Água para beber qual a melhor? Água da torneira ou água da garrafa? Água alcalina ou água ácida ou acídica? Beber água à refeição é bom ou mau? Quanta água devemos beber? O excesso de água pode ser grave? O nosso sangue é ácido ou alcalino? O que é a qualidade de uma água para beber? Como podemos saber se a água é boa? Como ler os rótulos da garrafa? Já sabemos que a água é importante para a nossa saúde mas porquê? O que faz a água nas nossas células? Dizem que em Portugal a água é de excelente qualidade, será rigorosa esta afirmação? Quais as linhas mestras da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a qualidade da água para beber?
Neste artigo pretendo também sublinhar mais a importância da qualidade da água que bebemos e não exagerar na quantidade necessária para o bom equilíbrio fisiológico do nosso corpo. É demasiada a importância que se dá à quantidade sem noção do que verdadeiramente é saudável.
Falarei em detalhe da água alcalina por ser claro que este artigo vai trazer surpresas e como sempre os detalhes que provavelmente desconhece e fazem toda a diferença para a sua saúde! Quanto à água da torneira tive o cuidado de analisar o relatório da Entidade Reguladora dos Serviços de águas e Resíduos (ERSAR) e de ler os detalhes para apresentar uma conclusão justa! Quanto à água de garrafa li os rótulos das mais importantes e consumidas à venda nos supermercados. Tenho a certeza que vai ter algumas surpresas… boas e más!
Consulte: Relatórios mais recentes de controlo de qualidade da água para consumo humano
Leia também: Estes são os 5 misteriosos mecanismos de defesa do nosso corpo?
Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
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- Água de beber qual a importância para a saúde?
- Quanta água devemos beber? Será o que pensa e ouve nos média?
- Beber água em excesso pode ser grave?
- Sinais que indiciam que bebe água a mais, quais são?
- Água alcalina: Será milagrosa?
- Agua alcalina ou acídica: Qual a mais saudável?
- Quais os tipos de água disponíveis?
- O que é o pH?
- Qual a escala de pH?
- Qual o pH de algumas produtos e alimentos comuns?
- Fluidos corporais: Qual o pH?
- Qual o pH natural da água no estado natural?
- Água poluída: Como altera o pH?
- Somos mesmo sensíveis ao pH da água?
- Quais as recomendações da OMS para os parâmetros da água potável?
- Água alcalina: Qual o efeito sobre plantas e animais?
- Água alcalina: Quais os efeitos sobre os humanos?
- Como alcançar o equilíbrio na água que bebemos?
- Alcalinidade em excesso: Quais os efeitos indesejáveis?
- Água “viva” versus água “morta”, quais as diferenças?
- Biofotões: O que são?
- Água cristalina: Porque é diferente?
- Como otimizar o pH do nosso corpo?
- Quais são as marcas de águas alcalinas no mercado
- Quais as melhores escolhas?
- Se só tiver acesso a água com pH ácido, devo ou não beber?
- Água de garrafa: Como decifrar o rótulo?
- Sílica: O que é?
- Sílica: Quais os benefícios para a saúde?
- Quais os sinais de carência de sílica?
- Quais os limites de pH e minerais (cálcio, sódio, potássio, magnésio, nitratos, sulfato) que não devem ser ultrapassados?
- Água de nascente ou mineral, qual a melhor?
- Água da torneira ou da garrafa? Qual a melhor?
- Que água devo comprar?
- Como é tratada a água da torneira?
- Qual a qualidade da água da torneira?
- Qual o pH do nosso sangue?
- Acidose sanguínea: Quais os sintomas e perigos?
- Alcalose sanguínea: Quais os sintomas e perigos?
- Cura alcalina: O que é?
- Como funciona a cura alcalina?
- Quais os alimentos promotores da alcalinidade?
- Quais os alimentos formadores de ácidos?
- Beber água à refeição é bom ou mau?
Água de beber porque importa tanto?
As nossas células são constituídas por aproximadamente 80% de água. Segundo o prestigiado médico e Professor Japonês Hiromi Shinya, praticamente todos os problemas físicos podem ser melhorados através da ingestão de água de boa qualidade. A vida não é possível sem água mesmo que todos os restantes alimentos que ingere sejam saudáveis e ricos em nutrientes não sobreviverá além dos 3 dias sem água.
Água limpa e pura é uma pedra angular da boa saúde. O nosso corpo é principalmente água, de modo que o consumo contínuo de água é essencial para todas as suas funções do nosso organismo. A água é essencial para libertar toxinas hidrossolúveis e fazer circular os nutrientes pelo nosso corpo é por isso que, em condições extremas, podemos passar um mês sem comer mas apenas três dias sem beber!
É do conhecimento comum que a maioria das fontes de água estão agora poluídas, mas há uma enorme confusão sobre que tipo de água potável é melhor para a saúde, e que tipo de tratamento de água doméstico produz a melhor água potável.
Hoje em dia, demasiadas pessoas escolhem refrigerantes em vez de água pura como bebida principal colocando em risco a saúde de toda uma cultura ligada ao consumo de alimentos de má qualidade nutricional. A principal fonte de calorias nos EUA vem de xarope de milho, principalmente sob a forma de refrigerante. Os Americanos bebem em média 3,78 litros de refrigerantes por semana! Este consumo excessivo de frutose é a força motriz por trás da obesidade e das doenças degenerativas crónicas.
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Uma das estratégias mais práticas e económicas para combater a obesidade e as doenças crónicas é substituir todos os refrigerantes e outras bebidas doces por água pura.
O problema é que na maioria dos países, principalmente os mais pobres e/ou fortemente industrializados, os abastecimentos de água pública estão carregados de contaminantes perigosos, tais como subprodutos de desinfeção (DBPs – disinfection byproducts), fluoreto e drogas farmacêuticas, para citar apenas alguns. No entanto, mesmo assim, depois de purificada, é necessário fazer da água a nossa bebida de eleição se quisermos ser saudáveis.
Água corporal
A água é responsável por cerca de metade a dois terços do peso de uma pessoa média. O tecido adiposo tem uma percentagem menor de água do que o tecido magro e as mulheres tendem a ter mais gordura, então a percentagem do peso corporal que é água na mulher média é menor (52 a 55%) do que no homem médio (60% ).
A percentagem do peso corporal que é água também é menor em pessoas mais velhas e obesas. A percentagem do peso corporal que é água é maior ao nascer e na primeira infância, cerca de 70%.
Um homem de 70 quilos tem um pouco mais de 42 litros de água no seu corpo, divididos aproximadamente da seguinte forma:
- 28 litros dentro das células,
- 10,5 litros no espaço ao redor das células,
- 3,5 litros no sangue ou seja cerca de 8% da quantidade total de água.
Ingestão e perda de água
A ingestão de água deve equilibrar a perda de água. Para manter o equilíbrio da água e para proteger contra a desidratação, contra o desenvolvimento de pedras nos rins e outros problemas médicos, os adultos saudáveis devem beber cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, incluindo todo o conteúdo de todas as refeições diárias.
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Beber muito geralmente é melhor do que beber muito pouco, porque excretar o excesso de água é muito mais fácil para o corpo do que conservá-la.
Ingestão de água
O corpo obtém água principalmente absorvendo-a do trato digestivo. Além disso, uma pequena quantidade de água é produzida quando o corpo processa (metaboliza) certos nutrientes.
Perda de água
O corpo perde água principalmente excretando-a na urina pelos rins. Dependendo das necessidades do corpo, os rins podem excretar menos de meio litro ou até cerca de 10 litros de urina por dia. Um pouco menos de um litro de água são perdidos diariamente quando a água evapora da pele e é expirada pelos pulmões.
A transpiração abundante, que pode ser causada por exercícios vigorosos, clima quente ou temperatura corporal elevada, pode aumentar drasticamente a quantidade de água perdida por evaporação. Normalmente, pouca água é perdida no trato digestivo. No entanto, vómitos prolongados ou diarreia intensa podem resultar na perda de 3,8 litros ou mais por dia.
Normalmente, as pessoas podem beber líquidos suficientes para compensar o excesso de perda de água. No entanto, as pessoas que apresentam vómitos ou diarreia intensos podem sentir-se mal quando tentam beber líquidos suficientes para compensar a perda de água o que pode resultar em desidratação. Além disso, confusão, mobilidade restrita ou problemas de consciência podem impedir as pessoas de sentir sede ou de beber líquidos suficientes.
Equilíbrio da água corporal
Os sais minerais (eletrólitos), como sódio e potássio, são dissolvidos na água do corpo. O balanço hídrico e o balanço eletrolítico estão intimamente ligados. O corpo trabalha para manter constantes a quantidade total de água e os níveis de eletrólitos no sangue.
Por exemplo, quando o nível de sódio fica muito alto, surge a sede, levando a um aumento da ingestão de líquidos. Além disso, a vasopressina, também chamada de hormona antidiurética, produzida pela glândula pituitária (uma glândula do tamanho de uma ervilha na base do cérebro) em resposta à desidratação, faz com que os rins excretem menos água.
O efeito combinado é um aumento da quantidade de água no sangue. Como resultado, o sódio é diluído e o equilíbrio entre sódio e água é restaurado. Quando o nível de sódio fica muito baixo, os rins excretam mais água, o que diminui a quantidade de água no sangue, restaurando novamente o equilíbrio.
Mecanismos de equilíbrio
No corpo, vários mecanismos trabalham juntos para manter o equilíbrio da água. Os mais importantes são os seguintes:
- Sede
- Interação da glândula pituitária e rins
- Osmose
Sede
A sede é um dos mecanismos mais importantes para manter o equilíbrio da água. Quando o corpo precisa de água, os centros nervosos nas profundezas do cérebro são estimulados, resultando na sensação de sede. A sensação fica mais forte à medida que a necessidade de água do corpo aumenta, motivando a pessoa a beber os líquidos necessários. Quando o corpo tem excesso de água, a sede é suprimida.
Glândula pituitária
Uma interação entre a glândula pituitária e os rins fornece outro mecanismo. Quando o corpo está com pouca água, a hipófise secreta vasopressina na corrente sanguínea. A vasopressina estimula os rins a conservar água e excretar menos urina. Quando o corpo tem excesso de água, a hipófise secreta pouca vasopressina, permitindo que os rins excretem o excesso de água pela urina.
Osmose
Na osmose, a água flui passivamente de uma área ou compartimento do corpo para outro. Esse fluxo passivo permite que os maiores volumes de fluido nas células e a área ao redor das células atuem como reservatórios para proteger da desidratação o fluido nos vasos sanguíneos, que embora seja menor é um volume mais crítico para a fisiologia e saúde do nosso corpo.
Quanta água produz o nosso corpo?
No livro “Discovering Nutrition” dos autores Paul Insell, Elaine Turner e Don Ross, o valor calculado é de cerca de um terço de um litro (333 ml) por dia para a quantidade de água que o nosso corpo produz apenas através da metabolização da glicose (C6H12O6). Se queimarmos a glicose usando seis moléculas de oxigênio (mais 6 x O2), vamos originar seis moléculas de dióxido de carbono (6 x CO2) e seis moléculas de água (6 x H2O). Num dia normal de metabolismo, segundo os autores do livro, a metabolização da glicose no nosso corpo produz cerca de um terço de um litro de água ou seja aproximadamente 333 ml ou seja quase 350 ml.
Quanta água devemos beber?
Começo por sublinhar o óbvio… é mais grave beber água a menos do que a mais! Um adulto, que não pratique desporto ou não tenha uma profissão diária que exija grande esforço físico, com peso normal e estatura média, necessita diariamente de aproximadamente 1500 ml (litro e meio) de água já incluindo o que o nosso corpo produz naturalmente todos os dias (~350ml de água) mais o que ingere nas refeições sólidas durante o dia.
Assim dependendo do conteúdo das refeições sólidas diárias é muito provável que só necessite de beber 500 a 750 ml de água por dia ou seja aproximadamente 3 copos normais de água diários! Sim leu bem… 3 copos água por dia provavelmente é o que necessita de beber e não mais! É fácil perceber o quanto errada e enraizada é a convicção falsa de que temos de beber “sempre” litro e meio de água por dia… pelo menos… para sermos saudáveis!
Isto não é “politicamente correto” mas é simplesmente triste e ridículo que tantos profissionais de saúde deixem passar em claro esta “mensagem da moda” que se deve beber 1500ml/dia de água sem explicarem aos seus pacientes que podem ter desequilíbrios de saúde se beberem demasiada água…!
Sim, pode ficar tranquilo, se for saudável e beber 1,5 litros de água por dia, mesmo que não precise, não é por isso que vai ficar doente… o seu corpo trata bem de eliminar o excesso para o exterior, urinando mais vezes por dia. No entanto se tiver doenças crónicas cardíacas, hepáticas e principalmente renais, tenha cuidado e fale com o seu médico.
Que fique no entanto claro o óbvio… é mais fácil corrigir o excesso de água (urinando mais vezes) do que a falta dela e que por isso concordo que é mais grave não beber água suficiente do que beber água a mais!
Beber água a mais é perigoso?
Uma pessoa saudável com os rins a funcionar bem, sem doenças crónicas não terá problemas em eliminar o excesso de água por via urinária embora possa arrastar, também por esta via, vitaminas e minerais que lhe podem fazer falta.
No entanto beber mesmo muita água pode resultar em intoxicação por água, também conhecida como hiponatremia (baixo nível de sódio), causando um aumento exagerado de água no interior das células devido a níveis anormalmente baixos de sódio na corrente sanguínea.
O desequilíbrio de concentrações sódio(Na+)/potássio(K+) entre o citoplasma das células e o liquido extracelular (LEC) pode originar problemas de saúde graves, como convulsões, coma e até morte.
Este equilíbrio eletrolítico Na+/K+ é mediado pela chamada bomba de sódio/potássio que é uma proteína existente na membrana celular que regula a saída de sódio nas células com a entrada simultânea de potássio de forma a manter estável a relação de concentrações Na+/K+ e a respetiva polarização adequada da membrana celular.
O meio extracelular possui uma concentração maior de sódio (Na+) enquanto no meio intracelular possui maior concentração de potássio (K+). Para manter o equilíbrio da célula com a manutenção das concentrações, as proteínas realizam a captura dos iões de sódio no citoplasma e bombeiam-nos para fora das células. Fora das células as proteínas realizam a captura dos iões de potássio bombeando-os para dentro da célula.
Sinais que indiciam beber água a mais
São diversos os hábitos e sinais fisiológicos que indicam que está a beber água a mais. Os principais descrevo de seguida:
- A garrafa de água anda sempre consigo: Se carrega diariamente a sua garrafa de água e enche imediatamente quando ela acaba, pode estar a beber água a mais. A adição constante de água ao corpo pode resultar em baixos níveis de sódio no sangue, o que pode fazer com que todas as células do corpo inchem.
- Não tem sede mas bebe água mesmo assim: A melhor maneira de saber se o seu corpo realmente precisa de mais água é ter a consciência de que sente ou não sede, exceto nos idosos pois nestes o reflexo da sede vai ficando menos ativo com a idade.
- Bebe água até que a urina esteja límpida e incolor: Se estiver a beber uma quantidade saudável de água, a cor da urina deve ser da “cor de palha” ao amarelo transparente. Embora a maioria das pessoas acredite que a urina clara é o sinal mais saudável de hidratação, ter urina sem pigmentação pode ser um sinal de que está beber muita água.
- Urina durante a noite: Acordar com frequência a meio da noite para urinar é sinal de que está a beber demasiada água. A maioria de nós urina entre seis e oito vezes ao dia.
- Náuseas e tem vómitos: Alguns dos sintomas da hiper hidratação são parecidos com os da desidratação, tais como náuseas vómitos e diarreia.
- Dores de cabeça latejantes ao longo do dia: Dores de cabeça são um sinal de hiper hidratação e desidratação.
- Inchaço ou descoloração nas mãos, lábios e pés: Em muitos casos de hiponatremia, as pessoas verificam inchaço ou descoloração perceptível nas mãos, lábios e pés. Quando todas as células do corpo incham, a pele também começa a inchar visivelmente.
- Músculos fracos que tendem a sofrer cãibras facilmente: Um corpo saudável e funcional precisa de equilíbrio. Quando bebemos muita água, os seus níveis de eletrólitos (os chamados “minerais”) caem e esse equilíbrio é comprometido. Níveis baixos de eletrólitos podem causar diversos sintomas, tais como espasmos musculares e cãibras.
- Fadiga: Os rins são responsáveis por filtrar a água que bebemos e garantir que os níveis de líquidos na corrente sanguínea permaneçam equilibrados. Se bebemos demasiada água, os rins trabalham demais, originando uma reação que deixa o corpo em stress e em fadiga.
Distúrbios do volume de líquidos
Como o sódio é o principal ião com atividade osmótica no líquido extracelular (LEC), o total do conteúdo corporal de sódio determina o volume do LEC. A deficiência ou excesso do total de sódio corporal causa depleção do volume ou sobrecarga do volume de LEC. A concentração plasmática de sódio não necessariamente reflete o total de sódio corporal.
A ingestão alimentar e a excreção renal regulam o teor do total de sódio. Quando o total de sódio e o volume de LEC estão baixos, os rins aumentam a conservação de sódio. Quando o total de sódio e o volume de LEC estão altos, a excreção de sódio (natriurese) aumenta, de modo que o volume diminui.
A excreção renal de sódio pode ser amplamente ajustada para se adequar à ingestão de sódio. A excreção renal de sódio requer a chegada do sódio ao rim e, assim, depende do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular (TFG). Deste modo, a excreção inadequada de sódio pode ser secundária à diminuição do fluxo sanguíneo renal, como na doença renal crônica ou na insuficiência cardíaca.
Eixo renina-angiotensina-aldosterona
O eixo renina-angiotensina-aldosterona é o principal mecanismo regulador da excreção renal de sódio. Em caso de depleção de volume, a TFG e o fornecimento de sódio no segmento distal do rim diminuem, promovendo a libertação da renina. A renina cliva o angiotensinogénio (substrato de renina) para formar angiotensina I. A ECA então cliva a angiotensina I para formar angiotensina II. Angiotensina II faz o seguinte:
- Aumenta a retenção de sódio pela diminuição a carga de sódio filtrado e pelo aumento da reabsorção de sódio no túbulo proximal
- Aumenta a pressão arterial
- Aumenta a sede
- Prejudica diretamente a excreção de água
- Estimula o córtex suprarrenal a secretar aldosterona, que aumenta a reabsorção de sódio por meio de vários mecanismos renais.
A angiotensina I também pode ser transformada em angiotensina III, que estimula a libertação de aldosterona tanto quanto a angiotensina II, mas tem atividade pressórica muito menor. A libertação de aldosterona também é estimulada pela hiperpotassemia.
Depleção e excesso de sódio
A depleção de sódio requer a ingestão inadequada de sódio juntamente com alterações da perda de sódio pela pele, pelo trato GI ou pelo rim (deficiência da conservação renal de sódio). A deficiência da conservação renal de sódio pode ser causada por doença renal primária, insuficiência suprarrenal ou tratamento com diuréticos.
A sobrecarga de sódio requer ingestão maior do que a excreção; entretanto, como o rim normal consegue excretar grandes quantidades de sódio, a sobrecarga em geral reflete deficiência da regulação do fluxo sanguíneo renal e da excreção de sódio (p. ex., como ocorre na insuficiência cardíaca, na cirrose ou na doença renal crónica).
Água alcalina será milagrosa?
Os entusiastas de água alcalina estão convencidos de que os seus poderes são incomparáveis e defendem-na veementemente. Para determinar o valor da uma água não se pode apenas olhar para a sua alcalinidade. Embora muitas das melhores águas sejam ligeiramente alcalinas, a sua qualidade é determinada por muito mais que apenas o valor do pH.
Algumas pessoas experimentam um benefício inicial quando começam a beber água alcalina. Isso pode ser facilmente atribuído à desintoxicação e ao facto de que, provavelmente, está melhor hidratada. A desintoxicação é a única vantagem deste tipo de água, e este benefício é limitado pois só deve ser utilizado poucos dias (não mais do que uma ou duas semanas).
Água alcalina ou acídica qual a melhor?
Para além da filtragem de água, há também a questão do pH ou seja água alcalina versus água ácida. Atualmente há algumas alegações de saúde surpreendentes e milagrosas sobre a água alcalina, mas será que têm fundamentação científica sólida? É o que vamos descobrir mais adiante!
A teoria por trás da água alcalina é, em poucas palavras, que a água alcalina (ionizada) tem um poderoso efeito antioxidante com eletrões excedentes que podem eliminar os radicais livres perigosos que correm nas nossas veias. Os comerciantes que vendem soluções de filtragem afirmam que a água alcalina pode corrigir o excesso de acidez dos tecidos, o que pode, então, impedir o cancro, artrite e outras doenças degenerativas.
Leia aqui um artigo do Los Angeles Times que sita o Professor de Bioquimica Thomas Wheeler, da University of Louisville e Robert Gillies professor de fisiologia e radiologia da Universidade do Arizona, desmontando alguns argumentos ridículos do ponto de vista Bioquimico.
Segundo Thomas Wheeler, qualquer ião positivo que bebamos imediatamente se vai ligar a um ião negativo pelo que a ideia de que é possível beber alguns eletrões extra é simplesmente ridícula!
Já Robert Gillies afirma que de facto muitos tumores são acídicos porque fabricam ácido e não por causa do doente ter tomado café, refrigerantes ou água da torneira!
Tipos de água
Existem muitas razões para evitar beber água da torneira, ou como afirma Daniel Vitalis, um entusiasta da água pura,” o liquido da torneira”. Ele acredita que chamar água ao que flui a partir da torneira é ser muito generoso. No que concerne aos tipos de água, descrevo de seguida algumas definições básicas a saber:
Água purificada
Água que é fisicamente processada para serem removidas as impurezas, por exemplo, através de processos tais como destilação, desionização, osmose, filtração de carbono, etc.
Água destilada
A água que é fervida, evaporada e, em seguida, o vapor é condensado voltando ao estado liquido. Desta forma separa-se dos sais minerais originalmente nela dissolvidos.
Água engarrafada
Esta água é tipicamente de uma fonte ou passou por um processo de osmose reversa antes de ser engarrafada. Em alguns países, no entanto, algumas marcas são simplesmente garrafas de água da torneira que pode ou não pode ter passado por qualquer filtragem adicional.
Água alcalina
A água que foi separada em frações alcalinas e ácidas usando um processo de eletrólise. Este processo tira proveito das cargas elétricas que ocorrem naturalmente encontradas nos iões de magnésio e de cálcio.
Água desionizada ou desmineralizada
Água em que os iões de minerais (tais como sais de sódio, cálcio, ferro, cobre, cloreto e brometo) foram removidos por exposição a resinas carregadas eletricamente que atraem e se ligam aos sais.
Água dura e leve
A água dura é qualquer água contendo uma quantidade apreciável de minerais dissolvidos; água leve é água tratada a água na qual o único catião (ião com carga positiva) é o sódio.
pH o que é?
O pH é uma medida da acidez ou alcalinidade (base) de uma solução. Quando as substâncias se dissolvem na água elas produzem moléculas carregadas chamadas iões. A água ácida contém íons de hidrogénio extra (H +) e a água básica contém iões hidroxilo extra (OH-).
O conceito de acidez ou alcalinidade do corpo ou da água é baseada na escala de pH. Por isso, é necessário ter uma compreensão básica do que é o pH. PH é simplesmente uma medida da concentração de iões de hidrogénio. Na verdade, a sigla “pH” é a abreviação de potencial de hidrogénio.
Quanto maior o pH de um liquido, menos iões de hidrogénio (H+) livre tem; quanto menor o pH, mais íões de hidrogénio livre tem. Uma unidade de pH reflete uma mudança de dez vezes na concentração de iões – por exemplo, há dez vezes mais iões de hidrogénio disponível a um pH de 7, que a um pH de 8.
Recurso útil aqui: pH, why is it important? Reasons for natural variation; Expected Impact of Pollution; The Case of Acid Rain.
Escala de pH
A escala de pH vai de 0 a 14, e um pH de 7 é neutro. Tudo o que tenha um pH inferior a 7 é considerado ácido, com o ácido da uma bateria a ser o exemplo mais extremo, com cerca de 1 na escala de pH. Qualquer coisa com um pH acima de 7 é alcalina (ou base), com o exemplo da lixívia na parte superior da escala, em torno de 13.
Recurso útil aqui: Water Science School. pH and water properties
Bebidas e líquidos comuns qual o pH?
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- Lixivia – pH~13.6 (extremamente alcalina)
- Água das termas de Cabeço de Vide – pH~11,5
- Detergente amoniacal – pH~11,2
- Sabonete de mãos – pH~9,0 a 10,0
- Clara de ovo – pH~8,2
- Água do mar – pH~8,0
- Água da piscina – pH~7,4 (ligeiramente alcalina)
- Água destilada ou água pura – pH~7,0 (neutro)
- Leite – pH~6,3 a 6,6 (ligeiramente ácido)
- Germa de ovo – pH~5,6
- Chá – pH~5,5
- Chuva pura – pH~5,5
- Café – pH~5,0
- Cerveja – pH~4,4
- Sumo de laranja – pH~4,4
- Vinagre – pH~3,0
- Refrigerante tipo cola – pH~2,5
- Sumo de limão – pH~2,2
- Ácido de bateria – pH~0,3 (extremamente ácido)
Fluidos corporais qual o pH?
Os fluidos corporais mais importantes têm os seguintes valores de pH, do mais alcalino para o mais ácido:
- Bile – pH 7,6 a 8,6
- Suco pancreático – pH 7,1 a 8,2
- Sémen – pH 7,2 a 7,6
- Sangue – pH 7,35 a 7,45
- Sangue arterial – pH 7,40
- Sangue venoso – pH 7,35
- Saliva – pH 6,8 a 7,2
- Urina – pH 4,8 a 8,0
- Fluido vaginal – pH 3,5 a 4,5
- Suco gástrico – pH 1,2 a 3,0
Se repararmos pelos valores de pH acima descritos a maioria varia entre os 6,8 e os 8,2 de pH ou seja próximo da neutralidade ou ligeira alcalinidade. As exceções são o ácido gástrico e o fluido vaginal que têm um pH claramente ácido essencial à sua função de barreira protetora contra a entrada de micro-organismos patogénicos.
Estado natural da água qual o pH?
O pH da água natural no nosso planeta varia no intervalo de 6,5 e 9,0 dependendo do solo circundante e da vegetação, das variações sazonais do clima, e até mesmo do tempo de resposta a um dia de luz solar. As atividades humanas ainda influenciam mais o pH da nossa água, a partir da barragem de poluentes industriais tóxicos.
Poluição altera o pH da água?
Os poluentes na água podem causar um maior crescimento de algas e plantas, como resultado do aumento da temperatura ou excesso de nutrientes, fazendo com que os níveis de pH subam. Embora essas pequenas mudanças no pH não são suscetíveis de ter um impacto direto sobre a vida aquática, influenciam grandemente a disponibilidade e solubilidade de todas as formas químicas no lago e pode agravar problemas com nutrientes. Por exemplo, uma alteração no pH pode aumentar a solubilidade do fósforo, tornando-o mais disponível para o crescimento das plantas, resultando numa maior procura de longo prazo para o oxigénio dissolvido ou seja diminuindo o oxigénio dissolvido e disponível na água e prejudicando a reprodução e sobrevivência dos peixes existentes nesse curso de água.
pH da água somos mesmo sensíveis?
A maioria dos animais e plantas aquáticas adaptaram-se à vida na água com um pH muito específico e podem morrer mesmo com pequenas mudanças. Um pH abaixo de 4 ou superior a 10 vai matar a maioria dos peixes, e muito poucos animais podem tolerar águas com um pH abaixo de 3 ou acima de 11. Sendo os sistemas vivos tão sensíveis às mudanças no pH, não deve ser nenhuma surpresa que nós humanos, sendo mais um organismo vivo neste planeta, sejamos também sensíveis ao pH da água que bebemos.
Recurso útil aqui: Water quality extension, Utah State University
PH da água potável recomendações
A OMS publicou um documento de quase 600 páginas, intitulado “Diretrizes para qualidade da água potável.” Neste volumoso documento, esperar-se-ia encontrar tudo o que sempre quis saber sobre a água potável, certo? Bem, tudo, exceto uma recomendação de pH… por incrível que pareça não existem diretrizes baseadas em saúde para o pH!
A OMS afirma que o pH normalmente “não tem impacto direto sobre os consumidores”, mas também escreve que o pH é um dos “mais importantes parâmetros operacionais da qualidade da água.” Recomendam, aliás, que o pH da água deve estar na faixa de 6,5 a 8,0 de modo a não corroer as canalizações das nossas casas. É caso para perguntar e então as “canalizações do nosso corpo”?
A alcalinidade e a gestão do cálcio também contribuem para a estabilidade da água e para controlar a sua agressividade sobre o sistema de canalização que a distribui até ás habitações. Se falharem as medidas para controlar a corrosão tal pode resultar na contaminação da água potável e em efeitos adversos sobre o seu sabor e aparência.
Parece que a OMS está mais preocupada com os canos em nossa casa do que com os “canos no nosso corpo”. O mais provável é que o pH ideal da água para beber esteja algures entre 6,5 e 8. Acima ou abaixo deste intervalo de valores pode ter outros fins, tais como desinfecção pelo que o bom senso aconselha muito cuidado com a ingestão de água com pH abaixo de 6,5 e acima de 8.
Recurso útil aqui: OMS Drinking-water quality guidelines
Água alcalina e efeito nas plantas e animais
Embora as pesquisas sejam claras em considerar que a água altamente alcalina tem efeitos prejudiciais sobre as plantas e animais, não há muitos estudos com seres humanos. Uma revisão da literatura científica transforma-se numa variedade de evidências sobre a importância do pH para vários organismos vivos, no entanto, e como seria de esperar, pH ideal varia, dependendo do organismo. A literatura científica indica que o pH é importante para a nutrição e vitalidade.
Estudos:
– A Michigan State University estudou meios de crescimento em estufa (incluindo o pH do meio de crescimento), descobrindo que é de extrema importância que o meio de crescimento tenha o pH ajustado antes do cultivo das plantas. Um pH muito alto (maior que 6,5) aumenta a probabilidade de deficiências de micronutrientes. Um pH demasiado baixo (inferior a 5,3) provoca toxicidade do cálcio e / ou magnésio e / ou manganês.
– O Serviço de Extensão Ohio State University relata que a água alcalina afeta a capacidade das plantas em obter nutrientes do solo e pode alterar o pH do solo ao longo tempo.
– Um estudo ecológico na Holanda descobriu que um influxo de água alcalina levou ao fim de uma planta nativa chamada stratiotes aloides L.
– Peixes cronicamente expostos a água alcalina leve apresentam sinais de stresse (por vezes fatal), enquanto os peixes em água alcalina dura não experimentaram tais efeitos adversos, de acordo com um estudo da University of British Columbia.
Se é um jardineiro, pode ver uma ilustração útil dos efeitos ambientais de pH no seu próprio jardim. Se o seu pH é baixo, a sua hortênsia produz flores cor de rosa, mas se o seu pH é alto, vai ter flores azuis.
Água alcalina e efeitos nos seres humanos
Tem havido um grande debate sobre o combate ao cancro, fazendo o nosso corpo alcalino. Isto tornou-se um foco de interesse, pois as taxas de cancro dispararam (juntamente com muitos outros crónica, doenças debilitantes), enquanto os nossos corpos se tornaram mais ácidos de nossas dietas alimentares processados. A investigação científica sobre os benefícios de alcalinidade não é de forma alguma conclusiva. O pH parece ter uma grande influência sobre a mitocôndria da célula:
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- As células normais morrem sob condições alcalinas extremas. Um estudo publicado no Journal of Biological Chemistry descobriu que a alcalose (aumento do pH celular) provoca a morte celular induzida pela alcalinidade como um resultado da alteração função mitocondrial.
- Outro estudo de Cornell University afirma que os antioxidantes não têm provado ser eficazes contra muitas doenças neurodegenerativas, e indicam que pode ser o resultado da forma como as mitocôndrias funcionam dentro da célula em certas condições de pH.
- Existem alguns estudos científicos que argumentam mesmo contra a alcalinidade, pelo menos no que diz respeito à prevenção ou tratamento do cancro. Considere a pesquisa realizada por Robert Gilles, que estudou da acidez na formação de tumores.
De acordo com Gilles, os tumores, pela sua própria natureza, tornam-se acídicos – mesmo numa estrutura celular alcalina. Por outras palavras, eles fazem a sua própria acidez. Os cientistas que estão no processo de desenvolvimento de protótipos para os potenciais novos agentes anticancerígenos que matam seletivamente células tumorais, interferindo com a regulação do pH intracelular, descobriram que tratamentos alcalinos não tem o efeito desejado mas os tratamentos fortemente ácidos sim.
Por falar em combater fogo com fogo, eles estão a combater com acido células cancerosas que adoram ácido! Menos alcalinidade dentro de uma célula cancerosa parece ser o mais eficaz. Assim, todos aqueles vendedores que prometem que a água alcalina vai diminuir o risco de cancro ficam completamente à nora quando se trata de demonstrar o que a pesquisa científica realmente afirma.
Ainda mais interessante é um estudo de 2005 do Instituto Nacional do Cancro, que revisita o uso de vitamina C (ácido ascórbico) para tratar o cancro. Eles descobriram que, em doses farmacológicas administrados por via intravenosa, o ácido ascórbico matou com sucesso células cancerosas sem danificar as células normais.
Este é mais um exemplo de células cancerosas vulneráveis à acidez, por oposição à alcalinidade. É claro que a relação entre alcalinidade e cancro tem sido grosseiramente simplificada por aqueles que se precipitam em tirar conclusões prematuras e, claro, por aqueles que tentam lucrar com o medo de ter cancro. Resumindo a água alcalina não parece ser a cura milagrosa para o cancro!
Equilíbrio da água de beber
Como acontece com muitas coisas, no final, é uma questão de equilíbrio. A água que é muito ácida ou muito alcalina pode ser prejudicial para a saúde humana e conduzir a um desequilíbrio nutricional. Isso foi demonstrado num estudo Sueco com água de poço, que demonstrou que os dois extremos de pH podem ser problemáticos. O estudo analisou 30 elementos da água de 46 poços de regiões acidas ácidas com a água de 43 poços de regiões alcalinas da Suécia.
O nosso corpo simplesmente não foi projetado para beber água altamente alcalina durante muito tempo. Então é do mais elementar bom senso ter muito cuidado quando se trata de algo tão fundamental como a água que bebemos diariamente. Faz sentido que o nosso corpo esteja concebido para beber a água que ocorre naturalmente, o que exclui água alcalina com níveis de pH acima de 8.
Alcalinidade em excesso
Se bebermos sempre água alcalina, a alcalinidade do estômago vai aumentar, neutralizando a acidez do estômago e prejudicando a capacidade de digerir os alimentos, ainda por cima sabendo que uma das causas mais comuns de úlceras, ao contrário do que se julga, é uma baixa concentração de acido no estômago.
A baixa acidez pode também facilitar a colonização de parasitas no intestino delgado, assim como dificultar a digestão das proteínas ingeridas na alimentação.
Um aumento da alcalinidade também pode provocar menos minerais e nutrientes absorvidos ao longo do tempo sendo que, alguns destes efeitos sobre a saúde já podem ser comprovados em bebedores “compulsivos” de água alcalina.
A alcalinidade também é um potencial problema para o nosso microbiota porque tem um efeito antibacteriano, que poderá perturbar o equilíbrio da flora bacteriana benéfica para o nosso corpo, nomeadamente para o nosso sistema imunitário.
Água viva versus “água morta”
O que necessitamos para a saúde do nosso corpo é água pura ou seja água que é limpa, equilibrada e saudável, nem muito alcalina, nem muito ácida. Idealmente, o pH da água deve estar algures entre 6 e 8. Algumas das águas mais saudáveis do mundo que emergem de nascentes de montanha, têm um pH de aproximadamente 6,5. A água de nascente da montanha é “estruturada” de uma forma que não é bem compreendida pelos cientistas.
Biofotões o que são?
Água pura é “água viva”, à semelhança dos alimentos crus é “comida viva”. Uma das razões para comer muita comida crua orgânica e fresca é a existência de biofotões. Estes são as menores unidades de luz, que são armazenados e utilizados por todos os organismos biológicos, incluindo os humanos. A energia vital encontra o seu caminho para a dentro das nossas células através dos alimentos biodinâmicos que comemos. Da mesma forma que os alimentos crus estão vivos com a energia dos biofotões, a água natural está “viva” de uma forma similar.
Água cristalina porque é diferente?
Se realmente quer alcalinizar o seu corpo, parece sensato tentar com água da mais alta qualidade possível, que é obtida a partir de sumo de vegetais. Os sumos de vegetais verdes vão ajudar o organismo a normalizar o pH do seu corpo naturalmente. Quando pensamos em “água viva” é extremamente enriquecedor conhecer o trabalho visionário de Dr. Masaru Emoto, o investigador japonês que fez experiências com água cristalina. O que ele descobriu é que diferentes formas de energia influenciam a capacidade da água para se organizar de forma cristalina.
O Dr. Masaru Emoto demonstrou que a cristalização da água depende da saúde natural da água. Ele descobriu que a água de fontes naturais, formam belas e complexas geometrias cristalinas similares aos flocos de neve. Pelo contrário a água que tinha sido destilada ou poluída perdeu a sua ordem interna, e sua capacidade de cristalizar estava profundamente perturbada. Certamente que não gostamos de comer comida morta … então porque iriamos beber água morta?
Otimizar o pH do nosso corpo
A dieta americana típica está carregada de açúcar e alimentos processados, que destroem a capacidade do nosso corpo para otimizar o seu pH. Embora o nosso organismo tenha mecanismos para tamponar o pH, imensas pessoas vivem num estado de baixo grau de acidose causado pela ingestão constante de comida processada e desvitalizada de baixa qualidade.
Os nossos antepassados não tinham problemas com o pH porque eles tinham uma dieta de caçadores coletores pré-agrícola, rica em alimentos vegetais e carnes de alta qualidade, e desprovido de grãos. Para otimizar o pH do nosso corpo devemos voltar ao básico e comer como os nossos antepassados ou seja uma dieta rica em alimentos crus, integrais e orgânicos. Isto sim ajuda o nosso corpo a atingir o equilíbrio (homeostase).
Lembre-se sempre que não há um plano de nutrição igual que funcione igualmente para todos. Determinar o seu tipo nutricional irá ajudar a diminuir os alimentos que são melhores para a química individuais do seu corpo. Uma dieta que faz uma pessoa “ácida” pode fazer outra pessoa “alcalina”, por isso não há uma lista de alimentos universal único para atingir um pH perfeito.
Por exemplo, pessoas que comem demasiada proteína ficam com o seu pH mais ácido o que pode ser compensado com a ingestão de vegetais de folha verde. No entanto se consumir muitos vegetais verde-escuros pode alcalinizar demais o seu organismo e, em vez de melhorar, pode piorar a sua saúde, apesar dos muitos fitonutrientes benéficos existentes nas folhas verdes.
Rótulo da água de garrafa
O gosto de cada um, as questões práticas ou o desconhecimento sobre a qualidade da água da torneira de determinada zona são bons motivos para preferir água engarrafada.
As águas engarrafadas possuem características diversas quanto ao teor em minerais. A variedade de marcas disponíveis nas lojas complica a escolha e, muitas vezes, os rótulos não ajudam devido ao uso de designações técnicas. Deciframos os termos complicados.
Sílica o que é?
O termo sílica refere-se aos compostos de dióxido de silício, SiO2, nas suas várias formas incluindo sílica cristalina, sílica vítrea e sílicas amorfas. O dióxido de silício (SiO2) é o composto binário de oxigênio e silício mais comum, sendo inclusive composto dos dois elementos mais abundantes na crosta da Terra. A sílica e seus compostos constituem cerca de 60% em peso de toda a crosta terrestre.
Conhecemo-la pelos sacos de bolinhas que vêm dentro das malas mas, no nosso corpo, tem um papel importante nos ossos, dentes, pele, tendões, vasos sanguíneos, unhas e cabelos.
Aqueles sacos de bolinhas que aparecem dentro de malas ou de caixas de sapatos, sim, contêm sílica — bolinhas que ajudam a absorver a humidade. Tal como o ácido hialurónico que está presente no nosso organismo, também a sílica está nas cartilagens e na pele, por exemplo.
No nosso planeta, a sílica é um dos elementos mais abundantes e é o principal componente da areia, quartzo e argila. Na cosmética são usados os derivados sintéticos de sílica que não são nocivos e estão autorizados pelas autoridades reguladoras dos cosméticos em diversos países.
Estes derivados podem aparecer com várias designações a saber:
- alumina magnesium metasilicate,
- aluminum calcium sodium silicate,
- aluminum iron silicates,
- sodium potassium aluminum silicate, entre outros.
Sílica e benefícios para a saúde
Há quem lhe chame o “ingrediente esquecido”, porque raramente se fala dele, mas está presente numa série de frutas e vegetais e tem um papel importante nos nossos:
- Ossos,
- Dentes,
- Pele,
- Tendões,
- Vasos sanguíneos,
- Unhas,
- Cabelos.
Daí também ser chamado o “ingrediente da beleza”. Crescemos a saber que podemos ter carência de vitamina C ou de cálcio, mas o mesmo acontece com a sílica e, tal como o cálcio, a sua falta também vai ter impacto nos nossos ossos.
Alimentos com sílica
Parece irónico, certo? Porque é um dos elementos mais abundantes na terra mas, a par com outros minerais inorgânicos, como o ferro, o cálcio e o magnésio, o nosso corpo absorve muita pouca sílica. Daí que tenhamos de nos virar para as formas orgânicas deste mineral – tudo o que podemos comer e que é rico em sílica:
- Pimentos,
- Aveia,
- Cevada,
- Maçãs,
- Laranjas,
- Uvas,
- Pepino,
- Espinafres,
- Rabanete,
- Alface,
- Tomate,
- Amendoins,
- Amêndoas,
- Sementes de linhaça, entre outros.
Água de nascente ou mineral?
Nos rótulos distinguem-se dois tipos de águas, que o consumidor só consegue perceber através da denominação:
- Nascente,
- Mineral natural.
As águas de nascente são, na maioria das vezes, idênticas às minerais naturais. Ambas têm origem subterrânea, circulam a profundidades significativas e são consideradas seguras do ponto de vista bacteriológico. No entanto a designada água mineral sofre, geralmente, algum tipo de intervenção antes do engarrafamento.
Nas lojas pode ainda encontrar águas engarrafadas que não se enquadram nas classificações “mineral natural” ou “nascente” e, como tal, não o indicam. Estas águas não são a melhor escolha porque, tipicamente, são intervencionadas antes de serem engarrafadas ou não passaram pelos mais rigorosas regras de controlo de qualidade.
Que água comprar?
Prefira águas de nascente menos mineralizadas com pH entre 6,5 e 8,0. Para conhecer o teor em minerais, consulte a mineralização total nos rótulos ou o valor do resíduo seco. Em geral, as águas sem gás são menos mineralizadas. Nas versões com gás, passa-se o oposto. A mineralização não apresenta inconvenientes para a saúde mas, em caso de uso frequente, é preferível optar por águas menos mineralizadas. Saiba que algumas são naturalmente gaseificadas enquanto outras resultam da adição de gás carbónico.
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- Compre em locais com renovação frequente de embalagens como num super ou hipermercado;
- Varie de marca,
- Verifique se a água se encontra ao abrigo do calor e da luz e tenha o mesmo cuidado em casa;
- Guarde-a num local limpo, seco e fresco;
- Consuma-a até 2 ou 3 dias após a abertura;
- Não beba pela garrafa. Como as bactérias se desenvolvem em meio líquido à temperatura ambiente e a água engarrafada não é tratada, há perigo das bactérias presentes na boca contaminarem a bebida;
Marcas de água ácida e alcalina
As águas minerais engarrafadas variam muito consoante a marca mas as mais populares são ácidas. Em geral o pH da água mantem-se estável dentro de determinado intervalo, mas pode sofrer alterações por infiltração de poluentes. Deixo alguns exemplos de águas para as quais consultei os rótulos durante as pesquisas para este artigo. A saber:
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- Healsi (pH 7 – neutra) e rica em sílica, lançada em Outubro de 2017 em farmácias;
- Luso (pH 5,7 – acídica);
- Fastio (pH 5,8 a 6,0 – acídica);
- Vitalis (pH 4,7 a 5,6 – acídica;
- Monchique é considerada super alcalina por indicar no rótulo um pH de 9,5;
- Carvalhelhos (pH 7,79 – alcalina);
- Evian (pH 7,2 – ligeiramente alcalina);
- Continente (pH 6,66 – ligeiramente acídica);
- Cruzeiro (pH 6,9 – aproximadamente neutra);
- Fonte Viva (pH 7 – neutra);
- Pingo Doce (pH 5,3 a 6,0 – acídica);
- Serra da Estrela (pH 5,8 a 7,0 – pH instável);
- Caramulo (pH 6,5- ligeiramente acídica).
Nota: Estes valores de pH não são exatamente constantes pois lotes diferentes da mesma marca de água podem ter valores de pH ligeiramente diferentes mas quase sempre dentro de um intervalo estável e de curta variação.
Quais as melhores escolhas?
Na listagem acima sublinhei as 4 melhores escolhas por serem neutras ou ligeiramente alcalinas. No entanto podem considerar-se boas escolhas, no que concerne ao pH, as águas que apresentem um valor estável entre 6,5 e 8,0 o que inclui as águas do Caramulo e Continente. Consulte sempre o rótulo antes de comprar porque o pH pode variar em lotes diferentes da mesma marca.
Imagens de rótulos de algumas marcas de água:
Monchique (pH 9,5):
Serras de Fafe (pH 6,06):
Serra da Estrela (pH 5,8 a 7,0):
Vitalis (pH 4,7):
Fastio (pH 6,0):
Caramulo (pH 6,5):
Nestlé (sem indicação de pH !)
Mau exemplo vindo de uma marca de referência no sector alimentar
Água com um pH ácido beber ou não?
É claro que deve beber a água que tem disponível desde que seja potável pois é muito pior não beber nenhuma água! Se souber que a água é ácida ou tiver dúvidas pode sempre alcaliniza-la um pouco acrescentando à água uma das seguintes opções:
- Bicarbonato de sódio (1 colher de café/copo água)
- Limão (espremer meio limão pequeno é suficiente)
- Lima (espremer meia lima)
Curiosidade: O limão e a lima, apesar de terem um gosto ácido, tem um efeito alcalinizador quando são digeridos no nosso corpo.
Também pode compensar com uma maior ingestão de alimentos promotores de alcalinidade tais como:
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- Vegetais de folha verde,
- Frutos como o kiwi
Muitos outros descrevo mais à frente no capitulo intitulado “cura alcalina”.
A água é essencial para libertar toxinas hidrossolúveis e fazer circular os nutrientes pelo nosso corpo é por isso que, em condições extremas, podemos passar 1 mês sem comer mas apenas 3 dias sem beber!
Água da torneira sem sabor
Se beber água da torneira e esta souber a cloro, agite-a e deixe-a arejar algumas horas num jarro no frigorífico, ou junte-lhe algumas gotas de limão. Não se justifica gastar dinheiro com filtros de água pois em Portugal, a qualidade da água da torneira é boa comparada com outras águas da torneira de outros países. Já a comparação com a água de garrafa é “outra conversa” pois existem várias bem melhores para a saúde que a água da torneira!
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR):
Descrevo de seguida para ser imparcial um esclarecimento da ERSAR sobre a qualidade da água da torneira em Portugal, como resposta a um artigo de opinião acerca da água da torneira, intitulado: “A água que anda a beber talvez não seja a melhor para si”
A afirmação que a água da torneira é a pior opção para as pessoas é totalmente desprovida de sentido, revela desconhecimento técnico sobre o assunto e coloca em causa o conhecimento de instituições como a ERSAR.
A real qualidade da água da torneira em Portugal é amplamente divulgada e os resultados podem ser consultados de forma transparente na página da ERSAR online.
O próprio Observador divulgou recentemente os resultados do último relatório da qualidade da água para consumo humano.
Em relação à notícia intitulada “A água que anda a beber talvez não seja a melhor para si” convém esclarecer o seguinte:
1. O cloro é adicionado à água para garantir preventivamente a sua contaminação com microrganismos que podem ser efetivamente prejudiciais à proteção da saúde humana. No entanto, existem valores recomendados para as dosagens e são controlados os subprodutos da desinfeção de modo a garantir que não há “efeitos secundários” da desinfeção.
2. A percentagem de água segura relativamente ao flúor na água da torneira em Portugal é de 99,49 %, ou seja, não há flúor na água da torneira.
3. Relativamente ao chumbo e alumínio, as percentagens de água segura são de 97,33 % e 98,00 % respetivamente, ou seja, elevados níveis de cumprimento.
4. De todos os pesticidas que são controlados na água da torneira, a percentagem de água segura é sempre superior a 99,60 %. A água da torneira não tem pesticidas.
Importa ainda dizer que a afirmação que a água da torneira pode causar inchaço, digestão lenta, obstipação, falta de energia e até osteoporose, é, no mínimo, desinformação, que carece totalmente de fundamentos técnicos.
Mais de meio milhão de análises realizadas em 2014 a cerca de 50 parâmetros resultaram numa percentagem de água segura de 98,41 %, ou seja, em Portugal a água da torneira é claramente de muito boa qualidade.
Tratamento da água da torneira
O processo de tratamento da água da torneira é complexo e em Portugal são utilizadas as melhores práticas neste sector para assegurar a qualidade da água que sai das torneiras mas no final, como não podia deixar de ser, é adicionada uma quantidade “residual” de cloro para que seja possível manter o controlo microbiológico ou seja para matar todos os microorganismos perigosos. É claro que o cloro é necessário neste contexto mas é uma enorme ingenuidade pensar que a nossa flora intestinal e por conseguinte a nossa imunidade não é afetada pelo “cloro residual” da água da torneira a médio e longo prazo.
De seguida descrevo o processo resumido de tratamento de água disponível para consulta na página da EPAL do grupo águas de Portugal:
Tratamento da Água
Para garantir a qualidade da água até à torneira do cliente, a EPAL recorre a tecnologias de tratamento adequadas às características da água captada e efetua a monitorização contínua da qualidade da água ao longo do sistema de abastecimento.
A água captada na albufeira de Castelo do Bode, tratada na ETA da Asseiceira, passa pelas seguintes fases de tratamento: pré-oxidação com cloro gasoso, remineralização e correção de agressividade, coagulação, flotação, ozonização, filtração, correção de pH e desinfeção final.
Fases de tratamento: no caso da água captada em Valada Tejo, o tratamento é efetuado na ETA de Vale da Pedra e inclui as seguintes fases: pré-oxidação com cloro gasoso, coagulação//floculação, decantação, filtração, correção de pH e desinfeção final.
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- Pré-oxidação com cloro gasoso | Injeção de cloro para reduzir a quantidade de matéria orgânica presente na água captada
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- Remineralização e correção de agressividade | Visam corrigir o caráter excessivamente doce da água, criando-se uma fina camada de calcário protetora da corrosão do interior de tubagens de água
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- Coagulação/Floculação | Processo químico que tem como objetivo a agregação de partículas em suspensão levando à formação de flocos com dimensões adequadas para a fase de decantação ou flotação
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- Decantação | Após a coagulação/floculação, os flocos de maior dimensão depositam-se no fundo de tanques de decantação eliminando-se, assim, a maioria das partículas em suspensão. A água decantada segue para a filtração
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- Flotação | Nesta fase do tratamento os flocos de menor dimensão agregam-se com microbolhas de ar que facilitam a sua elevação e posterior remoção
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- Ozonização | O ozono é um forte agente oxidante e é utilizado para a eliminação de algas e outra matéria orgânica, possuindo propriedades antissépticas e bactericidas, com aplicação importante ao nível do tratamento da água
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- Filtração | A água passa através de filtros, de areia ou areia e antracite, nos quais ficam retidas as partículas mais pequenas, sendo possível removê-las da água. A filtração clarifica a água e aumenta a eficácia da desinfeção
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- Correção do pH | Nesta fase procede-se ao ajuste do pH garantindo que este parâmetro se mantém no intervalo de valores definidos na legislação
- Desinfeção final | Para assegurar que não se desenvolvem micro-organismos é adicionado cloro, mantendo-se um teor residual que garanta a qualidade da água ao longo da rede de transporte e distribuição até à torneira do cliente.
Qualidade da água da torneira em Portugal
Para ser justo tive o cuidado de analizar o seguinte documento (clique no link abaixo para ler):
- Relatório da qualidade da água na torneira do consumidor em Portugal continental relativo ao ano 2017, disponibilizado no site da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)
Este documento analisa a informação de 507.929 análises realizadas por todo o país à água na torneira do consumidor ou seja a que sai da torneira em casa. Destaco as seguintes informações e resultados (VP=Valor Paramétrico segundo o DL 306/2007):
- 59 parâmetros analisados;
- Água superficial 66,76%;
- Água subterrânea 33,24%;
- População abastecida: 10.089.118 habitantes;
- Zonas de abastecimento: 3.969
- Cumprimento do valor paramétrico: 98,72%
- pH medido: Mínimo=3,8 e máximo=10,6 (VP 6,5 a 9,0)
- Sódio (mg/l Na): Mínimo<0,03 e máximo=620 (VP=200). Para dietas pobres em sal (ex: hipertensos) aconselha-se um valor de sódio abaixo de 20mg/litro de água.
- Cloretos (mg/l Cl): Mínimo<1,5 e máximo=950 (VP=250)
- Sulfatos (mg/l SO4): Mínimo<1 e máximo=1278 (VP=250). Em valores elevados pode ser laxante principalmente se associado ao magnésio.
- Nitratos (mg/l NO3): Mínimo<0,4 e máximo=78 (VP=50). Grávidas, mães a amamentar e crianças não devem beber água com valor de nitratos acima de 15mg/litro de água.
- Cálcio (mg/l Ca): Mínimo=0,29 e máximo=463 (VP não definido). Teores elevados podem interferir na absorção do potássio, ferro e zinco. Aconselha-se um valor de cálcio abaixo de 150mg/l de água.
Água da torneira em Portugal minha opinião
A ERSAR tem toda a razão quanto à qualidade da água da torneira em Portugal quando comparada com “outras águas da torneira de outros países”. A nossa água da torneira é claramente de qualidade superior à grande maioria!
No entanto neste artigo refiro-me à água de nascente (a melhor) sem intervenção química versus outras águas incluindo a da torneira. Neste particular a água da torneira sai a perder por ser obrigatoriamente intervencionada com tratamentos químicos. De facto não podia ser de outra forma para assegurar que a água que sai dos reservatórios municipais e passa por quilómetros de canos e tubagens subterrâneas até chegar a nossas casas não seja contaminada por microorganismos e poluentes perigosos para a nossa saúde.
Ora estes tratamentos químicos, nomeadamente a adição “residual” de cloro, se bem que dentro dos limites legais, não são inócuos para a nossa flora intestinal (microbioma) e portanto podem ter interferência decisiva no bom funcionamento do nosso sistema imunitário, a médio e longo prazo, dependendo do grau de saúde de cada um de nós.
Além disso numa água de Nascente engarrafada a sua composição é bem conhecida e varia muito pouco no que concerne ao pH e minerais nela dissolvidos, constando nos rótulos de forma clara. Já a água da torneira pode variar imenso de localidade para localidade mesmo tratando-se de um país pequeno como Portugal, tal como é demonstrado no relatório da qualidade da água da torneira de 2015 já anteriormente disponibilizado.
pH do nosso sangue
O normal pH do nosso sangue varia apenas num intervalo muito apertado: 7,35 a 7,45. Quando o pH do sangue cai abaixo dos 6,85 ou fica acima dos 7,95 ocorre morte celular! Este detalhe basta para percebermos a importância do equilíbrio ácido/base que está constantemente a ocorrer no nosso corpo,
Quando o pH do sangue baixa dos 7,35 entramos num estado chamado acidose sanguínea. Quando pelo contrário o pH aumenta acima dos 7,45 entramos num estado de alcalose sanguínea.
Acidose sanguínea sintomas e perigos!
A acidose ocorre quando o pH do sangue baixa dos 7,35 podendo provocar os seguintes sintomas:
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- Confusão,
- Desorientação,
- Letargia,
- Hiperventilação intensa.
Quando este estado de acidose não é corrigido atempadamente os centros respiratório podem deixar de funcionar e provocar a morte.
Alcalose sanguínea: Sintomas e perigos!
A alcalose ocorre quando o pH do sangue sobe acima dos 7,45 podendo originar os seguintes sintomas:
- Apatia,
- Confusão mental,
- Letargia,
- Formigueiro,
- Falta de sensibilidade,
- Espasmos e contrações musculares.
Quando este estado de alcalose não é corrigido a tempo podem ocorrer contrações musculares contínuas que podem paralisar os músculos respiratórios e provocar a morte.
Cura alcalina: O que é?
Quantas vezes come depressa ou demasiado tarde? E com que frequência se sente cansado, sem energia e com o estômago inchado e cheio de gases? Segundo Stephan Domenig, estes são sinais de que o seu corpo está a sofrer com o excesso de ácido provocado por hábitos alimentares pouco saudáveis. “Tanto os alimentos que come como a forma como os come podem provocar excesso de acidez”, explica o médico.
“Nunca me tinha sentido tão bem, tão depressa”, conta a atriz de Hollywood Uma Thurman à revista Red. Os primeiros benefícios tendem a ser perda de peso, aumento da vitalidade, melhoria no tom de pele e no brilho do cabelo que facilmente explicam o porquê de várias celebridades mundiais seguirem esta dieta.
Como funciona a cura alcalina?
É um plano de nutrição que se baseia na limpeza de toxinas do organismo através da regulação do equilíbrio ácido/alcalino durante um total de 14 dias. A ideia é reduzir os ácidos e aumentar os alcalinos.
“O segredo passa por diminuir o consumo de alimentos ácidos para que dois terços de tudo o que come seja alcalino e apenas um terço seja ácido”, afirma Stephan Domenig. E antes que diga que não come coisas ácidas, fique a saber que os alimentos que têm um sabor ácido não são necessariamente ácidos. Veja-se, por exemplo, o limão. Apesar de ter um gosto ácido, tem um efeito alcalinizador no corpo. Já o café ou chá preto que bebeu ao pequeno-almoço — ainda que sem açúcar — são acídicos.
“Todos os alimentos que ingerimos podem ser classificados como formadores de ácidos ou promotores de alcalinidade, o que significa que estes alimentos libertam resíduos ácidos ou alcalinos durante o processo de digestão”, explica o Dr. Stephan. De seguida deixo exemplos de alimentos que podem alterar o nosso pH:
Alimentos promotores de alcalinidade:
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- Vegetais de folha verde,
- Frutos maduros,
- Banana,
- Kiwi (forte poder alcalinizante)
- Abacate,
- Batata,
- Cereais,
- Sementes de sésamo,
- Canela,
- Óleos vegetais,
- Nozes,
- Amêndoas,
- Avelãs,
- Azeitonas,
- Ervas aromáticas frescas.
- Salsa,
- Pimenta,
- Vinagre (excepto o branco e o balsâmico)
- Stévia (folha)
Alimentos formadores de ácidos:
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- Carne,
- Peixe,
- Leite e produtos lácteos,
- Pão,
- Óleos e gorduras refinados,
- Açúcar,
- Alimentos processados,
- Café,
- Cacau (chocolate),
- Chá preto,
- Bebidas alcoólicas.
- Caju,
- Sementes de abóbora, cânhamo, chia, girassol e linhaça,
- Stévia adoçante (a folha é alcalinizante),
- Tofu,
- Ketchup,
- Maionese,
No entanto, se comermos algo alcalino a correr e sem mastigar, este será mal digerido e provocará acidez. E entre os sinais de que o nosso corpo se está a tornar demasiado ácido destacam-se as dores musculares, inchaço, pele descaída e articulações rígidas porque “as células do corpo têm um desempenho menos eficiente e são incapazes de se libertarem das toxinas”.
Beber água à refeição é bom ou mau?
Este é um assunto polémico! O processo de digestão dos alimentos tem como um dos pontos chave, no estômago, a acão do ácido gástrico (ácido clorídrico) sobre os alimentos que ingerimos, de forma a transforma-los numa forma menos sólida, mais “fluída” ou quase líquida que facilite a absorção posterior dos nutrientes contidos na alimentação e que vão sendo transformados em partículas cada vez mais simples e fáceis de ser absorvidas.
Parece claro e essencial que manter a forte acidez gástrica é de extrema importância para a eficácia duma normal e boa digestão alimentar.
Assim sendo um excesso de água á refeição “dilui” essa acidez gástrica e não ajuda ao processo de digestão alimentar.
A minha experiência é precisamente essa… se beber mais água à refeição a minha digestão torna-se mais lenta e difícil! No entanto quando não bebo compenso fora da refeição para uma hidratação adequada do organismo. Assim beber água fora das refeições parece ser de facto a opção mais saudável para a nossa saúde.
É claro que não deve ser “fundamentalista” e se lhe sabe bem beber água à refeição não é uma quantidade pequena que fará grande diferença!
Concluindo
Águas há muitas como se sabe e este artigo provou-o mais uma vez. Água da torneira, da garrafa, alcalina, neutra, acídica, destilada, purificada…enfim uma autêntica “confusão” de águas com a maioria das pessoas a avaliar a sua qualidade principalmente pelo sabor correndo o risco de fazer escolhas erradas para a saúde. Por exemplo algumas águas ácidas sabem bem!
Antes demais convém dizer que se não puder escolher a melhor água beba a água que tem disponível, desde que não poluída ou contaminada por microrganismos! Se tiver dúvidas ferva a água antes de beber.
Mas afinal o que interessa é saber qual a melhor água que podemos escolher para melhorar a nossa saúde? Descrevo de seguida a minha opinião sobre a forma resumida para clarificar e simplificar a escolha:
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- Água de garrafa (vidro melhor que plástico),
- Extraída de nascente (ler no rótulo da garrafa),
- Água neutra ou ligeiramente alcalina com pH 7 a 8,
- Mineralização total ou resíduo seco < 50mg/Litro
- Bicarbonato <600mg/L
- Sulfato <200mg/L
- Cálcio <150mg/L
- Magnésio <50mg/L
- Sódio <20mg/L
- Nitrato <15mg/L
Quanto à chamada “cura alcalina” acredito que tem algum fundamento pois até o nosso fluido mais vital… o sangue é ligeiramente alcalino e o seu pH varia num intervalo muito curto (7,35 a 7,45). O nosso organismo tem inclusivamente mecanismos de compensação respiratórios e renais para manter, a todo o custo, desvios perigosos de pH pelo que parece do mais elementar bom senso evitar refeições frequentes de teor demasiado ácido ou demasiado alcalino.
Regra geral, à refeição, devemos tentar dividir o prato em 3 partes sendo 1 parte de alimentos causadores de acidez (ex: carne, peixe), e 2 partes de alimentos promotores de alcalinidade (ex: vegetais de folha verde). Esta refeição deve ser complementada, antes ou depois, com frutos alcalinizastes como o kiwi.
Referências bibliográficas:
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- Merck Index Online
- Manual MSD – Hidratação excessiva
- MSDmanuals.com/pt/profissional
- TeresaOliveira – trabalho-de-equilbrio-hidroeletroltico
- Thehealty.com -9 Signs You’re Drinking Too Much Water
- Video transcript (Alkaline water) PD
- Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)
- Relatório da qualidade da água na torneira do consumidor em Portugal continental relativo ao ano 2015;
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- RJ Gillies et al. “Causes and effects of heterogeneous perfusion in tumors,” Neoplasia August 1999; 1(3): 197-207
- “Cytotoxicity of compounds that interfere with the regulation of intracellular pH: A potential new class of anticancer drugs”
- “Pharmacologic ascorbic acid concentrations selectively kill cancer cells: Action as a pro-drug to deliver hydrogen peroxide to tissues”
- “Inorganic constituents of well water in one acid and one alkaline area of south Sweden”
- The bacterial effects of electrolyzed oxidizing water on bacterial strains involved in hospital infections”
- O Observador: Sílica é o novo ingrediente favorito na cosmética
- Gutsense.org – Eight glasses of water a day fountain oy youth or fountain of death