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CEFALEIA EM SALVAS DOR INTOLERÁVEL A VERDADE!

Cefaleia em salvas dor de cabeça insuportável, toda a verdade! O que é? Qual o perigo e gravidade? Quais as causas e melhores tratamentos? Tudo o que ainda não sabe!

Testemunho de um paciente:

“Muitas vezes as dores acordam-me a meio da noite, umas horas depois de me ter deitado. Avolumam-se numa questão de segundos e a dor é simplesmente intolerável. É apenas no meu olho direito, como se fosse um ferro em brasa. Não sei para onde ir. Tenho que fazer alguma coisa para me distrair da dor. Às vezes ando para a frente e para trás no quarto agarrado à cabeça ou sento-me na cadeira e balanço-me.”

Dores de cabeça

Existem diferentes tipos de dores de cabeça que podem diferenciar-se pela zona afetada pela dor persistente. A imagem seguinte ilustra de forma clara as diferentes zonas do rosto e cabeça que apresentam sintomas dolorosos.

Tipos de dor de cabeça melhorsaude.org melhor blog de saude

Leia também: Estas são as causas e perigos da sinusite, toda a verdade!

Cefaleia em salvas o que é?

Cefaleia em salvas é o nome dado a crises de curta duração de dor unilateral muito intensa na cabeça, geralmente no olho ou à sua volta. Estas crises normalmente começam sem aviso, uma ou mais vezes todos os dias, geralmente à mesma hora todos os dias ou durante a noite.

Com bastante frequência, a primeira acorda a pessoa mais ou menos uma hora depois de adormecer. Por vezes diz-se que a cefaleia em salvas é um tipo de enxaqueca, mas não é. É uma cefaleia bastante distinta e necessita de um tratamento diferente do da enxaqueca.

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Homens são grupo de risco

A cefaleia em salvas não é frequente. Afecta até três em cada 1.000 pessoas. Os homens têm cinco vezes mais probabilidades do que as mulheres de ter cefaleia em salvas, o que a torna invulgar entre as cefaleias. A primeira crise pode ter lugar entre os 20 e os 40 anos, mas a cefaleia em salvas pode começar em qualquer idade.

Tipos de cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas episódica é mais comum. Este tipo manifesta-se diariamente durante períodos limitados (episódios) e depois pára, uma característica que dá origem ao termo “em salvas”. Geralmente estes períodos duram de 6 a 12 semanas, mas podem terminar ao fim de duas semanas ou continuar por mais 6 meses.

Tendem a manifestar-se mais ou menos na mesma altura todos os anos, muitas vezes na Primavera ou no Outono, mas certas pessoas têm dois ou três episódios todos os anos e outras têm intervalos de dois ou mais anos entre episódios. Entre os episódios, as pessoas com cefaleia em salvas episódica não têm quaisquer sintomas da afecção.

A cefaleia em salvas crónica, que representa cerca de 1 em cada 10 casos de cefaleia em salvas, não pára. As crises diárias ou praticamente diárias continuam ano após ano, sem intervalo. A cefaleia em salvas episódica pode tornar-se em cefaleia em salvas crónica e vice-versa.

Sintomas

Existe um grupo de diversos sintomas da cefaleia em salvas facilmente reconhecíveis, a saber:

  • Dor intolerável
  • Dor rigorosamente unilateral e sempre do mesmo lado, embora na cefaleia em salvas episódica possa trocar de lado de um episódio para outro
  • A dor é no olho, à sua volta ou atrás dele e descrita como uma espécie de queimadura, de facada ou de perfuração.
  • Agrava-se muito rapidamente, atingindo o auge ao fim de 5 a 10 minutos
  • Quando não é tratada dura entre 15 minutos e 3 horas (com mais frequência entre 30 e 60 minutos).
  • Causa agitação, em contraste acentuado com a enxaqueca, durante a qual a maioria das pessoas quer deitar-se e ficar o mais sossegada possível. As pessoas com esta afecção não conseguem ficar quietas – andam para a frente e para trás ou balançam-se violentamente, chegando mesmo a sair de casa
  • O olho no lado doloroso fica vermelho e lacrimeja, podendo a pálpebra descair
  • A narina fica tapada ou a escorrer
  • O outro lado da cabeça não é minimamente afectado
Cefaleia em salvas e dor de cabeça melhorsaude.org
Sintomas de cefaleia em salvas. Fonte: K. C. Toverud

Causas

Apesar de toda a investigação médica dedicada à cefaleia em salvas, a sua causa ainda não é conhecida. Alvo de grande interesse é a altura em que se verificam as crises, que parece estar ligada aos ritmos circadianos (o relógio biológico). Trabalhos de investigação chamaram a atenção para as alterações numa parte do cérebro conhecida como o hipotálamo, a zona que controla o relógio biológico.

Muitas pessoas com cefaleia em salvas são ou foram grandes fumadores. Como é que isso pode contribuir para causar a cefaleia em salvas, se é que o faz, desconhece-se. Parar de fumar é sempre bom por motivos de saúde, mas raramente tem qualquer efeito sobre esta afecção.

Factores desencadeantes

Os chamados factores desencadeantes despoletam uma crise de cefaleia. O álcool, mesmo em pequena quantidade, pode desencadear uma crise de cefaleia em salvas durante um episódio em salvas mas não noutras alturas. Não compreendemos como é que tal acontece. Não parece haver outros factores desencadeantes comuns.

Diagnóstico

Devido ao seu conjunto de sintomas, a cefaleia em salvas é fácil de reconhecer. Não existem testes para confirmação do diagnóstico, que se baseia na sua descrição das suas dores de cabeça e noutros sintomas e na falta de descobertas anómalas quando o seu médico o examina. Por este motivo, é muito importante que descreva cuidadosamente os seus sintomas. Se o seu médico não tem a certeza sobre o diagnóstico, poderão ser efectuados testes, incluindo um exame ao cérebro, para eliminar outras causas das dores de cabeça. No entanto, frequentemente estes testes não são necessários.

Tratamentos

Há uma série de tratamentos para a cefaleia em salvas que muitas vezes funcionam bem. Todos eles requerem receita médica. Os tratamentos mais habituais para a crise são:

  • O oxigénio a 100%, que necessita de uma botija, de um regulador de caudal e de uma máscara do fornecedor
  • Fármaco injectado chamado sumatriptano (Imigran®), que pode administrar a si próprio utilizando uma caneta injectora especial.

As medicações preventivas são os melhores tratamentos para a maioria das pessoas com cefaleia em salvas. Toma-as todos os dias durante o período de duração do episódio em salvas para impedir o regresso das dores de cabeça. São eficazes mas necessitam de vigilância médica bastante apertada, muitas vezes com análises de sangue, devido aos efeitos secundários possíveis. Poderá ser encaminhado para um especialista. O encaminhamento deverá ser urgente porque, se tiver esta afecção, sabemos que a dor é muito forte!

Eficácia dos tratamentos

Há várias medicações preventivas. Se uma não funcionar muito bem, há outra que pode funcionar. Por vezes utilizam-se duas ou mais em conjunto.

Diminuir o tempo de crise

Os analgésicos vulgares não funcionam – demoram muito tempo e, geralmente, a dor de cabeça evolui antes de eles fazerem efeito. Para um tratamento eficaz, terá que pedir ajuda médica. Faça-o no início de um episódio em salvas, uma vez que o tratamento parece ter melhores resultados quando é iniciado nessa altura.

Manter um diário

Pode utilizar as fichas do diário para registar muitas informações relevantes sobre as suas dores de cabeça, tais como:

  • Com que frequência as tem
  • Quando acontecem
  • Quanto tempo duram
  • Quais são os sintomas.

São preciosas para ajudar no diagnóstico, identificando os factores desencadeantes e avaliando se os tratamentos estão a funcionar bem.

Idade e cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas pode voltar durante muitos anos. No entanto, parece melhorar à medida que a idade avança para a maioria das pessoas, particularmente as que têm cefaleia em salvas crónica.

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Medicamentos para dor de cabeça e enxaqueca

Os medicamentos mais usados no tratamento da dor de cabeça são analgésicos, antiinflamatórios e triptanos.

MG significa medicamento genérico.

Medicamentos com aspirina (ácido acetilsalicílico)

  • Aspirina® 500mg microactive, 20 comprimidos
  • Aspegic® 500mg, 20 saquetas, granulado efervescente

Medicamentos com paracetamol:

  • Paracetamol MG 1000mg, 20COMP
  • Ben-u-ron® 1000mg, 18comp
  • Panadol® 500mg, 20comp

Medicamentos com ibuprofeno:

  • Ibuprofeno MG 600 mg, 20comp rev
  • Trifene® 200mg,  20comp
  • Nurofen® 400mg, 24comp
  • Brufen® 600mg, 20comp rev

Medicamentos com Zolmitriptano:

  • Zomig rapimelt® 2,5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 2,5mg, 6 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zomig rapimelt® 5mg, 6 comprimidos orodispersiveis

Medicamentos genéricos com Zolmitriptano:

  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 2 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 3 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 2,5mg, 6 comprimidos orodispersiveis
  • Zolmitriptano MG 5mg, 2 comprimidos orodispersiveis

Medicamento com Sumatriptano (usado na cefaleia em salvas)

  • Imigran (sumatriptano) auto-injector 6mg/0,5mlx 2sol SC inj

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Concluindo

As dores de cabeça ou cefaleias são uma condição de saúde que afecta imensas pessoas, muitas das quais ficam, durante as crises, incapacitadas para manter a sua vida diária com consequências graves principalmente ao nível laboral e familiar. A maioria das dores de cabeça apesar da dor, não tem causas graves mas se existirem alguns sintomas especiais fora do quadro habitual da sua dor de cabeça então sim pode haver a probabilidade de uma causa grave sendo neste caso indicado a procura de assistência médica urgente!

Partilhe a informação deste artigo e certamente vai ajudar muitas pessoas a conseguirem gerir melhor, e ás vezes evitar, muitas dores de cabeça dificeis de suportar! Em alguns casos mais graves pode ajudar a salvar vidas!

Juntos por uma MELHOR SAÚDE!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências:

  • Campanha global para reduzir as dores de cabeça a nível mundial.
  • Organização Mundial de Saúde (World Health Organization),
  • Aliança Mundial de Cefaleias (World Headache Alliance),
  • Sociedade Internacional de Cefaleias (International Headache Society),
  • Federação Europeia de Cefaleias (European Headache Federation).
  • Dr Pedro Pinheiro, Especialista em Medicina Interna e Nefrologista com títulos reconhecidos pela Universidade do Porto e pelo Colégio Português de Nefrologia.