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Triglicerídeos altos causas perigos melhor tratamento e estudos recentes

Triglicerídeos, triglicéridos ou triacilgliceróis (sinónimos) altos, causas, medicamentos a verdade . Qual o seu verdadeiro perigo? Funções biológicas, sintomas de hipertrigliceridémia, causas, dieta e tudo o que ainda não sabe tem resposta neste artigo. Porque sobem os triglicéridos? Quais as causas? Que alimentos pode e não pode comer? Qual o melhor tratamento? Os triglicéridos, também chamados de triglicerídeos, são as principais gorduras do nosso organismo e compõem a maior parte das gorduras de origem vegetal e animal.

Os triglicerídeos presentes no nosso corpo podem ser adquiridos através da alimentação ou produzidos pelo nosso fígado. Os triglicéridos são importantes, pois servem de reserva energética para os momentos de jejum prolongado ou alimentação insuficiente. Quando há um excesso de triglicerídeos a circular no sangue, dizemos que está instalada uma  hipertrigliceridémia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Triglicerídeos: O que são?
  • Estudos recentes o que dizem?
  • Quais os 6 tipos de gordura?
  • Lipoproteínas transportadoras de triglicéridos
  • Colesterol e triglicerídeos: Quais as diferenças?
  • Qual o mais perigoso? Colesterol ou triglicerídeos?
  • Níveis sanguíneos de triglicerídeos: Quais os valores normais?
  • Qual a importância do rácio triglicéridos/colesterol HDL
  • Causas de hipertrigliceridémia: Quais as mais importantes?
  • Dieta: Qual a importância nos triglicerídeos?
  • Quando aumenta os triglicerídeos também aumenta o colesterol?
  • Triglicerídeos altos: É possível mesmo fazendo uma alimentação saudável?
  • Alimentos que fazem aumentar os triglicerídeos: Quais são?
  • Quais os alimentos que pode comer?
  • Sintomas quando os  triglicerídeos estão altos: Quais são?
  • Complicações da hipertrigliceridémia: Quais são?
  • Tratamento para baixar os triglicerídeos: Qual o melhor?
  • Dieta: Como baixar os triglicerídeos?
  • Jejum intermitente ajuda a baixar os triglicerídeos?
  • Fibratos: O que são?
  • Produtos naturais para baixar os triglicerídeos: Quais os melhores?

Estudos recentes:

Triglicerídeos o que são?

Os triglicéridos são a forma de gordura mais comum no nosso corpo, sendo usados para fornecer energia ao nosso organismo. Quando a quantidade de triglicéridos está elevada, eles são armazenados nos tecidos adiposos (tecidos gordurosos) para o caso de serem necessários no futuro.

As gorduras acumuladas, por exemplo, nos quadris ou na barriga, são na verdade “armazéns” de triglicéridos que estão em excesso.

Os triglicéridos estão presentes em vários alimentos comuns da nossa dieta, mas a maior parte costuma ser produzida pelo nosso fígado. Quando comemos hidratos de carbono em excesso (doces, massas, pães, etc.), o fígado recolhe esses açúcares a mais e transforma-os em triglicéridos, para que possam ser armazenados nos tecidos adiposos, servindo como reserva energética.

Estrutura química

Triglicerídeos (também designados triacilgliceróis, gorduras ou gorduras neutras) são ésteres constituídos por três resíduos de ácidos gordos e um resíduo de glicerol (ver figura). Esta é a forma principal de armazenamento celular e transporte dos ácidos gordos.

Nos triglicerídeos os três grupos hidroxilo (-OH) do glicerol são esterificados com o grupo carboxilo dos ácidos gordos.

Se os três ácidos gordos que constituem os triglicerídeos são os mesmos, designam-se triglicerídeos simples. No entanto, os triglicerídeos de ocorrência natural são mais comummente constituídos por uma mistura de ácidos gordos diferentes.

Os triglicerídeos são constituídos por moléculas apolares, pois os grupos polares dos seus precursores (grupos hidroxilo do glicerol e grupo carboxilo dos ácidos gordos) foram perdidos com a formação da ligação éster. Por esta razão são constituídos por moléculas muito hidrofóbicas, insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, como o benzeno.

Gordura branca e gordura castanha ou marrom

No corpo humano existem 2 tipos de gordura principais, a branca e a castanha. Nas células, os triglicerídeos ficam armazenados em gotas lipídicas no citosol. Nos vertebrados existem células especializadas para o armazenamento dos triglicerídeos, os adipócitos. Existem principalmente 2 tipos de adipócitos:

  • Adipócitos brancos – ricos em gordura e com poucas mitocôndrias, sendo principalmente armazenada na zona subcutânea e abdominal;
  • Adipócitos castanhos ou marron – com muito menos gordura armazenada e mais mitocôndrias o que lhes permite produzir muito mais energia. Tanto em adultos quanto em bebês, o tecido adiposo marrom está presente na região do pescoço, abaixo da clavícula e ao longo da coluna vertebral.

Quais os 6 Tipos de gordura?

Frequentemente, quando se fala de gordura, referimo-nos à acumulação de tecido adiposo em regiões como abdómen, coxas, glúteos ou braços. De facto essa gordura existe e em excesso pode causar prejuízos à saúde, no entanto não é a única presente no nosso organismo. Conheça os 6 tipos de gordura no seu corpo.

1. Gordura essencial

É uma gordura extremamente importante para o funcionamento do nosso corpo. A gordura essencial é encontrada nos órgãos e tecidos, incluindo nervos, cérebro, coração, pulmões, fígado e glândulas mamárias, aquela que serve como substrato energético para os órgãos, aquela que tem função de isolante térmico, reserva de energia.

2. Gordura branca

Um pouco mais perigosa, essa gordura costuma acumular-se pelo corpo em maior quantidade quando abusamos de uma dieta mais calórica e não fazemos nenhuma atividade física. É a gordura responsável pela maior reserva de triglicerídeos do corpo,

A gordura branca é aquela acumulada debaixo da pele, mais difícil de sair. Por outro lado, ela serve de proteção principalmente para os órgãos, absorvendo impactos do dia a dia. As mulheres têm mais tendência a acumular gordura branca do que os homens.

3. Gordura castanha

A gordura castanha é considerada a gordura boa. É responsável pelo isolamento térmico do organismo, no qual estimula a queima calórica e, consequentemente, o emagrecimento, ou seja, se está com frio, esta gordura castanha trabalha para aquecer o nosso corpo queimando calorias. Inclusive, um estudo de Harvard mostrou que, de facto, essa gordura é ativada pelo frio, afetando diretamente as reservas da gordura branca. Assim, pode ajudar-nos bastante pois incrivelmente, a gordura castanha (marrom) queima a gordura branca para produzir calor e energia,

4. Gordura bege

Esse tipo de gordura é capaz de transformar a gordura má em gordura boa. Tem origem na gordura branca e a principal fonte de ativação destas células é uma molécula chamada irisina. Pesquisas atuais feitas em ratos trazem indícios de que a irisina seja liberada durante a prática de exercícios, estimulando o corpo a queimar gordura.

5. Gordura subcutânea

A gordura subcutânea localiza-se logo abaixo da camada mais externa da pele. Esta é a que podemos beliscar com os dedos. A gordura subcutânea cobre os músculos abdominais e, se temos muita, não seremos capazes de ver os seus músculos abdominais.

6. Gordura visceral

Esta gordura precisa de ser acompanhada com cuidado. A gordura visceral está localizada atrás da parede abdominal, nos órgãos e no interior da cavidade peritoneal. E afeta de forma negativa a saúde, aumentando o processo inflamatório do organismo. Em parte, porque ele liberta substâncias chamadas adipocinas, que são proteínas de sinalização celular que aumentam a pressão arterial e influenciam a insulina.

A gordura visceral também diminui a quantidade de adiponectina no corpo, uma hormona essencial para a queima de gordura, que ajuda a acelerar o metabolismo. A combinação da diminuição da sensibilidade à insulina, hipertensão e triglicéridos elevadas, muitas vezes pode resultar em aterosclerose, colesterol elevado LDL (o mau) e é um fator importante para o desenvolvimento de diabetes.

Reserva de energia

Esta reserva de energia pode ser mobilizada pela ação de lípases, que são enzimas responsáveis pela hidrólise dos triglicerídeos, libertando os respetivos ácidos gordos e o glicerol. A oxidação completa de 1 g de triglicerídeos fornece cerca de 38 kJ de energia, enquanto as proteínas e carboidratos fornecem somente cerca de 17 kJ/g.

No fígado, a hidrólise de triglicerídeos fornece ácidos gordos para β-oxidação, sinalização e substratos para a formação de triglicerídeos de lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL).

Os Triglicerídeos não conseguem atravessar nas membranas celulares. Uma enzima especial localizada nas paredes dos vasos sanguíneos chamada lipoproteína lípase (LPL) cataboliza os triglicerídeos para libertar ácidos gordos e glicerol.

Lipoproteínas

lipoproteína é o conjunto molecular responsável pelo transporte dos lípidos, incluindo os triglicéridos, em meios líquidos, pois não sendo hidrossolúveis não se misturam facilmente com o plasma sanguíneo. As gorduras são revestidas com fosfolipídeos, colesterol e proteínas; a parte proteica é denominada  apoproteína.

A imagem seguinte mostra a composição das diferentes lipoproteínas e a diferente quantidade de triglicéridos que cada uma transporta sendo a quilomicron (chylomicron) e a VLDL a mais ricas em triglicéridos.

Lipoproteinas_e_triglicéridos melhorsaude.org melhor blog de saude

Os triglicerídeos não estão presentes no sangue em si na forma livre pois são hidrofóbicos e portanto não se misturam em ambientes hidrossolúveis como o plasma sanguíneo. Os triglicerídeos são um dos principais componentes das apolipoproteínas (ou simplesmente lipoproteínas) tais como:

  • Quilomicron (Chylomicron);
  • VLDL – lipoproteína de muito baixa densidade;
  • IDL – lipoproteína de densidade intermediária;
  • LDL – lipoproteína de baixa densidade, conhecido como “colesterol mau”;
  • HDL -lipoproteína de alta densidade, também conhecido como “colesterol bom”.

É muito importante saber quais as lipoproteínas que estão aumentadas ou diminuídas e a sua verdadeira ligação a determinadas doenças, nomeadamente cardiovasculares.

VLDL e triglicéridos

Os triglicerídeos viajam pela corrente sanguínea ligados, principalmente, à lipoproteína VLDL (Very Low Density Lipoprotein), uma lipoproteína semelhante à HDL e LDL que transportam principalmente colesterol pelo sangue, embora também tenham triglicéridos na sua composição, conforme imagem já descrita atrás.

Colesterol vs triglicerídeos

Apesar de ambos serem considerados “gorduras” têm estruturas químicas bem diferentes. O colesterol é um esteroide com estruturas hexagonais quimicamente estáveis, enquanto o triglicérido é a junção de uma molécula de glicerol com 3 ácidos gordos que podem ser menos estáveis pois sofrem mais facilmente processos de oxidação, principalmente se as cadeias de ácidos gordos forem insaturadas.

Funções diferentes

Para além de constituírem uma importante reserva energética, os triglicerídeos, nomeadamente o tecido adiposo, funciona como isolante térmico (ajudando a manter a temperatura corporal) e como proteção contra os choques mecânicos (protegendo os órgão internos).

A principal diferença de funções entre o colesterol e os triglicerídeos é que os triglicerídeos são “queimados” e utilizados para criar mais energia quando necessário, enquanto que o colesterol é utilizado para outras importantes funções orgânicas, tais como auxiliar de digestão e a produção de hormonas. O colesterol é também uma parte essencial da estrutura das membranas celulares.

Outra diferença fundamental entre os dois é que os níveis de colesterol são afetados pela quantidade de gordura que consumimos enquanto os níveis de triglicerídeos são afetados pela quantidade de calorias que ingerimos, mesmo que as calorias não venham de gorduras mas, por exemplo, dos hidratos de carbono como os alimentos refinados com açucares!

Mais perigoso colesterol ou triglicerídeos?

Bem, ambos são perigosos e podem levar a complicações similares, tais como doença cardíaca e acidente vascular cerebral, no entanto níveis elevados de colesterol têm provado levar a doenças cardíacas, e altos níveis de triglicerídeos tendem a ser um sinal de alerta. Uma das principais razões para isso pode ser devido ao facto de que é muito mais difícil baixar os níveis de colesterol do que os níveis de triglicerídeos.

Valores normais

O excesso de triglicerídeos no sangue está associado à deposição de gorduras nos vasos sanguíneos e aterosclerose, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Todas as pessoas  acima dos 20 anos devem medir os níveis de colesterol e triglicerídeos pelo menos uma vez a cada 5 anos.

Os valores da concentração de triglicéridos no sangue classificam-se da seguinte forma em miligramas por decilitro de sangue (mg/dl):

  • Normal – abaixo de 150 mg/dL.
  • Moderado – entre 150 e 199 mg/dL.
  • Alto – entre 200 e 499 mg/dL.
  • Muito alto – maior ou igual a 500 mg/dL.

Rácio triglicéridos/ colesterol HDL

O rácio triglicerídeos/colesterol HDL deve ser inferior a 2. Lembre-se de dividir os seus níveis de triglicerídeos pelo colesterol “bom” HDL. O nível de triglicerídeos/HDL considerado ideal é 2 ou menos; 4 é alto e 6 ou mais é considerado muito alto.

Hipertrigliceridémia quais as causas?

Os níveis de triglicerídeos podem aumentar por vários motivos. Algumas pessoas apresentam alterações genéticas que predispõem à hipertrigliceridémia, outras desenvolvem triglicerídeos altos secundariamente a uma dieta hipercalórica ou à presença de determinadas doenças. Entre as condições de saúde que mais frequentemente provocam hipertrigliceridémia estão:

O uso regular de alguns medicamentos também pode provocar um aumento dos triglicerídeos, a saber:

  • Tamoxifeno
  • Corticoides
  • Betabloqueadores (propranolol, atenolol, carvedilol, bisoprolol, metoprolol…)
  • Diuréticos
  • Anticoncecionais
  • Ciclosporina
  • Isotretinoína

Comorbilidades geralmente negligenciadas

Entre parêntesis descreve-se o grau de diagnóstico estimado para estas condições de saúde metabólica que passam quase completamente despercebidas pelos médicos. A saber:

  • Pré-diabetes (~90% não diagnosticada)
  • Apneia do sono (~90% não diagnosticada)
  • Fígado gordo (~90% não diagnosticada)
  • Resistência á insulina (praticamente 100% não diagnosticada)

Óleos vegetais polinsaturados (PUFAs)

Os PUFAs do inglês Poliunsaturated Fatty Acids ou seja os óleos vegetais ricos em ácidos gordos polinsaturados como os Omega-3 e Omega-6, ao contrário do que se fala nas redes sociais, podem causar graves problemas metabólicos quando usamos os óleos e gorduras erradas nas proporções erradas! Mais á frente descrevo lista das gorduras saudáveis, razoáveis e más para a nossa saúde.

Pare de comer óleos vegetais ricos em PUFAs

Uma das atitudes mais poderosas para protegermos a nossa saúde e que pode ser feita de imediato é parar de comer óleos vegetais com alto teor de PUFA (sigla em Inglês para ácido gordo polinsaturado). Os óleos vegetais com alto teor de PUFA estão em todos os tipos de “junk food”, fast food e alimentos processados. Nos últimos 110 anos, a nossa ingestão de PUFA aumentou 20 vezes, ou seja, 2000%!!!

Gorduras boas, razoáveis e más

É claro que as gorduras não são todas iguais no que concerne á proteção da nossa saúde. Apesar de necessitarmos de um pouco de ácidos gordos polinsaturados essenciais como os ômega-3 e ômega-6 a comunicação social e alguns especialistas da saúde mal informados, convenceram-nos nos últimos anos que comer gorduras polinsaturadas é que era bom… e pior ainda passaram a mensagem que quanto mais melhor ou pelo menos bem mais do que verdadeiramente necessitamos na nossa dieta!

No entanto esqueceram-se de nos dizer que os PUFAs são ácidos gordos mais instáveis devido ás duplas ligações das suas estruturas químicas quando comparados com as gorduras saturadas de qualidade. A razão para esta instabilidade é a facilidade com que os PUFA reagem com o oxigénio para formar radicais livres que provocam inflamação!

Quando nascemos, temos uma quantidade relativamente normal de PUFA na nossa gordura corporal. Quando a nossa dieta é muito alta em PUFA, a concentração destes ácidos gordos polinsaturados na nossa gordura corporal aumenta. Existe um limite, que é diferente para todos, em que a concentração de PUFA atinge um valor elevado que leva a gordura corporal a não funcionar adequadamente e passamos a desenvolver sintomas de disfunção metabólica.

Boas gorduras, as mais importantes são as seguintes:

  • Azeite
  • Óleo de abacate
  • Óleo de amendoim
  • Óleo de coco
  • Óleo de amêndoa
  • Óleo de noz macadâmia
  • Manteiga
  • Manteiga de cacau
  • Banha
  • Palma não refinada
  • Óleo de palmiste

Más gorduras, as mais importantes são as seguintes:

  • Óleo de soja
  • Óleo de canóla
  • Óleo de girassol
  • Óleo de milho
  • Óleo de cártamo
  • Óleo de sementes de algodão
  • Óleo hidrogenado
  • Palma refinada
  • Óleo de grão-de-bico artesanal (restaurantes)
  • Óleo de farelo de arroz (restaurantes)
  • Margarina
  • Maioria da maionese, molhos e cereais.

Hipoglicémia é sinal de alarme

Os sintomas mais comuns são geralmente diagnosticados como hipoglicemia. Se começar a apresentar hipoglicemia, então vai a caminho de desenvolver uma condição metabólica chamada resistência à insulina, que é a disfunção hormonal subjacente à diabetes tipo 2.

Todas as condições subjacentes na lista já atrás descrita são distúrbios metabólicos relacionados com a resistência à insulina ou resultam do tratamento de condições inflamatórias relacionadas. Durante quase duas décadas, na sua prática médica a Dra Catherine Shanahan, concentrou-se na reversão de doenças metabólicas e inflamatórias como diabetes, obesidade e hipertensão com dieta. Nesse período, entendeu que a causa número um de doenças metabólicas é a ingestão de demasiados PUFA. Muitos médicos especializados em medicina metabólica chegaram à mesma conclusão.

Demasiado PUFA promove a ARDS

Síndrome de Descompensação Respiratória Aguda (ARDS)

O excesso de PUFA na gordura corporal também nos coloca em risco de insuficiência respiratória por COVID-19. Quando sofremos de uma pneumonia, o apetite cai imenso e geralmente não vamos comer. Quando não comemos, o nosso corpo liberta gordura corporal na corrente sanguínea (na forma de ácidos gordos livres, também chamados ácidos gordos não esterificados, ou NEFA).

Se ingerimos óleos vegetais suficientes para desenvolver uma das condições subjacentes listadas acima, uma proporção perigosamente alta de ácidos gordos na corrente sanguínea será PUFAs. Os PUFAs são perigosos porque reagem com o oxigênio de maneiras que levam a grandes quantidades de inflamação. A inflamação faz a diferença entre um caso de pneumonia do qual podemos recuperar por conta própria e um caso de ARDS que nos leva para os cuidados intensivos.

Se não existissem óleos vegetais com alto teor de PUFA e, a propósito, não existiam antes da era industrial, esta pandemia de COVID-19 não seria tão mortal. Se o seu médico não lhe falou sobre os perigos do alto consumo de óleos vegetais ricos em PUFA, é porque apenas os médicos mais atualizados e interessados em medicina metabólica sabem o que significa PUFA, sem mencionar por que é prejudicial.

Triglicéridos e colesterol aumentam juntos?

O aumento dos triglicerídeos pode ou não vir acompanhado de alterações no colesterol. As duas situações mais comuns são:

  • Triglicéridos e colesterol LDL ( colesterol mau ) elevados ou
  • Triglicerídeos elevados e HDL (colesterol bom) baixo.

O aumento isolado dos triglicéridos, sem alterações do colesterol, não é habitual.

Dieta saudável e triglicerídeos altos é possível?

Existem algumas formas de hipertrigliceridémia familiar, que são alterações de origem genética, que fazem com que o paciente produza triglicéridos em excesso, independentemente da sua dieta. Nestes casos é possível que o paciente apresente níveis graves de triglicéridos, às vezes acima dos 1000 mg/dL.

Alimentos e aumento de triglicerídeos

Uma dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos é um importante fator de risco para hipertrigliceridémia. Aconselha-se, por isso, uma alimentação pobre em gorduras, de forma a manter os níveis de triglicéridos normais. Deve evitar comer:

  • Alimentos gordos,
  • Cozinhados em manteiga ou óleo,
  • Fritos e refogados,
  • Produtos ricos em açúcar ou sal,
  • Carnes vermelhas (especialmente suíno),
  • Enlatados e conservas,
  • Molhos sintéticos (contrariamente aos de ervas ou caseiros que não sejam apimentados).

Se tiver triglicéridos elevados, descrevo de seguida alguns dos alimentos que deve evitar a todo o custo, a saber:

  • Refrigerantes ou qualquer outra bebida rica em açúcar
  • Bebidas alcoólicas
  • Doces e chocolate
  • Pão
  • Biscoitos
  • Massas e Pizzas
  • Batata
  • Gelados e Iogurte congelado
  • Tortas
  • Bolos
  • Leite integral
  • Fritos
  • Queijos gordurosos

Quando for comprar comida, procure ler as informações nutricionais no verso de cada alimento e evite produtos ricos nos seguintes açúcares:

  • Sacarose
  • Glicose
  • Frutose
  • Xarope de milho
  • Maltose
  • Melaço

A lista de alimentos acima descrita está longe do fim! Qualquer alimento rico em hidratos de carbono e/ou gorduras saturadas pode causar aumento dos triglicerídeos. Mais à frente, na parte de tratamento da hipertrigliceridémia, daremos alguns conselhos sobre a melhor dieta para baixar os triglicerídeos.

Alimentos que pode comer

Nos alimentos que pode consumir destacamos:

  • Café,
  • Chá,
  • Sumos de fruta naturais,
  • Leite desnatado,
  • Iogurtes magros ou naturais,
  • Kefir
  • Queijos de cabra ou ovelha,
  • Pão integral,
  • Hortaliças,
  • Verduras e legumes,
  • Carne branca (sobretudo de aves),
  • Peixe,
  • Fruta.

Sintomas de triglicerídeos altos

Em geral, a hipertrigliceridémia não provoca sintomas. É impossível saber se seus triglicerídeos estão altos ou baixos sem realizar exames de sangue.

Pacientes com as formas familiares de hipertrigliceridémia, geralmente com valores de triglicéridos cronicamente acima dos 500mg/dL, podem apresentar xantomas, que são depósitos subcutâneos de colesterol sob a forma de nódulos ou placas amareladas, que ocorrem frequentemente nas palmas das mãos, ao redor dos olhos, nos pés ou nas articulações.

Hipertrigliceridémia e consequências

Embora a relação entre triglicéridos altos e risco cardiovascular tenha sido questionada no passado, com os atuais estudos tornou-se claro que pacientes com hipertrigliceridémia apresentam um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, particularmente doenças coronárias.

Permanece incerto, porém, se esta associação é causada diretamente pelos triglicerídeos altos ou por outros fatores associados à hipertrigliceridémia, como obesidade, diabetes e níveis elevados de colesterol LDL e níveis baixos de colesterol HDL.

Níveis elevados de triglicerídeos também estão associados a um maior depósito de gorduras no fígado, provocando uma alteração conhecida como esteatose hepática. Valores bastantes elevados de triglicéridos podem desencadear uma infeção no pâncreas (pancreatite), que se manifesta por dor abdominal (barriga) intensa e numa fase posterior febre.

Tratamento da hipertrigliceridémia

O principal objetivo do tratamento da hipertrigliceridémia é reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Ainda não se sabe se a simples redução dos valores dos triglicéridos é suficiente para obter estes resultados.

Por isso, a “gestão” da hipertrigliceridémia deve sempre incluir medidas de tratamento que se sabe que são benéficas para pacientes com alto risco cardiovascular, a saber:

  • Dieta equilibrada
  • Prática de exercícios físicos
  • Perda de peso
  • Controle do diabetes
  • Controle do colesterol LDL e HDL

Dieta para baixar os triglicerídeos

Em relação à dieta, pacientes com triglicerídeos elevados devem evitar alimentos ricos em hidratos de carbono e gorduras.

Devem preferir os seguintes alimentos:

  • Fibras
  • Peixes e alimentos ricos em gordura insaturada e pobre em gorduras saturadas
  • Pães, biscoitos e cereais que contenham aveia, grãos integrais, cevada, milho, arroz ou trigo como primeiro ingrediente
  • Prefira o arroz integral e as massas à base de trigo integral
  • Nas bebidas, evite o álcool e os refrigerantes
  • Leite desnatado

Quando pensamos em baixar o colesterol LDL o mais importante é evitar alimentos gordurosos. Quando pensamos em baixar os triglicerídeos, limitar o consumo de hidratos de carbono e calorias é o tratamento mais eficaz.

Jejum intermitente ajuda a baixar os triglicerídeos?

Sim, um dos benefícios do jejum intermitente é baixar os níveis de triglicerídeos. Aconselha-se a começar pelo jejum mais fácil de fazer que dura 12 horas e começa após o jantar, inclui as horas de sono e continua até ao dia seguinte até perfazer 12 horas, Por exemplo acabar o jantar ás 20 h e não comer nada até ás 8 do dia seguinte. Este jejum é mais fácil mas deve ser feito diariamente.

Leia o nosso artigo sobre JEJUM INTERMITENTE, 21 RESPOSTAS ESSENCIAIS

JEJUM INTERMITENTE apresentação melhorsaude.org

Medicamentos para os triglicerídeos quais os mais eficazes?

Nos doentes com  triglicerídeos acima de 200 mg/dL, o tratamento com medicamentos deve ser considerado. É importante destacar que o uso de medicamentos para controlar a hipertrigliceridémia de modo algum exclui a necessidade do paciente mudar hábitos de vida.

Se não houver controle na dieta, perda de peso, controle do diabetes e aumento da carga de exercícios físicos, o beneficio do tratamento farmacológico ficará muito aquém do desejado.

Se além da hipertrigliceridémia o paciente também tiver níveis elevados de colesterol, o uso das estatinas, deve ser considerado. As mais usadas são:

  • Sinvastatina (Zocor®),
  • Pravastatina (Pravacol®),
  • Rosuvastatina (Crestor®),
  • Atorvastatina (Zarator®).

Estas drogas agem mais sob o colesterol, mas também tem algum efeito sobre os níveis de triglicéridos.

Fibratos o que são?

Os fibratos são drogas mais específicas para reduzir níveis de triglicerídeos, podendo alcançar reduções de até 70% em alguns casos. Estas drogas, porém, não agem sobre os valores de colesterol. Os mais utilizados são:

  • Gemfibrozil (Lopid®, Lipoite Forte),
  • Fenofibrato (Catalip®, Lipofen® e Supralip®)
  • Bezafibrato (Bezalip® e Bezalip Retard®),
  • Ciprofibrato (Fibranin® e Lipanor®).

Se houver necessidade de associar uma estatina a um fibrato, o Fenofibrato deve ser a droga de escolha pois apresenta menos riscos de interação medicamentosa.

EPA e DHA (ômega 3) são eficazes?

O suporte científico sobre os benefícios do EPA e DHA não são consensuais. Assim suplementos ricos em óleo de peixe ricos em ácidos gordos ômega 3) parecem ser eficazes para redução da hipertrigliceridémia. No entanto, para existir esse efeito, as doses devem ser elevadas, acima de doses 3 gramas por dia, o que significa pelo menos 4 cápsulas por dia. Estas dosagens elevadas podem de facto baixar os triglicéridos mas ao mesmo tempo causar efeitos secundários, nomeadamente gastrointestinais!

Os óleos de peixe ricos em ácidos gordos ômega 3 mais utilizados são:

  • Ácido eicosapentaenoico ( EPA )
  • Ácido docosaexaenoico ( DHA )

Alguns doentes não toleram doses muito altas de óleo de peixe, apresentando diarreia e cólicas abdominais.

Concluindo

Atualmente os triglicéridos podem ser medidos facilmente numa Farmácia perto de si, após um jejum, se possível, de 12 horas para conseguir um resultado mais rigoroso. Se se sente bem de saúde faça, pelo menos uma vez por ano, os testes para conhecer os seus valores em jejum de Glicémia, Colesterol e Triglicerídeos. Se estiver tudo bem ótimo está de parabéns! Mas se algum desses valores estiver fora dos valores de referência então ainda vai a tempo de falar ao seu médico e corrigir o que for necessário para evitar problemas cardiovasculares muito graves! O ditado é antigo mas é verdadeiro:  Prevenir é o melhor remédio!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências

  • H. Lodish, Molecular cell biology, Fifth Edition, W. H. Freeman: New York, 2004, ISBN: 0716743663
  • A. Lehninger, D. Nelson, M. Cox, Lehninger principles of biochemistry , Fifth Edition, W.H. Freeman: New York, 2008, ISBN: 9780716771081.
  • R. Garrett, C. Grisham, Biochemistry, Third Edition, Brooks Cole: 2004, ISBN: 0534490336.
  • https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2664115/
  • Fonseca, Krukemberghe. «Lípidios»
  • Coffman, Melodie Anne. «Definição de HDL, LDL e VLDL» (em inglês)
  • Smith LL. Another cholesterol hypothesis: cholesterol as antioxidant. Free Radic Biol Med 1991;11:47-61. PMID 1937129

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Covid longa surpreendente e debilitante

A Covid longa (CL), também conhecida como síndrome pós-Covid, é uma condição que afeta algumas pessoas após a infeção inicial pelo SARS-CoV-2. Afeta já mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo e os números continuam a aumentar. Mesmo após a recuperação da fase aguda da doença, muitos pacientes continuam a experienciar uma variedade de sintomas debilitantes que podem durar semanas, meses ou até mais, com particular relevância nos doentes que tiveram infeção moderada a grave. Este artigo explora os mecanismos de ação do vírus, os grupos de risco, sintomas comuns, diagnóstico, prevenção, impacto na qualidade de vida e as pesquisas recentes.

Descreve-se de seguida a estrutura deste artigo e os pontos mais relevantes nele tratados:

  • Principais Conclusões
  • Mecanismos de Ação do SARS-CoV-2 no Corpo Humano
  • Danos pulmonares
  • Complicações cardiovasculares
  • Impactos no Sistema Nervoso
  • Grupos de risco
  • Pacientes hospitalizados
  • Indivíduos com comorbidades
  • Não vacinados
  • Sintomas comuns
  • Fadiga crónica
  • Problemas respiratórios persistentes
  • Distúrbios neurológicos
  • Diagnóstico
  • Desafios no diagnóstico
  • Importância do acompanhamento médico
  • Exames e avaliações necessárias
  • Prevenção
  • Importância da vacinação
  • Medidas de prevenção durante a infeção
  • Cuidados pós-infeção
  • Impacto da Covid longa na qualidade de vida
  • Consequências psicológicas
  • Limitações físicas
  • Reintegração social
  • Pesquisas e estudos recentes
  • Conclusão
  • Perguntas frequentes

Principais conclusões

  • A Covid longa pode afetar qualquer pessoa que tenha sido infetada pelo SARS-CoV-2, independentemente da gravidade inicial da infeção.
  • Os sintomas da Covid longa são variados e podem incluir fadiga crónica, problemas respiratórios persistentes e distúrbios neurológicos.
  • Pacientes hospitalizados, indivíduos com comorbidades e não vacinados estão em maior risco de desenvolver Covid longa.
  • O diagnóstico da Covid longa é desafiador e requer um acompanhamento médico cuidadoso e exames específicos.
  • A vacinação e medidas de prevenção durante e após a infeção são cruciais para reduzir o risco de desenvolver Covid longa.

Mecanismos de ação do SARS-CoV-2 no corpo humano

Danos pulmonares

O SARS-CoV-2 infecta vários tipos de células humanas, causando um desequilíbrio nas suas proteínas e no seu metabolismo. Este desequilíbrio resulta na liberação de proteínas inflamatórias chamadas citoquinas, que iniciam um processo inflamatório nos pulmões. A inflamação pulmonar pode levar a dificuldades respiratórias graves e, em casos extremos, à Síndrome Aguda Respiratória Grave (SARG).

Complicações cardiovasculares

A inflamação causada pelo vírus não se limita aos pulmões. As citoquinas inflamatórias podem-se espalhar pelo corpo, afetando também o coração. Isto pode resultar em miocardite, arritmias e outras complicações cardiovasculares. A resposta inflamatória exacerbada é um dos principais mecanismos que levam a estas complicações.

Impactos no sistema nervoso

O SARS-CoV-2 também pode afetar o sistema nervoso, causando uma variedade de sintomas neurológicos. A inflamação e a resposta imunológica podem levar a condições como encefalite, perda de olfato e paladar, e até mesmo acidentes vasculares cerebrais. Estes impactos no sistema nervoso são uma área de estudo contínuo, dada a sua complexidade e gravidade.

Grupos de risco para Covid longa

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de CL são a asma, diabetes mellitus tipo 2, obesidade, depressão clínica pré-existente, hipotiroidismo, COVID-19 grave que exigiu hospitalização e um maior número de sintomas durante a infeção aguda. Outros fatores de risco para a CL incluem a presença de determinados sintomas durante a doença aguda – falta de ar (dispneia), fadiga, dores de cabeça, anosmia, mialgia, idade avançada, sexo feminino, privação socioeconómica e pertença a uma minoria étnica. Vários outros fatores contribuintes podem aumentar o risco de desenvolver LC, como a reativação viral de Epstein-Barr induzida por COVID, a presença de autoanticorpos pré-existentes no momento da infeção e uma carga viral elevada de SARS-CoV-2 durante a infeção aguda.

Pacientes hospitalizados

Pessoas que sofreram uma doença COVID-19 mais grave, especialmente aquelas que foram hospitalizadas ou precisaram de cuidados intensivos, estão em maior risco de desenvolver Covid longa. A gravidade da infeção inicial pode levar a danos prolongados em vários sistemas do corpo, aumentando a probabilidade de sintomas persistentes.

Indivíduos com comorbidades

Indivíduos que tinham comorbidades antes do COVID-19, como diabetes, hipertensão ou doenças cardíacas, também apresentam um risco elevado. Essas condições preexistentes podem agravar a resposta inflamatória do corpo ao vírus, resultando numa recuperação mais lenta e em sintomas prolongados.

Não vacinados

Se as vacinas provarem a sua eficácia e segurança com estudos independentes, então os não vacinados contra a Covid-19 têm maior risco de desenvolver Covid longa quando comparado com pessoas que foram vacinadas. Não se vacinar aumenta a probabilidade de ter a condição, pois a vacinação ajuda a reduzir a gravidade da infeção inicial e, consequentemente, a probabilidade de sintomas persistentes.

Sintomas comuns

Fadiga crónica

A fadiga crónica é um dos sintomas mais reportados por pacientes com Covid longa. Este cansaço extremo pode interferir significativamente na vida diária, tornando tarefas simples extenuantes. Além disso, a fadiga pode ser acompanhada por mal-estar após esforço físico ou mental, dificultando ainda mais a recuperação.

Problemas respiratórios persistentes

Os problemas respiratórios são uma das principais queixas. Tosse persistente, dificuldade para respirar e dor de garganta são comuns. Estes sintomas podem variar em intensidade e, às vezes, desaparecer e voltar novamente, complicando o diagnóstico e o tratamento.

Distúrbios neurológicos

A Covid longa também pode causar uma série de distúrbios neurológicos. Pacientes relatam tonturas ao levantar, mudanças na perceção de cheiro ou sabor e mesmo depressão e ansiedade. Estes sintomas neurológicos podem ser debilitantes e requerem acompanhamento médico contínuo.

Sintomas e efeitos adversos da covid longa podem ser variados e persistentes, afetando múltiplos sistemas do corpo humano.

Diagnóstico da Covid longa

Desafios no diagnóstico

Diagnosticar pode ser um processo complexo. Muitas vezes, as avaliações clínicas e os resultados de exames, como análises de sangue, radiografias de tórax e eletrocardiogramas, podem apresentar resultados normais. Ferramentas diagnósticas são fundamentais para mitigar os desafios, mas não há um teste específico para identificar a condição. É crucial relatar todos os sinais e sintomas a um profissional de saúde para um diagnóstico preciso.

Importância do acompanhamento médico

O acompanhamento médico contínuo é essencial para a gestão da Covid longa. Um profissional de saúde de confiança deve avaliar criteriosamente as queixas e o contexto dos sintomas. Este acompanhamento permite um cuidado adequado e um tratamento personalizado, ajustando-se às necessidades de cada paciente.

Exames e avaliações necessárias

Para um diagnóstico mais preciso, diversos exames podem ser realizados, incluindo:

  • Análises de sangue
  • Radiografias de tórax
  • Eletrocardiogramas

Estes exames ajudam a conhecer os sistemas e órgãos afetados e a identificar as evidências. A combinação de diferentes ferramentas diagnósticas pode fornecer uma visão mais abrangente do quadro clínico do paciente.

Prevenção

Importância da vacinação

Se a segurança, qualidade e eficácia das vacinas for comprovada por estudos independentes, então a vacinação atualizada pode ajudar a prevenir a covid longa e formas graves da doença.

Medidas de prevenção durante a infeção

Para minimizar o risco de covid longa, é fundamental adotar medidas preventivas durante a infeção. Isso inclui o uso de máscaras, higienização frequente das mãos e o distanciamento social. Essas práticas ajudam a reduzir a carga viral e, consequentemente, a gravidade da infeção.

Cuidados pós-infeção

Após a recuperação inicial da covid-19, é importante continuar com cuidados de saúde. Acompanhamento médico regular e a realização de exames podem detectar precocemente quaisquer complicações. Além disso, manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e exercícios físicos, pode contribuir para uma recuperação mais completa.

A prevenção é a melhor estratégia para evitar os efeitos debilitantes da covid longa. Proteger-se e proteger os outros é um ato de responsabilidade coletiva.

Impacto na qualidade de vida

A Covid longa tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, afetando tanto o bem-estar físico quanto o psicológico. As sequelas da covid-19 afetam qualidade de vida, segundo especialistas, e podem se prolongar por pelo menos três meses após a infeção. Este impacto é multifacetado e pode variar de pessoa para pessoa, mas há alguns aspetos comuns que merecem destaque.

Consequências psicológicas

Os pacientes frequentemente relatam sintomas como ansiedade, depressão e stresse pós-traumático. A incerteza sobre a duração dos sintomas e a falta de respostas claras podem agravar esses problemas psicológicos. É crucial que os pacientes recebam apoio psicológico adequado para lidar com essas questões.

Limitações físicas

A Covid longa pode causar fadiga crónica, dores musculares e articulares e dificuldades respiratórias persistentes. Essas limitações físicas podem impedir a realização de atividades diárias e reduzir a capacidade de trabalho, impactando negativamente a qualidade de vida.

Reintegração social

A reintegração social pode ser um desafio para aqueles que sofrem de Covid longa. A estigmatização e a falta de compreensão por parte da sociedade podem levar ao isolamento social. Programas de apoio comunitário e a sensibilização pública são essenciais para facilitar a reintegração desses indivíduos na sociedade.

Pesquisas e estudos recentes

Estudos recentes têm revelado informações cruciais sobre a Covid longa. Um estudo norte-americano identificou que 64% das pessoas que tiveram a forma grave da doença continuavam com um ou mais sintomas depois de um ano. Outra pesquisa, publicada na eClinicalMedicine, revelou que já foram identificados 203 sintomas associados à Covid longa, afetando 10 órgãos diferentes do corpo humano.

Diversas instituições estão na vanguarda das pesquisas sobre a Covid longa. A Fiocruz, por exemplo, acompanhou pacientes por 14 meses para entender melhor a síndrome. Outras instituições, como o CDC e a OPAS, também estão realizando estudos significativos para mapear os efeitos a longo prazo da doença.

As perspetivas futuras para o entendimento da Covid longa são promissoras. Os pesquisadores estão focados em identificar biomarcadores que possam prever a suscetibilidade à condição. Além disso, há um esforço contínuo para desenvolver tratamentos mais eficazes e estratégias de reabilitação para os afetados.

Pesquisas e estudos recentes sobre Covid Longa têm revelado informações cruciais para a compreensão e tratamento desta condição debilitante. Para saber mais sobre os últimos avanços e tratamentos, visite o nosso site e explore os artigos mais recentes.

Conclusão

A Covid longa representa um desafio significativo para a saúde pública, afetando uma ampla gama de indivíduos, independentemente da gravidade inicial da infecção. Estudos indicam que pessoas não vacinadas, aquelas com comorbidades pré-existentes e pacientes que sofreram casos graves de Covid-19 estão em maior risco. A complexidade dos sintomas e a dificuldade de diagnóstico tornam essencial a consulta com profissionais de saúde para um acompanhamento adequado. A prevenção, através da vacinação e de medidas de proteção, continua a ser a melhor estratégia para mitigar os efeitos a longo prazo desta doença. É imperativo que a comunidade científica continue a investigar e a compreender melhor a Covid longa para desenvolver intervenções eficazes e melhorar a qualidade de vida dos afetados.

Perguntas frequentes

O que é Covid longa?

Covid longa, também conhecida como pós-Covid, é uma condição onde indivíduos que foram infectados pelo SARS-CoV-2 continuam a experienciar sintomas mesmo após a fase aguda da infecção ter terminado.

Quais são os sintomas comuns?

Os sintomas comuns incluem fadiga crônica, problemas respiratórios persistentes, distúrbios neurológicos, mal-estar após esforço e febre.

Quem está mais exposto?

Pessoas que tiveram casos graves de Covid-19, aquelas com comorbidades pré-existentes e indivíduos que não foram vacinados estão mais propensos a desenvolver Covid longa.

Como é diagnosticada?

O diagnóstico da Covid longa pode ser desafiador, pois não há um teste específico. É necessário relatar os sintomas a um profissional de saúde, que fará uma avaliação detalhada do quadro clínico e histórico do paciente.

É possível prevenir?

Sim, a vacinação é uma das principais medidas de prevenção. Além disso, seguir as recomendações de prevenção durante a infeção e cuidar da saúde no período pós-infeção são importantes.

Pode afetar crianças?

Sim, a Covid longa pode afetar qualquer pessoa que foi infectada pelo SARS-CoV-2, incluindo crianças, jovens e adultos, mesmo aqueles que tiveram sintomas leves durante a infecção.

Bibliografia

Esclerose múltipla e doença do beijo toda a verdade

Uma equipa de investigadores da HARVARD T. H. Chan School of Public Health (HSPH) diz ter descoberto evidências circunstanciais mostrando que a esclerose múltipla é causada pela infeção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) que causa a mononucleose ou doença do beijo. A pesquisa foi publicada online na revista Science e noticiada por associações relevantes como a National Multiple Sclerosis Society.

Esclerose múltipla o que é? Quais os sintomas?

A esclerose múltipla (EM) é uma doença na qual o sistema imunológico ataca as bainhas de mielina protetoras que cobrem as fibras nervosas, levando a sintomas como:

  • Fraqueza muscular e perda de destreza em uma perna ou mão, que pode se tornar rígida;
  • Dormência, ou formigueiro;
  • Dor;
  • Fadiga;
  • Perda de coordenação e equilíbrio;
  • Ardor e comichão nos braços, pernas, tronco ou face e, algumas vezes, uma menor sensibilidade ao toque;
  • Problemas de visão.

Causas

A causa da esclerose múltipla é desconhecida, mas a explicação provável é que as pessoas são expostas no início da vida a um vírus (possivelmente um herpesvírus ou retrovírus) ou a alguma substância desconhecida que, de alguma maneira, aciona o sistema imunológico para atacar os tecidos do próprio corpo (reação autoimune). A reação autoimune causa inflamação, que provoca lesão na bainha de mielina e nas fibras nervosas subjacentes.

Os genes parecem desempenhar um determinado papel na esclerose múltipla. Por exemplo, ter um progenitor ou um(a) irmão/irmã com esclerose múltipla aumenta muito o risco de adquirir a doença. Além disso, tem mais probabilidade de se desenvolver em pessoas com certos marcadores genéticos na superfície das células. Normalmente, esses marcadores (chamados antígenos leucocitários humanos) ajudam o corpo a distinguir o próprio do não próprio e, assim, saber quais substâncias atacar.

Prevalência

A doença, que é incurável, afeta 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas se os resultados do HSPH forem corretos, pode ser possível prevenir a EM, seja desenvolvendo uma vacina contra o vírus Epstein-Barr (EBV) ou desenvolvendo medicamentos antivirais para tratar a infecção por EBV.

Alberto Ascherio, professor de epidemiologia e nutrição e autor sénior do estudo, investiga, há vários anos, a hipótese do vírus Epstein-Barr ser a causa da esclerose múltipla. Mas estabelecer uma relação causal entre as duas doenças tem sido difícil porque o EBV infecta a maioria dos adultos (muitos sem nenhum sinal óbvio de doença), a esclerose múltipla é relativamente rara e os sintomas geralmente começam uma década após a infeção pelo EBV.

Fonte: Science magazine

Para detetar a ligação entre as duas doenças, os pesquisadores analisaram amostras de sangue colhidas a cada dois anos de 10 milhões de militares e ex-militares dos EUA e identificaram 955 que foram diagnosticados com esclerose múltipla durante o serviço militar. Ao analisar amostras de sangue desses pacientes antes de ficarem doentes, os cientistas conseguiram determinar que o risco de desenvolver esclerose múltipla (EM) aumentou 32 vezes após a infeção pelo EBV, mas não após a infeção por outros vírus.

Tratamento

O tratamento atual da esclerose múltipla utiliza as seguintes opções terapêuticas:

  • Corticosteroides;
  • Medicamentos que ajudam a impedir o sistema imunológico de atacar as bainhas de mielina;
  • Medidas para controlar os sintomas.

Corticosteroides

Os corticosteroide são usados no tratamento de uma crise aguda, funcionando como supressores do sistema imunológico. Devem ser administrados durante poucos dias para aliviar sintomas urgentes como perda de visão e falta de força ou coordenação.

Dois dos corticoides mais usados são os seguintes:

  • Prednisolona – por via oral;
  • Metilprednisolona – por via endovenosa.

Efeitos colaterais dos corticosteroides

Os corticosteroides podem baixar as recaídas e reduzir a progressão da esclerose múltipla mas não param a progressão da doença. Além disso não devem ser utlizados por períodos prolongados por causa, principalmente, dos seguintes efeitos secundários:

  • Infeções aumentam;
  • Diabetes são mais prováveis;
  • Peso aumenta;
  • Cansaço;
  • Osteoporose;
  • Úlceras.

Medicamentos para o sistema imunológico

Geralmente são também usados medicamentos que ajudam a impedir o sistema imunológico de atacar as bainhas de mielina que ajudam a reduzir as futuras recaídas. Os principais são os seguintes:

  • Injeções de interferon beta;
  • Injeções de acetato de glatirâmero;
  • Natalizumabe é um anticorpo monoclonal administrado por via intravenosa como infusão, uma vez por mês. É mais eficaz que outros medicamentos ao reduzir a frequência de recaídas e evitar futuras lesões no cérebro. Entretanto, o natalizumabe pode aumentar o risco de uma infecção rara e fatal do cérebro e da medula espinhal (leucoencefalopatia multifocal progressiva).
  • Fingolimode, ozanimode, siponimode, teriflunomida, cladribina e fumarato de dimetila – usados para tratar a esclerose múltipla que ocorre em padrões recorrentes. Esses medicamentos podem ser administrados por via oral. Fingolimode e fumarato de dimetila também aumentam o risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva, embora o risco seja muito menor do que com natalizumabe.
  • Ocrelizumabe – anticorpo monoclonal utilizado para tratar esclerose múltipla que ocorre em padrões recorrentes ou progressivos primários. Ele é administrado como infusão numa veia a cada seis meses. Pode causar reações à infusão que podem incluir erupção cutânea, comichão, dificuldade para respirar, inchaço da garganta, tontura, pressão arterial baixa e frequência cardíaca rápida.
  • Alentuzumabe (utilizado para tratar leucemia) – também um anticorpo monoclonal, é eficaz no tratamento da esclerose múltipla que ocorre em padrões de recaída (padrão de recaída-remissão e padrão recidivante progressivo). Administrado por via intravenosa. No entanto, aumenta o risco de doenças autoimunes graves e determinados tipos de cancro.
  • Mitoxantrona – medicamento para quimioterapia. É administrada apenas quando outros medicamentos não funcionam, no máximo durante dois anos, porque aumenta o risco de lesão cardíaca.
  • Imunoglobulina – administrada por via intravenosa uma vez ao mês, por vezes ajuda quando outros medicamentos não funcionaram. A imunoglobulina é constituída por anticorpos obtidos do sangue de pessoas com um sistema imunológico normal.

Risco de leucoencefalopatia

A leucoencefalopatia multifocal progressiva (Lemp) é uma doença desmielinizante do SNC que decorre da infeção dos oligodendrócitos pelo vírus JC (JCV – vírus John Cunningham) que é um poliomavírus de material genético constituído por DNA e afeta, predominantemente, indivíduos imunodeprimidos.

Os medicamentos que aumentam o risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva como natalizumabe, fingolimode e fumarato de dimetila, devem ser utilizados apenas por médicos experientes, especialmente treinados. Os doentes que tomam devem ser monitorizados para detetar os sinais de leucoencefalopatia multifocal progressiva.

Exames de sangue para o vírus JC, que causa a leucoencefalopatia multifocal progressiva, são realizados periodicamente. Se o doente que estiver a tomar natalizumabe desenvolver leucoencefalopatia multifocal progressiva, pode ser feita troca de plasma para remover o medicamento rapidamente.

Controlar os sintomas

Diversos medicamentos podem ser usados para mitigar sintomas específicos:

  • Espasmos musculares – Relaxantes musculares baclofeno ou tizanidina;
  • Problemas com a marcha –  Dalfampridina, tomada por via oral;
  • Dores por anomalias nos nervos – Medicamentos anticonvulsivantes como gabapentina, pregabalina ou carbamazepina ou, por vezes, antidepressivos tricíclicos como amitriptilina;
  • Tremores – Propranolol como bloqueador beta;
  • Fadiga – Amantadina (usado para tratar a doença de Parkinson) ou, menos frequente, medicamentos usados para tratar a sonolência excessiva (como modafinila, armodafinila ou anfetamina);
  • Depressão – Antidepressivos, como sertralina ou amitriptilina;
  • Incontinência urinária – Oxibutinina e tansulosina;
  • Constipação intestinal – Amolecedores do bolo fecal ou laxantes tomados regularmente.

Medidas gerais de apoio

Os doentes com esclerose múltipla conseguem, geralmente, manter uma vida ativa, mas podem cansar-se mais facilmente e, por vezes, não são capazes de cumprir muitas tarefas importantes. O reforço da motivação psicológica é essencial.

Exercício físico

Exercícios físicos praticados com regularidade, reduzem a espasticidade e contribuem para manter a saúde cardiovascular, muscular e psicológica. Os melhores exemplos são os seguines:

  • Bicicleta estática,
  • Passeios,
  • Natação,
  • Alongamentos.

Fisioterapia

A fisioterapia pode ajudar a manter o equilíbrio, a capacidade de caminhar e o nível de mobilidade, assim como a reduzir a espasticidade e a debilidade. Caminhar melhora qualidade de vida e ajuda a evitar a depressão.

Evitar o calor e o tabaco

Evitar o calor, como os banhos de água quente, pode ajudar, pois o calor pode piorar os sintomas. As pessoas que fumam devem parar.

Vitamina D é muito importante

As pessoas que apresentam níveis baixos de vitamina D tendem a ter esclerose múltipla mais grave e tomar vitamina D também pode reduzir o risco de osteoporose.

Cuidados adicionais

Quando os doentes não são capazes de se mover com facilidade podem aparecer úlceras de decúbito. Assim, tanto os doentes como os seus cuidadores devem ter um cuidado especial para prevenir estas úlceras.

Nas pessoas incapacitadas, os terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos podem ajudar bastante na reabilitação. Os assistentes sociais devem recomendar e ajudar a organizar serviços e equipamentos necessários para esses apoio suplementares.

Concluindo

Embora o estudo publicado na revista Science, não prove causalidade ou descreva um mecanismo pelo qual o EBV leva à esclerose múltipla, é grande o suficiente e a associação forte o suficiente para desencadear o desenvolvimento da vacina contra o EBV. É até possível, diz Ascherio, que “medicamentos antivirais específicos para EBV possam prevenir ou curar a esclerose múltipla”.

Outros investigadores de Harvard que contribuíram para o estudo incluem o ex-professor assistente de epidemiologia Michael Mina, os cientistas pesquisadores Kjetil Bjornevik, Marianna Cortese e Kassandra Munger, o professor Mendel de genética e medicina Stephen Elledge e o professor associado de neurologia Brian C. Healy.

Referências

Doenças da piscina e dor de ouvido

Piscina e doenças toda a verdade sobre as diversas doenças que pode apanhar na água da piscina! Um dia na piscina a descontrair, nadar e relaxar pode ser magnífico! No entanto se a água das piscinas não estiver bem tratada o dia pode acabar em pesadelo com a “hospedagem” no nosso organismo de vírus, bactérias e parasitas que provocam doenças que podem ser muito perigosas!

Por exemplo, nas páginas Swimming pools  e Stay Safe In and Around Swimming Pools do CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas.

Neste artigo vou falar das seguintes doenças:


Leia também: Como bronzear sem queimar?


Piscina e doenças que pode apanhar na água

A água da piscina é geralmente uma água artificial no sentido em que raramente é usada água captada directamente do mar ou de um rio com água de alta qualidade não poluida. Sendo assim tem de ser cuidadosamente tratada para eliminar inumeros microorganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas patogénicos que estão sempre á espreita de uma oportunidade de se instalarem num hospedeiro humano e conseguirem reproduzir-se mais depressa!

Além disso os tratamentos quimicos aplicados á água da piscina também têm os seus efeitos adversos no organismo humano. Assim descrevo de seguida algumas doenças que, se não tiver cuidado, pode apanhar na sua visita á piscina.

Otite externa

Também designada otite de surfista ou de mergulhador. É provocada habitualmente pela entrada de água no ouvido, associada a um quadro clínico de otalgia (dor de ouvido). Ocorre frequentemente após entrada de água no ouvido ou em situações de infeção e eczema do canal auditivo externo. Trata-se de uma inflamação da orelha externa e do canal auditivo.

Leia também: Dor de ouvido tudo o que não sabe.

Diarreia

Os vírus e as bactérias que provocam diarreia são a principal fonte de contágio nas piscinas. De acordo com o CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas. Os germes que causam diarreia conseguem sobreviver vários dias antes de serem eliminados pelo cloro. Para ficar doente basta engolir uma pequena quantidade da água infectada das piscinas.

Giardíase

A giardíase é uma infeção intestinal causada por um parasita microscópico. Pode provocar sintomas como cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia. A infeção pode ser causada por parasitas encontrados em riachos, lagos, piscinas ou zonas aquáticas de recreação. A maneira mais comum de se infetar com giardíase é engolir água contaminada, por exemplo da piscina.

Animais e crianças que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar piscinas e spas. É mais frequente em crianças e em doentes com infeção por VIH/SIDA, fibrose quística e outras formas de imunodeficiência pois têm um sistema imunitário mais frágil. Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em crianças com idades entre um e cinco anos, foi detetada uma taxa de infeção de 3,4% por Giardia lamblia.

Leia também: Como fortalecer o seu sistema imunitário, toda a verdade!

Criptosporidíase

Criptosporidíase é uma doença causada pelos parasitas unicelulares coccidios Cryptosporidium parvum e C.hominis. Estes podem ser ingeridos juntamente com comida ou água contaminada. Infetam o intestino, onde se reproduzem. Em pessoas imunosuprimidas causam gastroenterite, diarreia, dor abdominal e náuseas. Uma pessoa com diarreia e com este tipo de bactéria pode facilmente contaminar a água.

Legionella

Na legionella segundo explica o médico e patologista clínico Germano de Sousa, a infeção pela bactéria legionella pneumophila pode causar a febre de Pontiac (manifestação ligeira da bactéria com sintomas semelhantes a uma gripe) e a Doença dos Legionários, a manifestação mais grave, que consiste num tipo de pneumonia potencialmente letal.

A legionella está geralmente presente em ecossistemas naturais de água doce e quente, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também piscinas. A infeção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis/gotículas contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis e que chegam aos pulmões. Não existe transmissão de pessoa para pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.

Leia também: Pneumonia causas sinais e toda a verdade

Irritação química

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos lembra que os nadadores e utilizadores da piscina queixam-se recorrentemente de ardor nos olhos, irritação nasal ou dificuldades em respirar. A investigação revelou que estes sintomas surgem devido à acumulação de substâncias irritantes na água e no ar, conhecidas como cloraminas. Essa irritação é provocada pela combinação do cloro com sub-produtos. Estes subprodutos são o resultado da ligação do suor, urina e outros resíduos dos nadadores/utilizadores ao cloro.

Dermatite ou foliculite

É uma inflamação dos folículos capilares causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. A foliculite é sobretudo diagnosticada em pessoas que usam jacuzzi, sauna, piscina ou banheira de hidromassagem. Qualquer pessoa exposta a água contaminada com esta bactéria pode contrair este tipo de foliculite. Trata-se de uma inflamação da raiz dos pelos que, normalmente, pode ser tratada em casa com o uso de sabão anti-séptico ou fármacos prescritos por clínicos. Os sintomas de foliculite por Pseudomonas aeruginosa aparecem primeiro como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e pernas.

Piolhos

Os piolhos não são susceptíveis de serem transmitidos através da água das piscinas. Embora os níveis de cloro da piscina também não matem os piolhos, estes dificilmente conseguem sobreviver debaixo de água uma vez que não se conseguem parasitar. Porém, os piolhos podem espalhar-se em balneários. Basta partilhar toalhas, escovas de cabelo, toucas ou outros itens que tenham estado em contacto com o cabelo de uma pessoa infetada para adquirir a “praga”.

Infeções estafilocócicas

Embora não tenha havido relatos de transmissão deste tipo de bactéria através de águas de recreio, há um risco potencial de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações de recreio através do contacto com a infeção de pessoa para pessoa ou através de objetos e superfícies contaminadas.

Trata-se de uma bactéria que vive muitas vezes no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infeção (espinhas, furúnculos e celulites) até infecões graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e outras), dependendo do sistema imunitário e do historial clínico de cada pessoa.

Os sintomas mais comuns deste tipo de infeções são náuseas e vómitos, por vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. A melhor forma de as evitar é não frequentar águas de recreio se tiver infeções cutâneas ou irritações da pele, manter todas as superfícies tocadas ou manipuladas com frequência limpas e não partilhar objetos pessoais como lâminas ou escovas.

Teníase

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos alerta para vários cuidados a ter de forma a evitar este tipo de doença, embora admita que dificilmente a teníase se propague através da água das piscinas. Esta infeção ocorre quando uma pessoa engole ovos de ténia presentes em superfícies ou dedos contaminados. Esta instituição lembra que os fatos de banho devem ser lavados e secos a cada utilização. Por outro lado, todas as pessoas devem lavar as mãos antes e depois de usar a casa da banho.

Molusco contagioso vírus ou Molluscum contagiosum virus

O vírus Molusco contagioso ou Molluscum contagiosum é uma doença dermatológica causada pelo Molluscum contagiosum. Caracteriza-se por bolhas rosadas ou brancas pela pele em qualquer parte do corpo e podem dar comichão. É mais comum em crianças dos 0 aos 12 anos de idade e transmitido por contato físico. Desaparecem sozinhas em 6 a 12 meses, mas podem deixar cicatrizes.

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Como se transmite?

O vírus é transmitido por contato físico ou por tecidos, por exemplo tocando a mão de alguém que coçou uma bolha causada por molusco contagioso ou compartilhando toalhas. Pode ser transmitido através de contato sexual. É mais comum em locais húmidos e com muita gente a viver na mesma casa que partilham as mesmas toalhas e roupas, uma vez que essas condições são favoráveis para a transmissão do vírus. É mais comum em crianças e imunodeprimidos.

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Parâmetros microbiológicos de avaliação obrigatória

Os parâmetros microbiológicos avaliados são no caso das piscinas de utilização colectiva os referenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP (INSA), e por outros documentos oficiais. Para o caso das piscinas de empreendimentos turísticos e de hidroterapia e com fins terapêuticos, são os indicados no Decreto-Regulamentar n.º 5/97, de 31 de Março:

  • Germes totais 37ºC (às 48 horas para piscinas de utilização colectiva, e às 24 horas para piscinas de empreendimentos turísticos, de hidroterapia e com fins terapêuticos)
  • Coliformes totais
  • Escherichia coli
  • Enterococos fecais
  • Estafilococos produtores de coagulase
  • Total de Estafilococos
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Legionella (desejável nos jacúzis)

Parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação

Os parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação, devendo a sua determinação ser feita sistematicamente no local de colheita, são os seguintes:

  • Temperatura
  • Cloro residual livre
  • Cloro combinado
  • Bromo total
  • pH (quando não houver possibilidade de determinação laboratorial)

A determinar em laboratório:

  • pH
  • Turvação
  • Condutividade
  • Oxidabilidade
  • Cloretos
  • Amoníaco (a pedido da Autoridade de Saúde)

Considera-se desejável, quando se justifique, proceder-se à determinação de:

  • Ácido isocianúrico (quando forem utilizados como desinfectantes os derivados de ácido isocianúrico)
  • Brometos
  • Trihalometanos
  • Ozono
  • Outros desinfectantes

Leia também: Orientações do Programa de Vigilância Sanitária das Piscinas

Concluindo

Antes de escolher uma piscina tente informar-se sobre a qualidade da água, frequência das análises e resultados disponiveis para consulta pública. Se conhecer alguém que tenha frequentado a piscina pergunte se houve algum problema de saúde nos dias seguintes a ter estado na piscina.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

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Ozempic semaglutido diabetes e riscos da acentuada perda de peso

O Ozempic é um medicamento amplamente utilizado no tratamento da diabetes tipo 2 e, mais recentemente, tem ganho popularidade como uma opção para a perda de peso. No entanto, como qualquer medicamento, o Ozempic apresenta tanto benefícios quanto efeitos adversos que devem ser cuidadosamente considerados. Este artigo explora os mecanismos de ação, benefícios e os potenciais riscos associados ao seu uso.

Principais conclusões

  • O Ozempic atua através da regulação dos níveis de glicose e promovendo a sensação de saciedade.
  • Os principais benefícios do Ozempic incluem a melhoria no controle glicémico e a redução do peso corporal.
  • Entre os efeitos adversos mais comuns estão náuseas, vómitos, diarreia e dor abdominal.
  • O uso prolongado de Ozempic pode levar a riscos como obstrução intestinal e desidratação.
  • A supervisão médica é crucial para minimizar os riscos e garantir a eficácia do tratamento com Ozempic.

Mecanismo de ação do Ozempic

Como funciona o semaglutido

O Ozempic, cujo princípio ativo é a semaglutida (ou semaglutido), é um análogo da hormona GLP-1 (glucagon-like peptide-1) mais propriamente da classe dos agonistas dos receptores do GLP-1, da qual também fazem parte os fármacos: liraglutida (Saxenda®), dulaglutida (Trulicity®), exenatida, lixisenatida e tirzepatida (Mounjaro®). Este medicamento atua principalmente no trato gastrointestinal e no sistema nervoso central. A semaglutida estimula a secreção de insulina pelo pâncreas e diminui a secreção de glucagon, mas apenas quando os níveis de glicose no sangue estão elevados. Além disso, retarda o esvaziamento gástrico, promovendo uma sensação de saciedade mais prolongada.

Posologia

Não deve ser administrado por via intravenosa ou intramuscular. Deve ser administrado uma vez por semana a qualquer hora do dia, com ou sem refeições. 

Efeitos no metabolismo da glicose

A semaglutida ajuda a regular os níveis de glicose no sangue através de dois mecanismos principais: aumento da secreção de insulina e redução da secreção de glucagon. Estes efeitos são dependentes dos níveis de glicose, o que minimiza o risco de hipoglicemia. Este duplo mecanismo é crucial para o controle glicémico em pacientes com diabetes tipo 2.

Impacto na sensação de saciedade

O Ozempic também atua nas vias de regulação do apetite no sistema nervoso central. Ao retardar o esvaziamento gástrico, prolonga a sensação de saciedade, o que pode contribuir para a redução do peso corporal. Este efeito é particularmente útil não só para o controle da diabetes, mas também para o tratamento da obesidade.

Benefícios do Ozempic no tratamento da Diabetes tipo 2

Melhoria no controle glicémico

O Ozempic® é usado, em conjunto com dieta e exercícios, para tratar pacientes adultos com diabetes tipo 2 não satisfatoriamente controlada. Estudos mostram que o medicamento ajuda a reduzir significativamente os níveis de glicose no sangue, proporcionando um melhor controle glicémico e reduzindo a necessidade de outras medicações antidiabéticas.

Redução do peso corporal

Além de melhorar o controle glicémico, o Ozempic tem como um dos efeitos a perda de peso. Pacientes em tratamento com Ozempic podem perder até 17% do peso corporal, o que contribui para a melhoria dos parâmetros metabólicos, como a redução da taxa de triglicerídeos, colesterol e glicemia. Esta redução de peso é particularmente benéfica para pacientes com diabetes tipo 2, que frequentemente enfrentam desafios relacionados à obesidade.

Prevenção de complicações diabéticas

O uso contínuo de Ozempic pode ajudar na prevenção de complicações diabéticas a longo prazo. Ao melhorar o controle glicémico e promover a perda de peso, o medicamento reduz o risco de complicações como doenças cardiovasculares, neuropatia diabética e retinopatia. A combinação desses benefícios torna o Ozempic uma opção eficaz na gestão abrangente da diabetes tipo 2.

O Ozempic® é uma ferramenta valiosa no tratamento da diabetes tipo 2, oferecendo múltiplos benefícios que vão além do simples controle da glicemia.

Uso do Ozempic na perda de peso

Eficácia na redução de peso

O Ozempic, medicamento da farmacêutica Novo Nordisk, tem ganhado popularidade devido aos seus efeitos significativos na perda de peso. Estudos clínicos indicam que pacientes podem perder até 17% do peso corporal com o uso da medicação. Este efeito é particularmente notável em pacientes obesos, que também apresentam melhorias nos parâmetros metabólicos, como a redução dos níveis de triglicerídeos, colesterol e glicemia.

Comparação com outros medicamentos

Quando comparado com outros medicamentos para perda de peso, o Ozempic demonstra uma eficácia superior. O semaglutido, principal componente do Ozempic, é mais eficaz na redução de peso do que outros fármacos disponíveis no mercado. No entanto, é importante destacar que a dose utilizada nos estudos clínicos (2,4 mg) é superior à dose máxima recomendada para o Ozempic (1 mg).

Estudos clínicos relevantes

Diversos estudos clínicos têm sido conduzidos para avaliar a eficácia do Ozempic na perda de peso. Um dos principais estudos indicou uma perda média de 14,9% do peso total em 17 meses. Estes resultados são promissores, mas é crucial que o uso do medicamento seja supervisionado por um profissional de saúde para evitar efeitos adversos e garantir a segurança do paciente.

O uso do Ozempic para emagrecer deve ser sempre acompanhado por um médico, garantindo que a progressão da dose seja feita corretamente e minimizando riscos como enjoos, vómitos, desidratação e perda de massa muscular.

Efeitos gastrointestinais do Ozempic

Náuseas e vómitos

Durante o tratamento com Ozempic, é comum que os pacientes experimentem náuseas e vómitos. Estes efeitos colaterais podem ser temporários e tendem a diminuir com o tempo. É crucial manter uma boa hidratação para evitar complicações como a desidratação, especialmente em indivíduos com problemas renais.

Diarreia e obstipação

A diarreia e a constipação são outros efeitos adversos frequentes associados ao uso do Ozempic. Estes sintomas podem variar em intensidade e duração, mas geralmente são geridos com ajustes na dieta e hidratação adequada. A monitorização contínua pelo médico é essencial para garantir que os efeitos terapêuticos do medicamento superem os desconfortos gastrointestinais.

Dor abdominal e gases

Dor abdominal e gases são queixas comuns entre os utilizadores de Ozempic. Estes sintomas podem ser desconfortáveis, mas são geralmente transitórios. Aconselha-se aos pacientes que relatem qualquer dor abdominal persistente ao seu médico para uma avaliação mais detalhada.

Manter uma comunicação aberta com o seu médico pode ajudar a gerir eficazmente os efeitos gastrointestinais do Ozempic, garantindo assim uma melhor adesão ao tratamento e otimização dos seus benefícios.

Efeitos adversos comuns do Ozempic

Fadiga e tonturas

A fadiga e as tonturas são efeitos adversos frequentes do uso do Ozempic. Estes sintomas podem ocorrer devido à redução da ingestão alimentar, uma vez que o medicamento promove a sensação de saciedade. É importante monitorizar estes sintomas e consultar um médico se persistirem.

Pulso acelerado

O pulso acelerado é um dos efeitos adversos pouco frequentes associados ao Ozempic. Este sintoma pode ser preocupante e deve ser avaliado por um profissional de saúde para garantir que não há complicações subjacentes.

Erupções cutâneas

As erupções cutâneas são consideradas efeitos adversos graves e, embora sejam raras, podem indicar uma reação alérgica ao medicamento. Caso ocorram, é crucial interromper o uso do Ozempic e procurar assistência médica imediata.

Riscos do Uso Prolongado de Ozempic

Obstrução intestinal

O uso prolongado de Ozempic pode levar ao aumento do volume do intestino delgado, resultando em obstrução intestinal. Este efeito adverso é particularmente preocupante, pois pode necessitar de intervenção médica urgente. É crucial que os pacientes sigam a dosagem prescrita pelo médico para minimizar este risco.

Desidratação e desnutrição

A rápida perda de peso associada ao uso de Ozempic pode causar desidratação e desnutrição. Estes efeitos são frequentemente exacerbados por náuseas, vómitos e diarreia, que são comuns durante o tratamento. Para evitar complicações, é essencial manter uma hidratação adequada e uma dieta equilibrada.

Perda de massa muscular

A perda de peso rápida e não controlada pode também resultar na perda de massa muscular. Este efeito adverso é particularmente relevante para indivíduos que utilizam Ozempic sem supervisão médica adequada. A perda de massa muscular pode comprometer a força física e a qualidade de vida, tornando a supervisão médica indispensável.

Efeitos do Ozempic na Vesícula Biliar

Formação de cálculos biliares

O uso do Ozempic pode levar à formação de cálculos biliares, especialmente devido à rápida perda de peso que o medicamento pode induzir. A formação de cálculos biliares é um efeito adverso significativo, pois pode causar dor intensa e complicações adicionais.

Impacto da perda rápida de peso

A perda rápida de peso, frequentemente observada em pacientes que utilizam Ozempic, pode aumentar o risco de problemas na vesícula biliar. Este efeito é particularmente preocupante em indivíduos que já possuem predisposição a distúrbios biliares.

Prevenção e tratamento

Para minimizar os riscos associados ao uso de Ozempic, é essencial seguir algumas recomendações:

  • Monitorização regular da função biliar.
  • Manutenção de uma dieta equilibrada e rica em fibras.
  • Hidratação adequada para evitar a formação de cálculos.

É crucial que os pacientes em tratamento com Ozempic sejam acompanhados de perto por profissionais de saúde para prevenir e tratar possíveis complicações na vesícula biliar.

Considerações sobre o Uso Off-Label do Ozempic

Riscos associados

O principal problema apontado pelos médicos em relação ao Ozempic é a forma como muitas pessoas têm utilizado o medicamento. Mesmo que na teoria seja exigida a receita médica para a venda, muitos adquirem o remédio sem indicação médica, e passam a usá-lo sem acompanhamento. Muitos fazem a progressão da dose de forma errada, o que pode causar enjoos, vómitos, desidratação e perda de massa muscular. Isso quando ele não é usado por pessoas que não são obesas e querem perder 3 ou 4 quilos.

Importância da Supervisão Médica

Em caso de dúvidas sobre o uso deste medicamento, converse com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. A supervisão médica é crucial para garantir a posologia correta e minimizar os riscos de efeitos adversos. A farmacêutica Novo Nordisk, que fabrica o medicamento, reforçou em carta encaminhada à imprensa: “É importante ressaltar que a companhia não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off label [uso para outra indicação que não a aprovada pela Anvisa], ou seja, em desacordo com a literatura dos seus produtos. O Ozempic, aprovado e comercializado para diabetes tipo 2, ainda não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para obesidade”.

Casos de Uso Indevido

Entre os efeitos colaterais possíveis do uso do Ozempic, segundo especialistas, estão:

  • Náuseas
  • Inapetência excessiva
  • Diarreia
  • Vómitos
  • Mal-estar
  • Dor de cabeça
  • Dificuldade para se alimentar
  • Desidratação (devido aos vómitos e diarreia)
  • Pedra na vesícula, devido à rápida perda de peso

A experiência terapêutica em pacientes com mais de 75 anos é limitada. Nenhum ajuste de dose é necessário com base na idade de utilização. A experiência com o uso de Ozempic em pacientes com insuficiência hepática grave também é limitada.

Ozempic e saúde mental

O uso do Ozempic tem sido associado a alterações no estado emocional dos pacientes. Alguns estudos indicam que a semaglutida, princípio ativo do Ozempic, pode influenciar os níveis de neurotransmissores no cérebro, o que pode resultar em sintomas de depressão e ansiedade. É crucial que os pacientes relatem qualquer mudança no humor ao seu médico para que ajustes no tratamento possam ser feitos de forma adequada.

A melhoria no controle glicémico e a perda de peso proporcionada pelo Ozempic podem ter um impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, é importante considerar que os efeitos adversos, como náuseas e fadiga, podem contrabalançar esses benefícios. A avaliação contínua da qualidade de vida é essencial para garantir que o tratamento esteja a proporcionar mais benefícios do que malefícios.

Devido aos potenciais efeitos do Ozempic na saúde mental, o acompanhamento psicológico pode ser uma parte importante do tratamento. Este acompanhamento pode ajudar a identificar e gerir sintomas de depressão e ansiedade, bem como a promover estratégias de coping eficazes. A integração de cuidados psicológicos no plano de tratamento pode melhorar significativamente os resultados para os pacientes.

Ozempic e saúde ocular

Retinopatia diabética

O Ozempic, tem mostrado efeitos positivos na gestão da retinopatia diabética. Esta condição, comum em pacientes com diabetes tipo 2, pode ser mitigada com o uso adequado do medicamento, que ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue. A manutenção de níveis glicémicos estáveis é crucial para prevenir danos à retina.

Lesões nos vasos sanguíneos da retina

O semaglutido também pode ter um impacto positivo na prevenção de lesões nos vasos sanguíneos da retina. Estas lesões são frequentemente causadas por níveis elevados de glicose, que danificam os vasos ao longo do tempo. O uso de Ozempic pode ajudar a reduzir este risco, promovendo uma melhor saúde ocular.

Prevenção e monitorização

Para maximizar os benefícios do Ozempic na saúde ocular, é essencial uma monitorização regular. Consultas oftalmológicas periódicas são recomendadas para avaliar a condição da retina e identificar precocemente quaisquer alterações. Além disso, manter um estilo de vida saudável e seguir as orientações médicas são passos fundamentais para a prevenção de complicações oculares associadas ao diabetes.

Ozempic e saúde renal

Efeitos nos rins

O Ozempic® tem demonstrado ser seguro para pacientes com comprometimento renal leve a moderado, sem necessidade de ajuste de dose. No entanto, a experiência com pacientes que possuem doença renal grave é limitada, e o uso do medicamento não é recomendado para aqueles em estado terminal. É crucial que os pacientes com problemas renais consultem seu médico antes de iniciar o tratamento com Ozempic®.

Prevenção de danos renais

O controle glicémico eficaz proporcionado pelo Ozempic® pode ajudar a prevenir complicações renais em pacientes com diabetes tipo 2. A manutenção de níveis adequados de glicose no sangue é essencial para evitar a progressão de danos renais. Além disso, é importante que os pacientes sigam uma dieta equilibrada e mantenham um estilo de vida saudável.

Importância da hidratação

A hidratação adequada é fundamental para pacientes em tratamento com Ozempic®, especialmente aqueles com comprometimento renal. A ingestão suficiente de líquidos ajuda a garantir o bom funcionamento dos rins e a prevenir a desidratação, que pode agravar problemas renais existentes. Recomenda-se que os pacientes discutam suas necessidades de hidratação com um profissional de saúde.

A supervisão médica é essencial para ajustar o tratamento conforme necessário e monitorizar a função renal durante o uso de Ozempic®.

O Ozempic tem mostrado resultados promissores na melhoria da saúde renal em pacientes com diabetes tipo 2. Estudos indicam que este medicamento não só ajuda no controlo da glicemia, mas também pode proteger os rins de danos adicionais. Para saber mais sobre os benefícios do Ozempic e outros tratamentos inovadores, visite o nosso site.

Conclusão

O Ozempic, um medicamento amplamente utilizado para o tratamento da diabetes tipo 2, tem demonstrado eficácia significativa na gestão dos níveis de glicose no sangue e na promoção da perda de peso. No entanto, é crucial reconhecer que o seu uso pode estar associado a uma série de efeitos adversos, especialmente quando utilizado sem a devida orientação médica. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náuseas, diarreia, vómitos e desidratação, que podem impactar negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, o uso inadequado do Ozempic pode levar a complicações mais graves, como a formação de cálculos biliares e problemas renais. Portanto, é imperativo que o uso deste medicamento seja sempre supervisionado por um profissional de saúde qualificado, garantindo assim a maximização dos seus benefícios terapêuticos e a minimização dos riscos associados.

Perguntas Frequentes

Quais são os principais efeitos adversos do Ozempic?

Os principais efeitos adversos do Ozempic incluem náuseas, inapetência excessiva, diarreia, vómitos, mal-estar, dor de cabeça, dificuldade para se alimentar e desidratação.

O Ozempic pode causar desidratação?

Sim, o Ozempic pode causar desidratação, especialmente devido aos vómitos e diarreia. É importante beber muitos líquidos durante o tratamento.

O que é o ‘rosto de Ozempic’?

‘Rosto de Ozempic’ refere-se a uma aparência facial magra e envelhecida que pode ocorrer devido à rápida perda de peso associada ao uso do medicamento.

Quais são os efeitos gastrointestinais comuns do Ozempic?

Os efeitos gastrointestinais comuns do Ozempic incluem náuseas, vómitos, diarreia, constipação, dor abdominal e gases.

O uso prolongado de Ozempic pode causar obstrução intestinal?

Sim, o uso prolongado de Ozempic pode levar ao aumento do volume do intestino delgado e, consequentemente, à obstrução intestinal.

Quais são os riscos de usar Ozempic sem supervisão médica?

Usar Ozempic sem supervisão médica pode resultar em dosagem inadequada, causando enjoos, vómitos, desidratação, perda de massa muscular e outros efeitos adversos graves.

O Ozempic pode afetar a saúde mental?

Sim, o Ozempic pode afetar a saúde mental, podendo levar a sintomas de depressão e ansiedade em alguns casos.

Quais são as reações alérgicas possíveis ao Ozempic?

As reações alérgicas ao Ozempic podem incluir erupções cutâneas e, em casos mais raros, outras reações alérgicas graves.

Sinusite crónica alérgica ou bacteriana qual o melhor tratamento


Sinusite crónica, alérgica, aguda ou bacteriana, tratamento sintomas e toda a verdade! A sinusite pode ser mais grave do que pensa! Quais os sinais? Quais as causas? Qual o tratamento mais eficaz? Como evitar? Com o apoio da informação disponibilizada pela Fundação Portuguesa do Pulmão, este artigo pretende ser um importante contributo para melhorar a qualidade de vida de imensas pessoas que sofrem de sinusite e também alertar todas as outras que ainda estão a tempo de a evitar!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • O que é a sinusite?
  • O que são os seios perinasais?
  • Qual a função dos seios perinasais?
  • Quais os tipos de sinusite?
  • Quais as causas?
  • Qual a diferença entre sinusite aguda e crónica?
  • Quais os sinais e sintomas?
  • A dor é frequente?
  • Porque pode ser grave a sinusite?
  • Quando deve pedir apoio médico urgente?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Qual o tratamento mais eficaz?
  • Quais os medicamentos mais usados?
  • Devemos usar descongestionantes ou corticoides para desobstruir o nariz?
  • Os anti-histamínicos são eficazes?
  • Quais os antibióticos mais usados quando existe infeção?
  • A cirurgia pode ser necessária?
  • A sinusite tem cura?
  • Como evitar a sinusite?

Sinusite o que é?

A sinusite é uma inflamação dos seios peri nasais geralmente associada a um processo infecioso que pode ser originado por vírus, bactérias ou fungos. É, nos dias de hoje, uma das doenças mais frequentes da humanidade, mais geradora de consultas médicas, mais consumidora de antibióticos e pode interferir na qualidade de vida e no desempenho profissional e social.

Seios perinasais ou paranasais

Os seios perinasais ou paranasais são cavidades arejadas, forradas por uma membrana mucosa idêntica à das fossas nasais, que existem nos ossos da cara que rodeiam o nariz e que comunicam através de pequenos orifícios com as fossas nasais. Os diversos seios perinasais adquirem o nome dos ossos em que estão localizados. Assim existem os seguintes 4 tipos de seios nasais:

    • Frontais,
    • Etmoidais,
    • Maxilares,
    • Esfenoidais.

Seios perinasais melhorsaude.org

Seios nasais qual a função?

Os seios nasais desempenham várias funções, entre elas:

  • Humidificação e aquecimento do ar respirado pelo nariz.
  • Aumento da ressonância da voz.
  • Equilíbrio das pressões intracranianas quando há variações na pressão atmosférica (mergulhos, viagens de avião ou subidas a grandes altitudes).
  • Secreção de muco para proteção das vias aéreas superiores.
  • Absorção de impacto em casos de trauma (materiais ocos absorvem mais impacto do que materiais maciços).

Os seios perinasais são bilaterais e simétricos, ligam-se à cavidade nasal por pequenos orifícios por onde é drenado o muco produzido. Quadros de alergia ou gripe, por exemplo, causam edema da mucosa nasal e aumento das secreções, obstruindo facilmente a drenagem dos seios da face. A impossibilidade de escoar o muco produzido leva à congestão dos seios perinasais e, consequentemente, à sinusite.

O termo rinossinusite (rinite+sinusite) é tecnicamente mais correto que apenas sinusite, pois realça a inflamação simultânea da mucosa nasal e dos seios perinasais.

Tipos de sinusite

A sinusite pode afetar qualquer um dos 4 seios perinasais, podendo ser bilateral ou unilateral.

A sinusite por ser classificada em:

  • Aguda – quando os sintomas duram menos de 4 semanas;
  • Sub aguda – quando os sintomas duram entre 4 a 12 semanas;
  • Crónica – quando os sintomas duram mais que 12 semanas;
  • Recorrente – quando há 4 ou mais episódios de sinusite durante o ano.

A grande maioria das sinusites agudas são de origem viral ou alérgica, porém, a obstrução e acumulação, sem drenagem,  do muco nos seios favorece a proliferação de bactérias, podendo levar à sinusite bacteriana. Neste cenário o doente pode ter um quadro inicial de sinusite alérgica que, após contaminação com bactérias das vias respiratórias, se transforma num quadro de sinusite bacteriana que pode ser muito grave. As sinusites bacterianas que não são completamente curadas podem progredir para o quadro de sinusite crónica.

Sinusite aguda e crónica qual a diferença?

Há duas perspetivas. Na primeira, a temporal, diz-se que uma sinusite é aguda quando a sua duração se situa entre uma e quatro semanas; subaguda quando a sua duração se situa entre as quatro semanas e os três meses; crónica quando a sua duração vai para além dos três meses.

Porém, para além desta perspetiva simplista e temporal, há uma outra que tem a ver com a funcionalidade da mucosa nasal:

  • Após um episódio de sinusite aguda a funcionalidade da mucosa do nariz e dos seios perinasais é recuperada em pouco tempo, podemos considerar que na sinusite crónica essa funcionalidade pode estar definitivamente comprometida, originando que o doente apresente uma maior fragilidade e que os episódios recorrentes de sinusite aguda sejam mais frequentes.

Causas

Há várias causas por detrás de uma sinusite mas, todas elas têm como ponto comum uma deficiente drenagem das secreções nasais que, após se acumularem originam um foco infecioso.

A alergia respiratória é uma causa importante e frequente porque a mucosa intumescida pela inflamação alérgica pode dificultar a drenagem dos seios perinasais e provocar a sua infeção. Nesta perspetiva, os principais agentes agressores são:

    • Pó doméstico,
    • Pólenes,
    • Pelos dos animais.

Porém, podemos ter sinusites provocadas diversas outras causas, tais como:

    • Infeções que afetam as vias aéreas, como a gripe e outras viroses respiratórias;
    • Más condições climáticas associadas ao frio e humidade, geradoras de uma resposta inflamatória da mucosa respiratória;
    • Traumatismos do nariz, com particular destaque para as mudanças bruscas de pressão associadas ao voo ou ao mergulho (causa cada vez mais frequente);
    • Poluição atmosférica, sobretudo a poluição automóvel e o tabagismo;
    • Má higiene nasal, por exemplo, naquelas pessoas que nunca se assoam ou têm o hábito de colocar os dedos dentro do nariz transportando, assim, para o seu interior os microrganismos neles existentes;
    • Má formação das cavidades nasais, com um particular destaque para os desvios do septo nasal.

Sintomas

A sinusite tem uma expressão por vezes algo enigmática ou seja há sinusites muito extensas que têm pouca expressão clínica e, no polo oposto, há sinusites mínimas que afetam muito significativamente os doentes. Os principais sintomas são:

    • Obstrução nasal (nariz entupido),
    • Secreções nasais espessas e com pus (de cor amarela, verde ou castanha),
    • Dores de cabeça e/ou nos ossos da face, muitas vezes associadas a febre.

No entanto o leque de sintomas pode ser mais amplo, sendo habitual a existência de:

  • Diminuição ou perda do olfacto,
  • Mau hálito,
  • Tosse reflexa à escorrência das secreções nasais pela faringe,
  • Tosse nocturna,
  • Dor nos ouvidos e nos dentes do maxilar superior,
  • Dor à volta dos olhos.
  • Ouvido entupido,
  • Sensação de pressão quando baixa a cabeça,
  • Mal-estar,
  • Cansaço.

A maioria dos casos de sinusite viral ou alérgica melhora espontaneamente dentro de 10 dias. Sinusites bacterianas leves também podem ser autolimitadas, mas nos casos mais sintomáticos, com febre alta e coriza purulenta, a cura geralmente só vem com o tratamento antibiótico.

Estas queixas, mais acentuadas nas formas agudas, podem permanecer por longos períodos, naqueles doentes em que, por falta de uma abordagem adequada, a doença evoluiu para o estádio de cronicidade.

Dor é frequente?

É comum a presença de dor quando fazemos pressão com os dedos sobre os seios nasais, principalmente nos seios frontais e maxilares, que são os mais superficiais.

A dor é um sintoma tão frequente que é vulgarmente aceite que não há sinusite sem dor. Apesar de poder ter diversas tonalidades a dor da sinusite reflete a localização dos seios perinasais atingidos. Assim a dor pode localizar-se nos seguintes locais:

    • Na fronte em caso de sinusite frontal;
    • Por trás e entre os olhos na sinusite etmoidal e
    • Nas maçãs do rosto e dentes superiores nos casos das sinusites maxilares.

Já no caso da sinusite esfenoidal a dor é muitas vezes mais difusa e referida à parte frontal ou posterior da cabeça.

Gravidade

Sendo uma doença incómoda, na grande maioria dos casos ela é uma doença curável, sendo raras as complicações graves. No entanto algumas podem ser muito graves, tais como:

    • Meningite –  infeção das meninges,
    • Infeção dos olhos,
    • Abcesso cerebral,
    • Otite,
    • Labirintite,
    • Osteíte – infeção dos ossos da cara,
    • Celulite – infeção dos tecidos moles da face,
    • Septicémia – infeção generalizada a todo o organismo.

Apoio médico urgente, quando?

Como os seios da face apresentam íntima relação com órgãos nobres, como olhos, ouvidos e cérebro, a sinusite bacteriana pode levar a complicações graves. Portanto, é importante procurar consulta médica sempre que, associados à sinusite, existirem os seguintes sintomas:

  • Febre acima de 39ºC.
  • Edema ou vermelhidão na face.
  • Edema e vermelhidão em volta dos olhos.
  • Visão dupla ou qualquer outra alteração visual.
  • Confusão mental.
  • Dor de cabeça muito intensa.
  • Rigidez de nuca.
  • Prostração intensa.

A sinusite bacteriana, apesar de apresentar uma taxa de mortalidade baixa, é uma infeção que não deve ser negligenciada, principalmente quando existem os sinais descritos acima.

Diagnóstico

Suspeita-se da existência de uma sinusite perante um doente que apresente uma situação clínica com as características acima apontadas. A confirmação é feita através de exames radiológicos – a tomografia computorizada – que define com precisão o estado de cada um dos seios perinasais (frontal, maxilares, etmoidal e esfenoidal) e pode evidenciar a existência de eventuais fatores coadjuvantes, como pólipos ou desvios do septo nasal.

Tratamento mais eficaz

O tratamento desta doença requer uma abordagem especializada, na qual se definem com muita precisão três objetivos principais:

    • Reduzir a inflamação,
    • Promover uma adequada drenagem das secreções nasais,
    • Tratar a infeção.

Para conseguir estes objetivos é importante que o doente beba líquidos, no sentido de manter as secreções o mais fluídas possível. Recomenda-se, também:

    • Lavagem das fossas nasais com solutos salinos (soro fisiológico ou água do mar esterilizada) ou água termal,
    • Medicamentos fluidificantes do muco nasal,
    • Descongestionantes nasais, estes, por períodos não superiores a cinco dias já que são produtos tóxicos para a mucosa nasal.

A infeção trata-se com antibióticos por períodos que oscilam entre os sete e os catorze dias nas sinusites agudas, e que se podem estender até às quatro semanas nas sinusites crónicas. É fundamental que não se interrompa o antibiótico antes do tempo prescrito pelo médico, como forma de prevenir eventuais recidivas e tendo em vista impedir o aparecimento de resistência por parte dos microrganismos infetantes.

Medicamentos  mais usados

Na congestão nasal é essencial diminuir o inchaço e inflamação da mucosa nasal sendo os corticoides nasais, provavelmente, os mais eficazes e menos agressivos, tais como:

    • Budesonida 32µg ou 64µg (Pulmicort® nasal aqua);
    • Mometasona 50µg (Nasomet®);
    • Fluticasona 50µg (Flonase®).

Estes corticoides são de prescrição médica obrigatória e não podem ser comprados livremente nas Farmácias como acontece com diversos descongestionantes nasais. Esta situação justifica-se pela probabilidade mais elevada de efeitos secundários sistémicos com os corticoides, embora as formulações farmacêuticas para inalação sejam cada vez mais seguras e com poucos efeitos adversos relevantes, pois têm um baixo grau de absorção sistémica.

Descongestionantes nasais ou corticoides?

Quais os mais eficazes ou adequados?

Os corticoides nasais podem ser utilizados em tratamentos mais prolongados, porque em geral, são menos agressivos para a mucosa nasal (nomeadamente os cílios nasais), embora com mais efeitos secundários sistémicos que os descongestionantes nasais.

Por sua vez os descongestionantes são a melhor escolha em situações agudas até 3 dias de tratamento. A partir daí não devem ser usados, sem conselho médico, por causa da probabilidade acrescida de paralisarem os cílios nasais (pelos do nariz) que ajudam a expulsar as mucosidades nasais para o exterior. Se estes “pelos” estiverem paralisados aumenta a acumulação de secreções no interior do nariz e portanto a congestão nasal piora!

Alguns dos descongestionantes nasais mais utilizados são:

    • Fenilefrina (Neo-sinefrina®, Vibrocil®)
    • Xilometazolina (Vibrocil actilong®)
    • Oximetazolina (Nasorhinathiol®, Nasex®)

Anti-histamínicos são eficazes?

A utilização de anti-histamínicos só é geralmente eficaz quando existe uma causa alérgica para a congestão nasal. Nestes casos sim a utilização de um anti-histamínico sistémico ou local pode ser útil.

Existem associações de descongestionantes com anti-histamínicos locais, por exemplo:

  • Fenilefrina + dimetindeno ( Vibrocil® gotas nasais)

Os anti-histamicos sistémicos mais usados são:

  • Desloratadina (Aerius®);
  • Bilastina(Lergonix®, Bilaxten®)
  • Ebastina (Kestine®);
  • Cetirizina (Zyrtec®);
  • Pseudoefedrina (Actifed®)
  • Levocetirizina;
  • Loratadina;

Antibióticos mais usados se existe infecção

Os antibióticos apenas devem ser usados quando o médico tem a certeza que existe já um foco infecioso ou que a probabilidade de isso acontecer é muito elevada. Nestes casos os antibióticos mais usados são:

  • Amoxicilina com ácido clavulânico;
  • Levofloxacina;
  • Moxifloxacina;
  • Claritromicina;
  • Azitromicina.

Cirurgia pode ser necessária?

O tratamento da sinusite é, em princípio, um tratamento médico, sem intervenção cirúrgica. Porém, em algumas situações deve recorrer-se à cirurgia. É o caso das sinusites em que o tratamento médico, adequadamente realizado, não se revela satisfatório (ineficácia dos antibióticos) e naqueles casos em que há obstáculos mecânicos que o tratamento médico não consegue resolver, tais como:

    • Sinusites associadas a significativos desvios do septo nasal,
    • Pólipos,
    • Quistos volumosos.

Sinusite tem cura?

No caso das sinusites agudas a resposta é claramente afirmativa, obtendo-se a cura no espaço de uma duas semanas quando o tratamento é o adequado e o doente cumpridor. Na sinusite crónica a resposta não é tão clara. A passagem ao estado de cronicidade provoca alguma deterioração nos mecanismos de defesa da mucosa dos seios perinasais. Assim, é de prever que o doente passe a apresentar maior fragilidade e tenha tendência a sofrer de episódios de inflamação/infeção sinusal com maior frequência.

Prevenção

A prevenção da sinusite, tal como em qualquer outra doença, é o objetivo essencial. Na prevenção das sinusites entram um conjunto enorme de fatores que se integram no que chamamos a “higiene nasal”, tais como:

    • Evitar todas as formas de poluição atmosférica,
    • Não contactar com substâncias que provocam resposta inflamatória alérgica do nariz,
    • Não colocar os dedos nem objetos estranhos no nariz,
    • Evitar ambientes em que a qualidade física do ar esteja fora dos padrões de qualidade (ar muito frio e húmido e ar muito seco),
    • Assoar-se com regularidade,
    • Controlar os episódios de rinite alérgica.

O controlo das doenças-base é uma etapa obrigatória na prevenção das sinusites. Por exemplo, o não controlo das alergias nasais (rinite alérgica) associa-se a um maior número de episódios de sinusite.

Apesar de não haver uma evidência científica que torne indiscutível o seu aconselhamento formal na sinusite, alguns doentes têm grandes resultados com os tratamentos termais, sobretudo nas sinusites crónicas, e com os medicamentos estimulantes da imunidade – os imunomoduladores.

Relativamente aos primeiros, temos um país riquíssimo em águas termais, estando referenciados trinta e sete estabelecimentos termais, a maioria no norte, com águas consideradas adequadas ao tratamento desta doença.

Os tratamentos com imunomoduladores, mais conhecidos por “vacinas” visam aumentar a imunidade dos doentes no que diz respeito aos agentes bacterianos, tornando-os assim mais resistentes às infeções. Não esquecer também, em determinados grupos de risco a vacinação antigripal anual.

Concluindo

Evitar as complicações da sinusite está ao alcance da imensa maioria dos doentes desde que devidamente informados sobre as regra básicas de higiene nasal que devem ter. Não são regras complicadas exigindo apenas alguma disciplina e vontade séria de evitar a doença que, muitas vezes é encarada apenas como “incómoda”, por não estarem cientes da gravidade que pode apresentar quando evolui sem controlo! Relembro apenas que, em casos extremos de infeção dos seios nasais, pode provocar doenças tão graves como meningite e septicémia! Por favor não se descuide!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências

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Infeção urinária causas sintomas e melhor tratamento



Infeção urinária sintomas, causas e tratamento, como se apanha? Quais os sintomas? Quais os perigos? Sente dor na zona central das costas e tem febre? Cuidado…muito cuidado! Pode estar com um quadro de infeção urinária grave! Segundo a American Urological Association a European Association of Urology e a Associação Portuguesa de Urologia, estes dois sintomas associados (dor nas costas e febre) são  graves e devem levá-la de imediato ao médico por causa da possibilidade de se tratar de uma infeção renal. A estes sintomas podem juntar-se ainda náuseas e desconfortos no estômago ou mesmo uma primeira infeção urinária.

Este artigo pretende ser um contributo para informar tudo o que precisa de saber sobre infeções urinárias, desde as cistites não complicadas e frequentes até ás mais graves como a pielonefrite. Quais as diferenças, perigos, tratamentos, como se apanham e como aplicar medidas simples para se proteger e diminuir o risco de contrair uma infeção urinária.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

      • O que é uma infeção urinária?
      • O que são infeções urinárias baixas e altas?
      • Qual a anatomia do trato urinário?
      • Que nome têm as infeções na bexiga, uretra e rim?
      • Causas da infeção urinária, quais são?
      • O que é um uretrite?
      • O que é uma cistite?
      • O que é uma pielonefrite?
      • Quais as causas de uma infeção renal?
      • Quais os doentes de risco?
      • Quais os sintomas de infeção renal?
      • Quais os tipos de pielonefrite ou infeção renal?
      • O que é e quais os sintomas da pielonefrite aguda?
      • O que é e quais os sintomas da pielonefrite crónica?
      • Quais as complicações da pielonefrite?
      • Como se faz o diagnóstico da pielonefrite?
      • Qual o tratamento da infeção renal?
      • A pielonefrite é contagiosa?
      • Quais as infeções urinárias mais comuns?
      • Como se apanham?
      • Podem apanhar-se nos sanitários públicos?
      • Quais os tratamentos alternativos?
    • Que medidas podemos aplicar para evitar a infeção?


Infeção urinária o que é?

Infeções urinárias baixas e altas

Infeção urinária é qualquer quadro infecioso que aconteça no trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. As infeções urinárias podem ser baixas ou altas, a saber:

  • As infeções urinárias baixas são aquelas que ocorrem na bexiga e/ou na uretra.
  • As infeções urinárias altas ocorrem quando há comprometimento de pelo menos um dos rins.

Anatomia do trato urinário

Tracto urinário melhorsaude.org melhor blog de saude

Anatomia do tracto urinário
Anatomia do trato urinário

Infeções na bexiga, na uretra e no rim

  • A infeção da bexiga recebe o nome de cistite.
  • A infeção da uretra é conhecida como uretrite.
  • A infeção renal é chamada de pielonefrite ( infeção grave )

Infecção urinária
#Uretrite é uma infeção da uretra, #cistite é uma infeção da bexiga e #pielonefrite é uma infeção do rim

Termos e significados

  • Disúria – sensação de dor ou ardor ao urinar.
  • Hematúria – presença de sangue na urina. Tem como definição mais exata a presença de cinco ou mais eritrócitos (hemácias) por campo na análise microscópica do sedimento urinário, e deve ser confirmada em pelo menos duas amostras de urina.
  • Poliúria – excesso de produção de urina ao longo de 24 horas. Dizemos que há poliúria quando o volume de urina é maior que 3 litros por dia.
  • Polaciúria – micção frequente, mas com o volume total de urina ao longo do dia dentro da faixa da normalidade.
  • Nictúria – excesso de urina que ocorre durante a noite e faz com que o doente acorde várias vezes para urinar. O excesso de urina só ocorre de noite, enquanto o paciente dorme.

Causas da infeção urinária

Em mais de 95% dos pacientes a infeção é de origem bacteriana, sendo a bactéria Escherichia coli responsável por mais de 3/4 destes casos. A compreensão dos fatores de risco individuais e específicos da população associados a infeções recorrentes do trato urinário (ITUs) pode ajudar os médicos a adaptar as estratégias profiláticas.

Nas mulheres os principais fatores de risco causadores de infeções urinárias não complicadas recorrentes, são os seguintes:

    • Número de parceiros sexuais e nomeadamente relações frequentes com diferentes parceiros e ter 3 ou mais parceiros num ano aumenta claramente o risco de infeção urinária. Em particular o sexo anal significa um risco acrescido porque aumenta a possibilidade de contaminação da vagina por bactérias do  trato intestinal;
    • Diarreia e obstipação;
    • Atrofia vulvovaginal, também chamada de atrofia vaginal ou  vaginite atrófica é definida como a secagem e inflamação das paredes vaginais devido à falta de produção de estrogénio. A atrofia vaginal ocorre mais frequentemente após a menopausa, mas também pode desenvolver-se durante a amamentação ou em qualquer outro momento em que o corpo da mulher diminui a produção de estrogénio;
    • Alteração da flora bacteriana vaginal por exemplo devido à utilização de espermicidas, alterações alimentares ou higiene excessiva que tornam o trato vaginal menos ácido o que facilita a sobrevivência de bactérias patogénicas;
    • História de infeções do trato urinário (ITU) durante a pré-menopausa ou na infância;
    • História familiar de infeção urinária;
    • Tipo sanguíneo não secretor.
  • Estudo com resumo das causas mais frequentes:

Estudo da American Urological association com guidelines sobre as Infeções do trato Urinário recorrentes não complicadas:

Calculadora de infeção urinária

Calculadora de risco de infeção urinária melhorsaude.org

Prevalência e impacto da infeção urinária

A infeção do trato urinário (ITU) é uma das infeções bacterianas mais frequentes, com elevados custos para a sociedade. Um estudo europeu refere que uma em cada cinco mulheres adultas tem pelo, menos um episódio de ITU ao longo da vida.

Nos Estados Unidos da América (EUA) a sua incidência está melhor documentada. A ITU motiva mais de 7 milhões de visitas médicas anuais e é responsável por 15% dos antibióticos prescritos em ambulatório. Estima-se que mais de metade das mulheres tenha pelo menos uma ITU ao longo da vida e um terço das mulheres sofra o primeiro episódio até aos 24 anos de idade. Se, por um lado, o risco de progressão da cistite para pielonefrite é negligenciável, por outro lado, o potencial de recorrência é elevado.

Um estudo de 1990 em jovens universitárias demonstrou, aos seis meses, 27% de recorrência e 3% de segundas recorrências. Um estudo mais recente, com mulheres saudáveis entre os 18 e os 39 anos, verificou que aos seis meses o risco de recorrência depois de uma primeira ITU é de 24% . Estima-se que nos EUA os custos anuais relacionados com ITU rondem os 1600 milhões de dólares. Por todos estes fatores, é fundamental que os episódios de ITU sejam corretamente diagnosticados, tratados e prevenidos, tendo em atenção o correto uso dos antibióticos, de modo a não potenciar o aumento das resistências.

Dor a urinar  ou disúria

Origem provável: Uretra ou bexiga.

A dor ao urinar, chama-se disúria e é talvez o sintoma de infeção urinária mais comum. A disúria é um termo que engloba diferentes queixas durante a micção, tais como:

  • Dor,
  • Ardência,
  • Sensação de queimadura,
  • Incómodo ou sensação de peso na bexiga.

A disúria é um sintoma muito comum na cistite e na uretrite, podendo ocorrer eventualmente na pielonefrite. É causada pela irritação da bexiga e da uretra provocada pela infeção.

Nas mulheres, infeções ginecológicas podem causar dor ao urinar, seja por inflamação na área ao redor da entrada da uretra ou pela dor que o contacto da urina ácida provoca com a vulva inflamada. A dica para se pensar em infeção ginecológica e não em infeção urinária é a presença de corrimento vaginal

Sangue na urina ou hematúria

Origem provável: Uretra, bexiga ou rim.

A presença de sangue na urina chama-se hematúria. Sangue na urina é o sinal de infeção urinária que mais assusta as/os doentes, mas geralmente não é um sinal de gravidade. A hematúria pode ser macroscópica, quando é facilmente notada na urina, ou microscópica, quando só é detetada através de exames laboratoriais.

A presença de sangue na urina é um sintoma comum na cistite, mas também pode ocorrer na pielonefrite ou na uretrite. Assim como a disúria, a presença de sangue surge pela irritação da bexiga e da uretra.

Febre e infeção urinária

Origem provável: Rim.

Quando se pensa em infeção, a febre é sempre um dos sinais que  vêm à mente. Na infeção urinária, entretanto, a febre só costuma surgir nos casos de pielonefrite. Cistite não costuma causar febre, quando o faz, geralmente é abaixo dos 38ºC. A febre também não é comum na uretrite, exceto nos casos mais graves, onde há disseminação da bactéria para a corrente sanguínea.

Na pielonefrite a febre costuma ser alta, maior que 38ºC, e é frequentemente acompanhada de calafrios. A febre alta é o sinal que costuma diferenciar a pielonefrite das outras causas de infeção urinária.

Polaciúria ou vontade constante de urinar

Origem provável: Uretra ou bexiga.

Sentir necessidade de urinar a toda hora também é um sintoma comum da cistite e recebe o nome de polaciúria. O paciente sente vontade urinar com frequência, porém o volume de urina a cada micção é pequeno. Muitas vezes há uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; sente-se que ainda há urina  mas ela simplesmente não sai. Na verdade, a bexiga está vazia, mas como se encontra irritada, a doente tem a falsa impressão de que precisa urinar.

Corrimento uretral

Origem provável: uretra.

A saída de pus pela uretra é um sinal típico das uretrites, sendo quase sempre causada por uma doença sexualmente transmissível. O corrimento uretral vem frequentemente acompanhado de disúria.

Tanto a cistite quanto a pielonefrite não provocam corrimento uretral, sendo este um sintoma típico de infeção da uretra. Nas mulheres com uretrite, o corrimento uretral pode vir acompanhado também de corrimento vaginal, pois é comum que infeções como gonorreia e clamídia também provoquem inflamação da vagina.

Náuseas e vómitos

Origem provável: rins.

Náuseas e vômitos são sintomas comuns na pielonefrite e costumam aparecer associados a febre. A cistite pode causar um mal estar, mas não costuma provocar vômitos. A perda do apetite também é frequente na pielonefrite. Assim como a febre, náuseas e vômitos só costumam surgir nas uretrites em casos de doença mais avançada.

Dor lombar

Origem provável: rins

A dor lombar, geralmente mais intensa de um lado, é outro sintoma comum da pielonefrite. Na verdade, são poucas as doenças que fazem o rim doer; a pielonefrite é uma delas. A cistite também pode causar uma leve dor lombar, mas é habitualmente bem menos intensa que na pielonefrite.

Mau cheiro da urina

Origem provável: bexiga ou uretra.

Uma urina com mau cheiro pode ser um sinal de bactérias na urina, cuja origem pode ser uma cistite ou uma uretrite. Porém, na maioria dos casos, a causa do mau cheiro é apenas uma urina muito concentrada. A ureia, uma substância presente em grande quantidade na urina, é a causa do odor característico da urina. Se a urina estiver pouco diluída, o cheiro da ureia torna-se mais percetível.

Desorientação e alteração de consciência

Origem provável: rins.

A pielonefrite é um caso potencialmente grave, que pode levar a um quadro de infeção generalizada. Se não for reconhecida e tratada a tempo, o paciente pode começar a apresentar sinais neurológicos, como desorientação, prostração e até redução do nível de consciência.

Os idosos são a população que mais apresenta este tipo de quadro durante uma infeção do trato urinário. Muitas vezes, não há febre nem outros sintomas, sendo a alteração neurológica a única pista de que há uma infeção em curso.

Perda involuntária de urina

Origem provável: bexiga.

Além da vontade constante de urinar, o paciente com infeção da bexiga pode ter dificuldade em segurar a urina. O indivíduo sente vontade de urinar, mas não consegue chegar a tempo á casa de banho, perdendo urina involuntariamente. Este sinal chama-se urgência urinária, e é muito comum nas crianças e nos idosos.

Sintomas de uretrite

  • Corrimento purulento pela uretra.
  • Ardência para urinar.
  • Sangue no sêmen.
  • Incômodo nos órgãos genitais.
  • Dor durante o sexo.
  • Sangue na urina.

Sintomas de cistite

  • Ardência, dor ou desconforto para urinar,
  • Sangue na urina,
  • Vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia (ou quase vazia),
  • Sensação de peso na bexiga,
  • Urgência urinária (não conseguir segurar a urina até chegar á casa de banho).

Sintomas de pielonefrite

  • Febre alta,
  • Calafrios,
  • Náuseas e vômitos,
  • Dor lombar,
  • Prostração,
  • Desorientação (mais comum nos idosos),
  • Sangue na urina.

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Pielonefrite o que é?

A pielonefrite é uma infeção bacteriana de um ou ambos os rins. A infeção renal é um caso potencialmente grave, porque ataca um órgão vital. É um quadro que pode ter gravidade semelhante a uma pneumonia.

Se não tratada a tempo e corretamente, pode levar à septicémia que pode ser mortal por falência de vários outros órgãos.

Na grande maioria dos casos responde bem aos antibióticos. Os casos que evoluem de forma negativa são aqueles que esperaram muito tempo para receber tratamento ou quando o doente já se encontra muito debilitado por outras doenças.

A pielonefrite é uma frequente causa de formação de cicatrizes nos rins, podendo levar à perda parcial da função renal, principalmente nos doentes que têm infecções recorrentes.

Causas da pielonefrite

A infeção dos rins acontece de duas formas, a saber:

  1. A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada. Menos frequente é a colonização assintomática da bexiga por bactérias que também pode ser a fonte de uma infeção renal. Nestes casos, o doente tem bactérias na bexiga mas não apresenta sintomas pois estas estão apenas colonizar. Por esta razão nem todas as pessoas relatam sintomas de cistite antes do surgimento da pielonefrite.
  1. O segundo modo de infeção dos rins é pelo sangue, quando uma bactéria que está a provocar uma infeção em algum local do nosso organismo viaja pela corrente sanguínea e se aloja no rim. Esta via é muito menos frequente do que a via ascendente.

A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.
A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas #cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.

Fatores de risco para infeção renal

Além da cistite, que é o principal fator de risco, existem outras situações que podem aumentar o risco de infeção dos rins, a saber:

  • Uso de cateteres vesicais (algália)
  • Cirurgias urológicas
  • Cálculos renais
  • Anormalidades anatómicas do trato urinário
  • Doenças da próstata que causam obstrução do fluxo da urina

Doentes de risco

Os doentes de maior risco são os que apresentam um sistema imunológico frágil, tais como:

    • Diabéticos
    • Insuficientes renais
    • Cirróticos
    • Portadores do vírus HIV
    • Doentes a tomar medicamentos imunossupressores apresentam um risco maior de contrair uma cistite que evolua para pielonefrite.

Sintomas da pielonefrite

Os sintomas típicos da pielonefrite são:

  • Febre
  • Dor lombar
  • Náuseas
  • Vómitos
  • Mal estar geral

Podem haver também sintomas de cistite, como dor ao urinar e vontade de urinar com frequência, mesmo quando a bexiga está vazia. Outro sinal comum é a presença de sangue na urina (hematúria), que se apresenta normalmente como uma urina cor de Coca-Cola.

Tipos clínicos de pielonefrite

  1. Pielonefrite aguda não complicada.
  2. Pielonefrite aguda complicada.
  3. Pielonefrite crónica.

Pielonefrite aguda não complicada

Ocorre normalmente em mulheres jovens, sem antecedentes de doenças ou alterações na anatomia do sistema urinário.

O quadro clínico é de febre alta, calafrios, náuseas, vómitos e dor lombar. Os sintomas de cistite, como ardência ao urinar, podem ou não estar presentes. Assim como nas cistites, a principal bactéria causadora de pielonefrite é a Escherichia coli.

Só há necessidade de internamento em casos mais graves. Se o doente tiver bom estado geral e for capaz de tomar antibióticos por via oral, o tratamento pode ser feito em casa.

Pielonefrite aguda complicada

A pielonefrite complicada é aquela que evolui com abscesso dentro ou ao redor dos rins,  necrose da papila renal ou produção de gases dentro do rim, um quadro chamado pielonefrite enfisematosa.

A pielonefrite complicada normalmente ocorre em pessoas com obstrução do trato urinário, bactérias resistentes aos antibióticos ou em diabéticos.

O quadro clínico é igual ao da pielonefrite não complicada, porém apresenta pouca resposta aos antibióticos. O paciente pode apresentar uma resposta apenas parcial, com uma pequena melhoria, mas com fadiga, mal estar, falta de apetite e náuseas que persistem por vários dias.

Uma pielonefrite que não melhora completamente após antibioterapia apropriada deve ser estudadas com exames de imagens, como tomografia computadorizada e ultra-som (ecografia), para investigação de anormalidades que possam estar a perpetuar a infeção.

Pielonefrite crónica

A pielonefrite crónica é um quadro de infeção urinária recorrente, habitualmente associada a má-formações urinárias, obstruções por cálculos renais ou refluxo vesico-ureteral (refluxo da urina da bexiga de volta para o ureter e rins). Costuma levar à cicatrização do rim e à insuficiência renal crónica, principalmente em crianças com refluxo urinário.

Cálculos renais tratados com ultrassons
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Complicações da pielonefrite

Como já referido, se a pielonefrite não for tratada corretamente com antibióticos, existe um risco grande de evolução para sepsis grave. As bactérias presentes nos rins conseguem facilmente alcançar a corrente sanguínea, espalhando-se por todo o organismo, podendo levar à falência de múltiplos órgãos e até ser mortal!

Outro problema da pielonefrite, principalmente se recorrente, é a lesão permanente do rim. Doentes com pielonefrite crónica podem evoluir com insuficiência renal terminal e necessitar de hemodiálise!

Rim normal vs rim com insuficiência renal
Rim normal vs rim com insuficiência renal

Diagnóstico da pielonefrite

O diagnóstico da infeção renal é geralmente feito apenas com os sintomas clínicos. Exames laboratoriais ajudam a confirmar o diagnóstico:

      • Hemograma tipicamente apresenta uma elevação da contagem de leucócitos
      • PCR ( Proteína C Reactiva ) encontra-se elevada.
    • No exame de urina é comum a presença de pus (leucócitos na urina) e sangue (hemácias na urina).

A urocultura deve ser sempre solicitada, pois ela é capaz de identificar a bactéria que está a provocar a pielonefrite, ajudando na escolha de antibióticos adequados.

No entanto como a urocultura demora pelo menos 48 horas para ficar pronta, não devemos esperar o seu resultado para começar o tratamento com antibióticos. Após o resultado sair, o médico decide se mantém o esquema antibiótico inicial ou muda para um mais adequado ao qual a bactéria seja sensível.

Contágio da pielonefrite

A pielonefrite não é uma doença contagiosa, portanto, não há risco de contaminação de familiares ou pessoas próximas. A pielonefrite deve ser sempre tratada com antibióticos. Medicamentos ditos “naturais” podem proporcionar alívio temporário, no entanto apenas adiam o tratamento correto da infeção, acarretando riscos graves para o doente.

Tratamento da pielonefrite

Em geral, o tratamento da pielonefrite é feito em meio hospitalar com antibióticos intravenosos. Se o paciente tiver boa saúde e ainda estiver com bom estado geral, ele pode receber a primeira dose por via intravenosa e depois completar o resto do tratamento em casa com antibióticos por via oral. Na maioria dos casos, porém, o paciente encontra-se muito debilitado sendo quase sempre necessários 2 a 3 dias de internamento para controlar a infeção.

Nos pacientes com pielonefrite crónica, a avaliação do urologista é necessária. Muitas vezes, o paciente precisa de ser submetido a uma cirurgia para correção de anormalidades anatómicas do sistema urinário que estejam a perpetuar uma infecção dos rins.

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Causas das infeções urinárias mais comuns (cistite não complicada)

A infeção resulta da interação entre o agente infecioso e o hospedeiro. Depende do volume do inóculo, de fatores de virulência da bactéria (adesinas bacterianas como os Pili tipo 1 ou Pili P, que facilitam a aderência ao urotélio) e da falência dos mecanismos de defesa tais como:

      • Normal fluxo urinário,
      • Esfoliação contínua do urotélio,
      • Habitual flora do intróito vaginal,
      • Alterações fenotípicas que facilitam a aderência de determinadas bactérias ao urotélio ou ao epitélio vaginal.

Os microrganismos podem chegar ao aparelho urinário por via hematogénea (sangue) ou linfática, mas a via habitual é a ascendente, com origem no intestino ou seja entrando pela uretra, subindo até à bexiga e nos casos graves chegando aos rins. Assim se explica que os agentes mais frequentes sejam Enterobacteriaceae (que vivem habitualmente no intestino), tais como:

      • Escherichia coli (70% a 90%),
      • Proteus mirabilis,
      • Klesiela spp,
      • Agentes gram-positivos como Stafilococcus saprofiticus e Enterococcus faecalis são responsáveis pelas restantes infeções.

Bactérias na bexiga

Existem determinados fatores que facilitam a chegada destes agentes à bexiga tais como:

  • Alterações do trânsito intestinal (ex: diarreias)
  • Alterações da flora vaginal (ex: higiene excessiva ou falta dela)
  • Atividade sexual (ex: coito anal seguido de contacto genital)
  • Uso de espermicidas.

Infecções em sanitários públicos melhorsaude.org

Infeção urinária e sanitários públicos

O receio de contrair infeções em sanitários públicos partilhados está culturalmente enraizado, principalmente no meio feminino. Será verdade ou mito esta crença?

É verdade que as infeções urinárias são mais frequentes no género feminino, por razões de caráter anatómico, mas a sua origem está habitualmente nas bactérias do tubo digestivo, que se propagam facilmente à região urogenital por contiguidade. Não há infeções urinárias contraídas a partir do exterior, nem transmitidas por outrem, sendo a sua origem predominantemente endógena ou seja proveniente das bactérias do trato intestinal da pessoa infetada.

No que se refere às doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis e a gonorreia, a transmissão é feita, como a própria designação sugere, exclusivamente através de contacto sexual com a pessoa infetada. O coito anal seguido de contacto genital também pode causar uma infeção urinária.

A persistência prolongada de bactérias habitualmente causadoras de infeção urinária ou de doenças sexualmente transmissíveis no meio ambiente é fugaz, já que estas não sobrevivem por muito tempo fora do corpo do hospedeiro.

Mesmo que o equipamento sanitário tenha sido previamente utilizado por uma pessoa infetada, a probabilidade de contaminação do utilizador seguinte é praticamente nula.

A repugnância pela utilização de sanitários coletivos constitui uma reação natural, relacionada com preceitos de higiene, não havendo, contudo, razões para temer riscos improváveis. Resumindo, Trata-se de um mito cultivado de geração em geração e que se mantém nos nossos dias.

Tratamento de uma infeção urinária baixa

Não existe um tratamento único que sirva para todas as formas de infeção urinária. O medicamento mais indicado vai depender do agente causador, do sexo do paciente, do local do trato urinário acometido, da gravidade da doença e do estado clínico do paciente.

Tratamento da infeção da bexiga (cistite)

Cistite é o nome dado à infeção da bexiga, sendo a forma mais simples e mais comum de infeção urinária. A cistite ocorre preferencialmente em mulheres, sendo incomum em homens saudáveis.

A cistite apresenta-se habitualmente com disúria, aumento da frequência e urgência urinária. Também podem estar presentes dor supra-púbica, hematúria ou urina com cheiro fétido. A probabilidade destes sintomas corresponderem a cistite é de 50% se isolados e 90% se em combinação. O único exame complementar recomendado é a tira-teste. A urocultura deve ser reservada para doentes com pielonefrite não complicada, infeção recorrente ou com sintomatologia atípica

Vamos dividir a explicação do tratamento da cistite em 5 grupos:

  • Não complicada em mulheres.
  • Complicada em mulheres.
  • Grávidas.
  • Homens.
  • Urocultura positiva em pacientes sem sintomas.

Cistite não complicada

Infeção urinária recorrente

A infeção da bexiga que ocorre em mulheres sem problemas de saúde é chamada de cistite não complicada. Este é o tipo mais comum de infeção urinária.

ITU recorrente não complicada

Define-se pela existência de pelo menos três episódios em 12 meses. Esta pode ser originada pela reemergência de bactérias de um determinado locus no aparelho urinário (infeção persistente) ou por nova colonização do aparelho urinário (reinfeção)

Quais as bactérias que causam a cistite?

A imensa maioria dos casos de cistite não complicada é causada pela bactéria Escherichia coli (E.coli), mas outras bactérias também podem ser a causa, tais como:

  • Proteus mirabilis,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Staphylococcus saprophyticus.

Tratamento para a cistite não complicada

O tratamento da cistite não complicada em mulheres deve sempre incluir um antibiótico que tenha ação contra estas bactérias, principalmente sobre a E.coli, responsável por mais de 80% dos casos.

A escolha do antibiótico é feita mais corretamente quando baseada nos resultados da urocultura, exame de urina usado para identificar qual é a bactéria causadora da infeção. No resultado da urocultura, além da identificação da bactéria, o laboratório também fornece uma lista com os antibióticos que invitro se mostraram mais eficazes para combatê-la. Esta lista é chamada antibiograma. Portanto, quando o médico tem acesso ao resultado da urocultura, a escolha do antibiótico deve-se sempre basear no antibiograma.

Cabe ressaltar que na maioria das vezes a cistite é uma infeção simples e de fácil tratamento, não havendo necessidade de solicitar urocultura para todos os casos. O resultado da urocultura demora de 2 a 4 dias para ficar pronto, o que atrasaria em vários dias o início do tratamento e o alívio dos sintomas. Em geral, como os sintomas são muito típicos, na suspeita de cistite não complicada em mulheres, o médico está autorizado a começar antibióticos empiricamente, sem pedir qualquer exame.

Os medicamentos mais utilizados contra a cistite são os antibióticos que agem sobre as bactérias que habitualmente provocam infeção urinária, principalmente contra a bactéria E.coli. As melhores opções de tratamento empírico da cistite (sem orientação do antibiograma) segundo recomendações internacionais, são apresentadas no quadro seguinte:

Cistite_tratamento,_recomendações_internacionais melhorsaude.orgA escolha do melhor tratamento cabe ao médico, baseado no conhecimento do perfil de sensibilidade da E.coli em cada comunidade. Há locais, por exemplo, onde a taxa de resistência da E.coli ao Bactrim® (Cotrimoxazol) é elevada, não sendo esta uma boa opção para tratamento empírico.

Cistite complicada

Infeção persistente

Na persistência bacteriana, o microrganismo isolado é habitualmente sempre o mesmo e as infeções são separadas por um curto hiato temporal. A infeção persistente relaciona-se com anomalias do aparelho urinário que são habitualmente corrigíveis (ver quadro). O estudo morfológico e/ou funcional é de extrema importância, de modo a identificar e corrigir a anomalia que perpetua a infeção.

O quadro seguinte descreve as anomalias do aparelho urinário responsáveis por persistência bacteriana:

Anomalias_do_aparelho_urinário_responsáveis_por_persistência_bacteriana melhorsaude.org

Cistite complicada é a infeção da bexiga que ocorre em mulheres com algum problema de saúde que aumente o risco de falha no tratamento. São geralmente consideradas cistites complicadas aquelas que ocorrem em doentes com:

– Diabetes.
– História de pielonefrite aguda nos últimos 12 meses.
– Sintomas prolongados de infeção urinária.
– Infeção urinária por bactéria multirresistente.
– Infeção urinária adquirida em ambiente hospitalar.
– Insuficiência renal.
– Obstrução do trato urinário.
– Presença de cálculo renal.
– Presença de um cateter vesical, stent ureteral ou nefrostomia.
– Instrumentação ou cirurgias recentes do trato urinário.
– Anormalidade anatómica do trato urinário.
– Incontinência urinária.
– História de infeção do trato urinário na infância
– Transplante renal ou outras causas de imunossupressão.

Doentes com cistite complicada devem sempre recolher urina para fazer a urocultura e só depois começar o tratamento. Não é preciso esperar pelo resultado dos exames para começar o tratamento com antibióticos, mas ter um antibiograma e a bactéria causadora da infeção urinária identificada dentro de 2 ou 3 dias ajuda muito a decidir o próximo passo, caso o paciente não tenha melhorado nas primeiras 72 horas de tratamento empírico.

Profilaxia_antibiótica_recomendada_pela_EAU melhorsaude.org

As melhores opções de tratamento empírico (sem orientação do antibiograma) da cistite complicada incluem:

  • Levofloxacina 500 a 750mg 1x por dia por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.
  • Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.

Se o paciente não apresentar sinais de melhora em 2 ou 3 dias, o antibiótico deve ser trocado de acordo com o antibiograma, que já deverá estar disponível nesta altura.

Nos casos de doentes com cálculos renais ou obstruções do trato urinário, a remoção cirúrgica destes pode ser necessária para que o tratamento tenha sucesso. Do mesmo modo, doentes com sonda vesical ou stent no ureter podem ter que trocá-los para conseguir combater a infeção urinária. A bactéria pode-se alojar em qualquer uma destas estruturas e conseguir “esconder-se ” do antibiótico, sendo muito difícil a sua eliminação apenas com medicamentos.

Cistite em grávidas

Aproximadamente 2% das mulheres grávidas apresentam pelo menos um episódio de cistite durante a gestação. O risco de ascensão das bactérias da bexiga em direção aos rins é maior nas mulheres grávidas, fazendo com que qualquer cistite neste grupo seja considerada uma cistite complicada. Além disso, a presença de bactérias na urina está associada a problemas na gravidez, como parto prematuro, baixo peso do feto e morte fetal.

Devido ao risco de má formações fetais, nem todos os antibióticos podem ser usados nas mulheres grávidas. Por isso, as gestantes merecem uma abordagem distinta das outras pacientes com cistite complicada.

Todas as gestantes com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:

  • Nitrofurantoína 100 mg de 12/12 horas por 5 dias.
  • Amoxicilina-ácido clavulânico 500 mg de 12/12 horas por 3 a 7 dias.
  • Fosfomicina 3 g em dose única.
  • Cefalexina 500 mg de 12/12 horas durante 3-7 dias.

O Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas por 3 dias é uma opção, mas apenas a partir do segundo trimestre, devendo este ser evitado nas primeiras 12 semanas de gravidez.

Os antibióticos da família das quinolonas, como ciprofloxacina, norfloxacina e levofloxacina são contraindicados na gravidez.

Uma semana após o fim do tratamento, a urocultura deve ser repetida para se confirmar a eliminação da bactéria. Se a urocultura for novamente positiva para a mesma bactéria, o tratamento deve ser repetido, desta vez por mais tempo.

Por outro lado, se a urocultura confirmar a eliminação da bactéria, ela deve ser repetida todos os meses até ao final da gestação, para termos certeza de que não haverá novas infeções.

Cistite em homens

A cistite é um quadro muito menos comum em homens do que em mulheres, devido ao maior comprimento da uretra, ao ambiente peri uretral menos húmido, à menor colonização de bactérias na região ao redor da uretra e à presença de substâncias antibacterianas no líquido prostático.

Habitualmente, as cistites em homens ocorrem naqueles com anormalidades do trato urinário, sejam má-formações em crianças pequenas ou doenças urológicas em pacientes idosos, como problemas da próstata. No entanto, cistites não complicadas podem ocorrer em um pequeno número de homens entre os 15 e os 50 anos de idade, sem nenhum problema de saúde.

Todos os homens com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:

      • Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.
      • Levofloxacina 500mg 1x por dia durante no mínimo 7 dias.
      • Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.

Se após 48-72 horas não houver melhoras, o tratamento deve ser ajustado de acordo com o resultado da urocultura e do antibiograma. Nestes casos, uma investigação para alterações na anatomia urológica deve ser avaliada

É preciso ter sempre em mente que sintomas de infeção urinária em homens não necessariamente indicam uma cistite, já que prostatite e uretrite, como no caso da gonorreia , podem ter sintomas muito parecidos.

UROCULTURA

A urocultura, também chamada de urinocultura ou cultura de urina, é o exame de urina que identifica a presença de bactérias. Como os rins e a bexiga são locais estéreis, ou seja, sem micróbios presentes, a identificação de uma bactéria na urina costuma ser um forte indicador de uma infeção urinária.

É importante salientar, porém, que nem sempre a presença de bactérias indica uma infeção ativa. Algumas delas podem colonizar a uretra e a bexiga sem necessariamente causar doença.

A urocultura é feita através da colocação da urina em um meio propício à reprodução de bactérias, chamado meio de cultura. Caso a urina contenha bactérias, em 48 horas será possível identificar a formação de colônias de bactérias, podendo, deste modo, identificarmos qual tipo de bactéria está presente e quais antibióticos mais eficazes contra essas bactérias (antibiograma).

No resultado da urocultura normalmente estão presentes o tipo de bactéria, o número de colônias formadas pela mesma e a lista de antibióticos sensíveis e resistentes.

Urocultura, resultado é positivo se:

  • UFC (Unidades Formadoras de Colónias) > 100.000

UROCULTURA POSITIVA EM PACIENTES SEM SINTOMAS – BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA.

Cistite é a inflamação da bexiga causada por bactérias. A simples presença de bactérias na urina, sem sinais de inflamação da bexiga não é considerada uma infeção, mas sim uma colonização. Uma analogia fácil de entender é com a pele. Ter bactérias presentes na pele é completamente diferente de ter uma infeção de pele. Portanto, a simples presença de bactérias na urina não é suficiente para o diagnóstico de uma infeção. Para ser cistite é preciso que o paciente tenha sintomas de uma bexiga inflamada, como dor para urinar, sangue na urina, vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia, etc.

Mesmo no caso da bactéria E.coli, há estirpes menos virulentas, capazes de proliferar na urina, mas sem força para causar inflamação da bexiga. Uma urocultura positiva, mesmo para E.coli, em um paciente sem nenhuma queixa, não deve ser valorizada na maioria dos casos. Na verdade, se o paciente não tem queixas urinárias, não faz sentido solicitar uma urocultura.

A presença de bactérias na urina sem sintomas é chamada bacteriúria assintomática e não deve ser tratada com antibióticos na grande maioria dos casos. As únicas exceções são as grávidas e os pacientes que irão ser submetidos a cirurgias urológicas. Nestes casos está indicada a realização de urocultura, mesmo sem sintomas, e o tratamento de acordo com o resultado do antibiograma. Em todos os outros casos, o tratamento da bacteriúria assintomática não apresenta benefícios e pode ainda estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes.

Profilaxia antibiótica

A profilaxia antibiótica está recomendada se existirem dois ou mais episódios de ITU (Infeção do Trato Urinário) em seis meses ou três ou mais episódios em 12 meses. Deve ser utilizada apenas depois da falência das medidas gerais e, em opção, da imunoprofilaxia e/ou arando vermelho.

Deve ser iniciada apenas depois de erradicada a infeção e a escolha do antibiótico deve ser realizada caso a caso e tendo em atenção o padrão de sensibilidades do microrganismo isolado.

A Tabela seguinte lista as várias opções.

Profilaxia_antibiótica_recomendada_pela_EAU melhorsaude.org

Existem três esquemas possíveis, a saber:

  • Profilaxia contínua;
  • Profilaxia pós-coito;
  • Terapêutica Auto constituída.

Profilaxia contínua

A profilaxia contínua é realizada com uma toma diária (ao deitar) ou a intervalos regulares. Está indicada para a maioria das doentes com indicação para profilaxia antibiótica. Implica uma monitorização regular (mensal a trimestral) com urocultura, pois a recidiva pode ser assintomática.

A duração habitual do primeiro ciclo de profilaxia contínua é de seis meses. Após o seu término, quase um terço dos doentes apresentará uma remissão prolongada. Mas a maioria vai retomar a frequência habitual de ITU, pelo que a profilaxia deverá ser retomada.

Profilaxia pós-coito

A profilaxia pós-coito, que apresenta taxas de sucesso equivalentes à profilaxia contínua, deve ser reservada para os casos em que existe uma relação causa-efeito entre a atividade sexual e os episódios de ITU. A mulher deve ser instruída a fazer a toma da dose recomendada até duas horas após o coito e não ultrapassar uma toma diária, independentemente da frequência da atividade sexual.

Terapêutica autoinstituída

A terapêutica autoinstituída deve ser reservada para mulheres diferenciadas, capazes de reconhecer a sintomatologia e interpretar uma tira-teste. A estas mulheres deve ser fornecido um ciclo completo de antibioterapia, preferencialmente um ciclo de três dias de quinolona. Não há necessidade de realizar urocultura, mas devem estar avisadas para consultar um médico se a sintomatologia não resolver em 48 horas.

Imunoprofilaxia

A imunoprofiláxia na infeção urinária, de forma similar a uma vacina e consiste em estimular o sistema imunitário para reagir contra uma determinada bactéria que habitualmente provoca infeção no trato urinário. O único Imuno-estimulante oral suficientemente documentado e recomendado pelas guidelines da EAU é o extrato de Escherichia coli (OM-89) – Uro-Vaxom®. A utilização deste lisado bacteriano reduz a taxa de recidivas infeciosas em 39%. Esta abordagem tem a mais-valia de não alterar a flora intestinal, nem a flora vaginal nem as taxas de resistência aos antibióticos.

Arando vermelho

Tem sido utilizado na prática, mas os estudos clínicos são contraditórios. Apesar da controvérsia, está recomendada a ingestão diária de 36 mg de proantocianidina tipo A – o principio ativo, que impede a ligação da E.coli ao urotélio.

Utilização oral ou vaginal de probióticos

A utilização oral ou vaginal de probióticos como forma de regularizar a flora vaginal, e deste modo competir com os uropatogénios, tem sido estudada mas os resultados ainda não estão validados . É aceitável a utilização das duas estirpes mais estudadas:

      • Lactobacillis rhamnosus GR-1,
      • Lactobacillis reuteri RC-14.

Estrogénios por via vaginal

A utilização de estrogénios por via vaginal tem sido advogada para mulheres pós-menopausa, pois restitui as características da vagina, permitindo a recolonização desta por lactobacilos.

Como evitar infeções urinárias?

Embora sem nível de evidência e com poucos estudos clínicos válidos, existem algumas medidas gerais que são habitualmente recomendadas:

Em resposta à publicação deste artigo algumas leitoras partilharam que conseguiram resultados extraordinários com a introdução de probióticos na alimentação ao mesmo tempo que eliminavam o excesso de açúcar e o glúten. De facto tratar bem a nossa flora intestinal (comer de forma saudável) é talvez o melhor investimento que podemos fazer na nossa saúde juntamente com o exercício físico adequado e uma boa qualidade de sono!

Concluindo

Uma infeção urinária pode ter consequências muito graves se afetar o rim. Esteja atenta aos sintomas, principalmente de dor lombar associada a febre e consulte de imediato um médico. O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo que está errado e pode ser potencialmente perigoso ou até fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

Por favor, PARTILHE ESTE ARTIGO e ajude imensas pessoas principalmente mulheres a prevenirem e tratarem atempadamente infecções muito perigosas!

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Mononucleose e doença do beijo a verdade




Mononucleose infecciosa ou doença do beijo o que é? Quais os sintomas? Como se apanha? Qual a sua causa? Quais os seus perigos? Quem são as faixas da população mais expostas? Qual o melhor tratamento? Segundo os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o Epstein Barr Vírus (EBV)  é uma dos vírus mais comuns a nível mundial e transmite-se principalmente pela saliva daí o nome de Doença do Beijo.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Porque se chama doença do beijo?
  • Doença do beijo: Como se transmite o vírus?
  • Quanto tempo pode ficar o vírus no organismo depois dos sintomas desaparecerem?
  • Quem tiver contraído o vírus não deve beijar ninguém durante muitos meses?
  • O vírus da mononucleose é muito infecioso?
  • Quais os sintomas?
  • Como se diferencia da faringite comum?
  • Pode provocar manchas no corpo?
  • É verdade que pode afetar com gravidade o baço?
  • O fígado pode ser afetado?
  • Que complicações menos comuns podem acontecer?
  • Quais os riscos para uma grávida que contraia a doença do beijo?
  • O que é a síndrome de mononucleose?
  • Qual a diferença entre síndrome de mononucleose e a doença mononucleose infecciosa?
  • Quais as principais doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Qual o melhor tratamento?
  • Pode provocar fadiga crónica?
  • Como beijar bem ? 🙂

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Doença do beijo o que é?

A mononucleose também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr,  da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Mononucleose e vírus Epstein Barr como se apanha?

O vírus Epstein Barr é transmitido de humano para humano através da saliva. Por este motivo ganhou a alcunha de “doença do beijo”. Além do beijo, a mononucleose pode ser transmitida das seguintes formas:

  • Tosse
  • Espirro
  • Objectos como copos e talheres
  • Sempre que haja contacto com a saliva de uma pessoa contaminada

Quanto tempo fica no organismo?

Um indivíduo infectado pelo Epstein-Barr pode manter-se com o vírus na sua orofaringe  durante 18 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas com quem mantenha algum contacto íntimo, principalmente se prolongado. É por isso que a maioria das pessoas que desenvolve mononucleose não se recorda de ter tido contacto com alguém doente. A própria pessoa que transmite o vírus também nem sequer imagina que ainda possa transmiti-lo. Não é de estranhar, portanto, que apesar da baixa infectividade, em alguns países mais de 90% da população adulta já tenha tido contato com o vírus da mononucleose.

Contágio: Quando se contrai o vírus?

Posso beijar alguém se tiver o vírus?

Na maioria dos casos, as pessoas têm o primeiro contacto com o vírus da mononucleose ainda em criança. Esta infeção passa despercebida porque o vírus da mononucleose não costuma causar a doença quando adquirido na infância. Na verdade, menos de 10% das crianças que se contaminam com o Epstein-Barr desenvolvem algum sintoma. Portanto, a imensa maioria da população já teve contacto com o vírus da mononucleose e já possui anticorpos, estando imunes ao vírus.

Adolescência, qual a frequência?

Os casos de mononucleose na adolescência e juventude ocorrem naquela minoria que por acaso não foi contaminada ainda quando criança. Ao contrário do que ocorre nas crianças, nos adolescentes e adultos jovens a mononucleose infecciosa costuma causar os sintomas clássicos que serão descritos mais adiante.

Vírus Epstein barr é muito infeccioso?

Apesar do modo de transmissão ser semelhante ao da gripe, o Epstein Barr é um vírus menos contagioso, o que faz com que seja possível haver contacto com pessoas infetadas e não se infectar. A infecção só ocorre após contacto prolongado de uma pessoa contaminada com outra que nunca tenha sido exposta ao vírus. Portanto, quando se soma o facto da maioria da população já ser imune à mononucleose com a natural baixa taxa de contaminação do vírus, o risco de transmissão entre jovens e adultos é muito baixo. Logo, uma vez curado dos sintomas, não há motivos para impedir ninguém de voltar a namorar.

Sintomas

Quando adquirida na infância, a mononucleose costuma passar despercebida. Menos de 10% das crianças infetadas apresentam sintomas. Essa incidência começa a subir com o passar dos anos, atingindo seu ápice entre os 15 e 24 anos. Esta é a faixa etária que mais costuma apresentar infeção sintomática. A mononucleose é rara após os 30 anos, uma vez que virtualmente todos neste grupo já terão sido expostos ao vírus em algum momento da vida.

Nas pessoas que desenvolvem sintomas, o período de incubação, ou seja, desde o contacto até ao aparecimento da doença, é em média de 4 a 8 semanas.

Os sintomas típicos da mononucleose incluem:

  • Febre
  • Cansaço
  • Dor de garganta
  • Aumento dos nódulos linfáticos do pescoço (ínguas)

É um quadro muito semelhante às faringites comuns causadas por outros vírus e bactérias. Pode também em alguns casos confundir-se com uma gripe por apresentar alguns sintomas semelhantes tais como:

  • Febre,
  • Dores musculares,
  • Tosse,
  • Cansaço.

Outros sintomas inespecíficos que podem aparecer incluem:

  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Tosses
  • Náuseas também são comuns

Na mononucleose a fadiga costuma ser intensa e persiste durante semanas mesmo depois de desaparecerem todos os outros sintomas.

O QUE DETESTAS NA SAÚDE-

Faringite vs Mononucleose diferenças

O aumento dos nódulos linfáticos na mononucleose infeciosa é um pouco diferente dos da faringite comum, a saber:

  • Afetam principalmente as cadeias posteriores do pescoço
  • Frequentemente espalham-se pelo resto do corpo

Manchas no corpo será da mononucleose?

Uma dica para o diagnóstico diferencial entre as faringites bacterianas e a mononucleose é que nesta pode haver o aparecimento de uma rash (manchas vermelhas) pelo corpo após o início do tratamento com  antibióticos, principalmente amoxicilina. Uma situação clássica é o doente procurar o médico por causa de uma infeção na garganta e receber uma prescrição de amoxicilina para tratamento. O doente começa a tomar os antibióticos e horas depois surgem manchas vermelhas difusas pelo corpo.

Baço afetado de forma perigosa?

Sim, um  sinal característico da mononucleose é o aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Quando este ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de rutura do mesmo. A rutura esplênica (rutura do baço) é rara, mas quando acontece leva a risco de morte devido ao intenso sangramento que se sucede. O baço aumenta tanto de tamanho que pode ser palpável abaixo das costelas à esquerda do abdómen..

Fígado e Hepatite

Ser afetado o fígado não é incomum, podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia em até 20% dos casos.

Complicações menos comuns

Outras complicações descritas, porém, menos comuns, são:

  • A síndrome de Guillain-Barré
  • Paralisia facial

SUGERE UM TEMA (1)

Mononucleose e a Gravidez

A mononucleose não costuma causar  problemas de maior quando adquirida durante a gravidez. Não há evidências de aumento do risco de má-formação, aborto ou parto prematuro.

Síndrome de mononucleose e doença mononucleose qual a diferença?

Um facto que causa muita confusão, inclusive entre médicos, é a diferença entre a doença mononucleose infeciosa e a síndrome de mononucleose. O primeiro, a mononucleose infeciosa, é causado pelo Epstein barr vírus e é o objeto deste artigo.

A síndrome de mononucleose  engloba todas as doenças que apresentam o seguinte quadro de sintomas:

  • Dor de garganta
  • Nódulos linfáticos aumentados
  • Febre
  • Aumento do tamanho do baço

Entre as doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose destacam-se:

  • HIV
  • Citomegalovírus
  • Linfomas

Resumindo, ter mononucleose infecciosa é diferente de ter uma síndrome de mononucleose.

Diagnóstico da mononucleose infecciosa

O diagnóstico da mononucleose é feito através do quadro clínico e é confirmado por análises de sangue. No hemograma da mononucleose é frequente o aumento do número de leucócitos (leucocitose), causado pela maior produção de linfócitos (linfocitose), ou seja, o doente apresenta leucocitose e linfocitose. Quando o fígado é afetado, pode haver elevação das enzimas hepáticas, chamadas de TGO e TGP.  Em resumo as análises de sangue apresentam:

  • Aumento do número de leucócitos ( leucocitose )
  • Aumento do número de linfócitos ( linfocitose )
  • TGO aumentada
  • TGP aumentada

Diagnóstico definitivo

O diagnóstico definitivo, porém, é feito através da sorologia, com a pesquisa de anticorpos específicos de vários antigénios existentes nas estruturas do vírus de Epstein-Barr (anticorpos anti EBV-VCA IgG e IgM; anti-EAD e anti-EBNA). A combinação destes resultados permitem-nos detetar a existência de mononucleose infeciosa, assim como se estamos perante uma doença ativa ou se apenas existem anticorpos desenvolvidos com uma doença antiga.

Tratamento mais eficaz

O tratamento é sintomático ou seja baseia-se no amenizar dos sintomas e repouso. Não há droga específica para o vírus e o quadro costuma resolver-se espontaneamente em duas semanas. Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios pelo menos durante quatro semanas.

Resumindo o tratamento:

  • Tratamento da febre ( com antipiréticos como paracetamol )
  • Tratamento das dores ( com analgésicos como paracetamol )
  • Tratamento da tosse ( antitussicos )
  • Tratamento das nauseas ( antieméticos como domperidona )
  • Repouso
  • Hidratação

Fadiga crónica

Durante muitos anos associou-se a mononucleose com a síndrome da fadiga crónica . Porém, hoje sabe-se que a fadiga da mononucleose é diferente. O cansaço prolongado que pode ocorrer normalmente não vem associado com os outros sintomas da síndrome da fadiga crónica e normalmente ocorre por reactivações mais fracas do vírus.

Estudos recentes

De seguida descrevo alguns dos estudos publicados nos últimos anos:

COMO BEIJAR BEM? 🙂

Já que falamos de beijo e em jeito de nota de boa disposição aqui ficam de seguida 5 dicas para ensinar a beijar bem, segundo uma “autoridade” no assunto!

Beijar e ser beijado é tema de diversos livros de todos os tipos (as culturas orientais dispõem de tratados inteiros sobre esse tema). Um exemplo de manual prático para beijar bem é a obra da especialista americana em marketing Tomina Edmark, The kissing book, na qual se revelam as cinco dicas que asseguram que um beijo seja inesquecível, a saber:

  1. Selecionar a pessoa adequada (para conseguir uma perfeita comunhão física e mental).
  2. Escolher um lugar propício (é melhor um lugar privado do que público, e silencioso).
  3. Decidir o momento oportuno.
  4. Inclinar-se até que os lábios se toquem levemente. Fazer isso devagar e começar com suavidade.
  5. Estabelecer um contacto visual com a parceira/o porque os olhos proporcionam valiosíssima informação sobre como o outro se sente. Se os olhares não se encontram, é um aviso de retirada.

O que acontecer depois permitirá interpretar se o desejo de beijar correspondia a um impulso qualquer ou era o início de algo muito mais intenso.

Concluindo

A doença do beijo ou mononucleose infeciosa não é geralmente uma doença grave mas se o baço for afetado é necessário uma vigilância mais apertada por causa do risco de rutura e hemorragia grave. Na maioria dos casos como fomos uns “bebés muito queridos” os nossos amigos e familiares deram-nos tantos beijos que é muito difícil não apanhar o vírus com tenra idade! Significa que a maioria de nós ficou imune logo desde a infância pelo que, mais tarde na adolescência,  se tiver o azar de namorar com alguém que contraia o vírus da mononucleose infeciosa isso não vai ser impedimento para continuar a celebrar o namoro com beijos mais carinhosos 🙂 … porque, provavelmente, já está imune.

Fique bem

Franklim Fernandes

Bibliografia:

Por favor PARTILHE este artigo com os seus amigos para que fiquem bem informados e já agora, para os que necessitarem   também dicas sobre beijar… BEM e ser mais FELIZ

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SARNA COMO DESCOBRIR E TRATAR




Sarna ou escabiose como tratar (scabies) toda a verdade! Conhecida popularmente por sarna humana ou pereba, segundo a Public Library of Science (PLoS) é uma doença de pele causada por um ácaro chamado Sarcoptes scabiei. A sarna é uma infeção contagiosa, que pode-se espalhar rapidamente através de contacto físico próximo, entre pessoas que habitam na mesma casa ou crianças em creches e escolas.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

    • Sarna: O que é?
    • Causas da sarna: Quais são?
    • Ácaro sarcoptes scabiei: O que é?
    • Como se transmite a sarna?
    • Posso apanhar sarna do meu cão ou gato?
    • Qual o período de incubação da sarna?
    • Em que altura do ano é mais comum?
    • Quais os sintomas?
    • Quais as características do túneis de sarna?
    • O que é a sarna crostosa ou Norueguesa?
    • Quem corre maior risco de infestação?
    • Qual o tratamento mais eficaz para a sarna?
    • Qual o tratamento mais eficaz para a sarna crostosa ou Norueguesa?
    • Quem teve contacto com infectados deve ser tratado?
    • Que cuidados deve ter com a roupa?
    • Quais os estudos mais recentes?


Sarna e ácaro Sarcoptes scabiei o que é?

No Homem, a doença é causada pela subespécie Sarcoptes scabiei var hominis, designando-se por Sarna Sarcótica ou Escabiose. O ácaro Sarcoptes scabiei é uma espécie de aracnídeo considerada como tipo, com diversas variedades que se distinguem pelo tamanho, disposição das escamas dorsais, dimensões, entre outras caraterísticas diferenciais e estas, por sua vez, podem-se encontrar em hospedeiros distintos, como Mamíferos e Homem. São, ainda, consideradas, quanto ao tipo de parasitismo, como ectoparasitas, dado que vivem na superfície do corpo (pele) do hospedeiro, do qual extraem nutrientes.

Os ácaros são seres microscópicos de oito patas, da classe dos aracnídeos. O Sarcoptes scabiei tem um tamanho médio de 0,3 milímetros, que é aproximadamente o limite do que o olho humano consegue ver.

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Ácaro da sarna:  Sarcoptes scabiei

O Sarcoptes scabiei é um parasita que vive, alimenta-se e reproduz-se na nossa pele. O ciclo de vida deste ácaro dura cerca de 30 dias. Após a cópula, o ácaro macho morre enquanto a fêmea penetra através das camadas superficiais da pele, criando um microscópico túnel, onde fica alojada, depositando os seus ovos durante toda a sua vida, que dura cerca de 30 a 60 dias. A fêmea do Sarcoptes scabiei liberta 2 a 3 ovos por dia. Os ovos eclodem em três ou quatro dias, e as larvas recém nascidas fazem o caminho de volta em direção à superfície da pele, onde amadurecem e se podem espalhar para outras áreas do corpo.

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Os ácaros Sarcoptes scabiei produzem enzimas que degradam as proteínas da pele, principalmente a queratina, que serve de alimento para os mesmos. Conforme eles se movem através da epiderme, vão deixando para trás as suas fezes, criando lesões lineares na pele. As lesões e a comichão da escabiose são resultados de uma reação alérgica da pele contra o próprio ácaro, os seus ovos e as suas fezes.

Causas da escabiose 

Ter sarna não é necessariamente um sinal de má higiene. A escabiose é uma infecção transmitida entre pessoas através de contacto próximo.  Os casos mais habituais são entre familiares que vivem na mesma casa. A via sexual é outra maneira comum de se adquirir sarna. Exército, lares para idosos, creches, escolas e prisões são locais onde frequentemente há surtos de sarna.

O contacto entre crianças e adolescentes na escola não costuma ser próximo o suficiente para causar a transmissão, o que de modo algum significa que não haja risco. Do mesmo modo, um simples aperto de mão ou um rápido abraço não costumam ser suficientes para haver transmissão.

A transmissão ocorre, fundamentalmente, por contacto direto, ou seja, um doente entra em contacto com outro hospedeiro, ocorrendo a transferência das fêmeas recém fertilizadas (fêmeas ovígeras) pessoa a pessoa. Pode, contudo, surtir vetorização do tipo fomite, quando objetos inanimados veiculam o parasita entre os hospedeiros (por ex., roupas de cama ou vestuário, como é o caso de roupas íntimas).

O risco de contágio aumenta proporcionalmente com o número de ácaros que subsistem na pessoa atingida, assim como o respetivo período de contacto. Desta forma, considera-se que o contacto sexual constitui, provavelmente, o meio de transmissão mais proeminente entre os adultos.

Quanto tempo sobrevive o ácaro?

Quando S. scabiei abandona o hospedeiro, este poderá sobreviver no meio ambiente por um período de tempo estimado de 24 a 36 horas, à temperatura ambiente (21°C) e com uma humidade normal (40 a 80% de humidade relativa) e, ainda, por períodos de tempo mais longos, a temperaturas mais baixas e com uma humidade elevada. Esta circunstância torna possível a transmissão através de roupas, lençóis ou toalhas, apesar desta via não ser a mais comum. Verifica-se, contudo, que ao aumentar o tempo fora do hospedeiro, diminui proporcionalmente a capacidade do ácaro para contagiar outro hospedeiro. Este aracnídeo, com ausência visual, recorre aos meios sensoriais (odor) e estímulos térmicos para se fixar no hospedeiro

O ácaro Sarcoptes scabiei consegue sobreviver no ambiente durante 24 a 48 horas, o que torna possível a transmissão através de roupas, lençóis ou toalhas, apesar desta via não ser a mais comum.

Sarna do meu cão ou gato será contagiosa?

Animais, como cães e gatos, também podem ter sarna, mas o ácaro que os infecta é diferente, tornando a transmissão para humanos pouco comum. Quando ela ocorre é geralmente em animais realmente infestados pelo ácaro. Todavia, como o homem não é o hospedeiro habitual da sarna canina ou felina, o ácaro dos cães e gatos não se reproduz no humano e a infecção dura apenas alguns dias (o tempo de vida do ácaro).

Periodo de incubação

O período médio de incubação da sarna é de cerca de 6 semanas. Porém, nas pessoas reinfectadas, os sintomas podem surgir em apenas 24 horas. Uma pessoa contaminada é capaz de transmitir a sarna, mesmo que ainda esteja sem sintomas, durante o período de incubação.

Inverno é “amigo” da sarna!

A sarna aparece mais durante o Inverno porque o frio permite ao ácaro resistir um pouco mais nas superficies expostas.

Sintomas

O sintoma clássico da escabiose é uma comichão difusa pelo corpo, que costuma ser mais intensa à noite.

As lesões típicas da escabiose são:

  • Pequenas pápulas (pontinhos ou bolinhas com relevo) avermelhadas, de 1 a 3 mm de diâmetro. As lesões, às vezes, são tão pequenas que podem passar despercebidas ou camufladas pelos arranhões causados pela intensa comichão.

As lesões da sarna podem ser difusas e as partes do corpo mais afectadas são:

  • Mãos (principalmente entre os dedos),
  • Pulsos,
  • Cotovelos,
  • Axilas,
  • Mamilos (especialmente em mulheres),
  • Áreas à volta do umbigo,
  • Genitais (especialmente em homens),
  • Joelhos,
  • Nádegas,
  • Coxas,
  • Pés.

As costas são habitualmente poupadas e a cabeça, palmas e solas só costumam ser afectadas em crianças. As lesões da sarna, a comichão associada e o acto de coçar aumentam o risco de infecções secundárias e simuntâneas por bactérias.

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Tuneis de sarna

Os túneis produzidos pelas fêmeas do Sarcoptes scabiei também podem ser visíveis, apesar de não serem tão comuns como as pápulas. Estae tuneis geralmente apresentam-se como finos traçados na pele, discretamente elevados, que podem ter até 10mm de comprimento.

Sarna crostosa ou Norueguesa

Na maioria das pessoas com sarna, o número total de ácaros presentes não costuma ultrapassar uma centena. Após um aumento exponencial no início da doença, o sistema imunológico do doente consegue travar a multiplicação do Sarcoptes scabiei, mantendo a sua população mais ou menos estável.

Em doentes s com o sistema imunológico fragilizado, os ácaros podem conseguir multiplicar-se indefinidamente, chegando a alcançar uma população de mais de um milhão em alguns casos. Esta super infestação de Sarcoptes scabiei é chamada de sarna crostosa ou sarna norueguesa, que é a forma mais grave da escabiose.

Risco de infestação

As pessoas com maior risco contrair uma super infestação ou sarna Norueguesa são:

  • Idosos,
  • Portadores de SIDA (AIDS),
  • Hanseníase,
  • Linfoma,
  • Síndrome de Down
  • Outras doenças que provoquem alterações do sistema imunológico.

A sarna crostosa provoca grandes crostas vermelhas na pele, que se espalham facilmente se não forem tratadas. O couro cabeludo, mãos e pés são frequentemente afectados, embora as manchas possam ocorrer em qualquer parte do corpo. As lesões da sarna crostosa geralmente não provocam comichão e contêm um grande número de ácaros.


Tratamento da sarna

As duas opções mais utilizadas para o tratamento da escabiose são a Permetrina 5% ou a Ivermectina em comprimidos:

    • Benzoato de benzilo, 277mg/ml, solução cutânea ( Acarilbial®);
    • Vaselina com 6% de enxofreesta vaselina é geralmente preparada de forma manual na Farmácia que receber a prescrição médica;
    • Permetrina 5% por via tópica – deve ser aplicada em todo corpo do pescoço para baixo (nas crianças pode ser aplicada no rosto, com cuidado para não atingir os olhos), sendo enxaguada no banho após 8 a 14 horas. Após 1 ou 2 semanas, o processo pode ser repetido;
    • Ivermectina 3mg por via oral (Ivermectol®, Stromectol®, Ivomec®) –  usada em dose única, com repetição após 14 dias.
    • Moxidectina (cydectin®) – novo tratamento

Moxidectina, estudo recente:

Ivermectina

A taxa de sucesso dos tratamentos tópicos é elevada mas a Ivermectina é o tratamento mais adequado para surtos em lares de idosos, prisões ou habitações com muitos moradores porque é muito mais simples tomar um comprimido do que aplicar um creme por todo o corpo.

Em casos mais resistentes pode ser necessário um tratamento mais agressivo em cápsulas com dosagem mais elevada de Ivermectina. Descrevo, de seguida, uma formula para manipulação (não existe comercialmente) prescrita por um dermatologista:

Ivermectina …………………………………. 13 mg

Lactose ………………………….. q.b.p 1 cápsula

FSA

Quantidade: 2 cápsulas

Posologia: 1 cápsula por semana ao jantar durante 2 semanas

Benzoato de benzilo (Acarilbial®)

Destaco este tratamento em particular por ser muito eficaz e ter poucos efeitos secundários em parte devido à sua aplicação apenas local. O tratamento com o medicamento Benzoato de benzilo a 277mg/ml, solução cutânea (Acarilbial®) destina-se exclusivamente à aplicação na pele e tem uma taxa de sucesso próxima de 100% se forem efectuadas duas aplicações em dois dias consecutivos.

A não ser que o seu médico lhe dê outras indicações, no tratamento da escabiose (sarna) deve ser aplicado da seguinte forma:

  1. Tomar um banho quente durante cerca de 10 minutos, de preferência por imersão e secar convenientemente;
  2. Friccionar levemente, durante alguns minutos, com algodão embebido do medicamento, a pele do corpo (com exceção da face, olhos, mucosas e canal urinário) e deixar secar;
  3. Repetir a aplicação, deixar secar novamente e vestir-se;
  4. Passadas 24 a 48 horas, tomar outro banho e mudar a roupa do corpo e da cama.

Embora em alguns doentes um único tratamento seja suficiente para se obter a cura, a experiência mostra que, por vezes, é necessário aplicar o medicamento, nas condições acima referidas, durante 2 dias consecutivos e, eventualmente, repeti-lo após um intervalo de 7 a 10 dias.

O volume do produto não deve exceder os 30ml em adultos e os 20ml em crianças, em cada aplicação. Além do doente, devem ser tratados os seus parceiros sexuais e todas as pessoas em contacto próximo, nomeadamente os indivíduos que partilham a habitação. Recomenda-se a lavagem, em água quente, de toda a roupa que esteve em contacto com a pele, incluindo roupa da cama e toalhas.

Tratamento da sarna crostosa

A sarna crostosa é tratada com uma combinação dos dois medicamentos quem são usados simultâneamente cumprindo o seguinte esquema posológico:

  • Permetrina 5% aplicada diariamente durante 7 dias
  • Ivermectina 3mg, uma dose por dia nos dias 1, 2, 8, 9 e 15


Contacto sem sintomas deve ser tratado

É importante lembrar a pessoa infectada com o ácaro da sarna costuma demorar até 6 semanas para apresentar sintomas. Por isso, o tratamento também é recomendado para os membros da família e contactos sexuais, mesmo que estes não apresentem sintomas de escabiose.

Roupa e cuidados a ter

Toda a roupa de cama e vestuário das pessoas afectadas pelo ácaro ou que com estas tiveram contacto físico, deve ser lavada na máquina a 60ºC. A roupa que não possa ser lavada a essa temperatura deve ser colocada dentro de um saco plástico bem fechado durante uma semana porque porque o ácaro geralmente não resite mais de 3 dias no ambiente externo (na maioria dos casos apenas sobrevive 48 horas). Depois desse tempo lave à temperatura normal.

Estudos mais recentes

Neste espaço farei a actualização dos estudos recentes que forem relevantes para o estudo da sarna, que sejam publicados em plataformas crediveis. Aqui ficam alguns:

Concluindo

A sarna ou escabiose é uma doença que impressiona não só pelos sintomas mas também quando pensamos na possibilidade de termos um parasita que utiliza a nossa pele para fazer os seus tuneis e colocar os seus ovos! A presença de um parasita a colonizar-nos de forma tão visivel não deixa ninguém indiferente! A boa notícia é ter um tratamento de poucos dias, sendo essencialmente local e com elevada eficácia. De realçar mais uma vez que a sarna nem sempre está ligada ás condições de higiene podendo por isso afectar qualquer adulto ou criança e com maior incidência no tempo frio. Se começar a ter diversas erupções cutâneas estranhas e comichão consulte o seu médico para ter a certeza que nada de cuidado se passa.

Fique bem

Franklim Moura Fernandes

Bibliografia:

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Tiroide e intestino imunidade e hipotiroidismo


Tiroide intestino e imunidade, guia de incríveis influências: As doenças da Tiroide mais comuns são o hipotiroidismo (muitas vezes causado pela doença de Hashimoto), o hipertiroidismo e os nódulos da tiroide. A Thyroid Federation International agrega organizações de apoio aos doentes da Tiroide de pelo menos 19 países, quase todos desenvolvido como por exemplo The Australian Thyroid Foundation ou a Thyroid Foundation of Canada. Isto é mais um facto que realça a forte prevalência das doenças da Tiroide na população principalmente dos países ditos “mais evoluídos”! Mas afinal o que se passa com a Tiroide? Qual a sua surpreendente ligação com o nosso intestino?

O que é a tiroide? Qual a sua função? Porque é importante? Quais os sinais de problemas? Como devem ser tratados? Como podem ser evitados? Sabia que as doenças da tiroide são muito comuns, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens?

Leia também: Cão deteta cancro da tiroide!

Existem múltiplas doenças da tiroide. Algumas caraterizam-se pelo incorreto funcionamento da tiroide. A tiroide produz e liberta para a circulação sanguínea duas hormonas, essenciais à vida, uma vez que exercem múltiplos efeitos no metabolismo, crescimento e desenvolvimento do nosso organismo.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

      • O que é a tiroide?
      • Qual a função da tiroide?
      • Para que servem as hormonas tiroideias?
      • Tiroide e o intestino qual a surpreendente relação?
      • Sistema imunitário e tiroide qual a importante ligação?
      • O que se passa se o intestino funcionar mal?
      • Como é regulada a tiroide?
      • Como se avalia atividade da tiroide?
      • Quais as principais doenças da tiroide?
      • As doenças da tiroide têm tratamento?
      • Nódulos da tiroide, o que são?
      • Qual a causa dos nódulos na tiroide?
      • Que tipos de nódulos existem?
      • Quais os exames que devem ser feitos?
      • Quais as características dos nódulos benignos vs malignos?
      • O que é o hipotiroidismo?
      • Quais as causas do hipotiroidismo?
      • Doença de Hashimoto: O que é?
      • Quais as causas da Doença de Hashimoto?
      • Porque temos falta de nutrientes?
      • Doença de Hashimoto: Quais os 6 nutrientes mais importantes?
      • Quais os sintomas de hipotiroidismo?
      • Como é diagnosticado o hipotiroidismo?
      • Quais os tratamentos para o hipotiroidismo?
      • O que é o hipertiroidismo?
      • Quais as causas de hipertiroidismo?
      • Hipertiroidismo: Quais os sintomas?
      • Como é diagnosticado o hipertiroidismo?
      • Quais os tratamentos para o hipertiroidismo?
      • O que é o cancro da tiroide?
      • Qual a causa do cancro da tiroide? Como é diagnosticado o cancro da tiroide?
      • Como é tratado o cancro da tiroide?
      • Como é seguido o doente com cancro da tiroide
      • Qual a importância da vigilância regular?
      • Quais as doenças da tiroide na gravidez?
      • Quais as alterações da tiroide normais durante a gravidez?
      • Quais as doenças mais comuns da tiroide durante a gravidez?
      • Quais os tratamentos mais indicados durante a gravidez?
      • Qual a influência das doenças da tiroide na amamentação?
      • Pode amamentar-se fazendo o tratamento?

Este artigo está disponível em pdf na nossa área reservada.

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Tiroide o que é?

A tiroide é uma glândula localizada na base do pescoço, por cima da traqueia (logo abaixo da maçã de Adão nos homens). Tem a forma de uma borboleta, sendo constituída por dois lobos unidos por uma porção central chamada istmo. O nome deriva do Grego “thyreos” que significa escudo pois a sua forma de facto faz lembrar um escudo!

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Função da tiroide

A tiroide é uma glândula de secreção endócrina, isto é, produz hormonas que são libertadas para a circulação sanguínea, chamadas hormonas tiróideas, a saber:

  • Triiodotironina (T3),
  • Tetraiodotironina (tiroxina ou T4).

A T3 é a forma ativa da hormona formada principalmente a partir da conversão da T4 nos tecidos periféricos do organismo.

T3 e T4 hormonas tiróideas, para que servem?

As hormonas tiróideas são essenciais à vida e exercem múltiplos efeitos a três níveis:

  • Metabolismo,
  • Crescimento,
  • Funcionamento do organismo.

Estas hormonas são responsáveis por uma enorme variedade de funções e comunicações com todos os outros sistemas do nosso organismo mas particularmente com o intestino.

Através do sangue são transportadas a todas as células do nosso corpo, influenciando o seu metabolismo. Duma forma simples podemos dizer que regulam a velocidade com que as células trabalham. Se há um aumento da produção de hormonas tiróideas como no hipertiroidismo , o nosso organismo está acelerado, por exemplo há um aumento da frequência cardíaca e o funcionamento do intestino torna-se mais rápido.

Por outro lado se há uma menor produção de hormonas tiróideas, hipotiroidismo, a frequência cardíaca diminui e o intestino trabalha mais lentamente podendo originar obstipação.

É a tiroide que decide quanto "combustível" vamos utilizar para cada tarefa fisiológica, metabólica e física que tenhamos de efetuar. Por isso contribui de forma decisiva para o nosso bem-estar mental, emocional, ajudando a pensar mais depressa ou mais devagar e influenciando até a nossa função e desejo sexual.

Tiroide e o intestino

Tiroide e intestino estão intimamente ligados de tal forma que problemas no intestino influenciam decisivamente o funcionamento da tiroide e vice-versa. A tiroide ajuda a regular a motilidade intestinal e fortalece a integridade da mucosa do trato gastrointestinal. Isto e muito importante por duas ordens de razões:

      • O intestino converte um quinto da hormona T4 (forma inativa) em T3 (forma ativa);
      • O intestino serve de interface entre a tiroide e o sistema imunitário.

Sistema imunitário e tiroide

Grande parte do sistema imunitário está localizado logo por baixo da única camada de células que reveste o nosso intestino. Isso mesmo… leu bem o nosso intestino e tudo o que “por lá passa” apenas é separado do sistema imunitário por uma única camada de células fortemente ligadas entre si. Por sua vez esta ligação forte entre as células da mucosa intestinal, curiosamente, não é feita por uma espécie de “cola” mas sim por uma espécie de “portal” que se abre e fecha apenas para deixar passar os nutrientes que nos são essenciais, depois de decompostos nas suas formas mais básicas, tais como:

  • Aminoácidos (para produção de proteínas);
  • Monossacarídeos (para produção de hidratos de carbono);
  • Monoglicerídeos (para produção de gordura).

O bom funcionamento do intestino depende imenso da correta motilidade intestinal que por sua vez é regulada pela tiroide.

Permeabilidade intestinal

Quando a motilidade intestinal está alterada, originando por exemplo obstipação ou diarreia, existe uma maior probabilidade do “portal” que une as células da mucosa intestinal ficar em linguagem simples “encravado no modo aberto” colocando em contacto direto e permanente o nosso sistema imunitário com o conteúdo intestinal. Este contacto provoca uma reação inflamatória permanente e exagerada do nosso sistema imunitário que se sabe hoje ser uma das causas mais importantes de imensas doenças autoimunes, cuja incidência na população dos países desenvolvidos tem disparado de forma alarmante!

Glúten e permeabilidade intestinal

A única molécula conhecida que atua como “chave” para abrir os portais existentes entre as células da mucosa intestinal chama-se Zonulin (Zonulina) e a sua produção pelo organismo é estimulada pela ingestão de gluten, pelo que cientistas de renome na área das doenças autoimunes, como o Dr Alessio Fassano, fundador do Center for Celiac Research, aconselham a eliminar completamente da nossa dieta.

Estudo:

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Como é regulada a tiroide?

A atividade da glândula tiroide é controlada por duas hormonas produzidas noutros órgãos:

    • Hipófise – glândula localizada na base do cérebro, que produz a TSH;
    • Hipotálamo – porção do cérebro imediatamente acima da hipófise, que produz a TRH.

A hipófise e o hipotálamo são uma espécie de sensores, sensíveis aos níveis de hormonas tiroideias em circulação. Se os níveis de T3 e T4 em circulação forem baixos o hipotálamo liberta TRH que estimula a libertação de TSH pela hipófise. Os níveis aumentados de TSH, por sua vez, estimulam a tiroide a produzir mais hormona tiroideia, de forma a restabelecer os níveis normais.

Pelo contrário, se os níveis de hormonas tiróideas em circulação excederem os valores normais, o hipotálamo e a hipófise diminuem a libertação de TRH e TSH respetivamente, de forma a que haja menor produção de T3 e T4 pela tiroide.

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Avaliar a atividade da tiroide

Antes de mais, um médico tem uma ideia da atividade da glândula através da história clínica, sintomas e exame físico que o doente apresenta. Perante a suspeita clínica de alteração da função da tiróide é necessário uma análise laboratorial. É efetuada uma colheita de sangue onde é possível medir os níveis de T3, T4 e TSH.

Doenças da tiroide

As doenças tiróideas são muito comuns, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens.

Existem múltiplas doenças da tiroide, sendo as mais comuns:

    • Hipertiroidismo – sempre que há excesso de produção de hormonas tiroideias;
    • Hipotiroidismo – quando há deficiência de produção de hormonas tiroideias;
    • Doenças Autoimunes – são causadas por anticorpos dirigidos contra a glândula tiroide, que podem estimular ou destruir a glândula. São exemplos a Doença de Graves (causa de hipertiroidismo) e a Doença de Hashimoto ( causa frequente de hipotiroidismo);
    • Bócio – quando a tiroide está globalmente aumentada de tamanho;
    • Nódulos – podem ser únicos ou múltiplos.

Tratamento das doenças da tiroide 

Habitualmente as doenças da tiroide não são complicadas e os seus sintomas podem ser tratados. Há doenças que podem ser tratadas com medicamentos orais e outras que pode ser necessário recorrer a outras formas de tratamento.

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Nódulos da Tiroide

O que são nódulos?

A tiroide é uma glândula que todos temos e que se localiza no pescoço. Por vezes pode estar aumentada de volume de forma difusa – bócio simples ou pode ter nódulos – bócio nodular.

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Causa dos nódulos

A maioria das vezes não se sabe a causa. Algumas das causas conhecidas são as seguintes:

    • As mulheres podem ter aumento do volume da glândula durante a gravidez.
    • Deficiência de iodo.
    • Aumento difuso provocado por doenças autoimunes como a Doença de Graves e Tiroidite de Hashimoto.
    • Alguns medicamentos ex: amiodarona, lítio, …
    • Determinados químicos.
    • Radioterapia da cabeça ou do pescoço.
    • Causa genéticas.
    • Grandes quantidades de radioatividade , por exemplo no desastre de Hiroshima , Chernobyl e mais recentemente Fukushima

Tipos de nódulos

Os nódulos da tiroide são muito mais frequentes na mulher do que no homem. Os nódulos podem ser:

  • Únicos,
  • Múltiplos.

Habitualmente tem o mesmo tipo de abordagem. Os nódulos com menos de 1 cm habitualmente não têm importância clínica, e podem apenas necessitar de vigilância. Nos nódulos com mais de 1 a 1,5 cm , dependendo da história clínica e características ecográficas dos nódulos, pode ser conveniente a realização de uma citologia aspirativa com agulha fina. Pretende-se excluir a hipótese de cancro da tiróide, que constitui uma minoria das situações (cerca de 5 a 10%).

Se forem volumosos podem dar algum desconforto ou sensação de compressão a nível cervical. Nessa situação pode ser necessário cirurgia que também é realizada sempre que a citologia for suspeita ou maligna.

Exames que devem ser feitos

Colheita de sangue para avaliar os níveis das hormonas tiróideas

Se hipertiroidismo, pode tratar-se de um ou mais nódulos a trabalhar em excesso.

Ecografia da tiroide

É um exame indolor que nos permite avaliar a morfologia da glândula, isto é, o seu tamanho, a existência de nódulos e as suas características, por exemplo se são sólidos ou líquidos. Apesar da ecografia da tiroide não nos indicar se um nódulo é benigno ou maligno, determinadas características dos nódulos podem ser mais suspeitas e orientam-nos para a necessidade de uma citologia.

Citologia com agulha fina

Recolhe células do nódulo para estudo microscópico.

Cintigrafia da tiroide

Só deverá ser efetuado em algumas situações particulares.

Nódulos benignos vs malignos

Nódulos benignos

Podem ser quistos, nódulos coloides, adenomas, etc.

Nódulos malignos

O cancro da tiroide tem uma alta taxa de cura e a maioria dos doentes pode ter uma vida perfeitamente normal. O tratamento é cirúrgico. Por vezes é necessário tratamento com iodo radioativo. O tratamento com levotiroxina é obrigatório em todos os doentes. A vigilância deve ser para o resto da vida.

Hipotiroidismo

O que é o hipotiroidismo?

É uma condição em que as hormonas da tiróide estão em quantidade insuficiente no sangue comprometendo o normal funcionamento de todo o organismo. Chama-se de hipotiroidismo primário quando a causa compromete o funcionamento da tiroide.

Sintomas de hipotiroidismo

Os os sintomas são variados, por vezes inespecíficos ou seja são similares ao de outras patologias e geralmente aparecem progressivamente. Os principais são os seguintes:

  • Aumento da sensibilidade ao frio;
  • Fadiga;
  • Cansaço fácil;
  • Obstipação;
  • Pele seca;
  • Queda de cabelo, cabelo fino e quebradiço;
  • Irregularidades menstruais;
  • Ligeiro aumento de peso (retenção de fluidos);
  • Mialgias e parestesias.

Causas de hipotiroidismo primário

Existem muitas razões pelas quais a tiroide deixa de funcionar adequadamente nas pessoas com hipotiroidismo, sendo as principais as que descrevo de seguida:

    • Doença autoimune como a doença de Hashimoto (95% dos casos);
    • Falta ou excesso de iodo;
    • Cirurgia prévia;
    • Medicamentos;
    • Radiações.

Doença de Hashimoto

É a causa mais comum em adultos (95%), em países sem carência severa de iodo, como é o caso de Portugal. Nesta condição, as defesas do organismo deixam de reconhecer a tiroide como fazendo parte do corpo e atacam-na como se fosse uma entidade estranha. À medida que vai sendo lesada, a tiroide deixa de ter capacidade para fabricar e libertar hormonas em quantidade suficiente, estabelecendo-se o hipotiroidismo.

Doença de Hashimoto: Quais as causas?

Segundo a Dra Izabella Wentz, as principais causas primárias da doença de Hashimoto são:

    • Sensibilidades alimentares
    • Deficiência em alguns nutrientes
    • Dificuldade em gerir o stress
    • Comprometimento da capacidade de lidar com toxinas
    • Infeções crónicas
    • Permeabilidade intestinal

Algumas das causas primárias podem estar um pouco escondidas e ser necessário investigar mais profundamente. No entanto resolver as carências de nutrientes é uma das medidas mais simples que podem ser tomadas.

A boa notícia é que, quando tratamos das carências de nutrientes, podemos sentir uma melhoria muito rápida, mesmo quando outras causas subjacentes ainda estão presentes!

Falta de nutrientes

Carências de nutrientes são sempre um fator na Doença de Hashimoto. Devido ás práticas agrícolas atuais e dieta ocidental, a carência de nutrientes é um fator importante para a maioria das pessoas!

Estas carências podem ser originadas pelos seguintes fatores:

  • Comer alimentos processados
  • Tomar medicamentos
  • Sensibilidade alimenta
  • Inflamação intestinal,
  • Má digestão,
  • Mal absorção,
  • Infeção intestinal,
  • Microbioma alterado.

Até mesmo o hipotiroidismo em si mesmo, pode levar a carências de nutrientes.

Mesmo as pessoas cuja dieta se baseia em alimentos orgânicos, ricos em nutrientes, correm o risco de ter deficiências de nutrientes, devido aos seguintes fatores:

  • Estômago menos ácido que o necessário
  • Mal absorção de gordura
  • Deficiência em enzimas digestivas

Estes fatores fazem com que muitos de nós não sejamos capazes de retirar e absorver dos alimentos os nutrientes que necessitamos nas quantidades adequadas.

6 nutrientes mais importantes na Doença de Hashimoto

Ainda segundo a Dra Izabella Wentz as carências de nutrientes mais comuns na doença de Hashimoto são:

  • Magnésio (citrato ou glicinato)
  • Selénio,
  • Vitamina B1 (Tiamina)
  • Vitamina B12,
  • Viatmina D
  • Ferritina (a proteína de armazenamento de ferro).

O doseamento sanguíneo de selénio, vitamina B1 (Tiamina) e magnésio não são fiáveis. A maioria das pessoas com Hashimoto tem deficiências nestes 3 nutrientes pelo que se aconselha a suplementação mesmo sem teste sanguíneo, pois as reações adversas são pouco frequentes.

Magnésio

O magnésio foi muitas vezes chamado de “nutriente milagroso”. A deficiência de magnésio pode causar os seguintes sintomas:

  • Caibras
  • Enxaqueca,
  • Dores de cabeça,
  • Insónia,
  • Cólicas menstruais,
  • Ansiedade,
  • Dores nas articulações.

Pode ainda causar uma série de outros sintomas entre os quais intolerância a ruídos altos.

O uso a longo prazo também pode ajudar com a normalização da aparência da glândula tiroide em ultrassom, e magnésio também pode ajudar a tiroide e nódulos da mama.

Magnésio: Qual o suplemento recomendado?

  • Citrato de magnésio puro em cápsulas (se for tendencialmente preso do intestino)
  • Glicinato de magnésio (se for tendencialmente solto do intestino)

Dose: 1-4 cápsulas por dia, em doses divididas, com as refeições.

Quais os benefícios esperados?

  • Redução da ansiedade,
  • Palpitações menos frequentes,
  • Mais energia,
  • Melhoria no exame de ultrassom da tiroide (quando usada a longo prazo),
  • Ausência de cólicas menstruais,
  • Melhoria na obstipação,
  • Menos enxaqueca,
  • Menos caibras e dor,
  • Melhor sono.

Quanto tempo para ver os benefícios?

Isso realmente depende dos sintomas. Pode sentir benefícios com ansiedade, insónia e até mesmo enxaquecas ou dores de cabeça, dentro da primeira semana.

As cólicas menstruais, vão reduzir-se em 80-90% no primeiro mês e diminuirão ainda mais com o uso continuado. Em relação à normalização do exame de ultrassom da tiroide, isso pode levar alguns anos de uso.

Quanto tempo tomar: 3 meses ou toda a vida depende dos sintomas e do aconselhamento médico.

Considerações especiais:

Certifique-se que toma o magnésio pelo menos com 4 horas de diferença em relação à medicação da tiroide pois o magnésio pode bloquear a sua absorção. Tomar o magnésio ao deitar pode ser uma boa escolha porque promove um sono reparador.

Citrato de magnésio pode causar fezes moles, o que pode ser bom se for obstipado ou mau se já tiver fezes soltas.

Assim utilize glicinato de magnésio se tende mais para a diarreia e citrato de magnésio se tende mais para a obstipação.

Tenha ainda em mente que para algumas pessoas o glicinato de magnésio pode piorar os sintomas de ansiedade. Neste caso o citrato de magnésio seria uma escolha melhor.

Selénio

Deficiência de selénio tem sido reconhecida como um gatilho ambiental para Hashimoto’s, e a maioria das pessoas com Hashimoto estão em risco de ter esta deficiência. Outras populações de alto risco incluem pessoas com:

  • Síndrome do Intestino Irritável,
  • Doença celíaca (alérgicos ao glúten)
  • Pessoas que consomem dietas sem cereais.

Numerosos estudos apoiam o uso de selénio na Doença de Hashimoto, Doença de Graves e gravidez. Na verdade, o selénio pode evitar a doença de Hashimoto pós-parto.

Uma dose de 200 microgramas por dia foi considerada eficaz para reduzir os anticorpos anti-Tiroperoxidase (TPO) em cerca de 50% em 3 meses!

Suplemento recomendado: Selénio na forma de metionina pura em cápsulas

Dose: 200-400 μg por dia

Benefícios esperados:

  • Menos ansiedade,
  • Melhor conversão de T4 para T3,
  • Menos anticorpos anti tiroide,
  • Mais energia,
  • Menos perda de cabelo,
  • Menos palpitações.

Quanto tempo demora a sentir benefícios?

Geralmente 3 a 5 dias para os sintomas começarem a melhorar e 3 meses completos para ver uma redução nos anticorpos da tiroide

Quanto tempo deve tomar: 3 meses a 2 anos

Considerações especiais:

Se tiver uma reação adversa ao selénio (que é raro), pode ter deficiência de iodo. Enquanto o iodo pode ser um gatilho para Hashimoto e pode exacerbar Hashimoto, algumas pessoas podem ser deficientes e podem beneficiar de um suplemento de iodo de baixa dosagem (até 250 mcg tem sido bem tolerado em pessoas com Hashimoto.) A maioria das vitaminas multi e pré-natal já contém na sua composição 150-250 mcg.

Tiroide melhorsaude.org melhor blog de suade

Falta ou excesso de iodo – O Iodo é o elemento fundamental para a síntese das hormonas da tiroide. O iodo é fornecido pelos alimentos. Quando em níveis insuficientes ou excessivos pode alterar a função da tiroide, comprometendo a sua síntese hormonal.

Cirurgia prévia – algumas doenças da tiroide requerem uma cirurgia para remoção total ou parcial da glândula. Se a remoção for completa ou o que restou da glândula não for suficiente, não haverá produção adequada das hormonas.

Medicamentos – há fármacos como a amiodarona, o lítio e o interferão que alteram a síntese hormonal.

Radiações – pessoas submetidas a tratamentos com radiações para doenças da tiroide ou outras da cabeça ou pescoço podem desenvolver hipotiroidismo.

Diagnosticar o hipotiroidismo

Segundo a experiência pessoal e profissional da Dra Izabella Wentz, autora do Best seller Hashimoto’s Protocol, o hipotiroidismo pode não ser diagnosticado nos primeiros 10 anos da doença pelo simples facto de as análises clinicas apenas ao doseamento das hormonas da tiroide T4 e T3 estarem dentro dos intervalos normais de referência.

Normalmente o diagnóstico definitivo baseia-se no doseamento sanguíneo das hormonas da tiroide e da TSH (hormona que regula o funcionamento da tiroide e que é produzida noutra glândula, a hipófise, que se localiza no cérebro).

No entanto, se houver sintomas, segundo a Dra Izabella Wentz, mesmo com T4 e T3 normais, a doença autoimune de Hashimoto pode já estar a atacar a tiroide. Torna-se portanto necessário  ir mais longe e fazer os seguintes exames complementares:

    • Ecografia da tiroide para confirmar se a morfologia e tamanho são normais;
    • Teste TPO: Pesquisa no sangue anticorpos específicos da tiroide, tais como anticorpos contra a Tiroperoxidase (TPO) que é uma enzima presente na tiroide e desempenha uma importante função na produção de hormonas da tiroide. Se o teste for positivo isso indica que existem anticorpos a atacar a tiroide o que pode ser uma indicação de doença autoimune tal como doença de Hashimoto (que provoca hipotiroidismo) ou doença de Graves (que provoca hipertiroidismo).

Qual o tratamento para o hipotiroidismo?

O tratamento do hipotiroidismo consiste na administração geralmente crónica de hormona da tiroide na forma de L-tiroxina (T4), de forma a fornecer ao organismo a quantidade de hormonas que a tiroide se tornou incapaz de produzir.

Como se faz o acompanhamento médico?

A maioria dos casos de hipotiroidismo são definitivos, não tendo cura. No entanto, desde que o tratamento seja bem realizado e a dose de levotiroxina seja a correta, as pessoas não terão quaisquer sinais ou sintomas, podendo levar uma vida perfeitamente normal.

A dose de L-T4 adequada pode variar ao longo do tempo na mesma pessoa, o que obriga a que se devam realizar análises periódicas para ajustar a posologia.

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Hipertiroidismo

O que é o hipertiroidismo?

O hipertiroidismo acontece quando a glândula tiroide produz hormonas em quantidades excessivas. As hormonas tiroideias (T3 e T4) controlam todas as funções do organismo e a sua velocidade de funcionamento. Quando há um excesso destas hormonas o organismo está “acelerado”. Esta situação deve ser rapidamente tratada pois pode causar “exaustão” em alguns dos órgãos, nomeadamente o coração

Causas do hipertiroidismo

As principais causas de hipertiroidismo são as seguintes:

  • Doença de Graves (doença autoimune);
  • Nódulo tóxico;
  • Bócio multinodular tóxico;
  • Tiroidite subaguda;
  • Excesso de hormona tiroideia;
  • Ingestão excessiva de iodo.

De seguida descreve-se como cada uma destas condições de saúde leva ao hipertiroidismo.

    • Doença de Graves – é uma alteração autoimune, causada por anticorpos estimuladores da tiroide. Há geralmente um aumento do volume da tiroide (bócio), hipertiroidismo e, por vezes, edema dos tecidos periorbitários que podem causar saliência dos globos oculares e alterações da visão. É mais frequente nas mulheres que nos homens e pode ter uma associação familiar.
    • Nódulo tóxico – quando a tiroide apresenta um único nódulo que produz mais hormonas que o necessário para o funcionamento normal do organismo.
    • Bócio multinodular tóxico – a tiroide apresenta-se mais volumosa (bócio) com vários nódulos que produzem excesso de hormonas e provocam hipertiroidismo. Geralmente aparece em pessoas mais velhas que há vários anos tinham bócio com nódulos.
    • Tiroidite Subaguda – após uma infeção vírica a tiroide torna-se mais volumosa e dolorosa e liberta para o sangue uma grande quantidade de hormonas que tinha armazenada. Não há um verdadeiro aumento de produção hormonal e, portanto, o hipertiroidismo é autolimitado.
    • Excesso de hormona tiroideia – os doentes que fazem tratamento com hormona tiroideia (levotiroxina) podem desenvolver hipertiroidismo se a dose desta se tornar excessiva. Por isto, a função tiroideia deve ser periodicamente vigiada por um médico e a dose de levotiroxina ajustada.
    • Ingestão excessiva de iodo – algumas medicações (ex. solução de lugal, amiodarona, contrastes de RX,…) contêm Iodo numa concentração muito superior á necessária. Em certas situações, este excesso de iodo pode ser utilizado pela tiroide e causar um hipertiroidismo.

Sinais de hipertiroidismo

Geralmente o quadro é muito marcado e não passa despercebido. É habitual estar presente um bócio (aumento de volume da tiroide) que se pode acompanhar de:

  • Palpitações, aumento da fadiga cardíaca (> 100 batimentos por minuto);
  • Nervosismo, irritabilidade, ansiedade, variações frequentes de humor; insónia;
  • Tremor fino das mãos;
  • Perda de peso apesar de apetite aumentado;
  • Hipersudorese e intolerância ao calor;
  • Queda de cabelo, pele fina, alterações das unhas;
  • Diarreia;
  • Diminuição do fluxo menstrual e irregularidades menstruais;
  • Fraqueza muscular no ombros, braços ou coxas;
  • Olhar vivo, fixo e/ou olhos proeminentes, visão dupla (na Doença de Graves).

Diagnóstico de hipertiroidismo

Quando há uma suspeita clínica pode ser realizada uma análise ao sangue onde é doseada a TSH – a hormona da hipófise que estimula a tiroide e que no hipertiroidismo está diminuída – e a T3 e T4 – hormonas da tiroide que no hipertiroidismo circulam em excesso no sangue. Pode existir excesso de uma só ou de ambas.

Posteriormente, para reforçar o diagnóstico podem ser necessários outros exames complementares para conhecer a causa tais como:

  • Determinação de anticorpos,
  • Cintigrafia da tiroide,
  • Ecografia.

Tratamento do hipertiroidismo

O objetivo é terminar com a produção excessiva de hormonas da tiroide. Há três tipos de tratamento e o seu médico poderá explicar-lhe os riscos e benefícios de cada um dos seguintes:

    • Medicamentos anti-tiroideios,
    • Iodo radioactivo,
    • Tratamento cirúrgico.

Fármacos anti tiroideios

Em Portugal há fármacos que atuam diminuindo a produção de hormonas pela tiroide. Atualmente prefere-se o uso do tiamazol (Metibasol®). Alguns doentes conseguem uma remissão de hipertiroidismo com o uso prolongado destes fármacos (cerca de 12-18 meses), embora noutros apenas se consiga um controlo provisório. Podem ter alguns efeitos adversos, tais como:

  • Reações cutâneas,
  • Alterações hepáticas,
  • Redução dos glóbulos brancos.

O seu uso deve ser vigiado e controlado por um médico endocrinologista.

Iodo Radioativo

Resulta numa resolução definitiva do hipertiroidismo. É administrado por via oral (geralmente em cápsulas) e ao entrar nas células da tiróide destrói algumas. O seu efeito terapêutico raramente acontece nos primeiros dois meses, manifestando-se depois, de um modo geral, até 6 meses após a sua administração.

Ocasionalmente o hipertiroidismo mantém-se e é necessária uma 2ª dose. Mais frequentemente resulta num hipotiroidismo (glândula menos ativa) e é preciso ficar a tomar hormona tiroideia de substituição. A dose exata de iodo para se conseguir uma função tiroideia normal é difícil de calcular, pelo que na maior parte dos casos se opta por uma dose empírica. É utilizado desde há muitos anos e não tem complicações importantes.

Tratamento cirúrgico

Em alguns casos é necessário remover cirurgicamente parte (nódulo tóxico) ou toda a glândula (Doença de Graves ou Bócio multinodular tóxico). Se a remoção for completa surge o hipotiroidismo e é necessário tomar hormona tiroideia para o resto da vida.

Outros tratamentos

Há fármacos (grupo dos bloqueadores beta adrenérgicos) que podem ser utilizados temporariamente para controlar os sintomas de hipertiroidismo enquanto os tratamentos específicos se tornam efetivos.

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Cancro da Tiroide

O que é o cancro da tiroide?

O cancro da tiroide é um tumor maligno da glândula tiroideia. Aparece habitualmente sob forma de nódulo no pescoço, quase sempre sem sintomas. Apenas cerca de 5 a 10% destes nódulos tiroideus são malignos. A maioria dos casos surge em mulheres.

Os cancros da tiroide mais frequentes são o carcinoma papilar e o folicular, que se agrupam nos chamados carcinomas diferenciados da tiroide. Tal como o nome sugere, as suas células mantêm algumas características das células tiroideias normais, o que facilita o seu tratamento. Há outros tipos de cancro, carcinoma medular da tiroide , carcinoma anaplásico e linfoma da tiroide. Estes carcinomas são muito mais raros e tem uma forma de abordagem e evolução muito diferentes.

Causa do cancro da tiroide

O cancro da tiroide pode surgir em qualquer pessoa, e na maior parte dos casos a causa é desconhecida. Apenas a radioterapia da cabeça, pescoço ou tórax parece ser um fator de risco para o seu aparecimento. Antes de 1960 utilizava-se este tipo de tratamento para amigdalites de repetição ou para o acne. Sabe-se que há maior risco nas pessoas que foram expostas a grandes quantidades de radiação, como aconteceu na bomba de Hiroshima, no acidente nuclear de Chernobyl e vamos ver o que acontece com o acidente nuclear em Fukushima . Estes carcinomas podem ter uma incidência familiar.

Diagnosticar o cancro da tiroide

Muitas vezes é o próprio doente que nota um nódulo à palpação do pescoço, ou o seu médico num exame físico de rotina. Outras vezes aparece numa ecografia ou TAC pedidas por outro motivo. A grande maioria destes nódulos são benignos (90 a 95%), pelo que a sua simples descoberta não deve alarmar. No entanto, obriga ao seu estudo com:

  • Análises de sangue para avaliar a função tiroideia;
  • Ecografia da tiroide e se necessário citologia aspirativa com agulha fina.

Só em casos pontuais haverá necessidade de fazer cintigrafia.

A citologia é efetuada com uma agulha fina para aspirar uma pequena quantidade de células do(s) nódulo(s), que será analisada em laboratório. O exame é rápido, seguro e praticamente indolor.

Tratamento do cancro da tiroide

Se o diagnóstico da citologia for cancro, o primeiro passo é a cirurgia com a remoção (total) da glândula tiroideia – tiroidectomia (total), bem como dos gânglios linfáticos suspeitos, se os houver. Na maior parte dos casos, o tumor é totalmente removido. As complicações da cirurgia são raras nos centros mais experientes.

Uma vez retirada a tiroide, é necessário fazer tratamento com hormona tiroideia (T4 – levotiroxina). O objetivo é substituir a produção normal de hormona tiroideia e inibir o crescimento de possíveis células tiroideias ainda presentes . A TSH pode estimular o crescimento das células tumorais. O nível de TSH pretendido com o tratamento com levotiroxina depende de cada caso.

Em alguns casos pode ser necessário o tratamento com iodo radioativo, chamado tratamento ablativo ou ablação, porque destrói as células tiroideias normais e as cancerosas que possam ter ficado após a cirurgia. A necessidade de o fazer ou não tem que ser adaptado a cada doente.

Qual a importância da vigilância regular?

Mais de 80% de todos os casos curam.

No entanto, manter a vigilância periódica é essencial para a deteção precoce de uma eventual recidiva. Em 20% dos casos pode não ser obtida a cura após o tratamento inicial, por vezes pode haver disseminação a nível dos gânglios do pescoço e a outras partes do corpo (metástases) ainda que muitos anos depois da cirurgia.

Por esta razão, os médicos recomendam que os doentes com cancro da tiroide mantenham vigilância regular para toda a vida, embora mais importante nos primeiros 5 a 10 anos.

Os dois exames fundamentais para esta vigilância são:

  • Análises de sangue (doseamento da função tiroideia, tiroglobulina e anticorpos antitiroglobulina)
  • Ecografia cervical.

A periodicidade dos pedidos depende do doente, anos de seguimento e grau de risco do carcinoma. No 1º ano pós tratamento inicial geralmente são recomendados doseamentos de tiroglobulina e anticorpos antitiroglobulina cada 6 a 12 meses, e uma ecografia cervical ao fim do primeiro ano de tratamento, repetida quando o médico assim o considerar.

Ao fim do 1º ano de vigilância, pode ser necessário o doseamento de tireoglobulina ( o marcador tumoral ) sob níveis elevados de TSH (hormona hipofisária). Existem duas alternativas para elevar a TSH. Uma das possibilidades, a única disponível até há poucos anos, consiste em suspender a medicação com hormona tiroideia (habitualmente a T4 por 3 a 4 semanas ou a T3 por 2 a 3 semanas). A falta de hormona tiroideia, no entanto, provoca os sinais e sintomas habituais do hipotiroidismo, que podem ter repercussões mais ou menos importantes, dependendo de doente para doente.

Outra possibilidade é a utilização de TSH recombinante humana (rhTSH). Apesar de ser produzida em laboratório, a rhTSH é idêntica à TSH natural. A grande vantagem é que os doentes não têm necessidade de suspender a medicação com hormona tiroideia e portanto não têm os sintomas de hipotiroidismo. Tem alguns efeitos secundários, tais como:

    • Pequena reação no local da picada
    • Náuseas,
    • Vómitos,
    • Dor de cabeça,
    • Fraqueza após a injeção.

O que esperar para o futuro?

Apesar de não ter tiroide, pode ter uma vida perfeitamente normal com o tratamento hormonal qua a substitui. Vai necessitar de o manter para o resto da vida.

Consulte o seu médico para programar uma eventual gravidez. Os tratamentos com iodo radioativo estão absolutamente contraindicados na gravidez e aleitamento. Não pode engravidar nos 6 a 12 meses que se seguem ao tratamento. Nesta fase deve assegurar uma contraceção eficaz.

No entanto, assim que o seu médico o consentir, uma gravidez decorre de forma segura, desde que mantenha o tratamento com a hormona tiroideia e a vigilância analítica.

Gravidez e doenças da tiroide

Durante a gravidez há alterações fisiológicas no organismo da mãe que obrigam a glândula tiroideia a um esforço acrescido.

Até cerca das 20 semanas de gestação a tiroide fetal não sintetiza as hormonas necessárias para o desenvolvimento do feto pelo que este necessita das hormonas tiróideas produzidas pela mãe.

As hormonas da tiroide são indispensáveis ao desenvolvimento do sistema nervoso central fetal. Um défice destas pode-se traduzir mais tarde num atraso cognitivo ou dificuldades de aprendizagem da criança.

Alterações normais durante a gravidez

    • O aumento dos níveis de estrogénio no sangue materno condiciona um acréscimo das proteínas de transporte das hormonas tiroideias em circulação, o que conduz a um aumento dos níveis totais de hormonas tiroideias no sangue. Porém, as hormonas “livres” (não ligadas às proteínas e que representam a forma ativa da hormona) diminuem ao longo da gestação.
    • O aumento do volume sanguíneo e, portanto, do volume de distribuição das hormonas tiroideias (fenómeno de diluição) conduz a uma redução da concentração destas.
    • O aumento das perdas de iodo pela urina, a passagem deste através da placenta para o feto e a desionização das hormonas tiroideias na placenta, implica que as necessidades de iodo durante a gravidez aumentem. Se não há iodo suficiente para a produção das hormonas tiroideias, estas vão entrar em défice.
  • A hCG (gonadotrofina coriónica humana), hormona de origem placentária, que atinge os valores mais elevados no fim do primeiro trimestre da gravidez estimula a tiroide, por semelhança estrutural com a hormona estimulante da tiroide (TSH). A valores mais elevados de hCG no 1º trimestre correspondem valores mais baixos de TSH.

Estas alterações próprias da gravidez traduzem-se em alterações das análises laboratoriais utilizadas para estudar o funcionamento da tiroide e obrigam a uma correta interpretação dos resultados encontrados na mulher grávida.

As doenças da tiroide são frequentes na gravidez?

As doenças da tiroide são relativamente frequentes na população em geral e, em particular, no sexo feminino e também nas mulheres em idade fértil. A gravidez pode alterar a evolução natural das doenças da tiroide e as doenças da tiroide (e o seu tratamento) podem afetar a evolução normal da gravidez, a mulher grávida e o feto.

O diagnóstico é geralmente feito da mesma forma que é feito fora da gravidez. Geralmente fazem-se doseamento das hormonas tiróideas no sangue e uma ecografia da tiroide, que por ser um exame isento de radiação não tem qualquer efeito nocivo no feto.

É importante saber que, na gravidez, os resultados das análises poderão ter uma interpretação diferente, porque os valores de referência habituais apresentados pelo laboratório podem não ser adequados para a gravidez.

Doenças mais frequentes na gravidez

Hipotiroidismo na gravidez

A carência materna de hormonas tiroideias (hipotiroidismo) pode atingir mais de 3% das gestações. Em alguns casos, esta situação já era conhecida pela mulher antes de engravidar e se não estiver tratada conduz geralmente a uma infertilidade.

A causa mais frequente de hipotiroidismo nesta idade, em países sem défice severo de iodo, é uma inflamação crónica da tiroide, de natureza autoimune:

  • A tiroidite crónica autoimune (linfocítica ou de Hashimoto).

Pensa-se que a Tiroidite Crónica se possa relacionar com um aumento da incidência de aborto e de parto pré-termo. Os sinais e sintomas do hipotiroidismo são inespecíficos e facilmente confundíveis com queixas frequentes na gravidez, tais como:

  • Aumento de peso,
  • Falta de forças,
  • Cansaço,
  • Obstipação,
  • Pode haver ainda um aumento do volume da glândula tiroideia, vulgarmente conhecido por bócio.

O tratamento é obrigatório e faz-se com levotiroxina (L-T4), a hormona que a tiroide produz em maior quantidade e que se pode transformar em T3 de acordo com as necessidades. Conforme dito anteriormente, o correto tratamento do hipotiroidismo é essencial para o desenvolvimento neurológico do feto.

Se o hipotiroidismo já era conhecido antes da gravidez, a dose de levotiroxina necessita de ser aumentada, até 30% ou 50%, pelas 4 a 6 semanas de gestação. Após o parto, as necessidades de levotiroxina, em geral, diminuem para doses habituais na mulher não grávida, mesmo durante o período de amamentação.

Hipertiroidismo na gravidez

O excesso materno de hormonas tiroideias (hipertiroidismo) é uma situação mais rara que a anterior, mas pode atingir até 1% das grávidas. A causa mais frequente é a Doença de Graves, também de natureza autoimune.

O hipertiroidismo não tratado relaciona-se com o aumento da incidência dos seguintes problemas de saúde na gravidez:

  • Aborto e de
  • Parto pré-termo,
  • Baixo peso ao nascer,
  • Pré-eclampsia,
  • Insuficiência cardíaca na mãe e no feto,
  • Morte intra-uterina.

A clínica apresentada pela mãe também é inespecífica, confundindo-se com queixas frequentes na gravidez, tais como:

  • Vómitos,
  • Emagrecimento,
  • Taquicardia,
  • Intolerância ao calor.

O bócio (aumento do volume da tiroide) associado a exoftalmia (procidência dos globos oculares) são sinais mais específicos que apontam para uma Doença de Graves. O hipertiroidismo na mulher grávida deve ser sempre tratado por um médico especialista – Endocrinologista.

Tratamento do hipertiroidismo na gravidez

No tratamento do hipertiroidismo no 1º trimestre ou da mulher que pretende engravidar, é preferido um fármaco que inibe a síntese tiroideia específico – o propiltiouracilo (Propycil®)– que apresenta menor risco de provocar malformações no feto.

No 2º e 3º trimestres, recomenda-se o tiamazol (Metibasol®), que é menos tóxico para o fígado. Se a cirurgia for necessária (o que é raro, geralmente por efeitos secundários graves dos fármacos), deverá ser realizada no 2º trimestre da gravidez, quando há menos riscos para o feto.

O tratamento com iodo radioativo na gravidez está absolutamente contra-indicado.

É provável que a doença de Graves melhore ao longo da gravidez, levando a uma redução das doses do tratamento, ou mesmo a sua suspensão, no entanto, poderá haver um agravamento da doença após o parto.

Tiroidites na gravidez

A tiroidite é um processo inflamatório da glândula tiroideia, em geral crónico e de natureza autoimune. Os anticorpos antitiroideus (antiperoxidase tiroideia e antitireoglobulina) são detetados muito frequentemente em mulheres desta faixa etária (em 10% a 15% das grávidas). Os níveis destes anticorpos descem progressivamente durante a gravidez, mas podem subir de novo no pós-parto.

Mulheres com anticorpos tiroideus positivos têm um risco aumentado de desenvolver hipotiroidismo durante a gravidez, pelo que a função tiroideia deverá ser vigiada pelo menos uma vez por trimestre. Estas mulheres têm maior tendência a desenvolver um processo de tiroidite nos primeiros 6 meses após o parto – tiroidite pós-parto.

A Tiroidite pós-parto caracteriza-se por uma inflamação indolor, com uma fase inicial de aumento dos níveis sanguíneos de hormonas tiroideias, seguido de normalização e posterior diminuição destes níveis hormonais. Habitualmente, esta situação tem uma resolução espontânea, mas há tendência para voltar após a gravidez seguinte. Cerca de 20% a 60% das mulheres com história de tiroidite pós-parto desenvolverão hipotiroidismo definitivo em 5 a 10 anos.

Doença Nodular e Cancro na grávida

A investigação dos nódulos da tiroide durante a gestação é semelhante à da mulher não grávida e inclui uma avaliação da função tiroideia através de análises sanguíneas, a realização de uma ecografia e de uma biopsia aspirativa, se indicado. O risco de cancro na mulher grávida é semelhante ao da mulher não grávida e a gravidez não agrava o seu prognóstico.

O diagnóstico de cancro da tiroide vai obrigar a uma cirurgia de remoção da glândula, que geralmente se adia para depois do parto. Em situações graves, poderá optar-se por uma intervenção cirúrgica no 2º trimestre, período da gravidez em que o risco é menor para o feto.

O tratamento com Iodo radioativo, quando necessário, será sempre adiado para depois do parto, implicando um período de suspensão da amamentação.

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Amamentação e doenças da tiroide

A necessidade de corrigir a disfunção tiroideia materna persistente após o parto com fármacos não é razão suficiente para não amamentar. Apesar de “passarem” para o leite, os fármacos utilizados nas doenças tiroideias podem ser utilizados durante a amamentação com pouco risco para o recém-nascido.

No hipertiroidismo, o fármaco a utilizar será o tiamazol (Metibasol®), pois o risco de provocar malformações já não se coloca. Não devem ser ultrapassadas doses de 20 mg/dia e a toma deverá ser feita antes do inicio da 1ª mamada do dia. O hipertiroidismo deve ser normalmente compensado com levotiroxina sem que haja risco algum para o feto.

Curiosidade

Quais são as principais glândulas endócrinas?

As principais glândulas endócrinas do nosso corpo estão representadas na figura seguinte:

Glandulas endócrinas melhorsaude.org melhor blog de saude

Concluindo

A tiroide regula imensas funções do nosso organismo. As doenças da tiroide são comuns principalmente entre as mulheres. Se sente simultaneamente alguns sintomas como um cansaço exagerado, fadiga, aumento da sensibilidade ao frio, pele mais seca, obstipação, dores musculares, formigueiro ou dormência dos membros, mais queda de cabelo então um quadro de hipotiroidismo pode estar a emergir. Se pelo contrário sente palpitações, aumento dos batimentos cardíacos, nervosismo, irritabilidade, insónia, tremor das mãos, diarreia e outros sintomas que provocam mal estar então pode estar perante um contexto de hipertiroidismo.

Estas e outras doenças da tiroide provocam uma perda muito acentuada da qualidade de vida interferindo até nas relações familiares que podem ficar muito degradadas se o diagnóstico não for feito e iniciado o tratamento adequado em tempo útil! Os sinais de doenças podem surgir em qualquer altura da nossa vida…! Não se descuide e procure apoio médico imediato pois na maioria dos casos o tratamento permite voltar a ter a qualidade de vida que merece para valorizar as coisas boas que surgem quando abraçamos a vida de forma positiva! A ciência atual não deixa dúvidas… acreditar e ser positivo aumenta bastante as probabilidades de viver mais anos!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

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