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Infeção urinária causas sintomas e melhor tratamento



Infecção urinária sintomas, causas e tratamento 2022 como se apanha? Quais os sintomas? Quais os perigos? Sente dor na zona central das costas e tem febre? Cuidado…muito cuidado! Pode estar com um quadro de infeção urinária grave! Segundo a American Urological Association a European Association of Urology e a Associação Portuguesa de Urologia, estes dois sintomas associados (dor nas costas e febre) são  graves e devem levá-la de imediato ao médico por causa da possibilidade de se tratar de uma infeção renal. A estes sintomas podem juntar-se ainda náuseas e desconfortos no estômago ou mesmo uma primeira infeção urinária.

Este artigo pretende ser um contributo para informar tudo o que precisa de saber sobre infeções urinárias, desde as cistites não complicadas e frequentes até ás mais graves como a pielonefrite. Quais as diferenças, perigos, tratamentos, como se apanham e como aplicar medidas simples para se proteger e diminuir o risco de contrair uma infeção urinária.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

      • O que é uma infeção urinária?
      • O que são infeções urinárias baixas e altas?
      • Qual a anatomia do trato urinário?
      • Que nome têm as infeções na bexiga, uretra e rim?
      • Causas da infeção urinária, quais são?
      • O que é um uretrite?
      • O que é uma cistite?
      • O que é uma pielonefrite?
      • Quais as causas de uma infeção renal?
      • Quais os doentes de risco?
      • Quais os sintomas de infeção renal?
      • Quais os tipos de pielonefrite ou infeção renal?
      • O que é e quais os sintomas da pielonefrite aguda?
      • O que é e quais os sintomas da pielonefrite crónica?
      • Quais as complicações da pielonefrite?
      • Como se faz o diagnóstico da pielonefrite?
      • Qual o tratamento da infeção renal?
      • A pielonefrite é contagiosa?
      • Quais as infeções urinárias mais comuns?
      • Como se apanham?
      • Podem apanhar-se nos sanitários públicos?
      • Quais os tratamentos alternativos?
    • Que medidas podemos aplicar para evitar a infeção?

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Infeção urinária o que é?

Infeções urinárias baixas e altas

Infeção urinária é qualquer quadro infecioso que aconteça no trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. As infeções urinárias podem ser baixas ou altas, a saber:

  • As infeções urinárias baixas são aquelas que ocorrem na bexiga e/ou na uretra.
  • As infeções urinárias altas ocorrem quando há comprometimento de pelo menos um dos rins.

Anatomia do trato urinário

Tracto urinário melhorsaude.org melhor blog de saude

Anatomia do tracto urinário
Anatomia do trato urinário

Infeções na bexiga, na uretra e no rim

  • A infeção da bexiga recebe o nome de cistite.
  • A infeção da uretra é conhecida como uretrite.
  • A infeção renal é chamada de pielonefrite ( infeção grave )
Infecção urinária
#Uretrite é uma infeção da uretra, #cistite é uma infeção da bexiga e #pielonefrite é uma infeção do rim

Termos e significados

  • Disúria – sensação de dor ou ardor ao urinar.
  • Hematúria – presença de sangue na urina. Tem como definição mais exata a presença de cinco ou mais eritrócitos (hemácias) por campo na análise microscópica do sedimento urinário, e deve ser confirmada em pelo menos duas amostras de urina.
  • Poliúria – excesso de produção de urina ao longo de 24 horas. Dizemos que há poliúria quando o volume de urina é maior que 3 litros por dia.
  • Polaciúria – micção frequente, mas com o volume total de urina ao longo do dia dentro da faixa da normalidade.
  • Nictúria – excesso de urina que ocorre durante a noite e faz com que o doente acorde várias vezes para urinar. O excesso de urina só ocorre de noite, enquanto o paciente dorme.

Causas da infeção urinária

Em mais de 95% dos pacientes a infeção é de origem bacteriana, sendo a bactéria Escherichia coli responsável por mais de 3/4 destes casos. A compreensão dos fatores de risco individuais e específicos da população associados a infeções recorrentes do trato urinário (ITUs) pode ajudar os médicos a adaptar as estratégias profiláticas.

Nas mulheres os principais fatores de risco causadores de infeções urinárias não complicadas recorrentes, são os seguintes:

    • Número de parceiros sexuais e nomeadamente relações frequentes com diferentes parceiros e ter 3 ou mais parceiros num ano aumenta claramente o risco de infeção urinária. Em particular o sexo anal significa um risco acrescido porque aumenta a possibilidade de contaminação da vagina por bactérias do  trato intestinal;
    • Diarreia e obstipação;
    • Atrofia vulvovaginal, também chamada de atrofia vaginal ou  vaginite atrófica é definida como a secagem e inflamação das paredes vaginais devido à falta de produção de estrogénio. A atrofia vaginal ocorre mais frequentemente após a menopausa, mas também pode desenvolver-se durante a amamentação ou em qualquer outro momento em que o corpo da mulher diminui a produção de estrogénio;
    • Alteração da flora bacteriana vaginal por exemplo devido à utilização de espermicidas, alterações alimentares ou higiene excessiva que tornam o trato vaginal menos ácido o que facilita a sobrevivência de bactérias patogénicas;
    • História de infeções do trato urinário (ITU) durante a pré-menopausa ou na infância;
    • História familiar de infeção urinária;
    • Tipo sanguíneo não secretor.
  • Estudo com resumo das causas mais frequentes:

Estudo da American Urological association com guidelines sobre as Infeções do trato Urinário recorrentes não complicadas:

Calculadora de infeção urinária

Calculadora de risco de infeção urinária melhorsaude.org

Prevalência e impacto da infeção urinária

A infeção do trato urinário (ITU) é uma das infeções bacterianas mais frequentes, com elevados custos para a sociedade. Um estudo europeu refere que uma em cada cinco mulheres adultas tem pelo, menos um episódio de ITU ao longo da vida.

Nos Estados Unidos da América (EUA) a sua incidência está melhor documentada. A ITU motiva mais de 7 milhões de visitas médicas anuais e é responsável por 15% dos antibióticos prescritos em ambulatório. Estima-se que mais de metade das mulheres tenha pelo menos uma ITU ao longo da vida e um terço das mulheres sofra o primeiro episódio até aos 24 anos de idade. Se, por um lado, o risco de progressão da cistite para pielonefrite é negligenciável, por outro lado, o potencial de recorrência é elevado.

Um estudo de 1990 em jovens universitárias demonstrou, aos seis meses, 27% de recorrência e 3% de segundas recorrências. Um estudo mais recente, com mulheres saudáveis entre os 18 e os 39 anos, verificou que aos seis meses o risco de recorrência depois de uma primeira ITU é de 24% . Estima-se que nos EUA os custos anuais relacionados com ITU rondem os 1600 milhões de dólares. Por todos estes fatores, é fundamental que os episódios de ITU sejam corretamente diagnosticados, tratados e prevenidos, tendo em atenção o correto uso dos antibióticos, de modo a não potenciar o aumento das resistências.

Dor a urinar  ou disúria

Origem provável: Uretra ou bexiga.

A dor ao urinar, chama-se disúria e é talvez o sintoma de infeção urinária mais comum. A disúria é um termo que engloba diferentes queixas durante a micção, tais como:

  • Dor,
  • Ardência,
  • Sensação de queimadura,
  • Incómodo ou sensação de peso na bexiga.

A disúria é um sintoma muito comum na cistite e na uretrite, podendo ocorrer eventualmente na pielonefrite. É causada pela irritação da bexiga e da uretra provocada pela infeção.

Nas mulheres, infeções ginecológicas podem causar dor ao urinar, seja por inflamação na área ao redor da entrada da uretra ou pela dor que o contacto da urina ácida provoca com a vulva inflamada. A dica para se pensar em infeção ginecológica e não em infeção urinária é a presença de corrimento vaginal

Sangue na urina ou hematúria

Origem provável: Uretra, bexiga ou rim.

A presença de sangue na urina chama-se hematúria. Sangue na urina é o sinal de infeção urinária que mais assusta as/os doentes, mas geralmente não é um sinal de gravidade. A hematúria pode ser macroscópica, quando é facilmente notada na urina, ou microscópica, quando só é detetada através de exames laboratoriais.

A presença de sangue na urina é um sintoma comum na cistite, mas também pode ocorrer na pielonefrite ou na uretrite. Assim como a disúria, a presença de sangue surge pela irritação da bexiga e da uretra.

Febre e infeção urinária

Origem provável: Rim.

Quando se pensa em infeção, a febre é sempre um dos sinais que  vêm à mente. Na infeção urinária, entretanto, a febre só costuma surgir nos casos de pielonefrite. Cistite não costuma causar febre, quando o faz, geralmente é abaixo dos 38ºC. A febre também não é comum na uretrite, exceto nos casos mais graves, onde há disseminação da bactéria para a corrente sanguínea.

Na pielonefrite a febre costuma ser alta, maior que 38ºC, e é frequentemente acompanhada de calafrios. A febre alta é o sinal que costuma diferenciar a pielonefrite das outras causas de infeção urinária.

Polaciúria ou vontade constante de urinar

Origem provável: Uretra ou bexiga.

Sentir necessidade de urinar a toda hora também é um sintoma comum da cistite e recebe o nome de polaciúria. O paciente sente vontade urinar com frequência, porém o volume de urina a cada micção é pequeno. Muitas vezes há uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; sente-se que ainda há urina  mas ela simplesmente não sai. Na verdade, a bexiga está vazia, mas como se encontra irritada, a doente tem a falsa impressão de que precisa urinar.

Corrimento uretral

Origem provável: uretra.

A saída de pus pela uretra é um sinal típico das uretrites, sendo quase sempre causada por uma doença sexualmente transmissível. O corrimento uretral vem frequentemente acompanhado de disúria.

Tanto a cistite quanto a pielonefrite não provocam corrimento uretral, sendo este um sintoma típico de infeção da uretra. Nas mulheres com uretrite, o corrimento uretral pode vir acompanhado também de corrimento vaginal, pois é comum que infeções como gonorreia e clamídia também provoquem inflamação da vagina.

Náuseas e vómitos

Origem provável: rins.

Náuseas e vômitos são sintomas comuns na pielonefrite e costumam aparecer associados a febre. A cistite pode causar um mal estar, mas não costuma provocar vômitos. A perda do apetite também é frequente na pielonefrite. Assim como a febre, náuseas e vômitos só costumam surgir nas uretrites em casos de doença mais avançada.

Dor lombar

Origem provável: rins

A dor lombar, geralmente mais intensa de um lado, é outro sintoma comum da pielonefrite. Na verdade, são poucas as doenças que fazem o rim doer; a pielonefrite é uma delas. A cistite também pode causar uma leve dor lombar, mas é habitualmente bem menos intensa que na pielonefrite.

Mau cheiro da urina

Origem provável: bexiga ou uretra.

Uma urina com mau cheiro pode ser um sinal de bactérias na urina, cuja origem pode ser uma cistite ou uma uretrite. Porém, na maioria dos casos, a causa do mau cheiro é apenas uma urina muito concentrada. A ureia, uma substância presente em grande quantidade na urina, é a causa do odor característico da urina. Se a urina estiver pouco diluída, o cheiro da ureia torna-se mais percetível.

Desorientação e alteração de consciência

Origem provável: rins.

A pielonefrite é um caso potencialmente grave, que pode levar a um quadro de infeção generalizada. Se não for reconhecida e tratada a tempo, o paciente pode começar a apresentar sinais neurológicos, como desorientação, prostração e até redução do nível de consciência.

Os idosos são a população que mais apresenta este tipo de quadro durante uma infeção do trato urinário. Muitas vezes, não há febre nem outros sintomas, sendo a alteração neurológica a única pista de que há uma infeção em curso.

Perda involuntária de urina

Origem provável: bexiga.

Além da vontade constante de urinar, o paciente com infeção da bexiga pode ter dificuldade em segurar a urina. O indivíduo sente vontade de urinar, mas não consegue chegar a tempo á casa de banho, perdendo urina involuntariamente. Este sinal chama-se urgência urinária, e é muito comum nas crianças e nos idosos.

Sintomas de uretrite

  • Corrimento purulento pela uretra.
  • Ardência para urinar.
  • Sangue no sêmen.
  • Incômodo nos órgãos genitais.
  • Dor durante o sexo.
  • Sangue na urina.

Sintomas de cistite

  • Ardência, dor ou desconforto para urinar,
  • Sangue na urina,
  • Vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia (ou quase vazia),
  • Sensação de peso na bexiga,
  • Urgência urinária (não conseguir segurar a urina até chegar á casa de banho).

Sintomas de pielonefrite

  • Febre alta,
  • Calafrios,
  • Náuseas e vômitos,
  • Dor lombar,
  • Prostração,
  • Desorientação (mais comum nos idosos),
  • Sangue na urina.

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Pielonefrite o que é?

A pielonefrite é uma infeção bacteriana de um ou ambos os rins. A infeção renal é um caso potencialmente grave, porque ataca um órgão vital. É um quadro que pode ter gravidade semelhante a uma pneumonia.

Se não tratada a tempo e corretamente, pode levar à septicémia que pode ser mortal por falência de vários outros órgãos.

Na grande maioria dos casos responde bem aos antibióticos. Os casos que evoluem de forma negativa são aqueles que esperaram muito tempo para receber tratamento ou quando o doente já se encontra muito debilitado por outras doenças.

A pielonefrite é uma frequente causa de formação de cicatrizes nos rins, podendo levar à perda parcial da função renal, principalmente nos doentes que têm infecções recorrentes.

Causas da pielonefrite

A infeção dos rins acontece de duas formas, a saber:

  1. A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada. Menos frequente é a colonização assintomática da bexiga por bactérias que também pode ser a fonte de uma infeção renal. Nestes casos, o doente tem bactérias na bexiga mas não apresenta sintomas pois estas estão apenas colonizar. Por esta razão nem todas as pessoas relatam sintomas de cistite antes do surgimento da pielonefrite.
  1. O segundo modo de infeção dos rins é pelo sangue, quando uma bactéria que está a provocar uma infeção em algum local do nosso organismo viaja pela corrente sanguínea e se aloja no rim. Esta via é muito menos frequente do que a via ascendente.
A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.
A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas #cistites não tratadas ou tratadas de forma inadequada.

Fatores de risco para infeção renal

Além da cistite, que é o principal fator de risco, existem outras situações que podem aumentar o risco de infeção dos rins, a saber:

  • Uso de cateteres vesicais (algália)
  • Cirurgias urológicas
  • Cálculos renais
  • Anormalidades anatómicas do trato urinário
  • Doenças da próstata que causam obstrução do fluxo da urina

Doentes de risco

Os doentes de maior risco são os que apresentam um sistema imunológico frágil, tais como:

    • Diabéticos
    • Insuficientes renais
    • Cirróticos
    • Portadores do vírus HIV
    • Doentes a tomar medicamentos imunossupressores apresentam um risco maior de contrair uma cistite que evolua para pielonefrite.

Sintomas da pielonefrite

Os sintomas típicos da pielonefrite são:

  • Febre
  • Dor lombar
  • Náuseas
  • Vómitos
  • Mal estar geral

Podem haver também sintomas de cistite, como dor ao urinar e vontade de urinar com frequência, mesmo quando a bexiga está vazia. Outro sinal comum é a presença de sangue na urina (hematúria), que se apresenta normalmente como uma urina cor de Coca-Cola.

Tipos clínicos de pielonefrite

  1. Pielonefrite aguda não complicada.
  2. Pielonefrite aguda complicada.
  3. Pielonefrite crónica.

Pielonefrite aguda não complicada

Ocorre normalmente em mulheres jovens, sem antecedentes de doenças ou alterações na anatomia do sistema urinário.

O quadro clínico é de febre alta, calafrios, náuseas, vómitos e dor lombar. Os sintomas de cistite, como ardência ao urinar, podem ou não estar presentes. Assim como nas cistites, a principal bactéria causadora de pielonefrite é a Escherichia coli.

Só há necessidade de internamento em casos mais graves. Se o doente tiver bom estado geral e for capaz de tomar antibióticos por via oral, o tratamento pode ser feito em casa.

Pielonefrite aguda complicada

A pielonefrite complicada é aquela que evolui com abscesso dentro ou ao redor dos rins,  necrose da papila renal ou produção de gases dentro do rim, um quadro chamado pielonefrite enfisematosa.

A pielonefrite complicada normalmente ocorre em pessoas com obstrução do trato urinário, bactérias resistentes aos antibióticos ou em diabéticos.

O quadro clínico é igual ao da pielonefrite não complicada, porém apresenta pouca resposta aos antibióticos. O paciente pode apresentar uma resposta apenas parcial, com uma pequena melhoria, mas com fadiga, mal estar, falta de apetite e náuseas que persistem por vários dias.

Uma pielonefrite que não melhora completamente após antibioterapia apropriada deve ser estudadas com exames de imagens, como tomografia computadorizada e ultra-som (ecografia), para investigação de anormalidades que possam estar a perpetuar a infeção.

Pielonefrite crónica

A pielonefrite crónica é um quadro de infeção urinária recorrente, habitualmente associada a má-formações urinárias, obstruções por cálculos renais ou refluxo vesico-ureteral (refluxo da urina da bexiga de volta para o ureter e rins). Costuma levar à cicatrização do rim e à insuficiência renal crónica, principalmente em crianças com refluxo urinário.

Cálculos renais tratados com ultrassons
#Cálculos renais tratados com ultrassons

Complicações da pielonefrite

Como já referido, se a pielonefrite não for tratada corretamente com antibióticos, existe um risco grande de evolução para sepsis grave. As bactérias presentes nos rins conseguem facilmente alcançar a corrente sanguínea, espalhando-se por todo o organismo, podendo levar à falência de múltiplos órgãos e até ser mortal!

Outro problema da pielonefrite, principalmente se recorrente, é a lesão permanente do rim. Doentes com pielonefrite crónica podem evoluir com insuficiência renal terminal e necessitar de hemodiálise!

Rim normal vs rim com insuficiência renal
Rim normal vs rim com insuficiência renal

Diagnóstico da pielonefrite

O diagnóstico da infeção renal é geralmente feito apenas com os sintomas clínicos. Exames laboratoriais ajudam a confirmar o diagnóstico:

      • Hemograma tipicamente apresenta uma elevação da contagem de leucócitos
      • PCR ( Proteína C Reactiva ) encontra-se elevada.
    • No exame de urina é comum a presença de pus (leucócitos na urina) e sangue (hemácias na urina).

A urocultura deve ser sempre solicitada, pois ela é capaz de identificar a bactéria que está a provocar a pielonefrite, ajudando na escolha de antibióticos adequados.

No entanto como a urocultura demora pelo menos 48 horas para ficar pronta, não devemos esperar o seu resultado para começar o tratamento com antibióticos. Após o resultado sair, o médico decide se mantém o esquema antibiótico inicial ou muda para um mais adequado ao qual a bactéria seja sensível.

Contágio da pielonefrite

A pielonefrite não é uma doença contagiosa, portanto, não há risco de contaminação de familiares ou pessoas próximas. A pielonefrite deve ser sempre tratada com antibióticos. Medicamentos ditos “naturais” podem proporcionar alívio temporário, no entanto apenas adiam o tratamento correto da infeção, acarretando riscos graves para o doente.

Tratamento da pielonefrite

Em geral, o tratamento da pielonefrite é feito em meio hospitalar com antibióticos intravenosos. Se o paciente tiver boa saúde e ainda estiver com bom estado geral, ele pode receber a primeira dose por via intravenosa e depois completar o resto do tratamento em casa com antibióticos por via oral. Na maioria dos casos, porém, o paciente encontra-se muito debilitado sendo quase sempre necessários 2 a 3 dias de internamento para controlar a infeção.

Nos pacientes com pielonefrite crónica, a avaliação do urologista é necessária. Muitas vezes, o paciente precisa de ser submetido a uma cirurgia para correção de anormalidades anatómicas do sistema urinário que estejam a perpetuar uma infecção dos rins.

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Causas das infeções urinárias mais comuns (cistite não complicada)

A infeção resulta da interação entre o agente infecioso e o hospedeiro. Depende do volume do inóculo, de fatores de virulência da bactéria (adesinas bacterianas como os Pili tipo 1 ou Pili P, que facilitam a aderência ao urotélio) e da falência dos mecanismos de defesa tais como:

      • Normal fluxo urinário,
      • Esfoliação contínua do urotélio,
      • Habitual flora do intróito vaginal,
      • Alterações fenotípicas que facilitam a aderência de determinadas bactérias ao urotélio ou ao epitélio vaginal.

Os microrganismos podem chegar ao aparelho urinário por via hematogénea (sangue) ou linfática, mas a via habitual é a ascendente, com origem no intestino ou seja entrando pela uretra, subindo até à bexiga e nos casos graves chegando aos rins. Assim se explica que os agentes mais frequentes sejam Enterobacteriaceae (que vivem habitualmente no intestino), tais como:

      • Escherichia coli (70% a 90%),
      • Proteus mirabilis,
      • Klesiela spp,
      • Agentes gram-positivos como Stafilococcus saprofiticus e Enterococcus faecalis são responsáveis pelas restantes infeções.

Bactérias na bexiga

Existem determinados fatores que facilitam a chegada destes agentes à bexiga tais como:

  • Alterações do trânsito intestinal (ex: diarreias)
  • Alterações da flora vaginal (ex: higiene excessiva ou falta dela)
  • Atividade sexual (ex: coito anal seguido de contacto genital)
  • Uso de espermicidas.

Infecções em sanitários públicos melhorsaude.org

Infeção urinária e sanitários públicos

O receio de contrair infeções em sanitários públicos partilhados está culturalmente enraizado, principalmente no meio feminino. Será verdade ou mito esta crença?

É verdade que as infeções urinárias são mais frequentes no género feminino, por razões de caráter anatómico, mas a sua origem está habitualmente nas bactérias do tubo digestivo, que se propagam facilmente à região urogenital por contiguidade. Não há infeções urinárias contraídas a partir do exterior, nem transmitidas por outrem, sendo a sua origem predominantemente endógena ou seja proveniente das bactérias do trato intestinal da pessoa infetada.

No que se refere às doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis e a gonorreia, a transmissão é feita, como a própria designação sugere, exclusivamente através de contacto sexual com a pessoa infetada. O coito anal seguido de contacto genital também pode causar uma infeção urinária.

A persistência prolongada de bactérias habitualmente causadoras de infeção urinária ou de doenças sexualmente transmissíveis no meio ambiente é fugaz, já que estas não sobrevivem por muito tempo fora do corpo do hospedeiro.

Mesmo que o equipamento sanitário tenha sido previamente utilizado por uma pessoa infetada, a probabilidade de contaminação do utilizador seguinte é praticamente nula.

A repugnância pela utilização de sanitários coletivos constitui uma reação natural, relacionada com preceitos de higiene, não havendo, contudo, razões para temer riscos improváveis. Resumindo, Trata-se de um mito cultivado de geração em geração e que se mantém nos nossos dias.

Tratamento de uma infeção urinária baixa

Não existe um tratamento único que sirva para todas as formas de infeção urinária. O medicamento mais indicado vai depender do agente causador, do sexo do paciente, do local do trato urinário acometido, da gravidade da doença e do estado clínico do paciente.

Tratamento da infeção da bexiga (cistite)

Cistite é o nome dado à infeção da bexiga, sendo a forma mais simples e mais comum de infeção urinária. A cistite ocorre preferencialmente em mulheres, sendo incomum em homens saudáveis.

A cistite apresenta-se habitualmente com disúria, aumento da frequência e urgência urinária. Também podem estar presentes dor supra-púbica, hematúria ou urina com cheiro fétido. A probabilidade destes sintomas corresponderem a cistite é de 50% se isolados e 90% se em combinação. O único exame complementar recomendado é a tira-teste. A urocultura deve ser reservada para doentes com pielonefrite não complicada, infeção recorrente ou com sintomatologia atípica

Vamos dividir a explicação do tratamento da cistite em 5 grupos:

  • Não complicada em mulheres.
  • Complicada em mulheres.
  • Grávidas.
  • Homens.
  • Urocultura positiva em pacientes sem sintomas.

Cistite não complicada

Infeção urinária recorrente

A infeção da bexiga que ocorre em mulheres sem problemas de saúde é chamada de cistite não complicada. Este é o tipo mais comum de infeção urinária.

ITU recorrente não complicada

Define-se pela existência de pelo menos três episódios em 12 meses. Esta pode ser originada pela reemergência de bactérias de um determinado locus no aparelho urinário (infeção persistente) ou por nova colonização do aparelho urinário (reinfeção)

Quais as bactérias que causam a cistite?

A imensa maioria dos casos de cistite não complicada é causada pela bactéria Escherichia coli (E.coli), mas outras bactérias também podem ser a causa, tais como:

  • Proteus mirabilis,
  • Klebsiella pneumoniae,
  • Staphylococcus saprophyticus.

Tratamento para a cistite não complicada

O tratamento da cistite não complicada em mulheres deve sempre incluir um antibiótico que tenha ação contra estas bactérias, principalmente sobre a E.coli, responsável por mais de 80% dos casos.

A escolha do antibiótico é feita mais corretamente quando baseada nos resultados da urocultura, exame de urina usado para identificar qual é a bactéria causadora da infeção. No resultado da urocultura, além da identificação da bactéria, o laboratório também fornece uma lista com os antibióticos que invitro se mostraram mais eficazes para combatê-la. Esta lista é chamada antibiograma. Portanto, quando o médico tem acesso ao resultado da urocultura, a escolha do antibiótico deve-se sempre basear no antibiograma.

Cabe ressaltar que na maioria das vezes a cistite é uma infeção simples e de fácil tratamento, não havendo necessidade de solicitar urocultura para todos os casos. O resultado da urocultura demora de 2 a 4 dias para ficar pronto, o que atrasaria em vários dias o início do tratamento e o alívio dos sintomas. Em geral, como os sintomas são muito típicos, na suspeita de cistite não complicada em mulheres, o médico está autorizado a começar antibióticos empiricamente, sem pedir qualquer exame.

Os medicamentos mais utilizados contra a cistite são os antibióticos que agem sobre as bactérias que habitualmente provocam infeção urinária, principalmente contra a bactéria E.coli. As melhores opções de tratamento empírico da cistite (sem orientação do antibiograma) segundo recomendações internacionais, são apresentadas no quadro seguinte:

Cistite_tratamento,_recomendações_internacionais melhorsaude.orgA escolha do melhor tratamento cabe ao médico, baseado no conhecimento do perfil de sensibilidade da E.coli em cada comunidade. Há locais, por exemplo, onde a taxa de resistência da E.coli ao Bactrim® (Cotrimoxazol) é elevada, não sendo esta uma boa opção para tratamento empírico.

Cistite complicada

Infeção persistente

Na persistência bacteriana, o microrganismo isolado é habitualmente sempre o mesmo e as infeções são separadas por um curto hiato temporal. A infeção persistente relaciona-se com anomalias do aparelho urinário que são habitualmente corrigíveis (ver quadro). O estudo morfológico e/ou funcional é de extrema importância, de modo a identificar e corrigir a anomalia que perpetua a infeção.

O quadro seguinte descreve as anomalias do aparelho urinário responsáveis por persistência bacteriana:

Anomalias_do_aparelho_urinário_responsáveis_por_persistência_bacteriana melhorsaude.org

Cistite complicada é a infeção da bexiga que ocorre em mulheres com algum problema de saúde que aumente o risco de falha no tratamento. São geralmente consideradas cistites complicadas aquelas que ocorrem em doentes com:

– Diabetes.
– História de pielonefrite aguda nos últimos 12 meses.
– Sintomas prolongados de infeção urinária.
– Infeção urinária por bactéria multirresistente.
– Infeção urinária adquirida em ambiente hospitalar.
– Insuficiência renal.
– Obstrução do trato urinário.
– Presença de cálculo renal.
– Presença de um cateter vesical, stent ureteral ou nefrostomia.
– Instrumentação ou cirurgias recentes do trato urinário.
– Anormalidade anatómica do trato urinário.
– Incontinência urinária.
– História de infeção do trato urinário na infância
– Transplante renal ou outras causas de imunossupressão.

Doentes com cistite complicada devem sempre recolher urina para fazer a urocultura e só depois começar o tratamento. Não é preciso esperar pelo resultado dos exames para começar o tratamento com antibióticos, mas ter um antibiograma e a bactéria causadora da infeção urinária identificada dentro de 2 ou 3 dias ajuda muito a decidir o próximo passo, caso o paciente não tenha melhorado nas primeiras 72 horas de tratamento empírico.

Profilaxia_antibiótica_recomendada_pela_EAU melhorsaude.org

As melhores opções de tratamento empírico (sem orientação do antibiograma) da cistite complicada incluem:

  • Levofloxacina 500 a 750mg 1x por dia por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.
  • Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas por 5 a 14 dias, dependendo da gravidade do caso.

Se o paciente não apresentar sinais de melhora em 2 ou 3 dias, o antibiótico deve ser trocado de acordo com o antibiograma, que já deverá estar disponível nesta altura.

Nos casos de doentes com cálculos renais ou obstruções do trato urinário, a remoção cirúrgica destes pode ser necessária para que o tratamento tenha sucesso. Do mesmo modo, doentes com sonda vesical ou stent no ureter podem ter que trocá-los para conseguir combater a infeção urinária. A bactéria pode-se alojar em qualquer uma destas estruturas e conseguir “esconder-se ” do antibiótico, sendo muito difícil a sua eliminação apenas com medicamentos.

Cistite em grávidas

Aproximadamente 2% das mulheres grávidas apresentam pelo menos um episódio de cistite durante a gestação. O risco de ascensão das bactérias da bexiga em direção aos rins é maior nas mulheres grávidas, fazendo com que qualquer cistite neste grupo seja considerada uma cistite complicada. Além disso, a presença de bactérias na urina está associada a problemas na gravidez, como parto prematuro, baixo peso do feto e morte fetal.

Devido ao risco de má formações fetais, nem todos os antibióticos podem ser usados nas mulheres grávidas. Por isso, as gestantes merecem uma abordagem distinta das outras pacientes com cistite complicada.

Todas as gestantes com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:

  • Nitrofurantoína 100 mg de 12/12 horas por 5 dias.
  • Amoxicilina-ácido clavulânico 500 mg de 12/12 horas por 3 a 7 dias.
  • Fosfomicina 3 g em dose única.
  • Cefalexina 500 mg de 12/12 horas durante 3-7 dias.

O Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas por 3 dias é uma opção, mas apenas a partir do segundo trimestre, devendo este ser evitado nas primeiras 12 semanas de gravidez.

Os antibióticos da família das quinolonas, como ciprofloxacina, norfloxacina e levofloxacina são contraindicados na gravidez.

Uma semana após o fim do tratamento, a urocultura deve ser repetida para se confirmar a eliminação da bactéria. Se a urocultura for novamente positiva para a mesma bactéria, o tratamento deve ser repetido, desta vez por mais tempo.

Por outro lado, se a urocultura confirmar a eliminação da bactéria, ela deve ser repetida todos os meses até ao final da gestação, para termos certeza de que não haverá novas infeções.

Cistite em homens

A cistite é um quadro muito menos comum em homens do que em mulheres, devido ao maior comprimento da uretra, ao ambiente peri uretral menos húmido, à menor colonização de bactérias na região ao redor da uretra e à presença de substâncias antibacterianas no líquido prostático.

Habitualmente, as cistites em homens ocorrem naqueles com anormalidades do trato urinário, sejam má-formações em crianças pequenas ou doenças urológicas em pacientes idosos, como problemas da próstata. No entanto, cistites não complicadas podem ocorrer em um pequeno número de homens entre os 15 e os 50 anos de idade, sem nenhum problema de saúde.

Todos os homens com sintomas sugestivos de cistite devem colher urocultura e iniciar tratamento antibiótico empírico. As melhores opções são:

      • Trimetoprim-sulfametoxazol (Bactrim®) 160/800 mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.
      • Levofloxacina 500mg 1x por dia durante no mínimo 7 dias.
      • Ciprofloxacina 500mg de 12/12 horas durante no mínimo 7 dias.

Se após 48-72 horas não houver melhoras, o tratamento deve ser ajustado de acordo com o resultado da urocultura e do antibiograma. Nestes casos, uma investigação para alterações na anatomia urológica deve ser avaliada

É preciso ter sempre em mente que sintomas de infeção urinária em homens não necessariamente indicam uma cistite, já que prostatite e uretrite, como no caso da gonorreia , podem ter sintomas muito parecidos.

UROCULTURA

A urocultura, também chamada de urinocultura ou cultura de urina, é o exame de urina que identifica a presença de bactérias. Como os rins e a bexiga são locais estéreis, ou seja, sem micróbios presentes, a identificação de uma bactéria na urina costuma ser um forte indicador de uma infeção urinária.

É importante salientar, porém, que nem sempre a presença de bactérias indica uma infeção ativa. Algumas delas podem colonizar a uretra e a bexiga sem necessariamente causar doença.

A urocultura é feita através da colocação da urina em um meio propício à reprodução de bactérias, chamado meio de cultura. Caso a urina contenha bactérias, em 48 horas será possível identificar a formação de colônias de bactérias, podendo, deste modo, identificarmos qual tipo de bactéria está presente e quais antibióticos mais eficazes contra essas bactérias (antibiograma).

No resultado da urocultura normalmente estão presentes o tipo de bactéria, o número de colônias formadas pela mesma e a lista de antibióticos sensíveis e resistentes.

Urocultura, resultado é positivo se:

  • UFC (Unidades Formadoras de Colónias) > 100.000

UROCULTURA POSITIVA EM PACIENTES SEM SINTOMAS – BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA.

Cistite é a inflamação da bexiga causada por bactérias. A simples presença de bactérias na urina, sem sinais de inflamação da bexiga não é considerada uma infeção, mas sim uma colonização. Uma analogia fácil de entender é com a pele. Ter bactérias presentes na pele é completamente diferente de ter uma infeção de pele. Portanto, a simples presença de bactérias na urina não é suficiente para o diagnóstico de uma infeção. Para ser cistite é preciso que o paciente tenha sintomas de uma bexiga inflamada, como dor para urinar, sangue na urina, vontade constante de urinar, mesmo com a bexiga vazia, etc.

Mesmo no caso da bactéria E.coli, há estirpes menos virulentas, capazes de proliferar na urina, mas sem força para causar inflamação da bexiga. Uma urocultura positiva, mesmo para E.coli, em um paciente sem nenhuma queixa, não deve ser valorizada na maioria dos casos. Na verdade, se o paciente não tem queixas urinárias, não faz sentido solicitar uma urocultura.

A presença de bactérias na urina sem sintomas é chamada bacteriúria assintomática e não deve ser tratada com antibióticos na grande maioria dos casos. As únicas exceções são as grávidas e os pacientes que irão ser submetidos a cirurgias urológicas. Nestes casos está indicada a realização de urocultura, mesmo sem sintomas, e o tratamento de acordo com o resultado do antibiograma. Em todos os outros casos, o tratamento da bacteriúria assintomática não apresenta benefícios e pode ainda estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes.

Profilaxia antibiótica

A profilaxia antibiótica está recomendada se existirem dois ou mais episódios de ITU (Infeção do Trato Urinário) em seis meses ou três ou mais episódios em 12 meses. Deve ser utilizada apenas depois da falência das medidas gerais e, em opção, da imunoprofilaxia e/ou arando vermelho.

Deve ser iniciada apenas depois de erradicada a infeção e a escolha do antibiótico deve ser realizada caso a caso e tendo em atenção o padrão de sensibilidades do microrganismo isolado.

A Tabela seguinte lista as várias opções.

Profilaxia_antibiótica_recomendada_pela_EAU melhorsaude.org

Existem três esquemas possíveis, a saber:

  • Profilaxia contínua;
  • Profilaxia pós-coito;
  • Terapêutica Auto constituída.

Profilaxia contínua

A profilaxia contínua é realizada com uma toma diária (ao deitar) ou a intervalos regulares. Está indicada para a maioria das doentes com indicação para profilaxia antibiótica. Implica uma monitorização regular (mensal a trimestral) com urocultura, pois a recidiva pode ser assintomática.

A duração habitual do primeiro ciclo de profilaxia contínua é de seis meses. Após o seu término, quase um terço dos doentes apresentará uma remissão prolongada. Mas a maioria vai retomar a frequência habitual de ITU, pelo que a profilaxia deverá ser retomada.

Profilaxia pós-coito

A profilaxia pós-coito, que apresenta taxas de sucesso equivalentes à profilaxia contínua, deve ser reservada para os casos em que existe uma relação causa-efeito entre a atividade sexual e os episódios de ITU. A mulher deve ser instruída a fazer a toma da dose recomendada até duas horas após o coito e não ultrapassar uma toma diária, independentemente da frequência da atividade sexual.

Terapêutica autoinstituída

A terapêutica autoinstituída deve ser reservada para mulheres diferenciadas, capazes de reconhecer a sintomatologia e interpretar uma tira-teste. A estas mulheres deve ser fornecido um ciclo completo de antibioterapia, preferencialmente um ciclo de três dias de quinolona. Não há necessidade de realizar urocultura, mas devem estar avisadas para consultar um médico se a sintomatologia não resolver em 48 horas.

Imunoprofilaxia

A imunoprofiláxia na infeção urinária, de forma similar a uma vacina e consiste em estimular o sistema imunitário para reagir contra uma determinada bactéria que habitualmente provoca infeção no trato urinário. O único Imuno-estimulante oral suficientemente documentado e recomendado pelas guidelines da EAU é o extrato de Escherichia coli (OM-89) – Uro-Vaxom®. A utilização deste lisado bacteriano reduz a taxa de recidivas infeciosas em 39%. Esta abordagem tem a mais-valia de não alterar a flora intestinal, nem a flora vaginal nem as taxas de resistência aos antibióticos.

Arando vermelho

Tem sido utilizado na prática, mas os estudos clínicos são contraditórios. Apesar da controvérsia, está recomendada a ingestão diária de 36 mg de proantocianidina tipo A – o principio ativo, que impede a ligação da E.coli ao urotélio.

Utilização oral ou vaginal de probióticos

A utilização oral ou vaginal de probióticos como forma de regularizar a flora vaginal, e deste modo competir com os uropatogénios, tem sido estudada mas os resultados ainda não estão validados . É aceitável a utilização das duas estirpes mais estudadas:

      • Lactobacillis rhamnosus GR-1,
      • Lactobacillis reuteri RC-14.

Estrogénios por via vaginal

A utilização de estrogénios por via vaginal tem sido advogada para mulheres pós-menopausa, pois restitui as características da vagina, permitindo a recolonização desta por lactobacilos.

Como evitar infeções urinárias?

Embora sem nível de evidência e com poucos estudos clínicos válidos, existem algumas medidas gerais que são habitualmente recomendadas:

Em resposta à publicação deste artigo algumas leitoras partilharam que conseguiram resultados extraordinários com a introdução de probióticos na alimentação ao mesmo tempo que eliminavam o excesso de açúcar e o glúten. De facto tratar bem a nossa flora intestinal (comer de forma saudável) é talvez o melhor investimento que podemos fazer na nossa saúde juntamente com o exercício físico adequado e uma boa qualidade de sono!

Concluindo

Uma infeção urinária pode ter consequências muito graves se afetar o rim. Esteja atenta aos sintomas, principalmente de dor lombar associada a febre e consulte de imediato um médico. O nosso corpo é uma “máquina extraordinária” com mecanismos que nos alertam quando algo que está errado e pode ser potencialmente perigoso ou até fatal! As dores são o melhor e mais forte exemplo desse mecanismo de defesa. Conheça melhor o seu corpo, preste atenção aos seus sinais porque quase sempre significam um pedido de ajuda para evitar a queda num “precipício” com consequências graves para a sua saúde!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Fontes:

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Hipotensão ou tensão baixa toda a verdade!

Hipotensão arterial ou pressão arterial baixa, quais os sintomas? Se os valores estiverem baixos devo preocupar-me? Quais as causas e os perigos que podem ser fatais? Qual o melhor tratamento?

Hipotensão arterial o que é?

Hipotensão arterial é uma diminuição dos valores da pressão arterial, acompanhada de sintomas decorrentes desta queda, tais como:

  • Tonturas ou perda de equilíbrio,
  • Desmaios,
  • Confusão mental,
  • Alterações visuais.

Como o risco de derrame cerebral e enfarte agudo do miocárdio é contínuo com a pressão arterial elevada, um valor baixo de pressão na ausência de sintomas, não só é normal, como é desejado.

  • Se uma pessoa tem pressão arterial de 90/60 mmHg, sem ter sintomas, isto não é hipotensão arterial, embora seja mais provável que apresente alguns sintomas de hipotensão.
  • Se uma pessoa tem tonturas quando a pressão cai a 110/65 e não tem quando a pressão é mais alta, isto é hipotensão arterial.

Devemos prestar muita atenção, pois em alguns casos os sintomas de hipotensão ou hipertensão arterial podem confundir-se, levando o paciente a fazer uma autoavaliação errada e ás vezes automedicar-se sem ter medido a pressão arterial para confirmar os valores.

Leia também: Hipertensão todas as respostas essenciais e surpreendentes que desconhece!

Sintomas de hipotensão

Os sinais e sintomas que se relacionam com a pressão arterial (PA) baixa incluem:

• Tonturas
• Desmaio
• Sensação de desequilíbrio
• Visão turva
• Palpitações
• Confusão mental
• Fadiga
• Dificuldade de concentração
• Pele fria e pálida
• Náuseas

Se experimentar algum destes sintomas, a pressão arterial baixa pode ter uma causa subjacente, pelo que é importante que seja observado pelo seu Médico.


Causas da pressão arterial baixa

A pressão arterial pode diminuir por várias razões:
Diminuição do volume sanguíneo – pode ocorrer como resultado de uma hemorragia abundante ou desidratação;

Medicação – alguns tipos de medicação podem baixar a pressão arterial, incluindo os diuréticos e outros anti hipertensores, alguns antidepressivos, medicamentos usados no tratamento da doença de Parkinson, entre outros;

Patologias graves – tais como o choque séptico (infeção grave) ou anafilático (reação alérgica) provocam um declínio importante da pressão arterial, que pode colocar a vida em risco;

Problemas cardíacos – algumas condições como a insuficiência cardíaca, o enfarte agudo do miocárdio, a bradicardia (frequência cardíaca baixa) e doenças das válvulas cardíacas, podem conduzir a uma diminuição da pressão arterial;

Problemas endocrinológicos – alguns problemas hormonais como o hipotiroidismo e a insuficiência supra-renal podem causar diminuição da pressão arterial;

Hipotensão neurologicamente mediada – esta condição relaciona-se com um problema de comunicação entre o coração e o cérebro, e ocorre após um longo período em pé;

Problemas neurológicos – a pressão arterial pode diminuir se houver algum problema com o sistema neurológico autonómico (parte do sistema nervoso que controla funções como a respiração, circulação do sangue e digestão);

Repouso prolongado na cama.

Hipotensão ortostática ou postural

É a queda da pressão arterial resultante da mudança da posição de sentado ou deitado, para a posição de pé. Os sintomas resultantes são transitórios, durando habitualmente alguns segundos, enquanto a pressão arterial se ajusta à nova posição.

Tratamento

O tratamento da hipotensão passa essencialmente  por diagnosticar e tratar a causa da hipotensão pois, regra geral, não se aconselha  nenhum medicamento para aumentar a pressão arterial porque o risco de aumentar demais a pressão arterial pode ser fatal!

Assim as medidas mais usuais para mitigar uma hipotensão são as seguintes:

  • Deitar e descansar se necessário co as pernas elevadas;
  • Levantar-se gradualmente sem movimentos bruscos;
  • Evitar longos períodos de pé;
  • Manter uma boa hidratação;
  • Tomar a medicação nas doses corretas e ás horas certas;

Concluindo

A hipotensão ou pressão arterial baixa pode não ser grave se não houver sintomas ou se a sua causa for conhecida e corrigida como por exemplo quando se toma medicamentos para a tensão alta ou com uma dosagem demasiado elevada bastando corrigir a essa dosagem, embora por vezes não se consiga à primeira tentativa. É muito importante que descreva todos os sintomas ao seu médico para que seja mais fácil um diagnóstico correto e atempado da causa subjacente à hipotensão. Nos casos mais graves então é que não se deve mesmo desvalorizar os sintomas de hipotensão porque podem ser um alerta para condições médicas que requerem intervenção urgente algumas das quais com risco de vida como infeções graves ou choque anafilático!

Fique bem!

Franklim Fernandes

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Referências bibliográficas:

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14 COISAS INTERESSANTES QUE FAZEM ENGORDAR DIZEM OS CIENTISTAS!

Engordar e quais as 14 coisas, hábitos, condições de saúde, profissões, países e até anos de nascimento que os cientistas afirmam fazer engordar? Algumas são interessantes e surpreendentes! Antes demais ensinamos a calcular o excesso de peso e descrevemos tudo o que há a saber sobre o  Índice de Massa Corporal (IMC). Sabia que existem tabelas diferentes para adultos, crianças (meninos e meninas) e idosos? Se já sabe isto tudo passe à frente e desça até ao que lhe interessa.

Introdução

Quando pensamos nas festas de Aniversário, Natal, Fim de Ano , etc…muitos de nós terão o gosto de algumas delícias a rondar pelo paladar, mas na sua cabeça cresce a vontade de fazer algo para apagar, na medida do possível, a marca que deixaram na balança. Por exemplo em média na quadra de Natal e Fim de Ano ganham-se entre 2 a 4 “kilinhos”!

Alguns “sortudos” terão conseguido não engordar nem um grama… que raiva 🙂 ! Seja qual for o seu balanço, se tens uns quilos a mais deves fazer nova tentativa para ficar elegante… OK… menos “cheiinho” já não é mau 🙂 

Existem dezenas de dietas para emagrecer, algumas com uma sólida base científica, mas por si só não garantem a vitória, já que, como advertem os especialistas, vivemos numa “sociedade obesa”, na qual inúmeros fatores concorrem para engrossar o caldo dos adipócitos (células de gordura).

No entanto há muitas coisas aparentemente banais que interferem com o seu peso. Algumas não dependem de si controlar porque são inerentes à essência orgânica de cada um ou seja à sua genética mas é de extrema importância que esteja informado do quanto podem interferir na sua “luta” para um equilíbrio mais saudável. Outras, e são várias, estão perfeitamente ao seu alcance controlar mas, embora pareçam banais, muitas vezes são hábitos instalados difíceis de contrariar.

Uma coisa é certa, saber do que se trata é meio caminho andado para conseguir uma “vitória”. O que descrevo de seguida está cientificamente provado e faço questão de disponibilizar os links para os locais de investigação em causa.

Excesso de peso

Como se avalia o excesso de peso? Avaliar corretamente o excesso de peso em função de fatores decisivos como a altura e o sexo é essencial para sabermos a verdadeira dimensão do problema, nomeadamente começando por calcular o índice de massa corporal (IMC).

Índice de Massa Corporal (IMC)

O índice de massa corporal, mais conhecido pela sigla IMC, é um índice adotado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que é usado para o diagnóstico do excesso de peso e da obesidade.

O IMC pode ser facilmente calculado a partir de dois simples dados:

  • Peso
  • Altura

O índice de massa corporal é um relevante indicador de saúde, alicerçado em vários estudos, que comprovam que, em geral, quanto maior for o IMC de um indivíduo, mais elevado é o risco de morte precoce, principalmente por doenças cardiovasculares. O IMC é um índice válido para identificar o excesso ou défice de peso em qualquer pessoa a partir dos 2 anos de idade.

Podemos confiar nos resultados?

Os seus resultados são bastante fiáveis, mas a sua principal falha é o facto de poder superestimar a quantidade de gordura em pessoas que tenham muito peso devido a uma grande massa muscular, como nos casos de atletas de alto rendimento e culturistas.

IMC nas mulheres grávidas

É importante destacar também que os resultados do IMC não têm validade nas mulheres grávidas, já que estas, além do peso do bebê, também apresentam grande retenção de líquidos.

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IMC como se calcula?

A formula de calculo do IMC é a seguinte:

Cálculo do IMC = peso (quilos) ÷ altura² (metros)

Por exemplo, para calcular o IMC de uma pessoa de 80 kg, que meça 1,60m, os cálculos são os seguintes:

IMC = 80 ÷ 1,6²
IMC = 80 ÷ 2,56
IMC = 31,25 kg/m²

Tabela do IMC

Na tabela seguinte descrevo os diversos graus de peso em função do IMC desde a obesidade mórbida até ao baixo peso muito grave.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Obesidade grau III (mórbida)> 40
Obesidade grau II35 – 39,99
Obesidade grau I30 – 34,99
Excesso de peso25 – 29,99
Peso normal18,50 – 24,99
Baixo peso17 – 18,49
Baixo peso grave16 – 16,99
Baixo peso muito grave< 16

O objetivo a alcançar é um IMC na faixa normal, entre 18,50 e 24,99 kg/m².

Valores acima ou abaixo desta faixa estão associados a um maior risco de doenças. Quanto mais afastado da faixa de IMC ideal você estiver, seja para mais ou para menos, maior é o risco de você desenvolver problemas de saúde. Os valores de IMC fornecidos acima são para a população adulta, entre 20 e 65 anos. O cálculo do IMC para idosos, crianças e adolescentes é feito por tabelas diferentes.

IMC tabela de adultos
Tabela de IMC dos adultos dos 20 aos 65 anos

IMC nos idosos

Os idosos têm menos massa muscular que os adultos jovens e, por isso, o cálculo do IMC não costuma ter na população mais idosa o mesmo significado que no resto da população adulta. Enquanto nos adultos um IMC acima de 25 kg/m² está claramente associado a um aumento na incidência de doenças e a um maior risco de morte precoce, nos idosos isso não parece ser verdade.

Há cada vez mais estudos que mostram que os valores de peso ideal sugeridos pelo IMC não se ajustam à população idosa. Por isso, foi proposta uma nova tabela de IMC, concebida especialmente para a população com mais de 65 anos. A forma de calcular o IMC é exatamente igual, porém, os resultados devem ser interpretados da seguinte forma:

Mulheres acima de 65 anos

De seguida descrevo a tabela de IMC para mulheres acima dos 65 anos.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Baixo peso< 21,9
Peso normal 22 – 27
Excesso de peso27,1 – 32
Obesidade grau I32,1 – 37
Obesidade grau II37,1 – 41,9
Obesidade grau III (mórbida)> 42

Homens acima de 65 anos

De seguida descrevo a tabela de IMC para homens acima dos 65 anos.

Grau de pesoIMC (Kg/m2)
Baixo peso< 21,9
Peso normal 22 – 27
Excesso de peso27,1 – 30
Obesidade grau I30,1 – 35
Obesidade grau II35,1 – 39,9
Obesidade grau III (mórbida)> 40

IMC nas crianças

Os valores do IMC do adulto também não são os mais adequados para crianças e adolescentes. Assim como nos idosos, o cálculo do IMC é o mesmo, mas a interpretação dos resultados é diferente nas crianças. O processo deve ser feito da seguinte forma:

  1. Calcular o IMC através da fórmula tradicional;
  2. Com a tabela de idade e sexo fornecida abaixo, veja em que percentil o valor encontrado de IMC se encaixa.

Os resultados devem ser interpretados da seguinte forma:

Grau de pesoPercentil do IMC
Baixo peso <10
Peso normal15 a 85
Excesso de peso 85 a 95
Obesidade> 95
Tabela de IMC meninos
Tabela de IMC meninos
Tabela IMC meninas
Tabela IMC meninas
OS MAIS LIDOS

Agora que já sabemos se temos ou não excesso de peso vamos então conhecer as 14 coisas que cientificamente engordam !

1. Não fazer refeições em família

As refeições em família diminuem o risco de obesidade
As refeições em família diminuem o risco de obesidade

Mesmo que esteja cansado dos familiares, deve saber que as refeições em família podem proteger da obesidade e do excesso de peso. Entre as razões está facto de, durante as refeições, se estabelecem-se relações emocionais entre os membros da família e os alimentos costumam ser mais saudáveis, segundo um estudo das universidades de Minnesota e de Columbia (EUA) publicado no Journal of Pediatrics.

Essa recomendação é especialmente útil para crianças e adolescentes, para prevenir a obesidade quando chegarem à idade adulta. Outro dado muito interessante é que uma ou duas refeições familiares por semana são suficientes para reduzir o risco de obesidade! Por isso já sabe… parabéns se já consegue juntar a sua família ás refeicões! Se não for esse o caso existem mais 13 razões a seguir para conseguir gerir melhor o seu peso.

 2. Irmãos e amigos gordinhos

Ter irmãos e amigos obesos aumenta risco de obesidade
Ter irmãos e amigos obesos aumenta risco de obesidade

Ter um irmão obeso duplica o seu risco de sê-lo (mais do que se for o seu pai), e a possibilidade aumenta se esse for maior e do mesmo sexo. Este estudo foi realizado por Markos Pachucki, da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, num artigo publicado no American Journal of Preventive Medicine.

Os amigos com excesso de peso também não ajudam, porque os quilos a mais são “contagiosos”, como constatou David Shoham, da Universidade de Loyola em Chicago, num estudo com 1.800 adolescentes (PLoS One). Este vínculo já tinha sido encontrado num trabalho anterior publicado em 2007 no The New England Journal of Medicine. O bom é que a magreza também se transmite, e se os seus amigos estão magros (Índice de Massa Corporal, ou IMC, igual a 20) tem 40% mais possibilidades de reduzir o seu peso

3. Nascer depois de 1942!

Os nascidos depois de 1942 têm mais possilidades de vir a se obesos
Os nascidos depois de 1942 têm mais possilidades de vir a ser obesos

Se nasceu depois de 1942, fique atento. Existe um vínculo entre uma variante do gene FTO e o ano de nascimento que favorece o aparecimento da obesidade, uma correlação que é duas vezes mais forte entre os nascidos depois de 1942. Os cientistas que encontraram essa conexão, dirigidos por James Rosenquist, do Departamento de Psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts, não têm uma razão clara para essa associação, mas indicam o desenvolvimento tecnológico posterior à Segunda Guerra Mundial.

4. Não ter certas famílias de bactérias intestinais

A bactéria Christensenellaceae protege do aumento de peso
A bactéria Christensenellaceae protege do aumento de peso

Talvez encontre no seu intestino a resposta para o peso. Se entre os milhões de microrganismos que se hospedam no aparelho digestivo houver bactérias da família Christensenellaceae, sorte a sua, porque estas protegem do aumento de peso (Cell). Embora esse microrganismo seja herdado, a sua descoberta abre portas para a criação de tratamentos probióticos personalizados contra a obesidade.

5. Restaurantes com música clássica!

Musica classica leva ao consumo de mais alimentos
Musica classica leva ao consumo de mais alimentos

As sonatas de Schubert podem ser apropriadas para um jantar romântico, mas deve-se saber que animam a comer mais! Um estudo britânico das universidades de Leicester e Surrey Roehampton comprovou que se consomem mais alimentos e café nos locais quando há música clássica de fundo do que quando toca outro tipo de melodia. Leve isso em conta também para a sua economia.

6. Trabalho noturno

Comer à noite engorda
Trabalhar à noite engorda

Trabalhar à noite engorda, e não é porque se coma mais, mas porque se altera o ritmo circadiano. As pessoas estão programadas para dormir quando não há luz e comer de dia. «O trabalho em turnos durante a noite interrompe o sono e rompe o ciclo fisiológico, e isso provoca uma diminuição do gasto energético diário total», conclui um estudo realizado por cientistas do Instituto Médico Howard Hughes do Texas, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

7. Dormir pouco

O défice do sono piora o humor e faz engordar
O défice do sono piora o humor e faz engordar

O défice de sono não só muda o nosso humor, como também engorda: está comprovado cientificamente. A explicação é que o sono desempenha um papel relevante no metabolismo energético, de forma que ao não dormir comemos mais, como um mecanismo fisiológico de adaptação para manter a vigília. Uma pesquisa publicada recentemente no American Journal of Clinical Nutrition também concluiu que dormir mais está associado a um menor Índice de Massa Corporal e uma melhor alimentação.

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8. Viver na Irlanda

Em 2030 90% dos homens Irlandeses vão ter excesso de peso
Em 2030 90% dos homens Irlandeses vão ter excesso de peso

Se considera morar fora do país, talvez interesse saber que as previsões indicam a Irlanda como o país onde as taxas de obesidade e excesso de peso masculinas aumentarão mais (em 2.030, 90% dos seus homens terão excesso de peso), enquanto na Bélgica só 44% dos homens acumularão quilos a mais.

A explicação para essas estimativas, realizadas pelo Fórum de Saúde do Reino Unido em colaboração com o gabinete regional da OMS para a Europa, está no modelo económico. «Nos mercados liberais como Reino Unido e Irlanda, as multinacionais da alimentação promovem o consumo excessivo», afirma Laura Webber, co-autora do relatório, que foi apresentado no último congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia.

9. Poluentes ambientais

O poluentes acumulam-se no tecido adiposo
O poluentes acumulam-se no tecido adiposo

As substâncias residuais do pesticida DDT, ou do lindano (usado para combater piolhos e sarna), são alguns dos poluentes que se acumulam no tecido adiposo das pessoas, favorecendo o desenvolvimento da obesidade e o aumento do colesterol no sangue, segundo comprovou um grupo de cientistas da Universidade de Granada, que publicou esses resultados em Enviromental Pollution. Esses poluentes chegam ás pessoas principalmente através de alimentos com alto teor de gordura, incluindo carnes e peixes de grande porte.

10. Ver televisão

Ver teleivisão aumenta em 23% o risco de obesidade
Ver teleivisão aumenta em 23% o risco de obesidade

Juntar o telejornal da noite com um capítulo da sua telenovela favorita, para terminar com um pouco de debate sobre actualidades, obriga a mais de duas horas diante do televisor. Se isso se repetir todos os dias, aumentará:

  • 23% o risco de obesidade
  • 14% o risco de desenvolver diabetes

Adverte um relatório da Universidade Harvard.

11. Dormir com a televisão ligada

A exposição à luz artificial reduz os níveis endógenos de #melatonina
A exposição à luz artificial reduz os níveis endógenos de #melatonina

Sem dúvida já dormiu mais de uma vez embalado pelo som da TV. Esse pequeno prazer pode fazê-lo ganhar peso. Segundo Ahmad Agil, da Universidade de Granada, a exposição à luz artificial durante a noite enquanto dormimos – como a emitida pela televisão, pelo computador ou por uma lâmpada acesa – reduz os níveis endógenos de melatonina, uma hormona que é libertada durante a noite para regular os ritmos circadianos e que possui um poderoso efeito antioxidante e anti-inflamatório. Essas propriedades protegem de alterações metabólicas que provocam obesidade e diabetes.

Um conselho: tente dormir na escuridão total (Journal of Pineal Research).

12. Stress pós-traumático

Stress pós-traumático potencia o aumento de peso
Stress pós-traumático potencia o aumento de peso

As mulheres que sofrem de stresse pós-traumático aumentam de peso mais rapidamente e são mais propensas a sofrer obesidade do que as que não atravessam essa situação, afirma um estudo das universidades Harvard e Columbia, publicado em Archives of General Psychiatry.

Mas há uma boa notícia: Quando diminuem os sintomas desse transtorno, o risco de obesidade reduz notavelmente.

13. Depressão e ansiedade

A maioria das pessoas reage ao stress comendo mais e aumentando de peso
A maioria das pessoas reage ao stress comendo mais e aumentando de peso

Um terço das pessoas “stressadas” perde o apetite e emagrece, mas mais da metade reage ao stress comendo e, pior, ingerindo alimentos muito apetitosos, ricos em açúcares e gorduras. A explicação científica é que o centro de recompensa que temos no cérebro é activado por esse tipo de comida. Além disso, a hormona do stress, o cortisol, sensibiliza esse sistema de recompensas e favorece a ingestão compulsiva de alimentos muito calóricos.

Rubén Bravo, diretor do Departamento de Nutrição do Instituto Médico Europeu da Obesidade (Imeo), afirma: «ansiedade e stress são duas situações que se repetem com frequência nos nossos consultórios. Os problemas económicos e de trabalho levam a procurar a felicidade na comida, especialmente em doces, que diminuem a agitação.»

14. Não comer alguns laticínios ricos em gordura pode engordar!

Consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central.
Consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central.

Um estudo publicado no Scandinavian Journal of Primary Health Care concluiu que o consumo de laticínios ricos em gordura está relacionado com um menor risco de desenvolver obesidade central. Na opinião do nutricionista Walter Willett, da Escola de Saúde Pública de Harvard, uma explicação para essa descoberta é que os produtos com toda a gordura dão mais saciedade, e além disso os ácidos gordos dos laticínios têm um efeito adicional na regulação do peso.

A nutricionista Natalia Galán, do Serviço de Promoção da Saúde de Sanitas, acrescenta: «Os produtos light nem sempre ajudam a emagrecer, pois o facto de terem 30% menos calorias que o produto inicial não é sinónimo de que não vão engordar. Muitos são anunciados como light e têm mais calorias que os que não o são.»

Concluindo

Depois de engordar demasiados quilos nunca é fácil recuperar a boa forma! Muitas vezes só tentamos a sério quando nos diagnosticam um problema de saúde grave que nos impede de manter a nossa qualidade de vida. Até lá vamos fazendo tentativas pouco convincentes para equilibrar o nosso peso. Não espere por uma má notícia para tentar a sério controlar o seu peso. Se não fizer nada para melhorar é certo que algo de grave com a sua saúde vai acontecer! Adapte à sua rotina alguns dos factos agora provados pelos cientistas para recuperar algum do tempo perdido e…não perca mais tempo e anos de vida!

Controlar o seu peso é controlar a sua saúde e prolongar a vida!

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: Referidas individualmente no conteúdo do artigo.

Por favor, PARTILHE este artigo com os seus amigos, que certamente desconhecem alguns destes factos e vão, além disso, agradecer-lhe  a tentativa de os deixar mais elegantes 🙂

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CANCRO SINAIS E NOVAS DESCOBERTAS A VERDADE!



Cancro sintomas sinais causas e novas incríveis descobertas guia: Quais os sinais de alerta? Quais os alimentos, emoções e atitudes que fragilizam ou fortalecem o nosso sistema imunitário na prevenção ou luta contra o cancro? Juntamente com a informação da Liga Portuguesa contra o Cancro e da American Association for Cancer Research, entre muita outra informação, este artigo pretende ser uma ferramenta simples mas eficaz, de consulta rápida, para nos lembrar rapidamente como podemos proteger-nos melhor.

Quais os 15 sinais que nunca deve ignorar? Existem sinais que podem ser um alerta para um problema de saúde mais grave que pode surgir. Detectar atempadamente e dar o devido a valor a esses sinais pode ser a diferença entre a vida e a morte!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Cancro: O que nos pode matar?
  • Cancro: O que nos podem salvar?
  • Alimentos: Quais os que nos protegem?
  • Alimentos: Quais os que nos fragilizam?
  • Sentimentos e atitudes: Quais os que influenciam o nosso sistema imunitário?
  • Hábitos: Quais os que nos fragilizam e quais os que nos protegem?
  • Como se forma um cancro?
  • Quais os 15 sintomas que nunca deve ignorar?
  • Descoberta recente sobre a detecção precoce de metástases: Qual a importância?
  • Células cancerosas circulantes na corrente sanguínea que provocam metástases noutros tecidos: Será possivel apanha-las?
  • NanoFlares: O que são?
  • Tratamentos à medida: São possiveis?
  • Imunoterapia anticancerígena e novos tratamentos?
  • Açúcar, síndrome metabólica e cancro: Qual a ligação?
  • Qual o mecanismo promovido pelo açúcar para potenciar o cancro?
  • Tratamento: Quais os métodos mais usados?

Saiba porque deve estar com atenção aos seguintes sinais:

    • Perda de peso
    • Perda de apetite
    • Fadiga
    • Alterações do trânsito intestinal
    • Sangue nas fezes
    • Fezes brancas
    • Urina escura
    • Tosse persistente
    • Aftas que não cicatrizam
    • Líquido no mamilo
    • Necessidade frequente de urinar
    • Impotência
    • Sensibilidade mamária nos homens
    • Incontinência urinária
    • Dor pélvica
    • Descamação na pele
    • Gengivite

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Cancro_petição_pública_Maio_2017

Amigos do cancro que nos podem “matar”:

  • Alimentação ocidental rica em:
  • Stress
  • Sentimentos negativos:
    • Medo
    • Angústia
    • Desespero
    • Rancor
    • Raiva
    • Inveja
    • Negação da realidade
    • Depressão

  • Conflitos não resolvidos
  • Sedentarismo
  • Isolamento social

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Inimigos do cancro que nos podem “salvar”: 

  • Peixes azuis
    • Biqueirão
    • Sardinhas
    • Cavala
    • Atum
    • Salmão selvagem

  • Fruta
    • Citrinos
    • Melão
    • Morangos
    • Uva preta
    • Groselhas
    • Acerola
    • Arandos
    • Framboesas

  • Verduras
    • Alho
    • Cebola
    • Espinafres
    • Cenouras
    • Tomate
    • Pimentos
    • Abacate
    • Abóbora
    • Espargos
    • Azeitonas e azeite
    • Batata doce
    • Alface
    • Crucíferas

  • Sementes e frutos secos
    • Nozes
    • Noz de macadâmia
    • Noz-pecã
    • Amêndoas
    • Avelãs
    • Castanha-do-pará
    • Pistácios
    • Sementes de linho

  • Especiarias e ervas aromáticas
    • Orégãos
    • Salsa
    • Canela
    • Açafrão da Índia
    • Pimenta de caiena
    • Malagueta
    • Gengibre
    • Manjericão
    • Alecrim
    • Tomilho
    • Mostarda

  • Algas e cogumelos
  • Sentimentos positivos
    • Alegria
    • Felicidade
    • Confiança
    • Paciência
    • Compreensão

  • Serenidade e meditação
  • Generosidade e Amor
  • Conflitos resolvidos em harmonia
  • Actividade física
  • Apoio da família e dos amigos

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Como se forma um cancro?

Como se forma um cancro Processo de formação de um cancro

Sintomas que nunca deve ignorar!

Cancro, sintomas que não deve ignorar

Descrevo de seguida a importância de não ignorar cada um dos diferentes sintomas.

Perda de peso e de apetite

Em tumores que não dão numa fase inicial sintomas específicos – como alguns tipos de cancro do pâncreas ou do pulmão, – a perda de peso e de apetite são dos primeiros aspectos que podem levar a um diagnóstico e por isso toda a sensibilização é pouca.

Geralmente estão associados a fases mais avançadas mas o facto de nem toda a gente ter noção disso leva a demora nas queixas, o que compromete ainda mais a rapidez do diagnóstico.

Especialistas em cancros do estómago, admitem que nem toda a gente vigia o peso, mas é importante conseguir avaliar a percentagem perdida. Se uma pessoa não está a fazer uma dieta ou exercício e perde 10% do seu peso, em dois meses, deve ir ao médico.

Fadiga

Em situações de cansaço arrastado e sonolência, também não deve perder muito tempo a ir ao médico. A fadiga pode ter muitas causas, até psicológicas. Se a razão for uma anemia deve investigar-se a causa.

Pode resultar de doenças benignas ou lacunas na alimentação, mas é um sintoma bastante comum de cancro do estômago que nem sempre as pessoas valorizam. O cancro do estômago muitas vezes surge em úlceras ou cria ele próprio úlceras e pode haver perdas de sangue que não são evidentes mas causam anemia.

Por vezes os doentes vão a uma urgência porque estão muito brancas e cansadas mas depois demoram a ir ao médico para fazer o resto do diagnóstico. Além de ser comum nos tumores gástricos, a anemia surge também em tumores do intestino ou do sangue, podendo ser causada por défices na produção células vermelhas ou um excesso de destruição, nas tais perdas que podem passar despercebidas.

Alterações do trânsito intestinal

Muitas vezes associam-se ao stresse ou ao que se come, mas se houver alterações persistentes devem ser valorizadas. No cancro é particularmente relevante a alternância entre prisão de ventre e diarreia. Os tumores do intestino tendem a dar diferentes sintomas, já que as fezes quando passam do intestino delgado para o grosso (cólon) estão líquidas e só depois vão solidificando.

Assim, a obstrução é mais expectável quando se trata de uma lesão do lado esquerdo do cólon. Em caso de suspeita, é crucial fazer uma colonoscopia, exame que também deve ser feito a partir dos 50 anos como rastreio. Muitas vezes as pessoas não o fazem por receio da dor, mas com a anestesia comparticipada creio que haverá melhorias.

Sangue nas fezes

É um sintoma comum nos tumores gástricos, do intestino e do recto que as pessoas até valorizam. Mas pode assumir diferentes formas e os doentes nem sempre estão sensibilizados para isso.

As partículas podem ser tão pequenas que não são visíveis, daí a importância da análise ao sangue oculto nas fezes. Depois pode haver sangue vermelho vivo, que se nota quando a pessoa se limpa ou na sanita e geralmente resulta de uma lesão no recto ou parte terminal do cólon. Mas o que mais passa despercebido é o sangue escuro, que dá uma tonalidade quase negra às fezes, por vezes cor de vinho do Porto.

Nesses casos poderá estar-se diante de um tumor do estômago ou da parte superior do intestino delgado, já que essa cor significa que o sangue foi digerido. Mesmo em situações em que os doentes se aperceberam do sangue, chegam a demorar seis meses a um ano a dirigir-se ao médico, por vezes por acharem que está ligado a hemorróidas. Sempre que surgir deve ser avaliado.

Fezes brancas e urina escura

O cancro do pâncreas é um dos tumores mais silenciosos numa fase inicial. Há dois tipos de doença, quando o tumor está na cauda do pâncreas ou na cabeça. Se no primeiro não há sintomas específicos, no segundo há sinais que poderão ser valorizados cedo, o que nem sempre acontece.

Dada a localização, próxima do duodeno e vias biliares, o tumor da cabeça do pâncreas pode provocar obstrução e causar dor abdominal e icterícia (como a bílis não passa, acumula-se na pele e dá-lhe um tom amarelado).

Geralmente, estes sintomas surgem em conjunto com outros dois também ligados à obstrução: ausência de cor nas fezes, que surgem com uma tonalidade esbranquiçada, e urina de cor muito escura. São sintomas que podem resultar também de doenças benignas como pedra na vesícula mas devem ser logo comunicados ao médico.

Tosse que não passa

O tumor do pulmão é outro cancro em que os primeiros sintomas são pouco específicos. Ainda assim, em alguns tipos são afectadas estruturas centrais do órgão e surgem sinais que, se forem valorizados, podem traduzir-se num diagnóstico mais atempado.

Muitas vezes os doentes só ficam preocupados ao notar sangue na expectoração quando devia bastar uma tosse seca e irritativa que não passa para irem ao médico. O médico alerta que os doentes fumadores ou com historial de cancro na família valorizam o sintoma, mas os outros nem sempre.

Uma afta que não cicatriza

No caso dos cancros da cabeça e pescoço, é um dos sintomas que menos se valoriza e pode permitir um diagnóstico precoce ou até identificar lesões pré-cancerígenas.

Uma afta na língua ou qualquer ferida, lábio ou bochecha que não passe ao fim de dez dias deve ser vista. Outro sintoma importante no caso do cancro da laringe é a rouquidão persistente, que caso ultrapasse os 15 dias deve motivar uma ida ao médico.

O risco de cancro da cavidade oral ou da faringe é maior nos fumadores e pessoas que bebem álcool mas pode surgir em qualquer idade e em qualquer pessoa.

Líquido no mamilo

Se em alguma área existe uma grande sensibilização é no cancro da mama. Mas mesmo assim, há lacunas que poderão ser importantes em alguns casos. Se a maioria das mulheres está desperta para a importância de vigiar nódulos/caroços na mama e axila, alterações na forma, vermelhidão e calor ou alterações na pele da mama (como casca de laranja), há sintomas que nem sempre são associados à doença.

É o caso de líquido no mamilo (uma escorrência ou secreção) ou a inversão do mesmo. Mesmo em mulheres que estiveram recentemente a amamentar, as secreções não devem ser desvalorizadas. Se surgirem passados seis meses do fim da amamentação devem ser observadas. O líquido não tem um aspecto específico. Pode ser sanguinolento ou incolor.

Sempre no WC

Ao contrário das mulheres, os homens desvalorizam muitas vezes os sintomas do cancro que mais os afecta – os tumores da próstata. Isso acontece por falta de informação mas também porque estão sempre a tentar justificar tudo sem pensar em doenças.

Quando há dor, sangue na urina ou no sémen ou ardência até procuram o médico. Mas um dos sintomas a que menos dão importância é passarem a ter necessidade de urinar frequentemente. É a típica situação em que têm de voltar à casa de banho passados dez minutos e chegam a ir várias vezes por hora.

Outro sintoma de cancro da próstata em estados mais avançados nem sempre valorizado é a dor na região das ancas e zona inferior das costas, que pode resultar em metástases nos ossos.

Impotência

Neste caso há informação, mas muitas vezes é a vergonha que faz com que os homens cheguem tarde ao médico. Em vez de automedicar-se ou ir atrás de suplementos, deve procurar o médico de família para descobrir a causa da disfunção eréctil. Não significa necessariamente um tumor, mas outras doenças nomeadamente do foro cardiovascular também devem ser controladas.

Sensibilidade mamária nos homens

O cancro do testículo surge muitas vezes em homens jovens, que têm de estar mais sensibilizados para a necessidade de estarem atentos a alterações do tamanho e nódulos – e de fazerem por isso a palpação dos testículos uma vez por mês, de preferência no banho.

Mas o aumento do volume mamário e mudanças na sensibilidade do peito devem também ser valorizados, já que podem resultar de alterações na testosterona. Perda de libido também pode ser sinal de cancro do testículo.

Incontinência urinária

O cancro da bexiga tem estado a aumentar em Portugal, algo associado ao consumo de tabaco. O sangue na urina, um dos sintomas comuns, costuma ser valorizado. Já a incontinência, outro sintoma importante, muitas vezes é considerada algo normal para a idade e as pessoas começam a usar fralda sem marcar uma consulta.

Dor e ardência urinária, urgência em urinar (por vezes sem se conseguir chegar a tempo ao WC) e sensação de esvaziamento incompleto são outros sintomas a ter em conta.

Dor pélvica

Nos tumores ginecológicos – útero (corpo e colo), ovário e vulva – geralmente um dos sintomas menos valorizados é a dor pélvica persistente. Uma moinha que até pode melhorar mas depois volta. As hemorragias fora menstruação ou após a menopausa levam mais facilmente ao médico.

Nesta área, contudo, é essencial fazer o teste do Papanicolau, que permite despistar lesões pré-cancerígenas no colo do útero. Deve ser feito a partir dos 25 anos e, após dois exames negativos, é aconselhável de três em três anos.

Descamação na pele

Nos últimos anos tem aumentado a informação sobre cancro da pele, dos sinais de alerta a regras de ouro como reduzir a exposição ao sol.

Especialistas em oncologia afirmam que ao analisar os sinais, deve seguir-se a regra ABCDE e valorizar os que são:

  • A (assimétricos),
  • B (têm bordos irregulares),
  • C (não têm uma cor uniforme),
  • D (têm um diâmetro maior que 6mm),
  • E (evoluíram, mudando de forma e tamanho).

SINAIS PERIGOSOS MELHORSAUDE.ORGMas dentro dos cancros da pele, os especialistas admitem que há algo para o qual os doentes estão menos atentos. Se o melanoma é o tipo de cancro da pele com pior prognostico e é detectado em sinais, o cancro da pele mais frequente é o chamado carcinoma basocelular e não aparece em sinais.

Por isso também é preciso estar atento a pequenas feridas na pele, como se fossem frieiras, e descamações. São habituais no nariz e orelhas e podem passar mas depois regressam, devendo ser observadas por um médico. Manchas associadas à exposição ao sol em que a pele fique mais rugosa merecem o mesmo cuidado.

Gengivite

Nos cancros do sangue, como leucemias, a população está desperta para a importância de avaliar gânglios inchados e hematomas mas há outros sinais a valorizar. É o caso de gengivites, um sintoma comum num subtipo de leucemia aguda, e infecções recorrentes.

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Qual a nova descoberta contra o cancro ?

Pela primeira vez, foi possível detectar e isolar, no fluxo sanguíneo, células susceptíveis de criar metástases e espalhar um cancro. Isto poderá permitir avaliar a agressividade dos cancros de forma precoce.

Qual a importância desta técnica?

Uma equipa de cientistas nos Estados Unidos demonstrou que é possível, graças a pequenos bocados específicos de ADN espetados à superfície de diminutas bolinhas de ouro, detectar no sangue humano células cancerosas que estão à deslocar-se à procura de novos sítios do corpo para invadir.

A inédita técnica, que poderá permitir destruir estas células antes de elas se instalarem noutros órgãos e formarem metástases, foi descrita recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Luta contra as metástases do cancro

Quando um cancro forma metástases, o prognóstico para o doente não é bom; já pode ser tarde demais. Ora, até aqui, não era possível apanhar as células cancerosas circulantes directamente no sangue, antes de elas colonizarem novos tecidos.

 O que são afinal os NanoFlares ?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas

Agora, Chad Mirkin, da Universidade Northwestern (EUA), e colegas, conseguiram literalmente fazer brilhar essas células iluminando-as do interior por uma salva de microscópicos very-light.

Os cientistas deram à sua invenção o nome de NanoFlares (nano-clarões) e mostraram, em várias condições experimentais, que eles permitem não só detectar individualmente as células cancerosas na circulação sanguínea, como também isolá-las.

Leia aqui o resumo do artigo original

É possivel capturar e cultivar estas células?

Como não matam estas células, permitem ainda cultivá-las no laboratório para testar a eficácia de diversos fármacos anti-cancro.

“Tanto quanto sabemos, esta é a primeira abordagem baseada na genética que permite ao mesmo tempo o isolamento e a análise genética intracelular de células tumorais vivas em circulação”, escrevem os autores na PNAS.

Qual a composição do NanoFlare ?

A bolinha de ouro que forma o núcleo dos NanoFlares, com apenas 13 nanómetros (milionésimo de milímetro) de diâmetro, está coberta por uma camada de pequenas sequências de ADN (em hélice simples) capazes de reconhecer e de se ligar a genes específicos das células cancerosas. Por sua vez, essas sequências de ADN estão “acopladas” a bocadinhos de ADN que contêm o clarão propriamente dito (uma molécula fluorescente).

Inicialmente, a fluorescência do clarão é abafada pela proximidade do ouro, explicam ainda os cientistas no seu artigo. Mas o que acontece é que os NanoFlares penetram, não se sabe bem como, no interior das células. E se vierem a dar com o material genético específico do cancro que são capazes de reconhecer, ligam-se a ele, libertando o bocadinho que contém o clarão.

Ao afastar-se da bolinha de ouro central, o clarão vai assim iluminar o interior da célula em causa, marcando-a como cancerosa.

Conseguir encontrar uma “agulha num palheiro”!

“O NanoFlare acende uma luz dentro das células cancerosas que procuramos”, diz o co-autor Shad Thaxton em comunicado de Universidade Northwestern. “E o facto de os NanoFlares serem eficazes na complexa matriz do sangue humano constitui um enorme avanço técnico. Conseguimos encontrar pequenos números de células cancerosas no sangue, o que é mesmo como procurar uma agulha num palheiro.”

É possivel preparar tratamentos à medida?

Os cientistas construíram quatro tipos de NanoFlares, cada um dirigido contra um alvo genético conhecido por estar associado a cancros da mama agressivos (isto é, que formam facilmente metástases).

Mais precisamente, os NanoFlares são dirigidos contra o “ARN mensageiro” (uma outra forma de material genético) que codifica certas proteínas que se sabe estarem associadas às células dos cancros agressivos da mama.

A seguir mostraram, em particular, que esses NanoFlares eram capazes de detectar as células cancerosas, com uma taxa de erro inferior a 1%, quando estas eram misturadas com sangue de dadores humanos saudáveis.

Células detectadas sobrevivem e são cultivadas

Uma vez identificadas as células, os cientistas conseguiram separá-las das células normais e estudá-las em cultura. “Ao contrário de outras técnicas de isolamento de células cancerosas, baseadas em anticorpos, a exposição das células aos NanoFlares não resulta na morte celular”, escrevem ainda.

Ausência de toxicidade é essencial

Ora, esta ausência de toxicidade poderá permitir estudar células cancerosas vivas, avaliar o seu potencial metastático e determinar qual a melhor combinação de fármacos para as eliminar.

“Isto poderia conduzir a terapias personalizadas, nas quais olhamos para a forma como as células de um dado doente respondem a diversos cocktails terapêuticos”, diz por seu lado Chad Mirkin.

Os autores testaram os nano-clarões, com resultados igualmente promissores (embora com maiores taxas de falsos positivos), em ratinhos que são utilizados como modelo experimental de cancro da mama humano.

Neste momento, explica ainda o comunicado, estão a tentar ver se a sua nova técnica consegue detectar células cancerosas diretamente no sangue de doentes com cancro da mama.

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Açúcar, síndrome metabólica e cancro

Outra doença associada com obesidade e síndrome metabólica é o cancro.

As células cancerosas precisam da glicose para prosperarem, e os hidratos de carbono transformam-se em glicose no nosso corpo. Para as células cancerosas passarem fome e morrerem, tem de se eliminar a sua fonte de comida primária, isto é açúcar, que inclui todos os carboidratos não-vegetais. O fisiologista Dr. Otto Warburg recebeu um Prêmio de Nobel já em 1934 pela sua pesquisa que identifica o combustível primário do cancro como sendo a fermentação anaeróbica de glicose. Claramente demonstrou que as células cancerosas necessitam der açucar para se desenvolverem. Pesquisas recentes concluiram que o açucar parece fazer iniciar o crescimento do cancro (clique na ligação abaixo para ler).

Estudo: Increased sugar uptake promotes oncogenesis via EPAC/RAP1 and O-GlcNAc pathways

Açúcar pode potenciar o cancro

Um dos mecanismos-chave pelos quais o açúcar fomenta o cancro e outras doenças crónicas é pela disfunção mitocondrial. Quando o nosso corpo utiliza e queima o açúcar como sendo o nosso combustível primário, formam-se níveis muito mais elevados de espécies de oxigénio reativas , que geram radicais livres secundários que causam:

  • Danos no ADN mitocondrial e nuclear das células,
  • Danos na membrana celular,
  • Danos na estrutura das proteínas.

O cancro é apenas um resultado potencial destes danos no ADN celular.

nstagram melhorsaude.org

Tratamento do cancro

Informação da Liga Portuguesa Contra o Cancro

O plano de tratamento depende, essencialmente, do estadio da doença e do tipo de tratamento a efectuar e do estadio da doença.

O médico tem, ainda, em consideração a idade do doente e o seu estado geral de saúde. Frequentemente, o objectivo do tratamento é curar a pessoa do cancro. Noutros casos, o objectivo é controlar a doença ou reduzir os sintomas, durante o maior período de tempo possível. O plano de tratamentos pode ser alterado ao longo do tempo.

A maioria dos planos de tratamento inclui cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Alguns envolvem terapêutica hormonal ou biológica. Adicionalmente, pode ser usado o transplante de células estaminais (indiferenciadas), para que o doente possa receber doses muito elevadas de quimioterapia ou radioterapia.

Alguns cancros respondem melhor a um só tipo de tratamento, enquanto outros podem responder melhor a uma associação de medicamentos ou modalidades de tratamento.

Os tratamentos podem actuar essencialmente numa área específica – terapêutica local -, ou em todo o corpo: terapêutica sistémica.

A terapêutica local remove, ou destrói, as células do tumor, apenas numa parte específica do corpo. A cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais.

A terapêutica sistémica “entra” na corrente sanguínea e “destrói”, ou controla, o cancro, em todo o corpo: mata ou, pelo menos desacelera, o crescimento das células cancerígenas que possam ter metastizado, para além do tumor original. A quimioterapia, a terapêutica hormonal e a terapêutica biológica (imunoterapia) são tratamentos sistémicos.

O médico é a pessoa indicada para lhe dar toda a informação relacionada com a escolha dos tratamentos, possíveis efeitos secundários e resultados esperados (com o tratamento). Cada pessoa deverá desenvolver, com o médico, um plano de tratamento que seja compatível, dentro do possível, com as necessidades, valores pessoais e estilo de vida dessa pessoa.

Tendo em conta que, provavelmente, o tratamento do cancro danifica células e tecidos saudáveis surgem, assim, os efeitos secundários. Alguns efeitos secundários específicos dependem, principalmente, do tipo de tratamento e sua extensão (se são tratamentos locais ou sistémicos). Os efeitos secundários podem não ser os mesmos em todas as pessoas, mesmo que estejam a fazer o mesmo tratamento. Por outro lado, os efeitos secundários sentidos numa sessão de tratamento podem mudar na sessão seguinte. O médico irá explicar os possíveis efeitos secundários do tratamento e qual a melhor forma de os controlar.

Adicionalmente, em qualquer estadio da doença, podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

Quando se fala em cuidados paliativos, estamos a pressupor uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que a doença gera. Adicionalmente, deve proporcionar-se a máxima qualidade de vida possível, a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde activos e rigorosos, que combinam ciência e humanismo – site da Associação Nacional de Cuidados Paliativos.

Poderá, ainda, querer falar com o médico sobre a possibilidade de participar num ensaio clínico, ou seja, num estudo de investigação de novos métodos de tratamento. No tópico “Investigação Sobre o Cancro”, poderá encontrar mais informação sobre os ensaios clínicos actualmente a decorrer.

Antes de iniciar o tratamento, pode querer colocar algumas questões ao médico:

    • Qual é o meu diagnóstico?
    • O tumor propagou-se? Se sim, para onde? Qual é o estadio da doença?
    • Qual é o objectivo do tratamento? Quais são as minhas alternativas de tratamento? Qual é o tratamento recomendado na minha situação? Porquê?
    • Quais são os benefícios que se esperam de cada tipo de tratamento?
    • Quais são os riscos e os possíveis efeitos secundários de cada tratamento? Como podem ser controlados os efeitos secundários?
    • A infertilidade pode ser um dos efeitos secundários do meu tratamento? Pode ser feita alguma coisa acerca disso? Deverei considerar armazenar espermatozóides ou óvulos?
    • O que posso fazer para preparar o tratamento?
    • Com que frequência farei os tratamentos? Quanto tempo durará o meu tratamento?
    • Terei de alterar as minhas actividades normais? Se assim for, durante quanto tempo terei de o fazer?
    • Quanto custará o tratamento? O meu seguro cobrirá as despesas?
    • Que novos tratamentos estão a ser estudados? Seria adequado participar num ensaio clínico?

Cirurgia

Na maioria dos casos, o cirurgião remove o tumor e algum tecido em volta (“margens”). A remoção de tecido circundante, que esteja livre de células tumorais, pode ajudar a prevenir que o tumor volte a crescer. O cirurgião pode, também, remover alguns gânglios linfáticos localizados na região do tumor: gânglios linfáticos regionais.

Os efeitos secundários da cirurgia dependem, essencialmente, do tamanho e localização do tumor, bem como do tipo de operação. O tempo necessário para a recuperação é diferente, de pessoa para pessoa. É normal sentir-se cansado ou fraco, durante algum tempo.

A maioria das pessoas sente algum desconforto, nos dias seguintes à cirurgia. No entanto, já há formas de controlar a dor. Antes da cirurgia, deverá perguntar ao médico qual a melhor forma de aliviar a dor. A medicação para a dor (ex.: analgésicos), pode ser ajustada.

Algumas pessoas têm receio que a cirurgia, ou mesmo a biópsia ao tumor, possa “ajudar” a metastizar a doença. É pouco provável que esta situação ocorra. O cirurgião usa métodos que não deverão “permitir” que as células cancerígenas se disseminem, ou seja, que metastizem.

Radioterapia

A radioterapia usa raios de elevada energia, para matar as células cancerígenas. O médico usa vários tipos de radioterapia.

Em determinadas situações, pode ser administrada uma combinação de diferentes tratamentos com radioterapia:

  • Radiação externa: a radiação provém de uma máquina emissora. Para este tratamento, a maioria das pessoas vai ao hospital ou clínica. Geralmente, os tratamentos são realizados durante 5 dias por semana, durante várias semanas.
  • Radiação interna (radiação por implante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioactivo contido em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico, e que são colocados directamente no local do tumor ou perto. Para fazer radiação por implante, o doente fica, regra geral, internado no hospital. Os implantes permanecem no local durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.
  • Radiação sistémica: a radiação provém de um líquido, ou de cápsulas, contendo material radioactivo, que circula em todo o organismo. A pessoa engole o líquido, ou as cápsulas ou, em alternativa, é-lhe administrada uma injecção. Este tipo de radiação, pode ser usada para tratar o tumor ou, por outro lado, para controlar a dor provocada pela metastização do cancro, por exemplo para os ossos. Actualmente, só alguns tipos de cancro são tratados desta forma.

Os efeitos secundários da radioterapia dependem, essencialmente, da dose e do tipo de radiação, bem como da parte do corpo que vá ser tratada. Por exemplo, se a radiação incidir no abdómen, pode provocar náuseas, vómitos e diarreia. A pele, na área tratada, pode tornar-se vermelha, seca e sensível. Poderá, também, perder o cabelo e/ou pêlos da zona tratada.

Durante a radioterapia, poderá sentir-se muito cansado, particularmente nas últimas semanas de tratamento. O descanso é importante, mas, geralmente, o médico aconselha as pessoas a manterem-se activas, dentro do possível.

Os efeitos da radioterapia, na pele, são temporários, e a zona irá sarar, gradualmente, assim que termine o tratamento. Pode, no entanto, haver uma alteração duradoura na cor da pele. Se tiver um efeito secundário particularmente grave, poder-lhe-á ser sugerida uma interrupção do tratamento.

Quimioterapia

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos, para matar as células cancerígenas. A quimioterapia pode ser constituída apenas por um fármaco, ou por uma associação de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injecção intravenosa (i.v.), na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo – terapêutica sistémica.

A quimioterapia é, geralmente, administrada por ciclos de tratamento, repetidos de acordo com uma regularidade específica, de situação para situação. O tratamento pode ser feito durante um ou mais dias; existe, depois, um período de descanso, para recuperação, que pode ser de vários dias ou mesmo semanas, antes de fazer a próxima sessão de tratamento.

A maioria das pessoas com cancro faz a quimioterapia em regime de ambulatório (no hospital, no consultório do médico ou em casa), ou seja, não ficam internadas no hospital. No entanto, algumas pessoas podem precisar de ficar no hospital, internadas, enquanto fazem a quimioterapia.

A quimioterapia afecta tanto as células normais como as cancerígenas.

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem, principalmente, dos fármacos e doses utilizadas. Em geral, os fármacos anti-cancerígenos afectam, essencialmente, células que se dividem rapidamente, como sejam:

  • Células do sangue: estas células ajudam a “combater” as infecções, ajudam o sangue a coagular e transportam oxigénio a todas as partes do organismo. Quando as células do sangue são afectadas, havendo diminuição do seu número total em circulação, a pessoa poderá ter maior probabilidade de sofrer infecções, de fazer “nódoas-negras” (hematomas) ou sangrar facilmente, podendo, ainda, sentir-se mais fraca e cansada.
  • Células dos cabelos/pêlos: a quimioterapia pode provocar a queda do cabelo e pêlos do corpo; no entanto, este efeito é reversível e o cabelo volta a crescer, embora o cabelo novo possa apresentar cor e “textura” diferentes.
  • Células do aparelho digestivo: a quimioterapia pode causar falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia e feridas na boca e/ou lábios; muitos destes efeitos secundários podem ser controlados com a administração de medicamentos específicos.

Alguns fármacos anti-cancerígenos podem, ainda, afectar a fertilidade feminina e masculina.

No caso das mulheres, se os ovários deixarem de produzir hormonas como, por exemplo, os estrogénios, poderá apresentar sintomas de menopausa: afrontamentos e secura vaginal. Os períodos menstruais podem tornar-se irregulares ou mesmo parar podendo, ainda, ficar infértil, ou seja, incapaz de engravidar. Se tiver idade igual ou superior a 35 anos, é provável que a infertilidade seja permanente; por outro lado, se permanecer fértil durante a quimioterapia, a gravidez é possível.

Como não são conhecidos os efeitos secundários da quimioterapia no feto, antes de iniciar o tratamento deverá sempre falar com o médico, relativamente à utilização de métodos contraceptivos eficazes.

Os efeitos secundários de longa duração, ou seja, sentidos a longo prazo, são raros; ainda assim, verificaram-se casos em que o coração se torna mais fraco. Em pessoas que receberam quimioterapia existe, também, a possibilidade de surgirem cancros secundários, como a leucemia, ou seja, um cancro nas células do sangue.

Terapêutica Hormonal

A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas “tenham acesso” às hormonas naturais do nosso organismo, das quais necessitam para se desenvolverem. Se os testes laboratoriais demonstrarem que o cancro tem receptores hormonais, ou seja, que é “positivo para os receptores hormonais”, a pessoa poderá receber terapêutica hormonal. Tal como a quimioterapia, a terapêutica hormonal também pode afectar as células de todo o organismo, pois tem actividade sistémica.

Na terapêutica hormonal são utilizados medicamentos; por outro lado, pode obter-se o mesmo efeito recorrendo a uma cirurgia:

  • Medicamento: o médico pode sugerir um medicamento que bloqueie a hormona natural do organismo, parando a sua produção ou impedindo que actue.
  • Cirurgia: se ainda não estiver na menopausa, poderá fazer uma cirurgia, para remoção do órgão produtor, como os ovários ou testículos.

Os efeitos secundários da terapêutica hormonal dependem, principalmente, do próprio fármaco ou do tipo de tratamento. Estes efeitos podem incluir aumento de peso, afrontamentos, náuseas e alterações da fertilidade. Nas mulheres, a terapêutica hormonal pode provocar paragem dos períodos menstruais ou torná-los irregulares e pode provocar efeitos semelhantes à menopausa, com afrontamentos e possível corrimento vaginal. Algumas mulheres podem, ainda, sentir dor de cabeça, fadiga, náuseas e/ou vómitos, secura vaginal ou comichão, irritação da pele em volta da vagina e erupção cutânea. Nos homens, a terapêutica hormonal pode causar impotência, perda do desejo sexual e crescimento ou sensibilidade das mamas.

Imunoterapia

A imunoterapia, também chamada terapêutica biológica, utiliza a capacidade natural do nosso organismo para combater o cancro, através do sistema imunitário (o sistema de defesa natural do organismo). Por exemplo, em alguns doentes com cancro da bexiga, é administrada uma solução de BCG, depois da cirurgia; o médico coloca esta solução na bexiga, usando um cateter. A solução contém bactérias vivas “enfraquecidas”, que estimulam o sistema imunitário para matar as células cancerígenas. No entanto, a BCG pode causar efeitos secundários: pode irritar a bexiga e, algumas pessoas, podem sentir náuseas, febre baixa ou arrepios.

A maioria dos tratamentos com imunoterapia, são administrados por via endovenosa: a terapêutica biológica circula através da corrente sanguínea, ou seja, de forma sistémica; normalmente, é administrada no consultório médico, na clínica ou no hospital, em regime ambulatório (sem necessidade de haver internamento).

Algumas pessoas desenvolvem uma erupção cutânea, no local da injecção; podem, ainda, apresentar sintomas do tipo gripal, como febre, arrepios, dor de cabeça, dor muscular, cansaço, fraqueza e náuseas. A terapêutica biológica pode, no entanto, causar efeitos secundários mais graves, como alterações da tensão arterial, problemas respiratórios e, por vezes, problemas cardíacos.

Transplante de células estaminais (indiferenciadas)

O transplante de células percursoras das células do sangue, ou seja, de células do sangue ainda imaturas e indiferenciadas, permite que a pessoa com cancro receba altas doses de quimioterapia, radiação ou ambas. Estas doses elevadas, destroem tanto as células cancerígenas como as células normais do sangue, da medula óssea. Depois do tratamento, o doente recebe células percursoras das células do sangue saudáveis, através de um tubo flexível, colocado numa veia grande: novas células do sangue vão desenvolver-se a partir das células estaminais transplantadas. As células estaminais podem ser colhidas do próprio doente, antes do tratamento com altas doses, ou podem provir de outra pessoa. Neste caso, a pessoa é internada no hospital, para fazer o tratamento.

Os efeitos secundários da terapêutica com altas doses, bem como o transplante de células estaminais, incluem infecções e perda de sangue. Adicionalmente, em pessoas que recebam células estaminais de um dador, pode haver rejeição, chamando-se “doença do enxerto versus o hospedeiro” ( GVHD ). Nesta situação, as células estaminais doadas “atacam” os tecidos da pessoa que as recebe. Geralmente, esta doença ( GVHD ) afecta o fígado, a pele ou o aparelho digestivo; pode ser grave, ou até fatal e pode ocorrer em qualquer altura depois do transplante, mesmo anos mais tarde. Há medicação que pode ajudar a prevenir, tratar ou controlar este processo de rejeição ( GVHD ).

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Concluindo

Muitas pessoas continuam a ignorar sintomas que podem salvar-lhes a vida! Os sintomas descritos neste artigo são comuns a muita gente e se atempadamente valorizados podem ser a diferença entre a vida e a morte! Em caso de dúvidas consulte de imediato o seu médico.

Também ao contrário do que muita gente julga, de facto, a atitude positiva perante a doença e a vida é cada vez mais um factor decisivo no combate a doenças graves. Para os pessimistas e queixosos “crónicos” fica uma palavra de incentivo à mudança de atitude que só os fará mais Felizes!

Fique bem!

Franklim M. Fernandes

Fontes:

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FRIGORIFICO INTOXICAÇÕES E DOENÇAS TODA A VERDADE

Frigorífico e doenças perigosas! Electrodomésticos que podem esconder perigos! O frigorífico é o mais importante dos electrodomésticos, sem dúvida mas se não for bem tratado pode originar intoxicações alimentares graves segundo a foodsafety.gov do departamento de saude dos Estados Unidos (U.S. Department of Health & Human Services).

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • O que não deve deixar no frigorífico?
  • Como fazer com as sobras do dia anterior?
  • Enlatados já abertos como conservar?
  • Bolor, o que fazer com alimentos bolorentos?
  • Carne cozinhada e crua, quantos dias pode manter no frigorifico?
  • Como arrumar os alimentos no frigorifico?
  • Alimentos podres no frigorifico podem contaminar os restantes?
  • Leite estragado, como reconhecer?
  • Iogurte, até quando posso comer depois de ultrapassada a validade?
  • Porque é que a comida não deve ir para o frigorífico ainda quente?
  • Como funciona um frigorífico?
  • O que são toxinfeções alimentares?

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Frigorífico o que não deve deixar? 

Há  produtos alimentares que conserva no seu frigorífico, mas que se calhar não devia guardar no “rei dos electrodomésticos”! Isto porque apesar do aparente benefício de lhes prolongar a vida desta forma poderá não ser assim tão bom para a sua saúde.

Basicamente todos os produtos frescos como fruta, legumes e carne mesmo que não estejam cozinhados e seja guardados no frigoirífico vão perder muitas das características nutritivas benéficas para a sua saúde de dia para dia. O que deve fazer, se não os vai cozinhar de imediato, é congelar o mais cedo possivel e armazenar no congelador ou arca frigorífica.

Sobras do dia anterior, o que fazer?

Mesmo que seja adepto deste tipo de prática, porque odeia deitar alimentos para o lixo, saiba que não deve deixar a comida mais do que quatro dias no frigorífico. Se ultrapassar este prazo provavelmente poderá ficar mais suscetível a ter uma intoxicação alimentar.

Enlatados, o que fazer? 

Costuma deixar latas abertas no frigorífico? Pois bem, saiba que especialmente aqueles que guardam um conteúdo ácido podem fazer com que o metal se transfira para a comida, o que pode trazer-lhe sintomas indesejados como febre, náuseas ou diarreia.

Alimentos bolorentos, o que fazer? 

Quando vê um alimento com uma pequena mancha de bolor costuma retirar essa parte e utilizar a restante? Pois bem, estudos recentes revelaram que o bolor penetra abaixo da superfície da comida, deixando fungos e substâncias tóxicas. Além disso, o bolor deixa esporos que podem espalhar-se através do ar para outros alimentos.

Carne cozinhada e crua no frigorífico, quantos dias posso manter?

A carne deve ser guardada na zona mais fria, ou seja, nas prateleiras intermédias junto da serpentina de arrefecimento, a uma temperatura entre 0ºC e 3ºC, junto dos pratos já cozinhados, peixe, charcutaria e outros produtos sensíveis. A carne picada deve ser consumida de imediato e até 24 horas. Outras carnes cruas podem ficar no frigorífico até 3 dias. As cozinhadas só resistem 1 a 2 dias. A temperatura no frigorífico deve rondar os 3ºC, mas nunca deve ser negativa, nem superior a 5ºC.

Arrumar alimentos no frigorífico

A arrumação correcta dos alimentos é muito importante para a sua boa conservação. Assim de forma resumida, de cima para baixo do frigorífico, os alimentos devem ser guardados com a seguinte estrutura, em geral:

  • Prateleira de cima:  Iogurtes, queijo, natas e compotas.
  • Prateleira média: Carne picada ou de aves crua, fiambre e charcutaria, peixe, cozinhados, conservas abertas e produtos de pastelaria.
  • Gavetas de baixo: Legumes e fruta.
  • Porta: porta para os ovos, manteiga, margarina, leite, água e sumos.

Alimentos podres e contaminação

Sim, pode haver transmissão de odores e de bactérias. Proteja os alimentos com película aderente ou coloque-os em caixas herméticas. Evite contaminações e limpe o frigorífico, pelo menos, uma vez por trimestre, com água e bicarbonato de sódio, detergente da loiça ou produto de limpeza próprio. Enxagúe o aparelho com um pano húmido.

Leite estragado, como reconhecer?

Se a embalagem está inchada, antes de a abrir, o leite já não está em boas condições. O desenvolvimento de microrganismos pode provocar a formação de gás e um aumento do volume do pacote. No caso do leite UHT (ultrapasteurizado), depois de aberto, guarde-o na porta, a zona menos fria, e consuma-o no prazo máximo de 3 a 4 dias. Os leites pasteurizados ou do dia devem ir para o frio logo após a compra e, depois de abertos, duram 1 a 3 dias.

Iogurte fora de validade posso comer?

O melhor é não comer. Alguns alimentos apresentam uma data de durabilidade mínima até à qual o fabricante garante que conservam as propriedades. É o caso dos produtos com a indicação “consumir de preferência antes de…” no rótulo. Outros, como os iogurtes, indicam uma data limite de consumo, expressa em “consumir até…”, com indicação do dia e mês, pois são mais perecíveis e podem representar um perigo imediato para a saúde. Uma tampa arredondada é sinal de um iogurte estragado.

Alimentos quentes posso guardar no frigorífico?

Os alimentos se forem guardados quentes, a temperatura no interior do frigorífico vai aumentar. O resultado é que todos os alimentos lá guardados também vão aquecer. Com temperaturas mais altas algumas bactérias podem multiplicar-se e estragar os alimentos ou então podem tornar-se um perigo para quem os ingerir.

Por outro lado, o frigorífico fará um maior esforço para manter a temperatura e, portanto, os gastos energéticos e o desgaste do frigorífico também serão superiores.

Alimentos ainda quentes o que fazer?

Então o que é que se deve fazer? Para arrefecer os alimentos, antes de os guardar, pode distribuí-los por recipientes pequenos, colocar num banho de água fria ou mexer com frequência. Depois disso, já pode colocar no frigorífico ou no congelador com segurança.

Conselhos úteis

Termómetro

Para reduzir o risco de vir a ter uma doença, mantenha a temperatura a 4º C ou mais baixa. Compre o seu termómetro para o frigorífico numa loja de eletrodomésticos ou em lojas que forneçam equipamentos a restaurantes e cole-o na parte superior do frigorífico – o melhor local para uma leitura precisa.

Prateleira de cima

A parte de trás da prateleira superior é o local mais fresco do frigorífico; é o sítio onde normalmente os fabricantes colocam as ventoinhas de frio. Coloque aí o leite e os seus derivados para os proteger das diferenças de temperatura. E não fique com a porta aberta muito tempo!

Comida e data de fabrico

Cole uma etiqueta em cada recipiente para identificar o seu conteúdo e a data em que foi feito. A maioria da comida está boa para consumir até três ou quatro dias depois de ser confecionada.

Prateleira do meio

Junte nesta prateleira os produtos que mais usa. Disponha-os em filas, de frente para trás e do mais pequeno para o maior. Desta maneira é menos provável que se esqueça dos itens pequenos, como o patê. Mantenha entre cada fila uma largura mínima para conseguir alcançar tudo com facilidade.

Prateleira de baixo

Reserve esta área para comida, como frango cru ou bifes, para não pingarem em cima de outros produtos. Mantenha a carne bem embrulhada na parte de trás para se manter o mais fria possível.

Gavetas

Junte os produtos em gavetas – especialmente a comida que costuma “trincar”, como as maçãs. Os produtos estão mais suscetíveis à contaminação se estiverem junto de carne de aves cruas ou cozinhadas.

Como funciona um frigorifico?

Frigorifico esconde perigos melhorsaude.org melhor blog de saude

O compressor aspira o fluido refrigerante do evaporador, reduzindo a pressão nesse componente. O fluido é comprimido pelo compressor e segue para o condensador.

No condensador o fluido refrigerante, sob alta pressão, liberta o calor para o ambiente e torna-se líquido. O próximo componente do circuito é o elemento de controle, que pode ser um tubo capilar ou uma válvula de expansão. O elemento de controle reduz a pressão do refrigerante líquido que foi formado no condensador. Essa redução de pressão permite a evaporação do refrigerante, que volta ao estado gasoso ao passar pelo evaporador.

A mudança do estado líquido para o gasoso, necessita de calor. Desta forma, o fluido refrigerante retira o calor de dentro do sistema de refrigeração através do evaporador. O condensador liberta esse calor para o ambiente. O elemento de controle oferece uma certa resistência à circulação do refrigerante, separando o lado de alta pressão (condensador) do lado de baixa pressão (evaporador). O sistema de refrigeração usa ainda um filtro secador com dessecante para reter alguma eventual humidade residual existente no sistema. O tubo de arrefecimento a óleo, que existe em alguns compressores, serve para baixar a temperatura do compressor.

Toxinfeções alimentares

Por: Dra Paula Teixeira
Docente e investigadora da Escola Superior de Biotecnologia

Uma alimentação variada e equilibrada é fundamental para o bem estar físico e emocional. Os consumidores esperam que os alimentos que compram e consomem sejam apetecíveis, nutritivos e ao mesmo tempo seguros. Este último aspeto significa que os alimentos consumidos não podem colocar a saúde do consumidor em perigo. Mas, como diz o velho provérbio chinês, “quem não tem alimento, tem um problema, quem tem alimentos, tem vários problemas”.

Diarreias, vómitos, pequenas febres, sobretudo nas crianças – situações muitas vezes bem desagradáveis –, são manifestações características de toxinfeções alimentares, vulgarmente referidas como “intoxicações” alimentares. A sua gravidade é variável, podendo a sintomatologia desaparecer rapidamente, ou então progredir para situações graves, em algumas circunstâncias fatais.

As “intoxicações” podem surgir sempre que microrganismos patogénicos (os que causam doença) ou as suas toxinas entram no nosso organismo através dos alimentos que ingerimos. Apesar de não os vermos, estes microrganismos estão por todo o lado:

  • No nosso corpo,
  • Nos animais domésticos,
  • No ar,
  • Na água,
  • Nas superfícies e nos utensílios de cozinha,
  • Nos próprios alimentos… Um alimento pode apresentar um aspeto apetecível e no entanto conter agentes patogénicos!

A visão corrente do público é de que as “intoxicações” alimentares são adquiridas em estabelecimentos comerciais como cantinas e restaurantes. No entanto, tem-se constatado que estas doenças estão muitas vezes associadas à preparação e ao consumo de alimentos nas nossas casas. A falta de cuidado na preparação das refeições, os alimentos mantidos fora do frigorífico, o consumo de alimentos crus ou pouco cozinhados são algumas das causas.

Toxinfeções alimentares nos meses mais quentes

A temperatura tem uma forte influência na multiplicação das bactérias. A maioria das bactérias patogénicas duplica mais rapidamente entre os 25 e os 40 ºC, ou seja, à volta da temperatura normal do corpo humano. Nos meses mais quentes, existe uma maior possibilidade dos alimentos atingirem estas temperaturas – na mala do carro durante o transporte desde o supermercado até às nossas casas, ou nas prateleiras das lojas e cafés se a refrigeração não estiver a funcionar convenientemente – que permitem o desenvolvimento destas bactérias e, assim, causarem doenças.

Mas não é só…

Fazem-se churrascos, piqueniques e refeições na praia… Mas as condições para preparar alimentos fora de casa não são comparáveis às que existem numa cozinha!

O verão é tempo de festas populares. Tantos “petiscos” preparados sob condições de higiene algumas vezes pouco recomendáveis…e os banquetes de casamentos e comunhões… tantas iguarias, preparadas com antecedência e mantidas à temperatura ambiente por longos períodos até que sejam consumidas! Quando o verão está à porta, todos os cuidados são poucos…

Concluindo

Pois é curioso… um artigo cujo título parece um um anúncio para “venda de electrodomésticos saudáveis” 🙂 é desenvolvido como uma questão de saúde diária passa pela mecânica do frigorífico e termina aludindo aos calorosos, descontraidos e deliciosos piquenique de verão 🙂 !

A saúde é isso mesmo, transversal a tudo o que nos rodeia e o seu universo de temáticas é simplemente infinito. Seja qual for o tema de que se fale existe sempre uma consequência boa ou má para a nossa saúde fisica ou mental sendo que estas são inseparáveis! Por exemplo, se o antigo frigorífico já não der garantias de segurança, a simples decisão de comprar um frigorífico novo vai causar um sentimento de segurança psicologicamente positivo que vai beneficiar o sistema imunitário e logo que esteja instalado diminuirá muito o risco de toxinfeções alimentares.

Quanto ao artigo talvez o mais importante seja nunca deixar alimentos cozinhados demasiados dias no frigorífico, inspecionar visualmente os artigos à procura de bolores, deitar fora os alimentos estragados ou fora de validade e fazer uma limpeza regular do frigorífico!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Fontes:

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IMUNIDADE NATURAL E SISTEMA IMUNITARIO MAIS FORTE TODA A VERDADE

Imunidade natural e sistema imunitário mais forte toda a verdade! Coronavírus SARS-nCoV-2 a doença Covid-19 e como ficar com maior imunidade para maior resistência à infeção? Que alimentos simples nos protegem fortemente? Que hábitos e opções de saúde e de vida nos vão defender contra vírus que nos querem como hospedeiros? Como funciona afinal o nosso sistema imunitário?

Se leram alguns dos meus artigos já sabem que este é mais um daqueles que não pretende ser sensacional e viral nas redes sociais… 🙂 mas sim verdadeiramente dar-vos conhecimentos excepcionais que a maioria esmagadora da população não tem nem nunca vai ter porque é demasiado longo para ler e isso claro… é monótono e dá muito trabalho 🙂

É precisamente por isso que você é diferente e sabe reconhecer onde conseguir melhor informação para ficar “mais forte”… o resto é a disciplina e por vezes coragem de aplicar o conhecimento adquirido!

É do senso comum associarmos uma boa saúde a um sistema imunitário forte que nos protege, por exemplo, contra infecções de vírus e bactérias. No entanto quando falamos de cancro e outras doenças graves poucos sabem como o sistema imunitário nos pode proteger também contra o seu aparecimento.

Imunidade é muito mais que lutar contra vírus e bactérias

Se falarmos de cura do cancro com recurso ao nosso sistema imunitário então a maioria das pessoas dirá que isso é quase um milagre! No entanto avanços recentes em imunoterapia anticancerígena parecem provar que o milagre pode ser uma realidade para muitos doentes!

Vale mesmo a pena ler neste blog o extraordinário e inovador artigo sobre a imunoterapia anticancerígena e conhecer novas descobertas feitas neste campo.

Leia também: Incrivel imunoterapia anticancerígena.

Imunidade natural ou vacina, a polémica!

Principalmente na pandemia de SARS-CoV-2, existe uma grande polémica instalada entre os “fanáticos” apoiantes da imunidade natural, portanto sem recurso a vacinas, e os “religiosos” apoiantes da vacinação. De facto ambos os “clubes” têm algumas razões com suporte científico para apoiar a sua causa. Eu pessoalmente não pertenço a nenhum desses “clubes” nem a outros que sofram de uma certa “cegueira científica”.

A ciência tem feito o seu trabalho e os números e a a matemática fazem o resto, só não vê quem não quer.

Assim obviamente os números e a ciência, neste momento apoiam fortemente a vacinação da população simplesmente porque, em percentagem, morrem muito menos pessoas nos grupos vacinados do que nos não vacinados.

Esta realidade no entanto não pode esconder que as vacinas são medicamentos com potenciais efeitos adversos e até fatais em alguns casos mas apanhar a doença Covid-19 ainda continua a ser um risco bem maior!

Acresce que a mais recente investigação tem provado que os mais resistentes á Covid-19 são agora os que já tiveram Covid e apanharam uma dose da vacina ou seja têm uma imunidade melhor do que quem apanhou 2 doses da vacina e nunca apanhou Covid-19. Este facto suporta a teoria que a melhor imunidade se consegue com um misto dos dos dois “clubes” ou seja alguma exposição ao vírus (imunidade natural) mas com reforço de vacinação.

A imunidade natural obviamente seria a desejada para todos mas convém lembrar os “naturalistas” que só ficam imunes se o vírus não os matar antes, quer seja diretamente por doença causada pelo vírus ou à espera de assistência hospitalar para qualquer outra doença grave, durante um período de rutura dos serviços de saúde onde correrá o risco e não ser assistido a tempo de se salvar! Convém não ter a memória curta e ainda não passaram muitos meses sobre esta realidade a que todos assistimos de forma traumática!

Os 5 magníficos mecanismos de defesa

O nosso corpo tem 5 mecanismos de defesa da nossa saúde, verdadeiramente extraordinários e que raramente são descritos em conjunto como a essência mais importante da nossa proteção contra o desenvolvimento de doenças. Os 5 magníficos são os seguintes:

  • Angiogénese
  • Regeneração e células estaminais
  • Microbioma
  • Proteção do DNA
  • Imunidade

Neste artigo vou apenas falar da Imunidade mas os restantes são incríveis mecanismos que vale a pena conhecer para se tornar mais forte e retardar o envelhecimento. Leia tudo sobre os 5 magníficos aqui.

Leia também: Estes incríveis 5 mecanismos de defesa protegem o nosso corpo se soubermos fortalece-los!


Imunidade e Sistema Imunitário

O sistema imunitário, sistema imunológico ou sistema imune é um conjunto de estruturas e processos biológicos que nos protegem contra as doenças.

Para que melhor possam absorver este conhecimento vou começar por uma apresentação simples sobre a estrutura do nosso sistema imunitário. Depois mais á frente vou falar de como podemos fortalecer imenso a nossa imunidade e ficar mais “resistentes” a vírus e bactérias.

Resumindo a estrutura deste artigo:

  • Quais os orgãos que constituem a estrutura da nossa imunidade?
  • Que agentes de defesa produzem para nos proteger?
  • Como se processa essa resposta imunitária a um agente estranho ao nosso corpo?
  • Qual a capacidade de memorização do nosso sistema imunitário?
  • Como se adapta ao contacto com agentes estranhos?
  • O que destroi a nossa imunidade?
  • Que hábitos diários, não alimentares, destroem o nosso sistema imunitário?
  • Quais os alimentos nunca deviamos comer para proteger as nossas defesas contra vírus e bactérias?
  • Quais os fantásticos alimentos que podem proteger-nos e tornar-nos mais resistentes a vírus e bactérias?

Estruturas, células e agentes imunitários referidos neste artigo:

  • Antigénio ou antigeno
  • Componentes da imunidade (imagem resumida da estrutura imunitária)
  • Mecanismos imunitários básicos
  • Fagocitose
  • Defensinas
  • Sistema complemento
  • Neutrófilos
  • Macrófagos
  • Sangue: Hemácias, leucócitos, plaquetas e plasma
  • Leucócitos ou glóbulos brancos
  • Leucócitos granulócitos (Eosinófilos, basófilos, neutrófilos)
  • Leucócitos agranulócitos (Linfócitos e monócitos)
  • Linfócitos B (apresentadores de antigénios)
  • Linfócitos T (CD4+ e CD8+)
  • Monócitos
  • Leucograma como ferramenta de diagnóstico
  • Células NK (Células assassinas naturais)
  • Células dendríticas (apresentadoras de antigénios)
  • Imunidade natural ou inata
  • Imunidade adquirida (Humoral e celular)
  • Anticorpos ou imunoglobulinas
  • IgA, IgD, IgE, IgG, IgM
  • Orgãos do sistema imunológico (primários e secundários)
  • Orgãos imunitários primários (Timo, medula óssea, células estaminais)
  • Orgãos imunitários secundários (Baço e ganglios linfáticos)
  • Linfopoiese
  • Interferon

Alimentos e suplementos referidos neste artigo:

  • Manga
  • Rebentos de bróculos
  • Cogumelos e beta-glucano
  • Polifenois do vinho tinto e uvas pretas
  • Resveratrol
  • Quercitina
  • Antocianinas
  • Procianidinas
  • Ácido elágico
  • Catequinas
  • Cerveja e xanthohumol
  • Chá verde, chá preto e EGCG (Galato de epigalocatequina)
  • EGCG nos arandos vermelhos, amoras, cerejas, morangos kiwis, abacate, maçãs, etc
  • Chá Matcha
  • Vitamina C
  • Vitamina D
  • Selénio
  • Zinco
  • Ácido lipoico
  • Extrato de sabugueiro
  • Spirulina
  • Glucosamina
  • N-Acetilcisteína

Hábitos básicos para conseguir forte imunidade referidos neste artigo:

  • Sono de qualidade
  • Stress controlado
  • Exercício físico moderado
  • Jejum intermitente
  • Nutrição sem alimentos refinados
  • Evitar açucar e hidratos de carbono refinados
  • Hidratação bebendo água de qualidade

Antigénio ou antígeno agentes estranhos

Para funcionar bem, o sistema imunitário tem de conseguir detectar uma enorme variedade de agentes, tais como  vírus, bactérias, fungos, parasitas, diferenciando-os dos nossos tecidos celulares  saudáveis. Estes agentes estranhos ao nosso organismo são denominados de antigénios ou antígenos (são sinónimos).

A imunologia é a área científica que estuda todos os aspectos do sistema imunitário.


Vírus e bactérias também se adaptam

Muitos agentes patogénicos evoluem rapidamente e adaptam-se de modo a evitar a detecção, neutralização e destruição por parte do nosso sistema imunitário, pelo que os vários mecanismos de defesa também evoluíram no sentido de os reconhecer e neutralizar.

Até mesmo os simples organismos unicelulares como as bactérias possuem um sistema imunitário rudimentar, na forma de enzimas que os protegem de infecções por bacteriófagos que são vírus que infectam apenas bactérias.


Conforme descrição da imagem anterior o nosso sistema imunitário é composto por dois tipos de imunidade e resposta imunitária:

  • Imunidade inata – resposta rápida
  • Imunidade adaptativa – resposta lenta

Mecanismos imunitários básicos

Mecanismos imunitários básicos acompanharam a evolução dos eucariotas e estão presentes nos seus descendentes contemporâneos, como as plantas e os insectos. Entre estes mecanismos os principais são os seguintes:

  • Fagocitose,
  • Defensinas que são peptídeos antimicrobianos, 
  • Sistema complemento.

Fagocitose

No processo imunitário de fagocitose os neutrófilos (glóbulos brancos) capturam as partículas sólidas, relativamente grandes, que são agentes estranhos ao organismo (vírus e bactérias por exemplo) através de prolongamentos citoplasmáticos chamados de pseudópodes. A partícula é então englobada e passa a integrar o citoplasma da célula. De seguida o agente ingerido fica completamente envolvido por uma membrana, formando o chamado fagossoma ou fagossomo.

Dentro do fagossoma são libertadas enzimas que degradam a partícula ingerida, que pode ser um micro-organismo ou até mesmo restos celulares. Essas enzimas são libertadas por organelos chamados de lisossomas, que se unem ao fagossoma formando um vacúolo digestivo. O material que não é digerido denominado corpos residuais, depois de algum tempo, é libertado pela célula para o exterior.


Neutrófilos e macrófagos

Os vertebrados têm células capazes de fagocitar microorganismos invasores, assim defendendo o nosso organismo contra infecções.

Neutrófilos – atuam destruindo os microorganismos causadores de doenças mas também outras substâncias estranhas utilizando a fagocitose.

Macrófagos – são outro tipo de células imunitárias com grande capacidade fagocitária quer sobre partículas patogénicas mas também destruindo células danificadas do nosso corpo, apoiando dessa forma a limpeza do organismo, protegendo-nos de processos de doença iniciados por essas células com DNA danificado.


Sangue

O sangue é constituído por tecido conjuntivo especial que assegura o transporte de nutrientes, oxigénio e resíduos metabólicos pelo nosso organismo e garante os mecanismos de coagulação sanguínea e defesa. É constituido por uma matriz extracelular líquida, onde estão suspensas células e fragmentos celulares. Circula dentro do sistema cardiovascular, que assegura a sua movimentação com um fluxo unidirecional ou seja sempre na mesma direção.

Resumindo, o sangue é formado por plasma, uma porção acelular, e os chamados elementos figurados, que constituem a parte celular. Essa última porção é formada por 3 tipos de célulad diferentes, a saber: 

  • Hemácias ou glóbulos vermelhos,
  • Leucócitos ou glóbulos brancos,
  • Plaquetas.

Leucócitos ou glóbulos brancos

Leucócitos ou glóbulos brancos, são células incolores que defendem o nosso corpo, contra organismos invasores e activam respostas imunológicas. Os leucócitos são produzidos na medula óssea, onde a maioria amadurece. Da medula óssea eles são transportados no sangue através dos vasos sanguíneos para todo o corpo. O número de referência (normal) de leucócitos por milímetro cúbico de sangue num adulto é de 4 a 10 mil.

Tipos de leucócitos

Podemos dividir os leucócitos em dois grandes grupos: 

  • Granulócitos – apresentam grânulos no citoplasma e núcleo com formato irregular (polimorfonucleares);
  • Agranulócitos – não possuem grânulos e apresentam núcleo com formato relativamente regular.

Os granulócitos têm 3 tipos diferentes:

  • Neutrófilos – capazes de diapedese e fagocitose;
  • Eosinófilos – capazes de fagocitose, aumentam nas alergias e infeções por parasitas;
  • Basófilos – libertam histamina nas alergias e evitam a coagulação.

Os agranulócitos são constituidos por linfócitos e monócitos:

  • Linfócitos B – produzem anticorpos;
  • Linfócitos T CD4+ – comandam a defesa pois recebem informações do macrófagos e activam os linfócitos T CD8+ e os linfócitos B
  • Linfócitos T CD8+ – eliminam células anormais, infectadas ou estranhas;
  • Monócitos – capazes de diapedese, transformam-se em macrófagos com forte poder de fagocitose.

GRANULÓCITOS

Neutrófilos – Saõ glóbulos brancos que têm núcleos constituídos por dois a cinco lóbulos e possuem dois tipos de grânulos no citoplasma que são os grânulos específicos e os azurófilos. Apresentam a capacidade de sair do interior de vasos sanguíneos intactos (diapedese) e invadir tecidos para defender nosso organismo. São responsáveis por fagocitar organismos invasores, como bactérias, sendo importantes para a resposta inata.

Eosinófilos – apresentam grânulos que coram ao utilizar eosina e um núcleo com 2 lobos ligados por um filamento. Apresentam como principal função fagocitar o complexo antígénio-anticorpo. Aumentam quando o paciente apresenta reações alérgicas ou infecções parasitárias.

Basófilos – apresentam grânulos maiores que os dos neutrófilos e eosinófilos e núcleo grande e de formato irregular que lembra a letra “S”. As principais funções são libertar histamina para as respostas alergicas e heparina para evitar a coagulação do sangue.


AGRANULÓCITOS

Linfócitos – São pequenas células constituidas por um grande núcleo circular e desempenham um importantíssimo papel na resposta imunitária. Podem ser diferenciadas em dois tipos principais:

  • Linfócitos B
  • Linfócitos T.
Fonte: Researchgate.net
Antígénios que causam estimulação crónica de linfócitos T, sem uma resposta inata representativa ou ativação de macrófagos, normalmente induzem à diferenciação de LT CD4+ para o padrão Th2. No padrão Th2 há principalmente a produção de IL-4, IL-5 e IL-10 que estimulam a ativação de mastócitos e eosinófilos mediada principalmente por IgE e suprimem a ativação de macrófagos e das respostas Th1.  

Linfócitos B – São produzidos na medula óssea onde também terminam a maturação. Quando sofrem ativação, diferenciam-se em plasmócitos, cuja principal função é a produção de anticorpos.

Linfócitos T – Os linfócitos T completarem a maturação no timo (daí a letra T). Estas células, linfócitos T, diferenciam-se em duas classes:

  • Linfócitos T auxiliares (CD4+) – através de informações recebidas pelos macrófagos, estimulam a activação dos linfócitos T matadores (CD8+) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliares que comandam a defesa do organismo.
  • Linfócitos T assassinos ou citotóxicos (CD8+) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infectadas ou estranhas ao organismo.

Monócitos – São células grandes que possuem um único núcleo com formato de rim. Os monócitos realizam diapedese (capacidade de sair intactos do interior dos vasos sanguíneos) e ficam no tecido conjuntivo, onde se transformam em macrófagos que são células de alto poder fagocitário.

Quando o nosso médico necessita de informação acerca de possiveis infeções ou alergias no nosso organismo, pede sempre o leucograma ou seja o exame clínico que faz a contagem total de leucócitos e a contagem diferencial de cada um dos tipos de leucócitos. 

Leucograma pesquisa infeções e alergias

O resultado com as diferentes contagens dos 5 diferentes tipos de leucócitos permite suportar clinicamente a suspeita de, por exemplo, alergias (eosinófilos e basófilos aumentados), infeções por parasitas (eosinófilos aumentados) ou infeções por vírus ou bactérias (linfócitos e monócitos aumentados).


As células exterminadoras naturais ou células NK (do inglês Natural Killer Cell) são um tipo de linfócitos citotóxicos necessários para o funcionamento do sistema imunitário inato. Têm um papel importante no combate a infecções virais e células tumorais. Identificadas pela primeira vez em 1975, foram rotuladas de Exterminadoras Naturais (Natural Killer), pela sua actividade citotóxica contra células tumorais de diferentes linhagens, sem a necessidade de reconhecimento prévio de um antigénio específico, contrariamente ao funcionamento dos linfócitos T.

O termo natural killer deriva do fato de que sua principal função é a morte das células infectadas, similar às células killer do sistema imune adaptativo (um linfócito T CD8+ ativado), os linfócitos T citotóxicos (CTLs), e elas estão prontas para o fazer uma vez que tenham se desenvolvido, sem nova diferenciação (por isso, natural).


Células dendríticas são glóbulos brancos que protegem o corpo de micróbios invasores, tanto direta como indiretamente. Embora as células dendríticas constituam parte do sistema imunitário inato, sendo capazes de fagocitar patogénicos, a sua principal função é processar material antigénico, devolve-lo à sua superfície e apresentá-lo às células especializadas do sistema imunitário. Neste sentido, atua como vínculo entre os dois sistemas. Deste modo, as células dendríticas são células apresentadoras de antigénio. As células dendríticas existem em diferentes grupos de vertebrados, mas as suas características diferem entre um grupo e outro e inclusive dentro de um mesmo grupo. Embora sejam comuns dos mamíferos, também foram detectadas em frangos e tartarugas.

O seu nome faz referência a projeções ramificadas que se desenvolvem num determinado momento do seu processo de maturação, semelhantes aos dendritos dos neurónios. As células dendríticas foram descobertas em 1868 pelo investigador Paul Langerhans quando este estudava o epitélio cutâneo humano, apesar de originalmente acreditar que formavam parte do sistema nervoso;  a sua verdadeira função só foi revelada um século mais tarde.

Um estudo recente revelou a presença de células dendríticas no cérebro, o que pode representar uma segunda linha de defensa contra os patogénicos que consigam atravessar a barreira hematoencefálica. Estas formam parte da chamada “micróglia heterogênea”.

As células dendríticas pertencem a um tipo de glóbulos brancos chamados fagócitos. Devido à sua elevada eficiência no momento de fagocitar material prejudicial ao corpo, as células dendríticas são consideradas fagócitos “profissionais”, á semelhança de outras como neutrófilos, monócitos, macrófagos e mastócitos.

Parte da eficácia fagocítica das células dendríticas deve-se à presença de moléculas chamadas receptores na superfície, que podem detectar objetos nocivos, tais como bactérias, que normalmente se encontram dentro do corpo. As células dendríticas existem em pequenas quantidades em tecidos que estão em contacto com o meio exterior, os chamados epitélios, principalmente a pele (que possui um tipo especializado de células dendríticas chamadas células de Langerhans) e o revestimento interior do nariz, os pulmões, o estômago e intestinos. Também estão presentes em estado imaturo no sangue.

Tal como outros glóbulos brancos, as células dendríticas derivam de células hematopoiéticas mieloides. Quando são ainda imaturas, a sua função é ir procurar constantemente patogénicos no meio que as rodeia mediante receptores de reconhecimento de padrões. Assim que encontram um antigénio válido, começam a amadurecer e migram para os gânglios linfáticos, onde se encontram os linfócitos. Quando os linfócitos T detectam um antigénio numa célula dendrítica, ativam-se, proliferam e diferenciam-se em células efetoras. Por sua vez, os linfócitos T ativam os linfócitos B, que produzem anticorpos, e a partir desse momento a defensa contra os patogénicos passa para o domínio da imunidade adquirida.


Defensinas

As defensinas são pequenas proteínas catiónicas, ricas em cisteína, que podem ser encontradas nos fagócitos dos vertebrados e que são activos contra bactérias, fungos e vírus. A maioria das defensinas funcionam através da penetração na membrana celular por um mecanismo de atracção eléctrica. Uma vez embebidas na membrana, formam um poro através do qual o material eflui. A sua libertação é mediada por:

  • Sinais microbianos,
  • Sinais desenvolvimentais,
  • Citocinas,
  • Sinais neuro-endócrinos.

Nesse contexto, uma imunodeficiência possível que resulta na redução na produção de defensinas é a Síndrome de Crohn. Esta doença provoca uma inflamação exacerbada do tecido intestinal que pode ser autoimune ou reação a algum patogénico. A redução nas defensinas impede o combate efetivo a patogénicos aumentando a gravidade das lesões no tecido.

Outro exemplo é a Diabetes. Quando não se consegue eliminar de forma eficaz os patogénicos intestinais, esses conseguem penetrar na circulação sanguínea, circulando pelo corpo, até atingirem o pâncreas, causando lesões teciduais nas ilhotas pancreáticas expondo-as como antigénios, causando uma autoimunidade e a, consequente, diabetes tipoII


Sistema complemento

Fonte: Researchgate.net
Vias de ativação do complemento. Via clássica – há necessidade de opsonização do patógeno por anticorpos; essa ligação desencadeia uma cascata.  

Às vezes a interacção dos anticorpos com antígénios é eficiente por si só. Por exemplo:

  • Revestindo um vírus ou bactéria prevenindo assim a sua ligação e invasão, a uma célula hospedeira (ex: anticorpos antipólio)
  • Ligando-se a uma toxina (ex: toxina da difteria ou tétano) impedindo assim a entrada da toxina na célula, neutralizando a toxina.

No entanto, muitas vezes, a ligação de anticorpos a antigénios não é eficaz a menos que ela possa activar um mecanismo efectivo, seja ele celular ou humoral. O sistema complemento participa nestas funções efectoras.

Denomina-se complemento um complexo sistema multiprotéico com mais de 30 componentes, na sua maioria proteínas plasmáticas, cujas funções principais são a defesa frente às infecções por microorganismos, a eliminação da circulação dos complexos antigénio-anticorpo e alguns dos seus fragmentos actuam como mediadores inflamatórios.

O complemento é um dos mecanismos efectores mais importantes da resposta imune inata. Quando um microorganismo penetra no nosso organismo, normalmente provoca a activação do complemento. Como resultado da sua activação e amplificação, alguns componentes do complemento depositam-se sobre a superfície do patogénico responsável pela activação, o que determina a sua destruição (lise) e/ou a sua eliminação por células do sistema fagocítico.


Mecanismos imunitários complexos

Além da imunidade básica, os vertebrados mandibulares, entre os quais o ser humano, conseguiram desenvolver mecanismos de defesa ainda mais complexos, entre os quais a capacidade de ao longo do tempo se adaptarem para reconhecer de forma eficiente agentes patogénicos específicos.

Através da imunidade adquirida ou adaptativa , o organismo cria um tipo de memória imunológica na sequência de uma resposta inicial a um agente específico, o que lhe permite responder de forma mais eficaz a novos ataques pelo mesmo agente. O processo de imunidade adquirida é a base da vacinação.

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Imunodeficiência

Os transtornos do sistema imunitário podem levar ao aparecimento de doenças autoimunes, inflamações e cancro.  A imunodeficiência verifica-se quando a actividade do sistema imunitário é inferior ao normal, o que está na origem de infecções recorrentes e onde existe risco de vida.

No ser humano, a imunodeficiência pode ser consequência das seguintes condições:

  • Doença genética,
  • Doença adquirida como o VIH/SIDA,
  • Medicamentos imunossupressores.

Autoimunidade

Ao contrário da imunodeficiência a autoimunidade é a consequência de um sistema imunitário hiperactivo que ataca tecido normal como se fosse um agente externo, como é o caso da artrite reumatóide ou a diabetes de tipo 1.

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Resposta imune

A resposta imune pode separar-se nos seguintes dois tipos de resposta:

  • Imunidade natural ou inata,
  • Imunidade adquirida ou adaptativa.

Imunidade natural ou inata

A imunidade inata, natural ou não específica é considerada a primeira linha de defesa do corpo humano, nós já nascemos com essa defesa física, química e biológica.

As células mais importantes responsáveis pela imunidade inata são as seguintes:

  • Macrófagos
  • Células dendríticas
  • Células NK (Natural Killer Cell) ou células assassinas naturais
  • Proteinas do complemento
  • Neutrófilos
  • Basófilos
  • Eosinófilos
  • Mastócitos

A esta primeira linha de defesa pertencem:

  • Pele: A pele é considerada a principal barreira contra agentes infecciosos;
  • Cílios: Os cílios são responsáveis pela proteção dos olhos, evitando que elementos indesejáveis entrem nos olhos. Também existem os cílios nasais com a função de proteção, filtragem e drenagem de mucosidades para o exterior;
  • Lágrimas: As lágrimas possuem a função de lubrificar e limpar os olhos, assim reforçam a proteção do globo ocular;
  • Muco: O muco tem a função de impedir os microrganismos entrem no sistema respiratório;
  • Plaquetas: As plaquetas agem na coagulação do sangue, ou seja, se o corpo tiver algum ferimento as plaquetas vão agir para reter o sangue;
  • Saliva: Protege contra vírus e lubrifica a boca;
  • Suco gástrico: Age no processo de digestão do alimento e evita a proliferação de microrganismos; 
  • Suor: Auxilia na proteção da pele, impedindo a entrada de fungos.
  • Membranas;
  • Tecidos do sistema respiratório.

A imunidade natural pode ser definida também pelas células de defesa, como os leucócitos, neutrófilos e macrófagos. Se essa imunidade não for suficiente, a imunidade adquirida, adaptativa ou específica, entra em ação. Resumindo, a resposta imune natural pode conter a entrada de agentes infecciosos mas também ajudar nas respostas imunes adquiridas ou adaptativas.


Imunidade adquirida ou adaptativa

Fonte: Researchgate.net
Fases de ativação da resposta imune adaptativa.

A imunidade adquirida é aquela que nós adequirimos durante a vida, como os anticorpos e as vacinas, por isso também é denominada como imunidade adaptativa pois corresponde a um sistema de defesa implantado que o organismo recebe após ter sido infectado por algum agente.

Existem dois tipos de imunidade adquirida, a saber: 

  • Imunidade humoral: corresponde a uma resposta defensiva onde atuam os anticorpos, conhecidos como imunoglobulinas que são formadas pelos linfócitos B. Os anticorpos têm como função reconhecer e sinalizar os antígenos ou seja as substâncias estranhas;
  • Imunidade celular: diz respeito a um sistema de defesa mediado pelos linfócitos T, assim, quando um agente patogénico sobrevive no corpo e, os anticorpos não conseguem ter acesso, as células T eliminam essas substâncias infectadas.

Anticorpos ou Imunoglobulinas

Os anticorpos (Ac) também conhecidos como imunoglobulinas, (abreviado Ig) são um componente essencial da nossa imunidade adquirida. São glicoproteínas do tipo gamaglobulina, a fracção de globulinas mais abundante no plasma sanguíneo. Podem encontrar-se em forma solúvel no sangue ou noutros fluídos corporais dos vertebrados, ou podem estar inseridos na membrana plasmática, onde actuam como receptores nos linfócitos B e são empregues pelo sistema imunitário para neutralizar patogénicos tais como bactérias patogénicas e viroses.  

Em geral, considera-se que tanto anticorpo como imunoglobulina são termos equivalentes, sendo que o primeiro termo faz referência à função, enquanto que o segundo alude à estrutura. O termo gamaglobulina refere-se às propriedades electroforéticas das imunoglobulinas solúveis no soro sanguíneo, se bem que algumas imunoglobulinas migram com as fracções alfa, beta e inclusive com a albumina.

Um anticorpo é tipicamente constituído por unidades estruturais básicas, cada uma das quais com duas grandes cadeias pesadas e duas cadeias leves de menor peso molecular. A molécula de anticorpo tem forma de Y; as extremidades dos braços do Y são o fragmento Fab por onde se ligam ao antígeno; o pé do Y é o fragmento Fc. As moléculas dos anticorpos podem aparecer em separado, como monómeros, ou associarem-se entre si formando dímeros com duas unidades ou pentâmeros com cinco unidades. Os anticorpos são sintetizados por um tipo de leucócito denominado linfócito B ou célula B.

Existem diferentes tipos de anticorpos, chamados isótipos, diferenciados pela forma da cadeia pesada que apresentem.São conhecidas cinco classes de isótipos em mamíferos que desempenham funções diferentes, contribuíndo para dirigir a resposta imunitária conforme cada tipo de corpo estranho que encontram, que são: 

  • IgA, 
  • IgD, 
  • IgE, 
  • IgG,
  • IgM.

Diagnósticos clínicos

O doseamento das diferentes imonoglobulinas no sangue podem ser um importante apoio para o médico conseguir realizar um diagnóstico mais correcto de determinadas doenças. Por exemplo:


Órgãos do sistema imunológico

O sistema imunológico é formado por diversos órgãos dos quais se destacam os seguintes:

  • Linfonodos, ou ganglios linfáticos,
  • Timo,
  • Baço,
  • Medula óssea,
  • Vasos linfáticos.
Fonte: Guia de studo

Estes orgãos são classificados como primários e secundários conforme as diferentes funções, a saber:

  • Órgãos imunitários primários – acontece a linfopoiese que corresponde ao processo de formação de linfócitos.
  • Órgãos imunitários secundários – ocorre a resposta imune.

Linfopoiese

Linfopoiese é o processo mediante o qual se formam os linfócitos. Engloba os linfócitos T e B. Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T necessitam de migrar para o Timo onde sofrem o processo de maturação. Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfoide secundário e secretam anticorpos nos tecidos.


Órgãos imunitários primários

Os órgãos imunitários primários são principalmente os seguintes:

  • Timo: É uma glândula que fica no tórax, entre os pulmões. Ela é responsável pelo desenvolvimento dos linfócitos T;
  • Medula óssea: Corresponde a um tecido com aspecto mole localizado dentro dos ossos. São nas medulas ósseas que ocorrem a produção de plaquetas, hemácias, leucócitos e maturação dos linfócitos B;
  • Células estaminais ou células tronco: Conhecidas também como células fonte. São células ainda indiferenciadas capazes de se dividirem e originar qualquer uma das outras células diferenciadas ou seja específicas de um determinado tecido, como por exemplo o hepático. Existem grupos de células estaminais embrionárias (ou não embrionárias), adultas e induzidas.  

Órgãos imunitários secundários

Os órgãos imunitários secundários são principalmente os seguintes:

  • Baço: É um órgão do sistema linfático localizado na região esquerda do abdómen. É caracterizado por ser o maior dos órgãos linfáticos;
  • Linfonodos ou ganglios linfáticos: São pequenos órgãos compostos pelo tecido linfoide. 


Interferon e anticorpos antivirais

Interferon ou interferão (IFN) é uma proteína produzida pelos leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células. Existem três tipos de interferon, classificados de acordo com o receptor celular e resposta que ativam. São um tipo de citocina produzida por todos os animais vertebrados e alguns invertebrados.

Tipos de Interferon

Existem 3 tipos de interferon, a saber:

  • Interferon tipo I (alfa e beta)
  • Interferon tipo II (gama)
  • Interferon tipo III (lambda)

Interferon tipo I (alfa e beta): A forma alfa é produzida por leucócitos e a forma beta por fibroblastos quando invadidos por vírus. Induz a própria célula infectada e células próximas a produzirem proteínas que impedem a replicação do vírus. Usado para tratar hepatite B, hepatite C e esclerose múltipla. A produçao é estimulada por interleucina 1 e 2 e pelo Fator de necrose tumoral.

Interferon tipo II (gama): Também conhecido como interferon imune e sempre na forma de Interferon-gama, é produzido por linfócitos T e células NK (Natural Killer Cells ou Células Naturais Assassinas)  quando estimulados por interleucina 12 ou 18. O Interferon gama é responsável por ativar macrófagos, estimula a expressão de Complexo maior de histocompatibilidade, crescimento, maturação e diferenciação de muitos tipos de células, aumenta a atividade de células naturais assassinas (NK), regula a resposta inflamatória, potencia outros interferons e modula a atividade dos linfócitos B. Pode ser usado no tratamento da doença granulomatosa crónica e da osteopetrose (endurecimento dos ossos).

Interferon tipo III (lambda): Também conhecido como interleucina 28/29 é produzida por células dendríticas e monócitos sempre na forma lambda. Quando infectadas por vírus, atua em sinergia e como complementar com a forma alfa para estimular a produção de proteínas que inferem com a replicação viral pelas células vizinhas. Estimula a mitose de linfócitos. Dependendo do vírus a maior resposta será de tipo I ou de tipo III.

Função antiviral do interferon

Os interferons induzem um estado de resistência antiviral em células teciduais não infectadas. O vírus, ao replicar-se, vai ativar o gene codificante do interferon. Após a síntese proteica, a proteína sai da célula e entra na corrente sanguínea, até chegar às células vizinhas que ainda não foram atacadas. A proteína liga-se à membrana celular dessas células e ativa o gene codificante de proteínas antivirais. Estas proteínas antivirais, vão impedir a replicação do vírus nessas células.

Os interferons são produzidos na fase inicial da infecção e constituem a primeira linha de resistência a muitas viroses. Um grupo de interferons (alfa e beta) é produzido por células infectadas por vírus, e um outro grupo (gama) é sintetizado por células naturais assassinas ou linfócitos T ativados.

Patologias

A atividade do interferon está profundamente relacionada com o desenvolvimento de várias doenças como:

  • Doenças do colagénio,
  • Lúpus,
  • Artrite reumatóide,
  • Diabetes mellitus dependente de insulina,
  • Hepatite fulminante,
  • Pancreatite grave,
  • Nefrite,
  • Esclerose múltipla,
  • Doenças alérgicas,
  • Aterosclerose.

Utilização terapêutica

Os interferons AlphaBeta e Gamma são proteínas naturais produzidas pelas células do sistema imunológico em resposta à ameaça de agentes como vírus, bactérias, parasitas e tumores. São utilizados para tratar condições como:

  • Esclerose múltipla,
  • Leucemias,
  • Linfomas,
  • Hepatite B e C.

Resistência viral

Diversos vírus são resistentes a interferon, dentre eles:

  • Encefalite Virus Japonês (JEV)
  • Vírus da dengue tipo 2 (DEN-2)
  • Alguns Herpesvirus, incluindo citomegalovirus (HCMV)
  • Influenza A subtipo H5N1
  • Papiloma vírus humano (HPV)
  • Epstein-Barr virus (EBV)
  • Vaccinia virus (VV)

Sistema imunitário como fortalecer?

Não… este não é um artigo apenas para indicar alguns alimentos da moda que, milagrosamente, só por si são apresentados como a solução para ter uma forte imunidade… esquecendo o básico e fundamental dos processos naturais de proteção e regeneração do nosso sistema imunitário e luta contra a doença em geral… ainda por cima os principais são grátis 🙂

Hábitos essenciais para forte imunidade

Assim esqueçam… não existe uma saúde e sistema imunitário “forte e saudável” se não forem respeitados os seguintes pilares básicos:

Bom sono – 7.30 horas por noite. Faça as contas e coloque o despertador de forma a tentar dormir o mais próximo possivel 7.30 horas pois correspondem a 5 ciclos de sono seguidos de 90 minutos cada (aproximadamente). Tenha também o quarto totalmente escuro e nunca quente. Elimine qualquer luz artificial do seu quarto incluindo TV, telemóvel, computador e tablet.

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Controlo do stress – aprenda a controlar as emoções negativas… são principalmente essas que devastam o sistema imunitário. Tem de aprender a valorizar as pequenas coisas da vida, aceitar as coisas menos boas e acreditar num futuro sempre melhor… mas claro fazer algo por isso! Isto não é “conversa da treta”… pois os nossos pensamentos influenciam a nossa imunidade! Rir e sorrir são excelentes para a nossa imunidade!

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Exercício físico moderado – claro que não precisa de ir ao ginásio todos os dias! Basta uma boa caminhada de 30 a 45 minutos em passada rápida para sentir-se melhor fisica e psicológicamente! Também a dança é simplesmente excelente para manter a forma e afastar depressões! Outra alternativa é o exercício fisico intenso intermitente mas durante poucos minutos o chamado treino intervalado de alta intensidade (HIIT). Doentes cardiacos devem consultar o seu médico assistente antes de tentar o HIIT.

Leia também: Exercício físico qual o melhor… toda a verdade!

Jejum intermitente – termine o jantar ás 20 horas e não coma nada até ás 8 horas da manhã seguinte. Assim facilmente consegue 12 horas de jejum diárias que o organismo agradece pois desvia a energia que gastaria na digestão para usar na reparação do DNA de céluals danificadas que todos os dias surgem no nosso corpo. A energia é finita e se gasta imensa com a digestão da comida então não há milagres… ficam para trás todos os dias células alteradas que não são reparadas e vão causar problemas de saúde mais tarde… incluindo cancro. Diabéticos devem consultar o médico assistente antes de tentar o jejum intermitente.

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Boa nutrição sem açucar e alimentos processados – o açucar refinado é simplesmente um “doce veneno” com consequências devastadoras na sua saúde e sistema imunitário. Infelizmente está por todo o lado e vai ter de se esforçar para o evitar pois o apelo psicológico ao consumo de hidratos de carbono refinados é brutal!

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Hidratação adequada com água de qualidade – beba água proxima da neutralidade (pH~7). Evite águas ácidas com pH abaixo de 6 ou águas alcalinas com pH acima de 8. O nosso sangue tem um pH muito próximo da neutralidade pelo que é de elementar bom senso não exagerar e beber em demasia águas com pH distantes de 7. Pesquise esta informação nos rótulos e se possivel beba água de nascente (ver rótulo).

Leia também: Toda a verdade sobre a água de beber da torneira ou da garrafa!

De seguida vou então falar de alguns alimentos surpreendesntes e suplementos especiais que podem dar uma ajuda preciosa ao nosso sistema imunitário e aumentar a resistência contra infeções virais.


Alimentos e imunidade

Além de alguns medicamentos existem alimentos que ajudam a fortalecer o nosso sistema imunitário. Alguns alimentos podem impulsionar automaticamente o nosso sistema imunológico.


Manga

Um deles é a manga. A manga é uma fruta de caroço que é uma espécie de super alimento. Estes super alimentos ativam todos os cinco sistemas de defesa ao mesmo tempo, incluindo o sistema imunológico e contêm vitaminas, bons minerais e bioativos naturais.


Rebentos de bróculos (Broccoli sprouts)

Outro exemplo de alimentos que activam os 5 sistemas de defesa do nosso organismo são os rebentos de bróculos ou seja são a planta na fase ainda muito jovem, logo após a germinação da semente, que mais tarde vai dar origem aos bróculos. Nesta fase já têm todos os nutrientes e energia que mais tarde são distribuídos na planta maior. Estudos confirmam que os rebentos de bróculos podem impulsionar o sistema imunitário e aumentar a nossa proteção contra a gripe, com uma eficácia superior à da vacina da gripe!

Os rebentos de bróculos também parecem aumentar a proteção contra doenças graves como o cancro.


Cogumelos e beta- glucano

Afinal o que têm os cogumelos de especial? Toda a gente deveria come-los pelas seguintes razões:

  • Crescem na terra e sugam todos os nutrientes realmente importantes aí existentes;
  • Dentro do cogumelo existe um composto natural chamado beta-glucano que estimula directamente o nosso sistema imunológico.
    Mas aqui está uma verdadeira surpresa… pois existe em todos os cogumelos independentemente de se tratar de um cogumelo shiitake, um cogumelo maitake, um cogumelo portobello ou até mesmo um cogumelo de botão branco. Assim pode encontrá-los em qualquer lugar.

Outra surpresa é o facto dos investigadores terem descoberto que as hastes chamadas pé ou estipe na verdade contêm até três vezes mais beta glucano do que o chapéu do cogumelo que é a parte que mais comemos! Assim da próxima vez coma o cogumelo completo principalmente os que apresentam o pé ou estipe intacta.


Polifenois e vinho tinto…

Não se engane com o título… o álccol não nos faz bem mas meio copo de bom vinho tinto parece que sim! A maioria dos estudos que envolvem saúde pública analisando vinho tinto mostrou surpreendentemente que existem alguns benefícios tais como:

  • Proteção do Coração,
  • Menor risco de cancro,
  • Outros tipos de doenças metabólicas.

Mas a realidade é que nunca é o álcool que nos faz bem! O álcool pode acalmar os nossos nervos e fazer-nos sentir um pouco melhor, mas, na verdade, os polifenois que ativam as nossas defesas e protegem as nossas células saem da pele da uva. Os polifenóis do vinho vêm das uvas, principalmente das peles, e como o processo de vinificação do vinho tinto envolve um contato mais prolongado com as peles da uva, esses vinhos tendem a conter muito mais polifenóis do que os vinhos brancos.

Como um todo, o conteúdo de polifenóis do vinho tinto tem sido elogiado pelos bebedores conscientes do bem-estar, mas também existem polifenóis específicos no vinho tinto que foram estudados individualmente por causa dos potenciais benefícios para a saúde.

Resveratrol

Um dos polifenóis mais amplamente estudados no vinho, o resveratrol é naturalmente produzido em plantas em resposta a danos físicos, ou invasão por patogénioss. Também encontrado em grandes quantidades em amendoim, mirtilo e cacau, o resveratrol é extraído de fontes vegetais para criar produtos cosméticos e suplementos alimentares.

Em estudos de laboratório, os cientistas descobriram que o resveratrol oferece efeitos protetores contra muitos riscos para a saúde humana. Dois dos seus principais benefícios são o potencial para combater diferentes tipos de cancro, inibindo o crescimento de células cancerígenas e o seu potencial para combater doenças cardiovasculares, prevenindo danos aos vasos sanguíneos, diminuindo o colesterol mau (LDL) e elevando o bom colesterol (HDL).

Os pesquisadores também encontraram evidências de que o resveratrol pode ajudar a combater doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, ajudando a retardar a progressão da doença e a eliminar a acumulação de placas no cérebro. Ele também pode evitar diabetes tipo 2, ajudando a regular a insulina.

Propriedades anti-inflamatórias do resveratrol também fizeram uma linha de estudo para questões de saúde relacionadas com a inflamação, como doenças pulmonares e distúrbios de saúde mental.

No entanto, a quantidade de resveratrol usada para testar as propriedades saudáveis desse polifenol nem sempre é a quantidade encontrada numa porção média de vinho tinto. Enquanto alguns estudos mostraram que quantidades de resveratrol encontradas em apenas um ou poucos copos de vinho podem trazer alguns benefícios para a saúde, muitos outros mostraram que as quantidades de resveratrol usadas para produzir outros benefícios para a saúde podem são equivalentes a 100 copos por dia… o que tornaria esta solução impossivel!

Como gosto de um bom vinho tinto quero acreditar que um pequeno copo à refeição pode proteger a minha saúde… até porque, como de seguida descrevo, o vinho tinto tem adicionalmente outros polifenois, além do resveratrol, com propriedades extremamente interessantes para a nossa saúde. Todo somado não tenho dúvidas que quando bebo o meu copo de vinho tinto estou a juntar o útil ao agradável 🙂

Outros polifenois

Outros polifenóis importantes existentes principalmente no vinho tinto, são os seguintes:

  • Quercetina – tem propriedades anti-inflamatórias, antivirais, alivia doenças pulmonares, promove a cicatrização das artérias.
  • Antocianinas – ajuda a manter o peso e diminui a disfunção eréctil.
  • Procianidinas – mesmo em doses baixas protege contra doenças cardiacas.
  • Ácido elágico – mesmo em doses baixas ajuda a “queimar” gordura controlando assim o peso e protege o fígado.
  • Catequinas – existem também nas frutas frescas, cacau e cerveja. Alguns estudos parecem indicar que têm a capacidade de retardar os tumores. Também parecem promissoras no combate à doença de Alzheimer.

Quantidade de vinho a consumir

Naturalmente, beber muito vinho tem efeitos claramente negativos para a saúde, portanto, consumir muito vinho apenas para colher os benefícios relacionados é, obviamente, desaconselhável! Não havendo ainda certezas sobre dosagens, segundo alguns investigadores a quantidade ideal máxima de vinho tinto que devemos consumir para conseguir os melhores efeitos para a nossa saúde parece ser meio copo de vinho (aproximadamente 125ml) ao almoço e jantar.


Cerveja e xanthohumol

Os lúpulos da cerveja elaboram um produto químico natural chamado xanthohumol, que flutua diretamente na cerveja. Então descobriu-se que há realmente benefícios da cerveja, tais como:

  • Mobiliza as células estaminais,
  • Antiangiogénico.
  • Antioxidante,
  • Demência diminui. Cerca de 60% de diminuição no grau de incidência (se tomar 1,5 a 2 cervejas por dia… não mais!).

Chá verde e EGCG (Epigallocatechin Gallate)

Chá verde e imunidade melhorsaude.org melhor blog de saude

Galato de epigalocatequina, também conhecido como epigalocatequina-3-galato, é o éster de epigalocatequina e ácido gálico, e é um tipo de catequina. EGCG, a catequina mais abundante no chá verde e no chá preto, é um polifenol sob investigação básica por causa do seu potencial para afetar positivamente a saúde humana.

EGCG (Epigallocatechin Gallate)

Os alimentos mais ricos em galato de epigalatocatequina (EGCG) são então os seguintes:

  • Chás principalmente o verde e o preto,
  • Arandos vermelhos,
  • Morangos,
  • Amoras,
  • kiwis,
  • Cerejas,
  • Peras,
  • Pêssegos,
  • Maçãs,
  • abacate,
  • Nozes,
  • Pistachios,
  • Avelãs.

Estudos parecem indicar benefícios para as seguintes condições de saúde e doenças:

  • Reduz a inflamação;
  • Perda de peso;
  • Prevenção de doenças cardíacas;
  • Prevenção de doenças cerebrais;
  • Diabetes;
  • Alguns tipos de cancro.

Chá Matcha

O chá matcha é um dos diversos tipos de chá que são, geralmente, relacionados com o emagrecimento, mas o matcha tem muitos mais benefícios para além desse. Consiste num chá verde, originário do Japão, sendo apresentado sob a forma de um pó esverdeado.

Os chás são ótimos aliados da perda de peso. Durante muito tempo, um dos mais consumidos para atingir esse objetivo foi o chá verde, devido às suas propriedades termogénicas, ou seja, de aceleração do metabolismo.

O matcha, assim como o chá verde e o chá preto, é extraído da planta camellia sinensis. A diferença entre os tipos de chás extraídos dessa mesma planta são elementos como a fermentação e maturação das folhas. O matcha é obtido a partir das folhas mais jovens do chá verde, originadas de plantações protegidas da exposição solar. Após recolha, as folhas são trituradas muito lentamente num moinho de pedra, até que estejam reduzidas a pó.

O pó do matcha é mais concentrado que os outros chás provenientes da camellia sinensis, ou seja, possibilita resultados mais rápidos pois tem uma concentração maior de EGCG. O chá matcha tem diversos efeitos positivos no organismo, tais como:

  • Emagrecimento;
  • Redução dos níveis de colesterol mau LDL;
  • Protege os vasos sanguineos contra a doença cardiaca;
  • Diminui a pressão arterial;
  • Inibe a angiogénese;
  • Estimula as células estaminais quando necessário;

Matcha e cancro

O matcha e provavelmente os altos níveis de EGCG no matcha podem realmente matar células estaminais cancerígenas. Assim, enquanto a maioria das células estaminais que temos ajuda a regenerar as nossas células, quando um cancro cresce, também tem as suas próprias células estaminais que fazem com que o cancro regresse mais tarde!

Estas células estaminais cancerígenas são muito perigosas e realmente mortais. O Santo Graal da pesquisa sobre o cancro, está em tentar encontrar uma maneira de matar essas células estaminais do cancro. Em 2018, os investigadores descobriram que o matcha e o ECGC podem matar as células estaminais do cancro da mama.

Chá matcha e perda de peso

O matcha emagrece por se tratar de um chá verde, possuindo catequinas na sua composição. Estudos já demonstraram que os homens que ingerem o chá verde com altas doses de catequinas conseguem eliminar mais peso do que os que tomam bebidas com baixas concentrações desta substância (perda de peso de, aproximadamente, 2,5 kg, comparativamente à perda de 1,3 kg).

Outro estudo publicado no ano de 2008, revelou que tomar chás verdes como o matcha ajuda no emagrecimento, pois promove o gasto energético durante a prática de exercício físico.
Neste estudo, constatou-se que homens saudáveis que ingeriam este tipo de chás durante treinos de intensidade moderada tiveram um aumento de 17% na taxa de redução de gordura.

Também consumir o matcha em vez de outras bebidas pode auxiliar na redução da quantidade de energia ingerida por dia pois uma porção do chá tem apenas 3Kcal, enquanto um capuccino tem aproximadamente 74Kcal e um leite achocolatado possui cerca de 140Kcal.

Antioxidante

O chá matcha também tem benefícios no combate ao cancro, por exemplo. O motivo é por este ser rico em antioxidantes do grupo das catequinas, que funcionam como anticancerígenos.

Este facto foi comprovado por um estudo realizado em 2003 na Universidade de Colorado, que confirmou que uma chávena de matcha possui cerca de 137 vezes mais catequinas do que outros tipos de chá verde.

Efetivamente, estudos declaram que a ingestão regular de chá matcha reduz para metade a probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama.

Diurético

Por ter um efeito diurético, o chá matcha contribui com a diminuição da retenção de líquidos no organismo, ajudando na perda de volume e eliminando o inchaço em algumas regiões do corpo.

Saciante

Quando se sente saciado, é mais difícil ceder às tentações alimentares. Tomar o chá matcha pode contribuir nesse sentido, devido à presença de um antioxidante que estimula a liberação de uma hormona chamada CCK (colecistocinina), que, por sua vez, é responsável por enviar para o cérebro a informação de que o estômago está cheio e conferir a sensação de saciedade.

Energizante

Um estudo publicado no ano de 1999 identificou que o consumo do chá verde contribui para estimulação do metabolismo que, por consequência, leva a que o processo de metabolização das reservas de gordura possa acontecer de forma mais rápida.
Para os momentos em que é necessária energia e concentração extras, o matcha é também uma ótima opção para substituir o café.

Anti-stress

O matcha possui uma quantidade cinco vezes maior de L-teanina que outros tipos de chá verde. O L-teanina é um aminoácido que estimula a atividade de um tipo de ondas do cérebro, que, por sua vez, estão ligadas ao relaxamento, concentração, alívio do stress e até à diminuição da pressão arterial.

Colesterol diminui

Para quem possui valores de colesterol elevados, também é possível beneficiar com o consumo do chá matcha. É que, segundo um estudo de 2011, os chás verdes contribuem de maneira significativa para a diminuição dos níveis do colesterol LDL no organismo.

O chá ainda contém uma alta quantidade de fibras alimentares, que auxiliam no alívio da prisão de ventre e a estabilizar os níveis de açúcar no sangue. Estas fibras também podem auxiliar no controlo do colesterol, pois diminuem a absorção de gordura no intestino.

Propriedades anti-inflamatórias

Finalmente, o uso do chá matcha também está interligado a outros benefícios como o atraso do envelhecimento através do combate à inflamação.

Vitamina C

Em 4 de fevereiro de 2020, pesquisadores do Hospital Zhongnan, na China, anunciaram investigação à eficácia da infusão de vitamina C no tratamento de pneumonia grave infectada com COVID-19.

Muitas das mortes associadas a essa pneumonia viral parecem ser devidas a choque séptico e estudos sugerem que infusões em altas doses de vitamina C podem melhorar os resultados em casos de sepsis e infecções respiratórias.

Conforme observado na descrição do estudo do Hospital Zhongnan:

A pneumonia viral é uma condição perigosa com um mau prognóstico clínico. A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, possui propriedades antioxidantes. Quando a sepsis ocorre, o aumento de citocinas causado pela sepsis é ativado e os neutrófilos acumulam-se nos pulmões, destruindo capilares alveolares.

Os primeiros estudos clínicos demonstraram que a vitamina C pode efetivamente impedir esse processo. Além disso, a vitamina C pode ajudar a eliminar o fluido alveolar, impedindo a ativação e acumulação de neutrófilos e reduzindo os danos no canal de água epitelial alveolar.

Ao mesmo tempo, a vitamina C pode impedir a formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos, que é um evento biológico de lesão vascular causada pela ativação de neutrófilos.

Os pesquisadores pretendem tratar pacientes com 24 gramas de vitamina C intravenosa (IV) por dia, durante sete dias, a uma velocidade de 7 mililitros por hora. O grupo placebo receberá um IV de solução salina normal.

O desfecho primário será o número de dias sem suporte ventilatório durante 28 dias de hospitalização. As medidas de desfecho secundário incluirão mortalidade, tempo de internamento nas unidades de cuidados intensivos (UCI), taxa de RCP necessária, uso de vasopressores, função respiratória, falência de órgãos relacionados com a sepsis e muito mais.

Protocolo de tratamento de sepsis do Dr. Marik

O tempo dirá qual será o resultado desse estudo no Hospital Zhongnan. É provável que a vitamina C traga algum benefício, embora o protocolo de tratamento de sepsis do Dr. Paul Marik possa ser uma opção ainda melhor.

Estudo clínico retrospectivo inicial antes e depois da sepsis com o seguinte protocolo mantido durante 2 dias:

  • Vitamina B1 (Tiamina) 200mg de 12/12horas;
  • Vitamina C (Ácido ascórbico) 1.500 mg de ácido ascórbico 6/6 horas;
  • Hidrocortisona 50 mg de 6/6 horas.

Resultado: Redução de mortalidade por sepsis de 40 % para 8,5%.

Pesquisa publicada on-line em 9 de janeiro de 2020, constatou que o protocolo de sepsis intravenosa de Marik também reduzia a mortalidade em pacientes pediátricos. O estudo foi realizado no Hospital Infantil Ann & Robert H. Lurie, em Chicago, e conforme observado pelo Science Daily, os dados preliminares deste estudo “apóiam os resultados promissores observados em adultos”.

Entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2019, 557 pacientes pediátricos com choque séptico preencheram os critérios de inclusão no estudo:

  • 43 receberam o protocolo de vitamina C, vitamina B1 e hidrocortisona de Marik,
  • 181 receberam terapia apenas com hidrocortisona,
  • 333 não receberam nenhum desses tratamentos.

Os 43 pacientes que receberam o tratamento com vitamina C foram comparados com base no estado clínico com 43 controles não tratados e 43 pacientes apenas com hidrocortisona.

Resultados:

Após decorridos os primeiros 30 dias do estudo, os controles e os grupos somente a tomar hidrocortisona apresentaram uma taxa de mortalidade de 28%, enquanto o grupo de tratamento teve uma taxa de mortalidade de apenas 9%.

Aos 90 dias, 35% dos controles e 33% daqueles que receberam apenas hidrocortisona morreram, em comparação com apenas 14% do grupo de tratamento.

Nutrição essencial contra o coronavírus

Quanto à prevenção, a nutrição desempenha um papel crucial e vários nutrientes são conhecidos pelas suas propriedades estimulantes do sistema imunológico e capacidade de proteger contra infecções virais.

Em Fevereiro de 2020, num artigo convincente sobre o Progresso nas doenças cardiovasculares … Mark McCarty, da Catalytic Longevity Foundation, San Diego, CA, EUA, e James DiNicolantonio, PharmD, um cientista de pesquisas cardiovasculares do Instituto Americano do Coração de Saint Luke, Kansas City, MO, propõem que certos nutracêuticos podem ajudar a aliviar as pessoas infectadas com vírus de RNA encapsulados, como influenza e coronavírus …

SARS-CoV-2 causa tempestade inflamatória

A Covid-19 é cerca de 30 a 60 vezes mais letal do que a gripe anual típica. Tanto a gripe quanto o coronavírus causam uma tempestade inflamatória nos pulmões e é essa tempestade inflamatória que leva à dificuldade respiratória aguda, falência de órgãos e morte.

Certos nutracêuticos podem ajudar a reduzir a inflamação nos pulmões provocada por vírus RNA e outros também podem ajudar a aumentar a resposta do interferon tipo 1 a esses vírus, que é a principal resposta do nosso corpo para ajudar a criar anticorpos antivirais para combater infecções virais .


Suplementos contra Covid-19

McCarty e DiNicolantonio listam vários nutrientes disponíveis na forma de suplemento que podem ser particularmente benéficos contra o COVID-19. Descrevo de seguida os mais importantes.


N-acetilcisteína (NAC)

Estrutura quimica da N-Acetilcisteína (NAC)

Estimula a produção de glutationa ou glutatião, fluidifica o muco, diminui as probabilidades de infecção por vírus influenza e reduz o risco de desenvolver bronquite grave.

Glutationa ou glutatião o que é?

A glutationa (GSH) ou glutatião é um antioxidante hidrossolúvel, que exerce uma forte ação neutralizadora de radicais livres. É reconhecido como o tiol não proteico mais importante nos sistemas vivos. Trata-se de um tripéptido linear, constituído pelos seguintes três aminoácidos: 

  • Ácido glutâmico, 
  • Cisteína,
  • Glicina.

O grupo tiol da cisteína é o local activo responsável pelas propriedades bioquímicas da glutationa. Existe, na maioria das células, em concentrações compreendidas entre 1 e 8 mM, estando, geralmente, na sua maior quantidade no fígado. Ao nível extracelular a concentração de glutationa é da ordem de 5-50 μM.

Acetilcisteína, também conhecida como N-acetilcisteína (NAC), é uma medicação que é usada para o tratamento da overdose de paracetamol (acetaminofeno) e para soltar o muco em indivíduos com infecções respiratórias (virais ou bacterianas) bem como portadores de doenças mais graves como fibrose cística ou doença pulmonar obstrutiva crônica.  Pode ser tomado por via intravenosa, pela boca, ou inalado, como uma névoa. Algumas pessoas usam como um suplemento dietético.

Efeitos colaterais não são frequentes, e os mais comuns incluem náuseas e vômitos, quando tomado por via oral. A pele pode, ocasionalmente, tornar-se vermelha e coçar. Um tipo não de anafilaxia também pode ocorrer. Parece ser seguro durante a gravidez e  funciona através do aumento dos níveis de glutatião e níveis e a ligação com os produtos tóxicos  da degradação do paracetamol.

Acetilcisteína inicialmente foi patenteado em 1960 e licenciado para uso em 1968.  Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde, os medicamentos mais eficazes, seguros e necessários em um sistema de saúde. Ele está disponível como um medicamento genérico e não é muito caro – embora os originais tenham conservação melhor e, tratando-se de uma substância anti-oxidante, podem ser mais eficazes.

Dose diária: 1.200 a 1.800 mg

Extrato de sabugueiro (Elderberry)

Conhecido por reduzir a duração da gripe em dois a quatro dias assim como a gravidade da gripe. Segundo os autores do estudo, dado que o sabugueiro é uma fonte muito rica de antocianinas, há motivos para suspeitar que o seu impacto sobre os vírus possa ser mediado, pelo menos em parte, pelo ácido ferúlico, um metabólito proeminente que aparece no plasma após a ingestão de antocianinas.

Estudo: A Review of the Antiviral Properties of Black Elder (Sambucus nigra L.) Products.

Estudo: Randomized study of the efficacy and safety of oral elderberry extract in the treatment of influenza A and B virus infections.

Estudo: Elderberry Supplementation Reduces Cold Duration and Symptoms in Air-Travellers: A Randomized, Double-Blind Placebo-Controlled Clinical Trial

Dose diária: 600 a 1.500 mg

Spirulina

Reduz a severidade da infecção por vírus influenza e reduz a mortalidade por influenza em estudos com animais. Num teste em humanos, a spirulina reduziu significativamente a carga viral em pacientes com infecção pelo HIV.

Estudo: Impact of daily supplementation of Spirulina platensis on the immune system of naïve HIV-1 patients in Cameroon: a 12-months single blind, randomized, multicenter trial

Estudo: Well-tolerated Spirulina extract inhibits influenza virus replication and reduces virus-induced mortality

Estudo: Antioxidant, Immunomodulating, and Microbial-Modulating Activities of the Sustainable and Ecofriendly Spirulina

Spirulina é um género de cianobactérias da ordem Spirulinales, um grupo de organismos procariotas vulgarmente conhecido por algas verde-azuis (ou Cyanophyta).

São microrganismos unicelulares fotoautotróficos que se agrupam em formas filamentosas, geralmente helicoidais, designadas por tricomas (por analogia com os pelos das plantas).  Algumas espécies anteriormente incluídas neste género (actualmente em Arthrospira) são utilizadas para produzir um suplemento alimentar conhecido por «spirulina» ou «espirulina», que não deve ser confundido com este género.

Dose diária: 15 g

Glucosamina

Regula positivamente a proteína de sinalização antiviral mitocondrial (MAVS – mitochondrial antiviral-signaling protein), reduz a gravidade e mortalidade da infecção por influenza em estudos com animais.

Estudo: The novel IGF-IR/Akt–dependent anticancer activities of glucosamine

Estudo: Molecular mechanisms of anticancer effects of Glucosamine

Estudo: Glucosamine induces autophagic cell death through the stimulation of ER stress in human glioma cancer cells.

Dose diária: 3.000 mg ou superior se necessário

Selénio

Como o selénio é um cofator essencial para certas peroxidases e a deficiência de selénio tem sido endêmica em certas regiões da China e em outras partes do mundo, garantir a adequação da nutrição do selénio também pode ser apropriado nesse contexto, observam McCarty e DiNicolantonio, acrescentando que “a deficiência de selénio também aumenta a taxa na qual os vírus podem sofrer mutações, promovendo a evolução de estirpes mais patogênicas e capazes de evitar a vigilância imunológica”.

Dose diária: 50 a 100 microgramas

Zinco

Suporta a função eficaz e proliferação de várias células imunológicas, reduzindo a mortalidade em idosos em 27%.

Dose diária: 30 a 50 mg

Ácido lipoico

Ácido lipóico é um composto organosulfurado derivado do ácido octanóico que contém dois átomos de enxofre (em C6 e C8) vicinais ligados por uma ligação dissulfídica. O átomo de carbono em C6 é quiral portanto a molécula possui dois enantiômeros. Apenas o enantiômero R-(+)- existe na natureza é é um cofator essencial de quatro enzimas mitocondriais complexas.

O ácido lipoico ajuda a aumentar a resposta do interferon tipo 1. Conforme explicado em um artigo de 2014 “Os interferons do tipo I (IFNs) ativam programas antimicrobianos intracelulares e influenciam o desenvolvimento de respostas imunes inatas e adaptativas … (IFNs) são polipeptídeos secretados pelas células infectadas e têm três funções principais:

  • Induzem estados antimicrobianos intrínsecos a células em células infectadas e vizinhas que limitam a disseminação de agentes infecciosos, particularmente patógenos virais.
  • Modulam as respostas imunes inatas de uma maneira equilibrada que promove a apresentação de antígenos e as funções das NKC (natural killer cell) células assassinas naturais, ao mesmo tempo que restringe as vias pró-inflamatórias e a produção de citocinas.
  • Ativam o sistema imunológico adaptativo, promovendo o desenvolvimento de respostas de células T e B específicas para antígenos de alta afinidade e memória imunológica. Os IFNs do tipo I são protetores em infecções virais agudas, mas podem ter papéis protetores ou deletérios em infecções bacterianas e doenças autoimunes “.

Dose diária: 1.200 a 1.800 mg (em substituição do ácido ferúlico)

O ácido lipóico é ainda responsável por estimular a biossíntese de uma enzima do nosso organismo que exerce também uma marcada acção neutralizadora dos radicais livres, a glutatião peroxidase. Esta enzima neutraliza um dos radicais livres mais agressivos para a pele, o radical peróxido, transformando-o em água. Pensa-se que o ácido lipóico tem também um papel importante no metabolismo do organismo, mais particularmente na produção de energia.

Vitmina D

A radiação solar ultravioleta B e a suplementação de vitamina D demonstraram reduzir as taxas de fatalidade pandémica, o que faz sentido, considerando a importância da vitamina D no controle de infecções e na redução do risco de influenza e resfriado comum.

A pesquisa mostra que a suplementação com altas doses de vitamina D reduz em 40% o risco de doenças respiratórias e infecções pulmonares em idosos. A vitamina D pode melhorar a capacidade do sistema imunológico de combater infecções, porque reforça a primeira linha de defesa do sistema imunológico.

Pesquisas publicadas em 2009 apontam que as taxas de mortalidade durante a pandemia de influenza de 1918-1919 foram influenciadas pela estação, com um número maior de pessoas a morrer durante o inverno do que no verão.

Segundo os autores: “As mortes durante a pandemia de influenza de 1918 a 1919 foram ligadas tanto ao vírus da influenza quanto às infecções pulmonares bacterianas secundárias. As taxas de mortalidade de casos e a percentagem de casos de influenza complicados por pneumonia estavam disponíveis a partir de dados de pesquisas de doze locais dos Estados Unidos na pandemia de 1918 a 1919 .

Este estudo analisa as taxas de mortalidade e casos complicados de pneumonia em relação às doses estimadas de radiação solar ultravioleta-B (UVB) no verão e no inverno como indicadores da população quanto ao status médio de vitamina D.

Correlações substanciais foram encontradas para associações da dose de UVB de julho com taxas de mortalidade de casos e taxas de pneumonia como uma complicação da influenza. Resultados semelhantes foram encontrados para o UVB no inverno.

A vitamina D aumenta a produção de catelicidina humana, LL-37, que tem atividades antimicrobianas e antiendotoxinas. A vitamina D também reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias, o que também pode explicar alguns dos benefícios da vitamina D, uma vez que a infecção pelo H1N1 causa uma tempestade de citocinas.

Como orientação geral, teste o nível de vitamina D duas vezes por ano, no inverno e no verão, para garantir uma faixa saudável de 60 ng / mL a 80 ng / mL durante o ano todo. (Pesquisas convincentes sugerem que 40 ng/mL é o valor de referência para a suficiência.)

Probióticos podem ser úteis contra a Prevotella

Por último, mas não menos importante, se a inclusão da bactéria Prevotella na COVID-19 for comprovada, prebióticos, probióticos e esporobióticos podem ser muito úteis.

Vários estudos mostraram que os probióticos com estirpes de Bifidobacterium bifidum podem ajudar a reduzir a bactéria Prevotella, enquanto que as estirpes de Lactobacillus tendem a aumentá-la.Os esporobióticos podem ser particularmente benéficos.

Conforme explicado em “Como os probióticos de esporos podem ajudá-lo”, que apresenta uma entrevista com o Dr. Dietrich Klinghardt, os probióticos baseados em esporos são constituidos pela parede celular dos esporos de bacilos – a concha protetora em torno do DNA e o mecanismo de actuação desse DNA – não toda a bactéria viva.

Foi demonstrado que os esporos de Bacillus aumentam drasticamente a tolerância imunológica, o que significa que ajudam a reparar os danos na barreira intestinal. Como eles não estão “vivos”, eles também não são afetados por antibióticos.

O bacilo modula de forma muito eficaz as citocinas. Assim as citocinas anti-inflamatórias são reguladas positivamente, enquanto as citocinas inflamatórias são reguladas negativamente, restabelecendo o equilíbrio entre as duas.

A pesquisa também mostrou que os esporobióticos aumentam maciçamente a reprodução de acidófilos, bífidos e outros micróbios no intestino por meio das mensagens eletromagnéticas que eles enviam. Isso é totalmente único. Quando tomamos um probiótico regular, eles fazem aumentar principalmente a sua estirpe. Os esporos de Bacillus, por outro lado, realmente aumentam muitos dos outros micróbios benéficos.

Os esporos de Bacillus também criam 24 substâncias diferentes que possuem fortes propriedades antimicrobianas. No entanto, eles não matam indiscriminadamente como os antibióticos. Eles suprimem especificamente patogénicos que fazem uma contribuição valiosa para o todo.

Referências bibliográficas:

SEDENTARISMO O QUE SE PASSA QUANDO SENTAMOS?

Sedentarismo, sentar demais e envelhecer mais depressa: Quantas horas se senta por dia? Faça uma contagem rápida e surpreenda-se! Estudos como os da Dra Stacy Clemes, Professora de Biologia Humana na Universidade de Loughborough, ajudam-nos a perceber melhor a extensão deste problema para a nossa saude.

Artigo: Sit less, stand more – tackling office sedentary behaviour

Fazer o meu trabalho de secretária em pé foi uma das mudanças recentes que mais impacto tiveram na minha saúde! No final deste artigo descrevo a minha experiência pessoal e o que mudou na minha saúde!

Se a maioria das pessoas conseguisse diminuir 25 a 50% das horas que passam sentadas sentiriam claramente uma melhoria da sua saúde. especialmente porque a pesquisa científica vai revelando uma ligação clara a doenças graves tais como:

  • Diabetes,
  • Obesidade,
  • Doenças cardíacas,
  • Cancro,
  • Morte prematura.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Quanto tempo passamos sentados?
  • Qual a influência do trabalho no sedentarismo?
  • O que se passa quando estamos sentados?
  • Sentar demais faz envelhecer mais rápido?
  • O que diz a pesquisa científica?
  • Envelhecimento: O que são os telómeros?
  • Sedentarismo e envelhecimento rápido: qual a relação?
  • Quantos anos de vida perde por sentar demais?
  • Cancro: Será que o risco aumenta?
  • Porque aumenta o risco de cancro?
  • Diabetes e doença cardíaca: qual o risco?
  • Saúde mental: Qual o risco?
  • O que acontece quando estamos de pé?
  • Será que fazer exercício físico compensa o tempo sentado?
  • Sitting Rising Teste (SRT) ou teste sentar levantar: O que é?
  • Uma secretária ou mesa alta pode ser fonte de juventude?
  • Como trocar estar sentado por movimento ativo?
  • Qual a melhor forma de sentar?
  • Crianças: Quais os riscos de ficarem sentadas demais?
  • Como reduzir calmamente o tempo sentado?
  • Adultos idosos: Porque é tão importante o movimento?
  • Como estar de pé de forma saudável?
  • Qual a minha experiência pessoal?

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MÁSCARAS COVID-19 QUAL A MELHOR? TODA A VERDADE!

Máscaras cirúrgicas, máscaras FFP2, máscaras N95, máscaras KN95, máscaras tipo II, máscaras tipo IIR, nível 1, nível 2 e nível 3, máscaras comunitárias… enfim a confusão é enorme e a desinformação é geral pois a legislação tem de facto alguma complexidade! Assim este artigo suporta-se na legislação atual e pretende apoiar a tua decisão bem informada antes de escolheres as máscaras que deves usar, segundo a Autoridade Nacional do medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED) e a Direção Geral da Saúde (DGS).




Com o aparecimento de novas estirpes ou variantes do SARS-CoV-2, mais contagiosas e mais mortais, como as variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil, torna-se ainda mais importante usar máscaras que de facto nos protejam de forma séria, certificada e eficaz!

Leia também: Estas são as perigosas novas estirpes do SARS-CoV-2 com mutações estranhas… algo de grave se passa!

No entanto começo corrigindo o básico ou seja descrevo já os 5 principais erros a utilizar a máscara, segundo a DGS e não só… basta andar na rua para ver utilizações simplesmente ridículas!

Máscaras: Qualificação e utilização

Para efeitos de prevenção do contágio (filtram principalmente o ar expirado) do novo Coronavírus SARS-CoV-2 tem sido preconizada a utilização pelos profissionais de saúde de máscaras qualificadas regulamentarmente como dispositivos médicos, a saber:

  • Máscaras cirúrgicas do tipo II;
  • Máscaras cirúrgicas do tipo IIR.

Como equipamentos de proteção individual (filtram o ar inspirado e expirado) para os profissionais de saúde tem sido preconizadas as seguintes:

  • Semimáscaras ou máscaras de proteção respiratória (FFP2 e FFP3) auto filtrantes.

No final do artigo, em conclusão, descrevo a minha opinião sobre qual a máscara que deve escolher para sua melhor proteção evitando ao mesmo tempo contagiar as outras pessoas.

Máscaras cirúrgicas ou de uso clínico

As máscaras de uso clínico, geralmente designadas por máscaras cirúrgicas, são dispositivos médicos que se destinam a cobrir a boca e o nariz, do profissional de saúde, funcionando como uma barreira
destinada a minimizar a transmissão direta de agentes infeciosos entre o profissional e o doente. Neste caso a principal finalidade do produto é a de proteger a saúde e segurança do doente, independentemente de simultaneamente proteger também o profissional.

Enquanto não for vacinado contra a Covid-19 o cuidado para não contagiar e ser contagiado deve ser máximo pois a forma como o nosso sistema imunitário reage a este coronavírus pode ser uma surpresa assustadora, pois existem diversos casos graves documentados e até óbitos a partir dos 40 anos de idade mesmo em doentes aparentemente saudáveis!

Leia também: Esta é a melhor vacina contra a Covid-19, Toda a verdade!

Norma EN 14683:2019

A norma EN 14683:2019, harmonizada no âmbito da Diretiva dos Dispostos Médicos, é destinada a máscaras de uso clínico, classificando-as em diferentes tipos (I, II e IIR) segundo as suas características, nomeadamente:

  • Eficiência de filtração bacteriana,
  • Pressão diferencial (permeabilidade da máscara ao ar),
  • Resistência aos salpicos,
  • Limpeza microbiana (bioburden).


O quadro seguinte, extraído da referida norma, resume as características de desempenho de acordo com tipo de máscaras.

Características de desempenho por tipo de máscara com finalidade médica

TesteTipo ITipo IITipo IIR
Eficiência de filtração bacteriana (%)> 95> 98>98
Pressão diferencial (Pa/cm2)< 40< 40 < 60
Resistência aos salpicos (Kpa)Não necessáriaNão necessária> 16,0
Limpeza microbiana (cfu/g)< 30<30< 30
Características de desempenho por tipo de máscara com finalidade médica. Fonte: Cf. Informação nº 009/2020, de 13/04/2020, da Direção-Geral da Saúde, relativa a «COVID-19: FASE DE
MITIGAÇÃO – Uso de Máscaras na Comunidade».

Máscaras cirúrgicas tipo I cuidado com o uso!

As máscaras cirúrgicas Tipo I só devem ser usadas para para reduzir o risco de espalhar a infeção particularmente num cenário epidémico ou pandémico. As máscaras tipo I não devem ser utilizadas por profissionais de saúde em salas de operações ou em outro cenário médico semelhante. Nestes cenários médicos mais sensíveis (salas de operações) devem ser usadas, no mínimo, as máscaras tipo II ou tipo IIR.

Reutilização de máscaras cirúrgicas não!

As máscaras cirúrgicas não são reutilizáveis e devem ser deitadas ao lixo depois de usadas. Surgiram notícias de testes realizados em Itália e França sobre a lavagem de máscaras cirúrgicas, que indicavam que os dispositivos mantêm a capacidade de filtração após um determinado número de lavagens a 60 graus.

As máscaras cirúrgicas são dispositivos médicos descartáveis, pelo que não devem ser reutilizados ou lavados. Também o indicou o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., em resposta a um pedido de esclarecimento da revista Proteste, não recomenda a reutilização de máscaras de uso único e salienta que a lavagem das máscaras representa “um uso contrário às instruções do fabricante “.  




Máscaras de proteção respiratória auto filtrantes

Estas máscaras são também denominadas tecnicamente por semi-máscaras de proteção respiratória auto filtrante e destinam-se a ser usadas para proteção dos utilizadores contra um ou mais riscos suscetíveis de ameaçar a sua saúde ou a sua segurança, sendo enquadradas como equipamentos de proteção individual.

Norma EN 149:2001+A1:2009

A norma EN 149:2001+A1:2009 aplicável aos aparelhos de proteção respiratória filtrantes (APR), nomeadamente aos chamados “respiradores” ou “semimáscaras autofiltrantes”, classifica estes
equipamentos em FFP1, FFP2 e FFP3, tendo em consideração a sua eficiência de filtração e a sua fuga máxima para o interior (FFP3> FFP2> FFP1).

N95, KN95 e FFP2 qual a diferença?

As máscaras N95 ou KN95 têm características de desempenho equivalentes ás FFP2, desde que devidamente certificadas por entidades reconhecidas, embora diferentes conforme o país de fabrico. vamos então aos detalhes para acabar com a confusão!

Além das clássicas máscaras cirúrgicas azuis, que são perfeitamente adequadas para evitar infetar outras pessoas, mas menos úteis para se proteger, também podemos comprar máscaras faciais com filtro certificado. As iniciais FFP no nome FFP2 significam “Filtering Face Piece”, e essas máscaras fornecem uma filtragem muito eficaz de micropartículas perigosas, razão pela qual são usadas em ambientes que apresentam um alto risco de contágio.

Quando começamos a procurar máscaras de filtragem que passaram em testes científicos para confirmar as suas características de proteção, rapidamente encontramos iniciais como FFP2, KN95 e N95, especialmente se procuramos algo para nos proteger de poluentes ou micropartículas que transportam vírus. A certificação dessas máscaras varia de acordo com seu local de origem.

Certificação Europeia, Americana e Chinesa

No mercado existem três tipos principais de máscara facial com filtro no mercado:

  • Máscaras FFP2 com certificação europeia
  • Máscaras N95 com certificação americana
  • Máscaras KN95 com certificação chinesa

Existem ainda outras normas de certificação de máscaras sendo as mais relevantes as seguintes:

  • P2 (Australia/New Zealand AS/NZA 1716:2012)
  • Korea 1st class (Korea KMOEL – 2017-64)
  • DS2 (Japan JMHLW-Notification 214, 2018)
  • PFF2 (ABNT/NBR 13.698-2011 – Brazil)

Desempenho de filtração das máscaras KN95, N95 e FFP2

As máscaras KN95, N95 e FFP2 proporcionam níveis de filtração semelhantes: as três têm uma capacidade de filtração superior a 94%, de acordo com as normas que regem as suas características técnicas.

Aqui está a capacidade de filtragem certificada específica para cada um dos três tipos de máscaras de filtragem:

  • Máscaras FFP2: 94% de capacidade de filtragem
  • Máscaras N95: 95% de capacidade de filtragem
  • Máscaras faciais KN95: 95% de capacidade de filtração

Normas que regem as máscaras KN95, N95 e FFP2

As máscaras KN95, N95 e FFP2 diferem no procedimento usado para calcular a sua filtração. Este procedimento muda de acordo com o local onde são produzidos, pois segue as regras de certificação estabelecidas pelo país onde o funcionamento dos dispositivos é testado.

De seguida descrevo um breve resumo das diferenças entre os padrões adotados para certificar as máscaras KN95, N95 e FFP2.

Máscaras FFP1, FFP2 e FFP3 – norma EN 149: 2001 + A1: 2009

As máscaras FFP2, FFP1 e FFP3 são regidas por uma norma da legislação europeia, a famosa EN 149: 2001, atualizada em 2009 e já atrás referida. Esta lei define os padrões usados para certificar a eficácia dos dispositivos de proteção respiratória e estabelece claramente os requisitos, testes e branding para as máscaras.

Máscara N95 – norma NIOSH-42CFR84

As máscaras N95 são cobertas pela norma americana NIOSH -42CFR84, elaborada pelo NIOSH (Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional), órgão americano responsável por certificar a real eficácia dos dispositivos de filtragem faciais.

Máscara KN95 – norma GB2626-2006

As máscaras KN95 são certificadas na República Popular da China com base nas regras estabelecidas na norma GB2626-2006. Este padrão dita os requisitos técnicos, métodos de teste e marca para dispositivos respiratórios com um filtro protetor usado para purificar o ar de partículas potencialmente prejudiciais.

KN95, N95 e FFP2 e os diferentes métodos de teste

Embora o objetivo geral seja o mesmo ou seja certificar a capacidade real dos dispositivos de proteger as pessoas da inalação de substâncias ou partículas potencialmente prejudiciais, cada um dos três padrões que certificam a filtragem de máscaras faciais é diferente dos outros. As diferenças estão nos métodos adotados para testar os dispositivos. Assim, dependendo do tipo de teste realizado, os requisitos e condições de teste podem, portanto, variar.

Na tabela seguinte resume-se as semelhanças e diferenças:

Fator de proteçãoMáscaras FFP2
(EN 149:2001)
Máscaras N95
(NIOSH-42CFR84)
Máscaras KN95
(GB2626-2006)
Eficácia de filtração≥ 94%≥ 95%≥ 95%
Agente testadoNaCl e óleo de parafinaNaClNaCl
Taxa de fluxo testada95 l/min (variável durante o teste)85 l/min85 l/min
Fuga interna total (TIL) testado em indivíduos a fazer exercícios8 %Não testada8 %
Resistência de inalação permitida (queda máxima de pressão)≤ 70 Pa @ 30 L/min;
≤ 240 Pa @ 95 L/min;
≤ 500 Pa (entupimento)
≤ 343 Pa≤ 350 Pa
Resistência à expiração (queda de pressão máxima)≤ 300 Pa≤ 245 Pa≤ 250 Pa

Principais diferenças entre as três normas

As substâncias poluentes testadas e a resistência à inalação e expiração são algumas das diferenças que se destacam.

Primeira diferença: O padrão europeu usa substâncias líquidas em testes, bem como sólidos

A primeira diferença está relacionada com a substância poluente utilizada para testar as máscaras FFP1, FFP2 e FFP3. O sistema europeu de certificação parece aqui mais aprofundado, visto que também realiza testes com óleo de parafina, um poluente líquido, além de partículas de cloreto de sódio no estado sólido.

Certamente isso é positivo, pois significa que a eficácia das máscaras é testada não apenas com poluentes em estado sólido (como um pó), mas também, e mais importante, com partículas em forma de gotículas e aerossóis espalhados pelo ar.

Segunda diferença: O padrão europeu presta mais atenção à resistência à inalação

A segunda diferença imediatamente aparente é o valor da resistência à inalação permitida.

O valor médio de resistência no padrão europeu é bem menor do que nos sistemas de certificação americanos e chineses, o que significa que as máscaras FFP2 feitas de acordo com o padrão europeu devem garantir maior conforto e durabilidade.




Durabilidade das máscaras FFP2

Quanto tempo dura uma máscara FFP2? As máscaras FFP2 podem ser marcadas com a letra (R) para “reutilizável” ou (NR) para “não reutilizável”. A maioria das máscaras FFP2 enquadra-se na última categoria ou seja são dispositivos de proteção que progressivamente se tornam menos eficazes com o passar do tempo.

Por esse motivo, uma máscara FFP2 normalmente dura cerca de oito horas em ambientes de risco ou em um único turno de trabalho. Mesmo que seja mantida a uma distância segura em áreas de baixo risco, a máscara deve ser descartada após oito horas, pois a respiração e a exposição à humidade afetam gradativamente sua capacidade de filtração e integridade física. Assim que ficarem significativamente húmidas, as máscaras FFP2 devem ser descartadas.

Máscaras FFP2 com e sem válvulas: qual é a diferença?

As máscaras FFP2, N95 e KN95 podem ser produzidas com ou sem válvula. Mas que diferença isso faz? Simplificando, as máscaras com uma válvula são seguras para o utilizador, mas não para aqueles ao seu redor. A válvula filtra o fluxo de ar de entrada, mas não o ar de saída, o que significa que máscaras com uma válvula NÃO devem ser usadas por pessoas que têm, ou podem ter, COVID-19, em vez disso, essas pessoas devem escolher máscaras sem válvula, que filtram tanto o ar inspirado como o expirado tais como máscaras cirúrgicas ou máscaras KN95, FFP2 ou N95 sem válvula.

As máscaras com válvula são muito uteis em cenários normais “sem pandemia” para trabalhadores sem doenças respiratórias contagiosas que tenham de proteger-se na sua atividade laboral, por exemplo construção civil, carpintaria e outras onde existe um maior esforço físico, com maior cadência respiratória e portanto um maior incômodo respiratório com o uso da máscara. A válvula nestes casos permite de facto uma melhor expiração e portanto maior conforto respiratório para os utilizadores.

Conforto respiratório

Naturalmente que as máscaras que oferecem uma maior proteção para o utilizador como as FFP2 e FFP3, por terem maior eficiência filtrante (mais camadas ou materiais mais espessos) são também um pouco menos confortáveis pois exigem um pouco mais de esforço respiratório o que pode tornar-se problemático se por exemplo existir uma condição de saúde que dificulte a respiração pelo nariz ou uma capacidade pulmonar diminuida.

Assim cada utilizador deve encontrar o modelo mais adequado ao seu risco de contagiar ou ser contagiado mas também que lhe permita respirar sem demasiado esforço. Neste aspecto as FFP2 podem mais confortáveis que as N95 e NK95.

Para os utentes que demonstram esforço acrescido para respirar com as N95, KN95, FFP2 e FFP3, as máscaras cirúrgicas tipo II ou tipo IIR podem ser uma escolha mais adequada, embora perdendo eficácia na proteção individual.

Máscaras bloqueiam o SARS-CoV-2?

As máscaras N95, KN95, FFP2 e FFP3 têm todas um poder de filtração muito elevado, sendo projetadas para remover mais de 94% a 95% de todas as partículas com diâmetro de pelo menos 0,3 mícron (µm). Na verdade, as medições da eficiência de filtração de partículas das máscaras N95 mostram que elas são capazes de filtrar ≈99,8% das partículas com um diâmetro de ≈0,1 μm (Rengasamy et al., 2017).

O SARS-CoV-2 é um vírus com envelope de ≈0,1 μm de diâmetro, então as máscaras N95, KN95, FFP2 e FFP3 são capazes de filtrar a maioria dos vírions livres, mas fazem mais do que isso.

SARS-CoV-2 tamanho e composição:

Fonte: SARS-CoV-2 (COVID-19) by the numbers, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7224694/

Os vírus são frequentemente transmitidos por meio de gotículas respiratórias produzidas pela tosse e espirro. As gotículas respiratórias são geralmente divididas em dois tamanhos;

  • Gotículas grandes (> 5 μm de diâmetro) que caem rapidamente no solo e, portanto, são transmitidas apenas em distâncias curtas;
  • Gotículas pequenas (≤5 μm de diâmetro).

Pequenas gotículas podem evaporar-se em “núcleos de gotículas”, permanecer suspensas no ar por períodos significativos de tempo e podem ser inaladas. Alguns vírus, como o sarampo, podem ser transmitidos por núcleos de gotículas (Tellier et al., 2019).

Gotículas maiores também são conhecidas por transmitir vírus, geralmente por se estabelecerem em superfícies que são tocadas e transportadas pelas mãos para as membranas mucosas, como olhos, nariz e boca (CDC, 2020).

O diâmetro característico de gotículas grandes produzidas por espirro é de ~ 100 μm (Han et al., 2013), enquanto o diâmetro dos núcleos de gotículas produzidas por tosse é da ordem de ~ 1 μm (Yang et al., 2007).

De momento, não está claro se as superfícies ou o ar são o modo dominante de transmissão SARS-CoV-2, mas as máscaras N95, KN95, FFP2 e FFP3 devem fornecer alguma proteção contra ambos (Jefferson et al., 2009Leung et al., 2020).

Máscaras FFP1, FFP2 e FFP3 diferenças

Características de desempenho por Classe de máscaras de Proteção Respiratória AutoFiltrantes

ClasseEficiênciaFuga total para o interior (testada em laboratório)Penetração no material filtrante (% máxima)Exemplos
FFP1Baixa22 %20 %Algumas partículas metálicas; Poeiras de reboco; Poeiras de betão.
FFP2 ou N95 ou KN95Média8 %6 %Trabalhos com madeira; Terraplanagens; Pintura à pistola com tinta de base aquosa; Bolores e fungos.
FFP3Alta2%1 %Trabalhos com produtos perigosos como nas indústrias química, farmacêutica e papeleira; Vírus e bactérias; Serração; Substituição de filtros.
Fonte: “Guia de Seleção de Aparelhos de Proteção Respiratória Filtrantes”, do Instituto Português da Qualidade

Devido à rápida evolução da pandemia de COVID-19, a utilização de máscaras é cada vez mais assunto de debate, como medida complementar para limitar a transmissão do SARS-CoV-2 na comunidade.

No quadro geral das orientações em matéria de prevenção do risco de exposição, é relevante promover uma utilização mais alargada de máscaras pela comunidade, bem como definir quais os critérios e requisitos que estas devem cumprir em termos de conceção, desempenho e usabilidade.

Critérios e requisitos

A definição desses critérios, nomeadamente em termos de filtração, respirabilidade, dimensionamento e resistência, foram objeto de consenso por grupo de peritos com competências técnicas nas áreas médico-farmacêutica, da tecnologia têxtil, da infeção e desinfeção, das normas e ensaios a aplicar, da fiscalização, etc.

Simultaneamente, tem-se verificado uma mobilização do tecido empresarial nacional, para colaborar no esforço conjunto de combate à pandemia, reconvertendo as linhas de produção para o fabrico de
equipamentos de proteção individual e dispositivos médicos essenciais.

Estas empresas estão disponíveis para colocar no mercado máscaras em tecido de uso único, ou mesmo reutilizáveis, que não conseguindo cumprir com os requisitos de segurança, saúde e desempenho estabelecidos nas legislações aplicáveis aos dispositivos médicos e aos equipamentos de proteção individual, poderão conformar-se com os requisitos a serem definidos para uma utilização comunitária.

A responsabilidade da conformidade dessas máscaras com os requisitos a definir recairá no fabricante, devendo este escolher matérias-primas adequadas, conceber, fabricar e rotular as máscaras de forma a que estas cumpram com os requisitos definidos, assim como testá-las de acordo
com os referenciais normativos aplicáveis, em laboratório reconhecido para o efeito.

Categorização das máscaras por tipo de utilizador


Adota-se, assim, um sistema de categorização das máscaras utilizadas no contexto da COVID- 19, considerando a sua finalidade:

  • Nível 1: máscaras destinadas à utilização por profissionais de saúde.
  • Nível 2: máscaras destinadas à utilização por profissionais que não sendo da saúde estão expostos ao contacto com um elevado número de indivíduos.
  • Nível 3: máscaras destinadas à promoção da proteção de grupo (utilização por indivíduos no contexto da sua atividade profissional, utilização por indivíduos que contactam com outros indivíduos portadores de qualquer tipo de máscara e utilização nas saídas autorizadas em contexto de confinamento, nomeadamente em espaços interiores com múltiplas pessoas).

O uso destas máscaras não implica qualquer alteração no que concerne aos seguintes pontos:

  • Medidas de confinamento;
  • Higiene das mãos e etiqueta respiratória;
  • Organização e procedimentos a serem adotados, nomeadamente, por escolas e entidades empregadoras que possibilitem melhorar a proteção dos funcionários.
Tipo de utilizadorTipo de máscaraQualificação regulamentarEspecificações técnicas
Nível 1

Profissionais de saúde e doentes
Semi mascara de proteção respiratória
(FFP2, FFP3).

De preferência com marcação CE. Em sua
substituição máscaras em conformidade
com os requisitos de normalização
internacionais equivalentes, reconhecidos a nível europeu.
Equipamento de
Proteção Individual
EN 149:2001+A1:2009
ou normas internacionais
equivalentes
reconhecidas.
Nível 1Máscaras cirúrgicas Tipo II e IIR.Dispositivo MédicoEN 14683:2019
Nível 1Não reutilizáveis.

De preferência com marcação CE. Em sua
substituição máscaras em conformidade
com os requisitos de normalização
internacionais equivalentes, reconhecidos a nível europeu.
EN 14683:2019

ou normas internacionais
equivalentes
reconhecidas
Nível 2

Profissionais em
contacto frequente
com o público
Máscaras cirúrgicas tipo I
Não reutilizáveis.
De preferência com marcação CE. Em sua
substituição máscaras em conformidade
com os requisitos de normalização
internacionais equivalentes, reconhecidos a nível europeu.
Dispositivo MédicoEN 14683:2019
ou normas internacionais
equivalentes
reconhecidas
Nível 2Máscaras alternativas para contactos
frequentes com o público, de uso único ou
reutilizáveis:

– Desempenho mínimo de filtração de
90%;
-Respirabilidade de pelo menos
8l/min segundo EN ISO 9237:1995
ou no máximo 40 Pa segundo EN
14683:2019 (Anexo C);

– Que permita 4 h de uso ininterrupto
sem degradação da capacidade de
retenção de partículas nem da
respirabilidade;

– Sem degradação de performance ao
longo da vida útil (número máximo
de vezes que poderá ser reutilizado;

– Desenho e construção adequados,
Artigo TêxtilPermeabilidade ao ar
(Respirabilidade):
EN 14683:2019 (Anexo C)

ou

EN ISO 9237:1995
Capacidade de Retenção
de Partículas (Filtração):
EN 14683:2019 (Anexo B)

ou

EN 13274-7:2019
Outros métodos
equivalentes
reconhecidos
Requisitos Rotulagem e
informação ao utilizador
final
Nível 3

Profissionais que não
estejam em
teletrabalho ou
população em geral para as saídas
autorizadas em contexto de
confinamento
Máscaras alternativas para contactos pouco
frequentes, de uso único ou reutilizáveis.

– Desempenho mínimo de filtração de
70%;

-Respirabilidade de pelo menos
8l/min segundo EN ISO 9237:1995
ou no máximo 40 Pa segundo EN
14683:2019 (Anexo C)

– Que permita 4 h de uso ininterrupto
sem degradação da capacidade de
retenção de partículas nem da
respirabilidade

– Sem degradação de performance ao
longo da vida útil (número máximo
de vezes que poderá ser reutilizado

– Desenho e construção adequados
Artigo TêxtilPermeabilidade ao ar
(Respirabilidade):
EN 14683:2019 (Anexo C)
ou
EN ISO 9237:1995

Capacidade de Retenção
de Partículas (Filtração):
EN 14683:2019 (Anexo B)
ou
EN 13274-7:2019

Outros métodos
equivalentes
reconhecidos.

Requisitos Rotulagem e
informação ao utilizador
final.
Fonte: Direção Geral da Saúde

As máscaras do nível 2 e nível 3, não enquadradas como dispositivos médicos ou como equipamentos de proteção individual, e designadas como artigos têxteis, deverão ser ensaiadas pelos métodos referidos na tabela anterior, tendo em consideração que os resultados alcançados com o modelo biológico apresentado na norma dos dispositivos médicos, para avaliar o desempenho da filtração, têm correspondência com os resultados dados pela medição de partículas inertes, conforme proposto na norma dos equipamentos de proteção individual.

A resistência ao desgaste durante o tempo de utilização deverá também ser considerada, uma vez que as alterações provocadas pelo desgaste podem induzir a uma maior retenção e crescimento bacteriano.

Máscara social ou comunitária

Nível 2 e nível 3 classificados como artigos têxteis

Tal como as máscaras cirúrgicas, a principal função das máscaras comunitárias é proteger todas as pessoas que se aproximam do utilizador, evitando que este lhes transmita gotículas eventualmente contaminadas com o novo coronavírus. Na verdade, constitui também uma ténue barreira física à inalação de partículas que pairem no ar, mas este é um dispositivo de proteção dos outros, mais do que do próprio utilizador.

Classificada como artigo têxtil de uso único ou reutilizável, a máscara social deve permitir quatro horas de uso ininterrupto, sem degradação da capacidade de retenção de partículas, nem da respirabilidade. Apesar de a maioria das máscaras sociais ser reutilizável, a utilização deve obedecer às mesmas regras das máscaras cirúrgicas e respiratórias, ou seja: 

  • Não devem ser usadas de forma contínua por mais de 4 horas,
  • Não devem ser usadas a partir do momento em que fiquem húmidas.

Se, por exemplo, se deslocar para o trabalho de transportes públicos, terá de usar duas máscaras: uma para a ida e outra para a volta. 

Resumindo, existem máscaras sociais com 2 níveis:

  • Nível 2 – devem assegurar, no mínimo, a filtração de 90% das gotículas, e são indicadas para profissionais com contacto frequente com o público, como empregados de lojas ou repartições;
  • Nível 3 – devem filtrar 70%, pelo menos, e destinam-se à população em geral (exceto se tiver sintomas de covid-19).

Ambos os níveis podem ser de uso único ou reutilizáveis e devem assegurar uma respirabilidade máxima de 40 Pa/cm2, a mesma respirabilidade das máscaras cirúrgicas de tipo I e tipo II. 

Segurança e certificação

A oferta de máscaras sociais multiplica-se, mas há que ter alguns cuidados na hora de adquirir este produto, já que as características, a composição e, sobretudo, a segurança podem diferir muito entre modelos. Deve, por isso, garantir que compra produtos testados por laboratórios com competência técnica reconhecida. 

Leia aqui: Lista de máscaras comunitárias aprovadas (CITEVE)

A máscara deve ter a identificação do nível de proteção (nível 2 ou 3) e apresentar informação sobre o processo de reutilização (lavagem, secagem, conservação, manutenção) e o número de reutilizações, se aplicável. Na etiqueta, o utilizador deve, também, ser informado sobre as características de desempenho, sobre o facto de o produto não ser um dispositivo médico ou um equipamento de proteção individual e sobre a composição. O fabrico está sujeito ao cumprimento das normas EN 14683:2019 (Anexo C) ou EN ISO 9237:1995, EN 14683:2019 (Anexo B) ou EN 13274-7:2019.

Os fabricantes deverão notificar a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica previamente à colocação no mercado do produto, bem como manter à disposição das autoridades um breve dossiê técnico, com as características da matéria-prima, a descrição do processo de produção, a informação a constar com o produto e os relatórios dos ensaios realizados e da conformidade do produto, emitidos por um laboratório reconhecido. 

Máscaras reutilizáveis

No que respeita à reutilização destas máscaras, os estudos de desempenho deverão ser realizados após simulação do uso real e dos números de ciclos máximos de reutilização previstos. A informação
sobre o processo de reutilização (lavagem, secagem, conservação, manutenção) e o número de reutilizações deverá ser fornecida pelo fabricante ao utilizador.

O utilizador deve, também, ser informado das características de desempenho e do produto não ser um dispositivo médico ou um equipamento de proteção individual, assim como a composição, deverão ser disponibilizadas através da etiquetagem ou marcação do produto têxtil.

Cuidados com a reutilização da máscara

Se a máscara for reutilizável, depois de usada, deve ser guardada num saco estanque e só pode voltar a ser usada após ser lavada e seca.

A informação sobre a reutilização (lavagem, secagem, conservação e manutenção) e o número de utilizações durante o qual a eficácia é garantida devem constar do folheto informativo ou do rótulo. Como são feitas com diferentes materiais, nem todas as máscaras são higienizadas da mesma maneira.

Por exemplo, uma máscara de nível 3 com a sua qualidade comprovada para 5 lavagens apenas garante a capacidade de filtração de 70% até esse número máximo de lavagens. Depois disso, é aconselhável que deixe de usar essa máscara e a substitua por outra.

Na lavagem, é fundamental que utilize detergente ou sabão, a uma temperatura de, pelo menos, 30ºC, sendo que a maioria aconselha os 60ºC. Confira sempre as indicações da máscara.

Etiqueta folheto e rótulo

Informação obrigatória

Antes de comprar uma máscara social, confirme se foi testada por um laboratório com competência técnica reconhecida, como o CITEVE (Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário), o Equilibrium ou o ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade), que atribuem selos, como os apresentados em baixo, e se está acompanhada de um folheto informativo. 

Selos de laboratório com competência técnica reconhecida

De seguida mostro três exemplos de selos que indicam que a máscara foi testada por um laboratório com competência técnica reconhecida.


Fabricantes devem notificar ASAE

Os fabricantes deverão notificar a ASAE da atividade de fabrico e das máscaras fabricadas e manter à disposição das autoridades um breve dossier técnico do produto onde se incluam as características
da matéria-prima, a descrição do processo de fabrico, a informação a fornecer com o produto e os relatórios dos ensaios realizados e da conformidade do produto emitidos por laboratório reconhecido, nomeadamente os laboratórios acreditados para os métodos indicados.

Neste âmbito, funcionará um grupo de peritos com competências técnicas nas áreas médico farmacêutica, da tecnologia têxtil, da infeção e desinfeção, e incluindo também elementos da DGS, INFARMED, ASAE e IPQ, bem como outros que, de acordo com as respetivas atribuições e
competências, se venham a revelar essenciais para este efeito.

Compete à ASAE a fiscalização dos produtos classificados como artigos têxteis, enquanto Autoridade de Fiscalização de Mercado.

Máscaras caseiras e filtros não recomendados

Só as máscaras testadas por laboratórios com competência técnica reconhecida devem ser utilizadas. Além da eficácia não comprovada, as máscaras caseiras apresentam, muitas vezes, problemas ao nível do design, não se adaptando ao rosto dos utilizadores, e da respirabilidade.

Algumas destas máscaras estão preparadas para a utilização de filtros que não dão garantias de proteção. Além disso, a troca dos filtros pode aumentar o risco de contágio, não só pelo contacto com a máscara, cuja superfície pode estar contaminada, mas também porque pode levar a que a máscara seja utilizada por um período mais longo do que o aconselhável. 

Uso correto da máscara

O uso de máscara é aconselhado, sobretudo, para prevenir que pessoas infetadas, nalguns casos assintomáticas, sejam veículos de transmissão da covid-19.

Para que a sua função seja cumprida, é fundamental que manuseie e utilize a máscara corretamente. Esta deve cobrir por completo o nariz e o queixo. Antes e depois de a pôr, deve lavar as mãos com água e sabão ou desinfetá-las com um gel à base de álcool. 

Enquanto a máscara estiver no rosto, puxá-la para o queixo, para falar ao telemóvel, ou simplesmente tocá-la, é altamente desaconselhado.

Quando remover a máscara, faça-o por detrás, evitando tocar na parte da frente. O risco de transmissão é maior se a máscara for retirada de modo inapropriado ou se uma pessoa saudável tocar na cara durante a utilização.

Deponha as máscaras não reutilizáveis num contentor de resíduos. Lave as reutilizáveis logo a seguir à utilização, de acordo com as instruções da etiqueta.

Viseiras são eficazes?

As viseiras servem como proteção contra a projeção de partículas sólidas e líquidas. Podem ser um complemento útil, mas não podem ser usadas em substituição da proteção respiratória (como máscaras), quando necessário. A sua utilização deverá ser complementada com um método barreira que tape o nariz e a boca.

Conclusão

Depois deste exaustivo artigo o que te interessa é saber afinal e de forma simples qual a máscara que devemos usar? No contexto atual de pandemia com novas estirpes mais contagiosas e mortais a devastar a Europa e o Mundo a resposta correta é máscaras FFP2.

Resumindo as razões da escolha FFP2 são as seguintes:

  • Evitam contagiar se estiver infetado mas também protegem o utilizador de pessoas infetadas pois filtram o ar inspirado e expirado (as cirúrgicas só evitam contagiar);
  • Certificação europeia com testes mais rigorosos que as certificações america (N95) e chinesa (KN95);
  • Maior durabilidade que as N95 e KN95;
  • Maior conforto por apresentar melhor respirabilidade que as N95 e KN95;
  • Mais baratas que as FFP3 (estas filtram ainda mais) mas mantendo um grau de filtração muito elevado.

Se desejar filtração máxima, não tiver desconforto respiratório e o orçamento não for um problema, então a escolha acertada é máscaras FFP3.

A terminar alerto que só deve adquirir máscaras que efetivamente tenham marcados na máscara o certificado FFP2 e a norma europeia EN 149: 2001 + A1: 2009.

Referências

ENFARTE DO MIOCARDIO E AVC COMO SOBREVIVER ATÉ CHEGAR APOIO MÉDICO?

Enfarte do miocárdio  como sobreviver até chegar ajuda médica de emergência num enfarte agudo do miocárdio? Como reconhecer os sintomas que indicam que está a ter um ataque cardíaco (enfarte)? O que pode fazer se estiver sozinho e achar que está a ter um enfarte? E se for um AVC (Acidentes Vascular Cerebral) o que pode fazer? Quais as diferenças nos sintomas?  Algumas são surpreendentes mas podem salvar-nos a vida!

Além dos fatores de risco individuais de cada um de nós, dias de festa como aniversários, casamentos, batizados, festas populares e encontros de amigos são um facto de risco acrescido para todos mas claro muito mais para quem tem um historial familiar e clínico já reconhecido!

No entanto são conhecidos inúmeros casos de Enfarte e AVC em pessoas aparentemente de boa saúde mas que não conheciam os seus fatores de risco, pelo que este artigo será um contributo para que possam detetar a tempo, atuar e saber o que fazer para manter o doente vivo até à chegada de ajuda médica urgente!

Vou começar por falar do AVC, acidente vascular cerebral e mais adiante do enfarte agudo do miocárdio. Por favor partilhe este artigo pois pode salvar vidas!



Neste artigo vou responder ás seguintes perguntas:

  • Quantas mortes são causadas por AVC?
  • Como diminuir o risco de AVC?
  • Quais as pessoas com maior probabilidade de ter um AVC?
  • O que é um AVC?
  • Quais os tipos de AVC?
  • Como reconhecer a tempo um AVC?
  • Existe algum teste para reconhecer se a pessoa teve um AVC?
  • O que é um ataque cardíaco? E um enfarte do miocárdio?
  • Quais os sintomas de um enfarte do miocárdio?
  • Quais as causas de um enfarte do miocárdio?
  • Quais os fatores de risco associados a um enfarte do miocárdio?
  • Como é feito o diagnóstico de um enfarte do miocárdio?
  • Quais as opções de tratamento disponíveis para o enfarte do miocárdio?
  • Quais as sequelas possíveis de um ataque cardíaco ou enfarte do miocárdio?
  • O que pode fazer se estiver sozinho e começar a sentir um ataque cardíaco?
  • Como tentar evitar o desmaio e aguentar até chegar ajuda?




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AVC quantas mortes causa?

Segundo o relatório sobre o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, em 2015, 6432 portugueses morreram devido ao acidente vascular cerebral (AVC), o que, de acordo com o Ministério da Saúde, representa uma quebra de 39% face a 2011. Uma diminuição que contribuiu para que a mortalidade associada às diversas doenças cérebro-cardiovasculares, no seu conjunto, atingisse um dos valores mais baixos das últimas décadas.

A descida muito acentuada da mortalidade por AVC foi acompanhada pelo aumento do número de fármacos, explica o coordenador do programa nacional, Rui Cruz Ferreira. Entre os quais, acrescenta, novos medicamentos para tratar a fibrilação auricular, uma arritmia crónica que aumenta em cinco vezes o risco de AVC.

AVC, reaja a tempo!
AVC, reaja a tempo!

Como diminuir o risco?

Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo – e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade.

Os principais fatores de risco são os seguintes:

  • Excesso de peso e obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Hipertensão arterial;
  • Colesterol muito elevado;
  • Tabaco;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Diabetes;
  • Stress.

PÚBLICO -

Adotar uma alimentação saudável, com consumo de frutas, vegetais, redução de sal e gorduras, praticar exercício físico e alterar rotinas diárias – usar as escadas em vez do elevador, por exemplo, e deixar de fumar, visto que parar de fumar pode cortar os riscos de AVC pela metade, refere Diogo Valadas, Diretor Técnico da Associação Nacional AVC.

Grupos de risco

Além dos fatores de risco que podem ser reduzidos com a mudança de hábitos é crucial prestar atenção a situações que não dependem da alteração de comportamentos.

Existem pessoas com maior probabilidade de sofrer AVC do que outras, a saber:

  • Idosos
  • Pessoas com histórico familiar de ocorrência de AVC
  • Homens com menos de 75 anos
  • Indivíduos com doença coronária e diabetes

No âmbito das doenças cardiovasculares e tendo em conta o objetivo da associação, cujo foco é o apoio aos doentes que sofreram um AVC, a instituição pretende integrar o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-cardiovasculares, um dos projetos de saúde prioritários da Direcção-Geral da Saúde, assumindo o papel de entidade representante de famílias vítimas de AVC.

Acidente Vascular Cerebral o que é?

O AVC acontece quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido
O AVC acontece quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido

Um AVC surge quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido. O sangue leva nutrientes essenciais e oxigénio para o cérebro. Sem o fornecimento de sangue, as células cerebrais podem ficar danificadas, impossibilitando-as de cumprir a sua função.

O cérebro controla tudo que o corpo faz, por isso, uma lesão no cérebro afetará as funções corporais. Por exemplo, se um AVC danificar a parte do cérebro que controla o movimento dos membros, ficaremos com essa função alterada.

Área do cérebro com maior incidência de AVC
Área do cérebro com maior incidência de AVC

Tipos de AVC

Existem dois tipos de AVC, o hemorrágico e o isquémico.

A imagem seguinte descreve claramente a diferença:

Existem 2 tipos de AVC: o hemorrágico e o isquémico.
Existem 2 tipos de AVC: o hemorrágico e o isquémico.

Reconhecer a tempo um  AVC

A doença é repentina e os efeitos no corpo são imediatos. Reconhecer os sintomas seguintes pode evitar um AVC de causar danos muito graves.  Esse sintomas podem ser os seguintes:

  • Dormência
  • Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (pode ser um braço, perna ou parte inferior da pálpebra descaídos, ou a boca torta e salivante)
  • Fala arrastada ou dificuldade em encontrar palavras ou discurso compreensível
  • Visão subitamente enublada ou perda de visão
  • Confusão ou instabilidade
  • Forte dor de cabeça

Alguns sintomas de AVC no braço e na posição da boca
Alguns sintomas de AVC no braço e na posição da boca

AVC, uma mulher com dor de cabeça deve sempre consultar um médico
AVC, uma mulher com dor de cabeça deve sempre consultar um médico

Teste para reconhecer AVC em curso

Use um teste simples que o pode ajudar a reconhecer se uma pessoa teve um AVC:

  • Fraqueza Facial:
    • A pessoa pode sorrir? Tem a sua boca ou um olho caído?
  • Fraqueza no braço:
    • A pessoa consegue levantar os braços?
  • Problemas de expressão: a pessoa consegue falar com clareza e entender o que lhe dizem?

AVC sintomas faciais
AVC sintomas faciais

Se detectar ulguns dos sintomas descritos seja rápido e ligue 112 ( Portugal )

 

Ataque cardíaco como ganhar tempo? 

Ataque cardíaco é a mesma coisa que enfarte do miocárdio

Enfarte do miocárdio o que é?

O enfarte é definido como uma lesão isquémica do músculo cardíaco (miocárdio), que se deve à falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos sanguíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar depósitos de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração.

As placas de gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem “abastecimento” de sangue. É assim que ocorre o enfarte do miocárdio. Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação inflamatória local.

Localização das artérias coronárias e infarte do miocárdio
Localização das artérias coronárias e enfarte do miocárdio

O enfarte também pode ocorrer em vasos coronários normais quando as artérias coronárias apresentam um espasmo, ou seja, uma forte contração que determina um déficit parcial ou total no abastecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado por este vaso contraído.

Localização anatómica do pericárdio, epicárdio miocárdio e endocárdio
Localização anatómica do pericárdio, epicárdio miocárdio e endocárdio

Sintomas

sintoma clássico é uma dor e aperto no lado esquerdo ou no centro do peito podendo irradiar para o pescoço ou para o braço esquerdo, porém em cerca de 15% dos casos, o sintoma pode ser atípico tal como:

  • Dor no lado direito do peito
  • Suor
  • Enjoo
  • Vómitos
  • Dor de estômago
  • Falta de ar
  • Tonturas
  • Palpitações ( arritmias )

Esta dor tem, habitualmente, duração superior a 10 minutos, pode ter diferentes intensidades ou ainda desaparecer  e voltar espontaneamente.

Infelizmente, nem todos os pacientes têm este sintoma. Os diabéticos, por exemplo, podem ter um enfarte sem apresentar dor.

Causas

O enfarte está mais frequentemente associado a uma causa mecânica, ou seja, à interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada área, devido a obstrução completa ou parcial da artéria coronária responsável pela sua irrigação.

O tamanho da área necrosada depende de vários fatores, tais como o calibre da artéria lesada, tempo de evolução da obstrução e desenvolvimento da circulação colateral. Esta, quando bastante extensa, é capaz de impedir a instalação de enfarte, mesmo em casos de obstrução total da coronária.

Pode também ocorrer por aumento do trabalho cardíaco relacionado com um aumento da pressão arterial.

Miocárdio privado de oxigénio
Miocárdio privado de oxigénio

Fatores de risco

As seguintes condições de saúde são os fatores de risco mais comuns no enfarte do miocárdio:

  • Colesterol LDL alto e HDL baixo
  • Sedentarismo
  • Tabagismo
  • Hipertensão arterial
  • Menopausa
  • Stress
  • Excesso de peso
  • Diabetes mellitus
  • História familiar ou predisposição genética
  • Idade
  • Alterações hemodinâmicas: hipertensão arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado em 3 fatores:

  • Quadro clínico,
  • Alterações no ECG (eletrocardiograma)
  • Doseamento de enzimas cardíacas que se alteram no enfarte do miocárdio.

Escolha sempre um médico da sua confiança para tratar os seus sintomas e para lhe auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares.

Tratamentos disponíveis

Qualquer que seja o tratamento escolhido pelo médico que vai prestar assistência ao paciente com enfarte, o ideal é que ele comece dentro das primeiras 6 horas após o início da dor.

Quanto mais precoce, maior é a possibilidade de ser restabelecido o fluxo sanguíneo e de oxigênio nas artérias coronárias, evitando as complicações decorrentes da necrose do músculo cardíaco.

Pontos importantes do tratamento são:

  • Alívio da dor
  • Repouso para reduzir o trabalho cardíaco
  • Administração de agentes trombolititos para melhorar o fluxo sanguíneo

A administração de oxigênio em fluxo contínuo nas primeiras seis horas, reduz a dor associada à baixa concentração de oxigênio circulante. O uso de drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que o músculo cardíaco sofra menos isquemia (ausência de sangue).

A probabilidade aumentada de complicações no período de 72 horas, após o enfarte,  justifica a monitorização contínua.

Superada esta fase, o paciente é encaminhado para um quarto restringindo-se o número de visitas. Progressivamente, ele pode sentar-se durante breves períodos, começa a deambular por volta do quarto ou quinto dia.

Esta mobilização precoce melhora sensivelmente o bem-estar, além de reduzir a incidência de tromboembolia. Mas o paciente deve ser acompanhado de perto para detetar possíveis alterações consequentes a esta atividade física.

A dieta será liberada à medida que as condições clínicas permitirem, devendo ser hipocalórica e hipossódica (com pouco sal).

As evacuações não devem significar esforço para o paciente, usando, se necessário, laxantes suaves.

Os tranquilizantes podem ser utilizados para amenizar a angústia de alguns doentes, mas com muito cuidado, já que esses medicamentos podem aumentar a frequência cardíaca e a pressão sistólica.

Complicações da doença

As principais complicações do enfarte são:

  • Arritmia cardíaca
  • Choque criogénico
  • Insuficiência respiratória
  • Insuficiência renal
  • Paragem cardiorrespiratória

As complicações mais letais são as arritmias, que podem ocorrer, mais frequentemente, nas primeiras 24 horas após o enfarte.

Por isso, é importante que, idealmente, pelo menos 72 horas, os pacientes fiquem sob cuidados médicos em unidades de tratamento intensivo, onde recebem todos os cuidados necessários para detetar precocemente e tratar essas arritmias, através de uma monitorização contínua das complicações do enfarte.

Ataque cardíaco o que posso se está sozinho?

Muitas pessoas estão sozinhas quando têm um ataque cardíaco.

Sem ajuda, a pessoa sente o  coração a bater de forma irregular e começa a sentir-se fraca tendo apenas alguns segundos antes de desmaiar.

Evitar o desmaio e tentar regularizar o ritmo cardíaco

Estas técnicas podem dar-lhe tempo até chegar ajuda:

  • Tossir repetidamente com bastante força
  • Respirar bem fundo antes de tossir e a tosse deve ser forte e prolongada, vinda do fundo do peito.
Uma inspiração e uma tosse devem ser repetidas a cada 2 segundos sem parar, até que chegue ajuda, ou que sinta que o coração voltou a bater normalmente.  As inspirações profundas trazem oxigênio para os pulmões e os movimentos de tossir “bombeiam” o coração e mantêm o sangue a circular.

Esta pressão no coração também faz com que ele volte a bater normalmente e dessa maneira a vítima tem tempo de chegar ao hospital.

Se reconhecer algum destes sinais, ligue o 112 imediatamente!

Este é sem dúvida um dos artigos que pode poupar muitas vidas se esta informação for passada para o público em geral. Todos os anos milhares de pessoas podiam ser salvas se soubessem reconhecer a tempo sintomas simples que não deixam muitas dúvidas sobre o que lhes pode estar a acontecer. A rapidez da assistência médica é essencial mas,  para ser eficaz, doentes e famílias têm de saber reconhecer os sintomas a tempo!

Fique bem!

Franklim A. Moura Fernandes

Por favor PARTILHE ESTA INFORMAÇÃO E AJUDE A SALVAR MUITAS VIDAS!

CARNE PROCESSADA TODA A VERDADE!

A OMS (Organização Mundial de Saúde) através da sua Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Cancro (IARC- sigla inglesa) classificou, em 2015, carne processada como cancerígena para as pessoas. Trata-se de uma atitude “corajosa” numa altura em que a industria da carne, em quase todo o mundo, movimenta um volume de negócios exorbitante, muitas vezes alicerçado em carne de má qualidade, proveniente de animais criados em condições miseráveis e sujeitos a uma sobrecarga inacreditável de medicamentos e suplementos para crescerem mais rápido e serem mais produtivos.

Este artigo, vai tratar a carne processada cujos exemplos mais comuns são as salsichas, fiambre, bacon, linguiça, mortadela, chouriços, morcelas, alheiras, presunto e derivados de charcutaria e não propriamente o “bife” que chega ao seu parto!

Para que fique claro, não sou vegan, nem vegetariano, nem carnívoro e acredito que a nossa alimentação para proteger a nossa saúde deve ter dois pilares estruturantes:

  • Comer alimentos reais, não processados, como vegetais, fruta, carne de animais de pastagem, ovos e peixe;
  • Comer poucas vezes por dia de preferência numa janela de 8 horas com as restantes 16 horas do dia em jejum, bebendo apenas água  durante o jejum.

Leia também: Incrível, novas descobertas sobre o jejum, toda a verdade!

A carne vermelha de animais de pastagem (não alimentados com ração), é simplesmente um dos alimentos mais extraordinários para a nossa saúde tal a riqueza em proteínas de qualidade, gordura saturada mas saudável, vitaminas, minerais, sem  açúcares nem óleos vegetais que destroem a nossa saúde!

A título de mau exemplo, relembro apenas o triste e perigoso hábito diário de milhões de adultos e crianças que é comer pão com fiambre… muitas vezes até mais de uma vez por dia, todos os dias, durante anos!

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • O que diz a OMS sobre carne processada?
  • Qual a quantidade diária acima da qual o risco aumenta?
  • O que são as carnes processadas?
  • Porque são processadas as carnes?
  • Quais os principais exemplos de carnes processadas?
  • Como é realizado o processamento?
  • Quais os tipos e técnicas de processamento?
  • Qual o nível de processamento que a carne pode sofrer?
  • Quais os riscos para a saúde?
  • Qual o problema dos nitritos /nitratos usados no processamento?
  • O que diz a IARC (International Agency for Research on Cancer) sobre o risco de cancro da carne processada?
  • Porquê colocar nitrito na carne?
  • Quais as alternativas naturais ao curado?
  • Quais os impactos e aspetos ambientais?
  • Quais as 13 perguntas e respostas da IARC sobre a carne processada?
  • Quais as 10 decisões que pode aplicar já para diminuir o risco de doença?

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O que diz a OMS sobre carne processada?

Segundo a OMS, carne processada é carne que foi salgada, curada, fermentada, fumada ou processada de forma a intensificar o seu sabor e melhorar a sua conservação.

Os avisos da OMS surgem num relatório da instituição. Segundo estudos feitos pela Agência Internacional de Investigação do Cancro, o consumo de carne processada está diretamente relacionada com um tipo de específico de cancro, o colo-rectal.

A OMS escreveu na sua página que existem provas suficientes que mostram que o consumo de carne processada por humanos causa cancro colo-rectal.

Quantidade consumida e risco aumentado

O consumo diário de 50 gramas de carne processada aumenta o risco de cancro colo-rectal em 18%, calculam os especialistas da OMS.

Nas últimas décadas, com a vida agitada das grandes cidades, as carnes processadas ganharam espaço à mesa, na população em geral. Muitas pessoas apreciam o sabor, a variedade e a conveniência que elas podem oferecer. Mas tudo tem o seu lado menos bom e este pode ser muito perigoso em relação ao caso em apreço!

Carnes processadas

Segundo a história antiga, o processamento de carnes tem a sua origem na salga e defumação dos alimentos, que se iniciou séculos antes da prática da refrigeração, amplamente disponível nos dias de hoje. O principal objetivo desses processos era o de conservar a carne por um período mais longo, a fim de garantir o consumo em períodos de escassez de alimentos.

De uma forma simples, as carnes processadas são produtos frescos (geralmente feitos a partir de carne bovina, suína, de frango e de peru) que foram alterados a partir de seu estado original, sendo submetidos a uma (ou mais) fase de transformação ou elaboração, tais como:

  • Moagem,
  • Adição de ingredientes
  • Adição de aditivos,
  • Cozimento,
  • Outros processos.

Porque são processadas as carnes?

Estes procedimentos,  entre outros aspetos tecnológicos, visam aumentar a aceitação do consumidor, melhorando os seguintes aspetos:

  • Aparência,
  • Textura,
  • Sabor,
  • Tempo de conservação e validade,
  • Facilidade e rapidez de utilização (uma das principais características procuradas pelo consumidor na hora da compra).

Exemplos de carne processada

Os principais exemplos de carnes processadas e seus derivados presentes no mercado são:

  • Carnes em peças,
  • Carnes temperadas,
  • Carne seca (charques),
  • Presuntos,
  • Bacon,
  • Fiambre,
  • Peito de peru (que é carne branca),
  • Mortadelas,
  • Salsichas,
  • Alheiras,
  • Chouriços,
  • Linguiças,
  • Salames,
  • Patês,
  • Carnes enlatadas,
  • Caldos de carnes concentrados.

Como é realizado o processamento?

Os tecidos animais, principalmente carne de músculo e gordura, são os principais ingredientes utilizados no processamento. Ocasionalmente outros tecidos animais também são usados, tais como órgãos internos, peles e sangue ou ingredientes de origem vegetal, segundo informações da FAO, braço da ONU que trata das questões relacionadas a agricultura e alimentação.

Técnicas de processamento

O tipo de processamento varia em função do tipo de carne, sendo que quanto mais processado o produto for, mais ele perde as suas características nutricionais, e mais ele aumenta os riscos de possíveis danos para a saúde, quando comparado com a carne fresca. As transformações no alimento são feitas por meio de tratamentos físicos, químicos e/ou biológicos, a saber:

  • Cura,
  • Moagem e mistura,
  • Cozimento,
  • Emulsão,
  • Pasteurização,
  • Fermentação,
  • Secagem,
  • Desidratação,
  • Defumação,
  • Apertização.

Cura

O termo cura de carnes refere-se à conservação de um produto por um período de tempo mais longo, pela adição de sal, compostos fixadores de cor (nitratos e/ou nitritos), açúcar e condimentos, onde também é obtida a melhoria das propriedades sensoriais, como o sabor e o aroma mais agradáveis e coloração vermelha ou rósea atraente. A concentração de cada agente de cura depende da natureza do alimento e da tecnologia aplicada.

A indústria tem realizado várias modificações nas práticas de cura com o objetivo de obter produtos de qualidade mais uniforme e econômica, reduzir a incidência de alterações bacterianas da carne durante a cura e o processamento, sendo que a maior preocupação é com o Clostridium botulinum, bactéria que causa o Botulismo, capaz de produzir uma toxina letal.

Moagem e mistura

A moagem consiste na subdivisão da matéria-prima em partículas, proporcionando melhor homogeneização do produto final e maior exposição das proteínas. No caso de enchidos de massa grossa (linguiça e salame), durante a operação, temperaturas relativamente baixas auxiliam na obtenção de partículas, com forma geométrica mais definida e evita o esmagamento da gordura. Os enchidos de massa fina necessitam de maior grau de subdivisão de partículas para melhorar a extração de proteínas solúveis em sal (miofibrilares) e a formação do completo encapsulamento das partículas de gordura.

A mistura é bastante utilizada para melhorar a homogeneidade dos diversos componentes da formulação, que se devem encontrar previamente nas dimensões desejadas para a mistura. Os produtos sofrem esse processo antes do enchimento. Geralmente utiliza-se um equipamento chamado de “cutter” ou um misturador horizontal com braços helicoidais.

Cozimento

O cozimento pode causar alterações físicas evidentes devido à coagulação das proteínas na superfície da carne e a mudança da cor vermelha para cor cinza ou marrom acinzentado.

Emulsão

A emulsão é definida como a mistura dos líquidos imiscíveis, sendo um disperso no outro. A emulsão da carne constitui um sistema de duas fases, a fase dispersa formada por partículas de gordura sólida ou líquida e a fase contínua formada por água que contêm dissolvidas e suspensas proteínas solúveis e a água forma uma matriz que encapsula os glóbulos de gordura.

As emulsões geralmente são instáveis, se não possuírem outro composto como agente emulsionante ou estabilizante. Os agentes emulsionantes atuam reduzindo a tensão entre ambas as fases e permitem a formação de uma emulsão com menor energia interna, aumentando, portanto, sua estabilidade.

Para que a emulsão de carne seja estável, é absolutamente necessário que as proteínas se encontrem dissolvidas ou solubilizadas. As proteínas miofibrilares (actina e miosina) são insolúveis em água e soluções salinas diluídas, mas são solúveis em solução salina mais concentrada. Uma das funções mais importantes do sal nas emulsões de enchidos é solubilizar estas proteínas na fase aquosa para que se encontrem em condições de recobrir as partículas de gordura (2% de sal na massa de carne é adequado, 3% é um pouco mais eficaz e acima de 3% poderá haver restrições quanto ao paladar).

Pasteurização

Tratamento térmico relativamente suave. Utilizam-se temperaturas inferiores a 100ºC e, portanto pressão atmosférica normal. Este método inativa as enzimas e destrói os microrganismos sensíveis a temperaturas mais elevadas, sem modificar o valor nutritivo e as características sensoriais do alimento, permitindo apenas o prolongamento da sua “vida-de-prateleira” da carne processada.

Fermentação

Processo que utiliza o crescimento controlado de microrganismos selecionados, capazes de modificar a textura, sabor e aroma, assim como as propriedades nutricionais da carne processada.

Entre os tipos a fermentação láctica é largamente utilizado na preservação dos alimentos, o ácido láctico produzido pela ação das bactérias sobre os açúcares, fornecendo sabor característico ao produto. Alguns produtos de origem vegetal, como picles, chucrute e azeitonas e de origem animal como queijo e salames são elaborados por meio da fermentação láctica.

Na fermentação de produtos pouco ácidos como leite e carnes, realizada com objetivo de aumentar a concentração de microrganismos fermentadores, para reduzir o tempo de fermentação e inibir o crescimento de germes patogênicos e deterioradores, adiciona-se uma determinada quantidade de microrganismos selecionados, com o objetivo de iniciar a fermentação; essa cultura é conhecida como “cultura starter”.

Secagem ou desidratação

A deterioração de carne torna-se mais lenta com a remoção da água da carne. Isto pode ser conseguido por meio da salga ou secagem natural. A secagem deve ser efetuada cuidadosa e uniformemente. Os melhores resultados são obtidos em condições de clima seco com muito vento (BERKEL et al., 2005). A secagem também concentra os componentes do sabor.

Defumação

Segundo Arima (2002) a defumação é um processo de aplicação no alimento de fumo produzido pela combustão incompleta de algumas madeiras, com a finalidade de conferir aroma, sabor e cor característicos e prolongar a vida útil. Normalmente fazem parte do processo a secagem inicial, a deposição do fumo e a secagem adicional e/ou cozimento do produto. A quantidade e a velocidade da deposição do fumo dependem do substrato da defumação, das condições da estufa e dos tipos de fumo.

Em carnes, o contacto com o calor e o fumo provoca a perda da água, tornando a superfície ressecada e a cor estabilizada. A perda de água e a ação dos constituintes da fumo conferem ao alimento barreiras físicas e químicas eficientes contra a penetração e a atividade de micro-organismos. Essa capa protetora pode ser devido à desidratação que se processa na superfície do produto, principalmente na defumação a quente, à coagulação proteica que ocorre durante a defumação e ao depósito das substâncias antimicrobianas que existem na fumo, que se condensam e encontram-se depositadas na superfície do produto (USP – CENA/PCLQ, 2005).

Apertização

É a aplicação do processo térmico a um alimento convenientemente acondicionado numa embalagem hermética, resistente ao calor, a uma temperatura e um período de tempo cientificamente determinados, para atingir a esterilização comercial. Este processo corresponde ao aquecimento do produto já elaborado, embalado em latas, vidros, plásticos ou outros materiais e relativamente isentos de ar.

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Nível de processamento da carne

1. Produtos minimamente processados

Peças de carnes que não envolvam adição de sal, açúcar, óleos, gorduras e outras substâncias, e são vendidas em supermercados ou em feiras livres e podem ser encontradas frescas, resfriadas ou congeladas. Englobam as carnes bovinas, suínas, aves e pescados.

2. Produtos processados

Carnes processadas são fabricadas pela indústria adicionando à carne fresca sal, açúcar ou de outras substância de uso culinário para torná-las duráveis e mais agradáveis ao paladar. Como exemplo temos:

  • Carne seca,
  • Toucinho,
  • Sardinha e atum enlatados, entre outros produtos.
3. Produtos ultraprocessados

Alimentos ultraprocessados são formulações industriais feitas inteiramente ou maioritariamente de substâncias extraídas de alimentos, derivadas de constituintes de alimentos ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão. Como exemplo temos:

  • Hambúrgueres,
  • Extratos de carne e frango,
  • Peixe na forma de panados do tipo “nuggets”,
  • Salsichas e outros enchidos.

Riscos para  a saúde

Durante o processamento de carne, é necessário considerar que existem diversos riscos que podem afetar a saúde do consumidor, por isso, quando comprar verifique se o mesmo apresenta o selo do órgão fiscalizador oficial como por exemplo do Ministério da Agricultura que garante a segurança alimentar do produto. Alguns exemplos são:

Perigos biológicos

Micoorganismos patogénicos (destacando-se as bactérias e fungos) que podem causar doenças e intoxicações alimentares.

Perigos físicos

Podem ser causados pelos restos de materiais indesejados tais como:

  • Vidro,
  • Fragmentos de ossos,
  • Dentes de animais (no caso da carne da cabeça),
  • Fragmentos metálicos, como clipes de salsicha, lâminas de faca quebradas, agulhas,
  • Plásticos,
  • Pedras.

Perigos químicos

São os contaminantes tais como:

  • Metais pesados,
  • PCB (bifenilos policlorados),
  • Solventes químicos, de limpeza e de desinfeção compostos.

Resíduos tais como:

  • Medicamentos veterinários,
  • Aditivos alimentares,
  • Pesticidas.

Aditivos alimentares com risco de overdose, tais como:

  • Nitrato,
  • Nitrito,
  • Conservantes químicos.

Todos estes processos são comuns aos alimentos industrializados, mas alguns são mais comuns quando se fala de carne processada, principalmente os riscos físico e químico.

Nas carnes processadas, há grande quantidade de fragmentos que não seriam aproveitados pela indústria de carnes e que muitas vezes contêm alta concentração de gordura.

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Ingestão de nitritos e nitratos

Como as carnes são perecíveis, para aumentar os lucros da industria, elas precisam de substâncias que prolonguem sua vida útil de forma a poderem estar mais tempo disponíveis nas prateleiras dos supermercados  Porém o composto que é utilizado para esse fim é o nitrito/nitrato, inserido no processo de cura da carne.

O problema é que, em certas condições, o nitrito e o nitrato, que são substâncias possivelmente cancerígenas para humanos,  podem formar nitrosaminas que são compostos químicos cancerígenos em animais, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC – sigla inglesa)  que pertence à OMS.

Isto acontece nos produtos à base de carne fortemente cozidos ou fritos e que foram previamente curados com nitrito ou nitrato. Segundo a IARC, nitritos e nitratos em alimentos estão associados à incidência de aumento de cancro do estômago.

IARC da OMS sobre o risco de cancro

De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC – na sigla em inglês), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), a carne processada é cancerígena. Uma avaliação dos riscos do consumo de carne vermelha e processada concluiu e classificou as carnes processadas como carcinogénicas para humanos (grupo 1). Produtos como tabaco, álcool e amianto estão registados no mesmo grupo de risco.

As evidências são suficientes para afirmar que o consumo desse tipo de alimento provoca cancro colorretal. A ingestão diária de uma porção de 50 gramas de carne processada aumenta o risco de cancro colorretal em 18%, segundo especialistas da Iarc que realizaram a avaliação. Além disso, o risco aumenta com a quantia de carne consumida.

Estimativas recentes feitas pelo Global Burden of Disease Project, uma organização acadêmica de pesquisa independente, apontam que, por ano, cerca de 34 mil mortes são causadas por cancro decorrente de dietas ricas em carne processada.

Os especialistas ainda não desvendaram totalmente como o risco de cancro é influenciado pela carne processada e pela carne vermelha (esta última foi classificada no Grupo 2A – provavelmente carcinogénica para humanos). Contudo, sabe-se que, durante o processamento formam-se químicos carcinogénicos como os N-nitrosos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

No processo de cozimento também são formadas aromáticas policíclicas, que estão presentes até na poluição do ar. O potencial carcinogénico de alguns desses químicos é comprovado e outros são classificados como provavelmente cancerígenos.

Para o Dr. Kurt Straif, líder do Iarc Monographs Programme, a incidência de cancro causada pelo consumo de carne processada é uma questão de saúde pública. O diretor da organização, Christopher Wild, diz ainda que estas descobertas indicam a necessidade de recomendações sobre a limitação do consumo de carnes.

Porquê colocar nitrito na carne?

O nitrito inibe a germinação do Clostridium botulinum e previne a formação de toxinas nas carnes curadas, evitando assim intoxicação alimentar por botulismo, que pode ser letal ou causar sequelas irreversíveis se não diagnosticada e tratada rapidamente. Admite-se que a concentração mínima de nitrito necessária para inibir o C. botulinum seja de 150 partes por milhão (ppm).

Quais as alternativas naturais ao curado?

Algumas das alternativas naturais são:

  • Aipo em pó,
  • Sal marinho,
  • Sumo de beterraba.

De acordo com o American Meat Institute alguns consumidores preferem carnes que são curadas usando nitrato natural e fontes de nitrito encontradas em extratos vegetais, como aipo em pó. Estes produtos estão cada vez mais disponíveis nos supermercados. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) exige que nas embalagens destes produtos se declare “não curado”, e que na rotulagem contenha que “não há nitratos ou nitritos adicionados, excepto para os contidos naturalmente no aipo em pó”.

Outras alternativas aos salitres (sais de nitrato de sódio ou de nitrato de potássio) são o sal marinho e sumo de beterraba.

Impactos e aspectos ambientais

Além dos riscos citados acima, é importante considerar que em todas as etapas do processamento de carnes, assim como em várias indústrias do sector alimentar, os principais aspectos e impactos ambientais resultantes dos processos de produção são:

  • Alto consumo de água,
  • Geração de efluentes líquidos com alta carga poluidora, principalmente orgânica,
  • Alto consumo de energia,

No caso da produção de carnes, as emissões atmosféricas e odor, resíduos sólidos e ruído são bastantes significativos.

O melhor é não consumir carne processada, preferindo uma dieta vegetariana ou que faça uso de carne fresca ou curada de outra maneira. Caso não tenha jeito, procure comer carne processada em doses muito pequenas.

13 perguntas e respostas da IARC sobre carne processada

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC) divulgou sua avaliação sobre os riscos de cancro que o consumo de carnes vermelha e processada podem causar. O primeiro tipo, que tem itens como linguiça, presunto e salame, pode ser considerado cancerígeno para humanos (Grupo 1); já a carne vermelha foi alocada no Grupo 2A – provavelmente cancerígena para humanos.

Depois dessa avaliação, muita gente ficou com a pulga atrás da orelha. Devemos apenas comer peixe e frango? Devemos ser vegetarianos? Quais os grupos de risco que mais são afetados? A IARC antecipou-se e escreveu uma sessão de perguntas frequentes e respostas para quem está preocupado.

1. O que faz com que carne vermelha e carne processada aumentem o risco de cancro?

As carnes contêm múltiplos componentes e também podem possuir químicos que se formam dependendo do processamento ou do cozimento. Por exemplo, químicos carcinogénicos que se formam durante o processamento da carne incluem N-nitrosos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

Cozinhar carne vermelha ou carne processada também produz aminas aromáticas policíclicas, que podem ser encontradas em outros alimentos e na poluição do ar. Alguns desses químicos são reconhecidamente ou provavelmente cancerígenos. Apesar desse conhecimento, ainda não é possível entender totalmente como o risco de cancro é aumentado pela carne vermelha e pela carne processada.

2. Os métodos de cozimento de carne alteram o risco?

Cozimentos feitos em altas temperaturas geram compostos que podem contribuir para o risco cancro, mas o papel desses compostos ainda não é totalmente compreendido.

3. Quais os métodos mais seguros de cozinhar carne?

Cozinhar carne em altas temperaturas ou com o alimento em contato direto com a chama ou com uma superfície muito quente, como na preparação de churrascos ou frituras, produz uma quantidade maior de certos tipos de químicos cancerígenos (como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e aminas aromáticas heterocíclicas). Mesmo assim, não houve evidências suficientes para se chegar a alguma conclusão sobre o método mais seguro.

4. Comer carne crua é mais seguro?

Não há dados suficientes para responder a essa questão em relação ao risco de cancro. De qualquer modo, é preciso estar atento ao risco de infeção a partir do consumo de carne crua.

5. A carne processada é tão cancerígena como o amianto e o fumo do tabaco?

Carne processada foi classificada como carcerígena para humanos (Grupo 1). Tabaco e amianto também estão classificados no mesmo grupo. Isso significa que o consumo de carne processada é tão carcerígeno quanto aspirar fumo de tabaco ou partículas de amianto?

Não, a carne processada foi classificada na mesma categoria de tabaco e amianto, mas isso não significa que sejam igualmente perigosos. As classificações da IARC descrevem a força da evidência científica sobre um agente ser ou não a causa de cancro, mas não lida com níveis de risco.

6. Quantos casos de cancro são causados todos os anos devido ao consumo de carnes processada e vermelha?

Segundo as estimativas mais recentes feitas pelo Global Burden of Disease Project, uma organização acadêmica de pesquisa independente, cerca de 34 mil mortes por cancro ocorrem todos os anos no mundo inteiro devido a dietas ricas em carne processada. Comer carne vermelha ainda não foi estabelecido como causa de cancro. Mesmo assim, se for levado em conta casos em que a associação de ingestão de carne vermelha foi provada como causa, a mesma organização estima que as dietas ricas em carne vermelha sejam responsáveis por 50 mil mortes por cancro anualmente em todo o mundo. Esses números contrastam com o número de mortes por cancro anuais, em todo o Mundo, causados por:

  • 1 milhão por ano devido ao fumo de tabaco,
  • 600 mil por ano devido ao consumo de álcool,
  • 200 mil por ano causadas pela poluição do ar.

7. O risco é maior em crianças, pessoas idosas, mulheres ou homens?

Os dados disponíveis não permitiram chegar a conclusões sobre como os riscos diferem em distintos grupos de pessoas.

8. Devemos parar de comer carne?

Comer carne traz conhecidos benefícios à saúde. Muitas recomendações nacionais orientam pessoas a limitar o consumo de carne processada e de carne vermelha, o que pode ter relação com maiores riscos de morte a partir de doenças cardíacas, diabetes e outras enfermidades.

9. Há uma quantidade segura de carne para consumo?

Os riscos aumentam com a quantia de carne consumida, mas não há dados para uma avaliação que permita concluir sobre uma quantidade segura.

10. Devemos comer apenas aves e peixe?

O risco de cancro associado ao consumo de aves e peixes não foi avaliado.

11. Devemos ser vegetarianos?

Dietas vegetarianas e dietas que incluem carne têm diferentes vantagens e desvantagens para a saúde. De qualquer modo, esta avaliação não compara diretamente os riscos de saúde envolvidos em vegetarianos e em pessoas que comem carne. O tipo de comparação é difícil porque esses grupos podem ter muitas diferenças entre si para além do consumo de carne.

12. Há algum tipo de carne vermelha que é mais seguro?

Alguns estudos investigaram riscos de cancro associados com diferentes tipos de carne, como bovina e suína, e com diversos tipos de carne processada, como presunto e salsicha. Mesmo assim, não há informação suficiente para dizer quais os tipos de carne vermelha ou de carne processada proporcionam maiores ou menores riscos de cancro.

13. O método de preservação pode influenciar no risco de cancro?

Diferentes métodos de preservação podem resultar na formação de carcinogénicos, mas o quanto isso contribui para o risco de cancro é um dado desconhecido.

RISCO DE DOENÇA melhorsaude.org melhor blog de saude

Como  diminuir risco de doença?

Esta é uma listagem publicada no Best-seller do New York Times “O FIM DA DOENÇA”, escrito pelo Dr. David B. Agus, um dos oncologistas e investigadores de Biomedicina mais conceituados do mundo, galardoado com diversos prémios entre os quais o da American Cancer Society, respondendo a uma pergunta de um leitor:

Quais as 10 acções mais importantes que posso realizar hoje mesmo para reduzir o meu risco de doença, em particular das duas doenças mais temidas que podem surgir no fim da vida, o cancro e a demência?

(clique nos links para mais informação)

  1. Consuma alimentos reais ou seja que surjam naturalmente e sejam colhidos do cultivo da “terra”
  2. Evite tomar vitaminas e suplementos
  3. Discuta com o seu médico a possibilidade de tomar aspirina e estatinas
  4. Participe em programas de rastreio do cancro
  5. Faça exercício regularmente e movimente-se ao longo do dia
  6. Mantenha um índice de massa corporal baixo
  7. Evite o tabaco
  8. Evite a exposição solar direta sem um protetor solar
  9. Evite fontes de inflamação
  10. Tome anualmente a vacina da gripe

Concluindo

Os perigos do processamento de carne abalaram ainda mais a nossa confiança em relação à carne processada que consumimos. Não se tratam de alarmismo exagerados mas sim da confirmação por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS) de algo que a comunidade cientifica há muito já sabia! Desta vez a diferença está no carimbo da OMS depois de analisados centenas de estudos científicos credíveis e sujeitos à apreciação de um conjunto de especialistas com créditos reconhecidos.

Não existem portanto dúvidas do potencial cancerígeno das carnes processadas não esquecendo nunca que falamos de probabilidades ou seja estas aumentam em 18% o risco de desenvolver cancro colo-rectal. Também não convém esquecer que estas probabilidades têm uma relação proporcionalidade com a quantidade consumida ou seja a partir de 50g diárias o risco aumenta bastante.

Neste quadro de grande pessimismo convém não esquecer o bom senso que nos lembra que não será certamente por comer pontualmente um bom presunto ou um hambúrguer com bacon que “assinamos uma sentença de cancro” nas nossas vidas!

O nosso organismo é uma “máquina extraordinária” que tem sempre ativos mecanismos diários de correção das “degenerações celulares” que podem levar ao desenvolvimento de uma lesão cancerígena, desde que o ajudemos a não ter de corrigir demasiadas lesões ou seja, de forma simplista, desde que levemos uma vida saudável com alimentação variada, não exagerada nas quantidades, onde predominem legumes, frutas e peixe, pouco álcool, sem tabaco e com exercício físico diário mínimo, trocando o sofá por uma caminha após a refeição ou um passeio com o cão!

Sim… vou continuar a comer o meu hambúrguer com bacon ou uma refeição com saborosos enchidos uma vez por mês na companhia da família… se nos apetecer… mas fica claro também que mais do que isso pode colocar a saúde em graves apuros e que, nesse caso, já não podem contar comigo!

Fiquem bem!

Franklim Moura Fernandes

Referências:

  • Organização Mundial de Saúde (OMS);
  • International Agency for Research on Cancer (IARC);
  • Food and Agriculture Organization (FAO);
  • American Meat Institute; 

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