Micose fungo na unha e unhas fracas onicomicose ou tinha das unhas toda a verdade! Quais os sintomas? Quais as causas? Qual o melhor tratamento? Os fungos nas unhas são muito frequentes. Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a saúde e beleza das suas unhas.
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Este artigo vai responder ás seguintes perguntas:
- Micose e fungo na unha onicomicose ou tinha das unhas, o que é?
- Qual a anatomia de uma unha?
- Quais os sintomas de onicomicose?
- Causas e perigos?
- Celulite infeciosa e erisipela, qual o perigo?
- Os fungos das unhas são contagiosos?
- Como se apanham?
- Quais os factores de risco da onicomicose?
- Quais as formas mais comuns de onicomicose?
- Qual a diferença entre onicomicose distal, proximal e superficial?
- Como se faz o diagnóstico de onicomicose?
- Existem lesões identicas causadas por outras patologias?
- Qual o tratamento mais utilizado?
- O tratamento local com cremes e vernizes é eficaz?
- Quais os principais antifungicos tópicos?
- Como funciona o tratamento por via tópica?
- Como se previne?
- Como evitar o contágio?
Onicomicose o que é?
Onicomicose ou tinha das unhas é uma infeção fúngica das unhas. Embora possa afetar todas as unhas, é mais comum nas unhas dos pés. A onicomicose ocorre em cerca de 10% da população adulta. A doença afeta com maior frequência pessoas idosas e é mais comum entre homens do que entre mulheres. Os casos de onicomicose correspondem a cerca de metade dos casos de doenças das unhas.
Anatomia de uma unha
Sintomas de onicomicose
Os sintomas habituais de onicomicose são os seguintes:
- Descoloração branca ou amarela da unha,
- Espessamento da unha,
- Separação da unha da pele.
O diagnóstico é geralmente suspeitado com base na aparência e confirmado com exames de laboratório.
As lesões da unha provocadas pela onicomicose apresentam algumas variações na sua apresentação, dependendo do tipo de fungo e de gravidade da infecção. Em geral, a micose da unha costuma apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:
- Unha grossa, mais espessa
- Unha amarelada, sem brilho e opaca
- Unha quebradiça e frágil
- Separação da unha do leito ungueal
- Distorções na forma da unha
- Unha com coloração negra, em casos mais graves.
Causas e fatores de risco
As infecções fúngicas das unhas são geralmente causadas por um fungo que pertence a um grupo denominado dermatófitos, que também pode causar infecções nos pelos do corpo e na pele, como no caso do pé de atleta.
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Outro grupo de fungos que também pode causar micoses das unhas são as leveduras. Em regra, as leveduras causam onicomicose nas mãos e os dermatófitos provocam onicomicose nas unhas dos pés. A onicomicose é uma infecção fúngica que pode afectar qualquer parte da unha, incluindo a lâmina, o leito ou a raiz da unha.
Afecta actualmente cerca de 30% da população europeia. Raramente afeta crianças, principalmente devido ao rápido crescimento da unha, que complica o desenvolvimento dos fungos.
Perigos complicações da onicomicose
Em diabéticos ou imunossuprimidos a onicomicose pode servir como porta de entrada para bactérias, favorecendo o surgimento de infecções secundárias, como erisipela ou celulite da perna que é uma infeção grave na pele.
Não confundir esta celulite infecciosa da perna com ao termo usado para descrever a celulite como problema estético na pele da maioria das mulheres!
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Celulite infeciosa da perna
A celulite é uma infecção bacteriana que enolve as camadas interiores da pele e afeta especificamente a derme e gordura subcutânea. A área de infecção é geralmente dolorosa. Os vasos linfáticos podem, ocasionalmente, ser envolvidos e a pessoa pode apresentar febre e sensação de cansaço. Antes de fazer um diagnóstico, infecções mais graves tais uma infecção óssea na base ou a fasciíte necrosante devem ser descartadas.
Sintomas e risco de necrose e amputação
A celulite infecciosa é caracterizada por uma mancha vermelha (eritema), com bordos mal definidos, inflamada (inchada, sensível, dolorosa e quente) e que cresce difusamente. Pode formar pus, abcessos e inflamar nódulos linfáticos. A infecção sistémica, quando as bactérias entram na corrente sanguínea, pode causar febre, mal estar, cansaço e infectar outros órgãos. Em raros casos, penetra para as fáscias e causa necrose com risco de amputação da perna!
Erisipela
Em contraste com a celulite, a erisipela é uma infecção bacteriana que envolve camadas mais superficiais da pele, e apresentam uma área de vermelhidão com bordas definidas, e mais frequentemente é associada a uma febre. é uma infecção bacteriana cutânea (tipo piodermite) causada, principalmente, por Streptococcus β-hemolíticodo grupo A. Outras causas menos frequentes são Streptococos β-hemolítico dos grupos C e G e Staphylococcus aureus.
Lesões na pele como infecção fúngica (ex: onicomicose e outras micoses), picadas de inseto, mordidas e cirurgias podem servir de porta de entrada para as bactérias.
O tratamento geralmente é feito com penicilina V, em casos severos pode-se usar penicilina G. Outras alternativas incluem doxiciclina (no caso de Staphylococcus), ceftriaxona, cefazolina ou em caso de resistências usar vancomicina. Há uma crescente resistência dos Streptococcus tipo A aos macrólidos.
Tratamento da celulite infeciosa
O tratamento geralmente é com antibióticos tomados por via oral, tais como a cefalexina, amoxicilina, ou cloxacillina.
Para aqueles que apresentam alergia grave à penicilina, eritromicina ou clindamicina podem ser usadas. Quando S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) é uma preocupação, doxiciclina ou trimetoprim/sulfametoxazol podem ser recomendados. A preocupação está relacionada com a presença de pus ou infecções anteriores por MRSA. Elevar a área infectada pode ser útil, assim como analgésicos.
Contágio e como se apanha
É uma doença bastante contagiosa, sendo frequente o contágio em locais humidos e quentes como piscinas e balneários públicos, através do uso de toalhas, alicates ou tesouras, mal lavadas ou contaminadas. Pode também ocorrer contágio em casa, pois basta um elemento da família estar contaminado, para contagiar facilmente o resto da família. Banheiras e tapetes de pés, são também locais propícios a contágios.
Não se apanha micose das unhas apenas por apertar a mão ou tocar em objetos manipulados por alguém infectado porque é necessário um contacto mais prolongado ou uma lesão já pré-existente entre a pele e a unha.
As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, em consequência do uso de sapatos fechados, o que origina um ambiente ideal (humidade, temperatura e ausência de luz) para o desenvolvimento dos fungos.
O contacto com o fungo por si só não costuma ser suficiente para se adquirir a onicomicose. Geralmente é preciso haver pequenas lesões entre a unha e a pele para que o fungo consiga penetrar por baixo da unha e alojar-se. Também é necessário que a unha seja exposta frequentemente a ambientes húmidos para que o fungo possa multiplicar-se com mais facilidade.
A onicomicose nas unhas dos pés é muito mais comum do que nas unhas das mãos. Os pés costumam estar mais expostos a locais húmidos, não só quando se anda descalço em locais públicos, mas também por passar boa parte do dia fechado dentro de meias e calçados. Calor, falta de luz e humidade é tudo que um fungo deseja para proliferar. Além disso, os dedos dos pés estão no ponto do corpo mais distante do coração, não sendo tão bem vascularizados com os dedos da mão. Deste modo, os anticorpos e as células de defesa do organismo não chegam às unhas dos pés com tanta facilidade quanto a outros pontos do organismo.
Fatores de risco da onicomicose
A presença de alguns fatores favorece a infecção da unha por fungos. Por exemplo, pessoas com pé de atleta, que é uma infecção fúngica da pele dos dedos, têm um maior risco de contrair também infecção fúngica das unhas. Outros fatores de risco são:
- Diabetes mellitus
- Idade avançada ( > 50 anos )
- HIV
- Uso de imunossupressores
- Problemas imunológicos
- História familiar de onicomicose
- Psoríase
- Problemas de circulação sanguínea dos membros inferiores (doença vascular periférica)
- Pé-de-atleta
- Prática de desporto
Os atletas também são um grupo de risco para onicomicose. porque costumam estar com os pés frequentemente calçados e húmidos pela transpiração, além de terem uma maior incidência de traumas nas unhas devido ao impacto de suas atividades físicas.
Formas mais comuns de onicomicoses
Descrevo de seguida as formas mais comuns de onicomicose e uma imagem para apoiar a distinguir a diferença.
1. Onicomicose subungueal distal
É de longe a forma mais comum e caracteriza-se pela infecção da ponta da unha. O dedo grande do pé é geralmente o primeiro a ser afetado. A infecção começa com uma descoloração esbranquiçada, amarelada ou acastanhada numa das pontas laterais da unha, estendendo-se lentamente por toda unha, em direção à cutícula. A unha pode descolar-se e a ponta costuma partir-se e cair, expondo a pele que serve de leito para a unha.
2. onicomicose subungueal proximal
É a forma menos comum de onicomicose. È parecida com a onicomicose subungueal distal , porém, a progressão ocorre de forma oposta, iniciando-se próxima à cutícula e depois estendendo-se em direção à ponta da unha. Este tipo de micose de unha ocorre geralmente em doentes imunossuprimidos, sendo comum nos indivíduos com HIV.
3. Onicomicose superficial branca
É uma forma comum nas crianças, mas que nos adultos corresponde a apenas 10% dos casos de micose da unha. Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas sobre a superfície da unha, geralmente mais próxima da cutícula do que da ponta. Quando não tratada, as manchas tendem a espalhar-se centrifugamente por toda a unha, deixando-a quase toda branca, além de áspera e quebradiça.
Diagnóstico da onicomicose
Lesões idênticas com causas não fungicas
As lesões das unhas da onicomicose podem ser semelhantes ás lesões da unha de outras doenças, como psoríase, eczemas, traumas, líquen plano, deficiência de ferro, etc. A maioria dos estudos atesta que a onicomicose é responsável por apenas metade dos casos de lesões das unhas. Em várias situações não é possível afirmar que o paciente sofre de onicomicose apenas olhando e examinando a unha.
A imagem seguinte descreve alguns problemas das unhas (sem onicomicoses) cujas causas são diversas nomeadamente falta de hidratação, carências orgânicas, excesso de utilização de acetona, má alimentação e contato com produtos químicos.
É, por isso, importante demonstrar de forma clara a presença do fungo antes de se iniciar o tratamento antifúngico. Para tal, o médico deve fazer uma pequena raspagem da unha, colher amostras e enviar para avaliação laboratorial à procura de fungos.
Tratamento qual o melhor
A micose da unha é uma infecção difícil de tratar porque as unhas crescem lentamente e recebem pouca irrigação sanguínea. Durante muitos anos os medicamentos utilizados para o tratamento da onicomicose não eram muito eficazes e os resultados eram frequentemente decepcionantes. Porém, actualmente, os tratamentos melhoraram substancialmente, principalmente por causa da introdução de medicamentos antifúngicos orais mais eficazes.
Estudos recentes mostram que medicamentos por via oral como Terbinafina e Itraconazol, embora mais agressivos (mais efeitos secundários que os tratamentos tópicos) apresentam taxas de cura mais altas que a Griseofulvina e o Cetoconazol, que eram usadas antigamente.
Taxas de cura dos principais antifúngicos orais:
- Terbinafina 250 mg (73 a 79%).
- Itraconazol 100 mg (56 a 70%).
- Griseofulvina (54 a 66%).
- Fluconazol (43 a 52%).
O tratamento com Terbinafina com comprimidos por via oral deve ser feito durante 6 semanas para onicomicose das mãos ou 12 semanas para onicomicose dos pés.
O tratamento tópico da micose de unhas com vernizes, como o Ciclopirox, tem menor eficácia que o tratamento por via oral, mas pode ser usado como complemento da terapêutica com Terbinafina ou Itraconazol.
Uma vez curada a micose de unha, se o doente não tiver cuidado a taxa de reinfecção pode chegar a 50%. Portanto, é preciso ter cuidado com os pés para que a unhas não voltem a ficar colonizadas por fungos.
Efeitos secundários
Os tratamentos por via oral são os mais eficazes mas também os mais agressivos no que concerne a eventuais efeitos secundários, principalmente por causa da duração prolongada dos tratamentos.
Retida do folheto aprovado pelo INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de saúde) a longa lista de efeitos secundários da terbinafina que descrevo de seguida é elucidativa dos riscos associados ao tratamento, embora a maioria sejam classificados de pouco frequentes, raros ou muito raros!
Os problemas hepáticos (figado) embora raros são dos que podem causar problemas mais graves.
Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas):
- Sensação de enfartamento,
- Perda de apetite,
- Mal-estar de estômago (indigestão),
- Náuseas, dor abdominal ligeira e diarreia,
- Reações alérgicas cutâneas, tais como irritação ou urticária,
- Dor nas articulações ou nos músculos.
Efeitos secundários Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas):
- Dor de cabeça.
Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas):
- Perda ou diminuição do sentido do paladar. Isto resolve-se
geralmente dentro de várias semanas depois de ter parado de tomar o medicamento. - Diminuição do consumo de alimentos, levando a uma perda de
peso significativa em casos graves muito raros.
Efeitos secundários raros (podem afetar até 1 em cada 1000 pessoas):
- Dormência ou formigamento
- Diminuição da sensibilidade
- Tontura
- Problemas de fígado.
Efeitos secundários muito raros (podem afetar até 1 em cada 10.000 pessoas):
- Problemas de fígado graves,
- Reações cutâneas graves (com aparecimento súbito, que
podem ser recorrentes, que se podem espalhar, que podem aparecer sob a forma de
bolhas salientes, que podem ser acompanhadas de comichão e febre), - Exacerbação da psoríase,
- Redução de certos tipos de células sanguíneas (neutropenia, agranulocitose, trombocitopenia),
- Perda de pelo,
- Fadiga,
- Reações de hipersensibilidade graves (inchaço da face, olhos e língua, dificuldade em engolir, náuseas e vómitos, fraqueza, tonturas, dificuldade em respirar) ,
- Precipitação e exacerbação do lúpus eritematoso dérmico e
sistémico, - Distúrbio menstrual (hemorragia intermenstrual e um ciclo
irregular) em doentes que tomam terbinafina concomitantemente com contracetivos
orais.
Tratamento tópico com cremes e vernizes
O tratamento por via tópica não é geralmente tão eficaz como o efectuado por via oral. No entanto pode ser uma alternativa quando os efeitos secundários dos antifungicos orais não são bem tolerados pelos doentes.
Principais antifúngicos tópicos
Actualmente os principais antifúngicos tópicos usados nas onicomicoses são:
- Acido acético
- Ciclopirox
- Amorolfina
- Clotrimazol (apenas depois de removida a parte da unha doente)
Tratamento por via tópica
1ª fase – Remoção da zona infectada da unha
Remover a zona infectada da unha é a 1ª fase para o tratamento da onicomicose. Esta remoção tópica é geralmente executada limando a unha ou aplicando uma pomada de ureia. A aplicação de uma pomada de ureia a 40% amolece e prepara a unha para a remoção da zona afectada com uma espátula própria, sem causar dor.
2ª fase – aplicação de um antifúngico local
Na 2ª fase, o tratamento deve ser completado com um creme antifúngico, de forma a eliminar a infecção na sua origem. A remoção da zona infectada da unha é fundamental para uma acção eficaz do creme antifúngico.
Resumindo as fases do tratamento:
- Tratamento em 2 fases que garantem a eliminação da onicomicose;
- Remoção da zona infectada da unha de uma forma simples e indolor, preparando-a para a 2º fase do tratamento, que consiste na aplicação de um creme antifúngico;
- Melhorias visíveis diariamente.
Prevenção da micose e fungo na unha
A onicomicose pode causar dor, embaraço e interferir com as nossas actividades diárias, reduzindo a nossa qualidade de vida.
Trata-se de uma doença contagiosa, que pode também funcionar como porta de entrada a outro tipo de infecções (ex. bacterianas). Deste modo, é importante iniciar o tratamento logo que detectado o problema, assim como adoptar medidas preventivas de forma a evitar o contágio.
Evitar o contágio do fungo na unha
- Use calçado confortável sem saltos ou pontas estreitas e que deixe a pele respirar;
- Use meias limpas e troque-as diariamente;
- Em caso de infecção, ao vestir-se, calce primeiro as meias para evitar a propagação dos fungos a outras partes do corpo.
- Lave os pés diariamente e seque com cuidado a zona entre os dedos;
- Utilize chinelos nos balneários públicos;
- Não partilhe toalhas ou tapetes de banho;
- Corte as unhas e mantenha-as curtas.
- Utilize um corta-unhas diferente para as unhas infectadas, de modo a evitar a infecção de outras unhas;
- Se tiver Pé-de-Atleta, deve tratá-lo sempre, de forma a evitar que os fungos contagiem as unhas, causando a onicomicose.
Concluindo
As micoses das unhas são infecções fúngicas comuns e contagiosas que embora não sejam graves são portas de entrada para outros microorganismos patogénicos, tais como bactérias, que podem causar infecções secundárias mais severas e agravar problemas de saúde pré-existentes. Devem portanto ser tratadas de imediato porque na primeira oportunidade que o nosso sistema imunitário esteja mais debilitado podem ocorrer infecções sem causa aparente mas que podem ter ocorrido em consequência da porta aberta pela onicomicose!
Fique bem!
Franklim Fernandes
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