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Tosse causas perigos e melhor tratamento



Tosse causas perigos e tratamento… toda a verdade! Quais os tipos de tosse? Tosse seca persistente, tosse com expetoração, tosse alérgica, tosse do canil, etc quais as causas? Qual o melhor tratamento? A tosse é um sintoma muito comum geralmente sem gravidade mas que em alguns casos e doentes de risco pode ser um alerta que, se for bem diagnosticado, sinaliza algumas doenças graves como pneumonias e problemas cardíacos!

Neste artigo vou tratar os seguintes :

  • Tosse o que é ?
  • Qual a função?
  • Causas;
  • Tosse pode sinalizar problemas cardíacos?
  • Refluxo gastroesofágico pode provocar tosse?
  • Infeções podem desencadear tosse?
  • Quais as principais causas da tosse crónica?
  • Medicamentos podem causar tosse?
  • Situações de encaminhamento para apoio médico urgente;
  • Aconselhamento e diagnóstico correto?
  • Tosse não produtiva (seca);
  • Tosse produtiva (com expetoração);
  • O que significa a presença de expetoração amarelo-esverdeado?
  • O que significa a presença de muco com sangue?
  • Terapêutica não farmacológica;
  • Terapêutica farmacológica;
  • Antitússicos mais eficazes;
  • Mucolíticos e expetorantes mais eficazes.
As cinco grandes mentiras sobre saúde
Um original de Franklim Moura Fernandes

Tosse qual a sua função?

A tosse é um mecanismo de defesa que consiste na expulsão súbita e violenta de ar dos pulmões com o objetivo de remover as secreções e corpos estranhos das vias aéreas superiores. A tosse mais frequente é a causada por infeções virais do trato respiratório superior e está muitas vezes associada ao resfriado comum. A tosse pode ocorrer em qualquer altura do ano com maior prevalência na época mais fria.

Reflexo da tosse fisiologia e anatomia

O reflexo da tosse envolve cinco grupos de componentes:

  • Recetores de tosse,
  • Nervos aferentes,
  • Centro da tosse,
  • Nervos eferentes,
  • Músculos efetores.

O mecanismo da tosse requer um complexo arco reflexo iniciado pelo estímulo irritativo em recetores distribuídos pelas vias aéreas e em localização extratorácica. O início deste reflexo dá-se pelo estímulo irritativo que sensibiliza os recetores difusamente localizados na árvore respiratória, e posteriormente é enviado à medula.

Reflexo_da_tosse_anatomia

Recetores e estímulos

Os recetores da tosse podem ser encontrados em grande número nas vias aéreas altas, da laringe até a carina, e nos brônquios, e podem ser estimulados pelos seguintes mecanismos:

  • Químicos (gases),
  • Mecânicos (secreções, corpos estranhos),
  • Térmicos (ar frio, mudanças bruscas de temperatura),
  • Inflamatórios (asma, fibrose cística).

Também podem existir recetores para tosse nas seguintes localizações anatómicas:

  • Cavidade nasal e os seios maxilares (nervo trigémeo aferente),
  • Faringe (nervo glossofaríngeo aferente),
  • Canal auditivo externo e a membrana timpânica,
  • Pleura,
  • Estômago (nervo vago aferente),
  • Pericárdio e diafragma (nervo frênico aferente),
  • Esófago.

Alvéolos não têm recetores da tosse

Os recetores de tosse não estão presentes nos alvéolos e no parênquima pulmonar. Portanto, um indivíduo poderá apresentar uma pneumonia alveolar com consolidação extensa, sem apresentar tosse.

Nervo vago

Os impulsos da tosse são transmitidos pelo nervo vago até um centro da tosse no cérebro que fica difusamente localizado na medula. Não se conhece o local exato do centro da tosse. O centro da tosse pode estar presente ao longo de sua extensão, já que ainda faltam evidências significativas capazes de definir sua localização precisa no encéfalo.

Os recetores da tosse pertencem ao grupo dos recetores rapidamente adaptáveis, que representam fibras mielinizadas, delgadas e contribuem para a condução do estímulo, mas ainda permanece não esclarecido seu potencial de indução de bronco-constrição.(5-6)

Os recetores rapidamente adaptáveis têm a característica de sofrerem rápida adaptação perante a insuflação pulmonar mantida por cerca de 1 a 2 segundos, e são ativados por substâncias como:

  • Tromboxane,
  • Leucotrieno C4,
  • Histamina,
  • Taquicininas,
  • Metacolina,
  • Esforço inspiratório e expiratório com a glote fechada.

Agem sinergicamente com outros subtipos de nervos aferentes para gerar tosse. Recetores de adaptação lenta ao estiramento também participam do mecanismo da tosse de forma ainda não definida.

Nervos aferentes

Outro grupo de nervos aferentes envolvidos no mecanismo da tosse é o composto pelas fibras C, as quais não são mielinizadas, possuem a capacidade de produzir neuropeptídeos, têm relativa insensibilidade à distensão pulmonar e ativam-se pelo efeito da bradicinina e da capsaicina.

As terminações das fibras C brônquicas ou pulmonares estão envolvidas na bronco constrição. No entanto, o real papel das fibras C na fisiopatologia da tosse tem sido alvo de discussões na literatura, já que o transporte dos estímulos da tosse ocorre preferencialmente através de fibras mielinizadas.

Há indícios de que as fibras C brônquicas possam inibir o reflexo da tosse. Os recetores rapidamente adaptáveis interagem com estas fibras, que geram inflamação neurogénica em resposta ao seu próprio estímulo (ácido cítrico, tabagismo, bradicinina) e, por sua vez, passam a libertar taquicininas, que ativam os recetores rapidamente adaptáveis. Este ciclo induz tosse na dependência do grau de ação nestes recetores, já que mediante estímulo leve poderá potencializá-la por mecanismo local e, sendo o mesmo mais intenso, pode inibi-la por ação reflexa central.

Em regiões basais do epitélio respiratório encontram-se terminações nervosas, principalmente do tipo sensitivas, capazes de mediar inflamação neurogénica e libertar neuropeptídeos (taquicininas) como a substância P, neurocinina A e peptídeo relacionado com o gene da calcitonina, que acarretam a produção de muco, além das consequências relacionadas com o processo inflamatório.

Causas da tosse

As causas da tosse são múltiplas, a saber:

  • Presença de irritantes inalados ou aspirados, incluindo o fumo do tabaco, secreções, conteúdo gástrico;
  • Doenças pulmonares agudas ou crónicas ou ainda mais graves como o cancro;
  • Qualquer situação que desenvolva inflamação, constrição, infiltração ou compressão das vias respiratórias pode desencadear tosse;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Refluxo gastroesofágico.

Tosse produtiva e não produtiva

Tosse com expetoração (produtiva)

  • Há produção de muco ou expetoração
  • Sentida no peito

Tosse seca persistente (não produtiva)

  • Seca e irritativa
  • Não existe produção de muco
  • Sentida na garganta

Problemas cardíacos e tosse

A tosse pode ser um sintoma de insuficiência cardíaca pelo que, havendo história desta doença, especialmente existindo tosse persistente, o encaminhamento médico é aconselhável.

Refluxo gastroesofágico e tosse

O refluxo gastroesofágico é uma doença que afeta muitos doentes e que consiste  na libertação de parte do ácido gástrico para o esófago provocando, no mínimo, uma irritação local do esófago e por vezes da traqueia provocando uma tosse tipicamente seca.

Esta tosse é mais persistente à noite ao deitar por causa da posição horizontal que potencia o refluxo gastroesofágico em pessoas mais sensíveis. Assim uma tosse noturna persistente cuja causa seja refluxo gastroesofágico,, deve ser tratada com uma saqueta de sucralfato antes de deitar. A emulsão de sucralfato forma uma barreira à entrada do estômago que dificulta a saída do ácido para o esófago e traqueia.

Infeções podem desencadear tosse

Infeções que provocam tosse com duração superior a 3 semanas como a tosse convulsa que se caracteriza por uma duração de meses, uma tosse de tipo espasmódica seguida de um “guincho” característico e infeções provocadas por microrganismos como o Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumonias, Mycobacterium tuberculoso e avium, adenovírus, vírus da influenza e outros vírus respiratórios causadores de bronquite crónica podem ser causas de tosse prolongada.

Tosse crónica e principais causas

A bronquite crónica (tosse e expetoração, na maior parte dos dias, durante 3 meses contínuos, em 2 anos sucessivos) provocada por tabagismo ou por exposição a agentes tóxicos é uma causa muito comum de tosse crónica na população em geral. Em adultos não fumadores a asma é a causa mais importante de tosse crónica. O refluxo esofágico é também uma das causas de tosse.

Medicamentos podem causar tosse?

Alguns medicamentos podem causar tosse. Entre os mais frequentes podemos referir os inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA), utilizados na hipertensão, tais como:

  • Enalapril,
  • Captopril,
  • Lisinopril,
  • Ramipril,

A incidência da tosse varia entre 5 e 35% dos doentes que tomam estes medicamentos e cujo aparecimento dos efeitos pode ser de horas até 3 meses desde o início do tratamento.

Existem muitos outros medicamentos associados ao aparecimento da tosse, entre outros:

    • Antagonistas dos recetores AT1 da angiotensina II (ARA II), utilizados na hipertensão,
    • Inibidores da bomba de protões, utilizados para diminuir a acidez do estômago
    • Antiretrovirais, usados no HIV
    • Antagonistas dos canais cálcio, utilizados na hipertensão (ex: amlodipina)
    • Anti-inflamatórios não-esteroides (AINE), utilizados nas dores e inflamação,
    • Betabloqueadores, utilizados na hipertensão e algumas patologias cardíacas.

Apoio médico urgente

Há situações em que a tosse sinaliza a necessidade de consulta médica urgente de forma a assegurar que não estamos na presença de um grave problema de saúde. A saber:

  • Idade inferior a 2 anos;
  • Idade superior a 75 anos;
  • Tosse há mais de 2 semanas;
  • Falta de ar (dispneia) e/ou ruídos respiratórios;
  • Dor;
  • Expetoração espessa ou opaca com sangue;
  • Febre >38,5°C ou febre baixa durante mais de 3 dias;
  • Astenia, cansaço e/ou perda de peso;
  • Placas de pus na garganta;
  • Disfagia (dificuldade em engolir);
  • Doentes com Asma, DPOC, enfisema  insuficiência cardíaca;
  • Doentes a tomar medicamentos como amiodarona (arritmias), IECA (tensão arterial), bloqueadores do canais de cálcio (taquiarritmia, angina de Prinzmetal e hipertensão).  digoxina (coração), infliximab (doenças autoimunes);
  • Gravidez;
  • Amamentação;
  • Sem eficácia há mais de 7 dias;
  • Hemorragias.

Diagnóstico correto como se faz?

  • Distinção da tosse produtiva da não produtiva;
  • Momento do dia em que se manifesta;
  • Diabetes, úlcera péptica, hipertensão arterial, rinite alérgica;
  • Antiagregantes plaquetários;
  • Tabagismo;
  • Vigiar obstipação, depressão respiratória, antecedentes de úlceras;
  • Refluxo gastroesofágico.

Resumo de pontos chave:

  • A tosse que se prolongada mais de 2 semanas deve ser avaliada pelo médico, com auscultação pulmonar;
  • Antes de selecionar um medicamento deve identificar a possível origem da tosse;
  • Deve-se evitar a indicação sistemática de antitússicos ou seja medicamentos para tosse seca.

SINTOMAS

Tosse seca (não produtiva)

Na tosse não produtiva não há produção de muco. Este tipo de tosse é, normalmente, provocado por infeções virais e é autolimitada. No entanto existem outras causas de tosse seca, tais como:

    • Fumo do tabaco,
    • Ambiente seco,
    • Alterações bruscas de temperatura,
    • Alergénios do ar,
    • Asma,
    • Cancro do pulmão,
    • Alguns medicamentos, nomeadamente para a hipertensão
    • Refluxo gastroesofágico.

Tosse com expetoração (produtiva)

Na tosse produtiva há produção de muco (expetoração). Surge na sequência de uma hiperprodução de muco devido à irritação das vias áreas causada por uma infeção, alergia, etc. O muco transparente ou esbranquiçado não está infetado.

Expetoração amarelo-esverdeado

Quando o muco tem coloração pode significar a existência de uma infeção pulmonar tal como bronquite ou pneumonia e é necessário encaminhamento médico. Nestes casos, o muco pode ser amarelo-esverdeado e estar muito espesso.

Sangue no muco expetorado

Podem aparecer vestígios de sangue no muco dando uma coloração rosa a vermelho forte. A presença de sangue no muco pode significar apenas o rompimento de um pequeno vaso devido ao esforço de tossir mas também pode ser um sinal muito grave. Sangue na expetoração necessita de encaminhamento médico. 

Mucolítico e expetorante diferenças

Um mucolítico diminui a viscosidade das secreções e mucosidades facilitando a sua expulsão natural. Um expetorante estimula os mecanismos orgânicos de expulsão do muco, tais como:

    • Ativação do movimento ciliar,
    • Aumento do volume hídrico,
    • Aumenta a secreção aquosa das glândulas submucosas, salivares e mucosa nasal,
    • Estimulam o reflexo da tosse.

Terapêutica não farmacológica

  • Hidratação (beber 1,5 a 2 I de água por dia)
  • Humidificação do ambiente
  • Levantar a cabeceira da cama
  • Rebuçados sem açúcar ou pastilhas de chupar podem contribuir para o alívio da tosse.

Terapêutica farmacológica

Que cuidados devo ter?

Alguns medicamentos para a tosse devem ser evitados em diabéticos (Ex: xaropes com açúcar) e em doentes com doença coronária e hipertensão (Ex: antitússicos com codeína).

Antitússicos

São medicamentos adequados para o tratamento da tosse seca ou não produtiva. De seguida descrevo os principais e a posologia habitual para um adulto:

  • Levodropropizina (60mg 3xdia – antitússico de ação periférica), Ex: Levotuss®
  • Dextrometorfano (10 a 20mg 4/4h ou 30mg cada 6/8h – opiácio de ação central), Ex: Bisoltussin®
  • Oxolamina (100 a 200mg 3xdia – anticolinérgico/antihistamínico)
  • Codeína + Feniltoloxamina 2.22 mg/ml + 0.733 mg/ml ( 10ml de 12/12h) Ex: Codipront®
  • Butamirato (6mg 4xdia – antitussico) Ex: Sinecod®

Antitússicos quando utilizar?

Antitússicos utilizam-se quando é necessário impedir o processo de tosse por alguma destas razões:

  • Alteração do descanso noturno ou da atividade diurna;
  • Irritação brônquica induz ataques de tosse posteriores
  • Perigo de dano para os doentes por diversos motivos (cirurgias, etc.)

Mucolíticos e expetorantes

Fármacos mucolíticos e expetorantes adequados na tosse produtiva  e respetiva  posologia habitual para um adulto:

  • Ambroxol (20 a 40mg  3xdia) Ex: Broncoliber®, Mucosolvan®
  • Bromexina (8 a 10mg 3xdia) Ex: Bisolvon®
  • Acetilcisteína (200mg 3xdia ou 600 mg 1xdia) Ex: Fluimucil®
  • Carbocisteína (750mg 3xdia, reduzir a 1/3 após a melhoria dos sintomas) Ex: Pulmiben®
  • Sobrerol ou ciclidrol (80 a 160 mg 2xdia) Ex: Mucodox®

Os fármacos mucolíticos e expetorantes ajudam a incrementar a expetoração, conseguindo aliviar e facilitar a tosse produtiva tendo ação sobre o sistema muco ciliar:

  • Aumentando o volume da secreção (expetorantes, ex: ambroxol);
  • Diminuindo a viscosidade do muco (mucolíticos, ex: acetilcisteína);
  • Regulando a sua consistência (muco reguladores);
  • Potenciando a atividade de limpeza muco ciliar.
As cinco grandes mentiras sobre saúde
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Quais os melhores seguros e eficazes?

A escolha do medicamento para combater a tosse depende antes demais do tipo de tosse, produtiva ou não e da segurança no que concerne a efeitos secundário e interações com outros medicamentos, assegurando sempre a eficácia do tratamento. Atualmente uma imensa fatia das prescrições médicas utiliza os medicamentos que descrevo de seguida. Entre parêntesis apresenta-se  a posologia habitual para um adulto.

Tosse não produtiva ou seca

No que concerne à tosse não produtiva ou seja seca tem havido uma utilização crescente da:

  • Levodropropizina (60mg 3xdia – antitússico de ação periférica), Ex: Levotuss®. Não existe genérico no mercado.

Tosse produtiva ou com expetoração

No que concerne à tosse  produtiva ou seja com expetoração, tem havido uma utilização crescente da:

  • N-acetilcisteína (200mg 3xdia ou 600 mg 1xdia) Ex: Fluimucil®. Já existe genérico no mercado.
  • Ambroxol (20 a 40mg  3xdia) Ex: Broncoliber®. Já existe genérico no mercado.

Efeitos secundários

Levodropropizina (antitússico)

Muito raramente observaram-se as seguintes reações adversas: Urticária, vermelhidão da pele, erupção da pele, comichão, angioedema, reações cutâneas. Foi notificado um caso isolado, fatal, de epidermólise. Dor abdominal e dor de estômago, náuseas, vómitos, diarreia. Foram notificados dois casos individuais de glossite (inflamação da língua) e febre aftosa, respetivamente. Foi também notificado um caso de hepatite colestática, assim como um caso de coma hipoglicémico numa doente idosa, que estava a tomar simultaneamente hipoglicemiantes orais.

Reações alérgicas e anafiláticas, mal-estar geral. Foram notificados casos individuais de edema generalizado, síncope e astenia. Tonturas, vertigens, tremores, parestesia. Foi notificado um único caso de convulsões tónico-clónicas e um ataque de pequeno mal. Palpitações, taquicardia, hipotensão. Foi notificado um caso de arritmia cardíaca (bigeminismo auricular). Irritabilidade, sonolência, despersonalização. Dispneia, tosse, edema do trato respiratório. Astenia e fraqueza nos membros inferiores. Foram notificados alguns casos de edema da pálpebra, na sua maioria referidos como edema angioneurótico, considerando a presença simultânea de urticária.

Foi reportado um caso individual de midríase, assim como um único caso de perda da capacidade de visão bilateral. Em ambos os casos, as reações desapareceram após a interrupção do tratamento. Foi notificado um caso isolado de sonolência, hipotonia e vómitos num recém-nascido, após a toma de levodropropizina pela mãe que o amamentava. Os sintomas apareceram depois do bebé ser amamentado e desapareceram espontaneamente, algumas mamadas, após a interrupção do aleitamento materno.

Ocasionalmente, foram observadas as seguintes reações adversas consideradas graves: alguns casos de reações cutâneas (urticária, prurido), o já mencionado caso de arritmia cardíaca, o caso de coma hipoglicémico, assim como algumas reações alérgicas/anafiláticas envolvendo edema, dispneia, vómitos e diarreia. Como já referido, um caso isolado, fatal, de epidermólise, ocorrido numa doente idosa submetida a múltiplos tratamentos.

Acetilcisteína (mucolítico)

Ocasionalmente podem produzir-se alterações digestivas tais como náuseas, vómitos e diarreias, raramente apresentam-se reações de hipersensibilidade, como urticária e broncoespasmos. Especial atenção nos doentes asmáticos pelo risco de ocorrer uma crise de asma (broncoconstrição). Nestes casos deve interromper-se o tratamento e consultar um médico

Ambroxol (expectorante)

Foram descritos pirose, dispepsia, náuseas, vómitos, diarreia e outros sintomas gastrointestinais moderados. Foram descritos, muito raramente, erupção cutânea, urticária, edema angioneurótico, reações anafiláticas (incluindo choque anafilático) e outras reações alérgicas (hipersensibilidade). Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detetar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

Concluindo

A tosse é um sintoma muito comum na população principalmente porque é muitas vezes consequência de fatores desencadeantes que estão presentes na nossa rotina diária tais como fumos, poeiras, pós com alergénios e diferenças de temperatura, só para citar alguns. Os sinais mais importantes são, no entanto, quando a tosse é causada por problemas de saúde mais graves tais como asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), cancro e claro infeções do trato respiratório.

Uma tosse seja ela qual for é portanto um sinal de alarme que deve ser tratado de imediato e se for persistente (mais de 15 dias) ou acompanhada de febre, dificuldade respiratória ou dor no peito deve também ser procurado apoio médico urgente! Proteja-se a tempo e evite uma evolução grave da doença subjacente.

Referências:

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Azia enfartamento refluxo e digestão como tratar?

Azia refluxo pirose enfartamento gases são problemas digestivos muito comuns principalmente em épocas festivas! Quais as causas, sinais e perigos? Que medicamentos podem piorar os sintomas? Qual o melhor tratamento e como conseguir rápido alívio dos sintomas? Como recuperar dos excessos das épocas especiais como Natal, Ano Novo, Páscoa, aniversários, festas e férias?

Leia também: Álcool e ressaca… esta é a melhor forma de evitar e recuperar!

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

    • Digestão o que é?
    • Quanto tempo demora a digestão?
    • Má digestão ou dispépsia.
    • Dispepsia sintomas, causas, prevenção e diagnóstico.
    • Qual a anatomia do estômago?
    • Azia ou pirose: O que é?
    • Quais os sintomas?
    • Refluxo gastroesofágico: O que é?
    • Qual a anatomia do estômago?
    • Qual a causa da azia?
    • Que medicamentos podem provocar azia?
    • Quais os anti-inflamatórios menos agressivos para o estômago?
    • Anti-inflamatórios de última geração: Serão uma boa alternativa?
    • Ansiolíticos e contraceptivos orais podem provocar refluxo?
    • Idade e azia ou refluxo: Qual a relação?
    • Gravidez e azia ou refluxo: O que acontece nessa fase?
    • O que pode tomar uma grávida para a azia?
    • Que factores agravam a azia e refluxo?
    • Que alimentos agravam a azia e refluxo?
    • Quais os sinais de alarme para pedir apoio médico urgente?
    • Como melhorar a azia e refluxo?
    • Quais os medicamentos mais utilizados para a azia e refluxo
    • Quais os efeitos secundários e interacções mais frequentes dos antiácidos?

Digestão

O que acontece durante a digestão? O sistema digestivo para levar a cabo, com sucesso, o processo de digestão total dos alimentos, é composto pelas seguintes quatro etapas essenciais:

  • Mastigação – acontece na boca e reduz os alimentos a um bolo alimentar pela ação mecânica de mastigar e também pela ação enzimática da saliva;
  • Processamento químico e enzimático – acontece principalmente no estômago com pela ação do ácido clorídrico e da enzima pepsina, entre outras; Esta é a etapa mais importante na digestão das proteinas;
  • Processamento no intestino delgado – absorve macromoléculas e nutrientes para a corrente sanguinea;
  • Fermentação e remoção da água – acontece no cólon (intestino grosso);

As substâncias simples da nossa alimentação, como a água, os sais minerais e as vitaminas (excepto a vitamina B12), são absorvidas ao longo do tubo digestivo sem sofrerem transformações. No entanto, as macromoléculas, como proteínas, gorduras e hidratos de carbono, têm de ser transformadas em moléculas pequenas e menos complexas para serem absorvidas, assim:

  • Proteínas são desdobradas em polipéptidos, péptidos e aminoácidos;
  • Hidratos de carbono são transformados em açúcares simples (monossacarídeos) como a glicose, a frutose e a galactose, entre outros;
  • Gorduras são parcialmente separadas em ácidos gordos e glicerinas.

Quanto tempo demora a digestão?

O tempo de digestão difere de pessoa para pessoa e entre os sexos. Após comermos, os alimentos demoram cerca de seis a oito horas até passarem do estômago para o intestino delgado.

De seguida, passam ao intestino grosso (cólon), dando-se a absorção de água e finalmente o excedente é eliminado nas fezes.

Local do sistema digestivoFunção primáriaTempo que ficam os alimentos a digerir
BocaDigestão mecânica e química1 minuto
EsófagoTransportar os alimentos depois de deglutidos3 segundos
EstômagoDigestão mecânica e química2 a 4 horas
Intestino delgadoDigestão mecânica e química3 a 5 horas
Intestino grossoAbsorção de água> 10 horas

Em geral os alimentos demoram cerca de 24 a 72 horas desde o momento em que são mastigados até serem eliminados nas fezes os resíduos que o nosso organismo não conseguiu utilizar.

Se estiver mais de 72 horas sem defecar isso é um sintoma de obstipação que pode ser perigoso!

Leia também: Estes são os perigos da obstipação, toda a verdade!

Má digestão ou dispépsia

Os sintomas de má digestão ou dispepsia são muitas vezes recorrentes e normalmente dividem-se em dois grupos:

  • Sensação de dor, ardor ou desconforto na região do estômago ou parte superior do abdómen;
  • Dificuldade em digerir os alimentos, seja por uma saciedade precoce ou por sensação de enfartamento após as refeições.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, a dispepsia é mais frequente nos países com um estilo de vida ocidentalizado, afetando cerca de 20 a 40% da população.

Leia também: Gases arrotos barriga inchada e perigos ocultos, toda a verdade!

Causas

A dispepsia ou indigestão é muito comum e afeta pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. No entanto, existem hábitos e condições de saúde que fazem aumentar os riscos, tais como:

  • Comer em excesso e demasiado depressa, sobretudo alimentos ricos em gordura;
  • Consumir bebidas alcoólicas em excesso;
  • Ser fumador;
  • Consumir fármacos que irritem o estômago como a aspirina e anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno ou diclofenac;
  • Ter uma úlcera ou qualquer outra doença do sistema digestivo;
  • Estar sujeito a stress emocional, ansiedade ou depressão.

Prevenção

 

Diagnóstico

Existem diversos exames de diagnóstico que podem despistar a dispepsia. Uma vez que os sintomas são idênticos para as formas orgânicas e funcionais desta doença, a endoscopia digestiva alta é o exame mais importante para a obtenção de um diagnóstico.

Consiste na observação direta do revestimento interno do esófago, estômago e duodeno. Complementarmente deve realizar-se uma pesquisa pela infeção por Helicobacter pylori através de uma biópsia.

As análises sanguíneas e a ecografia abdominal são outro instrumento de diagnóstico, de modo a avaliar a saúde dos órgãos anexos ao estômago, como o pâncreas, fígado, vesícula e vias biliares.

Estômago qual a anatomia?

O estômago é um órgão do sistema digestivo, localizado abaixo do diafragma, acima do pâncreas, entre o esôfago e o duodeno. No estômago, os alimentos são pré-digeridos e esterilizados, seguindo para o intestino, onde são absorvidos.

Em humanos, o estômago tem um volume de cerca de 50 ml (mililitros) quando vazio. Depois de uma refeição, geralmente expande-se para suportar cerca de 1 litro de comida, mas pode expandir-se até 4 litros.

O estômago apresenta duas comunicações:

  • Uma superior chamada cárdia, que o comunica ao esôfago
  • Outra inferior, chamada piloro, que o comunica ao intestino delgado.

O estômago tem duas classificações, uma cirúrgica e outr anatómica.

Na classificação cirúrgica é subdividido em:

  • Cárdia,
  • Fundo,
  • Corpo,
  • Antro,
  • Piloro,
  • Curvatura menor,
  • Curvatura maior,
  • Face anterior,
  • Face posterior.

Na sua classificação anatómica o estômago é dividido em:

  • Porção vertical chamada trituradora,
  • Porção horizontal chamada evacuadora.

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Função

O estômago tem uma função essencial na digestão dos alimentos. No seu interior situam-se as glândulas gástricas que produzem o suco gástrico.  As células da parede do estômago estão protegidas contra a forte acidez do suco gástrico, porque produzem e libertam um muco que forma uma espessa camada protetora.

No estômago, o suco gástrico é misturado com os alimentos a digerir, através dos movimentos peristálticos, e o bolo alimentar é transformado em quimo. O suco gástrico é muito rico em enzimas digestivas com particular destaque para a pepsina que é responsável pela digestão das proteínas. Assim é aqui que se incia o processo de digestão das proteínas considerado um dos mais importantes mecanismos para o bom funcionamento do nosso corpo.

Proteção contra bactérias, vírus e fungos

A forte acidez do estômago também serve de barreira protetora contra a entrada de microrganismos patogénicos como vírus, bactérias, fungos e parasitas pois dificilmente algum consegue escapar com vida até ao intestino!

O adjetivo gástrico refere-se ao estômago. Assim, a retirada cirúrgica do estômago ou parte dele chama-se gastrectomia. A colocação de tubos no estômago através do abdômen chama-se gastrostomia. A modificação do estômago chama-se gastroplastia.

Helicobacter pylori

Apesar dos ácidos presentes no estômago nos manterem protegidos contra os principais agentes infeciosos, existem muitos estudos que apontam para que a bactéria Helicobacter pylori seja responsável pela maioria dos casos de gastrite crónica, úlceras gástricas e cancro do estômago (nos casos de adenocarcinoma e linfoma MALT – tipo específico de linfoma da mucosa do estômago).

Azia ou Pirose e refluxo

A azia ou pirose manifesta-se por uma sensação de ardor na parte posterior do esterno e que se estende desde a parte superior do estômago até à boca podendo haver refluxo ou regurgitação com sabor ácido ou amargo.

refluxo gastroesofagico melhorsaude.org melhor blog de saude

Sintomas mais comuns

A azia manifesta-se das seguintes formas:

  • Ardor incómodo na linha média da parte superior do estômago (epigastro) e que se pode estender para a parte posterior do esterno.
  • O ardor pode sentir-se apenas na parte do esterno mas pode também sentir-se na garganta, provocando um sabor amargo na boca.
  • Pode haver dor.

Causas da Azia

Os sintomas da azia são causados pelos conteúdos do refluxo esofágico, de natureza ácida, no esófago, que irritam a superfície sensível da mucosa. Trata-se de um problema de saúde que não causa transtorno em pessoas saudáveis, salvo se a sua frequência e intensidade aumentar. Poderá, no entanto, em alguns casos, ser sinal de problemas de saúde mais sérios.

Uma das causas mais comuns da irritação esofágica é a própria doença de refluxo esofágico devida a deficiências do esfíncter esofágico inferior. Também a hérnia do hiato pode provo­car acidez resultado de parte do estômago escapar pelo diafragma, embora não se manifestem sintomas em todos os doentes.

Doença-de-Refluxo-Gastroesofágico melhorsaude.org melhor blog de saude

Medicamentos que podem provocar azia

Alguns medicamentos podem provocar irritação gastro esofágica, a saber:

  • Ácido acetil salicílico (AAS) – Ex. Aspirina®
  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINE), tais como, Brufen® (ibuprofeno), Voltaren® (diclofenac), Nimed® (nimesulide), Naprosyn® (naproxeno). Profenid® (cetoprofeno), piroxicam,
  • Diazepam (Valium®)
  • Alprazolam (Xanax®)
  • Contraceptivos orais
  • Alendronato, utilizado na osteoporose
  • Corticoides, utilizados no combate à inflamação
  • Antagonistas do canais de cálcio, utilizados em algumas doenças cardiovasculares
  • Inibidores selectivos da recaptação da serotonina, utilizados como antidepressivos
  • Clopidogrel, utilizado para evitar a formação de coágulos em doentes de risco ou com doença cardiovascular
  • Digoxina, utilizada como cardiotónico no tratamento da insuficiência cardiaca e taquicardia
  • Teofilina, utilizada como broncodilatador
  • Eritromicina é um antibiótico
  • Tetraciclinas é uma classe de antibióticos
  • Suplementos de ferro, utilizados, por exemplo, no tratamento de muitas anemia
  • Potássio

Anti-inflamatórios menos agressivos

Praticamente todos os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) clássicos referem como reações adversas pro­blemas de irritação gástrica que podem manifestar-se também quando a administração é parenteral ou retal. O ibuprofeno (Brufen®) e o diclofenac (Voltaren®) parecem ter menor risco de toxicidade gástrica, situando-se numa posição intermédia o naproxeno e o AAS e, com maior risco o piroxicam, o cetoprofeno, entre outros.

Anti-inflamatórios de última geração

Existe uma classe de anti-inflamatórios mais recente, Os anti-inflamatórios não esteroides inibidores seletivos da ciclo-oxigenase-2 (Coxibes) são fármacos utilizados no tratamento da dor e inflamação crónica, principalmente em patologias de origem musculoesquelética, como:

    • Artrite reumatoide,
    • Osteoartrose,
    • Espondilite anquilosante.

Os Coxibes mais prescritos são os seguintes:

  • Celecoxib (Celebrex®, Solexa®))
  • Etoricoxib (Arcoxia®, Exxiv®)

Os Coxibes têm como objetivo a inibição seletiva de uma das isoformas da enzima ciclo-oxigenase, a COX-2, que regula a produção dos principais prostanóides envolvidos no processo inflamatório, na dor e na febre. Existe evidência clínicas de que os Coxibes podem também atuar na prevenção de cancros e na doença de Alzheimer, devido à indução da COX-2 em diversos tecidos.

Os Coxibes possuem eficácia terapêutica semelhante aos anti-inflamatórios não esteróides clássicos, no entanto, demonstram uma diminuição significativa dos efeitos adversos gastrointestinais, característicos dessa classe. Contudo, só após a sua comercialização foi possível observar o aumento do risco cardiovascular associado ao tratamento com Coxibes. A análise do estudo VIGOR levantou as primeiras dúvidas, mas foram os resultados do estudo APPROVe que desencadearam a retirada voluntária do Vioxx® em setembro de 2004, seguindo-se a retirada de mais dois fármacos desta classe.

A publicação de diversos ensaios clínicos evidenciam o aumento generalizado do risco cardiovascular, que inclui aumento do risco de enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial, sendo que estes efeitos adversos agravam-se em doentes com antecedentes de risco cardiovascular.

Na sequência destes resultados, as entidades internacionais, FDA e EMA, emitiram advertências de utilização dos Coxibes, devendo estes ser prescritos na menor dose eficaz, durante o mais curto intervalo de tempo, a fim de evitar o riso associado ao tratamento prolongado. Torna-se assim premente a avaliação dos benefícios gastrointestinais e dos riscos cardiovasculares dos Coxibes, de modo a aferir a segurança da sua utilização

Ansiolíticos contracetivos e alendronato

Os ansiolíticos diazepam (Valium®) e alprazolam (Xanax®), os contracetivos orais (pílula contracetiva) e o alendronato, utilizado para tratar a osteoporose, podem provocar o relaxamento do esfíncter do esófago facilitando o refluxo do ácido do estômago para o esófago e provocar irritação da mucosa do esófago.

Entre alguns outros medicamentos que se relacionam com a toxicidade gástrica podemos referir os seguintes dos quais refiro entre parêntesis a utilização terapêutica:

    • Corticoides (inflamação e alergias);
    • Antagonistas dos canais de cálcio (hipertensão);
    • Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (antidepressivos);
    • Clopidogrel (anticoagulante);
    • Suplementos de ferro (anemia);
    • Digoxina (insuficiência cardíaca);
    • Teofilina (asma);
    • Eritromicina (infeções);
    • Tetraciclinas (infeções);
    • Potássio (acne, prisão de ventre, cãibras, fraqueza muscular).

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Idade e aparecimento de azia

Os sintomas de refluxo esofágico ocorrem mais frequentemente em doentes de idade superior a 55 anos. A azia não ocorre normalmente em crianças, embora possa ocorrer em adultos jovens e particularmente em grávidas.

Azia na gravidez

Estes são alguns dos sintomas típicos durante a gravidez :

  • Dor por trás da costelas e ruídos estomacais
  • Estômago pesado, dilatado e desconfortável depois de comer
  • Cãibras estomacais, arrotos e libertação de gases (flatulência)
  • Sensação de ardor no peito ou na garganta depois de comer
  • Sensação de mal-estar a acumulação de gases
  • Fluido quente, ácido ou salgado, no fundo da garganta e dificuldade em engolir.

Sintomas de azia na gravidez

Muitas mulheres sofrem pela primeira vez de azia durante a gravidez. Na verdade, entre 40% a 80% das mulheres grávidas sofrem de azia. E não é difícil perceber porquê – o seu corpo está a sofrer muitas alterações hormonais e físicas.

Durante a gravidez, o seu corpo produz uma hormona, a progesterona, que torna a digestão mais lenta e relaxa a válvula muscular entre o esófago e o estômago, aumentando o risco de refluxo ácido. Em resultado, existe um maior risco de passagem dos ácidos estomacais para o esófago, provocando uma sensação de ardor no peito e na garganta. À medida que o feto cresce, a pressão no estômago aumenta, forçando a entrada dos ácidos estomacais no esófago e causando refluxo gastroesofágico.

Estes sintomas têm mais tendência a ocorrer depois das refeições e quando a mulher se dobra ou deita, mas depois do parto a pressão no estômago desaparece, tal como os sintomas associados.

Grávida com azia como tratar?

Os comprimidos mastigáveis ou pastilhas que associam carbonato de cálcio 680 mg e carbonato de magnésio 80 mg (Ex. Rennie®), são adequadas para o alívio dos sintomas relacionados com a produção de ácidos gástricos durante a gravidez e a amamentação, uma vez que os seus ingredientes (cálcio e magnésio) existem naturalmente no organismo e nos alimentos, desde que sejam cumpridas as indicações de toma e evitada a ingestão prolongada de dosagens elevadas.

A dose habitual é 1 ou 2 pastilhas, até 3 vezes ao dia (de preferência 1 hora após as refeições e antes de deitar). No caso de azia ou dor de estômago mais intensa, pode aumentar a dose até ao máximo 8 vezes por dia.

Colesterol melhorsaude.org melhor blog de saude

Fatores que agravam a azia

Os fatores que agravam a doença podem ajudar a avaliar o pro­blema. Na azia pode haver agravamento com:

    • Aumento de peso,
    • Quando o do­ente está na posição horizontal,
    • Quando o doente faz uma refeição abundante.

Alimentos que agravam a azia

Identificar os alimentos que possam provocar a acidez é de extrema importância para melhorar os sintomas, a saber:

  • Café ou bebi­das com cafeína,
  • Bebidas alcoólicas,
  • Refrigerantes com gás,
  • Comidas muito gordu­rosas
  • Comidas temperadas,
  • Chocolate,
  • Menta,
  • Citrinos,
  • Derivados do tomate.

Sinais de alarme para apoio médico urgente

    • Idade inferior a 6 anos
    • Idade superior a 75 anos
    • Sintomas presentes durante mais de 3 meses num ano
    • Sangue nas fezes
    • Perda de mais de 10% da massa corporal
    • Icterícia
    • Náuseas e vómitos persistentes
    • História prévia de ulcera péptica
    • Causa psicológica ou psiquiátrica ( Ex: ansiedade)
    • História familiar de cancro gastroesofágico
    • Cirurgia prévia a cancro gástrico
    • Consumo crónico de álcool
    • Tabagismo
    • Por vezes a dor surge repentinamente ou de modo muito severo podendo irradiar para as costas e braços. Nesta situação a dor pode mimetizar um enfarte o que exige um urgente encaminhamento médico. Alguns doentes que pensam estar a ter um problema de azia/acidez podem estar a ter, na verdade, um ataque cardíaco.
    • Pode haver dificuldade de deglutição e por vezes há regurgitação devido a obs­trução do esófago o que pode pressupor um cancro.
    • Crianças com sintomas de azia
    • O au­mento da frequência e da intensidade
    • Ineficácia após 7 dias de tratamento

Tratar a azia mas como?

Existem diversas medidas e atitudes que podem ajudar a evitar ou melhorar os sintomas de azia, a saber:

  • Evitar o excesso de peso.
  • Evitar comidas abundantes.
  • Comer em pequenas quantidades.
  • Coma com tempo e mastigue os alimentos devagar.
  • Sente-se direito quando comer e não coma no sofá.
  • Não coma tarde, nem “à pressa”.
  • Tentar comer 2 a 3 horas antes de se deitar.
  • Identificar e evitar os alimentos que possam provocar a acidez, tais como o café ou bebi­das com cafeína, bebidas alcoólicas, refrigerantes com gás, comidas muito gordu­rosas ou temperadas, chocolate e menta, citrinos e derivados do tomate.
  • Não fumar ou pelo menos reduzir a frequência.
  • Evitar roupa ajustada ou cintos apertados.
  • Evitar exercício intenso, se este piorar a azia.
  • Se tem tendência a sintomas noturnos, deverá erguer-se ligeiramente com a ajuda de algumas almofadas

Medicamentos para tratar azia

Existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados para tratar os sintomas e efeitos prejudiciais da azia e refluxo do ácido gástrico. As principais são as seguintes:

  • Alginatos (ex: alginato de sódio);
  • Antiácidos clássicos (ex: bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio fosfato de alumínio, Magaldrato);
  • Inibidores da bomba de protões (ex: Omeprazol, lansoprazol, pantoprazol e esomeprazol).

Alginatos em associação com antiácidos

  • Alginato de sódio 250 mg + bicarbonato de sódio 133,5 mg + carbonato de cálcio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 2 a 4 comprimidos até 4Xdia (Gaviscon®)
  • Alginato de sódio 500 mg + bicarbonato de sódio 267 mg + carbonato de cálcio 160 mg/10 mg, saquetas, 1 a 2 saquetas 4x/dia (Gaviscon Duefet®)

Alívio rápido dos sintomas

Como atuam estas associações de alginatos com antiácidos?

Estas associações funcionam de duas maneiras para aliviar de forma eficaz os sintomas de azia e indigestão:

1) O alginato de sódio começa por formar uma camada espessa no topo dos conteúdos do estômago, assim que entra em contacto com os ácidos do estômago. Esta camada funciona como uma forte barreira física e ajuda a manter os conteúdos do estômago no interior do estômago, onde pertencem, e não no esófago, onde são prejudiciais.

2) A associação de antiácidos (carbonato de cálcio com bicarbonato de sódio) neutraliza o ácido gástrico, proporcionando alívio rápido da indigestão e da azia.

Vídeos demonstrativos:

Azia video melhorsaude.org melhor blog de saúde

Antiácidos

  • Carbonato de dihidróxido de alumínio e sódio 340 mg, pastilhas, 1-2 comp. 4xdia. (Kompensan®)
  • Hidróxido de alumínio 240 mg, comprimidos mastigáveis, 1-4 comp. 4Xdia.
  • Carbonato de cálcio 680 mg, carbonato de magnésio 80 mg, comprimidos mastigáveis, 1-2 comp. até máx. 8Xdia (Rennie®)
  • Hidróxido de alumínio 200 mg, hidróxido de magnésio 200 mg, dimeticone 26,25 mg, comprimidos mastigáveis, 2-4 comp. 4Xdia.
  • Fosfato de alumínio, 12,38 g de gel de fosfato de alumínio a 20%, saquetas, 1-2 saq. 3Xdia.
  • Magaldrato 800 mg, comprimidos/saquetas, 1 comp./saq. 3Xdia.
  • Hidróxido de magnésio, 83mg/ml, suspensão, 5-15mI3Xdia.
  • Bicarbonato de sódio 2081.8 mg, comprimidos efervescentes, 2 comp. até 4Xdia.

Magnésio e Alumínio

Os antiácidos compostos por sais de alumínio e de magnésio em associação podem parecer ideais, pois um componente completa o outro. O hidróxido de alumínio dissolve-se lentamente no estômago causando um alívio prolongado. Já os sais de magnésio agem rapidamente, neutralizando os ácidos com eficácia. Os fármacos que contêm ambos os componentes causam alívio rápido e prolongado.

Carbonato de cálcio

Este foi o principal antiácido durante muito tempo. Atua rapidamente, neutralizando os ácidos por um tempo significativo. Outro ponto positivo, é que esta é uma fonte económica de cálcio. No entanto corre-se o risco de sobredosagem deste mineral, uma vez que a quantidade máxima diária não deve superar 2000 mg,

Bicarbonato de sódio

Este foi utilizado durante décadas como neutralizante da acidez. É uma ótima solução, a curto prazo, para a má digestão. Contudo, seu uso exagerado pode provocar quebra do equilíbrio ácido-base do organismo, resultando em uma alcalose metabólica. Além disso a sua concentração de sódio também pode levar a problemas em indivíduos com insuficiência cardíaca e hipertensão.

Os sais de magnésio têm ainda efeito laxante, enquanto os sais de alumínio são obstipantes; sendo assim, é comum encontrar associações entre ambos os fármacos, visando minimizar estes efeitos colaterais.

Inibidores da Bomba de protões

Os inibidores da bomba de protões (IBPs) reduzem a produção de ácido pela diminuição da atividade da bomba de protões no estômago. Isso acontece porque um dos componentes vitais do ácido, o hidrogénio, já não pode ser produzido.

Os IBPs proporcionam um alívio prolongado, no entanto o início de ação demora algum tempo. Algumas pessoas continuam a ter sintomas de azia e indigestão, mesmo a tomar IBPs. No entanto, os alginatos, como Gaviscon®, podem ser tomados em simultâneo com os IBPs para ajudar a aliviar os sintomas.

São exemplos de IBPs os seguintes:

  • Omeprazol 10 e 20 mg,
  • Lansoprazol 15 e 30 mg,
  • Pantoprazol 20 e 40 mg
  • Esomeprazol 20 e 40 mg

Os inibidores da bomba de protões são geralmente tomados 1xdia, de manhã em jejum.

Leia também: Estes são os efeitos secundários graves dos IBPs como o omeprazol, toda a verdade!

Efeitos adversos e interações 

Os principais efeitos adversos e interações da terapêutica farmacológica para a azia, com antiácidos, são os seguintes:

    • Alergia
    • Obstipação
    • Redução da absorção de alguns antibióticos tais como as tetraciclinas, quinolonas (por exemplo, ciprofloxacina, ofloxacina e levofloxacina) e cefalosporinas. Estas reduções de absorção podem atingir os 90% e são devidas à formação de quelatos insolúveis entre os medicamentos e os iões de alumínio
    • A ação de glicosídeos cardíacos, como a digoxina e a levotiroxina, e o eltrombopag (Revolade®), pode ser afetada se tomar antiácidos ao mesmo tempo. É conveniente fazer um intervalo de 1-2 horas entre a toma do antiácido e a toma de outro medicamento.

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Concluindo

A azia é um sintoma comum e na maioria das vezes é transitório. As medidas não farmacológicas podem ser efetivas no tratamento da azia. Os antiácidos de ação rápida são a primeira opção. A dor provocada pela azia pode ser confundida com um ataque cardíaco mas também pode mascarar um enfarte a decorrer, pelo que deve sempre, por precaução, procurar apoio médico urgente. Nas grávidas a azia é frequente e transitória desaparecendo em regra após a gravidez. A azia deve sempre ser tratada porque se trata de ácido do estômago que escapa para o esófago e “queima” deixando lesões locais que se forem frequentes podem degenerar para doença grave!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências

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SUPERALIMENTOS TODA A VERDADE

Superalimentos toda a verdade! O que são? Quais os benefícios? Quando e como comer? Quais os estudos científicos que apoiam os seu efeitos benéficos na nossa saúde?

Existem alimentos verdadeiramente extraordinários, com características únicas que podem potenciar de forma fantástica a nossa saúde. No entanto e apesar disso temos sempre que nos lembrar de não exagerar pois o excesso pode ter consequências por vezes graves! Cuidado com as modas alimentares que por vezes esquecem as reações únicas de cada um de nós! Os sistemas imunitários não são todos iguais e podem causar-nos surpresas perigosas principalmente quando contactam com algo novo introduzido na sua fisologia.

Leia também: Sistema imunitário como ficar mais forte? Toda a verdade!

Superalimentos o que são?

Segundo os nutricionistas, têm esta designação por serem ricos em determinado nutriente, fazendo com que tenham um efeito quase terapêutico para o organismo.

Quais são os superalimentos?

A lista é longa mas comecemos com aqueles que já começaram a fazer parte da nossa alimentação, ocupando o lugar tipicamente dado ao arroz, massa e batata, a saber:

  • Quinoa
  • Batata doce
  • Trigo sarraceno
  • Bulgur

As espécies de cereais, grãos ou plantas acima referidas, pelas suas características, ajudam a:

  • Controlar a Diabetes
  • Fortalecer o sistema imunitário
  • Indicados nutricionalmente para uma dieta de emagrecimento

Mais adiante referiremos alguns dos restantes superalimentos.

Excesso de peso e superalimentos

Atualmente há muitos mais doentes que procuram um nutricionista para uma reeducação alimentar. Em vez de dietas milagrosas com resultados de curta duração os nutricionistas vêem cada vez mais pessoas interessadas em aprender a comer melhor, apostando numa mudança a longo prazo.

Alterar hábitos alimentares sem ter como único objectivo ver descer o ponteiro da balança é essencial para prolongar resultados e conseguir assumir novos hábitos de forma independente, sem ter que estar constantemente a ser acompanhado por um especialista.

Leia também: Jejum toda a verdade e como controlar o peso!

Há quanto tempo existem?

Os superalimentos existem há muitos anos em diferentes culturas. O importante é estar atento ao que vai chegando ao nosso mercado. Existe actualmente a crescente preocupação da indústria para dar opções mais saudáveis aos clientes.

Os restaurantes começam a ter mais opções vegetarianas e as áreas saudáveis dos supermercados começam a ter corredores cada vez mais recheados e a abertura de restaurantes e supermercados categorizados como biológicos e, por isso, mais saudáveis são também pontos positivos.

Apesar das frutas e legumes serem ainda os produtos mais procurados alguns supermercados têm já zonas que são oásis de quem opta por alternativas para fugir à alimentação mais tradicional. Para essas pessoas, bagas de goji, açaí, maca ou spirulina são tão comuns no dia-a-dia como o sal e a pimenta que todos usamos na cozinha.

Moda ou um estilo de vida?

Se a alimentação saudável é uma moda, então que venha para ficar e, tal como qualquer outra moda, vive de ciclos. Os chamados sumos detox sempre foram feitos, com o nome de batidos de frutas. As papas de aveia, que têm vindo a tomar conta dos pequenos-almoços, mais não são que as papas das nossas avós.

Os pratos são recuperados mas agora, além de ocuparem os livros de receitas, enchem também os murais das redes sociais. A preocupação é o bom empratamento, o ângulo certo e uma foto que faça jus à qualidade do prato. Além de servir para exibir dotes, serve também de inspiração e motivação para quem se inicia na vida saudável.

Basta explorar o Instagram para se deparar com pratos de legumes salteados com quinoa e gengibre e bolo de banana sem glúten e sem lactose para sobremesa.

melhorsaude.org
Alguns dos superalimentos mais ricos nutricionalmente

12 SUPERALIMENTOS

Quinoa

Quinoa é um superalimento que pode substituir o arroz ou a massa
Quinoa é um superalimento que pode substituir o arroz ou a massa

Vantagens da Quinoa:

  • Sem glúten
  • Rica em ácidos gordos e vitaminas
  • Acção antioxidante

Pode ser servida em saladas, sopas, panquecas ou como acompanhamento, substituindo o arroz ou massa.

Maca

Maca é um superalimento energético e afrodisíaco que pode juntar-se a um iogurte
Maca é um superalimento energético e afrodisíaco que pode juntar-se a um iogurte ou sopa

Sim está bem escrito! Lê-se maca e não maça!

Vantagens da Maca:

  • O pó de maca ajuda a regulação hormonal, em casos de menopausa
  • Energético
  • Afrodisíaco

Tem um sabor forte, por isso o melhor é juntar a iogurtes ou sopas.

Bagas de Goji

As Bagas de Goji fortalecem o sistema imunitário e combatem o envelhecimento. Podem juntar-se a iogurte
As Bagas de Goji fortalecem o sistema imunitário e combatem o envelhecimento. Podem juntar-se a iogurte, cereais ou saladas

São frutos vermelhos desidratados e consumidos nas formas seca e crua.

Vantagens das bagas de Goji:

  • Combate o envelhecimento
  • Fortalece o sistema imunitário

Pode servir para fazer chá, ou para enriquecer as saladas, iogurtes ou cereais de pequeno-almoço.

Açai

O Açai diminui o colesterol
O Açai diminui o colesterol e é antioxidante. Pode juntar-se a iogurte

Vantagens do Açai:

  • Rica em proteína e fibra
  • Diminui o colesterol
  • Forte poder antioxidante

Comprando em polpa ultracongelada, pode ser comida como gelado, servida em batidos ou com iogurte,

Spirulina

A Spirulina é uma micro alga
A Spirulina é uma micro alga com elevado teor de proteina, sendo regeneradora após actividade física . Pode juntar-se a sumos e sopas

Vantagens da Spirulina:

  • Micro alga  predominantemente composta por proteína
  • Actividade regeneradora após actividade física

O sabor é forte, por isso é aconselhável que se junte a sumos ou sopas

Gengibre

gengibre melhorsaude.org

Além de estar associado à prevenção de náuseas e vómitos, está também provado que a ingestão de gengibre permite reduzir os níveis de inflamação, seja ela aguda ou crónica, como no caso da artrite reumatoide, por exemplo. O gingerol é uma das substâncias ativas presentes no gengibre com ações benéficas para o organismo, sendo antioxidante e anti-inflamatório.

Açafrão

Açafrão curcuma curcumina melhorsaude.org melhor blog de saude

açafrão é extraído dos pistilos de flores de Crocus sativus, uma planta da família das Iridáceas. É utilizado desde a Antiguidade como especiaria, principalmente na culinária do Mediterrâneo — região de onde a variedade é originária — na preparação de risotos, aves, caldos, massas e doces. É um ingrediente essencial à paella espanhola.

Há séculos que o açafrão é também utilizado com fins medicinais. Historicamente foi utilizado no tratamento do cancro e de estados depressivos. Estas aplicações têm sido pesquisadas atualmente.

Efeitos promissores e seletivos contra o cancro têm sido observados in vitro e in vivo, mas não ainda em testes clínicos. Efeitos antidepressivos também foram encontrados in vivo e em estudos clínicos preliminares. Há portanto interessantes perspectivas de uso dos extratos de açafrão na fitoterapia racional.

Açafrão e os benefícios estudados

De seguida descrevo estudos sobre alguns dos mais importantes benefícios do açafrão, incluindo:

  • Cancro do pancrêas,
  • Cancro do fígado,
  • Inflamação crónica,
  • Diabetes,
  • Inflamações pulmonares virais,
  • Alzheimer,
  • Disfunção vascular,
  • Cicatrização de feridas.

Estudos científicos sobre açafrão:

Concluindo

Introduza de forma gradual pelo menos alguns destes alimentos na sua alimentação e sinta a diferença para melhor na sua saúde. Algumas das grandes superfícies já têm espaços próprios para estes alimentos, tornando a sua procura mais fácil. Se em simultâneo evitar os alimentos processados você não vai acreditar no que lhe vai acontecer… retardando o envelhecimento!

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Unhas fracas e micoses qual o melhor tratamento




Micose fungo na unha e unhas fracas  onicomicose ou tinha das unhas toda a verdade! Quais os sintomas? Quais as causas? Qual o melhor tratamento? Os fungos nas unhas são muito frequentes. Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a saúde e beleza das suas unhas.

Leia também: Micose no pé toda a verdade

Este artigo vai responder ás seguintes perguntas:

  • Micose e fungo na unha onicomicose ou tinha das unhas, o que é?
  • Qual a anatomia de uma unha?
  • Quais os sintomas de onicomicose?
  • Causas e perigos?
  • Celulite infeciosa e erisipela, qual o perigo?
  • Os fungos das unhas são contagiosos?
  • Como se apanham?
  • Quais os factores de risco da onicomicose?
  • Quais as formas mais comuns de onicomicose?
  • Qual a diferença entre onicomicose distal, proximal e superficial?
  • Como se faz o diagnóstico de onicomicose?
  • Existem lesões identicas causadas por outras patologias?
  • Qual o tratamento mais utilizado?
  • O tratamento local com cremes e vernizes é eficaz?
  • Quais os principais antifungicos tópicos?
  • Como funciona o tratamento por via tópica?
  • Como se previne?
  • Como evitar o contágio?



Onicomicose o que é?

Onicomicose ou tinha das unhas é uma infeção fúngica das unhas. Embora possa afetar todas as unhas, é mais comum nas unhas dos pés. A onicomicose ocorre em cerca de 10% da população adulta. A doença afeta com maior frequência pessoas idosas  e é mais comum entre homens do que entre mulheres. Os casos de onicomicose correspondem a cerca de metade dos casos de doenças das unhas.

Anatomia de uma unha

Anatomia da unha fungo na unhae micose melhorsaude.org

Anatomia da unha e fungo na unha

Sintomas de onicomicose

Os sintomas habituais de onicomicose são os seguintes:

  • Descoloração branca ou amarela da unha,
  • Espessamento da unha,
  • Separação da unha da pele.

O diagnóstico é geralmente suspeitado com base na aparência e confirmado com exames de laboratório.

As lesões da unha provocadas pela onicomicose apresentam algumas variações na sua apresentação, dependendo do tipo de fungo e de gravidade da infecção. Em geral, a micose da unha costuma apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Unha grossa, mais espessa
  • Unha amarelada, sem brilho e opaca
  • Unha quebradiça e frágil
  • Separação da unha do leito ungueal
  • Distorções na forma da unha
  • Unha com coloração negra, em casos mais graves.

Causas e fatores de risco

As infecções fúngicas das unhas são geralmente causadas por um fungo que pertence a um grupo denominado dermatófitos, que também pode causar infecções nos pelos do corpo e na pele, como no caso do pé de atleta.

Leia também: Micose no pé toda a verdade

Outro grupo de fungos que também pode causar micoses das unhas são as leveduras. Em regra, as leveduras causam onicomicose nas mãos e os dermatófitos provocam onicomicose nas unhas dos pés. A onicomicose é uma infecção fúngica que pode afectar qualquer parte da unha, incluindo a lâmina, o leito ou a raiz da unha.

Afecta actualmente cerca de 30% da população europeia. Raramente afeta crianças, principalmente devido ao rápido crescimento da unha, que complica o desenvolvimento dos fungos.

Perigos complicações da onicomicose

Em  diabéticos ou imunossuprimidos a onicomicose pode servir como porta de entrada para bactérias, favorecendo o surgimento de infecções secundárias, como erisipela ou celulite da perna que é uma infeção grave na pele.

Não confundir esta celulite infecciosa da perna com ao termo usado para descrever a celulite como problema estético na pele da maioria das mulheres!

Leia também: Celulite tratamento e toda a verdade

Celulite infeciosa da perna

A celulite é uma infecção bacteriana que enolve as camadas interiores da pele e afeta especificamente a derme e gordura subcutânea.  A área de infecção é geralmente dolorosa. Os vasos linfáticos podem, ocasionalmente, ser envolvidos e a pessoa pode apresentar febre e sensação de cansaço. Antes de fazer um diagnóstico, infecções mais graves tais uma infecção óssea na base ou a fasciíte necrosante devem ser descartadas.

Sintomas e risco de necrose e amputação

A celulite infecciosa é caracterizada por uma mancha vermelha (eritema), com bordos mal definidos, inflamada (inchada, sensível, dolorosa e quente) e que cresce difusamente. Pode formar pus, abcessos e inflamar nódulos linfáticos. A infecção sistémica, quando as bactérias entram na corrente sanguínea, pode causar febre, mal estar, cansaço e infectar outros órgãos. Em raros casos, penetra para as fáscias e causa necrose com risco de amputação da perna!

Erisipela

Em contraste com a celulite, a erisipela é uma infecção bacteriana que envolve camadas mais superficiais da pele, e apresentam uma área de vermelhidão com bordas definidas, e mais frequentemente é associada a uma febre. é uma infecção bacteriana cutânea (tipo piodermite) causada, principalmente, por Streptococcus β-hemolíticodo grupo A. Outras causas menos frequentes são Streptococos β-hemolítico dos grupos C e G e Staphylococcus aureus.

Lesões na pele como infecção fúngica (ex: onicomicose e outras micoses), picadas de inseto, mordidas e cirurgias podem servir de porta de entrada para as bactérias.

O tratamento geralmente é feito com penicilina V, em casos severos pode-se usar penicilina G. Outras alternativas incluem doxiciclina (no caso de Staphylococcus), ceftriaxona, cefazolina ou em caso de resistências usar vancomicina. Há uma crescente resistência dos Streptococcus tipo A aos macrólidos.

Tratamento da celulite infeciosa

O tratamento geralmente é com antibióticos tomados por via oral, tais como a cefalexina, amoxicilina, ou cloxacillina.

Para aqueles que apresentam alergia grave à penicilina, eritromicina ou clindamicina podem ser usadas. Quando S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) é uma preocupação, doxiciclina ou trimetoprim/sulfametoxazol podem ser recomendados.  A preocupação está relacionada com a presença de pus ou infecções anteriores por MRSA.  Elevar a área infectada pode ser útil, assim como analgésicos.

Contágio e como se apanha

É uma doença bastante contagiosa, sendo frequente o contágio em locais humidos e quentes como piscinas e balneários públicos, através do uso de toalhas, alicates ou tesouras, mal lavadas ou contaminadas. Pode também ocorrer contágio em casa, pois basta um elemento da família estar contaminado, para contagiar facilmente o resto da família. Banheiras e tapetes de pés, são também locais propícios a contágios.

Não se apanha micose das unhas apenas por apertar a mão ou tocar em objetos manipulados por alguém infectado porque é necessário um contacto mais prolongado ou uma lesão já pré-existente entre a pele e a unha.

As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, em consequência do uso de sapatos fechados, o que origina um ambiente ideal (humidade, temperatura e ausência de luz) para o desenvolvimento dos fungos.

O contacto com o fungo por si só não costuma ser suficiente para se adquirir a onicomicose. Geralmente é preciso haver pequenas lesões entre a unha e a pele para que o fungo consiga penetrar por baixo da unha e alojar-se. Também é necessário que a unha seja exposta frequentemente a ambientes húmidos para que o fungo possa multiplicar-se com mais facilidade.

A onicomicose nas unhas dos pés é muito mais comum do que nas unhas das mãos. Os pés costumam estar mais expostos a locais húmidos, não só quando se anda descalço em locais públicos, mas também por passar boa parte do dia fechado dentro de meias e calçados. Calor, falta de luz e humidade é tudo que um fungo deseja para proliferar. Além disso, os dedos dos pés estão no ponto do corpo mais distante do coração, não sendo tão bem vascularizados com os dedos da mão. Deste modo, os anticorpos e as células de defesa do organismo não chegam às unhas dos pés com tanta facilidade quanto a outros pontos do organismo.




Fatores de risco da onicomicose

A presença de alguns fatores favorece a infecção da unha por fungos. Por exemplo, pessoas com pé de atleta, que é uma infecção fúngica da pele dos dedos, têm um maior risco de contrair também infecção fúngica das unhas. Outros fatores de risco são:

Os atletas também são um grupo de risco para onicomicose. porque costumam estar com os pés frequentemente calçados e húmidos pela transpiração, além de terem uma maior incidência de traumas nas unhas devido ao impacto de suas atividades físicas.

Formas mais comuns de onicomicoses

Descrevo de seguida as formas mais comuns de onicomicose e uma imagem para apoiar a distinguir a diferença.

1. Onicomicose subungueal distal

É de longe a forma mais comum e caracteriza-se pela infecção da ponta da unha. O dedo grande do pé é geralmente o primeiro a ser afetado. A infecção começa com uma descoloração esbranquiçada, amarelada ou acastanhada numa das pontas laterais da unha, estendendo-se lentamente por toda unha, em direção à cutícula. A unha pode descolar-se e a ponta costuma partir-se e cair, expondo a pele que serve de leito para a unha.

2. onicomicose subungueal proximal

É a forma menos comum de onicomicose. È parecida com a onicomicose subungueal distal , porém, a progressão ocorre de forma oposta, iniciando-se próxima à cutícula e depois estendendo-se em direção à ponta da unha. Este tipo de micose de unha ocorre geralmente em doentes imunossuprimidos, sendo comum nos indivíduos com HIV.

3. Onicomicose superficial branca

É uma forma comum nas crianças, mas que nos adultos corresponde a apenas 10% dos casos de micose da unha. Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas sobre a superfície da unha, geralmente mais próxima da cutícula do que da ponta. Quando não tratada, as manchas tendem a espalhar-se centrifugamente por toda a unha, deixando-a quase toda branca, além de áspera e quebradiça.

Fungo na unha melhorsaude.org

Diagnóstico da onicomicose

Lesões idênticas com causas não fungicas

As lesões das unhas da onicomicose podem ser semelhantes ás lesões da unha de outras doenças, como psoríase, eczemas, traumas, líquen plano, deficiência de ferro, etc. A maioria dos estudos atesta que a onicomicose é responsável por apenas metade dos casos de lesões das unhas. Em várias situações não é possível afirmar que o paciente sofre de onicomicose apenas olhando e examinando a unha.

A imagem seguinte descreve alguns problemas das unhas (sem onicomicoses) cujas causas são diversas nomeadamente falta de hidratação, carências orgânicas, excesso de utilização de acetona, má alimentação e contato com produtos químicos.

É, por isso, importante demonstrar de forma clara a presença do fungo antes de se iniciar o tratamento antifúngico. Para tal, o médico deve fazer uma pequena raspagem da unha, colher amostras e enviar para avaliação laboratorial à procura de fungos.

Tratamento qual o melhor

A micose da unha é uma infecção difícil de tratar porque as unhas crescem lentamente e recebem pouca irrigação sanguínea. Durante muitos anos os medicamentos utilizados para o tratamento da onicomicose não eram muito eficazes e os resultados eram frequentemente decepcionantes. Porém, actualmente, os tratamentos melhoraram substancialmente, principalmente por causa da introdução de medicamentos antifúngicos orais mais eficazes.

Estudos recentes mostram que medicamentos por via oral como Terbinafina e Itraconazol, embora mais agressivos (mais efeitos secundários que os tratamentos tópicos) apresentam taxas de cura mais altas que a Griseofulvina e o Cetoconazol, que eram usadas antigamente.

Taxas de cura dos principais antifúngicos orais:

  • Terbinafina 250 mg (73 a 79%).
  • Itraconazol 100 mg (56 a 70%).
  • Griseofulvina (54 a 66%).
  • Fluconazol (43 a 52%).

O tratamento com Terbinafina com comprimidos por via oral deve ser feito durante 6 semanas para onicomicose das mãos ou 12 semanas para onicomicose dos pés.

O tratamento tópico da micose de unhas com vernizes, como o Ciclopirox, tem menor eficácia que o tratamento por via oral, mas pode ser usado como complemento da terapêutica com Terbinafina ou Itraconazol.

Uma vez curada a micose de unha, se o doente não tiver cuidado a taxa de reinfecção pode chegar a 50%. Portanto, é preciso ter cuidado com os pés para que a unhas não voltem a ficar colonizadas por fungos.

Efeitos secundários

Os tratamentos por via oral são os mais eficazes mas também os mais agressivos no que concerne a eventuais efeitos secundários, principalmente por causa da duração prolongada dos tratamentos.

Retida do folheto aprovado pelo INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de saúde) a longa lista de efeitos secundários da terbinafina que descrevo de seguida é elucidativa dos riscos associados ao tratamento, embora a maioria sejam classificados de pouco frequentes, raros ou muito raros!

Os problemas hepáticos (figado) embora raros são dos que podem causar problemas mais graves.

Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas):

  • Sensação de enfartamento,
  • Perda de apetite,
  • Mal-estar de estômago (indigestão),
  • Náuseas, dor abdominal ligeira e diarreia,
  • Reações alérgicas cutâneas, tais como irritação ou urticária,
  • Dor nas articulações ou nos músculos.

Efeitos secundários Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas):

  • Dor de cabeça.

Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas):

  • Perda ou diminuição do sentido do paladar. Isto resolve-se
    geralmente dentro de várias semanas depois de ter parado de tomar o medicamento.
  • Diminuição do consumo de alimentos, levando a uma perda de
    peso significativa em casos graves muito raros.

Efeitos secundários raros (podem afetar até 1 em cada 1000 pessoas):

  • Dormência ou formigamento
  • Diminuição da sensibilidade
  • Tontura
  • Problemas de fígado.

Efeitos secundários muito raros (podem afetar até 1 em cada 10.000 pessoas):

  • Problemas de fígado graves,
  • Reações cutâneas graves (com aparecimento súbito, que
    podem ser recorrentes, que se podem espalhar, que podem aparecer sob a forma de
    bolhas salientes, que podem ser acompanhadas de comichão e febre),
  • Exacerbação da psoríase,
  • Redução de certos tipos de células sanguíneas (neutropenia, agranulocitose, trombocitopenia),
  • Perda de pelo,
  • Fadiga,
  • Reações de hipersensibilidade graves (inchaço da face, olhos e língua, dificuldade em engolir, náuseas e vómitos, fraqueza, tonturas, dificuldade em respirar) ,
  • Precipitação e exacerbação do lúpus eritematoso dérmico e
    sistémico,
  • Distúrbio menstrual (hemorragia intermenstrual e um ciclo
    irregular) em doentes que tomam terbinafina concomitantemente com contracetivos
    orais.

Tratamento tópico com cremes e vernizes

O tratamento por via tópica não é geralmente tão eficaz como o efectuado por via oral. No entanto pode ser uma alternativa quando os efeitos secundários dos antifungicos orais não são bem tolerados pelos doentes.

Principais antifúngicos tópicos

Actualmente os principais antifúngicos tópicos usados nas onicomicoses são:

  • Acido acético
  • Ciclopirox
  • Amorolfina
  • Clotrimazol (apenas depois de removida a parte da unha doente)

Tratamento por via tópica

1ª fase – Remoção da zona infectada da unha

Remover a zona infectada da unha é a 1ª fase para o tratamento da onicomicose. Esta remoção tópica é geralmente executada limando a unha ou aplicando uma pomada de ureia. A aplicação de uma pomada de ureia a 40% amolece e prepara a unha para a remoção da zona afectada com uma espátula própria, sem causar dor.

2ª fase – aplicação de um antifúngico local

Na 2ª fase, o tratamento deve ser completado com um creme antifúngico, de forma a eliminar a infecção na sua origem. A remoção da zona infectada da unha é fundamental para uma acção eficaz do creme antifúngico.

Resumindo as fases do tratamento:

  • Tratamento em 2 fases que garantem a eliminação da onicomicose;
  • Remoção da zona infectada da unha de uma forma simples e indolor, preparando-a para a 2º fase do tratamento, que consiste na aplicação de um creme antifúngico;
  • Melhorias visíveis diariamente.

Fungo na unha e micose melhorsaude.org

Prevenção da micose e fungo na unha

A onicomicose pode causar dor, embaraço e interferir com as nossas actividades diárias, reduzindo a nossa qualidade de vida.

Trata-se de uma doença contagiosa, que pode também funcionar como porta de entrada a outro tipo de infecções (ex. bacterianas). Deste modo, é importante iniciar o tratamento logo que detectado o problema, assim como adoptar medidas preventivas de forma a evitar o contágio.

Evitar o contágio do fungo na unha

  • Use calçado confortável sem saltos ou pontas estreitas e que deixe a pele respirar;
  • Use meias limpas e troque-as diariamente;
  • Em caso de infecção, ao vestir-se, calce primeiro as meias para evitar a propagação dos fungos a outras partes do corpo.
  • Lave os pés diariamente e seque com cuidado a zona entre os dedos;
  • Utilize chinelos nos balneários públicos;
  • Não partilhe toalhas ou tapetes de banho;
  • Corte as unhas e mantenha-as curtas.
  • Utilize um corta-unhas diferente para as unhas infectadas, de modo a evitar a infecção de outras unhas;
  • Se tiver Pé-de-Atleta, deve tratá-lo sempre, de forma a evitar que os fungos contagiem as unhas, causando a onicomicose.

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Concluindo

As micoses das unhas são infecções fúngicas comuns e contagiosas que embora não sejam graves são portas de entrada para outros microorganismos patogénicos, tais como bactérias, que podem causar infecções secundárias mais severas e agravar problemas de saúde pré-existentes. Devem portanto ser tratadas de imediato porque na primeira oportunidade que o nosso sistema imunitário esteja mais debilitado podem ocorrer infecções sem causa aparente mas que podem ter ocorrido em consequência da porta aberta pela onicomicose!

Fique bem!

Franklim Fernandes

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COLESTEROL INCRÍVEIS INFORMAÇÕES A VERDADE!



Colesterol toda a verdade!  Será mesmo necessário tomar tantos  medicamentos? Os medicamentos para baixar o colesterol são dos mais utilizados no mundo, nomeadamente a classe das estatinas, sendo um mercado de uma dimensão simplesmente gigantesca !

Mas será que a abordagem tradicional para o seu “tratamento” está mesmo correta? Será mesmo o “caminho das estatinas” o mais adequado? Quais são as alternativas? Que provas cientificas existem para nos ajudarem a escolher o melhor caminho? E nos idosos quais os factos comprovados?

Estudo:  Cholesterol and Cardiovascular Disease in the Elderly. Facts and Gaps

Estudo: The impact of carbohydrate restriction-induced elevations in low-density lipoprotein cholesterol on progression of coronary atherosclerosis: the ketogenic diet trial study design

Neste artigo especial vou tentar “dissecar” tudo sobre o colesterol e colocar em confronto a “via clássica” que “diaboliza” o colesterol com a via alternativa que desafia a corrente terapêutica dominante citando vasta investigação científica que não suporta uma “condenação” tão flagrante do colesterol como “assassino” das artérias…! No final deixo a minha opinião muito clara sobre este assunto.

Leia também: Estas gorduras vegetais são perigosas!

Clique na imagem seguinte para ler o artigo actualizado:

Colesterol e gorduras vegetais melhorsaude.org

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • O que é o colesterol?
  • Para que serve o colesterol no nosso organismo?
  • Qual a origem do colesterol?
  • Que tipos de colesterol existem?
  • O que é o colesterol bom e o colesterol mau?
  • Como é que o organismo regula a produção de colesterol?
  • O que são lipoproteínas?
  • O que é o colesterol HDL, LDL, VLDL e IDL?
  • Qual o perigo do colesterol alto?
  • O que é uma dislipidemia?
  • Quais os valores normais de colesterol?
  • O que é a aterosclerose?
  • Quais os medicamentos utilizados para baixar o colesterol?
  • O que são as estatinas?
  • Como atuam as estatinas? São seguras ?
  • Quais os seus efeitos secundários?
  • O que é a miopatia das estatinas?
  • O que é a rabdomiólise?
  • Quais os sintomas da miopatia das estatinas?
  • Quais os fatores de risco para a miopatia das estatinas?
  • Quais os músculos e movimentos afetados pela miopatia?
  • Que medicamentos aumentam o risco de miopatia?
  • Como tratar os doentes com miopatia?
  • Quais as estatinas, fibratos e hipolipidemiantes mais utilizados?
  • Quais as dosagens, tamanhos das embalagens e preços?
  • Quais os excipientes usados?
  • Quais os alimentos que aumentam o colesterol?
  • O que são gorduras saturadas e as insaturadas?
  • O que são gorduras trans?
  • Qual a diferença entre gordura saturada, trans e insaturada?
  • Quais os alimentos mais prejudiciais?
  • Que alimentos ajudam a baixar o colesterol?
  • Será que é mesmo necessário tomar estatinas?
  • Será o colesterol, afinal, um mito?
  • O que dizem alguns cientistas sobre este assunto?
  • Os vegans e vegetarianos também têm colesterol alto?

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Colesterol o que é?

Estrutura quimica do colesterol
Estrutura química do colesterol ( esteroide de origem animal )

O colesterol é uma substância gordurosa encontrada em todas as células no nosso corpo. É um esteroide de origem animal pouco soluvel na água.

Colesterol  é essencial porquê?

Sem colesterol muitos processos orgânicos importantes não são possíveis ou não funcionariam da melhor forma, tais como:

  • Formação das membranas das nossas células,
  • Síntese de hormonas, como a testosterona, estrogênio, cortisol
  • Produção da bile necessária na digestão de alimentos gordurosos
  • Formação da mielina (uma bainha que cobre os nervos)
  • Metabolização de algumas vitaminas (A, D, E e K), etc

O colesterol é um constituinte essencial da membrana celular
O colesterol é um constituinte essencial da membrana celular

Origem do colesterol do nosso organismo

O colesterol do nosso organismo tem duas origens:

  • Endógena ( 70% ) – o colesterol é produzido pelo nosso próprio corpo, principalmente pelo fígado.
  • Exógena ( 30% ) – o colesterol também pode ser obtido através dos alimentos.

Origem do colesterol
O colesterol tem origem no figado ( endógena ) e em alguns alimentos ( exógena )

Tipos de colesterol

Como se trata de uma substância gordurosa, o colesterol não se dissolve no sangue, da mesma forma que gotas de óleo não se dissolvem na água. Portanto, para viajar através na corrente sanguínea e alcançar os tecidos periféricos, o colesterol precisa de um transportador. Essa função cabe às lipoproteínas que são produzidas no fígado. As principais são:

VLDL (Very low-density lipoprotein)
LDL (Low-density lipoprotein)
HDL ( High-density lipoprotein)

O LDL transporta colesterol e um pouco de triglicerídeos do sangue para os tecidos.

O VLDL transporta triglicerídeos e um pouco de colesterol.

O HDL é um transportador diferente, ele faz o caminho inverso, tira colesterol dos tecidos e devolve-o ao fígado que vai excretá-lo nos intestinos.

Lipoproteína HDL ( colesterol bom )
Lipoproteína HDL ( colesterol bom )

Colesterol bom vs colesterol mau, o que é?

Enquanto o LDL e o VLDL levam colesterol para as células e facilitam a deposição de gordura nos vasos, o HDL faz o inverso, promove a retirada do excesso de colesterol, inclusive das placas arteriais.

Por isso, denominamos o HDL como colesterol bom e o VLDL e o LDL como colesterol mau.

Metabolismo do colesterol
O metabolismo do colesterol

Como é regulada a produção destas lipoproteínas?

A produção das lipoproteínas é regulada pelos níveis de colesterol, a saber:

  • Colesterol derivado de gorduras saturadas e gordura trans favorecem a produção de LDL (colesterol mau)
  • O consumo de gorduras insaturadas, encontrada no azeite, peixes e amêndoas, por exemplo, promovem a produção do HDL (colesterol bom )

Portanto, ao dosarmos os valores das lipoproteínas transportadoras LDL, VLDL e HDL temos uma avaliação indireta da quantidade e da qualidade do colesterol que circula em nosso sangue. Por isso, o lipograma, exame usado para dosear as lipoproteínas, é usado para avaliarmos os níveis de colesterol sanguíneos.

Colesterol IDL o que é?

O IDL (Intermediatelow-density lipoprotein) é um tipo de colesterol semelhante ao LDL. Como tem efeitos semelhantes, ele não é normalmente doseado individualmente, mas sim juntamente com o LDL. Portanto, quando recebemos o valor do LDL, habitualmente estamos a falar do valor de LDL + IDL.

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Qual o perigo do colesterol alto? O que é a aterosclerose?

Elevadas concentrações de VLDL e o LDL estão associados à deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de placas de colesterol.

Quando o nosso corpo tem mais colesterol do que precisa, as moléculas de LDL ficam a circular no sangue à procura de algum tecido que necessite de colesterol para o seu funcionamento. Se este colesterol não for entregue a nenhum tecido, a molécula de LDL acaba por se depositar dentro da parede dos vasos sanguíneos, acumulando gordura no mesmos. Este processo é chamado de aterosclerose.

Placas de aterosclerose
Formação de placas de aterosclerose

As placas de gordura ocupam espaço e diminuem o diâmetro da luz dos vasos (chamamos  luz à parte oca dentro dos vasos por onde passa o sangue). A aterosclerose também causa lesão direta na parede, diminuindo a elasticidade das artérias e tornando-as mais duras.

O depósito de gordura e a lesão da parede dos vasos favorecem a obstrução do fluxo de sangue e a redução do aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos.

Quando os vasos afectados pelas placas de colesterol são as artérias coronárias (artérias do coração), o resultado final pode ser o infarte cardíaco. Quando são afectados os  vasos cerebrais, o paciente pode desenvolver um AVC ( Acidente Vascular Cerebral ).

Dislipidémia, o que é?

Dislipidémia é o aumento dos níveis de colesterol. Durante muito tempo os médicos avaliaram o grau de dislipidemia através dos valores do colesterol total, que nada mais é do que a soma dos níveis sanguíneos de HDL + LDL + VLDL.

No entanto, como já explicamos, há o colesterol bom e o colesterol mau, o que torna pouca eficiente a avaliação conjunta. Actualmente o colesterol total é menos valorizado do que os níveis individuais de HDL e LDL.

Por exemplo:
Doente 1 – LDL 150, HDL 20 e VLDL 20 = colesterol total de 190
Doente 2 – LDL 100, HDL 65 e VLDL 25 = colesterol total de 190

Não há dúvidas que o paciente 1 apresenta mais riscos de aterosclerose que o paciente 2, apesar de terem o mesmo nível de colesterol total. O exemplo acima explica o porquê do colesterol total não ser o melhor parâmetro para avaliar a dislipidemia.

Valores de referência para o colesterol

Como a dislipidemia é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, a medicina tem tentado estabelecer, quais são os níveis ideais de colesterol HDL e LDL. Actualmente classificamos o colesterol da seguinte maneira:

LDL
Menor que 100 mg/dL – Óptimo
Entre 101 e 130 mg/dL – Normal
Entre 131 e 160 mg/dL – Normal/alto
Entre 161 e 190 mg/dL – Alto
Maior que 190 mg/dL – Muito alto

HDL
Menor que 40 mg/dL – Baixo ( é mau )
Entre 41 e 60 mg/dL – Normal
Maior que 60 mg/dL – Alto ( é óptimo)

Tratamento:  Quais as estatinas mais utilizadas?

Os medicamentos mais utilizados em todo o Mundo para combater o colesterol elevado, pertencem a uma família de moléculas chamadas de ESTATINAS. As principais são as seguintes:

  • Sinvastatina,
  • Rosuvastatina,
  • Pravastatina
  • Fluvastatina
  • Atorvastatina.
  • Pitavastatina

Estrutura quimica das estatinas
Estrutura quimica das estatinas

simvastatina
Estrutura quimica da sinvastatina

lovastatina
Estrura quimica da lovastatina

Estrutura quimica da atorvastatina e da rosuvastatina
Estrutura quimica da atorvastatina e da rosuvastatina

As estatinas, além de serem as drogas mais eficazes no controle do colesterol, são também aquelas com melhores resultados nos estudos científicos sobre prevenção das doenças cardiovasculares, sendo, por isso, atualmente prescritas para dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

Estatinas: Como actuam?

Como actuam as estatinas
Como actuam as estatinas?

As estatinas inibem a produção da enzima HMG-CoA redutase que é essencial para a produção de colesterol.

Estatinas: Serão seguras?

Apesar de serem eficazes  e seguras, cerca de 5% a 10% dos pacientes desenvolvem miopatia (lesão muscular), caracterizada clinicamente por dor muscular, fraqueza e/ou câimbras. Pacientes medicados com doses elevadas são aqueles com maior risco.

As queixas de origem muscular são o principal efeito colateral das estatinas e a causa mais comum de interrupção do tratamento.

Lesão muscular: Como saber se é grave?

A gravidade de uma lesão muscular é definida pelos seguintes factores:

  • Intensidade da dor
  • Grau de perda de força muscular
  • Alterações nos exames laboratoriais (enzima creatinofosfoquinase ou CPK)

Creatinofosfoquinase (CPK ou CK)

As células dos músculos são ricas numa enzima chamada creatinofosfoquinase, mais conhecida pelas siglas CK ou CPK. Quando há lesão do tecido muscular, parte da enzima CK contida nos músculos extravasa para o sangue, fazendo com que os níveis sanguíneos de CK fiquem mais elevados.

Pequenos aumentos da CK podem ocorrer em situações benignas, como após intenso esforço físico, grandes elevações dos níveis sanguíneos são um sinal de grave doença muscular.

Estrutura de um musculo
Estrutura de um musculo

Valor de referência da CK

O valor de referência da CK costuma variar de acordo com o laboratório. No geral, o limite superior da normalidade encontra-se ao redor de 100 a 200 U/L.

Mionecrose: Quando ocorre a morte de células musculares?

Sempre que o valor da CK se encontrar pelo menos 3 vezes acima do valor normal, dizemos que o paciente tem mionecrose (morte de células musculares).

A gravidade da mionecrose costuma ser dividida da seguinte forma:

  • Lesão muscular leve: CK elevada de 3 a 9 vezes o valor normal.
  • Lesão muscular moderada: CK elevada de 10 a 50 vezes o valor normal.
  • Lesão muscular grave: CK elevada mais de 50 vezes o valor normal.

Valores da CK nas lesões musculares

  • CK de 400 ou 500 U/L significa uma lesão muscular leve
  • CK de 70.000 U/L significa uma grave e extensa lesão muscular.

Rabdomiólise

Dizemos que o doente tem rabdomiólise se simultaneamente ocorrer:

  • mionecrose ( morte das células musculares )
  • mioglobinúria ( perda de proteínas musculares na urina )

A rabdomiólise é um quadro grave, que pode levar à insuficiência renal aguda  ( insuficiênciarenal ).

As estatinas geralmente provocam lesão muscular leve, com pequenas elevações dos valores da CK. Porém, cerca de 1 em cada 1000 doentes medicados com estas drogas pode desenvolver moderada ou grave lesão muscular com rabdomiólise.

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Sintomas de miopatia provocada pelo uso das estatinas

As estatinas podem provocar um enorme conjunto de sintomas musculares, a saber:

  • Desconforto
  • Rigidez
  • Cansaço
  • Aumento da sensibilidade
  • Fraqueza
  • Cãimbras

Em geral, os sintomas surgem após algum esforço físico, mas podem também estar presentes mesmo em repouso.

A intensidade dos sintomas está sempre relacionada com o valor de CK e com a gravidade da lesão muscular?

A intensidade dos sintomas nem sempre está diretamente relacionada com o nível sanguíneo da CK. Alguns pacientes com dor forte podem ter níveis baixos ou até normais de CK, enquanto outros com queixas leves a moderadas podem ter taxas muito elevadas.

Sem fazer a dosagem da CK sanguínea não é possivel definir com precisão o grau de lesão muscular. Todos os doentes a usar uma estatina que comecem a sentir dor muscular devem fazer um exame de sangue para saber o grau de elevação da CK.

Músculos mais afectados pela miopatia

O sintoma mais comum da miopatia das estatinas é a dor muscular (mialgia), que pode ou não vir acompanhada de redução da força. Em geral, a lesão muscular pelas estatinas provoca um quadro de dor e fraqueza, nos seguintes musculos:

  • Nos membros inferiores afecta de forma simétrica os músculos da pelvis e das coxas
  • Nos membros superiores afecta os músculos ao redor da escápula, clavícula e porção inicial dos braços

Musculos tipicamente afectados pela mialgia das estatinas
Musculos tipicamente afectados pela mialgia das estatinas

Dor no ombro provocada pelas estatinas
Dor no ombro provocada pelas estatinas

Dores na coxa
Dores na coxa provocada pelas estatinas

Movimentos corporais mais afectados

A perda de força muscular da miopatia das estatinas pode fazer com que o doente tenha dificuldade nos seguintes movimentos:

  • Levantar os braços acima da cabeça,
  • Levantar-se de uma cadeira ou
  • Subir escadas.

Estes sintomas também podem ser descritos pelo doente como fadiga ou cansaço dos membros.

Quanto tempo demora a desenvolver-se uma miopatia das estatinas?

Habitualmente, a miopatia das estatinas desenvolve-se nos primeiros 6 meses de uso do medicamento, mas há casos de doentes que só a desenvolveram após alguns anos de uso da droga.

Complicações da miopatia pelas estatinas

A lesão muscular pelas estatinas ocorre em cerca de 5 a 10% dos doentes. No entanto a grande maioria dos casos é de forma leve, sem grandes prejuízos para a saúde do doente. Apesar de serem raros, podem haver casos de lesão muscular grave pelas estatinas.

O quadro de rabdomiólise é o mais perigoso, pois as proteínas dos músculos podem entupir os túbulos renais, levando à insuficiência renal aguda. Não é incomum que os pacientes com rabdomiólise precisem de tratamento com hemodiálise durante alguns dias.

Factores de risco para miopatia pela estatina

Como já referido, apesar da lesão muscular ser o efeito colateral mais comum das estatinas, ela é um problema que afecta apenas alguns doentes. Ainda não compreendemos totalmente os mecanismos que levam as estatinas a serem tóxicas para os músculos de certos indivíduos, mas alguns factores de risco já são bastante conhecidos, a saber:

  • Características das estatinas
  • Hipotireoidismo
  • Características do doente
  • Interação medicamentosa

Estatinas com menor risco

O risco de lesão muscular não é igual para todas as estatinas e aumenta conforme a dose.

pravastatina e a fluvastatina parecem ser as drogas deste grupo com menor incidência de dor muscular. A dose de 40 mg por dia da pravastatina mostrou-se bastante segura e com baixa incidência de lesão muscular.

A rosuvastatina na dose de 20 mg/dia também tem se mostrado segura nos estudos, porém, doses a partir de 40 mg/dia têm sido apontadas como responsáveis por quadros de rabdomiólise.

Estrutura molecular da rosuvastatina em 3D
Estrutura molecular da rosuvastatina em 3D

Hipotireoidismo aumenta o risco de miopatia?

Como os pacientes com hipotireoidismo frequentemente têm níveis elevados de colesterol, não é incomum a prescrição de estatinas neste grupo de pacientes. O problema é que hipotireoidismo por si só pode causar miopatia, e quando associado a uma estatina, o risco torna-se ainda maior. O controle clínico do hipotireoidismo através de medicamentos com a levotiroxina diminui o risco de dor muscular.

A miopatia é hereditária?

Fatores genéticos parecem ter um papel relevante na génese da miopatia pelas estatinas. Este é o motivo pelo qual numa mesma família é frequente a ocorrência de miopatia em mais de uma pessoa.

Pessoas com maior risco de desenvolver miopatia das estatinas

  • Mulheres e indivíduos com mais de 60 anos
  • Consumo frequente de bebidas alcoólicas
  • Atividade física intensa
  • Carência de vitamina D
  • Desidratação
  • Existência de doença dos rins ou do fígado
  • Histórico de câimbras frequentes

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Interação medicamentosa

Um dos factores que mais influenciam no aparecimento de lesão muscular pelas estatinas é a associação com outras drogas. A sinvastatina e a lovastatina são as estatinas que mais sofrem interação medicamentosa capaz de provocar miopatia.

atorvastatina, a rosuvastatina e a pitavastatina  também podem sofrer interação de alguns medicamentos, mas com uma frequência um pouco menor.

Medicamentos que aumentam de forma significativa o risco de miopatia das estatinas

São vários os medicamentos que aumentam o risco de miopatia das estatinas pelo que se deve a tudo o custo evitar a sua associação com estatinas, a saber:

  • Amiodarona ( antiarrítmicos )
  • Fluconazol ( antifúngico )
  • Cetoconazol ( antifúngico )
  • Itraconazol ( antifúngico )
  • Ciclosporina ( imunosupressor )
  • Gemfibrozil ( antidislipidémico )
  • Varfarina ( anticoagulante )
  • Verapamil ( perturbações do ritmo taquicardico, antihipertensor, insuficiência coronária )
  • Amlodipina ( antihipertensor e antianginoso )
  • Eritromicina ( antibiótico )
  • Claritromicina ( antibiótico )
  • Ritonavir ( antivírico VIH-1 )
  • Colchicina ( antiinflamatório clássico utilizado no tratamento das crisas agudas de gota )
  • Niacina ( viatmina B3, ou vitamnina PP ou ácido nicotínico )

A lista fornecida acima está muito longe de estar completa, portanto, se tomar vários medicamentos e apresentar dor muscular pela estatina, leia a literatura do medicamento para ver se há alguma interação medicamentosa que possa estar a desencadear as dores.

Tratar o doente com dor muscular pela estatina

Como não há no mercado drogas tão eficazes como as estatinas na prevenção da doença cardiovascular, a decisão sobre a suspensão ou não do tratamento deve ser bem ponderada.

Drogas como o ezetimibe não são tão eficazes quanto as estatinas e não devem ser encaradas como um substituto à altura. O ezetemibe pode até ser utilizado em simultaneo  com a estatina, de forma a permitir uma dosagem menor desta última.

Os raros doentes que desenvolvem grave lesão muscular devem interromper definitivamente o tratamento com as estatinas, pois o risco para a saúde é maior que o potencial benefício da droga.

Tratamos como miopatia grave toda a miopatia com um aumento da CK maior que 10 vezes o valor de referência (CK maior que 1500-2000 U/L na maioria dos laboratórios).

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Tratamento da miopatia das estatinas leve ou moderada

Nos casos que não se enquadram no conceito de miopatia grave, que são, na verdade, a maioria, existem algumas estratégias que podem ser implementadas.

1. Corrigir problemas

O primeiro ponto é identificar possíveis interações medicamentosas que possam estar a aumentar o risco de lesão muscular. A associação de uma estatina com o gemfibrozil, apesar de não indicada, ainda é muito utilizada por alguns médicos, quando o objetivo é baixar os níveis de triglicerídeos.

Se o doente tiver colesterol e triglicerídeos altos e a estatina sozinha não estiver a ser suficiente para controlar os valores, o medicamento com menos risco de miopatia é o fenofibrato.

Além da revisão dos medicamentos que o paciente usa, também é importante uma avaliação da função da tireoide. Em muitos casos, uma simples otimização do tratamento do hipotireoidismo é suficiente para controlar as dores musculares.

A dosagem dos níveis de vitamina D sanguínea também está indicada. Se os valores estiverem baixos, a reposição, que pode ser feita de forma bem simples e barata, costuma amenizar as dores

2. Alterações na estatina

Não havendo problemas a corrigir, o próximo passo é tentar otimizar o tratamento com as estatinas.

Nos pacientes que fazem doses elevadas de estatina, a simples redução da mesma pode ser suficiente. Se for preciso, o médico pode associar uma droga como o ezetimibe, para que o valor do colesterol LDL não volte a subir após a redução da estatina.

Doses de estatinas consideradas moderadas são:

  • 20 mg de lovastatina, pravastatina ou sinvastatina;
  • 20 mg de atorvastatina
  • 10 mg de rosuvastatina.

Apenas os pacientes que já tiveram um infarte anteriormente ou que apresentam risco muito elevado de infarte costumam ter indicação para doses mais altas de estatinas, geralmente 40 mg/dia de atorvastatina ou 20 mg/dia de rosuvastatina.

Uma alternativa é o uso das estatinas em dias alternados.

A rosuvastatina em doses até 20 mg/dia pode ser tomada 3 vezes por semana, que ainda mantém uma boa ação contra o LDL.

Outra opção é trocar de estatina. Como já referido, a pravastatina e a fluvastatina costumam ter um incidência mais baixa de miopatia e podem ser a solução, principalmente para os pacientes em uso de sinvastatina ou lovastatina, que são as estatinas que mais frequentemente causam dor muscular.

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Preços, dosagens e tamanhos das embalagens

Na tabela que se segue reunimos as informações disponiveis em Janeiro de 2014, sobre os preços, dosagens e tamanhos das embalagens de estatinas, fibratos e associações mais utilizadas.

Estatinas, fibratos e associações com hipolipidemiantes
Estatinas, fibratos e associações com hipolipidemiantes

Clique na versão em pdf para melhor visualização da tabela. Pode também fazer o download da mesma:

Medicamentos mais utilizados para o colesterol

Excipientes das estatinas, fibratos e associações

O que é um excipiente?

Excipientes são substâncias que auxiliam o medicamento a ter a devida forma e eficiência farmacêutica. São utilizados para proteger o fármaco, por exemplo, contra a oxidação e a hidrólise. Também podem ser adicionados para a facilitação da administração e do processo de fabricação do medicamento.

Alguns fazem a diluição e “suporte” ao princípio ativo porque este muitas vezes é demasiado potente e tem que ser usado em concentrações muito baixas, por isso é necessário o excipiente para dar o volume necessário e suficiente para uma toma mais prática, por exemplo em comprimidos para tomar por via oral. Têm que ser substâncias que não reajam com o fármaco e farmacologicamente inertes.

Embora seja raro, nada garante que não possa ser alérgico a um deles, por isso preparamos para si uma tabela dos principais excipientes, usados no fabrico das estatinas, fibratos e associações:

Tabela_de_excipientes_das_estatinas
Tabela de excipientes usados nas estatinas, fibratos e associações

Descarregue também a tabela em pdf para melhor visualização:

Tabela de excipientes das estatinas

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Alimentos que fazem aumentar o colesterol

Gordura saturada

É um tipo de gordura encontrada principalmente em produtos de origem animal e que à temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido.

É encontrada nos seguintes alimentos:

  • Carnes vermelhas e brancas ( principalmente gordura da carne e pele das aves),
  • Leite e derivados integrais ( manteiga, creme de leite, iogurte, nata)

Gorduras saturadas más
Gorduras saturadas más

Consumo máximo por diário aconselhado:  20g

Ligação química:  Cada átomo de carbono mantém uma ligação simples com outro carbono e está ligado a dois átomos de hidrogênio

Gordura trans

A gordura trans é o nome dado à gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação natural ou industrial.

Algumas carnes e o leite já têm essa gordura, mas em pequena quantidade. O que preocupa mesmo são as gorduras usadas pela indústria alimentar. A gordura vegetal hidrogenada faz parte do grupo das gorduras trans e é a mais encontrada nos alimentos.

Ela começou a ser usada em larga escala a partir dos anos 1950, como alternativa à gordura de origem animal, conhecida como gordura saturada.

Acreditava-se que, por ser de origem vegetal, a gordura trans ofereceria menos riscos à saúde. Mas estudos posteriores descobriram que ela é ainda pior que a gordura saturada, que também aumenta o colesterol total, mas pelo menos não diminui os níveis de HDL no organismo.

Em geral, as gorduras vegetais, como o azeite e os óleos, são bons para a saúde. Porém, quando passam pelo processo de hidrogenação ou são aquecidos, as moléculas são partidas e a cadeia rearranja-se. Esta nova gordura é que vai danificar as artérias.

Este processo de hidrogenação serve para deixar a gordura mais sólida. E é ela que vai fazer com que os alimentos fiquem saborosos, crocantes e tenham maior durabilidade. O grande desafio atual da indústria é encontrar uma alternativa mais saudável à gordura trans, sem que os alimentos percam as suas propriedades.

Gorduras saturadas trans
Gorduras saturadas trans, aumentam o colesterol LDL ( mau ) e diminuem o HDL ( bom )

A gordura trans não é sintetizada pelo organismo e, por isso, não deveria ser consumida nunca. Mas, como isso é quase impossível,  é aceitável consumir até 2g da gordura por dia, o que equivale a quatro biscoitos recheados.

Mesmo tendo isso em mente, um dos grandes problemas para o consumidor é conseguir perceber com clareza quanta gordura trans existe em cada alimento. Vale a pena lembrar que os alimentos que mais contêm gordura trans são:

  • Bolachas
  • Pipocas de microondas
  • Chocolates
  • Gelados
  • Batatas fritas
  • Salgadinhos
  • Alimentos que tem margarina na composição

Consumo máximo diário aconselhado: 2g

Ligação química – Similar à da gordura saturada, mas os átomos de hidrogênio estão dispostos transversalmente (na diagonal), e não em paralelo, como ocorre com os ácidos gordos encontrados na natureza. Daí vem o nome “trans”.

Gordura insaturada e poli-insaturada

A gordura insaturada está presente principalmente em vegetais e é líquida à temperatura ambiente. Existe a monoinsaturada (com apenas uma ligação dupla de carbono) e a poliinsaturada (com mais de uma ligação dupla de carbono). O seu consumo em excesso também é prejudicial em particular os óleos vegetais devem ser evitados.

Quais os alimentos em que se encontra?

  • Azeite e azeitonas
  • Óleo de canola e de milho,
  • Amêndoa,
  • Amendoins
  • Nozes
  • Castanha-do-pará,
  • Abacate,
  • Sementes e óleo de linhaça,
  • Óleo de girassol
  • Truta ( ômega 3 )
  • Salmão ( ômega 3 )

Gorduras_saudáveis

Gorduras insaturadas boas
Frutos secos contêm gorduras insaturadas boas

Consumo máximo diário aconselhado:  44g

Ajuda a reduzir o colesterol LDL, os triglicéridos e a pressão arterial.

Ligação química:   Faltam alguns átomos de hidrogênio na sua molécula e, por isso, ocorre uma ligação dupla entre os carbonos.

O COLESTEROL SERÁ UM MITO?

Durante anos ouvimos que o colesterol é a encarnação do mal. Que em excesso entope as artérias e abre caminho aos enfartes do miocárdio e aos AVCs.

Por causa dele passámos a olhar com horror para as alheiras, para as bifanas e para a manteiga. Os ovos passaram a merecer desconfiança. Não mais de um ou dois por semana disseram-nos repetidamente. Para manter o colesterol em níveis aceitáveis, milhões de pessoas tomam regularmente medicamentos conhecidos como estatinas.

As estatinas são os medicamentos mais vendidos em todo o mundo e Portugal não é exceção: em 2000 vendiam-se perto de um milhão e 500 mil embalagens. Em 2009 mais de cinco milhões e 400 mil, um aumento de mais de 200% lê-se numa tese de mestrado que fez a avaliação do consumo destas substâncias em Portugal.

Pois bem, todas estas ‘provações’ podem ser em vão. Pelo menos a crer nos ‘céticos do colesterol’, um grupo de médicos e investigadores empenhados em acabar com o que garantem ser a crença errada de que o colesterol faz mal à saúde.

Existe, desde 2003, uma Liga internacional dos Céticos do Colesterol (www.thincs.org) com uma centena de membros das mais diversas especialidades médicas.

São vistos como fanáticos ou adeptos de teorias da conspiração pelos médicos ‘ortodoxos’, mas a sua cruzada ganhou visibilidade com a publicação em França do livro ‘La Verité sur le Cholestérol’, do médico Philippe Even, e, nos EUA, do livro ‘The Great Cholesterol Myth’, do cardiologista Stephen Sinatra e do nutricionista Jonny Bowden.

O apoio mediático do médico Mehmet Oz que entrevistou os autores no seu programa de televisão visto por milhões voltou a criar um buzz à volta do tema. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo.

Os fatores de risco incluem a hipertensão, obesidade, diabetes. E também o colesterol elevado, que os céticos querem reabilitar.

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O que dizem os céticos?

Um relatório da Escola de Saúde Pública de Harvard aponta o metabolismo, mais do que a dieta, como responsável pelos níveis de colesterol no sangue.

Esta ideia reúne consenso na classe médica. Pedro Marques Silva, responsável da Consulta de Hipertensão Arterial e Dislipidemias do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, confirma: “Se reduzíssemos o colesterol na dieta de tal maneira que a comida ficasse incomestível, ainda assim a taxa de colesterol que conseguíamos reduzir seria apenas de 20%”.

Vegetarianos também têm colesterol alto?

Os vegans e vegetarianos podem ter níveis de colesterol altos, apesar de não comerem produtos animais, precisamente porque 70 a 80% do colesterol é produzido no nosso fígado e não tem origem na alimentação.

E é com este argumento que os céticos incentivam o regresso ao nosso prato das gorduras saturadas tais como as presentes em alimentos de origem animal e algumas de origem vegetal, a saber:

  • Manteiga
  • Carne vermelha
  • Óleo de coco

Além de não influenciarem o colesterol no sangue, elas têm um papel importante na absorção do cálcio e manutenção da densidade óssea e são essenciais para o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso, dizem.

Podemos ingerir colesterol à vontade?

Claro que não! Uma pessoa magra, com colesterol total elevado, mas sem hipertensão ou diabetes, não tem risco cardiovascular, teoria defendida pelos céticos do colesterol. Nestes casos, a alimentação não é um fator decisivo, nem vale a pena andar a fazer restrições radicais ou medicação.

O problema é que na maioria dos casos, quem tem o colesterol total aumentado tem também outros fatores de risco, como o excesso de peso, a hipertensão ou a diabetes ou seja tem a chamada síndrome metabólica.

Quando é assim, a alimentação é fundamental, porque o simples facto de perder peso ajuda muito. Há casos de pessoas que deixaram a medicação para a hipertensão e para o colesterol com base na reeducação alimentar e no exercício físico como, por exemplo, uma caminhada diária de, pelo menos, 45 minutos.

Na opinião dos céticos do colesterol os verdadeiros inimigos do coração são as gorduras hidrogenadas, ou trans, presentes nos alimentos processados para ajudar a prolongar o seu tempo de prateleira e o açúcar.

A alimentação pode não influenciar o colesterol mas influencia o nível de triglicéridos, outro tipo de gordura do sangue, associada sobretudo ao consumo de açúcar simples e de hidratos de carbono, e que é consensualmente um fator de risco para as doenças cardiovasculares e diabetes.

Existe relação direta entre colesterol no sangue e as doenças coronárias?

Não existe uma relação direta entre o colesterol no sangue e as doenças coronárias, dizem os céticos do colesterol.

O francês Philippe Even, autor do livro ‘La Verité sur le Cholestérol’, enfatiza que analisou mais de 800 publicações científicas, em particular oito estudos epidemiológicos, dez meta-análises e 46 ensaios clínicos concluindo que não é verdade que a responsabilidade do colesterol esteja apoiada em provas sólidas e largamente aceites ou que numerosos estudos tenham mostrado uma relação direta entre o colesterol e a mortalidade cardíaca.

O cardiologista norte-americano Jonny Bowden, autor do livro ‘The Great Cholesterol Myth’, subscreve. “Durante 43 anos fiz prática clínica com base nos dados convencionais, mas a certa altura dei-me conta que se metade das pessoas com colesterol alto tinha doenças cardíacas e outra metade não, alguma coisa estava errada na associação de causa-efeito do colesterol às doenças cardíacas”, explicou o cardiologista, no programa te TV do Dr. Oz.

Para os céticos do colesterol, a presença de colesterol nas artérias de doentes coronários decorre muitas vezes de uma função pouco conhecida do próprio colesterol: a de molécula reparadora. “Na verdade, ele tem uma função é protetora. Quando as artérias estão danificadas o colesterol LDL viaja até ao local do acidente e ajuda a repará-las.

Culpar o colesterol é como culpar os bombeiros de atearem fogos

Concluindo

Afinal devo tomar ou não medicamentos para o colesterol quando está alto? A nossa opinião é a seguinte:

  • Se tem colesterol LDL (o  mau ) alto mas o colesterol HDL (o bom) também está alto ou normal, tem peso normal, não tem hipertensão nem diabetes, então decididamente NÃO!  Faça exercício fisico, que pode ser uma simples caminhada diária mas tem de durar pelo menos 45 minutos.
  • Se tem colesterol LDL alto, HDL baixo e também alguns factores de risco como peso excessivo, hipertensão ou diabetes, então parece-nos que o risco de não tomar é maior e portanto SIM deve ser colocada essa hipótese se as correcções alimentares e o exercício físico não surtirem efeito a curto prazo.

Em qualquer dos casos essa é uma decisão que deve ser tomda, sempre, com o apoio do seu médico.

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências:

Por favor, PARTILHE ESTE ARTIGO com os seus amigos tendo a certeza que vão ficar-lhe agradecidos com muita informação que pode melhorar a sua saúde e das respectivas famílias.

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BRONZEAR SEM QUEIMAR TODA A VERDADE

Bronzear sem queimar a pele é mais fácil do que se pensa desde que se saiba toda a verdade sobre o bronzeado! Antes de mais convém saber algumas coisas importantes sobre a exposição solar, quais os seu benefícios, malefícios, tipo de pele, qual o protetor mais adequado e qual o tempo que a sua pele aguenta, sem proteção, até fazer uma queimadura.

Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Benefícios do sol
  • Perigos do sol
  • Eritema e tempo de queimadura
  • Quanto tempo demora a aparecer uma queimadura solar
  • Quanto demora a desaparecer uma queimadura solar
  • Olhos ao sol quais os problemas
  • Olhos como proteger bem do sol
  • Pele como proteger
  • Protetor solar qual o melhor?
  • Protetor solar como aplicar eficazmente?
  • Bronzeado como se forma?
  • Bronzear sem queimar
  • Fototipo de pele como saber qual o seu?
  • Índice UV o que é?
  • Medidas de proteção solar

Leia também: Onda de calor pode matar muitas pessoas!

Bronzear sem queimar e benefícios do sol

No início do século XX descobriu-se que a exposição à luz solar era um preventivo do raquitismo e mesmo a sua possível cura porque pequenas quantidades de UV são benéficas e essenciais na produção da vitamina D3. Além disso parece claro também que em muitas pessoas existe um benefício psicológico que se expressa num aumento do otimismo e do humor em dias com mais exposição à luz solar.

Perigos do sol

A exposição humana à radiação solar poderá ter efeitos graves sobre a saúde, nomeadamente:

Leia também: Quais os sinais na pele que são perigosos e podem causar cancro?

Eritema e tempo de queimadura

O tempo de formação para o eritema (queimadura solar) é o tempo máximo de exposição ao sol com a pele desprotegida e sem que se tenha dado o eritema. O tempo de formação para o eritema pode ser calculado, para cada tipo de pele, a partir do Índice UV e o valor de 1MED para cada tipo de pele.

Escaldão quanto tempo demora?

O “vermelhão” (mais frequentemente conhecido como “escaldão”), resultante da exposição ao sol, torna-se visível após algumas horas, ocorrendo o eritema nas 3 a 5 horas após a exposição à radiação ultravioleta, alcançando um máximo entre 8 a 24 horas e desvanecendo ao longo de 3 dias.

A vasodilatação dos capilares das áreas expostas inicia-se antes do eritema se tornar visível e isto ocorre da mesma forma para as crianças, jovens, adultos e idosos. Alterações benignas dos melanocitos podem também ocorrer como resultantes de uma sobre-exposição ao UV durante a infância ou a adolescência.

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Olhos ao sol, que problemas origina?

Ao contrário da pele humana que parcialmente se adapta à radiação UV (espessura e bronzeado), o olho humano não possui quaisquer mecanismos de adaptação. Como doenças dos olhos, a nível externo, temos principalmente:

  • Fotoqueratite
  • Fotocunjuntivite

Podem ocorrer entre 30 minutos e 24 horas após uma exposição prolongada a uma radiação solar intensa, muitas vezes em ambientes altamente refletores, de que é exemplo o caso da “cegueira da neve”. Outros problemas que podem ocorrer nos olhos devido a excesso de exposição solar são:

  • Pterigium que é uma doença degenerativa que afeta a parte externa dos olhos.
  • Catarata humana relativa à qual estudos diversos indicam ser a radiação UV um fator de risco no desenvolvimento levando ao aumento da opacidade da lente do olho.
  • Supressão do sistema imunológico pelo facto da radiação UV induzie e favorecer a progressão de infeções originadas por vírus, bactérias e fungos.

Olhos como proteger bem do sol?

Os olhos deverão ser protegidos por óculos de sol com as seguintes características:

  • Conter filtros UVA e UVB.
  • Indicar a categoria de proteção das lentes para a luz visível e ultravioleta, e acordo com a diretiva C. E. 89/686/CEE.
  • Para uso geral recomenda-se a categoria 3,
  • Para atividades de alto risco como o montanhismo ou os desportos náuticos se recomenda a categoria 4.
  • Proteções laterais nos óculos devido à exposição lateral.

A proteção lateral é especialmente importante para as crianças pois a transmitância da radiação UV através dos olhos é mais elevada para criança do que para o adulto – a retina da criança é menos protegida.

Pele como proteger eficazmente?

Para bronzear sem queimar a melhor proteção para a pele é o uso de roupa (camisola, calças, chapéu) adequada. A roupa transparente à radiação UV deverá existir no mercado devidamente identificada como tal. As zonas da pele não cobertas por roupa deverão ser protegidas com um protetor solar contendo filtros de UVA e UVB. Durante as primeiras exposições ao sol recomenda-se o uso de um Fator de Proteção Solar (FPS ou SPF) de pelo menos 30.

Protetor solar qual a aplicação correta?

Deverão existir cuidados especiais com bebés e crianças. É importante notar que o efeito do protetor solar depende não somente da sua qualidade mas também da sua correta aplicação.

O protetor solar deverá ser aplicado de acordo com as instruções do fabricante. Um protetor solar com FPS de pelo menos 15 deverá ser generosamente aplicado de 2 em 2 horas para ter efeito protetor. Deverá também ser aplicado antes da exposição ao sol bem como após o banho de mar ou piscina. Se os protetores solares forem corretamente usados eles poderão constituir uma proteção para o eritema, cancro e fotoenvelhecimento.

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Bronzeado como se forma?

Diferente do eritema é o bronzeado, quando a pele é exposta à radiação ultravioleta podem distinguir-se duas reações ao bronzeado:

  • Uma diz respeito à absorção imediata da radiação UV pela melanina presente na pele, e que lhe confere um tom escuro que desvanece poucas horas após o fim da exposição,
  • Outra refere-se ao escurecimento da pele que requer cerca de 3 dias a desenvolver. Trata-se de um bronzeado mais persistente e resulta numa intensificação da produção de pigmentação.

No primeiro caso a radiação mais efetiva é a radiação UVA, neste ultimo é a UVB. Um outro efeito da exposição ao UVB é o aumento da espessura da epiderme a qual irá contribuir para a atenuação da radiação UV que penetra nas camadas mais profundos da pele. Uma exposição moderada à radiação UVB mantém a capacidade da pele tolerar novas exposições.

Bronzear sem queimar

A verdade é que a capacidade de ficar bronzeada depende do tipo de pele e não é necessário expor-se ao sol das 11 ás 16 horas ou seja nas horas de maior calor e índice UV mais elevado porque apenas vai aumentar o risco de queimadura e danos oculares e não vai bronzear de forma saudável e duradoura!

Bronzeado e tipo de pele

O bronzeado depende essencialmente do tipo de pele ou seja a pele tipo III e IV bronzeia sempre, a pele tipo II só ás vezes e a pele tipo I nunca bronzeia por mais exposição solar que tenha!

Bronzear sem queimar para ruivas e loiras

Por exemplo uma ruiva nunca bronzeia e uma loira só ás vezes! As morenas… essas bronzeiam sempre… sortudas 🙂

Apresentamos de seguida uma tabela para que possa saber qual o seu tipo de pele.

Fototipo de pele qual o seu?

BRONZEIA QUEIMA CABELO COR OLHOS
I Nunca Queima Ruivo Azul
II Às vezes Às vezes Loiro Azul/Verde
III Sempre Raramente Castanho Cinza/Castanho
IV Sempre Raramente Preto Castanho

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Índice UV o que é?

A necessidade de fazer chegar ao público em geral informação sobre a radiação UV e sobre os seus possíveis efeitos nocivos, levou a comunidade científica a definir um parâmetro que pudesse ser usado como um indicador para as exposições a esta radiação. Este parâmetro chama-se Índice UV (IUV). Assim, o IUV é uma medida dos níveis da radiação solar ultravioleta que efetivamente contribui para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema), sendo que a sua formação depende dos tipos de pele (I, II, III, IV) e do tempo máximo de exposição solar com a pele desprotegida.

IUV como varia?

O Índice UV exprime-se numericamente como o resultado da multiplicação do valor médio no tempo da irradiância efetiva (W/m2) por 40. Exemplo: Uma irradiância efetiva de 0.2 W/m2 corresponde a um valor do UVI de 8.0.

O Índice UV varia entre:

  • menor que 2, Baixo,
  • 3 a 5, Moderado,
  • 6 a 7, Alto,
  • 8 a 9, Muito Alto,
  • superior a 11 Extremo.

Os valores médios do UV para a latitude de Portugal, enquadram-se para o período compreendido entre os meses de Outubro e Abril entre 3 e 6, o que significa Moderado com possibilidade de Alto em alguns momentos deste período e entre 9 e 10 para o período compreendido entre Maio e Setembro, o que corresponde a Muito Alto.

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Guia de medidas de proteção solar

Consulte o nosso guia para aplicação das medidas de proteção para diferentes valores do Índice UV e para uma pele de tipo sensível (pele tipo I e bebés) e para uma pele tipo III, mais tolerante. Este guia é apenas um exemplo de uma forma simples de como o público pode ser sensibilizado e informado.

MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR melhorsaude.org
Guia de medidas de protecção solar para uma pele tipo I ou bebés com elevada fotosensibilidade

MEDIDAS DE PROTECÇÃO SOLAR pele tipo 3 melhorsaude.org
Guia de medidas de proteção solar para uma pele tipo III de média fotosensibilidade

Para além do tipo de pele, possíveis reações cutâneas ou oculares podem modificar a eficiência das medidas de proteção. Tais reações de fotossensitividade poderão ser devidas a um certo número de agentes internos ou externos. Alguns medicamentos, tais como psoralens, porphyrins, coal tar, antibióticos ou diversos tipos de agentes inflamatórios, produtos antimicrobióticos, fragrâncias, plantas, etc., podem causar eritema mesmo para baixas doses de UV.

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Protetor solar como escolher e usar?

Os protetores solares atenuam a transmissão da radiação UV na pele. O fator de proteção solar (apresentado pelos protetores solares existentes no mercado) é determinado com base na razão entre as quantidades de radiação UV necessárias para que ocorra a queimadura solar, com protetor solar e sem protetor solar. É importante saber que este efeito de proteção não aumenta linearmente com o FPS. Por exemplo, um FPS de 10 reduz em cerca de 90% a radiação UVB, um FPS de 20 em cerca 95% e um FPS de 30 reduzirá adicionalmente apenas um pouco mais.

Tendo em atenção os danos causados pela radiação UVA recomenda-se a verificação da existência de filtros UVA no produto: por ainda não existir um método padrão para a avaliação dos filtros da radiação UVA nos protetores solares, quando o produto possui filtro para a radiação UVA, tal é referido na embalagem do produto.

Em todos os casos, o protetor solar não deverá ser usado para prolongar o tempo de exposição, mas sim limitar os danos resultantes da exposição ao sol. É esta a razão pela qual os protetores solares se aplicam em zonas não cobertas pela roupa, especialmente em áreas sensíveis como o nariz, o pescoço, os ombros, no peito dos pés, etc.. Para a escolha do protetor solar mais apropriado, existe indicação dos valores de FPS de acordo com os diferentes tipos de pele e valores do Índice UV.

FATORES DE PROTEÇÃO SOLAR RECOMENDADOS PARA DIFERENTES TIPOS DE PELE E DE ÍNDICE UV
ÍNDICE ULTRAVIOLETA TIPOS DE PELE
I II III IV
1 a 3 15 12 9 6
4 a 6 30 25 15 12
7 a 9 50 40 30 20
superior a 10 60 50 40 30

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Concluindo

A proteção solar, principalmente dos bebés, crianças e adultos com pele mais sensível é um tema que está na ordem do dia pela simples razão de que não existem dúvidas sobre o aumento do número de casos de cancros de pele.  Nunca é demais lembrar que quanto mais sol em excesso uma criança apanha mais vai aumentar a sua probabilidade de vir a desenvolver cancro de pele na idade adulta!

Mesmo sabendo que existe uma maior e melhor informação para os malefícios do excesso de exposição solar ainda há muitos pais que não protegem adequadamente os seus filhos e a prova está nas praias apinhadas de gente e em particular de crianças nas horas de exposição mais prejudiciais ou seja entre as 11 e as 16 horas!

Talvez se possa convencer alguns esses pais “menos informados” deixando claro que um bronzeado saudável e duradouro consegue-se essencialmente até ás 11horas e depois das 16 horas sendo que as horas de maior calor, entre as 11 e as 16 horas apenas aumentam o risco de queimadura solar e danos oculares!

Fique bem!

Referências:

  • IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera

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Doenças mais comuns no verão melhorsaude.org melhor blog de saude

AR CONDICIONADO E PERIGOS FATAIS TODA A VERDADE!

Ar condicionado e os perigos fatais, toda a verdade! Os ambientes climatizados tornaram-se um hábito generalizado nas sociedades ditas mais “modernas”! O conforto acima de tudo e, onde quer que esteja, no carro, no escritório ou em casa, nada melhor que ter à escolha uma temperatura ambiente de fazer inveja aos “transeuntes”… no Inverno, um ambiente “quentinho” quando cá fora está um frio de “rachar” e no verão quando toda a gente derrete na rua nada melhor que ter uma “brisa personalizada” só para si 🙂

Sala moderna com ar condicionado
Sala moderna com ar condicionado

Mas será que este conforto é saudável quando se trata de o conseguir por via do ar condicionado?

Pois é… parece que há perigos bem reais quando os cuidados devidos não são garantidos! Neste artigo vou ajudar a diminuir esses perigos… saiba tudo!

O que é uma alergia?

Alergia ou reação de hipersensibilidade é uma resposta imunológica exagerada, que se desenvolve após a exposição a um determinado antigénio (substância estranha ao nosso organismo) e que ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis e previamente sensibilizados.

Agentes principais que provocam alergia

  • Ácaros
  • Mofo (fungos)
  • Epitélio (pele) e pelos de animais (gatos e cães)
  • Esporos de fungos e pólenes de flores
  • Alimentos
  • Medicamentos

Sintomas causados pelo ar condicionado

A maioria das pessoas quando entra em ambientes com climatização por meio de ar condicionado sente algum tipo de irritação, a saber:

Aqueles que têm RINITE (ver artigo) são os que mais se queixam, sofrendo de inflamação nas mucosas nasais e até nos olhos.

A culpa é só dos filtros?

A questão é que durante muito tempo essa culpa foi atribuída à falta de limpeza dos filtros, cuja função é a de purificar o ar, mas acumulavam lixo e microrganismos nocivos à saúde.

Ar condicionado
Sistema básico de ar condicionado

Foi então que se iniciou uma verdadeira batalha contra ácaros, fungos e bactérias. O lado bom de tudo isto foi a consciencialização que despertou nas pessoas sobre a necessidade de cuidados adequados com tais aparelhos.

Para ter uma noção, respiramos cerca de 20 mil vezes por dia e o ar climatizado artificialmente pode ser prejudicial à saúde, se alguns cuidados essenciais com os aparelhos não forem tomados.

Vantagens para a saúde 

As principais vantagens na utilização do ar condicionado referidas pelos médicos são:

  • Diminuição da mortalidade intra-hospitalar principalmente nos doentes crónicos e polimedicados;
  • Aumento da produtividade durante as vagas de calor

No entanto apesar destas vantagens aconselham muita moderação.

Grandes diferenças de temperatura é mau!

Deve evitar-se a exposição a grandes variações térmicas. Por exemplo, a passagem, em minutos, de temperaturas superiores de 35ºC para menos de 20ºC agride as vias aéreas superiores e inferiores, explicam os alergologistas.

O ar muito frio congestiona os tecidos. No nariz, por exemplo, os cílios nasais podem paralisar, deixando de expulsar para o exterior impurezas e “corpos estranhos”. Assim as queixas nasais podem ser de obstrução, ou seja, nariz tapado e com secreções, a que se associa frequentemente dores de cabeça e sensação de garganta seca.

Micro-organismos muito perigosos

Fungos, bactérias e ácaros podem ser os grandes problemas, porque a redução drástica da captação do ar externo, provoca o aumento da concentração de poluentes biológicos no ar interno, fazendo com que a taxa de renovação seja insuficiente.

Com isso, existe o risco de concentração dessas formas de vida nos ductos de ar condicionado, o que favorece a proliferação desses agentes, e compromete a qualidade de vida das pessoas, principalmente as que são mais vulneráveis à contaminação, como aquelas que têm problemas respiratórios como a rinite alérgica.

O problema do ar condicionado central

Os sistemas de ar condicionado central podem contribuir para o surgimento ou piorar os sintomas de alergias respiratórias. Isso ocorre porque o filtro de ar desses aparelhos, não está preparado para reter as micropartículas dos agentes mais implicados no desencadeamento de alergias respiratórias, tais como:

  • Fungos,
  • Bactérias,
  • Mofos,
  • Ácaros.
  • Vírus.

Salas amplas e cheias de gente a trabalhar, acabam por se tornar ambientes insalubres, criando condições ideais para a proliferação das doenças provocadas por esses alérgenos.

Como funciona o ar condicionado
Como funciona o ar condicionado

Relação com doenças respiratórias

O ar frio paralisa os pelos que revestem as paredes do sistema respiratório, que são encarregues de atirar para fora as impurezas que entram juntamente com o ar que respiramos. Assim, fungos, mofo, bactérias, vírus e ácaros permanecem no organismo, livres para provocar doenças respiratórias de natureza alérgica.

Principais doenças do aparelho respiratório

Normalmente quase todos os anos as principais doenças do aparelho respiratório são as seguintes:

  • Sinusite,
  • Rinite,
  • Otite,
  • Amigdalite,
  • Faringite,
  • Bronquite,
  • Pneumonia,
  • Asma,
  • Gripes,
  • Constipações.

Gripes, por exemplo, comprometem as defesas e favorecem infeções mais graves, como a pneumonia.

Alergias como prevenir?

As principais medidas de proteção contra as alergias são as seguintes:

  • Evite locais fechados, com grande concentração de pessoas, por tempo prolongado, pois facilita a contaminação,
  • Evite salas com carpete ou alcatifa porque o perigo é muito maior. Mesmo que a pessoa não seja alérgica, a exposição aos elementos causadores de alergias (ácaros, fungos, mofo, poeira de local fechado, bactérias) acaba por fazer com que ela fique com maior sensibilidade.

Dessa forma, a exposição repetida pode levar ao desenvolvimento de sintomas alérgicos. Como em todas as doenças alérgicas, a prevenção é o melhor remédio.

Quais os cuidados a serem tomados?

  • Evitar permanência em ambientes insalubres por muito tempo,
  • Tratar a alergia quando as crises surgirem,
  • Tomar vacinas, quando houver indicação; Alérgicos e pessoas com mais de 50 anos devem tomar vacinas contra gripe, pneumonias e outras infeções respiratórias, provocadas por bactérias como o pneumococo e o hemófilo;
  • Tomar banho à temperatura ambiente (mais frio);
  • Fazer exercício físico; Praticar natação preferencialmente em piscina fria (esta recomendação não é válida para quem tem sinusite, porque a natação pode agravar o problema).
  • Janelas fechadas, cortinas ou persianas que não deixam entrar nem uma nesga de sol, contribuem para um ar que entra pelas narinas levando aos pulmões algo mais que puro oxigênio.

Se  mora ou trabalha num ambiente com essas características, previna-se: lugares onde apenas dez por cento do ar circulante é renovado com ar de fora do prédio são propícios à proliferação das alergias respiratórias.

Locais com refrigeração central são a habitação ideal para ácaros, fungos, bactérias e outros agentes causadores de alergias respiratórias.

Ar condicionado do carro e alergias

O caso do ar condicionado no carro é um pouco diferente porque é constantemente renovado com ar exterior dependendo portanto da qualidade deste ar. Neste caso as principais “vitimas” são as pessoas com alergia a pólen de flores e fumo dos camiões.

Ar condicionado de um carro
Ar condicionado de um carro

Aparelhos de ar condicionado em casa são perigosos?

Também não representa perigo instalar em casa aquele aparelho pequeno, de parede. O ar é todo renovado pelo aparelho. Sai o ar quente do interior e entra novo ar de fora.

Mas deve-se ter cuidado com a limpeza do filtro e da parte externa que reveste o aparelho. Nestes locais podem estar acumuladas fezes de pombos e de outros pássaros, que representam perigo à saúde das pessoas.

Essa fezes, quando secas, podem ser aspiradas para dentro do sistema, dessa forma sendo levadas para o ambiente refrigerado. As fezes do pombo têm um fungo chamado Criptococcus neoformans, que pode provocar pneumonia e meningite.

Como eliminar os microoganismos?

O calor do sol é o maior inimigo de fungos, ácaros e mofo. Por isso, os alergologistas recomendam que deixe entrar em sua casa a luz do sol e o ar puro.

Como evitar as alergias?

Evitar as causas das alergias respiratórias é fundamental, o que significa o seguinte:

  • Manter a casa ou escritório livre da poeira,
  • Manter casa e escritório livre do mofo,
  • Limpar os insetos mortos.

Consequência mais grave de uma alergia

O problema mais grave que pode surgir na sequência de uma reação alérgica é um quadro de anafilaxia ou choque anafilático. É uma reação alérgica grave, que provoca comprometimento de todo o organismo;

Os principais sintomas são:

  • Dificuldade de respiração;
  • Perda de consciência;
  • Até a morte, quando não tratada imediatamente.

Dicas para uma casa saudável

  • Ventilação:  manter as  janelas abertas durante o dia…vento não faz mal!
  • Móveis:  o mobiliário deve ser simples, com bordas lisas e de fácil limpeza.
  • A limpeza:  deve ser feita diariamente, com água, sabão e produtos de limpeza adequados. Evitar produtos com odor intenso, como os derivados de amoníaco. Evitar, também, usar vassouras e espanadores, bem como aspiradores que não tenham filtros para reter partículas bem pequenas.
  • Colchões e travesseiros:  trocar travesseiros uma vez por ano e preferir modelos com espuma inteiriça. Evitar penas ou flocos. Encapar colchões e travesseiros com capas especiais contra ácaros e trocar as roupas de cama semanalmente.

Concluindo

O ar condicionado é uma mais valia no nosso quotidiano desde que sejam cumpridas as regras básicas de limpeza do aparelho quer internamente com os filtros e ductos quer com a entrada externa de ar que pode ficar suja e aspirar microrganismos Patogénicos para o interior. Quando essas regras não são atendidas aí sim podem surgir problemas bem graves que tem de prestar a devida atenção nomeadamente se trabalha num local com ar condicionado central cuja manutenção não depende de si e ao qual geralmente acrescem os perigos inerentes de ter a companhia de muitos colegas de trabalho no mesmo espaço, potenciando a propagação de microrganismos “pouco amigáveis”!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Por favor PARTILHE este artigo e ajude a evitar perigos indesejados.

Esquizofrenia 30 respostas essenciais toda a verdade!

Esquizofrenia (schizophrenia) 30 respostas essenciais! Segundo a Associação de Educação e Apoio na Esquizofrenia (AEAPE) a doença mental e a esquizofrenia em particular são condições de saúde sub-diagnosticadas e de enorme dificuldade de gestão no que concerne à vida relacional e social dos doentes e suas famílias. Tratam-se de problemas muito graves que podem destruir a vida de muitas pessoas se o diagnóstico não for atempado, correto e a abordagem terapêutica e apoio familiar não for adequado!

Este artigo pretende ser um contributo para melhorar a escassa informação da população em geral sobre esta doença mental em particular.

Neste artigo vou responder ás seguintes 30 questões:

  1. O que é a esquizofrenia?
  2. O que é uma alucinação?
  3. O que são delírios?
  4. Quais os sinais precoces de esquizofrenia?
  5. Qual a prevalência da esquizofrenia na população?
  6. Como evoluíram os medicamentos para a esquizofrenia e os antipsicóticos de 1ª geração?
  7. Quais os novos antipsicóticos de 2ª geração?
  8. Os antipsicóticos provocam dependência?
  9. Os antipsicóticos provocam ou não um efeito “zombie”?
  10. O que acontece se interromper a medicação?
  11. Quais os efeitos secundários?
  12. O que é a Discinesia tardia?
  13. Qual a relação entre o tabaco e a esquizofrenia?
  14. Qual o impacto da esquizofrenia?
  15. O abuso de substância ilícitas pode causar esquizofrenia?
  16. Como se faz o diagnóstico da esquizofrenia?
  17. Quais as causas?
  18. De que forma a família e os amigos podem ajudar?
  19. O que pode esperar dos médicos responsáveis pelo tratamento?
  20. Os esquizofrénicos são violentos e agressivos?
  21. O que costumam sentir os familiares?
  22. Como gerir os sentimentos?
  23. Como lidar com o doente diariamente?
  24. O que fazer quando o doente chega a casa após internamento?
  25. Quais as atitudes corretas da família para ajudar o doente?
  26. Quais as técnicas mais úteis?
  27. O que se deve evitar no contacto com o doente?
  28. Como promover uma melhor adesão à terapêutica?
  29. Qual o papel dos medicamentos?
  30. Quais as principais causas da falta de adesão ao tratamento?

No final disponibilizamos, na nossa área reservada, o relatório sobre saúde mental em Portugal vs Europa e EUA. Conheça os dados e tabelas mais surpreendentes desse relatório!

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Esquizofrenia o que é?

A Esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica, provavelmente das mais angustiantes e incapacitantes. A esquizofrenia é muitas vezes descrita de forma incorreta como “dupla personalidade”. Este termo pode constituir a tradução literal mas a esquizofrenia é na realidade uma patologia do cérebro, que afeta de forma grave o modo de pensar da pessoa, a sua vida emocional e o comportamento em geral.

As pessoas com esquizofrenia sofrem de sintomas psicóticos. Entre estes, contam-se:

  • Alucinações (por ex. ver ou ouvir coisas que não existem),
  • Delírios (ter crenças de natureza bizarra ou paranoide que não são verdadeiras),
  • comportamento agressivo,
  • Insónia,
  • Alterações da memória e da concentração
  • Medo intenso.

Os delírios e as alucinações são exemplos de sintomas denominados “positivos”.

Os “sintomas negativos” também surgem na esquizofrenia:

  • As pessoas ficam ausentes e alheadas,
  • Mostram muito pouca iniciativa,
  • Não conseguem sentir prazer e
  • Têm uma vida emocional pobre

Muitas vezes, as pessoas com esquizofrenia isolam-se socialmente, e têm grandes dificuldades nas relações interpessoais, sobretudo em situações de maior stress. Todos estes sintomas originam alterações na maneira de ser da pessoa, que começa também a ter dificuldades no desempenho escolar e/ou laboral.

Uma importante característica reside no facto de as pessoas com esquizofrenia não acreditarem que estas ideias/sintomas se devem a uma doença, algo que os médicos denominam falta de “insight” ou de “juízo crítico”. Este é um fator determinante para o atraso na busca de ajuda médica, mas também para a aceitação do tratamento necessário.

Alucinações

Uma alucinação surge quando alguém vê, ouve, saboreia ou sente coisas que na verdade “não existem”. As alucinações mais frequentes na esquizofrenia são auditivas, e mais especificamente auditivo-verbais (i.e. a pessoa ouve vozes a falar consigo sem estar ninguém por perto). Alguns doentes podem “sentir” bichos debaixo da pele ou dispositivos dentro do corpo, e também podem achar que a comida tem um sabor diferente. As alucinações podem surgir em pessoas sob o efeito de drogas ou em indivíduos com esquizofrenia. As alucinações podem ser muito assustadoras, pois para os doentes são “reais”.

Delírios

Os delírios são crenças falsas, de natureza bizarra ou paranoide, que não são partilhadas pelo resto da sociedade ou do meio em que o indivíduo vive. Os delírios mais comuns na esquizofrenia têm a ver com a perseguição e os indivíduos acham que existe uma conspiração para os prejudicar ou a alguém que lhes é querido. Também é frequente acreditarem que são Deus, a Virgem Maria ou alguém importante, ou que foram imbuídos de uma missão neste Mundo. Os delírios podem ser bizarros e os doentes acreditarem que o seu pensamento é manipulado por máquinas ou extraterrestres.

Os delírios têm de tal modo um papel importante na vida da pessoa, que a mesma é drasticamente afetada. Por exemplo, se as pessoas que estão a sofrer de delírios pensam que alguém as está a tentar envenenar, poderão deixar de se alimentar, ou ser eles a preparar a comida, ou só comer comida embalada.

Primeiros sinais

Os primeiros sinais da esquizofrenia aparecem tipicamente na adolescência ou no início da idade adulta. Os sintomas da doença são difíceis de identificar, sobretudo na fase inicial, pois confundem-se com “queixas” habituais nesta fase da vida. Habitualmente o comportamento da pessoa muda, e esta começa a isolar-se e a achar que o Mundo está diferente e que algo de estranho vai acontecer. É muito comum surgir tristeza, ansiedade, dificuldades com o sono e/ou com o apetite e outras queixas relativamente inespecíficas. A doença pode demorar semanas a anos a manifestar-se completamente, e quando surgem os sintomas mais típicos (i.e. alucinações e delírios) diz-se que o doente teve um 1º surto psicótico. Estes sintomas deixam as pessoas afetadas pela doença muito limitadas na sua capacidade de interagir com outras pessoas e de manter o seu ritmo de vida habitual.

Sinais precoces

  • Isolamento social e deixar de passar muito tempo com pessoas da mesma idade;
  • Perda de memória, por exemplo esquecer-se onde as coisas foram colocadas;
  • Alterações da perceção: quando os objetos mudam de forma ou de cor;
  • Paranoia: pensam que alguém está a falar acerca delas e que as coisas estão a ser feitas “nas suas costas”;
  • Preocupação extrema com religião, filosofia, o paranormal, etc.; ou mesmo tornar-se membro de uma seita ou culto;
  • Alterações do pensamento: argumentos incoerentes, ilógicos ou demasiadamente abstratos;
  • Dificuldade em manter a atenção: distrair-se com facilidade;
  • Tristeza ou depressão;
  • Agressividade, irritabilidade ou hostilidade inesperada;
  • Falta de energia;
  • Falta de prazer nas atividades que lhe eram habituais;
  • Perturbações do sono: muitas não conseguindo dormir noites seguidas;
  • Medo, tremor das mãos ou voz trémula;
  • Perda de apetite, ou apetite voraz;

Prevalência na população

A esquizofrenia afeta entre 1% das pessoas durante a sua vida. A esquizofrenia surge em todo o mundo, sendo a prevalência da doença muito semelhante entre os diferentes países. Os homens e as mulheres têm risco idêntico de desenvolver a doença; contudo, nos homens  a doença manifesta-se habitualmente entre os 16 e os 25 anos, enquanto que nas mulheres tal acontece um pouco mais tarde, entre os 25 e os 30 anos.

Medicamentos e outros tratamentos

Os medicamentos e outros tratamentos para a esquizofrenia, quando usados regularmente e de acordo com a prescrição, podem ajudar a reduzir e a controlar os sintomas incapacitantes da doença. No entanto, algumas pessoas não conseguem obter ajuda considerável a partir dos tratamentos disponíveis pois interrompem prematuramente o tratamento devido aos efeitos secundários desagradáveis dos mesmos, por não acreditarem que têm uma doença psiquiátrica, ou por outras razões. Mesmo quando o tratamento é eficaz, as consequências da doença são persistentes (tais como dificuldades relacionais e de integração, dificuldades cognitivas, estigma e sintomas residuais) e podem ser muito difíceis e limitantes para os doentes, impedindo-os de terem uma vida normal.

Evolução do tratamento

Os primeiros medicamentos eficazes para o tratamento da esquizofrenia foram desenvolvidos na década de 50 do século XX. Existe uma série de medicamentos antipsicóticos diferentes, ditos “convencionais”. Estes medicamentos parecem atuar sobretudo através da redução dos efeitos do neurotransmissor dopamina no cérebro. A sua principal eficácia consiste no tratamento dos sintomas positivos, o que permite a muitos doentes permanecerem fora do hospital e desempenharem relativamente bem as suas funções na comunidade.

No entanto, os antipsicóticos convencionais não parecem ser tão eficazes nos sintomas negativos da esquizofrenia nem nos sintomas relacionados com o humor (sintomas afetivos). Além disso, alguns doentes podem responder de forma incompleta ou mesmo não responder a estes medicamentos. Os antipsicóticos convencionais apresentam também uma série de efeitos adversos desagradáveis e os doentes podem ter a necessidade de tomar outros medicamentos para contrariar e reduzir estes efeitos. Os efeitos secundários podem contribuir para que os doentes não tomem os seus medicamentos (falta de adesão), o que pode levar ao reaparecimento dos sintomas da esquizofrenia e a novos episódios (recaídas).
No final do século XX, surgiram diversos medicamentos eficazes para a esquizofrenia com um perfil de efeitos secundários diferente dos antipsicóticos mais antigos e eficácia semelhante.

Novos medicamentos

Os novos antipsicóticos, também chamados atípicos ou de 2ª geração, parecem bloquear quer os efeitos da dopamina quer da serotonina e parecem ter efeito numa gama mais alargada de sintomas da esquizofrenia. De facto, são eficazes no tratamento das alucinações e dos delírios e podem ser úteis noutros sintomas, como os sintomas negativos da doença (por ex. falta de motivação ou a pobre expressão emocional).

A grande maioria das pessoas com esquizofrenia mostram melhoria substancial quando tratadas com medicamentos antipsicóticos. De facto, quando existe a certeza que o indivíduo tem o diagnóstico de esquizofrenia, deverá ser tratado com fármacos antipsicóticos pelo menos por um período de tempo.

Principais antipsicóticos

Antipsicóticos de 1º geração

Os principais antipsicóticos de 1ª geração e as doses mais eficazes são os seguintes:

  • Clorpromazina (Largactil®), de 50mg duas vezes ao dia até 100mg quatro vezes ao dia;
  • Haloperidol(Haldol®)/Flupentixol(Fluanxol®), de 1mg por dia a 5mg quatro vezes ao dia;
  • Supiride (Dogmatil®), de 100mg duas vezes ao dia a 200mg quatro vezes ao dia;

Antipsicóticos de 2ª geração

Os antipsicóticos de segunda geração são prescritos em doses francamente mais baixas, aliás em consonância, também, com a evidência de que é em doses mais baixas que são mais úteis. Os principais antipsicóticos de 2ª geração e as doses mais eficazes são os seguintes:

  • Risperidona (Risperdal®), de 1-6mg ao dia;
  • Olanzapina (Zyprexa®), de 10-20mg ao dia;
  • Clozapina (Leponex®), de 400-600mg ao dia;

Como frequentemente os antipsicóticos não permitem resultados satisfatórios, há a prática de lhes associar outros fármacos tais como:

  • Benzodiazepinas,
  • Antidepressivos,
  • Anticonvulsivantes,
  • Outros antipsicóticos.

Por outro lado, sabendo-se dos riscos e problemas que este tipo de fármacos comporta, a boa prática consistirá, exatamente, em prescrever as doses mínimas possíveis, devendo, sempre que possível, a farmacoterapia ser combinada com terapias psicológicas (Healy, 2005).

Efeitos secundários dos antipsicóticos

Os antipsicóticos podem originar uma grande variedade de reações adversas. Essas reações poderão estender-se à generalidade dos sistemas corporais. Uma das consequências mais graves é o chamado síndroma neuroléptico tardio, que pode ser fatal e que pode provocar:

  • Catatonia: A Catatonia é uma perturbação do comportamento motor que pode ter tanto uma causa psicológica ou neurológica. A sua forma mais conhecida envolve uma posição rígida e imóvel que pode durar horas, dias ou semanas. Mas também pode se referir a agitação motora sem propósito mesmo sem estímulos ambientais. Uma forma menos extrema de catatonia envolve atividade motora muito lenta
  • Disartria: Disartria é uma perturbação neurológica caracterizada pela dificuldade em articular as palavras de maneira correta.
  • Febre,
  • Mudanças na pressão sanguínea,
  • Rigidez muscular,
  • Estupor: Estupor é um estado de consciência ou sensibilidade apenas parcial ou insensibilidade acompanhada por pronunciada diminuição da faculdade de exibir reações motoras.
  • Taquicardia: Taquicardia é um termo médico utilizado para designar um aumento da frequência cardíaca. Convenciona-se como normal no ser humano com mais de 15 anos, uma frequência cardíaca entre 60 e 100 batimentos por minuto. A partir de 100, inclusive, considera-se que há taquicardia.

Sintomas extrapiramidais induzidos por neurolépticos (SEP)

Tomados como um conjunto, os vários distúrbios poderão agrupar-se num vasto padrão de reações ou sintomas extrapiramidais. Segundo Pagliaro & Pagliaro (1998), cerca de 30% das pessoas medicadas com “antipsicóticos” desenvolvem algum tipo de reação extrapiramidal. Numa população clínica de 4000 pessoas tratadas com neurolépticos, Ayd (1991, citado por Cohen, 1997) estimou em cerca de 62% a percentagem de pessoas afetadas por SEP desencadeados por aquele tipo de medicação.

Uma das particularidades mais perturbantes nos SEP é a sua semelhança com distúrbios psicopatológicos comuns. Daí que possam não ser reconhecidos como provocados pela própria medicação e ser atribuídos a outras causas. Daqui resulta, frequentemente, que as pessoas são reforçadas nessa mesma medicação ou iniciadas noutras medicações. Acrescente-se que, além do mais, estes SEP são muitas vezes irreversíveis (mesmo depois de retirada da medicação).

As reações extrapiramidais incluem a ACATÍSIA (impossibilidade da pessoa estar quieta, não conseguindo manter-se sentada em sossego ou dormir), DISQUINÉSIA (perturbação nos movimentos musculares voluntários), DISTONIA (ocorrência de súbitos espasmos musculares, particularmente afetando a cabeça e pescoço) e outros, como a lentificação da fala, a hipersalivação (a pessoa “baba-se”), o PARKINSONISMO (com bradiquinésia, fazer “caretas”, rigidez no rosto, tremores).
De notar que cada um destes síndromas pode ocorrer isoladamente ou concomitantemente com qualquer um dos outros. Qualquer um deles, para além do mais, poderá aparecer em qualquer momento do tratamento com neurolépticos (podem ser dias ou meses após o início da sua toma).

Os antipsicóticos provocam habituação?

Os doentes e as suas famílias ficam muitas vezes preocupados com os medicamentos antipsicóticos utilizados para tratar a esquizofrenia. Além das preocupações relativas aos efeitos secundários, preocupam-se com o facto de estes medicamentos poderem levar à habituação. No entanto, os fármacos antipsicóticos não produzem (euforia) nem dependência (vício) nas pessoas que os tomam.

Antipsicóticos e efeito “zombie”

Uma outra ideia errada relativa aos medicamentos antipsicóticos consiste em considerar que estes atuam como uma espécie de controladores da mente ou como um “colete-de-forças químico”. Se usados nas doses apropriadas, os fármacos antipsicóticos não põem as pessoas “como zombies” nem lhes retiram a sua livre decisão. Embora estes fármacos possam ser sedativos, este efeito pode ser útil em circunstâncias especiais (tal como no início do tratamento, especialmente se o indivíduo estiver muito agitado e/ou com insónia grave). No entanto, a utilidade destes fármacos não se deve à sua capacidade sedativa, mas sim à capacidade em reduzir as alucinações, os delírios, a agitação e outros sintomas associados a um episódio/surto psicótico. Desta forma, os medicamentos antipsicóticos acabam por ajudar os indivíduos com esquizofrenia a lidar com o mundo duma forma mais racional.

Os antipsicóticos reduzem o risco de episódios psicóticos futuros em doentes que recuperaram dum episódio agudo (evitam uma recaída). No entanto, na maioria dos casos em que o tratamento é interrompido, a recaída acaba por acontecer, habitualmente passadas semanas ou meses. Se bem que não seja correto dizer que o tratamento continuado “evita” o aparecimento de recaídas, sem dúvida que reduz a frequência e intensidade das mesmas. O tratamento dos sintomas psicóticos graves exige geralmente doses mais elevadas do que as utilizadas para o tratamento de manutenção. Se os sintomas reaparecem com uma dose mais baixa, um aumento temporário pode prevenir o aparecimento duma recaída completa.

O que acontece se interromper a medicação?

Uma vez que as recaídas são mais prováveis quando os medicamentos antipsicóticos são interrompidos ou tomados de forma irregular, é muito importante que as pessoas com esquizofrenia colaborem com os seus médicos e famílias de forma a manterem-se fiéis ao seu esquema de tratamento. Isto envolve tomar o medicamento apropriado na dose correta e nas alturas certas do dia, ir às consultas médicas e seguir de forma escrupulosa todos os outros procedimentos relacionados com o tratamento. Embora isto seja muitas vezes difícil para as pessoas com esquizofrenia, tal fardo pode tornar-se mais leve com a ajuda de várias estratégias e consequentemente pode conseguir-se uma melhoria da qualidade de vida.

Efeitos secundários

Os antipsicóticos, tais como quase todos os medicamentos, para além dos seus efeitos benéficos podem ter efeitos indesejáveis. Durante a fase inicial do tratamento, os doentes podem queixar-se de:

  • Sonolência,
  • Agitação,
  • Espasmos musculares,
  • Tremor,
  • Secura de boca,
  • Visão turva.

A maioria deles pode ser corrigida com a diminuição da dose ou podem ser controlados com outros medicamentos. A resposta ao tratamento com antipsicóticos e os efeitos secundários associados variam de doente para doente. Determinados doentes podem responder melhor a um fármaco que a outro.

Discinesia tardia

Os efeitos dos antipsicóticos quando tomados a longo-prazo, podem colocar um problema consideravelmente mais grave. A discinesia tardia (DT) é uma situação que se caracteriza por movimentos involuntários, na maioria das vezes afetando a boca, lábios e língua e algumas vezes o tronco ou outras partes do corpo tais como os braços e as pernas. Ocorre em cerca de 15 a 20% dos doentes que foram medicados com os antipsicóticos mais antigos (i.e. convencionais) durante muitos anos, mas a discinesia tardia também pode surgir em doentes medicados com estes fármacos durante períodos mais curtos de tempo. Na maioria dos casos, os sintomas da discinesia tardia são ligeiros e o doente pode nem ter consciência deles, mas em alguns casos podem ser muito graves e incapacitantes.

Os novos antipsicóticos (i.e. atípicos ou de 2ª geração) parecem ter um risco muito menor de produzir DT que os fármacos mais antigos. No entanto, o risco não é nulo e por sua vez podem produzir outros efeitos secundários tais como:

  • Sonolência,
  • Aumento de peso,
  • Aumento do colesterol

Embora os medicamentos mais recentes sejam geralmente melhor tolerados que os convencionais, o perfil de efeitos adversos dos antipsicóticos atípicos varia de fármaco para fármaco, e estas diferenças podem afetar a adesão do doente ao esquema de tratamento. No entanto, os novos antipsicóticos constituem um avanço muito importante no tratamento destes doentes, e a optimização do seu uso em doentes com esquizofrenia é um tema atualmente objeto de investigação aprofundada.

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Impacto da esquizofrenia

A maioria das pessoas com esquizofrenia sofre ao longo das suas vidas, perdendo desta forma oportunidades de carreira e de relacionamento com outros indivíduos. Como consequência da falta de compreensão por parte da sociedade relativamente à doença, as pessoas com esquizofrenia muitas vezes sentem-se isoladas e estigmatizadas, e podem ter relutância ou dificuldade em falar sobre a sua doença. Embora a disponibilidade de novos medicamentos com menos efeitos secundários tenha melhorado a vida de muitos doentes, atualmente apenas uma pessoa em cada cinco das afetadas pode atingir a “recuperação” da doença, sendo que uma em cada dez pessoas com esquizofrenia acaba por cometer suicídio.

De todas as doenças mentais, a esquizofrenia é provavelmente a que apresenta mais dificuldades para todos os envolvidos. Os doentes sofrem, sem qualquer dúvida, uma enorme perturbação das suas vidas. No entanto, as famílias e os amigos são também profundamente afetados, devido à angústia de verem os efeitos da doença no seu ente querido, e como resultado da sobrecarga derivada da necessidade de assistência ao doente.

Enfrentar os sintomas da esquizofrenia pode ser especialmente difícil para os membros da família que se recordam de como a pessoa era ativa e dinâmica antes de ficar doente. Apesar de existirem inequívocas evidências do contrário, algumas pessoas ainda acreditam que a causa da esquizofrenia são maus pais ou falta de força de vontade. Ora, tal não é de todo o caso. A esquizofrenia é uma doença complexa, que se pensa ser devida a vários fatores atuando em conjugação. Estes fatores parecem incluir:

  • Influências genéticas,
  • Traumatismos (lesões) do cérebro na altura da gravidez ou após o nascimento,
  • Efeitos sociais e/ou stress,
  • Consumo de algumas drogas.

Outros parâmetros podem também ser importantes, mas nenhum fator pode ser incriminado isoladamente como causa da esquizofrenia. Em vez disso, pensa-se que cada um destes fatores pode aumentar o risco de que uma pessoa venha a manifestar a doença.

Abuso de substâncias ilícitas

O abuso de substâncias ilícitas é uma preocupação comum das famílias de pessoas com esquizofrenia. Uma vez que algumas pessoas que abusam de fármacos, apresentam sintomas semelhantes aos das que sofrem de esquizofrenia, as pessoas com esta doença podem ser olhadas erradamente como pessoas que tomaram “muitas drogas”.

As pessoas que têm esquizofrenia muitas vezes consomem álcool e/ou drogas de forma excessiva e podem ter reações particularmente negativas a certas drogas. O abuso de substâncias pode também reduzir a efetividade do tratamento para a esquizofrenia. Os estimulantes (por ex. anfetaminas e cocaína) parecem ser especialmente prejudiciais em doentes com esquizofrenia, e algumas pessoas sofrem um agravamento dos sintomas quando consomem estas drogas. O abuso de substâncias também reduz a probabilidade dos doentes seguirem o plano de tratamento recomendado pelos seus médicos.

Relação com o tabaco

A forma mais comum de dependência de substâncias em doentes com esquizofrenia é a dependência de nicotina por consumo excessivo de tabaco. A prevalência do tabagismo em doentes com esquizofrenia é cerca de três vezes superior à da população em geral, mas a relação entre o tabaco e a esquizofrenia é complexa. Embora as pessoas com esquizofrenia possam fumar para se “automedicarem” e aliviarem alguns dos seus sintomas, o tabaco parece interferir com o efeito de alguns fármacos antipsicóticos, pelo que os doentes que fumam muito podem necessitar de doses mais elevadas de medicação antipsicótica.

Diagnóstico

A maioria das doenças psiquiátricas são muito difíceis de diagnosticar e a esquizofrenia não constitui exceção, uma vez que não existem testes ou exames que possam identificar quem tem a doença. O diagnóstico depende da exclusão de outras causas que possam originar sintomas semelhantes aos da esquizofrenia (tais como abuso de drogas, epilepsia, tumores cerebrais, doenças da tiróide, entre outras). É importante excluir outras doenças, porque algumas vezes as pessoas têm sintomas mentais graves devido a doenças médicas subjacentes que não são diagnosticadas. Por este motivo, deve ser colhida uma história clínica, ser realizado um exame físico e pedidos exames laboratoriais ou imagiológicos (por ex. TAC cranioencefálica). Além disso, como algumas drogas podem causar sintomas semelhantes aos da esquizofrenia, estas substâncias devem ser pesquisadas em amostras de sangue ou de urina dos doentes em causa.

Após terem sido excluídas outras causas, o médico deve então efetuar um diagnóstico, baseando-se nos sintomas observados no doente e descritos pelo mesmo e pela família. Isto pode provocar problemas e atrasos no diagnóstico porque muitos sintomas podem só ser evidentes quando a doença já está avançada. De facto, para que se possa estabelecer um diagnóstico formal, os sintomas devem estar presentes durante pelo menos seis meses.

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Perguntas e Respostas

Quais são as “causas” da esquizofrenia?

Não existe uma causa única para a esquizofrenia. Tal como as doenças cardíacas, muitas doenças resultam de vários fatores genéticos, ambientais e outros. Pode também ser o que acontece na esquizofrenia. Não compreendemos ainda completamente todos os fatores que estão na base da esquizofrenia, mas os especialistas concordam que a doença é devida a anomalias na função cerebral, algumas das quais ainda não são completamente conhecidas.

A esquizofrenia é uma doença da mente, e os seus sintomas são atribuíveis a anomalias na transferência e processamento de informação dentro do cérebro. As células nervosas no cérebro (i.e os neurónios) comunicam umas com as outras libertando substâncias químicas (neurotransmissores) a partir das suas terminações nervosas. Muitos dos sintomas da esquizofrenia foram associados a anomalias na atividade de certos neurotransmissores específicos, nomeadamente da Dopamina.

Qual o impacto da genética familiar?

A investigação em famílias com vários indivíduos afetados pela esquizofrenia indica que a vulnerabilidade à doença é genética. Uma criança cujo progenitor tenha esquizofrenia tem uma probabilidade de cerca de 10% de desenvolver a doença. Comparativamente, o risco de esquizofrenia na população em geral é de cerca de 1%. No entanto, entre indivíduos com esquizofrenia que tenham um gémeo idêntico e que assim partilham o mesmo património genético, há apenas uma possibilidade de 50% de que ambos os gémeos sejam afetados pela doença. Isto demonstra que a informação genética não é determinante para a manifestação da doença, sendo importante a combinação de vários fatores de risco.

De que forma a família e os amigos podem ajudar?

Se tiver sido diagnosticada esquizofrenia a algum membro da sua família, você pode desempenhar um papel muito importante ao oferecer-lhe apoio e ao ajudá-lo a receber os cuidados médicos adequados. É importante ter uma boa compreensão da doença. O médico envolvido deve estar preparado para responder a qualquer questão que você possa ter sobre o que é a esquizofrenia e de que forma deve ser tratada.

É provável que no caso de ter um familiar com esquizofrenia, lhe seja pedido em determinada altura que converse com um médico sobre o seu familiar e que lhe descreva o seu comportamento. As pessoas com esquizofrenia algumas vezes não são capazes de fornecer muita informação durante uma consulta. Algumas vezes, apenas a família ou outros próximos da pessoa com esquizofrenia estarão conscientes do comportamento estranho ou de ideias bizarras que a pessoa tenha exprimido. Uma vez que os doentes podem não dar voluntariamente essa informação durante uma consulta, os membros da família ou os amigos devem solicitar para falarem com a pessoa que avalia o doente de modo que toda a informação relevante possa ser tomada em consideração.

Esteja preparado para dar informações e formular questões ao médico. Ajudará saber algo sobre a história clínica da sua família e que medicamentos o seu familiar está a tomar. Pode também querer questionar o médico sobre os medicamentos, efeitos secundários, riscos para a saúde a longo-prazo e hospitalização. É boa ideia anotar previamente as suas perguntas e ter papel e caneta consigo no caso de pretender tomar notas.

O que pode esperar dos médicos responsáveis pelo tratamento do seu familiar com esquizofrenia?

Como parte do processo de diagnóstico e de tratamento, o psiquiatra efetuará o seguinte:

  • Colher uma história completa
  • Investigar sintomas que possam ser devidos a outras doenças (físicas e psiquiátricas), pedindo os exames adequados
  • Obter informações relativamente a outras medicações antipsicóticas
  • Ajustar o tratamento quando necessário
  • Rever a medicação regularmente
  • Estar interessando no bem estar global do doente e fazer as referências indicadas para os cuidados posteriores, alojamento, suporte social e ajuda financeira
  • Explicar de forma clara o que está a acontecer e o que está a ser planeado para o tratamento do doente
  • Envolver a família no processo de tratamento.

Devido à natureza da doença, algumas pessoas com esquizofrenia podem negar que necessitam de medicação, e podem recusar a toma dos fármacos prescritos ou deixar de os tomar devido aos efeitos secundários indesejados. Pode ser difícil para os doentes lembrarem-se de tomar a medicação devido à desorganização do pensamento que é característica das pessoas com esquizofrenia. Se os familiares ou os amigos estiverem envolvidos no processo de tratamento, eles podem dar suporte inestimável, ao verificarem a toma dos medicamentos por parte do doente, instigando-os a tomá-los quando se esquecem de o fazer, ou lembrando-os dos problemas que possam ter ocorrido em ocasiões prévias quando decidiram deixar de tomar a medicação.

É também importante assegurar que uma pessoa com esquizofrenia continue a receber tratamento após a hospitalização. Um doente pode interromper a medicação ou deixar de acorrer às consultas, o que muitas vezes conduz ao reaparecimento dos sintomas. Encorajar o/a doente a continuar o tratamento e assisti-lo/a no processo terapêutico pode influenciar de forma positiva a recuperação. Sem tratamento, algumas pessoas com esquizofrenia ficam de tal modo psicóticas e desorganizadas que não podem cuidar das suas necessidades básicas, tais como alimentarem-se, vestirem-se ou protegerem-se. Não raramente, as pessoas com doenças mentais graves acabam nas ruas ou na prisão, onde acabam por não receber o tipo de tratamento de que necessitam.

Os que estão próximos das pessoas com esquizofrenia não estão seguros sobre o que responder quando os doentes fazem afirmações que parecem estranhas ou falsas. Para o indivíduo com esquizofrenia, as crenças bizarras ou alucinações parecem bem reais; não são apenas fantasias imaginárias. Em vez de “ir na onda” dos delírios da pessoa, os membros da família ou os amigos podem dizer à pessoa que não vêem as coisas da mesma maneira ou que não concordam com as suas conclusões, embora reconhecendo que as coisas podem parecer de maneira diferente para o doente.

Registar os tipos de sintomas e quando aparecem para prever melhor o futuro

Pode ser também útil, para aqueles que conhecem bem a pessoa com esquizofrenia, manter um registo de quais os tipos de sintomas que apareceram, que medicações (incluindo doses) foram tomadas e quais os efeitos que os vários tratamentos condicionaram. Ao conhecer quais os sintomas que estiveram presentes antes, os familiares podem saber melhor o que procurar no futuro. As famílias podem mesmo ser capazes de identificar alguns sinais precoces de alarme ou potenciais recaídas, tais como a tendência para o isolamento ou alterações no padrão de sono, mesmo ainda numa fase precoce e melhor do que os próprios doentes.

Assim, o reaparecimento da psicose pode ser detetado precocemente e o tratamento pode prevenir uma recaída completa. Além disso, a família sabendo quais as medicações que ajudaram o doente ou que lhe causaram efeitos indesejáveis no passado, pode ajudar quem tem a tarefa de tratar o doente a escolher a melhor alternativa terapêutica mais rapidamente.

Suporte e encorajamento

Além do envolvimento na procura de auxílio ao doente, a família, os amigos e os colegas podem proporcionar suporte e encorajamento à pessoa com esquizofrenia para que volte a recuperar as suas capacidades. É importante que os objetivos sejam realistas, uma vez que um doente que se sente pressionado e/ou repetidamente criticado pelos outros irá provavelmente sentir stress levando ao agravamento dos sintomas. Tal como qualquer outra pessoa, os doentes com esquizofrenia precisam de saber quando estão a fazer as coisas corretamente. Uma abordagem positiva pode ser útil e talvez mais eficaz a longo prazo que as críticas. Este conselho aplica-se a qualquer pessoa que entre em contacto com o doente.

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A família, a doença e o doente

Os esquizofrénicos são violentos e agressivos?

Nem todos os doentes com esquizofrenia são violentos. A violência que pode surgir em algumas fases da doença tem a ver com o sofrimento e desorientação sentidos pelo doente em momentos de agravamento da doença.
Por isso, é necessário aprender a lidar com estas situações. Eis alguns conselhos.

O que costumam sentir os familiares?

Quando a família toma conhecimento de que o seu familiar tem esquizofrenia, as suas emoções são comparáveis às que sentiria perante uma notícia de um acidente grave ou de uma catástrofe.

Alguns dos sentimentos mais frequentemente relatados são:

  • Tristeza: “Sentimo-nos como se tivéssemos perdido um filho.”
  • Ansiedade: “Temos medo de o deixar sozinho ou de ferir os seus sentimentos.”
  • Medo: “Pode fazer-nos mal? Pode magoar-se a si ou aos outros.”
  • Vergonha e culpa: “Somos culpados.”, “Que vão pensar de nós?”
  • Isolamento: “Ninguém nos compreende.”
  • Ressentimento: “Porque nos aconteceu isto a nós?”
  • Preocupação com o futuro: “Quem vai tratar dele quando nós não estivermos?”
  • Ciúme: “Os irmãos ficam ciumentos com a atenção que recebe.”
  • Depressão: “Não conseguimos evitar chorar.”
  • Negação da doença: “Isto não pode acontecer na nossa família.”
  • Negação da gravidade da doença: “Isto vai passar. É só uma fase.”
  • Culparem-se uns aos outros: “Se tivesses feito isto, se não tivesses dito aquilo…”
  • Falar constantemente da doença: “Passámos a vida toda a tentar entender o que tinha.”
  • Problemas no casal: “Irritas-te demasiado.”
  • Divórcio: “Não suporto mais esta situação caótica.”

Como gerir os sentimentos?

Reconhecer estes sentimentos e declará-los abertamente num diálogo familiar pode ajudar a aliviar tensões, evitar ruturas e clarificar os papéis de cada um dos membros. Deste modo a família pode tornar-se numa equipa eficiente que poderá apoiar o trabalho dos terapeutas e maximizar o efeito da medicação.

Há alguns conselhos que podem ajudar a viver melhor com a doença mental na família:

  • É importante aceitar que esta doença não tem cura.
  • Não se deve sentir culpado.
  • É normal sentir rancor. Os sentimentos de revolta são naturais, já que esta doença afeta muito o funcionamento familiar.
  • Aceitar que a doença mental é tão difícil para quem a sofre, como para a família.
  • É normal que após uma fase de negação, de tristeza e de raiva, surjam sentimentos de aceitação e compreensão.
  • Não se deve sentir envergonhado pela doença mental de um familiar. É comum encontrar estigma e preconceitos em qualquer lado, mas isso é apenas um sinal de medo e ignorância.
  • Apesar do doente poder ter comportamentos que considera estranhos, deve compreender que estes resultam da doença, e desse modo não se sentir tão magoado.
  • Deve reconhecer a coragem do doente em lidar com a sua doença.
  • É importante saber que, embora a sintomatologia possa variar ao longo do tempo, a doença persiste.
  • É importante impor limites claros. O facto de o seu familiar ter capacidades limitadas, não significa que não se possa esperar mais nada dele.
  • Não deve ter receio em perguntar ao doente se está a pensar magoar-se. O risco de suicídio é real.
  • As necessidades do doente nem sempre estão em primeiro lugar: se você não consegue cuidar de si, também não vai conseguir cuidar do seu familiar.
  • Não deve assumir todas as responsabilidades no tratamento do doente. Procure partilhá-las com mais alguém.
  • Deve ter consciência que não é um profissional. O seu papel é de irmão, filho ou pai/mãe…
  • Não se deve sentir sozinho. Partilhar pensamentos e sentimentos em grupos de autoajuda é muito benéfico e enriquecedor.
  • Deve pedir ao médico todas as informações e esclarecimentos sobre a doença que necessite.

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Como gerir o doente no dia-a-dia?

Doente chega a casa após um internamento:

Gerir os sentimentos

Algumas estratégias podem ajudar as famílias a lidar com o doente neste início do período estável. Fale com o seu médico sobre quais as melhores estratégias a usar depois de uma crise aguda.

  •  Fale lentamente e em tom baixo. Use frases curtas e simples para evitar mal-entendidos. Se for necessário, repita as frases e perguntas, usando as mesmas palavras.
  • Explique o que está a fazer e porquê. Por exemplo, “Estou a arrumar a roupa limpa no teu armário e podes escolher o que quiseres vestir.”
  • Organize a sua rotina diária. Seja consistente e quando disser que vai fazer alguma coisa, evite mudar de ideias.
  • Elogie-o frequentemente (por ex. ao pentear-se após vários dias sem o ter feito, diga-lhe como lhe fica bem).
  • Reduza a tensão e o stress (por ex. se comer à mesa com o resto da família for um esforço demasiado grande, não o obrigue).
  • Procure estratégias para que tome a medicação, mas evitando a violência.

Em doentes estabilizados:
Gradualmente, o doente poderá assumir certas responsabilidades.

  • Fale com ele sobre como se sentiria fazendo mais coisas.
  • Comece por uma melhor gestão da higiene pessoal, vestir-se e comer em horários estabelecidos.
  • Dê-lhe tarefas em casa que estejam dentro das suas possibilidades. Verifique se prefere trabalhar sozinho ou com outros.
  • Dê-lhe ânimo, mas não o pressione para participar em atividades de grupo. Talvez seja preferível 1 ou 2 amigos a jantar em casa, que um evento familiar numeroso.
  • Procure saber o que prefere fazer no seu passeio semanal. Talvez tomar um café numa pastelaria lhe seja mais fácil que um almoço no restaurante.
  • Não seja curioso. Não lhe pergunte constantemente em que está a pensar ou porque faz determinada coisa. Prefira conversas sobre temas externos, como por exemplo “Viste o novo programa na televisão?…”
  • Compreenda que lhe pode ser difícil manter uma conversa, mas que a sua companhia pode ser agradável em qualquer outra atividade. Talvez gostasse que lhe lesse alguma coisa.
  • Evite a crítica constante. Trate dos comportamentos que o incomodam de forma direta e franca. Por exemplo, a higiene pessoal costuma ser uma fonte de irritação para a família, mas nada resolveria dizendo “porque não tomas banho?” ou “que mal que cheiras!”. Seria melhor apresentar o problema de outra maneira: “para mim é importante que tomes banho; podíamos chegar a um acordo para que tomes banho todos os dias?”
  • Para que colabore, “esqueça-se” de algumas coisas, por exemplo: “esqueci-me do leite, podes trazer-mo?”
  • Estimule-o a ter algumas responsabilidades deixando, por exemplo, uma nota com instruções sobre como começar a preparar o almoço em caso de você chegar tarde. E, então, chegue tarde.
  • Mostre-lhe como lidar com o pânico em público, depois de uma situação de stress. Por exemplo, leve-o até à casa-de-banho e deixe-o tranquilo até que passe o medo.
  • Lembre-se de que, muitas vezes, você é o seu único amigo. Trate-o como tal. Convide-o a ver um filme, por exemplo.
  • Tente sempre pôr-se no lugar dele. Respeite os seus sentimentos. Se ele sentir medo, não lhe diga “não sejas tonto, não tenhas medo!”. Permita-lhe sentir medo dizendo-lhe, por exemplo: “Não faz mal que sintas medo. Senta-te ao meu lado até que passe”.
  • Respeite os seus sentimentos. Se o incomoda que fale sobre esquizofrenia ou algum outro tema na frente dos outros, não o faça.

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Resumo de conselhos à família:

  • Seja amigável, sereno e alegre.
  • Aceite a situação.
  • Reserve um tempo para o ouvir.
  • Trate-o com ternura.
  • Inclua-o e respeite-o.

Algumas técnicas úteis:

  • Fale lenta, calma e claramente.
  • Use frases curtas e simples.
  • Dê uma só instrução ou ordem de cada vez.
  • Espere o momento adequado.

Evitar (especialmente numa crise):

  • Olhá-lo insistentemente nos olhos.
  • Impedir-lhe a passagem.
  • Ser arrogante, altivo ou hipercrítico.
  • Encurralá-lo em situações em que não se sinta confortável.
  • Mostrar-se melancólico ou triste.
  • Contacto físico (tocar o doente) quando está zangado.
  • Discutir com ele na presença de outras pessoas.
  • Falar demasiado ou dar sermões.
  • Ser intolerante, mentiroso ou demasiado exigente.
  • Gritar ou ser sarcástico.

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Dez mandamentos de ternura e compreensão:

  1. Dê-lhe atenção.
  2. Faça-o sentir-se à vontade e confortável.
  3. Alegre-se com ele nos seus pequenos sucessos.
  4. Escute-o com atenção e envolva-o nas conversas familiares.
  5. Partilhe o seu tempo com ele.
  6. Elogie-o.
  7. Compreenda-o, pondo-se no seu lugar.
  8. Seja seu companheiro.
  9. Estimule-o nos seus projetos.
  10. Incuta-lhe esperança.

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Adesão à Terapêutica

O papel dos medicamentos

Os medicamentos são uma parte fundamental do tratamento da esquizofrenia.
A função dos medicamentos é:

  • Controlar os sintomas
  • Evitar recaídas

O tratamento é prolongado (habitualmente durante toda a vida) e não deve ser interrompido sob nenhum pretexto ou circunstância, salvo indicação médica para tal.
A interrupção do tratamento é a principal causa de agravamento da doença (recaídas). Tal como na diabetes ou na hipertensão, o doente deve tomar a medicação e ser acompanhado regularmente pelo seu médico.

  • Os medicamentos não são “drogas” e não causam habituação.
  • Não se destinam a controlar a mente, nem a agir como um “colete químico”.
  • Não há medicamentos que curem a esquizofrenia, tal como não há medicamentos que curem muitas outras doenças, como a asma, a hipertensão, a diabetes ou a epilepsia.
  • Para reduzir o risco de agravamento da doença, é muito importante cumprir as tomas da medicação como indicado pelo médico.

O que significa “falta de adesão ao tratamento”?

Pode falar-se em falta de adesão ao tratamento quando:

  • Ocorrem falhas na toma da medicação, ainda que sejam apenas algumas tomas.
  • Não se toma a dose indicada pelo médico.
  • Não se respeitam os horários indicados pelo médico.
  • Não se cumprem as indicações do médico.
  • Se interrompe totalmente a terapêutica.
  • Se falta à consulta.
  • Não se fazem os exames pedidos.

Causas da falta de adesão ao tratamento

Existem múltiplos motivos que podem dificultar a adesão ao tratamento. Os mais comuns são:

  • Esquecimento.
  • O doente não reconhece que está doente e não fica convencido da necessidade de tomar a medicação.
  • Falta de eficácia do medicamento.
  • Complexidade do tratamento.
  • O tratamento exige várias tomas diárias.
  • O doente sente-se melhor e acha que já não precisa da medicação.
  • Os efeitos secundários da medicação são intoleráveis.
  • Os familiares ou amigos propõem parar a medicação porque o doente parece estar bem.
  • Falta de medicação.
  • Os sintomas negativos que reduzem o interesse no tratamento.

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Concluindo

Neste artigo mostramos a complexidade e dificuldade de gerir a doença mental e a esquizofrenia em particular. O diagnóstico é difícil, o doente muitas vezes não reconhece nem aceita a doença, a família não sabe como lidar com o doente e este por sua vez sem o apoio e a compreensão familiar necessária fica cada vez pior, tornando-se também um problema social!

A doença mental grave é o parente pobre do apoio social do estado precisamente por serem doentes que não aceitam/reconhecem a sua própria doença e por conseguinte mesmo havendo um diagnóstico não aderem muitas vezes de forma correta e regular à medicação que os pode tornar estáveis e permitir uma vida digna!

Pessoalmente julgo que um dos caminhos evidentes para melhorar este panorama é a informação à população sobre os sinais precoces e sintomas das principais doenças mentais que são de forma geral desconhecidos ou mal interpretados. Por outro lado, na doença mental, existem demasiados casos em que o internamento compulsivo (difícil do ponto de vista legal) é o único caminho para começar um tratamento e demonstrar ao doente que tem um problema que necessita de tratamento.

Quando um doente que tinha alucinações ou delírios percebe que estes sintomas desaparecem ou ficam controlados com o tratamento iniciado é claro que as possibilidades de aceitar a sua doença aumentam muito e isso é uma condição básica para poderem melhorar e ter uma vida digna com a sua família!

Por favor PARTILHE ESTE ARTIGO e ajude-nos na missão “juntos para uma MELHOR SAÚDE”.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

Disponivel na nossa área reservada relatório detalhado sobre saúde mental em Portugal vs Europa e EUA. Leia as tabelas e conheça as surpresas evidenciadas pelo relatório:

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Depressão e qual o melhor antidepressivo, toda a verdade! Qual a influência do excesso de peso e da insónia na melhor escolha? O que é  depressão? Como se faz o diagnóstico Quais as causas? Quais os sintomas? Quais os melhores tratamentos para a depressão? Este artigo pretende ser um contributo importante no apoio a todos os doentes com depressão e que necessitam de uma abordagem realmente eficaz, alicerçada no conhecimento da doença e das reações do doente nomeadamente em relação ás posturas, linguagens e frases a utilizar para aumentar a autoestima do doente.

Como sociedade e civilização estamos a passar um mau bocado com níveis de desigualdade alarmantes quer na vertente financeira quer no acesso a cuidados de saúde de qualidade. Os níveis de depressão são alarmantes e continuam a aumentar alimentados em grande parte pelas redes sociais que mostram a vida de muitos “influencers” falsamente felizes deixando muitos jovens que os seguem a pensar que as suas vidas são miseráveis… quando são apenas vidas normais com coisas boas e coisas menos boas!

Todos precisamos de alguém que nos mostre as coisas boas da vida, aceite as más, quando não podem ser mudadas, e siga em frente pois temos, quase sempre, a decisão e o poder de optar e mudar para melhor!

Para  manter um cérebro sem depressão é no entanto necessário reforçar pilares básicos como dormir pelo menos 7:30h, caminhar ou fazer exercício ao ar livre, conversar e ter uma alimentação saudável.

Neste artigo vamos responder ás seguintes questões:

  • Como reconhecer uma depressão?
  • Quais os sintomas mais comuns de depressão?
  • Qual ao exemplo de um cenário de depressão?
  • Como ajudar um ou uma adolescente ou jovem adulto deprimido?
  • Que atitudes e posturas devemos utilizar para abordar alguém deprimido?
  • Porque é importante não julgar e escutar com atenção?
  • Como informar e apoiar da melhor forma?
  • Como ajudar a procurar um apoio profissional?
  • Como incentivar o recurso a outros apoios?
  • Quais as causas da depressão?
  • Quais os hábitos que podem proteger-nos da depressão?
  • Qual a diferença entre depressão e ansiedade?
  • Qual o tratamento mais usado para a depressão?
  • Quais as 10 classes de antidepressores?
  • Quais os efeitos secundários mais relevantes?
  • Quais os melhores antidepressores?
  • O que é a Fluoxetina?
  • Fluoxetina: Como atua e como tomar?
  • Quanto tempo demora a atuar a fluoxetina?
  • Fluoxetina será que emagrece?
  • Quais os efeitos secundários e contraindicações?
  • Quais os medicamentos que podem provocar interações graves?

Depressão o que é? 

A depressão é uma condição clínica caraterizada por um sentimento de tristeza e pela perda de interesse por atividades que antes eram tidas como agradáveis. Para ser considerada uma perturbação e não uma reação normal, estes sintomas devem persistir durante, pelo menos, duas semanas e ser, geralmente, acompanhados por:

  • Alterações no apetite;
  • Alterações nos padrões de sono;
  • Fadiga;
  • Dificuldades de concentração;
  • Agitação ou lentidão psicomotora;
  • Perda de interesse pelas atividades diárias;
  • Pensamentos suicidas ou sentimentos de inutilidade;
  • Impotência e desespero.

Incidência e reincidência

A depressão afeta ao longo da vida cerca de 20% da população portuguesa e é considerada a principal causa de incapacidade e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis.  Cerca de metade das pessoas que têm um episódio de depressão recuperam e não voltam a tê-lo. No entanto, depois de três episódios, o risco de reincidência aproxima-se dos 100% se não existir tratamento de prevenção.

Mecanismos fisiopatológicos

Existem atualmente várias teorias que tentam explicar os mecanismos fisiopatológicos das perturbações depressivas. A teoria das monoaminas baseia-se na ideia de que a depressão resulta de uma diminuição da atividade dos sistemas noradrenérgicos e/ou serotoninérgicos.
Apesar de comummente aceite, esta teoria apresenta algumas limitações que outros estudos tentaram ultrapassar, como:

  • Teoria que aponta a falha dos mecanismos de regulação homeostáticos nos sistemas neurotransmissores;
  • Hipótese de a diminuição da atividade dopaminérgica no sistema mesolímbico contribuir para o aparecimento destas perturbações.

Sintomas mais comuns 

Alguns dos sinais mais comuns de depressão, são os seguintes:

  • Sensação persistente de tristeza;
  • Menor interesse por atividades do quotidiano, mesmo que antes fossem prazerosas;
  • Sensação de culpa ou falta de esperança para o futuro;
  • Fadiga crónica;
  • Insónias ou hipersónia (dormir em demasia);
  • Variações abruptas de peso;
  • Alterações ao nível da cognição (memória, concentração e raciocínio);
  • Diminuição da autoestima e da autoconfiança.

Causas da depressão

As causas da depressão continuam a ser um mistério! Afinal porque é que pessoas com vidas organizadas, famílias amigas, sem problemas financeiros… enfim vidas sem razões para se sentirem tristes entram em depressão? Não sabemos, embora saibamos que a serotonina parece ter um papel importante nessa evolução pois baixo níveis de serotonina estão quase sempre associados a casos de depressão. O que precisamos descobrir são as situações pessoais, sociais, alimentares ou outras que causam essa diminuição de serotonina. Entre as mais comuns encontramos as seguintes:

  • Desemprego;
  • Divórcio;
  • Stress prolongado;
  • Discussões em casa;
  • Discussões no trabalho;
  • Bulling;
  • Chantagem emocional;
  • Doenças graves;
  • Deixar de comer, por razões de saúde, alimentos de que gosta muito;
  • Alterações hormonais, principalmente a diminuição de estrogênios, que ocorre durante a gravidez, no pós-parto e na menopausa;
  • Medicamentos como a Levodopa, Alprazolam, Sinvastatina e o Aciclovir, podem causar depressão devido a diminuição da produção da serotonina;
  • Alterações do microbioma intestinal (microbiota), cujos sintomas podem ser obstipação ou diarreia, alterando o equilíbrio bacteriano que interfere na produção e/ou utilização da serotonina.

Microbiota melhorsaude.org melhor blog de saude

Leia aqui também: Microbiota novas e incríveis descobertas! Depressão e inflamação do intestino, qual a relação?

Hábitos que protegem da depressão

Algumas situações e hábitos simples do nosso dia-a-dia parecem exercer um efeito antidepressivo sobre as pessoas que os praticam, a saber:

  • Exercício físico moderado e regular sendo que por exemplo o dançar parece ter um efeito extraordinariamente positivo;
  • Conversar habitualmente com os amigos e com outras pessoas em geral;
  • Passear ao ar livre para apanhar a luz do sol diretamente na pele evitando no entanto as queimaduras solares;
  • Ter um cão;

Se se sentir triste, sem razão aparente, deve forçar pelo menos alguns deste hábitos antidepressivos.

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Leia aqui também: 20 razões de saúde para ter um cão e ser mais feliz!

Cenário de depressão, exemplo

A Inês tem 16 anos. Tem-se sentido muito triste durante as últimas semanas, sendo encontrada pelos amigos a chorar sem motivo ou razão aparente. Sente-se sempre cansada e tem problemas em manter o sono.

Perdeu o apetite e ultimamente os amigos reparam que tem vindo a perder peso. Tem dificuldade em concentra-se nos estudos e as suas notas têm vindo a descer. As tarefas do dia-a-dia parecem-lhe muito difíceis, pelo que tem adiado a realização dos trabalhos escolares e faltou a varias reuniões de trabalho de grupo a que pertencia.

A relação com os amigos começou a alterar-se há algum tempo e manifesta-se extremamente crítica acerca de si, dizendo que não é capaz de fazer nada corretamente e que tudo o que de mau se passa é culpa sua. Quando os amigos a convidam para sair, recusa e evita todas as atividades que antes a divertiam. Os seus pais e amigos estão muito preocupados com ela.

Como ajudar alguém com depressão?

As seguintes cinco ações, que de seguida descrevo em detalhe, são essenciais para se conseguir ajudar alguém com depressão. São elas as seguintes:

  1. Aproximar-se da pessoa, observar e ajudar;
  2. Não julgar e escutar com atenção;
  3. Informar e apoiar;
  4. Procurar ajuda profissional especializada;
  5. Incentivar o recurso a outros apoios.

1.ª AÇÃO:

Aproximar-se da pessoa, observar e ajudar

  • Podes reparar que existem sinais de alerta, por exemplo, choro fácil, expressão triste, isolamento e mudança na relação com os amigos, dificuldade de concentração, confusão, pessimismo, apatia e cansaço, baixa autoestima e uma má imagem de si… Sendo amigo da Inês, podes aproximar-te dela e abordá-la para tentares perceber o que se passa e há quanto tempo ela se sente assim.
  • Esta abordagem deve ser pensada e planeada. Não fales com a Inês acerca deste assunto em qualquer lugar, tenta escolher um local que seja confortável e familiar e onde possam conversar sem que haja risco de serem interrompidos ou escutados. A casa de um de vós pode ser um bom sítio. Outra alternativa é um jardim ou um lugar calmo.
  • Se te sentires nervoso ou inseguro enquanto estás a falar com a Inês, não te preocupes, é normal. Apesar deste nervosismo, começa a conversa utilizando frases que possam ser entendidas como de preocupação, apoio, interesse e incentivo, como por exemplo:
  • Estou preocupado contigo e quero ajudar-te para que te sintas melhor;
  • Sabes que estou disponível para te ouvir, quando te sentires à vontade para falar;
              – Sou teu amigo e sabes que tens o meu apoio.
  • Não utilizes, em momento algum da conversa, frases que possam ser entendidas como uma acusação, julgamento, incentivos negativos ou de desvalorização do que a Inês sente, tais como:

          – A forma como te tens comportado não é correta!
          – O teu distanciamento vai-te fazer perder os amigos!
          – Andas triste, mas isso passa!
          – Tens tudo, não tens motivo nenhum para andares assim!
          – Precisas de beber uns copos com a malta!

  • Não te esqueças que, da mesma forma que tu podes reagir de várias maneiras a esta situação, a Inês também pode manifestar diferentes reações a esta conversa. Pode ficar aliviada por admitir que alguma coisa se passa e que é um problema, pode ficar incomodada e zangada, ou então negar que exista um problema. É importante que mantenhas a calma, e nunca digas: «ok, não queres falar, o problema é teu». Mesmo nessa situação, a tua intervenção foi muito importante porque mostraste a tua disponibilidade. O primeiro passo foi dado.

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2.ª AÇÃO:

Não julgar e escutar com atenção

  • Escutares a Inês é muito importante, porque este é o momento em que ela te vai contar o que se passa, como se sente e o que a faz sentir assim. Apesar de poder ser difícil para ti, é importante que não a julgues ou formes quaisquer juízos de valor acerca daquilo que ela está a contar. O que estás a ouvir, mesmo que te pareça absurdo num primeiro momento, é fundamental que ela sinta que pode confiar e contar contigo. Deves deixá-la falar e não fazer comentários do tipo: «estás a gozar, certo?». Se te perguntar o que pensas, nunca respondas sem refletir bem sobre o assunto, para teres a certeza que falas com ela com uma «mente aberta».
  • Enquanto estás a escutar a Inês podes sentir-te assustado, triste ou frustrado com aquilo que estás a ouvir, no entanto não deves manifestar emoções negativas. Tenta manter a calma e continua a escutá-la com respeito.
  • Não te esqueças que este momento pode ser embaraçoso, pois o que ela te está a contar são os seus sentimentos, o que é um sinal de confiança que não deves desvalorizar. Aquilo que a Inês quer, enquanto fala contigo, é que a escutes, que mostres compreensão acerca da sua situação e que faças com que ela sinta que tu percebes aquilo por que ela está a passar. É importante que te certifiques que estás a perceber tudo o que ela te diz, mesmo que tenhas de lhe perguntar mais do que uma vez ou que tenhas de resumir todas as informações que ela te dá. Por exemplo, podes usar a frase: «aquilo que tu me estás a tentar dizer ou disseste é que…»
  • Para que a comunicação seja eficaz, deves ter em mente três princípios: aceitação, honestidadeempatia.
  • A aceitação significa que deves respeitar o que a Inês está a passar, bem como valorizar os seus sentimentos e crenças, mesmo que sejam diferentes dos teus;
  • A honestidade quer dizer que deves ser verdadeiro no teu comportamento, não agindo de forma oposta, isto é, dizer que compreendes e depois afastares-te dela. Não te esqueças que ela confiou em ti;
  • A empatia significa que és capaz de imaginar o que ela está a passar e consegues colocar-te no lugar dela, ou seja, se ela te estivesse a ajudar, e o que seria se estivesses tu a viver essa situação.
  • Quando a Inês estiver a falar contigo, evita expressar as tuas convicções pessoais ou reações negativas que possam ser vistas como um julgamento, tais como:

          – Acho que não tens razões nenhumas para te sentires assim!
          – Tens noção que há pessoas com vidas piores que a tua?
          – Anima-te! Aprende a controlar os teus sentimentos!
          – Tens que andar com a vida para a frente!
          – É normal andar assim de vez em quando!

  • Lembra-te sempre que o comportamento da Inês é causado pelo seu problema e não por teimosia ou fraqueza pessoal. Não esqueças, também, que nem sempre é fácil falar acerca de nós e do que sentimos. Tenta ser paciente, mesmo que ela tenha dificuldades em falar ou fale de forma mais lenta, e não a interrompas quando ela o estiver a fazer.
  • Muitas vezes as nossas expressões faciais e corporais dizem mais que as palavras. Além de respeitar os seus silêncios, deves adotar uma postura amigável, sem fazer cara de admirado, de quem está a fazer um frete ou a apanhar uma seca. Não cruzes os braços pois pode significar que estás na defensiva e tens medo dela. Se puderes, não estejas de frente para ela, mas sim ao seu lado, para não a pressionares. Podes manter o contacto visual, de um modo que ela se sinta confortável. Se ela estiver sentada, senta-te também. Se ela estiver de pé e achares melhor, senta-te para que ela perceba que não tens pressa.

3.ª AÇÃO:

Informar e apoiar

  • Depois de escutares a Inês torna-se mais fácil seres capaz de lhe prestar apoio e procurar informação útil. É muito importante que ela sinta que a tua preocupação é genuína e que a compreendes. Sê paciente e atencioso para que ela não sinta que a vais abandonar.
  • Não te esqueças que a Inês se sente fragilizada e está vulnerável, por isso trata-a com respeito e dignidade, não receando ouvir as suas decisões, sentimentos e crenças, mesmo que ela, em alguns momentos, possa não ser simpática contigo.
  • Lembra-te que não sabes como reagirias se estivesses a passar por esta situação! Acima de tudo, não a culpes pelo seu estado, muito pelo contrário, diz-lhe que a culpa não é dela e demonstra-lhe o teu apoio para ultrapassar esta situação. É importante que não desvalorizes aquilo pelo qual ela está a passar e o que sente. Evita frases como:

          – Não me parece que estejas tão mal como pensas!
          – Tenta andar com um sorriso nos lábios, vais sentir-te melhor!
          – A andares triste é que não melhoras, de certeza!

  • Fá-la acreditar que há esperança que ela melhore e que venha a sentir-se melhor. Contudo, evita fazer promessas que não possas cumprir. Se prometeres estar com ela nesta fase, está mesmo e cumpre, pois é uma forma de ajuda. Pensa sempre que ela tem um problema e que até a tarefa mais simples do dia a dia lhe pode ser muito difícil de realizar. Podes utilizar frases como:

          – A seguir à tempestade vem sempre a bonança!
          – Não há mal que sempre dure!
          – Não há rosas sem espinhos!

  • Podes, também, oferecer-lhe a tua ajuda na realização de algumas tarefas em que ela necessite de auxílio. No entanto, tem cuidado, para não adotares uma atitude de superproteção (fazer todas as atividades dela, por exemplo trabalhos escolares), tratá-la como se ela fosse incapaz (dizer: deixa estar que eu faço, tu não estás em condições) ou então que apenas dependa de ti para executar estas tarefas (há momentos em que não podes ou não vais estar presente). Quando estiveres a falar com ela não utilizes um tom de voz que possa parecer que estás a falar para uma criança.
  • Existe informação disponível que podes procurar e fornecer sobre apoio a problemas de saúde mental, como é este caso. Procura informação correta e apropriada para a situação e idade da Inês. Se sabes pouco sobre o assunto, assume e procura a informação com ela.
  • Não cedas à tentação de querer descobrir o problema, querendo agir como um profissional que não és, ou ainda pensar que és a única opção que ela tem. És amigo, a tua ajuda é valiosa mas não és a pessoa que vai resolver o problema.

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4.ª AÇÃO:

Procurar ajuda profissional especializada

  • Se os problemas já se prolongam há algum tempo, por exemplo 2 ou 3 semanas e a situação está a afetar o dia a dia da Inês, é fundamental que a encorajes a procurar ajuda especializada ou então que a acompanhes na procura. A maioria das pessoas com sintomatologia depressiva só procura ajuda especializada quando alguém a sugere, sendo por vezes mesmo uma «obrigação» imposta. Contudo, esta última opção depende da família. Quanto a ti, é preferível que a informes sobre as opções de ajuda disponíveis. Lembra-te que quanto mais cedo a Inês procurar ajuda, maior é a probabilidade de ela ultrapassar a situação.
  • Se a Inês admitir que precisa de ajuda, informa-te e discute com ela as várias opções de profissionais disponíveis. Se ela não souber onde pode procurar ajuda, incentiva-a e acompanha-a nessa busca, mesmo que demore algum tempo. É fundamental que não desistam!
  • Devido à sua situação, a Inês pode não querer ajuda. Neste caso, procura perceber as suas razões, pois podem estar relacionadas com os preconceitos ainda existentes relativamente às fontes de ajuda. O teu apoio pode ser essencial para que ela consiga ultrapassar os seus medos. Se mesmo assim ela não quiser procurar ajuda profissional, lembra-lhe sempre que tem o teu apoio caso mude de ideias. É de considerar a possibilidade de contactares os seus pais. Contudo deves centra-te na procura de ajuda sem revelares pormenores desnecessários. Tal não implica que estejas a trair a sua confiança, pois procuras a melhor forma de a ajudar. Sê compreensivo, positivo e encorajador. Não desistas de a ajudar.

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5.ª AÇÃO:

Incentivar o recurso a outros apoios

  • Encoraja a Inês a procurar outros apoios, tais como a família e os amigos. Se for necessário contacta também organizações que disponibilizem informação e prestem apoio a pessoas que estão a passar pela mesma situação. Esclarece as tuas dúvidas. A recuperação da Inês pode ser mais rápida e eficaz se ela se sentir apoiada e confortável no ambiente que a rodeia.
  • Incentiva-a a utilizar estratégias de autoajuda, no entanto, não te esqueças que o interesse dela pode depender da fase da perturbação e da intensidade dos seus sintomas. Quem avalia esse estado é o profissional de saúde adequado, por exemplo, se acompanhares a Inês a uma consulta médica no centro de saúde, ela depois poderá ser encaminhada para os profissionais mais adequados para o tratamento do seu problema.

Ansiedade ou depressão?

Clique na imagem para saber a resposta:

Ansiedade ou depressão melhorsaude.org melhor blog de saúde

Depressão e ansiedade qual a diferença

Ansiedade

A ansiedade pode manifestar-se através de sintomas físicos e psicológicos. É normalmente caracterizada por uma preocupação excessiva face a uma situação futura. Não se vive bem o presente, sempre com inquietação pelo futuro. Quando controlada, é uma reação natural do organismo a possíveis ameaças, que permite que nos mantenhamos alerta para qualquer perigo que possa surgir.

No entanto, por vezes a ansiedade apresenta-se de forma intensa, prolongada e sem causa aparente. Nestes casos, as pessoas tendem a isolar-se e a evitar quaisquer situações que considerem perigosas, mesmo quando não o são.

Tipos de ansiedade

De forma simples a ansiedade pode ser de dois tipos:

  • Generalizada e constante;
  • Específica, manifestando-se em situações especiais.

Em relação a situações específicas temos os seguintes exemplos mais comuns:

  • Ataques de pânico;
  • Perturbações obsessivo-compulsivas;
  • Agorafobia (medo de espaços abertos ou no meio de uma multidão);
  • Ansiedade social;
  • Stresse pós-traumático.

Medicamentos antidepressores

Segundo o Centro de Informação do Medicamento (CIM) da Ordem dos Farmacêuticos, a utilização de fármacos antidepressores tem aumentado significativamente durante a última década. Entre as possíveis razões para este facto estão não só o aumento do número de antidepressores disponíveis e a maior amplitude de indicações terapêuticas, mas também uma maior sensibilização para a doença e aceitação para o tratamento por parte dos doentes e da sociedade. Existem disponíveis no mercado várias classes de antidepressores, com diferentes propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas, diferentes perfis de segurança e com uma grande amplitude de indicações terapêuticas. Em geral, os antidepressores têm eficácia semelhante, quando administrados em doses comparáveis.

Qual o melhor antidepressor?

A escolha do antidepressor deverá ter como base a sua tolerabilidade, segurança, menor custo, história individual do doente e os antecedentes de resposta a tratamentos realizados anteriormente. Independentemente do antidepressor escolhido, o seu início de ação não é imediato. Em média, a redução de cerca de 50% da intensidade dos sintomas ocorre entre as 4 e as 8 semanas após a instituição da terapêutica, altura em que se deve proceder a uma reavaliação clínica do doente.

Tempo de resposta terapêutica

Se não houver uma resposta adequada à terapêutica, poderá ser necessário alterar o antidepressor instituído ou associar um outro antidepressor com um mecanismo de ação diferente e complementar. Nos casos particulares de depressão psicótica, é recomendado associar-se ao tratamento com antidepressor um antipsicótico.  Na maioria dos doentes o tratamento antidepressivo deve prolongar-se por 9 a 12 meses após uma resposta terapêutica adequada.

Tratamento mais usado

O cloridrato de fluoxetina, também conhecida pelo seu nome comercial mais famoso, Prozac, é um medicamento antidepressivo que pertence à classe do inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS). A fluoxetina é o mais antigo e o mais estudado antidepressivo do grupo dos ISRS, tendo sido lançada no mercado em 1987.

Apesar de ser classificada como antidepressivo, a fluoxetina pode também ser usada para vários outros distúrbios, tais como transtorno obsessivo-compulsivo, bulimia nervosa e síndrome do pânico.

Leia também: Depressão tratamento atual

Tabela de classificação de antidepressores

A tabela de classificação de antidepressores que descrevo de seguida, está atualizada e indica de forma clara as diferentes classes farmacoterapêuticas em que se dividem os diversos antidepressores disponíveis no mercado, o nome dos fármacos e os neurotransmissores sobre os quais exercem efeito terapêutico.

Tabela de classificação de antidepressores
Fonte: CIM (Centro de Informação do Medicamento) da Ordem dos Farmacêuticos

Antidepressores tricíclicos (ADTs)

Os fármacos pertencentes à classe do antidepressores tricíclicos são os seguintes:

  • Imipramina
  • Amitriptilina
  • Clomipramina
  • Maprotilina
  • Dosulepina
  • Nortriptilina

Estes foram os primeiros antidepressores a surgir. Foram sintetizados a partir da cloropromazina, um antipsicótico que tem uma estrutura química com três anéis benzénicos, daí a designação de compostos tricíclicos. São fármacos muito eficazes, mas associados a múltiplos efeitos secundários e toxicidade quando ingeridos em sobredosagem.

Todos os antidepressores tricíclicos bloqueiam a recaptação de noradrenalina (NA). Contudo, existem alguns mecanismos de ação paralelos como a inibição do transportador de serotonina e o antagonismo dos recetores serotoninérgicos 5HT2A e 5HT2C.

Adicionalmente, os ADTs também podem apresentar propriedades antagonistas dos recetores de histamina H1, α-adrenérgicos, muscarínicos e podem bloquear os canais de sódio sensíveis à voltagem, estando estas ações associadas aos seguintes efeitos secundários:

  • Antagonismo H1 – Aumento de peso, sonolência;
  • Antagonismo muscarínico – Boca seca, obstipação, visão turva, retenção urinária;
  • Bloqueio α1-adrenérgico – Hipotensão ortostática, tonturas;
  • Bloqueio canais de Na+ sensíveis à voltagem – a sobredosagem pode originar convulsões, coma, arritmias, paragem cardíaca e morte.

Por este motivo esta classe farmacológica não constitui a primeira linha de tratamento, sendo utilizada normalmente em doentes refratários.

Antidepressores tricíclicos e afins

Posteriormente, desenvolveram-se outras moléculas com as mesmas características farmacológicas, mas com diferentes estruturas químicas. Surgiram assim o grupo dos tetracíclicos e os grupos com estruturas afins. O conjunto destas moléculas representa atualmente um grupo heterogéneo com eficácia reconhecida, designados por anti-depressores tricíclicos e afins, cujos mais utilizados são:

  • Trazodona;
  • Mirtazapina.

Antagonista e inibidor da recaptação da serotonina

Trazodona

A trazodona atua inibindo a recaptação de serotonina, bem como por bloqueio dos recetores 5HT2A e 5HT2C. Além disso, é também capaz de bloquear os recetores α-adrenérgicos e H1. O seu efeito antidepressor é dose-dependente, sendo nas doses mais baixas (25 mg-100 mg) utilizado como hipnótico e nas doses mais altas (150 mg-600 mg) utilizado como antidepressor.

Ação noradrenérgica e serotoninérgica específica

Mirtazapina

A mirtazapina aumenta a transmissão serotoninérgica e noradrenérgica, bloqueando também os recetores α-adrenérgicos. Adicionalmente, tem atividade antagonista dos recetores histamínicos H1, que está associada
às suas propriedades sedativas. Praticamente não possui atividade anticolinérgica e, em doses terapêuticas, tem efeitos limitados sobre o sistema cardiovascular (por exemplo, hipotensão ortostática).

Quando comparada com outros antidepressores serotoninérgicos apresenta menos efeitos secundários gastrointestinais. No entanto, pode induzir um aumento de apetite e de peso, o que a torna uma opção terapêutica interessante, por exemplo nos idosos mais frágeis, mas que pode ser uma limitação importante a ser considerada.

Inibidores da monoaminoxidase (IMAO)

Moclobemida

A partir da década de 60 do século XX foram desenvolvidos fármacos que inibem o metabolismo das catecolaminas. Estes fármacos atuam por inibição enzimática da monoaminoxidase (MAO), a enzima responsável pelo metabolismo da serotonina, noradrenalina, dopamina (DA) e tiramina na fenda sináptica. Existe uma importante interação fármaco-alimento associada a esta classe. A tiramina é uma monoamina derivada da tirosina, presente em várias bebidas e alimentos fermentados, como queijo e vinho.

O facto de não haver uma inibição seletiva da MAO no sistema nervoso central, faz com que esta enzima também seja inibida no intestino e fígado. Assim, ocorre uma diminuição da degradação da tiramina absorvida destes alimentos, o que pode resultar num aumento da concentração de NA (sódio) e consequentemente num aumento de
risco de crise hipertensiva (pressão arterial elevada). Uma vez que desta classe farmacológica a moclobemida é o único inibidor que é reversível, é aquele que menor interação apresenta com os alimentos.

A moclobemida, em regra, não é bem tolerada, apresentando um perfil de interações fármaco-fármaco significativo e efeitos secundários frequentes, como sedação, confusão mental, perda de coordenação motora, xerostomia, retenção urinária, obstipação e aumento de peso. Por este motivo o uso deste fármaco está reservado a casos de depressão resistente ao tratamento.

Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs)

Os fármacos pertencentes à classe do inibidores seletivos da recaptação da serotonina são os seguintes:

  • Fluoxetina
  • Sertralina
  • Paroxetina
  • Citalopram
  • Escitalopram
  • Fluvoxamina

A tentativa de criar moléculas que mantivessem as propriedades antidepressoras e determinassem menos ou diferentes reações adversas em relação aos tricíclicos e afins levou ao desenvolvimento dos ISRSs.
Responsáveis por uma inibição seletiva e potente da recaptação de serotonina (5HT), estes fármacos apresentam uma eficácia semelhante aos antidepressores tricíclicos, mas com melhor tolerabilidade e menor toxicidade em caso de sobredosagem, sendo por isso os mais usados numa primeira linha de tratamento das perturbações depressivas.

Os efeitos adversos mais comuns são no trato gastrointestinal, geralmente dose-dependentes. Cerca de 20% dos doentes tem queixas de náuseas, que frequentemente resolvem com a continuação do tratamento. Alguns doentes podem apresentar queixas de disfunção sexual, que é reversível com a descontinuação da terapêutica. A suspensão abrupta do tratamento com os ISRSs pode induzir síndrome de privação, pelo que a descontinuação do tratamento deve ser feita gradualmente.

Outra importante característica desta classe farmacológica é o facto de inibirem o CYP450, sendo por isso necessário, aquando da instituição desta terapêutica, avaliar o risco de interação farmacocinética.

Inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina (IRSNs)

Os fármacos pertencentes à classe do inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina, são os seguintes:

  • Venlafaxina
  • Duloxetina
  • Milnaciprano

Outra classe de antidepressores de aparecimento posterior é a dos IRSNs. Esta classe terapêutica apresenta uma ação dupla, inibindo os transportadores da serotonina e da noradrenalina. São ainda capazes de
uma ligeira inibição da recaptação da DA. Como não têm afinidade para os recetores α-adrenérgicos, H1 ou M1, apresentam um perfil de reações adversas mais favorável em relação aos ISRSs e aos ADTs. No entanto, destaca-se o risco de aumento da tensão arterial, dose dependente, bem como o risco de arritmia, em situações de sobredosagem, o que faz com que esta classe deva ser utilizada
com precaução em doentes com patologia cardíaca significativa.

Tal como nos ISRSs, alguns doentes podem apresentar disfunção sexual, reversível com a descontinuação da terapêutica. De realçar ainda o menor efeito nas enzimas de metabolização hepática, em comparação
com os ISRSs.

Inibidores seletivos da recaptação da noradrenalina (ISRNAs)

Reboxetina

A reboxetina é um fármaco inibidor potente e altamente seletivo da recaptação da noradrenalina. Tem apenas um efeito fraco na recaptação de 5HT e não afeta a captação de DA. Por não apresentar afinidade significativa para os recetores adrenérgicos e muscarínicos tem menos efeitos secundários que os inibidores da recaptação de serotonina e
noradrenalina.

Inibidor seletivo da recaptação da dopamina e noradrenalina

Bupropiom

O bupropiom tem um mecanismo de ação distinto pois é um inibidor seletivo da recaptação neuronal das catecolaminas (NA e DA), desprovido de efeitos serotoninérgicos, estando associado a um perfil diferente de reações adversas. É menos propenso a induzir efeitos adversos relacionados com a 5HT, como por exemplo a disfunção sexual e o ganho de peso. No entanto, em doses mais elevadas, este fármaco pode aumentar significativamente o risco de convulsões, devendo ser
utilizado com precaução em doentes com epilepsia ou em doentes a tomar concomitantemente fármacos que diminuam o limiar convulsivo. Além do seu efeito antidepressor, está também indicado como adjuvante
em programas de cessação do consumo de nicotina.

Agonista do recetor da melatonina e antagonista do recetor da serotonina

Agomelatina

Em 2010, foi comercializada a agomelatina, um agonista melatoninérgico (recetores MT1 e MT2) e um antagonista 5HT2C. Não tem efeito na absorção das monoaminas nem afinidade para os recetores α e β adrenérgicos, histaminérgicos, colinérgicos, dopaminérgicos e benzodiazepínicos. Por ser capaz de ressincronizar os ritmos circadianos tem demonstrado eficácia nas perturbações depressivas relacionadas com stresse e ansiedade.

Modulador e estimulante da serotonina

Vortioxetina

O antidepressor mais recentemente introduzido no mercado é a vortioxetina. Este tem uma ação moduladora direta da atividade dos recetores serotoninérgicos e inibe o transportador da serotonina. Por ter uma ação em vários recetores 5-HT (antagonista dos recetores 5-HT3, 5-HT7 e 5-HT1D, agonista parcial do recetor 5-HT1B, agonista
do recetor 5-HT1A e inibidor do transportador 5-HT), é capaz de modular a neurotransmissão em vários sistemas, incluindo predominantemente o sistema da serotonina, mas provavelmente também os sistemas da noradrenalina, dopamina, histamina, acetilcolina, GABA e glutamato. Esta atividade multimodal é considerada responsável
pelos efeitos antidepressores e de tipo ansiolítico e pela melhoria da função cognitiva, aprendizagem e memória.

Efeitos secundários

Os antidepressores podem ter efeitos secundários de primeira toma, que surgem tipicamente na fase inicial do tratamento e têm tendência a regredir após a primeira semana de tratamento, tais como:

  • Náuseas;
  • Cefaleias.

No entanto, outras reações tendem a persistir durante o tratamento e a sua avaliação deve ser individualizada, tais como:

  • Efeitos anticolinérgicos;
  • Disfunção sexual.

Síndrome serotoninérgica

Antidepressores que aumentem a atividade da serotonina, em especial se forem utilizados em associação, podem estar relacionados com a síndrome serotoninérgica.  Causada por um aumento excessivo da serotonina na fenda sináptica, esta síndrome é caracterizada por:

  • Hipertermia (elevação da temperatura corporal);
  • Rigidez muscular;
  • Mioclonias (espasmos musculares rápidos e repentinos);
  • Tremores;
  • Instabilidade autonómica (pulso ou pressão arterial irregular, sudorese, taquicardia, midríase, diaforese e disritmia cardíaca);
  • Confusão;
  • Irritabilidade;
  • Agitação.

Pode evoluir para o coma ou até mesmo para a morte.

Risco de suicídio

É ainda de ressalvar que transversalmente a todas as classes de antidepressores pode estar associado um risco de suicídio, pelo que alterações mentais e comportamentais que apareçam no decorrer da terapêutica devem ser monitorizadas e avaliadas com precaução.

Doentes obesos

Os doentes obesos devem evitar os antidepressores com efeito antagonista H1 que provocam excesso de peso, tais como:

  •  Antidepressores tricíclicos (ADTs)  como imipramina, amitriptilina, clomipramina, maprotilina, dosulepina e  nortriptilina;
  • Trazodona;
  • Mirtazapina;
  • Bupropiom.

Doentes com insónia

Os doentes com dificuldade em dormir que tenham peso normal, pelo contrário, podem ser favorecidos pelos ADTs, trazodona e mirtazapina se tomados à noite, pois são antidepressores que provocam sonolência.

A agomelatina é atualmente um dos mais usados nestes doentes com insónia pois é um agonista melatoninérgico ou seja favorece a produção de melatonina (hormona do sono) e ressincroniza os ritmos circadianos.

Crianças e adolescentes

A depressão nas crianças e adolescentes é uma patologia multifatorial que afeta cerca de 2% das crianças e 4 a 8% dos adolescentes, sendo ainda pouco diagnosticada. Pode surgir na sequência de acontecimentos traumáticos para a criança ou o adolescente, ou estar relacionada com alterações bioquímicas que afetam o sistema nervoso central.

Os sinais e sintomas da depressão nos adolescentes não diferem muito daqueles que se encontram nos adultos, nomeadamente sentimentos de
tristeza, ansiedade e desmotivação, distúrbios do sono e do apetite, entre outros. No que diz respeito às crianças, predominam sintomas de irritabilidade e agressividade.

A abordagem terapêutica da depressão nas crianças e adolescentes inclui a intervenção cognitiva-comportamental e, quando necessário, terapêutica farmacológica, embora os dados que suportam a eficácia dos
antidepressores em crianças e adolescentes sejam escassos. A fluoxetina e o escitalopram são antidepressores aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento da depressão em doentes com mais de 8 e 12 anos, respetivamente.

A EMA também aprovou a utilização de fluoxetina nas mesmas condições. Contudo, a utilização off label de outros antidepressores (ex. outros ISRS, bupropiom, venlafaxina, duloxetina ou mirtazapina) para a terapêutica da depressão nestas faixas etárias é também uma realidade, sobretudo em situações em que não há resposta adequada aos fármacos aprovados.

É ainda importante referir que, no início do tratamento, todos os antidepressores podem aumentar o pensamento e o comportamento
suicida em crianças, adolescentes e adultos jovens de 18 a 24 anos de idade, pelo que é necessário estar particularmente atento a este risco.

Mulher grávida e latente

A utilização de antidepressores na gravidez está associada com o aumento do risco de aborto espontâneo. No entanto, a depressão
não tratada durante a gravidez e no período pós-parto pode representar um risco tanto para a mãe como para o filho.

Mulheres grávidas com depressão têm mais tendência para o consumo de drogas de abuso, nicotina e álcool, bem como tendem a descurar os cuidados pré-natais e a nutrição. Considerada como o maior fator de risco para o desenvolvimento de depressão pós-parto e para o aparecimento de efeitos negativos na interação mãe-bebé, uma depressão não tratada na gravidez pode condicionar o normal desenvolvimento do feto, bem como influenciar os futuros comportamentos do filho, podendo mesmo apresentar efeitos tardios na criança como atrasos no desenvolvimento e linguagem, distúrbios mentais e problemas comportamentais.

Assim, é importante que não se interrompa o tratamento antidepressivo durante a gravidez e que este seja instituído sempre que o benefício terapêutico que se obtém da utilização de antidepressores se sobreponha ao risco da depressão durante a gravidez e no período pós-parto, tanto para a mãe, como para o filho.

A escolha terapêutica mais adequada nesta fase é aquela que origina o mínimo possível de exposição fetal ou do recém-nascido. Desta forma, as características farmacocinéticas dos diferentes fármacos têm de ser avaliadas, sendo mais seguros os que apresentam menor capacidade de atravessar a barreira placentária e de passar para o leite materno.

Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina não demonstraram ser especialmente teratogénicos, com a maioria dos estudos a defender a segurança da fluoxetina e da sertralina. Esta última tem-se destacado
por ter uma menor distribuição placentária e, durante a lactação, produzir níveis indetetáveis no plasma da criança.

Depressão no idoso

A depressão nos indivíduos idosos é frequente, sendo muitas vezes acompanhada por perda de iniciativa, perda de apetite, insónia, fadiga, queixas físicas, perda de interesse nas atividades da vida diária e alteração nas funções cognitivas, nomeadamente dificuldades de concentração, distração ou defeitos de memória. De uma forma geral, em relação à abordagem farmacológica, deve iniciar-se com metade da dose inicial em relação a adultos jovens e deve ser feito um aumento da dose de uma forma mais lenta.

Os idosos podem precisar de 6 a 12 semanas de tratamento para atingir a resposta antidepressiva desejada. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina costumam ser considerados antidepressores de primeira escolha em indivíduos idosos, sendo que o bupropiom, a
venlafaxina e a mirtazapina também são eficazes e bem tolerados.

Fluoxetina mecanismo de ação

O mecanismo de ação da fluoxetina é o mesmo de todos os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina.

A serotonina é um neurotransmissor, ou seja, é uma substância envolvida na comunicação entre os neurônios. A serotonina age sobre a regulação do humor, das emoções, do sono e do apetite. Níveis reduzidos de serotonina no sistema nervoso central podem causar depressão do humor, alterações de comportamento, e ainda provocam distúrbios no sono e no apetite.

A quantidade de serotonina disponível para os neurónios depende da quantidade produzida e da quantidade removida (recaptada) no cérebro. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina agem diminuindo a taxa de remoção da serotonina da fenda sináptica, local onde este neurotransmissor exerce suas ações.

Deste modo, os ISRS fazem com que a serotonina permaneça disponível por mais tempo para os neurônios, levando a uma melhora do humor dos pacientes.

Indicação terapêutica

Sendo um antidepressivo, é claro que a principal indicação da fluoxetina é para o tratamento da depressão. Contudo, esta não é única. A fluoxetina também é eficaz no tratamento de outros distúrbios de origem psiquiátrica, como, por exemplo:

  • Transtorno obsessivo-compulsivo,
  • Bulimia nervosa,
  • Síndrome do pânico,
  • Stress pós-traumático,
  • Tratamento auxiliar na fibromialgia,
  • Tensão pré-menstrual.

Posologia

A fluoxetina pode ser tomada em qualquer horário e a sua absorção não é influenciada pela alimentação. O medicamento costuma ser tomado em dose única diária, mas doses acima de 20 mg podem ser divididas em 2 tomadas ao longo do dia.

A dose efetiva da fluoxetina costuma ser de 20 mg por dia, porém, para minimizar os efeitos colaterais, o seu médico pode iniciar o tratamento com uma dose de apenas 10 mg por dia, autorizando o aumento para 20 mg após 1 semana.

Esta prática costuma ser comum quando o paciente é idoso. A dose da fluoxetina pode ser progressivamente elevada em 10 a 20 mg a cada 4 semanas até que o efeito desejado seja alcançado.

Quanto tempo demora a fazer efeito?

Os efeitos clínicos da fluoxetina demoram cerca de 15 a 20 dias para se tornarem evidentes, por isso, não indicamos elevações da dose com menos de 1 mês de tratamento. A dose máxima recomendada é 80 mg por dia. Na maioria dos casos, o paciente consegue controle dos seus sintomas com doses entre 20 e 40 mg por dia.

Fluoxetina emagrece?

Apesar de ser uma pergunta pertinente e frequentemente feita na Internet, ela não tem uma resposta única. A fluoxetina emagrece? Depende, às vezes sim outras vezes não. O melhor será perguntar se provoca alterações de peso!

A fluoxetina provoca alterações no peso?

Sim, a fluoxetina pode provocar alterações no peso, seja para mais ou para menos. Ambos os casos costumam estar ligados ao controle da depressão e da ansiedade. A maioria dos pacientes depressivos ou com pânico perdem o apetite e emagrecem.

Conforme a fluoxetina exerce seus efeitos, a depressão e a ansiedade vão sendo controladas e o apetite retorna. Por isso, o paciente ganha peso. O oposto também pode ser real.

O consumo exagerado de alimentos pode ser um sintoma de doença psiquiátrica, que passa a ser controlado conforme a fluoxetina passa a agir. Em alguns doentes, a fluoxetina pode provocar perda de apetite como efeito colateral. nestes casos, ela pode levar à perda de peso.

Efeitos secundários da fluoxetina

Os efeitos secundários mais frequentes da fluoxetina são, por ordem decrescente, os seguintes:

  • Insónia (10% to 33%),
  • Náuseas (12% to 29%),
  • Diarreia (8% to 18%),
  • Sonolência (5% to 17%),
  • Diminuição do apetite (4% to 17%),
  • Ansiedade (6% to 15%),
  • Tremores (3% to 13%),
  • Diminuição da libido ou desejo sexual (1% to 11%),
  • Impotência sexual (7%),
  • Ejaculação retardada (7%).

Em geral, os efeitos adversos da fluoxetina surgem no início do tratamento e desaparecem com o tempo. A fluoxetina parece ser o antidepressivo ISRS que menos provoca efeitos colaterais na área sexual.

Contraindicações principais

A principal contraindicação da fluoxetina é o seu uso em doentes que estejam a tomar ou que tenham tomado, nos últimos 14 dias, medicamentos antidepressivos que pertençam a classe dos inibidores da monoamina oxidase (IMAO) (ex: Isocarboxazida, Fenelzina ou Tranilcipromina).

Fluoxetina, situações de especial cuidado

A fluoxetina deve ser utilizada com cuidado em doentes com:

  • Diabetes, pois há um maior risco de hipoglicemia;
  • Doenças hepática;
  • Doentes em fase maníaca, pois pode agravar os sintomas;
  • Doença bipolar (maníaco-depressivo), pois é pouco eficaz.
  • Consumo de álcool, pois aumenta o risco de efeitos secundários.
Fluoxetina, gravidez e amamentação

Apesar de não ser totalmente contraindicada, a fluoxetina costuma ser evitada na gravidez, já que existem outros antidepressivos mais seguros, como a Sertralina. O mesmo raciocínio vale para as mulheres que estão a amamentar.

Interações perigosas

Alguns medicamentos não devem ser usados em associação com a fluoxetina. Os principais são:

  • Haloperidol
  • Ivabradina
  • Triptofano
  • Linezolide
  • Propafenona
  • Tamoxifeno

Concluindo

O exemplo da Inês é um caso idêntico ao de muitos jovens adolescentes e adultos que necessitam da nossa ajuda. Não é fácil ajudar até porque nos tira da nossa “zona de conforto”. No entanto o mais importante é escutar, compreender, informar e acompanhar… no fundo ser sempre amigo e estar sempre presente durante este doloroso processo de “cura da alma” e… quando ficarem melhores não vão esquecer nunca a tua ajuda!

Fique bem

Franklim A. Moura Fernandes

Referências

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Doenças da piscina e dor de ouvido

Piscina e doenças toda a verdade sobre as diversas doenças que pode apanhar na água da piscina! Um dia na piscina a descontrair, nadar e relaxar pode ser magnífico! No entanto se a água das piscinas não estiver bem tratada o dia pode acabar em pesadelo com a “hospedagem” no nosso organismo de vírus, bactérias e parasitas que provocam doenças que podem ser muito perigosas!

Por exemplo, nas páginas Swimming pools  e Stay Safe In and Around Swimming Pools do CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas.

Neste artigo vou falar das seguintes doenças:


Leia também: Como bronzear sem queimar?


Piscina e doenças que pode apanhar na água

A água da piscina é geralmente uma água artificial no sentido em que raramente é usada água captada directamente do mar ou de um rio com água de alta qualidade não poluida. Sendo assim tem de ser cuidadosamente tratada para eliminar inumeros microorganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas patogénicos que estão sempre á espreita de uma oportunidade de se instalarem num hospedeiro humano e conseguirem reproduzir-se mais depressa!

Além disso os tratamentos quimicos aplicados á água da piscina também têm os seus efeitos adversos no organismo humano. Assim descrevo de seguida algumas doenças que, se não tiver cuidado, pode apanhar na sua visita á piscina.

Otite externa

Também designada otite de surfista ou de mergulhador. É provocada habitualmente pela entrada de água no ouvido, associada a um quadro clínico de otalgia (dor de ouvido). Ocorre frequentemente após entrada de água no ouvido ou em situações de infeção e eczema do canal auditivo externo. Trata-se de uma inflamação da orelha externa e do canal auditivo.

Leia também: Dor de ouvido tudo o que não sabe.

Diarreia

Os vírus e as bactérias que provocam diarreia são a principal fonte de contágio nas piscinas. De acordo com o CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas. Os germes que causam diarreia conseguem sobreviver vários dias antes de serem eliminados pelo cloro. Para ficar doente basta engolir uma pequena quantidade da água infectada das piscinas.

Giardíase

A giardíase é uma infeção intestinal causada por um parasita microscópico. Pode provocar sintomas como cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia. A infeção pode ser causada por parasitas encontrados em riachos, lagos, piscinas ou zonas aquáticas de recreação. A maneira mais comum de se infetar com giardíase é engolir água contaminada, por exemplo da piscina.

Animais e crianças que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar piscinas e spas. É mais frequente em crianças e em doentes com infeção por VIH/SIDA, fibrose quística e outras formas de imunodeficiência pois têm um sistema imunitário mais frágil. Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em crianças com idades entre um e cinco anos, foi detetada uma taxa de infeção de 3,4% por Giardia lamblia.

Leia também: Como fortalecer o seu sistema imunitário, toda a verdade!

Criptosporidíase

Criptosporidíase é uma doença causada pelos parasitas unicelulares coccidios Cryptosporidium parvum e C.hominis. Estes podem ser ingeridos juntamente com comida ou água contaminada. Infetam o intestino, onde se reproduzem. Em pessoas imunosuprimidas causam gastroenterite, diarreia, dor abdominal e náuseas. Uma pessoa com diarreia e com este tipo de bactéria pode facilmente contaminar a água.

Legionella

Na legionella segundo explica o médico e patologista clínico Germano de Sousa, a infeção pela bactéria legionella pneumophila pode causar a febre de Pontiac (manifestação ligeira da bactéria com sintomas semelhantes a uma gripe) e a Doença dos Legionários, a manifestação mais grave, que consiste num tipo de pneumonia potencialmente letal.

A legionella está geralmente presente em ecossistemas naturais de água doce e quente, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também piscinas. A infeção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis/gotículas contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis e que chegam aos pulmões. Não existe transmissão de pessoa para pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.

Leia também: Pneumonia causas sinais e toda a verdade

Irritação química

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos lembra que os nadadores e utilizadores da piscina queixam-se recorrentemente de ardor nos olhos, irritação nasal ou dificuldades em respirar. A investigação revelou que estes sintomas surgem devido à acumulação de substâncias irritantes na água e no ar, conhecidas como cloraminas. Essa irritação é provocada pela combinação do cloro com sub-produtos. Estes subprodutos são o resultado da ligação do suor, urina e outros resíduos dos nadadores/utilizadores ao cloro.

Dermatite ou foliculite

É uma inflamação dos folículos capilares causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. A foliculite é sobretudo diagnosticada em pessoas que usam jacuzzi, sauna, piscina ou banheira de hidromassagem. Qualquer pessoa exposta a água contaminada com esta bactéria pode contrair este tipo de foliculite. Trata-se de uma inflamação da raiz dos pelos que, normalmente, pode ser tratada em casa com o uso de sabão anti-séptico ou fármacos prescritos por clínicos. Os sintomas de foliculite por Pseudomonas aeruginosa aparecem primeiro como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e pernas.

Piolhos

Os piolhos não são susceptíveis de serem transmitidos através da água das piscinas. Embora os níveis de cloro da piscina também não matem os piolhos, estes dificilmente conseguem sobreviver debaixo de água uma vez que não se conseguem parasitar. Porém, os piolhos podem espalhar-se em balneários. Basta partilhar toalhas, escovas de cabelo, toucas ou outros itens que tenham estado em contacto com o cabelo de uma pessoa infetada para adquirir a “praga”.

Infeções estafilocócicas

Embora não tenha havido relatos de transmissão deste tipo de bactéria através de águas de recreio, há um risco potencial de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações de recreio através do contacto com a infeção de pessoa para pessoa ou através de objetos e superfícies contaminadas.

Trata-se de uma bactéria que vive muitas vezes no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infeção (espinhas, furúnculos e celulites) até infecões graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e outras), dependendo do sistema imunitário e do historial clínico de cada pessoa.

Os sintomas mais comuns deste tipo de infeções são náuseas e vómitos, por vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. A melhor forma de as evitar é não frequentar águas de recreio se tiver infeções cutâneas ou irritações da pele, manter todas as superfícies tocadas ou manipuladas com frequência limpas e não partilhar objetos pessoais como lâminas ou escovas.

Teníase

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos alerta para vários cuidados a ter de forma a evitar este tipo de doença, embora admita que dificilmente a teníase se propague através da água das piscinas. Esta infeção ocorre quando uma pessoa engole ovos de ténia presentes em superfícies ou dedos contaminados. Esta instituição lembra que os fatos de banho devem ser lavados e secos a cada utilização. Por outro lado, todas as pessoas devem lavar as mãos antes e depois de usar a casa da banho.

Molusco contagioso vírus ou Molluscum contagiosum virus

O vírus Molusco contagioso ou Molluscum contagiosum é uma doença dermatológica causada pelo Molluscum contagiosum. Caracteriza-se por bolhas rosadas ou brancas pela pele em qualquer parte do corpo e podem dar comichão. É mais comum em crianças dos 0 aos 12 anos de idade e transmitido por contato físico. Desaparecem sozinhas em 6 a 12 meses, mas podem deixar cicatrizes.

Molusco contagioso vírus melhorsaude.org
Como se transmite?

O vírus é transmitido por contato físico ou por tecidos, por exemplo tocando a mão de alguém que coçou uma bolha causada por molusco contagioso ou compartilhando toalhas. Pode ser transmitido através de contato sexual. É mais comum em locais húmidos e com muita gente a viver na mesma casa que partilham as mesmas toalhas e roupas, uma vez que essas condições são favoráveis para a transmissão do vírus. É mais comum em crianças e imunodeprimidos.

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Parâmetros microbiológicos de avaliação obrigatória

Os parâmetros microbiológicos avaliados são no caso das piscinas de utilização colectiva os referenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP (INSA), e por outros documentos oficiais. Para o caso das piscinas de empreendimentos turísticos e de hidroterapia e com fins terapêuticos, são os indicados no Decreto-Regulamentar n.º 5/97, de 31 de Março:

  • Germes totais 37ºC (às 48 horas para piscinas de utilização colectiva, e às 24 horas para piscinas de empreendimentos turísticos, de hidroterapia e com fins terapêuticos)
  • Coliformes totais
  • Escherichia coli
  • Enterococos fecais
  • Estafilococos produtores de coagulase
  • Total de Estafilococos
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Legionella (desejável nos jacúzis)

Parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação

Os parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação, devendo a sua determinação ser feita sistematicamente no local de colheita, são os seguintes:

  • Temperatura
  • Cloro residual livre
  • Cloro combinado
  • Bromo total
  • pH (quando não houver possibilidade de determinação laboratorial)

A determinar em laboratório:

  • pH
  • Turvação
  • Condutividade
  • Oxidabilidade
  • Cloretos
  • Amoníaco (a pedido da Autoridade de Saúde)

Considera-se desejável, quando se justifique, proceder-se à determinação de:

  • Ácido isocianúrico (quando forem utilizados como desinfectantes os derivados de ácido isocianúrico)
  • Brometos
  • Trihalometanos
  • Ozono
  • Outros desinfectantes

Leia também: Orientações do Programa de Vigilância Sanitária das Piscinas

Concluindo

Antes de escolher uma piscina tente informar-se sobre a qualidade da água, frequência das análises e resultados disponiveis para consulta pública. Se conhecer alguém que tenha frequentado a piscina pergunte se houve algum problema de saúde nos dias seguintes a ter estado na piscina.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

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