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Microbioma e microbiota intestinal segredos


Microbioma probióticos, prebióticos, microbiota intestinal funções ou flora intestinal, toda a verdade! Doenças autoimunes, depressão, cancro, tiroide, qual a relação com o microbioma intestinal? Que medicamentos podem estar a destruir a tua microbiota? E os alimentos, quais os melhores e piores? Qual a minha experiência pessoal com probióticos? Porque tomo Atyflor®?

A nossa saúde intestinal está a ser mais investigada do que nunca pois 70 a 80 por cento da nosso sistema imunitário reside dentro do trato gastrointestinal. Como tal, otimizar o microbiota intestinal é uma busca válida que terá efeitos de longo alcance na nossa saúde física e bem-estar emocional.

Ao mesmo tempo o verdadeiro papel devastador dos antibióticos no microbiota intestinal deve ser urgentemente levado a sério se queremos evitar ter cada vez mais doentes em ciclos viciosos de doenças consecutivas provavelmente causada, em grande parte, pela deficiente atenção dada à reposição e optimização da flora intestinal após um tratamento com antibiótico mas não só… existem outros medicamentos também muito perigosos para a microbiota!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Microbioma, microbiota e flora intestinal, qual a diferença?
  • Probióticos e pré-bióticos: Qual a diferença?
  • Microbiota humano, o que é?
  • Bactérias vs vírus, qual a diferença?
  • Micro-organismos, em que parte do corpo existem mais?
  • Qual a importância do microbiota?
  • Ácidos gordos de cadeia curta (SCFAs) porque são tão importantes?
  • Como se forma?
  • Quantas células humanas e bacterianas tem o corpo?
  • Quanto pesam as células e as bactérias?
  • Flora intestinal saudável, o que fazer?
  • Inulina, uma fibra muito importante, porquê?
  • Pré-bióticos, alimento das boas bactérias: Quais os exemplos?
  • Como escolher um bom probiótico?
  • Akkermansia muciniphila e imunoterapia anti-cancro, qual a relação?
  • Sumo de romã natural qual o seu poder?
  • Atyflor® porque é a minha escolha pessoal?
  • UL-250® o que é?
  • Microbiota intestinal e doenças graves, qual a relação?
  • Autismo, depressão, diabetes, obesidade e epigenética., qual a relação com o microbiota?
  • Antibióticos, qual o perigo?
  • Diarreia causada por antibióticos, e diarreia aguda, como tratar?
  • Como evitar os efeitos negativos do antibiótico na flora intestinal?
  • Como recuperar o microbiota, dizimado pela toma de antibióticos?
  • Esporobióticos, qual a importância? Podem ser tomados com o antibiótico?
  • Alimentos fermentados, porque são importantes?
  • Sono e pré-bióticos, qual a relação?
  • Depressão e inflamação do intestino, qual a relação?
  • Doenças autoimunes, Imunidade e probióticos qual a ligação?
  • Medicamentos não-antibióticos, qual o impacto na flora intestinal?
  • Alzheimer, qual a relação com a saúde do microbiota?

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Microbioma, microbiota e flora intestinal

Os termos microbioma, microbiota e flora intestinal são usados hoje com muita frequência para designar o mesmo conceito. A confusão é tanta que convém ser um pouco mais rigoroso e distinguir as diferenças. Assim de forma resumida aqui ficam:

  • Microbiota – comunidade dos minúsculos seres tais como bactérias, fungos, vírus e protozoários que residem em diversos sistemas do corpo, do aparelho respiratório ao gastrointestinal, da pele ao aparelho geniturinário.
  • Microbioma – à semelhança do genoma humano, o microbioma é o património genético ou seja os genes (DNA)  dos micro-organismos que vivem com o ser humano.
  • Flora intestinal – termo clássico utilizado em linguagem corrente para se referir ao microbiota intestinal ou seja o conjunto de micro-organismos que vivem no intestino.

É comum usar-se os termos microbioma e microbiota “quase como sinónimos” pois para descrever a importância destas comunidades de micro-organismos, em linguagem comum, não é necessário, na grande maioria dos casos, fazer a distinção entre os micro-organismos (microbiota) e o seu próprio genoma (microbioma).

Probióticos pré-bióticos e simbióticos

Para que fique claro de forma simples a diferença entre probióticos e pré-bióticos lembrem-se apenas do seguinte:

  • Probióticos – são as bactérias boas do intestino que nos protegem, ajudando a digerir os alimentos e fortalecem o nosso sistema imunitário.
  • Pré-bióticos – são os alimentos que contêm substâncias que nutrem melhor essas bactérias boas para que estas possam manter sob controle as bactérias más que estão sempre presentes no intestino.
  • Simbióticos – são uma mistura de probióticos com pré-bióticos.



Microbiota humano o que é?

O organismo humano encontra-se colonizado por uma complexa diversidade de microrganismos que no homem denomina- se microbiota humano. O conjunto destes microrganismos, incluem:

  • Bactérias,
  • Fungos,
  • Vírus,
  • Protozoários (parasitas),
  • Archaea;

Estima-se que entre a superfície interna e externa, o microbiota humano seja composto por 100 triliões de microrganismos.

Estudos indicam que cerca de 39 triliões de bactérias compõem o microbiota do nosso corpo, sendo o nosso intestino a “casa” da esmagadora maioria dessas bactérias . No entanto, o microbiota é muito maior do que isso, pois para cada bactéria existem mais vírus e fungos vivendo dentro ou fora do nosso corpo, ajudando com funções de sustentação da vida que não seriam possíveis sem eles.

Bactérias vs vírus

Bactérias

Do grego bastão, são organismos unicelulares que se reproduzem rapidamente e encontram-se isolados ou em colónias. Podem viver na presença ou na ausência do ar, estando entre os organismos mais antigos do planeta.

Existem várias espécies de bactérias usadas na preparação de comidas ou bebidas fermentadas, dos queijos, iogurtes, vinhos ou leites fermentados. Atuam como agentes infeciosos, mas muitas ajudam a digestão e impedem a proliferação de micróbios patogénicos. Podem ser combatidas com antibióticos.

Vírus

Do latim veneno. São agentes infeciosos extremamente pequenos, considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois dependem das células que habitam para se multiplicar. Representam a maior diversidade biológica do planeta, sendo mais diversos que bactérias, fungos, plantas e animais juntos.

Algumas doenças provocadas por vírus são:

  • Hepatite,
  • Sarampo,
  • Gripe,
  • Poliomielite,
  • Varíola,
  • Sida.

Os antibióticos não combatem os vírus e as vacinas são utilizadas como método de prevenção, pois estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos.

Archaea ou Arquea

Archaea ou Arquea em português, é a designação de um domínio de seres vivos unicelulares morfologicamente semelhantes às bactérias, mas genética e bioquimicamente tão distintas destas como dos eucariontes. O Reino ou Domínio Archaea (do grego – velho, antigo, em português – arquea) contempla um pequeno número de espécies procarióticas e unicelulares, geralmente microscópicas,  que pertenciam ao reino Monera, devido a estas três características citadas. Entretanto, com os avanços da ciência, percebeu-se que este grupo é mais semelhante aos seres eucarióticos do que às bactérias propriamente ditas!

São os seres vivos mais antigos e sobrevivem nos ambientes mais inóspitos da terra. Estes micro-organismos não possuem um núcleo celular e são, portanto, procariontes. As arqueas foram inicialmente classificadas como um tipo de bactérias, recebendo o nome archaebacteria, mas essa classificação está obsoleta. Elas foram renomeadas para esclarecer que as arqueas estão mais intimamente ligadas aos eucariontes (vida na qual as células possuem um núcleo), do que às bactérias.

A membrana citoplasmática é bastante parecida com a dos eucariontes, por conter fosfolipídios, estes em cadeia linear, com ligações do tipo éster. Tal como nas bactérias propriamente ditas, o cromossoma é, geralmente, único e circular.

As arqueas possuem uma característica extraordinária, relacionada com o seu habitat pois vivem em ambientes extremos,  quase incompatíveis, com a presença de seres vivos de tal forma que foram já encontradas Arqueas em ambientes como:

  • Gêiseres e vulcões (termófilas extremas);
  • Lagos ácidos e altas concentrações salinas (halófitas extremas);
  • Pântanos;
  • Tubo digestivo de determinados animais, produzindo metano (metanogênicas).

Acredita-se que este fato se deve à antiguidade do grupo, e às poucas mudanças que sofreram ao longo do tempo, já que na Terra primitiva tais condições eram habituais.

As células das arqueas possuem propriedades únicas, separando-as dos domínios Bacteria e Eukaryota. As arqueas são divididas em vários filos reconhecidos, entretanto, a sua classificação é difícil, pois a maioria não foi isolada em laboratório e somente foi detetada pela análise dos seus ácidos nucleicos em amostras do ambiente onde vivem.

Leia também: Archea na mucosa humana

Quanto à estrutura, estes organismos podem se apresentar espiraladas, em forma de cocos, bastões, vírgulas, ou mesmo sem forma definida. A parede celular nestes indivíduos, quando presente, é sempre desprovida de peptideoglicano. Entretanto, esta varia bastante de acordo com a espécie, indicando que o ancestral poderia ser desprovido de parede.

Curiosidade: pesquisadores acreditam que as archaeas podem corresponder a até 34% da biomassa procariótica das águas costeiras superficiais da Antártida!

Microbiota, qual a sua função?

O microbiota humano é essencial à nossa sobrevivência. São cada vez mais as descobertas que provam a influência do microbioma na nossa saúde geral. Algumas das mais importantes funções são:

  • Digestão de alimentos – alguns dos quais não seriam possíveis de digerir, para que o nosso organismo absorva os nutrientes úteis.
  • Função antibiótica – segundo a Sociedade Espanhola de Gastroenterologia, as bactérias boas produzem substâncias antibacterianas para as estirpes patogénicas. Concorrem também pelos nutrientes necessários à sobrevivência dos patogénicos e para ocupar o mesmo espaço das bactérias patogénicas evitando a adesão destas ao epitélio intestinal e impedindo que proliferem de forma desequilibrada o que provocaria diversas doenças e infeções.
  • Função imunológica – essencial nos processos de reconhecimento e tolerância imunológica. Importante para regular a resposta imune quando se instala um quadro clínico de alergia evitando uma reação demasiado agressiva que danifica o próprio organismo.
  • Produção de vitaminas – algumas das substâncias  mais produzidas pelo microbiota são as vitamina B2 e B12 e ácido fólico.

Disbiose

O termo disbiose é usado para descrever um desequíbrio marcado na composição da microbiota intestinal ou flora intestinal. Assim usa-se a palavra disbiose quando o intestino está demasiado “colonizado” por estirpes de bactérias patogénicas ou simplesmente prejudiciais ao bom funcionamento do nosso organismo. Estas estirpes ocupam literalmente o espaço intestinal que deveria ser ocupado pelas bactérias “boas” que são essenciais ao nosso equilíbrio imunológico, metabólico e de gestão de energia orgânica.

Quantas células tem o corpo?

Quantas celulas temos melhorsaude.org melhor blog de saude

Aqui ficam os dados mais mais relevantes quanto ao número de células e bactérias do nosso corpo mas também ao peso total das mesmas para um adulto de 70kg, a saber:

  • 30 triliões de células humana;
  • 39 triliões de células de bactérias, a maioria presente no intestino;
  • Total de células do corpo é portanto 69 triliões das quais apenas 43% (30 triliões) são humanas;
  • No entanto todas as bactérias do nosso corpo pesam apenas 200g ou seja 0,3% do nosso peso;
  • 25 triliões de glóbulos vermelhos (hemácias) ou seja 83% das nossas células;
  • Células dos ossos, dos órgãos, da medula óssea, da pele e dos vasos sanguíneos, no seu conjunto correspondem a 4.94 trilhões de células;
  • Células dos músculos e da gordura, correspondem no seu conjunto a 60 bilhões de células ou seja apenas a 0,1% do total das células do corpo.

Quanto pesam as células?

O peso dos diversos tipos de células é muito interessante. Assim temos para um adulto com 70kg:

  • 13 kg – Bactérias, glóbulos vermelhos, células dos ossos, da medula óssea, pele e vasos sanguíneos, correspondem a 99,9% do total de células;
  • 35 kg – Células dos músculos e do tecido gorduroso, que correspondem a 0,1% do total de células;
  • 22 kg – Água

Isso significa que cerca de 81% do nosso peso total é composto basicamente por água e por 0,1% das nossas células!

Estudo:

Numero_de_células_do_corpo_RonSender_Jan_2016 melhorsaude.org melhor blog de saude

Ácidos gordos de cadeia curta

SCFAs (Short Chain Fatty Acids)

Uma das funções que o  microbiota faz para nós mas quase nunca se fala é a produção ácidos gordos de cadeia curta. As bactérias no intestino são muito ativas e comem algumas “coisas” para se alimentar.

Quando ingerimos fibras, como fibra solúvel, estamos a alimentar as bactérias, que vão comer essas fibras, e criar pequenas partículas, pequenos fragmentos a partir dessas fibras. Alguns desses fragmentos são chamados ácidos gordos de cadeia curta ou SCFAs (Short Chain Fatty Acids). Os três tipos de SCFAs mais relevantes são:

  • Acetato
  • Propionato
  • Butirato

Ácidos gordos de cadeia curta acetato propionato butirato

Estes ácidos gordos de cadeia curta dissolvem-se para fora do intestino e entram na nossa corrente sanguínea. A  ciência descobriu algumas importantes funções desses ácidos gordos de cadeia curta, a saber:

  • Anti-inflamatórios;
  • Imuno-estimulantes;
  • Pró-angiogénicos ou anti-angiogénicos, em função do que for necessário.

Existem diversos tipos e tamanhos destes invisíveis fragmentos mas são as bactérias que sabem como produzi-los.

Estudo publicado no Journal of Lipid Research: The role of short-chain fatty acids in the interplay between diet, gut microbiota, and host energy metabolism

Os ácidos gordos de cadeia curta (SCFAs), especialmente acetato, propionato e butirato, são os produtos finais da fermentação microbiana intestinal de fibras alimentares e amido resistente. Está bem documentado que os SCFAs plasmáticos e colónicos estão associados a síndromes metabólicas.

Nos últimos anos, o envolvimento dos ácidos gordos de cadeia curta na regulação da homeostase energética tem sido extensivamente estudado. A importância dos SCFAs no metabolismo energético destacou o potencial dos SCFAs modeladores como alvo nutricional para prevenir e combater distúrbios do metabolismo e as doenças associadas, como obesidade e diabetes tipo 2.

O estudo seguinte resume o conhecimento atual sobre as propriedades biológicas dos SCFAs com o seu impacto na homeostase energética.

Estudo: Short-chain fatty acids in control of energy metabolism

São diversas as vias mediadas por recetores de ácidos gordos de cadeia curta (SCFAs) e os seus efeitos no metabolismo energético do hospedeiro em tecidos periféricos. Os micróbios intestinais podem fermentar a fibra alimentar produzindo SCFAs, que induzem uma série de vias de sinalização mediadas por recetores acoplados à proteína G que estão essencialmente implicadas na homeostase da energia do hospedeiro em vários tecidos, conforme esquema da imagem seguinte.

Ácidos gordos de cadeia curta SCFAs
Fonte: Gut Microbiota Dysbiosis Drives and Implies Novel Therapeutic Strategies for Diabetes Mellitus and Related Metabolic Diseases – Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/figure/Short-chain-fatty-acid-SCFA-receptor-mediated-pathways-and-their-effects-on-host_fig2_321945059 [accessed 13 Jul, 2020]

Obesidade e microbiota

O estudo das interações entre a microbiota intestinal e o eixo intestino- cérebro representa uma abordagem muito apelativa para aumentar o nosso conhecimento sobre os mecanismos que levam à obesidade e doenças relacionadas à obesidade.

O objetivo desta revisão é concentrar-se nos efeitos dos ácidos gordos de cadeia curta (SCFAs), que são os principais produtos da fermentação microbiana intestinal a partir de carboidratos (hidratos de carbono) não digeríveis no cólon, no eixo intestino-cérebro.

Há cada vez mais evidências científicas sobre o papel dos ácidos gordos de cadeia curta no bom funcionamento do eixo intestino-cérebro, um sistema de feedback que é vital não apenas para a manutenção adequada das funções gastrointestinais e metabólicas, mas também para a regulação da ingestão de alimentos e do gasto de energia. Pensa-se que os SCFAs desempenham um papel fundamental no aumento da capacidade do hospedeiro de captar o excesso de energia da dieta.

Os SCFAs, no entanto, podem exercer os seus efeitos no metabolismo do hospedeiro através de várias vias complementares. As vias metabólicas, inflamatórias e neurais podem ser reguladas pelos SCFAs, que podem atuar pela deteção do estado nutricional, mantendo assim a homeostase da energia corporal. A produção de SCFAs a partir do consumo de pré-bióticos será o argumento racional para direcionar mecanismos intestinais para aumentar o gasto de energia e, assim, reduzir o risco de obesidade.

Estudo: From gut microbiota dysfunction to obesity – could short-chain fatty acids stop this dangerous course?

Eixo intestino-cérebro

Diversas pesquisas sugerem que os benefícios dos probióticos e de um microbiota saudável não estão limitados ao intestino, mas também afetam o cérebro. O intestino está ligado ao nosso cérebro através do chamado eixo intestino-cérebro, o que significa que tudo o que afeta o trato gastrointestinal afeta o cérebro e vice-versa.

Assim, quando o microbiota intestinal está desequilibrado, ele pode afetar o sistema imunológico, a saúde mental, o humor e até mesmo a função cerebral. Os probióticos, por exemplo, demonstraram ajudar a reduzir os sintomas da depressão, tal como mais à frente vou tratar em detalhe.

Estudo: The role of short-chain fatty acids in microbiota–gut–brain communication

O estudo de revisão acima referido, publicado em Maio de 2019 no Nature Research Journal, conclui com os seguintes pontos chave:

  • Especula-se que os ácidos gordos de cadeia curta (SCFAs) tenham um papel mediador na interferência do eixo da microbiota-intestino-cérebro.
  • Os SCFAs podem influenciar o funcionamento psicológico por meio de interações com recetores acoplados à proteína G ou desacetilases de histonas e exercer os seus efeitos no cérebro por meio de efeitos humorais diretos, vias hormonais e imunológicas indiretas e rotas neurais.
  • Os estudos de intervenção dietética implicam indiretamente um papel de mediação para os SCFAs na cognição e na emoção.
  • Os estudos em animais fornecem evidências diretas dos efeitos dos SCFAs nos distúrbios neuropsiquiátricos e no funcionamento psicológico, enquanto os estudos em humanos são escassos, sofrem de limitações metodológicas e oferecem conclusões inconsistentes.
  • Os SCFAs devem ser quantificados na circulação sistémica em estudos de intervenção dietética, nos quais os efeitos sobre o funcionamento psicológico e a psicopatologia são um resultado de interesse.
  • Os SCFAs podem ser usados como substâncias de intervenção para direcionar as interações microbiota-intestino-cérebro em humanos.

Microbiota e SCFAs

Nervo vago

O nervo vago, também conhecido por nervo pneumogástrico, é um nervo que percorre do cérebro até o abdómen, incluindo o trato gastrointestinal. Isto significa que existe uma ligação nervosa direta entre o cérebro e o intestino, sendo obviamente uma evidência anatómica que reforça os estudos que apoiam uma relação por exemplo da depressão com a disbiose ou desequilíbrio da composição da “flora intestinal” ou microbiota intestinal.

Ao longo do seu trajeto, o nervo vago, dá origem a vários ramos que inervam diversos órgãos cervicais, torácicos e abdominais, com funções sensitivas e motoras, sendo importante para a manutenção de funções vitais como regulação da frequência cardíaca e arterial, por exemplo.

O par de nervos vagos, localizados de cada lado do corpo, são o 10º par de um total de 12 pares cranianos que fazem conexão do cérebro com o corpo.

A investigação expande-se para abordar o impacto de um estilo de vida moderno, especialmente os hábitos alimentares, no controle do nervo parassimpático hepático do metabolismo da glicose.

Microrganismos em que parte do corpo existem mais?

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O microbioma humano varia muito nas mais diversas regiões do nosso corpo, dependendo de condições ambientais. Sabe-se, por exemplo, que nas regiões mais húmidas e quentes encontram-se uma maior concentração de microrganismos, enquanto que nas regiões menos húmidas, existe uma quantidade menor de microrganismos.

Qual a importância para a nossa saúde?

O microbioma é de vital importância para a saúde humana, nomeadamente do nosso sistema imunitário. Assim o seu estudo conduz a um melhor conhecimento da sua complexa dinâmica, podendo conduzir ao desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e até mesmo de tratamento de certas patologias. Assim sendo, a compreensão da diversidade fisiológica humana, bem como a de outros animais, passa pelo conhecimento da distribuição destes microrganismos nos diferentes órgãos e seu papel biológico.

Microbioma como se forma?

O microbioma começa a formar-se muito cedo na vida. De facto, quem nasce através de um parto natural ou vaginal, fica desde o nascimento coberto com os micróbios da mãe quando passa pelo canal do parto. Mais micróbios são transmitidos durante a amamentação, já que o leite materno contém muitas propriedades que ajudam a nutrir as bactérias boas do intestino.

Reconhecimento e tolerância imunológica

A microbiota, ou flora intestinal, por exemplo, desenvolve-se desde os primeiros dias de vida, tornando-se essencial nos processos de reconhecimento e tolerância imunológica, e o seu perfil depende do tipo de parto (normal ou cesariana) e da forma de aleitamento (materno ou fórmulas lácteas).

Produção de vitaminas

Os micro-organismos também começam logo a trabalhar. O leite materno contém carboidratos chamados glicanos que não são digeridos pelas enzimas humanas mas são pelas bactérias.

A microbiota produz vitaminas, tais como:

  • Vitamina B2,
  • Vitamina B12,
  • Ácido fólico.

Nos bebés produz mais ácido fólico do que nos adultos. E o microbioma de um adolescente rural do interior do Malawi será diferente do de um jovem europeu urbano. Como o de uma criança da década de 50 será distinto do de uma que consuma junk food habitualmente.

Durante os primeiros anos, a família, as dietas e as exposições ambientais contribuem para o microbioma de maneiras que influenciam e continuarão a influenciar a nossa saúde ao longo da vida.

Áreas do corpo onde vivem mais “micróbios”

O microbiota é composto por micro-organismos existentes em diversas áreas do nosso corpo, incluindo:

  • Intestinos, que constituem o microbiota intestinal mais conhecido como flora intestinal.
  • Genitais,
  • Pele,
  • Boca,
  • Nariz,
  • Olhos.

Atividades quotidianas como escovar os dentes, comer, beijar alguém ou cuidar de um animal de estimação afetam o microbiota.

Micróbios conhecidos, exemplos

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Boca, faringe e sistema respiratório

Streptococcus gordonii
Apresentam metabolismo fermentativo, estão amplamente distribuídos na natureza e são difíceis de serem tratados.

Haemophilus
São o agente mais comum da meningite bacteriana em crianças, a fonte de infeção é o homem.

Estômago e intestinos

Escherichia coli
Também conhecidas pela abreviatura E.coli, são uma das mais comuns e mais antigas bactérias simbiontes do homem. Causam infeções urinárias. São um indicador da qualidade da água e dos alimentos.

Lactobacillus
Têm importante valor comercial para a indústria alimentar, produzem ácido láctico e auxiliam no equilíbrio gastrointestinal. Reduzem a intolerância à lactose. Consideradas bactérias amigáveis.

Bifidobacterium
São positivas para a saúde humana porque previnem distúrbios intestinais infecciosos, fazem parte do grupo de bactérias que compõem a flora intestinal e vivem no cólon.

Enterobacteriaceae
Muito abundantes e com grandes variedades patogénicas, como as salmonelas.

Pele

Staphylococcus epidermis
Amplamente presentes na natureza, são responsáveis por infeções hospitalares, mas não produzem toxinas.

Sistema geniturinário

Candida albicans 
Espécie de fungo, causa infeções orais e vaginais nos humanos, podem ser encontradas em 80% da população sem que implique efeitos prejudiciais à saúde. O excesso causa candidíase.

Klebsiella
Aparecem na água, solo, frutas, vegetais, cereais e nas fezes. Provocam pneumonias.

Flora intestinal saudável, o que fazer?

O primeiro passo importante para equilibrar a flora intestinal é eliminar o açúcar da  dieta, especialmente os açúcares encontrados nos alimentos processados pois são alimento para as bactérias patogénicas. Assim devemos começar a comer alimentos fermentados tais como:

  • Iogurte natural feito com leite de vacas alimentadas com erva sem herbicidas, contendo pelo menos Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus.
  • kefir,
  • kimchi,
  • Natto,
  • Chucrute.

Uma dieta saudável, incluindo o consumo de alimentos prebióticos, influencia a saúde, pois ajuda a criar um ambiente ideal para as bactérias benéficas do intestino, enquanto diminui as bactérias, fungos e leveduras patogénicas ou causadoras de doenças.

Tomar um suplemento de probióticos também pode ser benéfico, especialmente durante e após os tratamentos com antibióticos, para restaurar e promover um microbioma saudável.

Pré-bióticos alimento das boas bactérias 

Prebióticos melhorsaude.org melhor blog de saude

Podemos influenciar positivamente as “boas” bactérias intestinais, fornecendo-lhes os nutrientes de que precisam para florescer na forma de pré-bióticos. Pré-bióticos são encontrados principalmente em alimentos ricos em fibras, o que é perfeito porque as boas bactérias intestinais prosperam em fibras indigestas.

Inulina uma fibra muito importante

A inulina é um tipo de fibra solúvel em água que ajuda a nutrir as bactérias benéficas do intestino. Pode ser encontrada nos seguintes alimentos:

  • Cebola,
  • Alho,
  • Espargos.

Alimentos pré-bióticos, exemplos

Os seguintes alimentos principalmente se integrais ajudam a adicionar fibra pré-biótica à nossa dieta e melhoram a saúde do seu microbioma, melhorando assim sua saúde geral:

  • Leite materno
  • Cebola
  • Alho
  • Ervilhas
  • Maçãs
  • Banana
  • Nectarinas
  • Toranja
  • Romã
  • Beterraba
  • Espargos
  • Castanha de caju
  • Cuscuz
  • Alcachofra
  • Pistachios
  • Repolho
  • Algas marinhas

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Probiotico qual o melhor? melhorsaude.org melhor blog de saude

Probióticos  e bactérias boas!

Embora seja recomendado obter maior parte dos nutrientes de alimentos de verdade ou seja não processados, os suplementos probióticos podem ser úteis, especialmente se não conseguir ingerir alimentos fermentados. Dito isto, para os probióticos realizarem o seu trabalho é preciso otimizar as condições em que essas bactérias “boas” irão florescer.

Nutrir o microbioma

O primeiro passo é nutrir o nosso microbioma com “comida verdadeira” ou seja fornecer-lhes bons alimentos pré-bióticos. Se continuarmos a consumir uma dieta altamente processada e alimentos que contenham açúcares adicionados, estaremos apenas a alimentar as bactérias potencialmente patogénicas do intestino. Os micróbios causadores de doenças patogénicas simplesmente adoram açúcar e gorduras saturadas de má qualidade.

Por outro lado, esses micróbios não vão prosperar na presença de alimentos ricos em fibras ou que contenham carboidratos complexos, gorduras saudáveis e proteínas. Quando nos concentramos em comer alimentos integrais e naturais, estamos a apoiar o crescimento das bactérias boas do intestino.

Mecanismo de ação dos probióticos

Diversos mecanismos são propostos para explicar como os probióticos exercem a sua influência positiva. Assim por exemplo o Saccharomyces Boulardii, uma espécie de levedura (fungo) demonstrou inibir a patogenidade das toxinas bacterianas.

Os Lactobacillus (bactérias) produzem ácido acético, ácido láctico e ácido propiónico o que origina uma baixa do pH intestinal inibindo assim o crescimento de bactérias patogénicas de espécies como a Escherichia Coli e o Clostridium.

A presença no trato intestinal de Lactobacillus e outros probióticos previne fisicamente e quimicamente a adesão e colonização do epitélio intestinal por parte de espécies patogénicas. Ao mesmo tempo potencia e modera a resposta imunitária para que esta seja adequada e não demasiado agressiva para o nosso organismo.

Tabela de probióticos

Descrevo de seguida uma tabela publicada no JAMA (Journal of American Medical Association).

A coluna da direita é a mais importante pois descreve as principais espécies de bactérias e a única levedura (Saccharomyces Boulardii) utilizadas como probióticos.

Principais grupos de bactérias e nome científico do género a que pertencem:

  • Bifidobacterium
  • Lactobacillus
  • Streptococcus

Dentro de cada grupo existem espécies de bactérias benéficas e outras que podem ser patogénicas.

A tabela abaixo descreve apenas as benéficas (probióticos).

Tabela_de_probióticos melhorsaude.org melhor blog de saude

Akkermansia e imunoterapia anti-cancro

A akkermansia muciniphila (A. muciniphila) é uma bactéria que só foi descoberta nos anos 90, não sendo por isso  uma dessas bactérias antigas que conhecemos desde Louis Pasteur.
A medicina está a começar a tratar pacientes com cancro com algo chamado imunoterapia.  Estas terapias imunológicas podem realmente eliminar todo o cancro de um paciente, não diretamente, mas ativando o seu próprio sistema imunológico e permitindo que o sistema imunológico do doente, que é outra de nossas defesas, procure, descubra e destrua as células cancerígenas.

Todos os dias temos células más que precisam desaparecer do nosso corpo para que não venham a ser origem de cancro. Quando não temos angiogénese, o sistema imunológico tem que acabar com isso.

Quando ficamos doentes com cancro, o que sabemos agora é que atualmente existem terapias imunológicas, aprovadas pela FDA, que podem ser dadas a esses doentes, ativando o sistema imunológico para acabar e curar o cancro o que é verdadeiramente incrível!

No entanto, alguns pacientes não respondem muito bem a essas terapias imunológicas, o que significa que o cancro não diminui sendo um dos grandes mistérios saber porquê.

Há alguns anos atrás, a Dra. Lauren de Paris, uma imunologista brilhante descobriu que em pessoas com cancro que estavam a receber tratamento com estas terapias imunológicas, a diferença entre se eles iriam responder bem ao tratamento ou não responder bem era uma bactéria. Essa bactéria é a akkermansia. Se tivermos akkermansia, a imunoterapia resulta bem ou seja o sistema imunológico foi capaz de se ativar, e isso só mostra o quão poderoso é o microbioma.

Estudos sobre akkermansia muciniphila

Sumo de romã natural

Probióticos eficazes com Akkermansia muciniphila ainda não existem. A única maneira de cultivar akkermansia, é alimentar. O sumo de romã natural pode realmente mudar o “meio ambiente” do intestino de forma que a Akkermansia goste de crescer aí. A Akkermansia muciniphila gosta de fazer crescer o revestimento de muco do intestino. Se bebermos sumo de romã natural, este vai fazer crescer o revestimento de muco intestinal, e no espaço de tempo de aproximadamente um mês, podemos dobrar ou triplicar a quantidade de Akkermansia municiphila que precisamos para o nosso sistema imunológico.

Eixo intestino-cérebro

Diversas pesquisas sugerem que os benefícios dos probióticos não estão limitados ao intestino, mas também afetam o cérebro. O intestino está ligado ao nosso cérebro através do chamado eixo do intestino-cérebro, o que significa que tudo o que afeta o trato gastrointestinal afeta o cérebro, e vice-versa.

Assim, quando o microbioma intestinal está desequilibrado, ele pode afetar o sistema imunológico, a saúde mental, o humor e até mesmo a função cerebral.

Os probióticos, por exemplo, demonstraram ajudar a reduzir os sintomas da depressão, tal como mais à frente vou tratar em detalhe.

Como escolher um bom probiótico

Como podemos escolher o melhor probiótico? Esta nem sempre é uma tarefa fácil! No entanto se procurar estar com atenção aos seguintes detalhes pode fazer uma boa escolha, a saber:

  • Marca confiável
  • Quantidade de bactérias suficientes (UFC > 10 biliões)
  • Variedade de estirpes (quanto mais diversidade melhor)
  • Prazo de validade
Marca confiável

Certifique-se de que é uma marca respeitável, não OGM (Organismos Geneticamente Modificados), fabricada de acordo com as Boas Práticas de Fabricação atuais.

Bactérias boas em quantidade suficiente

Procure uma contagem de UFC  (unidades formadoras de colônias ) de 10 a 50 bilhões ou mais de bactérias por dose consumida.

Prazo de validade

Verifique o prazo de validade das CFUs (Colony Forming Units) e evite as cápsulas apenas declarando CFUs no “tempo de fabricação”

Diversidade de estirpes de bactérias boas

Escolha um produto contendo várias espécies de bactérias; produtos contendo espécies de Lactobacillus e Bifidobacterias são geralmente recomendados

Atyflor®

Este é para mim um suplemento especial pois utilizo na minha vida pessoal de forma frequente. Assim posso falar da minha experiência na primeira pessoa e porque continuo a utilizar, a saber:

  • Resolveu o meu problema de obstipação crónica. Passei a ter um transito intestinal regular e diário sem fezes duras (nem demasiado moles).
  • Diminuiu extraordinariamente a sensação de distensão abdominal pois não se formam tantos gases.
  • Protege-me de diarreias.
  • Diminuiu muito os sintomas de alergias incluindo crises de asma.
  • É muito raro ter qualquer tipo de infeção e/ou inflamação.
  • Sinto o meu sistema imunitário muito mais “forte”.

Existem certamente muitos probióticos alguns dos quais já experimentei mas o Atyflor é de facto, para já, o que mais me surpreendeu pela positiva na minha vida pessoal.

O que é o Atyflor®?

Atyflor é um suplemento alimentar simbiótico que contém uma mistura solúvel de 7 estirpes de bactérias benéficas (probióticos) e frutooligossacarídeos (pré-bióticos) em quantidades adequadas e microencapsuladas para resistir ao acido gástrico e actuar no intestino onde verdadeiramente exerce a sua acção benéfica.

Atyflor® inclui a estirpe específica das crianças denominada Bifidobacterium infantis. Todas as estirpes do Atyflor habitam de forma natural no aparelho digestivo humano.

Atyflor® qual a composição?

O Atyflor não contém glúten e tem a seguinte composição:

  • Frutooligossacarídeos – 900mg/saqueta
  • 7 estirpes bacterianas – 1 bilião UFC/saqueta

UFC significa Unidade Formadora de Colónias que são constituídas por bactérias ou fungos viáveis ou seja vivos e capazes de se multiplicar.

Quais as estirpes de bactérias do Atyflor®?

Aqui ficam as 7 estirpes de bactérias benéficas presentes no Atyflor:

  • Lactobacillus casei PXN® 37™
  • Lactobacillus rhamnosus PXN® 54™
  • Lactobacillus acidophilus PXN® 35™
  • Lactobacillus bulgaricus PXN® 39™
  • Bifidobacterium breve PXN® 25™
  • Bifidobacterium infantis PXN® 27™
  • Streptococus thermophilus PXN® 66™

PXN é uma marca registada da Probiotics International Limited (Protexin). Todos os direitos reservados.

Atyflor como tomar?

A toma diária recomendada é de 1 saqueta/dia durante ou depois das refeições. Dissolver o conteúdo de uma saqueta em água, leite ou sumo.

Precauções

Atyflor contém vestígios de soja e de produtos lácteos. Os vestígios de leite do Atyflor não afetam as pessoas intolerantes à lactose.

UL-250®

UL-250® contém Saccharomyces boulardii como substância ativa e pertence ao grupo farmacoterapêutico dos suplementos enzimáticos, bacilos lácteos e análogos.

Saccharomyces boulardii é uma estirpe tropical de levedura (fermento), inicialmente isolada dos frutos da lichia e do mangostão em 1923 pelo cientista francês Henri Boulard.

UL-250® está indicado para:
– tratamento sintomático da diarreia aguda em crianças e adultos;
– prevenção da diarreia associada à toma de antibióticos.

Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar UL-250.
Deverá consultar imediatamente o seu médico:

  • se não se sentir melhor após 2-3 dias de tratamento.
  • se tiver febre ou vómitos.
  • caso verifique a presença de sangue ou muco nas fezes.
  • em caso de sentir sede exagerada, secura da língua – estes sinais representam o início de um estado de desidratação, que resulta de uma importante perda de líquidos devido à ocorrência de diarreia.

Caso necessário, o seu médico irá decidir sobre a necessidade de
reidratação, a qual poderá ser administrada por via oral ou intravenosa.

Qual o risco de infeção fungica?

Nas situações acima referidas o doente pode estar mais suscetível a sofrer infeções causadas por fungos durante o tratamento com UL-250, visto que a Saccharomyces boulardii (uma levedura), foi associada a um maior risco de aparecimento deste tipo de infeções (chamadas fungémias).

O risco é muito mais elevado nos doentes imunodeprimidos com doenças graves  que fazem medicação imunossupressora. Nestes não deve ser utilizado recaindo a escolha sobre os pré-bióticos (com inulina e frutooligossacarídeos) e probióticos à base de Bifidobacterium e Lactobacillus, como por exemplo o Atyflor®, suplemento simbiótico de que falarei a seguir.

UL-250 é um tratamento adjuvante utilizado em conjunto com importantes medidas dietéticas, como por exemplo:

  • reidratação através da ingestão abundante de líquidos, de forma a compensar a perda de líquidos associada aos episódios de diarreia.

UL-250: Não tomar com medicamentos antifúngicos

Não são conhecidas interações medicamentosas para o medicamento UL-250 para além da diminuição da sua ação quando é utilizado em associação com um medicamento antifúngico oral ou sistémico pois a Saccharomyces boulardii é um fungo.

Como tomar UL-250

A dose recomendada é de 1 cápsula, 3 vezes por dia. A duração recomendada do tratamento é de 5 dias quando tomado na dose recomendada para adultos e crianças.

Deverá consultar um médico se os sintomas não melhorarem após 2 a 3 dias de tratamento com Saccharomyces boulardii.

Microbioma intestinal e doenças

A maioria das pessoas não sabe que as bactérias intestinais podem influenciar o comportamento e expressão genética. As bactérias do intestino também parecem desempenhar um papel no que diz respeito ao autismo, diabetes e obesidade.

Existe evidência científica crescente a sugerir uma grande influência da nutrição na saúde das bactérias “boas” que vivem no intestino, mantendo os micróbios nocivos sob controle, controlando o peso e protegendo contra doenças crônicas.

O microbioma intestinal, em particular, tem demonstrado desempenhar um papel importante em algumas doenças e áreas da saúde.

Descrevo de seguida algumas das mais relevantes.

Autismo

A formação de uma flora intestinal normal nas primeiras semanas de vida é vital para o bom desenvolvimento do sistema imunitário do bebé pois os bebés com flora intestinal anormal têm comprometimento do sistema imunológico e estão particularmente em risco de desenvolver Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), autismo e dificuldades de aprendizagem.

Comportamento

Um estudo publicado na Neurogastroenterology and Motility descobriu que ratos com falta de bactérias intestinais se comportam de maneira diferente dos ratos normais. O comportamento alterado foi interpretado como sendo de “alto risco” e foi acompanhado por alterações neuroquímicas no cérebro. É amplamente sabido que o nosso intestino é uma “espécie de segundo cérebro”, produzindo mais serotonina do que o próprio cérebro! O neurotransmissor serotonina é conhecido por ter uma influência positiva no nosso humor.

Estudo: Reduced anxiety-like behavior and central neurochemical change in germ-free mice

Diabetes

De acordo com um estudo dinamarquês  a população bacteriana nos intestinos de doentes diabéticos difere da população não diabética. Segundo os investigadores, a diabetes tipo 2 em humanos está ligada a mudanças na composição da microbiota intestinal, destacando a ligação entre doenças metabólicas e populações bacterianas no intestino.

Estudo: Gut Microbiota in Human Adults with Type 2 Diabetes Differs from Non-Diabetic Adults

Dermatite atópica moderada

Segundo um estudo publicado no Journal of the American Medical Association, realizado durante 12 semanas em 50 crianças com dermatite atópica moderada (DAM), estas beneficiaram de uma redução significativa dos sintomas associados à DAM assim como uma menor utilização de corticosteroides tópicos.

Estudo:  Effect of Oral Administration of a Mixture of Probiotic Strains on SCORAD Index and Use of Topical Steroids in Young Patients With Moderate Atopic Dermatitis (A Randomized Clinical Trial).

Epigenética ou expressão genética

A saúde intestinal demonstrou ser uma variável muito poderosa da epigenética, um campo de medicina de ponta que destaca o papel que o estilo de vida desempenha em relação à expressão genética.

“Novas pesquisas estão a ajudar a desvendar a mecânica de como o microbioma intestinal se comunica com as células de seu hospedeiro para ativar e desativar os genes. O estudo revela como os metabólitos produzidos pelas bactérias no estômago se comunicam quimicamente com as células, incluindo células muito além do cólon, para ditar a expressão genética e a saúde em seu hospedeiro “.

Estudo: Gut’s microbial community shown to influence host gene expression

Obesidade

Como os probióticos podem ajudar a combater a obesidade, otimizar a flora intestinal é muito importantes nas pessoas que necessitam de perder peso.

Estudo: From gut microbiota dysfunction to obesity – could short-chain fatty acids stop this dangerous course?

Antibióticos, qual o perigo?

Os antibióticos matam indiscriminadamente as bactérias do intestino, tanto as boas como as más. É por isso que infeções secundárias e diminuição da função imunológica são efeitos colaterais dos antibióticos. A exposição crónica a baixas doses de antibióticos através da nossa alimentação também afeta o nosso microbioma intestinal, o que pode resultar em problemas crónicos de saúde e aumento do risco de resistência a medicamentos.

Cerca de 80% dos antibióticos vendidos nos EUA são usados na produção de alimentos, incluindo antibióticos administrados a animais que vivem em explorações industriais concentradas de alimentação animal.

Diarreia causada por antibióticos

É usual um desequilíbrio na flora intestinal causado pela toma de antibióticos. A diarreia é um efeito secundário frequentemente associado à toma de antibióticos e pode surgir durante a toma ou até 2 meses após o final do tratamento. Um artigo do médico Jorge Fonseca, especialista em gastroenterologia.

A incidência deste tipo de diarreia depende de inúmeros fatores tais como:

  • Antibiótico administrado,
  • Duração do tratamento,
  • Contacto com agentes infeciosos,
  • Suscetibilidade do doente em questão.

Independentemente dos mecanismos envolvidos na etiologia da diarreia infeciosa, pode observar-se, habitualmente, um desequilíbrio da flora intestinal.

O método principal de proteção do ecossistema intestinal contra a agressão microbiana é a ação sinérgica dos seus mecanismos de regulação e defesa, a saber:

  • Barreira microbiana,
  • Barreira imunitária,
  • Movimentos intestinais.

São estes mecanismos que asseguram uma situação de equilíbrio, sendo também os principais meios de defesa do ecossistema intestinal contra as agressões de origem microbiana exógenas ou endógenas.

Diarreia aguda, como se trata?

Uma das principais consequências da diarreia é a desidratação, pelo que a primeira medida a implementar é a reposição de líquidos e sais para garantir a hidratação. Também se deve ter cuidado com a alimentação e ingerir alimentos que reduzam a diarreia. Se necessário, podem ser administrados medicamentos para alívio dos sintomas.

O tratamento com fármacos antidiarreicos (Ex: Imodium® ou loperamida) com ação obstipante, apesar de ser muito comum, não traz benefícios práticos em casos de diarreia aguda. Estes medicamentos podem diminuir a frequência de dejeções, no entanto não aceleram a eliminação dos agentes patogénicos.

A utilização de antibióticos no tratamento da diarreia apenas é recomendada em casos muito específicos e requer sempre a avaliação médica.

Alguns microrganismos vivos (bactérias e leveduras), tais como Lactobacillus rhamnosus, Bifidobacterium bifidum Saccharomyces boulardii, não patogénicos, são utilizados na prevenção e tratamento da diarreia provocada por diferentes agentes etiológicos.

Para que estes microrganismos exerçam a sua ação benéfica no intestino, é necessário que os mesmos sejam resistentes à acidez do estômago, aos fluidos intestinais e à temperatura corporal (aproximadamente 37ºC). Estes microrganismos, ao modificarem a composição da microbiota intestinal, criam condições que limitam a multiplicação dos agentes patogénicos.

Saccharomyces boulardii (Ex: UL 250 ®) – Tratamento da diarreia aguda e prevenção da diarreia associada à toma de antibióticos

A temperatura ideal para o Saccharomyces boulardii é entre os 22-30ºC, no entanto esta levedura sobrevive aos 37ºC, dando-lhe a vantagem de ser um dos microrganismos vivos utilizados que melhor resiste à temperatura do corpo humano.

O efeito benéfico de S. boulardii é conseguido através de diversos mecanismos, entre os quais a adesão à superfície da mucosa intestinal, competindo com os agentes patogénicos; fortalecimento do efeito barreira da mucosa intestinal e estimulação das defesas imunitárias não específicas.

A associação de Saccharomyces boulardii à terapêutica com antibióticos, em crianças e adultos, reduz o risco de ocorrência de diarreia associada à toma de antibióticos.

Porque é difícil evitar os efeitos negativos?

Evitar os efeitos negativos dos antibióticos no microbioma intestinal não é fácil por diversas ordens de razão, a saber:

  • Os antibióticos mais usados matam indiscriminadamente uma enorme quantidade de bactérias boas e más;
  • Os mais usados e prescritos pela comunidade médica são antibióticos de largo espectro ou seja matam uma diversidade maior de estirpes bacterianas do que as que seriam desejáveis;
  • A toma de um probiótico durante o tratamento é pouco eficaz pois é grande a probabilidade de o antibiótico matar a maior parte das bactérias boas contidas no probiótico;
  • A “devastação” causada pelo antibiótico no microbioma instestinal é geralmente tão extensa que a recuperação das  bactérias boas perdidas é muito lenta, podendo levar mais de 2 meses… a correr bem… ou seja se não acontecerem mais infecções posteriores que “obriguem” a nova toma de antibiótico!

A toma de diversos antibióticos num curto espaço de tempo pode originar um ciclo vicioso devastador em que a falta de recuperação atempada do microbioma instestinal leva por sua vez a uma debilidade imunitária que por sua vez potencia o aparecimento de novas infecções e consequentemente novos tratamentos com antibióticos… alimentando este ciclo vicioso que em alguns doentes parece infindável!

Nestes casos é ainda mais imperioso que o médico implemente uma estratégia “agressiva” de recuperação do microbioma intestinal.

Como recuperar o microbioma intestinal?

Recuperar o microbioma intestinal não é fácil mas é de facto uma tarefa da maior importância principalmente após um tratamento antibiótico. Assim devem ser tomadas as seguintes medidas:

  • Tomar Saccharomyces boulardii  (UL 250®) durante a terapêutica com antibióticos pois sendo uma levedura (não bactéria) não é afectada pelo medicamento. O  Saccharomyces boulardii, apesar de por si só não ser suficiente para “repovoar a flora intestinal” vai no entanto ocupar, na mucosa intestinal, um espaço que caso contrário seria rapidamente conquistado por bactérias patogénicas.
  • Após a toma do antibiótico, passados 2 a 3 dias, começar a tomar um suplemento de qualidade (resistente à temperatura e ao ácido do estómago) que contenha prebióticos e também a maior diversidade possível de bactérias probióticas (Ex: Atyflor® saquetas). Esta toma deve ser feita pelo menos 10 dias após terminar o antibiótico e nos casos de maior debilidade imunitária deve ser prolongada até um mês, se necessário.
  • Retirar os açúcares da alimentação pois são o alimento “adorado” das bactérias patogénicas!
  • Comer iogurtes com probióticos e alimentos de origem vegetal que mais adiante são descritos neste artigo.

Esporobióticos

Os esporobióticos são uma novidade recente. Uma das poucas formas de suplementos que podem ser tomados durante o tratamento com antibióticos são os esporabioticos que podem ajudar mais efetivamente a restabelecer o microbioma intestinal, já que eles não são destruídos por antibióticos pois são constituidos apenas por uma parte da estrutura da parede bacteriana que contém o ADN responsável pela resposta imunitária do nosso organismo.

Nos doentes com infecções muito graves e sistema imunitário muito debilitado o médico tem de ponderar cuidadosamente a dose de probióticos a administrar em função da experiência clínica adquirida com outros doentes em situação semelhante, pois não existe uma “formula mágica” que possa ser aplicada por igual a todos os doentes com patologias graves!

Alimentos fermentados: Qual a importância?

O valor dos alimentos fermentados consiste em ajudar a “curar e selar” o intestino como um meio de aumentar a saúde e / ou reverter doenças. O cultivo de vegetais é fácil e barato. Você também pode fazer seu próprio iogurte caseiro. Outros exemplos de alimentos fermentados incluem kefir, kimchi, natto e chucrute tal como já referido anteriormente. Esses alimentos não só contêm boas bactérias, mas também estão associados aos seguintes benefícios para a saúde:

  • Nutrientes essenciais ricos em vitaminas;
  • Reforçam o sistema imunitário;
  • Desintoxicação poderosa do organismo;

Nutrientes ricos em vitaminas

Alguns alimentos fermentados são excelentes fontes de nutrientes essenciais, como a vitamina K2, que ajuda a prevenir a osteoporose e a aterosclerose, também conhecida como endurecimento das artérias. A coalhada de queijo é uma excelente fonte de probióticos e vitamina K2, assim como certos alimentos fermentados, como o natto, ou vegetais fermentados em casa, usando uma cultura inicial de bactérias produtoras de vitamina K2. Alimentos fermentados também produzem muitas vitaminas do complexo B.

Sistema imunitário

Como cerca de 80% do seu sistema imunitário está localizado no intestino, os probióticos desempenham um papel crucial na manutenção do bom funcionamento do aparelho digestivo. Um intestino saudável é a sua primeira defesa contra a doença e um fator importante para ajudar a manter e optimizar a saúde e o bem-estar.

Desintoxicante poderoso

Alimentos fermentados são alguns dos melhores quelantes disponíveis. As bactérias benéficas nesses alimentos são desintoxicantes altamente potentes, capazes de extrair uma gama de toxinas e metais pesados da corrente sanguínea, que são então eliminados pelos rins.

Relação Custo-benefício

Adicionar uma pequena quantidade de alimentos fermentados a cada refeição é económico porque contém 100 vezes os probióticos do suplemento médio. Dado que um probiótico de alta qualidade é caro, podemos cultivar vegetais por uma fração do custo.

Microflora com variedade natural

Se variarmos os tipos de alimentos fermentados e cultivados que comemos vamos beneficiar de uma variedade muito maior de bactérias benéficas do que jamais poderíamos receber em forma de suplemento.

melhorsaude.org melhor blog de saude

Sono e prebióticos

Em pesquisas de laboratório envolvendo ratos jovens, os prebióticos da dieta mostraram ter um efeito significativo sobre os ciclos do sono REM e NREM, que podem afetar positivamente a qualidade do sono. Pesquisadores que estudaram o efeito dos prebióticos na saúde intestinal e no sono REM deram aos animais testados uma dieta rica em prebióticos a partir das 3 semanas de idade, e descobriram o seguinte:

  • Ratos que comeram prebióticos tiveram um aumento nas bactérias intestinais benéficas em comparação com o grupo controle;
  • À medida que as bactérias boas metabolizam a fibra prebiótica, elas não apenas crescem e se multiplicam, mas também excretam um metabólito benéfico para a saúde do cérebro;
  • O grupo que come uma dieta rica em prebióticos passou mais tempo em sono NREM reparador e revigorante do que aqueles que comem a dieta controle;
  • Ratos que comem alimentos prebióticos passaram mais tempo no sono REM após estarem stressados, o que é importante para promover a recuperação.

Estudos:

Os autores do estudo afirmaram: “Dado que uma adequada duração de sono NREM e uma nutrição saudável podem influenciar o desenvolvimento e função do cérebro, e que os problemas de sono são comuns no início da vida, é possível que uma dieta rica em prebióticos desde o nascimento possa ajudar a melhorar o sono, apoiar a microbiota intestinal e promover a saúde mental / psicológica ideal “.

Depressão probióticos e saúde intestinal

Em 2017, um pequeno estudo randomizado controlado com placebo envolvendo 44 adultos diagnosticados com síndrome do intestino irritável (SII) e depressão ou ansiedade ligeira a moderada constatou que o probiótico Bifidobacterium longum NCC3001 proporcionou alívio da depressão.

Metade dos participantes recebeu o probiótico, enquanto a outra metade recebeu um placebo. Às seis semanas, 64% do grupo de tratamento tinham índices de depressão reduzidos em comparação com 32% do grupo controle.

Aqueles que receberam o probiótico também relataram menos sintomas de Síndrome do Intestino Irritável e melhoraram a qualidade de vida geral. No final de 10 semanas, aproximadamente o dobro do grupo de tratamento ainda relatava níveis mais baixos de depressão.

Estudo:

Outros estudos relevantes: Microbiota intestinal e depressão

Depressão e a inflamação do intestino

Vários estudos confirmaram que a inflamação gastrointestinal pode desempenhar um papel crítico no desenvolvimento da depressão e que as bactérias saudáveis podem ser uma parte importante do tratamento. Por exemplo, uma revisão científica húngara publicada em 2011, com o título   Role of gastrointestinal inflammations in the development and treatment of depression fez as seguintes observações:

  1. Depressão é freqüentemente encontrada associada a um quadro clinico de inflamação gastrointestinal, assim como doenças autoimunes, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas e a inflamação crónica de baixo grau é um fator muito significativo em todas essas doenças. Assim, “a depressão pode ser uma manifestação neuropsiquiátrica de uma síndrome inflamatória crónica”;
  2. Vários estudos clínicos demonstraram que o tratamento da inflamação gastrointestinal com probióticos, gorduras ômega-3 e vitaminas B e D também melhora os sintomas da depressão ao atenuar os estímulos pró-inflamatórios no cérebro;
  3. A pesquisa sugere que a causa primária da inflamação pode ser a disfunção do “eixo intestino-cerebral”. A conexão intestino-cerebral é bem reconhecida como um princípio básico da fisiologia e da medicina. O intestino age como um segundo cérebro e, na verdade, é criado a partir do tecido idêntico ao cérebro durante a gestação.

Se consumirmos demasiados alimentos processados e açúcares, as boas bactérias intestinais serão gravemente comprometidas porque os alimentos processados tendem a dizimar a microflora saudável. Isso deixa um vazio que é preenchido por bactérias patogénicas causadoras de doenças, leveduras e fungos que, pelo contrário, promovem a inflamação.

Pesquisas anteriores também demonstraram que os probióticos têm o poder de alterar sua função cerebral, de modo que o estudo em destaque não é o único a esse respeito. E, enquanto Bercik e a sua equipa de investigadores não conseguiram encontrar uma redução na ansiedade, um estudo feito em ratos  descobriu que o Bifidobacterium longum NCC3001 – a mesma estirpe usada no estudo de Bercik – normalizou o comportamento semelhante à ansiedade em animais com colite infecciosa. Aqui, o efeito anti-ansiedade foi atribuído à modulação das vias vagais no eixo intestino-cerebral.

Estudos:

Outra pesquisa  mostrou que o probiótico Lactobacillus rhamnosus tem um efeito marcante nos níveis de GABA – um neurotransmissor inibitório envolvido na regulação de muitos processos fisiológicos e psicológicos – em certas regiões do cérebro, reduzindo a corticosterona que é uma hormona induzida pelo stress. Como resultado, o comprtamento associado à ansiedade e depressão diminuiram. Ligações fortes entre o microbioma intestinal a esquizofrenia e o transtorno bipolar também foram encontradas.

Estudo: The microbiome, immunity, and schizophrenia and bipolar disorder

Imunidade e probióticos

Muitas pessoas quando ouvem a palavra “bactérias” pensam logo locais sujos ou doenças! No entanto, a verdade é que os triliões de micróbios que vivem no nosso intestino e que compõem a microbiota intestinal cumprem as principais funções para a nossa sobrevivência.

Eles não só nos ajudam na digestão de certos alimentos e na extração nutrientes e vitaminas, como também educam o nosso sistema imunológico para nos proteger contra doenças auto-imunes, nas quais o sistema imunitário ataca “por engano” as células saudáveis do próprio corpo.

Nesse sentido, uma  pesquisa com ratos descobriu que o microbioma intestinal pode ajudar a proteger contra doenças inflamatórias intestinais (IBD) e, em particular, a colite ulcerativa.

Numa publicação na revista Cell, a equipa de investigadores do Instituto de Pesquisa Biomédica, August Pi i Sunyer (IDIBAPS), em Barcelona, e a Universidade de Calgary, no Canadá, relatam a recente descoberta do mecanismo pelo qual a microbiota intestinal regula a resposta imune do corpo.

“Vimos que uma proteína expressa por bactérias (chamadas bacteroides) da microbiota intestinal age para prevenir IBD no recrutamento de células brancas do sangue para matar uma célula do sistema imunitário que é responsável por orquestrar IBD”, diz Kathy McCoy, da Escola Cumming Medicine, na Universidade de Calgary.

“Acreditamos que este mecanismo provavelmente está envolvido na prevenção de muitas pessoas que desenvolvem IBD”, acrescenta.

No mesmo estudo, os pesquisadores também observaram que a proteína expressa pela bactéria é praticamente idêntica à proteína expressa pelas células responsáveis pela produção de insulina no pâncreas. Assim, os linfócitos CD8 podem erradamente atacar células pancreáticas e causar diabetes tipo 1.

Em humanos, os linfócitos CD8 reagem tanto ao antígénio  Bacteroides quanto às células pancreáticas. Os pesquisadores sequenciaram a microbiota intestinal de 23 indivíduos divididos em quatro grupos (saudável, com colite ulcerativa, Crohn e diabetes) e observaram que a proteína bacteriana estava presente nos quatro grupos de indivíduos.

“O que ainda não sabemos é se o facto de que os linfócitos reconhecem proteínas no intestino em humanos tem as mesmas consequências protetoras contra a colite que observamos em ratos, embora suspeitarmos que sim”, diz Pere Santamaria , líder do grupo na Idibaps e professor da Universidade de Calgary.

Ele acrescenta: “Estes linfócitos existem no corpo para proteger as pessoas contra a colite. No entanto, o preço a pagar é que às vezes esses linfócitos também podem reagir com um antígénio muito similar que é expresso nas células do pâncreas e causa diabetes tipo 1″

“E se descobrimos este exemplo, é muito provável que haja muitos outros casos de ‘mimetismo molecular’ entre proteínas microbianas e proteínas expressas em tecidos ou órgãos específicos do organismo. Esses novos casos antecipados podem ajudar a explicar as relações entre a presença ou ausência de certas bactérias na microbiota e mudanças na incidência ou prevalência de certas doenças auto-imunes ao nível da população”, acrescenta.

Como o motivo dessa reactividade cruzada provavelmente tem a ver com a evolução, agora os investigadores estão a estudar se essa relação entre o microbioma e o sistema imunológico é unidirecional ou bidirecional ou seja, se o microbioma não apenas controla o funcionamento do sistema imunológico, mas também a interação com o sistema de defesa do organismo influencia a composição do microbioma.

Antibióticos e Esporobióticos

Os probióticos baseados em esporos, ou esporobioticos, são um excelente complemento para os probióticos regulares. Eles têm origem num género de bactérias chamadas Bacillus constituidas por diversas espécies patogénicas e não patogénicas.

Este género possui centenas de subespécies, sendo a mais importante o bacillus subtilis. Essencialmente, os esporabioticos são constituidos pela parede celular dos esporos do bacilo sendo a principal ferramenta para aumentar a tolerância imunológica.

Os esporobióticos não são afetados pelos antibióticos porque não contêm nenhuma linhagem de bacilos vivos, apenas os esporos (a camada protetora em redor do DNA e o mecanismo de trabalho desse DNA).

Os antibióticos matam indiscriminadamente as bactérias do intestino, tanto as boas como as más. É por isso que infecções secundárias e diminuição da função imunológica são efeitos colaterais dos antibióticos. A exposição crónica a baixas doses de antibióticos através da nossa alimentação também afeta o nosso microbioma intestinal, o que pode resultar em problemas crónicos de saúde e aumento do risco de resistência a medicamentos.

Cerca de 80% dos antibióticos vendidos nos EUA são usados na produção de alimentos, incluindo antibióticos administrados a animais que vivem em operações concentradas de alimentação animal. Os esporabioticos podem ajudar mais efetivamente a restabelecer o microbioma intestinal, já que eles não são destruídos por antibióticos.

Se não tem certeza de que os esporobióticos poderiam beneficiá-lo, saiba que muitos produtos acidophilus têm a desvantagem de não conseguir sobreviver à passagem pelo ácido do estômago, especialmente quando tomados com o estômago vazio.

Probióticos de baixa qualidade podem não estar vivos até o momento em que você os toma, o que significa que você receberá pouco ou nenhum benefício. Os esporos, por outro lado, uma vez estabelecidos em seu intestino, ajudam a melhorar a função de barreira intestinal. A barreira mucosa do seu intestino determina quais os nutrientes absorvidos e quais os excretados.

A barreira intestinal também influencia a função imunológica, e os esporos aumentam a tolerância imunológica, o que significa que eles ajudam a reparar os danos na barreira intestinal, como os causados pelo intestino permeável (permeabilidade intestinal).

O Dr. Dietrich Klinghardt, fundador da Academia Klinghardt em Washington, usou esporobioticos para o sucesso do tratamento de intolerâncias alimentares para aqueles que sofrem de ELA, autismo, doença de Lyme, esclerose multipla e doença de Parkinson.

Medicamentos não-antibióticos, qual o impacto no microbioma intestinal?

Um quarto dos medicamentos comporta-se como um antibiótico no intestino. Esta é uma das conclusões de um estudo publicado no Nature International Journal of Science em Março de 2018.

O estudo:

O jornal Observador fez uma tradução para Português, resumindo os pontos mais importantes deste interessante estudo.

Alguns medicamentos não-antibióticos inibem o crescimento das bactérias no intestino. Isso pode levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes, mas também explicar a eficácia desses medicamentos.

Um em cada quatro medicamentos recomendados para vários tipos de doenças inibe o crescimento de pelo menos uma bactéria dos intestinos. A avaliação do efeito na flora intestinal foi estudada em cerca de mil medicamentos.

Já se sabia que os antibióticos, enquanto medicamentos criados para matar bactérias, tinham um impacto negativo no microbioma do intestino — ou não fosse este maioritariamente constituído por bactérias.

Também já se suspeitava que outros medicamentos podiam provocar modificações neste microbioma.

“Muitos destes medicamentos, por inibirem os micróbios dos intestinos, desencadeiam efeitos secundários semelhantes aos dos antibióticos, incluindo problemas gastrointestinais e infeções com fungos (como aliás já é referido nas bulas desses medicamentos”, disse ao Observador Nassos Typas, investigador no EMBL. O que não se conhecia era extensão do problema.

A equipa liderada por investigadores do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL, na sigla em inglês) conseguiu, por um lado, demonstrar que não são apenas os medicamentos contra parasitas que provocam alterações na flora intestinal, mas que há medicamentos em todas as outras classes capazes de o fazer. Por outro lado, demonstrou que 250 medicamentos em 923 inibiam o crescimento de pelo menos uma bactéria, das 40 selecionadas como mais comuns nos intestinos humanos.

Este trabalho foi feito em laboratório testando cada medicamento em cada bactéria isoladamente. Falta saber que efeito terá o medicamento num intestino vivo, quando as bactérias não vivem isoladas, mas em comunidade.

Medicamentos com mais impacto

Por agora, os investigadores identificaram as seis classes de medicamentos que apresentaram maior impacto no microbioma:

  • Medicamentos para a hipertensão,
  • Contra o cancro,
  • Para o estômago, como os Inibidores da Bomba de Protões (IBP),
  • Antipsicóticos,
  • Anti-histamínicos,
  • Contraceptivos hormonais.

Inibidores da bomba de protões

Como exemplo temos um estudo de 2020 publicado no prestigiado jornal gut.bmj.com que estudou os inibidores da bomba de protões (IBP) que são medicamentos eficazes e seguros quando corretamente utilizados. No entanto o seu uso prolongado pode causar diversos efeitos adversos, entre os quais alterações do microbioma intestinal.

Este tipo de alterações tem vindo a ser associado à patogénese de doenças metabólicas, como a diabetes. Os autores analisaram prospectivamente três estudos de coortes, num total de 204 689 participantes, concluindo que os utilizadores regulares de IBP tinham um risco de desenvolver diabetes 24% superior aos não utilizadores (taxa de risco (HR) de 1,24), risco este que aumentava com maior duração de uso dos IBP.

Estudo: Regular use of proton pump inhibitors and risk of type 2 diabetes: results from three prospective cohort studies

Impacto na flora intestinal

“Neste momento ainda não sabemos”, admitiu Nassos Typas, líder do grupo Dissecando o Estilo de Vida Bacteriano e as Interações Entre Espécies com Abordagens dos Sistemas. “Certamente que vai variar consoante o tipo de micróbios que cada pessoa tiver e aqueles que forem alvo do medicamento, mas também depende da saúde humana e da fisiologia.”

Esta mudança da composição das bactérias do intestino contribui para os efeitos secundários dos medicamentos, mas também podem fazer parte da ação benéfica desse medicamento”, disse em comunicado de imprensa Peer Bork, líder do grupo de Decifrando a Função e Evolução dos Sistemas Biológicos.

Ou seja, o facto de os medicamentos serem capazes de alterar as comunidades de bactérias no intestino pode fazer com que potenciem o seu efeito no problema que pretendem tratar. Isto significa que há muito trabalho a fazer no que diz respeito ao impacto que cada medicamento tem no microbioma intestinal, porque isto pode trazer um aumento do conhecimento da ação do medicamento e da sua eficácia, refere em comunicado de imprensa Kiran Patil, líder do grupo de Arquitetura e Regulação das Redes Metabólicas.

E estes impactos são revertidos uma vez que se deixe de tomar esse medicamento? “Boa pergunta. Precisamos de testar”, disse Nassos Typas. “Mas é preciso lembrar que alguns destes medicamentos são tomados toda a vida.” Além de não conhecer o impacto a curto prazo ou se este pode ser revertido, os investigadores também não sabem quais os impactos a longo prazo. Mas sabem que os microbiomas menos diversos têm sido associados a determinadas doenças, como lembrou o investigador.

Estudar a interação dos medicamentos (não-antibióticos) com as bactérias do intestino também se mostra importante para a medicina personalizada. Como cada pessoa pode ter uma comunidade de bactérias diferente no intestino, a forma de ação do medicamento na presença ou ausência de determinadas bactérias também pode ser diferente.

Mas se esta alteração do microbioma pode ter um efeito benéfico ou mostrar algum potencial para uma medicina personalizada mais eficaz, também tem um lado menos positivo relacionado com o desenvolvimento de bactérias resistentes a antibióticos. “Isto tem de ser avaliado com cuidado”, disse Nassos Typas. “Identificámos o risco, mas o grau em que ocorre nos doentes ainda tem de ser testado.”

Existe o risco de uma bactéria que desenvolva resistência a um medicamento que não seja antibiótico, também desenvolva resistência a um antibiótico. Ou que uma bactéria comensal (que vive em simbiose no nosso intestino) que ganhe resistência passe esse gene a uma bactéria patogénica.

Quanto mais resistente aos antibióticos for a nossa flora intestinal comensal, maior será a probabilidade de que esta característica passe para os patogénios”, alertou Nassos Typas.

Mas ter uma bactéria resistente aos antibióticos ou aos outros medicamentos não significa que todas as bactérias o sejam. Pode acontecer que uma bactéria resistente a um antibiótico seja mais sensível a outro. Conhecer estas situações é importante para combater bactérias resistentes. Tal como é importante conhecer que medicamentos não-antibióticos podem combater determinadas bactérias.

“Se tiverem uma ação forte contra um patogénio específico, é possível usá-los tal como são”, disse Nassos Typas, referindo-se aos medicamentos que ainda não são classificados de antibióticos. “Alternativamente, o suporte principal pode servir de base ao desenvolvimentos de novos fármacos com uma atividade antibacteriana mais forte (e, talvez, sem outros efeitos secundários no hospedeiro).”

Alzheimer e conexão intestino-cérebro

Uma nova pesquisa traz mais evidências de que a microbiota intestinal tem um papel na etiologia da doença de Alzheimer (DA).

O estudo revelou uma associação entre alterações na microbiota intestinal – ácidos biliares produzidos e biomarcadores em neuroimagem estrutural e funcional ligadas à DA, assim como biomarcadores no líquido cefalorraquidiano (LCR) amilóide β e tau.

Os achados representam “mais evidências sobre o papel do ácido biliar na doença de Alzheimer”, disse o pesquisador principal Kwangsik Nho, do Center for Neuroimaging na Indiana University School of Medicineem Indianápolis (EUA).

“As vias metabólicas do ácido biliar podem levar à identificação de metabólitos protetores contra o Alzheimer e podem possibilitar novas estratégias terapêuticas, se o papel causal puder ser demonstrado em estudos futuros”, disse Nho durante uma entrevista coletiva focada em pesquisas sobre o eixo intestino-cérebro na Alzheimer’s Association International Conference (AAIC) 2018.

“Novas terapias baseadas na modulação da microbiota intestinal com o uso de drogas ou probióticos podem ser as novas formas de tratar a doença de Alzheimer.”

Saúde intestinal ligada à saúde do cérebro

Em uma tentativa de ligar mudanças metabólicas periféricas com alterações no cérebro na DA, Nho e colaboradores analisaram dados de 1.562 adultos idosos em estágio inicial do Alzheimer ou que estavam em risco de DA na coorte da Alzheimer’s Disease Neuroimaging Initiative.

Eles avaliaram a associação de ácidos biliares com biomarcadores no LCR e biomarcadores em neuroimagem, como atrofia mensurada por RM e metabolismo de glicose no cérebro medida por FDG-PET scan (tomografia de emissão de pósitrons com fluorodeoxiglicose).

Nho elencou os três principais achados do estudo.

O primeiro achado foi que baixas concentrações séricas de ácidos biliares primários sintetizados no fígado a partir do colesterol tiveram associação estatisticamente significativa com pior função cognitiva, menor volume hipocampal e diminuição do metabolismo de glicose no cérebro.

Em segundo lugar, maiores concentrações séricas de ácidos biliares secundários produzidos por bactérias intestinais tiveram associação estatisticamente significante com maiores níveis de tau fosforilada e tau total no LCR, assim como maior atrofia estrutural cerebral e diminuição no metabolismo de glicose no cérebro.

O terceiro achado foi de um aumento na proporção entre ácidos biliares produzidos por bactérias em relação aos ácidos biliares primários no sangue que tiveram associação estatisticamente significativa com menores valores de Aβ1-42 no LCR, mais atrofia estrutural cerebral, e diminuição do metabolismo de glicose no cérebro.

Uma nova fronteira

“Ainda em fase inicial, a pesquisa sobre a microbiota intestinal é muito interessante, pois nos dá uma nova visão sobre a importância da dieta e nutrição para a saúde do cérebro”, disse Maria Carrillo, diretora científica da Alzheimer’s Association em um comunicado à imprensa.

“Por exemplo, este trabalho pode nos dizer mais sobre como e por que as ‘gorduras boas’ ajudam a manter a saúde do cérebro, e pode nos ajudar a guiar nossas escolhas de alimentos para um cérebro saudável.”

“Além disso, se for o caso destas bactérias intestinais serem marcadores efetivos e acurados de causa ou progressão da doença de Alzheimer, ou ambos, elas poderão ser úteis como uma ferramenta de triagem não invasiva – um simples exame de sangue. Elas poderiam então ser usadas para identificar pessoas com alto risco para ensaios clínicos ou acompanhar a evolução do tratamento. Contudo, ainda estamos dando o primeiro passo. Nós ainda não sabemos exatamente o que significam estas mudanças observadas – especialmente em modelos animais – se elas são a causa ou o efeito.”

A moderadora da entrevista Martha Clare Morris da Rush University, Chicago, Illinois (EUA), disse que as pesquisas sobre o eixo intestino-cérebro e sua relação com a doença de Alzheimer são a “nova fronteira da ciência” que podem levar a novas descobertas sobre a prevenção e tratamento desta doença.

“Os últimos 15 anos de pesquisa demostraram que a dieta é um fator de risco importante no desenvolvimento da doença de Alzheimer. Este novo campo de pesquisa está revelando como padrões de alimentação podem estar relacionados com a saúde do cérebro e a demência”, disse Martha Clare.

Ela destacou que a Alzheimer’s Association deu um “grande passo” no avanço do conhecimento ao financiar o estudo US Study to Protect Brain Health Through Lifestyle Intervention to Reduce Risk (US POINTER). A hipótese deste estudo é que o tratamento combinado de dieta saudável, exercício, estimulação cognitiva e social, e tratamento de doenças cardiovasculares previnem o declínio das habilidades cognitivas e o desenvolvimento da doença de Alzheimer.

O estudo foi financiado por US National Institute on Aging e National Library of Medicine e apresentado na Alzheimer’s Association International Conference (AAIC) 2018. Resumo 26438 de  24 julho de 2018.

Concluindo

Um intestino saudável aumentará a imunidade, ajudará o corpo a resistir a doenças e afetará positivamente a saúde e bem-estar físico e psicológico!

Seja qual for a abordagem que decida, para optimizar o  intestino e o microbioma é essencial:

  • Eliminar açúcares,
  • Comer alimentos prebióticos,
  • Comer alimentos fermentados,
  • Tomar um probiótico ou esporobiótico.

Fique bem

Franklim Fernandes

Bibliografia:

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Medicamentos, doenças, dores e alimentação saudável