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ZIKA VÍRUS DENGUE E CHIKUNGUNYA QUAL O PERIGO?




Zika vírus, dengue, chikungunya guia: Tudo o que não sabe! São doenças actuais propagadas por mosquitos  e que têm um enorme potencial epidémico se não forem tomadas medidas atempadas. Quais as causas? Quais os perigos? Como pode proteger-se?

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • O que é o Zika vírus?
  • O Zika pode surgir em Portugal?
  • Quais as causas do Zika?
  • Como se dá o ciclo de transmissão?
  • Qual o mosquito responsável pela propagação?
  • Quais as condições ideais para a propagação do mosquito?
  • Quais as características do mosquito?
  • Quanto tempo duram os sintomas?
  • Quais os paises afectados?
  • Quais os sintomas?
  • Como se faz o diagnóstico?
  • Qual o prognóstico?
  • Quais os tratamentos disponiveis?
  • Que medicamentos não se devem utilizar?
  • A sindrome exantemática pode ser provocada por mais de um agente?
  • Quais as complicações mais graves do Zika vírus?
  • Qual a relação entre microcefalia e o Zika vírus?
  • O que é a microcefalia?
  • Onde começou o alerta de microcefalia causado por Zika vírus?
  • A relação com a microcefalia já foi confirmada?
  • Como prevenir a microcefalia?
  • Como evitar e controlar o Zika vírus?
  • Qual é mais perigoso o Zika ou a Dengue?
  • Quais as técnicas inovadoras para controlar os mosquitos?
  • Quais as diferenças de sinais e sintomas entre a Zika, a dengue e a chikungunya?
  • O que é a dengue?
  • Qual a diferença entre dengue clássica e dengue hemorrágica?
  • Qual a incidência geográfica da dengue?
  • O que é a febre chikungunya?
  • Quais os últimos mapas actualizados sobre a evolução do Zika?
  • Quais as últimas notícias relevantes?

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Febre Zika o que é?

É uma infecção causada pelo ZIKA vírus (ZIKV), transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya. O Zika vírus (ZIKV) é um vírus da família Flaviviridae. Ele é responsável por uma doença chamada febre Zika, que apresenta sinais e sintomas similares aos da dengue, porém mais brandos. E as semelhanças não acabam por aqui, a febre Zika também é uma infecção típica de países de clima tropical, transmitida através de mosquitos, como o Aedes aegypti. Em Portugal, actualmente, este mosquito existe na ilha da Madeira mas não está infectado.

Aedes aegypti na Madeira melhorsaude.org

O Zika vírus foi registado pela primeira vez em 1947, quando foi encontrado em macacos da Floresta Zika, no Uganda. Entretanto, apenas em 1954 os primeiros seres humanos foram infectados, na Nigéria. O vírus Zika atingiu a Oceania em 2007 e a França no ano de 2013. O Brasil notificou os primeiros casos de Zika vírus em 2015, no Rio Grande do Norte e na Bahia.

Causas

O vírus ZIKA não é transmitido de pessoa para pessoa. O contágio dá-se pelo mosquito que, após picar alguém contaminado, pode transportar o ZIKA durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele.

Ciclo de transmissão

O ciclo de transmissão segue na seguinte sequência:

  1. A fêmea do mosquito deposita os ovos em recipientes com água.
  2. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água durante, aproximadamente, de uma semana.
  3. Após esse período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas.
  4. O mosquito Aedes aegypti reproduz-se a uma velocidade muito elevada e o mosquito adulto vive em média 45 dias.
  5. Uma vez picada uma pessoa demora no geral de 3 a 12 dias para o Zika vírus causar sintomas.

ciclo de vida do mosquito melhorsaude.org

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Reprodução do mosquito: Condições ideais

A transmissão do ZIKAV dificilmente ocorre a temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia ronda os 30° a 32° C – por isso desenvolve-se essencialmente em áreas tropicais e subtropicais. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião desenvolve-se. É importante lembrar que os ovos que carregam o embrião do mosquito transmissor da Zika Vírus podem suportar até um ano de seca e serem transportados durante longas distâncias, agarrados ás extremidades dos recipientes até encontrar um ambiente húmido para se desenvolverem. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito.

Aedes aegypti no Mundo melhorsaude.org

Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o insecto demora dez dias, em média. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois, as fêmeas passam a alimentar-se de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.

Aedes aegypti, quais as caraterísticas do mosquito?

O mosquito Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor de café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte. No entanto, mesmo nas horas quentes ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois não dói e nem causa comichão no momento da picada. Por ser um mosquito que voa baixo – até dois metros – é comum ele picar nos joelhos, nos gémeos e nos pés.

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Aedes aegypti é um importante vector de diversas doenças medicamente significativas incluindo a febre amarela e a dengue.

Sintomas

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas, porém quando presentes são caracterizadas por:

  • Erupções cutâneas (exantemas), acompanhadas de comichão. Podem afectar o rosto, o tronco e alcançar membros periféricos, como mãos e pés (Ex: exantema maculopapular pruriginoso);
  • Febre intermitente (entre 37,8°C e 38,5°C);
  • Hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido,
  • Dor nas articulações (artralgia), principalmente das mãos e dos pés, ás vezes acompanhada de edema (inchaço);
  • Dor nos musculos (mialgia),
  • Dor de cabeça e atrás dos olhos.

Sintomas menos frequentes

Os sintomas menos frequentementes são:

  • Edema,
  • Dor abdominal,
  • Diarreia,
  • Constipação,
  • Dor de garganta,
  • Tosse,
  • Vómitos,
  • Fotofobia,
  • Conjuntivite,
  • Pequenas ulceras na boca,
  • Presença de sangue no esperma ejaculado (haematospermia ou hemospermia).

Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, as dores nas articulações (artralgia) pode persistir durante aproximadamente um mês.

Recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção ZIKV e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada a correlação.

Quanto tempo duram os sintomas?

A infecção causada pelo ZIKV apresenta uma evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.

Paises afectados

O vírus Zika foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos no Uganda, na floresta Zika em 1947, daí a origem do seu nome. Entre 1951 a 2013, evidências sorológicas em humanos foram notificadas em diversos países, a saber:

  • África (Uganda, Tanzânia, Egito, República da África Central, Serra Leoa e Gabão),
  • Ásia (Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietname e Indonésia)
  • Oceania (Micronésia e Polinésia Francesa).

Nas Américas, o Zika Vírus somente foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no oceano Pacífico, 3.500 km do continente no início de 2014.

O Zika Vírus é considerado endémico no Leste e Oeste do continente Africano. Evidências sorológicas em humanos sugerem que a partir do ano de 1966 o vírus se tenha disseminado para o continente asiático. Atualmente há registo de circulação esporádica em:

  • África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central, Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quénia, Somália e Burkina Faso),
  • Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Vietname, Camboja, Índia, Indonésia),
  • Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa, Nova Caledônia/França e Ilhas Cook).

Casos importados de Zika virus foram descritos no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália e ainda na Ilha de Páscoa.

Contágio ou transmissão

O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores. No entanto, está descrito na literatura científica, a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão transfusional.

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Diagnóstico

Se tiver algum sintoma suspeito procure de imediato apoio médico. A partir de uma amostra de sangue, os especialistas procuram detectar a presença de anticorpos específicos para combater o Zika vírus no sangue. Isso indicará que o vírus entrou no organismo e que este está a tentar combatê-lo. A técnica RT-PCR, de biologia molecular, também pode ser usada para identificar o vírus em estágios precoces de contaminação.

Para diferenciar o vírus Zika da febre chikungunya e da dengue, outros exames podem ser feitos:

  • Testes de coagulação
  • Eletrólitos
  • Hematócrito
  • Enzimas do fígado
  • Contagem de plaquetas
  • Raio X do tórax para demonstrar efusões pleurais.

Prognóstico

Em resumo, vem sendo considerada uma doença benigna, na qual nenhuma morte foi relatada e autolimitada, com os sinais e sintomas durando, em geral, de 3 a 7 dias. Não têm sido descritas formas crónicas da doença.

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Tratamento contra o Zika vírus

O tratamento para o Zika vírus é sintomático. Isto que dizer que não há tratamento específico para a doença, mas apenas para alívio dos sintomas. Para limitar a transmissão do vírus, os pacientes devem ser mantidos sob mosquiteiros durante o estado febril, evitando que algum Aedes aegypti o pique, ficando também infectado. O tratamento medicamentoso recomendado é baseado no uso de:

  • Parecetamol (acetaminofeno) ou dipirona para o controle da febre e da dor.
  • Anti-histamínicos, no caso de erupções pruriginosas (com comichão), podem ser considerados.

Medicamentos não se devem utilizar

Tal como na dengue e febre chikungunya, os medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada devem ser evitados. Eles têm efeito anticoagulante e podem causar sangramentos. Outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como diclofenac, ibuprofeno e piroxicam, também devem ser evitados. O uso destas medicações pode aumentar o risco de hemorragias, descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus.

Sindrome exantemática

A SVS/MS informa que mesmo após a identificação do Zika Vírus no país, há regiões com ocorrência de casos de dengue e chikungunya, que, por apresentarem quadro clínico semelhante, não permitem afirmar que os casos de síndrome exantemática identificados sejam relacionados exclusivamente com um único agente etiológico.

Assim, independentemente da confirmação das amostras para ZIKV, é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos aos casos suspeitos de dengue nas unidades de saúde e adoptem as recomendações para gestão clínica conforme o preconizado no protocolo vigente, na medida em que esse agravamento apresenta elevado potencial de complicações e aconselha medidas clínicas específicas, incluindo-se a classificação de risco, hidratação e monitorização.

Complicações

Ainda não se sabe muito sobre as complicações que o Zika vírus pode causar. No entanto, recentemente ele foi relacionado com casos de:

  • Microcefalia, que é uma condição neurológica rara identificada em geral na fase da gestação e que pode provocar o nascimento de bebés doentes;
  • Síndrome de Guillan-Barré, que é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca o sistema nervoso por engano, causando uma inflamação nos nervos e fraqueza muscular.

Microcefalia e o Zika vírus

O aumento repentino do número de casos de microcefalia, uma condição neurológica rara identificada em geral na fase da gestação, vem alertando as autoridades médicas brasileiras. Segundo o Ministério da Saúde, enquanto que entre 2010 e 2014 foram registados um total de 781 casos em todo país, durante o ano de 2015 já foram registados 2.401 casos da doença e 29 óbitos em 549 municípios do Brasil, segundo boletim epidemiológico divulgado no dia 15 de dezembro. A suspeita é que o número crescente de casos de microcefalia esteja relacionado à infecção de mulheres pelo Zika vírus, pertencente à mesma família do vírus da dengue que também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Microcefalia o que é?

A microcefalia é diagnosticada quando a cabeça da pessoa é significativamente menor do que a de outros da mesma idade e sexo. A microcefalia normalmente é diagnosticada no começo da vida e é resultado do cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento.

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As crianças que apresentam microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há tratamentos para a condição, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.

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O perímetro cefálico normal de um bebé é igual ou superior a 33 cm

São diversas as causas da microcefalia, desde:

  • Infecções virais,
  • Uso de certos medicamentos,
  • Condições genéticas.

Onde começou o alerta de microcefalia

A maior parte dos casos estão concentrados em Pernambuco, com 804 bebés nascidos este ano com a condição, sendo o primeiro estado a identificar o aumento anormal da incidência de microcefalia no Brasil. “Em uma semana nós tínhamos cinco ou seis pacientes internados com microcefalia, quando o normal é um por mês”, conta Lucas Alves, neuropediatra do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, que atendeu diversos casos de microcefalia relacionados ao surto.

Segundo o especialista boa parte dessas mães apresentaram um quadro de febre associado a manchas avermelhadas pelo corpo no início da gravidez, ambos sintomas da infecção pelo Zika vírus. As características físicas de bebés com microcelafia também costumam ser parecidas de acordo com a causa da condição. “A fisionomia desses bebés é semelhante o que reforçou a nossa suspeita”, explica Lucas Alves. “Além disso, eles fizeram tomografia computadorizada e outros exames e muitos têm resultados iguais”, explica o médico.

Depois de Pernambuco, o segundo estado com maior número de casos é a Paraíba com 316 notificações, seguido da Bahia com 180, Rio Grande do Norte 106, Sergipe 96, Alagoas 81, Ceará 40, Maranhão 37, Piauí 36, Tocantins 29, Rio de Janeiro 23, Mato Grosso do Sul com nove casos, três em Goiás e um no Distrito Federal.

Entre o total de casos, foram notificados 19 óbitos, sendo sete no estado do Rio Grande do Norte, quatro em Sergipe, dois no Rio de Janeiro, dois na Bahia, um no Maranhão, Ceará, Paraíba e Piauí. Todos estes bebés tinham microcefalia e suspeita de infecção pelo vírus Zika. Os casos ainda estão em investigação para confirmar a causa dos óbitos. Um deles, um bebé nascido no Ceará com diagnóstico de microcefalia e outras malformações congénitas por meio de ultrassonografia, teve resultado positivo para o zika vírus. Outros cinco no Rio Grande do Norte e um no Piauí estão em investigação para definir causa da morte.

A relação já foi confirmada?

Segundo nota divulgada no dia 27 de Novembro de 2015, “o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Uma análise inicial dos dados já recolhidos, parece indicar que o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez”.

Já se sabia desde meados de Novembro de 2015, quando foram encontrados indícios do vírus no líquido amniótico (que envolve os bebés durante todo o seu desenvolvimento), que as doenças poderiam estar relacionadas. Contudo, agora com a confirmação em amostras de sangue e tecido, o Ministério confirmou esta relação. Por se tratar de algo novo, não descrito anteriormente na literatura médica, ainda não se sabe exatamente como funciona a relação entre os problemas.

O Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz/RJ participa nas investigações e concluiu, no dia 17 de Novembro de 2015, os diagnósticos que constataram a presença do genoma do vírus Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia através de exames de ultrassonografia. O material genético (RNA) do vírus foi detectado em amostras de líquido amniótico, com o uso da técnica de RT-PCR em tempo real.

Prevenir a microcefalia

Segundo o neuropediatra Paulo Breinis, do Hospital São Luiz a melhor forma de se prevenir não só a microcefalia, mas diversas outras condições de saúde, é com a realização do exame pré-natal. Além disso, ao primeiro sinal de febre ou manchas no corpo a grávida deve procurar atendimento médico o mais rápido o possível.

As principais recomendações médicas para prevenir a microcefalia são:

  • Não ingerir álcool durante a gravidez: “O consumo de álcool predispõe o bebé a diversas doenças, como Síndrome do Alcoolismo Fetal”, diz o neuropediatra Breinis.
  • Não utilizar medicamentos sem a orientação médica: “Já se sabe há muito tempo que alguns medicamentos podem interferir na formação fetal, inclusive causando uma má formação do cérebro como a microcefalia. É importante que a gestante não tome nenhum tipo de medicamento sem orientação médica”, orienta o infectologista Granato.
  • Evitar o contacto com pessoas com febre, exantemas ou infecções: “Teoricamente qualquer infecção pode dar alguma alteração no desenvolvimento do feto, desde uma rubéola e citomegalovírus, até a dengue, febre zika e febre chikungunya. Por isso é importante evitar a exposição geral a doenças”, orienta Granato.
  • Proteger-se da picada dos mosquitos: como há a possibilidade da microcefalia ser causada pelo vírus zika, que por sua vez é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti – além das complicações já sabidas nos casos de dengue, por exemplo – uma das recomendações é evitar a exposição ao mosquito. O que pode ser feito eliminando os locais de criação, ou seja, retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento, além do uso de repelentes indicados para grávidas.
  • Aconselhamento genético: “Existem formas de microcefalia que são genéticas e não são causadas por um vírus, intoxicação ou outro agente externo. Inclusive, são várias as causas da microcefalia genética, sendo por isso importante fazer o aconselhamento genético para verificar o que estas condições podem causar”, diz o neuropediatra Breinis.

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Evitar e controlar o Zika vírus

As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina ou medicamentos antivirais.

Cobrir todos os reservatórios de água estagnada

Deve-se reduzir a densidade vetorial (mosquitos), por meio da eliminação da possibilidade de contacto entre mosquitos e água armazenada em qualquer tipo de depósito, impedindo o acesso das fêmeas grávidas por intermédio do uso de telas/capas ou mantendo-se os reservatórios ou qualquer local que possa acumular água, totalmente cobertos. Em caso de alerta ou de elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio do uso de repelentes deve ser implementada pelos habitantes.

Coloque tela nas janelas

Embora não seja tão eficaz, uma vez que as pessoas não ficam o dia inteiro em casa, colocar telas em portas e janelas pode ajudar a proteger a família contra o mosquito Aedes aegypti. O problema é quando o criadouro está localizado dentro da residência. Nesse caso, a estratégia não será bem sucedida. Por isso, não devemos esquecer que a eliminação dos focos da doença é a maneira mais eficaz de proteção.

Lagos caseiros e aquários

Assim como as piscinas, a possibilidade de pequenos lagos caseiros e aquários se tornarem foco do Zika vírus deixou muitas pessoas preocupadas. Porém, os peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos. O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas com frequência.

Não despejar lixo a céu aberto

Não despeje lixo em valas, valetas, margens de regatos e riachos, evitando que eles fiquem obstruídos e criem locais de água estagnada e até mesmo enchentes. Em casa, deixe os baldes do lixo sempre bem tampados.

Usar roupa protectora e repelentes

O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos, é um método preventivo para se proteger contra o Zika vírus. Recomenda-se, porém, o uso de produtos industrializados. Repelentes caseiros, como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja não possuem um grau de repelência suficiente forte para manter o mosquito longe por muito tempo. Além disso, a duração e a eficácia do produto são temporárias, sendo necessárias diversas reaplicações ao longo do dia, o que muitas pessoas não costumam fazer.

Individualmente, pode-se utilizar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia quando os mosquitos são mais ativos podem proporcionar alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos, além do uso repelentes na pele exposta ou nas roupas.

Suplementação vitamínica do complexo B

Tomar suplementos de vitaminas do complexo B pode mudar o odor que nosso organismo exala, confundindo o mosquito e funcionando como uma espécie de repelente. Outros alimentos de cheiro forte, como o alho, também podem ter esse efeito. No entanto, a suplementação deveria começar a ser feita antes da época alta de infecção do mosquito e, mesmo assim, nem isso garante 100% de proteção contra o Zika vírus. A estratégia deve ser global e complementar o combate de focos da larva do mosquito, com o uso do repelente e colocação de telas em portas e janelas.

Prevenção na comunidade

A comunidade deve-se basear nos métodos realizados para o controle da dengue, utilizando-se estratégias eficazes para reduzir a densidade de mosquitos vetores. Um programa de controle da dengue em pleno funcionamento irá reduzir a probabilidade de um ser humano infectado com o vírus servir como fonte de alimentação sanguínea, e de infecção para Ae. aegypti e Ae. albopictus, levando à transmissão secundária e a um possível estabelecimento do vírus nas Américas.

Os programas de controle da dengue para o Aedes aegypti, tradicionalmente, têm sido voltados para o controle de mosquitos imaturos, muitas vezes por meio de participação da comunidade em gestão ambiental e redução de locais de criação (criadouros).

Procedimentos de controle de vetores

As orientações da OMS para a dengue fornecem informações sobre os principais métodos de controle de vetores e devem ser consultadas para estabelecer ou melhorar programas existentes. O programa deve ser gerido por profissionais experientes, como biólogos com conhecimento em controle vetorial, para garantir que ele use recomendações de pesticidas atuais e eficazes, incorpore novos e adequados métodos de controle de vetores segundo a situação epidemiológica e inclua testes de resistência dos mosquitos aos inseticidas.

Qual é mais perigoso o Zika ou a Dengue?

Apesar de a doença ter chegado ao Brasil, ela não é uma preocupação tão grande como a dengue, porque os seus sintomas são moderados e duram pouco tempo, sendo principalmente:

  • Febre baixa,
  • Comichão na pele,
  • Manchas avermelhadas.

Por causa desta ideia instalada muitas vezes o Zika passa despercebido e os infectados nem sequer sabem que tiveram a doença. Este é um problema particularmente importante para as grávidas por causa dos casos associados de microcefalia. É necessário, de igual modo, dar mais atenção ás contaminações combinadas de dengue, febre chikungunya e febre Zika, uma vez que os efeitos dessas infecções em conjunto ainda não são ainda bem conhecidos.

Técnicas inovadoras contra os mosquitos

Neste particular deixo dois exemplos de inovações tecnológicas e da área da genética, usadas para controlares os vetores (mosquitos) de propagação do Zika, Dengue e Chikungunya.

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Denunciar os focos do mosquito

As ações de controle são semelhantes aos da dengue, portanto voltadas principalmente para a esfera municipal. Quando o foco do mosquito é detectado, e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local, devem alertar-se de imediato as autoridades de saúde locais.

Zika, a Dengue e a febre Chikungunya

Elaborei uma tabela para que possa distinguir melhor os diferentes sinais e sintomas entre a febre Zika, a Dengue e a febre Chikingunya.

Clique na tabela para expandir a imagem:

Zica Dengue Chikungunya melhorsaude.org melhor blog de saude

Tabela das diferenças entre Zika. Dengue e Chikungunya IMPRIMA AQUI em pdf

Dengue o que é?

A dengue é a doença de origem viral transmitida por mosquitos mais comum em todo o mundo. Só no Brasil, quase 1.5 milhão de casos foram registados no ano de 2013.

A dengue não possui uma taxa de mortalidade muito elevada, com aproximadamente 40 óbitos para cada 100.000 casos registados (0,04%). A mortalidade ocorre quase que exclusivamente nos casos de dengue grave, também chamada dengue hemorrágica, que é a forma de dengue com mais complicações, tais como:

  • Choque circulatório,
  • Hemorragia digestiva,
  • Comprometimento de órgãos vitais, como fígado, coração e sistema nervoso central.

Ao contrário da dengue simples, que tem baixa taxa de mortalidade, na dengue hemorrágica, o número de óbitos é superior a 10% dos casos.

Dengue clássica e dengue hemorrágica

A dengue, em particular a dengue hemorrágica, tem sintomas mais severos que a febre Zika para a pessoa picada e infectada. Clique na imagem seguinte para ler as diferenças mais marcadas entre os dois tipos de dengue:

Dengue clássica vs Dengue hemorrágica melhorsaude.org

Locais de maior incidência da dengue?

O mapa seguinte descreve as zonas do planeta mais expostas à dengue. Clique no mapa para expandir a imagem:

Dengue mapa melhorsaude.org melhor blog de saude

Chikungunya o que é?

A  infografia abaixo descreve de forma sucinta mas clara o mais importante sobre a febre Chikungunya, nomeadamente onde surgiu, quais os mosquitos que propagam a doença, qual o período de transmissão e quais os principais sintomas. Clique na imagem  para ler melhor:

Febre chikungunya melhorsaude.org melhor blog de saude

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ÚLTIMAS ACTUALIZAÇÕES

Mapas de paises com incidência de Zika vírus

Apresento de seguida informação do Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças (CEPCD), que disponibilizou os últimos mapas, notícias e relatórios sobre a evolução do Zika vírus.

Clique aqui para consultar os últimos mapas actualizados
Zika_mapa_dos_últimos_2_meses_8.04.2016
Mapa em 8/04/2016
Zika_mapa_de_novos_casos_nos_ultimos_2_meses
Mapa em 29/01/2016

Países ou territórios que confirmaram casos de Zika vírus nos últimos 9 meses:

Mapa em 8 de Abril de 2016
Mapa em 8/04/2016
Zika_mapa_de_paises_afectados_nos_últimos_9_meses_em_28.01.2016
Mapa em 29/01/2016

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Zika vírus últimas notícias importantes

Cientistas criam método mais eficaz de destruir ovos do Aedes aegypti
Ovillanta armadilha para mosquito melhorsaude.org
Ovillanta – armadilha barata e eficaz para mosquitos

Estratégia dos pesquisadores mexicanos e canadenses mata sete vezes mais ovos do mosquito

Fonte: Agência Brasil em 8/04/2016

Cientistas anunciaram o desenvolvimento de um método eficaz e barato para destruir os ovos do mosquito que transmite a dengue e o Zika vírus, recorrendo a um odor dos próprios insectos para atrair as fêmeas.

Os pesquisadores, do Canadá e do México, testaram o método numa zona urbana e remota da Guatemala e concluíram ter destruído sete vezes mais ovos do que com as armadilhas comuns nas mesmas zonas. Durante o estudo, que durou dez meses, a equipa recolheu e destruiu mais de 18.100 ovos de Aedes aegypti por mês, usando 84 dessas novas armadulhas (chamadas ovillantas), em sete bairros da localidade de Sayaxche, que tem 15.000 habitantes, quase sete vezes mais do que os 2.700 ovos recolhidos mensalmente com 84 armadilhas comuns na mesma zona.

Ovillanta o que é?

A ovillanta é criada a partir de duas partes de 50 centímetros de um antigo pneu, colocadas de forma a simular uma boca, dentro da qual é colocado um fluido leitoso e não tóxico, desenvolvido pela Universidade Laurentia, no Canadá, que atrai os mosquitos. No líquido está uma tira de papel ou madeira onde a fêmea do mosquito põe os ovos. Esta tira é removida duas vezes por semana, para monitorização, e os ovos são destruídos pelo fogo ou com etanol. A concentração de feromonas aumenta com o tempo, tornando a armadilha cada vez mais atrativa para os mosquitos, escrevem os investigadores.

Os cientistas observaram que não foram registados novos casos de dengue na zona abrangida pelo estudo, uma comunidade que normalmente teria duas ou três dezenas de casos naquele período, um dado que consideraram interessante, mas episódico.

Ovillanta é barata e sustentável

O autor do estudo, Gerardo Ulibarri da Universidade Laurentian, disse que destruir ovos de insecto com a ovillanta custa um terço do que custa fazê-lo em depósitos de água natural e apenas 20% do que custa o uso de pesticidas, que, além de matarem os insectos, prejudicam os morcegos, as libélulas e outros predadores naturais dos mosquitos.

Os cientistas explicaram ter decidido usar pneus porque estes representam 29% dos locais escolhidos pelos mosquitos Aedes aegypti para reprodução e também porque os pneus usados são um instrumento universal e barato em ambientes de poucos recursos.

Os mosquitos Aedes aegypti – que transmitem o Zika vírus, a dengue, a febre chikungunya e a febre-amarela – são extremamente difíceis de controlar com outras estratégias, segundo a Organização Mundial de Saúde.

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Concluindo

É verdadeiramente extraordinário como seres microscópicos como vírus e bactérias podem desenvolver o poder de exterminar a humanidade numa época coincidente com o mais espantoso desenvolvimento tecnológico de que há memória! Gostava que este pensamento fosse apenas fruto de um exagerado receio mas a classe científica ligada à saúde não tem dúvidas sobre a existência actual e real desse risco de “apocalípse” potenciado pela globalização do planeta.

No caso em análise do vírus Zika os maiores problemas são a Síndrome de Guillain-Barré nos adultos e nas crianças a relação, que parece evidente, com o aparecimento de microcefalia nos bebés de mães infectadas pelo vírus. Está ainda por clarificar totalmente o que pode acontecer de grave se existirem infecções mistas de zika, dengue e chikungunya na mesma pessoa visto que podem ter o mesmo vector de contaminação ou seja o mosquito Aeges aegypti, sendo que, tudo indica, nestes casos possa haver um risco muito acrescido de morte! Está também por confirmar se estas infecções não poderão despoletar algumas doenças autoimunes em humanos além da do já referido Síndrome de Guillain-Barré.

Outra evidência é o perigo que correm os doentes com doenças crónicas e com sistema imunitário comprometido. É fácil de perceber que nestes doentes “muita coisa pode correr mal” se não forem protegidos destas infecções, podendo mesmo aumentar muito o risco de doença grave ou mesmo morte!

Os mosquitos nunca foram boa companhia para os humanos pelo que tem de fazer tudo o que está ao seu alcance para se proteger a si e à sua família e evitar não apenas alguma comichão mas também doenças potencialmente graves!

 Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

  • Organização Mundial de Saúde (OMS);
  • Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças (CEPCD);
  • Instituto Oswaldo Cruz;
  • Sociedade Brasileira de Infectologia;

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