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BANHO DEPOIS DA REFEIÇÃO É PERIGOSO?

Banho depois da refeição é perigoso? Será que tomar banho depois de comer pode provocar indigestão ou popularmente descrita como congestão ou paragem da digestão? Será mesmo verdade ou mais um mito?

A convicção de que tomar banho depois de uma refeição pode causar danos graves à saúde, ou mesmo a morte, é transversal à maioria das culturas europeias.

Digestão

O período de digestão demora entre 6 e 8 horas, sendo as primeiras 4 a 5 horas destinadas ao processamento dos alimentos no estômago. Se alargarmos o conceito de digestão à totalidade do percurso que os alimentos percorrem ao longo do tubo digestivo, desde que são ingeridos até à eliminação fecal, então, o período digestivo poderá ir até às 53 horas.

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Banho depois de comer

A norma popular proíbe o banho, higiénico ou recreativo, nas 3 horas que se seguem a uma refeição, sendo a regra tão mais rígida quanto mais copioso e abastado for o “repasto”. Mas como se vê, 3 horas é apenas uma crença que pouco ou nada coincide com a fisiologia digestiva.

Indigestão quais os sintomas?

Indigestão é uma condição de saúde caracterizada essencialmente pelos seguintes sintomas:

  • Azia (sensação de ardor no estômago)
  • Desconforto no estômago (dispepsia)

Sintomas graves

Uma indigestão mais grave apresenta um quadro de sintomas também mais preocupantes, tais como:

  • Dor epigástrica (dor no estômago)
  • Desconforto intestinal e/ou diarreia
  • Náuseas
  • Vómitos
  • Sangue nas fezes.

Causas

Existem diversas causas para a indigestão.  As principais são as seguintes:

  • Comer em excesso principalmente alimentos gordos
  • Comer em excesso alimentos picantes
  • Comer demasiado rápido
  • Ansiedade ou stress

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Água fria e indigestão

Os mecanismos eventualmente responsáveis pelo famoso processo de indigestão teriam a ver com a distribuição do sangue circulante no decurso do processamento alimentar.

Durante o período digestivo ocorre uma transformação físico-química dos alimentos pela adição de várias substâncias, nomeadamente ácido clorídrico e algumas enzimas, de forma a fragmentar as fibras alimentares e a desdobrá-las em nutrientes que irão ser absorvidos pela mucosa intestinal para fornecer a energia necessária ao processo vital.

No decurso deste período há uma maior afluência de sangue ao território vascular que irriga o tubo digestivo, para promover a absorção.

O contacto do corpo com a água fria provoca, em quaisquer circunstâncias, e independentemente de se estar ou não em fase pós-alimentar, uma contração dos vasos sanguíneos da pele, seguida de uma dilatação reflexa, com chamada de sangue para a pele, a fim de manter o equilíbrio térmico. Esta subtração de fluxo sanguíneo durante o período digestivo, em teoria, faria parar a digestão com consequências graves.

Água gelada

Em teoria de facto uma água gelada ou muito fria pode, em casos raros, provocar indigestão por causa do choque térmico causado e da necessidade de desviar fluxo sanguineo para os músculos e pele.

Uma das funções importantes do nosso organismo  é a termorregulação. Assim quando somos expostos a temperaturas extremas, a normalização da temperatura corporal ótima para toda a atividade funcional toma-se prioritária em relação às demais funções. Ou seja, quando tomamos banho numa água extremamente gelada isto pode provocar alterração na distribuição sanguínea e perturbar o normal funcionamento da digestão.

Segundo a Dra. Ana Isabel Pedroso, médica de Medicina Interna no Hospital de Cascais, “quando se entra numa água fria a nossa energia é  des viada para o  processo de aquecimento, o que pode interromper a digestão”, explica.

Por isso nem todos os banhos são perigosos. Assim, um duche em casa, a temperatura amena, não tem risco de paragem de digestão, porque o sangue se mantém concentrado no processo digestivo. Não será necessário socorrer os músculos e a pele, porque não há choque térmico.

Praia e choque térmico

Na praia  a água tende a estar mais fria. O choque térmico para o frio é que pode ser problemático. Se estamos na digestão e, de repente, precisamos de nos aquecer, aquela energia que estava a ser usada no processo digestivo vai para os músculos e para pele, havendo uma interrupção que faz com que a comida fique suspensa onde está ou seja, no estômago ou no intestino delgado.

Quais as consequências desta paragem de digestão?  Os principais sinais são:

  • Mau estar geral,
  • Náuseas,
  • Vómitos,
  • Diarreia.

No entanto, a regra não é rígida. Se o banho for breve, a probabilidade de indigestão diminui assim como se os alimentos ingeridos forem leves e de digestão mais rápida. Refeições ricas em  gordura não são favoráveis, porque demoram mais a serem digeridas pelo organismo, o que requer mais tempo de energia ali concentrada.

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Duche ou banho de imersão qual o pior?

Não existe nenhuma relação cientificamente provada entre o tempo do banho e a dificuldade de digestão, desde que a temperatura da água não seja muito fria.

Concluindo

Apesar do modelo mostrar alguma coerência fisiológica, nem o fenómeno da redistribuição sanguínea terá esta dinâmica tão linear, nem um eventual retardamento digestivo será tão dramático, resumindo-se, assim, apenas à sua dimensão essencialmente mítica, embora em casos muito raros de banho em água gelada com a “barriguinha cheia”  possa acontecer uma indigestão mais severa!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências:

  • Dr José Barata, médico especialista em medicina interna.
  • Dr. Pedro Oliveira e Silva, médico especialista em medicina geral
  • Dra. Ana Isabel Pedroso, médica de Medicina Interna no Hospital de Cascais

MEDICAMENTOS DE MARCA SÃO MELHORES QUE GENÉRICOS ?

Será que os medicamentos de marca são melhores que genéricos ?Será que os medicamentos genéricos têm menos qualidade e são mais perigosos?

Esta convicção que muitos portugueses têm acerca dos medicamentos genéricos provém,  entre outras, da ideia de que o que é mais barato tem pior qualidade. Se assim é, por exemplo num restaurante ou num sapatos, porque não o é nos medicamentos?

O processo de disponibilização no mercado de medicamentos, genéricos ou não, é muito rigoroso. Baseia-se numa enorme quantidade de estudos efetuados pela seguinte ordem: primeiro em animais, em seres humanos saudáveis e finalmente em seres humanos doentes; podendo este processo prolongar-se facilmente até aos 15 anos.

Só após se provar contundentemente que o novo fármaco é eficaz e seguro é que este pode ser introduzido no mercado e disponibilizado para os doentes que dele necessitem. Para garantir que a industria farmacêutica, responsável pela investigação e desenvolvimento de medicamentos inovadores, possa ter retorno financeiro do elevado investimento feito neste processo (pode chegar a centenas de milhões de euros) é dada pelas agências do medicamento e governos exclusividade da sua comercialização durante um determinado período de tempo.

Terminado este período perdem a respetiva patente passando a molécula original a ser passível de ser sintetizada por qualquer outro laboratório sob a forma de medicamento genérico. Para continuar a garantir a qualidade de fabrico as agências do medicamento de cada pais, em Portugal o INFARMED, montaram um processo de controlo de qualidade que implica análises farmacológicas e químicas aleatórias dos medicamentos genéricos disponíveis no mercado. Através deste procedimento procura-se que o medicamento genérico seja em tudo equivalente ao medicamento original da qual deriva.

Fica o conselho para os doentes de seguirem as instruções fornecidas pelo seu medico assistente ou Farmacêutico quanto à toma de medicamentos genéricos, com a convicção de estarem a tomar o fármaco indicado para a sua condição clínica.

Concluindo:

Nos paises onde se pode confiar nas regras legais de boas práticas de fabrico  e posterior controlo de qualidade pelas autoridades do medicamento não existe razão para achar que o medicamento mais caro é melhor… pelo que nestes paises será um mito!

No entanto os paises confiaveis no contexto Mundial, no que concerne à qualidade dos medicamentos, não são a maioria e resumem-se apenas a alguns “blocos”. Os principais países e “blocos” onde os habitantes  podem confiar na qualidade dos seus medicamentos são:

  • União Europeia
  • Estados Unidos da América
  • Canadá
  • Japão
  • Coreia do Sul
  • Austrália

Existem mais alguns paises, muito poucos, que individualmente vão assegurando alguma qualidade no sector do medicamento mas em todos os restantes o mercado paralelo de contrabando e falsificação de medicamentos é um caso muito sério, de enorme gravidade e que põe seriamenmte em risco a saúde dos seu habitantes, pelo que nesses paises a qualidade de todos os medicamentos quer sejam de marca ou genéricos, na prática, não está assegurada.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Colaboração: Pedro Fernandes

Fontes: Dr José Barata, médico especialista em medicina interna.

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