Com a chegada da menopausa, muitas mulheres começam a notar um aumento das dores articulares, perda de força muscular e maior fragilidade nos ossos. Estas mudanças não são “coisas da idade” — estão diretamente ligadas à diminuição dos níveis de estrogénio, uma hormona que tem um papel essencial na proteção do nosso sistema musculoesquelético.
Na prática, isto significa mais rigidez nas articulações, maior risco de osteoporose e, para muitas mulheres, uma sensação constante de desconforto que afeta o seu dia a dia.
Mas há formas de minimizar estes sintomas e cuidar melhor da saúde nesta fase. Exercício físico adaptado, uma alimentação rica em cálcio, vitamina D e proteína e, nalguns casos, terapias hormonais podem fazer uma diferença enorme.
Se queres perceber melhor o que está por trás destas transformações — e como as enfrentar com confiança, vale a pena conhecer o conceito de “síndrome musculoesquelética da menopausa”, introduzido pela Dr.ª Vonda J. Wright e seus colaboradores, num artigo científico publicado em 2024. Este estudo tem sido uma referência importante para profissionais de saúde em todo o mundo e ajuda-nos a compreender melhor o impacto real da menopausa no corpo da mulher.
Estudo: “The musculoskeletal syndrome of menopause”
Queres uma boa notícia? Com informação, apoio e as escolhas certas, é possível passar por esta fase com mais força, saúde e bem-estar do que nunca.
Neste artigo, vais encontrar informação clara e fundamentada sobre os principais desafios que a menopausa pode trazer para o teu sistema musculoesquelético — e, sobretudo, o que podes fazer para os enfrentar.
Aqui está o que vamos explorar:
- O que é afinal a menopausa?
- Os sinais e sintomas mais comuns
- Síndrome musculoesquelética da menopausa: o que é e porque importa.
- Estrogénios e inflamação: uma ligação surpreendente.
- Como aliviar os sintomas? Estratégias que funcionam
- Microbiota intestinal e menopausa: há mesmo uma ligação?
- A influência do intestino na regulação hormonal e na saúde geral da mulher.
- Conclusão: mais saúde e bem-estar na menopausa é possível
O artigo sobre estratégias anti-envelhecimento pode complementar de forma extraordinária o conhecimento e proteção da tua saúde.
O que é a menopausa
A evolução biológica da mulher compreende uma diminuição da reserva folicular ovárica ao longo do tempo, sendo particularmente acentuada por volta dos 50 anos de idade. Entre uma fase de pleno potencial e uma fase de total incapacidade reprodutiva, a mulher apresenta uma etapa de duração variável que se denomina climatério. A menopausa é definida como a interrupção permanente da menstruação quando ocorrem 12 meses consecutivos de amenorreia. Todo o período à volta deste marco biológico, desde as primeiras alterações na duração/fluxo dos ciclos menstruais até aos intervalos mais ou menos prolongados de amenorreia, chama-se perimenopausa. Depois de um ano sem menstruação a mulher entra definitivamente na pós-menopausa.1,2
Sinais e sintomas da menopausa
Esta fase da vida da mulher, situada na meia-idade, apresenta um conjunto de sinais e sintomas característicos que resultam de um decréscimo acentuado nos níveis de estrogénios. Para além das irregularidades menstruais, os sintomas vasomotores (afrontamentos, suores noturnos, enxaquecas) têm um início rápido, assim como as alterações de humor (letargia, depressão, desordens de pânico), os distúrbios de sono (insónias) e os primeiros sintomas urinários (infeções urinárias recorrentes, incontinência urinária).
Surgem depois os sintomas genitais (atrofia vulvar e vaginal, dispareunia), a perda de densidade óssea (osteopenia), artralgias e mialgias, alterações da pele (perda de elasticidade, desidratação, diminuição da espessura) e alterações dos pelos (alopecia, hirsutismo). Finalmente, pode instalar-se a osteoporose e aumenta a probabilidade de aparecimento da doença cardiovascular (doença coronária, acidente vascular cerebral, tromboembolismo venoso) e de doenças neurocognitivas (como a doença de Alzheimer).1,3
Afrontamentos, calores e sintomas vasomotores
Sabe-se hoje que os sintomas vasomotores são resultantes de uma disfunção do centro termorregulador hipotalâmico causada pela redução dos estrogénios e há evidência de uma relação com a doença cardiovascular. Se já se sabia que os afrontamentos estavam associados a doença cardiovascular subclínica, como a disfunção endotelial e a calcificação das paredes arteriais,4 parece haver também uma correlação entre a severidade da sintomatologia vasomotora, independentemente do facto de estes sintomas aparecerem antes ou após a menopausa, e a ocorrência de eventos cardiovasculares, como a doença coronária e o acidente vascular cerebral.5 Este conhecimento reequaciona a terapêutica hormonal de substituição na menopausa no que se refere ao balanço benefício-risco: por um lado, pode ser encarada não apenas para aliviar sintomatologia, mais ou menos intensa, mas também para reduzir o risco de problemas de saúde futuros; por outro lado, a própria terapêutica hormonal não é isenta de riscos, concretamente a nível cardiovascular e neoplásico.
Síndrome musculoesquelética da menopausa
Este artigo introduz o termo “síndrome musculoesquelética da menopausa” para descrever um conjunto de sintomas musculoesqueléticos associados à diminuição dos níveis de estrogénio durante a transição menopáusica. Estima-se que mais de 70% das mulheres experienciem sintomas como artralgia, perda de massa muscular, diminuição da densidade óssea e progressão da osteoartrite durante este período. O artigo enfatiza a necessidade de uma maior conscientização e reconhecimento destes sintomas por parte dos profissionais de saúde, de modo a permitir uma avaliação de risco adequada e a implementação de estratégias de gestão preventiva.
Perda de estrogénio
A perda de estrogénio durante a menopausa tem um impacto significativo no sistema musculoesquelético das mulheres, levando a uma variedade de sintomas que afetam negativamente a qualidade de vida. O reconhecimento da síndrome musculoesquelética da menopausa como uma entidade clínica pode facilitar uma abordagem mais holística e eficaz no tratamento e prevenção destes sintomas, sublinhando a importância de estratégias de gestão proativas e personalizadas para mitigar os efeitos adversos associados à menopausa.
Sintomas da síndrome musculoesquelética da menopausa
A síndrome musculoesquelética da menopausa engloba um conjunto de sintomas associados à redução dos níveis de estrogénio durante a transição menopáusica, afetando músculos, articulações e ossos. Os principais sintomas incluem:
- Dores articulares (artralgia): Sensação de rigidez e dor nas articulações, semelhante a quadros de artrite.
- Perda de massa muscular (sarcopenia): Redução da força e da massa muscular, aumentando o risco de quedas e fraturas.
- Diminuição da densidade óssea (osteopenia/osteoporose): Maior fragilidade óssea, predispondo a fraturas.
- Fadiga muscular: Cansaço excessivo e menor resistência a esforços físicos.
- Rigidez e limitação de movimentos: Especialmente notada nas articulações dos dedos, joelhos e ombros.
- Progressão da osteoartrite: Agravamento de quadros degenerativos articulares pré-existentes.
Efeito anti-inflamatório dos estrogénios
Os estrogénios desempenham um papel crucial na modulação da inflamação e na manutenção da saúde musculoesquelética:
- Regulação de citocinas pró-inflamatórias: Reduzem a produção de interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e outras substâncias inflamatórias.
- Proteção contra o stress oxidativo: Diminuem a formação de radicais livres e o dano celular nos músculos e ossos.
- Modulação do metabolismo ósseo: Favorecem a atividade dos osteoblastos (células formadoras de osso) e inibem a atividade dos osteoclastos (células que reabsorvem osso), prevenindo a osteoporose.
- Melhoria da função muscular: Influenciam a síntese proteica e a contração muscular, reduzindo a perda de massa magra.
Estratégias para mitigar os efeitos da Síndrome musculoesquelética da menopausa
Para minimizar os impactos da menopausa no sistema musculoesquelético, são recomendadas estratégias integradas que incluem:
- Terapia hormonal de substituição
- Nutrição adequada
- Exercício físico regular
- Suplementação específica
- Estilo de vida adequado
Terapia Hormonal de Substituição (THS)
- Pode ajudar a reduzir a inflamação, prevenir a perda óssea e muscular e aliviar dores articulares.
- Indicada para mulheres sem contraindicações, sempre com avaliação médica.
Nutrição adequada
- Proteína suficiente: Para preservar a massa muscular (1,2–1,5 g/kg de peso/dia).
- Cálcio e vitamina D: Essenciais para a saúde óssea. Fontes: lacticínios, vegetais verdes, peixes gordos.
- Ômega-3: Efeito anti-inflamatório (salmão, nozes, sementes de linhaça).
- Antioxidantes: Frutas e vegetais coloridos ajudam a reduzir a inflamação.
Exercício físico regular
- Treino de resistência (musculação): Previne a sarcopenia e fortalece os ossos.
- Exercícios de impacto (caminhada, corrida leve, dança): Estimulam a formação óssea.
- Exercícios de flexibilidade e equilíbrio (ioga, pilates): Reduzem o risco de quedas.
Suplementação específica (quando necessário)
- Vitamina D e cálcio: Para a saúde óssea.
- Colagénio hidrolisado: Pode auxiliar na manutenção das articulações e músculos.
- Magnésio e potássio: Contribuem para a contração muscular e a prevenção de cãibras.
Estilo de vida adequado
- Sono de qualidade: Fundamental para a regeneração muscular.
- Redução do stress: Técnicas como meditação e mindfulness ajudam a diminuir a inflamação.
- Evitar tabaco e álcool: O tabaco agrava a osteoporose, e o álcool interfere na absorção de nutrientes essenciais.
Terapia hormonal de substituição (THS)
Segundo o Centro de Informação do Medicamento (CIM) da Ordem dos Farmacêuticos, em artigo detalhado sobre este assunto, a escolha da Terapia Hormonal de Substituição (THS) deve ser individualizada, considerando fatores como sintomas predominantes, histórico clínico, riscos cardiovasculares e osteoporóticos, além da preferência da paciente.
A abordagem terapêutica da menopausa faz-se geralmente com terapia hormonal de substituição (THS) sistémica. Teoricamente, deveria administrar-se apenas estrogénio, numa tentativa de repor os níveis endógenos que tendem a diminuir. No entanto, o estrogénio faria o endométrio estar sempre na fase proliferativa, o que rapidamente poderia desencadear hiperplasia e cancro do endométrio. Por esta razão, em mulheres que ainda conservam o seu útero, a THS faz-se com estrogénio e progestagénio ou estrogénio e um modulador seletivo dos recetores dos estrogénios (antagonista no útero).6
No que respeita ao componente estrogénico, as formulações farmacêuticas para administração sistémica utilizadas na THS contêm 17β-estradiol (estrogénio natural), valerato de estradiol (pró-fármaco do estradiol) ou estrogénios equinoconjugados (ésteres de sulfato de estrona, sulfatos de equilina e o 17α/βestradiol). A administração sistémica pode ser feita por via oral, sistema transdérmico ou percutâneo (gel ou spray).1 O spray tem a vantagem de permitir ajustar a dose consoante as necessidades da mulher ao longo do tempo.7,8 Embora não esteja comercializado em Portugal, pode administrar-se também através de um anel vaginal.
Em mulheres que mantêm o útero, tem de se administrar também o componente progestagénico, que pode ser progesterona micronizada, medroxiprogesterona, didrogesterona, ciproterona, nomegestrol (estruturalmente semelhantes à progesterona) ou levonorgestrel, dienogest, norgestrel, noretisterona (estruturalmente semelhantes à testosterona) ou ainda drospirenona (estruturalmente semelhante à espironolactona). As formulações podem conter apenas o componente progestagénico ou a sua combinação com o estrogénio, podendo usar-se a via oral, a via transdérmica, o dispositivo intrauterino ou o injetável.1,6,9
Quando não é aconselhável usar progestagénio, pode usar-se o bazedoxifeno, que é um modulador seletivo dos recetores dos estrogénios, sendo agonista nos recetores do osso e da vagina e antagonista nos recetores do útero e da mama.1,6,10 Pode usar-se também a tibolona, que é um esteroide de síntese que combina propriedades progestagénicas e estrogénicas com uma atividade androgénica fraca, sendo particularmente indicado no tratamento da sintomatologia vasomotora e atrófica pós- -menopausa.1,11
A administração sistémica de estrogénio e progestagénio pode ser feita em regime contínuo (doses diárias iguais), em regime sequencial contínuo (doses diárias de estrogénio com o progestagénio durante 10 a 14 dias do ciclo de 28 dias) ou em regime cíclico (doses diárias de estrogénio com o progestagénio durante 10 a 14 dias do ciclo de 21 dias com 7 dias de descanso). A dose de progestagénio deve ser suficiente para conferir proteção endometrial em relação à dose de estrogénio administrada.1,8
Os estrogénios sofrem metabolismo de primeira passagem significativo quando administrados por via oral. Quando se usa a via transdérmica deve reduzir-se a dose a administrar, pois origina níveis mais altos e estáveis de estrogénio do que a via oral para a mesma dose. Também a via vaginal evita o metabolismo de primeira passagem, ao mesmo tempo que assegura uma rápida absorção.
Sempre que a administração do componente estrogénico não é feita por via oral numa mulher com útero, é essencial não esquecer que, de forma cíclica ou sequencial, se tem de administrar o componente progestagénico, pela mesma via de administração ou não. Note-se que os progestagénios também sofrem metabolismo de primeira passagem, sendo esse metabolismo diferente entre as várias moléculas que podem ser usadas. Tanto para o estrogénio como para o progestagénio, a formulação micronizada aumenta a biodisponibilidade oral.1,6
A administração tópica de estrogénios como estriol, estradiol e promestrieno, é feita por via vaginal sob a forma de creme, gel, comprimido ou cápsula mole. O estriol é apenas administrado por via intravaginal, visto tratar-se de um metabolito com fraca atividade sistémica. A administração tópica evita o metabolismo de primeira passagem e todos os efeitos adversos decorrentes de uma exposição hormonal sistémica, já que esta é inexistente ou muito reduzida. Tem indicação para ser feita quando a principal manifestação clínica do climatério é a síndrome geniturinária (secura ou irritação vaginal, dispareunia, disúria, urgência urinária e infeções urinárias recorrentes), podendo ser associada ou não a THS sistémica.1,6
Se a menopausa ocorre devido a uma redução acentuada dos estrogénios, a THS, ao evitar a queda abrupta dos níveis hormonais, vai trazer melhoria da qualidade de vida, ao aliviar os sintomas vasomotores, as alterações de humor, os distúrbios de sono, a síndrome geniturinária e as queixas osteoarticulares. Mas, mais do que isso, sabendo-se que uma sintomatologia vasomotora moderada a intensa precede doença cardiovascular mais expressiva, a redução dessa sintomatologia favorece também a redução do risco cardiovascular a médio prazo. Passa a ser também um benefício ao nível da saúde, e não apenas da qualidade de vida.4,5 No entanto, sabe-se atualmente que os benefícios são mais notórios se iniciada até aos 60 anos de idade ou até 10 anos após a última menstruação.12,13
Exemplos
Mulher de 57 Anos, 1,70 m e 65 kg
Para uma mulher saudável, sem contraindicações e que esteja na pós-menopausa, a THS combinada com estrogénio e progesterona é geralmente recomendada para proteger o endométrio (caso tenha útero).
Vias de administração mais seguras e eficazes
- Estrogénio transdérmico (adesivo ou gel) → Menor risco de trombose do que a via oral.
- Progesterona micronizada oral (ex.: Utrogestan®) → Melhor tolerada e menor impacto metabólico.
Esquema terapêutico sugerido
- Estrogénio transdérmico: Estradiol 25 a 50 mcg/dia (adesivo) ou 0,5 a 1 mg/dia (gel)
- Exemplos: Estradot®, Oestrogel®, Dermestril®
- Exemplos: Estradot®, Oestrogel®, Dermestril®
- Progesterona micronizada oral (se útero presente): 100 a 200 mg à noite, continuamente ou 12-14 dias por mês
- Exemplo: Utrogestan®
- Exemplo: Utrogestan®
Benefícios esperados
- Redução de sintomas musculoesqueléticos, fogachos e suores noturnos.
- Melhoria da densidade óssea e prevenção da osteoporose.
- Melhoria do humor e da qualidade do sono.
- Manutenção da massa muscular e proteção cardiovascular.
Contraindicações (exigem avaliação médica cuidadosa)
- História de trombose venosa profunda ou AVC.
- Cancro da mama ou do endométrio.
- Doença hepática grave.
- Sangramento vaginal sem diagnóstico.
Exemplo
Mulher de 55 anos, 1,70 m e 60 kg, sem útero
Terapia Hormonal de Substituição (THS) mais indicada será apenas com estrogénios, já que não há necessidade de progesterona para proteção do endométrio.
Opção mais segura e eficaz
A via transdérmica (adesivo ou gel) é preferível à oral, pois tem um menor risco de trombose e efeitos metabólicos mais favoráveis.
Esquema terapêutico recomendado
Estrogénio transdérmico: Estradiol 25 a 50 mcg/dia (adesivo) ou 0,5 a 1 mg/dia (gel)
- Exemplos:
- Adesivos: Estradot®, Dermestril®, Evorel®
- Gel: Oestrogel®, Sandrena®
Via oral (se preferir comprimidos): Estradiol 1 mg/dia, podendo aumentar para 2 mg se necessário
- Exemplos: Progynova®, Activelle® (apesar de este último ter progestagénio)
Benefícios esperados
- Alívio dos sintomas da menopausa (fogachos, insónias, fadiga, dores musculares e articulares).
- Proteção contra osteoporose e perda de massa muscular.
- Melhoria do humor e da qualidade de vida.
- Preservação da saúde cardiovascular (desde que iniciada na janela de oportunidade, idealmente até 60 anos).
Monitorização e precauções
- Avaliação médica periódica: Controlo da tensão arterial, exames ao fígado, rastreios ginecológicos e mamográficos.
- Evitar THS se houver contraindicações: História de trombose, AVC, cancro da mama, doença hepática grave.
- Considerar alternativas se houver riscos: Tibolona (Livial®), SERMs como raloxifeno (para a osteoporose).
Se não houver contraindicações, esta opção apenas com estrogénios é segura e eficaz para melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações da menopausa.
Alternativas à terapêutica hormonal de substituição (THS)
Se houver contraindicação à THS, alternativas como SERMs (moduladores seletivos dos recetores de estrogénio), tibolona ou fitoestrogénios podem ser consideradas.
Sugestão: Antes de iniciar qualquer THS, é fundamental uma consulta médica para avaliação completa e prescrição adequada.
Moduladores seletivos dos recetores de estrogénios (SERMs)
Exemplos principais:
- Raloxifeno
- Bazedoxifeno (frequentemente em associação com estrogénios conjugados – TSEC: Tissue Selective Estrogen Complex)
- Tamoxifeno (mais usado em oncologia, menos na menopausa)
Efeitos terapêuticos:
- Prevenção e tratamento da osteoporose pós-menopáusica
- Efeito estrogénico benéfico sobre o metabolismo ósseo
- Efeito antiestrogénico sobre o tecido mamário e endométrio (importante em prevenção de cancro)
Vantagens:
- Redução do risco de cancro da mama
- Melhoria da densidade mineral óssea e redução do risco de fraturas vertebrais
- Pode ser usado em mulheres com contraindicação para estrogénios
Desvantagens:
- Não alivia sintomas vasomotores (ex: afrontamentos)
- Risco de tromboembolismo venoso
- Pode causar cãibras nas pernas e ondas de calor
- Não tem efeito positivo sobre a secura vaginal
Tibolona
O que é a tibolona?
É um esteroide sintético com atividade estrogénica, progestagénica e androgénica, Metaboliza-se em compostos com diferentes perfis de ação;
Efeitos terapêuticos:
- Alívio de sintomas vasomotores (ex: afrontamentos)
- Melhoria da libido
- Prevenção da osteoporose
- Efeito positivo sobre o humor e bem-estar geral
Vantagens:
- Atua em múltiplos sintomas da menopausa
- Pode melhorar a função sexual
- Menor impacto mamário comparado com a THS convencional
- Risco de sangramento vaginal é menor
Desvantagens:
- Contraindicada em mulheres com história de cancro da mama
- Pode aumentar o risco de AVC em mulheres idosas
- Não indicada para mulheres muito jovens na menopausa precoce
- Pode alterar o perfil lipídico
Fitoestrogénios
Fitoestrogénios são compostos naturais encontrados em plantas que imitam a estrutura química e a ação dos estrogénios humanos (hormonas sexuais femininas). Embora sejam mais fracos do que os estrogénios endógenos, podem ligar-se aos recetores de estrogénios no corpo, exercendo efeitos estrogénicos ou antiestrogénicos, dependendo da concentração hormonal do organismo e do tipo de tecido.
Principais tipos:
- Isoflavonas (ex: da soja, trevo vermelho)
- Lignanas (sementes de linhaça)
- Cumestanos (rebentos de alfafa)
Efeitos terapêuticos:
- Alívio leve de sintomas vasomotores
- Possível melhoria da saúde óssea e perfil lipídico
- Ação antioxidante
Vantagens:
- Produto natural e geralmente bem tolerado
- Pode ser uma opção para mulheres que recusam terapêuticas hormonais
- Sem risco comprovado de cancro da mama
Desvantagens:
- Eficácia variável e geralmente inferior à THS
- Resultados inconsistentes nos estudos clínicos
- Pode interagir com medicamentos, sobretudo em oncologia
- Efeitos dependem da microbiota intestinal (conversão dos compostos ativos)
Resumo funcional:
- Em mulheres com baixos níveis de estrogénio (como na menopausa), os fitoestrogénios podem imitar o estrogénio e aliviar sintomas.
- Em mulheres com níveis normais, podem bloquear parcialmente os recetores e atuar como antiestrogénicos.
Comparação geral das alternativas à THS:
Parametro | THS | SERMs | Tibolona | Fitoestrogénios |
---|---|---|---|---|
Sintomas vasomotores | ✅ Muito eficaz | ❌ Ineficaz | ✅ Eficaz | ⚠️ Leve eficácia |
Saúde óssea | ✅ Eficaz | ✅ Eficaz | ✅ Eficaz | ⚠️ Potencial benefício |
Risco de cancro da mama | ⚠️ Aumentado (dependente) | ✅ Reduzido | ⚠️ Desconhecido/ligado | ✅ Sem aumento conhecido |
Saúde vaginal | ✅ Eficaz | ❌ Ineficaz | ⚠️ Possível melhoria | ⚠️ Pouco efeito |
Libido | ⚠️ Variável | ❌ Sem efeito | ✅ Pode melhorar | ❌ Pouco efeito |
Risco tromboembólico | ⚠️ Aumentado | ⚠️ Aumentado | ⚠️ Possível aumento | ✅ Nenhum |
Fitoestrogénios e microbiota intestinal
Os fitoestrogénios não são ativos na sua forma original nos alimentos. Para que tenham atividade estrogénica efetiva, precisam de ser convertidos por bactérias intestinais em metabólitos ativos, que conseguem ligar-se aos recetores de estrogénios humanos.
Esta transformação ocorre principalmente no cólon e depende da diversidade e funcionalidade da microbiota intestinal. Por isso, indivíduos com diferentes perfis bacterianos podem ter respostas clínicas muito distintas ao consumo de fitoestrogénios.
Estirpes bacterianas com papel na modulação de fitoestrogénios
Estirpes que potenciam os efeitos estrogénicos:
Bactéria | Função principal |
---|---|
Slackia isoflavoniconvertens | Converte daidzeína (da soja) em equol, um potente fitoestrogénio |
Lactococcus garvieae | Também pode produzir equol |
Eggerthella spp. | Participa na conversão de isoflavonas em metabolitos ativos |
Bifidobacterium spp. | Modulam absorção intestinal e ativação parcial de lignanas |
Lactobacillus spp. | Melhoram a biodisponibilidade e fermentação de isoflavonas |
Nota: Apenas cerca de 30–50% das pessoas têm uma microbiota capaz de produzir equol, o metabolito mais potente das isoflavonas.
Estirpes que podem reduzir ou inibir os efeitos dos fitoestrogénios:
Bactéria | Efeito prejudicial |
---|---|
Clostridium spp. (algumas espécies) | Podem degradar compostos antes da conversão em formas ativas |
Bacteroides fragilis | Metabolismo diverso que pode competir com as vias benéficas |
Enterobacteriaceae (ex: Escherichia coli, Klebsiella) | Associadas a disbiose e metabolismo hormonal desregulado |
Microbiota estrogénica (“estroboloma”)
Existe um subconjunto específico da microbiota intestinal, conhecido como estroboloma, que inclui bactérias capazes de:
- Produzir β-glucuronidase, enzima que reativa estrogénios conjugados excretados na bile, permitindo a sua recirculação sistémica.
- Esta atividade pode aumentar os níveis circulantes de estrogénios, mesmo sem suplementação externa.
Em disbiose (desequilíbrio da microbiota), essa reativação pode ser excessiva ou deficiente, afetando sintomas da menopausa, risco de cancro da mama ou efeitos dos fitoestrogénios.
Concluindo sobre fitoestrogénios
A eficácia dos fitoestrogénios depende da:
- Presença de bactérias capazes de convertê-los em formas bioativas
- Saúde geral da microbiota intestinal
- Atividade do estroboloma
- Em mulheres com baixos níveis de estrogénio (como na menopausa), os fitoestrogénios podem imitar o estrogénio e aliviar sintomas.
- Em mulheres com níveis normais, podem bloquear parcialmente os recetores e atuar como antiestrogénicos.
- O médico deve prescrever análises clínicas para avaliar o nível de estrogénios da mulher antes do aconselhamento,
Conclusão final
A menopausa marca uma transição natural na vida da mulher, mas nem por isso deixa de trazer desafios significativos. Entre eles, destaca-se a síndrome musculoesquelética da menopausa, uma condição recentemente reconhecida que agrupa sintomas como dores articulares, perda de força muscular e fragilidade óssea, diretamente relacionados com a diminuição dos níveis de estrogénio.
A literatura científica tem vindo a reforçar a importância de compreender este fenómeno de forma holística. Segundo Wright et al. (2024), o sistema musculoesquelético é altamente sensível às variações hormonais e deve ser alvo de atenção específica durante e após a menopausa. O estrogénio, além do seu papel na saúde óssea, exerce um efeito anti-inflamatório que protege articulações e músculos — e a sua ausência pode contribuir para processos inflamatórios crónicos e degenerativos.
Além disso, estudos recentes mostram que fatores como a composição da microbiota intestinal podem influenciar a resposta inflamatória e o metabolismo hormonal, sugerindo que a saúde digestiva pode ter um impacto indireto, mas relevante, na experiência da menopausa (Plottel & Blaser, 2011; Santos-Marcos et al., 2022).
A boa notícia é que há estratégias comprovadas para mitigar estes efeitos: exercício físico regular (especialmente treino de força e impacto moderado), alimentação adequada (rica em cálcio, vitamina D, proteína e fibras), manutenção da saúde intestinal e, quando indicado, terapias hormonais ou suplementos específicos, são formas eficazes de promover a qualidade de vida nesta fase.
Em suma, a menopausa não deve ser encarada como um declínio inevitável, mas sim como uma nova etapa da vida onde a informação, a prevenção e os cuidados personalizados fazem toda a diferença. Com o apoio certo, é possível atravessar esta fase com mais vitalidade, força e bem-estar do que nunca.
Referências bibliográficas sobre fitoestrogénios
Seguem‑se as referências principais consultadas para elaborar a explicação sobre a interação entre fitoestrogénios e microbiota intestinal (estroboloma). Incluem-se autores, ano, título e periódico sempre que disponíveis — todas elas tratam especificamente da conversão bacteriana de isoflavonas em equol, do papel de espécies como Slackia isoflavoniconvertens, Eggerthella spp. e Lactococcus garvieae, bem como de revisões recentes sobre o estroboloma:
- Setchell K.D.R. & Clerici C. (2010) “Equol: history, chemistry, and formation.” The Journal of Nutrition, 140(7): 1355S‑1362S. PMC
- Tamura M. et al. (2008) “Isolation of a human intestinal bacterium capable of daidzein and genistein conversion to equol.” Applied and Environmental Microbiology, 74(14): 4376‑4383. PMC
- Lyu C. et al. (2022) “Daidzein and genistein are converted to equol and 5‑hydroxy‑equol by Slackia isoflavoniconvertens.” Journal of Agricultural and Food Chemistry (online ahead of print). ScienceDirect
- Iino C. et al. (2019) “Daidzein intake is associated with equol‑producing status through an increase in the intestinal bacteria responsible for equol production.” Nutrients, 11(2): 433. MDPI
- Gutiérrez‑Díaz I. et al. (2023) “Gut microbial β‑glucuronidase: a vital regulator in female oestrogen metabolism.” Gut Microbes (review). Taylor & Francis Online
- Grover M. et al. (2023) “Gut Microbiome–Estrobolome Profile in Reproductive‑Age Women.” Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, 13: 1220937. PMC
- Johnsen S.S. et al. (2025) “Menopausal shift on women’s health and microbial niches.” Nature Reviews Microbiology, 23(2): 101‑117. Nature
- Matysik‑Matuszek B. et al. (2024) “Estrogen‑metabolising pathways of the gut microbiome and their clinical significance.” International Journal of Cancer (review). Wiley Online Library
Estas publicações cobrem:
- A bioquímica da conversão de isoflavonas (daidzeína/genisteína → equol) pelas estirpes Slackia, Eggerthella e Lactococcus.
- A variabilidade individual (apenas 30–50 % das pessoas são “equol producers”).
- O conceito e a importância do estroboloma (conjunto de microrganismos com β‑glucuronidase que modulam a recirculação de estrogénios).
- Revisões de 2023–2025 que actualizam o impacto da microbiota na menopausa e na saúde feminina em geral.
Referências bibliográficas gerais
- The musculoskeletal syndrome of menopause The musculoskeletal syndrome of menopause – PubMed
- Video: The Healthy Ageing Doctor: Doing This For 30s Will Burn More Fat Than A Long Run! Dr Vonda Wright
- Centro de informação do medicamento (CIM) da Ordem dos Farmacêuticos, ISSN: 2184-9072, boletim de abril-junho 2022 produzido pela Dra Margarida Castel-Branco e Dra Ana Cabral ligadas à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e ao Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR)
- 1. Secção Portuguesa de Menopausa, Sociedade Portuguesa de Ginecologia – Consenso Nacional sobre Menopausa 2021, AdMédic LDA.
- 2. Harlow SD, Gass M, Hall JE, Lobo R, Maki P, Rebar RW, et al. Executive summary of the Stages of Reproductive Aging Workshop +10: addressing the unfinished agenda of staging reproductive aging. Climacteric. 2012 Apr;15(2):105-14.
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