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BRUXISMO DOR DE DENTES QUE PODE SER GRAVE, A VERDADE!



Bruxismo dor de dentes que pode ser grave! Tem dores de dentes ao acordar? A dor de dentes ao acordar pode ser uma consequência do bruxismo noturno e de uma inflamação, causada pelo desgaste do esmalte. Além disso, esta dor pode ser causada por elevados níveis de stress.

#bruxismo

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • Anatomia sabe quantos dentes tem um adulto?
  • Bruxismo o que é?
  • Bruxismo diurno vs noturno: Quais as diferenças?
  • Estudo: Bruxismo conhecimento atual e gestão contemporânea (publicação científica)
  • Estudo: Avaliação do bruxismo e consenso internacional (publicação científica)
  • Estudo: Avaliação da intensidade do bruxismo nos doentes com hipertensão (publicação científica)
  • Sono: o que se passa quando dorme?
  • Causas do bruxismo quais são?
  • Quais as complicações?
  • Quais os sintomas e manifestações clínicas?
  • Diagnóstico: Como se faz?
  • Tratamento: Qual o melhor?
  • Que cuidados diários deve ter?

Estudos:

Dentes e anatomia, quantos temos?

No total a dentição final dos humanos atuais é de 32 dentes, 16 permanentes superiores e mais 16 permanentes inferiores.

Bruxismo noturno o que é?

O bruxismo noturno é um distúrbio do sono caracterizado pelo apertar e ranger dos dentes, de forma involuntária,  aplicando uma força excessiva sobre a musculatura mastigatória. A palavra bruxismo do sono vem do grego brycheinm, que significa ranger dos dentes. O hábito inconsciente de ranger os dentes durante o sono, é extremamente destrutivo para a arcada dentária.

Raspar a superfície dos dentes superiores contra a dos inferiores causa um desgaste do esmalte dentário, alterando a oclusão e a posição de repouso dos músculos mandibulares. O bruxismo envolve movimentos semelhantes aos da mastigação mas com longos períodos de contração destes músculos.

Bruxismo diurno e bruxismo do sono

O bruxismo foi definido pela Academia Americana de Medicina do Sono como a “atividade muscular repetitiva da mandíbula caracterizada pelo apertamento ou ranger dos dentes e / ou empurramento da mandíbula”.

O bruxismo pode ser classificado de acordo com o momento em que ocorre, etiologia, tipo de atividade motora como status de atividade (Tabela 1). Muitas vezes, é difícil diferenciar os diferentes tipos de bruxismo. Para os fins deste artigo, o bruxismo será categorizado em bruxismo diurno (BD) e bruxismo do sono ou noturno (BN). O bruxismo diurno é uma entidade distinta do bruxismo do sono e é caracterizada principalmente pelo apertamento dos dentes.

Fonte: Journal of Conservative Dentistry – Sleep bruxism, Current knowledge and contemporary management

O bruxismo diurno é diferente do bruxismo noturno ( ou do sono ).

Assim, o bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula, que aperta os dentes enquanto a pessoa se encontra acordada e, geralmente, não ocorre o ranger de dentes, estando relacionado com um tique ou hábito.

O bruxismo do sono é uma atividade inconsciente de ranger ou apertar os dentes, com produção de sons, enquanto o indivíduo está a dormir. O bruxismo noturno é um problema que afeta sobretudo as crianças podendo também afetar os adultos.

Sono, o que se passa quando dorme?

O sono pode ser dividido em 3 a 5 ciclos de movimentos oculares não rápidos (NREM – non rapid eye movement) e movimentos oculares rápidos (REM- rapid eye movement), com latência REM variando de 90 a 120 min.

O sono não REM pode ser subdividido em sono leve (estágios 1 e 2) e sono profundo (estágios 3 e 4). A maioria dos episódios de bruxismo do sono ocorre nos estágios leves do sono não REM (ou seja, no estágio 1 e no sono 2) e ocasionalmente (<10%) durante o sono REM, em associação com o despertar do sono. Este último é caracterizado por ativações cerebrais corticais momentâneas (3–15 s), aumentos na frequência cardíaca e atividade motora.

Durante o sono REM, os músculos geralmente estão relaxados até ao ponto de paralisia, mas a atividade cerebral é semelhante à que experimentamos quando acordados.

O bruxismo noturno durante o sono REM pode ser uma manifestação subclínica do distúrbio comportamental do sono REM, uma parassonia onde sonhos vívidos são encenados durante o sono.

Os comportamentos típicos durante o sonho incluem falar, gritar, socar, chutar, sentar, saltar da cama, bater nos braços e agarrar-se durante o sono.

Durante o sono, as atividades do músculo mastigatório rítmico (RMMA) são observadas em até 60% dos indivíduos normais e em 80% dos pacientes com bruxismo noturno. RMMA são movimentos lentos de mastigação (1 Hz) na ausência de trituração dentária.

O bruxismo do sono é identificado quando o RMMA é frequente ou associado à trituração dos dentes. RMMA são três vezes mais comuns e cerca de 30% mais intensos em pacientes com bruxismo do sono quando comparados a indivíduos normais.

A relação fisiológica entre bruxismo do sono e RMMA ainda é indefinida. A RMMA pode ser associada a aumentos na salivação para lubrificar as estruturas orofaríngeas ou para ampliar os espaços das vias aéreas superiores. Eles podem estar associados ao gerador de padrão central, uma formação complexa situada no núcleo do trigêmeo que é responsável por controlar os movimentos mastigatórios rítmicos quando acordados.

Entre os muitos fatores fisiopatológicos, o papel dos micro-despertares relacionados com o sono, neuroquímicos, genética e respiração é proeminente. A ligação entre bruxismo noturno e micro-despertares do sono foi substanciada por estudos polissonográficos (PSG). A atividade motora da mandíbula é acompanhada por alterações fisiológicas (ativação cerebral e aumento da frequência cardíaca), conforme figura 1, que corroboram a origem central do bruxismo do sono.

Neuroquímicos como adrenalina, noradrenalina, dopamina, serotonina e ácido gama-aminobutírico foram implicados na gênese do bruxismo noturno.

Devido ao papel assumido da noradrenalina no BN, foram realizados ensaios clínicos com propranolol e clonidina. O propranolol, um betabloqueador não seletivo, não causou redução no BN, mas a clonidina, um agonista alfa do sistema nervoso central, reduziu significativamente o bruxismo noturno.

L-dopa, um precursor da dopamina, diminuiu o BN enquanto bromocriptina, um agonista da dopamina, não teve efeito sobre BN.

Inibidores seletivos de recaptação de serotonina foram sugeridos para induzir ou exacerbar tanto o bruxismo diurno como o noturno. As evidências que suportam o papel dos neurotóxicos na fisiopatologia do bruxismo noturno ainda são limitadas e merecem investigações adicionais em larga escala.

Prevalência

A prevalência do bruxismo diurno em adultos foi relatada como variando de 22,1% a 31%, enquanto a do bruxismo noturno “frequente” foi mais consistente nos 13%. A prevalência do BN em crianças variou de 3,5% a 40,6% de acordo com uma revisão sistemática.

A prevalência exata do bruxismo noturno é difícil de determinar, já que a maioria dos estudos populacionais baseia-se geralmente em questionários autorreferidos devido a restrições técnicas / custo e a maioria dos doentes (> 80%) não tem consciência de seu hábito.

Além disso, constatou-se que a atividade do bruxismo varia significativamente ao longo do tempo. Embora o bruxismo diurno tende a ser maior para as mulheres, não houve diferença entre os sexos no bruxismo noturno para crianças e adultos. Ambos os tipos de bruxismo geralmente diminuem com a idade.

Causas do bruxismo noturno

A etiologia (causa) exata do Bruxismo noturno (BN) ainda não é conhecida e será provavelmente de natureza multifatorial. Originalmente, foi atribuído a fatores periféricos (morfológicos) incluindo má oclusão e interferências oclusais (ver tabela II).

Os estudos, no entanto, encontraram uma prevalência similar de bruxismo noturno em pessoas com ou sem interferências oclusais, e o BN não foi reduzido pela terapia oclusal. Além disso, não houve correlação entre fatores anatómico-estruturais e eventos de bruxismo em pacientes com bruxismo noturno.

A literatura sugere que o bruxismo noturno é regulado centralmente e não perifericamente. Questões centrais podem ser categorizadas em fatores fisiopatológicos e psicossociais (ver tabela II).

Fonte: Journal of Conservative Dentistry – Sleep bruxism, Current knowledge and contemporary management

A ligação a fatores psicossociais, como stresse emocional, foi apoiada pelos estudos que relatam níveis elevados de catecolaminas urinárias em pacientes com bruxismo noturno. Além disso, o bruxismo noturno tem sido relacionado com níveis mais elevados de stresse psicológico e cortisol salivar.

Um estudo de laboratório controlado relatou que os pacientes com BN eram mais competitivos e se sentiam mais ansiosos do que os indivíduos normais.

Comparados com indivíduos sem bruxismo os pacientes com bruxismo (diurno e noturno) também mostraram diferenças significativas e um maior grau de:
– Ansiedade,
– Depressão,
– Hostilidade,
– Ansiedade fóbica e
– Ideias paranoicas.

Assim, as causas do bruxismo do sono são multifatoriais e ainda pouco conhecidas mas existem algumas hipóteses que podem estar relacionadas com este distúrbio, a saber:

  • A má oclusão dentária ou seja o encaixe incorreto dos dentes que origina uma  mordida desajustada, afetando todo o mecanismo dentário;
  • Tensão emocional como stress,  ansiedade, raiva, medo ou frustrações;
  • Fatores genéticos podem ter influência;
  • Ingestão de álcool, cafeína, drogas e tabaco podem causar bruxismo em indivíduos geneticamente predispostos;
  • Medicamentos antidepressivos do grupo dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina.

A frequência e a severidade do ranger dos dentes pode variar a cada noite, consoante o estado emocional do doente.

Sintomas do bruxismo noturno

Os doentes com bruxismo apresentam, geralmente, os seguintes sintomas:

  • O ruído característico do ranger dos dentes,
  • Desgaste dentário,
  • Hipertrofia dos músculos mastigatórios e temporais,
  • Dores de cabeça ou de pescoço,
  • Disfunção da articulação temporomandibulares,
  • Má qualidade de sono,
  • Sonolência diurna,
  • Inchaço da face,
  • Maxilares doridos,
  • Dores de ouvidos.

Normalmente, quem sofre de bruxismo não o sabe até que alguém se queixe do ruído que faz ao ranger os dentes enquanto dorme.

Sintomas do bruxismo

Consequências do bruxismo do sono

O bruxismo noturno pode causar problemas graves.

  • Dentes ficarem doloridos ou soltos, e, às vezes, partes dos dentes são literalmente desgastados,
  • Destruição do osso circunvizinho e do tecido da gengiva que pode ser grave,
  • Tensões ao nível das articulações temporomandibulares (ATM) que pode causar desgastes e eventuais problemas graves.
Fonte: Journal of Conservative Dentistry – Sleep bruxism, Current knowledge and contemporary management

Diagnóstico do bruxismo

O diagnóstico é feito pela observação de um desgaste dentário anormal, ruídos de ranger de dentes durante o sono e desconforto muscular mandibular. A polissonografia regista os episódios de ranger dos dentes, permitindo identificar alterações do sono e microdespertares. As alterações predominam na fase 2 do sono não REM e nas transições entre as fases do sono. A polissonografia permite ainda o diagnóstico de outros distúrbios do sono, tais como ronco, apneia do sono, movimentos periódicos dos membros, distúrbio comportamental do sono REM e outros.

Tratamento para o bruxismo noturno

O tratamento deve ser individualizado para cada paciente. Como o bruxismo do sono tem causas variadas, o tratamento também segue na mesma orientação, a saber:

  • O uso de placas orais moles (silicone) ou duras (acrílico) visa a proteção dos dentes prevenindo o desgaste dentário ou fraturas durante o sono.
  • Psicoterapia
  • Intervenção odontológica
  • Intervenção farmacológica e suas combinações, de acordo com o perfil do paciente

Aplicações locais de toxina botulínica nos músculos envolvidos têm sido utilizadas em casos de bruxismo do sono que não respondem ao tratamento convencional.

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O bruxismo é uma das principais causas de desgaste dentário, má oclusão severa, fratura dentária, dores variadas e, mais grave, de artrite temporomaxilar (ATM). A articulação temporomaxilar é a mais complexa do corpo: abre e fecha como uma dobradiça e desliza para a frente, para trás e lateralmente, estando submetida a uma grande pressão durante a mastigação e sendo essencial no nosso dia-a-dia. Para controlar o bruxismo, é aconselhável reduzir o nível de stress e fazer terapias de relaxamento.

Cuidados diários

Para combater o incómodo causado por este distúrbio, existem várias recomendações que deve seguir:

    • Evite alimentos rijos como nozes ou chocolate
    • Massaje os músculos do rosto e pescoço
    • Aplique gelo ou uma toalha quente e molhada na face a fim de relaxar os músculos doridos

Concluindo

Uma dor de dentes ao acordar deve ser analisada pelo seu médico. Como se percebe por este artigo, dores aparentemente simples podem causar problemas muito graves e de difícil tratamento se não forem “atacadas” a tempo! Não facilite, uma dor é sempre um sinal de alerta de que algo não está bem. Pode ser uma situação simples sem gravidade mas também pode ser um início de algo mais grave! Em qualquer caso o caminho é consultar o médico para ter a certeza e dormir com menos essa preocupação!

Fique bem

Franklim Fernandes

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Alergia alimentar quais os alimentos mais perigosos?



Alergia alimentar: Quais os alimentos comuns que podem provocar problemas alérgicos? Saiba tudo neste artigo que pretende ser um instrumento de ajuda essencial para quem tem ou suspeita que pode ter uma alergia, nomeadamente a alguns alimentos. É essencial alertar para a necessidade de, havendo suspeita, o mais cedo possível serem identificadas essas alergias sob pena de terem a sua qualidade de vida bastante degradada e em alguns casos até correr perigo de vida devido à possibilidade, embora rara, de choque anafilático.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • Alergia: O que é?
  • Atopia: O que é?
  • Qual a incidência de alergias na população?
  • Porque têm aumentado as alergias?
  • Será que o nosso sistema imunológico está diferente?
  • Doenças alérgicas: Quais as principais?
  • Alergia alimentar: Quais os sintomas?
  • Intolerância alimentar o que é? Qual a diferença?
  • A alergia alimentar tem influência genética familiar?
  • Reacções alérgicas  imediatas vs retardadas: Quais são e quais as diferenças?
  • Anafilaxia ou reação anafilática: O que é?
  • Urticária: O que é?
  • Angioedema: O que é?
  • Alergias em crianças: Quais as mais frequentes?
  • Alergia nos adultos: Quais as mais frequentes?
  • Sindrome de Alergia Oral: O que é?
  • Reactividade cruzada: O que é?
  • Diagnóstico de alergia alimentar: Como se faz?
  • Exercício físico após comer pode provocar alergia alimentar?
  • Teste cutâneo positivo significa sempre alergia a esse alimento?
  • Teste cutâneo negativo significa sempre ausência de alergia a esse alimento?
  • Teste de provocação oral (TPO): O que é?
  • Como evitar uma alergia alimentar?
  • Uma alergia pode desaparecer com a idade?
  • Tratamento de uma alergia alimentar: Qual o melhor?
  • Alimentos que mais frequentemente causam alergias alimentares: Quais são?

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Alergia o que é?

Uma alergia é uma reação de hipersensibilidade, a estímulos externos, mediada pelo sistema imunitário, nomeadamente um tipo de anticorpo com uma importância central em todas as doenças alergicas, designado imunoglobulina E (IgE).

Reacção alérgica

Alergia alimentar o que é?

Alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico contra um determinado alimento considerado inofensivo para a maioria das pessoas. Algumas pessoas apresentam alergia a mais do que um alimento de grupos diferentes, situação menos frequente, que é designada de alergia alimentar múltipla.

É obviamente uma reação alérgica provocada por um alimento ou aditivo contido nesse alimento. Por vezes existem alergias a alimentos importantes e muito usados na nossa alimentação como por exemplo leite, ovos e trigo.

Intolerância alimentar o que é?

A intolerância alimentar não é uma alergia pois não é mediada pelo nosso sistema imunitário.  A Intolerância Alimentar consiste numa reação adversa ao alimento que não envolve o sistema imunológico. Frequentemente resulta de alterações ou distúrbios do metabolismo do alimento. Neste caso, as reações não têm o mesmo potencial de gravidade da resposta alérgica e os sintomas desenvolvem-se com maior frequência ao nível gastrointestinal.

Os sintomas mais frequentes da intolerância alimentar são:

  • Inchaço ou distensão abdominal;
  • Gases;
  • Cólicas;
  • Flatulência;
  • Azia;
  • Dor de cabeça;
  • Mal estar geral.

Saber mais sobre intolerância alimentar aqui

Atopia o que é?

A atopia pode ser entendida como uma tendência individual e/ou familiar para desencadear reações de hipersensibilidade mediadas pela IgE.

Um dos exemplos mais frequentes é a pele atópica.

Alergia e incidência na população

De acordo com a World Allergy Organization (WAO), cerca de 40% da população mundial sofre de pelo menos uma doença alérgica sendo o 5º grupo de doenças crónicas mais frequentes nos países desenvolvidos. Estes números serão mais graves no futuro porque um dos segmentos da população mais afetados são as crianças e portanto haverá, um aumento das patologias alérgicas. Na altura da primavera  maior parte das pessoas que sofre de rinaconjuntivite tem alergia ao pólenes.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), cerca de:

  • 30% da população sofre de rinite,
  • 16% da população terá também conjuntivite,

No entanto, muitos doentes nunca fizeram diagnóstico. Apenas um terço das pessoas foram vistas por causa da doença e ainda menos fizeram testes de alergia.

Causas do aumento das alergias

As doenças alérgicas estão a aumentar, o que tem sido associado a diversos fatores tais como:

  • Mudanças no estilo de vida,
  • Alterações climáticas, nomeadamente aumento da temperatura
  • Aumento da poluição atmosférica,

Sistema imunitário será que está diferente?

Nas crianças do países ocidentais o número de infeções por bactérias, vírus e parasitas tem vindo a diminuir graças à evolução das vacinas, antibióticos e melhoria das condições sanitárias.

Estas circunstâncias no seu conjunto levaram a que o nosso sistema imunitário, pelo facto de não ter uma ameaça tão forte de parasitas e agentes microbianos patogénicos, se concentre agora mais nos alérgenos ambientais que teoricamente deveriam ser inofensivos para as pessoas.

Doenças alérgicas quais as principais?

As principais doenças alérgicas são as seguintes:

Alergia alimentar qual a incidência?

A alergia alimentar  atinge cerca de 1-2 %  da população geral nos países  industrializados e mais de 8% das crianças. O número de indivíduos com reações graves de causa  alérgica, após ingestão  de alimentos, tem vindo a aumentar.

As reações a alimentos poderão não ter uma causa alérgica,  designando-se então  como reações alimentares  adversas.

Influência genética qual a importância?

A alergia alimentar tem uma forte componente genética e até 70% dos doentes apresentam história familiar positiva.

Sintomas quais são?

A alergia a um determinado alimento origina, habitualmente, o aparecimento dos sintomas poucos minutos após a ingestão.

Estas reações denominadas imediatas podem atingir de uma forma isolada ou combinada:

  • Pele e mucosas,
  • Vias respiratórias,
  • Sistema gastrointestinal,
  • Sistema cardiovascular.

Os sintomas alergia alimentar são geralmente os seguintes:

  • Urticária,
  • Angioedema,
  • Rinoconjuntivite,
  • Asma,
  • Choque anafilático.

Reações alérgicas imediatas vs retardadas

As manifestações clínicas de tipo alérgico imediato mais frequentes são:

As reações anafiláticas são mais raras. Assumem, no entanto, uma importância primordial, já que se desencadeiam muito rapidamente, colocando em risco a vida do doente, quando não tratadas de forma imediata.

Outras manifestações de alergia alimentar incluem reações retardadas que ocorrem em doentes com:

  • Eczema atópico e/ou enteropatia ao glúten, sendo mais difíceis de diagnosticar porque, frequentemente, decorre muito tempo entre a ingestão alimentar e a ocorrência dos sintomas.

Alergias nas crianças mais frequentes

As manifestações clínicas de alergia alimentar variam com a idade.

Na infância, a forma de apresentação alérgica mais comum é o eczema atópico.

Os alimentos mais frequentemente envolvidos são:

  • Leite,
  • Ovo,
  • Frutos secos,
  • Soja,
  • Trigo,
  • Peixe,
  • Marisco.

Alergias nos adultos mais frequentes

No adulto são habituais as reações imediatas sendo os alimentos mais problemáticos os seguintes:

  • Frutos secos,
  • Peixe e marisco,
  • Alimentos de origem vegetal.

Síndrome de alergia oral

A síndrome de alergia oral caracteriza-se  pelo aparecimento de edema, comichão  e/ou formigueiro dos lábios, boca e garganta quando o agente causal, habitualmente um fruto fresco ou vegetal, contacta  com  a  mucosa  oral  do  indivíduo alérgico.

Reatividade cruzada

Na sua maioria, os doentes estão sensibilizados a pólens. Esta sensibilização simultânea (pólens e alimentos) deve-se à existência de reatividade cruzada a proteínas com estrutura semelhante que ocorrem, naturalmente, em plantas de diferentes origens.

Os exemplos mais comuns destas síndromes de reatividade cruzada são:

  • Síndrome bétula-maça
  • Síndrome artemisia-aipo-cenoura-especiarias
  • Síndrome gramíneas-rosáceas
  • Síndrome Plantago-Cucurbitaceae

Urticária

A urticária não é uma doença mas sim um síndrome comum, com lesões cutâneas afetando todas as faixas etárias, estimando-se que cerca de 20 a 30% da população, em algum momento da sua vida, tenha pelo menos um episódio de urticária.

É caracterizada pelo rápido aparecimento de pápulas (lesões cutâneas ligeiramente elevadas em relação à pele sã), eritematosas (avermelhadas) algumas vezes esbranquiçadas na parte central, acompanhadas de prurido (comichão) ou por vezes sensação de queimadura, desaparecendo por breves segundos após pressão.

Estas lesões desaparecem espontaneamente ou com terapêutica anti-histamínica, sem pigmentação residual num período de 24 horas podendo no entanto voltar a aparecer.

Em alguns casos, o edema da derme profunda e sub-cutis pode ser tão importante que dá origem ao aparecimento de angioedema (inchaço), por vezes doloroso em alternativa a pruriginoso, com envolvimento frequente das mucosas, sendo a resolução mais lenta comparativamente à da urticária (até 72 horas).

Saber mais sobre urticária aqui

Sintomas gastrointestinais frequentes

Na alergia alimentar os sintomas intestinais mais frequentes são:

  • Náuseas
  • Vómitos
  • Cólicas abdominais
  • Diarreia

Anafilaxia ou reação anafilática

As reações anafiláticas (anafilaxia) são reações alérgicas repentinas, generalizadas, potencialmente graves e que apresentam risco à vida.

Caracterizam-se pela ocorrência de sintomas envolvendo simultaneamente:

  • A pele e mucosas
  • O aparelho respiratório
  • O aparelho cardiovascular
  • O aparelho gastrointestinal

Em alguns países a ingestão de amendoim é a causa mais comum de reações fatais. Quantidades mínimas deste alimento podem ser suficientes para induzir reações anafiláticas em pessoas sensibilizadas.

A ingestão acidental e sem intenção pode ocorrer, particularmente, por contaminação, durante o processamento industrial de outros alimentos.

Anafilaxia quais os sinais?

Os sinais mais comuns de reação anafilática são os seguintes

  • Começam frequentemente com uma sensação de desconforto, seguida por sensações de formigamento e tontura.
  • Em seguida, surgem rapidamente sintomas graves que incluem coceira e urticária generalizada, inchaço, sibilos, dificuldade respiratória, desmaio e/ou outros sintomas alérgicos.

Estas reações podem ser fatais em pouco tempo. A melhor maneira de evitar um ataque é evitar o fator desencadeante.

As pessoas afetadas devem trazer sempre consigo anti-histamínicos e uma seringa autoinjectável de epinefrina. As reações anafiláticas exigem tratamento de emergência.

Reações anafiláticas causas mais comuns

As causas mais comuns de anafilaxia são:

  • Fármacos (como a penicilina)
  • Picadas de insetos
  • Certos alimentos (especialmente ovos, frutos do mar e nozes)
  • Injeções contra alergia (imunoterapia com alérgenos)
  • Látex

Porém, também podem ser causadas por qualquer alérgeno. Tal como acontece com outras reações alérgicas, não costuma ocorrer uma reação anafilática depois da primeira exposição a um alérgeno, mas sim depois de uma exposição posterior.

No entanto, muitas pessoas não se recordam da primeira exposição. É provável que qualquer alérgeno que cause uma reação anafilática em uma pessoa cause essa reação em exposições posteriores, a menos que se tomem medidas para o evitar.

Sintomas de anafilaxia

As reações anafiláticas começam nos primeiros 15 minutos da exposição ao alérgeno. Só excecionalmente as reações começam após 1 hora. Os sintomas variam, mas a pessoa normalmente apresenta os mesmos sintomas todas as vezes, a saber:

  • O coração palpita rapidamente.
  • A pessoa pode sentir-se ansiosa e agitada.
  • A pressão arterial pode cair, causando desmaios.
  • Outros sintomas incluem sensação de formigamento, tontura, pele com comichão e avermelhada, tosse, coriza, espirros, urticária e inchaço do tecido sob a pele (angioedema).
  • A respiração pode tornar-se difícil e podem aparecer sibilos, porque a garganta e/ou vias aéreas se contraem ou incham.
  • A pessoa pode ter náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia.

Uma reação anafilática pode progredir tão rapidamente que pode provocar:

  • Colapso,
  • Paragem respiratória,
  • Convulsões,
  • Perda da consciência em 1 ou 2 minutos.

A reação pode ser mortal, a menos que se proporcione um tratamento de emergência de imediato. Os sintomas podem recorrer 4 a 8 horas após a exposição inicial ou mais tarde.

Anafilatoide vs Anafilaxia

As reações anafilatoides assemelham-se às reações anafiláticas. Todavia, ao contrário do que ocorre nas reações anafiláticas, podem ocorrer reações anafilatoides após a primeira exposição a uma substância.
As reações anafilatoides não são reações alérgicas porque a imunoglobulina E (IgE), a classe de anticorpos envolvida nas reações alérgicas, não as provoca. Pelo contrário, a reação é causada diretamente pela substância.
Os fatores desencadeantes mais comuns das reações anafilatoides incluem corantes que contêm iodo, que podem ser visualizados em radiografias (corantes radiopacos), aspirina e outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), opiáceos, transfusões sanguíneas e exercícios.
Na medida do possível, evita-se utilizar meios de contraste nos procedimentos radiológicos em pessoas com reações anafilatoides a estes corantes. No entanto, algumas doenças não podem ser diagnosticadas sem meios de contraste. Nestes casos, o médico usa contrastes que apresentam menor probabilidade de causar reações.
Além disso, geralmente administram-se fármacos que bloqueiam as reações anafilatoides, como prednisona e difenidramina, antes de injetar o meio de contraste.

Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é óbvio e se baseia nos sintomas. Como os sintomas podem ser fatais em pouco tempo, o tratamento é iniciado de imediato. Se os sintomas forem leves, o diagnóstico pode ser confirmado através de exames de sangue ou urina, que medem os níveis das substâncias produzidas durante as reações alérgicas. No entanto, normalmente esses testes são desnecessários.

Prevenção

A melhor prevenção é evitar o alérgeno. As pessoas que são alérgicas a certos alérgenos inevitáveis (como as picadas de insetos) podem se beneficiar de imunoterapia com alérgenos a longo prazo ( Imunoterapia com alérgenos (dessensibilização)).

As pessoas que apresentam essas reações devem levar sempre consigo uma seringa autoinjectável de epinefrina e comprimidos anti-histamínicos para um tratamento imediato. Caso ocorra o desencadeamento (por exemplo, se forem picadas por um inseto), ou se começaram a apresentar sintomas, devem se Auto injetar e tomar os anti-histamínicos imediatamente.

Em geral, esse tratamento detém a reação, ao menos temporariamente. No entanto, depois de uma reação alérgica de caráter grave, e imediatamente após se Auto injetar, a pessoa deve se dirigir ao serviço de emergência de um hospital, onde poderá ser adequadamente monitorada e o tratamento poderá ser ajustado conforme necessário. A pessoa também deve usar um bracelete de Alerta Médico, com uma lista das suas alergias.

Tratamento da anafilaxia

Em casos de emergência, o médico administra epinefrina por injeção subcutânea em um músculo ou uma veia. Caso a respiração seja gravemente comprometida, um tubo respiratório pode ser introduzido na traqueia pela boca ou nariz (intubação) ou por uma pequena incisão na pele que cobre a traqueia, e o oxigênio é administrado por esse tubo respiratório.

Em geral, a pressão arterial baixa retorna ao normal logo após a administração de epinefrina. Caso não retorne, fluidos intravenosos são administrados para aumentar o volume de sangue. Algumas vezes, medicamentos que estreitam os vasos sanguíneos (vasoconstritores) também são administrados ajudando a elevar a pressão arterial.

São administrados anti-histamínicos (como a difenidramina) e bloqueadores de histamina-2 (H2) (como a cimetidina) por via intravenosa até o desaparecimento dos sintomas. Se necessário, beta-agonistas inalatórios (como albuterol) são administrados para expandir as vias aéreas e auxiliar a respiração.

Algumas vezes, um corticosteroide é administrado para ajudar a prevenir a recorrência dos sintomas várias horas depois.

Angioedema

Angioedema é o inchaço de áreas de tecido subcutâneo que, por vezes, afeta a face e a garganta.

  • O angioedema pode ser uma reação a um fármaco ou substância (fator desencadeante), uma doença hereditária, uma complicação rara do câncer ou uma doença imunológica; no entanto, às vezes a causa é desconhecida.
  • O angioedema pode envolver inchaço da face, garganta, trato digestivo e vias aéreas.
  • Os anti-histamínicos podem aliviar os sintomas leves, mas se o angioedema dificultar a deglutição ou a respiração, é necessário tratamento de emergência.
  • É frequente que o angioedema ocorra com urticária ( Urticária). Tanto a urticária como o angioedema envolvem inchaço, sendo mais profundo no angioedema (sob a pele) do que na urticária, e pode não coçar.

Causas mais comuns

  • Muitos fármacos, como a aspirina, outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs –Analgésicos não opioides : Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides) e certos opioides (denominados opiáceos) como morfina e codeína
  • Picadas ou mordidas de insetos
  • Injeções contra alergia (imunoterapia com alérgenos)
  • Certos alimentos — especialmente ovos, peixes, frutos do mar, nozes e frutas
  • A ingestão de alguns alimentos, mesmo em quantidades mínimas, pode provocar angioedema. Porém, outros alimentos (como morangos) provocam estas reações apenas depois da ingestão de uma grande quantidade.
  • O angioedema às vezes ocorre depois do uso de um contraste visível ao raio-X (contraste radiopaco) durante um exame de imagem. Em algumas ocasiões, o angioedema sem urticária é causado por inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), que são usados para tratar hipertensão e insuficiência cardíaca.

O angioedema pode ser crónico, recorrendo durante semanas ou meses. A origem pode ser o consumo habitual, não intencional, de uma substância como a penicilina no leite ou um conservante ou corante nos alimentos.

O uso de certos fármacos como a aspirina, outros AINEs ou opiáceos também pode causar o angioedema crónico. O angioedema crónico que se apresenta sem urticária pode ser um angioedema de tipo hereditário Angioedema hereditário e adquirido.

Entretanto, quando o angioedema ocorre novamente (com ou sem urticária) sem que nenhuma causa específica seja identificada, este é denominado angioedema idiopático.

Sintomas do angioedema

O angioedema pode afetar parte ou a totalidade das mãos, pés, pálpebras, língua, lábios ou genitália. Por vezes, as membranas que revestem a boca, a garganta e as vias respiratórias incham, dificultando a deglutição e a respiração. Ocasionalmente, o trato digestivo é afetado, o que resulta em náuseas, vômitos, dor abdominal com cólica ou diarreia.

Muitas pessoas também apresentam urticária. A urticária geralmente começa com ardor. Tipicamente, os surtos de urticária aparecem e desaparecem ( Urticária). Uma pápula pode permanecer durante várias horas e logo desaparecer, reaparecendo mais tarde, em qualquer outro local. Depois de a pápula desaparecer, a pele tem habitualmente um aspeto completamente normal.Angioedema

Diagnóstico

Frequentemente a causa é evidente, e não são necessários exames porque as reações geralmente se resolvem e não recorrem. Caso o angioedema recorra e a causa não seja definida, o médico pergunta ao indivíduo quais os fármacos que está tomando e os alimentos e bebidas que está consumindo.

Se a causa continuar sem ser determinada, especialmente se o indivíduo não apresentar urticária, é possível que o médico realize exames para determinar se é uma forma hereditária de angioedema ( Angioedema hereditário e adquirido).

Caso a causa seja uma picada de abelha, o indivíduo deve consultar um médico. Este pode aconselhar um tratamento a ser seguido no caso de outra picada de abelha.

Tratamento

Se a causa for evidente, o indivíduo deve evitá-la, se possível. Se a causa não for evidente, o indivíduo deve deixar de tomar todos os fármacos que não sejam indispensáveis até que os sintomas se resolvam.

Para o angioedema leve com urticária, o uso de anti-histamínicos alivia parcialmente a coceira e reduz o inchaço. Os corticosteroides, administrados por via oral, são prescritos apenas nos sintomas graves, quando outros tratamentos são ineficazes, e são administrados durante o menor tempo possível. Quando administrados por via oral durante mais de 3 ou 4 semanas, podem causar muitos efeitos colaterais, por vezes sérios ( Corticosteroides: Usos e efeitos colaterais). Produtos para a pele (como cremes, pomadas e loções) com corticosteroides não ajudam.

Para o angioedema sem urticária (como aquele causado por um inibidor da ECA ou uma forma hereditária de angioedema), os anti-histamínicos e corticosteroides podem não ajudar. Nestes casos, por vezes o médico administra plasma fresco congelado ou certos fármacos como ecalantide. Um inibidor de C1 purificado, derivado de sangue humano, também pode ser usado.

Se o angioedema grave provocar dificuldades de deglutição ou respiração ou um colapso, é necessário um tratamento de emergência. A maioria das pessoas que já apresentaram essas reações devem trazer sempre consigo uma seringa autoinjectável de epinefrina e comprimidos anti-histamínicos, que devem ser usados imediatamente caso ocorra uma reação.

Depois de uma reação alérgica grave, essas pessoas devem recorrer ao serviço de emergência de um hospital, onde poderão ser examinadas e tratadas adequadamente.

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Diagnóstico da alergia alimentar

O diagnóstico de alergia a alimentos é fundamentado, em primeiro lugar, na história clínica. Contudo, se existem casos em que a relação causal com a ingestão de determinado alimento é evidente, noutras situações esta relação não é clara. O preenchimento pelo doente de um diário alimentar completo, bem como a descrição das atividades diárias, durante um período de tempo relativamente longo, pode ser essencial para evidenciar qual ou quais os alimentos suspeitos.

Os testes de pele podem ajudar. Nestes, o médico alergologista inocula vários tipos de proteínas no antebraço do doente à procura de reações às mesmas. O resultado costuma demorar apenas 15 minutos. O principal valor do teste é quando este é negativo, servindo para descartar a proteína que não causou reação. O teste positivo não dá certeza de que o paciente seja alérgico àquela proteína. Em alguns casos por causa do alto risco de reação anafilática, o médico pode optar por não fazer este teste. Atualmente é possível realizar a dosagem de IgEs específicas no sangue para se identificar contra quais alimentos se desenvolve alergia.

Exercício físico após refeição

Em certos casos, determinados alimentos só originam a ocorrência de sintomas de alergia alimentar quando o doente realiza esforço físico, após a ingestão dos mesmos (anafilaxia induzida pelo exercício).

Este tipo de alergia alimentar que só se manifesta se o paciente praticar alguma atividade física até 4 horas após a ingestão de determinados alimentos. O doente com este tipo de alergia pode comer camarão e nada sentir, mas se comê-lo e for praticar algum exercício pode até sofrer uma reação anafilática.

Alergia alimentar e alimentação saudável

Como ter uma alimentação saudável se for alérgico a alimentos importantes? Muitas vezes os doentes identificam os alimentos responsáveis pela ocorrência dos sintomas deixando definitivamente de os ingerir. Esta atitude habitualmente não acarreta consequências indesejáveis tratando-se de alimentos isolados. Contudo, e particularmente nas crianças, a adoção de dietas demasiadamente restritivas poderá acarretar défices nutricionais. É fundamental que o diagnóstico de alergia alimentar seja estabelecido por um imunoalergologista. Quando necessário, o aconselhamento para manter uma dieta nutritivamente equilibrada será também orientado por um nutricionista.

Teste cutâneo positivo significa sempre alergia a esse alimento?

A interpretação dos resultados dos testes cutâneos de alergia e das determinações sanguíneas de IgE específica exige experiência e perícia.

Um teste cutâneo positivo a um determinado alimento não implica, necessariamente, ocorrência de alergia. Crianças com história de alergia a um determinado alimento podem desenvolver tolerância, isto é, passar a poder ingeri-lo, mantendo reatividade cutânea a esse alimento.

Teste cutâneo negativo exclui alergia a esse alimento?

Por outro lado, um teste cutâneo negativo não permite excluir, definitivamente, o diagnóstico de alergia alimentar.

Alguns alergénios alimentares podem ser destruídos durante a preparação de extratos comerciais, conduzindo a testes cutâneos falsamente negativos.

Torna-se, assim, necessária a realização de testes por picada, utilizando o alimento fresco.

O teste de provocação oral (TPO) poderá ser necessário para estabelecer o diagnóstico definitivo de alergia alimentar.

Teste de provocação oral (TPO)

O TPO consiste na ingestão de quantidades crescentes do alimento suspeito. A execução deste teste não é isenta de riscos, devendo ser sempre efetuado por especialista experiente, iniciada em ambiente hospitalar e com vigilância ao longo de pelo menos 24 horas.

Reatividade cruzada

A reatividade cruzada significa que quando se é alérgico a um determinado alergénio ou alimento aumenta a probabilidade de se desenvolver alergia a outros alimentos que tenham na sua composição proteínas de estrutura semelhante ao primeiro alergénio.

Por exemplo quem tem alergia respiratória a pólens, tem associada uma maior probabilidade de ter alergia alimentar a frutos e vegetais.

Outras sensibilizações podem ocorrer para alergénios inalados e ingeridos. Os exemplos mais comuns destas síndromes de reatividade cruzada são:

  • Síndrome ácaros-crustáceos-moluscos;
  • Síndrome ave-ovo;
  • Síndrome látex-frutos.

Num mesmo grupo de alimentos pode verificar-se, também, a existência de reatividade cruzada. São exemplos a alergia simultânea a diversos crustáceos, ou a espécies distintas de peixe.

Alergia alimentar, como evitar?

Não é possível evitar uma alergia alimentar sem se saber a que se é alérgico! No entanto se já for alérgico a determinados alergénios como por exemplo ácaros, pólens, aves e látex, devido à reatividade cruzada atrás referida deve evitar ou estar muito atento à ingestão dos alimentos geralmente associados a essas reatividades cruzadas. Uma vez estabelecido o diagnóstico de alergia alimentar, o doente é aconselhado a evitar os alimentos responsáveis pela ocorrência dos sintomas.

É importante salientar que para além de ingeridos na sua forma natural, determinados alimentos são utilizados como ingredientes. Assim o doente alérgico deve habituar-se a consultar os rótulos das embalagens de todos os produtos que consome.

A identificação do ingrediente proveniente do alimento a que é alérgico evitará um consumo acidental e a ocorrência de uma reação que poderá ser grave.

Idade e alergia alimentar

Na criança a maioria das alergias alimentares resolve-se até à idade escolar. Excetuam-se alguns grupos de alimentos tais como os frutos secos, peixes e mariscos. Se a alergia alimentar surge na idade adulta é menos provável o seu desaparecimento.

Tratamento

O melhor tratamento da alergia a alimentos é a prevenção. Não há um tratamento que cure a alergia alimentar. O mais importante é identificar os alimentos que causam alergia e evitá-los permanentemente.

Quando não se conhece os alimentos que lhe causam alergia ou quando há ingestão acidental de um alimento proibido, o tratamento visa o controle da reação alérgica. Os medicamentos mais usados são:

  • Anti-histamínicos (antialérgicos),
  • Corticoides
  • Nos casos de choque anafilático o tratamento é feito com injeção de adrenalina.

Doentes com histórico de reação anafilática a alimentos devem trazer consigo cartões ou pulseiras explicando a sua alergia para que possam ser rapidamente diagnosticados e tratados,  em caso de acidente. Muitos pacientes andam com seringas automáticas de adrenalina caso seja necessário tratamento imediato.

Aproximadamente 85% das crianças espontaneamente deixam de ser alérgicas à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) entre os 3-5 anos de idade. O teste cutâneo permanece positivo apesar de haver tolerância ao alimento. A alergia alimentar ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente desaparece.

14 alimentos que causam alergia alimentar, 

A partir de dia 13 de dezembro de 2014 entram em vigor as novas regras de etiquetagem de alimentos na União Europeia. Estas exigem uma maior visibilidade da informação relativa à presença de alergénios alimentares nos rótulos dos alimentos, assim como nos produtos à venda em cafés e restaurantes.

A lista de alimentos cuja presença deve ser discriminada abrange os alimentos que mais frequentemente causam alergia alimentar, nomeadamente:

  • Cereais que contém glúten (p.ex. trigo, centeio, cevada, aveia, espelta, etc.) e produtos derivados
  • Crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta, etc.) e derivados
  • Ovos e derivados (outras denominações: gema, clara, ovalbumina, ovomucoide)
  • Peixe e derivados
  • Amendoins e derivados
  • Soja e derivados
  • Leite, lactose e derivados (outras denominações: lactoalbumina, lacto globulina, caseína, coalho)
  • Frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs, cajus, noz pecã, amêndoa do Pará, pistáchios, macadâmias) e produtos derivados
  • Aipo e produtos derivados
  • Mostarda e produtos derivados
  • Sementes de sésamo e derivados
  • Tremoço e derivados;
  • Moluscos (caracol, mexilhão, amêijoa, choco, lula, polvo, pota, etc.);
  • Dióxido sulfuroso e sulfitos.

Concluindo

É importante enfatizar que existem outros alimentos que podem provocar reações alérgicas cuja presença em produtos alimentares não é de identificação obrigatória. A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) recomenda que se informe junto do seu imunoalergologista acerca de como pode ser feita uma correta evicção alimentar.

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Fontes:

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Diabetes estes são os 9 sinais de perigo!

Diabetes sintomas causas e tratamento: Quais os 9 sinais que nunca deve ignorar? O que é a diabetes?

Diabetes o que é?

O termo diabetes mellitus descreve uma desordem metabólica de etiologia (causa) múltipla, caracterizada por uma hiperglicemia crónica  ou seja um excesso de glicose no sangue, com distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas, resultantes de deficiências na secreção ou acção da insulina, ou de ambas.

Complicações

Os efeitos da diabetes mellitus a longo prazo, incluem danos, disfunção e falência de vários orgãos. Nos casos mais graves pode levar a perda de sensibilidade nas extremidades dos membros com risco acrescido de lesões e feridas graves que não cicatrizam e podem no extremo levar a amputação de membros, principalmente dos inferiores.

A cegueira é também uma das complicações mais dramáticas.

Sintomas

A diabetes mellitus pode apresentar sintomas característicos tais como:

  • Sede,
  • Poliúria (excesso de urina),
  • Visão turva,
  • Perda de peso.

Em casos mais graves pode desenvolver-se cetoacidose, ou um estado hiperosmolar não-cetónico que pode conduzir a letargia, coma e, na ausência de tratamento adequado, à morte.

Na maioria das vezes os sintomas não são graves, podendo até estar ausentes, e consequentemente pode estar presente durante muito tempo uma hiperglicemia suficiente para causar alterações patológicas e funcionais, antes de ser feito o diagnóstico. Um dos principais problemas são as lesões cardovasculares que originam uma progressiva fragilidade dos vasos sanguineos com consequências graves no coração, rins, olhos e cérebro.

Insulina

A insulina é uma hormona e pequena proteína produzida pelo pâncreas em resposta ao aumento da glicose no sangue, principalmente durante e após uma refeição, sendo essencial para controlar o excesso de açúcar no sangue.

Desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas. É responsável pela utilização, de forma eficiente, da glicose, uma vez que:
• Facilita o uso de glicose pelo músculo, tecido adiposo e vários outros tecidos;
• Estimula o fígado a armazenar glicose sob a forma de glicogénio (glicogénese);
• Inibe a libertação (breakdown) de gordura no tecido adiposo.

Este último ponto, a inibição de libertação da gordura armazenada no tecido adiposo significa por exemplo que se comermos de 3/3h os nossos níveis de insulina vão manter-se elevados ao longo do dia o que significa que mesmo quando temos “gordura a mais armazenada” no tecido adiposo não conseguimos utiliza-la para produzir energia pois isso só é possível com baixos níveis de insulina no sangue.

Isto provoca um ciclo vicioso em que essas pessoas têm de comer mais e com mais frequência pois não conseguem utilizar a sua própria gordura  mas apenas armazenar glicose em forma de gordura e glicogénio.

Durante a digestão os alimentos são decompostos nos seus  nutrientes e a glicose é absorvida para a corrente sanguínea de onde é retirada para ser utilizada no interior das células para produção de energia.

Resistência à insulina

Quando há demasiado açúcar na corrente sanguínea o pâncreas é pressionado e ultrapassa os seus limites libertando demasiada insulina que é a hormona responsável por permitir a abertura de canais de glicose nas membranas celulares que permitem a entrada da glicose nas células para ser utilizada como combustível para produção de ATP (energia).

Ao longo do tempo com excesso crónico de consumo de açúcar as células começam a ficar resistentes à insulina ou seja deixam de reconhecer a insulina e os canais de glicose permanecem fechados à entrada na célula, provocando uma acumulação excessiva de glicose na corrente sanguinea. Tudo isto é consequência de maus hábitos alimentares e estilo de vida.

Tipos de diabetes

A diabetes mellitus é a doença causada pelo excesso de glicose (açúcar) na corrente sanguínea. Existem dois tipos de diabetes, a saber:

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Diabetes mellitus tipo 1

O que é a diabetes tipo 1?

Diabetes tipo 1 é uma doença crónica que ocorre quando o pâncreas produz muito pouca ou nenhuma insulina. A insulina é uma hormona que ajuda o corpo a absorver e utilizar glicose dos alimentos. Sem insulina, os níveis de glicose tornam-se mais elevados que o normal.

Diabetes mellitus tipo 2

O que é a diabetes tipo 2?

Diabetes tipo 2 é uma doença crónica que ocorre por uma combinação de produção insuficiente de insulina e/ou resistência do corpo à mesma ou seja, o paciente produz menos insulina do que deveria e ela ainda funciona mal.

Também acontece que em muitos casos a produção de insulina é suficiente em quantidade mas não em qualidade pois deixa de ser reconhecida pelas células (resistência à insulina). O diabetes tipo 2 está intimamente ligado aos maus hábitos alimentares, sedentarismo e ao excesso de peso.

Quantos diabéticos existem no mundo?
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risco de diabetes

Quais os 9 sintomas iniciais da diabetes?

Excesso de urina

O excesso de urina, chamado em medicina de poliúria, é um dos primeiros sinais e sintomas da diabetes. Quando há uma elevada concentração de glicose no sangue, geralmente acima de 180mg/dl, o corpo precisa arranjar meios de eliminar este excesso; o caminho mais fácil é pelos rins, através da urina.

Como não podemos urinar açúcar puro, o rim precisa de o diluir com água para poder eliminá-lo. Portanto, quanto maior for a glicemia (concentração de glicose no sangue), mais urina o doente eliminará.

Sede excessiva

Se o doente diabético urina em excesso, ele perderá mais água do que era suposto, ficando desidratado. A sede é o principal mecanismo de defesa do organismo contra a desidratação.

O doente diabético que não controla sua glicemia, seja por má adesão ao tratamento ou simplesmente porque ainda não descobriu que tem diabetes, acaba por entrar num ciclo vicioso. O excesso de glicose aumenta a quantidade de água perdida na urina, fazendo o paciente urinar com grande frequência.

A perda de água causa desidratação, que por sua vez desencadeia uma sede excessiva. O paciente bebe muita água, mas como a glicose continua muito alta no sangue, ele continua a urinar com muita frequência.

Cansaço

O cansaço crónico é outro sintoma comum da diabetes e ocorre por duas razões, a saber:

  • Pela desidratação, cujo mecanismo foi acima explicado.
  • Pela incapacidade das células em receber glicose.

A glicose é a principal fonte de energia das células. Quem promove a entrada de glicose do sangue para dentro das células é a insulina, que na diabetes tipo 1 é inexistente e no diabetes tipo 2 não funciona bem.

Sendo assim, a diabetes mellitus caracteriza-se essencialmente pela incapacidade do organismo em transportar glicose para as células, reduzindo a capacidade de produção de energia do nosso corpo.

Perda de peso

A perda de peso é um sintoma muito comum na diabetes tipo 1. Pode também ocorrer também na diabetes tipo 2 mas não é tão frequente.

A insulina também é a hormona responsável pelo armazenamento de gordura e pela síntese de proteínas no organismo. Como na diabetes tipo 1 há ausência de insulina, o doente deixa de armazenar gordura e de produzir músculo.

Além disso, como não há glicose para gerar energia, as células acabam por necessitar de a produzir através da quebra de proteínas e da gordura armazenada no nosso corpo. Portanto, o corpo sem insulina não gera músculos nem gorduras e ainda precisa de consumir as reservas existentes.

Na diabetes tipo 2 como há insulina circulante, estes efeitos são menos evidentes. Além disso, na diabetes tipo 2 a resistência à acção da insulina vai-se desenvolvendo lentamente ao longo dos anos, ao contrário da diabetes tipo 1, que cessa a produção de insulina de modo relativamente rápido. Na verdade, o diabetes tipo 2 está associado ao excesso de peso, que é a principal causa da resistência à insulina.

Fome excessiva

Como as células não conseguem glicose para produzir energia, o corpo interpreta este fato como se o doente estivesse em jejum. O organismo precisa de energia e o único modo que ele conhece para obtê-la é através da alimentação.

Uma das características do emagrecimento da diabetes é que ele ocorre apesar do doente se alimentar com frequência. O problema é que a glicose ingerida não é aproveitada e acaba por ser perdida na urina.

Na diabetes tipo 1 inicialmente há aumento da fome, mas em fases mais avançadas o paciente torna-se anorético, o que contribui ainda mais para a perda de peso.

Visão turva

Um sintoma muito comum da diabetes é a visão turva. O excesso de glicose no sangue causa um inchaço do cristalino, a lente do olho, mudando a sua forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco, o que torna a visão embaçada.

A visão costuma ficar turva quando a glicemia está muito elevada, voltando ao normal após o controle da diabetes. Esta alteração nos olhos não tem nada a ver com a retinopatia diabética, a complicação oftalmológica que pode surgir após anos de diabetes.

Cicatrização deficiente

O excesso de glicose no sangue, de modo crónico, causa inúmeros distúrbios no nosso organismo. A dificuldade em cicatrizar feridas ocorre por uma diminuição da função das células responsáveis pela reparação dos tecidos, diminuição da proliferação celular e dificuldade em produzir novos vasos sanguíneos.

Infecções

A diabetes também leva a distúrbios no sistema imunológico, por alterar o funcionamento das células de defesa. O diabético pode ser considerado um doente imunodeprimido e apresenta maior risco de desenvolver infecções, nomeadamente:

  • Infecção urinária (ex: cistite),
  • Infecções de pele (ex: erisipela e celulite),
  • Infecções fungicas (ex: candidiase)
  • Infecções respiratórias (ex: pneumonia).

Cetoacidose diabética

A cetoacidose diabética é uma complicação da diabetes tipo 1, sendo muitas vezes o primeiro sinal da doença. Como há ausência de insulina, as células não recebem glicose e precisam de arranjar outra fonte para gerar energia. A solução é queimar gordura e músculos.

O problema é que estas duas fontes alternativas não geram tanta energia como a glicose e ainda produzem uma quantidade imensa de ácidos (chamados de cetoácidos), o que leva à cetoacidose.

A cetoacidose diabética costuma ocorrer quando os níveis de glicose no sangue ultrapassam os 500mg/dl e é uma emergência médica porque faz com que o pH do sangue caia a níveis perigosos, podendo levar à morte. Os sinais e sintomas da cetoacidose são os seguintes:

  • Náuseas,
  • Vômitos,
  • Dor abdominal,
  • Confusão mental,
  • Prostração,
  • Dificuldade respiratória.

Glicose, qual o valor normal?

Os valores normais de glicose no sangue são os seguintes:

  • Glicose em jejum – 70 a 110 mg/dl de sangue

Diagnóstico da diabetes, valores de referência

O diagnóstico da diabetes faz-se com base nos seguintes valores de referência de glicose (ou glucose) po mililitro de sangue (mg/ml):

  • Anomalia da Glicose em jejum:  ≥110 e <126 mg/dl de sangue;
  • Diabetes mellitus:  ≥126 mg/dl de sangue;
  • Diabetes gestacional (na grávida):  ≥92 e <126 mg/dl de sangue.

Hemoglobina glicada, HbA1c

Hemoglobina Glicada, também abreviada como Hb A1c, é uma forma de hemoglobina presente naturalmente nos eritrócitos humanos que é útil na identificação de altos níveis de glicemia durante períodos prolongados.

Este tipo de hemoglobina é formada a partir de reacções não enzimáticas entre a hemoglobina e a glucose. Quanto maior a exposição da hemoglobina a concentrações elevadas de glucose no sangue, maior é a formação dessa hemoglobina glicada.

A partir da comparação dos valores de hemoglobina glicada com os valores médios de glucose plasmáticas em humanos, foi possível a construção da seguinte tabela:

Hemoglobina_glicada_HbA1c melhorsaude.org melhor blog de saude

HbA1c como se forma?

Em casos normais, o tempo médio de vida de um glóbulo vermelho é de cerca 120 dias. Durante este período, a hemoglobina presente dentro dos glóbulos vermelhos fica exposta a certos elementos como a glicose plasmática.

Desta forma e dependendo da concentração de glucose plasmática, a glucose vai reagir com a hemoglobina de forma espontânea e não enzimática, formando-se assim a hemoglobina glicada. Esta reacção é irreversível. Este fenómeno é mais marcante em indivíduos com diabetes não controlados, pois os seus níveis de glucose plasmática são mais elevados que o normal.

Bioquimicamente, a glucose reage com as cadeias β da hemoglobina do tipo A (α2β2). Este tipo de hemoglobina é, de longe, a que se encontra em maiores concentrações em indivíduos adultos normais (mais de 95%). Da designação de hemoglobina A1c, o “c” representa a fracção de hemoglobina glicada separada da restante hemoglobina não glicada.

Utilidade clínica da HbA1c

Sendo a reacção irreversível, a hemoglobina glicada permite identificar a concentração média de glicose no sangue durante períodos longos de tempo, ignorando alterações de concentração episódicas.

Isto é útil no diagnóstico de diabetes, mesmo que o doente se abstenha de consumir produtos com glucose dias antes da consulta, de forma a esconder a sua situação ou a incorrecta ingestão de alimentos, tendo em conta a sua condição.

Também se evita assim que certos factores que alteram a concentração de glucose do sangue por curtos períodos (como por exemplo, o stress) possam indicar um falso diagnóstico.

HbA1c, importante estudo

Um abrangente estudo sueco, publicado em 2012, demonstrou que a diminuição de 1% nos valores de hemoglobina glicada em diabéticos idosos pode representar até 50% a mais de tempo de vida.

O estudo:  New aspects of HbA1c as a risk factor for cardiovascular diseases in type 2 diabetes: an observational study from the Swedish National Diabetes Register (NDR).

A pesquisa acompanhou mais de 12 mil pessoas ao longo de quatro anos e positivamente correlacionou taxas 50% menores de mortes devidas a doenças cardiovasculares à diminuição nos valores de HbA1c.

Glicação vs glicosilação, qual a diferença?

A glicosilação é um processo enzimático, responsável pela ligação de açúcares a proteínas, lipídeos e outras moléculas orgânicas, produzindo diversos importantes biopolímeros,

A glicação é um processo espontâneo, não-enzimático e não controlado em que ocorre alteração de moléculas como por exemplo proteínas em consequência de excessiva exposição e ligação a açúcares, como em casos de hiperglicemia (demasiado açúcar no sangue)

A glicação é portanto um processo muito mais prejudicial que pode causar imensos problemas de saúde dificeis de diagnosticar.

Stress cortisol e diabetes

A relação e influência do stress e dos niveis de cortisol associados podem ter enorme importância no aparecimento e descontrolo da diabetes!

Clique na imagem abixo para saber tudo:

DIABETES E STRESS melhorsaude.org melhor blog de saude

Inibidores da bomba de protões (IBP) e risco de diabetes tipo 2

Os inibidores da bomba de protões (IBP) muito usados para diminuir a acidez do estômago, são medicamentos eficazes e seguros quando corretamente utilizados. O seu uso prolongado pode causar diversos efeitos adversos, entre os quais alterações do microbioma intestinal. Este tipo de alterações tem vindo a ser associado à patogénese de doenças metabólicas, como a diabetes.

Os autores analisaram prospectivamente três estudos de coortes, num total de 204 689 participantes, concluindo que os utilizadores regulares de IBP tinham um risco de desenvolver diabetes 24% superior aos não utilizadores (taxa de risco (HR) de 1,24), risco este que aumentava com maior duração de uso dos IBP.

Estudo: Regular use of proton pump inhibitors and risk of type 2 diabetes: results from three prospective cohort studies

Jejum e diabetes

Existem casos documentados de enormes benefícios do jejum em alguns diabéticos! Não será para todos mas vale bem a pena falar no assunto ao seu médico… se ele tiver abertura de “espírito” e conhecimento acima da média…!

Clique na imagem abaixo para conhecer casos extraordinários:

JEJUM E DIABETES melhorsaude.org melhor blog de saude

Concluindo

A Diabetes é uma doença que no século XXI tenderá a ser epidémica! Trata-se de uma doença grave que afecta muitos orgãos importantes do nosso corpo e pode levar a uma diminuição drástica da qualidade de vida.

Controle periodicamente ( 1 a 2 x ano ) os seus niveis de Glicose e se sentir algum dos sintomas iniciais descritos neste artigo teste de imediato para despistar ou tratar atempadamente a diabetes. Nunca é demais lembrar que uma alimentação mais saudável e exercício físico frequente são a sua melhor protecção contra esta doença!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências

Por favor PARTILHE ESTE ARTIGO e ajude imensas pessoas a reconhecer e tratar atempadamente uma doença que pode ser muito grave!

Disponível na área reservada:

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MEDICAMENTOS PARA A DIABETES melhorsaude.org Risco de diabetes teste melhorsaude.org

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Top 20 laboratórios farmacêuticos mais poderosas!

Top 20 multinacionais farmacêuticas mais poderosas do mundo! Quais os medicamentos mais lucrativos do mundo? A indústria farmacêutica rapidamente assumiu o centro do palco quando a COVID-19 apanhou o mundo desprevenido no início do ano passado. À medida que 2020 avançava, as farmacêuticas fabricantes de medicamentos lutaram contra o coronavírus por um lado e, por outro, enfrentaram interrupções pandêmicas, para a fabricação, marketing, I&D e receitas semelhantes.

Embora o mundo agora tenha desenvolvido medicamentos e vacinas contra a COVID-19, a crise ainda não acabou. Os fabricantes de medicamentos e vacinas estão a flexibilizar as cadeias de fornecimento e a desenvolver capacidade de produção para ajudar o mundo a combater a pandemia e ainda tentando encontrar novos tratamentos e vacinas.

Este ranking elaborado pela Fierce Pharma classifica as 20 maiores farmacêuticas por receitas globais em 2020. Apesar dos desafios associados à pandemia, as empresas atenderam às suas expectativas financeiras no ano passado, à medida que os medicamentos continuavam a chegar aos pacientes, apesar dos bloqueios e do distanciamento social. Além disso, a pandemia ofereceu uma oportunidade para a indústria farmacêutica reabilitar o seu problema de imagem pública visto que a população, em geral, considera que o setor é motivado principalmente pelo lucro e alguma “ganância”!

Leia aqui o ranking top 20 atualizado em 2023

Embora a lista das 20 maiores multinacionais farmacêuticas por volume de vendas não seja muito diferente de ano para ano, os observadores farmacêuticos astutos podem ver algumas diferenças percetíveis nas classificações de 2020 em relação ao relatório do ano passado.

Por exemplo, a Pfizer caiu 5 posições, para a 8ª posição, ao concluir o negócio para desmembrar a Upjohn. A AbbVie ganhou 3 posições e alcançou o top 5 graças à compra da Allergan. A Allergan, a 19ª empresa em 2019, deixou de estar na lista. A Bristol Myers Squibb (BMS), depois de comprar a Celgene, ganhou 4 posições e alcançou a sétima posição.

É assim que as megafusões da indústria farmacêutica remodelam o setor. No futuro, esses negócios podem enfrentar um maior escrutínio graças a uma iniciativa recém-revelada da FTC.

Também medicamentos desenvolvidos em parceria entre grandes multinacionais farmacêuticas são uma realidade. Como exemplo na tabela top 20 descrita mais abaixo neste artigo, aparece o medicamento anticoagulante Eliquis, desenvolvido pela parceria Bristol-Myers Squibb/Pfizer, cujo princípio ativo é o apixabano. Este medicamento ajuda a prevenir a formação de coágulos no sangue através do bloqueio do Fator Xa, que é um importante componente da formação de coágulos.

O única entrada nova no top 20 deste ano é o nº 20 Astellas. A empresa gerou mais de US $ 11 bilhões em 2020, o suficiente para classificá-la acima de outras multinacionais farmacêuticas de médio porte, como Regeneron, Vertex e Alexion.

O ranking das farmacêuticas de 2021 provavelmente trará mais mudanças. As empresas com medicamentos e vacinas de sucesso para a COVID-19 estão na fila para um grande aumento de receita, incluindo a Pfizer e a sua projeção de receita de US $ 15 bilhões para a vacina parceira da BioNTech.

A Moderna, por sua vez, disse que poderia ganhar mais de US $ 11 bilhões com a sua vacina para a COVID-19. A empresa comercializa apenas esse produto, de momento, mas poderia alcançar as 20 primeiras classificações em 2021 com base apenas no sucesso da vacina.

Farmacêuticas mais poderosas TOP 20

Descrevo de seguida a espantosa lista das Top 20 multinacionais farmacêuticas mais poderosas do mundo em 2020:

  1. Johnson & johnson (82,6 biliões USD)
  2. Roche
  3. Novartis
  4. Merck & Co
  5. Abbvie
  6. GlaxoSmithKline
  7. Bristol Myers Squibb
  8. Pfizer
  9. Sanofi
  10. Takeda
  11. Astrazeneca
  12. Bayer
  13. Amgen
  14. Gilead Sciences
  15. Eli Lilly & Co
  16. Boehringer Ingelheim
  17. Novo Nordisk
  18. Teva
  19. Biogen
  20. Astellas (11,51 biliões USD)

TOP 20 tabela de detalhes

RankEmpresa farmacêutica2020 Receita em biliões USDPaísMedicamentos
mais relevantes
1Johnson & Johnson$82.6
($82.1 em 2019)
EUA
New Brunswick, New Jersey
Stelara, Tremfya, Darzalex, Imbruvica, Remicade, Zytiga
2Roche$62.05 ($65.40 em 2019)Suíça
Basel
Ocrevus, Tecentriq, Pralsetinib, Evrysdi, Herceptin, Avastin, Rituxan, Alecensa
3Novartis$48.66 ($47.45 em 20219)Suíça
Basel
Leqvio, Kesimpta, Evrysdi, Cosentyx, Entresto
4Merck & Co$48.00 ($46.84 em 2019)EUA
Kenilworth, New Jersey
Keytruda, Januvia, Gardasil, Varivax, Pneumovax
5AbbVie (comprou Allergan)$45.80 ($33.27 em 2019)EUA
North Chicago, Illinois
Humira, Botox, Vraylar, Restasis, Linzess, Skyrizi, Rinvoq, Imbruvica, Venclexta, Mavyret, Creon 
6Glaxo SmithKline$43.77 ($43.32 em 2019)UK
Brentford
Shingrix, Trelegy, Nucala, Cabenuva, Zejula
7Bristol Myers Squibb$42.52 ($26.15 em 2019)EUA
New York
Revlimid, Orencia, Sprycel, Yervoy, Abraxane, Eliquis, Opdivo, Zeposia, Rebozyl
8Pfizer (fusão com a Upjohn)$41.9  ($51.75 em 2019)EUA
New York
Vyndaqel, Eliquis, Ibrance, Xeljanz, Xtandi, Enbrel, Prevnar 13, Chantix, Lorbrena
9Sanofi$41.08 ($40.46 em 2019)França
Paris
Dupixent, Sarclisa, Libtayo
10Takeda$29.25 ($30.27 em 2019)Japão
Tokyo
Entyvio, Alunbrig, Velcade, Ninlaro, Adcetris, Iclusig, Alunbrig,  Firazyr,  Takhyzro, TAK-003,  TAK-721, Maribavir
11AstraZeneca$26.62 ($24.38 em 2019)UK
Cambridge
 Imfinzi, Tremelimumab, Pulmicort, Tagrisso, Lynparza, AZD1222 (vacina Covid-19)
12Bayer$25.71 ($26.59 em 2019)Alemanha
Leverkusen
Eylea, Xarelto, Nubeqa, Vitrakvi
13Amgen$25.42 ($23.36 em 2019)EUA
Thousand Oaks, California
Neulasta, Neupogen, Sensipar, Aimovig, Evenity, Amgevita, Otezla, Sotorasib, Tezepelumab
14Gilead Sciences$24.69 ($22.45 em 2019)EUA
Foster City, California
Veklury (antiviral contra a Covid-19), Biktarvy, Genvoya, Descovy, Odefsey, Magrolimab
15Eli Lilly & Co.$24.54 ($22.32 em 2019)EUA
Indianapolis, Indiana 
Bamlanivimab + Etesevimab (anticorpos monoclonais humanos contra a Covid-19), Jardiance, Emgality, Olumiant, Donanemab (Alzheimer), Tirzepatide 
16Boehringer Ingelheim$22.29 ($21.64 em 2019)Alemanha
Ingelheim
Jardiance (em parceria Eli Lilly), Spiriva, Ofev, Tislelizumab
17Novo Nordisk$20.24 ($19.57 em 2019)Dinamarca
Bagsværd
Rybelsus (novo), Ozempic, Victoza, Saxenda.
18Teva$16.66 ($16.89 em 2019)Israel
Petah Tikva
Copaxone, Ajovy (enxaqueca), Austedo (doença de Huntington), Azilect, Pro-Air Digihaler, AirDuo Digihaler, ArmonAir Digihaler
19Biogen$13.44 ($14.38 em 2019)EUA
Cambridge, Massachusetts 
Aducanumab (Alzheimer), Spinraza, Tecfidera.
20Astellas$11.51 ($11.83 em 2019)Japão
Tóquio
Padcev (enfortumab), Roxadustat, Xtandi (parceria com Pfizer), Xospata (parceria com SeaGen)
Fonte: Fierce Pharma

Concluindo

O top 20 das mais poderosas multinacionais farmacêuticas do mundo é completamente dominado pelo Estados Unidos da América com 9 farmacêuticas nesta lista. Nos 20 lugares de destaque aparecem também a Suíça, Alemanha, UK, França, Japão, Dinamarca e Israel.

Esta lista revela uma verdade flagrante sobre o enorme poder de inovação, liderança e influência que apenas 8 países conseguem impor ao resto do mundo… para o bem e para o mal.

Embora não sendo ingênuo, como Farmacêutico Europeu, fico de certa forma mais tranquilo por saber que todo este poder, mesmo com os seus interesses próprios, ás vezes ocultos… apesar de tudo está concentrado em países com democracias consolidadas da Europa, EUA e Japão, sendo que a democracia é o pior sistema político à exceção de todos os outros… até prova em contrário!

Referências

Bipolar mania e euforia toda a verdade!

Bipolar, doença bipolar ou doença maníaco-depressiva é caracterizada por uma alternância anormal de crises de euforia, mania e depressão! International Society for Bipolar Disorders qual a diferença entre doença bipolar e esquizofrenia? Quais os sintomas? Quais as causas? Como tratar? Como estabilizar uma crise? A família e amigos como pode ajudar? Como prever e prevenir as crises?

Segundo palavras de um dos membros da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB) e passo a citar: “Quanto mais pessoas perceberem que as perturbações do humor são doenças passíveis de tratamento médico – e não um defeito de carácter ou uma malformação da personalidade – mais poderemos minimizar os graves prejuízos humanos e económicos inevitavelmente associados a estas doenças.”

Estudos de elevado interesse sobre a doença bipolar:

Este artigo vai ao encontro de vários pedidos dos nossos leitores para tratar este tema. Pretende ser um contributo importante para clarificar muitas dúvidas sobre a doença bipolar e a diferença comparativa com outras doenças mentais como a esquizofrenia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Doença bipolar, o que é?
  • Bipolar: Quais os sintomas?
  • Crise de mania: Quais os sinais?
  • Sintomas de uma crise de depressão, quais são?
  • Bipolar: Quanto tempo dura uma crise?
  • Bipolar: É possível prever a crise?
  • Idade: Em que idade surge a doença?
  • Quantas pessoas são bipolares?
  • Causas da doença Bipolar, quais as mais relevantes?
  • Depois de uma crise volta-se ao normal?
  • Tratamento: Existe cura? Como tratar as crises?
  • Medicamentos, quais mais utilizados?
  • Família e amigos: Qual a importância da consciencialização?
  • Crise de elevação de humor: Como lidar?
  • Como reduzir os efeitos de um ponto alto?
  • Como preparar uma estratégia de antecipação?
  • Euforia, O que fazer quando começa?
  • Quais os sinais de alerta quando se está em subida?
  • Mania e hipomania: O que não deve esquecer?
  • Porquê tomar medidas quando se está em hipomania?
  • Estabilizar a doença bipolar, mas como?
  • Como evolui a doença bipolar?
  • Tratar a doença bipolar, como?
  • Medicamentos mais importantes quais são?
  • Estabilizadores do humor, o que são?
  • Quais são principais estabilizadores do humor?
  • Quando deve consultar novamente o médico?
  • Quando pode parar a medicação?
  • Esquizofrenia e doença bipolar: Qual a diferença?

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No final disponibilizamos, na nossa área reservada, relatório sobre saúde mental em Portugal vs Europa e EUA. Conheça os dados e tabelas mais surpreendentes desse relatório!




Doença Bipolar o que é?

Bipolar ou Doença Bipolar, tradicionalmente designada Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e «mania». Qualquer dos dois tipos de crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a sua frequência bastante variável. As crises podem ser graves, moderadas ou leves.
As viragens do humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade.

Sintomas

Os sintomas podem variar rapidamente entre uma crise de mania (euforia) e uma crise de depressão.

Crise de mania

O principal sintoma de «MANIA» é um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, sociável, ativa, faladora, autoconfiante, inteligente e criativa. Com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem surgir alguns ou todos os seguintes sintomas:

    • Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não acatam os seus desejos e vontades;
    • Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é muito rápida, com mudanças frequentes de assunto;
    • Reação excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a mal comentários banais;
    • Aumento de interesse em diversas atividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas;
    • Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;
    • Energia excessiva, possibilitando uma hiperatividade ininterrupta;
    • Diminuição da necessidade de dormir;
    • Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas;
    • Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal;
    • Perda da noção da realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes»;
    • Abuso de álcool e de substâncias.

Crise de depressão

O principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero. Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos seguintes sintomas:

    • Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da autoestima. Pode ficar-se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los;
    • Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva;
    • Pensamento lento, esquecimentos, dificuldade de concentração e em tomar decisões;
    • Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos;
    • Preocupação excessiva com queixas físicas, como por exemplo a obstipação;
    • Agitação, inquietação, sem conseguir estar sossegado ou perda de energia, cansaço, inação total;
    • Alterações do apetite e do peso;
    • Alterações do sono: insónia ou sono a mais;
    • Diminuição do desejo sexual;
    • Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz;
    • Ideias de morte e de suicídio; tentativas de suicídio;
    • Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias;
    • Perda da noção de realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes» com conteúdo negativo e depreciativo;

Por vezes o/a doente tem, durante a mesma crise, sintomas de depressão e de «mania», o que corresponde às crises mistas.

Quanto tempo dura uma crise?

Varia muito. A pessoa pode estar em fase maníaca ou depressiva durante alguns dias, ou durante vários meses. Os períodos de estabilidade entre as crises podem durar dias, meses ou anos. O tratamento adequado encurta a duração das crises e pode preveni-las.

Prever as crises

Para algumas pessoas, sim. Umas terão uma ou duas crises durante toda a vida, outras pessoas recaem repetidas vezes em certas alturas do ano (caso não estejam tratadas!). Há doentes que têm mais do que 4 crises por ano (ciclos rápidos).

Idade

Pode começar em qualquer altura, durante ou depois da adolescência.

Quantas pessoas sofrem de doença bipolar?

Aproximadamente 1% da população sofrem da doença, numa percentagem idêntica em ambos os sexos ou seja em Portugal cerca de 100.000 pessoas.

Causas da doença

Há vários fatores que predispõem para a doença, mas o seu conhecimento ainda é incompleto.
Os fatores genéticos e biológicos (na química do cérebro) têm um papel essencial entre as causas da doença, mas o tipo de personalidade e os stresses que a pessoa enfrenta desempenham também um papel relevante no desencadeamento das crises.

Depois de uma crise volta-se ao normal?

Em geral, sim. No entanto, devido às consequências dramáticas que as crises podem ter, no plano social, familiar e individual, a vida da pessoa complica-se e perturba-se muito, restringindo de forma marcante a sua capacidade de adaptação e autonomia.
O tratamento adequado para a prevenção das crises se forem graves e/ou frequentes é essencial para evitar os muitos riscos inerentes à doença.

Tratamento para as crises

Não há nenhum tratamento que cure a doença por completo. No entanto, há grandes possibilidades de controlar a doença, através de medicamentos estabilizadores do humor, cuja ação terapêutica diminui muito a probabilidade de recaídas, tanto das crises de depressão como de «mania».

Medicamentos mais utilizados

Os medicamentos mais utilizados para controlar a doença bipolar, principalmente nas crises de mania, são os estabilizadores do humor. As crises depressivas tratam-se com antidepressivos.

Estabilizadores do humor

Os mais utilizados estabilizadores do humor para controlar as crises de mania pertencem a 3 grupos distintos de medicamentos, a saber:

  • Antipsicóticos
  • Anticonvulsivantes
  • Lítio

Antipsicóticos ou neurolépticos

São primariamente usados na psicose, esquizofrenia por exemplo, mas provaram ter um efeito estabilizador de humor na Perturbação Bipolar. Exemplos mais usados:

    • Olanzapina ( Zyprexa®),
    • Risperidona (Risperdal®),
    • Quetiapina (Seroquel®),

Anticonvulsivantes

São primariamente usados na epilepsia mas provaram ter um efeito estabilizador de humor na Perturbação Bipolar. Exemplos mais usados:

    • Lamotrigina (Lamictal®),
    • Valproato (Diplexil®, Depakine®),
    • Carbamazepina (Tegretol®),
    • Ziprasidona (Zeldox®).

Lítio

Estabilizador de Humor. Exemplo:

  • Carbonato de Lítio (Priadel®)

Antidepressivos

As crises depressivas tratam-se com antidepressivos, tais como:

    • Fluoxetina,
    • Sertralina,
    • Venlafaxina,
    • Paroxetina,

As crises de mania tratam-se com os estabilizadores do humor atrás referidos e com os medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos típicos e atípicos em função do doente e gravidade das crises. Naturalmente, o apoio psicológico individual e familiar é um complemento indispensável para o tratamento.
As crises graves obrigam a tratamento hospitalar em muitos casos.

Familiares e amigos

A noção de doença mental na opinião pública é, em geral, muito confusa e pouco correta. Verifica-se uma tendência para considerar negativamente as pessoas que sofrem de doenças psiquiátricas e é frequente a ideia de que as doenças mentais são qualitativamente diferentes das outras doenças. É muito comum imaginar que há uma «doença mental» única («a doença mental»), atribuindo às pessoas que tenham sofrido crises, um prognóstico negativo de incurabilidade, aferido erradamente pelos casos de doentes mentais mais graves e crónicos. Por vezes o diagnóstico médico das diferentes doenças psiquiátricas não se faz na altura própria, por variadas razões, e isso acontece, com alguma frequência, na Doença Bipolar.

O conhecimento, mesmo que simplificado, das características da Doença Bipolar facilita a seu reconhecimento aos próprios (que a sofrem) e aos outros, possibilitando uma maior ajuda a muitas pessoas que carecem de um tratamento médico adequado e de uma solidária compreensão humana.
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Crise de elevação de humor

Fatores mais importantes

Os fatores mais importantes a ter em conta numa crise de elevação de humor são:

    • O reconhecimento precoce dos sinais de crise;
    • Saber o que fazer quando a pessoa começa a sentir-se em crise.

Um “alto” ou um episódio de elevação do humor (mania/hipomania) afeta cada pessoa em velocidades variadas. Se excetuarmos os casos de início muito rápido, é possível para as pessoas com Doença Bipolar (maníaco-depressiva) aprender a reconhecer os sinais de crise para agir de forma a reduzir a gravidade e impacto da crise. Se passar pela hipomania antes de entrar na verdadeira mania, tem uma grande vantagem pois este período de leve elevação do humor possibilita-lhe a adoção de estratégias de prevenção adequadas.

Reduzir os efeitos de um ponto alto

De uma forma geral aplicam-se os mesmos conselhos a situações de hipomania e de mania.

Estratégia de antecipação

Mantenha-se em contacto com o seu médico. Se aprendeu a reconhecer os sinais de crise pode discutir com ele os benefícios de uma automedicação de prevenção de crise e guardar uma reserva de medicamentos para este propósito (seguindo a indicação médica!).
Considere a hipótese de estabelecer um contrato com os seus amigos e familiares mais próximos acerca do que poderão fazer se acharem que está a entrar em crise.
Combine, para essa fase, entregar a algum deles o seu cartão de crédito e o livro de cheques.
Se tem a tendência de fazer grandes despesas em telefonemas, este problema deve ser discutido quando se encontra estável.

Euforia o que fazer?

Consulte o seu médico o mais depressa possível para um ajustamento na medicação. Veja se deve parar algum medicamento antidepressivo que pode estar a precipitar ou a agravar a crise. Se já está a tomar um neuroléptico (antipsicótico), pode haver a necessidade de aumentar a respetiva dose. Se não estiver a tomar, poderá carecer dessa medicação, acrescentada à sua medicação de estabilização habitual com o Lítio, o Divalproato, a Carbamazepina, a Lamotrigina e a Olanzapina.
Evite situações que o possam excitar e criar-lhe problemas ou complicações, como saídas, festas, reuniões, contactos com muitas pessoas, trabalho. Canalize a sua energia para atividades mais tranquilas, que não estimulem e excitem, como escrever, pintar ou praticar exercício físico (com moderação).
Apesar de não ter vontade de descansar, necessita de o fazer. Pequenos períodos de repouso são muito positivos.

    • Escute os que lhe estão próximos – pergunte-lhes como o acham;
    • Não se esqueça de comer;
    • Obtenha ajuda quando necessita, para ir às compras, por exemplo;
    • Planeie o seu dia com o mínimo de atividades, e não ceda à tentação de acrescentar demasiadas tarefas;
    • Evite o café, o chá ou a coca-cola, pois são estimulantes;
    • Evite o álcool;
    • Não conduza.

Se a sua hiperatividade mental lhe produz dificuldades de concentração, faça uma lista das questões essenciais a não esquecer.
Certifique-se que as pessoas da sua lista de apoio sabem que está “acelerado” e que pode precisar de ajuda. Recorde-se de que falar durante longos períodos vai desgastá-lo a si, aos seus amigos, familiares e contactos profissionais. Uma nota escrita permite-lhe concentrar-se no essencial a dizer à pessoas. Decidir limitar previamente o tempo de uma conversa pode ser também útil.
Se está cheio de ideias brilhantes, passe-as a escrito. Verifique a lista depois de estar estabilizado e decida quais as que fazem ainda sentido.

Sinais de alerta, quando se está em subida

    • Aumento de atividade física como, por exemplo, as suas tarefas estarem todas feitas às 7h da manhã.
    • Mente hiperativa, com aumento de intensidade de pensamentos ou emoções e uma maior rapidez verbal.
    • Dormir menos, acordando muito cedo, cheio de energia ou deitando-se muito tarde, sem saber quando parar.
    • Sentimentos de alegria, felicidade e excitação. Em algumas pessoas podem acompanhar-se de irritabilidade, medo, desconfiança ou paranoia (sentir que os outros estão contra si, o perseguem).
    • Sensações de vivência em uníssono com todas as pessoas, o mundo, e o universo.
    • Constante pressa com múltiplas tarefas ao mesmo tempo, sem conseguir terminar nenhuma.
    • Falar tão depressa que os outros não o conseguem acompanhar. Interrupção total ou quase total do discurso dos outros.
    • Manutenção de longas conversas, frequentemente divertidas e profundas, mesmo com estranhos. Passar horas ao telefone.
    • Esquecer-se de comer, por estar muito ocupado.
    • Subitamente tem muitas coisas para fazer, muitas pessoas para ver, muitos sítios onde ir, muitas ideias e planos, possivelmente acompanhados de esquemas ambiciosos para “fazer milhões” ou “salvar o mundo”.
    • Fazer coisas estranhas ao seu carácter, por exemplo, gastar muito dinheiro e agir de modo destravado no plano sexual.

Mania e hipomania o que não pode esquecer

O estado psíquico é muitas vezes agradável, tão intensamente, que há grande relutância em reconhecer que se possa estar doente. Na fase de hipomania a pessoa sente-se muito bem, ativa, produtiva, de tal modo que é difícil aceitar que está em evolução uma crise e que são necessárias medidas terapêuticas.
Pode reconhecer que está hipomaníaco, mas subestimar a gravidade da situação. Pode sentir-se confiante em que “desta” vez não vai cair numa crise grave de Mania. Devido ao seu estado psíquico pode não se importar em entrar em Mania.

Hipomania porquê tomar medidas?

As consequências para a sua vida e para as relações com as outras pessoas, como resultado dos seus atos na fase mais alta, ou mesmo, apenas em hipomania, podem ser dramáticas e muito prejudiciais. A euforia de uma fase de hipomania pode impedir uma consciencialização desses riscos.
A não ser que se tomem medidas adequadas, a crise pode evoluir para uma fase de Mania grave.
A viragem para a depressão segue-se muitas vezes à fase de Mania e é muitas vezes pior após uma fase grave de elevação.

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ESTABILIZAÇÃO DA DOENÇA BIPOLAR

Evolução da doença bipolar?

    • De que tipos de crises (acessos ou fases) sofrem as pessoas com Doença Bipolar?
    • Com que frequência voltam a ter recorrências, a sofrer novas crises?

Algumas pessoas têm um número igual de crises de euforia ou excitação irritável (mania) e de depressão. Outras têm principalmente crises de um tipo, de depressão ou de euforia. Em média, uma pessoa que sofre de Doença Bipolar tem quatro crises durante os primeiros 10 anos da doença. Embora possa haver um intervalo de anos entre duas ou três primeiras crises, a sua frequência é maior se não se fizer o tratamento estabilizador apropriado.

As crises podem corresponder às mudanças de estação em padrões variáveis, no “rebentar” e no “cair” da folha, no Inverno e no Verão. Algumas pessoas têm crises frequentes ao longo do ano, por vezes, mesmo, ciclos ininterruptos de euforia e depressão. As primeiras crises podem ser desencadeadas por fatores emocionais ou stress, mas à medida que a doença evolui, se a pessoa não fizer o tratamento estabilizador (preventivo), as crises podem surgir com maior frequência e sem fatores precipitantes dignos de relevo.

As crises podem durar dias, meses ou mesmo anos. Em média, sem tratamento, as fases de mania e hipomania (euforia leve) duraram poucos meses, enquanto as depressões arrastam-se muitas vezes por mais de seis meses.

Há designações especiais para cada forma de evolução da Doença Bipolar, a saber:

Bipolar I

A pessoa sofre crises de mania ou crises mistas(sintomas de depressão e mania misturados) e, quase sempre, também tem fases depressivas. As crises voltam a repetir-se exceto se fizer o tratamento preventivo.

Bipolar II

A pessoa tem crises depressivas graves e fases leves de elevação do humor (hipomania). As crises de elevação do humor podem não ser identificadas ou referidas porque o doente se sente “acima do normal” com muita energia e alegria, sem perturbações óbvias. Se o tratamento for só para a depressão, com uma medicação exclusivamente com antidepressivos, não se verifica uma estabilização, podendo surgir crises frequentes e uma viragem do humor.

Ciclos Rápidos

A pessoa tem pelo menos quatro crises por ano, em qualquer combinação de fases de mania, hipomania, mistas e depressivas. Corresponde a uma evolução que atinge entre 5 e 15% dos doentes com Doença Bipolar. Pode, em alguns casos, resultar de uma terapêutica demasiado intensiva e prolongada com antidepressivos, em vez da adequada terapêutica de estabilização do humor.

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TRATAMENTO DA DOENÇA BIPOLAR

Naturalmente, as indicações que aqui ficam são as essenciais para o reconhecimento da doença pelo doente e os familiares, mas não devem levar a minimizar o papel do médico psiquiatra, elemento chave no tratamento. Pelo contrário, o melhor conhecimento e reconhecimento da doença e dos aspetos gerais do tratamento visa permitir uma colaboração mais ativa entre todos, doente, família, médico psiquiatra, médico de família e outros técnicos de saúde (enfermeiro, psicólogo, técnico de serviço social).

No tratamento da Doença Bipolar há que ter em conta, por um lado, as fases agudas e, por outro, a estratégia de prevenção das crises. Quando o doente sofre uma crise de depressão, de mania, hipomania, ou mista, precisa de ser tratado na fase aguda com a terapêutica apropriada antidepressiva, anti-maníaca ou antipsicótica, sendo necessária, em muitos casos, a hospitalização no período crítico. Depois de tratada a fase aguda e na continuidade do seu tratamento, inicia-se a terapêutica preventiva das crises para evitar que voltem a ocorrer. Para que o tratamento seja eficaz é necessária uma medicação (tanto para a fase aguda como para a estabilização da doença), acompanhada de uma educação do doente e dos familiares (sobre a doença, os medicamentos, a necessidade de aderir ao tratamento, modificação de hábitos nocivos). Pode ser benéfico um apoio psicológico para o doente e seus familiares (como lidar com os problemas e o stress, etc).

Medicamentos mais importantes

Os medicamentos mais importantes no tratamento dos sintomas da Doença Bipolar são os estabilizadores do humor e os antidepressivos. Mas o médico pode ter necessidade de receitar outros medicamentos, como:

    • Antipsicóticos,
    • Ansiolíticos,
    • Hipnóticos.

Para a prevenção das crises e a estabilização da doença são essenciais os medicamentos designados, com toda a propriedade, estabilizadores do humor. É importante agora dar algumas informações sobre estes últimos medicamentos.

Estabilizadores do humor

Os medicamentos estabilizadores do humor são a base essencial da terapêutica preventiva das fases depressivas e eufóricas da Doença Bipolar. A sua descoberta e utilização revolucionou o tratamento da doença, permitindo a muitas pessoas o controle da Perturbação Bipolar através de uma prevenção das crises. A par desta acção terapêutica essencial, os estabilizadores do humor também são utilizados para o tratamento das crises de mania, hipomania e estados mistos e podem atenuar os sintomas de depressão.

Quais os mais usados atualmente?

Os estabilizadores do humor mais usados atualmente são principalmente os seguintes:

    • Valproato, (Diplexil R® e Depakine®);
    • Carbamazepina (Tegretol®).
    • Olanzapina (Zyprexa®)
    • Quetiapina (Seroquel®)

Cada um destes três estabilizadores do humor tem diferentes acções químicas no organismo. Se um não for eficaz no tratamento ou tiver efeitos adversos persistentes o médico tem a possibilidade de escolher outro, ou de combinar dois em doses que permitam uma melhor tolerância e eficácia. Há análises para determinar o nível sanguíneo dos três estabilizadores do humor, permitindo o controle correto da dose em cada doente.

Prevenção é a palavra-chave. Os estabilizadores do humor (lítio, Valproato, carbamazepina) são a base de prevenção. Cerca de um terço das pessoas com Doença Bipolar ficam completamente livres de sintomas com a manutenção estabilizadora apropriada. A maioria das pessoas beneficia de uma grande redução no número e na gravidade das crises. O médico poderá ter de fazer um acerto da medicação ou uma outra combinação terapêutica caso se continuem a verificar crises de mania ou depressão.

Consultar novamente o médico, quando?

Caso a medicação não seja 100% eficaz, não fique desencorajado: a informação rápida do médico sobre sintomas de instabilidade é essencial para um ajustamento terapêutico que previna a eclosão de uma crise. O doente nunca deve recear informar o médico sobre quaisquer mudanças de sintomas, pois dessa informação precoce depende o controle da doença. Contacte o médico sem demora se:

    • Sentir mudanças no sono,
    • Sentir aumento ou diminuição de energia,
    • Se sentir mudança no humor (alegria excessiva, irritabilidade ou tristeza),
    • Se sentir mudança no seu comportamento e relações com pessoas.

Quando se pode parar a medicação?

A manutenção da medicação é outro aspeto essencial. Os medicamentos controlam, mas não curam a Doença Bipolar. Ao parar a medicação estabilizadora, mesmo depois de muitos anos sem crises, há um sério risco de uma recaída passadas algumas semanas ou meses. E, em alguns doentes, a retoma da medicação pode não se acompanhar dos mesmos bons resultados anteriores. A decisão de interromper a medicação caberá ao médico, em função de circunstância que a tal aconselham, como é o caso de uma gravidez.

Esquizofrenia e doença bipolar

Muitas vezes, por desconhecimento, estas duas doenças são colocadas, pela população em geral, no mesmo saco, no entanto elas têm traços diferenciadores bem marcados, apesar de alguma medicação ser comum a ambas as doenças, nomeadamente alguns estabilizadores do humor de 2ª geração porque em ambas as doenças existem episódios de agressividade que necessitam de ser estabilizados.

Na doença bipolar existe uma alternância abrupta de estados de humor e frequentemente uma resposta exagerada a situações reais ou seja, por exemplo, uma reação de euforia desmedida a uma situação positiva mas que rapidamente pode dar lugar a uma depressão profunda em reação a um qualquer detalhe negativo que num contexto normal não teria qualquer relevância.

Na esquizofrenia existe com frequência um estado de depressão, agressividade ou medo a uma situação imaginária que não tem sustentação real, por exemplo, o doente suspeitar que está a ser perseguido e escutado por uma entidade ou pessoas que o querem prejudicar por ser uma ameaça para a sociedade! Muitas vezes o doente julga que a própria família o persegue! Existem também na esquizofrenia episódios de alucinações e delírios.

Concluindo

A doença mental inclui patologias estigmatizantes de muito difícil gestão pessoal, familiar, social e do ponto de vista médico. Continua a haver uma grande falta de informação da população sobre estas doenças e a melhor forma de as tratar. Os próprios doentes muitas vezes não as admitem e recusam-se a procurar ajuda médica. Os mais próximos ficam impotentes perante as crises graves e assistem com tristeza à destruição das amizades e das relações familiares. Este quadro já de si grave leva muitos doentes a ficarem ainda mais isolados piorando a sua condição de saúde. É urgente a informação clara, simples mas rigorosa da população em geral sobre as doenças mentais mais frequentes por forma a que os doentes procurem, de forma natural, ajuda e as suas famílias possam apoia-los corretamente.

A população tem de começar a aceitar a doença mental não de uma forma estigmatizante e receosa  mas sim como uma patologia que, como todas as outras, necessita apenas do tratamento adequado e quase sempre crónico à semelhança de inúmeras doenças do nosso tempo.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências:

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Iodeto de potássio radiação e profilaxia para acidentes nucleares

A invasão da Rússia à Ucrânia é um choque emocional absolutamente avassalador que não deixa espaço a indiferença e trás à nossa mente o fantasma da última grande guerra mundial e em particular as explosões atómicas de Hiroshima em 6 de agosto de 1945 e Nagasaki em 9 de agosto de 1945 que levaram, em 2 de setembro de 1945, à rendição do Japão. Setenta e seis anos depois vêm a público notícias relacionadas com a corrida desenfreada a medicamentos e suplementos contendo iodeto de potássio (KI) para eventual profilaxia em caso de acidentes nucleares!

Farmacêuticos relatam pedidos nas farmácias

Vários Farmacêuticos têm relatado o aumento de pedidos de comprimidos de iodeto de potássio nos balcões das farmácias para proteção da radiação. A Secção Regional Norte da Ordem dos Farmacêuticos (SRN-OF) considera pertinente uma reflexão sobre a profilaxia com iodeto de potássio para acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo, chamando a atenção para a probabilidade praticamente inexistente desta profilaxia vir a ser necessária, e para o facto dos medicamentos com iodeto de potássio que se encontram à venda nas farmácias serem ineficazes para o efeito pretendido.

Iodeto de potássio e acidente nuclear

Em caso de acidente nuclear, a fissão do urânio produz grandes quantidades de iodo-131 [131I] que podem ser libertadas para a atmosfera; a nuvem de radioatividade resultante pode percorrer até 500 km (como curiosidade, o comprimento de Portugal é de cerca de 561 km). Deste modo, a não ser que o desastre nuclear ocorra em Espanha ou em Portugal, não existe necessidade de profilaxia no nosso país, não havendo assim razão para alarme.

iodo-131 [131I] como entra no organismo?

131I pode entrar no organismo por inalação ou por ingestão de alimentos contaminados. Este isótopo, com uma meia-vida de cerca de 8 dias, é de facto um dos mais perigosos que são libertados num acidente nuclear, porque se concentra na tiroide e emite raios beta e gama durante o seu decaimento, que provocam danos celulares e cancro nesta glândula.

Como funciona o iodeto de potássio(KI)?

A glândula tiroide não consegue diferenciar entre as formas estável e radioativa de iodo, por isso, absorve ambos. O iodeto de potássio funciona de forma a evitar que o iodo radioativo penetre a glândula tiroide, onde pode causar danos. Quando uma pessoa ingere KI, a tiroide absorve o iodo estável presente no medicamento. O iodeto de potássio contém muito iodo em forma estável, fazendo com que a tiroide fique “cheia” e não consiga absorver mais iodo (estável ou radioativo) durante as próximas 24 horas.

Profilaxia com iodeto de potássio

A profilaxia com iodeto de potássio, no caso de acidentes nucleares, pode reduzir significativamente a dose de radiação para a tiroide devido à exposição a 131I. Normalmente, há pouco iodo estável no organismo. Em condições fisiológicas normais, quando ocorre uma  exposição a pequena quantidade de 131I, cerca de 30% será concentrado na tiroide. Após a profilaxia com iodeto de potássio, este compete com o 131I e a sua captação pela tiroide ficará praticamente bloqueada. Na altura do acidente do reator de Chernobyl, o governo polaco distribuiu iodeto de potássio a 95% das crianças polacas e a 23% da população total.

Estimou-se que a concentração de 131I na tiroide dos indivíduos a quem foi administrado iodeto de potássio foi reduzida em quase 40%. No entanto, é fundamental que o iodeto de potássio seja tomado poucas horas após a exposição. Estimando-se que, passadas 3-4 horas, a eficácia é reduzida em 50% (Tabela 1).

Tempo de profilaxia pelo iodeto de potássioEficácia
96 h antes da exposição5%
72 h antes da exposição32%
48 h antes da exposição75%
24 h antes da exposição93%
Durante a exposição99%
1-2 h após exposição85%-90%
3-4 h após exposição50%
8 h após exposição40%
24 h após exposição7%
Tabela 1. Percentagem de eficácia da profilaxia com iodeto de potássio (100 mg) em relação ao tempo de administração e exposição ao 131I (de Int. J. Environ. Res. Public Health 2014, 11, 4158-4200).

Medicamentos aprovados

Em Portugal, existe apenas um medicamento aprovado pelo INFARMED para utilização após acidentes nucleares com libertação de isótopos de iodo radioativo – Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos.

De acordo com o resumo das características deste medicamento (consultado em https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/), a posologia deverá ser a seguinte:

  • Adultos e crianças com mais de 12 anos: 2 comprimidos
  • Crianças dos 3 aos 12 anos: 1 comprimido
  • Crianças de 1 mês de idade aos 3 anos: meio comprimido
  • Recém-nascidos e bebés com menos de 1 mês de idade: um quarto de comprimido
  • Mulheres grávidas e a amamentar (de qualquer idade): 2 comprimidos

No entanto, este medicamento não se encontra comercializado. Assim, em caso de eminência de desastre nuclear deverá competir à administração central colocar em prática um plano geral que envolva a pré-distribuição de iodeto de potássio a populações em risco (até 500 km do epicentro de um potencial incidente nuclear) e a administração imediata, até 2 horas após o incidente.

Os doentes que tiveram a sua tiroide removida, ou que têm hipotiroidismo de diferentes etiologias e estão a tomar hormonas da tiroide, não necessitarão de fazer a profilaxia iodeto de potássio, uma vez que a tiroide não concentrará uma quantidade significativa de 131I. Além disso, os indivíduos com mais de 40 anos de idade têm menos probabilidade de desenvolver cancro da tiroide após exposição a 131I.

Efeitos secundários

Os possíveis efeitos secundários do iodeto de potássio podem ser reduzidos utilizando a dose profilática eficaz mais baixa. Quando utilizado pelas autoridades de saúde pública para exposição a 131I, os benefícios do bloqueio da tiroide pelo iodeto de potássio excedem, de longe, os riscos para a saúde de todos os grupos etários. Os efeitos adversos da profilaxia por iodeto de potássio na saúde podem incluir reações alérgicas leves, tais como erupções cutâneas ou desconforto gastrointestinal.

Advertências e precauções especiais de utilização

As advertências e precauções especiais de utilização podem ser consultadas no resumo das características do medicamento Iodeto de potássio GL Pharma 65 mg comprimidos. Entre os efeitos mais relevantes são referidos os seguintes relativamente às mulheres grávidas e recém-nascidos, doentes com tirotoxicose e hipertiroidismo:

As mulheres grávidas e a amamentar devem tomar, no máximo, duas doses. Aos recém-nascidos não deve ser administrada mais do que uma única dose. As crianças que tenham reações cutâneas após a primeira toma também não devem tomar mais doses.

Nos primeiros dias de vida, os recém-nascidos estão em especial risco de exposição a iodo radioativo e bloqueio da função tireóidea por sobrecarga de iodeto de potássio. A fração de absorção radioativa é quatro vezes superior à de todos os outros grupos etários. A tiroide neonatal é especialmente sensível ao bloqueio funcional causado por sobrecarga de iodeto de potássio. O hipotiroidismo transitório nesta fase inicial de desenvolvimento cerebral pode resultar na perda de capacidade intelectual. Se for administrado iodo estável a recém-nascidos, é essencial que se faça uma monitorização da função tiroidea. No caso dos recém-nascidos, a quem foi administrado iodeto de potássio nas primeiras semanas de vida, devem ser monitorizados os níveis da TSH e, se necessário, da T4 e deve ser administrada uma terapêutica de substituição adequada.

Os doentes com tirotoxicose tratados clinicamente, ou doentes com antecedentes de tirotoxicose tratada clinicamente que já não estejam em tratamento e aparentemente em remissão, podem estar em risco.

O hipertiroidismo induzido por iodo pode surgir em doentes com bócio nodular assintomático ou doença de Graves latente que não estejam em tratamento médico.

Referências

Top 10 medicamentos para a Covid-19

Top 10 medicamentos e tratamentos para a Covid-19! Coronavírus SARS-CoV-2 e a doença Covid-19 medicamentos e tratamentos atuais, toda a verdade! Quais os tratamentos que podem salvar mais rapidamente a vida dos mais frágeis contra a infeção e pneumonia fatal provocada pelo novo coronavírus?

O novo coronavírus que causa a síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2), após o seu primeiro aparecimento em Wuhan, China, espalhou-se globalmente e em poucos meses foi declarada a terceira pandemia global de coronavírus zoonóticos, alguns anos depois da SARS-CoV em 2003 e da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) em 2012.

A doença Covid-19 manifesta-se principalmente pela síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA ou SARS em inglês), causando morte pulmonar e morte definitiva, afetando especialmente pacientes com comorbidades como diabetes, hipertensão. O SARS-CoV-2 entra no pulmão depois de se ligar aos recetores da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) epitelial e espalha-se para os órgãos distais, incluindo coração, fígado, rim, trato gastrointestinal e cérebro, induzindo respostas imunes inflamatórias sistémicas.

Tratamentos para a Covid-19 descritos neste artigo:

  • Nirmatrelvir (Fevereiro 2022)
  • Paxlovid (PF-07321332 e Ritonavir)
  • Molnupiravir
  • Dexametasona
  • Hidroxicloroquina
  • Hidroxicloroquina com Azitromicina
  • Azitromicina
  • Protocolo Suíço anti-covid
  • Ivermectina
  • Bromexina
  • Zinco
  • Quercetina
  • Remdesivir
  • Favilavir ou Favipiravir (T-705) ou Avigan
  • Kevzara ou Sarilumab
  • Losartan
  • Lopinavir
  • Ritonavir
  • Interferon alfa 2b
  • BCG(Bacillus Calmette-Guérin) vacina anti-tuberculose
  • Aplidin ou plitidepsina

Leia também: Coronavirus toda a verdade sobre sintomas, taxa de mortalidade, mecanismo de transmissão, período de incubação, prevenção

Ciclo de vida do SARS-CoV

A pandemia de COVID-19 afetou já muitos milhões de pessoas em todo o mundo, com transmissão pessoa a pessoa da síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2). Estratégias terapêuticas e preventivas para SARS-CoV-2 continuam a ser um desafio significativo. Nos últimos meses, surgiram opções de tratamento eficazes que agora incluem antivirais, corticosteroides e anticorpos específicos para vírus reaproveitados. Recentemente incluiu plasma de convalescença e anticorpos monoclonais.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Nirmatrelvir (PF-07321332)

Nirmatrelvir ou PF-07321332 é um inbidor das duas principais proteases (Mpro) do SARS-CoV com potente atividade in vitro, que pode ser administrado por via oral. Um ensaio aleatorizado de fase 2-3, com dupla ocultação e controlado por placebo, que investigou o efeito da administração de nirmatrelvir (com ritonavir) no risco de hospitalização, morte por qualquer causa e carga viral de indivíduos com COVID-19 sintomática tratada em ambulatório, não vacinados e em elevado risco de progressão para doença grave, mostrou reduzir o risco de progressão para doença grave em 89% face ao placebo, com um perfil aceitável de efeitos adversos. O estudo foi publicado no The new england journal o f medicine.

Estudo: Oral Nirmatrelvir for High-Risk, Nonhospitalized Adults with Covid-19

Paxlovid (PF-07321332 e Ritonavir)

Paxlovid é o nome comercial de um novo medicamento da Pfizer que combina PF-07321332 e Ritonavir num único comprimido para tratar doentes com Covid-19. Perante os extraordinários resultados dos estudos clínicos de fase 2/3, que descrevo neste artigo, o entusiasmo dos investigadores é indisfarçável! Será o primeiro medicamento oral que consegue curar a doença? Clique no link ou imagem seguinte para ler o meu artigo completo sobre o Paxlovid:

Molnupiravir da Merck

Durante muitos meses, tivemos esperanças de que um medicamento oral seguro e eficaz pudesse ser desenvolvido para reduzir o risco de doença grave para indivíduos recém-diagnosticados com COVID-19. A primeira indicação de que essas esperanças podem ser realizadas veio do anúncio, em Outubro de 2021, de uma redução de 50% nas hospitalizações dos doentes que tomaram o medicamento molnupiravir da Merck e Ridgeback (originalmente desenvolvido com uma bolsa do NIH para a Emory University, Atlanta).

No entanto a notícia de um segundo medicamento por via oral com eficácia potencialmente maior ou seja um comprimido antiviral da Pfizer Inc chamado Paxlovid, que visa uma etapa diferente no ciclo de vida do SARS-CoV-2, abafou completamente o lançamento do molnupiravir!

Leia também: Coronavirus teoria da conspiração


Não perca neste artigo a leitura de um interessante protocolo para profilaxia e tratamento da Covid-19… vale muito a pena conhecer!

Para que fique claro todos os medicamentos descritos neste artigo estão sujeitos a receita médica ou seja eles só serão usados se o médico ou equipa de médicos, depois de avaliar o doente, a respetiva história clínica e os seus antecedentes pessoais e familiares, concluir ser adequado administrar estes medicamentos perante a história atual da doença do paciente. No entanto também existem suplementos de livre acesso na Farmácia que potenciam o efeito de alguns dos medicamentos descritos e que podem ter algum efeito protetor.

Leia também: Vacinas para a Covid-19 qual a melhor, toda a verdade!

História pessoal com hidroxicloroquina

A hidroxicloroquina está envolta em polémica sobre a sua utilidade contra a Covid-19. Por isso mesmo todos os testemunhos pessoais de utilização deste medicamento são relevantes para separar a “poeira” do que realmente é importante para ajudar os doentes.

Há maio de 2020 o meu pai, com 85 anos, polimedicado, esteve internado 15 dias depois de testar positivo ao SARS-Cov-2 e desenvolveu a doença Covid-19 com sintomas de febre, fadiga, dificuldade respiratória e mal estar geral.

Durante o internamento, como sou Farmacêutico, por curiosidade pessoal e profissional, questionei os médicos sobre o tratamento que estava a ser administrado. Responderam sem rodeios:

  • Amoxicilina com ácido clavulânico 875mg/125mg de 12/12h durante 7 dias;
  • Azitromicina 500mg, 1xdia durante 3 dias;
  • Hidroxicloroquina 400mg/dia, 5 dias
  • Oxigênio quando necessário.

A hidroxicloroquina começou a ser administrada ao meu pai apenas alguns dias, poucos, após o início do internamento e constatei que o estado de saúde do meu pai começou de facto a melhorar (deixou de precisar de oxigênio) pouco tempo depois de ser adicionada a hidroxicloroquina ao seu protocolo de tratamento… será coincidência? Pode ser mas existem cada vez mais médicos no terreno a tratar doentes que testemunham o que parece ser o efeito muito positivo da Hidroxicloroquina quando administrada cedo no decorrer da doença.

Sublinho o facto do meu pai ser polimedicado e hipocoagulado e aparentemente ter recuperado sem sequelas ou interações medicamentosas.

Nota: Obviamente só teremos certezas com estudos clínicos randomizados e duplamente cegos.

Leia também: Isto fortalece muito o sistema imunitário

Dexametasona

A dexametasona é um potente glucocorticosteroide sintético anti-inflamatório, com uma potência anti-inflamatória 7 vezes superior à da prednisolona e 30 vezes superior à da hidrocortisona. O pico plasmático é atingido no máximo em 5 minutos. Liga-se até 77% às proteínas plasmáticas, principalmente à albumina. O metabolismo hepático é lento e a excreção é maioritariamente urinária, principalmente sobre a forma de esteroides não conjugados.

Indicação terapêutica

De acordo com a norma da Direção Geral da Saúde nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada em 14/10/2020, a administração de dexametasona nos doentes com infeção por SARS-CoV-2 deve ser considerada nos adultos e pessoas a partir dos 12 anos de idade e com peso igual ou superior a 40 kg, internados em fase de doença grave e crítica, a partir do 7º dia após o início dos sintomas. Não está recomendada em doença ligeira a moderada, particularmente em estádios precoces da doença (até ao 7º dia após o início dos sintomas), exceto se existir indicação por comorbilidades preexistentes.

Posologia e modo de administração

A dose recomendada de dexametasona é de 6 mg, uma vez por dia, até 10 dias, podendo ser administrada por via entérica ou administrada por injeção ou perfusão.

Reações adversas

As reações adversas mais comuns associadas com o tratamento a curto prazo com glucocorticoides são:

  • Hipersensibilidade, incluindo anafilaxia;
  • Alergias cutâneas;
  • Ulceração gastrointestinal, com possíveis hemorragias.

Nanoformulação

A sua nanoformulação é bem conhecida pelo desenvolvimento de depósito de macrófagos após administração intravenosa e inalatória.

A nanoformulação de longa duração de drogas anti-HIV-1 mostrou sucesso como carregadora de drogas baseadas em macrófagos para terapia anti-HIV-1 em comparação com a droga na forma livre. Assim, esta estratégia também pode funcionar no tratamento com COVID-19 se os macrófagos alveolares que visam nanopartículas de dexametasona forem projetados. Um estudo recente em pacientes infectados com SARS-CoV-2 mostrou que a dexametasona diminuiu a mortalidade em pacientes com COVID-19.

A empresa com sede no Reino Unido e o RECOVERY Collaborative Group realizaram um ensaio clínico randomizado e controlado que consistiu em 2140 pacientes que receberam dexametasona, por via oral ou inalatória, enquanto 4321 pacientes receberam tratamento padrão. O estudo mostrou que em pacientes com COVID-19 hospitalizados, o uso de dexametasona resultou na redução da mortalidade em 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou apenas oxigênio, mas não naqueles sem suporte respiratório.

Estudo: Dexamethasone in Hospitalized Patients with Covid-19 – Preliminary Report

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/
Efeito terapêutico da dexametasona. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Resumo do estudo sobre dexametasona

Antecedentes: A doença por coronavírus 2019 (Covid-19) está associada a danos pulmonares difusos. Os glicocorticóides podem modular a lesão pulmonar mediada por inflamação e, assim, reduzir a progressão para insuficiência respiratória e morte.

Métodos: Neste ensaio clínico controlado e aberto comparando uma gama de tratamentos possíveis em pacientes que foram hospitalizados com Covid-19, os pacientes foram aleatoriamente designados para receber dexametasona oral ou intravenosa (em uma dose de 6 mg uma vez ao dia) por até 10 dias ou para receber apenas os cuidados habituais. O desfecho primário foi a mortalidade em 28 dias. Aqui, relatamos os resultados preliminares dessa comparação.

Resultados: Um total de 2.104 pacientes foram designados para receber dexametasona e 4321 para receber os cuidados habituais. No geral, 482 pacientes (22,9%) no grupo de dexametasona e 1110 pacientes (25,7%) no grupo de tratamento usual morreram dentro de 28 dias após a randomização. As diferenças proporcionais e absolutas entre os grupos na mortalidade variaram consideravelmente de acordo com o nível de suporte respiratório que os pacientes estavam recebendo no momento da randomização.

No grupo de dexametasona, a incidência de morte foi menor do que no grupo de tratamento usual entre os pacientes que receberam ventilação mecânica invasiva e entre aqueles que receberam oxigênio sem ventilação mecânica invasiva, mas não entre aqueles que não estavam recebendo suporte respiratório na randomização.

Conclusões: Em pacientes hospitalizados com Covid-19, o uso de dexametasona (6mg/dia) resultou em menor mortalidade aos 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou oxigênio isolado na randomização, mas não entre aqueles que não receberam suporte respiratório.


Ivermectina

A Ivermectina demostrou inibir a replicação do vírus SARS-CoV-2 in vitro, o que levou a que este medicamento fosse utilizado off-label, embora a eficácia clínica ainda não tenha sido demonstrada

O tratamento com Ivermectina parece estar associado a uma mortalidade mais baixa nos doentes com COVID-19, particularmente naqueles que apresentam um quadro respiratório grave.

Estudo: Use of Ivermectin Is Associated With Lower Mortality in Hospitalized Patients With Coronavirus Disease 2019, The Ivermectin in COVID Nineteen Study

Cientístas Australianos anunciaram a 3 de Abril de 2020 que em laboratório tinham conseguido destruir o coronavírus SARS-CoV-2 em 48 horas… o que causou espanto!

Estudo: The FDA-approved Drug Ivermectin inhibits the replication of SARS-CoV-2 in vitro

Resumo do estudo:

  • Um estudo liderado pela Universidade Monash mostrou que um medicamento antiparasitário já disponível em todo o mundo pode matar o vírus em 48 horas.
  • Uma única dose impediu o vírus de crescer nas culturas de células.
  • Os próximos passos são determinar a dosagem humana correta garantindo que as doses mostradas para tratar efetivamente o vírus in vitro sejam seguras para os seres humanos.
  • O uso da ivermectina no combate ao COVID-19 depende de testes pré-clínicos e ensaios clínicos, sendo necessário financiamento urgente para o progresso do trabalho.
  • A ivermectina é um medicamento antiparasitário aprovado pela FDA que também demonstrou ser eficaz in vitro contra uma ampla gama de vírus, incluindo vírus HIV, Dengue, Influenza e Zika.
  • Os resultados do estudo foram publicados no Antiviral Research.

A Ivermectina é um antiparasitário interno e externo, com uso aprovado principalmente em veterinária. Em humanos é utilizado em alguns países africanos para combater a chamada “doença dos rios” causada por uma proliferação de parasitas no corpo humano que pode originar a cegueira nos doentes infectados e não tratados atempadamente.

Também é utilizado na prevenção da malária e tem a vantagem de conseguir os efeitos terapêuticos com uma dose diária muito mais baixa do que a cloroquina, por exemplo, o que torna este medicamento como uma opção ainda mais barata que a cloroquina e muito mais barata que qualquer antiviral em estudo para a Covid-19.

É produzida em Macau por um laboratório Farmacêutico Português a Hovione.

Profilaxia com Ivermectina

Estudo sobre o uso de Ivermectina como potencial agente profilático em determinados casos para reduzir o risco durante o intervalo de tempo até a vacinação eficaz, segura e massiva estar dispo nível.

Estudo: A COVID-19 prophylaxis? Lower incidence associated with prophylactic administration of ivermectin

Hidroxicloroquina

  • Composição: Sulfato de hidroxicloroquina
  • Dosagem: 400 mg (equivalente a 310 mg de hidroxicloroquina)
  • Forma farmacêutica: Comprimidos
  • Nome comercial: Plaquinol
  • Posologia habitual: 400mg 1xdia á refeição
  • Posologia contra a Covid-19: 200mg 3xdia durante 10 dias
  • Preço (Março de 2020): 4,35€/embalagem de 10 comprimidos
  • Medicamento sujeito a receita médica

Um estudo Francês descreveu que um medicamento anti-malária que é usado há 70 anos, denominado cloroquina, na sua forma mais segura activa de hidroxicloroquina, bloqueia o novo coronavírus SARS-CoV-2 in vitro e já está a ser usado em pacientes que tiveram pneumonia devido à Covid-19.

Uma equipa francesa divulgou que os resultados iniciais de um estudo de 24 pacientes com hidroxicloroquina mostraram que 25% dos pacientes que receberam o medicamento ainda carregavam o coronavírus após seis dias, em comparação com 90% dos pacientes que receberam placebo, ou seja observaram uma taxa de cura 65% superior ao placebo… o que é notável.

Um outro estudo nos EUA também parece confirmar as conclusões da equipa de investigadores Franceses. Descrevo de seguida link para os estudos Franceses:

A cloroquina é um antimalárico que também possui atividade antiviral potente. Sabe-se que bloqueia a infecção aumentando o pH dos endossomas necessário para a fusão do vírus com a célula, o que inibe sua entrada.

Possível mecanismo de ação da hidroxicloroquina. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Segundo o resumo das características do medicamento (RCM) a hidroxicloroquina é um antimalárico da família das 4-hidroxicloroquinas que combina, uma actividade schizonticída sanguínea rápida com alguma actividade gametocitocítica, sendo também classificada como um fármaco anti-reumático de acção retardada.

Hidroxicloroquina + zinco e Covid-19

Médicos Americanos que trataram doentes com Covid-19 relatam “no terreno” extraordinários resultados com a hidroxicloroquina quando este medicamento é usado para proteger os médicos mais expostos ao risco de Covid, como preventivo juntamente com suplemento de Zinco, mas também para tratamento dos doentes se administrada o mais cedo possivel após exposição ao coronavírus. As dosagens administradas são geralmente as seguintes:

  • Prevenção: Hidroxicloroquina 200mg 1xsemana + zinco diáriamente;
  • Tratamento: Hidroxicloroquina 400 a 600mg/dia + Azitromicina 500mg/dia + Zinco 1xdia (durante pelo menos 5 dias)

Polémico protocolo com Hidroxicloroquina

Nos Estados Unidos da América um grupo de médicos denominado America’s Frontline Doctors, vieram a público testemunhar a sua experiência com a hidroxicloroquina utilizada como tratamento dos seus doentes mas também como preventivo das suas equipas de profissionais de saúde. Este é um video bastante polémico mas a democracia é mesmo isto… avaliar diferentes experiências e pontos de vista, respeitar as diferenças e decidir por si… sem censuras!

O video foi de imediato censurado e retirado do youtube mas pode vê-lo aqui

Indicações terapêuticas da hidroxicloroquina:

  • Situações reumatológicas e Lúpus eritematoso sistémico
    • Lúpus eritematoso discóide
    • Artrite reumatóide
    • Artrite idiopática juvenil
  • Distúrbios dermatológicos provocados ou agravados por fotosensibilidade cutânea
  • Malária: Tratamento dos acessos agudos e para supressão da malária devida a Plasmodium vivax, P. ovale e P. malariae e estirpes sensíveis de P. falciparum.
  • Erradicação de malária devido a estirpes cloroquina-sensíveis de P. falciparum.

Segurança da hidroxicloroquina

Apesar dos extraordinários efeitos terapêuticos a cloroquina é um medicamento potente que deve ser administrada sob apertada vigilância médica pois pode apresentar efeitos secundários graves em alguns doentes embora, naturalmente, estes sejam mais prováveis em tratamentos prolongados, o que não é o caso da utilização contra a Covid-19 que é geralmente limitada a 5 dias de utilização.

Acresce que apesar do RCM (Resumo das Características do Medicamento) descrever como raro e muito raro respetivamente a cardiomiopatia e a insuficiência hepática fulminante, são precisamente estes dois efeitos secundários que podem ser fatais e que mais são sublinhados pelos médicos com experiência no uso da hidroxicloroquina quando falam do cuidado que se deve ter no seu uso.

É justo sublinhar mais uma vez, a favor da hidroxicloroquina, que num contexto Covid-19 o seu uso é de curta duração, cerca de 5 dias de utilização na maioria dos casos, pelo que os efeitos secundários temidos por muitas pessoas são bastante mitigados e portanto muito menos prováveis que em tratamentos mais prolongados e/ou dosagens mais elevadas.

Para clarificar a segurança da hidroxicloroquina um estudo recente publicado a 10 de março de 2020, conclui que é seguro o seu uso individual, mas se for simultaneamente usada a Azitromicina esta pode induzir falha cardíaca e mortalidade cardiovascular por causa de efeitos sinérgicos na extensão do QT originando um intervalo QT perigosamente longo e potencialmente fatal!

Video: Síndrome do QT longo e taquicardia ventricular do tipo torsades de pointes

Fonte: msdmanuals.com/pt

Estudo: Safety of hydroxychloroquine, alone and in combination with azithromycin, in light of rapid wide-spread use for COVID-19: a multinational, network cohort and self-controlled case series study

Efeitos secundários mais relevantes da Cloroquina descritos no RCM:

  • Afecções oculares (frequentes) como alterações da córnea incluindo edema, tendo sido reportada opacidade; Podem ser assintomáticas ou podem causar perturbações, tais como halos, visão turva ou fotofobia. Podem ser transitórias ou reversíveis com a interrupção do tratamento. Pode também ocorrer visão turva devido a um distúrbio da acomodação, que é dosedependente e reversível.
  • Doenças gastrointestinais (frequentes) como náuseas, diarreia, anorexia, dores abdominais. Estes sintomas regridem normalmente com a redução da dose ou com a interrupção do tratamento.
  • Doenças do sistema nervoso (pouco frequentes) como vertigens, zumbidos, surdez, cefaleias, nervosismo, instabilidade emocional, convulsões, alucinações e delírio.
  • Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos (pouco frequentes) rash cutâneo, alterações pigmentares na pele e mucosas, descoloração dos cabelos, alopécia, erupções bolhosas, fotossensibilidade. De uma forma geral desaparecem rapidamente com a interrupção do tratamento.
  • Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos (pouco frequentes) alterações sensoriais associadas, depressão dos reflexos tendinosos e condução nervosa anormal.
  • Cardiomiopatia descrita no RCM como efeito secundário raro.
  • Afecções hepatobiliares função hepática anormal, insuficiência hepática fulminante descritas no RCM como muito raro.

Consulte o RCM da cloroquina, disponível abaixo, para todos os detalhes sobre este medicamento, nomeadamente posologia em detalhe, interações com outros medicamentos e efeitos secundários raros.

Interações medicamentosas da cloroquina:

  • Digoxina: a terapêutica concomitante de hidroxicloroquina e digoxina pode ocasionar elevação dos níveis de digoxina; os níveis plasmáticos de digoxina devem ser rigorosamente monitorizados em doentes com terapêutica concomitante;
  • Antiácidos: a administração com antiácidos pode levar a uma diminuição da absorção da hidroxicloroquina. A toma destes dois medicamentos deve ser espaçada por um intervalo de, pelo menos, 4 horas;
  • Cimetidina: pode inibir o metabolismo da hidroxicloroquina e, assim, aumentar a sua semi-vida;
  • Parassimpáticomiméticos: o uso concomitante de hidroxicloroquina com neostigmina e piridostigmina pode gerar antagonismo de efeito daquelas e exacerbar os sintomas de miastenia gravis;
  • Aminiglicosídeos: o uso conjunto de hidroxicloroquina e aminiglicosídeos deve ser evitado, pois ambos possuem potencial ototóxico.

Por causa do baixo preço e de alguns estudos promissores, a cloroquina está na linha da frente como “experiência de combate” contra a Covid-19 mas, na minha opinião, só deve ser utilizada sobre forte vigilância médica pois como acima sublinhei, pode apresentar efeitos secundários graves.


Hidroxicloroquina e Azitromicina

Foi publicado no International Journal of Antimicrobial Agents um estudo francês não cego nem randomizado, preparado para avaliar a eficácia da hidroxicloroquina (HCQ) em monoterapia ou associada com azitromicina (antibiótico) em doentes com Covid-19 internados num hospital em Marselha, na França.

Estudo Francês: Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results of an open-label non-randomized clinical trial

A Hidroxicloroquina demonstrou eficácia in vitro para o SARS-CoV (coronavírus responsável por uma epidemia na Ásia em 2003), e em Fevereiro de 2020 voltou a demonstrar atividade in vitro também para o Covid-19.

Neste contexto, os investigadores desenharam o seguinte estudo:

Critérios de inclusão:

  • Doentes hospitalizados por Covid-19 (confirmado);
  • Maiores de 12 anos;
  • Swab nasofaríngeo positivo na admissão hospitalar.

Critérios de exclusão:

  • Alergia à cloroquina ou hidroxicloroquina;
  • Qualquer outra contraindicação à medicação tal como retinopatia prévia, deficiência de G6PD conhecida, intervalo QT prolongado e gestantes ou lactantes.

Os pacientes que aceitaram participar no estudo foram acompanhados durante 14 dias, tiveram swabs nasofaríngeos recolhidos diariamente e receberam hidroxicloroquina 200 mg, por via oral, 3xdia nos primeiros dez dias.

Os pacientes que não aceitaram participar, aqueles com critérios de exclusão ou que estavam internados em outro hospital, serviram de grupo controle.

Desfechos:

O desfecho primário escolhido foi o clearence virológico por PCR do swab nasofaríngeo no D6 (dia 6) após inclusão no estudo. Desfechos secundários foram clearence virológico no resto do estudo, parâmetros clínicos (temperatura, frequência respiratória, permanência em hospital e mortalidade), e efeitos colaterais.

Resultados

Foram recrutados 42 pacientes para o estudo, sendo 26 para o grupo de tratamento e 16 para o grupo controle. Dos 26 pacientes do grupo de tratamento, seis foram perdidos pelos seguintes motivos:

  • Três pacientes foram transferidos para UCI e perderam seguimento;
  • Um paciente morreu no D3 (dia 3) após inclusão no estudo;
  • Um paciente decidiu ir embora do hospital no D3 após inclusão;
  • Um paciente parou o tratamento por náuseas.
  • Dos 20 pacientes tratados com Hidroxicloroquina, 6 foram tratados também com azitromicina (500 mg, via oral, 1xdia no D1 e 250 mg, via oral, nos quatro dias seguintes). Os autores descrevem somente que o antibiótico foi dado “para prevenir superinfecção bacteriana”, mas não especificam o critério de seleção dos pacientes.

Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina apresentaram maior taxa de clearence viral em swab nasofaríngeo no D6 do que o grupo controle (70% vs 12,5%, p=0,001).

Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina + azitromicina tiveram 100% do clearence no D6 enquanto os que tomaram Hidroxicloroquina em monoterapia tiveram 57,1%. O efeito foi maior nos pacientes que apresentavam sintomas de vias aéreas superiores e/ou inferiores.


Azitromicina

Azitromicina pertence a um grupo de antibióticos denominados macrólidos. É um antibiótico utilizado no tratamento de infeções localizadas em diversas partes do organismo provocadas por bactérias. Muito utilizado em infeções respiratórias.

  • Composição: Azitromicina
  • Dosagem: 500 mg
  • Forma farmacêutica: Comprimidos
  • Nome comercial: Zithromax
  • Posologia habitual: 500mg 1xdia fora da refeição
  • Posologia contra a Covid-19 associada à hidroxicloroquina: 500mg 1xdia no dia 1 (D1) e depois 250mg 1xdia mais 4 dias (posologia utilizada no estudo Francês acima descrito),
  • Medicamento sujeito a receita médica

Azitromicina penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose.

Quais as patologias que são tratadas com Azitromicina?

Azitromicina está indicado no tratamento de certas infeções causadas por microrganismos sensíveis, tais como:

  • Amigdalites/faringites,
  • Sinusites,
  • Bronquites,
  • Pneumonias,
  • Otite média aguda,
  • Infeções da pele e dos tecidos moles (por exemplo abcessos),
  • Doenças sexualmente transmissíveis provocadas por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoea não multiresistente.

Efeitos indesejáveis muito frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 10 doentes) são:

  • Diarreia.

Efeitos indesejáveis frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 100 doentes) são:

  • Dor de cabeça,
  • Vómitos,
  • Dor abdominal,
  • Náuseas,
  • Número reduzido de linfócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
  • Número mais elevado de eosinófilos, neutrófilos, basófilos e monócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
  • Bicarbonato no sangue reduzido.

Protocolo suiço anti-Covid-19

O Swiss Policy Research (SPR), anteriormente conhecido como Swiss Propaganda Research, que se descreve como “um grupo de pesquisa independente, sem ligação a partidos políticos e sem fins lucrativos que investiga propaganda geopolítica na comunicação social suíça e internacional”, publicou vários artigos no COVID-19 desde o início do pandemia.

Embora os críticos da SPR tenham acusado de promover teorias “não comprovadas”, o trabalho apresentado concentra-se no uso de estudos publicados, relatos de casos e testemunhos médicos reais para os seus relatórios.

Recentemente, a SPR divulgou um resumo das evidências científicas úteis para tratar COVID-19 com ingredientes simples, seguros e baratos.

Zinco, quercetina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina e heparina são todos os tratamentos que evidências científicas ou uso prático por médicos têm mostrado que podem ser usados com sucesso contra COVID-19, afirma a SPR. Médicos norte-americanos, por exemplo, usam zinco, hidroxicloroquina e azitromicina para tratmento de doentes com Covid-19 com enorme sucesso desde que a terapêutica seja administrada no início dos sintomas.

Tratamento profilático

O protocolo Suíço para tratamento profilático para evitar a Covid-19 é então o seguinte:

  • Zinco (50 a 100 mg por dia)
  • Quercetina (500 a 1000 mg por dia)
  • Bromexina (25 a 50 mg por dia)
  • Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (2000 U/dia)

Tratamento inicial

O protocolo Suiço para tratamento inicial para evitar a Covid-19 é então o seguinte:

  • Zinco (75 a 150 mg por dia)
  • Quercetina (500 a 1500 mg por dia)
  • Bromexina (50 a 75 mg por dia)
  • Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (3000 U/dia)

Tratamento com prescrição médica

O protocolo defendido e suportado por investigação científica publicada, incluindo medicamentos sujeitos a prescrição médica é então o seguinte:

  • Zinco – 50 a 100 mg por dia
  • Hidroxicloroquina – 400 mg por dia
  • Quercetina – 500 a 1000 mg por dia
  • Bromexina – 50 a 100 mg por dia
  • Azitromicina – até 500 mg por dia
  • Heparina – dosagem usual

Justificação do protocolo suiço

O racional para os protocolos é apoiado por dados de pesquisas anteriores envolvendo tratamentos que a SPR considera eficazes:

  • Hidroxicloroquina – a eficácia contra os coronavírus da SARS foi estabelecida em 2005 durante a primeira epidemia de SARS.
  • Zinco – a eficácia no bloqueio da replicação do RNA dos coronavírus foi descoberta em 2010 pelo virologista líder mundial da SARS, Ralph Baric.
  • Hidroxicloroquina – a eficácia no suporte à absorção celular de zinco foi descoberta em 2014 como parte da pesquisa contra o cancro.
  • Quercetina – a eficácia do flavonóide quercetina no apoio à captação celular de zinco também foi descoberta em 2014.
  • Bromexina – a eficácia no bloqueio da entrada de coronavírus nas células foi estabelecida em 2017.
  • Azitromicina – é um antibiótico que penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose. No caso da Covid-19 é utilizado para evitar ou combater infeções bacterianas secundárias que podem surgir em simultâneo com a infeção viral.
  • Heparina – hipocoagulante utilizado no caso da Covid-19 parta diminuir o risco acrescido de formação de coágulos que foram identificados em muitos doentes graves com Covid-19.

Dos 6 elementos estruturais do protocolo a Hidroxicloroquina, a Azitromicina e a heparina são medicamentos sujeitos a receita médica.

O zinco, a quercetina são suplementos que podem ser adquiridos livremente na Farmácia. A bromexina é um medicamento não sujeito a receita médica muito utilizado na composição de xaropes mucolíticos indicados em quadros de tosse com expectoração.

O objetivo de tratar COVID-19 com os seis suplementos e medicamentos sugeridos é cortar o vírus pela raiz e evitar a hospitalização, diz a organização. Iniciar o protocolo assim que os sintomas surgirem pode prevenir a progressão da doença.

Protocolo Suiço original: On the treatment of Covid-19


Remdesivir

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Remdesivir antivírico é o mais recente medicamento a ser testado contra o Covid-19. O remdesivir é um novo medicamento antiviral da classe dos análogos de nucleotídeos. Foi desenvolvido pela Gilead Sciences como tratamento para a doença do vírus Ebola e infecções pelo vírus  Marburg.

Remdesivir também demonstrou atividade antiviral contra outros vírus de RNA de cadeia simples, como o vírus sincicial respiratório, vírus Junin, vírus da febre de Lassa, vírus Nipah, vírus Hendra e os coronavírus (incluindo vírus MERS e SARS).

Está a ser estudado para infecções por vírus SARS-CoV-2 e Nipah e Hendra. Com base no sucesso contra outras infecções por coronavírus, a Gilead forneceu remdesivir aos médicos que trataram um paciente americano no condado de Snohomish, Washington infectado com SARS-CoV-2 e está a fornecer o composto à China, para realizar ensaios em indivíduos infectados pelo Covid-19 com e sem sintomas graves.

Leia também: Ibuprofeno e alguns medicamentos para a hipertensão podem agravar a Covid-19

Mecanismo de ação do Remdesivir. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7785334/

Avigan ou Favipiravir (T-705) ou Favilavir

Favipiravir, também conhecido como T-705, Favilravir ou Avigan (marca comercial), foi desenvolvido experimentalmente décadas antes pela subsidiária da Fujifilm, Toyama Chemical, como antiviral contra diferentes tipos de vírus ARN. Está aprovado no Japão para ser utilizado como medicamento anti-influenza (vírus da gripe).

Artigo: Fujifilm announces the start of a phase III clinical trial of influenza antiviral drug “Avigan Tablet” on COVID-19 and commits to increasing production

Entretanto o primeiro ministro Japonês anunciou em 28 de Março de 2020 que o Japão está a desenhar o processo para estabelecer o Avigan como o tratamento standart para a Covid-19 no Japão depois de obter os primeiros resultados dos testes clínico, em Junho de 2020, que se espera possam confirmar a eficácio do Avigan no combate à Covid-19.

Artigo da Wired: Japan Is Racing to Test a Drug to Treat Covid-19

O Favilavir é um derivado da pirazinamida que se tem mostrado ativo contra:

  • Vírus da gripe,
  • Vírus da febre amarela,
  • Vírus do Nilo Ocidental ,
  • Outros flavivírus, 
  • Arenavírus, 
  • Bunyavirus,
  • Alphavirus.

Favilavir testado no Ébola

Tem sido usado experimentalmente para tratar a infecção pelo vírus Ebola em humanos, após mostrar ser eficaz num estudo com ratos de laboratório.

Avigan e ensaios clínicos na China

A China completou os ensaios clínicos do medicamento anti-viral Favilavir, pensado para tratar a doença do Covid-19, anunciou o ministério de Ciência.

Em 17 de março de 2020, Zhang Xinmin, funcionário do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, disse que o Favipiravir, a versão genérica do Avigan, provou ser eficaz no tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais de Wuhan e Shenzhen.

Segundo Zhang, num hospital em Shenzhen, Zhang alegou que os pacientes com Covid-19 tratados com Favipiravir apresentaram resultado negativo para o vírus após 4 dias, em média, em vez dos 11 dias que os membros do grupo de controle do estudo tiveram negativo;

Num outro estudo realizado em Wuhan, pacientes que tomavam o favipiravir supostamente recuperaram da febre quase dois dias antes do que aqueles que não tomaram o medicamento.

Tais resultados, preliminares mas ainda não confirmados, parecem estar em conformidade com o funcionamento do Favipiravir. Ao contrário da maioria dos outros tratamentos contra o vírus influenza, que inibem a propagação do vírus pelas células, bloqueando a enzima neuraminidase, o Favipiravir atua inibindo a replicação de genes virais nas células infectadas, mitigando a capacidade do vírus se espalhar de uma célula para outra.

Mecanismo de ação do Avigan (Fonte: Fujifilm.com)

O Favilavir feito a pensar nos infetados com Covid-19 tem reduzido os dias de febre de uma média de 4,2 dias para os 2,5 dias sem reações adversas, sendo uma ajuda preciosa para que determinados casos não se tornem mais graves.

Assim os pacientes que tomam o medicamento quando ainda estão com carga viral baixa ou moderada podem evitar que a doença evolua para um estado mais grave.


Losartan

Losartan é um medicamento da classe dos antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARAs). A sua principal indicação terapêutica é o tratamento de hipertensão arterial.

  • Composição: Losartan
  • Dosagem: 50 mg e 100 mg
  • Forma farmacêutica: Comprimidos
  • Nome comercial: Cozaar
  • Posologia habitual: 50mg em jejum
  • Medicamento sujeito a receita médica

O losartan foi o primeiro ARA a ser disponibilizado no mercado.

Losartan e Covid-19 melhorsaude.org
Estritura química do Losartan

Existem indicações científicas que num quadro de Covid-19 o Losartan será um farmaco mais seguro para os hipertensos. Além disso pode mesmo ser usado como parte do tratamento contra a COVID-19 pois o losartan é um bloqueador do receptor 1 da angiotensina (AT1R), que os pesquisadores dizem que poderia desempenhar um papel no bloqueio de uma enzima a ECA2 (Enzima de Conversão da Angiotensina II) usada pelo vírus para se ligar às células.

Estudo a decorrer: Randomized Controlled Trial of Losartan for Patients With COVID-19 Requiring Hospitalization


Kevzara ou sarilumab

Kevzara (nome comercial) ou Sarilumab (nome genérico), é um medicamento já aprovado para o tratamento da artrite reumatóide que alguns cientistas acreditam que pode acalmar uma resposta imunológica hiperativa que em alguns pacientes com Covid-19 pode danificar o tecido pulmonar, mesmo após o vírus SARS-CoV-2 já ter desaparecido do resto do nosso organismo.

Artigo da wired: Japan Is Racing to Test a Drug to Treat Covid-19

O Sarilumab é utilizado em adultos no tratamento de artrite reumatoide moderada a grave, uma doença que causa inflamação nas articulações. O Kevzara é utilizado quando o tratamento com um ou mais medicamentos denominados fármacos antirreumáticos modificadores da doença (DMARD) não tenha tido resposta adequada ou tenha provocado efeitos secundários incomodativos.

É utilizado em associação com o metotrexato (um DMARD), mas pode também ser utilizado isoladamente se o doente não puder tomar metotrexato.

Kevzara ou Sarilumab como se utiliza?

O Kevzara está disponível na forma de solução injetável em canetas pré-cheias e em seringas pré-cheias (150 mg e 200 mg). A dose recomendada é de 200 mg uma vez a cada 2 semanas, administrada por injeção sob a pele.

O tratamento deve ser interrompido em doentes que desenvolvam infeções graves, até que a infeção esteja controlada. A dose pode ter de ser reduzida em doentes com análises sanguíneas alteradas.

Mecanismo de ação do sarilumab

O sarilumab, é um anticorpo monoclonal, um tipo de proteína que foi concebido para se ligar ao recetor (alvo) de uma molécula denominada interleucina-6, bloqueando a sua ação. A interleucina-6 está envolvida no processo inflamatório, marcando presença em níveis elevados nas articulações dos doentes com artrite reumatoide. Ao impedir que a interleucina-6 se ligue aos seus recetores, o sarilumab reduz a inflamação e outros sintomas associados à artrite reumatoide.

Efeitos secundários mais frequentes

Os efeitos secundários mais frequentes associados ao Kevzara (que pode afetar mais de 1 em cada 10 pessoas) são:

  • Neutropenia (níveis baixos de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco que combate a infeções);
  • ALT uma enzima hepática (sinal de problemas no fígado), com níveis aumentados no sangue;
  • Vermelhidão da pele no local da injeção;
  • Infeções no nariz e garganta;
  • Infeções das estruturas que transportam a urina (como a bexiga);
  • O Kevzara é contraindicado em doentes com infeções graves ativas, incluindo infeções localizadas numa área do corpo.

RISCO DE INFECÇÕES GRAVES

Os pacientes tratados com KEVZARA têm um risco aumentado de desenvolver infecções graves que podem levar a hospitalização ou morte. Infecções oportunistas também foram relatadas em pacientes recebendo KEVZARA. A maioria dos pacientes que desenvolveram infecções estava a tomar imunossupressores concomitantes, como metotrexato ou corticosteróides.

Evite o uso de KEVZARA em pacientes com infecção ativa. As infecções relatadas incluem:

  • Tuberculose ativa, que pode se apresentar com doença pulmonar ou extrapulmonar. Os pacientes devem ser testados para tuberculose latente antes do uso de KEVZARA e durante o tratamento. O tratamento para infecção latente deve ser iniciado antes do uso de KEVZARA.
  • Infecções fúngicas invasivas, como candidíase e pneumocisto. Pacientes com infecções fúngicas invasivas podem apresentar doença disseminada, e não localizada.
  • Infecções bacterianas, virais e outras devido a patógenos oportunistas.

Lopinavir e Ritonavir

A filial de Pequim da Comissão Nacional de Saúde (NHC – National Health Commission ) da China disse que uma combinação dos antivirais lopinavir e ritonavir, vendida sob a marca Kaletra pela farmacêutica AbbVie, faz parte do seu plano de tratamento para pacientes infectados pelo mais recente coronavirus denominado 2019-nCoV ou Covid-19.

Kaletra Lopinavir and Ritonavir

A NHC afirmou que, embora ainda não exista nenhum medicamento antiviral eficaz, recomenda que os pacientes recebam os seguinte tratamento diário:

  • Lopinavir e ritonavir – 2 comprimidos duas vezes ao dia
  • Interferon Alfa-2b – 1 dose por nebulização duas vezes ao dia.

A revista médica Lancet disse na sexta-feira que está em andamento um ensaio clínico usando ritonavir e lopinavir para tratar casos do novo coronavírus. Enquanto isso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China começará a desenvolver uma vacina, segundo noticiado pelo Global Times.

Wang Guangfa, especialista em doenças respiratórias no Peking University First Hospital em Pequim, que foi infectado pelo vírus depois de visitar Wuhan para inspecionar pacientes com coronavírus, disse à China News Week no início desta semana que o seu médico recomendou que ele tomasse os medicamentos acima descritos para combater o novo vírus e que no seu caso resultou!

Composição do antiviral

Lopinavir/Ritonavir 200 mg/50 mg comprimidos revestidos por película.

Cada comprimido revestido por película contém 200 mg de lopinavir coformulado com 50 mg de ritonavir, como potenciador farmacocinético.

Indicações terapêuticas

Lopinavir/ritonavir é indicado, em combinação com outros medicamentos antirretrovirais, para o tratamento de crianças com mais de 2 anos de idade, adolescentes e adultos com infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH-1).

A escolha de lopinavir/ritonavir para tratar doentes infetados pelo VIH-1, que receberam anteriormente inibidores da protease, deve basear-se nos testes individuais de resistência viral e no historial de tratamento dos doentes.

Posologia e modo de administração

Segundo o Resumo das Características do Medicamento (RCM), Lopinavir/ritonavir deve ser receitado por médicos com experiência no tratamento da infeção pelo VIH. Os comprimidos de Lopinavir/ ritonavir devem ser engolidos inteiros e não devem ser mastigados, partidos ou esmagados.

Posologia segundo o RCM

Adultos e adolescentes – A dose padrão recomendada de comprimidos de lopinavir/ritonavir é de 400/100 mg (dois comprimidos de 200/50 mg), duas vezes ao dia, com ou sem alimentos.

Em doentes adultos, nos casos em que é considerada necessária a administração uma vez ao dia para tratamento do doente, os comprimidos de lopinavir/ritonavir podem ser administrados numa dose de 800/200 mg (quatro comprimidos de 200/50 mg), uma vez ao dia, com ou sem alimentos.

A administração uma vez ao dia deve limitar-se aos doentes adultos que apresentem apenas um número muito reduzido de mutações associadas ao inibidor da protease (IP) isto é, menos de 3 mutações ao IP, em linha com os resultados do ensaio clínico e deve ter em consideração o risco de uma menor sustentabilidade da supressão virológica e um risco mais elevado de diarreia, comparativamente com a dose padrão recomendada de duas vezes ao dia.

População pediátrica (2 anos de idade ou mais) – A dose de comprimidos de lopinavir/ritonavir (400/100 mg duas vezes ao dia) em adultos pode ser utilizada em crianças com peso igual ou superior a 40 kg ou com uma área de superfície corporal (ASC)* superior a 1,4 m2 .

Para crianças com peso inferior a 40 kg ou com uma ASC entre 0,5 e 1,4 m2 e que conseguem engolir comprimidos, consulte os quadros de orientação posológica do RCM. Com base nos dados atuais disponíveis, lopinavir/ritonavir não deve ser administrado uma vez ao dia em doentes pediátricos .

Antes de prescrever os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, deverá ser avaliada a capacidade de lactentes e crianças jovens engolirem os comprimidos inteiros.

Para lactentes e crianças jovens que não conseguem engolir os comprimidos, deve verificar-se a existência de fórmulas mais adequadas que contêm lopinavir/ritonavir.

O quadro seguinte contém orientações posológicas para os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, com base no peso corporal e na ASC.

Lopinavir e Ritonavir utilizados no coronavirus

Interferon Alfa 2b

Pharmaceuticals. 1987.0781.01, 1987.0781.02.

O interferon alfa 2b é um medicamento antiviral ou antineoplásico, que foi originalmente descoberto no laboratório de Charles Weissmann da Universidade de Zurique.

Foi desenvolvido na Biogen e, finalmente, comercializado pela Schering-Plough sob o nome comercial Intron-A. Tem sido utilizado para uma ampla gama de indicações, incluindo infecções virais e cancro.

Este medicamento é aprovado em todo o mundo para o tratamento da seguintes doenças:


BCG vacina anti-tuberculose

Segundo um recente artigo publicado na revista Science a vacina contra a tuberculose, conhecida como BCG (Bacillus Calmette-Guérin), já com 100 anos de idade, pode ser uma das explicações para as diferenças observadas na incidência de Covid-19 em países geograficamente próximos mas com taxas de infeção e mortes muito diferentes provocadas pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.

Artigo da Science: Can a century-old TB vaccine steel the immune system against the new coronavirus?

Curiosamente alguns países onde a taxa de vacinação com a BCG é mais elevada são Portugal, a antiga Alemanha de leste, a Russia e grande partes dos países de leste.

Na Alemanha a incidência de Covid-19 é claramente maior na parte ocidental do que na de leste. Também Portugal parece ser mais resistente do que a Espanha onde a taxa de vacinação com a BCG é menor.

Mapa exibindo a política de vacinação BCG por país:
A – Países que atualmente possuem um programa universal de vacinação com BCG.
B – Países que costumavam recomendar a vacinação BCG para todos, mas atualmente não.
C – Países que nunca tiveram programas universais de vacinação com BCG.

Mapa da BCG: The BCG World Atlas, A Database of Global BCG Vaccination Policies and Practices

Pesquisadores em quatro países em breve iniciarão um ensaio clínico de uma abordagem não ortodoxa para o novo coronavírus. Eles vão testar se uma vacina secular contra a tuberculose (TB), uma doença bacteriana, pode acelerar o sistema imunológico humano de uma maneira ampla, permitindo combater melhor o vírus que causa a doença de Covid-19 e, talvez simultaneamente, impedir a infecção. Os estudos serão realizados em médicos e enfermeiros, que correm maior risco de serem infectados pela doença respiratória do que a população em geral, e em idosos, que apresentam maior risco de doença grave se forem infectados.

A vacina BCG contém uma estirpe viva e enfraquecida de Mycobacterium bovis, prima de M. tuberculosis, o micróbio causador da tuberculose. (A vacina recebeu o nome dos microbiologistas franceses Albert Calmette e Camille Guérin, que a desenvolveram no início do século XX.) A vacina é administrada a crianças no primeiro ano de vida na maioria dos países do mundo sendo segura e barata, embora longe de ser perfeita pois evita cerca de 60% dos casos de tuberculose em crianças, em média, com grandes diferenças entre os países.

As vacinas geralmente aumentam as respostas imunes específicas a um patogénico direcionado, como anticorpos que se ligam e neutralizam um tipo de vírus, mas não outros. Mas a BCG também pode aumentar a capacidade do sistema imunológico de combater outros patogénicos que não a bactéria da tuberculose, de acordo com estudos clínicos e observacionais publicados por várias décadas pelos pesquisadores dinamarqueses Peter Aaby e Christine Stabell Benn, que vivem e trabalham na Guiné-Bissau.

Estudos de Peter Aaby e Christine Stabell Benn: Live attenuated vaccines like the tuberculosis vaccine (BCG) and measles vaccine stimulate the immune system and protect against a wide range of other diseases

Eles concluíram que a vacina previne cerca de 30% das infecções por qualquer patogénico conhecido, incluindo vírus, no primeiro ano após a administração. Os estudos publicados neste campo foram criticados por causa da metodologia, no entanto uma revisão de 2014 ordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a BCG parecia diminuir a mortalidade geral em crianças, mas classificou a confiança nos resultados como “muito baixa”. Uma revisão de 2016 foi um pouco mais positiva sobre os possíveis benefícios da BCG, mas disse que ensaios randomizados eram necessários.

Revisão de 2014: Systematic review of the non-specific effects of BCG, DTP and measles containing vaccines

Revisão de 2016: Association of BCG, DTP, and measles containing vaccines with childhood mortality: systematic review

Desde então, as evidências clínicas fortaleceram-se e vários grupos fizeram importantes etapas investigando como a BCG geralmente pode impulsionar o sistema imunológico. Mihai Netea, especialista em doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade Radboud, descobriu que a vacina pode desafiar o conhecimento dos manuais de como funciona a imunidade.

Quando um patogénico entra no corpo, os glóbulos brancos do sistema imunológico “inato” atacam primeiro; eles podem lidar com até 99% das infecções. Se essas células falharem, elas invocam o sistema imunológico “adaptativo”, e as células T (linfócitos T) e as células B (linfócitos B) produtoras de anticorpos começam a dividir-se para se unirem à luta.

A chave para isso é que certas células T ou anticorpos são específicos para o patógénico detectado; a presença deles é mais amplificada. Uma vez eliminado o patogénico, uma pequena porção dessas células específicas do patogénico transforma-se em células de memória que aceleram a produção de células T e células B na próxima vez em que o mesmo patogénico atacar. As vacinas são baseadas neste mecanismo de imunidade.

O sistema imunológico inato, composto por glóbulos brancos, como macrófagos, células assassinas naturais (NK cells) e neutrófilos, não deveria ter essa memória. Mas a equipa de Netea descobriu que o BCG, que pode permanecer vivo na pele humana por vários meses, desencadeia não apenas as células B e T específicas para Mycobacterium, mas também estimula as células sanguíneas inatas por um período prolongado. Netea e colegas chamam a este fenómeno “Imunidade treinada”.

Num estudo randomizado controlado por placebo publicado em 2018, a equipa mostrou que a vacinação com BCG protege contra infecções experimentais com uma forma enfraquecida do vírus da febre amarela, que é usado como vacina.

Uma equipa do Instituto Max Planck de Biologia da Infecção anunciou na semana passada que, inspirada no trabalho de Netea, iniciará um teste em idosos e profissionais de saúde com o VPM1002, uma versão geneticamente modificada da BCG que ainda não foi aprovada para uso contra a tuberculose.

Eleanor Fish, imunologista da Universidade de Toronto, diz que a vacina provavelmente não eliminará completamente as infecções pelo novo coronavírus, mas provavelmente reduzirá o seu impacto sobre os indivíduos.


Aplidin ou plitidepsina


Referências

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Coronavirus covid-19 Live update

Super bactérias resistentes são forte causa de morte

As super bactérias e a resistência antimicrobiana (RAM) representam uma grande ameaça à saúde humana em todo o mundo. Diversas publicações estimaram o efeito da resistência antimicrobiana na incidência, mortes, tempo de internamento hospitalar e custos de saúde para combinações específicas de patogénios-drogas em locais selecionados. Um estudo publicado na revista The Lancet apresenta, até ao momento, as estimativas mais abrangentes da carga de resistência antimicrobiana a nível global (204 países)!

Resistência aos antibióticos como aparece?

Os antibióticos são medicamentos capazes de matar ou inibir o crescimento de bactérias, sendo que neste caso (inibir não matar) se denominam bacteriostáticos. A sua eficácia está associada diretamente à bactéria causadora da infeção, por isso nem todos os antibióticos são adequados para o tratamento de uma mesma infeção, devendo ser utilizados apenas no combate a infeções bacterianas e com a respetiva prescrição médica.

A resistência aos antibióticos aparece quando a bactéria a eliminar se modifica como resposta ao uso continuado do mesmo medicamento.

Como exemplo posso descrever uma pessoa que tenha sido infetada com sífilis, uma infeção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e tratada com um antibiótico denominado penicilina benzatina.

Suponhamos que com este tratamento 90% das bactérias são eliminadas e que 10% sobrevivam. Entre as sobreviventes, é possível que parte delas tenha desenvolvido mecanismos de resistência à penicilina benzatina. Estas bactérias sobreviventes vão voltar a multiplicar-se e quando forem expostas de novo ao medicamento, este pode não ter a mesma eficácia, tornando mais difícil o combate à infeção.

O uso indiscriminado de antibióticos nos hospitais e outras instituições de saúde, assim como em práticas agropecuárias contribui imenso para o aumento da resistência antimicrobiana. A compra de antibióticos sem receita médica deve ser completamente abolida para evitar a automedicação inadequada e perigosa para o próprio doente e para a sociedade em geral.

Na rotina hospitalar, por exemplo, diversos procedimentos invasivos tais como a utilização de ventilação mecânica e de cateteres venosos, são portas de entrada para as bactérias, levando ao aumento das infeções hospitalares associadas a estes instrumentos, sendo por consequência intensificado o uso de antibióticos, o que promove a seleção de bactérias resistentes nos hospitais.

A ausência de sistemas de saneamento eficazes, com o lançamento de esgoto de hospitais e domicílios no meio ambiente sem o tratamento adequado, obviamente, favorece o aumento da resistência antimicrobiana. Na natureza, as bactérias entram em contato com outros microrganismos e resíduos de antibióticos, o que gera novos processos de seleção e resistência, assim como grandes alterações da nossa microbiota quando usamos antibióticos de forma errada.

Custos para a sociedade

A resistência bacteriana aumenta os custos de tratamentos, prolonga os dias de internamento dos pacientes nos hospitais e aumenta a taxa de mortalidade. À medida que os antibióticos se tornam ineficazes, o número de infeções que se tornam mais difíceis de tratar também vai aumentar.

Com a limitação e ineficácia dos tratamentos, as infeções que hoje têm um tratamento simples, podem, no futuro, causar sérios danos ao nosso organismo, pois teremos menos recursos para combatê-las.

Um dos acontecimentos mais preocupantes é que existe o uso excessivo de colistina para promoção de crescimento em animais, que demonstrou originar resistência em animais e humanos. A colistina é um dos últimos e mais importantes antibióticos de amplo espectro para a humanidade.

Estudo publicado no The Lancet

Neste estudo foram estimadas mortes e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) atribuíveis e associados à resistência antimicrobiana bacteriana para 23 patogénios e 88 combinações patogénio-droga em 204 países e territórios em 2019. Foram obtidos e estudados dados de revisões sistemáticas da literatura, sistemas hospitalares, sistemas de vigilância e outras fontes, abrangendo 471 milhões de registros individuais ou isolados e 7.585 anos locais de estudo.

Usaram modelagem estatística preditiva para produzir estimativas de carga de resistência antimicrobiana para todos os locais, inclusive para locais sem dados. A abordagem pode ser dividida em cinco componentes amplos:

  • Número de mortes em que a infeção desempenhou um papel;
  • Proporção de mortes infeciosas atribuíveis a uma determinada síndrome infeciosa;
  • Proporção de mortes por síndrome infeciosa atribuíveis a um determinado patogénio;
  • Percentagem de um determinado patogénio resistente a um antibiótico de interesse;
  • Risco excessivo de morte ou duração de uma infeção associada a essa resistência.

Usando esses componentes, foi estimada a carga de doenças com base em dois contrafactuais:

  • Mortes atribuíveis à RAM (com base num cenário alternativo em que todas as infeções resistentes a medicamentos foram substituídas por infeções sensíveis a medicamentos) e
  • Mortes associadas à RAM (com base em um cenário alternativo em que todas as infeções resistentes aos medicamentos foram substituídas por nenhuma infeção).

Os intervalos de incerteza são de 95% para estimativas finais como os 25º e 975º valores ordenados em 1.000 sorteios posteriores, e os modelos foram validados de forma cruzada para validade preditiva fora da amostra. Apresentam-se estimativas finais agregadas ao nível global e regional.

Quais as bactérias mais resistentes?

Com base nos modelos estatísticos preditivos, houve uma estimativa de 4,95 milhões de mortes associadas à resistência antimicrobiana bacteriana em 2019, incluindo 1,27 milhões de mortes atribuíveis à RAM bacteriana. A nível regional, estimamos que a taxa de mortalidade em todas as idades atribuível à resistência seja mais alta na África subsaariana ocidental, com 27,3 mortes por 100.000, e mais baixa na Australásia, com 6,5 mortes por 100 000.

As infeções respiratórias inferiores foram responsáveis ​​por mais de 1,5 milhões de mortes associadas à resistência em 2019, tornando-se a síndrome infeciosa mais onerosa. Os seis principais patogénios de mortes associadas à resistência antimicrobiana são as seguintes bactérias:

  • Escherichia coli,
  • Staphylococcus aureus,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Streptococcus pneumoniae,
  • Acinetobacter baumannii.
  • Pseudomonas aeruginosa.

Estas seis bactérias foram responsáveis ​​por 929.000 mortes atribuíveis à RAM e 3,57 milhões de mortes associadas à RAM em 2019.

Antibióticos com mais resistências

A combinação de patogénio-droga, Staphylococcus aureus resistente à meticilina, causou mais de 100.000 mortes atribuíveis à resistência antimicrobiana em 2019, enquanto mais seis bactérias causaram, cada uma, 50.000 a 100 000 mortes. Essas seis bactérias extremamente perigosas são as seguintes:

  • Bacilo da tubercolose, Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch multiresistente a diversos medicamentos,
  • Escherichia coli de terceira geração resistente a cefalosporinas,
  • Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem,
  • Escherichia coli resistente a fluoroquinolonas,
  • Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenem,
  • Klebsiella pneumoniae resistente a cefalosporina de terceira geração.

Resistência bacteriana

A resistência bacteriana a antimicrobianos que ocorre quando mudanças nas bactérias fazem com que os medicamentos usados para tratar infeções se tornem menos eficazes – emergiu como uma das principais ameaças à saúde pública do século XXI. A Revisão sobre Resistência Antimicrobiana, encomendada pelo governo do Reino Unido, argumentou que a RAM poderia matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050.

Embora essas previsões tenham sido criticadas por alguns a OMS e vários outros grupos e pesquisadores concordam que a disseminação da RAM é uma questão urgente que requer um plano de ação global e coordenado para abordar este assunto, Informações sobre a magnitude atual da carga da RAM bacteriana, tendências em diferentes partes do mundo e as principais combinações de patógénios-drogas que contribuem para a carga de RAM bacteriana é crucial. Se não for controlada, a disseminação da RAM pode tornar muitos patogénios bacterianos muito mais letais no futuro do que são hoje.

Antibióticos usados pecuária

O uso de antibióticos na criação de animais é um dos temas mais relevantes para combater a resistência bacteriana e proteger a nossa saúde. A tentação para os criadores é imensa pois os animais crescem mais e mais rápido o que melhora muito o lucro das explorações.

No entanto os antibióticos usados na pecuária acabam por deixar vestígios na carne dos animais que depois passam para os humanos quando os consumimos com consequências devastadoras na nossa saúde, muita vezes sem nos apercebermos!

Uma delas é a alteração dramática da nossa microbiota ou flora intestinal com efeitos severos na nossa saúde que só há poucos anos começamos a descobrir mas que se pensa poderem agravar ainda mais os números assustadores de doenças autoimunes e até depressão!

Assim é de vital importância que sejam monitorizados de forma séria o uso de antibióticos dados aos animais, sendo que devem são geralmente proibidos o uso dos seguintes antibióticos:

  • Avoparcina,
  • Anfenicóis,
  • Tetraciclinas, 
  • Penicilinas,
  • Cefalosporinas,
  • Quinolonas,
  • Sulfonamidas,
  • Eritromicina,
  • Espiramicina,
  • Colistina,
  • Tilosina,
  • Lincomicina,
  • Tiamulina.

Covid-19 faz aumentar resistência bacteriana

A covid-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e portanto, sendo um vírus, os antibióticos não têm qualquer efeito terapêutico sobre ele. No entanto, o aumento no número de doentes internados com Covid-19 aumentou o uso de antibióticos em larga escala por todo o mundo.

Por exemplo a azitromicina 500mg e amoxicilina com ácido clavulânico 875mg/125mg,  foram usados de forma alargada em diversos protocolos iniciais de combate à covid-19.

O aumento do uso de antibióticos deve-se principalmente ao tratamento de infeções hospitalares, comuns em doentes internados por períodos de tempo mais prolongados, como em casos graves de Covid-19.

Esta pandemia de SARS-CoV-2 sublinhou a importância de duas estratégias de combate simples mas muito eficazes:

  • Lavagem das mãos para conter a disseminação de doenças;
  • Vacinas muito úteis, em termos da resistência, porque reduzem a necessidade de antibióticos e previnem a doença grave.

Assim é urgente estimular o desenvolvimento de novas drogas, pois atualmente temos um número muito limitado de antibióticos que apresentam eficácia no combate às bactérias multirresistentes.

Farmacêuticas pouco interessadas

A formulação de um novo antibiótico pode levar de 10 a 15 anos e as bactérias vão continuar a desenvolver mecanismos de resistência, o que torna o desenvolvimento de novos antibióticos um mercado pouco lucrativo para as farmacêuticas.

No meu artigo Top 20 farmacêuticas mais poderosas, pode constatar que apesar de tantos novos medicamentos serem lançados, não está descrito um único antibiótico novo.

As grandes empresas farmacêuticas tomam uma decisão calculada de risco e retorno, a menos que os governos ofereçam financiamento ou forte suporte, elas não investem em soluções terapêuticas pouco rentáveis.

A limitação das drogas disponíveis para o tratamento de infeções bacterianas chama a atenção para o investimento urgente em pesquisa de forma a alargar o estudo de novas formas de eliminação das bactérias.

Para pensar em novas formas de combate, é importante estudar a estrutura da bactéria, conhecer os mecanismos de resistência e investigar novos alvos de antibióticos.

10 medidas contra a resistência bacteriana

Num cenário alarmante de resistência bacteriana no mundo, os seguintes dez pontos de ação podem ajudar nas decisões de governos e autoridades sanitárias:

Fonte: Tackling drug-resistant infections globally: Final report and recommendation

Referências

Resfriado ou constipação produz células T contra SARS-CoV-2

Resfriado ou constipação afinal podem produzir benefícios no combate ao SARS-CoV-2! Pessoas com níveis mais altos de células T ou Linfócitos T, produzidas pelo resfriado comum causado por vírus da família dos coronavírus, têm menos probabilidade de serem infetadas com SARS-CoV-2.

Um novo estudo, publicado na Nature Communications e liderado por pesquisadores do Imperial College London, fornece a primeira evidência de um papel protetor para essas células T. Embora estudos anteriores tenham mostrado que as células T induzidas por outros coronavírus podem reconhecer o SARS-CoV-2, o novo estudo examina pela primeira vez como a presença dessas células T no momento da exposição ao SARS-CoV-2 influencia se alguém é infetado .

Os pesquisadores também dizem que s suas descobertas fornecem um plano para uma vacina universal de segunda geração que poderia prevenir a infecção de variantes atuais e futuras do SARS-CoV-2, incluindo o Omicron.

Células T pré-existentes

Rhia Kundu, primeiro autor do estudo, do Imperial’s National Heart & Lung Institute, diz: “Ser exposto ao vírus SARS-CoV-2 nem sempre resulta em infeção, e estamos ansiosos para entender o porquê. Descobrimos que altos níveis de células T pré-existentes, criadas pelo corpo quando infetado com outros coronavírus humanos, como o resfriado comum, podem proteger contra a infeção por COVID-19.

“Embora esta seja uma descoberta importante, é apenas uma forma de proteção, e eu enfatizo que ninguém deve confiar apenas nisso. Em vez disso, a melhor maneira de se proteger contra o COVID-19 é ser totalmente vacinado, incluindo obter a sua dose de reforço.”

O estudo começou em setembro de 2020, quando a maioria das pessoas no Reino Unido não havia sido infetada nem vacinada contra o SARS-CoV-2. Incluiu 52 pessoas que viviam com alguém com infeção por SARS-CoV-2 confirmada por PCR e que, portanto, foram expostas ao vírus. Os participantes fizeram testes de PCR no início e 4 e 7 dias depois, para determinar se desenvolveram uma infeção.

Amostras de sangue dos 52 participantes foram recolhidas dentro de 1 a 6 dias após a exposição ao vírus. Isso permitiu que os pesquisadores analisassem os níveis de células T pré-existentes induzidas por infeções anteriores por coronavírus do resfriado comum que também reconhecem proteínas do vírus SARS-CoV-2.

Nova vacina para todas as variantes

Proteínas internas do SARS-CoV-2 são atacadas

Os pesquisadores descobriram que havia níveis significativamente mais altos dessas células T de reação cruzada nas 26 pessoas que não foram infetadas, em comparação com as 26 pessoas que foram infetadas. Essas células T visavam proteínas internas dentro do vírus SARS-CoV-2, em vez da proteína spike na superfície do vírus, para proteger contra infeções.

As vacinas atuais não induzem uma resposta imune a essas proteínas internas. Os pesquisadores dizem que paralelamente às vacinas já existentes eficazes e direcionadas às proteínas da espícula (spike), as proteínas internas oferecem um novo alvo para as vacinas que pode fornecer proteção duradoura porque as respostas das células T persistem por mais tempo do que as respostas de anticorpos que diminuem alguns meses após a vacinação.

O professor Ajit Lalvani, autor sénior do estudo e diretor da Unidade de Pesquisa de Proteção à Saúde de Infeções Respiratórias do NIHR no Imperial, diz: “O nosso estudo fornece a evidência mais clara até ao momento de que as células T induzidas por coronavírus do resfriado comum desempenham um papel protetor contra a infeção pelo SARS-CoV -2 ou seja contra a Covid-19. Essas células T fornecem proteção atacando proteínas dentro do vírus, em vez da proteína spike existente na sua superfície.

Proteínas internas versus proteína “spike” (espícula)

A proteína spike está sob intensa pressão imunológica dos anticorpos induzidos pela vacina que impulsiona a evolução dos mutantes de escape da vacina. Em contraste, as proteínas internas direcionadas pelas células T protetoras que identificamos sofrem muito menos mutações. Consequentemente, elas são altamente conservadas entre as diversas variantes do SARS-CoV-2, incluindo a omicron.

Novas vacinas que incluem essas proteínas internas conservadas induziriam, portanto, respostas de células T amplamente protetoras que deveriam proteger contra variantes atuais e futuras do SARS-CoV-2.

Limitações do estudo

Os pesquisadores observam algumas limitações do seu estudo, incluindo que, por ser pequeno e 88% dos participantes serem de etnia branca europeia, não é possível modelar fatores demográficos.

O estudo foi financiado pelo NIHR Health Protection Research Unit in Respiratory Infections e pelo Medical Research Council.

Células T ou Linfócitos T

Os linfócitos T são células imunitárias que completam a maturação no timo (daí a letra T). Estas células, linfócitos T, diferenciam-se em duas classes:

  • Linfócitos T auxiliares (CD4+) – através de informações recebidas pelos macrófagos, estimulam a ativação dos linfócitos T matadores (CD8+) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliares que comandam a defesa do organismo.
  • Linfócitos T assassinos ou citotóxicos (CD8+) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infetadas ou estranhas ao organismo.

A Célula T é um tipo de leucócito ou glóbulo branco com um papel essencial no sistema imunitário. Nas primeiras oito semanas da vida fetal nos humanos, as futuras células T formam-se no tecido embrionário do timo. No interior desta glândula, estas células experimentam um processo complexo de diferenciação, seleção e maturação.

A diferenciação das células T implica a síntese de diferentes tipos de glicoproteínas (combinações de proteínas e hidratos de carbono). Estas moléculas são espalhadas na superfície das células T maduras e determinam a sua função e os antigénios com que interatuam.

As glicoproteínas CD4 e CD8 dão origem a células T diferentes: os linfócitos T CD4+ (T4 ou helper, auxiliares, com especial função na ativação específica das defesas do organismo) e os linfócitos T CD8+ (T8 ou citotóxicos, altamente especializados na destruição de células reconhecidas como anormais ou estranhas ao organismo), respetivamente.

É também de natureza glicoproteica o recetor – TCR (T Cell Recetor) – pelo qual as células reconhecem as células do seu próprio organismo e os antigénios estranhos que invadem as células. Contudo o recetor da célula T não é um anticorpo. O recetor é constituído por duas cadeias diferentes de polipeptídeos. Durante a diferenciação de cada célula T, os genes codificadores destas duas cadeias estão associados pela seleção e união dos dois segmentos diferentes dos genes. O conjunto de genes aos quais as células T recetoras estão associadas, é, contudo, diferente daqueles em que os genes para anticorpos estão associados.

Existem ainda outros tipos de células T, como, por exemplo, os reguladores, que ajudam a moderar ou, em alguns casos, a suprimir uma resposta imunitária, e os de memória, que, por resultarem da multiplicação de uma célula T que foi, a determinada altura, chamada a atuar, em circunstâncias análogas posteriores fazem com que a resposta imunitária seja mais rápida por não necessitarem de fazer o reconhecimento da situação (uma vez que a mesma foi memorizada). Esta capacidade de memorização também existe nas células B.

Referências

PAXLOVID PF-07321332 da PFIZER 89% eficaz cura Covid-19?

Paxlovid é o nome comercial de um novo medicamento da Pfizer que combina PF-07321332 e Ritonavir num único comprimido para tratar doentes com Covid-19. Perante os extraordinários resultados dos estudos clínicos de fase 2/3, que descrevo neste artigo, o entusiasmo dos investigadores é indisfarçável! Será o primeiro medicamento oral que consegue curar a doença?

Ao longo desta pandemia, progressos significativos foram feitos no tratamento da COVID-19 e no apoio para salvar vidas. Este progresso inclui o desenvolvimento de infusões de anticorpos monoclonais que preservam a vida e o reaproveitamento dos medicamentos existentes, para os quais as parcerias público-privada de Aceleração das Intervenções e Vacinas Terapêuticas COVID-19 (ACTIV), por exemplo do NIH (National Institutes of Health) deu uma contribuição importante.

Molnupiravir da Merck

Durante muitos meses, tivemos esperanças de que um medicamento oral seguro e eficaz pudesse ser desenvolvido para reduzir o risco de doença grave para indivíduos recém-diagnosticados com COVID-19. A primeira indicação de que essas esperanças podem ser realizadas veio do anúncio, em Outubro de 2021, de uma redução de 50% nas hospitalizações dos doentes que tomaram o medicamento molnupiravir da Merck e Ridgeback (originalmente desenvolvido com uma bolsa do NIH para a Emory University, Atlanta).

Agora vem a notícia de um segundo medicamento por via oral com eficácia potencialmente maior ou seja um comprimido antiviral da Pfizer Inc. que visa uma etapa diferente no ciclo de vida do SARS-CoV-2, o novo coronavírus que causa a doença COVID-19.

Paxlovid e PF-07321332 da Pfizer

As notícias mais empolgantes começaram a surgir no início de Novembro de 2021, quando uma equipa de pesquisa da Pfizer publicou na revista Science alguns dados iniciais promissores envolvendo o comprimido antiviral e os seus compostos ativos [1].

Artigo da Science: An oral SARS-CoV-2 Mpro inhibitor clinical candidate for the treatment of COVID-19

Então, vieram notícias ainda maiores alguns dias depois, quando a Pfizer anunciou os resultados provisórios de um grande ensaio clínico de fase 2/3. Ele descobriu que, quando tomado dentro de três dias após o desenvolvimento dos sintomas de COVID-19, o comprimido reduziu em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos com alto risco de progredir para doença grave [2].

Anúncio da Pfizer: Pfizer’s Novel COVID-19 Oral Antiviral Treatment Candidate Reduced Risk of Hospitalization or Death by 89% in Interim Analysis of Phase 2/3 EPIC-HR Study

Por recomendação do comité independente de monitorização de dados do ensaio clínico e em consulta com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, a Pfizer suspendeu o estudo com base na força dos resultados provisórios. A Pfizer planeia enviar os dados à FDA para Autorização de Uso de Emergência muito em breve.

PF-07321332 inibidor de protease

O comprimido antiviral da Pfizer é um inibidor de protease, originalmente chamado de PF-07321332, ou apenas 332 se abreviado. Uma protease é uma enzima que cliva (quebra) uma proteína numa série específica de aminoácidos. O vírus SARS-CoV-2 codifica a sua própria protease para ajudar a processar uma grande poliproteína codificada por vírus em segmentos menores que necessita para o seu ciclo de vida.

Um inibidor da protease pode impedir que isso aconteça. Se o termo inibidor de protease soa como uma campainha, é porque drogas que funcionam dessa forma já são usadas para tratar outros vírus, incluindo o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o vírus da hepatite C.

Protease 3CL ou protease Mpro

Mecanismo e ação

No caso do 332, ele tem como alvo uma protease chamada Mpro, também chamada de protease 3CL, codificada pelo SARS-CoV-2. O vírus usa essa enzima para cortar algumas proteínas virais mais longas em segmentos mais curtos para uso na replicação. Com o Mpro fora de ação, o coronavírus não consegue fazer mais réplicas de si mesmo para infetar outras células.

Inibidor de protease tem vantagem

Uma grande vantagem desta abordagem terapêutica que usa inibidores de proteases é que as mutações nas estruturas de superfície do SARS-CoV-2, como a proteína spike (espicula), não devem afetar a eficácia de um inibidor de protease. O PF-07321332 tem como alvo uma enzima viral altamente conservada, mas essencial. Na verdade, a Pfizer sintetizou originalmente e avaliou pré-clinicamente os inibidores da protease anos atrás como um tratamento potencial para a síndrome respiratória aguda grave (SARS), que é causada por um coronavírus intimamente relacionado ao SARS-CoV-2. O medicamento PF-07321332 pode até ter eficácia contra outros coronavírus que causam o resfriado comum.

Potente antiviral contra diversos coronavírus

No estudo publicado em novembro de 2021 na prestigiada revista Science [1], a equipe da Pfizer liderada por Dafydd Owen, da Pfizer Worldwide Research, Cambridge, MA, relatou que a versão mais recente de seu inibidor Mpro mostrou potente atividade antiviral em testes de laboratório não apenas contra SARS- CoV-2, mas também contra todos os coronavírus que eles testaram e que infetam pessoas. Um estudo mais aprofundado em células humanas e modelos com ratos de infeção por SARS-CoV-2 sugeriu que o tratamento pode funcionar para limitar a infeção e reduzir os danos no tecido pulmonar.

No artigo publicado na Science, Owen e colegas também relataram os resultados de um ensaio clínico de fase 1 com seis pessoas saudáveis. Eles descobriram que o inibidor da protease, quando tomado por via oral, era seguro e poderia atingir concentrações na corrente sanguínea que deveriam ser suficientes para ajudar a combater o vírus.

PAXLOVID composição

Mas será que funcionaria tratar COVID-19 numa pessoa infetada? Até agora, os resultados preliminares do ensaio clínico maior do candidato a medicamento, agora conhecido como PAXLOVID ™, certamente parecem encorajadores. PAXLOVID ™ é uma formulação que combina o novo inibidor da protease PF-07321332, com uma dose baixa de um medicamento antiviral já existente, chamado ritonavir, que retarda o metabolismo de alguns inibidores da protease e, portanto, os mantém ativos no corpo por períodos de tempo mais longos.

Ensaio clínico com 1200 adultos

O ensaio clínico de fase 2/3 incluiu cerca de 1.200 adultos dos Estados Unidos e de todo o mundo que se inscreveram no ensaio clínico. Para serem elegíveis, os participantes do estudo precisavam de ter um diagnóstico confirmado de COVID-19 em um período de cinco dias, juntamente com sintomas leves a moderados da doença. Eles também exigiam pelo menos uma característica ou condição associada a um risco aumentado de desenvolvimento de doença grave de COVID-19. Cada indivíduo no estudo foi selecionado aleatoriamente para receber o antiviral experimental ou um placebo a cada 12 horas durante cinco dias.

Resultados do ensaio clínico

Em pessoas tratadas no espaço de três dias de desenvolver sintomas de COVID-19, o anúncio da Pfizer relata que 0,8 por cento (3 de 389) daqueles que receberam PAXLOVID ™ foram hospitalizados em 28 dias em comparação com 7 por cento (27 de 385) daqueles que receberam o placebo. Resultados encorajadores semelhantes foram observados naqueles que receberam o tratamento dentro de cinco dias após o desenvolvimento dos sintomas. Um por cento (6 de 607) no antiviral foi hospitalizado contra 6,7 ​​por cento (41 de 612) no grupo do placebo. No geral, não houve mortes entre as pessoas que tomaram PAXLOVID ™ mas 10 pessoas no grupo do placebo (1,6 por cento) morreram posteriormente.

Se tudo correr bem com a revisão da FDA, a esperança é que PAXLOVID ™ possa ser prescrito como um tratamento caseiro para prevenir doenças graves, hospitalização e mortes. A Pfizer também lançou dois ensaios adicionais do mesmo medicamento candidato, sendo um ensaio em pessoas com COVID-19 que estão sob risco padrão de desenvolver doenças graves e outro ensaio para avaliar a sua capacidade de prevenir a infeção em adultos expostos ao coronavírus por um membro da família.

Molnupiravir aprovado

Enquanto isso, a Grã-Bretanha aprovou recentemente outro antiviral chamado molnupiravir desenvolvido recentemente, que retarda a replicação viral de uma maneira diferente, ou seja bloqueando a sua capacidade de copiar o seu genoma de RNA com precisão.

A FDA reunirá para discutir o pedido da Merck e Ridgeback para uma Autorização de Uso de Emergência do antiviral molnupiravir para tratar COVID-19 leve a moderado em adultos infetados com alto risco de doença grave [3].

Pfizer reforça poder

Depois da vacina da Pfizer ser um estrondoso sucesso comercial e, para já, também terapêutico, se conseguir provar a segurança e eficácia deste novo tratamento antiviral oral Paxlovid contra a Covid-19, a Pfizer vai certamente subir imenso no ranking das Farmacêuticas mais poderosas do Mundo que todos os anos acompanho.

Em 2020 a Pfizer ocupou o 8º lugar no top das 20 Farmacêuticas mais poderosas do mundo, lideradas pela Johnson & johnson . Em 2021 com o sucesso da campanha de vacinação global contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer, não é difícil prever que possa alcançar o top 3 das Farmacêuticas mais poderosas do mundo.

Como farmacêutico a minha primeira preocupação não é o sucesso comercial mas sim a segurança do medicamento e só depois a sua eficácia e sucesso mediático! A história da farmácia mostra-nos que infelizmente são muitos os casos historicamente descritos de sucessos mediáticos fantásticos que mais tarde demonstraram ser mortais para muitos doentes!

Referências:

[1] An oral SARS-CoV-2 M(pro) inhibitor clinical candidate for the treatment of COVID-19. Owen DR, Allerton CMN, Anderson AS, Wei L, Yang Q, Zhu Y, et al. Science. 2021 Nov 2: eabl4784.

[2] Pfizer’s novel COVID-19 oral antiviral treatment candidate reduced risk of hospitalization or death by 89% in interim analysis of phase 2/3 EPIC-HR Study . Pfizer. November 5, 2021.

[3] FDA to hold advisory committee meeting to Discuss Merck and Ridgeback’s EUA Application for COVID-19 oral treatment. Food and Drug Administration. October 14, 2021.

https://directorsblog.nih.gov/tag/pf-07321332/

Desenho racional de inibidores da Mpro, 3CLpro, protease principal do SARS-CoV-2