Pílula contracetiva ou anticoncecional afinal o que corta o efeito da pilula? Será que os chás e o álcool cortam o efeito da pílula? E se tiver vómitos e diarreia, o que acontece? E os lapsos de memória na toma da pílula? Quais os medicamentos que cortam o efeito? Saiba tudo e evite surpresas pois em princípio… os bebés serão mais felizes se forem desejados 🙂
Contracepção e medicamentos
Diversos medicamentos diminuem a eficácia da pílula contraceptiva sendo alguns antibióticos os mais conhecidos. Se o seu médico ou farmacêutico confirmar que esse medicamento corta o efeito da pílula contraceptiva, deve tomar precauções adicionais, continuando a tomar a pílula anticoncepcional como habitualmente nas seguintes situações:
1ª ou 2ª semana da toma da pílula – Se iniciou ou terminou o medicamento durante 1ª ou 2ª semana de toma da pílula, deve utilizar proteção adicional durante todo o tratamento e 7 dias após ter terminado. A toma da pílula mantém-se como normalmente;
3ª semana da toma da pílula – Se iniciou ou terminou a toma do medicamento durante a 3ª semana da toma da pílula, deve continuar a toma da pílula e fazer a habitual pausa para lhe aparecer o período menstrual. É essencial utilizar uma proteção complementar até chegar ao 7.° comprimido da próxima carteira da pílula.
Parece não existir evidência científica de que a generalidade dos antibióticos corta o efeito da pílula anticoncepcional , exceto no caso dosindutores de enzimas, como a rimfapicina.
Aparentemente os antibióticos não indutores, não interferem com a ação contracetiva da pílula. No entanto, por vezes, estes alteram a flora intestinal e, ao causar diarreia próxima da hora de tomar a pílula contracetiva, o efeito contracetivo pode ficar diminuindo.
Antibióticos
É aconselhável a utilização de métodos contracetivos adicionais aos da pílula na toma dos seguintes antibióticos:
Existem diversos antibióticos que parecem não interferir com a eficácia da pílula contracetiva, a saber:
Azitromicina;
Claritromicina;
Clindamicina;
Ciprofloxacina;
Doxiciclina;
Fosfomicina;
Levofloxacina;
Metronidazol;
Nitrofurantoína;
Norfloxacina;
Ofloxacina.
Antifungicos
A Griseofulvina é um dos antifungicos mais descritos como responsável pelo aumento do risco de gravidez quando a mulher toma a pílula. No entanto é já pouco utilizado nos tratamentos mais actuais.
Itraconazol
O itraconazol é um antifungico muito usado no tratamento de infeções fungicas nomeadamente:
Pés (tinha dos pés),
Mãos (tinha das mãos),
Pernas (tinha das pernas)
Erupções fungicas em forma de farelo, uma doença fúngica cutânea com manchas amarelas (Pitiríase versicolor),
Segundo a literatura incluída nas embalagens de itraconazol à venda nas Farmácias, as mulheres com potencial para engravidar têm de utilizar métodos contraceptivos eficazes até ao próximo período menstrual (hemorragia menstrual) após a conclusão do tratamento.
Fluconazol
O fluconazol é um dos antifungicos mais usados actualmente. A sua literatura descreve que pode interagir com os contracetivos mas não é clara quanto ao risco de cortar o efeito da pílula ou seja não há segurança suficiente para afirmar que é 100% seguro tomar a pílula simultaneamente com o fluconazol.
Neste caso a mulher deve usar medidas suplementares de contracepção, até ao ciclo menstrual seguinte após terminar o tratamento antifúngico.
Anti-inflamatórios
Se está a tomar algum anti-inflamatório, pode estar descansada, pois nenhum destes componentes corta o efeito da pílula contraceptiva, pelo que não necessita cuidados adicionais. Alguns dos anti-inflamatórios mais utilizados são:
Ibuprofeno (Ex: Brufen, Trifene)
Diclofenac (Ex: Voltaren)
Nimesulide (Ex: Nimed, Aulin)
Naproxeno (Ex: Naprosyn)
Paracetamol
O paracetamol é um dos analgésicos mais utilizados no mundo, para mitigar sintomas de dores moderadas e febre, não tendo ação anti-inflamatória. É seguro ulilizar com a pílula contracetiva.
Esquecimento inferior a 12 horas
Uma das maiores desvantagens da pílula anticoncepcional é a necessidade da sua toma diária, fazendo do esquecimento da mesma algo bastante frequente. No entanto, caso o esquecimento da toma da pílula não seja superior a 12 horas, a eficácia da pílula mantém-se.
Mesmo assim, é importante tomar o comprimido assim que se lembrar, continuando a tomar a pílula anticoncepcional como habitualmente. Um lapso nesta situação não coloca em causa a eficácia da mesma, independentemente da semana em que ocorra o esquecimento.
Esquecimento superior a 24 horas
No caso do esquecimento ser de mais de um comprimido e a falta da toma da pílula ultrapasse as 24 horas, há medidas de prevenção a considerar, a saber:
Uso de preservativo
Pílula do dia seguinte.
Em caso de dúvida, pode sempre consultar o seu médico, de forma a avaliar a hipótese de uma possível gravidez.
Vómitos até 4 horas após a toma
O vómito só corta o efeito da pílula se ocorrer nas 3 a 4 horas seguintes à toma. Assim, caso vomite no intervalo que compreenda as 4 horas seguintes à toma da pílula, deverá tomar outro comprimido, pois o princípio ativo do comprimido não é totalmente absorvido pelo organismo.
Se os vómitos ocorrerem mais de 4 horas depois da toma da pílula anticoncepcional, não será necessário tomar qualquer precaução complementar, uma vez que esta já foi absorvida pelo organismo, não comprometendo assim o efeito contracetivo.
Diarreia até 4 horas após a toma
Diarreias líquidas e frequentes podem cortar o efeito da pílula. neste cenário deve tomar nova pílula, à semelhança do que acontece com os vómitos. Estudos comprovam que a pílula demora cerca de 4 horas para ser totalmente absorvida e, por isso, o seu efeito pode ficar comprometido se ocorrer um episódio de diarreia intensa e constante durante este período.
A toma do novo comprimido deve ser efetuado o quanto antes, até 12 horas a seguir à hora habitual da pílula. Uma vez mais, quanto mais tarde tomar, menor eficácia tem a pílula. Esta toma deve ser efetuada o quanto antes (até 12 horas a seguir à hora habitual de toma).
Bebidas alcoólicas
Esta é outra situação que deve ser analisada cuidadosamente. Isto é, não é por beber uma cerveja ou mesmo uma caipirinha que vai colocar em causa a eficácia da pílula. Mas a verdade é que, ao beber álcool em excesso, aumenta as probabilidades de ficar mal-disposta e de vomitar, colocando assim em causa o efeito da pílula.
Por outro lado, como a pílula deve ser tomada sempre à mesma hora, é provável que se possa atrasar na toma da mesma ou, então, esquecer-se mesmo de a tomar.
Chá de hipericão (Erva de São João)
Outro produto que corta o efeito da pílula é o chá de hipericão, também conhecido por erva-de-são-joão. Apesar das suas vastas propriedades como tratamento de depressões, efeito analgésico e antissético, facilitador da digestão, entre outros, este chá e produtos derivados da planta, devem ser consumidos com alguma precaução e moderação.
A verdade é que já foi comprovado que este chá e os seus derivados podem interferir com contracetivos e outros medicamentos, como, por exemplo, os retrovirais.
O alerta surgiu da agência de regulamentação de medicamentos sueca, quando duas mulheres que usavam produtos de ervanária contendo hipericão, engravidaram sem o desejarem. No caso, os produtos em questão eram suplementos nutricionais para tratar depressões leves.
Doenças intestinais
A pílula é principalmente absorvida nas paredes do intestino delgado. Assim, mulheres que apresentam algumas doenças intestinais como a Doença de Crohn, reticolite ulcerativa ou outras patologias intestinais inflamatórias, ou ainda que tenham realizado cirurgia bariátrica e implante de bypass jejunoileal tem maior probabilidade de engravidar, mesmo usando a pílula anticoncepcional.
Isso acontece porque, nestes casos, a absorção do medicamento pelo intestino delgado é prejudicada, e consequentemente, o efeito da pílula anticoncepcional é reduzido.
Pílula 30 respostas essenciais
Existem inúmeras questões sobre o uso da pílula contracetiva que nem sempre são respondidas de forma correcta.
Assim clique aqui ou na imagem seguinte para ler tudo o que necessita saber sobre a pílula.
Pilula anticoncepcional ou contraceptiva guia das 30 respostas essenciais! Como tomar o anticoncepcional? Qual o melhor anticoncepcional? Quais os riscos da pilula? Quais as diferenças entre as diversas pílulas? O que corta o efeito da pílula?
Siglas e simplificações utilizadas neste artigo:
COs – Contraceptivos Orais
COCs – Contraceptivos Orais Combinados
COPs – Contraceptivos Orais Progestagénicos
COE – Contracepção Oral de Emergência ( pílula do dia seguinte )
Pílula – Contracepção oral
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
O que são os contraceptivos orais combinados?
O que são os contraceptivos orais progestagénicos?
Quais as pílulas mais eficazes?
Quais os avanços verificados na contracepção oral?
O que são as minipílulas?
Quais as dosagens das minipílulas?
Quais os riscos das minipílulas?
Que tipos de progestagénios existem?
Quais as principais pílulas comercializadas em Portugal?
Qual o risco de gravidez ectópica em mulheres a tomar a pílula?
Contracepção oral de emerrgência (COE) mais conhecida por “pílula do dia seguinte”, o que é e como actua?
Qual a eficacia da pílula do dia seguinte? É segura?
Quais os riscos da pílula do dia seguinte?
A COE altera o dia em que surge a menstruação?
Quais os COEs disponiveis no mercado?
Pílula e diabetes, quais os riscos?
Pílula e doenças autoimunes, quais os riscos?
Colesterol a Pílula e a dislipidémia, quais os riscos?
Pílula e as enxaquecas, quais os riscos?
Pilula e a epilépsia, quais os riscos?
Hipertensão e a Pílula, quais os riscos?
Pílula na doença cardiovascular, quais os riscos?
Pílula e a menopausa, quais os riscos?
Adolescência e a Pílula, quais os riscos?
A Pílula e a amamentaçãp, quais os riscos?
Contracepção oral e puerpério, quais os riscos?
Como retardar a menstruação com a toma da pílula?
Quais as situações que justificam, medidas contraceptivas adicionais?
Após a toma da “pílula do dia seguinte” quando se deve iniciar a toma do contraceptivo oral?
Quais os medicamentos e outros que podem diminuir a eficácia da pílula?
Existem imensas pílulas contraceptivas no mercado mas afinal qual é a melhor? Qual a mais eficaz? Qual a que apresenta menos riscos? E a “pílula do dia seguinte”? É realmente eficaz? Quais os riscos? Como tomar?
Por parte de muitas mulheres existem imensas dúvidas recorrentes sobre a contracepção oral e de emergência. Este guia foi elaborado para responder a todas as dúvidas que possam surgir e desta forma contribuir para tranquilizar as mulheres e ajuda-las a fazer a melhor escolha para o seu caso… e cada caso é um caso!
Têm vido a surgir novas formulações e novos sistemas de libertação hormonal, com vista quer ao aumento da eficácia contraceptiva quer à redução dos efeitos secundários e melhoria da adesão à toma evitando uma gravidez não desejada.
A contracepção hormonal oral é o método mais utilizado pelas mulheres portuguesas. Embora existam alguns efeitos adversos associados à toma de contraceptivos orais (CO), estes têm vindo a ser minorados, com o aparecimento de pílulas com cerca de metade da dose de estrogénios e de pílulas cujo único princípio activo é um progestagénio, e que não apresentam os efeitos secundários associados aos estrogénios.
No entanto, a pílula é ainda hoje muitas vezes mal utilizada, motivo que leva ao recurso à contracepção oral de emergência (COE), mais conhecida como pílula do dia seguinte.
A contracepção hormonal oral é o método mais utilizado pelas mulheres portuguesas. Embora existam alguns efeitos adversos associados à toma de contraceptivos orais (CO), estes têm vindo a ser minorados, com o aparecimento de pílulas com cerca de metade da dose de estrogénios e de pílulas cujo único princípio activo é um progestagénio, e que não apresentam os efeitos secundários associados aos estrogénios.
Contraceptivos orais combinados (COC)
Os Contraceptivos Orais Combinados (COC) são caracterizados por terem na sua composição 2 hormonas diferentes – estrogénio e progestagénio.
As doses e tipo de estrogénio e progestagénio utilizado variam com o medicamento. Estes COs são denominados de baixa dosagem ou de dosagem normal consoante a dose de estrogénio que contêm.
São os contraceptivos orais mais eficazes porque inibem a ovulação de forma constante em cerca de 90 a 95% dos ciclos menstruais, tendo sido descrita uma taxa de falha de apenas 0,3% no primeiro ano de toma, quando tomados correctamente.
Os COCs, além de inibirem a ovulação, exercem igualmente uma acção ao nível do espessamento do muco cervical, o que dificulta o percurso dos espermatozóides até à trompa de Falópio.
Os COCs podem ser de 3 tipos, consoante as doses das hormonas sejam fixas ou variáveis, ao longo do ciclo menstrual:
Monofásicos
Com estrogénio e progestagénio em doses fixas. Tomam-se durante 21 dias consecutivos a que se segue, habitualmente, um intervalo livre de 7 dias.
Bifásicos
Contêm um progestagénio ao qual se associa o etinilestradiol, assegurando uma fase estrogénica durante os primeiros 7 dias, seguida de uma fase progestagénica até ao final da toma.
Trifásicos
Contêm quantidades variáveis de hormonas (etinilestradiol e um progestagénio) para serem tomadas ao longo do ciclo, variando a concentração sobretudo de progestagénios. Têm um predomínio inicial de estrogénios tentando assim, mimetizar o ciclo hormonal normal.
Contraceptivos orais progestagénicos (COP)
Os Contraceptivos Orais Progestagénicos (COPs) são apenas constituídos por um progestagénio, em dose inferior à presente nos COCs. Por este motivo, não inibem consistentemente a ovulação a qual ocorre em apenas cerca de 50% dos ciclos, impedindo, a gravidez maioritariamente por espessamento do muco cervical. Habitualmente são de toma contínua não existindo qualquer interrupção na toma durante o ciclo menstrual (ver tabela 1).
Eficácia comparativa entre COPs e COCs
Existe o conceito de que as pílulas progestagénicas são menos eficazes do que as combinadas. No entanto, não existem estudos conclusivos sobre a eficácia comparativa entre os COCs e os COPs, sendo que, na sua maioria, a eficácia falha por factores externos aos medicamentos em si.
COPs e eficácia comparável à dos COCs
Nos COPs a eficácia é assegurada cumprindo as seguintes regras:
O COP deve ser tomado todos os dias à mesma hora
A relação sexual deve ocorrer entre as 3 e as 22h após a toma.
Contracepção oral avanços
Os avanços verificados têm como principais objectivos minorar os efeitos secundários associados aos estrogénios e de permitir uma maior eficácia contraceptiva, a saber:
A diminuição da dose de estrogénios (pílulas de baixa dosagem),
Recurso a novos progestagénios
Novos sistemas de libertação hormonal
Dosagens utilizadas nas minipílulas
As pílulas de baixa dosagem ou minipílulas contêm na sua formulação etinilestradiol em doses que variam entre 15 e 25 µg (microgramas) por comprimido, enquanto as restantes pílulas possuem entre 25 e 35 µg por comprimido.
Minipílula quais os riscos?
Uma vez que os efeitos adversos estão maioritariamente associados às doses de hormonas presentes, é de esperar que neste tipo de COs, sejam menores e ocorram com menor frequência.
No entanto, embora esteja provada uma redução do risco de tromboembolismo venoso, continuam a ocorrer eventos cardiovasculares graves, embora raros, associados à toma de COs de baixa dosagem, particularmente em mulheres fumadoras, com mais de 35 anos, com enxaquecas ou outras situações de risco cardiovascular.
Diversos estudos continuam a demonstrar a ocorrência de efeitos graves em mulheres que tomam as pílulas de baixa dosagem, nomeadamente a nível cardiovascular.
Em relação às mulheres que não fazem qualquer tipo de contracepção hormonal, as mulheres que tomam as pílulas modernas correm os seguintes riscos:
Tromboembolismo venoso – risco 4 vezes superior
Acidente vascular isquémico – risco 2,3 vezes superior
Enfarte agudo do miocárdio – risco 2 vezes superior
Estas dimensões, como já vimos atrás, ainda se podem tornar mais elevadas se se considerarem mulheres fumadoras, com mais de 35 anos, a sofrerem de enxaquecas ou a apresentarem outros factores de risco cardiovascular.
Progestagénios que tipos existem?
Os progestagénios são agrupados em 4 gerações, independentemente de fazerem parte da composição de um COC ou de um COP. Esta classificação deve-se unicamente à cronologia de aparecimento no mercado, não existindo qualquer relação com a estrutura química ou acção farmacológica, os mais importantes são:
1ª geração – noretindrona, a noretisterona, o noretinodrel, o etinodiol e o linestrenol;
2ª geração– levonorgestrel e o norgestrel;
3ª geração– desogestrel, e o seu metabolito activo etonogestrel, o norgestimato, e o seu metabolito activo norelgestromina, e o gestodeno;
4ª geração– ciproterona, drospirenona, cloromadinona e o dienogest
Linha de evolução dos progestagénios
Progestagénios: Quais os mais utilizados?
Os progestagénios mais utilizados são os seguintes:
Levonorgestrel ( alguma actividade androgénica )
Desogestrel ( sem actividade androgénica )
Gestodeno ( sem actividade androgénica )
Ciproterona ( actividade anti-androgénica )
Drospirenona ( actividade anti-androgénica )
Cloromadinona ( actividade anti-androgénica )
Progestagénios, como o levonorgestrel, conferem uma certa acção androgénica, para além da sua actividade progestagénica. É esta actividade androgénica a responsável pela maioria dos efeitos adversos.
A procura de COs mais eficazes e com menos efeitos secundários, levou ao aparecimento de progestagénios, praticamente destituídos de actividade androgénica, como o desogestrel e o gestodeno. Actualmente já existem progestagénios com actividade anti-androgénica como a ciproterona, a drospirenona e a cloromadinona.
Gravidez ectópica: Qual o risco em mulheres a tomar COP ou COC?
Em caso de falha do CO com consequente fertilização de um óvulo, o espessamento do muco cervical diminui a mobilidade do óvulo fertilizado na trompa de Falópio, aumentando o risco de gravidez ectópica.
Os COCs inibem a ovulação, em cerca de 90 a 95% dos ciclos, são por isso contraceptivos eficazes, reduzindo o risco de gravidez ectópica. Os COPs actuam maioritariamente por espessamento do muco cervical não inibindo a ovulação de forma tão eficaz (ocorre em apenas cerca de 50% dos ciclos), sendo o risco de gravidez ectópica maior.
Contraceptivos orais comercialiazados
Na tabela seguinte descrevem-se as principais apresentações qualitativas ( móleculas utilizadas ) e quantitativas ( dosagens ) comercializadas em Portugal:
Tabela dos principais COs comercializados em Portugal
Contracepção Oral de Emergência (COE) mais conhecida por pílula do dia seguinte
A contracepção oral de emergência tem passado por desenvolvimentos nos últimos anos, tendo muito recentemente surgido uma nova opção terapêutica, que aumenta para 5 dias o intervalo de tempo em que se pode recorrer a este método.
O que é a pílula do dia seguinte?
A contracepção oral de emergência (COE) é um método destinado a evitar uma gravidez não desejada após uma relação sexual em que não existiu recurso a contracepção ou na qual a mesma falha. Constitui uma segunda linha na prevenção primária da gravidez não desejada.
A toma do COE deve ocorrer o mais cedo possível após a relação sexual não protegida ou inadequadamente protegida.
Pílula do dia seguinte: Como actua?
A pilula do dia seguinte actua e é eficaz por exercer a sua acção por diversas vias, a saber:
Sobre a ovulação, atrasando ou inibindo a libertação do óvulo,
Sobre a fertilização impedindo o espermatozóide de atingir o óvulo,
Por espessamento do muco cervical,
Sobre a nidação através de alterações do endométrio, impossibilitando a implantação do ovo na parede do útero.
Será segura?
A Contracepção Oral de Emergência ( COE ) pode ser utilizada com segurança por qualquer mulher, mesmo quando há contra-indicações para a toma de COs.
Após a toma da COE a mulher pode engravidar em qualquer altura, caso não utilize nenhum método contraceptivo,
A COE apenas previne uma gravidez decorrente de relações sexuais ocorridas antes da toma e nunca nos casos em que estas ocorrem subsequentemente,
Não é efectiva se a mulher já estiver grávida.
Efeitos secundários
Após a toma do COE podem surgir maioritariamente:
Náuseas e vómitos, mas pouco frequentes, surgindo em apenas 20% dos casos. Para minorar estes efeitos aconselha-se a toma do comprimido com
Pode também surgir perda de sangue alguns dias após a toma do COE.
Num número reduzido de mulheres pode acontecer tensão mamária,
Dores de cabeça,
Tonturas,
Dor abdominal,
Na maior parte dos casos, esta sintomatologia desaparece sem necessidade de tratamento.
Será que altera a menstruação?
Após a utilização da COE, a menstruação surge na altura esperada, no entanto em algumas mulheres pode surgir antes do tempo. Caso exista um atraso superior a uma semana, deve ser realizado um teste de gravidez visto que a COE pode ser falível.
A referenciação para o médico recomenda-se caso a mulher apresente queixas de hemorragias irregulares associadas a dores abdominais (suspeita de gravidez ectópica) ou quando a menstruação está atrasada por mais de uma semana (suspeita de gravidez).
Pode utilizar fora do período fértil?
Dado que existem oscilações da altura da ovulação, mesmo em mulheres com menstruações muito regulares, na prática é muito difícil determinar com exactidão o intervalo de tempo em que ocorre o período fértil.
O facto de a mulher não se encontrar no seu período fértil, não constitui uma contra-indicação à toma de COE, sendo importante avaliar o estado de ansiedade relativa à perspectiva de uma gravidez indesejada de forma a permitir um melhor aconselhamento e optar ou não pela dispensa da COE.
Pílulas do dia seguinte disponíveis
Existem actualmente alternativas terapêuticas diferentes em que a COE pode ser feita até às 72 h após relação sexual desprotegida ou inadequadamente protegida e, recentemente disponível, em que a eficácia é comprovada até ao 5º dia, mais precisamente até às 120 h após relação sexual desprotegida ou inadequadamente protegida.
Os COs podem interferir com o metabolismo da glucose. Em geral, quanto maior for a dose do progestagénio, maior será a alteração no metabolismo da glucose. Pensa-se que:
Os estrogénios podem diminuir a tolerância à glucose,
Os progestagénios são responsáveis por um aumento da secreção de insulina que pode levar ao aumento da insulino-resistência.
Há estudos que concluem que os COPs podem apresentar um melhor perfil de segurança, interferindo menos nos níveis de glicemia, quando comparados com os COCs.
Ainda, sendo a diabetes um factor de risco para a doença cardiovascular, é aconselhada a toma de COPs, caso a mulher não deseje ou não possa optar por outro método contraceptivo. No caso da diabetes bem controlada e em que não existem lesões vasculares, podem utilizar-se os COCs devendo preferir-se os COcs de 3ª geração.
Assim, para mulheres com diabetes tipo 1 ou tipo 2, bem controlada, o recurso quer aos COCs quer aos COPs é aparentemente seguro e não parece ter qualquer efeito quer a curto quer a longo prazo no controlo da diabetes.
Nas diabéticas com complicações associadas ou diabetes de longo termo (diagnosticado há mais de 20 anos), os COPs são considerados mais seguros do que os COCs.
Doenças autoimunes: Qual a melhor pílula?
Nas doenças auto-imunes, é de grande importância o planeamento da gravidez, não só pelos riscos que a terapêutica instituída pode acarretar para o feto, como também para preservar a saúde da mãe, escolhendo a fase de evolução da doença mais propícia para que a gravidez ocorra.
Neste tipo de patologias, todos os métodos contraceptivos não hormonais são aconselhados. Sendo as doenças autoimunes muito heterogéneas, a resposta da doença aos COs varia consoante a patologia em causa, por exemplo:
Os COCs podem agravar o Lúpus Eritematoso Sistémico, a Púrpura Trombocitopénica e a miastenia Gravis,
Os COCs podem contribuir para a melhoria da artrite reumatóide,
Os COCs não exercem qualquer efeito na Esclerose múltipla ou Doença auto-imune da Tiróide.
Dislipidémia: Qual a influência da pílula?
A maioria dos COs afecta os parâmetros lipídicos – colesterol LDL e HDL e também os trigicerídeos. Os estrogénios aumentam o HDL e triglicerídeos e diminuem o LDL. No caso dos progestagénios, o aumento do HDL depende do tipo de progestagénio utilizado.
Colesterol alto: Qual a melhor pílula?
As formulações com etinilestradiol combinado com progestagénios mais recentes como o desogestrel e gestodeno, devido à menor actividade androgénica destes, apresentam um melhor perfil lipídico, verificando- se um aumento significativo dos níveis de HDL, diminuição significativa dos níveis de colesterol LDL, apenas pequenas alterações dos níveis de colesterol total e um aumento dos triglicerídeos menos acentuado do que com os que contêm progestagénios com uma acção androgénica mais marcada (levonorgestrel e norgestrel).
Assim são considerados os COs com melhor perfil de indicação para mulheres com dislipidemia as pílulas com etinilestradiol combinado com progestagénios mais recentes como o desogestrel e gestodeno.
Contracepção oral e de emergência no caso de enxaquecas e risco de AVC
Vários estudos efectuados em mulheres com enxaqueca, a tomar COs, sugerem um aumento do risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
No entanto, esses mesmos estudos indicam que o grau de risco varia consoante o tipo de enxaqueca. Assim, o risco é maior no caso de enxaqueca com aura quando comparado com enxaqueca sem aura. Este facto deve-se provavelmente à existência de alterações isquémicas associadas à aura.
Dado que, à partida, a utilização de COcs representa um factor de risco aumentado de AVC e tromboembolismo venoso, existe uma preocupação acrescida relativa à toma de COcs no caso de enxaqueca.
De acordo com a OMS, o risco de mulheres com enxaqueca a tomar COCs, terem um AVC isquémico é cerca de 2 a 4 vezes maior do que nas que têm enxaqueca mas não tomam COCs.
É, por isso, fundamental conhecer o tipo de enxaqueca em causa, o que determina a escolha mais adequada do Contraceptivo Oral ( CO ), principalmente no caso de se tratar de Contraceptivos Orais Combinados ( COCs ). Em caso de risco acrescido deve ponderar-se o recurso a COPs ou, em alternativa, a outro método contraceptivo, que não o oral hormonal.
Para as mulheres que têm enxaqueca sem aura, o risco de AVC é relativamente pequeno e comparável ao das mulheres sem enxaqueca. Em mulheres a fazer terapêutica para a enxaqueca com derivados da ergotamina, a toma de COCs está contra-indicada.
Epilépsia: Qual a melhor contracepção?
Os métodos contraceptivos de eleição na epilepsia são, o DiU (Dispositivo intra Uterino) ou o SiU (Sistema intra Uterino com libertação hormonal) dado que são inertes a nível sistémico não interferindo com a restante medicação.
Caso a opção recaia na contracepção oral, os COCs e COPs apenas estão contra-indicados, por redução da sua eficácia, nos casos em que a terapêutica antiepiléptica instituída seja indutora das enzimas hepáticas, o que acontece no caso de estar a tomar os seguintes medicamentos:
Carbamazepina,
Oxicarbamazepina,
Fenobarbital,
Fenitoína,
Primidona,
Topiramato,
Vigabatrim.
No caso de terapêutica com valproato de sódio, as mulheres podem utilizar qualquer Contraceptivo Oral ( CO ).
Hipertensão arterial (HTA): Qual a melhor pílula?
Os métodos contraceptivos de eleição no caso da HTA são, o DIU ou o SIU com libertação hormonal. No entanto, apenas a HTA mal controlada contra-indica a toma de COs.
Assim, no caso de HTA bem controlada ou em fase inicial, pode ser indicada a toma de COcs. Nestes casos, deve ser dada preferência a pílulas de baixa dosagem, com gestodeno ou desogestrel, que apresentam a vantagem de contribuir para um bom perfil lipídico, ou a associação de etinilestradiol e drospirenona em virtude do seu efeito anti-mineralocorticóide.
O recurso a COCs em mulheres com mais de 35 anos, em que o risco cardiovascular está aumentado, deve ser bem ponderado. Quanto aos COPs, constituem uma alternativa nos casos em que a HTA decorre da administração de COCs.
Doença cardíaca ou doenças vasculares: Qual a melhor pílula?
Os COPs são a primeira escolha em caso de doença cardíaca. Os COCs estão contra-indicados, apenas quando existe um risco vascular associado, como no caso da doença cardíaca isquémica ou doença valvular complicada como endocardite, fibrilhação ou hipertensão pulmonar.
A toma de COs na insuficiência venosa não apresenta qualquer contra-indicação. Apenas está contra-indicada a toma de COCs, em caso de tromboembolismo venoso ou arterial. Os COPs, que podem ser usados em doentes com antecedentes de tromboembolismo venoso são, apesar disso a última escolha em caso de tromboembolismo activo ou recente sendo de preferir o DIU ou o SIU com libertação hormonal, nesta fase.
Fumadoras: Qual a melhor contracepção?
O tabagismo contribui, decididamente, para o aumento do risco de complicações cardiovasculares. Consideram-se fumadoras mulheres que consomem 15 a 20 cigarros por dia.
Assim, mulheres fumadoras com idade superior a 35 anos não devem tomar COs. Antes dos 35 anos, o facto de a mulher fumar é uma contra-indicação relativa à toma de COs. Os métodos contraceptivos de eleição para a mulher fumadora são, por isso, preferencialmente todos os métodos não hormonais.
Menopausa: Qual a melhor contracepção?
Na perimenopausa, desde que não haja contra-indicações, podem ser utilizados todos os tipos de COs, assim como qualquer tipo de método contraceptivo. A escolha deve ser feita com base nas características individuais da mulher (factores de risco cardiovascular, patologias associadas, tabagismo, etc).
Caso os COCs sejam apropriados, são de preferir por apresentarem as seguintes vantagens:
Maior eficácia contraceptiva,
Menor rigor na toma,
Melhoram a sintomatologia vasomotora,
Melhoram o humor,
Menor risco de ocorrência de hemorragias intra-cíclicas.
Os contraceptivos hormonais combinados, nas suas 3 formas – oral, transdérmica ou vaginal – podem ser utilizados até à menopausa, sendo de preferir aqueles que têm uma dose de etinilestradiol ≤ 30µg e uma dose baixa de noretisterona ou levonorgestrel, por apresentarem um menor risco cardiovascular.
Quanto à altura ideal para concluir a toma de COs, aquando da menopausa, é recomendado o doseamento da FSH (hormona folículo estimulante) durante a pausa da toma de COCs (entre o 5º e o 7º dia) ou em qualquer altura do ciclo menstrual caso esteja a tomar COPs.
Este doseamento é recomendado a partir dos 50 anos ou antes, caso exista sintomatologia vasomotora marcada, os denominados “afrontamentos”, e repetido anualmente até à menopausa. Caso o valor do doseamento seja ≥ 40 mg/L pode interromper-se o contraceptivo, se for < 40 mg/L deve continuar e reavaliar a situação ao fim de um ano.
Adolescência: Qual a melhor contracepção?
Nesta fase em que, muitas vezes, se dá o início da actividade sexual, é importante que sejam adoptadas medidas que permitam uma contracepção o mais segura, simples e eficaz possível. Assim, os COs geralmente recomendados são os COCs. É fundamental sensibilizar para a importância de associar, a utilização do preservativo, como única forma de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, sendo uma altura em que muitas vezes as relações são mais efémeras e a percepção dos riscos está menos presente.
Amamentação: Qual a melhor pílula?
Na amamentação a primeira escolha recai sobre os contraceptivos hormonais progestagénicos, COP, (sob a forma oral, implante subcutâneo ou injectável) por não influenciarem a qualidade e quantidade do leite materno.
Os COPs têm ainda a vantagem de permitir uma mudança mais rápida para o método contraceptivo subsequente, dado que basta suspender a toma do COP e iniciar a toma do CO seguinte. A contracepção oral deve ser iniciada entre a 4ª e a 6ª semana após o parto. Também os COCs podem ser utilizados, embora nunca como primeira escolha até os 6 meses após o parto.
Pós-parto (puerpério): Qual a melhor contracepção?
O puerpério é o período de 6 a 8 semanas pós-parto durante o qual o seu corpo sofre uma série de alterações para retornar ao estado pré-gravidez.
Quando a mulher não está a amamentar, os COCs apenas estão contra-indicados nas primeiras 3 semanas após o parto, por existir um estado de hipercoagulabilidade, que aumenta o risco cardiovascular associado à toma de COCs. A partir daí pode ser utilizado qualquer método contraceptivo.
Caso tenha ocorrido diabetes gestacional, desde que os parâmetros analíticos estejam controlados, não existe qualquer contra-indicação à toma de COs. No entanto, neste caso recomenda-se que o início da CO se faça apenas a partir das 6-8 semanas após o parto.
Como retardar a menstruação com a toma da pílula contraceptiva?
Esta é uma pergunta recorrente ao balcão da farmácia, sendo as indicações em função do tipo de pílula as seguintes:
COCs monofásicos
Começar a embalagem seguinte imediatamente após terminar a anterior, ou seja, sem fazer os 7 dias de Esta embalagem pode ser tomada até ao fim. Caso a mulher queira menstruar, basta parar de tomar os comprimidos em qualquer altura. Durante a toma da segunda embalagem podem ocorrer hemorragias irregulares. A embalagem seguinte às 2 consecutivas deve ser iniciada após os 7 dias habituais de intervalo.
COCs bifásicos
Assim que terminar a embalagem anterior, começar a tomar os comprimidos com a dosagem mais elevada de progestagénio e mais baixa de etinilestradiol da embalagem seguinte (ou seja, começar a toma da embalagem seguinte pelo 1º comprimido dos últimos 15 da embalagem). Estes podem ser tomados até ao final dessa embalagem (no máximo 15 dias).
Assim que queira menstruar basta parar de tomar a 2ª embalagem. a embalagem seguinte deve ser iniciada após os 6 dias habituais de intervalo. Tal como no caso dos COCs monofásicos, durante a toma da 2ª embalagem podem ocorrer hemorragias irregulares.
COCs trifásicos
Após terminar a embalagem, iniciar a toma dos últimos 10 comprimidos da embalagem seguinte, aqueles que têm maior concentração de progestagénio. Essa embalagem pode ser tomada até ao fim (no máximo 10 dias). Quando quiser menstruar a mulher pode parar essa embalagem em qualquer altura. A embalagem seguinte deve ser iniciada após o período habitual de 7 dias de intervalo.
Quais as situações que justificam medidas contraceptivas adicionais?
1) Esquecimento de uma toma do CO superior a 12 horas ou de mais do que uma toma, independentemente do intervalo de tempo decorrido. Para informação adicional acerca de como continuar a toma da restante embalagem do CO, consultar o rcm do medicamento em questão.
2) Ocorrência de vómitos até às 4 horas subsequentes à toma do CO ou aparecimento de diarreia grave, dado que a absorção pode ser incompleta e pode já não existir uma contracepção fiável.
Num e noutro caso, deverá recorrer-se a métodos contraceptivos adicionais até 7 dias após o desaparecimento dos sintomas ou o esquecimento da toma, mantendo a toma regular do CO habitual.
3) Suspeita de interacção medicamentosa entre o CO e algum outro medicamento, que a mulher esteja a tomar. Neste caso, deverão utilizar-se métodos contraceptivos adicionais até 7 dias após a eliminação do medicamento do organismo (varia consoante o tempo de semi-vida do medicamento em causa).
Após utilização pilula do dia seguinte, quando se deve iniciar a toma do CO?
Após a toma do COE o retorno à fertilidade é imediato, pelo que, caso a mulher não esteja já a fazer contracepção regular, deve ser aconselhada a fazê-lo.
No caso de toma habitual de COs, a embalagem em uso deve ser reiniciada no dia seguinte ao da toma do COE, não estando indicada a toma dos contraceptivos omitidos quando se recorre ao COE. Assim, é intencionalmente omitida a toma do comprimido relativo ao dia da toma do COE.
Caso a mulher não esteja a tomar CO e deseje fazê-lo, existem 2 opções:
Esperar e iniciar a contracepção no primeiro dia do próximo ciclo menstrual, ou
Iniciar a contracepção no dia imediatamente após a toma da COE.
É importante aconselhar abstinência sexual ou o uso de um método auxiliar (barreira – como por exemplo diafragma com espermicida, preservativos) nos primeiros 7 dias após o início da contracepção caso seja um COC, ou nos primeiros 2 dias caso se trate de um COP, independentemente de quando se inicia a contracepção.
Que medicamentos e outros podem diminuir a eficácia da pílula?
No que se refere à eficácia das pílulas convencionais, a interacção com fármacos capazes de provocar um aumento das enzimas microssomais hepáticas pode provocar um aumento da metabolização das hormonas sexuais, com a consequente redução da eficácia contraceptiva do método. Os principais são os seguintes:
Antiepilépticos,
Rifampicina,
Ritonavir,
Griseofulvina,
Hipericão.
Uma referência especial ao hipericão por ser uma planta muito utilizada em chás e que muitas mulheres podem, sem saber, tomar e ficar desprotegidas.
Concluindo
Por parte de muitas mulheres existem imensas dúvidas recorrentes sobre a contracepção oral e de emergência. Este guia foi elaborado para responder a todas as dúvidas que possam surgir e desta forma contribuir para tranquilizar as mulheres e ajuda-las a fazer a melhor escolha para o seu caso… e cada caso é um caso! Apesar de disponibilzarmos toda esta informação não deve nunca esquecer o precioso apoio do seu Médico ou Farmacêutico.
Não deve também ser esquecido que apesar de se tratar de um artigo sobre contracepção esta só faz sentido dentro duma politica estruturada, num país que verdadeiramente tenha vontade de olhar para o futuro, e que permita ás mulheres, que nele vivem, e seus companheiros formarem famílias estaveis e Felizes e por esta via regenerarem a “medula da sociedade” que por estes dias corre o risco de ficar “leucémica”…
Fique bem!
Franklim Moura Fernandes
Fontes:
CEDIME ( Centro de Documentação e Informação do Medicamento )
Dra Margarida Castel-Branco, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
INFARMED
Direcção Geral de Saúde – Programa Nacional de Saúde Reprodutiva
Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health
Por favor PARTILHE este artigo e ajude muitas mulheres e suas famílias a terem uma vida mais tranquila e FELIZ!
Chás, plantas, frutos e interações com medicamentos: Será que um chá para emagrecer e outros chás de plantas e produtos naturais podem interferir com os medicamentos que compra na farmácia? Como medida de precaução o Observatório de Interações Planta-Medicamento (OIPM), da Universidade de Coimbra, fez a avaliação do risco e destacou, dentro dos grupos terapêuticos mais consumidos, tais como medicamentos para a hipertensão, diabetes e colesterol elevado entre outros, quais as interações mais comuns com chás, plantas e frutos.
Sabia, por exemplo, que um simples chá de hipericão pode “cortar” o efeito da pílula anticoncepcional?
Que fique claro que este artigo não pretende “denegrir” as propriedades terapêuticas dos chás e das plantas adiante citadas… principalmente nas pessoas saudáveis… eu próprio utilizo algumas como rotina diária pois, em contextos específicos, podem ter extraordinários efeitos terapêuticos em alguns doentes… no entanto noutros podem causar problemas graves, conforme estudos que pode consultar nas referências bibliográficas.
Assim este artigo apenas pretende focar os cuidados a ter nos doentes com certas patologias que requerem medicação diária e que por conseguinte estão sujeitos a uma muito maior probabilidade de interações indesejadas.
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
Anti-cancerígenos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Anti-hipertensores: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Antidiabéticos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Anticoagulantes: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Antidepressivos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Pilulas anticoncepcionais: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Analgésicos e antiinflamatórios: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Antibióticos: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Colesterol elevado: Quais as interações com chás, plantas e frutos?
Um fator de grande preocupação na auto-medicação é o facto de que em média 70 % das pessoas que tomam medicamentos ditos naturais não dizem ao médico que os estão a tomar. É de entendimento comum que o que é natural não faz mal, e não só não dizem ao médico, como ignoram que o “chá” que tomam diariamente pode ter interferências directas com o medicamento prescrito pelo seu médico.
– O efeito dos anti-hipertensores (medicamentos para baixar a pressão arterial) pode ser potenciado pela gingko ou pelo alho (quando consumido em grandes quantidades na alimentação, ou em suplementos). Situação inversa pode acontecer, a sua actividade pode ser contrariada em casos de consumo de grandes quantidades de chá verde ou preto (da planta do chá Camellia sinensis) ao longo do dia, uma vez que este chá contém cafeína, que aumenta a pressão arterial. O mesmo pode acontecer com o ginseng asiático e o alcaçuz.
– Por sua vez os efeitos dos medicamentos usados para controlar os níveis de açúcar na diabetes podem ser exacerbados se ao mesmo tempo se consumirem plantas como o aloé, goma de guar, psílio, sementes de linhaça, o ginseng americano, noni, mirtilos, bardana, sabugueiro, entre outros. Daqui podem resultar episódios de hipoglicémias que geralmente se associam à medicação e nunca com produtos que estão a ser consumidos simultaneamente.
– O efeito de medicamentos para baixar o colesterol (sinvastatina ou atorvastatina) pode ser diminuído pelo consumo continuado da erva de S. João ou da salvia, ou mesmo por elevada quantidade de sumo de laranja diariamente. Pode contudo ocorrer uma maior permanência destes mesmos medicamentos no organismo devido ao consumo de outras plantas tais como o ginseng, aloé, raiz dourada. Esta situação pode resultar numa maior incidência de efeitos secundários e toxicidade associados ao medicamento, tal como a rabdomiólise e consequentes dores musculares.
A Gingko biloba pode ainda interagir com medicamento anticoagulantes (ex: varfarina), medicamentos antiagregantes plaquetares (ex. ácido acetilsalicílico), medicamentos anti- hipertensores (ex. nifedipina, nicardipina), antidepressivos (ex: trazodona), cardiotónicos (ex. digoxina), entre outros.
O Aloe vera pode também interagir com cardiotónicos (ex. digoxina), diuréticos tiazídicos, antiagregantes plaquetares (ex: ácido acetilsalicílico), anestésicos (ex. sevoflurano desencadeando hemorragias dado que diminui a agregação plaquetar) e ainda com alguns antineoplásicos.
O chá verde pode interagir com anticoagulantes (ex. varfarina) e medicamentos usados no tratamento de cancro (ex. bortezomib).
Existem chás , plantas e alimentos que interferem de forma muito acentuada na actividade terapêutica de alguns medicamentos muito importantes, tais como:
Anticancerígenos
Anti-hipertensores
Antidiabéticos
Anticoagulantes
Antidepressivos
Pilulas anticoncepcionais
Analgésicos e antiinflamatórios
Antibióticos
Alguns chás de uso corrente e generalizado, tais como o chá verde, chá preto, chá de camomila, chá de hipericão podem alterar significativamente os objectivos terapêuticos do doente. Em alguns casos a dose do medicamento é potenciada noutros é diminuída de forma bastante perigosa.
Cancro
Podem alterar o efeito terapêutico dos anticancerígenos por potenciar a toxicidade ou diminuir a eficácia, a saber:
Açafrão-da-índia
Açaí
Alcaçuz
Aloe
Bagas de goji
Cardo mariano
Chá preto
Chá verde
Dente-de-leão
Equinácea
Hipericão
Mangostão
Noni
Pau d’arco
Plantas que podem diminuir a absorção da medicação ou aumentar a sua eliminação do organismo, diminuindo o efeito terapêutico do anti-cancerígeno, a saber:
Aipo,
alcachofra,
bétula,
boldo,
cáscara sagrada,
cavalinha,
dente-de-leão,
ruibarbo,
sene,
urtiga,
uva-ursina
Hipertensão
Podem alterar o efeito dos anti-hipertensores se tomados em grandes quantidades ou em suplementos, a saber:
Bagas de goji
Alho
Podem diminuir demasiado a pressão, provocando hipotensão, a saber:
Ginkgo,
Oliveira
Pirliteiro
Podem provocar um aumento de pressão arterial, contrariando o efeito dos anti-hipertensores, a saber:
Alcaçuz
Beringela
Chá preto
Chá verde
Ginseng asiático
Diabetes
Podem aumentar os efeitos dos antidiabéticos e insulina, resultando em hipoglicemia ( glicémia muito baixa ), a saber:
Açafrão-da-índia
Aloé
Bagas de goji
Bardana
Canela
Gengibre
Ginseng
Goma de guar
Mirtilos
Noni
Psílio
Sabugueiro
Sementes de linhaça
Colesterol elevado
O efeito de medicamentos para baixar o colesterol (sinvastatina ou atorvastatina) pode ser diminuído pelo consumo continuado de:
Erva de S. João,
Salvia,
Sumo de laranja em quantide elevada diariamente.
Pode contudo ocorrer uma maior permanência destes mesmos medicamentos no organismo devido ao consumo de outras plantas tais como:
Ginseng,
Aloé,
Raiz dourada.
Esta situação pode resultar numa maior incidência de efeitos secundários e toxicidade associados ao medicamento, tal como a rabdomiólise e consequentes dores musculares.
Doenças tromboembólicas
As seguintes plantas Interagem com os anticoagulantes e podem aumentar o risco de hemorragias, a saber:
Açafrão
Alfalfa
Alho
Aloé
AngélicaB
Bagas de goji
Camomila
Cardo mariano
Castanheiro-da-índia
Clorela
Gengibre
Ginkgo
Palmeto
Pirliteiro
Podem diminuir a eficácia dos anticoagulantes, aumentando o risco de AVC e enfarte, a saber:
Chá preto
Chá verde
Hipericão
Noni
Urtiga
Depressão:
Plantas que podem alterar o efeito de ansiolíticos e antidepressivos fármacos, a saber:
Açafrão-da-índia
Alcaçuz
Camomila
Cardo mariano
Centelha asiática
Dente-de-leão
Erva-cidreira
Erva-de-gato
Ginkgo
Hipericão
Lavanda
Mangostão
Passiflora
Tília
Valeriana
Pílulas anticoncepcionais
Plantas que podem diminuir a eficácia da pílula em situações pontuais, a saber:
Amieiro negro
Anho-casto
Cáscara sagrada
Clorela
Dente-de-leão
Hipericão
Sene
Trevo vermelho
Analgésicos e anti-inflamatórios
Plantas que se usadas juntamente com anti-inflamatórios podem aumentar a toxicidade e o risco de hemorragias e nódoas negras, a saber:
Alho
Açafrão-da-índia
Alcaçuz
Angélica
Camomila
Cardo mariano
Harpagófito
Lavanda
Mangostão
Noni
Palmeto
Trevo vermelho
Antibióticos
Plantas que podem diminuir a eficácia e segurança do medicamento, a saber:
Existe a ideia generalizada, numa importante parte da população, que um “chazinho de plantas”…portanto “natural” se não faz bem mal não faz! Acontece que existem imensas interacções entre chás e plantas com muitos dos medicamentos importantes que tomamos com regularidade. Chega-se mesmo ao ponto de dizer que têm efeitos anti-cancerígenos plantas que os estudos científicos mais rigorosos nada provaram e alguns aliás até provaram o contrário ou seja que essas plantas podem atrasar os efeitos anti-cancerígenos dos medicamentos prescritos aos doentes oncológicos! Significa portanto que podem haver interacções muito graves entre plantas e alguns medicamentos, colocando, em alguns casos, em risco a vida dos doentes.
Fale com o seu médico ou Farmacêutico e leve os medicamentos que está a tomar e decida em conjunto o que é melhor para si. Para quem gosta de chás e eu também gosto 🙂 a boa notícia é que existe tanta escolha que certamente pode encontrar, com a ajuda do seu médico e Farmacêutico, o mais adequado para si ou seja aquele que lhe dê prazer a tomar mas também lhe traga algum benefício terapêutico.
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