Fungo ou micose no pé o chamado Pé-de-atleta , frieira no pé ou tinea pedis são sinónimos da mesma doença. Segundo a Yale School of Medicine qualquer pessoa pode contrair pé de atleta, apesar das pessoas activas, que praticam actividades desportivas, serem mais susceptíveis de contrair a infecção, tal como os que trabalham em ambientes quentes e húmidos. O pé-de-atleta é mais frequente nos meses mais quentes e húmidos do ano, por ser mais comum neste tipo de climas. Mais de 70% da população é afectada por pé-de-atleta ao longo da vida.
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Neste artigo vou responder ás seguintes perguntas:
- Micose no pé ou pé-de-atleta o que é?
- Micose no pé ou pé de atleta: Quais os fungos causadores?
- Qual a lista completa de fungos causadores de micose no pé ou pé de atleta?
- Que factores afectam a transmissão?
- Que tipos de pé de atleta existem?
- Micose do pé: Quais os sintomas?
- Micose do pé: Como se apanha?
- Quais os principais factores de risco?
- Qual a lista completa dos factores de risco?
- Quais as complicações mais graves?
- Micose do pé: Qual o melhor tratamento?
- O que são alilaminas e derivados do imidazol?
- Em que forma farmacêutica estão disponiveis os antifungicos?
- Quanto tempo deve durar o tratamento?
- Quais os efeitos secundários dos antifungicos?
- Porque acontecem as reinfecções?
- Micose do pé: Como se previne?
Leia também: Celulite causas e como tratar toda a verdade!
Micose no pé ou pé-de-atleta o que é?
É um problema de pele incómodo que, quando aparece, pode tornar-se difícil de eliminar. Contudo, com tratamento adequado, esta situação pode ser resolvida rapidamente. Ocorre tipicamente entre os dedos dos pés, mas também na sola e nas partes laterais do pé.
Na sua fase inicial não se observam muitos sinais, mas, à medida que a infecção avança, causa comichão e a pele pode tornar-se;
- Dolorosamente sensível,
- Vermelha,
- Com mau odor,
- Ficar em ferida.
Infelizmente as pessoas que sofrem de pé de atleta nem sempre se tratam. A ideia de esconder os pés dentro das meias e dos sapatos poderá parecer tentadora. Todavia, existe a possibilidade da infecção se alastrar às unhas dos dedos dos pés, ou de transmitir a doença aos familiares. Por estas razões, a saúde dos pés é um factor essencial para o bem-estar do indivíduo e para evitar o contágio de pé-de-atleta.
Causas e fungos principais
- Epidermophyton,
- Trichophyton,
- Microsporum.
Três espécies de fungos, juntos são responsáveis pela grande maioria dos casos de tinea pedis em todo o mundo, a saber:
- Trichophyton rubrum,
- Trichophyton mentagrophytes,
- Epidermophyton floccosum.
Destes organismos queratinofílicos, o Trichophyton rubrum é o agente patogénico mais comum associado com tinea pedis crónica. responsável por mais de 76% de todas as infecções por dermatófitos, incluindo tinea pedis e pode ser responsável por mais de 2/3 de todas as infecções tinea pedis.
A disseminação de infecções com este fungo têm sido atribuídas a grandes movimentos de população durante a Segunda Guerra Mundial. Surtos de infecção da pele glabra têm sido associados com o contacto com, escamas de pele infectadas descamadas. Isso pode ocorrer em campos militares e nas fábricas.
Estudo:
-
Dermatology for the practicing allergist: Tinea pedis and its complications; Muhannad Al Hasan, S Matthew Fitzgerald, Mahnaz Saoudian, and Guha Krishnaswamy; Clin Mol Allergy. 2004; 2: 5. Published online 2004 Mar 29.
Tinea pedis lista de fungos causadores
A lista de fungos causadores de tinea pedis é a seguinte:
1. Trichophyton |
a. T. rubrum |
b. T. mentagrophytes |
c. T. tonsurans |
2. Epidermophyton |
a. E. floccosum |
3. Microsporum |
a. M. canis |
Contágio ou transmissão
Os factores que afectam a transmissão destes agentes patogénicos dermatofíticas estão dependentes da fonte de infecção, que é normalmente um humano (antropofílica), animais (zoofílico) ou o solo (geofílico).
O pé de atleta é comum, sendo a forma mais habitual de infecção fúngica cutânea. Ocorre com mais frequência e gravidade nos meses mais quentes do ano. Os indivíduos que usam piscinas ou instalações desportivas públicas correm maior risco de desenvolver tinea pedis que a população geral. No entanto, pode ser adquirida no lar se um ou mais membros da família estiverem infectados.
Alguns desportos, como a corrida de longa distância, podem causar trauma crónico que também proporciona aos fungos a oportunidade para invadir as camadas externas da pele. É uma doença contagiosa, podendo-se transmitir por contacto directo, ou por transmissão indirecta, através de, por exemplo:
- Meias,
- Sapatos,
- Toalhas,
- Superfícies de piscinas ou duches.
O calor e humidade são factores de predisposição. O risco de infecção aumenta com a sudação abundante ou com o calçado oclusivo, que impede a dispersão do calor e a evaporação da humidade.
Pé-de-atleta que tipos existem?
Existem 3 tipos diferentes de pé-de-atleta, a saber:
- Interdigital
- “Mocassin”
- Vesicular
Interdigital
- A forma mais comum de pé de atleta;
- Desenvolve-se nos espaços interdigitais (geralmente entre o 4º e o 5º dedos), mas pode-se estender à parte inferior e superior dos dedos.
“Mocassin”
- Este tipo de pé de atleta é caracterizado por descamação e pele espessa com inflamação;
- A infecção envolve a planta, calcanhar e laterais dos pés e adopta a forma de um mocassin ou chinelo (daí o nome);
- Em casos moderados a graves a pele pode ficar rosa, vermelha, ou ficar gretada, inflamada e com mau odor.
Vesicular
- É a forma mais grave, mas menos comum de pé de atleta;
- Causa habitualmente a formação de pequenas bolhas no peito e planta do pé;
- A gravidade pode variar, desde pequenas bolhas isoladas até formas mais graves, com bolhas grandes, que podem rebentar e formar feridas.
Sintomas
Na maioria dos casos, o primeiro sintoma do pé de atleta e também o mais irritante, é a comichão. Segue-se a vermelhidão, inflamação e a descamação da pele, bem como a sensação de ardor, especialmente entre os dedos dos pés.
A pele afectada poderá ficar esbranquiçada, frágil, com gretas ou bolhas. O simples andar poderá provocar a dor. O pé-de-atleta manifesta-se normalmente entre o quarto e quinto dedo do pé, mas é frequente afectar outras zonas do pé. Se a infecção não for tratada, o fungo poderá contaminar as unhas.
Caso a unha seja infectada, poderá observar-se uma alteração da sua cor (branca, amarelada ou acastanhada e quebradiça), ou do seu formato (espessamento da unha, por exemplo).
Examina os teus pés com regularidade e, acima de tudo, o espaço entre os dedos dos pés. Lembra-te: quanto mais cedo detectares os sintomas, mais rapidamente inicias o tratamento e mais cedo te livras do pé-de-atleta.
Resumindo, os sintomas podem ser:
- Comichão;
- Inflamação;
- vermelhidão;
- Pele a escamar;
- Ardor;
- Mau-cheiro;
- Gretas;
- Fissuras;
- Pele esbranquiçada e frágil.
Pé-de-atleta como se apanha?
O pé-de-atleta é altamente contagioso. As formas mais comuns de contágio são o contacto directo pele com pele ou indirecto em superfícies contaminadas como:
- Piscinas,
- Balneários,
- Casas de banho,
- Toalhas mal lavadas ou contaminadas,
- Banheiras,
- Calçado fechado, húmido e não arejado.
Qualquer pessoa, ao caminhar descalça perde constantemente escamas finíssimas de pele que se espalham pelo chão. Em pessoas infectadas, estas escamas contêm fungos que podem facilmente contagiar outras pessoas.
O contágio é mais frequente em locais como piscinas e balneários públicos ou através do uso de toalhas mal lavadas ou contaminadas, mas também em casa, pois basta um elemento da família estar contaminado, para contagiar facilmente o resto da família na casa de banho lá de casa. Banheiras e tapetes de pés, são locais propícios a contágios.
Ambientes quentes e húmidos como praias, piscinas e algum calçado fechado são locais propícios ao desenvolvimento de fungos. Nas praias e piscinas, o contágio é favorecido pela areia e água.
Factores de Risco
O principais factores de risco que potenciam o aparecimento do pé de atleta são:
- Diabetes;
- Obesidade;
- Imunossupressão;
- Idade;
- Trauma;
- Uso de calçado fechado;
- Participação em actividades desportivas.
A. Factores do hospedeiro |
1. Imunosupressão |
a.) Quimioterapia |
b.) Farmacos imunossupressores |
c.) Esteroides |
d.) Transplante de orgão |
e.) Sindrome da Imunodeficiência Adequirida (SIDA) |
2. Deficiente controlo da diabetes mellitus |
3. Obesidade |
4. Idade |
B. Factores locais |
1. Trauma |
2. Roupas apertadas |
3. Chuveiros publicos |
4. Ambientes quentes e húmidos |
Complicações da Tinea pedis
Celulite infecciosa da extremidade
A celulite infecciosa é uma infecção bacteriana das camadas subcutâneas da pele, o que geralmente resulta de uma lesão ou ferida da pele. Os factores predisponentes mais comuns para a celulite infecciosa incluem:
- Trauma,
- Ulceração,
- Insuficiência venosa e linfática,
- Doença vascular periférica.
As infecções tinea pedis, na maioria das vezes do tipo interdigital, podem ser complicadas por celulite infecciosa. Condições de humidade oclusivas em desenvolvimento nos espaços interdigitais infectados originam fissuras e maceração da pele. Isto enfraquece a barreira natural da pele e pode servir como um ponto de entrada para vários tipos de bactérias patogénicas, tais como:
- β-hemolíticos (grupo A, B C, F e G),
- Staphylcoccus aureus,
- Streptococcus pneumoniae, e
- Bacilos gram negativos
Todos estas bactérias foram associadas com celulite infecciosa, com o estreptococos β-hemolítico, a ser o mais prevalente.
Micose na unha onicomicose (unguum Tinea)
Tinea ungueal é uma infecção fúngica da unha geralmente com um dermatófito, na matriz, placa ou leito ungueal geralmente associado com tinea pedis. Tal como nas infecções tinea pedis, o T. rubrum é a principal causa de onicomicose subungueal.
Nem todas as unhas grossas, frágeis e descoloridas são devidas a infecções por dermatófitos. A onicomicose é responsável por cerca de um terço das infecções fúngicas da pele, mas apenas cerca de metade das onicomicoses são causadas por um dermatófito. Isto significa que uma cultura fúngica deve ser feita antes de ser decidido o tratamento.
Granuloma de Dermatophytid e Majocchi
Dermatophytid, também referida como a reacção de “ID”, é uma reacção imunológica secundária à tinea pedis, juntamente com outras infecções do tipo tinha. Frequentemente provoca erupções vesiculares ou pustulares perto do local da infecção ou nas palmas das mãos e dedos das mãos.
As reacções Dermatophytid podem ser o único sinal em infecções tinea pedis assintomáticos. A reacção geralmente diminui com a terapia antifúngica. Em alguns pacientes com invasão folicular, desenvolve-se um granuloma residual estéril. Isto é referido como granuloma de Majocchi e desaparece com o tempo.
Asma e doença atópica
Existem relatos de casos de asma associada com infecções dermatófitas. O investigador Ward e seus colaboradores descreveram “asma Trichophyton” em 12 pacientes adultos com rinite crónica e asma, que também demonstraram hipersensibilidade imediata para Trichophyton spp. 10 dos 12 pacientes também demonstraram reacções bronco-constritoras imediatas positivas para extractos de T. tonsurans. Esses pacientes tinham eosinofilia e rinossinusite crónica, além de funções compatíveis com o “aparecimento de asma intrínseca ou tardia”.
Os investigadores Mungan et ai. descreveram uma co-infecção com T. rubrum em pacientes com asma crónica que também tinham evidência de tinea pedis . Os patógenos dominantes eram T. rubrum (63,1%) e T. mentagrophytes (35,5%). Estes investigadores sugeriram que os pacientes com asma intrínseca necessária para ser testada para a sensibilidade ao Trichophyton spp.
Outros pesquisadores também discutiram uma possível relação entre infecções dermatófitas e asma. Hürliman e Fah descreveram 2 pacientes que apresentaram unguum tinea causado por T. rubrum, mas também sofriam de asma subjacente, rinite e eczema. A doença alérgica melhorou rapidamente quando os pacientes foram tratados com terbinafina. Quando aterapia foi interrompida ocorreu uma rápida recidiva.
Klein e os seus colaboradores descreveram um paciente com dermatite atópica que tinha em simultâneo tinea pedis e onicomicose. Culturas de pele positivas para T. rubrum e erupções de eczema atópico melhoraram com o uso de agentes antifúngicos.
Tratamento qual o melhor?
Alilaminas
- Terbinafina (ex. Lamisil®),
- Naftifina (ex. Exoderil®).
Derivados do imidazol
Os principais derivados do imidazol usados são:
- Clotrimazol (ex. Canesten®),
- Bifonazol (ex. Canespor®),
- Econazol (ex. Pevaryl®),
- Miconazol (ex. Daktarin®)
- Sertaconazol (ex. Dermofix®),
- Cetoconazol (ex. Nizoral®),
- Itraconazol (via oral apenas nos casos graves. Ex. Sporanox®),
- Fluconazol (via oral. Ex. Diflucan®).
Outros antifúngicos também podem ser eficazes tais como :
- Tolnaftato,
- Ciclopiroxolamina (ex. Mycoster®),
- Derivados clássicos do ácido undeconóico tópicos.
Muitos antifúngicos são eficazes, particularmente em casos não complicados, mas há poucos estudos comparativos. Segundo algumas fontes, a terbinafina tópica é de primeira escolha, mas noutros ensaios os imidazóis tópicos e a terbinafina parecem ter eficácia semelhante para obter cura micológica e sintomática. Há pouca evidência de diferenças entre os vários imidazóis. Por isso, pode ser difícil justificar a escolha de uma preparação em vez de outra.
Estudo:
Antifungicos disponíveis
Os antifúngicos estão disponíveis em diversas formas farmacêuticas. Cremes ou soluções são a forma mais efectiva de libertar ingredientes activos na epiderme. As preparações para pulverização cutânea e pós são menos eficazes porque se introduzem menos na pele; são provavelmente mais úteis associadas a creme ou solução ou na profilaxia para prevenir infecções recorrentes.
As pomadas estão indicadas para lesões hiperqueratósicas e as soluções em áreas intertriginosas ou pilosas. Na forma aguda inflamatória caracterizada por vermelhidão, exsudação e erupções vesiculares, a inflamação pode ser diminuída com soluções adstringentes de sais de alumínio antes de aplicar a terapia antifúngica. Antes de os pós antitranspirantes serem considerados uma opção, são necessárias mais provas de efectividade. Poderão ter um papel na prevenção.
Tempo de tratamento
Os doentes podem ser tentados a acabar o tratamento quando os sintomas diminuem, mas antes de a infecção ter sido erradicada. O doente deve completar a duração de tratamento recomendada. Para eliminar as lesões usualmente é necessário um tratamento tópico de 2 a 4 semanas com imidazóis e uma semana com terbinafina.
Habitualmente, os antifúngicos em creme são aplicados uma ou duas vezes por dia durante quatro semanas, excepto a terbinafina que, na maioria dos casos, é efectiva numa semana. As alilaminas são aplicadas uma vez ao dia. Após a cicatrização da pele o tratamento tópico geralmente deve continuar mais uma a duas semanas para erradicar qualquer material fúngico, que se aloja na camada de queratina, de modo a evitar recorrência. A aplicação deve incluir a área afectada e a pele normal em redor.
Efeitos secundários do tratamento
Tratamento por via tópica
Como efeitos secundários, a terapia antifúngica tópica causa às vezes reacções locais tais como:
- Comichão,
- Irritação,
- Eritema.
Se os efeitos ocasionados forem graves, deve ser interrompida a terapêutica. Se a inflamação for um problema, pode ser considerada a associação de um antifúngico com um corticosteróide, durante um curto período de tempo. O uso inadequado de corticosteróides pode disfarçar a infecção e pode, em ocasiões, fazer com que esta piore.
Tratamento por via oral
O tratamento oral raramente é necessário. É reservado para situações crónicas que não se resolvem, ou graves quando o tratamento tópico falha ou para infecção associada das unhas. No entanto, com o envolvimento da planta do pé (tipo “mocassim”), frequentemente é necessário tratamento sistémico.
Numa revisão de ensaios sobre os efeitos e custos do tratamento oral para infecções fúngicas do pé, dois ensaios comparam terbinafina e grisefulvina com resultados superiores da primeira. Não houve diferença significativa entre terbinafina e itraconazol, fluconazol e itraconazol ou cetoconazol, ou entre griseofulvina e cetoconazol, mas os ensaios geralmente foram com grupos pequenos.
Os antifúngicos por via oral causam diversos efeitos secundários tais como:
- Náusea,
- Dor abdominal,
- Vómito,
- Cefaleia,
- Diarreia,
- Rash.
- Alterações das transaminases hepáticas.
O cetoconazol está associado com toxicidade hepática fatal; deve ser considerada a relação benéfico/risco e os doentes devem ser vigiados. Fluconazol, itraconazol e terbinafina têm sido associados raramente com toxicidade hepática. Referida raramente insuficiência cardíaca com itraconazol; precaução quando se prescreve a doentes em risco.
Micose: Como prevenir sem medicamentos?
Outro determinante do sucesso terapêutico é a adesão a medidas não farmacológicas destinadas a complementar o efeito dos antifúngicos e a prevenir uma futura reinfecção. Algumas podem limitar o risco de desenvolver esta micose e são úteis para prevenir infecções secundárias, a saber:
- Manter a pele limpa e seca. O papel da higiene pessoal não está claro, mas é provavelmente prudente para os doentes a lavagem diária dos pés, tendo o cuidado de os secar bem, especialmente entre os dedos.
- O calor e a humidade agravam a situação; consequentemente, a transpiração excessiva é um problema subjacente e também deve ser tratada.
- Evitar calçado oclusivo. É recomendado o uso de calçado ligeiro e permeável, especialmente no tempo quente. Assegurar que os sapatos são adequados, já que em caso contrário podem causar trauma que predispõe à infecção fúngica. Alternar diariamente o uso de sapatos para que possam secar por completo e, se possível, usar sandálias ou calçado que assegure a ventilação do pé. Não compartilhar o calçado.
- Usar meias de algodão que mantêm o pé seco, substituindo-as diariamente.
- Polvilhar o calçado com antifúngico em pó pode ser considerado.
- Não é necessário evitar a escola ou a prática de desporto, mas deve ser tomado cuidado para evitar a transmissão a outros, mantendo uma higiene cuidadosa e assegurando que está a ser usado o tratamento apropriado.
- Não caminhar descalço em superfícies que possam estar contaminadas como em piscinas ou instalações públicas de desporto, para evitar reinfecção.
- Enquanto persiste o rash, tratar de manter os pés cobertos em áreas comuns de muda de roupa.
- Evitar compartilhar artigos pessoais, como toalhas. Em casos de resistência ao tratamento, é de considerar a existência de uma infecção não tratada da unha, reinfecção, um membro da família não tratado, ou uma explicação alternativa para os sintomas, como dermatite ou psoríase. O tipo “mocassim” é especialmente resistente ao tratamento. Deve-se consultar o médico se os sintomas não desaparecem ao fim dum mês.
Antifungicos tópicos: Quais os mais usados?
Muitas pessoas pensam que o pé-de-atleta não tem cura porque não fazem o tratamento adequadamente e por isso têm reinfecções com alguma frequência. Aos primeiros sinais de pé-de-atleta dever-se-á iniciar um tratamento assertivo e consistente, para impedir que a infecção alastre. É necessário utilizar um antifúngico tópico.
Os antifungicos mais utilizados são:
- Clotrimazol a 1% em creme. Aplicar 2-3xdia durante 3 /4 semanas
- Bifonazol a 1% em creme. Aplicar 1xdia, durante 3 semanas.
O bifonazol é geralmente mais eficaz por ter um espectro antifungico mais largo e acção prolongada sendo apenas necessário aplicar 1 vez por dia.
Vantagens do bifonazol:
- Trata eficazmente todos os tipos de pé-de-atleta com apenas 1 aplicação por dia durante 3 semanas;
- Efeito anti-inflamatório, que alivia a comichão e a inflamação;
Reinfecções porque acontecem?
As reinfecções acontecem por não se fazer o tratamento até ao fim ou porque a pessoa foi contagiada novamente. Assim, completar o tratamento é essencial para controlar devidamente o pé de atleta.
Resumindo como prevenir?
Para ajudar a prevenir reinfecções, é importante usar clotrimazol em pó nos sapatos e meias, diariamente.
Os fungos não têm preferência por pés sujos ou limpos, embora existam medidas de prevenção que ajudam a minimizar os riscos:
- Evitar andar descalço em chuveiros, balneários públicos e piscinas, usando sempre chinelos ou outro tipo de calçado;
- Lavar e secar cuidadosamente os pés, especialmente entre os dedos;
- Não deixar os pés em água quente mais de 10 minutos;
- Mudar de toalhas regularmente e não as partilhar, incluindo os tapetes dos pés;
- Usar calçado que mantenha os pés arejados e secos, em pele ou materiais naturais, que evitem a transpiração;
- Mudar de calçado com frequência;
- Evitar sapatos desconfortáveis que não se ajustem e provoquem bolhas ou feridas nos pés;
- Usar meias de algodão, que deixam a pele respirar e mudá-las regularmente;
- Em caso de infecção, lavar as roupas que estiveram em contacto com as zonas infectadas, a 60°C ou mais, para eliminar os fungos;
- Se houver indícios de pé de atleta, deve-se calçar sempre as meias antes de vestir o resto da roupa, para evitar contaminação de outras partes do corpo;
- Pulverizar o calçado com clotrimazol em pó nos sapatos e meias, diariamente.
Concluindo
A micose no pé mais conhecida como pé-de-atleta é uma das doenças mais comuns. É um reservatório de fungos se não for tratada, podendo, por isso infectar outras zonas da nossa pele e unhas. Infelizmente só é dada a devida atenção quando os sintomas já vão adiantados com comichão intensa, descamação da pele, inflamação e até feridas abertas na sequência de gretas ou fissuras não tratadas. Também é frequente afectar as unhas cujo sintoma mais habitual é uma descoloração visível na unha afectada.
No entanto o mais importante é evitar complicações graves que podem surgir tais como a celulite infecciosa que sendo um infecção do tecido subcutâneo pode, sem tratamento, evoluir de forma muito grave, levando, em casos extremos de doentes imunodeprimidos, a risco de necrose e amputação do membro inferior afectado. Não se descuide faça prevenção e trate a tempo lesões visíveis.
Fique bem
Franklim Fernandes
Bibliografia:
-
Dermatology for the practicing allergist: Tinea pedis and its complications; Muhannad Al Hasan, S Matthew Fitzgerald, Mahnaz Saoudian, and Guha Krishnaswamy; Department of Internal Medicine, James H. Quillen College of Medicine, East Tennessee State University, Clin Mol Allergy. 2004; 2: 5.
- Centro de informação do medicamento (CIM) da Ordem dos Farmacêuticos; Dra Aurora Simón;
- CIM, Tinha do pé;
- Yale School of Medicine;
-
Creams, lotions and gels (topical treatments) for fungal infections of the skin and nails of the foot; http://www.cochrane.org/