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DOR DE CABEÇA ENXAQUECA TODA A VERDADE

Dor de cabeça e enxaqueca quais sinais de perigo? Como saber quando consultar o médico? Toda a verdade! A dor de cabeça ou cefaleia (termo médico) e a enxaqueca são condições de saúde muito comuns que afectam imensas pessoas tendo, em muitos casos, consequências graves no dia a dia das mesmas.

Este artigo pretende ser um contributo para gerir melhor as crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes, ajudar a perceber as suas dores de cabeça, enxaquecas, diagnóstico e o seu tratamento diferencial. As cefaleias são reais…não se trata apenas de imaginação. Se as dores de cabeça o incomodam é porque necessitam de atenção médica.

Neste artigo vou tratatar os seguintes temas:

  • Cefaleia tipo tensão
  • Cefaleia crónica diária
  • Cefaleia em salvas
  • Enxaqueca
  • Quais as fases de uma enxaqueca?
  • Enxaqueca com aura o que é?
  • Quais os tipos de enxaqueca?
  • São mais frequentes no homem ou na mulher?
  • Testemunhos de doentes descrevendo o que sentem.
  • O que são e quais os diferentes tipos de dor de cabeça?
  • Quais são as causas da dor de cabeça?
  • A cafeína faz bem ou mal à dor de cabeça?
  • Quais os sintomas dos diferentes tipos de dor de cabeça?
  • O que pode fazer para ser ajudar a si próprio?
  • Existem testes de diagnóstico?
  • Quais os tratamentos mais eficazes para a dor de cabeça?
  • Quais os sinais de gravidade de uma dor de cabeça?

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Dores de cabeça enxaqueca e cefaleia

Algumas dores de cabeça podem ser muito fortes e recorrentes, levando o paciente a achar que tem algo de grave no cérebro. Tumores cerebrais e aneurismas costumam ser os maiores temores de quem sente uma intensa cefaleia. Não é incomum pessoas apavoradas, pedindo ao médico que prescreva uma tomografia computadorizada à cabeça, quando, na verdade, a sua dor é apenas uma cefaleia simples, facilmente diagnosticada clinicamente.

Apesar de muito comum, as pessoas sabem muito pouco sobre as cefaleias e pensam que todas são iguais. Na verdade, existem várias causas para dor de cabeça. A grande maioria é benigna e 90% são causadas por uma das três seguintes dores de cabeça:

  • Enxaqueca,
  • Cefaleia tipo  tensão,
  • Cefaleia em salvas.

Entre as causas graves de dor de cabeça, que correspondem a menos de 10% dos casos, destacam-se:

Porém, existem ainda várias outras causas não graves para dor de cabeça, entre elas:

Ao contrário do que se imagina, problemas de visão como miopia, hipermetropia e astigmatismo não são causas comuns de cefaleia. Também não há uma associação direta entre cefaleia crónica e problemas no fígado.

TIPOS DE CEFALEIAS MELHORSAUDE.ORG

Tipos de cefaleias

Testemunho de um doente

“Tenho dores de cabeça que duram vários dias de cada vez e sinto-me como se estivesse a usar um chapéu muito apertado – mais como uma pressão do que como uma verdadeira dor. Não deixo de fazer o que tenho a fazer, mas o dia custa muito mais a passar.”

Cefaleia tipo tensão

A cefaleia tipo tensão é a forma mais comum de cefaleia que praticamente todas as pessoas têm de vez em quando. Embora nunca seja grave, pode tornar mais difícil a realização das tarefas normais. Em certas pessoas torna-se suficientemente incomodativa para necessitar de atenção médica, geralmente porque se tornou frequente.

Quem tem cefaleia tipo tensão?

A cefaleia tipo tensão afecta a maior parte das pessoas de tempos a tempos, mas as mulheres mais do que os homens. Afecta também as crianças.

Tipos de cefaleia tipo tensão

A cefaleia tipo tensão episódica é muitas vezes referida como a dor de cabeça “normal” ou “vulgar”. Manifestase em crises (episódios) que duram desde meia hora a vários dias. A frequência das crises varia muito entre as pessoas e em cada pessoa ao longo do tempo. Em cerca de três pessoas em cada 100, a cefaleia tipo tensão manifesta-se a maior parte dos dias. Trata-se da cefaleia tipo tensão crónica, que é uma das síndromes de cefaleia crónica diária (existe um folheto separado sobre estas cefaleias que poderá solicitar caso o deseje).

Em certos casos, a cefaleia tipo tensão está sempre presente – pode abrandar mas nunca desaparece completamente. Este tipo de cefaleia pode ser bastante incapacitante e dolorosa.

Sintomas

Geralmente a cefaleia tipo tensão é descrita como um aperto ou uma pressão, como uma faixa apertada em volta da cabeça ou um chapéu muito apertado. Tende a ser dos dois lados da cabeça e, muitas vezes, espalha-se para baixo até ao pescoço ou para cima a partir deste. A dor é geralmente moderada ou ligeira, mas pode ser suficientemente severa para impedir as actividades de todos os dias. Em geral não há outros sintomas, embora certas pessoas com cefaleia tipo tensão tenham aversão a luzes brilhantes ou ruídos fortes e não lhes apeteça muito comer.

Causas

Em geral considera-se que a cefaleia tipo tensão é uma dor de cabeça que afecta ou que provém dos músculos e das suas ligações. As suas causas parecem ser muitas e variadas. Contudo, há certos factores que são mais importantes do que outros:

  • Tensão emocional: pode ser ansiedade ou stress
  • Tensão física nos músculos do couro cabeludo e do pescoço: pode ser causada por postura deficiente, por exemplo quando se está a trabalhar no computador, ou por levantamento incorrecto de um objecto pesado.

Tratamento

Há várias coisas que podes fazer para tentar melhorar a tua dor de cabeça tipo tensão:

Relaxar. Poderá ajudar fazer uma pausa, receber uma massagem ou tomar um banho quente, dar um passeio a pé ou fazer exercício para o afastar da rotina normal.

Lidar com o stress. Se o seu trabalho é stressante ou se está perante uma situação stressante que não pode evitar, tente fazer exercícios de respiração e de relaxamento para impedir uma eventual dor de cabeça. Existem muitas gravações áudio para o orientar nestes exercícios.

Fazer exercício regularmente. A cefaleia tipo tensão é mais comum nas pessoas que não fazem muito exercício em comparação com as que fazem. Tente andar a pé sempre que possível, ou suba as escadas em vez de ir de elevador, de forma a que o exercício se torne uma parte da rotina da sua vida.

Tratar a depressão. Se acha que se sente deprimido a maior parte do tempo, é importante consultar um médico e ser eficazmente tratado.

Mantenha um diário. As fichas do diário podem registar muitas informações relevantes sobre as suas dores de cabeça – com que frequência as tem, quando acontecem, quanto tempo duram e quais são os sintomas. São preciosas para ajudar no diagnóstico, identificando os factores desencadeantes e avaliando se os tratamentos estão a funcionar bem.

Analgésicos se necessário

  • Os analgésicos simples como a aspirina ou o ibuprofeno geralmente funcionam bem na cefaleia tipo tensão episódica.
  • O paracetamol é menos eficaz mas indicado para certas pessoas. … mas não demasiadas vezes A medicação trata apenas os sintomas da cefaleia tipo tensão. Isto é perfeitamente aceitável se não tiver muitos sintomas. Para tratar a dor de cabeça frequente a longo prazo, é melhor tentar tratar a causa.

Siga sempre cuidadosamente as instruções que acompanham a sua medicação.

Nota importante: Não tome analgésicos demasiadas vezes porque pode ficar com uma dor de cabeça pior resultante do tratamento. A isto se chama cefaleia por uso excessivo de medicação. Para evitar que tal aconteça, nunca tome medicação para tratar a cefaleia regularmente em mais de dois ou três dias por semana.

Tratamentos

Se tem cefaleia tipo tensão episódica frequente ou, mais pertinente ainda, se tem cefaleia tipo tensão crónica, os analgésicos não são a resposta. Só irão piorar as coisas ao longo do tempo. As chamadas medicações profilácticas são uma opção.

Contrariamente aos analgésicos, deve tomá-las diariamente porque funcionam de uma forma totalmente diferente. A sua finalidade é diminuir o risco de dor de cabeça e, portanto, impedir que esta chegue mesmo a começar.

O seu médico pode aconselhá-lo sobre a escolha de medicamentos disponíveis e sobre os seus efeitos secundários prováveis. A maioria foi inicialmente desenvolvida para afecções bastante diferentes, tais como:

  • Depressão
  • Epilepsia
  • Relaxante muscular

Não fique surpreendido portanto se o médico lhe receitar medicamentos cuja indicação terapêutica é distinta da dor de cabeça, não é por esse motivo que a está a tomar. Estes medicamentos também funcionam na cefaleia tipo tensão, tal como o fazem noutras afecções dolorosas. Se estiver a tomar um destes medicamentos, siga cuidadosamente as instruções. A investigação demonstrou que uma razão muito frequente para que este tipo de medicação não funcione é o facto de os doentes se esquecerem de a tomar.

Uma vez que a postura por vezes desempenha um papel na cefaleia tipo tensão, e devido aos músculos envolvidos, o seu médico poderá sugerir fisioterapia para a cabeça e para o pescoço. Isto pode ajudar imenso algumas pessoas. Outras abordagens sem fármacos incluem:

  • Estimulação nervosa transcutânea eléctrica (TENS) (um tratamento para a dor),
  • Terapia de relaxamento incluindo “biofeedback” ou “yoga”,
  • Acupuntura.

Estas abordagens não são indicadas para todas as pessoas, não funcionam para todas as pessoas e não estão disponíveis em toda a parte. Mais uma vez, o seu médico aconselhá-lo-á.

Estes tratamentos funcionam?

Se a causa for identificada e tratada, a cefaleia tipo tensão episódica raramente continua a ser um problema. Muitas vezes melhora sozinha, ou a causa desaparece, não sendo necessário mais nenhum tratamento. Para certas pessoas, especialmente com cefaleia tipo tensão crónica, estes tratamentos não ajudam ou ajudam apenas em parte. Se tudo o resto falhar, poderá ser encaminhado para uma clínica da dor que utiliza um maior leque de tratamentos.

Testes de confirmação

Não existem testes para confirmação do diagnóstico de cefaleia tipo tensão. Este baseia-se na sua descrição das dores de cabeça e na falta de quaisquer descobertas anómalas quando é examinado. Certifique-se de que descreve cuidadosamente os seus sintomas. Informe também o seu médico sobre o número de analgésicos ou outros medicamentos que toma para as suas dores de cabeça e com que frequência os toma.

É pouco provável que um exame ao cérebro ajude. Se o seu médico não estiver totalmente certo sobre o diagnóstico, poderá pedir-lhe que faça alguns testes para eliminar outras causas das dores de cabeça, mas frequentemente estes testes não são necessários. Se o seu médico não solicitar nenhuns testes, significa que eles não irão contribuir para lhe dar a si o melhor tratamento.

Cefaleia crónica diária

Testemunho de um doente

“Comecei a ter dores de cabeça que apareciam a meio da tarde. Conseguia continuar a trabalhar mas tinha dificuldade em concentrar-me. Descobri que bastava um analgésico para abrandar a dor de cabeça. As dores de cabeça começaram a tornar-se mais frequentes e agora tomo analgésicos quase todos os dias. A minha cabeça nunca parece estar completamente desanuviada.”

Cefaleia crónica diária o que é?

A cefaleia crónica diária não é um diagnóstico. É uma descrição conveniente atribuída à dor de cabeça que se manifesta 15 ou mais dias todos os meses durante mais de três meses.

Diferentes tipos de cefaleia crónica diária

Existem vários tipos diferentes de cefaleia crónica diária e, em geral, são definidos pelas suas causas sendo as mais frequentes as seguintes:

  • Cefaleia tipo tensão crónica
  • Cefaleia por uso excessivo de medicação

A cefaleia por uso excessivo de medicação pode desenvolver-se a partir da enxaqueca ou da cefaleia tipo tensão.

Prevalência

É espantosamente comum. Cerca de uma em cada 20 pessoas desenvolve este problema em determinada altura da sua vida. É mais comum nas mulheres do que nos homens e também afecta as crianças.

Sintomas

A característica principal é a dor de cabeça muito frequente. Esta varia mas é, muitas vezes, uma dor constante. Outros sintomas frequentes, que acompanham a dor de cabeça, são:

  • Sensação de cansaço
  • Sensação de enjoo
  • Irritabilidade
  • Dificuldade em dormir

Às vezes a dor de cabeça parece implacável, embora possa mudar ao longo do dia. A cefaleia por uso excessivo de medicação está muitas vezes no seu pior ao acordar de manhã.

A minha cefaleia vai melhorar?

A forma como a cefaleia crónica diária é tratada depende do diagnóstico e da causa. Obter o tratamento correcto é muito importante, pelo que são geralmente necessários cuidados médicos.

Todos os tipos de cefaleia crónica diária podem ser temporariamente aliviados por meio de analgésicos ou de tratamentos contra a enxaqueca, mas em muitos casos este alívio é apenas parcial e o efeito diminui com o tempo.

Estes tratamentos não são apropriados porque agravam a afecção. Se a sua dor de cabeça já é causada pelo uso excessivo de medicação deste tipo, então é provável que melhore assim que deixar de tomar a medicação e não o inverso.

Preciso de alguns testes?

Seja qual for o tipo de cefaleia crónica diária, não existem testes para confirmação do diagnóstico. Este baseia-se na sua descrição das dores de cabeça e na falta de quaisquer descobertas anómalas quando é examinado. Por este motivo, é muito importante que descreva cuidadosamente os seus sintomas e a forma como eles se desenvolveram. É também muito importante que diga o número de analgésicos ou outros medicamentos que toma para as suas dores de cabeça e com que frequência os toma.

O seu médico deverá ser capaz de dizer com bastante facilidade se tem uma doença mais grave do que a cefaleia crónica diária. Se o seu médico não tem a certeza sobre o diagnóstico, ou se há uma alteração súbita da sua dor de cabeça, poderão ser efectuados testes, incluindo um exame ao cérebro, para eliminar outras causas das suas dores de cabeça. No entanto, frequentemente estes testes não são necessários. Se o seu médico não solicitar um exame ao cérebro, isso significa que esse exame não irá contribuir para lhe dar a si o melhor tratamento.

Cefaleia por uso excessivo de medicação

Qualquer medicação que utiliza para tratar os sintomas da cefaleia, quando tomada com demasiada frequência durante demasiado tempo, pode causar cefaleia por uso excessivo de medicação.

Medicamentos com uso excessivo na cefaleia

Os medicamentos mais usados no “combate” ás cefaleias e que podem causar cefaleia por uso excessivo são:

  • Aspirina,
  • Paracetamol (ex: Ben-u-ron®, Panadol®, Panasorbe®, Tylenol®),
  • Ibuprofeno (ex: Brufen®, Trifene®, NUrofen®,Spidifen®),
  • Codeína,
  • Triptanos (ex:  Zomig®, ou Zolmitriptano),
  • Ergotamina.

De facto, todos os analgésicos, mesmo os comprados sem receita médica – estão associados a este problema. E não são só os analgésicos. Os fármacos que tratam especificamente a enxaqueca também conduzem a este problema quando utilizados com demasiada frequência. Estes incluem os triptanos e, acima de tudo, a ergotamina.

Cafeína trata ou causa dor de cabeça ?

Uma cefaleia semelhante, embora não rigorosamente igual à cefaleia por uso excessivo de medicação, pode resultar da ingestão de quantidades excessivas de cafeína. A fonte habitual desta cefaleia é o café, o chá ou as bebidas com cola, mas pode vir de comprimidos de cafeína ou da cafeína incluída em muitos analgésicos.

Mecanismo das cefaleias

A forma exacta como se desenvolve a cefaleia por uso excessivo de medicação não é conhecida e poderá ser diferente segundo a natureza da medicação. Os triptanos e a ergotamina podem causar um efeito de ricochete, com a dor de cabeça a voltar depois de passado o seu efeito.

Pensa-se que os analgésicos causam, ao longo do tempo, uma alteração nos sistemas de sinalização da dor no cérebro. Estes sistemas habituam-se aos efeitos da medicação pelo que se torna necessária cada vez mais.

“Para a maioria das pessoas com cefaleias ocasionais, os analgésicos são um tratamento seguro e eficaz. No entanto, a cefaleia por uso excessivo de medicação pode desenvolver-se em qualquer pessoa que tome tratamentos para a dor de cabeça regularmente em mais de três dias por semana.”

Como começa a cefaleia?

Geralmente a pessoa com cefaleia por uso excessivo de medicação começa com crises ocasionais de cefaleia tipo tensão ou (mais frequentemente) de enxaqueca. Por diversas razões, as dores de cabeça começam a manifestar-se com mais frequência. Tal poderá ser por variação natural ou porque se desenvolveu uma dor de cabeça extra, talvez devido ao stress ou à dor muscular.

O aumento das dores de cabeça conduz ao uso de mais medicamentos para tentar controlar os sintomas, eventualmente até ambos acontecerem todos os dias. Muitas pessoas nesta situação sabem que estão a tomar mais medicação do que aquilo que é sensato e tentam reduzir a quantidade.

Tal faz com que tenham uma cefaleia agravada por uma síndrome de privação, para a qual tomam mais medicação. É fácil perceber como é que isto se transforma num ciclo vicioso, que pode ser difícil de quebrar.

“Não interessa quanto é que toma – se toma regularmente a dose total de analgésicos apenas num ou dois dias por semana, é pouco provável que venha a desenvolver cefaleia por uso excessivo de medicação. No entanto, se começar a tomar analgésicos quase todos os dias poderá agravar as suas dores de cabeça. É o uso frequente durante um período de tempo que causa o problema.”

O que posso fazer?

A única maneira de tratar este problema consiste em parar a medicação usada excessivamente. Estudos clínicos revelam que a maioria das pessoas que deixam de tomar a medicação usada excessivamente melhoram imenso. No entanto, pode demorar até três meses para se observarem os benefícios totais.

Mesmo que as dores de cabeça continuem depois dessa altura, apesar de ter parado a medicação, a sua causa normalmente torna-se clara e respondem melhor ao tratamento específico corretamente prescrito.

Parar com a medicação em excesso

Pode retirar o medicamento parando completamente de o tomar ou reduzindo gradualmente a quantidade tomada ao longo de duas a três semanas. Independentemente da forma escolhida, beba muitos líquidos enquanto o estiver a fazer, mas evite tomar mais cafeína.

Se parar completamente, irá sentir, quase de certeza, pelo menos, alguns dos seguintes sintomas de privação:

  • Agravamento da cefaleia
  • Sensação de enjoo
  • Vómitos
  • Ansiedade
  • Dificuldade em dormir

“Estes sintomas de privação aparecerão ao fim de 48 horas e poderão durar, na pior das hipóteses, até duas semanas. No entanto, as pessoas que tentam parar o medicamento lentamente parecem ter mais tendência para falhar, talvez porque demora muito mais tempo”.

Melhor altura para deixar a medicação

Faz sentido escolher a altura para retirar a medicação e não começar imediatamente antes de um acontecimento importante. Avise os seus colegas de trabalho que poderá ter de faltar durante alguns dias.

Se o uso excessivo de medicação lhe está a causar dores de cabeça frequentes, continuar a fazer o mesmo não é uma opção. Continuará a ter dores de cabeça cada vez mais frequentes, que não irão responder aos analgésicos nem à medicina preventiva. Eventualmente poderá fazer ainda mais mal a si próprio, como danificar o seu fígado e os seus rins.

Outros tratamentos

Existem medicamentos, que podem ser prescritos pelo médico, que pode tomar todos os dias para o ajudar a largar o medicamento usado excessivamente. Funcionam apenas se parar toda a restante medicação para as dores de cabeça e, mesmo assim, não se sabe ao certo até que ponto ajudam. Terá também que parar de os tomar em dada altura e, para a maioria das pessoas, é melhor passar sem eles.

À medida que se desenvolve, a cefaleia por uso excessivo de medicação substitui em grande parte a cefaleia original (enxaqueca ou cefaleia tipo tensão) para a qual começou por tomar a medicação. Isto significa que, à medida que a sua cefaleia por uso excessivo de medicação melhora após a retirada dessa medicação, pode esperar que o seu tipo original de cefaleia regresse.

Se tiver necessidade, pode recomeçar com cautela a utilizar medicação para esta cefaleia depois de o padrão de cefaleia ter regressado ao normal. Tal poderá demorar pelo menos várias semanas.

“Tenha cuidado porque há o risco de fazer o mesmo que já tinha feito antes. Para impedir que tal aconteça, evite tratar as dores de cabeça em mais de três dias seguidos ou numa base regular em três ou mais dias de uma semana”.

O que fazer se a dor de cabeça não melhora?

Se uma dor de cabeça não melhora, ou se está sempre a voltar, nunca continue a tomar a medicação sem consultar o seu médico. Consulte o seu médico se a dore de cabeça frequente não desaparecer ou se voltar no futuro.

Mantenha um diário sobre a dor de cabeça!

Pode utilizar as fichas do diário para registar muitas informações relevantes sobre a sua dor de cabeça – com que frequência a tem, quando acontece, quanto tempo dura e quais são os sintomas. São preciosas para ajudar no diagnóstico e para avaliar se os tratamentos estão a funcionar bem. Para as pessoas que correm o risco de ter cefaleia por uso excessivo de medicação, os diários são especialmente importantes porque ajudam a verificar a quantidade de medicação que a pessoa está a tomar.

ENXAQUECA melhorsaude.org

Enxaqueca

Testemunho de um doente

“Quando tenho uma enxaqueca sinto-me muito doente e não consigo fazer nada durante todo o dia ou mesmo durante mais tempo. Pressinto quando vou ter uma enxaqueca e, de repente, ela aparece com toda a força; sinto-me horrível e tenho que me deitar. À medida que ela avança, sinto-me enjoado (quase a vomitar), eventualmente vomito e, por fim, a dor começa a abrandar. No dia seguinte ainda tenho uma vaga dor e sinto-me absolutamente exausto mas de resto bem.”

Enxaqueca o que é?

A enxaqueca é uma afecção médica. Manifesta-se em crises, uma ou duas vezes por ano em certas pessoas mas podendo atingir várias vezes por mês noutras. A principal característica destas crises é a dor de cabeça, que pode ser intensa. Outras características comuns são as seguintes:

  • Sensação de enjoo ou vómitos
  • Desconforto provocado pela luz e pelo ruído

Se se sente enjoado quando tem uma dor de cabeça, ou se a luz e o ruído o incomodam, ou se a sua dor de cabeça dificulta a realização das suas atividades diárias habituais, é bastante provável que seja uma enxaqueca.

Causas

A enxaqueca vem do cérebro. Trata-se de uma afeção das partes do cérebro que processam a dor e outras sensações. Provavelmente herdou-a de um dos seus pais ou de um dos seus avós.

Prevalência

Cerca de um em sete adultos tem enxaqueca, portanto é muito frequente. As mulheres têm a probabilidade de ser três vezes mais afetadas do que os homens. Começa muitas vezes na infância ou na adolescência. Nas raparigas, em particular, pode começar na puberdade. A enxaqueca afeta famílias inteiras e pode ser hereditária.

Tipos de enxaqueca

Os tipos de enxaqueca mais comuns são os seguintes:

  • Enxaqueca sem aura ( 75% dos doentes )
  • Enxaqueca com aura ( 10% dos doentes )

O mais comum é a enxaqueca sem aura (a aura é descrita mais adiante). Cerca de três quartos das pessoas com enxaqueca tem apenas este tipo; uma em cada 10 tem enxaqueca com aura, e o dobro destas tem eventualmente ambos os tipos.

Muito menos frequentes são as crises unicamente de aura, sem dor de cabeça. Este tipo de enxaqueca tende a desenvolver-se nas pessoas mais idosas. Existem outros tipos de enxaqueca, mas são raros.

Sintomas

Os sintomas estão presentes durante a crise, que tem quatro fases, embora nem todas se verifiquem sempre. Entre as crises, a maioria das pessoas com enxaqueca está perfeitamente bem. As quatro fases são as seguintes:

  • Premonitória
  • Aura
  • Cefaleia
  • Resolução

Fase premonitória

Chega antes de quaisquer outros sintomas da crise. Apenas metade das pessoas com enxaqueca têm consciência desta fase. Se é uma dessas pessoas, poderá sentir durante horas ou mesmo um ou dois dias antes da dor de cabeça começar alguns dos seguintes sintomas:

  • Irritado
  • Deprimido
  • Cansado

No entanto, certas pessoas acham que ficam invulgarmente enérgicas durante esta altura. Algumas têm um apetite específico para determinados alimentos. Outras “só sabem” que está prestes a começar uma crise de enxaqueca.

Fase de aura

Aura o que é?

A aura, quando aparece, é quase sempre na fase seguinte. Apenas um terço das pessoas com enxaqueca chegam a ter aura e, mesmo para essas pessoas, poderá não fazer parte de todas as crises.

“A aura é um sinal do cérebro, que está a ser temporariamente ,mas não gravemente, afetado pelo processo de enxaqueca. Dura, geralmente, 10 a 30 minutos, mas pode durar mais.”

Sintomas de aura

Os principais sintomas que caracterizam uma aura são:

  • Afeta principalmente a visão
  • Poderá notar manchas
  • Ver luzes brilhantes ou cintilantes
  • Ver linhas coloridas em ziguezague a espalharem-se em frente dos seus olhos, geralmente para um lado
  • Sintomas sensoriais (menos frequentes) – formigueiro ou adormecimento – que começam em geral nos dedos de uma mão e se espalham pelo braço acima indo afetar esse lado da face ou da língua. Quando estes aparecem, há quase sempre também sintomas visuais.
  • Dificuldade em falar ou em encontrar as palavras certas também pode fazer parte da aura

Fase de cefaleia

É a mais problemática para a maioria das pessoas, durando algumas horas ou até dois ou três dias. A enxaqueca é muitas vezes intensa. Tem tendência para ser unilateral, mas pode ser dos dois lados, e embora afete com maior frequência a frente ou a têmpora pode ser em qualquer parte da cabeça. É geralmente uma cefaleia latejante ou pulsátil, muitas vezes agravada pelo movimento. Provavelmente sentir-se-á enjoado (quase a vomitar) e poderá mesmo vomitar (o que parece aliviar a dor de cabeça). Poderá também achar a luz e o ruído desagradáveis e preferir estar só no escuro e sossegado.

Fase de resolução

À medida que a cefaleia desaparece. Durante este tempo poderá sentir-se outra vez cansado, irritado e deprimido, e ter dificuldades de concentração. Poderá demorar mais um dia até se sentir totalmente recuperado.

Limiar de enxaqueca o que é?

A enxaqueca é imprevisível. Uma crise pode iniciar-se em qualquer altura. No entanto, certas pessoas têm mais tendência para crises do que outras. Quanto mais elevado é o seu limiar de enxaqueca, menores são as suas probabilidades de desenvolver uma crise, e quanto menor é o seu limiar, maior é o risco que corre.

Os chamados fatores desencadeantes desempenham aqui o seu papel. Um fator desencadeante despoleta uma crise (embora não percebamos como é que isso acontece). Fá-lo com mais facilidade se o seu limiar de enxaqueca é baixo. Se o seu limiar é alto, poderá ser preciso que dois ou mais fatores desencadeantes se juntem para isso acontecer.

Separados dos fatores desencadeantes estão os de predisposição. Estes  têm o efeito de baixar o seu limiar, pelo que os fatores desencadeantes trabalham com mais facilidade. O cansaço, a ansiedade e o stress geral têm este efeito, o mesmo acontecendo com a menstruação a gravidez e a menopausa nas mulheres.

Fatores desencadeantes

Todas as pessoas querem saber o que poderá desencadear a sua enxaqueca. Tal é muitas vezes difícil e por vezes impossível de precisar porque os fatores desencadeantes não são os mesmos para todas as pessoas nem mesmo os mesmos para crises diferentes na mesma pessoa. Muitas pessoas com enxaqueca não conseguem identificar quaisquer fatores desencadeantes. Os fatores desencadeantes possíveis são muitos e variados. Descrevo de seguida os mais relevantes.

Dieta

  • Certos alimentos, mas apenas em certas pessoas
  • Álcool
  • Saltar refeições
  • Refeições atrasadas
  • Refeições inadequadas
  • Retirada da cafeína
  • Desidratação.

Sono

  • Alterações nos padrões de sono
  • Falta de sono como
  • Dormir até tarde.

Outro estilo de vida

  • Exercício intenso
  • Viagem de longa distância, especialmente para outros fusos horários.

Ambientais

  • Luzes brilhantes
  • Luzes cintilantes
  • Odores intensos
  • Alterações meteorológicas acentuadas

Psicológicos

  • Transtorno emocional
  • Relaxamento após um período cheio de stress, o que pode ser surpreendente

Fatores hormonais nas mulheres

  • Menstruação,
  • Contraceção hormonal
  • Terapêutica hormonal de substituição (THS)

“O fator desencadeante da enxaqueca mais frequente é a fome ou a insuficiência de alimentos em relação às necessidades. Este é particularmente o caso nos jovens – as crianças com tendência para enxaqueca nunca devem deixar de tomar o pequeno almoço.”

Nas mulheres, as alterações hormonais associadas ao ciclo menstrual são importantes fatores desencadeantes potenciais. da enxaqueca. Estes, e a maioria dos outros fatores desencadeantes, representam uma certa forma de stress, e sugerem que as pessoas com enxaqueca não respondem bem às mudanças.

Medicamentos para tratar a enxaqueca

Os medicamentos que tratam da crise de enxaqueca têm a designação de tratamentos da crise aguda. Os mais adequados podem ser muito eficazes, mas têm que ser tomados corretamente e não usados em excesso. Incluem analgésicos (para as dores) vendidos sem receita médica, a maior parte dos quais contém:

  • Aspirina
  • Ibuprofeno
  • Paracetamol ( menos eficaz )

Destes, o paracetamol é o menos eficaz para a maioria das pessoas. Em todos os casos, os preparados solúveis ou efervescentes atuam mais depressa e melhor.

Náuseas e vómitos

Além da dor alguns doentes apresentam nauseas e/ou vómitos. Para tratar estes sintomas usam-se antieméticos sendo os mais usados os seguintes:

  • Metoclopramida (ex: Primperan®)
  • Domperidona (ex: Motilium®)

Certos antieméticos até ajudam os analgésicos fazendo com que o seu organismo os absorva mais rapidamente. Pode administrá-los sob a forma de supositórios se se sentir muito enjoado ou se vomitar durante as crises de enxaqueca. O seu farmacêutico pode aconselhá-lo sobre os melhores tratamentos sem receita médica que poderá fazer.

Se nenhum deles funcionar para si, ou se precisar de mais do que a dose recomendada, o farmacêutico poderá sugerir-lhe que consulte um médico. O seu médico poderá prescrever-lhe um dos tratamentos específicos contra a enxaqueca. Deverá experimentá-los quando os analgésicos e os antieméticos não aliviam os seus sintomas e não o fazem regressar à vida ativa razoavelmente depressa.

Medicamentos específicos

Funcionam de uma forma bastante diferente. Não atacam a dor mas desfazem o que se está a passar no seu cérebro para causar a crise. Estes medicamentos incluem

  • Ergotamina, muito utilizada em certos países mas não noutros
  • Triptanos, um grupo de fármacos mais recentes

Se o seu médico o aconselhar, pode utilizar estes fármacos juntamente com analgésicos, antieméticos ou ambos.

Medidas para medicação mais eficaz

  • Tome a medicação logo no início… tenha sempre consigo pelo menos uma dose da medicação recomendada pelo seu médico. Tome-a assim que se aperceber que vem aí uma crise. A medicação tomada logo no início tem mais probabilidades de funcionar bem. Durante uma crise de enxaqueca o estômago está menos ativo e portanto os comprimidos tomados oralmente não são absorvidos tão bem na corrente sanguínea como seriam normalmente.
  • Coma qualquer coisa se puder ou beba qualquer coisa doce. … mas não demasiadas vezes. Siga sempre cuidadosamente as instruções que acompanham a sua medicação.
  • Não tome o medicamento da crise aguda demasiadas vezes porque pode ficar com uma dor de cabeça resultante desse tratamento. A isto se chama cefaleia por uso excessivo de medicação. Para evitar que tal aconteça, nunca tome medicação para tratar os sintomas da cefaleia regularmente em mais de dois ou três dias por semana.

E se estes tratamentos não funcionarem?

Se as crises frequentes ou severas não forem bem controladas com o tratamento para a crise aguda, a chamada medicação profilática é uma opção. Contrariamente ao tratamento da crise aguda, deverá tomar esta medicação diariamente porque funciona de uma forma totalmente diferente – impedindo o processo de enxaqueca de se iniciar. Por outras palavras, aumenta o seu limiar de enxaqueca.

O seu médico pode aconselhá-lo sobre a escolha de medicamentos disponíveis e sobre os seus efeitos secundários prováveis. A maioria foi inicialmente desenvolvida para afeções bastante diferentes, portanto não fique surpreendido se lhe propuserem medicação descrita como tratamento para:

  • Hipertensão
  • Epilepsia
  • Depressão

Não é por esse motivo que a está a tomar. Estes medicamentos funcionam também contra a enxaqueca. Se estiver a tomar um destes medicamentos, siga cuidadosamente as instruções. A investigação demonstrou que uma razão muito frequente para que este tipo de medicação não funcione é o facto de os doentes se esquecerem de a tomar.

O que posso fazer para melhorar?

O exercício regular e manter-se em forma será benéfico para si. Evitar os fatores de predisposição e desencadeantes é sensato, pelo que deve estar ciente de todos os fatores desencadeantes possíveis. Poderá conseguir evitar alguns fatores desencadeantes mesmo que haja outros que considere difíceis ou impossíveis de controlar.

Diário sobre a enxaqueca

As fichas do diário podem registar muitas informações relevantes sobre as suas dores de cabeça – com que frequência as tem, quando acontecem, quanto tempo duram e quais são os sintomas. São preciosas para ajudar no diagnóstico, identificando os factores desencadeantes e avaliando se os tratamentos estão a funcionar bem.

Grávidez

Se estiver grávida necessitará de consultar o seu médico. Alguns dos medicamentos utilizados para a enxaqueca são contra-indicados na gravidez.

Testes de diagnóstico

A maioria dos casos de enxaqueca são fáceis de reconhecer. Não existem testes para confirmação do diagnóstico, que se baseia na sua descrição das suas dores de cabeça e na falta de descobertas anómalas quando o seu médico o examina. É pouco provável que um exame ao cérebro ajude. Se o seu médico não estiver totalmente certo sobre o diagnóstico, poderá pedir-lhe que faça alguns testes para eliminar outras causas das dores de cabeça, mas frequentemente estes testes não são necessários.

Cura para a enxaqueca

Não existe qualquer cura conhecida para a enxaqueca. No entanto, para a maioria das pessoas com enxaqueca, as crises tornam-se menos frequentes à medida que vão envelhecendo. Entretanto, se fizer tudo o que está ao seu alcance para seguir os conselhos dados neste artigo poderá conseguir mudar de uma afecção que está fora de controlo para uma que pode controlar.

CEFALEIA EM SALVAS MELHORSAUDE.ORG

Cefaleia em salvas

Testemunho de um doente

“Muitas vezes acordam-me a meio da noite, umas horas depois de me ter deitado. Avolumam-se numa questão de segundos e a dor é simplesmente intolerável. É apenas no meu olho direito, como se fosse um ferro em brasa. Não sei para onde ir. Tenho que fazer alguma coisa para me distrair da dor. Às vezes ando para a frente e para trás no quarto agarrado à cabeça ou sentome na cadeira e balanço-me.”

O que é a cefaleia em salvas?

Cefaleia em salvas é o nome dado a crises de curta duração de dor unilateral muito intensa na cabeça, geralmente no olho ou à sua volta. Estas crises normalmente começam sem aviso, uma ou mais vezes todos os dias, geralmente à mesma hora todos os dias ou durante a noite.

Com bastante frequência, a primeira acorda a pessoa mais ou menos uma hora depois de adormecer. Por vezes diz-se que a cefaleia em salvas é um tipo de enxaqueca, mas não é. É uma cefaleia bastante distinta e necessita de um tratamento diferente do da enxaqueca.

Quem tem cefaleia em salvas?

A cefaleia em salvas não é frequente. Afecta até três em cada 1.000 pessoas. Os homens têm cinco vezes mais probabilidades do que as mulheres de ter cefaleia em salvas, o que a torna invulgar entre as cefaleias. A primeira crise pode ter lugar entre os 20 e os 40 anos, mas a cefaleia em salvas pode começar em qualquer idade.

Tipos de cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas episódica é mais comum. Este tipo manifesta-se diariamente durante períodos limitados (episódios) e depois pára, uma característica que dá origem ao termo “em salvas”. Geralmente estes períodos duram de 6 a 12 semanas, mas podem terminar ao fim de duas semanas ou continuar por mais 6 meses.

Tendem a manifestar-se mais ou menos na mesma altura todos os anos, muitas vezes na Primavera ou no Outono, mas certas pessoas têm dois ou três episódios todos os anos e outras têm intervalos de dois ou mais anos entre episódios. Entre os episódios, as pessoas com cefaleia em salvas episódica não têm quaisquer sintomas da afecção.

A cefaleia em salvas crónica, que representa cerca de 1 em cada 10 casos de cefaleia em salvas, não pára. As crises diárias ou praticamente diárias continuam ano após ano, sem intervalo. A cefaleia em salvas episódica pode tornar-se em cefaleia em salvas crónica e vice-versa.

Sintomas

Existe um grupo de sintomas altamente reconhecíveis, a saber:

  • Dor intolerável
  • Dor rigorosamente unilateral e sempre do mesmo lado, embora na cefaleia em salvas episódica possa trocar de lado de um episódio para outro
  • A dor é no olho, à sua volta ou atrás dele e descrita como uma espécie de queimadura, de facada ou de perfuração.
  • Agrava-se muito rapidamente, atingindo o auge ao fim de 5 a 10 minutos
  • Quando não é tratada dura entre 15 minutos e 3 horas (com mais frequência entre 30 e 60 minutos).
  • Causa agitação, em contraste acentuado com a enxaqueca, durante a qual a maioria das pessoas quer deitar-se e ficar o mais sossegada possível. As pessoas com esta afecção não conseguem ficar quietas – andam para a frente e para trás ou balançam-se violentamente, chegando mesmo a sair de casa
  • O olho no lado doloroso fica vermelho e lacrimeja, podendo a pálpebra descair
  • A narina fica tapada ou a escorrer
  • O outro lado da cabeça não é minimamente afectado

Causas

Apesar de toda a investigação médica dedicada à cefaleia em salvas, a sua causa ainda não é conhecida. Alvo de grande interesse é a altura em que se verificam as crises, que parece estar ligada aos ritmos circadianos (o relógio biológico). Trabalhos de investigação recentes chamaram a atenção para as alterações numa parte do cérebro conhecida como o hipotálamo, a zona que controla o relógio biológico.

Muitas pessoas com cefaleia em salvas são ou foram grandes fumadores. Como é que isso pode contribuir para causar a cefaleia em salvas, se é que o faz, desconhece-se. Parar de fumar é sempre bom por motivos de saúde, mas raramente tem qualquer efeito sobre esta afecção.

Factores desencadeantes

Os chamados factores desencadeantes despoletam uma crise de cefaleia. O álcool, mesmo em pequena quantidade, pode desencadear uma crise de cefaleia em salvas durante um episódio em salvas mas não noutras alturas. Não compreendemos como é que tal acontece. Não parece haver outros factores desencadeantes comuns.

Diagnóstico

Devido ao seu conjunto de sintomas, a cefaleia em salvas é fácil de reconhecer. Não existem testes para confirmação do diagnóstico, que se baseia na sua descrição das suas dores de cabeça e noutros sintomas e na falta de descobertas anómalas quando o seu médico o examina. Por este motivo, é muito importante que descreva cuidadosamente os seus sintomas. Se o seu médico não tem a certeza sobre o diagnóstico, poderão ser efectuados testes, incluindo um exame ao cérebro, para eliminar outras causas das dores de cabeça. No entanto, frequentemente estes testes não são necessários.

Tratamentos

Há uma série de tratamentos para a cefaleia em salvas que muitas vezes funcionam bem. Todos eles requerem receita médica. Os tratamentos mais habituais para a crise são:

  • Oxigénio a 100%, que necessita de uma botija, de um regulador de caudal e de uma máscara do fornecedor;
  • Sumatriptano (Imigran®), fármaco injectado, que pode administrar a si próprio utilizando uma caneta injectora especial.

As medicações preventivas são os melhores tratamentos para a maioria das pessoas com cefaleia em salvas. Toma-as todos os dias durante o período de duração do episódio em salvas para impedir o regresso das dores de cabeça. São eficazes mas necessitam de vigilância médica bastante apertada, muitas vezes com análises de sangue, devido aos efeitos secundários possíveis. Poderá ser encaminhado para um especialista. O encaminhamento deverá ser urgente porque, se tiver esta afecção, sabemos que a dor é muito forte!

E se estes tratamentos não funcionarem?

Há várias medicações preventivas. Se uma não funcionar muito bem, há outra que pode funcionar. Por vezes utilizam-se duas ou mais em conjunto.

O que posso fazer

Os analgésicos vulgares não funcionam – demoram muito tempo e, geralmente, a dor de cabeça evolui antes de eles fazerem efeito. Para um tratamento eficaz, terá que pedir ajuda médica. Faça-o no início de um episódio em salvas, uma vez que o tratamento parece ter melhores resultados quando é iniciado nessa altura.

Mantenha um diário

Pode utilizar as fichas do diário para registar muitas informações relevantes sobre as suas dores de cabeça, tais como:

  • Com que frequência as tem
  • Quando acontecem
  • Quanto tempo duram
  • Quais são os sintomas.

São preciosas para ajudar no diagnóstico, identificando os factores desencadeantes e avaliando se os tratamentos estão a funcionar bem.

Cura para a cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas pode voltar durante muitos anos. No entanto, parece melhorar à medida que a idade avança para a maioria das pessoas, particularmente as que têm cefaleia em salvas crónica.

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Medicamentos

Os medicamentos mais usados no tratamento da dor de cabeça são analgésicos, anti-inflamatórios e triptanos.

Aspirina (ácido acetilsalicílico)

A aspirina tem um efeito analgésico e anti-inflamtório. Deve ser tomada depois de comer para mitigar a probabilidade de afectar a mucosa gástrica (estômago). Alguns exemplos são:

  • Aspirina®
  • Aspegic®

Posologia: tomar de 8/8horas depois de comer se tiver dores.

Paracetamol

O pararacetamol é um dos medicamentos analgégicos mais utilizados no mundo. É eficaz apenas contra dores de intensidade leve ou moderada e não tem efeito anti-inflamatório. Pode ser tomado fora da refeição pois não afecta a mucosa gástrica. No entanto se tomado em excesso pode causar danos hepáticos (fígado) graves. Alguns exemplos são:

  • Paracetamol MG 1000mg
  • Ben-u-ron® 1000mg,
  • Panadol® 500mg,

Posologia: Tomar de 8/8 horas se tiver dores.

Ibuprofeno

O ibuprofeno tem um efeito analgésico e anti-inflamtório. Deve ser tomado depois de comer para diminuir a probabilidade de afectar a mucosa gástrica (estômago). A dosagem de 600mg necessita de prescrição médica, sendo a mais indicada para as dores forte e intensas podendo, em casos extremos, ser utilizada a toma de 600mg de 8/8horas.

  • Ibuprofeno MG 600 mg,
  • Trifene® 200mg,
  • Nurofen® 400mg,
  • Brufen® 600mg,

Posologia: 600mg de 12/12horas ou 400mg de 8/8 horas ou 200mg de 4/4 horas, se necessário, quando tiver dores. Parar quando a dor desaparecer.

Zolmitriptano

  • Zomig rapimelt® 2,5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 2,5mg, 6 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 5mg, 6 comprimidos orodispersiveis

Posologia: 1/dia dissolvido na boca (sem água) até a dor desaparecer, geralmente 2 ou 3 dias.

Genéricos com Zolmatriptano

  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 3 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 6 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 5mg, 2 comprimidos orodispersiveis

Sumatriptano (usado na cefaleia em salvas)

  • Imigran (sumatriptano) auto-injector 6mg/0,5mlx 2sol SC inj

DOR DE CABEÇA SINAIS DE GRAVIDADE melhorsaude.org

Sinais de gravidade

A grande maioria dos episódios de cefaleia são causados por patologias benignas. Mas, mesmo pessoas com história de dor de cabeça crónica ficam assustadas com algumas crises. O medo de todos é que uma doença grave não identificada, como um tumor ou aneurisma, possa ser a causa da cefaleia.

Não é possivel realizar tomografias computadorizadas em todas as pessoas que apresentam dor de cabeça. Em geral, a história clínica e um bom exame físico são suficientes para definir se há ou não necessidade da realização de um exame de imagem.

É importante não esquecer as principais características das cefaleias primárias descritas acima, para não confundi-las com as causas graves.

Sinais de alerta

Os sinais de que podemos estar perante um evento grave de saúde

  • Início súbito: Cefaleias persistentes, de início abrupto, que atingem a maior intensidade em alguns segundos, podem indicar rotura de aneurismas ou trombose venosa. É importante lembrar que a cefaleia em salvas pode apresentar essas características, porém, costuma durar poucas horas, possui localização típica e sinais como lacrimejar e olhos vermelhos. A enxaqueca costuma começar como uma dor leve a moderada e piorar ao longo das horas.

  • Pior cefaleia da vida: Quando o doente refere que o atual quadro é de longe a pior dor de cabeça da sua vida, ou uma cefaleia completamente diferente das que costuma ter, deve-se ter mais atenção com o quadro. Hemorragias e infecções podem ser a causa. Essas queixas em doentes com cancro, SIDA  e imunossuprimidos são particularmente preocupantes.

  • Infecções concomitantes : Doentes que apresentam quadro de sinusite, otite, infecções de pele na face apresentam maior risco de desenvolver abcessos cerebrais e meningite. Infecções após implantação de piercings podem também ser uma porta de entrada.

  • Febre: A presença de cefaleia intensa associado a febre sem causa definida, principalmente se houver rigidez de nuca, indica meningite. É importante lembrar que a febre por si só pode causar dor de cabeça. Não confunda uma gripe com algo mais grave.

  • Medicações: Alguns doentes usam medicamentos como corticóides, que facilitam infecções, e anticoagulantes, que facilitam hemorragias.

  • Alteração do estado de consciência: Obviamente, doentes que entram em coma, apresentam crises convulsivas, desorientação súbita ou déficites neurológicos devem procurar imediatamente um serviço de emergência.

  • Trauma: Cefaleias que ocorrem após traumatismos devem ser avaliadas com mais cuidado, principalmente em idosos, devido ao risco de hemorragias intracranianas. Algumas pessoas desenvolvem dores de cabeça crónica após um traumatismo do cránio.

  • História familiar: Doentes com parentes de primeiro grau que sofreram rotura de aneurismas, também devem ser avaliados com mais cuidado.

Outros sinais também devem chamar a atenção, como uma cefaleia que acorda o paciente, cefaleia cuja as características não se enquadram em nenhuma da causas primárias, piora da dor com esforços (lembrar que enxaqueca pode ter essa característica), inicio de dor de cabeça após os 50 anos ou alterações visuais que possam sugerir glaucoma.

Não existe um protocolo definido de quando pedir, ou não, uma tomografia computadorizada. Alguns quadros são óbvios, como nas alterações neurológicas mas outros sãomais questionáveis. Depende do bom senso do médico e do quadro clínico do doente.

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Concluindo

As dores de cabeça ou cefaleias são uma condição de saúde que afecta imensas pessoas, muitas das quais ficam, durante as crises, incapacitadas para manter a sua vida diária com consequências graves principalmente ao nível laboral e familiar. A maioria das dores de cabeça apesar da dor, não tem causas graves mas se existirem alguns sintomas especiais fora do quadro habitual da sua dor de cabeça então sim pode haver a probabilidade de uma causa grave sendo neste caso indicado a procura de assistência médica urgente!

Partilhe a informação deste artigo e certamente vai ajudar muitas pessoas a conseguirem gerir melhor, e ás vezes evitar, muitas dores de cabeça dificeis de suportar! Em alguns casos mais graves pode ajudar a salvar vidas!

Referências:

  • Campanha global para reduzir as dores de cabeça a nível mundial.
  • Organização Mundial de Saúde (World Health Organization),
  • Aliança Mundial de Cefaleias (World Headache Alliance),
  • Sociedade Internacional de Cefaleias (International Headache Society),
  • Federação Europeia de Cefaleias (European Headache Federation).
  • Dr Pedro Pinheiro, Especialista em Medicina Interna e Nefrologista com títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.

Dor de barriga apendicite perigosa verdade



Dor de barriga apendicite e outros perigos, toda a verdade! Quais as dores mais perigosas? Quais as causas? Quais os perigos? Quais os órgãos envolvidos? Quais os sinais de alarme? A região abdominal é aquela que possui mais órgãos no nosso corpo, aumentando as probabilidades de doer devido a uma vasta quantidade de causas e doenças diferentes. A dor abdominal, chamada popularmente de dor de barriga, pode ser simplesmente fruto de uma obstipação pontual mas é muitas vezes um desafio para o médico, dada a grande quantidade de diagnósticos diferenciais possíveis.

Na maioria das vezes, a dor de barriga é uma condição de saúde benigna e autolimitada. Certamente que já teve uma dor de barriga de leve intensidade, que desapareceu sem necessidade de tratamento médico. No entanto, quando a dor abdominal é de forte intensidade ou há outros sintomas associados, como febre, vómitos, prostração ou diarreia com sangue, a avaliação de um médico é necessária.

A dor abdominal pode ser aguda ou crónica e requer, frequentemente, uma ida ao médico. Uma criança com dor abdominal é sempre motivo de preocupação para os pais, o que leva frequentemente a recorrer ao médico.

Leia também: Estas são as 7 dores que nunca deve ignorar!

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Órgãos da região abdominal
  • Quadrantes abdominais
  • Órgãos localizados em cada quadrante
  • Patologias originam dor abdominal aguda
  • Diagnóstico da causa da dor de barriga
  • Sintomas e sinais de alarme na dor abdominal aguda
  • Caraterística da dor abdominal crónica
  • Sinais de alarme na dor abdominal crónica
  • Dor abdominal funcional
  • Crianças com dor abdominal funcional
  • Dor do lado direito do abdómen, quais as causas mais comuns?
  • Dores no centro da barriga, quais as causas mais comuns?
  • Dor no baixo ventre, quais as causas mais comuns?
  • Dores do lado esquerdo do abdómen, quais as causas mais comuns?
  • Apendicite, quais os perigos?
  • Apendicite o que é?
  • Sintomas de apendicite
  • Apendicite em bebés, crianças e adolescentes
  • Tratamento para a apendicite




Órgãos da região abdominal

Todos os órgãos que se encontram dentro da cavidade abdominal e da cavidade pélvica podem causar dor de barriga. Algumas vezes, os órgãos da cavidade torácica também podem causar dor abdominal, como é o caso do coração ou das inflamações nas bases dos pulmões.

Os órgãos dentro do abdómen que podem causar dor abdominal são:

  • Fígado,
  • Vesícula biliar,
  • Vias biliares,
  • Pâncreas,
  • Baço,
  • Estômago,
  • Rins,
  • Glândulas suprarrenais,
  • Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo),
  • Cólon (incluindo apêndice).

Orgãos abdominais melhorsaude.org melhor blog de saude

Já os órgãos dentro da pelve são:

  • Ovários,
  • Trompas,
  • Útero,
  • Bexiga,
  • Próstata,
  • Reto,
  • Sigmoide (porção final do intestino grosso).

Pelve melhorsaude.org melhor blog de saude

Quadrantes abdominais

Para tornar mais fácil a localização dos órgãos na grande cavidade abdominopélvica, os anatomistas dividiram a cavidade abdominopélvica em nove regiões, sendo definidas da seguinte forma:

  1. Região Hipocondríaca Direita
  2. Região Epigástrica
  3. Região Hipocondríaca Esquerda
  4. Região Lateral Direita
  5. Região Umbilical
  6. Região Lateral Esquerda
  7. Região Inguinal Direita
  8. Região Púbica (Hipogástrica)
  9. Região Inguinal Esquerda

Quadrantes do abdómen melhorsaude.org melhor blog de saude

Outro modo mais simples de dividir a cavidade abdominopélvica é em Quatro Quadrantes.
Esse método é frequentemente utilizado para localizar uma dor ou descrever a localização de um tumor. Os planos sagital, mediano e transversal passam através do umbigo e dividem a região abdominopélvica nos quatro quadrantes seguintes:

  • Quadrante superior direito
  • Quadrante superior esquerdo
  • Quadrante inferior direito
  • Quadrante inferior esquerdo

Quadrantes abdominais melhorsaude.org melhor blog de saude

Quadrante superior direito:

  • Lobo direito do fígado
  • Vesícula biliar
  • Piloro
  • Duodeno
  • Cabeça do pâncreas
  • Flexura hepática do cólon
  • Partes do cólon ascendente e transverso

Quadrante superior esquerdo:

  • Lobo esquerdo do fígado
  • Estômago
  • Corpo do pâncreas
  • Flexura esplénica do cólon
  • Partes do cólon transverso e descendente

Quadrante inferior direito:

  • Ceco e apêndice
  • Parte do cólon ascendente
  • Parte do ovário na mulher

Quadrante inferior esquerdo:

  • Cólon sigmoide
  • Parte do cólon descendente
  • Parte do ovário na mulher



Dor de barriga aguda 

A dor abdominal aguda é um sintoma comum em várias patologias, tais como:

  • Gastroenterite;
  • Apendicite;
  • Infeção urinária;
  • Invaginação;
  • Adenite mesentérica;
  • Obstipação;
  • Úlcera péptica;
  • Pancreatite;
  • Patologia do ovário;
  • Litíase renal (pedra no rim) ou litíase biliar (pedra na vesicula);
  • Pneumonia (quando se manifesta na base do pulmão juntamente com febre e dificuldade respiratória);
  • Etc…

Leia também: Obstipação toda a verdade!

Diagnóstico

Para facilitar o diagnóstico, deve ser feita uma história detalhada sobre a origem e evolução dos sintomas. Diversos fatores são importantes no processo de diagnóstico, a saber:

  • Idade;
  • Tipo de dor;
  • Localização da dor;
  • Duração da dor;
  • Hora do dia;
  • Presença de outros sintomas tais como:
    • Febre,
    • Náuseas,
    • Vómitos,
    • Sintomas urinários,
    • Alterações do trânsito intestinal.

Sinais de alarme na dor abdominal aguda

Na maioria das situações benignas a dor de barriga localiza-se no umbigo ou em volta deste. As crianças com dor abdominal vomitam frequentemente, mas a maioria das vezes os vómitos desaparecem rapidamente. Além da sensação de doença (sentir-se doente), alguns sinais de alarme que aconselham consulta médica são:

  • Dor localizada em outras áreas, principalmente no quadrante inferior direito do abdómen levantando a hipótese de apendicite;
  • Dor com duração superior a 24h,
  • Febre alta,
  • Palidez,
  • Sudação (suar sem razão aparente),
  • Prostração (fadiga),
  • Recusa em brincar,
  • Recusa em beber ou comer,
  • Vómitos persistentes (já amarelados/verdes ou com sangue),
  • Laivos de sangue na diarreia ou alterações na pele.

Dor abdominal crónica, sintomas

A dor abdominal crónica é um motivo muito frequente de consulta, sobretudo no sexo feminino. Os doentes geralmente têm uma sintomatologia pouco específica e na investigação dessas situações apenas em 10% se encontra uma causa orgânica, como por exemplo:

  • Doença de refluxo gastroesofágico;
  • Úlceras gástricas;
  • Gastrite;
  • Alergia alimentar;
  • Intolerância à lactose,
  • Doença inflamatória do intestino;
  • Doença celíaca;
  • Litíase biliar;
  • Pancreatite;
  • Parasitose.

Sinais de alarme na dor abdominal crónica

As seguintes condições de saúde devem ser motivo de alarme e consulta médica:

  • Dor que acorda a criança a meio da noite;
  • Dor bem localizada e longe do umbigo;
  • Vómitos persistentes (sobretudo biliosos);
  • Diarreia crónica grave;
  • Febre;
  • Perda de peso;
  • Atraso de crescimento,
  • Exantema cutâneo,
  • Dor articular;
  • Sangue nas fezes;
  • Fístula/fissura anal;
  • História familiar de doença péptica e /ou doença inflamatória do intestino;
  • Idade inferior a quatro anos.

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Dor abdominal funcional

A dor abdominal funcional caracteriza-se por ter uma causa funcional ou seja não identificada com testes laboratoriais. São diversos os factores implicados nestas queixas abdominais sendo os mais importantes os seguintes:

  • Stress psicológico;
  • Hipersensibilidade visceral;
  • Distúrbios da motilidade gastrointestinal.

Crianças com dor abdominal funcional

Crianças com sintomas funcionais têm geralmente as seguintes características pessoais:

  • Tímidas,
  • Ansiosas,
  • Perfeccionistas,
  • Interiorizam muito os seus problemas.

Estas crianças têm episódios curtos de dor abdominal periumbilical (na zona do umbigo) que não se relacionam temporalmente com a ingestão de alimentos, defecação ou exercício. Por vezes têm algumas características e sintomas associados a saber:

  • Cefaleias,
  • Fadiga,
  • Dores no corpo,
  • Mantêm o apetite e um bom desenvolvimento de peso e estatura;
  • O seu exame físico e os exames complementares não revelam alterações;
  • Muitas vezes há história familiar de enxaqueca ou de dor abdominal recorrente.

A aceitação por parte dos pais e pela criança da possibilidade de existir uma causa biopsicológica para a doença é um fator importante para a resolução dos sintomas.

Causas da dor do lado direito do abdómen

As dores de barriga no lado direito podem ser dividas em dores no quadrante superior direito e quadrante inferior direito.

Quadrante superior direito do abdómen

As principais causas de dor neste quadrante são:

  • Causadas pelo fígado e pela vesícula, com destaque para a cólica biliar, provocada por pedra na vesícula ou colecistite.
  • Inflamações do fígado, como nos casos de hepatite viral, também podem causar dor nesta região.
  • Lesões na porção inferior do pulmão direito podem ser uma causa de dor abdominal à direita sem origem no abdômen.

Quadrante inferior direito do abdómen

Neste quadrante as causas intestinais são as mais prevalentes, com destaque para:

  • Apendicite;
  • Nas mulheres, problemas no ovário, como a presença de um quisto, também são muito comuns;
  • Uma gravidez ectópica na trompa direita;
  • Problemas no testículo;
  • Cálculo renal que tenha migrado para a região inferior do ureter podem manifestar-se com dor no quadrante inferior do abdômen (esquerdo ou direito);
  • Dor de origem muscular deve ser pensada, caso o paciente tenha feito esforço excessivo recentemente.

Dor no centro da barriga

A dor no centro da barriga, também chamada  dor na boca do estômago, é geralmente provocada por problemas estomacais. A gastrite ou a úlcera péptica são as causas mais comuns. Problemas do pâncreas, como a pancreatite, costumam causar intensa dor de barriga em toda a parte superior, podendo irradiar para as costas.  Tanto os problemas do estômago como os do pâncreas podem causar uma dor descrita como dor no fundo da barriga.

Dor de origem muscular também pode afectar esta região.

O infarte agudo do miocárdio, em alguns casos, pode irradiar para a região central do abdômen, podendo ser confundido inicialmente com algum problema de estômago.

Dor no baixo ventre

Dores abdominais que se localizam no chamado de baixo ventre ou região hipogástrica, são geralmente provocadas por:

  • Bexiga ou útero, este último, obviamente, só no caso das mulheres.
  • Infeção urinária (cistite) e cólica menstrual são as causas mais comuns.
  • Quadros diarreicos, como gastroenterite viral ou intoxicação alimentar também podem causar dor nesta região, mas geralmente são mais dispersos por todo o abdómen.
  • Gravidez não costuma causar dor, apenas uma sensação de peso. Porém, em caso de aborto, podem haver cólicas intensas.

Dor no lado esquerdo do abdómen

Assim como do lado direito, as dores de barriga no lado esquerdo podem ser dividas em dores no quadrante superior  e quadrante inferior.

Quadrante superior esquerdo

As dores mais comuns neste quadrante têm as seguintes origens:

  • Musculares;
  • Estômago;
  • Raramente, o baço, órgão localizado abaixo das costelas do lado esquerdo do abdómen;
  • Dor epigástrica;
  • Enfarte também pode causar dor no quadrante superior esquerdo da barriga.
  • Problemas na base do pulmão esquerdo também podem ser a causa.

Região central e inferior do abdómen esquerdo

Os problemas intestinais costumam ser as principais causas:

  • Gastroenterites,
  • Diverticulite.

Nas mulheres com dor no quadrante inferior esquerdo, problemas nos ovários e uma possível gravidez ectópica devem sempre ser lembrados.

Apendicite, quais os perigos?

DOR NO ABDÓMEN melhorsaude.org melhor blog de saude

Para uma localização e diagnóstico mais adequado da causa da dor abdominal, divide-se o abdómen em 4 quadrantes, conforme descrito na imagem seguinte:

Quadrantes do abdómen melhorsaude.org melhor blog de saude

Apendicite

A apendicite é uma doença comum causada pela infeção do apêndice. Afeta cerca de 7% da população, o que a torna uma das principais emergências médicas em todo o mundo. A apendicite geralmente surge entre os 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, apesar de ser rara nas crianças com menos de 2 anos.

Apêndice o que é? Onde se localiza?

Localização do apêndice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do apêndice e órgãos próximos

O apêndice é um órgão com tamanho e localização variáveis, e a sua proximidade com outros órgãos da pelve e do abdómen podem fazer com que os sintomas de apendicite sejam parecidos com os de outras doenças, tais como, diverticulite, torção do ovário, gravidez ectópica, cálculos renais e outros problemas do abdómen ou da pélvis.

Apendice melhorsaude.org melhor blog de saude
Localização do #apêndice

Sintomas da apendicite

O sintomas da apendicite nem sempre se manifestam do lado direito do abdómen. Assim de seguida descrevo os diversos cenários de sintomatologia associada à apendicite.

Dor abdominal típica:

  • A dor típica começa de forma difusa junto ao umbigo e no espaço de 24 horas migra para o quadrante inferior direito do abdómen;
  • Tipicamente existe dor à palpação do abdómen que se torna muito mais intensa quando se retira de repente a mão que executa a palpação ( sinal de Blumberg )

Dor abdominal atípica:

  • Em cerca de 15% das pessoas o apêndice localiza-se mais posteriormente, fazendo com que o local da dor da apendicite seja diferente. Neste caso o paciente pode queixar-se de dor lombar  à direita, dor no quadrante superior direito ou dor em todo o flanco direito.
  • Há também aqueles pacientes com apêndices mais baixos, cuja ponta se estende até a região da pelve. Nestes casos, a dor pode ser na virilha à direita, no ânus ou na região púbica. Evacuar ou urinar podem provocar exacerbações da dor.

Dor abdominal do lado esquerdo:

  • Apesar de raro, não é impossível que o paciente com apendicite tenha dor do lado esquerdo do abdómen, caso o apêndice seja mais comprido que o habitual e se estenda até o lado esquerdo da cavidade abdominal. Porém, apendicite não deve ser a primeira hipótese diagnóstica nos pacientes com dor abdominal no lado esquerdo, exceto nos raros casos de situs inversus (condição rara na qual os pacientes apresentam órgãos do tórax e abdómen em posição oposta à habitualmente esperada).
  • Endurecimento da parede do abdómen
  • Enjoos ( em 90% dos casos )
  • Vómitos ( em 90% dos casos )
  • Perda do apetite ( em 90% dos casos )
  • Febre
    • A febre é geralmente baixa. Só existe febre alta quando há perfuração do apêndice e extravasamento de material fecal dos intestinos para dentro da cavidade abdominal, o que gera uma intensa reação inflamatória e grave infeção.
  • Diarreia
  • Prisão de ventre
  • Distensão abdominal
  • Leucocitose (aumento do número de leucócitos ou glóbulos brancos no hemograma). Mais de 80% dos pacientes com apendicite aguda apresentam leucocitose no exame de hemograma. Quanto mais intensa é a leucocitose, em geral, mais extenso é o processo inflamatório.

Nem todos os sinais e sintomas listados acima estão necessariamente presentes nos pacientes com apendicite aguda. Alguns, tais como diarreia, prisão de ventre ou distensão abdominal, ocorrem em menos da metade dos casos.

Tipicamente os três sintomas associados mais comuns num quadro de apendicite são a dor abdominal, os vómitos e perda do apetite.

Sintomas em bebés, crianças e adolescentes 

O quadro clínico da apendicite em adolescentes é basicamente o mesmo dos adultos. Já nas crianças com menos de 12 anos, os sintomas podem ser um pouco diferentes.

Crianças entre 5 e os 12 anos (sintomas)

Assim como nos adultos, a dor de barriga e os vómitos são os sintomas mais comuns nas crianças em idade escolar, embora a característica migração da dor da região peri umbilical para o quadrante inferior direito possa não ocorrer.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor no quadrante inferior direito do abdómen – 82%
  • Náuseas – 79%
  • Perda do apetite – 75%
  • Vómitos – 66%
  • Febre – 47%
  • Diarreia- 16%

Crianças de 1 a 5 anos de idade

A apendicite é incomum em crianças com menos de 5 anos. Febre, vómitos, dor abdominal difusa e rigidez abdominal são os sintomas predominantes, embora irritabilidade, respiração ruidosa, dificuldade para andar e queixas de dor na região direita do quadril também possam estar presentes.

A típica migração da dor para o quadrante inferior direito do abdómen ocorre em menos do que 50% dos casos. Diarreia e febre, todavia, são bem mais comuns que nos adultos. As crianças pequenas costumam apresentar febre baixa (ao redor de 37,8ºC) e ruborização das bochechas.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Dor abdominal – 94%
  • Febre – 90%
  • Vômitos – 83%
  • Dor à descompressão – 81%
  • Perda do apetite – 74%
  • Rigidez abdominal – 72%
  • Diarreia- 46%
  • A distensão abdominal – 35%

Bebés ou crianças com menos de 1 ano

Se a apendicite em crianças com menos de 5 anos é incomum, a apendicite em recém-nascidos e no primeiro ano de vida é ainda mais rara. A baixa frequência de apendicite nesta faixa etária deve-se provavelmente ao formato mais afunilado e menos propenso à obstrução do apêndice, em oposição ao formato mais tubular do órgão nos adultos e crianças mais velhas.

Apesar de rara, infelizmente, a mortalidade neonatal de apendicite é de quase 30%, pois o diagnóstico precoce é muito difícil, já que o quadro clínico costuma ser muito atípico. A distensão abdominal é mais comum que a própria dor abdominal, provavelmente porque os bebés não conseguem comunicar adequadamente.

A frequência dos sinais e sintomas da apendicite nesta faixa etária é a seguinte:

  • Distensão abdominal – 75%
  • Vómitos – 42%
  • Perda do apetite – 40%
  • Dor abdominal – 38%
  • Febre – 33%
  • Inflamação da parede abdominal – 24%
  • Irritabilidade ou letargia – 24%
  • Dificuldade respiratória – 15%
  • Massa abdominal – 12%
  • Sangramento nas fezes – 10%

Tratamento para a apendicite

O tratamento é, naturalmente, cirúrgico com retirada do apêndice inflamado.

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Procedimento usa técnicas de Laparoscopia interna mas também de cirurgia tradicional

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Concluindo

O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo está errado e pode vir a ser potencialmente perigoso e ás vezes fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências:  

  • Dr. Houman Danesh, do Hospital Mt. Sinai, em Nova Iorque;
  • Dr. Pedro Pinheiro, especialista em Medicina Interna e Nefrologista. Títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.

Por favor PARTILHE ESTE ARTIGO com os seus amigos, com a certeza que este pode salvar vidas! Muito obrigado por ajudar na nossa missão para uma MELHOR SAÚDE!

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TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL TODA A VERDADE

Tensão pré-menstrual (TPM) toda a verdade! Embora possa não parecer este é um síndrome que pode destruir a vida de imensas mulheres e respetivas relações conjugais e sociais pois afeta cerca de 75% de todas as mulheres com ciclos menstruais regulares, obviamente com diferentes graus de gravidade! O que é a TPM? Quais os sintomas e quais as causas? Qual o melhor tratamento?

Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil.

Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Leia também: Top 16 doenças mais comuns nas mulheres, toda a verdade!

O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este síndrome nas mulheres afetadas, com vários graus de gravidade.

Neste artigo vou tratar ás seguintes questões:

  • Tensão Pré-Menstrual ou TPM o que é?
  • Qual a sua frequência?
  • Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM o que é?
  • Tipos de TPM;
  • Sintomas da TPM
  • Ansiedade e TPM A;
  • Compulsão ou desejo alimentar e TPM C;
  • Depressão e TPM D;
  • Hidratação e retenção de líquidos e TPM H;
  • Outros sintomas e TPM O;
  • Causas da Tensão Pré-Menstrual
  • Fatores de risco prováveis;
  • Influência da personalidade da mulher;
  • Alimentação qual influência?
  • Quais os sintomas da TPM por ordem de frequência?
  • TPM pode confundir-se com depressão?
  • Diagnóstico da TPM:
  • Que especialidades médicas devem ser consultadas?
  • O que deve perguntar ao médico?
  • O que vai perguntar o médico?
  • Tratamento da Tensão Pré-Menstrual:
  • Tratamento do Transtorno Disfórico Pré-menstrual ou  TDPM;
  • Pílula anticoncecional qual a influência?
  • Como gerir melhor a Tensão Pré-Menstrual?
  • Melhores hábitos para amenizar os sintomas da TPM.

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Tensão pré-menstrual ou TPM o que é?

A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.

Frequência

Cerca de 75% das mulheres com ciclos menstruais regulares são afetadas por alguma mudança de humor no período pré-menstrual. A mulher com TPM pode apresentar desde leves alterações do humor, até sintomas comportamentais graves, com grande impacto na qualidade de vida e prejuízos na vida social.

Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM

A TPM apresenta um pico de incidência entre os 25 e 35 anos de idade. A forma mais grave ocorre em  8-10% dos casos e é chamada de transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).

Tipos de tensão pré-menstrual

Nem todas as mulheres sentem os mesmos sintomas durante a TPM. São tantas as sensações que a medicina separou a tensão pré-menstrual em cinco tipos diferentes, que podem acontecer separadamente ou ao mesmo tempo nas mulheres, a saber:

  • TPM A e ansiedade
  • TPM C e compulsão alimentar
  • TPM D e depressão
  • TPM H e hidratação
  • TPM O e outros sintomas

Ansiedade e TPM A

A TPM tipo A está relacionada com a ansiedade. O estrogénio ajuda a baixar o stress. Na TPM A os níveis de estrogénio diminuem, existe maior libertação de adrenalina e cortisol e este fatores contribuem para um aumento acentuado de stress. Os principais sintomas são:

  • Ansiedade
  • Tensão
  • Dificuldade em dormir
  • Irritabilidade
  • Alterações de humor
  • Falta de concentração

Compulsão ou desejo alimentar e TPM C

A TPM tipo C está relacionada principalmente com a compulsão alimentar. Ela recebe a classificação C porque vem do inglês “craving”, que significa desejo. Se durante a menstruação ou antes dela prefere os restaurantes mais gordurosos ou ataca o chocolate que está no armário, esse é o seu tipo de TPM.

Os sintomas que se encaixam na TPM C são:

  • Compulsão por doces ou salgados
  • Vontade de comer guloseimas ou comidas diferentes
  • Dores de cabeça

A TPM tipo C está relacionada com os mecanismos de recompensa que temos no cérebro. Quando comemos um alimento rico em açúcar ou gordura, algumas áreas do cérebro são ativadas, dando a sensação de prazer. Como durante a TPM existem alterações hormonais, este mecanismo pode gerar uma reação exagerada, causando uma sensação de prazer ainda maior.

Depressão e TPM D

A tensão pré-menstrual do tipo D está relacionada com os sintomas depressivos. Os principais sinais dessa TPM são:

  • Raiva sem razão
  • Sentimentos perturbadores
  • Pouca concentração
  • Lapsos de memória
  • Baixa autoestima
  • Sentimentos violentos

Estes sintomas são causados geralmente pela redução de serotonina sendo uma  resposta exagerada do organismo perante às oscilações hormonais normais do período.

Hidratação e retenção de líquidos e TPM H

A TPM tipo H tem esse nome porque está relacionada com a “hidratação”. A TPM H está relacionada principalmente com a retenção de líquidos e suas consequências. Mulheres que têm a TPM do tipo H sentem:

  • Ganho de peso (por causa da retenção de líquido)
  • Inchaço ou distensão abdominal
  • Sensibilidade e inchaço nas mamas
  • Inchaço nas mãos e pés

Outros sintomas e TPM O

Existem outros sintomas menos comuns que também podem estar relacionados com a TPM. Esses sintomas foram agrupados e classificados como TPM tipo O  significando “outros” sintomas. Entre eles estão:

  • Alteração nos hábitos intestinais
  • Aumento da frequência urinar
  • Afrontamentos ou suores frios
  • Dores generalizadas, incluindo cólicas
  • Náuseas
  • Acne
  • Reações alérgicas
  • Infeções do trato respiratório

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Causas

Ainda não há uma explicação completa da causa da TPM. Os estudos sugerem uma interação das hormonas produzidas pelos ovários na segunda metade do ciclo menstrual com alguns neurotransmissores do sistema nervoso central, como a serotonina e a endorfina, associados ao controle do humor.

Não se sabe exatamente por que algumas mulheres tem síndrome de tensão pré-menstrual muito sintomática e outras não apresentam sintoma algum.

Já é comprovado que não há diferenças entre os níveis de estrogênios e progesterona entre mulheres com e sem TPM. Imagina-se que algumas mulheres sejam mais sensíveis às flutuações dos neurotransmissores cerebrais causados pelas alterações hormonais fisiológicas do ciclo menstrual.

Fatores de risco

Entre os fatores que, provavelmente, aumentam o risco de TPM estão:

  • Histórico familiar de TPM
  • Idade, sendo que os sintomas são mais comuns com o envelhecimento
  • Ansiedade, depressão ou outros problemas de saúde mental
  • Sedentarismo
  • Stresse
  • Uma dieta com baixo teor em vitamina B6, cálcio, ou magnésio
  • Alta ingestão de cafeína

Personalidade da mulher

Também ainda não se conseguiu comprovar qualquer relação entre os diferentes tipos de personalidade com a ocorrência ou não de TPM. Do mesmo modo, fatores de stress parecem não ter um papel tão importante no aparecimento da TPM como se pensava. Na verdade, é muito mais comum que a tensão pré-menstrual cause stresse do que o contrário.

Alimentação

A interferência da alimentação nos sintomas também é controversa. Excesso de sal, álcool e cafeína podem causar alterações nos níveis de neurotransmissores, porém, ainda não se conseguiu comprovar uma relação inequívoca entre dieta e TPM.

Alguns trabalhos mostraram relação entre o baixo consumo de vitaminas e sais minerais com a TPM, mas nada prova que a simples reposição destes melhora os sintomas de todas as mulheres com tensão pré-menstrual.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da TPM, em ordem decrescente de frequência, são:

  • Cansaço ou fadiga – 92%
  • Irritabilidade – 91%
  • Enfartamento – 90%
  • Ansiedade – 89%
  • Sensibilidade nas mamas – 85%
  • Alterações de humor – 81%
  • Depressão – 80%
  • Desejos alimentares – 78%
  • Acne – 71%
  • Aumento do apetite – 70%
  • Hipersensibilidade – 69%
  • Retenção de líquidos – 67%
  • Raiva e nervosismo – 67%
  • Choro fácil – 65%
  • Sensação de isolamento – 65%
  • Dor de cabeça – 60%
  • Memória fraca, esquecimentos – 56%
  • Sintomas gastrointestinais – 48%
  • Falta de concentração – 47%
  • Ondas de calor – 18%
  • Palpitações – 14%
  • Tonturas – 14%

Depressão e tensão pré-menstrual

Os sintomas da TPM e da TDPM podem ser confundidos com os de doenças psiquiátricas, como depressão e transtornos da ansiedade.

Os doentes com depressão podem piorar no período pré-menstrual e melhorar após a menstruação. Porém, eles nunca ficam completamente livres dos sintomas. Na síndrome de tensão pré-menstrual, os sintomas desaparecem por completo após a menstruação.

A estreita relação temporal com os sintomas a piorar na segunda metade do ciclo menstrual e resolução completa dos mesmos sintomas após a menstruação é a base para o diagnóstico da TPM.

Diagnóstico

Não existe um teste ou exame definitivo para o diagnóstico da TPM. O diagnóstico é dado após uma cuidadosa obtenção da história clínica e do exame físico da paciente. Análises de sangue são completamente normais na TPM, mas são solicitadas para se descartar outras causas para os sintomas, como, por exemplo, alterações da tireoide.

Médico especialista a consultar

Os especialistas que devem diagnosticar a TPM são:

  • Endocrinologista
  • Ginecologista

Estar preparada para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Para ajudar o médico pode chegar à consulta já com algumas informações importantes, a saber:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Historial médico, incluindo outras condições que a mulher tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça a uma pessoa da sua confiança para a acompanhar

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Quão graves são os sintomas?
  • Em que dias do ciclo menstrual os sintomas são piores?
  • Tem dias livres de sintomas durante o ciclo menstrual?
  • Pode prever quando os sintomas vão aparecer?
  • Alguma coisa parece fazer os sintomas melhores ou piores?
  • Os sintomas interferem com suas atividades diárias?
  • Você ou alguém da sua família foi diagnosticado com um transtorno psiquiátrico?
  • Que tratamentos já tentou até agora? Eles funcionaram?
  • Toma a pilula anticoncecional? Qual?
  • Quais os medicamentos e suplementos que toma?

Também é importante levar as suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pelas mais importantes. Isso garante que conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar.

Para TPM, algumas perguntas básicas incluem:

  • Há algo que eu possa fazer para minimizar os sintomas da TPM?
  • Os sintomas da TPM, eventualmente, podem desaparecer?
  • Será que esses sintomas indicam uma doença mais grave?
  • Recomenda um tratamento para os sintomas da TPM? Quais são os tratamentos disponíveis?
  • Existe uma alternativa genérica para o medicamento prescrito?
  • Existe literatura impressa que possa levar comigo? Que sites recomenda para melhor informação?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico do transtorno disfórico pré-menstrual

A TDPM é uma TPM grave. Normalmente, a paciente apresenta sintomas mais intensos, como explosões de raiva e crises de ansiedade. A paciente com transtorno disfórico pré-menstrual, ao contrário da TPM simples, apresenta problemas de relacionamento interpessoal e frequentemente entra em conflitos no trabalho, o que pode gerar prejuízos na vida íntima e profissional.

Para auxiliar no diagnóstico, o médico pode lançar mão de questionários, para serem preenchidos pela mulher, relatando seus sintomas durante todos os dias do ciclo menstrual.

Tratamento

Uma série de medicamentos podem ser úteis para controlar a TPM. Porém, muitas mulheres conseguem controlar os sintomas apenas com mudanças de estilo de vida.

  • A prática de exercícios físicos regulares e uma
  • Alimentação equilibrada, rica em frutas e verduras, e pobre em sal pode ajudar mais do que se imagina.
  • Técnicas de relaxamento
  • Suplementação de vitaminas pode ser indicada pelo seu médico, em alguns casos.

Não existe um único remédio ou tratamento para todas as mulheres que sofrem com TPM, mas sim tratamentos diferenciados em função dos sintomas manifestados. De seguida descrevemos algumas das abordagens de tratamento em função do tipo de TPM diagnosticado, a saber:

TPM A ( Ansiedade ) tratamento

A melhor maneira de amenizar o stresse e a ansiedade da TPM tipo A é praticando exercícios físicos, além de manter uma dieta adequada. A atividade física ajuda a liberar endorfinas, hormonas que dão a sensação de prazer.

Para casos mais graves, existem alguns medicamentos, como os ansiolíticos, que podem ser usados para amenizar os sintomas. No entanto só um médico, que pode ser o ginecologista, o endocrinologista ou um psiquiatra, poderá prescrever o tratamento mais adequado à mulher.

TPM C ( Compulsão alimentar ) tratamento

Para amenizar esse tipo de sintoma, primeiramente deve-se tentar fazer escolhas alimentares mais saudáveis ou então praticar atividade física – que ajuda a diminuir a dor de cabeça. Manter uma dieta equilibrada e rica em ômega 3, presente nos peixes e frutos do mar, pode ajudar a controlar essa compulsão.

O uso de ansiolíticos e alguns medicamentos para compulsão em casos específicos também pode ser receitado. Algumas mulheres relataram que suplementos como ômega 3 e óleo de prímula ajudam na redução dos sintomas de desejo.

A enxaqueca e dor de cabeça pode ser prevenida com o uso de medicamentos, como o topiramato. Mas só um médico poderá receitá-lo. Além disso, o uso de anticoncecional de baixa dose também pode ser utilizado e também analgésicos para o alívio da dor.

TPM D ( Depressão ) tratamento

Se os sintomas de depressão e tristeza forem graves, pode ser receitado o uso de antidepressivos. No entanto, geralmente os sintomas podem ser controlados com uma dieta equilibrada, prática de atividade física e cessação de vícios, como álcool e tabaco.

TPM H ( Hidratação ) tratamento

Em alguns casos o uso de diuréticos pode ser necessário para combater a retenção de líquido. No entanto, o principal é reduzir o consumo de alimentos que promovem a retenção de líquidos, como sal e cafeína. Isso ajuda a reduzir o inchaço e sensibilidade.

TPM O ( Outros ) tratamento

A libertação de agentes inflamatórios relacionados com o fluxo menstrual pode interferir no fluxo intestinal e causar dores, como cólicas. O uso de anti-inflamatórios nos dias que precedem o fluxo menstrual e nos primeiros dias pode ajudar a regularizar. Devido à retenção hídrica o organismo pode tentar autorregular-se, levando ao aumento na frequência de urina. Reduzir o consumo de sódio é a principal medida.

Já os afrontamentos e sudorese fria, se forem realmente incómodos, podem ser tratados com o uso dos anticoncecionais de baixa dosagem. Isso evita as oscilações hormonais maiores e com isso previne as queixas relacionadas com os afrontamentos que provocam uma sensação de calor intenso.

A acne terá tratamento local para redução da oleosidade e uso de anticoncecional com ação anti-androgénica, ou seja, bloquear a ação hormonal masculina sobre a pele.

As náuseas e infeções do trato respiratório têm um tratamento preventivo mais global, com prática de exercícios, redução de sal, cafeína, álcool, açúcar e cigarro.

Transtorno disfórico pré-menstrual tratamento

Nos casos mais sintomáticos ou naquelas com diagnóstico de TDPM a terapia medicamentosa deve ser utilizada.

Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina são os medicamentos de primeira linha. As drogas mais conhecidas desta classe são:

  • Sertralina
  • Fluoxetina
  • Paroxetina
  • Citalopram

Pílula anticoncecional

O uso de anticoncecionais apresenta efeitos dispares. Algumas mulheres referem grande melhoria do quadro, porém, outras queixam-se que piora.

A Yaz® é uma pílula aprovada especificamente para o controle da TPM e apresenta eficácia em mais de 60% do casos, o que a torna o anticoncecional com os melhores resultados.

Nos casos graves refratários ao tratamento convencional, pode-se lançar mão de drogas que inibam a produção de estrogênio e progesterona pelo ovário, chamadas agonistas do GnRH (Leuprolide). Essas drogas causam uma menopausa medicamentosa, por isso, para serem usadas de forma prolongada, o seu médico terá que fazer reposições de estrogênio e progesterona.

A grande maioria das mulheres consegue um bom controle da TPM com o tratamento, porém, em casos mais graves de TDPM, quando todos os tratamentos falham, a cirurgia para remoção dos ovários é uma opção que deve ser proposta para as mulheres que não desejam mais ter filhos.

Como gerir melhor a TPM?

O primeiro passo para gerir melhor a TPM é manter um diário menstrual. Anote o tipo de sintomas que tem, se são graves, quando ocorre a menstruação e quando é a ovulação. Isso pode ajudar a identificar padrões no ciclo e planear com antecedência a melhor maneira de lidar com os sintomas.

Siga algumas das seguintes dicas para lidar com os sintomas da TPM:

Pratique hábitos saudáveis:

  • Fazer pelo menos 2 horas e meia de exercícios moderados por semana
  • Comer uma dieta equilibrada, que inclui grãos integrais, proteínas, laticínios de baixo teor de gordura, frutas e legumes
  • Limitar cafeína, álcool, chocolate e sal
  • Considere suplementação de cálcio, ômega 3 e vitamina B6 com o seu médico
  • Parar de fumar

Como gerir melhor a dor?

Usar um medicamento anti-inflamatório não esteroide ou analgésico pode ajudar a aliviar a dor e reduzir o sangramento menstrual. Usar um sutiã com mais apoio, como um sutiã desportivo, pode ajudar a reduzir a dor na área.

Como reduzir o stress?

  • Tente algumas técnicas de relaxamento, tais como exercícios de respiração, yoga ou massagem terapêutica
  • Pratique uma melhor gestão do seu tempo e tente dormir o suficiente
  • Crie um sistema de apoio. Junte-se a um grupo de apoio sobre TPM e procure o apoio de seus amigos e familiares

Com este artigo pretendemos ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, das suas famílias e das suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Fique bem!

Franklim M. Fernandes

Por favor PARTILHE este artigo e ajude muitas mulheres e suas famílias a terem uma vida mais FELIZ!

Referências

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Beber álcool a mais como recuperar? Toda a verdade!

Beber demais o que fazer? Álcool e Ressaca como evitar e recuperar do excesso? Tudo o que não sabe sobre beber álcool a mais! Porque nos faz sentir tão mal? Beber demais prejudica o fígado, como pode evitar? E se acontecer…como posso curar mais rápido? Nas quadras festivas e dias especiais estas questões colocam-se demasiadas vezes sem que se faça o que é possível para evitar tantos danos para o nosso organismo! Saiba como se pode proteger e curar se não conseguir evitar…tomar três copos a mais!

Para piorar tudo muitas vezes nas ocasiões festivas além do álcool juntam-se os exageros alimentares de carnes, gorduras e doces que são viciantes… tal como o álcool! Se este é o teu caso  então lê aqui o meu artigo sobre Indigestão, azia, refluxo e enfartamento e como podes recuperar dos excessos!

Leia também: Indigestão, azia, refluxo e enfartamento… toda a verdade!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

    • Quais os efeitos psicoativos do álcool?
    • Quais os efeitos imediatos do álcool?
    • Efeitos a longo prazo do álcool, quais são?
    • Quais as perturbações psíquicas que provoca?
    • Quais os riscos de consumir álcool na gravidez?
    • O que é a tolerância inversa?
    • Quais os efeitos da supressão súbita do álcool?
    • Quais os sinais duma intoxicação alcoólica aguda?
    • Como é metabolizado o álcool?
    • O que é a metabolização alcoólica?
    • Qual a bioquímica do álcool?
    • Porque ficamos bêbados?
    • O que acontece se beber durante a refeição?
    • O que acontece quando os níveis de álcool são elevados?
    • O que é uma ressaca?
    • Porque acontece a ressaca?
    • Porque ocorre intoxicação pelo acetaldeído?
    • Queda da glicose sanguínea, porque acontece?
    • Porque ocorre a desidratação com o consumo de álcool?
    • Que quantidade de álcool posso beber sem ter ressaca?
    • Como evitar uma ressaca?
    • Como curar uma ressaca?

Álcool e os efeitos Psicoativos

O marcado carácter social desta substância e a grande aceitação de que goza, permitem catalogar como sendo normais padrões de consumo que, na realidade, são claramente exagerados. Do exagero surgem uma série de consequências adversas que descrevo de seguida.

Beber demais efeitos Imediatos

Quando bebemos demais à sensação inicial de euforia e de desinibição, segue-se um estado de sonolência, turvação da visão, descoordenação muscular, diminuição da capacidade de reação, diminuição da capacidade de atenção e compreensão, fadiga muscular, etc.

O álcool atua bloqueando o funcionamento do sistema cerebral responsável pelo controlo das inibições. Estas, ao verem-se diminuídas, fazem com que o indivíduo se sinta eufórico, alegre e com uma falsa segurança em si mesmo que o poderá levar, em determinadas ocasiões, a adotar comportamentos perigosos.

Acidentes rodoviários

Os acidentes rodoviários merecem uma menção especial. Uma altíssima percentagem destes têm relação direta com o consumo do álcool. Há mais mortes, por dia, causadas pelo álcool do que por outras substâncias psicoativas. Podemos afirmar que é a primeira causa de morte entre os jovens. Contrariamente ao que se diz, o álcool não é um estimulante do sistema nervoso central mas sim um depressor.

O excessivo consumo de álcool produz:

Se as doses ingeridas forem muito elevadas, caso de intoxicação etílica aguda, pode surgir depressão respiratória, coma etílico e eventualmente a morte.

Leia também: Esta é a melhor forma de desintoxicação do nosso corpo, toda a verdade!

Efeitos a longo prazo

O consumo crónico produz alterações diversas em diferentes órgãos vitais:

  • Cérebro – deterioração e atrofia;
  • Sangue – anemia, diminuição das defesas imunitárias;
  • Coração – alterações cardíacas (miocardite);
  • Fígado – hepatopatia, hepatite, cirrose;
  • Estômago – gastrite, úlceras;
  • Pâncreas – inflamação, deterioração;
  • Intestino – transtornos na absorção de vitaminas, hidratos e gorduras, que provocam sintomas de carência.

Leia também: Fígado gordo sem consumo de álcool, estes são os perigos, toda a verdade!

Perturbações Psíquicas

As perturbações psíquicas mais relevantes causadas pelo álcool são as seguintes:

  • Irritabilidade;
  • Insónia;
  • Delírios por ciúmes;
  • Ideias de perseguição;
  • Encefalopatias com deterioração psico-orgânica (demência alcoólica).

Consumo na gravidez

O consumo habitual na mulher grávida pode dar lugar à síndrome alcoólica-fetal, caracterizado por malformações no feto, baixo coeficiente intelectual, etc.

Tolerância inversa

O álcool provoca tolerância e um alto grau de dependência, tanto física como psicológica. Nos consumidores crónicos pode surgir a Tolerância Inversa, então, basta uma pequena quantidade para se ficar embriagado.

Supressão súbita do álcool

A supressão súbita do álcool no paciente consumidor dependente pode desencadear uma grave síndrome de abstinência que requer atenção médica urgente. Os sintomas entre as doze e as dezasseis horas seguintes à privação da bebida, são os seguintes:

  • Inquietação,
  • Nervosismo,
  • Ansiedade.

Várias horas depois, podem aparecer:

  • Cãibras musculares,
  • Tremores,
  • Náuseas,
  • Vómitos,
  • Grande irritabilidade.

A partir do segundo dia de abstinência, nos casos mais graves, surge o denominado “delirium tremens”, caracterizado por:

  • Confusão mental,
  • Desorientação no tempo e no espaço, em relação a si e aos outros,
  • Clara desintegração dos conceitos,
  • Aparecimento de delírios,
  • Alucinações,
  • Fortes tremores.

No núcleo familiar, um elevado grau de alcoolismo pode conduzir à falta de responsabilidade, desintegração familiar, crises, maus tratos, etc. Outras consequências provocadas pelo alcoolismo são:

  • Instabilidade e o absentismo laboral,
  • Aumento de acidentes,
  • Comportamentos criminosos,
  • Alterações da ordem,
  • Suicídio.

Intoxicação alcoólica aguda

Após a ingestão de grandes quantidades, o álcool chega rapidamente ao cérebro e provoca os sintomas da embriaguez nos seus mais variados aspetos. As manifestações mais importantes são: comportamentos desadaptados, como por exemplo os impulsos sexuais desinibidos ou agressivos, sensibilidade emocional, deterioração da capacidade de raciocínio e da atividade social, fala premente, descoordenação, instabilidade motora, rubor facial, mudanças no estado de ânimo, irritabilidade, loquacidade e falta de atenção. A conduta habitual do indivíduo pode acentuar-se ou alterar-se. Por vezes, aparecem fenómenos de amnésia durante a intoxicação.

Fatores como a existência de tolerância; o tipo do álcool; a quantidade ingerida; a rapidez do consumo; a ingestão simultânea de alimentos; as circunstâncias ambientais; a personalidade do consumidor ou o consumo de algum medicamento, poderão influir de forma acentuada nas características da embriaguez. Os casos mais graves de intoxicação levam à perda de consciência, ao coma e inclusivamente à morte por depressão cardiorrespiratória.

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Metabolização hepática

Quando ingerimos qualquer substância, ela passa basicamente por três fases:

    • Digestão,
    • Absorção,
    • Metabolização no fígado.

Todos os alimentos que ingerimos são decompostos ou quebrados na boca, estomago e intestino em elementos mais simples na forma de proteínas, gorduras, hidratos de carbono, vitaminas, minerais e toxinas para serem  absorvidos pelo trato gastrointestinal e passarem pelo fígado antes de chegar a qualquer outro órgão. Isto é válido para alimentos, álcool, remédios, drogas, etc. O fígado é uma espécie de central de tratamento dos alimentos que comemos e bebemos. Nada chega à circulação sanguínea sem antes ter sido metabolizado pelo fígado. Este processo chama-se metabolização hepática.

A metabolização hepática inativa substâncias tóxicas que tenham sido ingeridas, como por exemplo o álcool (etanol). O processo de metabolização hepática do álcool  é curioso, pois, como o fígado humano não produz uma enzima que neutralize diretamente o álcool, ele é metabolizado em duas fases:

    • Fase 1 – transforma o álcool em acetaldeído (metabolito tóxico)
    • Fase 2 – transformação do acetaldeído em acido acético (metabolito neutro, não ativo e não tóxico)

Esta metabolização tem dois problemas:

  1. O acetaldeído é uma substância mais tóxica que o próprio álcool;
  2. O acetaldeído só é transformado e inativado em ácido acético após uma segunda passagem pelo fígado.

Resumindo, consumimos álcool, mas antes do mesmo chegar à circulação sanguínea central, o fígado transforma-o em acetaldeído, uma substância ainda mais tóxica. Só depois de rodar todo o organismo e retornar ao fígado é que finalmente o álcool ingerido (agora sob a forma de acetaldeído) consegue ser transformando-se em  ácido acético, este sim inativo e não tóxico.

Após bebermos álcool, o resultado final é o seguinte:

    • 92% do etanol ingerido é metabolizado e inativado pelo fígado,
    • 3% é eliminado na urina,
    • 5% é eliminado pelos pulmões na respiração (daí o teste do balão)
    • Menos de 1% sai na pele através do suor.

O acetaldeído é um carcinogénico e pode levar à lesão do fígado se a exposição for frequente e prolongada.

Bioquímica do álcool

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Porque ficamos bêbados?

Já sabemos que o álcool, que é uma substância tóxica, após ser ingerido é transformado noutro elemento ainda mais tóxico antes de circular por todo o corpo. Mas o problema não termina aí. A absorção do álcool pelos intestinos é muito mais rápida do que a capacidade do fígado de metabolizá-lo. O fígado só consegue metabolizar o equivalente a 10 gramas de álcool por hora, o que é menos que um 1 copo de vinho ou 300 ml de cerveja, que possuem cerca de 12 gramas de álcool. Portanto, se tomarmos o equivalente a 5 copos de vinho, o corpo vai demorar, em média, 6 horas para eliminar todo esse volume. Isso significa que após um consumo exagerado de álcool, durante várias horas o nosso organismo vai ter que lidar com duas substâncias altamente tóxicas a circular no sangue:

    • Álcool,
    • Acetaldeído.

Beber durante a refeição

Quando estamos de estômago cheio, a absorção de etanol fica mais lenta, dando mais tempo ao fígado para metabolizar o álcool que chega. Por isso, a intoxicação por etanol é mais intensa quando bebemos em jejum. Bebidas alcoólicas gasosas são absorvidas mais lentamente e alimentos ricos em proteínas (ex: carne e peixe) ou em açúcar reduzem a absorção do álcool.

Níveis de álcool elevados

Conforme o nível de álcool aumenta, a capacidade de julgamento fica alterada e surgem os comentários e as ações impróprias. Doses maiores de álcool e acetaldeído na circulação intoxicam os neurónios, levando à inibição do funcionamento do sistema nervoso. Á medida que a concentração sanguínea aumenta, a pessoa vai passando pelas seguintes fases:

  1. Letargia,
  2. Sonolência,
  3. Redução do nível de consciência,
  4. Coma alcoólico,
  5. Eventualmente, morte.

Estar bêbado significa estar com os neurónios intoxicados por álcool (e acetaldeído). Os sintomas da bebedeira duram até o fígado conseguir neutralizar todo o álcool e o acetaldeído que circulam no sangue, o que já vimos que pode levar horas.

Ressaca, o que é?

Estes são os principais sintomas que sinalizam uma ressaca:

  • Sensibilidade à luz,
  • Boca seca,
  • Gosto amargo,
  • Tonturas,
  • Fraqueza nas pernas,
  • Dor de cabeça,
  • Náuseas,
  • Vómitos,
  • Diarreia,
  • Fezes com cheiro a álcool,
  • Dificuldade de raciocínio,
  • Falha de memória.

A ressaca habitualmente surge quando o nível de álcool no sangue já está baixo, quase zero, após um enorme trabalho de limpeza feito pelo fígado.

Ressaca porque acontece?

A ressaca parece ocorrer basicamente por três motivos:

  1. Intoxicação pelo acetaldeído.
  2. Queda da glicose sanguínea (hipoglicémia).
  3. Desidratação.

Intoxicação pelo acetaldeído

O acetaldeído chega a ser até 30 vezes mais tóxico para as células do que o etanol. No caso de um consumo exagerado de álcool pode haver presença deste metabólito tóxico na circulação ainda por várias horas após o indivíduo ter parado de beber. Grande parte do mal estar da ressaca é consequência da exposição prolongada das células ao acetaldeído, o que provoca uma espécie de inflamação generalizada do organismo. Além disso, os neurónios ficam intoxicados, o que atrapalha o estabelecimento de um padrão adequado de sono. A pessoa fica sonolenta, mas a qualidade do sono é má, mantendo o cansaço.

Glicose sanguínea baixa

O processo de metabolização do etanol envolve vias enzimáticas do fígado que também participam na produção de glicose, principalmente em períodos de jejum. Como essa enzimas estão ocupadas metabolizando o etanol, temos uma queda no nível de glicose para o cérebro e outras regiões do organismo. Daí surgem os sintomas de fraqueza e mal-estar.

Desidratação

Um dos efeitos adversos do etanol no cérebro é inativar a produção de uma hormona chamada ADH (hormona antidiurética). Os rins filtram em média 180 litros de sangue (água) por dia. Graças à hormona ADH, destes 180 litros filtrados, urinamos apenas 1 ou 2 por dia. A hormona ADH é um dos principais mecanismos de controle da quantidade de água corporal. Quando ele é inibida, toda a água que passa pelos rins é eliminada na urina. Por isso, alguns minutos após o ingestão de álcool, começamos a urinar com frequência. Após consumo de bebidas alcoólicas a urina fica clara porque neste momento a sua urina é basicamente água pura. Esse efeito diurético leva à desidratação, que causa os seguintes sintomas sintomas:

    • Boca seca,
    • Sede,
    • Dor de cabeça,
    • Irritação,
    • Cãibras.

A hormona ADH só volta a ser produzida pelo sistema nervoso central quando os níveis de álcool voltam a valores baixos, o que só acontece, geralmente, após horas de eliminação excessiva de água.

Quantidade de álcool a beber sem ressaca?

O risco de ressaca é maior quando há um consumo de pelo menos 4 copos de vinho ou 4 latas de cerveja (ou o equivalente em álcool de qualquer outra bebida) no intervalo de 2 horas. Esta é uma quantidade de álcool consumido acima da capacidade de metabolização hepática, promovendo a formação no fígado de grandes quantidades de acetaldeído que é de seguida libertado para a corrente sanguínea.

Evitar a ressaca

Alccol e ressaca melhorsaude.org

Afinal como conseguimos evitar a ressaca? Antes de mais deve dizer-se que é possível beber uma boa quantidade de álcool sem ficar com ressaca… basta ter os cuidados ou técnicas que de seguida se descrevem. No entanto, que fique claro, que qualquer quantidade de álcool consumida parece ser lesiva para o nosso corpo… portanto evite ou pelo menos modere o consumo e a frequência com que bebe!

Beber devagar

Beber mais devagar e só depois de ingerir alimentos ricos em proteínas e carboidratos diminui a velocidade de absorção de álcool pelos intestinos, dando tempo para o fígado metabolizar o álcool que vai sendo consumido. O ideal é comer antes de começar a beber. Depois de bêbado, o álcool já foi todo absorvido, comer só vai aumentar o risco de você vomitar. Todavia, nada impede que você petisque durante a festa enquanto bebe, pois isso ajuda a retardar a absorção do álcool.

Beber muita água

Beber muita água antes, durante e depois da festa talvez seja a melhor dica. Sempre que for urinar, beba algo não alcoólico, seja água, sumo ou refrigerantes (com açúcar de preferência).

Evitar bebidas mais escuras

Bebidas mais escuras – como uísque, vinho tinto, tequila (que não é tão escura) e conhaque – geralmente causam ressacas piores do que o vinho branco, cerveja ou bebidas claras, como vodka ou gin. No entanto não esqueça que a cerveja ou a vodka também provocam  ressaca quando tomadas de forma exagerada.

Produtos anti-ressaca

Produtos anti-ressaca, tomados antes de beber têm pouco fundamento científico. São drogas que misturam substâncias contra náuseas, analgésicos e cafeína, tentando amenizar alguns dos sintomas da ressaca. O problema é que o seu efeito já não é tão grande muitas horas depois de tomado e alguns deles ainda contêm anti-inflamatórios ou aspirina, que são substâncias que irritam o estômago.

Estas drogas não são eficazes sobre a desidratação, nem sobre a hipoglicemia, nem sobre a irritação que o acetaldeído provoca nas células. Além de não funcionarem bem como prevenção da ressaca, estes medicamentos ainda podem estimular o indivíduo a beber mais, pois o mesmo passa a achar que está protegido contra os efeitos maléficos de um consumo exagerado de álcool.

Pera asiática antes de beber

Pera asiática– A Organização de Pesquisas da Comunidade Científica e Industrial da Austrália desenvolveu um estudo para saber de que maneira uma ressaca pode ser curada. Os cientistas descobriram que beber 220ml de sumo de pera asiática é o ideal antes de ingerir bebida alcoólica. A pera asiática tem formato de maçã e possui enzimas capazes de acelerar o metabolismo do álcool, inibindo a absorção da substância.

A autora do estudo, Manny Noakes disse que as reduções foram observadas nos níveis de acetaldeído do sangue. A gravidade da ressaca, medida numa escala com 14 sintomas, diminuiu significativamente no grupo que bebeu o sumo de pera-asiática, comparado com aqueles que beberam placebo. O efeito mais forte foi visto no sintoma de dificuldade de concentração.

Estudo Autraliano: Researchers find pear juice can ward off hangovers

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Curar ressaca mas como?

Beba muitos líquidos ao acordar. A não ser que esteja habituado a beber café de manhã, o ideal é evitá-lo, pois a cafeína também é um diurético. Água e sumos são o ideal. Isotónicos também podem ser usados.

Não existe um remédio que cure a ressaca nem que acelere o metabolismo do etanol. De nada adianta tomar banho frio, café, chás, produtos com cheiro forte ou qualquer outra medicação caseira. O importante é hidratação, carboidratos e bastante repouso. Habitualmente, a ressaca melhora no espaço de um dia.

Desintoxicantes ajudam na ressaca

Existem diversos produtos que alegam ter efeito mitigador da ressaca ou seja diminuir os seus danos e sintomas no nosso organismo. No entanto para ser utilizado com eficácia e segurança e comprado facilmente na sua Farmácia  destaca-se um medicamento não sujeito a receita médica chamado Guronsan®, muito utilizado como desintoxicante, após uma noite de copos, cuja composição é a seguinte:

  • Cafeína (50mg), um estimulante psíquico por excelência.
  • Glucuronamida (400mg), responsável pela eliminação de toxinas do organismo, daí a sua importância como efeito desintoxicante.
  • Ácido ascórbico (500mg), tónico geral, a famosa vitamina C.

Pela composição, é indicado como desintoxicante, mas também para um dia de estudo ou esforço intenso e é tomado ao pequeno-almoço e almoço, dissolvido em água, para que os efeitos sejam sentidos logo pela manhã e ao longo do dia.

O problema deste produto quando usado para tratar a ressaca é a cafeína porque esta tem um efeito diurético e portanto num contexto de desidratação e excesso de urina pode aumentar ainda mais o efeito desidratante da ressaca. Este produto é portanto útil apenas quando a frequência urinária volta ao normal ou seja quando deixamos de sentir a vontade permanente de urinar.

Cafeína

A Cafeína, que no Guronsan aparece na dose de 50mg, equivale a meio café expresso e tem um efeito estimulante. Quando em circulação, estimula a libertação de cortisol e adrenalina. O cortisol e a adrenalina ajudam a acelerar o metabolismo, a melhorar a concentração e o estado de vigília.

Glucuronamida

O ácido glucorónico é uma substância que existe naturalmente no fígado. A Glucuronamida é um derivado deste ácido. No organismo, a Glucuronamida vai ligar-se às toxinas, tornando-as mais solúveis, fazendo com que as toxinas sejam mais facilmente excretadas pela urina.

Vitamina C ou ácido ascórbico

A Vitamina C tem um papel importante na proteção de todas as estruturas do organismo. Em casos de “intoxicação”, a Vitamina C encontra-se diminuída. Nessas situações, o aumento do aporte de Vitamina C ajudará ao reforço do sistema imunitário, acelerando a resposta natural do organismo a agressões e claro intoxicações

 Concluindo

O consumo excessivo e generalizado de álcool é um assunto que deve preocupar-nos a todos. São inúmeros os casos de jovens alcoolizados em idade escolar e universitária que acabam na urgência do hospital passando a ser motivo apenas de “risota” em vez de serem motivo de séria preocupação e acompanhamento por parte dos educadores! O álcool é de longe a maior “droga legal” e o seu consumo é tão transversal por toda a sociedade que os custos de saúde associados são “monstruosos”! A educação dos mais jovens têm de ser muito mais eficaz a alertar para os malefícios do álcool, não só para os proteger mas também para que levem a mensagem para casa onde, em muitos lares, é certamente necessária!

Referências

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OLHOS ASTIGMATISMO MIOPIA E DOENÇAS COMUNS



Doenças dos olhos quais as que têm uma prevalência importante na população? Astigmatismo, miopia, cataratas, estrabismo, hipermetropia, ceratocone quais as mais comuns? Quais as diferenças? Quais os tratamentos? Como proteger os seus olhos? Quando deve consultar o oftalmologista? A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia aconselha os adultos saudáveis a fazer pelo menos uma visita ao oftalmologista entre os 20 e os 40 anos, para aferir a saúde dos seus olhos, desde que não surjam sintomas.

As pessoas diabéticas, ou com outras doenças que sejam um factor de risco para problemas oculares devem ser também examinadas com maior frequência (uma vez por ano). Antes dos 20 anos e muito em especial antes da entrada para a escola, o despiste e a descoberta de alguns problemas oculares reveste-se de uma importância particular pelo que o exame médico aos olhos deve ser mais frequente. Após os 40 anos a consulta médica com o oftalmologista deve ser feita de dois em dois anos nas pessoas saudáveis.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões?

  • Qual a anatomia do olho?
  • Como funciona o olho humano?
  • Doenças do olhos: Quais as mais comuns?
  • Defeitos refrativos: Quais são?
  • O que é a miopia?
  • Dioptrias: Quais os graus de miopia?
  • Hipermetropia o que é?
  • Astigmatismo o que é?
  • Presbiopia ou vista cansada o que é?
  • Catarata o que é?
  • Catarata: Quais as causas? Quais os sintomas? Como se trata?
  • Glaucoma o que é?
  • Porque sobe a tensão ocular?
  • Glaucoma quais os sintomas e os perigos?
  • Estrabismo o que é?
  • Retinopatia diabética o que é?
  • Ceratocone ou queratocone o que é?
  • Ceratocone quais os sintomas e tratamentos disponíveis?
  • Olhos das crianças: Como fazer a deteção precoce de doenças?
  • Olhos das crianças: Quais as doenças mais comuns?
  • Olhos das crianças: Quais as doenças mais graves?
  • Estimulação da visão funcional da criança com baixa visão, como fazer?
  • Prevenção de doenças oculares, conselhos úteis?
  • Oftalmologista: Com que frequência devo examinar os meus olhos?
  • Óculos de sol quais os melhores? Como escolher?
  • Écrans de computador fazem mesmo mal aos olhos?
  • Quando levar o meu filho ao oftalmologista?
  • Qual o tratamento da miopia, astigmatismo e hipermetropia?
  • Cirurgia refrativa laser o que é? LASIK e PRK o que é?
  • Lentes fáquicas o que são?

Anatomia do olho normal

Olhos anatomia do olho humano melhorsaude.org melhor blog de saude

Olhos anatomia do olho melhorsaude.org melhor blog de saude Imagem adaptada da American Academy of Ophthalmology

Córnea – A parte mais anterior e transparente do globo ocular. Tem um papel importante na focagem das imagens no interior do olho.

Íris – A parte que dá cor aos olhos. Regula a quantidade de luz que entra no globo ocular.

Pupila – É a zona escura e circular no centro da íris. É o espaço por onde as imagens penetram no nosso olho.

Cristalino – É uma estrutura transparente, em forma de lente, situada na área pupilar e atrás da íris. A sua principal função é a focagem fina das imagens na retina.

Vítreo – É uma substância gelatinosa e transparente que preenche o globo ocular atrás do cristalino.

Retina – É uma membrana composta por células nervosas que reveste o interior do globo ocular. Converte as imagens em impulsos nervosos que são transmitidos ao cérebro pelo nervo ótico.

Mácula – Região especial da retina com particular importância na visão fina da forma e da cor.

Nervo ótico – É o nervo que liga o olho ao cérebro. Atua como um fio elétrico que transmite ao cérebro os impulsos nervosos produzidos pela retina onde são depois interpretados como imagens.

Como funciona o olho humano?

Olhos: Funcionamento_do_olho_humano melhorsaude.org melhor blog de saude

Olhos: Funcionamento do olho humano melhorsaude.org melhor blog de saude

Doenças dos olhos mais comuns

Pretende-se dar informação em linguagem simples sobre diversas doenças oculares. Conhecer as doenças e saber preveni-las é importante para a sua saúde. Em caso de doença, estas informações nunca deverão substituir a consulta com o oftalmologista.

Defeitos Refrativos

Os problemas visuais mais frequentes são os defeitos refrativos, tais como:

  • Miopia,
  • Hipermetropia,
  • Astigmatismo,
  • Presbiopia,
  • Retinopatia diabética.

Miopia astigmatismo Visão normal vs defeitos refractivos melhorsaude.org melhor blog de saude

Estes dizem respeito a um conjunto de alterações nos quais há uma focagem inadequada das imagens na retina. São, na grande maioria, facilmente corrigidos com óculos ou lentes de contacto. Em casos mais raros a cirurgia poderá ser uma opção.

É importante saber-se que:

Muitas alterações da visão não são defeitos refrativos (várias doenças oculares e não oculares levam a perturbações visuais); alguns defeitos refrativos podem ter como causa certas doenças que só um médico oftalmologista poderá avaliar corretamente;

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Miopia o que é?

É uma situação em que a imagem é focada à frente da retina e traduz-se por uma dificuldade de visão ao longe. Um olho míope é normalmente maior que o normal e é mais propenso a algumas doenças (ex. glaucoma, descolamento de retina, etc.) pelo que carece de uma atenção especial por parte do médico oftalmologista.

Miopia: Olho normal vs olho miope melhorsaude.org melhor blog de saude

Miopia correcção melhorsaude.org melhor blog de saude

Dioptrias quais os graus de miopia?

Existem diferentes graus de miopia medidos em dioptrias. O doente míope pode sentir maior ou menor dificuldade em ver ao longe, dependendo do seu grau de miopia. Quanto maior for o grau da miopia maior é a dificuldade em ver ao longe. Por exemplo, uma miopia de 1 dioptria ou uma miopia de 10 dioptrias possuem diferenças significativas sobre a acuidade visual dos doentes afetados.

A miopia é, normalmente, classificada nos seguintes graus:

  • Miopia ligeira – até 3 dioptrias;
  • Miopia moderada – de 3 a 6 dioptrias;
  • Miopia alta – mais de 6 dioptrias.

Uma miopia elevada (acima de 6 dioptrias) pode implicar uma drástica diminuição da qualidade de vida.

Hipermetropia o que é?

É um defeito refrativo caracterizado por dificuldade de visão ao perto. Provoca habitualmente fadiga ocular e até dores de cabeça com o trabalho mais minucioso ou com a leitura, pela exigência aumentada de focagem a que os olhos são solicitados. Um olho hipermétrope é habitualmente mais pequeno que o normal e a “resistência” à hipermetropia diminui com a idade. Pode ser a causa do mau aproveitamento escolar de uma criança

Hipermetropia melhorsaude.org melhor blog de saude

Astigmatismo o que é?

Corresponde a uma qualidade visual desigual consoante o eixo visual em causa. Resulta na maioria dos casos a uma curvatura desigual da córnea provocando uma visão distorcida. Pode ocorrer isoladamente ou associado aos outros defeitos refrativos.

Astigmatismo melhorsaude.org melhor blog de saude

Presbiopia ou vista cansada o que é?

Corresponde à dificuldade de visão ao perto que é normalmente sentida a partir de certa idade (por volta dos 45 anos). É devida à perda de elasticidade progressiva do cristalino fruto da idade.

Presbiopia melhorsaude.org melhor blog de saude

Catarata o que é?

A toda e qualquer alteração da transparência do cristalino chama-se catarata.

Catarata melhorsaude.org melhor blog de saude

Quais as causas da catarata?

São mais frequentemente resultado do normal envelhecimento mas podem também ser congénitas ou devidas a uma variedade de outros fatores como por exemplo:

  • Traumatismos,
  • Doenças crónicas dos olhos,
  • Doenças sistémicas (de todo o organismo) como a diabetes.

Quais os sintomas de catarata?

Habitualmente a catarata resulta numa turvação da imagem mas várias outras queixas poderão resultar da sua presença. O diagnóstico deverá ser sempre feito através da observação por um médico oftalmologista.

Como se tratam as cataratas?

O principal tratamento das cataratas é cirúrgico. A operação às cataratas consiste na remoção da parte do cristalino opacificado e na colocação de um “cristalino artificial” dentro do globo ocular (lente intraocular) levando à recuperação visual. Existem várias formas de se realizar a cirurgia da catarata mas a mais atual e evoluída denomina-se faco emulsificação.Tratamento da catarata melhorsaude.org melhor blog de saude

Glaucoma o que é?

É uma doença dos olhos na qual vai havendo uma progressiva subida da tensão ocular levando a diminuição da visão (podendo mesmo chegar à cegueira). Há vários tipos de glaucoma mas o mais frequente é o glaucoma de ângulo aberto.

Glaucoma melhorsaude.org melhor blog de saude

glaucoma melhorsaude.org melhor blog de saude

Porque sobe a tensão ocular?

Há um líquido transparente que circula de dentro para fora do globo ocular (humor aquoso). Nas pessoas com glaucoma, e por razões ainda pouco conhecidas, este líquido começa a ter dificuldade de sair do globo ocular levando a um aumento da tensão ocular.

Sintomas e perigos

O aumento da tensão ocular, se não detetado e devidamente tratado, leva à “morte” lenta e progressiva do nervo responsável pela visão (nervo ótico). Estas alterações provocam uma perda da visão (em especial do nosso campo de visão). O glaucoma só dá sintomas numa fase avançada da doença e as alterações na visão só são sentidas pelo doente quando o nervo ótico já tem lesões graves e irreversíveis.

No entanto um dos sintomas a que se deve dar toda a atenção e consultar um médico com urgência é a dor no globo ocular. Um aumento da pressão ocular pode, em alguns casos,  provocar uma dor que é sentida como vindo de dentro do globo ocular e não uma dor superficial. Nestes casos uma intervenção atempada pode evitar uma evolução mais grave com danos severos para a visão.

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Estrabismo o que é?

O termo estrabismo é usado sempre que há um desalinhamento ocular. Este problema ocular surge habitualmente nas crianças podendo em muitas delas estar presente já à nascença. É muito importante diagnosticar e tratar esta doença quando a criança ainda é pequena pois, caso contrário, a visão de um dos olhos poderá ficar irremediavelmente diminuída. A criança com estrabismo tem tendência a usar menos o olho desviado que vai ficando “preguiçoso”. A esta baixa da visão resultante do estrabismo chama-se ambliopia.

O estrabismo pode ser constante ou surgir apenas em certos momentos. Os olhos podem estar desviados das seguintes formas:

  • Para dentro (esotropia)
  • Para fora (exotropia)
  • Para cima (hipertropia)
  • Para baixo (hipotropia)

Estes desvios podem também estar associados.

estrabismo melhorsaude.org melhor blog de saude Estrabismo melhorsaude.org melhor blog de saude

A persistência de um desvio ocular numa criança com 4 meses de idade torna necessário um exame oftalmológico. É também recomendável que todas as crianças tenham um exame oftalmológico pelos 6 meses de idade. O estrabismo pode também surgir no adulto por doença ou traumatismo.

Estrabismo melhorsaude.org melhor blog de saude

Retinopatia diabética o que e?

A diabetes é uma doença na qual, entre outras alterações, existe um aumento de “açúcar” no sangue. Esse descontrolo pode prejudicar várias zonas do corpo. Os olhos são um dos orgãos que pode ser gravemente atingido embora inicialmente não haja grandes sintomas. A retinopatia diabética é uma manifestação ocular da doença e é uma das principais causas de cegueira. Para evitar a cegueira é necessário controlar o melhor possível os níveis de açúcar no sangue (glicémia) desde as fases iniciais da doença.

Retinopatia diabética melhorsaude.org melhor blog de saude

A retinopatia diabética surge em consequência de alterações nos pequenos vasos sanguíneos da retina no interior do olho. Os vasos alterados deixam sair líquido e sangue para a retina levando à diminuição da visão. Nalguns casos desenvolvem-se vasos anormais na retina. Estes vasos são muito frágeis e sangram facilmente levando também à formação de tecido fibroso que repuxa a retina. Este estádio da doença é muito grave e chama-se retinopatia diabética proliferativa .

Retinopatia diabetica melhorsaude.org melhor blog de saude

Um diabético deve fazer regularmente um exame médico ocular para detetar as alterações iniciais da retinopatia diabética. Por vezes é necessário o tratamento com raios LASER. Lembre-se no entanto que melhor do que tratar as alterações, é tentar preveni-las através de um maior cuidado com a sua saúde e, no caso de ser diabético, com a instituição de um regime de vida que permita o controle da doença

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Ceratocone ou queratocone

Ceratocone o que é?

O Queratocone é uma doença da córnea caracterizada por uma alteração da sua conformação e um adelgaçamento progressivo. Em fases mais avançadas a córnea pode adquirir a forma de cone. Aparece nos jovens e pode evoluir até aos 35 anos. As alterações estruturais da córnea produzem um astigmatismo que não é homogéneo, o que faz com que o doente se aperceba de diminuição da gradual da visão.

Ceratocone melhorsaude.org melhor blog de saude

Para além do Queratocone, existem outras doenças, mais raras, que também se caracterizam por alteração do padrão normal da conformação da córnea e do seu adelgaçamento, tais como:

  • Degenerescência Marginal Pelúcida
  • Queratoglobo

A estas doenças chamamos Ectasias Corneanas.

Ceratocone quais os sintomas?

  • Diminuição da visão mesmo com óculos ou lentes de contacto.
  • Distorção da imagem.
  • Visão dupla.

Ceratocone quais os tratamentos disponíveis?

O objetivo primordial do tratamento do Queratocone, ou de qualquer outra ectasia, é a melhoria da visão. Como primeira linha temos os óculos ou as lentes de contacto, mas que numa fase avançada poderão não resultar.

Nos casos em que existe evolução do queratocone, e desde que a transparência da córnea esteja mantida e que a visão seja satisfatória, é possível optar pelo Crosslinking. Neste procedimento a córnea, depois de ter sido impregnada de riboflavina (vitamina B2), é irradiada com luz UV. Tem como objetivo aumentar a resistência mecânica da córnea, e desta forma impedir maior deformação da córnea.

Nos casos em que a visão não é corrigível com óculos, ou que exista intolerância ao uso de lentes de contacto, é necessário recorrer a cirurgia. Para estas situações a cirurgia mais indicada, desde que a córnea tenha transparência adequada, é a implantação de anéis intra-estromais. Esses anéis são segmentos semicirculares que são introduzidos em túneis feitos na espessura da córnea. Dependendo dos casos, pode estar indicado usar um ou dois segmentos. O objetivo desta cirurgia é de uniformizar a conformação da córnea.

Aneis intra-estromais melhorsaude.org melhor blog de saude

O transplante de córnea (queratoplastia) está reservado para quando o Queratocone é muito evoluído ou a córnea tenha uma transparência inadequada. Até há alguns anos, a queratoplastia que se fazia era a penetrante, ou seja, todas as camadas da córnea eram substituídas. Mais recentemente, foram desenvolvidos métodos para transplantar somente as camadas superficiais doentes, permitindo preservar as camadas mais profundas e saudáveis (endotélio e membrana de Descemet), e por isso diminuindo o risco de falência. A esta técnica chama-se queratoplastia lamelar anterior, e sempre que possível é a técnica de eleição.

Transplante da córnea melhorsaude.org melhor blog de saude

Olhos das crianças como detetar problemas?

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), recomenda a realização de rastreios visuais com o oftalmologista aos três anos de idade e antes do início do ano escolar.

Doenças visuais infantis mais frequentes

Os problemas oculares mais frequentes nesta faixa etária são os erros refrativos tais como:

  • Miopia,
  • Hipermetropia
  • Astigmatismo

Quais as doenças mais graves?

Os problemas oculares mais graves nesta faixa etária são:

  • Ambliopia (ou olhos preguiçosos)
  • Estrabismo

A ampliopia, por exemplo, não pode ser tratada depois dos sete, oito anos de idade. Estima-se que cerca de uma em cada cinco crianças em idade escolar tenha défices de função visual provocado por uma destas patologias e nem todas recebem a ajuda que necessitam.

Pode acontecer um olho ver bem e o outro ser amblíope ou quase cego e tudo pode passar despercebido até ao dia do rastreio. Ou seja, uma criança apenas com um olho bom pode não notar qualquer diferença, pois nunca foi alertada para tal.

Nem sempre é fácil para os pais, familiares e educadores reparar na falta de visão de uma criança, mas  alguns sintomas passam por:

  • Aproximar-se em demasia e constantemente às coisas para ver melhor,
  • Fechar ou tapar um dos olhos,
  • Erros na escrita,
  • Comichão,
  • Dores de cabeça,
  • Olhos vermelhos ou lacrimejantes e
  • Estrabismo ou fotofobia (dificuldade em suportar a luz).

A situação ideal devia passar por criar um programa nacional de rastreio, de forma a evitar a ambliopia em todas as crianças a partir do primeiro ano de idade.

Estimulação da visão funcional da criança com baixa visão

Esta brochura tem como objetivo partilhar algumas estratégias para a estimulação da visão funcional de criança com baixa visão nos primeiros anos de vida (dos 0-6 anos).

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Com que frequência devo examinar os olhos?

A frequência com que os nossos olhos devem ser examinados difere com a idade e com doenças associadas. Os adultos saudáveis deverão fazer pelo menos um exame oftalmológico entre os 20 e os 40 anos, desde que não surjam sintomas. Os indivíduos de raça negra deverão fazer exames mais frequentes para despiste de glaucoma (pelo menos de 4 em 4 anos). As pessoas diabéticas, ou com outras doenças que sejam um fator de risco para problemas oculares devem ser também examinadas com maior frequência (uma vez por ano).

Antes dos 20 anos e muito em especial antes da entrada para a escola, o despiste e a descoberta de alguns problemas oculares reveste-se de uma importância particular pelo que o exame médico aos olhos deve ser mais frequente. Após os 40 anos o exame ocular deve ser feito de dois em dois anos nas pessoas saudáveis.

Óculos de sol quais os melhores? Como escolher?

Será que o sol faz mal aos olhos? Devemos usar óculos de sol? Que tipos de óculos de sol devemos escolher? Há fatores que tornam os nossos olhos mais sensíveis à luz solar? Estas são algumas das questões que lhe tentaremos responder!

Vários estudos têm demonstrado que as pessoas mais expostas à luz solar têm uma maior tendência a desenvolverem algumas doenças oculares. Os raios ultravioletas (UV) são o componente da luz solar mais implicados no desenvolvimento destas doenças. É contra esta radiação solar que nos devemos proteger com óculos de sol pelo que, ter uns óculos muito escuros não significa maior proteção para os nossos olhos. Devemos escolher óculos cujas lentes filtrem 99 a 100% da luz UV (tanto UV-A como UV-B).

Mais do que a ação aguda dos raios UV sobre os nossos olhos (que provoca uma queimadura na superfície ocular do tipo da que é causada na pele), é o efeito cumulativo de longos períodos expostos à luz solar que tem um efeito mais pernicioso sobre a visão. A exposição prolongada à luz UV pode causar diversas alterações oculares mas a mais temida é uma alteração da mácula (ver em “O Olho Normal”) denominada degenerescência macular relacionada com a idade.

Pessoas mais atingidas pela radiação UV:

  • Por questões profissionais, estão mais expostas ao sol,
  • Vivem junto à praia (onde há maior reflexo de luz solar na àgua e na areia),
  • Vivem perto do equador,
  • Vivem em zonas mais elevadas.

Certos medicamentos podem também tornar os olhos mais sensíveis à luz (doxiciclina, tetraciclina, alopurinol, etc.). Não esquecer que um chapéu de abas largas, não substituindo os óculos, tem também um papel importante na proteção solar.

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Écrans de computador fazem mal aos olhos?

Até à data, e apesar de diversos testes realizados em vários países, não surgiram evidências científicas de que os terminais de vídeo dos computadores (écrans) sejam prejudiciais para os olhos.

Embora seja um facto que os écrans de computador emitem radiações durante o seu funcionamento, estas são produzidas em quantidades muito pequenas para se tornarem prejudiciais para a visão.

As queixas vulgares de desconforto ou fadiga ocular, dificuldades na focagem das imagens, dores de cabeça, etc., terão muito provavelmente como causa alterações dos próprios olhos ou inclusivamente questões relacionadas com o local de trabalho. No primeiro caso, deverá fazer um exame médico; o seu médico oftalmologista avaliará se tem doenças oculares que possam dar esses sintomas.

Relativamente ao seu local de trabalho deverá ter em conta questões ligadas à medicina ocupacional e à ergonomia como ajuda para a resolução dos seus problemas.

Aqui ficam alguns conselhos para se proteger:

  • Regule o brilho e o contraste do seu monitor de forma a que se torne menos “agressivo” para os seus olhos.
  • Evite o reflexo no monitor de luzes ambientes ou mesmo da luz duma janela. Altere se necessário a posição do seu monitor ou da sua secretária.
  • Evite “trabalhar em negativo”, ou seja, trabalhar por exemplo num processador de texto com fundo preto e letras a branco e a ver um texto numa folha de papel branco com letras a preto. Hoje em dia a generalidade dos programas são em fundo branco com letras a preto evitando assim esse inconveniente.
  • Em certos casos a colocação de filtros no ecran do computador ou o uso de óculos apropriados podem ser uma boa contribuição para um trabalho ao computador menos fatigante.
  • Questões mais ergonómicas poderão ser estudadas por especialistas em medicina no trabalho ou outros especialistas nesta matéria.

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Quando levar o meu filho ao oftalmologista?

Um exame médico aos olhos é aconselhável em todas as crianças, mesmo nas que aparentemente não têm problemas. Não existem datas certas para realizar os primeiros exames oftalmológicos mas, para se detetarem precocemente certas doenças é aconselhável realizar exames nos primeiros dias de vida, pelos 2 anos de idade e à entrada para a escola. Alguns oftalmologistas defendem também um exame pelos 6 meses de idade.

Alguns conselhos muito úteis:

  • Os medicamentos, se incorretamente manuseados, podem ser prejudiciais aos seus olhos (a automedicação é totalmente desaconselhável).
  • Nunca use os colírios ou pomadas oftálmicas de outras pessoas (podem transmitir doenças além de poderem não estar indicadas para o seu caso).
  • Nunca olhe diretamente para o sol (perigo de queimadura solar na retina).
  • Nunca olhe diretamente para a luz da soldadura (mesmo estando afastado) se não tiver proteção ocular apropriada (perigo de queimadura corneana – queratite por ultravioletas).

Tratamentos

Catarata qual o tratamento?

O único tratamento para a catarata é a cirurgia. Na cirurgia de catarata, o cristalino é removido, por meio de ultrassons, através de uma pequena incisão (cirurgia chamada de faco emulsificação). Durante a cirurgia, a lente natural do olho é substituída por uma lente intraocular (LIO) artificial. Ao contrário do que é corrente os doentes pensarem, a cirurgia é feita por meio de ultrassons e não de raios laser.

Indicações
A principal indicação para a cirurgia de catarata é uma diminuição da visão. No entanto poderão existir outras, como dificuldades com a visão no dia-a-dia (ex: deslumbramento, má visão de cores, noturna, etc.) ou indicações refrativas (altas graduações ou desejo de independência de óculos).

Preparação
Antes da cirurgia, é realizado um exame completo pelo oftalmologista e a LIO é calculada de acordo com as características do olho. No dia da cirurgia, são colocados colírios anestésicos e para dilatar a pupila. A cirurgia decorre, na maioria dos casos, sob anestesia tópica (apenas com gotas). As LIOs utilizadas podem ter diversos materiais (acrílico, silicone, etc.), sendo todas permanentemente compatíveis com as estruturas do olho.

Tipos de LIOs
Existem diversos tipos de LIOs:

  • LIOs monofocais – na maioria dos casos permitem visão apenas para longe, sendo necessários óculos para ver ao perto;
  • LIOs multifocais – permitem visão a diferentes distâncias, na maioria dos casos, sem necessidade de óculos. Por regra, a visão de contraste com estas lentes é inferior à das LIOs monofocais e poderão acontecer fenómenos com a luz, como maior deslumbramento e outros;
  • LIOs acomodativas – têm também como objetivo a independência de óculos, sendo menos eficazes que LIOs multifocais.

A escolha da lente ideal para cada caso será feita de acordo com o desejo do doente e a indicação do oftalmologista (nalguns casos não podem ser utilizadas lentes multifocais, por exemplo).

Recuperação
A recuperação é variável de caso para caso mas é, na maioria dos casos, rápida. Normalmente é necessário colocar colírios após a cirurgia e é fundamental seguir todas as indicações do médico. A taxa de sucesso da cirurgia é muito alta. No entanto, a recuperação visual pode ser limitada por doenças noutras estruturas do olho (córnea, retina, etc.)

Quais as complicações da cirurgia?

A maioria das complicações é extremamente rara. No entanto podem acontecer:

  • Infeção (complicação muito rara, ocorrendo em menos de 1 em 1000 cirurgias);
  • Edema/inchaço da córnea (geralmente transitório);
  • Descolamento da retina;

Poderão ainda acontecer diversas intercorrências durante a cirurgia, na maioria das vezes de fácil resolução

Miopia, hipermetropia e astigmatismo qual o tratamento?

Cirurgia refrativa laser – LASIK e PRK

A cirurgia laser permite tratar de forma segura e eficaz a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo e assim proporcionar independência do uso de óculos ou lentes de contacto. O laser funciona “polindo” a córnea e assim corrige a graduação do doente de duas formas possíveis:

  • LASIK – E criado um retalho muito fino da córnea o qual é rebatido. O Laser é aplicado nas camadas mais internas da córnea e de seguida o retalho é reposto cobrindo a zona tratada. O retalho adere e por isso não necessita de pontos.
  • PRK – Aplicação direta do laser na córnea, removendo apenas uma pequena película que cobre a córnea.

O tipo de procedimento depende de características do olho do doente. O Laser permite tratar miopia até 8-10 dioptrias, hipermetropia e astigmatismo até 4-6 dioptrias mas tem que ser avaliado cada caso em particular.

Preparação para a cirurgia – o doente não deve colocar lentes de contacto nas 24 h que precedem o procedimento e deverá remover a maquilhagem das pálpebras e bordo palpebral.

A intervenção é indolor e rápida – realizada com anestesia local através da aplicação de um colírio. Tem uma duração aproximada de 15 minutos por olho. O doente tem alta hospitalar, acompanhado, 30 minutos após o LASIK .

Recuperação: Nas primeiras horas é normal sentir “picadas”, alguma intolerância à luz e visão turva. No dia seguinte já com boa acuidade visual pode retomar alguma das sua atividade quotidiana. No caso do PRK o doente tem uma lente de contacto nos primeiros dias sendo que as queixas de picadas e desconforto ocular prolongam-se até as 72h. Nesta opção a recuperação visual é também significativamente mais lenta.

Cuidados: Nas primeiras 4 semanas após a cirurgia está contraindicado o uso de piscinas ou a prática de desportos com risco de contacto.  E estritamente proibido coçar os olhos nas primeiras semana após a cirurgia. A maquilhagem das pálpebras e bordo pode começar a ser reaplicada no final da 1 semana após a cirurgia.

Lentes fáquicas

O que são?

As lentes intraoculares (LIOs) fáquicas são lentes pequenas e finas fabricadas em material biocompatível (acrílico ou silicone) que são implantadas no interior do olho para corrigir erros refrativos (miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo), diminuindo ou eliminando a dependência de óculos ou de lentes de contacto. O termo fáquico refere-se ao facto de a LIO ser implantada sem remover a lente natural do olho (cristalino), o que permite  manter a capacidade de acomodação.

Lente intra-ocular LIO melhorsaude.org Lentes faquicas melhorsaude.org

Uma grande vantagem das LIOs fáquicas é manterem-se no olho até ao surgimento de catarata sem qualquer necessidade de manutenção ou substituição periódica, podendo ser explantadas (retiradas) em qualquer momento, se houver essa necessidade.

A cirurgia de implante de LIOs fáquicas poderá ser uma alternativa segura e eficaz à cirurgia laser quando:

  • Esta esteja contraindicada;
  • Os erros refrativos (numero de dioptrias) são elevados,
  • Existem incompatibilidades ao nível da córnea ou da pupila.

Terá de ser feita uma avaliação pré-operatória cuidada para determinar se existem as necessárias condições de segurança para o implante das LIOs, nomeadamente a avaliação do endotélio da córnea e a medição da profundidade da câmara anterior

Preparação e Técnica 

A cirurgia de implante de LIOs fáquicas é efetuada em ambulatório, sob anestesia tópica (gotas), sedação ou anestesia geral, de acordo com as preferências do paciente e/ou do cirurgião, e de fatores como o tipo de LIO a implantar, a necessidade de sutura (pontos) ou o facto de ser uma cirurgia uni ou bilateral. Trata-se de um procedimento cirúrgico rápido (cerca de 20 minutos por olho) mas muito delicado, que necessita de microscópio de forma a garantir o implante da LIO de forma precisa e com o mínimo de traumatismo para as estruturas oculares.

A cirurgia consiste na introdução de uma LIO no interior do olho através de uma pequena abertura feita na base da córnea. As LIOs mais recentes, feitas de um material muito flexível, entram no olho dobradas e desdobram-se no seu interior, o que permite que entrem por aberturas cada vez mais pequenas e auto-selantes que não necessitam de sutura para fechar. Dependendo do tipo de LIO usada, esta poderá ser colocada a frente (câmara anterior) ou atrás (câmara posterior) da íris, mas sempre à frente do cristalino

Recuperação

O paciente poderá regressar a casa passado algum tempo de espera após a cirurgia e,  dependendo da preferência do cirurgião, poderá sair com o olho tapado com um penso e/ou um protetor ocular, de forma a evitar que coçe ou pressione o olho operado. Poderá haver algum desconforto/ dor ligeira, sensação de corpo estranho e fotossensibilidade nos primeiros dias do pós-operatório, mas a medicação prescrita associada a repouso relativo (evitando atividade física intensa e levantamento de pesos) e o uso de óculos com proteção UV permitirão o alívio significativo e rápido  desses sintomas.

Quanto tempo demora a recuperação?

A maioria dos pacientes apresenta uma melhoria muito significativa da sua visão imediatamente após a cirurgia e que evolui favoravelmente ao longo da primeira semana, mas a recuperação completa só ocorrerá cerca de 1 a 2 meses depois no caso de lentes flexíveis sem sutura, ou cerca de 6 meses de no caso de lentes rígidas em que haja necessidade de remoção progressiva de sutura. Em qualquer dos casos, a melhor visão corrigida que se pode atingir após o implante das LIOs é quase sempre igual ou superior à obtida com óculos ou lentes de contacto antes da cirurgia, e com grande qualidade visual.

O erro refrativo fica sempre corrigido definitivamente?

Em alguns casos, o erro refrativo poderá não ficar completamente corrigido apenas com o implante das LIOs fáquicas e ser necessário o uso de óculos ou lentes de contacto após a cirurgia. No caso de ser possível, a cirurgia LASER poderá ser efetuada num segundo tempo cirúrgico de forma a eliminar qualquer pequena graduação residual.

Quais as complicações possíveis?

O maior risco associado à cirurgia de implante de LIOs fáquicas deriva do facto de olho ser aberto para permitir a introdução da LIO e consiste na infeção intraocular denominada endoftalmite. Embora seja extremamente rara, a endoftalmite é potencialmente grave, podendo originar a perda do olho.

Outras possíveis complicações incluem:

  • Reações adversas das estruturas oculares ao implante, nomeadamente o desenvolvimento de catarata;
  • Perda de células do endotélio da córnea e/ou a inflamação da íris.

Nestes casos poderá ser necessário efetuar o explante definitivo das LIOs ou a sua substituição por outras de diferente material. Existe ainda a possibilidade de as LIOs faquicas saírem da sua posição correta após a implantação e haver necessidade de serem recolocadas.

Com que frequência deve consultar o oftalmologista após a cirurgia?

Após a recuperação total da cirurgia, haverá necessidade de o oftalmologista observar o paciente com periodicidade anual, de forma a avaliar a estabilidade da LIO e a evolução do número e da forma das células endoteliais da córnea ao longo do tempo.

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Concluindo

As doenças oculares são muito diversas e algumas podem ser graves. As mais comuns têm nos dias de hoje tratamento muito satisfatório e opções cirúrgicas rotineiras com técnicas evoluídas que devolvem uma qualidade de visual muito boa ao doente intervencionado. Como em é evidente a prevenção e o tratamento atempado fazem uma enorme diferença e permitem tratamentos menos agressivos e, portanto, com menos riscos de complicações nomeadamente pós cirúrgicas.

Uma palavra especial para as crianças, lembrando que algumas dificuldades de aprendizagem estão relacionadas com problemas oculares. As crianças devem ser examinadas à nascença, aos 2 anos e na altura da entrada escolar. A deteção precoce é de vital importância para corrigir esses problemas e permitir um percurso escolar normal que não deixe “marcas” nem “rótulos” nas crianças afetadas.

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Fonte: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

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DOR NO OUVIDO TUDO O QUE NÃO SABE!

Dor no ouvido ou otalgia é muitas vezes forte e deve ser tratada de imediato, principalmente quando a sua origem é infeciosa, levando inclusive a um tratamento antibiótico (quando existe infeção) mais prolongado do que noutras infeções comuns como as de garganta.

Neste artigo vou tratar ás seguintes questões:

      • Qual a anatomia do ouvido humano?
      • O que é o ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno?
      • Quais os tipos de dor no ouvido?
      • Porque sentimos dor no ouvido?
      • A dor de ouvido pode ser causada por infeções externas?
      • O que é uma otite?
      • O que é uma otite externa?
      • Quais os mecanismos de defesa do ouvido?
      • Quais as causas de uma otite externa?
      • Quais os fatores de risco para otite externa?
      • Quais os sintomas de otite externa?
      • O que é uma otite externa necrotizante ou maligna?
      • Qual o tratamento da otite externa?
      • O que é uma otite média?
      • Quais os fatores de risco para otite média?
      • Quais os sintomas de uma otite média?
      • Quais as complicações de uma otite média?
      • Qual o tratamento da otite média?
      • Quais os sinais de dor no ouvido em crianças pequenas?
      • Quais as causas mais comuns de dor no ouvido?
      • Que cuidados podemos ter em casa para diminuir a dor no ouvido?
      • Como diminuir a dor no ouvido causada por grandes altitudes?
      • Que cuidados pediátricos devemos ter em casa?
      • Quando se deve pedir apoio médico urgente?
    • Quais os tratamentos mais utilizados para a dor de ouvido?

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Anatomia do ouvido humano

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Ouvido externo, médio e interno

O ouvido divide-se em três partes principais, a saber:

  • Ouvido externo, formado pelo canal auditivo.
  • Ouvido médio, onde se situa o tímpano, o martelo a bigorna e o estribo.
  • Ouvido interno, onde se situa a cóclea e se faz a ligação ao nervo auditivo que envia e recebe a informação ao cortex cerebral.

Ouvido externo médio e interno melhorsaude.org melhor blog de saude

Ouvido externo médio interno cerebro melhorsaude.org melhor blog de saude

Otalgia e tipos de dor no ouvido

A otalgia ou dor no ouvido pode ser aguda, fraca, ardente, transitória ou constante.

Porque sentimos dor no ouvido?

A dor no ouvido é causada por uma acumulação de líquido, e por pressão na parte posterior do tímpano (chamada de ouvido médio).

O ouvido médio é drenado por um tubo curto e estreito (a trompa de Eustáquio) para as cavidades nasais. Um resfriado ou alergia pode causar a obstrução da trompa de Eustáquio devido ao inchaço, especialmente em crianças pequenas onde a trompa é menor.

Quando a trompa de Eustáquio se fecha, o fluxo normal de líquidos do ouvido médio é obstruído, e o líquido passa a acumular-se, o que pode causar entupimento, dor e perda auditiva.

Otite média melhorsaude.org melhor blog de saude

Infeções externas ao ouvido

Sim, a dor de ouvido não é causada necessariamente por uma doença do ouvido e pode ser consequência de infeções e outros problemas de:

        • Nariz,
        • Boca,
        • Garganta,
      • Articulação do maxilar.

Otite o que é?

As infeções do ouvido recebem o nome de otite. A otite média é a infeção do ouvido médio, espaço cheio de ar atrás do tímpano, que contém os pequenos ossos vibratórios do sistema auditivo. As otites médias são habitualmente causadas por bactérias ou vírus, atacando preferencialmente as crianças.

Otite externa o que é?

Otite externa é uma inflamação da porção externa do ouvido, chamada também de orelha externa. O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular (orelha) e pelo canal auditivo, terminando na membrana timpânica.

Após o tímpano, inicia-se a região do ouvido médio. Quando há uma inflamação em qualquer parte do ouvido externo, damos o nome de otite externa. Quando a inflamação ocorre após o tímpano, chamamos de otite média.

Anatomia do ouvido externo

O canal auditivo externo é um ducto cilíndrico com mais ou menos 2,5cm de comprimento e 1cm de diâmetro. Inicia-se na orelha e termina na membrana timpânica.

A parte mais externa do canal auditivo é revestida por uma pele mais grossa com numerosas estruturas anexas, como glândulas que produzem cerúmen, glândulas sebáceas e folículos pilosos.

A porção interna do canal, mais próxima do tímpano, contém uma pele fina e frágil, sem tecido subcutâneo. A pele nesta área está em contato direto com o osso subjacente. Deste modo, inflamações mínimas ou instrumentação do canal (como uso de objetos para coçar o ouvido) são capazes de provocar dor significativa e/ou ferimentos.

Mecanismos de defesa do ouvido

O nosso canal auditivo possui alguns mecanismos de defesa intrínsecos que dificultam a ocorrência de infeções:

A própria anatomia da orelha já é protetora, pois ela cobre parcialmente o canal auditivo, dificultando a entrada de objetos estranhos. Outro fator que impede a entrada de objetos estranhos é o facto do canal auditivo apresentar uma área mais estreita, o que impede, por exemplo, o dedo de chegar até ao tímpano. A presença de pelos na região mais externa do canal auditivo também age como barreira.

A produção de cerúmen também é essencial, pois além da barreira física, ela causa uma diminuição do pH do canal auditivo, inibindo o crescimento de fungos e bactérias. O cerúmen também é uma substância hidrofóbica (repele a água), o que ajuda a diminuir a humidade dentro do ouvido.

O ouvido é um órgão que faz “autolimpeza”. A pele do canal auditivo cresce de dentro para fora, o que vai naturalmente empurrando a sujidade, o excesso de cera e a descamação da pele para fora do ouvido.

– Assim como várias regiões do nosso organismo, o canal auditivo possui sua própria flora de bactérias, que normalmente não causam problemas de saúde e ainda dificultam a chegada de bactérias mais agressivas.

Causas de infeções do ouvido

Feridas no canal auditivo podem facilitar a penetração de bactérias para tecidos mais profundos, causando infeções. A maioria das otites externas são causadas pela bactéria Pseudomonas aeruginosa,  uma bactéria invasora que normalmente não coloniza o canal auditivo. Das bactérias que normalmente habitam o ouvido, o Staphylococcus aureus é aquela que mais causa otite, principalmente se houver uma ferida na pele do canal do ouvido.

Fatores de risco para otite externa

A otite externa costuma surgir quando algum dos sistemas de proteção atrás citados apresenta problemas, tais como:

Exposição à água é um fator de risco bem documentado para otite externa. Excesso de humidade leva à maceração da pele e à quebra da barreira de cerúmen, mudando a microflora do canal do ouvido, favorecendo o crescimento de bactérias que causam a otite. A otite externa é também conhecida como a otite do nadador.

Traumas, tais como limpeza excessiva (ou agressiva) do ouvido, não só removem cerúmen, mas também podem criar escoriações ao longo da fina camada de pele no canal auditivo, permitindo que bactérias tenham acesso aos tecidos mais profundos. Além disso, parte de um cotonete pode soltar-se ou um pequeno pedaço de papel tecido pode ser deixado para trás no canal do ouvido; esses resquícios podem causar uma reação cutânea grave, levando à infeção.

O uso de cotonete empurra mais o cerúmen para dentro do canal do que o remove. Esse cerúmen comprimido pode agir como uma rolha e só sai com o auxilio de um otorrinolaringologista. O ouvido não precisa ser limpo, ele mesmo é capaz de expulsar o cerúmen e as impurezas. O cotonete além de poder ferir o canal auditivo, ainda impede a “autolimpeza” do ouvido.

Uso frequente de dispositivos que ocluem o canal do ouvido, como aparelhos auditivos, fones de ouvido (auriculares) ou tampões de mergulho também predispõem à otite externa.

Dermatite de contacto alérgica pode levar à otite externa (por exemplo, alergia a brincos ou produtos químicos em cosméticos ou shampoos), assim como outras condições dermatológicas, como, por exemplo, psoríase ou dermatite atópica.

A otite externa pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum em crianças entre 7 e 12 anos.

Sintomas da otite externa

Os sintomas mais comuns da otite externa são:

    • Dor,
    • Comichão,
    • Sensação de entupimento
    • Corrimento de líquido do ouvido.

A dor de ouvido na otite externa costuma ser muito forte e piora quando se puxa ou aperta a orelha. É possível surgirem alguns linfonodos palpáveis no pescoço do lado do ouvido afetado.

Ao exame com o otoscópio é possível notar o canal auditivo muito edemaciado e avermelhado, sinais típicos de inflamação. A febre só costuma surgir nos casos mais graves.

Otite externa necrotizante (Otite externa maligna)

Otite externa maligna, também chamada de otite externa necrotizante, é uma complicação grave e potencialmente fatal de otite externa bacteriana aguda. Mais comum em pacientes diabéticos, idosos e imunocomprometidos, ela ocorre quando a infeção se espalha a partir da pele aos ossos e espaços da medula da base do crânio (também envolvendo tecidos moles e da cartilagem da região temporal).

Pacientes com otite externa necrotizante normalmente têm dor forte e corrimento purulento. Edema, vermelhidão e franca necrose da pele do canal auditivo podem ser evidentes ao exame otoscópico. Paralisia de nervos cranianos são um sinal de mau prognóstico.

Meningite causada por otite

A otite externa maligna pode levar a abscesso cerebral e à meningite bacteriana.

O diagnóstico é auxiliado pela ressonância magnética ou tomografia computadorizada, mostrando progressão da infeção para as estruturas ósseas. Pacientes suspeitos de terem otite externa maligna devem ser imediatamente encaminhados a um otorrinolaringologista.

Tratamento da otite externa

A maioria das pessoas com otite externa pode ser tratada em casa. Em alguns casos, o médico vai lavar o ouvido com água e peróxido de hidrogênio antes de começar o tratamento. Este procedimento acelera a cura, removendo as células mortas da pele e o excesso de cera do ouvido.

A prescrição de medicamentos em gotas para ouvido servem para reduzir a dor e inchaço causado pela otite externa. Essas gotas normalmente contêm uma combinação de corticoides, antifúngicos e antibióticos. Não use medicamentos por conta própria, antes de pingar qualquer remédio no ouvido para tratar uma otite é preciso ter certeza que o tímpano não está perfurado.

A aplicação correta das gotas é essencial para que estas atinjam o canal do ouvido, a saber:

    • Deite-se de lado ou incline a cabeça para o ombro oposto.
    • Preencha o canal do ouvido com gotas.
    • Deite-se de lado por 20 minutos e coloque uma bola de algodão no canal do ouvido.

Você deve começar a sentir-se melhor dentro de 36 a 48 horas após o início do tratamento. Se a dor piorar ou não houver sinais de melhora neste período de tempo, procure o médico. Analgésicos ou anti-inflamatórios  em comprimidos podem ser usados para alivio da dor.

Evite molhar os ouvidos  durante o tratamento. Durante o banho, pode colocar uma bola de algodão revestido com vaselina na orelha. Evite nadar durante pelo menos dez dias após o início do tratamento. Evite também usar aparelhos auditivos e “fones” de ouvido até a dor desaparecer.

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Otite média o que é?

A otite média aguda é a inflamação e acumulação de líquido no ouvido médio, habitualmente causados por infeções virais do trato respiratório, como resfriados ou gripe. Estas infeções podem causar um inchaço nas mucosas do nariz e da garganta, diminuindo as defesas naturais do organismo e a eliminação de bactérias a partir do nariz. As infeções virais do trato respiratório também podem prejudicar o funcionamento da trompa de Eustáquio, favorecendo a acumulação de líquidos dentro do ouvido médio. A falta de drenagem de líquido favorece a colonização do mesmo por bactérias, levando à infeção e aumento da pressão do ouvido médio.

Nas crianças, a trompa de Eustáquio é anatomicamente diferente dos adultos, sendo menos angulada, o que dificulta a abertura e favorece seu entupimento em casos de infeção respiratória. Cerca de 60% das crianças têm pelo menos um episódio de otite média durante o seu primeiro ano de vida. Esta taxa sobe para quase 90% até os três anos. A otite média não é uma infeção contagiosa. Não é preciso isolar a criança.

Fatores de risco para a otite média

O principal fator de risco é a idade, sendo as crianças pequenas as principais vítimas. O pico de incidência da otite média ocorre entre 6 e 18 meses de vida. Conforme a criança cresce, as otites vão se tornando menos frequentes, apesar de haver novo pico de incidência entre os 4 e 5 anos de idade. Após o surgimento dos dentes definitivos a taxa de otite média cai drasticamente. Adultos também podem ter otite média, mas é pouco comum.

Sintomas da otite média

Os principais sintomas da otite média aguda nas crianças são:

  • Febre,
  • Dor de ouvido,
  • Perda auditiva temporária.

Estes sintomas habitualmente surgem de forma súbita.

Em lactentes e crianças pequenas, o diagnóstico pode ser mais difícil, pois os sintomas são menos típicos, podendo incluir irritabilidade, puxar a orelha frequentemente, apatia, falta de apetite, vômitos, diarreia ou conjuntivite.

A perfuração do tímpano é uma das complicações mais comuns. O paciente sente um súbito alívio da dor e melhora da audição, associados a saída de secreção pelo ouvido (otorreia), que pode ser clara, purulenta ou com sangue. A perfuração do tímpano e a otorreia podem permanecer durante semanas, levando à otite média crónica supurativa, ou simplesmente desaparecer espontaneamente após poucos dias.

Através da otoscopia (exame do ouvido) o médico pode avaliar o tímpano, conseguindo notar a presença de inflação do mesmo e líquido dentro do ouvido médio. O exame também permite comprovar perfurações na membrana timpânica. A otoscopia não dói, mas é um exame difícil de ser feito em crianças, pois as mesmas não costumam aceitar a introdução do aparelho dentro do ouvido. Muitas vezes a criança fica tão inquieta que o médico não consegue realizar o exame adequadamente.

Complicações da otite média

Uma perda auditiva leve e temporária é um sintoma comum das otites médias e costuma melhorar após a resolução do quadro. Todavia, otites crónicas ou não tratadas adequadamente podem causar perdas significativas e permanentes de audição, caso haja algum dano permanente no tímpano ou noutras estruturas do ouvido médio.

Entre outras complicações da otite média aguda, podemos também citar:

  • Otite média crônica supurativa,
  • Labirintite,
  • Meningite,
  • Colesteatoma (crescimento de tecido no ouvido médio levando à destruição dos ossículos),
  • Paralisia facial,
  • Mastoidite,
  • Abscesso cerebral.

Tratamento da otite média

A maioria das otites médias não precisa de ser tratada com antibióticos, pois boa parte resolve-se espontaneamente em 1 ou 2 semanas. O uso indiscriminado de antibióticos, além de desnecessário em muitos casos, pode levar à seleção de bactérias mais resistentes, o que pode dificultar o tratamento nos casos em que os antibióticos são realmente necessários.

Muitos pacientes podem ser tratados apenas com anti-inflamatórios. Anti-histamínicos e descongestionantes nasais não estão indicados.

Se a criança estiver bem, sugere-se uma reavaliação médica em 72 horas para avaliar a necessidade de tratamento com antibióticos. Habitualmente, indica-se o uso de antibiótico no seguintes casos:

  • Idade menor que 2 anos,
  • Otite bilateral,
  • Otorreia,
  • Sintomas intensos, como febre alta, dor e prostração,
  • Ausência de melhora em 72 horas.

Quando os antibióticos estão indicados, a amoxicilina costuma ser a droga de escolha. Outras opções são a amoxicilina + ácido clavulânico, cefuroxima ou ceftriaxona. Nos pacientes alérgicos à penicilina e cefalosporinas, as opções são a claritromicina, azitromicina ou eritromicina .

Vacinas disponíveis

Atualmente o calendário vacinal inclui vacinas contra algumas das principais bactérias e vírus causadoras das otites médias, como Haemophilus influenza, Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e vírus Influenza (gripe). Estas vacinas têm conseguido reduzir substancialmente a incidência de otites médias.

Crianças e sinais de dor no ouvido

O aumento da irritabilidade ou o ato de puxar as orelhas são sinais frequentes de dor de ouvido em crianças. Os sintomas de infeção do ouvido podem incluir:

    • Febre,
    • Dor de ouvido,
    • Inquietação,
    • Aumento do choro,
    • Irritabilidade,
    • Puxar as orelhas.

As infeções de ouvido são muito comuns na infância, e estão frequentemente associadas a resfriados. A maioria das crianças terá uma perda auditiva temporária e sem importância durante, e logo após, uma infeção do ouvido, mas raramente há qualquer perda auditiva permanente, desde que o problema seja adequadamente tratado por um médico.

Causas mais comuns de dor no ouvido

As causas mais comuns de dor no ouvido são as seguintes:

  • Obstrução do ouvido externo (por um corpo estranho ou cera do ouvido)
  • Infeção do ouvido externo e interno:
    • otite externa
    • otite média aguda
    • otite externa crónica
    • otite externa maligna
    • otite média crónica
  • Grandes altitudes (e outras causas de barotrauma agudo)
  • Tímpano rompido ou perfurado
  • Infeção dentária
  • Infeção dos seios nasais
  • Artrite do maxilar
  • Dor de garganta (faringite, amigdalite e assim por diante), com dor que se irradia aos ouvidos

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Tratar em casa a dor de ouvido

Um vaporizador pode ser útil pois aumenta a humidade, o que pode manter o muco fino. Os analgésicos de venda livre na farmácia podem oferecer alívio parcial da dor para os adultos que estiverem com dor de ouvido.

A abertura da trompa de Eustáquio pode ajudar. Os anti-histamínicos, os descongestionantes ou as gotas nasais diminuem a quantidade de secreção nasal e reduzem as membranas mucosas. Utilize estes produtos somente por alguns dias. Se os sintomas persistirem por mais tempo consulte um médico.

Grandes altitudes e dor de ouvido

A dor de ouvido causada pela descida rápida de grandes altitudes, por exemplo nas viagens de avião, pode ser aliviada das seguintes formas:

    • Pela deglutição (Ex: engolir saliva),
    • Mascar pastilha elástica ou outros métodos,
    • Permitir que os bebés mamem no biberão durante a descida pode ajudar.

Cuidados pediátricos em casa

    • Administre um analgésico em supositório ou em líquido (paracetamol oral ou ibuprofeno), utilizando as doses recomendadas na embalagem
    • Evite fumar perto da criança (devido ao aumento do risco de infeções),
    • Se previamente prescritas pelo médico, coloque gotas no ouvido da criança para aliviar a dor,
    • Aplique uma compressa morna (com um pano ou garrafa com água) no ouvido para reduzir o desconforto,
    • Se a criança sentir desconforto ao deitar, deixe-a inclinada para ajudar a reduzir a pressão no ouvido médio. Evite o uso de aspirina em adolescentes ou crianças que possam estar com gripe ou varicela, devido ao risco da síndrome de Reye, um problema grave que compromete o fígado e o cérebro.

Apoio médico urgente: Quando pedir?

O apoio médico e farmacêutico urgente deve ser pedido, sem demoras, nas seguintes situações:

  • Dor de ouvido e/ou desconforto forte ou persistente por mais de 2 dias. Todas as infeções de ouvido, mesmo as leves, requerem tratamento

O que acontece na consulta?

Será obtida a história clínica e realizado um exame físico. A documentação detalhada da história clínica da dor de ouvido poderá incluir as seguintes perguntas:

  • evolução:
    • quando começou?
    • está a melhorar, piorar ou está igual?
    • a dor é constante?
  • outros:
    • que outros sintomas também estão presentes?
    • há pressão no ouvido?
    • há drenagem do ouvido?
    • há ruído incomum no ouvido?
    • há febre?
    • há dor no osso atrás do ouvido?

O exame físico pode incluir um exame do ouvido, do nariz, do mastoide (estrutura óssea atrás do ouvido) e da garganta. A dor, sensibilidade ou vermelhidão do mastoide frequentemente indicam uma infeção grave. Os possíveis exames de diagnóstico incluem cultura sanguínea e estudos de sensibilidade (se houver secreção).

Tratamento para a dor de ouvido

Antibióticos e medicamentos para abrir a(s) trompa(s) de Eustáquio (tais como descongestionantes e anti-histamínicos), são frequentemente prescritos. É importante tomar todos os antibióticos prescritos no horário correto.

Os antibióticos mais utilizados são os seguintes:

      • Amoxicilina + ácido clavulânico,
      •  Amoxicilina
      •  Cefuroxima
      • Ceftriaxona injectável.

Nos pacientes alérgicos à penicilina e cefalosporinas, as opções são:

  • Claritromicina,
  • Azitromicina,
  • Eritromicina.

A colocação de tubos auditivos pode ser recomendada para crianças que têm otite média persistente, para restabelecer o funcionamento adequado do ouvido médio. A inserção de tubos é um procedimento simples e muito eficiente.

Concluindo

As dores de ouvido são, em muitos casos, bastante dolorosas. Atacam  muitas crianças pequenas pelo que é de grande importância estar com muita atenção aos sinais que um bebé ou criança pequena demonstra e que por vezes são difíceis de detetar ao ponto de poderem ser apenas um coçar de orelha! Se tiver dúvidas, febre ou dor consulte o seu médico para um exame ao ouvido como única forma de diagnosticar atempadamente uma otite.

Fique bem!

Franklim Fernandes

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VARIZES NAS PERNAS ESTA É A VERDADE!

As varizes fazem parte de um espectro de situações clínicas que costuma ser designado por “Doença Venosa Crónica”. Segundo a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) A Doença Venosa Crónica é uma patologia crónica e evolutiva, que afecta as veias das pernas que transportam o sangue até ao coração. Quando não é identificada e tratada a tempo pode originar diversas complicações que têm um elevado impacto no dia-a-dia dos doentes.

Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, esta doença tem uma elevada prevalência, atingindo cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos, embora também afecte os homens (60% F/ 40% M).

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Qual a estrutura do sistema venoso das pernas?
  • O que são as varizes?
  • Qual a diferença entre derrames e varizes?
  • Quais os principais sintomas dos derrames e varizes?
  • Que tipos de existem?
  • O que são varizes primárias e as secundárias?
  • Quais as causas?
  • Quais os sintomas?
  • Quais os riscos de doença venosa crónica?
  • Trombose venosa profunda: O que é?
  • Trombose venosa: Qual a causa?
  • Trombose: Quais os factores de risco?
  • Trombose venosa profunda: Quais os sintomas?
  • Quais os tratamentos?
  • Como evitar?
  • Como exercitar as pernas?
  • Qual o melhor desporto?
  • Quais os desportos que deve evitar?
  • Porquê evitar lugares quentes?
  • Porque faz bem o frio?
  • Porquê evitar a prisão de ventre e excesso de peso?
  • Qual o vestuário adequado?
  • Qual o calçado adequado?
  • Como melhorar a circulação venosa durante o sono?
  • Gravidez: Porque faz mal ás varizes?
  • Massagens: Porque fazem bem?

LEIA AQUI TODAS AS RESPOSTAS

Alergia alimentar quais os alimentos mais perigosos?



Alergia alimentar: Quais os alimentos comuns que podem provocar problemas alérgicos? Saiba tudo neste artigo que pretende ser um instrumento de ajuda essencial para quem tem ou suspeita que pode ter uma alergia, nomeadamente a alguns alimentos. É essencial alertar para a necessidade de, havendo suspeita, o mais cedo possível serem identificadas essas alergias sob pena de terem a sua qualidade de vida bastante degradada e em alguns casos até correr perigo de vida devido à possibilidade, embora rara, de choque anafilático.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • Alergia: O que é?
  • Atopia: O que é?
  • Qual a incidência de alergias na população?
  • Porque têm aumentado as alergias?
  • Será que o nosso sistema imunológico está diferente?
  • Doenças alérgicas: Quais as principais?
  • Alergia alimentar: Quais os sintomas?
  • Intolerância alimentar o que é? Qual a diferença?
  • A alergia alimentar tem influência genética familiar?
  • Reacções alérgicas  imediatas vs retardadas: Quais são e quais as diferenças?
  • Anafilaxia ou reação anafilática: O que é?
  • Urticária: O que é?
  • Angioedema: O que é?
  • Alergias em crianças: Quais as mais frequentes?
  • Alergia nos adultos: Quais as mais frequentes?
  • Sindrome de Alergia Oral: O que é?
  • Reactividade cruzada: O que é?
  • Diagnóstico de alergia alimentar: Como se faz?
  • Exercício físico após comer pode provocar alergia alimentar?
  • Teste cutâneo positivo significa sempre alergia a esse alimento?
  • Teste cutâneo negativo significa sempre ausência de alergia a esse alimento?
  • Teste de provocação oral (TPO): O que é?
  • Como evitar uma alergia alimentar?
  • Uma alergia pode desaparecer com a idade?
  • Tratamento de uma alergia alimentar: Qual o melhor?
  • Alimentos que mais frequentemente causam alergias alimentares: Quais são?

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Alergia o que é?

Uma alergia é uma reação de hipersensibilidade, a estímulos externos, mediada pelo sistema imunitário, nomeadamente um tipo de anticorpo com uma importância central em todas as doenças alergicas, designado imunoglobulina E (IgE).

Reacção alérgica

Alergia alimentar o que é?

Alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico contra um determinado alimento considerado inofensivo para a maioria das pessoas. Algumas pessoas apresentam alergia a mais do que um alimento de grupos diferentes, situação menos frequente, que é designada de alergia alimentar múltipla.

É obviamente uma reação alérgica provocada por um alimento ou aditivo contido nesse alimento. Por vezes existem alergias a alimentos importantes e muito usados na nossa alimentação como por exemplo leite, ovos e trigo.

Intolerância alimentar o que é?

A intolerância alimentar não é uma alergia pois não é mediada pelo nosso sistema imunitário.  A Intolerância Alimentar consiste numa reação adversa ao alimento que não envolve o sistema imunológico. Frequentemente resulta de alterações ou distúrbios do metabolismo do alimento. Neste caso, as reações não têm o mesmo potencial de gravidade da resposta alérgica e os sintomas desenvolvem-se com maior frequência ao nível gastrointestinal.

Os sintomas mais frequentes da intolerância alimentar são:

  • Inchaço ou distensão abdominal;
  • Gases;
  • Cólicas;
  • Flatulência;
  • Azia;
  • Dor de cabeça;
  • Mal estar geral.

Saber mais sobre intolerância alimentar aqui

Atopia o que é?

A atopia pode ser entendida como uma tendência individual e/ou familiar para desencadear reações de hipersensibilidade mediadas pela IgE.

Um dos exemplos mais frequentes é a pele atópica.

Alergia e incidência na população

De acordo com a World Allergy Organization (WAO), cerca de 40% da população mundial sofre de pelo menos uma doença alérgica sendo o 5º grupo de doenças crónicas mais frequentes nos países desenvolvidos. Estes números serão mais graves no futuro porque um dos segmentos da população mais afetados são as crianças e portanto haverá, um aumento das patologias alérgicas. Na altura da primavera  maior parte das pessoas que sofre de rinaconjuntivite tem alergia ao pólenes.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), cerca de:

  • 30% da população sofre de rinite,
  • 16% da população terá também conjuntivite,

No entanto, muitos doentes nunca fizeram diagnóstico. Apenas um terço das pessoas foram vistas por causa da doença e ainda menos fizeram testes de alergia.

Causas do aumento das alergias

As doenças alérgicas estão a aumentar, o que tem sido associado a diversos fatores tais como:

  • Mudanças no estilo de vida,
  • Alterações climáticas, nomeadamente aumento da temperatura
  • Aumento da poluição atmosférica,

Sistema imunitário será que está diferente?

Nas crianças do países ocidentais o número de infeções por bactérias, vírus e parasitas tem vindo a diminuir graças à evolução das vacinas, antibióticos e melhoria das condições sanitárias.

Estas circunstâncias no seu conjunto levaram a que o nosso sistema imunitário, pelo facto de não ter uma ameaça tão forte de parasitas e agentes microbianos patogénicos, se concentre agora mais nos alérgenos ambientais que teoricamente deveriam ser inofensivos para as pessoas.

Doenças alérgicas quais as principais?

As principais doenças alérgicas são as seguintes:

Alergia alimentar qual a incidência?

A alergia alimentar  atinge cerca de 1-2 %  da população geral nos países  industrializados e mais de 8% das crianças. O número de indivíduos com reações graves de causa  alérgica, após ingestão  de alimentos, tem vindo a aumentar.

As reações a alimentos poderão não ter uma causa alérgica,  designando-se então  como reações alimentares  adversas.

Influência genética qual a importância?

A alergia alimentar tem uma forte componente genética e até 70% dos doentes apresentam história familiar positiva.

Sintomas quais são?

A alergia a um determinado alimento origina, habitualmente, o aparecimento dos sintomas poucos minutos após a ingestão.

Estas reações denominadas imediatas podem atingir de uma forma isolada ou combinada:

  • Pele e mucosas,
  • Vias respiratórias,
  • Sistema gastrointestinal,
  • Sistema cardiovascular.

Os sintomas alergia alimentar são geralmente os seguintes:

  • Urticária,
  • Angioedema,
  • Rinoconjuntivite,
  • Asma,
  • Choque anafilático.

Reações alérgicas imediatas vs retardadas

As manifestações clínicas de tipo alérgico imediato mais frequentes são:

As reações anafiláticas são mais raras. Assumem, no entanto, uma importância primordial, já que se desencadeiam muito rapidamente, colocando em risco a vida do doente, quando não tratadas de forma imediata.

Outras manifestações de alergia alimentar incluem reações retardadas que ocorrem em doentes com:

  • Eczema atópico e/ou enteropatia ao glúten, sendo mais difíceis de diagnosticar porque, frequentemente, decorre muito tempo entre a ingestão alimentar e a ocorrência dos sintomas.

Alergias nas crianças mais frequentes

As manifestações clínicas de alergia alimentar variam com a idade.

Na infância, a forma de apresentação alérgica mais comum é o eczema atópico.

Os alimentos mais frequentemente envolvidos são:

  • Leite,
  • Ovo,
  • Frutos secos,
  • Soja,
  • Trigo,
  • Peixe,
  • Marisco.

Alergias nos adultos mais frequentes

No adulto são habituais as reações imediatas sendo os alimentos mais problemáticos os seguintes:

  • Frutos secos,
  • Peixe e marisco,
  • Alimentos de origem vegetal.

Síndrome de alergia oral

A síndrome de alergia oral caracteriza-se  pelo aparecimento de edema, comichão  e/ou formigueiro dos lábios, boca e garganta quando o agente causal, habitualmente um fruto fresco ou vegetal, contacta  com  a  mucosa  oral  do  indivíduo alérgico.

Reatividade cruzada

Na sua maioria, os doentes estão sensibilizados a pólens. Esta sensibilização simultânea (pólens e alimentos) deve-se à existência de reatividade cruzada a proteínas com estrutura semelhante que ocorrem, naturalmente, em plantas de diferentes origens.

Os exemplos mais comuns destas síndromes de reatividade cruzada são:

  • Síndrome bétula-maça
  • Síndrome artemisia-aipo-cenoura-especiarias
  • Síndrome gramíneas-rosáceas
  • Síndrome Plantago-Cucurbitaceae

Urticária

A urticária não é uma doença mas sim um síndrome comum, com lesões cutâneas afetando todas as faixas etárias, estimando-se que cerca de 20 a 30% da população, em algum momento da sua vida, tenha pelo menos um episódio de urticária.

É caracterizada pelo rápido aparecimento de pápulas (lesões cutâneas ligeiramente elevadas em relação à pele sã), eritematosas (avermelhadas) algumas vezes esbranquiçadas na parte central, acompanhadas de prurido (comichão) ou por vezes sensação de queimadura, desaparecendo por breves segundos após pressão.

Estas lesões desaparecem espontaneamente ou com terapêutica anti-histamínica, sem pigmentação residual num período de 24 horas podendo no entanto voltar a aparecer.

Em alguns casos, o edema da derme profunda e sub-cutis pode ser tão importante que dá origem ao aparecimento de angioedema (inchaço), por vezes doloroso em alternativa a pruriginoso, com envolvimento frequente das mucosas, sendo a resolução mais lenta comparativamente à da urticária (até 72 horas).

Saber mais sobre urticária aqui

Sintomas gastrointestinais frequentes

Na alergia alimentar os sintomas intestinais mais frequentes são:

  • Náuseas
  • Vómitos
  • Cólicas abdominais
  • Diarreia

Anafilaxia ou reação anafilática

As reações anafiláticas (anafilaxia) são reações alérgicas repentinas, generalizadas, potencialmente graves e que apresentam risco à vida.

Caracterizam-se pela ocorrência de sintomas envolvendo simultaneamente:

  • A pele e mucosas
  • O aparelho respiratório
  • O aparelho cardiovascular
  • O aparelho gastrointestinal

Em alguns países a ingestão de amendoim é a causa mais comum de reações fatais. Quantidades mínimas deste alimento podem ser suficientes para induzir reações anafiláticas em pessoas sensibilizadas.

A ingestão acidental e sem intenção pode ocorrer, particularmente, por contaminação, durante o processamento industrial de outros alimentos.

Anafilaxia quais os sinais?

Os sinais mais comuns de reação anafilática são os seguintes

  • Começam frequentemente com uma sensação de desconforto, seguida por sensações de formigamento e tontura.
  • Em seguida, surgem rapidamente sintomas graves que incluem coceira e urticária generalizada, inchaço, sibilos, dificuldade respiratória, desmaio e/ou outros sintomas alérgicos.

Estas reações podem ser fatais em pouco tempo. A melhor maneira de evitar um ataque é evitar o fator desencadeante.

As pessoas afetadas devem trazer sempre consigo anti-histamínicos e uma seringa autoinjectável de epinefrina. As reações anafiláticas exigem tratamento de emergência.

Reações anafiláticas causas mais comuns

As causas mais comuns de anafilaxia são:

  • Fármacos (como a penicilina)
  • Picadas de insetos
  • Certos alimentos (especialmente ovos, frutos do mar e nozes)
  • Injeções contra alergia (imunoterapia com alérgenos)
  • Látex

Porém, também podem ser causadas por qualquer alérgeno. Tal como acontece com outras reações alérgicas, não costuma ocorrer uma reação anafilática depois da primeira exposição a um alérgeno, mas sim depois de uma exposição posterior.

No entanto, muitas pessoas não se recordam da primeira exposição. É provável que qualquer alérgeno que cause uma reação anafilática em uma pessoa cause essa reação em exposições posteriores, a menos que se tomem medidas para o evitar.

Sintomas de anafilaxia

As reações anafiláticas começam nos primeiros 15 minutos da exposição ao alérgeno. Só excecionalmente as reações começam após 1 hora. Os sintomas variam, mas a pessoa normalmente apresenta os mesmos sintomas todas as vezes, a saber:

  • O coração palpita rapidamente.
  • A pessoa pode sentir-se ansiosa e agitada.
  • A pressão arterial pode cair, causando desmaios.
  • Outros sintomas incluem sensação de formigamento, tontura, pele com comichão e avermelhada, tosse, coriza, espirros, urticária e inchaço do tecido sob a pele (angioedema).
  • A respiração pode tornar-se difícil e podem aparecer sibilos, porque a garganta e/ou vias aéreas se contraem ou incham.
  • A pessoa pode ter náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia.

Uma reação anafilática pode progredir tão rapidamente que pode provocar:

  • Colapso,
  • Paragem respiratória,
  • Convulsões,
  • Perda da consciência em 1 ou 2 minutos.

A reação pode ser mortal, a menos que se proporcione um tratamento de emergência de imediato. Os sintomas podem recorrer 4 a 8 horas após a exposição inicial ou mais tarde.

Anafilatoide vs Anafilaxia

As reações anafilatoides assemelham-se às reações anafiláticas. Todavia, ao contrário do que ocorre nas reações anafiláticas, podem ocorrer reações anafilatoides após a primeira exposição a uma substância.
As reações anafilatoides não são reações alérgicas porque a imunoglobulina E (IgE), a classe de anticorpos envolvida nas reações alérgicas, não as provoca. Pelo contrário, a reação é causada diretamente pela substância.
Os fatores desencadeantes mais comuns das reações anafilatoides incluem corantes que contêm iodo, que podem ser visualizados em radiografias (corantes radiopacos), aspirina e outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), opiáceos, transfusões sanguíneas e exercícios.
Na medida do possível, evita-se utilizar meios de contraste nos procedimentos radiológicos em pessoas com reações anafilatoides a estes corantes. No entanto, algumas doenças não podem ser diagnosticadas sem meios de contraste. Nestes casos, o médico usa contrastes que apresentam menor probabilidade de causar reações.
Além disso, geralmente administram-se fármacos que bloqueiam as reações anafilatoides, como prednisona e difenidramina, antes de injetar o meio de contraste.

Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é óbvio e se baseia nos sintomas. Como os sintomas podem ser fatais em pouco tempo, o tratamento é iniciado de imediato. Se os sintomas forem leves, o diagnóstico pode ser confirmado através de exames de sangue ou urina, que medem os níveis das substâncias produzidas durante as reações alérgicas. No entanto, normalmente esses testes são desnecessários.

Prevenção

A melhor prevenção é evitar o alérgeno. As pessoas que são alérgicas a certos alérgenos inevitáveis (como as picadas de insetos) podem se beneficiar de imunoterapia com alérgenos a longo prazo ( Imunoterapia com alérgenos (dessensibilização)).

As pessoas que apresentam essas reações devem levar sempre consigo uma seringa autoinjectável de epinefrina e comprimidos anti-histamínicos para um tratamento imediato. Caso ocorra o desencadeamento (por exemplo, se forem picadas por um inseto), ou se começaram a apresentar sintomas, devem se Auto injetar e tomar os anti-histamínicos imediatamente.

Em geral, esse tratamento detém a reação, ao menos temporariamente. No entanto, depois de uma reação alérgica de caráter grave, e imediatamente após se Auto injetar, a pessoa deve se dirigir ao serviço de emergência de um hospital, onde poderá ser adequadamente monitorada e o tratamento poderá ser ajustado conforme necessário. A pessoa também deve usar um bracelete de Alerta Médico, com uma lista das suas alergias.

Tratamento da anafilaxia

Em casos de emergência, o médico administra epinefrina por injeção subcutânea em um músculo ou uma veia. Caso a respiração seja gravemente comprometida, um tubo respiratório pode ser introduzido na traqueia pela boca ou nariz (intubação) ou por uma pequena incisão na pele que cobre a traqueia, e o oxigênio é administrado por esse tubo respiratório.

Em geral, a pressão arterial baixa retorna ao normal logo após a administração de epinefrina. Caso não retorne, fluidos intravenosos são administrados para aumentar o volume de sangue. Algumas vezes, medicamentos que estreitam os vasos sanguíneos (vasoconstritores) também são administrados ajudando a elevar a pressão arterial.

São administrados anti-histamínicos (como a difenidramina) e bloqueadores de histamina-2 (H2) (como a cimetidina) por via intravenosa até o desaparecimento dos sintomas. Se necessário, beta-agonistas inalatórios (como albuterol) são administrados para expandir as vias aéreas e auxiliar a respiração.

Algumas vezes, um corticosteroide é administrado para ajudar a prevenir a recorrência dos sintomas várias horas depois.

Angioedema

Angioedema é o inchaço de áreas de tecido subcutâneo que, por vezes, afeta a face e a garganta.

  • O angioedema pode ser uma reação a um fármaco ou substância (fator desencadeante), uma doença hereditária, uma complicação rara do câncer ou uma doença imunológica; no entanto, às vezes a causa é desconhecida.
  • O angioedema pode envolver inchaço da face, garganta, trato digestivo e vias aéreas.
  • Os anti-histamínicos podem aliviar os sintomas leves, mas se o angioedema dificultar a deglutição ou a respiração, é necessário tratamento de emergência.
  • É frequente que o angioedema ocorra com urticária ( Urticária). Tanto a urticária como o angioedema envolvem inchaço, sendo mais profundo no angioedema (sob a pele) do que na urticária, e pode não coçar.

Causas mais comuns

  • Muitos fármacos, como a aspirina, outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs –Analgésicos não opioides : Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides) e certos opioides (denominados opiáceos) como morfina e codeína
  • Picadas ou mordidas de insetos
  • Injeções contra alergia (imunoterapia com alérgenos)
  • Certos alimentos — especialmente ovos, peixes, frutos do mar, nozes e frutas
  • A ingestão de alguns alimentos, mesmo em quantidades mínimas, pode provocar angioedema. Porém, outros alimentos (como morangos) provocam estas reações apenas depois da ingestão de uma grande quantidade.
  • O angioedema às vezes ocorre depois do uso de um contraste visível ao raio-X (contraste radiopaco) durante um exame de imagem. Em algumas ocasiões, o angioedema sem urticária é causado por inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), que são usados para tratar hipertensão e insuficiência cardíaca.

O angioedema pode ser crónico, recorrendo durante semanas ou meses. A origem pode ser o consumo habitual, não intencional, de uma substância como a penicilina no leite ou um conservante ou corante nos alimentos.

O uso de certos fármacos como a aspirina, outros AINEs ou opiáceos também pode causar o angioedema crónico. O angioedema crónico que se apresenta sem urticária pode ser um angioedema de tipo hereditário Angioedema hereditário e adquirido.

Entretanto, quando o angioedema ocorre novamente (com ou sem urticária) sem que nenhuma causa específica seja identificada, este é denominado angioedema idiopático.

Sintomas do angioedema

O angioedema pode afetar parte ou a totalidade das mãos, pés, pálpebras, língua, lábios ou genitália. Por vezes, as membranas que revestem a boca, a garganta e as vias respiratórias incham, dificultando a deglutição e a respiração. Ocasionalmente, o trato digestivo é afetado, o que resulta em náuseas, vômitos, dor abdominal com cólica ou diarreia.

Muitas pessoas também apresentam urticária. A urticária geralmente começa com ardor. Tipicamente, os surtos de urticária aparecem e desaparecem ( Urticária). Uma pápula pode permanecer durante várias horas e logo desaparecer, reaparecendo mais tarde, em qualquer outro local. Depois de a pápula desaparecer, a pele tem habitualmente um aspeto completamente normal.Angioedema

Diagnóstico

Frequentemente a causa é evidente, e não são necessários exames porque as reações geralmente se resolvem e não recorrem. Caso o angioedema recorra e a causa não seja definida, o médico pergunta ao indivíduo quais os fármacos que está tomando e os alimentos e bebidas que está consumindo.

Se a causa continuar sem ser determinada, especialmente se o indivíduo não apresentar urticária, é possível que o médico realize exames para determinar se é uma forma hereditária de angioedema ( Angioedema hereditário e adquirido).

Caso a causa seja uma picada de abelha, o indivíduo deve consultar um médico. Este pode aconselhar um tratamento a ser seguido no caso de outra picada de abelha.

Tratamento

Se a causa for evidente, o indivíduo deve evitá-la, se possível. Se a causa não for evidente, o indivíduo deve deixar de tomar todos os fármacos que não sejam indispensáveis até que os sintomas se resolvam.

Para o angioedema leve com urticária, o uso de anti-histamínicos alivia parcialmente a coceira e reduz o inchaço. Os corticosteroides, administrados por via oral, são prescritos apenas nos sintomas graves, quando outros tratamentos são ineficazes, e são administrados durante o menor tempo possível. Quando administrados por via oral durante mais de 3 ou 4 semanas, podem causar muitos efeitos colaterais, por vezes sérios ( Corticosteroides: Usos e efeitos colaterais). Produtos para a pele (como cremes, pomadas e loções) com corticosteroides não ajudam.

Para o angioedema sem urticária (como aquele causado por um inibidor da ECA ou uma forma hereditária de angioedema), os anti-histamínicos e corticosteroides podem não ajudar. Nestes casos, por vezes o médico administra plasma fresco congelado ou certos fármacos como ecalantide. Um inibidor de C1 purificado, derivado de sangue humano, também pode ser usado.

Se o angioedema grave provocar dificuldades de deglutição ou respiração ou um colapso, é necessário um tratamento de emergência. A maioria das pessoas que já apresentaram essas reações devem trazer sempre consigo uma seringa autoinjectável de epinefrina e comprimidos anti-histamínicos, que devem ser usados imediatamente caso ocorra uma reação.

Depois de uma reação alérgica grave, essas pessoas devem recorrer ao serviço de emergência de um hospital, onde poderão ser examinadas e tratadas adequadamente.

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Diagnóstico da alergia alimentar

O diagnóstico de alergia a alimentos é fundamentado, em primeiro lugar, na história clínica. Contudo, se existem casos em que a relação causal com a ingestão de determinado alimento é evidente, noutras situações esta relação não é clara. O preenchimento pelo doente de um diário alimentar completo, bem como a descrição das atividades diárias, durante um período de tempo relativamente longo, pode ser essencial para evidenciar qual ou quais os alimentos suspeitos.

Os testes de pele podem ajudar. Nestes, o médico alergologista inocula vários tipos de proteínas no antebraço do doente à procura de reações às mesmas. O resultado costuma demorar apenas 15 minutos. O principal valor do teste é quando este é negativo, servindo para descartar a proteína que não causou reação. O teste positivo não dá certeza de que o paciente seja alérgico àquela proteína. Em alguns casos por causa do alto risco de reação anafilática, o médico pode optar por não fazer este teste. Atualmente é possível realizar a dosagem de IgEs específicas no sangue para se identificar contra quais alimentos se desenvolve alergia.

Exercício físico após refeição

Em certos casos, determinados alimentos só originam a ocorrência de sintomas de alergia alimentar quando o doente realiza esforço físico, após a ingestão dos mesmos (anafilaxia induzida pelo exercício).

Este tipo de alergia alimentar que só se manifesta se o paciente praticar alguma atividade física até 4 horas após a ingestão de determinados alimentos. O doente com este tipo de alergia pode comer camarão e nada sentir, mas se comê-lo e for praticar algum exercício pode até sofrer uma reação anafilática.

Alergia alimentar e alimentação saudável

Como ter uma alimentação saudável se for alérgico a alimentos importantes? Muitas vezes os doentes identificam os alimentos responsáveis pela ocorrência dos sintomas deixando definitivamente de os ingerir. Esta atitude habitualmente não acarreta consequências indesejáveis tratando-se de alimentos isolados. Contudo, e particularmente nas crianças, a adoção de dietas demasiadamente restritivas poderá acarretar défices nutricionais. É fundamental que o diagnóstico de alergia alimentar seja estabelecido por um imunoalergologista. Quando necessário, o aconselhamento para manter uma dieta nutritivamente equilibrada será também orientado por um nutricionista.

Teste cutâneo positivo significa sempre alergia a esse alimento?

A interpretação dos resultados dos testes cutâneos de alergia e das determinações sanguíneas de IgE específica exige experiência e perícia.

Um teste cutâneo positivo a um determinado alimento não implica, necessariamente, ocorrência de alergia. Crianças com história de alergia a um determinado alimento podem desenvolver tolerância, isto é, passar a poder ingeri-lo, mantendo reatividade cutânea a esse alimento.

Teste cutâneo negativo exclui alergia a esse alimento?

Por outro lado, um teste cutâneo negativo não permite excluir, definitivamente, o diagnóstico de alergia alimentar.

Alguns alergénios alimentares podem ser destruídos durante a preparação de extratos comerciais, conduzindo a testes cutâneos falsamente negativos.

Torna-se, assim, necessária a realização de testes por picada, utilizando o alimento fresco.

O teste de provocação oral (TPO) poderá ser necessário para estabelecer o diagnóstico definitivo de alergia alimentar.

Teste de provocação oral (TPO)

O TPO consiste na ingestão de quantidades crescentes do alimento suspeito. A execução deste teste não é isenta de riscos, devendo ser sempre efetuado por especialista experiente, iniciada em ambiente hospitalar e com vigilância ao longo de pelo menos 24 horas.

Reatividade cruzada

A reatividade cruzada significa que quando se é alérgico a um determinado alergénio ou alimento aumenta a probabilidade de se desenvolver alergia a outros alimentos que tenham na sua composição proteínas de estrutura semelhante ao primeiro alergénio.

Por exemplo quem tem alergia respiratória a pólens, tem associada uma maior probabilidade de ter alergia alimentar a frutos e vegetais.

Outras sensibilizações podem ocorrer para alergénios inalados e ingeridos. Os exemplos mais comuns destas síndromes de reatividade cruzada são:

  • Síndrome ácaros-crustáceos-moluscos;
  • Síndrome ave-ovo;
  • Síndrome látex-frutos.

Num mesmo grupo de alimentos pode verificar-se, também, a existência de reatividade cruzada. São exemplos a alergia simultânea a diversos crustáceos, ou a espécies distintas de peixe.

Alergia alimentar, como evitar?

Não é possível evitar uma alergia alimentar sem se saber a que se é alérgico! No entanto se já for alérgico a determinados alergénios como por exemplo ácaros, pólens, aves e látex, devido à reatividade cruzada atrás referida deve evitar ou estar muito atento à ingestão dos alimentos geralmente associados a essas reatividades cruzadas. Uma vez estabelecido o diagnóstico de alergia alimentar, o doente é aconselhado a evitar os alimentos responsáveis pela ocorrência dos sintomas.

É importante salientar que para além de ingeridos na sua forma natural, determinados alimentos são utilizados como ingredientes. Assim o doente alérgico deve habituar-se a consultar os rótulos das embalagens de todos os produtos que consome.

A identificação do ingrediente proveniente do alimento a que é alérgico evitará um consumo acidental e a ocorrência de uma reação que poderá ser grave.

Idade e alergia alimentar

Na criança a maioria das alergias alimentares resolve-se até à idade escolar. Excetuam-se alguns grupos de alimentos tais como os frutos secos, peixes e mariscos. Se a alergia alimentar surge na idade adulta é menos provável o seu desaparecimento.

Tratamento

O melhor tratamento da alergia a alimentos é a prevenção. Não há um tratamento que cure a alergia alimentar. O mais importante é identificar os alimentos que causam alergia e evitá-los permanentemente.

Quando não se conhece os alimentos que lhe causam alergia ou quando há ingestão acidental de um alimento proibido, o tratamento visa o controle da reação alérgica. Os medicamentos mais usados são:

  • Anti-histamínicos (antialérgicos),
  • Corticoides
  • Nos casos de choque anafilático o tratamento é feito com injeção de adrenalina.

Doentes com histórico de reação anafilática a alimentos devem trazer consigo cartões ou pulseiras explicando a sua alergia para que possam ser rapidamente diagnosticados e tratados,  em caso de acidente. Muitos pacientes andam com seringas automáticas de adrenalina caso seja necessário tratamento imediato.

Aproximadamente 85% das crianças espontaneamente deixam de ser alérgicas à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) entre os 3-5 anos de idade. O teste cutâneo permanece positivo apesar de haver tolerância ao alimento. A alergia alimentar ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente desaparece.

14 alimentos que causam alergia alimentar, 

A partir de dia 13 de dezembro de 2014 entram em vigor as novas regras de etiquetagem de alimentos na União Europeia. Estas exigem uma maior visibilidade da informação relativa à presença de alergénios alimentares nos rótulos dos alimentos, assim como nos produtos à venda em cafés e restaurantes.

A lista de alimentos cuja presença deve ser discriminada abrange os alimentos que mais frequentemente causam alergia alimentar, nomeadamente:

  • Cereais que contém glúten (p.ex. trigo, centeio, cevada, aveia, espelta, etc.) e produtos derivados
  • Crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta, etc.) e derivados
  • Ovos e derivados (outras denominações: gema, clara, ovalbumina, ovomucoide)
  • Peixe e derivados
  • Amendoins e derivados
  • Soja e derivados
  • Leite, lactose e derivados (outras denominações: lactoalbumina, lacto globulina, caseína, coalho)
  • Frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs, cajus, noz pecã, amêndoa do Pará, pistáchios, macadâmias) e produtos derivados
  • Aipo e produtos derivados
  • Mostarda e produtos derivados
  • Sementes de sésamo e derivados
  • Tremoço e derivados;
  • Moluscos (caracol, mexilhão, amêijoa, choco, lula, polvo, pota, etc.);
  • Dióxido sulfuroso e sulfitos.

Concluindo

É importante enfatizar que existem outros alimentos que podem provocar reações alérgicas cuja presença em produtos alimentares não é de identificação obrigatória. A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) recomenda que se informe junto do seu imunoalergologista acerca de como pode ser feita uma correta evicção alimentar.

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Fontes:

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14 COISAS INTERESSANTES QUE FAZEM ENGORDAR DIZEM OS CIENTISTAS!

Engordar e quais as 14 coisas, hábitos, condições de saúde, profissões, países e até anos de nascimento que os cientistas afirmam fazer engordar? Algumas são interessantes e surpreendentes! Antes demais ensinamos a calcular o excesso de peso e descrevemos tudo o que há a saber sobre o  Índice de Massa Corporal (IMC). Sabia que existem tabelas diferentes para adultos, crianças (meninos e meninas) e idosos? Se já sabe isto tudo passe à frente e desça até ao que lhe interessa.

Introdução

Quando pensamos nas festas de Aniversário, Natal, Fim de Ano , etc…muitos de nós terão o gosto de algumas delícias a rondar pelo paladar, mas na sua cabeça cresce a vontade de fazer algo para apagar, na medida do possível, a marca que deixaram na balança. Por exemplo em média na quadra de Natal e Fim de Ano ganham-se entre 2 a 4 “kilinhos”!

Alguns “sortudos” terão conseguido não engordar nem um grama… que raiva 🙂 ! Seja qual for o seu balanço, se tens uns quilos a mais deves fazer nova tentativa para ficar elegante… OK… menos “cheiinho” já não é mau 🙂 

Existem dezenas de dietas para emagrecer, algumas com uma sólida base científica, mas por si só não garantem a vitória, já que, como advertem os especialistas, vivemos numa “sociedade obesa”, na qual inúmeros fatores concorrem para engrossar o caldo dos adipócitos (células de gordura).

No entanto há muitas coisas aparentemente banais que interferem com o seu peso. Algumas não dependem de si controlar porque são inerentes à essência orgânica de cada um ou seja à sua genética mas é de extrema importância que esteja informado do quanto podem interferir na sua “luta” para um equilíbrio mais saudável. Outras, e são várias, estão perfeitamente ao seu alcance controlar mas, embora pareçam banais, muitas vezes são hábitos instalados difíceis de contrariar.

Uma coisa é certa, saber do que se trata é meio caminho andado para conseguir uma “vitória”. O que descrevo de seguida está cientificamente provado e faço questão de disponibilizar os links para os locais de investigação em causa.

Excesso de peso

Como se avalia o excesso de peso? Avaliar corretamente o excesso de peso em função de fatores decisivos como a altura e o sexo é essencial para sabermos a verdadeira dimensão do problema, nomeadamente começando por calcular o índice de massa corporal (IMC).

Índice de Massa Corporal (IMC)

O índice de massa corporal, mais conhecido pela sigla IMC, é um índice adotado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que é usado para o diagnóstico do excesso de peso e da obesidade.

O IMC pode ser facilmente calculado a partir de dois simples dados:

  • Peso
  • Altura

O índice de massa corporal é um relevante indicador de saúde, alicerçado em vários estudos, que comprovam que, em geral, quanto maior for o IMC de um indivíduo, mais elevado é o risco de morte precoce, principalmente por doenças cardiovasculares. O IMC é um índice válido para identificar o excesso ou défice de peso em qualquer pessoa a partir dos 2 anos de idade.

Podemos confiar nos resultados?

Os seus resultados são bastante fiáveis, mas a sua principal falha é o facto de poder superestimar a quantidade de gordura em pessoas que tenham muito peso devido a uma grande massa muscular, como nos casos de atletas de alto rendimento e culturistas.

IMC nas mulheres grávidas

É importante destacar também que os resultados do IMC não têm validade nas mulheres grávidas, já que estas, além do peso do bebê, também apresentam grande retenção de líquidos.

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IMC como se calcula?

A formula de calculo do IMC é a seguinte:

Cálculo do IMC = peso (quilos) ÷ altura² (metros)

Por exemplo, para calcular o IMC de uma pessoa de 80 kg, que meça 1,60m, os cálculos são os seguintes:

IMC = 80 ÷ 1,6²
IMC = 80 ÷ 2,56
IMC = 31,25 kg/m²

Tabela do IMC

Na tabela seguinte descrevo os diversos graus de peso em função do IMC desde a obesidade mórbida até ao baixo peso muito grave.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Obesidade grau III (mórbida)> 40
Obesidade grau II35 – 39,99
Obesidade grau I30 – 34,99
Excesso de peso25 – 29,99
Peso normal18,50 – 24,99
Baixo peso17 – 18,49
Baixo peso grave16 – 16,99
Baixo peso muito grave< 16

O objetivo a alcançar é um IMC na faixa normal, entre 18,50 e 24,99 kg/m².

Valores acima ou abaixo desta faixa estão associados a um maior risco de doenças. Quanto mais afastado da faixa de IMC ideal você estiver, seja para mais ou para menos, maior é o risco de você desenvolver problemas de saúde. Os valores de IMC fornecidos acima são para a população adulta, entre 20 e 65 anos. O cálculo do IMC para idosos, crianças e adolescentes é feito por tabelas diferentes.

IMC tabela de adultos
Tabela de IMC dos adultos dos 20 aos 65 anos

IMC nos idosos

Os idosos têm menos massa muscular que os adultos jovens e, por isso, o cálculo do IMC não costuma ter na população mais idosa o mesmo significado que no resto da população adulta. Enquanto nos adultos um IMC acima de 25 kg/m² está claramente associado a um aumento na incidência de doenças e a um maior risco de morte precoce, nos idosos isso não parece ser verdade.

Há cada vez mais estudos que mostram que os valores de peso ideal sugeridos pelo IMC não se ajustam à população idosa. Por isso, foi proposta uma nova tabela de IMC, concebida especialmente para a população com mais de 65 anos. A forma de calcular o IMC é exatamente igual, porém, os resultados devem ser interpretados da seguinte forma:

Mulheres acima de 65 anos

De seguida descrevo a tabela de IMC para mulheres acima dos 65 anos.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Baixo peso< 21,9
Peso normal 22 – 27
Excesso de peso27,1 – 32
Obesidade grau I32,1 – 37
Obesidade grau II37,1 – 41,9
Obesidade grau III (mórbida)> 42

Homens acima de 65 anos

De seguida descrevo a tabela de IMC para homens acima dos 65 anos.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Baixo peso< 21,9
Peso normal 22 – 27
Excesso de peso27,1 – 30
Obesidade grau I30,1 – 35
Obesidade grau II35,1 – 39,9
Obesidade grau III (mórbida)> 40

IMC nas crianças

Os valores do IMC do adulto também não são os mais adequados para crianças e adolescentes. Assim como nos idosos, o cálculo do IMC é o mesmo, mas a interpretação dos resultados é diferente nas crianças. O processo deve ser feito da seguinte forma:

  1. Calcular o IMC através da fórmula tradicional;
  2. Com a tabela de idade e sexo fornecida abaixo, veja em que percentil o valor encontrado de IMC se encaixa.

Os resultados devem ser interpretados da seguinte forma:

Grau de pesoPercentil do IMC
Baixo peso <10
Peso normal15 a 85
Excesso de peso 85 a 95
Obesidade> 95
Tabela de IMC meninos
Tabela de IMC meninos
Tabela IMC meninas
Tabela IMC meninas
OS MAIS LIDOS

Agora que já sabemos se temos ou não excesso de peso vamos então conhecer as 14 coisas que cientificamente engordam !

1. Não fazer refeições em família

As refeições em família diminuem o risco de obesidade
As refeições em família diminuem o risco de obesidade

Mesmo que esteja cansado dos familiares, deve saber que as refeições em família podem proteger da obesidade e do excesso de peso. Entre as razões está facto de, durante as refeições, se estabelecem-se relações emocionais entre os membros da família e os alimentos costumam ser mais saudáveis, segundo um estudo das universidades de Minnesota e de Columbia (EUA) publicado no Journal of Pediatrics.

Essa recomendação é especialmente útil para crianças e adolescentes, para prevenir a obesidade quando chegarem à idade adulta. Outro dado muito interessante é que uma ou duas refeições familiares por semana são suficientes para reduzir o risco de obesidade! Por isso já sabe… parabéns se já consegue juntar a sua família ás refeicões! Se não for esse o caso existem mais 13 razões a seguir para conseguir gerir melhor o seu peso.

 2. Irmãos e amigos gordinhos

Ter irmãos e amigos obesos aumenta risco de obesidade
Ter irmãos e amigos obesos aumenta risco de obesidade

Ter um irmão obeso duplica o seu risco de sê-lo (mais do que se for o seu pai), e a possibilidade aumenta se esse for maior e do mesmo sexo. Este estudo foi realizado por Markos Pachucki, da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, num artigo publicado no American Journal of Preventive Medicine.

Os amigos com excesso de peso também não ajudam, porque os quilos a mais são “contagiosos”, como constatou David Shoham, da Universidade de Loyola em Chicago, num estudo com 1.800 adolescentes (PLoS One). Este vínculo já tinha sido encontrado num trabalho anterior publicado em 2007 no The New England Journal of Medicine. O bom é que a magreza também se transmite, e se os seus amigos estão magros (Índice de Massa Corporal, ou IMC, igual a 20) tem 40% mais possibilidades de reduzir o seu peso

3. Nascer depois de 1942!

Os nascidos depois de 1942 têm mais possilidades de vir a se obesos
Os nascidos depois de 1942 têm mais possilidades de vir a ser obesos

Se nasceu depois de 1942, fique atento. Existe um vínculo entre uma variante do gene FTO e o ano de nascimento que favorece o aparecimento da obesidade, uma correlação que é duas vezes mais forte entre os nascidos depois de 1942. Os cientistas que encontraram essa conexão, dirigidos por James Rosenquist, do Departamento de Psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts, não têm uma razão clara para essa associação, mas indicam o desenvolvimento tecnológico posterior à Segunda Guerra Mundial.

4. Não ter certas famílias de bactérias intestinais

A bactéria Christensenellaceae protege do aumento de peso
A bactéria Christensenellaceae protege do aumento de peso

Talvez encontre no seu intestino a resposta para o peso. Se entre os milhões de microrganismos que se hospedam no aparelho digestivo houver bactérias da família Christensenellaceae, sorte a sua, porque estas protegem do aumento de peso (Cell). Embora esse microrganismo seja herdado, a sua descoberta abre portas para a criação de tratamentos probióticos personalizados contra a obesidade.

5. Restaurantes com música clássica!

Musica classica leva ao consumo de mais alimentos
Musica classica leva ao consumo de mais alimentos

As sonatas de Schubert podem ser apropriadas para um jantar romântico, mas deve-se saber que animam a comer mais! Um estudo britânico das universidades de Leicester e Surrey Roehampton comprovou que se consomem mais alimentos e café nos locais quando há música clássica de fundo do que quando toca outro tipo de melodia. Leve isso em conta também para a sua economia.

6. Trabalho noturno

Comer à noite engorda
Trabalhar à noite engorda

Trabalhar à noite engorda, e não é porque se coma mais, mas porque se altera o ritmo circadiano. As pessoas estão programadas para dormir quando não há luz e comer de dia. «O trabalho em turnos durante a noite interrompe o sono e rompe o ciclo fisiológico, e isso provoca uma diminuição do gasto energético diário total», conclui um estudo realizado por cientistas do Instituto Médico Howard Hughes do Texas, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

7. Dormir pouco

O défice do sono piora o humor e faz engordar
O défice do sono piora o humor e faz engordar

O défice de sono não só muda o nosso humor, como também engorda: está comprovado cientificamente. A explicação é que o sono desempenha um papel relevante no metabolismo energético, de forma que ao não dormir comemos mais, como um mecanismo fisiológico de adaptação para manter a vigília. Uma pesquisa publicada recentemente no American Journal of Clinical Nutrition também concluiu que dormir mais está associado a um menor Índice de Massa Corporal e uma melhor alimentação.

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8. Viver na Irlanda

Em 2030 90% dos homens Irlandeses vão ter excesso de peso
Em 2030 90% dos homens Irlandeses vão ter excesso de peso

Se considera morar fora do país, talvez interesse saber que as previsões indicam a Irlanda como o país onde as taxas de obesidade e excesso de peso masculinas aumentarão mais (em 2.030, 90% dos seus homens terão excesso de peso), enquanto na Bélgica só 44% dos homens acumularão quilos a mais.

A explicação para essas estimativas, realizadas pelo Fórum de Saúde do Reino Unido em colaboração com o gabinete regional da OMS para a Europa, está no modelo económico. «Nos mercados liberais como Reino Unido e Irlanda, as multinacionais da alimentação promovem o consumo excessivo», afirma Laura Webber, co-autora do relatório, que foi apresentado no último congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia.

9. Poluentes ambientais

O poluentes acumulam-se no tecido adiposo
O poluentes acumulam-se no tecido adiposo

As substâncias residuais do pesticida DDT, ou do lindano (usado para combater piolhos e sarna), são alguns dos poluentes que se acumulam no tecido adiposo das pessoas, favorecendo o desenvolvimento da obesidade e o aumento do colesterol no sangue, segundo comprovou um grupo de cientistas da Universidade de Granada, que publicou esses resultados em Enviromental Pollution. Esses poluentes chegam ás pessoas principalmente através de alimentos com alto teor de gordura, incluindo carnes e peixes de grande porte.

10. Ver televisão

Ver teleivisão aumenta em 23% o risco de obesidade
Ver teleivisão aumenta em 23% o risco de obesidade

Juntar o telejornal da noite com um capítulo da sua telenovela favorita, para terminar com um pouco de debate sobre actualidades, obriga a mais de duas horas diante do televisor. Se isso se repetir todos os dias, aumentará:

  • 23% o risco de obesidade
  • 14% o risco de desenvolver diabetes

Adverte um relatório da Universidade Harvard.

11. Dormir com a televisão ligada

A exposição à luz artificial reduz os níveis endógenos de #melatonina
A exposição à luz artificial reduz os níveis endógenos de #melatonina

Sem dúvida já dormiu mais de uma vez embalado pelo som da TV. Esse pequeno prazer pode fazê-lo ganhar peso. Segundo Ahmad Agil, da Universidade de Granada, a exposição à luz artificial durante a noite enquanto dormimos – como a emitida pela televisão, pelo computador ou por uma lâmpada acesa – reduz os níveis endógenos de melatonina, uma hormona que é libertada durante a noite para regular os ritmos circadianos e que possui um poderoso efeito antioxidante e anti-inflamatório. Essas propriedades protegem de alterações metabólicas que provocam obesidade e diabetes.

Um conselho: tente dormir na escuridão total (Journal of Pineal Research).

12. Stress pós-traumático

Stress pós-traumático potencia o aumento de peso
Stress pós-traumático potencia o aumento de peso

As mulheres que sofrem de stresse pós-traumático aumentam de peso mais rapidamente e são mais propensas a sofrer obesidade do que as que não atravessam essa situação, afirma um estudo das universidades Harvard e Columbia, publicado em Archives of General Psychiatry.

Mas há uma boa notícia: Quando diminuem os sintomas desse transtorno, o risco de obesidade reduz notavelmente.

13. Depressão e ansiedade

A maioria das pessoas reage ao stress comendo mais e aumentando de peso
A maioria das pessoas reage ao stress comendo mais e aumentando de peso

Um terço das pessoas “stressadas” perde o apetite e emagrece, mas mais da metade reage ao stress comendo e, pior, ingerindo alimentos muito apetitosos, ricos em açúcares e gorduras. A explicação científica é que o centro de recompensa que temos no cérebro é activado por esse tipo de comida. Além disso, a hormona do stress, o cortisol, sensibiliza esse sistema de recompensas e favorece a ingestão compulsiva de alimentos muito calóricos.

Rubén Bravo, diretor do Departamento de Nutrição do Instituto Médico Europeu da Obesidade (Imeo), afirma: «ansiedade e stress são duas situações que se repetem com frequência nos nossos consultórios. Os problemas económicos e de trabalho levam a procurar a felicidade na comida, especialmente em doces, que diminuem a agitação.»

14. Não comer alguns laticínios ricos em gordura pode engordar!

Consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central.
Consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central.

Um estudo publicado no Scandinavian Journal of Primary Health Care concluiu que o consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central. Na opinião do nutricionista Walter Willett, da Escola de Saúde Pública de Harvard, uma explicação para essa descoberta é que os produtos com toda a gordura dão mais saciedade, e além disso os ácidos gordos dos laticínios têm um efeito adicional na regulação do peso.

A nutricionista Natalia Galán, do Serviço de Promoção da Saúde de Sanitas, acrescenta: «Os produtos light nem sempre ajudam a emagrecer, pois o facto de terem 30% menos calorias que o produto inicial não é sinónimo de que não vão engordar. Muitos são anunciados como light e têm mais calorias que os que não o são.»

Concluindo

Depois de engordar demasiados quilos nunca é fácil recuperar a boa forma! Muitas vezes só tentamos a sério quando nos diagnosticam um problema de saúde grave que nos impede de manter a nossa qualidade de vida. Até lá vamos fazendo tentativas pouco convincentes para equilibrar o nosso peso. Não espere por uma má notícia para tentar a sério controlar o seu peso. Se não fizer nada para melhorar é certo que algo de grave com a sua saúde vai acontecer! Adapte à sua rotina alguns dos factos agora provados pelos cientistas para recuperar algum do tempo perdido e…não perca mais tempo e anos de vida!

Controlar o seu peso é controlar a sua saúde e prolongar a vida!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: Referidas individualmente no conteúdo do artigo.

Por favor, PARTILHE este artigo com os seus amigos, que certamente desconhecem alguns destes factos e vão, além disso, agradecer-lhe  a tentativa de os deixar mais elegantes 🙂

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IMPOTÊNCIA DISFUNÇÃO ERÉCTIL A VERDADE




Impotência ou disfunção eréctil (2021) toda a verdade: Segundo a Sociedade Portuguesa de Andrologia é um problema que afeta milhares de homens impedindo-os de ter uma vida íntima saudável e por consequência afetando de forma grave as suas relações amorosas. Trata-se de uma condição de saúde, na maior parte das vezes, escondida por vergonha e não tratada convenientemente.

Este artigo pretende ser um contributo valioso para melhorar a vida de muitos homens e suas companheiras colocando novamente no caminho de uma vida amorosa saudável.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • O que é a impotência ou disfunção eréctil?
  • Quais os sinais e sintomas?
  • Quais as causas físicas e psicológicas?
  • Quais os fatores de risco?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Quais os tratamentos mais eficazes?
  • Quais as marcas disponíveis?
  • Como atuam os medicamentos?
  • Como se pode prevenir?
  • A impotência também afeta jovens?
  • O que é o Sildenafil?
  • Como atua o sildenafil?
  • Quem não pode tomar o sildenafil?
  • Quem deve ter cuidados especiais com o sildenafil?
  • Qual a influência dos alimentos e bebidas com o sildenafil?
  • O sildenafil afeta a condução?
  • Quais os efeitos secundários?
  • Como tomar?
  • Quais as dosagens disponíveis?
  • Quais os preços do sildenafil?

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Impotência ou disfunção eréctil  o que é?

A Disfunção Eréctil (DE) ou “Impotência Sexual” é a incapacidade constante ou recorrente do homem obter ou manter uma ereção permitindo a atividade sexual durante pelo menos 3 meses. Pode atingir os homens de qualquer idade, tornando-se mais frequente em com o avançar da idade. Apresenta uma prevalência global de cerca de 13% em Portugal (Episex-pt, 2006), e continua para muitos um assunto tabú, sendo o tema abordado com dificuldade, até com o médico de família.

A impotência ou Disfunção Eréctil (DE) é a disfunção sexual masculina mais comum. Calcula-se que em Portugal, mais de 500 mil homens sofram deste problema, porém, muito poucos procuram ajuda para encontrar uma solução e recuperar a sua vida sexual.

Apesar de afetar frequentemente homens acima dos 40 anos, não é uma condição exclusiva de homens maduros, com cada vez mais jovens a sofrer de disfunção erétil, quer seja devido a causas físicas ou psicológicas.

O sintoma mais frequente da disfunção erétil é a incapacidade de conseguir ou manter uma ereção suficiente para penetração. No caso de a dificuldade ser esporádica, a mesma não pode ser classificada como disfunção eréctil. Porém, se os sintomas da disfunção eréctil se tornarem recorrentes e acontecerem com bastante frequência, poderá tratar-se desta condição. Existem vários fatores que podem influenciar o processo de ereção, pelo que vale a pena avaliar este problema individualmente.

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Sintomas e sinais da impotência

A incapacidade ocasional em manter uma ereção acontece à maioria dos homens e geralmente não será causa de maior preocupação. Quando os problemas se tornam recorrentes então sim deverão ser avaliados pelo seu médico para diagnosticar as causas.

Anatomia do pénis

No homem, o  formato é cilíndrico, sendo formado por dois tipos de tecidos (dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso) e, na sua extremidade, observa-se uma fenda, que é a terminação da uretra, canal que escoa o esperma e a urina. É, portanto, um órgão que atua em duas funções: na reprodução e na excreção.

Anatomia do pénis e impotência

Ereção

A ereção resulta de um processo complexo envolvendo o cérebro, as hormonas, os nervos pélvicos e os vasos sanguíneos irrigando o pénis. As estruturas penianas responsáveis pelo mecanismo eréctil são os corpos cavernosos, dois compartimentos cilíndricos envolvidos numa túnica sólida (Albugínea).

Ereção e disfunção eréctil

Em paralelo corre o corpo esponjoso contendo a uretra. Com a excitação, o aumento do fluxo sanguíneo ao pénis assim como a diminuição da drenagem expande os corpos cavernosos.

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Anatomia do pénis

Encarada anteriormente como uma patologia de causas primariamente psicológicas, a disfunção eréctil resulta com maior frequência de uma causa física, geralmente uma doença crónica sistémica, o efeito secundário de um tratamento instituído ou ainda a combinação destes fatores.

Causas etiológicas mais comuns

As causas etiológicas mais comuns são as seguintes:

Nalguns casos pode representar o primeiro sinal destas doenças.

Leia também: Isto está a causar diabetes, toda a verdade!

Outras causas importantes

Algumas das causas importantes mas pouco conhecidos são os seguintes:

  • Tabagismo,
  • Alcoolismo crónico,
  • Alguns medicamentos, nomeadamente o tratamento do cancro da próstata e da tensão arterial,
  • Doenças neurológicas tais como a doença de Parkinson,
  • Esclerose Múltipla,
  • Distúrbios hormonais (hipogonadismo),
  • Doença de Peyronie (ereção dolorosa e curvatura do pénis)
  • Traumatismos pélvicos.

Causas psicológicas

Representam 10 a 20 % dos casos e incluem:

  • Depressão,
  • Ansiedade,
  • Stress,
  • Cansaço,
  • Problemas relacionais com a parceira.

A sobreposição de um problema psicológico numa causa física menor inicial poderá ser a origem de uma Disfunção Eréctil grave.

 Fatores de risco

Os fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento de impotência sexual masculina são os seguintes:

  • Envelhecimento:  incidência de cerca de 80 % no grupo etário acima dos 75 anos;
  • Patologia crónicas: Diabetes Mellitus, aterosclerose, doença renal, hepática, pulmonar, nervosa, endócrina, crónicas (Diabetes Mellitus, Aterosclerose, Hipogonadismo,…);
  • Tratamentos médicos crónicos: anti-hipertensores, antidepressivos, anti-histamínicos, hipnóticos, tratamento médico do cancro da próstata;
  • Tratamentos cirúrgicos: por lesão dos nervos pélvicos (prostatectomia radical, cistectomia,..);
  • Traumatismos: associados ou não a fraturas da bacia;
  • Abusos sociais ou comportamentais: tabaco, álcool, marijuana ou drogas pesadas;
  • Stress, ansiedade, depressão: Causas psicológicas da disfunção eréctil;
  • Obesidade;
  • Síndrome metabólica: caracterizada por obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial e resistência à Insulina;
  • Ciclismo: compressão prolongada dos nervos e vasos perineais responsável por DE temporária.

Diagnóstico

O diagnóstico da Disfunção Eréctil começa na elaboração de uma história clínica e psicossexual detalhada. Segue-se um exame físico assim como um controle analítico e hormonal básico.

Quando justificado o estudo complementar poderá incluir:

  • Eco-doppler peniano,
  • Estudo neurológico aprofundado,
  • Provas de tumescência e rigidez penianas noturnas,
  • Caverosometrias
  • Avernosografias,
  • Consulta psicológica.

Tratamento

Existe hoje em dia uma pléiade de opções terapêuticas, desde o aconselhamento sexual até às opções cirúrgicas, mas o tratamento adequado dependerá sempre da(s) causa(s) e da severidade da DE contrapostas às expectativas do doente.

Comprimidos para a impotência

Os comprimidos para a disfunção eréctil são obviamente pela comodidade a primeira opção de tratamento. O primeiro foi um sucesso estrondoso e chamava-se sildenafil, mais conhecido mundialmente pelo nome comercial Viagra. Actualmente em 2021, estão disponíveis os seguintes fármacos:

  • Sildenafil (Viagra®). Já está disponível o genérico do sildenafil a preço económico, em embalagens de 1, 4, 8 e 12 comprimidos.
  • Tadalafil (Cialis®). Também já está disponível o genérico com preço muito mais económico.
  • Vardenafil (Levitra®)
  • Avanafil (Spedra®)

Pela minha experiência como Farmacêutico cada nova molécula aprovada para a impotência masculina ou disfunção eréctil tem sobre as mais antigas a vantagem de manter ou prolongar o efeito eréctil e diminuir os efeitos secundários ou seja mantém o efeito terapêutico com mais segurança e interações medicamentosas ou outras.

Portanto a melhor será quase sempre a última a chegar ao mercado, sendo actualmente o Avanafil a mais recente.

Mecanismo de ação

Sendo moléculas do mesmo grupo farmacológico (inibidores das fosfodiesterases), atuam de modo semelhante aumentando os níveis de óxido nítrico no corpo cavernoso, relaxando assim o músculo liso e favorecendo deste modo a irrigação peniana.

Não provocam automaticamente a ereção, favorecendo-a em resposta à estimulação psicológica ou física. Não obstante as suas semelhanças estes fármacos tem indicações preferenciais consoante o tipo de doente.

“Estes fármacos são contra-indicados nos doentes com angina de peito medicados com nitratos e deverão sempre ser usados com precaução em caso de doença cardíaca grave, acidente vascular cerebral, diabetes incontrolada e hipo ou hipertensão arterial. Qualquer medicação crónica concomitante deverá ser mencionada.”

Prostaglandina E (Alprostadil)

Esta hormona relaxa o músculo liso peniano, aumentando o fluxo sanguíneo. Em Portugal encontra-se apenas sob forma injetável para administração intra-cavernosa (Caverject®). Poderá ser potenciado o seu efeito com Papaverina e/ou Fentolamina. Existe aínda uma forma de administração intra-uretral (Muse®).

Reposição hormonal

Indicada nos doentes com valores baixos de Testosterona plasmática. Existe sob a forma transdérmica (Testim®, Testogel®) e injectável (Sustenon®, Testoviron®). Este tipo de tratamento implica sempre o doseamento do PSA.

Bombas de vácuo

Com ótima indicação nos doentes com contraindicações específicas para o tratamento farmacológico, tem em geral moderada aceitação.

Cirurgia Vascular

Indicada num número restrito de doentes, geralmente novos, com alterações vasculares comprovadas em estudos angiográficos.

Próteses penianas

Cirurgia reservada aos casos onde as outras modalidades terapêuticas falharam. Trata-se de uma opção altamente invasiva e irreversível. Distinguem-se em próteses semirrígidas e hidráulicas, feitas em silicone e poliuretano. Apresenta uma alta taxa de satisfação, no entanto pode ocorrer infeção da prótese em 2 a 3% dos doentes e apresentar até 15% de reoperações.

Aconselhamento psicológico e terapia sexual

Pode servir como complemento das outras terapias para a Disfunção Eréctil  ou na presença de stress, ansiedade, depressão. A falta de conhecimentos acerca da função sexual normal ou qualquer tipo de tensão relacional tornam essencial uma intervenção educativa para o doente ou o casal.

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Prevenção

Descrevo de seguida os fatores mais importantes para prevenir a disfunção eréctil, a saber:

  • Controlo das doenças crónicas assim como a eliminação dos fatores de risco;
  • Controlo da Diabetes e risco coronário;
  • Eliminação de tabagismo;
  • Limitação de ingestão de álcool e evicção de drogas ilegais..;
  • Prática de exercício físico regular;
  • Sono regular;
  • Controlo do stress;
  • Tratamento de estados de ansiedade e depressão;
  • Controlo médico regular;

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Jovens também sofrem de impotência

A impotência nos jovens é um problema que afeta tanto adolescentes como homens no início da vida adulta. Apesar de pouco discutido, este problema é bastante comum, estimando-se que 15% dos homens que sofrem de impotência tenham menos de 40 anos e cerca de 5%, menos de 30 anos.

As causas de impotência nos jovens podem ser tanto físicas como psicológicas, apesar de as psicológicas serem as mais comuns. A ansiedade, o stress e o medo de falhar podem influenciar a performance sexual dos homens mais jovens, bem como a masturbação demasiado frequente e vigorosa pode ser uma das causas de impotência na juventude.

O abuso de álcool, drogas e a obesidade são também factores importantes em muitos casos de disfunção erétil. Desta forma, um estilo de vida pouco recomendável pode afectar grandemente a capacidade erétil dos homens mais jovens.

Sildenafil o primeiro “milagre masculino” 🙂

O Sildenafil  é um tratamento para os homens com disfunção eréctil, mais vulgarmente conhecida por impotência. Isto é, quando um homem não consegue obter, ou manter, uma rigidez do pénis em ereção, adequada à atividade sexual.

Formula quimica do Viagra ou Sildenafil
Formula quimica do Sildenafil

No entanto o Sildenafil demonstrou ter “poderes extraordinários” porque mesmo em homens que habitualmente não têm disfunção eréctil e, por exemplo, têm um dia mais cansativo pode reforçar a ereção, desde que estimulados sexualmente.

Mecanismo de ação do Sildenafil

O Sildenafil pertence a um grupo de medicamentos designado por inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5). Este medicamento atua por relaxamento dos vasos sanguíneos do pénis, permitindo o afluxo de sangue para o pénis, quando sexualmente estimulado.

Estrutura quimica da molécula do Viagra ou Sildenafil em 3D
Estrutura química da molécula do  Sildenafil em 3D

Contraindicações

Existem sempre grupos de doentes que estão contraindicados para usar este medicamento. Os principais são os seguintes:

  • Medicamentos com nitratos – A combinação poderá causar uma diminuição potencialmente perigosa da sua pressão arterial. Informe o seu médico se está a tomar algum destes medicamentos, que são normalmente utilizados para o alívio da angina de peito (ou “dor no peito”). Se tem dúvidas, informe-se junto do seu médico ou farmacêutico.
  • Medicamentos conhecidos como dadores de óxido nítrico, tal como o nitrito de amilo (“poppers“) – A combinação poderá levar a uma diminuição potencialmente perigosa na sua pressão arterial.
  • Alergia ou hipersensibilidade ao sildenafil ou a qualquer outro componente do Sildenafil.
  • Problemas cardíacos ou hepáticos graves.
  • Acidente vascular cerebral (AVC) ou um enfarte do miocárdio recentemente.
  • Pressão arterial baixa.
  • Algumas doenças oculares hereditárias tal como, retinite pigmentosa.
  • Perda de visão devido a neuropatia óptica isquémica anterior não arterítica (NAION).

Cuidados especiais

  • Se tem anemia falciforme (uma anomalia nos glóbulos vermelhos), leucemia (cancro das células do sangue), mieloma múltiplo (cancro da medula óssea).
  • Se tem deformação do pénis ou doença de Peyronie’s.
  • Se tem problemas cardíacos. Neste caso, o seu médico deve avaliar cuidadosamente se o seu coração suporta o esforço adicional associado a uma relação sexual.
  • Se tem atualmente uma úlcera do estômago ou um problema hemorrágico (tal como a hemofilia).
  • Se teve diminuição ou perda da visão súbita, pare de tomar Sildenafil e contacte imediatamente o seu médico.
  • Não deve utilizar Sildenafil em simultâneo com quaisquer outros tratamentos orais ou locais para a disfunção eréctil.
  • Sildenafil não deve ser administrado a indivíduos com idade inferior a 18 anos

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Alimentos e bebidas qual a influência?

O Sildenafil pode ser tomado com ou sem alimentos. No entanto, pode demorar mais tempo a atuar se o tomar com uma refeição mais pesada.

A ingestão de bebidas alcoólicas pode impedir temporariamente a capacidade de obter uma ereção. Para obter o máximo benefício do medicamento, é aconselhado a não ingerir grandes quantidades bebidas alcoólicas antes de tomar Sildenafil.

Efeitos sobre a condução

Sildenafil  pode provocar tonturas e afectar a visão. Deve estar consciente de como reage ao Sildenafil antes de conduzir ou utilizar máquinas.

Efeitos secundários

Habitualmente ligeiros a moderados e de curta duração.

Se tiver dores no peito durante ou após o ato sexual:

  • Coloque-se numa posição semi-sentada e tente relaxar.
  • Não utilize nitratos para tratar a sua dor no peito.
  • Fale com o seu médico imediatamente.

Todos os medicamentos incluindo Sildenafil poderão causar reações alérgicas. Deve informar o seu médico imediatamente se estiver a sentir algum dos seguintes sintomas após tomar este medicamento:

  • Pieira súbita,
  • Dificuldade em respirar ou tonturas,
  • Inchaço das pálpebras, face, lábios ou garganta.

Foram comunicadas ereções prolongadas, por vezes dolorosas, após a utilização de Sildenafil. Se tiver uma ereção que dure continuamente mais de 4 horas, deve contactar um médico imediatamente.

Se sentir uma diminuição ou perda súbita de visão, pare de tomar este medicamento e contacte o seu médico imediatamente.

Frequência dos efeitos secundários

A frequência dos possíveis efeitos secundários apresentada de seguida é definida usando a seguinte convenção:

  • Muito frequentes (afetam mais de 1 utilizador em cada 10)
  • Frequentes (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 100)
  • Pouco frequentes (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 1.000)
  • Raros (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 10.000)
  • Muito raros (afetam menos de 1 utilizador em cada 10.000)
  • Desconhecido (a frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)

Muito frequentes

  •  Dores de cabeça.

Frequentes

  • Vermelhidão facial,
  • Indigestão,
  • Efeitos sobre a visão (incluindo visão com traços coloridos, sensibilidade à luz, visão turva e acuidade visual reduzida),
  • Nariz entupido
  • Tonturas.

Pouco frequentes

  • Vómitos,
  • Erupção cutânea,
  • Hemorragia retiniana,
  • Irritação ocular,
  • Olhos vermelhos,
  • Dor ocular,
  • Visão dupla,
  • Sensação de corpo estranho no olho,
  • Batimentos cardíacos rápidos e irregulares,
  • Dor muscular,
  • Sonolência,
  • Sensação de tacto diminuída
  • Vertigem,
  • Zumbidos nos ouvidos,
  • Náuseas,
  • Boca seca,
  • Dor no peito,
  • Sensação de cansaço.

Raros

  • Pressão arterial elevada,
  • Pressão arterial baixa,
  • Desmaios,
  • Acidente vascular cerebral,
  • Hemorragia nasal,
  • Diminuição ou perda súbita da audição.

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Posologia

  • Apenas uma vez por dia.
  • Tomar cerca de uma hora antes da hora planeada para a atividade sexual.
  • Tome o comprimido inteiro, com um copo de água.

O período de tempo que o Sildenafil demora a atuar varia de pessoa para pessoa, mas, normalmente, esse período varia entre meia hora e uma hora. Poderá verificar que o Sildenafil demora mais tempo a atuar se for tomado com uma refeição substancial.

Dosagens disponíveis

Existem 3 dosagens disponíveis

  • 25mg,
  • 50mg
  • 100mg

A dosagem habitual é de 50mg.

Preço do Sildenafil

Existem no mercado embalagens com 1, 4, 8 ou 12 comprimidos por embalagem. Na dosagem de 50 mg as apresentações disponíveis, consoante os laboratórios, apresentam os seguintes intervalos de preços:

  • 5€ aproximadamente, para a embalagem de 1 comprimido;
  • 10€ a 18€ aproximadamente, para a  embalagem de 4 comprimidos;
  • 22€ a 34€ aproximadamente, para a embalagem de 8 comprimidos;
  • 35€ ou 36€ aproximadamente para a embalagem de 12 comprimidos;

Consulte aqui a lista de preços do Infarmed

Para um homem sem patologias impeditivas, utilizado com moderação e bom senso o Sildenafil pode ser uma magnífica oportunidade para melhorar relações que anteriormente estariam condenadas ao fracasso…

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Concluindo

A impotência ou disfunção eréctil é um problema que afeta milhares de homens impedindo-os de ter uma vida intima saudável e por consequência afetando de forma grave as suas relações amorosas. Trata-se de uma condição de saúde, na maior parte das vezes, escondida por vergonha e não tratada convenientemente, afetando mais do que se julga a vida de muitas famílias e “minando” a autoestima de imensos homens com consequências sociais ainda subestimadas.

Para as mulheres ou homens também não é fácil gerir os sentimentos dos seus parceiros em relação a este problema ainda mais quando o comportamento dos companheiros afetados pode variar entre a depressão, o comportamento agressivo e em alguns casos a culpabilização da companheira ou companheiro!

A mensagem que devemos passar é simples… este problema na grande maioria dos casos é tratável com um simples comprimido 20 minutos antes das relações intimas e deve ser encarado como qualquer outra condição de saúde que necessita de tratamento…sem vergonhas que não têm razão de ser no século XXI.

“O Amor pode voltar a estar no ar…e muitas vezes só depende de si”

Referências

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