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AUTOTESTES COVID 19 QUAL O MELHOR TODA A VERDADE!

Autotestes covid 19 ou testes rápidos de antigénio nasais ou TRAg (N) qual o melhor? Em comunicado tornado público pelo INFARMED em 19/03/2021, no contexto da atual situação epidemiológica provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 e pela doença COVID-19, o Ministério da Saúde tem vindo a adotar e implementar medidas com vista à prevenção, contenção e mitigação da transmissão do SARS-CoV-2 e da referida doença, declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde, a 11 de março de 2020.

Neste sentido, a Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2 foi formalizada através da Norma nº 019/2020 da Direção-Geral da Saúde, a qual é adaptável à situação epidemiológica da COVID-19 a nível regional e local, bem como aos recursos disponíveis.

De acordo com o enunciado da referida Norma, os testes para deteção de SARS-CoV-2 são utilizados para fins de diagnóstico da COVID-19, em doentes com suspeita de infeção e em contactos com caso confirmado, e para fins de rastreio em populações vulneráveis, nas Unidades de Saúde e em contextos comunitários e ocupacionais, em pessoas sem evidência ou suspeita de infeção. Terão um papel relevante se novas variantes se tornarem prevalentes e mais infeciosas.

Testes de deteção de componentes do vírus

Ainda, é determinado que o diagnóstico e o rastreio de infeção por SARS-CoV-2 deve ser realizado exclusivamente por testes de deteção de componentes do vírus, existindo para esse efeito os seguintes tipos de teste:

  • Testes de amplificação de ácidos nucleicos (como por exemplo o RT-PCR) que detetam o RNA do vírus;
  • Testes rápidos de antigénio (TRAg) que detetam proteínas do vírus, que reagem com os anticorpos presentes na placa do teste rápido. Os autotestes (para fazer em casa) enquadram-se nesta categoria.

Anteriormente, os TRAg disponíveis no mercado europeu para este fim eram destinados apenas para uso profissional. Inicialmente estes testes apenas previam a sua realização em amostras do trato respiratório (superior e/ou inferior) nomeadamente exsudados nasofaríngeos e/ou orofaríngeos. No entanto, mais recentemente têm vindo a ser disponibilizados TRAg validados para utilização com amostras colhidas por métodos menos invasivos, nomeadamente, amostras da área nasal interna (fossas nasais).

Uma vez que um dos fatores facilitadores da utilização dos TRAg por leigos, nomeadamente autotestes, é a simplificação do processo de colheita, a possibilidade de uma colheita menos invasiva, que dispense a intervenção de profissionais habilitados, permite e favorece a realização do teste pelo próprio.

Deste modo, a viabilidade da Auto colheita, aliada ao formato de teste rápido que é caracterizado por uma baixa complexidade de execução técnica, o que permite o seu uso fora de um ambiente laboratorial, veio possibilitar a realização de autotestes para a deteção de antigénio de SARS-CoV-2 (autoteste SARS-CoV-2).

Os autotestes covid 19 SARS-CoV-2 constituirão assim um instrumento adicional de reforço da resposta nacional de combate à COVID-19, e também acompanhando a vacinação já em curso.

Lista de autotestes covid aprovada

A lista pública de autotestes covid 19 aprovados pelo INFARMED e portanto que podem ser vendidos em farmácias para fazer em casa é ainda muito curta. De seguida descrevo a última lista publicada pelo INFARMED.

Desta forma, e de acordo com o previsto no artigo 2.º da Portaria nº 56/2021, de 12 de março, a presente circular visa estabelecer os critérios de inclusão no regime excecional para a utilização de testes rápidos de antigénio de uso profissional por leigos, bem como orientar a operacionalização da sua utilização e da comunicação de resultados às Autoridades de Saúde.

Consulte na Circular (em anexo):

1. Requisitos gerais dos autotestes SARS-CoV-2
2. Limitações dos autotestes SARS-CoV-2
3. Regime excecional (Lista de TRAg incluídos no regime excecional)
4. Operacionalização da utilização e reporte de resultados dos autotestes SARS-CoV-2

A circular ora publicada refere os requisitos que os testes rápidos de antigénio SARS-CoV-2 devem cumprir de forma a serem submetidos e autorizados pelo Infarmed para utilização como autoteste.
Uma vez aprovados estes testes para efeitos de dispensa e utilização pelos utentes, a respetiva lista será publicada, actualizada periodicamente e disponibilizada no site do Infarmed.

Autotestes Covid 19 qual o melhor?

Escolher o melhor autoteste (para fazer em casa), entre os diversos que vão fazer parte da lista aprovada pelo INFARMED não é uma tarefa fácil pois dos requisitos mínimos fazem parte inúmeros pressupostos legais conforme listagem que descrevo de seguida e que um teste de comprovada qualidade tem de cumprir, a saber:

  • Descrição do dispositivo, sendo que o teste deverá incluir obrigatoriamente todos os componentes necessários para a colheita, nomeadamente zaragatoa, e para a execução do teste;
  • Identificação de CDM (Código de Dispositivo Médico);
  • Marcação CE para o uso profissional, de acordo com a DIR 98/79/CE, e apresentação da respetiva Declaração CE de conformidade;
  • Evidência de validação por parte de um laboratório europeu reconhecido pelo respetivo Estado Membro, ou acreditado para os métodos em questão;
  • Dados de desempenho para amostras nasais, devendo o teste apresentar pelo menos uma sensibilidade igual ou superior a 80% e uma especificidade igual ou superior a 97%, de acordo com a informação do fabricante, sendo o método de comparação a considerar para o efeito o RT-PCR em amostras nasofaríngeas ou orofaríngeas (método de referência);
  • Para a determinação da sensibilidade terá de ser considerada uma amostra mínima de 100 amostras positivas. Estas amostras devem apresentar uma distribuição equilibrada e variada nas diferentes gamas de Cts (Cycle Threshold) (10 < Cts < 33);
  • Para a determinação da especificidade terá de ser considerada uma amostra mínima de 100 amostras negativas;
  • Os valores de sensibilidade terão de ser apresentados em correlação com os valores de Ct tomando como referência o resultado obtido em amostras paralelas por RT-PCR.
  • Declaração relativa à capacidade do teste de detetar as variantes genéticas conhecidas do SARS-CoV-2, bem como o compromisso por parte do fabricante de continuamente avaliar o impacto que novas variantes genéticas possam ter no seu dispositivo, de forma a assegurar o desempenho do teste, e garantir que este continua a cumprir os requisitos para a finalidade que lhe foi atribuída.
  • Exemplar de instruções de utilização em português, e adaptadas ao autoteste, com ilustração do processo de colheita e de execução do teste, incluindo a seguinte informação: método de eliminação de resíduos, informação sobre ações a adotar perante o resultado obtido, e procedimento de comunicação dos resultados;
  • Exemplar de rotulagem e instruções de utilização que incluam a seguinte menção: “Autoteste COVID-19 – Regime Excecional”;
  • Apresentação comercial adaptada à utilização em contexto de autoteste;
  • Demonstração do cumprimento dos pontos críticos da norma EN 62366-1:2015 – Dispositivos médicos – Parte 1: Aplicação de engenharia de aptidão à utilização dos dispositivos, incluindo a análise de risco atualizada, identificando os riscos resultantes da utilização do teste como autoteste;
  • Cumprimento dos requisitos listados no ponto 7 do anexo I da DIR 98/79/CE;
  • Comprovativo de autorização para a utilização do teste, como autoteste, atribuída por outros Estados Membros, se aplicável.

Sensibilidade e especificidade

A sensibilidade mede a capacidade de detetar quantidades muito pequenas de componentes do vírus. Assim quanto mais pequena for a quantidade detetável mais sensível é o teste.

A especificidade mede a capacidade de detetar os componentes de um determinado vírus sem ser afetada, por exemplo, pela presença de outros vírus, bactérias ou outras substâncias presentes na amostra ou seja a capacidade de detetar o vírus numa amostra “contaminada” com outros microorganismos ou moléculas diferentes.

O padrão de comparação para determinação do grau de sensibilidade e especificidade são os testes PCR que detetam o RNA do SARS-CoV-2 por serem os testes moleculares mais sensíveis e específicos.

De seguida descrevo em detalhe a informação específica de um teste de excelente qualidade inteiramente produzido em Portugal e que tenho quase a certeza que será aprovado pelo INFARMED.

Utilização pretendida

O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) ou TRAg (N) é um teste de fluxo lateral que se destina à deteção qualitativa de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em esfregaço nasal diretos de indivíduos com suspeita de COVID-19.

O kit destina-se a utilização profissional se for de amostra nasofaríngea ou como autoteste covid se for de amostra nasal anterior interna ou seja na cavidade nasal mais próxima da entrada do nariz, utilizando uma zaragatoa mais curta e espessa.

Os resultados destinam-se à identificação de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2. Os antigénios são geralmente detetáveis em esfregaços nasal/nasofaríngeos/orofaríngeos durante a fase aguda da infeção.

Os resultados positivos indicam a presença de antigénios virais, mas é necessária correlação clínica com os antecedentes do doente e são necessárias outras informações de diagnóstico para determinar o estado da infeção. Resultados positivos não excluem infeção bacteriana ou coinfecção com outros vírus. O agente detetado pode não ser a causa
definitiva da doença.

Resultados negativos de doentes com início de sintomas há mais de sete dias devem ser tratados como presumíveis e poderá realizar-se uma confirmação com um teste molecular, se necessário para a gestão do doente. Resultados negativos não excluem infeção por SARS-CoV-2 e não devem ser utilizados como a única base para decisões de gestão e tratamento de doentes, incluindo decisões de controlo de infeções.

Os resultados negativos devem ser considerados no contexto das exposições recentes do doente, antecedentes e presença de sintomas e sinais clínicos compatíveis com a COVID-19.

Introdução

O novo coronavírus pertence ao género β. A COVID-19 é uma doença infeciosa respiratória aguda. As pessoas são normalmente suscetíveis. Atualmente, os doentes infetados com o novo coronavírus são o principal foco de infeção; as pessoas infetadas assintomáticas também podem ser um foco de infeção. Com base na investigação epidemiológica atual, o período de incubação é de 1 a 14 dias, sobretudo 3 a 7 dias. As
principais manifestações incluem febre, fadiga e tosse seca. Em alguns casos, foram observados congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta, mialgia e diarreia

Como funciona

Este produto utiliza imunocromatografia com ouro coloidal de captura para detetar qualitativamente antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em amostras humanas de esfregaços nasais. São utilizados anticorpos e anticorpos IgY de galinha marcados com ouro coloidal. O complexo ouro coloidal-anticorpo do SARS-CoV-2 e o
complexo ouro coloidal-anticorpo IgY de galinha são revestidos na almofada conjugada.

Autotestes covid 19

A linha de teste é revestida com anticorpo do SARS-CoV-2 e a linha de controlo (C) é revestida com anticorpo IgY de cabra anti-galinha. Se o antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 estiver presente na amostra, o antigénio do SARS-CoV-2 e o anticorpo marcado com ouro coloidal formam um complexo. Sob a ação da cromatografia, o complexo avança ao longo da tira e, quando chega à linha de teste (T),
reage com o anticorpo do SARS-CoV-2 pré-revestido para formar um imunocomplexo e surge uma linha vermelha, sendo neste caso um teste positivo ao SARS-CoV-2.

O anticorpo IgY de galinha marcado com ouro coloidal combinado com o anticorpo IgY de cabra anti-galinha revela uma linha vermelha na linha de controlo (C). A linha de controlo (C) deve exibir uma linha ao testar amostras. A linha vermelha exibida na linha de controlo (C) é o padrão para avaliar se o processo de cromatografia decorreu corretamente e serve também como referencial de controlo interno para reagentes.

Componentes

O kit completo individual para a realização o teste com sucesso necessita de diversos componentes para assegurar a sua eficácia. A cassete de Teste ou placa reativa onde vai ser colocada a amostra recolhida é constituída por três componentes essenciais, a saber:

  • Linha de teste (T): revestida com anticorpos SARS-CoV- 2;
  • Linha de controle (C): revestida com anticorpo IgY anti-galinha de cabra;
  • Almofada conjugada: revestida com complexo SARSCoV-2-ouro coloidal e complexo anticorpos IgY de galinha-ouro coloidal.

Para a extração da amostra e realização do teste é ainda necessário:

  • Tubos de extração
  • Reagentes de extração
  • Bolsas de sílica
  • Zaragatoa

Conservação e prazo de validade

O teste deve ser conservado a temperatura entre os 2°C e os 30°C. Não deve congelar o teste. Recomenda-se a utilização da cassete de teste no espaço de 30 minutos após a abertura da embalagem. Deve sempre consultar as embalagens para verificar o prazo de validade do kit.

Colheita de amostras e preparação

  • O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) é um imunoensaio de fluxo lateral rápido para deteção qualitativa e diagnóstico do SARS-CoV-2 diretamente de esfregaços nasais sem meio de transporte viral;
  • Faça a colheita do esfregaço nasal de acordo com as diretrizes de colheita clínica de amostras de testes laboratoriais. Evite a contaminação durante a colheita, a transferência e a conservação das amostras;
  • Para fazer a colheita da amostra de esfregaço nasal, insira cuidadosamente a zaragatoa na narina que apresente o corrimento mais visível, ou na narina mais congestionadas se o corrimento não for visível. Rodando suavemente, empurre a zaragatoa até haver resistência nos cornetos. Rode a zaragatoa 5 vezes contra a parede nasal por forma a recolher o máximo de células e muco possível. Repita este processo para a outra narina usando a mesma zaragatoa a fim de obter amostra de ambas as narinas.

Conservação de amostras

Para o melhor desempenho, os esfregaços nasais devem ser testados o mais breve possível após a colheita. Se a testagem imediata não for possível, e para manter o melhor desempenho e evitar uma possível contaminação, é altamente recomendado que a zaragatoa nasal seja colocada num tubo de plástico limpo e não usado, identificado com a informação do doente, preservando a integridade da amostra e
firmemente fechado a temperatura ambiente (15-30°C) durante até (1) hora antes da testagem. Assegure-se de que a zaragatoa nasal encaixa no tubo de forma segura e que a tampa está firmemente fechada. Se ocorrer um atraso superior a 1 hora, elimine a amostra. É necessário fazer a colheita de uma nova amostra para testagem

Extração da amostra

  • Insira o tubo de extração no suporte de tubos de ensaio;
  • Retire a tampa do reagente de extração, distribua todo o reagente pelo tubo de extração;
  • Insira a zaragatoa no tubo de extração que contém o reagente de extração;
  • Rode a zaragatoa pelo menos 6 vezes enquanto pressiona a parte de cima contra o fundo e os lados do tubo de extração;
  • Coloque a zaragatoa no tubo de extração durante 1 minuto;
  • A solução extraída será utilizada como amostra de teste.
Autotestes covid 19

Procedimento de teste

  • Leia cuidadosamente as instruções de utilização antes de realizar o teste;
  • Retire os kits 30 minutos antes do teste, assegure-se de que os testes e as amostras estão à temperatura ambiente;
  • Coloque as cassetes de teste numa superfície plana e limpa; adicione 2 gotas de amostras extraídas desconhecidas ao orifício de amostra (S);
  • Leia e registe os resultados após 10 minutos (Não mais do que 20 minutos). Podem ocorrer resultados anormais após 20 minutos.
Autotestes covid 19

Interpretação de resultados

Positivo (+):
A presença de duas linhas vermelhas, linha teste (T) e linha controlo (C), indica a presença de antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 na amostra.

Negativo (-):
Aparece uma linha vermelha na região de controlo (C). Nenhuma linha vermelha aparece na região teste (T). Indica a ausência de antigénio da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 na amostra.

Inválido:
A linha vermelha de controlo (C) não aparece. Um resultado inválido pode ser devido a procedimento incorreto ou a perda de eficácia do teste. Reveja todo o procedimento e repita o teste com uma nova cassete. Se o problema persistir, não utilize produtos do mesmo número de lote e contacte o distribuidor local ou o laboratório.

Autotestes covid 19

Desempenho


Reatividade cruzada
Não foram observados resultados falsos positivos no teste SARS-CoV-2 em amostras dos seguintes estados patológicos ou condições específicas, que vou listar na tabela seguinte:

Vírus/bactériaResultado
Coronavirus Humano HKU1Negativo
Coronavirus Humano OC43Negativo
Coronavirus Humano NL63Negativo
Coronavirus Humano 229ENegativo
Influenza Virus H1N1 novo tipo (2009)Negativo
Virus influenza sazonal H1N1Negativo
H3N2Negativo
H5N1Negativo
H7N9Negativo
Yamagata para amostras positivas de influenza BNegativo
Amostras positivas Victoria Influenza BNegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group ANegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group BNegativo
Amostras positivas Rhinovirus Group CNegativo
Amostras positivas vírus Humano cytomegalovirusNegativo
Amostras positivas NorovirusNegativo
Amostras positivas Virusa da PapeiraNegativo
Amostras positivas Varicella-zosterNegativo
Virus sincicial Respiratorio (RSV)Negativo
Virus Epstein-BarrNegativo
Adenovirus(ADV) tipo 1Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 2Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 3Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 4Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 5Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 6Negativo
Adenovirus(ADV) tipo 7Negativo
HRVNegativo
Enterovirus grupo ANegativo
Enterovirus grupo BNegativo
Enterovirus grupo CNegativo
Enterovirus grupo DNegativo
MAENegativo
Mycoplasma pneumoniaeNegativo
Candida albicansNegativo
Amostra NormalNegativo
HAVNegativo
HBVNegativo
HCVNegativo
HEVNegativo
HIVNegativo
TBNegativo
DengueNegativo
Helicobacter pyloriNegativo
MERSNegativo
Fonte: PANTEST SA|FOLHETO INFORMATIVO Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) nasal, Certificado nº143/DM/2017/V02/2018


Estudos de substâncias de interferência


Na análise da qualidade dos resultados não houve interferência para as substâncias potencialmente interferentes que descrevo na tabela seguinte:

SubstânciasConcentraçãoResultados
Sangue60 mg/mL
Mucina2,5 mg/mL
Zanamivir5,25 mg/mL
Ribavirina5 mg/ml
Oseltamivir7,5 mg/ml
Levofloxacina3 mg/L
Azitromicina1,35 mg/ml
Tobramicina1,8 mg/L
Acetonida de Triancinolona25 µg/mL
Budesonida16,7 µg/mL
Fluticasona1 mg/ml
Beclometasona10 mg/ml
Dexametasona375 µg/mL
Furoato de Mometasona41.7 µg/mL
Soro fisiológico1 mg/ml
Oximetazolina15% v/v
Fonte: PANTEST SA|FOLHETO INFORMATIVO Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) nasal, Certificado nº143/DM/2017/V02/2018


Limite de deteção (desempenho analítico)


O limite de detecção (LD) ou LOD do teste rápido Teste Rápido do Coronavírus Antigénio (nasal) ou TRAg (N), foi determinado pela avaliação de diferentes concentrações do vírus SARS-CoV-2 inativado. As amostras presumivelmente negativas foram eluídas em tampão e completamente misturadas para serem usadas como diluente clínico. O vírus SARS-CoV-2 inativado foi diluído neste pool de matriz de esfregaço para gerar diluições de vírus para teste.

Amostras de esfregaços artificiais foram preparadas absorvendo 20 microlitros de cada diluição de vírus no esfregaço. As amostras de zaragatoas artificiais foram testadas de acordo com o procedimento de teste. O LOD foi determinado como a concentração de vírus mais baixa que foi detetada ≥ 95% do tempo (isto é, concentração em que pelo
menos 19 de 20 réplicas testaram positivo). O LD confirmado do Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) foi de 1,6×102 TCID50/ml.


Desempenho clínico


O Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) foi avaliado com amostras obtidas de pacientes. Foi utilizado um teste molecular (PCR) comercializado como método de referência. Os resultados mostram que o Teste Rápido do Coronavírus Ag (N) tem uma precisão relativa global alta. Com base nos resultados da avaliação clínica, foram apurados os seguintes desempenhos clínicos:

Fator avaliadoResultado
Sensibilidade95,7%
Especificidade99,1%
Taxa de precisão97,9%

Os resultados absolutos da comparação de resultados entre o TRAg (N) e o teste PCR, foram os seguintes:

Teste Rápido do Coronavírus Ag (N)PCR PositivoPCR NegativoPCR Total% certa
Positivo110211298,2%
Negativo520921497,7%
Total115211326

Limitações da tecnologia

  1. O conteúdo deste kit destina-se a ser utilizado para a deteção qualitativa de antigénios da proteína de nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em esfregaços nasais.
  2. Pode ocorrer um resultado negativo se o nível de antigénios numa amostra estiver abaixo do limite de deteção do teste ou se a amostra tiver sido colhida ou transportada incorretamente.
  3. O incumprimento do Procedimento de Testagem pode afetar negativamente o desempenho do teste e/ou invalidar o resultado do teste.
  4. Os resultados do teste têm de ser avaliados em conjunto com outros dados clínicos disponibilizados ao médico.
  5. Podem ocorrer resultados falsos negativos se uma amostra for colhida, transportada ou manuseada incorretamente.
  6. Podem ocorrer resultados falsos se as amostras forem testadas 1 hora após acolheita. As amostras devem ser testadas o mais rapidamente possível após a colheita.
  7. Podem ocorrer resultados falsos negativos se for utilizado um reagente de extração inadequado.
  8. Podem ocorrer resultados falsos negativos se as zaragatoas forem conservadas nos seus invólucros de papel após a colheita das amostras.
  9. Resultados positivos não excluem coinfecções com outros patógenos.
  10. Os testes negativos não se destinam a incluir outras infeções bacterianas ou virais não-SARS.
  11. Resultados negativos de doentes com início de sintomas para além de sete dias devem ser tratados como presumíveis e poderá realizar-se uma confirmação com um teste molecular, se necessário para o tratamento do doente.
  12. Se for necessária a diferenciação de vírus e estirpes SARS específicos, terão de ser feitos testes adicionais, em concertação com os órgãos de saúde pública locais ou nacionais.

Precauções

  1. O produto destina-se apenas a diagnóstico in vitro. O resultado do teste não deve ser utilizado como o único índice para avaliar a condição do doente, e a manifestação clínica do doente e outros testes laboratoriais devem ser combinados para que se realize uma análise abrangente da situação.
  2. É necessário inspecionar a embalagem e a selagem do produto, bem como o prazo de validade, antes de realizar o teste.
  3. O teste deve ser realizado o mais depressa possível. A exposição prolongada do teste ao ar e à humidade irá causar resultados inválidos.
  4. A sobrecarga de amostras pode originar resultados inesperados, tais como falsos positivos.
  5. A precisão do teste pode ser afetada pela temperatura ambiente (<10°C ou >40°C) e pela humidade relativa (>80%)

Testes disponíveis para SARS-CoV-2

Como a pandemia COVID-19 é causada por um novo coronavírus, profissionais começaram a diagnosticar esta doença com base nas características clínicas e achados laboratoriais ao invés de métodos moleculares. No entanto, após o isolamento do RNA viral, vários laboratórios criaram testes de maior precisão para o diagnóstico da SARS-CoV2-2. Os testes laboratoriais atualmente disponíveis para o vírus são os seguintes:

  • Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa (RT PCR) em Tempo Real;
  • Testes de deteção de antígeno;
  • Testes sorológicos, com diferentes aplicações em momentos diferentes durante o curso da infeção.

RT-PCR em tempo real

A RT-PCR em tempo real é considerada o padrão ouro e testa a presença de RNA viral, principalmente utilizando amostras a partir de esfregaços da nasofaringe. No entanto, amostras de escarro, lavagem bronco alveolar, orofaringe e fezes também estão a ser testadas quanto à presença viral.

É denominada transcrição reversa porque transcreve o RNA de volta a DNA para aumentar a sua estabilidade. A OMS criou o primeiro protocolo em janeiro de 2020, com base em um protocolo de três etapas proposto por Corman e cols. para a deteção de SARS-CoV-2 por RT-PCR em tempo real.

Identificação do gene E, gene RdRP e gene N

A primeira etapa identifica o gene E (proteína de pequeno envelope) com um limite de deteção (LOD = menor concentração viral detetada) de 5,2 cópias de RNA/reação e um intervalo de confiança (IC) de 95% de 3,7-9,6. Em seguida, é realizado um ensaio confirmatório para detectar o gene RdRP (RNA-polimerase dependente de RNA) com um LOD de 3,8 cópias de RNA/reação e IC de 95% de 2,7-7,6 e gene N com um LOD de 8,3 cópias de RNA/reação e IC de 95% de 6,1-16,3.

O gene N (fosfoproteína nucleocapsídica) é usado como confirmação, pois é uma região altamente conservada nos coronavírus e provavelmente fornece resultados consistentes. O CDC nos Estados Unidos desenvolveu um kit que contém uma sonda de PCR de uma etapa para duas regiões do gene da fosfoproteína nucleocapsídica viral (N1 e N2) e para o gene da RNase P humana, para garantir que a extração de RNA seja bem-sucedida, diferindo do primeiro protocolo da OMS.

Chu e col. propuseram um outro fluxo de trabalho, que consiste no rastreio das amostras para o gene N, usando o gene ORF1b como confirmação. Se o último for negativo, o estudo é inconclusivo, e mais estudos sorológicos ou de sequenciamento de RNA deveriam ser realizados. Todos os ensaios têm uma alta sensibilidade e especificidade para a SARS-CoV-2, necessitando de um baixo limite de ciclos para um resultado positivo, e reatividade cruzada mínima com outros tipos de coronavírus.

Embora a RT-PCR tenha demonstrado detectar a presença viral em limiares baixos, é cedo no curso da doença para determinar a real sensibilidade do teste no COVID-19. Os resultados do ensaio podem sofrer alterações de acordo com a maneira como a amostra é tratada, o local em que a amostra foi colhida e o momento do teste. Isso pode significar que nem todos os pacientes negativos estão realmente livres de doenças.

Falsos negativos

Alguns estudos relataram casos de pacientes com resultado inicial negativo de PCR de uma amostra nasofaríngea, que mais tarde desenvolveram sintomas e depois testaram positivo em amostras de lavado broncoalveolar. Esta taxa de falsos negativos em fases iniciais é preocupante no rastreio da doença, e pode resultar em falha no isolamento tempestivo de pacientes. Além disso, a PCR pode ser positiva em saliva e swab nasofaríngeo nos primeiros 14 dias da doença e, em seguida, torna-se negativa, enquanto a PCR fecal pode detetar o vírus mais tarde e continuar positiva por períodos mais longos. Portanto, testes periódicos de diferentes amostras podem ajudar a aumentar a sensibilidade e a reduzir a taxa de falsos negativos.

Testes sorológicos

Os testes sorológicos são feitos no sangue para identificar anticorpos para um patógenio específico em um determinado momento. Como afirmado acima, a IgM representa uma infecção aguda, enquanto a IgG, crónica. Existem vários testes que podem ser realizados para avaliar a presença de anticorpos:

1) Teste de diagnóstico Rápido (RDT): é uma medida qualitativa da presença de anticorpos, com resultados em 30 minutos, que foi disponibilizado por meio de uma autorização de uso emergencial do FDA. De acordo com o rótulo, possui uma sensibilidade de 93,8% e uma especificidade de 95,6%;

2) Ensaio de Imunoabsorção Enzimática (ELISA): é um teste que pode ser qualitativo ou quantitativo e utiliza amostras de sangue total, plasma ou soro. O teste utiliza uma placa revestida com proteína viral, onde as amostras são incubadas. Se os anticorpos estiverem presentes, eles ligam-se a esta proteína específica e este complexo proteína-anticorpo pode mais tarde ser detetado por ligação a um novo lote de anticorpos fluorescentes. Existem algumas preocupações sobre a reatividade cruzada de anticorpos contra SARS-CoV-2 e outros coronavírus.

3) Teste de neutralização: este teste pode dizer se os anticorpos são ativos contra o vírus. O vírus é cultivado em células VeroE6 e os pesquisadores podem quantificar os anticorpos que bloqueiam a replicação viral. Um estudo demonstrou que a IgG neutraliza o SARS-CoV-2 a uma diluição de 1:40-1:80, e também confirmou a neutralização cruzada com SARS-CoV em diluições 1:40. Os resultados deste teste podem levar dias e pode haver perda de anticorpos para proteínas virais não envolvidas na replicação viral.

Referências

EMA CONFIRMA COÁGULOS E POSSÍVEL TOMA DA VACINA!

EMA, Agência Europeia do Medicamento, confirma possível ligação da Vacina COVID-19 da AstraZeneca com casos muito raros de coágulos sanguíneos incomuns e plaquetas anormalmente baixas. É certo que os casos são raros mas as consequências deste efeito colateral são fatais pois dos afetados por estes tromboembolismos cerca de 24% morrem rapidamente.

É óbvio que o risco é pequeno em percentagem mas é, por exemplo, maior do que os menores de 30 anos apanharem a doença, segundo comunicado da autoridade de saúde do Reino Unido que decidiu não aplicar a vacina da Astrazeneca a menores de 30 anos… ou seja para estes mais vale apanhar a doença do que tomar esta vacina…!

Acresce que até agora, apenas para esta vacina, foi oficialmente confirmada pelas autoridades de saúde, uma possível ligação entre tromboembolismo grave e a toma da vacina.

A confirmação oficial deste efeito colateral fatal agora confirmado e que não estava descrito no resumo das características do medicamento aprovado pela EMA faz renascer das cinzas uma polémica alteração legal que torna difícil as farmacêuticas produtoras de vacinas serem responsabilizadas criminalmente por efeitos colaterais graves, como forma de evitar o desinvestimento em vacinas que há algumas décadas atrás esteve em risco, principalmente nos EUA.

Assim, parece pouco mas se as mortes continuarem a acontecer o risco da Astrazeneca ser processada pelas famílias dos falecidos ou associações destas famílias patrocinadas por escritórios de advogados, é cada vez maior e em tribunal uma vida perdida pode valer muitos milhões por família!

Comunicado da EMA (tradução)

O comité de segurança da EMA ou Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC -Pharmacovigilance Risk Assessment Committee) concluiu hoje que coágulos sanguíneos incomuns com baixo teor de plaquetas devem ser listados como efeitos colaterais muito raros de Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).

Para chegar a esta conclusão, o comité levou em consideração todas as evidências atualmente disponíveis, incluindo o conselho de um grupo de especialistas ad hoc.

A EMA recorda os profissionais de saúde e as pessoas que recebem a vacina para permanecerem cientes da possibilidade de casos muito raros de coágulos sanguíneos combinados com níveis baixos de plaquetas sanguíneas ocorrerem dentro de 2 semanas após a vacinação. Até agora, a maioria dos casos relatados ocorreu em mulheres com menos de 60 anos de idade nas 2 semanas seguintes à vacinação. Com base nas evidências atualmente disponíveis, os fatores de risco específicos não foram confirmados.

As pessoas que receberam a vacina devem procurar assistência médica imediatamente se desenvolverem sintomas desta combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas (ver abaixo).

O PRAC observou que os coágulos sanguíneos ocorreram nas veias do cérebro (trombose do seio venoso cerebral, CVST) e no abdómen (trombose da veia esplâncnica) e nas artérias, juntamente com níveis baixos de plaquetas sanguíneas e por vezes hemorragia.

O Comité realizou uma análise aprofundada de 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose da veia esplâncnica relatados no banco de dados de segurança de medicamentos da UE (EudraVigilance) em 22 de março de 2021, 18 dos quais foram fatais. Os casos ocorreram principalmente de sistemas de notificação espontânea do EEA e do Reino Unido, onde cerca de 25 milhões de pessoas receberam a vacina.

COVID-19 está associado a um risco de hospitalização e morte. A combinação relatada de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é muito rara e os benefícios gerais da vacina na prevenção de COVID-19 superam os riscos de efeitos colaterais.

A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. A utilização da vacina durante as campanhas de vacinação a nível nacional também terá em consideração a situação pandémica e a disponibilidade da vacina em cada Estado-Membro.

Coágulos e níveis baixos de plaquetas

Uma explicação plausível para a combinação de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas é uma resposta imunológica, levando a uma condição semelhante à observada algumas vezes em pacientes tratados com heparina (trombocitopenia induzida por heparina, HIT). O PRAC solicitou novos estudos e alterações aos já em andamento para fornecer mais informações e tomará as medidas adicionais necessárias.

O PRAC enfatiza a importância do pronto tratamento médico especializado. Ao reconhecer os sinais de coágulos sanguíneos e plaquetas sanguíneas baixas e tratá-los precocemente, os profissionais de saúde podem ajudar as pessoas afetadas na sua recuperação e evitar complicações.

Coágulos sintomas de perigo e alarme

Os pacientes devem procurar assistência médica imediatamente se apresentarem os seguintes sintomas:

  • Falta de ar,
  • Dor no peito,
  • Inchaço na perna,
  • Dor abdominal persistente (barriga),
  • Sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça graves e persistentes ou visão turva,
  • Pequenas manchas de sangue sob a pele (petéquias) além do local da injeção.

A Vaxzevria é uma das quatro vacinas autorizadas na UE para proteção contra COVID-19. Estudos mostram que é eficaz na prevenção da doença. Também reduz o risco de hospitalização e mortes por COVID-19. Como para todas as vacinas, a EMA continuará a monitorar a segurança e eficácia da vacina e a fornecer ao público as informações mais recentes.

Informações para profissionais de saúde

A EMA procedeu a uma revisão dos casos de trombose em combinação com trombocitopenia e, em alguns casos, sangramento, em pessoas que receberam Vaxzevria (anteriormente COVID-19 Vaccine AstraZeneca).

Esses tipos muito raros de trombose (com trombocitopenia) incluíam trombose venosa em locais incomuns, como trombose do seio venoso cerebral e trombose da veia esplâncnica, bem como trombose arterial.

A maioria dos casos relatados até agora ocorreu em mulheres com idade inferior a 60 anos. A maioria dos casos ocorreu dentro de 2 semanas após a pessoa receber a primeira dose. A experiência com a segunda dose é limitada.

Mecanismo possível

Quanto ao mecanismo, acredita-se que a vacina possa desencadear uma resposta imune levando a um distúrbio atípico do tipo trombocitopenia induzida por heparina. No momento, não é possível identificar fatores de risco específicos.

Os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas de tromboembolismo e trombocitopenia para que possam tratar prontamente as pessoas afetadas de acordo com as diretrizes disponíveis.

Os profissionais de saúde devem dizer às pessoas que recebem a vacina que devem procurar atendimento médico se desenvolverem:
sintomas de coágulos sanguíneos, como falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, como dores de cabeça graves e persistentes e visão turva. Também devem ter em atenção petéquias fora do local da vacinação após alguns dias.

Mais sobre o procedimento de revisão

Esta revisão foi efectuada no âmbito de um sinal de segurança, com um calendário acelerado. Um sinal de segurança é a informação sobre um evento adverso novo ou documentado de forma incompleta que é potencialmente causado por um medicamento, como uma vacina, e que justifica uma investigação mais aprofundada.

A revisão foi realizada pelo Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC) da EMA, o Comité responsável pela avaliação de questões de segurança para medicamentos humanos. O comité de medicina humana da EMA, CHMP, avaliará agora rapidamente todas as alterações necessárias nas informações do produto.

A avaliação científica da EMA sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19. As recomendações da EMA são a base sobre a qual cada Estado-Membro da UE irá conceber e implementar as suas próprias campanhas nacionais de vacinação. Isso pode variar de país para país, dependendo de suas necessidades e circunstâncias nacionais, como taxas de infeção, populações prioritárias, disponibilidade de vacina e taxas de hospitalização.

Vacinas Covid-19 quais as diferenças

Existem já no mercado diversas vacinas contra a Covid-19 mas afinal qual a diferença entre elas? quais os mecanismos de ação? Por que é diferente a vacina da Astrazeneca em comparação com a da Pfizer ou Moderna?

Clique na imagem seguinte para saber tudo!

Vacinas-Covid-19 qual a melho

METFORMINA ANTIDIABÉTICO ATRASA ENVELHECIMENTO?

Metformina (Metformin) é o medicamento mais usado para combater a diabetes… todos os dias na farmácia atendo doentes a tomar metformina! Mas será que também atrasa o envelhecimento? Será que também pode ser tomado por pessoas saudáveis para prevenir o envelhecimento? Se for verdade será incrível! Mas quais os efeitos secundários? Pode provocar hipoglicémia? Pode ser perigoso ou será seguro? Segundo o The American Journal of Gastroenterology e a nature.com este antidiabético mais usado no mundo poderá vir a ser o nome para o milagre que promete parar o tempo e fazer com que homens e mulheres vivam mais e sem doenças como Alzheimer ou Parkinson.

Neste artigo vou tratar os seguintes pontos de interesse:

  • Metformina o que é?
  • Medicamentos com metformina;
  • Nova descoberta sobre metformina;
  • Segredos do envelhecimento;
  • mTOR o que é?
  • Porque é tão importante o mTOR?
  • Diabéticos metformina e envelhecimento;
  • Como funciona a metformina na diabetes?
  • Vantagens, indicações e contra-indicações da metformina;
  • Acidose láctica;
  • Como tomar a metformina?

Metformina o que é?

A Metformina um medicamento antidiabético oral, da classe das biguanidas. É o medicamento mais usado para o controle glicémico nos doentes com  diabetes mellitus tipo 2, principalmente nos doentes com excesso de peso e obesos. A metformina e a glibenclamida (uma sulfonilureia) são os únicos antidiabéticos orais constantes da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde.

Hipoglicémia

Hipoglicemia é uma condição em que a taxa de glicose no sangue diminui para valores inferiores ao normal ou seja abaixo de 70 mg/dl de sangue (3,9 mmol/l). Esta condição de saúde causa diversos sintomas, alguns bastante graves que se manifestam de forma súbita e no limite podem levar à morte. Entre os principais sintomas descritos estão os seguintes:

  • Desorientação,
  • Dificuldade em falar,
  • Estado de confusão,
  • Perda de consciência, 
  • Convulsões,
  • Fome, 
  • Sudação em excesso,
  • Tremores,
  • Fadiga.

Ao contrário das sulfonilureias, a outra classe de medicamentos mais utilizada contra o diabetes, a metformina não provoca hipoglicemia, pois não aumenta e não estimula a secreção de insulina (embora raríssimos casos de hipoglicemia após exercício físico intenso tenham sido relatados); portanto, é às vezes considerada um “normoglicemiante”.

Causas de hipoglicémia

A principal causa de hipoglicemia são os medicamentos antidiabéticos tais como a insulina e as sulfonilureias. O risco é maior em diabéticos que comem menos do que é habitual ou bebem bebidas alcoólicas. Entre outras possíveis causas de hipoglicémia estão as seguintes:

  • Insuficiência renal,
  • Alguns tumores como o insulinoma,
  • Doenças hepáticas, 
  • Hipotiroidismo, 
  • Inanição, 
  • Erro metabólico hereditário, 
  • Infeções graves, 
  • Hipoglicemia reativa,
  • Diversas drogas, incluindo álcool. 

A hipoglicemia pode também ocorrer em bebés de outro modo saudáveis que não tenham comido durante várias horas.

Medicamentos com metformina

Algumas das marcas de medicamentos mais conhecidos cuja composição é metformina são:

  • Risidon® (850mg e 1000mg)
  • Glucophage® (500mg)
  • Stagid® (700mg)

Estão já disponíveis vários medicamentos genéricos de metformina com dosagens de 500mg, 850mg e 1000mg.

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Nova descoberta

O fármaco já foi testado em animais pelos investigadores de diversas universidades europeias e americanas, tendo demonstrado que consegue expandir o tempo de vida e desacelerar o envelhecimento. Agora, o próximo passo é ver se acontece o mesmo com os humanos. A substância química, que nos cenários mais otimistas pode aumentar o tempo de vida até aos 120 anos, está a ser já testada. 

Estudos:

Testes clínicos surpreendem!

Os ratos que receberam a metformina em laboratório viveram mais 40% e os seus ossos ficaram mais fortes!

Este medicamento, quando administrado em animais, já demonstrou um aumento da longevidade e da saúde, com resultados tão impressionantes que fizeram com que a agência norte-americana dos alimentos e medicamentos concedesse permissão para ser testado em humanos. O objetivo é deixar de combater as doenças isoladamente, tendo em conta que muitas delas são resultado da idade avançada. O combate é contra o envelhecimento, e não directamente contra as doenças sendo a principal meta fazer com que um septuagenário seja tão saudável quanto um quinquagenário.

Estudo: Metformin improves healthspan and lifespan in mice

Envelhecimento ou doenças?

Segundo o professor Gordon Lithgow do Buckinstitute for research on aging,  um dos responsáveis pelo estudo, a resposta a esta pergunta não é linear, no entanto se o alvo for o processo de envelhecimento e se atrasarmos esse envelhecimento, então desaceleram-se todas as doenças e patologias da velhice também. Isso é revolucionário, nunca aconteceu antes, mas há todos os motivos para pensar que é possível. Há 20 anos, o envelhecimento biológico era um mistério, agora, estamos a começar a aperceber-nos do que se passa.

Leia também: 5 segredos para retardar o envelhecimento!

O segredo do envelhecimento

O segredo está na marca genética, o ADN, que permite a cada célula funcionar corretamente ao longo dos anos como se ainda fosse nova. É isso que acontece, por exemplo, com alguns seres marinhos que nunca envelhecem (ex: lagosta; anémona-do-mar) e só não ocorre connosco porque, ao dividirmos as células milhões de vezes, aumentamos a probabilidade de criar e copiar erros.

O fármaco revelou ser eficaz para evitar erros que ocorrem na divisão de células. A metformina é a droga mais comum para os doentes com diabetes tipo 2. Um dos seus efeitos é aumentar a quantidade de moléculas de oxigénio existentes nas células, o que parece contrariar a deterioração que ocorre durante a divisão em novas células. Os testes que os cientistas belgas fizeram com zebras permitiram concluir que a droga, além de retardar o seu envelhecimento, tornava estes animais mais saudáveis.

mTOR inibidor

A metformina é um inbidor da proteína kinase mTOR (mechanistic Target of Rapamycin ou mammalian Target of Rapamycin ) ou seja mimetiza os efeitos da restrição calórica que já demonstrou, em inúmeras espécies animais, ser uma causa de retardamento do envelhecimento celular! Isto significa que a metformina mimetiza alguns dos efeitos benéficos conseguidos, por exemplo, com o Jejum Intermitente.

Leia também: Este jejum originou incríveis surpresas!

Excesso de estimulação mTOR é perigoso!

O Alvo mecanístico da Rapamicina (mTOR) coordena o crescimento e o metabolismo das células eucarióticas com as contribuições ambientais, incluindo nutrientes e fatores de crescimento. Uma extensa pesquisa nas últimas duas décadas estabeleceu um papel central para o mTOR na regulação de muitos processos celulares fundamentais, desde a síntese de proteínas até a autofagia, e a sinalização desregulada do mTOR está implicada na progressão do cancro e diabetes, bem como no processo de envelhecimento.

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mTOR

MTOR gene

O gene MTOR fornece instruções para a produção de uma proteína chamada mTOR. Esta proteína é encontrada em vários tipos de células em todo o corpo, incluindo células cerebrais. Ele interage com outras proteínas para formar dois grupos de proteínas distintos, denominados complexo mTOR 1 (mTORC1) e complexo mTOR 2 (mTORC2). Ambos os complexos transmitem sinais que direcionam a função das células.

A sinalização por meio de mTORC1 e mTORC2 regula a produção de proteínas, que influencia o crescimento, divisão e sobrevivência celular. Essa sinalização mTOR é especialmente importante para o crescimento e desenvolvimento do cérebro e desempenha um papel num processo denominado plasticidade sináptica, que é a capacidade das conexões entre as células nervosas (sinapses) de mudar e se adaptar ao longo do tempo em resposta à experiência. A plasticidade sináptica é crítica para a aprendizagem e a memória.

Consumo de proteína em excesso

Existem diversas razões para limitar o consumo de proteínas. A primeira razão  é que se comer mais proteína do que necessita, simplesmente transformará a maioria dessas calorias em açúcar e depois em gordura. Níveis maiores de açúcar no sangue também podem alimentar bactérias e leveduras patogénicas, como Candida albicans (candidíase) e estimular o desenvolvimento de células cancerígenas.

As proteínas em excesso podem ter um efeito estimulante sobre um importante caminho bioquímico chamado alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR). Esse caminho exerce um papel importante em diversos tipos de cancro. Quando diminui o consumo de proteína para exatamente o que o corpo precisa, o mTOR fica inibido, reduzindo as probabilidades de desenvolver cancro.

Além disso, quando consumimos muita proteína, necessitamos de remover mais resíduos de nitrogénio do sangue, o que causa stress  no fígado. Outra consequência pode ser a desidratação crónica, conforme descoberto num estudo realizado com atletas de resistência.

Diabéticos metformina e longevidade

Em 2014, um estudo da Universidade de Cardiff (Reino Unido) constatou que os diabéticos que tomavam o medicamento metformina viviam cerca de mais oito anos (15%) do que aqueles que não o tomavam. Esta conclusão intrigou tanto os investigadores que agora querem alargar os testes à população saudável.

Envelhecimento saudável hipóteses em estudo

Atualmente estão a ser estudados diversos alvos moleculares para restrição calórica e intervenções farmacológicas para um envelhecimento saudável. As imagens seguintes descrevem as principais vias em estudo, tais como:

  • Sirtuinas
  • AMPK
  • mTOR
  • Metformina
  • Resveratrol
  • Spermidina
  • Rapamicina
Fonte: de Cabo et al. (Cell, 2014)

Previsão do futuro

A esperança média de vida nos países desenvolvidos ronda os 80 anos de idade. Se for possivel, como esperam os cientistas, aumentar 1,5 vezes essa média então, num cenário optimista, os humanos podem viver até aos 120 anos, em média!

Gordon Lithgow acredita que o elixir da juventude pode, nas próximas décadas, vir em formato de vacina e que este medicamento até poderá vir a curar o cancro. “Se curássemos apenas o cancro, a esperança de vida cresceria só três anos, porque algo estaria por trás dessa patologia. Mas se desacelerarmos o processo de envelhecimento, podemos melhorar drasticamente a forma como as pessoas vivem”.

Risco de diabetes teste melhorsaude.org

Diabetes, como funciona a metformina?

Ao contrário da diabetes tipo 1 que é causada por deficiência de insulina, a diabetes tipo 2 ocorre por uma resistência do organismo à ação da insulina, que circula no sangue mas não consegue exercer os seus efeitos. Esta característica da diabetes tipo 2 permite que seja tratada inicialmente não com insulina, mas com drogas por via oral, chamados de antidiabéticos orais (também chamados de hipoglicemiantes orais).

Entre os antidiabéticos orais, o mais usado atualmente é o cloridrato de metformina, ou simplesmente, metformina, que é uma droga que só funciona nos doentes que conseguem produzir insulina, sendo, assim, ineficaz na diabetes tipo 1.

A metformina ajuda a controlar a glicémia na diabetes tipo 2 através de três mecanismos:

  • Reduz a produção de glicose pelo fígado, inibindo enzimas mitocondriais hepáticas que prejudicam/inibem a gluconeogenese (produção de glucose) provocando desta forma uma diminuição da glucose plamática. Este mecanismo origina a produção de ácido láctico em pequenas quantidades. Além disso também promove a conversão de glucose em lactato na vasculatura esplâncnica.
  • Aumenta a sensibilidade dos tecidos, principalmente dos músculos, à insulina. A metformina não aumenta a produção de insulina, mas sim otimiza a ação da insulina já produzida.
  • Reduz a absorção de glicose pelo trato gastrointestinal.

A metformina é a droga de escolha para doentes diabéticos e obesos, pois a mesma não está associada a ganho de peso, como acontece, por exemplo, com a insulina e outros antidiabéticos orais. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a metformina não emagrece ninguém e não deve ser usada como droga para se perder peso.

Vantagens da metformina

A metformina também apresenta os seguintes efeitos benéficos:

  • Leve redução dos níveis de colesterol LDL,
  • Leve redução de triglicerídeos,
  • Pode ser usada com segurança no tratamento do diabetes gestacional.
  • Efeito preventivo de tromboses

Estudo:

Indicações terapêuticas

A única doença que tem indicação formal para ser tratada com metformina é o diabetes tipo 2, porém, algumas outras que também apresentam resistência dos tecidos à ação da insulina têm sido tratadas com metformina. Entre elas podemos citar:

  • Síndrome dos ovários policísticos: o uso da metformina parece ser benéfico, principalmente se a doente tiver excesso de peso,
  • Esteatose hepática: a metformina parece reduzir o grau de inflamação do fígado.

Contra-indicações

A metformina é uma droga com pouquíssimas contra-indicações, mas uma delas é muito importante por ser uma situação frequente em pacientes com diabetes:

  • A insuficiência renal.

A metformina não deve ser usada em pacientes com insuficiência renal, principalmente se a creatinina estiver acima de 1,5 mg/dl (ou filtração glomerular menor que 50 ml/min).

Doentes com doença hepática (fígado) grave também não devem tomar metformina.

Efeitos adversos ou secundários

A metformina é uma droga geralmente bem tolerada se for respeitada a contra-indicação para insuficientes renais e também em doentes com maior sensibilidade gastrointestinal. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão:

  • Diarreia,
  • Náuseas,
  • Gosto metálico na boca.

Acidose láctica

A acidose láctica (aumento do ácido láctico no sangue) é uma complicação rara, mas grave, que ocorre geralmente em doentes com insuficiência renal avançada que permanecem a usar a metformina.

Esta acidose láctica pode ocorrer por causa do mecanismo de acção já atrás descrito:

  • A metformina enibe enzimas mitocondriais hepáticas que prejudicam/inibem a gluconeogenese (produção de glucose) provocando desta forma uma diminuição da glucose plamática. Este mecanismo origina a produção de ácido láctico em pequenas quantidades. Além disso também promove a conversão de glucose em lactato na vasculatura esplâncnica.

A hipoglicemia (baixa de glicose no sangue), efeito colateral comum dos outros hipoglicemiantes orais e da insulina, é rara com a metformina.

Posologia

MEDICAMENTOS PARA A DIABETES melhorsaude.org

A metformina é vendida em comprimidos de 500 mg, 700mg, 850 mg e 1000 mg. O comprimido é geralmente tomado 2 ou 3 vezes por dia e a  dose máxima recomendada é 2550 mg/dia. Já existem formulações de liberação lenta que podem ser tomadas apenas 1x por dia. A metformina deve ser tomada junto às refeições e o comprimido deve ser engolido por inteiro, evitando parti-lo ou mastigá-lo.

Concluindo

A pesquisa anti envelhecimento, depois de muitos anos estagnada, com resultados pouco visíveis para aplicação prática, está a agora à beira de conseguir dar um salto de gigante! Já eram conhecidos alguns estudos sobre hábitos do nosso quotidiano que potenciavam o estado de boa saúde durante mais anos, no entanto substâncias que pudessem ser tomadas para evitar o avanço do processo de envelhecimento eram matéria de ficção cientifica! Esta descoberta sobre os efeitos da metformina pode de facto tornar real, nas próximas décadas, a aspiração de viver com qualidade de vida até aos 120 anos, principalmente por se tratar de uma substância já amplamente utilizada nos seres humanos no tratamento da diabetes. Quem diria que assistiríamos, nas nossas vidas, ao início do desenvolvimento real de uma espécie de “elixir da juventude”? Para o bem e para o mal vivemos tempos verdadeiramente espantosos na evolução da ciência e da medicina em particular!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Bibliografia:

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VACINAS COVID PERIGOS E TODA A VERDADE

Vacinas Covid-19 vacinas RNA e DNA diferenças, vantagens e perigos, toda a verdade! Como funcionam estas vacinas? Quais as vantagens? Quais os perigos e polémicas? O que dizem os céticos anti-vacinas? Quais as vacinas Covid-19 já em fase de aprovação? Quais os preços já anunciados?

Qual a melhor vacina Covid-19? Sim no final do artigo respondo sem rodeios a esta questão!

As empresas farmacêuticas Pfizer (americada) e BioNTech (alemã), Moderna (americana) e AstraZeneca/Oxford (Inglesa) anunciaram em Novembro de 2020, que as suas vacinas contra a covid-19, eram capazes de prevenir a doença Covid-19 em mais de 90% (Pfizer e Moderna) e 70% a 90% (AstraZeneca/Oxford) das pessoas vacinadas. A Janssen/Johnson anunciou 66,1% a 66,9% de eficácia no documento de autorização para uso de emergência, aprovado pela FDA dos EUA, em 27 de Fevereiro de 2021.

Segundo estes laboratórios, nenhum efeito adverso grave devido à vacina foi descrito até ao momento nos estudos clínicos, após vários milhares de voluntários terem sido injetados e muitos mais milhares efetivamente já vacinados em vários países.

Será que podemos mesmo confiar na informação apenas dos laboratórios que são parte interessada no “negócio”? O que importa de facto analizar? Afinal até agora qual será… provavelmente, a melhor vacina!

Este é mais um artigo detalhado com informação relevante e recente para que possa, de maneira mais conhecedora, formar a sua própria opinião sobre um assunto que a todos nos afeta!

Leia também: Estes medicamentos e suplementos contra a Covid-19 salvaram vidas! Sabia que alguns deles podes comprar na Farmácia?

O seguinte índice inicial deste artigo ajuda-te a identificar a estrutura do texto e saltar, se desejares, para os temas que mais te interessam.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Tabela das vacinas mais avançadas;
  • Documentos informativos oficiais;
  • Resposta imune como funciona?
  • Vacina comum como funciona?
  • Tipos de vacinas
  • Vacinas vivas atenuadas
  • Vacinas inativadas
  • Vacinas de subunidades proteicas
  • Vacinas de partículas semelhantes a vírus
  • Vacinas de toxoides
  • Vacinas de vetor viral
  • Plano Nacional de Vacinação 2020 (PNV 2020)
  • Vacinas extra PNV 2020
  • Vacinas de DNA e RNA (genéticas)
  • Vacinas de DNA vantagens perigos e problemas
  • Polémicas e céticos das vacinas de DNA
  • Polémicas vias de administração
  • Vacinas de RNA vantagens e problemas
  • Temperatura de conservação e logística de distribuição
  • Vacinas da Covid-19 quais as que estão prontas ou quase?
  • Quais os preços já divulgados?
  • Segurança e aprovação oficial.
  • Qual a melhor vacina Covid-19?

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Tabela de vacinas Covid-19 mais avançadas

Segundo a Organização Mundial de Saúde são 11 as vacinas em fase final de estudos clínicos prontas ou quase prontas para aprovação das entidades reguladoras do medicamento.

Descrevo de seguida quais são essas vacinas, laboratórios responsáveis pelo seu desenvolvimento, países de origem, temperatura de conservação, eficácia e qual o tipo de vacina.

Laboratório/Vacina
Nacionalidade
Temperatura
de conservação
EficáciaTipo de
vacina
Pfizer/BioNTech/Fosun
EUA/Alemanha/China
-70ºC95%mRNA
Moderna/NIAID
EUA
-20ºC94,1%mRNA
Oxford/AstraZeneca
Reino Unido/Suécia
2ºC a 8ºC70%Vetor viral não replicante
Gamaleya Research Institute (Sputnik V)
Russia
2ºC a 8ºC95%Vetor viral não replicante
Janssen Biotech/ Johnson & Johnson
Bélgica/EUA
2ºC a 8ºC66,1% a 66,9%Vetor viral não replicante
CanSino Biological Inc.
China
2ºC a 8ºCNDVetor viral não replicante
Novavax
EUA
2ºC a 8ºCNDSubunidade proteica
Sinovac (CoronaVac)
China
2ºC a 8ºC97%Vírus
inativado
Sinopharm/Beijing Institute of Biological
Products
China
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Sinopharm/Wuhan Institute of Biological
Products
China
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Bharat Biotech
India
2ºC a 8ºCNDVírus
inativado
Fontes: Organização Mundial de Saúde (OMS). ND significa não divulgado.

Pfizer/BioNTech

A Pfizer irá distribuir a vacina Comirnaty em contentores especiais que mantêm a sua temperatura durante duas semanas, segundo uma especialista do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, Janell Routh, dizendo que para já não está a ser recomendado que hospitais ou clínicas comprem equipamento especial.

Moderna

A vacina da Moderna parece ser mais estável no que concerne à temperatura mas também é claro que vai precisar de uma rigorosa cadeia de frio, não se sabendo ainda detalhes mais rigorosos sobre as temperaturas que devem ser asseguradas na sua distribuição e armazenamento que no entanto deve estar próxima dos -20ºC.

AstraZeneca/Oxford

Já a vacina da AstraZeneca/Oxford necessita apenas de um intervalo de refrigeração comum entre os 2ºC a 8ºC habituais (temperatura conseguida num frigorífico normal) sendo a mais barata das três vacinas em fase mais avançada. Embora aparentemente a eficácia seja menor que as da Pfizer e Moderna, a temperatura e o preço (ver final deste artigo) conferem-lhe uma enorme vantagem competitiva!

Janssen Biotech / Johnson & Johnson

A vacina anti-Covid desenvolvida pela Janssen-Cilag, o laboratório belga que pertence à Johnson & Johnson, foi considerada segura e eficaz pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration – FDA) que em 27 de Fevereiro de 2021 atribuiu uma autorização para uso de emergência, Os pontos mai relevantes são os seguintes:

  • Eficácia 66,9% na prevenção de formas moderadas de Covid-19 e 66,1% nas formas severas/criticas;
  • Temperatura de armazenamento de 2ºC a 8ºC;
  • Dose única de 0,5ml;
  • Efeitos adversos mais frequentes são dor no local da aplicação, dor de cabeça, fadiga, mialgia, náuseas, eritema e inchaço no local da aplicação.
  • Existiram alguns casos de anafilaxia durante os estudos clínicos;
  • Preço 10 USD por dose,

Documentos de aprovação da FDA dos EUA:

FDA – Janssen COVID-19 Vaccine Frequently Asked Questions

Vacinas contra a covid-19

Há 40 vacinas genéticas entre as 187 que estão a ser desenvolvidas contra a covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dez já são testadas em humanos e duas estão na última etapa desta parte da pesquisa.

Pode consultar os relatórios que vão sendo actualizados pela OMS clicando na imagem seguinte.

Vacinas Covid-19 prontas e fase 3

Descrevo de seguida, segundo relatório de Organização Mundial de Saúde (OMS) a lista de 11 vacinas já em fase 3 (última fase) de estudos clínicos ou seja as mais adiantadas e quase prontas para aprovação de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) das mais importantes agências mundiais do medicamento como a FDA (americana) e a EMA (europeia). Algumas destas vacinas, entretanto já estão aprovadas para uso de emergência e a ser aplicadas na população com maior risco de contrair doença grave por COVID-19.

Vacina Covi-19
Laboratório/Produtor

Nacionalidade
Plataforma da
Vacina
Tipo de vacinaDosesDias entre dosesVia de administração
Sinovac (CoronaVac) (China)InativadaInativada214IM
Wuhan Institute of Biological
Products/Sinopharm (China)
InativadaInativada221IM
Beijing Institute of Biological
Products/Sinopharm (China)
InativadaInativada221IM
Bharat Biotech (Índia)InativadaVirião completo inativado228IM
University of Oxford/AstraZeneca (Reino Unido/Suécia)Vetor viral não-replicanteChAdOx1-S228IM
CanSino Biological Inc./Beijing Institute
of Biotechnology (China)
Vetor viral não-replicanteVetor tipo 5 Adenovirus10IM
Gamaleya Research Institute (Sputnik V) RussiaVetor viral não-replicanteAdeno-based (rAd26-S+rAd5-S)221IM
Janssen/Johnson & Johnson Pharmaceutical Companies (Bélgica e EUA)Vetor viral não-replicanteAdenovirus Type 26 vector1
0
IM
Novavax (EUA)Subunidades proteicasFull length recombinant SARS
CoV-2 glycoprotein nanoparticle
vaccine adjuvanted with Matrix M
221IM
Moderna/NIAID (EUA)RNALNP-encapsulated mRNA228IM
Pfizer/BioNTech/Fosun Pharma (EUA/Alemanha/China)RNA3 LNP-mRNAs228IM
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). IM significa intramuscular.

Preços das vacinas

Alguns laboratórios começaram já a revelar o preço ou intervalo de preços das suas vacinas. Descrevo de seguida os preços de algumas das vacinas covid-19 mais faladas, segundo o Business Standard.

Vacina/laboratórioPreço por dose (USD)Doses
Moderna coronavirus vaccine$372
Pfizer/BioNTech coronavirus vaccine$202
Oxford/ AstraZeneca coronavirus vaccine$3 a $42
Jassen/Johnson & Johnson Covid-19 vaccine$101
Russia Sputnik V coronavirus vaccineNão anunciado2
Covaxin India coronavirus vaccine$1,35 (100 rupias)ND
Novavax coronavirus vaccine NVX-CoV2373$162
Fonte: Business Standard ND significa informação não disponível

No final do artigo descrevo as razões da minha escolha para melhor vacina anti Covid-19. Se tem curiosidade deslize já até ao fim deste artigo que vai sendo constantemente atualizado e já mudou a escolha acertada em função dos efeitos colaterais entretanto conhecidos.

Resposta imune como funciona?

Afinal, em termos simples, como responde o nosso sitema imunitário à entrada de um novo vírus? Como se forma a memória imunitária e passa a reconhecer o vírus? A imagem seguinte descreve de forma clara e simplificada esse mecanismo.

Leia também: Este é o TOP 10 medicamentos contra a Covid-19!

Vacina comum como funciona?

A primeira vacina foi criada pelo médico britânico Edward Jenner há pouco mais de 220 anos, na passagem do século 18 para o século 19, para prevenir a varíola.

As vacinas que até agora usavamos envolviam a administração no nosso organismo do vírus ou bactéria (ou parte desses micoorganismos) causadores da doença que desejamos ficar imunes, de forma a causar uma reação do nosso sistema imunitário que a partir desse momento reconhecia uma nova ameaça e passava a responder combatendo esses vírus ou bactérias e evitando a sua reprodução e respectiva doença.

Leia também: Isto é o que torna o sistema imunitário mais forte… toda a verdade!

Para estas vacinas serem seguras, no caso dos vírus e bactérias, antes de nos serem administrados na forma de vacinas, são enfraquecidos na sua capacidade de causar doença (vacinas vivas atenuadas) ou inativados para serem incapazes de se reproduzir no nosso organismo (vacinas mortas inativadas).

Também existem as chamadas vacinas de subunidades. Nestas apenas fragmentos característicos de um vírus, como por exemplo uma proteína da superfície do vírus, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.

Existem também vacinas de toxoides em que a doença é causada não pela bactéria mas por uma tooxina por ela produzida, como é o caso das vacinas contra a difteria e tétano.

Mais recentemente surgiram as vacinas de vetor viral não- replicante, as vacinas de DNA e as vacinas de RNA.

Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:

Vacinas de vírus ou bactérias– Vivas atenuadas
– Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica– Subunidades proteicas
– Partículas semelhantes a vírus
Vacinas toxoides– Imitam a toxina que causa a doença
Vacinas de vetor viral– Replicante
– Não-replicante
Vacinas de ácido nucleico ou genéticas– DNA
– RNA (mais recentes)
Tipos de vacinas

Leia também: Este é o novo plano nacional de vacinação desde os 2 meses até aos 120 anos de idade!

Vacinas vivas atenuadas e vacinas inativadas

Existem já 4 vacinas inativadas anti-Covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. São elas as seguintes:

  • Sinovac;
  • Wuhan Institute of Biological Products/Sinopharm;
  • Beijing Institute of Biological Products/Sinopharm;
  • Bharat Biotech.
Vacinas vivas atenuadas e vacinas inactivadas ou mortas.

Vacinas de subunidades proteicas

Neste tipo de vacina, proteínas do coronavírus são injetadas diretamente no corpo. Da mesma forma, fragmentos ou invólucros de proteínas que imitam a estrutura do vírus também podem ser usados.

A maioria delas imita a proteína spike (espícula), que desempenha papel determinante no processo de entrada vírus na célula, por meio da ligação com o receptor ACE2.

Esse tipo de vacina requer adjuvantes para estimular o sistema imune, bem como múltiplas doses.

Existe já uma vacina deste tipo anti-covid-19 em fase 3 de estudos clínicos. É a seguinte:

  • Novavax.

Vacinas de partículas semelhantes a vírus

Estas são também vacinas de base proteica que utilizam partículas semelhantes a vírus, que imitam um invólucro contendo a estrutura externa viral, porém sem o conteúdo interior.

Estas partículas não são capazes de causar infecção pois não possuem material genético do interior do vírus. Têm a capacidade de gerar uma forte resposta imune, mas são difíceis de ser produzidas.

Vacina de vetor viral

Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como o do sarampo ou um adenovírus é geneticamente modificado para produzir ou transportar até às células, as proteínas do coronavírus. 

Esses vírus estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:

  • Replicante – que ainda se podem replicar dentro das células;
  • Não-replicante – que perderam o poder replicante porque os genes principais foram desativados.

Existem já em fase 3 de estudos clínicos 4 vacinas anti-covid de vetor viral não-replicante. são elas:

  • University of Oxford/AstraZeneca (ChAdOx1-S, 2 doses. IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology;
  • Gamaleya Research Institute;
  • Janssen/Johnson & Johnson (Adenovirus Type 26 vector, 1 ou 2 doses, IM, com 2ª dose 56 dias após a 1ª dose).

Vacina Covid-19 AstraZeneca/Universidade de Oxford

Por exemplo, a vacina da Universidade de Oxford para a Covid-19 é feita com um vector viral não-replicante que utiliza um adenovírus de chimpanzés que foi modificado para ficar inofensivo, que não se replica e entrega nas células humanas um fragmento de material genético do novo coronavírus, induzindo-as a produzir uma proteína semlehante à existente no vírus do SARS-CoV-2.

Segundo informação publicada no jornal Público, a plataforma do vector viral com o adenovírus que a nova vacina de Oxford usa já existe desde 1991, segundo Adrian Hill.

Hill trabalhou com Sarah Gilbert, outra especialista, para aperfeiçoar a tecnologia, o que envolveu usar o vírus da constipação de chimpanzés como o vector através do qual se entregam as instruções de produção da proteína do vírus que se procura imitar, em testes com doenças como a gripe, a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e o Ébola durante a última década. A esperança era que isto se provasse útil um dia contra uma ou mais doenças mortíferas.

A pandemia virou o seu foco para o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, em Janeiro de 2020. A vice-reitora da Universidade de Oxford, Louise Richardson, foi informada sobre o trabalho de Gilbert que parecia promissor para combater o novo coronavírus, mas que a investigação estava a ser levada a cabo sem fundos.

A universidade ofereceu um milhão de libras (cerca de 1,12 milhões de euros) para financiar a investigação até que obtivessem mais financiamento, contou Louise Richardson, o que aconteceu quando o Governo britânico e a AstraZeneca se entenderam em Maio.

Plano Nacional de Vacinação

Em Portugal fazem parte do Plano Nacional de Vacinação recomendado 11 vacinas essenciais aplicadas gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A imagem seguinte descreve o plano completo de vacinação recomendado.

Fonte: Direção Geral de Saúde (DGS). Plano Nacional de Vacinação 2020.

Vacinas extra PNV 2020

Apesar de Portugal ter um excelente plano nacional de vacinação (PNV) existem ainda vacinas recentes mas importantes que estão fora desse plano, principalmente por razões orçamentais.

Vacinas de DNA e RNA

As vacinas de DNA e RNA ou vacinas de ácido nucleico, também denominadas vacinas genéticas são um mundo novo no campo da vacinação em larga escala! Em vez de injetar em nós um vírus ou parte dele, o nosso próprio organismo é “programado” para produzir a proteína do vírus, contra a qual o nosso sistema imunitário vai depois reagir e criar memória imunitária.

Neste tipo de vacina, o ácido nucleico é inserido nas células humanas, que produzem cópias de alguma proteína do vírus. A maioria dessas vacinas codifica a proteína spike do vírus.

Esse fragmento de código genético denomina-se plasmídeo. Neste caso os cientistas identificam a parte do código genético viral que carrega as instruções para a fabricação dessa proteína viral e criam um veiculo de transporte estável (por vezes outro vírus ou um veículo lipídico) para carregar essa “peça genética viral”, plasmídeo, para dentro do nosso organismo e das nossas células.

São vacinas fáceis de desenvolver, porque envolvem apenas o material genético, e não o vírus. No entanto, esta é uma tecnologia que nunca foi usada em nenhuma vacina atualmente licenciada e aprovada pelas autoridades do medicamento como a FDA agência do medicamento norte americana e a EMA agência do medicamento europeia. Assim falta ainda comprovar oficialmente a sua eficácia.

Os termos genéticos mais usados significam o seguinte:

  • DNA (sigla inglesa) ou ADN (sigla portuguesa) significa Àcido Desoxirribonucleico ;
  • RNA (sigla inglesa) ou ARN (sigla portuguesa) significa Àcido Ribonucleico;
  • mRNA significa Àcido Ribonucleico mensageiro.

Plasmídeo

Plasmídeos são moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossómico. Ocorrem geralmente em bactérias e por vezes também em organismos eucarióticos unicelulares e células de eucariotas superiores.

O tamanho de um plasmídeo é bastante diverso variando entre poucos milhares a mais de cem mil pares de bases. Numa única célula, podem existir uma ou várias dezenas de cópias de um mesmo plasmídeo.

A replicação do DNA plasmídico é feita pela mesma maquinaria celular que realiza a replicação do DNA cromossómico, à mesma velocidade ou a uma velocidade superior (o que provoca um número elevado de cópias do plasmídeo na célula).  Os plasmídeos replicam-se de forma independente do DNA cromossómico mas a sua replicação dá-se a cada divisão celular de forma a conservar pelo menos uma cópia em cada célula-filha.

Mecanismo de ação

Depois de absorvidas pelas nossas células, vai funcionar como um manual de instruções para a produção da proteína do vírus. A célula fabrica essa proteína e exibe-a na sua superfície ou liberta-a na corrente sanguínea, estimulando e “alertando” o nosso sistema imunitário.

Existem em fase 3 de estudos clínicos apenas 2 vacinas de RNA anti-covid-19, são elas:

  • Moderna/NIAID (LNP-encapsulated mRNA, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);
  • BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer (3 LNP-mRNAs, 2 doses, IM, com 2ª dose 28 dias após a 1ª dose);

Vantagens das vacinas genéticas

No caso das comuns vacinas atenuadas ou inativadas, é preciso cultivar uma grande quantidade de vírus para usá-los como matéria prima. Com as vacinas genéticas basta criar em laboratório a sequência genética desejada. Isto exige uma estrutura de produção mais simples e provavelmente com menores custos de produção.

Este tipo de vacina pode ser produzida mais rapidamente em grande escala e também é mais flexivel ou seja podem ser rapidamente adaptadas se o SARS-CoV-2 sofrer mutações perigosas.

As vacinas genéticas eliminam o risco da pessoa vacinada ficar doente, o que pode acontecer em pacientes imunodeprimidos quando são usadas vacinas com os vírus atenuados.

O tempo necessário para desenvolver uma vacina também diminui drasticamente. Normalmente, leva-se meses para ter uma vacina pronta para os primeiros testes. Com a vacinas genéticas, pode demorar apenas algumas semanas.

A Moderna levou 42 dias do momento em que recebeu a sequência genética do vírus até começar os estudos da vacina contra a covid-19. Isso é quase impossível com outras tecnologias.

Os testes mostraram, até agora, que as vacinas genéticas contra a covid-19 geraram uma reação do sistema imunológico pelo menos tão boa quanto a de outras candidatas não genéticas. Assim elas não são apenas mais seguras e relativamente baratas de produzir, mas bastante eficazes.

Vacinas de DNA

Se estas vacinas têm tantas vantagens, porque é que ainda não há nenhuma aprovada para o uso em humanos?

Trata-se de uma tecnologia é recente. As vacinas genéticas estão a ser desenvolvidas há cerca de 30 anos mas só recentemente começaram a dar resultados positivos e garantias de utilização segura e eficaz.

No início, os cinentistas acreditavam que seria melhor fazer este tipo de vacina usando DNA, a molécula que guarda todas as informações genéticas de um organismo sendo usada pelas nossas células para produzir as proteínas essenciais à nossa sobrevivência.

No entanto nesse processo de produção proteica o DNA precisa de ser transformado em moléculas de RNA, que transporta essas instruções até à parte da célula onde as proteínas são produzidas.

Os cientistas acreditavam que, ao injetar o DNA do vírus em nós, ele poderia ser absorvido pelas nossas células e transformado em RNA para produzir a proteína desse microorganismo, dando assim início à reação imune do nosso corpo.

No entanto os testes feitos até agora mostraram que as vacinas de DNA não produzem uma resposta imunológica suficientemente forte em humanos.

Vantagens das vacinas de DNA

São diversas as vantagens das vacinas de DNA se conseguirem ser estáveis e seguras. Descrevo de seguida as principais.

Desenho– Sequências podem ser rapidamente clonadas e modificadas
– Altamente flexivel, podendo codificar vários tipos de proteínas como antigéneos virais ou bacterianos e proteínas imunoreguladoras
Produção– Produção e formulação rápidas
– Reproduzivel em larga escala
– Baixo custo e fácil de produzir
Segurança– Não reverte para forma virulenta ao contrário das vacinas atenuadas
– Não foram observados efeitos adversos significativos nos ensaios clínicos já efectuados.
Estabilidade– Estável à temperatura ambiente ao contrário das vacinas de RNA
– Longo tempo de armazenamento.
Mobilidade– Facilidade de armazenamento
– Facil transporte
– Não necessitam cadeia de frio.
Imunogenicidade– Indução de resposta imune celular (celulas T) e humoral (celulas B) específicas para os antigénios testados.

Polémicos riscos e problemas

Os céticos deste tipo de vacinas de DNA alegam os riscos associados à manipulação do nosso material genético celular com consequências ainda imprevisiveis para a nossa saúde a médio e longo prazo. De facto as vacinas de DNA podem apresentar alguns problemas e riscos descritos no quadro seguinte.

Integração no DNA celularA integração poderia causar mutagénese de inserção, instabilidade cromossómica ou ativação/inativação de genes supressores de tumor. Não foi detectável em níveis relevantes → abaixo da frequência de mutação espontânea. Contudo vetores modificados ou métodos para aumentar a imunogenicidade (adjuvante e transfecção) poderiam aumentar as probabilidades de integração. Assim, há necessidade de mais estudos.
Resposta autoimune (DNA)A introdução do DNA e um plasmídeo poderia levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes. Estudos pré-clínicos em primatas não humanos e humanos não detectaram aumento de anticorpos anti-DNA ou anti-núcleo.
Resistência aos antibióticosA produção das vacinas de DNA envolve a seleção de bactérias que contêm o plasmídeo recombinante usando a resistência a antibióticos, que é conferida por um gene presente neste plasmídeo. Sendo que alguns plasmídeos contêm o gene de resistência à canamicina, um antibiótico pouco usado no tratamento de infecções em humanos. Estratégias alternativas estão a ser desenvolvidas substituindo a seleção com antibiótico por outros tipos de seleção para o uso em humanos.
Baixa imunogenicidade em humanos e animais de grande porteOs plasmídeos de DNA de primeira geração promoveram níveis baixos de resposta de células T e B e memória celular em humanos e primatas não humanos de grande porte. Entretanto, novas formulações de adjuvantes, sistemas de libertação de DNA e sistema o “prime-boost” estão em desenvolvimento para melhorar essa resposta.

Vacinas de RNA perigos e problemas

Como alternativa ao uso de DNA na vacina os cientistas tentam usar diretamente o RNA. No entanto existe um problema sério… é que essa molécula é capaz de gerar uma inflamação demasiado forte no organismo humano que pode no limite ser fatal!

O RNA também é muito mais instável do que o DNA e degrada-se facilmente no nosso organismo pois temos imensas enzimas que atacam o RNA. Assim para ser injectado no nosso corpo o RNA tem que ser protegido da ação destruidora dessas enzimas.

A instabilidade do RNA também pode exigir para uma vacina viável, que a cadeia de frio seja efectuada a uma temperatura muito mais baixa que o habitual. Assim o transporte em cadeia de frio sem falhas obriga a um esforço acrescido dessa logística de conservação e transporte até ao local de aplicação.

Como exemplo a Pfizer anunciou que a sua vacina de RNA anti-covid19 pode necessitar de refrigeração até -70ºC para manter a sua estabilidade!

Proteção do RNA

Nos últimos 15 anos, os cientistas desenvolveram uma espécie de envelope para proteger o RNA. Também conseguiram reduzir o potencial inflamatório do RNA. Assim os passos decisivos na grande evolução destas vacinas nos últimos meses é a tecnologia para estabilização do envelope protetor do RNA e a mitigação do seu poder inflamatório para níveis aceitáveis e compativeis com uma vacina que seja segura para uso humano.

Temperatura de conservação

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech tem uma eficácia superior a 90% e está a ser vista com esperança em todo o mundo, mas até ela chegar é preciso enfrentar os problemas logísticos da sua distribuição. E a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que nenhum país está preparado para armazenar a vacina.

Esta vacina precisa de ser mantida e transportada a uma temperatura de -70ºC e pode aguentar apenas cinco dias a temperaturas entre os 2ºC e os 8.ª . Com termo de comparação, a vacina da gripe comum aplicada anualmente, pode ser armazenada num frigorífico comum.

Distribuição como vai funcionar?

Já existe uma ideia de como será feita a distribuição nos EUA e no mundo. A vacina Pfizer distribuída nos EUA será fabricada na sua principal fábrica, em Kalamazoo, no Michigan. Na Europa, o centro de distribuição está em Puurs, na Bélgica. Toda a logistica exigirá um imenso esforço de coordenação para que não se percam muitas doses da vacina por quebra da cadeia de frio.

Contentores termais serão cheios de gelo seco (dióxido de carbono sólido) e 975 frascos da vacina, sendo que cada um contém cinco doses, num total de 4875, segundo disse a Pfizer à AFP.

Todos os dias, seis camiões vão levar essas doses para transportadoras como a FedEx, UPS ou DHL, que as distribuírão pelos EUA num ou dois dias e, no resto do mundo, em três dias. A empresa espera uma média de 20 voos de carga diários para todo o mundo.

A FedEx teve que obter permissão especial das autoridades de aviação civil para transportar tanto gelo seco, já que este pode ser um perigo para a tripulação se passar pelo processo de sublimação, do dióxido de carbono do estado sólido para o gasoso.

Assim que as caixas chegarem ao destino, podem ser abertas por pouco tempo apenas duas vezes por dia, pelo que só será viável que seja administrada em grandes clínicas ou hospitais, não em farmácias ou pequenos consultórios, já que estes não terão os meios necessários para a manter.

A Pfizer prevê produzir 50 milhões de doses este ano e 1,3 mil milhões em 2021. Os EUA já encomendaram cem milhões no total, incluindo 20 a 30 milhões que devem ser entregues até ao final de dezembro. Já a União Europeia encomendou 200 milhões, o Japão 120 milhões, o Reino Unido 30 milhões e o Canadá 20 milhões.

A DHL estima que seja necessário entregar 15 milhões de contentores nos próximos dois anos, sendo precisos 15 mil voos em todo o mundo.

Cada pessoa precisa de receber duas doses da vacina, com três semanas de diferença, para esta funcionar, segundo a Pfizer e a BioNTech.

Polémicas vias de administração

As vias de administração das vacinas de DNA, pela sua sofisticação e importância na eficácia da resposta imune, são um dos argumentos dos céticos da vacinação para fortalecer as suas polémicas teorias da conspiração. Descrevo de seguida a complexidade deste tema para enterdermos melhor a polémica instalada!

Importância da via de administração

Para garantir a expressão eficaz do antigénio de interesse e desencadear a reposta imunológica do hospedeiro é fundamental que o DNA seja entregue, sem danos, às células do hospedeiro e transportado ao núcleo celular. Uma das grandes dificuldades de utilização das vacinas de DNA é a transferência ineficaz, in vivo, do plasmídeo de DNA para os núcleos de células de mamíferos.

A injeção intramuscular de DNA nu (”naked DNA”) tem mostrado eficácia em modelo animal, no entanto os resultados obtidos em estudos com primatas e estudos clínicos, mesmo utilizando altas doses de plasmídeo, não foram satisfatórios.

Para conseguir ultrapassar estes problemas, diversas estratégias foram desenvolvidas. A utilização de diferentes vias de inoculação da vacina de DNA é apenas uma delas. No início, os estudos utilizaram o bombardeamento das células com partículas de ouro envoltas por DNA (gene-gun) ou inoculação intramuscular. Entretanto, novos métodos físicos de administração estão a ser pesquisados.

O plasmídeo de DNA pode ser inoculado na pele ou no músculo. A administração do DNA pela via intramuscular leva à produção da proteína codificada pelo plasmídeo nas células musculares durante meses.

Se for utilizada a via intradérmica induz-se maior imunogenicidade, devido à presença de células apresentadoras de antígenos em grande quantidade na pele, como as células de Langehans na epiderme e células dendriticas na derme.

Outros métodos físicos de inoculação estão em teste, como por exemplo o jet-injector e a tatuagem intradérmica (DNA tatooing).

Intradérmica e intramuscular

A administração das vacinas de DNA por via intramuscular foi uma das primeiras a ser utilizada, principalmente em função da facilidade e simplicidade do método, que permite o uso em larga escala. Entretanto, de acordo com a via de administração utilizada para a inoculação dos plasmídeos obtemos níveis de expressão dos antígenos diferentes. Este facto sugere que quantidade e características das células transfectadas interferem neste processo.

Tanto a via intramuscular, quanto a intradérmica promovem uma libertação do DNA do plasmídeo no meio extracelular, onde surge o problema da maior parte ser degradada rapidamente por nucleases. Dessa forma, os estudos que avaliaram essas vias, relatam a necessidade de uma concentração de DNA pela via intramuscular 100 vezes maior que o sistema gene gun para proporcionar uma resposta imune equivalente.

Gene Gun

Esta técnica, também conhecida como biobalística, utiliza microesferas de ouro envoltas em DNA que são bombardeadas através da pele. Assim o DNA chega diretamente ao citoplasma celular, o que não acontece com as administrações intradérmicas e intramusculares com agulha em que o DNA é libertado no espaço extracelular.

Esta técnica utiliza uma quantidade menor de plasmídeos de DNA se comparada às injeções de DNA clássicas. Num estudo comparando a técnica de gene-gun com injeção intradérmica direta, em modelo murino e aviário, utilizando uma vacina contra o vírus Influenza (causador da gripe), foi necessária uma quantidade 250 a 2500 vezes menor de DNA utilizando a técnica gene gun. No entanto, devido às limitações da técnica, esta não está a ser utilizada para estudos em humanos.

Eletroporação

Esta é a técnica em maior destaque para uso em animais. Consiste na estimulação elétrica do tecido muscular, após a injeção de plasmídeos de DNA pela via intramuscular ou intradérmica com o objetivo de permeabilizar as membranas das células de forma transitória e assim melhorar a eficiência da transfecção.

Esta técnica também induz a produção de citocinas pró-inflamatórias e aumenta a migração de células T e apresentadoras de antígenos. É descrito que a eletroporação aumenta à eficácia das vacinas de 10 a 1000 vezes.

Os pontos negativos da eletroporação são os seguintes:

  • Dor e desconforto do próprio procedimento;
  • Dispositivos ainda pesados;
  • Custo elevado;
  • Dificuldade da aplicação intramuscular em indivíduos obesos.

O desconforto da eletroporação intradérmica é menor do que a intramuscular. Ainda é necessário avaliar a sua viabilidade para uso em vacinas profiláticas. Atualmente, a eletroporação in vivo tem sido amplamente utilizada em ensaios clínicos.

Jet-injector

O método Jet-injector faz a inoculação do plasmídeo de DNA sem utilizar agulhas, como por exemplo o Biojector® (Bioject Medical Technologies, EUA). Nesta técnica, uma solução contendo o DNA do plasmídeo é pulverizada através da pele com o objetivo de transfectar células de Langerhans diretamente.

Os estudos existentes com primatas não humanos comparando o Biojector® com a seringa convencional não relataram aumento da imunogenicidade. Outros ensaios clínicos estão a ser desenvolvidos, assim como outros dispositivos de administração intradérmica sem agulha.

Tatuagem intradérmica

Esta técnica utiliza a estratégia de introdução dos plasmídeos de DNA na pele em multiplas injeções em vez de uma única, o que desencadearia uma resposta imunológica mais eficiente. Dessa forma, o DNA é entregue para a camada epidérmica da pele por milhares de injeções usando um dispositivo de tatuagem que foi denominado tatuagem de DNA (DNA tattooing).

Após a tatuagem, relata-se uma expressão de antígeno 10 a 100 vezes menor e de duração mais curta que a obtida pela inoculação intramuscular. Porém a apresentação do epítopo codificado pela vacina para as células T CD8+ foi nitidamente melhor.

Esse facto poderia ser explicado pela característica da pele ser mais rica em células apresentadoras de antígenos que o músculo. Além disso, o procedimento de tatuagem levaria a uma maior agressão local resultando na libertação de mais citocinas que uma única injeção intramuscular ou intradérmica, atuando assim como uma espécie de adjuvante.

Via mucosa

Esta via tem grande vantagem, uma vez que vários patógenos utilizam a mucosa como porta de entrada no organismo hospedeiro. Por esse motivo, vários adjuvantes, e sistemas de distribuição foram avaliados para a imunização por essa via, incluindo os sistemas de entrega mediada por partículas, lipossomas, bactérias como carreadores, entre outros.

Além da avaliação de diferentes vias de inoculação das vacinas de DNA, outras metodologias vêm sendo desenvolvidas e testadas visando aumentar a imunogenicidade destas vacinas. Alguns grupos direcionam o DNA para células alvo, como por exemplo para as células dendríticas, que são excelentes APCs.

Uma abordagem muito promissora é o “prime-boost” heterólogo, em que o animal recebe duas vacinas diferentes usando o mesmo antígeno:

– Uma dose com a vacina de DNA e outra dose com um outro tipo de vacina, como por exemplo, vacinas que utilizam vetores virais ou vacinas de subunidade.

Uma outra abordagem é a utilização de bactérias como carreadores da vacina de DNA, já que com essas há um direcionamento para células específicas e a ativação de receptores de padrões moleculares associados a agentes patogênico.

O estudo da vacina da Moderna envolve 30 mil participantes nos Estados Unidos. A pesquisa da Pfizer/BioNTech/Fosun também conta com 30 mil voluntários nos Estados Unidos e em outros países, entre eles o Brasil. Em ambos os casos, as empresas já desenvolviam vacinas de RNA para combater outros vírus.

No caso da Moderna, era o Nipah, que é transmitido por morcegos e pode causar problemas respiratórios e inflamação no cérebro potencialmente mortais.

A Pfizer e a BioNTech estavam a desenvolver uma vacina de RNA contra o vírus influenza, causador da gripe comum.

O objetivo é fazer as nossas células produzirem a proteína do coronavírus conhecida como espícula, que tem uma grande capacidade de gerar uma resposta forte do nosso sistema imunitário.

Os resultados publicados mostram que elas induzem à produção de uma grande quantidade de anticorpos que neutralizam o vírus. O teste final será ver se essa proteção é duradoura. O estudo da Pfizer vai durar dois anos, mas a empresa já apresentou resultados positivos.

Segurança e aprovação

A corrida às vacinas contra a Covid-19 é uma coisa nunca vista, principalmente do lado científico da pesquisa, desenvolvimento e testagem em massa para aferição de eficácia e segurança.

Na minha opinião um dos detalhes de segurança para já mais preocupantes é haver apenas para consulta a documentação científica dos laboratórios produtores da vacina ou seja da parte interessada na aprovação da autorização de introdução no mercado (AIM)… e respectivo lucro associado!

Toda a informação dos ensaios clínicos deve ser revista com rigor, sem falhas, por cientístas independentes que trabalham nas diversas agências do medicamento, como a FDA americana e a EMA europeia, antes de ser dada a AIM. Esta é uma regra de ouro na aprovação de qualquer novo medicamento e as vacinas devem seguir o mesmo protocolo de segurança.

Confio que as mais relevantes Farmacêuticas e laboratórios de pesquisa científica na área do medicamento, que desenvolvem vacinas contra a Covid-19, sejam geridas por “pessoas de bem” mas infelizmente a história lembra-nos que sempre existiram casos de falso protagonismo, lutas de poder, mentiras, ganância descarada… e muitas omissões…!

Da minha parte salvo informação científica em contrário confio um pouco mais nas vacinas de parceria Europeia, Japonesa e Americana.

Qual a melhor vacina?

Das vacinas mais faladas, Pfizer, Moderna e AstraZeneca/Oxford, Janssen/Johnson&johnson, já aprovadas na União Europeia e/ou nos EUA, a vacina da Janssen/Johnson tem a grande vantagem de necessitar apenas de uma dose, mantendo as seguintes importantes características:

  • Sem efeitos adversos graves registados em vacinados o que significa um elevado perfil de segurança;
  • Eficácia média/alta, entre 66,1% a 66,9% o que é considerado bom tendo em conta, por exemplo, que a eficácia da vacina sazonal da gripe comum é menor que 50%.
  • Não necessita de cadeia de frio especial pelo que pode ser aplicada em Farmácias e centros de saúde, por exemplo, desde que armazenada a uma temperatura entre 2ºC e 8ºC em frascos selados;
  • Preço médio 10 USD (dólares americanos) o que significa que pode chegar a mais países;
  • A tecnologia utilizada de vetor viral não-replicante é menos polémica e portanto mais resistente a teorias da conspiração que as vacinas que utilizam RNA como as da Pfizer e Moderna;
  • Reconhecida confiança global de uma empresa Farmacêutica sólida apoiada por investigação prestigiada.

Em março de 2021, a melhor vacina para vacinação global parecia ser a da Janssen/Jonhson, já aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). No entanto, tal como no caso da vacina da Astrazeneca, a vacina da Janssen e J&J parece ter originado casos muitos raros de formação de estranhos coágulos no cérebro em simultâneo com baixos níveis de plaquetas, provocando a morte a algumas pessoas, principalmente mulheres com menos de 60 anos!

Ambas as vacinas, Astrazeneca e Janssen, foram assim sujeitas a uma suspensão, temporária, em alguns países, para avaliação da sua segurança em virtude do surgimento destes efeitos secundários graves, não descritos nos ensaios clínicos!

Referências:

CHAS PLANTAS e INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS




Chás, plantas, frutos e interações com medicamentos: Será que um chá para emagrecer e outros chás de plantas e produtos naturais podem interferir com os medicamentos que compra na farmácia? Como medida de precaução o Observatório de Interações Planta-Medicamento (OIPM), da Universidade de Coimbra, fez a avaliação do risco e destacou, dentro dos grupos terapêuticos mais consumidos, tais como medicamentos para a hipertensão, diabetes e colesterol elevado entre outros, quais as interações mais comuns  com chás, plantas e frutos.

Sabia, por exemplo, que um simples chá de hipericão pode “cortar” o efeito da pílula anticoncepcional?

Que fique claro que este artigo não pretende “denegrir” as propriedades terapêuticas dos chás e das plantas adiante citadas… principalmente nas pessoas saudáveis… eu próprio utilizo algumas como rotina diária pois, em contextos específicos, podem ter extraordinários efeitos terapêuticos em alguns doentes… no entanto noutros podem causar problemas graves, conforme estudos que pode consultar nas referências bibliográficas.

Assim este artigo apenas pretende focar os cuidados a ter nos doentes com certas patologias que requerem medicação diária e que por conseguinte estão sujeitos a uma muito maior probabilidade de interações indesejadas.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Anti-cancerígenos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Anti-hipertensores: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Antidiabéticos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Anticoagulantes: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Antidepressivos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Pilulas anticoncepcionais: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Analgésicos e antiinflamatórios: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Antibióticos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
  • Colesterol elevado: Quais as interações com chás, plantas e frutos?

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Um fator de grande preocupação na auto-medicação é o facto de que em média 70 % das pessoas que tomam medicamentos ditos naturais não dizem ao médico que os estão a tomar. É de entendimento comum que o que é natural não faz mal, e não só não dizem ao médico, como ignoram que o “chá” que tomam diariamente pode ter interferências directas com o medicamento prescrito pelo seu médico.

– O efeito dos anti-hipertensores (medicamentos para baixar a pressão arterial) pode ser potenciado pela gingko ou pelo alho (quando consumido em grandes quantidades na alimentação, ou em suplementos). Situação inversa pode acontecer, a sua actividade pode ser contrariada em casos de consumo de grandes quantidades de chá verde ou preto (da planta do chá Camellia sinensis) ao longo do dia, uma vez que este chá contém cafeína, que aumenta a pressão arterial. O mesmo pode acontecer com o ginseng asiático e o alcaçuz.

– Por sua vez os efeitos dos medicamentos usados para controlar os níveis de açúcar na diabetes podem ser exacerbados se ao mesmo tempo se consumirem plantas como o aloé, goma de guar, psílio, sementes de linhaça, o ginseng americano, noni, mirtilos, bardana, sabugueiro, entre outros. Daqui podem resultar episódios de hipoglicémias que geralmente se associam à medicação e nunca com produtos que estão a ser consumidos simultaneamente.

– O efeito de medicamentos para baixar o colesterol (sinvastatina ou atorvastatina) pode ser diminuído pelo consumo continuado da erva de S. João ou da salvia, ou mesmo por elevada quantidade de sumo de laranja diariamente. Pode contudo ocorrer uma maior permanência destes mesmos medicamentos no organismo devido ao consumo de outras plantas tais como o ginseng, aloé, raiz dourada. Esta situação pode resultar numa maior incidência de efeitos secundários e toxicidade associados ao medicamento, tal como a rabdomiólise e consequentes dores musculares.

A Gingko biloba pode ainda interagir com medicamento anticoagulantes (ex: varfarina), medicamentos antiagregantes plaquetares (ex. ácido acetilsalicílico), medicamentos anti- hipertensores (ex. nifedipina, nicardipina), antidepressivos (ex: trazodona), cardiotónicos (ex. digoxina), entre outros.

O Aloe vera pode também interagir com cardiotónicos (ex. digoxina), diuréticos tiazídicos, antiagregantes plaquetares (ex: ácido acetilsalicílico), anestésicos (ex. sevoflurano desencadeando hemorragias dado que diminui a agregação plaquetar) e ainda com alguns antineoplásicos.

O chá verde pode interagir com anticoagulantes (ex. varfarina) e medicamentos usados no tratamento de cancro (ex. bortezomib).

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Misturas a evitar

Existem chás , plantas e alimentos que interferem de forma muito acentuada na actividade terapêutica de alguns medicamentos muito importantes, tais como:

  • Anticancerígenos
  • Anti-hipertensores
  • Antidiabéticos
  • Anticoagulantes
  • Antidepressivos
  • Pilulas anticoncepcionais
  • Analgésicos e antiinflamatórios
  • Antibióticos

Alguns chás de uso corrente e generalizado, tais como o chá verde, chá preto, chá de camomila, chá de hipericão podem alterar significativamente os objectivos terapêuticos do doente. Em alguns casos a dose do medicamento é potenciada noutros é diminuída de forma bastante perigosa.

Cancro

Podem alterar o efeito terapêutico dos anticancerígenos por potenciar a toxicidade ou diminuir a eficácia, a saber:

  • Açafrão-da-índia
  • Açaí
  • Alcaçuz
  • Aloe
  • Bagas de goji
  • Cardo mariano
  • Chá preto
  • Chá verde
  • Dente-de-leão
  • Equinácea
  • Hipericão
  • Mangostão
  • Noni
  • Pau d’arco

Açafrão da India
Açafrão da Índia

Açai
Açai

Plantas que podem diminuir a absorção da medicação ou aumentar a sua eliminação do organismo, diminuindo o efeito terapêutico do anti-cancerígeno, a saber:

  • Aipo,
  • alcachofra,
  • bétula,
  • boldo,
  • cáscara sagrada,
  • cavalinha,
  • dente-de-leão,
  • ruibarbo,
  • sene,
  • urtiga,
  • uva-ursina

Dente de leão
Dete de leão

Hipertensão

Podem alterar o efeito dos anti-hipertensores se tomados em grandes quantidades ou em suplementos, a saber:

  • Bagas de goji
  • Alho

Bagas de Goji
Bagas de Goji

Podem diminuir demasiado a pressão, provocando hipotensão, a saber:

  • Ginkgo,
  • Oliveira
  • Pirliteiro

Podem provocar um aumento de pressão arterial, contrariando o efeito dos anti-hipertensores, a saber:

  • Alcaçuz
  • Beringela
  • Chá preto
  • Chá verde
  • Ginseng asiático

Chá preto
Chá preto

Diabetes

Podem aumentar os efeitos dos antidiabéticos e insulina, resultando em hipoglicemia ( glicémia muito baixa ), a saber:

  • Açafrão-da-índia
  • Aloé
  • Bagas de goji
  • Bardana
  • Canela
  • Gengibre
  • Ginseng
  • Goma de guar
  • Mirtilos
  • Noni
  • Psílio
  • Sabugueiro
  • Sementes de linhaça

Noni
Noni

Aloé
Aloé

Colesterol elevado

O efeito de medicamentos para baixar o colesterol (sinvastatina ou atorvastatina) pode ser diminuído pelo consumo continuado de:

  • Erva de S. João,
  • Salvia,
  • Sumo de laranja em quantide elevada diariamente.

Pode contudo ocorrer uma maior permanência destes mesmos medicamentos no organismo devido ao consumo de outras plantas tais como:

  • Ginseng,
  • Aloé,
  • Raiz dourada.

Esta situação pode resultar numa maior incidência de efeitos secundários e toxicidade associados ao medicamento, tal como a rabdomiólise e consequentes dores musculares.

Doenças tromboembólicas

As seguintes plantas Interagem com os anticoagulantes e podem aumentar o risco de hemorragias, a saber:

  • Açafrão
  • Alfalfa
  • Alho
  • Aloé
  • AngélicaB
  • Bagas de goji
  • Camomila
  • Cardo mariano
  • Castanheiro-da-índia
  • Clorela
  • Gengibre
  • Ginkgo
  • Palmeto
  • Pirliteiro

Cardo mariano
Cardo mariano

Folhas de Ginkgo
Folhas de Ginkgo

Podem diminuir a eficácia dos anticoagulantes, aumentando o risco de AVC e enfarte, a saber:

  • Chá preto
  • Chá verde
  • Hipericão
  • Noni
  • Urtiga

Hipericão
Hipericão

Depressão:

Plantas que podem alterar o efeito de ansiolíticos e antidepressivos fármacos, a saber:

  • Açafrão-da-índia
  • Alcaçuz
  • Camomila
  • Cardo mariano
  • Centelha asiática
  • Dente-de-leão
  • Erva-cidreira
  • Erva-de-gato
  • Ginkgo
  • Hipericão
  • Lavanda
  • Mangostão
  • Passiflora
  • Tília
  • Valeriana

Mangostão
Mangostão

Valeriana
Valeriana

Pílulas anticoncepcionais

Plantas que podem diminuir a eficácia da pílula em situações pontuais, a saber:

  • Amieiro negro
  • Anho-casto
  • Cáscara sagrada
  • Clorela
  • Dente-de-leão
  • Hipericão
  • Sene
  • Trevo vermelho

Trevo vermelho
Trevo vermelho

Anho Casto
Anho casto

Analgésicos e anti-inflamatórios

Plantas que se usadas juntamente com anti-inflamatórios podem aumentar a toxicidade e o risco de hemorragias e nódoas negras, a saber:

  • Alho
  • Açafrão-da-índia
  • Alcaçuz
  • Angélica
  • Camomila
  • Cardo mariano
  • Harpagófito
  • Lavanda
  • Mangostão
  • Noni
  • Palmeto
  • Trevo vermelho

Chá de camomila
Chá de camomila

Antibióticos

Plantas que podem diminuir a eficácia e segurança do medicamento, a saber:

  • Açafrão-da-índia
  • Alcaçuz, alecrim
  • Alho
  • Ananás
  • Dente-de-leão
  • Equinácea
  • Funcho
  • Noni
  • Toranja

Alho
Alho

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Concluindo

Existe a ideia generalizada, numa importante parte da população, que um “chazinho de plantas”…portanto “natural” se não faz bem mal não faz! Acontece que existem imensas interacções entre chás e plantas com muitos dos medicamentos importantes que tomamos com regularidade. Chega-se mesmo ao ponto de dizer que têm efeitos anti-cancerígenos plantas que os estudos científicos mais rigorosos nada provaram e alguns aliás até provaram o contrário ou seja que essas plantas podem atrasar os efeitos anti-cancerígenos dos medicamentos prescritos aos doentes oncológicos! Significa portanto que podem haver interacções muito graves entre plantas e alguns medicamentos, colocando, em alguns casos, em risco a vida dos doentes.

Fale com o seu médico ou Farmacêutico e leve os medicamentos que está a tomar e decida em conjunto o que é melhor para si. Para quem gosta de chás e eu também gosto 🙂  a boa notícia é que existe tanta escolha que certamente pode encontrar, com a ajuda do seu médico e Farmacêutico, o mais adequado para si ou seja aquele que lhe dê prazer a tomar mas também lhe traga algum benefício terapêutico.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências bibliográficas:

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MASCNE E ACNE PREVENIR E TRATAR TODA A VERDADE

Mascne ou acne causado pelo uso da máscara é uma nova condição de saúde que está a aumentar muito a incidência na população e a preocupar cada vez mais pessoas de várias idades, incluindo muito adultos mesmo alguns que nunca tiveram acne.

A Mascne aparece mais nas mulheres com peles mistas a oleosas e as zonas do rosto mais afectadas são as seguintes:

  • Maçãs do rosto
  • Queixo
  • Nariz

Não importa se costuma ter erupções cutâneas ou se tem uma pele quase perfeita, mascne ou acne provocado pela máscara, é um efeito colateral infeliz do uso diário de máscara que todos nós usamos para retardar a transmissão de Covid -19.

A macne pode ser literalmente uma dor de cabeça, mas isso não significa que deva parar de usar máscara. Se tratar a sua pele e limpar adequadamente as coberturas do rosto, deverá ser capaz de controlá-la e eliminar a ocorrência de erupções maiores.

A pele de cada pessoa reage de maneira diferente a produtos e diversas causas de stress. Assim vá devagar e faça um teste local de qualquer ingrediente novo e potencialmente irritante.

Anatomia da pele

Para entendermos bem o mecanismo de formação do acne é essencial conhecer a anatomia da pele e em particular o folículo piloso.

Acne o que é?

O acne surge devido a uma interação entre hormonas, óleos da pele e bactérias levando à inflamação dos folículos pilosos (os poros na pele onde crescem os pelos). O acne caracteriza-se por muitos tipos de lesões da pele, tais como:

  • Comedões abertos, denominados cravos;
  • Comedões fechados, chamados pontos brancos;
  • Comedões fechados inflamados, chamados espinhas;
  • Pápulas que são protuberâncias salientes e sólidas;
  • Pústulas, que são protuberâncias superficiais contendo pus;
  • Nódulos, são protuberâncias mais profundas e firmes contendo pus;
  • Cistos são bolsas maiores contendo pus;
  • Abcessos, surgem por vezes e são bolsas ainda maiores e mais profundas que os cistos, contendo pus.

Formação do acne : Ponto branco, ponto negro, pápula, pústula, nódulo e cisto

Acne é uma condição cutânea de longa duração caracterizada por áreas de pontos negros, pontos brancos, pústulas, pele oleosa e possibilidade de aparecimento de cicatrizes. Dependendo do grau de incidência, infecção e dimensão dos pontos de acne sobre a pele, as consequências na aparência podem provocar desde desconfortos pontuais, passando por ansiedade, diminuição da autoestima até, em casos extremos, depressão e pensamentos de suicídio.

É um problema que deve ser encarado com seriedade pois, além das lesões físicas, as implicações psicológicas podem ser bem mais graves!

Causas do Acne

Estima-se que 80% dos casos tenham origem genética. O papel da dieta enquanto causa ainda não é claro. A higiene ou a luz do sol não parecem ter qualquer influência. No entanto, o tabagismo aumenta o risco de vir a desenvolver acne e a sua gravidade. 

O acne afeta principalmente a pele com elevado número de glândulas sebáceas, como o rosto, a parte superior do peito e as costas. O consumo de esteroides anabolizantes geralmente provoca o aparecimento de acne nos ombros e na parte superior das costas.

Durante a puberdade, em ambos os sexos, o aparecimento do acne deve-se muitas vezes ao aumento da quantidade de andrógenos como a testosterona, estando também envolvida a bactéria Propionibacterium acnes.

Tipos de acne

Conforme a profundidade e gravidade das lesões o acne pode manifestar-se de várias formas e divide-se em leve, moderado e grave.

Acne leve

No acne leve desenvolvem somente alguns (menos de 20) cravos e comedões sem inflamação ou um número moderado de espinhas pequenas, ligeiramente irritadas. Pústulas, que parecem espinhas com topo amarelado, também podem desenvolver-se. Cravos aparecem como pequenas saliências da cor da carne com um centro escuro. Comedões têm uma aparência semelhante, mas sem o centro escuro. Espinhas provocam um ligeiro incómodo e têm um núcleo branco rodeado por uma pequena área de pele avermelhada.

Acne moderado

Pessoas com acne moderada têm mais cravos, comedões, espinhas e pústulas.

Acne grave

No acne grave aparecem um grande número de cravos e comedões, espinhas e pústulas ou acne cística (profunda). Na acne cística, as pessoas têm cinco ou mais cistos consistindo em nódulos grandes, vermelhos, dolorosos e cheios de pus que podem se fundir sob a pele formando abscessos maiores e supurativos.

Acne conglobata

O acne conglobata é a forma mais grave de acne, causando cicatrizes graves e outras complicações decorrentes de abscessos. A acne grave pode surgir nos braços, no abdômen, nas nádegas e até mesmo no couro cabeludo.

Acne fulminante e pioderma facial

O acne fulminante e o pioderma facial (também chamado rosácea fulminante) são dois tipos de acne grave possivelmente relacionados e raros que costumam surgir de repente.

Tratamento

O cuidado geral da acne é muito simples. As áreas afetadas devem ser cuidadosamente lavadas com sabão suave, uma ou duas vezes por dia. Sabões antibacterianos ou abrasivos, compressas de álcool e fricção constante não proporcionam qualquer benefício adicional e podem irritar ainda mais a pele. Os cosméticos devem ser à base de água, pois produtos muito gordurosos pioram a acne.

Estão disponíveis muitas opções de tratamento destinadas a melhorar a aparência do acne, entre as quais alterações ao estilo de vida e medicação. Ingerir hidratos de carbono simples em menor quantidade, como o açúcar, pode ajudar. Os tratamentos mais comuns são a aplicação tópica de peróxido de benzoílo, ácido salicílico e ácido azelaico. 

Estão também disponíveis antibióticos e retinoides tópicos e orais No entanto, é possível que possam provocar resistência antibiótica. Em mulheres, algumas pílulas contraceptivas orais combinadas podem ser benéficas no tratamento. A isotretinoína oral geralmente só é administrada em casos graves devido aos efeitos secundários. Alguns especialistas recomendam o tratamento agressivo e numa fase precoce de modo a diminuir o impacto a longo prazo na pessoa.

Embora não existam restrições a alimentos específicos, deve-se seguir uma dieta saudável e equilibrada que evite alimentos processados. Pode-se considerar o uso de uma dieta de baixo índice glicémico e moderação da ingestão de leite, se o tratamento para o acne for ineficaz em adolescentes.

Medicamentos usados no acne

Descrevo de seguida alguns dos medicamentos mais usados nos diversos tipos de acne, tais como:

  • Para cravos e comedões, creme de tretinoína;
  • Para acne leve, tratamento da pele com creme de tretinoína, às vezes com peróxido de benzoílo ou um antibiótico, ou ambos;
  • Para acne moderada, antibióticos por via oral em combinação com tratamento cutâneo igual ao usado para acne leve;
  • Para acne grave, isotretinoína por via oral;
  • Para acne cística, corticosteroides injetados.
people wearing diy masks
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Mascne quais as causas?

Tal como a acne comum, há várias coisas que podem causar mascne ou acne da máscara:

  • Não lavar a máscara com frequência suficiente,
  • Lavá-la com detergente forte,
  • Os materiais da própria máscara,
  • Frequência de utilização, quanto mais pior.

As máscaras ajudam a evitar que a saliva e quaisquer outras gotículas, emitidas pela respiração, fala, tosse ou espirro, fiquem no ar e transmitam potencialmente Covid-19 (ou outras doenças). Isso é o que queremos que elas façam, mas isso significa que elas retêm humidade e bactérias dentro, tocando sua pele.

As máscaras criam uma vedação que evita que a humidade escape, originando um ambiente húmido onde as bactérias causadoras de acne podem desenvolver-se, segundo explicação de Dylan Mustapich, esteticista da Face Haus em Nova York.

A dermatologista certificada Meghan Feely compara a acne com a qual os atletas costumam lutar. Segundo ela os atletas que usam capacete podem desenvolver erupções acneiformes, pois poeiras, óleo e suor ficam presos nos poros, criando um ambiente propício ao crescimento de bactérias.

Se não lavarmos a máscara, as bactérias continuarão a infiltrar-se na pele. Por outro lado a lavagem também pode causar fugas. Também pode ter uma reação ao detergente que usar na lavagem. Experimente um detergente suave e sem perfume para ver se isso ajuda.

Se tem tendência a desenvolver erupções cutâneas relacionadas com stress ou ansiedade, o contexto de uma pandemia certamente é uma fonte de stress… por isso faça o seu melhor para relaxar.

Outros efeitos adversos

Além das lesões de acne, muitos doentes referem também o aumento da oleosidade cutânea e prurido local que pode originar o surgimento de infeções oportunistas por outros fungos e bactérias.

Tratamento

Obviamente devemos continuar a usar uma máscara quando estamos em público sem condições de distanciamento seguro. Mas se não precisa de estar em público, fique em casa e deixe sua pele respirar.

Invista em algumas máscaras que você pode trocar e lavar com frequência. Estas são as nossas máscaras favoritas e veja como fazer a sua própria máscara. Idealmente, deve lavá-las após cada uso, se usar por longos períodos de tempo. Os especialistas com quem falamos concordam que as máscaras 100% algodão são as melhores, porque é um tecido respirável e fácil de lavar.

Segundo Katie Jae, uma esteticista médica licenciada no Texas, prefere máscaras descartáveis, mas isso pode prejudicar o seu orçamento e o meio ambiente se usar todos os dias. Ela sugere, mesmo que use uma máscara descartável, que não use a mesma o dia todo. É uma boa ideia trocar a máscara ao longo do dia apenas para que a bactéria que se formou não tenha oportunidade de continuar a crescer e romper a pele.

Segundo Jae, se costuma usar maquiagem, evite colocá-la nas áreas que a máscara cobre. Mantenha o rosto limpo e hidratado e não exfolie demais. As pessoas costumam pensar que precisam secar o acne, mas ressecar a pele pode dar origem a mais erupções. Mesmo tendo pele oleosa, é vital manter a barreira da pele intacta. Pele hidratada ajudará a prevenir irritações ou erupções cutâneas.

Lave o rosto antes de colocar a máscara e depois de retirá-la. Use limpadores de espuma suaves que removerão a oleosidade com eficiência. Se tem pele com tendência acneica ou extremamente oleosa, use um sabonete facial com ácido salicílico para que o excesso de oleosidade e a pele morta possam ser removidos, o que pode ajudar a prevenir o entupimento de poros ou erupções cutâneas.

Lista resumida de medidas anti-Mascne

  • Evite ou reduza a frequência da esfoliação mecânica ou química;
  • Se necessário, os produtos anti-acne mais adequados devem conter alfa-hidroxiácidos, ácido salicílico, agentes matificantes e propriedades calmantes;
  • Use produtos sem perfume, não comedogénicos ou seja em óleos (oli-free) e com textura ligeira;
  • À noite antes de deitar, use hidratantes;
  • Se passa muito tempo de máscara hidrate bem a pele antes e depois do trabalho;
  • Antes de colocar a máscara deixe o hidratante e/ou protetor solar secar completamente;
  • Use um protetor solar não comedogénico (oil-free);
  • Evite maquilhagem na região coberta pela máscara e use sempre esponjas e pincéis limpos.

Masc-rosácea:

A rosácea também é uma condição de saúde que pode piorar com o uso frequente da máscara.

A rosácea é uma doença cutânea que provoca vermelhidão, pápulas e pústulas e está a aumentar na zona da boca, queixo, nariz e maçãs do rosto. 

Causas da Masc-rosácea

Devido à predisposição individual e características da circulação sanguínea na face da pessoa com tendência para a rosácea, a utilização da máscara vai criar um ambiente quente e húmido que vai descompensar a microbiota ou flora microbiana da face.

Trata-se duma flora saprófita onde existe um equilíbrio constante entre bactérias, fungos, parasitas, desde que o meio de cultura seja adequado. Quando o ambiente, induzido pelo uso da máscara, descompensa esse equilíbrio, alguns desses microorganismos crescem acima do normal e provocam um processo inflamatório.

Dermatite periodal

A rosácea está a promover o aparecimento da dermatite periodal que é uma variação da rosácea caracterizada por uma erupção facial formada por pequeninas pápulas (lesões elevadas) avermelhadas, eritema (vermelhidão), ressecamento e descamação da pele, podendo haver também a presença de pústulas em alguns casos.

Para além da lavagem da máscara, manter uma boa rotina de cuidados de pele ajuda à prevenção do aparecimento da rosácea e, posteriormente, da dermatite periodal.

Lista de medidas para prevenir e/ou tratar a rosácea
  • Higiene suave com água micelar para pele sensível;
  • Lavagem com geleia micelar ou creme de limpeza (syndets que são produtos de limpeza eficazes mas que não têm sabão);
  • Esfoliações e limpezas de pele são contra-indicadas;
  • Não utilizar toalhitas nem esponjas de limpeza;
  • Fazer hidratação com cremes simples, com poucos componentes, sem perfume e sem efeito oclusivo.

Concluindo

O uso da máscara em contexto de pandemia viral é essencial para a nossa proteção mas também dos que nos rodeiam pois evita de forma decisiva um grau de contágio que sem a máscara é muito mais elevado.

No entanto só agora começamos a entender as consequências que o uso prolongado da máscara acarreta, nomeadamente para a pele da nossa face. Será certamente um problema menor mas que deve merecer a devida atenção para não originar lesões mais graves e permanentes.

COVID-19 ARDS PORQUE MORREM ADULTOS SAUDÁVEIS?

A situação global da COVID começou com uma nota de desconfiança e pânico. No início, os especialistas diziam que a COVID-19 era “como uma gripe”, mas, enquanto isso, um vídeo do médico chinês Li Wenliang, de 34 anos, que trabalhava no Hospital Central de Wuhan, começou a circular como alerta sobre um vírus grave do tipo SARS, que causava pneumonia e insuficiência respiratória. O médico, foi acusado pelas autoridades chinesas de criar boatos falsos!

Leia também: Coronavírus teoria da conspiração

Li Wenliang trabalhava como oftalmologista no Hospital Central de Wuhan quando enviou um alerta sobre o vírus a colegas médicos em 30 de dezembro de 2019. Depois, a polícia abordou Wenliang e pediu que parasse de divulgar a informação, enquanto as autoridades tentavam manter as notícias em segredo.

Li divulgou a sua história no site Weibo, quando já estava numa cama de hospital, um mês depois de fazer o alerta. O médico notou 7 casos de um vírus que inicialmente julgou ser SARS ou seja o vírus que levou a uma epidemia global em 2003. Em 30 de dezembro, o médico enviou uma mensagem a um grupo de colegas, alertando-os para usar roupas de proteção para evitar infeções.

Aparentemente saudável o médico Li Wenliang morreu a 7 de fevereiro de 2020 vitima de Covid-19. Mas… afinal se era saudável porque é que morreu tão jovem? Qual a verdadeira causa terminal da sua morte? Porque está a acontecer o mesmo a outros adultos aparentemente saudáveis?

Leia também: Perigosas novas variantes de SARS-CoV-2 mutações estranhas e toda a verdade!

COVID-19 mata pessoas saudáveis?

Um dos fatores que daria aos cientistas a capacidade de prever melhor a gravidade da doença que do vírus pode causar nas pessoas não tem nada a ver com virologia. Tem a ver com saúde ou melhor… falta de saúde metabólica. Todos sabemos que a percentagem de obesidade e diabetes continua a subir todos os anos.

Também sabemos que obesidade e diabetes são duas das mais importantes condições metabólicas subjacentes comuns que tornam a COVID-19 mais grave e potencialmente letal. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que os mesmos fatores que causam as epidemias de obesidade e diabetes também afetam aqueles entre nós com peso normal e sem outras doenças crónicas. Por outras palavras, apenas porque não é obeso ou diabético ou não toma medicamentos, não significa que seja metabolicamente saudável o suficiente para combater o vírus com eficácia.

Esta epidemia oculta de doença metabólica não diagnosticada torna as pessoas aparentemente saudáveis com maior probabilidade de se infetarem seriamente e potencialmente até morrem como aquelas com obesidade e diabetes.

Leia também: Covid-19 este é o Top 10 dos tratamentos e medicamentos!

A maioria dos médicos não conhece o suficiente sobre doenças metabólicas para identificar adequadamente as pessoas em risco. Sem treino adequado em saúde metabólica, poucos médicos estão preparados para explicar por que pessoas mais jovens e com peso normal, sem nenhum dos problemas metabólicos mais óbvios, estão a ser afetadas por esse vírus.

Mesmo o Dr. Li Wenliang, um médico de 33 anos, não obeso e não diabético, que trabalhava em Wuhan não reconheceu o seu próprio risco morrendo tragicamente com o coronavírus.

Discutirei abaixo como identificar corretamente a nossa saúde metabólica. Mas, primeiro, gostaria de destacar a relação inversa entre mortalidade e contagiosidade. Quando um vírus progride rapidamente e deixa as pessoas tão doentes que elas precisam de se deitar na cama, ou na verdade mata as pessoas, o vírus não consegue espalhar-se tão longe como se fosse uma infeção mais leve.

Em outras palavras, este vírus espalhou-se pelo mundo de forma tão eficaz em parte porque não é um vírus inerentemente mortal. Um grande motivo pelo qual a propagação é tão rápida está relacionado com o facto dos sintomas da COVID-19 podem ser tão suaves que geralmente não são reconhecidos, principalmente em crianças e adultos jovens.

Pneumonia

Se uma bactéria ou vírus é capaz de entrar nas células do pulmão, isso pode causar uma pneumonia. A gripe sazonal geralmente causa pneumonia. Quando pessoas com mais de 85 anos de idade sofrem de pneumonia, elas têm 16 vezes mais probabilidades de morrer de influenza (vírus da gripe) do que as que são um pouco mais jovens, com idades entre 65 e 69 anos.

Pensa-se que isso se deve principalmente ao facto dos pulmões muito envelhecidos serem muito ineficientes em comparação com os pulmões um pouco mais jovens; portanto, apenas um pouco de infeção pode dificultar a obtenção de oxigénio suficiente. Também se deve em parte ao facto do nosso sistema imunológico ficar mais lento e mais frágil à medida que envelhecemos.

Leia também: Isto torna o nosso sistema imunitário muito mais forte!

As crianças muito pequenas também são particularmente suscetíveis à pneumonia e podem com mais frequência desenvolver pneumonia grave devido à gripe por terem sistemas imunológicos menos eficientes. Isto ocorre em parte porque eles raramente ou nunca foram expostos à gripe e / ou vacinas contra a gripe do que crianças e adultos mais velhos e, portanto, apresentam menos resposta de anticorpos.

A família dos coronavírus são os vírus que causam a maioria dos resfriados todos os anos, e pouquíssimas vezes levam uma pessoa a ficar doente com pneumonia. O SARS-CoV-2 é diferente de um coronavírus típico favorecido pelo frio.

Leia também: Estas são as melhores vacinas contra a pneumonia!

Este novo coronavírus entra nas células ligando-se aos recetores ACE-2. Como os adultos têm muitos destes recetores da ACE-2 nos pulmões isso favorece a infeção e a probabilidade aumentada de evolução para pneumonia. A imagem seguinte descreve o ciclo de vida do SARS-CoV.

Coronavírus_ciclo_de_vida melhorsaude.org melhor blog de saude

Embora a COVID-19 pareça ter mais probabilidades de causar uma pneumonia do que a gripe, a pneumonia não é uma sentença de morte para pessoas com menos de 85 anos. Geralmente, nem é grave o suficiente para levar as pessoas mais jovens ao hospital. Felizmente, a grande maioria dos pacientes com pneumonia por COVID-19 consegue ficar fora do hospital e ficar na cama em casa, como fariam com uma gripe.

O que está a matar a maioria das pessoas infetadas com COVID-19 não é o próprio vírus mas sim uma resposta desadequada e demasiado agressiva do nosso sistema imunitário. As pessoas que precisam de cuidados intensivos e infelizmente morrem com COVID-19 têm uma resposta anormal ao vírus chamada ARDS (Acute Respiratory Distress Syndrome), que significa Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA).

ARDS (Acute Respiratory Distress Syndrome)

ARDS ou em Português, síndrome de desconforto respiratório agudo (SDRA) é um tipo de insuficiência respiratória caracterizada pelo rápido início de inflamação generalizada nos pulmões. Para quem sobrevive, é comum uma diminuição da qualidade de vida.

Sintomas

Os sintomas do SRDA incluem:

  • Falta de ar,
  • Respiração rápida,
  • Coloração azulada da pele.

Outros nomes: Síndrome do desconforto respiratório
Diagnóstico diferencial: Insuficiência cardíaca
Tratamento: Ventilação mecânica (ventilador) ou ECMO (extracorporeal membrane oxygenation)

Em situações muito graves ou cirurgias complexas as máquinas ECMO substituem a função pulmonar e cardíaca do doente para dar tempo de este recuperar de lesões de grande gravidade.

Causas de ARDS

A causa mais comum de SDRA é a septicémia, uma infecção grave e generalizada da corrente sanguínea. Assim resumindo as causas são as seguintes:

  • Septicémia;
  • Inalação de substâncias nocivas;
  • Inalação de altas concentrações de fumo;
  • Inalação de vapores químicos pode resultar em SDRA;
  • Inalação (aspiração) de vómito ou episódios de quase afogamento;
  • Pneumonia grave causada principalmente por infeção vírica ou bacteriana;
  • Trauma por contacto por exemplo acidente de desporto ou de carro.

ARDS porque é tão grave na Covid-19?

Quando uma pessoa desenvolve ARDS a resposta normal à infecção é interrompida. Com a pneumonia, o sistema imunológico ataca apenas células infectadas e causa um pouco de inflamação, que pode ser observada no raio X do tórax com zonas de manchas brancas.

Com a ARDS, a resposta inflamatória fica completamente descontrolada e o fluido começa a vazar da corrente sanguínea para os pulmões até que o doente basicamente começa a afogar-se no próprio soro líquido. Uma comparação pode ser a diferença entre uma alergia típica que pode causar coriza e uma resposta anafilática à alergia ao amendoim que pode ser fatal.

Hospitais entram em rutura porquê?

Todos os doentes com ARDS para sobreviverem precisam de um ventilador para poderem continuar a respirar até conseguirem recuperar a capacidade de respirarem sozinhos novamente, o que significa que eles não só precisam de estar internados no hospital mas também que nesse hospital têm de estar na unidade de cuidados intensivos (UCI) ou seja a unidade mais equipada e delicada de qualquer hospital de referência. Todas as UCI têm um número muito limitado de camas por causa do complexo e dispendioso equipamento necessário.

O motivo pelo qual fechamos o mundo para “achatar a curva” é que temos apenas um número limitado de UCIs mesmo nos países mais avançados, e se não desacelerássemos a propagação da infecção para reduzir o número de pessoas doentes ao mesmo tempo, o número de doentes que precisam duma UCI excederia o número de UCIs disponíveis. Nesse caso será sempre necessário escolher quem vive e quem morre o que é verdadeiramente dramático!

Como evitar o internamento?

Outra opção seria reduzir a necessidade de internamentos hospitalares, reduzindo o número de pessoas propensas a ter ARDS. Para tal, teríamos que começar a netender melhor as condições metabólicas que promovem a ARDS. Embora seja tarde demais para esta pandemia, provavelmente haverá outra situação de pandemia no futuro, e espero que até lá tenhamos mais médicos com conhecimento sobre saúde metabólica.

Condições metabólicas negligenciadas promovem ARDS

A Covid-19 só provoca ARDS a algumas pessoas. Nos EUA o CDC (Centers for Diasease Control) lista várias condições subjacentes encontradas em 64% de todas as pessoas que foram internadas em unidades de cuidados intensivos (UCI). Ainda assim existem 36% dos doentes que são considerados “saudáveis” pois não tinham nenhum registo de qualquer doença prévia!

A lista seguinte descreve em detalhe as comorbilidades registadas em 74.439 doentes com Covid-19 que foram internados nas UCIs do Estados Unidos, porque os médicos sinalizaram como doentes com de risco acrescido de desenvolvimento de infeção respiratória severa.

Data: 12 de Fevereiro e 28 de março de 2020.

Fonte: CDC nos EUA.

Segundo a médica, Dra Catherine Shanahan, autora do livro Deep Nutricion, a aparente imprevisibilidade de casos mortais graves de COVID-19 faz parecer que a fatalidade pode acontecer com qualquer um o que seria muito assustador.

Mas não é isso que realmente está a acontecer! As pessoas admitidas em unidades de cuidados intensivos provavelmente todas tiveram uma condição metabólica subjacente, mas a condição não foi necessariamente diagnosticada. Mesmo que os médicos notem leituras elevadas de açúcar no sangue ou testes anormais da função hepática, eles têm mais probabilidade de atribuir esses resultados à resposta ao stress ou à infecção do que considerar que o paciente tem pré-diabetes ou fígado gordo.

Comorbilidades que causam Covid-19

Comecemos pelas condições de saúde geralmente diagnosticadas como comorbilidades pré-existentes nos doentes com Covid-19:

  • Idade superior a 65 anos;
  • Diabetes;
  • Obesidade mórbida (IMC>40);
  • Doença renal;
  • Hipertensão;
  • Imunossupressão;
  • Doença cardíaca;
  • Doença respiratória;
  • Doença hepática;
  • Doença falciforme;
  • Cancro;
  • Outras condições crónicas graves.

Comorbilidades geralmente negligenciadas

Entre parentesis descreve-se o grau de diagnóstico estimado para estas condições de saúde metabólica que assim passam quase completamente despercebidas pelos médicos. A saber:

  • Pré-diabetes (~90% não diagnosticada)
  • Apneia do sono (~90% não diagnosticada)
  • Figado gordo (~90% não diagnosticada)
  • Resistência á insulina (praticamente 100% não diagnosticada)

Óleos vegetais poli-insaturados (PUFAs)

Os óleos vegetais ricos em ácidos gordos poliinsaturados podem causar graves problemas metabólicos. Sabendo ou não se tem um problema metabólico, há no entanto algo que podemos fazer imediatamente para proteger a nossa saúde.

Deixe o sumo de laranja como fonte de vitamina C

Pode obter duas vezes mais vitamina C do que a laranja comendo pimentão! Além disso ingere muito menos frutose (açucar da fruta) que está concentrado no sumo de laranja. Assim faça uma salada que inclua pimentão mas faça o seu próprio molho ou seja não use um molho embalado e processado.

Pare de comer óleos vegetais ricos em PUFAs

Uma ação ainda mais importante e poderosa que pode fazer já é parar de comer óleos vegetais com alto teor de PUFA (sigla em Inglês para ácido gordo poli-insaturado). Os óleos vegetais com alto teor de PUFA estão em todos os tipos de junk food, fast food e alimentos processados. Nos últimos 110 anos, a nossa ingestão de PUFA aumentou 20 vezes, ou seja, 2000%!!!

Quando nascemos, temos uma quantidade relativamente normal de PUFA na nossa gordura corporal. Quando a nossa dieta é muito alta em PUFA, a concentração destes ácidos gordos poliinsaturados na nossa gordura corporal aumenta. Existe um momento, que é diferente para todos, em que a concentração de PUFA atinge um limite que leva a gordura corporal a não funcionar adequadamente e passamos a desenvolver sintomas de disfunção metabólica.

Hipoglicémia é sinal de alarme

Os sintomas mais comuns são geralmente diagnosticados como hipoglicemia. Se começar a apresentar hipoglicemia, então vai a caminho de desenvolver uma condição metabólica chamada resistência à insulina, que é a disfunção hormonal subjacente à diabetes tipo 2.

Todas as condições subjacentes na lista já atrás descrita são distúrbios metabólicos relacionados com a resistência à insulina ou resultam do tratamento de condições inflamatórias relacionadas. Durante quase duas décadas, na sua prática médica a Dra Catherine Shanahan, concentrou-se na reversão de doenças metabólicas e inflamatórias como diabetes, obesidade e hipertensão com dieta. Nesse período, entendeu que a causa número um de doenças metabólicas é a ingestão de demasiados PUFA. Muitos médicos especializados em medicina metabólica chegaram à mesma conclusão.

Demasiado consumo de PUFA promove a ARDS

O excesso de PUFA na gordura corporal também nos coloca em risco de insuficiência respiratória por COVID-19. Quando sofremos de uma pneumonia, o apetite cai imenso e geralmente não vamos comer. Quando não comemos, o nosso corpo liberta gordura corporal na corrente sanguínea (na forma de ácidos gordos livres, também chamados ácidos gordos não esterificados, ou NEFA).

Se ingerimos óleos vegetais suficientes para desenvolver uma das condições subjacentes listadas acima, uma proporção perigosamente alta de ácidos gordos na corrente sanguínea será PUFAs. Os PUFAs são perigosos porque reagem com o oxigênio de maneiras que levam a grandes quantidades de inflamação. A inflamação faz a diferença entre um caso de pneumonia do qual podemos recuperar por conta própria e um caso de ARDS que nos leva para os cuidados intensivos.

Se não existissem óleos vegetais com alto teor de PUFA e, a propósito, não existiam antes da era industrial, esta pandemia de COVID-19 não seria tão mortal. Se o seu médico não lhe falou sobre os perigos do alto consumo de óleos vegetais ricos em PUFA, é porque apenas os médicos mais atualizados e interessados em medicina metabólica sabem o que significa PUFA, sem mencionar por que é prejudicial.

Refeições mais saudáveis

A eliminação de óleos vegetais é a coisa mais importante que pode fazer para melhorar sua saúde. De seguida ficam alguns exemplos nos quais os PUFA costumam infiltrar-se nas nossas refeições.

Pequeno almoço: Muffins, donuts, barras de granola e barras

Alternativa saudável: Iogurte coberto com nozes e/ou frutas favoritas, torrada de abacate em pão de grãos germinados.

Almoço: Molhos para salada, fritos e condimentos de sanduíches, como óleo e maionese (não mostarda ou ketchup)

Alternativa saudável: Salada com azeite e molho balsâmico, queijo cheddar derretido na tortilha de masa de milho (geralmente sem óleo) coberto com salsa verde.

Jantar: Esqueça os restaurantes e jantares congelados, especialmente as coisas com amido (por exemplo, batatas fritas, carnes panadas)

Alternativa saudável: Frango assado com salada de repolho e maionese de óleo de abacate feita em casa ou Frango com manteiga instantânea (minha receita favorita aqui) sobre couve-flor no vapor.

Leia também: Colesterol toda a verdade


Referências importantes

Fosfolípidos surfactantes: Sintese e armazenamento

https://www-ncbi-nlm-nih-gov.prx.hml.org/pubmed/1566854

O surfactante pulmonar, um complexo composto por 90% de lipídios e 10% de proteínas específicas, reveste os alvéolos do pulmão e evita o colapso e a transudação alveolares, diminuindo a tensão superficial na interface ar-líquido.

A dipalmitoilfosfatidilcolina constitui aproximadamente 50% dos lipídios do surfactante e é a principal responsável pela propriedade de redução da tensão superficial da mistura de surfactante. Fosfolipídios surfactantes são produzidos no retículo endoplasmático das células epiteliais alveolares tipo II. Os corpos lamelares característicos dessas células servem como depósito de armazenamento do surfactante antes que este seja secretado na superfície alveolar

50 anos com ácidos gordos poliinsaturados

  • Síntese química,
  • Formação enzimática,
  • Peroxidação lipídica,
  • Efeitos biológicos

https://www.nature.com/articles/pr1986144

A adição de produtos de oxidação do ácido linoléico estimula ainda mais a oxidação nas mitocôndrias e microssomas do pulmão. Citação do artigo “… Peroxidação lipídica estimulada pelo hidroperóxido de ácido linoléico de mitocôndrias e microssomas de pulmão de rato”.

Proteína surfactante d

A proteína surfactante d, é um marcador da imunidade inata do pulmão, está positivamente associada à sensibilidade à insulina.

https://www-ncbi-nlm-nih-gov.prx.hml.org/pubmed/20086254

Os diabéticos têm níveis mais baixos de proteína surfactante d do que os não diabéticos, e a perda de peso nesses pacientes reduz ainda mais a quantidade de proteína surfactante d. Assim o que acontece é o seguinte:

  1. PUFAs oxidam a proteína surfactante d, reduzindo assim os níveis desta proteína essencial ao bom funcionamento pulmonar;
  2. A perda de peso nos Diabéticos tipo II liberta mais PUFAs e muda ainda mais a composição dos ácidos gordos na célula alveolar do tipo 2 em direção à oxidação.

Composição lipídica alterada do surfactante e tecido pulmonar na ARDS associada à malária em ratos

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4666673/

A inflamação e a permeabilidade endotelial aumentada são características importantes da lesão pulmonar associada à malária por MA-ALI / ARDS em humanos e camundongos. A degradação oxidativa dos lipídios resulta na acumulação de aldeídos reativos, como o malondialdeído (MDA) e o 4-hidroxinonenal (4-HNE), que são altamente citotóxicos. Um perfil lipídico alterado e níveis aumentados de produtos finais de lipoperoxidação foram encontrados no plasma de pacientes com ARDS de diferentes etiologias

ARDS e pneumonia grave, perfil de ácidos gordos em diferentes fosfolipídios do surfactante pulmonar

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11208632/

PUFA de certos surfactantes aparecem 3 vezes mais elevados nos doentes com ARDS do que no grupo control de pessoas saudáveis. MUFA não apresentam diferença significativa. Outros surfactantes apresentam MUFA elevados mas com uma percentagem menor do que o aumento dos PUFA

Alteração e reposição de surfactantes na ARDS

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC64803/

Papel da hipercoagulação mencionado em uma das figuras

Aumento de fosfolipídeo saturado em células cultivadas com ácido linoléico

 https://link.springer.com/article/10.1007/BF02796331 

Ácido linoleico altera os fosfolípidos

Leia também:

CORONAVIRUS COVID-19 TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Coranavirus conspiração Covid-19 e teoria sobre a estranha origem do vírus! Será apenas mais uma gripe ou a teoria da conspiração talvez tenha fundamentos que merecem a nossa análise?

Merecem ser debatidas algumas coincidências estranhas em relação à bizarra origem do coronavírus assim como eventos que pareciam prever de forma demasiado semelhante o aparecimento deste surto.

Há coincidências que podem ser apenas isso mesmo mas… num mundo de informação oculta talvez seja interessante e até justo que se fale de forma clara sobre essas “aparentes coincidências”!

LEIA TAMBÉM: CORONAVÍRUS COVID-19 TRATAMENTO RECENTE

Wuhan tem o único laboratório de virologia de alta segurança da China

Coronavirus Wuhan Biolab

Wuhan é onde está sediado um dos laboratórios que estuda os vírus mais mortais do mundo. Pronto em 2017 e inaugurado em janeiro de 2018, o primeiro laboratório de virologia de segurança máxima da China (nível de biossegurança 4), projetado para o estudo dos patógenos mais perigosos do mundo, abriu as portas … onde? Em Wuhan!

Será pura coincidência que a cidade de Wuhan seja o epicentro da nova infecção por coronavírus que provoca a doença COVID-19?

Leia também: Coronavirus sintomas, transmissão, período de incubação, prevenção, perigos e tratamento recente

Coronavirus americanos alertaram sobre falhas de segurança

No ano anterior, Tim Trevan, consultor de biossegurança de Maryland, expressou preocupação com ameaças virais que escapavam potencialmente ao Laboratório Nacional de Biossegurança de Wuhan, que está localizado a apenas 32 quilómetros do mercado de Wuhan, identificado como o “ground zero” ou origem para o atual surto de de coronavirus.

Coronavirus Wuhan biolab

Conforme reportado pelo Daily Mail:

“O laboratório de Wuhan também está equipado para pesquisa com animais” e “Os regulamentos para pesquisa com animais – especialmente os realizados com primatas – são muito mais flexíveis na China do que nos EUA e em outros países ocidentais … mas isso também causou preocupação para Trevan.

Notícia: Inside the Chinese lab poised to study world’s most dangerous pathogens

Covid-19 como pode ter “escapado”?

Estudar o comportamento de um vírus como o 2019-nCoV agora designado SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) e desenvolver tratamentos ou vacinas requer a infecção desses macacos da pesquisa, um passo importante antes dos testes em humanos.

Os macacos são imprevisíveis, alertou o microbiologista da Universidade Rutgers, Dr. Richard Ebright. “Eles podem correr, podem coçar e morder”, disse ele, e os vírus que carregam iam para onde os pés, unhas e dentes correm. “

Leia aqui a notícia sobre Biosegurança do Laboratório em Huhan

China built a lab to study SARS and Ebola in Wuhan – and US biosafety experts warned in 2017 that a virus could ‘escape’ the facility that’s become key in fighting the outbreak

  • The Wuhan National Biosafety Laboratory is the only lab in China designated for studying dangerous pathogens like SARS and Ebola
  • Ahead of its January 2018 opening, biosafety experts and scientists from the US expressed concerns that a virus could escape the lab
  • In 2004, a SARS virus ‘leaked’ from a lab in Beijing 
  • Experts say the coronavirus that’s infected more than 800 people mutated in animals and became capable of infecting humans at the Wuhan seafood market
  • But a 2017 article warned of the unpredictability of lab animals that scientists at the Wuhan lab intended to inject with viruses 
Wuhan Biolab and coronavirus

Simulação de surto em outubro de 2019!

Igualmente curioso é o facto de o Johns Hopkins Center for Health Security, o Fórum Económico Mundial e a Fundação Bill e Melinda Gates terem patrocinado um novo exercício de preparação para pandemia de coronavírus em 18 de outubro de 2019, em Nova York, chamado “Evento 201”.

Event 201 a Global Pandemic Exercise

A simulação previa um número de mortos global de 65 milhões de pessoas em um período de 18 meses. Conforme relatado pela Forbes em 12 de dezembro de 2019.

Notícia da Forbes: How Prepared Are We For The Next Pandemic? Not Very, Experts Show

“Os especialistas realizaram uma simulação cuidadosamente projetada e detalhada de uma nova doença viral (fictícia) chamada CAPS ou síndrome pulmonar aguda por coronavírus. Isto foi modelado após epidemias anteriores como SARS e MERS”.

Até a descrição da doença viral é semelhante, não é estranho? No entanto, o novo coronavírus ainda não havia sido identificado no momento da simulação, e o primeiro caso não foi relatado até dois meses depois.

Doença X

A Forbes também se refere à pandemia de ficção como “Doença X” – a mesma designação usada pelo The Telegraph na sua reportagem em vídeo de 24 de janeiro de 2020.

“Poderia este coronavírus ser doença X?”, o que sugere que os meios de comunicação foram informados e houve coordenação antecipada no que diz respeito ao uso de determinadas palavras-chave e frases de efeito em reportagens e artigos de opinião.

A Johns Hopkins University (JHU) é a maior beneficiária de bolsas de pesquisa de agencias federais, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde, a National Science Foundation e o Departamento de Defesa e recebeu milhões de dólares em bolsas de pesquisa da Gates Foundation:

Bill and Melinda Gates Foundation Awarded Grants

Em 2016, Johns Hopkins gastou mais de US $ 2 bilhões em projetos de pesquisa, liderando todas as universidades dos EUA em gastos com pesquisa pelo 38º ano consecutivo:

Johns Hopkins leads all U.S. universities in research spending for 38th year in a row

É também curiosa a prontidão e rapidez com que especialistas do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins criaram o painel para rastrear os casos relatados da infecção pelo Coronavirus. Clique na imagem seguinte para aceder em tempo real:

De facto o painel da evolução do número de casos diagnosticados e mortes ocorridas em tempo real é muito interessante… mas a urgência e celeridade com que foi colocado com informação “live” parecia que já estava a ser preparado e pronto há algum tempo apenas à espera de ser lançado mal se justificasse…!

Já sei que tudo não passa de uma teoria da conspiração… para já… mas dá que pensar mais esta coincidência… vinda de quem patrocinou a simulação de pandemia contra o “hipotético” coronavirus em… Outubro de 2019… apenas 2 meses antes do início do surto real de… coronavirus!

Pesquisas e liberdade de informação

Se a pesquisa financiada por agências federais, como o DOD (Department of defense) ou o DHHS (Departement of Health and Human Services), for classificada como sendo realizada “no interesse da segurança nacional”, ela estará isenta de solicitações da Lei de Liberdade de Informação (FOIA – Freedom of Information Act ).

As pesquisas conduzidas sob a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA – Biomedical Advanced Research and Development Authority ) estão completamente protegidas das solicitações da FOIA ( Freedom of Information Act)  pelo público.

Além disso, as agências podem negar as solicitações da FOIA e reter informações se funcionários do governo concluírem que protegê-la da visão pública “protege segredos comerciais ou informações financeiras que possam prejudicar a postura competitiva ou os interesses comerciais de uma empresa “.

Os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDCs), sob a alçada do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, declaram que sua missão é “proteger a América contra ameaças à saúde e segurança, tanto estrangeiras quanto nos EUA”.

Biossegurança e provável acidente

Claramente, será difícil obter informações sobre pesquisas biomédicas financiadas pelo governo sobre micróbios como o coronavírus, conduzidas nas principais universidades ou por empresas farmacêuticas em laboratórios de risco biológico.

Qual é a probabilidade, então, de que o surto de coronavírus que deixou as pessoas tão doentes hoje “subitamente” tenha surgido simplesmente porque as pessoas comiam morcegos e cobras no mercado de Wuhan?

Parece mais um acidente de biossegurança, mas, até que se saiba mais, inevitavelmente haverá perguntas sem resposta sobre se esta última emergência de saúde pública global é um exercício táctico mais ambicioso, ecoando perguntas sem resposta sobre o fiasco da pandemia de gripe suína em 2009 .

COVID-19 arma biológica que escapou?

Segundo Francis Boyle, especialista em armas biológicas, as evidências sugerem que o COVID-19 é um coronavírus armado com origem na instalação de nível de biossegurança 4 (BSL-4) na cidade de Wuhan.

Este é o primeiro laboratório BSL-4 na China e foi criado especificamente para pesquisar coronavírus e SARS. Francis Boyle descreve a COVID-19 como sendo uma quimera que junta num só vírus parte do material genético da SARS (um coronavírus já armado), do HIV e do vírus da gripe, projetados com as chamadas propriedades de “ganho de função” que permitem a propagação a uma distância maior que o normal.

O nCoV pode viajar cerca de 2 metros no ar e alguns relatos sugerem que o vírus pode lançar essa distância a partir das fezes humanas contaminadas. Outros sugeriram que a COVID-19 pode envolver Prevotella, uma bactéria conhecida por causar infecções do trato respiratório, incluindo pneumonia, explicando assim alguns dos sintomas observados e como o vírus se pode espalhar pelas fezes.

Medo e orçamento nacional Americano

Esta é a parte do artigo em que se fala da política Americana de mãos dadas com a altura do ano em que se definem no orçamento americano quais as dotações para as diversas agências federais incluido as responsáveis pela saúde pública.

Budget of the U.S. Government

Esta decisão orçamental tem uma relevante influência nos orçamentos de algumas das Farmacêuticas mais influentes do planeta.

Será por acaso que quase todos os anos surgem possíveis pandemias novas nesta altura do ano… em dezembro, janeiro e fevereiro? Leia os detalhes e forme a sua opinião.

Cronologia das “pandemias apocalípticas”

Qualquer que seja a fonte, a histeria sobre vírus e bactérias fatais para a humanidade segue um padrão já desgastado, onde a população é mantida num estado perpétuo de ansiedade e medo sobre micróbios, para que as empresas farmacêuticas (auxiliadas por autoridades federais de saúde) possam resgatar mais um dispendioso medicamento ou vacina, potencialmente obrigatórios.

Gripe das aves em 2005

Em 2005, as manchetes alertaram que os EUA enfrentavam um evento de extermínio cataclísmico com estimativas potenciais de 2 milhões de americanos a sucumbir à gripe das aves sendo que o melhor cenário previsto eram 200.000 mortes.

Gripe suína em 2009

As mesmas táticas de medo foram usadas durante o surto de gripe suína de 2009.

Ambas as pandemias acabaram por ser ameaças grosseiramente exageradas, mas isso não resultou numa abordagem mais conservadora e realista para os surtos subsequentes. Pelo contrário, os esforços para aumentar o medo e a histeria apenas aumentaram.

Ébola e coqueluche em 2014

Em 2014, fomos informados de que o Ebola poderia “tomar de assalto” os EUA e, em seguida, houve surtos de coqueluche.

Notícia em 2014: Pertussis Is Latest Disease Outbreak Concern in United States

Sarampo em 2015

Em janeiro de 2015, foi o sarampo na Disneylândia.

Zika em 2016

Em janeiro de 2016, era o zika, seguido de mais notícias sobre surtos de coqueluche.

Notícia em 2016: Why is whooping cough on the rise? Scientists disagree

Influenza vírus em 2017 e 2018

Em 2017 e 2018, foi o influenza

Notícia em 2018: Flu season deaths top 80,000 last year, CDC says

Sarampo e coronavírus em 2019

Em 2019 voltou o sarampo e agora temos o surto de coronavírus, embora último este com gravidade na China.

Notícia de sarampo em 2019: What Is Going On With Measles? The Science and Politics of Eradicating Measles

Janeiro e Fevereiro, o que se passa?

Janeiro e fevereiro parecem ser o momento favorito para lançar um susto global de doenças com a devida assistência dos meios de comunicação social.

É muito conveniente… pois geralmente na primeira segunda-feira de fevereiro de cada ano (3 de fevereiro de 2020), o presidente envia ao Congresso dos EUA o orçamento do governo solicitando que os fundos sejam alocados às agências federais para o próximo orçamento do ano fiscal (1º de outubro de 2020 – 30 de setembro de 2021) .

Cada vez que há um susto de saúde pública, o lobby das Farmacêuticas e da saúde pública pode disputar uma fatia maior do dinheiro dos contribuintes Americanos para pagar pelo desenvolvimento de medicamentos e vacinas.

Em 23 de janeiro de 2020, o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas do NIH, anunciou que uma vacina contra o coronavírus está a ser preparada, com testes em humanos programados para começar em cerca de três meses.

Os preços das ações das Farmacêuticas fabricantes de vacinas contra o coronavírus aumentou de imediato em resposta aos relatos alarmistas da comunicação social sobre a possível “destruição iminente” da humanidade!

Concluindo

A origem deste surto de coronavírus Covid-19 está ainda por clarificar. Algumas coincidências, como o facto do mais importante laboratório de alta segurança da China estar na mesma cidade de Wuhan, origem e epicentro do surto, aliadas aos receios de especialistas americanos sobre falhas de segurança do mesmo laboratório, deixam em aberto a possibilidade de um coronavirus modificado em laboratório ter escapado para a comunidade.

Apesar da taxa de mortalidade ser baixa entre a população saudável, nomedamente crianças, jovens e adultos com menos de 50 anos, essa taxa aumenta de forma muito acentuada nos idosos e doentes com doenças crónicas que têm um sistema imunitário mais debilitado.

A facilidade de contaminação por via aerea é também uma característica preocupante à qual se junta um período de incubação que pode chegar a 2 semanas e durante as quais o portador/infectado não aparenta sintomas da infecção mas vai contaminando todos em seu redor!

Nos paises mais ricos detectar e conter este coronavirus não parece ser um problema que coloque em risco toda a população, pois as autoridades de segurança estão preparadas para isolar rapidamente os infectados e todas as pessoas com quem contactaram.

O mesmo já não será verdade nos países pobres sem recursos em que doentes infectados podem contaminar uma parte muito considerável da população… esta é talvez a maior preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS) neste momento!

Numa situação hipotética de infecção grave de coronavírus num país sem recursos aí sim teriamos um cenário muito mais preocupante de alastramento descontrolado da doença!

Clique nas imagens seguintes para actualizações (live) sobre o coronavírus, países afectados, nº de casos e mortes e toda a informação, a saber:

  • Coronavírus o que são?
  • Vírus zooonóticos com origem em animais
  • Estirpes conhecidas
  • Perigos do coronavírus que pode ser mortal
  • Covid-19 diagnóstico difícil
  • Origem em cobras
  • Animais que podem ser hospedeiros
  • Transmissão
  • Período de incubação
  • Sintomas
  • Prevenção
  • Tratamentos
  • Remdesivir
  • Lopinavir e Ritonavir (Kaletra)
  • Interferon alfa 2b
  • Actualização de dados e notícias da OMS
Coronavírus tratamento melhorsaude.org melhor blog de saude
Coronavírus update melhorsaude.org melhor blog de saude

Worldometer – Current World Population (Live)

CORONAVÍRUS COVID-19 UPDATE TODA A VERDADE

Coronavírus 2019-nCoV agora denominado SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) e a doença que origina chamada Covid-19. Origem, perigos, sintomas, transmissão, taxa de mortalidade e prevenção. A OMS – Organização Mundial de Saúde, decretou já estado de pandemia pois este vírus provou ser muito mais perigoso do que inicialmente se pensava e consegue já atingir todo o planeta deixando em completa ruptura os sistemas de saúde de todos os continentes incluindo os de muitos países desenvolvidos da Europa.

Na Europa contam-se mais de 135.000 infectados e mais de 6.300 mortos!!! É simplemente assustador provocando “lockdown and shutdown” em todos os paises em que a curva de contagem de novos casos se torna exponencial!

Clique na imagem abaixo para actualização em tempo real:

Fonte: Universidade Johns Hopkins

Os dados do painel da OMS não são actualizados tão rapidamente como o primeiro quadro acima mostrado preparado pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins. No entanto também deixo de seguida para vossa consulta do painel da OMS, basta clicar na imagem seguinte:

Fonte: OMS https://covid19.who.int/

Índice deste artigo:

  • Actualizações em tempo real
  • Origem polémica e teoria da conspiração
  • Mistura de SARS, HIV e Influenza?
  • Covid-19 a nova doença
  • Coronavírus o que são?
  • Imagem da estrutura do Coronavírus
  • Mecanismo de infeção e ciclo de vida
  • Vírus zooonóticos com origem em animais
  • Estirpes conhecidas
  • Perigos do coronavírus que pode ser mortal
  • Taxa de contágio
  • Racio de infectados
  • Taxa de mortalidade
  • Imunidade ou falta dela…
  • Calor pode ajudar?
  • 2019-nCoV diagnóstico difícil
  • Genoma descodificado
  • PCR diagnóstico molecular
  • Origem em cobras
  • Animais que podem ser hospedeiros
  • Pangolim será a origem deste coronavírus?
  • Transmissão e taxa de contágio
  • Contágio em gotículas de saliva
  • Período de incubação
  • Sintomas
  • Taxa de mortalidade
  • Prevenção
  • Tratamento
  • Actualização de dados e notícias da OMS

Origem polémica

Em 31 de dezembro de 2019, a OMS (Organização Mundial de Saúde) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China. O vírus detectado não era igual a nenhum outro vírus conhecido! Isso causou preocupação porque, quando um vírus é novo, não sabemos como ele afeta as pessoas.

Uma semana depois, em 7 de janeiro, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo vírus. O novo vírus é um coronavírus, uma família de vírus que inclui o resfriado comum e vírus como SARS e MERS. Este novo vírus foi inicialmente nomeado “2019-nCoV” e parecia ter origem em cobras (leia mais abaixo os detalhes)! No entanto por causa da falta de estudos consensuais oficialmente a origem é ainda desconhecida…!

Leia também: Coronavírus Covid-19 origem e teoria da conspiração

Mistura de SARS HIV e Influenza?

Embora seja uma opinião polémica o especialista em Bioterrorismo Dr. Francis A. Boyle, há dezenas de anos que estuda diversos casos de “misteriosos surtos virais” que pontualmente aparecem sem aviso prévio em diversos locais do planeta!

Neste caso da Covid-19 o vírus”parece” uma incrivel mistura genética de SARS (Coronavírus) + HIV (Sida) + Influenza (Gripe)!

Leia o artigo: Bioweapons Expert Speaks Out About Novel Coronavirus

Inicialmente desvalorizado pelas autoridades Chinesas, esta circunstância deu um enorme avanço ao Coronavirus que rapidamente passou para a comunidade apresentando uma taxa de contágio muito elevada.

Em Março de 2020 a China, apesar da quarentena “militar” imposta pelas autoridades, apresenta mais de 80.000 infectados confirmados e mais de 3.000 mortos…! Entretanto a Europa mesmo tendo dos melhores sistemas de saúde do Mundo conta com mais de 135.000 infectados confirmados e mais de 6.300 mortos e o pico da epidemia ainda nem sequer foi atingido no velho continente!

COVID-19 a nova doença

Este vírus, inicialmente conhecido como novo coronavírus (2019-nCoV), foi designado, taxonomicamente, como SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), sendo que a doença associada é conhecida como COVID-19 (Co- corona; VI – vírus; D – doença).

A OMS tem trabalhado com autoridades chinesas e especialistas globais desde o dia em que fomos informados, para saber mais sobre o vírus, como ele afeta as pessoas que estão doentes, como podem ser tratadas e o que os países podem fazer para responder.

Por se tratar de um coronavírus, que geralmente causa doenças respiratórias, a OMS aconselha as pessoas sobre como se proteger e às pessoas ao seu redor contra a doença

Actualizações em tempo real (Live)

Especialistas do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins criaram o painel para rastrear os casos relatados da infecção pelo Coronavirus. As informações também estão disponíveis como folha de calculo do Google.

A página inclui o número total de mortes, casos confirmados e o número de pessoas que recuperaram do vírus. As informações são apresentadas num mapa, bem como em tabelas de ambos os lados.

O painel funciona retirando e visualizando dados de instituições oficiais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos EUA, Europa e China, bem como a Comissão Nacional de Saúde da China.

Clique na imagem seguinte para ver os dados em tempo real

LEIA TAMBÉM: Cientistas descobrem como o coronavirus infeta os humanos.

Coronavírus o que são?

Os coronavírus são um grupo de vírus, da ordem Nidovirales e família Coronaviridae, com um núcleo de RNA envolto num invólucro com pequenas “espículas,” as glicoproteínas de superfície, através das quais se ligam aos recetores das células que infetam, e que lhe conferem uma forma semelhante a uma coroa – daí o nome coronavírus.

Os coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus com origem em animais que causam doenças que variam do resfriado comum a doenças mais graves, como:

  • Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV)
  • Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-Cov).

Um novo coronavírus (nCoV) é uma nova estirpe que não foi previamente identificada em humanos.

SARS-CoV Ciclo de vida

A Covid-19 é provocada por um vírus SARS-CoV agora denominado SARS-CoV-2. Assim o seu ciclo de vida e mecanismo de infeção parece ser idêntico ao anterior SARS conforme imagem seguinte.

Neste mecanismo de entrada na célula humana será de realçar o ponto de ligação do vírus à célula humana, o receptor ACE2 (Enzima Conversora da Angiotensina II). Esta ectoenzima está presente nas células endoteliais, principalmente dos pulmões.

Artigo da revista SCIENCE: Structural basis for the recognition of the SARS-CoV-2 by full-length human ACE2

ACE2 porta de entrada do vírus na célula

Como ilustra a imagem do ciclo de vida e mecanismo de infeção do SARS-CoV-2 , a porta de entrada ou ponto de ligação do espigão proteico do novo coronavírus à célula humana é a enzima de conversão da angiotensina II (ACE2 – angiotensin-converting enzyme II).

Assim é da maior importância saber em que tecidos e orgãos humanos existe uma maior expressão da ACE2 na membrana celular, pois esses serão os locais mais afectados e expostos à infeção pelo novo coronavírus, desenvolvendo mais facilmente a doença COVID-19.

A expressão e distribuição da ACE2 no corpo humano pode indicar as possíveis vias de infecção do 2019-nCoV. Através do desenvolvimento da técnica de sequenciamento de RNA unicelular (scRNA-Seq) e transcriptomas unicelulares utilizando bases de dados públicas, os pesquisadores analisaram o perfil de expressão do RNA da ACE2 ao nível unicelular.

Alta expressão da ACE2 foi identificada nos seguintes tecidos celulares:

  • Células alveolares tipo II (AT2) do pulmão,
  • Células epiteliais superiores e estratificadas do esôfago,
  • Enterócitos absorventes do íleo e do cólon,
  • Colangiocitos,
  • Células do miocárdio,
  • Células dos túbulos proximais dos rins e
  • Células uroteliais da bexiga.

Estas descobertas indicaram que os órgãos que contêm células com alta expressão de ACE2 devem ser considerados de alto risco e potencial para a infecção 2019-nCoV.

Artigo da revista NATURE: High expression of ACE2 receptor of 2019-nCoV on the epithelial cells of oral mucosa

Vírus zoonóticos com origem em animais

Os coronavírus são zoonóticos, o que significa que são transmitidos entre animais e pessoas. Investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de gatos da cidade para humanos e o MERS-CoV de camelos dromedários para humanos. Vários coronavírus conhecidos estão a circular em animais que ainda não infectaram humanos.

Coronavírus e estirpes conhecidas

Existem 7 estirpes de coronavírus identificadas, tendo 4 delas origem em morcegos, 1 em alpacas, 1 em bovinos e a mais recente provavelmente em cobras. As 7 estirpes de coronavírus conhecidas são as seguintes:

  • HCoV-229E (ano 1960) – O coronavírus humano 229E divergiu do coronavírus da alpaca antes de 1960
  • SARS-CoV (ano 2002) – O coronavírus humano SARS divergiu do coronavírus de morcego em 1986
  • HCoV-OC43 (ano 2004) – O coronavírus humano OC43 divergiu do coronavírus bovino em 1890
  • HCoV-NL63 (ano 2004) – O coronavírus humano NL63 divergiu do coronavírus de morcego 822 anos atrás
  • HCoV-HKU1 (ano 2005) – O coronavírus humano HKU1 divergiu do coronavírus de morcego
  • MERS-CoV (ano 2012) – O coronavírus humano MERS divergiu do coronavírus de morcego antes dos anos 90 e camelos
  •  2019-nCoV (ano 2019) – Estudos buscam identificar o animal hospedeiro de onde divergiu a versão 2019-n. Estudos preliminares parecem indicar origem numa cobra chinesa ou num pangolim.

Perigos dos coronavírus

Segundo Nuno Faria, Professor associado em epidemiologia genómica da Universidade de Oxford, no Reino Unido, todos os anos, os cientistas descobrem em média três novos agentes patogénicos virais. Antes de serem detectados, estes vírus tendem a circular silenciosamente em animais selvagens.

Uma vez transmitidos a humanos, estes podem causar doenças graves numa proporção elevada de doentes, como é o caso do coronavírus responsável pela síndrome respiratória aguda grave (SARS) identificado em 2003, que se espalhou por 26 países e matou quase 800 pessoas.

Jonathan Ball, epidemiologista da Universidade de Nottingham no Reino Unido, afirma que “devemos ficar preocupados com qualquer vírus que explora os humanos pela primeira vez, porque isso significa que o vírus superou uma grande barreira inicial” pois conseguiu sobreviver dentro de uma célula humana… o que não é fácil para um vírus completamente estranho!

“Quando o vírus está dentro de uma célula humana pode replicar-se e gerar mutações que permitam que se espalhe de modo mais eficiente e se torne mais perigoso”, afirmou Ball.

Taxa de contágio

Fonte: EL PAÍS

Na comparação entre o coronavírus e a gripe comum muita gente parece minimizar a importância do novo Covid-19. É um argumento fraco por dois motivos. Primeiro, sendo a gripe um problema de saúde devemos certamente dispensar outro problema igual. Segundo os dados do Covid-19 conhecidos parecem indicam tratar-se de uma doença mais contagiosa e mais letal que a gripe sazonal.

O número reprodutivo da gripe comum é 1,3, o que significa que cada pessoa infectada passa a doença a 1,3 pessoa, em média. Esse número é o que se usa para medir o potencial da epidemia. Quando é superior a 1, a doença tende a espalhar-se.

Foi o que aconteceu em 2009 com a pandemia de gripe H1N1 (gripe A), que tinha um número reprodutivo de 1,5 e não foi contida. Hoje em 2020 o H1N1 é um dos vírus que causam a gripe comum. Os estudos disponíveis indicam que o número reprodutivo do coronavírus Covid-19 está entre 2 e 3. Ou seja, que, se não forem tomadas medidas especiais, o Covid-19 infectará muito mais gente que a gripe.

Infectados

Fonte: EL PAÍS

O gráfico mostra o ritmo de infecções do Covid-19 em comparação com o H1N1 de 2009 e a síndrome respiratória aguda grave (SARS) de 2003. Os contágios por coronavírus cresceram muito mais depressa que a gripe H1N1 nos primeiros 30 dias. Por isso mesmo alguns especialistas acreditam que o vírus não poderá ser contido e a Organização Mundial da Saúde (OMS) menciona um risco de pandemia (epidemia global).

O novo coronavírus parece capaz de infectar milhões de pessoas. A gripe comum, com o número reprodutivo de 1,3, causou no ano passado entre 20 e 30 milhões de doentes nos EUA, segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), o que significa 7% da população norte-americana.

Em Espanha, contando apenas casos leves o sistema de vigilância da gripe estima meio milhão de contágios. Se partirmos de 20 doentes de cada doença (Gripe comum vs Covid-19) e assumirmos um ciclo de contágios de sete dias, após 12 semanas haveria 466 infectados pela gripe comum e mais de 30.000 pelo novo coronavírus nCoV-2019.

Taxa de mortalidade

Fonte: EL PAÍS

O coronavírus também parece ser mais letal que a gripe comum. Em Wuhan, cidade chinesa que foi o primeiro epicentro da epidemia, 2% dos doentes detectados morreram, e fora da China o número ronda 0,7%, segundo a OMS. São taxas entre 3 e 20 vezes maiores que a da mortalidade da gripe comum (0,13%) e da gripe H1N1 (0,2%).

O gráfico representa a taxa de mortalidade actual deixando claro que o surto de coronavírus é pior que o H1N1 em 2009. Naquela ocasião, com o H1N1 houve 300 mortos associadas aos 77.000 primeiros casos (0,4%), mas com as mesmas infecções o coronavírus está associado a 2.200 mortes (2,8%)… isto é sete vezes mais!

No entanto em Itália a taxa de mortalidade chega a ser superior a 6%… o que ainda não foi explicado pelas autoridades de saúde!

Imunidade ou falta dela…

Outro problema é a falta de imunidade. Segundo o jornal El Pais que cita o envestigador García-Sastre, este explica que mesmo com 0,1% de letalidade este novo vírus pode ser problemático se o número total de infectados superar expressivamente o de uma gripe comum.

“Ao contrário da gripe sazonal, em que há um número de pessoas que não são infectáveis porque terem imunidade, ninguém tem imunidade contra este vírus, então ele vai infectar muito mais gente que a gripe sazonal, e por isso, mesmo se tiver a mesma letalidade que a gripe, o número absoluto de casos será muito maior, e isso representará um desafio ao sistema hospitalar. Acredito que este coronavírus não chegará a ser como o vírus da gripe de 1918, mas sim como o vírus pandêmico H2N2 de 1957”, explica o investigador.

É uma comparação para estar alerta. Um estudo de 2016 calculou que haveria 2,7 milhões de mortes se um vírus como o H2N2 surgisse em 2005, um valor intermediário entre as 400.000 mortes atribuíveis à gripe H1N1 de 2009 e a “devastadora” gripe de 1918, erradamente conhecida como Gripe Espanhola, que matou mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo.

Calor pode ajudar?

Segundo Isabel Solá, especialista em vírus de RNA do Centro Nacional de Biotecnologia da Espanha é provável que as infecções comecem a diminuir com a chegada da primavera e o aumento das temperaturas no Hemisfério Norte.

Tal como o vírus da gripe, os coronavírus são vírus com envoltório, o que os torna sensíveis a condições ambientais, como as temperaturas altas, o ressecamento e a luz do sol.

Segundo a mesma especialista, quando o calor chegar é previsível que os vírus que saiam nas secreções de uma pessoa e caiam em superfícies externas se inativem antes, o que reduziria a transmissão.

Segundo o médico infectologista Oriol Mitjà, do Hospital Germans Trias i Pujol, de Badalona (Catalunha), o coronavírus ficará como um vírus sazonal, de maneira que no verão haverá uma transmissão muito reduzida. O contágio é através de gotas respiratórias que caem no ambiente.

O vírus sobrevive 28 dias na gota se a temperatura for inferior a 10 graus centigrados, mas só suporta um dia quando faz mais de 30 graus centigrados , explica Mitjà, para quem baixar a guarda agora seria muito perigoso. No momento em que as temperaturas caírem de novo o vírus voltará. Por isso é importante desenvolver vacinas e tratamentos que possamos usar nos anos vindouros.

Diagnóstico dificil

Um dos perigos é o diagnóstico ser mais demorado pois trata-se de um vírus desconhecido. O Dr. Yuen Kwok-Yung especialista de Hong Kong em doenças infecciosas, e a revista TIME relatam os seguintes dados muito preocupantes:

  • O 2019-nCoV ou a Covid-19 pode ser mais contagioso que o SARS;
  • Contágio rápido parece estar a acontecer caso contrário os números de casos diagnosticados não teriam subido tão rapidamente na China, Itália, Correia do Sul, Irão, etc;
  • Existem casos já reportados de crianças sem tosse ou febre que desenvolvem pneumonia o que torna o diagnóstico mais dificil de ser feito atempadamente;
  • Casos de transmissão humano a humano dentro de clusters familiares e em hospitais;
  • Homem de 36 anos, aparentemente sem comorbilidades, morre de paragem cardica após contágio pelo novo coronavírus!

Genoma descodificado

Em artigo do jornal publico o Nuno Faria, Professor associado em epidemiologia genómica da Universidade de Oxford, afirma que descodificar o material genético do novo coronavírus é essencial para entendermos onde começou este surto começou, para onde vai e para desenvolver ferramentas de diagnóstico e vacinas.

Normalmente demoram-se meses até ser conhecido o primeiro genoma do vírus mas neste caso de forma surpreendente, o primeiro genoma do novo coronavírus foi partilhado pelo Centro de Controlo e Prevenção das Doenças da China em 9 de Janeiro de 2020, apenas 12 dias depois dos primeiros casos em Wuhan terem sido notificados.

Em menos de três semanas, já foram partilhados genomas de 24 casos. Estes sugerem que o surto começou apenas uns dias antes dos primeiros casos detectados e que vem de coronavírus que circulam em morcegos.

Diagnóstico molecular PCR

Esta partilha rápida de genomas virais do surto teve um outro impacto imediato. Em apenas dois dias, um novo método de diagnóstico molecular foi desenvolvido e validado:

  • PCR – Polymerase Chain Reaction

A PCR está a ser partilhada pela Organização Mundial da Saúde com os laboratórios de saúde pública em todo o mundo para ser utilizada como uma espécie de “impressão digital” do Covid-19.

Este método de diagnóstico molecular é uma ferramenta que já está a ser utilizada para analisar e confirmar ou descartar os casos suspeitos em tempo recorde.

Origem do SARS-CoV-2 cobra ou pangolim?

Pesquisadores de universidades em Pequim e em Wuhan analisaram 276 genomas de possíveis animais hospedeiros com o mesmo material recolhido em pessoas infectadas.

O novo coronavírus surgido na China pode ter vindo de cobras, animais silvestres que são reservatório do vírus, afirma um estudo da Universidade de Pequim e da Universidade de Bioengenharia de Wuhan publicado na quarta-feira (22), no “Jornal of Medical Virology”.

Estudo: Homologous recombination within the spike glycoprotein of the newly identified coronavirus may boost cross‐species transmission from snake to human

Uma outra análise genómica do SARS-CoV-2 sugere que a origem deste seja o morcego, sendo ainda desconhecido se o reservatório do vírus está ativo e se este foi transmitido diretamente a humanos ou através de um hospedeiro intermédio. Dados mais recentes sugerem que o vírus poderá ter sido transmitido para os humanos através de um mamífero chamado pangolim.

Contacto perigoso com animais

Os primeiros pacientes infectados pelo coronavírus tiveram contato com carne de animais silvestres vendida no mercado de frutos do mar da cidade de Huanan. A primeira infecção do novo coronavírus em humanos teria ocorrido depois do contato de frequentadores e trabalhadores do mercado com a carne de cobras.

Segundo o estudo, o surto de pneumonia viral em Wuhan está associado ao histórico de exposição ao reservatório de vírus no mercado atacadista de frutos do mar de Huanan, sugerindo uma possível zoonose. O mercado de frutos do mar também vendia animais vivos, como cobras, marmotas, morcegos, pássaros, sapos, ouriços e coelhos.

Animais hospedeiros do Coronavírus

É a mesma família de vírus responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV) e pelo coronavírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), que causaram surtos perigosos nas últimas duas décadas na Ásia.

Para achar o possível hospedeiro dessa nova versão do vírus, chamada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019-nCoV, os pesquisadores realizaram uma análise filogenética de 276 genomas de possíveis animais hospedeiros, coletadas de um banco internacional de dados.

Os genomas, que eram de animais tanto da China como de outros continentes, foram comparados com os traços localizados nas amostras coletadas em pessoas infectadas.

Análises anteriores também mostraram que o sequenciamento genético do vírus vinha de morcegos, mas foi descartada a possibilidade deles serem a fonte direta. Em vez disso, o coronavírus recém-descoberto provavelmente passou de cobras para humanos – especificamente de uma espécie conhecida como “Chinese Krait” ou cobra chinesa (Bungarus multicinctus).

Conclusão do estudo

Os resultados da análise sugerem que a cobra é o reservatório de animais silvestres mais provável responsável pelo atual surto de infecção por 2019-nCoV. A transmissão teria começado entre espécies de serpentes e de serpentes para humanos.

Contudo, o estudo não conclui como o vírus pulou pela primeira vez da cobra chinesa para um ser humano.

Transmissão

Também é um mistério para os pesquisadores do estudo como o vírus poderia “saltar” de hospedeiros de sangue frio, como os répteis, para humanos, que tem sangue quente. O estudo conclui que o facto desse tipo de coronavírus ter conseguido dar esse salto sugere que é uma estirpe “muito adaptável”.

Os coronavírus são transmitidos de pessoa para pessoa pelo ar. Eles infectam principalmente o trato respiratório e gastrointestinal superior de mamíferos e aves.

Contágio em gotículas de saliva

No caso do Covid-19 sabemos já que é transmitido por contacto directo pela fala, beijos, abraços, apertos de mão, tosse e espirros, sempre dentro de gotículas de saliva.

As gotículas portadoras do vírus podem também ficar depositadas em diversas superfícies durante vários dias. Por exemplo a temperaturas baixas podem manter-se com potencial infecioso durante 9 dias numa superfície metálica… desde que protegido no interior da gotícula de saliva ou secreções nasais

A maioria dos vírus causa sintomas relativamente leves, mas alguns podem causar complicações e, no caso do coronavírus da China, pode causar pneumonia grave, levando à morte.

Ainda não há tratamento aprovado para o 2019-nCoV. Além disso, os pesquisadores ainda não sabem ao certo quão facilmente o vírus pode espalhar-se de humano para humano.

Provetella e a hipótese do bacteriófago

Os bacteriófagos são vírus que infectam e se reproduzem dentro de bactérias, como um parasita e foram implicados “na progressão e manutenção de pelo menos algumas patologias, incluindo aquelas associadas ao desdobramento de proteínas”, de acordo com um artigo de 2018, que destaca o seguinte: 

“Aqui, pela primeira vez, propomos o conceito de bacteriófagos como patógenos humanos. Sugerimos que os vírus bacterianos tenham diferentes maneiras de interagir direta e indiretamente com células e proteínas eucarióticas, levando a doenças humanas”.

Num artigo de fevereiro de 2020,  Sandeep Chakraborty, membro central de bioinformática da UC Davis, observa que a bactéria Prevotella está presente (às vezes em grandes quantidades) em pacientes de dois estudos na China e um em Hong Kong.

Dados de sequenciamento de RNA de Wuhan, China, publicados em 25 de janeiro de 2020, mostram milhões de leituras de proteínas Prevotella encontradas entre alguns milhares de viroses de COVID-19. 

No entanto, os pesquisadores não mencionam o Prevotella nesse artigo. A bactéria Prevotella também foi encontrada em seis pacientes com COVID-19 da mesma família em Hong Kong. Estes são os três estudos encontrados por Chakraborty. 

Mas a evidência decisiva é a presença do mesmo ponto de integração do nCov e Prevotella no Estudo 1 e no Estudo 2. Além disso, a detecção do nCoV pode ser muito específica, procurando 500bp na proteína espigão (ponto de ligação à célula hospedeira), o que seria um bom candidato para o desenvolvimento de vacinas, inibição de proteínas e diagnóstico (que não era específico para SARS em muitos casos incluindo o teste CDC). Sendo neste caso DNA, os testes de detecção padrão usando RT-PCR, que procura por RNA, podem apresentar muitos falsos negativos.

Embora esta possivel ligação com a Provetella careça de mais verificação e validação, é uma descoberta interessante que pode ser significativa se verdadeira. 

Do ponto de vista do tratamento, isso pode indicar que os antibióticos podem ser úteis e, para prevenção, probióticos, prebióticos e/ou esporobióticos podem desempenhar um papel importante.

Ainda não sabemos muito sobre o COVID-19 e, se ele escapou da instalação BSL-4 da cidade de Wuhan, os Chineses não estão a fornecer nenhum detalhe sobre isso que possa ajudar os profissionais de saúde a descobrir um plano de tratamento eficaz.

Período de incubação

O período de incubação calculado para o coronavírus e a covid-19 vai, geralmente, de 3 a 14 dias o que aumenta ainda mais o perigo de propagação rápida desta infeção viral.

Fonte: CEDIME

Assim durante os primeiros 14 dias após o contágio , os doentes podem não apresentar ainda sintomas da infeção mas no entanto têm já capacidade para transmitir o coronavírus ás pessoas mais próximas!

Coronavírus ciclo de transmissão e sintomas

Sintomas

Sinais comuns de infecção com coronavírus incluem:

  • Tosse seca,
  • Febre,
  • Falta de ar,
  • Dificuldades respiratórias,
  • Em casos mais graves, a infecção pode causar pneumonia,
  • Síndrome respiratória aguda grave,
  • Insuficiência renal e até morte.

Prevenção

Medidas de porevenção contra coronavírus

As recomendações padrão para impedir a propagação da infecção do coranavírus incluem:

  • Lavagem regular das mãos,
  • Cobertura de boca e nariz ao tossir e espirrar,
  • Cozinhar bem a carne e os ovos,
  • Evite contato próximo com qualquer pessoa com sintomas de doenças respiratórias, como tosse e espirros
OMS medidas de redução de riscos 
 contra o coronavírus
OMS medidas de prevenção contra o coronavírusCoronavírus

Tratamento

A China está a usar os medicamentos para HIV da AbbVie Inc como tratamento ad-hoc para a pneumonia causada pelo novo coronavírus, enquanto a busca global por uma cura continua.

A filial de Pequim da Comissão Nacional de Saúde (NHC – National Health Commission ) da China disse que uma combinação dos antivirais lopinavir e ritonavir, vendida sob a marca Kaletra pela farmacêutica AbbVie, faz parte do seu mais recente plano de tratamento para pacientes infectados pelo mais recente coronavirus denominado 2019-nCoV.

A NHC afirmou que, embora ainda não exista nenhum medicamento antiviral eficaz, recomenda que os pacientes recebam os seguinte tratamento diário:

  • Lopinavir e ritonavir – 2 comprimidos duas vezes ao dia
  • Interferon Alfa-2b – 1 dose por nebulização duas vezes ao dia.
  • Remdesivir começou a ser testado também.

Outros tratamentos em estudos são os seguintes:

  • Favilavir
  • Cloroquina
  • Losartan.

LEIA AQUI: Tratamentos recentes para a COVID-19

OMS actualizações sobre Coronavirus

Actualização de dados e notícias da OMS clique aqui

Referências

  1. OMS – Organização Mundial de Saúde
  2. EL Pais – Como o coronavírus se compara com a gripe
  3. TIME and Dr. Dr. Yuen Kwok-Yung
  4. The Lancet – Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China
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SUPLEMENTOS NO DESPORTO

Suplementos no desporto quais os perigos? Quais os mais eficazes? Quando tomar proteína e hidratos de carbono? Como fazer a melhor hidratação? Esteroides anabolizantes quais os perigos e utilizações?

Autor: Aurora Simón, Diretora técnica do CIM (Centro de Informação do Medicamento) Ordem dos Farmacêuticos

Neste artigo são tratados os seguintes temas:

  • Alimentação saudável ou suplementos, qual a melhor opção?
  • Quando se deve usar proteina como suplemento? E os Hidratos de carbono?
  • Como fazer a hidratação correcta?
  • Bebidas desportivas
  • Geles e barritas desportivas
  • Alimentos desportivos e suplementos alimentares
  • Riscos dos suplementos alimentares
  • Problemas de dopagem
  • Esteroides anabolizantes
  • Doenças e efeitos adversos causados pelos anabolizantes
  • Proteinas
  • Excesso de proteína
  • Cafeína
  • Taurina
  • Vitaminas
  • Minerais
  • Antioxidantes
  • Creatina
  • Bicarbonato de sódio
  • Beta-alanina
  • Nitrato
  • Carnitina
  • Aminoácidos de cadeia ramificada, leucina, valina e isoleucina
  • Queimadores de gorduras como chá verde, ácido lipoico e piruvato
  • Outras substâncias como glutamina, zinco, equinácea, quercetina, vitamina C, vitaminas D, vitamina E, crómio, glucosamina, condroitina, etc.

Suplementos no desporto vs Alimentação

Na maioria dos casos, as necessidades de um desportista saudável podem ser cobertas com uma alimentação equilibrada e variada. Esta proporciona geralmente toda a proteína necessária para o desenvolvimento muscular e a reparação dos tecidos corporais.

Proteína

Tem sido sugerido que a necessidade de proteína aumenta em treinos intensos de resistência, mas a evidência não é clara ou universal. Os atletas em maior risco de não preencher as suas necessidades proteicas são os que limitam de forma importante a ingestão energética ou a variedade de alimentos. Os desportistas podem satisfazer o aumento das necessidades consumindo mais alimentos. Contudo, a toma de uma pequena quantidade de alimento com proteína logo após o treino pode ser vantajosa.

Hidratos de carbono

Os hidratos de carbono proporcionam energia, armazenando-se no fígado e nos músculos. Têm um papel essencial no desempenho desportivo, particularmente na recuperação da função muscular após um exercício extenuante. A alimentação deve proporcionar suficientes hidratos de carbono para o exercício e para a recuperação da reserva de glicogénio nos músculos.

Os hidratos de carbono complexos (massa, pão integral ou arroz) contêm também fibra, vitaminas e minerais. Os açúcares simples, presentes em certas bebidas ou nos doces, proporcionam calorias, mas não outros nutrientes. Durante o exercício, as principais fontes de energia são as reservas de gordura e de hidratos de carbono. Enquanto as primeiras são relativamente abundantes, as de hidratos de carbono são limitadas, sendo fundamental que sejam eficazmente restabelecidas cada dia. Depois de exercício intenso é necessário o consumo de hidratos de carbono para aumento da reserva nos músculos.

Água líquidos e hidratação corporal

Água e líquidos são essenciais para manter a hidratação corporal, especialmente importante em climas quentes e em altitude. Alimentos e bebidas devem conter suficientes sais para repor os perdidos com a transpiração. Vitaminas e minerais são nutrientes necessários para o correto funcionamento do organismo. As recomendações nutricionais devem ser ajustadas individualmente, considerando as necessidades energéticas.

A necessidade de alimento de cada grupo dependerá do tipo de desporto e de treino, e do tempo de atividade. Em certas situações (determinados desportos, gasto energético muito importante, ou climas extremos) pode ser útil um aporte suplementar de vitaminas, minerais e outros nutrientes. Os vegetarianos também podem estar em risco de falta de alguns nutrientes.

Suplementos alimentares vs alimentos desportivos

Alguns alimentos têm sido desenvolvidos para fornecer energia e nutrientes aos desportistas em formas de fácil consumo. Os alimentos desportivos podem ser convenientes quando as necessidades diárias não podem ser colmatadas com a alimentação, embora geralmente sejam mais caros. Em certas situações, o consumo de alimentos normais pode não ser prático por problemas de preparação e armazenagem, ou pelos horários de treino.

Existem produtos para: hidratação, para recuperação de eletrólitos e de energia depois da atividade física ou, como referido, para fornecer nutrientes concretos de forma mais cómoda.

Bebidas desportivas

As bebidas desportivas proporcionam líquidos, hidratos de carbono e eletrólitos durante o exercício e também reidratação e aporte de energia após o exercício. Em práticas de 60 minutos ou superiores, podem ser necessárias para manter os níveis de glucose e para prolongar o tempo até à fadiga.

Geles e barritas desportivos

Os geles desportivos contêm hidratos de carbono e, em alguns casos, cafeína ou eletrólitos, para consumo durante o exercício. As barritas desportivas podem incluir hidratos de carbono, proteínas, vitaminas e minerais. Costumam ter pouca gordura e podem incluir outros ingredientes, para os quais não existem bases científicas e que podem aumentar o risco de contaminação.

Podem ser apropriadas quando se necessita energia antes da prática desportiva e podem ajudar a reparar os músculos posteriormente como, por exemplo, após 2 h de exercício, quando uma refeição equilibrada não vai estar disponível.

Existem também produtos para:

  • Substituição de eletrólitos (pó ou comprimidos),
  • Suplementos de alimentação em forma líquida,
  • Alimentos enriquecidos em proteína (leite, iogurte, barras de cereais),
  • Suplementos proteicos, que serão analisados em separado.

As denominadas bebidas energéticas, de consumo crescente, publicitam aumento de atenção e melhora do desempenho físico e mental. Podem conter hidratos de carbono, cafeína (que será abordada em separado), taurina, vitaminas do grupo B e outros ingredientes, alguns com evidência de utilidade variável e certo risco. Referidos, por exemplo:

  • Glucuronolactona,
  • Antioxidantes,
  • Minerais,
  • Guaraná,
  • Ginkgo biloba,
  • Ginseng,
  • Carnitina.

Podem aumentar temporalmente a atenção e resistência física, mas não há suficientes dados sobre aumento de força ou de potência. Algumas bebidas energéticas têm um conteúdo elevado de cafeína ou outros estimulantes.

O consumo em quantidade excessiva, ou combinado com outros suplementos ou álcool, pode ser perigoso. O consumo em quantidades elevadas pode causar agitação, palpitações, insónia, aumento da pressão arterial, convulsões, ou alteração do humor. Ao terem muito açúcar contribuem para o risco de cárie dentária, ganho de peso e agravamento da diabetes.

O alto conteúdo em hidratos de carbono resulta numa lenta absorção pelo estômago e pode causar problemas digestivos. O uso moderado não parece causar desidratação, se bem que não devam ser usadas para hidratação. Em alguns casos, os componentes podem interagir com medicamentos. Em adolescentes, a intoxicação por cafeína pode surgir mais facilmente, pela menor tolerância nestas idades.

Suplementos alimentares

Os suplementos alimentares são géneros alimentícios que se apresentam sob a forma de produto pré-embalado e destinam-se a complementar e/ou suplementar um regime alimentar. Constituem fontes concentradas de determinadas substâncias nutrientes ou com efeito nutricional ou fisiológico. Devem respeitar a regulamentação específica.

Aos suplementos alimentares não se podem atribuir propriedades curativas ou preventivas de doenças ou dos seus sintomas, função que pertence aos medicamentos. Podem fazer-se acompanhar por alegações de saúde só se autorizadas. Desde 2016 os vulgarmente denominados “Alimentos para desportistas”, que eram um grupo de produtos de alimentação especial, passaram a ser considerados géneros alimentícios comuns, cuja colocação no mercado não carece de notificação à Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária.

No entanto, continuam a existir alimentos destinados a desportistas enquadrados como suplementos alimentares se:

  • Se apresentarem em forma doseada (comprimidos, cápsulas, saquetas e outras formas análogas às farmacológicas);
  • Se destinarem a ser consumidos em unidades medidas de quantidade reduzida – no máximo, 25 g ou 25 ml (pode haver várias tomas por dia, mas cada toma não poder ultrapassar o valor indicado);
  • O valor energético total da toma diária não for superior a 50 Kcal.

Atualmente, o uso de suplementos pelos atletas é uma prática extensa, com grande variedade de produtos. Muitos utilizadores de ginásios e desportistas utilizam-nos para melhorar a forma física, ou o rendimento desportivo. Os motivos pelos quais são procurados incluem:

  • Aporte energético necessário para o treino,
  • Compensação de uma nutrição deficiente,
  • Manutenção da saúde,
  • Uma melhor recuperação,
  • Melhora do desempenho, da resistência, ou da massa muscular,
  • Perda de peso.

O termo “suplemento ergogénico” é geralmente utilizado para denominar os que têm como objetivo melhorar o desempenho desportivo e/ou promover as adaptações ao treino. A utilização de suplementos multivitamínicos/multiminerais e de micronutrientes individuais só resultará num melhor rendimento se a suplementação corrigir um desequilíbrio alimentar.

Quando o estado nutricional não é ótimo, podem ser usados nutrientes para reverter a situação ou prevenir mais deficiências. Os suplementos podem ajudar a alcançar os objetivos nutricionais, prevenir e tratar deficiências de nutrientes e, em alguns casos, podem ter um efeito ergogénico direto.

Um marketing agressivo e, em ocasiões, com publicidade enganosa tem conduzido a uma grande utilização. Muitas vezes existem poucas, ou nenhumas, bases científicas para os supostos benefícios. Há que ter em consideração que não é exigido que estes produtos superem os controlos pelos quais passam os medicamentos.

Fundamentar os benefícios da suplementação de nutrientes é difícil e precisa de requisitos que raramente são alcançados:

  • Uma população apropriada,
  • Testes de desempenho válidos e confiáveis,
  • Uso apropriado de placebo,
  • Controle de fatores externos,
  • Do ambiente de estudo e
  • Utilização de técnicas estatísticas apropriadas.

Estudos científicos bem conduzidos mostraram que, sob condições específicas, alguns produtos podem ter alguns efeitos positivos no desempenho, força ou massa magra corporal. Outros mostraram eficácia em laboratório, mas não no ambiente desportivo. Porém, a maior parte das pesquisas realizadas não conseguiu sustentar efeitos ergogénicos na maioria dos suplementos.

Os dados científicos sugerem que só um pequeno número de substâncias tem este tipo de efeitos. Entre elas encontram-se a cafeina, a creatina, os nitratos, o bicarbonato de sódio e, possivelmente, a beta-alanina.

Riscos dos suplementos alimentares no desporto

A toma de suplementos alimentares justifica-se em certas situações, mas podem acarretar riscos. Estes podem estar relacionados com a segurança dos produtos, mas também com padrões inadequados de uso, incluindo misturas indiscriminadas, sem considerar as doses totais de alguns ingredientes, ou possíveis interações problemáticas entre eles. Podem chegar a ter efeitos nocivos sobre a saúde quando usados em doses inadequadas.

Os utilizadores podem não estar cientes de que o uso prolongado de alguns pode ter efeitos adversos, piorar certos problemas de saúde ou interagir com medicamentos. Podem existir dados sobre cada componente, mas há que considerar que podem atuar de forma diferente quando combinados. Em ocasiões podem surgir reações alérgicas ou toxicidade devida a contaminantes. Certos produtos podem ser preparados com falta de higiene ou não conter as doses indicadas. Alguns suplementos podem ser dispendiosos. Muitas vezes são tomados sem ter sido avaliada uma necessidade específica.

Problemas de dopagem

Uma situação preocupante (especialmente nos desportistas sujeitos a testes antidopagem) é a contaminação dos produtos com substâncias proibidas e que poderão ter consequências para a saúde.

Certos produtos podem incluir substâncias anabolizantes ou estimulantes, como a efedrina. Não devem ser adquiridos na Internet produtos sem garantias do fabricante. Em alguns estudos tem sido observado que alguns suplementos adquiridos através da internet estavam contaminados com substâncias não descritas na rotulagem. Alguns contêm deliberadamente substâncias proibidas, mas outros podem estar contaminados, isto é, as substâncias não estão declaradas no rótulo de forma não intencional.

Esteroides anabolizantes

Os esteroides anabolizantes têm efeitos androgénicos e anabólicos (aumento de massa muscular e óssea). Doses suprafisiologicas de testosterona durante várias semanas, juntamente com uma dieta controlada e exercício, aumentam a massa muscular, o tamanho, a força e promovem a cicatrização muscular em homens. Contudo, podem surgir importantes efeitos adversos como:

  • Supressão da função testicular,
  • Ginecomastia,
  • Hepatotoxicidade,
  • Alterações de humor,
  • Conduta agressiva,
  • Doença cardíaca,
  • Alterações da coagulação,
  • Virilização,
  • Efeitos dermatológicos,
  • Dependência.

Outras substâncias não esteroides anabolizantes, como o clenbuterol ou a tibolona em grandes quantidades, são usados para aumento da massa muscular. O uso deste tipo de suplementos representa uma preocupação de saúde pública. Têm sido banidos pelas organizações desportivas e não devem ser usados, a não ser para tratamento de doenças.

Quando os produtos foram desenvolvidos para evitar o controle regulamentar são denominados esteroides de desenho. Em muitos casos, os esteroides sintéticos nunca foram avaliados quanto à pureza, eficácia clínica ou toxicidade. São frequentemente comercializados em sites que promovem suplementos para dar volume muscular e força.

Podem conter pró-hormonas (como androstenediona, deidroepiandrosterona – DHEA e 19-norandrostenediona, precursores de testosterona). São estruturalmente derivadas de precursores de testosterona e outros esteroides anabolizantes.

Em ocasiões, estas substâncias têm sido identificadas como ingredientes não declarados. São promovidas como ajuda ergogénica ao elevarem os níveis de testosterona. Contudo, não têm sido demonstrados, de forma convincente, efeitos que apoiem a utilização para melhorar o exercício ou o rendimento físico.

Em muitas ocasiões, a análise dos dados sobre eficácia e segurança dos suplementos é difícil. Os utilizadores devem consultar um médico ou nutricionista ao invés de procurar orientação online, ou em colegas ou treinadores. O recurso à suplementação apenas deverá ser ponderado se os objetivos nutricionais não podem ser atingidos com a dieta.

Proteínas

As proteínas podem ter um papel na recuperação pós-exercício. Desportistas que realizam treino de força e de resistência podem ter um modesto aumento das necessidades proteicas. A ingestão diária deverá ser de:

  • Cerca de 1,2 a 1,7 g de proteína/kg/dia;
  • Até 2 g/kg/dia, em caso de realização de algum treino intenso;
  • 1,7-2,2 g/kg/dia para quem realizar uma elevada quantidade de treino intenso.

Geralmente, as recomendações de ingestão proteica podem ser alcançadas através da alimentação. Os alimentos ricos em proteína devem ser a primeira escolha pois proporcionam também as vitaminas e minerais necessários. Contudo, em certos casos, os suplementos podem ser uma forma prática e transportável de satisfazer as necessidades proteicas.

As mais utilizadas são:

  • Proteína do soro de leite;
  • Caseína do leite;
  • Ovo;
  • Proteína de soja.

Existem produtos em pó, líquidos ou barritas. Após o exercício, podem consumir-se cerca de 20 g de proteína.

Excesso de proteína

As quantidades não devem ser excedidas, pois uma maior dose não produz massa muscular ou força adicionais. O excesso de proteína parece aumentar a produção de ureia, com maior necessidade de ingestão de água para a sua excreção pela urina.

O soro lácteo é uma fonte de proteína de alta qualidade, rapidamente absorvido e muito utilizado. Alguma evidência sugere que, como parte de um programa de treino, aumenta a massa magra e a força; Outros estudos não mostraram estes efeitos. Pode ajudar na velocidade de recuperação do músculo após exercício intenso. Em quantidades adequadas a toma parece segura

Cafeína

Estimulante presente de forma natural no café, chá, cola ou cacau, podendo também ser sintetizada. Encontra-se em bebidas e barritas energéticas. A cafeína tem efeito ergogénico em várias situações desportivas. Uma pequena quantidade pode ser útil em atividades baseadas na resistência e em sprints repetidos de curta duração.

A cafeína pode ajudar na realização de exercício com o mesmo nível de intensidade por um tempo mais longo e a reduzir a perceção de fadiga. Não são convenientes mais de 400 mg/dia de cafeína nos adultos (equivalente a cerca de três chávenas de café), quantidade sem risco para a maioria das pessoas. Não devem ser esquecidas as fontes dietéticas.

A quantidade de cafeína que os atletas podem tomar antes de uma competição está limitada. Os efeitos secundários da cafeina podem ter impacto no desporto. Um uso excessivo pode causar:

  • Alterações do sono,
  • Irritabilidade,
  • Nervosismo,
  • Ansiedade,
  • Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial,
  • Cefaleia,
  • Tonturas,
  • Desidratação.

Pode interferir com a absorção de cálcio no organismo. Doses elevadas não parecem aumentar os efeitos positivos e causam mais facilmente efeitos adversos

Taurina

Aminoácido encontrado naturalmente na carne e peixe. A maioria das bebidas energéticas não a contêm em quantidade suficiente para ter resultados no desempenho desportivo ou efeitos adversos. Pouco se sabe sobre os seus efeitos quando tomada em grandes quantidades ou a longo prazo. Os dados de eficácia são limitados ou variaveis.

Vitaminas, minerais e antioxidantes

Geralmente, um desportista não profissional com uma alimentação variada não precisará de suplementação. Em ocasiões, os requerimentos podem não ser cobertos só com a alimentação e, nesse caso, os suplementos podem ser benéficos.

Se existir deficiência vitamínica, estaria justificado o uso da vitamina concreta. Em atletas que limitam a ingesta energética para lograr objetivos de peso e nos que seguem padrões alimentares com restrição de algum tipo de alimento pode existir risco de deficiência vitamínica.

Tiamina, riboflavina e piridoxina – Desportistas com treinos intensivos podem precisar de vitaminas implicadas na produção de energia (tiamina, riboflavina ou piridoxina), mas estas podem ser obtidas aumentando a ingestão de alimentos.

Vitamina D – A principal fonte de vitamina D é a exposição solar. Parece intervir no processo de adaptação a exercício exigente, mas os dados sobre o seu papel na função muscular e na recuperação são equívocos. Deve existir suplementação se os níveis são insuficientes; os dados atuais não apoiam o seu uso como ajuda ergogénica.

Ferro – O ferro é necessário para transporte de oxigénio no organismo, encontra-se em alimentos como carne, aves ou peixe. O ferro procedente de plantas absorve-se pior, mas os alimentos ricos em vitamina C ajudam na absorção.

Os vegetarianos, ou quem faz regularmente exercício intenso, podem precisar de suplementos se os níveis de ferro forem baixos. Uma fadiga inexplicada deve ser investigada, mas não é prudente o uso de ferro como rotina, ou a utilização sem certeza de carência.

A suplementação em indivíduos com níveis de ferro adequados pode resultar em vómitos, diarreia, dor abdominal, desenvolvimento de hemocromatose e insuficiência hepática.

Cálcio – A melhor fonte de cálcio, essencial para os ossos, são os produtos lácteos ou os alimentos fortificados à base de soja. É recomendável uma ingesta mais elevada na mulher. Suplementos com antioxidantes têm sido utilizados para compensar um stress oxidativo aumentado pelo esforço físico. Contudo, estudos realizados com as vitaminas C e E não mostraram vantagens no desempenho desportivo, e alguns até mostraram o efeito contrário. Deve-se evitar a suplementação crónica com doses elevadas, aumentando a toma de antioxidantes através dos alimentos.

Creatina

A creatina, substância endógena derivada de aminoácidos, é produzida principalmente no fígado e rins, e armazenada sobretudo no musculo esquelético, para servir como fonte de energia. Encontra-se em alimentos de origem animal como a carne e o peixe.

A suplementação pode melhorar o desempenho em desportos envolvendo exercício repetido de curta duração e alta intensidade em adultos, embora a extensão do benefício seja variável. Existiram melhoras em programas de treino baseados nestas características, conduzindo a ganhos na massa magra e na potência muscular.

Melhorou o desempenho em desportos que requerem curtas explosões de energia (como sprint em corrida ou bicicleta) ou em desportos de equipa. Contudo, em desportos de resistência pode não proporcionar muito benefício.

Os díspares resultados podem ser consequência de estudos de pequeno tamanho com utilização de doses e testes distintos. Cerca de um terço dos indivíduos não responde à suplementação com creatina. A creatina também é usada em síndromas com deficiência.

A creatina monoidrato é a forma mais estudada. Existem poucos dados de segurança de formas mais recentes, como a creatina etil ester, ou de eficácia em associações. São referidas doses iniciais de cerca de 15-25 g/dia (em 4 doses) durante 4-7 dias e posteriormente 2- 5 g/dia,1,5,6,20 durante umas 4 semanas. Nas quantidades e protocolos recomendados não tem mostrado risco para a saúde.

Têm sido relatados efeitos adversos como:

  • Dor nas extremidades inferiores,
  • Cãibras e, com menor frequência,
  • Desconforto gastrointestinal (menor frequência)

Contudo a evidência para os dois últimos é fraca.

  • Muitos utilizadores ganham peso, possivelmente por retenção de água pelo músculo.
  • O fornecimento de água deve ser adequado.
  • Precaução em doença renal.
  • Parece não afetar adversamente uma função renal normal, se bem que o consumo expõe a aumento da creatininemia.

Pode ser usada só durante o tempo necessário, por exemplo, antes de um evento ou durante a época desportiva. Os efeitos de uso prolongado não são bem conhecidos, e não deve ser tomada em doses excessivas. Não se recomenda em adolescentes.

Bicarbonato de sódio/Beta alanina

O exercício intenso durante vários minutos faz com que os músculos produzam ácidos, como o láctico, que reduzem a força muscular e provocam cansaço. O bicarbonato de sódio e a beta alanina melhoram o desempenho em exercício que poderia ser limitado por transtornos ácido-base associados com altas taxas de glicólise anaeróbia.

O Bicarbonato de sódio e beta alanina poderiam proporcionar certo benefício em exercício mantido de alta intensidade. É necessária investigação em desportos específicos. O bicarbonato pode causar desconforto gastrointestinal quando ingerido em quantidade suficiente para melhorar o desempenho o que, contrariamente, pode ser prejudicial.

A beta alanina de rápida absorção em doses elevadas pode causar parestesias o que não sucede em formulações de libertação lenta ou se tomada em doses divididas. Não existem dados sobre o uso prolongado.

Nitrato

Aumenta a disponibilidade de óxido nítrico, que tem um importante papel na função do musculo esquelético. Dados preliminares sugerem que os nitratos podem reduzir a fadiga. Poderiam melhorar a tolerância ao exercício e as práticas de resistência.

A eficácia é menos clara em atletas de alto nível. São necessários estudos que determinem as doses, os benefícios reais, que desportos podem beneficiar e os efeitos a longo prazo. Em atletas suscetíveis, têm sido referidos problemas gastrointestinais.

Precauções

Não usar nitratos orgânicos, nem confundir com sais nitrito, que podem ser tóxicos, causando meta-hemoglobinémia. Assegurar só o uso da forma inorgânica de nitrato.

Carnitina

Encontra-se no musculo esquelético e cardíaco. Nos alimentos existe em:

  • Carne,
  • Peixe,
  • Alguns produtos lácteos.

Durante o exercício intenso, a carnitina tem um papel no metabolismo dos hidratos de carbono. Teoricamente, pode incrementar a utilização e conservação de glicogénio nos músculos, mas não existe evidência de qualidade de que a suplementação melhore o desempenho desportivo.

Vários estudos controlados não mostraram melhoras ou aumento dos níveis de carnitina no músculo; outros mostraram alguns efeitos. É necessária maior investigação para determinar benefícios no desempenho ou na composição corporal.

Aminoácidos de cadeia ramificada

Os aminoácidos de cadeia ramificada mais abundates no músculo são os seguintes:

  • Leucina,
  • Valina,
  • Isoleucina.

Estão presentes em grandes quantidades em carnes vermelhas e lácteos. São aminoácidos necessários para a síntese proteica nos músculos, mas não há estudos de qualidade que examinem os efeitos da suplementação usada com esta finalidade.

Alguns estudos mostraram redução de dor muscular após suplementação, provavelmente mais prominente em indivíduos não treinados. Contudo, há poucos dados que apoiem a sua utilização para aumento do rendimento físico, desenvolvimento da musculatura ou na recuperação muscular após o exercício.

Outras substâncias

Uma doença que interrompa o treino ou ocorra durante uma competição pode representar um problema e alguns suplementos são promovidos como apoio ao sistema imunitário.

Para muitos, os dados são muito limitados, sem forte evidência de ser particularmente efetivos nos atletas, como por exemplo:

  • Glutamina,
  • Zinco,
  • Equinácea,
  • Quercetina,
  • Vitamina C,
  • Vitaminas D,
  • Vitamina E.

Probióticos – São necessários mais estudos sobre o efeito dos probióticos na redução de problemas gastrointestinais, por exemplo, em atletas que viajam.

Proteína – A proteína é o principal ingrediente de suplementos que promovem aumento de peso e alguns estudos concluíram que favorece o aumento de massa magra, quando combinada com exercício de resistência, mas o efeito não é importante.

Queimadores de gorduras” – Outros produtos alegam reduzir os níveis de gordura corporal e aumentar o tamanho muscular. Os dados de eficácia dos “queimadores de gordura” são inconclusivos e, para a maioria, mínimos. Os efeitos são pequenos ou triviais para substâncias como por exemplo:

  • Chá verde,
  • Ácido lipoico,
  • Piruvato.

Crómio – Não existe evidência de efeito no caso do crómio, que não é recomendado. Nenhuma substância deste tipo proporciona um substancial benefício no desporto.

Beta hidroximetilbutirato – ácido gordo derivado da leucina, tem sido referido aumento de massa muscular, redução de dor muscular e melhora da capacidade aeróbica. Todavia, os dados disponíveis sugerem que provavelmente os efeitos são modestos, e têm sido sobretudo relatados em indivíduos que iniciam os treinos. É necessária mais investigação.

Glucosamina, condroitina e metilsulfonilmetase – Em ocasiões são utilizados suplementos para ossos e articulações (glucosamina, condroitina e metilsulfonilmetase), com a finalidade de prevenir ou reverter dano causado por desporto intenso ou prolongado. A glucosamina pode proporcionar alívio subjetivo em alguns idosos com osteoartrite, mas há pouca ou nenhuma evidência de benefício em atletas saudáveis. Não mostrou prevenção ou reversão do desgaste das articulações.

Para muitas outras sustâncias usadas por desportistas existe uma limitada evidência de utilidade ou dados controversos (adenosinatrifosfato, ácido fosfatídico, ácido araquidónico, citrulina, glutationa). Também é necessária investigação adicional no caso de: selénio, cisteína, cistina, arginina, resveratrol ou ribose.

Programas de educação e intervenção

O aconselhamento alimentar ou a dispensa de suplementos a praticantes de atividade desportiva na farmácia podem ser oportunidades de esclarecimento. Em muitos casos, os utentes não dispõem de informação ou esta pode ser errónea.

As doses usadas podem estar acima das quantidades recomendadas. A informação proporcionada pelos profissionais de saúde é importante para paliar o desconhecimento dos riscos, especialmente na utilização prolongada. Podem ser evitadas interações e, se a pessoa insiste na continuação da toma, poderá realizar os controlos necessários para não surgirem efeitos adversos.

Os desportistas devem ser alertados para não usar suplementos de forma indiscriminada e os jovens ativamente dissuadidos do seu uso. Deve ser recomendado aos utentes que comuniquem os efeitos nocivos e evitem a toma prolongada ou repetida de suplementos sem o aconselhamento de profissionais, especialmente se existirem problemas médicos.

Desaconselha-se a toma em indivíduos com os seguintes fatores de risco:

  • Risco cardiovascular,
  • Alteração da função renal
  • Alteração da função hepática,
  • Problemas neuropsiquiátricos,
  • Grávidas,
  • Mães a amamentar.

O caso dos utentes que consomem anabolizantes é mais complexo, especialmente se existe relutância em cessar a toma. É conveniente informar sobre os efeitos e incentivar a interrupção, transmitindo a importância da realização de estudos hormonais.

Conclusão

Os alimentos e suplementos para desportistas não devem substituir uma dieta saudável. Algumas substâncias proporcionam algum benefício, dependendo do tipo e intensidade da atividade, outras não parecem ser efetivas e algumas poderiam ser nocivas para a saúde. Há que considerar sempre se os produtos são necessários e seguros. Deverá ser dada atenção especial às implicações do uso de suplementos não adequadamente controlados. A intervenção farmacêutica é importante, especialmente pela utilização atual da internet como fonte de informação e, em alguns casos, de aquisição.

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