Dor no ouvido ou otalgia é muitas vezes forte e deve ser tratada de imediato, principalmente quando a sua origem é infeciosa, levando inclusive a um tratamento antibiótico (quando existe infeção) mais prolongado do que noutras infeções comuns como as de garganta.
Neste artigo vou tratar ás seguintes questões:
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- Qual a anatomia do ouvido humano?
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- O que é o ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno?
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- Quais os tipos de dor no ouvido?
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- Porque sentimos dor no ouvido?
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- A dor de ouvido pode ser causada por infeções externas?
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- O que é uma otite?
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- O que é uma otite externa?
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- Quais os mecanismos de defesa do ouvido?
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- Quais as causas de uma otite externa?
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- Quais os fatores de risco para otite externa?
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- Quais os sintomas de otite externa?
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- O que é uma otite externa necrotizante ou maligna?
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- Qual o tratamento da otite externa?
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- O que é uma otite média?
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- Quais os fatores de risco para otite média?
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- Quais os sintomas de uma otite média?
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- Quais as complicações de uma otite média?
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- Qual o tratamento da otite média?
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- Quais os sinais de dor no ouvido em crianças pequenas?
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- Quais as causas mais comuns de dor no ouvido?
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- Que cuidados podemos ter em casa para diminuir a dor no ouvido?
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- Como diminuir a dor no ouvido causada por grandes altitudes?
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- Que cuidados pediátricos devemos ter em casa?
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- Quando se deve pedir apoio médico urgente?
- Quais os tratamentos mais utilizados para a dor de ouvido?
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Anatomia do ouvido humano
Ouvido externo, médio e interno
O ouvido divide-se em três partes principais, a saber:
- Ouvido externo, formado pelo canal auditivo.
- Ouvido médio, onde se situa o tímpano, o martelo a bigorna e o estribo.
- Ouvido interno, onde se situa a cóclea e se faz a ligação ao nervo auditivo que envia e recebe a informação ao cortex cerebral.
Otalgia e tipos de dor no ouvido
A otalgia ou dor no ouvido pode ser aguda, fraca, ardente, transitória ou constante.
Porque sentimos dor no ouvido?
A dor no ouvido é causada por uma acumulação de líquido, e por pressão na parte posterior do tímpano (chamada de ouvido médio).
O ouvido médio é drenado por um tubo curto e estreito (a trompa de Eustáquio) para as cavidades nasais. Um resfriado ou alergia pode causar a obstrução da trompa de Eustáquio devido ao inchaço, especialmente em crianças pequenas onde a trompa é menor.
Quando a trompa de Eustáquio se fecha, o fluxo normal de líquidos do ouvido médio é obstruído, e o líquido passa a acumular-se, o que pode causar entupimento, dor e perda auditiva.
Infeções externas ao ouvido
Sim, a dor de ouvido não é causada necessariamente por uma doença do ouvido e pode ser consequência de infeções e outros problemas de:
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- Nariz,
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- Boca,
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- Garganta,
- Articulação do maxilar.
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Otite o que é?
As infeções do ouvido recebem o nome de otite. A otite média é a infeção do ouvido médio, espaço cheio de ar atrás do tímpano, que contém os pequenos ossos vibratórios do sistema auditivo. As otites médias são habitualmente causadas por bactérias ou vírus, atacando preferencialmente as crianças.
Otite externa o que é?
Otite externa é uma inflamação da porção externa do ouvido, chamada também de orelha externa. O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular (orelha) e pelo canal auditivo, terminando na membrana timpânica.
Após o tímpano, inicia-se a região do ouvido médio. Quando há uma inflamação em qualquer parte do ouvido externo, damos o nome de otite externa. Quando a inflamação ocorre após o tímpano, chamamos de otite média.
Anatomia do ouvido externo
O canal auditivo externo é um ducto cilíndrico com mais ou menos 2,5cm de comprimento e 1cm de diâmetro. Inicia-se na orelha e termina na membrana timpânica.
A parte mais externa do canal auditivo é revestida por uma pele mais grossa com numerosas estruturas anexas, como glândulas que produzem cerúmen, glândulas sebáceas e folículos pilosos.
A porção interna do canal, mais próxima do tímpano, contém uma pele fina e frágil, sem tecido subcutâneo. A pele nesta área está em contato direto com o osso subjacente. Deste modo, inflamações mínimas ou instrumentação do canal (como uso de objetos para coçar o ouvido) são capazes de provocar dor significativa e/ou ferimentos.
Mecanismos de defesa do ouvido
O nosso canal auditivo possui alguns mecanismos de defesa intrínsecos que dificultam a ocorrência de infeções:
– A própria anatomia da orelha já é protetora, pois ela cobre parcialmente o canal auditivo, dificultando a entrada de objetos estranhos. Outro fator que impede a entrada de objetos estranhos é o facto do canal auditivo apresentar uma área mais estreita, o que impede, por exemplo, o dedo de chegar até ao tímpano. A presença de pelos na região mais externa do canal auditivo também age como barreira.
– A produção de cerúmen também é essencial, pois além da barreira física, ela causa uma diminuição do pH do canal auditivo, inibindo o crescimento de fungos e bactérias. O cerúmen também é uma substância hidrofóbica (repele a água), o que ajuda a diminuir a humidade dentro do ouvido.
– O ouvido é um órgão que faz “autolimpeza”. A pele do canal auditivo cresce de dentro para fora, o que vai naturalmente empurrando a sujidade, o excesso de cera e a descamação da pele para fora do ouvido.
– Assim como várias regiões do nosso organismo, o canal auditivo possui sua própria flora de bactérias, que normalmente não causam problemas de saúde e ainda dificultam a chegada de bactérias mais agressivas.
Causas de infeções do ouvido
Feridas no canal auditivo podem facilitar a penetração de bactérias para tecidos mais profundos, causando infeções. A maioria das otites externas são causadas pela bactéria Pseudomonas aeruginosa, uma bactéria invasora que normalmente não coloniza o canal auditivo. Das bactérias que normalmente habitam o ouvido, o Staphylococcus aureus é aquela que mais causa otite, principalmente se houver uma ferida na pele do canal do ouvido.
Fatores de risco para otite externa
A otite externa costuma surgir quando algum dos sistemas de proteção atrás citados apresenta problemas, tais como:
– Exposição à água é um fator de risco bem documentado para otite externa. Excesso de humidade leva à maceração da pele e à quebra da barreira de cerúmen, mudando a microflora do canal do ouvido, favorecendo o crescimento de bactérias que causam a otite. A otite externa é também conhecida como a otite do nadador.
– Traumas, tais como limpeza excessiva (ou agressiva) do ouvido, não só removem cerúmen, mas também podem criar escoriações ao longo da fina camada de pele no canal auditivo, permitindo que bactérias tenham acesso aos tecidos mais profundos. Além disso, parte de um cotonete pode soltar-se ou um pequeno pedaço de papel tecido pode ser deixado para trás no canal do ouvido; esses resquícios podem causar uma reação cutânea grave, levando à infeção.
– O uso de cotonete empurra mais o cerúmen para dentro do canal do que o remove. Esse cerúmen comprimido pode agir como uma rolha e só sai com o auxilio de um otorrinolaringologista. O ouvido não precisa ser limpo, ele mesmo é capaz de expulsar o cerúmen e as impurezas. O cotonete além de poder ferir o canal auditivo, ainda impede a “autolimpeza” do ouvido.
– Uso frequente de dispositivos que ocluem o canal do ouvido, como aparelhos auditivos, fones de ouvido (auriculares) ou tampões de mergulho também predispõem à otite externa.
– Dermatite de contacto alérgica pode levar à otite externa (por exemplo, alergia a brincos ou produtos químicos em cosméticos ou shampoos), assim como outras condições dermatológicas, como, por exemplo, psoríase ou dermatite atópica.
A otite externa pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum em crianças entre 7 e 12 anos.
Sintomas da otite externa
Os sintomas mais comuns da otite externa são:
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- Dor,
- Comichão,
- Sensação de entupimento
- Corrimento de líquido do ouvido.
A dor de ouvido na otite externa costuma ser muito forte e piora quando se puxa ou aperta a orelha. É possível surgirem alguns linfonodos palpáveis no pescoço do lado do ouvido afetado.
Ao exame com o otoscópio é possível notar o canal auditivo muito edemaciado e avermelhado, sinais típicos de inflamação. A febre só costuma surgir nos casos mais graves.
Otite externa necrotizante (Otite externa maligna)
Otite externa maligna, também chamada de otite externa necrotizante, é uma complicação grave e potencialmente fatal de otite externa bacteriana aguda. Mais comum em pacientes diabéticos, idosos e imunocomprometidos, ela ocorre quando a infeção se espalha a partir da pele aos ossos e espaços da medula da base do crânio (também envolvendo tecidos moles e da cartilagem da região temporal).
Pacientes com otite externa necrotizante normalmente têm dor forte e corrimento purulento. Edema, vermelhidão e franca necrose da pele do canal auditivo podem ser evidentes ao exame otoscópico. Paralisia de nervos cranianos são um sinal de mau prognóstico.
Meningite causada por otite
A otite externa maligna pode levar a abscesso cerebral e à meningite bacteriana.
O diagnóstico é auxiliado pela ressonância magnética ou tomografia computadorizada, mostrando progressão da infeção para as estruturas ósseas. Pacientes suspeitos de terem otite externa maligna devem ser imediatamente encaminhados a um otorrinolaringologista.
Tratamento da otite externa
A maioria das pessoas com otite externa pode ser tratada em casa. Em alguns casos, o médico vai lavar o ouvido com água e peróxido de hidrogênio antes de começar o tratamento. Este procedimento acelera a cura, removendo as células mortas da pele e o excesso de cera do ouvido.
A prescrição de medicamentos em gotas para ouvido servem para reduzir a dor e inchaço causado pela otite externa. Essas gotas normalmente contêm uma combinação de corticoides, antifúngicos e antibióticos. Não use medicamentos por conta própria, antes de pingar qualquer remédio no ouvido para tratar uma otite é preciso ter certeza que o tímpano não está perfurado.
A aplicação correta das gotas é essencial para que estas atinjam o canal do ouvido, a saber:
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- Deite-se de lado ou incline a cabeça para o ombro oposto.
- Preencha o canal do ouvido com gotas.
- Deite-se de lado por 20 minutos e coloque uma bola de algodão no canal do ouvido.
Você deve começar a sentir-se melhor dentro de 36 a 48 horas após o início do tratamento. Se a dor piorar ou não houver sinais de melhora neste período de tempo, procure o médico. Analgésicos ou anti-inflamatórios em comprimidos podem ser usados para alivio da dor.
Evite molhar os ouvidos durante o tratamento. Durante o banho, pode colocar uma bola de algodão revestido com vaselina na orelha. Evite nadar durante pelo menos dez dias após o início do tratamento. Evite também usar aparelhos auditivos e “fones” de ouvido até a dor desaparecer.
Otite média o que é?
A otite média aguda é a inflamação e acumulação de líquido no ouvido médio, habitualmente causados por infeções virais do trato respiratório, como resfriados ou gripe. Estas infeções podem causar um inchaço nas mucosas do nariz e da garganta, diminuindo as defesas naturais do organismo e a eliminação de bactérias a partir do nariz. As infeções virais do trato respiratório também podem prejudicar o funcionamento da trompa de Eustáquio, favorecendo a acumulação de líquidos dentro do ouvido médio. A falta de drenagem de líquido favorece a colonização do mesmo por bactérias, levando à infeção e aumento da pressão do ouvido médio.
Nas crianças, a trompa de Eustáquio é anatomicamente diferente dos adultos, sendo menos angulada, o que dificulta a abertura e favorece seu entupimento em casos de infeção respiratória. Cerca de 60% das crianças têm pelo menos um episódio de otite média durante o seu primeiro ano de vida. Esta taxa sobe para quase 90% até os três anos. A otite média não é uma infeção contagiosa. Não é preciso isolar a criança.
Fatores de risco para a otite média
O principal fator de risco é a idade, sendo as crianças pequenas as principais vítimas. O pico de incidência da otite média ocorre entre 6 e 18 meses de vida. Conforme a criança cresce, as otites vão se tornando menos frequentes, apesar de haver novo pico de incidência entre os 4 e 5 anos de idade. Após o surgimento dos dentes definitivos a taxa de otite média cai drasticamente. Adultos também podem ter otite média, mas é pouco comum.
Sintomas da otite média
Os principais sintomas da otite média aguda nas crianças são:
- Febre,
- Dor de ouvido,
- Perda auditiva temporária.
Estes sintomas habitualmente surgem de forma súbita.
Em lactentes e crianças pequenas, o diagnóstico pode ser mais difícil, pois os sintomas são menos típicos, podendo incluir irritabilidade, puxar a orelha frequentemente, apatia, falta de apetite, vômitos, diarreia ou conjuntivite.
A perfuração do tímpano é uma das complicações mais comuns. O paciente sente um súbito alívio da dor e melhora da audição, associados a saída de secreção pelo ouvido (otorreia), que pode ser clara, purulenta ou com sangue. A perfuração do tímpano e a otorreia podem permanecer durante semanas, levando à otite média crónica supurativa, ou simplesmente desaparecer espontaneamente após poucos dias.
Através da otoscopia (exame do ouvido) o médico pode avaliar o tímpano, conseguindo notar a presença de inflação do mesmo e líquido dentro do ouvido médio. O exame também permite comprovar perfurações na membrana timpânica. A otoscopia não dói, mas é um exame difícil de ser feito em crianças, pois as mesmas não costumam aceitar a introdução do aparelho dentro do ouvido. Muitas vezes a criança fica tão inquieta que o médico não consegue realizar o exame adequadamente.
Complicações da otite média
Uma perda auditiva leve e temporária é um sintoma comum das otites médias e costuma melhorar após a resolução do quadro. Todavia, otites crónicas ou não tratadas adequadamente podem causar perdas significativas e permanentes de audição, caso haja algum dano permanente no tímpano ou noutras estruturas do ouvido médio.
Entre outras complicações da otite média aguda, podemos também citar:
- Otite média crônica supurativa,
- Labirintite,
- Meningite,
- Colesteatoma (crescimento de tecido no ouvido médio levando à destruição dos ossículos),
- Paralisia facial,
- Mastoidite,
- Abscesso cerebral.
Tratamento da otite média
A maioria das otites médias não precisa de ser tratada com antibióticos, pois boa parte resolve-se espontaneamente em 1 ou 2 semanas. O uso indiscriminado de antibióticos, além de desnecessário em muitos casos, pode levar à seleção de bactérias mais resistentes, o que pode dificultar o tratamento nos casos em que os antibióticos são realmente necessários.
Muitos pacientes podem ser tratados apenas com anti-inflamatórios. Anti-histamínicos e descongestionantes nasais não estão indicados.
Se a criança estiver bem, sugere-se uma reavaliação médica em 72 horas para avaliar a necessidade de tratamento com antibióticos. Habitualmente, indica-se o uso de antibiótico no seguintes casos:
- Idade menor que 2 anos,
- Otite bilateral,
- Otorreia,
- Sintomas intensos, como febre alta, dor e prostração,
- Ausência de melhora em 72 horas.
Quando os antibióticos estão indicados, a amoxicilina costuma ser a droga de escolha. Outras opções são a amoxicilina + ácido clavulânico, cefuroxima ou ceftriaxona. Nos pacientes alérgicos à penicilina e cefalosporinas, as opções são a claritromicina, azitromicina ou eritromicina .
Vacinas disponíveis
Atualmente o calendário vacinal inclui vacinas contra algumas das principais bactérias e vírus causadoras das otites médias, como Haemophilus influenza, Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e vírus Influenza (gripe). Estas vacinas têm conseguido reduzir substancialmente a incidência de otites médias.
Crianças e sinais de dor no ouvido
O aumento da irritabilidade ou o ato de puxar as orelhas são sinais frequentes de dor de ouvido em crianças. Os sintomas de infeção do ouvido podem incluir:
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- Febre,
- Dor de ouvido,
- Inquietação,
- Aumento do choro,
- Irritabilidade,
- Puxar as orelhas.
As infeções de ouvido são muito comuns na infância, e estão frequentemente associadas a resfriados. A maioria das crianças terá uma perda auditiva temporária e sem importância durante, e logo após, uma infeção do ouvido, mas raramente há qualquer perda auditiva permanente, desde que o problema seja adequadamente tratado por um médico.
Causas mais comuns de dor no ouvido
As causas mais comuns de dor no ouvido são as seguintes:
- Obstrução do ouvido externo (por um corpo estranho ou cera do ouvido)
- Infeção do ouvido externo e interno:
- otite externa
- otite média aguda
- otite externa crónica
- otite externa maligna
- otite média crónica
- Grandes altitudes (e outras causas de barotrauma agudo)
- Tímpano rompido ou perfurado
- Infeção dentária
- Infeção dos seios nasais
- Artrite do maxilar
- Dor de garganta (faringite, amigdalite e assim por diante), com dor que se irradia aos ouvidos
Tratar em casa a dor de ouvido
Um vaporizador pode ser útil pois aumenta a humidade, o que pode manter o muco fino. Os analgésicos de venda livre na farmácia podem oferecer alívio parcial da dor para os adultos que estiverem com dor de ouvido.
A abertura da trompa de Eustáquio pode ajudar. Os anti-histamínicos, os descongestionantes ou as gotas nasais diminuem a quantidade de secreção nasal e reduzem as membranas mucosas. Utilize estes produtos somente por alguns dias. Se os sintomas persistirem por mais tempo consulte um médico.
Grandes altitudes e dor de ouvido
A dor de ouvido causada pela descida rápida de grandes altitudes, por exemplo nas viagens de avião, pode ser aliviada das seguintes formas:
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- Pela deglutição (Ex: engolir saliva),
- Mascar pastilha elástica ou outros métodos,
- Permitir que os bebés mamem no biberão durante a descida pode ajudar.
Cuidados pediátricos em casa
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- Administre um analgésico em supositório ou em líquido (paracetamol oral ou ibuprofeno), utilizando as doses recomendadas na embalagem
- Evite fumar perto da criança (devido ao aumento do risco de infeções),
- Se previamente prescritas pelo médico, coloque gotas no ouvido da criança para aliviar a dor,
- Aplique uma compressa morna (com um pano ou garrafa com água) no ouvido para reduzir o desconforto,
- Se a criança sentir desconforto ao deitar, deixe-a inclinada para ajudar a reduzir a pressão no ouvido médio. Evite o uso de aspirina em adolescentes ou crianças que possam estar com gripe ou varicela, devido ao risco da síndrome de Reye, um problema grave que compromete o fígado e o cérebro.
Apoio médico urgente: Quando pedir?
O apoio médico e farmacêutico urgente deve ser pedido, sem demoras, nas seguintes situações:
- Dor de ouvido e/ou desconforto forte ou persistente por mais de 2 dias. Todas as infeções de ouvido, mesmo as leves, requerem tratamento
O que acontece na consulta?
Será obtida a história clínica e realizado um exame físico. A documentação detalhada da história clínica da dor de ouvido poderá incluir as seguintes perguntas:
- evolução:
- quando começou?
- está a melhorar, piorar ou está igual?
- a dor é constante?
- outros:
- que outros sintomas também estão presentes?
- há pressão no ouvido?
- há drenagem do ouvido?
- há ruído incomum no ouvido?
- há febre?
- há dor no osso atrás do ouvido?
O exame físico pode incluir um exame do ouvido, do nariz, do mastoide (estrutura óssea atrás do ouvido) e da garganta. A dor, sensibilidade ou vermelhidão do mastoide frequentemente indicam uma infeção grave. Os possíveis exames de diagnóstico incluem cultura sanguínea e estudos de sensibilidade (se houver secreção).
Tratamento para a dor de ouvido
Antibióticos e medicamentos para abrir a(s) trompa(s) de Eustáquio (tais como descongestionantes e anti-histamínicos), são frequentemente prescritos. É importante tomar todos os antibióticos prescritos no horário correto.
Os antibióticos mais utilizados são os seguintes:
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- Amoxicilina + ácido clavulânico,
- Amoxicilina
- Cefuroxima
- Ceftriaxona injectável.
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Nos pacientes alérgicos à penicilina e cefalosporinas, as opções são:
- Claritromicina,
- Azitromicina,
- Eritromicina.
A colocação de tubos auditivos pode ser recomendada para crianças que têm otite média persistente, para restabelecer o funcionamento adequado do ouvido médio. A inserção de tubos é um procedimento simples e muito eficiente.
Concluindo
As dores de ouvido são, em muitos casos, bastante dolorosas. Atacam muitas crianças pequenas pelo que é de grande importância estar com muita atenção aos sinais que um bebé ou criança pequena demonstra e que por vezes são difíceis de detetar ao ponto de poderem ser apenas um coçar de orelha! Se tiver dúvidas, febre ou dor consulte o seu médico para um exame ao ouvido como única forma de diagnosticar atempadamente uma otite.
Fique bem!
Franklim Fernandes
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