Top 10 medicamentos e tratamentos para a Covid-19! Coronavírus SARS-CoV-2 e a doença Covid-19 medicamentos e tratamentos atuais, toda a verdade! Quais os tratamentos que podem salvar mais rapidamente a vida dos mais frágeis contra a infeção e pneumonia fatal provocada pelo novo coronavírus?
O novo coronavírus que causa a síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2), após o seu primeiro aparecimento em Wuhan, China, espalhou-se globalmente e em poucos meses foi declarada a terceira pandemia global de coronavírus zoonóticos, alguns anos depois da SARS-CoV em 2003 e da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) em 2012.
A doença Covid-19 manifesta-se principalmente pela síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA ou SARS em inglês), causando morte pulmonar e morte definitiva, afetando especialmente pacientes com comorbidades como diabetes, hipertensão. O SARS-CoV-2 entra no pulmão depois de se ligar aos recetores da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) epitelial e espalha-se para os órgãos distais, incluindo coração, fígado, rim, trato gastrointestinal e cérebro, induzindo respostas imunes inflamatórias sistémicas.
Tratamentos para a Covid-19 descritos neste artigo:
- Nirmatrelvir (Fevereiro 2022)
- Paxlovid (PF-07321332 e Ritonavir)
- Molnupiravir
- Dexametasona
- Hidroxicloroquina
- Hidroxicloroquina com Azitromicina
- Azitromicina
- Protocolo Suíço anti-covid
- Ivermectina
- Bromexina
- Zinco
- Quercetina
- Remdesivir
- Favilavir ou Favipiravir (T-705) ou Avigan
- Kevzara ou Sarilumab
- Losartan
- Lopinavir
- Ritonavir
- Interferon alfa 2b
- BCG(Bacillus Calmette-Guérin) vacina anti-tuberculose
- Aplidin ou plitidepsina
Ciclo de vida do SARS-CoV
A pandemia de COVID-19 afetou já muitos milhões de pessoas em todo o mundo, com transmissão pessoa a pessoa da síndrome respiratória aguda severa coronavírus 2 (SARS-CoV-2). Estratégias terapêuticas e preventivas para SARS-CoV-2 continuam a ser um desafio significativo. Nos últimos meses, surgiram opções de tratamento eficazes que agora incluem antivirais, corticosteroides e anticorpos específicos para vírus reaproveitados. Recentemente incluiu plasma de convalescença e anticorpos monoclonais.
Nirmatrelvir (PF-07321332)
Nirmatrelvir ou PF-07321332 é um inbidor das duas principais proteases (Mpro) do SARS-CoV com potente atividade in vitro, que pode ser administrado por via oral. Um ensaio aleatorizado de fase 2-3, com dupla ocultação e controlado por placebo, que investigou o efeito da administração de nirmatrelvir (com ritonavir) no risco de hospitalização, morte por qualquer causa e carga viral de indivíduos com COVID-19 sintomática tratada em ambulatório, não vacinados e em elevado risco de progressão para doença grave, mostrou reduzir o risco de progressão para doença grave em 89% face ao placebo, com um perfil aceitável de efeitos adversos. O estudo foi publicado no The new england journal o f medicine.
Estudo: Oral Nirmatrelvir for High-Risk, Nonhospitalized Adults with Covid-19
Paxlovid (PF-07321332 e Ritonavir)
Paxlovid é o nome comercial de um novo medicamento da Pfizer que combina PF-07321332 e Ritonavir num único comprimido para tratar doentes com Covid-19. Perante os extraordinários resultados dos estudos clínicos de fase 2/3, que descrevo neste artigo, o entusiasmo dos investigadores é indisfarçável! Será o primeiro medicamento oral que consegue curar a doença? Clique no link ou imagem seguinte para ler o meu artigo completo sobre o Paxlovid:
Molnupiravir da Merck
Durante muitos meses, tivemos esperanças de que um medicamento oral seguro e eficaz pudesse ser desenvolvido para reduzir o risco de doença grave para indivíduos recém-diagnosticados com COVID-19. A primeira indicação de que essas esperanças podem ser realizadas veio do anúncio, em Outubro de 2021, de uma redução de 50% nas hospitalizações dos doentes que tomaram o medicamento molnupiravir da Merck e Ridgeback (originalmente desenvolvido com uma bolsa do NIH para a Emory University, Atlanta).
No entanto a notícia de um segundo medicamento por via oral com eficácia potencialmente maior ou seja um comprimido antiviral da Pfizer Inc chamado Paxlovid, que visa uma etapa diferente no ciclo de vida do SARS-CoV-2, abafou completamente o lançamento do molnupiravir!
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Não perca neste artigo a leitura de um interessante protocolo para profilaxia e tratamento da Covid-19… vale muito a pena conhecer!
Para que fique claro todos os medicamentos descritos neste artigo estão sujeitos a receita médica ou seja eles só serão usados se o médico ou equipa de médicos, depois de avaliar o doente, a respetiva história clínica e os seus antecedentes pessoais e familiares, concluir ser adequado administrar estes medicamentos perante a história atual da doença do paciente. No entanto também existem suplementos de livre acesso na Farmácia que potenciam o efeito de alguns dos medicamentos descritos e que podem ter algum efeito protetor.
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História pessoal com hidroxicloroquina
A hidroxicloroquina está envolta em polémica sobre a sua utilidade contra a Covid-19. Por isso mesmo todos os testemunhos pessoais de utilização deste medicamento são relevantes para separar a “poeira” do que realmente é importante para ajudar os doentes.
Há maio de 2020 o meu pai, com 85 anos, polimedicado, esteve internado 15 dias depois de testar positivo ao SARS-Cov-2 e desenvolveu a doença Covid-19 com sintomas de febre, fadiga, dificuldade respiratória e mal estar geral.
Durante o internamento, como sou Farmacêutico, por curiosidade pessoal e profissional, questionei os médicos sobre o tratamento que estava a ser administrado. Responderam sem rodeios:
- Amoxicilina com ácido clavulânico 875mg/125mg de 12/12h durante 7 dias;
- Azitromicina 500mg, 1xdia durante 3 dias;
- Hidroxicloroquina 400mg/dia, 5 dias
- Oxigênio quando necessário.
A hidroxicloroquina começou a ser administrada ao meu pai apenas alguns dias, poucos, após o início do internamento e constatei que o estado de saúde do meu pai começou de facto a melhorar (deixou de precisar de oxigênio) pouco tempo depois de ser adicionada a hidroxicloroquina ao seu protocolo de tratamento… será coincidência? Pode ser mas existem cada vez mais médicos no terreno a tratar doentes que testemunham o que parece ser o efeito muito positivo da Hidroxicloroquina quando administrada cedo no decorrer da doença.
Sublinho o facto do meu pai ser polimedicado e hipocoagulado e aparentemente ter recuperado sem sequelas ou interações medicamentosas.
Nota: Obviamente só teremos certezas com estudos clínicos randomizados e duplamente cegos.
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Dexametasona
A dexametasona é um potente glucocorticosteroide sintético anti-inflamatório, com uma potência anti-inflamatória 7 vezes superior à da prednisolona e 30 vezes superior à da hidrocortisona. O pico plasmático é atingido no máximo em 5 minutos. Liga-se até 77% às proteínas plasmáticas, principalmente à albumina. O metabolismo hepático é lento e a excreção é maioritariamente urinária, principalmente sobre a forma de esteroides não conjugados.
Indicação terapêutica
De acordo com a norma da Direção Geral da Saúde nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada em 14/10/2020, a administração de dexametasona nos doentes com infeção por SARS-CoV-2 deve ser considerada nos adultos e pessoas a partir dos 12 anos de idade e com peso igual ou superior a 40 kg, internados em fase de doença grave e crítica, a partir do 7º dia após o início dos sintomas. Não está recomendada em doença ligeira a moderada, particularmente em estádios precoces da doença (até ao 7º dia após o início dos sintomas), exceto se existir indicação por comorbilidades preexistentes.
Posologia e modo de administração
A dose recomendada de dexametasona é de 6 mg, uma vez por dia, até 10 dias, podendo ser administrada por via entérica ou administrada por injeção ou perfusão.
Reações adversas
As reações adversas mais comuns associadas com o tratamento a curto prazo com glucocorticoides são:
- Hipersensibilidade, incluindo anafilaxia;
- Alergias cutâneas;
- Ulceração gastrointestinal, com possíveis hemorragias.
Nanoformulação
A sua nanoformulação é bem conhecida pelo desenvolvimento de depósito de macrófagos após administração intravenosa e inalatória.
A nanoformulação de longa duração de drogas anti-HIV-1 mostrou sucesso como carregadora de drogas baseadas em macrófagos para terapia anti-HIV-1 em comparação com a droga na forma livre. Assim, esta estratégia também pode funcionar no tratamento com COVID-19 se os macrófagos alveolares que visam nanopartículas de dexametasona forem projetados. Um estudo recente em pacientes infectados com SARS-CoV-2 mostrou que a dexametasona diminuiu a mortalidade em pacientes com COVID-19.
A empresa com sede no Reino Unido e o RECOVERY Collaborative Group realizaram um ensaio clínico randomizado e controlado que consistiu em 2140 pacientes que receberam dexametasona, por via oral ou inalatória, enquanto 4321 pacientes receberam tratamento padrão. O estudo mostrou que em pacientes com COVID-19 hospitalizados, o uso de dexametasona resultou na redução da mortalidade em 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou apenas oxigênio, mas não naqueles sem suporte respiratório.
Estudo: Dexamethasone in Hospitalized Patients with Covid-19 – Preliminary Report
Resumo do estudo sobre dexametasona
Antecedentes: A doença por coronavírus 2019 (Covid-19) está associada a danos pulmonares difusos. Os glicocorticóides podem modular a lesão pulmonar mediada por inflamação e, assim, reduzir a progressão para insuficiência respiratória e morte.
Métodos: Neste ensaio clínico controlado e aberto comparando uma gama de tratamentos possíveis em pacientes que foram hospitalizados com Covid-19, os pacientes foram aleatoriamente designados para receber dexametasona oral ou intravenosa (em uma dose de 6 mg uma vez ao dia) por até 10 dias ou para receber apenas os cuidados habituais. O desfecho primário foi a mortalidade em 28 dias. Aqui, relatamos os resultados preliminares dessa comparação.
Resultados: Um total de 2.104 pacientes foram designados para receber dexametasona e 4321 para receber os cuidados habituais. No geral, 482 pacientes (22,9%) no grupo de dexametasona e 1110 pacientes (25,7%) no grupo de tratamento usual morreram dentro de 28 dias após a randomização. As diferenças proporcionais e absolutas entre os grupos na mortalidade variaram consideravelmente de acordo com o nível de suporte respiratório que os pacientes estavam recebendo no momento da randomização.
No grupo de dexametasona, a incidência de morte foi menor do que no grupo de tratamento usual entre os pacientes que receberam ventilação mecânica invasiva e entre aqueles que receberam oxigênio sem ventilação mecânica invasiva, mas não entre aqueles que não estavam recebendo suporte respiratório na randomização.
Conclusões: Em pacientes hospitalizados com Covid-19, o uso de dexametasona (6mg/dia) resultou em menor mortalidade aos 28 dias entre aqueles que estavam a receber ventilação mecânica invasiva ou oxigênio isolado na randomização, mas não entre aqueles que não receberam suporte respiratório.
Ivermectina
A Ivermectina demostrou inibir a replicação do vírus SARS-CoV-2 in vitro, o que levou a que este medicamento fosse utilizado off-label, embora a eficácia clínica ainda não tenha sido demonstrada
O tratamento com Ivermectina parece estar associado a uma mortalidade mais baixa nos doentes com COVID-19, particularmente naqueles que apresentam um quadro respiratório grave.
Cientístas Australianos anunciaram a 3 de Abril de 2020 que em laboratório tinham conseguido destruir o coronavírus SARS-CoV-2 em 48 horas… o que causou espanto!
Estudo: The FDA-approved Drug Ivermectin inhibits the replication of SARS-CoV-2 in vitro
Resumo do estudo:
- Um estudo liderado pela Universidade Monash mostrou que um medicamento antiparasitário já disponível em todo o mundo pode matar o vírus em 48 horas.
- Uma única dose impediu o vírus de crescer nas culturas de células.
- Os próximos passos são determinar a dosagem humana correta garantindo que as doses mostradas para tratar efetivamente o vírus in vitro sejam seguras para os seres humanos.
- O uso da ivermectina no combate ao COVID-19 depende de testes pré-clínicos e ensaios clínicos, sendo necessário financiamento urgente para o progresso do trabalho.
- A ivermectina é um medicamento antiparasitário aprovado pela FDA que também demonstrou ser eficaz in vitro contra uma ampla gama de vírus, incluindo vírus HIV, Dengue, Influenza e Zika.
- Os resultados do estudo foram publicados no Antiviral Research.
A Ivermectina é um antiparasitário interno e externo, com uso aprovado principalmente em veterinária. Em humanos é utilizado em alguns países africanos para combater a chamada “doença dos rios” causada por uma proliferação de parasitas no corpo humano que pode originar a cegueira nos doentes infectados e não tratados atempadamente.
Também é utilizado na prevenção da malária e tem a vantagem de conseguir os efeitos terapêuticos com uma dose diária muito mais baixa do que a cloroquina, por exemplo, o que torna este medicamento como uma opção ainda mais barata que a cloroquina e muito mais barata que qualquer antiviral em estudo para a Covid-19.
É produzida em Macau por um laboratório Farmacêutico Português a Hovione.
Profilaxia com Ivermectina
Estudo sobre o uso de Ivermectina como potencial agente profilático em determinados casos para reduzir o risco durante o intervalo de tempo até a vacinação eficaz, segura e massiva estar dispo nível.
Estudo: A COVID-19 prophylaxis? Lower incidence associated with prophylactic administration of ivermectin
Hidroxicloroquina
- Composição: Sulfato de hidroxicloroquina
- Dosagem: 400 mg (equivalente a 310 mg de hidroxicloroquina)
- Forma farmacêutica: Comprimidos
- Nome comercial: Plaquinol
- Posologia habitual: 400mg 1xdia á refeição
- Posologia contra a Covid-19: 200mg 3xdia durante 10 dias
- Preço (Março de 2020): 4,35€/embalagem de 10 comprimidos
- Medicamento sujeito a receita médica
Um estudo Francês descreveu que um medicamento anti-malária que é usado há 70 anos, denominado cloroquina, na sua forma mais segura activa de hidroxicloroquina, bloqueia o novo coronavírus SARS-CoV-2 in vitro e já está a ser usado em pacientes que tiveram pneumonia devido à Covid-19.
Uma equipa francesa divulgou que os resultados iniciais de um estudo de 24 pacientes com hidroxicloroquina mostraram que 25% dos pacientes que receberam o medicamento ainda carregavam o coronavírus após seis dias, em comparação com 90% dos pacientes que receberam placebo, ou seja observaram uma taxa de cura 65% superior ao placebo… o que é notável.
Um outro estudo nos EUA também parece confirmar as conclusões da equipa de investigadores Franceses. Descrevo de seguida link para os estudos Franceses:
- French researcher posts successful Covid-19 drug trial
- 1er résultats du traitement par Chloroquine du COVID-19 à l’IHU Méditerranée Infection
A cloroquina é um antimalárico que também possui atividade antiviral potente. Sabe-se que bloqueia a infecção aumentando o pH dos endossomas necessário para a fusão do vírus com a célula, o que inibe sua entrada.
Segundo o resumo das características do medicamento (RCM) a hidroxicloroquina é um antimalárico da família das 4-hidroxicloroquinas que combina, uma actividade schizonticída sanguínea rápida com alguma actividade gametocitocítica, sendo também classificada como um fármaco anti-reumático de acção retardada.
Hidroxicloroquina + zinco e Covid-19
Médicos Americanos que trataram doentes com Covid-19 relatam “no terreno” extraordinários resultados com a hidroxicloroquina quando este medicamento é usado para proteger os médicos mais expostos ao risco de Covid, como preventivo juntamente com suplemento de Zinco, mas também para tratamento dos doentes se administrada o mais cedo possivel após exposição ao coronavírus. As dosagens administradas são geralmente as seguintes:
- Prevenção: Hidroxicloroquina 200mg 1xsemana + zinco diáriamente;
- Tratamento: Hidroxicloroquina 400 a 600mg/dia + Azitromicina 500mg/dia + Zinco 1xdia (durante pelo menos 5 dias)
Polémico protocolo com Hidroxicloroquina
Nos Estados Unidos da América um grupo de médicos denominado America’s Frontline Doctors, vieram a público testemunhar a sua experiência com a hidroxicloroquina utilizada como tratamento dos seus doentes mas também como preventivo das suas equipas de profissionais de saúde. Este é um video bastante polémico mas a democracia é mesmo isto… avaliar diferentes experiências e pontos de vista, respeitar as diferenças e decidir por si… sem censuras!
O video foi de imediato censurado e retirado do youtube mas pode vê-lo aqui
Indicações terapêuticas da hidroxicloroquina:
- Situações reumatológicas e Lúpus eritematoso sistémico
- Lúpus eritematoso discóide
- Artrite reumatóide
- Artrite idiopática juvenil
- Distúrbios dermatológicos provocados ou agravados por fotosensibilidade cutânea
- Malária: Tratamento dos acessos agudos e para supressão da malária devida a Plasmodium vivax, P. ovale e P. malariae e estirpes sensíveis de P. falciparum.
- Erradicação de malária devido a estirpes cloroquina-sensíveis de P. falciparum.
Segurança da hidroxicloroquina
Apesar dos extraordinários efeitos terapêuticos a cloroquina é um medicamento potente que deve ser administrada sob apertada vigilância médica pois pode apresentar efeitos secundários graves em alguns doentes embora, naturalmente, estes sejam mais prováveis em tratamentos prolongados, o que não é o caso da utilização contra a Covid-19 que é geralmente limitada a 5 dias de utilização.
Acresce que apesar do RCM (Resumo das Características do Medicamento) descrever como raro e muito raro respetivamente a cardiomiopatia e a insuficiência hepática fulminante, são precisamente estes dois efeitos secundários que podem ser fatais e que mais são sublinhados pelos médicos com experiência no uso da hidroxicloroquina quando falam do cuidado que se deve ter no seu uso.
É justo sublinhar mais uma vez, a favor da hidroxicloroquina, que num contexto Covid-19 o seu uso é de curta duração, cerca de 5 dias de utilização na maioria dos casos, pelo que os efeitos secundários temidos por muitas pessoas são bastante mitigados e portanto muito menos prováveis que em tratamentos mais prolongados e/ou dosagens mais elevadas.
Para clarificar a segurança da hidroxicloroquina um estudo recente publicado a 10 de março de 2020, conclui que é seguro o seu uso individual, mas se for simultaneamente usada a Azitromicina esta pode induzir falha cardíaca e mortalidade cardiovascular por causa de efeitos sinérgicos na extensão do QT originando um intervalo QT perigosamente longo e potencialmente fatal!
Video: Síndrome do QT longo e taquicardia ventricular do tipo torsades de pointes
Efeitos secundários mais relevantes da Cloroquina descritos no RCM:
- Afecções oculares (frequentes) como alterações da córnea incluindo edema, tendo sido reportada opacidade; Podem ser assintomáticas ou podem causar perturbações, tais como halos, visão turva ou fotofobia. Podem ser transitórias ou reversíveis com a interrupção do tratamento. Pode também ocorrer visão turva devido a um distúrbio da acomodação, que é dosedependente e reversível.
- Doenças gastrointestinais (frequentes) como náuseas, diarreia, anorexia, dores abdominais. Estes sintomas regridem normalmente com a redução da dose ou com a interrupção do tratamento.
- Doenças do sistema nervoso (pouco frequentes) como vertigens, zumbidos, surdez, cefaleias, nervosismo, instabilidade emocional, convulsões, alucinações e delírio.
- Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos (pouco frequentes) rash cutâneo, alterações pigmentares na pele e mucosas, descoloração dos cabelos, alopécia, erupções bolhosas, fotossensibilidade. De uma forma geral desaparecem rapidamente com a interrupção do tratamento.
- Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos (pouco frequentes) alterações sensoriais associadas, depressão dos reflexos tendinosos e condução nervosa anormal.
- Cardiomiopatia descrita no RCM como efeito secundário raro.
- Afecções hepatobiliares função hepática anormal, insuficiência hepática fulminante descritas no RCM como muito raro.
Consulte o RCM da cloroquina, disponível abaixo, para todos os detalhes sobre este medicamento, nomeadamente posologia em detalhe, interações com outros medicamentos e efeitos secundários raros.
Interações medicamentosas da cloroquina:
- Digoxina: a terapêutica concomitante de hidroxicloroquina e digoxina pode ocasionar elevação dos níveis de digoxina; os níveis plasmáticos de digoxina devem ser rigorosamente monitorizados em doentes com terapêutica concomitante;
- Antiácidos: a administração com antiácidos pode levar a uma diminuição da absorção da hidroxicloroquina. A toma destes dois medicamentos deve ser espaçada por um intervalo de, pelo menos, 4 horas;
- Cimetidina: pode inibir o metabolismo da hidroxicloroquina e, assim, aumentar a sua semi-vida;
- Parassimpáticomiméticos: o uso concomitante de hidroxicloroquina com neostigmina e piridostigmina pode gerar antagonismo de efeito daquelas e exacerbar os sintomas de miastenia gravis;
- Aminiglicosídeos: o uso conjunto de hidroxicloroquina e aminiglicosídeos deve ser evitado, pois ambos possuem potencial ototóxico.
Por causa do baixo preço e de alguns estudos promissores, a cloroquina está na linha da frente como “experiência de combate” contra a Covid-19 mas, na minha opinião, só deve ser utilizada sobre forte vigilância médica pois como acima sublinhei, pode apresentar efeitos secundários graves.
Hidroxicloroquina e Azitromicina
Foi publicado no International Journal of Antimicrobial Agents um estudo francês não cego nem randomizado, preparado para avaliar a eficácia da hidroxicloroquina (HCQ) em monoterapia ou associada com azitromicina (antibiótico) em doentes com Covid-19 internados num hospital em Marselha, na França.
Estudo Francês: Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results of an open-label non-randomized clinical trial
A Hidroxicloroquina demonstrou eficácia in vitro para o SARS-CoV (coronavírus responsável por uma epidemia na Ásia em 2003), e em Fevereiro de 2020 voltou a demonstrar atividade in vitro também para o Covid-19.
Neste contexto, os investigadores desenharam o seguinte estudo:
Critérios de inclusão:
- Doentes hospitalizados por Covid-19 (confirmado);
- Maiores de 12 anos;
- Swab nasofaríngeo positivo na admissão hospitalar.
Critérios de exclusão:
- Alergia à cloroquina ou hidroxicloroquina;
- Qualquer outra contraindicação à medicação tal como retinopatia prévia, deficiência de G6PD conhecida, intervalo QT prolongado e gestantes ou lactantes.
Os pacientes que aceitaram participar no estudo foram acompanhados durante 14 dias, tiveram swabs nasofaríngeos recolhidos diariamente e receberam hidroxicloroquina 200 mg, por via oral, 3xdia nos primeiros dez dias.
Os pacientes que não aceitaram participar, aqueles com critérios de exclusão ou que estavam internados em outro hospital, serviram de grupo controle.
Desfechos:
O desfecho primário escolhido foi o clearence virológico por PCR do swab nasofaríngeo no D6 (dia 6) após inclusão no estudo. Desfechos secundários foram clearence virológico no resto do estudo, parâmetros clínicos (temperatura, frequência respiratória, permanência em hospital e mortalidade), e efeitos colaterais.
Resultados
Foram recrutados 42 pacientes para o estudo, sendo 26 para o grupo de tratamento e 16 para o grupo controle. Dos 26 pacientes do grupo de tratamento, seis foram perdidos pelos seguintes motivos:
- Três pacientes foram transferidos para UCI e perderam seguimento;
- Um paciente morreu no D3 (dia 3) após inclusão no estudo;
- Um paciente decidiu ir embora do hospital no D3 após inclusão;
- Um paciente parou o tratamento por náuseas.
- Dos 20 pacientes tratados com Hidroxicloroquina, 6 foram tratados também com azitromicina (500 mg, via oral, 1xdia no D1 e 250 mg, via oral, nos quatro dias seguintes). Os autores descrevem somente que o antibiótico foi dado “para prevenir superinfecção bacteriana”, mas não especificam o critério de seleção dos pacientes.
Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina apresentaram maior taxa de clearence viral em swab nasofaríngeo no D6 do que o grupo controle (70% vs 12,5%, p=0,001).
Os pacientes que receberam Hidroxicloroquina + azitromicina tiveram 100% do clearence no D6 enquanto os que tomaram Hidroxicloroquina em monoterapia tiveram 57,1%. O efeito foi maior nos pacientes que apresentavam sintomas de vias aéreas superiores e/ou inferiores.
Azitromicina
Azitromicina pertence a um grupo de antibióticos denominados macrólidos. É um antibiótico utilizado no tratamento de infeções localizadas em diversas partes do organismo provocadas por bactérias. Muito utilizado em infeções respiratórias.
- Composição: Azitromicina
- Dosagem: 500 mg
- Forma farmacêutica: Comprimidos
- Nome comercial: Zithromax
- Posologia habitual: 500mg 1xdia fora da refeição
- Posologia contra a Covid-19 associada à hidroxicloroquina: 500mg 1xdia no dia 1 (D1) e depois 250mg 1xdia mais 4 dias (posologia utilizada no estudo Francês acima descrito),
- Medicamento sujeito a receita médica
Azitromicina penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose.
Quais as patologias que são tratadas com Azitromicina?
Azitromicina está indicado no tratamento de certas infeções causadas por microrganismos sensíveis, tais como:
- Amigdalites/faringites,
- Sinusites,
- Bronquites,
- Pneumonias,
- Otite média aguda,
- Infeções da pele e dos tecidos moles (por exemplo abcessos),
- Doenças sexualmente transmissíveis provocadas por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoea não multiresistente.
Efeitos indesejáveis muito frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 10 doentes) são:
- Diarreia.
Efeitos indesejáveis frequentes (ocorrem em pelo menos 1 em 100 doentes) são:
- Dor de cabeça,
- Vómitos,
- Dor abdominal,
- Náuseas,
- Número reduzido de linfócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
- Número mais elevado de eosinófilos, neutrófilos, basófilos e monócitos (tipo de células brancas sanguíneas),
- Bicarbonato no sangue reduzido.
Protocolo suiço anti-Covid-19
O Swiss Policy Research (SPR), anteriormente conhecido como Swiss Propaganda Research, que se descreve como “um grupo de pesquisa independente, sem ligação a partidos políticos e sem fins lucrativos que investiga propaganda geopolítica na comunicação social suíça e internacional”, publicou vários artigos no COVID-19 desde o início do pandemia.
Embora os críticos da SPR tenham acusado de promover teorias “não comprovadas”, o trabalho apresentado concentra-se no uso de estudos publicados, relatos de casos e testemunhos médicos reais para os seus relatórios.
Recentemente, a SPR divulgou um resumo das evidências científicas úteis para tratar COVID-19 com ingredientes simples, seguros e baratos.
Zinco, quercetina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina e heparina são todos os tratamentos que evidências científicas ou uso prático por médicos têm mostrado que podem ser usados com sucesso contra COVID-19, afirma a SPR. Médicos norte-americanos, por exemplo, usam zinco, hidroxicloroquina e azitromicina para tratmento de doentes com Covid-19 com enorme sucesso desde que a terapêutica seja administrada no início dos sintomas.
Tratamento profilático
O protocolo Suíço para tratamento profilático para evitar a Covid-19 é então o seguinte:
- Zinco (50 a 100 mg por dia)
- Quercetina (500 a 1000 mg por dia)
- Bromexina (25 a 50 mg por dia)
- Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (2000 U/dia)
Tratamento inicial
O protocolo Suiço para tratamento inicial para evitar a Covid-19 é então o seguinte:
- Zinco (75 a 150 mg por dia)
- Quercetina (500 a 1500 mg por dia)
- Bromexina (50 a 75 mg por dia)
- Vitamina C (1000 mg/dia) e vitamina D (3000 U/dia)
Tratamento com prescrição médica
O protocolo defendido e suportado por investigação científica publicada, incluindo medicamentos sujeitos a prescrição médica é então o seguinte:
- Zinco – 50 a 100 mg por dia
- Hidroxicloroquina – 400 mg por dia
- Quercetina – 500 a 1000 mg por dia
- Bromexina – 50 a 100 mg por dia
- Azitromicina – até 500 mg por dia
- Heparina – dosagem usual
Justificação do protocolo suiço
O racional para os protocolos é apoiado por dados de pesquisas anteriores envolvendo tratamentos que a SPR considera eficazes:
- Hidroxicloroquina – a eficácia contra os coronavírus da SARS foi estabelecida em 2005 durante a primeira epidemia de SARS.
- Zinco – a eficácia no bloqueio da replicação do RNA dos coronavírus foi descoberta em 2010 pelo virologista líder mundial da SARS, Ralph Baric.
- Hidroxicloroquina – a eficácia no suporte à absorção celular de zinco foi descoberta em 2014 como parte da pesquisa contra o cancro.
- Quercetina – a eficácia do flavonóide quercetina no apoio à captação celular de zinco também foi descoberta em 2014.
- Bromexina – a eficácia no bloqueio da entrada de coronavírus nas células foi estabelecida em 2017.
- Azitromicina – é um antibiótico que penetra nos tecidos infetados, onde é libertado lentamente ao longo do tempo, combatendo, deste modo, as bactérias durante vários dias após a toma da última dose. No caso da Covid-19 é utilizado para evitar ou combater infeções bacterianas secundárias que podem surgir em simultâneo com a infeção viral.
- Heparina – hipocoagulante utilizado no caso da Covid-19 parta diminuir o risco acrescido de formação de coágulos que foram identificados em muitos doentes graves com Covid-19.
Dos 6 elementos estruturais do protocolo a Hidroxicloroquina, a Azitromicina e a heparina são medicamentos sujeitos a receita médica.
O zinco, a quercetina são suplementos que podem ser adquiridos livremente na Farmácia. A bromexina é um medicamento não sujeito a receita médica muito utilizado na composição de xaropes mucolíticos indicados em quadros de tosse com expectoração.
O objetivo de tratar COVID-19 com os seis suplementos e medicamentos sugeridos é cortar o vírus pela raiz e evitar a hospitalização, diz a organização. Iniciar o protocolo assim que os sintomas surgirem pode prevenir a progressão da doença.
Protocolo Suiço original: On the treatment of Covid-19
Remdesivir
Remdesivir antivírico é o mais recente medicamento a ser testado contra o Covid-19. O remdesivir é um novo medicamento antiviral da classe dos análogos de nucleotídeos. Foi desenvolvido pela Gilead Sciences como tratamento para a doença do vírus Ebola e infecções pelo vírus Marburg.
Remdesivir também demonstrou atividade antiviral contra outros vírus de RNA de cadeia simples, como o vírus sincicial respiratório, vírus Junin, vírus da febre de Lassa, vírus Nipah, vírus Hendra e os coronavírus (incluindo vírus MERS e SARS).
Está a ser estudado para infecções por vírus SARS-CoV-2 e Nipah e Hendra. Com base no sucesso contra outras infecções por coronavírus, a Gilead forneceu remdesivir aos médicos que trataram um paciente americano no condado de Snohomish, Washington infectado com SARS-CoV-2 e está a fornecer o composto à China, para realizar ensaios em indivíduos infectados pelo Covid-19 com e sem sintomas graves.
Leia também: Ibuprofeno e alguns medicamentos para a hipertensão podem agravar a Covid-19
Avigan ou Favipiravir (T-705) ou Favilavir
Favipiravir, também conhecido como T-705, Favilravir ou Avigan (marca comercial), foi desenvolvido experimentalmente décadas antes pela subsidiária da Fujifilm, Toyama Chemical, como antiviral contra diferentes tipos de vírus ARN. Está aprovado no Japão para ser utilizado como medicamento anti-influenza (vírus da gripe).
Entretanto o primeiro ministro Japonês anunciou em 28 de Março de 2020 que o Japão está a desenhar o processo para estabelecer o Avigan como o tratamento standart para a Covid-19 no Japão depois de obter os primeiros resultados dos testes clínico, em Junho de 2020, que se espera possam confirmar a eficácio do Avigan no combate à Covid-19.
Artigo da Wired: Japan Is Racing to Test a Drug to Treat Covid-19
O Favilavir é um derivado da pirazinamida que se tem mostrado ativo contra:
- Vírus da gripe,
- Vírus da febre amarela,
- Vírus do Nilo Ocidental ,
- Outros flavivírus,
- Arenavírus,
- Bunyavirus,
- Alphavirus.
Favilavir testado no Ébola
Tem sido usado experimentalmente para tratar a infecção pelo vírus Ebola em humanos, após mostrar ser eficaz num estudo com ratos de laboratório.
Avigan e ensaios clínicos na China
A China completou os ensaios clínicos do medicamento anti-viral Favilavir, pensado para tratar a doença do Covid-19, anunciou o ministério de Ciência.
Em 17 de março de 2020, Zhang Xinmin, funcionário do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, disse que o Favipiravir, a versão genérica do Avigan, provou ser eficaz no tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais de Wuhan e Shenzhen.
Segundo Zhang, num hospital em Shenzhen, Zhang alegou que os pacientes com Covid-19 tratados com Favipiravir apresentaram resultado negativo para o vírus após 4 dias, em média, em vez dos 11 dias que os membros do grupo de controle do estudo tiveram negativo;
Num outro estudo realizado em Wuhan, pacientes que tomavam o favipiravir supostamente recuperaram da febre quase dois dias antes do que aqueles que não tomaram o medicamento.
Tais resultados, preliminares mas ainda não confirmados, parecem estar em conformidade com o funcionamento do Favipiravir. Ao contrário da maioria dos outros tratamentos contra o vírus influenza, que inibem a propagação do vírus pelas células, bloqueando a enzima neuraminidase, o Favipiravir atua inibindo a replicação de genes virais nas células infectadas, mitigando a capacidade do vírus se espalhar de uma célula para outra.
O Favilavir feito a pensar nos infetados com Covid-19 tem reduzido os dias de febre de uma média de 4,2 dias para os 2,5 dias sem reações adversas, sendo uma ajuda preciosa para que determinados casos não se tornem mais graves.
Assim os pacientes que tomam o medicamento quando ainda estão com carga viral baixa ou moderada podem evitar que a doença evolua para um estado mais grave.
Losartan
Losartan é um medicamento da classe dos antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARAs). A sua principal indicação terapêutica é o tratamento de hipertensão arterial.
- Composição: Losartan
- Dosagem: 50 mg e 100 mg
- Forma farmacêutica: Comprimidos
- Nome comercial: Cozaar
- Posologia habitual: 50mg em jejum
- Medicamento sujeito a receita médica
O losartan foi o primeiro ARA a ser disponibilizado no mercado.
Existem indicações científicas que num quadro de Covid-19 o Losartan será um farmaco mais seguro para os hipertensos. Além disso pode mesmo ser usado como parte do tratamento contra a COVID-19 pois o losartan é um bloqueador do receptor 1 da angiotensina (AT1R), que os pesquisadores dizem que poderia desempenhar um papel no bloqueio de uma enzima a ECA2 (Enzima de Conversão da Angiotensina II) usada pelo vírus para se ligar às células.
Estudo a decorrer: Randomized Controlled Trial of Losartan for Patients With COVID-19 Requiring Hospitalization
Kevzara ou sarilumab
Kevzara (nome comercial) ou Sarilumab (nome genérico), é um medicamento já aprovado para o tratamento da artrite reumatóide que alguns cientistas acreditam que pode acalmar uma resposta imunológica hiperativa que em alguns pacientes com Covid-19 pode danificar o tecido pulmonar, mesmo após o vírus SARS-CoV-2 já ter desaparecido do resto do nosso organismo.
Artigo da wired: Japan Is Racing to Test a Drug to Treat Covid-19
O Sarilumab é utilizado em adultos no tratamento de artrite reumatoide moderada a grave, uma doença que causa inflamação nas articulações. O Kevzara é utilizado quando o tratamento com um ou mais medicamentos denominados fármacos antirreumáticos modificadores da doença (DMARD) não tenha tido resposta adequada ou tenha provocado efeitos secundários incomodativos.
É utilizado em associação com o metotrexato (um DMARD), mas pode também ser utilizado isoladamente se o doente não puder tomar metotrexato.
Kevzara ou Sarilumab como se utiliza?
O Kevzara está disponível na forma de solução injetável em canetas pré-cheias e em seringas pré-cheias (150 mg e 200 mg). A dose recomendada é de 200 mg uma vez a cada 2 semanas, administrada por injeção sob a pele.
O tratamento deve ser interrompido em doentes que desenvolvam infeções graves, até que a infeção esteja controlada. A dose pode ter de ser reduzida em doentes com análises sanguíneas alteradas.
Mecanismo de ação do sarilumab
O sarilumab, é um anticorpo monoclonal, um tipo de proteína que foi concebido para se ligar ao recetor (alvo) de uma molécula denominada interleucina-6, bloqueando a sua ação. A interleucina-6 está envolvida no processo inflamatório, marcando presença em níveis elevados nas articulações dos doentes com artrite reumatoide. Ao impedir que a interleucina-6 se ligue aos seus recetores, o sarilumab reduz a inflamação e outros sintomas associados à artrite reumatoide.
Efeitos secundários mais frequentes
Os efeitos secundários mais frequentes associados ao Kevzara (que pode afetar mais de 1 em cada 10 pessoas) são:
- Neutropenia (níveis baixos de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco que combate a infeções);
- ALT uma enzima hepática (sinal de problemas no fígado), com níveis aumentados no sangue;
- Vermelhidão da pele no local da injeção;
- Infeções no nariz e garganta;
- Infeções das estruturas que transportam a urina (como a bexiga);
- O Kevzara é contraindicado em doentes com infeções graves ativas, incluindo infeções localizadas numa área do corpo.
RISCO DE INFECÇÕES GRAVES
Os pacientes tratados com KEVZARA têm um risco aumentado de desenvolver infecções graves que podem levar a hospitalização ou morte. Infecções oportunistas também foram relatadas em pacientes recebendo KEVZARA. A maioria dos pacientes que desenvolveram infecções estava a tomar imunossupressores concomitantes, como metotrexato ou corticosteróides.
Evite o uso de KEVZARA em pacientes com infecção ativa. As infecções relatadas incluem:
- Tuberculose ativa, que pode se apresentar com doença pulmonar ou extrapulmonar. Os pacientes devem ser testados para tuberculose latente antes do uso de KEVZARA e durante o tratamento. O tratamento para infecção latente deve ser iniciado antes do uso de KEVZARA.
- Infecções fúngicas invasivas, como candidíase e pneumocisto. Pacientes com infecções fúngicas invasivas podem apresentar doença disseminada, e não localizada.
- Infecções bacterianas, virais e outras devido a patógenos oportunistas.
Lopinavir e Ritonavir
A filial de Pequim da Comissão Nacional de Saúde (NHC – National Health Commission ) da China disse que uma combinação dos antivirais lopinavir e ritonavir, vendida sob a marca Kaletra pela farmacêutica AbbVie, faz parte do seu plano de tratamento para pacientes infectados pelo mais recente coronavirus denominado 2019-nCoV ou Covid-19.
A NHC afirmou que, embora ainda não exista nenhum medicamento antiviral eficaz, recomenda que os pacientes recebam os seguinte tratamento diário:
- Lopinavir e ritonavir – 2 comprimidos duas vezes ao dia
- Interferon Alfa-2b – 1 dose por nebulização duas vezes ao dia.
A revista médica Lancet disse na sexta-feira que está em andamento um ensaio clínico usando ritonavir e lopinavir para tratar casos do novo coronavírus. Enquanto isso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China começará a desenvolver uma vacina, segundo noticiado pelo Global Times.
Wang Guangfa, especialista em doenças respiratórias no Peking University First Hospital em Pequim, que foi infectado pelo vírus depois de visitar Wuhan para inspecionar pacientes com coronavírus, disse à China News Week no início desta semana que o seu médico recomendou que ele tomasse os medicamentos acima descritos para combater o novo vírus e que no seu caso resultou!
Composição do antiviral
Lopinavir/Ritonavir 200 mg/50 mg comprimidos revestidos por película.
Cada comprimido revestido por película contém 200 mg de lopinavir coformulado com 50 mg de ritonavir, como potenciador farmacocinético.
Indicações terapêuticas
Lopinavir/ritonavir é indicado, em combinação com outros medicamentos antirretrovirais, para o tratamento de crianças com mais de 2 anos de idade, adolescentes e adultos com infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH-1).
A escolha de lopinavir/ritonavir para tratar doentes infetados pelo VIH-1, que receberam anteriormente inibidores da protease, deve basear-se nos testes individuais de resistência viral e no historial de tratamento dos doentes.
Posologia e modo de administração
Segundo o Resumo das Características do Medicamento (RCM), Lopinavir/ritonavir deve ser receitado por médicos com experiência no tratamento da infeção pelo VIH. Os comprimidos de Lopinavir/ ritonavir devem ser engolidos inteiros e não devem ser mastigados, partidos ou esmagados.
Posologia segundo o RCM
Adultos e adolescentes – A dose padrão recomendada de comprimidos de lopinavir/ritonavir é de 400/100 mg (dois comprimidos de 200/50 mg), duas vezes ao dia, com ou sem alimentos.
Em doentes adultos, nos casos em que é considerada necessária a administração uma vez ao dia para tratamento do doente, os comprimidos de lopinavir/ritonavir podem ser administrados numa dose de 800/200 mg (quatro comprimidos de 200/50 mg), uma vez ao dia, com ou sem alimentos.
A administração uma vez ao dia deve limitar-se aos doentes adultos que apresentem apenas um número muito reduzido de mutações associadas ao inibidor da protease (IP) isto é, menos de 3 mutações ao IP, em linha com os resultados do ensaio clínico e deve ter em consideração o risco de uma menor sustentabilidade da supressão virológica e um risco mais elevado de diarreia, comparativamente com a dose padrão recomendada de duas vezes ao dia.
População pediátrica (2 anos de idade ou mais) – A dose de comprimidos de lopinavir/ritonavir (400/100 mg duas vezes ao dia) em adultos pode ser utilizada em crianças com peso igual ou superior a 40 kg ou com uma área de superfície corporal (ASC)* superior a 1,4 m2 .
Para crianças com peso inferior a 40 kg ou com uma ASC entre 0,5 e 1,4 m2 e que conseguem engolir comprimidos, consulte os quadros de orientação posológica do RCM. Com base nos dados atuais disponíveis, lopinavir/ritonavir não deve ser administrado uma vez ao dia em doentes pediátricos .
Antes de prescrever os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, deverá ser avaliada a capacidade de lactentes e crianças jovens engolirem os comprimidos inteiros.
Para lactentes e crianças jovens que não conseguem engolir os comprimidos, deve verificar-se a existência de fórmulas mais adequadas que contêm lopinavir/ritonavir.
O quadro seguinte contém orientações posológicas para os comprimidos de lopinavir/ritonavir 100/25 mg, com base no peso corporal e na ASC.
Interferon Alfa 2b
O interferon alfa 2b é um medicamento antiviral ou antineoplásico, que foi originalmente descoberto no laboratório de Charles Weissmann da Universidade de Zurique.
Foi desenvolvido na Biogen e, finalmente, comercializado pela Schering-Plough sob o nome comercial Intron-A. Tem sido utilizado para uma ampla gama de indicações, incluindo infecções virais e cancro.
Este medicamento é aprovado em todo o mundo para o tratamento da seguintes doenças:
- Hepatite C crónica,
- Hepatite B crónica,
- Leucemia de células ciliadas,
- Doença de Behçet,
- Leucemia mielóide crónica,
- Mieloma múltiplo,
- Linfoma folicular,
- Tumor carcinóide,
- Mastocitose,
- Melanoma maligno.
BCG vacina anti-tuberculose
Segundo um recente artigo publicado na revista Science a vacina contra a tuberculose, conhecida como BCG (Bacillus Calmette-Guérin), já com 100 anos de idade, pode ser uma das explicações para as diferenças observadas na incidência de Covid-19 em países geograficamente próximos mas com taxas de infeção e mortes muito diferentes provocadas pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Artigo da Science: Can a century-old TB vaccine steel the immune system against the new coronavirus?
Curiosamente alguns países onde a taxa de vacinação com a BCG é mais elevada são Portugal, a antiga Alemanha de leste, a Russia e grande partes dos países de leste.
Na Alemanha a incidência de Covid-19 é claramente maior na parte ocidental do que na de leste. Também Portugal parece ser mais resistente do que a Espanha onde a taxa de vacinação com a BCG é menor.
Mapa da BCG: The BCG World Atlas, A Database of Global BCG Vaccination Policies and Practices
Pesquisadores em quatro países em breve iniciarão um ensaio clínico de uma abordagem não ortodoxa para o novo coronavírus. Eles vão testar se uma vacina secular contra a tuberculose (TB), uma doença bacteriana, pode acelerar o sistema imunológico humano de uma maneira ampla, permitindo combater melhor o vírus que causa a doença de Covid-19 e, talvez simultaneamente, impedir a infecção. Os estudos serão realizados em médicos e enfermeiros, que correm maior risco de serem infectados pela doença respiratória do que a população em geral, e em idosos, que apresentam maior risco de doença grave se forem infectados.
A vacina BCG contém uma estirpe viva e enfraquecida de Mycobacterium bovis, prima de M. tuberculosis, o micróbio causador da tuberculose. (A vacina recebeu o nome dos microbiologistas franceses Albert Calmette e Camille Guérin, que a desenvolveram no início do século XX.) A vacina é administrada a crianças no primeiro ano de vida na maioria dos países do mundo sendo segura e barata, embora longe de ser perfeita pois evita cerca de 60% dos casos de tuberculose em crianças, em média, com grandes diferenças entre os países.
As vacinas geralmente aumentam as respostas imunes específicas a um patogénico direcionado, como anticorpos que se ligam e neutralizam um tipo de vírus, mas não outros. Mas a BCG também pode aumentar a capacidade do sistema imunológico de combater outros patogénicos que não a bactéria da tuberculose, de acordo com estudos clínicos e observacionais publicados por várias décadas pelos pesquisadores dinamarqueses Peter Aaby e Christine Stabell Benn, que vivem e trabalham na Guiné-Bissau.
Estudos de Peter Aaby e Christine Stabell Benn: Live attenuated vaccines like the tuberculosis vaccine (BCG) and measles vaccine stimulate the immune system and protect against a wide range of other diseases
Eles concluíram que a vacina previne cerca de 30% das infecções por qualquer patogénico conhecido, incluindo vírus, no primeiro ano após a administração. Os estudos publicados neste campo foram criticados por causa da metodologia, no entanto uma revisão de 2014 ordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a BCG parecia diminuir a mortalidade geral em crianças, mas classificou a confiança nos resultados como “muito baixa”. Uma revisão de 2016 foi um pouco mais positiva sobre os possíveis benefícios da BCG, mas disse que ensaios randomizados eram necessários.
Revisão de 2014: Systematic review of the non-specific effects of BCG, DTP and measles containing vaccines
Revisão de 2016: Association of BCG, DTP, and measles containing vaccines with childhood mortality: systematic review
Desde então, as evidências clínicas fortaleceram-se e vários grupos fizeram importantes etapas investigando como a BCG geralmente pode impulsionar o sistema imunológico. Mihai Netea, especialista em doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade Radboud, descobriu que a vacina pode desafiar o conhecimento dos manuais de como funciona a imunidade.
Quando um patogénico entra no corpo, os glóbulos brancos do sistema imunológico “inato” atacam primeiro; eles podem lidar com até 99% das infecções. Se essas células falharem, elas invocam o sistema imunológico “adaptativo”, e as células T (linfócitos T) e as células B (linfócitos B) produtoras de anticorpos começam a dividir-se para se unirem à luta.
A chave para isso é que certas células T ou anticorpos são específicos para o patógénico detectado; a presença deles é mais amplificada. Uma vez eliminado o patogénico, uma pequena porção dessas células específicas do patogénico transforma-se em células de memória que aceleram a produção de células T e células B na próxima vez em que o mesmo patogénico atacar. As vacinas são baseadas neste mecanismo de imunidade.
O sistema imunológico inato, composto por glóbulos brancos, como macrófagos, células assassinas naturais (NK cells) e neutrófilos, não deveria ter essa memória. Mas a equipa de Netea descobriu que o BCG, que pode permanecer vivo na pele humana por vários meses, desencadeia não apenas as células B e T específicas para Mycobacterium, mas também estimula as células sanguíneas inatas por um período prolongado. Netea e colegas chamam a este fenómeno “Imunidade treinada”.
Num estudo randomizado controlado por placebo publicado em 2018, a equipa mostrou que a vacinação com BCG protege contra infecções experimentais com uma forma enfraquecida do vírus da febre amarela, que é usado como vacina.
Uma equipa do Instituto Max Planck de Biologia da Infecção anunciou na semana passada que, inspirada no trabalho de Netea, iniciará um teste em idosos e profissionais de saúde com o VPM1002, uma versão geneticamente modificada da BCG que ainda não foi aprovada para uso contra a tuberculose.
Eleanor Fish, imunologista da Universidade de Toronto, diz que a vacina provavelmente não eliminará completamente as infecções pelo novo coronavírus, mas provavelmente reduzirá o seu impacto sobre os indivíduos.
Aplidin ou plitidepsina
Referências
- Pharmacotherapeutics of SARS-CoV-2 Infections
- International Journal of Antimicrobial Agents
- Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results of an open-label non-randomized clinical trial
- French researcher posts successful Covid-19 drug trial
- 1er résultats du traitement par Chloroquine du COVID-19 à l’IHU Méditerranée Infection
- Necessidade diária de Zinco – artigo NIH
- British Heart Foundation October 27, 2015 – função do zinco
- Randomized Controlled Trial of Losartan for Patients With COVID-19 Requiring Hospitalization
- BCG-induced protection: effects on innate immune memory
- Science – Can a century-old TB vaccine steel the immune system against the new coronavirus?
- BCG – Bandim Health Project (BHP) has made several groundbreaking observations.
- Kevzara – https://www.kevzarahcp.com/about-kevzara/safety
- Possible coronavirus drug identified by Monash University scientists
- The FDA-approved Drug Ivermectin inhibits the replication of SARS-CoV-2 in vitro
- Australianos descobrem que um medicamento antiparasitário mata novo vírus em 48 horas
- Protocolo Suiço anti-covid-19
- https://swprs.org/
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