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Melatonina sono insónia e como dormir melhor toda a verdade




Como dormir melhor mas não dormir demais? Melatonina porque é tão importante? Sono, insónia, ciclos de sono, sistema glinfático, quais os segredos? Como posso dormir sem usar medicamentos? Quais os medicamentos mais usados para dormir? Quais os efeitos secundários dos comprimidos para dormir? Quais as razões para não dormir demais? Segundo a American Sleep Association vários estudos têm demonstrado que horas a mais de sono têm também consequências negativas para a saúde. Descrevo as 7 principais razões para não dormir demais mas também qual a importância de dormir melhor? Porque é importante dormir melhor? O que se passa durante o sono? Quais as regras essenciais para criar um “santuário para o seu sono” e acordar com mais energia.

Este artigo pretende ser um guia para a ajudar a saber como dormir melhor, como dormir rápido, como dormir cedo e alcançar um sono de excelência, adormecer mais rápido, dormir mais profundamente, sonhar menos, acordar menos vezes durante a noite e de manhã levantar-se na hora certa para si e com muito mais energia! Acha que não consegue?  Siga até ao fim as informações e instruções deste artigo e talvez a sua vida mude para sempre! Nunca saberá se não colocar em prática o que eu também fiz com o meu próprio sono!

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:
  • Sono o que é?
  • Quais as principais funções do sono?
  • Ciclos do sono como funcionam?
  • O que se passa durante o sono?
  • Sistema glinfático de limpeza do cérebro,  o que é?
  • Imunidade como é afetada pela privação de sono?
  • Qual a hormona do sono?
  • Melatonina porque é tão importante?
  • Serotonina, que é usada como antidepressivo, qual a relação com a melatonina?
  • Proteção das mitocôndrias pela ação antioxidante da melatonina!
  • Stress oxidativo e cancro!
  • Melatonina, qual a melhor utilização terapêutica?
  • Jet lag o que é?
  • Como utilizar a melatonina para tratar o Jet lag?
  • Ritmo circadiano o que é?
  • Premio Nobel o que dizem os cientistas sobre o sono?
  • Quais os genes com mais influência no ritmo circadiano?
  • Causas de insónia, quais as principais?
  • Higiene do sono o que é isso?
  • Dormir uma sesta é bom ou mau?
  • Exercício físico será que faz bem ao sono?
  • O álcool dá sono, isso é bom ou mau?
  • Tabaco como influencia o sono?
  • Última refeição do dia para potenciar o sono!
  • Não tenho sono, o que devo fazer?
  • Dormir demais aumenta o risco de depressão?
  • Dormir demais pode debilitar o cérebro?
  • Qual a influência na gravidez?
  • Qual a influência na diabetes?
  • Qual a influência no peso?
  • Dormir demais trás consequências cardíacas?
  • Será que aumenta o risco de morte prematura?
  • Quantas horas devo dormir?
  • Qual o grau de cansaço ao acordar em função das horas de sono?
  • Qual o risco de dormir demais nos bebés e crianças?
  • Qual o risco de dormir de menos nas crianças?
  • Quais as recomendações de tempo de sono nas crianças?
  • Quando sonhamos?
  • Sonhamos todos os dias?
  • É verdade que paralisámos durante uma parte do sono?
  • O que acontece quando muda a hora em Outubro e em Março?
  • Como dormir melhor?
  • Quais as melhores posições para dormir?
  • Medicamentos para dormir, quais os mais utilizados e quais os riscos?

Sono o que é?

Sono e dormir uma sesta melhorsaude.org

Segundos especialistas em medicina do sono este é um estado essencial à vida. Não há qualquer dúvida sobre a sua importância para a saúde geral e mesmo para a sobrevivência. Dormir é, aliás, um comportamento inato, partilhado por todo o reino animal, ainda que, do ponto de vista neurofisiológico possam existir diferenças entre espécies, sobretudo de natureza conceptual.

Sono qual a sua função?

O sono tem funções verdadeiramente extraordinárias e a produção de melatonina, com a sua potente ação antioxidante nas mitocôndrias celulares, tem uma importância extrema na produção e manutenção saudável da nossa energia diária e, portanto, da saúde no geral pois sem energia celular não existimos! A natureza encarregou-se de nos munir com um duplo mecanismo de controlo sobre a função do sono, determinando assim que, um acumular de cansaço, iniciado com o despertar, permita uma maior propensão para um sono (mecanismo homeostático de regulação do sono) que será sempre mais proveitoso em horário noturno.

A ausência de luz, percebida por células especializadas da retina do olho, passa a mensagem ao cérebro, mais propriamente ao relógio biológico nele contido, de que é altura de encerrar os olhos, de diminuir a atividade e dormir, para voltarmos a acordar pela manhã, quando o sol raiar e quando o repouso do sono tiver sido rentável para a recuperação geral.

Principais funções do sono

Durante o nosso sono ocorrem funções essenciais para a nossa saúde e sobrevivência. Algumas das mais importantes são as seguintes:

  • Produção de melatonina que tem uma função antioxidante, de enorme importância, nas mitocôndrias que são os organelos responsáveis pela produção de energia das nossas células e que necessitam de reparação diária devido à sua função de extrema exigência na  produção da energia que produz uma carga elevada de radicais livres!
  • Consolidação da memória e capacidade cognitiva, como se durante o sono se arrumasse cada memória na respetiva “gaveta” de forma a que seja mais fácil encontra-la quando necessitarmos dessa memória;
  • Limpeza dos sulcos cerebrais, através do fluido espinal e cerebral, que impede a acumulação de proteínas residuais tóxicas acumuladas durante o dia, como a proteína beta amiloide, que se julga estar associada à doença de Alzheimer;
  • Regeneração acelerada das nossas feridas influenciando o grau de inflamação adequado para uma melhor reparação;
  • Reparação de lesões cerebrais;
  • Fortalecimento do nosso sistema imunitário;
  • Processamento emocional e gestão de stress, associado à fase REM.

Ciclos de sono enquanto dormimos

O que se passa durante o sono é verdadeiramente extraordinário!

Numa noite de sono ocorrem vários ciclos. Cada ciclo de sono tem cinco fases e dura cerca de 90 minutos podendo chegar aos 120 minutos, havendo portanto vários ciclos consecutivos, separados por microdespertares, dos quais geralmente não temos consciência se tivermos um sono saudável! Durante uma noite completa e saudável de sono um adulto deve fazer 5 ciclos de aproximadamente 90 minutos cada (450 minutos) ou seja cerca de 7 horas e meia de sono.

Normalmente percorrem fases distintas do sono a cada 90 a 120 minutos durante a noite com três fases do sono com movimento não rápido dos olhos (NREM) e uma fase com movimento rápido dos olhos (REM).

  • Sono da fase N1 (NREM 1)- superficial e relativamente curto;
  • Sono da fase N2 (NREM 2) – A maior parte do tempo do nosso sono é passada nesta fase;
  • Sono profundo da fase N3 (NREM 3)- Tem início, aproximadamente, 30 minutos após adormecer e ocorre principalmente durante a primeira metade da noite, nas primeiras 4 horas de sono;
  • Sono REM – A primeira fase REM tem início, aproximadamente, 80 minutos após adormecer. No decorrer da noite é gasto mais tempo nesta fase REM caracterizada por rápidos movimentos oculares (Rapid eye movements) e onde os sonhos acontecem;
  • Despertares breves – chamados de fase W ocorrem durante a noite, mas a pessoa adormecida geralmente desconhece a maioria deles. Os microdespertares mais relevantes ocorrem, aproximadamente , 3 horas e 6 horas após adormecermos. O acordar ocorre após cerca de 7:30h a 8:00h de sono.
Ciclos de sono
Fonte: Manual MSD – Visão geral do sono.
Assim a sequência de fases durante uma normal e saudável noite de sono, é normalmente a seguinte:
  • Vigília
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • Microdespertar (após 3 horas de sono, aproximadamente)
  • NREM 1
  • NREM 2
  • NREM 3 (sono profundo)
  • NREM 2
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • Microdespertar (após 6 horas de sono, aproximadamente)
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • REM
  • NREM 1
  • NREM 2
  • Acordar (após 7 horas e 30 minutos a 8 horas de sono, aproximadamente).

Resumindo o número total de cada uma das fases de sono durante uma normal e saudável noite de sono, será o seguinte:

  • NREM 1 – 9 fases
  • NREM 2 – 13 fases
  • NREM 3 de sono profundo – 4 fases (durante as primeiras 4 horas de sono)
  • REM de sonhos – 6 fases.
  • Microdespertares – 2

Ondas cerebrais

Fases do sono e respetivas ondas cerebrais. As fases 3 e 4 são de sono profundo. A fase REM é quando acontecem os sonhos. As fases de vigília são caracterizadas por ondas cerebrais rápidas de pequena amplitude denominadas ondas Beta. Na fase de sono profundo as ondas cerebrais são mais lentas e de maior amplitude e denominam-se onda Delta. Curiosamente na fase de sono REM as ondas cerebrais registadas voltam a ser mais rápidas e de menor amplitude ou seja semelhantes a uma fase de vigília, talvez devido ao facto de os sonhos acontecerem essencialmente nessa fase REM onde acontecem movimentos oculares rápidos.

Fases do sono melhorsaude.org melhor blog de saude

Fases do sono e vigília
Fonte: Laboratório de Neurogenética / Núcleo de Cognição e Sistemas Complexos / Centro de MatemáticaComputação e Cognição / Universidade Federal do ABC

Sonhos e fase REM

Geralmente, apenas sonhamos na fase de sono profundo REM (Rapid Eye Movement) onde existem rápidos movimentos de olhos que se julga acompanharem as peripécias que ocorrem nos nossos sonhos. Se acordarmos durante esta fase do sono vamos lembrar-nos deles com muito maior detalhe mas se dormirmos descansadamente até ao fim não vamos lembrar-nos de nada e isso é que é saudável pois significa que terminamos sem precalços esse ciclo de sonho.

Sono REM e paralisia muscular

Quando adormecemos o cérebro desliga algumas funções motoras para nossa proteção. Durante a fase de sono profundo REM ficamos com uma espécie de “paralisia motora” ou seja vivemos os sonhos mental e visualmente mas não conseguimos mexer-nos!

Como seria o nosso sono se durante a fase de sonhos reagíssemos também “fisicamente” ás experiências aí vivenciadas? Certamente não teríamos um sono descansado e poderíamos até, em alguns sonhos mais “agressivos”, magoar-nos gravemente ou magoar quem dorme connosco!

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Sono REM novas descobertas

Afinal para que serve a fase REM onde ocorrem os sonhos e os movimentos rápidos dos olhos? Segundo Matthew Walker, especialista de sono e autor do livro “Why we sleep: Unlocking the power of sleep and dreams”, o sono REM tem duas funções extraordinárias:

  • Gestão e ajuda emocional;
  • Potenciar a creatividade.

Os sonhos que ocorrem nesta fase do sono libertam as memórias da carga emocional associada o que é de extrema importância em casos de memórias traumáticas, sendo a primeira ajuda para ultrapassar esses traumas, desde que a produção de noradrenalina não seja exagerada ou esteja danificada pois nesses casos podem acontecer os mesmos pesadelos recorrentes de que se queixam os doentes com sindrome pós traumático.

Sistema glinfático e limpeza do cérebro

O sistema glinfático foi descrito pela primeira vez em 2012 pela neurocientista dinamarquesa Maiken Nedergaard e tem sido amplamente correlacionado com danos cerebrais pós-AVC, lesões cerebrais traumáticas e doenças neurodegenerativas, entre elas a doença de Alzheimer e outras doenças demenciais. A descoberta foi feita a partir da análise do percurso liquórico in vivo, por meio da técnica de microscopia de dois fótons (onde se utiliza marcadores através de injeções intratecais). Esperava-se observar a circulação liquórica clássica que já havia sido descrita, no entanto foi identificado que, além desse percurso, ocorre também a penetração do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) no parênquima, depois a troca com o líquido intersticial e, por fim, a drenagem do LCR.

O sistema glinfático é uma rede perivascular que atua drenando resíduos tóxicos e metabólitos do Sistema Nervoso Central (SNC) como a proteína β-amiloide, que, quando acumulada, tem uma ação relevante na  fisiopatologia da doença de Alzheimer e facilita a distribuição cerebral de compostos como aminoácidos, glicose e neuro moduladores.

Circulação liquórica

Via clássica

O LCR é produzido nos plexos coroides, localizados nos ventrículos cerebrais (principalmente nos ventrículos laterais) e tem uma produção média de 500ml por dia, tendo um volume circulante de 100ml a 150ml.

Dos ventrículos laterais, ele alcança o III ventrículo a partir do forame de Monro e, por meio do aqueduto do mesencéfalo (ou aqueduto de Sylvius), chega ao IV ventrículo. Nesse local, ele pode difundir-se para o espaço subaracnoídeo medular, pelo forame de Magendie (abertura medial), e para o espaço subaracnoídeo encefálico pelo forame de Luschka (aberturas laterais).

Ele é reabsorvido pelas granulações (ou vilosidades) aracnoides, que são projeções da membrana aracnoide, e drenam para os seios venosos, principalmente o seio sagital superior.

Cérebro humano

Nova via

O LCR presente no espaço peri arterial acompanha as arteríolas e os capilares conforme ocorrem as suas ramificações, penetrando no parênquima cerebral. Nesse local, o líquor comunica-se com o líquido intersticial através de poros na estrutura perivascular, permitindo a passagem das moléculas de menores dimensões e sendo favorecidas pela pulsatilidade arterial, que contribui para essa saída do LCR do espaço peri arterial.

Além disso, as células da glia também realizam um papel fundamental, sobretudo os astrócitos, pois, nas suas regiões mais periféricas (conhecidas como pés dos astrócitos), está presente a AQP4, uma aquaporina que possibilita a passagem de moléculas de água. A partir das junções comunicantes dos astrócitos,  comunicam-se e mantêm um fluxo convectivo desde o espaço peri arterial até o espaço peri venoso.

Limpeza do SNC

O maior detalhe desse mecanismo é que o LCR que penetra no espaço peri venoso não é o mesmo que saiu do espaço peri arterial, pois, durante o fluxo convectivo, ele carrega os resíduos e metabólitos que antes estavam situados no interstício e, por isso, se assemelha ao sistema linfático, sendo uma nova descoberta que explica como ocorre a drenagem no SNC.

Nedergaard M. The Glymphatic System: A Beginner’s Guide. Neurochem Res (2015) 40:2583–2599. Fig.3 doi: 10.1007/s11064-015-1581-6

Envelhecimento

Ao longo do envelhecimento, ocorrem mudanças físicas e metabólicas no corpo humano e algumas dessas alterações podem contribuir para o funcionamento inadequado do sistema glinfático. São exemplos disso o aumento da rigidez arterial em idosos (o que diminui a pulsatilidade e a saída do LCR para o espaço intersticial) e a hipertrofia da GFAP (proteína fibrilar ácida da glia – uma proteína de filamento intermediário expressa no SNC, muito comum em astrócitos, os quais tem a sua comunicação dificultada quando, por ela, sofre alterações estruturais). Além disso, nos estudos de Nedergaard, também se encontrou a perda da polarização perivascular das AQP4 em idosos, alterando a depuração intersticial de solutos e a troca LCR-líquido intersticial.

Uma hipótese que abre novos horizontes para pesquisas em doenças neurodegenerativas é a de que pacientes com essas doenças possam ter os mesmos acometimentos supracitados, no entanto agravados. Dessa maneira, ocorre uma drenagem deficitária que gera acúmulos prejudiciais, como no caso da doença de Alzheimer, em que são encontrados agregados de proteína tau e o acúmulo de β-amiloide.

Sistema glinfático e o sono

O sistema glinfático tem sua maior atividade durante o sono (principalmente no sono profundo, o terceiro estágio do sono não-REM). Imagens feitas a partir da microscopia de dois fótons mostram que, durante o estado de vigília, o influxo de líquor pode ser reduzido em até 90%.

Ainda não se sabe com exatidão o processo fisiológico que gera essa maior atividade durante o sono, mas a noradrenalina parece ser um importante regulador da atividade glinfática pois age durante a vigília, aumentando o volume intracelular e, consequentemente, diminuindo o espaço intersticial. Assim, os mecanismos hidrodinâmicos não são favorecidos para a drenagem durante a vigília, enquanto o inverso acontece durante o sono com a diminuição da noradrenalina, o que propicia a saída do LCR do espaço perivascular.

Um boa noite de sono é por isso essencial para a limpeza e saúde do nosso cérebro!

Sistema imunológico e privação de sono

A privação de sono e o sistema imunológico exercem e sofrem influências mútuas. A privação de sono é considerada uma fonte de stress, uma vez que induz a elevação do cortisol em seres humanos (ou da corticosterona em roedores). Os glucocorticoides, por sua vez, exercem um efeito imunossupressor ou seja fazem com que o nosso sistema imunológico fique mais debilitado e menos eficaz contra a invasão de vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros corpos estranhos. Por essas razões, foi proposto que o aumento da ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal seja um importante mediador das alterações imunológicas observadas em pacientes com insónia ou privados de sono.

Estudo: Repercussões imunológicas dos distúrbios do sono

Uma das células mais importantes do nosso sistema imunitário são as chamadas células assassinas naturais (NK), um tipo de glóbulos brancos. Estas detetam as células infetadas e param a sua atividade ou removem-nas antes que novos vírus sejam reproduzidos.

O sono é de extrema importância, para termos células assassinas naturais suficientes no corpo. Assim se não dormimos regularmente e horas suficientes (7.30h), somos muito mais suscetíveis a doenças e infeções. Investigadores estudaram como é que o número de glóbulos brancos se desenvolve sob privação de sono. O resultado foi surpreendente e assustador:

  • Os grupos de teste que dormiram apenas 4 horas em vez de 8 horas tiveram uma redução de 70% na proporção das suas células assassinas naturais (NK).

Este resultado suporta a evidência de uma maior fragilidade e probabilidade de contrair infeções quando temos problemas com a qualidade e quantidade do nosso sono.

Melatonina a hormona do sono o que é?

Formula química:   N-acetil-5-metoxitriptamina

A mensagem de ausência de luz enviada ao cérebro é, em cada período de aproximadamente 24h, repetida e traduzida na libertação de melatonina pelo hipotálamo (mecanismo circadiano de regulação do sono). A melatonina  é uma hormona produzida por diversos animais e plantas. Em animais superiores é produzida e libertada pela glândula Pineal. Quimicamente, é uma indolamina sintetizada a partir do triptofano (aminoácido essencial encontrado nas proteínas) sendo uma molécula anfipática ou seja  devido ao seu caráter anfifílico (uma parte hidrofílica e outra lipofílica), pode atravessar facilmente as membranas celulares por difusão. Em consequência, a melatonina não é armazenada no interior do pinealócito e é imediatamente libertada dentro dos capilares sanguíneos que irrigam a glândula pineal após a sua formação. Assim, a secreção de melatonina depende da sua síntese, que é catalisada por quatro enzimas distintas:

  • Triptofano hidroxilase (TPH),
  • Descarboxilase de L-aminoácidos aromáticos,
  • N-acetiltransferase (NAT),
  • Hidroxi-indol-O-metiltransferase (HIOMT).

Triptofano-serotonina-melatonina

Serotonina (antidepressivo) é precursor da melatonina

No esquema acima descrito é clara a importância da serotonina como precursor da melatonina. Relembro apenas que a serotonina é utilizada por milhões de pessoas em todo o mundo como antidepressivo! A glândula pineal participa na organização temporal dos ritmos biológicos, aturando como mediadora entre o ciclo claro/escuro ambiental e os processos regulatórios fisiológicos, incluindo:

  • Regulação endócrina da reprodução,
  • Regulação dos ciclos de atividade-repouso e sono/vigília,
  • Regulação do sistema imunológico, entre outros.

Melatonina e antioxidante mitocondrial

A melatonina e a glutationa (ou glutatião) são os dois mais importantes antioxidantes mitocondriais. A melatonina é um antioxidante antigo. Após o seu desenvolvimento inicial em bactérias, ela foi retida ao longo da evolução, de modo que pode estar ou pode ter estado presente em todas as espécies que existiram. Embora se tenha mantido ao longo da evolução durante a diversificação das espécies, a estrutura química da melatonina nunca mudou; assim, a melatonina presente nos seres humanos atualmente vivos é idêntica à presente nas cianobactérias que existem na Terra há bilhões de anos.

A melatonina na circulação sistémica de mamíferos desaparece rapidamente do sangue, presumivelmente devido à sua captação pelas células, particularmente quando estão sob condições de alto stresse oxidativo. A medição da distribuição subcelular da melatonina mostrou que a concentração desta indolamina nas mitocôndrias excede em muito a do sangue. A melatonina presumivelmente entra nas mitocôndrias através de transportadores de oligopeptídeos, PEPT1 e PEPT2.

Assim, a melatonina é direcionada especificamente para as mitocôndrias, onde parece funcionar como um potente antioxidante mitocondrial. Além de ser absorvida da circulação, a melatonina também pode ser produzida nas mitocôndrias. Durante a evolução, as mitocôndrias provavelmente tiveram origem quando as bactérias formadoras de melatonina foram engolidas como alimento por procariontes ancestrais. Com o tempo, as bactérias engolidas evoluíram para mitocôndrias; isso é conhecido como a teoria endossimbiótica da origem das mitocôndrias. Quando o fizeram, as mitocôndrias mantiveram a capacidade de sintetizar melatonina.

Assim, a melatonina não é apenas absorvida pelas mitocôndrias, mas estes organelos, além de muitas outras funções, provavelmente também produzem melatonina. As altas concentrações da melatonina e as suas múltiplas ações como antioxidante proporcionam uma potente proteção antioxidante a estes organelos que estão expostas a abundantes radicais livres.

Estudo: Melatonin as a mitochondria-targeted antioxidant: one of evolution’s best ideas

Atualmente médicos e investigadores de renome como o cardiologista  Dr. Steven Gundry colocam a hipótese de a principal função do sono ser produzir melatonina para proteger o bom funcionamento das nossas mitocôndrias, pois sem a energia produzida pelas mitocôndrias não estaríamos vivos!

Stress oxidativo e cancro

A mitocôndria é a principal responsável pelo fornecimento de energia, trifosfato de adenosina, ATP (adenosine triphosphate), às células e a maior produtora de espécies reativas do oxigénio (radicais livres), ROS (reactive oxygen species), tais como o anião superóxido (O2.-), o peróxido de hidrogénio (H2O2) e o radical hidroxilo (OH.).

A manutenção de um equilíbrio entre a produção de ROS e as defesas antioxidantes é crucial para o bom funcionamento do organismo humano. No entanto, pode ocorrer um desequilíbrio devido à produção excessiva de ROS ou à deficiência de defesas antioxidantes. A este desequilíbrio dá-se o nome de stress oxidativo. O excesso de ROS pode danificar o DNA, os lípidos ou as proteínas e levar ao aparecimento de diversas doenças, incluindo o cancro.

O genoma mitocondrial é mais suscetível a mutações por possuir limitações nos mecanismos de reparação. As lesões ao nível do DNA mitocondrial (mtDNA) podem ser mutações nas regiões codificantes ou na região D-loop (displacement loop), ou simplesmente alterações do número de cópias de mtDNA. Para se defender do stress oxidativo, o organismo desenvolveu mecanismos de defesa endógena antioxidante. As defesas dividem-se em:

  • Enzimáticas como por exemplo a superóxido dismutase, a glutationa peroxidase e a catalase;
  • Não enzimáticas, como por exemplo as vitaminas A, C e E.

Existe a hipótese de uma alimentação rica em nutrientes com propriedades antioxidantes poder ser benéfica na prevenção contra a oxidação mas ainda sem suporte científico consistente. No entanto, o excesso de nutrientes com propriedades antioxidantes ou mesmo de suplementos antioxidantes podem ser cancerígenos.

Utilização terapêutica da Melatonina

Como dormir rápido e como dormir bem

Em humanos, a melatonina tem como principal função regular o sono ou seja, num ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina do organismo aumentam, causando o sono, de forma a que possa dormir rápido e dormir bem. Por isso como dormir bem é muito importante então devemos eliminar do ambiente mecanismos que possam acelerar o metabolismo e impedir o sono, mesmo que não percebamos, tais como:

  • Fontes de som,
  • Fontes de luz,
  • Aromas,
  • Calor

Outra função atribuída à melatonina é a de antioxidante, agindo na  recuperação de células epiteliais expostas a radiação ultravioleta e através da administração suplementar, ajudando na recuperação de neurónios afetados pela doença de Alzheimer e por episódios de isquemia (como os resultantes de acidentes vasculares cerebrais) e como complemento em tratamentos para a epilepsia.  Em resumo a melatonina é conhecida como a hormona do sono.

Jet lag o que é?

Jet lag é a alteração do ritmo biológico de 24 horas consecutivas que ocorre após mudanças do fuso horário em longas viagens de avião. Caracteriza-se por problemas físicos e psíquicos, especialmente do ciclo do sono, decorrentes de alterações dos níveis hormonais de hidrocortisona. 

Trata-se de uma condição fisiológica resultante de alterações no ritmo circadiano (distribuição dos períodos de sono-vigília em um ciclo de 24 horas) provocadas por uma viagem, geralmente de aviões a jato (daí o nome em inglês: jet, redução de jet plane, ‘avião a jato’; e lag, ‘atraso, retardamento’), atravessando vários fusos horários. Em consequência, após a viagem, o relógio interno (relógio biológico) não estará ajustado ao horário local. Ocorre então um distúrbio do sono transitório.

Qual a melhor melatonina para o Jet Lag

A melatonina, sob o nome comercial Circadin, é também considerado segura e extremamente eficaz na prevenção ou diminuição dos sintomas de Jet Lag. Especialmente eficaz para quem viaja por mais de 5 zonas horárias, mas pode ser usado para qualquer viagem que ultrapasse mais do que uma zona horária para quem é mais suscetível a sintomas.

Estudo clínicos constataram que a melatonina ajuda a regular o horário orgânico com mais rapidez, criando as condições necessárias para atingir um mais rápido relaxamento e descanso cerebral em viajantes, trazendo rápida adaptação ao novo fuso horário.

Existem também estudo que demonstram que a melatonina age como regulador de cada uma das etapas do balanço energético, tais como:

  • Ingestão alimentar,
  • Fluxo de energia para reserva,
  • Fluxo de energia das reservas
  • Gasto energético.

Comportamentos inadequados como tomar café depois das 18h ou ver televisão até tarde podem dificultar o inicio do sono ou comprometer a sua continuidade, penalizando os processos que dele dependem, como por exemplo a regulação do cortisol que é a hormona do stress. Quanto mais alto for o nível de cortisol no nosso organismo mais ansiedade vamos sentir!

Ritmo circadiano o que é?

Num velho vídeo de Novembro de 2015 Michael Rosbash explica o seu trabalho com Jeffrey C. Hall. Fala neste incrível relógio que temos dentro de nós e que consegue antecipar as mudanças cá fora. “É muito mais vantajoso saber o que vai acontecer do que reagir ao que já aconteceu. E esse é um dos papéis do ritmo circadiano”, diz.

Ritmo circadiano
Fonte: Comité Nobel de fisiologia ou medicina

Cronobiólogos ganham prémios Nobel

São geneticistas e cronobiólogos… uma espécie de “relojoeiros do corpo humano”, a saber:

  • Michael Rosbash,
  • Jeffrey Connor Hall,
  • Michael Warren Young

Estes três cientistas Norte Americanos, conquistaram a 2 de Outubro de 2017, o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina por descobertas sobre os mecanismos moleculares que controlam o ritmo circadiano.

Os trabalhos com mais de duas décadas nesta área mostraram como funcionam genes que estão ligados ao sono e à forma como regulamos o nosso metabolismo nas diferentes fases do dia. Os três cientistas norte-americanos revelaram alguns dos importantes circuitos e peças que fazem a complexa máquina do nosso relógio biológico funcionar. E, claro, perceberam onde e como pode avariar.

Relógio biológico antecipa mudanças

Segundo Anna Weddell, do comité do prémio Nobel, os investigadores mostraram, por exemplo, que “precisamos do relógio biológico para antecipar as mudanças que ocorrem durante um dia, não é só para nos adaptarmos a essas mudanças”.

Assim, recorrendo ao modelo da mosca-da-fruta, os investigadores perceberam que o corpo dos animais (incluindo o dos seres humanos) desencadeia uma série de ligações que nos preparam para acordar, mesmo antes de a luz do dia “nos avisar”. Da mesma forma, há uma preparação do organismo para o momento noturno, do sono.

Diogo Pimentel, investigador português na Universidade de Oxford que se dedica a esta área, explica:

“Até hoje não sabemos por que precisamos de dormir, mas já é claro que a regulação do sono obedece a dois processos: o ciclo circadiano (ou relógio) e o sistema homeostático” .

O tal relógio faz com que todos os organismos (incluindo nós) se sincronizem e adaptem a fatores do ambiente externo, sendo a luz o fator principal. Sobre os resultados do trabalho dos cientistas agora premiados com o Nobel da Medicina, Diogo Pimental comenta:

“É de facto uma história de sucesso fantástica e um excelente exemplo de como genes e moléculas são responsáveis por orquestrar o nosso comportamento.”

Genes na regulação do nosso sono

Segundo os prémio Nobel da medicina 2017, os genes mais importantes para o nosso ritmo circadiano são:

  • Gene period (PER) – Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall explicaram como funciona este gene;
  • Gene timeles (TIM) – Michael Warren Young descobriu este gene;
  • Gene doubletime (DBT) – Michael Warren Young, da Universidade de Rockefeller também identificaram este gene.

Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall são dois amigos de longa data que trabalham juntos há várias décadas. Actualmente, estão na Universidade de Brandeis, no Massachusetts (EUA). Michael Warren Young é um cronobiólogo que investiga no laboratório de genética da Universidade de Rockefeller, em Nova Iorque. Os três estudam o sono, os mecanismos que o nosso relógio biológico usa para se adaptar ao ambiente cá fora.

No centro das investigações destes cientistas está o papel de alguns genes que “participam” neste processo de regulação do ritmo circadiano. Michael Rosbash e Jeffrey Connor Hall explicaram como funciona o gene period (PER). Isolaram este gene e descobriram que produzia uma proteína que se acumulava nas células durante a noite e degradava-a durante o dia. Ou seja, os níveis estavam sintonizados com o ritmo circadiano (uma palavra que na sua origem em latim quer dizer algo como “cerca de um dia”, 24 horas).

Michael Warren Young descobriu o gene timeles (TIM), outra peça importante nesta máquina. Juntos, os três cientistas perceberam que por trás dos nossos sonos e vigílias estes genes actuam em conjunto formando um sistema de sinais químicos. O investigador da Universidade de Rockefeller identificou ainda um outro gene chamado doubletime (DBT) que era capaz de atrasar a acumulação da proteína PER. Estavam desvendados mecanismos-chave sobre os princípios do relógio biológico.

Mutações genéticas quais as consequências?

Encontrar os genes e a sua função fez com que se concluísse também que mudanças (ou mutações) nestes “genes-relógio” (as peças biológicas do relógio circadiano comparáveis às rodas dentadas de um relógio mecânico) estão associadas a uma série de distúrbios do sono em humanos.

Mesmo algumas formas de depressão podem estar de alguma maneira ligadas ao controlo do ritmo circadiano. Assim, por causa destes três investigadores, hoje sabemos mais sobre os mecanismos que regulam o nosso ritmo circadiano que, por sua vez, regula muitos dos nossos genes.

Funções críticas do relógio biológico

“O relógio biológico regula funções críticas, tais como:

  • Comportamento,
  • Níveis hormonais,
  • Sono,
  • Temperatura corporal,
  • Metabolismo.

O nosso bem-estar é afetado quando existe um desajuste entre o nosso ambiente externo e este relógio biológico interno, o que acontece, por exemplo, quando viajamos em diferentes fusos horários e experimentamos jet lag.

Há também indícios de que os problemas na sincronização de nosso relógio interno com o ambiente e estilo de vida podem estar associados ao aumento do risco de várias doenças”, refere o comunicado de imprensa do comité do Nobel do Instituto Karolinska, na Suécia.

Causas de insónia

As principais causas de insónia são claramente as seguintes:

  • Ansiedade
  • Depressão
  • Dor

São inúmeras as patologias que podem causar insónia. Desde logo as de caracter psicológico e psiquiátrico são claramente as duas mais importantes.

No entanto todas as patologias ou doenças que possam provocar dor são muito relevantes entre as principais causas de insónia. Assim em todos estes casos com sintomas dolorosos a principal estratégia no combate à insónia passa pela estabilização da patologia primária e nomeadamente o controle da dor durante a noite.

Outras causas frequentes de insónia são a desinformação básica acerca de regras simples mas “obrigatórias” para ajudar o nosso organismo a seguir o ritmo circadiano que marca claramente os nossos ciclos saudáveis de sono. O conjunto de regras simples, que descrevo de seguida, é habitualmente designado de higiene do sono!

Como dormir melhor

Higiene do sono

A higiene do sono é a designação dada ao conjunto de estratégias que englobam hábitos e comportamentos potenciadores de um bom sono, consolidado e recuperador. Frequentemente, os tropeços nestas regras básicas que interferem na psicobiologia humana, associam-se a um sono perturbado passível de se transformar num estado patológico crónico, muitas vezes de difícil retrocesso. Mais adiante neste artigo descrevo todas as regras essenciais para um bom sono incluindo as melhores posições para dormir.

Mais à frente neste post descrevo mais em detalhe a importância destas regras mas algumas das mais simples e de aplicação imediata, são as seguintes:

  • Quarto completamente escuro;
  • TV telemóveis, tablets e aparelhos eletrónicos desligados;
  • Ambiente silencioso;
  • Baixa temperatura ambiente (mas não gelada!);
  • Não beber café  ou chá com cafeína até 6 horas antes de se deitar;
  • Não beber álcool.

Dormir uma sesta é bom ou mau?

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Apesar das diferenças individuais, na mesma pessoa, e em condições normais, a necessidade de sono durante as 24h mantém-se de dia para dia. Por conseguinte se gastarmos parte das horas destinadas ao sono, durante uma sesta a noite será provavelmente mais curta (geralmente com maior dificuldade de iniciar o sono mas também associado à sua interrupção repetida). Tendo esta informação em mente fica também claro que quem dorme uma sesta sente ao acordar desse pequeno sono, em geral, um aumento da concentração e energia que ajuda a passar melhor o que resta do seu dia.

No entanto também sentirá que quando chegar a hora de dormir vai ter dificuldade em adormecer à hora habitual o que vai causar, mais uma vez, a diminuição do tempo e da qualidade do sono nessa noite. No dia seguinte é também provável que volte a sentir a necessidade de uma nova sesta… iniciando uma espécie de ciclo vicioso que só pode ser quebrado com a disciplina de se deitar sempre à mesma hora e ter uma noite de sono de aproximadamente 7 horas e meia.

Exercício físico será que é bom para o sono?

As atividades noturnas devem procurar favorecer o sono e não a vigília. Neste sentido, o exercício físico intenso é, em principio, contra-indicado no horário próximo ao de dormir, já que, devido à ativação intensa generalizada que condiciona, e a um aumento da temperatura corporal, atrasa o inicio do sono. O exercício ligeiro a moderado, por sua vez, promove o sono, ao que parece, através de um mecanismo reflexo. Por outro lado, estratégias de relaxamento, favoráveis a uma inativação geral parecem ser sonogénicas.

Álcool dá sono, isso é bom?

Relaxantes como o álcool só aparentemente facilitam o sono. Na realidade, apesar de poderem diminuir a latência do sono, no decorrer da noite, este passa a ser, significativamente pior, mais superficial e fragmentado, após a ingestão de álcool. Pode até adormecer mais depressa mas a qualidade do sono é muito pior e vai acordar com um enorme cansaço e até dor de cabeça.

Tabaco e influência no sono

O tabaco contém nicotina (um estimulante) e é igualmente prejudicial ao sono, devendo ser evitado. Por outro lado o tabaco é um irritante das mucosas nasais e da garganta o que pode alterar o fluxo de ar e causar o ressonar além de aumentar as probabilidades de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).

Última refeição do dia

Uma refeição ligeira, sobretudo contendo alimentos ricos em L-triptofano (uma substância promotora do sono), como o leite, é benéfica, mas as refeições pesadas prejudicam o inicio do sono. Também os líquidos não deverão ser excessivos perto da hora de dormir, devendo mesmo ser evitados por vezes, sobretudo em pessoas cujo sono seja frequentemente interrompido pelas idas à casa de banho.

Quando não tenho sono o que fazer?

Obrigar o sono traz muitas vezes uma frustração acrescida, sendo causa frequente de desenvolvimento de insónia psicofisiológica. Assim, é boa prática deixar a cama quando surgem dificuldades para adormecer. Nessa circunstância, fazer algo relaxante como ler ou ouvir música, pode ser adequado e ajudar o sono a chegar e então encaminhar ao leito.

Dormir demais quais os riscos?

Dormir horas a mais MELHORSAUDE.ORG MELHOR BLOG DE SAUDE

O prolongamento do tempo na cama constitui, muitas vezes, um hábito penalizador do sono, dado que o mesmo se associa a um sono mais superficial e fragmentado e, portanto, com menor rentabilidade. A regularidade de horários reservados ao sono e à vigília também são determinantes de uma boa função do ciclo sono-vigília, já que a falha neste compromisso resulta frequentemente numa perturbação do ritmo circadiano e consequentemente no sono.

1. Aumenta o risco de depressão

Um estudo de 2014, com adultos gémeos, permitiu aos investigadores concluir que dormir muitas horas (mais de nove) aumenta o risco de sintomas depressivos.

2. Pode debilitar o cérebro

Em 2012, uma equipa de cientistas descobriu que mulheres idosas com falta ou excesso de sono viam a sua capacidade cerebral deteriorar-se num espaço de seis anos. Os cérebros das mulheres que dormem mais de nove horas ou menos de cinco registam alterações correspondentes a um envelhecimento de dois anos.

3. Pode dificultar uma gravidez

Depois de analisarem os hábitos de sono de mais de 650 mulheres submetidas a fertilização in vitro, investigadores coreanos concluíram que as taxas de gravidez mais elevadas foram registadas entre as mulheres que dormiam sete a oito horas por noite e as mais baixas entre as que dormiam entre nove a onze.

“Sabemos que os hábitos de sono podem alterar os ritmos circadianos, a produção de hormonas e os ciclos menstruais”, afirmou, em 2013, quando este estudo foi publicado, o endocrinologista Evan Rosenbluth, sublinhando que não foi possível estabelecer uma causalidade clara no caso dos tratamentos para a infertilidade.

4. Pode aumentar o risco de diabetes

Um estudo realizado no Quebec concluiu que quem dorme mais de oito horas por noite têm o dobro das probabilidades de desenvolver diabetes tipo 2, ao longo de um período de seis anos, em comparação com que dorme entre sete a oito horas, mesmo tendo em consideração as diferenças de massa corporal.

5. Pode levar ao aumento de peso

O mesmo grupo de investigadores analisou também o peso e o aumento de gordura entre os participantes, no mesmo período de seis anos, e chegou à conclusão que os que dormiam demais ou de menos ganhavam mais peso do que os que dormiam as recomendadas sete a oito horas por noite.

Os que dormiam nove a dez horas tinham 25% mais probabilidade de aumentar cinco quilos nesses seis anos, mesmo com uma alimentação controlada e atividade física.

6. Pode danificar o coração

Uma investigação apresentada em 2012, nos EUA, revelou a relação entre dormir oito ou mais horas por noite e o aumento de risco de problemas cardíacos. Depois de analisar os dados de mais de 3 mil pessoas, os cientistas descobriram que as que dormiam mais tinham o dobro do risco de angina e 1.1 vezes mais o risco de doença das artérias coronárias.

7. Pode aumentar o risco de morte prematura

Uma análise de 16 estudos diferentes levou um grupo de investigadores a concluir que há um risco de morte prematura – por várias causas – aumentado entre os que dormem mais de oito horas por noite, do total de quase 1,4 milhões de participantes nas várias investigações.




Quantas horas devo dormir?

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Gráfico cansaço vs horas de sono

Este gráfico indica que 8 horas de sono, num adulto em idade ativa,  é o ideal para não acordar cansado. Alguns estudos apontam para 7 horas e meia serem suficientes e até ótimas em muitos adultos em idade ativa. De facto tendo em conta que temos durante a noite vários ciclos de sono de aproximadamente 90 minutos cada tal significa que se acordarmos ao fim de 7 horas e meia estaremos exatamente a terminar o quinto ciclo de sono.

Se continuássemos a dormir o próximo ciclo terminaria cerca de hora e meia depois ou seja faríamos 9 horas de sono desde a hora em que adormecemos. É por isso que, se nos deitarmos à meia noite, geralmente, acordamos mais “bem dispostos” ás 7.30 h do que ás 8.00h apesar de dormirmos mais meia hora!

Dormir demais nos bebés e nas crianças

Nos bebés é hábito dormir muito

Nos bebés já é hábito e saudável dormir muito mais que um adulto. O tempo de sono recomendado por faixa etária varia de especialista para especialista. A American Sleep Association divulgou recentemente novas recomendações onde estabelece períodos mínimos e máximos adequados a cada idade. No entanto, alerta para o facto de que o tempo para um sono reparador varia de acordo com as características pessoais. Refere também que dormir de mais é tão mau como dormir pouco, estabelecendo limites mínimos e máximos aceitáveis.

Dormir pouco qual o risco nas crianças?

Sabia que na infância cerca de 90% da hormona de crescimento é libertada durante o sono?

As crianças que dormem menos tempo do que o aconselhado ou que apresentam distúrbios decorrentes do sono podem ter problemas no desenvolvimento físico, no fortalecimento do sistema imunológico, na consolidação da memória e dificuldades no relaxamento muscular.

Recomendações de horas de sono

Segundo a American Sleep Association estas são as recomendações de horas de sono saudáveis desde os recém nascidos até aos 13 anos de idade:

  • Recém-nascidos (0-3 meses): 14 a 17 horas (anteriormente 12-18)
  • Bebés (4-11 meses): 12-15 horas (anteriormente 14-15)
  • Crianças (1-2 anos): 11-14 horas (anteriormente 12-14)
  • Crianças em idade pré-escolar (3-5 anos): 10-13 horas (anteriormente 11-13)
  • Crianças em idade escolar (6-13 anos): 9-11 horas (anteriormente 10-11)

Pequenos ecrãs impedem crianças de dormir

O sono é prejudicado nas crianças que utilizam disposivos electrónicos
O sono é prejudicado nas crianças que utilizam disposivos electrónicos

As crianças que têm acesso a ‘tablets’ ou ‘smartphones’ nos seus quartos dormem menos do que as crianças que não têm acesso a estes dispositivos à noite, conclui um estudo norte-americano hoje divulgado. As conclusões da investigação publicadas na revista Pediatrics mostram que ter um chamado “pequeno ecrã” à mão é pior do que ver televisão, no que toca à falta de sono, de acordo com a observação de 2.000 crianças em idade escolar.

No geral, aqueles que têm acesso a ‘tablets’ ou ‘smartphones’ dormem menos 21 minutos por noite em comparação com os que não usam essa tecnologia e têm mais probabilidade de acusar falta de sono. Já as crianças com televisão no quarto dormem menos 18 minutos do que as que não têm esses aparelhos na mesma divisão em que dormem.

“A presença de pequenos ecrãs, mas não de televisão, no ambiente de sono, está associada com a perceção de descanso ou sono insuficiente”, indica o estudo de Jennifer Falbe, da Universidade da Califórnia..

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Mudança da hora

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Segundo o Dr. Miguel Meira Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, a mudança para a hora de inverno traz “mais riscos que benefícios” devido à “súbita exigência de mudança” do “tempo interno” das pessoas.

Ás 2 horas do dia 30 de Outubro, os relógios vão atrasar uma hora (dormimos mais uma hora), dando início ao horário de inverno, uma mudança que, tem impactos negativos na saúde. Apesar do impacto ser claramente maior no adiantamento (dormimos menos uma hora) que exigimos ao tempo em meados de Março, qualquer das direções em que se proceda uma mudança súbita num relógio de adaptação lenta como o que temos no cérebro, tem prejuízos significativos e potencialmente graves.

O especialista Miguel Meira Cruz afirma que uma hora a mais de sono pode, em teoria, promover o bem-estar de quem se encontra privado desta necessidade, sendo o impacto deste benefício maior nas pessoas que se deitam mais tarde e tendencialmente se levantam mais tarde ou naqueles que atrasam a sua hora de deitar, como acontece com adolescentes. Porém, na prática, verifica-se que “as atitudes não acompanham as intenções e este ganho tem provavelmente uma influência menor”, sublinha.

Além disso, acrescenta, “os matutinos privados de sono, podem sofrer mais nos dias subsequentes à mudança para a hora de inverno”, dado que para “além da menor flexibilidade na resposta a mudanças, as condicionantes impostas pelo novo horário afetam o humor”.

Assim alguns dos mais importantes sintomas e consequências causados pela alteração da hora,são os seguintes:

  • Prevalência de alguns tipos de dores de cabeça, nomeadamente a cefaleia hípnica (surge durante o sono) e a cefaleia em salvas (dor muito forte só num lado da cabeça).
  • Alterações de humor;
  • Sonolência que pode originar, por exemplo, acidentes rodoviários;
  • Falta de concentração;
  • Fadiga;

Segundo o Dr Miguel Meira, especialista em medicina de sono, “estas condições são frequentemente desencadeadas por alterações nos ritmos circadiários estabelecidos naturalmente”. Para o especialista, a mudança da hora “é mais um exemplo do predomínio de interesses económico-financeiros, que vigora no mundo, em detrimento daqueles dirigidos à promoção da saúde”.

A alteração proposta originalmente por Benjamim Franklin, tinha como intensão rentabilizar a energia luminosa poupando gastos, mas em rigor, não só não se confirmaram os ganhos teoricamente previstos, como se tem vindo a descobrir perdas importantes de saúde associadas à alteração brusca da hora.

Dormir melhor mas como…?

11 decisões que já esta noite fazem dormir melhor

A verdade é que um bom sono depende de vários fatores simultâneos e que jamais conseguirá dormir bem se não controlar os que listamos de seguida. Na maioria das pessoas basta um destes fatores para não ter uma quantidade e/ou qualidade de sono profundo adequada, mesmo quando julgam que dormem bem! Os registos encefalográficos dos especialistas do sono não deixam dúvidas quanto à fragmentação do sono quando algumas destas condições não são adequadas ao ambiente do quarto onde dorme.

Não esquecer também que dormir bem não é dormir demais!

Aqui ficam as condições essenciais que importa controlar:

  • Não tomar cafeína ( café, chá e chocolate ) até 6 horas antes de dormir para controlar um excesso de estado de vigília noturna e degradação do sono profundo.
  • Vinho, apenas deve beber um copo ao jantar pois apesar de ajudar a adormecer vai degradar a qualidade e quantidade do sono profundo.
  • Baixe a temperatura do quarto pois o cérebro associa o frio com a necessidade de dormir para o organismo gastar menos energia.
  • Não faça exercício á noite pois, como anteriormente detalhamos neste artigo, há libertação de neurotransmissores como a adrenalina que nos tiram o sono.
  • Afaste-se de todos os aparelhos eletrónicos com ecrans ou seja TV, computador, smartphone e tablet, pois a luz emitida por estes gadgets envia ao cérebro a mensagem de que ainda é dia!
  • Não tome líquidos ao deitar, expecto se sentir sede, pois vai aumentar as probabilidades de acordar de noite para urinar e fragmentar o seu sono.
  • Torne o quarto completamente escuro com estores totalmente fechados e/ou cortinas que impeçam a passagem da luz solar. Bastam alguns raios de luz antes de tempo para estimular o despertar e impedir que complete o mínimo de horas de sono necessárias para repor a sua energia.
  • Levanta-se sempre à mesma hora mesmo ao fim de semana para manter o ritmo circadiano natural do seu corpo.
  • Quando o despertador tocar levante de imediato as persianas, afaste as cortinas e deixe entrar o luz do Sol. Fazer o despertador tocar de 10 em 10 minutos só vai fragmentar o seu sono e aumentar o cansaço. A luz é o seu melhor despertador.
  • Controle a ansiedade – As preocupações são constantes, mas não devem acompanhar-nos na cama. Existem formas de reduzir o seu impacto como por exemplo fazer uma lista de preocupações e definir estratégias para as resolver no dia seguinte. O objetivo é lidar, em consciência, com cada uma das preocupações, de tal forma que estas deixem de ser um fator negativo perpetuante.
  • Banho quente – uma a duas horas antes da hora de deitar, ajuda, por mecanismos semelhantes aqueles que acompanham os efeitos do exercício ligeiro a moderado, a uma diminuição da latência do sono (intervalo de tempo que passa desde que uma pessoa se deita até que adormece).

Melhores posições para dormir

Será que a posição que escolhe para dormir é a melhor?  Esse é um dos hábitos que melhores benefícios pode trazer à saúde da sua coluna vertebral e por conseguinte à qualidade do seu sono. De seguida deixamos uma imagem que ilustra quais as melhores posições para dormir e proteger as suas costas. Confirme se a sua está correcta… senão corrija o mais cedo possível, para bem da sua saúde!

Posições correctas e erradas para dormir

Exames para avaliar a qualidade do sono

Existem 4 exames que têm uma importância muito relevante no diagnóstico correto da qualidade do sono, a saber:

  • Registo do sono profundo,
  • Testes psicológicos,
  • Polissonografia ou estudo do sono,
  • Exames da Tiroide (TSH, T4, T3)

Comprimidos para dormir quais os riscos?

A utilização de comprimidos para dormir é cada vez mais comum. Sabe-se que mais de 25% das insónias estão relacionadas com outras doenças, tais como como:

  • Ansiedade
  • Depressão

A maior parte das pessoas não tem uma boa higiene do sono (hábitos que promovem uma boa noite de sono, como por exemplo deitar a um horário regular, evitar bebidas cafeinadas à tarde e à noite, não estar no computador ou tablet na cama, não ver televisão no quarto, etc).

Nestas situações, recorre-se frequentemente aos chamados comprimidos para dormir. Os mais prescritos são os ansiolíticos tais como:

  • Benzodiazepinas, como o alprazolam (Xanax®), o lorazepam (Lorenin®) e o diazepam (Valium®);
  • Benzodiazepinas mais sedativas, como o estazolam e o loprazolam;
  • Hipnóticos mais recentes e com menor risco de dependência e tolerância, caso dos chamados medicamentos Z, como o zolpidem.

Estes grupos pertencem à categoria dos psicofármacos, cujo consumo tem vindo a aumentar nos últimos anos.

A prescrição deste tipo de medicamentos pode ser necessária para combater rapidamente as insónias e, como tratamento de curta duração, são de facto eficazes e seguros. No entanto, estes fármacos oferecem apenas uma solução a curto prazo e não resolvem o problema das insónias na sua origem, além de comportarem riscos para a saúde quando tomados durante muito tempo (mais de quatro semanas).

Riscos e efeitos adversos dos comprimidos para dormir

Os comprimidos para dormir acarretam riscos de vária ordem a que deve estar atento, tais como:

  • Efeitos secundários como sonolência, confusão e descoordenação motora, mas também um possível agravamento das insónias;
  • Diminuição da atenção, do tempo de reação e da velocidade do desempenho;
  • Tolerância progressiva que obriga à toma de doses cada vez mais elevadas para obter o mesmo efeito;
  • Dependência ou habituação;
  • Potencial de abuso, sobretudo em pessoas com historial de dependência;
  • Síndrome de abstinência, que inclui tremores, agitação psicomotora, suores, palpitações, náuseas e vómitos, desorientação, alucinações e até convulsões, razão pela qual não se deve interromper este tipo de medicação abruptamente;
  • Défices cognitivos e até síndromes demenciais, segundo alguns estudos;
  • Interação com bebidas alcoólicas e outros medicamentos, especialmente os depressores do Sistema Nervoso Central (SNC);
  • Risco aumentado de acidentes de trabalho ou acidentes de viação por sonolência excessiva.

Quem sofre de insónias pode e deve discutir com o seu médico assistente as melhores alternativas aos comprimidos para dormir, o que poderá implicar mudanças nos hábitos e nos estilos de vida, a adoção de uma correta higiene do sono, bem como pequenas medidas comportamentais favorecedoras do seu sono natural. Na verdade, existem muitas outras formas de ter uma boa noite de sono, sem riscos para a sua saúde.

Atenção: Não tome comprimidos para dormir e álcool ao mesmo tempo. Esta mistura explosiva aumenta o efeito sedativo dos medicamentos e pode provocar perda de consciência e depressão respiratória.

Concluindo

O nosso cérebro é uma “máquina verdadeiramente extraordinária” cuja ferramenta mais importante para manter o equilíbrio é o sono. É o sono que nos permite consolidar as nossas memórias “arrumando-as” de maneira a estarem disponíveis quando delas necessitamos! É também o sono que nos permite recarregar a energia para enfrentar um novo dia com raciocínio mais acertado e melhores tomadas de decisões em inúmeras opções de vida do nosso quotidiano. È frequente uma pessoa com uma má noite de sono tomar decisões erradas, algumas das quais podem colocar vidas em perigo tais como na condução de veículos e até na medicina!

O sono tem inclusive influência nas feridas, cujo processo de cicatrização é acelerado durante o sono e também no nosso sistema imunitário que fica fragilizado quando não dormimos o suficiente ou dormimos demais! Resumindo e para ser muito claro…jamais um organismo consegue o equilíbrio com um sono desregulado ou insuficiente!

Se tem dificuldade em dormir ou acorda cansado, melhore a sua “higiene do sono”. Eu próprio tive que “disciplinar o meu sono” com alterações simples como, por exemplo, tornar o quarto completamente escuro pois no meu caso uma ínfima friesta de luz me faz acordar! Desligar atempadamente televisão, telemóvel e tablet pelo menos 1 hora antes de dormir também foi uma medida de extrema importância para melhorar o meu sono. Enfim… siga as recomendações descritas neste artigo e pode ter a certeza que a qualidade do seu sono vai melhorar e vai sentir uma energia extra que julgava impossível!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências:

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MEDICAMENTOS e MEDICINA DESCOBERTAS IMPORTANTES




Medicamentos, medicina e descobertas na saúde, ciência e tecnologia. Conheça algumas das descobertas interessantes dos últimos anos da medicina, farmacologia e ciência que salvam muitas vidas! Novas vacinas, fármacos mais eficazes e menos efeitos secundários, tecnologias inovadoras aplicadas à medicina, grandes esperanças para doentes até agora sem tratamento, técnicas cirúrgicas que vão ficar na história…!

Nos últimos anos, em Portugal e no resto do mundo, ocorreram grandes progressos na medicina que permitem a médicos e pacientes sonhar com uma melhor saúde, mais eficaz e eficiente. «A história mostra-nos que o conhecimento nada tem de imutável e acredito, inabalavelmente, que a ciência tem ainda muito para nos proporcionar», afirma João Caramês, professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da universidade de Lisboa.

Neste artigo vou falar dos seguintes medicamentos, técnicas e tecnologias:

  • Envelhecimento e como reverter o processo?
  • Cancro da próstata e novas tecnologias;
  •  Antipsicótico de última geração;
  • Perda de visão regredir é possível?
  • Primeiro bebé de útero transplantado;
  • Hepatite C qual o grande avanço no tratamento?
  • Diabetes quais os novos fármacos?
  • Doenças autoimunes qual a nova esperança?
  • Melanoma quais os inovadores tratamentos?
  • Insuficiência cardíaca qual o novo medicamento?
  • Doente reumático como melhorar o tratamento?
  • Teste pré-natal novo e mais completo?
  • Parkinson e Alzheimer qual a melhor estratégia de tratamentos e prevenção nas doenças neurodegenerativas?
  • Dentes mais fortes quais as novas Estruturas orais 3D?
  • Lentes de contacto inteligentes o que trazem de novo?
  • Artrite psoriática qual o primeiro tratamento oral?
  • Pâncreas artificial como foi criado?
  • Zona qual a primeira vacina?
  • Primeiro tratamento específico para a rosácea;
  • Primeiro tratamento para disfunções da marcha;
  • Portugueses descobrem mecanismo tumoral.

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Envelhecimento como reverter?

Uma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) João Lobo Antunes descobriu que a manipulação de uma molécula de RNA é suficiente para reverter o envelhecimento celular.

Todas as células do organismo sofrem um processo gradual de envelhecimento que pode contribuir para o aparecimento de várias doenças. Uma forma de combater as doenças associadas ao envelhecimento consiste em induzir a regeneração celular.  No entanto, células envelhecidas tendem a ser muito resistentes a manipulações que visam a sua regeneração.

No iMM, a equipa liderada por Bruno de Jesus e Maria do Carmo-Fonseca descobriu que células retiradas da pele de ratinhos envelhecidos produziam muito maior quantidade de uma molécula de RNA (ácido ribonucleico) do que células de ratinhos jovens. Ao reduzir a quantidade deste RNA, tornou-se muito mais fácil regenerar as células velhas.

“Estes resultados são um importante avanço no sentido de virmos a ser capazes de regenerar tecidos doentes em pessoas idosas”, disse Bruno de Jesus.

Cancro da próstata

Nuno Monteiro Pereira, médico urologista, destaca três avanços, particularmente úteis no diagnóstico e tratamento do cancro da próstata, a saber:

  • A popularização do uso de cirurgia robótica ganhou mais força a nível mundial e permite uma grande precisão de movimentos e uma visão muito próxima das estruturas a operar.
  • Estão também a ser avaliadas novas tecnologias minimamente invasivas para o cancro da próstata, sobretudo a eletroporação irreversível, que já mostra resultados promissores, embora ainda não conclusivos.
  • Na área do diagnóstico, estão, ainda, a surgir novas técnicas tridimensionais e de fusão de imagem que permitem a realização de biópsias com elevadíssima precisão.

Em Portugal, já existem dois equipamentos para a realização de cirurgia robótica, prevendo-se a chegada em breve de um terceiro. Os mais frequentes órgãos operados são a próstata e o rim, quase sempre em situações oncológicas, mas a tecnologia está a avançar para outros órgãos e cirurgias.

As novidades não se ficam, contudo, por aqui. Também a eletroporação irreversível já está a ser experimentalmente realizada em dois centros portugueses, prevendo-se um alargamento do número de investigadores. Para um futuro próximo, o médico prefere uma postura cautelosa esperando que o novo ano concretize o uso ponderado, cauteloso e seguro das novas armas diagnósticas e terapêuticas no campo do cancro da próstata.

Antipsicótico

Vítor Viegas Cotovio, médico psiquiatra e psicoterapeuta, membro do Conselho Nacional de Saúde Mental defende que, no que à psiquiatria diz respeito, o lançamento do já existente antipsicótico Paliperidona, agora sob a forma de injetável foi um grande passo, uma vez que tem uma libertação prolongada, podendo ser dado mensalmente, o que facilita a adesão à terapêutica e previne as recaídas que ocorrem, quer por esquecimento quer porque o doente psicótico decide não fazer a medicação.

Paliperidona o que tem de diferente?

Por ser um antipsicótico de última geração, é um medicamento atípico, o que significa que os efeitos secundários, como os tremores, que são uma das grandes lutas no que diz respeito aos medicamentos antipsicóticos, não acontecem com tanta frequência ou com tanta intensidade, neste caso. Para além disso é de relevar o facto deste medicamento não deixar a pessoa tão quebrada e tão sedada. O grande presente do futuro seria a criação de um medicamento com menos efeitos secundários, menos sedativo, que não interferisse tanto no quotidiano dos doentes psicóticos.

Perda de visão nova descoberta

Luís Gouveia Andrade, médico oftalmologista no Hospital Cuf Infante Santo, sublinha a importância da identificação da causa da perda de visão nas doenças da retina, em particular, a degenerescência macular relacionada com a idade e a retinopatia diabética que, no seu conjunto, são duas das mais importantes causas de perda de visão e cegueira e o desenvolvimento de uma substância capaz de travar e/ ou regredir esse processo terem aberto uma enorme janela de esperança para milhões de doentes em todo o mundo. Até recentemente, as opções terapêuticas para as doenças da retina eram muito reduzidas e nem sempre bem sucedidas.

Em muitos casos, o papel do médico era sobretudo acompanhar e apoiar os doentes e não tanto tratá-los de um modo eficaz. A descoberta desta nova opção torna o tratamento mais simples, menos invasivo, passível de ser repetido sempre que necessário e permite, em muitos casos, uma recuperação significativa da visão perdida. Para o futuro, o transplante da retina é solução que permitiria restituir a visão a incontáveis pacientes.

Primeiro bebé de útero transplantado

Em 2014, um grupo sueco obteve o primeiro nascimento de uma gestação conseguida num útero transplantado, constituindo um dos maiores avanços da medicina, podendo ser comparado ao do primeiro transplante cardíaco. Alexandre Lourenço, consultor em ginecologia e obstetrícia no Hospital de Santa Maria, assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa, explica que até à data, nenhuma mulher que não tivesse útero poderia ter um filho sem recorrer a outra mulher (denominado útero de aluguer). O grupo já tinha realizado oito transplantes uterinos e isso, só por si, seria um grande avanço da ginecologia.

No entanto, como órgão que só cumpre a sua função integral com a gravidez, esse facto devia ser complementado com um parto de recém-nascido vivo e viável, o que foi conseguido recentemente. De futuro, espera-se que surjam avanços na avaliação de defeitos genéticos/ cromossómicos fetais em células fetais circulantes no sangue materno, que permitissem diminuir os custos desses testes e, a prazo, fazer com que os testes realizados por rastreios indiretos ou através da amniocentese se tornem desnecessários e obsoletos.

Hepatite C novos medicamentos

Jorge Canena, médico gastrenterologista do Hospital Cuf Infante Santo, professor de gastrenterologia na Nova Medical School, afirma que um dos grandes avanços no âmbito da gastrenterologia foi a introdução de novos fármacos para o tratamento da hepatite C, a saber:

  • Sofosbuvir
  • Simepravir.

São ambos medicamentos caros e, em Portugal, ainda estão pouco disponíveis. As vantagens são preciosas já que reduzem o tempo de tratamento, apresentam um número muito reduzido de efeitos secundários e estão associadas a elevadas taxas de sucesso terapêutico.

Tal implica uma eliminação do vírus, impedindo a progressão da doença, em última análise. Estes três aspetos são um grande passo no tratamento da hepatite C. Para o futuro, espera-se a melhoria de testes genéticos para o cancro, associado a programas de rastreio para diversos tipos de tumor, programas não só mais eficazes como abrangendo maior número de pessoas.

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Diabetes novos medicamentos

João Jácome de Castro, médico endocrinologista, diretor do Serviço de Endrocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital das Forças Armadas afirma que a chegada a Portugal, de novas classes de fármacos para tratar a diabetes, foi um avanço importante, a saber:

  • Análogos GLP1
  • Inibidores SGLT2 ( em aprovação final ) outra classe ainda mais moderna que diminuem a reabsorção de açúcar.

Quais as vantagens destes novos fármacos?

A grande vantagem destes novos fármacos é de que, para além de controlarem a glicemia nas pessoas com diabetes, permitirem, simultaneamente, reduzir-lhes o peso.

No caso particular dos doentes com diabetes tipo 2, este efeito é especialmente importante já que a esmagadora maioria destes doentes tem excesso de peso e obesidade, um fator de predisposição e agravamento no controlo da própria doença. De futuro espera-se que haja um maior investimento na prevenção da diabetes e no rastreio precoce das pessoas com diabetes.

Doenças autoimunes

O grande avanço médico iniciado em 2014, para Luís Romariz, médico especialista em medicina antienvelhecimento no Instituto Médico Newage foi a consolidação de uma terapia para as doenças autoimunes e coadjuvante no tratamento do cancro, que foi iniciada em 2009, e que é a LDN (Baixas Doses de Naltrexona). Descobriu-se que doses mínimas de um fármaco usado no tratamento das pessoas com problemas de consumo de narcóticos eram capazes de aumentar a imunidade.

As coisas evoluíram ao ponto de curar algumas dessas doenças, tais como a artrite reumatoide, o lúpus, a psoríase, a esclerose múltipla ou cancro do pâncreas! No que ao futuro diz respeito , era bom que se descobrisse um fármaco com verdadeira acção no alongamento dos telómeros. Aí sim poderíamos aspirar à vida eterna!

Melanoma

Fátima Cardoso, médica oncologista, diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud e secretária-geral da European Organisation for Research and Treatment of Cancer, destaca os avanços iniciados em 2014 para o tratamento do melanoma. Para este cancro, frequentemente fatal, as possibilidades terapêuticas eram muito reduzidas, existindo neste momento tratamentos capazes de prolongar a vida dos doentes com melanoma avançado, cujo princípio ativo é o anti-PDL1. Um desses tratamentos representa uma das primeiras aplicações clínicas eficazes de imunoterapia na área da oncologia.

Apesar disso, a melhor arma para combater este tipo de cancro continua a ser a prevenção. Esta doença é curável, mas apenas quando diagnosticada precocemente. Quanto ao futuro, se os conhecimentos atuais fossem bem utilizados para tratar todos os doentes com cancro, a mortalidade seria substancialmente reduzida. Assim, desejo que todos os doentes possam ser tratados segundo as recomendações internacionais publicadas, por médicos experientes e humanos e que tenham acesso aos melhores tratamentos.

Insuficiência cardíaca

Para Manuel Carrageta, médico cardiologista, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, o maior avanço na área da cardiologia para o tratamento de uma doença com uma mortalidade muito elevada e que causa grande sofrimento aos doentes (cansaço, falta de ar, edemas) é um novo medicamento que tem uma molécula mista composta por dois fármacos, a saber:

  • Valsartan,
  • Sacubitril

Esta associação tem mostrado efeitos muito benéficos, com grande redução da mortalidade, quando comparado com as terapêuticas atuais. Para o futuro, o cardiologista deseja que o novo tratamento para a insuficiência cardíaca seja rapidamente aprovado em todo o mundo e que também os doentes portugueses possam, em breve, beneficiar dele.

Doente reumático melhor tratamento

Augusto Faustino, médico reumatologista da Clínica de reumatologia de Lisboa e do instituto Português de reumatologia, afirma que na área da reumatologia, assistiu-se à sedimentação e implementação de tendências que se vinham a delinear nos anos anteriores, a amplificação da rede de prestação de cuidados reumatológicos em meio hospitalar a nível nacional e o fortalecimento daquela que foi a maior revolução no tratamento das doenças inflamatórias reumáticas nos últimos anos, a utilização de terapêuticas biotecnológicas, regida por normas de boa prática clínica e com registo informático num processo clínico eletrónico da reumatologia, o Reuma.pt.

O corolário destes dois factos foi permitir que os doentes reumáticos possam mais facilmente ser consultados pelos médicos especialistas mais habilitados, e que as situações reumatológicas mais graves, e potencialmente mais agressivas e destrutivas, possam ser tratadas com propriedade clínica e em segurança, com os fármacos mais adequados e mais efetivos para a sua abordagem. No futuro era bom que se verificasse uma mudança de paradigma na área da reumatologia, deixando os médicos e os doentes reumáticos de procurar um diagnóstico definitivo, centrando-se na deteção de sinais e sintomas precoces de doença reumática, habitualmente associados à existência de inflamação.

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Teste pré-natal mais completo

De entre os vários avanços na área da genética, a especialista Purificação Tavares geneticista e directora do CGC Genetics salienta destaca o facto de o teste não invasivo pré-natal, agora mais completo, dar resultado para outras anomalias, a saber:

  • Trissomia 21
  • Trissomia 13
  • Trissomia 18,
  • Síndrome de Turner
  • Sindrome de Klinefelter e de
  • Sindrome de Microdeleção,

Este teste mais completo confere ao médico e ao casal muito maior segurança durante a gravidez. Mas as inovações neste campo não ficaram por aqui. Desde 2014 ocorreu, também, a possibilidade de realizar-se múltiplas análises de pesquisa de mutações de uma só vez com a sequenciação de nova geração (NGS).

É uma metodologia que está a ser aplicada em várias especialidades médicas e que permite menos custos, um menor tempo de resposta, bem como diagnósticos antes impossíveis de doenças causadas por múltiplos genes, tais como:

  • Atrasos de desenvolvimento,
  • Retinopatias pigmentares,
  • Surdez
  • Doenças neurodegenerativas

No futuro, a geneticista Purificação Tavares, deseja que surjam mais consultas de genética médica, de modo a que a população tenha um acesso mais facilitado a esta especialidade e às novas análises.

Doenças neurodegenerativas

De entre os enormes avanços das neurociências nas últimas décadas, Belina Nunes, médica neurologista, diretora da Clínica da Memória realça o progresso no conhecimento dos mecanismos da neurodegeneração, sobretudo relativamente às doenças de Parkinson e de Alzheimer, o que tem permitido melhores estratégias de prevenção e tratamento, nomeadamente «a Estimulação Cerebral Profunda (DBS) na doença de Parkinson, uma técnica já utilizada em vários centros neurológicos e com benefícios significativos num elevado número de doentes.

No campo da imagiologia cerebral, as técnicas de tratografia dão imagens maravilhosas dos feixes nervosos e começam cada vez mais a ser usadas na investigação e na prática clínica. Esta é uma das técnicas mais promissoras para o melhor conhecimento do funcionamento do cérebro humano.

Dentes mais fortes estruturas orais 3D

Na medicina dentária, o destaque de João Caramês, professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, professor adjunto da NYU e diretor clínico do Instituto de Implantologia, vai para o início da utilização de impressoras 3D na produção de réplicas de estruturas orais, sejam elas dentárias, gengivais ou ósseas. Este é um marco importante numa área em que pontos de contacto entre engenharia mecânica e robótica, engenharia informática (hardware e software) e prestação de cuidados de saúde são cada vez mais generalizados e indissociáveis.

A produção de estruturas 3D implica a utilização de scanners e de software com graus de detalhe espantosos e que permitem a recolha de informação da cavidade oral do doente por via digital, diminuindo assim o tempo de tratamento e o seu grau de desconforto. A tecnologia utilizada aumenta a precisão dos trabalhos, diminuindo as margens de erro e permitindo a execução de próteses em poucas horas. Dado que trabalhamos com informação digital, os obstáculos físicos perdem importância encurtando distâncias entre cidades, países e continentes, aproximando doentes e equipas médicas que não partilham a mesma localização geográfica.

Quando se pensa no futuro, embora com aplicações longe do imediato, anseio por mais investigação em células pluripotenciais, a partir das quais se possam criar tecidos biológicos perdidos, nomeadamente dentes, de forma a podemos aspirar a uma verdadeira terceira dentição.


OUTRAS DESCOBERTAS IMPORTANTES:

Lente de contacto inteligente

Foi apresentada pela Google e é capaz de medir os níveis de glicose e de enviar a informação para o smartphone.

Artrite psoriática primeiro tratamento oral

Foi aprovado pela Food and Drugs Administration (FDA) e surge como uma alternativa aos fármacos injetáveis até então existentes, sendo um tratamento mais seguro e eficaz.

Pâncreas artificial

Foi desenvolvido no reino unido com o objetivo de revolucionar a vida dos doentes com diabetes que precisam de fazer injeções diárias de insulina. Os ensaios clínicos começaram em 2016.

Zona primeira vacina

Atua no gânglio nervoso onde está adormecido o vírus da varicela (herpes zoster) ajudando a prevenir a sua reativação, que leva ao aparecimento da zona.

Rosácea primeiro tratamento específico

Em formato de gel tópico permite uma redução do eritema facial 30 minutos após a aplicação, com resultados até 12 horas. É vendido mediante receita médica e o seu princípio ativo é a brimonidina.

Mecanismo tumoral descoberta Portuguesa

A descoberta do mecanismo que promove o crescimento do cancro do ovário foi realizada por uma equipa de cientistas do Instituto de Medicina Molecular em Lisboa e vem abrir portas ao desenvolvimento de terapias, ao nível da imuno‑oncologia.

Disfunções da marcha primeiro tratamento

É uma nova esperança para quem sofre de esclerose múltipla. Permite a libertação prolongada da substância ativa fampridina. A sua utilização, em meio hospitalar, foi recentemente autorizada.

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CANCRO, NOVA DESCOBERTA CONTRA AS METÁSTASES

Como se forma um cancro?

Fases do processo de formação de um cancro
Fases do processo de formação de um cancro

Cancro qual a nova descoberta?

Pela primeira vez, foi possível detectar e isolar, no fluxo sanguíneo, células susceptíveis de criar metástases e espalhar um cancro. Isto poderá permitir avaliar a agressividade dos cancros de forma precoce.

Qual a importância desta técnica?

Uma equipa de cientistas nos Estados Unidos demonstrou que é possível, graças a pequenos bocados específicos de ADN espetados à superfície de diminutas bolinhas de ouro, detectar no sangue humano células cancerosas que estão à deslocar-se à procura de novos sítios do corpo para invadir.

A inédita técnica, que poderá permitir destruir estas células antes de elas se instalarem noutros órgãos e formarem metástases, foi descrita recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Metástases do cancro

Quando um cancro forma metástases, o prognóstico para o doente não é bom; já pode ser tarde demais. Ora, até aqui, não era possível apanhar as células cancerosas circulantes directamente no sangue, antes de elas colonizarem novos tecidos.

NanoFlares o que são afinal?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas
A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas

Agora, Chad Mirkin, da Universidade Northwestern (EUA), e colegas, conseguiram literalmente fazer brilhar essas células iluminando-as do interior por uma salva de microscópicos very-light.

Os cientistas deram à sua invenção o nome de NanoFlares (nano-clarões) e mostraram, em várias condições experimentais, que eles permitem não só detectar individualmente as células cancerosas na circulação sanguínea, como também isolá-las.

Leia aqui o resumo do artigo original

É possivel capturar e cultivar estas células?

Como não matam estas células, permitem ainda cultivá-las no laboratório para testar a eficácia de diversos fármacos anti-cancro.

“Tanto quanto sabemos, esta é a primeira abordagem baseada na genética que permite ao mesmo tempo o isolamento e a análise genética intracelular de células tumorais vivas em circulação”, escrevem os autores na PNAS.

NanoFlares qual a composição?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, com apenas 13 nanómetros (milionésimo de milímetro) de diâmetro, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN (em hélice simples) capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas. Por sua vez, essas sequências de ADN estão “acopladas” a bocadinhos de ADN que contêm o clarão propriamente dito (uma molécula fluorescente).

Inicialmente, a fluorescência do clarão é abafada pela proximidade do ouro, explicam ainda os cientistas no seu artigo. Mas o que acontece é que os NanoFlares penetram, não se sabe bem como, no interior das células. E se vierem a dar com o material genético específico do cancro que são capazes de reconhecer, ligam-se a ele, libertando o bocadinho que contém o clarão.

Ao afastar-se da bolinha de ouro central, o clarão vai assim iluminar o interior da célula em causa, marcando-a como cancerosa.

Conseguir encontrar uma “agulha num palheiro”!

“O NanoFlare acende uma luz dentro das células cancerosas que procuramos”, diz o co-autor Shad Thaxton em comunicado de Universidade Northwestern. “E o facto de os NanoFlares serem eficazes na complexa matriz do sangue humano constitui um enorme avanço técnico. Conseguimos encontrar pequenos números de células cancerosas no sangue, o que é mesmo como procurar uma agulha num palheiro.”

Tratamentos à medida serão possíveis?

Os cientistas construíram quatro tipos de NanoFlares, cada um dirigido contra um alvo genético conhecido por estar associado a cancros da mama agressivos (isto é, que formam facilmente metástases).

Mais precisamente, os NanoFlares são dirigidos contra o “ARN mensageiro” (uma outra forma de material genético) que codifica certas proteínas que se sabe estarem associadas às células dos cancros agressivos da mama.

A seguir mostraram, em particular, que esses NanoFlares eram capazes de detectar as células cancerosas, com uma taxa de erro inferior a 1%, quando estas eram misturadas com sangue de dadores humanos saudáveis.

Células detectadas sobrevivem e são cultivadas

Uma vez identificadas as células, os cientistas conseguiram separá-las das células normais e estudá-las em cultura. “Ao contrário de outras técnicas de isolamento de células cancerosas, baseadas em anticorpos, a exposição das células aos NanoFlares não resulta na morte celular”, escrevem ainda.

Ausência de toxicidade é essencial

Ora, esta ausência de toxicidade poderá permitir estudar células cancerosas vivas, avaliar o seu potencial metastático e determinar qual a melhor combinação de fármacos para as eliminar.

“Isto poderia conduzir a terapias personalizadas, nas quais olhamos para a forma como as células de um dado doente respondem a diversos cocktails terapêuticos”, diz por seu lado Chad Mirkin.

Os autores testaram os nano-clarões, com resultados igualmente promissores (embora com maiores taxas de falsos positivos), em ratinhos que são utilizados como modelo experimental de cancro da mama humano.

Neste momento, explica ainda o comunicado, estão a tentar ver se a sua nova técnica consegue detectar células cancerosas diretamente no sangue de doentes com cancro da mama.

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Concluindo

Vivemos tempos de avanços tecnológicos extraordinários ao qual a medicina não é alheia! Alguns avanços agora descritos e reais eram, há bem poucos anos, argumentos para filmes de ficção científica! Doentes com doenças graves têm razões para ter mais esperança nomedamente nas doenças graves que afectam grandes faixas da população dos países desenvolvidos (ex: cancro, hepatite, diabetes, alzheimer, etc) porque são nessas que se concentram o maior esforço de investigação da industria Farmacêutica ao qual, claro, não é alheio uma expectativa de lucros maiores! No entanto essa será uma polémica secundária porque, para os doentes e suas famílias, o importante é salvar vidas…a tempo! Fica o apelo justo para a alocação de mais recursos à investigação de doenças que afectam milhões de doentes nos paises pobres e subdesenvolvidos, como, por exemplo, a malária.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

  • João Caramês, professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da universidade de Lisboa;
  • Nuno Monteiro Pereira, médico urologista;
  • Vítor Viegas Cotovio, médico psiquiatra e psicoterapeuta;
  • Luís Gouveia Andrade, médico oftalmologista;
  • Alexandre Lourenço assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa;
  • Jorge Canena, médico gastrenterologista, professor de gastrenterologia na Nova Medical School;
  • João Jácome de Castro, médico endocrinologista;
  • Luís Romariz, médico especialista em medicina antienvelhecimento no Instituto Médico Newage;
  • Fátima Cardoso, médica oncologista, diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud;
  • Manuel Carrageta, médico cardiologista, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia;
  • Augusto Faustino, médico reumatologista do instituto Português de reumatologia;
  • Purificação Tavares geneticista e directora do CGC Genetics;
  • Belina Nunes, médica neurologista;
  • Instituto de Medicina Molecular de Lisboa

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Dê esperança a muitos doentes que necessitam de algum conforto e apoio emocional!

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METFORMINA ANTIDIABÉTICO ATRASA ENVELHECIMENTO?

Metformina (Metformin) é o medicamento mais usado para combater a diabetes… todos os dias na farmácia atendo doentes a tomar metformina! Mas será que também atrasa o envelhecimento? Será que também pode ser tomado por pessoas saudáveis para prevenir o envelhecimento? Se for verdade será incrível! Mas quais os efeitos secundários? Pode provocar hipoglicémia? Pode ser perigoso ou será seguro? Segundo o The American Journal of Gastroenterology e a nature.com este antidiabético mais usado no mundo poderá vir a ser o nome para o milagre que promete parar o tempo e fazer com que homens e mulheres vivam mais e sem doenças como Alzheimer ou Parkinson.

Neste artigo vou tratar os seguintes pontos de interesse:

  • Metformina o que é?
  • Medicamentos com metformina;
  • Nova descoberta sobre metformina;
  • Segredos do envelhecimento;
  • mTOR o que é?
  • Porque é tão importante o mTOR?
  • Diabéticos metformina e envelhecimento;
  • Como funciona a metformina na diabetes?
  • Vantagens, indicações e contra-indicações da metformina;
  • Acidose láctica;
  • Como tomar a metformina?

Metformina o que é?

A Metformina um medicamento antidiabético oral, da classe das biguanidas. É o medicamento mais usado para o controle glicémico nos doentes com  diabetes mellitus tipo 2, principalmente nos doentes com excesso de peso e obesos. A metformina e a glibenclamida (uma sulfonilureia) são os únicos antidiabéticos orais constantes da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde.

Hipoglicémia

Hipoglicemia é uma condição em que a taxa de glicose no sangue diminui para valores inferiores ao normal ou seja abaixo de 70 mg/dl de sangue (3,9 mmol/l). Esta condição de saúde causa diversos sintomas, alguns bastante graves que se manifestam de forma súbita e no limite podem levar à morte. Entre os principais sintomas descritos estão os seguintes:

  • Desorientação,
  • Dificuldade em falar,
  • Estado de confusão,
  • Perda de consciência, 
  • Convulsões,
  • Fome, 
  • Sudação em excesso,
  • Tremores,
  • Fadiga.

Ao contrário das sulfonilureias, a outra classe de medicamentos mais utilizada contra o diabetes, a metformina não provoca hipoglicemia, pois não aumenta e não estimula a secreção de insulina (embora raríssimos casos de hipoglicemia após exercício físico intenso tenham sido relatados); portanto, é às vezes considerada um “normoglicemiante”.

Causas de hipoglicémia

A principal causa de hipoglicemia são os medicamentos antidiabéticos tais como a insulina e as sulfonilureias. O risco é maior em diabéticos que comem menos do que é habitual ou bebem bebidas alcoólicas. Entre outras possíveis causas de hipoglicémia estão as seguintes:

  • Insuficiência renal,
  • Alguns tumores como o insulinoma,
  • Doenças hepáticas, 
  • Hipotiroidismo, 
  • Inanição, 
  • Erro metabólico hereditário, 
  • Infeções graves, 
  • Hipoglicemia reativa,
  • Diversas drogas, incluindo álcool. 

A hipoglicemia pode também ocorrer em bebés de outro modo saudáveis que não tenham comido durante várias horas.

Medicamentos com metformina

Algumas das marcas de medicamentos mais conhecidos cuja composição é metformina são:

  • Risidon® (850mg e 1000mg)
  • Glucophage® (500mg)
  • Stagid® (700mg)

Estão já disponíveis vários medicamentos genéricos de metformina com dosagens de 500mg, 850mg e 1000mg.

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Nova descoberta

O fármaco já foi testado em animais pelos investigadores de diversas universidades europeias e americanas, tendo demonstrado que consegue expandir o tempo de vida e desacelerar o envelhecimento. Agora, o próximo passo é ver se acontece o mesmo com os humanos. A substância química, que nos cenários mais otimistas pode aumentar o tempo de vida até aos 120 anos, está a ser já testada. 

Estudos:

Testes clínicos surpreendem!

Os ratos que receberam a metformina em laboratório viveram mais 40% e os seus ossos ficaram mais fortes!

Este medicamento, quando administrado em animais, já demonstrou um aumento da longevidade e da saúde, com resultados tão impressionantes que fizeram com que a agência norte-americana dos alimentos e medicamentos concedesse permissão para ser testado em humanos. O objetivo é deixar de combater as doenças isoladamente, tendo em conta que muitas delas são resultado da idade avançada. O combate é contra o envelhecimento, e não directamente contra as doenças sendo a principal meta fazer com que um septuagenário seja tão saudável quanto um quinquagenário.

Estudo: Metformin improves healthspan and lifespan in mice

Envelhecimento ou doenças?

Segundo o professor Gordon Lithgow do Buckinstitute for research on aging,  um dos responsáveis pelo estudo, a resposta a esta pergunta não é linear, no entanto se o alvo for o processo de envelhecimento e se atrasarmos esse envelhecimento, então desaceleram-se todas as doenças e patologias da velhice também. Isso é revolucionário, nunca aconteceu antes, mas há todos os motivos para pensar que é possível. Há 20 anos, o envelhecimento biológico era um mistério, agora, estamos a começar a aperceber-nos do que se passa.

Leia também: 5 segredos para retardar o envelhecimento!

O segredo do envelhecimento

O segredo está na marca genética, o ADN, que permite a cada célula funcionar corretamente ao longo dos anos como se ainda fosse nova. É isso que acontece, por exemplo, com alguns seres marinhos que nunca envelhecem (ex: lagosta; anémona-do-mar) e só não ocorre connosco porque, ao dividirmos as células milhões de vezes, aumentamos a probabilidade de criar e copiar erros.

O fármaco revelou ser eficaz para evitar erros que ocorrem na divisão de células. A metformina é a droga mais comum para os doentes com diabetes tipo 2. Um dos seus efeitos é aumentar a quantidade de moléculas de oxigénio existentes nas células, o que parece contrariar a deterioração que ocorre durante a divisão em novas células. Os testes que os cientistas belgas fizeram com zebras permitiram concluir que a droga, além de retardar o seu envelhecimento, tornava estes animais mais saudáveis.

mTOR inibidor

A metformina é um inbidor da proteína kinase mTOR (mechanistic Target of Rapamycin ou mammalian Target of Rapamycin ) ou seja mimetiza os efeitos da restrição calórica que já demonstrou, em inúmeras espécies animais, ser uma causa de retardamento do envelhecimento celular! Isto significa que a metformina mimetiza alguns dos efeitos benéficos conseguidos, por exemplo, com o Jejum Intermitente.

Leia também: Este jejum originou incríveis surpresas!

Excesso de estimulação mTOR é perigoso!

O Alvo mecanístico da Rapamicina (mTOR) coordena o crescimento e o metabolismo das células eucarióticas com as contribuições ambientais, incluindo nutrientes e fatores de crescimento. Uma extensa pesquisa nas últimas duas décadas estabeleceu um papel central para o mTOR na regulação de muitos processos celulares fundamentais, desde a síntese de proteínas até a autofagia, e a sinalização desregulada do mTOR está implicada na progressão do cancro e diabetes, bem como no processo de envelhecimento.

mTOR melhorsaude.org melhor blog de saude

mTOR

MTOR gene

O gene MTOR fornece instruções para a produção de uma proteína chamada mTOR. Esta proteína é encontrada em vários tipos de células em todo o corpo, incluindo células cerebrais. Ele interage com outras proteínas para formar dois grupos de proteínas distintos, denominados complexo mTOR 1 (mTORC1) e complexo mTOR 2 (mTORC2). Ambos os complexos transmitem sinais que direcionam a função das células.

A sinalização por meio de mTORC1 e mTORC2 regula a produção de proteínas, que influencia o crescimento, divisão e sobrevivência celular. Essa sinalização mTOR é especialmente importante para o crescimento e desenvolvimento do cérebro e desempenha um papel num processo denominado plasticidade sináptica, que é a capacidade das conexões entre as células nervosas (sinapses) de mudar e se adaptar ao longo do tempo em resposta à experiência. A plasticidade sináptica é crítica para a aprendizagem e a memória.

Consumo de proteína em excesso

Existem diversas razões para limitar o consumo de proteínas. A primeira razão  é que se comer mais proteína do que necessita, simplesmente transformará a maioria dessas calorias em açúcar e depois em gordura. Níveis maiores de açúcar no sangue também podem alimentar bactérias e leveduras patogénicas, como Candida albicans (candidíase) e estimular o desenvolvimento de células cancerígenas.

As proteínas em excesso podem ter um efeito estimulante sobre um importante caminho bioquímico chamado alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR). Esse caminho exerce um papel importante em diversos tipos de cancro. Quando diminui o consumo de proteína para exatamente o que o corpo precisa, o mTOR fica inibido, reduzindo as probabilidades de desenvolver cancro.

Além disso, quando consumimos muita proteína, necessitamos de remover mais resíduos de nitrogénio do sangue, o que causa stress  no fígado. Outra consequência pode ser a desidratação crónica, conforme descoberto num estudo realizado com atletas de resistência.

Diabéticos metformina e longevidade

Em 2014, um estudo da Universidade de Cardiff (Reino Unido) constatou que os diabéticos que tomavam o medicamento metformina viviam cerca de mais oito anos (15%) do que aqueles que não o tomavam. Esta conclusão intrigou tanto os investigadores que agora querem alargar os testes à população saudável.

Envelhecimento saudável hipóteses em estudo

Atualmente estão a ser estudados diversos alvos moleculares para restrição calórica e intervenções farmacológicas para um envelhecimento saudável. As imagens seguintes descrevem as principais vias em estudo, tais como:

  • Sirtuinas
  • AMPK
  • mTOR
  • Metformina
  • Resveratrol
  • Spermidina
  • Rapamicina
Fonte: de Cabo et al. (Cell, 2014)

Previsão do futuro

A esperança média de vida nos países desenvolvidos ronda os 80 anos de idade. Se for possivel, como esperam os cientistas, aumentar 1,5 vezes essa média então, num cenário optimista, os humanos podem viver até aos 120 anos, em média!

Gordon Lithgow acredita que o elixir da juventude pode, nas próximas décadas, vir em formato de vacina e que este medicamento até poderá vir a curar o cancro. “Se curássemos apenas o cancro, a esperança de vida cresceria só três anos, porque algo estaria por trás dessa patologia. Mas se desacelerarmos o processo de envelhecimento, podemos melhorar drasticamente a forma como as pessoas vivem”.

Risco de diabetes teste melhorsaude.org

Diabetes, como funciona a metformina?

Ao contrário da diabetes tipo 1 que é causada por deficiência de insulina, a diabetes tipo 2 ocorre por uma resistência do organismo à ação da insulina, que circula no sangue mas não consegue exercer os seus efeitos. Esta característica da diabetes tipo 2 permite que seja tratada inicialmente não com insulina, mas com drogas por via oral, chamados de antidiabéticos orais (também chamados de hipoglicemiantes orais).

Entre os antidiabéticos orais, o mais usado atualmente é o cloridrato de metformina, ou simplesmente, metformina, que é uma droga que só funciona nos doentes que conseguem produzir insulina, sendo, assim, ineficaz na diabetes tipo 1.

A metformina ajuda a controlar a glicémia na diabetes tipo 2 através de três mecanismos:

  • Reduz a produção de glicose pelo fígado, inibindo enzimas mitocondriais hepáticas que prejudicam/inibem a gluconeogenese (produção de glucose) provocando desta forma uma diminuição da glucose plamática. Este mecanismo origina a produção de ácido láctico em pequenas quantidades. Além disso também promove a conversão de glucose em lactato na vasculatura esplâncnica.
  • Aumenta a sensibilidade dos tecidos, principalmente dos músculos, à insulina. A metformina não aumenta a produção de insulina, mas sim otimiza a ação da insulina já produzida.
  • Reduz a absorção de glicose pelo trato gastrointestinal.

A metformina é a droga de escolha para doentes diabéticos e obesos, pois a mesma não está associada a ganho de peso, como acontece, por exemplo, com a insulina e outros antidiabéticos orais. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a metformina não emagrece ninguém e não deve ser usada como droga para se perder peso.

Vantagens da metformina

A metformina também apresenta os seguintes efeitos benéficos:

  • Leve redução dos níveis de colesterol LDL,
  • Leve redução de triglicerídeos,
  • Pode ser usada com segurança no tratamento do diabetes gestacional.
  • Efeito preventivo de tromboses

Estudo:

Indicações terapêuticas

A única doença que tem indicação formal para ser tratada com metformina é o diabetes tipo 2, porém, algumas outras que também apresentam resistência dos tecidos à ação da insulina têm sido tratadas com metformina. Entre elas podemos citar:

  • Síndrome dos ovários policísticos: o uso da metformina parece ser benéfico, principalmente se a doente tiver excesso de peso,
  • Esteatose hepática: a metformina parece reduzir o grau de inflamação do fígado.

Contra-indicações

A metformina é uma droga com pouquíssimas contra-indicações, mas uma delas é muito importante por ser uma situação frequente em pacientes com diabetes:

  • A insuficiência renal.

A metformina não deve ser usada em pacientes com insuficiência renal, principalmente se a creatinina estiver acima de 1,5 mg/dl (ou filtração glomerular menor que 50 ml/min).

Doentes com doença hepática (fígado) grave também não devem tomar metformina.

Efeitos adversos ou secundários

A metformina é uma droga geralmente bem tolerada se for respeitada a contra-indicação para insuficientes renais e também em doentes com maior sensibilidade gastrointestinal. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão:

  • Diarreia,
  • Náuseas,
  • Gosto metálico na boca.

Acidose láctica

A acidose láctica (aumento do ácido láctico no sangue) é uma complicação rara, mas grave, que ocorre geralmente em doentes com insuficiência renal avançada que permanecem a usar a metformina.

Esta acidose láctica pode ocorrer por causa do mecanismo de acção já atrás descrito:

  • A metformina enibe enzimas mitocondriais hepáticas que prejudicam/inibem a gluconeogenese (produção de glucose) provocando desta forma uma diminuição da glucose plamática. Este mecanismo origina a produção de ácido láctico em pequenas quantidades. Além disso também promove a conversão de glucose em lactato na vasculatura esplâncnica.

A hipoglicemia (baixa de glicose no sangue), efeito colateral comum dos outros hipoglicemiantes orais e da insulina, é rara com a metformina.

Posologia

MEDICAMENTOS PARA A DIABETES melhorsaude.org

A metformina é vendida em comprimidos de 500 mg, 700mg, 850 mg e 1000 mg. O comprimido é geralmente tomado 2 ou 3 vezes por dia e a  dose máxima recomendada é 2550 mg/dia. Já existem formulações de liberação lenta que podem ser tomadas apenas 1x por dia. A metformina deve ser tomada junto às refeições e o comprimido deve ser engolido por inteiro, evitando parti-lo ou mastigá-lo.

Concluindo

A pesquisa anti envelhecimento, depois de muitos anos estagnada, com resultados pouco visíveis para aplicação prática, está a agora à beira de conseguir dar um salto de gigante! Já eram conhecidos alguns estudos sobre hábitos do nosso quotidiano que potenciavam o estado de boa saúde durante mais anos, no entanto substâncias que pudessem ser tomadas para evitar o avanço do processo de envelhecimento eram matéria de ficção cientifica! Esta descoberta sobre os efeitos da metformina pode de facto tornar real, nas próximas décadas, a aspiração de viver com qualidade de vida até aos 120 anos, principalmente por se tratar de uma substância já amplamente utilizada nos seres humanos no tratamento da diabetes. Quem diria que assistiríamos, nas nossas vidas, ao início do desenvolvimento real de uma espécie de “elixir da juventude”? Para o bem e para o mal vivemos tempos verdadeiramente espantosos na evolução da ciência e da medicina em particular!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Bibliografia:

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DOENÇAS DO SMARTPHONE OU TELEMÓVEL TODA A VERDADE!

Doenças do smartphone toda a verdade!  Conheces estas doenças? iPostue, eritema ab igne, nomophobia, tendinite do polegar, síndrome da vibração fantasma, depressão  e claro… insónia! Depressão e insónia todos conhecemos mas e as outras? Sabia que algumas podem ser graves? Será que não tem nenhuma destas doenças causada pelo telemóvel? Fique já a saber tudo e proteja-se!




Neste artigo vou tratar os seguintes temas:

  • Pode um smartphone prejudicar a nossa coluna?
  • Quais as doenças das novas tecnologias?
  • iPosture
  • Eritema ab igne
  • Nomophobia?
  • Tendinite do polegar?
  • Síndrome da vibração fantasma?
  • FoMO e depressão
  • O smartphone pode causar insónia?
  • Como proteger a sua saúde das novas tecnologias?

A inclinação da cabeça para a frente para consultar o telemóvel, prejudica a coluna
A inclinação da cabeça para a frente para consultar o telemóvel, prejudica a coluna

  

São várias as doenças das novas tecnologias. Conheça quais e proteja-se… use mas não abuse do seu “gadget”… seja ele smartphone, tablet, computador…ou todos ao mesmo tempo !

Smartphone e a nossa coluna

Os famosos smartphones fazem mal às costas porque alteram a postura correta dos seres humanos, será verdade?

De acordo com uma investigação publicada na revista científica Surgery Technology International, consultar o telemóvel diariamente pode criar nas suas costas o dano equivalente a um peso de 27 quilos, dependendo se apenas consulta o telemóvel por alguns minutos ou se lê textos e passa horas em aplicações que o absorvem.

Estudo: Assessment of stresses in the cervical spine caused by posture and position of the head

A cabeça humana não é leve e ao incliná-la está a exercer-se pressão sobre a coluna vertebral, que não se destina a ser puxada com tanta frequência.

Segundo o médico cirurgião Kenneth Hansraj, responsável pelo estudo e citado pela imprensa internacional, “à medida que a cabeça é inclinada para a frente a força gravitacional gerada na coluna sobe para 12 kg se estiver a 15 graus, 18 kg a 30 graus, 22 kg a 45 graus e 27 kg a 60 graus”.

Força gravitacional gerada pela inclinação da cabeça para a frente
Força gravitacional gerada pela inclinação da cabeça para a frente

Essa posição de stress para a coluna pode danificar seriamente os músculos das costas e do pescoço a ponto de ser necessária uma intervenção cirúrgica para minimizar os efeitos e a dor, alerta o especialista.

Leia também: Dores musculares lombalgia, estes são os melhores tratamentos, toda a verdade!

iPosture

Nome dado ás dores de pescoço e na zona inferior da coluna, causadas pelo excesso de tempo com as costas curvadas ao usar um smartphone, tablet ou computador.

Evolução da postura do Homem ao longo da história!
Evolução da postura do Homem ao longo da história!

Leia também: Dor de costas inflamatória ou mecânica? Toda a verdade sobre os perigos ocultos e os melhores tratamentos!

Eritema ab igne

Provocado por trabalhar com o portátil ao colo. Trata-se de uma reação cutânea que provoca vermelhidão e manchas na zona das coxas e é causada pelo aquecimento excessivo do aparelho pousado no colo.

Nomophobia 

Nomophobia ou NO MObile PHone PhoBIA é a fobia ou medo de não ter o telemóvel e afeta uma percentagem significativa da população. Traduz-se numa ansiedade manifestada por suores, tremores, náuseas e outros adiante descritos.

Vários fatores psicológicos estão envolvidos quando uma pessoa usa excessivamente o telemóvel, por exemplo, baixa auto-estima, personalidade extrovertida. O fardo desse problema está a aumentar globalmente. Outros transtornos mentais como fobia social ou ansiedade social e transtorno do pânico também podem precipitar sintomas NOMOFÓBICOS.

É muito difícil diferenciar se o paciente se tornou NOMOFÓBICO devido ao uso viciante de telemóveis ou devido a transtornos de ansiedade já existentes que se manifestam como sintomas NOMOFÓBICOS.

Os sinais e sintomas observados nos casos de NOMOFOBIA incluem ansiedade, alterações respiratórias, tremores, transpiração, agitação, desorientação e taquicardia. NOMOFOBIA também pode atuar como um proxy para outros transtornos. Portanto, temos que ser muito criteriosos quanto ao seu diagnóstico.

Alguns transtornos mentais também podem precipitar a NOMOFOBIA e vice-versa. A complexidade desta condição é muito desafiadora para os familiares dos pacientes, bem como para os médicos, uma vez que a NOMOFOBIA compartilha sintomas clínicos comuns com outras doenças. É por isso que a NOMOFOBIA deve ser diagnosticada por exclusão.

Temos que permanecer no mundo real mais do que no mundo virtual. Temos que restabelecer as interações humano-humanas, as conexões face a face. Portanto, precisamos limitar o uso de telemóveis, em vez de bani-los, porque não podemos escapar à força do avanço tecnológico.

Tendinite do polegar

Patologia causada pelo  uso excessivo do polegar para escrever mensagens, podendo originar dor, dormência ou sensação de latejar.

Leia também: Dor no ombro será sinal de perigo? Toda a verdade!

Síndrome de vibração fantasma

Afeta 70% dos utilizadores de telemóvel…!  Trata-se de acreditar que o telemóvel está a vibrar ou a tocar quando não está…!

FoMO e depressão

Num estudo publicado em Janeiro de 2021 intitulado “The influence of depressive symptoms and fear of missing out on severity of problematic smartphone use and Internet gaming disorder among Chinese young adults: A three-wave mediation model” os investigadores Guangzhe Yuan Jon D Elhai  e Brian J Hall   concluiram o seguinte:

Os sintomas de transtorno de jogos na Internet (IGD – Internet Gaming Disorder) e uso problemático de smartphone (PSU – Problematic Smatphone Use) estão associados ao aumento da gravidade dos sintomas de depressão em todos os estudos.

O presente estudo teve como objetivo examinar o medo de perder (FoMO – Fear of Missing Out) como um possível mediador nessa relação. Empregamos um projeto longitudinal de três ondas entre 341 estudantes universitários chineses.

Os resultados indicaram que a gravidade da depressão estava significativamente relacionada ao aumento dos sintomas de PSU e IGD. FoMO mediou significativamente a ligação entre a depressão e a gravidade da PSU. Os sintomas de IGD também mediaram parcialmente a relação de gravidade entre FoMO e PSU. Este estudo longitudinal demonstra o papel fundamental do FoMO na ligação entre os sintomas psicopatológicos e o uso excessivo relacionado à Internet.

Leia também: Depressão isto pode ajudar, toda a verdade!

Insónia

Tal como com a televisão, a utilização do smartphone ou tablet antes de dormir altera os ciclos de sono porque as luzes impedem a libertação de melatonina, não nos deixando adormecer.

Leia também: Incrível, isto é o que acontece durante o sono e faz enorme diferença!

Telemóvel como proteger  a nossa saúde?

Estas são três decisões que pode tomar de imediato para proteger a sua saúde, a saber:

  1. O tempo de utilização do smartphone, tablet e computador deve ser reduzido e adequado ás necessidades, protegendo assim a sua visão e evitando as patologias acima descritas.
  2. Prefira falar com as pessoas em vez de utilizar o sms, chat ou email.
  3. Quando está sentado em frente ao computador sente-se de costas direitas e levante-se a cada 20 minutos, rolando os ombros e pescoço ou caminhando um pouco . Se puder pratique exercício físico de forma regular pois este melhora muito a sua postura.

Postura correcta em frente ao computador, para proteger a coluna
Postura correcta em frente ao computador, para proteger a coluna

Está “totalmente proibido” de usar o smartphone, tablet ou computador antes de se deitar!

Referências:

VACINAS SEGURAS POLÉMICA E TODA A VERDADE

Vacinas benefícios riscos e polémica anti-vacinação. Este artigo pretende ser um contributo para clarificar as vantagens, desvantagens, efeitos secundários e contra-indicações das vacinas, conhecendo as que fazem parte do Plano Nacional de Vacinação Português, e as que são aplicadas aos adultos e crianças que viajam para paises de risco acrescido de contrair determinadas doenças graves!

Pretende também mostrar o que se conhece actualmente sobre a polémica relação entre a vacina triplice e o autismo com estudos que negam tal perigosidade.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:
    • Porque estão preocupadas as autoridades de saúde?
    • O que se passa noutros países?
    • O que é uma vacina? Como foram descobertas as vacinas
    • Qual a influência do conhecimento empírico no progresso científico?
    • Quais os tipos de vacinas?
    • Vacinas vivas atenuadas, o que são?
    • Vacinas inactivadas ou “mortas”, o que são?
    • Vacinas de subunidades, o que são?
    • Vacinas de toxóides, o que são?
    • Como é o ciclo de produção de uma vacina?
    • Qual é a melhor? A vacina viva ou a vacina morta?
    • O que é a imunidade de grupo?
    • Qual a % de cobertura da vacinação para haver imunidade de grupo?
    • Quais as vacinas do Plano Nacional de Vacinação (PNV)?
    • Quantas doses da vacina saõ necessárias para haver imunidade?
    • Qual o Programa Nacional de Vacinação a partir de 1 de outubro de 2014?
    • Quais os focos anti-vacinas que preocupam as autoridades?
    • Porque recusam os pais a vacinação aos seus filhos? Será medo ou falta de memória?
    • O que dizer as pais que têm dúvidas apenas sobre determinadas vacinas?
    • De que trata o polémico estudo de Andrew Wakefield?
    • Há apoiantes da hipótese de Wakefield?
    • Qual a relação entre a vacina triplice e o autismo?
    • Afinal o benefício é ou não maior do que risco?
    • Que documentos apresentam as crianças na escola se não tiverem boletim de vacinas?
    • Que vacinas recomendar a viajantes adultos ou crianças?
    • Qual a classificação, da OMS, das vacinas utilizadas em viajantes?
    • Quais as vacinas exigidas por lei, as de rotina e as recomendadas em função do destino da viagem?
    • Qual o quadro das vacinas recomendadas a viajantes?
    • Quais os efeitos secundários e contra-indicações das vacinas?
    • Quais as zonas de risco?
    • Afinal vale ou não a pena aplicar as vacinas?

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Vacinas melhorsaude.org

PNV 2020 DGS
PNV 2020 Fonte: DGS

Leia também: Estas são as vacinas Covid-19 que estão já prontas…quais as polémicas e preços!

Vacinas extra PNV melhorsaude.org

Autoridades de saúde preocupadas!

Portugal tem uma taxa de vacinação elevada, mas já existem focos de resistência. O Risco de algumas doenças graves regressarem é real, dizem os médicos.
Aqui chegam naturalmente pessoas que querem levar vacinas, mas também algumas que estão mais reticentes e até recusam que os filhos sejam imunizados. Uma tendência que ainda não descolou verdadeiramente em Portugal, mas que já vai causando preocupações às autoridades de saúde.

Movimentos anti-vacinas noutros países

Noutros países são conhecidos os casos dos movimentos anti-vacinas que foram associados a surtos de sarampo nos EUA, Inglaterra e Alemanha. O Tribunal Constitucional francês obrigou já um casal a dar as três vacinas obrigatórias por lei aos dois filhos.

Vacinas para a vida melhorsaude.org

PNV 2020 actualizado melhorsaude.org
PNV 2020     Fonte: Direção Geral da Saúde (DGS)

Vacina o que é?

De uma forma simplista, uma vacina estimula o sistema imunitário para criar imunidade contra um determinado microrganismo. Esta situação imita o que iria acontecer naturalmente no caso de uma bactéria ou um vírus potencialmente perigosos infectar o organismo, mas com uma diferença essencial que é não existir qualquer microrganismo prejudicial envolvido.

Em vez disso, a vacina contém uma versão reconhecível mas inofensiva da bactéria ou do vírus. Quando a pessoa é vacinada, o seu sistema imunitário irá agir como se determinado microrganismo estivesse na realidade a infectar o organismo e desenvolverá anticorpos contra ele.

Futuramente, se o individuo for realmente infectado pelo agente para o qual está vacinado, a resposta imunitária será muito mais rápida e a infecção não se desenvolverá ou, a desenvolver-se, será muito menos grave.

História das vacinas

A primeira vacina foi desenvolvida por Edward Jenner (1749-1823), um médico rural inglês. Ele observou que as leiteiras raramente contraíam varíola, embora a doença fosse implacável, sendo responsável por aproximadamente um terço das mortes na infância bem como pela formação de cicatrizes num em cada três adultos.

Jenner suspeitou que as leiteiras podiam estar protegidas pela sua exposição a uma infecção denominada varíola bovina que não é perigosa para os seres humanos.

Em 1796, Jenner realizou uma experiência extraordinária. Ele retirou líquido de uma vesícula de varíola bovina da mão de uma leiteira e esfregou-a em escoriações no braço de um rapaz de 8 anos que não tinha tido varíola bovina nem varíola humana.

Este gesto inoculou o vírus da varíola bovina no rapaz. Seis semanas mais tarde, Jenner injectou o rapaz com líquido de uma vesícula de varíola humana. O rapaz não ficou doente.

Jenner tinha descoberto que um organismo estranho inofensivo podia proporcionar protecção contra um outro organismo semelhante a ele mas mais mortal. Devido à associação com a vaca (vaccinus é a palavra latina para “das vacas, derivado de vacca”) o procedimento de Jenner passou a ser conhecido por vacinação, um termo subsequentemente aplicado a outros tipos de inoculações, relacionadas ou não com as vacas.

Apesar da descoberta inovadora de Jenner, passaram muitos anos até Louis Pasteur desenvolver as vacinas seguintes contra a raiva, o antraz e a cólera.

Conhecimento empírico e progresso científico

As descobertas não acontecem fora de determinado contexto e assim aconteceu com Jenner. As pessoas do século XVIII, em Inglaterra, já sabiam que podiam ser protegidas contra a varíola através da introdução de líquido das vesículas de varíola em escoriações na pele.

Embora esta abordagem amplamente praticada, que tinha vindo da Turquia, proporcionasse um certo grau de protecção, também envolvia o risco de desenvolvimento da doença, e de morrer devido a esta.

A contribuição distintiva de Jenner consistiu em demonstrar que a varíola bovina era inofensiva e que através dela se poderia obter protecção contra a varíola humana, cujo agente infeccioso era semelhante.

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Tipos de vacinas

Resumindo, no decurso da história das vacinas, os cientistas inventaram os seguintes tipos de vacinas:

Vacinas de vírus ou bactérias – Vivas atenuadas – Inativadas ou mortas
Vacinas de base proteica – Subunidades proteicas – Partículas semelhantes a vírus
Vacinas toxoides – Imitam a toxina que causa a doença
Vacinas de vetor viral – Replicante – Não-replicante
Vacinas de ácido nucleico ou genéticas – DNA – RNA (mais recentes)
Tipos de vacinas

Vacinas vivas atenuadas

Estas vacinas contêm um microrganismo vivo que é enfraquecido, de tal forma que já não consegue provocar doença. Estas vacinas desencadeiam uma resposta imunitária forte e podem proporcionar imunidade para toda a vida depois de serem administradas apenas uma ou duas doses.

No entanto, existem desvantagens. Uma forma atenuada do agente patogénico na vacina pode sofrer uma mutação (tal como qualquer outro organismo vivo) e recuperar a sua capacidade para causar a doença.

Numa vacina viva atenuada o risco de causar doença é extremamente baixo nas pessoas saudáveis mas é mais elevado nas pessoas cujo sistema imunitário já se encontra comprometido. Por este motivo, as pessoas com cancro ou as infectadas com o VIH não devem receber vacinas vivas atenuadas. Também os doentes a fazer corticoterapia, transplantados e em tratamento com imunossupressores, devem evitar estas vacinas. As mulheres no primeiro trimestre de gravidez também devem evitar estas vacinas.

Outra desvantagem das vacinas vivas atenuadas é que estas devem ser guardadas em frigoríficos para se manterem frescas e vivas. Esta exigência não é uma grande preocupação nos países desenvolvidos, mas torna as vacinas deste tipo, como a vacina actual contra o sarampo, impraticáveis para muitos países em vias de desenvolvimento, onde a imunização é desesperadamente necessária.

Vacinas inactivadas ou “mortas”

Este é o tipo mais comum de vacina utilizado na actualidade, sendo produzido a partir de fragmentos de um vírus que foi destruído pelo calor ou através de substâncias químicas ou de radiações. Consequentemente, as vacinas inactivadas (“mortas”) não apresentam o risco de sofrerem mutações e de reverterem para a sua forma virulenta.

Funcionam através da estimulação do organismo para produzir anticorpos e habitualmente não requerem refrigeração. Mas as vacinas inactivadas também apresentam algumas desvantagens. A principal é que estas vacinas não são tão potentes como as vacinas vivas atenuadas, uma vez que apenas estimulam a produção de anticorpos e não estimulam outras células do sistema imunitário adaptativo, tais como os linfócitos T com memória imunológica. Assim, para manter a imunidade, são necessárias injecções periódicas de reforço.

Vacinas de subunidades

Enquanto algumas vacinas usam o microrganismo completo, as vacinas de subunidades usam apenas as partes do microrganismo para estimularem o sistema imunitário. Ao conter apenas o que é necessário para uma resposta e não todas as outras partes do microrganismo, as vacinas de subunidades tendem a causar menos reacções adversas.

Vacinas semelhantes a vírus

Estas são também vacinas de base proteica que utilizam partículas semelhantes a vírus, que imitam um invólucro contendo a estrutura externa viral, porém sem o conteúdo interior.

Estas partículas não são capazes de causar infecção pois não possuem material genético do interior do vírus. Têm a capacidade de gerar uma forte resposta imune, mas são difíceis de ser produzidas.

Vacinas de toxóides

Com algumas doenças bacterianas, tais como a difteria e o tétano, o problema não são as bactérias propriamente ditas mas as toxinas que produzem. Estas toxinas podem entrar na corrente sanguínea e causar lesão celular.

Em vez de conterem um antigénio microbiano, as vacinas de toxóides contêm toxinas inactivadas, denominadas toxóides. Este tipo de vacinas estimula a produção de anticorpos. Quando uma pessoa é infectada, estes anticorpos pode bloquear a entrada das toxinas nas células.

Vacinas de vetor viral

Nas vacinas que utilizam vetores virais, um vírus como sarampo ou adenovírus é geneticamente modificado para produzir proteínas do coronavírus. Os vírus que servem de vetor viral estão enfraquecidos e não podem causar doenças. Existem dois tipos:

  • Replicantes – que ainda podem se replicar dentro das células;
  • Não- replicantes – que não podem porque os genes principais foram desativados.

Vacinas de DNA e RNA

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Tempo de desenvolvimento de uma vacina

Desenvolver uma vacina eficaz e segura não é fácil. Geralmente demora muitos anos conforme descrito no quadro que de seguida se mostra. Por exemplo a vacina da poliomielite demorou 60 anos a ser desenvolvida com eficácia e segurança. A vacina contra o SARS-Cov-1 ainda não foi conseguida e já passaram 17 anos…! A vacina contra o Ébola demorou 15 anos…!

Etapas de pesquisa e testes clínicos

São diversas as etapas de pesquisa, investigação e testes clínicos rigorosos até ser possivel conseguir desenvolver uma vacina segura, eficaz e passivel de ser aprovada pelas autoridades internacionais do medicamento. A figura seguinte demonstra essa complexidade.

Ciclo de produção de uma vacina

Depois de concluidas todas as etapas de desenvolvimento acima descritas é necessário produzir a vacina em larga escala para distribuição final. Esse processo demora entre 6 a 22 meses conforme a estabilidade e complexidade da vacina em causa, conforme descrito na figura seguinte.

Vacinas, ciclo de produção  melhorsaude.org  melhor blog de saude

Vacina viva ou a vacina morta

Afinal quais as vantagens e desvantagens de ambas as vacinas… vivas ou mortas? De seguida descrevo os detalhes para que se perceba a evolução natural no desenvolvimento de novas vacinas.

Vacina viva

A primeira injecção permite ao vírus multiplicar-se rapidamente, desencadeando uma resposta imunitária em larga escala com produção de anticorpos e resposta de linfócitos T.

Vantagem – apenas é necessária uma dose.

Desvantagem – existe um risco mínimo de desenvolvimento da doença.

Vacina morta

Uma vacina morta não pode multiplicar-se e a resposta dos anticorpos é limitada. Duas injecções adicionais administradas posteriormente asseguram uma produção suficiente de anticorpos.

Vantagem – não existe risco de desenvolvimento da doença.

Desvantagem – são necessárias três injecções.

Imunidade de grupo

A Direcção Geral de Saúde ( DGS ) sublinha o conceito de “imunidade de grupo”, ou seja:

População que é preciso estar protegida para que uma determinada doença não circule e não se manifeste.
Portugal é um país que ainda tem essa proteção coletiva, uma vez que a taxa de cobertura das vacinas é de 95%.

Tabela de cobertura para haver imunidade de grupoVacinas doenças e imunidade de grupo  melhorsaude.org  melhor blog de saude

Pela tabela acima descrita é fácil de perceber que se, por exemplo, a cobertura de vacinação média baixar dos 95% teremos um risco elevado de resurgimento do sarampo e abaixo dos 90% da tosse convulsa e da “papeira”.

Plano Nacional de Vacinação ( PNV )

O Plano Nacional de Vacinação ( PNV ) Português, contempla vacinas contra 12 doenças que são totalmente gratuitas. É esta extensão do plano que ajuda a explicar a elevada taxa de cobertura nacional. De seguida descrevo Plano Nacional de Vacinação actualizado em 2020.

Doenças incluidas no PNV

As doenças incluidas no PNV em 2015 eram as seguintes:

    • Tuberculose
    • Hepatite B
    • Infecções por Haemophilus influenzae b ( causa meningite bacteriana e outras infecções bacterianas invasivas em crianças pequenas )
    • Difteria
    • Tétano
    • Tosse convulsa
    • Poliomielite
    • Doença Meningocócica C ( meningite C )
    • Sarampo
    • Parotidite Epidémica ( papeira )
    • Rubéola
    • Infecções por virus do Papiloma Humano ( só nas raparigas )

Actulização para 2020

De acordo com o Despacho n.º 12434/2019, publicado no Diário da República, 2ª série – N.º 250 de 30 de dezembro de 2019, o Programa Nacional de Vacinação passa a incluir, no esquema vacinal recomendado:
• O alargamento a todas as crianças, aos 2, 4 e 12 meses de idade, da vacinação contra doença invasiva por Neisseria meningitidis do grupo B (vacina MenB).
• O alargamento ao sexo masculino, aos 10 anos de idade, da vacinação contra infeções por vírus do Papiloma humano (vacina HPV), incluindo os genótipos causadores de condilomas ano-genitais.

PNV 2020 DGS
PNV 2020 Fonte: DGS

Vacinar só uma vez é suficiente?

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de proteção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir.

Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso receber várias doses da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também necessário fazer doses de reforço, nalguns casos ao longo de toda a vida.

A vacinação, além da proteção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença.

Programa Nacional de Vacinação (PNV)

O PNV é da responsabilidade do Ministério da Saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população portuguesa.
As vacinas que fazem parte do PNV podem ser alteradas de um ano para o outro, em função da adaptação do programa às necessidades da população, nomeadamente pela integração de novas vacinas.

Programa Nacional de Vacinação desde 2017

Para comparação da evolução entre 2017 e 2020 aqui fica uma tabela detalhada com o PNV completo desde 2017

Plano_Nacional_de_Vacinação_desde_2017 melhorsaude.org melhor blog de saude

Polémico movimento anti-vacinação

Existem locais como o Alentejo e o Algarve onde os grupos que não recorrem a esta proteção “já têm alguma expressão”, embora ainda “sem dimensão que ponha em risco a saúde pública”, aponta a DGS.

São essencialmente naturistas que os profissionais acompanham de perto para prevenir surtos de doenças como o sarampo, que tem uma grande facilidade de propagação.

Uma vigilância feita de perto e duas vezes por ano. Temos de nos manter muito atentos porque se estes pequenos núcleos estiverem muito concentrados podem levar ao aparecimento de surtos. Por enquanto, se se mantiverem diluídos na população, porque temos uma boa taxa de cobertura, os riscos também são diluídos.

O que, sendo uma vantagem, também joga contra o próprio sistema. Segundo a DGS é muito confortável para estes pais tomar esta opção porque vivem num pais que tem taxas muito elevadas de vacinação.

É que se os focos mais concentrados antivacinação estão nas comunidades naturistas, também existem pais que individualmente vão tomando estas posições de recusar a vacinação.

Pais recusam a vacinação aos seus filhos

Em alguns casos trata-se de receio na sequência de estudos ou notícias que apontam para efeitos secundários decorrentes de uma vacina.
Outros fazem-no por convicção de que administrar uma carga vital a uma pessoa saudável é apenas desnecessário.

Medo e/ou falta de memória

Os pais começaram a levantar dúvidas em relação à necessidade de vacinar os filhos porque já não se lembram dos efeitos de algumas doenças. Os pais que têm agora 30 anos não sabem o que são as sequelas da poliomielite, por exemplo. Não conviveram com o sarampo. E é difícil convencê-los da importância de prevenir uma doença que não se vê entre nós.

Pais dúvidas sobre determinadas vacinas

Mais complicado do que as ideias e as posições contra todas as vacinas, é lidar com pais que são a favor, mas têm dúvidas em relação a determinada vacina.

A mais difícil é a anti-sarampo porque foi associada ao autismo, num estudo de 1998, que analisou 12 crianças, e levou o médico Andrew Wakefield a ser acusado de fraude,e as pessoas não esquecem por mais descredibilizado que o autor do estudo tivesse ficado, por mais estudos a provar o contrário e por mais evidências que sejam apresentadas.

Autismo e polémico estudo de Andrew Wakefield

Andrew Wakefield (nascido em 1957) é um ex-pesquisador e ex-cirurgião britânico. Em 1999, ele publicou um artigo intitulado “MMR vaccination and autism” na revista The Lancet, no qual estabelecia uma suposta relação entre a vacina tríplice e o autismo.

A vacina triplice ( VASPR )  imuniza contra as seguintes doenças:
• Sarampo
• Parotidite Epidémica ( Papeira )
• Rubéola

Diversas pesquisas posteriores foram realizadas para comprovar ou não a tese, e não houve evidências comprovando essa hipótese nos novos estudos.

Em 2010, o Conselho Médico Geral britânico considerou que Wakefield agiu de maneira antiética e desonesta ao vincular a vacina tríplice ao autismo.

Ainda de acordo com o Conselho Médico Geral britânico, a sua conduta trouxe má reputação à profissão médica depois de ter recolhido amostras de sangue de jovens na festa de aniversário de seu filho pagando-lhes £5.

Considera-se que o sarampo tenha ressurgido no Reino Unido devido ao receio dos pais em aplicarem a vacina trípice em seus filhos. As taxas de vacinação nunca mais voltaram a subir e surtos da doença tornaram-se comuns depois da publicação do artigo.
A denúncia de fraude surgiu de uma matéria publicada pelo jornalista Britânico Brian Deer, que supostamente é considerado um jornalista freelancer envolvido em polémicas, e as suspeitas eram de envolvimento do jornalista com as empresas farmacêuticas na tentativa de desacreditar a pesquisa.

Há apoiantes da hipótese de Wakefield?

Paralelamente muitos pesquisadores ainda têm investigado a relação da vacina tríplice com o autismo, e alguns deles tem apoiado o estudo de Wakefield.

Ele teve sua licença médica apreendida no Reino Unido por acusações de fraude de evidências na sua pesquisa sobre a relação de vacinas e autismo.

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Estudo científico rejeita ligação entre vacina e autismo ( Abril de 2015 )

Um estudo científico rejeita a existência de ligação entre o autismo e a vacina contra o sarampo, a papeira e a rubéola (MMR), de acordo com um artigo publicado em Abril de 2015, no Journal of the American Medical Association (JAMA).

Outros estudos chegaram já à mesma conclusão antes deste, que analisou cerca de 95.000 crianças com irmãos mais velhos, alguns dos quais com Perturbações do Espetro do Autismo (ASD, na sigla inglesa).

“Em consonância com estudos efetuados noutras populações, não observámos qualquer ligação entre a vacinação MMR e um risco aumentado de ASD entre crianças com seguros médicos privados”, indica o estudo, conduzido por Anjali Jain, médico em Falls Church, Virginia.

“Também não encontrámos provas de que a administração de uma ou duas doses de vacinação MMR esteja associada com um risco aumentado de ASD entre crianças com irmãos mais velhos com ASD”, afirmou o investigador.

O autismo está a aumentar e afeta uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos, mas as suas causas continuam a ser praticamente desconhecidas. As preocupações quanto à segurança das vacinas, particularmente na era da Internet, têm provado ser difíceis de apaziguar.

“Apesar de uma quantidade substancial de estudos realizados nos últimos 15 anos não terem encontrado qualquer ligação entre a vacina MMR e as ASD, os pais e outras pessoas continuam a associar a vacina a ASD”, sustenta o estudo da JAMA.

“Questionários a pais cujos filhos têm ASD sugerem que muitos creem que a vacina MMR foi uma causa que contribuiu para a doença”, lê-se no artigo publicado na revista científica.

Crianças com um irmão mais velho têm menor probabilidade de ser vacinadas do que crianças sem autismo na família, concluiu o estudo. A taxa de vacinação MMR de crianças com irmãos saudáveis foi de 92% até aos cinco anos.

Em contraste, os níveis de vacinação de crianças cujos irmãos mais velhos tinham ASD foi de 86% até aos cinco anos.
Acompanhando o artigo, um editorial de Bryan King, médico da Universidade de Washington e do Hospital Pediátrico de Seattle, sublinha que os dados são claros.

“A única conclusão que pode ser retirada do estudo é que não há indícios que sugiram a existência de uma relação entre a MMR e o desenvolvimento de autismo em crianças com ou sem um irmão com autismo”, escreveu King.

“Ao todo, são cerca de 12 os estudos que até agora mostraram que a idade em que as ASD se manifestam não difere entre crianças vacinadas e não vacinadas, que a gravidade ou evolução das ASD não difere entre crianças vacinadas e não vacinadas e, agora, que o risco de recorrência de ASD nas famílias não difere entre crianças vacinadas e não vacinadas”, sustentou.

melhorsaude.org

Relação benefício risco

As vacinas são os medicamentos mais seguros, porque são dadas a pessoas saudáveis e não se aceita que haja efeitos adverso.
A maioria das vacinas são tomadas na infância e adolescência, mantendo-se apenas na idade adulta a necessidade de atualizar a anti tétano, que muitas vezes é esquecido pelos adultos.

Que documentos apresentam as crianças na escola se não tiverem boletim de vacinas?

Apesar de não ser um procedimento obrigatório, a verdade é que as crianças são convocadas para as vacinas e o boletim é pedido na escola, mas a sua apresentação pode ser substituída por uma declaração, assinada no centro de saúde, em que se diz que se é antivacinas.

Não é um termo de responsabilidade, é um mecanismo de proteção dos profissionais, atestando que as vacinas foram oferecidas e que os pais recusaram. Às vezes deixar isso por escrito acaba por levar os pais a desistir da ideia.

VACINAÇÃO DE VIAJANTES ADULTOS E CRIANÇAS

As vacinas a recomendar aos viajantes dependem de:

    • Local de destino
    • Duração da estadia
    • Doenças co-existentes
    • Contra-indicações da Vacinação
    • Efeitos adversos
    • Duração da imunidade
    • Tempo disponível antes da viagem
    • Profissão
    • Idade
    • Sexo
    • Custo da Vacina

Classificação, da OMS, das vacinas utilizadas
em viajantes

Vacinas exigidas por lei:

  • Febre amarela
  • Doença Meningocócica

Vacinas de rotina:

  • Tétano,
  • Difteria,
  • Tosse convulsa
  • Hepatite B
  • Poliomielite
  • Sarampo,
  • Papeira,
  • Rubéola
  • Haemophilus influenzae

Vacinas recomendadas dependendo do destino:

  • Cólera
  • Encefalite Japonesa
  • Encefalite transmitida por carraças
  • Doença meningocócica
  • Febre tifoide
  • Gripe
  • Hepatite A
  • Raiva
  • Tubercolose ( BCG )
  • Varicela

 CÓLERA, quais as zonas de risco?

Vacina utilizada contra a Cólera: Dukoral®Colera, mapa de zonas de risco 2012  melhorsaude.org  melhor blog de saude

Indicações da vacina contra a Cólera:

Permanência prolongada em área endémica em condições sanitárias precárias. A vacinação contra a cólera não é uma exigência oficial internacional, no entanto é exigida em determinados países

Posologia :

Indicada a partir dos 2 anos de idade
Indivíduos com idade entre 2 e 6 anos → 3 doses (75ml)
Indivíduos com > 6 anos de idade → 2 doses (150ml)

Esquema de vacinação criança  →  0 – 7 – 14 dias                                   Dose única de reforço após 6 meses
Esquema de vacinação adulto  →  0 – 7 dias
Dose única de reforço após 2 anos

ENCEFALITE JAPONESA, quais as zonas de risco?

Vacina →  Ixiaro®

Encefalite Japonesa, zonas de risco  melhorsaude.org  melhor blog de saude

Indicações da vacina contra a Encefalite Japonesa:

Viajantes para zonas rurais endémicas com estadia >1 mês e especialmente se coincidir com as monções ( Junho a Dezembro)

Encefalite da Carraça/Encefalite Estival/Tick borne Encephalitis, quais as zonas de risco?

Vacina  →  FSME-IMMUN® 

Encefalite da Carraça  melhorsaude.org  melhor blog de saude

Indicações da vacina contra a Encefalite da Carraça:

Viajantes para florestas da Europa Central por períodos > 3 semanas, especialmente se a estadia ocorrer no verão.

DOENÇA MENINGOCÓCICA, quais as zonas de risco?

Vacina  →  Menveo®  e Nimenrix®

Meningite meningocócica  melhorsaude.org  melhor saude

FEBRE AMARELA, quais as zonas de risco?

Vacina  →  Stamaril®

FEBRE AMARELA, zonas de risco  melhorsaude.org  melhor blog de saude

yellow-fever-africa  melhorsaude.org  melhor blog de saude yellow-fever-americas

FEBRE TIFOIDE, quais as zonas de risco?

Vacina  →  Typhim Vi®

Febre tifoide, mapa de zonas de risco
Zonas de maior risco de Febre Tifoide marcadas a vermelho

HEPATITE A, quais as zonas de risco?

Vacina  →  Havrix®

Hepatite A, zonas de risco

HEPATITE  A+B, quais as zonas de risco?

Vacina  →  Twinrix®

hepatite B mapa de risco

POLIOMIELITE, quais as zonas de risco?

Vacina  →  Imovax Polio®

Poliomielite, mapa de risco
Poliomielite, mapa de risco

SARAMPO, quais as zonas de risco?

Vacina  →  M-M-RVAXPRO®

Sarampo, mapa de risco
Sarampo, mapa de risco
Sarampo, mapa das crianças com 1 ano de idade, já imunizadas
Sarampo, mapa das crianças com 1 ano de idade, reportadas como imunizadas em 2008.

Nos dois mapas acima mostrados fica clara a evolução do Sarampo em 2014, para zonas consideradas imunizadas em 2008.

RAIVA, quais as zonas de risco?

Vacina  →  Rabipur®

Raiva, zonas de risco

Para mais informações sobre vacinação de viajantes consulte o pdf da DGS que disponibilizamos de seguida:

Vacinação do viajante DGS

QUADRO DE VACINAÇÃO DE VIAJANTES

Reunimos num só quadro as informações mais relavantes sobre as principais vacinas aplicadas aos viajantes, para facilitar uma consulta breve sobre um assunto cada vez mais importantes nos nossos dias com viagens constantes entre países e continentes num Mundo verdadeiramnte global!

As informações disponiveis no nosso quadro são as seguintes:

  • Doenças para as quais existe vacina
  • Nome das vacinas
  • Tipo de vacina ( viva, inactivada, subunidades ou toxoide )
  • Via de admnistração
  • Idade mínima
  • Número de doses necessárias par imunização
  • Tempo máximo de protecção
  • Esquema rápido de vacinação em caso de urgência
  • Efeitos secundários
  • Contra-indicações

VACINAS DO VIAJANTE, clique aqui e veja a tabela melhorsaude.org

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 Conclusão

Afinal as vacinas são seguras ou não? Podemos ser vacinados e vacinar os nossos filhos de forma segura?

Verdadeiramente a questão deve ser colocada de outra forma… podemos aplicar as vacinas sem efeitos adversos e contra-indicações?  É claro que não!

As vacinas são medicamentos por isso não podem estar isentas desses efeitos secundários e contra-indicações!

No entanto convém não esquecer o óbvio…as vacinas continuam a ser dos medicamentos mais seguros, senão mesmo os mais seguros, têm em regra efeitos secundários sem gravidade e, com tão poucas tomas, são os únicos medicamentos que nos conseguem proteger toda a vida contra doenças muito graves e potencialmente mortais!

Será justo, alguns de nós, privarem os filhos dessa protecção extraordinária apenas por receio de virem a desenvolver um determinado efeito adverso que aliás a ciência tem dificuldade em comprovar de forma clara?  Talvez não…

Fiquem bem!

Franklim Fernandes  melhorsaude.org

Franklim Fernandes

Fonte:

  • Direcção Geral de Saúde;
  • Organização Mundial de Saúde.

Por favor PARTILHE este importante artigo e ajude os seus amigos a tomarem decisões bem informadas acerca da vacinação. Juntos por uma Melhor Saúde!

NOVO VÍRUS G4 EA H1N1 COM POTENCIAL PANDÉMICO

Novo vírus da gripe G4 EA H1N1, com potencial pandémico descoberto na China e ainda estamos em plena pandemia de coronavírus e Covid-19! Um grupo de cientistas descobriu uma nova estirpe do vírus Influenza, que causa gripe, com potencial pandémico na China. Segundo os investigadores, o vírus é transportado por porcos, mas pode infetar seres humanos.

Agora, a preocupação prende-se com o facto de este vírus poder sofrer uma mutação ainda maior e que se possa vir a espalhar facilmente de pessoa para pessoa e causar um surto global.

Leia também: Coronavírus estranha origem e teoria da conspiração

Segundo a BBC, os investigadores admitem que este não é um problema imediato, mas que tem “todas as características” para infetar seres humanos e precisa ser vigiado “de perto”.

Artigo da BBC: Flu virus with ‘pandemic potential’ found in China

Como se trata de um vírus novo, as pessoas podem ter pouca ou nenhuma imunidade ao vírus. Os cientistas escrevem no  journal Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), que as medidas para controlar o vírus nos porcos devem ser rapidamente implementadas, bem como a sua monitorização.

Artigo original: Prevalent Eurasian avian-like H1N1 swine influenza virus with 2009 pandemic viral genes facilitating human infection

G4 EA H1N1 nova ameaça pandémica

Esta nova e estirpe má de influenza está entre as principais ameaças de doenças que os especialistas estão a observar, mesmo quando o mundo tenta acabar com a atual pandemia de coronavírus.

A última gripe pandémica que o mundo encontrou – o surto de gripe suína de 2009 – foi menos mortal do que se temia inicialmente, principalmente porque muitas pessoas mais velhas tinham alguma imunidade a ela, provavelmente por causa de sua semelhança com outros vírus da gripe que circulavam anos antes.

Esse vírus, chamado A / H1N1pdm09, agora é coberto pela vacina anual contra a gripe para garantir que as pessoas estejam protegidas. A nova estirpe de gripe identificada na China é semelhante à gripe suína de 2009, mas com algumas novas mudanças.

Para já, não representa uma grande ameaça, mas o professor Kin-Chow Chang e colegas que o estudam dizem que é um dos que é necessário vigiar de perto!

EAH1N1 já falado desde 2016

Num artigo publicado em 2016 no journal Proceedings of the National Academy of Sciences of the United satates of America (PNAS) já se falava do potencial pandémico das estirpes virais EA H1N1 que são vírus Influenza animais que circulam nos porcos na China.

Artigo original: Prevalence, genetics, and transmissibility in ferrets of Eurasian avian-like H1N1 swine influenza viruses

Infeções em pessoas já detetadas

O vírus, que os pesquisadores chamam de G4 EA H1N1, pode crescer e multiplicar-se nas células que revestem as vias aéreas humanas.

Eles encontraram evidências de infecção em pessoas que trabalhavam em matadouros e na indústria suína na China quando analisaram dados de 2011 a 2018.

As vacinas contra a gripe atuais não parecem proteger contra este vírus, embora possam ser adaptadas para isso, se necessário.

Leia também: Toda a verdade sobre a vacina da gripe


O Professor Kin-Chow Chang, que trabalha na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, disse à BBC: “No momento estamos distraídos com o coronavírus e com razão. Mas não devemos perder de vista novos vírus potencialmente perigosos”.

Embora esse novo vírus não seja um problema imediato, diz ele: “Não devemos ignorá-lo”.

Em teoria, uma pandemia de gripe pode ocorrer a qualquer momento, mas ainda são eventos raros. Pandemias acontecem se surgir uma nova estirpe que pode se espalhar facilmente de pessoa para pessoa.

Embora os vírus da gripe estejam constantemente a mudar, e é por isso que a vacina contra a gripe também precisa mudar regularmente para acompanhar, eles geralmente não se tornam pandémicos.

O professor James Wood, chefe do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Cambridge, disse que o trabalho “vem como um lembrete salutar” de que estamos constantemente em risco de um novo surgimento de patógenos e que animais de criação, com os quais os seres humanos têm maior contato do que com a vida selvagem, pode atuar como fonte de importantes vírus pandémicos.

Leia também: Coronavírus toda a verdade e polémica sobre os tratamentos recentes


Uma porta-voz da Organização Mundial da Saúde disse: “Sabe-se que o vírus da gripe suína da Eurásia está a circular na população suína da Ásia e é capaz de infectar seres humanos esporadicamente. Duas vezes por ano durante as reuniões de composição da vacina contra a gripe, todas as informações sobre os vírus é revista e discutida a necessidade de novos vírus candidatos à vacina.Leremos cuidadosamente o documento para entender o que há de novo.

“Ele também destaca que não podemos baixar a guarda contra a gripe; precisamos estar vigilantes e continuar a vigilância mesmo durante a pandemia da COVID-19”.

Fontes

Leia também:

CORONAVIRUS COVID-19 TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Coranavirus conspiração Covid-19 e teoria sobre a estranha origem do vírus! Será apenas mais uma gripe ou a teoria da conspiração talvez tenha fundamentos que merecem a nossa análise?

Merecem ser debatidas algumas coincidências estranhas em relação à bizarra origem do coronavírus assim como eventos que pareciam prever de forma demasiado semelhante o aparecimento deste surto.

Há coincidências que podem ser apenas isso mesmo mas… num mundo de informação oculta talvez seja interessante e até justo que se fale de forma clara sobre essas “aparentes coincidências”!

LEIA TAMBÉM: CORONAVÍRUS COVID-19 TRATAMENTO RECENTE

Wuhan tem o único laboratório de virologia de alta segurança da China

Coronavirus Wuhan Biolab

Wuhan é onde está sediado um dos laboratórios que estuda os vírus mais mortais do mundo. Pronto em 2017 e inaugurado em janeiro de 2018, o primeiro laboratório de virologia de segurança máxima da China (nível de biossegurança 4), projetado para o estudo dos patógenos mais perigosos do mundo, abriu as portas … onde? Em Wuhan!

Será pura coincidência que a cidade de Wuhan seja o epicentro da nova infecção por coronavírus que provoca a doença COVID-19?

Leia também: Coronavirus sintomas, transmissão, período de incubação, prevenção, perigos e tratamento recente

Coronavirus americanos alertaram sobre falhas de segurança

No ano anterior, Tim Trevan, consultor de biossegurança de Maryland, expressou preocupação com ameaças virais que escapavam potencialmente ao Laboratório Nacional de Biossegurança de Wuhan, que está localizado a apenas 32 quilómetros do mercado de Wuhan, identificado como o “ground zero” ou origem para o atual surto de de coronavirus.

Coronavirus Wuhan biolab

Conforme reportado pelo Daily Mail:

“O laboratório de Wuhan também está equipado para pesquisa com animais” e “Os regulamentos para pesquisa com animais – especialmente os realizados com primatas – são muito mais flexíveis na China do que nos EUA e em outros países ocidentais … mas isso também causou preocupação para Trevan.

Notícia: Inside the Chinese lab poised to study world’s most dangerous pathogens

Covid-19 como pode ter “escapado”?

Estudar o comportamento de um vírus como o 2019-nCoV agora designado SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) e desenvolver tratamentos ou vacinas requer a infecção desses macacos da pesquisa, um passo importante antes dos testes em humanos.

Os macacos são imprevisíveis, alertou o microbiologista da Universidade Rutgers, Dr. Richard Ebright. “Eles podem correr, podem coçar e morder”, disse ele, e os vírus que carregam iam para onde os pés, unhas e dentes correm. “

Leia aqui a notícia sobre Biosegurança do Laboratório em Huhan

China built a lab to study SARS and Ebola in Wuhan – and US biosafety experts warned in 2017 that a virus could ‘escape’ the facility that’s become key in fighting the outbreak

  • The Wuhan National Biosafety Laboratory is the only lab in China designated for studying dangerous pathogens like SARS and Ebola
  • Ahead of its January 2018 opening, biosafety experts and scientists from the US expressed concerns that a virus could escape the lab
  • In 2004, a SARS virus ‘leaked’ from a lab in Beijing 
  • Experts say the coronavirus that’s infected more than 800 people mutated in animals and became capable of infecting humans at the Wuhan seafood market
  • But a 2017 article warned of the unpredictability of lab animals that scientists at the Wuhan lab intended to inject with viruses 
Wuhan Biolab and coronavirus

Simulação de surto em outubro de 2019!

Igualmente curioso é o facto de o Johns Hopkins Center for Health Security, o Fórum Económico Mundial e a Fundação Bill e Melinda Gates terem patrocinado um novo exercício de preparação para pandemia de coronavírus em 18 de outubro de 2019, em Nova York, chamado “Evento 201”.

Event 201 a Global Pandemic Exercise

A simulação previa um número de mortos global de 65 milhões de pessoas em um período de 18 meses. Conforme relatado pela Forbes em 12 de dezembro de 2019.

Notícia da Forbes: How Prepared Are We For The Next Pandemic? Not Very, Experts Show

“Os especialistas realizaram uma simulação cuidadosamente projetada e detalhada de uma nova doença viral (fictícia) chamada CAPS ou síndrome pulmonar aguda por coronavírus. Isto foi modelado após epidemias anteriores como SARS e MERS”.

Até a descrição da doença viral é semelhante, não é estranho? No entanto, o novo coronavírus ainda não havia sido identificado no momento da simulação, e o primeiro caso não foi relatado até dois meses depois.

Doença X

A Forbes também se refere à pandemia de ficção como “Doença X” – a mesma designação usada pelo The Telegraph na sua reportagem em vídeo de 24 de janeiro de 2020.

“Poderia este coronavírus ser doença X?”, o que sugere que os meios de comunicação foram informados e houve coordenação antecipada no que diz respeito ao uso de determinadas palavras-chave e frases de efeito em reportagens e artigos de opinião.

A Johns Hopkins University (JHU) é a maior beneficiária de bolsas de pesquisa de agencias federais, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde, a National Science Foundation e o Departamento de Defesa e recebeu milhões de dólares em bolsas de pesquisa da Gates Foundation:

Bill and Melinda Gates Foundation Awarded Grants

Em 2016, Johns Hopkins gastou mais de US $ 2 bilhões em projetos de pesquisa, liderando todas as universidades dos EUA em gastos com pesquisa pelo 38º ano consecutivo:

Johns Hopkins leads all U.S. universities in research spending for 38th year in a row

É também curiosa a prontidão e rapidez com que especialistas do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins criaram o painel para rastrear os casos relatados da infecção pelo Coronavirus. Clique na imagem seguinte para aceder em tempo real:

De facto o painel da evolução do número de casos diagnosticados e mortes ocorridas em tempo real é muito interessante… mas a urgência e celeridade com que foi colocado com informação “live” parecia que já estava a ser preparado e pronto há algum tempo apenas à espera de ser lançado mal se justificasse…!

Já sei que tudo não passa de uma teoria da conspiração… para já… mas dá que pensar mais esta coincidência… vinda de quem patrocinou a simulação de pandemia contra o “hipotético” coronavirus em… Outubro de 2019… apenas 2 meses antes do início do surto real de… coronavirus!

Pesquisas e liberdade de informação

Se a pesquisa financiada por agências federais, como o DOD (Department of defense) ou o DHHS (Departement of Health and Human Services), for classificada como sendo realizada “no interesse da segurança nacional”, ela estará isenta de solicitações da Lei de Liberdade de Informação (FOIA – Freedom of Information Act ).

As pesquisas conduzidas sob a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA – Biomedical Advanced Research and Development Authority ) estão completamente protegidas das solicitações da FOIA ( Freedom of Information Act)  pelo público.

Além disso, as agências podem negar as solicitações da FOIA e reter informações se funcionários do governo concluírem que protegê-la da visão pública “protege segredos comerciais ou informações financeiras que possam prejudicar a postura competitiva ou os interesses comerciais de uma empresa “.

Os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDCs), sob a alçada do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, declaram que sua missão é “proteger a América contra ameaças à saúde e segurança, tanto estrangeiras quanto nos EUA”.

Biossegurança e provável acidente

Claramente, será difícil obter informações sobre pesquisas biomédicas financiadas pelo governo sobre micróbios como o coronavírus, conduzidas nas principais universidades ou por empresas farmacêuticas em laboratórios de risco biológico.

Qual é a probabilidade, então, de que o surto de coronavírus que deixou as pessoas tão doentes hoje “subitamente” tenha surgido simplesmente porque as pessoas comiam morcegos e cobras no mercado de Wuhan?

Parece mais um acidente de biossegurança, mas, até que se saiba mais, inevitavelmente haverá perguntas sem resposta sobre se esta última emergência de saúde pública global é um exercício táctico mais ambicioso, ecoando perguntas sem resposta sobre o fiasco da pandemia de gripe suína em 2009 .

COVID-19 arma biológica que escapou?

Segundo Francis Boyle, especialista em armas biológicas, as evidências sugerem que o COVID-19 é um coronavírus armado com origem na instalação de nível de biossegurança 4 (BSL-4) na cidade de Wuhan.

Este é o primeiro laboratório BSL-4 na China e foi criado especificamente para pesquisar coronavírus e SARS. Francis Boyle descreve a COVID-19 como sendo uma quimera que junta num só vírus parte do material genético da SARS (um coronavírus já armado), do HIV e do vírus da gripe, projetados com as chamadas propriedades de “ganho de função” que permitem a propagação a uma distância maior que o normal.

O nCoV pode viajar cerca de 2 metros no ar e alguns relatos sugerem que o vírus pode lançar essa distância a partir das fezes humanas contaminadas. Outros sugeriram que a COVID-19 pode envolver Prevotella, uma bactéria conhecida por causar infecções do trato respiratório, incluindo pneumonia, explicando assim alguns dos sintomas observados e como o vírus se pode espalhar pelas fezes.

Medo e orçamento nacional Americano

Esta é a parte do artigo em que se fala da política Americana de mãos dadas com a altura do ano em que se definem no orçamento americano quais as dotações para as diversas agências federais incluido as responsáveis pela saúde pública.

Budget of the U.S. Government

Esta decisão orçamental tem uma relevante influência nos orçamentos de algumas das Farmacêuticas mais influentes do planeta.

Será por acaso que quase todos os anos surgem possíveis pandemias novas nesta altura do ano… em dezembro, janeiro e fevereiro? Leia os detalhes e forme a sua opinião.

Cronologia das “pandemias apocalípticas”

Qualquer que seja a fonte, a histeria sobre vírus e bactérias fatais para a humanidade segue um padrão já desgastado, onde a população é mantida num estado perpétuo de ansiedade e medo sobre micróbios, para que as empresas farmacêuticas (auxiliadas por autoridades federais de saúde) possam resgatar mais um dispendioso medicamento ou vacina, potencialmente obrigatórios.

Gripe das aves em 2005

Em 2005, as manchetes alertaram que os EUA enfrentavam um evento de extermínio cataclísmico com estimativas potenciais de 2 milhões de americanos a sucumbir à gripe das aves sendo que o melhor cenário previsto eram 200.000 mortes.

Gripe suína em 2009

As mesmas táticas de medo foram usadas durante o surto de gripe suína de 2009.

Ambas as pandemias acabaram por ser ameaças grosseiramente exageradas, mas isso não resultou numa abordagem mais conservadora e realista para os surtos subsequentes. Pelo contrário, os esforços para aumentar o medo e a histeria apenas aumentaram.

Ébola e coqueluche em 2014

Em 2014, fomos informados de que o Ebola poderia “tomar de assalto” os EUA e, em seguida, houve surtos de coqueluche.

Notícia em 2014: Pertussis Is Latest Disease Outbreak Concern in United States

Sarampo em 2015

Em janeiro de 2015, foi o sarampo na Disneylândia.

Zika em 2016

Em janeiro de 2016, era o zika, seguido de mais notícias sobre surtos de coqueluche.

Notícia em 2016: Why is whooping cough on the rise? Scientists disagree

Influenza vírus em 2017 e 2018

Em 2017 e 2018, foi o influenza

Notícia em 2018: Flu season deaths top 80,000 last year, CDC says

Sarampo e coronavírus em 2019

Em 2019 voltou o sarampo e agora temos o surto de coronavírus, embora último este com gravidade na China.

Notícia de sarampo em 2019: What Is Going On With Measles? The Science and Politics of Eradicating Measles

Janeiro e Fevereiro, o que se passa?

Janeiro e fevereiro parecem ser o momento favorito para lançar um susto global de doenças com a devida assistência dos meios de comunicação social.

É muito conveniente… pois geralmente na primeira segunda-feira de fevereiro de cada ano (3 de fevereiro de 2020), o presidente envia ao Congresso dos EUA o orçamento do governo solicitando que os fundos sejam alocados às agências federais para o próximo orçamento do ano fiscal (1º de outubro de 2020 – 30 de setembro de 2021) .

Cada vez que há um susto de saúde pública, o lobby das Farmacêuticas e da saúde pública pode disputar uma fatia maior do dinheiro dos contribuintes Americanos para pagar pelo desenvolvimento de medicamentos e vacinas.

Em 23 de janeiro de 2020, o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas do NIH, anunciou que uma vacina contra o coronavírus está a ser preparada, com testes em humanos programados para começar em cerca de três meses.

Os preços das ações das Farmacêuticas fabricantes de vacinas contra o coronavírus aumentou de imediato em resposta aos relatos alarmistas da comunicação social sobre a possível “destruição iminente” da humanidade!

Concluindo

A origem deste surto de coronavírus Covid-19 está ainda por clarificar. Algumas coincidências, como o facto do mais importante laboratório de alta segurança da China estar na mesma cidade de Wuhan, origem e epicentro do surto, aliadas aos receios de especialistas americanos sobre falhas de segurança do mesmo laboratório, deixam em aberto a possibilidade de um coronavirus modificado em laboratório ter escapado para a comunidade.

Apesar da taxa de mortalidade ser baixa entre a população saudável, nomedamente crianças, jovens e adultos com menos de 50 anos, essa taxa aumenta de forma muito acentuada nos idosos e doentes com doenças crónicas que têm um sistema imunitário mais debilitado.

A facilidade de contaminação por via aerea é também uma característica preocupante à qual se junta um período de incubação que pode chegar a 2 semanas e durante as quais o portador/infectado não aparenta sintomas da infecção mas vai contaminando todos em seu redor!

Nos paises mais ricos detectar e conter este coronavirus não parece ser um problema que coloque em risco toda a população, pois as autoridades de segurança estão preparadas para isolar rapidamente os infectados e todas as pessoas com quem contactaram.

O mesmo já não será verdade nos países pobres sem recursos em que doentes infectados podem contaminar uma parte muito considerável da população… esta é talvez a maior preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS) neste momento!

Numa situação hipotética de infecção grave de coronavírus num país sem recursos aí sim teriamos um cenário muito mais preocupante de alastramento descontrolado da doença!

Clique nas imagens seguintes para actualizações (live) sobre o coronavírus, países afectados, nº de casos e mortes e toda a informação, a saber:

  • Coronavírus o que são?
  • Vírus zooonóticos com origem em animais
  • Estirpes conhecidas
  • Perigos do coronavírus que pode ser mortal
  • Covid-19 diagnóstico difícil
  • Origem em cobras
  • Animais que podem ser hospedeiros
  • Transmissão
  • Período de incubação
  • Sintomas
  • Prevenção
  • Tratamentos
  • Remdesivir
  • Lopinavir e Ritonavir (Kaletra)
  • Interferon alfa 2b
  • Actualização de dados e notícias da OMS
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Worldometer – Current World Population (Live)

DOENÇA BIPOLAR PORTUGUESES DESCOBREM NOVO FACTOR DE RISCO

 

Doentes deprimidos com elevados níveis de ácido úrico no sangue poderão estar em vias de desenvolver doença bipolar, de acordo com um estudo de vários médicos psiquiatras do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) divulgado recentemente.

Uma investigação portuguesa, publicada recentemente na prestigiada revista científica internacional ‘Bipolar Disorders’, mostrou que doentes internados por depressão com níveis altos de ácido úrico no sangue apresentam maior risco de progressão para uma outra doença psiquiátrica, a chamada ‘doença bipolar’”, refere um comunicado do CHUC.

Pedro Oliveira, um dos autores citado na nota, salienta que “este achado inovador, apesar de necessitar de maior investigação, poderá revolucionar a abordagem e tratamento dos doentes deprimidos”.

Segundo o especialista, esta descoberta permite “uma melhor resposta ao tratamento, a identificação de formas iniciais de doença bipolar e intervenção numa fase mais precoce para minimizar o impacto da doença na vida do doente”.

Os autores do estudo (Pedro Oliveira, Vítor Santos, Manuel Coroa, Joana Ribeiro e Nuno Madeira), médicos psiquiatras do CHUC e investigadores no Instituto de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, salientam que “não existia até agora nenhum exame acessível no dia-a-dia capaz de identificar indivíduos em risco de desenvolver doença bipolar”.

A doença bipolar é caracterizada por episódios persistentes de tristeza, semelhantes ao que se verificam na depressão, mas também por fases de euforia e energia aumentada, “os chamados episódios maníacos”.

“Esta doença é, na maioria dos casos, tratável com recurso a antidepressivos. No entanto, em certas formas de depressão, como em indivíduos com doença bipolar, o tratamento com antidepressivos é pouco eficaz e poderá agravar o prognóstico da doença”, refere o comunicado.

O diagnóstico da doença bipolar é frequentemente tardio, “sendo frequente que, durante bastantes anos, os doentes sejam considerados como tendo apenas depressão”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a depressão já é a principal causa de incapacidade no mundo e um em cada quatro portugueses sofrerá da doença ao longo da sua vida.

Fiquem bem!

Fonte: Agência LUSA

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ALERTA MEDICAMENTOS COM METAMIZOL

Metamizol como o Nolotil® e Dolocalma®

O alerta surge depois de 10 britânicos, que compraram o medicamento em Espanha, terem morrido. Em causa está o metamizol, que pode ter feitos secundários graves.

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) aconselha cuidados especiais no uso de medicamentos para as dores contendo metamizol, como o Nolotil, porque podem ter efeitos secundários graves.

Esta recomendação do Infarmed surge na sequência de um alerta da Autoridade para o Medicamento Espanhola para a utilização de medicamentos com metamizol, na sequência da morte de 10 britânicos que compraram o medicamento em Espanha.

Em outubro, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS) atualizou a ficha técnica do metamizol para alertar para o risco de efeitos adversos como a agranulocitose (doença aguda do sangue caracterizada pela falta ou acentuada redução de glóbulos brancos).

Marcas disponíveis

Em comunicado disponível hoje, o Infarmed indica que o metamizol é um medicamento utilizado para o tratamento da dor e febre há cerca de 40 anos. Em Portugal, os medicamentos comercializados contendo metamizol são:

  • Nolotil,
  • Dolocalma,
  • Metamizol Cinfa.

Indicações terapêuticas

O Nolotil está indicado nas seguintes situações clínicas:

  • Dor aguda e intensa, incluindo dor espasmódica e dor tumoral,
  • Febre alta, que não responde a outras terapêuticas antipiréticas tais como paracetamol.

Reacções adeversas

“A utilização de medicamentos contendo esta substância metamizol pode causar uma reação adversa chamada agranulocitose que, apesar de grave, é muito rara”, explica também o infarmed.

A Autoridade do Medicamento esclarece que em “Portugal foram notificados ao sistema de farmacologia, entre 2008 e 2018, um total de 11 casos de agranulocitose potencialmente associados à utilização de metamizol, com uma frequência de um a dois casos por ano (o que se encontra dentro da frequência expectável de uma reação rara)”.

Recomendações

Para minimizar os riscos de agranulocitose associado à utilização de metamizol, o Infarmed recomenda que o seu uso deve ser restrito a um período temporal (máximo de sete dias) e a monitorização através dos valores do hemograma se for por mais tempo.

Segundo o Infarmed estes medicamentos não devem ser utilizados em:

  • Doentes com reações hematológicas prévias ao metamizol,
  • Doentes em tratamento com imunossupressores ou outros medicamentos que possam causar agranulocitose.
  • Deve ser tida particular atenção à prescrição destes medicamentos em doentes idosos.

Sintomas a não ignorar

Os doentes a quem foi prescrito metamizol, salienta o Infarmed, não devem interromper o tratamento, mas sim consultar o médico caso surjam sintomas de discrasia sanguínea, tais como:

  • Mal-estar geral,
  • Infeção,
  • Febre persistente,
  • Hematomas,
  • Hemorragias,
  • Palidez.

Aos médicos prescritores e restantes profissionais de saúde, o Infarmed solicita especial atenção para a prevenção e/ou deteção precoce do aparecimento deste ou de outros efeitos indesejáveis.

Estes medicamentos mantêm uma relação benefício-risco positiva, desde que, sejam cumpridas todas as condições, incluindo as indicações de uso do metamizol.

O Infarmed indica ainda que vai continuar a acompanhar e divulgar todas as informações pertinentes relativas a esta matéria.

Fiquem bem!

Fonte: INFARMED

FIBRILHAÇÃO AURICULAR NOVO APPLE WATCH 4 CAUSA POLÉMICA!


Fibrilhação auricular: Novo Apple Watch® 4 com monitor de electrocardiograma aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) permite fazer um electrocardiograma em qualquer lugar mas talvez aumente a paranóia e ansiedade dos utilizadores!

O novo relógio inteligente da Apple, apresentado em 12 de Setembro de 2018, detecta possíveis problemas com o ritmo cardíaco dos utilizadores.  A Apple apresentou o Watch Series 4 como um “guardião inteligente da saúde”, pois ajudará as pessoas a respirar e a comer melhor e permite fazer um electrocardiograma sem o médico presente em qualquer local!

O relógio permite ainda detectar a queda do utilizador utilizando os dados do acelerómetro e do giroscópio, iniciando uma chamada telefónica de emergência se o utilizador não responder no espaço de 1 minuto!

Apple watch 4 ECG melhorsaude.org melhor blog de saude

Neste artigo vou tratar os seguintes tópicos:

  • Apple Watch 4 qual a polémica?
  • FDA e aprovação polémica
  • Fibrilhação auricular: O que é?
  • Quais os factores de risco?
  • Fibrilhação auricular: Porque é perigosa?
  • Quais os sintomas?
  • Qual o tratamento?
  • Electrocardiograma: Como interpretar os sinais de fibrilhação auricular?
  • Apple watch 4: Que cuidados deve ter?
  • Qual a minha opinião?

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Apple Watch 2018: Qual a polémica?

Apple_watch_4 e fibrilhação auricular melhorsaude.org melhor blog de saude

No entanto a medição num contexto informal pode levar a “paranóia” e aumentar a ansiedade dos utilizadores que na sua maioria terão dificuldades em interpretar os resultados.

Atul Gupta, médico edirector do centro de tecnologia médica da Philips nos EUA afirmou que a fibrilhação auricular é uma causa muito comum de ritmo cardíaco irregular e um dos factores de risco mais importantes para um AVC.

No entanto os falsos positivos de electrocardiogramas feitos com poucos eléctrodos (2 no caso do Apple Watch 4) podem acontecer em percentagem relevante levando muitas pessoas a preocuparem-se sem razão e frequentarem desnecessáriamente os serviços de saúde.

FDA e aprovação polémica

Esta tecnologia tem já a aprovação da FDA (Food and Drug Administration) que é a mais importante  entidade reguladora de saúde nos Estados Unidos da América, mas não foi aprovada pela FDA como dispositivo médico! A classificação aprovada pela FDA foi a seguinte:

  • Class II risk device category

Esta classificação significa que o dispositivo mostrou provas crediveis  de funcionar, de ser seguro e não ameaçador da vida humana.

Significa também que mesmo que deixe de funcionar a vida humana não depende dele tal como acontece, por exemplo com um pacemaker, que tem uma classificação de Class III risk device, pois se deixar de funcionar o doente morre!

O Apple Watch 4 vai avisar o utilizador quando o batimento cardiaco for muito baixo (novidade) ou muito elevado.

O Apple Watch 4 vai notificar o utilizador quando este corre o risco de fibrilhação auricular, se o coração começar a bater de forma irregular.


Fibrilhação auricular (FA): O que é?

A fibrilhação auricular é a arritmia crónica mais frequente com uma prevalência superior a 6% a partir da sexta década de vida sendo rara antes dos 40 anos.

Na FA há uma perda da função mecânica auricular, o que leva à estagnação do sangue e à formação de coágulos nas aurículas, que podem desprender-se e embolizar as artérias cerebrais.

A FA é responsável por 15% dos AVCs , afectando cerca de 33 milhões de pessoas em todo o mundo. Só nos EUA a US Centers for Disease Control (CDC) estima que existam entre 2,7 e 6,1 milhões de Americanos afectados por esta arritmia, muitos deles sem o saberem!

Quais os factores de risco?

Os factores de risco mais frequentes são:

  • Idade avançada,
  • Hipertensão arterial,
  • Diabetes,
  • Insuficiência cardíaca.

Fibrilhação auricular: Porque é perigosa?

Na FA há uma perda da função mecânica auricular, o que leva à estagnação do sangue e à formação de coágulos nas aurículas, que podem desprender-se e embolizar as artérias cerebrais. Os riscos acrescidos são os seguintes:

  • 5 x mais risco de AVC (o principal problema),
  • 3 x mais risco de insuficiência cardíaca,
  • 2 x mais risco de demência,
  • 2 x mais risco de morte.

Quais os sintomas?

A fibrilhação auricular é uma doença cujos principais sintomas são os seguintes:

  • Sensação dos batimentos descordenados do coração (palpitações),
  • Pulsação rápida e irregular, com períodos de aceleração e desaceleração do seu ritmo.

Em alguns doentes podem ainda existir associados os seguintes sintomas:

  • Tonturas,
  • Sensação de desmaio,
  • Perda do conhecimento,
  • Dificuldade em respirar,
  • Cansaço,
  • Dor ou sensação de aperto no peito.

Tratamento

Os objectivos da terapêutica são:

  • Prevenir o AVC,
  • Controlar a frequência cardíaca,
  • Restaurar e manter o ritmo sinusal,
  • Melhorar os sintomas,
  • Prevenir a insuficiência cardíaca,
  • Prolongar a esperança de vida.

Atualmente existem novos tratamentos, que podem ser utilizados de forma mais eficaz e segura.

Electrocardiograma (ECG) quais os sinais?

Um electrocardiograma normal apresenta um padrão similar ao da seguinte imagem:

Fibrilhação auricular ECG melhorsaude.org melhor blog de saude
Imagem de Electrocardiograma com ritmo sinusal normal

Na fibrilação auricular, as ondas P, que representam a despolarização das aurículas, estão ausentes.

Apple watch: Que cuidados deve ter?

A FDA ressalva que o relógio Apple Watch nunca substitui um exame médico, não deve ser realizado por menores de 22 anos nem por pessoas já diagnosticadas com problemas cardíacos. A consulta com um profissional de saúde é insubstituivel!

Os electrocardiogramas usualmente são efectuados por um profissional de saúde, que coloca no peito do paciente vários adesivos com eléctrodos. Ás vezes,  também são colocados eléctrodos nos braços e pernas. O número exacto varia, sendo comum existirem entre três, cinco e doze eléctrodos no corpo consoante o tipo de exame. Os mais crediveis serão os de 12 derivações.

Nos electrocardiogramas com prova de esforço, a pessoa faz uma prova de esforço físico no local sendo geralmente correr um determinado tempo numa passadeira.

Em alguns casos mais dificeis de detectar o doente leva um aparelho portátil para casa durante 48 a 72 horas para tentar detectar arritmias “escondidas” pois muitas vezes não ocorrem durante o tempo do electrocardiograma tradicional, que demora apenas uns minutos.

Concluindo com a minha opinião

Para mim é óbvio que mesmo correndo o risco de alguns falsos positivos este Apple Watch pode salvar vidas pois estará muitas horas no pulso da pessoa e por essa circunstância aumenta a probabilidade de conseguir detectar ou alertar para a existência de uma possível arritmia “escondida”.

É claro que terá sempre que ser confirmada por um verdadeiro dispositivo médico nomeadamente com um electrocardiograma de 12 derivações. Depois de confirmada a fibrilhação auricular poderá então o médico estabelecer com o doente uma estratégia de mitigação de riscos prevenindo um possível AVC, por exemplo com medicamentos anticoagulantes.

Fique bem!

Bibliografia:

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