomeadamente quando existe sexo anal e vaginal no mesmo acto sexual;
    • Presença de bactérias intestinais que migram até à região da bexiga.

É muito raro as infeções urinárias acontecerem por via da circulação sanguínea.

Prevenir as infeções urinárias

Existem diversas medidas que ajudam a prevenir as infecções urinárias. Entre elas podemos destacar:

    • Ingestão de água em quantidades saudáveis ou seja aquela que permita ter uma urina límpida e transparente;
    • Urinar antes e depois das relações sexuais ajuda a expulsar possiveis bactérias patogénicas;
    • Não reter a urina em situações do quotidiano em que surge a vontade de urinar;
    • Tomar estrogénio livre de contraindicações hormonais para as mulheres na menopausa;
    • Funcionamento saudável do aparelho digestivo, nomeadamente através de uma alimentação saudável e equilibrada;
    • Usar preservativo durante as relações sexuais com parceiros que não conhece bem;
    • Evitar actos sexuais desprotegidos que arrastem bactérias do ânus para a zona da entrada do tracto urinário e vagina;
    • Higiene diária correta da região genital fazendo sempre a limpeza no sentido vagina/anús ou seja da frente para trás de forma a evitar o arrastamento de bactérias do tracto intestinal para o entrada do tracto urinário e vagina.

Candidíase

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As estatísticas confirmam que, pelo menos uma vez na vida, cerca de 75% das mulheres tem candidíase, assim como entre 20 a 25% das mulheres que apresentam corrimentos vaginais sofrem desta doença, tornando-a uma das importantes doenças comuns nas mulheres, Segundo alguns especialistas, a candidíase não se encaixa na categoria de doença sexualmente transmissível uma vez que pode ser contraída mesmo na ausência de relações sexuais. A candidíase é uma infeção originada pelo fungo Cândida ou Monília e caracteriza-se pelo corrimento de cor esbranquiçada, espesso e grumoso, normalmente acompanhado por irritação no local.

Prevenir a candidíase

Existem diversos hábitos que diminuem muito a probabilidade de contrair candidíase, a saber:

    • Usar preservativo;
    • Secar bem a pele depois do banho porque o fungo gosta de humidade;
    • Manter uma alimentação saudável e equilibrada para que não haja degradação da microflora vaginal;
    • Assegurar uma higiene adequada mas não exagerada da região genital (em condições normais de manhã e à noite é suficiente);
    • Evitar o uso diário de absorventes que alterão o PH da região genital;
    • Evitar o uso de papel higiénico perfumado, que também pode provocar alergias e alterações de PH;
    • Preferir calças mais largas em vez de justas que não permitem uma “respiração” adequada ad pele;
    • Deixar de lado as roupas interiores de tecidos sintéticos que podem provocar alergias.

Vaginose bacteriana

Apesar de também ocorrer devido a contactos íntimos ou a relações sexuais, esta doença não é considerada uma doença sexualmente transmissível, uma vez que algumas das bactérias causadoras existem habitualmente no ser humano. A vaginose bacteriana é uma infecção genital provocada por bactérias. Esta doença pode levar à candidíase e é a causa mais comum do corrimento genital, caracterizando-se por um desequilíbrio da flora vaginal que provoca o aumento da concentração de bactérias. O odor desagradável característico da vaginose aumenta durante o período menstrual. Esta infeção é mais frequente em mulheres na idade reprodutiva.

Como prevenir a vaginose bacteriana?

As principais formas de prevenção da vaginose bacteriana são:

    • Utilizar preservativo em todas as relações sexuais;
    • Manter uma higiene íntima adequada;
    • Evitar duches vaginais e bidés, pois, estes podem revelar-se locais propícios às bactérias;
    • Limpar sempre a vagina da parte da frente para a parte de trás, para que as bactérias da região do ânus não se desloquem para a região vaginal.

Corrimento ou vaginite

É uma secreção anormal expelida pela vagina e que se caracteriza por um odor desagradável. Normalmente, este corrimento é provocado por infeções vaginais, vulvites e vulvovaginites, doenças sexualmente transmissíveis e infeções cervicais ou do colo do útero.

Como prevenir o corrimento ou vaginite?

As medidas preventivas que protgem a mulher do corrimento ou vaginite são essencialmente as seguintes:

  • Evitar situações de stress;
  • Não usar antibióticos sem serem receitados pelo médico;
  • Não usar roupas apertadas ou de tecidos sintéticos;
  • Manter uma boa higiene íntima usando sabonetes próprios;
  • Praticar uma alimentação saudável;
  • Manter as consultas regulares de ginecologia, de forma a identificar e prevenir as causas desta secreção excessiva.

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Osteoporose

Três em cada quatro dos pacientes de osteoporose são do sexo feminino. São principalmente afectadas as mulheres na fase da pós-menopausa, sendo esta uma doença que resulta da carência de cálcio no organismo. Alguns factores como o sedentarismo, o álcool, tabaco, café em excesso e uma alimentação deficiente podem levar ao agravamento desta doença. Para além destes fatores externos, existe também uma predisposição genética para a osteoporose.

Como prevenir a osteoporose?

As principais formas de prevenir esta doença são:

    • Dieta equilibrada ou seja variada com a quantidade necessária de cálcio numa forma que seja adequadamente biodisponivel ou seja que permita que o cálcio seja realmente absorvido pelo organismo e utilizado no reforço da massa óssea;
    • Praticar exercício físico de forma regular. Entre esses exercícios físicos, destacam-se as caminhadas e as atividades aeróbicas;
    • Apanhar sol de forma racional e dentro dos limites considerados saudáveis é muito importante para que o corpo produza a vitamina D necessária para a manutenção de um esqueleto saudável.

Alzheimer

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É uma doença degenerativa que interfere com o funcionamento do cérebro e que compromete várias das suas funções de forma mais ou menos grave. A doença de Alzheimer é mais frequente nas mulheres do que nos homens, principalmente na sua variante genética mais comum. Ainda não existe cura para esta doença e se assim se mantiver, poderão existir cerca de 115 milhões de pessoas a sofrerem desta doença até ao ano de 2050.

Como prevenir a doença de Alzheimer?

Não existem grandes certezas sobre as causas detalhadas da doença de Alzheimer no entanto as medidas de prevenção que a seguir descrevo parecem reunir algum consenso na comunidade médica, a saber:

    • Reservar 15 minutos por dia para fazer “ginástica ao cérebro”, proporcionando-lhe desafios e atividades mentais para que se mantenha sempre em movimento e em bom funcionamento;
    • Ler também pode ser uma boa opção, uma vez que treina o cérebro para ser capaz de reter informação;
    • Praticar exercício físico de forma regular;
    • Alimentação tão rica e variada quanto possível;
    • Beber uma taça de vinho tinto por dia;
    • Dormir entre 7.30 e 8 horas por noite;
    • Manter a tensão arterial vigiada, evitando assim a hipertensão.

Depressão

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Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo e a maior parte destes doentes são mulheres. As hormonas femininas, bem como a depressão pós-parto podem induzir crises de depressão. Esta doença caracteriza-se por um desinteresse em relação a tudo o que rodeia o paciente, perda de autoestima, mudanças de humor repentinas e bruscas. Caso não seja tratada ou diagnosticada a tempo, a depressão pode tornar-se uma doença crónica altamente incapacitante e pode até conduzir ao suicídio em casos extremos.

Como prevenir a depressão?

Prevenir a depressão passa essencialmente pelas seguintes medidas:

    • Diminuir o stress e ansiedade diários;
    • O tratamento deve ser sempre conduzido por um profissional porque apenas boa vontade e palavras encorajadoras são incapazes de contornar a depressão;
    • Exercício físico regular;
    • Alimentação saudável;
    • Passatempos apaixonantes que desviam o pensamento de ideias depressivas.

Em caso de reincidência ou manutenção dos sintomas da depressão, é crucial procurar ajuda médica imediata.

Ovário Policístico

Esta doença pode levar algumas mulheres à infertilidade se não for devidamente acompanhada e tratada. É um distúrbio endócrino que atinge cerca de 7% das mulheres em idade reprodutiva, levando à alteração dos níveis hormonais e provocando a formação e crescimento de quistos nos ovários. Esta doença caracteriza-se pela:

  • Menstruação irregular,
  • Micro quistos nos ovários,
  • Elevada produção de testosterona.

Como prevenir o ovário policístico?

Prevenir o ovário policístico passa pelas seguintes medidas preventivas:

  • Uma dieta saudável, que impeça o aumento significativo do peso;
  • Alimentação que não contribua para o aumento da tensão arterial;
  • Evitar situações de stress e de ansiedade;
  • Praticar exercício físico de forma equilibrada;
  • Colesterol e de tensão arterial controlados;
  • Cumprir um calendário regular de visitas ao ginecologista.

Tiroide e doenças mais comuns

Tiroide hipotiroidismo toda a verdade

As doenças da tiroide são diversas mas destacam-se as seguintes:

  • Hipotiroidismo;
  • Hipertiroidismo;
  • Cancro da tiroide;
  • Nódulos da tiroide.

Fibromialgia

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A fibromialgia é um síndrome crónico caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. A fibromialgia é uma das doenças reumáticas com maior incidência na actualidade sendo 80 a 90% dos casos diagnosticados em mulheres. É uma doença crónica invisível, sobre a qual ainda há muito por saber. A fibromialgia não tem tratamento específico e é capaz de provocar dores intensas, no entanto mantém-se até hoje num relativo anonimato, ao qual não será alheio o facto de apenas ter sido reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 1970.

Tensão pré-menstrual (TPM)

A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como transtorno ou síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.

Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil. O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este sindrome que afecta entre 70% a 80% das mulheres com vários graus de gravidade.

Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Enxaqueca e dor de cabeça

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A dor de cabeça ou cefaleia (termo médico) é uma condição de saúde muito comum que afecta imensas mulheres nomeadamente a enxaqueca, tendo, em muitos casos, consequências graves no dia a dia das mesmas. Este artigo pretende ser um contributo para gerir melhor as crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes, ajudar a perceber as suas dores de cabeça, o seu diagnóstico e o seu tratamento. As cefaleias são reais – não se trata apenas de imaginação. Se as dores de cabeça a incomodam é porque necessitam de atenção médica.

Endometriose

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As dores menstruais não devem ser consideradas normais, principalmente quando são persistentes e acontecem mesmo tomando medicamentos para a dor. Estas dores podem estar a sugerir uma endometriose, condição que pode levar à infertilidade.

 O que é a endometriose?

A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crónica e infertilidade.

Artrite reumatóide

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A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crónica que pode limitar os gestos diários destes doentes, como abrir uma porta, agarrar uma caneta ou calçar uns sapatos. A ocorrência global de AR é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.

A Artrite Reumatóide é uma doença reumática inflamatória crónica auto-imune, de etiologia desconhecida, que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e periarticulares. Pode, contudo, afectar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas.

Quando não tratada precoce e correctamente, a artrite reumatóide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidade e mortalidade acrescida em relação à população em

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Concluindo

As doenças comuns nas mulheres são do ponto de vista médico muito interessantes por estarem muitas vezes associadas ao peculiar ciclo hormonal da mulher. Do ponto de vista da mulher o que importa é antes de mais proteger-se, prevenindo a doença e para conseguir este objectivo adoptar alguns hábitos e comportamentos mais saudáveis e seguros do ponto de vista nutricional, comportamental e do exercício físico. Para isso é essencial estar bem informada sobre as doenças, quais as suas causas e saber o que realmente lhe faz bem mesmo quando o melhor é não seguir algumas “modas” alimentares, fisicas e comportamentais! Primeiro informe-se bem e depois pense pela sua cabeça!

Fique bem!

Franklim Fernandes

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