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Iodeto de potássio radiação e profilaxia para acidentes nucleares

A invasão da Rússia à Ucrânia é um choque emocional absolutamente avassalador que não deixa espaço a indiferença e trás à nossa mente o fantasma da última grande guerra mundial e em particular as explosões atómicas de Hiroshima em 6 de agosto de 1945 e Nagasaki em 9 de agosto de 1945 que levaram, em 2 de setembro de 1945, à rendição do Japão. Setenta e seis anos depois vêm a público notícias relacionadas com a corrida desenfreada a medicamentos e suplementos contendo iodeto de potássio (KI) para eventual profilaxia em caso de acidentes nucleares!

Farmacêuticos relatam pedidos nas farmácias

Vários Farmacêuticos têm relatado o aumento de pedidos de comprimidos de iodeto de potássio nos balcões das farmácias para proteção da radiação. A Secção Regional Norte da Ordem dos Farmacêuticos (SRN-OF) considera pertinente uma reflexão sobre a profilaxia com iodeto de potássio para acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo, chamando a atenção para a probabilidade praticamente inexistente desta profilaxia vir a ser necessária, e para o facto dos medicamentos com iodeto de potássio que se encontram à venda nas farmácias serem ineficazes para o efeito pretendido.

Iodeto de potássio e acidente nuclear

Em caso de acidente nuclear, a fissão do urânio produz grandes quantidades de iodo-131 [131I] que podem ser libertadas para a atmosfera; a nuvem de radioatividade resultante pode percorrer até 500 km (como curiosidade, o comprimento de Portugal é de cerca de 561 km). Deste modo, a não ser que o desastre nuclear ocorra em Espanha ou em Portugal, não existe necessidade de profilaxia no nosso país, não havendo assim razão para alarme.

iodo-131 [131I] como entra no organismo?

131I pode entrar no organismo por inalação ou por ingestão de alimentos contaminados. Este isótopo, com uma meia-vida de cerca de 8 dias, é de facto um dos mais perigosos que são libertados num acidente nuclear, porque se concentra na tiroide e emite raios beta e gama durante o seu decaimento, que provocam danos celulares e cancro nesta glândula.

Como funciona o iodeto de potássio(KI)?

A glândula tiroide não consegue diferenciar entre as formas estável e radioativa de iodo, por isso, absorve ambos. O iodeto de potássio funciona de forma a evitar que o iodo radioativo penetre a glândula tiroide, onde pode causar danos. Quando uma pessoa ingere KI, a tiroide absorve o iodo estável presente no medicamento. O iodeto de potássio contém muito iodo em forma estável, fazendo com que a tiroide fique “cheia” e não consiga absorver mais iodo (estável ou radioativo) durante as próximas 24 horas.

Profilaxia com iodeto de potássio

A profilaxia com iodeto de potássio, no caso de acidentes nucleares, pode reduzir significativamente a dose de radiação para a tiroide devido à exposição a 131I. Normalmente, há pouco iodo estável no organismo. Em condições fisiológicas normais, quando ocorre uma  exposição a pequena quantidade de 131I, cerca de 30% será concentrado na tiroide. Após a profilaxia com iodeto de potássio, este compete com o 131I e a sua captação pela tiroide ficará praticamente bloqueada. Na altura do acidente do reator de Chernobyl, o governo polaco distribuiu iodeto de potássio a 95% das crianças polacas e a 23% da população total.

Estimou-se que a concentração de 131I na tiroide dos indivíduos a quem foi administrado iodeto de potássio foi reduzida em quase 40%. No entanto, é fundamental que o iodeto de potássio seja tomado poucas horas após a exposição. Estimando-se que, passadas 3-4 horas, a eficácia é reduzida em 50% (Tabela 1).

Tempo de profilaxia pelo iodeto de potássioEficácia
96 h antes da exposição5%
72 h antes da exposição32%
48 h antes da exposição75%
24 h antes da exposição93%
Durante a exposição99%
1-2 h após exposição85%-90%
3-4 h após exposição50%
8 h após exposição40%
24 h após exposição7%
Tabela 1. Percentagem de eficácia da profilaxia com iodeto de potássio (100 mg) em relação ao tempo de administração e exposição ao 131I (de Int. J. Environ. Res. Public Health 2014, 11, 4158-4200).

Medicamentos aprovados

Em Portugal, existe apenas um medicamento aprovado pelo INFARMED para utilização após acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo – Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos.

De acordo com o resumo das características deste medicamento (consultado em https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/), a posologia deverá ser a seguinte:

  • Adultos e crianças com mais de 12 anos: 2 comprimidos
  • Crianças dos 3 aos 12 anos: 1 comprimido
  • Crianças de 1 mês de idade aos 3 anos: meio comprimido
  • Recém-nascidos e bebés com menos de 1 mês de idade: um quarto de comprimido
  • Mulheres grávidas e a amamentar (de qualquer idade): 2 comprimidos

No entanto, este medicamento não se encontra comercializado. Assim, em caso de eminência de desastre nuclear deverá competir à administração central colocar em prática um plano geral que envolva a pré-distribuição de iodeto de potássio a populações em risco (até 500 km do epicentro de um potencial incidente nuclear) e a administração imediata, até 2 horas após o incidente.

Os doentes que tiveram a sua tiroide removida, ou que têm hipotiroidismo de diferentes etiologias e estão a tomar hormonas da tiroide, não necessitarão de fazer a profilaxia iodeto de potássio, uma vez que a tiroide não concentrará uma quantidade significativa de 131I. Além disso, os indivíduos com mais de 40 anos de idade têm menos probabilidade de desenvolver cancro da tiroide após exposição a 131I.

Efeitos secundários

Os possíveis efeitos secundários do iodeto de potássio podem ser reduzidos utilizando a dose profilática eficaz mais baixa. Quando utilizado pelas autoridades de saúde pública para exposição a 131I, os benefícios do bloqueio da tiroide pelo iodeto de potássio excedem, de longe, os riscos para a saúde de todos os grupos etários. Os efeitos adversos da profilaxia por iodeto de potássio na saúde podem incluir reações alérgicas leves, tais como erupções cutâneas ou desconforto gastrointestinal.

Advertências e precauções especiais de utilização

As advertências e precauções especiais de utilização podem ser consultadas no resumo das características do medicamento Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos. Entre os efeitos mais relevantes são referidos os seguintes relativamente às mulheres grávidas e recém-nascidos, doentes com tirotoxicose e hipertiroidismo:

As mulheres grávidas e a amamentar devem tomar, no máximo, duas doses. Aos recém-nascidos não deve ser administrada mais do que uma única dose. As crianças que tenham reações cutâneas após a primeira toma também não devem tomar mais doses.

Nos primeiros dias de vida, os recém-nascidos estão em especial risco de exposição a iodo radioativo e bloqueio da função tireóidea por sobrecarga de iodeto de potássio. A fração de absorção radioativa é quatro vezes superior à de todos os outros grupos etários. A tiroide neonatal é especialmente sensível ao bloqueio funcional causado por sobrecarga de iodeto de potássio. O hipotiroidismo transitório nesta fase inicial de desenvolvimento cerebral pode resultar na perda de capacidade intelectual. Se for administrado iodo estável a recém-nascidos, é essencial que se faça uma monitorização da função tiroidea. No caso dos recém-nascidos, a quem foi administrado iodeto de potássio nas primeiras semanas de vida, devem ser monitorizados os níveis da TSH e, se necessário, da T4 e deve ser administrada uma terapêutica de substituição adequada.

Os doentes com tirotoxicose tratados clinicamente, ou doentes com antecedentes de tirotoxicose tratada clinicamente que já não estejam em tratamento e aparentemente em remissão, podem estar em risco.

O hipertiroidismo induzido por iodo pode surgir em doentes com bócio nodular assintomático ou doença de Graves latente que não estejam em tratamento médico.

Referências

Super bactérias resistentes são forte causa de morte

As super bactérias e a resistência antimicrobiana (RAM) representam uma grande ameaça à saúde humana em todo o mundo. Diversas publicações estimaram o efeito da resistência antimicrobiana na incidência, mortes, tempo de internamento hospitalar e custos de saúde para combinações específicas de patogénios-drogas em locais selecionados. Um estudo publicado na revista The Lancet apresenta, até ao momento, as estimativas mais abrangentes da carga de resistência antimicrobiana a nível global (204 países)!

Resistência aos antibióticos como aparece?

Os antibióticos são medicamentos capazes de matar ou inibir o crescimento de bactérias, sendo que neste caso (inibir não matar) se denominam bacteriostáticos. A sua eficácia está associada diretamente à bactéria causadora da infeção, por isso nem todos os antibióticos são adequados para o tratamento de uma mesma infeção, devendo ser utilizados apenas no combate a infeções bacterianas e com a respetiva prescrição médica.

A resistência aos antibióticos aparece quando a bactéria a eliminar se modifica como resposta ao uso continuado do mesmo medicamento.

Como exemplo posso descrever uma pessoa que tenha sido infetada com sífilis, uma infeção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e tratada com um antibiótico denominado penicilina benzatina.

Suponhamos que com este tratamento 90% das bactérias são eliminadas e que 10% sobrevivam. Entre as sobreviventes, é possível que parte delas tenha desenvolvido mecanismos de resistência à penicilina benzatina. Estas bactérias sobreviventes vão voltar a multiplicar-se e quando forem expostas de novo ao medicamento, este pode não ter a mesma eficácia, tornando mais difícil o combate à infeção.

O uso indiscriminado de antibióticos nos hospitais e outras instituições de saúde, assim como em práticas agropecuárias contribui imenso para o aumento da resistência antimicrobiana. A compra de antibióticos sem receita médica deve ser completamente abolida para evitar a automedicação inadequada e perigosa para o próprio doente e para a sociedade em geral.

Na rotina hospitalar, por exemplo, diversos procedimentos invasivos tais como a utilização de ventilação mecânica e de cateteres venosos, são portas de entrada para as bactérias, levando ao aumento das infeções hospitalares associadas a estes instrumentos, sendo por consequência intensificado o uso de antibióticos, o que promove a seleção de bactérias resistentes nos hospitais.

A ausência de sistemas de saneamento eficazes, com o lançamento de esgoto de hospitais e domicílios no meio ambiente sem o tratamento adequado, obviamente, favorece o aumento da resistência antimicrobiana. Na natureza, as bactérias entram em contato com outros microrganismos e resíduos de antibióticos, o que gera novos processos de seleção e resistência, assim como grandes alterações da nossa microbiota quando usamos antibióticos de forma errada.

Custos para a sociedade

A resistência bacteriana aumenta os custos de tratamentos, prolonga os dias de internamento dos pacientes nos hospitais e aumenta a taxa de mortalidade. À medida que os antibióticos se tornam ineficazes, o número de infeções que se tornam mais difíceis de tratar também vai aumentar.

Com a limitação e ineficácia dos tratamentos, as infeções que hoje têm um tratamento simples, podem, no futuro, causar sérios danos ao nosso organismo, pois teremos menos recursos para combatê-las.

Um dos acontecimentos mais preocupantes é que existe o uso excessivo de colistina para promoção de crescimento em animais, que demonstrou originar resistência em animais e humanos. A colistina é um dos últimos e mais importantes antibióticos de amplo espectro para a humanidade.

Estudo publicado no The Lancet

Neste estudo foram estimadas mortes e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) atribuíveis e associados à resistência antimicrobiana bacteriana para 23 patogénios e 88 combinações patogénio-droga em 204 países e territórios em 2019. Foram obtidos e estudados dados de revisões sistemáticas da literatura, sistemas hospitalares, sistemas de vigilância e outras fontes, abrangendo 471 milhões de registros individuais ou isolados e 7.585 anos locais de estudo.

Usaram modelagem estatística preditiva para produzir estimativas de carga de resistência antimicrobiana para todos os locais, inclusive para locais sem dados. A abordagem pode ser dividida em cinco componentes amplos:

  • Número de mortes em que a infeção desempenhou um papel;
  • Proporção de mortes infeciosas atribuíveis a uma determinada síndrome infeciosa;
  • Proporção de mortes por síndrome infeciosa atribuíveis a um determinado patogénio;
  • Percentagem de um determinado patogénio resistente a um antibiótico de interesse;
  • Risco excessivo de morte ou duração de uma infeção associada a essa resistência.

Usando esses componentes, foi estimada a carga de doenças com base em dois contrafactuais:

  • Mortes atribuíveis à RAM (com base num cenário alternativo em que todas as infeções resistentes a medicamentos foram substituídas por infeções sensíveis a medicamentos) e
  • Mortes associadas à RAM (com base em um cenário alternativo em que todas as infeções resistentes aos medicamentos foram substituídas por nenhuma infeção).

Os intervalos de incerteza são de 95% para estimativas finais como os 25º e 975º valores ordenados em 1.000 sorteios posteriores, e os modelos foram validados de forma cruzada para validade preditiva fora da amostra. Apresentam-se estimativas finais agregadas ao nível global e regional.

Quais as bactérias mais resistentes?

Com base nos modelos estatísticos preditivos, houve uma estimativa de 4,95 milhões de mortes associadas à resistência antimicrobiana bacteriana em 2019, incluindo 1,27 milhões de mortes atribuíveis à RAM bacteriana. A nível regional, estimamos que a taxa de mortalidade em todas as idades atribuível à resistência seja mais alta na África subsaariana ocidental, com 27,3 mortes por 100.000, e mais baixa na Australásia, com 6,5 mortes por 100 000.

As infeções respiratórias inferiores foram responsáveis ​​por mais de 1,5 milhões de mortes associadas à resistência em 2019, tornando-se a síndrome infeciosa mais onerosa. Os seis principais patogénios de mortes associadas à resistência antimicrobiana são as seguintes bactérias:

  • Escherichia coli,
  • Staphylococcus aureus,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Streptococcus pneumoniae,
  • Acinetobacter baumannii.
  • Pseudomonas aeruginosa.

Estas seis bactérias foram responsáveis ​​por 929.000 mortes atribuíveis à RAM e 3,57 milhões de mortes associadas à RAM em 2019.

Antibióticos com mais resistências

A combinação de patogénio-droga, Staphylococcus aureus resistente à meticilina, causou mais de 100.000 mortes atribuíveis à resistência antimicrobiana em 2019, enquanto mais seis bactérias causaram, cada uma, 50.000 a 100 000 mortes. Essas seis bactérias extremamente perigosas são as seguintes:

  • Bacilo da tubercolose, Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch multiresistente a diversos medicamentos,
  • Escherichia coli de terceira geração resistente a cefalosporinas,
  • Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem,
  • Escherichia coli resistente a fluoroquinolonas,
  • Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenem,
  • Klebsiella pneumoniae resistente a cefalosporina de terceira geração.

Resistência bacteriana

A resistência bacteriana a antimicrobianos que ocorre quando mudanças nas bactérias fazem com que os medicamentos usados para tratar infeções se tornem menos eficazes – emergiu como uma das principais ameaças à saúde pública do século XXI. A Revisão sobre Resistência Antimicrobiana, encomendada pelo governo do Reino Unido, argumentou que a RAM poderia matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050.

Embora essas previsões tenham sido criticadas por alguns a OMS e vários outros grupos e pesquisadores concordam que a disseminação da RAM é uma questão urgente que requer um plano de ação global e coordenado para abordar este assunto, Informações sobre a magnitude atual da carga da RAM bacteriana, tendências em diferentes partes do mundo e as principais combinações de patógénios-drogas que contribuem para a carga de RAM bacteriana é crucial. Se não for controlada, a disseminação da RAM pode tornar muitos patogénios bacterianos muito mais letais no futuro do que são hoje.

Antibióticos usados pecuária

O uso de antibióticos na criação de animais é um dos temas mais relevantes para combater a resistência bacteriana e proteger a nossa saúde. A tentação para os criadores é imensa pois os animais crescem mais e mais rápido o que melhora muito o lucro das explorações.

No entanto os antibióticos usados na pecuária acabam por deixar vestígios na carne dos animais que depois passam para os humanos quando os consumimos com consequências devastadoras na nossa saúde, muita vezes sem nos apercebermos!

Uma delas é a alteração dramática da nossa microbiota ou flora intestinal com efeitos severos na nossa saúde que só há poucos anos começamos a descobrir mas que se pensa poderem agravar ainda mais os números assustadores de doenças autoimunes e até depressão!

Assim é de vital importância que sejam monitorizados de forma séria o uso de antibióticos dados aos animais, sendo que devem são geralmente proibidos o uso dos seguintes antibióticos:

  • Avoparcina,
  • Anfenicóis,
  • Tetraciclinas, 
  • Penicilinas,
  • Cefalosporinas,
  • Quinolonas,
  • Sulfonamidas,
  • Eritromicina,
  • Espiramicina,
  • Colistina,
  • Tilosina,
  • Lincomicina,
  • Tiamulina.

Covid-19 faz aumentar resistência bacteriana

A covid-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e portanto, sendo um vírus, os antibióticos não têm qualquer efeito terapêutico sobre ele. No entanto, o aumento no número de doentes internados com Covid-19 aumentou o uso de antibióticos em larga escala por todo o mundo.

Por exemplo a azitromicina 500mg e amoxicilina com ácido clavulânico 875mg/125mg,  foram usados de forma alargada em diversos protocolos iniciais de combate à covid-19.

O aumento do uso de antibióticos deve-se principalmente ao tratamento de infeções hospitalares, comuns em doentes internados por períodos de tempo mais prolongados, como em casos graves de Covid-19.

Esta pandemia de SARS-CoV-2 sublinhou a importância de duas estratégias de combate simples mas muito eficazes:

  • Lavagem das mãos para conter a disseminação de doenças;
  • Vacinas muito úteis, em termos da resistência, porque reduzem a necessidade de antibióticos e previnem a doença grave.

Assim é urgente estimular o desenvolvimento de novas drogas, pois atualmente temos um número muito limitado de antibióticos que apresentam eficácia no combate às bactérias multirresistentes.

Farmacêuticas pouco interessadas

A formulação de um novo antibiótico pode levar de 10 a 15 anos e as bactérias vão continuar a desenvolver mecanismos de resistência, o que torna o desenvolvimento de novos antibióticos um mercado pouco lucrativo para as farmacêuticas.

No meu artigo Top 20 farmacêuticas mais poderosas, pode constatar que apesar de tantos novos medicamentos serem lançados, não está descrito um único antibiótico novo.

As grandes empresas farmacêuticas tomam uma decisão calculada de risco e retorno, a menos que os governos ofereçam financiamento ou forte suporte, elas não investem em soluções terapêuticas pouco rentáveis.

A limitação das drogas disponíveis para o tratamento de infeções bacterianas chama a atenção para o investimento urgente em pesquisa de forma a alargar o estudo de novas formas de eliminação das bactérias.

Para pensar em novas formas de combate, é importante estudar a estrutura da bactéria, conhecer os mecanismos de resistência e investigar novos alvos de antibióticos.

10 medidas contra a resistência bacteriana

Num cenário alarmante de resistência bacteriana no mundo, os seguintes dez pontos de ação podem ajudar nas decisões de governos e autoridades sanitárias:

Fonte: Tackling drug-resistant infections globally: Final report and recommendation

Referências

Resfriado ou constipação produz células T contra SARS-CoV-2

Resfriado ou constipação afinal podem produzir benefícios no combate ao SARS-CoV-2! Pessoas com níveis mais altos de células T ou Linfócitos T, produzidas pelo resfriado comum causado por vírus da família dos coronavírus, têm menos probabilidade de serem infetadas com SARS-CoV-2.

Um novo estudo, publicado na Nature Communications e liderado por pesquisadores do Imperial College London, fornece a primeira evidência de um papel protetor para essas células T. Embora estudos anteriores tenham mostrado que as células T induzidas por outros coronavírus podem reconhecer o SARS-CoV-2, o novo estudo examina pela primeira vez como a presença dessas células T no momento da exposição ao SARS-CoV-2 influencia se alguém é infetado .

Os pesquisadores também dizem que s suas descobertas fornecem um plano para uma vacina universal de segunda geração que poderia prevenir a infecção de variantes atuais e futuras do SARS-CoV-2, incluindo o Omicron.

Células T pré-existentes

Rhia Kundu, primeiro autor do estudo, do Imperial’s National Heart & Lung Institute, diz: “Ser exposto ao vírus SARS-CoV-2 nem sempre resulta em infeção, e estamos ansiosos para entender o porquê. Descobrimos que altos níveis de células T pré-existentes, criadas pelo corpo quando infetado com outros coronavírus humanos, como o resfriado comum, podem proteger contra a infeção por COVID-19.

“Embora esta seja uma descoberta importante, é apenas uma forma de proteção, e eu enfatizo que ninguém deve confiar apenas nisso. Em vez disso, a melhor maneira de se proteger contra o COVID-19 é ser totalmente vacinado, incluindo obter a sua dose de reforço.”

O estudo começou em setembro de 2020, quando a maioria das pessoas no Reino Unido não havia sido infetada nem vacinada contra o SARS-CoV-2. Incluiu 52 pessoas que viviam com alguém com infeção por SARS-CoV-2 confirmada por PCR e que, portanto, foram expostas ao vírus. Os participantes fizeram testes de PCR no início e 4 e 7 dias depois, para determinar se desenvolveram uma infeção.

Amostras de sangue dos 52 participantes foram recolhidas dentro de 1 a 6 dias após a exposição ao vírus. Isso permitiu que os pesquisadores analisassem os níveis de células T pré-existentes induzidas por infeções anteriores por coronavírus do resfriado comum que também reconhecem proteínas do vírus SARS-CoV-2.

Nova vacina para todas as variantes

Proteínas internas do SARS-CoV-2 são atacadas

Os pesquisadores descobriram que havia níveis significativamente mais altos dessas células T de reação cruzada nas 26 pessoas que não foram infetadas, em comparação com as 26 pessoas que foram infetadas. Essas células T visavam proteínas internas dentro do vírus SARS-CoV-2, em vez da proteína spike na superfície do vírus, para proteger contra infeções.

As vacinas atuais não induzem uma resposta imune a essas proteínas internas. Os pesquisadores dizem que paralelamente às vacinas já existentes eficazes e direcionadas às proteínas da espícula (spike), as proteínas internas oferecem um novo alvo para as vacinas que pode fornecer proteção duradoura porque as respostas das células T persistem por mais tempo do que as respostas de anticorpos que diminuem alguns meses após a vacinação.

O professor Ajit Lalvani, autor sénior do estudo e diretor da Unidade de Pesquisa de Proteção à Saúde de Infeções Respiratórias do NIHR no Imperial, diz: “O nosso estudo fornece a evidência mais clara até ao momento de que as células T induzidas por coronavírus do resfriado comum desempenham um papel protetor contra a infeção pelo SARS-CoV -2 ou seja contra a Covid-19. Essas células T fornecem proteção atacando proteínas dentro do vírus, em vez da proteína spike existente na sua superfície.

Proteínas internas versus proteína “spike” (espícula)

A proteína spike está sob intensa pressão imunológica dos anticorpos induzidos pela vacina que impulsiona a evolução dos mutantes de escape da vacina. Em contraste, as proteínas internas direcionadas pelas células T protetoras que identificamos sofrem muito menos mutações. Consequentemente, elas são altamente conservadas entre as diversas variantes do SARS-CoV-2, incluindo a omicron.

Novas vacinas que incluem essas proteínas internas conservadas induziriam, portanto, respostas de células T amplamente protetoras que deveriam proteger contra variantes atuais e futuras do SARS-CoV-2.

Limitações do estudo

Os pesquisadores observam algumas limitações do seu estudo, incluindo que, por ser pequeno e 88% dos participantes serem de etnia branca europeia, não é possível modelar fatores demográficos.

O estudo foi financiado pelo NIHR Health Protection Research Unit in Respiratory Infections e pelo Medical Research Council.

Células T ou Linfócitos T

Os linfócitos T são células imunitárias que completam a maturação no timo (daí a letra T). Estas células, linfócitos T, diferenciam-se em duas classes:

  • Linfócitos T auxiliares (CD4+) – através de informações recebidas pelos macrófagos, estimulam a ativação dos linfócitos T matadores (CD8+) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliares que comandam a defesa do organismo.
  • Linfócitos T assassinos ou citotóxicos (CD8+) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infetadas ou estranhas ao organismo.

A Célula T é um tipo de leucócito ou glóbulo branco com um papel essencial no sistema imunitário. Nas primeiras oito semanas da vida fetal nos humanos, as futuras células T formam-se no tecido embrionário do timo. No interior desta glândula, estas células experimentam um processo complexo de diferenciação, seleção e maturação.

A diferenciação das células T implica a síntese de diferentes tipos de glicoproteínas (combinações de proteínas e hidratos de carbono). Estas moléculas são espalhadas na superfície das células T maduras e determinam a sua função e os antigénios com que interatuam.

As glicoproteínas CD4 e CD8 dão origem a células T diferentes: os linfócitos T CD4+ (T4 ou helper, auxiliares, com especial função na ativação específica das defesas do organismo) e os linfócitos T CD8+ (T8 ou citotóxicos, altamente especializados na destruição de células reconhecidas como anormais ou estranhas ao organismo), respetivamente.

É também de natureza glicoproteica o recetor – TCR (T Cell Recetor) – pelo qual as células reconhecem as células do seu próprio organismo e os antigénios estranhos que invadem as células. Contudo o recetor da célula T não é um anticorpo. O recetor é constituído por duas cadeias diferentes de polipeptídeos. Durante a diferenciação de cada célula T, os genes codificadores destas duas cadeias estão associados pela seleção e união dos dois segmentos diferentes dos genes. O conjunto de genes aos quais as células T recetoras estão associadas, é, contudo, diferente daqueles em que os genes para anticorpos estão associados.

Existem ainda outros tipos de células T, como, por exemplo, os reguladores, que ajudam a moderar ou, em alguns casos, a suprimir uma resposta imunitária, e os de memória, que, por resultarem da multiplicação de uma célula T que foi, a determinada altura, chamada a atuar, em circunstâncias análogas posteriores fazem com que a resposta imunitária seja mais rápida por não necessitarem de fazer o reconhecimento da situação (uma vez que a mesma foi memorizada). Esta capacidade de memorização também existe nas células B.

Referências

PAXLOVID PF-07321332 da PFIZER 89% eficaz cura Covid-19?

Paxlovid é o nome comercial de um novo medicamento da Pfizer que combina PF-07321332 e Ritonavir num único comprimido para tratar doentes com Covid-19. Perante os extraordinários resultados dos estudos clínicos de fase 2/3, que descrevo neste artigo, o entusiasmo dos investigadores é indisfarçável! Será o primeiro medicamento oral que consegue curar a doença?

Ao longo desta pandemia, progressos significativos foram feitos no tratamento da COVID-19 e no apoio para salvar vidas. Este progresso inclui o desenvolvimento de infusões de anticorpos monoclonais que preservam a vida e o reaproveitamento dos medicamentos existentes, para os quais as parcerias público-privada de Aceleração das Intervenções e Vacinas Terapêuticas COVID-19 (ACTIV), por exemplo do NIH (National Institutes of Health) deu uma contribuição importante.

Molnupiravir da Merck

Durante muitos meses, tivemos esperanças de que um medicamento oral seguro e eficaz pudesse ser desenvolvido para reduzir o risco de doença grave para indivíduos recém-diagnosticados com COVID-19. A primeira indicação de que essas esperanças podem ser realizadas veio do anúncio, em Outubro de 2021, de uma redução de 50% nas hospitalizações dos doentes que tomaram o medicamento molnupiravir da Merck e Ridgeback (originalmente desenvolvido com uma bolsa do NIH para a Emory University, Atlanta).

Agora vem a notícia de um segundo medicamento por via oral com eficácia potencialmente maior ou seja um comprimido antiviral da Pfizer Inc. que visa uma etapa diferente no ciclo de vida do SARS-CoV-2, o novo coronavírus que causa a doença COVID-19.

Paxlovid e PF-07321332 da Pfizer

As notícias mais empolgantes começaram a surgir no início de Novembro de 2021, quando uma equipa de pesquisa da Pfizer publicou na revista Science alguns dados iniciais promissores envolvendo o comprimido antiviral e os seus compostos ativos [1].

Artigo da Science: An oral SARS-CoV-2 Mpro inhibitor clinical candidate for the treatment of COVID-19

Então, vieram notícias ainda maiores alguns dias depois, quando a Pfizer anunciou os resultados provisórios de um grande ensaio clínico de fase 2/3. Ele descobriu que, quando tomado dentro de três dias após o desenvolvimento dos sintomas de COVID-19, o comprimido reduziu em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos com alto risco de progredir para doença grave [2].

Anúncio da Pfizer: Pfizer’s Novel COVID-19 Oral Antiviral Treatment Candidate Reduced Risk of Hospitalization or Death by 89% in Interim Analysis of Phase 2/3 EPIC-HR Study

Por recomendação do comité independente de monitorização de dados do ensaio clínico e em consulta com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, a Pfizer suspendeu o estudo com base na força dos resultados provisórios. A Pfizer planeia enviar os dados à FDA para Autorização de Uso de Emergência muito em breve.

PF-07321332 inibidor de protease

O comprimido antiviral da Pfizer é um inibidor de protease, originalmente chamado de PF-07321332, ou apenas 332 se abreviado. Uma protease é uma enzima que cliva (quebra) uma proteína numa série específica de aminoácidos. O vírus SARS-CoV-2 codifica a sua própria protease para ajudar a processar uma grande poliproteína codificada por vírus em segmentos menores que necessita para o seu ciclo de vida.

Um inibidor da protease pode impedir que isso aconteça. Se o termo inibidor de protease soa como uma campainha, é porque drogas que funcionam dessa forma já são usadas para tratar outros vírus, incluindo o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o vírus da hepatite C.

Protease 3CL ou protease Mpro

Mecanismo e ação

No caso do 332, ele tem como alvo uma protease chamada Mpro, também chamada de protease 3CL, codificada pelo SARS-CoV-2. O vírus usa essa enzima para cortar algumas proteínas virais mais longas em segmentos mais curtos para uso na replicação. Com o Mpro fora de ação, o coronavírus não consegue fazer mais réplicas de si mesmo para infetar outras células.

Inibidor de protease tem vantagem

Uma grande vantagem desta abordagem terapêutica que usa inibidores de proteases é que as mutações nas estruturas de superfície do SARS-CoV-2, como a proteína spike (espicula), não devem afetar a eficácia de um inibidor de protease. O PF-07321332 tem como alvo uma enzima viral altamente conservada, mas essencial. Na verdade, a Pfizer sintetizou originalmente e avaliou pré-clinicamente os inibidores da protease anos atrás como um tratamento potencial para a síndrome respiratória aguda grave (SARS), que é causada por um coronavírus intimamente relacionado ao SARS-CoV-2. O medicamento PF-07321332 pode até ter eficácia contra outros coronavírus que causam o resfriado comum.

Potente antiviral contra diversos coronavírus

No estudo publicado em novembro de 2021 na prestigiada revista Science [1], a equipe da Pfizer liderada por Dafydd Owen, da Pfizer Worldwide Research, Cambridge, MA, relatou que a versão mais recente de seu inibidor Mpro mostrou potente atividade antiviral em testes de laboratório não apenas contra SARS- CoV-2, mas também contra todos os coronavírus que eles testaram e que infetam pessoas. Um estudo mais aprofundado em células humanas e modelos com ratos de infeção por SARS-CoV-2 sugeriu que o tratamento pode funcionar para limitar a infeção e reduzir os danos no tecido pulmonar.

No artigo publicado na Science, Owen e colegas também relataram os resultados de um ensaio clínico de fase 1 com seis pessoas saudáveis. Eles descobriram que o inibidor da protease, quando tomado por via oral, era seguro e poderia atingir concentrações na corrente sanguínea que deveriam ser suficientes para ajudar a combater o vírus.

PAXLOVID composição

Mas será que funcionaria tratar COVID-19 numa pessoa infetada? Até agora, os resultados preliminares do ensaio clínico maior do candidato a medicamento, agora conhecido como PAXLOVID ™, certamente parecem encorajadores. PAXLOVID ™ é uma formulação que combina o novo inibidor da protease PF-07321332, com uma dose baixa de um medicamento antiviral já existente, chamado ritonavir, que retarda o metabolismo de alguns inibidores da protease e, portanto, os mantém ativos no corpo por períodos de tempo mais longos.

Ensaio clínico com 1200 adultos

O ensaio clínico de fase 2/3 incluiu cerca de 1.200 adultos dos Estados Unidos e de todo o mundo que se inscreveram no ensaio clínico. Para serem elegíveis, os participantes do estudo precisavam de ter um diagnóstico confirmado de COVID-19 em um período de cinco dias, juntamente com sintomas leves a moderados da doença. Eles também exigiam pelo menos uma característica ou condição associada a um risco aumentado de desenvolvimento de doença grave de COVID-19. Cada indivíduo no estudo foi selecionado aleatoriamente para receber o antiviral experimental ou um placebo a cada 12 horas durante cinco dias.

Resultados do ensaio clínico

Em pessoas tratadas no espaço de três dias de desenvolver sintomas de COVID-19, o anúncio da Pfizer relata que 0,8 por cento (3 de 389) daqueles que receberam PAXLOVID ™ foram hospitalizados em 28 dias em comparação com 7 por cento (27 de 385) daqueles que receberam o placebo. Resultados encorajadores semelhantes foram observados naqueles que receberam o tratamento dentro de cinco dias após o desenvolvimento dos sintomas. Um por cento (6 de 607) no antiviral foi hospitalizado contra 6,7 ​​por cento (41 de 612) no grupo do placebo. No geral, não houve mortes entre as pessoas que tomaram PAXLOVID ™ mas 10 pessoas no grupo do placebo (1,6 por cento) morreram posteriormente.

Se tudo correr bem com a revisão da FDA, a esperança é que PAXLOVID ™ possa ser prescrito como um tratamento caseiro para prevenir doenças graves, hospitalização e mortes. A Pfizer também lançou dois ensaios adicionais do mesmo medicamento candidato, sendo um ensaio em pessoas com COVID-19 que estão sob risco padrão de desenvolver doenças graves e outro ensaio para avaliar a sua capacidade de prevenir a infeção em adultos expostos ao coronavírus por um membro da família.

Molnupiravir aprovado

Enquanto isso, a Grã-Bretanha aprovou recentemente outro antiviral chamado molnupiravir desenvolvido recentemente, que retarda a replicação viral de uma maneira diferente, ou seja bloqueando a sua capacidade de copiar o seu genoma de RNA com precisão.

A FDA reunirá para discutir o pedido da Merck e Ridgeback para uma Autorização de Uso de Emergência do antiviral molnupiravir para tratar COVID-19 leve a moderado em adultos infetados com alto risco de doença grave [3].

Pfizer reforça poder

Depois da vacina da Pfizer ser um estrondoso sucesso comercial e, para já, também terapêutico, se conseguir provar a segurança e eficácia deste novo tratamento antiviral oral Paxlovid contra a Covid-19, a Pfizer vai certamente subir imenso no ranking das Farmacêuticas mais poderosas do Mundo que todos os anos acompanho.

Em 2020 a Pfizer ocupou o 8º lugar no top das 20 Farmacêuticas mais poderosas do mundo, lideradas pela Johnson & johnson . Em 2021 com o sucesso da campanha de vacinação global contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer, não é difícil prever que possa alcançar o top 3 das Farmacêuticas mais poderosas do mundo.

Como farmacêutico a minha primeira preocupação não é o sucesso comercial mas sim a segurança do medicamento e só depois a sua eficácia e sucesso mediático! A história da farmácia mostra-nos que infelizmente são muitos os casos historicamente descritos de sucessos mediáticos fantásticos que mais tarde demonstraram ser mortais para muitos doentes!

Referências:

[1] An oral SARS-CoV-2 M(pro) inhibitor clinical candidate for the treatment of COVID-19. Owen DR, Allerton CMN, Anderson AS, Wei L, Yang Q, Zhu Y, et al. Science. 2021 Nov 2: eabl4784.

[2] Pfizer’s novel COVID-19 oral antiviral treatment candidate reduced risk of hospitalization or death by 89% in interim analysis of phase 2/3 EPIC-HR Study . Pfizer. November 5, 2021.

[3] FDA to hold advisory committee meeting to Discuss Merck and Ridgeback’s EUA Application for COVID-19 oral treatment. Food and Drug Administration. October 14, 2021.

https://directorsblog.nih.gov/tag/pf-07321332/

Desenho racional de inibidores da Mpro, 3CLpro, protease principal do SARS-CoV-2

OMICRON (B.1.1.529) NOVA VARIANTE DE PREOCUPAÇÃO SARS-COV-2


O Grupo de Aconselhamento Técnico sobre a evolução do vírus SARS-CoV-2 (TAG-VE) é um grupo independente de especialistas que monitoriza periodicamente a evolução do SARS-CoV-2 e avalia se as mutações específicas e combinações de mutações alteram o comportamento do vírus. O TAG-VE foi convocado em 26 de novembro de 2021 para avaliar a nova variante Omicron do SARS-CoV-2 também denominada B.1.1.529 e que apresenta o maior número de mutações até agora descobertas. Será que a imunidade natural resiste de forma aceitável a esta nova variante?

A Omicron ou variante B.1.1.529 foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial de Saúde (OMS) da África do Sul em 24 de novembro de 2021. A situação epidemiológica na África do Sul foi caracterizada por três picos distintos nos casos relatados, o último dos quais foi predominantemente a variante Delta. Nas últimas semanas, as infeções aumentaram abruptamente, coincidindo com a deteção da variante B.1.1.529. A primeira infeção B.1.1.529 confirmada conhecida foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021.

Esta variante apresenta um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes. A evidência preliminar sugere um risco aumentado de reinfeção com esta variante, em comparação com outras variantes de preocupação (VOCs – Variants of Concern). O número de casos desta variante parece estar a aumentar em quase todas as províncias da África do Sul. Os diagnósticos de PCR atuais do SARS-CoV-2 continuam a detetar essa variante.

Vários laboratórios indicaram que para um teste de PCR amplamente usado, um dos três genes-alvo não é detetado (chamado de perda do gene S ou falha do gene S) e este teste pode, portanto, ser usado como marcador para esta variante, enquanto a confirmação do sequenciamento é pendente. Usando essa abordagem, essa variante foi detetada em taxas mais rápidas do que surtos anteriores de infeção, sugerindo que essa variante pode ter uma vantagem de crescimento.

Há uma série de estudos em andamento e o TAG-VE continuará a avaliar esta variante Omicron. A OMS comunicará as novas descobertas aos Estados Membros e ao público, conforme necessário, de forma a facilitar decisões publicas sobre imunidade natural versus vacinação.

Com base nas evidências apresentadas indicativas de uma alteração prejudicial na epidemiologia do COVID-19, o TAG-VE informou a OMS que esta variante deveria ser designada como variante de preocupação (VOC) – Variant of Concern) e a OMS designou a B.1.1.529 como VOC, denominando-a Omicron.

Como tal, os países são solicitados a fazer o seguinte:

  • Melhorar a vigilância e os esforços de sequenciamento para compreender melhor as variantes circulantes do SARS-CoV-2.
  • Enviar sequências completas do genoma e metadados associados a um banco de dados disponível publicamente, como o GISAID.
  • Relatar casos / grupos iniciais associados à infeção por VOC à OMS por meio do mecanismo de RSI.
  • Onde houver capacidade e em coordenação com a comunidade internacional, realizar investigações de campo e avaliações laboratoriais para melhorar a compreensão dos impactos potenciais do COV na epidemiologia, gravidade, eficácia da saúde pública e medidas sociais, métodos de diagnóstico, respostas imunes, anticorpos de neutralização ou outras características relevantes.
  • Os indivíduos são lembrados de tomar medidas para reduzir o risco de COVID-19, incluindo medidas sociais e de saúde pública comprovadas, como uso de máscaras bem ajustadas, higiene das mãos, distanciamento físico, melhoria da ventilação de espaços internos, evitando espaços lotados e sendo vacinados.

Para referência, a OMS tem definições de trabalho para SARS-CoV-2, a saber:

  • Variante de Interesse (VOI);
  • Variante de Preocupação (VOC).

VOI ou variante de interesse

Para ser considerada uma variante de interesse tem de apresentar as seguintes características:

  • Alterações genéticas que são previstas ou conhecidas por afetar as características do vírus, como transmissibilidade, gravidade da doença, escape imunológico, escape diagnóstico ou terapêutico;
  • Identificada como causadora de transmissão significativa na comunidade ou múltiplos clusters COVID-19, em vários países com prevalência relativa crescente juntamente com o aumento do número de casos ao longo do tempo, ou outros impactos epidemiológicos aparentes para sugerir um risco emergente para a saúde pública global.

VOC ou variante de preocupação

SARS-CoV-2 VOC é uma variante SARS-CoV-2 que atende à definição de um VOI (ver acima) e, por meio de uma avaliação comparativa, demonstrou estar associado a uma ou mais das seguintes alterações em um determinado grau de importância para a saúde pública global:

  • Aumento da transmissibilidade ou alteração prejudicial na epidemiologia da COVID-19; ou
  • Aumento da virulência ou mudança na apresentação clínica da doença; ou
  • Diminuição da eficácia da saúde pública e medidas sociais ou diagnósticos, vacinas, terapêuticas disponíveis

Imunidade natural ou vacina, a polémica!

Principalmente na pandemia de SARS-CoV-2, existe uma grande polémica instalada entre os “fanáticos” apoiantes da imunidade natural, portanto sem recurso a vacinas, e os “religiosos” apoiantes da vacinação. De facto ambos os “clubes” têm algumas razões com suporte científico para apoiar a sua causa. Eu pessoalmente não pertenço a nenhum desses “clubes” nem a outros que sofram de uma certa “cegueira científica”.

A ciência tem feito o seu trabalho e os números e a a matemática fazem o resto, só não vê quem não quer.

Assim obviamente os números e a ciência, neste momento apoiam fortemente a vacinação da população simplesmente porque, em percentagem, morrem muito menos pessoas nos grupos vacinados do que nos não vacinados.

Esta realidade no entanto não pode esconder que as vacinas são medicamentos com potenciais efeitos adversos e até fatais em alguns casos mas apanhar a doença Covid-19 ainda continua a ser um risco bem maior!

Leia também aqui: Vacinas Covid-19 efeitos colaterais, toda a verdade!

Acresce que a mais recente investigação tem provado que os mais resistentes á Covid-19 são agora os que já tiveram Covid e apanharam uma dose da vacina ou seja têm uma imunidade melhor do que quem apanhou 2 doses da vacina e nunca apanhou Covid-19. Este facto suporta a teoria que a melhor imunidade se consegue com um misto dos dois “clubes” ou seja alguma exposição ao vírus (imunidade natural) mas com reforço de vacinação.

A vacinação não prejudica a imunidade natural e esta obviamente seria a desejada para todos mas convém lembrar os “naturalistas” que só ficam imunes se o vírus não os matar antes, quer seja diretamente por doença causada pelo vírus ou à espera de assistência hospitalar para qualquer outra doença grave, durante um período de rutura dos serviços de saúde onde correrá o risco e não ser assistido a tempo de se salvar! Convém não ter a memória curta e ainda não passaram muitos meses sobre esta realidade a que todos assistimos de forma traumática!

Leia aqui também: Quais as mutações mais preocupantes do SARS-CoV-2 e qual a sua perigosa função?

MOLNUPIRAVIR COMPRIMIDO DA MERCK PARA A COVID 19

Molnupiravir é um comprimido antiviral experimental desenvolvido pela Merck & Co que pode reduzir para metade as probabilidades de morrer ou ser hospitalizado para aqueles com maior risco de contrair COVID-19 grave, de acordo com dados que os especialistas saudaram como um avanço potencial na forma como o vírus é tratado.

Se obtiver autorização da FDA, o molnupiravir, que se destina a introduzir erros no código genético do vírus, seria o primeiro medicamento antiviral oral para a COVID-19.

A Merck e o parceiro Ridgeback Biotherapeutics disseram que acreditam conseguir autorização de uso de emergência nos EUA para o medicamento o mais rápido possível e fazer aplicações regulatórias em todo o mundo.

Tratamentos atuais

As opções de tratamento atuais aprovadas, quando os doentes estão já em internamento,  são as seguintes:

  • Remdesivir – da Gilead Sciences que é um antiviral aplicado por infusão venosa;
  • Dexametasona – que é um esteróide genérico.

Mecanismo de ação do Molnupiravir

O Molnupiravir não atua na proteína espícula (spike) do vírus mas inibe a enzima RNA polymerase que é essencial para o vírus se multiplicar, causando defeitos genéticos no vírus que o tornam inviável.

Os resultados do ensaio de Fase III foram tão positivos que o estudo foi interrompido precocemente por recomendação de monitores externos.

A Pfizer e a farmacêutica suíça Roche também estão a tentar desenvolver um comprimido antiviral fácil de administrar para COVID-19. Por enquanto, apenas as misturas de anticorpos que precisam de ser administrados por via intravenosa são aprovados para pacientes não hospitalizados.

Estudo foi interrompido

Uma análise provisória de 775 pacientes no estudo da Merck analisou hospitalizações ou mortes entre pessoas em risco de doença grave. A análise revelou que 7,3% daqueles que receberam molnupiravir duas vezes ao dia durante cinco dias foram hospitalizados e nenhum morreu 29 dias após o tratamento. Isso em comparação com uma taxa de hospitalização de 14,1% para pacientes que receberam placebo. Também houve oito mortes no grupo do placebo.

O estudo envolveu pacientes com COVID-19 leve a moderado confirmado em laboratório, que apresentaram sintomas por não mais do que cinco dias. Todos os pacientes tinham pelo menos um fator de risco associado ao desfecho mau da doença, como obesidade ou idade avançada.

Eficácia

A Merck seguiu um estudo detalhado do inibidor da polimerase em furões, visto que furões e membros relacionados do gênero doninha podem transmitir vírus de forma assintomática, semelhante à disseminação humana de vírus. Os pesquisadores descobriram que essa droga não apenas impede que grupos de animais próximos fiquem tão doentes, mas também reduz a transmissão do vírus. A figura abaixo demonstra a duração do estudo do furão e o agrupamento do teste. Esses resultados podem muito bem ser replicados em testes em humanos, quando os dados forem divulgados.

Em estudos com animais, medicamentos da mesma classe do molnupiravir foram associados a defeitos congênitos. A Merck disse que estudos semelhantes com o molnupiravir, por mais tempo e em doses mais altas do que o usado em humanos, indicam que a droga não afeta o DNA de mamíferos.

A Merck disse que o sequenciamento viral feito até agora mostra que o molnupiravir é eficaz contra todas as variantes do coronavírus, incluindo a Delta, altamente transmissível, que gerou o recente aumento mundial de hospitalizações e mortes.

Reações adversas

As taxas de reações adversas foram semelhantes para pacientes com molnupiravir e placebo, mas não deu detalhes.

A Merck disse que os dados mostram que o molnupiravir não é capaz de induzir mudanças genéticas nas células humanas, mas os homens inscritos em seus testes tiveram que se abster de relações heterossexuais ou concordar em usar anticoncepcionais. As mulheres em idade fértil que participaram no estudo também precisavam de usar métodos anticoncepcionais.

FDA aprovou mas com 10 votos contra

A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA autorizou no final de dezembro de 2021, o comprimido da Merck, molnupiravir, para tratar a variante Omicron.

Embora o antiviral da Pfizer chamado PAXLOVID, possa mostrar mais eficácia e o comprimido da Merck tenha deixado alguns cientistas a questionar os perigos por trás de seu mecanismo de ação, o molnupiravir será outra arma no arsenal de tratamentos COVID-19 para os EUA num momento de necessidade, quando dois tratamentos com anticorpos monoclonais (mAb) da Regeneron e Eli Lilly deixaram de ser eficazes contra o a variante Omicron e, como o fornecimento de um terceiro mAb da Vir / GlaxoSmithKline, é muito limitado.

Os suprimentos do comprimido da Merck não serão tão limitados, já que os EUA podem ter cerca de 400.000 tratamentos de molnupiravir disponíveis nos próximos dias e, até o final de janeiro de 2022, o governo dos EUA espera ter cerca de 3 milhões de tratamentos, que é toda a encomenda que os EUA fizeram.

A preocupação com o monupiravir é que funciona inibindo a replicação do SARS-CoV-2 por meio da mutagénese viral, e alguns cientistas levantaram sérias reservas sobre esse mecanismo de ação.

O Comité Consultivo de Drogas Antimicrobianas da FDA votou por 13 contra 10 no mês passado a favor dos benefícios da pílula superando os riscos para adultos dentro de 5 dias de desenvolver sintomas de COVID-19.

“Os membros do comité que votaram ‘Não’ citaram o seguinte como razões para concluir que a relação risco-benefício geral era desfavorável:

  • Alto número necessário para tratar em comparação com o placebo;
  • Eficácia incerta contra a variante Delta;
  • Potencial para conduzir mutações virais;
  • Riscos de mutagenicidade ”, de acordo com um resumo da reunião.

A Merck deve fornecer relatórios ao FDA mensalmente, resumindo todas as descobertas como resultado das suas atividades de monitorização de bancos de dados genómicos para o surgimento de variantes virais globais.

Como parte da autorização de dezembro de 2021, o FDA deixou claro que deve ser fornecido para aqueles “para os quais as opções alternativas de tratamento COVID-19 autorizadas pela FDA não são acessíveis ou clinicamente adequadas”, o que significa que se o comprimido da Pfizer estiver disponível, essa pode ser uma opção melhor .

“Não acho que você encontraria alguém que preferisse o comprimido da Merck à da Pfizer, perante os dados evidentes até agora”, disse Walid Gellad, professor de medicina da Universidade de Pittsburgh, ao Endpoints News anteriormente.

Como parte da autorização de uso de emergência, a FDA disse que a Merck tem que “conduzir uma investigação completa sobre as diferenças de eficácia observadas na primeira e na segunda metade” do seu ensaio principal. Os palestrantes do adcomm em novembro de 2021, centraram o seu questionamento na causa dessa queda na prevenção de hospitalizações e mortes, de 50% a 30% entre os resultados provisórios e finais. A Merck e a FDA ofereceram alguns detalhes na reunião sobre o motivo pelo qual a eficácia diminuiu.

Ao contrário do comprimido da Pfizer, o FDA também alertou que o molnupiravir não é recomendado para uso durante a gravidez, pois com base nos resultados de estudos de reprodução animal, o molnupiravir pode causar danos fetais.

A Merck deve manter um programa de vigilância de gravidez para coletar informações sobrepessoas expostas ao molnupiravir durante a gravidez. O FDA também disse que indivíduos sexualmente ativos com parceiros com potencial para engravidar são aconselhados a usar métodos anticoncepcionais durante o tratamento com molnupiravir e por pelo menos 3 meses após a última dose.

O molnupiravir também não está autorizado para uso em pacientes com menos de 18 anos de idade ou para uso por mais de 5 dias consecutivos. O tratamento é administrado com quatro cápsulas de 200 miligramas por via oral a cada 12 horas durante 5 dias, fazendo um total de 40 cápsulas por tratamento.

Produção e preço

Segundo  Robert Davis, CEO da Merck, a farmacêutica americana espera produzir 10 milhões de tratamentos até final de 2021. A empresa tem um contrato com o governo dos Estados Unidos para fornecer 1,7 milhão tratamentos de molnupiravir a um preço de US $ 700 por tratamento.

A Merck tem acordos semelhantes com outros governos e está em negociações com mais. A Merck disse que planeia uma abordagem de preços diferenciados com base nos critérios de rendimento do país.

Assim a Merck concordou em licenciar o medicamento para vários fabricantes de medicamentos genéricos sediados na Índia, que seriam capazes de fornecer o tratamento para países mais pobres de baixo e médio rendimento.

O molnupiravir também está a ser estudado num ensaio de Fase III para prevenir a infeção em pessoas expostas ao coronavírus.

Referências:

CONJUNTIVITE VIRAL BACTERIANA OU ALÉRGICA?



Conjuntivite ou inflamção da conjuntiva. Os olhos têm uma membrana muito fina e transparente, que reveste a superfície da córnea e a parte interior das pálpebras, protegendo-os de substâncias estranhas chamada conjuntiva.

Por vezes esta membrana irrita-se ou inflama por reação alérgica ou ação de um vírus ou de uma bactéria. Quando isto acontece, dilatam-se os vasos sanguíneos dos olhos e estes ficam vermelhos. Surgem então os seguintes sintomas:

  • Comichão,
  • Lacrimejo,
  • Secreção.

Esta complicação chama-se conjuntivite e pode afetar os dois olhos em simultâneo. Embora não seja grave nem costume deixar sequelas, é bastante incómodo e dificulta as atividades diárias das pessoas afetadas.

Tipos de conjuntivite

Existem três grandes tipos, em função da sua origem:

  • Conjuntivite alérgica é a mais comum das três, estimando-se que afete atualmente um terço da população portuguesa. Ocorre após a exposição a alergénios como pólenes (sendo, por isso, particularmente comum na primavera), pelos de animais ou ácaros do pó da casa. Costuma afetar os dois olhos, mas não é contagiosa.
  • Conjuntivite infeciosa é transmitida por vírus, fungos ou bactérias que entram em contacto com os olhos e pode ser contagiosa, transmitindo-se através do contacto direto com pessoas afetadas, da partilha de toalhas de rosto e outros objetos de higiene ocular ou até mesmo da água da piscina.
  • Conjuntivite tóxica é causada pela exposição a fumo de cigarros, tintas para o cabelo, certos produtos de limpeza e outros agentes potencialmente tóxicos, assim como pela toma de certos medicamentos.



Sintomas

Os sintomas podem ser diversos consoante o tipo de conjuntivite. Algumas conjuntivites surgem sazonalmente e outras aparecem todo o ano. No entanto há sintomas comuns a todas as conjuntivites em geral, a saber:

  • Olhos vermelhos e lacrimejantes;
  • Pálpebras inchadas;
  • Comichão ou ardência;
  • Intolerância à luz;
  • Sensação de areias nos olhos;
  • Secreções.

Conjuntivite bacteriana, vírica ou alérgica?

De forma simples a distinção entre os 3 tipos de causas de conjuntivite é a seguinte:

  • Bacteriana – mais espessas, amareladas e abundantes
  • Víral – secreções mais esbranquiçadas,
  • Alérgica – secreções são, na generalidade, claras.

Tratamento

O tratamento depende principalmente da sua causa. Assim podem ser prescritosos seguintes medicamentos:

  • Conjuntivite bacteriana – pomada oftalmica com antibiótico,
  • Conjuntivite viral e alérgica – colírios anti-histamínicos e lubrificantes como lágrimas artificiais, para aliviar os sintomas.

Contágio, como evitar?

Se sofre de conjuntivite, deve ainda ter alguns cuidados específicos para não agravar ou propagar a infeção:

  • Lavar regularmente as pálpebras para se manter livre de secreções;
  • Lavar as mãos antes e depois de aplicar colírios ou pomadas;
  • Aplicar compressas frias para diminuir o inchaço;
  • Não usar lentes de contacto;
  • Trocar as fronhas das almofadas e as toalhas de rosto diariamente;
  • Evitar a exposição direta à luz ou ao sol;
  • Diminuir a exposição a alergénios ou outros agentes potencialmente irritantes (como o fumo do tabaco);
  • Evitar nadar em lagos ou piscinas.

Prevenção

Embora não seja fácil prevenir, algumas práticas básicas de higiene podem diminuir o risco de a contrair.

  • Lave as mãos e o rosto com frequência;
  • Evite esfregar ou coçar os olhos;
  • Não partilhe toalhas de rosto;
  • Não partilhe cosméticos para os olhos nem utilize os de outras pessoas.

Concluindo

A conjuntivite é uma doença comum geralmente sem gravidade excepto nos doentes imunodeprimidos onde as complicações podem ser mais severas. Quando de origem bacteriana ou vírica o contágio pode ser fácil pelo que as medidas de contenção têm um papel preponderante para evitar complicações maiores e crises mais prolongadas!

Referências bibliográficas:

  • Saúde CUF, especialidade de oftalmologia

CANCRO SINAIS E NOVAS DESCOBERTAS A VERDADE!



Cancro sintomas sinais causas e novas incríveis descobertas guia: Quais os sinais de alerta? Quais os alimentos, emoções e atitudes que fragilizam ou fortalecem o nosso sistema imunitário na prevenção ou luta contra o cancro? Juntamente com a informação da Liga Portuguesa contra o Cancro e da American Association for Cancer Research, entre muita outra informação, este artigo pretende ser uma ferramenta simples mas eficaz, de consulta rápida, para nos lembrar rapidamente como podemos proteger-nos melhor.

Quais os 15 sinais que nunca deve ignorar? Existem sinais que podem ser um alerta para um problema de saúde mais grave que pode surgir. Detectar atempadamente e dar o devido a valor a esses sinais pode ser a diferença entre a vida e a morte!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Cancro: O que nos pode matar?
  • Cancro: O que nos podem salvar?
  • Alimentos: Quais os que nos protegem?
  • Alimentos: Quais os que nos fragilizam?
  • Sentimentos e atitudes: Quais os que influenciam o nosso sistema imunitário?
  • Hábitos: Quais os que nos fragilizam e quais os que nos protegem?
  • Como se forma um cancro?
  • Quais os 15 sintomas que nunca deve ignorar?
  • Descoberta recente sobre a detecção precoce de metástases: Qual a importância?
  • Células cancerosas circulantes na corrente sanguínea que provocam metástases noutros tecidos: Será possivel apanha-las?
  • NanoFlares: O que são?
  • Tratamentos à medida: São possiveis?
  • Imunoterapia anticancerígena e novos tratamentos?
  • Açúcar, síndrome metabólica e cancro: Qual a ligação?
  • Qual o mecanismo promovido pelo açúcar para potenciar o cancro?
  • Tratamento: Quais os métodos mais usados?

Saiba porque deve estar com atenção aos seguintes sinais:

    • Perda de peso
    • Perda de apetite
    • Fadiga
    • Alterações do trânsito intestinal
    • Sangue nas fezes
    • Fezes brancas
    • Urina escura
    • Tosse persistente
    • Aftas que não cicatrizam
    • Líquido no mamilo
    • Necessidade frequente de urinar
    • Impotência
    • Sensibilidade mamária nos homens
    • Incontinência urinária
    • Dor pélvica
    • Descamação na pele
    • Gengivite

[rad_rapidology_locked optin_id=optin_2][/rad_rapidology_locked] 

Cancro_petição_pública_Maio_2017

Amigos do cancro que nos podem “matar”:

  • Alimentação ocidental rica em:
  • Stress
  • Sentimentos negativos:
    • Medo
    • Angústia
    • Desespero
    • Rancor
    • Raiva
    • Inveja
    • Negação da realidade
    • Depressão

  • Conflitos não resolvidos
  • Sedentarismo
  • Isolamento social

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Inimigos do cancro que nos podem “salvar”: 

  • Peixes azuis
    • Biqueirão
    • Sardinhas
    • Cavala
    • Atum
    • Salmão selvagem

  • Fruta
    • Citrinos
    • Melão
    • Morangos
    • Uva preta
    • Groselhas
    • Acerola
    • Arandos
    • Framboesas

  • Verduras
    • Alho
    • Cebola
    • Espinafres
    • Cenouras
    • Tomate
    • Pimentos
    • Abacate
    • Abóbora
    • Espargos
    • Azeitonas e azeite
    • Batata doce
    • Alface
    • Crucíferas

  • Sementes e frutos secos
    • Nozes
    • Noz de macadâmia
    • Noz-pecã
    • Amêndoas
    • Avelãs
    • Castanha-do-pará
    • Pistácios
    • Sementes de linho

  • Especiarias e ervas aromáticas
    • Orégãos
    • Salsa
    • Canela
    • Açafrão da Índia
    • Pimenta de caiena
    • Malagueta
    • Gengibre
    • Manjericão
    • Alecrim
    • Tomilho
    • Mostarda

  • Algas e cogumelos
  • Sentimentos positivos
    • Alegria
    • Felicidade
    • Confiança
    • Paciência
    • Compreensão

  • Serenidade e meditação
  • Generosidade e Amor
  • Conflitos resolvidos em harmonia
  • Actividade física
  • Apoio da família e dos amigos

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Como se forma um cancro?

Como se forma um cancro Processo de formação de um cancro

Sintomas que nunca deve ignorar!

Cancro, sintomas que não deve ignorar

Descrevo de seguida a importância de não ignorar cada um dos diferentes sintomas.

Perda de peso e de apetite

Em tumores que não dão numa fase inicial sintomas específicos – como alguns tipos de cancro do pâncreas ou do pulmão, – a perda de peso e de apetite são dos primeiros aspectos que podem levar a um diagnóstico e por isso toda a sensibilização é pouca.

Geralmente estão associados a fases mais avançadas mas o facto de nem toda a gente ter noção disso leva a demora nas queixas, o que compromete ainda mais a rapidez do diagnóstico.

Especialistas em cancros do estómago, admitem que nem toda a gente vigia o peso, mas é importante conseguir avaliar a percentagem perdida. Se uma pessoa não está a fazer uma dieta ou exercício e perde 10% do seu peso, em dois meses, deve ir ao médico.

Fadiga

Em situações de cansaço arrastado e sonolência, também não deve perder muito tempo a ir ao médico. A fadiga pode ter muitas causas, até psicológicas. Se a razão for uma anemia deve investigar-se a causa.

Pode resultar de doenças benignas ou lacunas na alimentação, mas é um sintoma bastante comum de cancro do estômago que nem sempre as pessoas valorizam. O cancro do estômago muitas vezes surge em úlceras ou cria ele próprio úlceras e pode haver perdas de sangue que não são evidentes mas causam anemia.

Por vezes os doentes vão a uma urgência porque estão muito brancas e cansadas mas depois demoram a ir ao médico para fazer o resto do diagnóstico. Além de ser comum nos tumores gástricos, a anemia surge também em tumores do intestino ou do sangue, podendo ser causada por défices na produção células vermelhas ou um excesso de destruição, nas tais perdas que podem passar despercebidas.

Alterações do trânsito intestinal

Muitas vezes associam-se ao stresse ou ao que se come, mas se houver alterações persistentes devem ser valorizadas. No cancro é particularmente relevante a alternância entre prisão de ventre e diarreia. Os tumores do intestino tendem a dar diferentes sintomas, já que as fezes quando passam do intestino delgado para o grosso (cólon) estão líquidas e só depois vão solidificando.

Assim, a obstrução é mais expectável quando se trata de uma lesão do lado esquerdo do cólon. Em caso de suspeita, é crucial fazer uma colonoscopia, exame que também deve ser feito a partir dos 50 anos como rastreio. Muitas vezes as pessoas não o fazem por receio da dor, mas com a anestesia comparticipada creio que haverá melhorias.

Sangue nas fezes

É um sintoma comum nos tumores gástricos, do intestino e do recto que as pessoas até valorizam. Mas pode assumir diferentes formas e os doentes nem sempre estão sensibilizados para isso.

As partículas podem ser tão pequenas que não são visíveis, daí a importância da análise ao sangue oculto nas fezes. Depois pode haver sangue vermelho vivo, que se nota quando a pessoa se limpa ou na sanita e geralmente resulta de uma lesão no recto ou parte terminal do cólon. Mas o que mais passa despercebido é o sangue escuro, que dá uma tonalidade quase negra às fezes, por vezes cor de vinho do Porto.

Nesses casos poderá estar-se diante de um tumor do estômago ou da parte superior do intestino delgado, já que essa cor significa que o sangue foi digerido. Mesmo em situações em que os doentes se aperceberam do sangue, chegam a demorar seis meses a um ano a dirigir-se ao médico, por vezes por acharem que está ligado a hemorróidas. Sempre que surgir deve ser avaliado.

Fezes brancas e urina escura

O cancro do pâncreas é um dos tumores mais silenciosos numa fase inicial. Há dois tipos de doença, quando o tumor está na cauda do pâncreas ou na cabeça. Se no primeiro não há sintomas específicos, no segundo há sinais que poderão ser valorizados cedo, o que nem sempre acontece.

Dada a localização, próxima do duodeno e vias biliares, o tumor da cabeça do pâncreas pode provocar obstrução e causar dor abdominal e icterícia (como a bílis não passa, acumula-se na pele e dá-lhe um tom amarelado).

Geralmente, estes sintomas surgem em conjunto com outros dois também ligados à obstrução: ausência de cor nas fezes, que surgem com uma tonalidade esbranquiçada, e urina de cor muito escura. São sintomas que podem resultar também de doenças benignas como pedra na vesícula mas devem ser logo comunicados ao médico.

Tosse que não passa

O tumor do pulmão é outro cancro em que os primeiros sintomas são pouco específicos. Ainda assim, em alguns tipos são afectadas estruturas centrais do órgão e surgem sinais que, se forem valorizados, podem traduzir-se num diagnóstico mais atempado.

Muitas vezes os doentes só ficam preocupados ao notar sangue na expectoração quando devia bastar uma tosse seca e irritativa que não passa para irem ao médico. O médico alerta que os doentes fumadores ou com historial de cancro na família valorizam o sintoma, mas os outros nem sempre.

Uma afta que não cicatriza

No caso dos cancros da cabeça e pescoço, é um dos sintomas que menos se valoriza e pode permitir um diagnóstico precoce ou até identificar lesões pré-cancerígenas.

Uma afta na língua ou qualquer ferida, lábio ou bochecha que não passe ao fim de dez dias deve ser vista. Outro sintoma importante no caso do cancro da laringe é a rouquidão persistente, que caso ultrapasse os 15 dias deve motivar uma ida ao médico.

O risco de cancro da cavidade oral ou da faringe é maior nos fumadores e pessoas que bebem álcool mas pode surgir em qualquer idade e em qualquer pessoa.

Líquido no mamilo

Se em alguma área existe uma grande sensibilização é no cancro da mama. Mas mesmo assim, há lacunas que poderão ser importantes em alguns casos. Se a maioria das mulheres está desperta para a importância de vigiar nódulos/caroços na mama e axila, alterações na forma, vermelhidão e calor ou alterações na pele da mama (como casca de laranja), há sintomas que nem sempre são associados à doença.

É o caso de líquido no mamilo (uma escorrência ou secreção) ou a inversão do mesmo. Mesmo em mulheres que estiveram recentemente a amamentar, as secreções não devem ser desvalorizadas. Se surgirem passados seis meses do fim da amamentação devem ser observadas. O líquido não tem um aspecto específico. Pode ser sanguinolento ou incolor.

Sempre no WC

Ao contrário das mulheres, os homens desvalorizam muitas vezes os sintomas do cancro que mais os afecta – os tumores da próstata. Isso acontece por falta de informação mas também porque estão sempre a tentar justificar tudo sem pensar em doenças.

Quando há dor, sangue na urina ou no sémen ou ardência até procuram o médico. Mas um dos sintomas a que menos dão importância é passarem a ter necessidade de urinar frequentemente. É a típica situação em que têm de voltar à casa de banho passados dez minutos e chegam a ir várias vezes por hora.

Outro sintoma de cancro da próstata em estados mais avançados nem sempre valorizado é a dor na região das ancas e zona inferior das costas, que pode resultar em metástases nos ossos.

Impotência

Neste caso há informação, mas muitas vezes é a vergonha que faz com que os homens cheguem tarde ao médico. Em vez de automedicar-se ou ir atrás de suplementos, deve procurar o médico de família para descobrir a causa da disfunção eréctil. Não significa necessariamente um tumor, mas outras doenças nomeadamente do foro cardiovascular também devem ser controladas.

Sensibilidade mamária nos homens

O cancro do testículo surge muitas vezes em homens jovens, que têm de estar mais sensibilizados para a necessidade de estarem atentos a alterações do tamanho e nódulos – e de fazerem por isso a palpação dos testículos uma vez por mês, de preferência no banho.

Mas o aumento do volume mamário e mudanças na sensibilidade do peito devem também ser valorizados, já que podem resultar de alterações na testosterona. Perda de libido também pode ser sinal de cancro do testículo.

Incontinência urinária

O cancro da bexiga tem estado a aumentar em Portugal, algo associado ao consumo de tabaco. O sangue na urina, um dos sintomas comuns, costuma ser valorizado. Já a incontinência, outro sintoma importante, muitas vezes é considerada algo normal para a idade e as pessoas começam a usar fralda sem marcar uma consulta.

Dor e ardência urinária, urgência em urinar (por vezes sem se conseguir chegar a tempo ao WC) e sensação de esvaziamento incompleto são outros sintomas a ter em conta.

Dor pélvica

Nos tumores ginecológicos – útero (corpo e colo), ovário e vulva – geralmente um dos sintomas menos valorizados é a dor pélvica persistente. Uma moinha que até pode melhorar mas depois volta. As hemorragias fora menstruação ou após a menopausa levam mais facilmente ao médico.

Nesta área, contudo, é essencial fazer o teste do Papanicolau, que permite despistar lesões pré-cancerígenas no colo do útero. Deve ser feito a partir dos 25 anos e, após dois exames negativos, é aconselhável de três em três anos.

Descamação na pele

Nos últimos anos tem aumentado a informação sobre cancro da pele, dos sinais de alerta a regras de ouro como reduzir a exposição ao sol.

Especialistas em oncologia afirmam que ao analisar os sinais, deve seguir-se a regra ABCDE e valorizar os que são:

  • A (assimétricos),
  • B (têm bordos irregulares),
  • C (não têm uma cor uniforme),
  • D (têm um diâmetro maior que 6mm),
  • E (evoluíram, mudando de forma e tamanho).

SINAIS PERIGOSOS MELHORSAUDE.ORGMas dentro dos cancros da pele, os especialistas admitem que há algo para o qual os doentes estão menos atentos. Se o melanoma é o tipo de cancro da pele com pior prognostico e é detectado em sinais, o cancro da pele mais frequente é o chamado carcinoma basocelular e não aparece em sinais.

Por isso também é preciso estar atento a pequenas feridas na pele, como se fossem frieiras, e descamações. São habituais no nariz e orelhas e podem passar mas depois regressam, devendo ser observadas por um médico. Manchas associadas à exposição ao sol em que a pele fique mais rugosa merecem o mesmo cuidado.

Gengivite

Nos cancros do sangue, como leucemias, a população está desperta para a importância de avaliar gânglios inchados e hematomas mas há outros sinais a valorizar. É o caso de gengivites, um sintoma comum num subtipo de leucemia aguda, e infecções recorrentes.

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Qual a nova descoberta contra o cancro ?

Pela primeira vez, foi possível detectar e isolar, no fluxo sanguíneo, células susceptíveis de criar metástases e espalhar um cancro. Isto poderá permitir avaliar a agressividade dos cancros de forma precoce.

Qual a importância desta técnica?

Uma equipa de cientistas nos Estados Unidos demonstrou que é possível, graças a pequenos bocados específicos de ADN espetados à superfície de diminutas bolinhas de ouro, detectar no sangue humano células cancerosas que estão à deslocar-se à procura de novos sítios do corpo para invadir.

A inédita técnica, que poderá permitir destruir estas células antes de elas se instalarem noutros órgãos e formarem metástases, foi descrita recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Luta contra as metástases do cancro

Quando um cancro forma metástases, o prognóstico para o doente não é bom; já pode ser tarde demais. Ora, até aqui, não era possível apanhar as células cancerosas circulantes directamente no sangue, antes de elas colonizarem novos tecidos.

 O que são afinal os NanoFlares ?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas

Agora, Chad Mirkin, da Universidade Northwestern (EUA), e colegas, conseguiram literalmente fazer brilhar essas células iluminando-as do interior por uma salva de microscópicos very-light.

Os cientistas deram à sua invenção o nome de NanoFlares (nano-clarões) e mostraram, em várias condições experimentais, que eles permitem não só detectar individualmente as células cancerosas na circulação sanguínea, como também isolá-las.

Leia aqui o resumo do artigo original

É possivel capturar e cultivar estas células?

Como não matam estas células, permitem ainda cultivá-las no laboratório para testar a eficácia de diversos fármacos anti-cancro.

“Tanto quanto sabemos, esta é a primeira abordagem baseada na genética que permite ao mesmo tempo o isolamento e a análise genética intracelular de células tumorais vivas em circulação”, escrevem os autores na PNAS.

Qual a composição do NanoFlare ?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, com apenas 13 nanómetros (milionésimo de milímetro) de diâmetro, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN (em hélice simples) capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas. Por sua vez, essas sequências de ADN estão “acopladas” a bocadinhos de ADN que contêm o clarão propriamente dito (uma molécula fluorescente).

Inicialmente, a fluorescência do clarão é abafada pela proximidade do ouro, explicam ainda os cientistas no seu artigo. Mas o que acontece é que os NanoFlares penetram, não se sabe bem como, no interior das células. E se vierem a dar com o material genético específico do cancro que são capazes de reconhecer, ligam-se a ele, libertando o bocadinho que contém o clarão.

Ao afastar-se da bolinha de ouro central, o clarão vai assim iluminar o interior da célula em causa, marcando-a como cancerosa.

Conseguir encontrar uma “agulha num palheiro”!

“O NanoFlare acende uma luz dentro das células cancerosas que procuramos”, diz o co-autor Shad Thaxton em comunicado de Universidade Northwestern. “E o facto de os NanoFlares serem eficazes na complexa matriz do sangue humano constitui um enorme avanço técnico. Conseguimos encontrar pequenos números de células cancerosas no sangue, o que é mesmo como procurar uma agulha num palheiro.”

É possivel preparar tratamentos à medida?

Os cientistas construíram quatro tipos de NanoFlares, cada um dirigido contra um alvo genético conhecido por estar associado a cancros da mama agressivos (isto é, que formam facilmente metástases).

Mais precisamente, os NanoFlares são dirigidos contra o “ARN mensageiro” (uma outra forma de material genético) que codifica certas proteínas que se sabe estarem associadas às células dos cancros agressivos da mama.

A seguir mostraram, em particular, que esses NanoFlares eram capazes de detectar as células cancerosas, com uma taxa de erro inferior a 1%, quando estas eram misturadas com sangue de dadores humanos saudáveis.

Células detectadas sobrevivem e são cultivadas

Uma vez identificadas as células, os cientistas conseguiram separá-las das células normais e estudá-las em cultura. “Ao contrário de outras técnicas de isolamento de células cancerosas, baseadas em anticorpos, a exposição das células aos NanoFlares não resulta na morte celular”, escrevem ainda.

Ausência de toxicidade é essencial

Ora, esta ausência de toxicidade poderá permitir estudar células cancerosas vivas, avaliar o seu potencial metastático e determinar qual a melhor combinação de fármacos para as eliminar.

“Isto poderia conduzir a terapias personalizadas, nas quais olhamos para a forma como as células de um dado doente respondem a diversos cocktails terapêuticos”, diz por seu lado Chad Mirkin.

Os autores testaram os nano-clarões, com resultados igualmente promissores (embora com maiores taxas de falsos positivos), em ratinhos que são utilizados como modelo experimental de cancro da mama humano.

Neste momento, explica ainda o comunicado, estão a tentar ver se a sua nova técnica consegue detectar células cancerosas diretamente no sangue de doentes com cancro da mama.

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Açúcar, síndrome metabólica e cancro

Outra doença associada com obesidade e síndrome metabólica é o cancro.

As células cancerosas precisam da glicose para prosperarem, e os hidratos de carbono transformam-se em glicose no nosso corpo. Para as células cancerosas passarem fome e morrerem, tem de se eliminar a sua fonte de comida primária, isto é açúcar, que inclui todos os carboidratos não-vegetais. O fisiologista Dr. Otto Warburg recebeu um Prêmio de Nobel já em 1934 pela sua pesquisa que identifica o combustível primário do cancro como sendo a fermentação anaeróbica de glicose. Claramente demonstrou que as células cancerosas necessitam der açucar para se desenvolverem. Pesquisas recentes concluiram que o açucar parece fazer iniciar o crescimento do cancro (clique na ligação abaixo para ler).

Estudo: Increased sugar uptake promotes oncogenesis via EPAC/RAP1 and O-GlcNAc pathways

Açúcar pode potenciar o cancro

Um dos mecanismos-chave pelos quais o açúcar fomenta o cancro e outras doenças crónicas é pela disfunção mitocondrial. Quando o nosso corpo utiliza e queima o açúcar como sendo o nosso combustível primário, formam-se níveis muito mais elevados de espécies de oxigénio reativas , que geram radicais livres secundários que causam:

  • Danos no ADN mitocondrial e nuclear das células,
  • Danos na membrana celular,
  • Danos na estrutura das proteínas.

O cancro é apenas um resultado potencial destes danos no ADN celular.

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Tratamento do cancro

Informação da Liga Portuguesa Contra o Cancro

O plano de tratamento depende, essencialmente, do estadio da doença e do tipo de tratamento a efectuar e do estadio da doença.

O médico tem, ainda, em consideração a idade do doente e o seu estado geral de saúde. Frequentemente, o objectivo do tratamento é curar a pessoa do cancro. Noutros casos, o objectivo é controlar a doença ou reduzir os sintomas, durante o maior período de tempo possível. O plano de tratamentos pode ser alterado ao longo do tempo.

A maioria dos planos de tratamento inclui cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Alguns envolvem terapêutica hormonal ou biológica. Adicionalmente, pode ser usado o transplante de células estaminais (indiferenciadas), para que o doente possa receber doses muito elevadas de quimioterapia ou radioterapia.

Alguns cancros respondem melhor a um só tipo de tratamento, enquanto outros podem responder melhor a uma associação de medicamentos ou modalidades de tratamento.

Os tratamentos podem actuar essencialmente numa área específica – terapêutica local -, ou em todo o corpo: terapêutica sistémica.

A terapêutica local remove, ou destrói, as células do tumor, apenas numa parte específica do corpo. A cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais.

A terapêutica sistémica “entra” na corrente sanguínea e “destrói”, ou controla, o cancro, em todo o corpo: mata ou, pelo menos desacelera, o crescimento das células cancerígenas que possam ter metastizado, para além do tumor original. A quimioterapia, a terapêutica hormonal e a terapêutica biológica (imunoterapia) são tratamentos sistémicos.

O médico é a pessoa indicada para lhe dar toda a informação relacionada com a escolha dos tratamentos, possíveis efeitos secundários e resultados esperados (com o tratamento). Cada pessoa deverá desenvolver, com o médico, um plano de tratamento que seja compatível, dentro do possível, com as necessidades, valores pessoais e estilo de vida dessa pessoa.

Tendo em conta que, provavelmente, o tratamento do cancro danifica células e tecidos saudáveis surgem, assim, os efeitos secundários. Alguns efeitos secundários específicos dependem, principalmente, do tipo de tratamento e sua extensão (se são tratamentos locais ou sistémicos). Os efeitos secundários podem não ser os mesmos em todas as pessoas, mesmo que estejam a fazer o mesmo tratamento. Por outro lado, os efeitos secundários sentidos numa sessão de tratamento podem mudar na sessão seguinte. O médico irá explicar os possíveis efeitos secundários do tratamento e qual a melhor forma de os controlar.

Adicionalmente, em qualquer estadio da doença, podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

Quando se fala em cuidados paliativos, estamos a pressupor uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que a doença gera. Adicionalmente, deve proporcionar-se a máxima qualidade de vida possível, a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde activos e rigorosos, que combinam ciência e humanismo – site da Associação Nacional de Cuidados Paliativos.

Poderá, ainda, querer falar com o médico sobre a possibilidade de participar num ensaio clínico, ou seja, num estudo de investigação de novos métodos de tratamento. No tópico “Investigação Sobre o Cancro”, poderá encontrar mais informação sobre os ensaios clínicos actualmente a decorrer.

Antes de iniciar o tratamento, pode querer colocar algumas questões ao médico:

    • Qual é o meu diagnóstico?
    • O tumor propagou-se? Se sim, para onde? Qual é o estadio da doença?
    • Qual é o objectivo do tratamento? Quais são as minhas alternativas de tratamento? Qual é o tratamento recomendado na minha situação? Porquê?
    • Quais são os benefícios que se esperam de cada tipo de tratamento?
    • Quais são os riscos e os possíveis efeitos secundários de cada tratamento? Como podem ser controlados os efeitos secundários?
    • A infertilidade pode ser um dos efeitos secundários do meu tratamento? Pode ser feita alguma coisa acerca disso? Deverei considerar armazenar espermatozóides ou óvulos?
    • O que posso fazer para preparar o tratamento?
    • Com que frequência farei os tratamentos? Quanto tempo durará o meu tratamento?
    • Terei de alterar as minhas actividades normais? Se assim for, durante quanto tempo terei de o fazer?
    • Quanto custará o tratamento? O meu seguro cobrirá as despesas?
    • Que novos tratamentos estão a ser estudados? Seria adequado participar num ensaio clínico?

Cirurgia

Na maioria dos casos, o cirurgião remove o tumor e algum tecido em volta (“margens”). A remoção de tecido circundante, que esteja livre de células tumorais, pode ajudar a prevenir que o tumor volte a crescer. O cirurgião pode, também, remover alguns gânglios linfáticos localizados na região do tumor: gânglios linfáticos regionais.

Os efeitos secundários da cirurgia dependem, essencialmente, do tamanho e localização do tumor, bem como do tipo de operação. O tempo necessário para a recuperação é diferente, de pessoa para pessoa. É normal sentir-se cansado ou fraco, durante algum tempo.

A maioria das pessoas sente algum desconforto, nos dias seguintes à cirurgia. No entanto, já há formas de controlar a dor. Antes da cirurgia, deverá perguntar ao médico qual a melhor forma de aliviar a dor. A medicação para a dor (ex.: analgésicos), pode ser ajustada.

Algumas pessoas têm receio que a cirurgia, ou mesmo a biópsia ao tumor, possa “ajudar” a metastizar a doença. É pouco provável que esta situação ocorra. O cirurgião usa métodos que não deverão “permitir” que as células cancerígenas se disseminem, ou seja, que metastizem.

Radioterapia

A radioterapia usa raios de elevada energia, para matar as células cancerígenas. O médico usa vários tipos de radioterapia.

Em determinadas situações, pode ser administrada uma combinação de diferentes tratamentos com radioterapia:

  • Radiação externa: a radiação provém de uma máquina emissora. Para este tratamento, a maioria das pessoas vai ao hospital ou clínica. Geralmente, os tratamentos são realizados durante 5 dias por semana, durante várias semanas.
  • Radiação interna (radiação por implante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioactivo contido em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico, e que são colocados directamente no local do tumor ou perto. Para fazer radiação por implante, o doente fica, regra geral, internado no hospital. Os implantes permanecem no local durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.
  • Radiação sistémica: a radiação provém de um líquido, ou de cápsulas, contendo material radioactivo, que circula em todo o organismo. A pessoa engole o líquido, ou as cápsulas ou, em alternativa, é-lhe administrada uma injecção. Este tipo de radiação, pode ser usada para tratar o tumor ou, por outro lado, para controlar a dor provocada pela metastização do cancro, por exemplo para os ossos. Actualmente, só alguns tipos de cancro são tratados desta forma.

Os efeitos secundários da radioterapia dependem, essencialmente, da dose e do tipo de radiação, bem como da parte do corpo que vá ser tratada. Por exemplo, se a radiação incidir no abdómen, pode provocar náuseas, vómitos e diarreia. A pele, na área tratada, pode tornar-se vermelha, seca e sensível. Poderá, também, perder o cabelo e/ou pêlos da zona tratada.

Durante a radioterapia, poderá sentir-se muito cansado, particularmente nas últimas semanas de tratamento. O descanso é importante, mas, geralmente, o médico aconselha as pessoas a manterem-se activas, dentro do possível.

Os efeitos da radioterapia, na pele, são temporários, e a zona irá sarar, gradualmente, assim que termine o tratamento. Pode, no entanto, haver uma alteração duradoura na cor da pele. Se tiver um efeito secundário particularmente grave, poder-lhe-á ser sugerida uma interrupção do tratamento.

Quimioterapia

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos, para matar as células cancerígenas. A quimioterapia pode ser constituída apenas por um fármaco, ou por uma associação de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injecção intravenosa (i.v.), na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo – terapêutica sistémica.

A quimioterapia é, geralmente, administrada por ciclos de tratamento, repetidos de acordo com uma regularidade específica, de situação para situação. O tratamento pode ser feito durante um ou mais dias; existe, depois, um período de descanso, para recuperação, que pode ser de vários dias ou mesmo semanas, antes de fazer a próxima sessão de tratamento.

A maioria das pessoas com cancro faz a quimioterapia em regime de ambulatório (no hospital, no consultório do médico ou em casa), ou seja, não ficam internadas no hospital. No entanto, algumas pessoas podem precisar de ficar no hospital, internadas, enquanto fazem a quimioterapia.

A quimioterapia afecta tanto as células normais como as cancerígenas.

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem, principalmente, dos fármacos e doses utilizadas. Em geral, os fármacos anti-cancerígenos afectam, essencialmente, células que se dividem rapidamente, como sejam:

  • Células do sangue: estas células ajudam a “combater” as infecções, ajudam o sangue a coagular e transportam oxigénio a todas as partes do organismo. Quando as células do sangue são afectadas, havendo diminuição do seu número total em circulação, a pessoa poderá ter maior probabilidade de sofrer infecções, de fazer “nódoas-negras” (hematomas) ou sangrar facilmente, podendo, ainda, sentir-se mais fraca e cansada.
  • Células dos cabelos/pêlos: a quimioterapia pode provocar a queda do cabelo e pêlos do corpo; no entanto, este efeito é reversível e o cabelo volta a crescer, embora o cabelo novo possa apresentar cor e “textura” diferentes.
  • Células do aparelho digestivo: a quimioterapia pode causar falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia e feridas na boca e/ou lábios; muitos destes efeitos secundários podem ser controlados com a administração de medicamentos específicos.

Alguns fármacos anti-cancerígenos podem, ainda, afectar a fertilidade feminina e masculina.

No caso das mulheres, se os ovários deixarem de produzir hormonas como, por exemplo, os estrogénios, poderá apresentar sintomas de menopausa: afrontamentos e secura vaginal. Os períodos menstruais podem tornar-se irregulares ou mesmo parar podendo, ainda, ficar infértil, ou seja, incapaz de engravidar. Se tiver idade igual ou superior a 35 anos, é provável que a infertilidade seja permanente; por outro lado, se permanecer fértil durante a quimioterapia, a gravidez é possível.

Como não são conhecidos os efeitos secundários da quimioterapia no feto, antes de iniciar o tratamento deverá sempre falar com o médico, relativamente à utilização de métodos contraceptivos eficazes.

Os efeitos secundários de longa duração, ou seja, sentidos a longo prazo, são raros; ainda assim, verificaram-se casos em que o coração se torna mais fraco. Em pessoas que receberam quimioterapia existe, também, a possibilidade de surgirem cancros secundários, como a leucemia, ou seja, um cancro nas células do sangue.

Terapêutica Hormonal

A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas “tenham acesso” às hormonas naturais do nosso organismo, das quais necessitam para se desenvolverem. Se os testes laboratoriais demonstrarem que o cancro tem receptores hormonais, ou seja, que é “positivo para os receptores hormonais”, a pessoa poderá receber terapêutica hormonal. Tal como a quimioterapia, a terapêutica hormonal também pode afectar as células de todo o organismo, pois tem actividade sistémica.

Na terapêutica hormonal são utilizados medicamentos; por outro lado, pode obter-se o mesmo efeito recorrendo a uma cirurgia:

  • Medicamento: o médico pode sugerir um medicamento que bloqueie a hormona natural do organismo, parando a sua produção ou impedindo que actue.
  • Cirurgia: se ainda não estiver na menopausa, poderá fazer uma cirurgia, para remoção do órgão produtor, como os ovários ou testículos.

Os efeitos secundários da terapêutica hormonal dependem, principalmente, do próprio fármaco ou do tipo de tratamento. Estes efeitos podem incluir aumento de peso, afrontamentos, náuseas e alterações da fertilidade. Nas mulheres, a terapêutica hormonal pode provocar paragem dos períodos menstruais ou torná-los irregulares e pode provocar efeitos semelhantes à menopausa, com afrontamentos e possível corrimento vaginal. Algumas mulheres podem, ainda, sentir dor de cabeça, fadiga, náuseas e/ou vómitos, secura vaginal ou comichão, irritação da pele em volta da vagina e erupção cutânea. Nos homens, a terapêutica hormonal pode causar impotência, perda do desejo sexual e crescimento ou sensibilidade das mamas.

Imunoterapia

A imunoterapia, também chamada terapêutica biológica, utiliza a capacidade natural do nosso organismo para combater o cancro, através do sistema imunitário (o sistema de defesa natural do organismo). Por exemplo, em alguns doentes com cancro da bexiga, é administrada uma solução de BCG, depois da cirurgia; o médico coloca esta solução na bexiga, usando um cateter. A solução contém bactérias vivas “enfraquecidas”, que estimulam o sistema imunitário para matar as células cancerígenas. No entanto, a BCG pode causar efeitos secundários: pode irritar a bexiga e, algumas pessoas, podem sentir náuseas, febre baixa ou arrepios.

A maioria dos tratamentos com imunoterapia, são administrados por via endovenosa: a terapêutica biológica circula através da corrente sanguínea, ou seja, de forma sistémica; normalmente, é administrada no consultório médico, na clínica ou no hospital, em regime ambulatório (sem necessidade de haver internamento).

Algumas pessoas desenvolvem uma erupção cutânea, no local da injecção; podem, ainda, apresentar sintomas do tipo gripal, como febre, arrepios, dor de cabeça, dor muscular, cansaço, fraqueza e náuseas. A terapêutica biológica pode, no entanto, causar efeitos secundários mais graves, como alterações da tensão arterial, problemas respiratórios e, por vezes, problemas cardíacos.

Transplante de células estaminais (indiferenciadas)

O transplante de células percursoras das células do sangue, ou seja, de células do sangue ainda imaturas e indiferenciadas, permite que a pessoa com cancro receba altas doses de quimioterapia, radiação ou ambas. Estas doses elevadas, destroem tanto as células cancerígenas como as células normais do sangue, da medula óssea. Depois do tratamento, o doente recebe células percursoras das células do sangue saudáveis, através de um tubo flexível, colocado numa veia grande: novas células do sangue vão desenvolver-se a partir das células estaminais transplantadas. As células estaminais podem ser colhidas do próprio doente, antes do tratamento com altas doses, ou podem provir de outra pessoa. Neste caso, a pessoa é internada no hospital, para fazer o tratamento.

Os efeitos secundários da terapêutica com altas doses, bem como o transplante de células estaminais, incluem infecções e perda de sangue. Adicionalmente, em pessoas que recebam células estaminais de um dador, pode haver rejeição, chamando-se “doença do enxerto versus o hospedeiro” ( GVHD ). Nesta situação, as células estaminais doadas “atacam” os tecidos da pessoa que as recebe. Geralmente, esta doença ( GVHD ) afecta o fígado, a pele ou o aparelho digestivo; pode ser grave, ou até fatal e pode ocorrer em qualquer altura depois do transplante, mesmo anos mais tarde. Há medicação que pode ajudar a prevenir, tratar ou controlar este processo de rejeição ( GVHD ).

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Concluindo

Muitas pessoas continuam a ignorar sintomas que podem salvar-lhes a vida! Os sintomas descritos neste artigo são comuns a muita gente e se atempadamente valorizados podem ser a diferença entre a vida e a morte! Em caso de dúvidas consulte de imediato o seu médico.

Também ao contrário do que muita gente julga, de facto, a atitude positiva perante a doença e a vida é cada vez mais um factor decisivo no combate a doenças graves. Para os pessimistas e queixosos “crónicos” fica uma palavra de incentivo à mudança de atitude que só os fará mais Felizes!

Fique bem!

Franklim M. Fernandes

Fontes:

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QUARTA VAGA E NOVA VARIANTE INDIANA DELTA

Quarta vaga e novas variantes Delta, Alpha e outras estirpes e mutações perigosas do coronavírus SARS-CoV-2 toda a verdade! Variante Indiana ou Delta, variante do Reino Unido ou Alpha, variante da África do Sul ou Beta, Variante do Brasil ou Gamma, variante da Califórnia, afinal qual o perigo das mutações destas variantes? As vacinas serão eficazes contra estas novas estirpes? Será esta já a quarta vaga?

Investigadores anunciaram em Dezembro de 2020, que uma nova estirpe preocupante do coronavírus foi detetada na cidade amazónica de Manaus, Brasil, durante um aumento terrível de novos casos de COVID-19 na área. O ataque de infeções levou ao colapso do sistema de saúde local pela segunda vez durante a pandemia. A cidade foi atingida de forma brutal pela primeira onda em março de 2020, e alguns especialistas acreditavam que a população tinha atingido um nível de imunidade de rebanho no outono… mas algo estranho se passou e continua a passar com as novas mutações!

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Os cientistas estão agora a tentar determinar qual o papel das variantes mais recentes do coronavírus tais como a Indiana ou Delta e a Brasileira P.1 ou Gamma que têm diversas mutações de interesse importantes que podem dar as seguintes características perigosas às novas estirpes:

  • Mais transmissíveis;
  • Mais capazes de reinfectar sobreviventes de COVID-19;
  • Tornar as vacinas menos eficazes;
  • Provocar uma nova onda de infetados.




Neste artigo vou falar sobre as seguintes variantes:

  • Variante Indiana ou Delta
  • Variante de Manaus no Brasil u Gamma
  • Variante do Reino Unido ou Alpha
  • Variante da África do Sul ou Beta
  • Variante de Nova York
  • Variante da Califórnia
  • Variante do Rio de Janeiro no Brasil
  • Mutação Nelly N501Y
  • Mutação Erik E484K
  • Mutação K417 um mistério
  • Porque são tão preocupantes para os cientistas?

Estrutura do SARS-CoV-2

O SARS-CoV-2, pertencente ao subgénero do Sarbecovirus, é um vírus com envelope esférico com tamanho de vírion de 70-90 nm (nanômetros). É um vírus de RNA de fita simples com sentido positivo. O genoma consiste em 29.903 nucleotídeos e 11 regiões de estrutura de leitura aberta (ORF – Open Reading Frame) e codifica proteínas estruturais, proteínas não estruturais (nsp1-16) e proteínas acessórias (ORF3a, ORF6, ORF7a e ORF7b, ORF8, ORF10).

Existem quatro proteínas estruturais:

  • Espícula (S – Spike),
  • Envelope (E ),
  • Membrana (M),
  • Nucleocapsídeo (N).

Juntas, as proteínas S, E e M formam o envelope viral. As proteínas M e E são essenciais para a morfologia do vírus, empacotamento e separação celular. A glicoproteína S consiste em 3.822 nucleotídeos responsáveis pela fixação e fusão do vírus à membrana da célula hospedeira. As proteínas não estruturais estão envolvidas na replicação-transcrição e na formação de vesículas, enquanto as proteínas acessórias neutralizam os mecanismos naturais de defesa do hospedeiro

Estirpes ou variantes e mutações mais relevantes

Na tabela seguinte descrevo as novas variantes mais perigosas e suas mutações mais relevantes comparadas com a estirpe até agora predominante que era a D614G. Algumas mutações tornaram-se já tão relevantes e perigosas que os cientistas começaram a dar-lhes alcunhas tais como:

  • N501Y apelidada de Nelly
  • E484K apelidada de Erik
Variante
ou
Estirpe
Origem
e
Data
Mutações
mais
perigosas
Virulência
Contágio
Mortalidade
D614GEuropa,
Fev 2020
D614GEstirpe dominante a nível global até Jan 2021.
B.1.1.7 (Alpha)Reino Unido
Dez 2020
N501YEstima-se 50% a 70% mais contagiosa e 30% mais mortal que D614G.
P.1 ou B.1.1.28 (Gamma)Brasil (Manaus)
Dez 2020
N501Y
E484K
K417
Estima-se mais contagiosa e provavelmente mais mortal que D614G.
B.1.351 ou 501.V2 ou N501Y.V2 (Beta)África do Sul
Dez 2020
N501Y
E484K
K417
Estima-se mais contagiosa e provavelmente mais mortal que D614G.
P.2Brasil (Rio de Janeiro)E484KConsiderada para já não preocupante.
CAL.20C ou B.1.429Califórnia EUAL452RMais contagiosa e com efeito bloqueador dos anticorpos
B.1.526Nova Iorque EUAE484K
S477N
D253G
A701V
Mais resistente aos anticorpos humanos e maior poder de ligação da proteína Spike
B.1.617.2 (Delta)ÍndiaP681R
L452R
T478K
60% mais transmissível que a Alpha, mais contagiosa e com efeito bloqueador dos anticorpos
Fonte: https://cov-lineages.org/

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Variante da Índia B.1.617.2 ou Delta

No Reino Unido 75% das novas infeções de covid-19 são provocados ​pela nova variante da Índia. Estes números estão a alarmar a comunidade científica, alertando para a possibilidade do país estar já no estágio inicial de uma quarta vaga do SARS-CoV-2.

A variante Indiana denominada B.1.617.2, na nova nomenclatura decidida pela Organização Mundial de Saúde, que adotará letras do alfabeto grego para as mutações, de modo a evitar estigmas ou reações xenófobas, vai passar a designar-se, como “variante delta”.

Serão as vacinas eficazes contra a variante Delta?

Provavelmente algumas vacinas terão uma eficácia baixa… e vamos saber rapidamente dentro de poucas semanas pois existem já cidades como Lisboa com um forte crescimento da variante Delta. Segundo Deepti Gurdasani, epidemiologista e investigadora da Queen Mary University of London, a variante B.1.617.2 ou delta é altamente transmissível e com uma capacidade significativa de fugir às vacinas, especialmente após uma única dose, e leva a um aumento exponencial de casos em muitas áreas.

A variante B.1.617.2 ou delta é provavelmente a mais perigosa até agora detetada pois, segundo relatório do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), tem 10 mutações de interesse na espícula (Spike) do SARS-CoV-2, a saber:

Spike: T19R, (G142D), 156del, 157del, R158G, L452R, T478K, D614G, P681R, D950N

Algumas das proteínas da espícula são precisamente utilizadas na produção das vacinas que estão a ser administradas à população.

Assim quanto mais novas proteínas mutantes com interesse forem surgindo menor será a eficácia das vacinas contra estas novas estirpes. No entanto, apesar deste risco, quem não tiver qualquer vacinação terá maior probabilidade de desenvolver sintomas graves de Covid-19 do que as pessoas já vacinadas.

Quarta vaga!

Será possível surgir ainda uma quarta vaga? Obviamente que sim e, segundo os especialistas, infelizmente já está a acontecer em Portugal na zona de Lisboa…embora não seja de todo espectável a gravidade da 3ª vaga, em termos de internamentos com doença grave, pois o grau de imunidade tem vindo sempre a aumentar e nos países mais avançados com a vacinação esse risco será menor. Por ouro lado quem contrai a doença também desenvolve anticorpos neutralizantes contra o coronavírus que mantêm alguma eficácia durante alguns meses, ganhando tempo até ser possível aplicar a vacina para reforço dessa imunidade.

No entanto as diversas mutações de interesse no SARS-CoV-2 que vão surgindo por todo o mundo aumentam o risco de nova infeção descontrolada nos países mais atrasados na vacinação.

Outro pilar importante nesta análise sobre a 4ª vaga é a verdadeira eficácia das vacinas e quanto tempo ficamos com anticorpos neutralizantes suficientes para nos proteger? Essa é uma resposta que só o tempo dará! Estima-se que seja necessário reforço da vacina quase anualmente tal como acontece na vacina antigripal.

Variante do Brasil P.1

De seguida descrevo o que sabemos sobre a variante P.1 e porquê os cientistas em todo o mundo estão preocupados com as mutações detetadas em simultâneo nesta estirpe.

Estirpe P.1 ou B.1.1.28 ou Gamma Manaus Brasil

A variante P.1 foi detetada pela primeira vez em amostras de Manaus, no estado do Amazonas, no norte do Brasil, em meados de dezembro de 2020. Os pesquisadores que o descobriram publicaram as suas descobertas em 12 de janeiro de 2021, observando que detetaram a estirpe em 42% das amostras testadas e que também havia sido detetada em alguns casos recentes de coronavírus no Japão entre pessoas que viajaram para Manaus.

Não está claro exatamente quando a variante evoluiu, mas os pesquisadores notaram que ela não estava presente nas amostras de vigilância do genoma disponíveis publicamente que foram coletadas em Manaus entre março e novembro de 2020.

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Um trabalho dirigido pela Professora Ester e divulgado na revista Science mostra que, em junho de 2020, um mês após o pico epidémico em Manaus, 44% da população tinha imunoglobulina G (IgG) contra o SARS-CoV-2 detetável no sangue. Corrigindo para os casos sem resposta imunológica detetável e para aqueles com diminuição de anticorpos, os autores estimaram ainda uma taxa de ataque maior (66%), subindo para 76% em outubro.

A razão pela qual os pesquisadores começaram a sequenciar as amostras de Manaus foi porque queriam investigar porque havia um ressurgimento surpreendente do coronavírus na cidade, depois desse estudo ter estimado que até 76 por cento da população já havia sido infetada com COVID-19 , o que teoricamente inferiria um alto nível de imunidade entre os seus habitantes.

Os pesquisadores descobriram que a estirpe P.1 “contém uma constelação única de mutações definidoras de linhagem” que podem ser “potencialmente associadas a um aumento na transmissibilidade ou propensão para reinfeção de indivíduos.”

Perigo da nova estirpe de coronavírus

Porque estão muito preocupados os cientistas? Como os vírus estão em constante evolução, novas variantes genéticas com várias mutações aparecem constantemente. Os especialistas em doenças infeciosas ficam preocupados com aqueles que desenvolveram mutações que os tornam:

  • Mais dominantes e/ou perigosos porque se tornam mais transmissíveis ou seja mais fáceis de espalhar e contagiar;
  • Mais virulentos ou seja causando uma doença mais grave;
  • Mais capazes de evitar anticorpos gerados por infeções anteriores, vacinas ou tratamentos u seja mais resistentes aos medicamentos.

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Desde junho de 2020, a variante dominante do SARS-CoV-2 (o vírus que causa a doença COVID-19), em todo o mundo tem sido a D614G, que de alguma forma foi capaz de vencer os seus predecessores genéticos. Recentemente, variantes mais evoluídas começaram a dominar em partes do mundo, sendo a mais notória a estirpe B.1.1.7, que surgiu no Reino Unido e é considerada muito mais infeciosa do que a D614G, ao ponto de o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) alertar e prever que será a variante dominante nos EUA em março de 2021.

Variante P.1 do Brasil porque é tão preocupante?

A variante P.1 (também conhecida como B.1.1.28) preocupa os cientistas por alguns motivos, começando por pelo facto de ter duas mutações notáveis ​​que podem torná-la mais perigosa.

Mutação N501Y (Nelly) aumenta transmissão

Primeiro, ela tem uma mutação na proteína da espícula (protein spike) que se liga ás células humanas e que pode tornar a variante mais infeciosa.

Esta mutação, conhecida como N501Y (ou “Nelly”), também está presente na variante B.1.1.7, que está a espalhar-se rapidamente no Reino Unido, bem como na B.1.351 (também conhecida como 501.V2 ou N501Y. V2) variante que surgiu na África do Sul. A mutação permite que as proteínas da espícula do vírus se liguem mais facilmente às células humanas, o que pode torná-lo mais infecioso. A pesquisa sugeriu que a variante B.1.1.7 pode ser pelo menos 50 por cento mais transmissível do que as estirpes dominantes anteriormente, razão pela qual os cientistas e as entidades saúde pública estão tão preocupados.

Uma pesquisa brasileira divulgada no início de janeiro analisou a troca de aminoácidos que poderia causar esse efeito de maior facilidade da infeção pelo vírus. Assim onde estava a asparagina (N) no RNA do coronavírus original de Wuhan, na versão do Reino Unido, agora existe a tirosina (Y). Os autores explicaram que o “N fazia duas ligações” e, agora, o “Y faz muito mais”, trazendo mais aderência ao recetor humano.

Mutação E484K (Erik) resiste aos anticorpos

A variante P.1 também tem uma “mutação de escape” conhecida como E484K, que também existe na variante B.1.351 da África do Sul e que, em experiências de laboratório, ajudou o coronavírus a evitar anticorpos protetores gerados por infeções anteriores assim como torna-lo menos suscetível a medicamentos constituídos por anticorpos.

A mutação E484K está assim relacionada com um possível enfraquecimento da ação dos anticorpos humanos. Com a nova sequência de RNA, é atingida a região da proteína Spike onde precisamente atuam os anticorpos neutralizantes produzidos pelo sistema imunológico.

Por outras palavras, é possível que alguém que já foi infetado com uma estirpe anterior do coronavírus possa ser reinfectado por uma variante com esta mutação e que a mutação possa permitir que o coronavírus evite os anticorpos gerados pelas vacinas COVID.

O microbiólogo Ravi Gupta, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), criou no seu laboratório um pseudovírus com as mutações características da variante britânica, mais a E484K. Os resultados preliminares, sugerem que a mutação Erik aumenta a resistência do vírus aos anticorpos do plasma sanguíneo doado por pessoas que já receberam a vacina da Pfizer. 

Para ficar claro, isso não significa que as vacinas de coronavírus atualmente disponíveis não funcionarão contra variantes com a mutação E484K. Mesmo que a mutação torne, de alguma forma, as vacinas atuais menos eficazes, embora ainda não seja claro, os especialistas no assunto estão em geral otimistas de que as vacinas ainda oferecerão proteção contra estirpes com o Mutação E484K.

O biólogo Iñaki Comas recorda que as defesas humanas não consistem apenas nos anticorpos. Outro componente essencial da reação imunológica são os linfócitos T ou seja um grupo de glóbulos brancos capazes de destruir as células infetadas pelo coronavírus. Uma maior resistência aos anticorpos não implica necessariamente que o vírus escape ao exército defensivo do corpo humano.

Mais pesquisas são necessárias, mas por enquanto parece que o pior cenário seria que as vacinas ainda evitassem doenças graves das variantes, mas poderiam ser menos eficazes na prevenção de uma infeção leve ou assintomática.

As vacinas também podem e serão atualizadas para compensar esta e outras mutações ao longo do tempo.

Mutação K417 um mistério!

P.1 e a variante B.1.351 também compartilham outra mutação, K417, mas pouco se sabe sobre como isso beneficia o vírus. Os cientistas continuam “curiosos” em descobrir qual será a vantagem que a K417 oferece ao vírus sendo que é provável que também ajude o vírus a sobreviver ou transmitir-se de forma mais eficaz!

Mutações simultâneas em países diferentes

Quando variantes preocupantes evoluem com as mesmas mutações vantajosas em locais geograficamente distintos separados ao mesmo tempo, isso sugere que essas mutações são saltos evolutivos significativos para o vírus. Mas também não está claro se essas mutações e os seus efeitos estão ligados a outras mutações nas variantes de formas que os cientistas ainda não entendem.

Como Kai Kupferschmidt da Science apontou recentemente, pode ser que uma mutação como N501Y, aquela ligada a uma maior transmissibilidade, só seja útil para o coronavírus quando ocorre em combinação com uma ou mais mutações. Mais pesquisas são necessárias, e estão em andamento, para investigar as várias mutações em ação em cada uma das novas estirpes subitamente dominantes.

Segundo obeserva Sarah Zhang no The Atlantic, ainda é cedo e os dados sobre a variante no Brasil são particularmente escassos. Além de compartilhar certas mutações, essas variantes simplesmente têm um grande número de mutações, algumas únicas para cada variante. Ganhar um conjunto completo de mutações rapidamente deve ser um evento muito incomum. Mas com o vírus tão disseminado agora, eventos muito incomuns acontecerão e, certamente, mais de uma vez. A taxa usual de 2 mutações por mês pode subestimar a capacidade do coronavírus para sofrer mais mutações em situações incomuns. “É um pouco como um alerta”, afirma Kristian Andersen, microbiologista da Scripps Research.

Reinfeção pela variante P.1 é possível?

Isso ainda precisa de ser determinado. Até o momento, só houve um caso confirmado acontecendo em Manaus, e os casos de reinfeção por qualquer variante permanecem muito raros. Mas há muito que os cientistas ainda não sabem sobre a variante P.1, incluindo a sua capacidade de reinfectar sobreviventes de COVID.

Variante P.1 onde já foi detetada?

Até ao momento, a variante P.1 COVID só foi detetada no Brasil e em alguns casos no Japão entre pessoas que viajaram para Manaus. Ainda não há evidências de transmissão comunitária da variante em qualquer outro país que não o Brasil.

Dito isso, é possível, senão provável, que P.1 já tenha se espalhado para fora do Brasil sem ser detetado. Todas as estirpes do coronavírus que se tornaram dominantes em algum lugar do mundo, como o P.1 no Amazonas, acabaram por se espalhar para outros países.

Mapa de países com a P.1 já detetada

Mapa de países com a estirpe P.1 já detetada. Relatório de 22.01.2021. Fonte: https://cov-lineages.org/global_report_P.1.html

Embora a variante P.1 não tenha sido detetada no Reino Unido, um dos principais epidemiologistas do país afirmou que é provável que já esteja presente.

Variante B.1.1.7 Reino Unido

Esta estirpe B.1.1.7 está a “devastar” o Reino Unido e diversos países pois as mutações que apresenta, já descritas neste artigo, tornaram-na cerca de 50% a 70% mais contagiosa e 30% mais mortal. Descrevo de seguida o mapa dos países afetados em 22.01.2021.

Fonte: https://cov-lineages.org/global_report_B.1.1.7.html

Variante P.2 do Rio de Janeiro

Outra variante do coronavírus, denominada P.2, parece ter-se espalhado no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Embora carregue a “mutação de escape” E484K, até agora os cientistas não consideraram a estirpe uma variante de preocupação.

Variante de Nova Iorque B.1.526

A variante de Nova Iorque tem um conjunto de mutações que afetam a proteína spike e permitem ao vírus ligar-se melhor às células humanas e escapar aos anticorpos gerados pelas vacinas existentes. A nova variante do coronavírus em Nova Iorque, a B.1.526, que terá sido detetada pela primeira vez em novembro.

Há duas versões da variante de SARS-CoV-2 que os investigadores da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) incluem na designação de B.1.526:

  • Mutação E484K, que ajuda o vírus a escapar aos anticorpos e já foi identificada na variante sul-africana (B.1.351) e na variante brasileira (P.1 ou B.1.1.248);
  • Mutação S477N, que pode afetar a força da ligação entre o vírus e as células humanas.

Outras mutações de interesse encontradas nesta nova variante de Nova Iorque são:

  • Mutação D253G, que permite escapar aos anticorpos gerados contra uma parte específica da proteína spike (a região N-terminal);
  • Mutação A701V que também está presente na variante sul-africana.

A grande preocupação é que estas mutações tornem as vacinas atuais contra a Covid-19 menos eficazes.

No estudo da Caltech é sublinhado que o conjunto de mutações mais comuns que afetam a proteína spike nesta nova linhagem (agora designada B.1.526) são L5F, T95I, D253G, E484K ou S477N, D614G e A701V. Esta linhagem apareceu no final de novembro de 2020 e representa cerca de 25% dos genomas de coronavírus sequenciados e registados em Nova Iorque em fevereiro de 2021.

Artigo da Caltech em pré-publicação: SARS-CoV-2 lineage B.1.526 emerging in the New York region detected by software utility created to query the spike mutational landscape.

A Universidade Columbia, em Nova Iorque, por sua vez, sequenciou 1.142 amostras de doentes do centro médico da universidade e verificou que 12% das pessoas, com várias origens na área metropolitana, tinham uma variante com a mutação Erik (E484K). Além disso, encontraram seis casos da variante britânica, dois da variante brasileira e um da variante sul-africana. Foi a primeira vez que Nova Iorque identificou casos destas duas últimas variantes, que têm ambas a mutação Erik.

Michel Nussenzweig, imunologista na Universidade de Rockefeller, não esteve envolvido nos estudos, mas confessa-se mais preocupado com esta nova variante em Nova Iorque do que a que se tem espalhado rapidamente na Califórnia (CAL.20C ou B.1.429).

O que acontece depois?

Estudos estão em andamento para compreender a transmissibilidade e a gravidade das variantes recém-descobertas do SARS-CoV-2, bem o como seu impacto potencial nas vacinas.

Segundo o Dr. Trevor Bedford, virologista e professor associado da Universidade de Washington, após aproximadamente 10 meses de relativa inatividade, começamos a ver uma evolução notável do SARS-CoV-2 com um padrão evolutivo repetido nas variantes do SARS-CoV-2 de preocupação emergentes do Reino Unido, África do Sul e Brasil.

Ainda segundo o Dr. Trevor Bedford, que também trabalha com a Divisão de Vacinas e Doenças Infeciosas de Fred Hutch, alertou para o facto de termos observado três variantes preocupantes a surgir desde setembro de 2020 o que pode significar que provavelmente há mais por vir!

Concluindo

O coronavírus SARS-CoV-2 é obviamente o maior desafio enfrentado pela humanidade nos últimos 100 anos quer em termos sanitários quer em termos económicos… é uma verdadeira desgraça! As suas mutações são frequentes e embora a esmagadora maioria não cause preocupação basta uma ou duas mais virulentas para baralhar tudo outra vez… por exemplo alguma que torne as vacinas já existentes pouco eficazes e permita a reinfeção dos ex infetados!

No entanto convém nunca esquecer que em 2021 temos armas poderosas em ambas as frentes para combater esta “guerra”. Nunca na história da humanidade tivemos tantos medicamentos e tão poderosos. Os anticorpos monoclonais são um dos exemplos que nos trazem mais esperança e as novas vacinas de RNAm podem facilmente adaptar a produção a eventuais novas estirpes mais virulentas.

O que podemos fazer?

Mas nós próprios também podemos proteger-nos muito melhor e fortalecer o nosso sistema imunitário, fazendo uma alimentação adequada sem exageros quer no consumo de carne quer de vegetais (apesar da moda!), eliminando todos os alimentos processados (principalmente hidratos de carbono), comendo poucas vezes por dia e fazendo diariamente 12 a 16 horas de jejum, obviamente podendo beber água ou chá (sem açúcar) durante o dia para ajudar a controlar eventuais “desejos alimentares”. Dormir bem e controlar a ansiedade são também dois pilares essenciais para um sistema imunitário muito forte!

Referências

VACINAS COVID-19 EFEITOS COLATERAIS TODA A VERDADE!

Vacinas covid-19 efeitos colaterais ou efeitos secundários, polémicos perigos ocultos e teorias da conspiração. O que dizem os céticos anti-vacinas Covid-19? Porque são tão polémicos? Qual o suporte científico das suas teorias sobre os perigos ocultos das vacinas? Quais os efeitos adversos, já conhecidos, das vacinas Covid-19 que já estão a ser administradas? Afinal serão as vacinas seguras ou algo nos escapa?

Para que fique claro sou a favor da vacinação, não obrigatória, contra a Covid-19 pois num cenário de pandemia só há uma de duas opções… ou apanhamos a vacina ou apanhamos a doença e que ninguém se iluda julgando que vai escapar a este vírus, é apenas uma questão de tempo!

As vacinas são medicamentos… e como farmacêutico sei muito bem que não existem medicamentos sem reações adversas, variando apenas a frequência e gravidade das mesmas. Por isso mesmo a toma de qualquer medicamento é sempre uma decisão médica e pessoal de benefício/risco o que significa obviamente que não existe e nunca existiu risco zero!

Este artigo pretende, como é meu hábito, descrever a verdade científica sobre esta questão dos efeitos secundários ou colaterais, sem pessimismo nem ingenuidade, e para isso é necessário falar dos mais relevantes mesmo que não sejam “politicamente corretos”… ás vezes até um pouco “escondidos” para não preocupar a população e aumentar os níveis de adesão à vacinação que de facto é necessária para podermos voltar à vida normal!

Acredito e sei que as autoridades de saúde e científicas estão muito atentas a este problema incluindo a própria Organização Mundial de Saúde que tem uma comissão para acompanhar este assunto dos efeitos colaterais das vacinas.

Miocardite

Em novembro de 2021 foi publicado no BMJ, um estudo que analisou o risco de miocardite após a toma das vacinas da Pfizer e da Moderna contra o SARS-CoV-2. As conclusões foram as seguintes:

O estudo fez a avaliação da relação entre a vacinação contra o SARS-CoV-2 e o risco de miocardite ou miopericardite, por meio de um estudo de coortes que abrangeu toda a população da Dinamarca. A análise principal, que incluiu somente as vacinas baseadas em ARN mensageiro, concluiu que a vacina mRNA-1273 (Moderna) esteve associada a um aumento significativo do risco, especialmente em indivíduos com idade entre 12-39 anos, e que a BNT162b2 (Pfizer-BioNTech) apenas mostrou associação significativa em mulheres.

Estudo: SARS-CoV-2 vaccination and myocarditis or myopericarditis:
population based cohort study

Relatório de reações adversas maio 2021

O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), constituído pela Direção de Gestão do Risco de Medicamentos do INFARMED, I.P., que o coordena, e por Unidades Regionais de Farmacovigilância (URF) que abrangem a totalidade do território de Portugal continental e ilhas. O SNF monitoriza a segurança dos medicamentos autorizados, avaliando eventuais problemas relacionados com reações adversas a medicamentos, incluindo vacinas, e implementando medidas de segurança sempre que necessário. As reações adversas (RAM) notificadas não têm necessariamente uma relação causal com a vacina administrada. Leia todo o relatório no link abaixo onde estão contabilizadas 34 mortes pós vacinação:

OMS anuncia programa que indemniza pessoas vacinadas com efeitos adversos

No comunicado de 22 de fevereiro de 2021 a Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve que o programa, inédito, abrange apenas pessoas oriundas dos 92 países elegíveis (mais pobres) para vacinas financiadas pelo mecanismo de distribuição universal e equitativa Covax, codirigido pela OMS. A iniciativa, sem custos para os beneficiários, é subsidiada pelos financiadores do Covax, por intermédio de uma pequena taxa adicionada a cada dose de vacina distribuída até 30 de junho de 2022.

A OMS refere que se trata de “um procedimento rápido, justo e transparente” para indemnizar possíveis lesados da vacinação, que tenham “efeitos adversos raros, mas graves”. A OMS assinala que, apesar de as vacinas para a Covid-19 adquiridas ou distribuídas pelo Covax terem uma “aprovação regulamentar” ou “autorização de uso de emergência” que confirmam a sua segurança e eficácia, podem, “em casos raros”, como “acontece com todos os medicamentos”, provocar “reações adversas graves”.

Mas afinal que reações adversas graves podem ser estas?

Vacinas aprovadas e aplicadas em 2021

Reações adversas

Vou começar pelo resumo das três primeiras vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), que foram a da Pfizer, Moderna e AstraZeneca cuja literatura científica é conhecida de forma mais transparente. Estas vacinas provocam uma percentagem elevada de dor local, cansaço, dor de cabeça, dores musculares, dores articulares, náuseas e mal-estar geral. De seguida pode consultar o “bilhete de identidade” destas vacinas. Trata-se de um resumo das principais informações sobre cada uma das vacinas aprovadas baseado na informação publicada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Pfizer/BioNTech

Reações adversas mais comuns da vacina Pfizer:

  • Dor no local da injeção (<80%);
  • Cansaço (>60%);
  • Dor de cabeça (>50%);
  • Mialgias/dores articulares ((20%);
  • Febre (10%);
  • Inchaço na zona do braço onde foi dada a vacina (>10%).

Moderna/NIH

Reações adversas mais comuns da vacina Moderna:

  • Dor o local da injeção (92%);
  • Cansaço (70%);
  • Cefaleia/dor de cabeça (64,7%);
  • Mialgia/dor muscular (61,5%);
  • Artralgia/dor articular (46,4%),
  • Calafrios (45,4%);
  • Náuseas e vómitos (23%);
  • Gânglios linfáticos inchados (19,8%);
  • Febre (15,5%);
  • Inchaço na zona do braço onde foi aplicada a vacina (14,7%);
  • Vermelhidão (10%).

Reações adversas da vacina AstraZeneca:

  • Sensibilidade (63,7%);
  • Dor no local da injeção (54,2%);
  • Cefaleia/dor de cabeça (52,6%);
  • Cansaço (53,1%);
  • Mialgia/dor muscular (44%);
  • Mal-estar (44,2%).
  • Pirexia: Febre (33,6%); Febre superior a 38º (7,9%);
  • Calafrios (31,9%);
  • Artralgias/dor articular (26,4%);
  • Náuseas (21,9%).

A grande polémica!

Apesar das reações adversas acima descritas e outras dúvidas sobre os “veículos” utilizados para proteger o código genético injetado, que descrevo no meu artigo “A melhor vacina contra a Covid-19” a maior polémica e perigo está principalmente em dois efeitos colaterais denominados:

  • ADE – Antibody-dependent Enhancement (reforço dependente de anticorpos)
  • Lethal Th2 immunopathology (Imunopatologia Th2 letal).

Estes efeitos colaterais, que descrevo em detalhe mais adiante, são conhecidos há vários anos na comunidade científica ligada ao desenvolvimento de vacinas e têm sido responsáveis, em ensaios clínicos, por diversos episódios graves, alguns trágicos, nos indivíduos previamente vacinados que posteriormente entram em contacto com o vírus e desenvolvem uma forma grave da própria doença contra a qual foram vacinados. Esta é aliás uma das principais justificações para nunca se ter conseguido uma vacina final segura contra os anteriores coronavírus, como SARS-CoV-1 e MERS.

Antibody-Dependent Enhancement (ADE)

Reforço dependente de anticorpos o que é?

Conforme observado pelos autores dum artigo do International Journal of Clinical Practice, os esforços anteriores para desenvolver uma vacina contra coronavírus como os coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-1), coronavírus da síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) e vírus sincicial respiratório (RSV), revelaram uma preocupação séria pois as vacinas têm uma tendência de desencadear o reforço dependente de anticorpos (ADE – Antibody-dependent Enhancement).

Artigo do International Journal of Clinical Practice: Informed consent disclosure to vaccine trial subjects of risk of COVID‐19 vaccines worsening clinical disease

O que significa exatamente este problema na resposta imunitária , denominado Reforço Dependente de Anticorpos? Resumindo, isso significa em algumas pessoas que, em vez de aumentar a nossa imunidade contra a infeção, a vacina realmente aumenta a capacidade do vírus entrar e infetar as nossas células, resultando em doenças mais graves do que se não tivéssemos sido vacinados.

Isso é exatamente o oposto do que uma vacina deve fazer, e um problema significativo que foi apontado desde o início deste impulso para uma vacina COVID-19. O artigo de revisão de 2003 “Aumento dependente de anticorpos da infeção e doença por vírus” explica este problema da seguinte forma:

“Em geral, os anticorpos específicos para vírus são considerados antivirais e desempenham um papel importante no controle de infeções por vírus de várias maneiras. No entanto, em alguns casos, a presença de anticorpos específicos pode ser benéfica para o vírus. Esta atividade é conhecida como aumento dependente de anticorpos (ADE) da infeção pelo vírus.

O ADE da infeção por vírus é um fenómeno no qual anticorpos específicos do vírus aumentam a entrada do vírus e, em alguns casos, a replicação do vírus em monócitos / macrófagos e células granulocíticas por meio da interação com Fc e / ou recetores de complemento.

Este fenómeno foi relatado in vitro e in vivo para vírus que representam numerosas famílias e gêneros de saúde pública e importância veterinária. Esses vírus partilham algumas características comuns, como replicação preferencial em macrófagos, capacidade de estabelecer persistência e diversidade antigénica. Para alguns vírus, o ADE da infeção tornou-se uma grande preocupação para o controle da doença por vacinação.”.

Consequentemente, várias abordagens têm sido feitas para o desenvolvimento de vacinas com risco mínimo ou nenhum risco de ADE.

A identificação de epítopos virais associados a ADE ou neutralização é importante para este propósito. Além disso, a compreensão clara dos eventos celulares após a entrada do vírus através do ADE tornou-se crucial para o desenvolvimento de uma intervenção eficiente. No entanto, os mecanismos do ADE ainda precisam ser melhor compreendidos.

Estudo: Antibody-dependent enhancement of virus infection and disease.

Teoria da conspiração

Segundo Robert F. Kennedy Jr, entretanto banido do Instagram e conhecido cético anti-vacinas, em 2012, cientistas chineses, americanos e europeus estavam a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra a SARS e tinham cerca de 30 candidatos promissores.

Destas, as quatro melhores vacinas candidatas foram então administradas a furões, que são os análogos mais próximos das infeções pulmonares humanas. Apesar dos furões exibirem uma resposta robusta de anticorpos, que é a métrica usada para o licenciamento da vacina, quando foram expostos ao contacto com o vírus selvagem, todos ficaram gravemente doentes e morreram.

A mesma coisa aconteceu quando tentaram desenvolver uma vacina contra o VSR na década de 1960. O RSV é uma doença respiratória superior muito semelhante à causada pelos coronavírus. Naquela época, eles decidiram saltar os testes em animais e ir diretamente para os testes em humanos.

“Testaram em cerca de 35 crianças e a mesma coisa aconteceu”, disse Kennedy. “As crianças desenvolveram uma resposta de anticorpos robusta e durável. Parecia perfeito mas quando as crianças foram expostas ao vírus selvagem, todas ficaram doentes. Dois deles morreram. Eles abandonaram a vacina. Foi um grande constrangimento para o FDA e o NIH. ”

Será afinal isto verdade? Vou então tentar analisar o suporte científico desta teoria que tanta polémica está a criar!

Anticorpos neutralizantes e anticorpos de ligação

Os coronavírus produzem não apenas um, mas dois tipos diferentes de anticorpos com consequências completamente diferentes no que concerne à proteção contra a Covid-19. Assim os dois tipos de anticorpos produzidos são os seguintes:

Anticorpos de ligação são um perigo!

Em vez de prevenir a infeção viral, os anticorpos de ligação desencadeiam uma resposta imune anormal conhecida como “aumento imunológico paradoxal” ou seja neste caso esta resposta imunológica vai facilitar a entrada do coronavírus e aumentar a gravidade da doença assim que a pessoa vacinada seja exposta ao vírus.

Muitas das vacinas COVID-19 atualmente em execução usam mRNA para instruir as células a produzir a proteína spike SARS-CoV-2 (proteína S). A proteína spike, que se liga ao receptor ACE2 da célula, é o primeiro estágio do processo de dois estágios usado pelos vírus para entrar nas células. A ideia é que, ao criar a proteína spike SARS-CoV-2, o sistema imunológico iniciará a produção de anticorpos, sem ficarmos doentes no processo. A questão principal é no entanto a seguinte:

  • Qual dos dois tipos de anticorpos será produzido por meio desse processo?

Anticorpos neutralizantes, sem eles há doenças mais graves

Ao desenvolver vacinas e considerar passaportes de imunidade, devemos primeiro entender o papel complexo dos anticorpos na SARS, MERS e COVID-19. Existem vários estudos de vacinas contra o coronavírus que levantaram preocupações sobre o ADE.

O primeiro é um estudo de 2017 em PLOS Pathogens, “Enhanced Inflammation in New Zealand White Rabbits When MERS-CoV Reinfection Occurs in the Absence of Neutralizing Antibody”, que investigou se ficar infectado com MERS protegeria o sujeito contra reinfeção, como é tipicamente o caso com muitas doenças virais ou seja, depois de recuperar de uma infeção viral, por exemplo, sarampo, fica imune e não contrairá a doença novamente.

Estudo: Enhanced inflammation in New Zealand white rabbits when MERS-CoV reinfection occurs in the absence of neutralizing antibody

Para determinar como o MERS afeta o sistema imunológico, os pesquisadores infetaram coelhos brancos com o vírus. Os coelhos adoeceram e desenvolveram anticorpos, mas esses anticorpos não eram do tipo neutralizante, ou seja, o tipo de anticorpo que bloqueia a infeção. Como resultado, eles não foram protegidos contra reinfeção e, quando expostos ao MERS pela segunda vez, ficaram doentes novamente, e de forma mais grave.

Na verdade, a reinfeção resultou em aumento da inflamação pulmonar, sem um aumento associado nos títulos de RNA viral, observaram os autores. Curiosamente, anticorpos neutralizantes foram produzidos durante esta segunda infeção, evitando que os animais fossem infetados pela terceira vez. No artigo os autores referem o seguinte:

“Os nossos dados do modelo de coelho sugerem que as pessoas expostas a MERS-CoV que não conseguem desenvolver uma resposta de anticorpos neutralizantes, ou pessoas cujos títulos de anticorpos neutralizantes diminuíram, podem estar em risco de doença pulmonar grave na reexposição a MERS-CoV. ”

Assim, se a vacina não resultar numa resposta robusta em anticorpos neutralizantes, podemos estar em risco de doença pulmonar mais grave se ficarmos infetados com o vírus depois de vacinados.

ADE e Dengue

O vírus da dengue também é conhecido por causar ADE, conforme explicado no jornal Swiss Medical Weekly publicado em abril de 2020.

O Swiss Medical Weekly, que começou a ser publicado em 1871 como “Correspondenz-Blatt für Schweizer Aerzte”, é uma revista médica internacional revista por pares seguindo o modelo de Acesso Aberto de Serviço Público (PSOA, também conhecido como Platinum ou Diamond Open Access).

Artigo da Swiss Medical Weekly: Is antibody-dependent enhancement playing a role in COVID-19 pathogenesis?

No artigo de Abril de 2020, acima referido, pode ler-se que

“Atualmente, acredita-se que a patogénese de COVID-19 prossegue por meio de mecanismos citotóxicos diretos e imunomediados. Um mecanismo adicional que facilita a entrada nas células virais e o dano subsequente pode envolver o chamado aumento dependente de anticorpos (ADE – antibody-dependent enhancement).

ADE é uma cascata de eventos muito conhecida em que os vírus podem infetar células suscetíveis por meio da interação entre complexos de vírions com anticorpos ou componentes do complemento e, respetivamente, Fc ou recetores do complemento, levando à amplificação de sua replicação.

Fonte: Swiss Medical Weekly – Representação esquemática do aumento dependente de anticorpos conforme relatado para o vírus da Dengue (DV). Os vírions são reconhecidos por anticorpos heterotípicos de uma infeção anterior. Os complexos ligam-se então ao preceptor Fcγ na superfície dos macrófagos e internalizam-se. A replicação do vírus da Dengue leva a um aumento da carga viral e a uma mudança funcional dos macrófagos em direção a um perfil secretor de citocinas pró-inflamatórias.

Este fenómeno é de enorme relevância não só para a compreensão da patogénese viral, mas também para o desenvolvimento de estratégias antivirais, nomeadamente vacinas.

Existem quatro serotipos do vírus da dengue, todos induzindo imunidade protetora. No entanto, embora a proteção homotípica seja de longa duração, os anticorpos de neutralização cruzada contra diferentes serotipos têm vida curta e podem durar apenas até 2 anos.

Na dengue, a reinfeção com um serotipo diferente provoca doença mais grave quando o título de anticorpos protetores diminui. Aqui, os anticorpos não neutralizantes assumem os neutralizantes, ligam-se aos vírions da Dengue, e esses complexos medeiam a infeção das células fagocíticas por meio da interação com o receptor Fc, em um ADE típico.

Por outras palavras, os anticorpos heterotípicos em títulos de subneutralização são responsáveis ​​pelo ADE em pessoas infetadas com um serotipo do vírus da Dengue diferente da primeira infeção.

Anticorpos neutralizantes com reatividade cruzada estão associados a chances diminuídas de infeção secundária sintomática, e quanto maior o título de tais anticorpos após a infeção primária, maior será o atraso para a infeção secundária sintomática”.

O artigo prossegue detalhando os resultados das investigações de acompanhamento da vacina contra a dengue, que revelaram que a taxa de hospitalização por dengue entre crianças vacinadas com menos de 9 anos foi maior do que a taxa entre os do grupo control. A explicação para isso parece ser que a vacina mimetizou uma infeção primária e, à medida que a imunidade diminuía, as crianças tornavam-se mais suscetíveis ao ADE quando contactavam o vírus pela segunda vez. O autor explica:

“Uma análise post hoc de ensaios de eficácia, usando um ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA – enzyme-linked immunosorbent assay) anti proteína não estrutural 1 imunoglobulina G (IgG) para distinguir os anticorpos desencadeados pela infeção de tipo selvagem daqueles após a vacinação, mostrou que a vacina foi capaz de proteger contra dengue grave aqueles que foram expostos à infeção natural antes da vacinação, e que o risco de resultado clínico grave foi aumentado entre as pessoas seronegativas.

Com base nisso, um Grupo Consultor Estratégico de Especialistas convocado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que apenas pessoas seropositivas para dengue devem ser vacinadas sempre que programas de controle da dengue incluam vacinação. ”

ADE em infeções por coronavírus

Isto pode ser importante para a vacina COVID-19. Hipoteticamente falando, se o SARS-CoV-2 funcionar como a dengue, que também é causada por um vírus de RNA, então qualquer pessoa que não tenha testado positivo para SARS-CoV-2 pode realmente ter um risco aumentado de COVID-19 grave após a vacinação, e apenas aqueles que já recuperaram de um episódio clínico de COVID-19 estariam protegidos contra doenças graves pela vacina.

Para ser claro, não sabemos se esse é o caso ou não, mas essas são áreas importantes de investigação e os testes de vacinas atuais simplesmente não serão capazes de responder a essa pergunta importante.

O jornal Swiss Medical Weekly também analisa as evidências de ADE em infeções por coronavírus, citando pesquisas que mostram que a inoculação de gatos contra o vírus da peritonite infeciosa felina (FIPV) – um coronavírus felino – aumenta a gravidade da doença quando desafiado com o mesmo serotipo FIPV contido na vacina.

O artigo também cita uma pesquisa que mostra “Os anticorpos produzidos por uma vacina contra SARS-CoV potenciam a infeção de linhas de células B, apesar das respostas protetoras no modelo de hamster”. Outro artigo, “Antibody-Dependent SARS Coronavirus Infection Is Mediated by Antibodies Against Spike Proteins”, publicado em 2014, concluiu que:

“… Concentrações mais altas de anti-soros contra SARS-CoV neutralizaram a infeção por SARS-CoV, enquanto anti-soros altamente diluídos aumentaram significativamente a infecção por SARS-CoV e induziram níveis mais altos de apoptose.

Os resultados dos ensaios de infecciosidade indicam que o SARS-CoV ADE é principalmente mediado por anticorpos diluídos contra proteínas da espícula (spike) do envelope, em vez de proteínas do nucleocapsídeo. Também geramos anticorpos monoclonais contra proteínas spike SARS-CoV e observamos que a maioria deles promoveu infecção por SARS-CoV.

Combinados, os resultados sugerem que os anticorpos contra as proteínas da espícula do SARS-CoV podem desencadear efeitos ADE. Os dados levantam novas questões sobre uma potencial vacina contra SARS-CoV … ”

Um estudo relacionado com este tema foi publicado na revista JCI Insight em 2019. Aqui, macacos vacinados com um vírus vaccinia Ankara (MVA) modificado que codifica a proteína da espícula SARS-CoV de comprimento total acabaram com patologia pulmonar mais grave quando os animais foram expostos para o vírus SARS. E, quando eles transferiram anticorpos IgG anti-espícula para macacos não vacinados, eles desenvolveram dano alveolar difuso agudo, provavelmente por “distorcer a resposta inflamatória”.

Estudo da revista JCI Insight: Anti–spike IgG causes severe acute lung injury by skewing macrophage responses during acute SARS-CoV infection

Vacina SARS piora a infeção

Um artigo interessante de 2012 com o título revelador, “A imunização com vacinas contra o coronavírus da SARS leva à imunopatologia pulmonar no desafio com o vírus da SARS”, demonstra o que muitos pesquisadores temem agora, ou seja, que as vacinas COVID-19 podem tornar as pessoas mais propensas a grave Infecção SARS-CoV-2.

Artigo publicado em 2012: Immunization with SARS Coronavirus Vaccines Leads to Pulmonary Immunopathology on Challenge with the
SARS Virus

O artigo revisa as experiências que mostram a imunização com uma variedade de vacinas da SARS, resultando em imunopatologia pulmonar, uma vez desafiada com o vírus da SARS. Conforme observado pelos autores:

“As vacinas de vírus inteiros inativadas, quer inativadas com formalina ou beta propiolactona e administradas com ou sem adjuvante de alúmen, exibiram uma imunopatologia do tipo Th2 nos pulmões após contacto com o vírus.

Conforme indicado, dois relatórios atribuíram a imunopatologia à presença da proteína N na vacina; no entanto, encontramos a mesma reação imunopatológica em animais que receberam apenas a vacina de proteína S, embora parecesse ser de menor intensidade.

Assim, uma reação imunopatológica em animais vacinados do tipo Th2 após contacto com o vírus ocorreu em três dos quatro modelos animais (não em hamsters) incluindo duas estirpes diferentes de ratos consanguíneos com quatro tipos diferentes de vacinas SARS-CoV com e sem adjuvante de alúmen. Não foi reportada nenhuma vacina inativada que não induza esse resultado em ratos, furões e primatas não humanos.

Esta experiência combinada fornece preocupação para os ensaios com vacinas SARS-CoV em humanos. Os ensaios clínicos com vacinas de coronavírus SARS foram conduzidos e relatados para induzir respostas de anticorpos e ser “seguros”. No entanto, a evidência de segurança é para um curto período de observação.

A preocupação decorrente do presente relatório é para uma reação imunopatológica que ocorre entre indivíduos vacinados e depois expostos ao SARS-CoV infecioso, a base para o desenvolvimento de uma vacina para SARS. Questões de segurança adicionais estão relacionadas à eficácia e segurança contra variantes antigénicas de SARS-CoV e para a segurança de pessoas vacinadas expostas a outros coronavírus, particularmente aqueles do grupo tipo 2. ”

Idosos são mais vulneráveis a ADE

Além de todas estas preocupações, há evidências que mostram que os idosos, que são mais vulneráveis à COVID-19 grave, também são os mais vulneráveis a ADE. Resultados de pesquisas preliminares postados no servidor de pré-impressão medRxiv no final de março de 2020 relataram que os pacientes COVID-19 de meia-idade e idosos têm níveis muito mais altos de anticorpos anti-espícula (aumentam a infectividade), do que os pacientes mais jovens.

Artigo do medRxiv: Neutralizing antibody responses to SARS-CoV-2 in a COVID-19 recovered patient cohort and their implications

Reforço imunológico da doença é uma séria preocupação

Outro artigo que vale a pena mencionar é a mini revisão de maio de 2020 “Impacto do Aumento Imunológico na Terapia Hiperimune de Globulina Policlonal COVID-19 e no Desenvolvimento de Vacinas”.

Artigo de maio 2020: Impact of immune enhancement on Covid-19 polyclonal hyperimmune globulin therapy and vaccine development

Como em muitos outros artigos, os autores apontam que:

“Embora o desenvolvimento da terapia com globulina hiperimune e da vacina contra a SARS-CoV-2 sejam promissores, ambos representam uma preocupação teórica comum de segurança. Estudos experimentais sugeriram a possibilidade de doença imunologicamente potenciada de infeções por SARS-CoV e MERS-CoV, o que pode, portanto, ocorrer de forma semelhante com infecção por SARS-CoV-2.

O reforço imunológico da doença pode, teoricamente, ocorrer de duas maneiras:

Em primeiro lugar, os níveis de anticorpos não neutralizantes ou subneutralizantes podem aumentar a infecção por SARS-CoV-2 nas células-alvo.

Em segundo lugar, os anticorpos podem aumentar a inflamação e, portanto, a gravidade da doença pulmonar. Uma visão geral dessas infecções dependentes de anticorpos e efeitos de intensificação da imunopatologia estão resumidos na figura seguinte.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7161485/. Mecanismo de ADE e imunopatologia mediada por anticorpos.

ADE

Para ADE, a internalização de imunocomplexos é mediada pela ligação de receptores Fc ativadores na superfície celular. A co-ligação de receptores inibitórios resulta então na inibição das respostas antivirais, o que leva ao aumento da replicação viral.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7161485/. Mecanismo de ADE e imunopatologia mediada por anticorpos.

Imunopatologia

Os anticorpos podem causar imunopatologia pela ativação da via do complemento ou citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC). Para ambas as vias, a ativação imune excessiva resulta na libertação de citocinas e quimiocinas, levando ao aumento da patologia da doença.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7161485/. Mecanismo de ADE e imunopatologia mediada por anticorpos.

Atualmente, existem vários candidatos às vacinas SARS-CoV e MERS-CoV em ensaios clínicos pré-clínicos ou em fase inicial. Estudos em animais sobre esses CoVs mostraram que as vacinas baseadas em proteína spike (S), especificamente o domínio de ligação ao recetor (RBD – Receptor Binding Domain), são altamente imunogénicas e protetoras contra a exposição a CoV de tipo selvagem.

Vacinas que visam outras partes do vírus, como o nucleocapsídeo, sem a proteína S, não mostraram proteção contra a infecção por CoV e aumento da patologia pulmonar. No entanto, a imunização com algumas vacinas CoV baseadas na proteína S também exibiu sinais de patologia pulmonar aumentada após contacto com o vírus.

Portanto, além da escolha do antígeno alvo, a eficácia da vacina e o risco de imunopatologia podem ser dependentes de outros fatores auxiliares, incluindo formulação adjuvante, idade na vacinação e via de imunização.”

Imunopatologia Th2 letal é outro risco potencial

Num artigo da PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of USA) sobre o risco de aumento e disfunção imunológica induzida pela vacina, particularmente para os idosos, que são as pessoas que mais precisariam da proteção que uma vacina, os autores descrevem que desde a década de 1960, testes de vacinas candidatas a doenças como dengue, vírus sincicial respiratório (RSV) e síndrome respiratória aguda grave (SARS) mostraram o seguinte fenómeno paradoxal:

  • Alguns animais ou pessoas que receberam a vacina e foram posteriormente expostos ao vírus desenvolveram doença mais grave do que aqueles que não haviam sido vacinados. O sistema imunológico preparado com a vacina, em certos casos, parecia lançar uma resposta de má qualidade à infeção natural.

Esse retrocesso do sistema imunológico, ou o chamado reforço do sistema imunológico, pode manifestar-se de diferentes maneiras, como:

  • Aumento dependente de anticorpos (ADE), um processo no qual um vírus potencializa anticorpos para ajudar na infeção;
  • Reforço baseado em células, uma categoria que inclui inflamação alérgica causada por imunopatologia Th2. Em alguns casos, os processos de reforço imunológico podem-se sobrepor.

Alguns pesquisadores argumentam que, embora o ADE tenha recebido mais atenção até ao momento, é menos provável que cause uma resposta desregulada na COVID-19 que as outras vias de reforço imunológico, dado o que se sabe sobre a epidemiologia do vírus e do seu comportamento em humanos corpo, nomeadamente o facto de infetar células epiteliais do trato respiratório e não os macrófagos (células imunitárias fagocitárias) onde o fenómeno ADE se desenvolve de forma mais perigosa.

‘Há potencial para ADE, mas o maior problema é provavelmente a imunopatologia Th2’, diz Ralph Baric, epidemiologista e especialista em coronavírus, na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.

Em estudos anteriores de SARS, descobriu-se que ratos idosos apresentam riscos particularmente elevados de imunopatologia Th2 com risco de vida, em que uma resposta de células T defeituosa desencadeia inflamação alérgica e anticorpos pouco funcionais que formam complexos imunes, ativando o sistema complemento danificando as vias respiratórias. ”

Concluindo

Neste artigo tentei descrever a verdade sobre os efeitos colaterais das vacinas covid-19. Apesar da polémica continuo a apoiar a vacinação pois apanhar a doença pode ser um risco muito maior do que apanhar a vacina. Quanto aos polémicos efeitos colaterais mais graves, como a ADE e imunopatologia Th2, vamos necessitar de mais tempo para descobrir toda a verdade sobre estes fenómenos perigosos que agravam a doença em algumas pessoas, quando estes contactam com o vírus depois de vacinados. Mesmo sem certezas e estando preocupado com estas informações a vacina contra a Covid-19 será um risco/benefício que vou assumir e fazer “figas” para que o meu organismo possa produzir anticorpos neutralizantes de imunoglobulina G (IgG) de qualidade e em quantidade suficiente para a minha proteção.

Referências