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Doenças da piscina e dor de ouvido

Piscina e doenças toda a verdade sobre as diversas doenças que pode apanhar na água da piscina! Um dia na piscina a descontrair, nadar e relaxar pode ser magnífico! No entanto se a água das piscinas não estiver bem tratada o dia pode acabar em pesadelo com a “hospedagem” no nosso organismo de vírus, bactérias e parasitas que provocam doenças que podem ser muito perigosas!

Por exemplo, nas páginas Swimming pools  e Stay Safe In and Around Swimming Pools do CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas.

Neste artigo vou falar das seguintes doenças:


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Piscina e doenças que pode apanhar na água

A água da piscina é geralmente uma água artificial no sentido em que raramente é usada água captada directamente do mar ou de um rio com água de alta qualidade não poluida. Sendo assim tem de ser cuidadosamente tratada para eliminar inumeros microorganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas patogénicos que estão sempre á espreita de uma oportunidade de se instalarem num hospedeiro humano e conseguirem reproduzir-se mais depressa!

Além disso os tratamentos quimicos aplicados á água da piscina também têm os seus efeitos adversos no organismo humano. Assim descrevo de seguida algumas doenças que, se não tiver cuidado, pode apanhar na sua visita á piscina.

Otite externa

Também designada otite de surfista ou de mergulhador. É provocada habitualmente pela entrada de água no ouvido, associada a um quadro clínico de otalgia (dor de ouvido). Ocorre frequentemente após entrada de água no ouvido ou em situações de infeção e eczema do canal auditivo externo. Trata-se de uma inflamação da orelha externa e do canal auditivo.

Leia também: Dor de ouvido tudo o que não sabe.

Diarreia

Os vírus e as bactérias que provocam diarreia são a principal fonte de contágio nas piscinas. De acordo com o CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas. Os germes que causam diarreia conseguem sobreviver vários dias antes de serem eliminados pelo cloro. Para ficar doente basta engolir uma pequena quantidade da água infectada das piscinas.

Giardíase

A giardíase é uma infeção intestinal causada por um parasita microscópico. Pode provocar sintomas como cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia. A infeção pode ser causada por parasitas encontrados em riachos, lagos, piscinas ou zonas aquáticas de recreação. A maneira mais comum de se infetar com giardíase é engolir água contaminada, por exemplo da piscina.

Animais e crianças que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar piscinas e spas. É mais frequente em crianças e em doentes com infeção por VIH/SIDA, fibrose quística e outras formas de imunodeficiência pois têm um sistema imunitário mais frágil. Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em crianças com idades entre um e cinco anos, foi detetada uma taxa de infeção de 3,4% por Giardia lamblia.

Leia também: Como fortalecer o seu sistema imunitário, toda a verdade!

Criptosporidíase

Criptosporidíase é uma doença causada pelos parasitas unicelulares coccidios Cryptosporidium parvum e C.hominis. Estes podem ser ingeridos juntamente com comida ou água contaminada. Infetam o intestino, onde se reproduzem. Em pessoas imunosuprimidas causam gastroenterite, diarreia, dor abdominal e náuseas. Uma pessoa com diarreia e com este tipo de bactéria pode facilmente contaminar a água.

Legionella

Na legionella segundo explica o médico e patologista clínico Germano de Sousa, a infeção pela bactéria legionella pneumophila pode causar a febre de Pontiac (manifestação ligeira da bactéria com sintomas semelhantes a uma gripe) e a Doença dos Legionários, a manifestação mais grave, que consiste num tipo de pneumonia potencialmente letal.

A legionella está geralmente presente em ecossistemas naturais de água doce e quente, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também piscinas. A infeção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis/gotículas contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis e que chegam aos pulmões. Não existe transmissão de pessoa para pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.

Leia também: Pneumonia causas sinais e toda a verdade

Irritação química

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos lembra que os nadadores e utilizadores da piscina queixam-se recorrentemente de ardor nos olhos, irritação nasal ou dificuldades em respirar. A investigação revelou que estes sintomas surgem devido à acumulação de substâncias irritantes na água e no ar, conhecidas como cloraminas. Essa irritação é provocada pela combinação do cloro com sub-produtos. Estes subprodutos são o resultado da ligação do suor, urina e outros resíduos dos nadadores/utilizadores ao cloro.

Dermatite ou foliculite

É uma inflamação dos folículos capilares causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. A foliculite é sobretudo diagnosticada em pessoas que usam jacuzzi, sauna, piscina ou banheira de hidromassagem. Qualquer pessoa exposta a água contaminada com esta bactéria pode contrair este tipo de foliculite. Trata-se de uma inflamação da raiz dos pelos que, normalmente, pode ser tratada em casa com o uso de sabão anti-séptico ou fármacos prescritos por clínicos. Os sintomas de foliculite por Pseudomonas aeruginosa aparecem primeiro como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e pernas.

Piolhos

Os piolhos não são susceptíveis de serem transmitidos através da água das piscinas. Embora os níveis de cloro da piscina também não matem os piolhos, estes dificilmente conseguem sobreviver debaixo de água uma vez que não se conseguem parasitar. Porém, os piolhos podem espalhar-se em balneários. Basta partilhar toalhas, escovas de cabelo, toucas ou outros itens que tenham estado em contacto com o cabelo de uma pessoa infetada para adquirir a “praga”.

Infeções estafilocócicas

Embora não tenha havido relatos de transmissão deste tipo de bactéria através de águas de recreio, há um risco potencial de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações de recreio através do contacto com a infeção de pessoa para pessoa ou através de objetos e superfícies contaminadas.

Trata-se de uma bactéria que vive muitas vezes no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infeção (espinhas, furúnculos e celulites) até infecões graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e outras), dependendo do sistema imunitário e do historial clínico de cada pessoa.

Os sintomas mais comuns deste tipo de infeções são náuseas e vómitos, por vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. A melhor forma de as evitar é não frequentar águas de recreio se tiver infeções cutâneas ou irritações da pele, manter todas as superfícies tocadas ou manipuladas com frequência limpas e não partilhar objetos pessoais como lâminas ou escovas.

Teníase

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos alerta para vários cuidados a ter de forma a evitar este tipo de doença, embora admita que dificilmente a teníase se propague através da água das piscinas. Esta infeção ocorre quando uma pessoa engole ovos de ténia presentes em superfícies ou dedos contaminados. Esta instituição lembra que os fatos de banho devem ser lavados e secos a cada utilização. Por outro lado, todas as pessoas devem lavar as mãos antes e depois de usar a casa da banho.

Molusco contagioso vírus ou Molluscum contagiosum virus

O vírus Molusco contagioso ou Molluscum contagiosum é uma doença dermatológica causada pelo Molluscum contagiosum. Caracteriza-se por bolhas rosadas ou brancas pela pele em qualquer parte do corpo e podem dar comichão. É mais comum em crianças dos 0 aos 12 anos de idade e transmitido por contato físico. Desaparecem sozinhas em 6 a 12 meses, mas podem deixar cicatrizes.

Molusco contagioso vírus melhorsaude.org
Como se transmite?

O vírus é transmitido por contato físico ou por tecidos, por exemplo tocando a mão de alguém que coçou uma bolha causada por molusco contagioso ou compartilhando toalhas. Pode ser transmitido através de contato sexual. É mais comum em locais húmidos e com muita gente a viver na mesma casa que partilham as mesmas toalhas e roupas, uma vez que essas condições são favoráveis para a transmissão do vírus. É mais comum em crianças e imunodeprimidos.

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Parâmetros microbiológicos de avaliação obrigatória

Os parâmetros microbiológicos avaliados são no caso das piscinas de utilização colectiva os referenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP (INSA), e por outros documentos oficiais. Para o caso das piscinas de empreendimentos turísticos e de hidroterapia e com fins terapêuticos, são os indicados no Decreto-Regulamentar n.º 5/97, de 31 de Março:

  • Germes totais 37ºC (às 48 horas para piscinas de utilização colectiva, e às 24 horas para piscinas de empreendimentos turísticos, de hidroterapia e com fins terapêuticos)
  • Coliformes totais
  • Escherichia coli
  • Enterococos fecais
  • Estafilococos produtores de coagulase
  • Total de Estafilococos
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Legionella (desejável nos jacúzis)

Parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação

Os parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação, devendo a sua determinação ser feita sistematicamente no local de colheita, são os seguintes:

  • Temperatura
  • Cloro residual livre
  • Cloro combinado
  • Bromo total
  • pH (quando não houver possibilidade de determinação laboratorial)

A determinar em laboratório:

  • pH
  • Turvação
  • Condutividade
  • Oxidabilidade
  • Cloretos
  • Amoníaco (a pedido da Autoridade de Saúde)

Considera-se desejável, quando se justifique, proceder-se à determinação de:

  • Ácido isocianúrico (quando forem utilizados como desinfectantes os derivados de ácido isocianúrico)
  • Brometos
  • Trihalometanos
  • Ozono
  • Outros desinfectantes

Leia também: Orientações do Programa de Vigilância Sanitária das Piscinas

Concluindo

Antes de escolher uma piscina tente informar-se sobre a qualidade da água, frequência das análises e resultados disponiveis para consulta pública. Se conhecer alguém que tenha frequentado a piscina pergunte se houve algum problema de saúde nos dias seguintes a ter estado na piscina.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

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Ozempic semaglutido diabetes e riscos da acentuada perda de peso

O Ozempic é um medicamento amplamente utilizado no tratamento da diabetes tipo 2 e, mais recentemente, tem ganho popularidade como uma opção para a perda de peso. No entanto, como qualquer medicamento, o Ozempic apresenta tanto benefícios quanto efeitos adversos que devem ser cuidadosamente considerados. Este artigo explora os mecanismos de ação, benefícios e os potenciais riscos associados ao seu uso.

Principais conclusões

  • O Ozempic atua através da regulação dos níveis de glicose e promovendo a sensação de saciedade.
  • Os principais benefícios do Ozempic incluem a melhoria no controle glicémico e a redução do peso corporal.
  • Entre os efeitos adversos mais comuns estão náuseas, vómitos, diarreia e dor abdominal.
  • O uso prolongado de Ozempic pode levar a riscos como obstrução intestinal e desidratação.
  • A supervisão médica é crucial para minimizar os riscos e garantir a eficácia do tratamento com Ozempic.

Mecanismo de ação do Ozempic

Como funciona o semaglutido

O Ozempic, cujo princípio ativo é a semaglutida (ou semaglutido), é um análogo da hormona GLP-1 (glucagon-like peptide-1) mais propriamente da classe dos agonistas dos receptores do GLP-1, da qual também fazem parte os fármacos: liraglutida (Saxenda®), dulaglutida (Trulicity®), exenatida, lixisenatida e tirzepatida (Mounjaro®). Este medicamento atua principalmente no trato gastrointestinal e no sistema nervoso central. A semaglutida estimula a secreção de insulina pelo pâncreas e diminui a secreção de glucagon, mas apenas quando os níveis de glicose no sangue estão elevados. Além disso, retarda o esvaziamento gástrico, promovendo uma sensação de saciedade mais prolongada.

Posologia

Não deve ser administrado por via intravenosa ou intramuscular. Deve ser administrado uma vez por semana a qualquer hora do dia, com ou sem refeições. 

Efeitos no metabolismo da glicose

A semaglutida ajuda a regular os níveis de glicose no sangue através de dois mecanismos principais: aumento da secreção de insulina e redução da secreção de glucagon. Estes efeitos são dependentes dos níveis de glicose, o que minimiza o risco de hipoglicemia. Este duplo mecanismo é crucial para o controle glicémico em pacientes com diabetes tipo 2.

Impacto na sensação de saciedade

O Ozempic também atua nas vias de regulação do apetite no sistema nervoso central. Ao retardar o esvaziamento gástrico, prolonga a sensação de saciedade, o que pode contribuir para a redução do peso corporal. Este efeito é particularmente útil não só para o controle da diabetes, mas também para o tratamento da obesidade.

Benefícios do Ozempic no tratamento da Diabetes tipo 2

Melhoria no controle glicémico

O Ozempic® é usado, em conjunto com dieta e exercícios, para tratar pacientes adultos com diabetes tipo 2 não satisfatoriamente controlada. Estudos mostram que o medicamento ajuda a reduzir significativamente os níveis de glicose no sangue, proporcionando um melhor controle glicémico e reduzindo a necessidade de outras medicações antidiabéticas.

Redução do peso corporal

Além de melhorar o controle glicémico, o Ozempic tem como um dos efeitos a perda de peso. Pacientes em tratamento com Ozempic podem perder até 17% do peso corporal, o que contribui para a melhoria dos parâmetros metabólicos, como a redução da taxa de triglicerídeos, colesterol e glicemia. Esta redução de peso é particularmente benéfica para pacientes com diabetes tipo 2, que frequentemente enfrentam desafios relacionados à obesidade.

Prevenção de complicações diabéticas

O uso contínuo de Ozempic pode ajudar na prevenção de complicações diabéticas a longo prazo. Ao melhorar o controle glicémico e promover a perda de peso, o medicamento reduz o risco de complicações como doenças cardiovasculares, neuropatia diabética e retinopatia. A combinação desses benefícios torna o Ozempic uma opção eficaz na gestão abrangente da diabetes tipo 2.

O Ozempic® é uma ferramenta valiosa no tratamento da diabetes tipo 2, oferecendo múltiplos benefícios que vão além do simples controle da glicemia.

Uso do Ozempic na perda de peso

Eficácia na redução de peso

O Ozempic, medicamento da farmacêutica Novo Nordisk, tem ganhado popularidade devido aos seus efeitos significativos na perda de peso. Estudos clínicos indicam que pacientes podem perder até 17% do peso corporal com o uso da medicação. Este efeito é particularmente notável em pacientes obesos, que também apresentam melhorias nos parâmetros metabólicos, como a redução dos níveis de triglicerídeos, colesterol e glicemia.

Comparação com outros medicamentos

Quando comparado com outros medicamentos para perda de peso, o Ozempic demonstra uma eficácia superior. O semaglutido, principal componente do Ozempic, é mais eficaz na redução de peso do que outros fármacos disponíveis no mercado. No entanto, é importante destacar que a dose utilizada nos estudos clínicos (2,4 mg) é superior à dose máxima recomendada para o Ozempic (1 mg).

Estudos clínicos relevantes

Diversos estudos clínicos têm sido conduzidos para avaliar a eficácia do Ozempic na perda de peso. Um dos principais estudos indicou uma perda média de 14,9% do peso total em 17 meses. Estes resultados são promissores, mas é crucial que o uso do medicamento seja supervisionado por um profissional de saúde para evitar efeitos adversos e garantir a segurança do paciente.

O uso do Ozempic para emagrecer deve ser sempre acompanhado por um médico, garantindo que a progressão da dose seja feita corretamente e minimizando riscos como enjoos, vómitos, desidratação e perda de massa muscular.

Efeitos gastrointestinais do Ozempic

Náuseas e vómitos

Durante o tratamento com Ozempic, é comum que os pacientes experimentem náuseas e vómitos. Estes efeitos colaterais podem ser temporários e tendem a diminuir com o tempo. É crucial manter uma boa hidratação para evitar complicações como a desidratação, especialmente em indivíduos com problemas renais.

Diarreia e obstipação

A diarreia e a constipação são outros efeitos adversos frequentes associados ao uso do Ozempic. Estes sintomas podem variar em intensidade e duração, mas geralmente são geridos com ajustes na dieta e hidratação adequada. A monitorização contínua pelo médico é essencial para garantir que os efeitos terapêuticos do medicamento superem os desconfortos gastrointestinais.

Dor abdominal e gases

Dor abdominal e gases são queixas comuns entre os utilizadores de Ozempic. Estes sintomas podem ser desconfortáveis, mas são geralmente transitórios. Aconselha-se aos pacientes que relatem qualquer dor abdominal persistente ao seu médico para uma avaliação mais detalhada.

Manter uma comunicação aberta com o seu médico pode ajudar a gerir eficazmente os efeitos gastrointestinais do Ozempic, garantindo assim uma melhor adesão ao tratamento e otimização dos seus benefícios.

Efeitos adversos comuns do Ozempic

Fadiga e tonturas

A fadiga e as tonturas são efeitos adversos frequentes do uso do Ozempic. Estes sintomas podem ocorrer devido à redução da ingestão alimentar, uma vez que o medicamento promove a sensação de saciedade. É importante monitorizar estes sintomas e consultar um médico se persistirem.

Pulso acelerado

O pulso acelerado é um dos efeitos adversos pouco frequentes associados ao Ozempic. Este sintoma pode ser preocupante e deve ser avaliado por um profissional de saúde para garantir que não há complicações subjacentes.

Erupções cutâneas

As erupções cutâneas são consideradas efeitos adversos graves e, embora sejam raras, podem indicar uma reação alérgica ao medicamento. Caso ocorram, é crucial interromper o uso do Ozempic e procurar assistência médica imediata.

Riscos do Uso Prolongado de Ozempic

Obstrução intestinal

O uso prolongado de Ozempic pode levar ao aumento do volume do intestino delgado, resultando em obstrução intestinal. Este efeito adverso é particularmente preocupante, pois pode necessitar de intervenção médica urgente. É crucial que os pacientes sigam a dosagem prescrita pelo médico para minimizar este risco.

Desidratação e desnutrição

A rápida perda de peso associada ao uso de Ozempic pode causar desidratação e desnutrição. Estes efeitos são frequentemente exacerbados por náuseas, vómitos e diarreia, que são comuns durante o tratamento. Para evitar complicações, é essencial manter uma hidratação adequada e uma dieta equilibrada.

Perda de massa muscular

A perda de peso rápida e não controlada pode também resultar na perda de massa muscular. Este efeito adverso é particularmente relevante para indivíduos que utilizam Ozempic sem supervisão médica adequada. A perda de massa muscular pode comprometer a força física e a qualidade de vida, tornando a supervisão médica indispensável.

Efeitos do Ozempic na Vesícula Biliar

Formação de cálculos biliares

O uso do Ozempic pode levar à formação de cálculos biliares, especialmente devido à rápida perda de peso que o medicamento pode induzir. A formação de cálculos biliares é um efeito adverso significativo, pois pode causar dor intensa e complicações adicionais.

Impacto da perda rápida de peso

A perda rápida de peso, frequentemente observada em pacientes que utilizam Ozempic, pode aumentar o risco de problemas na vesícula biliar. Este efeito é particularmente preocupante em indivíduos que já possuem predisposição a distúrbios biliares.

Prevenção e tratamento

Para minimizar os riscos associados ao uso de Ozempic, é essencial seguir algumas recomendações:

  • Monitorização regular da função biliar.
  • Manutenção de uma dieta equilibrada e rica em fibras.
  • Hidratação adequada para evitar a formação de cálculos.

É crucial que os pacientes em tratamento com Ozempic sejam acompanhados de perto por profissionais de saúde para prevenir e tratar possíveis complicações na vesícula biliar.

Considerações sobre o Uso Off-Label do Ozempic

Riscos associados

O principal problema apontado pelos médicos em relação ao Ozempic é a forma como muitas pessoas têm utilizado o medicamento. Mesmo que na teoria seja exigida a receita médica para a venda, muitos adquirem o remédio sem indicação médica, e passam a usá-lo sem acompanhamento. Muitos fazem a progressão da dose de forma errada, o que pode causar enjoos, vómitos, desidratação e perda de massa muscular. Isso quando ele não é usado por pessoas que não são obesas e querem perder 3 ou 4 quilos.

Importância da Supervisão Médica

Em caso de dúvidas sobre o uso deste medicamento, converse com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. A supervisão médica é crucial para garantir a posologia correta e minimizar os riscos de efeitos adversos. A farmacêutica Novo Nordisk, que fabrica o medicamento, reforçou em carta encaminhada à imprensa: “É importante ressaltar que a companhia não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off label [uso para outra indicação que não a aprovada pela Anvisa], ou seja, em desacordo com a literatura dos seus produtos. O Ozempic, aprovado e comercializado para diabetes tipo 2, ainda não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para obesidade”.

Casos de Uso Indevido

Entre os efeitos colaterais possíveis do uso do Ozempic, segundo especialistas, estão:

  • Náuseas
  • Inapetência excessiva
  • Diarreia
  • Vómitos
  • Mal-estar
  • Dor de cabeça
  • Dificuldade para se alimentar
  • Desidratação (devido aos vómitos e diarreia)
  • Pedra na vesícula, devido à rápida perda de peso

A experiência terapêutica em pacientes com mais de 75 anos é limitada. Nenhum ajuste de dose é necessário com base na idade de utilização. A experiência com o uso de Ozempic em pacientes com insuficiência hepática grave também é limitada.

Ozempic e saúde mental

O uso do Ozempic tem sido associado a alterações no estado emocional dos pacientes. Alguns estudos indicam que a semaglutida, princípio ativo do Ozempic, pode influenciar os níveis de neurotransmissores no cérebro, o que pode resultar em sintomas de depressão e ansiedade. É crucial que os pacientes relatem qualquer mudança no humor ao seu médico para que ajustes no tratamento possam ser feitos de forma adequada.

A melhoria no controle glicémico e a perda de peso proporcionada pelo Ozempic podem ter um impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, é importante considerar que os efeitos adversos, como náuseas e fadiga, podem contrabalançar esses benefícios. A avaliação contínua da qualidade de vida é essencial para garantir que o tratamento esteja a proporcionar mais benefícios do que malefícios.

Devido aos potenciais efeitos do Ozempic na saúde mental, o acompanhamento psicológico pode ser uma parte importante do tratamento. Este acompanhamento pode ajudar a identificar e gerir sintomas de depressão e ansiedade, bem como a promover estratégias de coping eficazes. A integração de cuidados psicológicos no plano de tratamento pode melhorar significativamente os resultados para os pacientes.

Ozempic e saúde ocular

Retinopatia diabética

O Ozempic, tem mostrado efeitos positivos na gestão da retinopatia diabética. Esta condição, comum em pacientes com diabetes tipo 2, pode ser mitigada com o uso adequado do medicamento, que ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue. A manutenção de níveis glicémicos estáveis é crucial para prevenir danos à retina.

Lesões nos vasos sanguíneos da retina

O semaglutido também pode ter um impacto positivo na prevenção de lesões nos vasos sanguíneos da retina. Estas lesões são frequentemente causadas por níveis elevados de glicose, que danificam os vasos ao longo do tempo. O uso de Ozempic pode ajudar a reduzir este risco, promovendo uma melhor saúde ocular.

Prevenção e monitorização

Para maximizar os benefícios do Ozempic na saúde ocular, é essencial uma monitorização regular. Consultas oftalmológicas periódicas são recomendadas para avaliar a condição da retina e identificar precocemente quaisquer alterações. Além disso, manter um estilo de vida saudável e seguir as orientações médicas são passos fundamentais para a prevenção de complicações oculares associadas ao diabetes.

Ozempic e saúde renal

Efeitos nos rins

O Ozempic® tem demonstrado ser seguro para pacientes com comprometimento renal leve a moderado, sem necessidade de ajuste de dose. No entanto, a experiência com pacientes que possuem doença renal grave é limitada, e o uso do medicamento não é recomendado para aqueles em estado terminal. É crucial que os pacientes com problemas renais consultem seu médico antes de iniciar o tratamento com Ozempic®.

Prevenção de danos renais

O controle glicémico eficaz proporcionado pelo Ozempic® pode ajudar a prevenir complicações renais em pacientes com diabetes tipo 2. A manutenção de níveis adequados de glicose no sangue é essencial para evitar a progressão de danos renais. Além disso, é importante que os pacientes sigam uma dieta equilibrada e mantenham um estilo de vida saudável.

Importância da hidratação

A hidratação adequada é fundamental para pacientes em tratamento com Ozempic®, especialmente aqueles com comprometimento renal. A ingestão suficiente de líquidos ajuda a garantir o bom funcionamento dos rins e a prevenir a desidratação, que pode agravar problemas renais existentes. Recomenda-se que os pacientes discutam suas necessidades de hidratação com um profissional de saúde.

A supervisão médica é essencial para ajustar o tratamento conforme necessário e monitorizar a função renal durante o uso de Ozempic®.

O Ozempic tem mostrado resultados promissores na melhoria da saúde renal em pacientes com diabetes tipo 2. Estudos indicam que este medicamento não só ajuda no controlo da glicemia, mas também pode proteger os rins de danos adicionais. Para saber mais sobre os benefícios do Ozempic e outros tratamentos inovadores, visite o nosso site.

Conclusão

O Ozempic, um medicamento amplamente utilizado para o tratamento da diabetes tipo 2, tem demonstrado eficácia significativa na gestão dos níveis de glicose no sangue e na promoção da perda de peso. No entanto, é crucial reconhecer que o seu uso pode estar associado a uma série de efeitos adversos, especialmente quando utilizado sem a devida orientação médica. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náuseas, diarreia, vómitos e desidratação, que podem impactar negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, o uso inadequado do Ozempic pode levar a complicações mais graves, como a formação de cálculos biliares e problemas renais. Portanto, é imperativo que o uso deste medicamento seja sempre supervisionado por um profissional de saúde qualificado, garantindo assim a maximização dos seus benefícios terapêuticos e a minimização dos riscos associados.

Perguntas Frequentes

Quais são os principais efeitos adversos do Ozempic?

Os principais efeitos adversos do Ozempic incluem náuseas, inapetência excessiva, diarreia, vómitos, mal-estar, dor de cabeça, dificuldade para se alimentar e desidratação.

O Ozempic pode causar desidratação?

Sim, o Ozempic pode causar desidratação, especialmente devido aos vómitos e diarreia. É importante beber muitos líquidos durante o tratamento.

O que é o ‘rosto de Ozempic’?

‘Rosto de Ozempic’ refere-se a uma aparência facial magra e envelhecida que pode ocorrer devido à rápida perda de peso associada ao uso do medicamento.

Quais são os efeitos gastrointestinais comuns do Ozempic?

Os efeitos gastrointestinais comuns do Ozempic incluem náuseas, vómitos, diarreia, constipação, dor abdominal e gases.

O uso prolongado de Ozempic pode causar obstrução intestinal?

Sim, o uso prolongado de Ozempic pode levar ao aumento do volume do intestino delgado e, consequentemente, à obstrução intestinal.

Quais são os riscos de usar Ozempic sem supervisão médica?

Usar Ozempic sem supervisão médica pode resultar em dosagem inadequada, causando enjoos, vómitos, desidratação, perda de massa muscular e outros efeitos adversos graves.

O Ozempic pode afetar a saúde mental?

Sim, o Ozempic pode afetar a saúde mental, podendo levar a sintomas de depressão e ansiedade em alguns casos.

Quais são as reações alérgicas possíveis ao Ozempic?

As reações alérgicas ao Ozempic podem incluir erupções cutâneas e, em casos mais raros, outras reações alérgicas graves.

TOP 20 medicamentos mais perigosos e drogas

Top 20 medicamentos mais perigosos e drogas que podem ser mortais! Como farmacêutico este é um artigo de extrema importância pois convivo diáriamente com a realidade da falta de informação básica sobre efeitos secundários e interações de medicamentos que podem ser muito perigosas. Os medicamentos para combater as dores comuns, dores fortes e dores crónicas são dos mais utilizados pela população e estão entre os que podem apresentar mais mais riscos se não forem respeitadas as posologias indicadas para cada patologia.

Leia também: Quais as 7 dores que nunca deve ignorar?

Este artigo é um alerta mas não pode ser utilizado para tomada de decisões terapêuticas sem o conhecimento do seu médico assistente pois só ele tem o conhecimento adequado do seu historial clínico.

As overdoses relacionadas com medicamentos e drogas são agora a principal causa de morte acidental nos Estados Unidos. De facto, morrem mais Americanos de overdose de medicamentos e drogas do que em acidentes de carro. Com base nestas estatísticas impressionantes, o Wall Street 24/7, realizou recentemente um novo estudo de revisão onde listou os 25 medicamentos, drogas e misturas de drogas mais perigosas.

Os pesquisadores levaram em consideração os efeitos colaterais e as taxas de mortalidade rastreados pelo governo federal, bem como o risco potencial de combinações de medicamentos medidos por organizações de informações médicas e fontes da web credíveis como MedScape, WebMD e American Medical Association.

A intervenção do farmacêutico é fucral para ajudar a população a ficar mais informada e proteger-se de efeitos secundários que podem ser muito graves!

O primeiro medicamento da lista, o paracetamol ou acetominofeno, é o caso mais flagrante de todos por se tratar de um medicamento com um consumo brutal e que pode ser comprado sem prescrição médica, sendo inclusivamente indicado frequentemente pela classe médica como o único medicamento que uma grávida pode tomar se tiver uma dor ou febre!

Esta percepção da esmagadora maioria da população de que o paracetamol é um medicamento de tal forma seguro que até as grávidas podem tomar, potencia o autoconsumo e por arrastamento a sobredosagem quando as dores “apertam” e o doente está sozinho em casa com o medicamento “à mão de semear”!

Na minha prática diária é frequente muitos doentes com dores que vivem sozinhos descreverem o seguinte:

  • “Senhor Dr quando tenho dores vou tomando Ben-u-ron (marca de paracetamol mais consumida em Portugal) para aliviar as dores … e evitar medicamentos mais fortes”

Os potenciais danos hepáticos graves de uma toma frequente e continuada de paracetamol são completamente desconhecidos pela população em geral. As substâncias desta lista abrangem medicamentos de prescrição conhecidos, drogas de rua e combinações letais de ambos.

As cinco grandes mentiras sobre saúde
Um original de Franklim Moura Fernandes

Posologia correcta e segurança

Muitos desses medicamentos são considerados seguros desde que sejam respeitadas as indicações de posologia indicada pelo médico ou farmacêutico, nomeadamente dosagem correcta no intervalo de tempo adequado. No entanto, todos os medicamentos podem ser fatais quando são tomados em excesso ou combinados inadequadamente com outras substâncias. Qualquer alteração terapêutica deve ser sempre tomada com o apoio do seu médico assistente pois só ele tem o conhecimento adequado do seu historial clínico.

Leia também: Estes são os medicamentos mais lucrativos do Mundo!

Medicamentos e drogas referidos neste artigo

  • Paracetamol ou acetominofeno para dor e febre
  • Álcool
  • Benzodiazepinas para a ansiedade
  • Anticoagulantes
  • Antidepressivos
  • Antihipertensores com doxazosina
  • Bromocriptina para tumores, Parkinson e Diabetes tipo 2
  • Claritromicina para infeções
  • Clozapina para esquizofrenia
  • Cocaína
  • Colchicina para a gota
  • Antitussicos com dextrometorfano
  • Digoxina para o coração
  • Heroína
  • Opioides semi-sintéticos para dores fortes
  • MDMA
  • Metanfetamina
  • Metotrexato para o cancro
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
  • Inibidores selectivos da recaptação da serotonina (antidepressivos)
  • Sildenafil para a disfunção eréctil
  • Espironolactona para a hipertensão
  • Estatinas para o colesterol
  • Opióides sintéticos para dores fortes

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Paracetamol ou acetominofeno

  • Nome genérico: Acetominofeno (EUA), Paracetamol (Europa)
  • Marcas conhecidas: Ben-u-ron, Panadol, Tylenol
  • Uso terapêutico: Analgésico e anti-pirético (Dor e febre)
  • Riscos: Toxicidade hepática
  • Mortal se: Tomado em excesso, mais de 4g/dia, combinado com álcool e outros medicamentos contendo paracetamol.

Este medicamento é usado regularmente para alívio da dor e é considerado o mais perigoso nesta lista devido ao seu potencial de causar danos e toxicidade no fígado.

Estudo: LiverTox – Acetaminophen, Clinical and Research Information on Drug-Induced Liver Injury

Estudo: PharmGKB summary: Pathways of acetaminophen metabolism at the therapeutic versus toxic doses

O acetaminofeno (N-acetil-p-aminofenol, APAP ou paracetamol) é amplamente utilizado pelas suas propriedades analgésicas e antipiréticas em muitas formulações de venda livre, tanto em adultos quanto em crianças.

O paracetamol pode ser sintetizado no corpo através da O-desalquilação da pró-droga fenacetina, um analgésico que foi retirado do mercado devido a nefrotoxicidade e propriedades carcinogénicas.

Na dose terapêutica mais usual para adultos de 1 a 2 g / dia, o APAP oral é indicado para febre e para alívio da dor aguda leve a moderada.

A administração de paracetamol por via intravenosa tornou-se cada vez mais difundida e tem sido usada como um agente antipirético e analgésico seguro e eficaz].

A dose terapêutica máxima recomendada de paracetamol é de 4 g/dia em adultos e 50-75 mg/kg/dia em crianças. O consumo de uma dose única superior a 7 g num adulto e 150 mg/kg em uma criança é considerado potencialmente tóxico para o fígado e rins devido ao metabolito altamente ativo, N-acetil-p-benzoquinona imina (NAPQI) .

Nos EUA, a sobredosagem com acetaminofeno é uma das toxicidades mais comuns relacionadas com medicamentos relatadas aos centros de intoxicação. O acetominofeno é a principal causa de insuficiência hepática aguda nos Estados Unidos.

Para reduzir o risco de hepatotoxicidade, a FDA (Food and Drug Administration) exige que os fabricantes limitem a quantidade de acetaminofeno para 325 mg/comprimido e que todas as formulações que contêm o medicamento tenham uma caixa preta avisando sobre possíveis danos no fígado.

A FDA também recomendou que os profissionais de saúde evitem prescrever e distribuir produtos que contenham mais de 325 mg de paracetamol por dose.

O paracetamol ou acetaminofeno é a principal causa de insuficiência hepática aguda nos EUA, de acordo com dados de um estudo financiado pelo National Institutes for Health.


Álcool

  • Nome genérico: Etanol ou álcool etílico
  • Riscos: Toxicidade hepática, hipertensão
  • Mortal se: Combinado com benzodiazepinas e muitas outras drogas

O álcool aqui descrito inclui a cerveja, vinho, uísque, licor de malte e todas as bebidas com etanol. O álcool ocupa o segundo lugar nesta lista devido aos extensos problemas de saúde e lesões associadas ao seu uso.

Problemas de saúde mais relavante que causa:

  • Cancro,
  • Danos no fígado,
  • Hipertensão,
  • Doenças cardíacas,
  • Danos fetais,
  • Suicídio,
  • Violência,
  • Acidentes automobilísticos.

Devido a esses fatores, o consumo excessivo de álcool é a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos.


Benzodiazepinas para a ansiedade

  • Nomes genéricos: Diazepam, Alprazolam, Lorazepam, Clonazepam, etc
  • Marcas conhecidas: Valium, Xanax, Lorenin, Lexotan, Rivotril, Klonopin
  • Uso terapêutico: Ansiolítico (combate a ansiedade)
  • Riscos: Depressão respiratória mortal, overdose e demência.
  • Mortal se: Tomado juntamente com barbitúricos, opioides ou álccol.

Benzodiazepinas, são medicamentos ansiolíticos ou seja anti-ansiedade. As benzodiazepinas estão no topo desta lista devido à alta taxa de prescrição e ao aumento do risco de depressão respiratória mortal que ocorre ao tomar os medicamentos.

Estudo: The effects of benzodiazepines on cognition.

O risco de experimentar efeitos colaterais negativos aumenta significativamente quando combinado com outras drogas, particularmente barbitúricos, opióides e álcool. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), estes medicamentos estavam envolvidos em 31% de todas as mortes por overdose durante o ano de 2017.


Anticoagulantes

  • Nomes genéricos: Varfarina, Clopidogrel, Heparina, Enoxaparina, Rivaroxabano, etc
  • Marcas conhecidas: Varfine, Plavix, Xarelto, Lovenox
  • Uso terapêutico: Anticoagulante (previne formação de coágulos)
  • Riscos: Hemorragias internas e externas
  • Mortal se: Combinado com aspirina e outros medicamentos anticoagulantes.

Estes medicamentos são utilizados para prevenir coágulos sanguíneos em pacientes considerados de risco acrescido de coagulação (formação de coágulos). Os anticoagulantes estão em quarto lugar nesta lista devido às sérias condições de saúde que podem resultar do seu uso, como:

  • Acidentes vasculares cerebrais (AVCs),
  • Ataques isquêmicos transitórios (AITs),
  • Ataques cardíacos,
  • Trombose venosa profunda (TVP),
  • Embolia pulmonar.

Quando combinados com aspirina e outros medicamentos com propriedades anticoagulantes também podem causar hemorragias internos ou externos que podem ser fatais .


Antidepressivos

  • Nomes genéricos: Fluoxetina, Sertralina, Duloxetina, Bupropiona
  • Marcas conhecidas: Prozac, Zoloft, Cymbalta, Wellbutrin
  • Uso terapêutico: Combatem a depressão
  • Riscos: Sindrome da serotonina, suicídio e hemorragia interna.
  • Mortal se: Tomado juntamente com sobredosagem de outros medicamentos que aumentam o nível de serotonina como antidepressivos, alguns antitussicos como o dextrometorfano, opioides e anti-inflamatórios não esteroides (AINES).

Para clarificar, o perigo de evento fatal é real se existir sobredosagem e toma concomitante de antidepressivos, opióides, dextrometorfano, e AINEs. Este risco sublinha a importância do acompanhamento de todas as decisões terapêuticas em conjunto com o seu médico assistente.

Medicamentos antidepressivos são comumente usados para tratar distúrbios graves de depressão e humor, mas também são ocasionalmente prescritos para transtorno de hiperatividade com deficiência de atenção (TDAH), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtornos de ansiedade.

Existe o risco de Síndrome da serotonina que é um conjunto de sintomas resultante da estimulação excessiva de receptores serotoninérgicos centrais e periféricos, caracterizada pela seguinte tríade de sintomas:

  • Mudança do estado mental,
  • Anormalidades neuromusculares,
  • Hiperatividade autonómica.

Esta sindrome é causada pela administração simultânea de substâncias pro-serotoninérgicas, sendo os casos mais graves resultantes da combinação de duas ou mais substâncias.

Estudo: Overview of serotonin syndrome.

Estudo: Implications of Off‐Target Serotoninergic Drug Activity: An Analysis of Serotonin Syndrome Reports Using a Systematic Bioinformatics Approach

Estudo: Opioid analgesic drugs and serotonin toxicity (syndrome): mechanisms, animal models, and links to clinical effects.

Esses medicamentos estão no topo desta lista devido aos efeitos adversos à saúde que o uso a longo prazo pode ter sobre os consumidores. Aqueles que tomam antidepressivos têm um risco 33% maior de morrer prematuramente do que as pessoas que não tomam os medicamentos. Além disso, doentes a tomar antidepressivos têm uma probabilidade 14% maior de ter um evento cardiovascular adverso, como um derrame ou ataque cardíaco.


Anti-hipertensivos com doxazosina

  • Nome genérico: Doxazosina
  • Marcas conhecidas: Hytrin, Cardura, Minipress
  • Uso terapêutico: Anti-hipertensivo (diminui a tensão arterial)
  • Riscos: Insuficiência renal aguda, complicações cerebrovasculares.
  • Mortal se: Combinado com anti-inflamatórios não esteroide (AINEs) e diuréticos

Anti-hipertensivos com o princípio activo Doxazosina, são uma classe de medicamentos usados para tratar a hipertensão (pressão alta) e problemas de próstata, como Hytrin, Cardura e Minipress. Estes medicamentos têm sido associados a problemas cardiovasculares, insuficiência renal aguda, cancro da próstata e diabetes.

Quando combinada com AINEs ou diuréticos, a possibilidade de experimentar riscos de saúde é ampliada e pode no limite ser fatal.


Bromocriptina

  • Nome genérico: Bromocriptina
  • Marcas conhecidas: Parlodel, Cyloset
  • Uso terapêutico: Tumores, Parkinson, Diabetes tipo 2
  • Riscos: Sangramento gástrico, Convulsões, hipotensão sistémica, sonolência.
  • Mortal se: Combinado com Pseudoefedrina (Actifed, Sudafed)

A bromocriptina, cuja marca mais conhecida é Parlodel, usa-se para tratar sintomas da doença de Parkinson e hiperprolactinemia (altos níveis de uma substância natural chamada prolactina no corpo), incluindo falta de períodos menstruais, secreção leitosa dos mamilos, infertilidade e hipogonadismo.

A bromocriptina ocupa a sétima posição nesta lista devido aos possíveis efeitos colaterais graves à saúde que podem ocorrer em pacientes, como colapso circulatório letal. A hipotensão sistemática também foi documentada em cerca de 33% das pessoas que tomam o medicamento. Além disso, o medicamento tem sido associado a sonolência e episódios de início repentino do sono, o que resultou em eventos perigosos e acidentes de automóvel que podem ser fatais.


Claritromicina como antibiótico

  • Nome genérico: Claritromicina
  • Marcas conhecidas: Klacid
  • Uso terapêutico: Antibiótico
  • Riscos: Complicações cardiacas fatais
  • Mortal se: Combinado com bloqueadores dos canais de cálcio (amlodipina, lercanidipina, etc) e Estatinas como a Atorvastatina

Claritromicina, é um antibiótico usado para tratar certas infecções bacterianas, como pneumonia e bronquite. Atualmente, o FDA dos EUA recomenda cautela antes de prescrever claritromicina devido ao aumento do risco de complicações cardíacas fatais que podem ocorrer anos depois.

De fato, os pacientes têm um risco 27% maior de morte cardiovascular se tiverem tomado Claritromicina em algum momento de suas vidas. Não é ainda clara a causa de tais efeitos, mas o risco de experimentá-los é amplificado quando o medicamento é combinado com bloqueadores dos canais de cálcio, como a Amlodipina e Lercanidipina.

Também é necessário evitar o uso simultâneo de estatinas como a Atorvastatina calcica muito utilizada no tratamento do colesterol alto (ex: Lipitor).


Clozapina para a esquizofrenia

  • Nome genérico: Clozapina
  • Marcas conhecidas: Leponex, Clozaril
  • Uso terapêutico: Antipsicótico usado na esquizofrenia
  • Riscos: Cardiovasculares e hipomotilidade gastro-intestinal
  • Mortal se: Combinado com álcool

Clozapina é um medicamento antipsicótico usado para tratar a esquizofrenia. Também pode diminuir o risco de comportamento suicida em pacientes com esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo. A clozapina quebra os dez primeiros desta lista devido aos efeitos cardiovasculares negativos que podem ocorrer, incluindo miocardite e cardiomiopatia.

O risco de experimentar estes efeitos aumenta significativamente quando combinado com outros depressores do sistema nervoso central, como o álcool. A clozapina também foi documentada como causadora de hipomotilidade gastrointestinal ou “intestino lento”, que pode resultar em obstipação grave, obstrução intestinal e até morte.


Cocaína

  • Nome genérico: Benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzóico
  • Nomes comuns: Crack, Coca
  • Riscos: Ataque cardiaco, hipertensão e morte
  • Mortal se: Tomada em excesso; combinada com heroina ou juntamente com opioides.

Cocaína é um forte estimulante usado como droga recreativa. A cocaína aparece no número dez desta lista devido aos riscos de saúde a longo prazo que podem ocorrer com o seu uso, incluindo doenças cardíacas, hipertensão, falência de orgãos, dificuldade respiratória, acidente vascular cerebral, perda de peso não saudável e convulsões.

Segundo o CDC dos EUA, as mortes por cocaína têm aumentado nos últimos anos e não mostram sinais de desaceleração. No ano de 2017, cerca de 14.000 mortes por overdose relacionadas com a cocaína ocorreram apenas nos EUA. Os pesquisadores descobriram que quase três quartos dessas mortes envolvendo o medicamento estavam entre as pessoas que também usaram opióides.


Colchicina para a gota

  • Nome genérico: Colquicina
  • Marcas conhecidas: Colchicine
  • Uso terapêutico: Gota
  • Riscos: Toxicidade por causa da dose com curto intervalo terapêutico, abaixo de 0,5mg/Kg
  • Mortal se: Combinado com fortes inibidores do CYP3A4

A colchicina é um medicamento usado para tratar e prevenir ataques de gota, bem como algumas outras condições inflamatórias. A colchicina é considerada um medicamento de alto risco pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA devido à sua significativa capacidade de causar toxicidade e morte.

A colchicina tem um índice terapêutico muito estreito, o que significa que o intervalo entre doses terapêuticas e tóxicas é pequeno e, em alguns casos, pode-se sobrepor. A sobredosagem fatal foi documentada como resultado de uma dose tão pequena quanto 0,5 mg / kg. O risco de sobredosagem aumenta significativamente quando a colchicina é combinada com fortes inibidores do CYP3A4 – uma mistura que geralmente resulta em morte.

Citocromo P450 3A4 (abreviado CYP3A4), é uma das enzimas mais importantes dos mamíferos, pois oxida medicamentos, toxinas, alimentos e xenobióticos, geralmente inativando-as e tornando-as mais fáceis de serem eliminadas. Também atuam na síntese de lipídeos, como o colesterol. Encontram-se principalmente no fígado e no intestino. Cerca de metade dos fármacos comercializados são metabolizados pelo CYP3A4.

Existem também algumas drogas que são ativados por essa enzima (pró-fármacos). É a enzima mais frequentemente envolvida em interações medicamentosas.

Indutores do CYP3A4 – Aumentam a velocidade de metabolização pela CYP3A4, geralmente acelerando sua eliminação do organismo (ou raramente acelerando sua ativação no caso de pró-fármacos). Assim, os efeitos dos medicamentos metabolizados por CYP3A4 duram menos e exigem doses maiores. Os indutores da CYP3A4 mais potentes são:

  • Carbamazepina (anticonvulsivante)
  • Fenobarbital
  • Rifampicina (antibiótico)
  • Efavirenz e nevirapina (antiretrovirais inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos)
  • Pioglitazona e troglitazona (antidiabéticos)
  • Glucocorticoides como modafinil, quercetina capsaicina
  • Erva de são joão

Inibidores do CYP3A4 – reduzem a capacidade de metabolizar outros fármacos que dependam do CYP3A4 para serem metabolizados, causando a acumulação do fármaco ou de seus metabólitos no organismo. A acumulação potencializa os efeitos benéficos e efeitos colaterais desses medicamentos. Os inibidores da CYP3A4 mais potentes são:

  • Inibidores da protease (antirretrovirais) como o Ritonavir;
  • Macrólidos (antibióticos) como a claritromicina, eritromicina e cloanfenicol;
  • Antifúngicos imidazólicos como o fluconazol, itraconazol e cetoconazol
  • Valeriana
  • Toranja

Antitússicos com dextrometorfano

  • Nome genérico: Dextrometorfano
  • Marcas conhecidas: Bisoltussin, Benflux tosse seca
  • Uso terapêutico: Tosse seca irritativa
  • Riscos: Potencia o efeito sedativo e sonolência aumentando a probabilidade de acidente de viação;
  • Mortal se: Combinado com anti-histamínicos.

Estes medicamentos antitussicos são usados para aliviar a tosse seca e irritativa causada pelo resfriado comum, bronquite e outras doenças respiratórias. Os medicamentos para tosse estão no número doze desta lista devido ao alto risco de abuso e aos múltiplos efeitos adversos que podem ocorrer nos consumidores.

O principal ingrediente dos medicamentos para a tosse seca é o dextrometorfano (DXM), que se tomado em doses elevadas, pode, por exemplo, causar intoxicação e alucinações. A sobredosagem resulta em sedação grave e depressão respiratória fatal.

Estudo: High doses of dextromethorphan, an NMDA antagonist, produce effects similar to classic hallucinogens

Estudo: Dextromethorphan Toxicity

A hipóxia também foi documentada como ocorrendo, o que pode ter efeitos mentais de curto e longo prazo no sistema nervoso, incluindo coma, danos cerebrais permanentes e morte. Estes medicamentos costumam ser mal utilizados e em combinação com outras drogas como álcool e marijuana, podem aumentar ainda mais o risco de overdose mortal.


Digoxina para o coração

  • Nome genérico: Digoxina
  • Marcas conhecidas: Lanoxin
  • Uso terapêutico: Insuficiência cardíaca congestiva e fibrilação arterial
  • Riscos: Nauseas e vómitos
  • Mortal se: Combinado com quinidina (anti-arritmico)

Digoxina, também conhecida como lanoxin, é um medicamento usado para tratar várias doenças cardíacas, incluindo insuficiência cardíaca congestiva e fibrilação arterial (AFib). Ironicamente, novas pesquisas sugerem que, para pessoas com fibrilação atrial, tomar o medicamento pode aumentar o risco de morrer em mais de 20%.

Estudo: Digoxin for atrial fibrillation and atrial flutter: A systematic review with meta-analysis and trial sequential analysis of randomised clinical trials

A digoxina também tem sido associada a náuseas, vômitos e problemas gastrointestinais graves, como obstipação e infecções perianais. Esses efeitos colaterais negativos são mais prováveis de ocorrer quando a medicação é combinada com o agente antiarrítmico Quinidina, que também pode resultar em overdose e morte.


As cinco grandes mentiras sobre saúde
Um original de Franklim Moura Fernandes

Heroína

  • Nome genérico: Diamorfina ou diacetilmorfina
  • Uso terapêutico: Analgésico e terapia de substituição opiácia
  • Riscos: Dependência psicológica, hipoventilação, infeções graves e pneumonia.
  • Mortal se: Tomada em excesso.

Heroína é uma droga opióide recreativa ilícita derivada da morfina; uma substância natural retirada da vagem das várias plantas de papoila de ópio. Normalmente injetado ou aspirado, o medicamento está disponível na forma de pó branco ou marrom ou substância pegajosa preta conhecida como heroína do alcatrão preto.

A heroína aparece nesta lista devido à alta prevalência de uso e graves complicações de saúde que causa nos utilizadores, tais como:

  • Doença renal.
  • Veias colapsadas para pessoas que injetam a droga,
  • Tecido danificado dentro do nariz para pessoas que a cheiram,
  • Infecção no tecido que reveste o coração,
  • Complicações pulmonares como pneumonia,
  • Abscessos gastrointestinais,

De acordo com o CDC, o número de consumidores de heroína mais do que duplicou nos últimos cinco anos e aproximadamente 80% dos novos consumidores estão a consumir heroína depois de abusar de opióides prescritos. Em 2016, as overdoses de opióides, incluindo aquelas relacionadas com a heroína, foram responsáveis por mais de 42.000 mortes apenas nos EUA.


Opioides semi-sintéticos para as dores

  • Nomes genéricos: Oxicodona, Hidrocodona
  • Marcas conhecidas: Percocet, Oxycontin, Vicodin
  • Uso terapêutico: Analgésico para dores fortes
  • Riscos: Dependência, hipóxia, danos cerebrais
  • Mortal se: Tomado em excesso ou combinado com cocaina ou outras drogas.

Opióides semi-sintéticos comuns incluem Percocet (oxicodona+paracetamol), Vicodin (hidrocodona+paracetamol) e OxyContin (oxicodona). Estes medicamentos geralmente são usados para tratar dores moderadas a graves, embora alguns possam ser prescritos para tosse e diarréia. São medicamentos altamente viciantes e apresentam alto risco de uso indevido.

O uso indevido de opioide semi-sintético pode causar respiração lenta, o que geralmente causa hipóxia, uma condição que acontece quando muito pouco oxigénio chega ao cérebro. A hipóxia pode induzir coma, dano cerebral permanente e até morte.

Os opióides também são frequentemente combinados com outras drogas, incluindo cocaína e álcool, o que aumenta significativamente o risco de overdose fatal. Atualmente, os Estados Unidos estão a sofrer uma epidemia de opióides devido à prevalência e à alta taxa de overdose de medicamentos opióides, tornando-a a categoria mais perigosa de medicamentos.


MDMA ou metilenodioximetanfetamina

  • Nome genérico: Metilenodioximetanfetamina
  • Marcas conhecidas: Ecstasy
  • Uso: Droga recreativa que causa euforia, aumento da empatia e sensação de prazer
  • Riscos: Sindrome da serotonina, choque, coma e morte
  • Mortal se: Tomada em excesso ou combinada com álcool ou se tomada juntamente com antidepressivos da classe dos Inibidores Selectivos da Recaptação da serotonina (SSRIs na sigla em Inglês) tais como fluoxetina e sertralina

A metilenodioximetanfetamina (MDMA), denominada popularmente ecstasy, é uma substância psicotrópica usada frequentemente como droga recreativa.

Os efeitos recreativos desejados mais comuns são aumento da empatia, estado de euforia e sensação de prazer. Quando ingerida por via oral, os efeitos têm início após 30 a 45 minutos e duram entre 3 e 6 horas.  

Os efeitos adversos mais comuns do consumo de MDMA são:

  • Dependência,
  • Problemas de memória, 
  • Paranoia
  • Insónias
  • Bruxismo,
  • Visão turva, 
  • Sudação excessiva,
  • Ritmo cardíaco acelerado.

O consumo pode também causar depressão e fadiga. Os casos de morte por consumo devem-se ao aumento da temperatura corporal e desidratação.

A MDMA é alucinogénica aumentando a libertação e diminuindo a recaptação dos neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina em determinadas partes do cérebro. Ao aumento inicial de neurotransmissores segue-se uma diminuição a curto prazo.


Metanfetamina

  • Nome genérico: N-metil-anfetamina
  • Nome comum: Cristal
  • Uso: Estimulante
  • Riscos: Perda de dentes, lesões cerebrais e morte
  • Mortal se: Tomado em excesso

A metanfetamina, popularmente conhecida como cristal quando produzida clandestinamente, é uma droga sintética estimulante cujos efeitos se manifestam no sistema nervoso central e periférico.

A metanfetamina tem-se popularizado como droga de abuso devido aos seus efeitos agradáveis, intensos e de longa duração tais como a euforia, aumento do estado de alerta, da auto-estima, do apetite sexual, da percepção das sensações e pela intensificação de emoções. Por outro lado, diminui o apetite, a fadiga e a necessidade de dormir.


Metotrexato

  • Nome genérico: Metotrexato
  • Nome comum: Ledertrexato, Trexall, Rasuvo, Otrexup
  • Uso terapêutico: Cancro, psoriase, artrite reumatoide
  • Riscos: Lesões no fígado, rins e pulmão
  • Mortal se: Tomado com demasiada frequência, combinado com Probenecida

Metotrexato ou MTX é um antimetabólito e uma droga antifolato usada no tratamento do cancro e doenças autoimunes. Actua inibindo o metabolismo do ácido fólico.


Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

  • Nomes genéricos: Ibuprofeno, Diclofenac, Nimesulida, Naproxeno, Ácido acetilsalicílico
  • Nomes comuns: Brufen, Voltaren, Nimed, Naprosyn, Aspirina, Advil
  • Uso terapêutico: Análgésico (dor), antipirético (febre) e anti-inflamatório (inflamação)
  • Riscos: Ataque cardiaco, AVC (Acidente Vascular Cerebral), Sindrome de Reye
  • Mortal se: Combinado com anticoagulantes

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs ou NSAIDs em Inglês), são um grupo variado de fármacos que têm em comum a capacidade de controlar a inflamação, de analgesia (reduzir a dor), e de combater a febre. 

O termo foi criado em 1960 por Michael W. Whitehouse. Apesar de na sua maioria serem constituídos por ácidos orgânicos, sua estrutura química não é relacionada. Caracterizam-se por inibir a atividade de subtipos da ciclo-oxigenase, impedindo assim a síntese de eicosanoides pela via metabólica da cascata do ácido araquidónico.

Fazem parte deste grupo medicamentos muito conhecidos, em parte por alguns já estarem disponíveis há muito tempo, por serem de venda livre (MNSRM), e pelo vasto número de situações em que são usados. Alguns nomes sonantes incluem o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e naproxeno. O paracetamol, embora possua um mecanismo de ação semelhante e tenha efeito antipirético e analgésico, é praticamente desprovido de efeito anti-inflamatório.


Antidepressivos inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI)

  • Nomes genéricos: Fluoxetina, sertralina, paroxetina, escitalopram, fluvoxamina, citalopram
  • Nomes comuns: Prozac (fluoxetina), Zoloft (sertralina), Cipralex (escitalopram)
  • Uso terapêutico: Antidepressivo
  • Riscos: Sindrome da serotonina e risco acrescido de suicídio
  • Mortal se: Combinados com medicamentos ou drogas que aumentam a concentração de serotonina

Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI) são uma classe de fármacos usados no tratamento de síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns tipos de transtornos de personalidade.

Os ISRSs aumentam a concentração extracelular do neurotransmissor serotonina no corpo e no cérebro, sendo o efeito mais importante no cérebro. O grau de seletividade para outros transportadores de monoaminas (como a dopamina ou noradrenalina) é variável, embora a afinidade seja, de forma geral, desprezível; portanto, eles não aumentam a concentração de outros neurotransmissores diretamente.

São não só a primeira classe de fármacos psicotrópicos a serem racionalmente desenhados, mas também os antidepressivos mais amplamente prescritos em muitos países.


Sildenafil para disfunção eréctil

  • Nome genérico: Sildenafil
  • Nomes comuns: Viagra
  • Uso terapêutico: Disfunção eréctil e hipertensão arterial pulmonar
  • Riscos: Drástica queda da tensão arterial (hipotensão) e morte
  • Mortal se: Combinado com Mononitrato de isossorbida como por exemplo as marcas Monoket, Imdur, Isocor e Orasorbil.

O sildenafil é usado principalmente para o tratamento da disfunção erétil. Ao atuar como um inibidor do PDE-5, permite que o GMPc seja mantido mais tempo em circulação (substância responsável pelo relaxamento dos músculos do pénis), o que leva a um maior aporte de sangue e consequentemente à ereção.

Assim como para disfunção erétil, o citrato de sildenafil também é eficiente na doença rara chamada hipertensão arterial pulmonar (HAP ou PAH). Ele relaxa a parede arterial, levando a uma menor resistência arterial pulmonar e pressão. Desta forma ele reduz o trabalho em excesso do ventrículo direito do coração e melhora os sintomas da falência cardíaca do lado direito. Como o PDE-5 é primariamente distribuído no músculo liso das paredes arteriais dos pulmões e pênis, o sildenafil age seletivamente em ambas as áreas sem induzir vasodilatação em outras áreas do corpo. 


Espironolactona para a hipertensão

  • Nome genérico: Espironolactona
  • Nomes comuns: Aldactone
  • Uso terapêutico: Hipertensão
  • Riscos: Hipercaliémia (aumento da concentração de potássio)
  • Mortal se: Combinado com cloreto de potássio

Espironolactona é um diurético poupador de potássio que impede que o organismo absorva muito sal e previne que os níveis de potássio fiquem muito baixos.

Esse diurético é utilizado para tratar uma doença que provoca um aumento significativo da aldosterona no organismo, sendo também utilizado no tratamento da retenção de fluidos (edema) em pessoas com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose do fígado ou de uma desordem renal chamada de síndrome nefrótica. A Espironolactona também é utilizada para tratar ou prevenir hipocaliemia (níveis baixos de potássio no sangue).

Um dos riscos do uso da espironolactona é a hipercaliémia que é a concentração de potássio no sangue superior ao considerado normal (≥5,5 mmol/L ou ≥5 mEq/L). Em pacientes graves, o aumento dos níveis de potássio é consequência principalmente de disfunção renal.

O potássio (K) é o principal eletrólito intracelular e a relação entre seus níveis intra e intercelulares é o principal determinante do potencial elétrico transmembrana. Portanto, qualquer alteração significativa na concentração extracelular de potássio pode ter sérios efeitos não só na função metabólica, mas também na condução nervosa, com repercussões na musculatura e, principalmente, no ritmo cardíaco, predispondo ao desenvolvimento de arritmias nos casos mais graves.


Estatinas para o colesterol

  • Nomes genéricos: Sinvastatina, atorvastatina, pravastatina, rosuvastatina, etc
  • Nomes comuns: Zocor, Crestor, Pravacol, Lescol, Lipitor
  • Uso terapêutico: Colesterol elevado e doença cardiaca
  • Riscos: Fraqueza muscular e lesões renais
  • Mortal se: Combinado com fluconazol (antifungico)

Estatinas são usadas para tratar a hipercolesterolemia e na prevenção da aterosclerose.

As estatinas têm estrutura esteroide e inibem a enzima HMG-CoA redutase (3-hidroxi-3-metil-glutaril-coenzima A reductase), que é responsável pela regulação de colesterol no fígado. A HMG-Coa reductase também é importante na formação de lipoproteínas plasmáticas, sendo daí derivado os seus outros efeitos.

Muitos doentes que tomaram estatinas diminuiram os ataques cardíacos. Assim tenta-se aumentar o “colesterol bom”, que transporta a gordura do sangue até o fígado, onde ela é eliminada, com o objetivo de diminuir os riscos cardiacos.

Os principais efeitos terapêuticos das estatinas são:

  • Diminuição do nível de colesterol sanguíneo, principalmente dos LDL (“mau colesterol”).
  • Aumentam o HDL (“bom colesterol”).
  • Diminuem os triglicerídeos.
  • Melhora a função do endotélio dos vasos.
  • Estabiliza a placa aterosclerótica.
  • Efeito antitrombótico.
  • Modula a inflamação
  • Diminuição da produção de PSA (antigénio específico da prostata).

Efeitos adversos das estatinas:

  • Dor abdominal, diarreia, obstipação, flatulência
  • Insónia, cefaleia, náuseas, dispepsia, astenia
  • Mialgia, isto é, dor sem elevação de enzimas musculares.
  • Infecção respiratória
  • Fadiga
  • Raramente miosite que é a presença de sintomas musculares com elevação da enzima CK.
  • Rabdomiólise que é a presença de sintomas musculares com elevação da enzima creatina quinase acima de 10 vezes o valor superior da normalidade com elevação da creatinina e mioglobunúria urinária. Esta emergência médica necessita de tratamento eficaz com hidratação vigorosa do paciente. A ocorrência deste efeito colateral é menor que 5 por ano em cada 100 mil pacientes tratados.
  • Reduz a quantidade de Q10 nos músculos.
  • Perda de memória
  • Perda cognitiva
  • Outras reações adversas também foram relatadas, como erupção cutânea, prurido, urticária, tontura, cãibra muscular, neuropatia periférica, miopatia, parestesia, pancreatite, hepatite, icterícia e, raramente, cirrose, necrose hepática fulminante e hepatoma, anorexia, vómito e anemia.

Estudo: Rhabdomyolysis reports show interaction between simvastatin and CYP3A4 inhibitors


Fentanilo e opióides sintéticos

  • Nome genérico: Fentanilo
  • Nomes comuns: Fentanyl, Durasegic, Actiq
  • Uso terapêutico: Analgésico forte
  • Riscos: Sobredosagem
  • Mortal se: Tomado em excesso ou combinado com cocaína e outras drogas “recreativas”.

fentanilo é um opioide utilizado como uma medicação para a dor e também pode ser usado juntamente com outros medicamentos para a anestesia. Tem um rápido início de acção e os seus efeitos geralmente duram menos de uma hora ou duas. O Fentanil está disponível em várias formas, inclusive por injecção e como penso transdérmico. O fentanil não é absorvido por via oral.

Efeitos colaterais comuns incluem:

  • Náuseas,
  • Obstipação,
  • Sonolência,
  • Confusão.

Graves efeitos secundários podem incluir:

  • Diminuição do esforço para respirar (depressão respiratória), 
  • Síndrome da serotonina, 
  • Pressão arterial baixa,
  • Dependência.

O Fentanilo funciona, em parte, pela activação de receptores µ-opióides. É cerca de 75 vezes mais forte do que a morfina durante um determinado período.

O fentanilo foi feito pela primeira vez por Paul Janssen, em 1960, e aprovado para uso médico nos Estados Unidos em 1968. Foi desenvolvido através de testes químicos semelhantes em estrutura à petidina (meperidina) para a actividade de opiáceos. Em 2015, 1,600 quilogramas (3 53 lb) foram utilizados globalmente. Em 2017 o fentanil foi o opiáceo sintético mais utilizado na medicina.


Concluindo

Embora todos esses medicamentos sejam altamente perigosos, esta é simplesmente a lista dos principais. Existem inúmeros outros medicamentos que resultam na morte de milhares de pessoas todos os anos. É importante lembrar que todos os medicamentos podem ser perigosos quando não tomados adequadamente ou em combinação com outras substâncias, incluindo medicamentos prescritos.

Os medicamentos aqui descritos se tomados com o devido acompanahmento médico e farmacêutico são na maioria dos casos úteis opções terapêuticas para muitos doentes.

O mesmo já não se pode dizer das substâncias não medicamentosas descritas também neste artigo, como o álccol, a heroína e a cocaína, pois quase sempre os efeitos negativos para a saúde superam muito claramente alguns efeitos positivos por vezes observados.

Metodologia

Para identificar as drogas mais perigosas, o 24/7 Wall Street (247wallst.com) fez revisão de uma variedade de dados e fontes, incluindo estatísticas de lesões e mortes por substâncias ilícitas e controladas da Administração de Serviços de Abuso de Substâncias e Saúde Mental (SAHMSA), combinações mortais de drogas farmacêuticas e outras substâncias do MedScape e de outras fontes, e combinações mortais de substâncias ilícitas e prescritas no DrugAbuse.com.

Essas combinações são selecionadas devido à sua prevalência na sociedade e à gravidade de seus efeitos adversos. Os itens desta lista não estão em uma ordem específica. Muitos dos medicamentos nesta lista são seguros para a grande maioria dos pacientes.

O Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-5) serve como a fonte de texto mais autorizado sobre a classificação de doenças mentais relacionadas com o uso de substâncias. No último volume, o conjunto de sintomas denominado abuso e dependência de substâncias agora é chamado de transtorno por uso de substâncias.

Referências:

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Sinusite crónica, alérgica, aguda ou bacteriana, tratamento sintomas e toda a verdade! A sinusite pode ser mais grave do que pensa! Quais os sinais? Quais as causas? Qual o tratamento mais eficaz? Como evitar? Com o apoio da informação disponibilizada pela Fundação Portuguesa do Pulmão, este artigo pretende ser um importante contributo para melhorar a qualidade de vida de imensas pessoas que sofrem de sinusite e também alertar todas as outras que ainda estão a tempo de a evitar!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • O que é a sinusite?
  • O que são os seios perinasais?
  • Qual a função dos seios perinasais?
  • Quais os tipos de sinusite?
  • Quais as causas?
  • Qual a diferença entre sinusite aguda e crónica?
  • Quais os sinais e sintomas?
  • A dor é frequente?
  • Porque pode ser grave a sinusite?
  • Quando deve pedir apoio médico urgente?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Qual o tratamento mais eficaz?
  • Quais os medicamentos mais usados?
  • Devemos usar descongestionantes ou corticoides para desobstruir o nariz?
  • Os anti-histamínicos são eficazes?
  • Quais os antibióticos mais usados quando existe infeção?
  • A cirurgia pode ser necessária?
  • A sinusite tem cura?
  • Como evitar a sinusite?

Sinusite o que é?

A sinusite é uma inflamação dos seios peri nasais geralmente associada a um processo infecioso que pode ser originado por vírus, bactérias ou fungos. É, nos dias de hoje, uma das doenças mais frequentes da humanidade, mais geradora de consultas médicas, mais consumidora de antibióticos e pode interferir na qualidade de vida e no desempenho profissional e social.

Seios perinasais ou paranasais

Os seios perinasais ou paranasais são cavidades arejadas, forradas por uma membrana mucosa idêntica à das fossas nasais, que existem nos ossos da cara que rodeiam o nariz e que comunicam através de pequenos orifícios com as fossas nasais. Os diversos seios perinasais adquirem o nome dos ossos em que estão localizados. Assim existem os seguintes 4 tipos de seios nasais:

    • Frontais,
    • Etmoidais,
    • Maxilares,
    • Esfenoidais.

Seios perinasais melhorsaude.org

Seios nasais qual a função?

Os seios nasais desempenham várias funções, entre elas:

  • Humidificação e aquecimento do ar respirado pelo nariz.
  • Aumento da ressonância da voz.
  • Equilíbrio das pressões intracranianas quando há variações na pressão atmosférica (mergulhos, viagens de avião ou subidas a grandes altitudes).
  • Secreção de muco para proteção das vias aéreas superiores.
  • Absorção de impacto em casos de trauma (materiais ocos absorvem mais impacto do que materiais maciços).

Os seios perinasais são bilaterais e simétricos, ligam-se à cavidade nasal por pequenos orifícios por onde é drenado o muco produzido. Quadros de alergia ou gripe, por exemplo, causam edema da mucosa nasal e aumento das secreções, obstruindo facilmente a drenagem dos seios da face. A impossibilidade de escoar o muco produzido leva à congestão dos seios perinasais e, consequentemente, à sinusite.

O termo rinossinusite (rinite+sinusite) é tecnicamente mais correto que apenas sinusite, pois realça a inflamação simultânea da mucosa nasal e dos seios perinasais.

Tipos de sinusite

A sinusite pode afetar qualquer um dos 4 seios perinasais, podendo ser bilateral ou unilateral.

A sinusite por ser classificada em:

  • Aguda – quando os sintomas duram menos de 4 semanas;
  • Sub aguda – quando os sintomas duram entre 4 a 12 semanas;
  • Crónica – quando os sintomas duram mais que 12 semanas;
  • Recorrente – quando há 4 ou mais episódios de sinusite durante o ano.

A grande maioria das sinusites agudas são de origem viral ou alérgica, porém, a obstrução e acumulação, sem drenagem,  do muco nos seios favorece a proliferação de bactérias, podendo levar à sinusite bacteriana. Neste cenário o doente pode ter um quadro inicial de sinusite alérgica que, após contaminação com bactérias das vias respiratórias, se transforma num quadro de sinusite bacteriana que pode ser muito grave. As sinusites bacterianas que não são completamente curadas podem progredir para o quadro de sinusite crónica.

Sinusite aguda e crónica qual a diferença?

Há duas perspetivas. Na primeira, a temporal, diz-se que uma sinusite é aguda quando a sua duração se situa entre uma e quatro semanas; subaguda quando a sua duração se situa entre as quatro semanas e os três meses; crónica quando a sua duração vai para além dos três meses.

Porém, para além desta perspetiva simplista e temporal, há uma outra que tem a ver com a funcionalidade da mucosa nasal:

  • Após um episódio de sinusite aguda a funcionalidade da mucosa do nariz e dos seios perinasais é recuperada em pouco tempo, podemos considerar que na sinusite crónica essa funcionalidade pode estar definitivamente comprometida, originando que o doente apresente uma maior fragilidade e que os episódios recorrentes de sinusite aguda sejam mais frequentes.

Causas

Há várias causas por detrás de uma sinusite mas, todas elas têm como ponto comum uma deficiente drenagem das secreções nasais que, após se acumularem originam um foco infecioso.

A alergia respiratória é uma causa importante e frequente porque a mucosa intumescida pela inflamação alérgica pode dificultar a drenagem dos seios perinasais e provocar a sua infeção. Nesta perspetiva, os principais agentes agressores são:

    • Pó doméstico,
    • Pólenes,
    • Pelos dos animais.

Porém, podemos ter sinusites provocadas diversas outras causas, tais como:

    • Infeções que afetam as vias aéreas, como a gripe e outras viroses respiratórias;
    • Más condições climáticas associadas ao frio e humidade, geradoras de uma resposta inflamatória da mucosa respiratória;
    • Traumatismos do nariz, com particular destaque para as mudanças bruscas de pressão associadas ao voo ou ao mergulho (causa cada vez mais frequente);
    • Poluição atmosférica, sobretudo a poluição automóvel e o tabagismo;
    • Má higiene nasal, por exemplo, naquelas pessoas que nunca se assoam ou têm o hábito de colocar os dedos dentro do nariz transportando, assim, para o seu interior os microrganismos neles existentes;
    • Má formação das cavidades nasais, com um particular destaque para os desvios do septo nasal.

Sintomas

A sinusite tem uma expressão por vezes algo enigmática ou seja há sinusites muito extensas que têm pouca expressão clínica e, no polo oposto, há sinusites mínimas que afetam muito significativamente os doentes. Os principais sintomas são:

    • Obstrução nasal (nariz entupido),
    • Secreções nasais espessas e com pus (de cor amarela, verde ou castanha),
    • Dores de cabeça e/ou nos ossos da face, muitas vezes associadas a febre.

No entanto o leque de sintomas pode ser mais amplo, sendo habitual a existência de:

  • Diminuição ou perda do olfacto,
  • Mau hálito,
  • Tosse reflexa à escorrência das secreções nasais pela faringe,
  • Tosse nocturna,
  • Dor nos ouvidos e nos dentes do maxilar superior,
  • Dor à volta dos olhos.
  • Ouvido entupido,
  • Sensação de pressão quando baixa a cabeça,
  • Mal-estar,
  • Cansaço.

A maioria dos casos de sinusite viral ou alérgica melhora espontaneamente dentro de 10 dias. Sinusites bacterianas leves também podem ser autolimitadas, mas nos casos mais sintomáticos, com febre alta e coriza purulenta, a cura geralmente só vem com o tratamento antibiótico.

Estas queixas, mais acentuadas nas formas agudas, podem permanecer por longos períodos, naqueles doentes em que, por falta de uma abordagem adequada, a doença evoluiu para o estádio de cronicidade.

Dor é frequente?

É comum a presença de dor quando fazemos pressão com os dedos sobre os seios nasais, principalmente nos seios frontais e maxilares, que são os mais superficiais.

A dor é um sintoma tão frequente que é vulgarmente aceite que não há sinusite sem dor. Apesar de poder ter diversas tonalidades a dor da sinusite reflete a localização dos seios perinasais atingidos. Assim a dor pode localizar-se nos seguintes locais:

    • Na fronte em caso de sinusite frontal;
    • Por trás e entre os olhos na sinusite etmoidal e
    • Nas maçãs do rosto e dentes superiores nos casos das sinusites maxilares.

Já no caso da sinusite esfenoidal a dor é muitas vezes mais difusa e referida à parte frontal ou posterior da cabeça.

Gravidade

Sendo uma doença incómoda, na grande maioria dos casos ela é uma doença curável, sendo raras as complicações graves. No entanto algumas podem ser muito graves, tais como:

    • Meningite –  infeção das meninges,
    • Infeção dos olhos,
    • Abcesso cerebral,
    • Otite,
    • Labirintite,
    • Osteíte – infeção dos ossos da cara,
    • Celulite – infeção dos tecidos moles da face,
    • Septicémia – infeção generalizada a todo o organismo.

Apoio médico urgente, quando?

Como os seios da face apresentam íntima relação com órgãos nobres, como olhos, ouvidos e cérebro, a sinusite bacteriana pode levar a complicações graves. Portanto, é importante procurar consulta médica sempre que, associados à sinusite, existirem os seguintes sintomas:

  • Febre acima de 39ºC.
  • Edema ou vermelhidão na face.
  • Edema e vermelhidão em volta dos olhos.
  • Visão dupla ou qualquer outra alteração visual.
  • Confusão mental.
  • Dor de cabeça muito intensa.
  • Rigidez de nuca.
  • Prostração intensa.

A sinusite bacteriana, apesar de apresentar uma taxa de mortalidade baixa, é uma infeção que não deve ser negligenciada, principalmente quando existem os sinais descritos acima.

Diagnóstico

Suspeita-se da existência de uma sinusite perante um doente que apresente uma situação clínica com as características acima apontadas. A confirmação é feita através de exames radiológicos – a tomografia computorizada – que define com precisão o estado de cada um dos seios perinasais (frontal, maxilares, etmoidal e esfenoidal) e pode evidenciar a existência de eventuais fatores coadjuvantes, como pólipos ou desvios do septo nasal.

Tratamento mais eficaz

O tratamento desta doença requer uma abordagem especializada, na qual se definem com muita precisão três objetivos principais:

    • Reduzir a inflamação,
    • Promover uma adequada drenagem das secreções nasais,
    • Tratar a infeção.

Para conseguir estes objetivos é importante que o doente beba líquidos, no sentido de manter as secreções o mais fluídas possível. Recomenda-se, também:

    • Lavagem das fossas nasais com solutos salinos (soro fisiológico ou água do mar esterilizada) ou água termal,
    • Medicamentos fluidificantes do muco nasal,
    • Descongestionantes nasais, estes, por períodos não superiores a cinco dias já que são produtos tóxicos para a mucosa nasal.

A infeção trata-se com antibióticos por períodos que oscilam entre os sete e os catorze dias nas sinusites agudas, e que se podem estender até às quatro semanas nas sinusites crónicas. É fundamental que não se interrompa o antibiótico antes do tempo prescrito pelo médico, como forma de prevenir eventuais recidivas e tendo em vista impedir o aparecimento de resistência por parte dos microrganismos infetantes.

Medicamentos  mais usados

Na congestão nasal é essencial diminuir o inchaço e inflamação da mucosa nasal sendo os corticoides nasais, provavelmente, os mais eficazes e menos agressivos, tais como:

    • Budesonida 32µg ou 64µg (Pulmicort® nasal aqua);
    • Mometasona 50µg (Nasomet®);
    • Fluticasona 50µg (Flonase®).

Estes corticoides são de prescrição médica obrigatória e não podem ser comprados livremente nas Farmácias como acontece com diversos descongestionantes nasais. Esta situação justifica-se pela probabilidade mais elevada de efeitos secundários sistémicos com os corticoides, embora as formulações farmacêuticas para inalação sejam cada vez mais seguras e com poucos efeitos adversos relevantes, pois têm um baixo grau de absorção sistémica.

Descongestionantes nasais ou corticoides?

Quais os mais eficazes ou adequados?

Os corticoides nasais podem ser utilizados em tratamentos mais prolongados, porque em geral, são menos agressivos para a mucosa nasal (nomeadamente os cílios nasais), embora com mais efeitos secundários sistémicos que os descongestionantes nasais.

Por sua vez os descongestionantes são a melhor escolha em situações agudas até 3 dias de tratamento. A partir daí não devem ser usados, sem conselho médico, por causa da probabilidade acrescida de paralisarem os cílios nasais (pelos do nariz) que ajudam a expulsar as mucosidades nasais para o exterior. Se estes “pelos” estiverem paralisados aumenta a acumulação de secreções no interior do nariz e portanto a congestão nasal piora!

Alguns dos descongestionantes nasais mais utilizados são:

    • Fenilefrina (Neo-sinefrina®, Vibrocil®)
    • Xilometazolina (Vibrocil actilong®)
    • Oximetazolina (Nasorhinathiol®, Nasex®)

Anti-histamínicos são eficazes?

A utilização de anti-histamínicos só é geralmente eficaz quando existe uma causa alérgica para a congestão nasal. Nestes casos sim a utilização de um anti-histamínico sistémico ou local pode ser útil.

Existem associações de descongestionantes com anti-histamínicos locais, por exemplo:

  • Fenilefrina + dimetindeno ( Vibrocil® gotas nasais)

Os anti-histamicos sistémicos mais usados são:

  • Desloratadina (Aerius®);
  • Bilastina(Lergonix®, Bilaxten®)
  • Ebastina (Kestine®);
  • Cetirizina (Zyrtec®);
  • Pseudoefedrina (Actifed®)
  • Levocetirizina;
  • Loratadina;

Antibióticos mais usados se existe infecção

Os antibióticos apenas devem ser usados quando o médico tem a certeza que existe já um foco infecioso ou que a probabilidade de isso acontecer é muito elevada. Nestes casos os antibióticos mais usados são:

  • Amoxicilina com ácido clavulânico;
  • Levofloxacina;
  • Moxifloxacina;
  • Claritromicina;
  • Azitromicina.

Cirurgia pode ser necessária?

O tratamento da sinusite é, em princípio, um tratamento médico, sem intervenção cirúrgica. Porém, em algumas situações deve recorrer-se à cirurgia. É o caso das sinusites em que o tratamento médico, adequadamente realizado, não se revela satisfatório (ineficácia dos antibióticos) e naqueles casos em que há obstáculos mecânicos que o tratamento médico não consegue resolver, tais como:

    • Sinusites associadas a significativos desvios do septo nasal,
    • Pólipos,
    • Quistos volumosos.

Sinusite tem cura?

No caso das sinusites agudas a resposta é claramente afirmativa, obtendo-se a cura no espaço de uma duas semanas quando o tratamento é o adequado e o doente cumpridor. Na sinusite crónica a resposta não é tão clara. A passagem ao estado de cronicidade provoca alguma deterioração nos mecanismos de defesa da mucosa dos seios perinasais. Assim, é de prever que o doente passe a apresentar maior fragilidade e tenha tendência a sofrer de episódios de inflamação/infeção sinusal com maior frequência.

Prevenção

A prevenção da sinusite, tal como em qualquer outra doença, é o objetivo essencial. Na prevenção das sinusites entram um conjunto enorme de fatores que se integram no que chamamos a “higiene nasal”, tais como:

    • Evitar todas as formas de poluição atmosférica,
    • Não contactar com substâncias que provocam resposta inflamatória alérgica do nariz,
    • Não colocar os dedos nem objetos estranhos no nariz,
    • Evitar ambientes em que a qualidade física do ar esteja fora dos padrões de qualidade (ar muito frio e húmido e ar muito seco),
    • Assoar-se com regularidade,
    • Controlar os episódios de rinite alérgica.

O controlo das doenças-base é uma etapa obrigatória na prevenção das sinusites. Por exemplo, o não controlo das alergias nasais (rinite alérgica) associa-se a um maior número de episódios de sinusite.

Apesar de não haver uma evidência científica que torne indiscutível o seu aconselhamento formal na sinusite, alguns doentes têm grandes resultados com os tratamentos termais, sobretudo nas sinusites crónicas, e com os medicamentos estimulantes da imunidade – os imunomoduladores.

Relativamente aos primeiros, temos um país riquíssimo em águas termais, estando referenciados trinta e sete estabelecimentos termais, a maioria no norte, com águas consideradas adequadas ao tratamento desta doença.

Os tratamentos com imunomoduladores, mais conhecidos por “vacinas” visam aumentar a imunidade dos doentes no que diz respeito aos agentes bacterianos, tornando-os assim mais resistentes às infeções. Não esquecer também, em determinados grupos de risco a vacinação antigripal anual.

Concluindo

Evitar as complicações da sinusite está ao alcance da imensa maioria dos doentes desde que devidamente informados sobre as regra básicas de higiene nasal que devem ter. Não são regras complicadas exigindo apenas alguma disciplina e vontade séria de evitar a doença que, muitas vezes é encarada apenas como “incómoda”, por não estarem cientes da gravidade que pode apresentar quando evolui sem controlo! Relembro apenas que, em casos extremos de infeção dos seios nasais, pode provocar doenças tão graves como meningite e septicémia! Por favor não se descuide!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências

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Infeção urinária causas sintomas e melhor tratamento



Infeção urinária sintomas, causas e tratamento, como se apanha? Quais os sintomas? Quais os perigos? Sente dor na zona central das costas e tem febre? Cuidado…muito cuidado! Pode estar com um quadro de infeção urinária grave! Segundo a American Urological Association a European Association of Urology e a Associação Portuguesa de Urologia, estes dois sintomas associados (dor nas costas e febre) são  graves e devem levá-la de imediato ao médico por causa da possibilidade de se tratar de uma infeção renal. A estes sintomas podem juntar-se ainda náuseas e desconfortos no estômago ou mesmo uma primeira infeção urinária.

Este artigo pretende ser um contributo para informar tudo o que precisa de saber sobre infeções urinárias, desde as cistites não complicadas e frequentes até ás mais graves como a pielonefrite. Quais as diferenças, perigos, tratamentos, como se apanham e como aplicar medidas simples para se proteger e diminuir o risco de contrair uma infeção urinária.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

      • O que é uma infeção urinária?
      • O que são infeções urinárias baixas e altas?
      • Qual a anatomia do trato urinário?
      • Que nome têm as infeções na bexiga, uretra e rim?
      • Causas da infeção urinária, quais são?
      • O que é um uretrite?
      • O que é uma cistite?
      • O que é uma pielonefrite?
      • Quais as causas de uma infeção renal?
      • Quais os doentes de risco?
      • Quais os sintomas de infeção renal?
      • Quais os tipos de pielonefrite ou infeção renal?
      • O que é e quais os sintomas da pielonefrite aguda?
      • O que é e quais os sintomas da pielonefrite crónica?
      • Quais as complicações da pielonefrite?
      • Como se faz o diagnóstico da pielonefrite?
      • Qual o tratamento da infeção renal?
      • A pielonefrite é contagiosa?
      • Quais as infeções urinárias mais comuns?
      • Como se apanham?
      • Podem apanhar-se nos sanitários públicos?
      • Quais os tratamentos alternativos?
    • Que medidas podemos aplicar para evitar a infeção?


Infeção urinária o que é?

Infeções urinárias baixas e altas

Infeção urinária é qualquer quadro infecioso que aconteça no trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. As infeções urinárias podem ser baixas ou altas, a saber:

  • As infeções urinárias baixas são aquelas que ocorrem na bexiga e/ou na uretra.
  • As infeções urinárias altas ocorrem quando há comprometimento de pelo menos um dos rins.

Anatomia do trato urinário

Tracto urinário melhorsaude.org melhor blog de saude

Anatomia do tracto urinário
Anatomia do trato urinário

Infeções na bexiga, na uretra e no rim

  • A infeção da bexiga recebe o nome de cistite.
  • A infeção da uretra é conhecida como uretrite.
  • A infeção renal é chamada de pielonefrite ( infeção grave )

Infecção urinária
#Uretrite é uma infeção da uretra, #cistite é uma infeção da bexiga e #pielonefrite é uma infeção do rim

Termos e significados

  • Disúria – sensação de dor ou ardor ao urinar.
  • Hematúria – presença de sangue na urina. Tem como definição mais exata a presença de cinco ou mais eritrócitos (hemácias) por campo na análise microscópica do sedimento urinário, e deve ser confirmada em pelo menos duas amostras de urina.
  • Poliúria – excesso de produção de urina ao longo de 24 horas. Dizemos que há poliúria quando o volume de urina é maior que 3 litros por dia.
  • Polaciúria – micção frequente, mas com o volume total de urina ao longo do dia dentro da faixa da normalidade.
  • Nictúria – excesso de urina que ocorre durante a noite e faz com que o doente acorde várias vezes para urinar. O excesso de urina só ocorre de noite, enquanto o paciente dorme.

Causas da infeção urinária

Em mais de 95% dos pacientes a infeção é de origem bacteriana, sendo a bactéria Escherichia coli responsável por mais de 3/4 destes casos. A compreensão dos fatores de risco individuais e específicos da população associados a infeções recorrentes do trato urinário (ITUs) pode ajudar os médicos a adaptar as estratégias profiláticas.

Nas mulheres os principais fatores de risco causadores de infeções urinárias não complicadas recorrentes, são os seguintes:

    • Número de parceiros sexuais e nomeadamente relações frequentes com diferentes parceiros e ter 3 ou mais parceiros num ano aumenta claramente o risco de infeção urinária. Em particular o sexo anal significa um risco acrescido porque aumenta a possibilidade de contaminação da vagina por bactérias do  trato intestinal;
    • Diarreia e obstipação;
    • Atrofia vulvovaginal, também chamada de atrofia vaginal ou  vaginite atrófica é definida como a secagem e inflamação das paredes vaginais devido à falta de produção de estrogénio. A atrofia vaginal ocorre mais frequentemente após a menopausa, mas também pode desenvolver-se durante a amamentação ou em qualquer outro momento em que o corpo da mulher diminui a produção de estrogénio;
    • Alteração da flora bacteriana vaginal por exemplo devido à utilização de espermicidas, alterações alimentares ou higiene excessiva que tornam o trato vaginal menos ácido o que facilita a sobrevivência de bactérias patogénicas;
    • História de infeções do trato urinário (ITU) durante a pré-menopausa ou na infância;
    • História familiar de infeção urinária;
    • Tipo sanguíneo não secretor.
  • Estudo com resumo das causas mais frequentes:

Estudo da American Urological association com guidelines sobre as Infeções do trato Urinário recorrentes não complicadas:

Calculadora de infeção urinária

Calculadora de risco de infeção urinária melhorsaude.org

Prevalência e impacto da infeção urinária

A infeção do trato urinário (ITU) é uma das infeções bacterianas mais frequentes, com elevados custos para a sociedade. Um estudo europeu refere que uma em cada cinco mulheres adultas tem pelo, menos um episódio de ITU ao longo da vida.

Nos Estados Unidos da América (EUA) a sua incidência está melhor documentada. A ITU motiva mais de 7 milhões de visitas médicas anuais e é responsável por 15% dos antibióticos prescritos em ambulatório. Estima-se que mais de metade das mulheres tenha pelo menos uma ITU ao longo da vida e um terço das mulheres sofra o primeiro episódio até aos 24 anos de idade. Se, por um lado, o risco de progressão da cistite para pielonefrite é negligenciável, por outro lado, o potencial de recorrência é elevado.

Um estudo de 1990 em jovens universitárias demonstrou, aos seis meses, 27% de recorrência e 3% de segundas recorrências. Um estudo mais recente, com mulheres saudáveis entre os 18 e os 39 anos, verificou que aos seis meses o risco de recorrência depois de uma primeira ITU é de 24% . Estima-se que nos EUA os custos anuais relacionados com ITU rondem os 1600 milhões de dólares. Por todos estes fatores, é fundamental que os episódios de ITU sejam corretamente diagnosticados, tratados e prevenidos, tendo em atenção o correto uso dos antibióticos, de modo a não potenciar o aumento das resistências.

Dor a urinar  ou disúria

Origem provável: Uretra ou bexiga.

A dor ao urinar, chama-se disúria e é talvez o sintoma de infeção urinária mais comum. A disúria é um termo que engloba diferentes queixas durante a micção, tais como:

  • Dor,
  • Ardência,
  • Sensação de queimadura,
  • Incómodo ou sensação de peso na bexiga.

A disúria é um sintoma muito comum na cistite e na uretrite, podendo ocorrer eventualmente na pielonefrite. É causada pela irritação da bexiga e da uretra provocada pela infeção.

Nas mulheres, infeções ginecológicas podem causar dor ao urinar, seja por inflamação na área ao redor da entrada da uretra ou pela dor que o contacto da urina ácida provoca com a vulva inflamada. A dica para se pensar em infeção ginecológica e não em infeção urinária é a presença de corrimento vaginal

Sangue na urina ou hematúria

Origem provável: Uretra, bexiga ou rim.

A presença de sangue na urina chama-se hematúria. Sangue na urina é o sinal de infeção urinária que mais assusta as/os doentes, mas geralmente não é um sinal de gravidade. A hematúria pode ser macroscópica, quando é facilmente notada na urina, ou microscópica, quando só é detetada através de exames laboratoriais.

A presença de sangue na urina é um sintoma comum na cistite, mas também pode ocorrer na pielonefrite ou na uretrite. Assim como a disúria, a presença de sangue surge pela irritação da bexiga e da uretra.

Febre e infeção urinária

Origem provável: Rim.

Quando se pensa em infeção, a febre é sempre um dos sinais que  vêm à mente. Na infeção urinária, entretanto, a febre só costuma surgir nos casos de pielonefrite. Cistite não costuma causar febre, quando o faz, geralmente é abaixo dos 38ºC. A febre também não é comum na uretrite, exceto nos casos mais graves, onde há disseminação da bactéria para a corrente sanguínea.

Na pielonefrite a febre costuma ser alta, maior que 38ºC, e é frequentemente acompanhada de calafrios. A febre alta é o sinal que costuma diferenciar a pielonefrite das outras causas de infeção urinária.

Polaciúria ou vontade constante de urinar

Origem provável: Uretra ou bexiga.

Sentir necessidade de urinar a toda hora também é um sintoma comum da cistite e recebe o nome de polaciúria. O paciente sente vontade urinar com frequência, porém o volume de urina a cada micção é pequeno. Muitas vezes há uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; sente-se que ainda há urina  mas ela simplesmente não sai. Na verdade, a bexiga está vazia, mas como se encontra irritada, a doente tem a falsa impressão de que precisa urinar.

Corrimento uretral

Origem provável: uretra.

A saída de pus pela uretra é um sinal típico das uretrites, sendo quase sempre causada por uma doença sexualmente transmissível. O corrimento uretral vem frequentemente acompanhado de disúria.

Tanto a cistite quanto a pielonefrite não provocam corrimento uretral, sendo este um sintoma típico de infeção da uretra. Nas mulheres com uretrite, o corrimento uretral pode vir acompanhado também de corrimento vaginal, pois é comum que infeções como gonorreia e clamídia também provoquem inflamação da vagina.

Náuseas e vómitos

Origem provável: rins.

Náuseas e vômitos são sintomas comuns na pielonefrite e costumam aparecer associados a febre. A cistite pode causar um mal estar, mas não costuma provocar vômitos. A perda do apetite também é frequente na pielonefrite. Assim como a febre, náuseas e vômitos só costumam surgir nas uretrites em casos de doença mais avançada.

Dor lombar

Origem provável: rins

A dor lombar, geralmente mais intensa de um lado, é outro sintoma comum da pielonefrite. Na verdade, são poucas as doenças que fazem o rim doer; a pielonefrite é uma delas. A cistite também pode causar uma leve dor lombar, mas é habitualmente bem menos intensa que na pielonefrite.

Mau cheiro da urina

Origem provável: bexiga ou uretra.

Uma urina com mau cheiro pode ser um sinal de bactérias na urina, cuja origem pode ser uma cistite ou uma uretrite. Porém, na maioria dos casos, a causa do mau cheiro é apenas uma urina muito concentrada. A ureia, uma substância presente em grande quantidade na urina, é a causa do odor característico da urina. Se a urina estiver pouco diluída, o cheiro da ureia torna-se mais percetível.

Desorientação e alteração de consciência

Origem provável: rins.

A pielonefrite é um caso potencialmente grave, que pode levar a um quadro de infeção generalizada. Se não for reconhecida e tratada a tempo, o paciente pode começar a apresentar sinais neurológicos, como desorientação, prostração e até redução do nível de consciência.

Os idosos são a população que mais apresenta este tipo de quadro durante uma infeção do trato urinário. Muitas vezes, não há febre nem outros sintomas, sendo a alteração neurológica a única pista de que há uma infeção em curso.

Perda involuntária de urina

Origem provável: bexiga.

Além da vontade constante de urinar, o paciente com infeção da bexiga pode ter dificuldade em segurar a urina. O indivíduo sente vontade de urinar, mas não consegue chegar a tempo á casa de banho, perdendo urina involuntariamente. Este sinal chama-se urgência urinária, e é muito comum nas crianças e nos idosos.

Sintomas de uretrite

  • Corrimento purulento pela uretra.
  • Ardência para urinar.
  • Sangue no sêmen.
  • Incômodo nos órgãos genitais.
  • Dor durante o sexo.
  • Sangue na urina.

Sintomas de cistite

  • Ardência, dor ou desconforto para urinar,
  • Sangue na urina,
  • Vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia (ou quase vazia),
  • Sensação de peso na bexiga,
  • Urgência urinária (não conseguir segurar a urina até chegar á casa de banho).

Sintomas de pielonefrite

  • Febre alta,
  • Calafrios,
  • Náuseas e vômitos,
  • Dor lombar,
  • Prostração,
  • Desorientação (mais comum nos idosos),
  • Sangue na urina.

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Pielonefrite o que é?

A pielonefrite é uma infeção bacteriana de um ou ambos os rins. A infeção renal é um caso potencialmente grave, porque ataca um órgão vital. É um quadro que pode ter gravidade semelhante a uma pneumonia.

Se não tratada a tempo e corretamente, pode levar à septicémia que pode ser mortal por falência de vários outros órgãos.

Na grande maioria dos casos responde bem aos antibióticos. Os casos que evoluem de forma negativa são aqueles que esperaram muito tempo para receber tratamento ou quando o doente já se encontra muito debilitado por outras doenças.

A pielonefrite é uma frequente causa de formação de cicatrizes nos rins, podendo levar à perda parcial da função renal, principalmente nos doentes que têm infecções recorrentes.

Causas da pielonefrite

A infeção dos rins acontece de duas formas, a saber:

  1. A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada. Menos frequente é a colonização assintomática da bexiga por bactérias que também pode ser a fonte de uma infeção renal. Nestes casos, o doente tem bactérias na bexiga mas não apresenta sintomas pois estas estão apenas colonizar. Por esta razão nem todas as pessoas relatam sintomas de cistite antes do surgimento da pielonefrite.
  1. O segundo modo de infeção dos rins é pelo sangue, quando uma bactéria que está a provocar uma infeção em algum local do nosso organismo viaja pela corrente sanguínea e se aloja no rim. Esta via é muito menos frequente do que a via ascendente.

A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.
A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas #cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.

Fatores de risco para infeção renal

Além da cistite, que é o principal fator de risco, existem outras situações que podem aumentar o risco de infeção dos rins, a saber:

  • Uso de cateteres vesicais (algália)
  • Cirurgias urológicas
  • Cálculos renais
  • Anormalidades anatómicas do trato urinário
  • Doenças da próstata que causam obstrução do fluxo da urina

Doentes de risco

Os doentes de maior risco são os que apresentam um sistema imunológico frágil, tais como:

    • Diabéticos
    • Insuficientes renais
    • Cirróticos
    • Portadores do vírus HIV
    • Doentes a tomar medicamentos imunossupressores apresentam um risco maior de contrair uma cistite que evolua para pielonefrite.

Sintomas da pielonefrite

Os sintomas típicos da pielonefrite são:

  • Febre
  • Dor lombar
  • Náuseas
  • Vómitos
  • Mal estar geral

Podem haver também sintomas de cistite, como dor ao urinar e vontade de urinar com frequência, mesmo quando a bexiga está vazia. Outro sinal comum é a presença de sangue na urina (hematúria), que se apresenta normalmente como uma urina cor de Coca-Cola.

Tipos clínicos de pielonefrite

  1. Pielonefrite aguda não complicada.
  2. Pielonefrite aguda complicada.
  3. Pielonefrite crónica.

Pielonefrite aguda não complicada

Ocorre normalmente em mulheres jovens, sem antecedentes de doenças ou alterações na anatomia do sistema urinário.

O quadro clínico é de febre alta, calafrios, náuseas, vómitos e dor lombar. Os sintomas de cistite, como ardência ao urinar, podem ou não estar presentes. Assim como nas cistites, a principal bactéria causadora de pielonefrite é a Escherichia coli.

Só há necessidade de internamento em casos mais graves. Se o doente tiver bom estado geral e for capaz de tomar antibióticos por via oral, o tratamento pode ser feito em casa.

Pielonefrite aguda complicada

A pielonefrite complicada é aquela que evolui com abscesso dentro ou ao redor dos rins,  necrose da papila renal ou produção de gases dentro do rim, um quadro chamado pielonefrite enfisematosa.

A pielonefrite complicada normalmente ocorre em pessoas com obstrução do trato urinário, bactérias resistentes aos antibióticos ou em diabéticos.

O quadro clínico é igual ao da pielonefrite não complicada, porém apresenta pouca resposta aos antibióticos. O paciente pode apresentar uma resposta apenas parcial, com uma pequena melhoria, mas com fadiga, mal estar, falta de apetite e náuseas que persistem por vários dias.

Uma pielonefrite que não melhora completamente após antibioterapia apropriada deve ser estudadas com exames de imagens, como tomografia computadorizada e ultra-som (ecografia), para investigação de anormalidades que possam estar a perpetuar a infeção.

Pielonefrite crónica

A pielonefrite crónica é um quadro de infeção urinária recorrente, habitualmente associada a má-formações urinárias, obstruções por cálculos renais ou refluxo vesico-ureteral (refluxo da urina da bexiga de volta para o ureter e rins). Costuma levar à cicatrização do rim e à insuficiência renal crónica, principalmente em crianças com refluxo urinário.

Cálculos renais tratados com ultrassons
#Cálculos renais tratados com ultrassons

Complicações da pielonefrite

Como já referido, se a pielonefrite não for tratada corretamente com antibióticos, existe um risco grande de evolução para sepsis grave. As bactérias presentes nos rins conseguem facilmente alcançar a corrente sanguínea, espalhando-se por todo o organismo, podendo levar à falência de múltiplos órgãos e até ser mortal!

Outro problema da pielonefrite, principalmente se recorrente, é a lesão permanente do rim. Doentes com pielonefrite crónica podem evoluir com insuficiência renal terminal e necessitar de hemodiálise!

Rim normal vs rim com insuficiência renal
Rim normal vs rim com insuficiência renal

Diagnóstico da pielonefrite

O diagnóstico da infeção renal é geralmente feito apenas com os sintomas clínicos. Exames laboratoriais ajudam a confirmar o diagnóstico:

      • Hemograma tipicamente apresenta uma elevação da contagem de leucócitos
      • PCR ( Proteína C Reactiva ) encontra-se elevada.
    • No exame de urina é comum a presença de pus (leucócitos na urina) e sangue (hemácias na urina).

A urocultura deve ser sempre solicitada, pois ela é capaz de identificar a bactéria que está a provocar a pielonefrite, ajudando na escolha de antibióticos adequados.

No entanto como a urocultura demora pelo menos 48 horas para ficar pronta, não devemos esperar o seu resultado para começar o tratamento com antibióticos. Após o resultado sair, o médico decide se mantém o esquema antibiótico inicial ou muda para um mais adequado ao qual a bactéria seja sensível.

Contágio da pielonefrite

A pielonefrite não é uma doença contagiosa, portanto, não há risco de contaminação de familiares ou pessoas próximas. A pielonefrite deve ser sempre tratada com antibióticos. Medicamentos ditos “naturais” podem proporcionar alívio temporário, no entanto apenas adiam o tratamento correto da infeção, acarretando riscos graves para o doente.

Tratamento da pielonefrite

Em geral, o tratamento da pielonefrite é feito em meio hospitalar com antibióticos intravenosos. Se o paciente tiver boa saúde e ainda estiver com bom estado geral, ele pode receber a primeira dose por via intravenosa e depois completar o resto do tratamento em casa com antibióticos por via oral. Na maioria dos casos, porém, o paciente encontra-se muito debilitado sendo quase sempre necessários 2 a 3 dias de internamento para controlar a infeção.

Nos pacientes com pielonefrite crónica, a avaliação do urologista é necessária. Muitas vezes, o paciente precisa de ser submetido a uma cirurgia para correção de anormalidades anatómicas do sistema urinário que estejam a perpetuar uma infecção dos rins.

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Causas das infeções urinárias mais comuns (cistite não complicada)

A infeção resulta da interação entre o agente infecioso e o hospedeiro. Depende do volume do inóculo, de fatores de virulência da bactéria (adesinas bacterianas como os Pili tipo 1 ou Pili P, que facilitam a aderência ao urotélio) e da falência dos mecanismos de defesa tais como:

      • Normal fluxo urinário,
      • Esfoliação contínua do urotélio,
      • Habitual flora do intróito vaginal,
      • Alterações fenotípicas que facilitam a aderência de determinadas bactérias ao urotélio ou ao epitélio vaginal.

Os microrganismos podem chegar ao aparelho urinário por via hematogénea (sangue) ou linfática, mas a via habitual é a ascendente, com origem no intestino ou seja entrando pela uretra, subindo até à bexiga e nos casos graves chegando aos rins. Assim se explica que os agentes mais frequentes sejam Enterobacteriaceae (que vivem habitualmente no intestino), tais como:

      • Escherichia coli (70% a 90%),
      • Proteus mirabilis,
      • Klesiela spp,
      • Agentes gram-positivos como Stafilococcus saprofiticus e Enterococcus faecalis são responsáveis pelas restantes infeções.

Bactérias na bexiga

Existem determinados fatores que facilitam a chegada destes agentes à bexiga tais como:

  • Alterações do trânsito intestinal (ex: diarreias)
  • Alterações da flora vaginal (ex: higiene excessiva ou falta dela)
  • Atividade sexual (ex: coito anal seguido de contacto genital)
  • Uso de espermicidas.

Infecções em sanitários públicos melhorsaude.org

Infeção urinária e sanitários públicos

O receio de contrair infeções em sanitários públicos partilhados está culturalmente enraizado, principalmente no meio feminino. Será verdade ou mito esta crença?

É verdade que as infeções urinárias são mais frequentes no género feminino, por razões de caráter anatómico, mas a sua origem está habitualmente nas bactérias do tubo digestivo, que se propagam facilmente à região urogenital por contiguidade. Não há infeções urinárias contraídas a partir do exterior, nem transmitidas por outrem, sendo a sua origem predominantemente endógena ou seja proveniente das bactérias do trato intestinal da pessoa infetada.

No que se refere às doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis e a gonorreia, a transmissão é feita, como a própria designação sugere, exclusivamente através de contacto sexual com a pessoa infetada. O coito anal seguido de contacto genital também pode causar uma infeção urinária.

A persistência prolongada de bactérias habitualmente causadoras de infeção urinária ou de doenças sexualmente transmissíveis no meio ambiente é fugaz, já que estas não sobrevivem por muito tempo fora do corpo do hospedeiro.

Mesmo que o equipamento sanitário tenha sido previamente utilizado por uma pessoa infetada, a probabilidade de contaminação do utilizador seguinte é praticamente nula.

A repugnância pela utilização de sanitários coletivos constitui uma reação natural, relacionada com preceitos de higiene, não havendo, contudo, razões para temer riscos improváveis. Resumindo, Trata-se de um mito cultivado de geração em geração e que se mantém nos nossos dias.

Tratamento de uma infeção urinária baixa

Não existe um tratamento único que sirva para todas as formas de infeção urinária. O medicamento mais indicado vai depender do agente causador, do sexo do paciente, do local do trato urinário acometido, da gravidade da doença e do estado clínico do paciente.

Tratamento da infeção da bexiga (cistite)

Cistite é o nome dado à infeção da bexiga, sendo a forma mais simples e mais comum de infeção urinária. A cistite ocorre preferencialmente em mulheres, sendo incomum em homens saudáveis.

A cistite apresenta-se habitualmente com disúria, aumento da frequência e urgência urinária. Também podem estar presentes dor supra-púbica, hematúria ou urina com cheiro fétido. A probabilidade destes sintomas corresponderem a cistite é de 50% se isolados e 90% se em combinação. O único exame complementar recomendado é a tira-teste. A urocultura deve ser reservada para doentes com pielonefrite não complicada, infeção recorrente ou com sintomatologia atípica

Vamos dividir a explicação do tratamento da cistite em 5 grupos:

  • Não complicada em mulheres.
  • Complicada em mulheres.
  • Grávidas.
  • Homens.
  • Urocultura positiva em pacientes sem sintomas.

Cistite não complicada

Infeção urinária recorrente

A infeção da bexiga que ocorre em mulheres sem problemas de saúde é chamada de cistite não complicada. Este é o tipo mais comum de infeção urinária.

ITU recorrente não complicada

Define-se pela existência de pelo menos três episódios em 12 meses. Esta pode ser originada pela reemergência de bactérias de um determinado locus no aparelho urinário (infeção persistente) ou por nova colonização do aparelho urinário (reinfeção)

Quais as bactérias que causam a cistite?

A imensa maioria dos casos de cistite não complicada é causada pela bactéria Escherichia coli (E.coli), mas outras bactérias também podem ser a causa, tais como:

  • Proteus mirabilis,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Staphylococcus saprophyticus.

Tratamento para a cistite não complicada

O tratamento da cistite não complicada em mulheres deve sempre incluir um antibiótico que tenha ação contra estas bactérias, principalmente sobre a E.coli, responsável por mais de 80% dos casos.

A escolha do antibiótico é feita mais corretamente quando baseada nos resultados da urocultura, exame de urina usado para identificar qual é a bactéria causadora da infeção. No resultado da urocultura, além da identificação da bactéria, o laboratório também fornece uma lista com os antibióticos que invitro se mostraram mais eficazes para combatê-la. Esta lista é chamada antibiograma. Portanto, quando o médico tem acesso ao resultado da urocultura, a escolha do antibiótico deve-se sempre basear no antibiograma.

Cabe ressaltar que na maioria das vezes a cistite é uma infeção simples e de fácil tratamento, não havendo necessidade de solicitar urocultura para todos os casos. O resultado da urocultura demora de 2 a 4 dias para ficar pronto, o que atrasaria em vários dias o início do tratamento e o alívio dos sintomas. Em geral, como os sintomas são muito típicos, na suspeita de cistite não complicada em mulheres, o médico está autorizado a começar antibióticos empiricamente, sem pedir qualquer exame.

Os medicamentos mais utilizados contra a cistite são os antibióticos que agem sobre as bactérias que habitualmente provocam infeção urinária, principalmente contra a bactéria E.coli. As melhores opções de tratamento empírico da cistite (sem orientação do antibiograma) segundo recomendações internacionais, são apresentadas no quadro seguinte:

Cistite_tratamento,_recomendações_internacionais melhorsaude.orgA escolha do melhor tratamento cabe ao médico, baseado no conhecimento do perfil de sensibilidade da E.coli em cada comunidade. Há locais, por exemplo, onde a taxa de resistência da E.coli ao Bactrim® (Cotrimoxazol) é elevada, não sendo esta uma boa opção para tratamento empírico.

Cistite complicada

Infeção persistente

Na persistência bacteriana, o microrganismo isolado é habitualmente sempre o mesmo e as infeções são separadas por um curto hiato temporal. A infeção persistente relaciona-se com anomalias do aparelho urinário que são habitualmente corrigíveis (ver quadro). O estudo morfológico e/ou funcional é de extrema importância, de modo a identificar e corrigir a anomalia que perpetua a infeção.

O quadro seguinte descreve as anomalias do aparelho urinário responsáveis por persistência bacteriana:

Anomalias_do_aparelho_urinário_responsáveis_por_persistência_bacteriana melhorsaude.org

Cistite complicada é a infeção da bexiga que ocorre em mulheres com algum problema de saúde que aumente o risco de falha no tratamento. São geralmente consideradas cistites complicadas aquelas que ocorrem em doentes com:

– Diabetes.
– História de pielonefrite aguda nos últimos 12 meses.
– Sintomas prolongados de infeção urinária.
– Infeção urinária por bactéria multirresistente.
– Infeção urinária adquirida em ambiente hospitalar.
– Insuficiência renal.
– Obstrução do trato urinário.
– Presença de cálculo renal.
– Presença de um cateter vesical, stent ureteral ou nefrostomia.
– Instrumentação ou cirurgias recentes do trato urinário.
– Anormalidade anatómica do trato urinário.
– Incontinência urinária.
– História de infeção do trato urinário na infância
– Transplante renal ou outras causas de imunossupressão.

Doentes com cistite complicada devem sempre recolher urina para fazer a urocultura e só depois começar o tratamento. Não é preciso esperar pelo resultado dos exames para começar o tratamento com antibióticos, mas ter um antibiograma e a bactéria causadora da infeção urinária identificada dentro de 2 ou 3 dias ajuda muito a decidir o próximo passo, caso o paciente não tenha melhorado nas primeiras 72 horas de tratamento empírico.

Profilaxia_antibiótica_recomendada_pela_EAU melhorsaude.org

As melhores opções de tratamento empírico (sem orientação do antibiograma) da cistite complicada incluem:

  • Levofloxacina 500 a 750mg 1x por dia por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.
  • Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.

Se o paciente não apresentar sinais de melhora em 2 ou 3 dias, o antibiótico deve ser trocado de acordo com o antibiograma, que já deverá estar disponível nesta altura.

Nos casos de doentes com cálculos renais ou obstruções do trato urinário, a remoção cirúrgica destes pode ser necessária para que o tratamento tenha sucesso. Do mesmo modo, doentes com sonda vesical ou stent no ureter podem ter que trocá-los para conseguir combater a infeção urinária. A bactéria pode-se alojar em qualquer uma destas estruturas e conseguir “esconder-se ” do antibiótico, sendo muito difícil a sua eliminação apenas com medicamentos.

Cistite em grávidas

Aproximadamente 2% das mulheres grávidas apresentam pelo menos um episódio de cistite durante a gestação. O risco de ascensão das bactérias da bexiga em direção aos rins é maior nas mulheres grávidas, fazendo com que qualquer cistite neste grupo seja considerada uma cistite complicada. Além disso, a presença de bactérias na urina está associada a problemas na gravidez, como parto prematuro, baixo peso do feto e morte fetal.

Devido ao risco de má formações fetais, nem todos os antibióticos podem ser usados nas mulheres grávidas. Por isso, as gestantes merecem uma abordagem distinta das outras pacientes com cistite complicada.

Todas as gestantes com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:

  • Nitrofurantoína 100 mg de 12/12 horas por 5 dias.
  • Amoxicilina-ácido clavulânico 500 mg de 12/12 horas por 3 a 7 dias.
  • Fosfomicina 3 g em dose única.
  • Cefalexina 500 mg de 12/12 horas durante 3-7 dias.

O Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas por 3 dias é uma opção, mas apenas a partir do segundo trimestre, devendo este ser evitado nas primeiras 12 semanas de gravidez.

Os antibióticos da família das quinolonas, como ciprofloxacina, norfloxacina e levofloxacina são contraindicados na gravidez.

Uma semana após o fim do tratamento, a urocultura deve ser repetida para se confirmar a eliminação da bactéria. Se a urocultura for novamente positiva para a mesma bactéria, o tratamento deve ser repetido, desta vez por mais tempo.

Por outro lado, se a urocultura confirmar a eliminação da bactéria, ela deve ser repetida todos os meses até ao final da gestação, para termos certeza de que não haverá novas infeções.

Cistite em homens

A cistite é um quadro muito menos comum em homens do que em mulheres, devido ao maior comprimento da uretra, ao ambiente peri uretral menos húmido, à menor colonização de bactérias na região ao redor da uretra e à presença de substâncias antibacterianas no líquido prostático.

Habitualmente, as cistites em homens ocorrem naqueles com anormalidades do trato urinário, sejam má-formações em crianças pequenas ou doenças urológicas em pacientes idosos, como problemas da próstata. No entanto, cistites não complicadas podem ocorrer em um pequeno número de homens entre os 15 e os 50 anos de idade, sem nenhum problema de saúde.

Todos os homens com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:

      • Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.
      • Levofloxacina 500mg 1x por dia durante no mínimo 7 dias.
      • Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.

Se após 48-72 horas não houver melhoras, o tratamento deve ser ajustado de acordo com o resultado da urocultura e do antibiograma. Nestes casos, uma investigação para alterações na anatomia urológica deve ser avaliada

É preciso ter sempre em mente que sintomas de infeção urinária em homens não necessariamente indicam uma cistite, já que prostatite e uretrite, como no caso da gonorreia , podem ter sintomas muito parecidos.

UROCULTURA

A urocultura, também chamada de urinocultura ou cultura de urina, é o exame de urina que identifica a presença de bactérias. Como os rins e a bexiga são locais estéreis, ou seja, sem micróbios presentes, a identificação de uma bactéria na urina costuma ser um forte indicador de uma infeção urinária.

É importante salientar, porém, que nem sempre a presença de bactérias indica uma infeção ativa. Algumas delas podem colonizar a uretra e a bexiga sem necessariamente causar doença.

A urocultura é feita através da colocação da urina em um meio propício à reprodução de bactérias, chamado meio de cultura. Caso a urina contenha bactérias, em 48 horas será possível identificar a formação de colônias de bactérias, podendo, deste modo, identificarmos qual tipo de bactéria está presente e quais antibióticos mais eficazes contra essas bactérias (antibiograma).

No resultado da urocultura normalmente estão presentes o tipo de bactéria, o número de colônias formadas pela mesma e a lista de antibióticos sensíveis e resistentes.

Urocultura, resultado é positivo se:

  • UFC (Unidades Formadoras de Colónias) > 100.000

UROCULTURA POSITIVA EM PACIENTES SEM SINTOMAS – BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA.

Cistite é a inflamação da bexiga causada por bactérias. A simples presença de bactérias na urina, sem sinais de inflamação da bexiga não é considerada uma infeção, mas sim uma colonização. Uma analogia fácil de entender é com a pele. Ter bactérias presentes na pele é completamente diferente de ter uma infeção de pele. Portanto, a simples presença de bactérias na urina não é suficiente para o diagnóstico de uma infeção. Para ser cistite é preciso que o paciente tenha sintomas de uma bexiga inflamada, como dor para urinar, sangue na urina, vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia, etc.

Mesmo no caso da bactéria E.coli, há estirpes menos virulentas, capazes de proliferar na urina, mas sem força para causar inflamação da bexiga. Uma urocultura positiva, mesmo para E.coli, em um paciente sem nenhuma queixa, não deve ser valorizada na maioria dos casos. Na verdade, se o paciente não tem queixas urinárias, não faz sentido solicitar uma urocultura.

A presença de bactérias na urina sem sintomas é chamada bacteriúria assintomática e não deve ser tratada com antibióticos na grande maioria dos casos. As únicas exceções são as grávidas e os pacientes que irão ser submetidos a cirurgias urológicas. Nestes casos está indicada a realização de urocultura, mesmo sem sintomas, e o tratamento de acordo com o resultado do antibiograma. Em todos os outros casos, o tratamento da bacteriúria assintomática não apresenta benefícios e pode ainda estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes.

Profilaxia antibiótica

A profilaxia antibiótica está recomendada se existirem dois ou mais episódios de ITU (Infeção do Trato Urinário) em seis meses ou três ou mais episódios em 12 meses. Deve ser utilizada apenas depois da falência das medidas gerais e, em opção, da imunoprofilaxia e/ou arando vermelho.

Deve ser iniciada apenas depois de erradicada a infeção e a escolha do antibiótico deve ser realizada caso a caso e tendo em atenção o padrão de sensibilidades do microrganismo isolado.

A Tabela seguinte lista as várias opções.

Profilaxia_antibiótica_recomendada_pela_EAU melhorsaude.org

Existem três esquemas possíveis, a saber:

  • Profilaxia contínua;
  • Profilaxia pós-coito;
  • Terapêutica Auto constituída.

Profilaxia contínua

A profilaxia contínua é realizada com uma toma diária (ao deitar) ou a intervalos regulares. Está indicada para a maioria das doentes com indicação para profilaxia antibiótica. Implica uma monitorização regular (mensal a trimestral) com urocultura, pois a recidiva pode ser assintomática.

A duração habitual do primeiro ciclo de profilaxia contínua é de seis meses. Após o seu término, quase um terço dos doentes apresentará uma remissão prolongada. Mas a maioria vai retomar a frequência habitual de ITU, pelo que a profilaxia deverá ser retomada.

Profilaxia pós-coito

A profilaxia pós-coito, que apresenta taxas de sucesso equivalentes à profilaxia contínua, deve ser reservada para os casos em que existe uma relação causa-efeito entre a atividade sexual e os episódios de ITU. A mulher deve ser instruída a fazer a toma da dose recomendada até duas horas após o coito e não ultrapassar uma toma diária, independentemente da frequência da atividade sexual.

Terapêutica autoinstituída

A terapêutica autoinstituída deve ser reservada para mulheres diferenciadas, capazes de reconhecer a sintomatologia e interpretar uma tira-teste. A estas mulheres deve ser fornecido um ciclo completo de antibioterapia, preferencialmente um ciclo de três dias de quinolona. Não há necessidade de realizar urocultura, mas devem estar avisadas para consultar um médico se a sintomatologia não resolver em 48 horas.

Imunoprofilaxia

A imunoprofiláxia na infeção urinária, de forma similar a uma vacina e consiste em estimular o sistema imunitário para reagir contra uma determinada bactéria que habitualmente provoca infeção no trato urinário. O único Imuno-estimulante oral suficientemente documentado e recomendado pelas guidelines da EAU é o extrato de Escherichia coli (OM-89) – Uro-Vaxom®. A utilização deste lisado bacteriano reduz a taxa de recidivas infeciosas em 39%. Esta abordagem tem a mais-valia de não alterar a flora intestinal, nem a flora vaginal nem as taxas de resistência aos antibióticos.

Arando vermelho

Tem sido utilizado na prática, mas os estudos clínicos são contraditórios. Apesar da controvérsia, está recomendada a ingestão diária de 36 mg de proantocianidina tipo A – o principio ativo, que impede a ligação da E.coli ao urotélio.

Utilização oral ou vaginal de probióticos

A utilização oral ou vaginal de probióticos como forma de regularizar a flora vaginal, e deste modo competir com os uropatogénios, tem sido estudada mas os resultados ainda não estão validados . É aceitável a utilização das duas estirpes mais estudadas:

      • Lactobacillis rhamnosus GR-1,
      • Lactobacillis reuteri RC-14.

Estrogénios por via vaginal

A utilização de estrogénios por via vaginal tem sido advogada para mulheres pós-menopausa, pois restitui as características da vagina, permitindo a recolonização desta por lactobacilos.

Como evitar infeções urinárias?

Embora sem nível de evidência e com poucos estudos clínicos válidos, existem algumas medidas gerais que são habitualmente recomendadas:

Em resposta à publicação deste artigo algumas leitoras partilharam que conseguiram resultados extraordinários com a introdução de probióticos na alimentação ao mesmo tempo que eliminavam o excesso de açúcar e o glúten. De facto tratar bem a nossa flora intestinal (comer de forma saudável) é talvez o melhor investimento que podemos fazer na nossa saúde juntamente com o exercício físico adequado e uma boa qualidade de sono!

Concluindo

Uma infeção urinária pode ter consequências muito graves se afetar o rim. Esteja atenta aos sintomas, principalmente de dor lombar associada a febre e consulte de imediato um médico. O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo que está errado e pode ser potencialmente perigoso ou até fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

Por favor, PARTILHE ESTE ARTIGO e ajude imensas pessoas principalmente mulheres a prevenirem e tratarem atempadamente infecções muito perigosas!

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Mononucleose e doença do beijo a verdade




Mononucleose infecciosa ou doença do beijo o que é? Quais os sintomas? Como se apanha? Qual a sua causa? Quais os seus perigos? Quem são as faixas da população mais expostas? Qual o melhor tratamento? Segundo os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o Epstein Barr Vírus (EBV)  é uma dos vírus mais comuns a nível mundial e transmite-se principalmente pela saliva daí o nome de Doença do Beijo.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Porque se chama doença do beijo?
  • Doença do beijo: Como se transmite o vírus?
  • Quanto tempo pode ficar o vírus no organismo depois dos sintomas desaparecerem?
  • Quem tiver contraído o vírus não deve beijar ninguém durante muitos meses?
  • O vírus da mononucleose é muito infecioso?
  • Quais os sintomas?
  • Como se diferencia da faringite comum?
  • Pode provocar manchas no corpo?
  • É verdade que pode afetar com gravidade o baço?
  • O fígado pode ser afetado?
  • Que complicações menos comuns podem acontecer?
  • Quais os riscos para uma grávida que contraia a doença do beijo?
  • O que é a síndrome de mononucleose?
  • Qual a diferença entre síndrome de mononucleose e a doença mononucleose infecciosa?
  • Quais as principais doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Qual o melhor tratamento?
  • Pode provocar fadiga crónica?
  • Como beijar bem ? 🙂

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Doença do beijo o que é?

A mononucleose também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Mononucleose e vírus Epstein Barr como se apanha?

O vírus Epstein Barr é transmitido de humano para humano através da saliva. Por este motivo ganhou a alcunha de “doença do beijo”. Além do beijo, a mononucleose pode ser transmitida das seguintes formas:

  • Tosse
  • Espirro
  • Objectos como copos e talheres
  • Sempre que haja contacto com a saliva de uma pessoa contaminada

Quanto tempo fica no organismo?

Um indivíduo infectado pelo Epstein-Barr pode manter-se com o vírus na sua orofaringe  durante 18 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas com quem mantenha algum contacto íntimo, principalmente se prolongado. É por isso que a maioria das pessoas que desenvolve mononucleose não se recorda de ter tido contacto com alguém doente. A própria pessoa que transmite o vírus também nem sequer imagina que ainda possa transmiti-lo. Não é de estranhar, portanto, que apesar da baixa infectividade, em alguns países mais de 90% da população adulta já tenha tido contato com o vírus da mononucleose.

Contágio: Quando se contrai o vírus?

Posso beijar alguém se tiver o vírus?

Na maioria dos casos, as pessoas têm o primeiro contacto com o vírus da mononucleose ainda em criança. Esta infeção passa despercebida porque o vírus da mononucleose não costuma causar a doença quando adquirido na infância. Na verdade, menos de 10% das crianças que se contaminam com o Epstein-Barr desenvolvem algum sintoma. Portanto, a imensa maioria da população já teve contacto com o vírus da mononucleose e já possui anticorpos, estando imunes ao vírus.

Adolescência, qual a frequência?

Os casos de mononucleose na adolescência e juventude ocorrem naquela minoria que por acaso não foi contaminada ainda quando criança. Ao contrário do que ocorre nas crianças, nos adolescentes e adultos jovens a mononucleose infecciosa costuma causar os sintomas clássicos que serão descritos mais adiante.

Vírus Epstein barr é muito infeccioso?

Apesar do modo de transmissão ser semelhante ao da gripe, o Epstein Barr é um vírus menos contagioso, o que faz com que seja possível haver contacto com pessoas infetadas e não se infectar. A infecção só ocorre após contacto prolongado de uma pessoa contaminada com outra que nunca tenha sido exposta ao vírus. Portanto, quando se soma o facto da maioria da população já ser imune à mononucleose com a natural baixa taxa de contaminação do vírus, o risco de transmissão entre jovens e adultos é muito baixo. Logo, uma vez curado dos sintomas, não há motivos para impedir ninguém de voltar a namorar.

Sintomas

Quando adquirida na infância, a mononucleose costuma passar despercebida. Menos de 10% das crianças infetadas apresentam sintomas. Essa incidência começa a subir com o passar dos anos, atingindo seu ápice entre os 15 e 24 anos. Esta é a faixa etária que mais costuma apresentar infeção sintomática. A mononucleose é rara após os 30 anos, uma vez que virtualmente todos neste grupo já terão sido expostos ao vírus em algum momento da vida.

Nas pessoas que desenvolvem sintomas, o período de incubação, ou seja, desde o contacto até ao aparecimento da doença, é em média de 4 a 8 semanas.

Os sintomas típicos da mononucleose incluem:

  • Febre
  • Cansaço
  • Dor de garganta
  • Aumento dos nódulos linfáticos do pescoço (ínguas)

É um quadro muito semelhante às faringites comuns causadas por outros vírus e bactérias. Pode também em alguns casos confundir-se com uma gripe por apresentar alguns sintomas semelhantes tais como:

  • Febre,
  • Dores musculares,
  • Tosse,
  • Cansaço.

Outros sintomas inespecíficos que podem aparecer incluem:

  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Tosses
  • Náuseas também são comuns

Na mononucleose a fadiga costuma ser intensa e persiste durante semanas mesmo depois de desaparecerem todos os outros sintomas.

O QUE DETESTAS NA SAÚDE-

Faringite vs Mononucleose diferenças

O aumento dos nódulos linfáticos na mononucleose infeciosa é um pouco diferente dos da faringite comum, a saber:

  • Afetam principalmente as cadeias posteriores do pescoço
  • Frequentemente espalham-se pelo resto do corpo

Manchas no corpo será da mononucleose?

Uma dica para o diagnóstico diferencial entre as faringites bacterianas e a mononucleose é que nesta pode haver o aparecimento de uma rash (manchas vermelhas) pelo corpo após o início do tratamento com  antibióticos, principalmente amoxicilina. Uma situação clássica é o doente procurar o médico por causa de uma infeção na garganta e receber uma prescrição de amoxicilina para tratamento. O doente começa a tomar os antibióticos e horas depois surgem manchas vermelhas difusas pelo corpo.

Baço afetado de forma perigosa?

Sim, um  sinal característico da mononucleose é o aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Quando este ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de rutura do mesmo. A rutura esplênica (rutura do baço) é rara, mas quando acontece leva a risco de morte devido ao intenso sangramento que se sucede. O baço aumenta tanto de tamanho que pode ser palpável abaixo das costelas à esquerda do abdómen..

Fígado e Hepatite

Ser afetado o fígado não é incomum, podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia em até 20% dos casos.

Complicações menos comuns

Outras complicações descritas, porém, menos comuns, são:

  • A síndrome de Guillain-Barré
  • Paralisia facial

SUGERE UM TEMA (1)

Mononucleose e a Gravidez

A mononucleose não costuma causar  problemas de maior quando adquirida durante a gravidez. Não há evidências de aumento do risco de má-formação, aborto ou parto prematuro.

Síndrome de mononucleose e doença mononucleose qual a diferença?

Um facto que causa muita confusão, inclusive entre médicos, é a diferença entre a doença mononucleose infeciosa e a síndrome de mononucleose. O primeiro, a mononucleose infeciosa, é causado pelo Epstein barr vírus e é o objeto deste artigo.

A síndrome de mononucleose  engloba todas as doenças que apresentam o seguinte quadro de sintomas:

  • Dor de garganta
  • Nódulos linfáticos aumentados
  • Febre
  • Aumento do tamanho do baço

Entre as doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose destacam-se:

  • HIV
  • Citomegalovírus
  • Linfomas

Resumindo, ter mononucleose infecciosa é diferente de ter uma síndrome de mononucleose.

Diagnóstico da mononucleose infecciosa

O diagnóstico da mononucleose é feito através do quadro clínico e é confirmado por análises de sangue. No hemograma da mononucleose é frequente o aumento do número de leucócitos (leucocitose), causado pela maior produção de linfócitos (linfocitose), ou seja, o doente apresenta leucocitose e linfocitose. Quando o fígado é afetado, pode haver elevação das enzimas hepáticas, chamadas de TGO e TGP.  Em resumo as análises de sangue apresentam:

  • Aumento do número de leucócitos ( leucocitose )
  • Aumento do número de linfócitos ( linfocitose )
  • TGO aumentada
  • TGP aumentada

Diagnóstico definitivo

O diagnóstico definitivo, porém, é feito através da sorologia, com a pesquisa de anticorpos específicos de vários antigénios existentes nas estruturas do vírus de Epstein-Barr (anticorpos anti EBV-VCA IgG e IgM; anti-EAD e anti-EBNA). A combinação destes resultados permitem-nos detetar a existência de mononucleose infeciosa, assim como se estamos perante uma doença ativa ou se apenas existem anticorpos desenvolvidos com uma doença antiga.

Tratamento mais eficaz

O tratamento é sintomático ou seja baseia-se no amenizar dos sintomas e repouso. Não há droga específica para o vírus e o quadro costuma resolver-se espontaneamente em duas semanas. Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios pelo menos durante quatro semanas.

Resumindo o tratamento:

  • Tratamento da febre ( com antipiréticos como paracetamol )
  • Tratamento das dores ( com analgésicos como paracetamol )
  • Tratamento da tosse ( antitussicos )
  • Tratamento das nauseas ( antieméticos como domperidona )
  • Repouso
  • Hidratação

Fadiga crónica

Durante muitos anos associou-se a mononucleose com a síndrome da fadiga crónica . Porém, hoje sabe-se que a fadiga da mononucleose é diferente. O cansaço prolongado que pode ocorrer normalmente não vem associado com os outros sintomas da síndrome da fadiga crónica e normalmente ocorre por reactivações mais fracas do vírus.

Estudos recentes

De seguida descrevo alguns dos estudos publicados nos últimos anos:

COMO BEIJAR BEM? 🙂

Já que falamos de beijo e em jeito de nota de boa disposição aqui ficam de seguida 5 dicas para ensinar a beijar bem, segundo uma “autoridade” no assunto!

Beijar e ser beijado é tema de diversos livros de todos os tipos (as culturas orientais dispõem de tratados inteiros sobre esse tema). Um exemplo de manual prático para beijar bem é a obra da especialista americana em marketing Tomina Edmark, The kissing book, na qual se revelam as cinco dicas que asseguram que um beijo seja inesquecível, a saber:

  1. Selecionar a pessoa adequada (para conseguir uma perfeita comunhão física e mental).
  2. Escolher um lugar propício (é melhor um lugar privado do que público, e silencioso).
  3. Decidir o momento oportuno.
  4. Inclinar-se até que os lábios se toquem levemente. Fazer isso devagar e começar com suavidade.
  5. Estabelecer um contacto visual com a parceira/o porque os olhos proporcionam valiosíssima informação sobre como o outro se sente. Se os olhares não se encontram, é um aviso de retirada.

O que acontecer depois permitirá interpretar se o desejo de beijar correspondia a um impulso qualquer ou era o início de algo muito mais intenso.

Concluindo

A doença do beijo ou mononucleose infeciosa não é geralmente uma doença grave mas se o baço for afetado é necessário uma vigilância mais apertada por causa do risco de rutura e hemorragia grave. Na maioria dos casos como fomos uns “bebés muito queridos” os nossos amigos e familiares deram-nos tantos beijos que é muito difícil não apanhar o vírus com tenra idade! Significa que a maioria de nós ficou imune logo desde a infância pelo que, mais tarde na adolescência,  se tiver o azar de namorar com alguém que contraia o vírus da mononucleose infeciosa isso não vai ser impedimento para continuar a celebrar o namoro com beijos mais carinhosos 🙂 … porque, provavelmente, já está imune.

Fique bem

Franklim Fernandes

Bibliografia:

Por favor PARTILHE este artigo com os seus amigos para que fiquem bem informados e já agora, para os que necessitarem   também dicas sobre beijar… BEM e ser mais FELIZ

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SARNA COMO DESCOBRIR E TRATAR




Sarna ou escabiose como tratar (scabies) toda a verdade! Conhecida popularmente por sarna humana ou pereba, segundo a Public Library of Science (PLoS) é uma doença de pele causada por um ácaro chamado Sarcoptes scabiei. A sarna é uma infeção contagiosa, que pode-se espalhar rapidamente através de contacto físico próximo, entre pessoas que habitam na mesma casa ou crianças em creches e escolas.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

    • Sarna: O que é?
    • Causas da sarna: Quais são?
    • Ácaro sarcoptes scabiei: O que é?
    • Como se transmite a sarna?
    • Posso apanhar sarna do meu cão ou gato?
    • Qual o período de incubação da sarna?
    • Em que altura do ano é mais comum?
    • Quais os sintomas?
    • Quais as características do túneis de sarna?
    • O que é a sarna crostosa ou Norueguesa?
    • Quem corre maior risco de infestação?
    • Qual o tratamento mais eficaz para a sarna?
    • Qual o tratamento mais eficaz para a sarna crostosa ou Norueguesa?
    • Quem teve contacto com infectados deve ser tratado?
    • Que cuidados deve ter com a roupa?
    • Quais os estudos mais recentes?


Sarna e ácaro Sarcoptes scabiei o que é?

No Homem, a doença é causada pela subespécie Sarcoptes scabiei var hominis, designando-se por Sarna Sarcótica ou Escabiose. O ácaro Sarcoptes scabiei é uma espécie de aracnídeo considerada como tipo, com diversas variedades que se distinguem pelo tamanho, disposição das escamas dorsais, dimensões, entre outras caraterísticas diferenciais e estas, por sua vez, podem-se encontrar em hospedeiros distintos, como Mamíferos e Homem. São, ainda, consideradas, quanto ao tipo de parasitismo, como ectoparasitas, dado que vivem na superfície do corpo (pele) do hospedeiro, do qual extraem nutrientes.

Os ácaros são seres microscópicos de oito patas, da classe dos aracnídeos. O Sarcoptes scabiei tem um tamanho médio de 0,3 milímetros, que é aproximadamente o limite do que o olho humano consegue ver.

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Ácaro da sarna:  Sarcoptes scabiei

O Sarcoptes scabiei é um parasita que vive, alimenta-se e reproduz-se na nossa pele. O ciclo de vida deste ácaro dura cerca de 30 dias. Após a cópula, o ácaro macho morre enquanto a fêmea penetra através das camadas superficiais da pele, criando um microscópico túnel, onde fica alojada, depositando os seus ovos durante toda a sua vida, que dura cerca de 30 a 60 dias. A fêmea do Sarcoptes scabiei liberta 2 a 3 ovos por dia. Os ovos eclodem em três ou quatro dias, e as larvas recém nascidas fazem o caminho de volta em direção à superfície da pele, onde amadurecem e se podem espalhar para outras áreas do corpo.

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Os ácaros Sarcoptes scabiei produzem enzimas que degradam as proteínas da pele, principalmente a queratina, que serve de alimento para os mesmos. Conforme eles se movem através da epiderme, vão deixando para trás as suas fezes, criando lesões lineares na pele. As lesões e a comichão da escabiose são resultados de uma reação alérgica da pele contra o próprio ácaro, os seus ovos e as suas fezes.

Causas da escabiose 

Ter sarna não é necessariamente um sinal de má higiene. A escabiose é uma infecção transmitida entre pessoas através de contacto próximo.  Os casos mais habituais são entre familiares que vivem na mesma casa. A via sexual é outra maneira comum de se adquirir sarna. Exército, lares para idosos, creches, escolas e prisões são locais onde frequentemente há surtos de sarna.

O contacto entre crianças e adolescentes na escola não costuma ser próximo o suficiente para causar a transmissão, o que de modo algum significa que não haja risco. Do mesmo modo, um simples aperto de mão ou um rápido abraço não costumam ser suficientes para haver transmissão.

A transmissão ocorre, fundamentalmente, por contacto direto, ou seja, um doente entra em contacto com outro hospedeiro, ocorrendo a transferência das fêmeas recém fertilizadas (fêmeas ovígeras) pessoa a pessoa. Pode, contudo, surtir vetorização do tipo fomite, quando objetos inanimados veiculam o parasita entre os hospedeiros (por ex., roupas de cama ou vestuário, como é o caso de roupas íntimas).

O risco de contágio aumenta proporcionalmente com o número de ácaros que subsistem na pessoa atingida, assim como o respetivo período de contacto. Desta forma, considera-se que o contacto sexual constitui, provavelmente, o meio de transmissão mais proeminente entre os adultos.

Quanto tempo sobrevive o ácaro?

Quando S. scabiei abandona o hospedeiro, este poderá sobreviver no meio ambiente por um período de tempo estimado de 24 a 36 horas, à temperatura ambiente (21°C) e com uma humidade normal (40 a 80% de humidade relativa) e, ainda, por períodos de tempo mais longos, a temperaturas mais baixas e com uma humidade elevada. Esta circunstância torna possível a transmissão através de roupas, lençóis ou toalhas, apesar desta via não ser a mais comum. Verifica-se, contudo, que ao aumentar o tempo fora do hospedeiro, diminui proporcionalmente a capacidade do ácaro para contagiar outro hospedeiro. Este aracnídeo, com ausência visual, recorre aos meios sensoriais (odor) e estímulos térmicos para se fixar no hospedeiro

O ácaro Sarcoptes scabiei consegue sobreviver no ambiente durante 24 a 48 horas, o que torna possível a transmissão através de roupas, lençóis ou toalhas, apesar desta via não ser a mais comum.

Sarna do meu cão ou gato será contagiosa?

Animais, como cães e gatos, também podem ter sarna, mas o ácaro que os infecta é diferente, tornando a transmissão para humanos pouco comum. Quando ela ocorre é geralmente em animais realmente infestados pelo ácaro. Todavia, como o homem não é o hospedeiro habitual da sarna canina ou felina, o ácaro dos cães e gatos não se reproduz no humano e a infecção dura apenas alguns dias (o tempo de vida do ácaro).

Periodo de incubação

O período médio de incubação da sarna é de cerca de 6 semanas. Porém, nas pessoas reinfectadas, os sintomas podem surgir em apenas 24 horas. Uma pessoa contaminada é capaz de transmitir a sarna, mesmo que ainda esteja sem sintomas, durante o período de incubação.

Inverno é “amigo” da sarna!

A sarna aparece mais durante o Inverno porque o frio permite ao ácaro resistir um pouco mais nas superficies expostas.

Sintomas

O sintoma clássico da escabiose é uma comichão difusa pelo corpo, que costuma ser mais intensa à noite.

As lesões típicas da escabiose são:

  • Pequenas pápulas (pontinhos ou bolinhas com relevo) avermelhadas, de 1 a 3 mm de diâmetro. As lesões, às vezes, são tão pequenas que podem passar despercebidas ou camufladas pelos arranhões causados pela intensa comichão.

As lesões da sarna podem ser difusas e as partes do corpo mais afectadas são:

  • Mãos (principalmente entre os dedos),
  • Pulsos,
  • Cotovelos,
  • Axilas,
  • Mamilos (especialmente em mulheres),
  • Áreas à volta do umbigo,
  • Genitais (especialmente em homens),
  • Joelhos,
  • Nádegas,
  • Coxas,
  • Pés.

As costas são habitualmente poupadas e a cabeça, palmas e solas só costumam ser afectadas em crianças. As lesões da sarna, a comichão associada e o acto de coçar aumentam o risco de infecções secundárias e simuntâneas por bactérias.

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Tuneis de sarna

Os túneis produzidos pelas fêmeas do Sarcoptes scabiei também podem ser visíveis, apesar de não serem tão comuns como as pápulas. Estae tuneis geralmente apresentam-se como finos traçados na pele, discretamente elevados, que podem ter até 10mm de comprimento.

Sarna crostosa ou Norueguesa

Na maioria das pessoas com sarna, o número total de ácaros presentes não costuma ultrapassar uma centena. Após um aumento exponencial no início da doença, o sistema imunológico do doente consegue travar a multiplicação do Sarcoptes scabiei, mantendo a sua população mais ou menos estável.

Em doentes s com o sistema imunológico fragilizado, os ácaros podem conseguir multiplicar-se indefinidamente, chegando a alcançar uma população de mais de um milhão em alguns casos. Esta super infestação de Sarcoptes scabiei é chamada de sarna crostosa ou sarna norueguesa, que é a forma mais grave da escabiose.

Risco de infestação

As pessoas com maior risco contrair uma super infestação ou sarna Norueguesa são:

  • Idosos,
  • Portadores de SIDA (AIDS),
  • Hanseníase,
  • Linfoma,
  • Síndrome de Down
  • Outras doenças que provoquem alterações do sistema imunológico.

A sarna crostosa provoca grandes crostas vermelhas na pele, que se espalham facilmente se não forem tratadas. O couro cabeludo, mãos e pés são frequentemente afectados, embora as manchas possam ocorrer em qualquer parte do corpo. As lesões da sarna crostosa geralmente não provocam comichão e contêm um grande número de ácaros.


Tratamento da sarna

As duas opções mais utilizadas para o tratamento da escabiose são a Permetrina 5% ou a Ivermectina em comprimidos:

    • Benzoato de benzilo, 277mg/ml, solução cutânea ( Acarilbial®);
    • Vaselina com 6% de enxofreesta vaselina é geralmente preparada de forma manual na Farmácia que receber a prescrição médica;
    • Permetrina 5% por via tópica – deve ser aplicada em todo corpo do pescoço para baixo (nas crianças pode ser aplicada no rosto, com cuidado para não atingir os olhos), sendo enxaguada no banho após 8 a 14 horas. Após 1 ou 2 semanas, o processo pode ser repetido;
    • Ivermectina 3mg por via oral (Ivermectol®, Stromectol®, Ivomec®) –  usada em dose única, com repetição após 14 dias.
    • Moxidectina (cydectin®) – novo tratamento

Moxidectina, estudo recente:

Ivermectina

A taxa de sucesso dos tratamentos tópicos é elevada mas a Ivermectina é o tratamento mais adequado para surtos em lares de idosos, prisões ou habitações com muitos moradores porque é muito mais simples tomar um comprimido do que aplicar um creme por todo o corpo.

Em casos mais resistentes pode ser necessário um tratamento mais agressivo em cápsulas com dosagem mais elevada de Ivermectina. Descrevo, de seguida, uma formula para manipulação (não existe comercialmente) prescrita por um dermatologista:

Ivermectina …………………………………. 13 mg

Lactose ………………………….. q.b.p 1 cápsula

FSA

Quantidade: 2 cápsulas

Posologia: 1 cápsula por semana ao jantar durante 2 semanas

Benzoato de benzilo (Acarilbial®)

Destaco este tratamento em particular por ser muito eficaz e ter poucos efeitos secundários em parte devido à sua aplicação apenas local. O tratamento com o medicamento Benzoato de benzilo a 277mg/ml, solução cutânea (Acarilbial®) destina-se exclusivamente à aplicação na pele e tem uma taxa de sucesso próxima de 100% se forem efectuadas duas aplicações em dois dias consecutivos.

A não ser que o seu médico lhe dê outras indicações, no tratamento da escabiose (sarna) deve ser aplicado da seguinte forma:

  1. Tomar um banho quente durante cerca de 10 minutos, de preferência por imersão e secar convenientemente;
  2. Friccionar levemente, durante alguns minutos, com algodão embebido do medicamento, a pele do corpo (com exceção da face, olhos, mucosas e canal urinário) e deixar secar;
  3. Repetir a aplicação, deixar secar novamente e vestir-se;
  4. Passadas 24 a 48 horas, tomar outro banho e mudar a roupa do corpo e da cama.

Embora em alguns doentes um único tratamento seja suficiente para se obter a cura, a experiência mostra que, por vezes, é necessário aplicar o medicamento, nas condições acima referidas, durante 2 dias consecutivos e, eventualmente, repeti-lo após um intervalo de 7 a 10 dias.

O volume do produto não deve exceder os 30ml em adultos e os 20ml em crianças, em cada aplicação. Além do doente, devem ser tratados os seus parceiros sexuais e todas as pessoas em contacto próximo, nomeadamente os indivíduos que partilham a habitação. Recomenda-se a lavagem, em água quente, de toda a roupa que esteve em contacto com a pele, incluindo roupa da cama e toalhas.

Tratamento da sarna crostosa

A sarna crostosa é tratada com uma combinação dos dois medicamentos quem são usados simultâneamente cumprindo o seguinte esquema posológico:

  • Permetrina 5% aplicada diariamente durante 7 dias
  • Ivermectina 3mg, uma dose por dia nos dias 1, 2, 8, 9 e 15


Contacto sem sintomas deve ser tratado

É importante lembrar a pessoa infectada com o ácaro da sarna costuma demorar até 6 semanas para apresentar sintomas. Por isso, o tratamento também é recomendado para os membros da família e contactos sexuais, mesmo que estes não apresentem sintomas de escabiose.

Roupa e cuidados a ter

Toda a roupa de cama e vestuário das pessoas afectadas pelo ácaro ou que com estas tiveram contacto físico, deve ser lavada na máquina a 60ºC. A roupa que não possa ser lavada a essa temperatura deve ser colocada dentro de um saco plástico bem fechado durante uma semana porque porque o ácaro geralmente não resite mais de 3 dias no ambiente externo (na maioria dos casos apenas sobrevive 48 horas). Depois desse tempo lave à temperatura normal.

Estudos mais recentes

Neste espaço farei a actualização dos estudos recentes que forem relevantes para o estudo da sarna, que sejam publicados em plataformas crediveis. Aqui ficam alguns:

Concluindo

A sarna ou escabiose é uma doença que impressiona não só pelos sintomas mas também quando pensamos na possibilidade de termos um parasita que utiliza a nossa pele para fazer os seus tuneis e colocar os seus ovos! A presença de um parasita a colonizar-nos de forma tão visivel não deixa ninguém indiferente! A boa notícia é ter um tratamento de poucos dias, sendo essencialmente local e com elevada eficácia. De realçar mais uma vez que a sarna nem sempre está ligada ás condições de higiene podendo por isso afectar qualquer adulto ou criança e com maior incidência no tempo frio. Se começar a ter diversas erupções cutâneas estranhas e comichão consulte o seu médico para ter a certeza que nada de cuidado se passa.

Fique bem

Franklim Moura Fernandes

Bibliografia:

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Tiroide e intestino imunidade e hipotiroidismo


Tiroide intestino e imunidade, guia de incríveis influências: As doenças da Tiroide mais comuns são o hipotiroidismo (muitas vezes causado pela doença de Hashimoto), o hipertiroidismo e os nódulos da tiroide. A Thyroid Federation International agrega organizações de apoio aos doentes da Tiroide de pelo menos 19 países, quase todos desenvolvido como por exemplo The Australian Thyroid Foundation ou a Thyroid Foundation of Canada. Isto é mais um facto que realça a forte prevalência das doenças da Tiroide na população principalmente dos países ditos “mais evoluídos”! Mas afinal o que se passa com a Tiroide? Qual a sua surpreendente ligação com o nosso intestino?

O que é a tiroide? Qual a sua função? Porque é importante? Quais os sinais de problemas? Como devem ser tratados? Como podem ser evitados? Sabia que as doenças da tiroide são muito comuns, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens?

Leia também: Cão deteta cancro da tiroide!

Existem múltiplas doenças da tiroide. Algumas caraterizam-se pelo incorreto funcionamento da tiroide. A tiroide produz e liberta para a circulação sanguínea duas hormonas, essenciais à vida, uma vez que exercem múltiplos efeitos no metabolismo, crescimento e desenvolvimento do nosso organismo.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

      • O que é a tiroide?
      • Qual a função da tiroide?
      • Para que servem as hormonas tiroideias?
      • Tiroide e o intestino qual a surpreendente relação?
      • Sistema imunitário e tiroide qual a importante ligação?
      • O que se passa se o intestino funcionar mal?
      • Como é regulada a tiroide?
      • Como se avalia atividade da tiroide?
      • Quais as principais doenças da tiroide?
      • As doenças da tiroide têm tratamento?
      • Nódulos da tiroide, o que são?
      • Qual a causa dos nódulos na tiroide?
      • Que tipos de nódulos existem?
      • Quais os exames que devem ser feitos?
      • Quais as características dos nódulos benignos vs malignos?
      • O que é o hipotiroidismo?
      • Quais as causas do hipotiroidismo?
      • Doença de Hashimoto: O que é?
      • Quais as causas da Doença de Hashimoto?
      • Porque temos falta de nutrientes?
      • Doença de Hashimoto: Quais os 6 nutrientes mais importantes?
      • Quais os sintomas de hipotiroidismo?
      • Como é diagnosticado o hipotiroidismo?
      • Quais os tratamentos para o hipotiroidismo?
      • O que é o hipertiroidismo?
      • Quais as causas de hipertiroidismo?
      • Hipertiroidismo: Quais os sintomas?
      • Como é diagnosticado o hipertiroidismo?
      • Quais os tratamentos para o hipertiroidismo?
      • O que é o cancro da tiroide?
      • Qual a causa do cancro da tiroide? Como é diagnosticado o cancro da tiroide?
      • Como é tratado o cancro da tiroide?
      • Como é seguido o doente com cancro da tiroide
      • Qual a importância da vigilância regular?
      • Quais as doenças da tiroide na gravidez?
      • Quais as alterações da tiroide normais durante a gravidez?
      • Quais as doenças mais comuns da tiroide durante a gravidez?
      • Quais os tratamentos mais indicados durante a gravidez?
      • Qual a influência das doenças da tiroide na amamentação?
      • Pode amamentar-se fazendo o tratamento?

Este artigo está disponível em pdf na nossa área reservada.

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Tiroide o que é?

A tiroide é uma glândula localizada na base do pescoço, por cima da traqueia (logo abaixo da maçã de Adão nos homens). Tem a forma de uma borboleta, sendo constituída por dois lobos unidos por uma porção central chamada istmo. O nome deriva do Grego “thyreos” que significa escudo pois a sua forma de facto faz lembrar um escudo!

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Função da tiroide

A tiroide é uma glândula de secreção endócrina, isto é, produz hormonas que são libertadas para a circulação sanguínea, chamadas hormonas tiróideas, a saber:

  • Triiodotironina (T3),
  • Tetraiodotironina (tiroxina ou T4).

A T3 é a forma ativa da hormona formada principalmente a partir da conversão da T4 nos tecidos periféricos do organismo.

T3 e T4 hormonas tiróideas, para que servem?

As hormonas tiróideas são essenciais à vida e exercem múltiplos efeitos a três níveis:

  • Metabolismo,
  • Crescimento,
  • Funcionamento do organismo.

Estas hormonas são responsáveis por uma enorme variedade de funções e comunicações com todos os outros sistemas do nosso organismo mas particularmente com o intestino.

Através do sangue são transportadas a todas as células do nosso corpo, influenciando o seu metabolismo. Duma forma simples podemos dizer que regulam a velocidade com que as células trabalham. Se há um aumento da produção de hormonas tiróideas como no hipertiroidismo , o nosso organismo está acelerado, por exemplo há um aumento da frequência cardíaca e o funcionamento do intestino torna-se mais rápido.

Por outro lado se há uma menor produção de hormonas tiróideas, hipotiroidismo, a frequência cardíaca diminui e o intestino trabalha mais lentamente podendo originar obstipação.

É a tiroide que decide quanto "combustível" vamos utilizar para cada tarefa fisiológica, metabólica e física que tenhamos de efetuar. Por isso contribui de forma decisiva para o nosso bem-estar mental, emocional, ajudando a pensar mais depressa ou mais devagar e influenciando até a nossa função e desejo sexual.

Tiroide e o intestino

Tiroide e intestino estão intimamente ligados de tal forma que problemas no intestino influenciam decisivamente o funcionamento da tiroide e vice-versa. A tiroide ajuda a regular a motilidade intestinal e fortalece a integridade da mucosa do trato gastrointestinal. Isto e muito importante por duas ordens de razões:

      • O intestino converte um quinto da hormona T4 (forma inativa) em T3 (forma ativa);
      • O intestino serve de interface entre a tiroide e o sistema imunitário.

Sistema imunitário e tiroide

Grande parte do sistema imunitário está localizado logo por baixo da única camada de células que reveste o nosso intestino. Isso mesmo… leu bem o nosso intestino e tudo o que “por lá passa” apenas é separado do sistema imunitário por uma única camada de células fortemente ligadas entre si. Por sua vez esta ligação forte entre as células da mucosa intestinal, curiosamente, não é feita por uma espécie de “cola” mas sim por uma espécie de “portal” que se abre e fecha apenas para deixar passar os nutrientes que nos são essenciais, depois de decompostos nas suas formas mais básicas, tais como:

  • Aminoácidos (para produção de proteínas);
  • Monossacarídeos (para produção de hidratos de carbono);
  • Monoglicerídeos (para produção de gordura).

O bom funcionamento do intestino depende imenso da correta motilidade intestinal que por sua vez é regulada pela tiroide.

Permeabilidade intestinal

Quando a motilidade intestinal está alterada, originando por exemplo obstipação ou diarreia, existe uma maior probabilidade do “portal” que une as células da mucosa intestinal ficar em linguagem simples “encravado no modo aberto” colocando em contacto direto e permanente o nosso sistema imunitário com o conteúdo intestinal. Este contacto provoca uma reação inflamatória permanente e exagerada do nosso sistema imunitário que se sabe hoje ser uma das causas mais importantes de imensas doenças autoimunes, cuja incidência na população dos países desenvolvidos tem disparado de forma alarmante!

Glúten e permeabilidade intestinal

A única molécula conhecida que atua como “chave” para abrir os portais existentes entre as células da mucosa intestinal chama-se Zonulin (Zonulina) e a sua produção pelo organismo é estimulada pela ingestão de gluten, pelo que cientistas de renome na área das doenças autoimunes, como o Dr Alessio Fassano, fundador do Center for Celiac Research, aconselham a eliminar completamente da nossa dieta.

Estudo:

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Como é regulada a tiroide?

A atividade da glândula tiroide é controlada por duas hormonas produzidas noutros órgãos:

    • Hipófise – glândula localizada na base do cérebro, que produz a TSH;
    • Hipotálamo – porção do cérebro imediatamente acima da hipófise, que produz a TRH.

A hipófise e o hipotálamo são uma espécie de sensores, sensíveis aos níveis de hormonas tiroideias em circulação. Se os níveis de T3 e T4 em circulação forem baixos o hipotálamo liberta TRH que estimula a libertação de TSH pela hipófise. Os níveis aumentados de TSH, por sua vez, estimulam a tiroide a produzir mais hormona tiroideia, de forma a restabelecer os níveis normais.

Pelo contrário, se os níveis de hormonas tiróideas em circulação excederem os valores normais, o hipotálamo e a hipófise diminuem a libertação de TRH e TSH respetivamente, de forma a que haja menor produção de T3 e T4 pela tiroide.

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Avaliar a atividade da tiroide

Antes de mais, um médico tem uma ideia da atividade da glândula através da história clínica, sintomas e exame físico que o doente apresenta. Perante a suspeita clínica de alteração da função da tiróide é necessário uma análise laboratorial. É efetuada uma colheita de sangue onde é possível medir os níveis de T3, T4 e TSH.

Doenças da tiroide

As doenças tiróideas são muito comuns, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens.

Existem múltiplas doenças da tiroide, sendo as mais comuns:

    • Hipertiroidismo – sempre que há excesso de produção de hormonas tiroideias;
    • Hipotiroidismo – quando há deficiência de produção de hormonas tiroideias;
    • Doenças Autoimunes – são causadas por anticorpos dirigidos contra a glândula tiroide, que podem estimular ou destruir a glândula. São exemplos a Doença de Graves (causa de hipertiroidismo) e a Doença de Hashimoto ( causa frequente de hipotiroidismo);
    • Bócio – quando a tiroide está globalmente aumentada de tamanho;
    • Nódulos – podem ser únicos ou múltiplos.

Tratamento das doenças da tiroide 

Habitualmente as doenças da tiroide não são complicadas e os seus sintomas podem ser tratados. Há doenças que podem ser tratadas com medicamentos orais e outras que pode ser necessário recorrer a outras formas de tratamento.

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Nódulos da Tiroide

O que são nódulos?

A tiroide é uma glândula que todos temos e que se localiza no pescoço. Por vezes pode estar aumentada de volume de forma difusa – bócio simples ou pode ter nódulos – bócio nodular.

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Causa dos nódulos

A maioria das vezes não se sabe a causa. Algumas das causas conhecidas são as seguintes:

    • As mulheres podem ter aumento do volume da glândula durante a gravidez.
    • Deficiência de iodo.
    • Aumento difuso provocado por doenças autoimunes como a Doença de Graves e Tiroidite de Hashimoto.
    • Alguns medicamentos ex: amiodarona, lítio, …
    • Determinados químicos.
    • Radioterapia da cabeça ou do pescoço.
    • Causa genéticas.
    • Grandes quantidades de radioatividade , por exemplo no desastre de Hiroshima , Chernobyl e mais recentemente Fukushima

Tipos de nódulos

Os nódulos da tiroide são muito mais frequentes na mulher do que no homem. Os nódulos podem ser:

  • Únicos,
  • Múltiplos.

Habitualmente tem o mesmo tipo de abordagem. Os nódulos com menos de 1 cm habitualmente não têm importância clínica, e podem apenas necessitar de vigilância. Nos nódulos com mais de 1 a 1,5 cm , dependendo da história clínica e características ecográficas dos nódulos, pode ser conveniente a realização de uma citologia aspirativa com agulha fina. Pretende-se excluir a hipótese de cancro da tiróide, que constitui uma minoria das situações (cerca de 5 a 10%).

Se forem volumosos podem dar algum desconforto ou sensação de compressão a nível cervical. Nessa situação pode ser necessário cirurgia que também é realizada sempre que a citologia for suspeita ou maligna.

Exames que devem ser feitos

Colheita de sangue para avaliar os níveis das hormonas tiróideas

Se hipertiroidismo, pode tratar-se de um ou mais nódulos a trabalhar em excesso.

Ecografia da tiroide

É um exame indolor que nos permite avaliar a morfologia da glândula, isto é, o seu tamanho, a existência de nódulos e as suas características, por exemplo se são sólidos ou líquidos. Apesar da ecografia da tiroide não nos indicar se um nódulo é benigno ou maligno, determinadas características dos nódulos podem ser mais suspeitas e orientam-nos para a necessidade de uma citologia.

Citologia com agulha fina

Recolhe células do nódulo para estudo microscópico.

Cintigrafia da tiroide

Só deverá ser efetuado em algumas situações particulares.

Nódulos benignos vs malignos

Nódulos benignos

Podem ser quistos, nódulos coloides, adenomas, etc.

Nódulos malignos

O cancro da tiroide tem uma alta taxa de cura e a maioria dos doentes pode ter uma vida perfeitamente normal. O tratamento é cirúrgico. Por vezes é necessário tratamento com iodo radioativo. O tratamento com levotiroxina é obrigatório em todos os doentes. A vigilância deve ser para o resto da vida.

Hipotiroidismo

O que é o hipotiroidismo?

É uma condição em que as hormonas da tiróide estão em quantidade insuficiente no sangue comprometendo o normal funcionamento de todo o organismo. Chama-se de hipotiroidismo primário quando a causa compromete o funcionamento da tiroide.

Sintomas de hipotiroidismo

Os os sintomas são variados, por vezes inespecíficos ou seja são similares ao de outras patologias e geralmente aparecem progressivamente. Os principais são os seguintes:

  • Aumento da sensibilidade ao frio;
  • Fadiga;
  • Cansaço fácil;
  • Obstipação;
  • Pele seca;
  • Queda de cabelo, cabelo fino e quebradiço;
  • Irregularidades menstruais;
  • Ligeiro aumento de peso (retenção de fluidos);
  • Mialgias e parestesias.

Causas de hipotiroidismo primário

Existem muitas razões pelas quais a tiroide deixa de funcionar adequadamente nas pessoas com hipotiroidismo, sendo as principais as que descrevo de seguida:

    • Doença autoimune como a doença de Hashimoto (95% dos casos);
    • Falta ou excesso de iodo;
    • Cirurgia prévia;
    • Medicamentos;
    • Radiações.

Doença de Hashimoto

É a causa mais comum em adultos (95%), em países sem carência severa de iodo, como é o caso de Portugal. Nesta condição, as defesas do organismo deixam de reconhecer a tiroide como fazendo parte do corpo e atacam-na como se fosse uma entidade estranha. À medida que vai sendo lesada, a tiroide deixa de ter capacidade para fabricar e libertar hormonas em quantidade suficiente, estabelecendo-se o hipotiroidismo.

Doença de Hashimoto: Quais as causas?

Segundo a Dra Izabella Wentz, as principais causas primárias da doença de Hashimoto são:

    • Sensibilidades alimentares
    • Deficiência em alguns nutrientes
    • Dificuldade em gerir o stress
    • Comprometimento da capacidade de lidar com toxinas
    • Infeções crónicas
    • Permeabilidade intestinal

Algumas das causas primárias podem estar um pouco escondidas e ser necessário investigar mais profundamente. No entanto resolver as carências de nutrientes é uma das medidas mais simples que podem ser tomadas.

A boa notícia é que, quando tratamos das carências de nutrientes, podemos sentir uma melhoria muito rápida, mesmo quando outras causas subjacentes ainda estão presentes!

Falta de nutrientes

Carências de nutrientes são sempre um fator na Doença de Hashimoto. Devido ás práticas agrícolas atuais e dieta ocidental, a carência de nutrientes é um fator importante para a maioria das pessoas!

Estas carências podem ser originadas pelos seguintes fatores:

  • Comer alimentos processados
  • Tomar medicamentos
  • Sensibilidade alimenta
  • Inflamação intestinal,
  • Má digestão,
  • Mal absorção,
  • Infeção intestinal,
  • Microbioma alterado.

Até mesmo o hipotiroidismo em si mesmo, pode levar a carências de nutrientes.

Mesmo as pessoas cuja dieta se baseia em alimentos orgânicos, ricos em nutrientes, correm o risco de ter deficiências de nutrientes, devido aos seguintes fatores:

  • Estômago menos ácido que o necessário
  • Mal absorção de gordura
  • Deficiência em enzimas digestivas

Estes fatores fazem com que muitos de nós não sejamos capazes de retirar e absorver dos alimentos os nutrientes que necessitamos nas quantidades adequadas.

6 nutrientes mais importantes na Doença de Hashimoto

Ainda segundo a Dra Izabella Wentz as carências de nutrientes mais comuns na doença de Hashimoto são:

  • Magnésio (citrato ou glicinato)
  • Selénio,
  • Vitamina B1 (Tiamina)
  • Vitamina B12,
  • Viatmina D
  • Ferritina (a proteína de armazenamento de ferro).

O doseamento sanguíneo de selénio, vitamina B1 (Tiamina) e magnésio não são fiáveis. A maioria das pessoas com Hashimoto tem deficiências nestes 3 nutrientes pelo que se aconselha a suplementação mesmo sem teste sanguíneo, pois as reações adversas são pouco frequentes.

Magnésio

O magnésio foi muitas vezes chamado de “nutriente milagroso”. A deficiência de magnésio pode causar os seguintes sintomas:

  • Caibras
  • Enxaqueca,
  • Dores de cabeça,
  • Insónia,
  • Cólicas menstruais,
  • Ansiedade,
  • Dores nas articulações.

Pode ainda causar uma série de outros sintomas entre os quais intolerância a ruídos altos.

O uso a longo prazo também pode ajudar com a normalização da aparência da glândula tiroide em ultrassom, e magnésio também pode ajudar a tiroide e nódulos da mama.

Magnésio: Qual o suplemento recomendado?

  • Citrato de magnésio puro em cápsulas (se for tendencialmente preso do intestino)
  • Glicinato de magnésio (se for tendencialmente solto do intestino)

Dose: 1-4 cápsulas por dia, em doses divididas, com as refeições.

Quais os benefícios esperados?

  • Redução da ansiedade,
  • Palpitações menos frequentes,
  • Mais energia,
  • Melhoria no exame de ultrassom da tiroide (quando usada a longo prazo),
  • Ausência de cólicas menstruais,
  • Melhoria na obstipação,
  • Menos enxaqueca,
  • Menos caibras e dor,
  • Melhor sono.

Quanto tempo para ver os benefícios?

Isso realmente depende dos sintomas. Pode sentir benefícios com ansiedade, insónia e até mesmo enxaquecas ou dores de cabeça, dentro da primeira semana.

As cólicas menstruais, vão reduzir-se em 80-90% no primeiro mês e diminuirão ainda mais com o uso continuado. Em relação à normalização do exame de ultrassom da tiroide, isso pode levar alguns anos de uso.

Quanto tempo tomar: 3 meses ou toda a vida depende dos sintomas e do aconselhamento médico.

Considerações especiais:

Certifique-se que toma o magnésio pelo menos com 4 horas de diferença em relação à medicação da tiroide pois o magnésio pode bloquear a sua absorção. Tomar o magnésio ao deitar pode ser uma boa escolha porque promove um sono reparador.

Citrato de magnésio pode causar fezes moles, o que pode ser bom se for obstipado ou mau se já tiver fezes soltas.

Assim utilize glicinato de magnésio se tende mais para a diarreia e citrato de magnésio se tende mais para a obstipação.

Tenha ainda em mente que para algumas pessoas o glicinato de magnésio pode piorar os sintomas de ansiedade. Neste caso o citrato de magnésio seria uma escolha melhor.

Selénio

Deficiência de selénio tem sido reconhecida como um gatilho ambiental para Hashimoto’s, e a maioria das pessoas com Hashimoto estão em risco de ter esta deficiência. Outras populações de alto risco incluem pessoas com:

  • Síndrome do Intestino Irritável,
  • Doença celíaca (alérgicos ao glúten)
  • Pessoas que consomem dietas sem cereais.

Numerosos estudos apoiam o uso de selénio na Doença de Hashimoto, Doença de Graves e gravidez. Na verdade, o selénio pode evitar a doença de Hashimoto pós-parto.

Uma dose de 200 microgramas por dia foi considerada eficaz para reduzir os anticorpos anti-Tiroperoxidase (TPO) em cerca de 50% em 3 meses!

Suplemento recomendado: Selénio na forma de metionina pura em cápsulas

Dose: 200-400 μg por dia

Benefícios esperados:

  • Menos ansiedade,
  • Melhor conversão de T4 para T3,
  • Menos anticorpos anti tiroide,
  • Mais energia,
  • Menos perda de cabelo,
  • Menos palpitações.

Quanto tempo demora a sentir benefícios?

Geralmente 3 a 5 dias para os sintomas começarem a melhorar e 3 meses completos para ver uma redução nos anticorpos da tiroide

Quanto tempo deve tomar: 3 meses a 2 anos

Considerações especiais:

Se tiver uma reação adversa ao selénio (que é raro), pode ter deficiência de iodo. Enquanto o iodo pode ser um gatilho para Hashimoto e pode exacerbar Hashimoto, algumas pessoas podem ser deficientes e podem beneficiar de um suplemento de iodo de baixa dosagem (até 250 mcg tem sido bem tolerado em pessoas com Hashimoto.) A maioria das vitaminas multi e pré-natal já contém na sua composição 150-250 mcg.

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Falta ou excesso de iodo – O Iodo é o elemento fundamental para a síntese das hormonas da tiroide. O iodo é fornecido pelos alimentos. Quando em níveis insuficientes ou excessivos pode alterar a função da tiroide, comprometendo a sua síntese hormonal.

Cirurgia prévia – algumas doenças da tiroide requerem uma cirurgia para remoção total ou parcial da glândula. Se a remoção for completa ou o que restou da glândula não for suficiente, não haverá produção adequada das hormonas.

Medicamentos – há fármacos como a amiodarona, o lítio e o interferão que alteram a síntese hormonal.

Radiações – pessoas submetidas a tratamentos com radiações para doenças da tiroide ou outras da cabeça ou pescoço podem desenvolver hipotiroidismo.

Diagnosticar o hipotiroidismo

Segundo a experiência pessoal e profissional da Dra Izabella Wentz, autora do Best seller Hashimoto’s Protocol, o hipotiroidismo pode não ser diagnosticado nos primeiros 10 anos da doença pelo simples facto de as análises clinicas apenas ao doseamento das hormonas da tiroide T4 e T3 estarem dentro dos intervalos normais de referência.

Normalmente o diagnóstico definitivo baseia-se no doseamento sanguíneo das hormonas da tiroide e da TSH (hormona que regula o funcionamento da tiroide e que é produzida noutra glândula, a hipófise, que se localiza no cérebro).

No entanto, se houver sintomas, segundo a Dra Izabella Wentz, mesmo com T4 e T3 normais, a doença autoimune de Hashimoto pode já estar a atacar a tiroide. Torna-se portanto necessário  ir mais longe e fazer os seguintes exames complementares:

    • Ecografia da tiroide para confirmar se a morfologia e tamanho são normais;
    • Teste TPO: Pesquisa no sangue anticorpos específicos da tiroide, tais como anticorpos contra a Tiroperoxidase (TPO) que é uma enzima presente na tiroide e desempenha uma importante função na produção de hormonas da tiroide. Se o teste for positivo isso indica que existem anticorpos a atacar a tiroide o que pode ser uma indicação de doença autoimune tal como doença de Hashimoto (que provoca hipotiroidismo) ou doença de Graves (que provoca hipertiroidismo).

Qual o tratamento para o hipotiroidismo?

O tratamento do hipotiroidismo consiste na administração geralmente crónica de hormona da tiroide na forma de L-tiroxina (T4), de forma a fornecer ao organismo a quantidade de hormonas que a tiroide se tornou incapaz de produzir.

Como se faz o acompanhamento médico?

A maioria dos casos de hipotiroidismo são definitivos, não tendo cura. No entanto, desde que o tratamento seja bem realizado e a dose de levotiroxina seja a correta, as pessoas não terão quaisquer sinais ou sintomas, podendo levar uma vida perfeitamente normal.

A dose de L-T4 adequada pode variar ao longo do tempo na mesma pessoa, o que obriga a que se devam realizar análises periódicas para ajustar a posologia.

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Hipertiroidismo

O que é o hipertiroidismo?

O hipertiroidismo acontece quando a glândula tiroide produz hormonas em quantidades excessivas. As hormonas tiroideias (T3 e T4) controlam todas as funções do organismo e a sua velocidade de funcionamento. Quando há um excesso destas hormonas o organismo está “acelerado”. Esta situação deve ser rapidamente tratada pois pode causar “exaustão” em alguns dos órgãos, nomeadamente o coração

Causas do hipertiroidismo

As principais causas de hipertiroidismo são as seguintes:

  • Doença de Graves (doença autoimune);
  • Nódulo tóxico;
  • Bócio multinodular tóxico;
  • Tiroidite subaguda;
  • Excesso de hormona tiroideia;
  • Ingestão excessiva de iodo.

De seguida descreve-se como cada uma destas condições de saúde leva ao hipertiroidismo.

    • Doença de Graves – é uma alteração autoimune, causada por anticorpos estimuladores da tiroide. Há geralmente um aumento do volume da tiroide (bócio), hipertiroidismo e, por vezes, edema dos tecidos periorbitários que podem causar saliência dos globos oculares e alterações da visão. É mais frequente nas mulheres que nos homens e pode ter uma associação familiar.
    • Nódulo tóxico – quando a tiroide apresenta um único nódulo que produz mais hormonas que o necessário para o funcionamento normal do organismo.
    • Bócio multinodular tóxico – a tiroide apresenta-se mais volumosa (bócio) com vários nódulos que produzem excesso de hormonas e provocam hipertiroidismo. Geralmente aparece em pessoas mais velhas que há vários anos tinham bócio com nódulos.
    • Tiroidite Subaguda – após uma infeção vírica a tiroide torna-se mais volumosa e dolorosa e liberta para o sangue uma grande quantidade de hormonas que tinha armazenada. Não há um verdadeiro aumento de produção hormonal e, portanto, o hipertiroidismo é autolimitado.
    • Excesso de hormona tiroideia – os doentes que fazem tratamento com hormona tiroideia (levotiroxina) podem desenvolver hipertiroidismo se a dose desta se tornar excessiva. Por isto, a função tiroideia deve ser periodicamente vigiada por um médico e a dose de levotiroxina ajustada.
    • Ingestão excessiva de iodo – algumas medicações (ex. solução de lugal, amiodarona, contrastes de RX,…) contêm Iodo numa concentração muito superior á necessária. Em certas situações, este excesso de iodo pode ser utilizado pela tiroide e causar um hipertiroidismo.

Sinais de hipertiroidismo

Geralmente o quadro é muito marcado e não passa despercebido. É habitual estar presente um bócio (aumento de volume da tiroide) que se pode acompanhar de:

  • Palpitações, aumento da fadiga cardíaca (> 100 batimentos por minuto);
  • Nervosismo, irritabilidade, ansiedade, variações frequentes de humor; insónia;
  • Tremor fino das mãos;
  • Perda de peso apesar de apetite aumentado;
  • Hipersudorese e intolerância ao calor;
  • Queda de cabelo, pele fina, alterações das unhas;
  • Diarreia;
  • Diminuição do fluxo menstrual e irregularidades menstruais;
  • Fraqueza muscular no ombros, braços ou coxas;
  • Olhar vivo, fixo e/ou olhos proeminentes, visão dupla (na Doença de Graves).

Diagnóstico de hipertiroidismo

Quando há uma suspeita clínica pode ser realizada uma análise ao sangue onde é doseada a TSH – a hormona da hipófise que estimula a tiroide e que no hipertiroidismo está diminuída – e a T3 e T4 – hormonas da tiroide que no hipertiroidismo circulam em excesso no sangue. Pode existir excesso de uma só ou de ambas.

Posteriormente, para reforçar o diagnóstico podem ser necessários outros exames complementares para conhecer a causa tais como:

  • Determinação de anticorpos,
  • Cintigrafia da tiroide,
  • Ecografia.

Tratamento do hipertiroidismo

O objetivo é terminar com a produção excessiva de hormonas da tiroide. Há três tipos de tratamento e o seu médico poderá explicar-lhe os riscos e benefícios de cada um dos seguintes:

    • Medicamentos anti-tiroideios,
    • Iodo radioactivo,
    • Tratamento cirúrgico.

Fármacos anti tiroideios

Em Portugal há fármacos que atuam diminuindo a produção de hormonas pela tiroide. Atualmente prefere-se o uso do tiamazol (Metibasol®). Alguns doentes conseguem uma remissão de hipertiroidismo com o uso prolongado destes fármacos (cerca de 12-18 meses), embora noutros apenas se consiga um controlo provisório. Podem ter alguns efeitos adversos, tais como:

  • Reações cutâneas,
  • Alterações hepáticas,
  • Redução dos glóbulos brancos.

O seu uso deve ser vigiado e controlado por um médico endocrinologista.

Iodo Radioativo

Resulta numa resolução definitiva do hipertiroidismo. É administrado por via oral (geralmente em cápsulas) e ao entrar nas células da tiróide destrói algumas. O seu efeito terapêutico raramente acontece nos primeiros dois meses, manifestando-se depois, de um modo geral, até 6 meses após a sua administração.

Ocasionalmente o hipertiroidismo mantém-se e é necessária uma 2ª dose. Mais frequentemente resulta num hipotiroidismo (glândula menos ativa) e é preciso ficar a tomar hormona tiroideia de substituição. A dose exata de iodo para se conseguir uma função tiroideia normal é difícil de calcular, pelo que na maior parte dos casos se opta por uma dose empírica. É utilizado desde há muitos anos e não tem complicações importantes.

Tratamento cirúrgico

Em alguns casos é necessário remover cirurgicamente parte (nódulo tóxico) ou toda a glândula (Doença de Graves ou Bócio multinodular tóxico). Se a remoção for completa surge o hipotiroidismo e é necessário tomar hormona tiroideia para o resto da vida.

Outros tratamentos

Há fármacos (grupo dos bloqueadores beta adrenérgicos) que podem ser utilizados temporariamente para controlar os sintomas de hipertiroidismo enquanto os tratamentos específicos se tornam efetivos.

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Cancro da Tiroide

O que é o cancro da tiroide?

O cancro da tiroide é um tumor maligno da glândula tiroideia. Aparece habitualmente sob forma de nódulo no pescoço, quase sempre sem sintomas. Apenas cerca de 5 a 10% destes nódulos tiroideus são malignos. A maioria dos casos surge em mulheres.

Os cancros da tiroide mais frequentes são o carcinoma papilar e o folicular, que se agrupam nos chamados carcinomas diferenciados da tiroide. Tal como o nome sugere, as suas células mantêm algumas características das células tiroideias normais, o que facilita o seu tratamento. Há outros tipos de cancro, carcinoma medular da tiroide , carcinoma anaplásico e linfoma da tiroide. Estes carcinomas são muito mais raros e tem uma forma de abordagem e evolução muito diferentes.

Causa do cancro da tiroide

O cancro da tiroide pode surgir em qualquer pessoa, e na maior parte dos casos a causa é desconhecida. Apenas a radioterapia da cabeça, pescoço ou tórax parece ser um fator de risco para o seu aparecimento. Antes de 1960 utilizava-se este tipo de tratamento para amigdalites de repetição ou para o acne. Sabe-se que há maior risco nas pessoas que foram expostas a grandes quantidades de radiação, como aconteceu na bomba de Hiroshima, no acidente nuclear de Chernobyl e vamos ver o que acontece com o acidente nuclear em Fukushima . Estes carcinomas podem ter uma incidência familiar.

Diagnosticar o cancro da tiroide

Muitas vezes é o próprio doente que nota um nódulo à palpação do pescoço, ou o seu médico num exame físico de rotina. Outras vezes aparece numa ecografia ou TAC pedidas por outro motivo. A grande maioria destes nódulos são benignos (90 a 95%), pelo que a sua simples descoberta não deve alarmar. No entanto, obriga ao seu estudo com:

  • Análises de sangue para avaliar a função tiroideia;
  • Ecografia da tiroide e se necessário citologia aspirativa com agulha fina.

Só em casos pontuais haverá necessidade de fazer cintigrafia.

A citologia é efetuada com uma agulha fina para aspirar uma pequena quantidade de células do(s) nódulo(s), que será analisada em laboratório. O exame é rápido, seguro e praticamente indolor.

Tratamento do cancro da tiroide

Se o diagnóstico da citologia for cancro, o primeiro passo é a cirurgia com a remoção (total) da glândula tiroideia – tiroidectomia (total), bem como dos gânglios linfáticos suspeitos, se os houver. Na maior parte dos casos, o tumor é totalmente removido. As complicações da cirurgia são raras nos centros mais experientes.

Uma vez retirada a tiroide, é necessário fazer tratamento com hormona tiroideia (T4 – levotiroxina). O objetivo é substituir a produção normal de hormona tiroideia e inibir o crescimento de possíveis células tiroideias ainda presentes . A TSH pode estimular o crescimento das células tumorais. O nível de TSH pretendido com o tratamento com levotiroxina depende de cada caso.

Em alguns casos pode ser necessário o tratamento com iodo radioativo, chamado tratamento ablativo ou ablação, porque destrói as células tiroideias normais e as cancerosas que possam ter ficado após a cirurgia. A necessidade de o fazer ou não tem que ser adaptado a cada doente.

Qual a importância da vigilância regular?

Mais de 80% de todos os casos curam.

No entanto, manter a vigilância periódica é essencial para a deteção precoce de uma eventual recidiva. Em 20% dos casos pode não ser obtida a cura após o tratamento inicial, por vezes pode haver disseminação a nível dos gânglios do pescoço e a outras partes do corpo (metástases) ainda que muitos anos depois da cirurgia.

Por esta razão, os médicos recomendam que os doentes com cancro da tiroide mantenham vigilância regular para toda a vida, embora mais importante nos primeiros 5 a 10 anos.

Os dois exames fundamentais para esta vigilância são:

  • Análises de sangue (doseamento da função tiroideia, tiroglobulina e anticorpos antitiroglobulina)
  • Ecografia cervical.

A periodicidade dos pedidos depende do doente, anos de seguimento e grau de risco do carcinoma. No 1º ano pós tratamento inicial geralmente são recomendados doseamentos de tiroglobulina e anticorpos antitiroglobulina cada 6 a 12 meses, e uma ecografia cervical ao fim do primeiro ano de tratamento, repetida quando o médico assim o considerar.

Ao fim do 1º ano de vigilância, pode ser necessário o doseamento de tireoglobulina ( o marcador tumoral ) sob níveis elevados de TSH (hormona hipofisária). Existem duas alternativas para elevar a TSH. Uma das possibilidades, a única disponível até há poucos anos, consiste em suspender a medicação com hormona tiroideia (habitualmente a T4 por 3 a 4 semanas ou a T3 por 2 a 3 semanas). A falta de hormona tiroideia, no entanto, provoca os sinais e sintomas habituais do hipotiroidismo, que podem ter repercussões mais ou menos importantes, dependendo de doente para doente.

Outra possibilidade é a utilização de TSH recombinante humana (rhTSH). Apesar de ser produzida em laboratório, a rhTSH é idêntica à TSH natural. A grande vantagem é que os doentes não têm necessidade de suspender a medicação com hormona tiroideia e portanto não têm os sintomas de hipotiroidismo. Tem alguns efeitos secundários, tais como:

    • Pequena reação no local da picada
    • Náuseas,
    • Vómitos,
    • Dor de cabeça,
    • Fraqueza após a injeção.

O que esperar para o futuro?

Apesar de não ter tiroide, pode ter uma vida perfeitamente normal com o tratamento hormonal qua a substitui. Vai necessitar de o manter para o resto da vida.

Consulte o seu médico para programar uma eventual gravidez. Os tratamentos com iodo radioativo estão absolutamente contraindicados na gravidez e aleitamento. Não pode engravidar nos 6 a 12 meses que se seguem ao tratamento. Nesta fase deve assegurar uma contraceção eficaz.

No entanto, assim que o seu médico o consentir, uma gravidez decorre de forma segura, desde que mantenha o tratamento com a hormona tiroideia e a vigilância analítica.

Gravidez e doenças da tiroide

Durante a gravidez há alterações fisiológicas no organismo da mãe que obrigam a glândula tiroideia a um esforço acrescido.

Até cerca das 20 semanas de gestação a tiroide fetal não sintetiza as hormonas necessárias para o desenvolvimento do feto pelo que este necessita das hormonas tiróideas produzidas pela mãe.

As hormonas da tiroide são indispensáveis ao desenvolvimento do sistema nervoso central fetal. Um défice destas pode-se traduzir mais tarde num atraso cognitivo ou dificuldades de aprendizagem da criança.

Alterações normais durante a gravidez

    • O aumento dos níveis de estrogénio no sangue materno condiciona um acréscimo das proteínas de transporte das hormonas tiroideias em circulação, o que conduz a um aumento dos níveis totais de hormonas tiroideias no sangue. Porém, as hormonas “livres” (não ligadas às proteínas e que representam a forma ativa da hormona) diminuem ao longo da gestação.
    • O aumento do volume sanguíneo e, portanto, do volume de distribuição das hormonas tiroideias (fenómeno de diluição) conduz a uma redução da concentração destas.
    • O aumento das perdas de iodo pela urina, a passagem deste através da placenta para o feto e a desionização das hormonas tiroideias na placenta, implica que as necessidades de iodo durante a gravidez aumentem. Se não há iodo suficiente para a produção das hormonas tiroideias, estas vão entrar em défice.
  • A hCG (gonadotrofina coriónica humana), hormona de origem placentária, que atinge os valores mais elevados no fim do primeiro trimestre da gravidez estimula a tiroide, por semelhança estrutural com a hormona estimulante da tiroide (TSH). A valores mais elevados de hCG no 1º trimestre correspondem valores mais baixos de TSH.

Estas alterações próprias da gravidez traduzem-se em alterações das análises laboratoriais utilizadas para estudar o funcionamento da tiroide e obrigam a uma correta interpretação dos resultados encontrados na mulher grávida.

As doenças da tiroide são frequentes na gravidez?

As doenças da tiroide são relativamente frequentes na população em geral e, em particular, no sexo feminino e também nas mulheres em idade fértil. A gravidez pode alterar a evolução natural das doenças da tiroide e as doenças da tiroide (e o seu tratamento) podem afetar a evolução normal da gravidez, a mulher grávida e o feto.

O diagnóstico é geralmente feito da mesma forma que é feito fora da gravidez. Geralmente fazem-se doseamento das hormonas tiróideas no sangue e uma ecografia da tiroide, que por ser um exame isento de radiação não tem qualquer efeito nocivo no feto.

É importante saber que, na gravidez, os resultados das análises poderão ter uma interpretação diferente, porque os valores de referência habituais apresentados pelo laboratório podem não ser adequados para a gravidez.

Doenças mais frequentes na gravidez

Hipotiroidismo na gravidez

A carência materna de hormonas tiroideias (hipotiroidismo) pode atingir mais de 3% das gestações. Em alguns casos, esta situação já era conhecida pela mulher antes de engravidar e se não estiver tratada conduz geralmente a uma infertilidade.

A causa mais frequente de hipotiroidismo nesta idade, em países sem défice severo de iodo, é uma inflamação crónica da tiroide, de natureza autoimune:

  • A tiroidite crónica autoimune (linfocítica ou de Hashimoto).

Pensa-se que a Tiroidite Crónica se possa relacionar com um aumento da incidência de aborto e de parto pré-termo. Os sinais e sintomas do hipotiroidismo são inespecíficos e facilmente confundíveis com queixas frequentes na gravidez, tais como:

  • Aumento de peso,
  • Falta de forças,
  • Cansaço,
  • Obstipação,
  • Pode haver ainda um aumento do volume da glândula tiroideia, vulgarmente conhecido por bócio.

O tratamento é obrigatório e faz-se com levotiroxina (L-T4), a hormona que a tiroide produz em maior quantidade e que se pode transformar em T3 de acordo com as necessidades. Conforme dito anteriormente, o correto tratamento do hipotiroidismo é essencial para o desenvolvimento neurológico do feto.

Se o hipotiroidismo já era conhecido antes da gravidez, a dose de levotiroxina necessita de ser aumentada, até 30% ou 50%, pelas 4 a 6 semanas de gestação. Após o parto, as necessidades de levotiroxina, em geral, diminuem para doses habituais na mulher não grávida, mesmo durante o período de amamentação.

Hipertiroidismo na gravidez

O excesso materno de hormonas tiroideias (hipertiroidismo) é uma situação mais rara que a anterior, mas pode atingir até 1% das grávidas. A causa mais frequente é a Doença de Graves, também de natureza autoimune.

O hipertiroidismo não tratado relaciona-se com o aumento da incidência dos seguintes problemas de saúde na gravidez:

  • Aborto e de
  • Parto pré-termo,
  • Baixo peso ao nascer,
  • Pré-eclampsia,
  • Insuficiência cardíaca na mãe e no feto,
  • Morte intra-uterina.

A clínica apresentada pela mãe também é inespecífica, confundindo-se com queixas frequentes na gravidez, tais como:

  • Vómitos,
  • Emagrecimento,
  • Taquicardia,
  • Intolerância ao calor.

O bócio (aumento do volume da tiroide) associado a exoftalmia (procidência dos globos oculares) são sinais mais específicos que apontam para uma Doença de Graves. O hipertiroidismo na mulher grávida deve ser sempre tratado por um médico especialista – Endocrinologista.

Tratamento do hipertiroidismo na gravidez

No tratamento do hipertiroidismo no 1º trimestre ou da mulher que pretende engravidar, é preferido um fármaco que inibe a síntese tiroideia específico – o propiltiouracilo (Propycil®)– que apresenta menor risco de provocar malformações no feto.

No 2º e 3º trimestres, recomenda-se o tiamazol (Metibasol®), que é menos tóxico para o fígado. Se a cirurgia for necessária (o que é raro, geralmente por efeitos secundários graves dos fármacos), deverá ser realizada no 2º trimestre da gravidez, quando há menos riscos para o feto.

O tratamento com iodo radioativo na gravidez está absolutamente contra-indicado.

É provável que a doença de Graves melhore ao longo da gravidez, levando a uma redução das doses do tratamento, ou mesmo a sua suspensão, no entanto, poderá haver um agravamento da doença após o parto.

Tiroidites na gravidez

A tiroidite é um processo inflamatório da glândula tiroideia, em geral crónico e de natureza autoimune. Os anticorpos antitiroideus (antiperoxidase tiroideia e antitireoglobulina) são detetados muito frequentemente em mulheres desta faixa etária (em 10% a 15% das grávidas). Os níveis destes anticorpos descem progressivamente durante a gravidez, mas podem subir de novo no pós-parto.

Mulheres com anticorpos tiroideus positivos têm um risco aumentado de desenvolver hipotiroidismo durante a gravidez, pelo que a função tiroideia deverá ser vigiada pelo menos uma vez por trimestre. Estas mulheres têm maior tendência a desenvolver um processo de tiroidite nos primeiros 6 meses após o parto – tiroidite pós-parto.

A Tiroidite pós-parto caracteriza-se por uma inflamação indolor, com uma fase inicial de aumento dos níveis sanguíneos de hormonas tiroideias, seguido de normalização e posterior diminuição destes níveis hormonais. Habitualmente, esta situação tem uma resolução espontânea, mas há tendência para voltar após a gravidez seguinte. Cerca de 20% a 60% das mulheres com história de tiroidite pós-parto desenvolverão hipotiroidismo definitivo em 5 a 10 anos.

Doença Nodular e Cancro na grávida

A investigação dos nódulos da tiroide durante a gestação é semelhante à da mulher não grávida e inclui uma avaliação da função tiroideia através de análises sanguíneas, a realização de uma ecografia e de uma biopsia aspirativa, se indicado. O risco de cancro na mulher grávida é semelhante ao da mulher não grávida e a gravidez não agrava o seu prognóstico.

O diagnóstico de cancro da tiroide vai obrigar a uma cirurgia de remoção da glândula, que geralmente se adia para depois do parto. Em situações graves, poderá optar-se por uma intervenção cirúrgica no 2º trimestre, período da gravidez em que o risco é menor para o feto.

O tratamento com Iodo radioativo, quando necessário, será sempre adiado para depois do parto, implicando um período de suspensão da amamentação.

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Amamentação e doenças da tiroide

A necessidade de corrigir a disfunção tiroideia materna persistente após o parto com fármacos não é razão suficiente para não amamentar. Apesar de “passarem” para o leite, os fármacos utilizados nas doenças tiroideias podem ser utilizados durante a amamentação com pouco risco para o recém-nascido.

No hipertiroidismo, o fármaco a utilizar será o tiamazol (Metibasol®), pois o risco de provocar malformações já não se coloca. Não devem ser ultrapassadas doses de 20 mg/dia e a toma deverá ser feita antes do inicio da 1ª mamada do dia. O hipertiroidismo deve ser normalmente compensado com levotiroxina sem que haja risco algum para o feto.

Curiosidade

Quais são as principais glândulas endócrinas?

As principais glândulas endócrinas do nosso corpo estão representadas na figura seguinte:

Glandulas endócrinas melhorsaude.org melhor blog de saude

Concluindo

A tiroide regula imensas funções do nosso organismo. As doenças da tiroide são comuns principalmente entre as mulheres. Se sente simultaneamente alguns sintomas como um cansaço exagerado, fadiga, aumento da sensibilidade ao frio, pele mais seca, obstipação, dores musculares, formigueiro ou dormência dos membros, mais queda de cabelo então um quadro de hipotiroidismo pode estar a emergir. Se pelo contrário sente palpitações, aumento dos batimentos cardíacos, nervosismo, irritabilidade, insónia, tremor das mãos, diarreia e outros sintomas que provocam mal estar então pode estar perante um contexto de hipertiroidismo.

Estas e outras doenças da tiroide provocam uma perda muito acentuada da qualidade de vida interferindo até nas relações familiares que podem ficar muito degradadas se o diagnóstico não for feito e iniciado o tratamento adequado em tempo útil! Os sinais de doenças podem surgir em qualquer altura da nossa vida…! Não se descuide e procure apoio médico imediato pois na maioria dos casos o tratamento permite voltar a ter a qualidade de vida que merece para valorizar as coisas boas que surgem quando abraçamos a vida de forma positiva! A ciência atual não deixa dúvidas… acreditar e ser positivo aumenta bastante as probabilidades de viver mais anos!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

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PEDRA NO RIM CALCULO RENAL TODA A VERDADE




Pedra no rim ou calculo renal… toda a verdade! Como prevenir? Quais as causas de pedra nos rins sintomas e como eliminar? O que não posso comer? Como tratar? Tudo o que não sabe neste artigo com a ajuda da Associação Portuguesa de Urologia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Pedras ou cálculos no aparelho urinário: O que são?
  • Qual a anatomia do aparelho urinário?
  • Cálculos renias: Como se formam?
  • Pedra no rim: Qual a composição?
  • Quais as alterações metanólicas que podem levar à formação de cálculos urinários?
  • Que tipos de cálculos urinários existem?
  • Quais os perigos da manutenção dos cálculos no aparelho urinário?
  • Pedra no rim: Quais os factores de risco?
  • Deve diminuir-se o consumo de cálcio na alimentação?
  • Deve ou não evitar-se os suplementos com cálcio?
  • Quais os sintomas de pedra no rim?
  • Cólica renal: Quais as fases?
  • Como tratar a pedra no rim?
  • Quais as medidas para prevenção da pedra no rim?
  • Qual o tratamento para os diferentes tipos de calculos?
  • Qual a lista de alimentos a evitar?

Pedra no rim ou cálculos no aparelho urinário

A pedra no rim, também conhecida como cálculo renal ou litíase renal, é uma doença muito comum, causada pela cristalização de sais mineiras presentes na urina. A crise de cólica renal é um dos eventos mais dolorosos que um paciente pode experimentar durante a vida. A dor causada pelo cálculo renal é muitas vezes descrita como sendo pior do que a de um parto, fractura óssea, ferimentos por arma de fogo ou queimaduras.

Pedras no rim melhorsaude.org melhor blog de saude

Anatomia do aparelho urinário

Neste tema é essencial conhecer um pouco da anatomia do aparelho urinário para se perceber melhor os sintomas e perigos desta condição de saúde.

Aparelho urinário melhorsaude.org melhor blog de saude
Aparelho urinário melhorsaude.org melhor blog de saudeCálculos renais como se formam?

A pedra no rim é uma formação sólida composta por minerais que surge dentro dos rins. Mais de 70% das pedras são compostas por sais de cálcio, como oxalato de cálcio e fosfato de cálcio. Também existem cálculos à base de ácido úrico, estruvita (magnésio + amônia + fosfato) e cistina.

Entender a formação das pedras é simples. Imaginem um copo cheio de água clara e transparente. Se colocarmos um pouco de sal, este se diluirá e tornará a água um pouco turva. Se continuarmos a deitar sal no copo, a água ficará cada vez menos clara, até ao ponto em que o sal começará a precipitar-se (acumular-se) no fundo do copo. A precipitação acontece quando a água fica saturada com sal, isto é, a quantidade de água presente já não é suficiente para diluir o sal.

Este é o princípio da formação dos cálculos. Quando a quantidade de água na urina não é suficiente para dissolver todos os sais presentes na mesma, estes retornam à sua forma sólida e precipitam nas vias urinárias. Os sais precipitados na urina tendem a aglomerar-se, formando, com o passar do tempo, as pedras.

Pedra nos rins melhorsaude.org melhor blog de saude

Esta precipitação dos sais presentes na urina  ocorre basicamente por dois motivos:

  • Falta de água para diluir
  • Excesso de sais para serem diluídos

A maioria dos casos de cálculos renais ocorre por falta de água para diluir a urina adequadamente, tendo como origem a pouca ingestão de líquidos. Porém, há um grupo de pacientes que mesmo bebendo bastante água ao longo do dia continua a formar pedras. São as pessoas com alterações na composição natural da urina, apresentando excesso de sais minerais, em geral, excesso de cálcio. A quantidade de cálcio na urina é tão grande que mesmo com um boa ingestão de água este ainda consegue precipitar-se.

Composição da pedra no rim

A litíase urinária, também designada por urolitíase é uma doença que se deve à formação de cálculos, vulgarmente denominados “pedras”, no aparelho urinário. Os cálculos urinários são estruturas sólidas que resultam da aglomeração de cristais. Estes, por sua vez, formam-se devido a uma alteração metabólica (bioquímica) crónica do organismo que determina um aumento da excreção urinária de substâncias promotoras da formação de cálculos, tais como:

  • Cálcio
  • Ácido úrico
  • Oxalato
  • Fosfato

Pode também acontecer em simultâneo ou não uma diminuição da excreção de substâncias inibidores da cristalização (por exemplo o citrato e magnésio).

Causas e alterações metabólicas

As alterações metabólicas mais frequentes que podem criar condições para a formação de cálculos são:

  • Aumento da excreção urinária de cálcio (hipercalciúria)
  • Aumento da excreção urinária de ácido úrico (hiperuricosúria)
  • Aumento da excreção urinária de oxalato (hiperoxalúria)
  • Diminuição da excreção urinária de citrato (hipocitratúria)
  • Diminuição da excreção urinária magnésio (hipomagnesiúria)

Tipos de cálculos urinários

A composição química dos cristais determina o tipo de cálculo formado. Deste modo, existem vários tipos de cálculos, nomeadamente:

  • Oxalato de cálcio (60%),
  • Oxalato de cálcio associado a fosfato de cálcio (20%),
  • Ácido úrico (8%),
  • Estruvite (8%),
  • Fosfato de cálcio (2%),
  • Cistina e outros componentes (2%).
Imagens de pedras no rim melhorsaude.org melhor blog de saude

Pedra no rim melhorsaude.org melhor blog de saude

Consequências e perigos no aparelho urinário

A permanência de cálculos no aparelho urinário pode não causar qualquer sintoma ou, pelo contrário, desencadear sintomas muito intensos, nomeadamente a cólica renal e complicações clínicas graves, que podem terminar em insuficiência renal crónica.

Aproximadamente uma em cada 100 pessoas desenvolve cálculos urinários ao longo da vida. Cerca de 80% destas pessoas eliminam a pedra espontaneamente, juntamente com a urina. Os 20% restantes necessitam de alguma forma de tratamento.

Factores de risco mais comuns

Ter água suficiente na urina é essencial para prevenir a formação de cálculos. Os doentes que costumam desenvolver cálculos bebem, em média, menos 300 a 500 ml de água por dia quando comparados com pessoas que nunca tiveram pedra nos rins. Pessoas que vivem em países de clima tropical ou trabalham em locais muitos quentes devem procurar se manter sempre bem hidratadas para evitar a produção de uma urina muito concentrada.

Excesso de vitamina C aumenta a excreção renal de oxalato, aumentando o risco de pedras de oxalato de cálcio.

Pessoas que já tiveram pelo menos um episódio de cálculo renal ou que tenham história familiar de pedra no rim devem urinar pelo menos 2 litros por dia. Como ninguém vai recolher urina o dia inteiro para medir o volume, uma dica é acompanhar a cor da urina. Uma urina bem diluída tem odor fraco e coloração clara, quase transparente. Se a sua urina está muito amarelada, isto indica desidratação.

Em relação à dieta, existem alguns hábitos que podem aumentar a incidência de pedras nos rins, principalmente se o doente já tiver concentrações de cálcio na urina mais elevadas que a média da população. Dietas ricas em sal, proteínas e açúcares são fatores de risco.

Outros fatores de risco

Entre os diversos factores de risco para o surgimento de cálculos renais destacam-se ainda os seguintes:

  • Obesidade,
  • Idade acima de 40 anos,
  • Hipertensão,
  • Gota,
  • Diabetes,
  • Sexo masculino
  • Aumento de peso muito rápido.

Medicamentos como fatores de risco

Várias medicações podem ter como efeito colateral a formação de pedra. Os mais comuns incluem:

  • Indinavir,
  • Atazanavir,
  • Guaifenesina,
  • Triantereno,
  • Silicato e drogas à base de sulfonamidas,
  • Sulfassalazina,
  • Sulfadiazina.

Consumo de cálcio na alimentação e suplementos de cálcio

Curiosamente, apesar da maioria dos cálculos serem compostos de cálcio e surgirem por excesso de cálcio na urina, não há necessidade de restringir o consumo do mesmo na dieta mas sim aumentar a ingestão de água para niveis saudáveis (1,5 a 2 litros/dia). A restrição, aliás, pode ser prejudicial. Se está a perder cálcio em excesso na urina e não o repõe com a dieta, o seu organismo vai buscar o cálcio que precisa aos ossos, podendo levar à osteoporose precoce. O único cuidado deve ser com os suplementos de cálcio, já que o consumo destes, principalmente quando em jejum, parece aumentar o risco de pedra nos rins.

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Sintomas da pedra no rim

Muitos pacientes possuem pedras nos seus rins e não apresentam sintomas. Se a pedra se formar dentro do rim e ficar parada dentro do mesmo, o paciente pode ficar anos assintomático. Muitas pessoas descobrem o cálculo renal por acaso, durante um exame de imagem abdominal, como ultrassom ou tomografia computadorizada, solicitados por qualquer outro motivo.

Pedras muito pequenas, menores que 3 milímetros (0,3 centímetros), podem percorrer todo o sistema urinário e serem eliminadas na urina sem provocar maiores sintomas. O paciente começa a urinar e de repente nota que caiu uma pedrinha na sanita.

O sintoma clássico do cálculo renal, chamado cólica renal, surge quando uma pedra de pelo menos 4 mm (0,4 cm) fica impactada em algum ponto do ureter (tubo que leva a urina do rim à bexiga), causando obstrução e dilatação do sistema urinário.

A cólica renal é habitualmente uma fortíssima dor lombar, que costuma ser a pior dor que o paciente já teve na vida. A cólica renal deixa o paciente inquieto, procurando em vão uma posição que lhe proporcione alívio. Ao contrário das dores da coluna, que melhoram com o repouso e pioram com o movimento, a cólica renal dói intensamente. Por vezes, a dor é tão intensa que vem acompanhada de náuseas e vômitos. Sangue na urina é frequente e ocorre por lesão direta do cálculo no ureter.

Cólica renal quais as fases?

A cólica renal costuma ter três fases:
1. A dor inicia-se subitamente e atinge o pico de intensidade em mais ou menos 1 ou 2 horas.
2. Após atingir o máximo de intensidade, a dor da cólica renal permanece assim por mais 1 a 4 horas, em média, deixando o paciente “enlouquecido” de dor.
3 A dor começa a aliviar espontaneamente e ao longo de mais 2 horas tende a desaparecer.

Em alguns desafortunados, o processo todo chega a durar mais de 12 horas, caso o mesmo não procure atendimento médico.

Se a pedra ficar impactada na metade inferior do ureter, a cólica renal pode irradiar para a perna, grandes lábios ou testículos. Também é possível que a pedra consiga atravessar todo o ureter, ficando impactada somente na uretra, que é o ponto de menor diâmetro do sistema urinário. Neste caso a dor ocorre na região pélvica e vem acompanhada de ardência ao urinar e sangramento. Muitas vezes o paciente consegue reconhecer que há uma pedra na sua uretra, na iminência de sair.

Geralmente, pedras menores que 0,5 cm costumam sair espontaneamente pela urina. As que medem entre 0,5 e 0,8 cm têm dificuldade em ser expelidas. Podem até sair, mas custam muito. Cálculos maiores que 0,9 cm são grandes demais e não passam pelo sistema urinário, sendo necessária uma intervenção médica para eliminá-los.

Calculos renais melhorsaude.org

Estes cálculos grandes podem ficar impactados no ureter, provocando uma obstrução à drenagem da urina e consequente dilatação do rim, a qual damos o nome de hidronefrose. A urina não consegue ultrapassar a obstrução e acaba ficando retida dentro do rim. As hidronefroses graves devem ser corrigidas o quanto antes, pois quanto maior o tempo de obstrução, maiores as probabilidades de lesões irreversíveis do rim obstruído.

Tratamento da litíase urinária

O tratamento da litíase urinária é efectuado em três fases, a saber:

  1. Inicialmente é necessário o tratamento urgente para alívio da dor (cólica renal).
  2. Posteriormente é efectuado o tratamento da litíase propriamente dita, com remoção do(s) cálculo(s).
  3. A última fase consiste no tratamento profiláctico ou preventivo da formação de novos cálculos, que deve ser feito para o resto da vida.

Qual a importância da prevenção e tratamento médico da litíase urinária?

Como a formação dos cálculos urinários se deve a uma disfunção metabólica crónica, uma vez formado um primeiro cálculo, a pessoa estará sempre susceptível à formação de novos cálculos (mesmo que o primeiro seja removido).

Estima-se que cerca de 50% dos doentes não tratados, a quem foi diagnosticado um cálculo urinário, irá desenvolver um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos. Daí a grande importância de medidas de prevenção e tratamento médico, com as quais é possível reduzir, em mais de 80% dos doentes, o crescimento de cálculos já existentes, e a formação de novos cálculos.

Prevenção

A prevenção da formação de novos cálculos engloba medidas gerais recomendadas a todos os doentes com litíase e o tratamento medicamentoso específico para um doente a quem foi detectada uma alteração metabólica responsável pela formação de um determinado tipo de cálculo urinário.

Após o primeiro diagnóstico de litíase urinária, e antes de tomar qualquer medida preventiva, o doente deve consultar o médico urologista. Em consulta, é efectuada uma avaliação clínica para determinar qual o tipo de cálculo formado e a alteração metabólica em causa. De acordo com os dados obtidos são requisitados um conjunto de exames, ao sangue e à urina que, no seu conjunto, se designam por avaliação ou estudo metabólico. É possível fazer um diagnóstico específico da alteração metabólica em 97% dos casos.

Composição do cálculo renal

A constituição química do cálculo só pode ser diagnosticada definitivamente mediante a análise bioquímica do cálculo urinário, pelo que se o cálculo foi removido será enviado para análise. Se não foi removido, o doente deverá ser instruído sobre das técnicas para recuperação do cálculo que eventualmente eliminará. Por exemplo, urinar para um passador ou para um filtro de papel. Quando for recuperado, o cálculo deve ser guardado num frasco a seco (não em água, álcool ou qualquer outro líquido).

Concluída esta avaliação clínica o urologista está em condições de indicar se apenas medidas gerais são suficientes ou se é necessário associar o tratamento específico, para prevenção da formação de novos cálculos.

Prevenção da litíase urinária

As medidas gerais de prevenção da litíase consistem:

  1. Aumento da ingestão de líquidos
  2. Alterações gerais na alimentação

Aumento da ingestão de líquidos

Os doentes devem beber cerca de 2 litros de líquidos por dia (3 litros em dias de maior calor) para tornar a urina menos concentrada e dificultar a formação de novos cálculos. Todavia, não é qualquer tipo de líquido que pode ser ingerido. Os mais recomendados são:

  • Água
  • Sumo de laranja
  • Sumo de limão
  • Sumo de maça

Líquidos a evitar

Os líquidos a evitar para prevenir crises são os seguintes:

  • Chá preto
  • Café
  • Refrigerantes à base de cola (Ex: Coca-cola®, Pepsi®)

É a medida mais importante pois na ausência de qualquer outro tratamento pode diminuir a formação de litíase em cerca de 60 % dos doentes.

Alimentos a evitar se tem pedra nos rins

As recomendações que se seguem podem ser feitas pelo médico urologista a todos os doentes com litíase urinária sem necessidade de apoio de um nutricionista, a saber:

  • Diminuir para quantidades moderadas a ingestão de leite e derivados (alimentos ricos em cálcio), geralmente duas vezes ao dia. No entanto, não se recomenda a restrição total de alimentos ricos em do cálcio na dieta. Exemplo: leite ao pequeno-almoço e um iogurte ou um pedaço de queijo com pão ao lanche;
  • Diminuir para quantidades moderadas a ingestão de carne preferindo as carnes magras (não carnes vermelhas), para reduzir a ingestão de proteínas;
  • Diminuir a quantidade de sal na preparação dos alimentos e evitar alimentos salgados como presunto, mortadela ou salsicha;
  • Preferir o pão integral e de centeio aos pães brancos fermentados;
  • Diminuir a ingestão gordura para quantidades moderadas;
  • Substituir o açúcar por adoçante;
  • Diminuir a ingestão de leguminosas como feijão e lentilha, que não devem ser consumidas mais do que uma vez por dia.

Alimentos que deve ingerir

Recomenda-se ainda a ingestão regular dos seguintes alimentos devido ao alto teor de substâncias inibidoras da formação de todos os tipos de cálculo:

  • Arroz,
  • Batatas (excepto batata doce),
  • Clara de ovo,
  • Margarina,
  • Óleos vegetais,
  • Mel,
  • Maionese,
  • Bolachas de água e sal,
  • Abacaxi,
  • Uva,
  • Melancia,
  • Pêra,
  • Cereja.

Por outro lado, os alimentos indicados na tabela anexa devem ser evitados ou consumidos em quantidades moderadas por todos os doentes com litíase urinária.

Tratamento específico

O tratamento específico para os diferentes tipos de cálculos renais, engloba alterações na dieta de modo a restringir ou eliminar alimentos ricos em substâncias que estão implicadas na formação de um determinado tipo de cálculo num doente específico. Estas recomendações deverão ser efetuadas com o apoio de um nutricionista. Quando as alterações na dieta falham na prevenção, está indicada, em alguns doentes, a utilização de medicamentos específicos.

Cálcio

Como os cálculos de cálcio representam 80% de todos os cálculos urinários, as alterações gerais na dieta anteriormante referidas são geralmente suficientes para a prevenção da sua formação. Quando as medidas anteriores não são suficientes, medicamentos diuréticos (tiazidas) e citrato de potássio oral (Uralit U®) são prescritos.

Oxalato de cálcio

Para além das medidas para a prevenção dos cálculos de cálcio em geral, devem ser evitados os alimentos ricos em oxalato, tais como:

  • Batata-doce
  • Beterraba
  • Espinafre
  • Chocolate
  • Café
  • Chá
  • Refrigerantes à base de cola
  • Frutos secos (sobretudo nozes)

Ácido úrico

A prevenção da formação de cálculos de ácido úrico implica a normalização da excreção desta substância na urina. Isto é conseguido através de uma diminuição da ingestão dos seguintes alimentos:

  • Carnes gordas (porco e pato)
  • Carnes jovens (frango, vitela, cabrito, leitão)
  • Órgãos e vísceras (miolos, fígado, coração, rins)
  • Peixes gordos (atum, sardinha, salmonete, cavala, anchova)
  • Conservas
  • Mariscos
  • Queijos
  • Bebidas alcoólicas (cerveja)

Se estas medidas dietéticas se revelam insuficientes, poderá estar indicada a administração do medicamento alopurinol (Zyloric®)

Estruvite

Os cálculos de estruvite, ou cálculos infecciosos, são causados por infecções urinárias de repetição do aparelho urinário por determinado tipo de bactérias.

Além da eliminação completa dos cálculos, a prevenção de infecções urinárias de repetição poderá implicar a utilização prolongada de antibióticos específicos para o referido tipo de bactérias, para manutenção de urina estéril. Em casos particulares, poderá utilizar-se ácido acetohidroxâmico.

Cistina

Para a prevenção destes cálculos com cistina recomenda-se a terapêutica com citrato de potássio oral e captopril.

Concluindo

A litíase urinária é uma doença crónica com tendência para a recorrência. A avaliação clínica adequada permite na grande maioria dos casos um diagnóstico da causa da litíase e a orientação para o tratamento medicamentoso que, associado ao reforço hídrico e alterações da dieta, permitem evitar ou reduzir significativamente a formação de cálculos em mais de 80% dos doentes. No entanto, a prevenção desta doença exige um compromisso na realização dos tratamentos prescritos, dado que a prevenção de novos cálculos deve ser feita para resto da vida.

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Referências:

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Tabela de alimentos a evitar aqui:

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As 7 dores que nunca deves ignorar toda a verdade!

Quais as 7 dores que nunca deves ignorar? Dor e sinal de perigo: Dores banais podem esconder doenças muito graves! Segundo a OMS a gestão de todo o tipo de dor é importante. No entanto existem algumas dores que não devem, nunca, ser desvalorizadas porque podem alertar, atempadamente, para problemas muito graves, podendo mesmo, em certos casos, salvar-lhe a vida!

Há dores que têm causas banais e bem identificadas tais como  uma “canelada” a jogar à bola com os seus amigos, uma martelada que acertou no dedo e não no prego, maus jeitos, demasiado tempo em cima de saltos altos, carteiras e pastas pesadas, enfim… dores não faltam e estas são frequentes e contornáveis com alguma facilidade.

Este artigo oferece um detalhe extraordinário de 7 doenças muito graves porque se pretende, verdadeiramente, explicar de forma clara e tecnicamente rigorosa, o perigo enorme de não serem detetadas em tempo útil.

É portanto um artigo extenso mas repartido em 7 blocos que podem ser lidos de forma separada pelo facto de descreverem doenças graves muito distintas. No final não se esqueça de PARTILHAR com os seus amigos, com a certeza que este artigo pode salvar vidas!

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Quais as 7 dores que nunca deve ignorar?

Tratam-se de dores que podem parecer banais mas que, na verdade, são bem capazes de esconder problemas muito graves, a saber:

  1. Dor nas omoplatas ( ombros )
  2. Dor de cabeça
  3. Dor aguda do lado direito do abdómen
  4. Acordar com dores de dentes
  5. Dor na zona central das costas e simultaneamente febre
  6. Cólicas menstruais fortes
  7. Dor aguda na zona mole da parte detrás do joelho, entre a barriga da perna e a articulação do joelho

DOR NO OMBRO

Dor no ombro

Pode ser sinal de que um ataque cardíaco poderá estar para breve. Se a esta dor se juntarem sintomas de falta de ar, náuseas, indigestão ou azia, o melhor é correr para o médico mais próximo.

Ataque cardíaco o que é?

Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue de uma parte do músculo do coração fica bloqueado. Se o fluxo sanguíneo não for restaurado rapidamente, essa seção do músculo cardíaco ficará danificada devido à falta de oxigênio e começará a morrer.

Um ataque cardiaco ocorre quando o fluxo de sangue de uma parte do músculo do coração fica bloqueado
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue de uma parte do músculo do coração fica bloqueado

O ataque cardíaco é uma das principais causas de morte, tanto em homens como em mulheres.

Causas

A principal causa de um ataque cardíaco é a doença das artérias coronárias, onde existe a formação de placas de gordura nas paredes das artérias coronárias, que diminui o transporte de oxigênio e sangue ao coração.

Eventualmente, uma placa pode romper, causando coágulo sanguíneo na superfície da placa. Se o coágulo ficar muito grande, ele pode bloquear totalmente ou quase totalmente o fluxo de sangue rico em oxigênio para a parte do músculo cardíaco alimentado pela artéria.

Durante um ataque cardíaco, se o bloqueio na artéria coronária não for tratado rapidamente, o músculo cardíaco começa a morrer e a ser substituído por tecido cicatrizado. Este dano do coração pode não ser óbvio, ou pode causar problemas graves de longo prazo.

Sequelas permanentes

Problemas graves relacionados com ataque cardíaco podem incluir:

  • Insuficiência cardíaca
  • Arritmias cardíacas potencialmente fatais.

Insuficiência cardíaca é uma condição na qual o coração não consegue bombear sangue suficiente pelo corpo. Fibrilação ventricular é uma arritmia séria que pode causar morte se não for tratada rapidamente.

Tratamento

Atualmente há tratamentos para ataques cardíacos que salvam vidas e previnem incapacidades graves. O tratamento é mais eficiente quando começa dentro de 1 hora após os sintomas do ataque cardíaco.Publicidade melhorsaude.org melhor blog de saude


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DOR DE CABEÇA que perigos esconde

Dor de cabeça

É importante que a pessoa saiba avaliar a intensidade da dor para que a distinga facilmente de uma enxaqueca. Esta dor não deve cair no esquecimento, principalmente a repentina e que aparece de forma intensa. Sabia que estas dores inesperadas e fortes podem ser sinal do crescimento de um aneurisma cerebral?

Neste caso é importante que a pessoa saiba avaliar a intensidade da dor para que a distinga facilmente de uma enxaqueca.

Aneurisma cerebral o que é?

As artérias do nosso corpo são vasos sanguíneos com uma parede muscular muito resistente, capazes de suportar a pressão que o sangue exerce dentro delas.

Se por algum motivo um ponto da artéria se tornar mais fraco, ela deixará de ser capaz de suportar a pressão sanguínea, cedendo lentamente, formando uma área dilatada, como se fosse um saco ou um balão.

O aneurisma tem uma parede muito mais fraca que a artéria saudável e, por isso, apresenta grande risco de rotura, podendo causar hemorragias cerebrais graves.

No ponto onde a parede da artéria é mais fraca forma-se um balão que pode rebentar
No ponto onde a parede da artéria é mais fraca forma-se um balão que pode rebentar

Prevalência na população em geral

Estima-se que até 5% da população tenha pelo menos um aneurisma cerebral. 20% destes possuem dois ou mais aneurismas ao mesmo tempo.

Os aneurismas são mais comuns nas mulheres e em pessoas acima dos 50 anos. A taxa de hemorragia intracraniana por rotura de um aneurisma cerebral, porém, é de apenas 10 para cada 100.000 pessoas.

Portanto, pode-se concluir que, apesar do aneurisma cerebral não ser uma situação rara, a maioria deles não se rompe. Na verdade, a maioria dos aneurismas não causa sintomas e o paciente nem sequer desconfia que o tem.

No entanto, o aneurisma cerebral, quando rompe, causa a morte em 50% dos doentes mesmo depois de socorridos.

Fatores de risco

O doente não costuma nascer com um aneurisma ou seja aparece ao longo da vida. Geralmente são precisos mais de um fator agindo em simultâneo para que um aneurisma seja formado. Entre os fatores de risco mais comuns estão:

  • Tabagismo
  • Hipertensão
  • Deficiências congênitas da parede da artéria
  • Endocardite infeciosa
  • História familiar de aneurismas cerebrais
  • Idade acima de 40 anos.
  • Malformação arteriovenosa (MAV).
  • Drogas, especialmente cocaína
  • Álcool em excesso
  • Tumores cerebrais.
  • Trauma cranioencefálico.

Algumas doenças genéticas também podem ser causadoras de aneurisma cerebral, a saber:

  • Rins policísticos
  • Displasia fibromuscular.
  • Síndrome de Osler-Weber-Rendu.
  • Coartação da aorta.
  • Síndrome de Moyamoya.
  • Síndrome de Marfan.
  • Síndrome de Ehlers-Danlos.
  • Pseudoxantoma elástico.
  • Deficiência de Alfa1-antitripsina.
  • Lúpus eritematoso sistêmico
  • Anemia falciforme
  • Neurofibromatose tipo 1
  • Esclerose múltipla

Algumas das doenças acima são raras, outras são relativamente comuns. Devemos dar atenção especial à doença policística renal, que é uma desordem comum,  1 a cada 400 pessoas e pode aumentar o risco de aneurismas cerebrais até 7 vezes.

Sintomas

A maioria dos aneurismas cerebrais são pequenos e não provoca nenhum sinal ou sintoma. Muitos são descobertos acidentalmente durante exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonâncias magnéticas do crânio, solicitados por outro motivo qualquer.

Apesar de ser habitualmente assintomático, dependendo da localização e do tamanho, o aneurisma pode comprimir algumas áreas cerebrais importantes, provocando sintomas. Os mais comuns são:

  • Dores de cabeça
  • Visão turva
  • Alterações da pupila,
  • Formigueiro, dormência ou paralisia de um lado da face.

Porém, a situação mais comum é o aneurisma permanecer silencioso, causando sintomas apenas no momento em que ocorre a rotura.

A rotura de um aneurisma cerebral provoca um AVC hemorrágico, que é uma emergência médica gravíssima, com elevada mortalidade. Quando um aneurisma se rompe ele geralmente provoca a chamada hemorragia subaracnoide, que é causada pelo sangramento para o espaço subaracnoide, local das meninges onde circula o liquor. Este tipo de hemorragia é típica de aneurismas rotos.

AVC isquémico vs AVC hemorrágico
#AVC isquémico vs #AVC hemorrágico

Quando o sangue escapa para o espaço subaracnoide, o paciente apresenta sintomas súbitos. Ajuda médica deve ser procurada imediatamente se o paciente apresentar subitamente um ou mais dos sintomas abaixo:

  • A pior dor de cabeça da sua vida
  • Perda da consciência.
  • Crise convulsiva
  • Rigidez da nuca.
  • Vômitos em jato.
  • Visão turva ou dupla.
  • Dor súbita acima ou atrás do olho, com dificuldade de visão
  • Dificuldade em caminhar ou forte tontura repentina
  • Fraqueza e dormência em um lado do corpo.

Aneurisma cerebral qual o risco de rotura?

O risco de um aneurisma cerebral se romper está diretamente relacionado com o seu tamanho e à velocidade de crescimento. Aneurismas de baixo risco são aqueles com menos de 5 a 7 milímetros (0,5 a 0,7 centímetros) de diâmetro e sem crescimento ao longo de vários meses. Quanto maior é o aneurisma, mais fraca é sua parede e maior é a chance deste continuar crescendo até se romper.

Além do tamanho e da velocidade de crescimento, outro fator importante no risco de rotura é a localização do aneurisma dentro do cérebro. Aneurismas da circulação posterior, envolvendo as artérias do sistema vertebro-basilar ou comunicantes posteriores, apresentaram as maiores taxas de rotura.

Estudos mostram que aneurismas maiores que 2,5 cm, localizados nas artérias posteriores do cérebro, apresentam um risco de sangramento acima de 50% em um período de 5 anos.

Os dois exames mais usados para se diagnosticar e acompanhar um aneurisma cerebral são a angiorressonância magnética nuclear e a angiotomografia computadorizada do crânio

Tratamento do aneurisma cerebral

A decisão de se tratar um aneurisma cerebral sem rotura depende do risco de rotura que o mesmo apresenta a curto/médio prazo. Aneurismas pequenos em locais com baixo índice de sangramento podem ser apenas observados.

Estes aneurismas de baixo risco podem ser monitorados anualmente com exames de ressonância magnética ou tomografia computadorizada durante três anos seguidos. Se o aneurisma se mantiver estável, pode-se espaçar os exames para a cada 2 ou 5 anos.

Se for possível detetar que o aneurisma surgiu recentemente (como no caso do paciente ter uma tomografia recente sem evidências de aneurismas), os primeiros exames devem ser feitos com intervalos de 6 meses, porque os aneurismas novos são os que têm maior risco de crescimento.

No caso de aneurismas grandes, com elevado risco de rotura, ou nos aneurismas que já se romperam, o tratamento é cirúrgico, visando a  interrupção do fluxo sanguíneo para o local do aneurisma, preservando a passagem do sangue pela artéria. No caso de um aneurisma com rotura, a cirurgia é obviamente urgente.

Processo de embolização de um aneurisma
Processo de #embolização de um #aneurisma

A embolização do aneurisma é um método menos invasivo que a cirurgia e tem ganhado popularidade nos últimos anos. O processo é semelhante a um cateterismo. O cirurgião insere um cateter numa artéria, geralmente na virilha, que é empurrado através  até ao aneurisma.

Quando chega ao aneurisma, um fio de platina maleável é implantado dentro do mesmo, interrompendo o fluxo sanguíneo e provocando uma trombose do aneurisma.

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DOR NO ABDÓMEN melhorsaude.org melhor blog de saude

Dor no abdómen do lado direito

É, na maioria dos casos, associada ao apêndice. É fundamental que a pessoa não deixe a dor chegar a casos extremos, se não arrisca uma rutura no apêndice e consequentes infeções que podem ser muito graves nomeadamente septicémia.

Apendicite o que é?

A apendicite é uma doença comum, que acomete cerca de 7% da população, o que a torna uma das principais emergências médicas em todo o mundo. A apendicite geralmente surge entre os 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, apesar de ser rara nas crianças com menos de 2 anos.

Localização do apêndice no quadrante inferior direito do abdómen
Localização do apêndice e órgãos próximos

O apêndice é um órgão com tamanho e localização variáveis, e a sua proximidade com outros órgãos da pelve e do abdómen podem fazer com que os sintomas de apendicite sejam parecidos com os de outras doenças, tais como, diverticulite, torção do ovário, gravidez ectópica, cálculos renais e outros problemas do abdómen ou da pélvis.

Apendice
Localização do #apêndice

Sintomas

O sintomas mais comuns da apendicite são os seguintes:

Dor abdominal típica

      • A dor típica começa de forma difusa junto ao umbigo e no espaço de 24 horas migra para o quadrante inferior direito do abdómen
    • Tipicamente existe dor à palpação do abdómen que se torna muito mais intensa quando se retira de repente a mão que executa a palpação ( sinal de Blumberg )

Dor abdominal atípica

      • Em cerca de 15% das pessoas o apêndice localiza-se mais posteriormente, fazendo com que o local da dor da apendicite seja diferente. Neste caso o paciente pode queixar-se de dor lombar  à direita, dor no quadrante superior direito ou dor em todo o flanco direito.
      • Há também aqueles pacientes com apêndices mais baixos, cuja ponta se estende até a região da pelve. Nestes casos, a dor pode ser na virilha à direita, no ânus ou na região púbica. Evacuar ou urinar podem provocar exacerbações da dor.

Dor do lado esquerdo

Apesar de raro, não é impossível que o paciente com apendicite tenha dor do lado esquerdo do abdómen, caso o apêndice seja mais comprido que o habitual e se estenda até o lado esquerdo da cavidade abdominal. Porém, apendicite não deve ser a primeira hipótese diagnóstica nos pacientes com dor abdominal no lado esquerdo, exceto nos raros casos de situs inversus (condição rara na qual os pacientes apresentam órgãos do tórax e abdômen em posição oposta àquela esperada).

    • Endurecimento da parede do abdómen
    • Enjoos ( em 90% dos casos )
    • Vômitos ( em 90% dos casos )
    • Perda do apetite ( em 90% dos casos )
    • Febre  é geralmente baixa. Só existe febre alta quando há perfuração do apêndice e extravasamento de material fecal dos intestinos para dentro da cavidade abdominal, o que gera uma intensa reação inflamatória e grave infeção.
    • Diarreia
    • Prisão de ventre
    • Distensão abdominal
    • Leucocitose (aumento do número de leucócitos ou glóbulos brancos no hemograma). Mais de 80% dos pacientes com apendicite aguda apresentam leucocitose no exame de hemograma. Quanto mais intensa é a leucocitose, em geral, mais extenso é o processo inflamatório.

Nem todos os sinais e sintomas listados acima estão necessariamente presentes nos pacientes com apendicite aguda. Alguns, tais como diarreia, prisão de ventre ou distensão abdominal, ocorrem em menos da metade dos casos.

Tipicamente os três sintomas associados mais comuns num quadro de apendicite são:

      • Dor abdominal
      • Vômitos
    • Perda do apetite.

Bebés, crianças e adolescentes

O quadro clínico da apendicite em adolescentes é basicamente o mesmo dos adultos. Já nas crianças com menos de 12 anos, os sintomas podem ser um pouco diferentes.

Crianças entre 5 e 12 anos

Assim como nos adultos, a dor abdominal e os vómitos são os sintomas mais comuns nas crianças em idade escolar, embora a característica migração da dor da região peri umbilical para o quadrante inferior direito possa não ocorrer. A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor no quadrante inferior direito do abdômen – 82%
  • Náuseas – 79%
  • Perda do apetite – 75%
  • Vômitos – 66%
  • Febre – 47%
  • Diarreia- 16%

Crianças entre 1 e 5 anos

A apendicite é incomum em crianças com menos de 5 anos. Febre, vómitos, dor abdominal difusa e rigidez abdominal são os sintomas predominantes, embora irritabilidade, respiração ruidosa, dificuldade para andar e queixas de dor na região direita do quadril também possam estar presentes.

A típica migração da dor para o quadrante inferior direito do abdômen ocorre em menos do que 50% dos casos. Diarreia e febre, todavia, são bem mais comuns que nos adultos. As crianças pequenas costumam apresentar febre baixa (ao redor de 37,8ºC) e ruborização das bochechas. A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor abdominal – 94%
  • Febre – 90%
  • Vômitos – 83%
  • Dor à descompressão – 81%
  • Perda do apetite – 74%
  • Rigidez abdominal – 72%
  • Diarreia- 46%
  • A distensão abdominal – 35%

Crianças com menos de 1 ano

Se a apendicite em crianças com menos de 5 anos é incomum, a apendicite em recém-nascidos e no primeiro ano de vida é ainda mais rara. A baixa frequência de apendicite nesta faixa etária deve-se provavelmente ao formato mais afunilado e menos propenso à obstrução do apêndice, em oposição ao formato mais tubular do órgão nos adultos e crianças mais velhas.

Apesar de rara, infelizmente, a mortalidade neonatal de apendicite é de quase 30%, pois o diagnóstico precoce é muito difícil, já que o quadro clínico costuma ser muito atípico. A distensão abdominal é mais comum que a própria dor abdominal, provavelmente porque os bebés não conseguem comunicar adequadamente. A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Distensão abdominal – 75%
  • Vômitos – 42%
  • Perda do apetite – 40%
  • Dor abdominal – 38%
  • Febre – 33%
  • Inflamação da parede abdominal – 24%
  • Irritabilidade ou letargia – 24%
  • Dificuldade respiratória – 15%
  • Massa abdominal – 12%
  • Sangramento nas fezes – 10%

Tratamento

O tratamento é, naturalmente, cirúrgico com retirada do apêndice inflamado.

Localização do apêndice no quadrate inferior direito do abdómen
Procedimento usa técnicas de #Laparoscopia interna mas também de cirurgia tradicional

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BRUXISMO MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

Dor de dentes ao acordar: Bruxismo

Também não deve ser uma situação tida como normal. Esta pode ser uma consequência do bruxismo noturno e de uma inflamação, causada pelo desgaste do esmalte. Além disso, esta dor pode ser causada por elevados níveis de stresse.

Bruxismo noturno o que é?

O bruxismo noturno é um distúrbio do sono caracterizado pelo apertar e ranger dos dentes, de forma involuntária,  aplicando uma força excessiva sobre a musculatura mastigatória. A palavra bruxismo do sono vem do grego brycheinm, que significa ranger dos dentes.

Bruxismo diurno e noturno, diferenças

O bruxismo diurno é diferente do bruxismo noturno (ou do sono). Assim, o bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula, que aperta os dentes enquanto a pessoa se encontra acordada e, geralmente, não ocorre o ranger de dentes, estando relacionado com um tique ou hábito.

O bruxismo do sono é uma atividade inconsciente de ranger ou apertar os dentes, com produção de sons, enquanto o indivíduo está a dormir. O bruxismo noturno é um problema que afeta sobretudo as crianças podendo também afetar os adultos.

Sequelas

      • Dentes ficarem doloridos ou soltos, e, às vezes, partes dos dentes são literalmente desgastados;
      • Destruição do osso circunvizinho e do tecido da gengiva que pode ser grave;
      • Tensões ao nível das articulações temporomandibulares (ATM) que pode causar desgastes e eventuais problemas graves.

Causas do bruxismo noturno

As causas do bruxismo do sono são multifatoriais e ainda pouco conhecidas mas existem algumas hipóteses, a saber:

  • A má oclusão dentária e
  • tensão emocional podem estar relacionadas a este distúrbio.

Sintomas do bruxismo noturno

  • O ruído característico do ranger dos dentes
  • Desgaste dentário
  • Hipertrofia dos músculos mastigatórios e temporais
  • Dores de cabeça
  • Disfunção das articulações temporomandibulares
  • Má qualidade de sono
  • Sonolência diurna

Sintomas do bruxismo
Sintomas do #bruxismo

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pela observação de um desgaste dentário anormal, ruídos de ranger de dentes durante o sono e desconforto muscular mandibular.

A polissonografia registra os episódios de ranger dos dentes, permitindo identificar alterações do sono e microdespertares. As alterações predominam na fase 2 do sono não REM e nas transições entre as fases do sono. A polissonografia permite ainda o diagnóstico de outros distúrbios do sono, tais como ronco, apneia do sono, movimentos periódicos dos membros, distúrbio comportamental do sono REM e outros.

Tratamento do bruxismo noturno

O tratamento deve ser individualizado para cada paciente. Como o bruxismo do sono tem causas variadas, o tratamento também segue na mesma orientação.

  • O uso de placas orais moles (silicone) ou duras (acrílico) visa a proteção dos dentes prevenindo o desgaste dentário ou fraturas durante o sono;
  • Psicoterapia;
  • Intervenção odontológica;
  • Intervenção farmacológica e suas combinações, de acordo com o perfil do paciente.

Aplicações locais de toxina botulínica nos músculos envolvidos têm sido utilizadas em casos de bruxismo do sono que não respondem ao tratamento convencional.

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DOR DE COSTAS E LOMBALGIA MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

Dor na zona central das costas com febre

Estes dois sintomas associados são  graves e devem levá-lo de imediato ao médico. A causa? Uma infeção renal. A estes sintomas podem juntar-se ainda náuseas e desconfortos no estômago ou mesmo uma primeira infeção urinária.

Infeção urinária o que é?

Infeção urinária é qualquer quadro infecioso que aconteça no trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, a saber:

  • As infeções urinárias baixas são aquelas que acorrem na bexiga e/ou na uretra.
  • As infeções urinárias altas ocorrem quando há comprometimento de pelo menos um dos rins.

Anatomia do tracto urinário
Anatomia do trato urinário

Infeções na bexiga, na uretra e no rim

Conforme o local do trato urinário onde se localiza o foco infecioso, a denominação utilizada é distinta. Assim temos:

  • Cistite – infeção da bexiga;
  • Uretrite – infeção da uretra;
  • Pielonefrite – infeção renal (infeção mais grave ).

Infecção urinária
#Uretrite é uma infeção da uretra, #cistite é uma infeção da bexiga e #pielonefrite é uma infeção do rim

Pielonefrite

A pielonefrite é uma infeção bacteriana de um ou ambos os rins. A infeção renal é um caso potencialmente grave, porque ataca um órgão vital. É um quadro que pode ter gravidade semelhante a uma pneumonia.

Se não tratada a tempo e corretamente, pode levar à septicémia que pode ser mortal por falência de vários outros órgãos.

Na grande maioria dos casos responde bem aos antibióticos. Os casos que evoluem de forma negativa são aqueles que esperaram muito tempo para receber tratamento ou quando o doente já se encontra muito debilitado por outras doenças.

A pielonefrite é uma frequente causa de formação de cicatrizes nos rins, podendo levar à perda parcial da função renal, principalmente nos doentes que têm infeções recorrentes.

Causas da pielonefrite

A infeção dos rins acontece de duas formas, a saber:

  1. A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.

Menos frequente é a colonização assintomática da bexiga por bactérias que também pode ser a fonte de uma infeção renal. Nestes casos, o doente tem bactérias na bexiga mas não apresenta sintomas pois estas estão apenas colonizar. Por esta razão nem todas as pessoas relatam sintomas de cistite antes do surgimento da pielonefrite.

  1. O segundo modo de infeção dos rins é pelo sangue, quando uma bactéria que está a provocar uma infeção em algum local do nosso organismo viaja pela corrente sanguínea e se aloja no rim. Esta via é muito menos frequente do que a via ascendente.

A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.
A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas #cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.

Infeção renal fatores de risco

Além da cistite, que é o principal fator de risco, existem outras situações que podem aumentar o risco de infeção dos rins, a saber:

  • Uso de cateteres vesicais (algália);
  • Cirurgias urológicas;
  • Cálculos renais;
  • Anormalidades anatómicas do trato urinário;
  • Doenças da próstata que causam obstrução do fluxo da urina.

Doentes de risco

Os doentes de maior risco são os que apresentam um sistema imunológico frágil, tais como:

    • Diabéticos
    • Insuficientes renais
    • Cirróticos
    • Portadores do vírus HIV
    • Doentes a tomar medicamentos imunossupressores apresentam um risco maior de contrair uma cistite que evolua para pielonefrite.

Sintomas de pielonefrite

Os sintomas típicos da pielonefrite são:

  • Febre
  • Dor lombar
  • Náuseas
  • Vómitos
  • Mal estar geral

Podem haver também sintomas de cistite, como dor ao urinar e vontade de urinar com frequência, mesmo quando a bexiga está vazia. Outro sinal comum é a presença de sangue na urina (hematúria), que se apresenta normalmente como uma urina cor de Coca-Cola.

Pielonefrite é clinicamente dividida em 3 categorias:
  1. Pielonefrite aguda não complicada.
  2. Pielonefrite aguda complicada.
  3. Pielonefrite crónica.

Pielonefrite aguda não complicada

Ocorre normalmente em mulheres jovens, sem antecedentes de doenças ou alterações na anatomia do sistema urinário. O quadro clínico é de febre alta, calafrios, náuseas, vómitos e dor lombar. Os sintomas de cistite, como ardência ao urinar, podem ou não estar presentes.

Assim como nas cistites, a principal bactéria causadora de pielonefrite é a Escherichia coli. Só há necessidade de internamento em casos mais graves. Se o doente tiver bom estado geral e for capaz de tomar antibióticos por via oral, o tratamento pode ser feito em casa.

Pielonefrite aguda complicada

A pielonefrite complicada é aquela que evolui com abscesso dentro ou ao redor dos rins,  necrose da papila renal ou produção de gases dentro do rim, um quadro chamado pielonefrite enfisematosa.

A pielonefrite complicada normalmente ocorre em pessoas com obstrução do trato urinário, bactérias resistentes aos antibióticos ou em diabéticos.

O quadro clínico é igual ao da pielonefrite não complicada, porém apresenta pouca resposta aos antibióticos. O paciente pode apresentar uma resposta apenas parcial, com uma pequena melhoria, mas com fadiga, mal estar, falta de apetite e náuseas que persistem por vários dias.

Uma pielonefrite que não melhora completamente após antibioterapia apropriada deve ser estudadas com exames de imagens, como tomografia computadorizada e ultrassom (ecografia), para investigação de anormalidades que possam estar a perpetuar a infeção.

Pielonefrite crónica

A pielonefrite crónica é um quadro de infeção urinária recorrente, habitualmente associada a má-formações urinárias, obstruções por cálculos renais ou refluxo vesico-ureteral (refluxo da urina da bexiga de volta para o ureter e rins). Costuma levar à cicatrização do rim e à insuficiência renal crónica, principalmente em crianças com refluxo urinário.

Cálculos renais tratados com ultrassons
#Cálculos renais tratados com ultrassons

Sequelas da pielonefrite

Como já referido, se a pielonefrite não for tratada corretamente com antibióticos, existe um risco grande de evolução para sepsis grave. As bactérias presentes nos rins conseguem facilmente alcançar a corrente sanguínea, espalhando-se por todo o organismo, podendo levar à falência de múltiplos órgãos e até ser mortal!

Outro problema da pielonefrite, principalmente se recorrente, é a lesão permanente do rim. Doentes com pielonefrite crónica podem evoluir com insuficiência renal terminal e necessitar de hemodiálise!

Rim normal vs rim com insuficiência renal
Rim normal vs rim com #insuficiência #renal

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Diagnóstico

O diagnóstico da infeção renal é geralmente feito apenas com os sintomas clínicos. Exames laboratoriais ajudam a confirmar o diagnóstico:

      • O hemograma tipicamente apresenta uma elevação da contagem de leucócitos;
      • A PCR ( Proteína C Reativa ) encontra-se elevada;
      • No exame de urina é comum a presença de pus (leucócitos na urina) e sangue (hemácias na urina).

A urocultura deve ser sempre solicitada, pois ela é capaz de identificar a bactéria que está a provocar a pielonefrite, ajudando na escolha de antibióticos adequados.

No entanto como a urocultura demora pelo menos 48 horas para ficar pronta, não devemos esperar o seu resultado para começar o tratamento com antibióticos. Após o resultado sair, o médico decide se mantém o esquema antibiótico inicial ou muda para um mais adequado ao qual a bactéria seja sensível.

Tratamento da pielonefrite

Em geral, o tratamento da pielonefrite é feito em meio hospitalar com antibióticos intravenosos. Se o paciente tiver boa saúde e ainda estiver com bom estado geral, ele pode receber a primeira dose por via intravenosa e depois completar o resto do tratamento em casa com antibióticos por via oral. Na maioria dos casos, porém, o paciente encontra-se muito debilitado sendo quase sempre necessários 2 a 3 dias de internamento para controlar a infeção.

Nos pacientes com pielonefrite crónica, a avaliação do urologista é necessária. Muitas vezes, o paciente precisa de ser submetido a uma cirurgia para correção de anormalidades anatómicas do sistema urinário que estejam a perpetuar uma infeção dos rins.

Pielonefrite será contagiosa?

A pielonefrite não é uma doença contagiosa, portanto, não há risco de contaminação de familiares ou pessoas próximas. A pielonefrite deve ser sempre tratada com antibióticos. Medicamentos ditos “naturais” podem proporcionar alívio temporário, no entanto apenas adiam o tratamento correto da infeção, acarretando riscos graves para o doente.

Endometriose dores menstruais melhorsaude.org melhor blog de saude

Dor tipo cólicas menstruais

Não devem ser tidas como habituais, muito menos quando acontecem mesmo na presença de medicamentos contra tal. Estas dores podem estar a sugerir uma endometriose, condição que pode levar à infertilidade.

Endometriose o que é?

A endometriose é uma doença caracterizada pela existência de tecido uterino em regiões do corpo que não o útero, geralmente na pelve, ovários ou intestinos. A endometriose é uma condição benigna que, entretanto, pode ser muito debilitante, pois costuma estar associada a dor crónica e infertilidade.

Endométrio o que é?

Anatomia do aparelho reprodutor feminino
Localização anatómica do #endométrio

Endométrio é uma fina membrana que recobre a camada interna do útero. Durante o ciclo menstrual o endométrio sofre transformações induzidas pelas variações hormonais, cresce e torna-se um tecido rico em vasos sanguíneos.

O endométrio cresce para ficar apto a receber e nutrir o embrião em caso de gravidez. Quando o ciclo termina e o óvulo não foi fecundado, essa parede espessa do endométrio desaba e é expelida para fora do útero. Este processo é a menstruação.

Localização do  tecido endometrial

Onde pode acontecer a endometriose
A endometriose pode ocorrer em diversos pontos do organismo

A endometriose é uma doença caracterizada pelo aparecimento de pedaços de tecido endometrial fora da parede interna do útero. A endometriose pode aparecer na bexiga, intestinos, apêndice, vagina, ureter e raramente órgãos distantes da pelve como pulmões e sistema nervoso central.

Também podem surgir tecidos de endométrio em cicatrizes cirúrgicas do abdómen e pelve. Os locais mais comuns onde ocorre a endometriose são, por ordem decrescente, os seguintes:

  1. Ovário;
  2. Regiões ao redor do útero incluindo o fundo de saco de Douglas e ligamentos uterinos;
  3. Porção exterior do útero;
  4. Trompas de Falópio;
  5. Regiões finais do intestino.

A endometriose pode surgir em vários locais diferentes ao mesmo tempo, podendo coexistir em 3 ou 4 órgãos diferentes.

Sequelas da endometriose

Este endométrio em locais atípicos reage aos estímulos hormonais do ciclo menstrual exatamente como o endométrio dentro do útero, ou seja, acontece proliferação e depois sangra, causando, a curto prazo, irritação e a longo prazo fibrose dos tecidos ao redor. Esta característica é a responsável pelos principais sintomas da endometriose cujas causas ainda não são completamente conhecidas.

Prevalência

Estima-se que até 10% das mulheres tenham a doença. Cerca de 80% dos casos de dor pélvica crónica em mulheres são causados pela endometriose. A faixa etária mais atingida é a de 25 a 35 anos.

Sintomas da endometriose

Sintomas de endometriose
O sintoma mais comum da #endometriose é a dor associada ao período menstrual

Dependendo do local onde ocorre a endometriose, a paciente pode apresentar um quadro clínico que varia desde assintomático, até dor constante e ininterrupta.

No entanto, o sintoma mais comum da endometriose é a dor associada ao período menstrual, pois, como já referido, assim como o endométrio normal dentro do útero, o pedaço de tecido endometrial exterior também sangra no final do ciclo menstrual. A endometriose é uma causa comum de dismenorreia secundária ( cólica menstrual ).

Os sintomas da endometriose podem ser alguns dos seguintes:

  • Dor associada ao período menstrual ( dismenorreia )
  • Sangramento em excesso durante a menstruação
  • Sangue na urina
  • Sangue nas fezes
  • Inflamação e dor intensa na zona abdominal
  • Infertilidade
  • Dor durante a relação sexual ( dispareunia )
  • Diarreia
  • Obstipação ( prisão de ventre )
  • Fadiga crónica

Sangramento nos tecidos 

Existe sangramento nos tecidos afetados pela endometriose? A resposta é sim, e é um sinal muito importante para a deteção do local da lesão e portanto para um diagnóstico e tratamento atempado. Assim conforme o local afetado temos:

      • Bexiga – Se a endometriose está localizada na bexiga, é possível haver sangue na urina;
      • Intestinos – Se estiver nos intestinos poderá haver sangue nas fezes;
      • Abdómen e pelve – A presença de endometriose na cavidade abdominal ou na pelve faz com que haja sangramento para essas cavidades, causando intensa inflamação e dor.

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Causa de infertilidade

A endometriose também está muito associada a infertilidade, pois os ovários são um dos locais mais frequentemente afetados, causando inflamação crônica, cicatrização e adesões dos ovários e trompas.

A endometriose que afeta a parte externa do útero também pode levar a deformidades do mesmo e de áreas da pelve, tornando o aparelho ginecológico inapto para uma gravidez.

Risco de cancro

A endometriose, quando afeta os ovários, parece aumentar o risco de cancro dos ovários. Curiosamente o uso de pilulas anticoncecionais parece reduzir este risco.

Diagnóstico

Em muitas mulheres o quadro clínico de dor pélvica cíclica é bastante sugestivo, porém insuficiente para se estabelecer o diagnóstico. Exames de imagem com a ultrassonografia podem ajudar a descartar outras causas para os sintomas, como tumores, mas também raramente conseguem fechar o diagnóstico da endometriose.

Para se ter certeza do diagnóstico é preciso olhar diretamente para dentro da pelve e abdómen, o que só é possível através da laparoscopia, um procedimento cirúrgico. Durante a laparoscopia é possível procurar o tecido implantado e fazer as respetivas biópsias, quando necessário.

Tratamento da endometriose

      • Uso de anti-inflamatórios, no início do tratamento  (estes medicamentos são apenas sintomáticos e não atuam diretamente na doença);
      • Uso de anticoncecionais orais (ajuda a controlar o ciclo hormonal, reduz os sangramentos e consequentemente a dor);
      • Uso da GnRH, uma hormona que causa uma menopausa temporária, impedindo a liberação de estrogênios e cessando a menstruação. O tratamento reduz a dor em 80% dos doentes e ajuda a diminuir o tamanho da endometriose. Pode ser usada até 12 meses;
      • Laparoscopia (cirurgia que remove os tecidos endometriais em excesso).

Cirurgia para endometriose

A cirurgia é indicada nos casos de dor severa, grande sangramento, infertilidade ou ausência de resposta ao tratamento clínico. A cirurgia visa a remoção dos tecidos endometriais e fibroses ou adesões que possam já existir. Atualmente a cirurgia mais usada é a laparoscopia. Em casos muitos graves, com múltiplos implantes de endometriose, pode ser necessária a remoção de todo útero e/ou ovários.

Dor aguda na zona mole da parte de trás do joelho, entre a barriga da perna e a “dobradiça”

Dor na perna trombose venosa

Esta dor aguda na zona mole da parte de trás do joelho, entre a barriga da perna e a “dobradiça”, pode indicar a chegada de uma trombose venosa profunda, principalmente se a esta dor se juntar um vermelhão e calor na área.

Trombose venosa profunda (TVP) o que é?

Trombose é um termo médico que indica a formação de um ou mais coágulos de sangue dentro de um vaso sanguíneo, provocando interrupção ou grave limitação do fluxo de sangue no mesmo. A trombose pode ocorrer dentro de artérias, o que leva a quadros de isquemia ou enfarte, ou em veias, provocando quadros de trombose venosa.

A forma de trombose venosa mais comum é a chamada trombose venosa profunda (TVP), que ocorre nas veias da perna, coxas ou região pélvica, caracterizando-se por quadro de edemas e dor no membro afetado.

Trombose venosa profunda
Trombose é um termo médico que indica a formação de um ou mais coágulos de sangue dentro de um vaso sanguíneo, provocando interrupção ou grave limitação do fluxo de sangue no mesmo

Trombose o que é?

A formação de coágulos é um complexo mecanismo de defesa que impede que o paciente fique a sangrar indefinidamente quando um do seus vasos sanguíneos sofra uma lesão.

O sistema de coagulação é responsável por manter o sangue na sua forma líquida, mas é altamente eficaz em induzir a sua solidificação sempre que a parede de uma veia ou artéria sofrer alguma lesão.

Imediatamente após um vaso sofrer uma lesão, o sistema de coagulação começa a agir de forma a criar um coágulo que funcione como tampão para estancar a saída de sangue para fora da circulação sanguínea.

Na imensa maioria dos casos, a formação de coágulos acontece sem problemas, limitando-se apenas à parede do vaso ferido e aos tecidos por onde o sangue extravasou, sem interferir de forma relevante no fluxo de sangue dentro do vaso.

Em pessoas saudáveis, há um fino equilíbrio entre os fatores que impedem a coagulação e os fatores que estimulam a formação de coágulos, de forma a que o doente não forme coágulos espontaneamente nem corra risco de sangramentos com traumas mínimos do dia-a-dia.

Trombose venosa e trombose arterial

As tromboses venosas e arteriais manifestam-se clinicamente de forma diferente, uma vez que veias e artérias possuem funções distintas no organismo.

As artérias são os vasos responsáveis por levar sangue rico em oxigênio e nutrientes aos tecidos, enquanto as veias são os vasos que fazem o sentido oposto, escoando o sangue já utilizado pelos tecidos de volta ao coração e aos pulmões para ele ser novamente oxigenado.

Trombose arterial

Se a trombose ocorrer dentro de uma artéria, ela impede que o sangue chegue aos órgãos e tecidos nutridos por essa artéria, causando isquemia e enfartes. As situações mais conhecidas de trombose arterial são o enfarte agudo do miocárdio e o AVC.

Trombose venosa

Quando a trombose ocorre dentro de uma veia, obstrui o escoamento do sangue, fazendo com que o mesmo fique preso naquela região. A forma mais comum de trombose venosa é a trombose dos membros inferiores, afetando as veias profundas e de maior calibre da perna, coxa ou pélvis.

A forma mais comum de trombose venosa é a trombose dos membros inferiores, afectando as veias profundas e de maior calibre da perna, coxa ou pelvis.
A forma mais comum de #trombose venosa é a trombose dos membros inferiores, afetando as veias profundas e de maior calibre da perna, coxa ou pélvis.

Neste caso, o sangue chega normalmente ao membro inferior afetado, mas não consegue retornar, pois, como uma das veias está trombosada, uma das principais, senão a principal, via de escoamento encontra-se obstruída.

O sangue, para retornar, precisa encontrar uma ou mais vias colaterais, que são normalmente veias de menor calibre, incapazes, a curto prazo, de conseguir escoar adequadamente todo o fluxo de sangue.

Causas da trombose venosa

Em situações normais o sangue deve sempre permanecer na sua forma líquida, fluindo livremente pela circulação sanguínea. A formação de um coágulo (trombo) dentro de uma veia é uma evento não natural, que ocorre devido a basicamente três fatores, conhecidos como tríade de Virchow:

  • Redução do fluxo de sangue no vaso

O equilíbrio entre fatores que favorecem a coagulação e fatores que impedem a coagulação desaparece quando o fluxo de sangue se torna mais lento. A estase sanguínea é uma situação que estimula a ação dos fatores de coagulação, aumentando o risco do surgimento de um trombo.

  • Lesão da parede do vaso sanguíneo

Sempre que a parede de um vaso sanguíneo sofre uma lesão, o sistema de coagulação é ativado para a formação de um coágulo tampão, de forma a impedir perdas sanguíneas para fora do vaso. Dependendo do grau e da localização do trauma, a formação de um grande trombo pode ocorrer.

  • Alterações dos componentes do sangue

Se o paciente tiver alguma doença que altere de forma relevante os componentes do sangue, principalmente os fatores que favorecem ou impedem a coagulação, o equilíbrio necessário do sistema de coagulação desaparece, aumentando o risco do surgimento de trombos dentro dos vasos.

Em geral, sempre que o doente apresenta uma trombose, um ou mais dos 3 fatores descritos acima estão presentes na sua génese.

Fatores de risco

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de trombose, principalmente dos membros inferiores. Os mais importante são as trombofilias, doenças do sangue que fazem com que o sistema de coagulação fique desregulado, criando um estado de hipercoagulabilidade e grande risco para formação de trombos. Entre as trombofilias mais comuns, podemos destacar:

– Mutação do Fator V de Leiden.
– Mutação do gene do gene da protrombina.
– Deficiência de proteína S.
– Deficiência de proteína C.
– Deficiência de antitrombina.
– Disfibrinogenemia.
– Anticorpo anti-fosfolipídeo.

Felizmente, apesar de serem um fortíssimo fator de risco para trombose, as trombofilias são doenças pouco comuns. A maioria dos casos de trombose são causadas por outros fatores, a saber:

      • Cirurgia,
      • Traumas,
      • Longas viagens sentado,
      • Cancro,
      • Insuficiência cardíaca,
      • Gravidez.

Cirurgia

Doentes submetidos a procedimentos cirúrgicos, principalmente cirurgias na região pélvica e membros inferiores, apresentam elevado risco de formação de trombos nos membros inferiores. O efeito dos anestésicos, a própria manipulação dos vasos sanguíneos e tecidos subjacentes durante o ato cirúrgico e o prolongado tempo sem se levantar no pós-operatório tornam as cirurgia um evento com elevado risco de trombose venosa profunda.

Quando andamos, o impacto dos pés no chão e a contração dos músculos, ajudam a empurrar o sangue nas veias das pernas para cima, em direção ao coração. Ficar muito tempo deitado, principalmente para quem tem insuficiência venosa, favorece a estase do sangue nos membros inferiores.

Traumas

Por motivos semelhantes aos da cirurgia, grandes traumatismos também são importantes fatores de risco para a trombose venosa profunda, não só pelo impacto nos vasos sanguíneos, mas também pelo tempo que o paciente fica imobilizado na cama depois do acidente.

Síndrome da classe económica

Longas viagens de avião, principalmente superiores a 8 horas, podem facilitar a surgimento de trombose venosa profunda, principalmente em indivíduos com outros fatores de risco, como obesidade, varizes, tabagismo, gravidez, etc. Já notou como os seus pés ficam inchados e os sapatos ficam mais difíceis de calçar após uma longa viagem de avião?

O facto de ficar sentado longas horas, com as pernas dobradas, dificulta o retorno do sangue venoso para o coração, favorecendo a estase e, consequentemente, a formação de trombos.

Sindrome da classe económica
#Sindrome da classe económica

Cancro

Alguns tumores malignos produzem substâncias que aumentam a coagulabilidade do sangue, favorecendo a formação de trombos. Para esses doentes obviamente o risco de trombose está aumentado.

Insuficiência cardíaca

Doentes com insuficiência cardíaca apresentam um coração fraco, com dificuldade em bombear o sangue pelo corpo, levando à estagnação de sangue nos membros inferiores e favorecendo a formação de coágulos.

Gravidez

Alterações hormonais aumentam a capacidade de coagulação das grávidas. Além disso, conforme o útero cresce, a veia cava vai sendo comprimida, o que dificulta o escoamento do sangue vindo das veias dos membros inferiores. As grávidas apresentam um risco 5 vezes maior de desenvolverem tromboses do que mulheres não grávidas da mesma idade.

Além dos já descritos, existem diversos outros fatores de risco para trombose venosa profunda, valendo a pena citar os seguintes:

  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Anticoncecionais hormonais
  • Idade acima de 60 anos.
  • Síndrome nefrótica
  • Medicamentos, como tamoxifeno, eritropoietina, talidomida e reposição hormonal na menopausa.
  • História familiar de trombose.
  • Policitemia vera.
  • Trombocitopenia essencial.
  • Doença inflamatória intestinal
  • Uso de cateter venoso central na veia femoral.

Sintomas de trombose venosa profunda

Os sintomas da TVP dependem do tamanho do trombo e do grau de obstrução da veia afetada. Tratando-se de veias profundas, longe da pele, é perfeitamente possível o paciente ter uma trombose e não apresentar sintomas. Quando o trombo é suficientemente grande para comprometer o fluxo de sangue na veia, os principais sintomas são:

  • Inchaço
  • Dor
  • Aumento de temperatura e vermelhidão do membro afetado

Uma perna que se subitamente começa a doer e se torna mais inchada que a outra é um sinal que deve sempre levantar a suspeita de trombose.

Diagnóstico

O diagnóstico da TVP costuma ser feito com a ultrassonografia com doppler das veias dos membros inferiores. Outros exames, como a angiorressonância magnética ou angiotomografia computadorizada também podem ser usados.

Sequelas e riscos

O grande perigo da TVP é o risco de um pedaço do trombo se soltar e viajar pela corrente sanguínea até um dos pulmões, provocando um quadro chamado tromboembolismo pulmonar (TEP). Trombos pequenos causam enfarte pulmonar localizado, que se manifestam clinicamente como dor torácica e súbita falta de ar.

Dependendo do tamanho do êmbolo (pedaço do trombo que se soltou), o mesmo pode obstruir grandes vasos pulmonares, como a artéria pulmonar, impedindo que o sangue chegue a um dos pulmões. Neste caso, o coração pode entrar em colapso, pois ele tenta bombear o sangue em direção ao pulmão, mas não consegue, devido à grande obstrução à sua frente.

O paciente com tromboembolismo maciço costuma evoluir rapidamente para paragem cardíaca e morte.

As TVP que ocorrem nas veias mais superiores do membro inferior, como as veias poplíteas, femoral ou ilíaca são as que têm mais riscos de soltar êmbolos. As tromboses que ocorrem nas veias abaixo do joelho são menos perigosas, pois apresentam, menor risco de #tromboembolismo pulmonar ( TEP )?

Tratamento

O tratamento da TVP tem os seguintes objetivos:

  • Reduzir o risco de embolização para os pulmões
  • Impedir o crescimento do trombo
  • Impedir a formação de novos trombos.

Se não tratados, cerca de 1 a cada 2 pacientes com TVP nas veias mais superiores do membro inferior irá apresentar embolia pulmonar. Isso significa que se não tratado, a TVP é um quadro com inaceitável risco de morte.

A anticoagulação do sangue com heparina fracionada ou heparina de baixo peso molecular é eficaz em reduzir o risco de TEP e da formação de novos trombos. Após 5 dias de heparina, que é administrada com injeções subcutâneas, o doente fica a tomar apenas anticoagulantes em comprimido, como a varfarina. A varfarina é mantida por 3 a 6 meses dependendo da gravidade e dos fatores de risco do doente.

O paciente com TVP deve permanecer em repouso absoluto na cama durante os primeiros dias de anticoagulação, pois a mobilização do membro afetado aumenta o risco de embolização.

Nos doentes que apresentam contra-indicação a anticoagulantes ou que, apesar da anticoagulação, continue a apresentar novos episódios de tromboembolismo, indica-se a implantação de um filtro na veia cava.

O filtro de veia cava é uma espécie de rede que fica localizada dentro da veia cava, na região abdominal, e impede que êmbolos ou trombos, provenientes dos membros inferiores consigam chegar aos pulmões.

Prevenção

A prevenção da TVP é essencial nos pacientes com elevado risco, nomeadamente aqueles com trombofilias ou que foram submetidos recentemente a cirurgias. Nas trombofilias, a prevenção deve ser feita com o uso de anticoagulantes para o resto da vida. Nos casos de pacientes submetidos à cirurgia, indica-se, no pós-operatório imediato, o uso de meias de compressão e baixas doses de heparina, caso o doente precise de ficar acamado.

O ideal é que todo paciente recém-operado se levante  e ande assim que possível. O simples facto do paciente poder dar alguns passos ao longo do dia já reduz muito o risco de TVP. Nas longas viagens de avião, aconselha-se que a pessoa se levante a cada 2 horas e dê uma caminhada pelo avião. Evitar bebidas alcoólicas e  manter-se bem hidratados também são importantes.

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Concluindo

O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo está errado e pode vir a ser potencialmente perigoso ou até por vezes fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde! Toda a dor forte ou persistente deve ser investigada e tratada rapidamente pelo seu médico!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Franklim Fernandes AUTOR DO BLOG MELHORSAUDE.ORG melhor blog de saude

Referências:  

      • Organização Mundial de Saúde (OMS);
      • Dr. Houman Danesh, do Hospital Mt. Sinai, em Nova Iorque;
      • Dr. Pedro Pinheiro, especialista em Medicina Interna e Nefrologista. Títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.

Capa 3D 7 Dores que nunca deve ignorar MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

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