Enfarte do miocárdio como sobreviver até chegar ajuda médica de emergência num enfarte agudo do miocárdio? Como reconhecer os sintomas que indicam que está a ter um ataque cardíaco (enfarte)? O que pode fazer se estiver sozinho e achar que está a ter um enfarte? E se for um AVC (Acidentes Vascular Cerebral) o que pode fazer? Quais as diferenças nos sintomas? Algumas são surpreendentes mas podem salvar-nos a vida!
Além dos fatores de risco individuais de cada um de nós, dias de festa como aniversários, casamentos, batizados, festas populares e encontros de amigos são um facto de risco acrescido para todos mas claro muito mais para quem tem um historial familiar e clínico já reconhecido!
No entanto são conhecidos inúmeros casos de Enfarte e AVC em pessoas aparentemente de boa saúde mas que não conheciam os seus fatores de risco, pelo que este artigo será um contributo para que possam detetar a tempo, atuar e saber o que fazer para manter o doente vivo até à chegada de ajuda médica urgente!
Vou começar por falar do AVC, acidente vascular cerebral e mais adiante do enfarte agudo do miocárdio. Por favor partilhe este artigo pois pode salvar vidas!
Neste artigo vou responder ás seguintes perguntas:
- Quantas mortes são causadas por AVC?
- Como diminuir o risco de AVC?
- Quais as pessoas com maior probabilidade de ter um AVC?
- O que é um AVC?
- Quais os tipos de AVC?
- Como reconhecer a tempo um AVC?
- Existe algum teste para reconhecer se a pessoa teve um AVC?
- O que é um ataque cardíaco? E um enfarte do miocárdio?
- Quais os sintomas de um enfarte do miocárdio?
- Quais as causas de um enfarte do miocárdio?
- Quais os fatores de risco associados a um enfarte do miocárdio?
- Como é feito o diagnóstico de um enfarte do miocárdio?
- Quais as opções de tratamento disponíveis para o enfarte do miocárdio?
- Quais as sequelas possíveis de um ataque cardíaco ou enfarte do miocárdio?
- O que pode fazer se estiver sozinho e começar a sentir um ataque cardíaco?
- Como tentar evitar o desmaio e aguentar até chegar ajuda?
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AVC quantas mortes causa?
Segundo o relatório sobre o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, em 2015, 6432 portugueses morreram devido ao acidente vascular cerebral (AVC), o que, de acordo com o Ministério da Saúde, representa uma quebra de 39% face a 2011. Uma diminuição que contribuiu para que a mortalidade associada às diversas doenças cérebro-cardiovasculares, no seu conjunto, atingisse um dos valores mais baixos das últimas décadas.
A descida muito acentuada da mortalidade por AVC foi acompanhada pelo aumento do número de fármacos, explica o coordenador do programa nacional, Rui Cruz Ferreira. Entre os quais, acrescenta, novos medicamentos para tratar a fibrilação auricular, uma arritmia crónica que aumenta em cinco vezes o risco de AVC.
Como diminuir o risco?
Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo – e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade.
Os principais fatores de risco são os seguintes:
- Excesso de peso e obesidade;
- Sedentarismo;
- Hipertensão arterial;
- Colesterol muito elevado;
- Tabaco;
- Consumo excessivo de álcool;
- Diabetes;
- Stress.
Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo, e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade, refere Diogo Valadas, Diretor Técnico da Associação Nacional AVC.
Grupos de risco
Além dos fatores de risco que podem ser reduzidos com a mudança de hábitos é crucial prestar atenção a situações que não dependem da alteração de comportamentos.
Existem pessoas com maior probabilidade de sofrer AVC do que outras, a saber:
- Idosos
- Pessoas com histórico familiar de ocorrência de AVC
- Homens com menos de 75 anos
- Indivíduos com doença coronária e diabetes
No âmbito das doenças cardiovasculares e tendo em conta o objetivo da associação, cujo foco é o apoio aos doentes que sofreram um AVC, a instituição pretende integrar o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-cardiovasculares, um dos projetos de saúde prioritários da Direcção-Geral da Saúde, assumindo o papel de entidade representante de famílias vítimas de AVC.
Acidente Vascular Cerebral o que é?
Um AVC surge quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido. O sangue leva nutrientes essenciais e oxigénio para o cérebro. Sem o fornecimento de sangue, as células cerebrais podem ficar danificadas, impossibilitando-as de cumprir a sua função.
O cérebro controla tudo que o corpo faz, por isso, uma lesão no cérebro afetará as funções corporais. Por exemplo, se um AVC danificar a parte do cérebro que controla o movimento dos membros, ficaremos com essa função alterada.
Tipos de AVC
Existem dois tipos de AVC, o hemorrágico e o isquémico.
A imagem seguinte descreve claramente a diferença:
Reconhecer a tempo um AVC
A doença é repentina e os efeitos no corpo são imediatos. Reconhecer os sintomas seguintes pode evitar um AVC de causar danos muito graves. Esse sintomas podem ser os seguintes:
- Dormência
- Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (pode ser um braço, perna ou parte inferior da pálpebra descaídos, ou a boca torta e salivante)
- Fala arrastada ou dificuldade em encontrar palavras ou discurso compreensível
- Visão subitamente enublada ou perda de visão
- Confusão ou instabilidade
- Forte dor de cabeça
Teste para reconhecer AVC em curso
Use um teste simples que o pode ajudar a reconhecer se uma pessoa teve um AVC:
- Fraqueza Facial:
- A pessoa pode sorrir? Tem a sua boca ou um olho caído?
- Fraqueza no braço:
- A pessoa consegue levantar os braços?
- Problemas de expressão: a pessoa consegue falar com clareza e entender o que lhe dizem?
Ataque cardíaco como ganhar tempo?
Ataque cardíaco é a mesma coisa que enfarte do miocárdio
Enfarte do miocárdio o que é?
O enfarte é definido como uma lesão isquémica do músculo cardíaco (miocárdio), que se deve à falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos sanguíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar depósitos de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração.
As placas de gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem “abastecimento” de sangue. É assim que ocorre o enfarte do miocárdio. Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação inflamatória local.
O enfarte também pode ocorrer em vasos coronários normais quando as artérias coronárias apresentam um espasmo, ou seja, uma forte contração que determina um déficit parcial ou total no abastecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado por este vaso contraído.
Sintomas
O sintoma clássico é uma dor e aperto no lado esquerdo ou no centro do peito podendo irradiar para o pescoço ou para o braço esquerdo, porém em cerca de 15% dos casos, o sintoma pode ser atípico tal como:
- Dor no lado direito do peito
- Suor
- Enjoo
- Vómitos
- Dor de estômago
- Falta de ar
- Tonturas
- Palpitações ( arritmias )
Esta dor tem, habitualmente, duração superior a 10 minutos, pode ter diferentes intensidades ou ainda desaparecer e voltar espontaneamente.
Infelizmente, nem todos os pacientes têm este sintoma. Os diabéticos, por exemplo, podem ter um enfarte sem apresentar dor.
Causas
O enfarte está mais frequentemente associado a uma causa mecânica, ou seja, à interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada área, devido a obstrução completa ou parcial da artéria coronária responsável pela sua irrigação.
O tamanho da área necrosada depende de vários fatores, tais como o calibre da artéria lesada, tempo de evolução da obstrução e desenvolvimento da circulação colateral. Esta, quando bastante extensa, é capaz de impedir a instalação de enfarte, mesmo em casos de obstrução total da coronária.
Pode também ocorrer por aumento do trabalho cardíaco relacionado com um aumento da pressão arterial.
Fatores de risco
As seguintes condições de saúde são os fatores de risco mais comuns no enfarte do miocárdio:
- Colesterol LDL alto e HDL baixo
- Sedentarismo
- Tabagismo
- Hipertensão arterial
- Menopausa
- Stress
- Excesso de peso
- Diabetes mellitus
- História familiar ou predisposição genética
- Idade
- Alterações hemodinâmicas: hipertensão arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado em 3 fatores:
- Quadro clínico,
- Alterações no ECG (eletrocardiograma)
- Doseamento de enzimas cardíacas que se alteram no enfarte do miocárdio.
Escolha sempre um médico da sua confiança para tratar os seus sintomas e para lhe auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares.
Tratamentos disponíveis
Qualquer que seja o tratamento escolhido pelo médico que vai prestar assistência ao paciente com enfarte, o ideal é que ele comece dentro das primeiras 6 horas após o início da dor.
Quanto mais precoce, maior é a possibilidade de ser restabelecido o fluxo sanguíneo e de oxigênio nas artérias coronárias, evitando as complicações decorrentes da necrose do músculo cardíaco.
Pontos importantes do tratamento são:
- Alívio da dor
- Repouso para reduzir o trabalho cardíaco
- Administração de agentes trombolititos para melhorar o fluxo sanguíneo
A administração de oxigênio em fluxo contínuo nas primeiras seis horas, reduz a dor associada à baixa concentração de oxigênio circulante. O uso de drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que o músculo cardíaco sofra menos isquemia (ausência de sangue).
A probabilidade aumentada de complicações no período de 72 horas, após o enfarte, justifica a monitorização contínua.
Superada esta fase, o paciente é encaminhado para um quarto restringindo-se o número de visitas. Progressivamente, ele pode sentar-se durante breves períodos, começa a deambular por volta do quarto ou quinto dia.
Esta mobilização precoce melhora sensivelmente o bem-estar, além de reduzir a incidência de tromboembolia. Mas o paciente deve ser acompanhado de perto para detetar possíveis alterações consequentes a esta atividade física.
A dieta será liberada à medida que as condições clínicas permitirem, devendo ser hipocalórica e hipossódica (com pouco sal).
As evacuações não devem significar esforço para o paciente, usando, se necessário, laxantes suaves.
Os tranquilizantes podem ser utilizados para amenizar a angústia de alguns doentes, mas com muito cuidado, já que esses medicamentos podem aumentar a frequência cardíaca e a pressão sistólica.
Complicações da doença
As principais complicações do enfarte são:
- Arritmia cardíaca
- Choque criogénico
- Insuficiência respiratória
- Insuficiência renal
- Paragem cardiorrespiratória
As complicações mais letais são as arritmias, que podem ocorrer, mais frequentemente, nas primeiras 24 horas após o enfarte.
Por isso, é importante que, idealmente, pelo menos 72 horas, os pacientes fiquem sob cuidados médicos em unidades de tratamento intensivo, onde recebem todos os cuidados necessários para detetar precocemente e tratar essas arritmias, através de uma monitorização contínua das complicações do enfarte.
Ataque cardíaco o que posso se está sozinho?
Muitas pessoas estão sozinhas quando têm um ataque cardíaco.
Sem ajuda, a pessoa sente o coração a bater de forma irregular e começa a sentir-se fraca tendo apenas alguns segundos antes de desmaiar.
Evitar o desmaio e tentar regularizar o ritmo cardíaco
Estas técnicas podem dar-lhe tempo até chegar ajuda:
- Tossir repetidamente com bastante força
- Respirar bem fundo antes de tossir e a tosse deve ser forte e prolongada, vinda do fundo do peito.
Uma inspiração e uma tosse devem ser repetidas a cada 2 segundos sem parar, até que chegue ajuda, ou que sinta que o coração voltou a bater normalmente. As inspirações profundas trazem oxigênio para os pulmões e os movimentos de tossir “bombeiam” o coração e mantêm o sangue a circular.
Esta pressão no coração também faz com que ele volte a bater normalmente e dessa maneira a vítima tem tempo de chegar ao hospital.
Se reconhecer algum destes sinais, ligue o 112 imediatamente!
Este é sem dúvida um dos artigos que pode poupar muitas vidas se esta informação for passada para o público em geral. Todos os anos milhares de pessoas podiam ser salvas se soubessem reconhecer a tempo sintomas simples que não deixam muitas dúvidas sobre o que lhes pode estar a acontecer. A rapidez da assistência médica é essencial mas, para ser eficaz, doentes e famílias têm de saber reconhecer os sintomas a tempo!
Fique bem!
Franklim A. Moura Fernandes
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