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É MELHOR MANTEIGA OU MARGARINA?

Manteiga ou margarina?
Manteiga ou margarina?

Introdução

Manteiga ou margarina? Gorduras boas ou gorduras más? Esta dúvida assola uma boa parte da população e com razão uma vez que, mesmo entre os profissionais de saúde, a opinião não é consensual e cada um defende a “sua dama”.

Neste artigo vamos abordar o seguinte:

  • Quais os argumentos a favor da manteiga?

  • Quais ao argumentos a favor da margarina?

  • O que são cremes vegetais?

  • Quantas calorias têm?

  • Que tipo de gordura possuem?

  • Têm gorduras trans?

  • Que evidências cientificas existem?

  • Resumindo, qual o mais saudável? Manteiga ou margarina?

A favor da manteiga

A favor da manteiga está o lado tradicional – “a nossa avó nem sabia o que era a margarina” – e a recente visão mais benevolente em relação à ligação entre as gorduras saturadas e a doença cardiovascular.

A favor da margarina

A margarina tem uma versão para barrar que designamos por óleos vegetais e coloca em campo todo um alegado manancial de virtudes desde as gorduras polinsaturadas aos “ómega 3” não esquecendo os esteróis que “reduzem activamente o colesterol”.

No meio desta acalorada discussão muitas vezes se esquece que em Portugal existe uma opção para acompanhar o pão que é mais tradicional e potencialmente mais benéfica que ambas, quer na nossa saúde quer na nossa economia. Mas como este não é um artigo sobre o azeite, vamos tentar responder de forma concreta à pergunta que se impõe: manteiga ou creme vegetal?

Quantas calorias tem a manteiga e os cremes vegetais?

Do ponto de vista quantitativo, quer a manteiga, quer os cremes vegetais nas suas versões originais apresentam um valor calórico (600 a 750kcal/100g) e uma percentagem de gordura (70 a 80%) extremamente elevados, o que desde logo indica que a opção pelas suas vertentes magras e light (onde estes valores descem para metade) é uma mudança positiva.

Qual o tipo de gordura que possuem?

Já no tipo de gordura a situação não é tão idêntica. Sendo a manteiga mais rica em colesterol e em ácidos gordos saturados e os cremes vegetais nos mono e polinsaturados a conclusão inicial seria que a opção por um creme vegetal traria um maior benefício.

E realmente traria se estes cremes vegetais não tivessem tido durante vários anos uma grande quantidade de ácidos gordos trans, que – simplificando a explicação – são os “piores de todos” no que diz respeito à saúde cardiovascular.

Pois bem, hoje os tempos são outros e é curioso constatar que a indústria das margarinas fez um esforço no sentido de eliminar os trans dos seus produtos, mas estes mesmos ácidos gordos continuam presentes na manteiga (em muito menor quantidade do que chegaram a estar nas margarinas, é certo), até porque existem naturalmente no leite.

Que evidências ciêntificas existem?

Ainda assim, é interessante verificar que a evidência científica não demonstra irrefutavelmente que a substituição da manteiga por creme vegetais traga consigo vantagens de grande magnitude do ponto de vista cardiovascular, não se podendo dizer o mesmo quando falamos de outra categoria de cremes vegetais: os que possuem fitoesteróis, que reduzem a absorção de colesterol a nível intestinal e são moderadamente eficazes na redução dos níveis de colesterol total (cerca de 6% em média) e do “mau” colesterol (8,5%), tendo um efeito adicional mesmo em indivíduos que já tomam estatinas.

Podemos afirmar, portanto, que os cremes vegetais com esteróis podem ser uma estratégia válida para quem precisa de diminuir os seus valores de colesterol, desde que a sua ingestão seja diária e não um “SOS” em refeições com fritos, enchidos, queijos gordos e outros inimigos dos nossos níveis de colesterol.

 Mas então serão só vantagens nesta troca? 

Em primeiro lugar, há que reconhecer que estamos a falar de efeitos muito moderados e apenas nos níveis de colesterol sanguíneo, existindo uma necessidade de investigar mais sobre o efeito destes produtos em outros indicadores de saúde que não as modificações no colesterol.

Ultimamente também se tem colocado em causa se os elevados valores circulantes de esteróis e estanóis derivados destes produtos não contribuem eles próprios para aumentar o risco de doenças cardiovasculares apesar de serem eficazes na diminuição dos níveis de LDL.

A este nível parece não haver razão para alarme e, em boa verdade, a comunicação na área da nutrição e alimentação precisa, acima de tudo, de ser clarificadora pois atravessamos uma fase em que um alimento passa de herói a vilão num prazo de dias e alguma coisa temos de comer!

Por isso, de modo claro e objectivo, a mudança de uma manteiga “normal” para uma manteiga magra sem sal é positiva, sendo ainda mais positiva a sua mudança para um creme vegetal também ele magro e eventualmente com fitoesteróis caso tenha colesterol elevado.

Se tudo são vantagens? Logicamente que não, mas encontra algo na vida que assim o seja?

Resumindo:

–  Se gosta de manteiga e só a ingere em pequena quantidade no seu pãozinho ao pequeno-almoço, então continue. A magnitude expectável do efeito da mudança não compensa o fim desse pequeno prazer diário;

–  Se tem colesterol elevado e é realmente adepto de manteiga ao ponto de a consumir várias vezes por dia, então está na hora de pensar em trocá-la por um creme vegetal, se possível magro ou light e com esteróis vegetais;

– Ah! E não se esqueça do azeite…

Fonte: Pedro Carvalho, Nutricionista

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