Pílula contracetiva ou anticoncecional afinal o que corta o efeito da pilula? Será que os chás e o álcool cortam o efeito da pílula? E se tiver vómitos e diarreia, o que acontece? E os lapsos de memória na toma da pílula? Quais os medicamentos que cortam o efeito? Saiba tudo e evite surpresas pois em princípio… os bebés serão mais felizes se forem desejados 🙂
Contracepção e medicamentos
Diversos medicamentos diminuem a eficácia da pílula contraceptiva sendo alguns antibióticos os mais conhecidos. Se o seu médico ou farmacêutico confirmar que esse medicamento corta o efeito da pílula contraceptiva, deve tomar precauções adicionais, continuando a tomar a pílula anticoncepcional como habitualmente nas seguintes situações:
1ª ou 2ª semana da toma da pílula – Se iniciou ou terminou o medicamento durante 1ª ou 2ª semana de toma da pílula, deve utilizar proteção adicional durante todo o tratamento e 7 dias após ter terminado. A toma da pílula mantém-se como normalmente;
3ª semana da toma da pílula – Se iniciou ou terminou a toma do medicamento durante a 3ª semana da toma da pílula, deve continuar a toma da pílula e fazer a habitual pausa para lhe aparecer o período menstrual. É essencial utilizar uma proteção complementar até chegar ao 7.° comprimido da próxima carteira da pílula.
Parece não existir evidência científica de que a generalidade dos antibióticos corta o efeito da pílula anticoncepcional , exceto no caso dosindutores de enzimas, como a rimfapicina.
Aparentemente os antibióticos não indutores, não interferem com a ação contracetiva da pílula. No entanto, por vezes, estes alteram a flora intestinal e, ao causar diarreia próxima da hora de tomar a pílula contracetiva, o efeito contracetivo pode ficar diminuindo.
Antibióticos
É aconselhável a utilização de métodos contracetivos adicionais aos da pílula na toma dos seguintes antibióticos:
Existem diversos antibióticos que parecem não interferir com a eficácia da pílula contracetiva, a saber:
Azitromicina;
Claritromicina;
Clindamicina;
Ciprofloxacina;
Doxiciclina;
Fosfomicina;
Levofloxacina;
Metronidazol;
Nitrofurantoína;
Norfloxacina;
Ofloxacina.
Antifungicos
A Griseofulvina é um dos antifungicos mais descritos como responsável pelo aumento do risco de gravidez quando a mulher toma a pílula. No entanto é já pouco utilizado nos tratamentos mais actuais.
Itraconazol
O itraconazol é um antifungico muito usado no tratamento de infeções fungicas nomeadamente:
Pés (tinha dos pés),
Mãos (tinha das mãos),
Pernas (tinha das pernas)
Erupções fungicas em forma de farelo, uma doença fúngica cutânea com manchas amarelas (Pitiríase versicolor),
Segundo a literatura incluída nas embalagens de itraconazol à venda nas Farmácias, as mulheres com potencial para engravidar têm de utilizar métodos contraceptivos eficazes até ao próximo período menstrual (hemorragia menstrual) após a conclusão do tratamento.
Fluconazol
O fluconazol é um dos antifungicos mais usados actualmente. A sua literatura descreve que pode interagir com os contracetivos mas não é clara quanto ao risco de cortar o efeito da pílula ou seja não há segurança suficiente para afirmar que é 100% seguro tomar a pílula simultaneamente com o fluconazol.
Neste caso a mulher deve usar medidas suplementares de contracepção, até ao ciclo menstrual seguinte após terminar o tratamento antifúngico.
Anti-inflamatórios
Se está a tomar algum anti-inflamatório, pode estar descansada, pois nenhum destes componentes corta o efeito da pílula contraceptiva, pelo que não necessita cuidados adicionais. Alguns dos anti-inflamatórios mais utilizados são:
Ibuprofeno (Ex: Brufen, Trifene)
Diclofenac (Ex: Voltaren)
Nimesulide (Ex: Nimed, Aulin)
Naproxeno (Ex: Naprosyn)
Paracetamol
O paracetamol é um dos analgésicos mais utilizados no mundo, para mitigar sintomas de dores moderadas e febre, não tendo ação anti-inflamatória. É seguro ulilizar com a pílula contracetiva.
Esquecimento inferior a 12 horas
Uma das maiores desvantagens da pílula anticoncepcional é a necessidade da sua toma diária, fazendo do esquecimento da mesma algo bastante frequente. No entanto, caso o esquecimento da toma da pílula não seja superior a 12 horas, a eficácia da pílula mantém-se.
Mesmo assim, é importante tomar o comprimido assim que se lembrar, continuando a tomar a pílula anticoncepcional como habitualmente. Um lapso nesta situação não coloca em causa a eficácia da mesma, independentemente da semana em que ocorra o esquecimento.
Esquecimento superior a 24 horas
No caso do esquecimento ser de mais de um comprimido e a falta da toma da pílula ultrapasse as 24 horas, há medidas de prevenção a considerar, a saber:
Uso de preservativo
Pílula do dia seguinte.
Em caso de dúvida, pode sempre consultar o seu médico, de forma a avaliar a hipótese de uma possível gravidez.
Vómitos até 4 horas após a toma
O vómito só corta o efeito da pílula se ocorrer nas 3 a 4 horas seguintes à toma. Assim, caso vomite no intervalo que compreenda as 4 horas seguintes à toma da pílula, deverá tomar outro comprimido, pois o princípio ativo do comprimido não é totalmente absorvido pelo organismo.
Se os vómitos ocorrerem mais de 4 horas depois da toma da pílula anticoncepcional, não será necessário tomar qualquer precaução complementar, uma vez que esta já foi absorvida pelo organismo, não comprometendo assim o efeito contracetivo.
Diarreia até 4 horas após a toma
Diarreias líquidas e frequentes podem cortar o efeito da pílula. neste cenário deve tomar nova pílula, à semelhança do que acontece com os vómitos. Estudos comprovam que a pílula demora cerca de 4 horas para ser totalmente absorvida e, por isso, o seu efeito pode ficar comprometido se ocorrer um episódio de diarreia intensa e constante durante este período.
A toma do novo comprimido deve ser efetuado o quanto antes, até 12 horas a seguir à hora habitual da pílula. Uma vez mais, quanto mais tarde tomar, menor eficácia tem a pílula. Esta toma deve ser efetuada o quanto antes (até 12 horas a seguir à hora habitual de toma).
Bebidas alcoólicas
Esta é outra situação que deve ser analisada cuidadosamente. Isto é, não é por beber uma cerveja ou mesmo uma caipirinha que vai colocar em causa a eficácia da pílula. Mas a verdade é que, ao beber álcool em excesso, aumenta as probabilidades de ficar mal-disposta e de vomitar, colocando assim em causa o efeito da pílula.
Por outro lado, como a pílula deve ser tomada sempre à mesma hora, é provável que se possa atrasar na toma da mesma ou, então, esquecer-se mesmo de a tomar.
Chá de hipericão (Erva de São João)
Outro produto que corta o efeito da pílula é o chá de hipericão, também conhecido por erva-de-são-joão. Apesar das suas vastas propriedades como tratamento de depressões, efeito analgésico e antissético, facilitador da digestão, entre outros, este chá e produtos derivados da planta, devem ser consumidos com alguma precaução e moderação.
A verdade é que já foi comprovado que este chá e os seus derivados podem interferir com contracetivos e outros medicamentos, como, por exemplo, os retrovirais.
O alerta surgiu da agência de regulamentação de medicamentos sueca, quando duas mulheres que usavam produtos de ervanária contendo hipericão, engravidaram sem o desejarem. No caso, os produtos em questão eram suplementos nutricionais para tratar depressões leves.
Doenças intestinais
A pílula é principalmente absorvida nas paredes do intestino delgado. Assim, mulheres que apresentam algumas doenças intestinais como a Doença de Crohn, reticolite ulcerativa ou outras patologias intestinais inflamatórias, ou ainda que tenham realizado cirurgia bariátrica e implante de bypass jejunoileal tem maior probabilidade de engravidar, mesmo usando a pílula anticoncepcional.
Isso acontece porque, nestes casos, a absorção do medicamento pelo intestino delgado é prejudicada, e consequentemente, o efeito da pílula anticoncepcional é reduzido.
Pílula 30 respostas essenciais
Existem inúmeras questões sobre o uso da pílula contracetiva que nem sempre são respondidas de forma correcta.
Assim clique aqui ou na imagem seguinte para ler tudo o que necessita saber sobre a pílula.
Infeção urinária sintomas, causas e tratamento, como se apanha? Quais os sintomas? Quais os perigos? Sente dor na zona central das costas e tem febre? Cuidado…muito cuidado! Pode estar com um quadro de infeção urinária grave! Segundo a American Urological Association a European Association of Urology e a Associação Portuguesa de Urologia, estes dois sintomas associados (dor nas costas e febre) são graves e devem levá-la de imediato ao médico por causa da possibilidade de se tratar de uma infeção renal. A estes sintomas podem juntar-se ainda náuseas e desconfortos no estômago ou mesmo uma primeira infeção urinária.
Este artigo pretende ser um contributo para informar tudo o que precisa de saber sobre infeções urinárias, desde as cistites não complicadas e frequentes até ás mais graves como a pielonefrite. Quais as diferenças, perigos, tratamentos, como se apanham e como aplicar medidas simples para se proteger e diminuir o risco de contrair uma infeção urinária.
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
O que é uma infeção urinária?
O que são infeções urinárias baixas e altas?
Qual a anatomia do trato urinário?
Que nome têm as infeções na bexiga, uretra e rim?
Causas da infeção urinária, quais são?
O que é um uretrite?
O que é uma cistite?
O que é uma pielonefrite?
Quais as causas de uma infeção renal?
Quais os fatores de risco para contrair infeção renal?
O que é e quais os sintomas da pielonefrite aguda?
O que é e quais os sintomas da pielonefrite crónica?
Quais as complicações da pielonefrite?
Como se faz o diagnóstico da pielonefrite?
Qual o tratamento da infeção renal?
A pielonefrite é contagiosa?
Quais as infeções urinárias mais comuns?
Como se apanham?
Podem apanhar-se nos sanitários públicos?
Quais os tratamentos alternativos?
Que medidas podemos aplicar para evitar a infeção?
Infeção urinária o que é?
Infeções urinárias baixas e altas
Infeção urinária é qualquer quadro infecioso que aconteça no trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. As infeções urinárias podem ser baixas ou altas, a saber:
As infeções urinárias baixas são aquelas que ocorrem na bexiga e/ou na uretra.
As infeções urinárias altas ocorrem quando há comprometimento de pelo menos um dos rins.
Anatomia do trato urinário
Infeções na bexiga, na uretra e no rim
A infeção da bexiga recebe o nome de cistite.
A infeção da uretra é conhecida como uretrite.
A infeção renal é chamada de pielonefrite ( infeção grave )
Termos e significados
Disúria – sensação de dor ou ardor ao urinar.
Hematúria – presença de sangue na urina. Tem como definição mais exata a presença de cinco ou mais eritrócitos (hemácias) por campo na análise microscópica do sedimento urinário, e deve ser confirmada em pelo menos duas amostras de urina.
Poliúria – excesso de produção de urina ao longo de 24 horas. Dizemos que há poliúria quando o volume de urina é maior que 3 litros por dia.
Polaciúria – micção frequente, mas com o volume total de urina ao longo do dia dentro da faixa da normalidade.
Nictúria – excesso de urina que ocorre durante a noite e faz com que o doente acorde várias vezes para urinar. O excesso de urina só ocorre de noite, enquanto o paciente dorme.
Causas da infeção urinária
Em mais de 95% dos pacientes a infeção é de origem bacteriana, sendo a bactéria Escherichia coli responsável por mais de 3/4 destes casos. A compreensão dos fatores de risco individuais e específicos da população associados a infeções recorrentes do trato urinário (ITUs) pode ajudar os médicos a adaptar as estratégias profiláticas.
Nas mulheres os principais fatores de risco causadores de infeções urinárias não complicadas recorrentes, são os seguintes:
Número de parceiros sexuais e nomeadamente relações frequentes com diferentes parceiros e ter 3 ou mais parceiros num ano aumenta claramente o risco de infeção urinária. Em particular o sexo anal significa um risco acrescido porque aumenta a possibilidade de contaminação da vagina por bactérias do trato intestinal;
Diarreia e obstipação;
Atrofia vulvovaginal, também chamada de atrofia vaginal ou vaginite atrófica é definida como a secagem e inflamação das paredes vaginais devido à falta de produção de estrogénio. A atrofia vaginal ocorre mais frequentemente após a menopausa, mas também pode desenvolver-se durante a amamentação ou em qualquer outro momento em que o corpo da mulher diminui a produção de estrogénio;
Alteração da flora bacteriana vaginal por exemplo devido à utilização de espermicidas, alterações alimentares ou higiene excessiva que tornam o trato vaginal menos ácido o que facilita a sobrevivência de bactérias patogénicas;
História de infeções do trato urinário (ITU) durante a pré-menopausa ou na infância;
A infeção do trato urinário (ITU) é uma das infeções bacterianas mais frequentes, com elevados custos para a sociedade. Um estudo europeu refere que uma em cada cinco mulheres adultas tem pelo, menos um episódio de ITU ao longo da vida.
Nos Estados Unidos da América (EUA) a sua incidência está melhor documentada. A ITU motiva mais de 7 milhões de visitas médicas anuais e é responsável por 15% dos antibióticos prescritos em ambulatório. Estima-se que mais de metade das mulheres tenha pelo menos uma ITU ao longo da vida e um terço das mulheres sofra o primeiro episódio até aos 24 anos de idade. Se, por um lado, o risco de progressão da cistite para pielonefrite é negligenciável, por outro lado, o potencial de recorrência é elevado.
Um estudo de 1990 em jovens universitárias demonstrou, aos seis meses, 27% de recorrência e 3% de segundas recorrências. Um estudo mais recente, com mulheres saudáveis entre os 18 e os 39 anos, verificou que aos seis meses o risco de recorrência depois de uma primeira ITU é de 24% . Estima-se que nos EUA os custos anuais relacionados com ITU rondem os 1600 milhões de dólares. Por todos estes fatores, é fundamental que os episódios de ITU sejam corretamente diagnosticados, tratados e prevenidos, tendo em atenção o correto uso dos antibióticos, de modo a não potenciar o aumento das resistências.
Dor a urinar ou disúria
Origem provável: Uretra ou bexiga.
A dor ao urinar, chama-se disúria e é talvez o sintoma de infeção urinária mais comum. A disúria é um termo que engloba diferentes queixas durante a micção, tais como:
Dor,
Ardência,
Sensação de queimadura,
Incómodo ou sensação de peso na bexiga.
A disúria é um sintoma muito comum na cistite e na uretrite, podendo ocorrer eventualmente na pielonefrite. É causada pela irritação da bexiga e da uretra provocada pela infeção.
Nas mulheres, infeções ginecológicas podem causar dor ao urinar, seja por inflamação na área ao redor da entrada da uretra ou pela dor que o contacto da urina ácida provoca com a vulva inflamada. A dica para se pensar em infeção ginecológica e não em infeção urinária é a presença de corrimento vaginal
Sangue na urina ou hematúria
Origem provável: Uretra, bexiga ou rim.
A presença de sangue na urina chama-se hematúria. Sangue na urina é o sinal de infeção urinária que mais assusta as/os doentes, mas geralmente não é um sinal de gravidade. A hematúria pode ser macroscópica, quando é facilmente notada na urina, ou microscópica, quando só é detetada através de exames laboratoriais.
A presença de sangue na urina é um sintoma comum na cistite, mas também pode ocorrer na pielonefrite ou na uretrite. Assim como a disúria, a presença de sangue surge pela irritação da bexiga e da uretra.
Febre e infeção urinária
Origem provável: Rim.
Quando se pensa em infeção, a febre é sempre um dos sinais que vêm à mente. Na infeção urinária, entretanto, a febre só costuma surgir nos casos de pielonefrite. Cistite não costuma causar febre, quando o faz, geralmente é abaixo dos 38ºC. A febre também não é comum na uretrite, exceto nos casos mais graves, onde há disseminação da bactéria para a corrente sanguínea.
Na pielonefrite a febre costuma ser alta, maior que 38ºC, e é frequentemente acompanhada de calafrios. A febre alta é o sinal que costuma diferenciar a pielonefrite das outras causas de infeção urinária.
Polaciúria ou vontade constante de urinar
Origem provável: Uretra ou bexiga.
Sentir necessidade de urinar a toda hora também é um sintoma comum da cistite e recebe o nome de polaciúria. O paciente sente vontade urinar com frequência, porém o volume de urina a cada micção é pequeno. Muitas vezes há uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; sente-se que ainda há urina mas ela simplesmente não sai. Na verdade, a bexiga está vazia, mas como se encontra irritada, a doente tem a falsa impressão de que precisa urinar.
Corrimento uretral
Origem provável: uretra.
A saída de pus pela uretra é um sinal típico das uretrites, sendo quase sempre causada por uma doença sexualmente transmissível. O corrimento uretral vem frequentemente acompanhado de disúria.
Tanto a cistite quanto a pielonefrite não provocam corrimento uretral, sendo este um sintoma típico de infeção da uretra. Nas mulheres com uretrite, o corrimento uretral pode vir acompanhado também de corrimento vaginal, pois é comum que infeções como gonorreia e clamídia também provoquem inflamação da vagina.
Náuseas e vómitos
Origem provável: rins.
Náuseas e vômitos são sintomas comuns na pielonefrite e costumam aparecer associados a febre. A cistite pode causar um mal estar, mas não costuma provocar vômitos. A perda do apetite também é frequente na pielonefrite. Assim como a febre, náuseas e vômitos só costumam surgir nas uretrites em casos de doença mais avançada.
Dor lombar
Origem provável: rins
A dor lombar, geralmente mais intensa de um lado, é outro sintoma comum da pielonefrite. Na verdade, são poucas as doenças que fazem o rim doer; a pielonefrite é uma delas. A cistite também pode causar uma leve dor lombar, mas é habitualmente bem menos intensa que na pielonefrite.
Mau cheiro da urina
Origem provável: bexiga ou uretra.
Uma urina com mau cheiro pode ser um sinal de bactérias na urina, cuja origem pode ser uma cistite ou uma uretrite. Porém, na maioria dos casos, a causa do mau cheiro é apenas uma urina muito concentrada. A ureia, uma substância presente em grande quantidade na urina, é a causa do odor característico da urina. Se a urina estiver pouco diluída, o cheiro da ureia torna-se mais percetível.
Desorientação e alteração de consciência
Origem provável: rins.
A pielonefrite é um caso potencialmente grave, que pode levar a um quadro de infeção generalizada. Se não for reconhecida e tratada a tempo, o paciente pode começar a apresentar sinais neurológicos, como desorientação, prostração e até redução do nível de consciência.
Os idosos são a população que mais apresenta este tipo de quadro durante uma infeção do trato urinário. Muitas vezes, não há febre nem outros sintomas, sendo a alteração neurológica a única pista de que há uma infeção em curso.
Perda involuntária de urina
Origem provável: bexiga.
Além da vontade constante de urinar, o paciente com infeção da bexiga pode ter dificuldade em segurar a urina. O indivíduo sente vontade de urinar, mas não consegue chegar a tempo á casa de banho, perdendo urina involuntariamente. Este sinal chama-se urgência urinária, e é muito comum nas crianças e nos idosos.
Sintomas de uretrite
Corrimento purulento pela uretra.
Ardência para urinar.
Sangue no sêmen.
Incômodo nos órgãos genitais.
Dor durante o sexo.
Sangue na urina.
Sintomas de cistite
Ardência, dor ou desconforto para urinar,
Sangue na urina,
Vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia (ou quase vazia),
Sensação de peso na bexiga,
Urgência urinária (não conseguir segurar a urina até chegar á casa de banho).
Sintomas de pielonefrite
Febre alta,
Calafrios,
Náuseas e vômitos,
Dor lombar,
Prostração,
Desorientação (mais comum nos idosos),
Sangue na urina.
Pielonefrite o que é?
A pielonefrite é uma infeção bacteriana de um ou ambos os rins. A infeção renal é um caso potencialmente grave, porque ataca um órgão vital. É um quadro que pode ter gravidade semelhante a uma pneumonia.
Se não tratada a tempo e corretamente, pode levar à septicémia que pode ser mortal por falência de vários outros órgãos.
Na grande maioria dos casos responde bem aos antibióticos. Os casos que evoluem de forma negativa são aqueles que esperaram muito tempo para receber tratamento ou quando o doente já se encontra muito debilitado por outras doenças.
A pielonefrite é uma frequente causa de formação de cicatrizes nos rins, podendo levar à perda parcial da função renal, principalmente nos doentes que têm infecções recorrentes.
Causas da pielonefrite
A infeção dos rins acontece de duas formas, a saber:
A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada. Menos frequente é a colonização assintomática da bexiga por bactérias que também pode ser a fonte de uma infeção renal. Nestes casos, o doente tem bactérias na bexiga mas não apresenta sintomas pois estas estão apenas colonizar. Por esta razão nem todas as pessoas relatam sintomas de cistite antes do surgimento da pielonefrite.
O segundo modo de infeção dos rins é pelo sangue, quando uma bactéria que está a provocar uma infeção em algum local do nosso organismo viaja pela corrente sanguínea e se aloja no rim. Esta via é muito menos frequente do que a via ascendente.
Fatores de risco para infeção renal
Além da cistite, que é o principal fator de risco, existem outras situações que podem aumentar o risco de infeção dos rins, a saber:
Uso de cateteres vesicais (algália)
Cirurgias urológicas
Cálculos renais
Anormalidades anatómicas do trato urinário
Doenças da próstata que causam obstrução do fluxo da urina
Doentes de risco
Os doentes de maior risco são os que apresentam um sistema imunológico frágil, tais como:
Diabéticos
Insuficientes renais
Cirróticos
Portadores do vírus HIV
Doentes a tomar medicamentos imunossupressores apresentam um risco maior de contrair uma cistite que evolua para pielonefrite.
Sintomas da pielonefrite
Os sintomas típicos da pielonefrite são:
Febre
Dor lombar
Náuseas
Vómitos
Mal estar geral
Podem haver também sintomas de cistite, como dor ao urinar e vontade de urinar com frequência, mesmo quando a bexiga está vazia. Outro sinal comum é a presença de sangue na urina (hematúria), que se apresenta normalmente como uma urina cor de Coca-Cola.
Tipos clínicos de pielonefrite
Pielonefrite aguda não complicada.
Pielonefrite aguda complicada.
Pielonefrite crónica.
Pielonefrite aguda não complicada
Ocorre normalmente em mulheres jovens, sem antecedentes de doenças ou alterações na anatomia do sistema urinário.
O quadro clínico é de febre alta, calafrios, náuseas, vómitos e dor lombar. Os sintomas de cistite, como ardência ao urinar, podem ou não estar presentes. Assim como nas cistites, a principal bactéria causadora de pielonefrite é a Escherichia coli.
Só há necessidade de internamento em casos mais graves. Se o doente tiver bom estado geral e for capaz de tomar antibióticos por via oral, o tratamento pode ser feito em casa.
Pielonefrite aguda complicada
A pielonefrite complicada é aquela que evolui com abscesso dentro ou ao redor dos rins, necrose da papila renal ou produção de gases dentro do rim, um quadro chamado pielonefrite enfisematosa.
A pielonefrite complicada normalmente ocorre em pessoas com obstrução do trato urinário, bactérias resistentes aos antibióticos ou em diabéticos.
O quadro clínico é igual ao da pielonefrite não complicada, porém apresenta pouca resposta aos antibióticos. O paciente pode apresentar uma resposta apenas parcial, com uma pequena melhoria, mas com fadiga, mal estar, falta de apetite e náuseas que persistem por vários dias.
Uma pielonefrite que não melhora completamente após antibioterapia apropriada deve ser estudadas com exames de imagens, como tomografia computadorizada e ultra-som (ecografia), para investigação de anormalidades que possam estar a perpetuar a infeção.
Pielonefrite crónica
A pielonefrite crónica é um quadro de infeção urinária recorrente, habitualmente associada a má-formações urinárias, obstruções por cálculos renais ou refluxo vesico-ureteral (refluxo da urina da bexiga de volta para o ureter e rins). Costuma levar à cicatrização do rim e à insuficiência renal crónica, principalmente em crianças com refluxo urinário.
Complicações da pielonefrite
Como já referido, se a pielonefrite não for tratada corretamente com antibióticos, existe um risco grande de evolução para sepsis grave. As bactérias presentes nos rins conseguem facilmente alcançar a corrente sanguínea, espalhando-se por todo o organismo, podendo levar à falência de múltiplos órgãos e até ser mortal!
Outro problema da pielonefrite, principalmente se recorrente, é a lesão permanente do rim. Doentes com pielonefrite crónica podem evoluir com insuficiência renal terminal e necessitar de hemodiálise!
Diagnóstico da pielonefrite
O diagnóstico da infeção renal é geralmente feito apenas com os sintomas clínicos. Exames laboratoriais ajudam a confirmar o diagnóstico:
Hemograma tipicamente apresenta uma elevação da contagem de leucócitos
PCR ( Proteína C Reactiva ) encontra-se elevada.
No exame de urina é comum a presença de pus (leucócitos na urina) e sangue (hemácias na urina).
A urocultura deve ser sempre solicitada, pois ela é capaz de identificar a bactéria que está a provocar a pielonefrite, ajudando na escolha de antibióticos adequados.
No entanto como a urocultura demora pelo menos 48 horas para ficar pronta, não devemos esperar o seu resultado para começar o tratamento com antibióticos. Após o resultado sair, o médico decide se mantém o esquema antibiótico inicial ou muda para um mais adequado ao qual a bactéria seja sensível.
Contágio da pielonefrite
A pielonefrite não é uma doença contagiosa, portanto, não há risco de contaminação de familiares ou pessoas próximas. A pielonefrite deve ser sempre tratada com antibióticos. Medicamentos ditos “naturais” podem proporcionar alívio temporário, no entanto apenas adiam o tratamento correto da infeção, acarretando riscos graves para o doente.
Tratamento da pielonefrite
Em geral, o tratamento da pielonefrite é feito em meio hospitalar com antibióticos intravenosos. Se o paciente tiver boa saúde e ainda estiver com bom estado geral, ele pode receber a primeira dose por via intravenosa e depois completar o resto do tratamento em casa com antibióticos por via oral. Na maioria dos casos, porém, o paciente encontra-se muito debilitado sendo quase sempre necessários 2 a 3 dias de internamento para controlar a infeção.
Nos pacientes com pielonefrite crónica, a avaliação do urologista é necessária. Muitas vezes, o paciente precisa de ser submetido a uma cirurgia para correção de anormalidades anatómicas do sistema urinário que estejam a perpetuar uma infecção dos rins.
Causas das infeções urinárias mais comuns (cistite não complicada)
A infeção resulta da interação entre o agente infecioso e o hospedeiro. Depende do volume do inóculo, de fatores de virulência da bactéria (adesinas bacterianas como os Pili tipo 1 ou Pili P, que facilitam a aderência ao urotélio) e da falência dos mecanismos de defesa tais como:
Normal fluxo urinário,
Esfoliação contínua do urotélio,
Habitual flora do intróito vaginal,
Alterações fenotípicas que facilitam a aderência de determinadas bactérias ao urotélio ou ao epitélio vaginal.
Os microrganismos podem chegar ao aparelho urinário por via hematogénea (sangue) ou linfática, mas a via habitual é a ascendente, com origem no intestino ou seja entrando pela uretra, subindo até à bexiga e nos casos graves chegando aos rins. Assim se explica que os agentes mais frequentes sejam Enterobacteriaceae (que vivem habitualmente no intestino), tais como:
Escherichia coli (70% a 90%),
Proteus mirabilis,
Klesiela spp,
Agentes gram-positivos como Stafilococcus saprofiticus e Enterococcus faecalis são responsáveis pelas restantes infeções.
Bactérias na bexiga
Existem determinados fatores que facilitam a chegada destes agentes à bexiga tais como:
Alterações do trânsito intestinal (ex: diarreias)
Alterações da flora vaginal (ex: higiene excessiva ou falta dela)
Atividade sexual (ex: coito anal seguido de contacto genital)
Uso de espermicidas.
Infeção urinária e sanitários públicos
O receio de contrair infeções em sanitários públicos partilhados está culturalmente enraizado, principalmente no meio feminino. Será verdade ou mito esta crença?
É verdade que as infeções urinárias são mais frequentes no género feminino, por razões de caráter anatómico, mas a sua origem está habitualmente nas bactérias do tubo digestivo, que se propagam facilmente à região urogenital por contiguidade. Não há infeções urinárias contraídas a partir do exterior, nem transmitidas por outrem, sendo a sua origem predominantemente endógena ou seja proveniente das bactérias do trato intestinal da pessoa infetada.
No que se refere às doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis e a gonorreia, a transmissão é feita, como a própria designação sugere, exclusivamente através de contacto sexual com a pessoa infetada. O coito anal seguido de contacto genital também pode causar uma infeção urinária.
A persistência prolongada de bactérias habitualmente causadoras de infeção urinária ou de doenças sexualmente transmissíveis no meio ambiente é fugaz, já que estas não sobrevivem por muito tempo fora do corpo do hospedeiro.
Mesmo que o equipamento sanitário tenha sido previamente utilizado por uma pessoa infetada, a probabilidade de contaminação do utilizador seguinte é praticamente nula.
A repugnância pela utilização de sanitários coletivos constitui uma reação natural, relacionada com preceitos de higiene, não havendo, contudo, razões para temer riscos improváveis. Resumindo, Trata-se de um mito cultivado de geração em geração e que se mantém nos nossos dias.
Tratamento de uma infeção urinária baixa
Não existe um tratamento único que sirva para todas as formas de infeção urinária. O medicamento mais indicado vai depender do agente causador, do sexo do paciente, do local do trato urinário acometido, da gravidade da doença e do estado clínico do paciente.
Tratamento da infeção da bexiga (cistite)
Cistite é o nome dado à infeção da bexiga, sendo a forma mais simples e mais comum de infeção urinária. A cistite ocorre preferencialmente em mulheres, sendo incomum em homens saudáveis.
A cistite apresenta-se habitualmente com disúria, aumento da frequência e urgência urinária. Também podem estar presentes dor supra-púbica, hematúria ou urina com cheiro fétido. A probabilidade destes sintomas corresponderem a cistite é de 50% se isolados e 90% se em combinação. O único exame complementar recomendado é a tira-teste. A urocultura deve ser reservada para doentes com pielonefrite não complicada, infeção recorrente ou com sintomatologia atípica
Vamos dividir a explicação do tratamento da cistite em 5 grupos:
Não complicada em mulheres.
Complicada em mulheres.
Grávidas.
Homens.
Urocultura positiva em pacientes sem sintomas.
Cistite não complicada
Infeção urinária recorrente
A infeção da bexiga que ocorre em mulheres sem problemas de saúde é chamada de cistite não complicada. Este é o tipo mais comum de infeção urinária.
ITU recorrente não complicada
Define-se pela existência de pelo menos três episódios em 12 meses. Esta pode ser originada pela reemergência de bactérias de um determinado locus no aparelho urinário (infeção persistente) ou por nova colonização do aparelho urinário (reinfeção)
Quais as bactérias que causam a cistite?
A imensa maioria dos casos de cistite não complicada é causada pela bactéria Escherichia coli (E.coli), mas outras bactérias também podem ser a causa, tais como:
Proteus mirabilis,
Klebsiella pneumoniae,
Staphylococcus saprophyticus.
Tratamento para a cistite não complicada
O tratamento da cistite não complicada em mulheres deve sempre incluir um antibiótico que tenha ação contra estas bactérias, principalmente sobre a E.coli, responsável por mais de 80% dos casos.
A escolha do antibiótico é feita mais corretamente quando baseada nos resultados da urocultura, exame de urina usado para identificar qual é a bactéria causadora da infeção. No resultado da urocultura, além da identificação da bactéria, o laboratório também fornece uma lista com os antibióticos que invitro se mostraram mais eficazes para combatê-la. Esta lista é chamada antibiograma. Portanto, quando o médico tem acesso ao resultado da urocultura, a escolha do antibiótico deve-se sempre basear no antibiograma.
Cabe ressaltar que na maioria das vezes a cistite é uma infeção simples e de fácil tratamento, não havendo necessidade de solicitar urocultura para todos os casos. O resultado da urocultura demora de 2 a 4 dias para ficar pronto, o que atrasaria em vários dias o início do tratamento e o alívio dos sintomas. Em geral, como os sintomas são muito típicos, na suspeita de cistite não complicada em mulheres, o médico está autorizado a começar antibióticos empiricamente, sem pedir qualquer exame.
Os medicamentos mais utilizados contra a cistite são os antibióticos que agem sobre as bactérias que habitualmente provocam infeção urinária, principalmente contra a bactéria E.coli. As melhores opções de tratamento empírico da cistite (sem orientação do antibiograma) segundo recomendações internacionais, são apresentadas no quadro seguinte:
A escolha do melhor tratamento cabe ao médico, baseado no conhecimento do perfil de sensibilidade da E.coli em cada comunidade. Há locais, por exemplo, onde a taxa de resistência da E.coli ao Bactrim® (Cotrimoxazol) é elevada, não sendo esta uma boa opção para tratamento empírico.
Cistite complicada
Infeção persistente
Na persistência bacteriana, o microrganismo isolado é habitualmente sempre o mesmo e as infeções são separadas por um curto hiato temporal. A infeção persistente relaciona-se com anomalias do aparelho urinário que são habitualmente corrigíveis (ver quadro). O estudo morfológico e/ou funcional é de extrema importância, de modo a identificar e corrigir a anomalia que perpetua a infeção.
O quadro seguinte descreve as anomalias do aparelho urinário responsáveis por persistência bacteriana:
Cistite complicada é a infeção da bexiga que ocorre em mulheres com algum problema de saúde que aumente o risco de falha no tratamento. São geralmente consideradas cistites complicadas aquelas que ocorrem em doentes com:
– Diabetes.
– História de pielonefrite aguda nos últimos 12 meses.
– Sintomas prolongados de infeção urinária.
– Infeção urinária por bactéria multirresistente.
– Infeção urinária adquirida em ambiente hospitalar.
– Insuficiência renal.
– Obstrução do trato urinário.
– Presença de cálculo renal.
– Presença de um cateter vesical, stent ureteral ou nefrostomia.
– Instrumentação ou cirurgias recentes do trato urinário.
– Anormalidade anatómica do trato urinário.
– Incontinência urinária.
– História de infeção do trato urinário na infância
– Transplante renal ou outras causas de imunossupressão.
Doentes com cistite complicada devem sempre recolher urina para fazer a urocultura e só depois começar o tratamento. Não é preciso esperar pelo resultado dos exames para começar o tratamento com antibióticos, mas ter um antibiograma e a bactéria causadora da infeção urinária identificada dentro de 2 ou 3 dias ajuda muito a decidir o próximo passo, caso o paciente não tenha melhorado nas primeiras 72 horas de tratamento empírico.
As melhores opções de tratamento empírico (sem orientação do antibiograma) da cistite complicada incluem:
Levofloxacina 500 a 750mg 1x por dia por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.
Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.
Se o paciente não apresentar sinais de melhora em 2 ou 3 dias, o antibiótico deve ser trocado de acordo com o antibiograma, que já deverá estar disponível nesta altura.
Nos casos de doentes com cálculos renais ou obstruções do trato urinário, a remoção cirúrgica destes pode ser necessária para que o tratamento tenha sucesso. Do mesmo modo, doentes com sonda vesical ou stent no ureter podem ter que trocá-los para conseguir combater a infeção urinária. A bactéria pode-se alojar em qualquer uma destas estruturas e conseguir “esconder-se ” do antibiótico, sendo muito difícil a sua eliminação apenas com medicamentos.
Cistite em grávidas
Aproximadamente 2% das mulheres grávidas apresentam pelo menos um episódio de cistite durante a gestação. O risco de ascensão das bactérias da bexiga em direção aos rins é maior nas mulheres grávidas, fazendo com que qualquer cistite neste grupo seja considerada uma cistite complicada. Além disso, a presença de bactérias na urina está associada a problemas na gravidez, como parto prematuro, baixo peso do feto e morte fetal.
Devido ao risco de má formações fetais, nem todos os antibióticos podem ser usados nas mulheres grávidas. Por isso, as gestantes merecem uma abordagem distinta das outras pacientes com cistite complicada.
Todas as gestantes com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:
Nitrofurantoína 100 mg de 12/12 horas por 5 dias.
Amoxicilina-ácido clavulânico 500 mg de 12/12 horas por 3 a 7 dias.
Fosfomicina 3 g em dose única.
Cefalexina 500 mg de 12/12 horas durante 3-7 dias.
O Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas por 3 dias é uma opção, mas apenas a partir do segundo trimestre, devendo este ser evitado nas primeiras 12 semanas de gravidez.
Os antibióticos da família das quinolonas, como ciprofloxacina, norfloxacina e levofloxacina são contraindicados na gravidez.
Uma semana após o fim do tratamento, a urocultura deve ser repetida para se confirmar a eliminação da bactéria. Se a urocultura for novamente positiva para a mesma bactéria, o tratamento deve ser repetido, desta vez por mais tempo.
Por outro lado, se a urocultura confirmar a eliminação da bactéria, ela deve ser repetida todos os meses até ao final da gestação, para termos certeza de que não haverá novas infeções.
Cistite em homens
A cistite é um quadro muito menos comum em homens do que em mulheres, devido ao maior comprimento da uretra, ao ambiente peri uretral menos húmido, à menor colonização de bactérias na região ao redor da uretra e à presença de substâncias antibacterianas no líquido prostático.
Habitualmente, as cistites em homens ocorrem naqueles com anormalidades do trato urinário, sejam má-formações em crianças pequenas ou doenças urológicas em pacientes idosos, como problemas da próstata. No entanto, cistites não complicadas podem ocorrer em um pequeno número de homens entre os 15 e os 50 anos de idade, sem nenhum problema de saúde.
Todos os homens com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:
Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.
Levofloxacina 500mg 1x por dia durante no mínimo 7 dias.
Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.
Se após 48-72 horas não houver melhoras, o tratamento deve ser ajustado de acordo com o resultado da urocultura e do antibiograma. Nestes casos, uma investigação para alterações na anatomia urológica deve ser avaliada
É preciso ter sempre em mente que sintomas de infeção urinária em homens não necessariamente indicam uma cistite, já que prostatite e uretrite, como no caso da gonorreia , podem ter sintomas muito parecidos.
UROCULTURA
A urocultura, também chamada de urinocultura ou cultura de urina, é o exame de urina que identifica a presença de bactérias. Como os rins e a bexiga são locais estéreis, ou seja, sem micróbios presentes, a identificação de uma bactéria na urina costuma ser um forte indicador de uma infeção urinária.
É importante salientar, porém, que nem sempre a presença de bactérias indica uma infeção ativa. Algumas delas podem colonizar a uretra e a bexiga sem necessariamente causar doença.
A urocultura é feita através da colocação da urina em um meio propício à reprodução de bactérias, chamado meio de cultura. Caso a urina contenha bactérias, em 48 horas será possível identificar a formação de colônias de bactérias, podendo, deste modo, identificarmos qual tipo de bactéria está presente e quais antibióticos mais eficazes contra essas bactérias (antibiograma).
No resultado da urocultura normalmente estão presentes o tipo de bactéria, o número de colônias formadas pela mesma e a lista de antibióticos sensíveis e resistentes.
Urocultura, resultado é positivo se:
UFC (Unidades Formadoras de Colónias) > 100.000
UROCULTURA POSITIVA EM PACIENTES SEM SINTOMAS – BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA.
Cistite é a inflamação da bexiga causada por bactérias. A simples presença de bactérias na urina, sem sinais de inflamação da bexiga não é considerada uma infeção, mas sim uma colonização. Uma analogia fácil de entender é com a pele. Ter bactérias presentes na pele é completamente diferente de ter uma infeção de pele. Portanto, a simples presença de bactérias na urina não é suficiente para o diagnóstico de uma infeção. Para ser cistite é preciso que o paciente tenha sintomas de uma bexiga inflamada, como dor para urinar, sangue na urina, vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia, etc.
Mesmo no caso da bactéria E.coli, há estirpes menos virulentas, capazes de proliferar na urina, mas sem força para causar inflamação da bexiga. Uma urocultura positiva, mesmo para E.coli, em um paciente sem nenhuma queixa, não deve ser valorizada na maioria dos casos. Na verdade, se o paciente não tem queixas urinárias, não faz sentido solicitar uma urocultura.
A presença de bactérias na urina sem sintomas é chamada bacteriúria assintomática e não deve ser tratada com antibióticos na grande maioria dos casos. As únicas exceções são as grávidas e os pacientes que irão ser submetidos a cirurgias urológicas. Nestes casos está indicada a realização de urocultura, mesmo sem sintomas, e o tratamento de acordo com o resultado do antibiograma. Em todos os outros casos, o tratamento da bacteriúria assintomática não apresenta benefícios e pode ainda estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes.
Profilaxia antibiótica
A profilaxia antibiótica está recomendada se existirem dois ou mais episódios de ITU (Infeção do Trato Urinário) em seis meses ou três ou mais episódios em 12 meses. Deve ser utilizada apenas depois da falência das medidas gerais e, em opção, da imunoprofilaxia e/ou arando vermelho.
Deve ser iniciada apenas depois de erradicada a infeção e a escolha do antibiótico deve ser realizada caso a caso e tendo em atenção o padrão de sensibilidades do microrganismo isolado.
A Tabela seguinte lista as várias opções.
Existem três esquemas possíveis, a saber:
Profilaxia contínua;
Profilaxia pós-coito;
Terapêutica Auto constituída.
Profilaxia contínua
A profilaxia contínua é realizada com uma toma diária (ao deitar) ou a intervalos regulares. Está indicada para a maioria das doentes com indicação para profilaxia antibiótica. Implica uma monitorização regular (mensal a trimestral) com urocultura, pois a recidiva pode ser assintomática.
A duração habitual do primeiro ciclo de profilaxia contínua é de seis meses. Após o seu término, quase um terço dos doentes apresentará uma remissão prolongada. Mas a maioria vai retomar a frequência habitual de ITU, pelo que a profilaxia deverá ser retomada.
Profilaxia pós-coito
A profilaxia pós-coito, que apresenta taxas de sucesso equivalentes à profilaxia contínua, deve ser reservada para os casos em que existe uma relação causa-efeito entre a atividade sexual e os episódios de ITU. A mulher deve ser instruída a fazer a toma da dose recomendada até duas horas após o coito e não ultrapassar uma toma diária, independentemente da frequência da atividade sexual.
Terapêutica autoinstituída
A terapêutica autoinstituída deve ser reservada para mulheres diferenciadas, capazes de reconhecer a sintomatologia e interpretar uma tira-teste. A estas mulheres deve ser fornecido um ciclo completo de antibioterapia, preferencialmente um ciclo de três dias de quinolona. Não há necessidade de realizar urocultura, mas devem estar avisadas para consultar um médico se a sintomatologia não resolver em 48 horas.
Imunoprofilaxia
A imunoprofiláxia na infeção urinária, de forma similar a uma vacina e consiste em estimular o sistema imunitário para reagir contra uma determinada bactéria que habitualmente provoca infeção no trato urinário. O único Imuno-estimulante oral suficientemente documentado e recomendado pelas guidelines da EAU é o extrato de Escherichia coli (OM-89) – Uro-Vaxom®. A utilização deste lisado bacteriano reduz a taxa de recidivas infeciosas em 39%. Esta abordagem tem a mais-valia de não alterar a flora intestinal, nem a flora vaginal nem as taxas de resistência aos antibióticos.
Arando vermelho
Tem sido utilizado na prática, mas os estudos clínicos são contraditórios. Apesar da controvérsia, está recomendada a ingestão diária de 36 mg de proantocianidina tipo A – o principio ativo, que impede a ligação da E.coli ao urotélio.
Utilização oral ou vaginal de probióticos
A utilização oral ou vaginal de probióticos como forma de regularizar a flora vaginal, e deste modo competir com os uropatogénios, tem sido estudada mas os resultados ainda não estão validados . É aceitável a utilização das duas estirpes mais estudadas:
Lactobacillis rhamnosus GR-1,
Lactobacillis reuteri RC-14.
Estrogénios por via vaginal
A utilização de estrogénios por via vaginal tem sido advogada para mulheres pós-menopausa, pois restitui as características da vagina, permitindo a recolonização desta por lactobacilos.
Como evitar infeções urinárias?
Embora sem nível de evidência e com poucos estudos clínicos válidos, existem algumas medidas gerais que são habitualmente recomendadas:
Em resposta à publicação deste artigo algumas leitoras partilharam que conseguiram resultados extraordinários com a introdução de probióticos na alimentação ao mesmo tempo que eliminavam o excesso de açúcar e o glúten. De facto tratar bem a nossa flora intestinal (comer de forma saudável) é talvez o melhor investimento que podemos fazer na nossa saúde juntamente com o exercício físico adequado e uma boa qualidade de sono!
Concluindo
Uma infeção urinária pode ter consequências muito graves se afetar o rim. Esteja atenta aos sintomas, principalmente de dor lombar associada a febre e consulte de imediato um médico. O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo que está errado e pode ser potencialmente perigoso ou até fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde!
Tensão pré-menstrual (TPM) toda a verdade! Embora possa não parecer este é um síndrome que pode destruir a vida de imensas mulheres e respetivas relações conjugais e sociais pois afeta cerca de 75% de todas as mulheres com ciclos menstruais regulares, obviamente com diferentes graus de gravidade! O que é a TPM? Quais os sintomas e quais as causas? Qual o melhor tratamento?
Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil.
Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!
O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este síndrome nas mulheres afetadas, com vários graus de gravidade.
Neste artigo vou tratar ás seguintes questões:
Tensão Pré-Menstrual ou TPM o que é?
Qual a sua frequência?
Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM o que é?
Tipos de TPM;
Sintomas da TPM
Ansiedade e TPM A;
Compulsão ou desejo alimentar e TPM C;
Depressão e TPM D;
Hidratação e retenção de líquidos e TPM H;
Outros sintomas e TPM O;
Causas da Tensão Pré-Menstrual
Fatores de risco prováveis;
Influência da personalidade da mulher;
Alimentação qual influência?
Quais os sintomas da TPM por ordem de frequência?
TPM pode confundir-se com depressão?
Diagnóstico da TPM:
Que especialidades médicas devem ser consultadas?
O que deve perguntar ao médico?
O que vai perguntar o médico?
Tratamento da Tensão Pré-Menstrual:
Tratamento do Transtorno Disfórico Pré-menstrual ou TDPM;
Pílula anticoncecional qual a influência?
Como gerir melhor a Tensão Pré-Menstrual?
Melhores hábitos para amenizar os sintomas da TPM.
Tensão pré-menstrual ou TPM o que é?
A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.
Frequência
Cerca de 75% das mulheres com ciclos menstruais regulares são afetadas por alguma mudança de humor no período pré-menstrual. A mulher com TPM pode apresentar desde leves alterações do humor, até sintomas comportamentais graves, com grande impacto na qualidade de vida e prejuízos na vida social.
Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM
A TPM apresenta um pico de incidência entre os 25 e 35 anos de idade. A forma mais grave ocorre em 8-10% dos casos e é chamada de transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).
Tipos de tensão pré-menstrual
Nem todas as mulheres sentem os mesmos sintomas durante a TPM. São tantas as sensações que a medicina separou a tensão pré-menstrual em cinco tipos diferentes, que podem acontecer separadamente ou ao mesmo tempo nas mulheres, a saber:
TPM A e ansiedade
TPM C e compulsão alimentar
TPM D e depressão
TPM H e hidratação
TPM O e outros sintomas
Ansiedade e TPM A
A TPM tipo A está relacionada com a ansiedade. O estrogénio ajuda a baixar o stress. Na TPM A os níveis de estrogénio diminuem, existe maior libertação de adrenalina e cortisol e este fatores contribuem para um aumento acentuado de stress. Os principais sintomas são:
Ansiedade
Tensão
Dificuldade em dormir
Irritabilidade
Alterações de humor
Falta de concentração
Compulsão ou desejo alimentar e TPM C
A TPM tipo C está relacionada principalmente com a compulsão alimentar. Ela recebe a classificação C porque vem do inglês “craving”, que significa desejo. Se durante a menstruação ou antes dela prefere os restaurantes mais gordurosos ou ataca o chocolate que está no armário, esse é o seu tipo de TPM.
Os sintomas que se encaixam na TPM C são:
Compulsão por doces ou salgados
Vontade de comer guloseimas ou comidas diferentes
Dores de cabeça
A TPM tipo C está relacionada com os mecanismos de recompensa que temos no cérebro. Quando comemos um alimento rico em açúcar ou gordura, algumas áreas do cérebro são ativadas, dando a sensação de prazer. Como durante a TPM existem alterações hormonais, este mecanismo pode gerar uma reação exagerada, causando uma sensação de prazer ainda maior.
Depressão e TPM D
A tensão pré-menstrual do tipo D está relacionada com os sintomas depressivos. Os principais sinais dessa TPM são:
Raiva sem razão
Sentimentos perturbadores
Pouca concentração
Lapsos de memória
Baixa autoestima
Sentimentos violentos
Estes sintomas são causados geralmente pela redução de serotonina sendo uma resposta exagerada do organismo perante às oscilações hormonais normais do período.
Hidratação e retenção de líquidos e TPM H
A TPM tipo H tem esse nome porque está relacionada com a “hidratação”. A TPM H está relacionada principalmente com a retenção de líquidos e suas consequências. Mulheres que têm a TPM do tipo H sentem:
Ganho de peso (por causa da retenção de líquido)
Inchaço ou distensão abdominal
Sensibilidade e inchaço nas mamas
Inchaço nas mãos e pés
Outros sintomas e TPM O
Existem outros sintomas menos comuns que também podem estar relacionados com a TPM. Esses sintomas foram agrupados e classificados como TPM tipo O significando “outros” sintomas. Entre eles estão:
Alteração nos hábitos intestinais
Aumento da frequência urinar
Afrontamentos ou suores frios
Dores generalizadas, incluindo cólicas
Náuseas
Acne
Reações alérgicas
Infeções do trato respiratório
Causas
Ainda não há uma explicação completa da causa da TPM. Os estudos sugerem uma interação das hormonas produzidas pelos ovários na segunda metade do ciclo menstrual com alguns neurotransmissores do sistema nervoso central, como a serotonina e a endorfina, associados ao controle do humor.
Não se sabe exatamente por que algumas mulheres tem síndrome de tensão pré-menstrual muito sintomática e outras não apresentam sintoma algum.
Já é comprovado que não há diferenças entre os níveis de estrogênios e progesterona entre mulheres com e sem TPM. Imagina-se que algumas mulheres sejam mais sensíveis às flutuações dos neurotransmissores cerebrais causados pelas alterações hormonais fisiológicas do ciclo menstrual.
Fatores de risco
Entre os fatores que, provavelmente, aumentam o risco de TPM estão:
Histórico familiar de TPM
Idade, sendo que os sintomas são mais comuns com o envelhecimento
Ansiedade, depressão ou outros problemas de saúde mental
Sedentarismo
Stresse
Uma dieta com baixo teor em vitamina B6, cálcio, ou magnésio
Alta ingestão de cafeína
Personalidade da mulher
Também ainda não se conseguiu comprovar qualquer relação entre os diferentes tipos de personalidade com a ocorrência ou não de TPM. Do mesmo modo, fatores de stress parecem não ter um papel tão importante no aparecimento da TPM como se pensava. Na verdade, é muito mais comum que a tensão pré-menstrual cause stresse do que o contrário.
Alimentação
A interferência da alimentação nos sintomas também é controversa. Excesso de sal, álcool e cafeína podem causar alterações nos níveis de neurotransmissores, porém, ainda não se conseguiu comprovar uma relação inequívoca entre dieta e TPM.
Alguns trabalhos mostraram relação entre o baixo consumo de vitaminas e sais minerais com a TPM, mas nada prova que a simples reposição destes melhora os sintomas de todas as mulheres com tensão pré-menstrual.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da TPM, em ordem decrescente de frequência, são:
Cansaço ou fadiga – 92%
Irritabilidade – 91%
Enfartamento – 90%
Ansiedade – 89%
Sensibilidade nas mamas – 85%
Alterações de humor – 81%
Depressão – 80%
Desejos alimentares – 78%
Acne – 71%
Aumento do apetite – 70%
Hipersensibilidade – 69%
Retenção de líquidos – 67%
Raiva e nervosismo – 67%
Choro fácil – 65%
Sensação de isolamento – 65%
Dor de cabeça – 60%
Memória fraca, esquecimentos – 56%
Sintomas gastrointestinais – 48%
Falta de concentração – 47%
Ondas de calor – 18%
Palpitações – 14%
Tonturas – 14%
Depressão e tensão pré-menstrual
Os sintomas da TPM e da TDPM podem ser confundidos com os de doenças psiquiátricas, como depressão e transtornos da ansiedade.
Os doentes com depressão podem piorar no período pré-menstrual e melhorar após a menstruação. Porém, eles nunca ficam completamente livres dos sintomas. Na síndrome de tensão pré-menstrual, os sintomas desaparecem por completo após a menstruação.
A estreita relação temporal com os sintomas a piorar na segunda metade do ciclo menstrual e resolução completa dos mesmos sintomas após a menstruação é a base para o diagnóstico da TPM.
Diagnóstico
Não existe um teste ou exame definitivo para o diagnóstico da TPM. O diagnóstico é dado após uma cuidadosa obtenção da história clínica e do exame físico da paciente. Análises de sangue são completamente normais na TPM, mas são solicitadas para se descartar outras causas para os sintomas, como, por exemplo, alterações da tireoide.
Médico especialista a consultar
Os especialistas que devem diagnosticar a TPM são:
Endocrinologista
Ginecologista
Estar preparada para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Para ajudar o médico pode chegar à consulta já com algumas informações importantes, a saber:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Historial médico, incluindo outras condições que a mulher tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça a uma pessoa da sua confiança para a acompanhar
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Quão graves são os sintomas?
Em que dias do ciclo menstrual os sintomas são piores?
Tem dias livres de sintomas durante o ciclo menstrual?
Pode prever quando os sintomas vão aparecer?
Alguma coisa parece fazer os sintomas melhores ou piores?
Os sintomas interferem com suas atividades diárias?
Você ou alguém da sua família foi diagnosticado com um transtorno psiquiátrico?
Que tratamentos já tentou até agora? Eles funcionaram?
Toma a pilula anticoncecional? Qual?
Quais os medicamentos e suplementos que toma?
Também é importante levar as suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pelas mais importantes. Isso garante que conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar.
Para TPM, algumas perguntas básicas incluem:
Há algo que eu possa fazer para minimizar os sintomas da TPM?
Os sintomas da TPM, eventualmente, podem desaparecer?
Será que esses sintomas indicam uma doença mais grave?
Recomenda um tratamento para os sintomas da TPM? Quais são os tratamentos disponíveis?
Existe uma alternativa genérica para o medicamento prescrito?
Existe literatura impressa que possa levar comigo? Que sites recomenda para melhor informação?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico do transtorno disfórico pré-menstrual
A TDPM é uma TPM grave. Normalmente, a paciente apresenta sintomas mais intensos, como explosões de raiva e crises de ansiedade. A paciente com transtorno disfórico pré-menstrual, ao contrário da TPM simples, apresenta problemas de relacionamento interpessoal e frequentemente entra em conflitos no trabalho, o que pode gerar prejuízos na vida íntima e profissional.
Para auxiliar no diagnóstico, o médico pode lançar mão de questionários, para serem preenchidos pela mulher, relatando seus sintomas durante todos os dias do ciclo menstrual.
Tratamento
Uma série de medicamentos podem ser úteis para controlar a TPM. Porém, muitas mulheres conseguem controlar os sintomas apenas com mudanças de estilo de vida.
A prática de exercícios físicos regulares e uma
Alimentação equilibrada, rica em frutas e verduras, e pobre em sal pode ajudar mais do que se imagina.
Técnicas de relaxamento
Suplementação de vitaminas pode ser indicada pelo seu médico, em alguns casos.
Não existe um único remédio ou tratamento para todas as mulheres que sofrem com TPM, mas sim tratamentos diferenciados em função dos sintomas manifestados. De seguida descrevemos algumas das abordagens de tratamento em função do tipo de TPM diagnosticado, a saber:
TPM A ( Ansiedade ) tratamento
A melhor maneira de amenizar o stresse e a ansiedade da TPM tipo A é praticando exercícios físicos, além de manter uma dieta adequada. A atividade física ajuda a liberar endorfinas, hormonas que dão a sensação de prazer.
Para casos mais graves, existem alguns medicamentos, como os ansiolíticos, que podem ser usados para amenizar os sintomas. No entanto só um médico, que pode ser o ginecologista, o endocrinologista ou um psiquiatra, poderá prescrever o tratamento mais adequado à mulher.
TPM C ( Compulsão alimentar ) tratamento
Para amenizar esse tipo de sintoma, primeiramente deve-se tentar fazer escolhas alimentares mais saudáveis ou então praticar atividade física – que ajuda a diminuir a dor de cabeça. Manter uma dieta equilibrada e rica em ômega 3, presente nos peixes e frutos do mar, pode ajudar a controlar essa compulsão.
O uso de ansiolíticos e alguns medicamentos para compulsão em casos específicos também pode ser receitado. Algumas mulheres relataram que suplementos como ômega 3 e óleo de prímula ajudam na redução dos sintomas de desejo.
A enxaqueca e dor de cabeça pode ser prevenida com o uso de medicamentos, como o topiramato. Mas só um médico poderá receitá-lo. Além disso, o uso de anticoncecional de baixa dose também pode ser utilizado e também analgésicos para o alívio da dor.
TPM D ( Depressão ) tratamento
Se os sintomas de depressão e tristeza forem graves, pode ser receitado o uso de antidepressivos. No entanto, geralmente os sintomas podem ser controlados com uma dieta equilibrada, prática de atividade física e cessação de vícios, como álcool e tabaco.
TPM H ( Hidratação ) tratamento
Em alguns casos o uso de diuréticos pode ser necessário para combater a retenção de líquido. No entanto, o principal é reduzir o consumo de alimentos que promovem a retenção de líquidos, como sal e cafeína. Isso ajuda a reduzir o inchaço e sensibilidade.
TPM O ( Outros ) tratamento
A libertação de agentes inflamatórios relacionados com o fluxo menstrual pode interferir no fluxo intestinal e causar dores, como cólicas. O uso de anti-inflamatórios nos dias que precedem o fluxo menstrual e nos primeiros dias pode ajudar a regularizar. Devido à retenção hídrica o organismo pode tentar autorregular-se, levando ao aumento na frequência de urina. Reduzir o consumo de sódio é a principal medida.
Já os afrontamentos e sudorese fria, se forem realmente incómodos, podem ser tratados com o uso dos anticoncecionais de baixa dosagem. Isso evita as oscilações hormonais maiores e com isso previne as queixas relacionadas com os afrontamentos que provocam uma sensação de calor intenso.
A acne terá tratamento local para redução da oleosidade e uso de anticoncecional com ação anti-androgénica, ou seja, bloquear a ação hormonal masculina sobre a pele.
As náuseas e infeções do trato respiratório têm um tratamento preventivo mais global, com prática de exercícios, redução de sal, cafeína, álcool, açúcar e cigarro.
Transtorno disfórico pré-menstrual tratamento
Nos casos mais sintomáticos ou naquelas com diagnóstico de TDPM a terapia medicamentosa deve ser utilizada.
Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina são os medicamentos de primeira linha. As drogas mais conhecidas desta classe são:
Sertralina
Fluoxetina
Paroxetina
Citalopram
Pílula anticoncecional
O uso de anticoncecionais apresenta efeitos dispares. Algumas mulheres referem grande melhoria do quadro, porém, outras queixam-se que piora.
A Yaz® é uma pílula aprovada especificamente para o controle da TPM e apresenta eficácia em mais de 60% do casos, o que a torna o anticoncecional com os melhores resultados.
Nos casos graves refratários ao tratamento convencional, pode-se lançar mão de drogas que inibam a produção de estrogênio e progesterona pelo ovário, chamadas agonistas do GnRH (Leuprolide). Essas drogas causam uma menopausa medicamentosa, por isso, para serem usadas de forma prolongada, o seu médico terá que fazer reposições de estrogênio e progesterona.
A grande maioria das mulheres consegue um bom controle da TPM com o tratamento, porém, em casos mais graves de TDPM, quando todos os tratamentos falham, a cirurgia para remoção dos ovários é uma opção que deve ser proposta para as mulheres que não desejam mais ter filhos.
Como gerir melhor a TPM?
O primeiro passo para gerir melhor a TPM é manter um diário menstrual. Anote o tipo de sintomas que tem, se são graves, quando ocorre a menstruação e quando é a ovulação. Isso pode ajudar a identificar padrões no ciclo e planear com antecedência a melhor maneira de lidar com os sintomas.
Siga algumas das seguintes dicas para lidar com os sintomas da TPM:
Pratique hábitos saudáveis:
Fazer pelo menos 2 horas e meia de exercícios moderados por semana
Comer uma dieta equilibrada, que inclui grãos integrais, proteínas, laticínios de baixo teor de gordura, frutas e legumes
Limitar cafeína, álcool, chocolate e sal
Considere suplementação de cálcio, ômega 3 e vitamina B6 com o seu médico
Parar de fumar
Como gerir melhor a dor?
Usar um medicamento anti-inflamatório não esteroide ou analgésico pode ajudar a aliviar a dor e reduzir o sangramento menstrual. Usar um sutiã com mais apoio, como um sutiã desportivo, pode ajudar a reduzir a dor na área.
Como reduzir o stress?
Tente algumas técnicas de relaxamento, tais como exercícios de respiração, yoga ou massagem terapêutica
Pratique uma melhor gestão do seu tempo e tente dormir o suficiente
Crie um sistema de apoio. Junte-se a um grupo de apoio sobre TPM e procure o apoio de seus amigos e familiares
Com este artigo pretendemos ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, das suas famílias e das suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!
Fique bem!
Franklim M. Fernandes
Por favor PARTILHEeste artigo e ajude muitas mulheres e suas famílias a terem uma vida mais FELIZ!
Candidíase corrimento vaginal e mau cheiro toda a verdade! A candidíase e o corrimento vaginal é mais frequente do que se julga. A candidíase vaginal ou infeção fúngica vaginal é um problema desagradável e incómodo, que mesmo não sendo grave, deve ser sempre tratado. Este artigo pretende ajudar todas as mulheres a reconhecerem atempadamente e tratarem melhor este problema de saúde frequente.
A candidíase vaginal é uma infeção causada por um fungo chamado Candida albicans. Este fungo está normalmente presente no nosso organismo, onde vive tranquilamente sem provocar quaisquer danos. Todavia, se o pH natural da vagina sofrer qualquer alteração, o que acontece com relativa facilidade, este fungo pode multiplicar-se e desenvolver-se uma candidíase vaginal.
Candida Albicans que parte da vagina afeta?
A Candida Albicans afeta as seguintes partes da vagina:
Vulva (parte exterior da vagina)
Vagina
Uma higiene íntima adequada contribui favoravelmente para a prevenção de candidíase vaginal. Mas há outras causas, que a dado momento podem causar desequilíbrio na flora vaginal e favorecer a multiplicação dos fungos.
Causas
Os seres humanos não são infetados com fungos, mas sim portadores de fungos. Mesmo quando nos encontramos de boa saúde e não apresentamos qualquer tipo de sintoma, os fungos (Candida albicans) residem, com frequência, na vagina. Normalmente, o sistema imunitário e a acidez vaginal (pH de 4) mantêm-nos sob controlo, pelo que passam totalmente despercebidos. É só quando o equilíbrio do pH da mucosa vaginal se altera que se verificam as condições favoráveis à multiplicação descontrolada dos fungos e a infeção instala-se.
Antibióticos
Uma das causas mais frequentes é a toma de antibióticos para combater, por exemplo, uma infeção bacteriana do trato respiratório ou do trato urinário. Nestes casos além de matar as “bactérias más” o antibiótico também mata demasiadas “bactérias boas” normalmente presentes na vagina, que são essenciais ao bom funcionamento do nosso sistema imunitário.
Candidíase vaginal notas relevantes
75% das mulheres contraem candidíase vaginal numa determinada altura da sua vida.
Qualquer mulher pode ser infetada.
O agente causal é um fungo.
O fungo mais comum é a Candida albicans.
A presença de fungos na vagina é normal.
O tratamento da doença é simples.
Os sintomas são claros: a maioria das mulheres sabe identificar os sintomas de uma reinfeção.
Sintomas
Os principais sinais da candidíase vaginal são os seguintes:
Comichão (claramente o principal sintoma);
Ardor;
Corrimento mais espesso de cor branca amarelada, grumoso mas sem cheiro.
Embora sejam bastante desconfortáveis, estes sintomas podem ser rápida e facilmente eliminados, tratando o local da infeção e acalmando a irritação. A maioria das mulheres procura ajuda médica para combater a comichão externa. Todavia, é importante que a infeção seja tratada tanto interna como externamente, de forma a impedir que estes sintomas se repitam.
Grupos de risco
Embora, teoricamente, qualquer mulher possa desenvolver candidíase vaginal, existem algumas mulheres mais suscetíveis à infeção, a saber:
Mulheres com diabetes têm um nível de glicose mais elevado no sangue e tecidos, o que constitui um ambiente preferencial para o desenvolvimento de fungos, em termos da sua alimentação e reprodução.
Mulheres com uma dieta desequilibrada criam um ambiente favorável à propagação de fungos, enfraquecendo o seu próprio sistema imunitário.
Mulheres com doenças infecciosas como a gripe, inflamações, constipações fortes ou outras infecções, o sistema imunitário do nosso organismo também fica enfraquecido, favorecendo o desenvolvimento dos fungos.
Mulheres que tomam medicamentos, podem apresentar alterações a nível do pH vaginal, e essas alterações são aproveitadas pelos fungos.
Mulheres que usam roupa demasiado justa, que não permita a respiração da pele, durante períodos prolongados, também causam alteração do pH vaginal que são aproveitadas pelos fungos para proliferarem.
Causas da candidíase (resumo):
Uso de roupa interior sintética ou justa;
Higiene íntima excessiva ou com produtos desadequados;
Uso de medicamentos, tais como antibióticos, corticosteróides, etc;
Defesas diminuídas causadas por doença, estado de fadiga excessiva ou alimentação deficiente (dietas ricas em hidratos de carbono);
Pós-menopausa;
Gravidez.
Mitos acerca da candidíase
Existem crenças enraizadas em muitas mulheres acerca das causas da candidíase. Algumas das mais frequentemente faladas que são falsas são as seguintes:
Utilizar casas de banho públicas,
Falta de higiene,
Múltiplos parceiros.
Tratamento da candidíase
Se sofre de uma infecção fúngica vaginal, podes resolver o problema muito facilmente com clotrimazol creme vaginal (Ex: Candiset®, Gino-canesten®), que poderá encontrar na Farmácia. Confirme que já tive os mesmos sintomas anteriormente, senão, consulte o seu médico assistente. O tratamento deve ser iniciado, o mais cedo possível, pois uma infecção fúngica vaginal desenvolve-se de forma relativamente rápida. O clotrimazol previne o desenvolvimento e a proliferação dos fungos e também os mata.
Independentemente do tratamento que escolher, é importante lembrar que os sintomas vão começar a melhorar apenas cerca de 3 dias após o início do mesmo.
O clotrimazol estás disponivel nas seguintes formas farmacêuticas:
Creme vaginal com aplicador,
Comprimidos vaginais de 1 dia de tratamento (500mg), com aplicador;
Comprimidos vaginais de 6 dias de tratamento (100mg), com aplicador.
Quer o creme vaginal quer os comprimidos vaginais devem ser inseridos na vagina com o aplicador especial que se encontra na embalagem, eliminando, assim, a infecção na sua fonte. Se quiseres aliviar os sintomas externos, como a comichão e o ardor, utiliza clotrimazol (Candiset® ou Gino-Canesten®) Creme.
INSTRUÇÕES DE APLICAÇÃO
Introduzir 1 comprimido vaginal o mais profundamente possível na vagina à noite, ao deitar. Recomenda-se que a aplicação seja feita estando deitada de costas e com as pernas ligeiramente fletidas.
Introdução do comprimido vaginal com aplicador
1. Puxar o êmbolo até prender. Colocar o comprimido vaginal no aplicador.
2. Introduzir cuidadosamente o aplicador com o comprimido o mais profundamente possível na vagina (de preferência deitada e com as pernas ligeiramente fletidas).
3. Empurrar o êmbolo cuidadosamente até prender, de modo a depositar o comprimido na vagina. Remover o êmbolo.
Introdução do comprimido vaginal sem aplicador
Após lavagem das mãos, introduzir o comprimido vaginal o mais profundamente possível na vagina, utilizando diretamente o dedo (de preferência deitada e com as pernas ligeiramente fletidas).
Prevenção da Candidiase
Como evitar reincidências de irritações e/ou infeções fúngicas vaginais? Descrevo as medidas mais importantes de prevenção, a saber:
Escolhe roupa que não seja justa ou apertada e que permita que a pele respire;
Opta por roupa interior de algodão para que absorva a transpiração e possa ser lavada a temperaturas superiores a 60ºC;
Depois de nadar no mar ou numa piscina, toma duche e seca-te cuidadosamente. Evita ficar com o fato de banho molhado durante muito tempo;
Depois de urinar, limpa-te cuidadosamente sempre de frente para trás;
Lava-te uma a duas vezes por dia, com movimentos da parte da frente para a parte de trás e nunca na direcção contrária;
Quando te lavares, é importante enxaguares-te abundantemente com água e secares-te suavemente com uma toalha limpa;
Utiliza produtos de higiene que não sejam agressivos e que sejam formulados especialmente para a zona íntima;
Não partilhes as tuas toalhas e troca-as regularmente.
A candidíase é muito mais frequente do que se possa imaginar pois 75% das mulheres contraem uma candidíase vaginal em determinada altura da sua vida, especialmente se:
Tiverem menos de 20 anos de idade
Estiverem grávidas.
A infecção manifesta-se normalmente no período próximo da menstruação. Qualquer mulher, independentemente da idade, dos antecedentes familiares, do percurso profissional ou de qualquer outra circunstância, pode desenvolver uma infecção deste tipo. É muito importante salientar que a candidíase vaginal não deve ser entendida como um sinal de falta de higiene ou de higiene incorrecta.
Gravidez o que acontece?
Durante a gravidez o aumento de produção hormonal favorece a reprodução de fungos na vagina e pode dar origem a uma Candidíase Vaginal. Caso tenha desenvolvido uma candidíase vaginal durante a gravidez deve consultar o seu médico assistente, para ter a certeza de que a infecção está a ser tratada de forma adequada.
Tratamento do parceiro
As candidíases vaginais não são doenças venéreas, uma vez que não se transmitem normalmente por via sexual. É possível, contudo, sofrer uma reinfecção por contacto com o parceiro não tratado. Os homens não são imunes à infecção. Tal como as mulheres, podem desenvolver uma infecção fúngica, que nesse caso, se designa Balanite. A maioria dos homens afectados é meramente portadora, não apresentando sintomas da doença.
No entanto, se tens Candidíase Vaginal e para ajudar a impedir a reinfecção, certifica-te que o teu parceiro também recebe tratamento simultaneamente com clotrimazol Creme.
Balanite quais os sintomas?
A balanite é uma inflamação da glande e prepúcio do homem. Os principais sintomas são os seguintes:
Aparecimento de uma zona ponteada branco acinzentada;
Comichão;
Ardor;
Pequenas feridas no órgão genital masculino;
Erosão.
Factores de risco:
Prepúcio apertado;
Roupa interior inadequada.
Infecção fúngica vaginal ou infecção urinária?
Infecção urinária significa que bactérias estão presentes no aparelho urinário, sendo a Cistite a mais comum na mulher. É causada por bactérias da vagina ou ânus, que contaminam a bexiga.
Sintomas de infecção fungica vaginal:
Corrimento;
Comichão;
Ardor ao urinar.
Sintomas de infecção urinária:
Dor no baixo ventre;
Urgência e necessidade frequente de urinar.
Candidíase ou Vaginose Bacteriana (VB)?
Candidíase e a Vaginose Bacteriana são muito comuns, sendo dois tipos de infecção diferentes que necessitam, por isso, de tratamento diferenciado. Nem sempre é fácil identificar o tipo de infecção.
A Candidíase é causada pelo aumento dum fungo (Candida albicans), causando, normalmente, sintomas como prurido ou comichão, dor na zona à volta da vagina ou corrimento branco.
A Vaginose Bacteriana é causada pelo crescimento excessivo de bactérias que existem normalmente na vagina. Os sintomas da vaginose bacteriana incluem geralmente um odor desagradável ou a peixe e corrimento aquoso de cor branco-acinzentado.
Para ajudar a diagnosticar melhor existe já um teste chamado Gyno-Canestest para fazer o seu autodiagnostico antes de se tratar para que saiba que está a escolher o tratamento adequado para a sua infeção.
Como identificar outras Infecções Vaginais?
Algumas mulheres apresentam infecções mistas.
Vulvovaginite fúngica por Candida
Sintomas:
Prurido e/ou irritação;
Ás vezes existe aumento do corrimento.
Corrimento:
Escasso a moderado;
Branco ou amarelado, conglomerado;
Placas aderentes.
Inflamação vulvovaginal:
Eritema vaginal;
Dermatite vulvar frequente.
Vaginite bacteriana por Gardnerella vaginalis
Sintomas:
Cheiro fétido vulvovaginal;
Aumento ligeiro do corrimento.
Corrimento:
Escasso a moderado;
Geralmente branco homogéneo;
Viscosidade baixa;
Mucosa vaginal com revestimento liso.
Inflamação vulvovaginal:
Não existe inflamação vulvovaginal.
Factores de risco
O acontecimento que leva à mudança para o predomínio anaeróbio que caracteriza a vaginose é desconhecido, mas a actividade sexual pode ser o factor, pelo menos nalgumas mulheres.
Acontece nas mulheres com novos e vários parceiros sexuais e entre homossexuais.
O preservativo protege contra a vaginose.
Tratamento
Como o factor causal é desconhecido, o tratamento tenta reduzir o peso destes anaeróbios e melhorar os sintomas de secreção vaginal aumentada e com cheiro.
O tratamento habitual é com metronidazol oral ou vaginal ou a clindamicina.
Ambos, são recomendados no tratamento da vaginose bacteriana na gravidez, por via oral.
Vaginite por Trichomonas vagínalis
Sintomas:
Corrimento purulento, frequente e abundante;
Ás vezes prurido vulvar.
Corrimento:
Abundante;
Castanho-amarelado;
Homogéneo;
Inflamação vulvovaginal:
Eritema vulvovaginal.
Quando consultar o médico assistente?
Apesar da auto-medicação ser fácil nos casos de candidíase vaginal, em algumas circunstâncias é aconselhável consultar o médico assistente, principalmente nas seguintes:
Candidíase vaginal pela primeira vez.
Menos de 12 anos de idade.
Não sentir qualquer melhoria ao terceiro dia de tratamento ou caso os sintomas não tenham desaparecido no período de 7 dias.
Caso os sintomas voltem a manifestar-se no espaço de 2 meses.
Em caso de gravidez.
Presença de sintomas atípicos, nomeadamente um odor característico a peixe, febre ou dor intensa na zona do baixo abdómen.
Concluindo
As infecções vaginais mais comuns são fungicas e se tratadas atempadamente não provocam problemas de saúde graves. No entanto se forem recorrentes e não devidamente tratadas o sistema imunitário vai ficar fragilizado e pode abrir caminho ao aparecimento de outras infecções secundárias nomeadamente bacterianas que podem ser graves! Não se descuide, trate logo aos primeiros sintomas e aprenda a reconhecer os sinais para se proteger!
Conheço a tua força, mãe, e a tua fragilidade. Uma e outra têm a tua coragem, o teu alento vital. Estou contigo mãe, no teu sonho permanente na tua esperança incerta
Estou contigo na tua simplicidade e nos teus gestos generosos. Vejo-te menina e noiva, vejo-te mãe mulher de trabalho Sempre frágil e forte. Quantos problemas enfrentaste, Quantas aflições! Sempre uma força te erguia vertical, sempre o alento da tua fé, o prodigioso alento a que se chama Deus. Que existe porque tu o amas, tu o desejas. Deus alimenta-te e inunda a tua fragilidade. E assim estás no meio do amor como o centro da rosa. Essa ânsia de amor de toda a tua vida é uma onda incandescente. Com o teu amor humano e divino quero fundir o diamante do fogo universal.
António Ramos Rosa, in ‘Antologia Poética
Quando eu for pequeno
Quando Eu For Pequeno Quando eu for pequeno, mãe, quero ouvir de novo a tua voz na campânula de som dos meus dias inquietos, apressados, fustigados pelo medo. Subirás comigo as ruas íngremes com a certeza dócil de que só o empedrado e o cansaço da subida me entregarão ao sossego do sono.
Quando eu for pequeno, mãe, os teus olhos voltarão a ver nem que seja o fio do destino desenhado por uma estrela cadente no cetim azul das tardes sobre a baía dos veleiros imaginados.
Quando eu for pequeno, mãe, nenhum de nós falará da morte, a não ser para confirmarmos que ela só vem quando a chamamos e que os animais fazem um círculo para sabermos de antemão que vai chegar.
Quando eu for pequeno, mãe, trarei as papoilas e os búzios para a tua mesa de tricotar encontros, e então ficaremos debaixo de um alpendre a ouvir uma banda a tocar enquanto o pai ao longe nos acena, lenço branco na mão com as iniciais bordadas, anunciando que vai voltar porque eu sou pequeno e a orfandade até nos olhos deixa marcas.
José Jorge Letria, in “O Livro Branco da Melancolia”
Neste Dia da Mãe espero que gostem deste post “diferente” mas é sabido que quem é mais Feliz geralmente tem melhor saúde 🙂 e por favor digam-nos na nossa página de facebook o que sentem como mães… e claro aos filhos, numa frase, o que sentem pelas vossas mães…
Pela minha sinto que é uma LUZ que sempre me acompanha…
Muito obrigado por estarem desse lado!
Franklim A. Moura Fernandes
Fundador de melhorsaude.org
Doenças nas mulheres top 16 toda a verdade! Quais as doenças mais comuns nas mulheres? Porque afectam mais as mulheres? Como podem ser evitadas? Qual o melhor tratamento?
Existem diversas doenças importantes que afectam de forma marcada as mulheres degradando de forma drástica a sua qualidade de vida, a sua vida laboral e as suas relações pessoais de tal forma que, em inúmeros casos, podem levar à ruptura dramática da estrutura familiar como pilar fundamental da sua felicidade!
Neste artigo vou tratar algumas das mais comuns, com uma abordagem essencialmente positiva realçando principalmente as formas de prevenção. Durante o artigo, para quem gosta de detalhes, serão descritos links MELHORSAUDE.ORG (basta clicar nas imagens) para informação mais aprofundada sobre algumas destas doenças.
Neste artigo vou tratar os seguintes temas:
Cancro da mama
Cancro do cólo do útero
Infecção urinária
Candidíase
Vaginose bacteriana
Corrimento ou vaginite
Osteoporose
Alzheimer
Depressão
Ovário policístico
Doenças da tiroide
Fibromialgia
Sindrome pré-menstrual
Dor de cabeça e enxaqueca
Endometriose e dores menstruais
Artrite reumatóide
Pílula riscos da toma e tudo o que ainda não sabe sobre a pílula e pílula do dia seguinte
Fungos nas unhas
Queda de cabelo
Bebé nos primeiros dias de vida, o que comer? Como tratar as cólicas?
Clique nas imagens para saber tudo sobre a doença!
Cancro da mama
O cancro da mama é um tumor maligno provocado pelo desenvolvimento anormal de algumas células, originando a formação de um ou mais nódulos na mama. Este é o cancro mais mortífero e também o mais comum entre as mulheres, no entanto, em aproximadamente 85% dos casos a doente consegue recuperar. Não existe uma causa bem defenida para o surgimento desta doença, mas existem fatores de risco que podem despoletar ou acelerar o seu desenvolvimento. Entre esses factores destaco os seguintes:
À excepção da história familiar e da idade quase todos os outros factores de risco podem ser evitados ou, pelo menos, minimizados diminuindo muito a probabilidade de cancro. Assim descrevemos de seguida o que pode e deve fazer para se proteger melhor:
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Evitar o excesso de peso mantendo uma alimentação equilibrada;
Efectuar o diagnóstico precoce de despiste do cancro da mama que inclui:
Autoexame da mama,
Exame clínico da mama,
Mamografia.
Cancro do colo do útero
Este cancro é o quarto mais comum entre a população feminina, afetando na sua maioria mulheres entre os 50 e os 60 anos de idade. Manifestando-se normalmente depois da menopausa, o cancro do colo do útero é uma “doença lenta”, uma vez que pode demorar entre 10 a 20 anos a desenvolver-se.
Prevenir o cancro do colo do útero
Uma vez que se trata do cancro mais frequente do aparelho reprodutor feminino, as consultas regulares no ginecologista são essenciais para a realização dos exames de rotina e a melhor forma de se despistarem lesões pré-cancerosas do colo do útero ainda em fase embrionária. Outros fatores de risco relacionados com este tipo de cancro são:
A infecção urinária é uma das mais relevantes doenças comuns nas mulheres. Cerca de 80 a 90% das pessoas que sofrem de infecções urinárias são mulheres. A infecção urinária é a presença anormal de micro-organismos no tracto urinário. Esta doença incide mais nas mulheres a partir da idade reprodutiva e estende-se até à idade da menopausa. Surge quando existe uma diminuição do estrogénio e uma degradação da microflora que protege esta região mais íntima do corpo da mulher.
As duas principais causas de infecção urinária são:
Relações sexuais com diversos parceiros e/ou relações desprotegidas ou “promíscuas” nomeadamente quando existe sexo anal e vaginal no mesmo acto sexual;
Presença de bactérias intestinais que migram até à região da bexiga.
É muito raro as infeções urinárias acontecerem por via da circulação sanguínea.
Prevenir as infeções urinárias
Existem diversas medidas que ajudam a prevenir as infecções urinárias. Entre elas podemos destacar:
Ingestão de água em quantidades saudáveis ou seja aquela que permita ter uma urina límpida e transparente;
Urinar antes e depois das relações sexuais ajuda a expulsar possiveis bactérias patogénicas;
Não reter a urina em situações do quotidiano em que surge a vontade de urinar;
Tomar estrogénio livre de contraindicações hormonais para as mulheres na menopausa;
Funcionamento saudável do aparelho digestivo, nomeadamente através de uma alimentação saudável e equilibrada;
Usar preservativo durante as relações sexuais com parceiros que não conhece bem;
Evitar actos sexuais desprotegidos que arrastem bactérias do ânus para a zona da entrada do tracto urinário e vagina;
Higiene diária correta da região genital fazendo sempre a limpeza no sentido vagina/anús ou seja da frente para trás de forma a evitar o arrastamento de bactérias do tracto intestinal para o entrada do tracto urinário e vagina.
Candidíase
As estatísticas confirmam que, pelo menos uma vez na vida, cerca de 75% das mulheres tem candidíase, assim como entre 20 a 25% das mulheres que apresentam corrimentos vaginais sofrem desta doença, tornando-a uma das importantes doenças comuns nas mulheres, Segundo alguns especialistas, a candidíase não se encaixa na categoria de doença sexualmente transmissível uma vez que pode ser contraída mesmo na ausência de relações sexuais. A candidíase é uma infeção originada pelo fungo Cândida ou Monília e caracteriza-se pelo corrimento de cor esbranquiçada, espesso e grumoso, normalmente acompanhado por irritação no local.
Prevenir a candidíase
Existem diversos hábitos que diminuem muito a probabilidade de contrair candidíase, a saber:
Usar preservativo;
Secar bem a pele depois do banho porque o fungo gosta de humidade;
Manter uma alimentação saudável e equilibrada para que não haja degradação da microflora vaginal;
Assegurar uma higiene adequada mas não exagerada da região genital (em condições normais de manhã e à noite é suficiente);
Evitar o uso diário de absorventes que alterão o PH da região genital;
Evitar o uso de papel higiénico perfumado, que também pode provocar alergias e alterações de PH;
Preferir calças mais largas em vez de justas que não permitem uma “respiração” adequada ad pele;
Deixar de lado as roupas interiores de tecidos sintéticos que podem provocar alergias.
Vaginose bacteriana
Apesar de também ocorrer devido a contactos íntimos ou a relações sexuais, esta doença não é considerada uma doença sexualmente transmissível, uma vez que algumas das bactérias causadoras existem habitualmente no ser humano. A vaginose bacteriana é uma infecção genital provocada por bactérias. Esta doença pode levar à candidíase e é a causa mais comum do corrimento genital, caracterizando-se por um desequilíbrio da flora vaginal que provoca o aumento da concentração de bactérias. O odor desagradável característico da vaginose aumenta durante o período menstrual. Esta infeção é mais frequente em mulheres na idade reprodutiva.
Como prevenir a vaginose bacteriana?
As principais formas de prevenção da vaginose bacteriana são:
Utilizar preservativo em todas as relações sexuais;
Manter uma higiene íntima adequada;
Evitar duches vaginais e bidés, pois, estes podem revelar-se locais propícios às bactérias;
Limpar sempre a vagina da parte da frente para a parte de trás, para que as bactérias da região do ânus não se desloquem para a região vaginal.
Corrimento ou vaginite
É uma secreção anormal expelida pela vagina e que se caracteriza por um odor desagradável. Normalmente, este corrimento é provocado por infeções vaginais, vulvites e vulvovaginites, doenças sexualmente transmissíveis e infeções cervicais ou do colo do útero.
Como prevenir o corrimento ou vaginite?
As medidas preventivas que protgem a mulher do corrimento ou vaginite são essencialmente as seguintes:
Evitar situações de stress;
Não usar antibióticos sem serem receitados pelo médico;
Não usar roupas apertadas ou de tecidos sintéticos;
Manter uma boa higiene íntima usando sabonetes próprios;
Praticar uma alimentação saudável;
Manter as consultas regulares de ginecologia, de forma a identificar e prevenir as causas desta secreção excessiva.
Osteoporose
Três em cada quatro dos pacientes de osteoporose são do sexo feminino. São principalmente afectadas as mulheres na fase da pós-menopausa, sendo esta uma doença que resulta da carência de cálcio no organismo. Alguns factores como o sedentarismo, o álcool, tabaco, café em excesso e uma alimentação deficiente podem levar ao agravamento desta doença. Para além destes fatores externos, existe também uma predisposição genética para a osteoporose.
Como prevenir a osteoporose?
As principais formas de prevenir esta doença são:
Dieta equilibrada ou seja variada com a quantidade necessária de cálcio numa forma que seja adequadamente biodisponivel ou seja que permita que o cálcio seja realmente absorvido pelo organismo e utilizado no reforço da massa óssea;
Praticar exercício físico de forma regular. Entre esses exercícios físicos, destacam-se as caminhadas e as atividades aeróbicas;
Apanhar sol de forma racional e dentro dos limites considerados saudáveis é muito importante para que o corpo produza a vitamina D necessária para a manutenção de um esqueleto saudável.
Alzheimer
É uma doença degenerativa que interfere com o funcionamento do cérebro e que compromete várias das suas funções de forma mais ou menos grave. A doença de Alzheimer é mais frequente nas mulheres do que nos homens, principalmente na sua variante genética mais comum. Ainda não existe cura para esta doença e se assim se mantiver, poderão existir cerca de 115 milhões de pessoas a sofrerem desta doença até ao ano de 2050.
Como prevenir a doença de Alzheimer?
Não existem grandes certezas sobre as causas detalhadas da doença de Alzheimer no entanto as medidas de prevenção que a seguir descrevo parecem reunir algum consenso na comunidade médica, a saber:
Reservar 15 minutos por dia para fazer “ginástica ao cérebro”, proporcionando-lhe desafios e atividades mentais para que se mantenha sempre em movimento e em bom funcionamento;
Ler também pode ser uma boa opção, uma vez que treina o cérebro para ser capaz de reter informação;
Praticar exercício físico de forma regular;
Alimentação tão rica e variada quanto possível;
Beber uma taça de vinho tinto por dia;
Dormir entre 7.30 e 8 horas por noite;
Manter a tensão arterial vigiada, evitando assim a hipertensão.
Depressão
Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo e a maior parte destes doentes são mulheres. As hormonas femininas, bem como a depressão pós-parto podem induzir crises de depressão. Esta doença caracteriza-se por um desinteresse em relação a tudo o que rodeia o paciente, perda de autoestima, mudanças de humor repentinas e bruscas. Caso não seja tratada ou diagnosticada a tempo, a depressão pode tornar-se uma doença crónica altamente incapacitante e pode até conduzir ao suicídio em casos extremos.
Como prevenir a depressão?
Prevenir a depressão passa essencialmente pelas seguintes medidas:
Diminuir o stress e ansiedade diários;
O tratamento deve ser sempre conduzido por um profissional porque apenas boa vontade e palavras encorajadoras são incapazes de contornar a depressão;
Exercício físico regular;
Alimentação saudável;
Passatempos apaixonantes que desviam o pensamento de ideias depressivas.
Em caso de reincidência ou manutenção dos sintomas da depressão, é crucial procurar ajuda médica imediata.
Ovário Policístico
Esta doença pode levar algumas mulheres à infertilidade se não for devidamente acompanhada e tratada. É um distúrbio endócrino que atinge cerca de 7% das mulheres em idade reprodutiva, levando à alteração dos níveis hormonais e provocando a formação e crescimento de quistos nos ovários. Esta doença caracteriza-se pela:
Menstruação irregular,
Micro quistos nos ovários,
Elevada produção de testosterona.
Como prevenir o ovário policístico?
Prevenir o ovário policístico passa pelas seguintes medidas preventivas:
Uma dieta saudável, que impeça o aumento significativo do peso;
Alimentação que não contribua para o aumento da tensão arterial;
Evitar situações de stress e de ansiedade;
Praticar exercício físico de forma equilibrada;
Colesterol e de tensão arterial controlados;
Cumprir um calendário regular de visitas ao ginecologista.
Tiroide e doenças mais comuns
As doenças da tiroide são diversas mas destacam-se as seguintes:
Hipotiroidismo;
Hipertiroidismo;
Cancro da tiroide;
Nódulos da tiroide.
Fibromialgia
A fibromialgia é um síndrome crónico caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. A fibromialgia é uma das doenças reumáticas com maior incidência na actualidade sendo 80 a 90% dos casos diagnosticados em mulheres. É uma doença crónica invisível, sobre a qual ainda há muito por saber. A fibromialgia não tem tratamento específico e é capaz de provocar dores intensas, no entanto mantém-se até hoje num relativo anonimato, ao qual não será alheio o facto de apenas ter sido reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 1970.
Tensão pré-menstrual (TPM)
A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como transtorno ou síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.
Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil. O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este sindrome que afecta entre 70% a 80% das mulheres com vários graus de gravidade.
Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!
Enxaqueca e dor de cabeça
A dor de cabeça ou cefaleia (termo médico) é uma condição de saúde muito comum que afecta imensas mulheres nomeadamente a enxaqueca, tendo, em muitos casos, consequências graves no dia a dia das mesmas. Este artigo pretende ser um contributo para gerir melhor as crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes, ajudar a perceber as suas dores de cabeça, o seu diagnóstico e o seu tratamento. As cefaleias são reais – não se trata apenas de imaginação. Se as dores de cabeça a incomodam é porque necessitam de atenção médica.
Endometriose
As dores menstruais não devem ser consideradas normais, principalmente quando são persistentes e acontecem mesmo tomando medicamentos para a dor. Estas dores podem estar a sugerir uma endometriose, condição que pode levar à infertilidade.
O que é a endometriose?
A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crónica e infertilidade.
Artrite reumatóide
A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crónica que pode limitar os gestos diários destes doentes, como abrir uma porta, agarrar uma caneta ou calçar uns sapatos. A ocorrência global de AR é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.
A Artrite Reumatóide é uma doença reumática inflamatória crónica auto-imune, de etiologia desconhecida, que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular. Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares. Ocorre em todas as idades e apresenta, como manifestação predominante, o envolvimento repetido e habitualmente crónico das estruturas articulares e periarticulares. Pode, contudo, afectar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo e originar as mais variadas manifestações sistémicas.
Quando não tratada precoce e correctamente, a artrite reumatóide acarreta, em geral, graves consequências para os doentes, traduzidas em incapacidade funcional e para o trabalho. Tem elevada comorbilidade e mortalidade acrescida em relação à população em
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Concluindo
As doenças comuns nas mulheres são do ponto de vista médico muito interessantes por estarem muitas vezes associadas ao peculiar ciclo hormonal da mulher. Do ponto de vista da mulher o que importa é antes de mais proteger-se, prevenindo a doença e para conseguir este objectivo adoptar alguns hábitos e comportamentos mais saudáveis e seguros do ponto de vista nutricional, comportamental e do exercício físico. Para isso é essencial estar bem informada sobre as doenças, quais as suas causas e saber o que realmente lhe faz bem mesmo quando o melhor é não seguir algumas “modas” alimentares, fisicas e comportamentais! Primeiro informe-se bem e depois pense pela sua cabeça!
Pilula anticoncepcional ou contraceptiva guia das 30 respostas essenciais! Como tomar o anticoncepcional? Qual o melhor anticoncepcional? Quais os riscos da pilula? Quais as diferenças entre as diversas pílulas? O que corta o efeito da pílula?
Siglas e simplificações utilizadas neste artigo:
COs – Contraceptivos Orais
COCs – Contraceptivos Orais Combinados
COPs – Contraceptivos Orais Progestagénicos
COE – Contracepção Oral de Emergência ( pílula do dia seguinte )
Pílula – Contracepção oral
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
O que são os contraceptivos orais combinados?
O que são os contraceptivos orais progestagénicos?
Quais as pílulas mais eficazes?
Quais os avanços verificados na contracepção oral?
O que são as minipílulas?
Quais as dosagens das minipílulas?
Quais os riscos das minipílulas?
Que tipos de progestagénios existem?
Quais as principais pílulas comercializadas em Portugal?
Qual o risco de gravidez ectópica em mulheres a tomar a pílula?
Contracepção oral de emerrgência (COE) mais conhecida por “pílula do dia seguinte”, o que é e como actua?
Qual a eficacia da pílula do dia seguinte? É segura?
Quais os riscos da pílula do dia seguinte?
A COE altera o dia em que surge a menstruação?
Quais os COEs disponiveis no mercado?
Pílula e diabetes, quais os riscos?
Pílula e doenças autoimunes, quais os riscos?
Colesterol a Pílula e a dislipidémia, quais os riscos?
Pílula e as enxaquecas, quais os riscos?
Pilula e a epilépsia, quais os riscos?
Hipertensão e a Pílula, quais os riscos?
Pílula na doença cardiovascular, quais os riscos?
Pílula e a menopausa, quais os riscos?
Adolescência e a Pílula, quais os riscos?
A Pílula e a amamentaçãp, quais os riscos?
Contracepção oral e puerpério, quais os riscos?
Como retardar a menstruação com a toma da pílula?
Quais as situações que justificam, medidas contraceptivas adicionais?
Após a toma da “pílula do dia seguinte” quando se deve iniciar a toma do contraceptivo oral?
Quais os medicamentos e outros que podem diminuir a eficácia da pílula?
Existem imensas pílulas contraceptivas no mercado mas afinal qual é a melhor? Qual a mais eficaz? Qual a que apresenta menos riscos? E a “pílula do dia seguinte”? É realmente eficaz? Quais os riscos? Como tomar?
Por parte de muitas mulheres existem imensas dúvidas recorrentes sobre a contracepção oral e de emergência. Este guia foi elaborado para responder a todas as dúvidas que possam surgir e desta forma contribuir para tranquilizar as mulheres e ajuda-las a fazer a melhor escolha para o seu caso… e cada caso é um caso!
Têm vido a surgir novas formulações e novos sistemas de libertação hormonal, com vista quer ao aumento da eficácia contraceptiva quer à redução dos efeitos secundários e melhoria da adesão à toma evitando uma gravidez não desejada.
A contracepção hormonal oral é o método mais utilizado pelas mulheres portuguesas. Embora existam alguns efeitos adversos associados à toma de contraceptivos orais (CO), estes têm vindo a ser minorados, com o aparecimento de pílulas com cerca de metade da dose de estrogénios e de pílulas cujo único princípio activo é um progestagénio, e que não apresentam os efeitos secundários associados aos estrogénios.
No entanto, a pílula é ainda hoje muitas vezes mal utilizada, motivo que leva ao recurso à contracepção oral de emergência (COE), mais conhecida como pílula do dia seguinte.
A contracepção hormonal oral é o método mais utilizado pelas mulheres portuguesas. Embora existam alguns efeitos adversos associados à toma de contraceptivos orais (CO), estes têm vindo a ser minorados, com o aparecimento de pílulas com cerca de metade da dose de estrogénios e de pílulas cujo único princípio activo é um progestagénio, e que não apresentam os efeitos secundários associados aos estrogénios.
Contraceptivos orais combinados (COC)
Os Contraceptivos Orais Combinados (COC) são caracterizados por terem na sua composição 2 hormonas diferentes – estrogénio e progestagénio.
As doses e tipo de estrogénio e progestagénio utilizado variam com o medicamento. Estes COs são denominados de baixa dosagem ou de dosagem normal consoante a dose de estrogénio que contêm.
São os contraceptivos orais mais eficazes porque inibem a ovulação de forma constante em cerca de 90 a 95% dos ciclos menstruais, tendo sido descrita uma taxa de falha de apenas 0,3% no primeiro ano de toma, quando tomados correctamente.
Os COCs, além de inibirem a ovulação, exercem igualmente uma acção ao nível do espessamento do muco cervical, o que dificulta o percurso dos espermatozóides até à trompa de Falópio.
Os COCs podem ser de 3 tipos, consoante as doses das hormonas sejam fixas ou variáveis, ao longo do ciclo menstrual:
Monofásicos
Com estrogénio e progestagénio em doses fixas. Tomam-se durante 21 dias consecutivos a que se segue, habitualmente, um intervalo livre de 7 dias.
Bifásicos
Contêm um progestagénio ao qual se associa o etinilestradiol, assegurando uma fase estrogénica durante os primeiros 7 dias, seguida de uma fase progestagénica até ao final da toma.
Trifásicos
Contêm quantidades variáveis de hormonas (etinilestradiol e um progestagénio) para serem tomadas ao longo do ciclo, variando a concentração sobretudo de progestagénios. Têm um predomínio inicial de estrogénios tentando assim, mimetizar o ciclo hormonal normal.
Contraceptivos orais progestagénicos (COP)
Os Contraceptivos Orais Progestagénicos (COPs) são apenas constituídos por um progestagénio, em dose inferior à presente nos COCs. Por este motivo, não inibem consistentemente a ovulação a qual ocorre em apenas cerca de 50% dos ciclos, impedindo, a gravidez maioritariamente por espessamento do muco cervical. Habitualmente são de toma contínua não existindo qualquer interrupção na toma durante o ciclo menstrual (ver tabela 1).
Eficácia comparativa entre COPs e COCs
Existe o conceito de que as pílulas progestagénicas são menos eficazes do que as combinadas. No entanto, não existem estudos conclusivos sobre a eficácia comparativa entre os COCs e os COPs, sendo que, na sua maioria, a eficácia falha por factores externos aos medicamentos em si.
COPs e eficácia comparável à dos COCs
Nos COPs a eficácia é assegurada cumprindo as seguintes regras:
O COP deve ser tomado todos os dias à mesma hora
A relação sexual deve ocorrer entre as 3 e as 22h após a toma.
Contracepção oral avanços
Os avanços verificados têm como principais objectivos minorar os efeitos secundários associados aos estrogénios e de permitir uma maior eficácia contraceptiva, a saber:
A diminuição da dose de estrogénios (pílulas de baixa dosagem),
Recurso a novos progestagénios
Novos sistemas de libertação hormonal
Dosagens utilizadas nas minipílulas
As pílulas de baixa dosagem ou minipílulas contêm na sua formulação etinilestradiol em doses que variam entre 15 e 25 µg (microgramas) por comprimido, enquanto as restantes pílulas possuem entre 25 e 35 µg por comprimido.
Minipílula quais os riscos?
Uma vez que os efeitos adversos estão maioritariamente associados às doses de hormonas presentes, é de esperar que neste tipo de COs, sejam menores e ocorram com menor frequência.
No entanto, embora esteja provada uma redução do risco de tromboembolismo venoso, continuam a ocorrer eventos cardiovasculares graves, embora raros, associados à toma de COs de baixa dosagem, particularmente em mulheres fumadoras, com mais de 35 anos, com enxaquecas ou outras situações de risco cardiovascular.
Diversos estudos continuam a demonstrar a ocorrência de efeitos graves em mulheres que tomam as pílulas de baixa dosagem, nomeadamente a nível cardiovascular.
Em relação às mulheres que não fazem qualquer tipo de contracepção hormonal, as mulheres que tomam as pílulas modernas correm os seguintes riscos:
Tromboembolismo venoso – risco 4 vezes superior
Acidente vascular isquémico – risco 2,3 vezes superior
Enfarte agudo do miocárdio – risco 2 vezes superior
Estas dimensões, como já vimos atrás, ainda se podem tornar mais elevadas se se considerarem mulheres fumadoras, com mais de 35 anos, a sofrerem de enxaquecas ou a apresentarem outros factores de risco cardiovascular.
Progestagénios que tipos existem?
Os progestagénios são agrupados em 4 gerações, independentemente de fazerem parte da composição de um COC ou de um COP. Esta classificação deve-se unicamente à cronologia de aparecimento no mercado, não existindo qualquer relação com a estrutura química ou acção farmacológica, os mais importantes são:
1ª geração – noretindrona, a noretisterona, o noretinodrel, o etinodiol e o linestrenol;
2ª geração– levonorgestrel e o norgestrel;
3ª geração– desogestrel, e o seu metabolito activo etonogestrel, o norgestimato, e o seu metabolito activo norelgestromina, e o gestodeno;
4ª geração– ciproterona, drospirenona, cloromadinona e o dienogest
Linha de evolução dos progestagénios
Progestagénios: Quais os mais utilizados?
Os progestagénios mais utilizados são os seguintes:
Levonorgestrel ( alguma actividade androgénica )
Desogestrel ( sem actividade androgénica )
Gestodeno ( sem actividade androgénica )
Ciproterona ( actividade anti-androgénica )
Drospirenona ( actividade anti-androgénica )
Cloromadinona ( actividade anti-androgénica )
Progestagénios, como o levonorgestrel, conferem uma certa acção androgénica, para além da sua actividade progestagénica. É esta actividade androgénica a responsável pela maioria dos efeitos adversos.
A procura de COs mais eficazes e com menos efeitos secundários, levou ao aparecimento de progestagénios, praticamente destituídos de actividade androgénica, como o desogestrel e o gestodeno. Actualmente já existem progestagénios com actividade anti-androgénica como a ciproterona, a drospirenona e a cloromadinona.
Gravidez ectópica: Qual o risco em mulheres a tomar COP ou COC?
Em caso de falha do CO com consequente fertilização de um óvulo, o espessamento do muco cervical diminui a mobilidade do óvulo fertilizado na trompa de Falópio, aumentando o risco de gravidez ectópica.
Os COCs inibem a ovulação, em cerca de 90 a 95% dos ciclos, são por isso contraceptivos eficazes, reduzindo o risco de gravidez ectópica. Os COPs actuam maioritariamente por espessamento do muco cervical não inibindo a ovulação de forma tão eficaz (ocorre em apenas cerca de 50% dos ciclos), sendo o risco de gravidez ectópica maior.
Contraceptivos orais comercialiazados
Na tabela seguinte descrevem-se as principais apresentações qualitativas ( móleculas utilizadas ) e quantitativas ( dosagens ) comercializadas em Portugal:
Tabela dos principais COs comercializados em Portugal
Contracepção Oral de Emergência (COE) mais conhecida por pílula do dia seguinte
A contracepção oral de emergência tem passado por desenvolvimentos nos últimos anos, tendo muito recentemente surgido uma nova opção terapêutica, que aumenta para 5 dias o intervalo de tempo em que se pode recorrer a este método.
O que é a pílula do dia seguinte?
A contracepção oral de emergência (COE) é um método destinado a evitar uma gravidez não desejada após uma relação sexual em que não existiu recurso a contracepção ou na qual a mesma falha. Constitui uma segunda linha na prevenção primária da gravidez não desejada.
A toma do COE deve ocorrer o mais cedo possível após a relação sexual não protegida ou inadequadamente protegida.
Pílula do dia seguinte: Como actua?
A pilula do dia seguinte actua e é eficaz por exercer a sua acção por diversas vias, a saber:
Sobre a ovulação, atrasando ou inibindo a libertação do óvulo,
Sobre a fertilização impedindo o espermatozóide de atingir o óvulo,
Por espessamento do muco cervical,
Sobre a nidação através de alterações do endométrio, impossibilitando a implantação do ovo na parede do útero.
Será segura?
A Contracepção Oral de Emergência ( COE ) pode ser utilizada com segurança por qualquer mulher, mesmo quando há contra-indicações para a toma de COs.
Após a toma da COE a mulher pode engravidar em qualquer altura, caso não utilize nenhum método contraceptivo,
A COE apenas previne uma gravidez decorrente de relações sexuais ocorridas antes da toma e nunca nos casos em que estas ocorrem subsequentemente,
Não é efectiva se a mulher já estiver grávida.
Efeitos secundários
Após a toma do COE podem surgir maioritariamente:
Náuseas e vómitos, mas pouco frequentes, surgindo em apenas 20% dos casos. Para minorar estes efeitos aconselha-se a toma do comprimido com
Pode também surgir perda de sangue alguns dias após a toma do COE.
Num número reduzido de mulheres pode acontecer tensão mamária,
Dores de cabeça,
Tonturas,
Dor abdominal,
Na maior parte dos casos, esta sintomatologia desaparece sem necessidade de tratamento.
Será que altera a menstruação?
Após a utilização da COE, a menstruação surge na altura esperada, no entanto em algumas mulheres pode surgir antes do tempo. Caso exista um atraso superior a uma semana, deve ser realizado um teste de gravidez visto que a COE pode ser falível.
A referenciação para o médico recomenda-se caso a mulher apresente queixas de hemorragias irregulares associadas a dores abdominais (suspeita de gravidez ectópica) ou quando a menstruação está atrasada por mais de uma semana (suspeita de gravidez).
Pode utilizar fora do período fértil?
Dado que existem oscilações da altura da ovulação, mesmo em mulheres com menstruações muito regulares, na prática é muito difícil determinar com exactidão o intervalo de tempo em que ocorre o período fértil.
O facto de a mulher não se encontrar no seu período fértil, não constitui uma contra-indicação à toma de COE, sendo importante avaliar o estado de ansiedade relativa à perspectiva de uma gravidez indesejada de forma a permitir um melhor aconselhamento e optar ou não pela dispensa da COE.
Pílulas do dia seguinte disponíveis
Existem actualmente alternativas terapêuticas diferentes em que a COE pode ser feita até às 72 h após relação sexual desprotegida ou inadequadamente protegida e, recentemente disponível, em que a eficácia é comprovada até ao 5º dia, mais precisamente até às 120 h após relação sexual desprotegida ou inadequadamente protegida.
Os COs podem interferir com o metabolismo da glucose. Em geral, quanto maior for a dose do progestagénio, maior será a alteração no metabolismo da glucose. Pensa-se que:
Os estrogénios podem diminuir a tolerância à glucose,
Os progestagénios são responsáveis por um aumento da secreção de insulina que pode levar ao aumento da insulino-resistência.
Há estudos que concluem que os COPs podem apresentar um melhor perfil de segurança, interferindo menos nos níveis de glicemia, quando comparados com os COCs.
Ainda, sendo a diabetes um factor de risco para a doença cardiovascular, é aconselhada a toma de COPs, caso a mulher não deseje ou não possa optar por outro método contraceptivo. No caso da diabetes bem controlada e em que não existem lesões vasculares, podem utilizar-se os COCs devendo preferir-se os COcs de 3ª geração.
Assim, para mulheres com diabetes tipo 1 ou tipo 2, bem controlada, o recurso quer aos COCs quer aos COPs é aparentemente seguro e não parece ter qualquer efeito quer a curto quer a longo prazo no controlo da diabetes.
Nas diabéticas com complicações associadas ou diabetes de longo termo (diagnosticado há mais de 20 anos), os COPs são considerados mais seguros do que os COCs.
Doenças autoimunes: Qual a melhor pílula?
Nas doenças auto-imunes, é de grande importância o planeamento da gravidez, não só pelos riscos que a terapêutica instituída pode acarretar para o feto, como também para preservar a saúde da mãe, escolhendo a fase de evolução da doença mais propícia para que a gravidez ocorra.
Neste tipo de patologias, todos os métodos contraceptivos não hormonais são aconselhados. Sendo as doenças autoimunes muito heterogéneas, a resposta da doença aos COs varia consoante a patologia em causa, por exemplo:
Os COCs podem agravar o Lúpus Eritematoso Sistémico, a Púrpura Trombocitopénica e a miastenia Gravis,
Os COCs podem contribuir para a melhoria da artrite reumatóide,
Os COCs não exercem qualquer efeito na Esclerose múltipla ou Doença auto-imune da Tiróide.
Dislipidémia: Qual a influência da pílula?
A maioria dos COs afecta os parâmetros lipídicos – colesterol LDL e HDL e também os trigicerídeos. Os estrogénios aumentam o HDL e triglicerídeos e diminuem o LDL. No caso dos progestagénios, o aumento do HDL depende do tipo de progestagénio utilizado.
Colesterol alto: Qual a melhor pílula?
As formulações com etinilestradiol combinado com progestagénios mais recentes como o desogestrel e gestodeno, devido à menor actividade androgénica destes, apresentam um melhor perfil lipídico, verificando- se um aumento significativo dos níveis de HDL, diminuição significativa dos níveis de colesterol LDL, apenas pequenas alterações dos níveis de colesterol total e um aumento dos triglicerídeos menos acentuado do que com os que contêm progestagénios com uma acção androgénica mais marcada (levonorgestrel e norgestrel).
Assim são considerados os COs com melhor perfil de indicação para mulheres com dislipidemia as pílulas com etinilestradiol combinado com progestagénios mais recentes como o desogestrel e gestodeno.
Contracepção oral e de emergência no caso de enxaquecas e risco de AVC
Vários estudos efectuados em mulheres com enxaqueca, a tomar COs, sugerem um aumento do risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
No entanto, esses mesmos estudos indicam que o grau de risco varia consoante o tipo de enxaqueca. Assim, o risco é maior no caso de enxaqueca com aura quando comparado com enxaqueca sem aura. Este facto deve-se provavelmente à existência de alterações isquémicas associadas à aura.
Dado que, à partida, a utilização de COcs representa um factor de risco aumentado de AVC e tromboembolismo venoso, existe uma preocupação acrescida relativa à toma de COcs no caso de enxaqueca.
De acordo com a OMS, o risco de mulheres com enxaqueca a tomar COCs, terem um AVC isquémico é cerca de 2 a 4 vezes maior do que nas que têm enxaqueca mas não tomam COCs.
É, por isso, fundamental conhecer o tipo de enxaqueca em causa, o que determina a escolha mais adequada do Contraceptivo Oral ( CO ), principalmente no caso de se tratar de Contraceptivos Orais Combinados ( COCs ). Em caso de risco acrescido deve ponderar-se o recurso a COPs ou, em alternativa, a outro método contraceptivo, que não o oral hormonal.
Para as mulheres que têm enxaqueca sem aura, o risco de AVC é relativamente pequeno e comparável ao das mulheres sem enxaqueca. Em mulheres a fazer terapêutica para a enxaqueca com derivados da ergotamina, a toma de COCs está contra-indicada.
Epilépsia: Qual a melhor contracepção?
Os métodos contraceptivos de eleição na epilepsia são, o DiU (Dispositivo intra Uterino) ou o SiU (Sistema intra Uterino com libertação hormonal) dado que são inertes a nível sistémico não interferindo com a restante medicação.
Caso a opção recaia na contracepção oral, os COCs e COPs apenas estão contra-indicados, por redução da sua eficácia, nos casos em que a terapêutica antiepiléptica instituída seja indutora das enzimas hepáticas, o que acontece no caso de estar a tomar os seguintes medicamentos:
Carbamazepina,
Oxicarbamazepina,
Fenobarbital,
Fenitoína,
Primidona,
Topiramato,
Vigabatrim.
No caso de terapêutica com valproato de sódio, as mulheres podem utilizar qualquer Contraceptivo Oral ( CO ).
Hipertensão arterial (HTA): Qual a melhor pílula?
Os métodos contraceptivos de eleição no caso da HTA são, o DIU ou o SIU com libertação hormonal. No entanto, apenas a HTA mal controlada contra-indica a toma de COs.
Assim, no caso de HTA bem controlada ou em fase inicial, pode ser indicada a toma de COcs. Nestes casos, deve ser dada preferência a pílulas de baixa dosagem, com gestodeno ou desogestrel, que apresentam a vantagem de contribuir para um bom perfil lipídico, ou a associação de etinilestradiol e drospirenona em virtude do seu efeito anti-mineralocorticóide.
O recurso a COCs em mulheres com mais de 35 anos, em que o risco cardiovascular está aumentado, deve ser bem ponderado. Quanto aos COPs, constituem uma alternativa nos casos em que a HTA decorre da administração de COCs.
Doença cardíaca ou doenças vasculares: Qual a melhor pílula?
Os COPs são a primeira escolha em caso de doença cardíaca. Os COCs estão contra-indicados, apenas quando existe um risco vascular associado, como no caso da doença cardíaca isquémica ou doença valvular complicada como endocardite, fibrilhação ou hipertensão pulmonar.
A toma de COs na insuficiência venosa não apresenta qualquer contra-indicação. Apenas está contra-indicada a toma de COCs, em caso de tromboembolismo venoso ou arterial. Os COPs, que podem ser usados em doentes com antecedentes de tromboembolismo venoso são, apesar disso a última escolha em caso de tromboembolismo activo ou recente sendo de preferir o DIU ou o SIU com libertação hormonal, nesta fase.
Fumadoras: Qual a melhor contracepção?
O tabagismo contribui, decididamente, para o aumento do risco de complicações cardiovasculares. Consideram-se fumadoras mulheres que consomem 15 a 20 cigarros por dia.
Assim, mulheres fumadoras com idade superior a 35 anos não devem tomar COs. Antes dos 35 anos, o facto de a mulher fumar é uma contra-indicação relativa à toma de COs. Os métodos contraceptivos de eleição para a mulher fumadora são, por isso, preferencialmente todos os métodos não hormonais.
Menopausa: Qual a melhor contracepção?
Na perimenopausa, desde que não haja contra-indicações, podem ser utilizados todos os tipos de COs, assim como qualquer tipo de método contraceptivo. A escolha deve ser feita com base nas características individuais da mulher (factores de risco cardiovascular, patologias associadas, tabagismo, etc).
Caso os COCs sejam apropriados, são de preferir por apresentarem as seguintes vantagens:
Maior eficácia contraceptiva,
Menor rigor na toma,
Melhoram a sintomatologia vasomotora,
Melhoram o humor,
Menor risco de ocorrência de hemorragias intra-cíclicas.
Os contraceptivos hormonais combinados, nas suas 3 formas – oral, transdérmica ou vaginal – podem ser utilizados até à menopausa, sendo de preferir aqueles que têm uma dose de etinilestradiol ≤ 30µg e uma dose baixa de noretisterona ou levonorgestrel, por apresentarem um menor risco cardiovascular.
Quanto à altura ideal para concluir a toma de COs, aquando da menopausa, é recomendado o doseamento da FSH (hormona folículo estimulante) durante a pausa da toma de COCs (entre o 5º e o 7º dia) ou em qualquer altura do ciclo menstrual caso esteja a tomar COPs.
Este doseamento é recomendado a partir dos 50 anos ou antes, caso exista sintomatologia vasomotora marcada, os denominados “afrontamentos”, e repetido anualmente até à menopausa. Caso o valor do doseamento seja ≥ 40 mg/L pode interromper-se o contraceptivo, se for < 40 mg/L deve continuar e reavaliar a situação ao fim de um ano.
Adolescência: Qual a melhor contracepção?
Nesta fase em que, muitas vezes, se dá o início da actividade sexual, é importante que sejam adoptadas medidas que permitam uma contracepção o mais segura, simples e eficaz possível. Assim, os COs geralmente recomendados são os COCs. É fundamental sensibilizar para a importância de associar, a utilização do preservativo, como única forma de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, sendo uma altura em que muitas vezes as relações são mais efémeras e a percepção dos riscos está menos presente.
Amamentação: Qual a melhor pílula?
Na amamentação a primeira escolha recai sobre os contraceptivos hormonais progestagénicos, COP, (sob a forma oral, implante subcutâneo ou injectável) por não influenciarem a qualidade e quantidade do leite materno.
Os COPs têm ainda a vantagem de permitir uma mudança mais rápida para o método contraceptivo subsequente, dado que basta suspender a toma do COP e iniciar a toma do CO seguinte. A contracepção oral deve ser iniciada entre a 4ª e a 6ª semana após o parto. Também os COCs podem ser utilizados, embora nunca como primeira escolha até os 6 meses após o parto.
Pós-parto (puerpério): Qual a melhor contracepção?
O puerpério é o período de 6 a 8 semanas pós-parto durante o qual o seu corpo sofre uma série de alterações para retornar ao estado pré-gravidez.
Quando a mulher não está a amamentar, os COCs apenas estão contra-indicados nas primeiras 3 semanas após o parto, por existir um estado de hipercoagulabilidade, que aumenta o risco cardiovascular associado à toma de COCs. A partir daí pode ser utilizado qualquer método contraceptivo.
Caso tenha ocorrido diabetes gestacional, desde que os parâmetros analíticos estejam controlados, não existe qualquer contra-indicação à toma de COs. No entanto, neste caso recomenda-se que o início da CO se faça apenas a partir das 6-8 semanas após o parto.
Como retardar a menstruação com a toma da pílula contraceptiva?
Esta é uma pergunta recorrente ao balcão da farmácia, sendo as indicações em função do tipo de pílula as seguintes:
COCs monofásicos
Começar a embalagem seguinte imediatamente após terminar a anterior, ou seja, sem fazer os 7 dias de Esta embalagem pode ser tomada até ao fim. Caso a mulher queira menstruar, basta parar de tomar os comprimidos em qualquer altura. Durante a toma da segunda embalagem podem ocorrer hemorragias irregulares. A embalagem seguinte às 2 consecutivas deve ser iniciada após os 7 dias habituais de intervalo.
COCs bifásicos
Assim que terminar a embalagem anterior, começar a tomar os comprimidos com a dosagem mais elevada de progestagénio e mais baixa de etinilestradiol da embalagem seguinte (ou seja, começar a toma da embalagem seguinte pelo 1º comprimido dos últimos 15 da embalagem). Estes podem ser tomados até ao final dessa embalagem (no máximo 15 dias).
Assim que queira menstruar basta parar de tomar a 2ª embalagem. a embalagem seguinte deve ser iniciada após os 6 dias habituais de intervalo. Tal como no caso dos COCs monofásicos, durante a toma da 2ª embalagem podem ocorrer hemorragias irregulares.
COCs trifásicos
Após terminar a embalagem, iniciar a toma dos últimos 10 comprimidos da embalagem seguinte, aqueles que têm maior concentração de progestagénio. Essa embalagem pode ser tomada até ao fim (no máximo 10 dias). Quando quiser menstruar a mulher pode parar essa embalagem em qualquer altura. A embalagem seguinte deve ser iniciada após o período habitual de 7 dias de intervalo.
Quais as situações que justificam medidas contraceptivas adicionais?
1) Esquecimento de uma toma do CO superior a 12 horas ou de mais do que uma toma, independentemente do intervalo de tempo decorrido. Para informação adicional acerca de como continuar a toma da restante embalagem do CO, consultar o rcm do medicamento em questão.
2) Ocorrência de vómitos até às 4 horas subsequentes à toma do CO ou aparecimento de diarreia grave, dado que a absorção pode ser incompleta e pode já não existir uma contracepção fiável.
Num e noutro caso, deverá recorrer-se a métodos contraceptivos adicionais até 7 dias após o desaparecimento dos sintomas ou o esquecimento da toma, mantendo a toma regular do CO habitual.
3) Suspeita de interacção medicamentosa entre o CO e algum outro medicamento, que a mulher esteja a tomar. Neste caso, deverão utilizar-se métodos contraceptivos adicionais até 7 dias após a eliminação do medicamento do organismo (varia consoante o tempo de semi-vida do medicamento em causa).
Após utilização pilula do dia seguinte, quando se deve iniciar a toma do CO?
Após a toma do COE o retorno à fertilidade é imediato, pelo que, caso a mulher não esteja já a fazer contracepção regular, deve ser aconselhada a fazê-lo.
No caso de toma habitual de COs, a embalagem em uso deve ser reiniciada no dia seguinte ao da toma do COE, não estando indicada a toma dos contraceptivos omitidos quando se recorre ao COE. Assim, é intencionalmente omitida a toma do comprimido relativo ao dia da toma do COE.
Caso a mulher não esteja a tomar CO e deseje fazê-lo, existem 2 opções:
Esperar e iniciar a contracepção no primeiro dia do próximo ciclo menstrual, ou
Iniciar a contracepção no dia imediatamente após a toma da COE.
É importante aconselhar abstinência sexual ou o uso de um método auxiliar (barreira – como por exemplo diafragma com espermicida, preservativos) nos primeiros 7 dias após o início da contracepção caso seja um COC, ou nos primeiros 2 dias caso se trate de um COP, independentemente de quando se inicia a contracepção.
Que medicamentos e outros podem diminuir a eficácia da pílula?
No que se refere à eficácia das pílulas convencionais, a interacção com fármacos capazes de provocar um aumento das enzimas microssomais hepáticas pode provocar um aumento da metabolização das hormonas sexuais, com a consequente redução da eficácia contraceptiva do método. Os principais são os seguintes:
Antiepilépticos,
Rifampicina,
Ritonavir,
Griseofulvina,
Hipericão.
Uma referência especial ao hipericão por ser uma planta muito utilizada em chás e que muitas mulheres podem, sem saber, tomar e ficar desprotegidas.
Concluindo
Por parte de muitas mulheres existem imensas dúvidas recorrentes sobre a contracepção oral e de emergência. Este guia foi elaborado para responder a todas as dúvidas que possam surgir e desta forma contribuir para tranquilizar as mulheres e ajuda-las a fazer a melhor escolha para o seu caso… e cada caso é um caso! Apesar de disponibilzarmos toda esta informação não deve nunca esquecer o precioso apoio do seu Médico ou Farmacêutico.
Não deve também ser esquecido que apesar de se tratar de um artigo sobre contracepção esta só faz sentido dentro duma politica estruturada, num país que verdadeiramente tenha vontade de olhar para o futuro, e que permita ás mulheres, que nele vivem, e seus companheiros formarem famílias estaveis e Felizes e por esta via regenerarem a “medula da sociedade” que por estes dias corre o risco de ficar “leucémica”…
Fique bem!
Franklim Moura Fernandes
Fontes:
CEDIME ( Centro de Documentação e Informação do Medicamento )
Dra Margarida Castel-Branco, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
INFARMED
Direcção Geral de Saúde – Programa Nacional de Saúde Reprodutiva
Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health
Por favor PARTILHE este artigo e ajude muitas mulheres e suas famílias a terem uma vida mais tranquila e FELIZ!
Dia da Mãe: Como já é habitual nos dias “mais emotivos” aqui ficam poemas que dão que pensar…
Especialmente dedicado a todas as mães mas em particular a uma chamada Florinda… Obrigado Mãe 🙂
De Joelhos
“Bendita seja a Mãe que te gerou.” Bendito o leite que te fez crescer Bendito o berço aonde te embalou A tua ama, pra te adormecer!
Bendita essa canção que acalentou Da tua vida o doce alvorecer … Bendita seja a Lua, que inundou De luz, a Terra, só para te ver …
Benditos sejam todos que te amarem, As que em volta de ti ajoelharem Numa grande paixão fervente e louca!
E se mais que eu, um dia, te quiser Alguém, bendita seja essa Mulher, Bendito seja o beijo dessa boca!!
Florbela Espanca, in “Livro de Mágoas”
Poema à Mãe
No mais fundo de ti, eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou o retrato adormecido no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo são duras, mãe, e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe! Olha — queres ouvir-me? — às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura; ainda oiço a tua voz: Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal…Mas — tu sabes — a noite é enorme, e todo o meu corpo cresceu. Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber,Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, in “Os Amantes Sem Dinheiro”
Quando Eu For Pequeno
Quando eu for pequeno, mãe, quero ouvir de novo a tua voz na campânula de som dos meus dias inquietos, apressados, fustigados pelo medo. Subirás comigo as ruas íngremes com a certeza dócil de que só o empedrado e o cansaço da subida me entregarão ao sossego do sono.
Quando eu for pequeno, mãe, os teus olhos voltarão a ver nem que seja o fio do destino desenhado por uma estrela cadente no cetim azul das tardes sobre a baía dos veleiros imaginados.
Quando eu for pequeno, mãe, nenhum de nós falará da morte, a não ser para confirmarmos que ela só vem quando a chamamos e que os animais fazem um círculo para sabermos de antemão que vai chegar.
Quando eu for pequeno, mãe, trarei as papoilas e os búzios para a tua mesa de tricotar encontros, e então ficaremos debaixo de um alpendre a ouvir uma banda a tocar enquanto o pai ao longe nos acena, lenço branco na mão com as iniciais bordadas, anunciando que vai voltar porque eu sou [pequeno e a orfandade até nos olhos deixa marcas.
José Jorge Letria, in “O Livro Branco da Melancolia”
As dores menstruais não devem ser consideradas normais, principalmente quando são persistentes e acontecem mesmo tomando medicamentos para a dor. Estas dores podem estar a sugerir uma endometriose, condição que pode levar à infertilidade.
Endometriose o que é?
A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crónica e infertilidade.
Endométrio
Endométrio é uma fina membrana que recobre a camada interna do útero. Durante o ciclo menstrual o endométrio sofre transformações induzidas pelas variações hormonais, cresce e torna-se um tecido rico em vasos sanguíneos.
O endométrio cresce para ficar apto a receber e nutrir o embrião em caso de gravidez. Quando o ciclo termina e o óvulo não foi fecundado, essa parede espessa do endométrio desaba e é expelida para fora do útero. Este processo é a menstruação.
Tecido endometrial
A endometriose é uma doença caracterizada pelo aparecimento de pedaços de tecido endometrial fora da parede interna do útero. Em que partes do organismo surge o tecido endometrial?
A endometriose pode aparecer na bexiga, intestinos, apêndice, vagina, ureter e raramento órgãos distantes da pelve como pulmões e sistema nervoso central.
Também podem surgir tecidos de endométrio em cicatrizes cirúrgicas do abdómen e pelve. Os locais mais comuns onde ocorre a endometriose são, por ordem decrescente, os seguintes:
1.Ovários
2. Regiões ao redor do útero incluindo o fundo de saco de Douglas e ligamentos uterinos
3. Porção exterior do útero
4. Trompas de falópio
5. Regiões finais do intestino
A endometriose pode surgir em vários locais diferentes ao mesmo tempo, podendo coexistir em 3 ou 4 órgãos diferentes.
Consequências da endometriose
Este endométrio em locais atípicos reage aos estímulos hormonais do ciclo menstrual exatamente como o endométrio dentro do útero, ou seja, acontece proliferação e depois sangra, causando, a curto prazo, irritação e a longo prazo fibrose dos tecidos ao redor. Esta característica é a responsável pelos principais sintomas da endometriose cujas causas ainda não são completamente conhecidas.
Prevalência
Estima-se que até 10% das mulheres tenham a doença. Cerca de 80% dos casos de dor pélvica crónica em mulheres são causados pela endometriose. A faixa etária mais atingida é a de 25 a 35 anos.
Sintomas
Dependendo do local onde ocorre a endometriose, a paciente pode apresentar um quadro clínico que varia desde assintomático, até dor constante e ininterrupta.
No entanto, o sintoma mais comum da endometriose é a dor associada ao período menstrual, pois, como já referido, assim como o endométrio normal dentro do útero, o pedaço de tecido endometrial exterior também sangra no final do ciclo menstrual. A endometriose é uma causa comum de dismenorreia secundária ( cólica menstrual ).
Os sintomas da endometriose podem, então, ser alguns dos seguintes:
Dor associada ao período menstrual ( dismenorreia )
Sangramento em excesso durante a menstruação
Sangue na urina
Sangue nas fezes
Inflamação e dor intensa na zona abdominal
Infertilidade
Dor durante a relação sexual ( dispareunia )
Diarreia
Obstipação ( prisão de ventre )
Fadiga crónica
Sangramento nos tecidos endometriais
Se a endometriose está localizada na bexiga, é possível haver sangue na urina;
Se estiver nos intestinos poderá haver sangue nas fezes;
A presença de endometriose na cavidade abdominal ou na pelve faz com que haja sangramento para essas cavidades, causando intensa inflamação e dor.
Infertilidade
A endometriose também está muito associada a infertilidade, pois os ovários são um dos locais mais frequentemente afectados, causando inflamação crônica, cicatrização e adesões dos ovários e trompas. A endometriose que afecta a parte externa do útero também pode levar a deformidades do mesmo e de áreas da pelve, tornando o aparelho ginecológico inapto para uma gravidez.
Cancro
A endometriose, quando afecta os ovários, parece aumentar o risco de cancro dos ovários. Curiosamente o uso de pilulas anticoncepcionais parece reduzir este risco.
Diagnóstico
Em muitas mulheres o quadro clínico de dor pélvica cíclica é bastante sugestivo, porém insuficiente para se estabelecer o diagnóstico. Exames de imagem com a ultrassonografia podem ajudar a descartar outras causas para os sintomas, como tumores, mas também raramente conseguem fechar o diagnóstico da endometriose.
Para se ter certeza do diagnóstico é preciso olhar diretamente para dentro da pelve e abdómen, o que só é possível através da laparoscopia, um procedimento cirúrgico. Durante a laparoscopia é possível procurar o tecido implantado e fazer as respectivas biópsias, quando necessário.
Tratamento da endometriose
Uso de anti-inflamatórios, no início do tratamento ( estes medicamentos são apenas sintomáticos e não actuam diretamente na doença );
Uso de anticoncepcionais orais ( ajuda a controlar o ciclo hormonal, reduz os sangramentos e consequentemente a dor );
Uso da GnRH, uma hormona que causa uma menopausa temporária, impedindo a liberação de estrogênios e cessando a menstruação. O tratamento reduz a dor em 80% dos doentes e ajuda a diminuir o tamanho da endometriose. Pode ser usada até 12 meses.
Laparoscopia ( cirurgia que remove os tecidos endometriais em excesso )
Cirurgia para endometriose
A cirurgia é indicada nos casos de dor severa, grande sangramento, infertilidade ou ausência de resposta ao tratamento clínico. A cirurgia visa a remoção dos tecidos endometriais e fibroses ou adesões que possam já existir. Atualmente a cirurgia mais usada é a laparoscopia. Em casos muitos graves, com múltiplos implantes de endometriose, pode ser necessária a remoção de todo útero e/ou ovários.
Concluindo
Uma dor é sempre um sinal de alarme. Se for pontual, passageira e pouco intensa, as probabilidades de ser um sinal de lesão grave são baixas e portanto não deve ser valorizada se desaparecer rapidamente! Se a dor for forte ou persistente ela deve ser valorizada de imediato para despistar problemas de saúde graves que podem estar apenas numa fase inicial e facilmente tratável. Mesmo quando não existe nenhum problema de saúde grave, uma dor persistente não tratada tende a “ganhar vida própria” e tornar-se crónica! Não se deixe apanhar nessa armadilha de dor crónica convencendo-se erradamente que tem uma dor que consegue suportar apenas para não tomar medicamentos. Os analgésicos e anti-inflamatórios utilizados atempadamente na dose correcta podem, precisamente, evitar que mais tarde fique dependente deles!
Fique bem!
Franklim Fernandes
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Pílula mitos e riscos! Afinal tomar a pílula engorda? Provoca varizes? Prejudica a pele e os cabelos? Piora o humor? Qual a verdade?Selecionei uma lista de 15 mitos mais comuns sobre a pílula para ajudar a clarificar todas as dúvidas, a saber:
Acne: Parar de tomar a pílula pode causar acne?
Sim, pode. Os androgénios (hormonas) têm sido implicados na etiologia da acne vulgar, possivelmente por intensificar a hiperceratose folicular. A pílula reduz os níveis sanguíneos de androgénios e, dessa forma, podem colaborar para diminuir a gravidade do acne. Por outro lado, como não existem verdades absolutas na medicina, em algumas raras mulheres o acne pode ser um efeito colateral.
Medicamentos: Alguns podem anular o efeito do anticoncecional?
Sim, em geral os antibióticos que têm de ser tomados em tratamentos de 5 ou mais dias aumentam bastante a probabilidade de interferência negativa no efeito contracetivo, Sabe-se que a ampicilina, por exemplo, um antibiótico bastante comum e utilizado no tratamento de infecções urinárias, faringo-amigdalites e pneumonias, entre outros, pode reduzir a eficácia da contraceção. Ainda, vários medicamentos anti-convulsionantes (utilizadas no tratamento de diversas formas de epilepsia) podem diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais. Nesses casos, a mulheres devem certificar-se de que o seu contraceptivo oral escolhido contem pelo menos 50 microgramas de etinilestradiol ou mestranol.
Cancro: A pílula aumenta risco de cancro da mama e do útero?
Vamos por partes. O risco de cancro da mama é praticamente o mesmo entre as mulheres que usam e as que não usam este tipo de contraceptivo. Nos tumores malignos do endométrio (camada mais interna do útero) e do ovário, o contracetivo oral exerce um efeito protetor ou seja, as mulheres que o tomam apresentam metade do risco de cancro do endométrio e ovário em relação ás que não utilizam.
Peso : A pílula engorda?
Ainda que o aumento de peso esteja entre as queixas mais comuns das mulheres, estudos mostraram que isto pode não ser completamente verdadeiro. Uma pesquisa recente avaliou a variação de peso de 128 mulheres em uso de contraceptivos orais durante 4 meses e descobriu que 72% das pacientes não apresentaram qualquer alteração de peso no final do período. Assim, queixar-se de aumento de peso já não é a melhor desculpa para interromper o uso do contracetivo oral.
Cabelo: A pílula faz mal ao cabelo?
Não existem evidências científicas que comprovem este fato.
Varizes: A pílula aumenta o risco e o número de varizes?
Os contraceptivos orais possuem diversos efeitos sobre o sistema cardiovascular e é possível que estejam envolvidos de alguma forma no desenvolvimento de varizes, mas as pesquisas produziram resultados controversos até ao momento.
Humor: A pílula pode alterar o humor?
Podem ocorrer náuseas, dor de cabeça, dor nos seios, hemorragias vaginais irregulares e depressão nos primeiros meses de uso do contracetivo oral, mas estes efeitos colaterais passam frequentemente após alguns meses.
Endometriose: A pílula pode ser usada no tratamento?
Realmente faz parte do tratamento não-cirúrgico desta doença. Progestinas isoladamente podem ser úteis e são a primeira escolha de muitos especialistas.
Cólicas menstruais: A pílula alivia as dores menstruais?
A menstruação dolorosa é menos frequente nas mulheres que não ovulam. Por isso, a pílula pode ser útil em 70-80% dos casos de dismenorreia. Quando o contracetivo oral é suspenso, as mulheres geralmente sentem a mesma intensidade de dor que apresentavam antes da sua utilização.
Gravidez: Mulheres que tomam a pílula demoram mais tempo a engravidar?
Verdade. O retorno à fertilidade em mulheres que interromperam o uso deste contraceptivo oral, leva mais tempo comparado às mulheres que interromperam outros métodos contraceptivos, mas não parece haver prejuízo da fertilidade como um todo.
Ossos: A pílula ajuda a proteger?
Algumas pesquisas têm mostrado que o uso desta em mulheres após a menopausa diminui o risco de fraturas e suspeita-se que o seu uso possa melhorar a densidade mineral óssea em mulheres jovens, mas faltam comprovações científicas.
Doença falciforme: Mulheres doentes podem tomar a pílula?
Mulheres com drepanocitose (doença falciforme) frequentemente não tomam contraceptivos orais contendo estrogénio e progesterona pois preocupam-se com a possibilidade das hormonas piorarem a doença. Mas os estudos laboratoriais não encontraram evidências que comprovem este facto.
Lúpus: Mulheres com Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) podem tomar a pílula?
Os contraceptivos orais podem precipitar episódios de LES em mulheres portadoras desta doença. Por este motivo, não é recomendada em mulheres com LES.
Última mestruação: Ainda precisa de tomar a pílula?
Sim, pois parar pode resultar numa gravidez indesejada. Nas mulheres que estão a entrar na menopausa, recomenda-se o uso da por pelo menos mais 12 meses após a última menstruação.
Asma: A pílula pode piorar a asma?
Não. As alterações dos níveis hormonais parecem ter um papel importante na gravidade da asma nas mulheres, e cerca de 30 a 40% das mulheres apresentam flutuações na gravidade das crises relacionadas ao ciclo menstrual. A crise tende a ocorrer três dias antes e durante os quatro dias da menstruação. Os anticoncepcionais orais podem ajudar nestes casos, nivelando as flutuações hormonais.
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