Top 20 multinacionais farmacêuticas mais poderosas do mundo! Quais os medicamentos mais lucrativos do mundo? A indústria farmacêutica rapidamente assumiu o centro do palco quando a COVID-19 apanhou o mundo desprevenido no início do ano passado. À medida que 2020 avançava, as farmacêuticas fabricantes de medicamentos lutaram contra o coronavírus por um lado e, por outro, enfrentaram interrupções pandêmicas, para a fabricação, marketing, I&D e receitas semelhantes.
Embora o mundo agora tenha desenvolvido medicamentos e vacinas contra a COVID-19, a crise ainda não acabou. Os fabricantes de medicamentos e vacinas estão a flexibilizar as cadeias de fornecimento e a desenvolver capacidade de produção para ajudar o mundo a combater a pandemia e ainda tentando encontrar novos tratamentos e vacinas.
Este ranking elaborado pela Fierce Pharma classifica as 20 maiores farmacêuticas por receitas globais em 2020. Apesar dos desafios associados à pandemia, as empresas atenderam às suas expectativas financeiras no ano passado, à medida que os medicamentos continuavam a chegar aos pacientes, apesar dos bloqueios e do distanciamento social. Além disso, a pandemia ofereceu uma oportunidade para a indústria farmacêutica reabilitar o seu problema de imagem pública visto que a população, em geral, considera que o setor é motivado principalmente pelo lucro e alguma “ganância”!
Embora a lista das 20 maiores multinacionais farmacêuticas por volume de vendas não seja muito diferente de ano para ano, os observadores farmacêuticos astutos podem ver algumas diferenças percetíveis nas classificações de 2020 em relação ao relatório do ano passado.
Por exemplo, a Pfizer caiu 5 posições, para a 8ª posição, ao concluir o negócio para desmembrar a Upjohn. A AbbVie ganhou 3 posições e alcançou o top 5 graças à compra da Allergan. A Allergan, a 19ª empresa em 2019, deixou de estar na lista. A Bristol Myers Squibb (BMS), depois de comprar a Celgene, ganhou 4 posições e alcançou a sétima posição.
É assim que as megafusões da indústria farmacêutica remodelam o setor. No futuro, esses negócios podem enfrentar um maior escrutínio graças a uma iniciativa recém-revelada da FTC.
Também medicamentos desenvolvidos em parceria entre grandes multinacionais farmacêuticas são uma realidade. Como exemplo na tabela top 20 descrita mais abaixo neste artigo, aparece o medicamento anticoagulante Eliquis, desenvolvido pela parceria Bristol-Myers Squibb/Pfizer, cujo princípio ativo é o apixabano. Este medicamento ajuda a prevenir a formação de coágulos no sangue através do bloqueio do Fator Xa, que é um importante componente da formação de coágulos.
O única entrada nova no top 20 deste ano é o nº 20 Astellas. A empresa gerou mais de US $ 11 bilhões em 2020, o suficiente para classificá-la acima de outras multinacionais farmacêuticas de médio porte, como Regeneron, Vertex e Alexion.
O ranking das farmacêuticas de 2021 provavelmente trará mais mudanças. As empresas com medicamentos e vacinas de sucesso para a COVID-19 estão na fila para um grande aumento de receita, incluindo a Pfizer e a sua projeção de receita de US $ 15 bilhões para a vacina parceira da BioNTech.
A Moderna, por sua vez, disse que poderia ganhar mais de US $ 11 bilhões com a sua vacina para a COVID-19. A empresa comercializa apenas esse produto, de momento, mas poderia alcançar as 20 primeiras classificações em 2021 com base apenas no sucesso da vacina.
Farmacêuticas mais poderosas TOP 20
Descrevo de seguida a espantosa lista das Top 20 multinacionais farmacêuticas mais poderosas do mundo em 2020:
O top 20 das mais poderosas multinacionais farmacêuticas do mundo é completamente dominado pelo Estados Unidos da América com 9 farmacêuticas nesta lista. Nos 20 lugares de destaque aparecem também a Suíça, Alemanha, UK, França, Japão, Dinamarca e Israel.
Esta lista revela uma verdade flagrante sobre o enorme poder de inovação, liderança e influência que apenas 8 países conseguem impor ao resto do mundo… para o bem e para o mal.
Embora não sendo ingênuo, como Farmacêutico Europeu, fico de certa forma mais tranquilo por saber que todo este poder, mesmo com os seus interesses próprios, ás vezes ocultos… apesar de tudo está concentrado em países com democracias consolidadas da Europa, EUA e Japão, sendo que a democracia é o pior sistema político à exceção de todos os outros… até prova em contrário!
Bipolar, doença bipolar ou doença maníaco-depressiva é caracterizada por uma alternância anormal de crises de euforia, mania e depressão! International Society for Bipolar Disorders qual a diferença entre doença bipolar e esquizofrenia? Quais os sintomas? Quais as causas? Como tratar? Como estabilizar uma crise? A família e amigos como pode ajudar? Como prever e prevenir as crises?
Segundo palavras de um dos membros da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB) e passo a citar: “Quanto mais pessoas perceberem que as perturbações do humor são doenças passíveis de tratamento médico – e não um defeito de carácter ou uma malformação da personalidade – mais poderemos minimizar os graves prejuízos humanos e económicos inevitavelmente associados a estas doenças.”
Estudos de elevado interesse sobre a doença bipolar:
Este artigo vai ao encontro de vários pedidos dos nossos leitores para tratar este tema. Pretende ser um contributo importante para clarificar muitas dúvidas sobre a doença bipolar e a diferença comparativa com outras doenças mentais como a esquizofrenia.
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
Doença bipolar, o que é?
Bipolar: Quais os sintomas?
Crise de mania: Quais os sinais?
Sintomas de uma crise de depressão, quais são?
Bipolar: Quanto tempo dura uma crise?
Bipolar: É possível prever a crise?
Idade: Em que idade surge a doença?
Quantas pessoas são bipolares?
Causas da doença Bipolar, quais as mais relevantes?
Depois de uma crise volta-se ao normal?
Tratamento: Existe cura? Como tratar as crises?
Medicamentos, quais mais utilizados?
Família e amigos: Qual a importância da consciencialização?
Crise de elevação de humor: Como lidar?
Como reduzir os efeitos de um ponto alto?
Como preparar uma estratégia de antecipação?
Euforia, O que fazer quando começa?
Quais os sinais de alerta quando se está em subida?
No final disponibilizamos, na nossa área reservada, relatório sobre saúde mental em Portugal vs Europa e EUA. Conheça os dados e tabelas mais surpreendentes desse relatório!
Doença Bipolar o que é?
Bipolar ou Doença Bipolar, tradicionalmente designada Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e «mania». Qualquer dos dois tipos de crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a sua frequência bastante variável. As crises podem ser graves, moderadas ou leves.
As viragens do humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade.
Sintomas
Os sintomas podem variar rapidamente entre uma crise de mania (euforia) e uma crise de depressão.
Crise de mania
O principal sintoma de «MANIA» é um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, sociável, ativa, faladora, autoconfiante, inteligente e criativa. Com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem surgir alguns ou todos os seguintes sintomas:
Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não acatam os seus desejos e vontades;
Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é muito rápida, com mudanças frequentes de assunto;
Reação excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a mal comentários banais;
Aumento de interesse em diversas atividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas;
Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;
Energia excessiva, possibilitando uma hiperatividade ininterrupta;
Diminuição da necessidade de dormir;
Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas;
Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal;
Perda da noção da realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes»;
Abuso de álcool e de substâncias.
Crise de depressão
O principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero. Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos seguintes sintomas:
Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da autoestima. Pode ficar-se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los;
Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva;
Pensamento lento, esquecimentos, dificuldade de concentração e em tomar decisões;
Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos;
Preocupação excessiva com queixas físicas, como por exemplo a obstipação;
Agitação, inquietação, sem conseguir estar sossegado ou perda de energia, cansaço, inação total;
Alterações do apetite e do peso;
Alterações do sono: insónia ou sono a mais;
Diminuição do desejo sexual;
Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz;
Ideias de morte e de suicídio; tentativas de suicídio;
Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias;
Perda da noção de realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes» com conteúdo negativo e depreciativo;
Por vezes o/a doente tem, durante a mesma crise, sintomas de depressão e de «mania», o que corresponde às crises mistas.
Quanto tempo dura uma crise?
Varia muito. A pessoa pode estar em fase maníaca ou depressiva durante alguns dias, ou durante vários meses. Os períodos de estabilidade entre as crises podem durar dias, meses ou anos. O tratamento adequado encurta a duração das crises e pode preveni-las.
Prever as crises
Para algumas pessoas, sim. Umas terão uma ou duas crises durante toda a vida, outras pessoas recaem repetidas vezes em certas alturas do ano (caso não estejam tratadas!). Há doentes que têm mais do que 4 crises por ano (ciclos rápidos).
Idade
Pode começar em qualquer altura, durante ou depois da adolescência.
Quantas pessoas sofrem de doença bipolar?
Aproximadamente 1% da população sofrem da doença, numa percentagem idêntica em ambos os sexos ou seja em Portugal cerca de 100.000 pessoas.
Causas da doença
Há vários fatores que predispõem para a doença, mas o seu conhecimento ainda é incompleto.
Os fatores genéticos e biológicos (na química do cérebro) têm um papel essencial entre as causas da doença, mas o tipo de personalidade e os stresses que a pessoa enfrenta desempenham também um papel relevante no desencadeamento das crises.
Depois de uma crise volta-se ao normal?
Em geral, sim. No entanto, devido às consequências dramáticas que as crises podem ter, no plano social, familiar e individual, a vida da pessoa complica-se e perturba-se muito, restringindo de forma marcante a sua capacidade de adaptação e autonomia.
O tratamento adequado para a prevenção das crises se forem graves e/ou frequentes é essencial para evitar os muitos riscos inerentes à doença.
Tratamento para as crises
Não há nenhum tratamento que cure a doença por completo. No entanto, há grandes possibilidades de controlar a doença, através de medicamentos estabilizadores do humor, cuja ação terapêutica diminui muito a probabilidade de recaídas, tanto das crises de depressão como de «mania».
Medicamentos mais utilizados
Os medicamentos mais utilizados para controlar a doença bipolar, principalmente nas crises de mania, são os estabilizadores do humor. As crises depressivas tratam-se com antidepressivos.
Estabilizadores do humor
Os mais utilizados estabilizadores do humor para controlar as crises de mania pertencem a 3 grupos distintos de medicamentos, a saber:
Antipsicóticos
Anticonvulsivantes
Lítio
Antipsicóticos ou neurolépticos
São primariamente usados na psicose, esquizofrenia por exemplo, mas provaram ter um efeito estabilizador de humor na Perturbação Bipolar. Exemplos mais usados:
Olanzapina ( Zyprexa®),
Risperidona (Risperdal®),
Quetiapina (Seroquel®),
Anticonvulsivantes
São primariamente usados na epilepsia mas provaram ter um efeito estabilizador de humor na Perturbação Bipolar. Exemplos mais usados:
Lamotrigina (Lamictal®),
Valproato (Diplexil®, Depakine®),
Carbamazepina (Tegretol®),
Ziprasidona (Zeldox®).
Lítio
Estabilizador de Humor. Exemplo:
Carbonato de Lítio (Priadel®)
Antidepressivos
As crises depressivas tratam-se com antidepressivos, tais como:
Fluoxetina,
Sertralina,
Venlafaxina,
Paroxetina,
As crises de mania tratam-se com os estabilizadores do humor atrás referidos e com os medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos típicos e atípicos em função do doente e gravidade das crises. Naturalmente, o apoio psicológico individual e familiar é um complemento indispensável para o tratamento.
As crises graves obrigam a tratamento hospitalar em muitos casos.
Familiares e amigos
A noção de doença mental na opinião pública é, em geral, muito confusa e pouco correta. Verifica-se uma tendência para considerar negativamente as pessoas que sofrem de doenças psiquiátricas e é frequente a ideia de que as doenças mentais são qualitativamente diferentes das outras doenças. É muito comum imaginar que há uma «doença mental» única («a doença mental»), atribuindo às pessoas que tenham sofrido crises, um prognóstico negativo de incurabilidade, aferido erradamente pelos casos de doentes mentais mais graves e crónicos. Por vezes o diagnóstico médico das diferentes doenças psiquiátricas não se faz na altura própria, por variadas razões, e isso acontece, com alguma frequência, na Doença Bipolar.
O conhecimento, mesmo que simplificado, das características da Doença Bipolar facilita a seu reconhecimento aos próprios (que a sofrem) e aos outros, possibilitando uma maior ajuda a muitas pessoas que carecem de um tratamento médico adequado e de uma solidária compreensão humana.
Crise de elevação de humor
Fatores mais importantes
Os fatores mais importantes a ter em conta numa crise de elevação de humor são:
O reconhecimento precoce dos sinais de crise;
Saber o que fazer quando a pessoa começa a sentir-se em crise.
Um “alto” ou um episódio de elevação do humor (mania/hipomania) afeta cada pessoa em velocidades variadas. Se excetuarmos os casos de início muito rápido, é possível para as pessoas com Doença Bipolar (maníaco-depressiva) aprender a reconhecer os sinais de crise para agir de forma a reduzir a gravidade e impacto da crise. Se passar pela hipomania antes de entrar na verdadeira mania, tem uma grande vantagem pois este período de leve elevação do humor possibilita-lhe a adoção de estratégias de prevenção adequadas.
Reduzir os efeitos de um ponto alto
De uma forma geral aplicam-se os mesmos conselhos a situações de hipomania e de mania.
Estratégia de antecipação
Mantenha-se em contacto com o seu médico. Se aprendeu a reconhecer os sinais de crise pode discutir com ele os benefícios de uma automedicação de prevenção de crise e guardar uma reserva de medicamentos para este propósito (seguindo a indicação médica!).
Considere a hipótese de estabelecer um contrato com os seus amigos e familiares mais próximos acerca do que poderão fazer se acharem que está a entrar em crise.
Combine, para essa fase, entregar a algum deles o seu cartão de crédito e o livro de cheques.
Se tem a tendência de fazer grandes despesas em telefonemas, este problema deve ser discutido quando se encontra estável.
Euforia o que fazer?
Consulte o seu médico o mais depressa possível para um ajustamento na medicação. Veja se deve parar algum medicamento antidepressivo que pode estar a precipitar ou a agravar a crise. Se já está a tomar um neuroléptico (antipsicótico), pode haver a necessidade de aumentar a respetiva dose. Se não estiver a tomar, poderá carecer dessa medicação, acrescentada à sua medicação de estabilização habitual com o Lítio, o Divalproato, a Carbamazepina, a Lamotrigina e a Olanzapina.
Evite situações que o possam excitar e criar-lhe problemas ou complicações, como saídas, festas, reuniões, contactos com muitas pessoas, trabalho. Canalize a sua energia para atividades mais tranquilas, que não estimulem e excitem, como escrever, pintar ou praticar exercício físico (com moderação).
Apesar de não ter vontade de descansar, necessita de o fazer. Pequenos períodos de repouso são muito positivos.
Escute os que lhe estão próximos – pergunte-lhes como o acham;
Não se esqueça de comer;
Obtenha ajuda quando necessita, para ir às compras, por exemplo;
Planeie o seu dia com o mínimo de atividades, e não ceda à tentação de acrescentar demasiadas tarefas;
Evite o café, o chá ou a coca-cola, pois são estimulantes;
Evite o álcool;
Não conduza.
Se a sua hiperatividade mental lhe produz dificuldades de concentração, faça uma lista das questões essenciais a não esquecer.
Certifique-se que as pessoas da sua lista de apoio sabem que está “acelerado” e que pode precisar de ajuda. Recorde-se de que falar durante longos períodos vai desgastá-lo a si, aos seus amigos, familiares e contactos profissionais. Uma nota escrita permite-lhe concentrar-se no essencial a dizer à pessoas. Decidir limitar previamente o tempo de uma conversa pode ser também útil.
Se está cheio de ideias brilhantes, passe-as a escrito. Verifique a lista depois de estar estabilizado e decida quais as que fazem ainda sentido.
Sinais de alerta, quando se está em subida
Aumento de atividade física como, por exemplo, as suas tarefas estarem todas feitas às 7h da manhã.
Mente hiperativa, com aumento de intensidade de pensamentos ou emoções e uma maior rapidez verbal.
Dormir menos, acordando muito cedo, cheio de energia ou deitando-se muito tarde, sem saber quando parar.
Sentimentos de alegria, felicidade e excitação. Em algumas pessoas podem acompanhar-se de irritabilidade, medo, desconfiança ou paranoia (sentir que os outros estão contra si, o perseguem).
Sensações de vivência em uníssono com todas as pessoas, o mundo, e o universo.
Constante pressa com múltiplas tarefas ao mesmo tempo, sem conseguir terminar nenhuma.
Falar tão depressa que os outros não o conseguem acompanhar. Interrupção total ou quase total do discurso dos outros.
Manutenção de longas conversas, frequentemente divertidas e profundas, mesmo com estranhos. Passar horas ao telefone.
Esquecer-se de comer, por estar muito ocupado.
Subitamente tem muitas coisas para fazer, muitas pessoas para ver, muitos sítios onde ir, muitas ideias e planos, possivelmente acompanhados de esquemas ambiciosos para “fazer milhões” ou “salvar o mundo”.
Fazer coisas estranhas ao seu carácter, por exemplo, gastar muito dinheiro e agir de modo destravado no plano sexual.
Mania e hipomania o que não pode esquecer
O estado psíquico é muitas vezes agradável, tão intensamente, que há grande relutância em reconhecer que se possa estar doente. Na fase de hipomania a pessoa sente-se muito bem, ativa, produtiva, de tal modo que é difícil aceitar que está em evolução uma crise e que são necessárias medidas terapêuticas.
Pode reconhecer que está hipomaníaco, mas subestimar a gravidade da situação. Pode sentir-se confiante em que “desta” vez não vai cair numa crise grave de Mania. Devido ao seu estado psíquico pode não se importar em entrar em Mania.
Hipomania porquê tomar medidas?
As consequências para a sua vida e para as relações com as outras pessoas, como resultado dos seus atos na fase mais alta, ou mesmo, apenas em hipomania, podem ser dramáticas e muito prejudiciais. A euforia de uma fase de hipomania pode impedir uma consciencialização desses riscos.
A não ser que se tomem medidas adequadas, a crise pode evoluir para uma fase de Mania grave.
A viragem para a depressão segue-se muitas vezes à fase de Mania e é muitas vezes pior após uma fase grave de elevação.
ESTABILIZAÇÃO DA DOENÇA BIPOLAR
Evolução da doença bipolar?
De que tipos de crises (acessos ou fases) sofrem as pessoas com Doença Bipolar?
Com que frequência voltam a ter recorrências, a sofrer novas crises?
Algumas pessoas têm um número igual de crises de euforia ou excitação irritável (mania) e de depressão. Outras têm principalmente crises de um tipo, de depressão ou de euforia. Em média, uma pessoa que sofre de Doença Bipolar tem quatro crises durante os primeiros 10 anos da doença. Embora possa haver um intervalo de anos entre duas ou três primeiras crises, a sua frequência é maior se não se fizer o tratamento estabilizador apropriado.
As crises podem corresponder às mudanças de estação em padrões variáveis, no “rebentar” e no “cair” da folha, no Inverno e no Verão. Algumas pessoas têm crises frequentes ao longo do ano, por vezes, mesmo, ciclos ininterruptos de euforia e depressão. As primeiras crises podem ser desencadeadas por fatores emocionais ou stress, mas à medida que a doença evolui, se a pessoa não fizer o tratamento estabilizador (preventivo), as crises podem surgir com maior frequência e sem fatores precipitantes dignos de relevo.
As crises podem durar dias, meses ou mesmo anos. Em média, sem tratamento, as fases de mania e hipomania (euforia leve) duraram poucos meses, enquanto as depressões arrastam-se muitas vezes por mais de seis meses.
Há designações especiais para cada forma de evolução da Doença Bipolar, a saber:
Bipolar I
A pessoa sofre crises de mania ou crises mistas(sintomas de depressão e mania misturados) e, quase sempre, também tem fases depressivas. As crises voltam a repetir-se exceto se fizer o tratamento preventivo.
Bipolar II
A pessoa tem crises depressivas graves e fases leves de elevação do humor (hipomania). As crises de elevação do humor podem não ser identificadas ou referidas porque o doente se sente “acima do normal” com muita energia e alegria, sem perturbações óbvias. Se o tratamento for só para a depressão, com uma medicação exclusivamente com antidepressivos, não se verifica uma estabilização, podendo surgir crises frequentes e uma viragem do humor.
Ciclos Rápidos
A pessoa tem pelo menos quatro crises por ano, em qualquer combinação de fases de mania, hipomania, mistas e depressivas. Corresponde a uma evolução que atinge entre 5 e 15% dos doentes com Doença Bipolar. Pode, em alguns casos, resultar de uma terapêutica demasiado intensiva e prolongada com antidepressivos, em vez da adequada terapêutica de estabilização do humor.
TRATAMENTO DA DOENÇA BIPOLAR
Naturalmente, as indicações que aqui ficam são as essenciais para o reconhecimento da doença pelo doente e os familiares, mas não devem levar a minimizar o papel do médico psiquiatra, elemento chave no tratamento. Pelo contrário, o melhor conhecimento e reconhecimento da doença e dos aspetos gerais do tratamento visa permitir uma colaboração mais ativa entre todos, doente, família, médico psiquiatra, médico de família e outros técnicos de saúde (enfermeiro, psicólogo, técnico de serviço social).
No tratamento da Doença Bipolar há que ter em conta, por um lado, as fases agudas e, por outro, a estratégia de prevenção das crises. Quando o doente sofre uma crise de depressão, de mania, hipomania, ou mista, precisa de ser tratado na fase aguda com a terapêutica apropriada antidepressiva, anti-maníaca ou antipsicótica, sendo necessária, em muitos casos, a hospitalização no período crítico. Depois de tratada a fase aguda e na continuidade do seu tratamento, inicia-se a terapêutica preventiva das crises para evitar que voltem a ocorrer. Para que o tratamento seja eficaz é necessária uma medicação (tanto para a fase aguda como para a estabilização da doença), acompanhada de uma educação do doente e dos familiares (sobre a doença, os medicamentos, a necessidade de aderir ao tratamento, modificação de hábitos nocivos). Pode ser benéfico um apoio psicológico para o doente e seus familiares (como lidar com os problemas e o stress, etc).
Medicamentos mais importantes
Os medicamentos mais importantes no tratamento dos sintomas da Doença Bipolar são os estabilizadores do humor e os antidepressivos. Mas o médico pode ter necessidade de receitar outros medicamentos, como:
Antipsicóticos,
Ansiolíticos,
Hipnóticos.
Para a prevenção das crises e a estabilização da doença são essenciais os medicamentos designados, com toda a propriedade, estabilizadores do humor. É importante agora dar algumas informações sobre estes últimos medicamentos.
Estabilizadores do humor
Os medicamentos estabilizadores do humor são a base essencial da terapêutica preventiva das fases depressivas e eufóricas da Doença Bipolar. A sua descoberta e utilização revolucionou o tratamento da doença, permitindo a muitas pessoas o controle da Perturbação Bipolar através de uma prevenção das crises. A par desta acção terapêutica essencial, os estabilizadores do humor também são utilizados para o tratamento das crises de mania, hipomania e estados mistos e podem atenuar os sintomas de depressão.
Quais os mais usados atualmente?
Os estabilizadores do humor mais usados atualmente são principalmente os seguintes:
Valproato, (Diplexil R® e Depakine®);
Carbamazepina (Tegretol®).
Olanzapina (Zyprexa®)
Quetiapina (Seroquel®)
Cada um destes três estabilizadores do humor tem diferentes acções químicas no organismo. Se um não for eficaz no tratamento ou tiver efeitos adversos persistentes o médico tem a possibilidade de escolher outro, ou de combinar dois em doses que permitam uma melhor tolerância e eficácia. Há análises para determinar o nível sanguíneo dos três estabilizadores do humor, permitindo o controle correto da dose em cada doente.
Prevenção é a palavra-chave. Os estabilizadores do humor (lítio, Valproato, carbamazepina) são a base de prevenção. Cerca de um terço das pessoas com Doença Bipolar ficam completamente livres de sintomas com a manutenção estabilizadora apropriada. A maioria das pessoas beneficia de uma grande redução no número e na gravidade das crises. O médico poderá ter de fazer um acerto da medicação ou uma outra combinação terapêutica caso se continuem a verificar crises de mania ou depressão.
Consultar novamente o médico, quando?
Caso a medicação não seja 100% eficaz, não fique desencorajado: a informação rápida do médico sobre sintomas de instabilidade é essencial para um ajustamento terapêutico que previna a eclosão de uma crise. O doente nunca deve recear informar o médico sobre quaisquer mudanças de sintomas, pois dessa informação precoce depende o controle da doença. Contacte o médico sem demora se:
Sentir mudanças no sono,
Sentir aumento ou diminuição de energia,
Se sentir mudança no humor (alegria excessiva, irritabilidade ou tristeza),
Se sentir mudança no seu comportamento e relações com pessoas.
Quando se pode parar a medicação?
A manutenção da medicação é outro aspeto essencial. Os medicamentos controlam, mas não curam a Doença Bipolar. Ao parar a medicação estabilizadora, mesmo depois de muitos anos sem crises, há um sério risco de uma recaída passadas algumas semanas ou meses. E, em alguns doentes, a retoma da medicação pode não se acompanhar dos mesmos bons resultados anteriores. A decisão de interromper a medicação caberá ao médico, em função de circunstância que a tal aconselham, como é o caso de uma gravidez.
Esquizofrenia e doença bipolar
Muitas vezes, por desconhecimento, estas duas doenças são colocadas, pela população em geral, no mesmo saco, no entanto elas têm traços diferenciadores bem marcados, apesar de alguma medicação ser comum a ambas as doenças, nomeadamente alguns estabilizadores do humor de 2ª geração porque em ambas as doenças existem episódios de agressividade que necessitam de ser estabilizados.
Na doença bipolar existe uma alternância abrupta de estados de humor e frequentemente uma resposta exagerada a situações reais ou seja, por exemplo, uma reação de euforia desmedida a uma situação positiva mas que rapidamente pode dar lugar a uma depressão profunda em reação a um qualquer detalhe negativo que num contexto normal não teria qualquer relevância.
Na esquizofrenia existe com frequência um estado de depressão, agressividade ou medo a uma situação imaginária que não tem sustentação real, por exemplo, o doente suspeitar que está a ser perseguido e escutado por uma entidade ou pessoas que o querem prejudicar por ser uma ameaça para a sociedade! Muitas vezes o doente julga que a própria família o persegue! Existem também na esquizofrenia episódios de alucinações e delírios.
Concluindo
A doença mental inclui patologias estigmatizantes de muito difícil gestão pessoal, familiar, social e do ponto de vista médico. Continua a haver uma grande falta de informação da população sobre estas doenças e a melhor forma de as tratar. Os próprios doentes muitas vezes não as admitem e recusam-se a procurar ajuda médica. Os mais próximos ficam impotentes perante as crises graves e assistem com tristeza à destruição das amizades e das relações familiares. Este quadro já de si grave leva muitos doentes a ficarem ainda mais isolados piorando a sua condição de saúde. É urgente a informação clara, simples mas rigorosa da população em geral sobre as doenças mentais mais frequentes por forma a que os doentes procurem, de forma natural, ajuda e as suas famílias possam apoia-los corretamente.
A população tem de começar a aceitar a doença mental não de uma forma estigmatizante e receosa mas sim como uma patologia que, como todas as outras, necessita apenas do tratamento adequado e quase sempre crónico à semelhança de inúmeras doenças do nosso tempo.
A invasão da Rússia à Ucrânia é um choque emocional absolutamente avassalador que não deixa espaço a indiferença e trás à nossa mente o fantasma da última grande guerra mundial e em particular as explosões atómicas de Hiroshima em 6 de agosto de 1945 e Nagasaki em 9 de agosto de 1945 que levaram, em 2 de setembro de 1945, à rendição do Japão. Setenta e seis anos depois vêm a público notícias relacionadas com a corrida desenfreada a medicamentos e suplementos contendo iodeto de potássio (KI) para eventual profilaxia em caso de acidentes nucleares!
Farmacêuticos relatam pedidos nas farmácias
Vários Farmacêuticos têm relatado o aumento de pedidos de comprimidos de iodeto de potássio nos balcões das farmácias para proteção da radiação. A Secção Regional Norte da Ordem dos Farmacêuticos (SRN-OF) considera pertinente uma reflexão sobre a profilaxia com iodeto de potássio para acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo, chamando a atenção para a probabilidade praticamente inexistente desta profilaxia vir a ser necessária, e para o facto dos medicamentos com iodeto de potássio que se encontram à venda nas farmácias serem ineficazes para o efeito pretendido.
Iodeto de potássio e acidente nuclear
Em caso de acidente nuclear, a fissão do urânio produz grandes quantidades de iodo-131 [131I] que podem ser libertadas para a atmosfera; a nuvem de radioatividade resultante pode percorrer até 500 km (como curiosidade, o comprimento de Portugal é de cerca de 561 km). Deste modo, a não ser que o desastre nuclear ocorra em Espanha ou em Portugal, não existe necessidade de profilaxia no nosso país, não havendo assim razão para alarme.
iodo-131 [131I] como entra no organismo?
O 131I pode entrar no organismo por inalação ou por ingestão de alimentos contaminados. Este isótopo, com uma meia-vida de cerca de 8 dias, é de facto um dos mais perigosos que são libertados num acidente nuclear, porque se concentra na tiroide e emite raios beta e gama durante o seu decaimento, que provocam danos celulares e cancro nesta glândula.
Como funciona o iodeto de potássio(KI)?
A glândula tiroide não consegue diferenciar entre as formas estável e radioativa de iodo, por isso, absorve ambos. O iodeto de potássio funciona de forma a evitar que o iodo radioativo penetre a glândula tiroide, onde pode causar danos. Quando uma pessoa ingere KI, a tiroide absorve o iodo estável presente no medicamento. O iodeto de potássio contém muito iodo em forma estável, fazendo com que a tiroide fique “cheia” e não consiga absorver mais iodo (estável ou radioativo) durante as próximas 24 horas.
A profilaxia com iodeto de potássio, no caso de acidentes nucleares, pode reduzir significativamente a dose de radiação para a tiroide devido à exposição a 131I. Normalmente, há pouco iodo estável no organismo. Em condições fisiológicas normais, quando ocorre uma exposição a pequena quantidade de 131I, cerca de 30% será concentrado na tiroide. Após a profilaxia com iodeto de potássio, este compete com o 131I e a sua captação pela tiroide ficará praticamente bloqueada. Na altura do acidente do reator de Chernobyl, o governo polaco distribuiu iodeto de potássio a 95% das crianças polacas e a 23% da população total.
Estimou-se que a concentração de 131I na tiroide dos indivíduos a quem foi administrado iodeto de potássio foi reduzida em quase 40%. No entanto, é fundamental que o iodeto de potássio seja tomado poucas horas após a exposição. Estimando-se que, passadas 3-4 horas, a eficácia é reduzida em 50% (Tabela 1).
Tempo de profilaxia pelo iodeto de potássio
Eficácia
96 h antes da exposição
5%
72 h antes da exposição
32%
48 h antes da exposição
75%
24 h antes da exposição
93%
Durante a exposição
99%
1-2 h após exposição
85%-90%
3-4 h após exposição
50%
8 h após exposição
40%
24 h após exposição
7%
Tabela 1. Percentagem de eficácia da profilaxia com iodeto de potássio (100 mg) em relação ao tempo de administração e exposição ao 131I (de Int. J. Environ. Res. Public Health 2014, 11, 4158-4200).
Medicamentos aprovados
Em Portugal, existe apenas um medicamento aprovado pelo INFARMED para utilização após acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo – Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos.
Adultos e crianças com mais de 12 anos: 2 comprimidos
Crianças dos 3 aos 12 anos: 1 comprimido
Crianças de 1 mês de idade aos 3 anos: meio comprimido
Recém-nascidos e bebés com menos de 1 mês de idade: um quarto de comprimido
Mulheres grávidas e a amamentar (de qualquer idade): 2 comprimidos
No entanto, este medicamento não se encontra comercializado. Assim, em caso de eminência de desastre nuclear deverá competir à administração central colocar em prática um plano geral que envolva a pré-distribuição de iodeto de potássio a populações em risco (até 500 km do epicentro de um potencial incidente nuclear) e a administração imediata, até 2 horas após o incidente.
Os doentes que tiveram a sua tiroide removida, ou que têm hipotiroidismo de diferentes etiologias e estão a tomar hormonas da tiroide, não necessitarão de fazer a profilaxia iodeto de potássio, uma vez que a tiroide não concentrará uma quantidade significativa de 131I. Além disso, os indivíduos com mais de 40 anos de idade têm menos probabilidade de desenvolver cancro da tiroide após exposição a 131I.
Efeitos secundários
Os possíveis efeitos secundários do iodeto de potássio podem ser reduzidos utilizando a dose profilática eficaz mais baixa. Quando utilizado pelas autoridades de saúde pública para exposição a 131I, os benefícios do bloqueio da tiroide pelo iodeto de potássio excedem, de longe, os riscos para a saúde de todos os grupos etários. Os efeitos adversos da profilaxia por iodeto de potássio na saúde podem incluir reações alérgicas leves, tais como erupções cutâneas ou desconforto gastrointestinal.
Advertências e precauções especiais de utilização
As advertências e precauções especiais de utilização podem ser consultadas no resumo das características do medicamento Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos. Entre os efeitos mais relevantes são referidos os seguintes relativamente às mulheres grávidas e recém-nascidos, doentes com tirotoxicose e hipertiroidismo:
As mulheres grávidas e a amamentar devem tomar, no máximo, duas doses. Aos recém-nascidos não deve ser administrada mais do que uma única dose. As crianças que tenham reações cutâneas após a primeira toma também não devem tomar mais doses.
Nos primeiros dias de vida, os recém-nascidos estão em especial risco de exposição a iodo radioativo e bloqueio da função tireóidea por sobrecarga de iodeto de potássio. A fração de absorção radioativa é quatro vezes superior à de todos os outros grupos etários. A tiroide neonatal é especialmente sensível ao bloqueio funcional causado por sobrecarga de iodeto de potássio. O hipotiroidismo transitório nesta fase inicial de desenvolvimento cerebral pode resultar na perda de capacidade intelectual. Se for administrado iodo estável a recém-nascidos, é essencial que se faça uma monitorização da função tiroidea. No caso dos recém-nascidos, a quem foi administrado iodeto de potássio nas primeiras semanas de vida, devem ser monitorizados os níveis da TSH e, se necessário, da T4 e deve ser administrada uma terapêutica de substituição adequada.
Os doentes com tirotoxicose tratados clinicamente, ou doentes com antecedentes de tirotoxicose tratada clinicamente que já não estejam em tratamento e aparentemente em remissão, podem estar em risco.
O hipertiroidismo induzido por iodo pode surgir em doentes com bócio nodular assintomático ou doença de Graves latente que não estejam em tratamento médico.
Top 10 medicamentos e tratamentos para a Covid-19! Coronavírus SARS-CoV-2 e a doença Covid-19 medicamentos e tratamentos atuais, toda a verdade! Quais os tratamentos que podem salvar mais rapidamente a vida dos mais frágeis contra a infeção e pneumonia fatal provocada pelo novo coronavírus?
O novo coronavírus que causa a síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2), após o seu primeiro aparecimento em Wuhan, China, espalhou-se globalmente e em poucos meses foi declarada a terceira pandemia global de coronavírus zoonóticos, alguns anos depois da SARS-CoV em 2003 e da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) em 2012.
A doença Covid-19 manifesta-se principalmente pela síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA ou SARS em inglês), causando morte pulmonar e morte definitiva, afetando especialmente pacientes com comorbidades como diabetes, hipertensão. O SARS-CoV-2 entra no pulmão depois de se ligar aos recetores da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) epitelial e espalha-se para os órgãos distais, incluindo coração, fígado, rim, trato gastrointestinal e cérebro, induzindo respostas imunes inflamatórias sistémicas.
Tratamentos para a Covid-19 descritos neste artigo:
A pandemia de COVID-19 afetou já muitos milhões de pessoas em todo o mundo, com transmissão pessoa a pessoa da síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2). Estratégias terapêuticas e preventivas para SARS-CoV-2 continuam a ser um desafio significativo. Nos últimos meses, surgiram opções de tratamento eficazes que agora incluem antivirais, corticosteroides e anticorpos específicos para vírus reaproveitados. Recentemente incluiu plasma de convalescença e anticorpos monoclonais.
Nirmatrelvir (PF-07321332)
Nirmatrelvir ou PF-07321332 é um inbidor das duas principais proteases (Mpro) do SARS-CoV com potente atividade in vitro, que pode ser administrado por via oral. Um ensaio aleatorizado de fase 2-3, com dupla ocultação e controlado por placebo, que investigou o efeito da administração de nirmatrelvir (com ritonavir) no risco de hospitalização, morte por qualquer causa e carga viral de indivíduos com COVID-19 sintomática tratada em ambulatório, não vacinados e em elevado risco de progressão para doença grave, mostrou reduzir o risco de progressão para doença grave em 89% face ao placebo, com um perfil aceitável de efeitos adversos. O estudo foi publicado no The new england journal o f medicine.
Paxlovid é o nome comercial de um novo medicamento da Pfizer que combina PF-07321332 e Ritonavir num único comprimido para tratar doentes com Covid-19. Perante os extraordinários resultados dos estudos clínicos de fase 2/3, que descrevo neste artigo, o entusiasmo dos investigadores é indisfarçável! Será o primeiro medicamento oral que consegue curar a doença? Clique no link ou imagem seguinte para ler o meu artigo completo sobre o Paxlovid:
Durante muitos meses, tivemos esperanças de que um medicamento oral seguro e eficaz pudesse ser desenvolvido para reduzir o risco de doença grave para indivíduos recém-diagnosticados com COVID-19. A primeira indicação de que essas esperanças podem ser realizadas veio do anúncio, em Outubro de 2021, de uma redução de 50% nas hospitalizações dos doentes que tomaram o medicamento molnupiravir da Merck e Ridgeback (originalmente desenvolvido com uma bolsa do NIH para a Emory University, Atlanta).
No entanto a notícia de um segundo medicamento por via oral com eficácia potencialmente maior ou seja um comprimido antiviral da Pfizer Inc chamado Paxlovid, que visa uma etapa diferente no ciclo de vida do SARS-CoV-2, abafou completamente o lançamento do molnupiravir!
Não perca neste artigo a leitura de um interessante protocolo para profilaxia e tratamento da Covid-19… vale muito a pena conhecer!
Para que fique claro todos os medicamentos descritos neste artigo estão sujeitos a receita médica ou seja eles só serão usados se o médico ou equipa de médicos, depois de avaliar o doente, a respetiva história clínica e os seus antecedentes pessoais e familiares, concluir ser adequado administrar estes medicamentos perante a história atual da doença do paciente. No entanto também existem suplementos de livre acesso na Farmácia que potenciam o efeito de alguns dos medicamentos descritos e que podem ter algum efeito protetor.
A hidroxicloroquina está envolta em polémica sobre a sua utilidade contra a Covid-19. Por isso mesmo todos os testemunhos pessoais de utilização deste medicamento são relevantes para separar a “poeira” do que realmente é importante para ajudar os doentes.
Há maio de 2020 o meu pai, com 85 anos, polimedicado, esteve internado 15 dias depois de testar positivo ao SARS-Cov-2 e desenvolveu a doença Covid-19 com sintomas de febre, fadiga, dificuldade respiratória e mal estar geral.
Durante o internamento, como sou Farmacêutico, por curiosidade pessoal e profissional, questionei os médicos sobre o tratamento que estava a ser administrado. Responderam sem rodeios:
Amoxicilina com ácido clavulânico 875mg/125mg de 12/12h durante 7 dias;
Azitromicina 500mg, 1xdia durante 3 dias;
Hidroxicloroquina 400mg/dia, 5 dias
Oxigênio quando necessário.
A hidroxicloroquina começou a ser administrada ao meu pai apenas alguns dias, poucos, após o início do internamento e constatei que o estado de saúde do meu pai começou de facto a melhorar (deixou de precisar de oxigênio) pouco tempo depois de ser adicionada a hidroxicloroquina ao seu protocolo de tratamento… será coincidência? Pode ser mas existem cada vez mais médicos no terreno a tratar doentes que testemunham o que parece ser o efeito muito positivo da Hidroxicloroquina quando administrada cedo no decorrer da doença.
Sublinho o facto do meu pai ser polimedicado e hipocoagulado e aparentemente ter recuperado sem sequelas ou interações medicamentosas.
Nota: Obviamente só teremos certezas com estudos clínicos randomizados e duplamente cegos.
A dexametasona é um potente glucocorticosteroide sintético anti-inflamatório, com uma potência anti-inflamatória 7 vezes superior à da prednisolona e 30 vezes superior à da hidrocortisona. O pico plasmático é atingido no máximo em 5 minutos. Liga-se até 77% às proteínas plasmáticas, principalmente à albumina. O metabolismo hepático é lento e a excreção é maioritariamente urinária, principalmente sobre a forma de esteroides não conjugados.
Indicação terapêutica
De acordo com a norma da Direção Geral da Saúde nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada em 14/10/2020, a administração de dexametasona nos doentes com infeção por SARS-CoV-2 deve ser considerada nos adultos e pessoas a partir dos 12 anos de idade e com peso igual ou superior a 40 kg, internados em fase de doença grave e crítica, a partir do 7º dia após o início dos sintomas. Não está recomendada em doença ligeira a moderada, particularmente em estádios precoces da doença (até ao 7º dia após o início dos sintomas), exceto se existir indicação por comorbilidades preexistentes.
Posologia e modo de administração
A dose recomendada de dexametasona é de 6 mg, uma vez por dia, até 10 dias, podendo ser administrada por via entérica ou administrada por injeção ou perfusão.
Reações adversas
As reações adversas mais comuns associadas com o tratamento a curto prazo com glucocorticoides são:
Hipersensibilidade, incluindo anafilaxia;
Alergias cutâneas;
Ulceração gastrointestinal, com possíveis hemorragias.
Nanoformulação
A sua nanoformulação é bem conhecida pelo desenvolvimento de depósito de macrófagos após administração intravenosa e inalatória.
A nanoformulação de longa duração de drogas anti-HIV-1 mostrou sucesso como carregadora de drogas baseadas em macrófagos para terapia anti-HIV-1 em comparação com a droga na forma livre. Assim, esta estratégia também pode funcionar no tratamento com COVID-19 se os macrófagos alveolares que visam nanopartículas de dexametasona forem projetados. Um estudo recente em pacientes infectados com SARS-CoV-2 mostrou que a dexametasona diminuiu a mortalidade em pacientes com COVID-19.
A empresa com sede no Reino Unido e o RECOVERY Collaborative Group realizaram um ensaio clínico randomizado e controlado que consistiu em 2140 pacientes que receberam dexametasona, por via oral ou inalatória, enquanto 4321 pacientes receberam tratamento padrão. O estudo mostrou que em pacientes com COVID-19 hospitalizados, o uso de dexametasona resultou na redução da mortalidade em 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou apenas oxigênio, mas não naqueles sem suporte respiratório.
Antecedentes: A doença por coronavírus 2019 (Covid-19) está associada a danos pulmonares difusos. Os glicocorticóides podem modular a lesão pulmonar mediada por inflamação e, assim, reduzir a progressão para insuficiência respiratória e morte.
Métodos: Neste ensaio clínico controlado e aberto comparando uma gama de tratamentos possíveis em pacientes que foram hospitalizados com Covid-19, os pacientes foram aleatoriamente designados para receber dexametasona oral ou intravenosa (em uma dose de 6 mg uma vez ao dia) por até 10 dias ou para receber apenas os cuidados habituais. O desfecho primário foi a mortalidade em 28 dias. Aqui, relatamos os resultados preliminares dessa comparação.
Resultados: Um total de 2.104 pacientes foram designados para receber dexametasona e 4321 para receber os cuidados habituais. No geral, 482 pacientes (22,9%) no grupo de dexametasona e 1110 pacientes (25,7%) no grupo de tratamento usual morreram dentro de 28 dias após a randomização. As diferenças proporcionais e absolutas entre os grupos na mortalidade variaram consideravelmente de acordo com o nível de suporte respiratório que os pacientes estavam recebendo no momento da randomização.
No grupo de dexametasona, a incidência de morte foi menor do que no grupo de tratamento usual entre os pacientes que receberam ventilação mecânica invasiva e entre aqueles que receberam oxigênio sem ventilação mecânica invasiva, mas não entre aqueles que não estavam recebendo suporte respiratório na randomização.
Conclusões: Em pacientes hospitalizados com Covid-19, o uso de dexametasona (6mg/dia) resultou em menor mortalidade aos 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou oxigênio isolado na randomização, mas não entre aqueles que não receberam suporte respiratório.
Ivermectina
A Ivermectina demostrou inibir a replicação do vírus SARS-CoV-2 in vitro, o que levou a que este medicamento fosse utilizado off-label, embora a eficácia clínica ainda não tenha sido demonstrada
O tratamento com Ivermectina parece estar associado a uma mortalidade mais baixa nos doentes com COVID-19, particularmente naqueles que apresentam um quadro respiratório grave.
Cientístas Australianos anunciaram a 3 de Abril de 2020 que em laboratório tinham conseguido destruir o coronavírus SARS-CoV-2 em 48 horas… o que causou espanto!
Um estudo liderado pela Universidade Monash mostrou que um medicamento antiparasitário já disponível em todo o mundo pode matar o vírus em 48 horas.
Uma única dose impediu o vírus de crescer nas culturas de células.
Os próximos passos são determinar a dosagem humana correta garantindo que as doses mostradas para tratar efetivamente o vírus in vitro sejam seguras para os seres humanos.
O uso da ivermectina no combate ao COVID-19 depende de testes pré-clínicos e ensaios clínicos, sendo necessário financiamento urgente para o progresso do trabalho.
A ivermectina é um medicamento antiparasitário aprovado pela FDA que também demonstrou ser eficaz in vitro contra uma ampla gama de vírus, incluindo vírus HIV, Dengue, Influenza e Zika.
A Ivermectina é um antiparasitário interno e externo, com uso aprovado principalmente em veterinária. Em humanos é utilizado em alguns países africanos para combater a chamada “doença dos rios” causada por uma proliferação de parasitas no corpo humano que pode originar a cegueira nos doentes infectados e não tratados atempadamente.
Também é utilizado na prevenção da malária e tem a vantagem de conseguir os efeitos terapêuticos com uma dose diária muito mais baixa do que a cloroquina, por exemplo, o que torna este medicamento como uma opção ainda mais barata que a cloroquina e muito mais barata que qualquer antiviral em estudo para a Covid-19.
É produzida em Macau por um laboratório Farmacêutico Português a Hovione.
Profilaxia com Ivermectina
Estudo sobre o uso de Ivermectina como potencial agente profilático em determinados casos para reduzir o risco durante o intervalo de tempo até a vacinação eficaz, segura e massiva estar dispo nível.
Dosagem: 400 mg (equivalente a 310 mg de hidroxicloroquina)
Forma farmacêutica: Comprimidos
Nome comercial: Plaquinol
Posologia habitual: 400mg 1xdia á refeição
Posologia contra a Covid-19: 200mg 3xdia durante 10 dias
Preço (Março de 2020): 4,35€/embalagem de 10 comprimidos
Medicamento sujeito a receita médica
Um estudo Francês descreveu que um medicamento anti-malária que é usado há 70 anos, denominado cloroquina, na sua forma mais segura activa de hidroxicloroquina, bloqueia o novo coronavírus SARS-CoV-2 in vitro e já está a ser usado em pacientes que tiveram pneumonia devido à Covid-19.
Uma equipa francesa divulgou que os resultados iniciais de um estudo de 24 pacientes com hidroxicloroquina mostraram que 25% dos pacientes que receberam o medicamento ainda carregavam o coronavírus após seis dias, em comparação com 90% dos pacientes que receberam placebo, ou seja observaram uma taxa de cura 65% superior ao placebo… o que é notável.
Um outro estudo nos EUA também parece confirmar as conclusões da equipa de investigadores Franceses. Descrevo de seguida link para os estudos Franceses:
A cloroquina é um antimalárico que também possui atividade antiviral potente. Sabe-se que bloqueia a infecção aumentando o pH dos endossomas necessário para a fusão do vírus com a célula, o que inibe sua entrada.
Segundo o resumo das características do medicamento (RCM) a hidroxicloroquina é um antimalárico da família das 4-hidroxicloroquinas que combina, uma actividade schizonticída sanguínea rápida com alguma actividade gametocitocítica, sendo também classificada como um fármaco anti-reumático de acção retardada.
Hidroxicloroquina + zinco e Covid-19
Médicos Americanos que trataram doentes com Covid-19 relatam “no terreno” extraordinários resultados com a hidroxicloroquina quando este medicamento é usado para proteger os médicos mais expostos ao risco de Covid, como preventivo juntamente com suplemento de Zinco, mas também para tratamento dos doentes se administrada o mais cedo possivel após exposição ao coronavírus. As dosagens administradas são geralmente as seguintes:
Tratamento: Hidroxicloroquina 400 a 600mg/dia + Azitromicina 500mg/dia + Zinco 1xdia (durante pelo menos 5 dias)
Polémico protocolo com Hidroxicloroquina
Nos Estados Unidos da América um grupo de médicos denominado America’s Frontline Doctors, vieram a público testemunhar a sua experiência com a hidroxicloroquina utilizada como tratamento dos seus doentes mas também como preventivo das suas equipas de profissionais de saúde. Este é um video bastante polémico mas a democracia é mesmo isto… avaliar diferentes experiências e pontos de vista, respeitar as diferenças e decidir por si… sem censuras!
O video foi de imediato censurado e retirado do youtube mas pode vê-lo aqui
Indicações terapêuticas da hidroxicloroquina:
Situações reumatológicas e Lúpus eritematoso sistémico
Lúpus eritematoso discóide
Artrite reumatóide
Artrite idiopática juvenil
Distúrbios dermatológicos provocados ou agravados por fotosensibilidade cutânea
Malária: Tratamento dos acessos agudos e para supressão da malária devida a Plasmodium vivax, P. ovale e P. malariae e estirpes sensíveis de P. falciparum.
Erradicação de malária devido a estirpes cloroquina-sensíveis de P. falciparum.
Segurança da hidroxicloroquina
Apesar dos extraordinários efeitos terapêuticos a cloroquina é um medicamento potente que deve ser administrada sob apertada vigilância médica pois pode apresentar efeitos secundários graves em alguns doentes embora, naturalmente, estes sejam mais prováveis em tratamentos prolongados, o que não é o caso da utilização contra a Covid-19 que é geralmente limitada a 5 dias de utilização.
Acresce que apesar do RCM (Resumo das Características do Medicamento) descrever como raro e muito raro respetivamente a cardiomiopatia e a insuficiência hepática fulminante, são precisamente estes dois efeitos secundários que podem ser fatais e que mais são sublinhados pelos médicos com experiência no uso da hidroxicloroquina quando falam do cuidado que se deve ter no seu uso.
É justo sublinhar mais uma vez, a favor da hidroxicloroquina, que num contexto Covid-19 o seu uso é de curta duração, cerca de 5 dias de utilização na maioria dos casos, pelo que os efeitos secundários temidos por muitas pessoas são bastante mitigados e portanto muito menos prováveis que em tratamentos mais prolongados e/ou dosagens mais elevadas.
Para clarificar a segurança da hidroxicloroquina um estudo recente publicado a 10 de março de 2020, conclui que é seguro o seu uso individual, mas se for simultaneamente usada a Azitromicina esta pode induzir falha cardíaca e mortalidade cardiovascular por causa de efeitos sinérgicos na extensão do QT originando um intervalo QT perigosamente longo e potencialmente fatal!
Efeitos secundários mais relevantes da Cloroquina descritos no RCM:
Afecções oculares (frequentes) como alterações da córnea incluindo edema, tendo sido reportada opacidade; Podem ser assintomáticas ou podem causar perturbações, tais como halos, visão turva ou fotofobia. Podem ser transitórias ou reversíveis com a interrupção do tratamento. Pode também ocorrer visão turva devido a um distúrbio da acomodação, que é dosedependente e reversível.
Doenças gastrointestinais (frequentes) como náuseas, diarreia, anorexia, dores abdominais. Estes sintomas regridem normalmente com a redução da dose ou com a interrupção do tratamento.
Doenças do sistema nervoso (pouco frequentes) como vertigens, zumbidos, surdez, cefaleias, nervosismo, instabilidade emocional, convulsões, alucinações e delírio.
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos (pouco frequentes) rash cutâneo, alterações pigmentares na pele e mucosas, descoloração dos cabelos, alopécia, erupções bolhosas, fotossensibilidade. De uma forma geral desaparecem rapidamente com a interrupção do tratamento.
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos (pouco frequentes) alterações sensoriais associadas, depressão dos reflexos tendinosos e condução nervosa anormal.
Cardiomiopatia descrita no RCM como efeito secundário raro.
Afecções hepatobiliares função hepática anormal, insuficiência hepática fulminante descritas no RCM como muito raro.
Consulte o RCM da cloroquina, disponível abaixo, para todos os detalhes sobre este medicamento, nomeadamente posologia em detalhe, interações com outros medicamentos e efeitos secundários raros.
Digoxina: a terapêutica concomitante de hidroxicloroquina e digoxina pode ocasionar elevação dos níveis de digoxina; os níveis plasmáticos de digoxina devem ser rigorosamente monitorizados em doentes com terapêutica concomitante;
Antiácidos: a administração com antiácidos pode levar a uma diminuição da absorção da hidroxicloroquina. A toma destes dois medicamentos deve ser espaçada por um intervalo de, pelo menos, 4 horas;
Cimetidina: pode inibir o metabolismo da hidroxicloroquina e, assim, aumentar a sua semi-vida;
Parassimpáticomiméticos: o uso concomitante de hidroxicloroquina com neostigmina e piridostigmina pode gerar antagonismo de efeito daquelas e exacerbar os sintomas de miastenia gravis;
Aminiglicosídeos: o uso conjunto de hidroxicloroquina e aminiglicosídeos deve ser evitado, pois ambos possuem potencial ototóxico.
Por causa do baixo preço e de alguns estudos promissores, a cloroquina está na linha da frente como “experiência de combate” contra a Covid-19 mas, na minha opinião, só deve ser utilizada sobre forte vigilância médica pois como acima sublinhei, pode apresentar efeitos secundários graves.
Hidroxicloroquina e Azitromicina
Foi publicado no International Journal of Antimicrobial Agentsum estudo francês não cego nem randomizado, preparado para avaliar a eficácia da hidroxicloroquina (HCQ) em monoterapia ou associada com azitromicina (antibiótico) em doentes com Covid-19 internados num hospital em Marselha, na França.
A Hidroxicloroquina demonstrou eficácia in vitro para o SARS-CoV (coronavírus responsável por uma epidemia na Ásia em 2003), e em Fevereiro de 2020 voltou a demonstrar atividade in vitro também para o Covid-19.
Neste contexto, os investigadores desenharam o seguinte estudo:
Critérios de inclusão:
Doentes hospitalizados por Covid-19 (confirmado);
Maiores de 12 anos;
Swab nasofaríngeo positivo na admissão hospitalar.
Critérios de exclusão:
Alergia à cloroquina ou hidroxicloroquina;
Qualquer outra contraindicação à medicação tal como retinopatia prévia, deficiência de G6PD conhecida, intervalo QT prolongado e gestantes ou lactantes.
Os pacientes que aceitaram participar no estudo foram acompanhados durante 14 dias, tiveram swabs nasofaríngeos recolhidos diariamente e receberam hidroxicloroquina 200 mg, por via oral, 3xdia nos primeiros dez dias.
Os pacientes que não aceitaram participar, aqueles com critérios de exclusão ou que estavam internados em outro hospital, serviram de grupo controle.
Desfechos:
O desfecho primário escolhido foi o clearence virológico por PCR do swab nasofaríngeo no D6 (dia 6) após inclusão no estudo. Desfechos secundários foram clearence virológico no resto do estudo, parâmetros clínicos (temperatura, frequência respiratória, permanência em hospital e mortalidade), e efeitos colaterais.
Resultados
Foram recrutados 42 pacientes para o estudo, sendo 26 para o grupo de tratamento e 16 para o grupo controle. Dos 26 pacientes do grupo de tratamento, seis foram perdidos pelos seguintes motivos:
Três pacientes foram transferidos para UCI e perderam seguimento;
Um paciente morreu no D3 (dia 3) após inclusão no estudo;
Um paciente decidiu ir embora do hospital no D3 após inclusão;
Um paciente parou o tratamento por náuseas.
Dos 20 pacientes tratados com Hidroxicloroquina, 6 foram tratados também com azitromicina (500 mg, via oral, 1xdia no D1 e 250 mg, via oral, nos quatro dias seguintes). Os autores descrevem somente que o antibiótico foi dado “para prevenir superinfecção bacteriana”, mas não especificam o critério de seleção dos pacientes.
Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina apresentaram maior taxa de clearence viral em swab nasofaríngeo no D6 do que o grupo controle (70% vs 12,5%, p=0,001).
Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina + azitromicina tiveram 100% do clearence no D6 enquanto os que tomaram Hidroxicloroquina em monoterapia tiveram 57,1%. O efeito foi maior nos pacientes que apresentavam sintomas de vias aéreas superiores e/ou inferiores.
Azitromicina
Azitromicina pertence a um grupo de antibióticos denominados macrólidos. É um antibiótico utilizado no tratamento de infeções localizadas em diversas partes do organismo provocadas por bactérias. Muito utilizado em infeções respiratórias.
Composição: Azitromicina
Dosagem: 500 mg
Forma farmacêutica: Comprimidos
Nome comercial: Zithromax
Posologia habitual: 500mg 1xdia fora da refeição
Posologia contra a Covid-19 associada à hidroxicloroquina: 500mg 1xdia no dia 1 (D1) e depois 250mg 1xdia mais 4 dias (posologia utilizada no estudo Francês acima descrito),
Medicamento sujeito a receita médica
Azitromicina penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose.
Quais as patologias que são tratadas com Azitromicina?
Azitromicina está indicado no tratamento de certas infeções causadas por microrganismos sensíveis, tais como:
Amigdalites/faringites,
Sinusites,
Bronquites,
Pneumonias,
Otite média aguda,
Infeções da pele e dos tecidos moles (por exemplo abcessos),
Doenças sexualmente transmissíveis provocadas por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoea não multiresistente.
Efeitos indesejáveis muito frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 10 doentes) são:
Diarreia.
Efeitos indesejáveis frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 100 doentes) são:
Dor de cabeça,
Vómitos,
Dor abdominal,
Náuseas,
Número reduzido de linfócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
Número mais elevado de eosinófilos, neutrófilos, basófilos e monócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
Bicarbonato no sangue reduzido.
Protocolo suiço anti-Covid-19
O Swiss Policy Research (SPR), anteriormente conhecido como Swiss Propaganda Research, que se descreve como “um grupo de pesquisa independente, sem ligação a partidos políticos e sem fins lucrativos que investiga propaganda geopolítica na comunicação social suíça e internacional”, publicou vários artigos no COVID-19 desde o início do pandemia.
Embora os críticos da SPR tenham acusado de promover teorias “não comprovadas”, o trabalho apresentado concentra-se no uso de estudos publicados, relatos de casos e testemunhos médicos reais para os seus relatórios.
Recentemente, a SPR divulgou um resumo das evidências científicas úteis para tratar COVID-19 com ingredientes simples, seguros e baratos.
Zinco, quercetina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina e heparina são todos os tratamentos que evidências científicas ou uso prático por médicos têm mostrado que podem ser usados com sucesso contra COVID-19, afirma a SPR. Médicos norte-americanos, por exemplo, usam zinco, hidroxicloroquina e azitromicina para tratmento de doentes com Covid-19 com enorme sucesso desde que a terapêutica seja administrada no início dos sintomas.
Tratamento profilático
O protocolo Suíço para tratamento profilático para evitar a Covid-19 é então o seguinte:
Zinco (50 a 100 mg por dia)
Quercetina (500 a 1000 mg por dia)
Bromexina (25 a 50 mg por dia)
Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (2000 U/dia)
Tratamento inicial
O protocolo Suiço para tratamento inicial para evitar a Covid-19 é então o seguinte:
Zinco (75 a 150 mg por dia)
Quercetina (500 a 1500 mg por dia)
Bromexina (50 a 75 mg por dia)
Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (3000 U/dia)
Tratamento com prescrição médica
O protocolo defendido e suportado por investigação científica publicada, incluindo medicamentos sujeitos a prescrição médica é então o seguinte:
Zinco – 50 a 100 mg por dia
Hidroxicloroquina – 400 mg por dia
Quercetina – 500 a 1000 mg por dia
Bromexina – 50 a 100 mg por dia
Azitromicina – até 500 mg por dia
Heparina – dosagem usual
Justificação do protocolo suiço
O racional para os protocolos é apoiado por dados de pesquisas anteriores envolvendo tratamentos que a SPR considera eficazes:
Hidroxicloroquina – a eficácia contra os coronavírus da SARS foi estabelecida em 2005 durante a primeira epidemia de SARS.
Zinco – a eficácia no bloqueio da replicação do RNA dos coronavírus foi descoberta em 2010 pelo virologista líder mundial da SARS, Ralph Baric.
Hidroxicloroquina – a eficácia no suporte à absorção celular de zinco foi descoberta em 2014 como parte da pesquisa contra o cancro.
Quercetina – a eficácia do flavonóide quercetina no apoio à captação celular de zinco também foi descoberta em 2014.
Bromexina – a eficácia no bloqueio da entrada de coronavírus nas células foi estabelecida em 2017.
Azitromicina – é um antibiótico que penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose. No caso da Covid-19 é utilizado para evitar ou combater infeções bacterianas secundárias que podem surgir em simultâneo com a infeção viral.
Heparina – hipocoagulante utilizado no caso da Covid-19 parta diminuir o risco acrescido de formação de coágulos que foram identificados em muitos doentes graves com Covid-19.
Dos 6 elementos estruturais do protocolo a Hidroxicloroquina, a Azitromicina e a heparina são medicamentos sujeitos a receita médica.
O zinco, a quercetina são suplementos que podem ser adquiridos livremente na Farmácia. A bromexina é um medicamento não sujeito a receita médica muito utilizado na composição de xaropes mucolíticos indicados em quadros de tosse com expectoração.
O objetivo de tratar COVID-19 com os seis suplementos e medicamentos sugeridos é cortar o vírus pela raiz e evitar a hospitalização, diz a organização. Iniciar o protocolo assim que os sintomas surgirem pode prevenir a progressão da doença.
Remdesivir antivírico é o mais recente medicamento a ser testado contra o Covid-19. O remdesivir é um novo medicamento antiviral da classe dos análogos de nucleotídeos. Foi desenvolvido pela Gilead Sciences como tratamento para a doença do vírus Ebola e infecções pelo vírus Marburg.
Remdesivir também demonstrou atividade antiviral contra outros vírus de RNA de cadeia simples, como o vírus sincicial respiratório, vírus Junin, vírus da febre de Lassa, vírus Nipah, vírus Hendra e os coronavírus (incluindo vírus MERS e SARS).
Está a ser estudado para infecções por vírus SARS-CoV-2 e Nipah e Hendra. Com base no sucesso contra outras infecções por coronavírus, a Gilead forneceu remdesivir aos médicos que trataram um paciente americano no condado de Snohomish, Washington infectado com SARS-CoV-2 e está a fornecer o composto à China, para realizar ensaios em indivíduos infectados pelo Covid-19 com e sem sintomas graves.
Favipiravir, também conhecido como T-705, Favilravir ou Avigan (marca comercial), foi desenvolvido experimentalmente décadas antes pela subsidiária da Fujifilm, Toyama Chemical, como antiviral contra diferentes tipos de vírus ARN. Está aprovado no Japão para ser utilizado como medicamento anti-influenza (vírus da gripe).
Entretanto o primeiro ministro Japonês anunciou em 28 de Março de 2020 que o Japão está a desenhar o processo para estabelecer o Avigan como o tratamento standart para a Covid-19 no Japão depois de obter os primeiros resultados dos testes clínico, em Junho de 2020, que se espera possam confirmar a eficácio do Avigan no combate à Covid-19.
O Favilavir é um derivado da pirazinamida que se tem mostrado ativo contra:
Vírus da gripe,
Vírus da febre amarela,
Vírus do Nilo Ocidental ,
Outros flavivírus,
Arenavírus,
Bunyavirus,
Alphavirus.
Favilavir testado no Ébola
Tem sido usado experimentalmente para tratar a infecção pelo vírus Ebola em humanos, após mostrar ser eficaz num estudo com ratos de laboratório.
Avigan e ensaios clínicos na China
A China completou os ensaios clínicos do medicamento anti-viral Favilavir, pensado para tratar a doença do Covid-19, anunciou o ministério de Ciência.
Em 17 de março de 2020, Zhang Xinmin, funcionário do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, disse que o Favipiravir, a versão genérica do Avigan, provou ser eficaz no tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais de Wuhan e Shenzhen.
Segundo Zhang, num hospital em Shenzhen, Zhang alegou que os pacientes com Covid-19 tratados com Favipiravir apresentaram resultado negativo para o vírus após 4 dias, em média, em vez dos 11 dias que os membros do grupo de controle do estudo tiveram negativo;
Num outro estudo realizado em Wuhan, pacientes que tomavam o favipiravir supostamente recuperaram da febre quase dois dias antes do que aqueles que não tomaram o medicamento.
Tais resultados, preliminares mas ainda não confirmados, parecem estar em conformidade com o funcionamento do Favipiravir. Ao contrário da maioria dos outros tratamentos contra o vírus influenza, que inibem a propagação do vírus pelas células, bloqueando a enzima neuraminidase, o Favipiravir atua inibindo a replicação de genes virais nas células infectadas, mitigando a capacidade do vírus se espalhar de uma célula para outra.
O Favilavir feito a pensar nos infetados com Covid-19 tem reduzido os dias de febre de uma média de 4,2 dias para os 2,5 dias sem reações adversas, sendo uma ajuda preciosa para que determinados casos não se tornem mais graves.
Assim os pacientes que tomam o medicamento quando ainda estão com carga viral baixa ou moderada podem evitar que a doença evolua para um estado mais grave.
Losartan
Losartan é um medicamento da classe dos antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARAs). A sua principal indicação terapêutica é o tratamento de hipertensão arterial.
Composição: Losartan
Dosagem: 50 mg e 100 mg
Forma farmacêutica: Comprimidos
Nome comercial: Cozaar
Posologia habitual: 50mg em jejum
Medicamento sujeito a receita médica
O losartan foi o primeiro ARA a ser disponibilizado no mercado.
Existem indicações científicas que num quadro de Covid-19 o Losartan será um farmaco mais seguro para os hipertensos. Além disso pode mesmo ser usado como parte do tratamento contra a COVID-19 pois o losartan é um bloqueador do receptor 1 da angiotensina (AT1R), que os pesquisadores dizem que poderia desempenhar um papel no bloqueio de uma enzima a ECA2 (Enzima de Conversão da Angiotensina II) usada pelo vírus para se ligar às células.
Kevzara (nome comercial) ou Sarilumab (nome genérico), é um medicamento já aprovado para o tratamento da artrite reumatóide que alguns cientistas acreditam que pode acalmar uma resposta imunológica hiperativa que em alguns pacientes com Covid-19 pode danificar o tecido pulmonar, mesmo após o vírus SARS-CoV-2 já ter desaparecido do resto do nosso organismo.
O Sarilumab é utilizado em adultos no tratamento de artrite reumatoide moderada a grave, uma doença que causa inflamação nas articulações. O Kevzara é utilizado quando o tratamento com um ou mais medicamentos denominados fármacos antirreumáticos modificadores da doença (DMARD) não tenha tido resposta adequada ou tenha provocado efeitos secundários incomodativos.
É utilizado em associação com o metotrexato (um DMARD), mas pode também ser utilizado isoladamente se o doente não puder tomar metotrexato.
Kevzara ou Sarilumab como se utiliza?
O Kevzara está disponível na forma de solução injetável em canetas pré-cheias e em seringas pré-cheias (150 mg e 200 mg). A dose recomendada é de 200 mg uma vez a cada 2 semanas, administrada por injeção sob a pele.
O tratamento deve ser interrompido em doentes que desenvolvam infeções graves, até que a infeção esteja controlada. A dose pode ter de ser reduzida em doentes com análises sanguíneas alteradas.
Mecanismo de ação do sarilumab
O sarilumab, é um anticorpo monoclonal, um tipo de proteína que foi concebido para se ligar ao recetor (alvo) de uma molécula denominada interleucina-6, bloqueando a sua ação. A interleucina-6 está envolvida no processo inflamatório, marcando presença em níveis elevados nas articulações dos doentes com artrite reumatoide. Ao impedir que a interleucina-6 se ligue aos seus recetores, o sarilumab reduz a inflamação e outros sintomas associados à artrite reumatoide.
Efeitos secundários mais frequentes
Os efeitos secundários mais frequentes associados ao Kevzara (que pode afetar mais de 1 em cada 10 pessoas) são:
Neutropenia (níveis baixos de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco que combate a infeções);
ALT uma enzima hepática (sinal de problemas no fígado), com níveis aumentados no sangue;
Vermelhidão da pele no local da injeção;
Infeções no nariz e garganta;
Infeções das estruturas que transportam a urina (como a bexiga);
O Kevzara é contraindicado em doentes com infeções graves ativas, incluindo infeções localizadas numa área do corpo.
RISCO DE INFECÇÕES GRAVES
Os pacientes tratados com KEVZARA têm um risco aumentado de desenvolver infecções graves que podem levar a hospitalização ou morte. Infecções oportunistas também foram relatadas em pacientes recebendo KEVZARA. A maioria dos pacientes que desenvolveram infecções estava a tomar imunossupressores concomitantes, como metotrexato ou corticosteróides.
Evite o uso de KEVZARA em pacientes com infecção ativa. As infecções relatadas incluem:
Tuberculose ativa, que pode se apresentar com doença pulmonar ou extrapulmonar. Os pacientes devem ser testados para tuberculose latente antes do uso de KEVZARA e durante o tratamento. O tratamento para infecção latente deve ser iniciado antes do uso de KEVZARA.
Infecções fúngicas invasivas, como candidíase e pneumocisto. Pacientes com infecções fúngicas invasivas podem apresentar doença disseminada, e não localizada.
Infecções bacterianas, virais e outras devido a patógenos oportunistas.
Lopinavir e Ritonavir
A filial de Pequim da Comissão Nacional de Saúde (NHC – National Health Commission ) da China disse que uma combinação dos antivirais lopinavir e ritonavir, vendida sob a marca Kaletra pela farmacêutica AbbVie, faz parte do seu plano de tratamento para pacientes infectados pelo mais recente coronavirus denominado 2019-nCoV ou Covid-19.
A NHC afirmou que, embora ainda não exista nenhum medicamento antiviral eficaz, recomenda que os pacientes recebam os seguinte tratamento diário:
Lopinavir e ritonavir – 2 comprimidos duas vezes ao dia
Interferon Alfa-2b – 1 dose por nebulização duas vezes ao dia.
A revista médica Lancet disse na sexta-feira que está em andamento um ensaio clínico usando ritonavir e lopinavir para tratar casos do novo coronavírus. Enquanto isso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China começará a desenvolver uma vacina, segundo noticiado pelo Global Times.
Wang Guangfa, especialista em doenças respiratórias no Peking University First Hospital em Pequim, que foi infectado pelo vírus depois de visitar Wuhan para inspecionar pacientes com coronavírus, disse à China News Week no início desta semana que o seu médico recomendou que ele tomasse os medicamentos acima descritos para combater o novo vírus e que no seu caso resultou!
Lopinavir/Ritonavir 200 mg/50 mg comprimidos revestidos por película.
Cada comprimido revestido por película contém 200 mg de lopinavir coformulado com 50 mg de ritonavir, como potenciador farmacocinético.
Indicações terapêuticas
Lopinavir/ritonavir é indicado, em combinação com outros medicamentos antirretrovirais, para o tratamento de crianças com mais de 2 anos de idade, adolescentes e adultos com infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH-1).
A escolha de lopinavir/ritonavir para tratar doentes infetados pelo VIH-1, que receberam anteriormente inibidores da protease, deve basear-se nos testes individuais de resistência viral e no historial de tratamento dos doentes.
Posologia e modo de administração
Segundo o Resumo das Características do Medicamento (RCM), Lopinavir/ritonavir deve ser receitado por médicos com experiência no tratamento da infeção pelo VIH. Os comprimidos de Lopinavir/ ritonavir devem ser engolidos inteiros e não devem ser mastigados, partidos ou esmagados.
Adultos e adolescentes – A dose padrão recomendada de comprimidos de lopinavir/ritonavir é de 400/100 mg (dois comprimidos de 200/50 mg), duas vezes ao dia, com ou sem alimentos.
Em doentes adultos, nos casos em que é considerada necessária a administração uma vez ao dia para tratamento do doente, os comprimidos de lopinavir/ritonavir podem ser administrados numa dose de 800/200 mg (quatro comprimidos de 200/50 mg), uma vez ao dia, com ou sem alimentos.
A administração uma vez ao dia deve limitar-se aos doentes adultos que apresentem apenas um número muito reduzido de mutações associadas ao inibidor da protease (IP) isto é, menos de 3 mutações ao IP, em linha com os resultados do ensaio clínico e deve ter em consideração o risco de uma menor sustentabilidade da supressão virológica e um risco mais elevado de diarreia, comparativamente com a dose padrão recomendada de duas vezes ao dia.
População pediátrica (2 anos de idade ou mais) – A dose de comprimidos de lopinavir/ritonavir (400/100 mg duas vezes ao dia) em adultos pode ser utilizada em crianças com peso igual ou superior a 40 kg ou com uma área de superfície corporal (ASC)* superior a 1,4 m2 .
Para crianças com peso inferior a 40 kg ou com uma ASC entre 0,5 e 1,4 m2 e que conseguem engolir comprimidos, consulte os quadros de orientação posológica do RCM. Com base nos dados atuais disponíveis, lopinavir/ritonavir não deve ser administrado uma vez ao dia em doentes pediátricos .
Antes de prescrever os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, deverá ser avaliada a capacidade de lactentes e crianças jovens engolirem os comprimidos inteiros.
Para lactentes e crianças jovens que não conseguem engolir os comprimidos, deve verificar-se a existência de fórmulas mais adequadas que contêm lopinavir/ritonavir.
O quadro seguinte contém orientações posológicas para os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, com base no peso corporal e na ASC.
Interferon Alfa 2b
O interferon alfa 2b é um medicamento antiviral ou antineoplásico, que foi originalmente descoberto no laboratório de Charles Weissmann da Universidade de Zurique.
Foi desenvolvido na Biogen e, finalmente, comercializado pela Schering-Plough sob o nome comercial Intron-A. Tem sido utilizado para uma ampla gama de indicações, incluindo infecções virais e cancro.
Este medicamento é aprovado em todo o mundo para o tratamento da seguintes doenças:
Segundo um recente artigo publicado na revista Science a vacina contra a tuberculose, conhecida como BCG (Bacillus Calmette-Guérin), já com 100 anos de idade, pode ser uma das explicações para as diferenças observadas na incidência de Covid-19 em países geograficamente próximos mas com taxas de infeção e mortes muito diferentes provocadas pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Curiosamente alguns países onde a taxa de vacinação com a BCG é mais elevada são Portugal, a antiga Alemanha de leste, a Russia e grande partes dos países de leste.
Na Alemanha a incidência de Covid-19 é claramente maior na parte ocidental do que na de leste. Também Portugal parece ser mais resistente do que a Espanha onde a taxa de vacinação com a BCG é menor.
Pesquisadores em quatro países em breve iniciarão um ensaio clínico de uma abordagem não ortodoxa para o novo coronavírus. Eles vão testar se uma vacina secular contra a tuberculose (TB), uma doença bacteriana, pode acelerar o sistema imunológico humano de uma maneira ampla, permitindo combater melhor o vírus que causa a doença de Covid-19 e, talvez simultaneamente, impedir a infecção. Os estudos serão realizados em médicos e enfermeiros, que correm maior risco de serem infectados pela doença respiratória do que a população em geral, e em idosos, que apresentam maior risco de doença grave se forem infectados.
A vacina BCG contém uma estirpe viva e enfraquecida de Mycobacterium bovis, prima de M. tuberculosis, o micróbio causador da tuberculose. (A vacina recebeu o nome dos microbiologistas franceses Albert Calmette e Camille Guérin, que a desenvolveram no início do século XX.) A vacina é administrada a crianças no primeiro ano de vida na maioria dos países do mundo sendo segura e barata, embora longe de ser perfeita pois evita cerca de 60% dos casos de tuberculose em crianças, em média, com grandes diferenças entre os países.
As vacinas geralmente aumentam as respostas imunes específicas a um patogénico direcionado, como anticorpos que se ligam e neutralizam um tipo de vírus, mas não outros. Mas a BCG também pode aumentar a capacidade do sistema imunológico de combater outros patogénicos que não a bactéria da tuberculose, de acordo com estudos clínicos e observacionais publicados por várias décadas pelos pesquisadores dinamarqueses Peter Aaby e Christine Stabell Benn, que vivem e trabalham na Guiné-Bissau.
Eles concluíram que a vacina previne cerca de 30% das infecções por qualquer patogénico conhecido, incluindo vírus, no primeiro ano após a administração. Os estudos publicados neste campo foram criticados por causa da metodologia, no entanto uma revisão de 2014 ordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a BCG parecia diminuir a mortalidade geral em crianças, mas classificou a confiança nos resultados como “muito baixa”. Uma revisão de 2016 foi um pouco mais positiva sobre os possíveis benefícios da BCG, mas disse que ensaios randomizados eram necessários.
Desde então, as evidências clínicas fortaleceram-se e vários grupos fizeram importantes etapas investigando como a BCG geralmente pode impulsionar o sistema imunológico. Mihai Netea, especialista em doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade Radboud, descobriu que a vacina pode desafiar o conhecimento dos manuais de como funciona a imunidade.
Quando um patogénico entra no corpo, os glóbulos brancos do sistema imunológico “inato” atacam primeiro; eles podem lidar com até 99% das infecções. Se essas células falharem, elas invocam o sistema imunológico “adaptativo”, e as células T (linfócitos T) e as células B (linfócitos B) produtoras de anticorpos começam a dividir-se para se unirem à luta.
A chave para isso é que certas células T ou anticorpos são específicos para o patógénico detectado; a presença deles é mais amplificada. Uma vez eliminado o patogénico, uma pequena porção dessas células específicas do patogénico transforma-se em células de memória que aceleram a produção de células T e células B na próxima vez em que o mesmo patogénico atacar. As vacinas são baseadas neste mecanismo de imunidade.
O sistema imunológico inato, composto por glóbulos brancos, como macrófagos, células assassinas naturais (NK cells) e neutrófilos, não deveria ter essa memória. Mas a equipa de Netea descobriu que o BCG, que pode permanecer vivo na pele humana por vários meses, desencadeia não apenas as células B e T específicas para Mycobacterium, mas também estimula as células sanguíneas inatas por um período prolongado. Netea e colegas chamam a este fenómeno “Imunidade treinada”.
Num estudo randomizado controlado por placebo publicado em 2018, a equipa mostrou que a vacinação com BCG protege contra infecções experimentais com uma forma enfraquecida do vírus da febre amarela, que é usado como vacina.
Uma equipa do Instituto Max Planck de Biologia da Infecção anunciou na semana passada que, inspirada no trabalho de Netea, iniciará um teste em idosos e profissionais de saúde com o VPM1002, uma versão geneticamente modificada da BCG que ainda não foi aprovada para uso contra a tuberculose.
Eleanor Fish, imunologista da Universidade de Toronto, diz que a vacina provavelmente não eliminará completamente as infecções pelo novo coronavírus, mas provavelmente reduzirá o seu impacto sobre os indivíduos.
As super bactérias e a resistência antimicrobiana (RAM) representam uma grande ameaça à saúde humana em todo o mundo. Diversas publicações estimaram o efeito da resistência antimicrobiana na incidência, mortes, tempo de internamento hospitalar e custos de saúde para combinações específicas de patogénios-drogas em locais selecionados. Um estudo publicado na revista The Lancet apresenta, até ao momento, as estimativas mais abrangentes da carga de resistência antimicrobiana a nível global (204 países)!
Os antibióticos são medicamentos capazes de matar ou inibir o crescimento de bactérias, sendo que neste caso (inibir não matar) se denominam bacteriostáticos. A sua eficácia está associada diretamente à bactéria causadora da infeção, por isso nem todos os antibióticos são adequados para o tratamento de uma mesma infeção, devendo ser utilizados apenas no combate a infeções bacterianas e com a respetiva prescrição médica.
A resistência aos antibióticos aparece quando a bactéria a eliminar se modifica como resposta ao uso continuado do mesmo medicamento.
Como exemplo posso descrever uma pessoa que tenha sido infetada com sífilis, uma infeção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e tratada com um antibiótico denominado penicilina benzatina.
Suponhamos que com este tratamento 90% das bactérias são eliminadas e que 10% sobrevivam. Entre as sobreviventes, é possível que parte delas tenha desenvolvido mecanismos de resistência à penicilina benzatina. Estas bactérias sobreviventes vão voltar a multiplicar-se e quando forem expostas de novo ao medicamento, este pode não ter a mesma eficácia, tornando mais difícil o combate à infeção.
O uso indiscriminado de antibióticos nos hospitais e outras instituições de saúde, assim como em práticas agropecuárias contribui imenso para o aumento da resistência antimicrobiana. A compra de antibióticos sem receita médica deve ser completamente abolida para evitar a automedicação inadequada e perigosa para o próprio doente e para a sociedade em geral.
Na rotina hospitalar, por exemplo, diversos procedimentos invasivos tais como a utilização de ventilação mecânica e de cateteres venosos, são portas de entrada para as bactérias, levando ao aumento das infeções hospitalares associadas a estes instrumentos, sendo por consequência intensificado o uso de antibióticos, o que promove a seleção de bactérias resistentes nos hospitais.
A ausência de sistemas de saneamento eficazes, com o lançamento de esgoto de hospitais e domicílios no meio ambiente sem o tratamento adequado, obviamente, favorece o aumento da resistência antimicrobiana. Na natureza, as bactérias entram em contato com outros microrganismos e resíduos de antibióticos, o que gera novos processos de seleção e resistência, assim como grandes alterações da nossa microbiota quando usamos antibióticos de forma errada.
A resistência bacteriana aumenta os custos de tratamentos, prolonga os dias de internamento dos pacientes nos hospitais e aumenta a taxa de mortalidade. À medida que os antibióticos se tornam ineficazes, o número de infeções que se tornam mais difíceis de tratar também vai aumentar.
Com a limitação e ineficácia dos tratamentos, as infeções que hoje têm um tratamento simples, podem, no futuro, causar sérios danos ao nosso organismo, pois teremos menos recursos para combatê-las.
Um dos acontecimentos mais preocupantes é que existe o uso excessivo de colistina para promoção de crescimento em animais, que demonstrou originar resistência em animais e humanos. A colistina é um dos últimos e mais importantes antibióticos de amplo espectro para a humanidade.
Estudo publicado no The Lancet
Neste estudo foram estimadas mortes e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) atribuíveis e associados à resistência antimicrobiana bacteriana para 23 patogénios e 88 combinações patogénio-droga em 204 países e territórios em 2019. Foram obtidos e estudados dados de revisões sistemáticas da literatura, sistemas hospitalares, sistemas de vigilância e outras fontes, abrangendo 471 milhões de registros individuais ou isolados e 7.585 anos locais de estudo.
Usaram modelagem estatística preditiva para produzir estimativas de carga de resistência antimicrobiana para todos os locais, inclusive para locais sem dados. A abordagem pode ser dividida em cinco componentes amplos:
Número de mortes em que a infeção desempenhou um papel;
Proporção de mortes infeciosas atribuíveis a uma determinada síndrome infeciosa;
Proporção de mortes por síndrome infeciosa atribuíveis a um determinado patogénio;
Percentagem de um determinado patogénio resistente a um antibiótico de interesse;
Risco excessivo de morte ou duração de uma infeção associada a essa resistência.
Usando esses componentes, foi estimada a carga de doenças com base em dois contrafactuais:
Mortes atribuíveis à RAM (com base num cenário alternativo em que todas as infeções resistentes a medicamentos foram substituídas por infeções sensíveis a medicamentos) e
Mortes associadas à RAM (com base em um cenário alternativo em que todas as infeções resistentes aos medicamentos foram substituídas por nenhuma infeção).
Os intervalos de incerteza são de 95% para estimativas finais como os 25º e 975º valores ordenados em 1.000 sorteios posteriores, e os modelos foram validados de forma cruzada para validade preditiva fora da amostra. Apresentam-se estimativas finais agregadas ao nível global e regional.
Quais as bactérias mais resistentes?
Com base nos modelos estatísticos preditivos, houve uma estimativa de 4,95 milhões de mortes associadas à resistência antimicrobiana bacteriana em 2019, incluindo 1,27 milhões de mortes atribuíveis à RAM bacteriana. A nível regional, estimamos que a taxa de mortalidade em todas as idades atribuível à resistência seja mais alta na África subsaariana ocidental, com 27,3 mortes por 100.000, e mais baixa na Australásia, com 6,5 mortes por 100 000.
As infeções respiratórias inferiores foram responsáveis por mais de 1,5 milhões de mortes associadas à resistência em 2019, tornando-se a síndrome infeciosa mais onerosa. Os seis principais patogénios de mortes associadas à resistência antimicrobiana são as seguintes bactérias:
Escherichia coli,
Staphylococcus aureus,
Klebsiella pneumoniae,
Streptococcus pneumoniae,
Acinetobacter baumannii.
Pseudomonas aeruginosa.
Estas seis bactérias foram responsáveis por 929.000 mortes atribuíveis à RAM e 3,57 milhões de mortes associadas à RAM em 2019.
Antibióticos com mais resistências
A combinação de patogénio-droga, Staphylococcus aureus resistente à meticilina, causou mais de 100.000 mortes atribuíveis à resistência antimicrobiana em 2019, enquanto mais seis bactérias causaram, cada uma, 50.000 a 100 000 mortes. Essas seis bactérias extremamente perigosas são as seguintes:
Bacilo da tubercolose, Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch multiresistente a diversos medicamentos,
Escherichia coli de terceira geração resistente a cefalosporinas,
Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem,
Escherichia coli resistente a fluoroquinolonas,
Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenem,
Klebsiella pneumoniae resistente a cefalosporina de terceira geração.
Resistência bacteriana
A resistência bacteriana a antimicrobianos que ocorre quando mudanças nas bactérias fazem com que os medicamentos usados para tratar infeções se tornem menos eficazes – emergiu como uma das principais ameaças à saúde pública do século XXI. A Revisão sobre Resistência Antimicrobiana, encomendada pelo governo do Reino Unido, argumentou que a RAM poderia matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050.
Embora essas previsões tenham sido criticadas por alguns a OMS e vários outros grupos e pesquisadores concordam que a disseminação da RAM é uma questão urgente que requer um plano de ação global e coordenado para abordar este assunto, Informações sobre a magnitude atual da carga da RAM bacteriana, tendências em diferentes partes do mundo e as principais combinações de patógénios-drogas que contribuem para a carga de RAM bacteriana é crucial. Se não for controlada, a disseminação da RAM pode tornar muitos patogénios bacterianos muito mais letais no futuro do que são hoje.
Antibióticos usados pecuária
O uso de antibióticos na criação de animais é um dos temas mais relevantes para combater a resistência bacteriana e proteger a nossa saúde. A tentação para os criadores é imensa pois os animais crescem mais e mais rápido o que melhora muito o lucro das explorações.
No entanto os antibióticos usados na pecuária acabam por deixar vestígios na carne dos animais que depois passam para os humanos quando os consumimos com consequências devastadoras na nossa saúde, muita vezes sem nos apercebermos!
Uma delas é a alteração dramática da nossa microbiota ou flora intestinal com efeitos severos na nossa saúde que só há poucos anos começamos a descobrir mas que se pensa poderem agravar ainda mais os números assustadores de doenças autoimunes e até depressão!
Assim é de vital importância que sejam monitorizados de forma séria o uso de antibióticos dados aos animais, sendo que devem são geralmente proibidos o uso dos seguintes antibióticos:
Avoparcina,
Anfenicóis,
Tetraciclinas,
Penicilinas,
Cefalosporinas,
Quinolonas,
Sulfonamidas,
Eritromicina,
Espiramicina,
Colistina,
Tilosina,
Lincomicina,
Tiamulina.
Covid-19 faz aumentar resistência bacteriana
A covid-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e portanto, sendo um vírus, os antibióticos não têm qualquer efeito terapêutico sobre ele. No entanto, o aumento no número de doentes internados com Covid-19 aumentou o uso de antibióticos em larga escala por todo o mundo.
O aumento do uso de antibióticos deve-se principalmente ao tratamento de infeções hospitalares, comuns em doentes internados por períodos de tempo mais prolongados, como em casos graves de Covid-19.
Esta pandemia de SARS-CoV-2 sublinhou a importância de duas estratégias de combate simples mas muito eficazes:
Lavagem das mãos para conter a disseminação de doenças;
Vacinas muito úteis, em termos da resistência, porque reduzem a necessidade de antibióticos e previnem a doença grave.
Assim é urgente estimular o desenvolvimento de novas drogas, pois atualmente temos um número muito limitado de antibióticos que apresentam eficácia no combate às bactérias multirresistentes.
Farmacêuticas pouco interessadas
A formulação de um novo antibiótico pode levar de 10 a 15 anos e as bactérias vão continuar a desenvolver mecanismos de resistência, o que torna o desenvolvimento de novos antibióticos um mercado pouco lucrativo para as farmacêuticas.
No meu artigo Top 20 farmacêuticas mais poderosas, pode constatar que apesar de tantos novos medicamentos serem lançados, não está descrito um único antibiótico novo.
As grandes empresas farmacêuticas tomam uma decisão calculada de risco e retorno, a menos que os governos ofereçam financiamento ou forte suporte, elas não investem em soluções terapêuticas pouco rentáveis.
A limitação das drogas disponíveis para o tratamento de infeções bacterianas chama a atenção para o investimento urgente em pesquisa de forma a alargar o estudo de novas formas de eliminação das bactérias.
Para pensar em novas formas de combate, é importante estudar a estrutura da bactéria, conhecer os mecanismos de resistência e investigar novos alvos de antibióticos.
10 medidas contra a resistência bacteriana
Num cenário alarmante de resistência bacteriana no mundo, os seguintes dez pontos de ação podem ajudar nas decisões de governos e autoridades sanitárias:
Resfriado ou constipação afinal podem produzir benefícios no combate ao SARS-CoV-2! Pessoas com níveis mais altos de células T ou Linfócitos T, produzidas pelo resfriado comum causado por vírus da família dos coronavírus, têm menos probabilidade de serem infetadas com SARS-CoV-2.
Um novo estudo, publicado na Nature Communications e liderado por pesquisadores do Imperial College London, fornece a primeira evidência de um papel protetor para essas células T. Embora estudos anteriores tenham mostrado que as células T induzidas por outros coronavírus podem reconhecer o SARS-CoV-2, o novo estudo examina pela primeira vez como a presença dessas células T no momento da exposição ao SARS-CoV-2 influencia se alguém é infetado .
Os pesquisadores também dizem que s suas descobertas fornecem um plano para uma vacina universal de segunda geração que poderia prevenir a infecção de variantes atuais e futuras do SARS-CoV-2, incluindo o Omicron.
Rhia Kundu, primeiro autor do estudo, do Imperial’s National Heart & Lung Institute, diz: “Ser exposto ao vírus SARS-CoV-2 nem sempre resulta em infeção, e estamos ansiosos para entender o porquê. Descobrimos que altos níveis de células T pré-existentes, criadas pelo corpo quando infetado com outros coronavírus humanos, como o resfriado comum, podem proteger contra a infeção por COVID-19.
“Embora esta seja uma descoberta importante, é apenas uma forma de proteção, e eu enfatizo que ninguém deve confiar apenas nisso. Em vez disso, a melhor maneira de se proteger contra o COVID-19 é ser totalmente vacinado, incluindo obter a sua dose de reforço.”
O estudo começou em setembro de 2020, quando a maioria das pessoas no Reino Unido não havia sido infetada nem vacinada contra o SARS-CoV-2. Incluiu 52 pessoas que viviam com alguém com infeção por SARS-CoV-2 confirmada por PCR e que, portanto, foram expostas ao vírus. Os participantes fizeram testes de PCR no início e 4 e 7 dias depois, para determinar se desenvolveram uma infeção.
Amostras de sangue dos 52 participantes foram recolhidas dentro de 1 a 6 dias após a exposição ao vírus. Isso permitiu que os pesquisadores analisassem os níveis de células T pré-existentes induzidas por infeções anteriores por coronavírus do resfriado comum que também reconhecem proteínas do vírus SARS-CoV-2.
Nova vacina para todas as variantes
Proteínas internas do SARS-CoV-2 são atacadas
Os pesquisadores descobriram que havia níveis significativamente mais altos dessas células T de reação cruzada nas 26 pessoas que não foram infetadas, em comparação com as 26 pessoas que foram infetadas. Essas células T visavam proteínas internas dentro do vírus SARS-CoV-2, em vez da proteína spike na superfície do vírus, para proteger contra infeções.
As vacinas atuais não induzem uma resposta imune a essas proteínas internas. Os pesquisadores dizem que paralelamente às vacinas já existentes eficazes e direcionadas às proteínas da espícula (spike), as proteínas internas oferecem um novo alvo para as vacinas que pode fornecer proteção duradoura porque as respostas das células T persistem por mais tempo do que as respostas de anticorpos que diminuem alguns meses após a vacinação.
O professor Ajit Lalvani, autor sénior do estudo e diretor da Unidade de Pesquisa de Proteção à Saúde de Infeções Respiratórias do NIHR no Imperial, diz: “O nosso estudo fornece a evidência mais clara até ao momento de que as células T induzidas por coronavírus do resfriado comum desempenham um papel protetor contra a infeção pelo SARS-CoV -2 ou seja contra a Covid-19. Essas células T fornecem proteção atacando proteínas dentro do vírus, em vez da proteína spike existente na sua superfície.
Proteínas internas versus proteína “spike” (espícula)
A proteína spike está sob intensa pressão imunológica dos anticorpos induzidos pela vacina que impulsiona a evolução dos mutantes de escape da vacina. Em contraste, as proteínas internas direcionadas pelas células T protetoras que identificamos sofrem muito menos mutações. Consequentemente, elas são altamente conservadas entre as diversas variantes do SARS-CoV-2, incluindo a omicron.
Novas vacinas que incluem essas proteínas internas conservadas induziriam, portanto, respostas de células T amplamente protetoras que deveriam proteger contra variantes atuais e futuras do SARS-CoV-2.
Limitações do estudo
Os pesquisadores observam algumas limitações do seu estudo, incluindo que, por ser pequeno e 88% dos participantes serem de etnia branca europeia, não é possível modelar fatores demográficos.
O estudo foi financiado pelo NIHR Health Protection Research Unit in Respiratory Infections e pelo Medical Research Council.
Os linfócitos T são células imunitárias que completam a maturação no timo (daí a letra T). Estas células, linfócitos T, diferenciam-se em duas classes:
Linfócitos T auxiliares (CD4+) – através de informações recebidas pelos macrófagos, estimulam a ativação dos linfócitos T matadores (CD8+) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliares que comandam a defesa do organismo.
Linfócitos T assassinos ou citotóxicos (CD8+) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infetadas ou estranhas ao organismo.
A Célula T é um tipo de leucócito ou glóbulo branco com um papel essencial no sistema imunitário. Nas primeiras oito semanas da vida fetal nos humanos, as futuras células T formam-se no tecido embrionário do timo. No interior desta glândula, estas células experimentam um processo complexo de diferenciação, seleção e maturação.
A diferenciação das células T implica a síntese de diferentes tipos de glicoproteínas (combinações de proteínas e hidratos de carbono). Estas moléculas são espalhadas na superfície das células T maduras e determinam a sua função e os antigénios com que interatuam.
As glicoproteínas CD4 e CD8 dão origem a células T diferentes: os linfócitos T CD4+ (T4 ou helper, auxiliares, com especial função na ativação específica das defesas do organismo) e os linfócitos T CD8+ (T8 ou citotóxicos, altamente especializados na destruição de células reconhecidas como anormais ou estranhas ao organismo), respetivamente.
É também de natureza glicoproteica o recetor – TCR (T Cell Recetor) – pelo qual as células reconhecem as células do seu próprio organismo e os antigénios estranhos que invadem as células. Contudo o recetor da célula T não é um anticorpo. O recetor é constituído por duas cadeias diferentes de polipeptídeos. Durante a diferenciação de cada célula T, os genes codificadores destas duas cadeias estão associados pela seleção e união dos dois segmentos diferentes dos genes. O conjunto de genes aos quais as células T recetoras estão associadas, é, contudo, diferente daqueles em que os genes para anticorpos estão associados.
Existem ainda outros tipos de células T, como, por exemplo, os reguladores, que ajudam a moderar ou, em alguns casos, a suprimir uma resposta imunitária, e os de memória, que, por resultarem da multiplicação de uma célula T que foi, a determinada altura, chamada a atuar, em circunstâncias análogas posteriores fazem com que a resposta imunitária seja mais rápida por não necessitarem de fazer o reconhecimento da situação (uma vez que a mesma foi memorizada). Esta capacidade de memorização também existe nas células B.
Paxlovid é o nome comercial de um novo medicamento da Pfizer que combina PF-07321332 e Ritonavir num único comprimido para tratar doentes com Covid-19. Perante os extraordinários resultados dos estudos clínicos de fase 2/3, que descrevo neste artigo, o entusiasmo dos investigadores é indisfarçável! Será o primeiro medicamento oral que consegue curar a doença?
Ao longo desta pandemia, progressos significativos foram feitos no tratamento da COVID-19 e no apoio para salvar vidas. Este progresso inclui o desenvolvimento de infusões de anticorpos monoclonais que preservam a vida e o reaproveitamento dos medicamentos existentes, para os quais as parcerias público-privada de Aceleração das Intervenções e Vacinas Terapêuticas COVID-19 (ACTIV), por exemplo do NIH (National Institutes of Health) deu uma contribuição importante.
Molnupiravir da Merck
Durante muitos meses, tivemos esperanças de que um medicamento oral seguro e eficaz pudesse ser desenvolvido para reduzir o risco de doença grave para indivíduos recém-diagnosticados com COVID-19. A primeira indicação de que essas esperanças podem ser realizadas veio do anúncio, em Outubro de 2021, de uma redução de 50% nas hospitalizações dos doentes que tomaram o medicamento molnupiravir da Merck e Ridgeback (originalmente desenvolvido com uma bolsa do NIH para a Emory University, Atlanta).
Agora vem a notícia de um segundo medicamento por via oral com eficácia potencialmente maior ou seja um comprimido antiviral da Pfizer Inc. que visa uma etapa diferente no ciclo de vida do SARS-CoV-2, o novo coronavírus que causa a doença COVID-19.
Paxlovid e PF-07321332 da Pfizer
As notícias mais empolgantes começaram a surgir no início de Novembro de 2021, quando uma equipa de pesquisa da Pfizer publicou na revista Science alguns dados iniciais promissores envolvendo o comprimido antiviral e os seus compostos ativos [1].
Então, vieram notícias ainda maiores alguns dias depois, quando a Pfizer anunciou os resultados provisórios de um grande ensaio clínico de fase 2/3. Ele descobriu que, quando tomado dentro de três dias após o desenvolvimento dos sintomas de COVID-19, o comprimido reduziu em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos com alto risco de progredir para doença grave [2].
Por recomendação do comité independente de monitorização de dados do ensaio clínico e em consulta com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, a Pfizer suspendeu o estudo com base na força dos resultados provisórios. A Pfizer planeia enviar os dados à FDA para Autorização de Uso de Emergência muito em breve.
PF-07321332 inibidor de protease
O comprimido antiviral da Pfizer é um inibidor de protease, originalmente chamado de PF-07321332, ou apenas 332 se abreviado. Uma protease é uma enzima que cliva (quebra) uma proteína numa série específica de aminoácidos. O vírus SARS-CoV-2 codifica a sua própria protease para ajudar a processar uma grande poliproteína codificada por vírus em segmentos menores que necessita para o seu ciclo de vida.
Um inibidor da protease pode impedir que isso aconteça. Se o termo inibidor de protease soa como uma campainha, é porque drogas que funcionam dessa forma já são usadas para tratar outros vírus, incluindo o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o vírus da hepatite C.
Protease 3CL ou protease Mpro
Mecanismo e ação
No caso do 332, ele tem como alvo uma protease chamada Mpro, também chamada de protease 3CL, codificada pelo SARS-CoV-2. O vírus usa essa enzima para cortar algumas proteínas virais mais longas em segmentos mais curtos para uso na replicação. Com o Mpro fora de ação, o coronavírus não consegue fazer mais réplicas de si mesmo para infetar outras células.
Inibidor de protease tem vantagem
Uma grande vantagem desta abordagem terapêutica que usa inibidores de proteases é que as mutações nas estruturas de superfície do SARS-CoV-2, como a proteína spike (espicula), não devem afetar a eficácia de um inibidor de protease. O PF-07321332 tem como alvo uma enzima viral altamente conservada, mas essencial. Na verdade, a Pfizer sintetizou originalmente e avaliou pré-clinicamente os inibidores da protease anos atrás como um tratamento potencial para a síndrome respiratória aguda grave (SARS), que é causada por um coronavírus intimamente relacionado ao SARS-CoV-2. O medicamento PF-07321332 pode até ter eficácia contra outros coronavírus que causam o resfriado comum.
Potente antiviral contra diversos coronavírus
No estudo publicado em novembro de 2021 na prestigiada revista Science [1], a equipe da Pfizer liderada por Dafydd Owen, da Pfizer Worldwide Research, Cambridge, MA, relatou que a versão mais recente de seu inibidor Mpro mostrou potente atividade antiviral em testes de laboratório não apenas contra SARS- CoV-2, mas também contra todos os coronavírus que eles testaram e que infetam pessoas. Um estudo mais aprofundado em células humanas e modelos com ratos de infeção por SARS-CoV-2 sugeriu que o tratamento pode funcionar para limitar a infeção e reduzir os danos no tecido pulmonar.
No artigo publicado na Science, Owen e colegas também relataram os resultados de um ensaio clínico de fase 1 com seis pessoas saudáveis. Eles descobriram que o inibidor da protease, quando tomado por via oral, era seguro e poderia atingir concentrações na corrente sanguínea que deveriam ser suficientes para ajudar a combater o vírus.
PAXLOVID composição
Mas será que funcionaria tratar COVID-19 numa pessoa infetada? Até agora, os resultados preliminares do ensaio clínico maior do candidato a medicamento, agora conhecido como PAXLOVID ™, certamente parecem encorajadores. PAXLOVID ™ é uma formulação que combina o novo inibidor da protease PF-07321332, com uma dose baixa de um medicamento antiviral já existente, chamado ritonavir, que retarda o metabolismo de alguns inibidores da protease e, portanto, os mantém ativos no corpo por períodos de tempo mais longos.
Ensaio clínico com 1200 adultos
O ensaio clínico de fase 2/3 incluiu cerca de 1.200 adultos dos Estados Unidos e de todo o mundo que se inscreveram no ensaio clínico. Para serem elegíveis, os participantes do estudo precisavam de ter um diagnóstico confirmado de COVID-19 em um período de cinco dias, juntamente com sintomas leves a moderados da doença. Eles também exigiam pelo menos uma característica ou condição associada a um risco aumentado de desenvolvimento de doença grave de COVID-19. Cada indivíduo no estudo foi selecionado aleatoriamente para receber o antiviral experimental ou um placebo a cada 12 horas durante cinco dias.
Resultados do ensaio clínico
Em pessoas tratadas no espaço de três dias de desenvolver sintomas de COVID-19, o anúncio da Pfizer relata que 0,8 por cento (3 de 389) daqueles que receberam PAXLOVID ™ foram hospitalizados em 28 dias em comparação com 7 por cento (27 de 385) daqueles que receberam o placebo. Resultados encorajadores semelhantes foram observados naqueles que receberam o tratamento dentro de cinco dias após o desenvolvimento dos sintomas. Um por cento (6 de 607) no antiviral foi hospitalizado contra 6,7 por cento (41 de 612) no grupo do placebo. No geral, não houve mortes entre as pessoas que tomaram PAXLOVID ™ mas 10 pessoas no grupo do placebo (1,6 por cento) morreram posteriormente.
Se tudo correr bem com a revisão da FDA, a esperança é que PAXLOVID ™ possa ser prescrito como um tratamento caseiro para prevenir doenças graves, hospitalização e mortes. A Pfizer também lançou dois ensaios adicionais do mesmo medicamento candidato, sendo um ensaio em pessoas com COVID-19 que estão sob risco padrão de desenvolver doenças graves e outro ensaio para avaliar a sua capacidade de prevenir a infeção em adultos expostos ao coronavírus por um membro da família.
Molnupiravir aprovado
Enquanto isso, a Grã-Bretanha aprovou recentemente outro antiviral chamado molnupiravir desenvolvido recentemente, que retarda a replicação viral de uma maneira diferente, ou seja bloqueando a sua capacidade de copiar o seu genoma de RNA com precisão.
A FDA reunirá para discutir o pedido da Merck e Ridgeback para uma Autorização de Uso de Emergência do antiviral molnupiravir para tratar COVID-19 leve a moderado em adultos infetados com alto risco de doença grave [3].
Pfizer reforça poder
Depois da vacina da Pfizer ser um estrondoso sucesso comercial e, para já, também terapêutico, se conseguir provar a segurança e eficácia deste novo tratamento antiviral oral Paxlovid contra a Covid-19, a Pfizer vai certamente subir imenso no ranking das Farmacêuticas mais poderosas do Mundo que todos os anos acompanho.
Em 2020 a Pfizer ocupou o 8º lugar no top das 20 Farmacêuticas mais poderosas do mundo, lideradas pela Johnson & johnson . Em 2021 com o sucesso da campanha de vacinação global contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer, não é difícil prever que possa alcançar o top 3 das Farmacêuticas mais poderosas do mundo.
Como farmacêutico a minha primeira preocupação não é o sucesso comercial mas sim a segurança do medicamento e só depois a sua eficácia e sucesso mediático! A história da farmácia mostra-nos que infelizmente são muitos os casos historicamente descritos de sucessos mediáticos fantásticos que mais tarde demonstraram ser mortais para muitos doentes!
O Grupo de Aconselhamento Técnico sobre a evolução do vírus SARS-CoV-2 (TAG-VE) é um grupo independente de especialistas que monitoriza periodicamente a evolução do SARS-CoV-2 e avalia se as mutações específicas e combinações de mutações alteram o comportamento do vírus. O TAG-VE foi convocado em 26 de novembro de 2021 para avaliar a nova variante Omicron do SARS-CoV-2 também denominada B.1.1.529 e que apresenta o maior número de mutações até agora descobertas. Será que a imunidade natural resiste de forma aceitável a esta nova variante?
A Omicron ou variante B.1.1.529 foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial de Saúde (OMS) da África do Sul em 24 de novembro de 2021. A situação epidemiológica na África do Sul foi caracterizada por três picos distintos nos casos relatados, o último dos quais foi predominantemente a variante Delta. Nas últimas semanas, as infeções aumentaram abruptamente, coincidindo com a deteção da variante B.1.1.529. A primeira infeção B.1.1.529 confirmada conhecida foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021.
Esta variante apresenta um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes. A evidência preliminar sugere um risco aumentado de reinfeção com esta variante, em comparação com outras variantes de preocupação (VOCs – Variants of Concern). O número de casos desta variante parece estar a aumentar em quase todas as províncias da África do Sul. Os diagnósticos de PCR atuais do SARS-CoV-2 continuam a detetar essa variante.
Vários laboratórios indicaram que para um teste de PCR amplamente usado, um dos três genes-alvo não é detetado (chamado de perda do gene S ou falha do gene S) e este teste pode, portanto, ser usado como marcador para esta variante, enquanto a confirmação do sequenciamento é pendente. Usando essa abordagem, essa variante foi detetada em taxas mais rápidas do que surtos anteriores de infeção, sugerindo que essa variante pode ter uma vantagem de crescimento.
Há uma série de estudos em andamento e o TAG-VE continuará a avaliar esta variante Omicron. A OMS comunicará as novas descobertas aos Estados Membros e ao público, conforme necessário, de forma a facilitar decisões publicas sobre imunidade natural versus vacinação.
Com base nas evidências apresentadas indicativas de uma alteração prejudicial na epidemiologia do COVID-19, o TAG-VE informou a OMS que esta variante deveria ser designada como variante de preocupação (VOC) – Variant of Concern) e a OMS designou a B.1.1.529 como VOC, denominando-a Omicron.
Como tal, os países são solicitados a fazer o seguinte:
Melhorar a vigilância e os esforços de sequenciamento para compreender melhor as variantes circulantes do SARS-CoV-2.
Enviar sequências completas do genoma e metadados associados a um banco de dados disponível publicamente, como o GISAID.
Relatar casos / grupos iniciais associados à infeção por VOC à OMS por meio do mecanismo de RSI.
Onde houver capacidade e em coordenação com a comunidade internacional, realizar investigações de campo e avaliações laboratoriais para melhorar a compreensão dos impactos potenciais do COV na epidemiologia, gravidade, eficácia da saúde pública e medidas sociais, métodos de diagnóstico, respostas imunes, anticorpos de neutralização ou outras características relevantes.
Os indivíduos são lembrados de tomar medidas para reduzir o risco de COVID-19, incluindo medidas sociais e de saúde pública comprovadas, como uso de máscaras bem ajustadas, higiene das mãos, distanciamento físico, melhoria da ventilação de espaços internos, evitando espaços lotados e sendo vacinados.
Para referência, a OMS tem definições de trabalho para SARS-CoV-2, a saber:
Variante de Interesse (VOI);
Variante de Preocupação (VOC).
VOI ou variante de interesse
Para ser considerada uma variante de interesse tem de apresentar as seguintes características:
Alterações genéticas que são previstas ou conhecidas por afetar as características do vírus, como transmissibilidade, gravidade da doença, escape imunológico, escape diagnóstico ou terapêutico;
Identificada como causadora de transmissão significativa na comunidade ou múltiplos clusters COVID-19, em vários países com prevalência relativa crescente juntamente com o aumento do número de casos ao longo do tempo, ou outros impactos epidemiológicos aparentes para sugerir um risco emergente para a saúde pública global.
VOC ou variante de preocupação
SARS-CoV-2 VOC é uma variante SARS-CoV-2 que atende à definição de um VOI (ver acima) e, por meio de uma avaliação comparativa, demonstrou estar associado a uma ou mais das seguintes alterações em um determinado grau de importância para a saúde pública global:
Aumento da transmissibilidade ou alteração prejudicial na epidemiologia da COVID-19; ou
Aumento da virulência ou mudança na apresentação clínica da doença; ou
Diminuição da eficácia da saúde pública e medidas sociais ou diagnósticos, vacinas, terapêuticas disponíveis
Imunidade natural ou vacina, a polémica!
Principalmente na pandemia de SARS-CoV-2, existe uma grande polémica instalada entre os “fanáticos” apoiantes da imunidade natural, portanto sem recurso a vacinas, e os “religiosos” apoiantes da vacinação. De facto ambos os “clubes” têm algumas razões com suporte científico para apoiar a sua causa. Eu pessoalmente não pertenço a nenhum desses “clubes” nem a outros que sofram de uma certa “cegueira científica”.
A ciência tem feito o seu trabalho e os números e a a matemática fazem o resto, só não vê quem não quer.
Assim obviamente os números e a ciência, neste momento apoiam fortemente a vacinação da população simplesmente porque, em percentagem, morrem muito menos pessoas nos grupos vacinados do que nos não vacinados.
Esta realidade no entanto não pode esconder que as vacinas são medicamentos com potenciais efeitos adversos e até fatais em alguns casos mas apanhar a doença Covid-19 ainda continua a ser um risco bem maior!
Acresce que a mais recente investigação tem provado que os mais resistentes á Covid-19 são agora os que já tiveram Covid e apanharam uma dose da vacina ou seja têm uma imunidade melhor do que quem apanhou 2 doses da vacina e nunca apanhou Covid-19. Este facto suporta a teoria que a melhor imunidade se consegue com um misto dos dois “clubes” ou seja alguma exposição ao vírus (imunidade natural) mas com reforço de vacinação.
A vacinação não prejudica a imunidade natural e esta obviamente seria a desejada para todos mas convém lembrar os “naturalistas” que só ficam imunes se o vírus não os matar antes, quer seja diretamente por doença causada pelo vírus ou à espera de assistência hospitalar para qualquer outra doença grave, durante um período de rutura dos serviços de saúde onde correrá o risco e não ser assistido a tempo de se salvar! Convém não ter a memória curta e ainda não passaram muitos meses sobre esta realidade a que todos assistimos de forma traumática!
Hipotensão arterial ou pressão arterial baixa, quais os sintomas? Se os valores estiverem baixos devo preocupar-me? Quais as causas e os perigos que podem ser fatais? Qual o melhor tratamento?
Hipotensão arterial o que é?
Hipotensão arterial é uma diminuição dos valores da pressão arterial, acompanhada de sintomas decorrentes desta queda, tais como:
Tonturas ou perda de equilíbrio,
Desmaios,
Confusão mental,
Alterações visuais.
Como o risco de derrame cerebral e enfarte agudo do miocárdio é contínuo com a pressão arterial elevada, um valor baixo de pressão na ausência de sintomas, não só é normal, como é desejado.
Se uma pessoa tem pressão arterial de 90/60 mmHg, sem ter sintomas, isto não é hipotensão arterial, embora seja mais provável que apresente alguns sintomas de hipotensão.
Se uma pessoa tem tonturas quando a pressão cai a 110/65 e não tem quando a pressão é mais alta, isto é hipotensão arterial.
Devemos prestar muita atenção, pois em alguns casos os sintomas de hipotensão ou hipertensão arterial podem confundir-se, levando o paciente a fazer uma autoavaliação errada e ás vezes automedicar-se sem ter medido a pressão arterial para confirmar os valores.
Os sinais e sintomas que se relacionam com a pressão arterial (PA) baixa incluem:
• Tonturas
• Desmaio
• Sensação de desequilíbrio
• Visão turva
• Palpitações
• Confusão mental
• Fadiga
• Dificuldade de concentração
• Pele fria e pálida
• Náuseas
Se experimentar algum destes sintomas, a pressão arterial baixa pode ter uma causa subjacente, pelo que é importante que seja observado pelo seu Médico.
Causas da pressão arterial baixa
A pressão arterial pode diminuir por várias razões:
• Diminuição do volume sanguíneo – pode ocorrer como resultado de uma hemorragia abundante ou desidratação;
• Medicação – alguns tipos de medicação podem baixar a pressão arterial, incluindo os diuréticos e outros anti hipertensores, alguns antidepressivos, medicamentos usados no tratamento da doença de Parkinson, entre outros;
• Patologias graves – tais como o choque séptico (infeção grave) ou anafilático (reação alérgica) provocam um declínio importante da pressão arterial, que pode colocar a vida em risco;
• Problemas cardíacos – algumas condições como a insuficiência cardíaca, o enfarte agudo do miocárdio, a bradicardia (frequência cardíaca baixa) e doenças das válvulas cardíacas, podem conduzir a uma diminuição da pressão arterial;
• Problemas endocrinológicos – alguns problemas hormonais como o hipotiroidismo e a insuficiência supra-renal podem causar diminuição da pressão arterial;
• Hipotensão neurologicamente mediada – esta condição relaciona-se com um problema de comunicação entre o coração e o cérebro, e ocorre após um longo período em pé;
• Problemas neurológicos – a pressão arterial pode diminuir se houver algum problema com o sistema neurológico autonómico (parte do sistema nervoso que controla funções como a respiração, circulação do sangue e digestão);
• Repouso prolongado na cama.
Hipotensão ortostática ou postural
É a queda da pressão arterial resultante da mudança da posição de sentado ou deitado, para a posição de pé. Os sintomas resultantes são transitórios, durando habitualmente alguns segundos, enquanto a pressão arterial se ajusta à nova posição.
Tratamento
O tratamento da hipotensão passa essencialmente por diagnosticar e tratar a causa da hipotensão pois, regra geral, não se aconselha nenhum medicamento para aumentar a pressão arterial porque o risco de aumentar demais a pressão arterial pode ser fatal!
Assim as medidas mais usuais para mitigar uma hipotensão são as seguintes:
Deitar e descansar se necessário co as pernas elevadas;
Levantar-se gradualmente sem movimentos bruscos;
Evitar longos períodos de pé;
Manter uma boa hidratação;
Tomar a medicação nas doses corretas e ás horas certas;
Concluindo
A hipotensão ou pressão arterial baixa pode não ser grave se não houver sintomas ou se a sua causa for conhecida e corrigida como por exemplo quando se toma medicamentos para a tensão alta ou com uma dosagem demasiado elevada bastando corrigir a essa dosagem, embora por vezes não se consiga à primeira tentativa. É muito importante que descreva todos os sintomas ao seu médico para que seja mais fácil um diagnóstico correto e atempado da causa subjacente à hipotensão. Nos casos mais graves então é que não se deve mesmo desvalorizar os sintomas de hipotensão porque podem ser um alerta para condições médicas que requerem intervenção urgente algumas das quais com risco de vida como infeções graves ou choque anafilático!
Fique bem!
Franklim Fernandes
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Molnupiravir é um comprimido antiviral experimental desenvolvido pela Merck & Co que pode reduzir para metade as probabilidades de morrer ou ser hospitalizado para aqueles com maior risco de contrair COVID-19 grave, de acordo com dados que os especialistas saudaram como um avanço potencial na forma como o vírus é tratado.
Se obtiver autorização da FDA, o molnupiravir, que se destina a introduzir erros no código genético do vírus, seria o primeiro medicamento antiviral oral para a COVID-19.
A Merck e o parceiro Ridgeback Biotherapeutics disseram que acreditam conseguir autorização de uso de emergência nos EUA para o medicamento o mais rápido possível e fazer aplicações regulatórias em todo o mundo.
Tratamentos atuais
As opções de tratamento atuais aprovadas, quando os doentes estão já em internamento, são as seguintes:
Remdesivir – da Gilead Sciences que é um antiviral aplicado por infusão venosa;
O Molnupiravir não atua na proteína espícula (spike) do vírus mas inibe a enzima RNA polymerase que é essencial para o vírus se multiplicar, causando defeitos genéticos no vírus que o tornam inviável.
Os resultados do ensaio de Fase III foram tão positivos que o estudo foi interrompido precocemente por recomendação de monitores externos.
A Pfizer e a farmacêutica suíça Roche também estão a tentar desenvolver um comprimido antiviral fácil de administrar para COVID-19. Por enquanto, apenas as misturas de anticorpos que precisam de ser administrados por via intravenosa são aprovados para pacientes não hospitalizados.
Estudo foi interrompido
Uma análise provisória de 775 pacientes no estudo da Merck analisou hospitalizações ou mortes entre pessoas em risco de doença grave. A análise revelou que 7,3% daqueles que receberam molnupiravir duas vezes ao dia durante cinco dias foram hospitalizados e nenhum morreu 29 dias após o tratamento. Isso em comparação com uma taxa de hospitalização de 14,1% para pacientes que receberam placebo. Também houve oito mortes no grupo do placebo.
O estudo envolveu pacientes com COVID-19 leve a moderado confirmado em laboratório, que apresentaram sintomas por não mais do que cinco dias. Todos os pacientes tinham pelo menos um fator de risco associado ao desfecho mau da doença, como obesidade ou idade avançada.
Eficácia
A Merck seguiu um estudo detalhado do inibidor da polimerase em furões, visto que furões e membros relacionados do gênero doninha podem transmitir vírus de forma assintomática, semelhante à disseminação humana de vírus. Os pesquisadores descobriram que essa droga não apenas impede que grupos de animais próximos fiquem tão doentes, mas também reduz a transmissão do vírus. A figura abaixo demonstra a duração do estudo do furão e o agrupamento do teste. Esses resultados podem muito bem ser replicados em testes em humanos, quando os dados forem divulgados.
Em estudos com animais, medicamentos da mesma classe do molnupiravir foram associados a defeitos congênitos. A Merck disse que estudos semelhantes com o molnupiravir, por mais tempo e em doses mais altas do que o usado em humanos, indicam que a droga não afeta o DNA de mamíferos.
A Merck disse que o sequenciamento viral feito até agora mostra que o molnupiravir é eficaz contra todas as variantes do coronavírus, incluindo a Delta, altamente transmissível, que gerou o recente aumento mundial de hospitalizações e mortes.
Reações adversas
As taxas de reações adversas foram semelhantes para pacientes com molnupiravir e placebo, mas não deu detalhes.
A Merck disse que os dados mostram que o molnupiravir não é capaz de induzir mudanças genéticas nas células humanas, mas os homens inscritos em seus testes tiveram que se abster de relações heterossexuais ou concordar em usar anticoncepcionais. As mulheres em idade fértil que participaram no estudo também precisavam de usar métodos anticoncepcionais.
FDA aprovou mas com 10 votos contra
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA autorizou no final de dezembro de 2021, o comprimido da Merck, molnupiravir, para tratar a variante Omicron.
Embora o antiviral da Pfizer chamado PAXLOVID, possa mostrar mais eficácia e o comprimido da Merck tenha deixado alguns cientistas a questionar os perigos por trás de seu mecanismo de ação, o molnupiravir será outra arma no arsenal de tratamentos COVID-19 para os EUA num momento de necessidade, quando dois tratamentos com anticorpos monoclonais (mAb) da Regeneron e Eli Lilly deixaram de ser eficazes contra o a variante Omicron e, como o fornecimento de um terceiro mAb da Vir / GlaxoSmithKline, é muito limitado.
Os suprimentos do comprimido da Merck não serão tão limitados, já que os EUA podem ter cerca de 400.000 tratamentos de molnupiravir disponíveis nos próximos dias e, até o final de janeiro de 2022, o governo dos EUA espera ter cerca de 3 milhões de tratamentos, que é toda a encomenda que os EUA fizeram.
A preocupação com o monupiravir é que funciona inibindo a replicação do SARS-CoV-2 por meio da mutagénese viral, e alguns cientistas levantaram sérias reservas sobre esse mecanismo de ação.
O Comité Consultivo de Drogas Antimicrobianas da FDA votou por 13 contra 10 no mês passado a favor dos benefícios da pílula superando os riscos para adultos dentro de 5 dias de desenvolver sintomas de COVID-19.
“Os membros do comité que votaram ‘Não’ citaram o seguinte como razões para concluir que a relação risco-benefício geral era desfavorável:
Alto número necessário para tratar em comparação com o placebo;
Eficácia incerta contra a variante Delta;
Potencial para conduzir mutações virais;
Riscos de mutagenicidade ”, de acordo com um resumo da reunião.
A Merck deve fornecer relatórios ao FDA mensalmente, resumindo todas as descobertas como resultado das suas atividades de monitorização de bancos de dados genómicos para o surgimento de variantes virais globais.
Como parte da autorização de dezembro de 2021, o FDA deixou claro que deve ser fornecido para aqueles “para os quais as opções alternativas de tratamento COVID-19 autorizadas pela FDA não são acessíveis ou clinicamente adequadas”, o que significa que se o comprimido da Pfizer estiver disponível, essa pode ser uma opção melhor .
“Não acho que você encontraria alguém que preferisse o comprimido da Merck à da Pfizer, perante os dados evidentes até agora”, disse Walid Gellad, professor de medicina da Universidade de Pittsburgh, ao Endpoints News anteriormente.
Como parte da autorização de uso de emergência, a FDA disse que a Merck tem que “conduzir uma investigação completa sobre as diferenças de eficácia observadas na primeira e na segunda metade” do seu ensaio principal. Os palestrantes do adcomm em novembro de 2021, centraram o seu questionamento na causa dessa queda na prevenção de hospitalizações e mortes, de 50% a 30% entre os resultados provisórios e finais. A Merck e a FDA ofereceram alguns detalhes na reunião sobre o motivo pelo qual a eficácia diminuiu.
Ao contrário do comprimido da Pfizer, o FDA também alertou que o molnupiravir não é recomendado para uso durante a gravidez, pois com base nos resultados de estudos de reprodução animal, o molnupiravir pode causar danos fetais.
A Merck deve manter um programa de vigilância de gravidez para coletar informações sobrepessoas expostas ao molnupiravir durante a gravidez. O FDA também disse que indivíduos sexualmente ativos com parceiros com potencial para engravidar são aconselhados a usar métodos anticoncepcionais durante o tratamento com molnupiravir e por pelo menos 3 meses após a última dose.
O molnupiravir também não está autorizado para uso em pacientes com menos de 18 anos de idade ou para uso por mais de 5 dias consecutivos. O tratamento é administrado com quatro cápsulas de 200 miligramas por via oral a cada 12 horas durante 5 dias, fazendo um total de 40 cápsulas por tratamento.
Produção e preço
Segundo Robert Davis, CEO da Merck, a farmacêutica americana espera produzir 10 milhões de tratamentos até final de 2021. A empresa tem um contrato com o governo dos Estados Unidos para fornecer 1,7 milhão tratamentos de molnupiravir a um preço de US $ 700 por tratamento.
A Merck tem acordos semelhantes com outros governos e está em negociações com mais. A Merck disse que planeia uma abordagem de preços diferenciados com base nos critérios de rendimento do país.
Assim a Merck concordou em licenciar o medicamento para vários fabricantes de medicamentos genéricos sediados na Índia, que seriam capazes de fornecer o tratamento para países mais pobres de baixo e médio rendimento.
O molnupiravir também está a ser estudado num ensaio de Fase III para prevenir a infeção em pessoas expostas ao coronavírus.
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