Aplidin Plitidepsina destroi SARS-CoV-2 melhorsaude.org

COVID-19 PLITIDEPSINA APLIDIN ESMAGA REMDESIVIR

Plitidepsina aplidin esmaga eficácia do remdesivir na luta contra a Covid-19. A farmacêutica espanhola PharmaMar diz ter um medicamento com 27,5 vezes melhor desempenho antiviral do que o Remdesivir no combate ao novo coronavírus (covid-19). Num artigo publicado a 25 de janeiro de 2021 na revista científica Science pode ler-se o seguinte no resumo inicial (abstract) desse artigo:

“As proteínas virais SARS-CoV-2 interagem com a maquinaria de tradução eucariótica e os inibidores da tradução têm efeitos antivirais potentes. Aqui relatamos que a droga plitidepsina (aplidina), que tem aprovação clínica limitada, possui atividade antiviral (IC90 = 0,88 nM) 27,5 vezes mais potente do que remdesivir contra SARS-CoV-2 in vitro, com toxicidade limitada em cultura de células. Através do uso de um mutante resistente a drogas, mostramos que a atividade antiviral da plitidepsina contra o SARS-CoV-2 é mediada pela inibição do alvo conhecido como eEF1A. Demonstramos a eficácia in vivo do tratamento com plitidepsina em dois modelos de ratos de laboratório de infeção por SARS-CoV-2 com uma redução da replicação viral nos pulmões em duas ordens de magnitude usando tratamento profilático. Os resultados indicam que a plitidepsina é um candidato terapêutico promissor para COVID-19.”

Estudo publicado na Science: Plitidepsin has potent preclinical efficacy against SARS-CoV-2 by targeting the host protein eEF1A

Em Julho de 2020 uma notícia citava um estudo do laboratório sul-coreano Boryung Pharmaceutical, parceiro da PharmaMar.

Estudo: Boryung Pharmaceutical, socio de PharmaMar en
Corea del Sur, anuncia resultados con una potencia
superior de plitidepsina (Aplidin®) contra el SARSCoV-2

No artigo de  La Vanguardia publicado em 2 de Julho de 2020, detalha-se que a plitidepsina, comercialmente conhecida como Aplidin, terá mostrado um resultado antiviral entre 2400 e 2800 vezes superior ao do Remdesivir no modelo de célula “Vero” ou seja uma célula renal de macaco e cerca de 80 vezes superior ao do Remdesivir no modelo de células “Calu-3” que é uma célula pulmonar humana.

Artigo do La Vanguardia: PharmaMar anuncia que su fármaco es hasta 2.800 veces más eficaz que el Remdesivir

Espera-se assim conseguir uma redução da progressão da doença nos pacientes hospitalizados com pneumonia derivada da Covid-19 e o alívio nos sintomas provocados pela pandemia.

O Remdesivir, recorde-se, é o primeiro medicamento contra a covid-19 com recomendação para ser usado na União Europeia.

Em 2018 o Aplidin foi chumbado pela EMA, Agência Europeia do Medicamento, no tratamento do mieloma multiplo. Leia mais á frente a polémica decisão.

Leia também: Covid-19 estes são os Top 10 tratamentos, toda a verdade!


Aplidin aprovação limitada pela EMA

A European Medicines Agency (EMA), agência europeia do medicamento, recusou e 2017 o uso do Aplidin na União Europeia pois os benefícios na tratamento do mieloma múltiplo (uma doença rara), não provaram, segundo a EMA, serem superiores aos riscos ou seja efeitos secundários.

Na página da EMA pode ler-se que em 14 de dezembro de 2017, o Committee for Medicinal Products for Human Use (CHMP) ou Comité dos Medicamentos para Uso Humano, adotou um parecer negativo, recomendando a recusa da autorização de introdução no mercado do medicamento Aplidin, destinado ao tratamento de mieloma múltiplo. A empresa que solicitou a autorização é a PharmaMar.

A empresa solicitou um reexame do parecer inicial. Após analisar os motivos desse pedido, o CHMP reexaminou o parecer e confirmou a recusa da autorização de introdução no mercado em 22 de março de 2018.

Entretanto após nova reavaliação a decisão anterior de não autorização foi anulada a 20 de Outubro de 2020, abrindo assim a possibilidade de Autorização de Introdução no Mercado de forma limitada para aplicação no tratamento do mieloma múltiplo.

Leia também: Estas são as novas variantes perigosas do SARS-CoV-2 e algo de estranho se passa!

Aplidin o que é?

Aplidin é um medicamento contra o cancro que contém a substância ativa plitidepsina. Deveria estar disponível na forma de pó e solvente para ser transformado em solução para infusão (gota a gota) na veia.


Uso terapêutico

Esperava-se que o aplidin fosse usado no tratamento de adultos com mieloma múltiplo (um cancro da medula óssea) que receberam pelo menos três tratamentos anteriores contra o cancro (incluindo o bortezomibe e lenalidomida ou talidomida).

O Aplidin era para ser usado em combinação com a cortisona dexametasona (outro medicamento usado para tratar o mieloma múltiplo).

Aplidin foi designado um “medicamento órfão” (um medicamento a ser usado em doenças raras) em 16 de novembro de 2004 para o tratamento de mieloma múltiplo.

Mecanismo de ação

A substância ativa do Aplidin, a plitidepsina, bloqueia uma proteína chamada eEF1A2. Esta proteína eEF1A2 está envolvida na quebra de proteínas dobradas incorretamente, que são tóxicas para as células do mieloma. Ao bloquear a eEF1A2, a plitidepsina causa a acumulação dessas proteínas em várias células do mieloma, danificando-as e levando-as à morte.

Suporte científico para pedido de autorização

A empresa apresentou os resultados de um estudo principal envolvendo 255 pacientes com mieloma múltiplo tratados com pelo menos três outros medicamentos contra o cancro. Neste estudo, Aplidin mais dexametasona foram comparados com dexametasona por si só, e a principal medida de eficácia foi a sobrevida livre de progressão (por quanto tempo os pacientes viveram sem que a doença piorasse).

Porque foi recusada a autorização?

No momento da revisão inicial, o CHMP estava preocupado com o facto de os dados do estudo principal mostrarem apenas um aumento modesto de cerca de um mês no período em que os pacientes que receberam Aplidin viveram sem que a doença piorasse, em comparação com aqueles tratados apenas com dexametasona.
Além disso, a melhora na sobrevida global (por quanto tempo os pacientes viveram em geral) não foi suficientemente demonstrada.

Em relação à segurança, efeitos colaterais graves foram relatados com mais frequência com a combinação de Aplidin e dexametasona do que com a dexametasona isolada. Com base no exposto, o CHMP considerou que os benefícios do Aplidin não excederam os seus riscos e recomendou que lhe fosse recusada a autorização de introdução no mercado.

Após reexame, o Comité manteve a mesma opinião. Por conseguinte, o CHMP confirmou a sua recomendação de recusa da autorização de introdução no mercado.

Leia aqui: Resumo das Características do Medicamento Aplidin

Opinião

Uma autorização de introdução no mercado de qualquer medicamento tem como primeiro pilar a segurança do doente. Assim tem de ser demonstrada de forma clara que os beneficios terapêuticos superam fortemente os riscos para a saúde do doente. Para já não parece ser o caso do Aplidin apesar da potência anti-viral demonstrada in vitro. Sendo assim o remdesivir, apesar de não ser extraordinariamente eficaz, tem um importante efeito e útil anti-viral no combate à Covid-19 e demonstrou segurança quanto baste para receber a autorização da EMA


Plitidepsina (Aplidin) estudos e referências


Leia também no blog: