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VITAMINAS PARA O CÉREBRO E MINERAIS OS MELHORES!

Vitaminas para o cérebro fadiga e cabelo quais as mais importantes? Quais os minerais mais relevantes? O que são exatamente as vitaminas e para que servem? Quando devo tomar um suplemento? Qual o melhor suplemento vitamínico? O excesso de vitaminas que problemas pode causar? Quais os sintomas de falta e de excesso?

Na minha prática profissional quase diariamente alguém me pede vitaminas para o cérebro e cansaço, mas serão mesmo necessárias? Para conseguir ajudar corretamente preciso de descobrir, antes de mais, o tipo de alimentação que têm, os suplementos que tomam, quais os sintomas para os quais procuram ajuda e os medicamentos que estão a tomar pois alguns, de facto, podem causar deficiência vitamínica.

No entanto antes de tudo isso deixo claro que o fator mais relevante, estruturante e decisivo para para o nosso cérebro e para um bom desempenho cognitivo é a qualidade do nosso sono… sem o qual não existem vitaminas ou minerais que possam fazer milagres!

Em 2012 a neurocientista dinamarquesa Maiken Nedergaard, descobriu, no nosso cérebro, o que designou de sistema glinfático, responsável pela “limpeza” diária do nosso cérebro e que ocorre durante a fase de sono profundo. Saiba tudo sobre este assunto no meu artigo sobre os segredos do sono, clicando na imagem abaixo.

Vitaminas o que são?

As vitaminas e os minerais são considerados nutrientes essenciais, isto é, não podem ser sintetizados pelo organismo e, portanto, devem ser consumidos na dieta. No entanto se tivermos uma microbita intestinal equilibrada e saudável este geralmente incluiu bactérias produtoras de certas vitaminas.

O que são vitaminas? As vitaminas são chamadas de micronutrientes essenciais porque são necessárias ao organismo em pequenas quantidades em inúmeras reações químicas que incluem desde o metabolismo de hidratos de carbono, proteínas e gorduras, passando pela manutenção de um bom sistema imunitário, estabilidade do sistema nervoso central e até ás funções de reparação de DNA nas nossas células.

Sem as vitaminas estas reações químicas essenciais não se realizam ou ficam descompensadas causando com o tempo diversas doenças, algumas bastante graves! O organismo não armazena a maioria das vitaminas, nomeadamente as hidrossolúveis como as do complexo B (exceto a B12) e vitamina C. A deficiência dessas vitaminas geralmente desenvolve-se em semanas a meses. Portanto, as pessoas devem consumi-las regularmente.

Quantas vitaminas existem?

Atualmente a lista contém 20 vitaminas. O complexo de vitaminas B contém 8, o complexo de vitaminas K contém 5, o complexo de vitaminas D contém 4 e as vitaminas A, E e C completam a lista, conforme descrevo de seguida:

  • Vitamina A (retinol);
  • Vitamina D ou D3 (colecalciferol), D2, D4 e D5;
  • Vitamina E (tocoferol);
  • Vitamina K (naftoquinona), K1, K2, K3 e K4;
  • Vitamina C (ácido ascórbico);
  • Vitamina B1 (tiamina);
  • Vitamina B2 (riboflavina);
  • Vitamina B3 (niacina, vitamina PP, ácido nicotínico ou nicotinamida);
  • Vitamina B5 (ácido pantoténico);
  • Vitamina B6 (piridoxina, piridoxal ou piridoxamina);
  • Vitamina B7, B8 ou H (biotina);
  • Vitamina B9 (ácido fólico);
  • Vitamina B12 (cianocobalamina).

As vitaminas são classificadas conforme a sua solubilidade na água. Assim dividem-se em:

  • Vitaminas hidrossolúveis – Vitamina C e os oito membros do complexo da vitamina B;
  • Vitaminas lipossolúveis – Vitaminas A, D, E e K.

Apenas as vitaminas A, E e B12 são armazenadas em grande quantidade no corpo.

Microbioma e vitaminas

As bactérias do cólon são responsáveis por sintetizar vitaminas, sobretudo, a tiamina (B1), a B12, a biotina (B7), o ácido fólico (B9), e a vitamina K e fermentam hidratos de carbono indigeríveis (fibras) em ácidos gordos de cadeia curta que constituem fontes de energia para o hospedeiro (Gerritsen et al., 2011; Prakash, 2011).

As bactérias residentes do trato gastrintestinal contribuem para preservar parte da energia contida nos hidratos de carbono
indigeríveis da dieta como a celulose, hemicelulose e pectina, metabolizando os mesmos em ácidos gordos que são fontes de energia para as células do epitélio intestinal e facilitam a absorção de sódio e água, além de sintetizarem proteínas e vitaminas do complexo B (Prakash, 2011).

Leia também: Microbiota novas descobertas incríveis, toda a verdade!

Funções alimentos doenças e dose diária

As vitaminas são essenciais em inúmeras funções vitais do nosso corpo. Nas tabelas seguintes descrevo:

  • Todas as vitaminas que existem;
  • Funções;
  • Alimentos onde existem;
  • Doenças provocadas pela falta de vitaminas;
  • Ingestão diária recomendada;
  • Toxicidade ou limite superior de segurança.

Atualmente as vitaminas B4, B10 já não são consideradas vitaminas por não serem essenciais e a vitamina B11 não existe. a tabela seguinte descreve então as funções mais relevantes de cada vitamina no nosso organismo.

VitaminaFunções mais relevantes
A
(retinol ou axeroftol)
Mucosas, pele, imunidade e visão.
– Necessária para formar células nervosas sensíveis à luz (fotorreceptores) na retina, ajudando a manter a visão noturna;
– Ajuda a manter a saúde da pele, da córnea e do revestimento dos pulmões, do intestino e do trato urinário;
– Ajuda a proteger contra infeções;
– Formação de rodopsina (um pigmento fotorreceptor na retina);
– Integridade do epitélio;
– Estabilidade do lisossoma;
– Síntese de glicoproteína (união de uma proteína com um hidrato de carbono. As glicoproteínas estão muitas vezes presentes na superfície das células, como proteínas da membrana plasmática ou como parte da matriz extracelular e desempenham um papel crítico nas interações entra células e nos mecanismos de infeção por vírus e bactérias.
D ou D3 (colecalciferol)
D2 (ergocalciferol)
D4 (diidroergocalciferol)
D5
Coração, dentes, músculos e imunidade.
– Promove a absorção de cálcio e fósforo a partir do intestino;
– Necessária para a formação, crescimento e reparação (mineralização) dos ossos;
– Fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de doenças autoimunes.
– Função reguladora do metabolismo da insulina (deficiência pode diminuir a resistência à insulina);
– Função reguladora do bom funcionamento da tiroide;
E
(tocoferol)
Células.
– Antioxidante intracelular;
– Remove os radicais livres nas membranas biológicas.
K (naftoquinona)
K1 (filoquinona)
K2 (menaquinonas)
K3 (menadiona)
K4 (menadiol)
Coagulação, ossos, coração e dentes.
– Auxilia na formação de protrombina, outros fatores de coagulação sanguínea e, portanto, é necessária para a normal coagulação do sangue.
– Necessária para a saúde dos ossos, dentes e outros tecidos.
B1
(tiamina)
Cérebro, coração e energia.
– Necessária para o metabolismo dos hidratos de carbono, glicose, aminoácidos e proteínas, gorduras e álcool;
– Funcionamento normal dos nervos (função celular nervosa central e periférica) e do coração (função miocardia).
B2
(riboflavina)
Células, cérebro, coração, energia e visão.
– Vários aspectos do metabolismo dos hidratos de carbono e proteínas;
– Integridade da mucosa. (ex: mucosa bucal).
B3
(niacina, vitamina PP, ácido nicotínico ou nicotinamida)
Mucosas, pele, cérebro e energia.
– Metabolismo celular de hidratos de carbono, de gorduras e muitas outras substâncias, para o funcionamento normal das células;
– Reações de oxidação e redução.
B4 ou Adenina
Atualmente não é considerada uma vitamina
B5
(ácido pantoténico)
Cérebro e energia.
– Necessário para o metabolismo de hidratos de carbono, proteínas e gorduras. É essencial na síntese da coenzima A, sendo por isso uma vitamina essencial no metabolismo dos mamíferos. 
B6
(piridoxina, piridoxal, piridoxamina )
Cérebro, coração, energia e imunidade.
– Necessária para o metabolismo de hidratos de carbono, aminoácidos e gorduras, para o funcionamento normal dos nervos, para a formação de glóbulos vermelhos e para uma pele saudável;
– Importante em muitos aspectos do metabolismo do nitrogênio (p. ex., transaminação, síntese heme e porfirina, conversão do triptofano em niacina)
– Biossíntese de ácido nucleico.
B7 ou
B8 ou
H
(biotina)
Digestão, mucosas, pele, unhas e energia.
Essencial a todos os organismos. Alguns conseguem sintetizá-la, como algumas estirpes de bactérias, leveduras, fungos, algas e certas espécies de plantas.
– Necessária para o metabolismo de carboidratos e ácidos gordos. Funciona como uma coenzima no metabolismo das purinas e dos hidratos.
– Atua na formação da pele, unhas e cabelo,.
B9
(ácido fólico)
Digestão, cérebro, coração, energia, imunidade e reprodução.
– Necessária para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue (maturação dos eritrócitos) para a síntese do DNA e do RNA e para o desenvolvimento normal do sistema nervoso no feto;
– Síntese de purinas, pirimidinas e metionina;
B10
(ácido 4-aminobenzoico)
Atualmente não é considerada uma vitamina
B11 não existe
B12
(cianocobalamina)
Cérebro, coração e imunidade.
– Necessária para a formação e maturação dos glóbulos vermelhos do sangue, para o funcionamento dos nervos e para a síntese do DNA.
– Síntese e reparação de mielina. A bainha de mielina é uma membrana protetora essencial do axónio que é uma parte relevante das células nervosas.
C
(ácido ascórbico)
Células, mucosas, pele, unhas, coração, dentes, músculos, imunidade e energia.
– Necessária para a formação, crescimento e reparação dos ossos, pele e tecido conjuntivo;
– Melhora a cicatrização de feridas e queimaduras. É importante para o funcionamento normal dos vasos sanguíneos;
– Atua como um antioxidante, protegendo as células contra danos causados pelos radicais livres;
– Ajuda o organismo a absorver o ferro;
– Formação de colagénio;
– Síntese de aminoácidos, hormonas e carnitina;
Fonte: Manual MSD, Por 
Larry E. Johnson , MD, PhD, University of Arkansas for Medical Sciences

Alimentos com vitaminas

A maior parte das vitaminas encontram-se quer na carne quer nos vegetais. No entanto algumas só se encontram na quantidade saudável necessária a nossa alimentação incluir carne e vegetais.

Assim, se não comer carne, por exemplo se for vegan, dificilmente conseguirá um aporte saudável de vitamina B12. Por outro lado se não comer vegetais, por exemplo se seguir uma dieta carnívora, dificilmente conseguirá ingerir a quantidade necessária de vitamina C.

VitaminasFontes
alimentares
A (retinol)Como vitamina pré-formada: óleos de fígado de peixe, fígado, gemas de ovos, manteiga, produtos lácteos enriquecidos com vitamina A
Como carotenoides pró-vitamina: vegetais verdes escuros e amarelos, cenoura e frutas amarelas e laranjas
D (colecalciferol)Irradiação direta da pele por ultravioleta B (fonte principal); derivados do leite enriquecidos (principal fonte dietética), óleos de fígado de peixe, peixes gordos, fígado
E (tocoferol)Óleos vegetais (prefira azeite extra virgem) e oleaginosas como nozes, amêndoas, avelãs, castanha de caju, castanha do Pará, pistáchios e macadâmia.
K (naftoquinona)Vegetais folhosos verdes (em especial couve, espinafre e saladas verdes), soja, óleos vegetais
Bactérias do trato gastrointestinal após o período neonatal.
B1 (tiamina)Grãos integrais, carnes (em especial porco e fígado), cereais enriquecidos, oleaginosas, legumes, batatas.
B2 (riboflavina)Leite, queijos, fígado, carnes, ovos, cereais enriquecidos.
B3 (niacina)Fígado, carne vermelha, peixe, aves, legumes, pães e cereais de grãos integrais ou enriquecidos.
B5 (ácido pantoténico)Fígado, carne, gema de ovo, levedura, batatas, brócolos e cereais integrais. O termo pantoténico tem origem no grego “pantos” significando “em toda a parte”. Assim, a vitamina B5 encontra-se na maioria dos alimentos de origem vegetal e animal. A B5 também pode ser sintetizada pelas bactérias intestinais.
B6 (piridoxina)Vísceras (p. ex., fígado), cereais integrais, peixe, legumes.
B7 ou B8 ou H (biotina)Fígado, rim, carnes, ovos, leite, peixe, levedura seca, batata-doce, sementes e nozes.
B9 (ácido fólico)Verduras folhosas frescas, frutas, vísceras (p. ex., fígado), pães e cereais enriquecidos.
B12 (cianocobalamina)Carnes (em especial bovina, de porco e vísceras [p. ex., fígado]), aves, ovos, cereais enriquecidos, leite e laticínios, mariscos, ostras, cavala, salmão.
C
(ácido ascórbico)
Frutas cítricas, tomates, batatas, brócolos, morango, pimentas doces.
Fonte: Manual MSD, Por 
Larry E. Johnson, MD, PhD, University of Arkansas for Medical Sciences

No que concerne à tabela acima descrita e nomeadamente a fontes alimentares a minha opinião é clara e pode ser resumida nos seguintes pontos mais relevantes:

  • Inclua nas refeições diversidade de alimentos de produção biológica/orgânica quer de origem animal quer de origem vegetal, em quantidades sempre moderadas;
  • Exclua todos os alimentos processados;
  • Coma muito pouco (ou nenhum) pão, cereais, sementes e leite;
  • Não exagere na fruta por causa do excesso de frutose;
  • Coma poucas vezes por dia, de preferência apenas duas refeições;
  • Se não tiver doenças graves, todos os dias faça pelo menos 12 a 16 horas de jejum (incluindo as horas de sono), mas comece de forma moderada se não estiver habituado. Se tiver alguma doença crónica e/ou grave deve, obviamente, falar com o seu médico e pedir o seu apoio, desde que este tenho um conhecimento atualizado sobre os benéficos do jejum (a maioria infelizmente vai dizer que é muito perigoso!). Se a resposta for negativa ouça uma segunda opinião médica mas pergunte qual o suporte científico dessa decisão. Se ambas as opiniões médicas forem negativas aceite e esqueça o jejum.

Doenças associadas

As vitaminas são uma parte vital de uma dieta saudável. Foi determinada a ingestão diária recomendada (IDR) para a maioria das vitaminas, ou seja, a quantidade diária que a maioria das pessoas saudáveis precisa para se manter saudável. Para algumas vitaminas, foi determinado um limite superior de segurança (nível superior de ingestão tolerado). O consumo que excede esse nível aumenta o risco de ocorrência de um efeito prejudicial (toxicidade).

A falta de vitaminas pode provocar doenças graves mas o seu excesso, a hipervitaminose, também esconde muitos perigos! A tabela seguinte descreve as doenças provocadas pela falta de vitaminas.

VitaminasEfeitos da deficiência e do excesso (toxicidade)
A (retinol)Deficiência: Cegueira noturna, hiperqueratose peri folicular, xeroftalmia, queratomalacia, aumento da morbidade e mortalidade em crianças mais novas.
Toxicidade: Queda de cabelo, lábios rachados, pele seca, enfraquecimento dos ossos, dores de cabeça, elevações dos níveis de cálcio no sangue e um distúrbio raro caracterizado pelo aumento da pressão dentro do crânio, denominado hipertensão intracraniana idiopática e hepatoesplenomegalia.
D (colecalciferol)Deficiência: Raquitismo (às vezes com tetania), osteomalacia.
Toxicidade: Hipercalcemia (cálcio elevado no sangue), calcificação das artérias, anorexia, falência renal, calcificação metastática.
E (tocoferol)Deficiência: Hemólise de eritrócitos, deficites neurológicos.
Toxicidade: Tendência a sangramento.
K (naftoquinona)Deficiência: Sangramento decorrente de deficiência de protrombina e outros fatores, osteopenia.
B1 (tiamina)Deficiência: Beribéri (neuropatia periférica, insuficiência cardíaca), síndrome de Wernicke-Korsakoff e psicose de Korsakoff.
B2 (riboflavina)Deficiência: Queilose, estomatite angular, vascularização corneal.
B3 (niacina)Deficiência: Anemia megaloblástica, defeitos do tubo neural no nascimento, confusão.
B5 (ácido pantoténico)Deficiência: Está presente na maioria dos alimentos, por isso a carência é rara. Nestes casos os sintomas serão náuseas, vómitos, diarreia, dores abdominais, alopécia, fadiga e dor de cabeça.
Toxicidade: Rara. Transtornos gastrointestinais e probabilidade de hemorragias quando tomado em simultâneo com antiagregantes plaquetários (salicilatos).
B6 (piridoxina)Deficiência: Convulsões, anemias, neuropatias, dermatite seborreica.
Toxicidade: Neuropatia periférica.
B7 ou B8 ou H (biotina)Deficiência: Rara mas pode originar alopécia, letargia e ataxia. Ocorre geralmente em três situações, são elas a alimentação parentérica prolongada sem suplemento de biotina, lactentes alimentados com leite em pó sem biotina e consumo de clara do ovo crua por um período prolongado. A clara do ovo contém uma glicoproteína, chamada avidina que se liga à biotina com grande afinidade e impede a sua absorção. Quando a clara é cozinhada, a avidina sofre alterações e perde essa capacidade de ligação à biotina.
B9 (ácido fólico)Deficiência: Anemia megaloblástica, defeitos do tubo neural no nascimento, confusão.
B12 (cianocobalamina)Deficiência: Anemia megaloblástica, deficits neurológicos (confusão, parestesias, ataxia).
C
(ácido ascórbico)
Deficiência: Escorbuto (hemorragias, perdas dentárias, gengivites, defeitos ósseos).
Fonte: Manual MSD, Por 
Larry E. Johnson, MD, PhD, University of Arkansas for Medical Sciences

Ingestão diária recomendada e toxicidade

As vitaminas A, D, E, B3, B6, B9 e C apresentam uma dosagem limite superior de segurança. Quando esta dosagem diária máxima é ultrapassada pode causar toxicidade e doenças associadas.

VitaminasIngestão diária recomendada (IDR)
num adulto
Limite superior de segurança
A (retinol)700 microgramas para mulheres
900 microgramas para homens
770 microgramas para gestantes
1.300 microgramas para mulheres a amamentar
3.000 microgramas
D (colecalciferol)600 UI para pessoas de 1 a 70 anos
800 UI para pessoas com mais de 70 anos
4.000 UI (unidades internacionais)
E (tocoferol)15 miligramas (22 unidades de natural ou 33 unidades de sintética)
19 miligramas para mulheres a amamentar
1.000 miligramas
K (naftoquinona)90 microgramas para mulheres
120 microgramas para homens
B1 (tiamina)1,1 miligramas para mulheres
1,2 miligramas para homens
1,4 miligramas para gestantes ou mulheres que estejam a amamentar
B2 (riboflavina)1,1 miligramas para mulheres
1,3 miligramas para homens
1,4 miligramas para gestantes
1,6 miligramas para mulheres a amamentar
B3 (niacina)14 miligramas para mulheres
16 miligramas para homens
18 miligramas para gestantes
17 miligramas para mulheres a amamentar
35 miligramas
B5 (ácido pantoténico)5 miligramas (mas a QDR não foi estabelecida)
6 miligramas para gestantes
7 miligramas para mulheres a amamentar
B6 (piridoxina)1,3 miligramas para mulheres e homens mais jovens
1,5 miligramas para mulheres com mais de 50 anos
1,7 miligramas para homens com mais de 50 anos
1,9 miligramas para gestantes
2,0 miligramas para mulheres a amamentar
100 miligramas
B7 ou B8 ou H (biotina)30 microgramas (mas a QDR não foi estabelecida)
35 microgramas para mulheres a amamentar
B9 (ácido fólico)400 microgramas
600 microgramas para gestantes
500 microgramas para mulheres a amamentar
1.000 microgramas
B12 (cianocobalamina)2,4 microgramas
2,6 microgramas para gestantes
2,8 microgramas para mulheres a amamentar
C
(ácido ascórbico)
75 miligramas para mulheres
90 miligramas para homens
85 miligramas para gestantes
120 miligramas para mulheres a amamentar
35 miligramas a mais no caso de fumadores
2.000 miligramas
Fonte: Manual MSD, Por 
Larry E. Johnson, MD, PhD, University of Arkansas for Medical Sciences

Interações com medicamentos

VitaminasFármacos
A (retinol)Colestiramina, óleo mineral
D (colecalciferol)Antipsicóticos, corticoides, óleo mineral, anticonvulsivantes, rifampicina
E (tocoferol)Óleo mineral, varfarina
K (naftoquinona)Antibióticos, anticonvulsivantes, óleo mineral, rifampicina, varfarina
B1 (tiamina)Álcool, contraceptivos orais, antagonistas de tiamina presentes no café, chá, peixe cru e repolho roxo
B2 (riboflavina)Álcool, barbitúricos, fenotiazinas, diuréticos tiazídicos, antidepressivos tricíclicos
B3 (niacina)Álcool, isoniazida
B5 (ácido pantoténico)
B6 (piridoxina)Álcool, anticonvulsivantes, corticoides, ciclosserina, hidralazina, isoniazida, levodopa, contraceptivos orais, penicilamina
B7 ou B8 ou H (biotina)Antibióticos (matam bactérias produtoras de biotina), anticonvulsivantes ( carbamazepina, fenobarbital, 
fenitoína e primidona).
B9 (ácido fólico)Álcool, 5-fluoruracila, metformina, metotrexato, contraceptivos orais, anticonvulsivantes (p. ex., fenobarbital, fenitoína, primidona), sulfassalazina, triantereno, trimetoprima
B12 (cianocobalamina)Antiácidos, metformina, óxido nitroso (exposição recorrente)
C
(ácido ascórbico)
Corticoides
Fonte: Manual MSD, Por 
Larry E. Johnson, MD, PhD, University of Arkansas for Medical Sciences

Deficiência vitamínica causada por fármacos e drogas

No geral, todos os medicamentos cujo princípio activo seja uma molécula estranha ao nosso corpo causam alguma deficiência vitamínica ou mineral que pode ser importante e originar outros problemas de saúde. Na tabela seguinte descrevo as carências vitamínicas mais conhecidas causadas por medicamentos importantes muito utilizados como antibióticos, antidiabéticos, antiácidos e outras substâncias que ingerimos.

Fármaco ou substânciaVitaminas afetadas
ÁlcoolÁcido fólico
Tiamina
Vitamina B6
Antiácidos (para o estômago) como bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio.Vitamina B12
Antibióticos, como a isoniazida, tetraciclina e sulfametoxazol/trimetoprim
Vitaminas do complexo B
Ácido fólico
Vitamina K
Anticoagulantes, como a varfarina
(utilizados para evitar tromboses)
Vitamina E
Vitamina K
Anticonvulsivantes, como fenitoína e fenobarbital
(utilizados na epilépsia)
Biotina
Ácido fólico
Vitamina B6
Vitamina D
Vitamina K
AntipsicóticosRiboflavina
Vitamina D
Barbitúricos, como o fenobarbitalÁcido fólico
Riboflavina
Vitamina D
Medicamentos quimioterápicos, como o metotrexato
(utlilizados como anticancerígenos)
Ácido fólico
Colestiramina
(capta o colesterol e transforma-o em ácidos biliares. Diminui o colesterol no sangue)
Vitamina A
Vitamina D
Vitamina E
Vitamina K
Corticosteroides
(utilizados em doenças autoimunes e inflamação)
Vitamina C
Vitamina D
Cicloserina
(antibiótico para tratar tuberculose)
Vitamina B6
Hidralazina
(hipertensão arterial e pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva)
Vitamina B6
Levodopa
(antiparkinsónicos)
Vitamina B6
Óleo mineral (parafina ou vaselina liquida)
se usado por prazo longo
Vitamina A
Vitamina D
Vitamina E
Vitamina K
Metformina
(antidiabético mais utilizado no mundo)
Ácido fólico
Vitamina B12
Óxido nitroso se exposição repetida
(anestésico fraco com efeito analgésico)
Vitamina B12
Contraceptivos orais
(para evitar gravidez)
Ácido fólico
Tiamina
Vitamina B6
Penicilamina
(anti-reumático e antiurolítico)
Vitamina B6
Fenotiazinas como a clorpromazina
(antipsicóticos e neuroléticos)
Riboflavina
Primidona
(anticonvulsivante)
Ácido fólico
Vitamina D
Rifampicina
(antibiótico usado na tuberculose)
Vitamina D
Vitamina K
Sulfassalazina
(antimicrobiano. Possui ação anti-reumatoide e também é utilizada na doença intestinal inflamatória crónica)
Ácido fólico
Hidroclorotiazida e diuréticos tiazídicos
(hipertensão arterial e Insuficiência cardíaca inicial)
Riboflavina
Triantereno
(diurético usado na hipertensão e edema)
Ácido fólico
Antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina e a imipraminaRiboflavina
Fonte: Manual MSD, Por 
Larry E. Johnson, MD, PhD, University of Arkansas for Medical Sciences

Vitaminas e minerais para o cérebro e outros fatores relevantes!

Quais as vitaminas e minerais mais importantes para o cérebro? As vitaminas e os minerais são nutrientes necessários ao funcionamento fisiológico normal. Muitas delas desempenham funções cruciais no cérebro numa variedade de processos. Mas será que são assim tão importantes ou existem outros fatores bem mais relevantes para a nossa saúde cerebral? Vamos por partes!

Vitamina B1 (tiamina)

Vitamina B1 ou tiamina, é uma coenzima do ciclo das pentoses fosfato, que é um passo necessário na síntese de ácidos gordos, esteroides, ácidos nucleicos e aminoácidos para neurotransmissores e outros compostos bioativos essenciais na função cerebral (Kerns et al., 2015).
Desempenha um papel neuromodulador sobre o neurotransmissor acetilcolina e contribui para a estrutura e função das membranas celulares, incluindo neurónios e células da glia (Bâ, 2008).

Numa revisão de ensaios clínicos randomizados controlados envolvendo
suplementação com tiamina na dose de 3 mg/dia, os resultados da função cognitiva foram inconsistentes. O tamanho pequeno da amostra e o desenho do estudo inadequado, tal como um estudo cruzado que não é recomendado para doenças progressivas como o Alzheimer, foram as principais causas para essa inconsistência (Rodríguez-Martín et al., 2001).

O limitado número de estudos e a falta de ensaios clínicos randomizados
indicam que há evidência insuficiente para tirar conclusões acerca da influência da tiamina na função cognitiva em idosos saudáveis. São necessários melhores estudos coorte e experimentais concebidos nesta área (Koh et al., 2015).

Vitamina B2 (riboflavina)

Vitamina B2 ou riboflavina, é um poderoso antioxidante obtido a partir da carne e de produtos lácteos. Contudo, apesar dessa sua característica, há poucos estudos de neuroprotecção com riboflavina. A sua deficiência leva a sintomas como fadiga, mudança de personalidade e disfunção cerebral (Zempleni, 2007). Baixos níveis de vitaminas B estão associados ao aumento de homocisteína, conhecida por ter efeito neurotóxico direto (Ho et al., 2001).

Num estudo com população idosa coreana, a hiperhomocisteinémia manifestou-se como um fator de risco significativo para o declínio cognitivo. Na população com Alzheimer desse mesmo estudo, não se observou associação entre a função cognitiva e os parâmetros dietéticos. Por outro lado, nos participantes com défice cognitivo leve, a ingestão de vitamina B2 influenciou positivamente os testes de memória e de reconhecimento.

Já no grupo dos indivíduos saudáveis, não houve associação entre a ingestão de vitamina B2 e a função cognitiva. Contudo, sendo este estudo observacional, não pode provar a causalidade, para além de os resultados serem difíceis de interpretar e aplicar à população em geral, pois não foi usada uma amostra aleatória. Assim, são necessários mais estudos prospetivos para investigar a relação de causalidade entre a função cognitiva e a ingestão de vitamina
B2 (Kim et al., 2014).

Vitamina B3 (niacina)

Vitamina B3 ou nicotinamida, tem sido extensivamente estudada como agente neuroprotetor. O tratamento com nicotinamida demonstrou melhoria sensorial, motora e cognitiva (Vonder Haar et al., 2011; Vonder Haar et al., 2014).

Com base na evidência em modelos animais, há um potencial considerável para o uso de nicotinamida em patologias neurológicas, todavia ainda há alguns fatores, nomeadamente o limite máximo para a toxicidade humana e a eficácia na população idosa e a longo prazo, que precisam de ser investigados antes de evoluir para os ensaios clínicos (Vonder Haar et al., 2013).

Vitamina B6 (piridoxina)

Vitamina B6 ou piridoxina, é essencial à síntese dos neurotransmissores dopamina e serotonina para além de reduzir os níveis de homocisteína, visto que o seu aumento está associado ao risco de doença cerebrovascular e possíveis efeitos tóxicos sobre os neurónios do SNC (Ford et al., 2012).

Estudos epidemiológicos indicam que um nível baixo de vitamina B6 é comum entre os idosos, sendo a hiperhomocisteinémia uma possível causa da demência. No entanto, numa revisão que incluiu ensaios duplamente cegos e cujo objetivo primário era avaliar a eficácia da suplementação de vitamina B6 na cognição, não foi encontrada evidência do seu benefício, a curto prazo, sobre o humor (sintomas de
depressão, fadiga e tensão) ou nas funções cognitivas. (Malouf et al, 2003).

Também num ensaio multicêntrico e duplamente cego, cujo objetivo era a avaliação da eficácia e segurança da suplementação com vitaminas B, entre as quais a B6, não se observou o decréscimo do declínio cognitivo em doentes de Alzheimer (Aisen et al., 2008).

Deste modo, são necessários mais ensaios clínicos para explorar os possíveis benefícios da suplementação com esta vitamina em indivíduos saudáveis bem como com défice cognitivo e demência.

Vitamina B9 (ácido fólico)

Vitamina B9 ou ácido fólico, tem sido largamente estudado no que diz respeito aos seus efeitos na cognição, particularmente em idosos. Juntamente com a vitamina B6 e a B12, a vitamina B9 é um importante cofator no ciclo da homocisteína, que é crucial para inúmeros processos, incluindo a expressão de ADN e a síntese de creatina, melatonina e noradrenalina (Haar et al., 2015).

Num ensaio clínico randomizado, unicêntrico e controlado, envolvendo 180 indivíduos acima dos 65 anos, foram avaliados os efeitos da suplementação com ácido fólico na função cognitiva dessa mesma população. Nos 159 que completaram o ensaio, verificaram-se melhorias no ácido fólico sérico, na homocisteína e na vitamina B12 sérica.

De um modo geral, encontrou-se evidência do efeito benéfico da suplementação, a curto prazo, em dois testes de avaliação da função cognitiva. Num futuro próximo, será necessário realizar ensaios maiores, a longo prazo e cujo um dos resultados a avaliar seja a demência, a fim de se chegar a uma melhor conclusão (Ma et al., 2015).

Vitamina B12 (cianobalamina)

Vitamina B12 ou cianocobalamina, é necessária na metilação da homocisteína. A sua deficiência tem sido associada a doenças neurodegenerativas e comprometimento cognitivo, contudo o tratamento com suplementação de vitamina B12 não altera consideravelmente a função cognitiva em indivíduos com
deficiência pré-existente (Moore et al., 2012). Por outro lado, o tratamento com vitamina B12 e ácido fólico, em indivíduos com comprometimento cognitivo, levou à diminuição da atrofia cerebral (Health Quality Ontario, 2013).

Há ainda uma grande necessidade de ensaios clínicos para compreender a natureza da associação de insuficiência de vitamina B12 com doença
neurodegenerativa. As vitaminas B6, B9 e B12 são essenciais ao normal funcionamento do cérebro à medida que envelhecemos, como resultado da sua ação sobre o metabolismo da homocisteína e outros mecanismos.

Contudo, investigações até ao momento ainda não demonstraram evidência convincente do benefício da suplementação de vitaminas B na capacidade cognitiva, sendo prematuro concluir acerca desta terapia.
São necessárias mais pesquisas para avaliar a dose ideal, a janela terapêutica e as diferenças individuais (Forbes et al., 2015).

Vitamina C (ácido ascórbico)

Vitamina C ou ácido ascórbico, é um antioxidante essencial no cérebro que exerce numerosas funções, incluindo a eliminação de ROS, neuromodulação e envolvimento na angiogénese. Estudos experimentais em animais apontam a vitamina C como um fator chave na prevenção do declínio cognitivo, tanto no envelhecimento como em doenças neurodegenerativas. Contudo, ensaios clínicos em humanos não têm sido capazes de confirmar os efeitos benéficos da suplementação e/ou intervenção da vitamina C, tendo como uma das principais razões a diferença dos critérios de inclusão.

Consequentemente, são necessários mais estudos usando a vitamina como única substância, ao invés de combinações de vitaminas, e focando subgrupos específicos com aumento da prevalência de deficiência de vitamina C (Hansen et al., 2014).

Vitamina E (tocoferol)

Vitamina E sob a forma de tocoferóis e tocotrienóis, desempenha um papel crucial na proteção do SNC, atuando como antioxidante. A evidência de que os radicais livres podem contribuir para os processos patológicos da função cognitiva, incluindo a doença de Alzheimer, levou ao aumento do interesse pela utilização de vitamina E no tratamento do défice cognitivo ligeiro (DCL) e da DA (Mangialasche et al., 2010).

Contudo, há também a evidência de que a vitamina E usada em doses elevadas é considerada tóxica (acima de 3000 UI/dia) e pode estar associada a sintomas como fadiga e distúrbios gastrointestinais, ou mesmo conduzir à mortalidade. Por outro lado, tem havido um aumento crescente de evidências de que a suplementação com esta vitamina, em doses terapêuticas, pode também causar efeitos adversos como o aumento da tendência para hemorragias e a potenciação do efeito da aspirina. (Farina et al., 2012; Miller et al., 2005).

No entanto, as conclusões acerca da eficácia da vitamina são baseadas apenas na forma alfa-tocoferol e, portanto, não é possível comentar acerca das outras formas, sendo necessárias investigações futuras acerca destas para encontrar provas convincentes de que a vitamina E é ou não benéfica no tratamento de demências (Farina et al., 2012).

Sódio (Na)

O sódio (Na) é consumido na forma de cloreto de sódio (NaCl) ou sal. Controla a função nervosa e muscular em estreita ligação com o potássio K) , mantendo o equilíbrio hídrico nas células e nos tecidos do nosso corpo. Nos países ocidentais, a maioria das pessoas ingere sal em excesso, por isso a deficiência de sódio é rara.

Precauções sobre o sódio

Obviamente o excesso de sódio (sal) é sabido que pode causar sérios problemas de hipertensão arterial, pelo que deve ser cuidadoso.

Potássio (K)

O potássio é essencial para a transmissão de impulsos nervosos, sendo um dos eletrólitos do corpo, que são minerais que carregam uma carga elétrica quando dissolvidos em líquidos corporais, como o sangue. O corpo precisa de potássio para as células nervosas e musculares funcionarem. Assim, os sinais iniciais de deficiência de potássio são geralmente apatia e fraqueza. Os alimentos de origem vegetal, geralmente, são boas fontes de potássio. Alguns bons exemplos são as bananas, oleaginosas, sementes, leguminosas, abacate, grãos integrais, frutos secos, tomates e batatas. 

Precauções sobre o potássio

O excesso de potássio (hipercalémia) também pode interferir na função transmissora de impulsos nervosos. Por si só, o aumento da ingestão de potássio geralmente não causa hipercalemia, uma vez que os rins normais realizam um bom trabalho na excreção de qualquer potássio em excesso.

Regra geral, a hipercalemia resulta de diversos problemas simultâneos, tais como:

  • Distúrbios renais que impedem que os rins excretem potássio suficiente;
  • Medicamentos que impedem que os rins excretem quantidades normais de potássio (causa comum de hipercalemia leve);
  • Uma dieta rica em potássio;
  • Tratamentos que contenham potássio;

A causa mais comum da hipercalemia leve é o uso de medicamentos que diminuem o fluxo sanguíneo para os rins ou impedem que os rins excretem quantidades normais de potássio. Alguns exemplos são os seguintes:

  • Alisquireno (anti-hipertensivo);
  • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), são dos anti-hipertensivos mais utilizados;
  • Bloqueadores dos recetores da angiotensina (anti-hipertensivos);
  • Ciclosporina (usada para prevenir a rejeição de órgãos transplantados);
  • Diuréticos que ajudam os rins a conservar potássio, como eplerenona, espironolactona e triantereno;
  • Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides;
  • Tacrolimo (usado para prevenir a rejeição de órgãos transplantados)
  • Trimetoprima (antibiótico)

A insuficiência renal pode provocar hipercalemia grave. A doença de Addison também pode causar hipercalemia.

A hipercalemia leve causa poucos sintomas, ou nenhum. Às vezes, a pessoa pode apresentar fraqueza muscular. Em uma doença rara chamada paralisia periódica hipercalêmica familiar, a pessoa apresenta crises de fraqueza que podem progredir até a paralisia.

Quando a hipercalemia se torna mais grave, ela pode causar ritmos cardíacos anormais . Se os níveis estiverem muito altos, o coração pode parar de bater.

Cálcio (Ca)

O cálcio é essencial para promover o funcionamento adequado dos nervos e músculos porque está envolvido na condução de impulsos elétricos ao longo dos axónios das células nervosas. A sua deficiência, designada hipocalcemia, pode manifestar-se por espasmos musculares e fadiga generalizada. São boas fontes de cálcio o leite e derivados, hortaliças de folhas verde-escuras e sardinha em lata com a espinha.

Precauções sobre o cálcio

O hiperparatiroidismo é a causa mais comum de hipercalcémia (excesso de cálcio).

A ingestão de doses elevadas de cálcio durante algum tempo aumenta o risco de formação de pedra nos rins e pode originar insuficiência renal, calcificação dos tecidos moles e vasculares e hipercalciúria (níveis elevados de cálcio na urina).

Parte do cálcio absorvido é eliminado pela urina, fezes e suor, o que pode ser afetado pela ingestão de sódio (a ingestão de níveis altos de sódio aumenta a excreção de cálcio), consumo de cafeína (aumenta a excreção de cálcio) e álcool (reduz a absorção de cálcio).

O cálcio diminui a absorção de antibióticos, bifosfonatos (medicamentos para a osteoporose) e da levotiroxina (medicamento para a tiroide), por isso a toma destes medicamentos e de suplementos de cálcio deve ser separada por um intervalo de 2 horas.

Os antagonistas dos recetores H2 e os inibidores da bomba de protões diminuem a absorção de carbonato de cálcio e fosfato de cálcio. Sabe-se ainda que os glucocorticoides também diminuem a absorção de cálcio.

Os diuréticos, tal como as tiazidas (medicamentos para a hipertensão), aumentam o risco de hipercalcémia (excesso de cálcio) por aumento da reabsorção de cálcio nos rins.

Doses elevadas de cálcio em pessoas que tomam digoxina (medicamento para o coração) aumenta a probabilidade de alterações no ritmo cardíaco, por isso é preciso precaução nesta associação.

O cálcio será mais eficaz se for acompanhado das vitaminas A, C e D, ferro, magnésio e fósforo.

Magnésio (Mg)

O magnésio é um dos minerais mais importantes para o nosso organismo estando envolvido em mais de 300 reações essenciais do nosso corpo. O magnésio é importante para o funcionamento do hipocampo, que é uma parte do sistema límbico que controla o humor, a memória e a aprendizagem. Boas fontes de magnésio são por exemplo as oleaginosas, damascos secos, figos secos, aveia, farinha integral e extrato de levedura.

Precauções sobre o magnésio

No entanto a suplementação com magnésio deve ser cuidadosa pois pode causar sérios transtornos gastro intestinais, nomeadamente diarreias perigosas.

Ferro (Fe)

O ferro é essencial para a formação de hemoglobina nas hemácias. a hemoglobina é a substância que leva um fluxo constante de oxigênio para o cérebro. O consumo adequado melhora a função mental e o desempenho académico. Os sinais iniciais de deficiência de ferro são a fadiga e falta de concentração. Exemplos de boas fontes de ferro são a carne, os miúdos do animal, sardinha, gemas e hortaliças de folhas verde-escuras.

Precauções sobre o ferro

A suplementação com ferro deve ser cuidadosamente vigiada pelo médico pois o excesso de ferro pode ser muito perigoso por causa da sua enorme capacidade de oxidação. Na natureza pode observa-se esse poderoso fenómeno de oxidação com a ferrugem das peças compostas de ferro.

Zinco (Zn)

O zinco é um mineral essencial encontrado em alguns alimentos e suplementos. É necessária a sua ingestão diária uma vez que o nosso organismo não possui reservas deste mineral.

A importância do zinco na nutrição humana e na saúde pública foi conhecida há relativamente pouco tempo. A deficiência neste mineral foi descrita pela primeira vez em 1961, quando o consumo de dietas com baixa biodisponibilidade de zinco devido aos fitatos presentes nos alimentos foi associado ao nanismo. Assim, a deficiência em zinco foi reconhecida como um problema importante de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento.

O zinco está envolvido inúmeras etapas do metabolismo celular. É essencial para a atividade de mais de 300 enzimas e tem um papel relevante nas seguintes funções e processos:

  • Função imunitária,
  • Síntese proteica, 
  • Metabolismo dos hidratos de carbono,
  • Metabolismo dos lípidos,
  • Medeia o metabolismo de algumas vitaminas como a vitamina A (retinol), vitamina B6 (piridoxina) e vitamina B9 (folato ou ácido fólico),
  • Cicatrização de feridas,
  • Síntese do DNA, 
  • Divisão celular e apoptose,
  • Libertação de hormonas como a testosterona,
  • Transmissão dos impulsos nervosos,
  • Promove a ação da insulina,
  • Essencial para os sentidos do olfato e paladar e tem propriedades antioxidantes,
  • Contribui ainda para o normal crescimento e desenvolvimento durante a gravidez, infância e adolescência.

A ingestão de zinco contribui ainda para uma normal função cognitiva, para uma fertilidade e reprodução normal, e para a manutenção de ossos, cabelo, unhas, pele e visão normais.

Fontes de zinco

O zinco pode ser encontrado numa grande variedade de alimentos tais como carne vermelha e de aves, feijão, nozes, marisco (ostras, caranguejo e lagosta), cereais enriquecidos, gérmen de trigo, levedura de cerveja, sementes de abóbora, ovos e laticínios.

As melhores fontes de zinco são:

  • Marisco 7,14mg/100g
  • Queijo 2,94mg/100g
  • Carne 2,86mg/100g
  • Ovos 1,04mg/100g
  • Peixe 0,59mg/100g

Fonte: Minerals Basics, Manual, Roche Consumer Health. 

Valores de referência do nutriente (VRN)

Não existem estudos que permitam estabelecer o VRN, mas os seguintes valores garantem uma nutrição saudável:

  • Homens 11mg/dia,
  • Mulheres 8mg/dia.

Cuidado com os fitatos!

Os fitatos do pão integral, cereais, legumes e outros alimentos ligam-se ao zinco e inibem a sua absorção, por isso a biodisponibilidade do zinco a partir de cereais e vegetais é menor do que a partir de alimentos de origem animal.

Carência em zinco

Não são comuns os casos de deficiência em zinco. Quando ocorre regra geral deve-se à ingestão ou absorção inadequadas, aumento das perdas de zinco no organismo ou aumento das necessidades.

A carência em zinco pode ocorrer em casos de doenças associadas ao trato gastrointestinal, vegetarianismo, gravidez e amamentação, ou pessoas que sofrem de alcoolismo e caracteriza-se por atraso no crescimento, perda de apetite e função imunitária alterada.

Nos casos graves ocorre queda de cabelo, diarreia, infeções frequentes, desenvolvimento sexual retardado, impotência, hipogonadismo nos homens, danos nos olhos e pele, perda de peso, cicatrização de feridas demorada, alterações no paladar e letargia.

Uso terapêutico

Doentes com úlceras crónicas na perna apresentam alterações no metabolismo do zinco e baixos níveis deste mineral no sangue, assim, os médicos tratam as úlceras com suplementos de zinco.

A deficiência em zinco provoca uma alteração na resposta imunitária que contribui para uma maior susceptibilidade a infeções, o que pode aumentar a probabilidade de contrair diarreia, principalmente nas crianças. Por isso a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) recomendam um suplemento diário de zinco de 20mg durante 10 a 14 dias para crianças com diarreia aguda e 10mg para bebés com menos de 6 meses de idade para reduzir a gravidade da situação e prevenir novas ocorrências nos 2-3 meses seguintes.

Nas constipações, foi demonstrado que o zinco é benéfico na redução da duração e gravidade em pessoas saudáveis, se usado nas primeiras 24 horas após o aparecimento dos sintomas. No entanto, são necessários mais estudos para determinar a dose, formulação e duração do tratamento para uma recomendação mais precisa.

Precauções

A toxicidade causada pelo zinco pode ser aguda ou crónica. Na fase aguda, podem ocorrer náuseas, vómitos, perda de apetite, dores abdominais, diarreia e dores de cabeça.

Na toxicidade crónica, teremos níveis baixos de cobre, alterações no ferro, redução da função imunitária e níveis reduzidos de HDL (colesterol bom).

Grandes quantidades de ferro nos suplementos podem diminuir a absorção de zinco, por isso os suplementos de ferro devem ser tomados no intervalo das refeições de modo a diminuir esta interação. Por outro lado, doses elevadas de zinco podem inibir a absorção de cobre.

A deficiência em zinco está associada a uma diminuição da libertação de vitamina A a partir do fígado. Assim, aumentando a ingestão de zinco, torna-se necessário aumentar também a ingestão de vitamina A.

Algumas substâncias inibem a absorção do zinco, tais como fibras, cálcio, magnésio, fósforo, ferro inorgânico e fitatos. Outras substâncias promovem a sua absorção, tais como a carne, metionina, cisteína, ácido cítrico e ácido láctico.

Alguns medicamentos podem diminuir os níveis de zinco, como é o caso da cisplatina, desferroxamina, diuréticos, IECAs (Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina) e valproato de sódio.

O zinco fortalece o sistema imunitário, por isso não deve ser tomado juntamente com medicamentos imunossupressores como corticosteroides ou ciclosporina.

O zinco reduz a absorção e a ação da penicilamina, por isso, os suplementos de zinco, devem ser tomados pelo menos 2 horas antes ou depois da toma de penicilamina.

O zinco atua melhor em associação com a vitamina A, cálcio e fósforo.

O que faz bem ao cérebro?

Desengane-se se considera que apenas um suplemento multivitamínico e mineral, por si só, vai resolver o problema de saúde do nosso cérebro pois este é demasiado complexo para uma abordagem tão simplista como gostaríamos! Para além das vitaminas e minerais acima descritas serem importantes para a nossa saúde cerebral, existem outros fatores muito relevantes sem os quais dificilmente teremos a capacidade para manter uma boa memória, raciocino, boas decisões, lucidez e provavelmente felicidade! Descrevo de seguida os mais importantes e os artigos que já publiquei (basta clicar na imagem para ler) sobre esses temas tão importantes:

  • Qualidade do sono;
  • Atividade física;
  • Ansiedade ou stress sob controle;
  • Tensão arterial controlada;
  • Não beber álcool.

Os temas acima descritos estão detalhados nos seguintes artigos já publicados:

Referências

Antinutrientes lectinas fitatos oxalatos e glúten quais os mais perigosos?

Antinutrientes são substâncias químicas encontradas em plantas que impedem o nosso corpo de absorver nutrientes essenciais dos alimentos; Os principais antinutrientes que devemos observar são lectinas, fitatos, glúten e oxalatos, embora nem todos sejam maus;

Algumas pessoas são mais sensíveis aos antinutrientes do que outras; Testa a tua sensibilidade com uma dieta de eliminação para confirmar os sintomas; Comer uma fonte constante de antinutrientes pode levar a problemas intestinais, inflamação, artrite e confusão mental, sendo mais inteligente comer alimentos que não apresentam riscos potenciais;

Antinutrientes o que são?

Antinutrientes são compostos encontrados em alimentos que interferem na absorção de nutrientes e minerais benéficos. Eles impedem que o corpo seja a esponja de micronutrientes eficiente que deveria ser. Extraímos os alimentos e nutrientes que  necessitamos a partir do ambiente que nos rodeia mas a evolução desenvolveu plantas com capacidade de se protegerem de maneira a poderem sobreviver. Os fitoquímicos que consomem nutrientes protegem as plantas comestíveis saborosas de serem devorados até ao ponto de extinção.

Esse sistema de defesa de última geração ensinou aos animais que o consumo excessivo resultava em doenças e às vezes em morte. Os animais evoluíram para conseguirem digerir as plantas ricas em antinutrientes ou para deixarem de as comer.

Os antinutrientes são encontrados em maiores concentrações nos grãos, feijões, leguminosas e nozes, mas também podem ser encontrados em folhas, raízes e frutos de certas variedades de plantas.

Será que temos mesmo de evitar estas plantas?

Nem todos os antinutrientes são maus. É impossível evitá-los todos e não se sentiremos bem se cortarmos todos da nossa dieta. Em vez disso, precisamos evitar aqueles que causam grandes danos no nosso intestino ou aqueles que são gatilhos para reações mais agressivas do nosso organismo. Somente eliminando um alimento da dieta e reintroduzindo-o se pode determinar se esse alimento é prejudicial.

Lectinas

As lectinas são proteínas que causam problemas no sistema digestivo, aderindo à parede intestinal e criando permeabilidade intestinal.1 Quando a comida se move pelo trato gastrointestinal, ela atinge o revestimento do intestino, causando microtrauma. Normalmente, as células e os nossos mecanismos de proteção reparam esses danos  antes que isso leve a qualquer problema real. As lectinas atrapalham esse processo. Elas aderem às paredes do seu intestino, impedindo a reparação. O dano resultante causa inflamação de baixo nível no trato gastrointestinal.

Quando comemos muitas lectinas, a parede intestinal desenvolve “buracos” e o conteúdo passa para a corrente sanguínea, causando a síndrome do intestino permeável.

Existem milhares de variedades de lectinas pois elas estão presentes na maioria das espécies de plantas. Nem todas são tóxicas ou causam danos intestinais. As fontes mais comuns de lectinas incluem:

  • Grãos, 
  • Legumes, 
  • Solanáceas. 

Exemplos de plantas que contêm drasticamente mais lectinas do que outras fontes de alimentos, são os seguintes:

  • Trigo, 
  • Feijão, 
  • Quinoa, 
  • Ervilha, 
  • Amendoim, 
  • Batata branca, 
  • Tomate, 
  • Berinjela. 

Todos são suspeitos e podem causar problemas sem tu saberes! Quanto mais comemos, mais danos causam ao nosso corpo. Em vez disso, concentra-te em obter a maior parte dos nutrientes de alimentos de baixo risco. Dito isto, a sensibilidade à lectina varia muito de pessoa para pessoa. Pode comer lectinas de manhã, ao meio-dia e à noite e nunca ter problemas, no entanto podes ter um amigo que não pode tocar nessas plantas. Sabes que tens um problema com as lectinas se, depois de comer uma refeição rica em lectinas, sentires os seguintes sintomas:

  • Inflamação,
  • Confusão mental,
  • Enxaquecas,
  • Problemas gástricos,
  • Acne
  • Dor nas articulações.

Solanáceas

As lectinas das solanáceas, em particular, são um gatilho autoimune comum e podem causar sensibilidade em muitas pessoas. Para testar a tua sensibilidade, experimenta um almoço cheio de solanáceas tais como tomates, pimentões e batatas e analisa como te sentes depois.

Na maioria das vezes, podes eliminar ou reduzir o número de lectinas na comida cozinhando-a primeiro. O Dr. Steven Gundry, famoso cirurgião cardíaco, pesquisador, médico e autor, explica como diferentes métodos de preparação podem reduzir o teor de lectinas, o que minimiza os efeitos indesejáveis ​​dos antinutrientes.

“O cozimento sob pressão faz  um bom trabalho na destruição das lectinas. A ideia de deixar o feijão de molho com várias trocas de água definitivamente diminui as lectinas. O calor diminui as lectinas”, explica Gundry. “Mas existem documentos muito válidos que mostram que isso provavelmente não é suficiente para indivíduos muito sensíveis.”

Dicas de dieta:

  • Escolhe arroz branco em vez de arroz integral, as lectinas estão na casca do arroz;
  • A batata-doce tem drasticamente menos teor de lectinas do que a batata branca;
  • Evita a manteiga de amendoim pois as lectinas do amendoim causam uma resposta inflamatória na maioria das pessoas e não são destruídas pelo calor;

Ácido fítico (fitatos)

O ácido fítico, também conhecido como fitatos, é um dos antinutrientes mais perigosos, bloqueando a absorção de nutrientes pesados ​​como magnésio, zinco, cálcio e ferro, entre outros. Encontrado em grãos integrais, nozes, soja e sementes, o ácido fítico liga-se a esses minerais, impedindo a sua absorção.

Os fitatos também inibem as enzimas digestivas pepsina, tripsina e amilase. A amilase é necessária para a quebra do amido, enquanto a tripsina e a pepsina estão envolvidas na quebra da proteína. Quando essas enzimas não estão presentes nas quantidades certas, os alimentos não são processados ​​adequadamente e o nosso corpo perde os principais nutrientes.

Se o nosso corpo tem um grande influxo de fitatos, isso significa que há menos nutrientes para distribuir, mas o corpo também é substancialmente menos eficiente em quebrar os macronutrientes nos seus componentes mais básicos e nutritivos.

O nosso corpo pode lidar com uma certa quantidade de fitatos, mas é uma boa ideia eliminar as principais fontes para que os nossos minerais sejam absorvidos. Além disso, removê-los completamente de nossa dieta seria impossível.

Para construir músculos ou queimar gordura, o corpo precisa de uma certa quantidade de proteínas ou carboidratos. No entanto, essa quantidade depende em grande parte de quão saudável é nosso intestino. Isso porque um sistema digestivo otimizado requer menos comida para alimentar o corpo adequadamente.

O ácido fítico é mais concentrado no farelo de grãos, por isso prefere o arroz branco em vez do arroz integral. Nas leguminosas, o ácido fítico é encontrado na camada de cotilédones, que é muito mais difícil de remover, por isso leguminosas como feijão, lentilhas e soja devem ser consumidas com muito cuidado.

Cozinhar certos alimentos que são ricos em fitatos e depois drenar a água ou mergulhá-los em um ácido como limão ou vinagre reduz os fitatos, mas muitos dos grãos e sementes que contêm fitatos são irritantes para o intestino mesmo quando cozidos.

Dicas de dieta:

  • Evite a canola ou outros óleos de sementes; cozinhe com óleo de abacate, óleo de coco ou manteiga/ghee.
  • Evite o feijão pois é rico em carboidratos e não particularmente rico em nutrientes

Ácido oxálico (oxalatos)

Se gostas de batidos de espinafre e couve fica a saber que podes estar a causar mais mal do que bem ao teu organismo! O ácido oxálico é um composto antinutriente encontrado em muitas plantas, como vegetais crucíferos crus tais como:

  • Couve, 
  • Rabanete, 
  • Couve-flor, 
  • Brócolos  
  • Acelga, 
  • Espinafre, 
  • Salsa, 
  • Beterraba, 
  • Pimenta preta, 
  • Chocolate, 
  • Nozes, 
  • Frutas,
  • Feijão.

Quando os oxalatos se ligam ao cálcio no sangue, formam-se pequenos cristais de ácido oxálico que podem ser depositados em qualquer parte do corpo e causar dores musculares. Quando isso acontece nos rins, causa pedras nos rins. Os oxalatos também causam uma condição nas mulheres chamada vulvodinia, que leva ao sexo doloroso por causa dos cristais de ácido oxálico nos lábios.

Em pessoas sensíveis, mesmo pequenas quantidades de oxalatos causam queimação nos olhos, ouvidos, boca e garganta. Consumir grandes quantidades pode causar dor abdominal, fraqueza muscular, náusea e diarreia. As pessoas que comem grandes quantidades de vegetais crus podem ser particularmente suscetíveis.

Como os fitatos, os oxalatos podem ser reduzidos cozinhando e drenando a água, ou mergulhando em ácido. O magnésio e o zinco dietéticos adicionados ligam-se ao ácido oxálico, diminuindo substancialmente a absorção de oxalato.2

Dicas de dieta:

  • Nunca adicione couve crua, espinafre ou acelga a saladas ou batidos. Cozinhe-os a vapor primeiro.
  • Ao temperar as refeições, não use a pimenta preta para evitar oxalatos.

Glúten

O glúten é uma proteína encontrada no trigo, cevada, centeio e aveia que pode causar permeabilidade intestinal (ou seja, intestino permeável). “O problema com o glúten é que nenhum humano pode digeri-lo. É impossível digerir as proteínas do glúten que estão no trigo, cevada e centeio”, segundo o nutricionista certificado Tom O’Bryan, autor de “The Autoimmune Fix”.

O espectro de reação à indigestibilidade do glúten coloca as pessoas em duas categorias: 

  • Sensibilidade ao glúten celíaca 
  • Sensibilidade ao glúten não celíaca.

A maioria da população tem sensibilidade ao glúten não celíaca. Substâncias não digeríveis no sistema digestivo causam uma resposta imune, as respostas imunes assumem a forma de inflamação. A inflamação é, na maioria das vezes, a culpada por trás de nossa névoa cerebral, desconforto digestivo e absorção de nutrientes abaixo do ideal.

Grãos contendo glúten decompõem-se no intestino em compostos opióides chamados gluteomorfinas que acionam os mesmos receptores cerebrais que drogas opiáceas como a heroína, o que significa que são altamente viciantes.

Estruturalmente, o glúten é composto de dois tipos de proteínas de armazenamento, prolaminas e glutelinas.3 As glutelinas à base de trigo são chamadas gluteninas, que consistem em subunidades de alto peso molecular (HMW) e baixo peso molecular (LMW). Os produtos de trigo feitos com níveis mais elevados de HMW tendem a ser mais elásticos e consequentemente mais mastigáveis ​​como a massa de pizza; enquanto níveis mais baixos de HMW tendem a assumir a forma de doces.4 Originalmente, pensava-se que a giladina (a prolamina à base de trigo) era o principal antinutriente que contribui para o glúten, mas foi demonstrado que a glutenina é igualmente tóxica.5 Assim, mesmo quando comemos algo que parece mais leve, estamos a degradar o nosso seu sistema digestivo pois é na mesma uma forma de glúten.

O glúten está escondido em lugares além das fontes óbvias; produtos como molho de soja, cerveja e até carnes processadas contêm glúten o que pode estar prejudicar o nosso desempenho físico e mental.

Dicas de dieta:

  • Substitui qualquer farinha à base de trigo por farinha de mandioca para evitar o glúten;
  • Se bebes álcool, evita a cerveja e bebe vodka de batata ou gim para evitar o glúten em tua bebida.

Referências

1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15302522

2. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9096270

3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28244676

4. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17995810

5. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16772825

Doenças da piscina e dor de ouvido

Piscina e doenças toda a verdade sobre as diversas doenças que pode apanhar na água da piscina! Um dia na piscina a descontrair, nadar e relaxar pode ser magnífico! No entanto se a água das piscinas não estiver bem tratada o dia pode acabar em pesadelo com a “hospedagem” no nosso organismo de vírus, bactérias e parasitas que provocam doenças que podem ser muito perigosas!

Por exemplo, nas páginas Swimming pools  e Stay Safe In and Around Swimming Pools do CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas.

Neste artigo vou falar das seguintes doenças:


Leia também: Como bronzear sem queimar?


Piscina e doenças que pode apanhar na água

A água da piscina é geralmente uma água artificial no sentido em que raramente é usada água captada directamente do mar ou de um rio com água de alta qualidade não poluida. Sendo assim tem de ser cuidadosamente tratada para eliminar inumeros microorganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas patogénicos que estão sempre á espreita de uma oportunidade de se instalarem num hospedeiro humano e conseguirem reproduzir-se mais depressa!

Além disso os tratamentos quimicos aplicados á água da piscina também têm os seus efeitos adversos no organismo humano. Assim descrevo de seguida algumas doenças que, se não tiver cuidado, pode apanhar na sua visita á piscina.

Otite externa

Também designada otite de surfista ou de mergulhador. É provocada habitualmente pela entrada de água no ouvido, associada a um quadro clínico de otalgia (dor de ouvido). Ocorre frequentemente após entrada de água no ouvido ou em situações de infeção e eczema do canal auditivo externo. Trata-se de uma inflamação da orelha externa e do canal auditivo.

Leia também: Dor de ouvido tudo o que não sabe.

Diarreia

Os vírus e as bactérias que provocam diarreia são a principal fonte de contágio nas piscinas. De acordo com o CDC, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quem estiver ou tenha estado com diarreia nas últimas duas semanas corre o risco de contaminar a água da piscina com germes e transmitir o problema a outras pessoas. Os germes que causam diarreia conseguem sobreviver vários dias antes de serem eliminados pelo cloro. Para ficar doente basta engolir uma pequena quantidade da água infectada das piscinas.

Giardíase

A giardíase é uma infeção intestinal causada por um parasita microscópico. Pode provocar sintomas como cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia. A infeção pode ser causada por parasitas encontrados em riachos, lagos, piscinas ou zonas aquáticas de recreação. A maneira mais comum de se infetar com giardíase é engolir água contaminada, por exemplo da piscina.

Animais e crianças que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar piscinas e spas. É mais frequente em crianças e em doentes com infeção por VIH/SIDA, fibrose quística e outras formas de imunodeficiência pois têm um sistema imunitário mais frágil. Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em crianças com idades entre um e cinco anos, foi detetada uma taxa de infeção de 3,4% por Giardia lamblia.

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Criptosporidíase

Criptosporidíase é uma doença causada pelos parasitas unicelulares coccidios Cryptosporidium parvum e C.hominis. Estes podem ser ingeridos juntamente com comida ou água contaminada. Infetam o intestino, onde se reproduzem. Em pessoas imunosuprimidas causam gastroenterite, diarreia, dor abdominal e náuseas. Uma pessoa com diarreia e com este tipo de bactéria pode facilmente contaminar a água.

Legionella

Na legionella segundo explica o médico e patologista clínico Germano de Sousa, a infeção pela bactéria legionella pneumophila pode causar a febre de Pontiac (manifestação ligeira da bactéria com sintomas semelhantes a uma gripe) e a Doença dos Legionários, a manifestação mais grave, que consiste num tipo de pneumonia potencialmente letal.

A legionella está geralmente presente em ecossistemas naturais de água doce e quente, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também piscinas. A infeção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis/gotículas contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis e que chegam aos pulmões. Não existe transmissão de pessoa para pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.

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Irritação química

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos lembra que os nadadores e utilizadores da piscina queixam-se recorrentemente de ardor nos olhos, irritação nasal ou dificuldades em respirar. A investigação revelou que estes sintomas surgem devido à acumulação de substâncias irritantes na água e no ar, conhecidas como cloraminas. Essa irritação é provocada pela combinação do cloro com sub-produtos. Estes subprodutos são o resultado da ligação do suor, urina e outros resíduos dos nadadores/utilizadores ao cloro.

Dermatite ou foliculite

É uma inflamação dos folículos capilares causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. A foliculite é sobretudo diagnosticada em pessoas que usam jacuzzi, sauna, piscina ou banheira de hidromassagem. Qualquer pessoa exposta a água contaminada com esta bactéria pode contrair este tipo de foliculite. Trata-se de uma inflamação da raiz dos pelos que, normalmente, pode ser tratada em casa com o uso de sabão anti-séptico ou fármacos prescritos por clínicos. Os sintomas de foliculite por Pseudomonas aeruginosa aparecem primeiro como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e pernas.

Piolhos

Os piolhos não são susceptíveis de serem transmitidos através da água das piscinas. Embora os níveis de cloro da piscina também não matem os piolhos, estes dificilmente conseguem sobreviver debaixo de água uma vez que não se conseguem parasitar. Porém, os piolhos podem espalhar-se em balneários. Basta partilhar toalhas, escovas de cabelo, toucas ou outros itens que tenham estado em contacto com o cabelo de uma pessoa infetada para adquirir a “praga”.

Infeções estafilocócicas

Embora não tenha havido relatos de transmissão deste tipo de bactéria através de águas de recreio, há um risco potencial de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações de recreio através do contacto com a infeção de pessoa para pessoa ou através de objetos e superfícies contaminadas.

Trata-se de uma bactéria que vive muitas vezes no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infeção (espinhas, furúnculos e celulites) até infecões graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e outras), dependendo do sistema imunitário e do historial clínico de cada pessoa.

Os sintomas mais comuns deste tipo de infeções são náuseas e vómitos, por vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. A melhor forma de as evitar é não frequentar águas de recreio se tiver infeções cutâneas ou irritações da pele, manter todas as superfícies tocadas ou manipuladas com frequência limpas e não partilhar objetos pessoais como lâminas ou escovas.

Teníase

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos alerta para vários cuidados a ter de forma a evitar este tipo de doença, embora admita que dificilmente a teníase se propague através da água das piscinas. Esta infeção ocorre quando uma pessoa engole ovos de ténia presentes em superfícies ou dedos contaminados. Esta instituição lembra que os fatos de banho devem ser lavados e secos a cada utilização. Por outro lado, todas as pessoas devem lavar as mãos antes e depois de usar a casa da banho.

Molusco contagioso vírus ou Molluscum contagiosum virus

O vírus Molusco contagioso ou Molluscum contagiosum é uma doença dermatológica causada pelo Molluscum contagiosum. Caracteriza-se por bolhas rosadas ou brancas pela pele em qualquer parte do corpo e podem dar comichão. É mais comum em crianças dos 0 aos 12 anos de idade e transmitido por contato físico. Desaparecem sozinhas em 6 a 12 meses, mas podem deixar cicatrizes.

Molusco contagioso vírus melhorsaude.org
Como se transmite?

O vírus é transmitido por contato físico ou por tecidos, por exemplo tocando a mão de alguém que coçou uma bolha causada por molusco contagioso ou compartilhando toalhas. Pode ser transmitido através de contato sexual. É mais comum em locais húmidos e com muita gente a viver na mesma casa que partilham as mesmas toalhas e roupas, uma vez que essas condições são favoráveis para a transmissão do vírus. É mais comum em crianças e imunodeprimidos.

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Parâmetros microbiológicos de avaliação obrigatória

Os parâmetros microbiológicos avaliados são no caso das piscinas de utilização colectiva os referenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP (INSA), e por outros documentos oficiais. Para o caso das piscinas de empreendimentos turísticos e de hidroterapia e com fins terapêuticos, são os indicados no Decreto-Regulamentar n.º 5/97, de 31 de Março:

  • Germes totais 37ºC (às 48 horas para piscinas de utilização colectiva, e às 24 horas para piscinas de empreendimentos turísticos, de hidroterapia e com fins terapêuticos)
  • Coliformes totais
  • Escherichia coli
  • Enterococos fecais
  • Estafilococos produtores de coagulase
  • Total de Estafilococos
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Legionella (desejável nos jacúzis)

Parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação

Os parâmetros físico-químicos mínimos para avaliação, devendo a sua determinação ser feita sistematicamente no local de colheita, são os seguintes:

  • Temperatura
  • Cloro residual livre
  • Cloro combinado
  • Bromo total
  • pH (quando não houver possibilidade de determinação laboratorial)

A determinar em laboratório:

  • pH
  • Turvação
  • Condutividade
  • Oxidabilidade
  • Cloretos
  • Amoníaco (a pedido da Autoridade de Saúde)

Considera-se desejável, quando se justifique, proceder-se à determinação de:

  • Ácido isocianúrico (quando forem utilizados como desinfectantes os derivados de ácido isocianúrico)
  • Brometos
  • Trihalometanos
  • Ozono
  • Outros desinfectantes

Leia também: Orientações do Programa de Vigilância Sanitária das Piscinas

Concluindo

Antes de escolher uma piscina tente informar-se sobre a qualidade da água, frequência das análises e resultados disponiveis para consulta pública. Se conhecer alguém que tenha frequentado a piscina pergunte se houve algum problema de saúde nos dias seguintes a ter estado na piscina.

Fique bem!

Franklim Moura Fernandes

Fontes: 

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Triglicerídeos altos causas e melhor tratamento

Triglicerídeos, triglicéridos ou triacilgliceróis (sinónimos) altos, causas, medicamentos (2022) a verdade . Qual o seu verdadeiro perigo? Funções biológicas, sintomas de hipertrigliceridémia, causas, dieta e tudo o que ainda não sabe tem resposta neste artigo. Porque sobem os triglicéridos? Quais as causas? Que alimentos pode e não pode comer? Qual o melhor tratamento? Os triglicéridos, também chamados de triglicerídeos, são as principais gorduras do nosso organismo e compõem a maior parte das gorduras de origem vegetal e animal.

Os triglicerídeos presentes no nosso corpo podem ser adquiridos através da alimentação ou produzidos pelo nosso fígado. Os triglicéridos são importantes, pois servem de reserva energética para os momentos de jejum prolongado ou alimentação insuficiente. Quando há um excesso de triglicerídeos a circular no sangue, dizemos que está instalada uma  hipertrigliceridémia.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • Triglicerídeos: O que são?
  • Estudos recentes o que dizem?
  • Quais os 6 tipos de gordura?
  • Lipoproteínas transportadoras de triglicéridos
  • Colesterol e triglicerídeos: Quais as diferenças?
  • Qual o mais perigoso? Colesterol ou triglicerídeos?
  • Níveis sanguíneos de triglicerídeos: Quais os valores normais?
  • Qual a importância do rácio triglicéridos/colesterol HDL
  • Causas de hipertrigliceridémia: Quais as mais importantes?
  • Dieta: Qual a importância nos triglicerídeos?
  • Quando aumenta os triglicerídeos também aumenta o colesterol?
  • Triglicerídeos altos: É possível mesmo fazendo uma alimentação saudável?
  • Alimentos que fazem aumentar os triglicerídeos: Quais são?
  • Quais os alimentos que pode comer?
  • Sintomas quando os  triglicerídeos estão altos: Quais são?
  • Complicações da hipertrigliceridémia: Quais são?
  • Tratamento para baixar os triglicerídeos: Qual o melhor?
  • Dieta: Como baixar os triglicerídeos?
  • Jejum intermitente ajuda a baixar os triglicerídeos?
  • Fibratos: O que são?
  • Produtos naturais para baixar os triglicerídeos: Quais os melhores?

Estudos recentes:

Triglicerídeos o que são?

Os triglicéridos são a forma de gordura mais comum no nosso corpo, sendo usados para fornecer energia ao nosso organismo. Quando a quantidade de triglicéridos está elevada, eles são armazenados nos tecidos adiposos (tecidos gordurosos) para o caso de serem necessários no futuro.

As gorduras acumuladas, por exemplo, nos quadris ou na barriga, são na verdade “armazéns” de triglicéridos que estão em excesso.

Os triglicéridos estão presentes em vários alimentos comuns da nossa dieta, mas a maior parte costuma ser produzida pelo nosso fígado. Quando comemos hidratos de carbono em excesso (doces, massas, pães, etc.), o fígado recolhe esses açúcares a mais e transforma-os em triglicéridos, para que possam ser armazenados nos tecidos adiposos, servindo como reserva energética.

Estrutura química

Triglicerídeos (também designados triacilgliceróis, gorduras ou gorduras neutras) são ésteres constituídos por três resíduos de ácidos gordos e um resíduo de glicerol (ver figura). Esta é a forma principal de armazenamento celular e transporte dos ácidos gordos.

Nos triglicerídeos os três grupos hidroxilo (-OH) do glicerol são esterificados com o grupo carboxilo dos ácidos gordos.

Se os três ácidos gordos que constituem os triglicerídeos são os mesmos, designam-se triglicerídeos simples. No entanto, os triglicerídeos de ocorrência natural são mais comummente constituídos por uma mistura de ácidos gordos diferentes.

Os triglicerídeos são constituídos por moléculas apolares, pois os grupos polares dos seus precursores (grupos hidroxilo do glicerol e grupo carboxilo dos ácidos gordos) foram perdidos com a formação da ligação éster. Por esta razão são constituídos por moléculas muito hidrofóbicas, insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, como o benzeno.

Gordura branca e gordura castanha ou marrom

No corpo humano existem 2 tipos de gordura principais, a branca e a castanha. Nas células, os triglicerídeos ficam armazenados em gotas lipídicas no citosol. Nos vertebrados existem células especializadas para o armazenamento dos triglicerídeos, os adipócitos. Existem principalmente 2 tipos de adipócitos:

  • Adipócitos brancos – ricos em gordura e com poucas mitocôndrias, sendo principalmente armazenada na zona subcutânea e abdominal;
  • Adipócitos castanhos ou marron – com muito menos gordura armazenada e mais mitocôndrias o que lhes permite produzir muito mais energia. Tanto em adultos quanto em bebês, o tecido adiposo marrom está presente na região do pescoço, abaixo da clavícula e ao longo da coluna vertebral.

Quais os 6 Tipos de gordura?

Frequentemente, quando se fala de gordura, referimo-nos à acumulação de tecido adiposo em regiões como abdómen, coxas, glúteos ou braços. De facto essa gordura existe e em excesso pode causar prejuízos à saúde, no entanto não é a única presente no nosso organismo. Conheça os 6 tipos de gordura no seu corpo.

1. Gordura essencial

É uma gordura extremamente importante para o funcionamento do nosso corpo. A gordura essencial é encontrada nos órgãos e tecidos, incluindo nervos, cérebro, coração, pulmões, fígado e glândulas mamárias, aquela que serve como substrato energético para os órgãos, aquela que tem função de isolante térmico, reserva de energia.

2. Gordura branca

Um pouco mais perigosa, essa gordura costuma acumular-se pelo corpo em maior quantidade quando abusamos de uma dieta mais calórica e não fazemos nenhuma atividade física. É a gordura responsável pela maior reserva de triglicerídeos do corpo,

A gordura branca é aquela acumulada debaixo da pele, mais difícil de sair. Por outro lado, ela serve de proteção principalmente para os órgãos, absorvendo impactos do dia a dia. As mulheres têm mais tendência a acumular gordura branca do que os homens.

3. Gordura marrom

A gordura marrom ou castanha é considerada a gordura boa. É responsável pelo isolamento térmico do organismo, no qual estimula a queima calórica e, consequentemente, o emagrecimento, ou seja, se está com frio, esta gordura marrom trabalha para aquecer o nosso corpo queimando calorias. Inclusive, um estudo de Harvard mostrou que, de facto, essa gordura é ativada pelo frio, afetando diretamente as reservas da gordura branca. Assim, pode ajudar-nos bastante pois incrivelmente, a gordura castanha (marrom) queima a gordura branca para produzir calor e energia,

4. Gordura bege

Esse tipo de gordura é capaz de transformar a gordura má em gordura boa. Tem origem na gordura branca e a principal fonte de ativação destas células é uma molécula chamada irisina. Pesquisas atuais feitas em ratos trazem indícios de que a irisina seja liberada durante a prática de exercícios, estimulando o corpo a queimar gordura.

5. Gordura subcutânea

A gordura subcutânea localiza-se logo abaixo da camada mais externa da pele. Esta é a que podemos beliscar com os dedos. A gordura subcutânea cobre os músculos abdominais e, se temos muita, não seremos capazes de ver os seus músculos abdominais.

6. Gordura visceral

Esta gordura precisa de ser acompanhada com cuidado. A gordura visceral está localizada atrás da parede abdominal, nos órgãos e no interior da cavidade peritoneal. E afeta de forma negativa a saúde, aumentando o processo inflamatório do organismo. Em parte, porque ele liberta substâncias chamadas adipocinas, que são proteínas de sinalização celular que aumentam a pressão arterial e influenciam a insulina.

A gordura visceral também diminui a quantidade de adiponectina no corpo, uma hormona essencial para a queima de gordura, que ajuda a acelerar o metabolismo. A combinação da diminuição da sensibilidade à insulina, hipertensão e triglicéridos elevadas, muitas vezes pode resultar em aterosclerose, colesterol elevado LDL (o mau) e é um fator importante para o desenvolvimento de diabetes.

Reserva de energia

Esta reserva de energia pode ser mobilizada pela ação de lípases, que são enzimas responsáveis pela hidrólise dos triglicerídeos, libertando os respetivos ácidos gordos e o glicerol. A oxidação completa de 1 g de triglicerídeos fornece cerca de 38 kJ de energia, enquanto as proteínas e carboidratos fornecem somente cerca de 17 kJ/g.

No fígado, a hidrólise de triglicerídeos fornece ácidos gordos para β-oxidação, sinalização e substratos para a formação de triglicerídeos de lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL).

Os Triglicerídeos não conseguem atravessar nas membranas celulares. Uma enzima especial localizada nas paredes dos vasos sanguíneos chamada lipoproteína lípase (LPL) cataboliza os triglicerídeos para libertar ácidos gordos e glicerol.

Lipoproteínas

lipoproteína é o conjunto molecular responsável pelo transporte dos lípidos, incluindo os triglicéridos, em meios líquidos, pois não sendo hidrossolúveis não se misturam facilmente com o plasma sanguíneo. As gorduras são revestidas com fosfolipídeos, colesterol e proteínas; a parte proteica é denominada  apoproteína.

A imagem seguinte mostra a composição das diferentes lipoproteínas e a diferente quantidade de triglicéridos que cada uma transporta sendo a quilomicron (chylomicron) e a VLDL a mais ricas em triglicéridos.

Lipoproteinas_e_triglicéridos melhorsaude.org melhor blog de saude

Os triglicerídeos não estão presentes no sangue em si na forma livre pois são hidrofóbicos e portanto não se misturam em ambientes hidrossolúveis como o plasma sanguíneo. Os triglicerídeos são um dos principais componentes das apolipoproteínas (ou simplesmente lipoproteínas) tais como:

  • Quilomicron (Chylomicron);
  • VLDL – lipoproteína de muito baixa densidade;
  • IDL – lipoproteína de densidade intermediária;
  • LDL – lipoproteína de baixa densidade, conhecido como “colesterol mau”;
  • HDL -lipoproteína de alta densidade, também conhecido como “colesterol bom”.

É muito importante saber quais as lipoproteínas que estão aumentadas ou diminuídas e a sua verdadeira ligação a determinadas doenças, nomeadamente cardiovasculares.

VLDL e triglicéridos

Os triglicerídeos viajam pela corrente sanguínea ligados, principalmente, à lipoproteína VLDL (Very Low Density Lipoprotein), uma lipoproteína semelhante à HDL e LDL que transportam principalmente colesterol pelo sangue, embora também tenham triglicéridos na sua composição, conforme imagem já descrita atrás.

Colesterol vs triglicerídeos

Apesar de ambos serem considerados “gorduras” têm estruturas químicas bem diferentes. O colesterol é um esteroide com estruturas hexagonais quimicamente estáveis, enquanto o triglicérido é a junção de uma molécula de glicerol com 3 ácidos gordos que podem ser menos estáveis pois sofrem mais facilmente processos de oxidação, principalmente se as cadeias de ácidos gordos forem insaturadas.

Funções diferentes

Para além de constituírem uma importante reserva energética, os triglicerídeos, nomeadamente o tecido adiposo, funciona como isolante térmico (ajudando a manter a temperatura corporal) e como proteção contra os choques mecânicos (protegendo os órgão internos).

A principal diferença de funções entre o colesterol e os triglicerídeos é que os triglicerídeos são “queimados” e utilizados para criar mais energia quando necessário, enquanto que o colesterol é utilizado para outras importantes funções orgânicas, tais como auxiliar de digestão e a produção de hormonas. O colesterol é também uma parte essencial da estrutura das membranas celulares.

Outra diferença fundamental entre os dois é que os níveis de colesterol são afetados pela quantidade de gordura que consumimos enquanto os níveis de triglicerídeos são afetados pela quantidade de calorias que ingerimos, mesmo que as calorias não venham de gorduras mas, por exemplo, dos hidratos de carbono como os alimentos refinados com açucares!

Mais perigoso colesterol ou triglicerídeos?

Bem, ambos são perigosos e podem levar a complicações similares, tais como doença cardíaca e acidente vascular cerebral, no entanto níveis elevados de colesterol têm provado levar a doenças cardíacas, e altos níveis de triglicerídeos tendem a ser um sinal de alerta. Uma das principais razões para isso pode ser devido ao facto de que é muito mais difícil baixar os níveis de colesterol do que os níveis de triglicerídeos.

Valores normais

O excesso de triglicerídeos no sangue está associado à deposição de gorduras nos vasos sanguíneos e aterosclerose, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Todas as pessoas  acima dos 20 anos devem medir os níveis de colesterol e triglicerídeos pelo menos uma vez a cada 5 anos.

Os valores da concentração de triglicéridos no sangue classificam-se da seguinte forma em miligramas por decilitro de sangue (mg/dl):

  • Normal – abaixo de 150 mg/dL.
  • Moderado – entre 150 e 199 mg/dL.
  • Alto – entre 200 e 499 mg/dL.
  • Muito alto – maior ou igual a 500 mg/dL.

Rácio triglicéridos/ colesterol HDL

O rácio triglicerídeos/colesterol HDL deve ser inferior a 2. Lembre-se de dividir os seus níveis de triglicerídeos pelo colesterol “bom” HDL. O nível de triglicerídeos/HDL considerado ideal é 2 ou menos; 4 é alto e 6 ou mais é considerado muito alto.

Hipertrigliceridémia quais as causas?

Os níveis de triglicerídeos podem aumentar por vários motivos. Algumas pessoas apresentam alterações genéticas que predispõem à hipertrigliceridémia, outras desenvolvem triglicerídeos altos secundariamente a uma dieta hipercalórica ou à presença de determinadas doenças. Entre as condições de saúde que mais frequentemente provocam hipertrigliceridémia estão:

O uso regular de alguns medicamentos também pode provocar um aumento dos triglicerídeos, a saber:

  • Tamoxifeno
  • Corticoides
  • Betabloqueadores (propranolol, atenolol, carvedilol, bisoprolol, metoprolol…)
  • Diuréticos
  • Anticoncecionais
  • Ciclosporina
  • Isotretinoína

Comorbilidades geralmente negligenciadas

Entre parêntesis descreve-se o grau de diagnóstico estimado para estas condições de saúde metabólica que passam quase completamente despercebidas pelos médicos. A saber:

  • Pré-diabetes (~90% não diagnosticada)
  • Apneia do sono (~90% não diagnosticada)
  • Fígado gordo (~90% não diagnosticada)
  • Resistência á insulina (praticamente 100% não diagnosticada)

Óleos vegetais polinsaturados (PUFAs)

Os PUFAs do inglês Poliunsaturated Fatty Acids ou seja os óleos vegetais ricos em ácidos gordos polinsaturados como os Omega-3 e Omega-6, ao contrário do que se fala nas redes sociais, podem causar graves problemas metabólicos quando usamos os óleos e gorduras erradas nas proporções erradas! Mais á frente descrevo lista das gorduras saudáveis, razoáveis e más para a nossa saúde.

Pare de comer óleos vegetais ricos em PUFAs

Uma das atitudes mais poderosas para protegermos a nossa saúde e que pode ser feita de imediato é parar de comer óleos vegetais com alto teor de PUFA (sigla em Inglês para ácido gordo polinsaturado). Os óleos vegetais com alto teor de PUFA estão em todos os tipos de “junk food”, fast food e alimentos processados. Nos últimos 110 anos, a nossa ingestão de PUFA aumentou 20 vezes, ou seja, 2000%!!!

Gorduras boas, razoáveis e más

É claro que as gorduras não são todas iguais no que concerne á proteção da nossa saúde. Apesar de necessitarmos de um pouco de ácidos gordos polinsaturados essenciais como os ômega-3 e ômega-6 a comunicação social e alguns especialistas da saúde mal informados, convenceram-nos nos últimos anos que comer gorduras polinsaturadas é que era bom… e pior ainda passaram a mensagem que quanto mais melhor ou pelo menos bem mais do que verdadeiramente necessitamos na nossa dieta!

No entanto esqueceram-se de nos dizer que os PUFAs são ácidos gordos mais instáveis devido ás duplas ligações das suas estruturas químicas quando comparados com as gorduras saturadas de qualidade. A razão para esta instabilidade é a facilidade com que os PUFA reagem com o oxigénio para formar radicais livres que provocam inflamação!

Quando nascemos, temos uma quantidade relativamente normal de PUFA na nossa gordura corporal. Quando a nossa dieta é muito alta em PUFA, a concentração destes ácidos gordos polinsaturados na nossa gordura corporal aumenta. Existe um limite, que é diferente para todos, em que a concentração de PUFA atinge um valor elevado que leva a gordura corporal a não funcionar adequadamente e passamos a desenvolver sintomas de disfunção metabólica.

Boas gorduras, as mais importantes são as seguintes:

  • Azeite
  • Óleo de abacate
  • Óleo de amendoim
  • Óleo de coco
  • Óleo de amêndoa
  • Óleo de noz macadâmia
  • Manteiga
  • Manteiga de cacau
  • Banha
  • Palma não refinada
  • Óleo de palmiste

Más gorduras, as mais importantes são as seguintes:

  • Óleo de soja
  • Óleo de canóla
  • Óleo de girassol
  • Óleo de milho
  • Óleo de cártamo
  • Óleo de sementes de algodão
  • Óleo hidrogenado
  • Palma refinada
  • Óleo de grão-de-bico artesanal (restaurantes)
  • Óleo de farelo de arroz (restaurantes)
  • Margarina
  • Maioria da maionese, molhos e cereais.

Hipoglicémia é sinal de alarme

Os sintomas mais comuns são geralmente diagnosticados como hipoglicemia. Se começar a apresentar hipoglicemia, então vai a caminho de desenvolver uma condição metabólica chamada resistência à insulina, que é a disfunção hormonal subjacente à diabetes tipo 2.

Todas as condições subjacentes na lista já atrás descrita são distúrbios metabólicos relacionados com a resistência à insulina ou resultam do tratamento de condições inflamatórias relacionadas. Durante quase duas décadas, na sua prática médica a Dra Catherine Shanahan, concentrou-se na reversão de doenças metabólicas e inflamatórias como diabetes, obesidade e hipertensão com dieta. Nesse período, entendeu que a causa número um de doenças metabólicas é a ingestão de demasiados PUFA. Muitos médicos especializados em medicina metabólica chegaram à mesma conclusão.

Demasiado PUFA promove a ARDS

Síndrome de Descompensação Respiratória Aguda (ARDS)

O excesso de PUFA na gordura corporal também nos coloca em risco de insuficiência respiratória por COVID-19. Quando sofremos de uma pneumonia, o apetite cai imenso e geralmente não vamos comer. Quando não comemos, o nosso corpo liberta gordura corporal na corrente sanguínea (na forma de ácidos gordos livres, também chamados ácidos gordos não esterificados, ou NEFA).

Se ingerimos óleos vegetais suficientes para desenvolver uma das condições subjacentes listadas acima, uma proporção perigosamente alta de ácidos gordos na corrente sanguínea será PUFAs. Os PUFAs são perigosos porque reagem com o oxigênio de maneiras que levam a grandes quantidades de inflamação. A inflamação faz a diferença entre um caso de pneumonia do qual podemos recuperar por conta própria e um caso de ARDS que nos leva para os cuidados intensivos.

Se não existissem óleos vegetais com alto teor de PUFA e, a propósito, não existiam antes da era industrial, esta pandemia de COVID-19 não seria tão mortal. Se o seu médico não lhe falou sobre os perigos do alto consumo de óleos vegetais ricos em PUFA, é porque apenas os médicos mais atualizados e interessados em medicina metabólica sabem o que significa PUFA, sem mencionar por que é prejudicial.

Triglicéridos e colesterol aumentam juntos?

O aumento dos triglicerídeos pode ou não vir acompanhado de alterações no colesterol. As duas situações mais comuns são:

  • Triglicéridos e colesterol LDL ( colesterol mau ) elevados ou
  • Triglicerídeos elevados e HDL (colesterol bom) baixo.

O aumento isolado dos triglicéridos, sem alterações do colesterol, não é habitual.

Dieta saudável e triglicerídeos altos é possível?

Existem algumas formas de hipertrigliceridémia familiar, que são alterações de origem genética, que fazem com que o paciente produza triglicéridos em excesso, independentemente da sua dieta. Nestes casos é possível que o paciente apresente níveis graves de triglicéridos, às vezes acima dos 1000 mg/dL.

Alimentos e aumento de triglicerídeos

Uma dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos é um importante fator de risco para hipertrigliceridémia. Aconselha-se, por isso, uma alimentação pobre em gorduras, de forma a manter os níveis de triglicéridos normais. Deve evitar comer:

  • Alimentos gordos,
  • Cozinhados em manteiga ou óleo,
  • Fritos e refogados,
  • Produtos ricos em açúcar ou sal,
  • Carnes vermelhas (especialmente suíno),
  • Enlatados e conservas,
  • Molhos sintéticos (contrariamente aos de ervas ou caseiros que não sejam apimentados).

Se tiver triglicéridos elevados, descrevo de seguida alguns dos alimentos que deve evitar a todo o custo, a saber:

  • Refrigerantes ou qualquer outra bebida rica em açúcar
  • Bebidas alcoólicas
  • Doces e chocolate
  • Pão
  • Biscoitos
  • Massas e Pizzas
  • Batata
  • Gelados e Iogurte congelado
  • Tortas
  • Bolos
  • Leite integral
  • Fritos
  • Queijos gordurosos

Quando for comprar comida, procure ler as informações nutricionais no verso de cada alimento e evite produtos ricos nos seguintes açúcares:

  • Sacarose
  • Glicose
  • Frutose
  • Xarope de milho
  • Maltose
  • Melaço

A lista de alimentos acima descrita está longe do fim! Qualquer alimento rico em hidratos de carbono e/ou gorduras saturadas pode causar aumento dos triglicerídeos. Mais à frente, na parte de tratamento da hipertrigliceridémia, daremos alguns conselhos sobre a melhor dieta para baixar os triglicerídeos.

Alimentos que pode comer

Nos alimentos que pode consumir destacamos:

  • Café,
  • Chá,
  • Sumos de fruta naturais,
  • Leite desnatado,
  • Iogurtes magros ou naturais,
  • Kefir
  • Queijos de cabra ou ovelha,
  • Pão integral,
  • Hortaliças,
  • Verduras e legumes,
  • Carne branca (sobretudo de aves),
  • Peixe,
  • Fruta.

Sintomas de triglicerídeos altos

Em geral, a hipertrigliceridémia não provoca sintomas. É impossível saber se seus triglicerídeos estão altos ou baixos sem realizar exames de sangue.

Pacientes com as formas familiares de hipertrigliceridémia, geralmente com valores de triglicéridos cronicamente acima dos 500mg/dL, podem apresentar xantomas, que são depósitos subcutâneos de colesterol sob a forma de nódulos ou placas amareladas, que ocorrem frequentemente nas palmas das mãos, ao redor dos olhos, nos pés ou nas articulações.

Hipertrigliceridémia e consequências

Embora a relação entre triglicéridos altos e risco cardiovascular tenha sido questionada no passado, com os atuais estudos tornou-se claro que pacientes com hipertrigliceridémia apresentam um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, particularmente doenças coronárias.

Permanece incerto, porém, se esta associação é causada diretamente pelos triglicerídeos altos ou por outros fatores associados à hipertrigliceridémia, como obesidade, diabetes e níveis elevados de colesterol LDL e níveis baixos de colesterol HDL.

Níveis elevados de triglicerídeos também estão associados a um maior depósito de gorduras no fígado, provocando uma alteração conhecida como esteatose hepática. Valores bastantes elevados de triglicéridos podem desencadear uma infeção no pâncreas (pancreatite), que se manifesta por dor abdominal (barriga) intensa e numa fase posterior febre.

Tratamento da hipertrigliceridémia

O principal objetivo do tratamento da hipertrigliceridémia é reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Ainda não se sabe se a simples redução dos valores dos triglicéridos é suficiente para obter estes resultados.

Por isso, a “gestão” da hipertrigliceridémia deve sempre incluir medidas de tratamento que se sabe que são benéficas para pacientes com alto risco cardiovascular, a saber:

  • Dieta equilibrada
  • Prática de exercícios físicos
  • Perda de peso
  • Controle do diabetes
  • Controle do colesterol LDL e HDL

Dieta para baixar os triglicerídeos

Em relação à dieta, pacientes com triglicerídeos elevados devem evitar alimentos ricos em hidratos de carbono e gorduras.

Devem preferir os seguintes alimentos:

  • Fibras
  • Peixes e alimentos ricos em gordura insaturada e pobre em gorduras saturadas
  • Pães, biscoitos e cereais que contenham aveia, grãos integrais, cevada, milho, arroz ou trigo como primeiro ingrediente
  • Prefira o arroz integral e as massas à base de trigo integral
  • Nas bebidas, evite o álcool e os refrigerantes
  • Leite desnatado

Quando pensamos em baixar o colesterol LDL o mais importante é evitar alimentos gordurosos. Quando pensamos em baixar os triglicerídeos, limitar o consumo de hidratos de carbono e calorias é o tratamento mais eficaz.

Jejum intermitente ajuda a baixar os triglicerídeos?

Sim, um dos benefícios do jejum intermitente é baixar os níveis de triglicerídeos. Aconselha-se a começar pelo jejum mais fácil de fazer que dura 12 horas e começa após o jantar, inclui as horas de sono e continua até ao dia seguinte até perfazer 12 horas, Por exemplo acabar o jantar ás 20 h e não comer nada até ás 8 do dia seguinte. Este jejum é mais fácil mas deve ser feito diariamente.

Leia o nosso artigo sobre JEJUM INTERMITENTE, 21 RESPOSTAS ESSENCIAIS

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Medicamentos para os triglicerídeos quais os mais eficazes?

Nos doentes com  triglicerídeos acima de 200 mg/dL, o tratamento com medicamentos deve ser considerado. É importante destacar que o uso de medicamentos para controlar a hipertrigliceridémia de modo algum exclui a necessidade do paciente mudar hábitos de vida.

Se não houver controle na dieta, perda de peso, controle do diabetes e aumento da carga de exercícios físicos, o beneficio do tratamento farmacológico ficará muito aquém do desejado.

Se além da hipertrigliceridémia o paciente também tiver níveis elevados de colesterol, o uso das estatinas, deve ser considerado. As mais usadas são:

  • Sinvastatina (Zocor®),
  • Pravastatina (Pravacol®),
  • Rosuvastatina (Crestor®),
  • Atorvastatina (Zarator®).

Estas drogas agem mais sob o colesterol, mas também tem algum efeito sobre os níveis de triglicéridos.

Fibratos o que são?

Os fibratos são drogas mais específicas para reduzir níveis de triglicerídeos, podendo alcançar reduções de até 70% em alguns casos. Estas drogas, porém, não agem sobre os valores de colesterol. Os mais utilizados são:

  • Gemfibrozil (Lopid®, Lipoite Forte),
  • Fenofibrato (Catalip®, Lipofen® e Supralip®)
  • Bezafibrato (Bezalip® e Bezalip Retard®),
  • Ciprofibrato (Fibranin® e Lipanor®).

Se houver necessidade de associar uma estatina a um fibrato, o Fenofibrato deve ser a droga de escolha pois apresenta menos riscos de interação medicamentosa.

EPA e DHA (ômega 3) são eficazes?

O suporte científico sobre os benefícios do EPA e DHA não são consensuais. Assim suplementos ricos em óleo de peixe ricos em ácidos gordos ômega 3) parecem ser eficazes para redução da hipertrigliceridémia. No entanto, para existir esse efeito, as doses devem ser elevadas, acima de doses 3 gramas por dia, o que significa pelo menos 4 cápsulas por dia. Estas dosagens elevadas podem de facto baixar os triglicéridos mas ao mesmo tempo causar efeitos secundários, nomeadamente gastrointestinais!

Os óleos de peixe ricos em ácidos gordos ômega 3 mais utilizados são:

  • Ácido eicosapentaenoico ( EPA )
  • Ácido docosaexaenoico ( DHA )

Alguns doentes não toleram doses muito altas de óleo de peixe, apresentando diarreia e cólicas abdominais.

Concluindo

Atualmente os triglicéridos podem ser medidos facilmente numa Farmácia perto de si, após um jejum, se possível, de 12 horas para conseguir um resultado mais rigoroso. Se se sente bem de saúde faça, pelo menos uma vez por ano, os testes para conhecer os seus valores em jejum de Glicémia, Colesterol e Triglicerídeos. Se estiver tudo bem ótimo está de parabéns! Mas se algum desses valores estiver fora dos valores de referência então ainda vai a tempo de falar ao seu médico e corrigir o que for necessário para evitar problemas cardiovasculares muito graves! O ditado é antigo mas é verdadeiro:  Prevenir é o melhor remédio!

Fique bem!

Franklim Fernandes

Referências

  • H. Lodish, Molecular cell biology, Fifth Edition, W. H. Freeman: New York, 2004, ISBN: 0716743663
  • A. Lehninger, D. Nelson, M. Cox, Lehninger principles of biochemistry , Fifth Edition, W.H. Freeman: New York, 2008, ISBN: 9780716771081.
  • R. Garrett, C. Grisham, Biochemistry, Third Edition, Brooks Cole: 2004, ISBN: 0534490336.
  • https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2664115/
  • Fonseca, Krukemberghe. «Lípidios»
  • Coffman, Melodie Anne. «Definição de HDL, LDL e VLDL» (em inglês)
  • Smith LL. Another cholesterol hypothesis: cholesterol as antioxidant. Free Radic Biol Med 1991;11:47-61. PMID 1937129

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TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL TODA A VERDADE

Tensão pré-menstrual (TPM) toda a verdade! Embora possa não parecer este é um síndrome que pode destruir a vida de imensas mulheres e respetivas relações conjugais e sociais pois afeta cerca de 75% de todas as mulheres com ciclos menstruais regulares, obviamente com diferentes graus de gravidade! O que é a TPM? Quais os sintomas e quais as causas? Qual o melhor tratamento?

Em muitas mulheres a gravidade dos sintomas pode destruir relações sociais e familiares deixando muitas mulheres numa situação psicológica extremamente frágil.

Este artigo pretende ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, suas famílias e suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Leia também: Top 16 doenças mais comuns nas mulheres, toda a verdade!

O primeiro passo é sempre identificar e reconhecer este síndrome nas mulheres afetadas, com vários graus de gravidade.

Neste artigo vou tratar ás seguintes questões:

  • Tensão Pré-Menstrual ou TPM o que é?
  • Qual a sua frequência?
  • Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM o que é?
  • Tipos de TPM;
  • Sintomas da TPM
  • Ansiedade e TPM A;
  • Compulsão ou desejo alimentar e TPM C;
  • Depressão e TPM D;
  • Hidratação e retenção de líquidos e TPM H;
  • Outros sintomas e TPM O;
  • Causas da Tensão Pré-Menstrual
  • Fatores de risco prováveis;
  • Influência da personalidade da mulher;
  • Alimentação qual influência?
  • Quais os sintomas da TPM por ordem de frequência?
  • TPM pode confundir-se com depressão?
  • Diagnóstico da TPM:
  • Que especialidades médicas devem ser consultadas?
  • O que deve perguntar ao médico?
  • O que vai perguntar o médico?
  • Tratamento da Tensão Pré-Menstrual:
  • Tratamento do Transtorno Disfórico Pré-menstrual ou  TDPM;
  • Pílula anticoncecional qual a influência?
  • Como gerir melhor a Tensão Pré-Menstrual?
  • Melhores hábitos para amenizar os sintomas da TPM.

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Tensão pré-menstrual ou TPM o que é?

A famosa tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.

Frequência

Cerca de 75% das mulheres com ciclos menstruais regulares são afetadas por alguma mudança de humor no período pré-menstrual. A mulher com TPM pode apresentar desde leves alterações do humor, até sintomas comportamentais graves, com grande impacto na qualidade de vida e prejuízos na vida social.

Transtorno disfórico pré-menstrual ou TDPM

A TPM apresenta um pico de incidência entre os 25 e 35 anos de idade. A forma mais grave ocorre em  8-10% dos casos e é chamada de transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).

Tipos de tensão pré-menstrual

Nem todas as mulheres sentem os mesmos sintomas durante a TPM. São tantas as sensações que a medicina separou a tensão pré-menstrual em cinco tipos diferentes, que podem acontecer separadamente ou ao mesmo tempo nas mulheres, a saber:

  • TPM A e ansiedade
  • TPM C e compulsão alimentar
  • TPM D e depressão
  • TPM H e hidratação
  • TPM O e outros sintomas

Ansiedade e TPM A

A TPM tipo A está relacionada com a ansiedade. O estrogénio ajuda a baixar o stress. Na TPM A os níveis de estrogénio diminuem, existe maior libertação de adrenalina e cortisol e este fatores contribuem para um aumento acentuado de stress. Os principais sintomas são:

  • Ansiedade
  • Tensão
  • Dificuldade em dormir
  • Irritabilidade
  • Alterações de humor
  • Falta de concentração

Compulsão ou desejo alimentar e TPM C

A TPM tipo C está relacionada principalmente com a compulsão alimentar. Ela recebe a classificação C porque vem do inglês “craving”, que significa desejo. Se durante a menstruação ou antes dela prefere os restaurantes mais gordurosos ou ataca o chocolate que está no armário, esse é o seu tipo de TPM.

Os sintomas que se encaixam na TPM C são:

  • Compulsão por doces ou salgados
  • Vontade de comer guloseimas ou comidas diferentes
  • Dores de cabeça

A TPM tipo C está relacionada com os mecanismos de recompensa que temos no cérebro. Quando comemos um alimento rico em açúcar ou gordura, algumas áreas do cérebro são ativadas, dando a sensação de prazer. Como durante a TPM existem alterações hormonais, este mecanismo pode gerar uma reação exagerada, causando uma sensação de prazer ainda maior.

Depressão e TPM D

A tensão pré-menstrual do tipo D está relacionada com os sintomas depressivos. Os principais sinais dessa TPM são:

  • Raiva sem razão
  • Sentimentos perturbadores
  • Pouca concentração
  • Lapsos de memória
  • Baixa autoestima
  • Sentimentos violentos

Estes sintomas são causados geralmente pela redução de serotonina sendo uma  resposta exagerada do organismo perante às oscilações hormonais normais do período.

Hidratação e retenção de líquidos e TPM H

A TPM tipo H tem esse nome porque está relacionada com a “hidratação”. A TPM H está relacionada principalmente com a retenção de líquidos e suas consequências. Mulheres que têm a TPM do tipo H sentem:

  • Ganho de peso (por causa da retenção de líquido)
  • Inchaço ou distensão abdominal
  • Sensibilidade e inchaço nas mamas
  • Inchaço nas mãos e pés

Outros sintomas e TPM O

Existem outros sintomas menos comuns que também podem estar relacionados com a TPM. Esses sintomas foram agrupados e classificados como TPM tipo O  significando “outros” sintomas. Entre eles estão:

  • Alteração nos hábitos intestinais
  • Aumento da frequência urinar
  • Afrontamentos ou suores frios
  • Dores generalizadas, incluindo cólicas
  • Náuseas
  • Acne
  • Reações alérgicas
  • Infeções do trato respiratório

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Causas

Ainda não há uma explicação completa da causa da TPM. Os estudos sugerem uma interação das hormonas produzidas pelos ovários na segunda metade do ciclo menstrual com alguns neurotransmissores do sistema nervoso central, como a serotonina e a endorfina, associados ao controle do humor.

Não se sabe exatamente por que algumas mulheres tem síndrome de tensão pré-menstrual muito sintomática e outras não apresentam sintoma algum.

Já é comprovado que não há diferenças entre os níveis de estrogênios e progesterona entre mulheres com e sem TPM. Imagina-se que algumas mulheres sejam mais sensíveis às flutuações dos neurotransmissores cerebrais causados pelas alterações hormonais fisiológicas do ciclo menstrual.

Fatores de risco

Entre os fatores que, provavelmente, aumentam o risco de TPM estão:

  • Histórico familiar de TPM
  • Idade, sendo que os sintomas são mais comuns com o envelhecimento
  • Ansiedade, depressão ou outros problemas de saúde mental
  • Sedentarismo
  • Stresse
  • Uma dieta com baixo teor em vitamina B6, cálcio, ou magnésio
  • Alta ingestão de cafeína

Personalidade da mulher

Também ainda não se conseguiu comprovar qualquer relação entre os diferentes tipos de personalidade com a ocorrência ou não de TPM. Do mesmo modo, fatores de stress parecem não ter um papel tão importante no aparecimento da TPM como se pensava. Na verdade, é muito mais comum que a tensão pré-menstrual cause stresse do que o contrário.

Alimentação

A interferência da alimentação nos sintomas também é controversa. Excesso de sal, álcool e cafeína podem causar alterações nos níveis de neurotransmissores, porém, ainda não se conseguiu comprovar uma relação inequívoca entre dieta e TPM.

Alguns trabalhos mostraram relação entre o baixo consumo de vitaminas e sais minerais com a TPM, mas nada prova que a simples reposição destes melhora os sintomas de todas as mulheres com tensão pré-menstrual.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da TPM, em ordem decrescente de frequência, são:

  • Cansaço ou fadiga – 92%
  • Irritabilidade – 91%
  • Enfartamento – 90%
  • Ansiedade – 89%
  • Sensibilidade nas mamas – 85%
  • Alterações de humor – 81%
  • Depressão – 80%
  • Desejos alimentares – 78%
  • Acne – 71%
  • Aumento do apetite – 70%
  • Hipersensibilidade – 69%
  • Retenção de líquidos – 67%
  • Raiva e nervosismo – 67%
  • Choro fácil – 65%
  • Sensação de isolamento – 65%
  • Dor de cabeça – 60%
  • Memória fraca, esquecimentos – 56%
  • Sintomas gastrointestinais – 48%
  • Falta de concentração – 47%
  • Ondas de calor – 18%
  • Palpitações – 14%
  • Tonturas – 14%

Depressão e tensão pré-menstrual

Os sintomas da TPM e da TDPM podem ser confundidos com os de doenças psiquiátricas, como depressão e transtornos da ansiedade.

Os doentes com depressão podem piorar no período pré-menstrual e melhorar após a menstruação. Porém, eles nunca ficam completamente livres dos sintomas. Na síndrome de tensão pré-menstrual, os sintomas desaparecem por completo após a menstruação.

A estreita relação temporal com os sintomas a piorar na segunda metade do ciclo menstrual e resolução completa dos mesmos sintomas após a menstruação é a base para o diagnóstico da TPM.

Diagnóstico

Não existe um teste ou exame definitivo para o diagnóstico da TPM. O diagnóstico é dado após uma cuidadosa obtenção da história clínica e do exame físico da paciente. Análises de sangue são completamente normais na TPM, mas são solicitadas para se descartar outras causas para os sintomas, como, por exemplo, alterações da tireoide.

Médico especialista a consultar

Os especialistas que devem diagnosticar a TPM são:

  • Endocrinologista
  • Ginecologista

Estar preparada para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Para ajudar o médico pode chegar à consulta já com algumas informações importantes, a saber:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Historial médico, incluindo outras condições que a mulher tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça a uma pessoa da sua confiança para a acompanhar

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Quão graves são os sintomas?
  • Em que dias do ciclo menstrual os sintomas são piores?
  • Tem dias livres de sintomas durante o ciclo menstrual?
  • Pode prever quando os sintomas vão aparecer?
  • Alguma coisa parece fazer os sintomas melhores ou piores?
  • Os sintomas interferem com suas atividades diárias?
  • Você ou alguém da sua família foi diagnosticado com um transtorno psiquiátrico?
  • Que tratamentos já tentou até agora? Eles funcionaram?
  • Toma a pilula anticoncecional? Qual?
  • Quais os medicamentos e suplementos que toma?

Também é importante levar as suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pelas mais importantes. Isso garante que conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar.

Para TPM, algumas perguntas básicas incluem:

  • Há algo que eu possa fazer para minimizar os sintomas da TPM?
  • Os sintomas da TPM, eventualmente, podem desaparecer?
  • Será que esses sintomas indicam uma doença mais grave?
  • Recomenda um tratamento para os sintomas da TPM? Quais são os tratamentos disponíveis?
  • Existe uma alternativa genérica para o medicamento prescrito?
  • Existe literatura impressa que possa levar comigo? Que sites recomenda para melhor informação?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico do transtorno disfórico pré-menstrual

A TDPM é uma TPM grave. Normalmente, a paciente apresenta sintomas mais intensos, como explosões de raiva e crises de ansiedade. A paciente com transtorno disfórico pré-menstrual, ao contrário da TPM simples, apresenta problemas de relacionamento interpessoal e frequentemente entra em conflitos no trabalho, o que pode gerar prejuízos na vida íntima e profissional.

Para auxiliar no diagnóstico, o médico pode lançar mão de questionários, para serem preenchidos pela mulher, relatando seus sintomas durante todos os dias do ciclo menstrual.

Tratamento

Uma série de medicamentos podem ser úteis para controlar a TPM. Porém, muitas mulheres conseguem controlar os sintomas apenas com mudanças de estilo de vida.

  • A prática de exercícios físicos regulares e uma
  • Alimentação equilibrada, rica em frutas e verduras, e pobre em sal pode ajudar mais do que se imagina.
  • Técnicas de relaxamento
  • Suplementação de vitaminas pode ser indicada pelo seu médico, em alguns casos.

Não existe um único remédio ou tratamento para todas as mulheres que sofrem com TPM, mas sim tratamentos diferenciados em função dos sintomas manifestados. De seguida descrevemos algumas das abordagens de tratamento em função do tipo de TPM diagnosticado, a saber:

TPM A ( Ansiedade ) tratamento

A melhor maneira de amenizar o stresse e a ansiedade da TPM tipo A é praticando exercícios físicos, além de manter uma dieta adequada. A atividade física ajuda a liberar endorfinas, hormonas que dão a sensação de prazer.

Para casos mais graves, existem alguns medicamentos, como os ansiolíticos, que podem ser usados para amenizar os sintomas. No entanto só um médico, que pode ser o ginecologista, o endocrinologista ou um psiquiatra, poderá prescrever o tratamento mais adequado à mulher.

TPM C ( Compulsão alimentar ) tratamento

Para amenizar esse tipo de sintoma, primeiramente deve-se tentar fazer escolhas alimentares mais saudáveis ou então praticar atividade física – que ajuda a diminuir a dor de cabeça. Manter uma dieta equilibrada e rica em ômega 3, presente nos peixes e frutos do mar, pode ajudar a controlar essa compulsão.

O uso de ansiolíticos e alguns medicamentos para compulsão em casos específicos também pode ser receitado. Algumas mulheres relataram que suplementos como ômega 3 e óleo de prímula ajudam na redução dos sintomas de desejo.

A enxaqueca e dor de cabeça pode ser prevenida com o uso de medicamentos, como o topiramato. Mas só um médico poderá receitá-lo. Além disso, o uso de anticoncecional de baixa dose também pode ser utilizado e também analgésicos para o alívio da dor.

TPM D ( Depressão ) tratamento

Se os sintomas de depressão e tristeza forem graves, pode ser receitado o uso de antidepressivos. No entanto, geralmente os sintomas podem ser controlados com uma dieta equilibrada, prática de atividade física e cessação de vícios, como álcool e tabaco.

TPM H ( Hidratação ) tratamento

Em alguns casos o uso de diuréticos pode ser necessário para combater a retenção de líquido. No entanto, o principal é reduzir o consumo de alimentos que promovem a retenção de líquidos, como sal e cafeína. Isso ajuda a reduzir o inchaço e sensibilidade.

TPM O ( Outros ) tratamento

A libertação de agentes inflamatórios relacionados com o fluxo menstrual pode interferir no fluxo intestinal e causar dores, como cólicas. O uso de anti-inflamatórios nos dias que precedem o fluxo menstrual e nos primeiros dias pode ajudar a regularizar. Devido à retenção hídrica o organismo pode tentar autorregular-se, levando ao aumento na frequência de urina. Reduzir o consumo de sódio é a principal medida.

Já os afrontamentos e sudorese fria, se forem realmente incómodos, podem ser tratados com o uso dos anticoncecionais de baixa dosagem. Isso evita as oscilações hormonais maiores e com isso previne as queixas relacionadas com os afrontamentos que provocam uma sensação de calor intenso.

A acne terá tratamento local para redução da oleosidade e uso de anticoncecional com ação anti-androgénica, ou seja, bloquear a ação hormonal masculina sobre a pele.

As náuseas e infeções do trato respiratório têm um tratamento preventivo mais global, com prática de exercícios, redução de sal, cafeína, álcool, açúcar e cigarro.

Transtorno disfórico pré-menstrual tratamento

Nos casos mais sintomáticos ou naquelas com diagnóstico de TDPM a terapia medicamentosa deve ser utilizada.

Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina são os medicamentos de primeira linha. As drogas mais conhecidas desta classe são:

  • Sertralina
  • Fluoxetina
  • Paroxetina
  • Citalopram

Pílula anticoncecional

O uso de anticoncecionais apresenta efeitos dispares. Algumas mulheres referem grande melhoria do quadro, porém, outras queixam-se que piora.

A Yaz® é uma pílula aprovada especificamente para o controle da TPM e apresenta eficácia em mais de 60% do casos, o que a torna o anticoncecional com os melhores resultados.

Nos casos graves refratários ao tratamento convencional, pode-se lançar mão de drogas que inibam a produção de estrogênio e progesterona pelo ovário, chamadas agonistas do GnRH (Leuprolide). Essas drogas causam uma menopausa medicamentosa, por isso, para serem usadas de forma prolongada, o seu médico terá que fazer reposições de estrogênio e progesterona.

A grande maioria das mulheres consegue um bom controle da TPM com o tratamento, porém, em casos mais graves de TDPM, quando todos os tratamentos falham, a cirurgia para remoção dos ovários é uma opção que deve ser proposta para as mulheres que não desejam mais ter filhos.

Como gerir melhor a TPM?

O primeiro passo para gerir melhor a TPM é manter um diário menstrual. Anote o tipo de sintomas que tem, se são graves, quando ocorre a menstruação e quando é a ovulação. Isso pode ajudar a identificar padrões no ciclo e planear com antecedência a melhor maneira de lidar com os sintomas.

Siga algumas das seguintes dicas para lidar com os sintomas da TPM:

Pratique hábitos saudáveis:

  • Fazer pelo menos 2 horas e meia de exercícios moderados por semana
  • Comer uma dieta equilibrada, que inclui grãos integrais, proteínas, laticínios de baixo teor de gordura, frutas e legumes
  • Limitar cafeína, álcool, chocolate e sal
  • Considere suplementação de cálcio, ômega 3 e vitamina B6 com o seu médico
  • Parar de fumar

Como gerir melhor a dor?

Usar um medicamento anti-inflamatório não esteroide ou analgésico pode ajudar a aliviar a dor e reduzir o sangramento menstrual. Usar um sutiã com mais apoio, como um sutiã desportivo, pode ajudar a reduzir a dor na área.

Como reduzir o stress?

  • Tente algumas técnicas de relaxamento, tais como exercícios de respiração, yoga ou massagem terapêutica
  • Pratique uma melhor gestão do seu tempo e tente dormir o suficiente
  • Crie um sistema de apoio. Junte-se a um grupo de apoio sobre TPM e procure o apoio de seus amigos e familiares

Com este artigo pretendemos ser um contributo importante para melhorar a vida de muitas mulheres, das suas famílias e das suas relações próximas para que todos possam ser mais Felizes!

Fique bem!

Franklim M. Fernandes

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Referências

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Queda de cabelo tratamento e as melhores vitaminas

Queda de cabelo excessiva e calvície tudo o que não sabe! Conhecida como calvície (ou calvície), recebe em medicina o nome de alopecia androgénica. Alopecia significa queda de cabelo, e androgénica refere-se à influência das hormonas masculinos no processo. Muitas pessoas acham que a calvície é um problema exclusivo dos homens, mas, na verdade, a perda definitiva de cabelos afeta mulheres na mesma proporção. A diferença é que, como no sexo feminino a calvície costuma ser menos intensa e, portanto, mais discreta, ela é mais facilmente camuflável.

Estudos:

Neste artigo vou tratar as seguintes questões:

  • Qual o ciclo de vida do cabelo normal?
  • Como nasce e cresce o cabelo?
  • O que são as fases anagénica, catagénica e telogénica?
  • Será que o cabelo cresce de modo contínuo?
  • O que causa a calvície?
  • Quais os padrões de queda de cabelo no homem e na mulher?
  • Porque cai o cabelo?
  • Porque cai mais cabelo no Outono?
  • Quais as causas principais?
  • Gravidez: Porque cai o cabelo?
  • Queda de cabelo súbita e intensa: Qual a causa?
  • Queda de cabelo no homem: Quais os sintomas?
  • Quais as causas da queda no homem?
  • Quais os tratamentos anti-queda?
  • Quais as regras de ouro para um cabelo mais bonito?
  • Quais os tratamentos para uma calvície incipiente?
  • Que outros tipos de queda de cabelo existem?
  • Estudos sobre queda de cabelo




Anatomia da pele

Anatomia da pele e cabelo

Anatomia do pêlo


Estrutura do pêlo estrutura-cabelo

Anatomia de um cabelo




Ciclo de vida do cabelo

Os pelos e os cabelos são estruturas cilíndricas compostas por proteínas, principalmente queratina, que crescem através da pele pelos folículos pilosos situados nas regiões mais profundas da derme. Todo o corpo, exceto as palmas das mãos e plantas dos pés, possuem folículos pilosos e pelos. Em alguns locais, por serem muito claros e finos, os pelos podem passar despercebidos, mas estão lá.

Os pelos apresentam características e velocidade de crescimento diferentes em cada local do corpo, o que é facilmente percetível quando comparamos cílios, cabelos, pelos púbicos e a barba, por exemplo. O couro cabeludo possui, em média, 100.000 fios de cabelo, com um crescimento médio de 1 a 2 cm por mês.

Todos os dias, perdemos entre 50 e 80 cabelos. A sua vida dura, em média, entre 2 e 7 anos. O cabelo nasce no folículo piloso, cresce por entre ciclos sucessivos, até cair.

Fases do ciclo de vida do cabelo

O ciclo de vida do cabelo é constituído pelas seguintes fases:

  1. Anagénica,
  2. Catagénica,
  3. Telogénica.

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Cabelo como nasce e cresce?

O cabelo nasce no folículo piloso. Cada folículo piloso tem vida própria, ou seja, cada cabelo cresce independentemente do crescimento dos outros. Se os folículos estivessem sincronizados, todos os cabelos cresceriam ao mesmo tempo. Nesse caso, haveria um período em que o homem ficaria totalmente calvo antes de recuperar uma farta cabeleira.

Fase anagénica

O período durante o qual o cabelo cresce tem o nome de fase anagénica e dura cerca de 1 a 3 ou 4 anos. Durante esta fase, o bulbo piloso situado na extremidade inferior do folículo regenera-se para voltar a produzir a fibra capilar. O cabelo cresce cerca de 1 cm por mês.

Fase catagénica

A segunda fase, catagénica, também chamada fase de involução, dura 2 a 3 semanas. É a conclusão da produção da fibra. O folículo retrai-se à superfície do couro cabeludo. Essas semanas vão permitir ao cabelo preparar-se para a fase de repouso.

Fase telogénica

A terceira e última fase do ciclo de vida do cabelo é a fase telogénica e corresponde ao período de repouso. O cabelo não cresce mais, mas permanece agarrado ao folículo durante cerca de 3 meses. No final desses 3 meses, o cabelo cai durante a lavagem ou escovagem. Pode dar-se início a uma nova fase anagénica.

Fases do ciclo de vida do cabelo

Crescimento do cabelo

O cabelo não cresce de modo contínuo, mas através de ciclos sucessivos. 90% dos cabelos encontram-se constantemente em fase de crescimento, enquanto que 10% estão em fase de queda. Todos os dias, caem naturalmente cerca de 50 a 80 cabelos, com 2 a 7 anos de vida. Estes cabelos são substituídos. Cada folículo piloso reproduz um total de 25 a 30 ciclos ao longo da sua vida. No entanto, pode ocorrer por vezes um descontrolo. Sob a influência das hormonas masculinas, estes ciclos podem ficar perturbados.

Calvície ou alopecia quais as causas?

A calvície ou alopecia androgénica é causada pelas seguintes alterações:

  • Encurtamento da fase de crescimento (anágena),
  • Afinamento progressivo do fio de cabelo,
  • Redução do tamanho dos folículos.

Estas alterações fazem com que a raiz fique cada vez mais próxima da superfície da pele.

Testosterona e dihidrotestosterona

Essa miniaturização do folículo é um processo hereditário e mediado por hormonas masculinas. Para ser mais exato, o problema ocorre naqueles pacientes que produzem excessivamente uma enzima chamada 5 alfa-redutase, que transforma a hormona masculina testosterona no seu derivado dihidrotestosterona. Fatores genéticos determinam essa produção excessiva.

A dihidrotestosterona liga-se a recetores existente em alguns folículos pilosos provocando a redução do seu tamanho. Portanto, a calvície ocorre naqueles indivíduos com altos níveis de dihidrotestosterona e numerosos folículos com recetores para esta hormona. As diferentes distribuições dos recetores de dihidrotestosterona entre indivíduos explica porque temos diferentes tipos de calvície.

Homem e padrões de queda de cabelo

A figura abaixo ilustra os padrões mais comuns de queda de cabelo no sexo masculino.

Padrões de calvície melhorsaude.org melhor blog de saude

Mulher e padrões de queda de cabelo

A figura abaixo ilustra os padrões mais comuns de queda de cabelo no sexo feminino.

Padrões de que de cabelo na mulher melhorsaude.org melhor blog de saude Padrões de queda de cabelo na mulher

Micro-irritação

Uma descoberta trouxe à luz do dia um fenómeno responsável pela reação em cadeia da queda de cabelo: a Micro-irritação. A Micro-irritação é induzida pelo stress repetido que desencadeia a produção excessiva de radicais livres.

Outono e mais queda de cabelo

Devido à influência da exposição sazonal ao Sol sobre as hormonas esteroides, todos os mamíferos, incluindo o ser humano, têm tendência a perder mais pelos ou cabelos no Outono. A testosterona, a hormona masculina que acelera o crescimento piloso nos homens, também contribui para uma queda de cabelo diária mais marcada.

Causas da queda de cabelo

A queda de cabelo, em particular no homem, tem frequentemente uma origem genética. Trata-se, neste caso, de uma alopecia androgenética ou calvície associada à sensibilidade particular dos folículos pilosos aos androgénios.

As principais causas da queda de cabelo são as seguintes:

Sob a influência de stress repetido, surge uma Micro-irritação mesmo por baixo da superfície do couro cabeludo. Imperceptível e indolor, esta Micro-irritação acaba por desencadear uma reação em cadeia que se propaga em cascata até ao bulbo. Em resposta, os tecidos contraem-se. O bulbo fica menos irrigado e menos nutrido, tendo como consequência o cabelo torna-se mais fino e acabando por cair.

Fadiga poluição sol e stress

O stress interno e o stress externo afetam diretamente o couro cabeludo. O stress interno pode ser induzido por:

  • Fadiga,
  • Excesso de trabalho,
  • Mudança de estação,
  • Falta de sono.

Quanto ao stress externo, este resulta de:

  • Cuidados capilares não adaptados,
  • Brushings sucessivos,
  • Poluição,
  • Radiações UV, etc

O couro cabeludo regista os vários tipos de stress e transforma-os numa produção excessiva de radicais livres. Em resposta aos estímulos exercidos pela ameaça dos radicais livres, dá-se a produção de agentes químicos pró inflamatórios que provocam um fenómeno imperceptível na superfície do couro cabeludo: a micro-irritação. Os ingredientes ativos permitem reabsorver a micro-irritação na sua origem e prevenir a sua repercussão até ao bulbo.

Gravidez e queda de cabelo

Queda de cabelo na gravidez melhorsaude.org melhor blog de saude

Qual o papel das hormonas nesta questão?

A testosterona, a hormona masculina que acelera o crescimento piloso nos homens, também contribui para uma queda de cabelo diária mais marcada. As variações hormonais estão na origem da perda significativa de cabelo de que as jovens mães padecem frequentemente. De facto, os cabelos que deviam ter caído durante os nove meses anteriores são retidos pelas hormonas da gravidez.

Assim que os níveis de estrogénio regressam ao normal após o parto, estes cabelos perdem a sua ligação hormonal e caem. No entanto, este processo é temporário e, geralmente, normaliza-se ao fim de alguns meses. Por outro lado, um choque físico ou emocional (morte, divórcio, operação cirúrgica significativa) pode provocar uma queda súbita de cabelo três a quatro meses após o evento em questão. Também neste caso, as hormonas são as responsáveis mas, à medida que o organismo e a moral se restabelecem, os cabelos retomam o seu ciclo habitual.

Queda de cabelo súbita e intensa

Mesmo que perca uma quantidade de cabelos que lhe pareça significativa, se continuar a ter um crescimento normal e se a densidade do seu cabelo permanecer estável, não há motivo para preocupações. Por outro lado, se o seu cabelo perder volume visivelmente ou se constatar que determinadas zonas ficam desguarnecidas, consulte o seu farmacêutico. Se a queda for súbita ou grave, não hesite em consultar um dermatologista. Este especialista poderá descobrir problemas ou patologias subjacentes (carência de ferro, distúrbios da tiróide ou hormonais, efeitos secundários de certos medicamentos…) que podem contribuir para a queda de cabelo.

QUEDA DE CABELO NO HOMEM

HEREDITARIEDADE E STRESS, OS PRINCIPAIS FACTORES

Face a uma queda significativa de cabelo ou alopecia, aconselha-se agir rapidamente. Muitas vezes de origem hereditária, a alopecia masculina pode ser interrompida através de cuidados específicos antiqueda de cabelo. Recomenda-se igualmente a prevenção contra o stress e a prática de uma alimentação equilibrada.

Sintomas

Perdemos cerca de 50 a 80 cabelos por dia. Tal como as células da pele, o cabelo renova-se naturalmente. Novos nascimentos substituem, em princípio, os cabelos que caem diariamente. Na verdade, cada cabelo dura entre 2 e 7 anos e cada folículo piloso que origina o cabelo reproduz entre 25 a 30 ciclos. Contudo, sob a influência de determinados fatores, a queda de cabelo acelera. Na ausência de crescimento, começam a surgir zonas escassas em cabelo.

Causas da queda de cabelo no homem

No homem, a queda de cabelo é, sobretudo, de origem genética. Na verdade, a alopecia androgenética hereditária afeta cerca de 70% dos homens. Normalmente, referem-se à alopecia como calvície. Esta deve-se à influência das hormonas masculinas, os androgénios. A calvície pode surgir muito cedo, desde os 18 anos.

Progressivamente, o crescimento do cabelo fica mais lento e passa a um ano em vez dos três ou quatro. O folículo piloso implanta-se cada vez menos na derme e atrofia. Consequência: o cabelo fica mais fino. O couro cabeludo fica desprovido de cabelo, primeiro ao nível das têmporas, da testa e do topo do crânio.

Outras causas

  • Toma de medicamentos, como os anticoagulantes ou tratamentos contra o cancro
  • Choque psicológico
  • Stresse
  • Carências alimentares
  • Mudanças de estação

Tratamentos anti-queda

É mais fácil atrasar a queda de cabelo do que estimular o seu crescimento. Existem vários tratamentos, sob a forma de champôs específicos, de loções ou de séruns. O dermatologista poderá ainda prescrever tratamentos medicamentosos. Por fim, as técnicas cirúrgicas de enxerto constituem mais uma solução para a queda de cabelo.

Recomenda-se :

  • Cuidado diário do seu cabelo, privilegiando os champôs suaves e evitando o uso abusivo de produtos agressivos;
  • Descansar e evitar o stress;
  • Ter uma alimentação saudável e equilibrada

Prevenir a queda de cabelo

5 regras para ter um cabelo mais bonito

Para manter um cabelo bonito e saudável adopte uma rotina de cuidados diária. O seu cabelo e couro cabeludo exigem cuidados suaves!

  • A temperatura certa
  • Cuidados capilares muito suaves!
  • Deixe o seu cabelo respirar!
  • Massaje o couro cabeludo
  • Evite o stress!
  • Alimentação e exercício físico

Temperatura certa

Sempre que lavar o seu cabelo, garanta que a água está a uma temperatura adequada. Deve estar morna de forma a não agredir o couro cabeludo. Deve igualmente enxaguar abundantemente de forma a que não existam vestígios do seu champô ou de outros produtos capilares aplicados.

Cuidados capilares muito suaves

O calor excessivo ou a lavagem com um champô não adequado podem danificar o seu cabelo ou torná-lo mais frágil. Use uma champô suave que não agrida o seu couro cabeludo. E, mantenha o seu secador a uma temperatura baixa!

Na lavagem deve usar um champô adequado ao seu tipo de cabelo, aplicá-lo com uma massagem suave, deixá-lo atuar durante 2 a 3 minutos, enxaguar bem, e em seguida usar um condicionador, ou tónico capilar, se adequado.

Pentear ou escovar o cabelo é quase tão importante como lavá-lo, pois ajuda a eliminar a sujidade, a caspa, os cabelos caídos e as células mortas que se vão acumulando, e que podem obstruir a passagem de nutrientes. Evite fazê-lo com o cabelo molhado, e evite o secador sempre que possível.

Deixe o seu cabelo respirar

O seu cabelo precisa de respirar. Não o mantenha amarrado durante horas sem fim. Alterne o seu cabelo entre solto e apanhado. Não use bandoletes, toucas ou chapéus durante um longo período de tempo.

Massaje o couro cabeludo

A massagem não é somente para o corpo. Pode ser igualmente benéfica para o cabelo. Durante a lavagem, massaje o couro cabeludo durante 2 a 3 minutos, sem o agredir. Assim estimulará a circulação sanguínea e relaxar o seu couro cabeludo.

Evite o stress

Cuidar do seu cabelo significa também cuidar de si! Uma dieta equilibrada, exercício físico e um sono descansado são essenciais para um cabelo saudável. Experimente o yoga para eliminar o stress da sua vida!

Alimentação e exercício

Para preservar o nosso cabelo devemos ter alguns cuidados na alimentação e no nosso estilo de vida, e adotar alguns cuidados capilares básicos.

A alimentação e o exercício físico são fatores que podem influenciar a saúde dos cabelos, pois interferem com a circulação sanguínea, que transporta os nutrientes para a raiz do cabelo. Quando o organismo está carente de nutrientes, também o cabelo e o couro cabeludo se ressentem.

Uma dieta equilibrada e atividade física frequente refletem-se num cabelo saudável, adiando ou diminuindo o ritmo da queda do cabelo.

Algumas vitaminas são particularmente benéficas para os cabelos, assim como vários minerais, a saber:

  • Vitamina A,
  • B1 (tiamina),
  • B2 (riboflavina),
  • B3 (niacina),
  • B6 (piridoxina),
  • B9 (ácido fólico)
  • B12 (cianocobalamina),
  • Vitamina C,
  • Vitamina E,
  • Cálcio,
  • Ferro,
  • Fósforo,
  • Magnésio,
  • Iodo,
  • Zinco.

Sendo os cabelos compostos por 60% a 90% de proteínas, estas são muito importantes na dieta, sobretudo carnes magras, peixe, leite, e ovos. No entanto devemos ter sempre em consideração que o excesso de proteína na alimentação pode trazer consequências graves para a nossa saúde (Ex: doença renal), pelo que, como é óbvio, deve moderar o consumo.

Consultar o dermatologista

Todos os dias há pacientes com queda de cabelo.

Trata-se muitas vezes do aumento de uma queda fisiológica que afeta, sobretudo, as mulheres, durante o Outono ou a Primavera, altura em que o número de consultas aumenta. Também  pode tratar-se de uma calvície real instalada, muitas vezes mal cuidada pelos homens mais jovens. A queda de cabelo é sempre um fenómeno de angústia para os pacientes.

Dermatologista e tratamentos antiqueda

Quando consulta um dermatologista os tratamentos seguem determinadas fases. Primeiro, faz uma análise ao sangue para aferir os seguintes parâmetros:

Depois, explica o mecanismo da queda de cabelo. É importante para diminuir a ansiedade.  Prescreve preferencialmente suplementos alimentares (aminoácidos sulfurados: taurina, cistina) que permitem encurtar o período de queda. As loções antiqueda podem ser eficazes desde que sejam  produtos com eficácia comprovada.

Tratamento da calvície incipiente

O tratamento da calvície masculina é baseado no uso dos seguintes medicamentos e substâncias:

  1. Minoxidil em solução tópica (aprovado para homens e mulheres).
  2. Finasterida por via oral (aprovado apenas para homens).
  3. Stemoxydine (Neogenic®)

Minoxidil a 2% e 5%

A solução de minoxidil para aplicação direta no couro cabeludo melhora a queda de cabelo por aumentar o tempo da fase anagénica e estimular o crescimento dos folículos miniaturizados. Os resultados demoram pelo menos 4 meses, sendo mais pronunciados no ápice do couro cabeludo e menores na região frontal. O tratamento é para a vida inteira. Com a interrupção, a perda de cabelo retorna.

Finasterida a 1mg

A Finasterida é um medicamento originalmente usado na hipertrofia prostática, mas que, com o tempo, demonstrou como efeito colateral uma redução na queda de cabelo dos pacientes.

A finasterida é um bloqueador da enzima 5 alfa-redutase, o que, como explicado anteriormente, impede a transformação da testosterona em dihidrotestosterona (DHT), responsável pelos efeitos negativos nos folículos pilosos.

Em geral, preconiza-se o uso de comprimidos de 1 mg por dia, por pelo menos, 1 ano. Com o uso da Finasterida ocorre aumento do número de fios de cabelo, que também se tornam mais grossos e fortes. Se a droga for suspensa, porém, dentro de 6 a 9 meses o paciente perde todo o cabelo novo que havia crescido.

Finasterida nas mulheres

A Finasterida em mulheres ainda não se mostrou eficaz e comprovadamente causa más formações fetais. Portanto, não é uma droga indicada para a calvície feminina.

Se tem uma queda de cabelo que considere grave procure um dermatologista para que ele possa decidir a melhor estratégia terapêutica para o seu caso. Não se automedique. Lembre-se que tanto a Finasterida quanto o minoxidil apresentam efeitos colaterais e contraindicações.  Além disso, existem várias outras causas para perda de cabelo além da alopécica androgénica, que não devem ser tratadas com nenhuma dessas duas drogas.

Stemoxydine® a 5%

Entre dois ciclos de crescimento, o bolbo capilar entra em fase de inatividade onde suspende a sua atividade e permanece vazio.
Para despertar, o bolbo capilar precisa de um sinal : foi a trabalhar nessa etapa que a pesquisa do laboratórios L’Oréal descobriu o papel das células estaminais no despertar dos bolbos adormecidos e na renovação do cabelo.

Stemoxydine é a 1ª molécula de ação biomimética que simula um ambiente ótimo para as células estaminais e favorece o seu bom funcionamento. Os bolbos em fase de inatividade são despertados. 1700 novos cabelos em 90 dias (estudo clínico vs placebo em 101 indivíduos – valor médio para uma cabeleira alopécica).  Para couros cabeludos sensíveis. A fórmula é hipoalergénica sem parabenos e não colante.

Outros tipos de queda de cabelo

Existem várias outras causas para queda de cabelo. Ao contrário da calvície, elas costumam causar perdas localizadas e irregulares. Porém, em casos difusos podem se assemelhar à alopécia androgénica. Vamos citar as causas mais comuns:

Eflúvio anagénica

É a queda de cabelo que ocorre, por exemplo, na quimioterapia, radioterapia ou envenenamentos com mercúrio.

Eflúvio felogénico

Queda de cabelo que ocorre como efeito colateral de várias drogas, deficiências de vitaminas, stresse psicológico ou doenças da tiroide.

Alopécia traumática

Ocorre por trauma mecânico e/ou químico do cabelo. Pode surgir após algumas técnicas de alisamento de cabelo com repetidas tração do mesmo associado ao uso de produtos químicos. Algumas pessoas com crises nervosas podem arrancar o próprio cabelo e ter esse tipo de alopécia.

Alopécia areata

É uma doença autoimune, onde o corpo passa a equivocadamente a produzir anticorpos contra os seus folículos pilosos. O couro cabeludo é o mais afetado, mas pode haver perda de pelos em qualquer parte do corpo.

Tinea capitis

Infeção do couro cabeludo por fungos.

Lúpus discoide

O lúpus eritematoso discoide é uma doença crónica e recorrente caracterizada por manchas arredondadas vermelhas de bordos bem definidos na pele. A sua causa é desconhecida e é mais frequente no sexo feminino e mais ainda em mulheres com cerca de 30 anos de idade. O leque de idades é muito mais amplo que o habitual para o lúpus eritematoso sistémico.

Estudos sobre queda de cabelo

De seguida descrevo alguns estudos publicados e disponíveis para consulta pública:

Concluindo

O cabelo é uma parte importante do nosso corpo por influenciar decisivamente a nossa autoestima. Essa influência psicológica é tanto mais marcada quanto menor for a idade da pessoa pelo que os jovens com casos de calvície na família próxima (pais e irmãos) devem estar atentos aos sintomas e tratar o problema, logo que surjam os primeiros sinais, com a ajuda do dermatologista e do Farmacêutico nos casos mais ligeiros e comuns de queda de cabelo.

A queda de cabelo, se for repentina e intensa, pode também ser um sinal de problemas de saúde mais profundos, pelo que  deve, neste caso, consultar de imediato o seu médico.

Fique bem!

FranklimA. Moura Fernandes

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Franklim Fernandes ÁREA RESERVADA melhorsaude.org

Alzheimer quais os 10 sinais precoces e toda a verdade

Demência e Alzheimer afinal o que é a doença de Alzheimer? O que é uma demência? Quais os sinais? Quais os tratamentos mais atuais? Como evitar? Tenho falhas de memória…será um sinal já preocupante?

Este artigo pretende ser um contributo importante na clarificação de imensas dúvidas sobre a doença baseando-se na informação pública disponibilizada pela Alzheimer Europe  pela Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer e pela Alzheimer Association. Acrescentei também a última informação publicada sobre as causas e o tratamento da doença.

Demência e Alzheimer

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

    • O que é a demência?
    • Quem desenvolve demência?
    • Qual a prevalência da demência?
    • Demência quais as mais comuns?
    • Alzheimer o que é?
    • Demência vascular o que é?
    • Doença de Parkinson o que é?
    • Demência de corpos de Lewy o que é?
    • Demência frontotemporal o que é?
    • Doença de Huntington o que é?
    • Demência provocada pelo álcool  ou Síndrome de Korsakoff
    • Doença de Creutzfeldt-Jacob o que é?
    • O que pode parecer demência mas não é?
    • A demência é hereditária?
    • Quais os sinais iniciais?
    • Como ajudar alguém com demência?
    • Quais os 10 sinais de alerta precoce?
    • Que tipos de Alzheimer existem?
    • Qual a diferença entre Alzheimer esporádica e familiar?
    • Porque pode uma família na Colômbia ser a chave para a descoberta de uma cura?
    • Qual a causa da Doença?
    • Quais as últimas descobertas?
    • Qual o tratamento adequado?
    • Quais os fármacos atualmente utilizados?
    • Qual a influência da alimentação?
    • Qual a influência do exercício físico?
    • Qual a minha experiência pessoal?

CLIQUE AQUI PARA LER O ARTIGO

Frieiras tratamento frio e má circulação



Frieiras do frio ou eritema pérnio, tratamentos causas e toda a verdade! Em Portugal frieira é um termo usado para descrever uma doença (eritema pérnio) com, sintomas dermatológicos, provocada pela exposição ao frio não causada por um fungo (micose). No Brasil o termo frieira tem um significado diferente pois descreve uma micose na pele causada por fungos, como por exemplo a micose no pé o chamado “pé-de-atleta“. Esta clarificação é muito importante pois sendo este um Blog visitado por toda a comunidade de língua Portuguesa de quando em vez os significados da nossa língua materna divergem. Para saber tudo sobre frieira/micose leia o artigo seguinte.

Leia também: Micose no pé toda a verdade

Neste artigo vou falar das frieiras causadas pelo frio e não de micoses. No entanto, quem estiver interessado em micoses pode ler um dos posts mais partilhados do blog sobre sobre pé-de-atleta e fungos nas unhas aqui!

Leia também: Fungos nas unhas toda a verdade

Neste artigo vou falar dos seguintes temas:

    • O que são frieiras (“do frio”)?
    • Como se formam?
    • Que zonas do corpo são mais afetadas?
    • Quais os sintomas
    • Quanto tempo duram?
    • Qual o aspeto da pele afetada?
    • Quem são as pessoas mais sensíveis ás frieiras?
    • Qual a causa?
    • Qual o melhor tratamento?
    • Que cremes podem ser aplicados com eficácia?
    • Quando deve consultar o médico por causa das frieiras?
    • Os cremes com cortisona ajudam ou não?
    • Existem produtos naturais eficazes?

Frieiras ou eritema pérnio

Eritema pérnio ou frieira é uma doença provocada pela exposição ao frio que atinge, sobretudo, as zonas mais expostas ao ar e humidade, tais como:

    • Mãos,
    • Pés,
    • Nariz,
    • Orelhas.

Pode também aparecer, embora menos frequentemente, nas seguintes partes do corpo:

  • Cotovelos,
  • Joelhos,
  • Partes inferiores das pernas.

Eritema pérnio mecanismo de formação

As frieiras são fruto de uma resposta anormal dos vasos sanguíneos às variações de temperatura.

Nos dias mais frios, mais húmidos e com mais vento, os vasos sanguíneos que irrigam as extremidades do nosso corpo, principalmente mãos, pés e orelhas, contraem para  manter a temperatura corporal.  Assim, as zonas do corpo onde essa contração ocorre tornam-se mais frias, ficando até, por vezes, dormentes.

Frieiras melhorsaude.org melhor blog de saude

Quando estas zonas são reaquecidas, principalmente se acontecer de forma muito rápida, dá-se uma  dilatação “agressiva” destes vasos sanguíneos, que deixam extravasar algum líquido do seu interior para o exterior. Este líquido provoca algum edema ou inchaço local originando  uma resposta inflamatória, que leva ao aparecimento do desconforto associado às frieiras.

Importante: Se não houver um arrefecimento seguido de aquecimento brusco, as frieiras raramente surgem.

Sintomas

Manifesta-se por uma inflamação dolorosa da pele que fica branca, fria, insensível, com comichão, inchada e vermelha. Em casos mais graves, podem levar à formação de bolhas e dar origem a feridas ulceradas e dolorosas que podem infetar e aí sim causar lesões graves… cuidado!

Se tal acontecer consulte um médico com urgência para tratar a infeção.

Mãos com frieiras melhorsaude.org melhor blog de saude
Mãos com frieiras simples, sem bolhas nem feridas.

Mãos com frieiras graves melhorsaude.org melhor blog de saude
Mãos com frieiras graves, já com bolhas

Quanto tempo dura uma crise?

Esta não é uma resposta simples! Normalmente as frieiras duram cerca de uma semana, mas podem prolongar-se por mais tempo.

Grupos de risco mais sensíveis

As pessoas que sofrem mais de frieiras são as que desenvolvem uma reação anormal ao frio. Têm dificuldade em manter a temperatura corporal das zonas expostas, por alterações verificadas nos pequenos vasos sanguíneos superficiais que se contraem e apertam excessivamente (vasoconstrição), não permitindo que o sangue circule, normalmente, até às extremidades e aqueça a pele. Os principais grupos de risco são os seguintes:

    • Mulheres jovens, sobretudo se já sofrem de Doença de Raynaud;
    • Idosos;
    • Fumadores, pois o tabaco é extremamente nocivo para a circulação sanguínea.

Causas

Na sua origem parecem intervir fatores genéticos, hormonais (as mulheres possuem pior circulação nas extremidades e reagem pior a mudanças de temperatura, devido nomeadamente às alterações menstruais) e problemas circulatórios.

As condições climatéricas tais como o frio e a humidade são fatores desencadeantes e agravantes. A doença é mais frequente nos meses de inverno e nas regiões com temperaturas mais baixas e húmidas (a humidade aumenta a condutividade do frio) e em particular nos meios rurais. Aqui, também, relacionada com o tipo de trabalho realizado na agricultura que expõe as pessoas mais frequentemente ao frio.

Tratamento

O melhor tratamento é a prevenção! Assim deve proteger diariamente a pele das zonas suscetíveis logo nos primeiros dias de frio. Repito a nota importante já referida neste artigo:

"Se não houver um arrefecimento seguido de aquecimento brusco, as frieiras não surgem"

Os cuidados preventivos, que evitam o contacto com diferenças bruscas de temperatura (principalmente passar rapidamente de um ambiente frio para um ambiente quente), são essenciais para evitar o aparecimento das queixas, sendo as medidas mais eficazes as seguintes:

    • Casas bem aquecidas;
    • Usar roupas adequadas (luvas, calçado apropriado, gorros de lã, etc.) de proteção contra o frio;
    • Se tiver tendência para sofrer de frieiras deve proteger-se do frio, cobrindo as zonas afetadas com roupa de preferência de lã;
    • Melhoram com o calor pouco intenso e com a massagem suave da zona afetada;
    • O exercício físico moderado é útil, pois ativa a circulação sanguínea aumentando a temperatura corporal;
    • Não deve aquecer diretamente as mãos no calorífero a altas temperaturas pois isso provoca uma dilatação exagerada dos vasos sanguíneos e posterior edema;
    • Evitar lavagens repetidas das mãos por causa da louça e outras atividades domésticas pois originam diferenças de temperatura bruscas e facilitam o aparecimento de frieiras.

Ginkgo biloba

Frieiras e Ginkgo Biloba
Ginkgo Biloba (Fonte: www.pixabay.com free foto)

Ginkgo biloba, também conhecida pelos nomes populares nogueira-do-japão, árvore-avenca ou simplesmente ginkgo, é uma árvore de origem chinesa considerada um fóssil vivo, pois existia já no tempo dos dinossauros, há mais de 200 milhões de anos. É símbolo de paz e longevidade por ter sobrevivido às explosões atómicas no Japão.

Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Engelbert Kaempfer por volta de 1690, mas só despertou o interesse de pesquisadores após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima, brotando no solo da cidade devastada.

As suas folhas têm sido frequentemente usadas no combate aos radicais livres e como auxiliar da oxigenação cerebral, embora não exista unanimidade científica sobre os seus efeitos benéficos.

Bioactivo Ginkgo biloba em comprimidos é um suplemento feito com plantas naturais, contém Ginkgo biloba, que ajuda a função cognitiva, como memória e concentração, além disso, Ginkgo biloba apoia a circulação sanguínea, ou seja, é bom para mãos e pés frios.

Componentes activos

  • Extracto de Ginkgo Biloba 60 mg
  • Ginkgoflavona-glicósidos 14,4 mg
  • Terpenolactonas 3,6 mg

Tomar 2 comprimidos por dia, ou segundo a indicação do médico. Engolir os comprimidos inteiros, em simultâneo, à refeição, acompanhados de um copo de água.

Interações e efeitos adversos

Pessoas que tomam anti-coagulantes orais devem evitar a utilização de Ginkgo Biloba.

Em alguns pacientes pode fazer baixar demasiado a tensão arterial originando a sensação de tonturas.

Se sofre de doença grave e toma algum medicamento, deverá consultar o seu médico antes de tomar BioActivo Biloba.

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Creme para tratar as frieiras

Uma boa hidratação da pele ajuda mas por si só não é suficiente para proteger a mesma do aparecimento de frieiras. Assim, os cremes preventivos apenas reforçam a sua  função de barreira protetora, sendo necessários cremes com funções terapêuticas suplementares, como alguns dos que de seguida descrevo.

Existe algum creme á venda na Farmácia que seja mais eficaz? Sim, existe um creme utilizado com eficácia, desde que não se trate de frieiras graves e feridas complicadas, a saber:

Friax creme

Trata-se de um creme regenerador, que tem as seguintes propriedades terapêuticas:

  • Ação antisséptica,
  • Rubefaciente,
  • Hidratante,
  • Antipruriginosa.

Regenera, protege e cuida a pele exposta ao frio e alivia a comichão provocada pelas frieiras. Aplique nas pele 3xdia durante 7 dias.

Creme para frieiras e pele gretada

Existe algum creme que possa utilizar-se quando temos frieiras e pele gretada? Sim, existe um creme que trata não só as frieiras mas também é adequado se existirem gretas, a saber:

Stop Frieiras Innophar

Stop Frieiras possuí um elevado conteúdo em fitocêuticos e baseia-se nos benefícios terapêuticos do uso tradicional e milenar das plantas. A sua fórmula exclusiva foi desenvolvida com uma elevada quantidade de princípios ativos de origem vegetal para garantir esses benefícios.

Stop frieiras

Princípios ativos presentes vs propriedades reconhecidas:

  • Ginkgo-Biloba – estimulante da microcirculação da pele.
  • Aloé vera – hidratante, anti-inflamatório, regenerador e cicatrizante.
  • Escina – melhorara a circulação no tratamento da insuficiência venosa.
  • Bisabolol – cicatrizante, anti-irritante e anti-inflamatório.
  • Boswellia serrata – propriedades anti-inflamatórias.
  • Calendula officinalis – antiedematosa, anti-inflamatória, antioxidante, antisséptica, cicatrizante, calmante, refrescante e reepitelizante.
  • Alantoína – humectante, anti-idade e cicatrizante/renovador celular.
  • Glicerina – excelente poder hidratante.
  • Menthyl Lactate – efeito refrescante, ajuda a diminuir a sensação de ardor e a vermelhidão.

Akilhiver creme

Akilhiver Creme Frieiras assegura a regeneração cutânea, hidrata, atenua as sensações de desconforto (formigueiro e prurido), reforça a resistência da pele ao frio e a circulação venosa.

Como tratamento aplique através de movimentos circulares sobre as zonas sujeitas a frieiras.  Como prevenção aplique diariamente em toda a superfície das mãos e pés, até 3xdia durante 7 dias.

Quando deve consultar o médico?

As frieiras são difíceis de tratar e podem persistir por vários anos. Em geral curam-se por si só, apenas com o recurso às medidas preventivas. No entanto em casos graves podem ter utilidade fármacos com acção vasodilatadora que melhoram a circulação do sanguínea nas extremidades. Também deve solicitar um conselho médico se as frieiras criarem bolhas ou ulcerarem, pois podem necessitar de cuidados especiais.

Cremes com “cortisona” ajudam?

É errado aplicar cremes com cortisona, pois estes produzem uma vasoconstrição secundária, que vai agravar ainda mais o problema circulatório que é a causa desta doença. Muitas pessoas aplicam estes cremes por causa da eficácia sobre o prurido ou comichão mas os efeitos secundários podem ser bastante graves pois as chamadas “cortisonas” deprimem o sistema imunitário e, no que concerne à pele, aceleram muito o seu envelhecimento degradando, por isso, a capacidade da pele se regenerar e “Auto proteger”!

Produtos naturais são eficazes?

Existem produtos “naturais” usados nas frieiras, mas sem estudos científicos que comprovem quaisquer benefícios no seu tratamento, pelo que devem ser evitados. Muitos deles, para além de não terem utilidade terapêutica, podem causar ainda mais irritação na pele.

Concluindo

As frieiras são uma doença que afeta imensas mulheres jovens e idosos mais sensíveis ao frio. Não é uma doença grave se for tratada atempadamente. Se tal não acontecer e houver descuido pode evoluir para formas mais graves com formação de bolhas e feridas abertas. Esta situação mais severa pode, principalmente em doentes com o sistema imunitário debilitado, ser uma “porta de entrada” para todo o tipo de vírus, bactérias e fungos que desencadeiam infeções potencialmente graves para o organismo.

Resumindo, não se descuide e se tiver frieiras trate de imediato essa situação, evitando diferenças bruscas de temperatura, protegendo a pele do frio, aquecendo moderadamente a pele e aplicando um creme adequado e hidratante tal como referido neste artigo.

Referências

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Polimedicação efeitos adversos e como retirar medicamentos ao doente?

Polimedicação e efeitos adversos que provocam mais prescrição, como travar esse ciclo vicioso? Existem cada vez mais doentes crónicos polimedicados que tomam mais de 10 medicamentos por dia! Os efeitos adversos são inevitáveis mas muitas vezes são erradamente interpretados como novas doenças a tratar! Isto origina tipicamente um ciclo vicioso de polimedicação denominado cascata de prescrição que consiste basicamente na prescrição de mais medicamentos para tratar os efeitos secundários em vez de se tentar o desmame ou substituição do medicamento que está a causar esse efeito adverso.

Se é certo que em alguns casos graves não é possível retirar o medicamento que causa efeitos adversos noutros é perfeitamente exequível e até o mais adequado terapeuticamente… desde que o diagnóstico seja correto! Esta é sempre uma tarefa difícil que deve ser preparada em conjunto pelo médico e farmacêutico que assistem o doente.

Neste artigo descrevo um caso típico de uma doente crónica idosa que toma 14 medicamentos diferentes por dia e quais os medicamentos que poderiam ser retirados do seu esquema terapêutico.

Polimedicação caso de estudo

The University of British Columbia caso de estudo: Uma mulher de 70 anos é diagnosticada com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), apneia do sono obstrutiva, disfunção ventricular esquerda com obstrução da via de saída, hipertensão, embolia, insônia, ansiedade, depressão, comprometimento cognitivo leve e laringite inexplicável. Ela toma 14 medicamentos prescritos e 4 suplementos, mas prefere menos. A sua enfermeira de cuidados primários consulta um farmacêutico clínico de ambulatório para uma revisão abrangente da medicação.

A lista de medicamentos e respetiva posologia está descrita na tabela seguinte:

Coração/pressão arterialDoença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)
1. Espironolactona 25mg/dia de manhã8. Tiotrópio 2,5mcg 2 inalações de manhã
2. Diltiazem 180mg/dia de manhã9. Budesonida 100mcg / formoterol 6mcg 2xdia
3. Bisoprolol 2,5mg/dia de manhã10. Salbutamol 100mcg 3xdia se necessário
4. Furosemida 40mg 2/2 dias de manhãAnsiedade/Depressão/Sono
5. Rosuvastatina 10mg/dia ao deitar11. Venlafaxina 300mg/dia de manhã
Prevenção de tromboembolismo venoso12. Mirtazapina 30mg/dia ao deitar
6. Rivaroxabano 20mg/dia à noite13. Clonazepam 0,25mg/dia ao deitar
Suspeita de refluxo gástrico (sem sangramento)14. Melatonina 3mg/dia ao deitar
7. Pantoprazol 40mg/dia de manhã15.-18. Ferro, cálcio, vitamina C e vitamina D
Fonte: The University of British Columbia, Therapeutics letter 138 July-August 2022

Cascatas de prescrição escondidas

Antes inimagináveis, listas de medicamentos intimidadoras agora são comuns.1 A mitigação pode ser mais fácil se os prescritores e farmacêuticos dispensadores reconhecerem o potencial de “cascatas de prescrição”. Cunhado por 2 geriatras em 1995,2 “uma cascata de prescrição começa quando um medicamento é prescrito, ocorre um evento adverso de medicamento que é interpretado erradamente como uma nova condição médica e um medicamento subsequente é prescrito para tratar esse efeito adverso induzido por medicamento.”3 As sequelas também incluem medicamentos não sujeitos a receita médica ou dispositivos médicos (por exemplo, inserção de pacemaker cardíaco). As potenciais cascatas de prescrição identificadas neste caso de estudo são as que constam da tabela seguinte:

MedicamentoEfeito adverso comumCascata de prescrições possível
DiltiazemEdema periféricoFurosemida para tratar edema erradamente diagnosticado como excesso de volume ou insuficiência cardíaca noturna
TiotrópioAnticolinérgico: Rouquidão/laringitePantoprazol para reduzir o ácido gástrico erradamente diagnosticado como refluxo gástrico
BudesonidaCorticosteroide: Candidíase/rouquidãoPantoprazol
MirtazapinaAnticolinérgico: Esvaziamento gástrico deficiente; Rouquidão/laringitePantoprazol
VenlafaxinaNáuseas, indigestão, mal-estar gástricoPantoprazol
VenlafaxinaInsónia, agitação, ansiedadeClonazepam, melatonina, mirtazapina
VenlafaxinaTaquicardia/palpitaçõesBisoprolol com dose aumentada
PantoprazolAbsorção de ferro deficienteSuplemento de ferro
Sulfato de ferro (FeSO4)Náuseas e indigestãoPantoprazol
Fonte: The University of British Columbia, Therapeutics letter 138 July-August 2022

Prescrições adicionadas para combater um ou mais efeitos de medicamentos podem induzir quedas por super sedação, “distúrbio cognitivo leve” ou outros efeitos anticolinérgicos (anti muscarínicos) ou efeitos adversos de um Inibidor da Bomba de Protões (IBP). Dado o interesse dessa mulher em desprescrever, o farmacêutico clínico também questionou outros medicamentos da sua lista.

Efeitos adversos e cascatas de prescrição

Os estudos publicados sobre cascatas de prescrição concentram-se em várias classes de medicamentos.4 Os identificados anteriormente incluem alguns dos 200 medicamentos mais frequentemente prescritos. Descrevo de seguida sete exemplos predominantes sobre possíveis cascatas de prescrição.

Medicamentos anticolinérgicos >> disfunção cognitiva >> medicamentos para a demência

Medicamentos anticolinérgicos (por exemplo, antidepressivos tricíclicos, ciclobenzaprina, mirtazapina, Quetiapina, oxibutinina)5 bloqueiam a neurotransmissão acetilcolinérgica no cérebro, prejudicando a cognição e a memória mesmo na presença de inibidores da acetilcolinesterase (AChE-I: donepezilo, galantamina, rivastigmina).6,7 O declínio cognitivo percebido como uma nova condição ou agravamento da demência pode levar a novas prescrições ou aumento das doses de AChE-I.8,9

Medicamentos para a demência >> incontinência >> medicamentos anticolinérgicos

Por outro lado, os inibidores da acetilcolinesterase (AChE-I) podem causar incontinência urinária ou fecal, que pode causar uma “cascata” para prescrição de um anticolinérgico. Dois estudos encontraram aumento do uso de medicamentos antimuscarínicos da bexiga (por exemplo, oxibutinina) após prescrição de inibidores da colinesterase para demência.10 Bradicardia ou síncope (muscarínica) ou cãibras musculares (nicotínicos) são outros efeitos colinérgicos que podem precipitar novos tratamentos.11-13

Anticolinérgicos >> dispepsia/refluxo >> medicamentos inibidores da bomba de protões

Dispepsia ou azia devido ao esvaziamento gástrico retardado podem ser confundidos com refluxo gastrointestinal espontâneo. Essa associação foi sugerida como uma possível cascata em um estudo que avaliou prescrições de IBPs de longa data.14 Num estudo nos EUA com 248 residentes de casas de repouso, a probabilidade de receber um IBP aumentou com a carga anticolinérgica. Similarmente um grande estudo de coorte, de idosos com demência, na da Nova Escócia sugeriu que os anticolinérgicos aumentaram a prescrição de IBP “consistente com uma cascata de prescrição”.16

Anticolinérgicos >> obstipação >> medicamentos laxantes

A obstipação induzida por medicamentos é uma associação bem conhecida e confirmada por uma revisão sistemática de 2021.17 Entre os residentes de casas de repouso italianas, os antidepressivos tricíclicos aumentaram o uso de laxantes (OR 2,98, IC 95% 1,31-6,77), assim como outros antidepressivos, especialmente mirtazapina ( OR 1,37, IC 95% 1,09-1,71).18

Bloqueadores dos canais de cálcio / gabapentina/pregabalina >> edema >> medicamentos diuréticos

Os bloqueadores dos canais de cálcio dihidropiridínicos (BCC), tais como, por exemplo, amlodipina, lercanidipina, nifedidina e felodipina, frequentemente causam edema dose-dependente, afetando até 30% dos pacientes idosos.19,20 Dois estudos de coorte recentes descobriram que as prescrições de furosemida aumentaram em pessoas que tomam BCC, em comparação com outros anti hipertensivos.21,22 A redução ou interrupção de um BCC pode ser preferível à adição de furosemida, dada a sua multiplicidade efeitos adversos.

A gabapentina e a pregabalina também causam edema periférico dose-dependente. Na dor crônica, isso afeta até 9% das pessoas que tomam gabapentina e 10% para pregabalina (até 4 vezes versus placebo).23-25 Um grande estudo de coorte de Ontário de 2011-2019 encontrou aumento nas prescrições de diuréticos de alça após o início de gabapentina/pregabalina para dor lombar de início recente em idosos (HR: 1,44, IC 95%: 1,23, 1,70; aumento do risco absoluto 0,7%).26 Ambos podem ser associada ao diagnóstico inadequado de insuficiência cardíaca.27

Desordem de movimentos induzida por medicamentos >> medicamentos anti Parkinson

A maioria dos antipsicóticos, alguns antidepressivos e os antieméticos metoclopramida e proclorperazina bloqueiam os recetores de dopamina ou causam distúrbios do movimento por outros mecanismos. Esses eventos adversos podem ser confundidos com a doença de Parkinson.28 Embora um estudo canadiano tenha achado essas cascatas de prescrição incomuns,10 outros veem mais motivos para preocupação. As prescrições de antipsicóticos, antidepressivos e metoclopramida mais recentes e mais antigos foram associadas ao aumento da prescrição subsequente de l-DOPA/carbidopa e outros medicamentos antiparkinsonianos.3,28-32

Hipertensão induzida por medicamentos >> medicamentos anti-hipertensores

Cerca de 15% dos adultos americanos (19% dos adultos com hipertensão) tomam um medicamento que pode aumentar a pressão arterial.33 Antidepressivos (8,7% dos adultos) e AINEs prescritos (6,5%) foram os candidatos potenciais mais frequentes para uma cascata de prescrição pouco reconhecida.

Reduzir as cascatas de prescrição

Prevenir, detetar e reverter cascatas de prescrição não é fácil.34 Os pesquisadores citados nesta Carta propõem uma abordagem abrangente, enquanto a Canadian Deprescribe Network oferece uma mais simples para o público.4,35,36 Reconhecer e intercetar cascatas ainda requer conhecimento e revisão especializada de medicamentos, incluindo atenção a cascatas conhecidas.37 Como um revisor médico rural desta Carta escreveu:

“O problema é em grande parte a nossa mentalidade de tratar reflexivamente novos sintomas com medicamentos, sem primeiro pensar em relação aos efeitos colaterais induzidos por medicamentos em pacientes que já tomam muitos”.

Conclusões

▪ As cascatas de prescrição causam polimedicação e danos evitáveis.

▪ Preveni-los por meio de prescrição cuidadosa baseada em indicação e triagem de cascatas durante as revisões de medicamentos. Utilizar o farmacêutico especializado ou consulta médica quando disponível.

▪ Comece pela familiarização com cascatas envolvendo medicamentos comuns na atenção primária; reduza as doses se a desprescrição parecer muito radical.

▪ Identificar uma cascata de prescrição é um momento de aprendizagem, use-o.

Referências bibliográficas

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37.Therapeutics Initiative. Reducing polypharmacy: A logical approach. Therapeutics Letter 90, June-July 2014; https://ti.ubc.ca/letter90

NEUROFIBROMATOSE SINTOMAS E TRATAMENTO

Neurofibromatose o que é? Quais os sintomas? Qual o melhor tratamento? A neurofibromatose tipo 1 (NF1) ou doença de von Recklinghausen é uma das doenças genéticas mais comuns, afetando 1/4.000 a 1/3.000 indivíduos. Tem um modo de transmissão autossómico dominante e a frequência em que o gene é expresso (expressão genética), é praticamente completa aos 5 anos de idade.

Segundo a Associação Portuguesa de Neurofibromatose, a Neurofibromatose não é uma doença rara mas é pouco conhecida.

Neste artigo vou responder ás seguintes questões:

  • O que é a neurofibromatose ( NF )?
  • Que tipos de neurofibromatose existem?
  • Qual a incidência da neurofibromatose?
  • A neurofibromatose é contagiosa?
  • Quais as diferenças e manifestações clínicas da NF1 e da NF2?
  • Em resumo, quais os sintomas da neurofibromatose?
  • Como acontece a transmissão genética da NF?
  • Qual o tratamento para a neurofibromatose?
  • Existem consequências psicológicas?
  • É possível o diagnóstico precoce?
  • Existem especialistas nesta doença?

Neurofibromatose o que é?

A Neurofibromatose, também denominada doença de Recklinghausen, é  uma doença hereditária que se caracteriza pelo aparecimento de tumores benignos múltiplos do sistema nervoso. A  evolução é progressiva e imprevisível. Normalmente, os tumores surgem durante a puberdade, entre os 10 e os 15 anos de idade, na pele ou em outras partes do corpo.

Não é uma doença rara e tem sido descrita em indivíduos de todas as raças, com ligeira predileção pelo sexo masculino. A Neurofibromatose (NF) é uma doença genética e pode ocorrer, maioritariamente, sob duas formas:

  • Neurofibromatose tipo 1 ( NF1 ) – causada por mutações no cromossoma 17 que reduzem a produção de neurofibromina, uma proteína utilizada pelo organismo para evitar o surgimento de tumores. Este tipo de neurofibromatose também pode provocar perda de visão e impotência.

  • Neurofibromatose tipo 2 ( NF2 ) – provocada por mutações no cromossoma 22, diminuindo a produção de merlina, outra proteína que suprime o crescimento de tumores em indivíduos saudáveis. Este tipo de neurofibromatose pode causar perda de audição.

Existe uma enorme variedade de doenças genéticas conhecidas. A Neurofibromatose é relativamente comum, sendo a NF1 mais frequente que a NF2.

Neurofibromas da neurofibromatose
Neurofibromas da neurofibromatose

Manchas marron da neurofibromatose
Manchas marron da neurofibromatose

Estudos e publicações

Neste espaço tentarei deixar ligações para artigos recentemente publicados que podem ser relevantes sobre a doença:

Incidência da Neurofibromatose

Estima-se que cerca de 1 em cada 4000 indivíduos nascem com NF1. A NF2 é menos comum e estima-se que atinja 1 em cada 20 000 indivíduos.

Contagiosa ou não?

Não, para se ter Neurofibromatose, essa pessoa tem que nascer com a doença ou seja não é algo que se adquira ao longo da vida nem algo contagioso. No entanto, alguns dos sinais e sintomas podem manifestar-se apenas mais tarde e não logo no nascimento.

Neurofibromatose tipo 1 (NF1)

As manifestações da NF1 são variáveis e não ocorrem em todas as pessoas da mesma forma. Muitas pessoas vivem com a NF1 sem que isso interfira significativamente no seu quotidiano ou sem que se apercebam que têm a doença.

Todas as pessoas com NF1 apresentam, normalmente, manchas de cor acastanhada espalhadas pelo corpo. Essas manchas são denominadas manchas “café-au-lait” (café com leite). A grande maioria da população apresente mais de 6 manchas.

As manchas café-au-lait têm, pelo menos 0,5 cm de diâmetro e estão presentes no nascimento ou desenvolvem-se no decorrer dos primeiros 5 anos de vida.

Manifestações clínicas da NF1

Embora seja uma das principais manifestações da NF1, estas manchas não constituem perigo algum do ponto de vista médico.

A maioria das crianças apresenta ainda zonas de hiperpigmentação da íris dos olhos (zona colorida), denominadas de nódulos de Lisch.

Quando a criança atinge a puberdade, podem surgir alguns “altos” por baixo da pele. São aquilo a que se chama neurofibromas.

O número de neurofibromas é variável de pessoa para pessoa assim como a sua localização no corpo. Na maioria dos casos os neurofibromas não causam problemas médicos. Outras manifestações incluem dificuldades de aprendizagem e problemas ósseos.

Neurofibromatose tipo  2 (NF2)

A NF2 é mais rara que a NF1. As manifestações da NF2 são também variáveis de pessoa para pessoa mas, normalmente, as pessoas afectadas não apresentam grandes sinais de alerta.

Para além disso, também não se encontram associados problemas ósseos ou dificuldades de aprendizagem. No entanto, a partir da adolescência, estas pessoas podem desenvolver tumores associados aos nervos situados ao longo de todo o corpo.

A localização mais frequente destes tumores é a seguinte:

  • Nervos acústicos (importantes para a manutenção do equilíbrio e para a audição);
  • Nervos situados ao longo da coluna e que controlam os músculos dos braços e das pernas.

Algumas pessoas com NF2 apresentam alguns tumores nos nervos mais superficiais (junto à pele) mas, ao contrário do que acontece com a NF1, apresentam poucas ou nenhumas manchas café-au-lait.

Por vezes algumas pessoas desenvolvem cataratas numa idade precoce. No entanto, esta situação pode não causar alterações significativas na capacidade visual.

Sintomas

O principal sintoma da neurofibromatose é o surgimento de tumores moles na pele. No entanto, dependendo do tipo de neurofibromatose, outros sintomas podem ocorrer, tais como:

Neurofibromatose tipo 1

  • Manchas marrons na pele;
  • Sardas na região inguinal e axilas aos 4 ou 5 anos;
  • Pequenos nódulos debaixo da pele;
  • Problemas de desenvolvimento e deformação dos ossos.

Neurofibromatose tipo 2

  • Redução gradual da visão ou da audição;
  • Dificuldades de equilíbrio;
  • Problemas na coluna, como escoliose;
  • Problemas de visão e audição.

Os sintomas de neurofibromatose surgem durante a infância e, por isso, é recomendado consultar um pediatra para fazer o diagnóstico da neurofibromatose com exame físico, exames de raio x ou tomografia, assim como testes genéticos de sangue, por exemplo.

Genética

O desenvolvimento normal do nosso corpo depende dos nossos genes. Cada célula do nosso corpo contém um conjunto de cromossomas onde se encontram os nossos genes.

Existem 23 pares de cromossomas, sendo um deles o par responsável pelo sexo do indivíduo. Em cada par de cromossomas, um deles é proveniente da mãe (através do óvulo) e o outro do pai (através do espermatozoide).

A Neurofibromatose é causada por uma alteração num gene localizado num determinado cromossoma e pode ser resultado da transmissão desse gene alterado por um dos pais ou de uma alteração que surge de novo quando o óvulo ou o espermatozoide se formam (mutação).

Esta mutação não resulta do decorrer da gravidez, mas sim de uma alteração que ocorre por acaso.

Neurofibromatose esquema de transmissão genética

Tratamento

Atualmente não existe cura para a NF, porém existe uma gama de tratamentos alternativos que consistem na ressecção das lesões que comprometem a função e/ou estética através de técnicas cirúrgicas:

1 –
Cirurgia ortopédica para correção de pseudo-artrose e escoliose;
2 –
Cirurgia plástica na remoção de tumores, principalmente, em áreas de atrito (porém tem-se observado um alto índice de recidiva desses tumores) e os tumores que causam alguma alteração funcional no doente.
3 –
Neurocirurgia para prevenir sérias complicações decorridas do desenvolvimento de tumores cerebral e espinal.

Existem projetos de estudo em curso com novos medicamentos para o tratamento de neurofibroma plexiforme e glioma ótico, cujas lesões são progressivas, em adultos e crianças com NF1.

Consequências psicológicas

A neurofibromatose contribui para múltiplos fatores de stress psicossocial. Problemas no desenvolvimento da expressão podem afetar o desenvolvimento académico, a autoestima e as atividades sociais do indivíduo.

Diagnóstico precoce

Com os recentes avanços na área da genética, atualmente há meios para se diagnosticar a NF. Em alguns casos é possível fazer um diagnóstico pré-natal. Por isso, a orientação de um especialista é imprescindível.

Especialistas nesta doença

Apesar da neurofibromatose ser uma doença genética comum e portanto muitos profissionais de saúde se depararem com alguns casos durante as suas vidas profissionais, não são casos suficientes para se tornarem especialistas.

Esta doença é um verdadeiro desafio para diversas especialidades médicas pois as suas manifestações e severidade variam de doente para doente.

Em mais de 100 anos em que foi descrito a neurofibromatose por Von Recklinghausen pouco ainda se sabe sobre diversos pontos desta patologia genética. Acredita-se que as novas pesquisas no campo da gene-terapia e de modernos exames trarão resultados animadores e um conforto muito grande para os pacientes e seus familiares.

Associação Portuguesa de Neurofibromatose (APNF)

A APNF é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que se dedica ao apoio aos portadores de Neurofibromatoses. Tem como objeto a implementação de todas as ações relacionadas com os aspetos científicos, educacionais, investigacionais e sociais da Neurofibromatose, bem como a promoção da integração dos portadores da doença.

A APNF tem também como objetivo proporcionar aos portadores de Neurofibromatose a melhor qualidade de vida possível através de várias ações como:

  • Promoção da sua divulgação nacional;
  • Obter e tornar efetivos, junto das entidades oficiais, todos os meios de ação que visem proporcionar facilidades de diagnóstico, terapêutica, reabilitação e integração social do doente, bem como o apoio aos seus familiares;
  • Estabelecer intercâmbio em organizações internacionais congéneres;
  • Promover ações de índole científica, investigacional e educacional, nomeadamente: Identificação precoce da doença e aconselhamento genético;
  • Programar a intervenção médica e a educação para a saúde;
  • Reavaliação periódica e supervisão contínua;
  • Promover a realização de estudos científicos, se possível multicêntricos;
  • Promover a introdução de novas terapêuticas;
  • Organizar uma biblioteca sobre o tema;
  • Colaborar no ensino, quando solicitado;
  • Promover ações de índole social;

Concluindo

Todas as doenças são importantes, no entanto as mais relevantes são sempre aquelas que nos afetam! Se for uma “doença comum” existe quase sempre um ou mais tratamentos eficazes na tentativa de oferecer ao doente uma qualidade de vida boa ou aceitável.

Se for uma doença rara ou “comum mas pouco conhecida”  os tratamentos disponíveis são em regra muito menos ou de menor eficácia, pelo simples facto de não haver investigação suficiente por parte dos laboratórios farmacêuticos, que investem essencialmente nas doenças que afetam milhões de pessoas para terem o retorno financeiro suficiente para pagar a investigação e ainda dar lucro significativo aos seu acionistas durante vários anos!

É neste quadro que é merecido todo o apoio ás associações de doentes e aos laboratórios e institutos públicos e privados que desenvolvem alguma investigação nesta área das doenças raras ou “menos conhecidas”, desde que as suas contas sejam auditadas de forma isenta e transparente!

Fiquem bem

Franklim A. Moura Fernandes

Referências bibliográficas:

  • APNF;  Centro Nacional de Neurofibromatose;
  • Dr. Arthur Frazão (médico)

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