Mononucleose infecciosa ou doença do beijo o que é? Quais os sintomas? Como se apanha? Qual a sua causa? Quais os seus perigos? Quem são as faixas da população mais expostas? Qual o melhor tratamento? Segundo os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o Epstein Barr Vírus (EBV) é uma dos vírus mais comuns a nível mundial e transmite-se principalmente pela saliva daí o nome de Doença do Beijo.
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
- Porque se chama doença do beijo?
- Doença do beijo: Como se transmite o vírus?
- Quanto tempo pode ficar o vírus no organismo depois dos sintomas desaparecerem?
- Quem tiver contraído o vírus não deve beijar ninguém durante muitos meses?
- O vírus da mononucleose é muito infecioso?
- Quais os sintomas?
- Como se diferencia da faringite comum?
- Pode provocar manchas no corpo?
- É verdade que pode afetar com gravidade o baço?
- O fígado pode ser afetado?
- Que complicações menos comuns podem acontecer?
- Quais os riscos para uma grávida que contraia a doença do beijo?
- O que é a síndrome de mononucleose?
- Qual a diferença entre síndrome de mononucleose e a doença mononucleose infecciosa?
- Quais as principais doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose?
- Como se faz o diagnóstico?
- Qual o melhor tratamento?
- Pode provocar fadiga crónica?
- Como beijar bem ? 🙂
[rad_rapidology_locked optin_id=optin_2][/rad_rapidology_locked]
Doença do beijo o que é?
A mononucleose também conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa, causada pelo vírus Epstein Barr, da família do herpes. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens.
Mononucleose e vírus Epstein Barr como se apanha?
O vírus Epstein Barr é transmitido de humano para humano através da saliva. Por este motivo ganhou a alcunha de “doença do beijo”. Além do beijo, a mononucleose pode ser transmitida das seguintes formas:
- Tosse
- Espirro
- Objectos como copos e talheres
- Sempre que haja contacto com a saliva de uma pessoa contaminada
Quanto tempo fica no organismo?
Um indivíduo infectado pelo Epstein-Barr pode manter-se com o vírus na sua orofaringe durante 18 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas com quem mantenha algum contacto íntimo, principalmente se prolongado. É por isso que a maioria das pessoas que desenvolve mononucleose não se recorda de ter tido contacto com alguém doente. A própria pessoa que transmite o vírus também nem sequer imagina que ainda possa transmiti-lo. Não é de estranhar, portanto, que apesar da baixa infectividade, em alguns países mais de 90% da população adulta já tenha tido contato com o vírus da mononucleose.
Contágio: Quando se contrai o vírus?
Posso beijar alguém se tiver o vírus?
Na maioria dos casos, as pessoas têm o primeiro contacto com o vírus da mononucleose ainda em criança. Esta infeção passa despercebida porque o vírus da mononucleose não costuma causar a doença quando adquirido na infância. Na verdade, menos de 10% das crianças que se contaminam com o Epstein-Barr desenvolvem algum sintoma. Portanto, a imensa maioria da população já teve contacto com o vírus da mononucleose e já possui anticorpos, estando imunes ao vírus.
Adolescência, qual a frequência?
Os casos de mononucleose na adolescência e juventude ocorrem naquela minoria que por acaso não foi contaminada ainda quando criança. Ao contrário do que ocorre nas crianças, nos adolescentes e adultos jovens a mononucleose infecciosa costuma causar os sintomas clássicos que serão descritos mais adiante.
Vírus Epstein barr é muito infeccioso?
Apesar do modo de transmissão ser semelhante ao da gripe, o Epstein Barr é um vírus menos contagioso, o que faz com que seja possível haver contacto com pessoas infetadas e não se infectar. A infecção só ocorre após contacto prolongado de uma pessoa contaminada com outra que nunca tenha sido exposta ao vírus. Portanto, quando se soma o facto da maioria da população já ser imune à mononucleose com a natural baixa taxa de contaminação do vírus, o risco de transmissão entre jovens e adultos é muito baixo. Logo, uma vez curado dos sintomas, não há motivos para impedir ninguém de voltar a namorar.
Sintomas
Quando adquirida na infância, a mononucleose costuma passar despercebida. Menos de 10% das crianças infetadas apresentam sintomas. Essa incidência começa a subir com o passar dos anos, atingindo seu ápice entre os 15 e 24 anos. Esta é a faixa etária que mais costuma apresentar infeção sintomática. A mononucleose é rara após os 30 anos, uma vez que virtualmente todos neste grupo já terão sido expostos ao vírus em algum momento da vida.
Nas pessoas que desenvolvem sintomas, o período de incubação, ou seja, desde o contacto até ao aparecimento da doença, é em média de 4 a 8 semanas.
Os sintomas típicos da mononucleose incluem:
- Febre
- Cansaço
- Dor de garganta
- Aumento dos nódulos linfáticos do pescoço (ínguas)
É um quadro muito semelhante às faringites comuns causadas por outros vírus e bactérias. Pode também em alguns casos confundir-se com uma gripe por apresentar alguns sintomas semelhantes tais como:
- Febre,
- Dores musculares,
- Tosse,
- Cansaço.
Outros sintomas inespecíficos que podem aparecer incluem:
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Tosses
- Náuseas também são comuns
Na mononucleose a fadiga costuma ser intensa e persiste durante semanas mesmo depois de desaparecerem todos os outros sintomas.
Faringite vs Mononucleose diferenças
O aumento dos nódulos linfáticos na mononucleose infeciosa é um pouco diferente dos da faringite comum, a saber:
- Afetam principalmente as cadeias posteriores do pescoço
- Frequentemente espalham-se pelo resto do corpo
Manchas no corpo será da mononucleose?
Uma dica para o diagnóstico diferencial entre as faringites bacterianas e a mononucleose é que nesta pode haver o aparecimento de uma rash (manchas vermelhas) pelo corpo após o início do tratamento com antibióticos, principalmente amoxicilina. Uma situação clássica é o doente procurar o médico por causa de uma infeção na garganta e receber uma prescrição de amoxicilina para tratamento. O doente começa a tomar os antibióticos e horas depois surgem manchas vermelhas difusas pelo corpo.
Baço afetado de forma perigosa?
Sim, um sinal característico da mononucleose é o aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Quando este ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de rutura do mesmo. A rutura esplênica (rutura do baço) é rara, mas quando acontece leva a risco de morte devido ao intenso sangramento que se sucede. O baço aumenta tanto de tamanho que pode ser palpável abaixo das costelas à esquerda do abdómen..
Fígado e Hepatite
Ser afetado o fígado não é incomum, podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia em até 20% dos casos.
Complicações menos comuns
Outras complicações descritas, porém, menos comuns, são:
- A síndrome de Guillain-Barré
- Paralisia facial
Mononucleose e a Gravidez
A mononucleose não costuma causar problemas de maior quando adquirida durante a gravidez. Não há evidências de aumento do risco de má-formação, aborto ou parto prematuro.
Síndrome de mononucleose e doença mononucleose qual a diferença?
Um facto que causa muita confusão, inclusive entre médicos, é a diferença entre a doença mononucleose infeciosa e a síndrome de mononucleose. O primeiro, a mononucleose infeciosa, é causado pelo Epstein barr vírus e é o objeto deste artigo.
A síndrome de mononucleose engloba todas as doenças que apresentam o seguinte quadro de sintomas:
- Dor de garganta
- Nódulos linfáticos aumentados
- Febre
- Aumento do tamanho do baço
Entre as doenças que apresentam quadro de síndrome de mononucleose destacam-se:
- HIV
- Citomegalovírus
- Linfomas
Resumindo, ter mononucleose infecciosa é diferente de ter uma síndrome de mononucleose.
Diagnóstico da mononucleose infecciosa
O diagnóstico da mononucleose é feito através do quadro clínico e é confirmado por análises de sangue. No hemograma da mononucleose é frequente o aumento do número de leucócitos (leucocitose), causado pela maior produção de linfócitos (linfocitose), ou seja, o doente apresenta leucocitose e linfocitose. Quando o fígado é afetado, pode haver elevação das enzimas hepáticas, chamadas de TGO e TGP. Em resumo as análises de sangue apresentam:
- Aumento do número de leucócitos ( leucocitose )
- Aumento do número de linfócitos ( linfocitose )
- TGO aumentada
- TGP aumentada
Diagnóstico definitivo
O diagnóstico definitivo, porém, é feito através da sorologia, com a pesquisa de anticorpos específicos de vários antigénios existentes nas estruturas do vírus de Epstein-Barr (anticorpos anti EBV-VCA IgG e IgM; anti-EAD e anti-EBNA). A combinação destes resultados permitem-nos detetar a existência de mononucleose infeciosa, assim como se estamos perante uma doença ativa ou se apenas existem anticorpos desenvolvidos com uma doença antiga.
Tratamento mais eficaz
O tratamento é sintomático ou seja baseia-se no amenizar dos sintomas e repouso. Não há droga específica para o vírus e o quadro costuma resolver-se espontaneamente em duas semanas. Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios pelo menos durante quatro semanas.
Resumindo o tratamento:
- Tratamento da febre ( com antipiréticos como paracetamol )
- Tratamento das dores ( com analgésicos como paracetamol )
- Tratamento da tosse ( antitussicos )
- Tratamento das nauseas ( antieméticos como domperidona )
- Repouso
- Hidratação
Fadiga crónica
Durante muitos anos associou-se a mononucleose com a síndrome da fadiga crónica . Porém, hoje sabe-se que a fadiga da mononucleose é diferente. O cansaço prolongado que pode ocorrer normalmente não vem associado com os outros sintomas da síndrome da fadiga crónica e normalmente ocorre por reactivações mais fracas do vírus.
Estudos recentes
De seguida descrevo alguns dos estudos publicados nos últimos anos:
- Clinical characteristics and laboratory findings in Danish children hospitalized with primary Epstein-Barr virus infection 2015
- Common questions about infectious mononucleosis 2015
- Infectious mononucleosis a “childhood disease” of great medical concern 2013
COMO BEIJAR BEM? 🙂
Já que falamos de beijo e em jeito de nota de boa disposição aqui ficam de seguida 5 dicas para ensinar a beijar bem, segundo uma “autoridade” no assunto!
Beijar e ser beijado é tema de diversos livros de todos os tipos (as culturas orientais dispõem de tratados inteiros sobre esse tema). Um exemplo de manual prático para beijar bem é a obra da especialista americana em marketing Tomina Edmark, The kissing book, na qual se revelam as cinco dicas que asseguram que um beijo seja inesquecível, a saber:
- Selecionar a pessoa adequada (para conseguir uma perfeita comunhão física e mental).
- Escolher um lugar propício (é melhor um lugar privado do que público, e silencioso).
- Decidir o momento oportuno.
- Inclinar-se até que os lábios se toquem levemente. Fazer isso devagar e começar com suavidade.
- Estabelecer um contacto visual com a parceira/o porque os olhos proporcionam valiosíssima informação sobre como o outro se sente. Se os olhares não se encontram, é um aviso de retirada.
O que acontecer depois permitirá interpretar se o desejo de beijar correspondia a um impulso qualquer ou era o início de algo muito mais intenso.
Concluindo
A doença do beijo ou mononucleose infeciosa não é geralmente uma doença grave mas se o baço for afetado é necessário uma vigilância mais apertada por causa do risco de rutura e hemorragia grave. Na maioria dos casos como fomos uns “bebés muito queridos” os nossos amigos e familiares deram-nos tantos beijos que é muito difícil não apanhar o vírus com tenra idade! Significa que a maioria de nós ficou imune logo desde a infância pelo que, mais tarde na adolescência, se tiver o azar de namorar com alguém que contraia o vírus da mononucleose infeciosa isso não vai ser impedimento para continuar a celebrar o namoro com beijos mais carinhosos 🙂 … porque, provavelmente, já está imune.
Fique bem
Franklim Fernandes
Bibliografia:
Por favor PARTILHE este artigo com os seus amigos para que fiquem bem informados e já agora, para os que necessitarem também dicas sobre beijar… BEM e ser mais FELIZ
You must be logged in to post a comment.