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VARIZES NAS PERNAS ESTA É A VERDADE!

As varizes fazem parte de um espectro de situações clínicas que costuma ser designado por “Doença Venosa Crónica”. Segundo a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) A Doença Venosa Crónica é uma patologia crónica e evolutiva, que afecta as veias das pernas que transportam o sangue até ao coração. Quando não é identificada e tratada a tempo pode originar diversas complicações que têm um elevado impacto no dia-a-dia dos doentes.

Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, esta doença tem uma elevada prevalência, atingindo cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos, embora também afecte os homens (60% F/ 40% M).

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Qual a estrutura do sistema venoso das pernas?
  • O que são as varizes?
  • Qual a diferença entre derrames e varizes?
  • Quais os principais sintomas dos derrames e varizes?
  • Que tipos de existem?
  • O que são varizes primárias e as secundárias?
  • Quais as causas?
  • Quais os sintomas?
  • Quais os riscos de doença venosa crónica?
  • Trombose venosa profunda: O que é?
  • Trombose venosa: Qual a causa?
  • Trombose: Quais os factores de risco?
  • Trombose venosa profunda: Quais os sintomas?
  • Quais os tratamentos?
  • Como evitar?
  • Como exercitar as pernas?
  • Qual o melhor desporto?
  • Quais os desportos que deve evitar?
  • Porquê evitar lugares quentes?
  • Porque faz bem o frio?
  • Porquê evitar a prisão de ventre e excesso de peso?
  • Qual o vestuário adequado?
  • Qual o calçado adequado?
  • Como melhorar a circulação venosa durante o sono?
  • Gravidez: Porque faz mal ás varizes?
  • Massagens: Porque fazem bem?

LEIA AQUI TODAS AS RESPOSTAS

BRONZEAR SEM QUEIMAR TODA A VERDADE

Bronzear sem queimar a pele é mais fácil do que se pensa desde que se saiba toda a verdade sobre o bronzeado! Antes de mais convém saber algumas coisas importantes sobre a exposição solar, quais os seu benefícios, malefícios, tipo de pele, qual o protetor mais adequado e qual o tempo que a sua pele aguenta, sem proteção, até fazer uma queimadura.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Benefícios do sol
  • Perigos do sol
  • Eritema e tempo de queimadura
  • Quanto tempo demora a aparecer uma queimadura solar
  • Quanto demora a desaparecer uma queimadura solar
  • Olhos ao sol quais os problemas
  • Olhos como proteger bem do sol
  • Pele como proteger
  • Protetor solar qual o melhor?
  • Protetor solar como aplicar eficazmente?
  • Bronzeado como se forma?
  • Bronzear sem queimar
  • Fototipo de pele como saber qual o seu?
  • Índice UV o que é?
  • Medidas de proteção solar

Leia também: Onda de calor pode matar muitas pessoas!

Bronzear sem queimar e benefícios do sol

No início do século XX descobriu-se que a exposição à luz solar era um preventivo do raquitismo e mesmo a sua possível cura porque pequenas quantidades de UV são benéficas e essenciais na produção da vitamina D3. Além disso parece claro também que em muitas pessoas existe um benefício psicológico que se expressa num aumento do otimismo e do humor em dias com mais exposição à luz solar.

Perigos do sol

A exposição humana à radiação solar poderá ter efeitos graves sobre a saúde, nomeadamente:

Leia também: Quais os sinais na pele que são perigosos e podem causar cancro?

Eritema e tempo de queimadura

O tempo de formação para o eritema (queimadura solar) é o tempo máximo de exposição ao sol com a pele desprotegida e sem que se tenha dado o eritema. O tempo de formação para o eritema pode ser calculado, para cada tipo de pele, a partir do Índice UV e o valor de 1MED para cada tipo de pele.

Escaldão quanto tempo demora?

O “vermelhão” (mais frequentemente conhecido como “escaldão”), resultante da exposição ao sol, torna-se visível após algumas horas, ocorrendo o eritema nas 3 a 5 horas após a exposição à radiação ultravioleta, alcançando um máximo entre 8 a 24 horas e desvanecendo ao longo de 3 dias.

A vasodilatação dos capilares das áreas expostas inicia-se antes do eritema se tornar visível e isto ocorre da mesma forma para as crianças, jovens, adultos e idosos. Alterações benignas dos melanocitos podem também ocorrer como resultantes de uma sobre-exposição ao UV durante a infância ou a adolescência.

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Olhos ao sol, que problemas origina?

Ao contrário da pele humana que parcialmente se adapta à radiação UV (espessura e bronzeado), o olho humano não possui quaisquer mecanismos de adaptação. Como doenças dos olhos, a nível externo, temos principalmente:

  • Fotoqueratite
  • Fotocunjuntivite

Podem ocorrer entre 30 minutos e 24 horas após uma exposição prolongada a uma radiação solar intensa, muitas vezes em ambientes altamente refletores, de que é exemplo o caso da “cegueira da neve”. Outros problemas que podem ocorrer nos olhos devido a excesso de exposição solar são:

  • Pterigium que é uma doença degenerativa que afeta a parte externa dos olhos.
  • Catarata humana relativa à qual estudos diversos indicam ser a radiação UV um fator de risco no desenvolvimento levando ao aumento da opacidade da lente do olho.
  • Supressão do sistema imunológico pelo facto da radiação UV induzie e favorecer a progressão de infeções originadas por vírus, bactérias e fungos.

Olhos como proteger bem do sol?

Os olhos deverão ser protegidos por óculos de sol com as seguintes características:

  • Conter filtros UVA e UVB.
  • Indicar a categoria de proteção das lentes para a luz visível e ultravioleta, e acordo com a diretiva C. E. 89/686/CEE.
  • Para uso geral recomenda-se a categoria 3,
  • Para atividades de alto risco como o montanhismo ou os desportos náuticos se recomenda a categoria 4.
  • Proteções laterais nos óculos devido à exposição lateral.

A proteção lateral é especialmente importante para as crianças pois a transmitância da radiação UV através dos olhos é mais elevada para criança do que para o adulto – a retina da criança é menos protegida.

Pele como proteger eficazmente?

Para bronzear sem queimar a melhor proteção para a pele é o uso de roupa (camisola, calças, chapéu) adequada. A roupa transparente à radiação UV deverá existir no mercado devidamente identificada como tal. As zonas da pele não cobertas por roupa deverão ser protegidas com um protetor solar contendo filtros de UVA e UVB. Durante as primeiras exposições ao sol recomenda-se o uso de um Fator de Proteção Solar (FPS ou SPF) de pelo menos 30.

Protetor solar qual a aplicação correta?

Deverão existir cuidados especiais com bebés e crianças. É importante notar que o efeito do protetor solar depende não somente da sua qualidade mas também da sua correta aplicação.

O protetor solar deverá ser aplicado de acordo com as instruções do fabricante. Um protetor solar com FPS de pelo menos 15 deverá ser generosamente aplicado de 2 em 2 horas para ter efeito protetor. Deverá também ser aplicado antes da exposição ao sol bem como após o banho de mar ou piscina. Se os protetores solares forem corretamente usados eles poderão constituir uma proteção para o eritema, cancro e fotoenvelhecimento.

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Bronzeado como se forma?

Diferente do eritema é o bronzeado, quando a pele é exposta à radiação ultravioleta podem distinguir-se duas reações ao bronzeado:

  • Uma diz respeito à absorção imediata da radiação UV pela melanina presente na pele, e que lhe confere um tom escuro que desvanece poucas horas após o fim da exposição,
  • Outra refere-se ao escurecimento da pele que requer cerca de 3 dias a desenvolver. Trata-se de um bronzeado mais persistente e resulta numa intensificação da produção de pigmentação.

No primeiro caso a radiação mais efetiva é a radiação UVA, neste ultimo é a UVB. Um outro efeito da exposição ao UVB é o aumento da espessura da epiderme a qual irá contribuir para a atenuação da radiação UV que penetra nas camadas mais profundos da pele. Uma exposição moderada à radiação UVB mantém a capacidade da pele tolerar novas exposições.

Bronzear sem queimar

A verdade é que a capacidade de ficar bronzeada depende do tipo de pele e não é necessário expor-se ao sol das 11 ás 16 horas ou seja nas horas de maior calor e índice UV mais elevado porque apenas vai aumentar o risco de queimadura e danos oculares e não vai bronzear de forma saudável e duradoura!

Bronzeado e tipo de pele

O bronzeado depende essencialmente do tipo de pele ou seja a pele tipo III e IV bronzeia sempre, a pele tipo II só ás vezes e a pele tipo I nunca bronzeia por mais exposição solar que tenha!

Bronzear sem queimar para ruivas e loiras

Por exemplo uma ruiva nunca bronzeia e uma loira só ás vezes! As morenas… essas bronzeiam sempre… sortudas 🙂

Apresentamos de seguida uma tabela para que possa saber qual o seu tipo de pele.

Fototipo de pele qual o seu?

BRONZEIA QUEIMA CABELO COR OLHOS
I Nunca Queima Ruivo Azul
II Às vezes Às vezes Loiro Azul/Verde
III Sempre Raramente Castanho Cinza/Castanho
IV Sempre Raramente Preto Castanho

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Índice UV o que é?

A necessidade de fazer chegar ao público em geral informação sobre a radiação UV e sobre os seus possíveis efeitos nocivos, levou a comunidade científica a definir um parâmetro que pudesse ser usado como um indicador para as exposições a esta radiação. Este parâmetro chama-se Índice UV (IUV). Assim, o IUV é uma medida dos níveis da radiação solar ultravioleta que efetivamente contribui para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema), sendo que a sua formação depende dos tipos de pele (I, II, III, IV) e do tempo máximo de exposição solar com a pele desprotegida.

IUV como varia?

O Índice UV exprime-se numericamente como o resultado da multiplicação do valor médio no tempo da irradiância efetiva (W/m2) por 40. Exemplo: Uma irradiância efetiva de 0.2 W/m2 corresponde a um valor do UVI de 8.0.

O Índice UV varia entre:

  • menor que 2, Baixo,
  • 3 a 5, Moderado,
  • 6 a 7, Alto,
  • 8 a 9, Muito Alto,
  • superior a 11 Extremo.

Os valores médios do UV para a latitude de Portugal, enquadram-se para o período compreendido entre os meses de Outubro e Abril entre 3 e 6, o que significa Moderado com possibilidade de Alto em alguns momentos deste período e entre 9 e 10 para o período compreendido entre Maio e Setembro, o que corresponde a Muito Alto.

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Guia de medidas de proteção solar

Consulte o nosso guia para aplicação das medidas de proteção para diferentes valores do Índice UV e para uma pele de tipo sensível (pele tipo I e bebés) e para uma pele tipo III, mais tolerante. Este guia é apenas um exemplo de uma forma simples de como o público pode ser sensibilizado e informado.
MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR melhorsaude.org
Guia de medidas de protecção solar para uma pele tipo I ou bebés com elevada fotosensibilidade
MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR pele tipo 3 melhorsaude.org
Guia de medidas de proteção solar para uma pele tipo III de média fotosensibilidade

Para além do tipo de pele, possíveis reações cutâneas ou oculares podem modificar a eficiência das medidas de proteção. Tais reações de fotossensitividade poderão ser devidas a um certo número de agentes internos ou externos. Alguns medicamentos, tais como psoralens, porphyrins, coal tar, antibióticos ou diversos tipos de agentes inflamatórios, produtos antimicrobióticos, fragrâncias, plantas, etc., podem causar eritema mesmo para baixas doses de UV.

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Protetor solar como escolher e usar?

Os protetores solares atenuam a transmissão da radiação UV na pele. O fator de proteção solar (apresentado pelos protetores solares existentes no mercado) é determinado com base na razão entre as quantidades de radiação UV necessárias para que ocorra a queimadura solar, com protetor solar e sem protetor solar. É importante saber que este efeito de proteção não aumenta linearmente com o FPS. Por exemplo, um FPS de 10 reduz em cerca de 90% a radiação UVB, um FPS de 20 em cerca 95% e um FPS de 30 reduzirá adicionalmente apenas um pouco mais.

Tendo em atenção os danos causados pela radiação UVA recomenda-se a verificação da existência de filtros UVA no produto: por ainda não existir um método padrão para a avaliação dos filtros da radiação UVA nos protetores solares, quando o produto possui filtro para a radiação UVA, tal é referido na embalagem do produto.

Em todos os casos, o protetor solar não deverá ser usado para prolongar o tempo de exposição, mas sim limitar os danos resultantes da exposição ao sol. É esta a razão pela qual os protetores solares se aplicam em zonas não cobertas pela roupa, especialmente em áreas sensíveis como o nariz, o pescoço, os ombros, no peito dos pés, etc.. Para a escolha do protetor solar mais apropriado, existe indicação dos valores de FPS de acordo com os diferentes tipos de pele e valores do Índice UV.

FATORES DE PROTEÇÃO SOLAR RECOMENDADOS PARA DIFERENTES TIPOS DE PELE E DE ÍNDICE UV
ÍNDICE ULTRAVIOLETA TIPOS DE PELE
I II III IV
1 a 3 15 12 9 6
4 a 6 30 25 15 12
7 a 9 50 40 30 20
superior a 10 60 50 40 30

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Concluindo

A proteção solar, principalmente dos bebés, crianças e adultos com pele mais sensível é um tema que está na ordem do dia pela simples razão de que não existem dúvidas sobre o aumento do número de casos de cancros de pele.  Nunca é demais lembrar que quanto mais sol em excesso uma criança apanha mais vai aumentar a sua probabilidade de vir a desenvolver cancro de pele na idade adulta!

Mesmo sabendo que existe uma maior e melhor informação para os malefícios do excesso de exposição solar ainda há muitos pais que não protegem adequadamente os seus filhos e a prova está nas praias apinhadas de gente e em particular de crianças nas horas de exposição mais prejudiciais ou seja entre as 11 e as 16 horas!

Talvez se possa convencer alguns esses pais “menos informados” deixando claro que um bronzeado saudável e duradouro consegue-se essencialmente até ás 11horas e depois das 16 horas sendo que as horas de maior calor, entre as 11 e as 16 horas apenas aumentam o risco de queimadura solar e danos oculares!

Fique bem!

Referências:

  • IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera

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Doenças mais comuns no verão melhorsaude.org melhor blog de saude

Alergia alimentar quais os alimentos mais perigosos?



Alergia alimentar: Quais os alimentos comuns que podem provocar problemas alérgicos? Saiba tudo neste artigo que pretende ser um instrumento de ajuda essencial para quem tem ou suspeita que pode ter uma alergia, nomeadamente a alguns alimentos. É essencial alertar para a necessidade de, havendo suspeita, o mais cedo possível serem identificadas essas alergias sob pena de terem a sua qualidade de vida bastante degradada e em alguns casos até correr perigo de vida devido à possibilidade, embora rara, de choque anafilático.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • Alergia: O que é?
  • Atopia: O que é?
  • Qual a incidência de alergias na população?
  • Porque têm aumentado as alergias?
  • Será que o nosso sistema imunológico está diferente?
  • Doenças alérgicas: Quais as principais?
  • Alergia alimentar: Quais os sintomas?
  • Intolerância alimentar o que é? Qual a diferença?
  • A alergia alimentar tem influência genética familiar?
  • Reacções alérgicas  imediatas vs retardadas: Quais são e quais as diferenças?
  • Anafilaxia ou reação anafilática: O que é?
  • Urticária: O que é?
  • Angioedema: O que é?
  • Alergias em crianças: Quais as mais frequentes?
  • Alergia nos adultos: Quais as mais frequentes?
  • Sindrome de Alergia Oral: O que é?
  • Reactividade cruzada: O que é?
  • Diagnóstico de alergia alimentar: Como se faz?
  • Exercício físico após comer pode provocar alergia alimentar?
  • Teste cutâneo positivo significa sempre alergia a esse alimento?
  • Teste cutâneo negativo significa sempre ausência de alergia a esse alimento?
  • Teste de provocação oral (TPO): O que é?
  • Como evitar uma alergia alimentar?
  • Uma alergia pode desaparecer com a idade?
  • Tratamento de uma alergia alimentar: Qual o melhor?
  • Alimentos que mais frequentemente causam alergias alimentares: Quais são?

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Alergia o que é?

Uma alergia é uma reação de hipersensibilidade, a estímulos externos, mediada pelo sistema imunitário, nomeadamente um tipo de anticorpo com uma importância central em todas as doenças alergicas, designado imunoglobulina E (IgE).

Reacção alérgica

Alergia alimentar o que é?

Alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico contra um determinado alimento considerado inofensivo para a maioria das pessoas. Algumas pessoas apresentam alergia a mais do que um alimento de grupos diferentes, situação menos frequente, que é designada de alergia alimentar múltipla.

É obviamente uma reação alérgica provocada por um alimento ou aditivo contido nesse alimento. Por vezes existem alergias a alimentos importantes e muito usados na nossa alimentação como por exemplo leite, ovos e trigo.

Intolerância alimentar o que é?

A intolerância alimentar não é uma alergia pois não é mediada pelo nosso sistema imunitário.  A Intolerância Alimentar consiste numa reação adversa ao alimento que não envolve o sistema imunológico. Frequentemente resulta de alterações ou distúrbios do metabolismo do alimento. Neste caso, as reações não têm o mesmo potencial de gravidade da resposta alérgica e os sintomas desenvolvem-se com maior frequência ao nível gastrointestinal.

Os sintomas mais frequentes da intolerância alimentar são:

  • Inchaço ou distensão abdominal;
  • Gases;
  • Cólicas;
  • Flatulência;
  • Azia;
  • Dor de cabeça;
  • Mal estar geral.

Saber mais sobre intolerância alimentar aqui

Atopia o que é?

A atopia pode ser entendida como uma tendência individual e/ou familiar para desencadear reações de hipersensibilidade mediadas pela IgE.

Um dos exemplos mais frequentes é a pele atópica.

Alergia e incidência na população

De acordo com a World Allergy Organization (WAO), cerca de 40% da população mundial sofre de pelo menos uma doença alérgica sendo o 5º grupo de doenças crónicas mais frequentes nos países desenvolvidos. Estes números serão mais graves no futuro porque um dos segmentos da população mais afetados são as crianças e portanto haverá, um aumento das patologias alérgicas. Na altura da primavera  maior parte das pessoas que sofre de rinaconjuntivite tem alergia ao pólenes.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), cerca de:

  • 30% da população sofre de rinite,
  • 16% da população terá também conjuntivite,

No entanto, muitos doentes nunca fizeram diagnóstico. Apenas um terço das pessoas foram vistas por causa da doença e ainda menos fizeram testes de alergia.

Causas do aumento das alergias

As doenças alérgicas estão a aumentar, o que tem sido associado a diversos fatores tais como:

  • Mudanças no estilo de vida,
  • Alterações climáticas, nomeadamente aumento da temperatura
  • Aumento da poluição atmosférica,

Sistema imunitário será que está diferente?

Nas crianças do países ocidentais o número de infeções por bactérias, vírus e parasitas tem vindo a diminuir graças à evolução das vacinas, antibióticos e melhoria das condições sanitárias.

Estas circunstâncias no seu conjunto levaram a que o nosso sistema imunitário, pelo facto de não ter uma ameaça tão forte de parasitas e agentes microbianos patogénicos, se concentre agora mais nos alérgenos ambientais que teoricamente deveriam ser inofensivos para as pessoas.

Doenças alérgicas quais as principais?

As principais doenças alérgicas são as seguintes:

Alergia alimentar qual a incidência?

A alergia alimentar  atinge cerca de 1-2 %  da população geral nos países  industrializados e mais de 8% das crianças. O número de indivíduos com reações graves de causa  alérgica, após ingestão  de alimentos, tem vindo a aumentar.

As reações a alimentos poderão não ter uma causa alérgica,  designando-se então  como reações alimentares  adversas.

Influência genética qual a importância?

A alergia alimentar tem uma forte componente genética e até 70% dos doentes apresentam história familiar positiva.

Sintomas quais são?

A alergia a um determinado alimento origina, habitualmente, o aparecimento dos sintomas poucos minutos após a ingestão.

Estas reações denominadas imediatas podem atingir de uma forma isolada ou combinada:

  • Pele e mucosas,
  • Vias respiratórias,
  • Sistema gastrointestinal,
  • Sistema cardiovascular.

Os sintomas alergia alimentar são geralmente os seguintes:

  • Urticária,
  • Angioedema,
  • Rinoconjuntivite,
  • Asma,
  • Choque anafilático.

Reações alérgicas imediatas vs retardadas

As manifestações clínicas de tipo alérgico imediato mais frequentes são:

As reações anafiláticas são mais raras. Assumem, no entanto, uma importância primordial, já que se desencadeiam muito rapidamente, colocando em risco a vida do doente, quando não tratadas de forma imediata.

Outras manifestações de alergia alimentar incluem reações retardadas que ocorrem em doentes com:

  • Eczema atópico e/ou enteropatia ao glúten, sendo mais difíceis de diagnosticar porque, frequentemente, decorre muito tempo entre a ingestão alimentar e a ocorrência dos sintomas.

Alergias nas crianças mais frequentes

As manifestações clínicas de alergia alimentar variam com a idade.

Na infância, a forma de apresentação alérgica mais comum é o eczema atópico.

Os alimentos mais frequentemente envolvidos são:

  • Leite,
  • Ovo,
  • Frutos secos,
  • Soja,
  • Trigo,
  • Peixe,
  • Marisco.

Alergias nos adultos mais frequentes

No adulto são habituais as reações imediatas sendo os alimentos mais problemáticos os seguintes:

  • Frutos secos,
  • Peixe e marisco,
  • Alimentos de origem vegetal.

Síndrome de alergia oral

A síndrome de alergia oral caracteriza-se  pelo aparecimento de edema, comichão  e/ou formigueiro dos lábios, boca e garganta quando o agente causal, habitualmente um fruto fresco ou vegetal, contacta  com  a  mucosa  oral  do  indivíduo alérgico.

Reatividade cruzada

Na sua maioria, os doentes estão sensibilizados a pólens. Esta sensibilização simultânea (pólens e alimentos) deve-se à existência de reatividade cruzada a proteínas com estrutura semelhante que ocorrem, naturalmente, em plantas de diferentes origens.

Os exemplos mais comuns destas síndromes de reatividade cruzada são:

  • Síndrome bétula-maça
  • Síndrome artemisia-aipo-cenoura-especiarias
  • Síndrome gramíneas-rosáceas
  • Síndrome Plantago-Cucurbitaceae

Urticária

A urticária não é uma doença mas sim um síndrome comum, com lesões cutâneas afetando todas as faixas etárias, estimando-se que cerca de 20 a 30% da população, em algum momento da sua vida, tenha pelo menos um episódio de urticária.

É caracterizada pelo rápido aparecimento de pápulas (lesões cutâneas ligeiramente elevadas em relação à pele sã), eritematosas (avermelhadas) algumas vezes esbranquiçadas na parte central, acompanhadas de prurido (comichão) ou por vezes sensação de queimadura, desaparecendo por breves segundos após pressão.

Estas lesões desaparecem espontaneamente ou com terapêutica anti-histamínica, sem pigmentação residual num período de 24 horas podendo no entanto voltar a aparecer.

Em alguns casos, o edema da derme profunda e sub-cutis pode ser tão importante que dá origem ao aparecimento de angioedema (inchaço), por vezes doloroso em alternativa a pruriginoso, com envolvimento frequente das mucosas, sendo a resolução mais lenta comparativamente à da urticária (até 72 horas).

Saber mais sobre urticária aqui

Sintomas gastrointestinais frequentes

Na alergia alimentar os sintomas intestinais mais frequentes são:

  • Náuseas
  • Vómitos
  • Cólicas abdominais
  • Diarreia

Anafilaxia ou reação anafilática

As reações anafiláticas (anafilaxia) são reações alérgicas repentinas, generalizadas, potencialmente graves e que apresentam risco à vida.

Caracterizam-se pela ocorrência de sintomas envolvendo simultaneamente:

  • A pele e mucosas
  • O aparelho respiratório
  • O aparelho cardiovascular
  • O aparelho gastrointestinal

Em alguns países a ingestão de amendoim é a causa mais comum de reações fatais. Quantidades mínimas deste alimento podem ser suficientes para induzir reações anafiláticas em pessoas sensibilizadas.

A ingestão acidental e sem intenção pode ocorrer, particularmente, por contaminação, durante o processamento industrial de outros alimentos.

Anafilaxia quais os sinais?

Os sinais mais comuns de reação anafilática são os seguintes

  • Começam frequentemente com uma sensação de desconforto, seguida por sensações de formigamento e tontura.
  • Em seguida, surgem rapidamente sintomas graves que incluem coceira e urticária generalizada, inchaço, sibilos, dificuldade respiratória, desmaio e/ou outros sintomas alérgicos.

Estas reações podem ser fatais em pouco tempo. A melhor maneira de evitar um ataque é evitar o fator desencadeante.

As pessoas afetadas devem trazer sempre consigo anti-histamínicos e uma seringa autoinjectável de epinefrina. As reações anafiláticas exigem tratamento de emergência.

Reações anafiláticas causas mais comuns

As causas mais comuns de anafilaxia são:

  • Fármacos (como a penicilina)
  • Picadas de insetos
  • Certos alimentos (especialmente ovos, frutos do mar e nozes)
  • Injeções contra alergia (imunoterapia com alérgenos)
  • Látex

Porém, também podem ser causadas por qualquer alérgeno. Tal como acontece com outras reações alérgicas, não costuma ocorrer uma reação anafilática depois da primeira exposição a um alérgeno, mas sim depois de uma exposição posterior.

No entanto, muitas pessoas não se recordam da primeira exposição. É provável que qualquer alérgeno que cause uma reação anafilática em uma pessoa cause essa reação em exposições posteriores, a menos que se tomem medidas para o evitar.

Sintomas de anafilaxia

As reações anafiláticas começam nos primeiros 15 minutos da exposição ao alérgeno. Só excecionalmente as reações começam após 1 hora. Os sintomas variam, mas a pessoa normalmente apresenta os mesmos sintomas todas as vezes, a saber:

  • O coração palpita rapidamente.
  • A pessoa pode sentir-se ansiosa e agitada.
  • A pressão arterial pode cair, causando desmaios.
  • Outros sintomas incluem sensação de formigamento, tontura, pele com comichão e avermelhada, tosse, coriza, espirros, urticária e inchaço do tecido sob a pele (angioedema).
  • A respiração pode tornar-se difícil e podem aparecer sibilos, porque a garganta e/ou vias aéreas se contraem ou incham.
  • A pessoa pode ter náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia.

Uma reação anafilática pode progredir tão rapidamente que pode provocar:

  • Colapso,
  • Paragem respiratória,
  • Convulsões,
  • Perda da consciência em 1 ou 2 minutos.

A reação pode ser mortal, a menos que se proporcione um tratamento de emergência de imediato. Os sintomas podem recorrer 4 a 8 horas após a exposição inicial ou mais tarde.

Anafilatoide vs Anafilaxia

As reações anafilatoides assemelham-se às reações anafiláticas. Todavia, ao contrário do que ocorre nas reações anafiláticas, podem ocorrer reações anafilatoides após a primeira exposição a uma substância.
As reações anafilatoides não são reações alérgicas porque a imunoglobulina E (IgE), a classe de anticorpos envolvida nas reações alérgicas, não as provoca. Pelo contrário, a reação é causada diretamente pela substância.
Os fatores desencadeantes mais comuns das reações anafilatoides incluem corantes que contêm iodo, que podem ser visualizados em radiografias (corantes radiopacos), aspirina e outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), opiáceos, transfusões sanguíneas e exercícios.
Na medida do possível, evita-se utilizar meios de contraste nos procedimentos radiológicos em pessoas com reações anafilatoides a estes corantes. No entanto, algumas doenças não podem ser diagnosticadas sem meios de contraste. Nestes casos, o médico usa contrastes que apresentam menor probabilidade de causar reações.
Além disso, geralmente administram-se fármacos que bloqueiam as reações anafilatoides, como prednisona e difenidramina, antes de injetar o meio de contraste.

Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é óbvio e se baseia nos sintomas. Como os sintomas podem ser fatais em pouco tempo, o tratamento é iniciado de imediato. Se os sintomas forem leves, o diagnóstico pode ser confirmado através de exames de sangue ou urina, que medem os níveis das substâncias produzidas durante as reações alérgicas. No entanto, normalmente esses testes são desnecessários.

Prevenção

A melhor prevenção é evitar o alérgeno. As pessoas que são alérgicas a certos alérgenos inevitáveis (como as picadas de insetos) podem se beneficiar de imunoterapia com alérgenos a longo prazo ( Imunoterapia com alérgenos (dessensibilização)).

As pessoas que apresentam essas reações devem levar sempre consigo uma seringa autoinjectável de epinefrina e comprimidos anti-histamínicos para um tratamento imediato. Caso ocorra o desencadeamento (por exemplo, se forem picadas por um inseto), ou se começaram a apresentar sintomas, devem se Auto injetar e tomar os anti-histamínicos imediatamente.

Em geral, esse tratamento detém a reação, ao menos temporariamente. No entanto, depois de uma reação alérgica de caráter grave, e imediatamente após se Auto injetar, a pessoa deve se dirigir ao serviço de emergência de um hospital, onde poderá ser adequadamente monitorada e o tratamento poderá ser ajustado conforme necessário. A pessoa também deve usar um bracelete de Alerta Médico, com uma lista das suas alergias.

Tratamento da anafilaxia

Em casos de emergência, o médico administra epinefrina por injeção subcutânea em um músculo ou uma veia. Caso a respiração seja gravemente comprometida, um tubo respiratório pode ser introduzido na traqueia pela boca ou nariz (intubação) ou por uma pequena incisão na pele que cobre a traqueia, e o oxigênio é administrado por esse tubo respiratório.

Em geral, a pressão arterial baixa retorna ao normal logo após a administração de epinefrina. Caso não retorne, fluidos intravenosos são administrados para aumentar o volume de sangue. Algumas vezes, medicamentos que estreitam os vasos sanguíneos (vasoconstritores) também são administrados ajudando a elevar a pressão arterial.

São administrados anti-histamínicos (como a difenidramina) e bloqueadores de histamina-2 (H2) (como a cimetidina) por via intravenosa até o desaparecimento dos sintomas. Se necessário, beta-agonistas inalatórios (como albuterol) são administrados para expandir as vias aéreas e auxiliar a respiração.

Algumas vezes, um corticosteroide é administrado para ajudar a prevenir a recorrência dos sintomas várias horas depois.

Angioedema

Angioedema é o inchaço de áreas de tecido subcutâneo que, por vezes, afeta a face e a garganta.

  • O angioedema pode ser uma reação a um fármaco ou substância (fator desencadeante), uma doença hereditária, uma complicação rara do câncer ou uma doença imunológica; no entanto, às vezes a causa é desconhecida.
  • O angioedema pode envolver inchaço da face, garganta, trato digestivo e vias aéreas.
  • Os anti-histamínicos podem aliviar os sintomas leves, mas se o angioedema dificultar a deglutição ou a respiração, é necessário tratamento de emergência.
  • É frequente que o angioedema ocorra com urticária ( Urticária). Tanto a urticária como o angioedema envolvem inchaço, sendo mais profundo no angioedema (sob a pele) do que na urticária, e pode não coçar.

Causas mais comuns

  • Muitos fármacos, como a aspirina, outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs –Analgésicos não opioides : Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides) e certos opioides (denominados opiáceos) como morfina e codeína
  • Picadas ou mordidas de insetos
  • Injeções contra alergia (imunoterapia com alérgenos)
  • Certos alimentos — especialmente ovos, peixes, frutos do mar, nozes e frutas
  • A ingestão de alguns alimentos, mesmo em quantidades mínimas, pode provocar angioedema. Porém, outros alimentos (como morangos) provocam estas reações apenas depois da ingestão de uma grande quantidade.
  • O angioedema às vezes ocorre depois do uso de um contraste visível ao raio-X (contraste radiopaco) durante um exame de imagem. Em algumas ocasiões, o angioedema sem urticária é causado por inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), que são usados para tratar hipertensão e insuficiência cardíaca.

O angioedema pode ser crónico, recorrendo durante semanas ou meses. A origem pode ser o consumo habitual, não intencional, de uma substância como a penicilina no leite ou um conservante ou corante nos alimentos.

O uso de certos fármacos como a aspirina, outros AINEs ou opiáceos também pode causar o angioedema crónico. O angioedema crónico que se apresenta sem urticária pode ser um angioedema de tipo hereditário Angioedema hereditário e adquirido.

Entretanto, quando o angioedema ocorre novamente (com ou sem urticária) sem que nenhuma causa específica seja identificada, este é denominado angioedema idiopático.

Sintomas do angioedema

O angioedema pode afetar parte ou a totalidade das mãos, pés, pálpebras, língua, lábios ou genitália. Por vezes, as membranas que revestem a boca, a garganta e as vias respiratórias incham, dificultando a deglutição e a respiração. Ocasionalmente, o trato digestivo é afetado, o que resulta em náuseas, vômitos, dor abdominal com cólica ou diarreia.

Muitas pessoas também apresentam urticária. A urticária geralmente começa com ardor. Tipicamente, os surtos de urticária aparecem e desaparecem ( Urticária). Uma pápula pode permanecer durante várias horas e logo desaparecer, reaparecendo mais tarde, em qualquer outro local. Depois de a pápula desaparecer, a pele tem habitualmente um aspeto completamente normal.Angioedema

Diagnóstico

Frequentemente a causa é evidente, e não são necessários exames porque as reações geralmente se resolvem e não recorrem. Caso o angioedema recorra e a causa não seja definida, o médico pergunta ao indivíduo quais os fármacos que está tomando e os alimentos e bebidas que está consumindo.

Se a causa continuar sem ser determinada, especialmente se o indivíduo não apresentar urticária, é possível que o médico realize exames para determinar se é uma forma hereditária de angioedema ( Angioedema hereditário e adquirido).

Caso a causa seja uma picada de abelha, o indivíduo deve consultar um médico. Este pode aconselhar um tratamento a ser seguido no caso de outra picada de abelha.

Tratamento

Se a causa for evidente, o indivíduo deve evitá-la, se possível. Se a causa não for evidente, o indivíduo deve deixar de tomar todos os fármacos que não sejam indispensáveis até que os sintomas se resolvam.

Para o angioedema leve com urticária, o uso de anti-histamínicos alivia parcialmente a coceira e reduz o inchaço. Os corticosteroides, administrados por via oral, são prescritos apenas nos sintomas graves, quando outros tratamentos são ineficazes, e são administrados durante o menor tempo possível. Quando administrados por via oral durante mais de 3 ou 4 semanas, podem causar muitos efeitos colaterais, por vezes sérios ( Corticosteroides: Usos e efeitos colaterais). Produtos para a pele (como cremes, pomadas e loções) com corticosteroides não ajudam.

Para o angioedema sem urticária (como aquele causado por um inibidor da ECA ou uma forma hereditária de angioedema), os anti-histamínicos e corticosteroides podem não ajudar. Nestes casos, por vezes o médico administra plasma fresco congelado ou certos fármacos como ecalantide. Um inibidor de C1 purificado, derivado de sangue humano, também pode ser usado.

Se o angioedema grave provocar dificuldades de deglutição ou respiração ou um colapso, é necessário um tratamento de emergência. A maioria das pessoas que já apresentaram essas reações devem trazer sempre consigo uma seringa autoinjectável de epinefrina e comprimidos anti-histamínicos, que devem ser usados imediatamente caso ocorra uma reação.

Depois de uma reação alérgica grave, essas pessoas devem recorrer ao serviço de emergência de um hospital, onde poderão ser examinadas e tratadas adequadamente.

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Diagnóstico da alergia alimentar

O diagnóstico de alergia a alimentos é fundamentado, em primeiro lugar, na história clínica. Contudo, se existem casos em que a relação causal com a ingestão de determinado alimento é evidente, noutras situações esta relação não é clara. O preenchimento pelo doente de um diário alimentar completo, bem como a descrição das atividades diárias, durante um período de tempo relativamente longo, pode ser essencial para evidenciar qual ou quais os alimentos suspeitos.

Os testes de pele podem ajudar. Nestes, o médico alergologista inocula vários tipos de proteínas no antebraço do doente à procura de reações às mesmas. O resultado costuma demorar apenas 15 minutos. O principal valor do teste é quando este é negativo, servindo para descartar a proteína que não causou reação. O teste positivo não dá certeza de que o paciente seja alérgico àquela proteína. Em alguns casos por causa do alto risco de reação anafilática, o médico pode optar por não fazer este teste. Atualmente é possível realizar a dosagem de IgEs específicas no sangue para se identificar contra quais alimentos se desenvolve alergia.

Exercício físico após refeição

Em certos casos, determinados alimentos só originam a ocorrência de sintomas de alergia alimentar quando o doente realiza esforço físico, após a ingestão dos mesmos (anafilaxia induzida pelo exercício).

Este tipo de alergia alimentar que só se manifesta se o paciente praticar alguma atividade física até 4 horas após a ingestão de determinados alimentos. O doente com este tipo de alergia pode comer camarão e nada sentir, mas se comê-lo e for praticar algum exercício pode até sofrer uma reação anafilática.

Alergia alimentar e alimentação saudável

Como ter uma alimentação saudável se for alérgico a alimentos importantes? Muitas vezes os doentes identificam os alimentos responsáveis pela ocorrência dos sintomas deixando definitivamente de os ingerir. Esta atitude habitualmente não acarreta consequências indesejáveis tratando-se de alimentos isolados. Contudo, e particularmente nas crianças, a adoção de dietas demasiadamente restritivas poderá acarretar défices nutricionais. É fundamental que o diagnóstico de alergia alimentar seja estabelecido por um imunoalergologista. Quando necessário, o aconselhamento para manter uma dieta nutritivamente equilibrada será também orientado por um nutricionista.

Teste cutâneo positivo significa sempre alergia a esse alimento?

A interpretação dos resultados dos testes cutâneos de alergia e das determinações sanguíneas de IgE específica exige experiência e perícia.

Um teste cutâneo positivo a um determinado alimento não implica, necessariamente, ocorrência de alergia. Crianças com história de alergia a um determinado alimento podem desenvolver tolerância, isto é, passar a poder ingeri-lo, mantendo reatividade cutânea a esse alimento.

Teste cutâneo negativo exclui alergia a esse alimento?

Por outro lado, um teste cutâneo negativo não permite excluir, definitivamente, o diagnóstico de alergia alimentar.

Alguns alergénios alimentares podem ser destruídos durante a preparação de extratos comerciais, conduzindo a testes cutâneos falsamente negativos.

Torna-se, assim, necessária a realização de testes por picada, utilizando o alimento fresco.

O teste de provocação oral (TPO) poderá ser necessário para estabelecer o diagnóstico definitivo de alergia alimentar.

Teste de provocação oral (TPO)

O TPO consiste na ingestão de quantidades crescentes do alimento suspeito. A execução deste teste não é isenta de riscos, devendo ser sempre efetuado por especialista experiente, iniciada em ambiente hospitalar e com vigilância ao longo de pelo menos 24 horas.

Reatividade cruzada

A reatividade cruzada significa que quando se é alérgico a um determinado alergénio ou alimento aumenta a probabilidade de se desenvolver alergia a outros alimentos que tenham na sua composição proteínas de estrutura semelhante ao primeiro alergénio.

Por exemplo quem tem alergia respiratória a pólens, tem associada uma maior probabilidade de ter alergia alimentar a frutos e vegetais.

Outras sensibilizações podem ocorrer para alergénios inalados e ingeridos. Os exemplos mais comuns destas síndromes de reatividade cruzada são:

  • Síndrome ácaros-crustáceos-moluscos;
  • Síndrome ave-ovo;
  • Síndrome látex-frutos.

Num mesmo grupo de alimentos pode verificar-se, também, a existência de reatividade cruzada. São exemplos a alergia simultânea a diversos crustáceos, ou a espécies distintas de peixe.

Alergia alimentar, como evitar?

Não é possível evitar uma alergia alimentar sem se saber a que se é alérgico! No entanto se já for alérgico a determinados alergénios como por exemplo ácaros, pólens, aves e látex, devido à reatividade cruzada atrás referida deve evitar ou estar muito atento à ingestão dos alimentos geralmente associados a essas reatividades cruzadas. Uma vez estabelecido o diagnóstico de alergia alimentar, o doente é aconselhado a evitar os alimentos responsáveis pela ocorrência dos sintomas.

É importante salientar que para além de ingeridos na sua forma natural, determinados alimentos são utilizados como ingredientes. Assim o doente alérgico deve habituar-se a consultar os rótulos das embalagens de todos os produtos que consome.

A identificação do ingrediente proveniente do alimento a que é alérgico evitará um consumo acidental e a ocorrência de uma reação que poderá ser grave.

Idade e alergia alimentar

Na criança a maioria das alergias alimentares resolve-se até à idade escolar. Excetuam-se alguns grupos de alimentos tais como os frutos secos, peixes e mariscos. Se a alergia alimentar surge na idade adulta é menos provável o seu desaparecimento.

Tratamento

O melhor tratamento da alergia a alimentos é a prevenção. Não há um tratamento que cure a alergia alimentar. O mais importante é identificar os alimentos que causam alergia e evitá-los permanentemente.

Quando não se conhece os alimentos que lhe causam alergia ou quando há ingestão acidental de um alimento proibido, o tratamento visa o controle da reação alérgica. Os medicamentos mais usados são:

  • Anti-histamínicos (antialérgicos),
  • Corticoides
  • Nos casos de choque anafilático o tratamento é feito com injeção de adrenalina.

Doentes com histórico de reação anafilática a alimentos devem trazer consigo cartões ou pulseiras explicando a sua alergia para que possam ser rapidamente diagnosticados e tratados,  em caso de acidente. Muitos pacientes andam com seringas automáticas de adrenalina caso seja necessário tratamento imediato.

Aproximadamente 85% das crianças espontaneamente deixam de ser alérgicas à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) entre os 3-5 anos de idade. O teste cutâneo permanece positivo apesar de haver tolerância ao alimento. A alergia alimentar ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente desaparece.

14 alimentos que causam alergia alimentar, 

A partir de dia 13 de dezembro de 2014 entram em vigor as novas regras de etiquetagem de alimentos na União Europeia. Estas exigem uma maior visibilidade da informação relativa à presença de alergénios alimentares nos rótulos dos alimentos, assim como nos produtos à venda em cafés e restaurantes.

A lista de alimentos cuja presença deve ser discriminada abrange os alimentos que mais frequentemente causam alergia alimentar, nomeadamente:

  • Cereais que contém glúten (p.ex. trigo, centeio, cevada, aveia, espelta, etc.) e produtos derivados
  • Crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta, etc.) e derivados
  • Ovos e derivados (outras denominações: gema, clara, ovalbumina, ovomucoide)
  • Peixe e derivados
  • Amendoins e derivados
  • Soja e derivados
  • Leite, lactose e derivados (outras denominações: lactoalbumina, lacto globulina, caseína, coalho)
  • Frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs, cajus, noz pecã, amêndoa do Pará, pistáchios, macadâmias) e produtos derivados
  • Aipo e produtos derivados
  • Mostarda e produtos derivados
  • Sementes de sésamo e derivados
  • Tremoço e derivados;
  • Moluscos (caracol, mexilhão, amêijoa, choco, lula, polvo, pota, etc.);
  • Dióxido sulfuroso e sulfitos.

Concluindo

É importante enfatizar que existem outros alimentos que podem provocar reações alérgicas cuja presença em produtos alimentares não é de identificação obrigatória. A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) recomenda que se informe junto do seu imunoalergologista acerca de como pode ser feita uma correta evicção alimentar.

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Fontes:

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Melatonina sono insónia e como dormir melhor toda a verdade




Como dormir melhor mas não dormir demais? Melatonina porque é tão importante? Sono, insónia, ciclos de sono, sistema glinfático, quais os segredos? Como posso dormir sem usar medicamentos? Quais os medicamentos mais usados para dormir? Quais os efeitos secundários dos comprimidos para dormir? Quais as razões para não dormir demais? Segundo a American Sleep Association vários estudos têm demonstrado que horas a mais de sono têm também consequências negativas para a saúde. Descrevo as 7 principais razões para não dormir demais mas também qual a importância de dormir melhor? Porque é importante dormir melhor? O que se passa durante o sono? Quais as regras essenciais para criar um “santuário para o seu sono” e acordar com mais energia.

Este artigo pretende ser um guia para a ajudar a saber como dormir melhor, como dormir rápido, como dormir cedo e alcançar um sono de excelência, adormecer mais rápido, dormir mais profundamente, sonhar menos, acordar menos vezes durante a noite e de manhã levantar-se na hora certa para si e com muito mais energia! Acha que não consegue?  Siga até ao fim as informações e instruções deste artigo e talvez a sua vida mude para sempre! Nunca saberá se não colocar em prática o que eu também fiz com o meu próprio sono!

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:
  • Sono o que é?
  • Quais as principais funções do sono?
  • Ciclos do sono como funcionam?
  • O que se passa durante o sono?
  • Sistema glinfático de limpeza do cérebro,  o que é?
  • Imunidade como é afetada pela privação de sono?
  • Qual a hormona do sono?
  • Melatonina porque é tão importante?
  • Serotonina, que é usada como antidepressivo, qual a relação com a melatonina?
  • Proteção das mitocôndrias pela ação antioxidante da melatonina!
  • Stress oxidativo e cancro!
  • Melatonina, qual a melhor utilização terapêutica?
  • Jet lag o que é?
  • Como utilizar a melatonina para tratar o Jet lag?
  • Ritmo circadiano o que é?
  • Premio Nobel o que dizem os cientistas sobre o sono?
  • Quais os genes com mais influência no ritmo circadiano?
  • Causas de insónia, quais as principais?
  • Higiene do sono o que é isso?
  • Dormir uma sesta é bom ou mau?
  • Exercício físico será que faz bem ao sono?
  • O álcool dá sono, isso é bom ou mau?
  • Tabaco como influencia o sono?
  • Última refeição do dia para potenciar o sono!
  • Não tenho sono, o que devo fazer?
  • Dormir demais aumenta o risco de depressão?
  • Dormir demais pode debilitar o cérebro?
  • Qual a influência na gravidez?
  • Qual a influência na diabetes?
  • Qual a influência no peso?
  • Dormir demais trás consequências cardíacas?
  • Será que aumenta o risco de morte prematura?
  • Quantas horas devo dormir?
  • Qual o grau de cansaço ao acordar em função das horas de sono?
  • Qual o risco de dormir demais nos bebés e crianças?
  • Qual o risco de dormir de menos nas crianças?
  • Quais as recomendações de tempo de sono nas crianças?
  • Quando sonhamos?
  • Sonhamos todos os dias?
  • É verdade que paralisámos durante uma parte do sono?
  • O que acontece quando muda a hora em Outubro e em Março?
  • Como dormir melhor?
  • Quais as melhores posições para dormir?
  • Medicamentos para dormir, quais os mais utilizados e quais os riscos?

Sono o que é?

Sono e dormir uma sesta melhorsaude.org

Segundos especialistas em medicina do sono este é um estado essencial à vida. Não há qualquer dúvida sobre a sua importância para a saúde geral e mesmo para a sobrevivência. Dormir é, aliás, um comportamento inato, partilhado por todo o reino animal, ainda que, do ponto de vista neurofisiológico possam existir diferenças entre espécies, sobretudo de natureza conceptual.

Sono qual a sua função?

O sono tem funções verdadeiramente extraordinárias e a produção de melatonina, com a sua potente ação antioxidante nas mitocôndrias celulares, tem uma importância extrema na produção e manutenção saudável da nossa energia diária e, portanto, da saúde no geral pois sem energia celular não existimos! A natureza encarregou-se de nos munir com um duplo mecanismo de controlo sobre a função do sono, determinando assim que, um acumular de cansaço, iniciado com o despertar, permita uma maior propensão para um sono (mecanismo homeostático de regulação do sono) que será sempre mais proveitoso em horário noturno.

A ausência de luz, percebida por células especializadas da retina do olho, passa a mensagem ao cérebro, mais propriamente ao relógio biológico nele contido, de que é altura de encerrar os olhos, de diminuir a atividade e dormir, para voltarmos a acordar pela manhã, quando o sol raiar e quando o repouso do sono tiver sido rentável para a recuperação geral.

Principais funções do sono

Durante o nosso sono ocorrem funções essenciais para a nossa saúde e sobrevivência. Algumas das mais importantes são as seguintes:

  • Produção de melatonina que tem uma função antioxidante, de enorme importância, nas mitocôndrias que são os organelos responsáveis pela produção de energia das nossas células e que necessitam de reparação diária devido à sua função de extrema exigência na  produção da energia que produz uma carga elevada de radicais livres!
  • Consolidação da memória e capacidade cognitiva, como se durante o sono se arrumasse cada memória na respetiva “gaveta” de forma a que seja mais fácil encontra-la quando necessitarmos dessa memória;
  • Limpeza dos sulcos cerebrais, através do fluido espinal e cerebral, que impede a acumulação de proteínas residuais tóxicas acumuladas durante o dia, como a proteína beta amiloide, que se julga estar associada à doença de Alzheimer;
  • Regeneração acelerada das nossas feridas influenciando o grau de inflamação adequado para uma melhor reparação;
  • Reparação de lesões cerebrais;
  • Fortalecimento do nosso sistema imunitário;
  • Processamento emocional e gestão de stress, associado à fase REM.

Ciclos de sono enquanto dormimos

O que se passa durante o sono é verdadeiramente extraordinário!

Numa noite de sono ocorrem vários ciclos. Cada ciclo de sono tem cinco fases e dura cerca de 90 minutos podendo chegar aos 120 minutos, havendo portanto vários ciclos consecutivos, separados por microdespertares, dos quais geralmente não temos consciência se tivermos um sono saudável! Durante uma noite completa e saudável de sono um adulto deve fazer 5 ciclos de aproximadamente 90 minutos cada (450 minutos) ou seja cerca de 7 horas e meia de sono.

Normalmente percorrem fases distintas do sono a cada 90 a 120 minutos durante a noite com três fases do sono com movimento não rápido dos olhos (NREM) e uma fase com movimento rápido dos olhos (REM).

  • Sono da fase N1 (NREM 1)- superficial e relativamente curto;
  • Sono da fase N2 (NREM 2) – A maior parte do tempo do nosso sono é passada nesta fase;
  • Sono profundo da fase N3 (NREM 3)- Tem início, aproximadamente, 30 minutos após adormecer e ocorre principalmente durante a primeira metade da noite, nas primeiras 4 horas de sono;
  • Sono REM – A primeira fase REM tem início, aproximadamente, 80 minutos após adormecer. No decorrer da noite é gasto mais tempo nesta fase REM caracterizada por rápidos movimentos oculares (Rapid eye movements) e onde os sonhos acontecem;
  • Despertares breves – chamados de fase W ocorrem durante a noite, mas a pessoa adormecida geralmente desconhece a maioria deles. Os microdespertares mais relevantes ocorrem, aproximadamente , 3 horas e 6 horas após adormecermos. O acordar ocorre após cerca de 7:30h a 8:00h de sono.
Ciclos de sono
Fonte: Manual MSD – Visão geral do sono.
Assim a sequência de fases durante uma normal e saudável noite de sono, é normalmente a seguinte:
  • Vigília
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • Microdespertar (após 3 horas de sono, aproximadamente)
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • Microdespertar (após 6 horas de sono, aproximadamente)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • Acordar (após 7 horas e 30 minutos a 8 horas de sono, aproximadamente).

Resumindo o número total de cada uma das fases de sono durante uma normal e saudável noite de sono, será o seguinte:

  • NREM 1 – 9 fases
  • NREM 2 – 13 fases
  • NREM 3 de sono profundo – 4 fases (durante as primeiras 4 horas de sono)
  • REM de sonhos – 6 fases.
  • Microdespertares – 2

Ondas cerebrais

Fases do sono e respetivas ondas cerebrais. As fases 3 e 4 são de sono profundo. A fase REM é quando acontecem os sonhos. As fases de vigília são caracterizadas por ondas cerebrais rápidas de pequena amplitude denominadas ondas Beta. Na fase de sono profundo as ondas cerebrais são mais lentas e de maior amplitude e denominam-se onda Delta. Curiosamente na fase de sono REM as ondas cerebrais registadas voltam a ser mais rápidas e de menor amplitude ou seja semelhantes a uma fase de vigília, talvez devido ao facto de os sonhos acontecerem essencialmente nessa fase REM onde acontecem movimentos oculares rápidos.

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Fases do sono e vigília
Fonte: Laboratório de Neurogenética / Núcleo de Cognição e Sistemas Complexos / Centro de MatemáticaComputação e Cognição / Universidade Federal do ABC

Sonhos e fase REM

Geralmente, apenas sonhamos na fase de sono profundo REM (Rapid Eye Movement) onde existem rápidos movimentos de olhos que se julga acompanharem as peripécias que ocorrem nos nossos sonhos. Se acordarmos durante esta fase do sono vamos lembrar-nos deles com muito maior detalhe mas se dormirmos descansadamente até ao fim não vamos lembrar-nos de nada e isso é que é saudável pois significa que terminamos sem precalços esse ciclo de sonho.

Sono REM e paralisia muscular

Quando adormecemos o cérebro desliga algumas funções motoras para nossa proteção. Durante a fase de sono profundo REM ficamos com uma espécie de “paralisia motora” ou seja vivemos os sonhos mental e visualmente mas não conseguimos mexer-nos!

Como seria o nosso sono se durante a fase de sonhos reagíssemos também “fisicamente” ás experiências aí vivenciadas? Certamente não teríamos um sono descansado e poderíamos até, em alguns sonhos mais “agressivos”, magoar-nos gravemente ou magoar quem dorme connosco!

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Sono REM novas descobertas

Afinal para que serve a fase REM onde ocorrem os sonhos e os movimentos rápidos dos olhos? Segundo Matthew Walker, especialista de sono e autor do livro “Why we sleep: Unlocking the power of sleep and dreams”, o sono REM tem duas funções extraordinárias:

  • Gestão e ajuda emocional;
  • Potenciar a creatividade.

Os sonhos que ocorrem nesta fase do sono libertam as memórias da carga emocional associada o que é de extrema importância em casos de memórias traumáticas, sendo a primeira ajuda para ultrapassar esses traumas, desde que a produção de noradrenalina não seja exagerada ou esteja danificada pois nesses casos podem acontecer os mesmos pesadelos recorrentes de que se queixam os doentes com sindrome pós traumático.

Sistema glinfático e limpeza do cérebro

O sistema glinfático foi descrito pela primeira vez em 2012 pela neurocientista dinamarquesa Maiken Nedergaard e tem sido amplamente correlacionado com danos cerebrais pós-AVC, lesões cerebrais traumáticas e doenças neurodegenerativas, entre elas a doença de Alzheimer e outras doenças demenciais. A descoberta foi feita a partir da análise do percurso liquórico in vivo, por meio da técnica de microscopia de dois fótons (onde se utiliza marcadores através de injeções intratecais). Esperava-se observar a circulação liquórica clássica que já havia sido descrita, no entanto foi identificado que, além desse percurso, ocorre também a penetração do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) no parênquima, depois a troca com o líquido intersticial e, por fim, a drenagem do LCR.

O sistema glinfático é uma rede perivascular que atua drenando resíduos tóxicos e metabólitos do Sistema Nervoso Central (SNC) como a proteína β-amiloide, que, quando acumulada, tem uma ação relevante na  fisiopatologia da doença de Alzheimer e facilita a distribuição cerebral de compostos como aminoácidos, glicose e neuro moduladores.

Circulação liquórica

Via clássica

O LCR é produzido nos plexos coroides, localizados nos ventrículos cerebrais (principalmente nos ventrículos laterais) e tem uma produção média de 500ml por dia, tendo um volume circulante de 100ml a 150ml.

Dos ventrículos laterais, ele alcança o III ventrículo a partir do forame de Monro e, por meio do aqueduto do mesencéfalo (ou aqueduto de Sylvius), chega ao IV ventrículo. Nesse local, ele pode difundir-se para o espaço subaracnoídeo medular, pelo forame de Magendie (abertura medial), e para o espaço subaracnoídeo encefálico pelo forame de Luschka (aberturas laterais).

Ele é reabsorvido pelas granulações (ou vilosidades) aracnoides, que são projeções da membrana aracnoide, e drenam para os seios venosos, principalmente o seio sagital superior.

Cérebro humano

Nova via

O LCR presente no espaço peri arterial acompanha as arteríolas e os capilares conforme ocorrem as suas ramificações, penetrando no parênquima cerebral. Nesse local, o líquor comunica-se com o líquido intersticial através de poros na estrutura perivascular, permitindo a passagem das moléculas de menores dimensões e sendo favorecidas pela pulsatilidade arterial, que contribui para essa saída do LCR do espaço peri arterial.

Além disso, as células da glia também realizam um papel fundamental, sobretudo os astrócitos, pois, nas suas regiões mais periféricas (conhecidas como pés dos astrócitos), está presente a AQP4, uma aquaporina que possibilita a passagem de moléculas de água. A partir das junções comunicantes dos astrócitos,  comunicam-se e mantêm um fluxo convectivo desde o espaço peri arterial até o espaço peri venoso.

Limpeza do SNC

O maior detalhe desse mecanismo é que o LCR que penetra no espaço peri venoso não é o mesmo que saiu do espaço peri arterial, pois, durante o fluxo convectivo, ele carrega os resíduos e metabólitos que antes estavam situados no interstício e, por isso, se assemelha ao sistema linfático, sendo uma nova descoberta que explica como ocorre a drenagem no SNC.

Nedergaard M. The Glymphatic System: A Beginner’s Guide. Neurochem Res (2015) 40:2583–2599. Fig.3 doi: 10.1007/s11064-015-1581-6

Envelhecimento

Ao longo do envelhecimento, ocorrem mudanças físicas e metabólicas no corpo humano e algumas dessas alterações podem contribuir para o funcionamento inadequado do sistema glinfático. São exemplos disso o aumento da rigidez arterial em idosos (o que diminui a pulsatilidade e a saída do LCR para o espaço intersticial) e a hipertrofia da GFAP (proteína fibrilar ácida da glia – uma proteína de filamento intermediário expressa no SNC, muito comum em astrócitos, os quais tem a sua comunicação dificultada quando, por ela, sofre alterações estruturais). Além disso, nos estudos de Nedergaard, também se encontrou a perda da polarização perivascular das AQP4 em idosos, alterando a depuração intersticial de solutos e a troca LCR-líquido intersticial.

Uma hipótese que abre novos horizontes para pesquisas em doenças neurodegenerativas é a de que pacientes com essas doenças possam ter os mesmos acometimentos supracitados, no entanto agravados. Dessa maneira, ocorre uma drenagem deficitária que gera acúmulos prejudiciais, como no caso da doença de Alzheimer, em que são encontrados agregados de proteína tau e o acúmulo de β-amiloide.

Sistema glinfático e o sono

O sistema glinfático tem sua maior atividade durante o sono (principalmente no sono profundo, o terceiro estágio do sono não-REM). Imagens feitas a partir da microscopia de dois fótons mostram que, durante o estado de vigília, o influxo de líquor pode ser reduzido em até 90%.

Ainda não se sabe com exatidão o processo fisiológico que gera essa maior atividade durante o sono, mas a noradrenalina parece ser um importante regulador da atividade glinfática pois age durante a vigília, aumentando o volume intracelular e, consequentemente, diminuindo o espaço intersticial. Assim, os mecanismos hidrodinâmicos não são favorecidos para a drenagem durante a vigília, enquanto o inverso acontece durante o sono com a diminuição da noradrenalina, o que propicia a saída do LCR do espaço perivascular.

Um boa noite de sono é por isso essencial para a limpeza e saúde do nosso cérebro!

Sistema imunológico e privação de sono

A privação de sono e o sistema imunológico exercem e sofrem influências mútuas. A privação de sono é considerada uma fonte de stress, uma vez que induz a elevação do cortisol em seres humanos (ou da corticosterona em roedores). Os glucocorticoides, por sua vez, exercem um efeito imunossupressor ou seja fazem com que o nosso sistema imunológico fique mais debilitado e menos eficaz contra a invasão de vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros corpos estranhos. Por essas razões, foi proposto que o aumento da ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal seja um importante mediador das alterações imunológicas observadas em pacientes com insónia ou privados de sono.

Estudo: Repercussões imunológicas dos distúrbios do sono

Uma das células mais importantes do nosso sistema imunitário são as chamadas células assassinas naturais (NK), um tipo de glóbulos brancos. Estas detetam as células infetadas e param a sua atividade ou removem-nas antes que novos vírus sejam reproduzidos.

O sono é de extrema importância, para termos células assassinas naturais suficientes no corpo. Assim se não dormimos regularmente e horas suficientes (7.30h), somos muito mais suscetíveis a doenças e infeções. Investigadores estudaram como é que o número de glóbulos brancos se desenvolve sob privação de sono. O resultado foi surpreendente e assustador:

  • Os grupos de teste que dormiram apenas 4 horas em vez de 8 horas tiveram uma redução de 70% na proporção das suas células assassinas naturais (NK).

Este resultado suporta a evidência de uma maior fragilidade e probabilidade de contrair infeções quando temos problemas com a qualidade e quantidade do nosso sono.

Melatonina a hormona do sono o que é?

Formula química:   N-acetil-5-metoxitriptamina

A mensagem de ausência de luz enviada ao cérebro é, em cada período de aproximadamente 24h, repetida e traduzida na libertação de melatonina pelo hipotálamo (mecanismo circadiano de regulação do sono). A melatonina  é uma hormona produzida por diversos animais e plantas. Em animais superiores é produzida e libertada pela glândula Pineal. Quimicamente, é uma indolamina sintetizada a partir do triptofano (aminoácido essencial encontrado nas proteínas) sendo uma molécula anfipática ou seja  devido ao seu caráter anfifílico (uma parte hidrofílica e outra lipofílica), pode atravessar facilmente as membranas celulares por difusão. Em consequência, a melatonina não é armazenada no interior do pinealócito e é imediatamente libertada dentro dos capilares sanguíneos que irrigam a glândula pineal após a sua formação. Assim, a secreção de melatonina depende da sua síntese, que é catalisada por quatro enzimas distintas:

  • Triptofano hidroxilase (TPH),
  • Descarboxilase de L-aminoácidos aromáticos,
  • N-acetiltransferase (NAT),
  • Hidroxi-indol-O-metiltransferase (HIOMT).

Triptofano-serotonina-melatonina

Serotonina (antidepressivo) é precursor da melatonina

No esquema acima descrito é clara a importância da serotonina como precursor da melatonina. Relembro apenas que a serotonina é utilizada por milhões de pessoas em todo o mundo como antidepressivo! A glândula pineal participa na organização temporal dos ritmos biológicos, aturando como mediadora entre o ciclo claro/escuro ambiental e os processos regulatórios fisiológicos, incluindo:

  • Regulação endócrina da reprodução,
  • Regulação dos ciclos de atividade-repouso e sono/vigília,
  • Regulação do sistema imunológico, entre outros.

Melatonina e antioxidante mitocondrial

A melatonina e a glutationa (ou glutatião) são os dois mais importantes antioxidantes mitocondriais. A melatonina é um antioxidante antigo. Após o seu desenvolvimento inicial em bactérias, ela foi retida ao longo da evolução, de modo que pode estar ou pode ter estado presente em todas as espécies que existiram. Embora se tenha mantido ao longo da evolução durante a diversificação das espécies, a estrutura química da melatonina nunca mudou; assim, a melatonina presente nos seres humanos atualmente vivos é idêntica à presente nas cianobactérias que existem na Terra há bilhões de anos.

A melatonina na circulação sistémica de mamíferos desaparece rapidamente do sangue, presumivelmente devido à sua captação pelas células, particularmente quando estão sob condições de alto stresse oxidativo. A medição da distribuição subcelular da melatonina mostrou que a concentração desta indolamina nas mitocôndrias excede em muito a do sangue. A melatonina presumivelmente entra nas mitocôndrias através de transportadores de oligopeptídeos, PEPT1 e PEPT2.

Assim, a melatonina é direcionada especificamente para as mitocôndrias, onde parece funcionar como um potente antioxidante mitocondrial. Além de ser absorvida da circulação, a melatonina também pode ser produzida nas mitocôndrias. Durante a evolução, as mitocôndrias provavelmente tiveram origem quando as bactérias formadoras de melatonina foram engolidas como alimento por procariontes ancestrais. Com o tempo, as bactérias engolidas evoluíram para mitocôndrias; isso é conhecido como a teoria endossimbiótica da origem das mitocôndrias. Quando o fizeram, as mitocôndrias mantiveram a capacidade de sintetizar melatonina.

Assim, a melatonina não é apenas absorvida pelas mitocôndrias, mas estes organelos, além de muitas outras funções, provavelmente também produzem melatonina. As altas concentrações da melatonina e as suas múltiplas ações como antioxidante proporcionam uma potente proteção antioxidante a estes organelos que estão expostas a abundantes radicais livres.

Estudo: Melatonin as a mitochondria-targeted antioxidant: one of evolution’s best ideas

Atualmente médicos e investigadores de renome como o cardiologista  Dr. Steven Gundry colocam a hipótese de a principal função do sono ser produzir melatonina para proteger o bom funcionamento das nossas mitocôndrias, pois sem a energia produzida pelas mitocôndrias não estaríamos vivos!

Stress oxidativo e cancro

A mitocôndria é a principal responsável pelo fornecimento de energia, trifosfato de adenosina, ATP (adenosine triphosphate), às células e a maior produtora de espécies reativas do oxigénio (radicais livres), ROS (reactive oxygen species), tais como o anião superóxido (O2.-), o peróxido de hidrogénio (H2O2) e o radical hidroxilo (OH.).

A manutenção de um equilíbrio entre a produção de ROS e as defesas antioxidantes é crucial para o bom funcionamento do organismo humano. No entanto, pode ocorrer um desequilíbrio devido à produção excessiva de ROS ou à deficiência de defesas antioxidantes. A este desequilíbrio dá-se o nome de stress oxidativo. O excesso de ROS pode danificar o DNA, os lípidos ou as proteínas e levar ao aparecimento de diversas doenças, incluindo o cancro.

O genoma mitocondrial é mais suscetível a mutações por possuir limitações nos mecanismos de reparação. As lesões ao nível do DNA mitocondrial (mtDNA) podem ser mutações nas regiões codificantes ou na região D-loop (displacement loop), ou simplesmente alterações do número de cópias de mtDNA. Para se defender do stress oxidativo, o organismo desenvolveu mecanismos de defesa endógena antioxidante. As defesas dividem-se em:

  • Enzimáticas como por exemplo a superóxido dismutase, a glutationa peroxidase e a catalase;
  • Não enzimáticas, como por exemplo as vitaminas A, C e E.

Existe a hipótese de uma alimentação rica em nutrientes com propriedades antioxidantes poder ser benéfica na prevenção contra a oxidação mas ainda sem suporte científico consistente. No entanto, o excesso de nutrientes com propriedades antioxidantes ou mesmo de suplementos antioxidantes podem ser cancerígenos.

Utilização terapêutica da Melatonina

Como dormir rápido e como dormir bem

Em humanos, a melatonina tem como principal função regular o sono ou seja, num ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina do organismo aumentam, causando o sono, de forma a que possa dormir rápido e dormir bem. Por isso como dormir bem é muito importante então devemos eliminar do ambiente mecanismos que possam acelerar o metabolismo e impedir o sono, mesmo que não percebamos, tais como:

  • Fontes de som,
  • Fontes de luz,
  • Aromas,
  • Calor

Outra função atribuída à melatonina é a de antioxidante, agindo na  recuperação de células epiteliais expostas a radiação ultravioleta e através da administração suplementar, ajudando na recuperação de neurónios afetados pela doença de Alzheimer e por episódios de isquemia (como os resultantes de acidentes vasculares cerebrais) e como complemento em tratamentos para a epilepsia.  Em resumo a melatonina é conhecida como a hormona do sono.

Jet lag o que é?

Jet lag é a alteração do ritmo biológico de 24 horas consecutivas que ocorre após mudanças do fuso horário em longas viagens de avião. Caracteriza-se por problemas físicos e psíquicos, especialmente do ciclo do sono, decorrentes de alterações dos níveis hormonais de hidrocortisona. 

Trata-se de uma condição fisiológica resultante de alterações no ritmo circadiano (distribuição dos períodos de sono-vigília em um ciclo de 24 horas) provocadas por uma viagem, geralmente de aviões a jato (daí o nome em inglês: jet, redução de jet plane, ‘avião a jato’; e lag, ‘atraso, retardamento’), atravessando vários fusos horários. Em consequência, após a viagem, o relógio interno (relógio biológico) não estará ajustado ao horário local. Ocorre então um distúrbio do sono transitório.

Qual a melhor melatonina para o Jet Lag

A melatonina, sob o nome comercial Circadin, é também considerado segura e extremamente eficaz na prevenção ou diminuição dos sintomas de Jet Lag. Especialmente eficaz para quem viaja por mais de 5 zonas horárias, mas pode ser usado para qualquer viagem que ultrapasse mais do que uma zona horária para quem é mais suscetível a sintomas.

Estudo clínicos constataram que a melatonina ajuda a regular o horário orgânico com mais rapidez, criando as condições necessárias para atingir um mais rápido relaxamento e descanso cerebral em viajantes, trazendo rápida adaptação ao novo fuso horário.

Existem também estudo que demonstram que a melatonina age como regulador de cada uma das etapas do balanço energético, tais como:

  • Ingestão alimentar,
  • Fluxo de energia para reserva,
  • Fluxo de energia das reservas
  • Gasto energético.

Comportamentos inadequados como tomar café depois das 18h ou ver televisão até tarde podem dificultar o inicio do sono ou comprometer a sua continuidade, penalizando os processos que dele dependem, como por exemplo a regulação do cortisol que é a hormona do stress. Quanto mais alto for o nível de cortisol no nosso organismo mais ansiedade vamos sentir!

Ritmo circadiano o que é?

Num velho vídeo de Novembro de 2015 Michael Rosbash explica o seu trabalho com Jeffrey C. Hall. Fala neste incrível relógio que temos dentro de nós e que consegue antecipar as mudanças cá fora. “É muito mais vantajoso saber o que vai acontecer do que reagir ao que já aconteceu. E esse é um dos papéis do ritmo circadiano”, diz.

Ritmo circadiano
Fonte: Comité Nobel de fisiologia ou medicina

Cronobiólogos ganham prémios Nobel

São geneticistas e cronobiólogos… uma espécie de “relojoeiros do corpo humano”, a saber:

  • Michael Rosbash,
  • Jeffrey Connor Hall,
  • Michael Warren Young

Estes três cientistas Norte Americanos, conquistaram a 2 de Outubro de 2017, o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina por descobertas sobre os mecanismos moleculares que controlam o ritmo circadiano.

Os trabalhos com mais de duas décadas nesta área mostraram como funcionam genes que estão ligados ao sono e à forma como regulamos o nosso metabolismo nas diferentes fases do dia. Os três cientistas norte-americanos revelaram alguns dos importantes circuitos e peças que fazem a complexa máquina do nosso relógio biológico funcionar. E, claro, perceberam onde e como pode avariar.

Relógio biológico antecipa mudanças

Segundo Anna Weddell, do comité do prémio Nobel, os investigadores mostraram, por exemplo, que “precisamos do relógio biológico para antecipar as mudanças que ocorrem durante um dia, não é só para nos adaptarmos a essas mudanças”.

Assim, recorrendo ao modelo da mosca-da-fruta, os investigadores perceberam que o corpo dos animais (incluindo o dos seres humanos) desencadeia uma série de ligações que nos preparam para acordar, mesmo antes de a luz do dia “nos avisar”. Da mesma forma, há uma preparação do organismo para o momento noturno, do sono.

Diogo Pimentel, investigador português na Universidade de Oxford que se dedica a esta área, explica:

“Até hoje não sabemos por que precisamos de dormir, mas já é claro que a regulação do sono obedece a dois processos: o ciclo circadiano (ou relógio) e o sistema homeostático” .

O tal relógio faz com que todos os organismos (incluindo nós) se sincronizem e adaptem a fatores do ambiente externo, sendo a luz o fator principal. Sobre os resultados do trabalho dos cientistas agora premiados com o Nobel da Medicina, Diogo Pimental comenta:

“É de facto uma história de sucesso fantástica e um excelente exemplo de como genes e moléculas são responsáveis por orquestrar o nosso comportamento.”

Genes na regulação do nosso sono

Segundo os prémio Nobel da medicina 2017, os genes mais importantes para o nosso ritmo circadiano são:

  • Gene period (PER) – Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall explicaram como funciona este gene;
  • Gene timeles (TIM) – Michael Warren Young descobriu este gene;
  • Gene doubletime (DBT) – Michael Warren Young, da Universidade de Rockefeller também identificaram este gene.

Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall são dois amigos de longa data que trabalham juntos há várias décadas. Actualmente, estão na Universidade de Brandeis, no Massachusetts (EUA). Michael Warren Young é um cronobiólogo que investiga no laboratório de genética da Universidade de Rockefeller, em Nova Iorque. Os três estudam o sono, os mecanismos que o nosso relógio biológico usa para se adaptar ao ambiente cá fora.

No centro das investigações destes cientistas está o papel de alguns genes que “participam” neste processo de regulação do ritmo circadiano. Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall explicaram como funciona o gene period (PER). Isolaram este gene e descobriram que produzia uma proteína que se acumulava nas células durante a noite e degradava-a durante o dia. Ou seja, os níveis estavam sintonizados com o ritmo circadiano (uma palavra que na sua origem em latim quer dizer algo como “cerca de um dia”, 24 horas).

Michael Warren Young descobriu o gene timeles (TIM), outra peça importante nesta máquina. Juntos, os três cientistas perceberam que por trás dos nossos sonos e vigílias estes genes actuam em conjunto formando um sistema de sinais químicos. O investigador da Universidade de Rockefeller identificou ainda um outro gene chamado doubletime (DBT) que era capaz de atrasar a acumulação da proteína PER. Estavam desvendados mecanismos-chave sobre os princípios do relógio biológico.

Mutações genéticas quais as consequências?

Encontrar os genes e a sua função fez com que se concluísse também que mudanças (ou mutações) nestes “genes-relógio” (as peças biológicas do relógio circadiano comparáveis às rodas dentadas de um relógio mecânico) estão associadas a uma série de distúrbios do sono em humanos.

Mesmo algumas formas de depressão podem estar de alguma maneira ligadas ao controlo do ritmo circadiano. Assim, por causa destes três investigadores, hoje sabemos mais sobre os mecanismos que regulam o nosso ritmo circadiano que, por sua vez, regula muitos dos nossos genes.

Funções críticas do relógio biológico

“O relógio biológico regula funções críticas, tais como:

  • Comportamento,
  • Níveis hormonais,
  • Sono,
  • Temperatura corporal,
  • Metabolismo.

O nosso bem-estar é afetado quando existe um desajuste entre o nosso ambiente externo e este relógio biológico interno, o que acontece, por exemplo, quando viajamos em diferentes fusos horários e experimentamos jet lag.

Há também indícios de que os problemas na sincronização de nosso relógio interno com o ambiente e estilo de vida podem estar associados ao aumento do risco de várias doenças”, refere o comunicado de imprensa do comité do Nobel do Instituto Karolinska, na Suécia.

Causas de insónia

As principais causas de insónia são claramente as seguintes:

  • Ansiedade
  • Depressão
  • Dor

São inúmeras as patologias que podem causar insónia. Desde logo as de caracter psicológico e psiquiátrico são claramente as duas mais importantes.

No entanto todas as patologias ou doenças que possam provocar dor são muito relevantes entre as principais causas de insónia. Assim em todos estes casos com sintomas dolorosos a principal estratégia no combate à insónia passa pela estabilização da patologia primária e nomeadamente o controle da dor durante a noite.

Outras causas frequentes de insónia são a desinformação básica acerca de regras simples mas “obrigatórias” para ajudar o nosso organismo a seguir o ritmo circadiano que marca claramente os nossos ciclos saudáveis de sono. O conjunto de regras simples, que descrevo de seguida, é habitualmente designado de higiene do sono!

Como dormir melhor

Higiene do sono

A higiene do sono é a designação dada ao conjunto de estratégias que englobam hábitos e comportamentos potenciadores de um bom sono, consolidado e recuperador. Frequentemente, os tropeços nestas regras básicas que interferem na psicobiologia humana, associam-se a um sono perturbado passível de se transformar num estado patológico crónico, muitas vezes de difícil retrocesso. Mais adiante neste artigo descrevo todas as regras essenciais para um bom sono incluindo as melhores posições para dormir.

Mais à frente neste post descrevo mais em detalhe a importância destas regras mas algumas das mais simples e de aplicação imediata, são as seguintes:

  • Quarto completamente escuro;
  • TV telemóveis, tablets e aparelhos eletrónicos desligados;
  • Ambiente silencioso;
  • Baixa temperatura ambiente (mas não gelada!);
  • Não beber café  ou chá com cafeína até 6 horas antes de se deitar;
  • Não beber álcool.

Dormir uma sesta é bom ou mau?

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Apesar das diferenças individuais, na mesma pessoa, e em condições normais, a necessidade de sono durante as 24h mantém-se de dia para dia. Por conseguinte se gastarmos parte das horas destinadas ao sono, durante uma sesta a noite será provavelmente mais curta (geralmente com maior dificuldade de iniciar o sono mas também associado à sua interrupção repetida). Tendo esta informação em mente fica também claro que quem dorme uma sesta sente ao acordar desse pequeno sono, em geral, um aumento da concentração e energia que ajuda a passar melhor o que resta do seu dia.

No entanto também sentirá que quando chegar a hora de dormir vai ter dificuldade em adormecer à hora habitual o que vai causar, mais uma vez, a diminuição do tempo e da qualidade do sono nessa noite. No dia seguinte é também provável que volte a sentir a necessidade de uma nova sesta… iniciando uma espécie de ciclo vicioso que só pode ser quebrado com a disciplina de se deitar sempre à mesma hora e ter uma noite de sono de aproximadamente 7 horas e meia.

Exercício físico será que é bom para o sono?

As atividades noturnas devem procurar favorecer o sono e não a vigília. Neste sentido, o exercício físico intenso é, em principio, contra-indicado no horário próximo ao de dormir, já que, devido à ativação intensa generalizada que condiciona, e a um aumento da temperatura corporal, atrasa o inicio do sono. O exercício ligeiro a moderado, por sua vez, promove o sono, ao que parece, através de um mecanismo reflexo. Por outro lado, estratégias de relaxamento, favoráveis a uma inativação geral parecem ser sonogénicas.

Álcool dá sono, isso é bom?

Relaxantes como o álcool só aparentemente facilitam o sono. Na realidade, apesar de poderem diminuir a latência do sono, no decorrer da noite, este passa a ser, significativamente pior, mais superficial e fragmentado, após a ingestão de álcool. Pode até adormecer mais depressa mas a qualidade do sono é muito pior e vai acordar com um enorme cansaço e até dor de cabeça.

Tabaco e influência no sono

O tabaco contém nicotina (um estimulante) e é igualmente prejudicial ao sono, devendo ser evitado. Por outro lado o tabaco é um irritante das mucosas nasais e da garganta o que pode alterar o fluxo de ar e causar o ressonar além de aumentar as probabilidades de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).

Última refeição do dia

Uma refeição ligeira, sobretudo contendo alimentos ricos em L-triptofano (uma substância promotora do sono), como o leite, é benéfica, mas as refeições pesadas prejudicam o inicio do sono. Também os líquidos não deverão ser excessivos perto da hora de dormir, devendo mesmo ser evitados por vezes, sobretudo em pessoas cujo sono seja frequentemente interrompido pelas idas à casa de banho.

Quando não tenho sono o que fazer?

Obrigar o sono traz muitas vezes uma frustração acrescida, sendo causa frequente de desenvolvimento de insónia psicofisiológica. Assim, é boa prática deixar a cama quando surgem dificuldades para adormecer. Nessa circunstância, fazer algo relaxante como ler ou ouvir música, pode ser adequado e ajudar o sono a chegar e então encaminhar ao leito.

Dormir demais quais os riscos?

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O prolongamento do tempo na cama constitui, muitas vezes, um hábito penalizador do sono, dado que o mesmo se associa a um sono mais superficial e fragmentado e, portanto, com menor rentabilidade. A regularidade de horários reservados ao sono e à vigília também são determinantes de uma boa função do ciclo sono-vigília, já que a falha neste compromisso resulta frequentemente numa perturbação do ritmo circadiano e consequentemente no sono.

1. Aumenta o risco de depressão

Um estudo de 2014, com adultos gémeos, permitiu aos investigadores concluir que dormir muitas horas (mais de nove) aumenta o risco de sintomas depressivos.

2. Pode debilitar o cérebro

Em 2012, uma equipa de cientistas descobriu que mulheres idosas com falta ou excesso de sono viam a sua capacidade cerebral deteriorar-se num espaço de seis anos. Os cérebros das mulheres que dormem mais de nove horas ou menos de cinco registam alterações correspondentes a um envelhecimento de dois anos.

3. Pode dificultar uma gravidez

Depois de analisarem os hábitos de sono de mais de 650 mulheres submetidas a fertilização in vitro, investigadores coreanos concluíram que as taxas de gravidez mais elevadas foram registadas entre as mulheres que dormiam sete a oito horas por noite e as mais baixas entre as que dormiam entre nove a onze.

“Sabemos que os hábitos de sono podem alterar os ritmos circadianos, a produção de hormonas e os ciclos menstruais”, afirmou, em 2013, quando este estudo foi publicado, o endocrinologista Evan Rosenbluth, sublinhando que não foi possível estabelecer uma causalidade clara no caso dos tratamentos para a infertilidade.

4. Pode aumentar o risco de diabetes

Um estudo realizado no Quebec concluiu que quem dorme mais de oito horas por noite têm o dobro das probabilidades de desenvolver diabetes tipo 2, ao longo de um período de seis anos, em comparação com que dorme entre sete a oito horas, mesmo tendo em consideração as diferenças de massa corporal.

5. Pode levar ao aumento de peso

O mesmo grupo de investigadores analisou também o peso e o aumento de gordura entre os participantes, no mesmo período de seis anos, e chegou à conclusão que os que dormiam demais ou de menos ganhavam mais peso do que os que dormiam as recomendadas sete a oito horas por noite.

Os que dormiam nove a dez horas tinham 25% mais probabilidade de aumentar cinco quilos nesses seis anos, mesmo com uma alimentação controlada e atividade física.

6. Pode danificar o coração

Uma investigação apresentada em 2012, nos EUA, revelou a relação entre dormir oito ou mais horas por noite e o aumento de risco de problemas cardíacos. Depois de analisar os dados de mais de 3 mil pessoas, os cientistas descobriram que as que dormiam mais tinham o dobro do risco de angina e 1.1 vezes mais o risco de doença das artérias coronárias.

7. Pode aumentar o risco de morte prematura

Uma análise de 16 estudos diferentes levou um grupo de investigadores a concluir que há um risco de morte prematura – por várias causas – aumentado entre os que dormem mais de oito horas por noite, do total de quase 1,4 milhões de participantes nas várias investigações.




Quantas horas devo dormir?

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Gráfico cansaço vs horas de sono

Este gráfico indica que 8 horas de sono, num adulto em idade ativa,  é o ideal para não acordar cansado. Alguns estudos apontam para 7 horas e meia serem suficientes e até ótimas em muitos adultos em idade ativa. De facto tendo em conta que temos durante a noite vários ciclos de sono de aproximadamente 90 minutos cada tal significa que se acordarmos ao fim de 7 horas e meia estaremos exatamente a terminar o quinto ciclo de sono.

Se continuássemos a dormir o próximo ciclo terminaria cerca de hora e meia depois ou seja faríamos 9 horas de sono desde a hora em que adormecemos. É por isso que, se nos deitarmos à meia noite, geralmente, acordamos mais “bem dispostos” ás 7.30 h do que ás 8.00h apesar de dormirmos mais meia hora!

Dormir demais nos bebés e nas crianças

Nos bebés é hábito dormir muito

Nos bebés já é hábito e saudável dormir muito mais que um adulto. O tempo de sono recomendado por faixa etária varia de especialista para especialista. A American Sleep Association divulgou recentemente novas recomendações onde estabelece períodos mínimos e máximos adequados a cada idade. No entanto, alerta para o facto de que o tempo para um sono reparador varia de acordo com as características pessoais. Refere também que dormir de mais é tão mau como dormir pouco, estabelecendo limites mínimos e máximos aceitáveis.

Dormir pouco qual o risco nas crianças?

Sabia que na infância cerca de 90% da hormona de crescimento é libertada durante o sono?

As crianças que dormem menos tempo do que o aconselhado ou que apresentam distúrbios decorrentes do sono podem ter problemas no desenvolvimento físico, no fortalecimento do sistema imunológico, na consolidação da memória e dificuldades no relaxamento muscular.

Recomendações de horas de sono

Segundo a American Sleep Association estas são as recomendações de horas de sono saudáveis desde os recém nascidos até aos 13 anos de idade:

  • Recém-nascidos (0-3 meses): 14 a 17 horas (anteriormente 12-18)
  • Bebés (4-11 meses): 12-15 horas (anteriormente 14-15)
  • Crianças (1-2 anos): 11-14 horas (anteriormente 12-14)
  • Crianças em idade pré-escolar (3-5 anos): 10-13 horas (anteriormente 11-13)
  • Crianças em idade escolar (6-13 anos): 9-11 horas (anteriormente 10-11)

Pequenos ecrãs impedem crianças de dormir

O sono é prejudicado nas crianças que utilizam disposivos electrónicos
O sono é prejudicado nas crianças que utilizam disposivos electrónicos

As crianças que têm acesso a ‘tablets’ ou ‘smartphones’ nos seus quartos dormem menos do que as crianças que não têm acesso a estes dispositivos à noite, conclui um estudo norte-americano hoje divulgado. As conclusões da investigação publicadas na revista Pediatrics mostram que ter um chamado “pequeno ecrã” à mão é pior do que ver televisão, no que toca à falta de sono, de acordo com a observação de 2.000 crianças em idade escolar.

No geral, aqueles que têm acesso a ‘tablets’ ou ‘smartphones’ dormem menos 21 minutos por noite em comparação com os que não usam essa tecnologia e têm mais probabilidade de acusar falta de sono. Já as crianças com televisão no quarto dormem menos 18 minutos do que as que não têm esses aparelhos na mesma divisão em que dormem.

“A presença de pequenos ecrãs, mas não de televisão, no ambiente de sono, está associada com a perceção de descanso ou sono insuficiente”, indica o estudo de Jennifer Falbe, da Universidade da Califórnia..

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Mudança da hora

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Segundo o Dr. Miguel Meira Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, a mudança para a hora de inverno traz “mais riscos que benefícios” devido à “súbita exigência de mudança” do “tempo interno” das pessoas.

Ás 2 horas do dia 30 de Outubro, os relógios vão atrasar uma hora (dormimos mais uma hora), dando início ao horário de inverno, uma mudança que, tem impactos negativos na saúde. Apesar do impacto ser claramente maior no adiantamento (dormimos menos uma hora) que exigimos ao tempo em meados de Março, qualquer das direções em que se proceda uma mudança súbita num relógio de adaptação lenta como o que temos no cérebro, tem prejuízos significativos e potencialmente graves.

O especialista Miguel Meira Cruz afirma que uma hora a mais de sono pode, em teoria, promover o bem-estar de quem se encontra privado desta necessidade, sendo o impacto deste benefício maior nas pessoas que se deitam mais tarde e tendencialmente se levantam mais tarde ou naqueles que atrasam a sua hora de deitar, como acontece com adolescentes. Porém, na prática, verifica-se que “as atitudes não acompanham as intenções e este ganho tem provavelmente uma influência menor”, sublinha.

Além disso, acrescenta, “os matutinos privados de sono, podem sofrer mais nos dias subsequentes à mudança para a hora de inverno”, dado que para “além da menor flexibilidade na resposta a mudanças, as condicionantes impostas pelo novo horário afetam o humor”.

Assim alguns dos mais importantes sintomas e consequências causados pela alteração da hora,são os seguintes:

  • Prevalência de alguns tipos de dores de cabeça, nomeadamente a cefaleia hípnica (surge durante o sono) e a cefaleia em salvas (dor muito forte só num lado da cabeça).
  • Alterações de humor;
  • Sonolência que pode originar, por exemplo, acidentes rodoviários;
  • Falta de concentração;
  • Fadiga;

Segundo o Dr Miguel Meira, especialista em medicina de sono, “estas condições são frequentemente desencadeadas por alterações nos ritmos circadiários estabelecidos naturalmente”. Para o especialista, a mudança da hora “é mais um exemplo do predomínio de interesses económico-financeiros, que vigora no mundo, em detrimento daqueles dirigidos à promoção da saúde”.

A alteração proposta originalmente por Benjamim Franklin, tinha como intensão rentabilizar a energia luminosa poupando gastos, mas em rigor, não só não se confirmaram os ganhos teoricamente previstos, como se tem vindo a descobrir perdas importantes de saúde associadas à alteração brusca da hora.

Dormir melhor mas como…?

11 decisões que já esta noite fazem dormir melhor

A verdade é que um bom sono depende de vários fatores simultâneos e que jamais conseguirá dormir bem se não controlar os que listamos de seguida. Na maioria das pessoas basta um destes fatores para não ter uma quantidade e/ou qualidade de sono profundo adequada, mesmo quando julgam que dormem bem! Os registos encefalográficos dos especialistas do sono não deixam dúvidas quanto à fragmentação do sono quando algumas destas condições não são adequadas ao ambiente do quarto onde dorme.

Não esquecer também que dormir bem não é dormir demais!

Aqui ficam as condições essenciais que importa controlar:

  • Não tomar cafeína ( café, chá e chocolate ) até 6 horas antes de dormir para controlar um excesso de estado de vigília noturna e degradação do sono profundo.
  • Vinho, apenas deve beber um copo ao jantar pois apesar de ajudar a adormecer vai degradar a qualidade e quantidade do sono profundo.
  • Baixe a temperatura do quarto pois o cérebro associa o frio com a necessidade de dormir para o organismo gastar menos energia.
  • Não faça exercício á noite pois, como anteriormente detalhamos neste artigo, há libertação de neurotransmissores como a adrenalina que nos tiram o sono.
  • Afaste-se de todos os aparelhos eletrónicos com ecrans ou seja TV, computador, smartphone e tablet, pois a luz emitida por estes gadgets envia ao cérebro a mensagem de que ainda é dia!
  • Não tome líquidos ao deitar, expecto se sentir sede, pois vai aumentar as probabilidades de acordar de noite para urinar e fragmentar o seu sono.
  • Torne o quarto completamente escuro com estores totalmente fechados e/ou cortinas que impeçam a passagem da luz solar. Bastam alguns raios de luz antes de tempo para estimular o despertar e impedir que complete o mínimo de horas de sono necessárias para repor a sua energia.
  • Levanta-se sempre à mesma hora mesmo ao fim de semana para manter o ritmo circadiano natural do seu corpo.
  • Quando o despertador tocar levante de imediato as persianas, afaste as cortinas e deixe entrar o luz do Sol. Fazer o despertador tocar de 10 em 10 minutos só vai fragmentar o seu sono e aumentar o cansaço. A luz é o seu melhor despertador.
  • Controle a ansiedade – As preocupações são constantes, mas não devem acompanhar-nos na cama. Existem formas de reduzir o seu impacto como por exemplo fazer uma lista de preocupações e definir estratégias para as resolver no dia seguinte. O objetivo é lidar, em consciência, com cada uma das preocupações, de tal forma que estas deixem de ser um fator negativo perpetuante.
  • Banho quente – uma a duas horas antes da hora de deitar, ajuda, por mecanismos semelhantes aqueles que acompanham os efeitos do exercício ligeiro a moderado, a uma diminuição da latência do sono (intervalo de tempo que passa desde que uma pessoa se deita até que adormece).

Melhores posições para dormir

Será que a posição que escolhe para dormir é a melhor?  Esse é um dos hábitos que melhores benefícios pode trazer à saúde da sua coluna vertebral e por conseguinte à qualidade do seu sono. De seguida deixamos uma imagem que ilustra quais as melhores posições para dormir e proteger as suas costas. Confirme se a sua está correcta… senão corrija o mais cedo possível, para bem da sua saúde!

Posições correctas e erradas para dormir

Exames para avaliar a qualidade do sono

Existem 4 exames que têm uma importância muito relevante no diagnóstico correto da qualidade do sono, a saber:

  • Registo do sono profundo,
  • Testes psicológicos,
  • Polissonografia ou estudo do sono,
  • Exames da Tiroide (TSH, T4, T3)

Comprimidos para dormir quais os riscos?

A utilização de comprimidos para dormir é cada vez mais comum. Sabe-se que mais de 25% das insónias estão relacionadas com outras doenças, tais como como:

  • Ansiedade
  • Depressão

A maior parte das pessoas não tem uma boa higiene do sono (hábitos que promovem uma boa noite de sono, como por exemplo deitar a um horário regular, evitar bebidas cafeinadas à tarde e à noite, não estar no computador ou tablet na cama, não ver televisão no quarto, etc).

Nestas situações, recorre-se frequentemente aos chamados comprimidos para dormir. Os mais prescritos são os ansiolíticos tais como:

  • Benzodiazepinas, como o alprazolam (Xanax®), o lorazepam (Lorenin®) e o diazepam (Valium®);
  • Benzodiazepinas mais sedativas, como o estazolam e o loprazolam;
  • Hipnóticos mais recentes e com menor risco de dependência e tolerância, caso dos chamados medicamentos Z, como o zolpidem.

Estes grupos pertencem à categoria dos psicofármacos, cujo consumo tem vindo a aumentar nos últimos anos.

A prescrição deste tipo de medicamentos pode ser necessária para combater rapidamente as insónias e, como tratamento de curta duração, são de facto eficazes e seguros. No entanto, estes fármacos oferecem apenas uma solução a curto prazo e não resolvem o problema das insónias na sua origem, além de comportarem riscos para a saúde quando tomados durante muito tempo (mais de quatro semanas).

Riscos e efeitos adversos dos comprimidos para dormir

Os comprimidos para dormir acarretam riscos de vária ordem a que deve estar atento, tais como:

  • Efeitos secundários como sonolência, confusão e descoordenação motora, mas também um possível agravamento das insónias;
  • Diminuição da atenção, do tempo de reação e da velocidade do desempenho;
  • Tolerância progressiva que obriga à toma de doses cada vez mais elevadas para obter o mesmo efeito;
  • Dependência ou habituação;
  • Potencial de abuso, sobretudo em pessoas com historial de dependência;
  • Síndrome de abstinência, que inclui tremores, agitação psicomotora, suores, palpitações, náuseas e vómitos, desorientação, alucinações e até convulsões, razão pela qual não se deve interromper este tipo de medicação abruptamente;
  • Défices cognitivos e até síndromes demenciais, segundo alguns estudos;
  • Interação com bebidas alcoólicas e outros medicamentos, especialmente os depressores do Sistema Nervoso Central (SNC);
  • Risco aumentado de acidentes de trabalho ou acidentes de viação por sonolência excessiva.

Quem sofre de insónias pode e deve discutir com o seu médico assistente as melhores alternativas aos comprimidos para dormir, o que poderá implicar mudanças nos hábitos e nos estilos de vida, a adoção de uma correta higiene do sono, bem como pequenas medidas comportamentais favorecedoras do seu sono natural. Na verdade, existem muitas outras formas de ter uma boa noite de sono, sem riscos para a sua saúde.

Atenção: Não tome comprimidos para dormir e álcool ao mesmo tempo. Esta mistura explosiva aumenta o efeito sedativo dos medicamentos e pode provocar perda de consciência e depressão respiratória.

Concluindo

O nosso cérebro é uma “máquina verdadeiramente extraordinária” cuja ferramenta mais importante para manter o equilíbrio é o sono. É o sono que nos permite consolidar as nossas memórias “arrumando-as” de maneira a estarem disponíveis quando delas necessitamos! É também o sono que nos permite recarregar a energia para enfrentar um novo dia com raciocínio mais acertado e melhores tomadas de decisões em inúmeras opções de vida do nosso quotidiano. È frequente uma pessoa com uma má noite de sono tomar decisões erradas, algumas das quais podem colocar vidas em perigo tais como na condução de veículos e até na medicina!

O sono tem inclusive influência nas feridas, cujo processo de cicatrização é acelerado durante o sono e também no nosso sistema imunitário que fica fragilizado quando não dormimos o suficiente ou dormimos demais! Resumindo e para ser muito claro…jamais um organismo consegue o equilíbrio com um sono desregulado ou insuficiente!

Se tem dificuldade em dormir ou acorda cansado, melhore a sua “higiene do sono”. Eu próprio tive que “disciplinar o meu sono” com alterações simples como, por exemplo, tornar o quarto completamente escuro pois no meu caso uma ínfima friesta de luz me faz acordar! Desligar atempadamente televisão, telemóvel e tablet pelo menos 1 hora antes de dormir também foi uma medida de extrema importância para melhorar o meu sono. Enfim… siga as recomendações descritas neste artigo e pode ter a certeza que a qualidade do seu sono vai melhorar e vai sentir uma energia extra que julgava impossível!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências:

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Dor de garganta vírus ou bactéria toda a verdade




Dor de garganta quais as causas? Viral ou bacteriana? Quais os perigos incluindo para o coração? Qual o melhor tratamento? Faringite, laringite e amigdalite, quais as diferenças? São imensas as “pastilhas” que existem para tratar a dor de garganta! Este artigo pretende ser uma ferramenta útil para estar informado sobre a melhor escolha para cada caso… porque as dores de garganta não são todas iguais e algumas podem ser mais graves que outras!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Dor de garganta, o que é?
  • Causas crónicas da dor de garganta, quais são?
  • Faringite, laringite e amigdalite, quais as diferenças?
  • Quanto tempo dura?
  • Riscos e perigos porque deve ter cuidado?
  • Viral ou bacteriana?
  • Vírus e bactérias envolvidos, quais são?
  • Amigdalite o que é?
  • Causas da amigdalite quais são?
  • Tratamento da amigdalite qual o melhor?
  • Origem viral ou bacteriana?
  • Causas crónicas da dor de garganta quais são?
  • Medicamentos podem causar dor de garganta?
  • Sintomas associados à dor de garganta quais são?
  • Qual a diferença entre rouquidão e laringite?
  • Quais os sintomas graves de laringite nas crianças e latentes?
  • Quais os sintomas das dores de garganta graves?
  • Quais os grupos de risco?
  • Como tratar a dor de garganta?
  • Quais os tratamentos não farmacológicos?
  • Quais os tratamentos farmacológicos?
  • Quais as marcas de partilhas para a garganta mais utilizadas? E os preços?
  • Quais as que têm ação antibiótica, anti-inflamatória, antissética e anestésica?
  • Afinal quais são as melhores pastilhas para a dor de garganta?

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Dor de garganta o que é?

A “dor de garganta” é caracterizada por picadas e dor ao deglutir os alimentos ou apenas a saliva. Normalmente não perturba de forma significativa a vida do doente embora em alguns casos se possa associar a dor de cabeça e mal-estar geral.

Cerca de 90% das dores de garganta apresentadas na Farmácia são de origem viral e resolvem-se naturalmente no espaço de 7 dias apenas com hidratação e toma de analgésicos e anti-inflamatórios locais ou sistémicos.

Os restantes 10% dos casos de dor de garganta são geralmente causados por:

Causas crónicas da dor de garganta

Entre as causas crónicas de dor de garganta destacam-se as seguintes:

  • Alterações na respiração quando esta se faz mais pela boca do que pelo nariz o que origina a secura as mucosas da garganta;
  • Faringite crónica atrófica;
  • Reduzida ingestão de líquidos e atrofia glandular, principalmente nos idosos;
  • Refluxo esofágico;
  • Contacto com substâncias irritantes como o fumo do tabaco, solventes e corpos estranhos;
  • Inalação de corticoides;
  • Alguns medicamentos como anti-histamínicos, diuréticos, antidepressivos, e anti parkinsónicos.

Faringite Laringite e Amigdalite

As diferenças entre amigdalite, faringite e laringite estão na localização em que a inflamação ocorre na garganta e nos sintomas que elas manifestam. Assim temos:

  • Amigdalite é uma inflamação nas amígdalas;
  • Faringite é uma inflamação na faringe;
  • Laringite é uma inflamação na laringe.

Localização anatómica da faringe e da laringe

Duração de uma crise

Sem tratamento normalmente dura entre 3 a 7 dias.

Riscos da infeção de garganta

Em alguns casos a infeção de garganta pode causar as seguintes patologias:

  • Otite do ouvido médio
  • Sinusite aguda
  • Febre reumática
  • Doença cardíaca.

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Febre reumática

Dores de garganta, como faringites e amidalites, mal curadas, podem causar febre reumática que é uma reação do organismo a infeções causadas por bactérias estreptococos beta-hemolíticos do grupo A.

Como consequência da febre reumática podem ocorrer os seguintes problemas de saúde:

  • Dores nas articulações;
  • Coreia de Sydenham (distúrbio neurológico que causa movimentos involuntários e abruptos principalmente nas extremidades e na face). Também conhecida por Coreia reumática de Sydenham  ou a dança de São Vito sendo um distúrbio neurológico afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, principalmente entre meninas e/ou crianças e adolescentes;
  • Reações dermatológicas como manchas avermelhadas (eritema);
  • Doença cardíaca.

Doença cardíaca

A febre reumática não é a única maneira da dor de garganta evoluir para um problema cardíaco, mas é a mais importante. Uma dor de garganta pode ser causada por bactérias, vírus e fungos, que ao entrarem na circulação sanguínea, podem-se alojar no coração e originar lesões cardíacas.

Dos doentes com infeções de garganta oriundas de estreptococos beta-hemolíticos grupo A, apenas cerca de 0,3% dos casos desenvolvem a febre reumática aguda e destes um terço apresentam cardiopatia reumática.

Doenças cardíacas com origem em dores/infeções de garganta podem afetar qualquer pessoa, mas na infância e nas pessoas imunodeprimidas, regista-se maior prevalência. Por isso, a melhor maneira de diagnosticar se a febre reumática causou algum dano ao coração é através de um ecocardiograma transtoráxico.

As bactérias que afetam a garganta podem alterar algumas estruturas do coração como as válvulas cardíacas mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar.

Válvulas cardíacas

As válvulas cardíacas regulam o fluxo sanguíneo através das quatro câmaras do coração – duas câmaras circulares pequenas superiores (átrios) e duas câmaras maiores em formato de cone inferiores (ventrículos). Cada ventrículo tem uma válvula de entrada e outra de saída. Cada válvula é composta por abas (cúspides ou folhetos) que se abrem e fecham como portas de um só sentido.

No ventrículo direito, a válvula de entrada é a válvula tricúspide, que se abre desde o átrio direito, e a válvula de saída é a válvula pulmonar, que se abre para a artéria pulmonar.

Lesões cardíacas graves

As válvulas são danificadas e podem ficar muito fechadas, o que se denomina estenose ou podem ficar muito abertas, como nos casos das insuficiências. Se o comprometimento severo dessas válvulas acontecer é recomendável operar restaurando a válvula (valvuloplastia) ou substituindo-a por uma prótese.

Prevenção de doença cardíaca

Dores de garganta são infeções comuns, mas é preciso tomar as devidas precauções para evitar que evoluam para uma patologia mais grave. A medida mais eficaz para prevenir as infeções bacterianas de garganta por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, é a administração de antibióticos e a extração da amídala, em casos extremos.

Faringite o que é?

A faringe é a parede localizada no final da boca. A faringite normalmente é causada por vírus ou bactérias, sendo a infecção viral a mais comum. Também pode ter como causas a sinusite e refluxo gastroesofágico.

Faringite viral ou bacteriana ?

A faringite, na maior parte dos casos é de origem viral ( 80 a 90% ) pelo que não devem ser usados antibióticos porque são ineficazes e fragilizam o nosso sistema imunitário.

Sintomas da faringite

Os sintomas são semelhantes nas faringites virais e bacterianas e incluem:

  • Dor de garganta
  • Dificuldade em engolir.

A membrana mucosa que reveste a faringe pode estar inflamada e coberta por uma membrana branca ou por pus se for de origem bacteriana.

Neste caso de origem bacteriana é habitual ocorrer:

  • Febre
  • Inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço.

As faringites podem complicar-se, causando infeções como otite, sinusite ou com formação de abcesso em torno das amígdalas.

Diagnostico da Faringite

O exame médico, em muitos casos, permite a realização do diagnóstico da faringite.

Em alguns casos, recomenda-se a colheita de exsudado da garganta que será enviado para o laboratório com o propósito de se identificar a causa da faringite.

Poderão, ainda, ser solicitadas análises ao sangue, onde se poderá detetar, por exemplo, uma contagem elevada de glóbulos brancos, sugestiva de processo inflamatório e/ou infecioso.

Tratamento da Faringite

Os sintomas podem ser aliviados recorrendo a analgésicos, pastilhas para a garganta ou gargarejos de água morna com sal.

É importante não esquecer que a crianças ou adolescentes com menos de 18 anos não deve ser administrada aspirina porque pode provocar a síndroma de Reye, que corresponde a uma doença muito grave, de rápida progressão e frequentemente fatal, que atinge o cérebro e o fígado.

Os antibióticos não têm interesse se a infeção for viral, mas serão receitados se o médico suspeitar que a infeção tem uma origem bacteriana. Caso contrário, não se administram antibióticos até que as análises de laboratório tenham confirmado um diagnóstico de faringite bacteriana.

Se as análises indicarem que a faringite é provocada por uma infeção estreptocócica, o antibiótico mais indicado é a penicilina. Em caso de alergia à penicilina, existem antibióticos alternativos como a eritromicina.

Vírus que causam a dor de garganta

Alguns dos mais importantes originam a faringite virica, tais como:

    • Vírus Coxsackie
    • Vírus Gingivitis herpética
    • Vírus da mononucleose infeciosa, também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada por um vírus da família do herpes chamado vírus Epstein-Barr (EBV), transmitido através da saliva. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens e os sintomas habituais são febre, dor de garganta e aumento do volume dos gânglios linfáticos.

Bactérias que causam a dor de garganta

A mais comum e significativa origina a faringite estreptocócica, a saber:

  • Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A ( por exemplo a amigdalite bacteriana )

Prevenir a Faringite

Os microrganismos virais e bacterianos que causam faringite são contagiosos. Como tal, a melhor prevenção é uma boa higiene:

  • lavar as mãos regularmente, sobretudo depois de utilizar instalações sanitárias, antes e depois de comer e sempre que se espirra ou tosse;
  • não partilhar alimentos, copos ou talheres;
  • tossir ou espirrar para um lenço de papel que deve ser eliminado;
  • recorrer a soluções alcoólicas para lavar as mãos sempre que não exista disponibilidade de água e sabonete;
  • evitar tocar em telefones públicos ou beber água de fontes públicas;
  • limpar regularmente telefones, comandos remotos e teclados de computador com soluções desinfetantes;
  • fazer o mesmo sempre que se viaja;
  • evitar contacto próximo com pessoas que estejam doentes.

É também importante permanecer em casa em dias com maior índice de poluição, utilizar máscaras quando se fazem limpezas para se evitar a inalação de partículas de pó, deixar de fumar e evitar a exposição a fumo de tabaco, bem como utilizar humidificadores em casa se o ar for muito seco.

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Laringite o que é?

A laringe faz a ligação entre a faringe a traqueia e é onde estão localizadas as cordas vocais. A maioria das laringites são causadas por vírus ou esforço vocal excessivo. Outras causas de laringite incluem:

  • Abuso de bebidas alcoólicas;
  • Sinusites recorrentes;
  • Tabagismo;
  • Fumaças;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Substâncias alérgicas.

Sintomas de Laringite

  • Rouquidão;
  • Dor na garganta;
  • Tosse seca.

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Amigdalite o que é?

A amigdalite é a inflamação e o inchaço nas amígdalas. Amígdalas são gânglios linfáticos localizados na parte superior da garganta e na parte de trás da boca. Elas ajudam a manter bactérias e outros germes longe de locais em que possam causar infeções.

Comparação entre uma garganta normal e com amigdalite
Comparação entre uma garganta normal e com amigdalite. As amígdalas são gânglios linfáticos

Causas da amigdalite

Amigdalite é geralmente causada por vírus, mas também pode haver infeção bacteriana. A bactéria mais comum entre as causas de amigdalite é a Streptococcus pyogenes, mais conhecida como estreptococo do grupo A, também responsável por exemplo pela faringite. Outras bactérias também podem estar envolvidas no desenvolvimento da doença.

Sintomas da amigdalite

  • Amígdalas inchadas e vermelhas
  • Manchas brancas ou amareladas nas amígdalas
  • Dor de garganta
  • Dificuldade e dor ao engolir
  • Febre
  • Nódulos linfáticos no pescoço
  • Voz rouca
  • Dor de estômago, especialmente em crianças pequenas
  • Mau hálito
  • Dor de cabeça
  • Pescoço rígido.

Tratamento da amigdalite

Se uma bactéria como uma estreptocócica for a causa da amigdalite, serão receitados antibióticos para curar a infeção. Os antibióticos podem ser ministrados por injeção ou por via oral durante dez dias.

Além disso aconselham-se as seguintes medidas:

  • Repouso
  • Beber líquidos leves, frios ou mornos (não quentes)
  • Fazer gargarejos com água morna salgada
  • Usar pastilhas para reduzir a dor (as pastilhas não devem ser usadas em crianças porque podem causar engasgamento)
  • Tomar medicamentos vendidos sem receita para reduzir a dor e a febre. NÃO dê aspirina a crianças. A  aspirina está associada a casos de síndrome de Reye
  • Humidificar o ar para, assim evitar a irritação na garganta.

Diagnóstico: vírica ou bacteriana?

Como sabemos se a dor de garganta é de origem vírica ou bacteriana?

A dor de garganta de origem bacteriana mais comum (faringite estreptocócica) geralmente tem alguns sintomas mais agressivos, tais como :

  • Febre superior a 38,3⁰C
  • Placas brancas purulentas na garganta
  • Adenopatias ( aumento de tamanho de alguns gânglios linfáticos por exemplo situados do pescoço )
Gânglios linfáticos do pescoço inflamados
Gânglios linfáticos do pescoço inflamados

Sintomas da dor de garganta vírica

  • Associada a uma constipação
  • Não há febre alta
  • Não existem placas brancas na garganta

A infeção vírica é o mais habitual em 80% dos casos de dor de garganta.

Causas crónicas da dor de garganta

Algumas das causas crónicas da dor de garganta são as seguintes:

  • Alterações na respiração pela boca
  • Faringite crónica atrófica
  • Reduzida ingestão de líquidos ( por exemplo nos idosos )
  • Atrofia glandular
  • Refluxo esofágico
  • Substâncias irritantes ( por exemplo o fumo do tabaco )

Medicamentos podem causar dor de garganta?

Alguns medicamentos de facto podem causar dor de garganta, a saber:

  • Corticoides inalados ( por exemplo para a asma )
  • Anti-histamínicos ( por exemplo para alergias e congestão nasal )
  • Diuréticos
  • Antidepressivos
  • Anti parkinsónicos

Sintomas associados à dor de garganta

Num quadro mais amplo os seguintes sintomas aparecem muitas vezes associados à dor de garganta:

  • Constipação
  • Catarro
  • Tosse
  • Rouquidão

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Rouquidão e laringite, diferenças

A rouquidão :

  • É causada pela inflamação das cordas vocais na laringe
  • Pode prolongar-se vários dias ou semanas
  • Necessita de descansar a voz
  • Geralmente a dor de garganta é de intensidade moderada ou inexistente

A laringite :

  • Geralmente causada por uma infeção viral localizada na laringe
  • Normalmente associada a dor de garganta
  • Passa em poucos dias
  • Normalmente não precisa de apoio médico

Localização anatómica da faringe e da laringe

Sintomas graves de laringite, nas crianças e latentes

Alguns sintomas nas crianças e lactentes necessitam de encaminhamento para o médico, a saber:

    • Tosse ferina ( Coqueluche ) – é uma infeção causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis. Essa doença é caracterizada por febre e tosse seca. Hoje em dia, a tosse ferina, ou coqueluche, é pouco frequente no mundo, graças às vacinas específicas contra a doença. O problema é altamente contagioso e evolui entre 4 a 6 semanas. Essa doença é típica do inverno e pode atacar as crianças já nas primeiras semanas de vida.
    • Dificuldades respiratórias
    • Estridor – O estridor é um som semelhante ao grasnar e é predominantemente inspiratório; é consequência de uma obstrução parcial da garganta (faringe), da caixa dos órgãos da fonação (laringe) ou da traqueia.

A intensidade do estridor costuma ser suficiente para se poder ouvir a certa distância, mas por vezes pode ser percetível só durante uma respiração profunda. O som é provocado por uma corrente de ar turbulenta através de uma via aérea superior que se estreitou.

Nas crianças, a causa pode ser uma infeção da epiglote ou a aspiração de um corpo estranho.

Nos adultos, pode tratar-se de um tumor, de um abcesso, de uma tumefação (edema) da via aérea superior ou de um mau funcionamento das cordas vocais.

O estridor pode ser um sintoma de uma afeção potencialmente mortal, que requer atenção urgente. Nesses casos, introduz-se um tubo através da boca ou do nariz (intubação traqueal) ou diretamente na traqueia (traqueotomia) para permitir que o ar ultrapasse a obstrução e assim salvar a vida da pessoa.

Sintomas graves!

  • Disfagia ao deglutir – O termo disfagia pode referir-se tanto à dificuldade de iniciar a deglutição (geralmente denominada disfagia orofaríngea) quanto à sensação de que alimentos sólidos e/ou líquidos estão retidos de algum modo na sua passagem da boca para o estômago (geralmente denominada disfagia esofágica).

Disfagia, portanto, é a perceção de que há um impedimento para engolir.

  • Dificuldade respiratória
  • Febre superior a 38,3⁰C
  • Gânglios linfáticos inflamados ou sensíveis no pescoço
  • Exsudado faríngeo ou das amígdalas

Doentes de risco para apoio médico imediato

Alguns grupos de doentes têm um risco acrescido de complicações pelo que devem ser de imediato consultados pelo médico se apresentarem dores de garganta. Os principais grupos de risco são:

  • Doentes crónicos
  • Doentes com febre reumática
  • Imunodeprimidos
  • VIH positivos
  • Diabéticos
  • Em tratamento quimioterápico

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Tratamentos da dor de garganta

Como tratar a dor de garganta? Existem tratamentos não farmacológicos e também medicamentos para ajudar
Como tratar a dor de garganta ? Existem tratamentos não farmacológicos e também medicamentos para ajudar

Tratamentos não farmacológicos

    • Evitar irritantes da faringe:
      • Tabaco
      • Bebidas muito quentes ou frias
      • Alimentos ásperos que podem “arranhar” a garganta ao serem deglutidos
    • Ingerir líquidos abundantemente, sobretudo nas crianças, para uma hidratação adequada, até que a urina fique de cor amarelo claro ou transparente
    • Gargarejar com água morna salgada 4xdia
    • Usar rebuçados sem açúcar, excepto nas crianças por risco de engasgamento
    • Lavar as mãos com frequência para evitar o contágio
    • Tapar a boca ao tossir para evitar contágio
    • Usar aerossóis de hidratação para reduzir a secura da garganta
    • Evitar mudança de ambientes quentes para ambientes frios porque a contração dos vasos sanguíneos provocada pelo frio diminui a irrigação sanguínea na garganta, dificultando a chegada de leucócitos para combater o vírus ou a bactéria.
    • Evitar o ar-condicionado porque, tendencialmente, seca o ambiente

Tratamentos farmacológicos

Mecanismo de acção do flurbiprofeno que tem acção anti-inflamatória
Mecanismo de acção do flurbiprofeno que tem acção anti-inflamatória

Anti-inflamatórios locais

Descrevo alguns dos anti-inflamatórios que podem ser comprados sem receita médica:

  • Flurbiprofeno 8,75mg, pastilhas, chupar cada 3 a 4 horas, máximo 5xdia
  • Benzidamida 3mg, pastilhas, chupar 3xdia

Antissépticos locais

Descrevo alguns dos antissépticos que podem ser comprados sem receita médica:

  • Clorhexidina 3mg, pastilhas, chupar 4xdia
  • Hexetidina 2mg/ml ou 1mg/ml, spray solução, 1-2 aplicações, 4xdia
  • Álcool diclorobenzílico 1,2mg/Amilmetacresol 0,6mg pastilhas, cada 1-2 horas
  • Cetilpiridínio 1mg, pastilhas, cada 1-2 horas
  • Cloreto de dequalínio 0,25mg, comp. Bucais, cada 2h, máximo 8xdia
  • Brometo de domifeno 0,5mg, comprimidos orodispersiveis, máx. 8xdia
  • Iodeto de tibezónio, 5mg, 0,5ml, pastilhas, solução 6xdia
  • Amilmetacresol 0,6mg, pastilhas

Antibióticos locais

Descrevo um dos poucos que pode ser comprado sem receita médica, pois tem uma ação antibiótica local muito limitada. A saber:

  • Tirotricina, 1mg, pastilhas, 4-10xdia (Hydrotricine®)

A tirotricina (Hydrotricine®) fundamenta a sua atividade na aplicação das propriedades antibióticas, solubilizada e superativada, para o tratamento das doenças da boca e da faringe.

Exerce sobre os germes responsáveis pelas afeções da
boca e garganta uma ação inibidora e bactericida. A apresentação na forma de pastilhas tem a vantagem de permitir pôr a mucosa bucal em contacto com uma forte concentração de tirotricina permitindo a obtenção de um efeito terapêutico rápido.

Anestésicos locais

  • Benzocaína
  • Oxibuprocaina
  • Tetracaína

Medicamentos de ação sistémica

Estes são medicamentos de ação sistémica que necessitam regra geral de receita médica. A saber:

  • Paracetamol 500-1000mg, 3xdia ( 8/8h ). A partir dos 6 anos de idade já pode aplicar-se um supositório de 500mg, no máximo de 8/8h, durante 2 a 3 dias. Nos adultos a dosagem eficaz é de 1000mg de 8/8h durante 2 a 3 dias. Tem um efeito analgésico (diminui a dor) e antipirético (diminui a febre). Não tem efeito anti-inflamatório.
  • Ibuprofeno, 400-600mg, 2-3xdia ( 400mg de 8/8h ou 600mg de 12/12h ). O ibuprofeno tem efeito anti-inflamatório ( diminui a inflamação ), analgésico ( diminui a dor ) e antipirético ( diminui a febre ).

Antibióticos de ação sistémica

Estes antibióticos são sempre vendidos obrigatoriamente com apresentação de uma prescrição médica. A sua escolha depende obviamente do diagnóstico do médico que tenta descobrir qual a bactéria que está na origem da infeção, gravidade, evidencia clínica de resistência anterior do doente a certos antibióticos , etc.

Os mais usuais na prescrição ambulatória são os seguintes:

  • Amoxicilna
  • Amoxicilina + ácido clavulânico
  • Claritromicina
  • Azitromicina
  • Penicilina injectável
  • Cefuroxima

Marcas de pastilhas mais conhecidas?

  • Mebocaína® forte 24 pastilhas
  • Mebocaína® anti-inflam 20 comprimidos de chupar
  • Strepfen® 24 pastilhas
  • Strepsils® 24 pastilhas
  • Tantum verde® 20 pastilhas
  • Drill® 24 pastilhas
  • Hydrotricine® 24 pastilhas
Tabela das pastilhas mais utilizadas para a dor de garganta e respetivas ações terapêuticas. 

Dor de garganta melhorsaude.org

Os preços são meramente indicativos, podendo, naturalmente, sofrer alterações significativas em função do local e país de aquisição.

Concluindo

Afinal quais são as melhores pastilhas para a garganta ?

A escolha mais adequada depende da origem viral ou bacteriana da dor de garganta.

Dor de garganta de origem viral:

É a mais comum ( cerca de 80% dos casos ) sendo neste caso indicada uma acção anti-inflamatória e analgésica, complementada por uma acção anestésica se a dor for muito forte, por exemplo:

  • Mebocaína® anti-inflam
  • Strepfen®

Dor de garganta de origem bacteriana:

É muito menos frequente, sendo neste caso indicada uma acção antibiótica, antissética, complementada por uma acção anestésica se a dor for muito intensa, por exemplo:

  • Mebocaína® forte
  • Hydrotricine®

E pronto… 🙂  depois de tanta coisa dita sobre dor de garganta, sabemos que vai ficar muito mais fácil tratar e até escolher o tratamento mais adequado com a ajuda….claro… do seu médico ou farmacêutico!

Fique bem

Franklim A. Moura Fernandes

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14 COISAS INTERESSANTES QUE FAZEM ENGORDAR DIZEM OS CIENTISTAS!

Engordar e quais as 14 coisas, hábitos, condições de saúde, profissões, países e até anos de nascimento que os cientistas afirmam fazer engordar? Algumas são interessantes e surpreendentes! Antes demais ensinamos a calcular o excesso de peso e descrevemos tudo o que há a saber sobre o  Índice de Massa Corporal (IMC). Sabia que existem tabelas diferentes para adultos, crianças (meninos e meninas) e idosos? Se já sabe isto tudo passe à frente e desça até ao que lhe interessa.

Introdução

Quando pensamos nas festas de Aniversário, Natal, Fim de Ano , etc…muitos de nós terão o gosto de algumas delícias a rondar pelo paladar, mas na sua cabeça cresce a vontade de fazer algo para apagar, na medida do possível, a marca que deixaram na balança. Por exemplo em média na quadra de Natal e Fim de Ano ganham-se entre 2 a 4 “kilinhos”!

Alguns “sortudos” terão conseguido não engordar nem um grama… que raiva 🙂 ! Seja qual for o seu balanço, se tens uns quilos a mais deves fazer nova tentativa para ficar elegante… OK… menos “cheiinho” já não é mau 🙂 

Existem dezenas de dietas para emagrecer, algumas com uma sólida base científica, mas por si só não garantem a vitória, já que, como advertem os especialistas, vivemos numa “sociedade obesa”, na qual inúmeros fatores concorrem para engrossar o caldo dos adipócitos (células de gordura).

No entanto há muitas coisas aparentemente banais que interferem com o seu peso. Algumas não dependem de si controlar porque são inerentes à essência orgânica de cada um ou seja à sua genética mas é de extrema importância que esteja informado do quanto podem interferir na sua “luta” para um equilíbrio mais saudável. Outras, e são várias, estão perfeitamente ao seu alcance controlar mas, embora pareçam banais, muitas vezes são hábitos instalados difíceis de contrariar.

Uma coisa é certa, saber do que se trata é meio caminho andado para conseguir uma “vitória”. O que descrevo de seguida está cientificamente provado e faço questão de disponibilizar os links para os locais de investigação em causa.

Excesso de peso

Como se avalia o excesso de peso? Avaliar corretamente o excesso de peso em função de fatores decisivos como a altura e o sexo é essencial para sabermos a verdadeira dimensão do problema, nomeadamente começando por calcular o índice de massa corporal (IMC).

Índice de Massa Corporal (IMC)

O índice de massa corporal, mais conhecido pela sigla IMC, é um índice adotado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que é usado para o diagnóstico do excesso de peso e da obesidade.

O IMC pode ser facilmente calculado a partir de dois simples dados:

  • Peso
  • Altura

O índice de massa corporal é um relevante indicador de saúde, alicerçado em vários estudos, que comprovam que, em geral, quanto maior for o IMC de um indivíduo, mais elevado é o risco de morte precoce, principalmente por doenças cardiovasculares. O IMC é um índice válido para identificar o excesso ou défice de peso em qualquer pessoa a partir dos 2 anos de idade.

Podemos confiar nos resultados?

Os seus resultados são bastante fiáveis, mas a sua principal falha é o facto de poder superestimar a quantidade de gordura em pessoas que tenham muito peso devido a uma grande massa muscular, como nos casos de atletas de alto rendimento e culturistas.

IMC nas mulheres grávidas

É importante destacar também que os resultados do IMC não têm validade nas mulheres grávidas, já que estas, além do peso do bebê, também apresentam grande retenção de líquidos.

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IMC como se calcula?

A formula de calculo do IMC é a seguinte:

Cálculo do IMC = peso (quilos) ÷ altura² (metros)

Por exemplo, para calcular o IMC de uma pessoa de 80 kg, que meça 1,60m, os cálculos são os seguintes:

IMC = 80 ÷ 1,6²
IMC = 80 ÷ 2,56
IMC = 31,25 kg/m²

Tabela do IMC

Na tabela seguinte descrevo os diversos graus de peso em função do IMC desde a obesidade mórbida até ao baixo peso muito grave.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Obesidade grau III (mórbida)> 40
Obesidade grau II35 – 39,99
Obesidade grau I30 – 34,99
Excesso de peso25 – 29,99
Peso normal18,50 – 24,99
Baixo peso17 – 18,49
Baixo peso grave16 – 16,99
Baixo peso muito grave< 16

O objetivo a alcançar é um IMC na faixa normal, entre 18,50 e 24,99 kg/m².

Valores acima ou abaixo desta faixa estão associados a um maior risco de doenças. Quanto mais afastado da faixa de IMC ideal você estiver, seja para mais ou para menos, maior é o risco de você desenvolver problemas de saúde. Os valores de IMC fornecidos acima são para a população adulta, entre 20 e 65 anos. O cálculo do IMC para idosos, crianças e adolescentes é feito por tabelas diferentes.

IMC tabela de adultos
Tabela de IMC dos adultos dos 20 aos 65 anos

IMC nos idosos

Os idosos têm menos massa muscular que os adultos jovens e, por isso, o cálculo do IMC não costuma ter na população mais idosa o mesmo significado que no resto da população adulta. Enquanto nos adultos um IMC acima de 25 kg/m² está claramente associado a um aumento na incidência de doenças e a um maior risco de morte precoce, nos idosos isso não parece ser verdade.

Há cada vez mais estudos que mostram que os valores de peso ideal sugeridos pelo IMC não se ajustam à população idosa. Por isso, foi proposta uma nova tabela de IMC, concebida especialmente para a população com mais de 65 anos. A forma de calcular o IMC é exatamente igual, porém, os resultados devem ser interpretados da seguinte forma:

Mulheres acima de 65 anos

De seguida descrevo a tabela de IMC para mulheres acima dos 65 anos.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Baixo peso< 21,9
Peso normal 22 – 27
Excesso de peso27,1 – 32
Obesidade grau I32,1 – 37
Obesidade grau II37,1 – 41,9
Obesidade grau III (mórbida)> 42

Homens acima de 65 anos

De seguida descrevo a tabela de IMC para homens acima dos 65 anos.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Baixo peso< 21,9
Peso normal 22 – 27
Excesso de peso27,1 – 30
Obesidade grau I30,1 – 35
Obesidade grau II35,1 – 39,9
Obesidade grau III (mórbida)> 40

IMC nas crianças

Os valores do IMC do adulto também não são os mais adequados para crianças e adolescentes. Assim como nos idosos, o cálculo do IMC é o mesmo, mas a interpretação dos resultados é diferente nas crianças. O processo deve ser feito da seguinte forma:

  1. Calcular o IMC através da fórmula tradicional;
  2. Com a tabela de idade e sexo fornecida abaixo, veja em que percentil o valor encontrado de IMC se encaixa.

Os resultados devem ser interpretados da seguinte forma:

Grau de pesoPercentil do IMC
Baixo peso <10
Peso normal15 a 85
Excesso de peso 85 a 95
Obesidade> 95
Tabela de IMC meninos
Tabela de IMC meninos
Tabela IMC meninas
Tabela IMC meninas
OS MAIS LIDOS

Agora que já sabemos se temos ou não excesso de peso vamos então conhecer as 14 coisas que cientificamente engordam !

1. Não fazer refeições em família

As refeições em família diminuem o risco de obesidade
As refeições em família diminuem o risco de obesidade

Mesmo que esteja cansado dos familiares, deve saber que as refeições em família podem proteger da obesidade e do excesso de peso. Entre as razões está facto de, durante as refeições, se estabelecem-se relações emocionais entre os membros da família e os alimentos costumam ser mais saudáveis, segundo um estudo das universidades de Minnesota e de Columbia (EUA) publicado no Journal of Pediatrics.

Essa recomendação é especialmente útil para crianças e adolescentes, para prevenir a obesidade quando chegarem à idade adulta. Outro dado muito interessante é que uma ou duas refeições familiares por semana são suficientes para reduzir o risco de obesidade! Por isso já sabe… parabéns se já consegue juntar a sua família ás refeicões! Se não for esse o caso existem mais 13 razões a seguir para conseguir gerir melhor o seu peso.

 2. Irmãos e amigos gordinhos

Ter irmãos e amigos obesos aumenta risco de obesidade
Ter irmãos e amigos obesos aumenta risco de obesidade

Ter um irmão obeso duplica o seu risco de sê-lo (mais do que se for o seu pai), e a possibilidade aumenta se esse for maior e do mesmo sexo. Este estudo foi realizado por Markos Pachucki, da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, num artigo publicado no American Journal of Preventive Medicine.

Os amigos com excesso de peso também não ajudam, porque os quilos a mais são “contagiosos”, como constatou David Shoham, da Universidade de Loyola em Chicago, num estudo com 1.800 adolescentes (PLoS One). Este vínculo já tinha sido encontrado num trabalho anterior publicado em 2007 no The New England Journal of Medicine. O bom é que a magreza também se transmite, e se os seus amigos estão magros (Índice de Massa Corporal, ou IMC, igual a 20) tem 40% mais possibilidades de reduzir o seu peso

3. Nascer depois de 1942!

Os nascidos depois de 1942 têm mais possilidades de vir a se obesos
Os nascidos depois de 1942 têm mais possilidades de vir a ser obesos

Se nasceu depois de 1942, fique atento. Existe um vínculo entre uma variante do gene FTO e o ano de nascimento que favorece o aparecimento da obesidade, uma correlação que é duas vezes mais forte entre os nascidos depois de 1942. Os cientistas que encontraram essa conexão, dirigidos por James Rosenquist, do Departamento de Psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts, não têm uma razão clara para essa associação, mas indicam o desenvolvimento tecnológico posterior à Segunda Guerra Mundial.

4. Não ter certas famílias de bactérias intestinais

A bactéria Christensenellaceae protege do aumento de peso
A bactéria Christensenellaceae protege do aumento de peso

Talvez encontre no seu intestino a resposta para o peso. Se entre os milhões de microrganismos que se hospedam no aparelho digestivo houver bactérias da família Christensenellaceae, sorte a sua, porque estas protegem do aumento de peso (Cell). Embora esse microrganismo seja herdado, a sua descoberta abre portas para a criação de tratamentos probióticos personalizados contra a obesidade.

5. Restaurantes com música clássica!

Musica classica leva ao consumo de mais alimentos
Musica classica leva ao consumo de mais alimentos

As sonatas de Schubert podem ser apropriadas para um jantar romântico, mas deve-se saber que animam a comer mais! Um estudo britânico das universidades de Leicester e Surrey Roehampton comprovou que se consomem mais alimentos e café nos locais quando há música clássica de fundo do que quando toca outro tipo de melodia. Leve isso em conta também para a sua economia.

6. Trabalho noturno

Comer à noite engorda
Trabalhar à noite engorda

Trabalhar à noite engorda, e não é porque se coma mais, mas porque se altera o ritmo circadiano. As pessoas estão programadas para dormir quando não há luz e comer de dia. «O trabalho em turnos durante a noite interrompe o sono e rompe o ciclo fisiológico, e isso provoca uma diminuição do gasto energético diário total», conclui um estudo realizado por cientistas do Instituto Médico Howard Hughes do Texas, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

7. Dormir pouco

O défice do sono piora o humor e faz engordar
O défice do sono piora o humor e faz engordar

O défice de sono não só muda o nosso humor, como também engorda: está comprovado cientificamente. A explicação é que o sono desempenha um papel relevante no metabolismo energético, de forma que ao não dormir comemos mais, como um mecanismo fisiológico de adaptação para manter a vigília. Uma pesquisa publicada recentemente no American Journal of Clinical Nutrition também concluiu que dormir mais está associado a um menor Índice de Massa Corporal e uma melhor alimentação.

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8. Viver na Irlanda

Em 2030 90% dos homens Irlandeses vão ter excesso de peso
Em 2030 90% dos homens Irlandeses vão ter excesso de peso

Se considera morar fora do país, talvez interesse saber que as previsões indicam a Irlanda como o país onde as taxas de obesidade e excesso de peso masculinas aumentarão mais (em 2.030, 90% dos seus homens terão excesso de peso), enquanto na Bélgica só 44% dos homens acumularão quilos a mais.

A explicação para essas estimativas, realizadas pelo Fórum de Saúde do Reino Unido em colaboração com o gabinete regional da OMS para a Europa, está no modelo económico. «Nos mercados liberais como Reino Unido e Irlanda, as multinacionais da alimentação promovem o consumo excessivo», afirma Laura Webber, co-autora do relatório, que foi apresentado no último congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia.

9. Poluentes ambientais

O poluentes acumulam-se no tecido adiposo
O poluentes acumulam-se no tecido adiposo

As substâncias residuais do pesticida DDT, ou do lindano (usado para combater piolhos e sarna), são alguns dos poluentes que se acumulam no tecido adiposo das pessoas, favorecendo o desenvolvimento da obesidade e o aumento do colesterol no sangue, segundo comprovou um grupo de cientistas da Universidade de Granada, que publicou esses resultados em Enviromental Pollution. Esses poluentes chegam ás pessoas principalmente através de alimentos com alto teor de gordura, incluindo carnes e peixes de grande porte.

10. Ver televisão

Ver teleivisão aumenta em 23% o risco de obesidade
Ver teleivisão aumenta em 23% o risco de obesidade

Juntar o telejornal da noite com um capítulo da sua telenovela favorita, para terminar com um pouco de debate sobre actualidades, obriga a mais de duas horas diante do televisor. Se isso se repetir todos os dias, aumentará:

  • 23% o risco de obesidade
  • 14% o risco de desenvolver diabetes

Adverte um relatório da Universidade Harvard.

11. Dormir com a televisão ligada

A exposição à luz artificial reduz os níveis endógenos de #melatonina
A exposição à luz artificial reduz os níveis endógenos de #melatonina

Sem dúvida já dormiu mais de uma vez embalado pelo som da TV. Esse pequeno prazer pode fazê-lo ganhar peso. Segundo Ahmad Agil, da Universidade de Granada, a exposição à luz artificial durante a noite enquanto dormimos – como a emitida pela televisão, pelo computador ou por uma lâmpada acesa – reduz os níveis endógenos de melatonina, uma hormona que é libertada durante a noite para regular os ritmos circadianos e que possui um poderoso efeito antioxidante e anti-inflamatório. Essas propriedades protegem de alterações metabólicas que provocam obesidade e diabetes.

Um conselho: tente dormir na escuridão total (Journal of Pineal Research).

12. Stress pós-traumático

Stress pós-traumático potencia o aumento de peso
Stress pós-traumático potencia o aumento de peso

As mulheres que sofrem de stresse pós-traumático aumentam de peso mais rapidamente e são mais propensas a sofrer obesidade do que as que não atravessam essa situação, afirma um estudo das universidades Harvard e Columbia, publicado em Archives of General Psychiatry.

Mas há uma boa notícia: Quando diminuem os sintomas desse transtorno, o risco de obesidade reduz notavelmente.

13. Depressão e ansiedade

A maioria das pessoas reage ao stress comendo mais e aumentando de peso
A maioria das pessoas reage ao stress comendo mais e aumentando de peso

Um terço das pessoas “stressadas” perde o apetite e emagrece, mas mais da metade reage ao stress comendo e, pior, ingerindo alimentos muito apetitosos, ricos em açúcares e gorduras. A explicação científica é que o centro de recompensa que temos no cérebro é activado por esse tipo de comida. Além disso, a hormona do stress, o cortisol, sensibiliza esse sistema de recompensas e favorece a ingestão compulsiva de alimentos muito calóricos.

Rubén Bravo, diretor do Departamento de Nutrição do Instituto Médico Europeu da Obesidade (Imeo), afirma: «ansiedade e stress são duas situações que se repetem com frequência nos nossos consultórios. Os problemas económicos e de trabalho levam a procurar a felicidade na comida, especialmente em doces, que diminuem a agitação.»

14. Não comer alguns laticínios ricos em gordura pode engordar!

Consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central.
Consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central.

Um estudo publicado no Scandinavian Journal of Primary Health Care concluiu que o consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central. Na opinião do nutricionista Walter Willett, da Escola de Saúde Pública de Harvard, uma explicação para essa descoberta é que os produtos com toda a gordura dão mais saciedade, e além disso os ácidos gordos dos laticínios têm um efeito adicional na regulação do peso.

A nutricionista Natalia Galán, do Serviço de Promoção da Saúde de Sanitas, acrescenta: «Os produtos light nem sempre ajudam a emagrecer, pois o facto de terem 30% menos calorias que o produto inicial não é sinónimo de que não vão engordar. Muitos são anunciados como light e têm mais calorias que os que não o são.»

Concluindo

Depois de engordar demasiados quilos nunca é fácil recuperar a boa forma! Muitas vezes só tentamos a sério quando nos diagnosticam um problema de saúde grave que nos impede de manter a nossa qualidade de vida. Até lá vamos fazendo tentativas pouco convincentes para equilibrar o nosso peso. Não espere por uma má notícia para tentar a sério controlar o seu peso. Se não fizer nada para melhorar é certo que algo de grave com a sua saúde vai acontecer! Adapte à sua rotina alguns dos factos agora provados pelos cientistas para recuperar algum do tempo perdido e…não perca mais tempo e anos de vida!

Controlar o seu peso é controlar a sua saúde e prolongar a vida!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: Referidas individualmente no conteúdo do artigo.

Por favor, PARTILHE este artigo com os seus amigos, que certamente desconhecem alguns destes factos e vão, além disso, agradecer-lhe  a tentativa de os deixar mais elegantes 🙂

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IMPOTÊNCIA DISFUNÇÃO ERÉCTIL A VERDADE




Impotência ou disfunção eréctil (2021) toda a verdade: Segundo a Sociedade Portuguesa de Andrologia é um problema que afeta milhares de homens impedindo-os de ter uma vida íntima saudável e por consequência afetando de forma grave as suas relações amorosas. Trata-se de uma condição de saúde, na maior parte das vezes, escondida por vergonha e não tratada convenientemente.

Este artigo pretende ser um contributo valioso para melhorar a vida de muitos homens e suas companheiras colocando novamente no caminho de uma vida amorosa saudável.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • O que é a impotência ou disfunção eréctil?
  • Quais os sinais e sintomas?
  • Quais as causas físicas e psicológicas?
  • Quais os fatores de risco?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Quais os tratamentos mais eficazes?
  • Quais as marcas disponíveis?
  • Como atuam os medicamentos?
  • Como se pode prevenir?
  • A impotência também afeta jovens?
  • O que é o Sildenafil?
  • Como atua o sildenafil?
  • Quem não pode tomar o sildenafil?
  • Quem deve ter cuidados especiais com o sildenafil?
  • Qual a influência dos alimentos e bebidas com o sildenafil?
  • O sildenafil afeta a condução?
  • Quais os efeitos secundários?
  • Como tomar?
  • Quais as dosagens disponíveis?
  • Quais os preços do sildenafil?

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Impotência ou disfunção eréctil  o que é?

A Disfunção Eréctil (DE) ou “Impotência Sexual” é a incapacidade constante ou recorrente do homem obter ou manter uma ereção permitindo a atividade sexual durante pelo menos 3 meses. Pode atingir os homens de qualquer idade, tornando-se mais frequente em com o avançar da idade. Apresenta uma prevalência global de cerca de 13% em Portugal (Episex-pt, 2006), e continua para muitos um assunto tabú, sendo o tema abordado com dificuldade, até com o médico de família.

A impotência ou Disfunção Eréctil (DE) é a disfunção sexual masculina mais comum. Calcula-se que em Portugal, mais de 500 mil homens sofram deste problema, porém, muito poucos procuram ajuda para encontrar uma solução e recuperar a sua vida sexual.

Apesar de afetar frequentemente homens acima dos 40 anos, não é uma condição exclusiva de homens maduros, com cada vez mais jovens a sofrer de disfunção erétil, quer seja devido a causas físicas ou psicológicas.

O sintoma mais frequente da disfunção erétil é a incapacidade de conseguir ou manter uma ereção suficiente para penetração. No caso de a dificuldade ser esporádica, a mesma não pode ser classificada como disfunção eréctil. Porém, se os sintomas da disfunção eréctil se tornarem recorrentes e acontecerem com bastante frequência, poderá tratar-se desta condição. Existem vários fatores que podem influenciar o processo de ereção, pelo que vale a pena avaliar este problema individualmente.

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Sintomas e sinais da impotência

A incapacidade ocasional em manter uma ereção acontece à maioria dos homens e geralmente não será causa de maior preocupação. Quando os problemas se tornam recorrentes então sim deverão ser avaliados pelo seu médico para diagnosticar as causas.

Anatomia do pénis

No homem, o  formato é cilíndrico, sendo formado por dois tipos de tecidos (dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso) e, na sua extremidade, observa-se uma fenda, que é a terminação da uretra, canal que escoa o esperma e a urina. É, portanto, um órgão que atua em duas funções: na reprodução e na excreção.

Anatomia do pénis e impotência

Ereção

A ereção resulta de um processo complexo envolvendo o cérebro, as hormonas, os nervos pélvicos e os vasos sanguíneos irrigando o pénis. As estruturas penianas responsáveis pelo mecanismo eréctil são os corpos cavernosos, dois compartimentos cilíndricos envolvidos numa túnica sólida (Albugínea).

Ereção e disfunção eréctil

Em paralelo corre o corpo esponjoso contendo a uretra. Com a excitação, o aumento do fluxo sanguíneo ao pénis assim como a diminuição da drenagem expande os corpos cavernosos.

impotência melhorsaude.org
Anatomia do pénis

Encarada anteriormente como uma patologia de causas primariamente psicológicas, a disfunção eréctil resulta com maior frequência de uma causa física, geralmente uma doença crónica sistémica, o efeito secundário de um tratamento instituído ou ainda a combinação destes fatores.

Causas etiológicas mais comuns

As causas etiológicas mais comuns são as seguintes:

Nalguns casos pode representar o primeiro sinal destas doenças.

Leia também: Isto está a causar diabetes, toda a verdade!

Outras causas importantes

Algumas das causas importantes mas pouco conhecidos são os seguintes:

  • Tabagismo,
  • Alcoolismo crónico,
  • Alguns medicamentos, nomeadamente o tratamento do cancro da próstata e da tensão arterial,
  • Doenças neurológicas tais como a doença de Parkinson,
  • Esclerose Múltipla,
  • Distúrbios hormonais (hipogonadismo),
  • Doença de Peyronie (ereção dolorosa e curvatura do pénis)
  • Traumatismos pélvicos.

Causas psicológicas

Representam 10 a 20 % dos casos e incluem:

  • Depressão,
  • Ansiedade,
  • Stress,
  • Cansaço,
  • Problemas relacionais com a parceira.

A sobreposição de um problema psicológico numa causa física menor inicial poderá ser a origem de uma Disfunção Eréctil grave.

 Fatores de risco

Os fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento de impotência sexual masculina são os seguintes:

  • Envelhecimento:  incidência de cerca de 80 % no grupo etário acima dos 75 anos;
  • Patologia crónicas: Diabetes Mellitus, aterosclerose, doença renal, hepática, pulmonar, nervosa, endócrina, crónicas (Diabetes Mellitus, Aterosclerose, Hipogonadismo,…);
  • Tratamentos médicos crónicos: anti-hipertensores, antidepressivos, anti-histamínicos, hipnóticos, tratamento médico do cancro da próstata;
  • Tratamentos cirúrgicos: por lesão dos nervos pélvicos (prostatectomia radical, cistectomia,..);
  • Traumatismos: associados ou não a fraturas da bacia;
  • Abusos sociais ou comportamentais: tabaco, álcool, marijuana ou drogas pesadas;
  • Stress, ansiedade, depressão: Causas psicológicas da disfunção eréctil;
  • Obesidade;
  • Síndrome metabólica: caracterizada por obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial e resistência à Insulina;
  • Ciclismo: compressão prolongada dos nervos e vasos perineais responsável por DE temporária.

Diagnóstico

O diagnóstico da Disfunção Eréctil começa na elaboração de uma história clínica e psicossexual detalhada. Segue-se um exame físico assim como um controle analítico e hormonal básico.

Quando justificado o estudo complementar poderá incluir:

  • Eco-doppler peniano,
  • Estudo neurológico aprofundado,
  • Provas de tumescência e rigidez penianas noturnas,
  • Caverosometrias
  • Avernosografias,
  • Consulta psicológica.

Tratamento

Existe hoje em dia uma pléiade de opções terapêuticas, desde o aconselhamento sexual até às opções cirúrgicas, mas o tratamento adequado dependerá sempre da(s) causa(s) e da severidade da DE contrapostas às expectativas do doente.

Comprimidos para a impotência

Os comprimidos para a disfunção eréctil são obviamente pela comodidade a primeira opção de tratamento. O primeiro foi um sucesso estrondoso e chamava-se sildenafil, mais conhecido mundialmente pelo nome comercial Viagra. Actualmente em 2021, estão disponíveis os seguintes fármacos:

  • Sildenafil (Viagra®). Já está disponível o genérico do sildenafil a preço económico, em embalagens de 1, 4, 8 e 12 comprimidos.
  • Tadalafil (Cialis®). Também já está disponível o genérico com preço muito mais económico.
  • Vardenafil (Levitra®)
  • Avanafil (Spedra®)

Pela minha experiência como Farmacêutico cada nova molécula aprovada para a impotência masculina ou disfunção eréctil tem sobre as mais antigas a vantagem de manter ou prolongar o efeito eréctil e diminuir os efeitos secundários ou seja mantém o efeito terapêutico com mais segurança e interações medicamentosas ou outras.

Portanto a melhor será quase sempre a última a chegar ao mercado, sendo actualmente o Avanafil a mais recente.

Mecanismo de ação

Sendo moléculas do mesmo grupo farmacológico (inibidores das fosfodiesterases), atuam de modo semelhante aumentando os níveis de óxido nítrico no corpo cavernoso, relaxando assim o músculo liso e favorecendo deste modo a irrigação peniana.

Não provocam automaticamente a ereção, favorecendo-a em resposta à estimulação psicológica ou física. Não obstante as suas semelhanças estes fármacos tem indicações preferenciais consoante o tipo de doente.

“Estes fármacos são contra-indicados nos doentes com angina de peito medicados com nitratos e deverão sempre ser usados com precaução em caso de doença cardíaca grave, acidente vascular cerebral, diabetes incontrolada e hipo ou hipertensão arterial. Qualquer medicação crónica concomitante deverá ser mencionada.”

Prostaglandina E (Alprostadil)

Esta hormona relaxa o músculo liso peniano, aumentando o fluxo sanguíneo. Em Portugal encontra-se apenas sob forma injetável para administração intra-cavernosa (Caverject®). Poderá ser potenciado o seu efeito com Papaverina e/ou Fentolamina. Existe aínda uma forma de administração intra-uretral (Muse®).

Reposição hormonal

Indicada nos doentes com valores baixos de Testosterona plasmática. Existe sob a forma transdérmica (Testim®, Testogel®) e injectável (Sustenon®, Testoviron®). Este tipo de tratamento implica sempre o doseamento do PSA.

Bombas de vácuo

Com ótima indicação nos doentes com contraindicações específicas para o tratamento farmacológico, tem em geral moderada aceitação.

Cirurgia Vascular

Indicada num número restrito de doentes, geralmente novos, com alterações vasculares comprovadas em estudos angiográficos.

Próteses penianas

Cirurgia reservada aos casos onde as outras modalidades terapêuticas falharam. Trata-se de uma opção altamente invasiva e irreversível. Distinguem-se em próteses semirrígidas e hidráulicas, feitas em silicone e poliuretano. Apresenta uma alta taxa de satisfação, no entanto pode ocorrer infeção da prótese em 2 a 3% dos doentes e apresentar até 15% de reoperações.

Aconselhamento psicológico e terapia sexual

Pode servir como complemento das outras terapias para a Disfunção Eréctil  ou na presença de stress, ansiedade, depressão. A falta de conhecimentos acerca da função sexual normal ou qualquer tipo de tensão relacional tornam essencial uma intervenção educativa para o doente ou o casal.

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Prevenção

Descrevo de seguida os fatores mais importantes para prevenir a disfunção eréctil, a saber:

  • Controlo das doenças crónicas assim como a eliminação dos fatores de risco;
  • Controlo da Diabetes e risco coronário;
  • Eliminação de tabagismo;
  • Limitação de ingestão de álcool e evicção de drogas ilegais..;
  • Prática de exercício físico regular;
  • Sono regular;
  • Controlo do stress;
  • Tratamento de estados de ansiedade e depressão;
  • Controlo médico regular;

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Jovens também sofrem de impotência

A impotência nos jovens é um problema que afeta tanto adolescentes como homens no início da vida adulta. Apesar de pouco discutido, este problema é bastante comum, estimando-se que 15% dos homens que sofrem de impotência tenham menos de 40 anos e cerca de 5%, menos de 30 anos.

As causas de impotência nos jovens podem ser tanto físicas como psicológicas, apesar de as psicológicas serem as mais comuns. A ansiedade, o stress e o medo de falhar podem influenciar a performance sexual dos homens mais jovens, bem como a masturbação demasiado frequente e vigorosa pode ser uma das causas de impotência na juventude.

O abuso de álcool, drogas e a obesidade são também factores importantes em muitos casos de disfunção erétil. Desta forma, um estilo de vida pouco recomendável pode afectar grandemente a capacidade erétil dos homens mais jovens.

Sildenafil o primeiro “milagre masculino” 🙂

O Sildenafil  é um tratamento para os homens com disfunção eréctil, mais vulgarmente conhecida por impotência. Isto é, quando um homem não consegue obter, ou manter, uma rigidez do pénis em ereção, adequada à atividade sexual.

Formula quimica do Viagra ou Sildenafil
Formula quimica do Sildenafil

No entanto o Sildenafil demonstrou ter “poderes extraordinários” porque mesmo em homens que habitualmente não têm disfunção eréctil e, por exemplo, têm um dia mais cansativo pode reforçar a ereção, desde que estimulados sexualmente.

Mecanismo de ação do Sildenafil

O Sildenafil pertence a um grupo de medicamentos designado por inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5). Este medicamento atua por relaxamento dos vasos sanguíneos do pénis, permitindo o afluxo de sangue para o pénis, quando sexualmente estimulado.

Estrutura quimica da molécula do Viagra ou Sildenafil em 3D
Estrutura química da molécula do  Sildenafil em 3D

Contraindicações

Existem sempre grupos de doentes que estão contraindicados para usar este medicamento. Os principais são os seguintes:

  • Medicamentos com nitratos – A combinação poderá causar uma diminuição potencialmente perigosa da sua pressão arterial. Informe o seu médico se está a tomar algum destes medicamentos, que são normalmente utilizados para o alívio da angina de peito (ou “dor no peito”). Se tem dúvidas, informe-se junto do seu médico ou farmacêutico.
  • Medicamentos conhecidos como dadores de óxido nítrico, tal como o nitrito de amilo (“poppers“) – A combinação poderá levar a uma diminuição potencialmente perigosa na sua pressão arterial.
  • Alergia ou hipersensibilidade ao sildenafil ou a qualquer outro componente do Sildenafil.
  • Problemas cardíacos ou hepáticos graves.
  • Acidente vascular cerebral (AVC) ou um enfarte do miocárdio recentemente.
  • Pressão arterial baixa.
  • Algumas doenças oculares hereditárias tal como, retinite pigmentosa.
  • Perda de visão devido a neuropatia óptica isquémica anterior não arterítica (NAION).

Cuidados especiais

  • Se tem anemia falciforme (uma anomalia nos glóbulos vermelhos), leucemia (cancro das células do sangue), mieloma múltiplo (cancro da medula óssea).
  • Se tem deformação do pénis ou doença de Peyronie’s.
  • Se tem problemas cardíacos. Neste caso, o seu médico deve avaliar cuidadosamente se o seu coração suporta o esforço adicional associado a uma relação sexual.
  • Se tem atualmente uma úlcera do estômago ou um problema hemorrágico (tal como a hemofilia).
  • Se teve diminuição ou perda da visão súbita, pare de tomar Sildenafil e contacte imediatamente o seu médico.
  • Não deve utilizar Sildenafil em simultâneo com quaisquer outros tratamentos orais ou locais para a disfunção eréctil.
  • Sildenafil não deve ser administrado a indivíduos com idade inferior a 18 anos

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Alimentos e bebidas qual a influência?

O Sildenafil pode ser tomado com ou sem alimentos. No entanto, pode demorar mais tempo a atuar se o tomar com uma refeição mais pesada.

A ingestão de bebidas alcoólicas pode impedir temporariamente a capacidade de obter uma ereção. Para obter o máximo benefício do medicamento, é aconselhado a não ingerir grandes quantidades bebidas alcoólicas antes de tomar Sildenafil.

Efeitos sobre a condução

Sildenafil  pode provocar tonturas e afectar a visão. Deve estar consciente de como reage ao Sildenafil antes de conduzir ou utilizar máquinas.

Efeitos secundários

Habitualmente ligeiros a moderados e de curta duração.

Se tiver dores no peito durante ou após o ato sexual:

  • Coloque-se numa posição semi-sentada e tente relaxar.
  • Não utilize nitratos para tratar a sua dor no peito.
  • Fale com o seu médico imediatamente.

Todos os medicamentos incluindo Sildenafil poderão causar reações alérgicas. Deve informar o seu médico imediatamente se estiver a sentir algum dos seguintes sintomas após tomar este medicamento:

  • Pieira súbita,
  • Dificuldade em respirar ou tonturas,
  • Inchaço das pálpebras, face, lábios ou garganta.

Foram comunicadas ereções prolongadas, por vezes dolorosas, após a utilização de Sildenafil. Se tiver uma ereção que dure continuamente mais de 4 horas, deve contactar um médico imediatamente.

Se sentir uma diminuição ou perda súbita de visão, pare de tomar este medicamento e contacte o seu médico imediatamente.

Frequência dos efeitos secundários

A frequência dos possíveis efeitos secundários apresentada de seguida é definida usando a seguinte convenção:

  • Muito frequentes (afetam mais de 1 utilizador em cada 10)
  • Frequentes (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 100)
  • Pouco frequentes (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 1.000)
  • Raros (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 10.000)
  • Muito raros (afetam menos de 1 utilizador em cada 10.000)
  • Desconhecido (a frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)

Muito frequentes

  •  Dores de cabeça.

Frequentes

  • Vermelhidão facial,
  • Indigestão,
  • Efeitos sobre a visão (incluindo visão com traços coloridos, sensibilidade à luz, visão turva e acuidade visual reduzida),
  • Nariz entupido
  • Tonturas.

Pouco frequentes

  • Vómitos,
  • Erupção cutânea,
  • Hemorragia retiniana,
  • Irritação ocular,
  • Olhos vermelhos,
  • Dor ocular,
  • Visão dupla,
  • Sensação de corpo estranho no olho,
  • Batimentos cardíacos rápidos e irregulares,
  • Dor muscular,
  • Sonolência,
  • Sensação de tacto diminuída
  • Vertigem,
  • Zumbidos nos ouvidos,
  • Náuseas,
  • Boca seca,
  • Dor no peito,
  • Sensação de cansaço.

Raros

  • Pressão arterial elevada,
  • Pressão arterial baixa,
  • Desmaios,
  • Acidente vascular cerebral,
  • Hemorragia nasal,
  • Diminuição ou perda súbita da audição.

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Posologia

  • Apenas uma vez por dia.
  • Tomar cerca de uma hora antes da hora planeada para a atividade sexual.
  • Tome o comprimido inteiro, com um copo de água.

O período de tempo que o Sildenafil demora a atuar varia de pessoa para pessoa, mas, normalmente, esse período varia entre meia hora e uma hora. Poderá verificar que o Sildenafil demora mais tempo a atuar se for tomado com uma refeição substancial.

Dosagens disponíveis

Existem 3 dosagens disponíveis

  • 25mg,
  • 50mg
  • 100mg

A dosagem habitual é de 50mg.

Preço do Sildenafil

Existem no mercado embalagens com 1, 4, 8 ou 12 comprimidos por embalagem. Na dosagem de 50 mg as apresentações disponíveis, consoante os laboratórios, apresentam os seguintes intervalos de preços:

  • 5€ aproximadamente, para a embalagem de 1 comprimido;
  • 10€ a 18€ aproximadamente, para a  embalagem de 4 comprimidos;
  • 22€ a 34€ aproximadamente, para a embalagem de 8 comprimidos;
  • 35€ ou 36€ aproximadamente para a embalagem de 12 comprimidos;

Consulte aqui a lista de preços do Infarmed

Para um homem sem patologias impeditivas, utilizado com moderação e bom senso o Sildenafil pode ser uma magnífica oportunidade para melhorar relações que anteriormente estariam condenadas ao fracasso…

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Concluindo

A impotência ou disfunção eréctil é um problema que afeta milhares de homens impedindo-os de ter uma vida intima saudável e por consequência afetando de forma grave as suas relações amorosas. Trata-se de uma condição de saúde, na maior parte das vezes, escondida por vergonha e não tratada convenientemente, afetando mais do que se julga a vida de muitas famílias e “minando” a autoestima de imensos homens com consequências sociais ainda subestimadas.

Para as mulheres ou homens também não é fácil gerir os sentimentos dos seus parceiros em relação a este problema ainda mais quando o comportamento dos companheiros afetados pode variar entre a depressão, o comportamento agressivo e em alguns casos a culpabilização da companheira ou companheiro!

A mensagem que devemos passar é simples… este problema na grande maioria dos casos é tratável com um simples comprimido 20 minutos antes das relações intimas e deve ser encarado como qualquer outra condição de saúde que necessita de tratamento…sem vergonhas que não têm razão de ser no século XXI.

“O Amor pode voltar a estar no ar…e muitas vezes só depende de si”

Referências

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VESPA ABELHA PICADA DE INSECTOS A VERDADE

A picada de insectos como a vespa e abelha pode causar reacção e alergia grave, segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunulogia Clínica (SPAIC) sendo conhecida desde a antiguidade, Na Europa mais de 95% das reacções alérgicas provocadas por insectos são resultantes da picada de abelhas e vespídeos. Também os mosquitos, moscas, pulgas e percevejos podem provocar reacções, geralmente locais, resultantes da mordedura mas não da picada.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Quais os insetos que causam mais picadas?
  • Qual a prevalência das reacções alergicas à picada de insetos?
  • O que é uma alergia?
  • Reacção anafilática: Quais os factores de risco?
  • Qual a composição do veneno?
  • Como se desencadeia a reacção alergica?
  • Quais são os sintomas?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Como se tratam as reacções?
  • Quem deve fazer vacina?
  • Como prevenir?

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Insetos que causam mais picadas

Da ordem dos himenópteros, as espécies mais importantes são:

  • Vespulas,
  • Dolichovespulas,
  • Vespas,
  • Polistes,
  • Apis mellifera (abelha do mel).

Na Europa a prevalência de alergia ao veneno de himenópteros é cerca de 20%. Nos adultos a prevalência de reacções locais exuberantes varia de 2 a 19% e de reacções sistémicas graves de 0,6 a 7,5%. Nos apicultores a percentagem de reacções generalizadas é mais elevada, de 15 a 43%. Nas crianças as reacções graves são raras, cerca de 0,15 a 0,3%.

A incidência da mortalidade varia entre 1 a 5 mortes/10 milhões de habitantes/ano, extrapolando para o nosso país, poderão ocorrer entre 1 a 5 casos fatais por ano.

O que é uma alergia?

Uma alergia é uma reação de hipersensibilidade, a estímulos externos, mediada pelo sistema imunitário, nomeadamente um tipo de anticorpo com uma importância central em todas as doenças alergicas, designado imunoglobulina E (IgE).

Reacção alérgica melhorsaude.org

As reações anafiláticas caracterizam-se pela ocorrência de sintomas envolvendo simultaneamente:

  • A pele e mucosas
  • O aparelho respiratório
  • O aparelho cardiovascular
  • O aparelho gastrointestinal

Reação anafilática quais os fatores de risco?

  1. Depende da gravidade da reação inicial: se foi uma reação local exuberante o risco de reação sistémica em picadas subsequentes é < 15%, se foi uma reação sistémica ligeira o risco é 15-20%, se foi uma reação sistémica grave o risco é > 50%.

  2. Curto intervalo de tempo entre duas picadas com um inseto da mesma espécie.

  3. Menos do que 25 picadas por ano nos apicultores.

  4. Outros fatores:
    • Idade avançada,
    • Doença car­diovascular,
    • Asma,
    • Beta-bloqueantes ou
    • Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA),
    • Mastocitose,
    • Triptase sérica elevada,
    • Alergia ao veneno de abelha.

Composição do veneno

O veneno é constituído por alergénios, proteínas com acções tóxicas e enzimáticas. Os mosquitos não produzem veneno, mas a saliva contem substâncias irritantes responsáveis pelas reacções locais.

Reação alérgica

Os indivíduos alérgicos desenvolvem an­ticorpos IgE contra o veneno e em picada de insectos posteriores podem surgir reacções alérgicas de gravi­dade variável.

Sintomas

As reacções alérgicas à picada de himenóptero podem ser de vá­rios tipos:

1- Reacções locais: Dor, comichão, vermelhidão e inchaço no local da picada (reacção inflamatória) com menos de 10 cm de diâmetro, que resolve em 24 horas sem deixar sequelas. O local da pi­cada raramente infecta, ao contrário do que acontece com os mosquitos, em que o acto de coçar pode levar facilmente à infecção da pele.

2- Reacções locais exuberantes: Edema no local da picada  com mais de 10 cm de diâmetro, que geralmente persiste mais de 24 horas. Nos casos mais graves esta reacção pode ser acom­panhada de fadiga, náuseas ou febre. A linfadenopatia que por vezes acompa­nha esta reacção não é sinal de infecção mas sim de inflamação alérgica. Quando a picada ocorre na cabeça, particularmente na região à volta dos olhos, pode ocor­rer edema palpebral provocando oclusão ocular. Se o local da picada for na face, particularmente na boca, existe a possibi­lidade de angioedema da laringe, com obs­trução das vias aéreas e risco de vida.

3- Reacções sistémicas: Surgem geralmente alguns minutos após a picada e têm vários graus de gravidade:

    • Grau I – Comichão generalizada, urticária, vermelhidão, mal-estar geral e ansiedade.
    • Grau II – Um dos anteriores e dois ou mais dos seguintes: Angioedema, opressão ou aperto torácico; náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal, vertigens.
    • Grau III – Um dos anteriores e dois ou mais dos seguintes: Falta de ar, pieira, estridor; dificuldade em engolir ou em falar, rouquidão; fraqueza, confusão, sensação de morte iminente.
    • Grau IV – Um dos anteriores e dois ou mais dos seguintes: Hipotensão arterial, choque, perda de consciência; incontinência de esfíncteres, cianose (cor arroxeada da pele).

4- Reacções tóxicas: Resultam de picadas múlti­plas e simultâneas, geralmente 50 ou mais, e pode colocar em perigo a vida da vítima.

5- Reacções raras: Podem surgir vários dias após a picada ou ser progressiva durante longo período de tempo e inclui: doença do soro, vasculite generalizada, neurite, glomerulonefrite, trombocitopénia, anemia hemolítica.

Diagnóstico

É importante a história clínica, caracte­rizando o tipo de reacção, os factores de risco individuais e tentando identificar o insecto em causa. É útil saber que o fer­rão das abelhas permanece habitualmen­te na pele, o que não acontece com os vespídeos.

Os testes cutâneos em picada e intradér­micos com leitura imediata, são muito sensíveis, e estão indicados quando há história de reacções sistémicas.

A determinação de anticorpos IgE es­pecíficos no soro é mais específica, mas pode ser negativa em 15% dos casos. Os anticorpos IgG4 específicos, aumentam transitoriamente algumas semanas após uma picada e baixam 3 a 6 meses depois.

Tratamento

Após uma picada de abelha deve-se tentar remover imediatamente o ferrão, com as unhas ou um cartão, evitando comprimir o saco do veneno que pode provocar uma injecção adicional de veneno.

Tratamento das reacções:

  • 1- Reacções locais: Aplicação de gelo ou compressas frias no local da picada.
  • 2- Reacções locais exuberantes: Aplicação de gelo ou compressas frias e corticosteróide creme no local da picada. Anti-histamínico oral durante 2-3 dias e nos casos mais graves corticosteróide oral durante 2 – 3 dias.
  • 3- Urticária e/ou angioedema: Anti-histamínico oral ou intramuscular (IM) e corticosteróide oral ou endovenoso (EV). Nos casos mais graves adrenalina IM.
  • 4- Angioedema laríngeo (da glote): Adrenalina (1mg/ml) IM (0,3 – 0,5 cc).
  • 5- Reacção sistémica grave (anafilaxia): Adrenalina IM, se necessário repetir 15 minutos depois. Nos casos refractários adrenalina EV, oxigénio e medidas de tratamento do choque anafiláctico.

Todos os doentes com história de reac­ções sistémicas graves devem ser porta­dores de um dispositivo (caneta/seringa) de emergência contendo adrenalina para auto-administração (0,3 mg no adulto e 0,15 mg na criança), de anti-histamínico e corticosteróide.

Em caso de picada deve tomar imediatamente o anti-histamínico e o corticosteróide. Caso sinta os primeiros sintomas de reacção alérgica sistémica deverá preparar a adrenalina para auto-injecção intra-muscular na face ante­ro-lateral da coxa e através da roupa se necessário.

Estes doentes devem ser referenciados a uma Consulta de Imunoalergologia, para avaliação e se necessário vacina com veneno.

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Vacina quem deve tomar?

Todos os indivíduos com re­acções sistémicas graves, testes cutâneos e IgE específicas positivos devem fazer tratamento de dessensibilização (vaci­na) com o veneno ao qual são alérgicos. A imunoterapia específica é o único trata­mento capaz de prevenir futuras reacções.

Os doentes com história de reacção local exclusiva, mesmo que exuberante, não têm indicação para esta terapêutica, mesmo que os testes cutâneos sejam positivos.

Existem vários protocolos para iniciar as vacinas com venenos: convencional, rá­pido ou ultra-rápido. Actualmente, pre­ferem-se os protocolos rápidos com a duração de 4 dias ou ultra-rápidos durante 3,5 horas, realizados sempre em ambiente hospitalar. Atingida a dose de 100μg de veneno, equivalente aproximadamente à picada de dois in­sectos, esta é repetida cada 4 semanas durante o primeiro ano de tratamento e cada 6 semanas nos anos seguintes, du­rante 3 a 5 anos.

Este tratamento é eficaz em 91 a 100% dos casos de alergia ao veneno de vespa e 77 a 80 % ao veneno de abelha. Nos restantes casos ocorrem apenas reacções de reduzida gravidade.

Como prevenir?

Na maioria dos casos os insetos picam quando se sentem em perigo, tornam-se mais agressivos durante o verão e quando há cheiros intensos ou perfumados.

  • Nunca andar descalço especialmente em relvados.
  • Evitar o uso de roupa larga com cores brilhantes ou padrões florais.
  • Evitar perfumes ou cosméticos com cheiros activos em meio rural ou no campo.
  • Evitar locais onde existem estes insectos: jardins com flores, árvo­res de fruto, troncos caídos (onde as vespas costumam construir os ninhos).
  • Evitar beber e comer ao ar livre. Evitar caixotes e contentores de lixo.
  • Usar capacete e luvas para andar de bicicleta ou motociclo.
  • Inspeccio­nar o carro antes de entrar e manter as janelas fechadas.
  • Evitar movimentos bruscos quando abelhas ou vespas se aproximam (não enxotar). Se for atacado, proteger a cara com os braços ou com uma peça de vestuário.
  • Ter cuidado ao praticar desportos ao ar livre, porque o suor atrai estes insectos.
  • Ter cuidado ao fazer jardinagem: manter os braços, cabeça e corpo o mais cobertos possível.
  • Andar SEMPRE com o dispositivo de ADRENALINA, nunca o deixar no carro ou em casa, principalmente se tiver um  historial clínico de reacção anafilática.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fonte:

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FRIGORIFICO INTOXICAÇÕES E DOENÇAS TODA A VERDADE

Frigorífico e doenças perigosas! Electrodomésticos que podem esconder perigos! O frigorífico é o mais importante dos electrodomésticos, sem dúvida mas se não for bem tratado pode originar intoxicações alimentares graves segundo a foodsafety.gov do departamento de saude dos Estados Unidos (U.S. Department of Health & Human Services).

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • O que não deve deixar no frigorífico?
  • Como fazer com as sobras do dia anterior?
  • Enlatados já abertos como conservar?
  • Bolor, o que fazer com alimentos bolorentos?
  • Carne cozinhada e crua, quantos dias pode manter no frigorifico?
  • Como arrumar os alimentos no frigorifico?
  • Alimentos podres no frigorifico podem contaminar os restantes?
  • Leite estragado, como reconhecer?
  • Iogurte, até quando posso comer depois de ultrapassada a validade?
  • Porque é que a comida não deve ir para o frigorífico ainda quente?
  • Como funciona um frigorífico?
  • O que são toxinfeções alimentares?

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Frigorífico o que não deve deixar? 

Há  produtos alimentares que conserva no seu frigorífico, mas que se calhar não devia guardar no “rei dos electrodomésticos”! Isto porque apesar do aparente benefício de lhes prolongar a vida desta forma poderá não ser assim tão bom para a sua saúde.

Basicamente todos os produtos frescos como fruta, legumes e carne mesmo que não estejam cozinhados e seja guardados no frigoirífico vão perder muitas das características nutritivas benéficas para a sua saúde de dia para dia. O que deve fazer, se não os vai cozinhar de imediato, é congelar o mais cedo possivel e armazenar no congelador ou arca frigorífica.

Sobras do dia anterior, o que fazer?

Mesmo que seja adepto deste tipo de prática, porque odeia deitar alimentos para o lixo, saiba que não deve deixar a comida mais do que quatro dias no frigorífico. Se ultrapassar este prazo provavelmente poderá ficar mais suscetível a ter uma intoxicação alimentar.

Enlatados, o que fazer? 

Costuma deixar latas abertas no frigorífico? Pois bem, saiba que especialmente aqueles que guardam um conteúdo ácido podem fazer com que o metal se transfira para a comida, o que pode trazer-lhe sintomas indesejados como febre, náuseas ou diarreia.

Alimentos bolorentos, o que fazer? 

Quando vê um alimento com uma pequena mancha de bolor costuma retirar essa parte e utilizar a restante? Pois bem, estudos recentes revelaram que o bolor penetra abaixo da superfície da comida, deixando fungos e substâncias tóxicas. Além disso, o bolor deixa esporos que podem espalhar-se através do ar para outros alimentos.

Carne cozinhada e crua no frigorífico, quantos dias posso manter?

A carne deve ser guardada na zona mais fria, ou seja, nas prateleiras intermédias junto da serpentina de arrefecimento, a uma temperatura entre 0ºC e 3ºC, junto dos pratos já cozinhados, peixe, charcutaria e outros produtos sensíveis. A carne picada deve ser consumida de imediato e até 24 horas. Outras carnes cruas podem ficar no frigorífico até 3 dias. As cozinhadas só resistem 1 a 2 dias. A temperatura no frigorífico deve rondar os 3ºC, mas nunca deve ser negativa, nem superior a 5ºC.

Arrumar alimentos no frigorífico

A arrumação correcta dos alimentos é muito importante para a sua boa conservação. Assim de forma resumida, de cima para baixo do frigorífico, os alimentos devem ser guardados com a seguinte estrutura, em geral:

  • Prateleira de cima:  Iogurtes, queijo, natas e compotas.
  • Prateleira média: Carne picada ou de aves crua, fiambre e charcutaria, peixe, cozinhados, conservas abertas e produtos de pastelaria.
  • Gavetas de baixo: Legumes e fruta.
  • Porta: porta para os ovos, manteiga, margarina, leite, água e sumos.

Alimentos podres e contaminação

Sim, pode haver transmissão de odores e de bactérias. Proteja os alimentos com película aderente ou coloque-os em caixas herméticas. Evite contaminações e limpe o frigorífico, pelo menos, uma vez por trimestre, com água e bicarbonato de sódio, detergente da loiça ou produto de limpeza próprio. Enxagúe o aparelho com um pano húmido.

Leite estragado, como reconhecer?

Se a embalagem está inchada, antes de a abrir, o leite já não está em boas condições. O desenvolvimento de microrganismos pode provocar a formação de gás e um aumento do volume do pacote. No caso do leite UHT (ultrapasteurizado), depois de aberto, guarde-o na porta, a zona menos fria, e consuma-o no prazo máximo de 3 a 4 dias. Os leites pasteurizados ou do dia devem ir para o frio logo após a compra e, depois de abertos, duram 1 a 3 dias.

Iogurte fora de validade posso comer?

O melhor é não comer. Alguns alimentos apresentam uma data de durabilidade mínima até à qual o fabricante garante que conservam as propriedades. É o caso dos produtos com a indicação “consumir de preferência antes de…” no rótulo. Outros, como os iogurtes, indicam uma data limite de consumo, expressa em “consumir até…”, com indicação do dia e mês, pois são mais perecíveis e podem representar um perigo imediato para a saúde. Uma tampa arredondada é sinal de um iogurte estragado.

Alimentos quentes posso guardar no frigorífico?

Os alimentos se forem guardados quentes, a temperatura no interior do frigorífico vai aumentar. O resultado é que todos os alimentos lá guardados também vão aquecer. Com temperaturas mais altas algumas bactérias podem multiplicar-se e estragar os alimentos ou então podem tornar-se um perigo para quem os ingerir.

Por outro lado, o frigorífico fará um maior esforço para manter a temperatura e, portanto, os gastos energéticos e o desgaste do frigorífico também serão superiores.

Alimentos ainda quentes o que fazer?

Então o que é que se deve fazer? Para arrefecer os alimentos, antes de os guardar, pode distribuí-los por recipientes pequenos, colocar num banho de água fria ou mexer com frequência. Depois disso, já pode colocar no frigorífico ou no congelador com segurança.

Conselhos úteis

Termómetro

Para reduzir o risco de vir a ter uma doença, mantenha a temperatura a 4º C ou mais baixa. Compre o seu termómetro para o frigorífico numa loja de eletrodomésticos ou em lojas que forneçam equipamentos a restaurantes e cole-o na parte superior do frigorífico – o melhor local para uma leitura precisa.

Prateleira de cima

A parte de trás da prateleira superior é o local mais fresco do frigorífico; é o sítio onde normalmente os fabricantes colocam as ventoinhas de frio. Coloque aí o leite e os seus derivados para os proteger das diferenças de temperatura. E não fique com a porta aberta muito tempo!

Comida e data de fabrico

Cole uma etiqueta em cada recipiente para identificar o seu conteúdo e a data em que foi feito. A maioria da comida está boa para consumir até três ou quatro dias depois de ser confecionada.

Prateleira do meio

Junte nesta prateleira os produtos que mais usa. Disponha-os em filas, de frente para trás e do mais pequeno para o maior. Desta maneira é menos provável que se esqueça dos itens pequenos, como o patê. Mantenha entre cada fila uma largura mínima para conseguir alcançar tudo com facilidade.

Prateleira de baixo

Reserve esta área para comida, como frango cru ou bifes, para não pingarem em cima de outros produtos. Mantenha a carne bem embrulhada na parte de trás para se manter o mais fria possível.

Gavetas

Junte os produtos em gavetas – especialmente a comida que costuma “trincar”, como as maçãs. Os produtos estão mais suscetíveis à contaminação se estiverem junto de carne de aves cruas ou cozinhadas.

Como funciona um frigorifico?

Frigorifico esconde perigos melhorsaude.org melhor blog de saude

O compressor aspira o fluido refrigerante do evaporador, reduzindo a pressão nesse componente. O fluido é comprimido pelo compressor e segue para o condensador.

No condensador o fluido refrigerante, sob alta pressão, liberta o calor para o ambiente e torna-se líquido. O próximo componente do circuito é o elemento de controle, que pode ser um tubo capilar ou uma válvula de expansão. O elemento de controle reduz a pressão do refrigerante líquido que foi formado no condensador. Essa redução de pressão permite a evaporação do refrigerante, que volta ao estado gasoso ao passar pelo evaporador.

A mudança do estado líquido para o gasoso, necessita de calor. Desta forma, o fluido refrigerante retira o calor de dentro do sistema de refrigeração através do evaporador. O condensador liberta esse calor para o ambiente. O elemento de controle oferece uma certa resistência à circulação do refrigerante, separando o lado de alta pressão (condensador) do lado de baixa pressão (evaporador). O sistema de refrigeração usa ainda um filtro secador com dessecante para reter alguma eventual humidade residual existente no sistema. O tubo de arrefecimento a óleo, que existe em alguns compressores, serve para baixar a temperatura do compressor.

Toxinfeções alimentares

Por: Dra Paula Teixeira
Docente e investigadora da Escola Superior de Biotecnologia

Uma alimentação variada e equilibrada é fundamental para o bem estar físico e emocional. Os consumidores esperam que os alimentos que compram e consomem sejam apetecíveis, nutritivos e ao mesmo tempo seguros. Este último aspeto significa que os alimentos consumidos não podem colocar a saúde do consumidor em perigo. Mas, como diz o velho provérbio chinês, “quem não tem alimento, tem um problema, quem tem alimentos, tem vários problemas”.

Diarreias, vómitos, pequenas febres, sobretudo nas crianças – situações muitas vezes bem desagradáveis –, são manifestações características de toxinfeções alimentares, vulgarmente referidas como “intoxicações” alimentares. A sua gravidade é variável, podendo a sintomatologia desaparecer rapidamente, ou então progredir para situações graves, em algumas circunstâncias fatais.

As “intoxicações” podem surgir sempre que microrganismos patogénicos (os que causam doença) ou as suas toxinas entram no nosso organismo através dos alimentos que ingerimos. Apesar de não os vermos, estes microrganismos estão por todo o lado:

  • No nosso corpo,
  • Nos animais domésticos,
  • No ar,
  • Na água,
  • Nas superfícies e nos utensílios de cozinha,
  • Nos próprios alimentos… Um alimento pode apresentar um aspeto apetecível e no entanto conter agentes patogénicos!

A visão corrente do público é de que as “intoxicações” alimentares são adquiridas em estabelecimentos comerciais como cantinas e restaurantes. No entanto, tem-se constatado que estas doenças estão muitas vezes associadas à preparação e ao consumo de alimentos nas nossas casas. A falta de cuidado na preparação das refeições, os alimentos mantidos fora do frigorífico, o consumo de alimentos crus ou pouco cozinhados são algumas das causas.

Toxinfeções alimentares nos meses mais quentes

A temperatura tem uma forte influência na multiplicação das bactérias. A maioria das bactérias patogénicas duplica mais rapidamente entre os 25 e os 40 ºC, ou seja, à volta da temperatura normal do corpo humano. Nos meses mais quentes, existe uma maior possibilidade dos alimentos atingirem estas temperaturas – na mala do carro durante o transporte desde o supermercado até às nossas casas, ou nas prateleiras das lojas e cafés se a refrigeração não estiver a funcionar convenientemente – que permitem o desenvolvimento destas bactérias e, assim, causarem doenças.

Mas não é só…

Fazem-se churrascos, piqueniques e refeições na praia… Mas as condições para preparar alimentos fora de casa não são comparáveis às que existem numa cozinha!

O verão é tempo de festas populares. Tantos “petiscos” preparados sob condições de higiene algumas vezes pouco recomendáveis…e os banquetes de casamentos e comunhões… tantas iguarias, preparadas com antecedência e mantidas à temperatura ambiente por longos períodos até que sejam consumidas! Quando o verão está à porta, todos os cuidados são poucos…

Concluindo

Pois é curioso… um artigo cujo título parece um um anúncio para “venda de electrodomésticos saudáveis” 🙂 é desenvolvido como uma questão de saúde diária passa pela mecânica do frigorífico e termina aludindo aos calorosos, descontraidos e deliciosos piquenique de verão 🙂 !

A saúde é isso mesmo, transversal a tudo o que nos rodeia e o seu universo de temáticas é simplemente infinito. Seja qual for o tema de que se fale existe sempre uma consequência boa ou má para a nossa saúde fisica ou mental sendo que estas são inseparáveis! Por exemplo, se o antigo frigorífico já não der garantias de segurança, a simples decisão de comprar um frigorífico novo vai causar um sentimento de segurança psicologicamente positivo que vai beneficiar o sistema imunitário e logo que esteja instalado diminuirá muito o risco de toxinfeções alimentares.

Quanto ao artigo talvez o mais importante seja nunca deixar alimentos cozinhados demasiados dias no frigorífico, inspecionar visualmente os artigos à procura de bolores, deitar fora os alimentos estragados ou fora de validade e fazer uma limpeza regular do frigorífico!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Fontes:

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MEDICAMENTOS e MEDICINA DESCOBERTAS IMPORTANTES




Medicamentos, medicina e descobertas na saúde, ciência e tecnologia. Conheça algumas das descobertas interessantes dos últimos anos da medicina, farmacologia e ciência que salvam muitas vidas! Novas vacinas, fármacos mais eficazes e menos efeitos secundários, tecnologias inovadoras aplicadas à medicina, grandes esperanças para doentes até agora sem tratamento, técnicas cirúrgicas que vão ficar na história…!

Nos últimos anos, em Portugal e no resto do mundo, ocorreram grandes progressos na medicina que permitem a médicos e pacientes sonhar com uma melhor saúde, mais eficaz e eficiente. «A história mostra-nos que o conhecimento nada tem de imutável e acredito, inabalavelmente, que a ciência tem ainda muito para nos proporcionar», afirma João Caramês, professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da universidade de Lisboa.

Neste artigo vou falar dos seguintes medicamentos, técnicas e tecnologias:

  • Envelhecimento e como reverter o processo?
  • Cancro da próstata e novas tecnologias;
  •  Antipsicótico de última geração;
  • Perda de visão regredir é possível?
  • Primeiro bebé de útero transplantado;
  • Hepatite C qual o grande avanço no tratamento?
  • Diabetes quais os novos fármacos?
  • Doenças autoimunes qual a nova esperança?
  • Melanoma quais os inovadores tratamentos?
  • Insuficiência cardíaca qual o novo medicamento?
  • Doente reumático como melhorar o tratamento?
  • Teste pré-natal novo e mais completo?
  • Parkinson e Alzheimer qual a melhor estratégia de tratamentos e prevenção nas doenças neurodegenerativas?
  • Dentes mais fortes quais as novas Estruturas orais 3D?
  • Lentes de contacto inteligentes o que trazem de novo?
  • Artrite psoriática qual o primeiro tratamento oral?
  • Pâncreas artificial como foi criado?
  • Zona qual a primeira vacina?
  • Primeiro tratamento específico para a rosácea;
  • Primeiro tratamento para disfunções da marcha;
  • Portugueses descobrem mecanismo tumoral.

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Envelhecimento como reverter?

Uma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) João Lobo Antunes descobriu que a manipulação de uma molécula de RNA é suficiente para reverter o envelhecimento celular.

Todas as células do organismo sofrem um processo gradual de envelhecimento que pode contribuir para o aparecimento de várias doenças. Uma forma de combater as doenças associadas ao envelhecimento consiste em induzir a regeneração celular.  No entanto, células envelhecidas tendem a ser muito resistentes a manipulações que visam a sua regeneração.

No iMM, a equipa liderada por Bruno de Jesus e Maria do Carmo-Fonseca descobriu que células retiradas da pele de ratinhos envelhecidos produziam muito maior quantidade de uma molécula de RNA (ácido ribonucleico) do que células de ratinhos jovens. Ao reduzir a quantidade deste RNA, tornou-se muito mais fácil regenerar as células velhas.

“Estes resultados são um importante avanço no sentido de virmos a ser capazes de regenerar tecidos doentes em pessoas idosas”, disse Bruno de Jesus.

Cancro da próstata

Nuno Monteiro Pereira, médico urologista, destaca três avanços, particularmente úteis no diagnóstico e tratamento do cancro da próstata, a saber:

  • A popularização do uso de cirurgia robótica ganhou mais força a nível mundial e permite uma grande precisão de movimentos e uma visão muito próxima das estruturas a operar.
  • Estão também a ser avaliadas novas tecnologias minimamente invasivas para o cancro da próstata, sobretudo a eletroporação irreversível, que já mostra resultados promissores, embora ainda não conclusivos.
  • Na área do diagnóstico, estão, ainda, a surgir novas técnicas tridimensionais e de fusão de imagem que permitem a realização de biópsias com elevadíssima precisão.

Em Portugal, já existem dois equipamentos para a realização de cirurgia robótica, prevendo-se a chegada em breve de um terceiro. Os mais frequentes órgãos operados são a próstata e o rim, quase sempre em situações oncológicas, mas a tecnologia está a avançar para outros órgãos e cirurgias.

As novidades não se ficam, contudo, por aqui. Também a eletroporação irreversível já está a ser experimentalmente realizada em dois centros portugueses, prevendo-se um alargamento do número de investigadores. Para um futuro próximo, o médico prefere uma postura cautelosa esperando que o novo ano concretize o uso ponderado, cauteloso e seguro das novas armas diagnósticas e terapêuticas no campo do cancro da próstata.

Antipsicótico

Vítor Viegas Cotovio, médico psiquiatra e psicoterapeuta, membro do Conselho Nacional de Saúde Mental defende que, no que à psiquiatria diz respeito, o lançamento do já existente antipsicótico Paliperidona, agora sob a forma de injetável foi um grande passo, uma vez que tem uma libertação prolongada, podendo ser dado mensalmente, o que facilita a adesão à terapêutica e previne as recaídas que ocorrem, quer por esquecimento quer porque o doente psicótico decide não fazer a medicação.

Paliperidona o que tem de diferente?

Por ser um antipsicótico de última geração, é um medicamento atípico, o que significa que os efeitos secundários, como os tremores, que são uma das grandes lutas no que diz respeito aos medicamentos antipsicóticos, não acontecem com tanta frequência ou com tanta intensidade, neste caso. Para além disso é de relevar o facto deste medicamento não deixar a pessoa tão quebrada e tão sedada. O grande presente do futuro seria a criação de um medicamento com menos efeitos secundários, menos sedativo, que não interferisse tanto no quotidiano dos doentes psicóticos.

Perda de visão nova descoberta

Luís Gouveia Andrade, médico oftalmologista no Hospital Cuf Infante Santo, sublinha a importância da identificação da causa da perda de visão nas doenças da retina, em particular, a degenerescência macular relacionada com a idade e a retinopatia diabética que, no seu conjunto, são duas das mais importantes causas de perda de visão e cegueira e o desenvolvimento de uma substância capaz de travar e/ ou regredir esse processo terem aberto uma enorme janela de esperança para milhões de doentes em todo o mundo. Até recentemente, as opções terapêuticas para as doenças da retina eram muito reduzidas e nem sempre bem sucedidas.

Em muitos casos, o papel do médico era sobretudo acompanhar e apoiar os doentes e não tanto tratá-los de um modo eficaz. A descoberta desta nova opção torna o tratamento mais simples, menos invasivo, passível de ser repetido sempre que necessário e permite, em muitos casos, uma recuperação significativa da visão perdida. Para o futuro, o transplante da retina é solução que permitiria restituir a visão a incontáveis pacientes.

Primeiro bebé de útero transplantado

Em 2014, um grupo sueco obteve o primeiro nascimento de uma gestação conseguida num útero transplantado, constituindo um dos maiores avanços da medicina, podendo ser comparado ao do primeiro transplante cardíaco. Alexandre Lourenço, consultor em ginecologia e obstetrícia no Hospital de Santa Maria, assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa, explica que até à data, nenhuma mulher que não tivesse útero poderia ter um filho sem recorrer a outra mulher (denominado útero de aluguer). O grupo já tinha realizado oito transplantes uterinos e isso, só por si, seria um grande avanço da ginecologia.

No entanto, como órgão que só cumpre a sua função integral com a gravidez, esse facto devia ser complementado com um parto de recém-nascido vivo e viável, o que foi conseguido recentemente. De futuro, espera-se que surjam avanços na avaliação de defeitos genéticos/ cromossómicos fetais em células fetais circulantes no sangue materno, que permitissem diminuir os custos desses testes e, a prazo, fazer com que os testes realizados por rastreios indiretos ou através da amniocentese se tornem desnecessários e obsoletos.

Hepatite C novos medicamentos

Jorge Canena, médico gastrenterologista do Hospital Cuf Infante Santo, professor de gastrenterologia na Nova Medical School, afirma que um dos grandes avanços no âmbito da gastrenterologia foi a introdução de novos fármacos para o tratamento da hepatite C, a saber:

  • Sofosbuvir
  • Simepravir.

São ambos medicamentos caros e, em Portugal, ainda estão pouco disponíveis. As vantagens são preciosas já que reduzem o tempo de tratamento, apresentam um número muito reduzido de efeitos secundários e estão associadas a elevadas taxas de sucesso terapêutico.

Tal implica uma eliminação do vírus, impedindo a progressão da doença, em última análise. Estes três aspetos são um grande passo no tratamento da hepatite C. Para o futuro, espera-se a melhoria de testes genéticos para o cancro, associado a programas de rastreio para diversos tipos de tumor, programas não só mais eficazes como abrangendo maior número de pessoas.

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Diabetes novos medicamentos

João Jácome de Castro, médico endocrinologista, diretor do Serviço de Endrocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital das Forças Armadas afirma que a chegada a Portugal, de novas classes de fármacos para tratar a diabetes, foi um avanço importante, a saber:

  • Análogos GLP1
  • Inibidores SGLT2 ( em aprovação final ) outra classe ainda mais moderna que diminuem a reabsorção de açúcar.

Quais as vantagens destes novos fármacos?

A grande vantagem destes novos fármacos é de que, para além de controlarem a glicemia nas pessoas com diabetes, permitirem, simultaneamente, reduzir-lhes o peso.

No caso particular dos doentes com diabetes tipo 2, este efeito é especialmente importante já que a esmagadora maioria destes doentes tem excesso de peso e obesidade, um fator de predisposição e agravamento no controlo da própria doença. De futuro espera-se que haja um maior investimento na prevenção da diabetes e no rastreio precoce das pessoas com diabetes.

Doenças autoimunes

O grande avanço médico iniciado em 2014, para Luís Romariz, médico especialista em medicina antienvelhecimento no Instituto Médico Newage foi a consolidação de uma terapia para as doenças autoimunes e coadjuvante no tratamento do cancro, que foi iniciada em 2009, e que é a LDN (Baixas Doses de Naltrexona). Descobriu-se que doses mínimas de um fármaco usado no tratamento das pessoas com problemas de consumo de narcóticos eram capazes de aumentar a imunidade.

As coisas evoluíram ao ponto de curar algumas dessas doenças, tais como a artrite reumatoide, o lúpus, a psoríase, a esclerose múltipla ou cancro do pâncreas! No que ao futuro diz respeito , era bom que se descobrisse um fármaco com verdadeira acção no alongamento dos telómeros. Aí sim poderíamos aspirar à vida eterna!

Melanoma

Fátima Cardoso, médica oncologista, diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud e secretária-geral da European Organisation for Research and Treatment of Cancer, destaca os avanços iniciados em 2014 para o tratamento do melanoma. Para este cancro, frequentemente fatal, as possibilidades terapêuticas eram muito reduzidas, existindo neste momento tratamentos capazes de prolongar a vida dos doentes com melanoma avançado, cujo princípio ativo é o anti-PDL1. Um desses tratamentos representa uma das primeiras aplicações clínicas eficazes de imunoterapia na área da oncologia.

Apesar disso, a melhor arma para combater este tipo de cancro continua a ser a prevenção. Esta doença é curável, mas apenas quando diagnosticada precocemente. Quanto ao futuro, se os conhecimentos atuais fossem bem utilizados para tratar todos os doentes com cancro, a mortalidade seria substancialmente reduzida. Assim, desejo que todos os doentes possam ser tratados segundo as recomendações internacionais publicadas, por médicos experientes e humanos e que tenham acesso aos melhores tratamentos.

Insuficiência cardíaca

Para Manuel Carrageta, médico cardiologista, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, o maior avanço na área da cardiologia para o tratamento de uma doença com uma mortalidade muito elevada e que causa grande sofrimento aos doentes (cansaço, falta de ar, edemas) é um novo medicamento que tem uma molécula mista composta por dois fármacos, a saber:

  • Valsartan,
  • Sacubitril

Esta associação tem mostrado efeitos muito benéficos, com grande redução da mortalidade, quando comparado com as terapêuticas atuais. Para o futuro, o cardiologista deseja que o novo tratamento para a insuficiência cardíaca seja rapidamente aprovado em todo o mundo e que também os doentes portugueses possam, em breve, beneficiar dele.

Doente reumático melhor tratamento

Augusto Faustino, médico reumatologista da Clínica de reumatologia de Lisboa e do instituto Português de reumatologia, afirma que na área da reumatologia, assistiu-se à sedimentação e implementação de tendências que se vinham a delinear nos anos anteriores, a amplificação da rede de prestação de cuidados reumatológicos em meio hospitalar a nível nacional e o fortalecimento daquela que foi a maior revolução no tratamento das doenças inflamatórias reumáticas nos últimos anos, a utilização de terapêuticas biotecnológicas, regida por normas de boa prática clínica e com registo informático num processo clínico eletrónico da reumatologia, o Reuma.pt.

O corolário destes dois factos foi permitir que os doentes reumáticos possam mais facilmente ser consultados pelos médicos especialistas mais habilitados, e que as situações reumatológicas mais graves, e potencialmente mais agressivas e destrutivas, possam ser tratadas com propriedade clínica e em segurança, com os fármacos mais adequados e mais efetivos para a sua abordagem. No futuro era bom que se verificasse uma mudança de paradigma na área da reumatologia, deixando os médicos e os doentes reumáticos de procurar um diagnóstico definitivo, centrando-se na deteção de sinais e sintomas precoces de doença reumática, habitualmente associados à existência de inflamação.

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Teste pré-natal mais completo

De entre os vários avanços na área da genética, a especialista Purificação Tavares geneticista e directora do CGC Genetics salienta destaca o facto de o teste não invasivo pré-natal, agora mais completo, dar resultado para outras anomalias, a saber:

  • Trissomia 21
  • Trissomia 13
  • Trissomia 18,
  • Síndrome de Turner
  • Sindrome de Klinefelter e de
  • Sindrome de Microdeleção,

Este teste mais completo confere ao médico e ao casal muito maior segurança durante a gravidez. Mas as inovações neste campo não ficaram por aqui. Desde 2014 ocorreu, também, a possibilidade de realizar-se múltiplas análises de pesquisa de mutações de uma só vez com a sequenciação de nova geração (NGS).

É uma metodologia que está a ser aplicada em várias especialidades médicas e que permite menos custos, um menor tempo de resposta, bem como diagnósticos antes impossíveis de doenças causadas por múltiplos genes, tais como:

  • Atrasos de desenvolvimento,
  • Retinopatias pigmentares,
  • Surdez
  • Doenças neurodegenerativas

No futuro, a geneticista Purificação Tavares, deseja que surjam mais consultas de genética médica, de modo a que a população tenha um acesso mais facilitado a esta especialidade e às novas análises.

Doenças neurodegenerativas

De entre os enormes avanços das neurociências nas últimas décadas, Belina Nunes, médica neurologista, diretora da Clínica da Memória realça o progresso no conhecimento dos mecanismos da neurodegeneração, sobretudo relativamente às doenças de Parkinson e de Alzheimer, o que tem permitido melhores estratégias de prevenção e tratamento, nomeadamente «a Estimulação Cerebral Profunda (DBS) na doença de Parkinson, uma técnica já utilizada em vários centros neurológicos e com benefícios significativos num elevado número de doentes.

No campo da imagiologia cerebral, as técnicas de tratografia dão imagens maravilhosas dos feixes nervosos e começam cada vez mais a ser usadas na investigação e na prática clínica. Esta é uma das técnicas mais promissoras para o melhor conhecimento do funcionamento do cérebro humano.

Dentes mais fortes estruturas orais 3D

Na medicina dentária, o destaque de João Caramês, professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, professor adjunto da NYU e diretor clínico do Instituto de Implantologia, vai para o início da utilização de impressoras 3D na produção de réplicas de estruturas orais, sejam elas dentárias, gengivais ou ósseas. Este é um marco importante numa área em que pontos de contacto entre engenharia mecânica e robótica, engenharia informática (hardware e software) e prestação de cuidados de saúde são cada vez mais generalizados e indissociáveis.

A produção de estruturas 3D implica a utilização de scanners e de software com graus de detalhe espantosos e que permitem a recolha de informação da cavidade oral do doente por via digital, diminuindo assim o tempo de tratamento e o seu grau de desconforto. A tecnologia utilizada aumenta a precisão dos trabalhos, diminuindo as margens de erro e permitindo a execução de próteses em poucas horas. Dado que trabalhamos com informação digital, os obstáculos físicos perdem importância encurtando distâncias entre cidades, países e continentes, aproximando doentes e equipas médicas que não partilham a mesma localização geográfica.

Quando se pensa no futuro, embora com aplicações longe do imediato, anseio por mais investigação em células pluripotenciais, a partir das quais se possam criar tecidos biológicos perdidos, nomeadamente dentes, de forma a podemos aspirar a uma verdadeira terceira dentição.


OUTRAS DESCOBERTAS IMPORTANTES:

Lente de contacto inteligente

Foi apresentada pela Google e é capaz de medir os níveis de glicose e de enviar a informação para o smartphone.

Artrite psoriática primeiro tratamento oral

Foi aprovado pela Food and Drugs Administration (FDA) e surge como uma alternativa aos fármacos injetáveis até então existentes, sendo um tratamento mais seguro e eficaz.

Pâncreas artificial

Foi desenvolvido no reino unido com o objetivo de revolucionar a vida dos doentes com diabetes que precisam de fazer injeções diárias de insulina. Os ensaios clínicos começaram em 2016.

Zona primeira vacina

Atua no gânglio nervoso onde está adormecido o vírus da varicela (herpes zoster) ajudando a prevenir a sua reativação, que leva ao aparecimento da zona.

Rosácea primeiro tratamento específico

Em formato de gel tópico permite uma redução do eritema facial 30 minutos após a aplicação, com resultados até 12 horas. É vendido mediante receita médica e o seu princípio ativo é a brimonidina.

Mecanismo tumoral descoberta Portuguesa

A descoberta do mecanismo que promove o crescimento do cancro do ovário foi realizada por uma equipa de cientistas do Instituto de Medicina Molecular em Lisboa e vem abrir portas ao desenvolvimento de terapias, ao nível da imuno‑oncologia.

Disfunções da marcha primeiro tratamento

É uma nova esperança para quem sofre de esclerose múltipla. Permite a libertação prolongada da substância ativa fampridina. A sua utilização, em meio hospitalar, foi recentemente autorizada.

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CANCRO, NOVA DESCOBERTA CONTRA AS METÁSTASES

Como se forma um cancro?

Fases do processo de formação de um cancro
Fases do processo de formação de um cancro

Cancro qual a nova descoberta?

Pela primeira vez, foi possível detectar e isolar, no fluxo sanguíneo, células susceptíveis de criar metástases e espalhar um cancro. Isto poderá permitir avaliar a agressividade dos cancros de forma precoce.

Qual a importância desta técnica?

Uma equipa de cientistas nos Estados Unidos demonstrou que é possível, graças a pequenos bocados específicos de ADN espetados à superfície de diminutas bolinhas de ouro, detectar no sangue humano células cancerosas que estão à deslocar-se à procura de novos sítios do corpo para invadir.

A inédita técnica, que poderá permitir destruir estas células antes de elas se instalarem noutros órgãos e formarem metástases, foi descrita recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Metástases do cancro

Quando um cancro forma metástases, o prognóstico para o doente não é bom; já pode ser tarde demais. Ora, até aqui, não era possível apanhar as células cancerosas circulantes directamente no sangue, antes de elas colonizarem novos tecidos.

NanoFlares o que são afinal?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas
A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas

Agora, Chad Mirkin, da Universidade Northwestern (EUA), e colegas, conseguiram literalmente fazer brilhar essas células iluminando-as do interior por uma salva de microscópicos very-light.

Os cientistas deram à sua invenção o nome de NanoFlares (nano-clarões) e mostraram, em várias condições experimentais, que eles permitem não só detectar individualmente as células cancerosas na circulação sanguínea, como também isolá-las.

Leia aqui o resumo do artigo original

É possivel capturar e cultivar estas células?

Como não matam estas células, permitem ainda cultivá-las no laboratório para testar a eficácia de diversos fármacos anti-cancro.

“Tanto quanto sabemos, esta é a primeira abordagem baseada na genética que permite ao mesmo tempo o isolamento e a análise genética intracelular de células tumorais vivas em circulação”, escrevem os autores na PNAS.

NanoFlares qual a composição?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, com apenas 13 nanómetros (milionésimo de milímetro) de diâmetro, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN (em hélice simples) capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas. Por sua vez, essas sequências de ADN estão “acopladas” a bocadinhos de ADN que contêm o clarão propriamente dito (uma molécula fluorescente).

Inicialmente, a fluorescência do clarão é abafada pela proximidade do ouro, explicam ainda os cientistas no seu artigo. Mas o que acontece é que os NanoFlares penetram, não se sabe bem como, no interior das células. E se vierem a dar com o material genético específico do cancro que são capazes de reconhecer, ligam-se a ele, libertando o bocadinho que contém o clarão.

Ao afastar-se da bolinha de ouro central, o clarão vai assim iluminar o interior da célula em causa, marcando-a como cancerosa.

Conseguir encontrar uma “agulha num palheiro”!

“O NanoFlare acende uma luz dentro das células cancerosas que procuramos”, diz o co-autor Shad Thaxton em comunicado de Universidade Northwestern. “E o facto de os NanoFlares serem eficazes na complexa matriz do sangue humano constitui um enorme avanço técnico. Conseguimos encontrar pequenos números de células cancerosas no sangue, o que é mesmo como procurar uma agulha num palheiro.”

Tratamentos à medida serão possíveis?

Os cientistas construíram quatro tipos de NanoFlares, cada um dirigido contra um alvo genético conhecido por estar associado a cancros da mama agressivos (isto é, que formam facilmente metástases).

Mais precisamente, os NanoFlares são dirigidos contra o “ARN mensageiro” (uma outra forma de material genético) que codifica certas proteínas que se sabe estarem associadas às células dos cancros agressivos da mama.

A seguir mostraram, em particular, que esses NanoFlares eram capazes de detectar as células cancerosas, com uma taxa de erro inferior a 1%, quando estas eram misturadas com sangue de dadores humanos saudáveis.

Células detectadas sobrevivem e são cultivadas

Uma vez identificadas as células, os cientistas conseguiram separá-las das células normais e estudá-las em cultura. “Ao contrário de outras técnicas de isolamento de células cancerosas, baseadas em anticorpos, a exposição das células aos NanoFlares não resulta na morte celular”, escrevem ainda.

Ausência de toxicidade é essencial

Ora, esta ausência de toxicidade poderá permitir estudar células cancerosas vivas, avaliar o seu potencial metastático e determinar qual a melhor combinação de fármacos para as eliminar.

“Isto poderia conduzir a terapias personalizadas, nas quais olhamos para a forma como as células de um dado doente respondem a diversos cocktails terapêuticos”, diz por seu lado Chad Mirkin.

Os autores testaram os nano-clarões, com resultados igualmente promissores (embora com maiores taxas de falsos positivos), em ratinhos que são utilizados como modelo experimental de cancro da mama humano.

Neste momento, explica ainda o comunicado, estão a tentar ver se a sua nova técnica consegue detectar células cancerosas diretamente no sangue de doentes com cancro da mama.

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Concluindo

Vivemos tempos de avanços tecnológicos extraordinários ao qual a medicina não é alheia! Alguns avanços agora descritos e reais eram, há bem poucos anos, argumentos para filmes de ficção científica! Doentes com doenças graves têm razões para ter mais esperança nomedamente nas doenças graves que afectam grandes faixas da população dos países desenvolvidos (ex: cancro, hepatite, diabetes, alzheimer, etc) porque são nessas que se concentram o maior esforço de investigação da industria Farmacêutica ao qual, claro, não é alheio uma expectativa de lucros maiores! No entanto essa será uma polémica secundária porque, para os doentes e suas famílias, o importante é salvar vidas…a tempo! Fica o apelo justo para a alocação de mais recursos à investigação de doenças que afectam milhões de doentes nos paises pobres e subdesenvolvidos, como, por exemplo, a malária.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

  • João Caramês, professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da universidade de Lisboa;
  • Nuno Monteiro Pereira, médico urologista;
  • Vítor Viegas Cotovio, médico psiquiatra e psicoterapeuta;
  • Luís Gouveia Andrade, médico oftalmologista;
  • Alexandre Lourenço assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa;
  • Jorge Canena, médico gastrenterologista, professor de gastrenterologia na Nova Medical School;
  • João Jácome de Castro, médico endocrinologista;
  • Luís Romariz, médico especialista em medicina antienvelhecimento no Instituto Médico Newage;
  • Fátima Cardoso, médica oncologista, diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud;
  • Manuel Carrageta, médico cardiologista, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia;
  • Augusto Faustino, médico reumatologista do instituto Português de reumatologia;
  • Purificação Tavares geneticista e directora do CGC Genetics;
  • Belina Nunes, médica neurologista;
  • Instituto de Medicina Molecular de Lisboa

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Dê esperança a muitos doentes que necessitam de algum conforto e apoio emocional!

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